A Teoria Da Explicação Científica

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A teoria de explicação científica de Hempel e Oppenhe

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Discussão sobre a teoria do conhecimento a partir de Hempel e Oppenheim

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A teoria de explicao cientfica de Hempel e Oppenheim

A teoria de explicao cientfica de Hempel e Oppenheim

1- Qualquer pergunta do tipo Por qu? um pedido de explicao cientfica?Primeiro deve-se entender o que uma explicao cientfica: a descrio de um fenmeno junto da descrio de certas condies, antecedentes, s quais ele esteja determinado. A explicao cientfica termina por demonstrar que um fenmeno ocorre no mundo determinado por certas leis gerais. Por exemplo, uma pedra que empurrada e cai de um penhasco est determinada a sempre cair do mesmo modo, se nada a impedir ou ocorrer diferente durante o processo que ela empurrada, porqu existem certas leis, como o caso da lei gravitacional, que sempre atuam nas coisas do mundo fazendo determinada fora para que todo e qualquer corpo, com massa, caia. Este exemplo poderia ter partido de dois tipos de perguntas: uma pergunta que quer saber por que uma pedra cai de um penhasco, e outra que quer saber o porqu desse evento sempre se repetir, exigindo assim uma explicao das leis gerais determinam como uma pedra deve cair. Assim, a pergunta Por qu? ser um pedido de explicao cientfica somente se perguntar sobre eventos particulares (fenmenos) que ocorrem num determinado tempo e lugar; ou se buscar explicao de como ocorrem tais leis gerais, que regem os eventos particulares.2- O que so os explanans e explanandum de uma explicao?De acordo com Hempel e Oppenheim, o explanandum a descrio do fenmeno que se deseja explicar. Num exemplo do artigo dizem que Um termmetro de mercrio imerso rapidamente em gua quente, h uma queda temporria da coluna de mercrio, que seguida por sua rpida elevao, a descrio acima fala do fenmeno, mas no este em si; j o explanans composto por duas partes explicativas, uma que descreve as condies anteriores prprias de cada fenmeno, como o caso de descrever antes de uma experincia, por exemplo, de quais materiais seriam compostos os corpos que seriam observados, tambm o lugar e temperatura em que seriam considerados, e no exemplo essa parte do explanans descreveria o fato do termmetro ser de vidro, ser imerso em gua quente e conter mercrio em seu interior. A segunda parte do explanans a explicao que contm descries das leis gerais que atuam no fenmeno. to logo que, pela transmisso de calor, o aumento de temperatura alcana o mercrio, este se expande; e, como o coeficiente de dilatao de mercrio bem maior que o vidro, o nvel do mercrio se eleva, como dito no artigo, leis de expanso trmica de mercrio e de vidro e um enunciado sobre a pouca condutividade trmica de vidro so expressas nessa parte.3- Explique cada uma das regras R1 a R4.As regras de R1 a R3 so chamadas de condies lgicas de adequao, e a R4 de condio emprica de adequao, elas servem para verificar se uma explicao cientfica pode ser considerada apropriada para descrever fenmenos. R1 diz que o explanandum deve ser consequncia lgica do explanans, ou seja, a descrio do que seja o fenmeno deve ser dedutvel do que se afirma (nos argumentos explicativos das leis e condies) ocorrer no fenmeno. R2 diz que o explanans deve, sempre, conter leis gerais, pois sem elas no se pode ter um explanandum; sem leis gerais na argumentao explicativa de um evento este no pode ser descrito: a descrio do fenmeno depende de leis reguladoras implcitas na explicao. R3 uma regra derivada da necessidade existente em R1 (a descrio de um fenmeno consequncia das condies e leis gerais que o regulam); R3 a regra que manda o explanans ter contedo emprico para que se possa verificar a coerncia explicativa cientfica. R4 a regra que diz: As sentenas que constituem o explanans devem ser verdadeiras; o critrio para considerar que tenha essa adequao a verdade de um fenmeno a evidncia relevante disponvel, mesmo que o que se sustente verdadeiro hoje pode no ser amanha, quando se considera que a evidencia disponvel hoje seja menor do que amanha, a explicao cientfica depende do valor de verdade atribudo a evidencia escolhida para explicar o fenmeno.4- As quatro regras so implicadas pelos exemplos de explicao cientfica de eventos particulares oferecidos por Hempel e Oppenheim?As regras so dadas a partir de fenmenos particulares, no entanto, elas so os parmetros para que possa existir uma explicao cientifica apropriada, isto , para existir uma explicao que d conta de mostrar o porqu dos fenmenos. Desse modo, as regras de explicao cientfica so anteriores aos acontecimentos dos fenmenos, e por isso a explicao depende ou implica das regras, e no o contrrio. No entanto, o fenmeno sempre vai ter que ocorrer antes para que possa ser pensada certa adequao dos eventos as regras pr-estabelecidas para sua pela cincia.

5- Segundo Hempel e Oppenheim, R1 a R4 so condies necessrias de explicao cientfica. O que implicado por esta caracterizao das regras?Quer dizer que sem seguir tais regras no existe nenhuma explicao cientfica apropriada. Parece implicar como eles afirmam, ao defender a importncia da explicao cientfica: Em no somente registrar os fenmenos de nossa experincia, mas apreender com eles, atravs de generalizaes tericas neles fundamentadas; tais generalizaes nos permitem a antecipar novas ocorrncias e a controlar pelo menos em alguma medida, as mudanas em nosso ambiente..6- Por que a diferena entre explicao e previso cientficas de carter pragmtico?Um fenmeno descrito e sua explicao feita de modo cientifico se considerando certas condies e leis gerais. A diferena entre previso cientfica e explicao cientfica se d porque na explicao o fenmeno explicado aps sua ocorrncia, isso , somente aps o evento ocorrer so determinadas as condies e leis gerais que se relacionam com ele. Mas, quando se fala de previso cientfica todas a condies e leis gerais, pelo menos as necessrias para caracterizar tal fenmeno, so estipuladas antes da ocorrncia de um evento.7- Previso e explicao so capacidades indissociveis?Uma explicao poderia ser dada sobre um fenmeno sem haver previses sobre como ele deveria ocorrer, ou seja, a explicao de um fenmeno no depende de nenhuma previso. No entanto, qualquer previso existente depende de certas observaes que permitiram a criao de leis gerais para que a explicao de certos fenmenos j existisse antes da ocorrncia destes. Uma explicao pode ser separada de uma previso, mas uma previso cientfica jamais ser obtida sem qualquer explicao cientfica.8- Por que explicaes que satisfazem as condies R1 a R4 so causais (e vice versa)?Porque explicam o fenmeno considerando as circunstncias antecedentes e as leis gerais dele. As leis desse tipo so chamadas causais ou deterministas porque afirmam conexes gerais e sem exceo entre caractersticas especficas de eventos. No caso das regras R1 a R4 implicam uma na outra, como se uma causasse a outra: Por exemplo, Hempel e Oppenheim nos dizem que R3 esta implcita em R1: porque, como o explanandum deveria descrever algum fenmeno emprico, segue de (R1) que o explanans implica pelo menos uma consequncia carter emprico. Assim, seguindo essas regras, a explicao o que busca mostra a causa de um fenmeno, ou seja, responder a pergunta Por qu?.