A Técnica Da Descrição

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    A TÉCNICA DA

    DESCRIÇÃOProfª Katiuce Lopes Justino

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    A DESCRIÇÃO A descrição se caracteriza por ser o “retrato verbal” de pessoas,objetos, cenas ou a bientes! "ela, são trabal#adas as i a$ens,o %ue per ite u a visualização do %ue est& sendo descrito!' a boa descrição não deve resu ir(se a u a si plesenu eração! ) funda ental captar o traço distintivo %uediferencia o ser descrito dos de ais!

    A descrição de pessoas deve, al* dos traços f+sicos, ressaltaros traços psicol $icos para %ue se ten#a u “retrato” aisco pleto da pessoa descrita!"a pr&tica, * dif+cil voc- encontrar ute.to exclusivamente descrito! / %ue co u ente ocorre são

    trec#os descritivos, inseridos e u te.to narrativo oudissertativo! Por e.e plo, e %ual%uer ro ance 0%ue * u te.tonarrativo por e.cel-ncia1, voc- perceber& v&rias passa$ensdescritivas, seja de persona$ens, seja de a bientes!

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    Quando um homem morre, ele se reintegra em suarespeitabilidade mais autêntica, mesmo tendo cometidoloucuras em sua vida. A morte apaga, com sua mão de

    ausência, as manchas do passado e a memória do mortofulge como diamante. Essa,a tese da família, aplaudida por vizinhos e amigos. egundo eles, Quincas !erro"#gua, ao morrer, voltara a ser a$uele antigo erespeit#vel %oa$uim oares da &unha, de boa família,e'emplar funcion#rio da (esa de )endas Estadual, de

    passo medido, barba escanhoda, paletó negro de alpaca, pasta sob o bra*o, ouvido com respeito pelos vizinhos,opinando sobre o tempo e a política, +amais visto numbote$uim, de cacha*a caseira e comedida. -Amado,

    %orge. A morte e a morte de Quincas !erro "#gua•

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    A DESCRIÇÃO SUB ETI!A 2uitas vezes, ao descrever u ser, não nos li ita os a

    fornecer ao leitor u retrato e.ato e 3el! Pode os passar(l#eu ponto de vista pessoal da%uilo %ue descreve os,produzindo, dessa for a, u a descrição su"#etiva$4ssa visão pessoal do persona$e , carre$ada de ju+zos devalor, não deve ser considerada u defeito, pois, nadescrição, não deve os nos li itar a fornecer ao leitor uretrato frio e se vida da%uilo %ue se descreve 5 se assifosse, a descrição seria u a si ples foto$ra3a! ) necess&rio,portanto, ir al* do si ples retrato, isto *, trans itir ao leitoru a visão pessoal ou u a interpretação a respeito do %uedescreve os!Ade ais, salvo as descriç6es t*cnicas ou cient+3cas, todadescrição revela, e aior ou enor $rau, a i pressão %ue oautor te da%uilo %ue descreve!

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    "o 3 da tarde, %uando as luzes se na cidade e os#o ens abandonava o trabal#o, os %uatro a i$os

    ais +nti os de 7uincas 8erro 9:&$ua 5 ;uri , "e$roPastin#a, ;abo 2artins e P*(de(avia to ados seus tra$os, se d?vida, naco oção da not+cia, as o ver el#o dos ol#os eradevido @s l&$ri as derra adas, @ dor se edidas, e o

    es o pode(se a3r ar da voz e bar$ada e do passovacilante! ;o o reservar(se co pleta ente l?cido%uando orre u a i$o de tantos anos, o el#or dos

    co pan#eiros, o ais co pleto va$abundo da 8a#ia ”0A2A9/, Jor$e! A orte e a orte de 7uincas 8erro9:&$ua1

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    • A DESCRIÇÃO OB ETI!A

    "a descrição objetiva trans ite(se u a i a$e concreta eprecisa do %ue se descreve, destacando nitida ente os detal#escaracter+sticos, para %ue a i a$e seja o ais pr .i o poss+velda realidade! ;onv* le brar o %ue antes foi ditoB e.ecutando asdescriç6es t*cnicas ou cient+3cas, * dif+cil encontrar u a descriçãoabsoluta ente objetiva, pois se pre #aver& al$u a interfer-nciado autor e relação @%uilo %ue est& sendo descrito! / %ue vaidistin$uir u a descrição objetiva de u a descrição subjetiva * o$rau dessa interfer-ncia! "a descrição subjetiva, a interfer-ncia do autor * se pre

    aior e costu a ser caracterizada pela e issão de ju+zos de valor! J& na descrição objetiva, o autor interfere enos, tentando nospassar u a i a$e ais pr .i a ao real, evitando os jul$a entospessoais!

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    TANCREDO% O &O'(TICO DA ES&ERANÇA

    7ual%uer pessoa %ue o visse, %uer pessoal ente ou atrav*s dos eiosde co unicação, era lo$o levada a sentir %ue dele e anava u a serenidade e

    autocon3ança pr prias da%ueles %ue vive co sabedoria e di$nidade! 9e bai.a estatura, a$ro, calvo, tin#a a idade de u pai %ue cadapessoa $ostaria de ter e de %ue a nação tanto precisava na%uele o ento dedesa paro! Ceus ol#os obl+%uos e castan#os trans itia con3ança! / narizleve ente arrebitado e os l&bios 3nos, e eio ao rosto arredondado,traçava o per3l de al$u* %ue sent+a os ter con#ecido durante a vidainteira! Cua voz era doce e ao es o te po dura! Dalava e vestia(se co o uestadista! 4ra u estadista! Cua caracter+stica ais arcante foi, se d?vida, a ponderação naan&lise dos proble as pol+ticos e socioeconE icos! Fespeitado e todo o

    undo pela condição de l+der preocupado co o destino das futuras $eraç6es,de con#ecedor profundo das %uest6es deste pa+s, colocava se pre o esp+ritoco unit&rio aci a dos interesses individuais! Ceu $rande son#o foi

    provavel ente o de pEr toda a sua capacidade a serviço da nação brasileira,tão a eaçada pelas adversidades econE icas e tão abandonada, co o se prefora, por a%ueles %ue se dize seus representantes!

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    )ARIA* )ARIA

    7uando a vi pela pri eira vez pratica ente ne a vi! As pessoas, e suaaioria, não costu a prestar uita atenção @s varredoras de rua! 2as 2aria parece

    não se i portar co isso, por%ue ta b* não presta uita atenção @s pessoas %uepassa por ela, u a vez %ue est& se pre ol#ando para bai.o, @ procura do %ue varrer! ) bai.a e a$ra, co o conv* a al$u* %ue se pre co eu uito pouco, e suapele te a coloração t+pica dos %ue to a sol, c#uva, or aço, ou %ual%uer coisa %uenão se possa escol#er ou evitar! Ceus cabelos crespos e ne$ros parece, encol#er(se ainda

    ais, para não sofrere a ação do vento i pre$nado de poeira e poluição! /l#osa endoados, ta b* ne$ros, se bril#oB ine.pressivos! ;o certeza reHete asensação de %ue * in?til e.pressar(se, seja para recla ar de %ual%uer coisa! 2as são

    ol#os duros, de %ue protesta, pelo sil-ncio, contra a dor ou si ples ente contra o pesoda rotina fati$ante, cu prida @ risca, para nin$u* ac#ar defeito! / nariz leve enteac#atado e os l&bios $rossos são a con3r ação dos traços da raça! 8oca fec#ada, apesardo uito %ue teria a dizer! Dec#ada, co o se reco enda aos %ue deseja anter oe pre$o, ainda %ue tão &rduo! 2aria te #abilidades anuais! 7uando criança, %ueria ser costureira de lindosvestidos! A$ora %uer sobreviver de aneira #onrada! Ceu unifor e de funcion&ria dali peza p?blica e nada se parece co os vestidos do seu son#o de enina! 4la dei.aa$ora os son#os para seus dois 3l#os, por%ue * a ?nica coisa %ue pode dei.ar co o#erança! Isso * o e.e plo da sua luta, da sua esperança %ue tira do nada! 4.ilada e sua pr pria cidade, pelo te po %ue l#e to a o trabal#o, %uase não v-a fa +lia, as persiste e, aci a de tudo, acredita, pois “ $uem traz na pele essa marca,

    possui a estranha mania de ter f/ na vida ”! + ,-a.mento /a m0sica 1)a-ia* )a-ia2*/e )ilton Nascimento$

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    =re 9as ;ores;aetano