A Sociedade de consumo: A liturgia formal do objeto - Jean Baudrillard
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A SOCIEDADE DE CONSUMO
(Jean Baudrillard)Profa. Dra. Cíntia Dal Bello
A LITURGIA FORMAL DO OBJETOPrimeira Parte
ALGUNS ASPECTOS• Multiplicação de objetos: “evidência fantástica do consumo e
da abundância” (p. 15).• Homens de opulência = rodeados de objetos.• Discurso (mudo) dos objetos: abundância virtual, ausência
mútua, seres humanos funcionais.• Inversão: vive-se o tempo dos objetos (rápida obsolescência);
raros objetos sobrevivem à sucessão de gerações humanas.• “O consumo invade toda a vida”, condicionando-a,
organizando-a, homogeneizando integralmente todos os seus aspectos (p.20).
• Facilidade, felicidade, sublimação da vida real (vida social objetiva) = um “shopping perene”.
Ilustração de Steve Cutts http://www.stevecutts.com
FIGURAS• Profusão e amontoamento: “mais do que a soma dos
produtos”, “evidência do excedente, a negação mágica e definitiva da rareza, a presunção materna e luxuosa da terra da promissão” (p. 16).
• Coleção: objetos diferentes complementam-se, apontam-se, referem-se, formando uma espécie de coerência, formando categorias, uma totalidade indissociável (p.17); “série organizada de objetos simples se manifesta como encadeamento significante” (p.17) que gera motivações mais complexas, para além da necessidade.
Ilustração de Steve Cutts http://www.stevecutts.com
O ESTATUTO MIRACULOSO DO CONSUMO
• Relação entre PRODUÇÃO, CONSUMO, IMAGENS:• “É o pensamento mágico que governa o consumo” (p.21).• “Crença na onipotência dos signos” (p.22).• “A opulência, a ‘afluência’ não passa da acumlação dos signos
da felicidade” (p.22).• Os bens de produto são consumidos como “poder
apreendido” , não como “produtos trabalhados”.• ABUNDÂNCIA: “milagre diário” dispensado “por uma
instância mitológica benéfica, de que somos herdeiros legítimos: a Técnica, o Progresso, o Crescimento etc.” (p. 23).
Ilustração de Steve Cutts http://www.stevecutts.com
O CONSUMO VERTIGINOSO DO REAL
• “A prática dos signos é sempre ambivalente, tem sempre como função esconjurar, no duplo sentido do termo: fazer surgir para captar por signos (as forças, o real, a felicidade etc.) e evocar algo para o negar e recalcar. Sabe-se que o pensamento mágico nos mitos procura conjurar a mudança e a história. De certa maneira, o consumo generalizado de imagens, de fatos e de informações também se esforça por conjurar o real nos signos do real, por conjurar a história nos signos da mudança etc.” (p.23).
• “Consumimos o real por antecipação ou retrospectivamente, de qualquer maneira, à distância, distância esta que é a do signo” (p. 23).
• Voracidade por realidade, verdade, objetividade.• Comunicação de massa: não proporciona a realidade,
mas vertigens (ou fantasmas) da realidade (p.24).• Consumo voraz dos signos multiplicados do real
(p.25).• Clausura x consumo dos simulacros do mundo• O consumo das imagens da violência justificam a
passividade, a exclusão do mundo e a clausura em prol da segurança.
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CONSUMO E DESPERDÍCIO• PREJUÍZOS provocados pelo progresso técnico, pelo
desenvolvimento industrial e pelas estruturas de consumo: ecológicos, socioculturais, psicológicos.
• Desperdício: “é sempre considerado uma forma de loucura, de demência, de disfunção do instinto, que impele o homem a queimar as suas reservs e a comprometer através de uma prática irracional as próprias condições de sobrevivência” (p. 38).
• Sob a lógica social vigente: “recebe função positiva, substituindo a utilidade racional numa funcionabilidade social superior e se revela, no limite, como a função essencial – tornando-se o aumento da despesa, o supérfluo, a inutilidade ritual do ‘gasto para nada’, o lugar de produção de valores, das diferenças e do sentido – tanto no plano individual como no plano social” (p. 39).
• Objeto: “condenação à efeméride”, “perpétuo suicídio” (p. 42).
• “O que hoje se produz não se fabrica em função do respectivo valor de uso ou da possível duração, mas antes em função da sua morte, cuja aceleração só é igualada pela inflação dos preços” (p. 42).
• Extermínio calculado: “sabotagem tecnológica” e “desuso organizado sob o signo da moda” (p. 42).
• “A sociedade de consumo precisa dos seus objetos para existir e sente sobretudo necessidade de os destruir. O ‘uso’ dos objetos conduz apenas ao seu desgaste lento. O valor criado reveste-se de maior intensidade no desperdício violento. Por tal motivo, a destruição permanece como a alternativa fundamental da produção: o consumo não passa de termo intermediário entre as duas” (p. 43).
Ilustração de Steve Cutts http://www.stevecutts.com
REFERÊNCIAS• BAUDRILLARD, Jean. A sociedade de consumo. Lisboa: Edições 70, 1995.• CUTTES, Steve. Ilustrações disponíveis em: http://www.stevecutts.com.
Acesso em: 15 jan. 2017.
Cíntia Dal Bello
Técnica em PublicidadeBacharel em Comunicação – Habilitação em Publicidade e PropagandaEspecialista em Marketing e ComunicaçãoEspecialista em Cultura e Meios de ComunicaçãoMestre e Doutora em Comunicação e Semiótica
Professora de Publicidade e Propaganda, Jornalismo e Mídias Sociais Digitais- Universidade Nove de Julho- Belas Artes
Autora do blog:www.cintiadalbello.blogspot.com.br
APRESENTAÇÃO