A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS NÚCLEO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DA FAMÍLIA ISABELLE ARRUDA BARBOSA A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ENFERMAGEM PARA A SAÚDE DA FAMÍLIA PEDRAS DE MARIA DA CRUZ/MINAS GERAIS 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

NUacuteCLEO DE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE COLETIVA

CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA EM SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

ISABELLE ARRUDA BARBOSA

A SAUacuteDE DA MULHER NO CLIMATEacuteRIO CONTRIBUICcedilOtildeES DA

ENFERMAGEM PARA A SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

PEDRAS DE MARIA DA CRUZMINAS GERAIS

2010

ISABELLE ARRUDA BARBOSA

A SAUacuteDE DA MULHER NO CLIMATEacuteRIO

CONTRIBUICcedilOtildeES DA ENFERMAGEM

PARA A SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

UFMG 2010

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

NUacuteCLEO DE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE COLETIVA

CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA EM SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

ISABELLE ARRUDA BARBOSA

A SAUacuteDE DA MULHER NO CLIMATEacuteRIO CONTRIBUICcedilOtildeES DA

ENFERMAGEM PARA A SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao

Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em

Sauacutede da Famiacutelia Universidade Federal de Minas

Gerais para obtenccedilatildeo do Certificado de Especialis-

ta

Orientadora Esp Fernanda Carolina Camargo

PEDRAS DE MARIA DA CRUZMINAS GERAIS

2010

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

NUacuteCLEO DE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE COLETIVA

CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA EM SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

ISABELLE ARRUDA BARBOSA

A SAUacuteDE DA MULHER NO CLIMATEacuteRIO CONTRIBUICcedilOtildeES DA

ENFERMAGEM PARA A SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao

Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em

Sauacutede da Famiacutelia Universidade Federal de Minas

Gerais para obtenccedilatildeo do Certificado de Especialis-

ta

Orientadora Esp Fernanda Carolina Camargo

Banca Examinadora

Profa Daniele Falci de Oliveira UFMG

Esp Fernanda Carolina Camargo UFTM

Aprovada em Belo Horizonte - MG

14072010

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo ao bom Deus minha fonte de inspiraccedilatildeo suprema

Agrave Eny Kamilla Viniacutecius e Daniel pelo apoio e amor constantes

Agrave Profordf Silmeiry Angeacutelica pelo empenho carinho dedicaccedilatildeo

mas sobretudo pela paciecircncia e disponibilidade em ensinar

Agrave orientaccedilatildeo da Esp Fernanda Carolina Camargo

Agravequeles que de maneira direta ou indireta contribuiacuteram para a

efetivaccedilatildeo deste trabalho por meio de amparo frente agraves dificul-

dades compreensatildeo perante as faltas e motivaccedilatildeo diante dos sen-

timentos de incerteza

ldquo E quando estiveres perto

arrancar-te-ei os olhos

e colocaacute-los-ei no lugar dos meus

E arrancarei meus olhos

para colocaacute-los no lugar dos teus

Entatildeo ver-te-ei com os teus olhos

E tu ver-me-aacutes com os meusrdquo

Jacob Levy Moreno(1982)

RESUMO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) eacute fundamental para a reordenaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de

Sauacutede (SUS) Tem como desafio ultrapassar a fragmentaccedilatildeo do processo assistencial e o dis-

tanciamento das reais necessidades de sauacutede das populaccedilotildees Nesse cenaacuterio inserem-se as

necessidades relacionadas agrave Sauacutede da Mulher A vivecircncia da autora Enfermeira da ESF na

zona rural em Minas Gerais atentou-se para emergecircncia de mulheres de meia idade com de-

mandas diferenciadas em sauacutede que vivenciavam o Climateacuterio Perante essa realidade reno-

vaccedilotildees da atenccedilatildeo prestada pela equipe se fizeram necessaacuterias Esse estudo objetiva analisar a

produccedilatildeo de conhecimento em Enfermagem sobre a mulher no climateacuterio e suas contribuiccedilotildees

para a atuaccedilatildeo da equipe de ESF Utilizou-se a revisatildeo integrativa da literatura atraveacutes da

biblioteca virtual eletrocircnica BDENF por meio de publicaccedilotildees perioacutedicas de enfermagem pelo

descritor Climateacuterio Como criteacuterio de inclusatildeo analisar publicaccedilotildees desenvolvidas na aten-

ccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede eou ESF Buscando ampliar a sensibilidade da busca pelo periacuteodo de

iniacutecio da produccedilatildeo cientiacutefica dessa temaacutetica utilizou-se apenas o limite final ano 2009 Os

resultados apresentaram total de 25 artigos sendo trecircs repetidos e 636 natildeo correspondiam

aos criteacuterios de inclusatildeo Observou-se escassez sobre a produccedilatildeo dessa temaacutetica na Enferma-

gem A maior concentraccedilatildeo das publicaccedilotildees foi entre 2000 a 2005 demonstrando a recente

discussatildeo desse tema As publicaccedilotildees caracterizavam-se pela busca dos serviccedilos de sauacutede

dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos desse ciclo vital fe-

minino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas pesquisas

Iacutendice de KAPPA consideraacutevel (k=04) A anaacutelise das publicaccedilotildees apontou para a necessidade

da compreensatildeo do climateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo

vital feminino Haacute urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo a essa clien-

tela e haacute a necessidade de implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas como accedilotildees educati-

vas grupos operativos que incluam as mulheres e suas famiacutelias O Enfermeiro foi apontado

como um ator potencial dentro da equipe para implementar as accedilotildees inovadoras orientar so-

bre os mitos e tabus que permeiam essa etapa da vida feminina e de forma compreensiva e

acolhedora auxiliar essas mulheres na reformulaccedilatildeo dos projetos subjetivos de suas vidas

Palavras-Chaves Climateacuterio Sauacutede da mulher Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia Enfermagem

em Sauacutede Puacuteblica

ABSTRACT

The Family Health Strategy (FHS) is fundamental for reorganizing the Unified Health System

(SUS) Its challenge is to overcome fragmentation of the care process and the detachment

from the real health needs of populations In this scenario it fits the needs related to Womens

Health The experience of the author Nurse of the FHS in the rural area in Minas Gerais

strove to emergence of middle-aged women with different expectations on health which had

experienced the climacteric Facing this reality renovations to the attention paid by the team

make up necessary This study aims to analyze the production of nursing knowledge about the

climacteric women and their contributions to the activities of the FHS team Was used a inte-

grative review of the literature through electronic virtual library BDENF through periodic

publications of nursing the descriptor Climacteric The inclusion critery was examining pub-

lications developed in primary health care and or FHS Seeking to increase the sensitivity of

the search for the early period of scientific production of this theme were used only the final

limit the year 2009 The results showed total of 25 articles 3 repeated and 636 did not

meet the inclusion criteria Observed scarcity on the production of this theme in Nursing The

highest concentration of the papers between was in 2000 to 2005 demonstrating the recent

discussion on this topic The publications were characterized the pursuit of health services to

this population the description of aspects of biomedical and life cycle psychoaffective women

and the role of nurses The qualitative method was used more in the polls Index considerable

KAPPA (k = 04) The analysis of publications pointed to the need for understanding of cli-

macteric in a larger size and status as a natural life cycle in health women There is an emer-

gency that health services attended to these clients and there is the need to implement differ-

ent strategies as educational operational groups that include women and their families The

nurse was appointed as an potential actor within the team to implement innovative actions

advise on the mitos and taboos that permeate this female stage of life so comprehensive and

welcoming assist these women in the reformulation of the projects of their subjective lives

Keywords Climateric Womenacutes Health Family Health Strategy Public Health Nursing

RESUMEN

El Estrategia de Salud Familiar (ESF) es fundamental para reorganizar el Sistema Uacutenico de

Salud (SUS) Su reto es superar la fragmentacioacuten del proceso asistencial y el destacamento de

la salud de las verdaderas necesidades de las poblaciones En este escenario se ajusta a las

necesidades relacionadas con la salud de la mujer La experiencia de la autora la enfermera

del ESF en la zona rural en Minas Gerais se esforzoacute por emergencia de las mujeres de media-

na edad con diferentes expectativas en materia de salud que habiacutea experimentado el climate-

rio Ante esta realidad renovacioacuten de la atencioacuten prestada por el equipo eran necesarias Este

estudio tiene como objetivo analizar la produccioacuten de conocimientos de enfermeriacutea sobre la

mujer climateacuterica y sus contribuciones a las actividades del equipo del ESF Se utilizoacute la revi-

sioacuten integradora de la literatura a traveacutes de biblioteca electroacutenica virtual BDENF a traveacutes de

publicaciones perioacutedicas de la enfermeriacutea los criterios de inclusioacuten descriptor Climateacuterio

Como publicaciones examen desarrollado en la atencioacuten primaria de salud y o fibras discon-

tinuas de polieacutester Tratando de aumentar la sensibilidad de la buacutesqueda de los primeros tiem-

pos de la produccioacuten cientiacutefica de este tema se utilizoacute soacutelo el liacutemite final el antildeo 2009 Los

resultados mostraron total de 25 artiacuteculos 3 repetidas y el 636 no cumpliacutea con los criterios

de inclusioacuten Observado la escasez en la produccioacuten de este tema en Enfermeriacutea La mayor

concentracioacuten de los papeles entre 2000 a 2005 lo que demuestra el reciente debate sobre este

tema Las publicaciones se han caracterizado la buacutesqueda de servicios de salud a esta pobla-

cioacuten la descripcioacuten de los aspectos de la biomedicina y las mujeres del ciclo de vida psicoa-

fectiva y el papel de las enfermeras El meacutetodo cualitativo es maacutes usado en las urnas Iacutendice

considerable kappa (k = 04) El anaacutelisis de las publicaciones que sentildealoacute la necesidad de una

comprensioacuten de la menopausia en un tamantildeo mayor y su estatus como un ciclo de vida natural

en los servicios de salud regorganizaccedilatildeo femenino Haacute de emergencia para atender a estos

clientes y existe la necesidad de aplicar diferentes estrategias como grupos educativos opera-

tivos que incluyen a las mujeres y sus familias La enfermera fue nombrado como un actor

potencial en el equipo para implementar acciones innovadoras asesoramiento sobre la mitos y

tabuacutees que impregnan esta etapa de la vida femenina y los comprensiva y acogedor ayudar a

estas mujeres en la reformulacioacuten de los proyectos de sus subjetiva vidas

Palabras-claves Climaterio Salud de la Mujer Estrategia de Salud Familiar Enfermeriacutea en

Salud Puacuteblica

IacuteNDICE DE TABELAS E QUADROS

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo perioacutedicos 23

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano de publicaccedilatildeo 28

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa 29

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa 31

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme

escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave questatildeo norteadora em estudo

333

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 141

11 PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA E A ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

INOVACcedilOtildeES TECNOASSISTENCIAIS PARA O FORTALECIMENTO DO SUS 13

12 O CLIMATEacuteRIO DESAFIO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO

PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA 19

2 OBJETIVOS 22

21 OBJETIVO GERAL 22

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 22

3 METOacuteDO DA PESQUISA 23

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF 23

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA 29

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA 31

44 CARACTERIZACcedilAtildeO PANORAcircMICA DOS ARTIGOS CONFORME REVISAtildeO

INTEGRATIVA 33

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 40

6 REFEREcircNCIAS 432

1 INTRODUCcedilAtildeO

Inserida no cotidiano de trabalho de uma equipe sauacutede da famiacutelia da zona rural de um

municiacutepio de pequeno porte em Minas Gerais vivenciando os desafios de integrar um grupo

de trabalho de composiccedilatildeo heterogecircnica com membros de diferentes formaccedilotildees e visotildees di-

versificadas do que eacute sauacutede e de como se deve abordar o processo sauacutede-doenccedila

A autora deste estudo Enfermeira mulher atentou-se para a maneira como eram ldquotra-

tadosrdquo os problemas de sauacutede das mulheres cadastradas em sua equipe que se apresentavam

ao serviccedilo com uma busca que ultrapassava a necessidade expliacutecita da doenccedila inserida tra-

zendo consigo seus contextos histoacutericos subjetivos e arranjos de vida Observou que as inter-

venccedilotildees realizadas apesar do esforccedilo contiacutenuo dos profissionais em implementar uma praacutetica

diferenciada era na maioria das situaccedilotildees centradas no biologismo e na compreensatildeo mecacirc-

nica dos determinantes do processo sauacutede-doenccedila

A maioria da populaccedilatildeo que frequentava as atividades da Unidade de Sauacutede eram mu-

lheres e a autora percebeu que dentre elas havia um grupo que estava em busca de um tipo de

atendimento diferente daqueles referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer ceacutervico-uterino do periacuteodo

graviacutedico-puerperal das atividades de puericultura e das atividades direcionadas agraves portadoras

de doenccedilas crocircnicas como hipertensatildeo e diabetes Essa ldquonovardquo clientela era constituiacuteda por

mulheres de meia idade que buscavam um atendimento cliacutenico apresentando sintomatologia

difusa tanto no aspecto biomeacutedico como no aspecto psicoafetivo

No decorrer da realizaccedilatildeo do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede

da Famiacutelia oferecido pelo NESCONUFMG a autora conquistou ferramentas que fortalece-

ram sua compreensatildeo diferenciada sobre a realidade no seu contexto de trabalho Durante a

realizaccedilatildeo do moacutedulo Sauacutede da Mulher percebeu-se uma lacuna assistencial para com essas

clientes Os conhecimentos proporcionados por esse moacutedulo estimularam a compreensatildeo de

que a demanda apresentada pelas mulheres de meia idade poderiam ter relaccedilatildeo com uma eta-

pa do ciclo vital natural de suas vidas o Climateacuterio

Desde entatildeo o olhar dessa profissional apresentou-se mais cuidadoso para com a refe-

rida situaccedilatildeo Concluiu-se que a equipe estava fraacutegil nas abordagens propostas resultando na

insatisfaccedilatildeo das usuaacuterias frente ao atendimento prestado

12

Curiosidade inquietaccedilatildeo necessidade de estimular a equipe para obtenccedilatildeo de melho-

res resultados motivaram ou melhor foram a mola propulsora para que a autora investigasse

essa temaacutetica a fim de contribuir para a melhoria do seu processo de trabalho

Entretanto havia duacutevidas quanto agrave escolha de estrateacutegias efetivas que pudessem ser u-

tilizadas na atenccedilatildeo dispensada a essa populaccedilatildeo As questotildees abordadas pelas mulheres cli-

mateacutericas condiziam com modificaccedilotildees do corpo humano mudanccedilas de papeacuteis no seu contex-

to familiar e social questotildees de foacuterum iacutentimo em suas relaccedilotildees conjugais dentre outros aspec-

tos o que lhes suscitava incertezas e medo do desconhecido

Diante do exposto associado agraves reflexotildees contextuais e o aparato intelectivo propor-

cionados pela Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia suscitou na autora o

desejo de conhecer cientificamente como acontecia a assistecircncia ao climateacuterio prestada por

enfermeiros e a possibilidade de suas contribuiccedilotildees para o fortalecimento das accedilotildees da equi-

pe Mediante esse cenaacuterio manifesta-se o interesse em concretizar este estudo que possui a

seguinte questatildeo norteadora como a produccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede

da mulher climateacuterica pode contribuir para a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede

da famiacutelia

13

11 PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA E A ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

INOVACcedilOtildeES TECNOASSISTENCIAIS PARA O FORTALECIMENTO DO SUS

A Constituiccedilatildeo de 1988 institui o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e coloca a Sauacutede co-

mo uma conquista de direito do cidadatildeo Ressalta-se como princiacutepios dessa poliacutetica puacuteblica de

sauacutede no Brasil a integralidade a universalidade a equumlidade Outro aspecto que se busca para

a garantia desse direito eacute a incorporaccedilatildeo de novas tecnologias e especializaccedilatildeo dos saberes

(ROSEMBERG amp MINAYO 2001 TEIXEIRA 2003 BRASIL 2007 FARIA et al 2009a)

Na trajetoacuteria da implementaccedilatildeo desse sistema muitos avanccedilos aconteceram entretanto

alguns desafios permearam esse cenaacuterio dentre os quais se destacam a fragmentaccedilatildeo do pro-

cesso de trabalho e das relaccedilotildees entre os diferentes profissionais a fragmentaccedilatildeo da rede as-

sistencial precaacuteria interaccedilatildeo nas equipes e despreparo para lidar com a dimensatildeo subjetiva

nas praacuteticas de atenccedilatildeo baixo investimento na qualificaccedilatildeo dos trabalhadores especialmente

no que se refere agrave gestatildeo participativa e ao trabalho em equipe desrespeito aos direitos dos

usuaacuterios formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede distante do debate e da formulaccedilatildeo da poliacutetica

puacuteblica de sauacutede controle social fraacutegil dos processos de atenccedilatildeo e gestatildeo do SUS

(ROSEMBERG amp MINAYO 2001 TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

Nesse percurso diversas interpretaccedilotildees conceituais ressaltam-se sobre a sauacutede Observa-

se no cotidiano que os olhares reducionistas do campo de atenccedilatildeo agrave sauacutede tecircm contribuiacutedo

para a manutenccedilatildeo das desigualdades sociais (ROSEMBERG amp MINAYO 2001

TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

Diferentes autores apontam que na atualidade o entendimento do processo sauacutede-

doenccedila estaacute ainda centrado no biologismo e com uma fraacutegil compreensatildeo de caracteriacutesticas

lineares e mecacircnicas dos determinantes do processo sauacutede-doenccedila (ROSEMBERG amp

MINAYO 2001 STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al 2009a)

Movimentos mundiais desenvolveram-se para a discussatildeo e transformaccedilatildeo desses as-

pectos hegemocircnicos no processo sauacutede e doenccedila Destaca-se o movimento pioneiro iniciado

no Canadaacute em 1974 qual propotildee a utilizaccedilatildeo da estrateacutegia da promoccedilatildeo da sauacutede deslocando

o foco das causas individuais da doenccedila para as influecircncias soacutecio-ambientais Posteriormente

o movimento da promoccedilatildeo da sauacutede verificado pelas Conferecircncias Internacionais de Adelai-

de (1986) Sundsvall (1991) Jakarta (1997) e Meacutexico (2000) no Brasil (MINAYO HARTZ

BUSS 2000 MENDES 2002 STARFIELD 2002 TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

14

Busca-se desde entatildeo a compreensatildeo da sauacutede enquanto recurso fundamental para a

vida diaacuteria e natildeo como um objetivo em si mesmo com determinantes muacuteltiplos necessitando

de intervenccedilatildeo intersetorial Com isso satildeo essenciais estrateacutegias que corroborem com a defesa

da vida a qualificaccedilatildeo profissional e a mediaccedilatildeonegociaccedilatildeo entre os diversos atores que

compotildeem o cenaacuterio SUS (MINAYO HARTZ BUSS 2000 BRASIL 2007 FARIA et al

2009a)

Mediante todos os movimentos que discutiram o conceito de sauacutede de forma ampliada

alguns desafios cotidianos ainda estatildeo colocados para a sauacutede puacuteblica que pautados na im-

plementaccedilatildeo do SUS apresentam urgecircncia em redirecionar o modo como estatildeo organizados

os serviccedilos de sauacutede e a assistecircncia prestada (TEIXEIRA 2003 BRASIL 2007 FARIA et al

2009a)

Ao considerar essas especifidades apontadas no sistema de sauacutede brasileiro em 1994

foi criada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Esse programa

eacute uma estrateacutegia ambiciosa que visa a transformaccedilatildeo do modelo tecnoassistencial vivenciado

Trata-se de incorporar aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria uma equipe multiprofissional que

dialogue com o conhecimento popular responsaacutevel por uma determinada aacuterea de abrangecircncia

E o trabalho em sauacutede dessa equipe deve considerar essa aacuterea enquanto territoacuterio- processo e

atuar como unidade de centralidade na organizaccedilatildeo do cuidado agraves necessidades de sauacutede da

populaccedilatildeo (BRASIL 2007 FARIA et al 2009b COSTA et al 2009 MERHY 2009

MINAS GERAIS 2009)

As equipes multiprofissionais satildeo compostas conforme a legislaccedilatildeo atual da ESF por

meacutedico generalista agentes comunitaacuterios de sauacutede trabalhadores de sauacutede bucal auxiliares

de enfermagem e enfermeiro Destaca-se nesse contexto o trabalho do agente comunitaacuterio

em sauacutede enquanto ator principal na interlocuccedilatildeo entre as necessidades comunitaacuterias e seus

conhecimentos nos processos de manutenccedilatildeo da vida com o saber tecnoloacutegico dos demais

trabalhadores da sauacutede (MENDES 2002 STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al

2009b MERHY 2009 MINAS GERAIS 2009)

Sobre o territoacuterio-processo esse conceito eacute compreendido como um fenocircmeno que re-

sulta na compreensatildeo das relaccedilotildees estabelecidas em um determinado espaccedilo Abrange o deli-

neamento e compreensatildeo por meio de mapeamento e diagnoacutesticos situacionais sobre as es-

pecificidades dos aspectos das relaccedilotildees interpessoais ali inseridos sua mobilidade espacial

suas diversidades histoacuterico-culturais e os elementos cognitivos fiacutesicos demograacuteficos e eco-

nocircmicos que as comunidades vivenciam para a manutenccedilatildeo de suas vidas Pressupotildee-se que a

equipe multiprofissional preste assistecircncia para 800 a 1000 famiacutelias cadastradas em uma Uni-

15

dade Baacutesica de Sauacutede atraveacutes de um territoacuterio delimitado e mapeado (MENDES 2002

STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009)

Jaacute a centralidade do cuidado traz agrave ESF enquanto mecanismo fortalecedor do niacutevel

primaacuterio de atenccedilatildeo agrave sauacutede no Brasil uma caracteriacutestica inovadora que consiste em coorde-

nar a assistecircncia de forma a promover a integralidade na rede assistencial Essa integralidade

ocorre quando o ponto central do cuidado se diverge da piracircmide hierarquizada e adota estru-

turas aliadas e flexiacuteveis entre os diferentes setores de prestaccedilatildeo dos serviccedilos em sauacutede inde-

pendente de sua densidade tecnoloacutegica A manutenccedilatildeo entre o diaacutelogo contiacutenuo dos diversos

setores da sauacutede e as necessidades da comunidade passa a ser de responsabilidade das equipes

inseridas no niacutevel primaacuterio por meio do PSF (MENDES 2002 STARFIELD 2002 FARIA

et al 2009b MINAS GERAIS 2009)

Seguindo essa loacutegica Sousa e Hamann (2009) ressaltam os impasses em trabalhar no

cotidiano dos serviccedilos mediante esse olhar organizativo diferenciado que se volta agraves comuni-

dades e seus os grupos sociais especiacuteficos

Pressupotildee-se um rompimento dos muros das Unidades de Sauacutede e abordagens inter-

ventoras que tenham como loacutecus a famiacutelia Essa tarefa exige abordagens complexas mesmo

que as teacutecnicas mais frequentes utilizadas sejam as que englobam a subjetividade na interaccedilatildeo

profissional de sauacutede e usuaacuterios do SUS a educaccedilatildeo para promoccedilatildeo da sauacutede e intervenccedilotildees

para mudanccedilas de comportamento em busca de estilos de vida mais saudaacuteveis (MENDES

2002 STARFIELD 2002 SOUSA amp HAMANN 2009 VASCONCELOS et al 2009)

Aleacutem disso essas tecnologias empregadas na reformulaccedilatildeo assistencial do SUS pela

atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutedeESF buscam promover uma assistecircncia em sauacutede humanizada O

acolhimento a percepccedilatildeo da inteireza de cada pessoa e seu nuacutecleo familiar e a inserccedilatildeo dos

condicionantes e determinantes sociais no processo de trabalho dessas equipes ateacute entatildeo a-

presentam-se como desafio proposto Espera-se com a incorporaccedilatildeo desse modus operandi

diferenciado uma assistecircncia de resultados positivos para todos os atores que compotildeem o

SUS - gestores trabalhadores usuaacuterios e instituiccedilotildees formadoras em sauacutede E com isso se

impulsione a consolidaccedilatildeo da resolutividade no SUS (MENDES 2002 STARFIELD 2002

COSTA et al 2009 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009 VASCONCELOS et al

2009)

Outras ferramentas de trabalho a serem incorporadas agraves equipes de ESF satildeo as relacio-

nadas com a epidemiologia social Essas ferramentas prevecircem o reconhecimento da realidade

local por anaacutelises participativas que associam o planejamento das accedilotildees em sauacutede atraveacutes de

um diagnoacutestico do territoacuterio suas famiacutelias e coletividade enquanto territoacuterio processo Eacute pre-

16

ciso que o resultado desse planejamento seja traduzido em uma programaccedilatildeo das atividades

da equipe que considere os fatores de vulnerabilidade e os grupos de risco populacional em

sauacutede a fim de produzir serviccedilos com equidade (MENDES 2002 STARFIELD 2002

COSTA et al 2009 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009 VASCONCELOS et al

2009)

Com isso enfrentar o desafio proposto entre desconstruir o modelo hegemocircnico em

que se estabelecem as accedilotildees de sauacutede na atualidade em busca da construccedilatildeo de um SUS ideal

requer o desenvolvimento de novas praacuteticas sanitaacuterias no cotidiano assistencial que se com-

prometam com a possibilidade de viver de modo mais saudaacutevel (COSTA et al 2009 FARIA

et al 2009b VASCONCELOS et al 2009)

Nesse contexto destaca-se nas equipes de ESF o papel do profissional Enfermeiro

(MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI amp PEREIRA 2009) Ao se

analisar a histoacuteria da Enfermagem Brasileira pode-se observar sua convergecircncia agrave poliacutetica

puacuteblica de sauacutede adotada no paiacutes O Decreto no 9440687(COFEN 2002) que regulamenta a

profissatildeo explicita como atribuiccedilatildeo do Enfermeiro sua participaccedilatildeo no planejamento execu-

ccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da programaccedilatildeo da sauacutede nos diferentes niacuteveis assistenciais do SUS A reso-

luccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) 2722002 incube a esse profissional um

processo de trabalho pautado na Sistematizaccedilatildeo de sua Assistecircncia em busca da qualidade do

cuidado

Conforme Resoluccedilatildeo COFEN 2722002

[] A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem- SAE sendo atividade privati-

va do enfermeiro utiliza meacutetodo e estrateacutegia de trabalhos com embasamento cientiacute-

fico para a identificaccedilatildeo das situaccedilotildees de sauacutededoenccedila que possam contribuir para a

promoccedilatildeo prevenccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo da sauacutede do indiviacuteduo famiacutelia e

comunidade (COFEN 2722002 p 50)

Assim na implementaccedilatildeo dessa assistecircncia eacute fundamental que o Enfermeiro reconhe-

ccedila os haacutebitos individualizados e os aspectos biopsicossociais que integram o processo sauacutede-

doenccedila dos sujeitos visando a identificaccedilatildeo de problemas julgamento cliacutenico sobre as respos-

tas do indiviacuteduo famiacutelia e comunidade perante suas adaptaccedilotildees aos processos de vida vigen-

tes ou potencias (COFEN 2002 MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI

amp PEREIRA 2009)

Perante esses pressupostos legais observa-se a convergecircncia entre o processo de traba-

lho da Enfermagem e as necessidades impostas para o desenvolvimento das accedilotildees em ESF

17

Com isso torna-se significativo no incremento da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a atuaccedilatildeo dife-

renciada desse profissional

Feliciano et al (2010) apontam para o valor atribuiacutedo ao Enfermeiro na ESF quando

esse profissional apresenta-se como uma referecircncia na busca da superaccedilatildeo de dificuldades

haja vista que os demais integrantes da equipe e usuaacuterios dirigem suas demandas a esse pro-

fissional independente de eles gerenciarem institucionalmente a unidade de sauacutede

Figueiredo et al (2010) ressaltam que cabe ao Enfermeiro de ESF funccedilotildees como admi-

nistraccedilatildeo de recursos materiais e humanos bem como a padronizaccedilatildeo das accedilotildees na equipe A

autora revela ainda que a organizaccedilatildeo das atividades de educaccedilatildeo continuada para equipe do

PSF como atribuiccedilatildeo contiacutenua do Enfermeiro

Matumoto et al (2005) Chirelli amp Pereira 2009 Pires amp Goumlttems (2009) corroboram

com essa constataccedilatildeo ao apresentarem que a gestatildeo do cuidado agraves famiacutelias em ESF eacute progra-

maccedilatildeo constante realizada pela Enfermagem e sua equipe Cordeiro et al (2009) colocam o

trabalho de enfermagem na ESF realizado de forma ampliada abrangendo consultas individu-

ais atividades educativas em grupo praacuteticas de capacitaccedilatildeo continuada junto a equipe e pro-

gramaccedilatildeo das accedilotildees junto a ela de forma compatiacutevel e adequada aos pressupostos da estrateacute-

gia sauacutede da famiacutelia

Colomeacute Limas amp Davis (2008) salientam o Enfermeiro como principal articulador do

trabalho na equipe de ESF Os autores mencionam que essas articulaccedilotildees se estabelecem prin-

cipalmente com os agentes comunitaacuterios de sauacutede o que facilita a aproximaccedilatildeo do profissio-

nal de enfermagem agraves necessidades de sauacutede da comunidade conectando o seu trabalho com

os outros profissionais da equipe como dentistas e meacutedicos considerando o caraacuteter comple-

mentar da atuaccedilatildeo dentro de uma equipe multiprofissional

Azambuja et al (2007) expressam em seu estudo sobre o significado do trabalho no

PSF que para os enfermeiros se denota enquanto processo potencializador do seu viver hu-

mano Isso significa que o trabalho em ESF influencia na forma como se vecircem se sentem se

relacionam e vivenciam as situaccedilotildees cotidianas de maneira positiva

Santos Soares amp Campos confirmam os resultados de seus estudos ao de Azambuja et

al (2007) ao colocarem que para os Enfermeiros as forccedilas fortalecedoras de seu trabalho no

PSF adveacutem da relaccedilatildeo prazerosa com o objetofinalidade do trabalho e com o trabalho em si

Eles complementam ainda que as Enfermeiras convivem com a expectativa das suas potenci-

alidades para solucionar os problemas oferecer respostas a populaccedilatildeo em cenaacuterio de maior

autonomia profissional

18

Benito amp Becker (2007) em pesquisa sobre as atitudes gerenciais dos enfermeiros na

ESF destacaram atraveacutes dos profissionais informantes que eram membros das equipes atitu-

des qualitativas dos Enfermeiros de ESF como ser justos intermediarem e resolverem confli-

tos entre profissionais usuaacuterios e representantes da gestatildeo apresentarem poder de negocia-

ccedilatildeo estarem abertos a mudanccedilas possuiacuterem em sua praacutetica atitudes de escuta buscarem pela

promoccedilatildeo de iniciativas e autonomia da equipe e dos usuaacuterios contribuiacuterem com o seu conhe-

cimento para o desenvolvimento do grupo capacidade de planejamento e desenvolvimento de

accedilotildees conjuntas e prestarem o cuidado centrado na famiacutelia com compromisso e responsabili-

dade

Os resultados desses estudos apresentam o papel diferenciado que o Enfermeiro vem

exercendo nas equipes da ESF corroborando para a sua importacircncia nesse campo de atuaccedilatildeo

Destacam as caracteriacutesticas do trabalhador de enfermagem e a incorporaccedilatildeo de novos arranjos

de poderes e saberes necessaacuterios para o delineamento do perfil desse profissional de forma

comprometida agraves diretrizes da ESF e ao fortalecimento do SUS

19

12 O CLIMATEacuteRIO DESAFIO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO

PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

A populaccedilatildeo feminina brasileira totaliza mais de 98 milhotildees e aproximadamente 30

milhotildees se encontram na faixa etaacuteria de 35 a 65 anos Esses dados revelam que 32 das mu-

lheres do Brasil estatildeo na faixa etaacuteria em que ocorre o climateacuterio (BRASIL 2008)

Coelho amp Porto (2009) definem climateacuterio como

[] periacuteodo de transiccedilatildeo entre as fases reprodutivas e natildeo reprodutivas da mulher

Comeccedila por volta dos 40 anos podendo estender-se ateacute os 55 anos ou mais Durante

esses anos acontece a uacuteltima menstruaccedilatildeo definida como menopausa [] (Coelho

amp Porto 2009 p76)

Ressalta-se que esse periacuteodo eacute uma fase bioloacutegica natural da vida e natildeo um processo

patoloacutegico Eacute reconhecido como uma fase do ciclo vital feminino em que ocorrem intensas

transformaccedilotildees na maneira da mulher ser e estar no mundo modificando sua compreensatildeo

frente ao fenocircmeno existencial (LIMA amp ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI

2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008

BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009)

Dessa maneira o periacuteodo do climateacuterio eacute resultado tanto da deficiecircncia hormonal co-

mo de fatores socioculturais e psicoloacutegicos decorre no processo de envelhecimento feminino

sendo marcado pela menopausa A menopausa destaca-se como momento pontual do climateacute-

rio consiste na interrupccedilatildeo permanente da menstruaccedilatildeo e decorre apoacutes 12 meses de amenor-

reacuteia em momento da perda da atividade folicular ovariana (LIMA amp ANGELO 2001

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA

JESUS MERINGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009)

Outro aspecto a ser considerado no climateacuterio aleacutem da faixa etaacuteria eacute um conjunto de

sintomas que acometem parte das mulheres Esses sintomas podem se manifestar enquanto

mudanccedilas sutis ou acentuadas que englobam desde anguacutestia fogachos e irritaccedilotildees ateacute san-

gramentos intermitentes de alto fluxo A sintomatologia em geral acarreta desconforto que se

acentuam de acordo com o enfrentamento desse ciclo pelas mulheres e a consistecircncia da rede

de apoio que se insere Contudo o iniacutecio e teacutermino do climateacuterio satildeo varaacuteveis de acordo com

as caracteriacutesticas individuais da pessoa e estaacute associado a fatores hereditaacuterios raciais socioe-

conocircmicos e demais determinantes do processo de vida subjetivo feminino (LIMA amp

20

ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009)

Neste cenaacuterio de transformaccedilotildees soacutecio-emocionais acentuados pela percepccedilatildeo do en-

velhecimento e limite da vida faz-se necessaacuterio a implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que bus-

quem a promoccedilatildeo da sauacutede da mulher e o fomento de cuidados para que vivenciem essa expe-

riecircncia de maneira mais amena mediante ao turbilhatildeo existencial que lhes permeia esse recor-

te da vida

Ao se abordar as questotildees que envolvem a sauacutede da mulher eacute necessaacuteria a discussatildeo

de aspectos poliacuteticos e histoacutericos que envolvem essa temaacutetica no Brasil em especial por se

tratarem de resultados de uma luta que envolve conquista do gecircnero (BRASIL 2004

BRASIL 2006a COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp

LUCCHESE 2010)

O movimento feminino pela luta de seus direitos que ultrapassam os direitos da sauacutede

hegemocircnica e se convergem aos direitos de cidadania precede a promulgaccedilatildeo do SUS Na

sauacutede o marco histoacuterico dos resultados desse movimento ocorreu na deacutecada de 80 atraveacutes do

Programa de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PAISM) Esse programa evidenciou a ne-

cessidade de mudanccedilas na abordagem das mulheres nos serviccedilos de sauacutede que ultrapassassem

o foco do ciclo graviacutedico-puerperal em busca de sua visatildeo subjetiva e integral Entretanto

apesar do discurso da integralidade na praacutetica o PAISM atuou de forma hegemocircnica buscan-

do a resoluccedilatildeo dos problemas referentes agrave sauacutede reprodutiva e na reduccedilatildeo da mortalidade ma-

terna (BRASIL 2004 BRASIL 2006 COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Encontra-se em vigor atualmente implementado pelo Ministeacuterio da Sauacutede uma estra-

teacutegia poliacutetica e tecnoloacutegica para a renovaccedilatildeo da abordagem a sauacutede da mulher a Poliacutetica Na-

cional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PNAISM) e descreve

[] Considerando que a sauacutede da mulher eacute uma prioridade deste governo o Ministeacute-

rio da Sauacutede lanccedilou em 2004 a ldquoPoliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da

Mulher ndash Princiacutepios e Diretrizesrdquo (PNAISM) em parceria com diversos setores da

sociedade com o compromisso de implementar accedilotildees de sauacutede que contribuam para

a garantia dos direitos humanos das mulheres e reduzam a morbimortalidade por

causas preveniacuteveis e evitaacuteveis Essa Poliacutetica incorpora num enfoque de gecircnero a in-

tegralidade e a promoccedilatildeo da sauacutede como princiacutepios norteadores e busca consolidar

os avanccedilos no campo dos direitos sexuais e reprodutivos com ecircnfase na melhoria da

atenccedilatildeo obsteacutetrica no planejamento familiar na atenccedilatildeo ao abortamento inseguro e

no combate agrave violecircncia domeacutestica e sexual Agrega tambeacutem a prevenccedilatildeo e o trata-

mento de mulheres vivendo com HIVAIDS e as portadoras de doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis e de cacircncer Aleacutem disso amplia as accedilotildees para grupos historicamente

alijados das poliacuteticas puacuteblicas nas suas especificidades e necessidades []

(BRASIL 2006a p13)

21

Outro avanccedilo relevante para a sauacutede da mulher integra-se na Portaria 399GM de 22

de fevereiro de 2006 que institui o Pacto Pela Vida O pacto define-se como um conjunto de

reformas institucionais do SUS entre as trecircs esferas de gestatildeo ndash Uniatildeo estados e municiacutepios ndash

com o objetivo de promover inovaccedilotildees nos processos e nos instrumentos de gestatildeo visando a

alcanccedilar maior efetividade eficiecircncia e qualidade das respostas do SUS O Pacto redefine as

responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo e a bus-

ca da equumlidade social (BRASIL 2006b)

Jaacute no cenaacuterio dos serviccedilos da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a Poliacutetica Nacional de Aten-

ccedilatildeo Baacutesica estabelece grupos vulneraacuteveis e prioritaacuterios para a organizaccedilatildeo da assistecircncia A

sauacutede da mulher integra esse grupo corroborando para a efetivaccedilatildeo das poliacuteticas supracitadas

e considerando a abordagem da mulher pela importacircncia da implementaccedilatildeo da praacutetica dife-

renciada e inovadora do PSF (BRASIL 2007)

Poreacutem diversos autores contribuem na anaacutelise da atenccedilatildeo agrave sauacutede da mulher ao identi-

ficarem a fragilidade da assistecircncia prestada chegando a concluir que os problemas atuais de

sauacutede da mulher estatildeo relacionados agrave qualidade dessa assistecircncia e a desqualificaccedilatildeo dos pro-

fissionais que promovem essa intervenccedilatildeo (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA

SILVA amp SIQUEIRA 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Essa realidade se potencializa quando a assistecircncia se refere agraves mulheres no climateacuterio

Existe uma lacuna na abordagem cotidiana do trabalho das equipes de sauacutede sobre o que e

como prestarem assistecircncia a essa demanda cada vez mais emergente Eacute urgente a necessidade

de se utilizar e integrar todos os campos do saber da sauacutede e suas interfaces para o enfrenta-

mento dessa realidade (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004 GONCcedilALVES amp

MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA

GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Considerando o potencial apresentado nesse trabalho sobre o papel do Enfermeiro nas

equipes de atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede o presente estudo interroga como a produccedilatildeo do conhe-

cimento de Enfermagem sobre a temaacutetica de assistecircncia a mulheres climateacutericas pode colabo-

rar para a implementaccedilatildeo de um cuidado integral e de qualidade a esse grupo na estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Analisar a produccedilatildeo de conhecimento de Enfermagem sobre a mulher climateacuterica e

suas contribuiccedilotildees para a atuaccedilatildeo da equipe da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia - ESF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Realizar o levantamento da produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assis-

tecircncia agrave mulher no climateacuterio

Caracterizar a produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assistecircncia agrave mu-

lher no climateacuterio

Apontar como os resultados da anaacutelise dessa produccedilatildeo cientiacutefica podem contribuir pa-

ra a atuaccedilatildeo da equipe de ESF sobre a temaacutetica

3 METOacuteDO DA PESQUISA

A pesquisa em sauacutede segundo Leopardi (2002) natildeo eacute somente uma incorporaccedilatildeo de

conteuacutedo cientiacutefico ao saber cotidiano eacute um aprender a perceber sentir e a pensar Essas con-

sideraccedilotildees acrescentam para as pesquisas em sauacutede um conhecer sobre o que ocorre no corpo

dos indiviacuteduos na sua luta diaacuteria pela sobrevivecircncia e as relaccedilotildees subjetivas de cada ser hu-

mano

Dentro desse contexto eacute evidenciado um direcionamento metodoloacutegico com a finali-

dade de conhecer as concepccedilotildees e caracteriacutesticas sobre a temaacutetica em estudo presentes na

literatura Trata-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva por revisatildeo bibliograacutefica de anaacute-

lise integrativa

Esse estudo foi realizado com base na pesquisa bibliograacutefica Para Duarte amp Furtado

(2002) esse tipo de pesquisa eacute realizado a partir de levantamentos da produccedilatildeo cientiacutefica

presente em diferentes apresentaccedilotildees como livros artigos cientiacuteficos dissertaccedilotildees teses den-

tre outros Cervo amp Bervian (1996) ressaltam que esse tipo de pesquisa procura explicar um

problema a partir de referecircncias pela analise de suas contribuiccedilotildees culturais ou cientiacuteficas

existentes acerca de determinado assunto

Jaacute o cunho exploratoacuterio desse estudo se define pela descoberta de ideacuteias que propor-

cionaram familiaridade com o problema tornando-o mais expliacutecito com a possibilidade de

fomento a outras hipoacuteteses (DUARTE amp FURTADO 2002 LEOPARDI 2002 HULLEY et

al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

O caraacuteter descritivo dessa pesquisa ocorre na definiccedilatildeo das caracteriacutesticas do fenocircme-

no a ser estudado e suas relaccedilotildees mediante aos objetivos propostos (GIL 1996 OLIVEIRA

1999) Nesse sentido o trabalho descritivo abrange aspectos amplificados do contexto social

Assim eacute possiacutevel o niacutevel de anaacutelise da temaacutetica sobre diferentes formas aleacutem de sua ordena-

ccedilatildeo e sua classificaccedilatildeo

As revisotildees de literatura necessitam de alguns padrotildees que assegurem sua qualidade

metodoloacutegica como utilizaccedilatildeo de meacutetodos para assegurar a anaacutelise precisa e objetiva anaacutelise

da teoria resultados meacutetodos sujeitos e variaacuteveis de estudo fornecer ao leitor o maacuteximo de

informaccedilotildees possiacuteveis sobre estudos revisados e natildeo apenas os principais (HULLEY et al

2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Dessa forma realizou-se um estudo de revisatildeo da literatura cientiacutefica visando avaliar

um conjunto de dados simultacircneos a partir de estudos primaacuterios selecionados previamente

24

que investigam uma mesma questatildeo (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER

2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

A questatildeo do estudo eacute o primeiro passo para o iniacutecio da revisatildeo bibliograacutefica O Se-

gundo passo consiste em definir a seleccedilatildeo dos estudos sendo o mais indicado as bases de da-

dos eletrocircnicas O terceiro passo eacute a avaliaccedilatildeo criacutetica dos estudos em que se utilizam criteacuterios

para validar os estudos selecionados atraveacutes de uma avaliaccedilatildeo criacutetica dos pesquisadores O

quarto passo consiste na coleta dos dados em que se caracterizam os estudos levantados e de-

terminam suas possibilidades de comparaccedilatildeo O quinto passo eacute a analise e apresentaccedilatildeo dos

dados com agrupamento de estudos semelhantes O sexto passo eacute a determinaccedilatildeo da forccedila

dos resultados e das evidencias encontradas delineando claramente os benefiacutecios e riscos do

achado Uma vez publicada a revisatildeo poderaacute sofrer criacuteticas e sugestotildees que poderatildeo ser in-

corporadas em novos estudos sobre a temaacutetica (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005

ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Para o delineamento do estudo foi definida como questatildeo norteadora como a produ-

ccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede da mulher climateacuterica pode contribuir pa-

ra a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede da famiacutelia

A partir da questatildeo dessa investigaccedilatildeo foram considerados estudos que abordassem a

assistecircncia ao climateacuterio por Enfermeiros A amostra foi do tipo natildeo-probabiliacutestica de conve-

niecircncia constituiacuteda por publicaccedilotildees nacionalmente indexadas sobre a temaacutetica O descritor

utilizado foi ldquoClimateacuteriordquo e a opccedilatildeo pelo natildeo cruzamento de demais descritores foi devida a

escolha da fonte de busca

A fonte de busca orientou-se por base eletrocircnica restrita a produccedilatildeo do conhecimento

nacional e de liacutengua portuguesa que correspondesse a publicaccedilotildees em perioacutedicos de Enfer-

magem demonstrando proximidade com a questatildeo norteadora A busca dos artigos foi reali-

zada no periacuteodo de outubro de 2009 a janeiro de 2010

Adotou-se como criteacuterios de exclusatildeo publicaccedilotildees cujo o cenaacuterio de desenvolvimento

natildeo fossem a Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede eou ESF Ressalta-se que o recorte temporal para

busca das publicaccedilotildees considerou apenas o limite final do periacuteodo o ano de 2009 buscando

amplificar o periacuteodo de iniacutecio da produccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico dessa temaacutetica e assim

natildeo diminuir a sensibilidade das buscas

Foi utilizada a Base de Dados de Enfermagem (BDENF) presente na Biblioteca Vir-

tual em Sauacutede BIREME atraveacutes do siacutetio eletrocircnico httpbasesbiremebrcgi-

binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampbase=BDENFamplang=p

25

O Centro Latino-Americano e do Caribe de Informaccedilatildeo em Ciecircncias da Sauacutede tam-

beacutem conhecido pelo seu nome original Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) eacute um

centro especializado da Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Organizaccedilatildeo Mundial da Sa-

uacutede (OPASOMS) orientado agrave cooperaccedilatildeo teacutecnica em informaccedilatildeo cientiacutefica em sauacutede A sede

da BIREME estaacute localizada no Brasil no campus central Universidade Federal de Satildeo Paulo

(UNIFESP) desde a sua criaccedilatildeo em 1967 segundo acordo da OPASOMS com o Governo do

Brasil

A BDENF apresenta informaccedilotildees compostas pela literatura teacutecnico-cientiacutefica brasilei-

ra em Enfermagem Eacute coordenada pela Escola de Enfermagem da Universidade de Minas

Gerais e por demais Centros Cooperantes da rede BVSENFERMAGEM A composiccedilatildeo des-

sa biblioteca eletrocircnica apresenta perioacutedicos teses livros capiacutetulos de livros anais de con-

gressos ou conferecircncias relatoacuterios teacutecnico-cientiacuteficos e publicaccedilotildees governamentais

No desenvolvimento da revisatildeo integrativa foram selecionados artigos apoacutes a identifi-

caccedilatildeo de todas as publicaccedilotildees a partir do descritor utilizado Procedeu-se analise para caracte-

rizaccedilatildeo dos estudos e preacute-seleccedilatildeo quanto a sua pertinecircncia a pergunta norteadora

Essa etapa foi realizada separadamente por dois revisores sendo a pesquisadora dessa

investigaccedilatildeo e a sua orientadora Os passos utilizados para a caracterizaccedilatildeo dos artigos e a

verificaccedilatildeo de sua aproximaccedilatildeo com a questatildeo norteadora foram a leitura aprofundada de

cada artigo a segregaccedilatildeo dos mesmos quanto agrave aproximaccedilatildeo da questatildeo norteadora e a cate-

gorizaccedilatildeo desses conforme os criteacuterios metodoloacutegicos estabelecidos

Posteriormente ocorreu consenso entre a autora e a orientadora com o objetivo de de-

cidir a inclusatildeo e a exclusatildeo dos artigos preacute-selecionados e avaliados a fim de se garantir

maior seguranccedila na seleccedilatildeo

Para a anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por nuacutemeros absolutos e

frequencias Os elementos de caracterizaccedilatildeo dos perioacutedicos foram

Total de artigos identificados na busca conforme fonte

Identificaccedilatildeo de artigos repetidos

Exclusatildeo de artigos

Inclusatildeo de artigos para a revisatildeo sistemaacutetica

Quanto aos estudos incluiacutedos por aproximaccedilatildeo para com a questatildeo norteadora analisa-

ram-se os seguintes aspectos

Siacutentese panoracircmica do conteuacutedo e da analise dos artigos incluiacutedos

Delineamento da Investigaccedilatildeo (metodologia)

26

Ano de publicaccedilatildeo

Perioacutedico de publicaccedilatildeo

Consideraccedilotildees apresentadas agrave temaacutetica em estudo

Objetivando facilitar a leitura e a identificaccedilatildeo dos artigos optou-se pela atribuiccedilatildeo do

coacutedigo E(n) para os artigos excluiacutedos e I(n) para os artigos incluiacutedos na revisatildeo sistemaacutetica

Conforme os resultados identificados foi calculado o iacutendice de KAPPA (K) Esse iacuten-

dice corresponde a uma medida de concordacircncia usada em escalas nominais que fornece a

ideacuteia do quanto as observaccedilotildees se afastam daquelas esperadas fruto do acaso indican-

do assim o quatildeo legiacutetimas as interpretaccedilotildees satildeo (CANOLETTI 2008)

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A anaacutelise da revisatildeo sistemaacutetica iniciou com a descriccedilatildeo dos artigos encontrados se-

guindo com a descriccedilatildeo daqueles excluiacutedos do processo de revisatildeo sistemaacutetica e por fim foi

analisada a aproximaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos com o questionamento norteador

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF

Os registros sobre climateacuterio no BDENF totalizaram 26 conforme descritor utilizado

poreacutem dentre os trabalhos havia um que natildeo se enquadrava como perioacutedico e foi excluiacutedo da

lista totalizando 25 artigos Ressalta-se que natildeo houve obtenccedilatildeo de artigos por busca manual

Na Tabela 1 verifica-se o total de estudos encontrados na busca realizada conforme perioacutedi-

cos

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo

perioacutedicos

BDENF - Banco de Dados de Enfermagem N

Revista Gauacutecha de Enfermagem 2

Revista Enfermagem UERJ 5

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 1

Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 4

Revista da Escola de Enfermagem da USP 2

Acta Paulista de Enfermagem 1

Nursing (Satildeo Paulo) 2

Revista Brasileira de Enfermagem 3

Biblioteca J Baeta Vianna 1

Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 1

Revista Paulista de Enfermagem 1

Texto amp Contexto Enfermagem 2

Total 25

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Quanto ao ano de publicaccedilotildees dos artigos selecionados observou-se que o periacuteodo de

publicaccedilatildeo inicia-se em 1985 e finaliza no ano de 2009 como mostra a Tabela 2

28

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano

de publicaccedilatildeo

Ano de publicaccedilatildeo Nordm de Estudos

2009 2 8

2008 1 4

2007 2 8

2006 1 4

2005 4 16

2004 3 12

2002 4 16

2000 3 12

1997 1 4

1996 1 4

1995 1 4

1985 2 8

TOTAL 25 100

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Nota-se que apesar de haver nesta revisatildeo sistemaacutetica trabalhos datados de 1985 a

discussatildeo do tema soacute ampliou entre 15 e 20 anos depois o que reforccedila a ideacuteia de que haacute uma

preocupaccedilatildeo crescente para com essa temaacutetica na atenccedilatildeo baacutesica no intuito de melhorar os

serviccedilos prestados

Vale ressaltar que criaccedilatildeo do SUS em 1988 e posteriormente a ESF regulamentada em

1994 contribuiacuteram para o fortalecimento da atenccedilatildeo primaacuteria e consequentemente impulsio-

nando as pesquisas na aacuterea

Analisando esta tabela percebe-se que no periacuteodo de 2000 a 2005 foram identificados

o maior nuacutemero de publicaccedilotildees referentes ao assunto 56 (n = 14) indicando o crescimento

do interesse do estudo deste assunto A concentraccedilatildeo de estudos nesse intervalo de tempo os

caracteriza como sendo recentes jaacute que foram elaborados haacute menos de 10 anos

Os resumos dos 25 registros localizados foram lidos e a partir da leitura foram sele-

cionados aqueles cujo tiacutetulo eou resumo colocavam a assistecircncia ao climateacuterio na atenccedilatildeo

primaacuteria como objeto de estudo ou como uma de suas questotildees centrais de anaacutelise Posteri-

ormente foram identificados os artigos repetidos (n = 3) descartando-os

Dos 22 artigos selecionados a Revista Enfermagem UERJ apresentou a maior quanti-

dade de publicaccedilotildees totalizando 20 (n = 5)

Apoacutes avaliaccedilatildeo dos tiacutetulos leitura dos resumos e anaacutelise dos artigos integralmente ve-

rificou-se que 364 (n = 8) apresentaram pertinecircncia agrave questatildeo norteadora da pesquisa sen-

do 25 (n = 2) destes artigos oriundos da Revista Enfermagem UERJ e 25 (n = 2) da Es-

cola Ana Nery Revista de Enfermagem As demais revistas apresentaram 125 (n = 1) dos

29

artigos pertinentes cada uma Os estudos excluiacutedos da revisatildeo integrativa perfizeram 636

(n = 14)

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA

Em relaccedilatildeo aos artigos excluiacutedos observa-se sua descriccedilatildeo no Quadro 1

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E1

ZAMPIERI M de F M

TAVARES C M A

HAMES M de L C

FALCON G S

SILVA A L de

GONCcedilALVES L T

O processo de viver e ser

saudaacutevel das mulheres no

climateacuterio

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2009

E2

ALMEIDA L H R B de

LUZ M H B A

MONTEIRO C F de S

Ser mulher no climateacuterio

uma anaacutelise compreensiva

pela enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

E3 NIEVAS A F

FUREGATO A R F

Depressatildeo em mulheres no

climateacuterio

Revista Gauacutecha de

Enfermagem 2006

E4 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

Vivenciando o climateacuterio o

corpo em seu percurso exis-

tencial agrave luz da Fenomenolo-

gia

Revista Enferma-

gem UERJ 2005

E5

FERNANDEZ M R

GIR E

HAYASHIDA M

Sexualidade no periacuteodo

climateacuterico situaccedilotildees vi-

venciadas pela mulher

Revista da Esco-

la de Enferma-

gem da USP

2005

E6 BIFFI E F de A

SCATENA M C M

Sauacutede Mental e climateacuterio

na perspectiva de mulheres

profissionais de sauacutede

Revista Enfer-

magem UERJ 2004

30

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E7 MILANEZ M R de

M NERY I S

Percepccedilatildeo das mulheres

sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de en-

fermagem

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2004

E8 MURATA I M H

SCHIRMER J

Manifestaccedilotildees biopsicogecirc-

nicos decorrentes do clima-

teacuterio entre trabalhadoras de

uma universidade puacuteblica

Acta Paulista de

enfermagem 2004

E9 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

O climateacuterio a corporeida-

de como berccedilo das experi-

ecircncias do vivido

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

2002

E10

MURATA I M H

BERCINI L O

SCHIRMER J

Auto-cuidado na prevenccedilatildeo

do cacircncer de colo de uacutetero

e cacircncer de mama compa-

raccedilatildeo entre mulheres natildeo

climateacutericas e climateacutericas

Biblioteca J

Baeta Vianna 2000

E11

LOPES M E L

BATISTA P S de S

COSTA Se F G da

SOARES M S de

Orientaccedilotildees de enferma-

gem agrave mulher climateacuterica

quanto agrave terapia de reposi-

ccedilatildeo hormonal uma abor-

dagem eacutetica

Revista da Rede de

Enfermagem do

Nordeste

2000

E12 DAOUD I G

SANTANA M da G

Construccedilatildeo de um processo

educativo com um grupo de

mulheres climateacutericas

Texto amp Contexto

Enfermagem 2000

E13 LANDERDAHL M C

Buscando novas maneiras

de pensar o climateacuterio fe-

minino

Texto amp contexto

enfermagem 1997

E14 NERY I S Perfil do atendimento agrave

mulher no climateacuterio

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

1996

31

Em geral os estudos excluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (E1 E6 E8 e E10) que correspondem

a 286 (n = 4)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (E3 E4 E5 E7 E8 E9 e

E13) somando 50 (n = 6)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (E2 E11 E12 e E14) o que resulta em 286 (n =

4)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 71 (n = 1) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas por

profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educativo (E11)

Percebe-se que dois dos artigos excluiacutedos se enquadram em mais de uma dimensatildeo apre-

sentada na anaacutelise feita acima

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os artigos incluiacutedos foram estudados sistematicamente de modo a extrair de cada um

as concepccedilotildees e respectivas caracteriacutesticas do trabalho em equipe as quais foram discutidas agrave

luz do referencial teoacuterico que embasa este estudo qual seja a assistecircncia ao climateacuterio pela

equipe de sauacutede

A amostra definitiva dos artigos incluiacutedos para a revisatildeo sistemaacutetica portanto foram

oito artigos apresentados a seguir no Quadro 2

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

I1 PEREIRA Q L C

SIQUEIRA H C H de

O olhar dos responsaacuteveis

pela poliacutetica de sauacutede da

mulher climateacuterica

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

2009

I2

OLIVEIRA D M de

JESUS M C P de

MERIGHI M A B

O climateacuterio sob a oacutetica de

mulheres assistidas em uma

unidade de sauacutede da famiacutelia

de Juiz de Fora - Minas Ge-

rais

Revista de A-

tenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede

2008

32

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

I3 LIMA E C

VARGENS O M da C

O significado de climateacuterio

para as mulheres implicaccedilotildees

para o cuidado de enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

I4

PIAZZA I P

DE LORENZI D R S

SACILOTO B

Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacuteri-

cas atendidas em um PSF

Revista Gauacutecha

de Enfermagem 2005

I5 LANDERDAH M C

Mulher climateacuterica uma abor-

dagem necessaacuteria ao niacutevel de

atenccedilatildeo baacutesica

Nursing (Satildeo

Paulo) 2002

I6 DAOUD I G

Encontros e desencontros das

mulheres climateacutericas que

buscam assistecircncia em serviccedilo

do Sistema Uacutenico de Sauacutede

Revista Enferma-

gem UERJ 2002

I7

CANDELLA C L M

RUGGIERO C M

ARAYA M E S SILVA

R V

Assistecircncia de enfermagem agrave

mulher no climateacuterio

Revista da Escola

de Enfermagem

da USP

1995

I8 VARGENS O M da C O casal no climateacuterio orienta-

ccedilatildeo de enfermagem

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

1985

Os estudos incluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (I4) que correspondem a

125 (n = 1)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (I2 I3) somando

25 (n = 2)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (I1 I5 I6 I7 e I8) o que resulta em 625

(n = 5)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 25 (n = 2) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas

por profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educati-

vo (I7 e I8)

Assim nota-se que a maioria dos estudos incluiacutedos 625 (n = 5) faz menccedilatildeo agrave assis-

tecircncia em sauacutede prestada a essas clientes evidenciando-se uma maior discussatildeo do tema asso-

ciado agrave melhoria dos serviccedilos prestados na atenccedilatildeo baacutesica

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

1 ALMEIDA LHRB LUZ MHBA MONTEIRO CFS Ser mulher no climateacute-

rio uma anaacutelise compreensiva pela enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007

15(3)370-375 julset

2 ALVES VS Um modelo de educaccedilatildeo em sauacutede para o Programa Sauacutede da Famiacutelia

pela integralidade da atenccedilatildeo e reorientaccedilatildeo do modelo assistencial Revista Interface-

Comunicaccedilatildeo Sauacutede Educaccedilatildeo 2005 9(16) 39-52

3 AZAMBUJA EP et al Significados do trabalho no processo de viver de trabalhado-

ras de um programa de sauacutede da famiacutelia Texto contexto - enfermagem v16 n1

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8 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Portaria nordm

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Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

operacionais dos Pactos pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo Ministeacuterio da Sa-

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Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

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70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

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teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 2: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

ISABELLE ARRUDA BARBOSA

A SAUacuteDE DA MULHER NO CLIMATEacuteRIO

CONTRIBUICcedilOtildeES DA ENFERMAGEM

PARA A SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

UFMG 2010

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

NUacuteCLEO DE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE COLETIVA

CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA EM SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

ISABELLE ARRUDA BARBOSA

A SAUacuteDE DA MULHER NO CLIMATEacuteRIO CONTRIBUICcedilOtildeES DA

ENFERMAGEM PARA A SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao

Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em

Sauacutede da Famiacutelia Universidade Federal de Minas

Gerais para obtenccedilatildeo do Certificado de Especialis-

ta

Orientadora Esp Fernanda Carolina Camargo

PEDRAS DE MARIA DA CRUZMINAS GERAIS

2010

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

NUacuteCLEO DE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE COLETIVA

CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA EM SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

ISABELLE ARRUDA BARBOSA

A SAUacuteDE DA MULHER NO CLIMATEacuteRIO CONTRIBUICcedilOtildeES DA

ENFERMAGEM PARA A SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao

Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em

Sauacutede da Famiacutelia Universidade Federal de Minas

Gerais para obtenccedilatildeo do Certificado de Especialis-

ta

Orientadora Esp Fernanda Carolina Camargo

Banca Examinadora

Profa Daniele Falci de Oliveira UFMG

Esp Fernanda Carolina Camargo UFTM

Aprovada em Belo Horizonte - MG

14072010

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo ao bom Deus minha fonte de inspiraccedilatildeo suprema

Agrave Eny Kamilla Viniacutecius e Daniel pelo apoio e amor constantes

Agrave Profordf Silmeiry Angeacutelica pelo empenho carinho dedicaccedilatildeo

mas sobretudo pela paciecircncia e disponibilidade em ensinar

Agrave orientaccedilatildeo da Esp Fernanda Carolina Camargo

Agravequeles que de maneira direta ou indireta contribuiacuteram para a

efetivaccedilatildeo deste trabalho por meio de amparo frente agraves dificul-

dades compreensatildeo perante as faltas e motivaccedilatildeo diante dos sen-

timentos de incerteza

ldquo E quando estiveres perto

arrancar-te-ei os olhos

e colocaacute-los-ei no lugar dos meus

E arrancarei meus olhos

para colocaacute-los no lugar dos teus

Entatildeo ver-te-ei com os teus olhos

E tu ver-me-aacutes com os meusrdquo

Jacob Levy Moreno(1982)

RESUMO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) eacute fundamental para a reordenaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de

Sauacutede (SUS) Tem como desafio ultrapassar a fragmentaccedilatildeo do processo assistencial e o dis-

tanciamento das reais necessidades de sauacutede das populaccedilotildees Nesse cenaacuterio inserem-se as

necessidades relacionadas agrave Sauacutede da Mulher A vivecircncia da autora Enfermeira da ESF na

zona rural em Minas Gerais atentou-se para emergecircncia de mulheres de meia idade com de-

mandas diferenciadas em sauacutede que vivenciavam o Climateacuterio Perante essa realidade reno-

vaccedilotildees da atenccedilatildeo prestada pela equipe se fizeram necessaacuterias Esse estudo objetiva analisar a

produccedilatildeo de conhecimento em Enfermagem sobre a mulher no climateacuterio e suas contribuiccedilotildees

para a atuaccedilatildeo da equipe de ESF Utilizou-se a revisatildeo integrativa da literatura atraveacutes da

biblioteca virtual eletrocircnica BDENF por meio de publicaccedilotildees perioacutedicas de enfermagem pelo

descritor Climateacuterio Como criteacuterio de inclusatildeo analisar publicaccedilotildees desenvolvidas na aten-

ccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede eou ESF Buscando ampliar a sensibilidade da busca pelo periacuteodo de

iniacutecio da produccedilatildeo cientiacutefica dessa temaacutetica utilizou-se apenas o limite final ano 2009 Os

resultados apresentaram total de 25 artigos sendo trecircs repetidos e 636 natildeo correspondiam

aos criteacuterios de inclusatildeo Observou-se escassez sobre a produccedilatildeo dessa temaacutetica na Enferma-

gem A maior concentraccedilatildeo das publicaccedilotildees foi entre 2000 a 2005 demonstrando a recente

discussatildeo desse tema As publicaccedilotildees caracterizavam-se pela busca dos serviccedilos de sauacutede

dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos desse ciclo vital fe-

minino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas pesquisas

Iacutendice de KAPPA consideraacutevel (k=04) A anaacutelise das publicaccedilotildees apontou para a necessidade

da compreensatildeo do climateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo

vital feminino Haacute urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo a essa clien-

tela e haacute a necessidade de implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas como accedilotildees educati-

vas grupos operativos que incluam as mulheres e suas famiacutelias O Enfermeiro foi apontado

como um ator potencial dentro da equipe para implementar as accedilotildees inovadoras orientar so-

bre os mitos e tabus que permeiam essa etapa da vida feminina e de forma compreensiva e

acolhedora auxiliar essas mulheres na reformulaccedilatildeo dos projetos subjetivos de suas vidas

Palavras-Chaves Climateacuterio Sauacutede da mulher Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia Enfermagem

em Sauacutede Puacuteblica

ABSTRACT

The Family Health Strategy (FHS) is fundamental for reorganizing the Unified Health System

(SUS) Its challenge is to overcome fragmentation of the care process and the detachment

from the real health needs of populations In this scenario it fits the needs related to Womens

Health The experience of the author Nurse of the FHS in the rural area in Minas Gerais

strove to emergence of middle-aged women with different expectations on health which had

experienced the climacteric Facing this reality renovations to the attention paid by the team

make up necessary This study aims to analyze the production of nursing knowledge about the

climacteric women and their contributions to the activities of the FHS team Was used a inte-

grative review of the literature through electronic virtual library BDENF through periodic

publications of nursing the descriptor Climacteric The inclusion critery was examining pub-

lications developed in primary health care and or FHS Seeking to increase the sensitivity of

the search for the early period of scientific production of this theme were used only the final

limit the year 2009 The results showed total of 25 articles 3 repeated and 636 did not

meet the inclusion criteria Observed scarcity on the production of this theme in Nursing The

highest concentration of the papers between was in 2000 to 2005 demonstrating the recent

discussion on this topic The publications were characterized the pursuit of health services to

this population the description of aspects of biomedical and life cycle psychoaffective women

and the role of nurses The qualitative method was used more in the polls Index considerable

KAPPA (k = 04) The analysis of publications pointed to the need for understanding of cli-

macteric in a larger size and status as a natural life cycle in health women There is an emer-

gency that health services attended to these clients and there is the need to implement differ-

ent strategies as educational operational groups that include women and their families The

nurse was appointed as an potential actor within the team to implement innovative actions

advise on the mitos and taboos that permeate this female stage of life so comprehensive and

welcoming assist these women in the reformulation of the projects of their subjective lives

Keywords Climateric Womenacutes Health Family Health Strategy Public Health Nursing

RESUMEN

El Estrategia de Salud Familiar (ESF) es fundamental para reorganizar el Sistema Uacutenico de

Salud (SUS) Su reto es superar la fragmentacioacuten del proceso asistencial y el destacamento de

la salud de las verdaderas necesidades de las poblaciones En este escenario se ajusta a las

necesidades relacionadas con la salud de la mujer La experiencia de la autora la enfermera

del ESF en la zona rural en Minas Gerais se esforzoacute por emergencia de las mujeres de media-

na edad con diferentes expectativas en materia de salud que habiacutea experimentado el climate-

rio Ante esta realidad renovacioacuten de la atencioacuten prestada por el equipo eran necesarias Este

estudio tiene como objetivo analizar la produccioacuten de conocimientos de enfermeriacutea sobre la

mujer climateacuterica y sus contribuciones a las actividades del equipo del ESF Se utilizoacute la revi-

sioacuten integradora de la literatura a traveacutes de biblioteca electroacutenica virtual BDENF a traveacutes de

publicaciones perioacutedicas de la enfermeriacutea los criterios de inclusioacuten descriptor Climateacuterio

Como publicaciones examen desarrollado en la atencioacuten primaria de salud y o fibras discon-

tinuas de polieacutester Tratando de aumentar la sensibilidad de la buacutesqueda de los primeros tiem-

pos de la produccioacuten cientiacutefica de este tema se utilizoacute soacutelo el liacutemite final el antildeo 2009 Los

resultados mostraron total de 25 artiacuteculos 3 repetidas y el 636 no cumpliacutea con los criterios

de inclusioacuten Observado la escasez en la produccioacuten de este tema en Enfermeriacutea La mayor

concentracioacuten de los papeles entre 2000 a 2005 lo que demuestra el reciente debate sobre este

tema Las publicaciones se han caracterizado la buacutesqueda de servicios de salud a esta pobla-

cioacuten la descripcioacuten de los aspectos de la biomedicina y las mujeres del ciclo de vida psicoa-

fectiva y el papel de las enfermeras El meacutetodo cualitativo es maacutes usado en las urnas Iacutendice

considerable kappa (k = 04) El anaacutelisis de las publicaciones que sentildealoacute la necesidad de una

comprensioacuten de la menopausia en un tamantildeo mayor y su estatus como un ciclo de vida natural

en los servicios de salud regorganizaccedilatildeo femenino Haacute de emergencia para atender a estos

clientes y existe la necesidad de aplicar diferentes estrategias como grupos educativos opera-

tivos que incluyen a las mujeres y sus familias La enfermera fue nombrado como un actor

potencial en el equipo para implementar acciones innovadoras asesoramiento sobre la mitos y

tabuacutees que impregnan esta etapa de la vida femenina y los comprensiva y acogedor ayudar a

estas mujeres en la reformulacioacuten de los proyectos de sus subjetiva vidas

Palabras-claves Climaterio Salud de la Mujer Estrategia de Salud Familiar Enfermeriacutea en

Salud Puacuteblica

IacuteNDICE DE TABELAS E QUADROS

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo perioacutedicos 23

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano de publicaccedilatildeo 28

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa 29

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa 31

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme

escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave questatildeo norteadora em estudo

333

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 141

11 PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA E A ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

INOVACcedilOtildeES TECNOASSISTENCIAIS PARA O FORTALECIMENTO DO SUS 13

12 O CLIMATEacuteRIO DESAFIO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO

PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA 19

2 OBJETIVOS 22

21 OBJETIVO GERAL 22

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 22

3 METOacuteDO DA PESQUISA 23

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF 23

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA 29

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA 31

44 CARACTERIZACcedilAtildeO PANORAcircMICA DOS ARTIGOS CONFORME REVISAtildeO

INTEGRATIVA 33

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 40

6 REFEREcircNCIAS 432

1 INTRODUCcedilAtildeO

Inserida no cotidiano de trabalho de uma equipe sauacutede da famiacutelia da zona rural de um

municiacutepio de pequeno porte em Minas Gerais vivenciando os desafios de integrar um grupo

de trabalho de composiccedilatildeo heterogecircnica com membros de diferentes formaccedilotildees e visotildees di-

versificadas do que eacute sauacutede e de como se deve abordar o processo sauacutede-doenccedila

A autora deste estudo Enfermeira mulher atentou-se para a maneira como eram ldquotra-

tadosrdquo os problemas de sauacutede das mulheres cadastradas em sua equipe que se apresentavam

ao serviccedilo com uma busca que ultrapassava a necessidade expliacutecita da doenccedila inserida tra-

zendo consigo seus contextos histoacutericos subjetivos e arranjos de vida Observou que as inter-

venccedilotildees realizadas apesar do esforccedilo contiacutenuo dos profissionais em implementar uma praacutetica

diferenciada era na maioria das situaccedilotildees centradas no biologismo e na compreensatildeo mecacirc-

nica dos determinantes do processo sauacutede-doenccedila

A maioria da populaccedilatildeo que frequentava as atividades da Unidade de Sauacutede eram mu-

lheres e a autora percebeu que dentre elas havia um grupo que estava em busca de um tipo de

atendimento diferente daqueles referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer ceacutervico-uterino do periacuteodo

graviacutedico-puerperal das atividades de puericultura e das atividades direcionadas agraves portadoras

de doenccedilas crocircnicas como hipertensatildeo e diabetes Essa ldquonovardquo clientela era constituiacuteda por

mulheres de meia idade que buscavam um atendimento cliacutenico apresentando sintomatologia

difusa tanto no aspecto biomeacutedico como no aspecto psicoafetivo

No decorrer da realizaccedilatildeo do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede

da Famiacutelia oferecido pelo NESCONUFMG a autora conquistou ferramentas que fortalece-

ram sua compreensatildeo diferenciada sobre a realidade no seu contexto de trabalho Durante a

realizaccedilatildeo do moacutedulo Sauacutede da Mulher percebeu-se uma lacuna assistencial para com essas

clientes Os conhecimentos proporcionados por esse moacutedulo estimularam a compreensatildeo de

que a demanda apresentada pelas mulheres de meia idade poderiam ter relaccedilatildeo com uma eta-

pa do ciclo vital natural de suas vidas o Climateacuterio

Desde entatildeo o olhar dessa profissional apresentou-se mais cuidadoso para com a refe-

rida situaccedilatildeo Concluiu-se que a equipe estava fraacutegil nas abordagens propostas resultando na

insatisfaccedilatildeo das usuaacuterias frente ao atendimento prestado

12

Curiosidade inquietaccedilatildeo necessidade de estimular a equipe para obtenccedilatildeo de melho-

res resultados motivaram ou melhor foram a mola propulsora para que a autora investigasse

essa temaacutetica a fim de contribuir para a melhoria do seu processo de trabalho

Entretanto havia duacutevidas quanto agrave escolha de estrateacutegias efetivas que pudessem ser u-

tilizadas na atenccedilatildeo dispensada a essa populaccedilatildeo As questotildees abordadas pelas mulheres cli-

mateacutericas condiziam com modificaccedilotildees do corpo humano mudanccedilas de papeacuteis no seu contex-

to familiar e social questotildees de foacuterum iacutentimo em suas relaccedilotildees conjugais dentre outros aspec-

tos o que lhes suscitava incertezas e medo do desconhecido

Diante do exposto associado agraves reflexotildees contextuais e o aparato intelectivo propor-

cionados pela Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia suscitou na autora o

desejo de conhecer cientificamente como acontecia a assistecircncia ao climateacuterio prestada por

enfermeiros e a possibilidade de suas contribuiccedilotildees para o fortalecimento das accedilotildees da equi-

pe Mediante esse cenaacuterio manifesta-se o interesse em concretizar este estudo que possui a

seguinte questatildeo norteadora como a produccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede

da mulher climateacuterica pode contribuir para a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede

da famiacutelia

13

11 PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA E A ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

INOVACcedilOtildeES TECNOASSISTENCIAIS PARA O FORTALECIMENTO DO SUS

A Constituiccedilatildeo de 1988 institui o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e coloca a Sauacutede co-

mo uma conquista de direito do cidadatildeo Ressalta-se como princiacutepios dessa poliacutetica puacuteblica de

sauacutede no Brasil a integralidade a universalidade a equumlidade Outro aspecto que se busca para

a garantia desse direito eacute a incorporaccedilatildeo de novas tecnologias e especializaccedilatildeo dos saberes

(ROSEMBERG amp MINAYO 2001 TEIXEIRA 2003 BRASIL 2007 FARIA et al 2009a)

Na trajetoacuteria da implementaccedilatildeo desse sistema muitos avanccedilos aconteceram entretanto

alguns desafios permearam esse cenaacuterio dentre os quais se destacam a fragmentaccedilatildeo do pro-

cesso de trabalho e das relaccedilotildees entre os diferentes profissionais a fragmentaccedilatildeo da rede as-

sistencial precaacuteria interaccedilatildeo nas equipes e despreparo para lidar com a dimensatildeo subjetiva

nas praacuteticas de atenccedilatildeo baixo investimento na qualificaccedilatildeo dos trabalhadores especialmente

no que se refere agrave gestatildeo participativa e ao trabalho em equipe desrespeito aos direitos dos

usuaacuterios formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede distante do debate e da formulaccedilatildeo da poliacutetica

puacuteblica de sauacutede controle social fraacutegil dos processos de atenccedilatildeo e gestatildeo do SUS

(ROSEMBERG amp MINAYO 2001 TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

Nesse percurso diversas interpretaccedilotildees conceituais ressaltam-se sobre a sauacutede Observa-

se no cotidiano que os olhares reducionistas do campo de atenccedilatildeo agrave sauacutede tecircm contribuiacutedo

para a manutenccedilatildeo das desigualdades sociais (ROSEMBERG amp MINAYO 2001

TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

Diferentes autores apontam que na atualidade o entendimento do processo sauacutede-

doenccedila estaacute ainda centrado no biologismo e com uma fraacutegil compreensatildeo de caracteriacutesticas

lineares e mecacircnicas dos determinantes do processo sauacutede-doenccedila (ROSEMBERG amp

MINAYO 2001 STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al 2009a)

Movimentos mundiais desenvolveram-se para a discussatildeo e transformaccedilatildeo desses as-

pectos hegemocircnicos no processo sauacutede e doenccedila Destaca-se o movimento pioneiro iniciado

no Canadaacute em 1974 qual propotildee a utilizaccedilatildeo da estrateacutegia da promoccedilatildeo da sauacutede deslocando

o foco das causas individuais da doenccedila para as influecircncias soacutecio-ambientais Posteriormente

o movimento da promoccedilatildeo da sauacutede verificado pelas Conferecircncias Internacionais de Adelai-

de (1986) Sundsvall (1991) Jakarta (1997) e Meacutexico (2000) no Brasil (MINAYO HARTZ

BUSS 2000 MENDES 2002 STARFIELD 2002 TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

14

Busca-se desde entatildeo a compreensatildeo da sauacutede enquanto recurso fundamental para a

vida diaacuteria e natildeo como um objetivo em si mesmo com determinantes muacuteltiplos necessitando

de intervenccedilatildeo intersetorial Com isso satildeo essenciais estrateacutegias que corroborem com a defesa

da vida a qualificaccedilatildeo profissional e a mediaccedilatildeonegociaccedilatildeo entre os diversos atores que

compotildeem o cenaacuterio SUS (MINAYO HARTZ BUSS 2000 BRASIL 2007 FARIA et al

2009a)

Mediante todos os movimentos que discutiram o conceito de sauacutede de forma ampliada

alguns desafios cotidianos ainda estatildeo colocados para a sauacutede puacuteblica que pautados na im-

plementaccedilatildeo do SUS apresentam urgecircncia em redirecionar o modo como estatildeo organizados

os serviccedilos de sauacutede e a assistecircncia prestada (TEIXEIRA 2003 BRASIL 2007 FARIA et al

2009a)

Ao considerar essas especifidades apontadas no sistema de sauacutede brasileiro em 1994

foi criada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Esse programa

eacute uma estrateacutegia ambiciosa que visa a transformaccedilatildeo do modelo tecnoassistencial vivenciado

Trata-se de incorporar aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria uma equipe multiprofissional que

dialogue com o conhecimento popular responsaacutevel por uma determinada aacuterea de abrangecircncia

E o trabalho em sauacutede dessa equipe deve considerar essa aacuterea enquanto territoacuterio- processo e

atuar como unidade de centralidade na organizaccedilatildeo do cuidado agraves necessidades de sauacutede da

populaccedilatildeo (BRASIL 2007 FARIA et al 2009b COSTA et al 2009 MERHY 2009

MINAS GERAIS 2009)

As equipes multiprofissionais satildeo compostas conforme a legislaccedilatildeo atual da ESF por

meacutedico generalista agentes comunitaacuterios de sauacutede trabalhadores de sauacutede bucal auxiliares

de enfermagem e enfermeiro Destaca-se nesse contexto o trabalho do agente comunitaacuterio

em sauacutede enquanto ator principal na interlocuccedilatildeo entre as necessidades comunitaacuterias e seus

conhecimentos nos processos de manutenccedilatildeo da vida com o saber tecnoloacutegico dos demais

trabalhadores da sauacutede (MENDES 2002 STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al

2009b MERHY 2009 MINAS GERAIS 2009)

Sobre o territoacuterio-processo esse conceito eacute compreendido como um fenocircmeno que re-

sulta na compreensatildeo das relaccedilotildees estabelecidas em um determinado espaccedilo Abrange o deli-

neamento e compreensatildeo por meio de mapeamento e diagnoacutesticos situacionais sobre as es-

pecificidades dos aspectos das relaccedilotildees interpessoais ali inseridos sua mobilidade espacial

suas diversidades histoacuterico-culturais e os elementos cognitivos fiacutesicos demograacuteficos e eco-

nocircmicos que as comunidades vivenciam para a manutenccedilatildeo de suas vidas Pressupotildee-se que a

equipe multiprofissional preste assistecircncia para 800 a 1000 famiacutelias cadastradas em uma Uni-

15

dade Baacutesica de Sauacutede atraveacutes de um territoacuterio delimitado e mapeado (MENDES 2002

STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009)

Jaacute a centralidade do cuidado traz agrave ESF enquanto mecanismo fortalecedor do niacutevel

primaacuterio de atenccedilatildeo agrave sauacutede no Brasil uma caracteriacutestica inovadora que consiste em coorde-

nar a assistecircncia de forma a promover a integralidade na rede assistencial Essa integralidade

ocorre quando o ponto central do cuidado se diverge da piracircmide hierarquizada e adota estru-

turas aliadas e flexiacuteveis entre os diferentes setores de prestaccedilatildeo dos serviccedilos em sauacutede inde-

pendente de sua densidade tecnoloacutegica A manutenccedilatildeo entre o diaacutelogo contiacutenuo dos diversos

setores da sauacutede e as necessidades da comunidade passa a ser de responsabilidade das equipes

inseridas no niacutevel primaacuterio por meio do PSF (MENDES 2002 STARFIELD 2002 FARIA

et al 2009b MINAS GERAIS 2009)

Seguindo essa loacutegica Sousa e Hamann (2009) ressaltam os impasses em trabalhar no

cotidiano dos serviccedilos mediante esse olhar organizativo diferenciado que se volta agraves comuni-

dades e seus os grupos sociais especiacuteficos

Pressupotildee-se um rompimento dos muros das Unidades de Sauacutede e abordagens inter-

ventoras que tenham como loacutecus a famiacutelia Essa tarefa exige abordagens complexas mesmo

que as teacutecnicas mais frequentes utilizadas sejam as que englobam a subjetividade na interaccedilatildeo

profissional de sauacutede e usuaacuterios do SUS a educaccedilatildeo para promoccedilatildeo da sauacutede e intervenccedilotildees

para mudanccedilas de comportamento em busca de estilos de vida mais saudaacuteveis (MENDES

2002 STARFIELD 2002 SOUSA amp HAMANN 2009 VASCONCELOS et al 2009)

Aleacutem disso essas tecnologias empregadas na reformulaccedilatildeo assistencial do SUS pela

atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutedeESF buscam promover uma assistecircncia em sauacutede humanizada O

acolhimento a percepccedilatildeo da inteireza de cada pessoa e seu nuacutecleo familiar e a inserccedilatildeo dos

condicionantes e determinantes sociais no processo de trabalho dessas equipes ateacute entatildeo a-

presentam-se como desafio proposto Espera-se com a incorporaccedilatildeo desse modus operandi

diferenciado uma assistecircncia de resultados positivos para todos os atores que compotildeem o

SUS - gestores trabalhadores usuaacuterios e instituiccedilotildees formadoras em sauacutede E com isso se

impulsione a consolidaccedilatildeo da resolutividade no SUS (MENDES 2002 STARFIELD 2002

COSTA et al 2009 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009 VASCONCELOS et al

2009)

Outras ferramentas de trabalho a serem incorporadas agraves equipes de ESF satildeo as relacio-

nadas com a epidemiologia social Essas ferramentas prevecircem o reconhecimento da realidade

local por anaacutelises participativas que associam o planejamento das accedilotildees em sauacutede atraveacutes de

um diagnoacutestico do territoacuterio suas famiacutelias e coletividade enquanto territoacuterio processo Eacute pre-

16

ciso que o resultado desse planejamento seja traduzido em uma programaccedilatildeo das atividades

da equipe que considere os fatores de vulnerabilidade e os grupos de risco populacional em

sauacutede a fim de produzir serviccedilos com equidade (MENDES 2002 STARFIELD 2002

COSTA et al 2009 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009 VASCONCELOS et al

2009)

Com isso enfrentar o desafio proposto entre desconstruir o modelo hegemocircnico em

que se estabelecem as accedilotildees de sauacutede na atualidade em busca da construccedilatildeo de um SUS ideal

requer o desenvolvimento de novas praacuteticas sanitaacuterias no cotidiano assistencial que se com-

prometam com a possibilidade de viver de modo mais saudaacutevel (COSTA et al 2009 FARIA

et al 2009b VASCONCELOS et al 2009)

Nesse contexto destaca-se nas equipes de ESF o papel do profissional Enfermeiro

(MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI amp PEREIRA 2009) Ao se

analisar a histoacuteria da Enfermagem Brasileira pode-se observar sua convergecircncia agrave poliacutetica

puacuteblica de sauacutede adotada no paiacutes O Decreto no 9440687(COFEN 2002) que regulamenta a

profissatildeo explicita como atribuiccedilatildeo do Enfermeiro sua participaccedilatildeo no planejamento execu-

ccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da programaccedilatildeo da sauacutede nos diferentes niacuteveis assistenciais do SUS A reso-

luccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) 2722002 incube a esse profissional um

processo de trabalho pautado na Sistematizaccedilatildeo de sua Assistecircncia em busca da qualidade do

cuidado

Conforme Resoluccedilatildeo COFEN 2722002

[] A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem- SAE sendo atividade privati-

va do enfermeiro utiliza meacutetodo e estrateacutegia de trabalhos com embasamento cientiacute-

fico para a identificaccedilatildeo das situaccedilotildees de sauacutededoenccedila que possam contribuir para a

promoccedilatildeo prevenccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo da sauacutede do indiviacuteduo famiacutelia e

comunidade (COFEN 2722002 p 50)

Assim na implementaccedilatildeo dessa assistecircncia eacute fundamental que o Enfermeiro reconhe-

ccedila os haacutebitos individualizados e os aspectos biopsicossociais que integram o processo sauacutede-

doenccedila dos sujeitos visando a identificaccedilatildeo de problemas julgamento cliacutenico sobre as respos-

tas do indiviacuteduo famiacutelia e comunidade perante suas adaptaccedilotildees aos processos de vida vigen-

tes ou potencias (COFEN 2002 MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI

amp PEREIRA 2009)

Perante esses pressupostos legais observa-se a convergecircncia entre o processo de traba-

lho da Enfermagem e as necessidades impostas para o desenvolvimento das accedilotildees em ESF

17

Com isso torna-se significativo no incremento da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a atuaccedilatildeo dife-

renciada desse profissional

Feliciano et al (2010) apontam para o valor atribuiacutedo ao Enfermeiro na ESF quando

esse profissional apresenta-se como uma referecircncia na busca da superaccedilatildeo de dificuldades

haja vista que os demais integrantes da equipe e usuaacuterios dirigem suas demandas a esse pro-

fissional independente de eles gerenciarem institucionalmente a unidade de sauacutede

Figueiredo et al (2010) ressaltam que cabe ao Enfermeiro de ESF funccedilotildees como admi-

nistraccedilatildeo de recursos materiais e humanos bem como a padronizaccedilatildeo das accedilotildees na equipe A

autora revela ainda que a organizaccedilatildeo das atividades de educaccedilatildeo continuada para equipe do

PSF como atribuiccedilatildeo contiacutenua do Enfermeiro

Matumoto et al (2005) Chirelli amp Pereira 2009 Pires amp Goumlttems (2009) corroboram

com essa constataccedilatildeo ao apresentarem que a gestatildeo do cuidado agraves famiacutelias em ESF eacute progra-

maccedilatildeo constante realizada pela Enfermagem e sua equipe Cordeiro et al (2009) colocam o

trabalho de enfermagem na ESF realizado de forma ampliada abrangendo consultas individu-

ais atividades educativas em grupo praacuteticas de capacitaccedilatildeo continuada junto a equipe e pro-

gramaccedilatildeo das accedilotildees junto a ela de forma compatiacutevel e adequada aos pressupostos da estrateacute-

gia sauacutede da famiacutelia

Colomeacute Limas amp Davis (2008) salientam o Enfermeiro como principal articulador do

trabalho na equipe de ESF Os autores mencionam que essas articulaccedilotildees se estabelecem prin-

cipalmente com os agentes comunitaacuterios de sauacutede o que facilita a aproximaccedilatildeo do profissio-

nal de enfermagem agraves necessidades de sauacutede da comunidade conectando o seu trabalho com

os outros profissionais da equipe como dentistas e meacutedicos considerando o caraacuteter comple-

mentar da atuaccedilatildeo dentro de uma equipe multiprofissional

Azambuja et al (2007) expressam em seu estudo sobre o significado do trabalho no

PSF que para os enfermeiros se denota enquanto processo potencializador do seu viver hu-

mano Isso significa que o trabalho em ESF influencia na forma como se vecircem se sentem se

relacionam e vivenciam as situaccedilotildees cotidianas de maneira positiva

Santos Soares amp Campos confirmam os resultados de seus estudos ao de Azambuja et

al (2007) ao colocarem que para os Enfermeiros as forccedilas fortalecedoras de seu trabalho no

PSF adveacutem da relaccedilatildeo prazerosa com o objetofinalidade do trabalho e com o trabalho em si

Eles complementam ainda que as Enfermeiras convivem com a expectativa das suas potenci-

alidades para solucionar os problemas oferecer respostas a populaccedilatildeo em cenaacuterio de maior

autonomia profissional

18

Benito amp Becker (2007) em pesquisa sobre as atitudes gerenciais dos enfermeiros na

ESF destacaram atraveacutes dos profissionais informantes que eram membros das equipes atitu-

des qualitativas dos Enfermeiros de ESF como ser justos intermediarem e resolverem confli-

tos entre profissionais usuaacuterios e representantes da gestatildeo apresentarem poder de negocia-

ccedilatildeo estarem abertos a mudanccedilas possuiacuterem em sua praacutetica atitudes de escuta buscarem pela

promoccedilatildeo de iniciativas e autonomia da equipe e dos usuaacuterios contribuiacuterem com o seu conhe-

cimento para o desenvolvimento do grupo capacidade de planejamento e desenvolvimento de

accedilotildees conjuntas e prestarem o cuidado centrado na famiacutelia com compromisso e responsabili-

dade

Os resultados desses estudos apresentam o papel diferenciado que o Enfermeiro vem

exercendo nas equipes da ESF corroborando para a sua importacircncia nesse campo de atuaccedilatildeo

Destacam as caracteriacutesticas do trabalhador de enfermagem e a incorporaccedilatildeo de novos arranjos

de poderes e saberes necessaacuterios para o delineamento do perfil desse profissional de forma

comprometida agraves diretrizes da ESF e ao fortalecimento do SUS

19

12 O CLIMATEacuteRIO DESAFIO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO

PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

A populaccedilatildeo feminina brasileira totaliza mais de 98 milhotildees e aproximadamente 30

milhotildees se encontram na faixa etaacuteria de 35 a 65 anos Esses dados revelam que 32 das mu-

lheres do Brasil estatildeo na faixa etaacuteria em que ocorre o climateacuterio (BRASIL 2008)

Coelho amp Porto (2009) definem climateacuterio como

[] periacuteodo de transiccedilatildeo entre as fases reprodutivas e natildeo reprodutivas da mulher

Comeccedila por volta dos 40 anos podendo estender-se ateacute os 55 anos ou mais Durante

esses anos acontece a uacuteltima menstruaccedilatildeo definida como menopausa [] (Coelho

amp Porto 2009 p76)

Ressalta-se que esse periacuteodo eacute uma fase bioloacutegica natural da vida e natildeo um processo

patoloacutegico Eacute reconhecido como uma fase do ciclo vital feminino em que ocorrem intensas

transformaccedilotildees na maneira da mulher ser e estar no mundo modificando sua compreensatildeo

frente ao fenocircmeno existencial (LIMA amp ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI

2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008

BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009)

Dessa maneira o periacuteodo do climateacuterio eacute resultado tanto da deficiecircncia hormonal co-

mo de fatores socioculturais e psicoloacutegicos decorre no processo de envelhecimento feminino

sendo marcado pela menopausa A menopausa destaca-se como momento pontual do climateacute-

rio consiste na interrupccedilatildeo permanente da menstruaccedilatildeo e decorre apoacutes 12 meses de amenor-

reacuteia em momento da perda da atividade folicular ovariana (LIMA amp ANGELO 2001

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA

JESUS MERINGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009)

Outro aspecto a ser considerado no climateacuterio aleacutem da faixa etaacuteria eacute um conjunto de

sintomas que acometem parte das mulheres Esses sintomas podem se manifestar enquanto

mudanccedilas sutis ou acentuadas que englobam desde anguacutestia fogachos e irritaccedilotildees ateacute san-

gramentos intermitentes de alto fluxo A sintomatologia em geral acarreta desconforto que se

acentuam de acordo com o enfrentamento desse ciclo pelas mulheres e a consistecircncia da rede

de apoio que se insere Contudo o iniacutecio e teacutermino do climateacuterio satildeo varaacuteveis de acordo com

as caracteriacutesticas individuais da pessoa e estaacute associado a fatores hereditaacuterios raciais socioe-

conocircmicos e demais determinantes do processo de vida subjetivo feminino (LIMA amp

20

ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009)

Neste cenaacuterio de transformaccedilotildees soacutecio-emocionais acentuados pela percepccedilatildeo do en-

velhecimento e limite da vida faz-se necessaacuterio a implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que bus-

quem a promoccedilatildeo da sauacutede da mulher e o fomento de cuidados para que vivenciem essa expe-

riecircncia de maneira mais amena mediante ao turbilhatildeo existencial que lhes permeia esse recor-

te da vida

Ao se abordar as questotildees que envolvem a sauacutede da mulher eacute necessaacuteria a discussatildeo

de aspectos poliacuteticos e histoacutericos que envolvem essa temaacutetica no Brasil em especial por se

tratarem de resultados de uma luta que envolve conquista do gecircnero (BRASIL 2004

BRASIL 2006a COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp

LUCCHESE 2010)

O movimento feminino pela luta de seus direitos que ultrapassam os direitos da sauacutede

hegemocircnica e se convergem aos direitos de cidadania precede a promulgaccedilatildeo do SUS Na

sauacutede o marco histoacuterico dos resultados desse movimento ocorreu na deacutecada de 80 atraveacutes do

Programa de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PAISM) Esse programa evidenciou a ne-

cessidade de mudanccedilas na abordagem das mulheres nos serviccedilos de sauacutede que ultrapassassem

o foco do ciclo graviacutedico-puerperal em busca de sua visatildeo subjetiva e integral Entretanto

apesar do discurso da integralidade na praacutetica o PAISM atuou de forma hegemocircnica buscan-

do a resoluccedilatildeo dos problemas referentes agrave sauacutede reprodutiva e na reduccedilatildeo da mortalidade ma-

terna (BRASIL 2004 BRASIL 2006 COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Encontra-se em vigor atualmente implementado pelo Ministeacuterio da Sauacutede uma estra-

teacutegia poliacutetica e tecnoloacutegica para a renovaccedilatildeo da abordagem a sauacutede da mulher a Poliacutetica Na-

cional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PNAISM) e descreve

[] Considerando que a sauacutede da mulher eacute uma prioridade deste governo o Ministeacute-

rio da Sauacutede lanccedilou em 2004 a ldquoPoliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da

Mulher ndash Princiacutepios e Diretrizesrdquo (PNAISM) em parceria com diversos setores da

sociedade com o compromisso de implementar accedilotildees de sauacutede que contribuam para

a garantia dos direitos humanos das mulheres e reduzam a morbimortalidade por

causas preveniacuteveis e evitaacuteveis Essa Poliacutetica incorpora num enfoque de gecircnero a in-

tegralidade e a promoccedilatildeo da sauacutede como princiacutepios norteadores e busca consolidar

os avanccedilos no campo dos direitos sexuais e reprodutivos com ecircnfase na melhoria da

atenccedilatildeo obsteacutetrica no planejamento familiar na atenccedilatildeo ao abortamento inseguro e

no combate agrave violecircncia domeacutestica e sexual Agrega tambeacutem a prevenccedilatildeo e o trata-

mento de mulheres vivendo com HIVAIDS e as portadoras de doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis e de cacircncer Aleacutem disso amplia as accedilotildees para grupos historicamente

alijados das poliacuteticas puacuteblicas nas suas especificidades e necessidades []

(BRASIL 2006a p13)

21

Outro avanccedilo relevante para a sauacutede da mulher integra-se na Portaria 399GM de 22

de fevereiro de 2006 que institui o Pacto Pela Vida O pacto define-se como um conjunto de

reformas institucionais do SUS entre as trecircs esferas de gestatildeo ndash Uniatildeo estados e municiacutepios ndash

com o objetivo de promover inovaccedilotildees nos processos e nos instrumentos de gestatildeo visando a

alcanccedilar maior efetividade eficiecircncia e qualidade das respostas do SUS O Pacto redefine as

responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo e a bus-

ca da equumlidade social (BRASIL 2006b)

Jaacute no cenaacuterio dos serviccedilos da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a Poliacutetica Nacional de Aten-

ccedilatildeo Baacutesica estabelece grupos vulneraacuteveis e prioritaacuterios para a organizaccedilatildeo da assistecircncia A

sauacutede da mulher integra esse grupo corroborando para a efetivaccedilatildeo das poliacuteticas supracitadas

e considerando a abordagem da mulher pela importacircncia da implementaccedilatildeo da praacutetica dife-

renciada e inovadora do PSF (BRASIL 2007)

Poreacutem diversos autores contribuem na anaacutelise da atenccedilatildeo agrave sauacutede da mulher ao identi-

ficarem a fragilidade da assistecircncia prestada chegando a concluir que os problemas atuais de

sauacutede da mulher estatildeo relacionados agrave qualidade dessa assistecircncia e a desqualificaccedilatildeo dos pro-

fissionais que promovem essa intervenccedilatildeo (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA

SILVA amp SIQUEIRA 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Essa realidade se potencializa quando a assistecircncia se refere agraves mulheres no climateacuterio

Existe uma lacuna na abordagem cotidiana do trabalho das equipes de sauacutede sobre o que e

como prestarem assistecircncia a essa demanda cada vez mais emergente Eacute urgente a necessidade

de se utilizar e integrar todos os campos do saber da sauacutede e suas interfaces para o enfrenta-

mento dessa realidade (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004 GONCcedilALVES amp

MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA

GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Considerando o potencial apresentado nesse trabalho sobre o papel do Enfermeiro nas

equipes de atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede o presente estudo interroga como a produccedilatildeo do conhe-

cimento de Enfermagem sobre a temaacutetica de assistecircncia a mulheres climateacutericas pode colabo-

rar para a implementaccedilatildeo de um cuidado integral e de qualidade a esse grupo na estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Analisar a produccedilatildeo de conhecimento de Enfermagem sobre a mulher climateacuterica e

suas contribuiccedilotildees para a atuaccedilatildeo da equipe da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia - ESF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Realizar o levantamento da produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assis-

tecircncia agrave mulher no climateacuterio

Caracterizar a produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assistecircncia agrave mu-

lher no climateacuterio

Apontar como os resultados da anaacutelise dessa produccedilatildeo cientiacutefica podem contribuir pa-

ra a atuaccedilatildeo da equipe de ESF sobre a temaacutetica

3 METOacuteDO DA PESQUISA

A pesquisa em sauacutede segundo Leopardi (2002) natildeo eacute somente uma incorporaccedilatildeo de

conteuacutedo cientiacutefico ao saber cotidiano eacute um aprender a perceber sentir e a pensar Essas con-

sideraccedilotildees acrescentam para as pesquisas em sauacutede um conhecer sobre o que ocorre no corpo

dos indiviacuteduos na sua luta diaacuteria pela sobrevivecircncia e as relaccedilotildees subjetivas de cada ser hu-

mano

Dentro desse contexto eacute evidenciado um direcionamento metodoloacutegico com a finali-

dade de conhecer as concepccedilotildees e caracteriacutesticas sobre a temaacutetica em estudo presentes na

literatura Trata-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva por revisatildeo bibliograacutefica de anaacute-

lise integrativa

Esse estudo foi realizado com base na pesquisa bibliograacutefica Para Duarte amp Furtado

(2002) esse tipo de pesquisa eacute realizado a partir de levantamentos da produccedilatildeo cientiacutefica

presente em diferentes apresentaccedilotildees como livros artigos cientiacuteficos dissertaccedilotildees teses den-

tre outros Cervo amp Bervian (1996) ressaltam que esse tipo de pesquisa procura explicar um

problema a partir de referecircncias pela analise de suas contribuiccedilotildees culturais ou cientiacuteficas

existentes acerca de determinado assunto

Jaacute o cunho exploratoacuterio desse estudo se define pela descoberta de ideacuteias que propor-

cionaram familiaridade com o problema tornando-o mais expliacutecito com a possibilidade de

fomento a outras hipoacuteteses (DUARTE amp FURTADO 2002 LEOPARDI 2002 HULLEY et

al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

O caraacuteter descritivo dessa pesquisa ocorre na definiccedilatildeo das caracteriacutesticas do fenocircme-

no a ser estudado e suas relaccedilotildees mediante aos objetivos propostos (GIL 1996 OLIVEIRA

1999) Nesse sentido o trabalho descritivo abrange aspectos amplificados do contexto social

Assim eacute possiacutevel o niacutevel de anaacutelise da temaacutetica sobre diferentes formas aleacutem de sua ordena-

ccedilatildeo e sua classificaccedilatildeo

As revisotildees de literatura necessitam de alguns padrotildees que assegurem sua qualidade

metodoloacutegica como utilizaccedilatildeo de meacutetodos para assegurar a anaacutelise precisa e objetiva anaacutelise

da teoria resultados meacutetodos sujeitos e variaacuteveis de estudo fornecer ao leitor o maacuteximo de

informaccedilotildees possiacuteveis sobre estudos revisados e natildeo apenas os principais (HULLEY et al

2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Dessa forma realizou-se um estudo de revisatildeo da literatura cientiacutefica visando avaliar

um conjunto de dados simultacircneos a partir de estudos primaacuterios selecionados previamente

24

que investigam uma mesma questatildeo (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER

2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

A questatildeo do estudo eacute o primeiro passo para o iniacutecio da revisatildeo bibliograacutefica O Se-

gundo passo consiste em definir a seleccedilatildeo dos estudos sendo o mais indicado as bases de da-

dos eletrocircnicas O terceiro passo eacute a avaliaccedilatildeo criacutetica dos estudos em que se utilizam criteacuterios

para validar os estudos selecionados atraveacutes de uma avaliaccedilatildeo criacutetica dos pesquisadores O

quarto passo consiste na coleta dos dados em que se caracterizam os estudos levantados e de-

terminam suas possibilidades de comparaccedilatildeo O quinto passo eacute a analise e apresentaccedilatildeo dos

dados com agrupamento de estudos semelhantes O sexto passo eacute a determinaccedilatildeo da forccedila

dos resultados e das evidencias encontradas delineando claramente os benefiacutecios e riscos do

achado Uma vez publicada a revisatildeo poderaacute sofrer criacuteticas e sugestotildees que poderatildeo ser in-

corporadas em novos estudos sobre a temaacutetica (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005

ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Para o delineamento do estudo foi definida como questatildeo norteadora como a produ-

ccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede da mulher climateacuterica pode contribuir pa-

ra a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede da famiacutelia

A partir da questatildeo dessa investigaccedilatildeo foram considerados estudos que abordassem a

assistecircncia ao climateacuterio por Enfermeiros A amostra foi do tipo natildeo-probabiliacutestica de conve-

niecircncia constituiacuteda por publicaccedilotildees nacionalmente indexadas sobre a temaacutetica O descritor

utilizado foi ldquoClimateacuteriordquo e a opccedilatildeo pelo natildeo cruzamento de demais descritores foi devida a

escolha da fonte de busca

A fonte de busca orientou-se por base eletrocircnica restrita a produccedilatildeo do conhecimento

nacional e de liacutengua portuguesa que correspondesse a publicaccedilotildees em perioacutedicos de Enfer-

magem demonstrando proximidade com a questatildeo norteadora A busca dos artigos foi reali-

zada no periacuteodo de outubro de 2009 a janeiro de 2010

Adotou-se como criteacuterios de exclusatildeo publicaccedilotildees cujo o cenaacuterio de desenvolvimento

natildeo fossem a Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede eou ESF Ressalta-se que o recorte temporal para

busca das publicaccedilotildees considerou apenas o limite final do periacuteodo o ano de 2009 buscando

amplificar o periacuteodo de iniacutecio da produccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico dessa temaacutetica e assim

natildeo diminuir a sensibilidade das buscas

Foi utilizada a Base de Dados de Enfermagem (BDENF) presente na Biblioteca Vir-

tual em Sauacutede BIREME atraveacutes do siacutetio eletrocircnico httpbasesbiremebrcgi-

binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampbase=BDENFamplang=p

25

O Centro Latino-Americano e do Caribe de Informaccedilatildeo em Ciecircncias da Sauacutede tam-

beacutem conhecido pelo seu nome original Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) eacute um

centro especializado da Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Organizaccedilatildeo Mundial da Sa-

uacutede (OPASOMS) orientado agrave cooperaccedilatildeo teacutecnica em informaccedilatildeo cientiacutefica em sauacutede A sede

da BIREME estaacute localizada no Brasil no campus central Universidade Federal de Satildeo Paulo

(UNIFESP) desde a sua criaccedilatildeo em 1967 segundo acordo da OPASOMS com o Governo do

Brasil

A BDENF apresenta informaccedilotildees compostas pela literatura teacutecnico-cientiacutefica brasilei-

ra em Enfermagem Eacute coordenada pela Escola de Enfermagem da Universidade de Minas

Gerais e por demais Centros Cooperantes da rede BVSENFERMAGEM A composiccedilatildeo des-

sa biblioteca eletrocircnica apresenta perioacutedicos teses livros capiacutetulos de livros anais de con-

gressos ou conferecircncias relatoacuterios teacutecnico-cientiacuteficos e publicaccedilotildees governamentais

No desenvolvimento da revisatildeo integrativa foram selecionados artigos apoacutes a identifi-

caccedilatildeo de todas as publicaccedilotildees a partir do descritor utilizado Procedeu-se analise para caracte-

rizaccedilatildeo dos estudos e preacute-seleccedilatildeo quanto a sua pertinecircncia a pergunta norteadora

Essa etapa foi realizada separadamente por dois revisores sendo a pesquisadora dessa

investigaccedilatildeo e a sua orientadora Os passos utilizados para a caracterizaccedilatildeo dos artigos e a

verificaccedilatildeo de sua aproximaccedilatildeo com a questatildeo norteadora foram a leitura aprofundada de

cada artigo a segregaccedilatildeo dos mesmos quanto agrave aproximaccedilatildeo da questatildeo norteadora e a cate-

gorizaccedilatildeo desses conforme os criteacuterios metodoloacutegicos estabelecidos

Posteriormente ocorreu consenso entre a autora e a orientadora com o objetivo de de-

cidir a inclusatildeo e a exclusatildeo dos artigos preacute-selecionados e avaliados a fim de se garantir

maior seguranccedila na seleccedilatildeo

Para a anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por nuacutemeros absolutos e

frequencias Os elementos de caracterizaccedilatildeo dos perioacutedicos foram

Total de artigos identificados na busca conforme fonte

Identificaccedilatildeo de artigos repetidos

Exclusatildeo de artigos

Inclusatildeo de artigos para a revisatildeo sistemaacutetica

Quanto aos estudos incluiacutedos por aproximaccedilatildeo para com a questatildeo norteadora analisa-

ram-se os seguintes aspectos

Siacutentese panoracircmica do conteuacutedo e da analise dos artigos incluiacutedos

Delineamento da Investigaccedilatildeo (metodologia)

26

Ano de publicaccedilatildeo

Perioacutedico de publicaccedilatildeo

Consideraccedilotildees apresentadas agrave temaacutetica em estudo

Objetivando facilitar a leitura e a identificaccedilatildeo dos artigos optou-se pela atribuiccedilatildeo do

coacutedigo E(n) para os artigos excluiacutedos e I(n) para os artigos incluiacutedos na revisatildeo sistemaacutetica

Conforme os resultados identificados foi calculado o iacutendice de KAPPA (K) Esse iacuten-

dice corresponde a uma medida de concordacircncia usada em escalas nominais que fornece a

ideacuteia do quanto as observaccedilotildees se afastam daquelas esperadas fruto do acaso indican-

do assim o quatildeo legiacutetimas as interpretaccedilotildees satildeo (CANOLETTI 2008)

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A anaacutelise da revisatildeo sistemaacutetica iniciou com a descriccedilatildeo dos artigos encontrados se-

guindo com a descriccedilatildeo daqueles excluiacutedos do processo de revisatildeo sistemaacutetica e por fim foi

analisada a aproximaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos com o questionamento norteador

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF

Os registros sobre climateacuterio no BDENF totalizaram 26 conforme descritor utilizado

poreacutem dentre os trabalhos havia um que natildeo se enquadrava como perioacutedico e foi excluiacutedo da

lista totalizando 25 artigos Ressalta-se que natildeo houve obtenccedilatildeo de artigos por busca manual

Na Tabela 1 verifica-se o total de estudos encontrados na busca realizada conforme perioacutedi-

cos

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo

perioacutedicos

BDENF - Banco de Dados de Enfermagem N

Revista Gauacutecha de Enfermagem 2

Revista Enfermagem UERJ 5

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 1

Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 4

Revista da Escola de Enfermagem da USP 2

Acta Paulista de Enfermagem 1

Nursing (Satildeo Paulo) 2

Revista Brasileira de Enfermagem 3

Biblioteca J Baeta Vianna 1

Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 1

Revista Paulista de Enfermagem 1

Texto amp Contexto Enfermagem 2

Total 25

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Quanto ao ano de publicaccedilotildees dos artigos selecionados observou-se que o periacuteodo de

publicaccedilatildeo inicia-se em 1985 e finaliza no ano de 2009 como mostra a Tabela 2

28

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano

de publicaccedilatildeo

Ano de publicaccedilatildeo Nordm de Estudos

2009 2 8

2008 1 4

2007 2 8

2006 1 4

2005 4 16

2004 3 12

2002 4 16

2000 3 12

1997 1 4

1996 1 4

1995 1 4

1985 2 8

TOTAL 25 100

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Nota-se que apesar de haver nesta revisatildeo sistemaacutetica trabalhos datados de 1985 a

discussatildeo do tema soacute ampliou entre 15 e 20 anos depois o que reforccedila a ideacuteia de que haacute uma

preocupaccedilatildeo crescente para com essa temaacutetica na atenccedilatildeo baacutesica no intuito de melhorar os

serviccedilos prestados

Vale ressaltar que criaccedilatildeo do SUS em 1988 e posteriormente a ESF regulamentada em

1994 contribuiacuteram para o fortalecimento da atenccedilatildeo primaacuteria e consequentemente impulsio-

nando as pesquisas na aacuterea

Analisando esta tabela percebe-se que no periacuteodo de 2000 a 2005 foram identificados

o maior nuacutemero de publicaccedilotildees referentes ao assunto 56 (n = 14) indicando o crescimento

do interesse do estudo deste assunto A concentraccedilatildeo de estudos nesse intervalo de tempo os

caracteriza como sendo recentes jaacute que foram elaborados haacute menos de 10 anos

Os resumos dos 25 registros localizados foram lidos e a partir da leitura foram sele-

cionados aqueles cujo tiacutetulo eou resumo colocavam a assistecircncia ao climateacuterio na atenccedilatildeo

primaacuteria como objeto de estudo ou como uma de suas questotildees centrais de anaacutelise Posteri-

ormente foram identificados os artigos repetidos (n = 3) descartando-os

Dos 22 artigos selecionados a Revista Enfermagem UERJ apresentou a maior quanti-

dade de publicaccedilotildees totalizando 20 (n = 5)

Apoacutes avaliaccedilatildeo dos tiacutetulos leitura dos resumos e anaacutelise dos artigos integralmente ve-

rificou-se que 364 (n = 8) apresentaram pertinecircncia agrave questatildeo norteadora da pesquisa sen-

do 25 (n = 2) destes artigos oriundos da Revista Enfermagem UERJ e 25 (n = 2) da Es-

cola Ana Nery Revista de Enfermagem As demais revistas apresentaram 125 (n = 1) dos

29

artigos pertinentes cada uma Os estudos excluiacutedos da revisatildeo integrativa perfizeram 636

(n = 14)

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA

Em relaccedilatildeo aos artigos excluiacutedos observa-se sua descriccedilatildeo no Quadro 1

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E1

ZAMPIERI M de F M

TAVARES C M A

HAMES M de L C

FALCON G S

SILVA A L de

GONCcedilALVES L T

O processo de viver e ser

saudaacutevel das mulheres no

climateacuterio

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2009

E2

ALMEIDA L H R B de

LUZ M H B A

MONTEIRO C F de S

Ser mulher no climateacuterio

uma anaacutelise compreensiva

pela enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

E3 NIEVAS A F

FUREGATO A R F

Depressatildeo em mulheres no

climateacuterio

Revista Gauacutecha de

Enfermagem 2006

E4 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

Vivenciando o climateacuterio o

corpo em seu percurso exis-

tencial agrave luz da Fenomenolo-

gia

Revista Enferma-

gem UERJ 2005

E5

FERNANDEZ M R

GIR E

HAYASHIDA M

Sexualidade no periacuteodo

climateacuterico situaccedilotildees vi-

venciadas pela mulher

Revista da Esco-

la de Enferma-

gem da USP

2005

E6 BIFFI E F de A

SCATENA M C M

Sauacutede Mental e climateacuterio

na perspectiva de mulheres

profissionais de sauacutede

Revista Enfer-

magem UERJ 2004

30

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E7 MILANEZ M R de

M NERY I S

Percepccedilatildeo das mulheres

sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de en-

fermagem

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2004

E8 MURATA I M H

SCHIRMER J

Manifestaccedilotildees biopsicogecirc-

nicos decorrentes do clima-

teacuterio entre trabalhadoras de

uma universidade puacuteblica

Acta Paulista de

enfermagem 2004

E9 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

O climateacuterio a corporeida-

de como berccedilo das experi-

ecircncias do vivido

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

2002

E10

MURATA I M H

BERCINI L O

SCHIRMER J

Auto-cuidado na prevenccedilatildeo

do cacircncer de colo de uacutetero

e cacircncer de mama compa-

raccedilatildeo entre mulheres natildeo

climateacutericas e climateacutericas

Biblioteca J

Baeta Vianna 2000

E11

LOPES M E L

BATISTA P S de S

COSTA Se F G da

SOARES M S de

Orientaccedilotildees de enferma-

gem agrave mulher climateacuterica

quanto agrave terapia de reposi-

ccedilatildeo hormonal uma abor-

dagem eacutetica

Revista da Rede de

Enfermagem do

Nordeste

2000

E12 DAOUD I G

SANTANA M da G

Construccedilatildeo de um processo

educativo com um grupo de

mulheres climateacutericas

Texto amp Contexto

Enfermagem 2000

E13 LANDERDAHL M C

Buscando novas maneiras

de pensar o climateacuterio fe-

minino

Texto amp contexto

enfermagem 1997

E14 NERY I S Perfil do atendimento agrave

mulher no climateacuterio

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

1996

31

Em geral os estudos excluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (E1 E6 E8 e E10) que correspondem

a 286 (n = 4)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (E3 E4 E5 E7 E8 E9 e

E13) somando 50 (n = 6)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (E2 E11 E12 e E14) o que resulta em 286 (n =

4)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 71 (n = 1) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas por

profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educativo (E11)

Percebe-se que dois dos artigos excluiacutedos se enquadram em mais de uma dimensatildeo apre-

sentada na anaacutelise feita acima

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os artigos incluiacutedos foram estudados sistematicamente de modo a extrair de cada um

as concepccedilotildees e respectivas caracteriacutesticas do trabalho em equipe as quais foram discutidas agrave

luz do referencial teoacuterico que embasa este estudo qual seja a assistecircncia ao climateacuterio pela

equipe de sauacutede

A amostra definitiva dos artigos incluiacutedos para a revisatildeo sistemaacutetica portanto foram

oito artigos apresentados a seguir no Quadro 2

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

I1 PEREIRA Q L C

SIQUEIRA H C H de

O olhar dos responsaacuteveis

pela poliacutetica de sauacutede da

mulher climateacuterica

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

2009

I2

OLIVEIRA D M de

JESUS M C P de

MERIGHI M A B

O climateacuterio sob a oacutetica de

mulheres assistidas em uma

unidade de sauacutede da famiacutelia

de Juiz de Fora - Minas Ge-

rais

Revista de A-

tenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede

2008

32

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

I3 LIMA E C

VARGENS O M da C

O significado de climateacuterio

para as mulheres implicaccedilotildees

para o cuidado de enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

I4

PIAZZA I P

DE LORENZI D R S

SACILOTO B

Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacuteri-

cas atendidas em um PSF

Revista Gauacutecha

de Enfermagem 2005

I5 LANDERDAH M C

Mulher climateacuterica uma abor-

dagem necessaacuteria ao niacutevel de

atenccedilatildeo baacutesica

Nursing (Satildeo

Paulo) 2002

I6 DAOUD I G

Encontros e desencontros das

mulheres climateacutericas que

buscam assistecircncia em serviccedilo

do Sistema Uacutenico de Sauacutede

Revista Enferma-

gem UERJ 2002

I7

CANDELLA C L M

RUGGIERO C M

ARAYA M E S SILVA

R V

Assistecircncia de enfermagem agrave

mulher no climateacuterio

Revista da Escola

de Enfermagem

da USP

1995

I8 VARGENS O M da C O casal no climateacuterio orienta-

ccedilatildeo de enfermagem

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

1985

Os estudos incluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (I4) que correspondem a

125 (n = 1)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (I2 I3) somando

25 (n = 2)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (I1 I5 I6 I7 e I8) o que resulta em 625

(n = 5)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 25 (n = 2) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas

por profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educati-

vo (I7 e I8)

Assim nota-se que a maioria dos estudos incluiacutedos 625 (n = 5) faz menccedilatildeo agrave assis-

tecircncia em sauacutede prestada a essas clientes evidenciando-se uma maior discussatildeo do tema asso-

ciado agrave melhoria dos serviccedilos prestados na atenccedilatildeo baacutesica

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

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9 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

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uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

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43

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2007 20 (2)

60 ROSEMBERG B MINAYO MCS A experiecircncia complexa e os olhares reducio-

nistas Ciecircnc e Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v6 n1 p115-123 2001

61 SANTOS VC SOARES CB CAMPOS CMS A relaccedilatildeo trabalho-sauacutede de en-

fermeiros do PSF no municiacutepio de Satildeo Paulo Rev esc enferm USP v41 777-781p

dez 2007

62 SILVA ARV Sexualidade no climateacuterio vivecircncias e sentimentos da mulher 2000

Dissertaccedilatildeo [Mestrado] - Universidade Federal do Cearaacute 2000

63 SILVEIRA CS Pesquisa em enfermagem oncoloacutegica no Brasil uma revisatildeo integra-

tiva Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade

de Satildeo Paulo 2005

64 SOUSA MF HAMANN EM Programa Sauacutede da Famiacutelia no Brasil uma agenda

incompleta Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 2009 14(Supl 1) 1325-1335

65 STARFIELD B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidade de sauacutede serviccedilos e

tecnologia Brasiacutelia UNESCOMinisteacuterio da Sauacutede 2002

66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

criando laccedilos Sauacutede em debate 2003 27(65) 257-277

47

67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

Nery Revista de Enfermagem 1985 5(1)23-5 janmar

69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 3: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

NUacuteCLEO DE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE COLETIVA

CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA EM SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

ISABELLE ARRUDA BARBOSA

A SAUacuteDE DA MULHER NO CLIMATEacuteRIO CONTRIBUICcedilOtildeES DA

ENFERMAGEM PARA A SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao

Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em

Sauacutede da Famiacutelia Universidade Federal de Minas

Gerais para obtenccedilatildeo do Certificado de Especialis-

ta

Orientadora Esp Fernanda Carolina Camargo

PEDRAS DE MARIA DA CRUZMINAS GERAIS

2010

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

NUacuteCLEO DE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE COLETIVA

CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA EM SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

ISABELLE ARRUDA BARBOSA

A SAUacuteDE DA MULHER NO CLIMATEacuteRIO CONTRIBUICcedilOtildeES DA

ENFERMAGEM PARA A SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao

Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em

Sauacutede da Famiacutelia Universidade Federal de Minas

Gerais para obtenccedilatildeo do Certificado de Especialis-

ta

Orientadora Esp Fernanda Carolina Camargo

Banca Examinadora

Profa Daniele Falci de Oliveira UFMG

Esp Fernanda Carolina Camargo UFTM

Aprovada em Belo Horizonte - MG

14072010

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo ao bom Deus minha fonte de inspiraccedilatildeo suprema

Agrave Eny Kamilla Viniacutecius e Daniel pelo apoio e amor constantes

Agrave Profordf Silmeiry Angeacutelica pelo empenho carinho dedicaccedilatildeo

mas sobretudo pela paciecircncia e disponibilidade em ensinar

Agrave orientaccedilatildeo da Esp Fernanda Carolina Camargo

Agravequeles que de maneira direta ou indireta contribuiacuteram para a

efetivaccedilatildeo deste trabalho por meio de amparo frente agraves dificul-

dades compreensatildeo perante as faltas e motivaccedilatildeo diante dos sen-

timentos de incerteza

ldquo E quando estiveres perto

arrancar-te-ei os olhos

e colocaacute-los-ei no lugar dos meus

E arrancarei meus olhos

para colocaacute-los no lugar dos teus

Entatildeo ver-te-ei com os teus olhos

E tu ver-me-aacutes com os meusrdquo

Jacob Levy Moreno(1982)

RESUMO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) eacute fundamental para a reordenaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de

Sauacutede (SUS) Tem como desafio ultrapassar a fragmentaccedilatildeo do processo assistencial e o dis-

tanciamento das reais necessidades de sauacutede das populaccedilotildees Nesse cenaacuterio inserem-se as

necessidades relacionadas agrave Sauacutede da Mulher A vivecircncia da autora Enfermeira da ESF na

zona rural em Minas Gerais atentou-se para emergecircncia de mulheres de meia idade com de-

mandas diferenciadas em sauacutede que vivenciavam o Climateacuterio Perante essa realidade reno-

vaccedilotildees da atenccedilatildeo prestada pela equipe se fizeram necessaacuterias Esse estudo objetiva analisar a

produccedilatildeo de conhecimento em Enfermagem sobre a mulher no climateacuterio e suas contribuiccedilotildees

para a atuaccedilatildeo da equipe de ESF Utilizou-se a revisatildeo integrativa da literatura atraveacutes da

biblioteca virtual eletrocircnica BDENF por meio de publicaccedilotildees perioacutedicas de enfermagem pelo

descritor Climateacuterio Como criteacuterio de inclusatildeo analisar publicaccedilotildees desenvolvidas na aten-

ccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede eou ESF Buscando ampliar a sensibilidade da busca pelo periacuteodo de

iniacutecio da produccedilatildeo cientiacutefica dessa temaacutetica utilizou-se apenas o limite final ano 2009 Os

resultados apresentaram total de 25 artigos sendo trecircs repetidos e 636 natildeo correspondiam

aos criteacuterios de inclusatildeo Observou-se escassez sobre a produccedilatildeo dessa temaacutetica na Enferma-

gem A maior concentraccedilatildeo das publicaccedilotildees foi entre 2000 a 2005 demonstrando a recente

discussatildeo desse tema As publicaccedilotildees caracterizavam-se pela busca dos serviccedilos de sauacutede

dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos desse ciclo vital fe-

minino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas pesquisas

Iacutendice de KAPPA consideraacutevel (k=04) A anaacutelise das publicaccedilotildees apontou para a necessidade

da compreensatildeo do climateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo

vital feminino Haacute urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo a essa clien-

tela e haacute a necessidade de implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas como accedilotildees educati-

vas grupos operativos que incluam as mulheres e suas famiacutelias O Enfermeiro foi apontado

como um ator potencial dentro da equipe para implementar as accedilotildees inovadoras orientar so-

bre os mitos e tabus que permeiam essa etapa da vida feminina e de forma compreensiva e

acolhedora auxiliar essas mulheres na reformulaccedilatildeo dos projetos subjetivos de suas vidas

Palavras-Chaves Climateacuterio Sauacutede da mulher Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia Enfermagem

em Sauacutede Puacuteblica

ABSTRACT

The Family Health Strategy (FHS) is fundamental for reorganizing the Unified Health System

(SUS) Its challenge is to overcome fragmentation of the care process and the detachment

from the real health needs of populations In this scenario it fits the needs related to Womens

Health The experience of the author Nurse of the FHS in the rural area in Minas Gerais

strove to emergence of middle-aged women with different expectations on health which had

experienced the climacteric Facing this reality renovations to the attention paid by the team

make up necessary This study aims to analyze the production of nursing knowledge about the

climacteric women and their contributions to the activities of the FHS team Was used a inte-

grative review of the literature through electronic virtual library BDENF through periodic

publications of nursing the descriptor Climacteric The inclusion critery was examining pub-

lications developed in primary health care and or FHS Seeking to increase the sensitivity of

the search for the early period of scientific production of this theme were used only the final

limit the year 2009 The results showed total of 25 articles 3 repeated and 636 did not

meet the inclusion criteria Observed scarcity on the production of this theme in Nursing The

highest concentration of the papers between was in 2000 to 2005 demonstrating the recent

discussion on this topic The publications were characterized the pursuit of health services to

this population the description of aspects of biomedical and life cycle psychoaffective women

and the role of nurses The qualitative method was used more in the polls Index considerable

KAPPA (k = 04) The analysis of publications pointed to the need for understanding of cli-

macteric in a larger size and status as a natural life cycle in health women There is an emer-

gency that health services attended to these clients and there is the need to implement differ-

ent strategies as educational operational groups that include women and their families The

nurse was appointed as an potential actor within the team to implement innovative actions

advise on the mitos and taboos that permeate this female stage of life so comprehensive and

welcoming assist these women in the reformulation of the projects of their subjective lives

Keywords Climateric Womenacutes Health Family Health Strategy Public Health Nursing

RESUMEN

El Estrategia de Salud Familiar (ESF) es fundamental para reorganizar el Sistema Uacutenico de

Salud (SUS) Su reto es superar la fragmentacioacuten del proceso asistencial y el destacamento de

la salud de las verdaderas necesidades de las poblaciones En este escenario se ajusta a las

necesidades relacionadas con la salud de la mujer La experiencia de la autora la enfermera

del ESF en la zona rural en Minas Gerais se esforzoacute por emergencia de las mujeres de media-

na edad con diferentes expectativas en materia de salud que habiacutea experimentado el climate-

rio Ante esta realidad renovacioacuten de la atencioacuten prestada por el equipo eran necesarias Este

estudio tiene como objetivo analizar la produccioacuten de conocimientos de enfermeriacutea sobre la

mujer climateacuterica y sus contribuciones a las actividades del equipo del ESF Se utilizoacute la revi-

sioacuten integradora de la literatura a traveacutes de biblioteca electroacutenica virtual BDENF a traveacutes de

publicaciones perioacutedicas de la enfermeriacutea los criterios de inclusioacuten descriptor Climateacuterio

Como publicaciones examen desarrollado en la atencioacuten primaria de salud y o fibras discon-

tinuas de polieacutester Tratando de aumentar la sensibilidad de la buacutesqueda de los primeros tiem-

pos de la produccioacuten cientiacutefica de este tema se utilizoacute soacutelo el liacutemite final el antildeo 2009 Los

resultados mostraron total de 25 artiacuteculos 3 repetidas y el 636 no cumpliacutea con los criterios

de inclusioacuten Observado la escasez en la produccioacuten de este tema en Enfermeriacutea La mayor

concentracioacuten de los papeles entre 2000 a 2005 lo que demuestra el reciente debate sobre este

tema Las publicaciones se han caracterizado la buacutesqueda de servicios de salud a esta pobla-

cioacuten la descripcioacuten de los aspectos de la biomedicina y las mujeres del ciclo de vida psicoa-

fectiva y el papel de las enfermeras El meacutetodo cualitativo es maacutes usado en las urnas Iacutendice

considerable kappa (k = 04) El anaacutelisis de las publicaciones que sentildealoacute la necesidad de una

comprensioacuten de la menopausia en un tamantildeo mayor y su estatus como un ciclo de vida natural

en los servicios de salud regorganizaccedilatildeo femenino Haacute de emergencia para atender a estos

clientes y existe la necesidad de aplicar diferentes estrategias como grupos educativos opera-

tivos que incluyen a las mujeres y sus familias La enfermera fue nombrado como un actor

potencial en el equipo para implementar acciones innovadoras asesoramiento sobre la mitos y

tabuacutees que impregnan esta etapa de la vida femenina y los comprensiva y acogedor ayudar a

estas mujeres en la reformulacioacuten de los proyectos de sus subjetiva vidas

Palabras-claves Climaterio Salud de la Mujer Estrategia de Salud Familiar Enfermeriacutea en

Salud Puacuteblica

IacuteNDICE DE TABELAS E QUADROS

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo perioacutedicos 23

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano de publicaccedilatildeo 28

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa 29

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa 31

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme

escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave questatildeo norteadora em estudo

333

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 141

11 PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA E A ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

INOVACcedilOtildeES TECNOASSISTENCIAIS PARA O FORTALECIMENTO DO SUS 13

12 O CLIMATEacuteRIO DESAFIO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO

PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA 19

2 OBJETIVOS 22

21 OBJETIVO GERAL 22

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 22

3 METOacuteDO DA PESQUISA 23

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF 23

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA 29

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA 31

44 CARACTERIZACcedilAtildeO PANORAcircMICA DOS ARTIGOS CONFORME REVISAtildeO

INTEGRATIVA 33

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 40

6 REFEREcircNCIAS 432

1 INTRODUCcedilAtildeO

Inserida no cotidiano de trabalho de uma equipe sauacutede da famiacutelia da zona rural de um

municiacutepio de pequeno porte em Minas Gerais vivenciando os desafios de integrar um grupo

de trabalho de composiccedilatildeo heterogecircnica com membros de diferentes formaccedilotildees e visotildees di-

versificadas do que eacute sauacutede e de como se deve abordar o processo sauacutede-doenccedila

A autora deste estudo Enfermeira mulher atentou-se para a maneira como eram ldquotra-

tadosrdquo os problemas de sauacutede das mulheres cadastradas em sua equipe que se apresentavam

ao serviccedilo com uma busca que ultrapassava a necessidade expliacutecita da doenccedila inserida tra-

zendo consigo seus contextos histoacutericos subjetivos e arranjos de vida Observou que as inter-

venccedilotildees realizadas apesar do esforccedilo contiacutenuo dos profissionais em implementar uma praacutetica

diferenciada era na maioria das situaccedilotildees centradas no biologismo e na compreensatildeo mecacirc-

nica dos determinantes do processo sauacutede-doenccedila

A maioria da populaccedilatildeo que frequentava as atividades da Unidade de Sauacutede eram mu-

lheres e a autora percebeu que dentre elas havia um grupo que estava em busca de um tipo de

atendimento diferente daqueles referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer ceacutervico-uterino do periacuteodo

graviacutedico-puerperal das atividades de puericultura e das atividades direcionadas agraves portadoras

de doenccedilas crocircnicas como hipertensatildeo e diabetes Essa ldquonovardquo clientela era constituiacuteda por

mulheres de meia idade que buscavam um atendimento cliacutenico apresentando sintomatologia

difusa tanto no aspecto biomeacutedico como no aspecto psicoafetivo

No decorrer da realizaccedilatildeo do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede

da Famiacutelia oferecido pelo NESCONUFMG a autora conquistou ferramentas que fortalece-

ram sua compreensatildeo diferenciada sobre a realidade no seu contexto de trabalho Durante a

realizaccedilatildeo do moacutedulo Sauacutede da Mulher percebeu-se uma lacuna assistencial para com essas

clientes Os conhecimentos proporcionados por esse moacutedulo estimularam a compreensatildeo de

que a demanda apresentada pelas mulheres de meia idade poderiam ter relaccedilatildeo com uma eta-

pa do ciclo vital natural de suas vidas o Climateacuterio

Desde entatildeo o olhar dessa profissional apresentou-se mais cuidadoso para com a refe-

rida situaccedilatildeo Concluiu-se que a equipe estava fraacutegil nas abordagens propostas resultando na

insatisfaccedilatildeo das usuaacuterias frente ao atendimento prestado

12

Curiosidade inquietaccedilatildeo necessidade de estimular a equipe para obtenccedilatildeo de melho-

res resultados motivaram ou melhor foram a mola propulsora para que a autora investigasse

essa temaacutetica a fim de contribuir para a melhoria do seu processo de trabalho

Entretanto havia duacutevidas quanto agrave escolha de estrateacutegias efetivas que pudessem ser u-

tilizadas na atenccedilatildeo dispensada a essa populaccedilatildeo As questotildees abordadas pelas mulheres cli-

mateacutericas condiziam com modificaccedilotildees do corpo humano mudanccedilas de papeacuteis no seu contex-

to familiar e social questotildees de foacuterum iacutentimo em suas relaccedilotildees conjugais dentre outros aspec-

tos o que lhes suscitava incertezas e medo do desconhecido

Diante do exposto associado agraves reflexotildees contextuais e o aparato intelectivo propor-

cionados pela Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia suscitou na autora o

desejo de conhecer cientificamente como acontecia a assistecircncia ao climateacuterio prestada por

enfermeiros e a possibilidade de suas contribuiccedilotildees para o fortalecimento das accedilotildees da equi-

pe Mediante esse cenaacuterio manifesta-se o interesse em concretizar este estudo que possui a

seguinte questatildeo norteadora como a produccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede

da mulher climateacuterica pode contribuir para a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede

da famiacutelia

13

11 PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA E A ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

INOVACcedilOtildeES TECNOASSISTENCIAIS PARA O FORTALECIMENTO DO SUS

A Constituiccedilatildeo de 1988 institui o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e coloca a Sauacutede co-

mo uma conquista de direito do cidadatildeo Ressalta-se como princiacutepios dessa poliacutetica puacuteblica de

sauacutede no Brasil a integralidade a universalidade a equumlidade Outro aspecto que se busca para

a garantia desse direito eacute a incorporaccedilatildeo de novas tecnologias e especializaccedilatildeo dos saberes

(ROSEMBERG amp MINAYO 2001 TEIXEIRA 2003 BRASIL 2007 FARIA et al 2009a)

Na trajetoacuteria da implementaccedilatildeo desse sistema muitos avanccedilos aconteceram entretanto

alguns desafios permearam esse cenaacuterio dentre os quais se destacam a fragmentaccedilatildeo do pro-

cesso de trabalho e das relaccedilotildees entre os diferentes profissionais a fragmentaccedilatildeo da rede as-

sistencial precaacuteria interaccedilatildeo nas equipes e despreparo para lidar com a dimensatildeo subjetiva

nas praacuteticas de atenccedilatildeo baixo investimento na qualificaccedilatildeo dos trabalhadores especialmente

no que se refere agrave gestatildeo participativa e ao trabalho em equipe desrespeito aos direitos dos

usuaacuterios formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede distante do debate e da formulaccedilatildeo da poliacutetica

puacuteblica de sauacutede controle social fraacutegil dos processos de atenccedilatildeo e gestatildeo do SUS

(ROSEMBERG amp MINAYO 2001 TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

Nesse percurso diversas interpretaccedilotildees conceituais ressaltam-se sobre a sauacutede Observa-

se no cotidiano que os olhares reducionistas do campo de atenccedilatildeo agrave sauacutede tecircm contribuiacutedo

para a manutenccedilatildeo das desigualdades sociais (ROSEMBERG amp MINAYO 2001

TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

Diferentes autores apontam que na atualidade o entendimento do processo sauacutede-

doenccedila estaacute ainda centrado no biologismo e com uma fraacutegil compreensatildeo de caracteriacutesticas

lineares e mecacircnicas dos determinantes do processo sauacutede-doenccedila (ROSEMBERG amp

MINAYO 2001 STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al 2009a)

Movimentos mundiais desenvolveram-se para a discussatildeo e transformaccedilatildeo desses as-

pectos hegemocircnicos no processo sauacutede e doenccedila Destaca-se o movimento pioneiro iniciado

no Canadaacute em 1974 qual propotildee a utilizaccedilatildeo da estrateacutegia da promoccedilatildeo da sauacutede deslocando

o foco das causas individuais da doenccedila para as influecircncias soacutecio-ambientais Posteriormente

o movimento da promoccedilatildeo da sauacutede verificado pelas Conferecircncias Internacionais de Adelai-

de (1986) Sundsvall (1991) Jakarta (1997) e Meacutexico (2000) no Brasil (MINAYO HARTZ

BUSS 2000 MENDES 2002 STARFIELD 2002 TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

14

Busca-se desde entatildeo a compreensatildeo da sauacutede enquanto recurso fundamental para a

vida diaacuteria e natildeo como um objetivo em si mesmo com determinantes muacuteltiplos necessitando

de intervenccedilatildeo intersetorial Com isso satildeo essenciais estrateacutegias que corroborem com a defesa

da vida a qualificaccedilatildeo profissional e a mediaccedilatildeonegociaccedilatildeo entre os diversos atores que

compotildeem o cenaacuterio SUS (MINAYO HARTZ BUSS 2000 BRASIL 2007 FARIA et al

2009a)

Mediante todos os movimentos que discutiram o conceito de sauacutede de forma ampliada

alguns desafios cotidianos ainda estatildeo colocados para a sauacutede puacuteblica que pautados na im-

plementaccedilatildeo do SUS apresentam urgecircncia em redirecionar o modo como estatildeo organizados

os serviccedilos de sauacutede e a assistecircncia prestada (TEIXEIRA 2003 BRASIL 2007 FARIA et al

2009a)

Ao considerar essas especifidades apontadas no sistema de sauacutede brasileiro em 1994

foi criada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Esse programa

eacute uma estrateacutegia ambiciosa que visa a transformaccedilatildeo do modelo tecnoassistencial vivenciado

Trata-se de incorporar aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria uma equipe multiprofissional que

dialogue com o conhecimento popular responsaacutevel por uma determinada aacuterea de abrangecircncia

E o trabalho em sauacutede dessa equipe deve considerar essa aacuterea enquanto territoacuterio- processo e

atuar como unidade de centralidade na organizaccedilatildeo do cuidado agraves necessidades de sauacutede da

populaccedilatildeo (BRASIL 2007 FARIA et al 2009b COSTA et al 2009 MERHY 2009

MINAS GERAIS 2009)

As equipes multiprofissionais satildeo compostas conforme a legislaccedilatildeo atual da ESF por

meacutedico generalista agentes comunitaacuterios de sauacutede trabalhadores de sauacutede bucal auxiliares

de enfermagem e enfermeiro Destaca-se nesse contexto o trabalho do agente comunitaacuterio

em sauacutede enquanto ator principal na interlocuccedilatildeo entre as necessidades comunitaacuterias e seus

conhecimentos nos processos de manutenccedilatildeo da vida com o saber tecnoloacutegico dos demais

trabalhadores da sauacutede (MENDES 2002 STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al

2009b MERHY 2009 MINAS GERAIS 2009)

Sobre o territoacuterio-processo esse conceito eacute compreendido como um fenocircmeno que re-

sulta na compreensatildeo das relaccedilotildees estabelecidas em um determinado espaccedilo Abrange o deli-

neamento e compreensatildeo por meio de mapeamento e diagnoacutesticos situacionais sobre as es-

pecificidades dos aspectos das relaccedilotildees interpessoais ali inseridos sua mobilidade espacial

suas diversidades histoacuterico-culturais e os elementos cognitivos fiacutesicos demograacuteficos e eco-

nocircmicos que as comunidades vivenciam para a manutenccedilatildeo de suas vidas Pressupotildee-se que a

equipe multiprofissional preste assistecircncia para 800 a 1000 famiacutelias cadastradas em uma Uni-

15

dade Baacutesica de Sauacutede atraveacutes de um territoacuterio delimitado e mapeado (MENDES 2002

STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009)

Jaacute a centralidade do cuidado traz agrave ESF enquanto mecanismo fortalecedor do niacutevel

primaacuterio de atenccedilatildeo agrave sauacutede no Brasil uma caracteriacutestica inovadora que consiste em coorde-

nar a assistecircncia de forma a promover a integralidade na rede assistencial Essa integralidade

ocorre quando o ponto central do cuidado se diverge da piracircmide hierarquizada e adota estru-

turas aliadas e flexiacuteveis entre os diferentes setores de prestaccedilatildeo dos serviccedilos em sauacutede inde-

pendente de sua densidade tecnoloacutegica A manutenccedilatildeo entre o diaacutelogo contiacutenuo dos diversos

setores da sauacutede e as necessidades da comunidade passa a ser de responsabilidade das equipes

inseridas no niacutevel primaacuterio por meio do PSF (MENDES 2002 STARFIELD 2002 FARIA

et al 2009b MINAS GERAIS 2009)

Seguindo essa loacutegica Sousa e Hamann (2009) ressaltam os impasses em trabalhar no

cotidiano dos serviccedilos mediante esse olhar organizativo diferenciado que se volta agraves comuni-

dades e seus os grupos sociais especiacuteficos

Pressupotildee-se um rompimento dos muros das Unidades de Sauacutede e abordagens inter-

ventoras que tenham como loacutecus a famiacutelia Essa tarefa exige abordagens complexas mesmo

que as teacutecnicas mais frequentes utilizadas sejam as que englobam a subjetividade na interaccedilatildeo

profissional de sauacutede e usuaacuterios do SUS a educaccedilatildeo para promoccedilatildeo da sauacutede e intervenccedilotildees

para mudanccedilas de comportamento em busca de estilos de vida mais saudaacuteveis (MENDES

2002 STARFIELD 2002 SOUSA amp HAMANN 2009 VASCONCELOS et al 2009)

Aleacutem disso essas tecnologias empregadas na reformulaccedilatildeo assistencial do SUS pela

atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutedeESF buscam promover uma assistecircncia em sauacutede humanizada O

acolhimento a percepccedilatildeo da inteireza de cada pessoa e seu nuacutecleo familiar e a inserccedilatildeo dos

condicionantes e determinantes sociais no processo de trabalho dessas equipes ateacute entatildeo a-

presentam-se como desafio proposto Espera-se com a incorporaccedilatildeo desse modus operandi

diferenciado uma assistecircncia de resultados positivos para todos os atores que compotildeem o

SUS - gestores trabalhadores usuaacuterios e instituiccedilotildees formadoras em sauacutede E com isso se

impulsione a consolidaccedilatildeo da resolutividade no SUS (MENDES 2002 STARFIELD 2002

COSTA et al 2009 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009 VASCONCELOS et al

2009)

Outras ferramentas de trabalho a serem incorporadas agraves equipes de ESF satildeo as relacio-

nadas com a epidemiologia social Essas ferramentas prevecircem o reconhecimento da realidade

local por anaacutelises participativas que associam o planejamento das accedilotildees em sauacutede atraveacutes de

um diagnoacutestico do territoacuterio suas famiacutelias e coletividade enquanto territoacuterio processo Eacute pre-

16

ciso que o resultado desse planejamento seja traduzido em uma programaccedilatildeo das atividades

da equipe que considere os fatores de vulnerabilidade e os grupos de risco populacional em

sauacutede a fim de produzir serviccedilos com equidade (MENDES 2002 STARFIELD 2002

COSTA et al 2009 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009 VASCONCELOS et al

2009)

Com isso enfrentar o desafio proposto entre desconstruir o modelo hegemocircnico em

que se estabelecem as accedilotildees de sauacutede na atualidade em busca da construccedilatildeo de um SUS ideal

requer o desenvolvimento de novas praacuteticas sanitaacuterias no cotidiano assistencial que se com-

prometam com a possibilidade de viver de modo mais saudaacutevel (COSTA et al 2009 FARIA

et al 2009b VASCONCELOS et al 2009)

Nesse contexto destaca-se nas equipes de ESF o papel do profissional Enfermeiro

(MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI amp PEREIRA 2009) Ao se

analisar a histoacuteria da Enfermagem Brasileira pode-se observar sua convergecircncia agrave poliacutetica

puacuteblica de sauacutede adotada no paiacutes O Decreto no 9440687(COFEN 2002) que regulamenta a

profissatildeo explicita como atribuiccedilatildeo do Enfermeiro sua participaccedilatildeo no planejamento execu-

ccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da programaccedilatildeo da sauacutede nos diferentes niacuteveis assistenciais do SUS A reso-

luccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) 2722002 incube a esse profissional um

processo de trabalho pautado na Sistematizaccedilatildeo de sua Assistecircncia em busca da qualidade do

cuidado

Conforme Resoluccedilatildeo COFEN 2722002

[] A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem- SAE sendo atividade privati-

va do enfermeiro utiliza meacutetodo e estrateacutegia de trabalhos com embasamento cientiacute-

fico para a identificaccedilatildeo das situaccedilotildees de sauacutededoenccedila que possam contribuir para a

promoccedilatildeo prevenccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo da sauacutede do indiviacuteduo famiacutelia e

comunidade (COFEN 2722002 p 50)

Assim na implementaccedilatildeo dessa assistecircncia eacute fundamental que o Enfermeiro reconhe-

ccedila os haacutebitos individualizados e os aspectos biopsicossociais que integram o processo sauacutede-

doenccedila dos sujeitos visando a identificaccedilatildeo de problemas julgamento cliacutenico sobre as respos-

tas do indiviacuteduo famiacutelia e comunidade perante suas adaptaccedilotildees aos processos de vida vigen-

tes ou potencias (COFEN 2002 MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI

amp PEREIRA 2009)

Perante esses pressupostos legais observa-se a convergecircncia entre o processo de traba-

lho da Enfermagem e as necessidades impostas para o desenvolvimento das accedilotildees em ESF

17

Com isso torna-se significativo no incremento da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a atuaccedilatildeo dife-

renciada desse profissional

Feliciano et al (2010) apontam para o valor atribuiacutedo ao Enfermeiro na ESF quando

esse profissional apresenta-se como uma referecircncia na busca da superaccedilatildeo de dificuldades

haja vista que os demais integrantes da equipe e usuaacuterios dirigem suas demandas a esse pro-

fissional independente de eles gerenciarem institucionalmente a unidade de sauacutede

Figueiredo et al (2010) ressaltam que cabe ao Enfermeiro de ESF funccedilotildees como admi-

nistraccedilatildeo de recursos materiais e humanos bem como a padronizaccedilatildeo das accedilotildees na equipe A

autora revela ainda que a organizaccedilatildeo das atividades de educaccedilatildeo continuada para equipe do

PSF como atribuiccedilatildeo contiacutenua do Enfermeiro

Matumoto et al (2005) Chirelli amp Pereira 2009 Pires amp Goumlttems (2009) corroboram

com essa constataccedilatildeo ao apresentarem que a gestatildeo do cuidado agraves famiacutelias em ESF eacute progra-

maccedilatildeo constante realizada pela Enfermagem e sua equipe Cordeiro et al (2009) colocam o

trabalho de enfermagem na ESF realizado de forma ampliada abrangendo consultas individu-

ais atividades educativas em grupo praacuteticas de capacitaccedilatildeo continuada junto a equipe e pro-

gramaccedilatildeo das accedilotildees junto a ela de forma compatiacutevel e adequada aos pressupostos da estrateacute-

gia sauacutede da famiacutelia

Colomeacute Limas amp Davis (2008) salientam o Enfermeiro como principal articulador do

trabalho na equipe de ESF Os autores mencionam que essas articulaccedilotildees se estabelecem prin-

cipalmente com os agentes comunitaacuterios de sauacutede o que facilita a aproximaccedilatildeo do profissio-

nal de enfermagem agraves necessidades de sauacutede da comunidade conectando o seu trabalho com

os outros profissionais da equipe como dentistas e meacutedicos considerando o caraacuteter comple-

mentar da atuaccedilatildeo dentro de uma equipe multiprofissional

Azambuja et al (2007) expressam em seu estudo sobre o significado do trabalho no

PSF que para os enfermeiros se denota enquanto processo potencializador do seu viver hu-

mano Isso significa que o trabalho em ESF influencia na forma como se vecircem se sentem se

relacionam e vivenciam as situaccedilotildees cotidianas de maneira positiva

Santos Soares amp Campos confirmam os resultados de seus estudos ao de Azambuja et

al (2007) ao colocarem que para os Enfermeiros as forccedilas fortalecedoras de seu trabalho no

PSF adveacutem da relaccedilatildeo prazerosa com o objetofinalidade do trabalho e com o trabalho em si

Eles complementam ainda que as Enfermeiras convivem com a expectativa das suas potenci-

alidades para solucionar os problemas oferecer respostas a populaccedilatildeo em cenaacuterio de maior

autonomia profissional

18

Benito amp Becker (2007) em pesquisa sobre as atitudes gerenciais dos enfermeiros na

ESF destacaram atraveacutes dos profissionais informantes que eram membros das equipes atitu-

des qualitativas dos Enfermeiros de ESF como ser justos intermediarem e resolverem confli-

tos entre profissionais usuaacuterios e representantes da gestatildeo apresentarem poder de negocia-

ccedilatildeo estarem abertos a mudanccedilas possuiacuterem em sua praacutetica atitudes de escuta buscarem pela

promoccedilatildeo de iniciativas e autonomia da equipe e dos usuaacuterios contribuiacuterem com o seu conhe-

cimento para o desenvolvimento do grupo capacidade de planejamento e desenvolvimento de

accedilotildees conjuntas e prestarem o cuidado centrado na famiacutelia com compromisso e responsabili-

dade

Os resultados desses estudos apresentam o papel diferenciado que o Enfermeiro vem

exercendo nas equipes da ESF corroborando para a sua importacircncia nesse campo de atuaccedilatildeo

Destacam as caracteriacutesticas do trabalhador de enfermagem e a incorporaccedilatildeo de novos arranjos

de poderes e saberes necessaacuterios para o delineamento do perfil desse profissional de forma

comprometida agraves diretrizes da ESF e ao fortalecimento do SUS

19

12 O CLIMATEacuteRIO DESAFIO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO

PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

A populaccedilatildeo feminina brasileira totaliza mais de 98 milhotildees e aproximadamente 30

milhotildees se encontram na faixa etaacuteria de 35 a 65 anos Esses dados revelam que 32 das mu-

lheres do Brasil estatildeo na faixa etaacuteria em que ocorre o climateacuterio (BRASIL 2008)

Coelho amp Porto (2009) definem climateacuterio como

[] periacuteodo de transiccedilatildeo entre as fases reprodutivas e natildeo reprodutivas da mulher

Comeccedila por volta dos 40 anos podendo estender-se ateacute os 55 anos ou mais Durante

esses anos acontece a uacuteltima menstruaccedilatildeo definida como menopausa [] (Coelho

amp Porto 2009 p76)

Ressalta-se que esse periacuteodo eacute uma fase bioloacutegica natural da vida e natildeo um processo

patoloacutegico Eacute reconhecido como uma fase do ciclo vital feminino em que ocorrem intensas

transformaccedilotildees na maneira da mulher ser e estar no mundo modificando sua compreensatildeo

frente ao fenocircmeno existencial (LIMA amp ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI

2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008

BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009)

Dessa maneira o periacuteodo do climateacuterio eacute resultado tanto da deficiecircncia hormonal co-

mo de fatores socioculturais e psicoloacutegicos decorre no processo de envelhecimento feminino

sendo marcado pela menopausa A menopausa destaca-se como momento pontual do climateacute-

rio consiste na interrupccedilatildeo permanente da menstruaccedilatildeo e decorre apoacutes 12 meses de amenor-

reacuteia em momento da perda da atividade folicular ovariana (LIMA amp ANGELO 2001

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA

JESUS MERINGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009)

Outro aspecto a ser considerado no climateacuterio aleacutem da faixa etaacuteria eacute um conjunto de

sintomas que acometem parte das mulheres Esses sintomas podem se manifestar enquanto

mudanccedilas sutis ou acentuadas que englobam desde anguacutestia fogachos e irritaccedilotildees ateacute san-

gramentos intermitentes de alto fluxo A sintomatologia em geral acarreta desconforto que se

acentuam de acordo com o enfrentamento desse ciclo pelas mulheres e a consistecircncia da rede

de apoio que se insere Contudo o iniacutecio e teacutermino do climateacuterio satildeo varaacuteveis de acordo com

as caracteriacutesticas individuais da pessoa e estaacute associado a fatores hereditaacuterios raciais socioe-

conocircmicos e demais determinantes do processo de vida subjetivo feminino (LIMA amp

20

ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009)

Neste cenaacuterio de transformaccedilotildees soacutecio-emocionais acentuados pela percepccedilatildeo do en-

velhecimento e limite da vida faz-se necessaacuterio a implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que bus-

quem a promoccedilatildeo da sauacutede da mulher e o fomento de cuidados para que vivenciem essa expe-

riecircncia de maneira mais amena mediante ao turbilhatildeo existencial que lhes permeia esse recor-

te da vida

Ao se abordar as questotildees que envolvem a sauacutede da mulher eacute necessaacuteria a discussatildeo

de aspectos poliacuteticos e histoacutericos que envolvem essa temaacutetica no Brasil em especial por se

tratarem de resultados de uma luta que envolve conquista do gecircnero (BRASIL 2004

BRASIL 2006a COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp

LUCCHESE 2010)

O movimento feminino pela luta de seus direitos que ultrapassam os direitos da sauacutede

hegemocircnica e se convergem aos direitos de cidadania precede a promulgaccedilatildeo do SUS Na

sauacutede o marco histoacuterico dos resultados desse movimento ocorreu na deacutecada de 80 atraveacutes do

Programa de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PAISM) Esse programa evidenciou a ne-

cessidade de mudanccedilas na abordagem das mulheres nos serviccedilos de sauacutede que ultrapassassem

o foco do ciclo graviacutedico-puerperal em busca de sua visatildeo subjetiva e integral Entretanto

apesar do discurso da integralidade na praacutetica o PAISM atuou de forma hegemocircnica buscan-

do a resoluccedilatildeo dos problemas referentes agrave sauacutede reprodutiva e na reduccedilatildeo da mortalidade ma-

terna (BRASIL 2004 BRASIL 2006 COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Encontra-se em vigor atualmente implementado pelo Ministeacuterio da Sauacutede uma estra-

teacutegia poliacutetica e tecnoloacutegica para a renovaccedilatildeo da abordagem a sauacutede da mulher a Poliacutetica Na-

cional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PNAISM) e descreve

[] Considerando que a sauacutede da mulher eacute uma prioridade deste governo o Ministeacute-

rio da Sauacutede lanccedilou em 2004 a ldquoPoliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da

Mulher ndash Princiacutepios e Diretrizesrdquo (PNAISM) em parceria com diversos setores da

sociedade com o compromisso de implementar accedilotildees de sauacutede que contribuam para

a garantia dos direitos humanos das mulheres e reduzam a morbimortalidade por

causas preveniacuteveis e evitaacuteveis Essa Poliacutetica incorpora num enfoque de gecircnero a in-

tegralidade e a promoccedilatildeo da sauacutede como princiacutepios norteadores e busca consolidar

os avanccedilos no campo dos direitos sexuais e reprodutivos com ecircnfase na melhoria da

atenccedilatildeo obsteacutetrica no planejamento familiar na atenccedilatildeo ao abortamento inseguro e

no combate agrave violecircncia domeacutestica e sexual Agrega tambeacutem a prevenccedilatildeo e o trata-

mento de mulheres vivendo com HIVAIDS e as portadoras de doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis e de cacircncer Aleacutem disso amplia as accedilotildees para grupos historicamente

alijados das poliacuteticas puacuteblicas nas suas especificidades e necessidades []

(BRASIL 2006a p13)

21

Outro avanccedilo relevante para a sauacutede da mulher integra-se na Portaria 399GM de 22

de fevereiro de 2006 que institui o Pacto Pela Vida O pacto define-se como um conjunto de

reformas institucionais do SUS entre as trecircs esferas de gestatildeo ndash Uniatildeo estados e municiacutepios ndash

com o objetivo de promover inovaccedilotildees nos processos e nos instrumentos de gestatildeo visando a

alcanccedilar maior efetividade eficiecircncia e qualidade das respostas do SUS O Pacto redefine as

responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo e a bus-

ca da equumlidade social (BRASIL 2006b)

Jaacute no cenaacuterio dos serviccedilos da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a Poliacutetica Nacional de Aten-

ccedilatildeo Baacutesica estabelece grupos vulneraacuteveis e prioritaacuterios para a organizaccedilatildeo da assistecircncia A

sauacutede da mulher integra esse grupo corroborando para a efetivaccedilatildeo das poliacuteticas supracitadas

e considerando a abordagem da mulher pela importacircncia da implementaccedilatildeo da praacutetica dife-

renciada e inovadora do PSF (BRASIL 2007)

Poreacutem diversos autores contribuem na anaacutelise da atenccedilatildeo agrave sauacutede da mulher ao identi-

ficarem a fragilidade da assistecircncia prestada chegando a concluir que os problemas atuais de

sauacutede da mulher estatildeo relacionados agrave qualidade dessa assistecircncia e a desqualificaccedilatildeo dos pro-

fissionais que promovem essa intervenccedilatildeo (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA

SILVA amp SIQUEIRA 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Essa realidade se potencializa quando a assistecircncia se refere agraves mulheres no climateacuterio

Existe uma lacuna na abordagem cotidiana do trabalho das equipes de sauacutede sobre o que e

como prestarem assistecircncia a essa demanda cada vez mais emergente Eacute urgente a necessidade

de se utilizar e integrar todos os campos do saber da sauacutede e suas interfaces para o enfrenta-

mento dessa realidade (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004 GONCcedilALVES amp

MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA

GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Considerando o potencial apresentado nesse trabalho sobre o papel do Enfermeiro nas

equipes de atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede o presente estudo interroga como a produccedilatildeo do conhe-

cimento de Enfermagem sobre a temaacutetica de assistecircncia a mulheres climateacutericas pode colabo-

rar para a implementaccedilatildeo de um cuidado integral e de qualidade a esse grupo na estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Analisar a produccedilatildeo de conhecimento de Enfermagem sobre a mulher climateacuterica e

suas contribuiccedilotildees para a atuaccedilatildeo da equipe da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia - ESF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Realizar o levantamento da produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assis-

tecircncia agrave mulher no climateacuterio

Caracterizar a produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assistecircncia agrave mu-

lher no climateacuterio

Apontar como os resultados da anaacutelise dessa produccedilatildeo cientiacutefica podem contribuir pa-

ra a atuaccedilatildeo da equipe de ESF sobre a temaacutetica

3 METOacuteDO DA PESQUISA

A pesquisa em sauacutede segundo Leopardi (2002) natildeo eacute somente uma incorporaccedilatildeo de

conteuacutedo cientiacutefico ao saber cotidiano eacute um aprender a perceber sentir e a pensar Essas con-

sideraccedilotildees acrescentam para as pesquisas em sauacutede um conhecer sobre o que ocorre no corpo

dos indiviacuteduos na sua luta diaacuteria pela sobrevivecircncia e as relaccedilotildees subjetivas de cada ser hu-

mano

Dentro desse contexto eacute evidenciado um direcionamento metodoloacutegico com a finali-

dade de conhecer as concepccedilotildees e caracteriacutesticas sobre a temaacutetica em estudo presentes na

literatura Trata-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva por revisatildeo bibliograacutefica de anaacute-

lise integrativa

Esse estudo foi realizado com base na pesquisa bibliograacutefica Para Duarte amp Furtado

(2002) esse tipo de pesquisa eacute realizado a partir de levantamentos da produccedilatildeo cientiacutefica

presente em diferentes apresentaccedilotildees como livros artigos cientiacuteficos dissertaccedilotildees teses den-

tre outros Cervo amp Bervian (1996) ressaltam que esse tipo de pesquisa procura explicar um

problema a partir de referecircncias pela analise de suas contribuiccedilotildees culturais ou cientiacuteficas

existentes acerca de determinado assunto

Jaacute o cunho exploratoacuterio desse estudo se define pela descoberta de ideacuteias que propor-

cionaram familiaridade com o problema tornando-o mais expliacutecito com a possibilidade de

fomento a outras hipoacuteteses (DUARTE amp FURTADO 2002 LEOPARDI 2002 HULLEY et

al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

O caraacuteter descritivo dessa pesquisa ocorre na definiccedilatildeo das caracteriacutesticas do fenocircme-

no a ser estudado e suas relaccedilotildees mediante aos objetivos propostos (GIL 1996 OLIVEIRA

1999) Nesse sentido o trabalho descritivo abrange aspectos amplificados do contexto social

Assim eacute possiacutevel o niacutevel de anaacutelise da temaacutetica sobre diferentes formas aleacutem de sua ordena-

ccedilatildeo e sua classificaccedilatildeo

As revisotildees de literatura necessitam de alguns padrotildees que assegurem sua qualidade

metodoloacutegica como utilizaccedilatildeo de meacutetodos para assegurar a anaacutelise precisa e objetiva anaacutelise

da teoria resultados meacutetodos sujeitos e variaacuteveis de estudo fornecer ao leitor o maacuteximo de

informaccedilotildees possiacuteveis sobre estudos revisados e natildeo apenas os principais (HULLEY et al

2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Dessa forma realizou-se um estudo de revisatildeo da literatura cientiacutefica visando avaliar

um conjunto de dados simultacircneos a partir de estudos primaacuterios selecionados previamente

24

que investigam uma mesma questatildeo (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER

2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

A questatildeo do estudo eacute o primeiro passo para o iniacutecio da revisatildeo bibliograacutefica O Se-

gundo passo consiste em definir a seleccedilatildeo dos estudos sendo o mais indicado as bases de da-

dos eletrocircnicas O terceiro passo eacute a avaliaccedilatildeo criacutetica dos estudos em que se utilizam criteacuterios

para validar os estudos selecionados atraveacutes de uma avaliaccedilatildeo criacutetica dos pesquisadores O

quarto passo consiste na coleta dos dados em que se caracterizam os estudos levantados e de-

terminam suas possibilidades de comparaccedilatildeo O quinto passo eacute a analise e apresentaccedilatildeo dos

dados com agrupamento de estudos semelhantes O sexto passo eacute a determinaccedilatildeo da forccedila

dos resultados e das evidencias encontradas delineando claramente os benefiacutecios e riscos do

achado Uma vez publicada a revisatildeo poderaacute sofrer criacuteticas e sugestotildees que poderatildeo ser in-

corporadas em novos estudos sobre a temaacutetica (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005

ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Para o delineamento do estudo foi definida como questatildeo norteadora como a produ-

ccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede da mulher climateacuterica pode contribuir pa-

ra a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede da famiacutelia

A partir da questatildeo dessa investigaccedilatildeo foram considerados estudos que abordassem a

assistecircncia ao climateacuterio por Enfermeiros A amostra foi do tipo natildeo-probabiliacutestica de conve-

niecircncia constituiacuteda por publicaccedilotildees nacionalmente indexadas sobre a temaacutetica O descritor

utilizado foi ldquoClimateacuteriordquo e a opccedilatildeo pelo natildeo cruzamento de demais descritores foi devida a

escolha da fonte de busca

A fonte de busca orientou-se por base eletrocircnica restrita a produccedilatildeo do conhecimento

nacional e de liacutengua portuguesa que correspondesse a publicaccedilotildees em perioacutedicos de Enfer-

magem demonstrando proximidade com a questatildeo norteadora A busca dos artigos foi reali-

zada no periacuteodo de outubro de 2009 a janeiro de 2010

Adotou-se como criteacuterios de exclusatildeo publicaccedilotildees cujo o cenaacuterio de desenvolvimento

natildeo fossem a Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede eou ESF Ressalta-se que o recorte temporal para

busca das publicaccedilotildees considerou apenas o limite final do periacuteodo o ano de 2009 buscando

amplificar o periacuteodo de iniacutecio da produccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico dessa temaacutetica e assim

natildeo diminuir a sensibilidade das buscas

Foi utilizada a Base de Dados de Enfermagem (BDENF) presente na Biblioteca Vir-

tual em Sauacutede BIREME atraveacutes do siacutetio eletrocircnico httpbasesbiremebrcgi-

binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampbase=BDENFamplang=p

25

O Centro Latino-Americano e do Caribe de Informaccedilatildeo em Ciecircncias da Sauacutede tam-

beacutem conhecido pelo seu nome original Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) eacute um

centro especializado da Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Organizaccedilatildeo Mundial da Sa-

uacutede (OPASOMS) orientado agrave cooperaccedilatildeo teacutecnica em informaccedilatildeo cientiacutefica em sauacutede A sede

da BIREME estaacute localizada no Brasil no campus central Universidade Federal de Satildeo Paulo

(UNIFESP) desde a sua criaccedilatildeo em 1967 segundo acordo da OPASOMS com o Governo do

Brasil

A BDENF apresenta informaccedilotildees compostas pela literatura teacutecnico-cientiacutefica brasilei-

ra em Enfermagem Eacute coordenada pela Escola de Enfermagem da Universidade de Minas

Gerais e por demais Centros Cooperantes da rede BVSENFERMAGEM A composiccedilatildeo des-

sa biblioteca eletrocircnica apresenta perioacutedicos teses livros capiacutetulos de livros anais de con-

gressos ou conferecircncias relatoacuterios teacutecnico-cientiacuteficos e publicaccedilotildees governamentais

No desenvolvimento da revisatildeo integrativa foram selecionados artigos apoacutes a identifi-

caccedilatildeo de todas as publicaccedilotildees a partir do descritor utilizado Procedeu-se analise para caracte-

rizaccedilatildeo dos estudos e preacute-seleccedilatildeo quanto a sua pertinecircncia a pergunta norteadora

Essa etapa foi realizada separadamente por dois revisores sendo a pesquisadora dessa

investigaccedilatildeo e a sua orientadora Os passos utilizados para a caracterizaccedilatildeo dos artigos e a

verificaccedilatildeo de sua aproximaccedilatildeo com a questatildeo norteadora foram a leitura aprofundada de

cada artigo a segregaccedilatildeo dos mesmos quanto agrave aproximaccedilatildeo da questatildeo norteadora e a cate-

gorizaccedilatildeo desses conforme os criteacuterios metodoloacutegicos estabelecidos

Posteriormente ocorreu consenso entre a autora e a orientadora com o objetivo de de-

cidir a inclusatildeo e a exclusatildeo dos artigos preacute-selecionados e avaliados a fim de se garantir

maior seguranccedila na seleccedilatildeo

Para a anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por nuacutemeros absolutos e

frequencias Os elementos de caracterizaccedilatildeo dos perioacutedicos foram

Total de artigos identificados na busca conforme fonte

Identificaccedilatildeo de artigos repetidos

Exclusatildeo de artigos

Inclusatildeo de artigos para a revisatildeo sistemaacutetica

Quanto aos estudos incluiacutedos por aproximaccedilatildeo para com a questatildeo norteadora analisa-

ram-se os seguintes aspectos

Siacutentese panoracircmica do conteuacutedo e da analise dos artigos incluiacutedos

Delineamento da Investigaccedilatildeo (metodologia)

26

Ano de publicaccedilatildeo

Perioacutedico de publicaccedilatildeo

Consideraccedilotildees apresentadas agrave temaacutetica em estudo

Objetivando facilitar a leitura e a identificaccedilatildeo dos artigos optou-se pela atribuiccedilatildeo do

coacutedigo E(n) para os artigos excluiacutedos e I(n) para os artigos incluiacutedos na revisatildeo sistemaacutetica

Conforme os resultados identificados foi calculado o iacutendice de KAPPA (K) Esse iacuten-

dice corresponde a uma medida de concordacircncia usada em escalas nominais que fornece a

ideacuteia do quanto as observaccedilotildees se afastam daquelas esperadas fruto do acaso indican-

do assim o quatildeo legiacutetimas as interpretaccedilotildees satildeo (CANOLETTI 2008)

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A anaacutelise da revisatildeo sistemaacutetica iniciou com a descriccedilatildeo dos artigos encontrados se-

guindo com a descriccedilatildeo daqueles excluiacutedos do processo de revisatildeo sistemaacutetica e por fim foi

analisada a aproximaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos com o questionamento norteador

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF

Os registros sobre climateacuterio no BDENF totalizaram 26 conforme descritor utilizado

poreacutem dentre os trabalhos havia um que natildeo se enquadrava como perioacutedico e foi excluiacutedo da

lista totalizando 25 artigos Ressalta-se que natildeo houve obtenccedilatildeo de artigos por busca manual

Na Tabela 1 verifica-se o total de estudos encontrados na busca realizada conforme perioacutedi-

cos

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo

perioacutedicos

BDENF - Banco de Dados de Enfermagem N

Revista Gauacutecha de Enfermagem 2

Revista Enfermagem UERJ 5

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 1

Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 4

Revista da Escola de Enfermagem da USP 2

Acta Paulista de Enfermagem 1

Nursing (Satildeo Paulo) 2

Revista Brasileira de Enfermagem 3

Biblioteca J Baeta Vianna 1

Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 1

Revista Paulista de Enfermagem 1

Texto amp Contexto Enfermagem 2

Total 25

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Quanto ao ano de publicaccedilotildees dos artigos selecionados observou-se que o periacuteodo de

publicaccedilatildeo inicia-se em 1985 e finaliza no ano de 2009 como mostra a Tabela 2

28

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano

de publicaccedilatildeo

Ano de publicaccedilatildeo Nordm de Estudos

2009 2 8

2008 1 4

2007 2 8

2006 1 4

2005 4 16

2004 3 12

2002 4 16

2000 3 12

1997 1 4

1996 1 4

1995 1 4

1985 2 8

TOTAL 25 100

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Nota-se que apesar de haver nesta revisatildeo sistemaacutetica trabalhos datados de 1985 a

discussatildeo do tema soacute ampliou entre 15 e 20 anos depois o que reforccedila a ideacuteia de que haacute uma

preocupaccedilatildeo crescente para com essa temaacutetica na atenccedilatildeo baacutesica no intuito de melhorar os

serviccedilos prestados

Vale ressaltar que criaccedilatildeo do SUS em 1988 e posteriormente a ESF regulamentada em

1994 contribuiacuteram para o fortalecimento da atenccedilatildeo primaacuteria e consequentemente impulsio-

nando as pesquisas na aacuterea

Analisando esta tabela percebe-se que no periacuteodo de 2000 a 2005 foram identificados

o maior nuacutemero de publicaccedilotildees referentes ao assunto 56 (n = 14) indicando o crescimento

do interesse do estudo deste assunto A concentraccedilatildeo de estudos nesse intervalo de tempo os

caracteriza como sendo recentes jaacute que foram elaborados haacute menos de 10 anos

Os resumos dos 25 registros localizados foram lidos e a partir da leitura foram sele-

cionados aqueles cujo tiacutetulo eou resumo colocavam a assistecircncia ao climateacuterio na atenccedilatildeo

primaacuteria como objeto de estudo ou como uma de suas questotildees centrais de anaacutelise Posteri-

ormente foram identificados os artigos repetidos (n = 3) descartando-os

Dos 22 artigos selecionados a Revista Enfermagem UERJ apresentou a maior quanti-

dade de publicaccedilotildees totalizando 20 (n = 5)

Apoacutes avaliaccedilatildeo dos tiacutetulos leitura dos resumos e anaacutelise dos artigos integralmente ve-

rificou-se que 364 (n = 8) apresentaram pertinecircncia agrave questatildeo norteadora da pesquisa sen-

do 25 (n = 2) destes artigos oriundos da Revista Enfermagem UERJ e 25 (n = 2) da Es-

cola Ana Nery Revista de Enfermagem As demais revistas apresentaram 125 (n = 1) dos

29

artigos pertinentes cada uma Os estudos excluiacutedos da revisatildeo integrativa perfizeram 636

(n = 14)

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA

Em relaccedilatildeo aos artigos excluiacutedos observa-se sua descriccedilatildeo no Quadro 1

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E1

ZAMPIERI M de F M

TAVARES C M A

HAMES M de L C

FALCON G S

SILVA A L de

GONCcedilALVES L T

O processo de viver e ser

saudaacutevel das mulheres no

climateacuterio

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2009

E2

ALMEIDA L H R B de

LUZ M H B A

MONTEIRO C F de S

Ser mulher no climateacuterio

uma anaacutelise compreensiva

pela enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

E3 NIEVAS A F

FUREGATO A R F

Depressatildeo em mulheres no

climateacuterio

Revista Gauacutecha de

Enfermagem 2006

E4 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

Vivenciando o climateacuterio o

corpo em seu percurso exis-

tencial agrave luz da Fenomenolo-

gia

Revista Enferma-

gem UERJ 2005

E5

FERNANDEZ M R

GIR E

HAYASHIDA M

Sexualidade no periacuteodo

climateacuterico situaccedilotildees vi-

venciadas pela mulher

Revista da Esco-

la de Enferma-

gem da USP

2005

E6 BIFFI E F de A

SCATENA M C M

Sauacutede Mental e climateacuterio

na perspectiva de mulheres

profissionais de sauacutede

Revista Enfer-

magem UERJ 2004

30

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E7 MILANEZ M R de

M NERY I S

Percepccedilatildeo das mulheres

sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de en-

fermagem

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2004

E8 MURATA I M H

SCHIRMER J

Manifestaccedilotildees biopsicogecirc-

nicos decorrentes do clima-

teacuterio entre trabalhadoras de

uma universidade puacuteblica

Acta Paulista de

enfermagem 2004

E9 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

O climateacuterio a corporeida-

de como berccedilo das experi-

ecircncias do vivido

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

2002

E10

MURATA I M H

BERCINI L O

SCHIRMER J

Auto-cuidado na prevenccedilatildeo

do cacircncer de colo de uacutetero

e cacircncer de mama compa-

raccedilatildeo entre mulheres natildeo

climateacutericas e climateacutericas

Biblioteca J

Baeta Vianna 2000

E11

LOPES M E L

BATISTA P S de S

COSTA Se F G da

SOARES M S de

Orientaccedilotildees de enferma-

gem agrave mulher climateacuterica

quanto agrave terapia de reposi-

ccedilatildeo hormonal uma abor-

dagem eacutetica

Revista da Rede de

Enfermagem do

Nordeste

2000

E12 DAOUD I G

SANTANA M da G

Construccedilatildeo de um processo

educativo com um grupo de

mulheres climateacutericas

Texto amp Contexto

Enfermagem 2000

E13 LANDERDAHL M C

Buscando novas maneiras

de pensar o climateacuterio fe-

minino

Texto amp contexto

enfermagem 1997

E14 NERY I S Perfil do atendimento agrave

mulher no climateacuterio

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

1996

31

Em geral os estudos excluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (E1 E6 E8 e E10) que correspondem

a 286 (n = 4)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (E3 E4 E5 E7 E8 E9 e

E13) somando 50 (n = 6)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (E2 E11 E12 e E14) o que resulta em 286 (n =

4)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 71 (n = 1) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas por

profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educativo (E11)

Percebe-se que dois dos artigos excluiacutedos se enquadram em mais de uma dimensatildeo apre-

sentada na anaacutelise feita acima

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os artigos incluiacutedos foram estudados sistematicamente de modo a extrair de cada um

as concepccedilotildees e respectivas caracteriacutesticas do trabalho em equipe as quais foram discutidas agrave

luz do referencial teoacuterico que embasa este estudo qual seja a assistecircncia ao climateacuterio pela

equipe de sauacutede

A amostra definitiva dos artigos incluiacutedos para a revisatildeo sistemaacutetica portanto foram

oito artigos apresentados a seguir no Quadro 2

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

I1 PEREIRA Q L C

SIQUEIRA H C H de

O olhar dos responsaacuteveis

pela poliacutetica de sauacutede da

mulher climateacuterica

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

2009

I2

OLIVEIRA D M de

JESUS M C P de

MERIGHI M A B

O climateacuterio sob a oacutetica de

mulheres assistidas em uma

unidade de sauacutede da famiacutelia

de Juiz de Fora - Minas Ge-

rais

Revista de A-

tenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede

2008

32

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

I3 LIMA E C

VARGENS O M da C

O significado de climateacuterio

para as mulheres implicaccedilotildees

para o cuidado de enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

I4

PIAZZA I P

DE LORENZI D R S

SACILOTO B

Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacuteri-

cas atendidas em um PSF

Revista Gauacutecha

de Enfermagem 2005

I5 LANDERDAH M C

Mulher climateacuterica uma abor-

dagem necessaacuteria ao niacutevel de

atenccedilatildeo baacutesica

Nursing (Satildeo

Paulo) 2002

I6 DAOUD I G

Encontros e desencontros das

mulheres climateacutericas que

buscam assistecircncia em serviccedilo

do Sistema Uacutenico de Sauacutede

Revista Enferma-

gem UERJ 2002

I7

CANDELLA C L M

RUGGIERO C M

ARAYA M E S SILVA

R V

Assistecircncia de enfermagem agrave

mulher no climateacuterio

Revista da Escola

de Enfermagem

da USP

1995

I8 VARGENS O M da C O casal no climateacuterio orienta-

ccedilatildeo de enfermagem

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

1985

Os estudos incluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (I4) que correspondem a

125 (n = 1)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (I2 I3) somando

25 (n = 2)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (I1 I5 I6 I7 e I8) o que resulta em 625

(n = 5)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 25 (n = 2) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas

por profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educati-

vo (I7 e I8)

Assim nota-se que a maioria dos estudos incluiacutedos 625 (n = 5) faz menccedilatildeo agrave assis-

tecircncia em sauacutede prestada a essas clientes evidenciando-se uma maior discussatildeo do tema asso-

ciado agrave melhoria dos serviccedilos prestados na atenccedilatildeo baacutesica

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

1 ALMEIDA LHRB LUZ MHBA MONTEIRO CFS Ser mulher no climateacute-

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Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

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Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

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teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 4: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

NUacuteCLEO DE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE COLETIVA

CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA EM SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

ISABELLE ARRUDA BARBOSA

A SAUacuteDE DA MULHER NO CLIMATEacuteRIO CONTRIBUICcedilOtildeES DA

ENFERMAGEM PARA A SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao

Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em

Sauacutede da Famiacutelia Universidade Federal de Minas

Gerais para obtenccedilatildeo do Certificado de Especialis-

ta

Orientadora Esp Fernanda Carolina Camargo

Banca Examinadora

Profa Daniele Falci de Oliveira UFMG

Esp Fernanda Carolina Camargo UFTM

Aprovada em Belo Horizonte - MG

14072010

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo ao bom Deus minha fonte de inspiraccedilatildeo suprema

Agrave Eny Kamilla Viniacutecius e Daniel pelo apoio e amor constantes

Agrave Profordf Silmeiry Angeacutelica pelo empenho carinho dedicaccedilatildeo

mas sobretudo pela paciecircncia e disponibilidade em ensinar

Agrave orientaccedilatildeo da Esp Fernanda Carolina Camargo

Agravequeles que de maneira direta ou indireta contribuiacuteram para a

efetivaccedilatildeo deste trabalho por meio de amparo frente agraves dificul-

dades compreensatildeo perante as faltas e motivaccedilatildeo diante dos sen-

timentos de incerteza

ldquo E quando estiveres perto

arrancar-te-ei os olhos

e colocaacute-los-ei no lugar dos meus

E arrancarei meus olhos

para colocaacute-los no lugar dos teus

Entatildeo ver-te-ei com os teus olhos

E tu ver-me-aacutes com os meusrdquo

Jacob Levy Moreno(1982)

RESUMO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) eacute fundamental para a reordenaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de

Sauacutede (SUS) Tem como desafio ultrapassar a fragmentaccedilatildeo do processo assistencial e o dis-

tanciamento das reais necessidades de sauacutede das populaccedilotildees Nesse cenaacuterio inserem-se as

necessidades relacionadas agrave Sauacutede da Mulher A vivecircncia da autora Enfermeira da ESF na

zona rural em Minas Gerais atentou-se para emergecircncia de mulheres de meia idade com de-

mandas diferenciadas em sauacutede que vivenciavam o Climateacuterio Perante essa realidade reno-

vaccedilotildees da atenccedilatildeo prestada pela equipe se fizeram necessaacuterias Esse estudo objetiva analisar a

produccedilatildeo de conhecimento em Enfermagem sobre a mulher no climateacuterio e suas contribuiccedilotildees

para a atuaccedilatildeo da equipe de ESF Utilizou-se a revisatildeo integrativa da literatura atraveacutes da

biblioteca virtual eletrocircnica BDENF por meio de publicaccedilotildees perioacutedicas de enfermagem pelo

descritor Climateacuterio Como criteacuterio de inclusatildeo analisar publicaccedilotildees desenvolvidas na aten-

ccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede eou ESF Buscando ampliar a sensibilidade da busca pelo periacuteodo de

iniacutecio da produccedilatildeo cientiacutefica dessa temaacutetica utilizou-se apenas o limite final ano 2009 Os

resultados apresentaram total de 25 artigos sendo trecircs repetidos e 636 natildeo correspondiam

aos criteacuterios de inclusatildeo Observou-se escassez sobre a produccedilatildeo dessa temaacutetica na Enferma-

gem A maior concentraccedilatildeo das publicaccedilotildees foi entre 2000 a 2005 demonstrando a recente

discussatildeo desse tema As publicaccedilotildees caracterizavam-se pela busca dos serviccedilos de sauacutede

dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos desse ciclo vital fe-

minino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas pesquisas

Iacutendice de KAPPA consideraacutevel (k=04) A anaacutelise das publicaccedilotildees apontou para a necessidade

da compreensatildeo do climateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo

vital feminino Haacute urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo a essa clien-

tela e haacute a necessidade de implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas como accedilotildees educati-

vas grupos operativos que incluam as mulheres e suas famiacutelias O Enfermeiro foi apontado

como um ator potencial dentro da equipe para implementar as accedilotildees inovadoras orientar so-

bre os mitos e tabus que permeiam essa etapa da vida feminina e de forma compreensiva e

acolhedora auxiliar essas mulheres na reformulaccedilatildeo dos projetos subjetivos de suas vidas

Palavras-Chaves Climateacuterio Sauacutede da mulher Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia Enfermagem

em Sauacutede Puacuteblica

ABSTRACT

The Family Health Strategy (FHS) is fundamental for reorganizing the Unified Health System

(SUS) Its challenge is to overcome fragmentation of the care process and the detachment

from the real health needs of populations In this scenario it fits the needs related to Womens

Health The experience of the author Nurse of the FHS in the rural area in Minas Gerais

strove to emergence of middle-aged women with different expectations on health which had

experienced the climacteric Facing this reality renovations to the attention paid by the team

make up necessary This study aims to analyze the production of nursing knowledge about the

climacteric women and their contributions to the activities of the FHS team Was used a inte-

grative review of the literature through electronic virtual library BDENF through periodic

publications of nursing the descriptor Climacteric The inclusion critery was examining pub-

lications developed in primary health care and or FHS Seeking to increase the sensitivity of

the search for the early period of scientific production of this theme were used only the final

limit the year 2009 The results showed total of 25 articles 3 repeated and 636 did not

meet the inclusion criteria Observed scarcity on the production of this theme in Nursing The

highest concentration of the papers between was in 2000 to 2005 demonstrating the recent

discussion on this topic The publications were characterized the pursuit of health services to

this population the description of aspects of biomedical and life cycle psychoaffective women

and the role of nurses The qualitative method was used more in the polls Index considerable

KAPPA (k = 04) The analysis of publications pointed to the need for understanding of cli-

macteric in a larger size and status as a natural life cycle in health women There is an emer-

gency that health services attended to these clients and there is the need to implement differ-

ent strategies as educational operational groups that include women and their families The

nurse was appointed as an potential actor within the team to implement innovative actions

advise on the mitos and taboos that permeate this female stage of life so comprehensive and

welcoming assist these women in the reformulation of the projects of their subjective lives

Keywords Climateric Womenacutes Health Family Health Strategy Public Health Nursing

RESUMEN

El Estrategia de Salud Familiar (ESF) es fundamental para reorganizar el Sistema Uacutenico de

Salud (SUS) Su reto es superar la fragmentacioacuten del proceso asistencial y el destacamento de

la salud de las verdaderas necesidades de las poblaciones En este escenario se ajusta a las

necesidades relacionadas con la salud de la mujer La experiencia de la autora la enfermera

del ESF en la zona rural en Minas Gerais se esforzoacute por emergencia de las mujeres de media-

na edad con diferentes expectativas en materia de salud que habiacutea experimentado el climate-

rio Ante esta realidad renovacioacuten de la atencioacuten prestada por el equipo eran necesarias Este

estudio tiene como objetivo analizar la produccioacuten de conocimientos de enfermeriacutea sobre la

mujer climateacuterica y sus contribuciones a las actividades del equipo del ESF Se utilizoacute la revi-

sioacuten integradora de la literatura a traveacutes de biblioteca electroacutenica virtual BDENF a traveacutes de

publicaciones perioacutedicas de la enfermeriacutea los criterios de inclusioacuten descriptor Climateacuterio

Como publicaciones examen desarrollado en la atencioacuten primaria de salud y o fibras discon-

tinuas de polieacutester Tratando de aumentar la sensibilidad de la buacutesqueda de los primeros tiem-

pos de la produccioacuten cientiacutefica de este tema se utilizoacute soacutelo el liacutemite final el antildeo 2009 Los

resultados mostraron total de 25 artiacuteculos 3 repetidas y el 636 no cumpliacutea con los criterios

de inclusioacuten Observado la escasez en la produccioacuten de este tema en Enfermeriacutea La mayor

concentracioacuten de los papeles entre 2000 a 2005 lo que demuestra el reciente debate sobre este

tema Las publicaciones se han caracterizado la buacutesqueda de servicios de salud a esta pobla-

cioacuten la descripcioacuten de los aspectos de la biomedicina y las mujeres del ciclo de vida psicoa-

fectiva y el papel de las enfermeras El meacutetodo cualitativo es maacutes usado en las urnas Iacutendice

considerable kappa (k = 04) El anaacutelisis de las publicaciones que sentildealoacute la necesidad de una

comprensioacuten de la menopausia en un tamantildeo mayor y su estatus como un ciclo de vida natural

en los servicios de salud regorganizaccedilatildeo femenino Haacute de emergencia para atender a estos

clientes y existe la necesidad de aplicar diferentes estrategias como grupos educativos opera-

tivos que incluyen a las mujeres y sus familias La enfermera fue nombrado como un actor

potencial en el equipo para implementar acciones innovadoras asesoramiento sobre la mitos y

tabuacutees que impregnan esta etapa de la vida femenina y los comprensiva y acogedor ayudar a

estas mujeres en la reformulacioacuten de los proyectos de sus subjetiva vidas

Palabras-claves Climaterio Salud de la Mujer Estrategia de Salud Familiar Enfermeriacutea en

Salud Puacuteblica

IacuteNDICE DE TABELAS E QUADROS

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo perioacutedicos 23

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano de publicaccedilatildeo 28

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa 29

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa 31

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme

escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave questatildeo norteadora em estudo

333

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 141

11 PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA E A ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

INOVACcedilOtildeES TECNOASSISTENCIAIS PARA O FORTALECIMENTO DO SUS 13

12 O CLIMATEacuteRIO DESAFIO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO

PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA 19

2 OBJETIVOS 22

21 OBJETIVO GERAL 22

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 22

3 METOacuteDO DA PESQUISA 23

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF 23

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA 29

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA 31

44 CARACTERIZACcedilAtildeO PANORAcircMICA DOS ARTIGOS CONFORME REVISAtildeO

INTEGRATIVA 33

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 40

6 REFEREcircNCIAS 432

1 INTRODUCcedilAtildeO

Inserida no cotidiano de trabalho de uma equipe sauacutede da famiacutelia da zona rural de um

municiacutepio de pequeno porte em Minas Gerais vivenciando os desafios de integrar um grupo

de trabalho de composiccedilatildeo heterogecircnica com membros de diferentes formaccedilotildees e visotildees di-

versificadas do que eacute sauacutede e de como se deve abordar o processo sauacutede-doenccedila

A autora deste estudo Enfermeira mulher atentou-se para a maneira como eram ldquotra-

tadosrdquo os problemas de sauacutede das mulheres cadastradas em sua equipe que se apresentavam

ao serviccedilo com uma busca que ultrapassava a necessidade expliacutecita da doenccedila inserida tra-

zendo consigo seus contextos histoacutericos subjetivos e arranjos de vida Observou que as inter-

venccedilotildees realizadas apesar do esforccedilo contiacutenuo dos profissionais em implementar uma praacutetica

diferenciada era na maioria das situaccedilotildees centradas no biologismo e na compreensatildeo mecacirc-

nica dos determinantes do processo sauacutede-doenccedila

A maioria da populaccedilatildeo que frequentava as atividades da Unidade de Sauacutede eram mu-

lheres e a autora percebeu que dentre elas havia um grupo que estava em busca de um tipo de

atendimento diferente daqueles referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer ceacutervico-uterino do periacuteodo

graviacutedico-puerperal das atividades de puericultura e das atividades direcionadas agraves portadoras

de doenccedilas crocircnicas como hipertensatildeo e diabetes Essa ldquonovardquo clientela era constituiacuteda por

mulheres de meia idade que buscavam um atendimento cliacutenico apresentando sintomatologia

difusa tanto no aspecto biomeacutedico como no aspecto psicoafetivo

No decorrer da realizaccedilatildeo do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede

da Famiacutelia oferecido pelo NESCONUFMG a autora conquistou ferramentas que fortalece-

ram sua compreensatildeo diferenciada sobre a realidade no seu contexto de trabalho Durante a

realizaccedilatildeo do moacutedulo Sauacutede da Mulher percebeu-se uma lacuna assistencial para com essas

clientes Os conhecimentos proporcionados por esse moacutedulo estimularam a compreensatildeo de

que a demanda apresentada pelas mulheres de meia idade poderiam ter relaccedilatildeo com uma eta-

pa do ciclo vital natural de suas vidas o Climateacuterio

Desde entatildeo o olhar dessa profissional apresentou-se mais cuidadoso para com a refe-

rida situaccedilatildeo Concluiu-se que a equipe estava fraacutegil nas abordagens propostas resultando na

insatisfaccedilatildeo das usuaacuterias frente ao atendimento prestado

12

Curiosidade inquietaccedilatildeo necessidade de estimular a equipe para obtenccedilatildeo de melho-

res resultados motivaram ou melhor foram a mola propulsora para que a autora investigasse

essa temaacutetica a fim de contribuir para a melhoria do seu processo de trabalho

Entretanto havia duacutevidas quanto agrave escolha de estrateacutegias efetivas que pudessem ser u-

tilizadas na atenccedilatildeo dispensada a essa populaccedilatildeo As questotildees abordadas pelas mulheres cli-

mateacutericas condiziam com modificaccedilotildees do corpo humano mudanccedilas de papeacuteis no seu contex-

to familiar e social questotildees de foacuterum iacutentimo em suas relaccedilotildees conjugais dentre outros aspec-

tos o que lhes suscitava incertezas e medo do desconhecido

Diante do exposto associado agraves reflexotildees contextuais e o aparato intelectivo propor-

cionados pela Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia suscitou na autora o

desejo de conhecer cientificamente como acontecia a assistecircncia ao climateacuterio prestada por

enfermeiros e a possibilidade de suas contribuiccedilotildees para o fortalecimento das accedilotildees da equi-

pe Mediante esse cenaacuterio manifesta-se o interesse em concretizar este estudo que possui a

seguinte questatildeo norteadora como a produccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede

da mulher climateacuterica pode contribuir para a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede

da famiacutelia

13

11 PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA E A ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

INOVACcedilOtildeES TECNOASSISTENCIAIS PARA O FORTALECIMENTO DO SUS

A Constituiccedilatildeo de 1988 institui o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e coloca a Sauacutede co-

mo uma conquista de direito do cidadatildeo Ressalta-se como princiacutepios dessa poliacutetica puacuteblica de

sauacutede no Brasil a integralidade a universalidade a equumlidade Outro aspecto que se busca para

a garantia desse direito eacute a incorporaccedilatildeo de novas tecnologias e especializaccedilatildeo dos saberes

(ROSEMBERG amp MINAYO 2001 TEIXEIRA 2003 BRASIL 2007 FARIA et al 2009a)

Na trajetoacuteria da implementaccedilatildeo desse sistema muitos avanccedilos aconteceram entretanto

alguns desafios permearam esse cenaacuterio dentre os quais se destacam a fragmentaccedilatildeo do pro-

cesso de trabalho e das relaccedilotildees entre os diferentes profissionais a fragmentaccedilatildeo da rede as-

sistencial precaacuteria interaccedilatildeo nas equipes e despreparo para lidar com a dimensatildeo subjetiva

nas praacuteticas de atenccedilatildeo baixo investimento na qualificaccedilatildeo dos trabalhadores especialmente

no que se refere agrave gestatildeo participativa e ao trabalho em equipe desrespeito aos direitos dos

usuaacuterios formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede distante do debate e da formulaccedilatildeo da poliacutetica

puacuteblica de sauacutede controle social fraacutegil dos processos de atenccedilatildeo e gestatildeo do SUS

(ROSEMBERG amp MINAYO 2001 TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

Nesse percurso diversas interpretaccedilotildees conceituais ressaltam-se sobre a sauacutede Observa-

se no cotidiano que os olhares reducionistas do campo de atenccedilatildeo agrave sauacutede tecircm contribuiacutedo

para a manutenccedilatildeo das desigualdades sociais (ROSEMBERG amp MINAYO 2001

TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

Diferentes autores apontam que na atualidade o entendimento do processo sauacutede-

doenccedila estaacute ainda centrado no biologismo e com uma fraacutegil compreensatildeo de caracteriacutesticas

lineares e mecacircnicas dos determinantes do processo sauacutede-doenccedila (ROSEMBERG amp

MINAYO 2001 STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al 2009a)

Movimentos mundiais desenvolveram-se para a discussatildeo e transformaccedilatildeo desses as-

pectos hegemocircnicos no processo sauacutede e doenccedila Destaca-se o movimento pioneiro iniciado

no Canadaacute em 1974 qual propotildee a utilizaccedilatildeo da estrateacutegia da promoccedilatildeo da sauacutede deslocando

o foco das causas individuais da doenccedila para as influecircncias soacutecio-ambientais Posteriormente

o movimento da promoccedilatildeo da sauacutede verificado pelas Conferecircncias Internacionais de Adelai-

de (1986) Sundsvall (1991) Jakarta (1997) e Meacutexico (2000) no Brasil (MINAYO HARTZ

BUSS 2000 MENDES 2002 STARFIELD 2002 TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

14

Busca-se desde entatildeo a compreensatildeo da sauacutede enquanto recurso fundamental para a

vida diaacuteria e natildeo como um objetivo em si mesmo com determinantes muacuteltiplos necessitando

de intervenccedilatildeo intersetorial Com isso satildeo essenciais estrateacutegias que corroborem com a defesa

da vida a qualificaccedilatildeo profissional e a mediaccedilatildeonegociaccedilatildeo entre os diversos atores que

compotildeem o cenaacuterio SUS (MINAYO HARTZ BUSS 2000 BRASIL 2007 FARIA et al

2009a)

Mediante todos os movimentos que discutiram o conceito de sauacutede de forma ampliada

alguns desafios cotidianos ainda estatildeo colocados para a sauacutede puacuteblica que pautados na im-

plementaccedilatildeo do SUS apresentam urgecircncia em redirecionar o modo como estatildeo organizados

os serviccedilos de sauacutede e a assistecircncia prestada (TEIXEIRA 2003 BRASIL 2007 FARIA et al

2009a)

Ao considerar essas especifidades apontadas no sistema de sauacutede brasileiro em 1994

foi criada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Esse programa

eacute uma estrateacutegia ambiciosa que visa a transformaccedilatildeo do modelo tecnoassistencial vivenciado

Trata-se de incorporar aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria uma equipe multiprofissional que

dialogue com o conhecimento popular responsaacutevel por uma determinada aacuterea de abrangecircncia

E o trabalho em sauacutede dessa equipe deve considerar essa aacuterea enquanto territoacuterio- processo e

atuar como unidade de centralidade na organizaccedilatildeo do cuidado agraves necessidades de sauacutede da

populaccedilatildeo (BRASIL 2007 FARIA et al 2009b COSTA et al 2009 MERHY 2009

MINAS GERAIS 2009)

As equipes multiprofissionais satildeo compostas conforme a legislaccedilatildeo atual da ESF por

meacutedico generalista agentes comunitaacuterios de sauacutede trabalhadores de sauacutede bucal auxiliares

de enfermagem e enfermeiro Destaca-se nesse contexto o trabalho do agente comunitaacuterio

em sauacutede enquanto ator principal na interlocuccedilatildeo entre as necessidades comunitaacuterias e seus

conhecimentos nos processos de manutenccedilatildeo da vida com o saber tecnoloacutegico dos demais

trabalhadores da sauacutede (MENDES 2002 STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al

2009b MERHY 2009 MINAS GERAIS 2009)

Sobre o territoacuterio-processo esse conceito eacute compreendido como um fenocircmeno que re-

sulta na compreensatildeo das relaccedilotildees estabelecidas em um determinado espaccedilo Abrange o deli-

neamento e compreensatildeo por meio de mapeamento e diagnoacutesticos situacionais sobre as es-

pecificidades dos aspectos das relaccedilotildees interpessoais ali inseridos sua mobilidade espacial

suas diversidades histoacuterico-culturais e os elementos cognitivos fiacutesicos demograacuteficos e eco-

nocircmicos que as comunidades vivenciam para a manutenccedilatildeo de suas vidas Pressupotildee-se que a

equipe multiprofissional preste assistecircncia para 800 a 1000 famiacutelias cadastradas em uma Uni-

15

dade Baacutesica de Sauacutede atraveacutes de um territoacuterio delimitado e mapeado (MENDES 2002

STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009)

Jaacute a centralidade do cuidado traz agrave ESF enquanto mecanismo fortalecedor do niacutevel

primaacuterio de atenccedilatildeo agrave sauacutede no Brasil uma caracteriacutestica inovadora que consiste em coorde-

nar a assistecircncia de forma a promover a integralidade na rede assistencial Essa integralidade

ocorre quando o ponto central do cuidado se diverge da piracircmide hierarquizada e adota estru-

turas aliadas e flexiacuteveis entre os diferentes setores de prestaccedilatildeo dos serviccedilos em sauacutede inde-

pendente de sua densidade tecnoloacutegica A manutenccedilatildeo entre o diaacutelogo contiacutenuo dos diversos

setores da sauacutede e as necessidades da comunidade passa a ser de responsabilidade das equipes

inseridas no niacutevel primaacuterio por meio do PSF (MENDES 2002 STARFIELD 2002 FARIA

et al 2009b MINAS GERAIS 2009)

Seguindo essa loacutegica Sousa e Hamann (2009) ressaltam os impasses em trabalhar no

cotidiano dos serviccedilos mediante esse olhar organizativo diferenciado que se volta agraves comuni-

dades e seus os grupos sociais especiacuteficos

Pressupotildee-se um rompimento dos muros das Unidades de Sauacutede e abordagens inter-

ventoras que tenham como loacutecus a famiacutelia Essa tarefa exige abordagens complexas mesmo

que as teacutecnicas mais frequentes utilizadas sejam as que englobam a subjetividade na interaccedilatildeo

profissional de sauacutede e usuaacuterios do SUS a educaccedilatildeo para promoccedilatildeo da sauacutede e intervenccedilotildees

para mudanccedilas de comportamento em busca de estilos de vida mais saudaacuteveis (MENDES

2002 STARFIELD 2002 SOUSA amp HAMANN 2009 VASCONCELOS et al 2009)

Aleacutem disso essas tecnologias empregadas na reformulaccedilatildeo assistencial do SUS pela

atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutedeESF buscam promover uma assistecircncia em sauacutede humanizada O

acolhimento a percepccedilatildeo da inteireza de cada pessoa e seu nuacutecleo familiar e a inserccedilatildeo dos

condicionantes e determinantes sociais no processo de trabalho dessas equipes ateacute entatildeo a-

presentam-se como desafio proposto Espera-se com a incorporaccedilatildeo desse modus operandi

diferenciado uma assistecircncia de resultados positivos para todos os atores que compotildeem o

SUS - gestores trabalhadores usuaacuterios e instituiccedilotildees formadoras em sauacutede E com isso se

impulsione a consolidaccedilatildeo da resolutividade no SUS (MENDES 2002 STARFIELD 2002

COSTA et al 2009 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009 VASCONCELOS et al

2009)

Outras ferramentas de trabalho a serem incorporadas agraves equipes de ESF satildeo as relacio-

nadas com a epidemiologia social Essas ferramentas prevecircem o reconhecimento da realidade

local por anaacutelises participativas que associam o planejamento das accedilotildees em sauacutede atraveacutes de

um diagnoacutestico do territoacuterio suas famiacutelias e coletividade enquanto territoacuterio processo Eacute pre-

16

ciso que o resultado desse planejamento seja traduzido em uma programaccedilatildeo das atividades

da equipe que considere os fatores de vulnerabilidade e os grupos de risco populacional em

sauacutede a fim de produzir serviccedilos com equidade (MENDES 2002 STARFIELD 2002

COSTA et al 2009 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009 VASCONCELOS et al

2009)

Com isso enfrentar o desafio proposto entre desconstruir o modelo hegemocircnico em

que se estabelecem as accedilotildees de sauacutede na atualidade em busca da construccedilatildeo de um SUS ideal

requer o desenvolvimento de novas praacuteticas sanitaacuterias no cotidiano assistencial que se com-

prometam com a possibilidade de viver de modo mais saudaacutevel (COSTA et al 2009 FARIA

et al 2009b VASCONCELOS et al 2009)

Nesse contexto destaca-se nas equipes de ESF o papel do profissional Enfermeiro

(MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI amp PEREIRA 2009) Ao se

analisar a histoacuteria da Enfermagem Brasileira pode-se observar sua convergecircncia agrave poliacutetica

puacuteblica de sauacutede adotada no paiacutes O Decreto no 9440687(COFEN 2002) que regulamenta a

profissatildeo explicita como atribuiccedilatildeo do Enfermeiro sua participaccedilatildeo no planejamento execu-

ccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da programaccedilatildeo da sauacutede nos diferentes niacuteveis assistenciais do SUS A reso-

luccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) 2722002 incube a esse profissional um

processo de trabalho pautado na Sistematizaccedilatildeo de sua Assistecircncia em busca da qualidade do

cuidado

Conforme Resoluccedilatildeo COFEN 2722002

[] A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem- SAE sendo atividade privati-

va do enfermeiro utiliza meacutetodo e estrateacutegia de trabalhos com embasamento cientiacute-

fico para a identificaccedilatildeo das situaccedilotildees de sauacutededoenccedila que possam contribuir para a

promoccedilatildeo prevenccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo da sauacutede do indiviacuteduo famiacutelia e

comunidade (COFEN 2722002 p 50)

Assim na implementaccedilatildeo dessa assistecircncia eacute fundamental que o Enfermeiro reconhe-

ccedila os haacutebitos individualizados e os aspectos biopsicossociais que integram o processo sauacutede-

doenccedila dos sujeitos visando a identificaccedilatildeo de problemas julgamento cliacutenico sobre as respos-

tas do indiviacuteduo famiacutelia e comunidade perante suas adaptaccedilotildees aos processos de vida vigen-

tes ou potencias (COFEN 2002 MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI

amp PEREIRA 2009)

Perante esses pressupostos legais observa-se a convergecircncia entre o processo de traba-

lho da Enfermagem e as necessidades impostas para o desenvolvimento das accedilotildees em ESF

17

Com isso torna-se significativo no incremento da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a atuaccedilatildeo dife-

renciada desse profissional

Feliciano et al (2010) apontam para o valor atribuiacutedo ao Enfermeiro na ESF quando

esse profissional apresenta-se como uma referecircncia na busca da superaccedilatildeo de dificuldades

haja vista que os demais integrantes da equipe e usuaacuterios dirigem suas demandas a esse pro-

fissional independente de eles gerenciarem institucionalmente a unidade de sauacutede

Figueiredo et al (2010) ressaltam que cabe ao Enfermeiro de ESF funccedilotildees como admi-

nistraccedilatildeo de recursos materiais e humanos bem como a padronizaccedilatildeo das accedilotildees na equipe A

autora revela ainda que a organizaccedilatildeo das atividades de educaccedilatildeo continuada para equipe do

PSF como atribuiccedilatildeo contiacutenua do Enfermeiro

Matumoto et al (2005) Chirelli amp Pereira 2009 Pires amp Goumlttems (2009) corroboram

com essa constataccedilatildeo ao apresentarem que a gestatildeo do cuidado agraves famiacutelias em ESF eacute progra-

maccedilatildeo constante realizada pela Enfermagem e sua equipe Cordeiro et al (2009) colocam o

trabalho de enfermagem na ESF realizado de forma ampliada abrangendo consultas individu-

ais atividades educativas em grupo praacuteticas de capacitaccedilatildeo continuada junto a equipe e pro-

gramaccedilatildeo das accedilotildees junto a ela de forma compatiacutevel e adequada aos pressupostos da estrateacute-

gia sauacutede da famiacutelia

Colomeacute Limas amp Davis (2008) salientam o Enfermeiro como principal articulador do

trabalho na equipe de ESF Os autores mencionam que essas articulaccedilotildees se estabelecem prin-

cipalmente com os agentes comunitaacuterios de sauacutede o que facilita a aproximaccedilatildeo do profissio-

nal de enfermagem agraves necessidades de sauacutede da comunidade conectando o seu trabalho com

os outros profissionais da equipe como dentistas e meacutedicos considerando o caraacuteter comple-

mentar da atuaccedilatildeo dentro de uma equipe multiprofissional

Azambuja et al (2007) expressam em seu estudo sobre o significado do trabalho no

PSF que para os enfermeiros se denota enquanto processo potencializador do seu viver hu-

mano Isso significa que o trabalho em ESF influencia na forma como se vecircem se sentem se

relacionam e vivenciam as situaccedilotildees cotidianas de maneira positiva

Santos Soares amp Campos confirmam os resultados de seus estudos ao de Azambuja et

al (2007) ao colocarem que para os Enfermeiros as forccedilas fortalecedoras de seu trabalho no

PSF adveacutem da relaccedilatildeo prazerosa com o objetofinalidade do trabalho e com o trabalho em si

Eles complementam ainda que as Enfermeiras convivem com a expectativa das suas potenci-

alidades para solucionar os problemas oferecer respostas a populaccedilatildeo em cenaacuterio de maior

autonomia profissional

18

Benito amp Becker (2007) em pesquisa sobre as atitudes gerenciais dos enfermeiros na

ESF destacaram atraveacutes dos profissionais informantes que eram membros das equipes atitu-

des qualitativas dos Enfermeiros de ESF como ser justos intermediarem e resolverem confli-

tos entre profissionais usuaacuterios e representantes da gestatildeo apresentarem poder de negocia-

ccedilatildeo estarem abertos a mudanccedilas possuiacuterem em sua praacutetica atitudes de escuta buscarem pela

promoccedilatildeo de iniciativas e autonomia da equipe e dos usuaacuterios contribuiacuterem com o seu conhe-

cimento para o desenvolvimento do grupo capacidade de planejamento e desenvolvimento de

accedilotildees conjuntas e prestarem o cuidado centrado na famiacutelia com compromisso e responsabili-

dade

Os resultados desses estudos apresentam o papel diferenciado que o Enfermeiro vem

exercendo nas equipes da ESF corroborando para a sua importacircncia nesse campo de atuaccedilatildeo

Destacam as caracteriacutesticas do trabalhador de enfermagem e a incorporaccedilatildeo de novos arranjos

de poderes e saberes necessaacuterios para o delineamento do perfil desse profissional de forma

comprometida agraves diretrizes da ESF e ao fortalecimento do SUS

19

12 O CLIMATEacuteRIO DESAFIO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO

PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

A populaccedilatildeo feminina brasileira totaliza mais de 98 milhotildees e aproximadamente 30

milhotildees se encontram na faixa etaacuteria de 35 a 65 anos Esses dados revelam que 32 das mu-

lheres do Brasil estatildeo na faixa etaacuteria em que ocorre o climateacuterio (BRASIL 2008)

Coelho amp Porto (2009) definem climateacuterio como

[] periacuteodo de transiccedilatildeo entre as fases reprodutivas e natildeo reprodutivas da mulher

Comeccedila por volta dos 40 anos podendo estender-se ateacute os 55 anos ou mais Durante

esses anos acontece a uacuteltima menstruaccedilatildeo definida como menopausa [] (Coelho

amp Porto 2009 p76)

Ressalta-se que esse periacuteodo eacute uma fase bioloacutegica natural da vida e natildeo um processo

patoloacutegico Eacute reconhecido como uma fase do ciclo vital feminino em que ocorrem intensas

transformaccedilotildees na maneira da mulher ser e estar no mundo modificando sua compreensatildeo

frente ao fenocircmeno existencial (LIMA amp ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI

2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008

BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009)

Dessa maneira o periacuteodo do climateacuterio eacute resultado tanto da deficiecircncia hormonal co-

mo de fatores socioculturais e psicoloacutegicos decorre no processo de envelhecimento feminino

sendo marcado pela menopausa A menopausa destaca-se como momento pontual do climateacute-

rio consiste na interrupccedilatildeo permanente da menstruaccedilatildeo e decorre apoacutes 12 meses de amenor-

reacuteia em momento da perda da atividade folicular ovariana (LIMA amp ANGELO 2001

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA

JESUS MERINGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009)

Outro aspecto a ser considerado no climateacuterio aleacutem da faixa etaacuteria eacute um conjunto de

sintomas que acometem parte das mulheres Esses sintomas podem se manifestar enquanto

mudanccedilas sutis ou acentuadas que englobam desde anguacutestia fogachos e irritaccedilotildees ateacute san-

gramentos intermitentes de alto fluxo A sintomatologia em geral acarreta desconforto que se

acentuam de acordo com o enfrentamento desse ciclo pelas mulheres e a consistecircncia da rede

de apoio que se insere Contudo o iniacutecio e teacutermino do climateacuterio satildeo varaacuteveis de acordo com

as caracteriacutesticas individuais da pessoa e estaacute associado a fatores hereditaacuterios raciais socioe-

conocircmicos e demais determinantes do processo de vida subjetivo feminino (LIMA amp

20

ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009)

Neste cenaacuterio de transformaccedilotildees soacutecio-emocionais acentuados pela percepccedilatildeo do en-

velhecimento e limite da vida faz-se necessaacuterio a implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que bus-

quem a promoccedilatildeo da sauacutede da mulher e o fomento de cuidados para que vivenciem essa expe-

riecircncia de maneira mais amena mediante ao turbilhatildeo existencial que lhes permeia esse recor-

te da vida

Ao se abordar as questotildees que envolvem a sauacutede da mulher eacute necessaacuteria a discussatildeo

de aspectos poliacuteticos e histoacutericos que envolvem essa temaacutetica no Brasil em especial por se

tratarem de resultados de uma luta que envolve conquista do gecircnero (BRASIL 2004

BRASIL 2006a COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp

LUCCHESE 2010)

O movimento feminino pela luta de seus direitos que ultrapassam os direitos da sauacutede

hegemocircnica e se convergem aos direitos de cidadania precede a promulgaccedilatildeo do SUS Na

sauacutede o marco histoacuterico dos resultados desse movimento ocorreu na deacutecada de 80 atraveacutes do

Programa de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PAISM) Esse programa evidenciou a ne-

cessidade de mudanccedilas na abordagem das mulheres nos serviccedilos de sauacutede que ultrapassassem

o foco do ciclo graviacutedico-puerperal em busca de sua visatildeo subjetiva e integral Entretanto

apesar do discurso da integralidade na praacutetica o PAISM atuou de forma hegemocircnica buscan-

do a resoluccedilatildeo dos problemas referentes agrave sauacutede reprodutiva e na reduccedilatildeo da mortalidade ma-

terna (BRASIL 2004 BRASIL 2006 COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Encontra-se em vigor atualmente implementado pelo Ministeacuterio da Sauacutede uma estra-

teacutegia poliacutetica e tecnoloacutegica para a renovaccedilatildeo da abordagem a sauacutede da mulher a Poliacutetica Na-

cional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PNAISM) e descreve

[] Considerando que a sauacutede da mulher eacute uma prioridade deste governo o Ministeacute-

rio da Sauacutede lanccedilou em 2004 a ldquoPoliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da

Mulher ndash Princiacutepios e Diretrizesrdquo (PNAISM) em parceria com diversos setores da

sociedade com o compromisso de implementar accedilotildees de sauacutede que contribuam para

a garantia dos direitos humanos das mulheres e reduzam a morbimortalidade por

causas preveniacuteveis e evitaacuteveis Essa Poliacutetica incorpora num enfoque de gecircnero a in-

tegralidade e a promoccedilatildeo da sauacutede como princiacutepios norteadores e busca consolidar

os avanccedilos no campo dos direitos sexuais e reprodutivos com ecircnfase na melhoria da

atenccedilatildeo obsteacutetrica no planejamento familiar na atenccedilatildeo ao abortamento inseguro e

no combate agrave violecircncia domeacutestica e sexual Agrega tambeacutem a prevenccedilatildeo e o trata-

mento de mulheres vivendo com HIVAIDS e as portadoras de doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis e de cacircncer Aleacutem disso amplia as accedilotildees para grupos historicamente

alijados das poliacuteticas puacuteblicas nas suas especificidades e necessidades []

(BRASIL 2006a p13)

21

Outro avanccedilo relevante para a sauacutede da mulher integra-se na Portaria 399GM de 22

de fevereiro de 2006 que institui o Pacto Pela Vida O pacto define-se como um conjunto de

reformas institucionais do SUS entre as trecircs esferas de gestatildeo ndash Uniatildeo estados e municiacutepios ndash

com o objetivo de promover inovaccedilotildees nos processos e nos instrumentos de gestatildeo visando a

alcanccedilar maior efetividade eficiecircncia e qualidade das respostas do SUS O Pacto redefine as

responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo e a bus-

ca da equumlidade social (BRASIL 2006b)

Jaacute no cenaacuterio dos serviccedilos da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a Poliacutetica Nacional de Aten-

ccedilatildeo Baacutesica estabelece grupos vulneraacuteveis e prioritaacuterios para a organizaccedilatildeo da assistecircncia A

sauacutede da mulher integra esse grupo corroborando para a efetivaccedilatildeo das poliacuteticas supracitadas

e considerando a abordagem da mulher pela importacircncia da implementaccedilatildeo da praacutetica dife-

renciada e inovadora do PSF (BRASIL 2007)

Poreacutem diversos autores contribuem na anaacutelise da atenccedilatildeo agrave sauacutede da mulher ao identi-

ficarem a fragilidade da assistecircncia prestada chegando a concluir que os problemas atuais de

sauacutede da mulher estatildeo relacionados agrave qualidade dessa assistecircncia e a desqualificaccedilatildeo dos pro-

fissionais que promovem essa intervenccedilatildeo (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA

SILVA amp SIQUEIRA 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Essa realidade se potencializa quando a assistecircncia se refere agraves mulheres no climateacuterio

Existe uma lacuna na abordagem cotidiana do trabalho das equipes de sauacutede sobre o que e

como prestarem assistecircncia a essa demanda cada vez mais emergente Eacute urgente a necessidade

de se utilizar e integrar todos os campos do saber da sauacutede e suas interfaces para o enfrenta-

mento dessa realidade (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004 GONCcedilALVES amp

MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA

GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Considerando o potencial apresentado nesse trabalho sobre o papel do Enfermeiro nas

equipes de atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede o presente estudo interroga como a produccedilatildeo do conhe-

cimento de Enfermagem sobre a temaacutetica de assistecircncia a mulheres climateacutericas pode colabo-

rar para a implementaccedilatildeo de um cuidado integral e de qualidade a esse grupo na estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Analisar a produccedilatildeo de conhecimento de Enfermagem sobre a mulher climateacuterica e

suas contribuiccedilotildees para a atuaccedilatildeo da equipe da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia - ESF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Realizar o levantamento da produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assis-

tecircncia agrave mulher no climateacuterio

Caracterizar a produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assistecircncia agrave mu-

lher no climateacuterio

Apontar como os resultados da anaacutelise dessa produccedilatildeo cientiacutefica podem contribuir pa-

ra a atuaccedilatildeo da equipe de ESF sobre a temaacutetica

3 METOacuteDO DA PESQUISA

A pesquisa em sauacutede segundo Leopardi (2002) natildeo eacute somente uma incorporaccedilatildeo de

conteuacutedo cientiacutefico ao saber cotidiano eacute um aprender a perceber sentir e a pensar Essas con-

sideraccedilotildees acrescentam para as pesquisas em sauacutede um conhecer sobre o que ocorre no corpo

dos indiviacuteduos na sua luta diaacuteria pela sobrevivecircncia e as relaccedilotildees subjetivas de cada ser hu-

mano

Dentro desse contexto eacute evidenciado um direcionamento metodoloacutegico com a finali-

dade de conhecer as concepccedilotildees e caracteriacutesticas sobre a temaacutetica em estudo presentes na

literatura Trata-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva por revisatildeo bibliograacutefica de anaacute-

lise integrativa

Esse estudo foi realizado com base na pesquisa bibliograacutefica Para Duarte amp Furtado

(2002) esse tipo de pesquisa eacute realizado a partir de levantamentos da produccedilatildeo cientiacutefica

presente em diferentes apresentaccedilotildees como livros artigos cientiacuteficos dissertaccedilotildees teses den-

tre outros Cervo amp Bervian (1996) ressaltam que esse tipo de pesquisa procura explicar um

problema a partir de referecircncias pela analise de suas contribuiccedilotildees culturais ou cientiacuteficas

existentes acerca de determinado assunto

Jaacute o cunho exploratoacuterio desse estudo se define pela descoberta de ideacuteias que propor-

cionaram familiaridade com o problema tornando-o mais expliacutecito com a possibilidade de

fomento a outras hipoacuteteses (DUARTE amp FURTADO 2002 LEOPARDI 2002 HULLEY et

al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

O caraacuteter descritivo dessa pesquisa ocorre na definiccedilatildeo das caracteriacutesticas do fenocircme-

no a ser estudado e suas relaccedilotildees mediante aos objetivos propostos (GIL 1996 OLIVEIRA

1999) Nesse sentido o trabalho descritivo abrange aspectos amplificados do contexto social

Assim eacute possiacutevel o niacutevel de anaacutelise da temaacutetica sobre diferentes formas aleacutem de sua ordena-

ccedilatildeo e sua classificaccedilatildeo

As revisotildees de literatura necessitam de alguns padrotildees que assegurem sua qualidade

metodoloacutegica como utilizaccedilatildeo de meacutetodos para assegurar a anaacutelise precisa e objetiva anaacutelise

da teoria resultados meacutetodos sujeitos e variaacuteveis de estudo fornecer ao leitor o maacuteximo de

informaccedilotildees possiacuteveis sobre estudos revisados e natildeo apenas os principais (HULLEY et al

2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Dessa forma realizou-se um estudo de revisatildeo da literatura cientiacutefica visando avaliar

um conjunto de dados simultacircneos a partir de estudos primaacuterios selecionados previamente

24

que investigam uma mesma questatildeo (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER

2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

A questatildeo do estudo eacute o primeiro passo para o iniacutecio da revisatildeo bibliograacutefica O Se-

gundo passo consiste em definir a seleccedilatildeo dos estudos sendo o mais indicado as bases de da-

dos eletrocircnicas O terceiro passo eacute a avaliaccedilatildeo criacutetica dos estudos em que se utilizam criteacuterios

para validar os estudos selecionados atraveacutes de uma avaliaccedilatildeo criacutetica dos pesquisadores O

quarto passo consiste na coleta dos dados em que se caracterizam os estudos levantados e de-

terminam suas possibilidades de comparaccedilatildeo O quinto passo eacute a analise e apresentaccedilatildeo dos

dados com agrupamento de estudos semelhantes O sexto passo eacute a determinaccedilatildeo da forccedila

dos resultados e das evidencias encontradas delineando claramente os benefiacutecios e riscos do

achado Uma vez publicada a revisatildeo poderaacute sofrer criacuteticas e sugestotildees que poderatildeo ser in-

corporadas em novos estudos sobre a temaacutetica (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005

ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Para o delineamento do estudo foi definida como questatildeo norteadora como a produ-

ccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede da mulher climateacuterica pode contribuir pa-

ra a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede da famiacutelia

A partir da questatildeo dessa investigaccedilatildeo foram considerados estudos que abordassem a

assistecircncia ao climateacuterio por Enfermeiros A amostra foi do tipo natildeo-probabiliacutestica de conve-

niecircncia constituiacuteda por publicaccedilotildees nacionalmente indexadas sobre a temaacutetica O descritor

utilizado foi ldquoClimateacuteriordquo e a opccedilatildeo pelo natildeo cruzamento de demais descritores foi devida a

escolha da fonte de busca

A fonte de busca orientou-se por base eletrocircnica restrita a produccedilatildeo do conhecimento

nacional e de liacutengua portuguesa que correspondesse a publicaccedilotildees em perioacutedicos de Enfer-

magem demonstrando proximidade com a questatildeo norteadora A busca dos artigos foi reali-

zada no periacuteodo de outubro de 2009 a janeiro de 2010

Adotou-se como criteacuterios de exclusatildeo publicaccedilotildees cujo o cenaacuterio de desenvolvimento

natildeo fossem a Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede eou ESF Ressalta-se que o recorte temporal para

busca das publicaccedilotildees considerou apenas o limite final do periacuteodo o ano de 2009 buscando

amplificar o periacuteodo de iniacutecio da produccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico dessa temaacutetica e assim

natildeo diminuir a sensibilidade das buscas

Foi utilizada a Base de Dados de Enfermagem (BDENF) presente na Biblioteca Vir-

tual em Sauacutede BIREME atraveacutes do siacutetio eletrocircnico httpbasesbiremebrcgi-

binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampbase=BDENFamplang=p

25

O Centro Latino-Americano e do Caribe de Informaccedilatildeo em Ciecircncias da Sauacutede tam-

beacutem conhecido pelo seu nome original Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) eacute um

centro especializado da Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Organizaccedilatildeo Mundial da Sa-

uacutede (OPASOMS) orientado agrave cooperaccedilatildeo teacutecnica em informaccedilatildeo cientiacutefica em sauacutede A sede

da BIREME estaacute localizada no Brasil no campus central Universidade Federal de Satildeo Paulo

(UNIFESP) desde a sua criaccedilatildeo em 1967 segundo acordo da OPASOMS com o Governo do

Brasil

A BDENF apresenta informaccedilotildees compostas pela literatura teacutecnico-cientiacutefica brasilei-

ra em Enfermagem Eacute coordenada pela Escola de Enfermagem da Universidade de Minas

Gerais e por demais Centros Cooperantes da rede BVSENFERMAGEM A composiccedilatildeo des-

sa biblioteca eletrocircnica apresenta perioacutedicos teses livros capiacutetulos de livros anais de con-

gressos ou conferecircncias relatoacuterios teacutecnico-cientiacuteficos e publicaccedilotildees governamentais

No desenvolvimento da revisatildeo integrativa foram selecionados artigos apoacutes a identifi-

caccedilatildeo de todas as publicaccedilotildees a partir do descritor utilizado Procedeu-se analise para caracte-

rizaccedilatildeo dos estudos e preacute-seleccedilatildeo quanto a sua pertinecircncia a pergunta norteadora

Essa etapa foi realizada separadamente por dois revisores sendo a pesquisadora dessa

investigaccedilatildeo e a sua orientadora Os passos utilizados para a caracterizaccedilatildeo dos artigos e a

verificaccedilatildeo de sua aproximaccedilatildeo com a questatildeo norteadora foram a leitura aprofundada de

cada artigo a segregaccedilatildeo dos mesmos quanto agrave aproximaccedilatildeo da questatildeo norteadora e a cate-

gorizaccedilatildeo desses conforme os criteacuterios metodoloacutegicos estabelecidos

Posteriormente ocorreu consenso entre a autora e a orientadora com o objetivo de de-

cidir a inclusatildeo e a exclusatildeo dos artigos preacute-selecionados e avaliados a fim de se garantir

maior seguranccedila na seleccedilatildeo

Para a anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por nuacutemeros absolutos e

frequencias Os elementos de caracterizaccedilatildeo dos perioacutedicos foram

Total de artigos identificados na busca conforme fonte

Identificaccedilatildeo de artigos repetidos

Exclusatildeo de artigos

Inclusatildeo de artigos para a revisatildeo sistemaacutetica

Quanto aos estudos incluiacutedos por aproximaccedilatildeo para com a questatildeo norteadora analisa-

ram-se os seguintes aspectos

Siacutentese panoracircmica do conteuacutedo e da analise dos artigos incluiacutedos

Delineamento da Investigaccedilatildeo (metodologia)

26

Ano de publicaccedilatildeo

Perioacutedico de publicaccedilatildeo

Consideraccedilotildees apresentadas agrave temaacutetica em estudo

Objetivando facilitar a leitura e a identificaccedilatildeo dos artigos optou-se pela atribuiccedilatildeo do

coacutedigo E(n) para os artigos excluiacutedos e I(n) para os artigos incluiacutedos na revisatildeo sistemaacutetica

Conforme os resultados identificados foi calculado o iacutendice de KAPPA (K) Esse iacuten-

dice corresponde a uma medida de concordacircncia usada em escalas nominais que fornece a

ideacuteia do quanto as observaccedilotildees se afastam daquelas esperadas fruto do acaso indican-

do assim o quatildeo legiacutetimas as interpretaccedilotildees satildeo (CANOLETTI 2008)

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A anaacutelise da revisatildeo sistemaacutetica iniciou com a descriccedilatildeo dos artigos encontrados se-

guindo com a descriccedilatildeo daqueles excluiacutedos do processo de revisatildeo sistemaacutetica e por fim foi

analisada a aproximaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos com o questionamento norteador

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF

Os registros sobre climateacuterio no BDENF totalizaram 26 conforme descritor utilizado

poreacutem dentre os trabalhos havia um que natildeo se enquadrava como perioacutedico e foi excluiacutedo da

lista totalizando 25 artigos Ressalta-se que natildeo houve obtenccedilatildeo de artigos por busca manual

Na Tabela 1 verifica-se o total de estudos encontrados na busca realizada conforme perioacutedi-

cos

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo

perioacutedicos

BDENF - Banco de Dados de Enfermagem N

Revista Gauacutecha de Enfermagem 2

Revista Enfermagem UERJ 5

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 1

Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 4

Revista da Escola de Enfermagem da USP 2

Acta Paulista de Enfermagem 1

Nursing (Satildeo Paulo) 2

Revista Brasileira de Enfermagem 3

Biblioteca J Baeta Vianna 1

Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 1

Revista Paulista de Enfermagem 1

Texto amp Contexto Enfermagem 2

Total 25

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Quanto ao ano de publicaccedilotildees dos artigos selecionados observou-se que o periacuteodo de

publicaccedilatildeo inicia-se em 1985 e finaliza no ano de 2009 como mostra a Tabela 2

28

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano

de publicaccedilatildeo

Ano de publicaccedilatildeo Nordm de Estudos

2009 2 8

2008 1 4

2007 2 8

2006 1 4

2005 4 16

2004 3 12

2002 4 16

2000 3 12

1997 1 4

1996 1 4

1995 1 4

1985 2 8

TOTAL 25 100

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Nota-se que apesar de haver nesta revisatildeo sistemaacutetica trabalhos datados de 1985 a

discussatildeo do tema soacute ampliou entre 15 e 20 anos depois o que reforccedila a ideacuteia de que haacute uma

preocupaccedilatildeo crescente para com essa temaacutetica na atenccedilatildeo baacutesica no intuito de melhorar os

serviccedilos prestados

Vale ressaltar que criaccedilatildeo do SUS em 1988 e posteriormente a ESF regulamentada em

1994 contribuiacuteram para o fortalecimento da atenccedilatildeo primaacuteria e consequentemente impulsio-

nando as pesquisas na aacuterea

Analisando esta tabela percebe-se que no periacuteodo de 2000 a 2005 foram identificados

o maior nuacutemero de publicaccedilotildees referentes ao assunto 56 (n = 14) indicando o crescimento

do interesse do estudo deste assunto A concentraccedilatildeo de estudos nesse intervalo de tempo os

caracteriza como sendo recentes jaacute que foram elaborados haacute menos de 10 anos

Os resumos dos 25 registros localizados foram lidos e a partir da leitura foram sele-

cionados aqueles cujo tiacutetulo eou resumo colocavam a assistecircncia ao climateacuterio na atenccedilatildeo

primaacuteria como objeto de estudo ou como uma de suas questotildees centrais de anaacutelise Posteri-

ormente foram identificados os artigos repetidos (n = 3) descartando-os

Dos 22 artigos selecionados a Revista Enfermagem UERJ apresentou a maior quanti-

dade de publicaccedilotildees totalizando 20 (n = 5)

Apoacutes avaliaccedilatildeo dos tiacutetulos leitura dos resumos e anaacutelise dos artigos integralmente ve-

rificou-se que 364 (n = 8) apresentaram pertinecircncia agrave questatildeo norteadora da pesquisa sen-

do 25 (n = 2) destes artigos oriundos da Revista Enfermagem UERJ e 25 (n = 2) da Es-

cola Ana Nery Revista de Enfermagem As demais revistas apresentaram 125 (n = 1) dos

29

artigos pertinentes cada uma Os estudos excluiacutedos da revisatildeo integrativa perfizeram 636

(n = 14)

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA

Em relaccedilatildeo aos artigos excluiacutedos observa-se sua descriccedilatildeo no Quadro 1

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E1

ZAMPIERI M de F M

TAVARES C M A

HAMES M de L C

FALCON G S

SILVA A L de

GONCcedilALVES L T

O processo de viver e ser

saudaacutevel das mulheres no

climateacuterio

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2009

E2

ALMEIDA L H R B de

LUZ M H B A

MONTEIRO C F de S

Ser mulher no climateacuterio

uma anaacutelise compreensiva

pela enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

E3 NIEVAS A F

FUREGATO A R F

Depressatildeo em mulheres no

climateacuterio

Revista Gauacutecha de

Enfermagem 2006

E4 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

Vivenciando o climateacuterio o

corpo em seu percurso exis-

tencial agrave luz da Fenomenolo-

gia

Revista Enferma-

gem UERJ 2005

E5

FERNANDEZ M R

GIR E

HAYASHIDA M

Sexualidade no periacuteodo

climateacuterico situaccedilotildees vi-

venciadas pela mulher

Revista da Esco-

la de Enferma-

gem da USP

2005

E6 BIFFI E F de A

SCATENA M C M

Sauacutede Mental e climateacuterio

na perspectiva de mulheres

profissionais de sauacutede

Revista Enfer-

magem UERJ 2004

30

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E7 MILANEZ M R de

M NERY I S

Percepccedilatildeo das mulheres

sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de en-

fermagem

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2004

E8 MURATA I M H

SCHIRMER J

Manifestaccedilotildees biopsicogecirc-

nicos decorrentes do clima-

teacuterio entre trabalhadoras de

uma universidade puacuteblica

Acta Paulista de

enfermagem 2004

E9 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

O climateacuterio a corporeida-

de como berccedilo das experi-

ecircncias do vivido

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

2002

E10

MURATA I M H

BERCINI L O

SCHIRMER J

Auto-cuidado na prevenccedilatildeo

do cacircncer de colo de uacutetero

e cacircncer de mama compa-

raccedilatildeo entre mulheres natildeo

climateacutericas e climateacutericas

Biblioteca J

Baeta Vianna 2000

E11

LOPES M E L

BATISTA P S de S

COSTA Se F G da

SOARES M S de

Orientaccedilotildees de enferma-

gem agrave mulher climateacuterica

quanto agrave terapia de reposi-

ccedilatildeo hormonal uma abor-

dagem eacutetica

Revista da Rede de

Enfermagem do

Nordeste

2000

E12 DAOUD I G

SANTANA M da G

Construccedilatildeo de um processo

educativo com um grupo de

mulheres climateacutericas

Texto amp Contexto

Enfermagem 2000

E13 LANDERDAHL M C

Buscando novas maneiras

de pensar o climateacuterio fe-

minino

Texto amp contexto

enfermagem 1997

E14 NERY I S Perfil do atendimento agrave

mulher no climateacuterio

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

1996

31

Em geral os estudos excluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (E1 E6 E8 e E10) que correspondem

a 286 (n = 4)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (E3 E4 E5 E7 E8 E9 e

E13) somando 50 (n = 6)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (E2 E11 E12 e E14) o que resulta em 286 (n =

4)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 71 (n = 1) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas por

profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educativo (E11)

Percebe-se que dois dos artigos excluiacutedos se enquadram em mais de uma dimensatildeo apre-

sentada na anaacutelise feita acima

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os artigos incluiacutedos foram estudados sistematicamente de modo a extrair de cada um

as concepccedilotildees e respectivas caracteriacutesticas do trabalho em equipe as quais foram discutidas agrave

luz do referencial teoacuterico que embasa este estudo qual seja a assistecircncia ao climateacuterio pela

equipe de sauacutede

A amostra definitiva dos artigos incluiacutedos para a revisatildeo sistemaacutetica portanto foram

oito artigos apresentados a seguir no Quadro 2

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

I1 PEREIRA Q L C

SIQUEIRA H C H de

O olhar dos responsaacuteveis

pela poliacutetica de sauacutede da

mulher climateacuterica

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

2009

I2

OLIVEIRA D M de

JESUS M C P de

MERIGHI M A B

O climateacuterio sob a oacutetica de

mulheres assistidas em uma

unidade de sauacutede da famiacutelia

de Juiz de Fora - Minas Ge-

rais

Revista de A-

tenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede

2008

32

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

I3 LIMA E C

VARGENS O M da C

O significado de climateacuterio

para as mulheres implicaccedilotildees

para o cuidado de enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

I4

PIAZZA I P

DE LORENZI D R S

SACILOTO B

Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacuteri-

cas atendidas em um PSF

Revista Gauacutecha

de Enfermagem 2005

I5 LANDERDAH M C

Mulher climateacuterica uma abor-

dagem necessaacuteria ao niacutevel de

atenccedilatildeo baacutesica

Nursing (Satildeo

Paulo) 2002

I6 DAOUD I G

Encontros e desencontros das

mulheres climateacutericas que

buscam assistecircncia em serviccedilo

do Sistema Uacutenico de Sauacutede

Revista Enferma-

gem UERJ 2002

I7

CANDELLA C L M

RUGGIERO C M

ARAYA M E S SILVA

R V

Assistecircncia de enfermagem agrave

mulher no climateacuterio

Revista da Escola

de Enfermagem

da USP

1995

I8 VARGENS O M da C O casal no climateacuterio orienta-

ccedilatildeo de enfermagem

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

1985

Os estudos incluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (I4) que correspondem a

125 (n = 1)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (I2 I3) somando

25 (n = 2)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (I1 I5 I6 I7 e I8) o que resulta em 625

(n = 5)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 25 (n = 2) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas

por profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educati-

vo (I7 e I8)

Assim nota-se que a maioria dos estudos incluiacutedos 625 (n = 5) faz menccedilatildeo agrave assis-

tecircncia em sauacutede prestada a essas clientes evidenciando-se uma maior discussatildeo do tema asso-

ciado agrave melhoria dos serviccedilos prestados na atenccedilatildeo baacutesica

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

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8 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Portaria nordm

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9 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

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uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

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43

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cular entre mulheres climateacutericas atendidas em um PSF Revista Gauacutecha de Enferma-

gem 2005 26(2)200-209 ago

57 PIRES MRGM GOumlTTEMS LBD Anaacutelise da gestatildeo do cuidado no Programa de

Sauacutede da Famiacutelia referencial teoacuterico-metodoloacutegico Revista brasileira de enfermagem

v62 n2 p294-299 abr 2009

58 Resoluccedilatildeo COFEN 2722002 In Legislaccedilatildeo e Normas [texto]Conselho Regional de

Enfermagem de Minas Gerais 2009v11 n1

59 ROTHER ET Editorial - Revisatildeo sistemaacutetica x revisatildeo narrativa Acta Paul Enferm

2007 20 (2)

60 ROSEMBERG B MINAYO MCS A experiecircncia complexa e os olhares reducio-

nistas Ciecircnc e Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v6 n1 p115-123 2001

61 SANTOS VC SOARES CB CAMPOS CMS A relaccedilatildeo trabalho-sauacutede de en-

fermeiros do PSF no municiacutepio de Satildeo Paulo Rev esc enferm USP v41 777-781p

dez 2007

62 SILVA ARV Sexualidade no climateacuterio vivecircncias e sentimentos da mulher 2000

Dissertaccedilatildeo [Mestrado] - Universidade Federal do Cearaacute 2000

63 SILVEIRA CS Pesquisa em enfermagem oncoloacutegica no Brasil uma revisatildeo integra-

tiva Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade

de Satildeo Paulo 2005

64 SOUSA MF HAMANN EM Programa Sauacutede da Famiacutelia no Brasil uma agenda

incompleta Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 2009 14(Supl 1) 1325-1335

65 STARFIELD B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidade de sauacutede serviccedilos e

tecnologia Brasiacutelia UNESCOMinisteacuterio da Sauacutede 2002

66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

criando laccedilos Sauacutede em debate 2003 27(65) 257-277

47

67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

Nery Revista de Enfermagem 1985 5(1)23-5 janmar

69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 5: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo ao bom Deus minha fonte de inspiraccedilatildeo suprema

Agrave Eny Kamilla Viniacutecius e Daniel pelo apoio e amor constantes

Agrave Profordf Silmeiry Angeacutelica pelo empenho carinho dedicaccedilatildeo

mas sobretudo pela paciecircncia e disponibilidade em ensinar

Agrave orientaccedilatildeo da Esp Fernanda Carolina Camargo

Agravequeles que de maneira direta ou indireta contribuiacuteram para a

efetivaccedilatildeo deste trabalho por meio de amparo frente agraves dificul-

dades compreensatildeo perante as faltas e motivaccedilatildeo diante dos sen-

timentos de incerteza

ldquo E quando estiveres perto

arrancar-te-ei os olhos

e colocaacute-los-ei no lugar dos meus

E arrancarei meus olhos

para colocaacute-los no lugar dos teus

Entatildeo ver-te-ei com os teus olhos

E tu ver-me-aacutes com os meusrdquo

Jacob Levy Moreno(1982)

RESUMO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) eacute fundamental para a reordenaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de

Sauacutede (SUS) Tem como desafio ultrapassar a fragmentaccedilatildeo do processo assistencial e o dis-

tanciamento das reais necessidades de sauacutede das populaccedilotildees Nesse cenaacuterio inserem-se as

necessidades relacionadas agrave Sauacutede da Mulher A vivecircncia da autora Enfermeira da ESF na

zona rural em Minas Gerais atentou-se para emergecircncia de mulheres de meia idade com de-

mandas diferenciadas em sauacutede que vivenciavam o Climateacuterio Perante essa realidade reno-

vaccedilotildees da atenccedilatildeo prestada pela equipe se fizeram necessaacuterias Esse estudo objetiva analisar a

produccedilatildeo de conhecimento em Enfermagem sobre a mulher no climateacuterio e suas contribuiccedilotildees

para a atuaccedilatildeo da equipe de ESF Utilizou-se a revisatildeo integrativa da literatura atraveacutes da

biblioteca virtual eletrocircnica BDENF por meio de publicaccedilotildees perioacutedicas de enfermagem pelo

descritor Climateacuterio Como criteacuterio de inclusatildeo analisar publicaccedilotildees desenvolvidas na aten-

ccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede eou ESF Buscando ampliar a sensibilidade da busca pelo periacuteodo de

iniacutecio da produccedilatildeo cientiacutefica dessa temaacutetica utilizou-se apenas o limite final ano 2009 Os

resultados apresentaram total de 25 artigos sendo trecircs repetidos e 636 natildeo correspondiam

aos criteacuterios de inclusatildeo Observou-se escassez sobre a produccedilatildeo dessa temaacutetica na Enferma-

gem A maior concentraccedilatildeo das publicaccedilotildees foi entre 2000 a 2005 demonstrando a recente

discussatildeo desse tema As publicaccedilotildees caracterizavam-se pela busca dos serviccedilos de sauacutede

dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos desse ciclo vital fe-

minino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas pesquisas

Iacutendice de KAPPA consideraacutevel (k=04) A anaacutelise das publicaccedilotildees apontou para a necessidade

da compreensatildeo do climateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo

vital feminino Haacute urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo a essa clien-

tela e haacute a necessidade de implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas como accedilotildees educati-

vas grupos operativos que incluam as mulheres e suas famiacutelias O Enfermeiro foi apontado

como um ator potencial dentro da equipe para implementar as accedilotildees inovadoras orientar so-

bre os mitos e tabus que permeiam essa etapa da vida feminina e de forma compreensiva e

acolhedora auxiliar essas mulheres na reformulaccedilatildeo dos projetos subjetivos de suas vidas

Palavras-Chaves Climateacuterio Sauacutede da mulher Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia Enfermagem

em Sauacutede Puacuteblica

ABSTRACT

The Family Health Strategy (FHS) is fundamental for reorganizing the Unified Health System

(SUS) Its challenge is to overcome fragmentation of the care process and the detachment

from the real health needs of populations In this scenario it fits the needs related to Womens

Health The experience of the author Nurse of the FHS in the rural area in Minas Gerais

strove to emergence of middle-aged women with different expectations on health which had

experienced the climacteric Facing this reality renovations to the attention paid by the team

make up necessary This study aims to analyze the production of nursing knowledge about the

climacteric women and their contributions to the activities of the FHS team Was used a inte-

grative review of the literature through electronic virtual library BDENF through periodic

publications of nursing the descriptor Climacteric The inclusion critery was examining pub-

lications developed in primary health care and or FHS Seeking to increase the sensitivity of

the search for the early period of scientific production of this theme were used only the final

limit the year 2009 The results showed total of 25 articles 3 repeated and 636 did not

meet the inclusion criteria Observed scarcity on the production of this theme in Nursing The

highest concentration of the papers between was in 2000 to 2005 demonstrating the recent

discussion on this topic The publications were characterized the pursuit of health services to

this population the description of aspects of biomedical and life cycle psychoaffective women

and the role of nurses The qualitative method was used more in the polls Index considerable

KAPPA (k = 04) The analysis of publications pointed to the need for understanding of cli-

macteric in a larger size and status as a natural life cycle in health women There is an emer-

gency that health services attended to these clients and there is the need to implement differ-

ent strategies as educational operational groups that include women and their families The

nurse was appointed as an potential actor within the team to implement innovative actions

advise on the mitos and taboos that permeate this female stage of life so comprehensive and

welcoming assist these women in the reformulation of the projects of their subjective lives

Keywords Climateric Womenacutes Health Family Health Strategy Public Health Nursing

RESUMEN

El Estrategia de Salud Familiar (ESF) es fundamental para reorganizar el Sistema Uacutenico de

Salud (SUS) Su reto es superar la fragmentacioacuten del proceso asistencial y el destacamento de

la salud de las verdaderas necesidades de las poblaciones En este escenario se ajusta a las

necesidades relacionadas con la salud de la mujer La experiencia de la autora la enfermera

del ESF en la zona rural en Minas Gerais se esforzoacute por emergencia de las mujeres de media-

na edad con diferentes expectativas en materia de salud que habiacutea experimentado el climate-

rio Ante esta realidad renovacioacuten de la atencioacuten prestada por el equipo eran necesarias Este

estudio tiene como objetivo analizar la produccioacuten de conocimientos de enfermeriacutea sobre la

mujer climateacuterica y sus contribuciones a las actividades del equipo del ESF Se utilizoacute la revi-

sioacuten integradora de la literatura a traveacutes de biblioteca electroacutenica virtual BDENF a traveacutes de

publicaciones perioacutedicas de la enfermeriacutea los criterios de inclusioacuten descriptor Climateacuterio

Como publicaciones examen desarrollado en la atencioacuten primaria de salud y o fibras discon-

tinuas de polieacutester Tratando de aumentar la sensibilidad de la buacutesqueda de los primeros tiem-

pos de la produccioacuten cientiacutefica de este tema se utilizoacute soacutelo el liacutemite final el antildeo 2009 Los

resultados mostraron total de 25 artiacuteculos 3 repetidas y el 636 no cumpliacutea con los criterios

de inclusioacuten Observado la escasez en la produccioacuten de este tema en Enfermeriacutea La mayor

concentracioacuten de los papeles entre 2000 a 2005 lo que demuestra el reciente debate sobre este

tema Las publicaciones se han caracterizado la buacutesqueda de servicios de salud a esta pobla-

cioacuten la descripcioacuten de los aspectos de la biomedicina y las mujeres del ciclo de vida psicoa-

fectiva y el papel de las enfermeras El meacutetodo cualitativo es maacutes usado en las urnas Iacutendice

considerable kappa (k = 04) El anaacutelisis de las publicaciones que sentildealoacute la necesidad de una

comprensioacuten de la menopausia en un tamantildeo mayor y su estatus como un ciclo de vida natural

en los servicios de salud regorganizaccedilatildeo femenino Haacute de emergencia para atender a estos

clientes y existe la necesidad de aplicar diferentes estrategias como grupos educativos opera-

tivos que incluyen a las mujeres y sus familias La enfermera fue nombrado como un actor

potencial en el equipo para implementar acciones innovadoras asesoramiento sobre la mitos y

tabuacutees que impregnan esta etapa de la vida femenina y los comprensiva y acogedor ayudar a

estas mujeres en la reformulacioacuten de los proyectos de sus subjetiva vidas

Palabras-claves Climaterio Salud de la Mujer Estrategia de Salud Familiar Enfermeriacutea en

Salud Puacuteblica

IacuteNDICE DE TABELAS E QUADROS

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo perioacutedicos 23

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano de publicaccedilatildeo 28

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa 29

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa 31

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme

escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave questatildeo norteadora em estudo

333

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 141

11 PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA E A ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

INOVACcedilOtildeES TECNOASSISTENCIAIS PARA O FORTALECIMENTO DO SUS 13

12 O CLIMATEacuteRIO DESAFIO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO

PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA 19

2 OBJETIVOS 22

21 OBJETIVO GERAL 22

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 22

3 METOacuteDO DA PESQUISA 23

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF 23

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA 29

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA 31

44 CARACTERIZACcedilAtildeO PANORAcircMICA DOS ARTIGOS CONFORME REVISAtildeO

INTEGRATIVA 33

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 40

6 REFEREcircNCIAS 432

1 INTRODUCcedilAtildeO

Inserida no cotidiano de trabalho de uma equipe sauacutede da famiacutelia da zona rural de um

municiacutepio de pequeno porte em Minas Gerais vivenciando os desafios de integrar um grupo

de trabalho de composiccedilatildeo heterogecircnica com membros de diferentes formaccedilotildees e visotildees di-

versificadas do que eacute sauacutede e de como se deve abordar o processo sauacutede-doenccedila

A autora deste estudo Enfermeira mulher atentou-se para a maneira como eram ldquotra-

tadosrdquo os problemas de sauacutede das mulheres cadastradas em sua equipe que se apresentavam

ao serviccedilo com uma busca que ultrapassava a necessidade expliacutecita da doenccedila inserida tra-

zendo consigo seus contextos histoacutericos subjetivos e arranjos de vida Observou que as inter-

venccedilotildees realizadas apesar do esforccedilo contiacutenuo dos profissionais em implementar uma praacutetica

diferenciada era na maioria das situaccedilotildees centradas no biologismo e na compreensatildeo mecacirc-

nica dos determinantes do processo sauacutede-doenccedila

A maioria da populaccedilatildeo que frequentava as atividades da Unidade de Sauacutede eram mu-

lheres e a autora percebeu que dentre elas havia um grupo que estava em busca de um tipo de

atendimento diferente daqueles referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer ceacutervico-uterino do periacuteodo

graviacutedico-puerperal das atividades de puericultura e das atividades direcionadas agraves portadoras

de doenccedilas crocircnicas como hipertensatildeo e diabetes Essa ldquonovardquo clientela era constituiacuteda por

mulheres de meia idade que buscavam um atendimento cliacutenico apresentando sintomatologia

difusa tanto no aspecto biomeacutedico como no aspecto psicoafetivo

No decorrer da realizaccedilatildeo do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede

da Famiacutelia oferecido pelo NESCONUFMG a autora conquistou ferramentas que fortalece-

ram sua compreensatildeo diferenciada sobre a realidade no seu contexto de trabalho Durante a

realizaccedilatildeo do moacutedulo Sauacutede da Mulher percebeu-se uma lacuna assistencial para com essas

clientes Os conhecimentos proporcionados por esse moacutedulo estimularam a compreensatildeo de

que a demanda apresentada pelas mulheres de meia idade poderiam ter relaccedilatildeo com uma eta-

pa do ciclo vital natural de suas vidas o Climateacuterio

Desde entatildeo o olhar dessa profissional apresentou-se mais cuidadoso para com a refe-

rida situaccedilatildeo Concluiu-se que a equipe estava fraacutegil nas abordagens propostas resultando na

insatisfaccedilatildeo das usuaacuterias frente ao atendimento prestado

12

Curiosidade inquietaccedilatildeo necessidade de estimular a equipe para obtenccedilatildeo de melho-

res resultados motivaram ou melhor foram a mola propulsora para que a autora investigasse

essa temaacutetica a fim de contribuir para a melhoria do seu processo de trabalho

Entretanto havia duacutevidas quanto agrave escolha de estrateacutegias efetivas que pudessem ser u-

tilizadas na atenccedilatildeo dispensada a essa populaccedilatildeo As questotildees abordadas pelas mulheres cli-

mateacutericas condiziam com modificaccedilotildees do corpo humano mudanccedilas de papeacuteis no seu contex-

to familiar e social questotildees de foacuterum iacutentimo em suas relaccedilotildees conjugais dentre outros aspec-

tos o que lhes suscitava incertezas e medo do desconhecido

Diante do exposto associado agraves reflexotildees contextuais e o aparato intelectivo propor-

cionados pela Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia suscitou na autora o

desejo de conhecer cientificamente como acontecia a assistecircncia ao climateacuterio prestada por

enfermeiros e a possibilidade de suas contribuiccedilotildees para o fortalecimento das accedilotildees da equi-

pe Mediante esse cenaacuterio manifesta-se o interesse em concretizar este estudo que possui a

seguinte questatildeo norteadora como a produccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede

da mulher climateacuterica pode contribuir para a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede

da famiacutelia

13

11 PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA E A ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

INOVACcedilOtildeES TECNOASSISTENCIAIS PARA O FORTALECIMENTO DO SUS

A Constituiccedilatildeo de 1988 institui o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e coloca a Sauacutede co-

mo uma conquista de direito do cidadatildeo Ressalta-se como princiacutepios dessa poliacutetica puacuteblica de

sauacutede no Brasil a integralidade a universalidade a equumlidade Outro aspecto que se busca para

a garantia desse direito eacute a incorporaccedilatildeo de novas tecnologias e especializaccedilatildeo dos saberes

(ROSEMBERG amp MINAYO 2001 TEIXEIRA 2003 BRASIL 2007 FARIA et al 2009a)

Na trajetoacuteria da implementaccedilatildeo desse sistema muitos avanccedilos aconteceram entretanto

alguns desafios permearam esse cenaacuterio dentre os quais se destacam a fragmentaccedilatildeo do pro-

cesso de trabalho e das relaccedilotildees entre os diferentes profissionais a fragmentaccedilatildeo da rede as-

sistencial precaacuteria interaccedilatildeo nas equipes e despreparo para lidar com a dimensatildeo subjetiva

nas praacuteticas de atenccedilatildeo baixo investimento na qualificaccedilatildeo dos trabalhadores especialmente

no que se refere agrave gestatildeo participativa e ao trabalho em equipe desrespeito aos direitos dos

usuaacuterios formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede distante do debate e da formulaccedilatildeo da poliacutetica

puacuteblica de sauacutede controle social fraacutegil dos processos de atenccedilatildeo e gestatildeo do SUS

(ROSEMBERG amp MINAYO 2001 TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

Nesse percurso diversas interpretaccedilotildees conceituais ressaltam-se sobre a sauacutede Observa-

se no cotidiano que os olhares reducionistas do campo de atenccedilatildeo agrave sauacutede tecircm contribuiacutedo

para a manutenccedilatildeo das desigualdades sociais (ROSEMBERG amp MINAYO 2001

TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

Diferentes autores apontam que na atualidade o entendimento do processo sauacutede-

doenccedila estaacute ainda centrado no biologismo e com uma fraacutegil compreensatildeo de caracteriacutesticas

lineares e mecacircnicas dos determinantes do processo sauacutede-doenccedila (ROSEMBERG amp

MINAYO 2001 STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al 2009a)

Movimentos mundiais desenvolveram-se para a discussatildeo e transformaccedilatildeo desses as-

pectos hegemocircnicos no processo sauacutede e doenccedila Destaca-se o movimento pioneiro iniciado

no Canadaacute em 1974 qual propotildee a utilizaccedilatildeo da estrateacutegia da promoccedilatildeo da sauacutede deslocando

o foco das causas individuais da doenccedila para as influecircncias soacutecio-ambientais Posteriormente

o movimento da promoccedilatildeo da sauacutede verificado pelas Conferecircncias Internacionais de Adelai-

de (1986) Sundsvall (1991) Jakarta (1997) e Meacutexico (2000) no Brasil (MINAYO HARTZ

BUSS 2000 MENDES 2002 STARFIELD 2002 TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

14

Busca-se desde entatildeo a compreensatildeo da sauacutede enquanto recurso fundamental para a

vida diaacuteria e natildeo como um objetivo em si mesmo com determinantes muacuteltiplos necessitando

de intervenccedilatildeo intersetorial Com isso satildeo essenciais estrateacutegias que corroborem com a defesa

da vida a qualificaccedilatildeo profissional e a mediaccedilatildeonegociaccedilatildeo entre os diversos atores que

compotildeem o cenaacuterio SUS (MINAYO HARTZ BUSS 2000 BRASIL 2007 FARIA et al

2009a)

Mediante todos os movimentos que discutiram o conceito de sauacutede de forma ampliada

alguns desafios cotidianos ainda estatildeo colocados para a sauacutede puacuteblica que pautados na im-

plementaccedilatildeo do SUS apresentam urgecircncia em redirecionar o modo como estatildeo organizados

os serviccedilos de sauacutede e a assistecircncia prestada (TEIXEIRA 2003 BRASIL 2007 FARIA et al

2009a)

Ao considerar essas especifidades apontadas no sistema de sauacutede brasileiro em 1994

foi criada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Esse programa

eacute uma estrateacutegia ambiciosa que visa a transformaccedilatildeo do modelo tecnoassistencial vivenciado

Trata-se de incorporar aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria uma equipe multiprofissional que

dialogue com o conhecimento popular responsaacutevel por uma determinada aacuterea de abrangecircncia

E o trabalho em sauacutede dessa equipe deve considerar essa aacuterea enquanto territoacuterio- processo e

atuar como unidade de centralidade na organizaccedilatildeo do cuidado agraves necessidades de sauacutede da

populaccedilatildeo (BRASIL 2007 FARIA et al 2009b COSTA et al 2009 MERHY 2009

MINAS GERAIS 2009)

As equipes multiprofissionais satildeo compostas conforme a legislaccedilatildeo atual da ESF por

meacutedico generalista agentes comunitaacuterios de sauacutede trabalhadores de sauacutede bucal auxiliares

de enfermagem e enfermeiro Destaca-se nesse contexto o trabalho do agente comunitaacuterio

em sauacutede enquanto ator principal na interlocuccedilatildeo entre as necessidades comunitaacuterias e seus

conhecimentos nos processos de manutenccedilatildeo da vida com o saber tecnoloacutegico dos demais

trabalhadores da sauacutede (MENDES 2002 STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al

2009b MERHY 2009 MINAS GERAIS 2009)

Sobre o territoacuterio-processo esse conceito eacute compreendido como um fenocircmeno que re-

sulta na compreensatildeo das relaccedilotildees estabelecidas em um determinado espaccedilo Abrange o deli-

neamento e compreensatildeo por meio de mapeamento e diagnoacutesticos situacionais sobre as es-

pecificidades dos aspectos das relaccedilotildees interpessoais ali inseridos sua mobilidade espacial

suas diversidades histoacuterico-culturais e os elementos cognitivos fiacutesicos demograacuteficos e eco-

nocircmicos que as comunidades vivenciam para a manutenccedilatildeo de suas vidas Pressupotildee-se que a

equipe multiprofissional preste assistecircncia para 800 a 1000 famiacutelias cadastradas em uma Uni-

15

dade Baacutesica de Sauacutede atraveacutes de um territoacuterio delimitado e mapeado (MENDES 2002

STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009)

Jaacute a centralidade do cuidado traz agrave ESF enquanto mecanismo fortalecedor do niacutevel

primaacuterio de atenccedilatildeo agrave sauacutede no Brasil uma caracteriacutestica inovadora que consiste em coorde-

nar a assistecircncia de forma a promover a integralidade na rede assistencial Essa integralidade

ocorre quando o ponto central do cuidado se diverge da piracircmide hierarquizada e adota estru-

turas aliadas e flexiacuteveis entre os diferentes setores de prestaccedilatildeo dos serviccedilos em sauacutede inde-

pendente de sua densidade tecnoloacutegica A manutenccedilatildeo entre o diaacutelogo contiacutenuo dos diversos

setores da sauacutede e as necessidades da comunidade passa a ser de responsabilidade das equipes

inseridas no niacutevel primaacuterio por meio do PSF (MENDES 2002 STARFIELD 2002 FARIA

et al 2009b MINAS GERAIS 2009)

Seguindo essa loacutegica Sousa e Hamann (2009) ressaltam os impasses em trabalhar no

cotidiano dos serviccedilos mediante esse olhar organizativo diferenciado que se volta agraves comuni-

dades e seus os grupos sociais especiacuteficos

Pressupotildee-se um rompimento dos muros das Unidades de Sauacutede e abordagens inter-

ventoras que tenham como loacutecus a famiacutelia Essa tarefa exige abordagens complexas mesmo

que as teacutecnicas mais frequentes utilizadas sejam as que englobam a subjetividade na interaccedilatildeo

profissional de sauacutede e usuaacuterios do SUS a educaccedilatildeo para promoccedilatildeo da sauacutede e intervenccedilotildees

para mudanccedilas de comportamento em busca de estilos de vida mais saudaacuteveis (MENDES

2002 STARFIELD 2002 SOUSA amp HAMANN 2009 VASCONCELOS et al 2009)

Aleacutem disso essas tecnologias empregadas na reformulaccedilatildeo assistencial do SUS pela

atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutedeESF buscam promover uma assistecircncia em sauacutede humanizada O

acolhimento a percepccedilatildeo da inteireza de cada pessoa e seu nuacutecleo familiar e a inserccedilatildeo dos

condicionantes e determinantes sociais no processo de trabalho dessas equipes ateacute entatildeo a-

presentam-se como desafio proposto Espera-se com a incorporaccedilatildeo desse modus operandi

diferenciado uma assistecircncia de resultados positivos para todos os atores que compotildeem o

SUS - gestores trabalhadores usuaacuterios e instituiccedilotildees formadoras em sauacutede E com isso se

impulsione a consolidaccedilatildeo da resolutividade no SUS (MENDES 2002 STARFIELD 2002

COSTA et al 2009 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009 VASCONCELOS et al

2009)

Outras ferramentas de trabalho a serem incorporadas agraves equipes de ESF satildeo as relacio-

nadas com a epidemiologia social Essas ferramentas prevecircem o reconhecimento da realidade

local por anaacutelises participativas que associam o planejamento das accedilotildees em sauacutede atraveacutes de

um diagnoacutestico do territoacuterio suas famiacutelias e coletividade enquanto territoacuterio processo Eacute pre-

16

ciso que o resultado desse planejamento seja traduzido em uma programaccedilatildeo das atividades

da equipe que considere os fatores de vulnerabilidade e os grupos de risco populacional em

sauacutede a fim de produzir serviccedilos com equidade (MENDES 2002 STARFIELD 2002

COSTA et al 2009 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009 VASCONCELOS et al

2009)

Com isso enfrentar o desafio proposto entre desconstruir o modelo hegemocircnico em

que se estabelecem as accedilotildees de sauacutede na atualidade em busca da construccedilatildeo de um SUS ideal

requer o desenvolvimento de novas praacuteticas sanitaacuterias no cotidiano assistencial que se com-

prometam com a possibilidade de viver de modo mais saudaacutevel (COSTA et al 2009 FARIA

et al 2009b VASCONCELOS et al 2009)

Nesse contexto destaca-se nas equipes de ESF o papel do profissional Enfermeiro

(MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI amp PEREIRA 2009) Ao se

analisar a histoacuteria da Enfermagem Brasileira pode-se observar sua convergecircncia agrave poliacutetica

puacuteblica de sauacutede adotada no paiacutes O Decreto no 9440687(COFEN 2002) que regulamenta a

profissatildeo explicita como atribuiccedilatildeo do Enfermeiro sua participaccedilatildeo no planejamento execu-

ccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da programaccedilatildeo da sauacutede nos diferentes niacuteveis assistenciais do SUS A reso-

luccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) 2722002 incube a esse profissional um

processo de trabalho pautado na Sistematizaccedilatildeo de sua Assistecircncia em busca da qualidade do

cuidado

Conforme Resoluccedilatildeo COFEN 2722002

[] A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem- SAE sendo atividade privati-

va do enfermeiro utiliza meacutetodo e estrateacutegia de trabalhos com embasamento cientiacute-

fico para a identificaccedilatildeo das situaccedilotildees de sauacutededoenccedila que possam contribuir para a

promoccedilatildeo prevenccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo da sauacutede do indiviacuteduo famiacutelia e

comunidade (COFEN 2722002 p 50)

Assim na implementaccedilatildeo dessa assistecircncia eacute fundamental que o Enfermeiro reconhe-

ccedila os haacutebitos individualizados e os aspectos biopsicossociais que integram o processo sauacutede-

doenccedila dos sujeitos visando a identificaccedilatildeo de problemas julgamento cliacutenico sobre as respos-

tas do indiviacuteduo famiacutelia e comunidade perante suas adaptaccedilotildees aos processos de vida vigen-

tes ou potencias (COFEN 2002 MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI

amp PEREIRA 2009)

Perante esses pressupostos legais observa-se a convergecircncia entre o processo de traba-

lho da Enfermagem e as necessidades impostas para o desenvolvimento das accedilotildees em ESF

17

Com isso torna-se significativo no incremento da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a atuaccedilatildeo dife-

renciada desse profissional

Feliciano et al (2010) apontam para o valor atribuiacutedo ao Enfermeiro na ESF quando

esse profissional apresenta-se como uma referecircncia na busca da superaccedilatildeo de dificuldades

haja vista que os demais integrantes da equipe e usuaacuterios dirigem suas demandas a esse pro-

fissional independente de eles gerenciarem institucionalmente a unidade de sauacutede

Figueiredo et al (2010) ressaltam que cabe ao Enfermeiro de ESF funccedilotildees como admi-

nistraccedilatildeo de recursos materiais e humanos bem como a padronizaccedilatildeo das accedilotildees na equipe A

autora revela ainda que a organizaccedilatildeo das atividades de educaccedilatildeo continuada para equipe do

PSF como atribuiccedilatildeo contiacutenua do Enfermeiro

Matumoto et al (2005) Chirelli amp Pereira 2009 Pires amp Goumlttems (2009) corroboram

com essa constataccedilatildeo ao apresentarem que a gestatildeo do cuidado agraves famiacutelias em ESF eacute progra-

maccedilatildeo constante realizada pela Enfermagem e sua equipe Cordeiro et al (2009) colocam o

trabalho de enfermagem na ESF realizado de forma ampliada abrangendo consultas individu-

ais atividades educativas em grupo praacuteticas de capacitaccedilatildeo continuada junto a equipe e pro-

gramaccedilatildeo das accedilotildees junto a ela de forma compatiacutevel e adequada aos pressupostos da estrateacute-

gia sauacutede da famiacutelia

Colomeacute Limas amp Davis (2008) salientam o Enfermeiro como principal articulador do

trabalho na equipe de ESF Os autores mencionam que essas articulaccedilotildees se estabelecem prin-

cipalmente com os agentes comunitaacuterios de sauacutede o que facilita a aproximaccedilatildeo do profissio-

nal de enfermagem agraves necessidades de sauacutede da comunidade conectando o seu trabalho com

os outros profissionais da equipe como dentistas e meacutedicos considerando o caraacuteter comple-

mentar da atuaccedilatildeo dentro de uma equipe multiprofissional

Azambuja et al (2007) expressam em seu estudo sobre o significado do trabalho no

PSF que para os enfermeiros se denota enquanto processo potencializador do seu viver hu-

mano Isso significa que o trabalho em ESF influencia na forma como se vecircem se sentem se

relacionam e vivenciam as situaccedilotildees cotidianas de maneira positiva

Santos Soares amp Campos confirmam os resultados de seus estudos ao de Azambuja et

al (2007) ao colocarem que para os Enfermeiros as forccedilas fortalecedoras de seu trabalho no

PSF adveacutem da relaccedilatildeo prazerosa com o objetofinalidade do trabalho e com o trabalho em si

Eles complementam ainda que as Enfermeiras convivem com a expectativa das suas potenci-

alidades para solucionar os problemas oferecer respostas a populaccedilatildeo em cenaacuterio de maior

autonomia profissional

18

Benito amp Becker (2007) em pesquisa sobre as atitudes gerenciais dos enfermeiros na

ESF destacaram atraveacutes dos profissionais informantes que eram membros das equipes atitu-

des qualitativas dos Enfermeiros de ESF como ser justos intermediarem e resolverem confli-

tos entre profissionais usuaacuterios e representantes da gestatildeo apresentarem poder de negocia-

ccedilatildeo estarem abertos a mudanccedilas possuiacuterem em sua praacutetica atitudes de escuta buscarem pela

promoccedilatildeo de iniciativas e autonomia da equipe e dos usuaacuterios contribuiacuterem com o seu conhe-

cimento para o desenvolvimento do grupo capacidade de planejamento e desenvolvimento de

accedilotildees conjuntas e prestarem o cuidado centrado na famiacutelia com compromisso e responsabili-

dade

Os resultados desses estudos apresentam o papel diferenciado que o Enfermeiro vem

exercendo nas equipes da ESF corroborando para a sua importacircncia nesse campo de atuaccedilatildeo

Destacam as caracteriacutesticas do trabalhador de enfermagem e a incorporaccedilatildeo de novos arranjos

de poderes e saberes necessaacuterios para o delineamento do perfil desse profissional de forma

comprometida agraves diretrizes da ESF e ao fortalecimento do SUS

19

12 O CLIMATEacuteRIO DESAFIO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO

PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

A populaccedilatildeo feminina brasileira totaliza mais de 98 milhotildees e aproximadamente 30

milhotildees se encontram na faixa etaacuteria de 35 a 65 anos Esses dados revelam que 32 das mu-

lheres do Brasil estatildeo na faixa etaacuteria em que ocorre o climateacuterio (BRASIL 2008)

Coelho amp Porto (2009) definem climateacuterio como

[] periacuteodo de transiccedilatildeo entre as fases reprodutivas e natildeo reprodutivas da mulher

Comeccedila por volta dos 40 anos podendo estender-se ateacute os 55 anos ou mais Durante

esses anos acontece a uacuteltima menstruaccedilatildeo definida como menopausa [] (Coelho

amp Porto 2009 p76)

Ressalta-se que esse periacuteodo eacute uma fase bioloacutegica natural da vida e natildeo um processo

patoloacutegico Eacute reconhecido como uma fase do ciclo vital feminino em que ocorrem intensas

transformaccedilotildees na maneira da mulher ser e estar no mundo modificando sua compreensatildeo

frente ao fenocircmeno existencial (LIMA amp ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI

2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008

BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009)

Dessa maneira o periacuteodo do climateacuterio eacute resultado tanto da deficiecircncia hormonal co-

mo de fatores socioculturais e psicoloacutegicos decorre no processo de envelhecimento feminino

sendo marcado pela menopausa A menopausa destaca-se como momento pontual do climateacute-

rio consiste na interrupccedilatildeo permanente da menstruaccedilatildeo e decorre apoacutes 12 meses de amenor-

reacuteia em momento da perda da atividade folicular ovariana (LIMA amp ANGELO 2001

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA

JESUS MERINGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009)

Outro aspecto a ser considerado no climateacuterio aleacutem da faixa etaacuteria eacute um conjunto de

sintomas que acometem parte das mulheres Esses sintomas podem se manifestar enquanto

mudanccedilas sutis ou acentuadas que englobam desde anguacutestia fogachos e irritaccedilotildees ateacute san-

gramentos intermitentes de alto fluxo A sintomatologia em geral acarreta desconforto que se

acentuam de acordo com o enfrentamento desse ciclo pelas mulheres e a consistecircncia da rede

de apoio que se insere Contudo o iniacutecio e teacutermino do climateacuterio satildeo varaacuteveis de acordo com

as caracteriacutesticas individuais da pessoa e estaacute associado a fatores hereditaacuterios raciais socioe-

conocircmicos e demais determinantes do processo de vida subjetivo feminino (LIMA amp

20

ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009)

Neste cenaacuterio de transformaccedilotildees soacutecio-emocionais acentuados pela percepccedilatildeo do en-

velhecimento e limite da vida faz-se necessaacuterio a implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que bus-

quem a promoccedilatildeo da sauacutede da mulher e o fomento de cuidados para que vivenciem essa expe-

riecircncia de maneira mais amena mediante ao turbilhatildeo existencial que lhes permeia esse recor-

te da vida

Ao se abordar as questotildees que envolvem a sauacutede da mulher eacute necessaacuteria a discussatildeo

de aspectos poliacuteticos e histoacutericos que envolvem essa temaacutetica no Brasil em especial por se

tratarem de resultados de uma luta que envolve conquista do gecircnero (BRASIL 2004

BRASIL 2006a COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp

LUCCHESE 2010)

O movimento feminino pela luta de seus direitos que ultrapassam os direitos da sauacutede

hegemocircnica e se convergem aos direitos de cidadania precede a promulgaccedilatildeo do SUS Na

sauacutede o marco histoacuterico dos resultados desse movimento ocorreu na deacutecada de 80 atraveacutes do

Programa de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PAISM) Esse programa evidenciou a ne-

cessidade de mudanccedilas na abordagem das mulheres nos serviccedilos de sauacutede que ultrapassassem

o foco do ciclo graviacutedico-puerperal em busca de sua visatildeo subjetiva e integral Entretanto

apesar do discurso da integralidade na praacutetica o PAISM atuou de forma hegemocircnica buscan-

do a resoluccedilatildeo dos problemas referentes agrave sauacutede reprodutiva e na reduccedilatildeo da mortalidade ma-

terna (BRASIL 2004 BRASIL 2006 COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Encontra-se em vigor atualmente implementado pelo Ministeacuterio da Sauacutede uma estra-

teacutegia poliacutetica e tecnoloacutegica para a renovaccedilatildeo da abordagem a sauacutede da mulher a Poliacutetica Na-

cional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PNAISM) e descreve

[] Considerando que a sauacutede da mulher eacute uma prioridade deste governo o Ministeacute-

rio da Sauacutede lanccedilou em 2004 a ldquoPoliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da

Mulher ndash Princiacutepios e Diretrizesrdquo (PNAISM) em parceria com diversos setores da

sociedade com o compromisso de implementar accedilotildees de sauacutede que contribuam para

a garantia dos direitos humanos das mulheres e reduzam a morbimortalidade por

causas preveniacuteveis e evitaacuteveis Essa Poliacutetica incorpora num enfoque de gecircnero a in-

tegralidade e a promoccedilatildeo da sauacutede como princiacutepios norteadores e busca consolidar

os avanccedilos no campo dos direitos sexuais e reprodutivos com ecircnfase na melhoria da

atenccedilatildeo obsteacutetrica no planejamento familiar na atenccedilatildeo ao abortamento inseguro e

no combate agrave violecircncia domeacutestica e sexual Agrega tambeacutem a prevenccedilatildeo e o trata-

mento de mulheres vivendo com HIVAIDS e as portadoras de doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis e de cacircncer Aleacutem disso amplia as accedilotildees para grupos historicamente

alijados das poliacuteticas puacuteblicas nas suas especificidades e necessidades []

(BRASIL 2006a p13)

21

Outro avanccedilo relevante para a sauacutede da mulher integra-se na Portaria 399GM de 22

de fevereiro de 2006 que institui o Pacto Pela Vida O pacto define-se como um conjunto de

reformas institucionais do SUS entre as trecircs esferas de gestatildeo ndash Uniatildeo estados e municiacutepios ndash

com o objetivo de promover inovaccedilotildees nos processos e nos instrumentos de gestatildeo visando a

alcanccedilar maior efetividade eficiecircncia e qualidade das respostas do SUS O Pacto redefine as

responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo e a bus-

ca da equumlidade social (BRASIL 2006b)

Jaacute no cenaacuterio dos serviccedilos da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a Poliacutetica Nacional de Aten-

ccedilatildeo Baacutesica estabelece grupos vulneraacuteveis e prioritaacuterios para a organizaccedilatildeo da assistecircncia A

sauacutede da mulher integra esse grupo corroborando para a efetivaccedilatildeo das poliacuteticas supracitadas

e considerando a abordagem da mulher pela importacircncia da implementaccedilatildeo da praacutetica dife-

renciada e inovadora do PSF (BRASIL 2007)

Poreacutem diversos autores contribuem na anaacutelise da atenccedilatildeo agrave sauacutede da mulher ao identi-

ficarem a fragilidade da assistecircncia prestada chegando a concluir que os problemas atuais de

sauacutede da mulher estatildeo relacionados agrave qualidade dessa assistecircncia e a desqualificaccedilatildeo dos pro-

fissionais que promovem essa intervenccedilatildeo (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA

SILVA amp SIQUEIRA 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Essa realidade se potencializa quando a assistecircncia se refere agraves mulheres no climateacuterio

Existe uma lacuna na abordagem cotidiana do trabalho das equipes de sauacutede sobre o que e

como prestarem assistecircncia a essa demanda cada vez mais emergente Eacute urgente a necessidade

de se utilizar e integrar todos os campos do saber da sauacutede e suas interfaces para o enfrenta-

mento dessa realidade (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004 GONCcedilALVES amp

MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA

GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Considerando o potencial apresentado nesse trabalho sobre o papel do Enfermeiro nas

equipes de atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede o presente estudo interroga como a produccedilatildeo do conhe-

cimento de Enfermagem sobre a temaacutetica de assistecircncia a mulheres climateacutericas pode colabo-

rar para a implementaccedilatildeo de um cuidado integral e de qualidade a esse grupo na estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Analisar a produccedilatildeo de conhecimento de Enfermagem sobre a mulher climateacuterica e

suas contribuiccedilotildees para a atuaccedilatildeo da equipe da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia - ESF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Realizar o levantamento da produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assis-

tecircncia agrave mulher no climateacuterio

Caracterizar a produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assistecircncia agrave mu-

lher no climateacuterio

Apontar como os resultados da anaacutelise dessa produccedilatildeo cientiacutefica podem contribuir pa-

ra a atuaccedilatildeo da equipe de ESF sobre a temaacutetica

3 METOacuteDO DA PESQUISA

A pesquisa em sauacutede segundo Leopardi (2002) natildeo eacute somente uma incorporaccedilatildeo de

conteuacutedo cientiacutefico ao saber cotidiano eacute um aprender a perceber sentir e a pensar Essas con-

sideraccedilotildees acrescentam para as pesquisas em sauacutede um conhecer sobre o que ocorre no corpo

dos indiviacuteduos na sua luta diaacuteria pela sobrevivecircncia e as relaccedilotildees subjetivas de cada ser hu-

mano

Dentro desse contexto eacute evidenciado um direcionamento metodoloacutegico com a finali-

dade de conhecer as concepccedilotildees e caracteriacutesticas sobre a temaacutetica em estudo presentes na

literatura Trata-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva por revisatildeo bibliograacutefica de anaacute-

lise integrativa

Esse estudo foi realizado com base na pesquisa bibliograacutefica Para Duarte amp Furtado

(2002) esse tipo de pesquisa eacute realizado a partir de levantamentos da produccedilatildeo cientiacutefica

presente em diferentes apresentaccedilotildees como livros artigos cientiacuteficos dissertaccedilotildees teses den-

tre outros Cervo amp Bervian (1996) ressaltam que esse tipo de pesquisa procura explicar um

problema a partir de referecircncias pela analise de suas contribuiccedilotildees culturais ou cientiacuteficas

existentes acerca de determinado assunto

Jaacute o cunho exploratoacuterio desse estudo se define pela descoberta de ideacuteias que propor-

cionaram familiaridade com o problema tornando-o mais expliacutecito com a possibilidade de

fomento a outras hipoacuteteses (DUARTE amp FURTADO 2002 LEOPARDI 2002 HULLEY et

al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

O caraacuteter descritivo dessa pesquisa ocorre na definiccedilatildeo das caracteriacutesticas do fenocircme-

no a ser estudado e suas relaccedilotildees mediante aos objetivos propostos (GIL 1996 OLIVEIRA

1999) Nesse sentido o trabalho descritivo abrange aspectos amplificados do contexto social

Assim eacute possiacutevel o niacutevel de anaacutelise da temaacutetica sobre diferentes formas aleacutem de sua ordena-

ccedilatildeo e sua classificaccedilatildeo

As revisotildees de literatura necessitam de alguns padrotildees que assegurem sua qualidade

metodoloacutegica como utilizaccedilatildeo de meacutetodos para assegurar a anaacutelise precisa e objetiva anaacutelise

da teoria resultados meacutetodos sujeitos e variaacuteveis de estudo fornecer ao leitor o maacuteximo de

informaccedilotildees possiacuteveis sobre estudos revisados e natildeo apenas os principais (HULLEY et al

2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Dessa forma realizou-se um estudo de revisatildeo da literatura cientiacutefica visando avaliar

um conjunto de dados simultacircneos a partir de estudos primaacuterios selecionados previamente

24

que investigam uma mesma questatildeo (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER

2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

A questatildeo do estudo eacute o primeiro passo para o iniacutecio da revisatildeo bibliograacutefica O Se-

gundo passo consiste em definir a seleccedilatildeo dos estudos sendo o mais indicado as bases de da-

dos eletrocircnicas O terceiro passo eacute a avaliaccedilatildeo criacutetica dos estudos em que se utilizam criteacuterios

para validar os estudos selecionados atraveacutes de uma avaliaccedilatildeo criacutetica dos pesquisadores O

quarto passo consiste na coleta dos dados em que se caracterizam os estudos levantados e de-

terminam suas possibilidades de comparaccedilatildeo O quinto passo eacute a analise e apresentaccedilatildeo dos

dados com agrupamento de estudos semelhantes O sexto passo eacute a determinaccedilatildeo da forccedila

dos resultados e das evidencias encontradas delineando claramente os benefiacutecios e riscos do

achado Uma vez publicada a revisatildeo poderaacute sofrer criacuteticas e sugestotildees que poderatildeo ser in-

corporadas em novos estudos sobre a temaacutetica (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005

ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Para o delineamento do estudo foi definida como questatildeo norteadora como a produ-

ccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede da mulher climateacuterica pode contribuir pa-

ra a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede da famiacutelia

A partir da questatildeo dessa investigaccedilatildeo foram considerados estudos que abordassem a

assistecircncia ao climateacuterio por Enfermeiros A amostra foi do tipo natildeo-probabiliacutestica de conve-

niecircncia constituiacuteda por publicaccedilotildees nacionalmente indexadas sobre a temaacutetica O descritor

utilizado foi ldquoClimateacuteriordquo e a opccedilatildeo pelo natildeo cruzamento de demais descritores foi devida a

escolha da fonte de busca

A fonte de busca orientou-se por base eletrocircnica restrita a produccedilatildeo do conhecimento

nacional e de liacutengua portuguesa que correspondesse a publicaccedilotildees em perioacutedicos de Enfer-

magem demonstrando proximidade com a questatildeo norteadora A busca dos artigos foi reali-

zada no periacuteodo de outubro de 2009 a janeiro de 2010

Adotou-se como criteacuterios de exclusatildeo publicaccedilotildees cujo o cenaacuterio de desenvolvimento

natildeo fossem a Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede eou ESF Ressalta-se que o recorte temporal para

busca das publicaccedilotildees considerou apenas o limite final do periacuteodo o ano de 2009 buscando

amplificar o periacuteodo de iniacutecio da produccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico dessa temaacutetica e assim

natildeo diminuir a sensibilidade das buscas

Foi utilizada a Base de Dados de Enfermagem (BDENF) presente na Biblioteca Vir-

tual em Sauacutede BIREME atraveacutes do siacutetio eletrocircnico httpbasesbiremebrcgi-

binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampbase=BDENFamplang=p

25

O Centro Latino-Americano e do Caribe de Informaccedilatildeo em Ciecircncias da Sauacutede tam-

beacutem conhecido pelo seu nome original Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) eacute um

centro especializado da Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Organizaccedilatildeo Mundial da Sa-

uacutede (OPASOMS) orientado agrave cooperaccedilatildeo teacutecnica em informaccedilatildeo cientiacutefica em sauacutede A sede

da BIREME estaacute localizada no Brasil no campus central Universidade Federal de Satildeo Paulo

(UNIFESP) desde a sua criaccedilatildeo em 1967 segundo acordo da OPASOMS com o Governo do

Brasil

A BDENF apresenta informaccedilotildees compostas pela literatura teacutecnico-cientiacutefica brasilei-

ra em Enfermagem Eacute coordenada pela Escola de Enfermagem da Universidade de Minas

Gerais e por demais Centros Cooperantes da rede BVSENFERMAGEM A composiccedilatildeo des-

sa biblioteca eletrocircnica apresenta perioacutedicos teses livros capiacutetulos de livros anais de con-

gressos ou conferecircncias relatoacuterios teacutecnico-cientiacuteficos e publicaccedilotildees governamentais

No desenvolvimento da revisatildeo integrativa foram selecionados artigos apoacutes a identifi-

caccedilatildeo de todas as publicaccedilotildees a partir do descritor utilizado Procedeu-se analise para caracte-

rizaccedilatildeo dos estudos e preacute-seleccedilatildeo quanto a sua pertinecircncia a pergunta norteadora

Essa etapa foi realizada separadamente por dois revisores sendo a pesquisadora dessa

investigaccedilatildeo e a sua orientadora Os passos utilizados para a caracterizaccedilatildeo dos artigos e a

verificaccedilatildeo de sua aproximaccedilatildeo com a questatildeo norteadora foram a leitura aprofundada de

cada artigo a segregaccedilatildeo dos mesmos quanto agrave aproximaccedilatildeo da questatildeo norteadora e a cate-

gorizaccedilatildeo desses conforme os criteacuterios metodoloacutegicos estabelecidos

Posteriormente ocorreu consenso entre a autora e a orientadora com o objetivo de de-

cidir a inclusatildeo e a exclusatildeo dos artigos preacute-selecionados e avaliados a fim de se garantir

maior seguranccedila na seleccedilatildeo

Para a anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por nuacutemeros absolutos e

frequencias Os elementos de caracterizaccedilatildeo dos perioacutedicos foram

Total de artigos identificados na busca conforme fonte

Identificaccedilatildeo de artigos repetidos

Exclusatildeo de artigos

Inclusatildeo de artigos para a revisatildeo sistemaacutetica

Quanto aos estudos incluiacutedos por aproximaccedilatildeo para com a questatildeo norteadora analisa-

ram-se os seguintes aspectos

Siacutentese panoracircmica do conteuacutedo e da analise dos artigos incluiacutedos

Delineamento da Investigaccedilatildeo (metodologia)

26

Ano de publicaccedilatildeo

Perioacutedico de publicaccedilatildeo

Consideraccedilotildees apresentadas agrave temaacutetica em estudo

Objetivando facilitar a leitura e a identificaccedilatildeo dos artigos optou-se pela atribuiccedilatildeo do

coacutedigo E(n) para os artigos excluiacutedos e I(n) para os artigos incluiacutedos na revisatildeo sistemaacutetica

Conforme os resultados identificados foi calculado o iacutendice de KAPPA (K) Esse iacuten-

dice corresponde a uma medida de concordacircncia usada em escalas nominais que fornece a

ideacuteia do quanto as observaccedilotildees se afastam daquelas esperadas fruto do acaso indican-

do assim o quatildeo legiacutetimas as interpretaccedilotildees satildeo (CANOLETTI 2008)

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A anaacutelise da revisatildeo sistemaacutetica iniciou com a descriccedilatildeo dos artigos encontrados se-

guindo com a descriccedilatildeo daqueles excluiacutedos do processo de revisatildeo sistemaacutetica e por fim foi

analisada a aproximaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos com o questionamento norteador

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF

Os registros sobre climateacuterio no BDENF totalizaram 26 conforme descritor utilizado

poreacutem dentre os trabalhos havia um que natildeo se enquadrava como perioacutedico e foi excluiacutedo da

lista totalizando 25 artigos Ressalta-se que natildeo houve obtenccedilatildeo de artigos por busca manual

Na Tabela 1 verifica-se o total de estudos encontrados na busca realizada conforme perioacutedi-

cos

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo

perioacutedicos

BDENF - Banco de Dados de Enfermagem N

Revista Gauacutecha de Enfermagem 2

Revista Enfermagem UERJ 5

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 1

Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 4

Revista da Escola de Enfermagem da USP 2

Acta Paulista de Enfermagem 1

Nursing (Satildeo Paulo) 2

Revista Brasileira de Enfermagem 3

Biblioteca J Baeta Vianna 1

Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 1

Revista Paulista de Enfermagem 1

Texto amp Contexto Enfermagem 2

Total 25

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Quanto ao ano de publicaccedilotildees dos artigos selecionados observou-se que o periacuteodo de

publicaccedilatildeo inicia-se em 1985 e finaliza no ano de 2009 como mostra a Tabela 2

28

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano

de publicaccedilatildeo

Ano de publicaccedilatildeo Nordm de Estudos

2009 2 8

2008 1 4

2007 2 8

2006 1 4

2005 4 16

2004 3 12

2002 4 16

2000 3 12

1997 1 4

1996 1 4

1995 1 4

1985 2 8

TOTAL 25 100

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Nota-se que apesar de haver nesta revisatildeo sistemaacutetica trabalhos datados de 1985 a

discussatildeo do tema soacute ampliou entre 15 e 20 anos depois o que reforccedila a ideacuteia de que haacute uma

preocupaccedilatildeo crescente para com essa temaacutetica na atenccedilatildeo baacutesica no intuito de melhorar os

serviccedilos prestados

Vale ressaltar que criaccedilatildeo do SUS em 1988 e posteriormente a ESF regulamentada em

1994 contribuiacuteram para o fortalecimento da atenccedilatildeo primaacuteria e consequentemente impulsio-

nando as pesquisas na aacuterea

Analisando esta tabela percebe-se que no periacuteodo de 2000 a 2005 foram identificados

o maior nuacutemero de publicaccedilotildees referentes ao assunto 56 (n = 14) indicando o crescimento

do interesse do estudo deste assunto A concentraccedilatildeo de estudos nesse intervalo de tempo os

caracteriza como sendo recentes jaacute que foram elaborados haacute menos de 10 anos

Os resumos dos 25 registros localizados foram lidos e a partir da leitura foram sele-

cionados aqueles cujo tiacutetulo eou resumo colocavam a assistecircncia ao climateacuterio na atenccedilatildeo

primaacuteria como objeto de estudo ou como uma de suas questotildees centrais de anaacutelise Posteri-

ormente foram identificados os artigos repetidos (n = 3) descartando-os

Dos 22 artigos selecionados a Revista Enfermagem UERJ apresentou a maior quanti-

dade de publicaccedilotildees totalizando 20 (n = 5)

Apoacutes avaliaccedilatildeo dos tiacutetulos leitura dos resumos e anaacutelise dos artigos integralmente ve-

rificou-se que 364 (n = 8) apresentaram pertinecircncia agrave questatildeo norteadora da pesquisa sen-

do 25 (n = 2) destes artigos oriundos da Revista Enfermagem UERJ e 25 (n = 2) da Es-

cola Ana Nery Revista de Enfermagem As demais revistas apresentaram 125 (n = 1) dos

29

artigos pertinentes cada uma Os estudos excluiacutedos da revisatildeo integrativa perfizeram 636

(n = 14)

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA

Em relaccedilatildeo aos artigos excluiacutedos observa-se sua descriccedilatildeo no Quadro 1

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E1

ZAMPIERI M de F M

TAVARES C M A

HAMES M de L C

FALCON G S

SILVA A L de

GONCcedilALVES L T

O processo de viver e ser

saudaacutevel das mulheres no

climateacuterio

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2009

E2

ALMEIDA L H R B de

LUZ M H B A

MONTEIRO C F de S

Ser mulher no climateacuterio

uma anaacutelise compreensiva

pela enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

E3 NIEVAS A F

FUREGATO A R F

Depressatildeo em mulheres no

climateacuterio

Revista Gauacutecha de

Enfermagem 2006

E4 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

Vivenciando o climateacuterio o

corpo em seu percurso exis-

tencial agrave luz da Fenomenolo-

gia

Revista Enferma-

gem UERJ 2005

E5

FERNANDEZ M R

GIR E

HAYASHIDA M

Sexualidade no periacuteodo

climateacuterico situaccedilotildees vi-

venciadas pela mulher

Revista da Esco-

la de Enferma-

gem da USP

2005

E6 BIFFI E F de A

SCATENA M C M

Sauacutede Mental e climateacuterio

na perspectiva de mulheres

profissionais de sauacutede

Revista Enfer-

magem UERJ 2004

30

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E7 MILANEZ M R de

M NERY I S

Percepccedilatildeo das mulheres

sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de en-

fermagem

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2004

E8 MURATA I M H

SCHIRMER J

Manifestaccedilotildees biopsicogecirc-

nicos decorrentes do clima-

teacuterio entre trabalhadoras de

uma universidade puacuteblica

Acta Paulista de

enfermagem 2004

E9 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

O climateacuterio a corporeida-

de como berccedilo das experi-

ecircncias do vivido

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

2002

E10

MURATA I M H

BERCINI L O

SCHIRMER J

Auto-cuidado na prevenccedilatildeo

do cacircncer de colo de uacutetero

e cacircncer de mama compa-

raccedilatildeo entre mulheres natildeo

climateacutericas e climateacutericas

Biblioteca J

Baeta Vianna 2000

E11

LOPES M E L

BATISTA P S de S

COSTA Se F G da

SOARES M S de

Orientaccedilotildees de enferma-

gem agrave mulher climateacuterica

quanto agrave terapia de reposi-

ccedilatildeo hormonal uma abor-

dagem eacutetica

Revista da Rede de

Enfermagem do

Nordeste

2000

E12 DAOUD I G

SANTANA M da G

Construccedilatildeo de um processo

educativo com um grupo de

mulheres climateacutericas

Texto amp Contexto

Enfermagem 2000

E13 LANDERDAHL M C

Buscando novas maneiras

de pensar o climateacuterio fe-

minino

Texto amp contexto

enfermagem 1997

E14 NERY I S Perfil do atendimento agrave

mulher no climateacuterio

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

1996

31

Em geral os estudos excluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (E1 E6 E8 e E10) que correspondem

a 286 (n = 4)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (E3 E4 E5 E7 E8 E9 e

E13) somando 50 (n = 6)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (E2 E11 E12 e E14) o que resulta em 286 (n =

4)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 71 (n = 1) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas por

profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educativo (E11)

Percebe-se que dois dos artigos excluiacutedos se enquadram em mais de uma dimensatildeo apre-

sentada na anaacutelise feita acima

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os artigos incluiacutedos foram estudados sistematicamente de modo a extrair de cada um

as concepccedilotildees e respectivas caracteriacutesticas do trabalho em equipe as quais foram discutidas agrave

luz do referencial teoacuterico que embasa este estudo qual seja a assistecircncia ao climateacuterio pela

equipe de sauacutede

A amostra definitiva dos artigos incluiacutedos para a revisatildeo sistemaacutetica portanto foram

oito artigos apresentados a seguir no Quadro 2

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

I1 PEREIRA Q L C

SIQUEIRA H C H de

O olhar dos responsaacuteveis

pela poliacutetica de sauacutede da

mulher climateacuterica

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

2009

I2

OLIVEIRA D M de

JESUS M C P de

MERIGHI M A B

O climateacuterio sob a oacutetica de

mulheres assistidas em uma

unidade de sauacutede da famiacutelia

de Juiz de Fora - Minas Ge-

rais

Revista de A-

tenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede

2008

32

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

I3 LIMA E C

VARGENS O M da C

O significado de climateacuterio

para as mulheres implicaccedilotildees

para o cuidado de enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

I4

PIAZZA I P

DE LORENZI D R S

SACILOTO B

Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacuteri-

cas atendidas em um PSF

Revista Gauacutecha

de Enfermagem 2005

I5 LANDERDAH M C

Mulher climateacuterica uma abor-

dagem necessaacuteria ao niacutevel de

atenccedilatildeo baacutesica

Nursing (Satildeo

Paulo) 2002

I6 DAOUD I G

Encontros e desencontros das

mulheres climateacutericas que

buscam assistecircncia em serviccedilo

do Sistema Uacutenico de Sauacutede

Revista Enferma-

gem UERJ 2002

I7

CANDELLA C L M

RUGGIERO C M

ARAYA M E S SILVA

R V

Assistecircncia de enfermagem agrave

mulher no climateacuterio

Revista da Escola

de Enfermagem

da USP

1995

I8 VARGENS O M da C O casal no climateacuterio orienta-

ccedilatildeo de enfermagem

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

1985

Os estudos incluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (I4) que correspondem a

125 (n = 1)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (I2 I3) somando

25 (n = 2)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (I1 I5 I6 I7 e I8) o que resulta em 625

(n = 5)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 25 (n = 2) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas

por profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educati-

vo (I7 e I8)

Assim nota-se que a maioria dos estudos incluiacutedos 625 (n = 5) faz menccedilatildeo agrave assis-

tecircncia em sauacutede prestada a essas clientes evidenciando-se uma maior discussatildeo do tema asso-

ciado agrave melhoria dos serviccedilos prestados na atenccedilatildeo baacutesica

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

1 ALMEIDA LHRB LUZ MHBA MONTEIRO CFS Ser mulher no climateacute-

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teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 6: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

ldquo E quando estiveres perto

arrancar-te-ei os olhos

e colocaacute-los-ei no lugar dos meus

E arrancarei meus olhos

para colocaacute-los no lugar dos teus

Entatildeo ver-te-ei com os teus olhos

E tu ver-me-aacutes com os meusrdquo

Jacob Levy Moreno(1982)

RESUMO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) eacute fundamental para a reordenaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de

Sauacutede (SUS) Tem como desafio ultrapassar a fragmentaccedilatildeo do processo assistencial e o dis-

tanciamento das reais necessidades de sauacutede das populaccedilotildees Nesse cenaacuterio inserem-se as

necessidades relacionadas agrave Sauacutede da Mulher A vivecircncia da autora Enfermeira da ESF na

zona rural em Minas Gerais atentou-se para emergecircncia de mulheres de meia idade com de-

mandas diferenciadas em sauacutede que vivenciavam o Climateacuterio Perante essa realidade reno-

vaccedilotildees da atenccedilatildeo prestada pela equipe se fizeram necessaacuterias Esse estudo objetiva analisar a

produccedilatildeo de conhecimento em Enfermagem sobre a mulher no climateacuterio e suas contribuiccedilotildees

para a atuaccedilatildeo da equipe de ESF Utilizou-se a revisatildeo integrativa da literatura atraveacutes da

biblioteca virtual eletrocircnica BDENF por meio de publicaccedilotildees perioacutedicas de enfermagem pelo

descritor Climateacuterio Como criteacuterio de inclusatildeo analisar publicaccedilotildees desenvolvidas na aten-

ccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede eou ESF Buscando ampliar a sensibilidade da busca pelo periacuteodo de

iniacutecio da produccedilatildeo cientiacutefica dessa temaacutetica utilizou-se apenas o limite final ano 2009 Os

resultados apresentaram total de 25 artigos sendo trecircs repetidos e 636 natildeo correspondiam

aos criteacuterios de inclusatildeo Observou-se escassez sobre a produccedilatildeo dessa temaacutetica na Enferma-

gem A maior concentraccedilatildeo das publicaccedilotildees foi entre 2000 a 2005 demonstrando a recente

discussatildeo desse tema As publicaccedilotildees caracterizavam-se pela busca dos serviccedilos de sauacutede

dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos desse ciclo vital fe-

minino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas pesquisas

Iacutendice de KAPPA consideraacutevel (k=04) A anaacutelise das publicaccedilotildees apontou para a necessidade

da compreensatildeo do climateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo

vital feminino Haacute urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo a essa clien-

tela e haacute a necessidade de implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas como accedilotildees educati-

vas grupos operativos que incluam as mulheres e suas famiacutelias O Enfermeiro foi apontado

como um ator potencial dentro da equipe para implementar as accedilotildees inovadoras orientar so-

bre os mitos e tabus que permeiam essa etapa da vida feminina e de forma compreensiva e

acolhedora auxiliar essas mulheres na reformulaccedilatildeo dos projetos subjetivos de suas vidas

Palavras-Chaves Climateacuterio Sauacutede da mulher Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia Enfermagem

em Sauacutede Puacuteblica

ABSTRACT

The Family Health Strategy (FHS) is fundamental for reorganizing the Unified Health System

(SUS) Its challenge is to overcome fragmentation of the care process and the detachment

from the real health needs of populations In this scenario it fits the needs related to Womens

Health The experience of the author Nurse of the FHS in the rural area in Minas Gerais

strove to emergence of middle-aged women with different expectations on health which had

experienced the climacteric Facing this reality renovations to the attention paid by the team

make up necessary This study aims to analyze the production of nursing knowledge about the

climacteric women and their contributions to the activities of the FHS team Was used a inte-

grative review of the literature through electronic virtual library BDENF through periodic

publications of nursing the descriptor Climacteric The inclusion critery was examining pub-

lications developed in primary health care and or FHS Seeking to increase the sensitivity of

the search for the early period of scientific production of this theme were used only the final

limit the year 2009 The results showed total of 25 articles 3 repeated and 636 did not

meet the inclusion criteria Observed scarcity on the production of this theme in Nursing The

highest concentration of the papers between was in 2000 to 2005 demonstrating the recent

discussion on this topic The publications were characterized the pursuit of health services to

this population the description of aspects of biomedical and life cycle psychoaffective women

and the role of nurses The qualitative method was used more in the polls Index considerable

KAPPA (k = 04) The analysis of publications pointed to the need for understanding of cli-

macteric in a larger size and status as a natural life cycle in health women There is an emer-

gency that health services attended to these clients and there is the need to implement differ-

ent strategies as educational operational groups that include women and their families The

nurse was appointed as an potential actor within the team to implement innovative actions

advise on the mitos and taboos that permeate this female stage of life so comprehensive and

welcoming assist these women in the reformulation of the projects of their subjective lives

Keywords Climateric Womenacutes Health Family Health Strategy Public Health Nursing

RESUMEN

El Estrategia de Salud Familiar (ESF) es fundamental para reorganizar el Sistema Uacutenico de

Salud (SUS) Su reto es superar la fragmentacioacuten del proceso asistencial y el destacamento de

la salud de las verdaderas necesidades de las poblaciones En este escenario se ajusta a las

necesidades relacionadas con la salud de la mujer La experiencia de la autora la enfermera

del ESF en la zona rural en Minas Gerais se esforzoacute por emergencia de las mujeres de media-

na edad con diferentes expectativas en materia de salud que habiacutea experimentado el climate-

rio Ante esta realidad renovacioacuten de la atencioacuten prestada por el equipo eran necesarias Este

estudio tiene como objetivo analizar la produccioacuten de conocimientos de enfermeriacutea sobre la

mujer climateacuterica y sus contribuciones a las actividades del equipo del ESF Se utilizoacute la revi-

sioacuten integradora de la literatura a traveacutes de biblioteca electroacutenica virtual BDENF a traveacutes de

publicaciones perioacutedicas de la enfermeriacutea los criterios de inclusioacuten descriptor Climateacuterio

Como publicaciones examen desarrollado en la atencioacuten primaria de salud y o fibras discon-

tinuas de polieacutester Tratando de aumentar la sensibilidad de la buacutesqueda de los primeros tiem-

pos de la produccioacuten cientiacutefica de este tema se utilizoacute soacutelo el liacutemite final el antildeo 2009 Los

resultados mostraron total de 25 artiacuteculos 3 repetidas y el 636 no cumpliacutea con los criterios

de inclusioacuten Observado la escasez en la produccioacuten de este tema en Enfermeriacutea La mayor

concentracioacuten de los papeles entre 2000 a 2005 lo que demuestra el reciente debate sobre este

tema Las publicaciones se han caracterizado la buacutesqueda de servicios de salud a esta pobla-

cioacuten la descripcioacuten de los aspectos de la biomedicina y las mujeres del ciclo de vida psicoa-

fectiva y el papel de las enfermeras El meacutetodo cualitativo es maacutes usado en las urnas Iacutendice

considerable kappa (k = 04) El anaacutelisis de las publicaciones que sentildealoacute la necesidad de una

comprensioacuten de la menopausia en un tamantildeo mayor y su estatus como un ciclo de vida natural

en los servicios de salud regorganizaccedilatildeo femenino Haacute de emergencia para atender a estos

clientes y existe la necesidad de aplicar diferentes estrategias como grupos educativos opera-

tivos que incluyen a las mujeres y sus familias La enfermera fue nombrado como un actor

potencial en el equipo para implementar acciones innovadoras asesoramiento sobre la mitos y

tabuacutees que impregnan esta etapa de la vida femenina y los comprensiva y acogedor ayudar a

estas mujeres en la reformulacioacuten de los proyectos de sus subjetiva vidas

Palabras-claves Climaterio Salud de la Mujer Estrategia de Salud Familiar Enfermeriacutea en

Salud Puacuteblica

IacuteNDICE DE TABELAS E QUADROS

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo perioacutedicos 23

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano de publicaccedilatildeo 28

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa 29

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa 31

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme

escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave questatildeo norteadora em estudo

333

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 141

11 PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA E A ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

INOVACcedilOtildeES TECNOASSISTENCIAIS PARA O FORTALECIMENTO DO SUS 13

12 O CLIMATEacuteRIO DESAFIO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO

PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA 19

2 OBJETIVOS 22

21 OBJETIVO GERAL 22

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 22

3 METOacuteDO DA PESQUISA 23

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF 23

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA 29

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA 31

44 CARACTERIZACcedilAtildeO PANORAcircMICA DOS ARTIGOS CONFORME REVISAtildeO

INTEGRATIVA 33

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 40

6 REFEREcircNCIAS 432

1 INTRODUCcedilAtildeO

Inserida no cotidiano de trabalho de uma equipe sauacutede da famiacutelia da zona rural de um

municiacutepio de pequeno porte em Minas Gerais vivenciando os desafios de integrar um grupo

de trabalho de composiccedilatildeo heterogecircnica com membros de diferentes formaccedilotildees e visotildees di-

versificadas do que eacute sauacutede e de como se deve abordar o processo sauacutede-doenccedila

A autora deste estudo Enfermeira mulher atentou-se para a maneira como eram ldquotra-

tadosrdquo os problemas de sauacutede das mulheres cadastradas em sua equipe que se apresentavam

ao serviccedilo com uma busca que ultrapassava a necessidade expliacutecita da doenccedila inserida tra-

zendo consigo seus contextos histoacutericos subjetivos e arranjos de vida Observou que as inter-

venccedilotildees realizadas apesar do esforccedilo contiacutenuo dos profissionais em implementar uma praacutetica

diferenciada era na maioria das situaccedilotildees centradas no biologismo e na compreensatildeo mecacirc-

nica dos determinantes do processo sauacutede-doenccedila

A maioria da populaccedilatildeo que frequentava as atividades da Unidade de Sauacutede eram mu-

lheres e a autora percebeu que dentre elas havia um grupo que estava em busca de um tipo de

atendimento diferente daqueles referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer ceacutervico-uterino do periacuteodo

graviacutedico-puerperal das atividades de puericultura e das atividades direcionadas agraves portadoras

de doenccedilas crocircnicas como hipertensatildeo e diabetes Essa ldquonovardquo clientela era constituiacuteda por

mulheres de meia idade que buscavam um atendimento cliacutenico apresentando sintomatologia

difusa tanto no aspecto biomeacutedico como no aspecto psicoafetivo

No decorrer da realizaccedilatildeo do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede

da Famiacutelia oferecido pelo NESCONUFMG a autora conquistou ferramentas que fortalece-

ram sua compreensatildeo diferenciada sobre a realidade no seu contexto de trabalho Durante a

realizaccedilatildeo do moacutedulo Sauacutede da Mulher percebeu-se uma lacuna assistencial para com essas

clientes Os conhecimentos proporcionados por esse moacutedulo estimularam a compreensatildeo de

que a demanda apresentada pelas mulheres de meia idade poderiam ter relaccedilatildeo com uma eta-

pa do ciclo vital natural de suas vidas o Climateacuterio

Desde entatildeo o olhar dessa profissional apresentou-se mais cuidadoso para com a refe-

rida situaccedilatildeo Concluiu-se que a equipe estava fraacutegil nas abordagens propostas resultando na

insatisfaccedilatildeo das usuaacuterias frente ao atendimento prestado

12

Curiosidade inquietaccedilatildeo necessidade de estimular a equipe para obtenccedilatildeo de melho-

res resultados motivaram ou melhor foram a mola propulsora para que a autora investigasse

essa temaacutetica a fim de contribuir para a melhoria do seu processo de trabalho

Entretanto havia duacutevidas quanto agrave escolha de estrateacutegias efetivas que pudessem ser u-

tilizadas na atenccedilatildeo dispensada a essa populaccedilatildeo As questotildees abordadas pelas mulheres cli-

mateacutericas condiziam com modificaccedilotildees do corpo humano mudanccedilas de papeacuteis no seu contex-

to familiar e social questotildees de foacuterum iacutentimo em suas relaccedilotildees conjugais dentre outros aspec-

tos o que lhes suscitava incertezas e medo do desconhecido

Diante do exposto associado agraves reflexotildees contextuais e o aparato intelectivo propor-

cionados pela Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia suscitou na autora o

desejo de conhecer cientificamente como acontecia a assistecircncia ao climateacuterio prestada por

enfermeiros e a possibilidade de suas contribuiccedilotildees para o fortalecimento das accedilotildees da equi-

pe Mediante esse cenaacuterio manifesta-se o interesse em concretizar este estudo que possui a

seguinte questatildeo norteadora como a produccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede

da mulher climateacuterica pode contribuir para a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede

da famiacutelia

13

11 PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA E A ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

INOVACcedilOtildeES TECNOASSISTENCIAIS PARA O FORTALECIMENTO DO SUS

A Constituiccedilatildeo de 1988 institui o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e coloca a Sauacutede co-

mo uma conquista de direito do cidadatildeo Ressalta-se como princiacutepios dessa poliacutetica puacuteblica de

sauacutede no Brasil a integralidade a universalidade a equumlidade Outro aspecto que se busca para

a garantia desse direito eacute a incorporaccedilatildeo de novas tecnologias e especializaccedilatildeo dos saberes

(ROSEMBERG amp MINAYO 2001 TEIXEIRA 2003 BRASIL 2007 FARIA et al 2009a)

Na trajetoacuteria da implementaccedilatildeo desse sistema muitos avanccedilos aconteceram entretanto

alguns desafios permearam esse cenaacuterio dentre os quais se destacam a fragmentaccedilatildeo do pro-

cesso de trabalho e das relaccedilotildees entre os diferentes profissionais a fragmentaccedilatildeo da rede as-

sistencial precaacuteria interaccedilatildeo nas equipes e despreparo para lidar com a dimensatildeo subjetiva

nas praacuteticas de atenccedilatildeo baixo investimento na qualificaccedilatildeo dos trabalhadores especialmente

no que se refere agrave gestatildeo participativa e ao trabalho em equipe desrespeito aos direitos dos

usuaacuterios formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede distante do debate e da formulaccedilatildeo da poliacutetica

puacuteblica de sauacutede controle social fraacutegil dos processos de atenccedilatildeo e gestatildeo do SUS

(ROSEMBERG amp MINAYO 2001 TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

Nesse percurso diversas interpretaccedilotildees conceituais ressaltam-se sobre a sauacutede Observa-

se no cotidiano que os olhares reducionistas do campo de atenccedilatildeo agrave sauacutede tecircm contribuiacutedo

para a manutenccedilatildeo das desigualdades sociais (ROSEMBERG amp MINAYO 2001

TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

Diferentes autores apontam que na atualidade o entendimento do processo sauacutede-

doenccedila estaacute ainda centrado no biologismo e com uma fraacutegil compreensatildeo de caracteriacutesticas

lineares e mecacircnicas dos determinantes do processo sauacutede-doenccedila (ROSEMBERG amp

MINAYO 2001 STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al 2009a)

Movimentos mundiais desenvolveram-se para a discussatildeo e transformaccedilatildeo desses as-

pectos hegemocircnicos no processo sauacutede e doenccedila Destaca-se o movimento pioneiro iniciado

no Canadaacute em 1974 qual propotildee a utilizaccedilatildeo da estrateacutegia da promoccedilatildeo da sauacutede deslocando

o foco das causas individuais da doenccedila para as influecircncias soacutecio-ambientais Posteriormente

o movimento da promoccedilatildeo da sauacutede verificado pelas Conferecircncias Internacionais de Adelai-

de (1986) Sundsvall (1991) Jakarta (1997) e Meacutexico (2000) no Brasil (MINAYO HARTZ

BUSS 2000 MENDES 2002 STARFIELD 2002 TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

14

Busca-se desde entatildeo a compreensatildeo da sauacutede enquanto recurso fundamental para a

vida diaacuteria e natildeo como um objetivo em si mesmo com determinantes muacuteltiplos necessitando

de intervenccedilatildeo intersetorial Com isso satildeo essenciais estrateacutegias que corroborem com a defesa

da vida a qualificaccedilatildeo profissional e a mediaccedilatildeonegociaccedilatildeo entre os diversos atores que

compotildeem o cenaacuterio SUS (MINAYO HARTZ BUSS 2000 BRASIL 2007 FARIA et al

2009a)

Mediante todos os movimentos que discutiram o conceito de sauacutede de forma ampliada

alguns desafios cotidianos ainda estatildeo colocados para a sauacutede puacuteblica que pautados na im-

plementaccedilatildeo do SUS apresentam urgecircncia em redirecionar o modo como estatildeo organizados

os serviccedilos de sauacutede e a assistecircncia prestada (TEIXEIRA 2003 BRASIL 2007 FARIA et al

2009a)

Ao considerar essas especifidades apontadas no sistema de sauacutede brasileiro em 1994

foi criada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Esse programa

eacute uma estrateacutegia ambiciosa que visa a transformaccedilatildeo do modelo tecnoassistencial vivenciado

Trata-se de incorporar aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria uma equipe multiprofissional que

dialogue com o conhecimento popular responsaacutevel por uma determinada aacuterea de abrangecircncia

E o trabalho em sauacutede dessa equipe deve considerar essa aacuterea enquanto territoacuterio- processo e

atuar como unidade de centralidade na organizaccedilatildeo do cuidado agraves necessidades de sauacutede da

populaccedilatildeo (BRASIL 2007 FARIA et al 2009b COSTA et al 2009 MERHY 2009

MINAS GERAIS 2009)

As equipes multiprofissionais satildeo compostas conforme a legislaccedilatildeo atual da ESF por

meacutedico generalista agentes comunitaacuterios de sauacutede trabalhadores de sauacutede bucal auxiliares

de enfermagem e enfermeiro Destaca-se nesse contexto o trabalho do agente comunitaacuterio

em sauacutede enquanto ator principal na interlocuccedilatildeo entre as necessidades comunitaacuterias e seus

conhecimentos nos processos de manutenccedilatildeo da vida com o saber tecnoloacutegico dos demais

trabalhadores da sauacutede (MENDES 2002 STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al

2009b MERHY 2009 MINAS GERAIS 2009)

Sobre o territoacuterio-processo esse conceito eacute compreendido como um fenocircmeno que re-

sulta na compreensatildeo das relaccedilotildees estabelecidas em um determinado espaccedilo Abrange o deli-

neamento e compreensatildeo por meio de mapeamento e diagnoacutesticos situacionais sobre as es-

pecificidades dos aspectos das relaccedilotildees interpessoais ali inseridos sua mobilidade espacial

suas diversidades histoacuterico-culturais e os elementos cognitivos fiacutesicos demograacuteficos e eco-

nocircmicos que as comunidades vivenciam para a manutenccedilatildeo de suas vidas Pressupotildee-se que a

equipe multiprofissional preste assistecircncia para 800 a 1000 famiacutelias cadastradas em uma Uni-

15

dade Baacutesica de Sauacutede atraveacutes de um territoacuterio delimitado e mapeado (MENDES 2002

STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009)

Jaacute a centralidade do cuidado traz agrave ESF enquanto mecanismo fortalecedor do niacutevel

primaacuterio de atenccedilatildeo agrave sauacutede no Brasil uma caracteriacutestica inovadora que consiste em coorde-

nar a assistecircncia de forma a promover a integralidade na rede assistencial Essa integralidade

ocorre quando o ponto central do cuidado se diverge da piracircmide hierarquizada e adota estru-

turas aliadas e flexiacuteveis entre os diferentes setores de prestaccedilatildeo dos serviccedilos em sauacutede inde-

pendente de sua densidade tecnoloacutegica A manutenccedilatildeo entre o diaacutelogo contiacutenuo dos diversos

setores da sauacutede e as necessidades da comunidade passa a ser de responsabilidade das equipes

inseridas no niacutevel primaacuterio por meio do PSF (MENDES 2002 STARFIELD 2002 FARIA

et al 2009b MINAS GERAIS 2009)

Seguindo essa loacutegica Sousa e Hamann (2009) ressaltam os impasses em trabalhar no

cotidiano dos serviccedilos mediante esse olhar organizativo diferenciado que se volta agraves comuni-

dades e seus os grupos sociais especiacuteficos

Pressupotildee-se um rompimento dos muros das Unidades de Sauacutede e abordagens inter-

ventoras que tenham como loacutecus a famiacutelia Essa tarefa exige abordagens complexas mesmo

que as teacutecnicas mais frequentes utilizadas sejam as que englobam a subjetividade na interaccedilatildeo

profissional de sauacutede e usuaacuterios do SUS a educaccedilatildeo para promoccedilatildeo da sauacutede e intervenccedilotildees

para mudanccedilas de comportamento em busca de estilos de vida mais saudaacuteveis (MENDES

2002 STARFIELD 2002 SOUSA amp HAMANN 2009 VASCONCELOS et al 2009)

Aleacutem disso essas tecnologias empregadas na reformulaccedilatildeo assistencial do SUS pela

atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutedeESF buscam promover uma assistecircncia em sauacutede humanizada O

acolhimento a percepccedilatildeo da inteireza de cada pessoa e seu nuacutecleo familiar e a inserccedilatildeo dos

condicionantes e determinantes sociais no processo de trabalho dessas equipes ateacute entatildeo a-

presentam-se como desafio proposto Espera-se com a incorporaccedilatildeo desse modus operandi

diferenciado uma assistecircncia de resultados positivos para todos os atores que compotildeem o

SUS - gestores trabalhadores usuaacuterios e instituiccedilotildees formadoras em sauacutede E com isso se

impulsione a consolidaccedilatildeo da resolutividade no SUS (MENDES 2002 STARFIELD 2002

COSTA et al 2009 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009 VASCONCELOS et al

2009)

Outras ferramentas de trabalho a serem incorporadas agraves equipes de ESF satildeo as relacio-

nadas com a epidemiologia social Essas ferramentas prevecircem o reconhecimento da realidade

local por anaacutelises participativas que associam o planejamento das accedilotildees em sauacutede atraveacutes de

um diagnoacutestico do territoacuterio suas famiacutelias e coletividade enquanto territoacuterio processo Eacute pre-

16

ciso que o resultado desse planejamento seja traduzido em uma programaccedilatildeo das atividades

da equipe que considere os fatores de vulnerabilidade e os grupos de risco populacional em

sauacutede a fim de produzir serviccedilos com equidade (MENDES 2002 STARFIELD 2002

COSTA et al 2009 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009 VASCONCELOS et al

2009)

Com isso enfrentar o desafio proposto entre desconstruir o modelo hegemocircnico em

que se estabelecem as accedilotildees de sauacutede na atualidade em busca da construccedilatildeo de um SUS ideal

requer o desenvolvimento de novas praacuteticas sanitaacuterias no cotidiano assistencial que se com-

prometam com a possibilidade de viver de modo mais saudaacutevel (COSTA et al 2009 FARIA

et al 2009b VASCONCELOS et al 2009)

Nesse contexto destaca-se nas equipes de ESF o papel do profissional Enfermeiro

(MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI amp PEREIRA 2009) Ao se

analisar a histoacuteria da Enfermagem Brasileira pode-se observar sua convergecircncia agrave poliacutetica

puacuteblica de sauacutede adotada no paiacutes O Decreto no 9440687(COFEN 2002) que regulamenta a

profissatildeo explicita como atribuiccedilatildeo do Enfermeiro sua participaccedilatildeo no planejamento execu-

ccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da programaccedilatildeo da sauacutede nos diferentes niacuteveis assistenciais do SUS A reso-

luccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) 2722002 incube a esse profissional um

processo de trabalho pautado na Sistematizaccedilatildeo de sua Assistecircncia em busca da qualidade do

cuidado

Conforme Resoluccedilatildeo COFEN 2722002

[] A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem- SAE sendo atividade privati-

va do enfermeiro utiliza meacutetodo e estrateacutegia de trabalhos com embasamento cientiacute-

fico para a identificaccedilatildeo das situaccedilotildees de sauacutededoenccedila que possam contribuir para a

promoccedilatildeo prevenccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo da sauacutede do indiviacuteduo famiacutelia e

comunidade (COFEN 2722002 p 50)

Assim na implementaccedilatildeo dessa assistecircncia eacute fundamental que o Enfermeiro reconhe-

ccedila os haacutebitos individualizados e os aspectos biopsicossociais que integram o processo sauacutede-

doenccedila dos sujeitos visando a identificaccedilatildeo de problemas julgamento cliacutenico sobre as respos-

tas do indiviacuteduo famiacutelia e comunidade perante suas adaptaccedilotildees aos processos de vida vigen-

tes ou potencias (COFEN 2002 MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI

amp PEREIRA 2009)

Perante esses pressupostos legais observa-se a convergecircncia entre o processo de traba-

lho da Enfermagem e as necessidades impostas para o desenvolvimento das accedilotildees em ESF

17

Com isso torna-se significativo no incremento da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a atuaccedilatildeo dife-

renciada desse profissional

Feliciano et al (2010) apontam para o valor atribuiacutedo ao Enfermeiro na ESF quando

esse profissional apresenta-se como uma referecircncia na busca da superaccedilatildeo de dificuldades

haja vista que os demais integrantes da equipe e usuaacuterios dirigem suas demandas a esse pro-

fissional independente de eles gerenciarem institucionalmente a unidade de sauacutede

Figueiredo et al (2010) ressaltam que cabe ao Enfermeiro de ESF funccedilotildees como admi-

nistraccedilatildeo de recursos materiais e humanos bem como a padronizaccedilatildeo das accedilotildees na equipe A

autora revela ainda que a organizaccedilatildeo das atividades de educaccedilatildeo continuada para equipe do

PSF como atribuiccedilatildeo contiacutenua do Enfermeiro

Matumoto et al (2005) Chirelli amp Pereira 2009 Pires amp Goumlttems (2009) corroboram

com essa constataccedilatildeo ao apresentarem que a gestatildeo do cuidado agraves famiacutelias em ESF eacute progra-

maccedilatildeo constante realizada pela Enfermagem e sua equipe Cordeiro et al (2009) colocam o

trabalho de enfermagem na ESF realizado de forma ampliada abrangendo consultas individu-

ais atividades educativas em grupo praacuteticas de capacitaccedilatildeo continuada junto a equipe e pro-

gramaccedilatildeo das accedilotildees junto a ela de forma compatiacutevel e adequada aos pressupostos da estrateacute-

gia sauacutede da famiacutelia

Colomeacute Limas amp Davis (2008) salientam o Enfermeiro como principal articulador do

trabalho na equipe de ESF Os autores mencionam que essas articulaccedilotildees se estabelecem prin-

cipalmente com os agentes comunitaacuterios de sauacutede o que facilita a aproximaccedilatildeo do profissio-

nal de enfermagem agraves necessidades de sauacutede da comunidade conectando o seu trabalho com

os outros profissionais da equipe como dentistas e meacutedicos considerando o caraacuteter comple-

mentar da atuaccedilatildeo dentro de uma equipe multiprofissional

Azambuja et al (2007) expressam em seu estudo sobre o significado do trabalho no

PSF que para os enfermeiros se denota enquanto processo potencializador do seu viver hu-

mano Isso significa que o trabalho em ESF influencia na forma como se vecircem se sentem se

relacionam e vivenciam as situaccedilotildees cotidianas de maneira positiva

Santos Soares amp Campos confirmam os resultados de seus estudos ao de Azambuja et

al (2007) ao colocarem que para os Enfermeiros as forccedilas fortalecedoras de seu trabalho no

PSF adveacutem da relaccedilatildeo prazerosa com o objetofinalidade do trabalho e com o trabalho em si

Eles complementam ainda que as Enfermeiras convivem com a expectativa das suas potenci-

alidades para solucionar os problemas oferecer respostas a populaccedilatildeo em cenaacuterio de maior

autonomia profissional

18

Benito amp Becker (2007) em pesquisa sobre as atitudes gerenciais dos enfermeiros na

ESF destacaram atraveacutes dos profissionais informantes que eram membros das equipes atitu-

des qualitativas dos Enfermeiros de ESF como ser justos intermediarem e resolverem confli-

tos entre profissionais usuaacuterios e representantes da gestatildeo apresentarem poder de negocia-

ccedilatildeo estarem abertos a mudanccedilas possuiacuterem em sua praacutetica atitudes de escuta buscarem pela

promoccedilatildeo de iniciativas e autonomia da equipe e dos usuaacuterios contribuiacuterem com o seu conhe-

cimento para o desenvolvimento do grupo capacidade de planejamento e desenvolvimento de

accedilotildees conjuntas e prestarem o cuidado centrado na famiacutelia com compromisso e responsabili-

dade

Os resultados desses estudos apresentam o papel diferenciado que o Enfermeiro vem

exercendo nas equipes da ESF corroborando para a sua importacircncia nesse campo de atuaccedilatildeo

Destacam as caracteriacutesticas do trabalhador de enfermagem e a incorporaccedilatildeo de novos arranjos

de poderes e saberes necessaacuterios para o delineamento do perfil desse profissional de forma

comprometida agraves diretrizes da ESF e ao fortalecimento do SUS

19

12 O CLIMATEacuteRIO DESAFIO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO

PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

A populaccedilatildeo feminina brasileira totaliza mais de 98 milhotildees e aproximadamente 30

milhotildees se encontram na faixa etaacuteria de 35 a 65 anos Esses dados revelam que 32 das mu-

lheres do Brasil estatildeo na faixa etaacuteria em que ocorre o climateacuterio (BRASIL 2008)

Coelho amp Porto (2009) definem climateacuterio como

[] periacuteodo de transiccedilatildeo entre as fases reprodutivas e natildeo reprodutivas da mulher

Comeccedila por volta dos 40 anos podendo estender-se ateacute os 55 anos ou mais Durante

esses anos acontece a uacuteltima menstruaccedilatildeo definida como menopausa [] (Coelho

amp Porto 2009 p76)

Ressalta-se que esse periacuteodo eacute uma fase bioloacutegica natural da vida e natildeo um processo

patoloacutegico Eacute reconhecido como uma fase do ciclo vital feminino em que ocorrem intensas

transformaccedilotildees na maneira da mulher ser e estar no mundo modificando sua compreensatildeo

frente ao fenocircmeno existencial (LIMA amp ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI

2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008

BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009)

Dessa maneira o periacuteodo do climateacuterio eacute resultado tanto da deficiecircncia hormonal co-

mo de fatores socioculturais e psicoloacutegicos decorre no processo de envelhecimento feminino

sendo marcado pela menopausa A menopausa destaca-se como momento pontual do climateacute-

rio consiste na interrupccedilatildeo permanente da menstruaccedilatildeo e decorre apoacutes 12 meses de amenor-

reacuteia em momento da perda da atividade folicular ovariana (LIMA amp ANGELO 2001

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA

JESUS MERINGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009)

Outro aspecto a ser considerado no climateacuterio aleacutem da faixa etaacuteria eacute um conjunto de

sintomas que acometem parte das mulheres Esses sintomas podem se manifestar enquanto

mudanccedilas sutis ou acentuadas que englobam desde anguacutestia fogachos e irritaccedilotildees ateacute san-

gramentos intermitentes de alto fluxo A sintomatologia em geral acarreta desconforto que se

acentuam de acordo com o enfrentamento desse ciclo pelas mulheres e a consistecircncia da rede

de apoio que se insere Contudo o iniacutecio e teacutermino do climateacuterio satildeo varaacuteveis de acordo com

as caracteriacutesticas individuais da pessoa e estaacute associado a fatores hereditaacuterios raciais socioe-

conocircmicos e demais determinantes do processo de vida subjetivo feminino (LIMA amp

20

ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009)

Neste cenaacuterio de transformaccedilotildees soacutecio-emocionais acentuados pela percepccedilatildeo do en-

velhecimento e limite da vida faz-se necessaacuterio a implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que bus-

quem a promoccedilatildeo da sauacutede da mulher e o fomento de cuidados para que vivenciem essa expe-

riecircncia de maneira mais amena mediante ao turbilhatildeo existencial que lhes permeia esse recor-

te da vida

Ao se abordar as questotildees que envolvem a sauacutede da mulher eacute necessaacuteria a discussatildeo

de aspectos poliacuteticos e histoacutericos que envolvem essa temaacutetica no Brasil em especial por se

tratarem de resultados de uma luta que envolve conquista do gecircnero (BRASIL 2004

BRASIL 2006a COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp

LUCCHESE 2010)

O movimento feminino pela luta de seus direitos que ultrapassam os direitos da sauacutede

hegemocircnica e se convergem aos direitos de cidadania precede a promulgaccedilatildeo do SUS Na

sauacutede o marco histoacuterico dos resultados desse movimento ocorreu na deacutecada de 80 atraveacutes do

Programa de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PAISM) Esse programa evidenciou a ne-

cessidade de mudanccedilas na abordagem das mulheres nos serviccedilos de sauacutede que ultrapassassem

o foco do ciclo graviacutedico-puerperal em busca de sua visatildeo subjetiva e integral Entretanto

apesar do discurso da integralidade na praacutetica o PAISM atuou de forma hegemocircnica buscan-

do a resoluccedilatildeo dos problemas referentes agrave sauacutede reprodutiva e na reduccedilatildeo da mortalidade ma-

terna (BRASIL 2004 BRASIL 2006 COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Encontra-se em vigor atualmente implementado pelo Ministeacuterio da Sauacutede uma estra-

teacutegia poliacutetica e tecnoloacutegica para a renovaccedilatildeo da abordagem a sauacutede da mulher a Poliacutetica Na-

cional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PNAISM) e descreve

[] Considerando que a sauacutede da mulher eacute uma prioridade deste governo o Ministeacute-

rio da Sauacutede lanccedilou em 2004 a ldquoPoliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da

Mulher ndash Princiacutepios e Diretrizesrdquo (PNAISM) em parceria com diversos setores da

sociedade com o compromisso de implementar accedilotildees de sauacutede que contribuam para

a garantia dos direitos humanos das mulheres e reduzam a morbimortalidade por

causas preveniacuteveis e evitaacuteveis Essa Poliacutetica incorpora num enfoque de gecircnero a in-

tegralidade e a promoccedilatildeo da sauacutede como princiacutepios norteadores e busca consolidar

os avanccedilos no campo dos direitos sexuais e reprodutivos com ecircnfase na melhoria da

atenccedilatildeo obsteacutetrica no planejamento familiar na atenccedilatildeo ao abortamento inseguro e

no combate agrave violecircncia domeacutestica e sexual Agrega tambeacutem a prevenccedilatildeo e o trata-

mento de mulheres vivendo com HIVAIDS e as portadoras de doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis e de cacircncer Aleacutem disso amplia as accedilotildees para grupos historicamente

alijados das poliacuteticas puacuteblicas nas suas especificidades e necessidades []

(BRASIL 2006a p13)

21

Outro avanccedilo relevante para a sauacutede da mulher integra-se na Portaria 399GM de 22

de fevereiro de 2006 que institui o Pacto Pela Vida O pacto define-se como um conjunto de

reformas institucionais do SUS entre as trecircs esferas de gestatildeo ndash Uniatildeo estados e municiacutepios ndash

com o objetivo de promover inovaccedilotildees nos processos e nos instrumentos de gestatildeo visando a

alcanccedilar maior efetividade eficiecircncia e qualidade das respostas do SUS O Pacto redefine as

responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo e a bus-

ca da equumlidade social (BRASIL 2006b)

Jaacute no cenaacuterio dos serviccedilos da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a Poliacutetica Nacional de Aten-

ccedilatildeo Baacutesica estabelece grupos vulneraacuteveis e prioritaacuterios para a organizaccedilatildeo da assistecircncia A

sauacutede da mulher integra esse grupo corroborando para a efetivaccedilatildeo das poliacuteticas supracitadas

e considerando a abordagem da mulher pela importacircncia da implementaccedilatildeo da praacutetica dife-

renciada e inovadora do PSF (BRASIL 2007)

Poreacutem diversos autores contribuem na anaacutelise da atenccedilatildeo agrave sauacutede da mulher ao identi-

ficarem a fragilidade da assistecircncia prestada chegando a concluir que os problemas atuais de

sauacutede da mulher estatildeo relacionados agrave qualidade dessa assistecircncia e a desqualificaccedilatildeo dos pro-

fissionais que promovem essa intervenccedilatildeo (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA

SILVA amp SIQUEIRA 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Essa realidade se potencializa quando a assistecircncia se refere agraves mulheres no climateacuterio

Existe uma lacuna na abordagem cotidiana do trabalho das equipes de sauacutede sobre o que e

como prestarem assistecircncia a essa demanda cada vez mais emergente Eacute urgente a necessidade

de se utilizar e integrar todos os campos do saber da sauacutede e suas interfaces para o enfrenta-

mento dessa realidade (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004 GONCcedilALVES amp

MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA

GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Considerando o potencial apresentado nesse trabalho sobre o papel do Enfermeiro nas

equipes de atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede o presente estudo interroga como a produccedilatildeo do conhe-

cimento de Enfermagem sobre a temaacutetica de assistecircncia a mulheres climateacutericas pode colabo-

rar para a implementaccedilatildeo de um cuidado integral e de qualidade a esse grupo na estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Analisar a produccedilatildeo de conhecimento de Enfermagem sobre a mulher climateacuterica e

suas contribuiccedilotildees para a atuaccedilatildeo da equipe da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia - ESF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Realizar o levantamento da produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assis-

tecircncia agrave mulher no climateacuterio

Caracterizar a produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assistecircncia agrave mu-

lher no climateacuterio

Apontar como os resultados da anaacutelise dessa produccedilatildeo cientiacutefica podem contribuir pa-

ra a atuaccedilatildeo da equipe de ESF sobre a temaacutetica

3 METOacuteDO DA PESQUISA

A pesquisa em sauacutede segundo Leopardi (2002) natildeo eacute somente uma incorporaccedilatildeo de

conteuacutedo cientiacutefico ao saber cotidiano eacute um aprender a perceber sentir e a pensar Essas con-

sideraccedilotildees acrescentam para as pesquisas em sauacutede um conhecer sobre o que ocorre no corpo

dos indiviacuteduos na sua luta diaacuteria pela sobrevivecircncia e as relaccedilotildees subjetivas de cada ser hu-

mano

Dentro desse contexto eacute evidenciado um direcionamento metodoloacutegico com a finali-

dade de conhecer as concepccedilotildees e caracteriacutesticas sobre a temaacutetica em estudo presentes na

literatura Trata-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva por revisatildeo bibliograacutefica de anaacute-

lise integrativa

Esse estudo foi realizado com base na pesquisa bibliograacutefica Para Duarte amp Furtado

(2002) esse tipo de pesquisa eacute realizado a partir de levantamentos da produccedilatildeo cientiacutefica

presente em diferentes apresentaccedilotildees como livros artigos cientiacuteficos dissertaccedilotildees teses den-

tre outros Cervo amp Bervian (1996) ressaltam que esse tipo de pesquisa procura explicar um

problema a partir de referecircncias pela analise de suas contribuiccedilotildees culturais ou cientiacuteficas

existentes acerca de determinado assunto

Jaacute o cunho exploratoacuterio desse estudo se define pela descoberta de ideacuteias que propor-

cionaram familiaridade com o problema tornando-o mais expliacutecito com a possibilidade de

fomento a outras hipoacuteteses (DUARTE amp FURTADO 2002 LEOPARDI 2002 HULLEY et

al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

O caraacuteter descritivo dessa pesquisa ocorre na definiccedilatildeo das caracteriacutesticas do fenocircme-

no a ser estudado e suas relaccedilotildees mediante aos objetivos propostos (GIL 1996 OLIVEIRA

1999) Nesse sentido o trabalho descritivo abrange aspectos amplificados do contexto social

Assim eacute possiacutevel o niacutevel de anaacutelise da temaacutetica sobre diferentes formas aleacutem de sua ordena-

ccedilatildeo e sua classificaccedilatildeo

As revisotildees de literatura necessitam de alguns padrotildees que assegurem sua qualidade

metodoloacutegica como utilizaccedilatildeo de meacutetodos para assegurar a anaacutelise precisa e objetiva anaacutelise

da teoria resultados meacutetodos sujeitos e variaacuteveis de estudo fornecer ao leitor o maacuteximo de

informaccedilotildees possiacuteveis sobre estudos revisados e natildeo apenas os principais (HULLEY et al

2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Dessa forma realizou-se um estudo de revisatildeo da literatura cientiacutefica visando avaliar

um conjunto de dados simultacircneos a partir de estudos primaacuterios selecionados previamente

24

que investigam uma mesma questatildeo (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER

2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

A questatildeo do estudo eacute o primeiro passo para o iniacutecio da revisatildeo bibliograacutefica O Se-

gundo passo consiste em definir a seleccedilatildeo dos estudos sendo o mais indicado as bases de da-

dos eletrocircnicas O terceiro passo eacute a avaliaccedilatildeo criacutetica dos estudos em que se utilizam criteacuterios

para validar os estudos selecionados atraveacutes de uma avaliaccedilatildeo criacutetica dos pesquisadores O

quarto passo consiste na coleta dos dados em que se caracterizam os estudos levantados e de-

terminam suas possibilidades de comparaccedilatildeo O quinto passo eacute a analise e apresentaccedilatildeo dos

dados com agrupamento de estudos semelhantes O sexto passo eacute a determinaccedilatildeo da forccedila

dos resultados e das evidencias encontradas delineando claramente os benefiacutecios e riscos do

achado Uma vez publicada a revisatildeo poderaacute sofrer criacuteticas e sugestotildees que poderatildeo ser in-

corporadas em novos estudos sobre a temaacutetica (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005

ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Para o delineamento do estudo foi definida como questatildeo norteadora como a produ-

ccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede da mulher climateacuterica pode contribuir pa-

ra a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede da famiacutelia

A partir da questatildeo dessa investigaccedilatildeo foram considerados estudos que abordassem a

assistecircncia ao climateacuterio por Enfermeiros A amostra foi do tipo natildeo-probabiliacutestica de conve-

niecircncia constituiacuteda por publicaccedilotildees nacionalmente indexadas sobre a temaacutetica O descritor

utilizado foi ldquoClimateacuteriordquo e a opccedilatildeo pelo natildeo cruzamento de demais descritores foi devida a

escolha da fonte de busca

A fonte de busca orientou-se por base eletrocircnica restrita a produccedilatildeo do conhecimento

nacional e de liacutengua portuguesa que correspondesse a publicaccedilotildees em perioacutedicos de Enfer-

magem demonstrando proximidade com a questatildeo norteadora A busca dos artigos foi reali-

zada no periacuteodo de outubro de 2009 a janeiro de 2010

Adotou-se como criteacuterios de exclusatildeo publicaccedilotildees cujo o cenaacuterio de desenvolvimento

natildeo fossem a Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede eou ESF Ressalta-se que o recorte temporal para

busca das publicaccedilotildees considerou apenas o limite final do periacuteodo o ano de 2009 buscando

amplificar o periacuteodo de iniacutecio da produccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico dessa temaacutetica e assim

natildeo diminuir a sensibilidade das buscas

Foi utilizada a Base de Dados de Enfermagem (BDENF) presente na Biblioteca Vir-

tual em Sauacutede BIREME atraveacutes do siacutetio eletrocircnico httpbasesbiremebrcgi-

binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampbase=BDENFamplang=p

25

O Centro Latino-Americano e do Caribe de Informaccedilatildeo em Ciecircncias da Sauacutede tam-

beacutem conhecido pelo seu nome original Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) eacute um

centro especializado da Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Organizaccedilatildeo Mundial da Sa-

uacutede (OPASOMS) orientado agrave cooperaccedilatildeo teacutecnica em informaccedilatildeo cientiacutefica em sauacutede A sede

da BIREME estaacute localizada no Brasil no campus central Universidade Federal de Satildeo Paulo

(UNIFESP) desde a sua criaccedilatildeo em 1967 segundo acordo da OPASOMS com o Governo do

Brasil

A BDENF apresenta informaccedilotildees compostas pela literatura teacutecnico-cientiacutefica brasilei-

ra em Enfermagem Eacute coordenada pela Escola de Enfermagem da Universidade de Minas

Gerais e por demais Centros Cooperantes da rede BVSENFERMAGEM A composiccedilatildeo des-

sa biblioteca eletrocircnica apresenta perioacutedicos teses livros capiacutetulos de livros anais de con-

gressos ou conferecircncias relatoacuterios teacutecnico-cientiacuteficos e publicaccedilotildees governamentais

No desenvolvimento da revisatildeo integrativa foram selecionados artigos apoacutes a identifi-

caccedilatildeo de todas as publicaccedilotildees a partir do descritor utilizado Procedeu-se analise para caracte-

rizaccedilatildeo dos estudos e preacute-seleccedilatildeo quanto a sua pertinecircncia a pergunta norteadora

Essa etapa foi realizada separadamente por dois revisores sendo a pesquisadora dessa

investigaccedilatildeo e a sua orientadora Os passos utilizados para a caracterizaccedilatildeo dos artigos e a

verificaccedilatildeo de sua aproximaccedilatildeo com a questatildeo norteadora foram a leitura aprofundada de

cada artigo a segregaccedilatildeo dos mesmos quanto agrave aproximaccedilatildeo da questatildeo norteadora e a cate-

gorizaccedilatildeo desses conforme os criteacuterios metodoloacutegicos estabelecidos

Posteriormente ocorreu consenso entre a autora e a orientadora com o objetivo de de-

cidir a inclusatildeo e a exclusatildeo dos artigos preacute-selecionados e avaliados a fim de se garantir

maior seguranccedila na seleccedilatildeo

Para a anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por nuacutemeros absolutos e

frequencias Os elementos de caracterizaccedilatildeo dos perioacutedicos foram

Total de artigos identificados na busca conforme fonte

Identificaccedilatildeo de artigos repetidos

Exclusatildeo de artigos

Inclusatildeo de artigos para a revisatildeo sistemaacutetica

Quanto aos estudos incluiacutedos por aproximaccedilatildeo para com a questatildeo norteadora analisa-

ram-se os seguintes aspectos

Siacutentese panoracircmica do conteuacutedo e da analise dos artigos incluiacutedos

Delineamento da Investigaccedilatildeo (metodologia)

26

Ano de publicaccedilatildeo

Perioacutedico de publicaccedilatildeo

Consideraccedilotildees apresentadas agrave temaacutetica em estudo

Objetivando facilitar a leitura e a identificaccedilatildeo dos artigos optou-se pela atribuiccedilatildeo do

coacutedigo E(n) para os artigos excluiacutedos e I(n) para os artigos incluiacutedos na revisatildeo sistemaacutetica

Conforme os resultados identificados foi calculado o iacutendice de KAPPA (K) Esse iacuten-

dice corresponde a uma medida de concordacircncia usada em escalas nominais que fornece a

ideacuteia do quanto as observaccedilotildees se afastam daquelas esperadas fruto do acaso indican-

do assim o quatildeo legiacutetimas as interpretaccedilotildees satildeo (CANOLETTI 2008)

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A anaacutelise da revisatildeo sistemaacutetica iniciou com a descriccedilatildeo dos artigos encontrados se-

guindo com a descriccedilatildeo daqueles excluiacutedos do processo de revisatildeo sistemaacutetica e por fim foi

analisada a aproximaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos com o questionamento norteador

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF

Os registros sobre climateacuterio no BDENF totalizaram 26 conforme descritor utilizado

poreacutem dentre os trabalhos havia um que natildeo se enquadrava como perioacutedico e foi excluiacutedo da

lista totalizando 25 artigos Ressalta-se que natildeo houve obtenccedilatildeo de artigos por busca manual

Na Tabela 1 verifica-se o total de estudos encontrados na busca realizada conforme perioacutedi-

cos

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo

perioacutedicos

BDENF - Banco de Dados de Enfermagem N

Revista Gauacutecha de Enfermagem 2

Revista Enfermagem UERJ 5

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 1

Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 4

Revista da Escola de Enfermagem da USP 2

Acta Paulista de Enfermagem 1

Nursing (Satildeo Paulo) 2

Revista Brasileira de Enfermagem 3

Biblioteca J Baeta Vianna 1

Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 1

Revista Paulista de Enfermagem 1

Texto amp Contexto Enfermagem 2

Total 25

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Quanto ao ano de publicaccedilotildees dos artigos selecionados observou-se que o periacuteodo de

publicaccedilatildeo inicia-se em 1985 e finaliza no ano de 2009 como mostra a Tabela 2

28

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano

de publicaccedilatildeo

Ano de publicaccedilatildeo Nordm de Estudos

2009 2 8

2008 1 4

2007 2 8

2006 1 4

2005 4 16

2004 3 12

2002 4 16

2000 3 12

1997 1 4

1996 1 4

1995 1 4

1985 2 8

TOTAL 25 100

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Nota-se que apesar de haver nesta revisatildeo sistemaacutetica trabalhos datados de 1985 a

discussatildeo do tema soacute ampliou entre 15 e 20 anos depois o que reforccedila a ideacuteia de que haacute uma

preocupaccedilatildeo crescente para com essa temaacutetica na atenccedilatildeo baacutesica no intuito de melhorar os

serviccedilos prestados

Vale ressaltar que criaccedilatildeo do SUS em 1988 e posteriormente a ESF regulamentada em

1994 contribuiacuteram para o fortalecimento da atenccedilatildeo primaacuteria e consequentemente impulsio-

nando as pesquisas na aacuterea

Analisando esta tabela percebe-se que no periacuteodo de 2000 a 2005 foram identificados

o maior nuacutemero de publicaccedilotildees referentes ao assunto 56 (n = 14) indicando o crescimento

do interesse do estudo deste assunto A concentraccedilatildeo de estudos nesse intervalo de tempo os

caracteriza como sendo recentes jaacute que foram elaborados haacute menos de 10 anos

Os resumos dos 25 registros localizados foram lidos e a partir da leitura foram sele-

cionados aqueles cujo tiacutetulo eou resumo colocavam a assistecircncia ao climateacuterio na atenccedilatildeo

primaacuteria como objeto de estudo ou como uma de suas questotildees centrais de anaacutelise Posteri-

ormente foram identificados os artigos repetidos (n = 3) descartando-os

Dos 22 artigos selecionados a Revista Enfermagem UERJ apresentou a maior quanti-

dade de publicaccedilotildees totalizando 20 (n = 5)

Apoacutes avaliaccedilatildeo dos tiacutetulos leitura dos resumos e anaacutelise dos artigos integralmente ve-

rificou-se que 364 (n = 8) apresentaram pertinecircncia agrave questatildeo norteadora da pesquisa sen-

do 25 (n = 2) destes artigos oriundos da Revista Enfermagem UERJ e 25 (n = 2) da Es-

cola Ana Nery Revista de Enfermagem As demais revistas apresentaram 125 (n = 1) dos

29

artigos pertinentes cada uma Os estudos excluiacutedos da revisatildeo integrativa perfizeram 636

(n = 14)

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA

Em relaccedilatildeo aos artigos excluiacutedos observa-se sua descriccedilatildeo no Quadro 1

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E1

ZAMPIERI M de F M

TAVARES C M A

HAMES M de L C

FALCON G S

SILVA A L de

GONCcedilALVES L T

O processo de viver e ser

saudaacutevel das mulheres no

climateacuterio

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2009

E2

ALMEIDA L H R B de

LUZ M H B A

MONTEIRO C F de S

Ser mulher no climateacuterio

uma anaacutelise compreensiva

pela enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

E3 NIEVAS A F

FUREGATO A R F

Depressatildeo em mulheres no

climateacuterio

Revista Gauacutecha de

Enfermagem 2006

E4 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

Vivenciando o climateacuterio o

corpo em seu percurso exis-

tencial agrave luz da Fenomenolo-

gia

Revista Enferma-

gem UERJ 2005

E5

FERNANDEZ M R

GIR E

HAYASHIDA M

Sexualidade no periacuteodo

climateacuterico situaccedilotildees vi-

venciadas pela mulher

Revista da Esco-

la de Enferma-

gem da USP

2005

E6 BIFFI E F de A

SCATENA M C M

Sauacutede Mental e climateacuterio

na perspectiva de mulheres

profissionais de sauacutede

Revista Enfer-

magem UERJ 2004

30

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E7 MILANEZ M R de

M NERY I S

Percepccedilatildeo das mulheres

sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de en-

fermagem

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2004

E8 MURATA I M H

SCHIRMER J

Manifestaccedilotildees biopsicogecirc-

nicos decorrentes do clima-

teacuterio entre trabalhadoras de

uma universidade puacuteblica

Acta Paulista de

enfermagem 2004

E9 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

O climateacuterio a corporeida-

de como berccedilo das experi-

ecircncias do vivido

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

2002

E10

MURATA I M H

BERCINI L O

SCHIRMER J

Auto-cuidado na prevenccedilatildeo

do cacircncer de colo de uacutetero

e cacircncer de mama compa-

raccedilatildeo entre mulheres natildeo

climateacutericas e climateacutericas

Biblioteca J

Baeta Vianna 2000

E11

LOPES M E L

BATISTA P S de S

COSTA Se F G da

SOARES M S de

Orientaccedilotildees de enferma-

gem agrave mulher climateacuterica

quanto agrave terapia de reposi-

ccedilatildeo hormonal uma abor-

dagem eacutetica

Revista da Rede de

Enfermagem do

Nordeste

2000

E12 DAOUD I G

SANTANA M da G

Construccedilatildeo de um processo

educativo com um grupo de

mulheres climateacutericas

Texto amp Contexto

Enfermagem 2000

E13 LANDERDAHL M C

Buscando novas maneiras

de pensar o climateacuterio fe-

minino

Texto amp contexto

enfermagem 1997

E14 NERY I S Perfil do atendimento agrave

mulher no climateacuterio

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

1996

31

Em geral os estudos excluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (E1 E6 E8 e E10) que correspondem

a 286 (n = 4)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (E3 E4 E5 E7 E8 E9 e

E13) somando 50 (n = 6)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (E2 E11 E12 e E14) o que resulta em 286 (n =

4)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 71 (n = 1) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas por

profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educativo (E11)

Percebe-se que dois dos artigos excluiacutedos se enquadram em mais de uma dimensatildeo apre-

sentada na anaacutelise feita acima

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os artigos incluiacutedos foram estudados sistematicamente de modo a extrair de cada um

as concepccedilotildees e respectivas caracteriacutesticas do trabalho em equipe as quais foram discutidas agrave

luz do referencial teoacuterico que embasa este estudo qual seja a assistecircncia ao climateacuterio pela

equipe de sauacutede

A amostra definitiva dos artigos incluiacutedos para a revisatildeo sistemaacutetica portanto foram

oito artigos apresentados a seguir no Quadro 2

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

I1 PEREIRA Q L C

SIQUEIRA H C H de

O olhar dos responsaacuteveis

pela poliacutetica de sauacutede da

mulher climateacuterica

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

2009

I2

OLIVEIRA D M de

JESUS M C P de

MERIGHI M A B

O climateacuterio sob a oacutetica de

mulheres assistidas em uma

unidade de sauacutede da famiacutelia

de Juiz de Fora - Minas Ge-

rais

Revista de A-

tenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede

2008

32

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

I3 LIMA E C

VARGENS O M da C

O significado de climateacuterio

para as mulheres implicaccedilotildees

para o cuidado de enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

I4

PIAZZA I P

DE LORENZI D R S

SACILOTO B

Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacuteri-

cas atendidas em um PSF

Revista Gauacutecha

de Enfermagem 2005

I5 LANDERDAH M C

Mulher climateacuterica uma abor-

dagem necessaacuteria ao niacutevel de

atenccedilatildeo baacutesica

Nursing (Satildeo

Paulo) 2002

I6 DAOUD I G

Encontros e desencontros das

mulheres climateacutericas que

buscam assistecircncia em serviccedilo

do Sistema Uacutenico de Sauacutede

Revista Enferma-

gem UERJ 2002

I7

CANDELLA C L M

RUGGIERO C M

ARAYA M E S SILVA

R V

Assistecircncia de enfermagem agrave

mulher no climateacuterio

Revista da Escola

de Enfermagem

da USP

1995

I8 VARGENS O M da C O casal no climateacuterio orienta-

ccedilatildeo de enfermagem

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

1985

Os estudos incluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (I4) que correspondem a

125 (n = 1)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (I2 I3) somando

25 (n = 2)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (I1 I5 I6 I7 e I8) o que resulta em 625

(n = 5)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 25 (n = 2) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas

por profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educati-

vo (I7 e I8)

Assim nota-se que a maioria dos estudos incluiacutedos 625 (n = 5) faz menccedilatildeo agrave assis-

tecircncia em sauacutede prestada a essas clientes evidenciando-se uma maior discussatildeo do tema asso-

ciado agrave melhoria dos serviccedilos prestados na atenccedilatildeo baacutesica

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

1 ALMEIDA LHRB LUZ MHBA MONTEIRO CFS Ser mulher no climateacute-

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8 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Portaria nordm

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9 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

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uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

trole dos cacircnceres do colo do uacutetero e da mama Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Depar-

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43

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versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

Nery Revista de Enfermagem 1985 5(1)23-5 janmar

69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 7: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

RESUMO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) eacute fundamental para a reordenaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de

Sauacutede (SUS) Tem como desafio ultrapassar a fragmentaccedilatildeo do processo assistencial e o dis-

tanciamento das reais necessidades de sauacutede das populaccedilotildees Nesse cenaacuterio inserem-se as

necessidades relacionadas agrave Sauacutede da Mulher A vivecircncia da autora Enfermeira da ESF na

zona rural em Minas Gerais atentou-se para emergecircncia de mulheres de meia idade com de-

mandas diferenciadas em sauacutede que vivenciavam o Climateacuterio Perante essa realidade reno-

vaccedilotildees da atenccedilatildeo prestada pela equipe se fizeram necessaacuterias Esse estudo objetiva analisar a

produccedilatildeo de conhecimento em Enfermagem sobre a mulher no climateacuterio e suas contribuiccedilotildees

para a atuaccedilatildeo da equipe de ESF Utilizou-se a revisatildeo integrativa da literatura atraveacutes da

biblioteca virtual eletrocircnica BDENF por meio de publicaccedilotildees perioacutedicas de enfermagem pelo

descritor Climateacuterio Como criteacuterio de inclusatildeo analisar publicaccedilotildees desenvolvidas na aten-

ccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede eou ESF Buscando ampliar a sensibilidade da busca pelo periacuteodo de

iniacutecio da produccedilatildeo cientiacutefica dessa temaacutetica utilizou-se apenas o limite final ano 2009 Os

resultados apresentaram total de 25 artigos sendo trecircs repetidos e 636 natildeo correspondiam

aos criteacuterios de inclusatildeo Observou-se escassez sobre a produccedilatildeo dessa temaacutetica na Enferma-

gem A maior concentraccedilatildeo das publicaccedilotildees foi entre 2000 a 2005 demonstrando a recente

discussatildeo desse tema As publicaccedilotildees caracterizavam-se pela busca dos serviccedilos de sauacutede

dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos desse ciclo vital fe-

minino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas pesquisas

Iacutendice de KAPPA consideraacutevel (k=04) A anaacutelise das publicaccedilotildees apontou para a necessidade

da compreensatildeo do climateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo

vital feminino Haacute urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo a essa clien-

tela e haacute a necessidade de implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas como accedilotildees educati-

vas grupos operativos que incluam as mulheres e suas famiacutelias O Enfermeiro foi apontado

como um ator potencial dentro da equipe para implementar as accedilotildees inovadoras orientar so-

bre os mitos e tabus que permeiam essa etapa da vida feminina e de forma compreensiva e

acolhedora auxiliar essas mulheres na reformulaccedilatildeo dos projetos subjetivos de suas vidas

Palavras-Chaves Climateacuterio Sauacutede da mulher Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia Enfermagem

em Sauacutede Puacuteblica

ABSTRACT

The Family Health Strategy (FHS) is fundamental for reorganizing the Unified Health System

(SUS) Its challenge is to overcome fragmentation of the care process and the detachment

from the real health needs of populations In this scenario it fits the needs related to Womens

Health The experience of the author Nurse of the FHS in the rural area in Minas Gerais

strove to emergence of middle-aged women with different expectations on health which had

experienced the climacteric Facing this reality renovations to the attention paid by the team

make up necessary This study aims to analyze the production of nursing knowledge about the

climacteric women and their contributions to the activities of the FHS team Was used a inte-

grative review of the literature through electronic virtual library BDENF through periodic

publications of nursing the descriptor Climacteric The inclusion critery was examining pub-

lications developed in primary health care and or FHS Seeking to increase the sensitivity of

the search for the early period of scientific production of this theme were used only the final

limit the year 2009 The results showed total of 25 articles 3 repeated and 636 did not

meet the inclusion criteria Observed scarcity on the production of this theme in Nursing The

highest concentration of the papers between was in 2000 to 2005 demonstrating the recent

discussion on this topic The publications were characterized the pursuit of health services to

this population the description of aspects of biomedical and life cycle psychoaffective women

and the role of nurses The qualitative method was used more in the polls Index considerable

KAPPA (k = 04) The analysis of publications pointed to the need for understanding of cli-

macteric in a larger size and status as a natural life cycle in health women There is an emer-

gency that health services attended to these clients and there is the need to implement differ-

ent strategies as educational operational groups that include women and their families The

nurse was appointed as an potential actor within the team to implement innovative actions

advise on the mitos and taboos that permeate this female stage of life so comprehensive and

welcoming assist these women in the reformulation of the projects of their subjective lives

Keywords Climateric Womenacutes Health Family Health Strategy Public Health Nursing

RESUMEN

El Estrategia de Salud Familiar (ESF) es fundamental para reorganizar el Sistema Uacutenico de

Salud (SUS) Su reto es superar la fragmentacioacuten del proceso asistencial y el destacamento de

la salud de las verdaderas necesidades de las poblaciones En este escenario se ajusta a las

necesidades relacionadas con la salud de la mujer La experiencia de la autora la enfermera

del ESF en la zona rural en Minas Gerais se esforzoacute por emergencia de las mujeres de media-

na edad con diferentes expectativas en materia de salud que habiacutea experimentado el climate-

rio Ante esta realidad renovacioacuten de la atencioacuten prestada por el equipo eran necesarias Este

estudio tiene como objetivo analizar la produccioacuten de conocimientos de enfermeriacutea sobre la

mujer climateacuterica y sus contribuciones a las actividades del equipo del ESF Se utilizoacute la revi-

sioacuten integradora de la literatura a traveacutes de biblioteca electroacutenica virtual BDENF a traveacutes de

publicaciones perioacutedicas de la enfermeriacutea los criterios de inclusioacuten descriptor Climateacuterio

Como publicaciones examen desarrollado en la atencioacuten primaria de salud y o fibras discon-

tinuas de polieacutester Tratando de aumentar la sensibilidad de la buacutesqueda de los primeros tiem-

pos de la produccioacuten cientiacutefica de este tema se utilizoacute soacutelo el liacutemite final el antildeo 2009 Los

resultados mostraron total de 25 artiacuteculos 3 repetidas y el 636 no cumpliacutea con los criterios

de inclusioacuten Observado la escasez en la produccioacuten de este tema en Enfermeriacutea La mayor

concentracioacuten de los papeles entre 2000 a 2005 lo que demuestra el reciente debate sobre este

tema Las publicaciones se han caracterizado la buacutesqueda de servicios de salud a esta pobla-

cioacuten la descripcioacuten de los aspectos de la biomedicina y las mujeres del ciclo de vida psicoa-

fectiva y el papel de las enfermeras El meacutetodo cualitativo es maacutes usado en las urnas Iacutendice

considerable kappa (k = 04) El anaacutelisis de las publicaciones que sentildealoacute la necesidad de una

comprensioacuten de la menopausia en un tamantildeo mayor y su estatus como un ciclo de vida natural

en los servicios de salud regorganizaccedilatildeo femenino Haacute de emergencia para atender a estos

clientes y existe la necesidad de aplicar diferentes estrategias como grupos educativos opera-

tivos que incluyen a las mujeres y sus familias La enfermera fue nombrado como un actor

potencial en el equipo para implementar acciones innovadoras asesoramiento sobre la mitos y

tabuacutees que impregnan esta etapa de la vida femenina y los comprensiva y acogedor ayudar a

estas mujeres en la reformulacioacuten de los proyectos de sus subjetiva vidas

Palabras-claves Climaterio Salud de la Mujer Estrategia de Salud Familiar Enfermeriacutea en

Salud Puacuteblica

IacuteNDICE DE TABELAS E QUADROS

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo perioacutedicos 23

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano de publicaccedilatildeo 28

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa 29

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa 31

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme

escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave questatildeo norteadora em estudo

333

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 141

11 PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA E A ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

INOVACcedilOtildeES TECNOASSISTENCIAIS PARA O FORTALECIMENTO DO SUS 13

12 O CLIMATEacuteRIO DESAFIO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO

PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA 19

2 OBJETIVOS 22

21 OBJETIVO GERAL 22

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 22

3 METOacuteDO DA PESQUISA 23

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF 23

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA 29

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA 31

44 CARACTERIZACcedilAtildeO PANORAcircMICA DOS ARTIGOS CONFORME REVISAtildeO

INTEGRATIVA 33

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 40

6 REFEREcircNCIAS 432

1 INTRODUCcedilAtildeO

Inserida no cotidiano de trabalho de uma equipe sauacutede da famiacutelia da zona rural de um

municiacutepio de pequeno porte em Minas Gerais vivenciando os desafios de integrar um grupo

de trabalho de composiccedilatildeo heterogecircnica com membros de diferentes formaccedilotildees e visotildees di-

versificadas do que eacute sauacutede e de como se deve abordar o processo sauacutede-doenccedila

A autora deste estudo Enfermeira mulher atentou-se para a maneira como eram ldquotra-

tadosrdquo os problemas de sauacutede das mulheres cadastradas em sua equipe que se apresentavam

ao serviccedilo com uma busca que ultrapassava a necessidade expliacutecita da doenccedila inserida tra-

zendo consigo seus contextos histoacutericos subjetivos e arranjos de vida Observou que as inter-

venccedilotildees realizadas apesar do esforccedilo contiacutenuo dos profissionais em implementar uma praacutetica

diferenciada era na maioria das situaccedilotildees centradas no biologismo e na compreensatildeo mecacirc-

nica dos determinantes do processo sauacutede-doenccedila

A maioria da populaccedilatildeo que frequentava as atividades da Unidade de Sauacutede eram mu-

lheres e a autora percebeu que dentre elas havia um grupo que estava em busca de um tipo de

atendimento diferente daqueles referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer ceacutervico-uterino do periacuteodo

graviacutedico-puerperal das atividades de puericultura e das atividades direcionadas agraves portadoras

de doenccedilas crocircnicas como hipertensatildeo e diabetes Essa ldquonovardquo clientela era constituiacuteda por

mulheres de meia idade que buscavam um atendimento cliacutenico apresentando sintomatologia

difusa tanto no aspecto biomeacutedico como no aspecto psicoafetivo

No decorrer da realizaccedilatildeo do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede

da Famiacutelia oferecido pelo NESCONUFMG a autora conquistou ferramentas que fortalece-

ram sua compreensatildeo diferenciada sobre a realidade no seu contexto de trabalho Durante a

realizaccedilatildeo do moacutedulo Sauacutede da Mulher percebeu-se uma lacuna assistencial para com essas

clientes Os conhecimentos proporcionados por esse moacutedulo estimularam a compreensatildeo de

que a demanda apresentada pelas mulheres de meia idade poderiam ter relaccedilatildeo com uma eta-

pa do ciclo vital natural de suas vidas o Climateacuterio

Desde entatildeo o olhar dessa profissional apresentou-se mais cuidadoso para com a refe-

rida situaccedilatildeo Concluiu-se que a equipe estava fraacutegil nas abordagens propostas resultando na

insatisfaccedilatildeo das usuaacuterias frente ao atendimento prestado

12

Curiosidade inquietaccedilatildeo necessidade de estimular a equipe para obtenccedilatildeo de melho-

res resultados motivaram ou melhor foram a mola propulsora para que a autora investigasse

essa temaacutetica a fim de contribuir para a melhoria do seu processo de trabalho

Entretanto havia duacutevidas quanto agrave escolha de estrateacutegias efetivas que pudessem ser u-

tilizadas na atenccedilatildeo dispensada a essa populaccedilatildeo As questotildees abordadas pelas mulheres cli-

mateacutericas condiziam com modificaccedilotildees do corpo humano mudanccedilas de papeacuteis no seu contex-

to familiar e social questotildees de foacuterum iacutentimo em suas relaccedilotildees conjugais dentre outros aspec-

tos o que lhes suscitava incertezas e medo do desconhecido

Diante do exposto associado agraves reflexotildees contextuais e o aparato intelectivo propor-

cionados pela Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia suscitou na autora o

desejo de conhecer cientificamente como acontecia a assistecircncia ao climateacuterio prestada por

enfermeiros e a possibilidade de suas contribuiccedilotildees para o fortalecimento das accedilotildees da equi-

pe Mediante esse cenaacuterio manifesta-se o interesse em concretizar este estudo que possui a

seguinte questatildeo norteadora como a produccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede

da mulher climateacuterica pode contribuir para a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede

da famiacutelia

13

11 PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA E A ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

INOVACcedilOtildeES TECNOASSISTENCIAIS PARA O FORTALECIMENTO DO SUS

A Constituiccedilatildeo de 1988 institui o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e coloca a Sauacutede co-

mo uma conquista de direito do cidadatildeo Ressalta-se como princiacutepios dessa poliacutetica puacuteblica de

sauacutede no Brasil a integralidade a universalidade a equumlidade Outro aspecto que se busca para

a garantia desse direito eacute a incorporaccedilatildeo de novas tecnologias e especializaccedilatildeo dos saberes

(ROSEMBERG amp MINAYO 2001 TEIXEIRA 2003 BRASIL 2007 FARIA et al 2009a)

Na trajetoacuteria da implementaccedilatildeo desse sistema muitos avanccedilos aconteceram entretanto

alguns desafios permearam esse cenaacuterio dentre os quais se destacam a fragmentaccedilatildeo do pro-

cesso de trabalho e das relaccedilotildees entre os diferentes profissionais a fragmentaccedilatildeo da rede as-

sistencial precaacuteria interaccedilatildeo nas equipes e despreparo para lidar com a dimensatildeo subjetiva

nas praacuteticas de atenccedilatildeo baixo investimento na qualificaccedilatildeo dos trabalhadores especialmente

no que se refere agrave gestatildeo participativa e ao trabalho em equipe desrespeito aos direitos dos

usuaacuterios formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede distante do debate e da formulaccedilatildeo da poliacutetica

puacuteblica de sauacutede controle social fraacutegil dos processos de atenccedilatildeo e gestatildeo do SUS

(ROSEMBERG amp MINAYO 2001 TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

Nesse percurso diversas interpretaccedilotildees conceituais ressaltam-se sobre a sauacutede Observa-

se no cotidiano que os olhares reducionistas do campo de atenccedilatildeo agrave sauacutede tecircm contribuiacutedo

para a manutenccedilatildeo das desigualdades sociais (ROSEMBERG amp MINAYO 2001

TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

Diferentes autores apontam que na atualidade o entendimento do processo sauacutede-

doenccedila estaacute ainda centrado no biologismo e com uma fraacutegil compreensatildeo de caracteriacutesticas

lineares e mecacircnicas dos determinantes do processo sauacutede-doenccedila (ROSEMBERG amp

MINAYO 2001 STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al 2009a)

Movimentos mundiais desenvolveram-se para a discussatildeo e transformaccedilatildeo desses as-

pectos hegemocircnicos no processo sauacutede e doenccedila Destaca-se o movimento pioneiro iniciado

no Canadaacute em 1974 qual propotildee a utilizaccedilatildeo da estrateacutegia da promoccedilatildeo da sauacutede deslocando

o foco das causas individuais da doenccedila para as influecircncias soacutecio-ambientais Posteriormente

o movimento da promoccedilatildeo da sauacutede verificado pelas Conferecircncias Internacionais de Adelai-

de (1986) Sundsvall (1991) Jakarta (1997) e Meacutexico (2000) no Brasil (MINAYO HARTZ

BUSS 2000 MENDES 2002 STARFIELD 2002 TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

14

Busca-se desde entatildeo a compreensatildeo da sauacutede enquanto recurso fundamental para a

vida diaacuteria e natildeo como um objetivo em si mesmo com determinantes muacuteltiplos necessitando

de intervenccedilatildeo intersetorial Com isso satildeo essenciais estrateacutegias que corroborem com a defesa

da vida a qualificaccedilatildeo profissional e a mediaccedilatildeonegociaccedilatildeo entre os diversos atores que

compotildeem o cenaacuterio SUS (MINAYO HARTZ BUSS 2000 BRASIL 2007 FARIA et al

2009a)

Mediante todos os movimentos que discutiram o conceito de sauacutede de forma ampliada

alguns desafios cotidianos ainda estatildeo colocados para a sauacutede puacuteblica que pautados na im-

plementaccedilatildeo do SUS apresentam urgecircncia em redirecionar o modo como estatildeo organizados

os serviccedilos de sauacutede e a assistecircncia prestada (TEIXEIRA 2003 BRASIL 2007 FARIA et al

2009a)

Ao considerar essas especifidades apontadas no sistema de sauacutede brasileiro em 1994

foi criada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Esse programa

eacute uma estrateacutegia ambiciosa que visa a transformaccedilatildeo do modelo tecnoassistencial vivenciado

Trata-se de incorporar aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria uma equipe multiprofissional que

dialogue com o conhecimento popular responsaacutevel por uma determinada aacuterea de abrangecircncia

E o trabalho em sauacutede dessa equipe deve considerar essa aacuterea enquanto territoacuterio- processo e

atuar como unidade de centralidade na organizaccedilatildeo do cuidado agraves necessidades de sauacutede da

populaccedilatildeo (BRASIL 2007 FARIA et al 2009b COSTA et al 2009 MERHY 2009

MINAS GERAIS 2009)

As equipes multiprofissionais satildeo compostas conforme a legislaccedilatildeo atual da ESF por

meacutedico generalista agentes comunitaacuterios de sauacutede trabalhadores de sauacutede bucal auxiliares

de enfermagem e enfermeiro Destaca-se nesse contexto o trabalho do agente comunitaacuterio

em sauacutede enquanto ator principal na interlocuccedilatildeo entre as necessidades comunitaacuterias e seus

conhecimentos nos processos de manutenccedilatildeo da vida com o saber tecnoloacutegico dos demais

trabalhadores da sauacutede (MENDES 2002 STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al

2009b MERHY 2009 MINAS GERAIS 2009)

Sobre o territoacuterio-processo esse conceito eacute compreendido como um fenocircmeno que re-

sulta na compreensatildeo das relaccedilotildees estabelecidas em um determinado espaccedilo Abrange o deli-

neamento e compreensatildeo por meio de mapeamento e diagnoacutesticos situacionais sobre as es-

pecificidades dos aspectos das relaccedilotildees interpessoais ali inseridos sua mobilidade espacial

suas diversidades histoacuterico-culturais e os elementos cognitivos fiacutesicos demograacuteficos e eco-

nocircmicos que as comunidades vivenciam para a manutenccedilatildeo de suas vidas Pressupotildee-se que a

equipe multiprofissional preste assistecircncia para 800 a 1000 famiacutelias cadastradas em uma Uni-

15

dade Baacutesica de Sauacutede atraveacutes de um territoacuterio delimitado e mapeado (MENDES 2002

STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009)

Jaacute a centralidade do cuidado traz agrave ESF enquanto mecanismo fortalecedor do niacutevel

primaacuterio de atenccedilatildeo agrave sauacutede no Brasil uma caracteriacutestica inovadora que consiste em coorde-

nar a assistecircncia de forma a promover a integralidade na rede assistencial Essa integralidade

ocorre quando o ponto central do cuidado se diverge da piracircmide hierarquizada e adota estru-

turas aliadas e flexiacuteveis entre os diferentes setores de prestaccedilatildeo dos serviccedilos em sauacutede inde-

pendente de sua densidade tecnoloacutegica A manutenccedilatildeo entre o diaacutelogo contiacutenuo dos diversos

setores da sauacutede e as necessidades da comunidade passa a ser de responsabilidade das equipes

inseridas no niacutevel primaacuterio por meio do PSF (MENDES 2002 STARFIELD 2002 FARIA

et al 2009b MINAS GERAIS 2009)

Seguindo essa loacutegica Sousa e Hamann (2009) ressaltam os impasses em trabalhar no

cotidiano dos serviccedilos mediante esse olhar organizativo diferenciado que se volta agraves comuni-

dades e seus os grupos sociais especiacuteficos

Pressupotildee-se um rompimento dos muros das Unidades de Sauacutede e abordagens inter-

ventoras que tenham como loacutecus a famiacutelia Essa tarefa exige abordagens complexas mesmo

que as teacutecnicas mais frequentes utilizadas sejam as que englobam a subjetividade na interaccedilatildeo

profissional de sauacutede e usuaacuterios do SUS a educaccedilatildeo para promoccedilatildeo da sauacutede e intervenccedilotildees

para mudanccedilas de comportamento em busca de estilos de vida mais saudaacuteveis (MENDES

2002 STARFIELD 2002 SOUSA amp HAMANN 2009 VASCONCELOS et al 2009)

Aleacutem disso essas tecnologias empregadas na reformulaccedilatildeo assistencial do SUS pela

atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutedeESF buscam promover uma assistecircncia em sauacutede humanizada O

acolhimento a percepccedilatildeo da inteireza de cada pessoa e seu nuacutecleo familiar e a inserccedilatildeo dos

condicionantes e determinantes sociais no processo de trabalho dessas equipes ateacute entatildeo a-

presentam-se como desafio proposto Espera-se com a incorporaccedilatildeo desse modus operandi

diferenciado uma assistecircncia de resultados positivos para todos os atores que compotildeem o

SUS - gestores trabalhadores usuaacuterios e instituiccedilotildees formadoras em sauacutede E com isso se

impulsione a consolidaccedilatildeo da resolutividade no SUS (MENDES 2002 STARFIELD 2002

COSTA et al 2009 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009 VASCONCELOS et al

2009)

Outras ferramentas de trabalho a serem incorporadas agraves equipes de ESF satildeo as relacio-

nadas com a epidemiologia social Essas ferramentas prevecircem o reconhecimento da realidade

local por anaacutelises participativas que associam o planejamento das accedilotildees em sauacutede atraveacutes de

um diagnoacutestico do territoacuterio suas famiacutelias e coletividade enquanto territoacuterio processo Eacute pre-

16

ciso que o resultado desse planejamento seja traduzido em uma programaccedilatildeo das atividades

da equipe que considere os fatores de vulnerabilidade e os grupos de risco populacional em

sauacutede a fim de produzir serviccedilos com equidade (MENDES 2002 STARFIELD 2002

COSTA et al 2009 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009 VASCONCELOS et al

2009)

Com isso enfrentar o desafio proposto entre desconstruir o modelo hegemocircnico em

que se estabelecem as accedilotildees de sauacutede na atualidade em busca da construccedilatildeo de um SUS ideal

requer o desenvolvimento de novas praacuteticas sanitaacuterias no cotidiano assistencial que se com-

prometam com a possibilidade de viver de modo mais saudaacutevel (COSTA et al 2009 FARIA

et al 2009b VASCONCELOS et al 2009)

Nesse contexto destaca-se nas equipes de ESF o papel do profissional Enfermeiro

(MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI amp PEREIRA 2009) Ao se

analisar a histoacuteria da Enfermagem Brasileira pode-se observar sua convergecircncia agrave poliacutetica

puacuteblica de sauacutede adotada no paiacutes O Decreto no 9440687(COFEN 2002) que regulamenta a

profissatildeo explicita como atribuiccedilatildeo do Enfermeiro sua participaccedilatildeo no planejamento execu-

ccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da programaccedilatildeo da sauacutede nos diferentes niacuteveis assistenciais do SUS A reso-

luccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) 2722002 incube a esse profissional um

processo de trabalho pautado na Sistematizaccedilatildeo de sua Assistecircncia em busca da qualidade do

cuidado

Conforme Resoluccedilatildeo COFEN 2722002

[] A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem- SAE sendo atividade privati-

va do enfermeiro utiliza meacutetodo e estrateacutegia de trabalhos com embasamento cientiacute-

fico para a identificaccedilatildeo das situaccedilotildees de sauacutededoenccedila que possam contribuir para a

promoccedilatildeo prevenccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo da sauacutede do indiviacuteduo famiacutelia e

comunidade (COFEN 2722002 p 50)

Assim na implementaccedilatildeo dessa assistecircncia eacute fundamental que o Enfermeiro reconhe-

ccedila os haacutebitos individualizados e os aspectos biopsicossociais que integram o processo sauacutede-

doenccedila dos sujeitos visando a identificaccedilatildeo de problemas julgamento cliacutenico sobre as respos-

tas do indiviacuteduo famiacutelia e comunidade perante suas adaptaccedilotildees aos processos de vida vigen-

tes ou potencias (COFEN 2002 MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI

amp PEREIRA 2009)

Perante esses pressupostos legais observa-se a convergecircncia entre o processo de traba-

lho da Enfermagem e as necessidades impostas para o desenvolvimento das accedilotildees em ESF

17

Com isso torna-se significativo no incremento da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a atuaccedilatildeo dife-

renciada desse profissional

Feliciano et al (2010) apontam para o valor atribuiacutedo ao Enfermeiro na ESF quando

esse profissional apresenta-se como uma referecircncia na busca da superaccedilatildeo de dificuldades

haja vista que os demais integrantes da equipe e usuaacuterios dirigem suas demandas a esse pro-

fissional independente de eles gerenciarem institucionalmente a unidade de sauacutede

Figueiredo et al (2010) ressaltam que cabe ao Enfermeiro de ESF funccedilotildees como admi-

nistraccedilatildeo de recursos materiais e humanos bem como a padronizaccedilatildeo das accedilotildees na equipe A

autora revela ainda que a organizaccedilatildeo das atividades de educaccedilatildeo continuada para equipe do

PSF como atribuiccedilatildeo contiacutenua do Enfermeiro

Matumoto et al (2005) Chirelli amp Pereira 2009 Pires amp Goumlttems (2009) corroboram

com essa constataccedilatildeo ao apresentarem que a gestatildeo do cuidado agraves famiacutelias em ESF eacute progra-

maccedilatildeo constante realizada pela Enfermagem e sua equipe Cordeiro et al (2009) colocam o

trabalho de enfermagem na ESF realizado de forma ampliada abrangendo consultas individu-

ais atividades educativas em grupo praacuteticas de capacitaccedilatildeo continuada junto a equipe e pro-

gramaccedilatildeo das accedilotildees junto a ela de forma compatiacutevel e adequada aos pressupostos da estrateacute-

gia sauacutede da famiacutelia

Colomeacute Limas amp Davis (2008) salientam o Enfermeiro como principal articulador do

trabalho na equipe de ESF Os autores mencionam que essas articulaccedilotildees se estabelecem prin-

cipalmente com os agentes comunitaacuterios de sauacutede o que facilita a aproximaccedilatildeo do profissio-

nal de enfermagem agraves necessidades de sauacutede da comunidade conectando o seu trabalho com

os outros profissionais da equipe como dentistas e meacutedicos considerando o caraacuteter comple-

mentar da atuaccedilatildeo dentro de uma equipe multiprofissional

Azambuja et al (2007) expressam em seu estudo sobre o significado do trabalho no

PSF que para os enfermeiros se denota enquanto processo potencializador do seu viver hu-

mano Isso significa que o trabalho em ESF influencia na forma como se vecircem se sentem se

relacionam e vivenciam as situaccedilotildees cotidianas de maneira positiva

Santos Soares amp Campos confirmam os resultados de seus estudos ao de Azambuja et

al (2007) ao colocarem que para os Enfermeiros as forccedilas fortalecedoras de seu trabalho no

PSF adveacutem da relaccedilatildeo prazerosa com o objetofinalidade do trabalho e com o trabalho em si

Eles complementam ainda que as Enfermeiras convivem com a expectativa das suas potenci-

alidades para solucionar os problemas oferecer respostas a populaccedilatildeo em cenaacuterio de maior

autonomia profissional

18

Benito amp Becker (2007) em pesquisa sobre as atitudes gerenciais dos enfermeiros na

ESF destacaram atraveacutes dos profissionais informantes que eram membros das equipes atitu-

des qualitativas dos Enfermeiros de ESF como ser justos intermediarem e resolverem confli-

tos entre profissionais usuaacuterios e representantes da gestatildeo apresentarem poder de negocia-

ccedilatildeo estarem abertos a mudanccedilas possuiacuterem em sua praacutetica atitudes de escuta buscarem pela

promoccedilatildeo de iniciativas e autonomia da equipe e dos usuaacuterios contribuiacuterem com o seu conhe-

cimento para o desenvolvimento do grupo capacidade de planejamento e desenvolvimento de

accedilotildees conjuntas e prestarem o cuidado centrado na famiacutelia com compromisso e responsabili-

dade

Os resultados desses estudos apresentam o papel diferenciado que o Enfermeiro vem

exercendo nas equipes da ESF corroborando para a sua importacircncia nesse campo de atuaccedilatildeo

Destacam as caracteriacutesticas do trabalhador de enfermagem e a incorporaccedilatildeo de novos arranjos

de poderes e saberes necessaacuterios para o delineamento do perfil desse profissional de forma

comprometida agraves diretrizes da ESF e ao fortalecimento do SUS

19

12 O CLIMATEacuteRIO DESAFIO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO

PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

A populaccedilatildeo feminina brasileira totaliza mais de 98 milhotildees e aproximadamente 30

milhotildees se encontram na faixa etaacuteria de 35 a 65 anos Esses dados revelam que 32 das mu-

lheres do Brasil estatildeo na faixa etaacuteria em que ocorre o climateacuterio (BRASIL 2008)

Coelho amp Porto (2009) definem climateacuterio como

[] periacuteodo de transiccedilatildeo entre as fases reprodutivas e natildeo reprodutivas da mulher

Comeccedila por volta dos 40 anos podendo estender-se ateacute os 55 anos ou mais Durante

esses anos acontece a uacuteltima menstruaccedilatildeo definida como menopausa [] (Coelho

amp Porto 2009 p76)

Ressalta-se que esse periacuteodo eacute uma fase bioloacutegica natural da vida e natildeo um processo

patoloacutegico Eacute reconhecido como uma fase do ciclo vital feminino em que ocorrem intensas

transformaccedilotildees na maneira da mulher ser e estar no mundo modificando sua compreensatildeo

frente ao fenocircmeno existencial (LIMA amp ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI

2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008

BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009)

Dessa maneira o periacuteodo do climateacuterio eacute resultado tanto da deficiecircncia hormonal co-

mo de fatores socioculturais e psicoloacutegicos decorre no processo de envelhecimento feminino

sendo marcado pela menopausa A menopausa destaca-se como momento pontual do climateacute-

rio consiste na interrupccedilatildeo permanente da menstruaccedilatildeo e decorre apoacutes 12 meses de amenor-

reacuteia em momento da perda da atividade folicular ovariana (LIMA amp ANGELO 2001

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA

JESUS MERINGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009)

Outro aspecto a ser considerado no climateacuterio aleacutem da faixa etaacuteria eacute um conjunto de

sintomas que acometem parte das mulheres Esses sintomas podem se manifestar enquanto

mudanccedilas sutis ou acentuadas que englobam desde anguacutestia fogachos e irritaccedilotildees ateacute san-

gramentos intermitentes de alto fluxo A sintomatologia em geral acarreta desconforto que se

acentuam de acordo com o enfrentamento desse ciclo pelas mulheres e a consistecircncia da rede

de apoio que se insere Contudo o iniacutecio e teacutermino do climateacuterio satildeo varaacuteveis de acordo com

as caracteriacutesticas individuais da pessoa e estaacute associado a fatores hereditaacuterios raciais socioe-

conocircmicos e demais determinantes do processo de vida subjetivo feminino (LIMA amp

20

ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009)

Neste cenaacuterio de transformaccedilotildees soacutecio-emocionais acentuados pela percepccedilatildeo do en-

velhecimento e limite da vida faz-se necessaacuterio a implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que bus-

quem a promoccedilatildeo da sauacutede da mulher e o fomento de cuidados para que vivenciem essa expe-

riecircncia de maneira mais amena mediante ao turbilhatildeo existencial que lhes permeia esse recor-

te da vida

Ao se abordar as questotildees que envolvem a sauacutede da mulher eacute necessaacuteria a discussatildeo

de aspectos poliacuteticos e histoacutericos que envolvem essa temaacutetica no Brasil em especial por se

tratarem de resultados de uma luta que envolve conquista do gecircnero (BRASIL 2004

BRASIL 2006a COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp

LUCCHESE 2010)

O movimento feminino pela luta de seus direitos que ultrapassam os direitos da sauacutede

hegemocircnica e se convergem aos direitos de cidadania precede a promulgaccedilatildeo do SUS Na

sauacutede o marco histoacuterico dos resultados desse movimento ocorreu na deacutecada de 80 atraveacutes do

Programa de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PAISM) Esse programa evidenciou a ne-

cessidade de mudanccedilas na abordagem das mulheres nos serviccedilos de sauacutede que ultrapassassem

o foco do ciclo graviacutedico-puerperal em busca de sua visatildeo subjetiva e integral Entretanto

apesar do discurso da integralidade na praacutetica o PAISM atuou de forma hegemocircnica buscan-

do a resoluccedilatildeo dos problemas referentes agrave sauacutede reprodutiva e na reduccedilatildeo da mortalidade ma-

terna (BRASIL 2004 BRASIL 2006 COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Encontra-se em vigor atualmente implementado pelo Ministeacuterio da Sauacutede uma estra-

teacutegia poliacutetica e tecnoloacutegica para a renovaccedilatildeo da abordagem a sauacutede da mulher a Poliacutetica Na-

cional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PNAISM) e descreve

[] Considerando que a sauacutede da mulher eacute uma prioridade deste governo o Ministeacute-

rio da Sauacutede lanccedilou em 2004 a ldquoPoliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da

Mulher ndash Princiacutepios e Diretrizesrdquo (PNAISM) em parceria com diversos setores da

sociedade com o compromisso de implementar accedilotildees de sauacutede que contribuam para

a garantia dos direitos humanos das mulheres e reduzam a morbimortalidade por

causas preveniacuteveis e evitaacuteveis Essa Poliacutetica incorpora num enfoque de gecircnero a in-

tegralidade e a promoccedilatildeo da sauacutede como princiacutepios norteadores e busca consolidar

os avanccedilos no campo dos direitos sexuais e reprodutivos com ecircnfase na melhoria da

atenccedilatildeo obsteacutetrica no planejamento familiar na atenccedilatildeo ao abortamento inseguro e

no combate agrave violecircncia domeacutestica e sexual Agrega tambeacutem a prevenccedilatildeo e o trata-

mento de mulheres vivendo com HIVAIDS e as portadoras de doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis e de cacircncer Aleacutem disso amplia as accedilotildees para grupos historicamente

alijados das poliacuteticas puacuteblicas nas suas especificidades e necessidades []

(BRASIL 2006a p13)

21

Outro avanccedilo relevante para a sauacutede da mulher integra-se na Portaria 399GM de 22

de fevereiro de 2006 que institui o Pacto Pela Vida O pacto define-se como um conjunto de

reformas institucionais do SUS entre as trecircs esferas de gestatildeo ndash Uniatildeo estados e municiacutepios ndash

com o objetivo de promover inovaccedilotildees nos processos e nos instrumentos de gestatildeo visando a

alcanccedilar maior efetividade eficiecircncia e qualidade das respostas do SUS O Pacto redefine as

responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo e a bus-

ca da equumlidade social (BRASIL 2006b)

Jaacute no cenaacuterio dos serviccedilos da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a Poliacutetica Nacional de Aten-

ccedilatildeo Baacutesica estabelece grupos vulneraacuteveis e prioritaacuterios para a organizaccedilatildeo da assistecircncia A

sauacutede da mulher integra esse grupo corroborando para a efetivaccedilatildeo das poliacuteticas supracitadas

e considerando a abordagem da mulher pela importacircncia da implementaccedilatildeo da praacutetica dife-

renciada e inovadora do PSF (BRASIL 2007)

Poreacutem diversos autores contribuem na anaacutelise da atenccedilatildeo agrave sauacutede da mulher ao identi-

ficarem a fragilidade da assistecircncia prestada chegando a concluir que os problemas atuais de

sauacutede da mulher estatildeo relacionados agrave qualidade dessa assistecircncia e a desqualificaccedilatildeo dos pro-

fissionais que promovem essa intervenccedilatildeo (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA

SILVA amp SIQUEIRA 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Essa realidade se potencializa quando a assistecircncia se refere agraves mulheres no climateacuterio

Existe uma lacuna na abordagem cotidiana do trabalho das equipes de sauacutede sobre o que e

como prestarem assistecircncia a essa demanda cada vez mais emergente Eacute urgente a necessidade

de se utilizar e integrar todos os campos do saber da sauacutede e suas interfaces para o enfrenta-

mento dessa realidade (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004 GONCcedilALVES amp

MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA

GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Considerando o potencial apresentado nesse trabalho sobre o papel do Enfermeiro nas

equipes de atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede o presente estudo interroga como a produccedilatildeo do conhe-

cimento de Enfermagem sobre a temaacutetica de assistecircncia a mulheres climateacutericas pode colabo-

rar para a implementaccedilatildeo de um cuidado integral e de qualidade a esse grupo na estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Analisar a produccedilatildeo de conhecimento de Enfermagem sobre a mulher climateacuterica e

suas contribuiccedilotildees para a atuaccedilatildeo da equipe da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia - ESF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Realizar o levantamento da produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assis-

tecircncia agrave mulher no climateacuterio

Caracterizar a produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assistecircncia agrave mu-

lher no climateacuterio

Apontar como os resultados da anaacutelise dessa produccedilatildeo cientiacutefica podem contribuir pa-

ra a atuaccedilatildeo da equipe de ESF sobre a temaacutetica

3 METOacuteDO DA PESQUISA

A pesquisa em sauacutede segundo Leopardi (2002) natildeo eacute somente uma incorporaccedilatildeo de

conteuacutedo cientiacutefico ao saber cotidiano eacute um aprender a perceber sentir e a pensar Essas con-

sideraccedilotildees acrescentam para as pesquisas em sauacutede um conhecer sobre o que ocorre no corpo

dos indiviacuteduos na sua luta diaacuteria pela sobrevivecircncia e as relaccedilotildees subjetivas de cada ser hu-

mano

Dentro desse contexto eacute evidenciado um direcionamento metodoloacutegico com a finali-

dade de conhecer as concepccedilotildees e caracteriacutesticas sobre a temaacutetica em estudo presentes na

literatura Trata-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva por revisatildeo bibliograacutefica de anaacute-

lise integrativa

Esse estudo foi realizado com base na pesquisa bibliograacutefica Para Duarte amp Furtado

(2002) esse tipo de pesquisa eacute realizado a partir de levantamentos da produccedilatildeo cientiacutefica

presente em diferentes apresentaccedilotildees como livros artigos cientiacuteficos dissertaccedilotildees teses den-

tre outros Cervo amp Bervian (1996) ressaltam que esse tipo de pesquisa procura explicar um

problema a partir de referecircncias pela analise de suas contribuiccedilotildees culturais ou cientiacuteficas

existentes acerca de determinado assunto

Jaacute o cunho exploratoacuterio desse estudo se define pela descoberta de ideacuteias que propor-

cionaram familiaridade com o problema tornando-o mais expliacutecito com a possibilidade de

fomento a outras hipoacuteteses (DUARTE amp FURTADO 2002 LEOPARDI 2002 HULLEY et

al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

O caraacuteter descritivo dessa pesquisa ocorre na definiccedilatildeo das caracteriacutesticas do fenocircme-

no a ser estudado e suas relaccedilotildees mediante aos objetivos propostos (GIL 1996 OLIVEIRA

1999) Nesse sentido o trabalho descritivo abrange aspectos amplificados do contexto social

Assim eacute possiacutevel o niacutevel de anaacutelise da temaacutetica sobre diferentes formas aleacutem de sua ordena-

ccedilatildeo e sua classificaccedilatildeo

As revisotildees de literatura necessitam de alguns padrotildees que assegurem sua qualidade

metodoloacutegica como utilizaccedilatildeo de meacutetodos para assegurar a anaacutelise precisa e objetiva anaacutelise

da teoria resultados meacutetodos sujeitos e variaacuteveis de estudo fornecer ao leitor o maacuteximo de

informaccedilotildees possiacuteveis sobre estudos revisados e natildeo apenas os principais (HULLEY et al

2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Dessa forma realizou-se um estudo de revisatildeo da literatura cientiacutefica visando avaliar

um conjunto de dados simultacircneos a partir de estudos primaacuterios selecionados previamente

24

que investigam uma mesma questatildeo (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER

2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

A questatildeo do estudo eacute o primeiro passo para o iniacutecio da revisatildeo bibliograacutefica O Se-

gundo passo consiste em definir a seleccedilatildeo dos estudos sendo o mais indicado as bases de da-

dos eletrocircnicas O terceiro passo eacute a avaliaccedilatildeo criacutetica dos estudos em que se utilizam criteacuterios

para validar os estudos selecionados atraveacutes de uma avaliaccedilatildeo criacutetica dos pesquisadores O

quarto passo consiste na coleta dos dados em que se caracterizam os estudos levantados e de-

terminam suas possibilidades de comparaccedilatildeo O quinto passo eacute a analise e apresentaccedilatildeo dos

dados com agrupamento de estudos semelhantes O sexto passo eacute a determinaccedilatildeo da forccedila

dos resultados e das evidencias encontradas delineando claramente os benefiacutecios e riscos do

achado Uma vez publicada a revisatildeo poderaacute sofrer criacuteticas e sugestotildees que poderatildeo ser in-

corporadas em novos estudos sobre a temaacutetica (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005

ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Para o delineamento do estudo foi definida como questatildeo norteadora como a produ-

ccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede da mulher climateacuterica pode contribuir pa-

ra a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede da famiacutelia

A partir da questatildeo dessa investigaccedilatildeo foram considerados estudos que abordassem a

assistecircncia ao climateacuterio por Enfermeiros A amostra foi do tipo natildeo-probabiliacutestica de conve-

niecircncia constituiacuteda por publicaccedilotildees nacionalmente indexadas sobre a temaacutetica O descritor

utilizado foi ldquoClimateacuteriordquo e a opccedilatildeo pelo natildeo cruzamento de demais descritores foi devida a

escolha da fonte de busca

A fonte de busca orientou-se por base eletrocircnica restrita a produccedilatildeo do conhecimento

nacional e de liacutengua portuguesa que correspondesse a publicaccedilotildees em perioacutedicos de Enfer-

magem demonstrando proximidade com a questatildeo norteadora A busca dos artigos foi reali-

zada no periacuteodo de outubro de 2009 a janeiro de 2010

Adotou-se como criteacuterios de exclusatildeo publicaccedilotildees cujo o cenaacuterio de desenvolvimento

natildeo fossem a Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede eou ESF Ressalta-se que o recorte temporal para

busca das publicaccedilotildees considerou apenas o limite final do periacuteodo o ano de 2009 buscando

amplificar o periacuteodo de iniacutecio da produccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico dessa temaacutetica e assim

natildeo diminuir a sensibilidade das buscas

Foi utilizada a Base de Dados de Enfermagem (BDENF) presente na Biblioteca Vir-

tual em Sauacutede BIREME atraveacutes do siacutetio eletrocircnico httpbasesbiremebrcgi-

binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampbase=BDENFamplang=p

25

O Centro Latino-Americano e do Caribe de Informaccedilatildeo em Ciecircncias da Sauacutede tam-

beacutem conhecido pelo seu nome original Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) eacute um

centro especializado da Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Organizaccedilatildeo Mundial da Sa-

uacutede (OPASOMS) orientado agrave cooperaccedilatildeo teacutecnica em informaccedilatildeo cientiacutefica em sauacutede A sede

da BIREME estaacute localizada no Brasil no campus central Universidade Federal de Satildeo Paulo

(UNIFESP) desde a sua criaccedilatildeo em 1967 segundo acordo da OPASOMS com o Governo do

Brasil

A BDENF apresenta informaccedilotildees compostas pela literatura teacutecnico-cientiacutefica brasilei-

ra em Enfermagem Eacute coordenada pela Escola de Enfermagem da Universidade de Minas

Gerais e por demais Centros Cooperantes da rede BVSENFERMAGEM A composiccedilatildeo des-

sa biblioteca eletrocircnica apresenta perioacutedicos teses livros capiacutetulos de livros anais de con-

gressos ou conferecircncias relatoacuterios teacutecnico-cientiacuteficos e publicaccedilotildees governamentais

No desenvolvimento da revisatildeo integrativa foram selecionados artigos apoacutes a identifi-

caccedilatildeo de todas as publicaccedilotildees a partir do descritor utilizado Procedeu-se analise para caracte-

rizaccedilatildeo dos estudos e preacute-seleccedilatildeo quanto a sua pertinecircncia a pergunta norteadora

Essa etapa foi realizada separadamente por dois revisores sendo a pesquisadora dessa

investigaccedilatildeo e a sua orientadora Os passos utilizados para a caracterizaccedilatildeo dos artigos e a

verificaccedilatildeo de sua aproximaccedilatildeo com a questatildeo norteadora foram a leitura aprofundada de

cada artigo a segregaccedilatildeo dos mesmos quanto agrave aproximaccedilatildeo da questatildeo norteadora e a cate-

gorizaccedilatildeo desses conforme os criteacuterios metodoloacutegicos estabelecidos

Posteriormente ocorreu consenso entre a autora e a orientadora com o objetivo de de-

cidir a inclusatildeo e a exclusatildeo dos artigos preacute-selecionados e avaliados a fim de se garantir

maior seguranccedila na seleccedilatildeo

Para a anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por nuacutemeros absolutos e

frequencias Os elementos de caracterizaccedilatildeo dos perioacutedicos foram

Total de artigos identificados na busca conforme fonte

Identificaccedilatildeo de artigos repetidos

Exclusatildeo de artigos

Inclusatildeo de artigos para a revisatildeo sistemaacutetica

Quanto aos estudos incluiacutedos por aproximaccedilatildeo para com a questatildeo norteadora analisa-

ram-se os seguintes aspectos

Siacutentese panoracircmica do conteuacutedo e da analise dos artigos incluiacutedos

Delineamento da Investigaccedilatildeo (metodologia)

26

Ano de publicaccedilatildeo

Perioacutedico de publicaccedilatildeo

Consideraccedilotildees apresentadas agrave temaacutetica em estudo

Objetivando facilitar a leitura e a identificaccedilatildeo dos artigos optou-se pela atribuiccedilatildeo do

coacutedigo E(n) para os artigos excluiacutedos e I(n) para os artigos incluiacutedos na revisatildeo sistemaacutetica

Conforme os resultados identificados foi calculado o iacutendice de KAPPA (K) Esse iacuten-

dice corresponde a uma medida de concordacircncia usada em escalas nominais que fornece a

ideacuteia do quanto as observaccedilotildees se afastam daquelas esperadas fruto do acaso indican-

do assim o quatildeo legiacutetimas as interpretaccedilotildees satildeo (CANOLETTI 2008)

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A anaacutelise da revisatildeo sistemaacutetica iniciou com a descriccedilatildeo dos artigos encontrados se-

guindo com a descriccedilatildeo daqueles excluiacutedos do processo de revisatildeo sistemaacutetica e por fim foi

analisada a aproximaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos com o questionamento norteador

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF

Os registros sobre climateacuterio no BDENF totalizaram 26 conforme descritor utilizado

poreacutem dentre os trabalhos havia um que natildeo se enquadrava como perioacutedico e foi excluiacutedo da

lista totalizando 25 artigos Ressalta-se que natildeo houve obtenccedilatildeo de artigos por busca manual

Na Tabela 1 verifica-se o total de estudos encontrados na busca realizada conforme perioacutedi-

cos

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo

perioacutedicos

BDENF - Banco de Dados de Enfermagem N

Revista Gauacutecha de Enfermagem 2

Revista Enfermagem UERJ 5

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 1

Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 4

Revista da Escola de Enfermagem da USP 2

Acta Paulista de Enfermagem 1

Nursing (Satildeo Paulo) 2

Revista Brasileira de Enfermagem 3

Biblioteca J Baeta Vianna 1

Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 1

Revista Paulista de Enfermagem 1

Texto amp Contexto Enfermagem 2

Total 25

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Quanto ao ano de publicaccedilotildees dos artigos selecionados observou-se que o periacuteodo de

publicaccedilatildeo inicia-se em 1985 e finaliza no ano de 2009 como mostra a Tabela 2

28

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano

de publicaccedilatildeo

Ano de publicaccedilatildeo Nordm de Estudos

2009 2 8

2008 1 4

2007 2 8

2006 1 4

2005 4 16

2004 3 12

2002 4 16

2000 3 12

1997 1 4

1996 1 4

1995 1 4

1985 2 8

TOTAL 25 100

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Nota-se que apesar de haver nesta revisatildeo sistemaacutetica trabalhos datados de 1985 a

discussatildeo do tema soacute ampliou entre 15 e 20 anos depois o que reforccedila a ideacuteia de que haacute uma

preocupaccedilatildeo crescente para com essa temaacutetica na atenccedilatildeo baacutesica no intuito de melhorar os

serviccedilos prestados

Vale ressaltar que criaccedilatildeo do SUS em 1988 e posteriormente a ESF regulamentada em

1994 contribuiacuteram para o fortalecimento da atenccedilatildeo primaacuteria e consequentemente impulsio-

nando as pesquisas na aacuterea

Analisando esta tabela percebe-se que no periacuteodo de 2000 a 2005 foram identificados

o maior nuacutemero de publicaccedilotildees referentes ao assunto 56 (n = 14) indicando o crescimento

do interesse do estudo deste assunto A concentraccedilatildeo de estudos nesse intervalo de tempo os

caracteriza como sendo recentes jaacute que foram elaborados haacute menos de 10 anos

Os resumos dos 25 registros localizados foram lidos e a partir da leitura foram sele-

cionados aqueles cujo tiacutetulo eou resumo colocavam a assistecircncia ao climateacuterio na atenccedilatildeo

primaacuteria como objeto de estudo ou como uma de suas questotildees centrais de anaacutelise Posteri-

ormente foram identificados os artigos repetidos (n = 3) descartando-os

Dos 22 artigos selecionados a Revista Enfermagem UERJ apresentou a maior quanti-

dade de publicaccedilotildees totalizando 20 (n = 5)

Apoacutes avaliaccedilatildeo dos tiacutetulos leitura dos resumos e anaacutelise dos artigos integralmente ve-

rificou-se que 364 (n = 8) apresentaram pertinecircncia agrave questatildeo norteadora da pesquisa sen-

do 25 (n = 2) destes artigos oriundos da Revista Enfermagem UERJ e 25 (n = 2) da Es-

cola Ana Nery Revista de Enfermagem As demais revistas apresentaram 125 (n = 1) dos

29

artigos pertinentes cada uma Os estudos excluiacutedos da revisatildeo integrativa perfizeram 636

(n = 14)

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA

Em relaccedilatildeo aos artigos excluiacutedos observa-se sua descriccedilatildeo no Quadro 1

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E1

ZAMPIERI M de F M

TAVARES C M A

HAMES M de L C

FALCON G S

SILVA A L de

GONCcedilALVES L T

O processo de viver e ser

saudaacutevel das mulheres no

climateacuterio

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2009

E2

ALMEIDA L H R B de

LUZ M H B A

MONTEIRO C F de S

Ser mulher no climateacuterio

uma anaacutelise compreensiva

pela enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

E3 NIEVAS A F

FUREGATO A R F

Depressatildeo em mulheres no

climateacuterio

Revista Gauacutecha de

Enfermagem 2006

E4 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

Vivenciando o climateacuterio o

corpo em seu percurso exis-

tencial agrave luz da Fenomenolo-

gia

Revista Enferma-

gem UERJ 2005

E5

FERNANDEZ M R

GIR E

HAYASHIDA M

Sexualidade no periacuteodo

climateacuterico situaccedilotildees vi-

venciadas pela mulher

Revista da Esco-

la de Enferma-

gem da USP

2005

E6 BIFFI E F de A

SCATENA M C M

Sauacutede Mental e climateacuterio

na perspectiva de mulheres

profissionais de sauacutede

Revista Enfer-

magem UERJ 2004

30

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E7 MILANEZ M R de

M NERY I S

Percepccedilatildeo das mulheres

sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de en-

fermagem

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2004

E8 MURATA I M H

SCHIRMER J

Manifestaccedilotildees biopsicogecirc-

nicos decorrentes do clima-

teacuterio entre trabalhadoras de

uma universidade puacuteblica

Acta Paulista de

enfermagem 2004

E9 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

O climateacuterio a corporeida-

de como berccedilo das experi-

ecircncias do vivido

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

2002

E10

MURATA I M H

BERCINI L O

SCHIRMER J

Auto-cuidado na prevenccedilatildeo

do cacircncer de colo de uacutetero

e cacircncer de mama compa-

raccedilatildeo entre mulheres natildeo

climateacutericas e climateacutericas

Biblioteca J

Baeta Vianna 2000

E11

LOPES M E L

BATISTA P S de S

COSTA Se F G da

SOARES M S de

Orientaccedilotildees de enferma-

gem agrave mulher climateacuterica

quanto agrave terapia de reposi-

ccedilatildeo hormonal uma abor-

dagem eacutetica

Revista da Rede de

Enfermagem do

Nordeste

2000

E12 DAOUD I G

SANTANA M da G

Construccedilatildeo de um processo

educativo com um grupo de

mulheres climateacutericas

Texto amp Contexto

Enfermagem 2000

E13 LANDERDAHL M C

Buscando novas maneiras

de pensar o climateacuterio fe-

minino

Texto amp contexto

enfermagem 1997

E14 NERY I S Perfil do atendimento agrave

mulher no climateacuterio

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

1996

31

Em geral os estudos excluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (E1 E6 E8 e E10) que correspondem

a 286 (n = 4)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (E3 E4 E5 E7 E8 E9 e

E13) somando 50 (n = 6)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (E2 E11 E12 e E14) o que resulta em 286 (n =

4)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 71 (n = 1) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas por

profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educativo (E11)

Percebe-se que dois dos artigos excluiacutedos se enquadram em mais de uma dimensatildeo apre-

sentada na anaacutelise feita acima

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os artigos incluiacutedos foram estudados sistematicamente de modo a extrair de cada um

as concepccedilotildees e respectivas caracteriacutesticas do trabalho em equipe as quais foram discutidas agrave

luz do referencial teoacuterico que embasa este estudo qual seja a assistecircncia ao climateacuterio pela

equipe de sauacutede

A amostra definitiva dos artigos incluiacutedos para a revisatildeo sistemaacutetica portanto foram

oito artigos apresentados a seguir no Quadro 2

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

I1 PEREIRA Q L C

SIQUEIRA H C H de

O olhar dos responsaacuteveis

pela poliacutetica de sauacutede da

mulher climateacuterica

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

2009

I2

OLIVEIRA D M de

JESUS M C P de

MERIGHI M A B

O climateacuterio sob a oacutetica de

mulheres assistidas em uma

unidade de sauacutede da famiacutelia

de Juiz de Fora - Minas Ge-

rais

Revista de A-

tenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede

2008

32

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

I3 LIMA E C

VARGENS O M da C

O significado de climateacuterio

para as mulheres implicaccedilotildees

para o cuidado de enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

I4

PIAZZA I P

DE LORENZI D R S

SACILOTO B

Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacuteri-

cas atendidas em um PSF

Revista Gauacutecha

de Enfermagem 2005

I5 LANDERDAH M C

Mulher climateacuterica uma abor-

dagem necessaacuteria ao niacutevel de

atenccedilatildeo baacutesica

Nursing (Satildeo

Paulo) 2002

I6 DAOUD I G

Encontros e desencontros das

mulheres climateacutericas que

buscam assistecircncia em serviccedilo

do Sistema Uacutenico de Sauacutede

Revista Enferma-

gem UERJ 2002

I7

CANDELLA C L M

RUGGIERO C M

ARAYA M E S SILVA

R V

Assistecircncia de enfermagem agrave

mulher no climateacuterio

Revista da Escola

de Enfermagem

da USP

1995

I8 VARGENS O M da C O casal no climateacuterio orienta-

ccedilatildeo de enfermagem

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

1985

Os estudos incluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (I4) que correspondem a

125 (n = 1)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (I2 I3) somando

25 (n = 2)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (I1 I5 I6 I7 e I8) o que resulta em 625

(n = 5)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 25 (n = 2) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas

por profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educati-

vo (I7 e I8)

Assim nota-se que a maioria dos estudos incluiacutedos 625 (n = 5) faz menccedilatildeo agrave assis-

tecircncia em sauacutede prestada a essas clientes evidenciando-se uma maior discussatildeo do tema asso-

ciado agrave melhoria dos serviccedilos prestados na atenccedilatildeo baacutesica

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

1 ALMEIDA LHRB LUZ MHBA MONTEIRO CFS Ser mulher no climateacute-

rio uma anaacutelise compreensiva pela enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007

15(3)370-375 julset

2 ALVES VS Um modelo de educaccedilatildeo em sauacutede para o Programa Sauacutede da Famiacutelia

pela integralidade da atenccedilatildeo e reorientaccedilatildeo do modelo assistencial Revista Interface-

Comunicaccedilatildeo Sauacutede Educaccedilatildeo 2005 9(16) 39-52

3 AZAMBUJA EP et al Significados do trabalho no processo de viver de trabalhado-

ras de um programa de sauacutede da famiacutelia Texto contexto - enfermagem v16 n1

p71-79 mar 2007

4 BENITO GAV BECKER LC Atitudes gerenciais do enfermeiro no Programa Sa-

uacutede da Famiacutelia visatildeo da Equipe Sauacutede da Famiacutelia Revista brasileira de enfermagem

v60 n3 p312-316 jun 2007

5 BIFFI EFA SCATENA MCM Sauacutede Mental e climateacuterio na perspectiva de mu-

lheres profissionais de sauacutede Revista Enfermagem UERJ 2004 1276-82 janabr

6 BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Poliacutetica nacional de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher

princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

7 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de

Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Manual de Atenccedilatildeo agrave Mulher no Climateacute-

rioMenopausa Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacute-

gicas Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 200881p

8 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Portaria nordm

648 de 28 de marccedilo de 2006 Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabele-

cendo a revisatildeo de diretrizes e normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o

Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e o Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

(PACS) Brasiacutelia DF 2007 71p

9 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

operacionais dos Pactos pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo Ministeacuterio da Sa-

uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

trole dos cacircnceres do colo do uacutetero e da mama Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Depar-

tamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndashBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a 132p

43

11 CANDELLA CLM RUGGIERO CM ARAYA MES SILVA RV Assistecircncia

de enfermagem agrave mulher no climateacuterio Revista da Escola de Enfermagem da USP

19951(29) 47-58 abr

12 CANOLETTI B Trabalho em equipe de sauacutede e de enfermagem anaacutelise sistemaacutetica

da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Satildeo Paulo Universi-

dade de Satildeo Paulo 2008

13 CERVO AL BERVIAN PA Metodologia cientiacutefica 4 ed Satildeo Paulo Makron

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AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 8: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

ABSTRACT

The Family Health Strategy (FHS) is fundamental for reorganizing the Unified Health System

(SUS) Its challenge is to overcome fragmentation of the care process and the detachment

from the real health needs of populations In this scenario it fits the needs related to Womens

Health The experience of the author Nurse of the FHS in the rural area in Minas Gerais

strove to emergence of middle-aged women with different expectations on health which had

experienced the climacteric Facing this reality renovations to the attention paid by the team

make up necessary This study aims to analyze the production of nursing knowledge about the

climacteric women and their contributions to the activities of the FHS team Was used a inte-

grative review of the literature through electronic virtual library BDENF through periodic

publications of nursing the descriptor Climacteric The inclusion critery was examining pub-

lications developed in primary health care and or FHS Seeking to increase the sensitivity of

the search for the early period of scientific production of this theme were used only the final

limit the year 2009 The results showed total of 25 articles 3 repeated and 636 did not

meet the inclusion criteria Observed scarcity on the production of this theme in Nursing The

highest concentration of the papers between was in 2000 to 2005 demonstrating the recent

discussion on this topic The publications were characterized the pursuit of health services to

this population the description of aspects of biomedical and life cycle psychoaffective women

and the role of nurses The qualitative method was used more in the polls Index considerable

KAPPA (k = 04) The analysis of publications pointed to the need for understanding of cli-

macteric in a larger size and status as a natural life cycle in health women There is an emer-

gency that health services attended to these clients and there is the need to implement differ-

ent strategies as educational operational groups that include women and their families The

nurse was appointed as an potential actor within the team to implement innovative actions

advise on the mitos and taboos that permeate this female stage of life so comprehensive and

welcoming assist these women in the reformulation of the projects of their subjective lives

Keywords Climateric Womenacutes Health Family Health Strategy Public Health Nursing

RESUMEN

El Estrategia de Salud Familiar (ESF) es fundamental para reorganizar el Sistema Uacutenico de

Salud (SUS) Su reto es superar la fragmentacioacuten del proceso asistencial y el destacamento de

la salud de las verdaderas necesidades de las poblaciones En este escenario se ajusta a las

necesidades relacionadas con la salud de la mujer La experiencia de la autora la enfermera

del ESF en la zona rural en Minas Gerais se esforzoacute por emergencia de las mujeres de media-

na edad con diferentes expectativas en materia de salud que habiacutea experimentado el climate-

rio Ante esta realidad renovacioacuten de la atencioacuten prestada por el equipo eran necesarias Este

estudio tiene como objetivo analizar la produccioacuten de conocimientos de enfermeriacutea sobre la

mujer climateacuterica y sus contribuciones a las actividades del equipo del ESF Se utilizoacute la revi-

sioacuten integradora de la literatura a traveacutes de biblioteca electroacutenica virtual BDENF a traveacutes de

publicaciones perioacutedicas de la enfermeriacutea los criterios de inclusioacuten descriptor Climateacuterio

Como publicaciones examen desarrollado en la atencioacuten primaria de salud y o fibras discon-

tinuas de polieacutester Tratando de aumentar la sensibilidad de la buacutesqueda de los primeros tiem-

pos de la produccioacuten cientiacutefica de este tema se utilizoacute soacutelo el liacutemite final el antildeo 2009 Los

resultados mostraron total de 25 artiacuteculos 3 repetidas y el 636 no cumpliacutea con los criterios

de inclusioacuten Observado la escasez en la produccioacuten de este tema en Enfermeriacutea La mayor

concentracioacuten de los papeles entre 2000 a 2005 lo que demuestra el reciente debate sobre este

tema Las publicaciones se han caracterizado la buacutesqueda de servicios de salud a esta pobla-

cioacuten la descripcioacuten de los aspectos de la biomedicina y las mujeres del ciclo de vida psicoa-

fectiva y el papel de las enfermeras El meacutetodo cualitativo es maacutes usado en las urnas Iacutendice

considerable kappa (k = 04) El anaacutelisis de las publicaciones que sentildealoacute la necesidad de una

comprensioacuten de la menopausia en un tamantildeo mayor y su estatus como un ciclo de vida natural

en los servicios de salud regorganizaccedilatildeo femenino Haacute de emergencia para atender a estos

clientes y existe la necesidad de aplicar diferentes estrategias como grupos educativos opera-

tivos que incluyen a las mujeres y sus familias La enfermera fue nombrado como un actor

potencial en el equipo para implementar acciones innovadoras asesoramiento sobre la mitos y

tabuacutees que impregnan esta etapa de la vida femenina y los comprensiva y acogedor ayudar a

estas mujeres en la reformulacioacuten de los proyectos de sus subjetiva vidas

Palabras-claves Climaterio Salud de la Mujer Estrategia de Salud Familiar Enfermeriacutea en

Salud Puacuteblica

IacuteNDICE DE TABELAS E QUADROS

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo perioacutedicos 23

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano de publicaccedilatildeo 28

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa 29

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa 31

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme

escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave questatildeo norteadora em estudo

333

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 141

11 PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA E A ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

INOVACcedilOtildeES TECNOASSISTENCIAIS PARA O FORTALECIMENTO DO SUS 13

12 O CLIMATEacuteRIO DESAFIO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO

PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA 19

2 OBJETIVOS 22

21 OBJETIVO GERAL 22

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 22

3 METOacuteDO DA PESQUISA 23

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF 23

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA 29

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA 31

44 CARACTERIZACcedilAtildeO PANORAcircMICA DOS ARTIGOS CONFORME REVISAtildeO

INTEGRATIVA 33

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 40

6 REFEREcircNCIAS 432

1 INTRODUCcedilAtildeO

Inserida no cotidiano de trabalho de uma equipe sauacutede da famiacutelia da zona rural de um

municiacutepio de pequeno porte em Minas Gerais vivenciando os desafios de integrar um grupo

de trabalho de composiccedilatildeo heterogecircnica com membros de diferentes formaccedilotildees e visotildees di-

versificadas do que eacute sauacutede e de como se deve abordar o processo sauacutede-doenccedila

A autora deste estudo Enfermeira mulher atentou-se para a maneira como eram ldquotra-

tadosrdquo os problemas de sauacutede das mulheres cadastradas em sua equipe que se apresentavam

ao serviccedilo com uma busca que ultrapassava a necessidade expliacutecita da doenccedila inserida tra-

zendo consigo seus contextos histoacutericos subjetivos e arranjos de vida Observou que as inter-

venccedilotildees realizadas apesar do esforccedilo contiacutenuo dos profissionais em implementar uma praacutetica

diferenciada era na maioria das situaccedilotildees centradas no biologismo e na compreensatildeo mecacirc-

nica dos determinantes do processo sauacutede-doenccedila

A maioria da populaccedilatildeo que frequentava as atividades da Unidade de Sauacutede eram mu-

lheres e a autora percebeu que dentre elas havia um grupo que estava em busca de um tipo de

atendimento diferente daqueles referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer ceacutervico-uterino do periacuteodo

graviacutedico-puerperal das atividades de puericultura e das atividades direcionadas agraves portadoras

de doenccedilas crocircnicas como hipertensatildeo e diabetes Essa ldquonovardquo clientela era constituiacuteda por

mulheres de meia idade que buscavam um atendimento cliacutenico apresentando sintomatologia

difusa tanto no aspecto biomeacutedico como no aspecto psicoafetivo

No decorrer da realizaccedilatildeo do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede

da Famiacutelia oferecido pelo NESCONUFMG a autora conquistou ferramentas que fortalece-

ram sua compreensatildeo diferenciada sobre a realidade no seu contexto de trabalho Durante a

realizaccedilatildeo do moacutedulo Sauacutede da Mulher percebeu-se uma lacuna assistencial para com essas

clientes Os conhecimentos proporcionados por esse moacutedulo estimularam a compreensatildeo de

que a demanda apresentada pelas mulheres de meia idade poderiam ter relaccedilatildeo com uma eta-

pa do ciclo vital natural de suas vidas o Climateacuterio

Desde entatildeo o olhar dessa profissional apresentou-se mais cuidadoso para com a refe-

rida situaccedilatildeo Concluiu-se que a equipe estava fraacutegil nas abordagens propostas resultando na

insatisfaccedilatildeo das usuaacuterias frente ao atendimento prestado

12

Curiosidade inquietaccedilatildeo necessidade de estimular a equipe para obtenccedilatildeo de melho-

res resultados motivaram ou melhor foram a mola propulsora para que a autora investigasse

essa temaacutetica a fim de contribuir para a melhoria do seu processo de trabalho

Entretanto havia duacutevidas quanto agrave escolha de estrateacutegias efetivas que pudessem ser u-

tilizadas na atenccedilatildeo dispensada a essa populaccedilatildeo As questotildees abordadas pelas mulheres cli-

mateacutericas condiziam com modificaccedilotildees do corpo humano mudanccedilas de papeacuteis no seu contex-

to familiar e social questotildees de foacuterum iacutentimo em suas relaccedilotildees conjugais dentre outros aspec-

tos o que lhes suscitava incertezas e medo do desconhecido

Diante do exposto associado agraves reflexotildees contextuais e o aparato intelectivo propor-

cionados pela Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia suscitou na autora o

desejo de conhecer cientificamente como acontecia a assistecircncia ao climateacuterio prestada por

enfermeiros e a possibilidade de suas contribuiccedilotildees para o fortalecimento das accedilotildees da equi-

pe Mediante esse cenaacuterio manifesta-se o interesse em concretizar este estudo que possui a

seguinte questatildeo norteadora como a produccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede

da mulher climateacuterica pode contribuir para a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede

da famiacutelia

13

11 PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA E A ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

INOVACcedilOtildeES TECNOASSISTENCIAIS PARA O FORTALECIMENTO DO SUS

A Constituiccedilatildeo de 1988 institui o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e coloca a Sauacutede co-

mo uma conquista de direito do cidadatildeo Ressalta-se como princiacutepios dessa poliacutetica puacuteblica de

sauacutede no Brasil a integralidade a universalidade a equumlidade Outro aspecto que se busca para

a garantia desse direito eacute a incorporaccedilatildeo de novas tecnologias e especializaccedilatildeo dos saberes

(ROSEMBERG amp MINAYO 2001 TEIXEIRA 2003 BRASIL 2007 FARIA et al 2009a)

Na trajetoacuteria da implementaccedilatildeo desse sistema muitos avanccedilos aconteceram entretanto

alguns desafios permearam esse cenaacuterio dentre os quais se destacam a fragmentaccedilatildeo do pro-

cesso de trabalho e das relaccedilotildees entre os diferentes profissionais a fragmentaccedilatildeo da rede as-

sistencial precaacuteria interaccedilatildeo nas equipes e despreparo para lidar com a dimensatildeo subjetiva

nas praacuteticas de atenccedilatildeo baixo investimento na qualificaccedilatildeo dos trabalhadores especialmente

no que se refere agrave gestatildeo participativa e ao trabalho em equipe desrespeito aos direitos dos

usuaacuterios formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede distante do debate e da formulaccedilatildeo da poliacutetica

puacuteblica de sauacutede controle social fraacutegil dos processos de atenccedilatildeo e gestatildeo do SUS

(ROSEMBERG amp MINAYO 2001 TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

Nesse percurso diversas interpretaccedilotildees conceituais ressaltam-se sobre a sauacutede Observa-

se no cotidiano que os olhares reducionistas do campo de atenccedilatildeo agrave sauacutede tecircm contribuiacutedo

para a manutenccedilatildeo das desigualdades sociais (ROSEMBERG amp MINAYO 2001

TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

Diferentes autores apontam que na atualidade o entendimento do processo sauacutede-

doenccedila estaacute ainda centrado no biologismo e com uma fraacutegil compreensatildeo de caracteriacutesticas

lineares e mecacircnicas dos determinantes do processo sauacutede-doenccedila (ROSEMBERG amp

MINAYO 2001 STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al 2009a)

Movimentos mundiais desenvolveram-se para a discussatildeo e transformaccedilatildeo desses as-

pectos hegemocircnicos no processo sauacutede e doenccedila Destaca-se o movimento pioneiro iniciado

no Canadaacute em 1974 qual propotildee a utilizaccedilatildeo da estrateacutegia da promoccedilatildeo da sauacutede deslocando

o foco das causas individuais da doenccedila para as influecircncias soacutecio-ambientais Posteriormente

o movimento da promoccedilatildeo da sauacutede verificado pelas Conferecircncias Internacionais de Adelai-

de (1986) Sundsvall (1991) Jakarta (1997) e Meacutexico (2000) no Brasil (MINAYO HARTZ

BUSS 2000 MENDES 2002 STARFIELD 2002 TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

14

Busca-se desde entatildeo a compreensatildeo da sauacutede enquanto recurso fundamental para a

vida diaacuteria e natildeo como um objetivo em si mesmo com determinantes muacuteltiplos necessitando

de intervenccedilatildeo intersetorial Com isso satildeo essenciais estrateacutegias que corroborem com a defesa

da vida a qualificaccedilatildeo profissional e a mediaccedilatildeonegociaccedilatildeo entre os diversos atores que

compotildeem o cenaacuterio SUS (MINAYO HARTZ BUSS 2000 BRASIL 2007 FARIA et al

2009a)

Mediante todos os movimentos que discutiram o conceito de sauacutede de forma ampliada

alguns desafios cotidianos ainda estatildeo colocados para a sauacutede puacuteblica que pautados na im-

plementaccedilatildeo do SUS apresentam urgecircncia em redirecionar o modo como estatildeo organizados

os serviccedilos de sauacutede e a assistecircncia prestada (TEIXEIRA 2003 BRASIL 2007 FARIA et al

2009a)

Ao considerar essas especifidades apontadas no sistema de sauacutede brasileiro em 1994

foi criada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Esse programa

eacute uma estrateacutegia ambiciosa que visa a transformaccedilatildeo do modelo tecnoassistencial vivenciado

Trata-se de incorporar aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria uma equipe multiprofissional que

dialogue com o conhecimento popular responsaacutevel por uma determinada aacuterea de abrangecircncia

E o trabalho em sauacutede dessa equipe deve considerar essa aacuterea enquanto territoacuterio- processo e

atuar como unidade de centralidade na organizaccedilatildeo do cuidado agraves necessidades de sauacutede da

populaccedilatildeo (BRASIL 2007 FARIA et al 2009b COSTA et al 2009 MERHY 2009

MINAS GERAIS 2009)

As equipes multiprofissionais satildeo compostas conforme a legislaccedilatildeo atual da ESF por

meacutedico generalista agentes comunitaacuterios de sauacutede trabalhadores de sauacutede bucal auxiliares

de enfermagem e enfermeiro Destaca-se nesse contexto o trabalho do agente comunitaacuterio

em sauacutede enquanto ator principal na interlocuccedilatildeo entre as necessidades comunitaacuterias e seus

conhecimentos nos processos de manutenccedilatildeo da vida com o saber tecnoloacutegico dos demais

trabalhadores da sauacutede (MENDES 2002 STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al

2009b MERHY 2009 MINAS GERAIS 2009)

Sobre o territoacuterio-processo esse conceito eacute compreendido como um fenocircmeno que re-

sulta na compreensatildeo das relaccedilotildees estabelecidas em um determinado espaccedilo Abrange o deli-

neamento e compreensatildeo por meio de mapeamento e diagnoacutesticos situacionais sobre as es-

pecificidades dos aspectos das relaccedilotildees interpessoais ali inseridos sua mobilidade espacial

suas diversidades histoacuterico-culturais e os elementos cognitivos fiacutesicos demograacuteficos e eco-

nocircmicos que as comunidades vivenciam para a manutenccedilatildeo de suas vidas Pressupotildee-se que a

equipe multiprofissional preste assistecircncia para 800 a 1000 famiacutelias cadastradas em uma Uni-

15

dade Baacutesica de Sauacutede atraveacutes de um territoacuterio delimitado e mapeado (MENDES 2002

STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009)

Jaacute a centralidade do cuidado traz agrave ESF enquanto mecanismo fortalecedor do niacutevel

primaacuterio de atenccedilatildeo agrave sauacutede no Brasil uma caracteriacutestica inovadora que consiste em coorde-

nar a assistecircncia de forma a promover a integralidade na rede assistencial Essa integralidade

ocorre quando o ponto central do cuidado se diverge da piracircmide hierarquizada e adota estru-

turas aliadas e flexiacuteveis entre os diferentes setores de prestaccedilatildeo dos serviccedilos em sauacutede inde-

pendente de sua densidade tecnoloacutegica A manutenccedilatildeo entre o diaacutelogo contiacutenuo dos diversos

setores da sauacutede e as necessidades da comunidade passa a ser de responsabilidade das equipes

inseridas no niacutevel primaacuterio por meio do PSF (MENDES 2002 STARFIELD 2002 FARIA

et al 2009b MINAS GERAIS 2009)

Seguindo essa loacutegica Sousa e Hamann (2009) ressaltam os impasses em trabalhar no

cotidiano dos serviccedilos mediante esse olhar organizativo diferenciado que se volta agraves comuni-

dades e seus os grupos sociais especiacuteficos

Pressupotildee-se um rompimento dos muros das Unidades de Sauacutede e abordagens inter-

ventoras que tenham como loacutecus a famiacutelia Essa tarefa exige abordagens complexas mesmo

que as teacutecnicas mais frequentes utilizadas sejam as que englobam a subjetividade na interaccedilatildeo

profissional de sauacutede e usuaacuterios do SUS a educaccedilatildeo para promoccedilatildeo da sauacutede e intervenccedilotildees

para mudanccedilas de comportamento em busca de estilos de vida mais saudaacuteveis (MENDES

2002 STARFIELD 2002 SOUSA amp HAMANN 2009 VASCONCELOS et al 2009)

Aleacutem disso essas tecnologias empregadas na reformulaccedilatildeo assistencial do SUS pela

atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutedeESF buscam promover uma assistecircncia em sauacutede humanizada O

acolhimento a percepccedilatildeo da inteireza de cada pessoa e seu nuacutecleo familiar e a inserccedilatildeo dos

condicionantes e determinantes sociais no processo de trabalho dessas equipes ateacute entatildeo a-

presentam-se como desafio proposto Espera-se com a incorporaccedilatildeo desse modus operandi

diferenciado uma assistecircncia de resultados positivos para todos os atores que compotildeem o

SUS - gestores trabalhadores usuaacuterios e instituiccedilotildees formadoras em sauacutede E com isso se

impulsione a consolidaccedilatildeo da resolutividade no SUS (MENDES 2002 STARFIELD 2002

COSTA et al 2009 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009 VASCONCELOS et al

2009)

Outras ferramentas de trabalho a serem incorporadas agraves equipes de ESF satildeo as relacio-

nadas com a epidemiologia social Essas ferramentas prevecircem o reconhecimento da realidade

local por anaacutelises participativas que associam o planejamento das accedilotildees em sauacutede atraveacutes de

um diagnoacutestico do territoacuterio suas famiacutelias e coletividade enquanto territoacuterio processo Eacute pre-

16

ciso que o resultado desse planejamento seja traduzido em uma programaccedilatildeo das atividades

da equipe que considere os fatores de vulnerabilidade e os grupos de risco populacional em

sauacutede a fim de produzir serviccedilos com equidade (MENDES 2002 STARFIELD 2002

COSTA et al 2009 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009 VASCONCELOS et al

2009)

Com isso enfrentar o desafio proposto entre desconstruir o modelo hegemocircnico em

que se estabelecem as accedilotildees de sauacutede na atualidade em busca da construccedilatildeo de um SUS ideal

requer o desenvolvimento de novas praacuteticas sanitaacuterias no cotidiano assistencial que se com-

prometam com a possibilidade de viver de modo mais saudaacutevel (COSTA et al 2009 FARIA

et al 2009b VASCONCELOS et al 2009)

Nesse contexto destaca-se nas equipes de ESF o papel do profissional Enfermeiro

(MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI amp PEREIRA 2009) Ao se

analisar a histoacuteria da Enfermagem Brasileira pode-se observar sua convergecircncia agrave poliacutetica

puacuteblica de sauacutede adotada no paiacutes O Decreto no 9440687(COFEN 2002) que regulamenta a

profissatildeo explicita como atribuiccedilatildeo do Enfermeiro sua participaccedilatildeo no planejamento execu-

ccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da programaccedilatildeo da sauacutede nos diferentes niacuteveis assistenciais do SUS A reso-

luccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) 2722002 incube a esse profissional um

processo de trabalho pautado na Sistematizaccedilatildeo de sua Assistecircncia em busca da qualidade do

cuidado

Conforme Resoluccedilatildeo COFEN 2722002

[] A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem- SAE sendo atividade privati-

va do enfermeiro utiliza meacutetodo e estrateacutegia de trabalhos com embasamento cientiacute-

fico para a identificaccedilatildeo das situaccedilotildees de sauacutededoenccedila que possam contribuir para a

promoccedilatildeo prevenccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo da sauacutede do indiviacuteduo famiacutelia e

comunidade (COFEN 2722002 p 50)

Assim na implementaccedilatildeo dessa assistecircncia eacute fundamental que o Enfermeiro reconhe-

ccedila os haacutebitos individualizados e os aspectos biopsicossociais que integram o processo sauacutede-

doenccedila dos sujeitos visando a identificaccedilatildeo de problemas julgamento cliacutenico sobre as respos-

tas do indiviacuteduo famiacutelia e comunidade perante suas adaptaccedilotildees aos processos de vida vigen-

tes ou potencias (COFEN 2002 MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI

amp PEREIRA 2009)

Perante esses pressupostos legais observa-se a convergecircncia entre o processo de traba-

lho da Enfermagem e as necessidades impostas para o desenvolvimento das accedilotildees em ESF

17

Com isso torna-se significativo no incremento da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a atuaccedilatildeo dife-

renciada desse profissional

Feliciano et al (2010) apontam para o valor atribuiacutedo ao Enfermeiro na ESF quando

esse profissional apresenta-se como uma referecircncia na busca da superaccedilatildeo de dificuldades

haja vista que os demais integrantes da equipe e usuaacuterios dirigem suas demandas a esse pro-

fissional independente de eles gerenciarem institucionalmente a unidade de sauacutede

Figueiredo et al (2010) ressaltam que cabe ao Enfermeiro de ESF funccedilotildees como admi-

nistraccedilatildeo de recursos materiais e humanos bem como a padronizaccedilatildeo das accedilotildees na equipe A

autora revela ainda que a organizaccedilatildeo das atividades de educaccedilatildeo continuada para equipe do

PSF como atribuiccedilatildeo contiacutenua do Enfermeiro

Matumoto et al (2005) Chirelli amp Pereira 2009 Pires amp Goumlttems (2009) corroboram

com essa constataccedilatildeo ao apresentarem que a gestatildeo do cuidado agraves famiacutelias em ESF eacute progra-

maccedilatildeo constante realizada pela Enfermagem e sua equipe Cordeiro et al (2009) colocam o

trabalho de enfermagem na ESF realizado de forma ampliada abrangendo consultas individu-

ais atividades educativas em grupo praacuteticas de capacitaccedilatildeo continuada junto a equipe e pro-

gramaccedilatildeo das accedilotildees junto a ela de forma compatiacutevel e adequada aos pressupostos da estrateacute-

gia sauacutede da famiacutelia

Colomeacute Limas amp Davis (2008) salientam o Enfermeiro como principal articulador do

trabalho na equipe de ESF Os autores mencionam que essas articulaccedilotildees se estabelecem prin-

cipalmente com os agentes comunitaacuterios de sauacutede o que facilita a aproximaccedilatildeo do profissio-

nal de enfermagem agraves necessidades de sauacutede da comunidade conectando o seu trabalho com

os outros profissionais da equipe como dentistas e meacutedicos considerando o caraacuteter comple-

mentar da atuaccedilatildeo dentro de uma equipe multiprofissional

Azambuja et al (2007) expressam em seu estudo sobre o significado do trabalho no

PSF que para os enfermeiros se denota enquanto processo potencializador do seu viver hu-

mano Isso significa que o trabalho em ESF influencia na forma como se vecircem se sentem se

relacionam e vivenciam as situaccedilotildees cotidianas de maneira positiva

Santos Soares amp Campos confirmam os resultados de seus estudos ao de Azambuja et

al (2007) ao colocarem que para os Enfermeiros as forccedilas fortalecedoras de seu trabalho no

PSF adveacutem da relaccedilatildeo prazerosa com o objetofinalidade do trabalho e com o trabalho em si

Eles complementam ainda que as Enfermeiras convivem com a expectativa das suas potenci-

alidades para solucionar os problemas oferecer respostas a populaccedilatildeo em cenaacuterio de maior

autonomia profissional

18

Benito amp Becker (2007) em pesquisa sobre as atitudes gerenciais dos enfermeiros na

ESF destacaram atraveacutes dos profissionais informantes que eram membros das equipes atitu-

des qualitativas dos Enfermeiros de ESF como ser justos intermediarem e resolverem confli-

tos entre profissionais usuaacuterios e representantes da gestatildeo apresentarem poder de negocia-

ccedilatildeo estarem abertos a mudanccedilas possuiacuterem em sua praacutetica atitudes de escuta buscarem pela

promoccedilatildeo de iniciativas e autonomia da equipe e dos usuaacuterios contribuiacuterem com o seu conhe-

cimento para o desenvolvimento do grupo capacidade de planejamento e desenvolvimento de

accedilotildees conjuntas e prestarem o cuidado centrado na famiacutelia com compromisso e responsabili-

dade

Os resultados desses estudos apresentam o papel diferenciado que o Enfermeiro vem

exercendo nas equipes da ESF corroborando para a sua importacircncia nesse campo de atuaccedilatildeo

Destacam as caracteriacutesticas do trabalhador de enfermagem e a incorporaccedilatildeo de novos arranjos

de poderes e saberes necessaacuterios para o delineamento do perfil desse profissional de forma

comprometida agraves diretrizes da ESF e ao fortalecimento do SUS

19

12 O CLIMATEacuteRIO DESAFIO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO

PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

A populaccedilatildeo feminina brasileira totaliza mais de 98 milhotildees e aproximadamente 30

milhotildees se encontram na faixa etaacuteria de 35 a 65 anos Esses dados revelam que 32 das mu-

lheres do Brasil estatildeo na faixa etaacuteria em que ocorre o climateacuterio (BRASIL 2008)

Coelho amp Porto (2009) definem climateacuterio como

[] periacuteodo de transiccedilatildeo entre as fases reprodutivas e natildeo reprodutivas da mulher

Comeccedila por volta dos 40 anos podendo estender-se ateacute os 55 anos ou mais Durante

esses anos acontece a uacuteltima menstruaccedilatildeo definida como menopausa [] (Coelho

amp Porto 2009 p76)

Ressalta-se que esse periacuteodo eacute uma fase bioloacutegica natural da vida e natildeo um processo

patoloacutegico Eacute reconhecido como uma fase do ciclo vital feminino em que ocorrem intensas

transformaccedilotildees na maneira da mulher ser e estar no mundo modificando sua compreensatildeo

frente ao fenocircmeno existencial (LIMA amp ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI

2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008

BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009)

Dessa maneira o periacuteodo do climateacuterio eacute resultado tanto da deficiecircncia hormonal co-

mo de fatores socioculturais e psicoloacutegicos decorre no processo de envelhecimento feminino

sendo marcado pela menopausa A menopausa destaca-se como momento pontual do climateacute-

rio consiste na interrupccedilatildeo permanente da menstruaccedilatildeo e decorre apoacutes 12 meses de amenor-

reacuteia em momento da perda da atividade folicular ovariana (LIMA amp ANGELO 2001

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA

JESUS MERINGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009)

Outro aspecto a ser considerado no climateacuterio aleacutem da faixa etaacuteria eacute um conjunto de

sintomas que acometem parte das mulheres Esses sintomas podem se manifestar enquanto

mudanccedilas sutis ou acentuadas que englobam desde anguacutestia fogachos e irritaccedilotildees ateacute san-

gramentos intermitentes de alto fluxo A sintomatologia em geral acarreta desconforto que se

acentuam de acordo com o enfrentamento desse ciclo pelas mulheres e a consistecircncia da rede

de apoio que se insere Contudo o iniacutecio e teacutermino do climateacuterio satildeo varaacuteveis de acordo com

as caracteriacutesticas individuais da pessoa e estaacute associado a fatores hereditaacuterios raciais socioe-

conocircmicos e demais determinantes do processo de vida subjetivo feminino (LIMA amp

20

ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009)

Neste cenaacuterio de transformaccedilotildees soacutecio-emocionais acentuados pela percepccedilatildeo do en-

velhecimento e limite da vida faz-se necessaacuterio a implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que bus-

quem a promoccedilatildeo da sauacutede da mulher e o fomento de cuidados para que vivenciem essa expe-

riecircncia de maneira mais amena mediante ao turbilhatildeo existencial que lhes permeia esse recor-

te da vida

Ao se abordar as questotildees que envolvem a sauacutede da mulher eacute necessaacuteria a discussatildeo

de aspectos poliacuteticos e histoacutericos que envolvem essa temaacutetica no Brasil em especial por se

tratarem de resultados de uma luta que envolve conquista do gecircnero (BRASIL 2004

BRASIL 2006a COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp

LUCCHESE 2010)

O movimento feminino pela luta de seus direitos que ultrapassam os direitos da sauacutede

hegemocircnica e se convergem aos direitos de cidadania precede a promulgaccedilatildeo do SUS Na

sauacutede o marco histoacuterico dos resultados desse movimento ocorreu na deacutecada de 80 atraveacutes do

Programa de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PAISM) Esse programa evidenciou a ne-

cessidade de mudanccedilas na abordagem das mulheres nos serviccedilos de sauacutede que ultrapassassem

o foco do ciclo graviacutedico-puerperal em busca de sua visatildeo subjetiva e integral Entretanto

apesar do discurso da integralidade na praacutetica o PAISM atuou de forma hegemocircnica buscan-

do a resoluccedilatildeo dos problemas referentes agrave sauacutede reprodutiva e na reduccedilatildeo da mortalidade ma-

terna (BRASIL 2004 BRASIL 2006 COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Encontra-se em vigor atualmente implementado pelo Ministeacuterio da Sauacutede uma estra-

teacutegia poliacutetica e tecnoloacutegica para a renovaccedilatildeo da abordagem a sauacutede da mulher a Poliacutetica Na-

cional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PNAISM) e descreve

[] Considerando que a sauacutede da mulher eacute uma prioridade deste governo o Ministeacute-

rio da Sauacutede lanccedilou em 2004 a ldquoPoliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da

Mulher ndash Princiacutepios e Diretrizesrdquo (PNAISM) em parceria com diversos setores da

sociedade com o compromisso de implementar accedilotildees de sauacutede que contribuam para

a garantia dos direitos humanos das mulheres e reduzam a morbimortalidade por

causas preveniacuteveis e evitaacuteveis Essa Poliacutetica incorpora num enfoque de gecircnero a in-

tegralidade e a promoccedilatildeo da sauacutede como princiacutepios norteadores e busca consolidar

os avanccedilos no campo dos direitos sexuais e reprodutivos com ecircnfase na melhoria da

atenccedilatildeo obsteacutetrica no planejamento familiar na atenccedilatildeo ao abortamento inseguro e

no combate agrave violecircncia domeacutestica e sexual Agrega tambeacutem a prevenccedilatildeo e o trata-

mento de mulheres vivendo com HIVAIDS e as portadoras de doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis e de cacircncer Aleacutem disso amplia as accedilotildees para grupos historicamente

alijados das poliacuteticas puacuteblicas nas suas especificidades e necessidades []

(BRASIL 2006a p13)

21

Outro avanccedilo relevante para a sauacutede da mulher integra-se na Portaria 399GM de 22

de fevereiro de 2006 que institui o Pacto Pela Vida O pacto define-se como um conjunto de

reformas institucionais do SUS entre as trecircs esferas de gestatildeo ndash Uniatildeo estados e municiacutepios ndash

com o objetivo de promover inovaccedilotildees nos processos e nos instrumentos de gestatildeo visando a

alcanccedilar maior efetividade eficiecircncia e qualidade das respostas do SUS O Pacto redefine as

responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo e a bus-

ca da equumlidade social (BRASIL 2006b)

Jaacute no cenaacuterio dos serviccedilos da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a Poliacutetica Nacional de Aten-

ccedilatildeo Baacutesica estabelece grupos vulneraacuteveis e prioritaacuterios para a organizaccedilatildeo da assistecircncia A

sauacutede da mulher integra esse grupo corroborando para a efetivaccedilatildeo das poliacuteticas supracitadas

e considerando a abordagem da mulher pela importacircncia da implementaccedilatildeo da praacutetica dife-

renciada e inovadora do PSF (BRASIL 2007)

Poreacutem diversos autores contribuem na anaacutelise da atenccedilatildeo agrave sauacutede da mulher ao identi-

ficarem a fragilidade da assistecircncia prestada chegando a concluir que os problemas atuais de

sauacutede da mulher estatildeo relacionados agrave qualidade dessa assistecircncia e a desqualificaccedilatildeo dos pro-

fissionais que promovem essa intervenccedilatildeo (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA

SILVA amp SIQUEIRA 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Essa realidade se potencializa quando a assistecircncia se refere agraves mulheres no climateacuterio

Existe uma lacuna na abordagem cotidiana do trabalho das equipes de sauacutede sobre o que e

como prestarem assistecircncia a essa demanda cada vez mais emergente Eacute urgente a necessidade

de se utilizar e integrar todos os campos do saber da sauacutede e suas interfaces para o enfrenta-

mento dessa realidade (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004 GONCcedilALVES amp

MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA

GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Considerando o potencial apresentado nesse trabalho sobre o papel do Enfermeiro nas

equipes de atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede o presente estudo interroga como a produccedilatildeo do conhe-

cimento de Enfermagem sobre a temaacutetica de assistecircncia a mulheres climateacutericas pode colabo-

rar para a implementaccedilatildeo de um cuidado integral e de qualidade a esse grupo na estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Analisar a produccedilatildeo de conhecimento de Enfermagem sobre a mulher climateacuterica e

suas contribuiccedilotildees para a atuaccedilatildeo da equipe da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia - ESF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Realizar o levantamento da produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assis-

tecircncia agrave mulher no climateacuterio

Caracterizar a produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assistecircncia agrave mu-

lher no climateacuterio

Apontar como os resultados da anaacutelise dessa produccedilatildeo cientiacutefica podem contribuir pa-

ra a atuaccedilatildeo da equipe de ESF sobre a temaacutetica

3 METOacuteDO DA PESQUISA

A pesquisa em sauacutede segundo Leopardi (2002) natildeo eacute somente uma incorporaccedilatildeo de

conteuacutedo cientiacutefico ao saber cotidiano eacute um aprender a perceber sentir e a pensar Essas con-

sideraccedilotildees acrescentam para as pesquisas em sauacutede um conhecer sobre o que ocorre no corpo

dos indiviacuteduos na sua luta diaacuteria pela sobrevivecircncia e as relaccedilotildees subjetivas de cada ser hu-

mano

Dentro desse contexto eacute evidenciado um direcionamento metodoloacutegico com a finali-

dade de conhecer as concepccedilotildees e caracteriacutesticas sobre a temaacutetica em estudo presentes na

literatura Trata-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva por revisatildeo bibliograacutefica de anaacute-

lise integrativa

Esse estudo foi realizado com base na pesquisa bibliograacutefica Para Duarte amp Furtado

(2002) esse tipo de pesquisa eacute realizado a partir de levantamentos da produccedilatildeo cientiacutefica

presente em diferentes apresentaccedilotildees como livros artigos cientiacuteficos dissertaccedilotildees teses den-

tre outros Cervo amp Bervian (1996) ressaltam que esse tipo de pesquisa procura explicar um

problema a partir de referecircncias pela analise de suas contribuiccedilotildees culturais ou cientiacuteficas

existentes acerca de determinado assunto

Jaacute o cunho exploratoacuterio desse estudo se define pela descoberta de ideacuteias que propor-

cionaram familiaridade com o problema tornando-o mais expliacutecito com a possibilidade de

fomento a outras hipoacuteteses (DUARTE amp FURTADO 2002 LEOPARDI 2002 HULLEY et

al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

O caraacuteter descritivo dessa pesquisa ocorre na definiccedilatildeo das caracteriacutesticas do fenocircme-

no a ser estudado e suas relaccedilotildees mediante aos objetivos propostos (GIL 1996 OLIVEIRA

1999) Nesse sentido o trabalho descritivo abrange aspectos amplificados do contexto social

Assim eacute possiacutevel o niacutevel de anaacutelise da temaacutetica sobre diferentes formas aleacutem de sua ordena-

ccedilatildeo e sua classificaccedilatildeo

As revisotildees de literatura necessitam de alguns padrotildees que assegurem sua qualidade

metodoloacutegica como utilizaccedilatildeo de meacutetodos para assegurar a anaacutelise precisa e objetiva anaacutelise

da teoria resultados meacutetodos sujeitos e variaacuteveis de estudo fornecer ao leitor o maacuteximo de

informaccedilotildees possiacuteveis sobre estudos revisados e natildeo apenas os principais (HULLEY et al

2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Dessa forma realizou-se um estudo de revisatildeo da literatura cientiacutefica visando avaliar

um conjunto de dados simultacircneos a partir de estudos primaacuterios selecionados previamente

24

que investigam uma mesma questatildeo (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER

2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

A questatildeo do estudo eacute o primeiro passo para o iniacutecio da revisatildeo bibliograacutefica O Se-

gundo passo consiste em definir a seleccedilatildeo dos estudos sendo o mais indicado as bases de da-

dos eletrocircnicas O terceiro passo eacute a avaliaccedilatildeo criacutetica dos estudos em que se utilizam criteacuterios

para validar os estudos selecionados atraveacutes de uma avaliaccedilatildeo criacutetica dos pesquisadores O

quarto passo consiste na coleta dos dados em que se caracterizam os estudos levantados e de-

terminam suas possibilidades de comparaccedilatildeo O quinto passo eacute a analise e apresentaccedilatildeo dos

dados com agrupamento de estudos semelhantes O sexto passo eacute a determinaccedilatildeo da forccedila

dos resultados e das evidencias encontradas delineando claramente os benefiacutecios e riscos do

achado Uma vez publicada a revisatildeo poderaacute sofrer criacuteticas e sugestotildees que poderatildeo ser in-

corporadas em novos estudos sobre a temaacutetica (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005

ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Para o delineamento do estudo foi definida como questatildeo norteadora como a produ-

ccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede da mulher climateacuterica pode contribuir pa-

ra a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede da famiacutelia

A partir da questatildeo dessa investigaccedilatildeo foram considerados estudos que abordassem a

assistecircncia ao climateacuterio por Enfermeiros A amostra foi do tipo natildeo-probabiliacutestica de conve-

niecircncia constituiacuteda por publicaccedilotildees nacionalmente indexadas sobre a temaacutetica O descritor

utilizado foi ldquoClimateacuteriordquo e a opccedilatildeo pelo natildeo cruzamento de demais descritores foi devida a

escolha da fonte de busca

A fonte de busca orientou-se por base eletrocircnica restrita a produccedilatildeo do conhecimento

nacional e de liacutengua portuguesa que correspondesse a publicaccedilotildees em perioacutedicos de Enfer-

magem demonstrando proximidade com a questatildeo norteadora A busca dos artigos foi reali-

zada no periacuteodo de outubro de 2009 a janeiro de 2010

Adotou-se como criteacuterios de exclusatildeo publicaccedilotildees cujo o cenaacuterio de desenvolvimento

natildeo fossem a Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede eou ESF Ressalta-se que o recorte temporal para

busca das publicaccedilotildees considerou apenas o limite final do periacuteodo o ano de 2009 buscando

amplificar o periacuteodo de iniacutecio da produccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico dessa temaacutetica e assim

natildeo diminuir a sensibilidade das buscas

Foi utilizada a Base de Dados de Enfermagem (BDENF) presente na Biblioteca Vir-

tual em Sauacutede BIREME atraveacutes do siacutetio eletrocircnico httpbasesbiremebrcgi-

binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampbase=BDENFamplang=p

25

O Centro Latino-Americano e do Caribe de Informaccedilatildeo em Ciecircncias da Sauacutede tam-

beacutem conhecido pelo seu nome original Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) eacute um

centro especializado da Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Organizaccedilatildeo Mundial da Sa-

uacutede (OPASOMS) orientado agrave cooperaccedilatildeo teacutecnica em informaccedilatildeo cientiacutefica em sauacutede A sede

da BIREME estaacute localizada no Brasil no campus central Universidade Federal de Satildeo Paulo

(UNIFESP) desde a sua criaccedilatildeo em 1967 segundo acordo da OPASOMS com o Governo do

Brasil

A BDENF apresenta informaccedilotildees compostas pela literatura teacutecnico-cientiacutefica brasilei-

ra em Enfermagem Eacute coordenada pela Escola de Enfermagem da Universidade de Minas

Gerais e por demais Centros Cooperantes da rede BVSENFERMAGEM A composiccedilatildeo des-

sa biblioteca eletrocircnica apresenta perioacutedicos teses livros capiacutetulos de livros anais de con-

gressos ou conferecircncias relatoacuterios teacutecnico-cientiacuteficos e publicaccedilotildees governamentais

No desenvolvimento da revisatildeo integrativa foram selecionados artigos apoacutes a identifi-

caccedilatildeo de todas as publicaccedilotildees a partir do descritor utilizado Procedeu-se analise para caracte-

rizaccedilatildeo dos estudos e preacute-seleccedilatildeo quanto a sua pertinecircncia a pergunta norteadora

Essa etapa foi realizada separadamente por dois revisores sendo a pesquisadora dessa

investigaccedilatildeo e a sua orientadora Os passos utilizados para a caracterizaccedilatildeo dos artigos e a

verificaccedilatildeo de sua aproximaccedilatildeo com a questatildeo norteadora foram a leitura aprofundada de

cada artigo a segregaccedilatildeo dos mesmos quanto agrave aproximaccedilatildeo da questatildeo norteadora e a cate-

gorizaccedilatildeo desses conforme os criteacuterios metodoloacutegicos estabelecidos

Posteriormente ocorreu consenso entre a autora e a orientadora com o objetivo de de-

cidir a inclusatildeo e a exclusatildeo dos artigos preacute-selecionados e avaliados a fim de se garantir

maior seguranccedila na seleccedilatildeo

Para a anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por nuacutemeros absolutos e

frequencias Os elementos de caracterizaccedilatildeo dos perioacutedicos foram

Total de artigos identificados na busca conforme fonte

Identificaccedilatildeo de artigos repetidos

Exclusatildeo de artigos

Inclusatildeo de artigos para a revisatildeo sistemaacutetica

Quanto aos estudos incluiacutedos por aproximaccedilatildeo para com a questatildeo norteadora analisa-

ram-se os seguintes aspectos

Siacutentese panoracircmica do conteuacutedo e da analise dos artigos incluiacutedos

Delineamento da Investigaccedilatildeo (metodologia)

26

Ano de publicaccedilatildeo

Perioacutedico de publicaccedilatildeo

Consideraccedilotildees apresentadas agrave temaacutetica em estudo

Objetivando facilitar a leitura e a identificaccedilatildeo dos artigos optou-se pela atribuiccedilatildeo do

coacutedigo E(n) para os artigos excluiacutedos e I(n) para os artigos incluiacutedos na revisatildeo sistemaacutetica

Conforme os resultados identificados foi calculado o iacutendice de KAPPA (K) Esse iacuten-

dice corresponde a uma medida de concordacircncia usada em escalas nominais que fornece a

ideacuteia do quanto as observaccedilotildees se afastam daquelas esperadas fruto do acaso indican-

do assim o quatildeo legiacutetimas as interpretaccedilotildees satildeo (CANOLETTI 2008)

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A anaacutelise da revisatildeo sistemaacutetica iniciou com a descriccedilatildeo dos artigos encontrados se-

guindo com a descriccedilatildeo daqueles excluiacutedos do processo de revisatildeo sistemaacutetica e por fim foi

analisada a aproximaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos com o questionamento norteador

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF

Os registros sobre climateacuterio no BDENF totalizaram 26 conforme descritor utilizado

poreacutem dentre os trabalhos havia um que natildeo se enquadrava como perioacutedico e foi excluiacutedo da

lista totalizando 25 artigos Ressalta-se que natildeo houve obtenccedilatildeo de artigos por busca manual

Na Tabela 1 verifica-se o total de estudos encontrados na busca realizada conforme perioacutedi-

cos

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo

perioacutedicos

BDENF - Banco de Dados de Enfermagem N

Revista Gauacutecha de Enfermagem 2

Revista Enfermagem UERJ 5

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 1

Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 4

Revista da Escola de Enfermagem da USP 2

Acta Paulista de Enfermagem 1

Nursing (Satildeo Paulo) 2

Revista Brasileira de Enfermagem 3

Biblioteca J Baeta Vianna 1

Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 1

Revista Paulista de Enfermagem 1

Texto amp Contexto Enfermagem 2

Total 25

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Quanto ao ano de publicaccedilotildees dos artigos selecionados observou-se que o periacuteodo de

publicaccedilatildeo inicia-se em 1985 e finaliza no ano de 2009 como mostra a Tabela 2

28

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano

de publicaccedilatildeo

Ano de publicaccedilatildeo Nordm de Estudos

2009 2 8

2008 1 4

2007 2 8

2006 1 4

2005 4 16

2004 3 12

2002 4 16

2000 3 12

1997 1 4

1996 1 4

1995 1 4

1985 2 8

TOTAL 25 100

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Nota-se que apesar de haver nesta revisatildeo sistemaacutetica trabalhos datados de 1985 a

discussatildeo do tema soacute ampliou entre 15 e 20 anos depois o que reforccedila a ideacuteia de que haacute uma

preocupaccedilatildeo crescente para com essa temaacutetica na atenccedilatildeo baacutesica no intuito de melhorar os

serviccedilos prestados

Vale ressaltar que criaccedilatildeo do SUS em 1988 e posteriormente a ESF regulamentada em

1994 contribuiacuteram para o fortalecimento da atenccedilatildeo primaacuteria e consequentemente impulsio-

nando as pesquisas na aacuterea

Analisando esta tabela percebe-se que no periacuteodo de 2000 a 2005 foram identificados

o maior nuacutemero de publicaccedilotildees referentes ao assunto 56 (n = 14) indicando o crescimento

do interesse do estudo deste assunto A concentraccedilatildeo de estudos nesse intervalo de tempo os

caracteriza como sendo recentes jaacute que foram elaborados haacute menos de 10 anos

Os resumos dos 25 registros localizados foram lidos e a partir da leitura foram sele-

cionados aqueles cujo tiacutetulo eou resumo colocavam a assistecircncia ao climateacuterio na atenccedilatildeo

primaacuteria como objeto de estudo ou como uma de suas questotildees centrais de anaacutelise Posteri-

ormente foram identificados os artigos repetidos (n = 3) descartando-os

Dos 22 artigos selecionados a Revista Enfermagem UERJ apresentou a maior quanti-

dade de publicaccedilotildees totalizando 20 (n = 5)

Apoacutes avaliaccedilatildeo dos tiacutetulos leitura dos resumos e anaacutelise dos artigos integralmente ve-

rificou-se que 364 (n = 8) apresentaram pertinecircncia agrave questatildeo norteadora da pesquisa sen-

do 25 (n = 2) destes artigos oriundos da Revista Enfermagem UERJ e 25 (n = 2) da Es-

cola Ana Nery Revista de Enfermagem As demais revistas apresentaram 125 (n = 1) dos

29

artigos pertinentes cada uma Os estudos excluiacutedos da revisatildeo integrativa perfizeram 636

(n = 14)

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA

Em relaccedilatildeo aos artigos excluiacutedos observa-se sua descriccedilatildeo no Quadro 1

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E1

ZAMPIERI M de F M

TAVARES C M A

HAMES M de L C

FALCON G S

SILVA A L de

GONCcedilALVES L T

O processo de viver e ser

saudaacutevel das mulheres no

climateacuterio

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2009

E2

ALMEIDA L H R B de

LUZ M H B A

MONTEIRO C F de S

Ser mulher no climateacuterio

uma anaacutelise compreensiva

pela enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

E3 NIEVAS A F

FUREGATO A R F

Depressatildeo em mulheres no

climateacuterio

Revista Gauacutecha de

Enfermagem 2006

E4 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

Vivenciando o climateacuterio o

corpo em seu percurso exis-

tencial agrave luz da Fenomenolo-

gia

Revista Enferma-

gem UERJ 2005

E5

FERNANDEZ M R

GIR E

HAYASHIDA M

Sexualidade no periacuteodo

climateacuterico situaccedilotildees vi-

venciadas pela mulher

Revista da Esco-

la de Enferma-

gem da USP

2005

E6 BIFFI E F de A

SCATENA M C M

Sauacutede Mental e climateacuterio

na perspectiva de mulheres

profissionais de sauacutede

Revista Enfer-

magem UERJ 2004

30

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E7 MILANEZ M R de

M NERY I S

Percepccedilatildeo das mulheres

sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de en-

fermagem

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2004

E8 MURATA I M H

SCHIRMER J

Manifestaccedilotildees biopsicogecirc-

nicos decorrentes do clima-

teacuterio entre trabalhadoras de

uma universidade puacuteblica

Acta Paulista de

enfermagem 2004

E9 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

O climateacuterio a corporeida-

de como berccedilo das experi-

ecircncias do vivido

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

2002

E10

MURATA I M H

BERCINI L O

SCHIRMER J

Auto-cuidado na prevenccedilatildeo

do cacircncer de colo de uacutetero

e cacircncer de mama compa-

raccedilatildeo entre mulheres natildeo

climateacutericas e climateacutericas

Biblioteca J

Baeta Vianna 2000

E11

LOPES M E L

BATISTA P S de S

COSTA Se F G da

SOARES M S de

Orientaccedilotildees de enferma-

gem agrave mulher climateacuterica

quanto agrave terapia de reposi-

ccedilatildeo hormonal uma abor-

dagem eacutetica

Revista da Rede de

Enfermagem do

Nordeste

2000

E12 DAOUD I G

SANTANA M da G

Construccedilatildeo de um processo

educativo com um grupo de

mulheres climateacutericas

Texto amp Contexto

Enfermagem 2000

E13 LANDERDAHL M C

Buscando novas maneiras

de pensar o climateacuterio fe-

minino

Texto amp contexto

enfermagem 1997

E14 NERY I S Perfil do atendimento agrave

mulher no climateacuterio

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

1996

31

Em geral os estudos excluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (E1 E6 E8 e E10) que correspondem

a 286 (n = 4)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (E3 E4 E5 E7 E8 E9 e

E13) somando 50 (n = 6)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (E2 E11 E12 e E14) o que resulta em 286 (n =

4)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 71 (n = 1) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas por

profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educativo (E11)

Percebe-se que dois dos artigos excluiacutedos se enquadram em mais de uma dimensatildeo apre-

sentada na anaacutelise feita acima

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os artigos incluiacutedos foram estudados sistematicamente de modo a extrair de cada um

as concepccedilotildees e respectivas caracteriacutesticas do trabalho em equipe as quais foram discutidas agrave

luz do referencial teoacuterico que embasa este estudo qual seja a assistecircncia ao climateacuterio pela

equipe de sauacutede

A amostra definitiva dos artigos incluiacutedos para a revisatildeo sistemaacutetica portanto foram

oito artigos apresentados a seguir no Quadro 2

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

I1 PEREIRA Q L C

SIQUEIRA H C H de

O olhar dos responsaacuteveis

pela poliacutetica de sauacutede da

mulher climateacuterica

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

2009

I2

OLIVEIRA D M de

JESUS M C P de

MERIGHI M A B

O climateacuterio sob a oacutetica de

mulheres assistidas em uma

unidade de sauacutede da famiacutelia

de Juiz de Fora - Minas Ge-

rais

Revista de A-

tenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede

2008

32

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

I3 LIMA E C

VARGENS O M da C

O significado de climateacuterio

para as mulheres implicaccedilotildees

para o cuidado de enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

I4

PIAZZA I P

DE LORENZI D R S

SACILOTO B

Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacuteri-

cas atendidas em um PSF

Revista Gauacutecha

de Enfermagem 2005

I5 LANDERDAH M C

Mulher climateacuterica uma abor-

dagem necessaacuteria ao niacutevel de

atenccedilatildeo baacutesica

Nursing (Satildeo

Paulo) 2002

I6 DAOUD I G

Encontros e desencontros das

mulheres climateacutericas que

buscam assistecircncia em serviccedilo

do Sistema Uacutenico de Sauacutede

Revista Enferma-

gem UERJ 2002

I7

CANDELLA C L M

RUGGIERO C M

ARAYA M E S SILVA

R V

Assistecircncia de enfermagem agrave

mulher no climateacuterio

Revista da Escola

de Enfermagem

da USP

1995

I8 VARGENS O M da C O casal no climateacuterio orienta-

ccedilatildeo de enfermagem

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

1985

Os estudos incluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (I4) que correspondem a

125 (n = 1)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (I2 I3) somando

25 (n = 2)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (I1 I5 I6 I7 e I8) o que resulta em 625

(n = 5)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 25 (n = 2) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas

por profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educati-

vo (I7 e I8)

Assim nota-se que a maioria dos estudos incluiacutedos 625 (n = 5) faz menccedilatildeo agrave assis-

tecircncia em sauacutede prestada a essas clientes evidenciando-se uma maior discussatildeo do tema asso-

ciado agrave melhoria dos serviccedilos prestados na atenccedilatildeo baacutesica

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

1 ALMEIDA LHRB LUZ MHBA MONTEIRO CFS Ser mulher no climateacute-

rio uma anaacutelise compreensiva pela enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007

15(3)370-375 julset

2 ALVES VS Um modelo de educaccedilatildeo em sauacutede para o Programa Sauacutede da Famiacutelia

pela integralidade da atenccedilatildeo e reorientaccedilatildeo do modelo assistencial Revista Interface-

Comunicaccedilatildeo Sauacutede Educaccedilatildeo 2005 9(16) 39-52

3 AZAMBUJA EP et al Significados do trabalho no processo de viver de trabalhado-

ras de um programa de sauacutede da famiacutelia Texto contexto - enfermagem v16 n1

p71-79 mar 2007

4 BENITO GAV BECKER LC Atitudes gerenciais do enfermeiro no Programa Sa-

uacutede da Famiacutelia visatildeo da Equipe Sauacutede da Famiacutelia Revista brasileira de enfermagem

v60 n3 p312-316 jun 2007

5 BIFFI EFA SCATENA MCM Sauacutede Mental e climateacuterio na perspectiva de mu-

lheres profissionais de sauacutede Revista Enfermagem UERJ 2004 1276-82 janabr

6 BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Poliacutetica nacional de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher

princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

7 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de

Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Manual de Atenccedilatildeo agrave Mulher no Climateacute-

rioMenopausa Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacute-

gicas Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 200881p

8 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Portaria nordm

648 de 28 de marccedilo de 2006 Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabele-

cendo a revisatildeo de diretrizes e normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o

Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e o Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

(PACS) Brasiacutelia DF 2007 71p

9 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

operacionais dos Pactos pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo Ministeacuterio da Sa-

uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

trole dos cacircnceres do colo do uacutetero e da mama Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Depar-

tamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndashBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a 132p

43

11 CANDELLA CLM RUGGIERO CM ARAYA MES SILVA RV Assistecircncia

de enfermagem agrave mulher no climateacuterio Revista da Escola de Enfermagem da USP

19951(29) 47-58 abr

12 CANOLETTI B Trabalho em equipe de sauacutede e de enfermagem anaacutelise sistemaacutetica

da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Satildeo Paulo Universi-

dade de Satildeo Paulo 2008

13 CERVO AL BERVIAN PA Metodologia cientiacutefica 4 ed Satildeo Paulo Makron

Books 1996

14 CHIRELLI MQ PEREIRA MJB O Trabalho Cotidiano Da Enfermeira Na Sauacutede

Da Famiacutelia Utilizaccedilatildeo De Ferramentas Da Gestatildeo Texto Contexto Enfermagem Flo-

rianoacutepolis 200918(2) 313-20 abrjun

15 COELHO S PORTO YF Sauacutede da Mulher Belo Horizonte NesconUFMG Co-

opmed 2009 115p

16 COLOMEacute ICS LIMA MADS DAVIS R Visatildeo de enfermeiras sobre as articu-

laccedilotildees das accedilotildees de sauacutede entre profissionais de equipes de sauacutede da famiacutelia Revista

da Escola de Enfermagem da USP v42 n2 p256-261 jun 2008

17 CORDEIRO H et al Avaliaccedilatildeo de competecircncias de meacutedicos e enfermeiros das Equi-

pes de Sauacutede da Famiacutelia da Regiatildeo Norte do Brasil Physis v19 n3 p695-710

2009

18 COSTA AM Atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher quo vadis Uma avaliaccedilatildeo da inte-

gralidade na atenccedilatildeo agrave sauacutede das mulheres no Brasil [Tese de Doutorado] Brasiacutelia

Universidade de Brasiacutelia 2004

19 COSTA GD COTTA RMM FERREIRA MLSM REIS JR

FRANCESCHINI SCC Sauacutede da famiacutelia desafios no processo de reorientaccedilatildeo do

modelo assistencial Revista Brasileira de Enfermagem Brasiacutelia 2009 62(1)113-8

janfev

20 DAOUD I G Encontros e desencontros das mulheres climateacutericas que buscam assis-

tecircncia em serviccedilo do Sistema Uacutenico de Sauacutede Revista Enfermagem UERJ 2002

9(2)118-36 maiago

21 DAOUD IG SANTANA MG Construccedilatildeo de um processo educativo com um grupo

de mulheres climateacutericas Texto amp Contexto Enfermagem 2000 10(1)33-37 janabr

22 DUARTE SV FURTADO SV Manual para elaboraccedilatildeo de monografias e projetos

de pesquisas 3 ed Montes Claros Unimontes 2002

23 FARIA HP COELHO IBWERNECK MAF SANTOS MA Modelo assisten-

cial e atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG

2009a 62p

44

24 FARIA HP WERNECK MAF SANTOS MA TEIXEIRA PF Processo de

trabalho em sauacutede Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009b 66p

25 FELICIANO KVO KOVACS MH SARINHO SW Superposiccedilatildeo de atribui-

ccedilotildees e autonomia teacutecnica entre enfermeiras da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia Revista

Sauacutede Puacuteblica v44 n3 p520-527 jun 2010

26 FERNANDEZ MR GIR E HAYASHIDA M Sexualidade no periacuteodo climateacuteri-

co situaccedilotildees vivenciadas pela mulher Revista da Escola de Enfermagem da USP

2005 39(2)129-135 jun

27 FIGUEIREDO PP et al Processo de trabalho da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia a con-

cepccedilatildeo de gestatildeo que permeia o agir em sauacutede Physis v20 n1 p235-259 2010

28 GIL AC Como elaborar projetos de pesquisa 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1996

29 GONCcedilALVES R MERIGHI MAB O climateacuterio a corporeidade como berccedilo das

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novdez

30 GONCcedilALVES R MERIGHI MAB Vivenciando o climateacuterio o corpo em seu per-

curso existencial agrave luz da Fenomenologia Revista Enfermagem UERJ 200513299-

303 janabr

31 HULLEY SB CUMMINGS SR BROWNER WS GRADY D HEARST N

NEWMAN TB Delineando a pesquisa clinica uma abordagem epidemioloacutegica 2

ed Porto Alegre Artmed 2003

32 LANDERDAHL MC Buscando novas maneiras de pensar o climateacuterio feminino

Texto amp contexto enfermagem 1997 6(1)130-4 janabr

33 LANDERDAHL MC Mulher climateacuterica uma abordagem necessaacuteria ao niacutevel de a-

tenccedilatildeo baacutesica Nursing Satildeo Paulo 2002 5(47)20-5 janabr

34 LEOPARDI MT Metodologia da Pesquisa na sauacutede 2 ed Florianoacutepolis UFSC

Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem 2002

35 LIMA EC VARGENS OMC O significado de climateacuterio para as mulheres impli-

caccedilotildees para o cuidado de enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007 15(4)584-

9 outdez

36 LIMA JV ANGELO M Vivenciando a inexorabilidade do tempo e as suas mudan-

ccedilas com perdas e possibilidades a mulher na fase do climateacuterio Revista escola de en-

fermagem da USP v35 n4 p399-405 dez 2001

37 LOPES MEL BATISTA PSS COSTA SFG SOARES MS Orientaccedilotildees de en-

fermagem agrave mulher climateacuterica quanto agrave terapia de reposiccedilatildeo hormonal uma aborda-

gem eacutetica Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 2000 1(1)51-55 janjun

45

38 MAIA C GUILHEME D LUCCHESE G Integraccedilatildeo entre vigilacircncia sanitaacuteria e

assistecircncia agrave sauacutede da mulher um estudo sobre a integralidade no SUS Cadernos de

Sauacutede Puacuteblica v26 n4 p682-692 abr 2010

39 MATUMOTO S FORTUNA CM MISHIMA SM PEREIRA MJB

DOMINGOS NAM Supervisatildeo de equipes no Programa de Sauacutede da Famiacutelia refle-

xotildees acerca do desafio da produccedilatildeo de cuidados Revista Interface-Comunicaccedilatildeo Sauacute-

de Educaccedilatildeo 2005 8(16) 9-24

40 MENDES EV A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede no SUS Fortaleza Escola de Sauacutede Puacute-

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41 MERHY EM Introduccedilatildeo ao debate sobre os componentes da caixa de ferramentas

dos gestores em sauacutede Rev SUS Brasil ndash vivecircncias e estaacutegios na realidade do SUS do

Brasil Disponiacutevel em lthttpdtr2002saudegovbrversusindexhtmlgt Acesso em

31 nov 2009

42 MILANEZ MRM NERY IS Percepccedilatildeo das mulheres sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de enfermagem Escola Anna Nery Rev de Enfermagem 2004

8(2)198-204 ago

43 MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado

de Minas Gerais Implantaccedilatildeo do Plano Diretor da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede ndash Belo

Horizonte ESPMG 2009 118p

44 MINAYO MCS HARTZ ZMA BUSS PM Qualidade de vida e sauacutede um de-

bate necessaacuterio Ciecircncias e sauacutede coletiva v5 n1 7-18 p 2000

45 MORENO JL Introduccedilatildeo ao psicodrama Satildeo Paulo Perspectiva 1999

46 MURATA IMH BERCINI LO SCHIRMER J Auto-cuidado na prevenccedilatildeo do

cacircncer de colo de uacutetero e cacircncer de mama comparaccedilatildeo entre mulheres natildeo climateacuteri-

cas e climateacutericas Biblioteca J Baeta Vianna 2000

47 MURATA IMH SCHIRMER J Manifestaccedilotildees biopsicogecircnicos decorrentes do

climateacuterio entre trabalhadoras de uma universidade puacuteblica Acta Paulista de en-

fermagem 2004 17(2)164-171 abrjun

48 NERY IS Perfil do atendimento agrave mulher no climateacuterio Revista Brasileira de En-

fermagem 1996 49(4)497-510 outdez

49 NIEVAS AF FUREGATO ARF Depressatildeo em mulheres no climateacuterio Revista

Gauacutecha de Enfermagem 2006 58(6)692-697 novdez

50 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB O climateacuterio sob a oacutetica de mu-

lheres assistidas em uma unidade de sauacutede da famiacutelia de Juiz de Fora - Minas Gerais

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 2008 11(1)42-53 janmar

51 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB Climateacuterio e sexualidade a

compreensatildeo dessa interface por mulheres assistidas em grupo Texto amp Contexto En-

fermagem v17 n3 p519-526 set 2008

46

52 OLIVEIRA SL Tratado de metodologia cientiacutefica 2 ed Satildeo Paulo Pioneira 1999

53 PEDRO AO PINTO-NETO AM PAIVA LC OSIS MJ HARDY E Procura

de serviccedilo meacutedico por mulheres climateacutericas brasileiras Revista de Sauacutede Puacuteblica

Satildeo Paulo 2002 36(4)484-90 ago

54 PEREIRA QLC SILVA CBDCA SIQUEIRA HCH Processo de viver de mu-

lheres climateacuterias usuaacuterias do SUS Ciecircncias Cuidado e Sauacutede 2008 7(2)224-231

abrjun

55 PEREIRA QLC SIQUEIRA HCH O olhar dos Responsaacuteveis Pela Poliacutetica de Sa-

uacutede da Mulher climateacuterica Esc Anna Nery Rev Enferm 2009 13 (2) 366-71 a-

brjun

56 PIAZZA IP DE LORENZI DRS SACILOTO B Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacutericas atendidas em um PSF Revista Gauacutecha de Enferma-

gem 2005 26(2)200-209 ago

57 PIRES MRGM GOumlTTEMS LBD Anaacutelise da gestatildeo do cuidado no Programa de

Sauacutede da Famiacutelia referencial teoacuterico-metodoloacutegico Revista brasileira de enfermagem

v62 n2 p294-299 abr 2009

58 Resoluccedilatildeo COFEN 2722002 In Legislaccedilatildeo e Normas [texto]Conselho Regional de

Enfermagem de Minas Gerais 2009v11 n1

59 ROTHER ET Editorial - Revisatildeo sistemaacutetica x revisatildeo narrativa Acta Paul Enferm

2007 20 (2)

60 ROSEMBERG B MINAYO MCS A experiecircncia complexa e os olhares reducio-

nistas Ciecircnc e Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v6 n1 p115-123 2001

61 SANTOS VC SOARES CB CAMPOS CMS A relaccedilatildeo trabalho-sauacutede de en-

fermeiros do PSF no municiacutepio de Satildeo Paulo Rev esc enferm USP v41 777-781p

dez 2007

62 SILVA ARV Sexualidade no climateacuterio vivecircncias e sentimentos da mulher 2000

Dissertaccedilatildeo [Mestrado] - Universidade Federal do Cearaacute 2000

63 SILVEIRA CS Pesquisa em enfermagem oncoloacutegica no Brasil uma revisatildeo integra-

tiva Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade

de Satildeo Paulo 2005

64 SOUSA MF HAMANN EM Programa Sauacutede da Famiacutelia no Brasil uma agenda

incompleta Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 2009 14(Supl 1) 1325-1335

65 STARFIELD B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidade de sauacutede serviccedilos e

tecnologia Brasiacutelia UNESCOMinisteacuterio da Sauacutede 2002

66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

criando laccedilos Sauacutede em debate 2003 27(65) 257-277

47

67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

Nery Revista de Enfermagem 1985 5(1)23-5 janmar

69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 9: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

RESUMEN

El Estrategia de Salud Familiar (ESF) es fundamental para reorganizar el Sistema Uacutenico de

Salud (SUS) Su reto es superar la fragmentacioacuten del proceso asistencial y el destacamento de

la salud de las verdaderas necesidades de las poblaciones En este escenario se ajusta a las

necesidades relacionadas con la salud de la mujer La experiencia de la autora la enfermera

del ESF en la zona rural en Minas Gerais se esforzoacute por emergencia de las mujeres de media-

na edad con diferentes expectativas en materia de salud que habiacutea experimentado el climate-

rio Ante esta realidad renovacioacuten de la atencioacuten prestada por el equipo eran necesarias Este

estudio tiene como objetivo analizar la produccioacuten de conocimientos de enfermeriacutea sobre la

mujer climateacuterica y sus contribuciones a las actividades del equipo del ESF Se utilizoacute la revi-

sioacuten integradora de la literatura a traveacutes de biblioteca electroacutenica virtual BDENF a traveacutes de

publicaciones perioacutedicas de la enfermeriacutea los criterios de inclusioacuten descriptor Climateacuterio

Como publicaciones examen desarrollado en la atencioacuten primaria de salud y o fibras discon-

tinuas de polieacutester Tratando de aumentar la sensibilidad de la buacutesqueda de los primeros tiem-

pos de la produccioacuten cientiacutefica de este tema se utilizoacute soacutelo el liacutemite final el antildeo 2009 Los

resultados mostraron total de 25 artiacuteculos 3 repetidas y el 636 no cumpliacutea con los criterios

de inclusioacuten Observado la escasez en la produccioacuten de este tema en Enfermeriacutea La mayor

concentracioacuten de los papeles entre 2000 a 2005 lo que demuestra el reciente debate sobre este

tema Las publicaciones se han caracterizado la buacutesqueda de servicios de salud a esta pobla-

cioacuten la descripcioacuten de los aspectos de la biomedicina y las mujeres del ciclo de vida psicoa-

fectiva y el papel de las enfermeras El meacutetodo cualitativo es maacutes usado en las urnas Iacutendice

considerable kappa (k = 04) El anaacutelisis de las publicaciones que sentildealoacute la necesidad de una

comprensioacuten de la menopausia en un tamantildeo mayor y su estatus como un ciclo de vida natural

en los servicios de salud regorganizaccedilatildeo femenino Haacute de emergencia para atender a estos

clientes y existe la necesidad de aplicar diferentes estrategias como grupos educativos opera-

tivos que incluyen a las mujeres y sus familias La enfermera fue nombrado como un actor

potencial en el equipo para implementar acciones innovadoras asesoramiento sobre la mitos y

tabuacutees que impregnan esta etapa de la vida femenina y los comprensiva y acogedor ayudar a

estas mujeres en la reformulacioacuten de los proyectos de sus subjetiva vidas

Palabras-claves Climaterio Salud de la Mujer Estrategia de Salud Familiar Enfermeriacutea en

Salud Puacuteblica

IacuteNDICE DE TABELAS E QUADROS

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo perioacutedicos 23

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano de publicaccedilatildeo 28

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa 29

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa 31

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme

escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave questatildeo norteadora em estudo

333

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 141

11 PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA E A ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

INOVACcedilOtildeES TECNOASSISTENCIAIS PARA O FORTALECIMENTO DO SUS 13

12 O CLIMATEacuteRIO DESAFIO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO

PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA 19

2 OBJETIVOS 22

21 OBJETIVO GERAL 22

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 22

3 METOacuteDO DA PESQUISA 23

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF 23

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA 29

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA 31

44 CARACTERIZACcedilAtildeO PANORAcircMICA DOS ARTIGOS CONFORME REVISAtildeO

INTEGRATIVA 33

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 40

6 REFEREcircNCIAS 432

1 INTRODUCcedilAtildeO

Inserida no cotidiano de trabalho de uma equipe sauacutede da famiacutelia da zona rural de um

municiacutepio de pequeno porte em Minas Gerais vivenciando os desafios de integrar um grupo

de trabalho de composiccedilatildeo heterogecircnica com membros de diferentes formaccedilotildees e visotildees di-

versificadas do que eacute sauacutede e de como se deve abordar o processo sauacutede-doenccedila

A autora deste estudo Enfermeira mulher atentou-se para a maneira como eram ldquotra-

tadosrdquo os problemas de sauacutede das mulheres cadastradas em sua equipe que se apresentavam

ao serviccedilo com uma busca que ultrapassava a necessidade expliacutecita da doenccedila inserida tra-

zendo consigo seus contextos histoacutericos subjetivos e arranjos de vida Observou que as inter-

venccedilotildees realizadas apesar do esforccedilo contiacutenuo dos profissionais em implementar uma praacutetica

diferenciada era na maioria das situaccedilotildees centradas no biologismo e na compreensatildeo mecacirc-

nica dos determinantes do processo sauacutede-doenccedila

A maioria da populaccedilatildeo que frequentava as atividades da Unidade de Sauacutede eram mu-

lheres e a autora percebeu que dentre elas havia um grupo que estava em busca de um tipo de

atendimento diferente daqueles referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer ceacutervico-uterino do periacuteodo

graviacutedico-puerperal das atividades de puericultura e das atividades direcionadas agraves portadoras

de doenccedilas crocircnicas como hipertensatildeo e diabetes Essa ldquonovardquo clientela era constituiacuteda por

mulheres de meia idade que buscavam um atendimento cliacutenico apresentando sintomatologia

difusa tanto no aspecto biomeacutedico como no aspecto psicoafetivo

No decorrer da realizaccedilatildeo do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede

da Famiacutelia oferecido pelo NESCONUFMG a autora conquistou ferramentas que fortalece-

ram sua compreensatildeo diferenciada sobre a realidade no seu contexto de trabalho Durante a

realizaccedilatildeo do moacutedulo Sauacutede da Mulher percebeu-se uma lacuna assistencial para com essas

clientes Os conhecimentos proporcionados por esse moacutedulo estimularam a compreensatildeo de

que a demanda apresentada pelas mulheres de meia idade poderiam ter relaccedilatildeo com uma eta-

pa do ciclo vital natural de suas vidas o Climateacuterio

Desde entatildeo o olhar dessa profissional apresentou-se mais cuidadoso para com a refe-

rida situaccedilatildeo Concluiu-se que a equipe estava fraacutegil nas abordagens propostas resultando na

insatisfaccedilatildeo das usuaacuterias frente ao atendimento prestado

12

Curiosidade inquietaccedilatildeo necessidade de estimular a equipe para obtenccedilatildeo de melho-

res resultados motivaram ou melhor foram a mola propulsora para que a autora investigasse

essa temaacutetica a fim de contribuir para a melhoria do seu processo de trabalho

Entretanto havia duacutevidas quanto agrave escolha de estrateacutegias efetivas que pudessem ser u-

tilizadas na atenccedilatildeo dispensada a essa populaccedilatildeo As questotildees abordadas pelas mulheres cli-

mateacutericas condiziam com modificaccedilotildees do corpo humano mudanccedilas de papeacuteis no seu contex-

to familiar e social questotildees de foacuterum iacutentimo em suas relaccedilotildees conjugais dentre outros aspec-

tos o que lhes suscitava incertezas e medo do desconhecido

Diante do exposto associado agraves reflexotildees contextuais e o aparato intelectivo propor-

cionados pela Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia suscitou na autora o

desejo de conhecer cientificamente como acontecia a assistecircncia ao climateacuterio prestada por

enfermeiros e a possibilidade de suas contribuiccedilotildees para o fortalecimento das accedilotildees da equi-

pe Mediante esse cenaacuterio manifesta-se o interesse em concretizar este estudo que possui a

seguinte questatildeo norteadora como a produccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede

da mulher climateacuterica pode contribuir para a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede

da famiacutelia

13

11 PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA E A ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

INOVACcedilOtildeES TECNOASSISTENCIAIS PARA O FORTALECIMENTO DO SUS

A Constituiccedilatildeo de 1988 institui o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e coloca a Sauacutede co-

mo uma conquista de direito do cidadatildeo Ressalta-se como princiacutepios dessa poliacutetica puacuteblica de

sauacutede no Brasil a integralidade a universalidade a equumlidade Outro aspecto que se busca para

a garantia desse direito eacute a incorporaccedilatildeo de novas tecnologias e especializaccedilatildeo dos saberes

(ROSEMBERG amp MINAYO 2001 TEIXEIRA 2003 BRASIL 2007 FARIA et al 2009a)

Na trajetoacuteria da implementaccedilatildeo desse sistema muitos avanccedilos aconteceram entretanto

alguns desafios permearam esse cenaacuterio dentre os quais se destacam a fragmentaccedilatildeo do pro-

cesso de trabalho e das relaccedilotildees entre os diferentes profissionais a fragmentaccedilatildeo da rede as-

sistencial precaacuteria interaccedilatildeo nas equipes e despreparo para lidar com a dimensatildeo subjetiva

nas praacuteticas de atenccedilatildeo baixo investimento na qualificaccedilatildeo dos trabalhadores especialmente

no que se refere agrave gestatildeo participativa e ao trabalho em equipe desrespeito aos direitos dos

usuaacuterios formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede distante do debate e da formulaccedilatildeo da poliacutetica

puacuteblica de sauacutede controle social fraacutegil dos processos de atenccedilatildeo e gestatildeo do SUS

(ROSEMBERG amp MINAYO 2001 TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

Nesse percurso diversas interpretaccedilotildees conceituais ressaltam-se sobre a sauacutede Observa-

se no cotidiano que os olhares reducionistas do campo de atenccedilatildeo agrave sauacutede tecircm contribuiacutedo

para a manutenccedilatildeo das desigualdades sociais (ROSEMBERG amp MINAYO 2001

TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

Diferentes autores apontam que na atualidade o entendimento do processo sauacutede-

doenccedila estaacute ainda centrado no biologismo e com uma fraacutegil compreensatildeo de caracteriacutesticas

lineares e mecacircnicas dos determinantes do processo sauacutede-doenccedila (ROSEMBERG amp

MINAYO 2001 STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al 2009a)

Movimentos mundiais desenvolveram-se para a discussatildeo e transformaccedilatildeo desses as-

pectos hegemocircnicos no processo sauacutede e doenccedila Destaca-se o movimento pioneiro iniciado

no Canadaacute em 1974 qual propotildee a utilizaccedilatildeo da estrateacutegia da promoccedilatildeo da sauacutede deslocando

o foco das causas individuais da doenccedila para as influecircncias soacutecio-ambientais Posteriormente

o movimento da promoccedilatildeo da sauacutede verificado pelas Conferecircncias Internacionais de Adelai-

de (1986) Sundsvall (1991) Jakarta (1997) e Meacutexico (2000) no Brasil (MINAYO HARTZ

BUSS 2000 MENDES 2002 STARFIELD 2002 TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

14

Busca-se desde entatildeo a compreensatildeo da sauacutede enquanto recurso fundamental para a

vida diaacuteria e natildeo como um objetivo em si mesmo com determinantes muacuteltiplos necessitando

de intervenccedilatildeo intersetorial Com isso satildeo essenciais estrateacutegias que corroborem com a defesa

da vida a qualificaccedilatildeo profissional e a mediaccedilatildeonegociaccedilatildeo entre os diversos atores que

compotildeem o cenaacuterio SUS (MINAYO HARTZ BUSS 2000 BRASIL 2007 FARIA et al

2009a)

Mediante todos os movimentos que discutiram o conceito de sauacutede de forma ampliada

alguns desafios cotidianos ainda estatildeo colocados para a sauacutede puacuteblica que pautados na im-

plementaccedilatildeo do SUS apresentam urgecircncia em redirecionar o modo como estatildeo organizados

os serviccedilos de sauacutede e a assistecircncia prestada (TEIXEIRA 2003 BRASIL 2007 FARIA et al

2009a)

Ao considerar essas especifidades apontadas no sistema de sauacutede brasileiro em 1994

foi criada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Esse programa

eacute uma estrateacutegia ambiciosa que visa a transformaccedilatildeo do modelo tecnoassistencial vivenciado

Trata-se de incorporar aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria uma equipe multiprofissional que

dialogue com o conhecimento popular responsaacutevel por uma determinada aacuterea de abrangecircncia

E o trabalho em sauacutede dessa equipe deve considerar essa aacuterea enquanto territoacuterio- processo e

atuar como unidade de centralidade na organizaccedilatildeo do cuidado agraves necessidades de sauacutede da

populaccedilatildeo (BRASIL 2007 FARIA et al 2009b COSTA et al 2009 MERHY 2009

MINAS GERAIS 2009)

As equipes multiprofissionais satildeo compostas conforme a legislaccedilatildeo atual da ESF por

meacutedico generalista agentes comunitaacuterios de sauacutede trabalhadores de sauacutede bucal auxiliares

de enfermagem e enfermeiro Destaca-se nesse contexto o trabalho do agente comunitaacuterio

em sauacutede enquanto ator principal na interlocuccedilatildeo entre as necessidades comunitaacuterias e seus

conhecimentos nos processos de manutenccedilatildeo da vida com o saber tecnoloacutegico dos demais

trabalhadores da sauacutede (MENDES 2002 STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al

2009b MERHY 2009 MINAS GERAIS 2009)

Sobre o territoacuterio-processo esse conceito eacute compreendido como um fenocircmeno que re-

sulta na compreensatildeo das relaccedilotildees estabelecidas em um determinado espaccedilo Abrange o deli-

neamento e compreensatildeo por meio de mapeamento e diagnoacutesticos situacionais sobre as es-

pecificidades dos aspectos das relaccedilotildees interpessoais ali inseridos sua mobilidade espacial

suas diversidades histoacuterico-culturais e os elementos cognitivos fiacutesicos demograacuteficos e eco-

nocircmicos que as comunidades vivenciam para a manutenccedilatildeo de suas vidas Pressupotildee-se que a

equipe multiprofissional preste assistecircncia para 800 a 1000 famiacutelias cadastradas em uma Uni-

15

dade Baacutesica de Sauacutede atraveacutes de um territoacuterio delimitado e mapeado (MENDES 2002

STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009)

Jaacute a centralidade do cuidado traz agrave ESF enquanto mecanismo fortalecedor do niacutevel

primaacuterio de atenccedilatildeo agrave sauacutede no Brasil uma caracteriacutestica inovadora que consiste em coorde-

nar a assistecircncia de forma a promover a integralidade na rede assistencial Essa integralidade

ocorre quando o ponto central do cuidado se diverge da piracircmide hierarquizada e adota estru-

turas aliadas e flexiacuteveis entre os diferentes setores de prestaccedilatildeo dos serviccedilos em sauacutede inde-

pendente de sua densidade tecnoloacutegica A manutenccedilatildeo entre o diaacutelogo contiacutenuo dos diversos

setores da sauacutede e as necessidades da comunidade passa a ser de responsabilidade das equipes

inseridas no niacutevel primaacuterio por meio do PSF (MENDES 2002 STARFIELD 2002 FARIA

et al 2009b MINAS GERAIS 2009)

Seguindo essa loacutegica Sousa e Hamann (2009) ressaltam os impasses em trabalhar no

cotidiano dos serviccedilos mediante esse olhar organizativo diferenciado que se volta agraves comuni-

dades e seus os grupos sociais especiacuteficos

Pressupotildee-se um rompimento dos muros das Unidades de Sauacutede e abordagens inter-

ventoras que tenham como loacutecus a famiacutelia Essa tarefa exige abordagens complexas mesmo

que as teacutecnicas mais frequentes utilizadas sejam as que englobam a subjetividade na interaccedilatildeo

profissional de sauacutede e usuaacuterios do SUS a educaccedilatildeo para promoccedilatildeo da sauacutede e intervenccedilotildees

para mudanccedilas de comportamento em busca de estilos de vida mais saudaacuteveis (MENDES

2002 STARFIELD 2002 SOUSA amp HAMANN 2009 VASCONCELOS et al 2009)

Aleacutem disso essas tecnologias empregadas na reformulaccedilatildeo assistencial do SUS pela

atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutedeESF buscam promover uma assistecircncia em sauacutede humanizada O

acolhimento a percepccedilatildeo da inteireza de cada pessoa e seu nuacutecleo familiar e a inserccedilatildeo dos

condicionantes e determinantes sociais no processo de trabalho dessas equipes ateacute entatildeo a-

presentam-se como desafio proposto Espera-se com a incorporaccedilatildeo desse modus operandi

diferenciado uma assistecircncia de resultados positivos para todos os atores que compotildeem o

SUS - gestores trabalhadores usuaacuterios e instituiccedilotildees formadoras em sauacutede E com isso se

impulsione a consolidaccedilatildeo da resolutividade no SUS (MENDES 2002 STARFIELD 2002

COSTA et al 2009 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009 VASCONCELOS et al

2009)

Outras ferramentas de trabalho a serem incorporadas agraves equipes de ESF satildeo as relacio-

nadas com a epidemiologia social Essas ferramentas prevecircem o reconhecimento da realidade

local por anaacutelises participativas que associam o planejamento das accedilotildees em sauacutede atraveacutes de

um diagnoacutestico do territoacuterio suas famiacutelias e coletividade enquanto territoacuterio processo Eacute pre-

16

ciso que o resultado desse planejamento seja traduzido em uma programaccedilatildeo das atividades

da equipe que considere os fatores de vulnerabilidade e os grupos de risco populacional em

sauacutede a fim de produzir serviccedilos com equidade (MENDES 2002 STARFIELD 2002

COSTA et al 2009 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009 VASCONCELOS et al

2009)

Com isso enfrentar o desafio proposto entre desconstruir o modelo hegemocircnico em

que se estabelecem as accedilotildees de sauacutede na atualidade em busca da construccedilatildeo de um SUS ideal

requer o desenvolvimento de novas praacuteticas sanitaacuterias no cotidiano assistencial que se com-

prometam com a possibilidade de viver de modo mais saudaacutevel (COSTA et al 2009 FARIA

et al 2009b VASCONCELOS et al 2009)

Nesse contexto destaca-se nas equipes de ESF o papel do profissional Enfermeiro

(MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI amp PEREIRA 2009) Ao se

analisar a histoacuteria da Enfermagem Brasileira pode-se observar sua convergecircncia agrave poliacutetica

puacuteblica de sauacutede adotada no paiacutes O Decreto no 9440687(COFEN 2002) que regulamenta a

profissatildeo explicita como atribuiccedilatildeo do Enfermeiro sua participaccedilatildeo no planejamento execu-

ccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da programaccedilatildeo da sauacutede nos diferentes niacuteveis assistenciais do SUS A reso-

luccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) 2722002 incube a esse profissional um

processo de trabalho pautado na Sistematizaccedilatildeo de sua Assistecircncia em busca da qualidade do

cuidado

Conforme Resoluccedilatildeo COFEN 2722002

[] A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem- SAE sendo atividade privati-

va do enfermeiro utiliza meacutetodo e estrateacutegia de trabalhos com embasamento cientiacute-

fico para a identificaccedilatildeo das situaccedilotildees de sauacutededoenccedila que possam contribuir para a

promoccedilatildeo prevenccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo da sauacutede do indiviacuteduo famiacutelia e

comunidade (COFEN 2722002 p 50)

Assim na implementaccedilatildeo dessa assistecircncia eacute fundamental que o Enfermeiro reconhe-

ccedila os haacutebitos individualizados e os aspectos biopsicossociais que integram o processo sauacutede-

doenccedila dos sujeitos visando a identificaccedilatildeo de problemas julgamento cliacutenico sobre as respos-

tas do indiviacuteduo famiacutelia e comunidade perante suas adaptaccedilotildees aos processos de vida vigen-

tes ou potencias (COFEN 2002 MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI

amp PEREIRA 2009)

Perante esses pressupostos legais observa-se a convergecircncia entre o processo de traba-

lho da Enfermagem e as necessidades impostas para o desenvolvimento das accedilotildees em ESF

17

Com isso torna-se significativo no incremento da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a atuaccedilatildeo dife-

renciada desse profissional

Feliciano et al (2010) apontam para o valor atribuiacutedo ao Enfermeiro na ESF quando

esse profissional apresenta-se como uma referecircncia na busca da superaccedilatildeo de dificuldades

haja vista que os demais integrantes da equipe e usuaacuterios dirigem suas demandas a esse pro-

fissional independente de eles gerenciarem institucionalmente a unidade de sauacutede

Figueiredo et al (2010) ressaltam que cabe ao Enfermeiro de ESF funccedilotildees como admi-

nistraccedilatildeo de recursos materiais e humanos bem como a padronizaccedilatildeo das accedilotildees na equipe A

autora revela ainda que a organizaccedilatildeo das atividades de educaccedilatildeo continuada para equipe do

PSF como atribuiccedilatildeo contiacutenua do Enfermeiro

Matumoto et al (2005) Chirelli amp Pereira 2009 Pires amp Goumlttems (2009) corroboram

com essa constataccedilatildeo ao apresentarem que a gestatildeo do cuidado agraves famiacutelias em ESF eacute progra-

maccedilatildeo constante realizada pela Enfermagem e sua equipe Cordeiro et al (2009) colocam o

trabalho de enfermagem na ESF realizado de forma ampliada abrangendo consultas individu-

ais atividades educativas em grupo praacuteticas de capacitaccedilatildeo continuada junto a equipe e pro-

gramaccedilatildeo das accedilotildees junto a ela de forma compatiacutevel e adequada aos pressupostos da estrateacute-

gia sauacutede da famiacutelia

Colomeacute Limas amp Davis (2008) salientam o Enfermeiro como principal articulador do

trabalho na equipe de ESF Os autores mencionam que essas articulaccedilotildees se estabelecem prin-

cipalmente com os agentes comunitaacuterios de sauacutede o que facilita a aproximaccedilatildeo do profissio-

nal de enfermagem agraves necessidades de sauacutede da comunidade conectando o seu trabalho com

os outros profissionais da equipe como dentistas e meacutedicos considerando o caraacuteter comple-

mentar da atuaccedilatildeo dentro de uma equipe multiprofissional

Azambuja et al (2007) expressam em seu estudo sobre o significado do trabalho no

PSF que para os enfermeiros se denota enquanto processo potencializador do seu viver hu-

mano Isso significa que o trabalho em ESF influencia na forma como se vecircem se sentem se

relacionam e vivenciam as situaccedilotildees cotidianas de maneira positiva

Santos Soares amp Campos confirmam os resultados de seus estudos ao de Azambuja et

al (2007) ao colocarem que para os Enfermeiros as forccedilas fortalecedoras de seu trabalho no

PSF adveacutem da relaccedilatildeo prazerosa com o objetofinalidade do trabalho e com o trabalho em si

Eles complementam ainda que as Enfermeiras convivem com a expectativa das suas potenci-

alidades para solucionar os problemas oferecer respostas a populaccedilatildeo em cenaacuterio de maior

autonomia profissional

18

Benito amp Becker (2007) em pesquisa sobre as atitudes gerenciais dos enfermeiros na

ESF destacaram atraveacutes dos profissionais informantes que eram membros das equipes atitu-

des qualitativas dos Enfermeiros de ESF como ser justos intermediarem e resolverem confli-

tos entre profissionais usuaacuterios e representantes da gestatildeo apresentarem poder de negocia-

ccedilatildeo estarem abertos a mudanccedilas possuiacuterem em sua praacutetica atitudes de escuta buscarem pela

promoccedilatildeo de iniciativas e autonomia da equipe e dos usuaacuterios contribuiacuterem com o seu conhe-

cimento para o desenvolvimento do grupo capacidade de planejamento e desenvolvimento de

accedilotildees conjuntas e prestarem o cuidado centrado na famiacutelia com compromisso e responsabili-

dade

Os resultados desses estudos apresentam o papel diferenciado que o Enfermeiro vem

exercendo nas equipes da ESF corroborando para a sua importacircncia nesse campo de atuaccedilatildeo

Destacam as caracteriacutesticas do trabalhador de enfermagem e a incorporaccedilatildeo de novos arranjos

de poderes e saberes necessaacuterios para o delineamento do perfil desse profissional de forma

comprometida agraves diretrizes da ESF e ao fortalecimento do SUS

19

12 O CLIMATEacuteRIO DESAFIO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO

PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

A populaccedilatildeo feminina brasileira totaliza mais de 98 milhotildees e aproximadamente 30

milhotildees se encontram na faixa etaacuteria de 35 a 65 anos Esses dados revelam que 32 das mu-

lheres do Brasil estatildeo na faixa etaacuteria em que ocorre o climateacuterio (BRASIL 2008)

Coelho amp Porto (2009) definem climateacuterio como

[] periacuteodo de transiccedilatildeo entre as fases reprodutivas e natildeo reprodutivas da mulher

Comeccedila por volta dos 40 anos podendo estender-se ateacute os 55 anos ou mais Durante

esses anos acontece a uacuteltima menstruaccedilatildeo definida como menopausa [] (Coelho

amp Porto 2009 p76)

Ressalta-se que esse periacuteodo eacute uma fase bioloacutegica natural da vida e natildeo um processo

patoloacutegico Eacute reconhecido como uma fase do ciclo vital feminino em que ocorrem intensas

transformaccedilotildees na maneira da mulher ser e estar no mundo modificando sua compreensatildeo

frente ao fenocircmeno existencial (LIMA amp ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI

2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008

BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009)

Dessa maneira o periacuteodo do climateacuterio eacute resultado tanto da deficiecircncia hormonal co-

mo de fatores socioculturais e psicoloacutegicos decorre no processo de envelhecimento feminino

sendo marcado pela menopausa A menopausa destaca-se como momento pontual do climateacute-

rio consiste na interrupccedilatildeo permanente da menstruaccedilatildeo e decorre apoacutes 12 meses de amenor-

reacuteia em momento da perda da atividade folicular ovariana (LIMA amp ANGELO 2001

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA

JESUS MERINGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009)

Outro aspecto a ser considerado no climateacuterio aleacutem da faixa etaacuteria eacute um conjunto de

sintomas que acometem parte das mulheres Esses sintomas podem se manifestar enquanto

mudanccedilas sutis ou acentuadas que englobam desde anguacutestia fogachos e irritaccedilotildees ateacute san-

gramentos intermitentes de alto fluxo A sintomatologia em geral acarreta desconforto que se

acentuam de acordo com o enfrentamento desse ciclo pelas mulheres e a consistecircncia da rede

de apoio que se insere Contudo o iniacutecio e teacutermino do climateacuterio satildeo varaacuteveis de acordo com

as caracteriacutesticas individuais da pessoa e estaacute associado a fatores hereditaacuterios raciais socioe-

conocircmicos e demais determinantes do processo de vida subjetivo feminino (LIMA amp

20

ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009)

Neste cenaacuterio de transformaccedilotildees soacutecio-emocionais acentuados pela percepccedilatildeo do en-

velhecimento e limite da vida faz-se necessaacuterio a implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que bus-

quem a promoccedilatildeo da sauacutede da mulher e o fomento de cuidados para que vivenciem essa expe-

riecircncia de maneira mais amena mediante ao turbilhatildeo existencial que lhes permeia esse recor-

te da vida

Ao se abordar as questotildees que envolvem a sauacutede da mulher eacute necessaacuteria a discussatildeo

de aspectos poliacuteticos e histoacutericos que envolvem essa temaacutetica no Brasil em especial por se

tratarem de resultados de uma luta que envolve conquista do gecircnero (BRASIL 2004

BRASIL 2006a COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp

LUCCHESE 2010)

O movimento feminino pela luta de seus direitos que ultrapassam os direitos da sauacutede

hegemocircnica e se convergem aos direitos de cidadania precede a promulgaccedilatildeo do SUS Na

sauacutede o marco histoacuterico dos resultados desse movimento ocorreu na deacutecada de 80 atraveacutes do

Programa de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PAISM) Esse programa evidenciou a ne-

cessidade de mudanccedilas na abordagem das mulheres nos serviccedilos de sauacutede que ultrapassassem

o foco do ciclo graviacutedico-puerperal em busca de sua visatildeo subjetiva e integral Entretanto

apesar do discurso da integralidade na praacutetica o PAISM atuou de forma hegemocircnica buscan-

do a resoluccedilatildeo dos problemas referentes agrave sauacutede reprodutiva e na reduccedilatildeo da mortalidade ma-

terna (BRASIL 2004 BRASIL 2006 COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Encontra-se em vigor atualmente implementado pelo Ministeacuterio da Sauacutede uma estra-

teacutegia poliacutetica e tecnoloacutegica para a renovaccedilatildeo da abordagem a sauacutede da mulher a Poliacutetica Na-

cional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PNAISM) e descreve

[] Considerando que a sauacutede da mulher eacute uma prioridade deste governo o Ministeacute-

rio da Sauacutede lanccedilou em 2004 a ldquoPoliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da

Mulher ndash Princiacutepios e Diretrizesrdquo (PNAISM) em parceria com diversos setores da

sociedade com o compromisso de implementar accedilotildees de sauacutede que contribuam para

a garantia dos direitos humanos das mulheres e reduzam a morbimortalidade por

causas preveniacuteveis e evitaacuteveis Essa Poliacutetica incorpora num enfoque de gecircnero a in-

tegralidade e a promoccedilatildeo da sauacutede como princiacutepios norteadores e busca consolidar

os avanccedilos no campo dos direitos sexuais e reprodutivos com ecircnfase na melhoria da

atenccedilatildeo obsteacutetrica no planejamento familiar na atenccedilatildeo ao abortamento inseguro e

no combate agrave violecircncia domeacutestica e sexual Agrega tambeacutem a prevenccedilatildeo e o trata-

mento de mulheres vivendo com HIVAIDS e as portadoras de doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis e de cacircncer Aleacutem disso amplia as accedilotildees para grupos historicamente

alijados das poliacuteticas puacuteblicas nas suas especificidades e necessidades []

(BRASIL 2006a p13)

21

Outro avanccedilo relevante para a sauacutede da mulher integra-se na Portaria 399GM de 22

de fevereiro de 2006 que institui o Pacto Pela Vida O pacto define-se como um conjunto de

reformas institucionais do SUS entre as trecircs esferas de gestatildeo ndash Uniatildeo estados e municiacutepios ndash

com o objetivo de promover inovaccedilotildees nos processos e nos instrumentos de gestatildeo visando a

alcanccedilar maior efetividade eficiecircncia e qualidade das respostas do SUS O Pacto redefine as

responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo e a bus-

ca da equumlidade social (BRASIL 2006b)

Jaacute no cenaacuterio dos serviccedilos da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a Poliacutetica Nacional de Aten-

ccedilatildeo Baacutesica estabelece grupos vulneraacuteveis e prioritaacuterios para a organizaccedilatildeo da assistecircncia A

sauacutede da mulher integra esse grupo corroborando para a efetivaccedilatildeo das poliacuteticas supracitadas

e considerando a abordagem da mulher pela importacircncia da implementaccedilatildeo da praacutetica dife-

renciada e inovadora do PSF (BRASIL 2007)

Poreacutem diversos autores contribuem na anaacutelise da atenccedilatildeo agrave sauacutede da mulher ao identi-

ficarem a fragilidade da assistecircncia prestada chegando a concluir que os problemas atuais de

sauacutede da mulher estatildeo relacionados agrave qualidade dessa assistecircncia e a desqualificaccedilatildeo dos pro-

fissionais que promovem essa intervenccedilatildeo (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA

SILVA amp SIQUEIRA 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Essa realidade se potencializa quando a assistecircncia se refere agraves mulheres no climateacuterio

Existe uma lacuna na abordagem cotidiana do trabalho das equipes de sauacutede sobre o que e

como prestarem assistecircncia a essa demanda cada vez mais emergente Eacute urgente a necessidade

de se utilizar e integrar todos os campos do saber da sauacutede e suas interfaces para o enfrenta-

mento dessa realidade (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004 GONCcedilALVES amp

MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA

GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Considerando o potencial apresentado nesse trabalho sobre o papel do Enfermeiro nas

equipes de atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede o presente estudo interroga como a produccedilatildeo do conhe-

cimento de Enfermagem sobre a temaacutetica de assistecircncia a mulheres climateacutericas pode colabo-

rar para a implementaccedilatildeo de um cuidado integral e de qualidade a esse grupo na estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Analisar a produccedilatildeo de conhecimento de Enfermagem sobre a mulher climateacuterica e

suas contribuiccedilotildees para a atuaccedilatildeo da equipe da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia - ESF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Realizar o levantamento da produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assis-

tecircncia agrave mulher no climateacuterio

Caracterizar a produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assistecircncia agrave mu-

lher no climateacuterio

Apontar como os resultados da anaacutelise dessa produccedilatildeo cientiacutefica podem contribuir pa-

ra a atuaccedilatildeo da equipe de ESF sobre a temaacutetica

3 METOacuteDO DA PESQUISA

A pesquisa em sauacutede segundo Leopardi (2002) natildeo eacute somente uma incorporaccedilatildeo de

conteuacutedo cientiacutefico ao saber cotidiano eacute um aprender a perceber sentir e a pensar Essas con-

sideraccedilotildees acrescentam para as pesquisas em sauacutede um conhecer sobre o que ocorre no corpo

dos indiviacuteduos na sua luta diaacuteria pela sobrevivecircncia e as relaccedilotildees subjetivas de cada ser hu-

mano

Dentro desse contexto eacute evidenciado um direcionamento metodoloacutegico com a finali-

dade de conhecer as concepccedilotildees e caracteriacutesticas sobre a temaacutetica em estudo presentes na

literatura Trata-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva por revisatildeo bibliograacutefica de anaacute-

lise integrativa

Esse estudo foi realizado com base na pesquisa bibliograacutefica Para Duarte amp Furtado

(2002) esse tipo de pesquisa eacute realizado a partir de levantamentos da produccedilatildeo cientiacutefica

presente em diferentes apresentaccedilotildees como livros artigos cientiacuteficos dissertaccedilotildees teses den-

tre outros Cervo amp Bervian (1996) ressaltam que esse tipo de pesquisa procura explicar um

problema a partir de referecircncias pela analise de suas contribuiccedilotildees culturais ou cientiacuteficas

existentes acerca de determinado assunto

Jaacute o cunho exploratoacuterio desse estudo se define pela descoberta de ideacuteias que propor-

cionaram familiaridade com o problema tornando-o mais expliacutecito com a possibilidade de

fomento a outras hipoacuteteses (DUARTE amp FURTADO 2002 LEOPARDI 2002 HULLEY et

al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

O caraacuteter descritivo dessa pesquisa ocorre na definiccedilatildeo das caracteriacutesticas do fenocircme-

no a ser estudado e suas relaccedilotildees mediante aos objetivos propostos (GIL 1996 OLIVEIRA

1999) Nesse sentido o trabalho descritivo abrange aspectos amplificados do contexto social

Assim eacute possiacutevel o niacutevel de anaacutelise da temaacutetica sobre diferentes formas aleacutem de sua ordena-

ccedilatildeo e sua classificaccedilatildeo

As revisotildees de literatura necessitam de alguns padrotildees que assegurem sua qualidade

metodoloacutegica como utilizaccedilatildeo de meacutetodos para assegurar a anaacutelise precisa e objetiva anaacutelise

da teoria resultados meacutetodos sujeitos e variaacuteveis de estudo fornecer ao leitor o maacuteximo de

informaccedilotildees possiacuteveis sobre estudos revisados e natildeo apenas os principais (HULLEY et al

2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Dessa forma realizou-se um estudo de revisatildeo da literatura cientiacutefica visando avaliar

um conjunto de dados simultacircneos a partir de estudos primaacuterios selecionados previamente

24

que investigam uma mesma questatildeo (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER

2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

A questatildeo do estudo eacute o primeiro passo para o iniacutecio da revisatildeo bibliograacutefica O Se-

gundo passo consiste em definir a seleccedilatildeo dos estudos sendo o mais indicado as bases de da-

dos eletrocircnicas O terceiro passo eacute a avaliaccedilatildeo criacutetica dos estudos em que se utilizam criteacuterios

para validar os estudos selecionados atraveacutes de uma avaliaccedilatildeo criacutetica dos pesquisadores O

quarto passo consiste na coleta dos dados em que se caracterizam os estudos levantados e de-

terminam suas possibilidades de comparaccedilatildeo O quinto passo eacute a analise e apresentaccedilatildeo dos

dados com agrupamento de estudos semelhantes O sexto passo eacute a determinaccedilatildeo da forccedila

dos resultados e das evidencias encontradas delineando claramente os benefiacutecios e riscos do

achado Uma vez publicada a revisatildeo poderaacute sofrer criacuteticas e sugestotildees que poderatildeo ser in-

corporadas em novos estudos sobre a temaacutetica (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005

ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Para o delineamento do estudo foi definida como questatildeo norteadora como a produ-

ccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede da mulher climateacuterica pode contribuir pa-

ra a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede da famiacutelia

A partir da questatildeo dessa investigaccedilatildeo foram considerados estudos que abordassem a

assistecircncia ao climateacuterio por Enfermeiros A amostra foi do tipo natildeo-probabiliacutestica de conve-

niecircncia constituiacuteda por publicaccedilotildees nacionalmente indexadas sobre a temaacutetica O descritor

utilizado foi ldquoClimateacuteriordquo e a opccedilatildeo pelo natildeo cruzamento de demais descritores foi devida a

escolha da fonte de busca

A fonte de busca orientou-se por base eletrocircnica restrita a produccedilatildeo do conhecimento

nacional e de liacutengua portuguesa que correspondesse a publicaccedilotildees em perioacutedicos de Enfer-

magem demonstrando proximidade com a questatildeo norteadora A busca dos artigos foi reali-

zada no periacuteodo de outubro de 2009 a janeiro de 2010

Adotou-se como criteacuterios de exclusatildeo publicaccedilotildees cujo o cenaacuterio de desenvolvimento

natildeo fossem a Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede eou ESF Ressalta-se que o recorte temporal para

busca das publicaccedilotildees considerou apenas o limite final do periacuteodo o ano de 2009 buscando

amplificar o periacuteodo de iniacutecio da produccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico dessa temaacutetica e assim

natildeo diminuir a sensibilidade das buscas

Foi utilizada a Base de Dados de Enfermagem (BDENF) presente na Biblioteca Vir-

tual em Sauacutede BIREME atraveacutes do siacutetio eletrocircnico httpbasesbiremebrcgi-

binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampbase=BDENFamplang=p

25

O Centro Latino-Americano e do Caribe de Informaccedilatildeo em Ciecircncias da Sauacutede tam-

beacutem conhecido pelo seu nome original Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) eacute um

centro especializado da Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Organizaccedilatildeo Mundial da Sa-

uacutede (OPASOMS) orientado agrave cooperaccedilatildeo teacutecnica em informaccedilatildeo cientiacutefica em sauacutede A sede

da BIREME estaacute localizada no Brasil no campus central Universidade Federal de Satildeo Paulo

(UNIFESP) desde a sua criaccedilatildeo em 1967 segundo acordo da OPASOMS com o Governo do

Brasil

A BDENF apresenta informaccedilotildees compostas pela literatura teacutecnico-cientiacutefica brasilei-

ra em Enfermagem Eacute coordenada pela Escola de Enfermagem da Universidade de Minas

Gerais e por demais Centros Cooperantes da rede BVSENFERMAGEM A composiccedilatildeo des-

sa biblioteca eletrocircnica apresenta perioacutedicos teses livros capiacutetulos de livros anais de con-

gressos ou conferecircncias relatoacuterios teacutecnico-cientiacuteficos e publicaccedilotildees governamentais

No desenvolvimento da revisatildeo integrativa foram selecionados artigos apoacutes a identifi-

caccedilatildeo de todas as publicaccedilotildees a partir do descritor utilizado Procedeu-se analise para caracte-

rizaccedilatildeo dos estudos e preacute-seleccedilatildeo quanto a sua pertinecircncia a pergunta norteadora

Essa etapa foi realizada separadamente por dois revisores sendo a pesquisadora dessa

investigaccedilatildeo e a sua orientadora Os passos utilizados para a caracterizaccedilatildeo dos artigos e a

verificaccedilatildeo de sua aproximaccedilatildeo com a questatildeo norteadora foram a leitura aprofundada de

cada artigo a segregaccedilatildeo dos mesmos quanto agrave aproximaccedilatildeo da questatildeo norteadora e a cate-

gorizaccedilatildeo desses conforme os criteacuterios metodoloacutegicos estabelecidos

Posteriormente ocorreu consenso entre a autora e a orientadora com o objetivo de de-

cidir a inclusatildeo e a exclusatildeo dos artigos preacute-selecionados e avaliados a fim de se garantir

maior seguranccedila na seleccedilatildeo

Para a anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por nuacutemeros absolutos e

frequencias Os elementos de caracterizaccedilatildeo dos perioacutedicos foram

Total de artigos identificados na busca conforme fonte

Identificaccedilatildeo de artigos repetidos

Exclusatildeo de artigos

Inclusatildeo de artigos para a revisatildeo sistemaacutetica

Quanto aos estudos incluiacutedos por aproximaccedilatildeo para com a questatildeo norteadora analisa-

ram-se os seguintes aspectos

Siacutentese panoracircmica do conteuacutedo e da analise dos artigos incluiacutedos

Delineamento da Investigaccedilatildeo (metodologia)

26

Ano de publicaccedilatildeo

Perioacutedico de publicaccedilatildeo

Consideraccedilotildees apresentadas agrave temaacutetica em estudo

Objetivando facilitar a leitura e a identificaccedilatildeo dos artigos optou-se pela atribuiccedilatildeo do

coacutedigo E(n) para os artigos excluiacutedos e I(n) para os artigos incluiacutedos na revisatildeo sistemaacutetica

Conforme os resultados identificados foi calculado o iacutendice de KAPPA (K) Esse iacuten-

dice corresponde a uma medida de concordacircncia usada em escalas nominais que fornece a

ideacuteia do quanto as observaccedilotildees se afastam daquelas esperadas fruto do acaso indican-

do assim o quatildeo legiacutetimas as interpretaccedilotildees satildeo (CANOLETTI 2008)

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A anaacutelise da revisatildeo sistemaacutetica iniciou com a descriccedilatildeo dos artigos encontrados se-

guindo com a descriccedilatildeo daqueles excluiacutedos do processo de revisatildeo sistemaacutetica e por fim foi

analisada a aproximaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos com o questionamento norteador

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF

Os registros sobre climateacuterio no BDENF totalizaram 26 conforme descritor utilizado

poreacutem dentre os trabalhos havia um que natildeo se enquadrava como perioacutedico e foi excluiacutedo da

lista totalizando 25 artigos Ressalta-se que natildeo houve obtenccedilatildeo de artigos por busca manual

Na Tabela 1 verifica-se o total de estudos encontrados na busca realizada conforme perioacutedi-

cos

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo

perioacutedicos

BDENF - Banco de Dados de Enfermagem N

Revista Gauacutecha de Enfermagem 2

Revista Enfermagem UERJ 5

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 1

Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 4

Revista da Escola de Enfermagem da USP 2

Acta Paulista de Enfermagem 1

Nursing (Satildeo Paulo) 2

Revista Brasileira de Enfermagem 3

Biblioteca J Baeta Vianna 1

Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 1

Revista Paulista de Enfermagem 1

Texto amp Contexto Enfermagem 2

Total 25

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Quanto ao ano de publicaccedilotildees dos artigos selecionados observou-se que o periacuteodo de

publicaccedilatildeo inicia-se em 1985 e finaliza no ano de 2009 como mostra a Tabela 2

28

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano

de publicaccedilatildeo

Ano de publicaccedilatildeo Nordm de Estudos

2009 2 8

2008 1 4

2007 2 8

2006 1 4

2005 4 16

2004 3 12

2002 4 16

2000 3 12

1997 1 4

1996 1 4

1995 1 4

1985 2 8

TOTAL 25 100

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Nota-se que apesar de haver nesta revisatildeo sistemaacutetica trabalhos datados de 1985 a

discussatildeo do tema soacute ampliou entre 15 e 20 anos depois o que reforccedila a ideacuteia de que haacute uma

preocupaccedilatildeo crescente para com essa temaacutetica na atenccedilatildeo baacutesica no intuito de melhorar os

serviccedilos prestados

Vale ressaltar que criaccedilatildeo do SUS em 1988 e posteriormente a ESF regulamentada em

1994 contribuiacuteram para o fortalecimento da atenccedilatildeo primaacuteria e consequentemente impulsio-

nando as pesquisas na aacuterea

Analisando esta tabela percebe-se que no periacuteodo de 2000 a 2005 foram identificados

o maior nuacutemero de publicaccedilotildees referentes ao assunto 56 (n = 14) indicando o crescimento

do interesse do estudo deste assunto A concentraccedilatildeo de estudos nesse intervalo de tempo os

caracteriza como sendo recentes jaacute que foram elaborados haacute menos de 10 anos

Os resumos dos 25 registros localizados foram lidos e a partir da leitura foram sele-

cionados aqueles cujo tiacutetulo eou resumo colocavam a assistecircncia ao climateacuterio na atenccedilatildeo

primaacuteria como objeto de estudo ou como uma de suas questotildees centrais de anaacutelise Posteri-

ormente foram identificados os artigos repetidos (n = 3) descartando-os

Dos 22 artigos selecionados a Revista Enfermagem UERJ apresentou a maior quanti-

dade de publicaccedilotildees totalizando 20 (n = 5)

Apoacutes avaliaccedilatildeo dos tiacutetulos leitura dos resumos e anaacutelise dos artigos integralmente ve-

rificou-se que 364 (n = 8) apresentaram pertinecircncia agrave questatildeo norteadora da pesquisa sen-

do 25 (n = 2) destes artigos oriundos da Revista Enfermagem UERJ e 25 (n = 2) da Es-

cola Ana Nery Revista de Enfermagem As demais revistas apresentaram 125 (n = 1) dos

29

artigos pertinentes cada uma Os estudos excluiacutedos da revisatildeo integrativa perfizeram 636

(n = 14)

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA

Em relaccedilatildeo aos artigos excluiacutedos observa-se sua descriccedilatildeo no Quadro 1

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E1

ZAMPIERI M de F M

TAVARES C M A

HAMES M de L C

FALCON G S

SILVA A L de

GONCcedilALVES L T

O processo de viver e ser

saudaacutevel das mulheres no

climateacuterio

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2009

E2

ALMEIDA L H R B de

LUZ M H B A

MONTEIRO C F de S

Ser mulher no climateacuterio

uma anaacutelise compreensiva

pela enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

E3 NIEVAS A F

FUREGATO A R F

Depressatildeo em mulheres no

climateacuterio

Revista Gauacutecha de

Enfermagem 2006

E4 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

Vivenciando o climateacuterio o

corpo em seu percurso exis-

tencial agrave luz da Fenomenolo-

gia

Revista Enferma-

gem UERJ 2005

E5

FERNANDEZ M R

GIR E

HAYASHIDA M

Sexualidade no periacuteodo

climateacuterico situaccedilotildees vi-

venciadas pela mulher

Revista da Esco-

la de Enferma-

gem da USP

2005

E6 BIFFI E F de A

SCATENA M C M

Sauacutede Mental e climateacuterio

na perspectiva de mulheres

profissionais de sauacutede

Revista Enfer-

magem UERJ 2004

30

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E7 MILANEZ M R de

M NERY I S

Percepccedilatildeo das mulheres

sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de en-

fermagem

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2004

E8 MURATA I M H

SCHIRMER J

Manifestaccedilotildees biopsicogecirc-

nicos decorrentes do clima-

teacuterio entre trabalhadoras de

uma universidade puacuteblica

Acta Paulista de

enfermagem 2004

E9 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

O climateacuterio a corporeida-

de como berccedilo das experi-

ecircncias do vivido

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

2002

E10

MURATA I M H

BERCINI L O

SCHIRMER J

Auto-cuidado na prevenccedilatildeo

do cacircncer de colo de uacutetero

e cacircncer de mama compa-

raccedilatildeo entre mulheres natildeo

climateacutericas e climateacutericas

Biblioteca J

Baeta Vianna 2000

E11

LOPES M E L

BATISTA P S de S

COSTA Se F G da

SOARES M S de

Orientaccedilotildees de enferma-

gem agrave mulher climateacuterica

quanto agrave terapia de reposi-

ccedilatildeo hormonal uma abor-

dagem eacutetica

Revista da Rede de

Enfermagem do

Nordeste

2000

E12 DAOUD I G

SANTANA M da G

Construccedilatildeo de um processo

educativo com um grupo de

mulheres climateacutericas

Texto amp Contexto

Enfermagem 2000

E13 LANDERDAHL M C

Buscando novas maneiras

de pensar o climateacuterio fe-

minino

Texto amp contexto

enfermagem 1997

E14 NERY I S Perfil do atendimento agrave

mulher no climateacuterio

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

1996

31

Em geral os estudos excluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (E1 E6 E8 e E10) que correspondem

a 286 (n = 4)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (E3 E4 E5 E7 E8 E9 e

E13) somando 50 (n = 6)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (E2 E11 E12 e E14) o que resulta em 286 (n =

4)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 71 (n = 1) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas por

profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educativo (E11)

Percebe-se que dois dos artigos excluiacutedos se enquadram em mais de uma dimensatildeo apre-

sentada na anaacutelise feita acima

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os artigos incluiacutedos foram estudados sistematicamente de modo a extrair de cada um

as concepccedilotildees e respectivas caracteriacutesticas do trabalho em equipe as quais foram discutidas agrave

luz do referencial teoacuterico que embasa este estudo qual seja a assistecircncia ao climateacuterio pela

equipe de sauacutede

A amostra definitiva dos artigos incluiacutedos para a revisatildeo sistemaacutetica portanto foram

oito artigos apresentados a seguir no Quadro 2

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

I1 PEREIRA Q L C

SIQUEIRA H C H de

O olhar dos responsaacuteveis

pela poliacutetica de sauacutede da

mulher climateacuterica

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

2009

I2

OLIVEIRA D M de

JESUS M C P de

MERIGHI M A B

O climateacuterio sob a oacutetica de

mulheres assistidas em uma

unidade de sauacutede da famiacutelia

de Juiz de Fora - Minas Ge-

rais

Revista de A-

tenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede

2008

32

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

I3 LIMA E C

VARGENS O M da C

O significado de climateacuterio

para as mulheres implicaccedilotildees

para o cuidado de enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

I4

PIAZZA I P

DE LORENZI D R S

SACILOTO B

Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacuteri-

cas atendidas em um PSF

Revista Gauacutecha

de Enfermagem 2005

I5 LANDERDAH M C

Mulher climateacuterica uma abor-

dagem necessaacuteria ao niacutevel de

atenccedilatildeo baacutesica

Nursing (Satildeo

Paulo) 2002

I6 DAOUD I G

Encontros e desencontros das

mulheres climateacutericas que

buscam assistecircncia em serviccedilo

do Sistema Uacutenico de Sauacutede

Revista Enferma-

gem UERJ 2002

I7

CANDELLA C L M

RUGGIERO C M

ARAYA M E S SILVA

R V

Assistecircncia de enfermagem agrave

mulher no climateacuterio

Revista da Escola

de Enfermagem

da USP

1995

I8 VARGENS O M da C O casal no climateacuterio orienta-

ccedilatildeo de enfermagem

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

1985

Os estudos incluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (I4) que correspondem a

125 (n = 1)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (I2 I3) somando

25 (n = 2)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (I1 I5 I6 I7 e I8) o que resulta em 625

(n = 5)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 25 (n = 2) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas

por profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educati-

vo (I7 e I8)

Assim nota-se que a maioria dos estudos incluiacutedos 625 (n = 5) faz menccedilatildeo agrave assis-

tecircncia em sauacutede prestada a essas clientes evidenciando-se uma maior discussatildeo do tema asso-

ciado agrave melhoria dos serviccedilos prestados na atenccedilatildeo baacutesica

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

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Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

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uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

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43

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dez 2007

62 SILVA ARV Sexualidade no climateacuterio vivecircncias e sentimentos da mulher 2000

Dissertaccedilatildeo [Mestrado] - Universidade Federal do Cearaacute 2000

63 SILVEIRA CS Pesquisa em enfermagem oncoloacutegica no Brasil uma revisatildeo integra-

tiva Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade

de Satildeo Paulo 2005

64 SOUSA MF HAMANN EM Programa Sauacutede da Famiacutelia no Brasil uma agenda

incompleta Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 2009 14(Supl 1) 1325-1335

65 STARFIELD B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidade de sauacutede serviccedilos e

tecnologia Brasiacutelia UNESCOMinisteacuterio da Sauacutede 2002

66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

criando laccedilos Sauacutede em debate 2003 27(65) 257-277

47

67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

Nery Revista de Enfermagem 1985 5(1)23-5 janmar

69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 10: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

IacuteNDICE DE TABELAS E QUADROS

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo perioacutedicos 23

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano de publicaccedilatildeo 28

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa 29

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa 31

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme

escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave questatildeo norteadora em estudo

333

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 141

11 PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA E A ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

INOVACcedilOtildeES TECNOASSISTENCIAIS PARA O FORTALECIMENTO DO SUS 13

12 O CLIMATEacuteRIO DESAFIO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO

PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA 19

2 OBJETIVOS 22

21 OBJETIVO GERAL 22

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 22

3 METOacuteDO DA PESQUISA 23

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF 23

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA 29

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA 31

44 CARACTERIZACcedilAtildeO PANORAcircMICA DOS ARTIGOS CONFORME REVISAtildeO

INTEGRATIVA 33

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 40

6 REFEREcircNCIAS 432

1 INTRODUCcedilAtildeO

Inserida no cotidiano de trabalho de uma equipe sauacutede da famiacutelia da zona rural de um

municiacutepio de pequeno porte em Minas Gerais vivenciando os desafios de integrar um grupo

de trabalho de composiccedilatildeo heterogecircnica com membros de diferentes formaccedilotildees e visotildees di-

versificadas do que eacute sauacutede e de como se deve abordar o processo sauacutede-doenccedila

A autora deste estudo Enfermeira mulher atentou-se para a maneira como eram ldquotra-

tadosrdquo os problemas de sauacutede das mulheres cadastradas em sua equipe que se apresentavam

ao serviccedilo com uma busca que ultrapassava a necessidade expliacutecita da doenccedila inserida tra-

zendo consigo seus contextos histoacutericos subjetivos e arranjos de vida Observou que as inter-

venccedilotildees realizadas apesar do esforccedilo contiacutenuo dos profissionais em implementar uma praacutetica

diferenciada era na maioria das situaccedilotildees centradas no biologismo e na compreensatildeo mecacirc-

nica dos determinantes do processo sauacutede-doenccedila

A maioria da populaccedilatildeo que frequentava as atividades da Unidade de Sauacutede eram mu-

lheres e a autora percebeu que dentre elas havia um grupo que estava em busca de um tipo de

atendimento diferente daqueles referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer ceacutervico-uterino do periacuteodo

graviacutedico-puerperal das atividades de puericultura e das atividades direcionadas agraves portadoras

de doenccedilas crocircnicas como hipertensatildeo e diabetes Essa ldquonovardquo clientela era constituiacuteda por

mulheres de meia idade que buscavam um atendimento cliacutenico apresentando sintomatologia

difusa tanto no aspecto biomeacutedico como no aspecto psicoafetivo

No decorrer da realizaccedilatildeo do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede

da Famiacutelia oferecido pelo NESCONUFMG a autora conquistou ferramentas que fortalece-

ram sua compreensatildeo diferenciada sobre a realidade no seu contexto de trabalho Durante a

realizaccedilatildeo do moacutedulo Sauacutede da Mulher percebeu-se uma lacuna assistencial para com essas

clientes Os conhecimentos proporcionados por esse moacutedulo estimularam a compreensatildeo de

que a demanda apresentada pelas mulheres de meia idade poderiam ter relaccedilatildeo com uma eta-

pa do ciclo vital natural de suas vidas o Climateacuterio

Desde entatildeo o olhar dessa profissional apresentou-se mais cuidadoso para com a refe-

rida situaccedilatildeo Concluiu-se que a equipe estava fraacutegil nas abordagens propostas resultando na

insatisfaccedilatildeo das usuaacuterias frente ao atendimento prestado

12

Curiosidade inquietaccedilatildeo necessidade de estimular a equipe para obtenccedilatildeo de melho-

res resultados motivaram ou melhor foram a mola propulsora para que a autora investigasse

essa temaacutetica a fim de contribuir para a melhoria do seu processo de trabalho

Entretanto havia duacutevidas quanto agrave escolha de estrateacutegias efetivas que pudessem ser u-

tilizadas na atenccedilatildeo dispensada a essa populaccedilatildeo As questotildees abordadas pelas mulheres cli-

mateacutericas condiziam com modificaccedilotildees do corpo humano mudanccedilas de papeacuteis no seu contex-

to familiar e social questotildees de foacuterum iacutentimo em suas relaccedilotildees conjugais dentre outros aspec-

tos o que lhes suscitava incertezas e medo do desconhecido

Diante do exposto associado agraves reflexotildees contextuais e o aparato intelectivo propor-

cionados pela Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia suscitou na autora o

desejo de conhecer cientificamente como acontecia a assistecircncia ao climateacuterio prestada por

enfermeiros e a possibilidade de suas contribuiccedilotildees para o fortalecimento das accedilotildees da equi-

pe Mediante esse cenaacuterio manifesta-se o interesse em concretizar este estudo que possui a

seguinte questatildeo norteadora como a produccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede

da mulher climateacuterica pode contribuir para a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede

da famiacutelia

13

11 PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA E A ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

INOVACcedilOtildeES TECNOASSISTENCIAIS PARA O FORTALECIMENTO DO SUS

A Constituiccedilatildeo de 1988 institui o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e coloca a Sauacutede co-

mo uma conquista de direito do cidadatildeo Ressalta-se como princiacutepios dessa poliacutetica puacuteblica de

sauacutede no Brasil a integralidade a universalidade a equumlidade Outro aspecto que se busca para

a garantia desse direito eacute a incorporaccedilatildeo de novas tecnologias e especializaccedilatildeo dos saberes

(ROSEMBERG amp MINAYO 2001 TEIXEIRA 2003 BRASIL 2007 FARIA et al 2009a)

Na trajetoacuteria da implementaccedilatildeo desse sistema muitos avanccedilos aconteceram entretanto

alguns desafios permearam esse cenaacuterio dentre os quais se destacam a fragmentaccedilatildeo do pro-

cesso de trabalho e das relaccedilotildees entre os diferentes profissionais a fragmentaccedilatildeo da rede as-

sistencial precaacuteria interaccedilatildeo nas equipes e despreparo para lidar com a dimensatildeo subjetiva

nas praacuteticas de atenccedilatildeo baixo investimento na qualificaccedilatildeo dos trabalhadores especialmente

no que se refere agrave gestatildeo participativa e ao trabalho em equipe desrespeito aos direitos dos

usuaacuterios formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede distante do debate e da formulaccedilatildeo da poliacutetica

puacuteblica de sauacutede controle social fraacutegil dos processos de atenccedilatildeo e gestatildeo do SUS

(ROSEMBERG amp MINAYO 2001 TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

Nesse percurso diversas interpretaccedilotildees conceituais ressaltam-se sobre a sauacutede Observa-

se no cotidiano que os olhares reducionistas do campo de atenccedilatildeo agrave sauacutede tecircm contribuiacutedo

para a manutenccedilatildeo das desigualdades sociais (ROSEMBERG amp MINAYO 2001

TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

Diferentes autores apontam que na atualidade o entendimento do processo sauacutede-

doenccedila estaacute ainda centrado no biologismo e com uma fraacutegil compreensatildeo de caracteriacutesticas

lineares e mecacircnicas dos determinantes do processo sauacutede-doenccedila (ROSEMBERG amp

MINAYO 2001 STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al 2009a)

Movimentos mundiais desenvolveram-se para a discussatildeo e transformaccedilatildeo desses as-

pectos hegemocircnicos no processo sauacutede e doenccedila Destaca-se o movimento pioneiro iniciado

no Canadaacute em 1974 qual propotildee a utilizaccedilatildeo da estrateacutegia da promoccedilatildeo da sauacutede deslocando

o foco das causas individuais da doenccedila para as influecircncias soacutecio-ambientais Posteriormente

o movimento da promoccedilatildeo da sauacutede verificado pelas Conferecircncias Internacionais de Adelai-

de (1986) Sundsvall (1991) Jakarta (1997) e Meacutexico (2000) no Brasil (MINAYO HARTZ

BUSS 2000 MENDES 2002 STARFIELD 2002 TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

14

Busca-se desde entatildeo a compreensatildeo da sauacutede enquanto recurso fundamental para a

vida diaacuteria e natildeo como um objetivo em si mesmo com determinantes muacuteltiplos necessitando

de intervenccedilatildeo intersetorial Com isso satildeo essenciais estrateacutegias que corroborem com a defesa

da vida a qualificaccedilatildeo profissional e a mediaccedilatildeonegociaccedilatildeo entre os diversos atores que

compotildeem o cenaacuterio SUS (MINAYO HARTZ BUSS 2000 BRASIL 2007 FARIA et al

2009a)

Mediante todos os movimentos que discutiram o conceito de sauacutede de forma ampliada

alguns desafios cotidianos ainda estatildeo colocados para a sauacutede puacuteblica que pautados na im-

plementaccedilatildeo do SUS apresentam urgecircncia em redirecionar o modo como estatildeo organizados

os serviccedilos de sauacutede e a assistecircncia prestada (TEIXEIRA 2003 BRASIL 2007 FARIA et al

2009a)

Ao considerar essas especifidades apontadas no sistema de sauacutede brasileiro em 1994

foi criada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Esse programa

eacute uma estrateacutegia ambiciosa que visa a transformaccedilatildeo do modelo tecnoassistencial vivenciado

Trata-se de incorporar aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria uma equipe multiprofissional que

dialogue com o conhecimento popular responsaacutevel por uma determinada aacuterea de abrangecircncia

E o trabalho em sauacutede dessa equipe deve considerar essa aacuterea enquanto territoacuterio- processo e

atuar como unidade de centralidade na organizaccedilatildeo do cuidado agraves necessidades de sauacutede da

populaccedilatildeo (BRASIL 2007 FARIA et al 2009b COSTA et al 2009 MERHY 2009

MINAS GERAIS 2009)

As equipes multiprofissionais satildeo compostas conforme a legislaccedilatildeo atual da ESF por

meacutedico generalista agentes comunitaacuterios de sauacutede trabalhadores de sauacutede bucal auxiliares

de enfermagem e enfermeiro Destaca-se nesse contexto o trabalho do agente comunitaacuterio

em sauacutede enquanto ator principal na interlocuccedilatildeo entre as necessidades comunitaacuterias e seus

conhecimentos nos processos de manutenccedilatildeo da vida com o saber tecnoloacutegico dos demais

trabalhadores da sauacutede (MENDES 2002 STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al

2009b MERHY 2009 MINAS GERAIS 2009)

Sobre o territoacuterio-processo esse conceito eacute compreendido como um fenocircmeno que re-

sulta na compreensatildeo das relaccedilotildees estabelecidas em um determinado espaccedilo Abrange o deli-

neamento e compreensatildeo por meio de mapeamento e diagnoacutesticos situacionais sobre as es-

pecificidades dos aspectos das relaccedilotildees interpessoais ali inseridos sua mobilidade espacial

suas diversidades histoacuterico-culturais e os elementos cognitivos fiacutesicos demograacuteficos e eco-

nocircmicos que as comunidades vivenciam para a manutenccedilatildeo de suas vidas Pressupotildee-se que a

equipe multiprofissional preste assistecircncia para 800 a 1000 famiacutelias cadastradas em uma Uni-

15

dade Baacutesica de Sauacutede atraveacutes de um territoacuterio delimitado e mapeado (MENDES 2002

STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009)

Jaacute a centralidade do cuidado traz agrave ESF enquanto mecanismo fortalecedor do niacutevel

primaacuterio de atenccedilatildeo agrave sauacutede no Brasil uma caracteriacutestica inovadora que consiste em coorde-

nar a assistecircncia de forma a promover a integralidade na rede assistencial Essa integralidade

ocorre quando o ponto central do cuidado se diverge da piracircmide hierarquizada e adota estru-

turas aliadas e flexiacuteveis entre os diferentes setores de prestaccedilatildeo dos serviccedilos em sauacutede inde-

pendente de sua densidade tecnoloacutegica A manutenccedilatildeo entre o diaacutelogo contiacutenuo dos diversos

setores da sauacutede e as necessidades da comunidade passa a ser de responsabilidade das equipes

inseridas no niacutevel primaacuterio por meio do PSF (MENDES 2002 STARFIELD 2002 FARIA

et al 2009b MINAS GERAIS 2009)

Seguindo essa loacutegica Sousa e Hamann (2009) ressaltam os impasses em trabalhar no

cotidiano dos serviccedilos mediante esse olhar organizativo diferenciado que se volta agraves comuni-

dades e seus os grupos sociais especiacuteficos

Pressupotildee-se um rompimento dos muros das Unidades de Sauacutede e abordagens inter-

ventoras que tenham como loacutecus a famiacutelia Essa tarefa exige abordagens complexas mesmo

que as teacutecnicas mais frequentes utilizadas sejam as que englobam a subjetividade na interaccedilatildeo

profissional de sauacutede e usuaacuterios do SUS a educaccedilatildeo para promoccedilatildeo da sauacutede e intervenccedilotildees

para mudanccedilas de comportamento em busca de estilos de vida mais saudaacuteveis (MENDES

2002 STARFIELD 2002 SOUSA amp HAMANN 2009 VASCONCELOS et al 2009)

Aleacutem disso essas tecnologias empregadas na reformulaccedilatildeo assistencial do SUS pela

atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutedeESF buscam promover uma assistecircncia em sauacutede humanizada O

acolhimento a percepccedilatildeo da inteireza de cada pessoa e seu nuacutecleo familiar e a inserccedilatildeo dos

condicionantes e determinantes sociais no processo de trabalho dessas equipes ateacute entatildeo a-

presentam-se como desafio proposto Espera-se com a incorporaccedilatildeo desse modus operandi

diferenciado uma assistecircncia de resultados positivos para todos os atores que compotildeem o

SUS - gestores trabalhadores usuaacuterios e instituiccedilotildees formadoras em sauacutede E com isso se

impulsione a consolidaccedilatildeo da resolutividade no SUS (MENDES 2002 STARFIELD 2002

COSTA et al 2009 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009 VASCONCELOS et al

2009)

Outras ferramentas de trabalho a serem incorporadas agraves equipes de ESF satildeo as relacio-

nadas com a epidemiologia social Essas ferramentas prevecircem o reconhecimento da realidade

local por anaacutelises participativas que associam o planejamento das accedilotildees em sauacutede atraveacutes de

um diagnoacutestico do territoacuterio suas famiacutelias e coletividade enquanto territoacuterio processo Eacute pre-

16

ciso que o resultado desse planejamento seja traduzido em uma programaccedilatildeo das atividades

da equipe que considere os fatores de vulnerabilidade e os grupos de risco populacional em

sauacutede a fim de produzir serviccedilos com equidade (MENDES 2002 STARFIELD 2002

COSTA et al 2009 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009 VASCONCELOS et al

2009)

Com isso enfrentar o desafio proposto entre desconstruir o modelo hegemocircnico em

que se estabelecem as accedilotildees de sauacutede na atualidade em busca da construccedilatildeo de um SUS ideal

requer o desenvolvimento de novas praacuteticas sanitaacuterias no cotidiano assistencial que se com-

prometam com a possibilidade de viver de modo mais saudaacutevel (COSTA et al 2009 FARIA

et al 2009b VASCONCELOS et al 2009)

Nesse contexto destaca-se nas equipes de ESF o papel do profissional Enfermeiro

(MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI amp PEREIRA 2009) Ao se

analisar a histoacuteria da Enfermagem Brasileira pode-se observar sua convergecircncia agrave poliacutetica

puacuteblica de sauacutede adotada no paiacutes O Decreto no 9440687(COFEN 2002) que regulamenta a

profissatildeo explicita como atribuiccedilatildeo do Enfermeiro sua participaccedilatildeo no planejamento execu-

ccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da programaccedilatildeo da sauacutede nos diferentes niacuteveis assistenciais do SUS A reso-

luccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) 2722002 incube a esse profissional um

processo de trabalho pautado na Sistematizaccedilatildeo de sua Assistecircncia em busca da qualidade do

cuidado

Conforme Resoluccedilatildeo COFEN 2722002

[] A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem- SAE sendo atividade privati-

va do enfermeiro utiliza meacutetodo e estrateacutegia de trabalhos com embasamento cientiacute-

fico para a identificaccedilatildeo das situaccedilotildees de sauacutededoenccedila que possam contribuir para a

promoccedilatildeo prevenccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo da sauacutede do indiviacuteduo famiacutelia e

comunidade (COFEN 2722002 p 50)

Assim na implementaccedilatildeo dessa assistecircncia eacute fundamental que o Enfermeiro reconhe-

ccedila os haacutebitos individualizados e os aspectos biopsicossociais que integram o processo sauacutede-

doenccedila dos sujeitos visando a identificaccedilatildeo de problemas julgamento cliacutenico sobre as respos-

tas do indiviacuteduo famiacutelia e comunidade perante suas adaptaccedilotildees aos processos de vida vigen-

tes ou potencias (COFEN 2002 MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI

amp PEREIRA 2009)

Perante esses pressupostos legais observa-se a convergecircncia entre o processo de traba-

lho da Enfermagem e as necessidades impostas para o desenvolvimento das accedilotildees em ESF

17

Com isso torna-se significativo no incremento da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a atuaccedilatildeo dife-

renciada desse profissional

Feliciano et al (2010) apontam para o valor atribuiacutedo ao Enfermeiro na ESF quando

esse profissional apresenta-se como uma referecircncia na busca da superaccedilatildeo de dificuldades

haja vista que os demais integrantes da equipe e usuaacuterios dirigem suas demandas a esse pro-

fissional independente de eles gerenciarem institucionalmente a unidade de sauacutede

Figueiredo et al (2010) ressaltam que cabe ao Enfermeiro de ESF funccedilotildees como admi-

nistraccedilatildeo de recursos materiais e humanos bem como a padronizaccedilatildeo das accedilotildees na equipe A

autora revela ainda que a organizaccedilatildeo das atividades de educaccedilatildeo continuada para equipe do

PSF como atribuiccedilatildeo contiacutenua do Enfermeiro

Matumoto et al (2005) Chirelli amp Pereira 2009 Pires amp Goumlttems (2009) corroboram

com essa constataccedilatildeo ao apresentarem que a gestatildeo do cuidado agraves famiacutelias em ESF eacute progra-

maccedilatildeo constante realizada pela Enfermagem e sua equipe Cordeiro et al (2009) colocam o

trabalho de enfermagem na ESF realizado de forma ampliada abrangendo consultas individu-

ais atividades educativas em grupo praacuteticas de capacitaccedilatildeo continuada junto a equipe e pro-

gramaccedilatildeo das accedilotildees junto a ela de forma compatiacutevel e adequada aos pressupostos da estrateacute-

gia sauacutede da famiacutelia

Colomeacute Limas amp Davis (2008) salientam o Enfermeiro como principal articulador do

trabalho na equipe de ESF Os autores mencionam que essas articulaccedilotildees se estabelecem prin-

cipalmente com os agentes comunitaacuterios de sauacutede o que facilita a aproximaccedilatildeo do profissio-

nal de enfermagem agraves necessidades de sauacutede da comunidade conectando o seu trabalho com

os outros profissionais da equipe como dentistas e meacutedicos considerando o caraacuteter comple-

mentar da atuaccedilatildeo dentro de uma equipe multiprofissional

Azambuja et al (2007) expressam em seu estudo sobre o significado do trabalho no

PSF que para os enfermeiros se denota enquanto processo potencializador do seu viver hu-

mano Isso significa que o trabalho em ESF influencia na forma como se vecircem se sentem se

relacionam e vivenciam as situaccedilotildees cotidianas de maneira positiva

Santos Soares amp Campos confirmam os resultados de seus estudos ao de Azambuja et

al (2007) ao colocarem que para os Enfermeiros as forccedilas fortalecedoras de seu trabalho no

PSF adveacutem da relaccedilatildeo prazerosa com o objetofinalidade do trabalho e com o trabalho em si

Eles complementam ainda que as Enfermeiras convivem com a expectativa das suas potenci-

alidades para solucionar os problemas oferecer respostas a populaccedilatildeo em cenaacuterio de maior

autonomia profissional

18

Benito amp Becker (2007) em pesquisa sobre as atitudes gerenciais dos enfermeiros na

ESF destacaram atraveacutes dos profissionais informantes que eram membros das equipes atitu-

des qualitativas dos Enfermeiros de ESF como ser justos intermediarem e resolverem confli-

tos entre profissionais usuaacuterios e representantes da gestatildeo apresentarem poder de negocia-

ccedilatildeo estarem abertos a mudanccedilas possuiacuterem em sua praacutetica atitudes de escuta buscarem pela

promoccedilatildeo de iniciativas e autonomia da equipe e dos usuaacuterios contribuiacuterem com o seu conhe-

cimento para o desenvolvimento do grupo capacidade de planejamento e desenvolvimento de

accedilotildees conjuntas e prestarem o cuidado centrado na famiacutelia com compromisso e responsabili-

dade

Os resultados desses estudos apresentam o papel diferenciado que o Enfermeiro vem

exercendo nas equipes da ESF corroborando para a sua importacircncia nesse campo de atuaccedilatildeo

Destacam as caracteriacutesticas do trabalhador de enfermagem e a incorporaccedilatildeo de novos arranjos

de poderes e saberes necessaacuterios para o delineamento do perfil desse profissional de forma

comprometida agraves diretrizes da ESF e ao fortalecimento do SUS

19

12 O CLIMATEacuteRIO DESAFIO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO

PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

A populaccedilatildeo feminina brasileira totaliza mais de 98 milhotildees e aproximadamente 30

milhotildees se encontram na faixa etaacuteria de 35 a 65 anos Esses dados revelam que 32 das mu-

lheres do Brasil estatildeo na faixa etaacuteria em que ocorre o climateacuterio (BRASIL 2008)

Coelho amp Porto (2009) definem climateacuterio como

[] periacuteodo de transiccedilatildeo entre as fases reprodutivas e natildeo reprodutivas da mulher

Comeccedila por volta dos 40 anos podendo estender-se ateacute os 55 anos ou mais Durante

esses anos acontece a uacuteltima menstruaccedilatildeo definida como menopausa [] (Coelho

amp Porto 2009 p76)

Ressalta-se que esse periacuteodo eacute uma fase bioloacutegica natural da vida e natildeo um processo

patoloacutegico Eacute reconhecido como uma fase do ciclo vital feminino em que ocorrem intensas

transformaccedilotildees na maneira da mulher ser e estar no mundo modificando sua compreensatildeo

frente ao fenocircmeno existencial (LIMA amp ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI

2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008

BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009)

Dessa maneira o periacuteodo do climateacuterio eacute resultado tanto da deficiecircncia hormonal co-

mo de fatores socioculturais e psicoloacutegicos decorre no processo de envelhecimento feminino

sendo marcado pela menopausa A menopausa destaca-se como momento pontual do climateacute-

rio consiste na interrupccedilatildeo permanente da menstruaccedilatildeo e decorre apoacutes 12 meses de amenor-

reacuteia em momento da perda da atividade folicular ovariana (LIMA amp ANGELO 2001

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA

JESUS MERINGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009)

Outro aspecto a ser considerado no climateacuterio aleacutem da faixa etaacuteria eacute um conjunto de

sintomas que acometem parte das mulheres Esses sintomas podem se manifestar enquanto

mudanccedilas sutis ou acentuadas que englobam desde anguacutestia fogachos e irritaccedilotildees ateacute san-

gramentos intermitentes de alto fluxo A sintomatologia em geral acarreta desconforto que se

acentuam de acordo com o enfrentamento desse ciclo pelas mulheres e a consistecircncia da rede

de apoio que se insere Contudo o iniacutecio e teacutermino do climateacuterio satildeo varaacuteveis de acordo com

as caracteriacutesticas individuais da pessoa e estaacute associado a fatores hereditaacuterios raciais socioe-

conocircmicos e demais determinantes do processo de vida subjetivo feminino (LIMA amp

20

ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009)

Neste cenaacuterio de transformaccedilotildees soacutecio-emocionais acentuados pela percepccedilatildeo do en-

velhecimento e limite da vida faz-se necessaacuterio a implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que bus-

quem a promoccedilatildeo da sauacutede da mulher e o fomento de cuidados para que vivenciem essa expe-

riecircncia de maneira mais amena mediante ao turbilhatildeo existencial que lhes permeia esse recor-

te da vida

Ao se abordar as questotildees que envolvem a sauacutede da mulher eacute necessaacuteria a discussatildeo

de aspectos poliacuteticos e histoacutericos que envolvem essa temaacutetica no Brasil em especial por se

tratarem de resultados de uma luta que envolve conquista do gecircnero (BRASIL 2004

BRASIL 2006a COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp

LUCCHESE 2010)

O movimento feminino pela luta de seus direitos que ultrapassam os direitos da sauacutede

hegemocircnica e se convergem aos direitos de cidadania precede a promulgaccedilatildeo do SUS Na

sauacutede o marco histoacuterico dos resultados desse movimento ocorreu na deacutecada de 80 atraveacutes do

Programa de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PAISM) Esse programa evidenciou a ne-

cessidade de mudanccedilas na abordagem das mulheres nos serviccedilos de sauacutede que ultrapassassem

o foco do ciclo graviacutedico-puerperal em busca de sua visatildeo subjetiva e integral Entretanto

apesar do discurso da integralidade na praacutetica o PAISM atuou de forma hegemocircnica buscan-

do a resoluccedilatildeo dos problemas referentes agrave sauacutede reprodutiva e na reduccedilatildeo da mortalidade ma-

terna (BRASIL 2004 BRASIL 2006 COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Encontra-se em vigor atualmente implementado pelo Ministeacuterio da Sauacutede uma estra-

teacutegia poliacutetica e tecnoloacutegica para a renovaccedilatildeo da abordagem a sauacutede da mulher a Poliacutetica Na-

cional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PNAISM) e descreve

[] Considerando que a sauacutede da mulher eacute uma prioridade deste governo o Ministeacute-

rio da Sauacutede lanccedilou em 2004 a ldquoPoliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da

Mulher ndash Princiacutepios e Diretrizesrdquo (PNAISM) em parceria com diversos setores da

sociedade com o compromisso de implementar accedilotildees de sauacutede que contribuam para

a garantia dos direitos humanos das mulheres e reduzam a morbimortalidade por

causas preveniacuteveis e evitaacuteveis Essa Poliacutetica incorpora num enfoque de gecircnero a in-

tegralidade e a promoccedilatildeo da sauacutede como princiacutepios norteadores e busca consolidar

os avanccedilos no campo dos direitos sexuais e reprodutivos com ecircnfase na melhoria da

atenccedilatildeo obsteacutetrica no planejamento familiar na atenccedilatildeo ao abortamento inseguro e

no combate agrave violecircncia domeacutestica e sexual Agrega tambeacutem a prevenccedilatildeo e o trata-

mento de mulheres vivendo com HIVAIDS e as portadoras de doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis e de cacircncer Aleacutem disso amplia as accedilotildees para grupos historicamente

alijados das poliacuteticas puacuteblicas nas suas especificidades e necessidades []

(BRASIL 2006a p13)

21

Outro avanccedilo relevante para a sauacutede da mulher integra-se na Portaria 399GM de 22

de fevereiro de 2006 que institui o Pacto Pela Vida O pacto define-se como um conjunto de

reformas institucionais do SUS entre as trecircs esferas de gestatildeo ndash Uniatildeo estados e municiacutepios ndash

com o objetivo de promover inovaccedilotildees nos processos e nos instrumentos de gestatildeo visando a

alcanccedilar maior efetividade eficiecircncia e qualidade das respostas do SUS O Pacto redefine as

responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo e a bus-

ca da equumlidade social (BRASIL 2006b)

Jaacute no cenaacuterio dos serviccedilos da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a Poliacutetica Nacional de Aten-

ccedilatildeo Baacutesica estabelece grupos vulneraacuteveis e prioritaacuterios para a organizaccedilatildeo da assistecircncia A

sauacutede da mulher integra esse grupo corroborando para a efetivaccedilatildeo das poliacuteticas supracitadas

e considerando a abordagem da mulher pela importacircncia da implementaccedilatildeo da praacutetica dife-

renciada e inovadora do PSF (BRASIL 2007)

Poreacutem diversos autores contribuem na anaacutelise da atenccedilatildeo agrave sauacutede da mulher ao identi-

ficarem a fragilidade da assistecircncia prestada chegando a concluir que os problemas atuais de

sauacutede da mulher estatildeo relacionados agrave qualidade dessa assistecircncia e a desqualificaccedilatildeo dos pro-

fissionais que promovem essa intervenccedilatildeo (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA

SILVA amp SIQUEIRA 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Essa realidade se potencializa quando a assistecircncia se refere agraves mulheres no climateacuterio

Existe uma lacuna na abordagem cotidiana do trabalho das equipes de sauacutede sobre o que e

como prestarem assistecircncia a essa demanda cada vez mais emergente Eacute urgente a necessidade

de se utilizar e integrar todos os campos do saber da sauacutede e suas interfaces para o enfrenta-

mento dessa realidade (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004 GONCcedilALVES amp

MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA

GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Considerando o potencial apresentado nesse trabalho sobre o papel do Enfermeiro nas

equipes de atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede o presente estudo interroga como a produccedilatildeo do conhe-

cimento de Enfermagem sobre a temaacutetica de assistecircncia a mulheres climateacutericas pode colabo-

rar para a implementaccedilatildeo de um cuidado integral e de qualidade a esse grupo na estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Analisar a produccedilatildeo de conhecimento de Enfermagem sobre a mulher climateacuterica e

suas contribuiccedilotildees para a atuaccedilatildeo da equipe da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia - ESF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Realizar o levantamento da produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assis-

tecircncia agrave mulher no climateacuterio

Caracterizar a produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assistecircncia agrave mu-

lher no climateacuterio

Apontar como os resultados da anaacutelise dessa produccedilatildeo cientiacutefica podem contribuir pa-

ra a atuaccedilatildeo da equipe de ESF sobre a temaacutetica

3 METOacuteDO DA PESQUISA

A pesquisa em sauacutede segundo Leopardi (2002) natildeo eacute somente uma incorporaccedilatildeo de

conteuacutedo cientiacutefico ao saber cotidiano eacute um aprender a perceber sentir e a pensar Essas con-

sideraccedilotildees acrescentam para as pesquisas em sauacutede um conhecer sobre o que ocorre no corpo

dos indiviacuteduos na sua luta diaacuteria pela sobrevivecircncia e as relaccedilotildees subjetivas de cada ser hu-

mano

Dentro desse contexto eacute evidenciado um direcionamento metodoloacutegico com a finali-

dade de conhecer as concepccedilotildees e caracteriacutesticas sobre a temaacutetica em estudo presentes na

literatura Trata-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva por revisatildeo bibliograacutefica de anaacute-

lise integrativa

Esse estudo foi realizado com base na pesquisa bibliograacutefica Para Duarte amp Furtado

(2002) esse tipo de pesquisa eacute realizado a partir de levantamentos da produccedilatildeo cientiacutefica

presente em diferentes apresentaccedilotildees como livros artigos cientiacuteficos dissertaccedilotildees teses den-

tre outros Cervo amp Bervian (1996) ressaltam que esse tipo de pesquisa procura explicar um

problema a partir de referecircncias pela analise de suas contribuiccedilotildees culturais ou cientiacuteficas

existentes acerca de determinado assunto

Jaacute o cunho exploratoacuterio desse estudo se define pela descoberta de ideacuteias que propor-

cionaram familiaridade com o problema tornando-o mais expliacutecito com a possibilidade de

fomento a outras hipoacuteteses (DUARTE amp FURTADO 2002 LEOPARDI 2002 HULLEY et

al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

O caraacuteter descritivo dessa pesquisa ocorre na definiccedilatildeo das caracteriacutesticas do fenocircme-

no a ser estudado e suas relaccedilotildees mediante aos objetivos propostos (GIL 1996 OLIVEIRA

1999) Nesse sentido o trabalho descritivo abrange aspectos amplificados do contexto social

Assim eacute possiacutevel o niacutevel de anaacutelise da temaacutetica sobre diferentes formas aleacutem de sua ordena-

ccedilatildeo e sua classificaccedilatildeo

As revisotildees de literatura necessitam de alguns padrotildees que assegurem sua qualidade

metodoloacutegica como utilizaccedilatildeo de meacutetodos para assegurar a anaacutelise precisa e objetiva anaacutelise

da teoria resultados meacutetodos sujeitos e variaacuteveis de estudo fornecer ao leitor o maacuteximo de

informaccedilotildees possiacuteveis sobre estudos revisados e natildeo apenas os principais (HULLEY et al

2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Dessa forma realizou-se um estudo de revisatildeo da literatura cientiacutefica visando avaliar

um conjunto de dados simultacircneos a partir de estudos primaacuterios selecionados previamente

24

que investigam uma mesma questatildeo (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER

2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

A questatildeo do estudo eacute o primeiro passo para o iniacutecio da revisatildeo bibliograacutefica O Se-

gundo passo consiste em definir a seleccedilatildeo dos estudos sendo o mais indicado as bases de da-

dos eletrocircnicas O terceiro passo eacute a avaliaccedilatildeo criacutetica dos estudos em que se utilizam criteacuterios

para validar os estudos selecionados atraveacutes de uma avaliaccedilatildeo criacutetica dos pesquisadores O

quarto passo consiste na coleta dos dados em que se caracterizam os estudos levantados e de-

terminam suas possibilidades de comparaccedilatildeo O quinto passo eacute a analise e apresentaccedilatildeo dos

dados com agrupamento de estudos semelhantes O sexto passo eacute a determinaccedilatildeo da forccedila

dos resultados e das evidencias encontradas delineando claramente os benefiacutecios e riscos do

achado Uma vez publicada a revisatildeo poderaacute sofrer criacuteticas e sugestotildees que poderatildeo ser in-

corporadas em novos estudos sobre a temaacutetica (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005

ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Para o delineamento do estudo foi definida como questatildeo norteadora como a produ-

ccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede da mulher climateacuterica pode contribuir pa-

ra a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede da famiacutelia

A partir da questatildeo dessa investigaccedilatildeo foram considerados estudos que abordassem a

assistecircncia ao climateacuterio por Enfermeiros A amostra foi do tipo natildeo-probabiliacutestica de conve-

niecircncia constituiacuteda por publicaccedilotildees nacionalmente indexadas sobre a temaacutetica O descritor

utilizado foi ldquoClimateacuteriordquo e a opccedilatildeo pelo natildeo cruzamento de demais descritores foi devida a

escolha da fonte de busca

A fonte de busca orientou-se por base eletrocircnica restrita a produccedilatildeo do conhecimento

nacional e de liacutengua portuguesa que correspondesse a publicaccedilotildees em perioacutedicos de Enfer-

magem demonstrando proximidade com a questatildeo norteadora A busca dos artigos foi reali-

zada no periacuteodo de outubro de 2009 a janeiro de 2010

Adotou-se como criteacuterios de exclusatildeo publicaccedilotildees cujo o cenaacuterio de desenvolvimento

natildeo fossem a Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede eou ESF Ressalta-se que o recorte temporal para

busca das publicaccedilotildees considerou apenas o limite final do periacuteodo o ano de 2009 buscando

amplificar o periacuteodo de iniacutecio da produccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico dessa temaacutetica e assim

natildeo diminuir a sensibilidade das buscas

Foi utilizada a Base de Dados de Enfermagem (BDENF) presente na Biblioteca Vir-

tual em Sauacutede BIREME atraveacutes do siacutetio eletrocircnico httpbasesbiremebrcgi-

binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampbase=BDENFamplang=p

25

O Centro Latino-Americano e do Caribe de Informaccedilatildeo em Ciecircncias da Sauacutede tam-

beacutem conhecido pelo seu nome original Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) eacute um

centro especializado da Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Organizaccedilatildeo Mundial da Sa-

uacutede (OPASOMS) orientado agrave cooperaccedilatildeo teacutecnica em informaccedilatildeo cientiacutefica em sauacutede A sede

da BIREME estaacute localizada no Brasil no campus central Universidade Federal de Satildeo Paulo

(UNIFESP) desde a sua criaccedilatildeo em 1967 segundo acordo da OPASOMS com o Governo do

Brasil

A BDENF apresenta informaccedilotildees compostas pela literatura teacutecnico-cientiacutefica brasilei-

ra em Enfermagem Eacute coordenada pela Escola de Enfermagem da Universidade de Minas

Gerais e por demais Centros Cooperantes da rede BVSENFERMAGEM A composiccedilatildeo des-

sa biblioteca eletrocircnica apresenta perioacutedicos teses livros capiacutetulos de livros anais de con-

gressos ou conferecircncias relatoacuterios teacutecnico-cientiacuteficos e publicaccedilotildees governamentais

No desenvolvimento da revisatildeo integrativa foram selecionados artigos apoacutes a identifi-

caccedilatildeo de todas as publicaccedilotildees a partir do descritor utilizado Procedeu-se analise para caracte-

rizaccedilatildeo dos estudos e preacute-seleccedilatildeo quanto a sua pertinecircncia a pergunta norteadora

Essa etapa foi realizada separadamente por dois revisores sendo a pesquisadora dessa

investigaccedilatildeo e a sua orientadora Os passos utilizados para a caracterizaccedilatildeo dos artigos e a

verificaccedilatildeo de sua aproximaccedilatildeo com a questatildeo norteadora foram a leitura aprofundada de

cada artigo a segregaccedilatildeo dos mesmos quanto agrave aproximaccedilatildeo da questatildeo norteadora e a cate-

gorizaccedilatildeo desses conforme os criteacuterios metodoloacutegicos estabelecidos

Posteriormente ocorreu consenso entre a autora e a orientadora com o objetivo de de-

cidir a inclusatildeo e a exclusatildeo dos artigos preacute-selecionados e avaliados a fim de se garantir

maior seguranccedila na seleccedilatildeo

Para a anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por nuacutemeros absolutos e

frequencias Os elementos de caracterizaccedilatildeo dos perioacutedicos foram

Total de artigos identificados na busca conforme fonte

Identificaccedilatildeo de artigos repetidos

Exclusatildeo de artigos

Inclusatildeo de artigos para a revisatildeo sistemaacutetica

Quanto aos estudos incluiacutedos por aproximaccedilatildeo para com a questatildeo norteadora analisa-

ram-se os seguintes aspectos

Siacutentese panoracircmica do conteuacutedo e da analise dos artigos incluiacutedos

Delineamento da Investigaccedilatildeo (metodologia)

26

Ano de publicaccedilatildeo

Perioacutedico de publicaccedilatildeo

Consideraccedilotildees apresentadas agrave temaacutetica em estudo

Objetivando facilitar a leitura e a identificaccedilatildeo dos artigos optou-se pela atribuiccedilatildeo do

coacutedigo E(n) para os artigos excluiacutedos e I(n) para os artigos incluiacutedos na revisatildeo sistemaacutetica

Conforme os resultados identificados foi calculado o iacutendice de KAPPA (K) Esse iacuten-

dice corresponde a uma medida de concordacircncia usada em escalas nominais que fornece a

ideacuteia do quanto as observaccedilotildees se afastam daquelas esperadas fruto do acaso indican-

do assim o quatildeo legiacutetimas as interpretaccedilotildees satildeo (CANOLETTI 2008)

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A anaacutelise da revisatildeo sistemaacutetica iniciou com a descriccedilatildeo dos artigos encontrados se-

guindo com a descriccedilatildeo daqueles excluiacutedos do processo de revisatildeo sistemaacutetica e por fim foi

analisada a aproximaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos com o questionamento norteador

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF

Os registros sobre climateacuterio no BDENF totalizaram 26 conforme descritor utilizado

poreacutem dentre os trabalhos havia um que natildeo se enquadrava como perioacutedico e foi excluiacutedo da

lista totalizando 25 artigos Ressalta-se que natildeo houve obtenccedilatildeo de artigos por busca manual

Na Tabela 1 verifica-se o total de estudos encontrados na busca realizada conforme perioacutedi-

cos

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo

perioacutedicos

BDENF - Banco de Dados de Enfermagem N

Revista Gauacutecha de Enfermagem 2

Revista Enfermagem UERJ 5

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 1

Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 4

Revista da Escola de Enfermagem da USP 2

Acta Paulista de Enfermagem 1

Nursing (Satildeo Paulo) 2

Revista Brasileira de Enfermagem 3

Biblioteca J Baeta Vianna 1

Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 1

Revista Paulista de Enfermagem 1

Texto amp Contexto Enfermagem 2

Total 25

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Quanto ao ano de publicaccedilotildees dos artigos selecionados observou-se que o periacuteodo de

publicaccedilatildeo inicia-se em 1985 e finaliza no ano de 2009 como mostra a Tabela 2

28

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano

de publicaccedilatildeo

Ano de publicaccedilatildeo Nordm de Estudos

2009 2 8

2008 1 4

2007 2 8

2006 1 4

2005 4 16

2004 3 12

2002 4 16

2000 3 12

1997 1 4

1996 1 4

1995 1 4

1985 2 8

TOTAL 25 100

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Nota-se que apesar de haver nesta revisatildeo sistemaacutetica trabalhos datados de 1985 a

discussatildeo do tema soacute ampliou entre 15 e 20 anos depois o que reforccedila a ideacuteia de que haacute uma

preocupaccedilatildeo crescente para com essa temaacutetica na atenccedilatildeo baacutesica no intuito de melhorar os

serviccedilos prestados

Vale ressaltar que criaccedilatildeo do SUS em 1988 e posteriormente a ESF regulamentada em

1994 contribuiacuteram para o fortalecimento da atenccedilatildeo primaacuteria e consequentemente impulsio-

nando as pesquisas na aacuterea

Analisando esta tabela percebe-se que no periacuteodo de 2000 a 2005 foram identificados

o maior nuacutemero de publicaccedilotildees referentes ao assunto 56 (n = 14) indicando o crescimento

do interesse do estudo deste assunto A concentraccedilatildeo de estudos nesse intervalo de tempo os

caracteriza como sendo recentes jaacute que foram elaborados haacute menos de 10 anos

Os resumos dos 25 registros localizados foram lidos e a partir da leitura foram sele-

cionados aqueles cujo tiacutetulo eou resumo colocavam a assistecircncia ao climateacuterio na atenccedilatildeo

primaacuteria como objeto de estudo ou como uma de suas questotildees centrais de anaacutelise Posteri-

ormente foram identificados os artigos repetidos (n = 3) descartando-os

Dos 22 artigos selecionados a Revista Enfermagem UERJ apresentou a maior quanti-

dade de publicaccedilotildees totalizando 20 (n = 5)

Apoacutes avaliaccedilatildeo dos tiacutetulos leitura dos resumos e anaacutelise dos artigos integralmente ve-

rificou-se que 364 (n = 8) apresentaram pertinecircncia agrave questatildeo norteadora da pesquisa sen-

do 25 (n = 2) destes artigos oriundos da Revista Enfermagem UERJ e 25 (n = 2) da Es-

cola Ana Nery Revista de Enfermagem As demais revistas apresentaram 125 (n = 1) dos

29

artigos pertinentes cada uma Os estudos excluiacutedos da revisatildeo integrativa perfizeram 636

(n = 14)

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA

Em relaccedilatildeo aos artigos excluiacutedos observa-se sua descriccedilatildeo no Quadro 1

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E1

ZAMPIERI M de F M

TAVARES C M A

HAMES M de L C

FALCON G S

SILVA A L de

GONCcedilALVES L T

O processo de viver e ser

saudaacutevel das mulheres no

climateacuterio

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2009

E2

ALMEIDA L H R B de

LUZ M H B A

MONTEIRO C F de S

Ser mulher no climateacuterio

uma anaacutelise compreensiva

pela enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

E3 NIEVAS A F

FUREGATO A R F

Depressatildeo em mulheres no

climateacuterio

Revista Gauacutecha de

Enfermagem 2006

E4 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

Vivenciando o climateacuterio o

corpo em seu percurso exis-

tencial agrave luz da Fenomenolo-

gia

Revista Enferma-

gem UERJ 2005

E5

FERNANDEZ M R

GIR E

HAYASHIDA M

Sexualidade no periacuteodo

climateacuterico situaccedilotildees vi-

venciadas pela mulher

Revista da Esco-

la de Enferma-

gem da USP

2005

E6 BIFFI E F de A

SCATENA M C M

Sauacutede Mental e climateacuterio

na perspectiva de mulheres

profissionais de sauacutede

Revista Enfer-

magem UERJ 2004

30

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E7 MILANEZ M R de

M NERY I S

Percepccedilatildeo das mulheres

sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de en-

fermagem

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2004

E8 MURATA I M H

SCHIRMER J

Manifestaccedilotildees biopsicogecirc-

nicos decorrentes do clima-

teacuterio entre trabalhadoras de

uma universidade puacuteblica

Acta Paulista de

enfermagem 2004

E9 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

O climateacuterio a corporeida-

de como berccedilo das experi-

ecircncias do vivido

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

2002

E10

MURATA I M H

BERCINI L O

SCHIRMER J

Auto-cuidado na prevenccedilatildeo

do cacircncer de colo de uacutetero

e cacircncer de mama compa-

raccedilatildeo entre mulheres natildeo

climateacutericas e climateacutericas

Biblioteca J

Baeta Vianna 2000

E11

LOPES M E L

BATISTA P S de S

COSTA Se F G da

SOARES M S de

Orientaccedilotildees de enferma-

gem agrave mulher climateacuterica

quanto agrave terapia de reposi-

ccedilatildeo hormonal uma abor-

dagem eacutetica

Revista da Rede de

Enfermagem do

Nordeste

2000

E12 DAOUD I G

SANTANA M da G

Construccedilatildeo de um processo

educativo com um grupo de

mulheres climateacutericas

Texto amp Contexto

Enfermagem 2000

E13 LANDERDAHL M C

Buscando novas maneiras

de pensar o climateacuterio fe-

minino

Texto amp contexto

enfermagem 1997

E14 NERY I S Perfil do atendimento agrave

mulher no climateacuterio

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

1996

31

Em geral os estudos excluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (E1 E6 E8 e E10) que correspondem

a 286 (n = 4)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (E3 E4 E5 E7 E8 E9 e

E13) somando 50 (n = 6)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (E2 E11 E12 e E14) o que resulta em 286 (n =

4)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 71 (n = 1) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas por

profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educativo (E11)

Percebe-se que dois dos artigos excluiacutedos se enquadram em mais de uma dimensatildeo apre-

sentada na anaacutelise feita acima

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os artigos incluiacutedos foram estudados sistematicamente de modo a extrair de cada um

as concepccedilotildees e respectivas caracteriacutesticas do trabalho em equipe as quais foram discutidas agrave

luz do referencial teoacuterico que embasa este estudo qual seja a assistecircncia ao climateacuterio pela

equipe de sauacutede

A amostra definitiva dos artigos incluiacutedos para a revisatildeo sistemaacutetica portanto foram

oito artigos apresentados a seguir no Quadro 2

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

I1 PEREIRA Q L C

SIQUEIRA H C H de

O olhar dos responsaacuteveis

pela poliacutetica de sauacutede da

mulher climateacuterica

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

2009

I2

OLIVEIRA D M de

JESUS M C P de

MERIGHI M A B

O climateacuterio sob a oacutetica de

mulheres assistidas em uma

unidade de sauacutede da famiacutelia

de Juiz de Fora - Minas Ge-

rais

Revista de A-

tenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede

2008

32

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

I3 LIMA E C

VARGENS O M da C

O significado de climateacuterio

para as mulheres implicaccedilotildees

para o cuidado de enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

I4

PIAZZA I P

DE LORENZI D R S

SACILOTO B

Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacuteri-

cas atendidas em um PSF

Revista Gauacutecha

de Enfermagem 2005

I5 LANDERDAH M C

Mulher climateacuterica uma abor-

dagem necessaacuteria ao niacutevel de

atenccedilatildeo baacutesica

Nursing (Satildeo

Paulo) 2002

I6 DAOUD I G

Encontros e desencontros das

mulheres climateacutericas que

buscam assistecircncia em serviccedilo

do Sistema Uacutenico de Sauacutede

Revista Enferma-

gem UERJ 2002

I7

CANDELLA C L M

RUGGIERO C M

ARAYA M E S SILVA

R V

Assistecircncia de enfermagem agrave

mulher no climateacuterio

Revista da Escola

de Enfermagem

da USP

1995

I8 VARGENS O M da C O casal no climateacuterio orienta-

ccedilatildeo de enfermagem

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

1985

Os estudos incluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (I4) que correspondem a

125 (n = 1)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (I2 I3) somando

25 (n = 2)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (I1 I5 I6 I7 e I8) o que resulta em 625

(n = 5)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 25 (n = 2) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas

por profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educati-

vo (I7 e I8)

Assim nota-se que a maioria dos estudos incluiacutedos 625 (n = 5) faz menccedilatildeo agrave assis-

tecircncia em sauacutede prestada a essas clientes evidenciando-se uma maior discussatildeo do tema asso-

ciado agrave melhoria dos serviccedilos prestados na atenccedilatildeo baacutesica

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

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Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

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uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

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39 MATUMOTO S FORTUNA CM MISHIMA SM PEREIRA MJB

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40 MENDES EV A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede no SUS Fortaleza Escola de Sauacutede Puacute-

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41 MERHY EM Introduccedilatildeo ao debate sobre os componentes da caixa de ferramentas

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42 MILANEZ MRM NERY IS Percepccedilatildeo das mulheres sobre o climateacuterio bases

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8(2)198-204 ago

43 MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado

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44 MINAYO MCS HARTZ ZMA BUSS PM Qualidade de vida e sauacutede um de-

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45 MORENO JL Introduccedilatildeo ao psicodrama Satildeo Paulo Perspectiva 1999

46 MURATA IMH BERCINI LO SCHIRMER J Auto-cuidado na prevenccedilatildeo do

cacircncer de colo de uacutetero e cacircncer de mama comparaccedilatildeo entre mulheres natildeo climateacuteri-

cas e climateacutericas Biblioteca J Baeta Vianna 2000

47 MURATA IMH SCHIRMER J Manifestaccedilotildees biopsicogecircnicos decorrentes do

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49 NIEVAS AF FUREGATO ARF Depressatildeo em mulheres no climateacuterio Revista

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50 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB O climateacuterio sob a oacutetica de mu-

lheres assistidas em uma unidade de sauacutede da famiacutelia de Juiz de Fora - Minas Gerais

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 2008 11(1)42-53 janmar

51 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB Climateacuterio e sexualidade a

compreensatildeo dessa interface por mulheres assistidas em grupo Texto amp Contexto En-

fermagem v17 n3 p519-526 set 2008

46

52 OLIVEIRA SL Tratado de metodologia cientiacutefica 2 ed Satildeo Paulo Pioneira 1999

53 PEDRO AO PINTO-NETO AM PAIVA LC OSIS MJ HARDY E Procura

de serviccedilo meacutedico por mulheres climateacutericas brasileiras Revista de Sauacutede Puacuteblica

Satildeo Paulo 2002 36(4)484-90 ago

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56 PIAZZA IP DE LORENZI DRS SACILOTO B Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacutericas atendidas em um PSF Revista Gauacutecha de Enferma-

gem 2005 26(2)200-209 ago

57 PIRES MRGM GOumlTTEMS LBD Anaacutelise da gestatildeo do cuidado no Programa de

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58 Resoluccedilatildeo COFEN 2722002 In Legislaccedilatildeo e Normas [texto]Conselho Regional de

Enfermagem de Minas Gerais 2009v11 n1

59 ROTHER ET Editorial - Revisatildeo sistemaacutetica x revisatildeo narrativa Acta Paul Enferm

2007 20 (2)

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nistas Ciecircnc e Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v6 n1 p115-123 2001

61 SANTOS VC SOARES CB CAMPOS CMS A relaccedilatildeo trabalho-sauacutede de en-

fermeiros do PSF no municiacutepio de Satildeo Paulo Rev esc enferm USP v41 777-781p

dez 2007

62 SILVA ARV Sexualidade no climateacuterio vivecircncias e sentimentos da mulher 2000

Dissertaccedilatildeo [Mestrado] - Universidade Federal do Cearaacute 2000

63 SILVEIRA CS Pesquisa em enfermagem oncoloacutegica no Brasil uma revisatildeo integra-

tiva Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade

de Satildeo Paulo 2005

64 SOUSA MF HAMANN EM Programa Sauacutede da Famiacutelia no Brasil uma agenda

incompleta Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 2009 14(Supl 1) 1325-1335

65 STARFIELD B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidade de sauacutede serviccedilos e

tecnologia Brasiacutelia UNESCOMinisteacuterio da Sauacutede 2002

66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

criando laccedilos Sauacutede em debate 2003 27(65) 257-277

47

67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

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69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

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dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 11: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 141

11 PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA E A ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

INOVACcedilOtildeES TECNOASSISTENCIAIS PARA O FORTALECIMENTO DO SUS 13

12 O CLIMATEacuteRIO DESAFIO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO

PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA 19

2 OBJETIVOS 22

21 OBJETIVO GERAL 22

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 22

3 METOacuteDO DA PESQUISA 23

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF 23

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA 29

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA 31

44 CARACTERIZACcedilAtildeO PANORAcircMICA DOS ARTIGOS CONFORME REVISAtildeO

INTEGRATIVA 33

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 40

6 REFEREcircNCIAS 432

1 INTRODUCcedilAtildeO

Inserida no cotidiano de trabalho de uma equipe sauacutede da famiacutelia da zona rural de um

municiacutepio de pequeno porte em Minas Gerais vivenciando os desafios de integrar um grupo

de trabalho de composiccedilatildeo heterogecircnica com membros de diferentes formaccedilotildees e visotildees di-

versificadas do que eacute sauacutede e de como se deve abordar o processo sauacutede-doenccedila

A autora deste estudo Enfermeira mulher atentou-se para a maneira como eram ldquotra-

tadosrdquo os problemas de sauacutede das mulheres cadastradas em sua equipe que se apresentavam

ao serviccedilo com uma busca que ultrapassava a necessidade expliacutecita da doenccedila inserida tra-

zendo consigo seus contextos histoacutericos subjetivos e arranjos de vida Observou que as inter-

venccedilotildees realizadas apesar do esforccedilo contiacutenuo dos profissionais em implementar uma praacutetica

diferenciada era na maioria das situaccedilotildees centradas no biologismo e na compreensatildeo mecacirc-

nica dos determinantes do processo sauacutede-doenccedila

A maioria da populaccedilatildeo que frequentava as atividades da Unidade de Sauacutede eram mu-

lheres e a autora percebeu que dentre elas havia um grupo que estava em busca de um tipo de

atendimento diferente daqueles referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer ceacutervico-uterino do periacuteodo

graviacutedico-puerperal das atividades de puericultura e das atividades direcionadas agraves portadoras

de doenccedilas crocircnicas como hipertensatildeo e diabetes Essa ldquonovardquo clientela era constituiacuteda por

mulheres de meia idade que buscavam um atendimento cliacutenico apresentando sintomatologia

difusa tanto no aspecto biomeacutedico como no aspecto psicoafetivo

No decorrer da realizaccedilatildeo do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede

da Famiacutelia oferecido pelo NESCONUFMG a autora conquistou ferramentas que fortalece-

ram sua compreensatildeo diferenciada sobre a realidade no seu contexto de trabalho Durante a

realizaccedilatildeo do moacutedulo Sauacutede da Mulher percebeu-se uma lacuna assistencial para com essas

clientes Os conhecimentos proporcionados por esse moacutedulo estimularam a compreensatildeo de

que a demanda apresentada pelas mulheres de meia idade poderiam ter relaccedilatildeo com uma eta-

pa do ciclo vital natural de suas vidas o Climateacuterio

Desde entatildeo o olhar dessa profissional apresentou-se mais cuidadoso para com a refe-

rida situaccedilatildeo Concluiu-se que a equipe estava fraacutegil nas abordagens propostas resultando na

insatisfaccedilatildeo das usuaacuterias frente ao atendimento prestado

12

Curiosidade inquietaccedilatildeo necessidade de estimular a equipe para obtenccedilatildeo de melho-

res resultados motivaram ou melhor foram a mola propulsora para que a autora investigasse

essa temaacutetica a fim de contribuir para a melhoria do seu processo de trabalho

Entretanto havia duacutevidas quanto agrave escolha de estrateacutegias efetivas que pudessem ser u-

tilizadas na atenccedilatildeo dispensada a essa populaccedilatildeo As questotildees abordadas pelas mulheres cli-

mateacutericas condiziam com modificaccedilotildees do corpo humano mudanccedilas de papeacuteis no seu contex-

to familiar e social questotildees de foacuterum iacutentimo em suas relaccedilotildees conjugais dentre outros aspec-

tos o que lhes suscitava incertezas e medo do desconhecido

Diante do exposto associado agraves reflexotildees contextuais e o aparato intelectivo propor-

cionados pela Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia suscitou na autora o

desejo de conhecer cientificamente como acontecia a assistecircncia ao climateacuterio prestada por

enfermeiros e a possibilidade de suas contribuiccedilotildees para o fortalecimento das accedilotildees da equi-

pe Mediante esse cenaacuterio manifesta-se o interesse em concretizar este estudo que possui a

seguinte questatildeo norteadora como a produccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede

da mulher climateacuterica pode contribuir para a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede

da famiacutelia

13

11 PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA E A ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

INOVACcedilOtildeES TECNOASSISTENCIAIS PARA O FORTALECIMENTO DO SUS

A Constituiccedilatildeo de 1988 institui o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e coloca a Sauacutede co-

mo uma conquista de direito do cidadatildeo Ressalta-se como princiacutepios dessa poliacutetica puacuteblica de

sauacutede no Brasil a integralidade a universalidade a equumlidade Outro aspecto que se busca para

a garantia desse direito eacute a incorporaccedilatildeo de novas tecnologias e especializaccedilatildeo dos saberes

(ROSEMBERG amp MINAYO 2001 TEIXEIRA 2003 BRASIL 2007 FARIA et al 2009a)

Na trajetoacuteria da implementaccedilatildeo desse sistema muitos avanccedilos aconteceram entretanto

alguns desafios permearam esse cenaacuterio dentre os quais se destacam a fragmentaccedilatildeo do pro-

cesso de trabalho e das relaccedilotildees entre os diferentes profissionais a fragmentaccedilatildeo da rede as-

sistencial precaacuteria interaccedilatildeo nas equipes e despreparo para lidar com a dimensatildeo subjetiva

nas praacuteticas de atenccedilatildeo baixo investimento na qualificaccedilatildeo dos trabalhadores especialmente

no que se refere agrave gestatildeo participativa e ao trabalho em equipe desrespeito aos direitos dos

usuaacuterios formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede distante do debate e da formulaccedilatildeo da poliacutetica

puacuteblica de sauacutede controle social fraacutegil dos processos de atenccedilatildeo e gestatildeo do SUS

(ROSEMBERG amp MINAYO 2001 TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

Nesse percurso diversas interpretaccedilotildees conceituais ressaltam-se sobre a sauacutede Observa-

se no cotidiano que os olhares reducionistas do campo de atenccedilatildeo agrave sauacutede tecircm contribuiacutedo

para a manutenccedilatildeo das desigualdades sociais (ROSEMBERG amp MINAYO 2001

TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

Diferentes autores apontam que na atualidade o entendimento do processo sauacutede-

doenccedila estaacute ainda centrado no biologismo e com uma fraacutegil compreensatildeo de caracteriacutesticas

lineares e mecacircnicas dos determinantes do processo sauacutede-doenccedila (ROSEMBERG amp

MINAYO 2001 STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al 2009a)

Movimentos mundiais desenvolveram-se para a discussatildeo e transformaccedilatildeo desses as-

pectos hegemocircnicos no processo sauacutede e doenccedila Destaca-se o movimento pioneiro iniciado

no Canadaacute em 1974 qual propotildee a utilizaccedilatildeo da estrateacutegia da promoccedilatildeo da sauacutede deslocando

o foco das causas individuais da doenccedila para as influecircncias soacutecio-ambientais Posteriormente

o movimento da promoccedilatildeo da sauacutede verificado pelas Conferecircncias Internacionais de Adelai-

de (1986) Sundsvall (1991) Jakarta (1997) e Meacutexico (2000) no Brasil (MINAYO HARTZ

BUSS 2000 MENDES 2002 STARFIELD 2002 TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

14

Busca-se desde entatildeo a compreensatildeo da sauacutede enquanto recurso fundamental para a

vida diaacuteria e natildeo como um objetivo em si mesmo com determinantes muacuteltiplos necessitando

de intervenccedilatildeo intersetorial Com isso satildeo essenciais estrateacutegias que corroborem com a defesa

da vida a qualificaccedilatildeo profissional e a mediaccedilatildeonegociaccedilatildeo entre os diversos atores que

compotildeem o cenaacuterio SUS (MINAYO HARTZ BUSS 2000 BRASIL 2007 FARIA et al

2009a)

Mediante todos os movimentos que discutiram o conceito de sauacutede de forma ampliada

alguns desafios cotidianos ainda estatildeo colocados para a sauacutede puacuteblica que pautados na im-

plementaccedilatildeo do SUS apresentam urgecircncia em redirecionar o modo como estatildeo organizados

os serviccedilos de sauacutede e a assistecircncia prestada (TEIXEIRA 2003 BRASIL 2007 FARIA et al

2009a)

Ao considerar essas especifidades apontadas no sistema de sauacutede brasileiro em 1994

foi criada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Esse programa

eacute uma estrateacutegia ambiciosa que visa a transformaccedilatildeo do modelo tecnoassistencial vivenciado

Trata-se de incorporar aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria uma equipe multiprofissional que

dialogue com o conhecimento popular responsaacutevel por uma determinada aacuterea de abrangecircncia

E o trabalho em sauacutede dessa equipe deve considerar essa aacuterea enquanto territoacuterio- processo e

atuar como unidade de centralidade na organizaccedilatildeo do cuidado agraves necessidades de sauacutede da

populaccedilatildeo (BRASIL 2007 FARIA et al 2009b COSTA et al 2009 MERHY 2009

MINAS GERAIS 2009)

As equipes multiprofissionais satildeo compostas conforme a legislaccedilatildeo atual da ESF por

meacutedico generalista agentes comunitaacuterios de sauacutede trabalhadores de sauacutede bucal auxiliares

de enfermagem e enfermeiro Destaca-se nesse contexto o trabalho do agente comunitaacuterio

em sauacutede enquanto ator principal na interlocuccedilatildeo entre as necessidades comunitaacuterias e seus

conhecimentos nos processos de manutenccedilatildeo da vida com o saber tecnoloacutegico dos demais

trabalhadores da sauacutede (MENDES 2002 STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al

2009b MERHY 2009 MINAS GERAIS 2009)

Sobre o territoacuterio-processo esse conceito eacute compreendido como um fenocircmeno que re-

sulta na compreensatildeo das relaccedilotildees estabelecidas em um determinado espaccedilo Abrange o deli-

neamento e compreensatildeo por meio de mapeamento e diagnoacutesticos situacionais sobre as es-

pecificidades dos aspectos das relaccedilotildees interpessoais ali inseridos sua mobilidade espacial

suas diversidades histoacuterico-culturais e os elementos cognitivos fiacutesicos demograacuteficos e eco-

nocircmicos que as comunidades vivenciam para a manutenccedilatildeo de suas vidas Pressupotildee-se que a

equipe multiprofissional preste assistecircncia para 800 a 1000 famiacutelias cadastradas em uma Uni-

15

dade Baacutesica de Sauacutede atraveacutes de um territoacuterio delimitado e mapeado (MENDES 2002

STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009)

Jaacute a centralidade do cuidado traz agrave ESF enquanto mecanismo fortalecedor do niacutevel

primaacuterio de atenccedilatildeo agrave sauacutede no Brasil uma caracteriacutestica inovadora que consiste em coorde-

nar a assistecircncia de forma a promover a integralidade na rede assistencial Essa integralidade

ocorre quando o ponto central do cuidado se diverge da piracircmide hierarquizada e adota estru-

turas aliadas e flexiacuteveis entre os diferentes setores de prestaccedilatildeo dos serviccedilos em sauacutede inde-

pendente de sua densidade tecnoloacutegica A manutenccedilatildeo entre o diaacutelogo contiacutenuo dos diversos

setores da sauacutede e as necessidades da comunidade passa a ser de responsabilidade das equipes

inseridas no niacutevel primaacuterio por meio do PSF (MENDES 2002 STARFIELD 2002 FARIA

et al 2009b MINAS GERAIS 2009)

Seguindo essa loacutegica Sousa e Hamann (2009) ressaltam os impasses em trabalhar no

cotidiano dos serviccedilos mediante esse olhar organizativo diferenciado que se volta agraves comuni-

dades e seus os grupos sociais especiacuteficos

Pressupotildee-se um rompimento dos muros das Unidades de Sauacutede e abordagens inter-

ventoras que tenham como loacutecus a famiacutelia Essa tarefa exige abordagens complexas mesmo

que as teacutecnicas mais frequentes utilizadas sejam as que englobam a subjetividade na interaccedilatildeo

profissional de sauacutede e usuaacuterios do SUS a educaccedilatildeo para promoccedilatildeo da sauacutede e intervenccedilotildees

para mudanccedilas de comportamento em busca de estilos de vida mais saudaacuteveis (MENDES

2002 STARFIELD 2002 SOUSA amp HAMANN 2009 VASCONCELOS et al 2009)

Aleacutem disso essas tecnologias empregadas na reformulaccedilatildeo assistencial do SUS pela

atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutedeESF buscam promover uma assistecircncia em sauacutede humanizada O

acolhimento a percepccedilatildeo da inteireza de cada pessoa e seu nuacutecleo familiar e a inserccedilatildeo dos

condicionantes e determinantes sociais no processo de trabalho dessas equipes ateacute entatildeo a-

presentam-se como desafio proposto Espera-se com a incorporaccedilatildeo desse modus operandi

diferenciado uma assistecircncia de resultados positivos para todos os atores que compotildeem o

SUS - gestores trabalhadores usuaacuterios e instituiccedilotildees formadoras em sauacutede E com isso se

impulsione a consolidaccedilatildeo da resolutividade no SUS (MENDES 2002 STARFIELD 2002

COSTA et al 2009 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009 VASCONCELOS et al

2009)

Outras ferramentas de trabalho a serem incorporadas agraves equipes de ESF satildeo as relacio-

nadas com a epidemiologia social Essas ferramentas prevecircem o reconhecimento da realidade

local por anaacutelises participativas que associam o planejamento das accedilotildees em sauacutede atraveacutes de

um diagnoacutestico do territoacuterio suas famiacutelias e coletividade enquanto territoacuterio processo Eacute pre-

16

ciso que o resultado desse planejamento seja traduzido em uma programaccedilatildeo das atividades

da equipe que considere os fatores de vulnerabilidade e os grupos de risco populacional em

sauacutede a fim de produzir serviccedilos com equidade (MENDES 2002 STARFIELD 2002

COSTA et al 2009 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009 VASCONCELOS et al

2009)

Com isso enfrentar o desafio proposto entre desconstruir o modelo hegemocircnico em

que se estabelecem as accedilotildees de sauacutede na atualidade em busca da construccedilatildeo de um SUS ideal

requer o desenvolvimento de novas praacuteticas sanitaacuterias no cotidiano assistencial que se com-

prometam com a possibilidade de viver de modo mais saudaacutevel (COSTA et al 2009 FARIA

et al 2009b VASCONCELOS et al 2009)

Nesse contexto destaca-se nas equipes de ESF o papel do profissional Enfermeiro

(MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI amp PEREIRA 2009) Ao se

analisar a histoacuteria da Enfermagem Brasileira pode-se observar sua convergecircncia agrave poliacutetica

puacuteblica de sauacutede adotada no paiacutes O Decreto no 9440687(COFEN 2002) que regulamenta a

profissatildeo explicita como atribuiccedilatildeo do Enfermeiro sua participaccedilatildeo no planejamento execu-

ccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da programaccedilatildeo da sauacutede nos diferentes niacuteveis assistenciais do SUS A reso-

luccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) 2722002 incube a esse profissional um

processo de trabalho pautado na Sistematizaccedilatildeo de sua Assistecircncia em busca da qualidade do

cuidado

Conforme Resoluccedilatildeo COFEN 2722002

[] A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem- SAE sendo atividade privati-

va do enfermeiro utiliza meacutetodo e estrateacutegia de trabalhos com embasamento cientiacute-

fico para a identificaccedilatildeo das situaccedilotildees de sauacutededoenccedila que possam contribuir para a

promoccedilatildeo prevenccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo da sauacutede do indiviacuteduo famiacutelia e

comunidade (COFEN 2722002 p 50)

Assim na implementaccedilatildeo dessa assistecircncia eacute fundamental que o Enfermeiro reconhe-

ccedila os haacutebitos individualizados e os aspectos biopsicossociais que integram o processo sauacutede-

doenccedila dos sujeitos visando a identificaccedilatildeo de problemas julgamento cliacutenico sobre as respos-

tas do indiviacuteduo famiacutelia e comunidade perante suas adaptaccedilotildees aos processos de vida vigen-

tes ou potencias (COFEN 2002 MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI

amp PEREIRA 2009)

Perante esses pressupostos legais observa-se a convergecircncia entre o processo de traba-

lho da Enfermagem e as necessidades impostas para o desenvolvimento das accedilotildees em ESF

17

Com isso torna-se significativo no incremento da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a atuaccedilatildeo dife-

renciada desse profissional

Feliciano et al (2010) apontam para o valor atribuiacutedo ao Enfermeiro na ESF quando

esse profissional apresenta-se como uma referecircncia na busca da superaccedilatildeo de dificuldades

haja vista que os demais integrantes da equipe e usuaacuterios dirigem suas demandas a esse pro-

fissional independente de eles gerenciarem institucionalmente a unidade de sauacutede

Figueiredo et al (2010) ressaltam que cabe ao Enfermeiro de ESF funccedilotildees como admi-

nistraccedilatildeo de recursos materiais e humanos bem como a padronizaccedilatildeo das accedilotildees na equipe A

autora revela ainda que a organizaccedilatildeo das atividades de educaccedilatildeo continuada para equipe do

PSF como atribuiccedilatildeo contiacutenua do Enfermeiro

Matumoto et al (2005) Chirelli amp Pereira 2009 Pires amp Goumlttems (2009) corroboram

com essa constataccedilatildeo ao apresentarem que a gestatildeo do cuidado agraves famiacutelias em ESF eacute progra-

maccedilatildeo constante realizada pela Enfermagem e sua equipe Cordeiro et al (2009) colocam o

trabalho de enfermagem na ESF realizado de forma ampliada abrangendo consultas individu-

ais atividades educativas em grupo praacuteticas de capacitaccedilatildeo continuada junto a equipe e pro-

gramaccedilatildeo das accedilotildees junto a ela de forma compatiacutevel e adequada aos pressupostos da estrateacute-

gia sauacutede da famiacutelia

Colomeacute Limas amp Davis (2008) salientam o Enfermeiro como principal articulador do

trabalho na equipe de ESF Os autores mencionam que essas articulaccedilotildees se estabelecem prin-

cipalmente com os agentes comunitaacuterios de sauacutede o que facilita a aproximaccedilatildeo do profissio-

nal de enfermagem agraves necessidades de sauacutede da comunidade conectando o seu trabalho com

os outros profissionais da equipe como dentistas e meacutedicos considerando o caraacuteter comple-

mentar da atuaccedilatildeo dentro de uma equipe multiprofissional

Azambuja et al (2007) expressam em seu estudo sobre o significado do trabalho no

PSF que para os enfermeiros se denota enquanto processo potencializador do seu viver hu-

mano Isso significa que o trabalho em ESF influencia na forma como se vecircem se sentem se

relacionam e vivenciam as situaccedilotildees cotidianas de maneira positiva

Santos Soares amp Campos confirmam os resultados de seus estudos ao de Azambuja et

al (2007) ao colocarem que para os Enfermeiros as forccedilas fortalecedoras de seu trabalho no

PSF adveacutem da relaccedilatildeo prazerosa com o objetofinalidade do trabalho e com o trabalho em si

Eles complementam ainda que as Enfermeiras convivem com a expectativa das suas potenci-

alidades para solucionar os problemas oferecer respostas a populaccedilatildeo em cenaacuterio de maior

autonomia profissional

18

Benito amp Becker (2007) em pesquisa sobre as atitudes gerenciais dos enfermeiros na

ESF destacaram atraveacutes dos profissionais informantes que eram membros das equipes atitu-

des qualitativas dos Enfermeiros de ESF como ser justos intermediarem e resolverem confli-

tos entre profissionais usuaacuterios e representantes da gestatildeo apresentarem poder de negocia-

ccedilatildeo estarem abertos a mudanccedilas possuiacuterem em sua praacutetica atitudes de escuta buscarem pela

promoccedilatildeo de iniciativas e autonomia da equipe e dos usuaacuterios contribuiacuterem com o seu conhe-

cimento para o desenvolvimento do grupo capacidade de planejamento e desenvolvimento de

accedilotildees conjuntas e prestarem o cuidado centrado na famiacutelia com compromisso e responsabili-

dade

Os resultados desses estudos apresentam o papel diferenciado que o Enfermeiro vem

exercendo nas equipes da ESF corroborando para a sua importacircncia nesse campo de atuaccedilatildeo

Destacam as caracteriacutesticas do trabalhador de enfermagem e a incorporaccedilatildeo de novos arranjos

de poderes e saberes necessaacuterios para o delineamento do perfil desse profissional de forma

comprometida agraves diretrizes da ESF e ao fortalecimento do SUS

19

12 O CLIMATEacuteRIO DESAFIO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO

PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

A populaccedilatildeo feminina brasileira totaliza mais de 98 milhotildees e aproximadamente 30

milhotildees se encontram na faixa etaacuteria de 35 a 65 anos Esses dados revelam que 32 das mu-

lheres do Brasil estatildeo na faixa etaacuteria em que ocorre o climateacuterio (BRASIL 2008)

Coelho amp Porto (2009) definem climateacuterio como

[] periacuteodo de transiccedilatildeo entre as fases reprodutivas e natildeo reprodutivas da mulher

Comeccedila por volta dos 40 anos podendo estender-se ateacute os 55 anos ou mais Durante

esses anos acontece a uacuteltima menstruaccedilatildeo definida como menopausa [] (Coelho

amp Porto 2009 p76)

Ressalta-se que esse periacuteodo eacute uma fase bioloacutegica natural da vida e natildeo um processo

patoloacutegico Eacute reconhecido como uma fase do ciclo vital feminino em que ocorrem intensas

transformaccedilotildees na maneira da mulher ser e estar no mundo modificando sua compreensatildeo

frente ao fenocircmeno existencial (LIMA amp ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI

2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008

BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009)

Dessa maneira o periacuteodo do climateacuterio eacute resultado tanto da deficiecircncia hormonal co-

mo de fatores socioculturais e psicoloacutegicos decorre no processo de envelhecimento feminino

sendo marcado pela menopausa A menopausa destaca-se como momento pontual do climateacute-

rio consiste na interrupccedilatildeo permanente da menstruaccedilatildeo e decorre apoacutes 12 meses de amenor-

reacuteia em momento da perda da atividade folicular ovariana (LIMA amp ANGELO 2001

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA

JESUS MERINGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009)

Outro aspecto a ser considerado no climateacuterio aleacutem da faixa etaacuteria eacute um conjunto de

sintomas que acometem parte das mulheres Esses sintomas podem se manifestar enquanto

mudanccedilas sutis ou acentuadas que englobam desde anguacutestia fogachos e irritaccedilotildees ateacute san-

gramentos intermitentes de alto fluxo A sintomatologia em geral acarreta desconforto que se

acentuam de acordo com o enfrentamento desse ciclo pelas mulheres e a consistecircncia da rede

de apoio que se insere Contudo o iniacutecio e teacutermino do climateacuterio satildeo varaacuteveis de acordo com

as caracteriacutesticas individuais da pessoa e estaacute associado a fatores hereditaacuterios raciais socioe-

conocircmicos e demais determinantes do processo de vida subjetivo feminino (LIMA amp

20

ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009)

Neste cenaacuterio de transformaccedilotildees soacutecio-emocionais acentuados pela percepccedilatildeo do en-

velhecimento e limite da vida faz-se necessaacuterio a implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que bus-

quem a promoccedilatildeo da sauacutede da mulher e o fomento de cuidados para que vivenciem essa expe-

riecircncia de maneira mais amena mediante ao turbilhatildeo existencial que lhes permeia esse recor-

te da vida

Ao se abordar as questotildees que envolvem a sauacutede da mulher eacute necessaacuteria a discussatildeo

de aspectos poliacuteticos e histoacutericos que envolvem essa temaacutetica no Brasil em especial por se

tratarem de resultados de uma luta que envolve conquista do gecircnero (BRASIL 2004

BRASIL 2006a COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp

LUCCHESE 2010)

O movimento feminino pela luta de seus direitos que ultrapassam os direitos da sauacutede

hegemocircnica e se convergem aos direitos de cidadania precede a promulgaccedilatildeo do SUS Na

sauacutede o marco histoacuterico dos resultados desse movimento ocorreu na deacutecada de 80 atraveacutes do

Programa de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PAISM) Esse programa evidenciou a ne-

cessidade de mudanccedilas na abordagem das mulheres nos serviccedilos de sauacutede que ultrapassassem

o foco do ciclo graviacutedico-puerperal em busca de sua visatildeo subjetiva e integral Entretanto

apesar do discurso da integralidade na praacutetica o PAISM atuou de forma hegemocircnica buscan-

do a resoluccedilatildeo dos problemas referentes agrave sauacutede reprodutiva e na reduccedilatildeo da mortalidade ma-

terna (BRASIL 2004 BRASIL 2006 COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Encontra-se em vigor atualmente implementado pelo Ministeacuterio da Sauacutede uma estra-

teacutegia poliacutetica e tecnoloacutegica para a renovaccedilatildeo da abordagem a sauacutede da mulher a Poliacutetica Na-

cional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PNAISM) e descreve

[] Considerando que a sauacutede da mulher eacute uma prioridade deste governo o Ministeacute-

rio da Sauacutede lanccedilou em 2004 a ldquoPoliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da

Mulher ndash Princiacutepios e Diretrizesrdquo (PNAISM) em parceria com diversos setores da

sociedade com o compromisso de implementar accedilotildees de sauacutede que contribuam para

a garantia dos direitos humanos das mulheres e reduzam a morbimortalidade por

causas preveniacuteveis e evitaacuteveis Essa Poliacutetica incorpora num enfoque de gecircnero a in-

tegralidade e a promoccedilatildeo da sauacutede como princiacutepios norteadores e busca consolidar

os avanccedilos no campo dos direitos sexuais e reprodutivos com ecircnfase na melhoria da

atenccedilatildeo obsteacutetrica no planejamento familiar na atenccedilatildeo ao abortamento inseguro e

no combate agrave violecircncia domeacutestica e sexual Agrega tambeacutem a prevenccedilatildeo e o trata-

mento de mulheres vivendo com HIVAIDS e as portadoras de doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis e de cacircncer Aleacutem disso amplia as accedilotildees para grupos historicamente

alijados das poliacuteticas puacuteblicas nas suas especificidades e necessidades []

(BRASIL 2006a p13)

21

Outro avanccedilo relevante para a sauacutede da mulher integra-se na Portaria 399GM de 22

de fevereiro de 2006 que institui o Pacto Pela Vida O pacto define-se como um conjunto de

reformas institucionais do SUS entre as trecircs esferas de gestatildeo ndash Uniatildeo estados e municiacutepios ndash

com o objetivo de promover inovaccedilotildees nos processos e nos instrumentos de gestatildeo visando a

alcanccedilar maior efetividade eficiecircncia e qualidade das respostas do SUS O Pacto redefine as

responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo e a bus-

ca da equumlidade social (BRASIL 2006b)

Jaacute no cenaacuterio dos serviccedilos da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a Poliacutetica Nacional de Aten-

ccedilatildeo Baacutesica estabelece grupos vulneraacuteveis e prioritaacuterios para a organizaccedilatildeo da assistecircncia A

sauacutede da mulher integra esse grupo corroborando para a efetivaccedilatildeo das poliacuteticas supracitadas

e considerando a abordagem da mulher pela importacircncia da implementaccedilatildeo da praacutetica dife-

renciada e inovadora do PSF (BRASIL 2007)

Poreacutem diversos autores contribuem na anaacutelise da atenccedilatildeo agrave sauacutede da mulher ao identi-

ficarem a fragilidade da assistecircncia prestada chegando a concluir que os problemas atuais de

sauacutede da mulher estatildeo relacionados agrave qualidade dessa assistecircncia e a desqualificaccedilatildeo dos pro-

fissionais que promovem essa intervenccedilatildeo (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA

SILVA amp SIQUEIRA 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Essa realidade se potencializa quando a assistecircncia se refere agraves mulheres no climateacuterio

Existe uma lacuna na abordagem cotidiana do trabalho das equipes de sauacutede sobre o que e

como prestarem assistecircncia a essa demanda cada vez mais emergente Eacute urgente a necessidade

de se utilizar e integrar todos os campos do saber da sauacutede e suas interfaces para o enfrenta-

mento dessa realidade (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004 GONCcedilALVES amp

MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA

GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Considerando o potencial apresentado nesse trabalho sobre o papel do Enfermeiro nas

equipes de atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede o presente estudo interroga como a produccedilatildeo do conhe-

cimento de Enfermagem sobre a temaacutetica de assistecircncia a mulheres climateacutericas pode colabo-

rar para a implementaccedilatildeo de um cuidado integral e de qualidade a esse grupo na estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Analisar a produccedilatildeo de conhecimento de Enfermagem sobre a mulher climateacuterica e

suas contribuiccedilotildees para a atuaccedilatildeo da equipe da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia - ESF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Realizar o levantamento da produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assis-

tecircncia agrave mulher no climateacuterio

Caracterizar a produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assistecircncia agrave mu-

lher no climateacuterio

Apontar como os resultados da anaacutelise dessa produccedilatildeo cientiacutefica podem contribuir pa-

ra a atuaccedilatildeo da equipe de ESF sobre a temaacutetica

3 METOacuteDO DA PESQUISA

A pesquisa em sauacutede segundo Leopardi (2002) natildeo eacute somente uma incorporaccedilatildeo de

conteuacutedo cientiacutefico ao saber cotidiano eacute um aprender a perceber sentir e a pensar Essas con-

sideraccedilotildees acrescentam para as pesquisas em sauacutede um conhecer sobre o que ocorre no corpo

dos indiviacuteduos na sua luta diaacuteria pela sobrevivecircncia e as relaccedilotildees subjetivas de cada ser hu-

mano

Dentro desse contexto eacute evidenciado um direcionamento metodoloacutegico com a finali-

dade de conhecer as concepccedilotildees e caracteriacutesticas sobre a temaacutetica em estudo presentes na

literatura Trata-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva por revisatildeo bibliograacutefica de anaacute-

lise integrativa

Esse estudo foi realizado com base na pesquisa bibliograacutefica Para Duarte amp Furtado

(2002) esse tipo de pesquisa eacute realizado a partir de levantamentos da produccedilatildeo cientiacutefica

presente em diferentes apresentaccedilotildees como livros artigos cientiacuteficos dissertaccedilotildees teses den-

tre outros Cervo amp Bervian (1996) ressaltam que esse tipo de pesquisa procura explicar um

problema a partir de referecircncias pela analise de suas contribuiccedilotildees culturais ou cientiacuteficas

existentes acerca de determinado assunto

Jaacute o cunho exploratoacuterio desse estudo se define pela descoberta de ideacuteias que propor-

cionaram familiaridade com o problema tornando-o mais expliacutecito com a possibilidade de

fomento a outras hipoacuteteses (DUARTE amp FURTADO 2002 LEOPARDI 2002 HULLEY et

al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

O caraacuteter descritivo dessa pesquisa ocorre na definiccedilatildeo das caracteriacutesticas do fenocircme-

no a ser estudado e suas relaccedilotildees mediante aos objetivos propostos (GIL 1996 OLIVEIRA

1999) Nesse sentido o trabalho descritivo abrange aspectos amplificados do contexto social

Assim eacute possiacutevel o niacutevel de anaacutelise da temaacutetica sobre diferentes formas aleacutem de sua ordena-

ccedilatildeo e sua classificaccedilatildeo

As revisotildees de literatura necessitam de alguns padrotildees que assegurem sua qualidade

metodoloacutegica como utilizaccedilatildeo de meacutetodos para assegurar a anaacutelise precisa e objetiva anaacutelise

da teoria resultados meacutetodos sujeitos e variaacuteveis de estudo fornecer ao leitor o maacuteximo de

informaccedilotildees possiacuteveis sobre estudos revisados e natildeo apenas os principais (HULLEY et al

2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Dessa forma realizou-se um estudo de revisatildeo da literatura cientiacutefica visando avaliar

um conjunto de dados simultacircneos a partir de estudos primaacuterios selecionados previamente

24

que investigam uma mesma questatildeo (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER

2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

A questatildeo do estudo eacute o primeiro passo para o iniacutecio da revisatildeo bibliograacutefica O Se-

gundo passo consiste em definir a seleccedilatildeo dos estudos sendo o mais indicado as bases de da-

dos eletrocircnicas O terceiro passo eacute a avaliaccedilatildeo criacutetica dos estudos em que se utilizam criteacuterios

para validar os estudos selecionados atraveacutes de uma avaliaccedilatildeo criacutetica dos pesquisadores O

quarto passo consiste na coleta dos dados em que se caracterizam os estudos levantados e de-

terminam suas possibilidades de comparaccedilatildeo O quinto passo eacute a analise e apresentaccedilatildeo dos

dados com agrupamento de estudos semelhantes O sexto passo eacute a determinaccedilatildeo da forccedila

dos resultados e das evidencias encontradas delineando claramente os benefiacutecios e riscos do

achado Uma vez publicada a revisatildeo poderaacute sofrer criacuteticas e sugestotildees que poderatildeo ser in-

corporadas em novos estudos sobre a temaacutetica (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005

ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Para o delineamento do estudo foi definida como questatildeo norteadora como a produ-

ccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede da mulher climateacuterica pode contribuir pa-

ra a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede da famiacutelia

A partir da questatildeo dessa investigaccedilatildeo foram considerados estudos que abordassem a

assistecircncia ao climateacuterio por Enfermeiros A amostra foi do tipo natildeo-probabiliacutestica de conve-

niecircncia constituiacuteda por publicaccedilotildees nacionalmente indexadas sobre a temaacutetica O descritor

utilizado foi ldquoClimateacuteriordquo e a opccedilatildeo pelo natildeo cruzamento de demais descritores foi devida a

escolha da fonte de busca

A fonte de busca orientou-se por base eletrocircnica restrita a produccedilatildeo do conhecimento

nacional e de liacutengua portuguesa que correspondesse a publicaccedilotildees em perioacutedicos de Enfer-

magem demonstrando proximidade com a questatildeo norteadora A busca dos artigos foi reali-

zada no periacuteodo de outubro de 2009 a janeiro de 2010

Adotou-se como criteacuterios de exclusatildeo publicaccedilotildees cujo o cenaacuterio de desenvolvimento

natildeo fossem a Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede eou ESF Ressalta-se que o recorte temporal para

busca das publicaccedilotildees considerou apenas o limite final do periacuteodo o ano de 2009 buscando

amplificar o periacuteodo de iniacutecio da produccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico dessa temaacutetica e assim

natildeo diminuir a sensibilidade das buscas

Foi utilizada a Base de Dados de Enfermagem (BDENF) presente na Biblioteca Vir-

tual em Sauacutede BIREME atraveacutes do siacutetio eletrocircnico httpbasesbiremebrcgi-

binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampbase=BDENFamplang=p

25

O Centro Latino-Americano e do Caribe de Informaccedilatildeo em Ciecircncias da Sauacutede tam-

beacutem conhecido pelo seu nome original Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) eacute um

centro especializado da Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Organizaccedilatildeo Mundial da Sa-

uacutede (OPASOMS) orientado agrave cooperaccedilatildeo teacutecnica em informaccedilatildeo cientiacutefica em sauacutede A sede

da BIREME estaacute localizada no Brasil no campus central Universidade Federal de Satildeo Paulo

(UNIFESP) desde a sua criaccedilatildeo em 1967 segundo acordo da OPASOMS com o Governo do

Brasil

A BDENF apresenta informaccedilotildees compostas pela literatura teacutecnico-cientiacutefica brasilei-

ra em Enfermagem Eacute coordenada pela Escola de Enfermagem da Universidade de Minas

Gerais e por demais Centros Cooperantes da rede BVSENFERMAGEM A composiccedilatildeo des-

sa biblioteca eletrocircnica apresenta perioacutedicos teses livros capiacutetulos de livros anais de con-

gressos ou conferecircncias relatoacuterios teacutecnico-cientiacuteficos e publicaccedilotildees governamentais

No desenvolvimento da revisatildeo integrativa foram selecionados artigos apoacutes a identifi-

caccedilatildeo de todas as publicaccedilotildees a partir do descritor utilizado Procedeu-se analise para caracte-

rizaccedilatildeo dos estudos e preacute-seleccedilatildeo quanto a sua pertinecircncia a pergunta norteadora

Essa etapa foi realizada separadamente por dois revisores sendo a pesquisadora dessa

investigaccedilatildeo e a sua orientadora Os passos utilizados para a caracterizaccedilatildeo dos artigos e a

verificaccedilatildeo de sua aproximaccedilatildeo com a questatildeo norteadora foram a leitura aprofundada de

cada artigo a segregaccedilatildeo dos mesmos quanto agrave aproximaccedilatildeo da questatildeo norteadora e a cate-

gorizaccedilatildeo desses conforme os criteacuterios metodoloacutegicos estabelecidos

Posteriormente ocorreu consenso entre a autora e a orientadora com o objetivo de de-

cidir a inclusatildeo e a exclusatildeo dos artigos preacute-selecionados e avaliados a fim de se garantir

maior seguranccedila na seleccedilatildeo

Para a anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por nuacutemeros absolutos e

frequencias Os elementos de caracterizaccedilatildeo dos perioacutedicos foram

Total de artigos identificados na busca conforme fonte

Identificaccedilatildeo de artigos repetidos

Exclusatildeo de artigos

Inclusatildeo de artigos para a revisatildeo sistemaacutetica

Quanto aos estudos incluiacutedos por aproximaccedilatildeo para com a questatildeo norteadora analisa-

ram-se os seguintes aspectos

Siacutentese panoracircmica do conteuacutedo e da analise dos artigos incluiacutedos

Delineamento da Investigaccedilatildeo (metodologia)

26

Ano de publicaccedilatildeo

Perioacutedico de publicaccedilatildeo

Consideraccedilotildees apresentadas agrave temaacutetica em estudo

Objetivando facilitar a leitura e a identificaccedilatildeo dos artigos optou-se pela atribuiccedilatildeo do

coacutedigo E(n) para os artigos excluiacutedos e I(n) para os artigos incluiacutedos na revisatildeo sistemaacutetica

Conforme os resultados identificados foi calculado o iacutendice de KAPPA (K) Esse iacuten-

dice corresponde a uma medida de concordacircncia usada em escalas nominais que fornece a

ideacuteia do quanto as observaccedilotildees se afastam daquelas esperadas fruto do acaso indican-

do assim o quatildeo legiacutetimas as interpretaccedilotildees satildeo (CANOLETTI 2008)

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A anaacutelise da revisatildeo sistemaacutetica iniciou com a descriccedilatildeo dos artigos encontrados se-

guindo com a descriccedilatildeo daqueles excluiacutedos do processo de revisatildeo sistemaacutetica e por fim foi

analisada a aproximaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos com o questionamento norteador

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF

Os registros sobre climateacuterio no BDENF totalizaram 26 conforme descritor utilizado

poreacutem dentre os trabalhos havia um que natildeo se enquadrava como perioacutedico e foi excluiacutedo da

lista totalizando 25 artigos Ressalta-se que natildeo houve obtenccedilatildeo de artigos por busca manual

Na Tabela 1 verifica-se o total de estudos encontrados na busca realizada conforme perioacutedi-

cos

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo

perioacutedicos

BDENF - Banco de Dados de Enfermagem N

Revista Gauacutecha de Enfermagem 2

Revista Enfermagem UERJ 5

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 1

Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 4

Revista da Escola de Enfermagem da USP 2

Acta Paulista de Enfermagem 1

Nursing (Satildeo Paulo) 2

Revista Brasileira de Enfermagem 3

Biblioteca J Baeta Vianna 1

Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 1

Revista Paulista de Enfermagem 1

Texto amp Contexto Enfermagem 2

Total 25

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Quanto ao ano de publicaccedilotildees dos artigos selecionados observou-se que o periacuteodo de

publicaccedilatildeo inicia-se em 1985 e finaliza no ano de 2009 como mostra a Tabela 2

28

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano

de publicaccedilatildeo

Ano de publicaccedilatildeo Nordm de Estudos

2009 2 8

2008 1 4

2007 2 8

2006 1 4

2005 4 16

2004 3 12

2002 4 16

2000 3 12

1997 1 4

1996 1 4

1995 1 4

1985 2 8

TOTAL 25 100

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Nota-se que apesar de haver nesta revisatildeo sistemaacutetica trabalhos datados de 1985 a

discussatildeo do tema soacute ampliou entre 15 e 20 anos depois o que reforccedila a ideacuteia de que haacute uma

preocupaccedilatildeo crescente para com essa temaacutetica na atenccedilatildeo baacutesica no intuito de melhorar os

serviccedilos prestados

Vale ressaltar que criaccedilatildeo do SUS em 1988 e posteriormente a ESF regulamentada em

1994 contribuiacuteram para o fortalecimento da atenccedilatildeo primaacuteria e consequentemente impulsio-

nando as pesquisas na aacuterea

Analisando esta tabela percebe-se que no periacuteodo de 2000 a 2005 foram identificados

o maior nuacutemero de publicaccedilotildees referentes ao assunto 56 (n = 14) indicando o crescimento

do interesse do estudo deste assunto A concentraccedilatildeo de estudos nesse intervalo de tempo os

caracteriza como sendo recentes jaacute que foram elaborados haacute menos de 10 anos

Os resumos dos 25 registros localizados foram lidos e a partir da leitura foram sele-

cionados aqueles cujo tiacutetulo eou resumo colocavam a assistecircncia ao climateacuterio na atenccedilatildeo

primaacuteria como objeto de estudo ou como uma de suas questotildees centrais de anaacutelise Posteri-

ormente foram identificados os artigos repetidos (n = 3) descartando-os

Dos 22 artigos selecionados a Revista Enfermagem UERJ apresentou a maior quanti-

dade de publicaccedilotildees totalizando 20 (n = 5)

Apoacutes avaliaccedilatildeo dos tiacutetulos leitura dos resumos e anaacutelise dos artigos integralmente ve-

rificou-se que 364 (n = 8) apresentaram pertinecircncia agrave questatildeo norteadora da pesquisa sen-

do 25 (n = 2) destes artigos oriundos da Revista Enfermagem UERJ e 25 (n = 2) da Es-

cola Ana Nery Revista de Enfermagem As demais revistas apresentaram 125 (n = 1) dos

29

artigos pertinentes cada uma Os estudos excluiacutedos da revisatildeo integrativa perfizeram 636

(n = 14)

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA

Em relaccedilatildeo aos artigos excluiacutedos observa-se sua descriccedilatildeo no Quadro 1

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E1

ZAMPIERI M de F M

TAVARES C M A

HAMES M de L C

FALCON G S

SILVA A L de

GONCcedilALVES L T

O processo de viver e ser

saudaacutevel das mulheres no

climateacuterio

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2009

E2

ALMEIDA L H R B de

LUZ M H B A

MONTEIRO C F de S

Ser mulher no climateacuterio

uma anaacutelise compreensiva

pela enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

E3 NIEVAS A F

FUREGATO A R F

Depressatildeo em mulheres no

climateacuterio

Revista Gauacutecha de

Enfermagem 2006

E4 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

Vivenciando o climateacuterio o

corpo em seu percurso exis-

tencial agrave luz da Fenomenolo-

gia

Revista Enferma-

gem UERJ 2005

E5

FERNANDEZ M R

GIR E

HAYASHIDA M

Sexualidade no periacuteodo

climateacuterico situaccedilotildees vi-

venciadas pela mulher

Revista da Esco-

la de Enferma-

gem da USP

2005

E6 BIFFI E F de A

SCATENA M C M

Sauacutede Mental e climateacuterio

na perspectiva de mulheres

profissionais de sauacutede

Revista Enfer-

magem UERJ 2004

30

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E7 MILANEZ M R de

M NERY I S

Percepccedilatildeo das mulheres

sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de en-

fermagem

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2004

E8 MURATA I M H

SCHIRMER J

Manifestaccedilotildees biopsicogecirc-

nicos decorrentes do clima-

teacuterio entre trabalhadoras de

uma universidade puacuteblica

Acta Paulista de

enfermagem 2004

E9 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

O climateacuterio a corporeida-

de como berccedilo das experi-

ecircncias do vivido

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

2002

E10

MURATA I M H

BERCINI L O

SCHIRMER J

Auto-cuidado na prevenccedilatildeo

do cacircncer de colo de uacutetero

e cacircncer de mama compa-

raccedilatildeo entre mulheres natildeo

climateacutericas e climateacutericas

Biblioteca J

Baeta Vianna 2000

E11

LOPES M E L

BATISTA P S de S

COSTA Se F G da

SOARES M S de

Orientaccedilotildees de enferma-

gem agrave mulher climateacuterica

quanto agrave terapia de reposi-

ccedilatildeo hormonal uma abor-

dagem eacutetica

Revista da Rede de

Enfermagem do

Nordeste

2000

E12 DAOUD I G

SANTANA M da G

Construccedilatildeo de um processo

educativo com um grupo de

mulheres climateacutericas

Texto amp Contexto

Enfermagem 2000

E13 LANDERDAHL M C

Buscando novas maneiras

de pensar o climateacuterio fe-

minino

Texto amp contexto

enfermagem 1997

E14 NERY I S Perfil do atendimento agrave

mulher no climateacuterio

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

1996

31

Em geral os estudos excluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (E1 E6 E8 e E10) que correspondem

a 286 (n = 4)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (E3 E4 E5 E7 E8 E9 e

E13) somando 50 (n = 6)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (E2 E11 E12 e E14) o que resulta em 286 (n =

4)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 71 (n = 1) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas por

profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educativo (E11)

Percebe-se que dois dos artigos excluiacutedos se enquadram em mais de uma dimensatildeo apre-

sentada na anaacutelise feita acima

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os artigos incluiacutedos foram estudados sistematicamente de modo a extrair de cada um

as concepccedilotildees e respectivas caracteriacutesticas do trabalho em equipe as quais foram discutidas agrave

luz do referencial teoacuterico que embasa este estudo qual seja a assistecircncia ao climateacuterio pela

equipe de sauacutede

A amostra definitiva dos artigos incluiacutedos para a revisatildeo sistemaacutetica portanto foram

oito artigos apresentados a seguir no Quadro 2

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

I1 PEREIRA Q L C

SIQUEIRA H C H de

O olhar dos responsaacuteveis

pela poliacutetica de sauacutede da

mulher climateacuterica

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

2009

I2

OLIVEIRA D M de

JESUS M C P de

MERIGHI M A B

O climateacuterio sob a oacutetica de

mulheres assistidas em uma

unidade de sauacutede da famiacutelia

de Juiz de Fora - Minas Ge-

rais

Revista de A-

tenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede

2008

32

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

I3 LIMA E C

VARGENS O M da C

O significado de climateacuterio

para as mulheres implicaccedilotildees

para o cuidado de enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

I4

PIAZZA I P

DE LORENZI D R S

SACILOTO B

Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacuteri-

cas atendidas em um PSF

Revista Gauacutecha

de Enfermagem 2005

I5 LANDERDAH M C

Mulher climateacuterica uma abor-

dagem necessaacuteria ao niacutevel de

atenccedilatildeo baacutesica

Nursing (Satildeo

Paulo) 2002

I6 DAOUD I G

Encontros e desencontros das

mulheres climateacutericas que

buscam assistecircncia em serviccedilo

do Sistema Uacutenico de Sauacutede

Revista Enferma-

gem UERJ 2002

I7

CANDELLA C L M

RUGGIERO C M

ARAYA M E S SILVA

R V

Assistecircncia de enfermagem agrave

mulher no climateacuterio

Revista da Escola

de Enfermagem

da USP

1995

I8 VARGENS O M da C O casal no climateacuterio orienta-

ccedilatildeo de enfermagem

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

1985

Os estudos incluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (I4) que correspondem a

125 (n = 1)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (I2 I3) somando

25 (n = 2)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (I1 I5 I6 I7 e I8) o que resulta em 625

(n = 5)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 25 (n = 2) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas

por profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educati-

vo (I7 e I8)

Assim nota-se que a maioria dos estudos incluiacutedos 625 (n = 5) faz menccedilatildeo agrave assis-

tecircncia em sauacutede prestada a essas clientes evidenciando-se uma maior discussatildeo do tema asso-

ciado agrave melhoria dos serviccedilos prestados na atenccedilatildeo baacutesica

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

1 ALMEIDA LHRB LUZ MHBA MONTEIRO CFS Ser mulher no climateacute-

rio uma anaacutelise compreensiva pela enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007

15(3)370-375 julset

2 ALVES VS Um modelo de educaccedilatildeo em sauacutede para o Programa Sauacutede da Famiacutelia

pela integralidade da atenccedilatildeo e reorientaccedilatildeo do modelo assistencial Revista Interface-

Comunicaccedilatildeo Sauacutede Educaccedilatildeo 2005 9(16) 39-52

3 AZAMBUJA EP et al Significados do trabalho no processo de viver de trabalhado-

ras de um programa de sauacutede da famiacutelia Texto contexto - enfermagem v16 n1

p71-79 mar 2007

4 BENITO GAV BECKER LC Atitudes gerenciais do enfermeiro no Programa Sa-

uacutede da Famiacutelia visatildeo da Equipe Sauacutede da Famiacutelia Revista brasileira de enfermagem

v60 n3 p312-316 jun 2007

5 BIFFI EFA SCATENA MCM Sauacutede Mental e climateacuterio na perspectiva de mu-

lheres profissionais de sauacutede Revista Enfermagem UERJ 2004 1276-82 janabr

6 BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Poliacutetica nacional de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher

princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

7 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de

Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Manual de Atenccedilatildeo agrave Mulher no Climateacute-

rioMenopausa Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacute-

gicas Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 200881p

8 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Portaria nordm

648 de 28 de marccedilo de 2006 Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabele-

cendo a revisatildeo de diretrizes e normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o

Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e o Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

(PACS) Brasiacutelia DF 2007 71p

9 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

operacionais dos Pactos pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo Ministeacuterio da Sa-

uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

trole dos cacircnceres do colo do uacutetero e da mama Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Depar-

tamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndashBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a 132p

43

11 CANDELLA CLM RUGGIERO CM ARAYA MES SILVA RV Assistecircncia

de enfermagem agrave mulher no climateacuterio Revista da Escola de Enfermagem da USP

19951(29) 47-58 abr

12 CANOLETTI B Trabalho em equipe de sauacutede e de enfermagem anaacutelise sistemaacutetica

da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Satildeo Paulo Universi-

dade de Satildeo Paulo 2008

13 CERVO AL BERVIAN PA Metodologia cientiacutefica 4 ed Satildeo Paulo Makron

Books 1996

14 CHIRELLI MQ PEREIRA MJB O Trabalho Cotidiano Da Enfermeira Na Sauacutede

Da Famiacutelia Utilizaccedilatildeo De Ferramentas Da Gestatildeo Texto Contexto Enfermagem Flo-

rianoacutepolis 200918(2) 313-20 abrjun

15 COELHO S PORTO YF Sauacutede da Mulher Belo Horizonte NesconUFMG Co-

opmed 2009 115p

16 COLOMEacute ICS LIMA MADS DAVIS R Visatildeo de enfermeiras sobre as articu-

laccedilotildees das accedilotildees de sauacutede entre profissionais de equipes de sauacutede da famiacutelia Revista

da Escola de Enfermagem da USP v42 n2 p256-261 jun 2008

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2009

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22 DUARTE SV FURTADO SV Manual para elaboraccedilatildeo de monografias e projetos

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23 FARIA HP COELHO IBWERNECK MAF SANTOS MA Modelo assisten-

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24 FARIA HP WERNECK MAF SANTOS MA TEIXEIRA PF Processo de

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51 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB Climateacuterio e sexualidade a

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59 ROTHER ET Editorial - Revisatildeo sistemaacutetica x revisatildeo narrativa Acta Paul Enferm

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Dissertaccedilatildeo [Mestrado] - Universidade Federal do Cearaacute 2000

63 SILVEIRA CS Pesquisa em enfermagem oncoloacutegica no Brasil uma revisatildeo integra-

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de Satildeo Paulo 2005

64 SOUSA MF HAMANN EM Programa Sauacutede da Famiacutelia no Brasil uma agenda

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65 STARFIELD B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidade de sauacutede serviccedilos e

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66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

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47

67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

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versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

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69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 12: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

1 INTRODUCcedilAtildeO

Inserida no cotidiano de trabalho de uma equipe sauacutede da famiacutelia da zona rural de um

municiacutepio de pequeno porte em Minas Gerais vivenciando os desafios de integrar um grupo

de trabalho de composiccedilatildeo heterogecircnica com membros de diferentes formaccedilotildees e visotildees di-

versificadas do que eacute sauacutede e de como se deve abordar o processo sauacutede-doenccedila

A autora deste estudo Enfermeira mulher atentou-se para a maneira como eram ldquotra-

tadosrdquo os problemas de sauacutede das mulheres cadastradas em sua equipe que se apresentavam

ao serviccedilo com uma busca que ultrapassava a necessidade expliacutecita da doenccedila inserida tra-

zendo consigo seus contextos histoacutericos subjetivos e arranjos de vida Observou que as inter-

venccedilotildees realizadas apesar do esforccedilo contiacutenuo dos profissionais em implementar uma praacutetica

diferenciada era na maioria das situaccedilotildees centradas no biologismo e na compreensatildeo mecacirc-

nica dos determinantes do processo sauacutede-doenccedila

A maioria da populaccedilatildeo que frequentava as atividades da Unidade de Sauacutede eram mu-

lheres e a autora percebeu que dentre elas havia um grupo que estava em busca de um tipo de

atendimento diferente daqueles referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer ceacutervico-uterino do periacuteodo

graviacutedico-puerperal das atividades de puericultura e das atividades direcionadas agraves portadoras

de doenccedilas crocircnicas como hipertensatildeo e diabetes Essa ldquonovardquo clientela era constituiacuteda por

mulheres de meia idade que buscavam um atendimento cliacutenico apresentando sintomatologia

difusa tanto no aspecto biomeacutedico como no aspecto psicoafetivo

No decorrer da realizaccedilatildeo do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede

da Famiacutelia oferecido pelo NESCONUFMG a autora conquistou ferramentas que fortalece-

ram sua compreensatildeo diferenciada sobre a realidade no seu contexto de trabalho Durante a

realizaccedilatildeo do moacutedulo Sauacutede da Mulher percebeu-se uma lacuna assistencial para com essas

clientes Os conhecimentos proporcionados por esse moacutedulo estimularam a compreensatildeo de

que a demanda apresentada pelas mulheres de meia idade poderiam ter relaccedilatildeo com uma eta-

pa do ciclo vital natural de suas vidas o Climateacuterio

Desde entatildeo o olhar dessa profissional apresentou-se mais cuidadoso para com a refe-

rida situaccedilatildeo Concluiu-se que a equipe estava fraacutegil nas abordagens propostas resultando na

insatisfaccedilatildeo das usuaacuterias frente ao atendimento prestado

12

Curiosidade inquietaccedilatildeo necessidade de estimular a equipe para obtenccedilatildeo de melho-

res resultados motivaram ou melhor foram a mola propulsora para que a autora investigasse

essa temaacutetica a fim de contribuir para a melhoria do seu processo de trabalho

Entretanto havia duacutevidas quanto agrave escolha de estrateacutegias efetivas que pudessem ser u-

tilizadas na atenccedilatildeo dispensada a essa populaccedilatildeo As questotildees abordadas pelas mulheres cli-

mateacutericas condiziam com modificaccedilotildees do corpo humano mudanccedilas de papeacuteis no seu contex-

to familiar e social questotildees de foacuterum iacutentimo em suas relaccedilotildees conjugais dentre outros aspec-

tos o que lhes suscitava incertezas e medo do desconhecido

Diante do exposto associado agraves reflexotildees contextuais e o aparato intelectivo propor-

cionados pela Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia suscitou na autora o

desejo de conhecer cientificamente como acontecia a assistecircncia ao climateacuterio prestada por

enfermeiros e a possibilidade de suas contribuiccedilotildees para o fortalecimento das accedilotildees da equi-

pe Mediante esse cenaacuterio manifesta-se o interesse em concretizar este estudo que possui a

seguinte questatildeo norteadora como a produccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede

da mulher climateacuterica pode contribuir para a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede

da famiacutelia

13

11 PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA E A ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

INOVACcedilOtildeES TECNOASSISTENCIAIS PARA O FORTALECIMENTO DO SUS

A Constituiccedilatildeo de 1988 institui o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e coloca a Sauacutede co-

mo uma conquista de direito do cidadatildeo Ressalta-se como princiacutepios dessa poliacutetica puacuteblica de

sauacutede no Brasil a integralidade a universalidade a equumlidade Outro aspecto que se busca para

a garantia desse direito eacute a incorporaccedilatildeo de novas tecnologias e especializaccedilatildeo dos saberes

(ROSEMBERG amp MINAYO 2001 TEIXEIRA 2003 BRASIL 2007 FARIA et al 2009a)

Na trajetoacuteria da implementaccedilatildeo desse sistema muitos avanccedilos aconteceram entretanto

alguns desafios permearam esse cenaacuterio dentre os quais se destacam a fragmentaccedilatildeo do pro-

cesso de trabalho e das relaccedilotildees entre os diferentes profissionais a fragmentaccedilatildeo da rede as-

sistencial precaacuteria interaccedilatildeo nas equipes e despreparo para lidar com a dimensatildeo subjetiva

nas praacuteticas de atenccedilatildeo baixo investimento na qualificaccedilatildeo dos trabalhadores especialmente

no que se refere agrave gestatildeo participativa e ao trabalho em equipe desrespeito aos direitos dos

usuaacuterios formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede distante do debate e da formulaccedilatildeo da poliacutetica

puacuteblica de sauacutede controle social fraacutegil dos processos de atenccedilatildeo e gestatildeo do SUS

(ROSEMBERG amp MINAYO 2001 TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

Nesse percurso diversas interpretaccedilotildees conceituais ressaltam-se sobre a sauacutede Observa-

se no cotidiano que os olhares reducionistas do campo de atenccedilatildeo agrave sauacutede tecircm contribuiacutedo

para a manutenccedilatildeo das desigualdades sociais (ROSEMBERG amp MINAYO 2001

TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

Diferentes autores apontam que na atualidade o entendimento do processo sauacutede-

doenccedila estaacute ainda centrado no biologismo e com uma fraacutegil compreensatildeo de caracteriacutesticas

lineares e mecacircnicas dos determinantes do processo sauacutede-doenccedila (ROSEMBERG amp

MINAYO 2001 STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al 2009a)

Movimentos mundiais desenvolveram-se para a discussatildeo e transformaccedilatildeo desses as-

pectos hegemocircnicos no processo sauacutede e doenccedila Destaca-se o movimento pioneiro iniciado

no Canadaacute em 1974 qual propotildee a utilizaccedilatildeo da estrateacutegia da promoccedilatildeo da sauacutede deslocando

o foco das causas individuais da doenccedila para as influecircncias soacutecio-ambientais Posteriormente

o movimento da promoccedilatildeo da sauacutede verificado pelas Conferecircncias Internacionais de Adelai-

de (1986) Sundsvall (1991) Jakarta (1997) e Meacutexico (2000) no Brasil (MINAYO HARTZ

BUSS 2000 MENDES 2002 STARFIELD 2002 TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

14

Busca-se desde entatildeo a compreensatildeo da sauacutede enquanto recurso fundamental para a

vida diaacuteria e natildeo como um objetivo em si mesmo com determinantes muacuteltiplos necessitando

de intervenccedilatildeo intersetorial Com isso satildeo essenciais estrateacutegias que corroborem com a defesa

da vida a qualificaccedilatildeo profissional e a mediaccedilatildeonegociaccedilatildeo entre os diversos atores que

compotildeem o cenaacuterio SUS (MINAYO HARTZ BUSS 2000 BRASIL 2007 FARIA et al

2009a)

Mediante todos os movimentos que discutiram o conceito de sauacutede de forma ampliada

alguns desafios cotidianos ainda estatildeo colocados para a sauacutede puacuteblica que pautados na im-

plementaccedilatildeo do SUS apresentam urgecircncia em redirecionar o modo como estatildeo organizados

os serviccedilos de sauacutede e a assistecircncia prestada (TEIXEIRA 2003 BRASIL 2007 FARIA et al

2009a)

Ao considerar essas especifidades apontadas no sistema de sauacutede brasileiro em 1994

foi criada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Esse programa

eacute uma estrateacutegia ambiciosa que visa a transformaccedilatildeo do modelo tecnoassistencial vivenciado

Trata-se de incorporar aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria uma equipe multiprofissional que

dialogue com o conhecimento popular responsaacutevel por uma determinada aacuterea de abrangecircncia

E o trabalho em sauacutede dessa equipe deve considerar essa aacuterea enquanto territoacuterio- processo e

atuar como unidade de centralidade na organizaccedilatildeo do cuidado agraves necessidades de sauacutede da

populaccedilatildeo (BRASIL 2007 FARIA et al 2009b COSTA et al 2009 MERHY 2009

MINAS GERAIS 2009)

As equipes multiprofissionais satildeo compostas conforme a legislaccedilatildeo atual da ESF por

meacutedico generalista agentes comunitaacuterios de sauacutede trabalhadores de sauacutede bucal auxiliares

de enfermagem e enfermeiro Destaca-se nesse contexto o trabalho do agente comunitaacuterio

em sauacutede enquanto ator principal na interlocuccedilatildeo entre as necessidades comunitaacuterias e seus

conhecimentos nos processos de manutenccedilatildeo da vida com o saber tecnoloacutegico dos demais

trabalhadores da sauacutede (MENDES 2002 STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al

2009b MERHY 2009 MINAS GERAIS 2009)

Sobre o territoacuterio-processo esse conceito eacute compreendido como um fenocircmeno que re-

sulta na compreensatildeo das relaccedilotildees estabelecidas em um determinado espaccedilo Abrange o deli-

neamento e compreensatildeo por meio de mapeamento e diagnoacutesticos situacionais sobre as es-

pecificidades dos aspectos das relaccedilotildees interpessoais ali inseridos sua mobilidade espacial

suas diversidades histoacuterico-culturais e os elementos cognitivos fiacutesicos demograacuteficos e eco-

nocircmicos que as comunidades vivenciam para a manutenccedilatildeo de suas vidas Pressupotildee-se que a

equipe multiprofissional preste assistecircncia para 800 a 1000 famiacutelias cadastradas em uma Uni-

15

dade Baacutesica de Sauacutede atraveacutes de um territoacuterio delimitado e mapeado (MENDES 2002

STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009)

Jaacute a centralidade do cuidado traz agrave ESF enquanto mecanismo fortalecedor do niacutevel

primaacuterio de atenccedilatildeo agrave sauacutede no Brasil uma caracteriacutestica inovadora que consiste em coorde-

nar a assistecircncia de forma a promover a integralidade na rede assistencial Essa integralidade

ocorre quando o ponto central do cuidado se diverge da piracircmide hierarquizada e adota estru-

turas aliadas e flexiacuteveis entre os diferentes setores de prestaccedilatildeo dos serviccedilos em sauacutede inde-

pendente de sua densidade tecnoloacutegica A manutenccedilatildeo entre o diaacutelogo contiacutenuo dos diversos

setores da sauacutede e as necessidades da comunidade passa a ser de responsabilidade das equipes

inseridas no niacutevel primaacuterio por meio do PSF (MENDES 2002 STARFIELD 2002 FARIA

et al 2009b MINAS GERAIS 2009)

Seguindo essa loacutegica Sousa e Hamann (2009) ressaltam os impasses em trabalhar no

cotidiano dos serviccedilos mediante esse olhar organizativo diferenciado que se volta agraves comuni-

dades e seus os grupos sociais especiacuteficos

Pressupotildee-se um rompimento dos muros das Unidades de Sauacutede e abordagens inter-

ventoras que tenham como loacutecus a famiacutelia Essa tarefa exige abordagens complexas mesmo

que as teacutecnicas mais frequentes utilizadas sejam as que englobam a subjetividade na interaccedilatildeo

profissional de sauacutede e usuaacuterios do SUS a educaccedilatildeo para promoccedilatildeo da sauacutede e intervenccedilotildees

para mudanccedilas de comportamento em busca de estilos de vida mais saudaacuteveis (MENDES

2002 STARFIELD 2002 SOUSA amp HAMANN 2009 VASCONCELOS et al 2009)

Aleacutem disso essas tecnologias empregadas na reformulaccedilatildeo assistencial do SUS pela

atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutedeESF buscam promover uma assistecircncia em sauacutede humanizada O

acolhimento a percepccedilatildeo da inteireza de cada pessoa e seu nuacutecleo familiar e a inserccedilatildeo dos

condicionantes e determinantes sociais no processo de trabalho dessas equipes ateacute entatildeo a-

presentam-se como desafio proposto Espera-se com a incorporaccedilatildeo desse modus operandi

diferenciado uma assistecircncia de resultados positivos para todos os atores que compotildeem o

SUS - gestores trabalhadores usuaacuterios e instituiccedilotildees formadoras em sauacutede E com isso se

impulsione a consolidaccedilatildeo da resolutividade no SUS (MENDES 2002 STARFIELD 2002

COSTA et al 2009 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009 VASCONCELOS et al

2009)

Outras ferramentas de trabalho a serem incorporadas agraves equipes de ESF satildeo as relacio-

nadas com a epidemiologia social Essas ferramentas prevecircem o reconhecimento da realidade

local por anaacutelises participativas que associam o planejamento das accedilotildees em sauacutede atraveacutes de

um diagnoacutestico do territoacuterio suas famiacutelias e coletividade enquanto territoacuterio processo Eacute pre-

16

ciso que o resultado desse planejamento seja traduzido em uma programaccedilatildeo das atividades

da equipe que considere os fatores de vulnerabilidade e os grupos de risco populacional em

sauacutede a fim de produzir serviccedilos com equidade (MENDES 2002 STARFIELD 2002

COSTA et al 2009 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009 VASCONCELOS et al

2009)

Com isso enfrentar o desafio proposto entre desconstruir o modelo hegemocircnico em

que se estabelecem as accedilotildees de sauacutede na atualidade em busca da construccedilatildeo de um SUS ideal

requer o desenvolvimento de novas praacuteticas sanitaacuterias no cotidiano assistencial que se com-

prometam com a possibilidade de viver de modo mais saudaacutevel (COSTA et al 2009 FARIA

et al 2009b VASCONCELOS et al 2009)

Nesse contexto destaca-se nas equipes de ESF o papel do profissional Enfermeiro

(MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI amp PEREIRA 2009) Ao se

analisar a histoacuteria da Enfermagem Brasileira pode-se observar sua convergecircncia agrave poliacutetica

puacuteblica de sauacutede adotada no paiacutes O Decreto no 9440687(COFEN 2002) que regulamenta a

profissatildeo explicita como atribuiccedilatildeo do Enfermeiro sua participaccedilatildeo no planejamento execu-

ccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da programaccedilatildeo da sauacutede nos diferentes niacuteveis assistenciais do SUS A reso-

luccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) 2722002 incube a esse profissional um

processo de trabalho pautado na Sistematizaccedilatildeo de sua Assistecircncia em busca da qualidade do

cuidado

Conforme Resoluccedilatildeo COFEN 2722002

[] A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem- SAE sendo atividade privati-

va do enfermeiro utiliza meacutetodo e estrateacutegia de trabalhos com embasamento cientiacute-

fico para a identificaccedilatildeo das situaccedilotildees de sauacutededoenccedila que possam contribuir para a

promoccedilatildeo prevenccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo da sauacutede do indiviacuteduo famiacutelia e

comunidade (COFEN 2722002 p 50)

Assim na implementaccedilatildeo dessa assistecircncia eacute fundamental que o Enfermeiro reconhe-

ccedila os haacutebitos individualizados e os aspectos biopsicossociais que integram o processo sauacutede-

doenccedila dos sujeitos visando a identificaccedilatildeo de problemas julgamento cliacutenico sobre as respos-

tas do indiviacuteduo famiacutelia e comunidade perante suas adaptaccedilotildees aos processos de vida vigen-

tes ou potencias (COFEN 2002 MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI

amp PEREIRA 2009)

Perante esses pressupostos legais observa-se a convergecircncia entre o processo de traba-

lho da Enfermagem e as necessidades impostas para o desenvolvimento das accedilotildees em ESF

17

Com isso torna-se significativo no incremento da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a atuaccedilatildeo dife-

renciada desse profissional

Feliciano et al (2010) apontam para o valor atribuiacutedo ao Enfermeiro na ESF quando

esse profissional apresenta-se como uma referecircncia na busca da superaccedilatildeo de dificuldades

haja vista que os demais integrantes da equipe e usuaacuterios dirigem suas demandas a esse pro-

fissional independente de eles gerenciarem institucionalmente a unidade de sauacutede

Figueiredo et al (2010) ressaltam que cabe ao Enfermeiro de ESF funccedilotildees como admi-

nistraccedilatildeo de recursos materiais e humanos bem como a padronizaccedilatildeo das accedilotildees na equipe A

autora revela ainda que a organizaccedilatildeo das atividades de educaccedilatildeo continuada para equipe do

PSF como atribuiccedilatildeo contiacutenua do Enfermeiro

Matumoto et al (2005) Chirelli amp Pereira 2009 Pires amp Goumlttems (2009) corroboram

com essa constataccedilatildeo ao apresentarem que a gestatildeo do cuidado agraves famiacutelias em ESF eacute progra-

maccedilatildeo constante realizada pela Enfermagem e sua equipe Cordeiro et al (2009) colocam o

trabalho de enfermagem na ESF realizado de forma ampliada abrangendo consultas individu-

ais atividades educativas em grupo praacuteticas de capacitaccedilatildeo continuada junto a equipe e pro-

gramaccedilatildeo das accedilotildees junto a ela de forma compatiacutevel e adequada aos pressupostos da estrateacute-

gia sauacutede da famiacutelia

Colomeacute Limas amp Davis (2008) salientam o Enfermeiro como principal articulador do

trabalho na equipe de ESF Os autores mencionam que essas articulaccedilotildees se estabelecem prin-

cipalmente com os agentes comunitaacuterios de sauacutede o que facilita a aproximaccedilatildeo do profissio-

nal de enfermagem agraves necessidades de sauacutede da comunidade conectando o seu trabalho com

os outros profissionais da equipe como dentistas e meacutedicos considerando o caraacuteter comple-

mentar da atuaccedilatildeo dentro de uma equipe multiprofissional

Azambuja et al (2007) expressam em seu estudo sobre o significado do trabalho no

PSF que para os enfermeiros se denota enquanto processo potencializador do seu viver hu-

mano Isso significa que o trabalho em ESF influencia na forma como se vecircem se sentem se

relacionam e vivenciam as situaccedilotildees cotidianas de maneira positiva

Santos Soares amp Campos confirmam os resultados de seus estudos ao de Azambuja et

al (2007) ao colocarem que para os Enfermeiros as forccedilas fortalecedoras de seu trabalho no

PSF adveacutem da relaccedilatildeo prazerosa com o objetofinalidade do trabalho e com o trabalho em si

Eles complementam ainda que as Enfermeiras convivem com a expectativa das suas potenci-

alidades para solucionar os problemas oferecer respostas a populaccedilatildeo em cenaacuterio de maior

autonomia profissional

18

Benito amp Becker (2007) em pesquisa sobre as atitudes gerenciais dos enfermeiros na

ESF destacaram atraveacutes dos profissionais informantes que eram membros das equipes atitu-

des qualitativas dos Enfermeiros de ESF como ser justos intermediarem e resolverem confli-

tos entre profissionais usuaacuterios e representantes da gestatildeo apresentarem poder de negocia-

ccedilatildeo estarem abertos a mudanccedilas possuiacuterem em sua praacutetica atitudes de escuta buscarem pela

promoccedilatildeo de iniciativas e autonomia da equipe e dos usuaacuterios contribuiacuterem com o seu conhe-

cimento para o desenvolvimento do grupo capacidade de planejamento e desenvolvimento de

accedilotildees conjuntas e prestarem o cuidado centrado na famiacutelia com compromisso e responsabili-

dade

Os resultados desses estudos apresentam o papel diferenciado que o Enfermeiro vem

exercendo nas equipes da ESF corroborando para a sua importacircncia nesse campo de atuaccedilatildeo

Destacam as caracteriacutesticas do trabalhador de enfermagem e a incorporaccedilatildeo de novos arranjos

de poderes e saberes necessaacuterios para o delineamento do perfil desse profissional de forma

comprometida agraves diretrizes da ESF e ao fortalecimento do SUS

19

12 O CLIMATEacuteRIO DESAFIO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO

PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

A populaccedilatildeo feminina brasileira totaliza mais de 98 milhotildees e aproximadamente 30

milhotildees se encontram na faixa etaacuteria de 35 a 65 anos Esses dados revelam que 32 das mu-

lheres do Brasil estatildeo na faixa etaacuteria em que ocorre o climateacuterio (BRASIL 2008)

Coelho amp Porto (2009) definem climateacuterio como

[] periacuteodo de transiccedilatildeo entre as fases reprodutivas e natildeo reprodutivas da mulher

Comeccedila por volta dos 40 anos podendo estender-se ateacute os 55 anos ou mais Durante

esses anos acontece a uacuteltima menstruaccedilatildeo definida como menopausa [] (Coelho

amp Porto 2009 p76)

Ressalta-se que esse periacuteodo eacute uma fase bioloacutegica natural da vida e natildeo um processo

patoloacutegico Eacute reconhecido como uma fase do ciclo vital feminino em que ocorrem intensas

transformaccedilotildees na maneira da mulher ser e estar no mundo modificando sua compreensatildeo

frente ao fenocircmeno existencial (LIMA amp ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI

2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008

BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009)

Dessa maneira o periacuteodo do climateacuterio eacute resultado tanto da deficiecircncia hormonal co-

mo de fatores socioculturais e psicoloacutegicos decorre no processo de envelhecimento feminino

sendo marcado pela menopausa A menopausa destaca-se como momento pontual do climateacute-

rio consiste na interrupccedilatildeo permanente da menstruaccedilatildeo e decorre apoacutes 12 meses de amenor-

reacuteia em momento da perda da atividade folicular ovariana (LIMA amp ANGELO 2001

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA

JESUS MERINGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009)

Outro aspecto a ser considerado no climateacuterio aleacutem da faixa etaacuteria eacute um conjunto de

sintomas que acometem parte das mulheres Esses sintomas podem se manifestar enquanto

mudanccedilas sutis ou acentuadas que englobam desde anguacutestia fogachos e irritaccedilotildees ateacute san-

gramentos intermitentes de alto fluxo A sintomatologia em geral acarreta desconforto que se

acentuam de acordo com o enfrentamento desse ciclo pelas mulheres e a consistecircncia da rede

de apoio que se insere Contudo o iniacutecio e teacutermino do climateacuterio satildeo varaacuteveis de acordo com

as caracteriacutesticas individuais da pessoa e estaacute associado a fatores hereditaacuterios raciais socioe-

conocircmicos e demais determinantes do processo de vida subjetivo feminino (LIMA amp

20

ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009)

Neste cenaacuterio de transformaccedilotildees soacutecio-emocionais acentuados pela percepccedilatildeo do en-

velhecimento e limite da vida faz-se necessaacuterio a implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que bus-

quem a promoccedilatildeo da sauacutede da mulher e o fomento de cuidados para que vivenciem essa expe-

riecircncia de maneira mais amena mediante ao turbilhatildeo existencial que lhes permeia esse recor-

te da vida

Ao se abordar as questotildees que envolvem a sauacutede da mulher eacute necessaacuteria a discussatildeo

de aspectos poliacuteticos e histoacutericos que envolvem essa temaacutetica no Brasil em especial por se

tratarem de resultados de uma luta que envolve conquista do gecircnero (BRASIL 2004

BRASIL 2006a COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp

LUCCHESE 2010)

O movimento feminino pela luta de seus direitos que ultrapassam os direitos da sauacutede

hegemocircnica e se convergem aos direitos de cidadania precede a promulgaccedilatildeo do SUS Na

sauacutede o marco histoacuterico dos resultados desse movimento ocorreu na deacutecada de 80 atraveacutes do

Programa de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PAISM) Esse programa evidenciou a ne-

cessidade de mudanccedilas na abordagem das mulheres nos serviccedilos de sauacutede que ultrapassassem

o foco do ciclo graviacutedico-puerperal em busca de sua visatildeo subjetiva e integral Entretanto

apesar do discurso da integralidade na praacutetica o PAISM atuou de forma hegemocircnica buscan-

do a resoluccedilatildeo dos problemas referentes agrave sauacutede reprodutiva e na reduccedilatildeo da mortalidade ma-

terna (BRASIL 2004 BRASIL 2006 COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Encontra-se em vigor atualmente implementado pelo Ministeacuterio da Sauacutede uma estra-

teacutegia poliacutetica e tecnoloacutegica para a renovaccedilatildeo da abordagem a sauacutede da mulher a Poliacutetica Na-

cional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PNAISM) e descreve

[] Considerando que a sauacutede da mulher eacute uma prioridade deste governo o Ministeacute-

rio da Sauacutede lanccedilou em 2004 a ldquoPoliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da

Mulher ndash Princiacutepios e Diretrizesrdquo (PNAISM) em parceria com diversos setores da

sociedade com o compromisso de implementar accedilotildees de sauacutede que contribuam para

a garantia dos direitos humanos das mulheres e reduzam a morbimortalidade por

causas preveniacuteveis e evitaacuteveis Essa Poliacutetica incorpora num enfoque de gecircnero a in-

tegralidade e a promoccedilatildeo da sauacutede como princiacutepios norteadores e busca consolidar

os avanccedilos no campo dos direitos sexuais e reprodutivos com ecircnfase na melhoria da

atenccedilatildeo obsteacutetrica no planejamento familiar na atenccedilatildeo ao abortamento inseguro e

no combate agrave violecircncia domeacutestica e sexual Agrega tambeacutem a prevenccedilatildeo e o trata-

mento de mulheres vivendo com HIVAIDS e as portadoras de doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis e de cacircncer Aleacutem disso amplia as accedilotildees para grupos historicamente

alijados das poliacuteticas puacuteblicas nas suas especificidades e necessidades []

(BRASIL 2006a p13)

21

Outro avanccedilo relevante para a sauacutede da mulher integra-se na Portaria 399GM de 22

de fevereiro de 2006 que institui o Pacto Pela Vida O pacto define-se como um conjunto de

reformas institucionais do SUS entre as trecircs esferas de gestatildeo ndash Uniatildeo estados e municiacutepios ndash

com o objetivo de promover inovaccedilotildees nos processos e nos instrumentos de gestatildeo visando a

alcanccedilar maior efetividade eficiecircncia e qualidade das respostas do SUS O Pacto redefine as

responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo e a bus-

ca da equumlidade social (BRASIL 2006b)

Jaacute no cenaacuterio dos serviccedilos da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a Poliacutetica Nacional de Aten-

ccedilatildeo Baacutesica estabelece grupos vulneraacuteveis e prioritaacuterios para a organizaccedilatildeo da assistecircncia A

sauacutede da mulher integra esse grupo corroborando para a efetivaccedilatildeo das poliacuteticas supracitadas

e considerando a abordagem da mulher pela importacircncia da implementaccedilatildeo da praacutetica dife-

renciada e inovadora do PSF (BRASIL 2007)

Poreacutem diversos autores contribuem na anaacutelise da atenccedilatildeo agrave sauacutede da mulher ao identi-

ficarem a fragilidade da assistecircncia prestada chegando a concluir que os problemas atuais de

sauacutede da mulher estatildeo relacionados agrave qualidade dessa assistecircncia e a desqualificaccedilatildeo dos pro-

fissionais que promovem essa intervenccedilatildeo (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA

SILVA amp SIQUEIRA 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Essa realidade se potencializa quando a assistecircncia se refere agraves mulheres no climateacuterio

Existe uma lacuna na abordagem cotidiana do trabalho das equipes de sauacutede sobre o que e

como prestarem assistecircncia a essa demanda cada vez mais emergente Eacute urgente a necessidade

de se utilizar e integrar todos os campos do saber da sauacutede e suas interfaces para o enfrenta-

mento dessa realidade (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004 GONCcedilALVES amp

MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA

GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Considerando o potencial apresentado nesse trabalho sobre o papel do Enfermeiro nas

equipes de atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede o presente estudo interroga como a produccedilatildeo do conhe-

cimento de Enfermagem sobre a temaacutetica de assistecircncia a mulheres climateacutericas pode colabo-

rar para a implementaccedilatildeo de um cuidado integral e de qualidade a esse grupo na estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Analisar a produccedilatildeo de conhecimento de Enfermagem sobre a mulher climateacuterica e

suas contribuiccedilotildees para a atuaccedilatildeo da equipe da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia - ESF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Realizar o levantamento da produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assis-

tecircncia agrave mulher no climateacuterio

Caracterizar a produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assistecircncia agrave mu-

lher no climateacuterio

Apontar como os resultados da anaacutelise dessa produccedilatildeo cientiacutefica podem contribuir pa-

ra a atuaccedilatildeo da equipe de ESF sobre a temaacutetica

3 METOacuteDO DA PESQUISA

A pesquisa em sauacutede segundo Leopardi (2002) natildeo eacute somente uma incorporaccedilatildeo de

conteuacutedo cientiacutefico ao saber cotidiano eacute um aprender a perceber sentir e a pensar Essas con-

sideraccedilotildees acrescentam para as pesquisas em sauacutede um conhecer sobre o que ocorre no corpo

dos indiviacuteduos na sua luta diaacuteria pela sobrevivecircncia e as relaccedilotildees subjetivas de cada ser hu-

mano

Dentro desse contexto eacute evidenciado um direcionamento metodoloacutegico com a finali-

dade de conhecer as concepccedilotildees e caracteriacutesticas sobre a temaacutetica em estudo presentes na

literatura Trata-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva por revisatildeo bibliograacutefica de anaacute-

lise integrativa

Esse estudo foi realizado com base na pesquisa bibliograacutefica Para Duarte amp Furtado

(2002) esse tipo de pesquisa eacute realizado a partir de levantamentos da produccedilatildeo cientiacutefica

presente em diferentes apresentaccedilotildees como livros artigos cientiacuteficos dissertaccedilotildees teses den-

tre outros Cervo amp Bervian (1996) ressaltam que esse tipo de pesquisa procura explicar um

problema a partir de referecircncias pela analise de suas contribuiccedilotildees culturais ou cientiacuteficas

existentes acerca de determinado assunto

Jaacute o cunho exploratoacuterio desse estudo se define pela descoberta de ideacuteias que propor-

cionaram familiaridade com o problema tornando-o mais expliacutecito com a possibilidade de

fomento a outras hipoacuteteses (DUARTE amp FURTADO 2002 LEOPARDI 2002 HULLEY et

al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

O caraacuteter descritivo dessa pesquisa ocorre na definiccedilatildeo das caracteriacutesticas do fenocircme-

no a ser estudado e suas relaccedilotildees mediante aos objetivos propostos (GIL 1996 OLIVEIRA

1999) Nesse sentido o trabalho descritivo abrange aspectos amplificados do contexto social

Assim eacute possiacutevel o niacutevel de anaacutelise da temaacutetica sobre diferentes formas aleacutem de sua ordena-

ccedilatildeo e sua classificaccedilatildeo

As revisotildees de literatura necessitam de alguns padrotildees que assegurem sua qualidade

metodoloacutegica como utilizaccedilatildeo de meacutetodos para assegurar a anaacutelise precisa e objetiva anaacutelise

da teoria resultados meacutetodos sujeitos e variaacuteveis de estudo fornecer ao leitor o maacuteximo de

informaccedilotildees possiacuteveis sobre estudos revisados e natildeo apenas os principais (HULLEY et al

2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Dessa forma realizou-se um estudo de revisatildeo da literatura cientiacutefica visando avaliar

um conjunto de dados simultacircneos a partir de estudos primaacuterios selecionados previamente

24

que investigam uma mesma questatildeo (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER

2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

A questatildeo do estudo eacute o primeiro passo para o iniacutecio da revisatildeo bibliograacutefica O Se-

gundo passo consiste em definir a seleccedilatildeo dos estudos sendo o mais indicado as bases de da-

dos eletrocircnicas O terceiro passo eacute a avaliaccedilatildeo criacutetica dos estudos em que se utilizam criteacuterios

para validar os estudos selecionados atraveacutes de uma avaliaccedilatildeo criacutetica dos pesquisadores O

quarto passo consiste na coleta dos dados em que se caracterizam os estudos levantados e de-

terminam suas possibilidades de comparaccedilatildeo O quinto passo eacute a analise e apresentaccedilatildeo dos

dados com agrupamento de estudos semelhantes O sexto passo eacute a determinaccedilatildeo da forccedila

dos resultados e das evidencias encontradas delineando claramente os benefiacutecios e riscos do

achado Uma vez publicada a revisatildeo poderaacute sofrer criacuteticas e sugestotildees que poderatildeo ser in-

corporadas em novos estudos sobre a temaacutetica (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005

ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Para o delineamento do estudo foi definida como questatildeo norteadora como a produ-

ccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede da mulher climateacuterica pode contribuir pa-

ra a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede da famiacutelia

A partir da questatildeo dessa investigaccedilatildeo foram considerados estudos que abordassem a

assistecircncia ao climateacuterio por Enfermeiros A amostra foi do tipo natildeo-probabiliacutestica de conve-

niecircncia constituiacuteda por publicaccedilotildees nacionalmente indexadas sobre a temaacutetica O descritor

utilizado foi ldquoClimateacuteriordquo e a opccedilatildeo pelo natildeo cruzamento de demais descritores foi devida a

escolha da fonte de busca

A fonte de busca orientou-se por base eletrocircnica restrita a produccedilatildeo do conhecimento

nacional e de liacutengua portuguesa que correspondesse a publicaccedilotildees em perioacutedicos de Enfer-

magem demonstrando proximidade com a questatildeo norteadora A busca dos artigos foi reali-

zada no periacuteodo de outubro de 2009 a janeiro de 2010

Adotou-se como criteacuterios de exclusatildeo publicaccedilotildees cujo o cenaacuterio de desenvolvimento

natildeo fossem a Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede eou ESF Ressalta-se que o recorte temporal para

busca das publicaccedilotildees considerou apenas o limite final do periacuteodo o ano de 2009 buscando

amplificar o periacuteodo de iniacutecio da produccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico dessa temaacutetica e assim

natildeo diminuir a sensibilidade das buscas

Foi utilizada a Base de Dados de Enfermagem (BDENF) presente na Biblioteca Vir-

tual em Sauacutede BIREME atraveacutes do siacutetio eletrocircnico httpbasesbiremebrcgi-

binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampbase=BDENFamplang=p

25

O Centro Latino-Americano e do Caribe de Informaccedilatildeo em Ciecircncias da Sauacutede tam-

beacutem conhecido pelo seu nome original Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) eacute um

centro especializado da Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Organizaccedilatildeo Mundial da Sa-

uacutede (OPASOMS) orientado agrave cooperaccedilatildeo teacutecnica em informaccedilatildeo cientiacutefica em sauacutede A sede

da BIREME estaacute localizada no Brasil no campus central Universidade Federal de Satildeo Paulo

(UNIFESP) desde a sua criaccedilatildeo em 1967 segundo acordo da OPASOMS com o Governo do

Brasil

A BDENF apresenta informaccedilotildees compostas pela literatura teacutecnico-cientiacutefica brasilei-

ra em Enfermagem Eacute coordenada pela Escola de Enfermagem da Universidade de Minas

Gerais e por demais Centros Cooperantes da rede BVSENFERMAGEM A composiccedilatildeo des-

sa biblioteca eletrocircnica apresenta perioacutedicos teses livros capiacutetulos de livros anais de con-

gressos ou conferecircncias relatoacuterios teacutecnico-cientiacuteficos e publicaccedilotildees governamentais

No desenvolvimento da revisatildeo integrativa foram selecionados artigos apoacutes a identifi-

caccedilatildeo de todas as publicaccedilotildees a partir do descritor utilizado Procedeu-se analise para caracte-

rizaccedilatildeo dos estudos e preacute-seleccedilatildeo quanto a sua pertinecircncia a pergunta norteadora

Essa etapa foi realizada separadamente por dois revisores sendo a pesquisadora dessa

investigaccedilatildeo e a sua orientadora Os passos utilizados para a caracterizaccedilatildeo dos artigos e a

verificaccedilatildeo de sua aproximaccedilatildeo com a questatildeo norteadora foram a leitura aprofundada de

cada artigo a segregaccedilatildeo dos mesmos quanto agrave aproximaccedilatildeo da questatildeo norteadora e a cate-

gorizaccedilatildeo desses conforme os criteacuterios metodoloacutegicos estabelecidos

Posteriormente ocorreu consenso entre a autora e a orientadora com o objetivo de de-

cidir a inclusatildeo e a exclusatildeo dos artigos preacute-selecionados e avaliados a fim de se garantir

maior seguranccedila na seleccedilatildeo

Para a anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por nuacutemeros absolutos e

frequencias Os elementos de caracterizaccedilatildeo dos perioacutedicos foram

Total de artigos identificados na busca conforme fonte

Identificaccedilatildeo de artigos repetidos

Exclusatildeo de artigos

Inclusatildeo de artigos para a revisatildeo sistemaacutetica

Quanto aos estudos incluiacutedos por aproximaccedilatildeo para com a questatildeo norteadora analisa-

ram-se os seguintes aspectos

Siacutentese panoracircmica do conteuacutedo e da analise dos artigos incluiacutedos

Delineamento da Investigaccedilatildeo (metodologia)

26

Ano de publicaccedilatildeo

Perioacutedico de publicaccedilatildeo

Consideraccedilotildees apresentadas agrave temaacutetica em estudo

Objetivando facilitar a leitura e a identificaccedilatildeo dos artigos optou-se pela atribuiccedilatildeo do

coacutedigo E(n) para os artigos excluiacutedos e I(n) para os artigos incluiacutedos na revisatildeo sistemaacutetica

Conforme os resultados identificados foi calculado o iacutendice de KAPPA (K) Esse iacuten-

dice corresponde a uma medida de concordacircncia usada em escalas nominais que fornece a

ideacuteia do quanto as observaccedilotildees se afastam daquelas esperadas fruto do acaso indican-

do assim o quatildeo legiacutetimas as interpretaccedilotildees satildeo (CANOLETTI 2008)

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A anaacutelise da revisatildeo sistemaacutetica iniciou com a descriccedilatildeo dos artigos encontrados se-

guindo com a descriccedilatildeo daqueles excluiacutedos do processo de revisatildeo sistemaacutetica e por fim foi

analisada a aproximaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos com o questionamento norteador

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF

Os registros sobre climateacuterio no BDENF totalizaram 26 conforme descritor utilizado

poreacutem dentre os trabalhos havia um que natildeo se enquadrava como perioacutedico e foi excluiacutedo da

lista totalizando 25 artigos Ressalta-se que natildeo houve obtenccedilatildeo de artigos por busca manual

Na Tabela 1 verifica-se o total de estudos encontrados na busca realizada conforme perioacutedi-

cos

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo

perioacutedicos

BDENF - Banco de Dados de Enfermagem N

Revista Gauacutecha de Enfermagem 2

Revista Enfermagem UERJ 5

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 1

Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 4

Revista da Escola de Enfermagem da USP 2

Acta Paulista de Enfermagem 1

Nursing (Satildeo Paulo) 2

Revista Brasileira de Enfermagem 3

Biblioteca J Baeta Vianna 1

Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 1

Revista Paulista de Enfermagem 1

Texto amp Contexto Enfermagem 2

Total 25

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Quanto ao ano de publicaccedilotildees dos artigos selecionados observou-se que o periacuteodo de

publicaccedilatildeo inicia-se em 1985 e finaliza no ano de 2009 como mostra a Tabela 2

28

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano

de publicaccedilatildeo

Ano de publicaccedilatildeo Nordm de Estudos

2009 2 8

2008 1 4

2007 2 8

2006 1 4

2005 4 16

2004 3 12

2002 4 16

2000 3 12

1997 1 4

1996 1 4

1995 1 4

1985 2 8

TOTAL 25 100

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Nota-se que apesar de haver nesta revisatildeo sistemaacutetica trabalhos datados de 1985 a

discussatildeo do tema soacute ampliou entre 15 e 20 anos depois o que reforccedila a ideacuteia de que haacute uma

preocupaccedilatildeo crescente para com essa temaacutetica na atenccedilatildeo baacutesica no intuito de melhorar os

serviccedilos prestados

Vale ressaltar que criaccedilatildeo do SUS em 1988 e posteriormente a ESF regulamentada em

1994 contribuiacuteram para o fortalecimento da atenccedilatildeo primaacuteria e consequentemente impulsio-

nando as pesquisas na aacuterea

Analisando esta tabela percebe-se que no periacuteodo de 2000 a 2005 foram identificados

o maior nuacutemero de publicaccedilotildees referentes ao assunto 56 (n = 14) indicando o crescimento

do interesse do estudo deste assunto A concentraccedilatildeo de estudos nesse intervalo de tempo os

caracteriza como sendo recentes jaacute que foram elaborados haacute menos de 10 anos

Os resumos dos 25 registros localizados foram lidos e a partir da leitura foram sele-

cionados aqueles cujo tiacutetulo eou resumo colocavam a assistecircncia ao climateacuterio na atenccedilatildeo

primaacuteria como objeto de estudo ou como uma de suas questotildees centrais de anaacutelise Posteri-

ormente foram identificados os artigos repetidos (n = 3) descartando-os

Dos 22 artigos selecionados a Revista Enfermagem UERJ apresentou a maior quanti-

dade de publicaccedilotildees totalizando 20 (n = 5)

Apoacutes avaliaccedilatildeo dos tiacutetulos leitura dos resumos e anaacutelise dos artigos integralmente ve-

rificou-se que 364 (n = 8) apresentaram pertinecircncia agrave questatildeo norteadora da pesquisa sen-

do 25 (n = 2) destes artigos oriundos da Revista Enfermagem UERJ e 25 (n = 2) da Es-

cola Ana Nery Revista de Enfermagem As demais revistas apresentaram 125 (n = 1) dos

29

artigos pertinentes cada uma Os estudos excluiacutedos da revisatildeo integrativa perfizeram 636

(n = 14)

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA

Em relaccedilatildeo aos artigos excluiacutedos observa-se sua descriccedilatildeo no Quadro 1

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E1

ZAMPIERI M de F M

TAVARES C M A

HAMES M de L C

FALCON G S

SILVA A L de

GONCcedilALVES L T

O processo de viver e ser

saudaacutevel das mulheres no

climateacuterio

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2009

E2

ALMEIDA L H R B de

LUZ M H B A

MONTEIRO C F de S

Ser mulher no climateacuterio

uma anaacutelise compreensiva

pela enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

E3 NIEVAS A F

FUREGATO A R F

Depressatildeo em mulheres no

climateacuterio

Revista Gauacutecha de

Enfermagem 2006

E4 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

Vivenciando o climateacuterio o

corpo em seu percurso exis-

tencial agrave luz da Fenomenolo-

gia

Revista Enferma-

gem UERJ 2005

E5

FERNANDEZ M R

GIR E

HAYASHIDA M

Sexualidade no periacuteodo

climateacuterico situaccedilotildees vi-

venciadas pela mulher

Revista da Esco-

la de Enferma-

gem da USP

2005

E6 BIFFI E F de A

SCATENA M C M

Sauacutede Mental e climateacuterio

na perspectiva de mulheres

profissionais de sauacutede

Revista Enfer-

magem UERJ 2004

30

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E7 MILANEZ M R de

M NERY I S

Percepccedilatildeo das mulheres

sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de en-

fermagem

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2004

E8 MURATA I M H

SCHIRMER J

Manifestaccedilotildees biopsicogecirc-

nicos decorrentes do clima-

teacuterio entre trabalhadoras de

uma universidade puacuteblica

Acta Paulista de

enfermagem 2004

E9 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

O climateacuterio a corporeida-

de como berccedilo das experi-

ecircncias do vivido

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

2002

E10

MURATA I M H

BERCINI L O

SCHIRMER J

Auto-cuidado na prevenccedilatildeo

do cacircncer de colo de uacutetero

e cacircncer de mama compa-

raccedilatildeo entre mulheres natildeo

climateacutericas e climateacutericas

Biblioteca J

Baeta Vianna 2000

E11

LOPES M E L

BATISTA P S de S

COSTA Se F G da

SOARES M S de

Orientaccedilotildees de enferma-

gem agrave mulher climateacuterica

quanto agrave terapia de reposi-

ccedilatildeo hormonal uma abor-

dagem eacutetica

Revista da Rede de

Enfermagem do

Nordeste

2000

E12 DAOUD I G

SANTANA M da G

Construccedilatildeo de um processo

educativo com um grupo de

mulheres climateacutericas

Texto amp Contexto

Enfermagem 2000

E13 LANDERDAHL M C

Buscando novas maneiras

de pensar o climateacuterio fe-

minino

Texto amp contexto

enfermagem 1997

E14 NERY I S Perfil do atendimento agrave

mulher no climateacuterio

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

1996

31

Em geral os estudos excluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (E1 E6 E8 e E10) que correspondem

a 286 (n = 4)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (E3 E4 E5 E7 E8 E9 e

E13) somando 50 (n = 6)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (E2 E11 E12 e E14) o que resulta em 286 (n =

4)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 71 (n = 1) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas por

profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educativo (E11)

Percebe-se que dois dos artigos excluiacutedos se enquadram em mais de uma dimensatildeo apre-

sentada na anaacutelise feita acima

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os artigos incluiacutedos foram estudados sistematicamente de modo a extrair de cada um

as concepccedilotildees e respectivas caracteriacutesticas do trabalho em equipe as quais foram discutidas agrave

luz do referencial teoacuterico que embasa este estudo qual seja a assistecircncia ao climateacuterio pela

equipe de sauacutede

A amostra definitiva dos artigos incluiacutedos para a revisatildeo sistemaacutetica portanto foram

oito artigos apresentados a seguir no Quadro 2

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

I1 PEREIRA Q L C

SIQUEIRA H C H de

O olhar dos responsaacuteveis

pela poliacutetica de sauacutede da

mulher climateacuterica

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

2009

I2

OLIVEIRA D M de

JESUS M C P de

MERIGHI M A B

O climateacuterio sob a oacutetica de

mulheres assistidas em uma

unidade de sauacutede da famiacutelia

de Juiz de Fora - Minas Ge-

rais

Revista de A-

tenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede

2008

32

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

I3 LIMA E C

VARGENS O M da C

O significado de climateacuterio

para as mulheres implicaccedilotildees

para o cuidado de enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

I4

PIAZZA I P

DE LORENZI D R S

SACILOTO B

Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacuteri-

cas atendidas em um PSF

Revista Gauacutecha

de Enfermagem 2005

I5 LANDERDAH M C

Mulher climateacuterica uma abor-

dagem necessaacuteria ao niacutevel de

atenccedilatildeo baacutesica

Nursing (Satildeo

Paulo) 2002

I6 DAOUD I G

Encontros e desencontros das

mulheres climateacutericas que

buscam assistecircncia em serviccedilo

do Sistema Uacutenico de Sauacutede

Revista Enferma-

gem UERJ 2002

I7

CANDELLA C L M

RUGGIERO C M

ARAYA M E S SILVA

R V

Assistecircncia de enfermagem agrave

mulher no climateacuterio

Revista da Escola

de Enfermagem

da USP

1995

I8 VARGENS O M da C O casal no climateacuterio orienta-

ccedilatildeo de enfermagem

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

1985

Os estudos incluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (I4) que correspondem a

125 (n = 1)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (I2 I3) somando

25 (n = 2)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (I1 I5 I6 I7 e I8) o que resulta em 625

(n = 5)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 25 (n = 2) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas

por profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educati-

vo (I7 e I8)

Assim nota-se que a maioria dos estudos incluiacutedos 625 (n = 5) faz menccedilatildeo agrave assis-

tecircncia em sauacutede prestada a essas clientes evidenciando-se uma maior discussatildeo do tema asso-

ciado agrave melhoria dos serviccedilos prestados na atenccedilatildeo baacutesica

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

1 ALMEIDA LHRB LUZ MHBA MONTEIRO CFS Ser mulher no climateacute-

rio uma anaacutelise compreensiva pela enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007

15(3)370-375 julset

2 ALVES VS Um modelo de educaccedilatildeo em sauacutede para o Programa Sauacutede da Famiacutelia

pela integralidade da atenccedilatildeo e reorientaccedilatildeo do modelo assistencial Revista Interface-

Comunicaccedilatildeo Sauacutede Educaccedilatildeo 2005 9(16) 39-52

3 AZAMBUJA EP et al Significados do trabalho no processo de viver de trabalhado-

ras de um programa de sauacutede da famiacutelia Texto contexto - enfermagem v16 n1

p71-79 mar 2007

4 BENITO GAV BECKER LC Atitudes gerenciais do enfermeiro no Programa Sa-

uacutede da Famiacutelia visatildeo da Equipe Sauacutede da Famiacutelia Revista brasileira de enfermagem

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7 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de

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rioMenopausa Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacute-

gicas Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 200881p

8 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Portaria nordm

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9 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

operacionais dos Pactos pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo Ministeacuterio da Sa-

uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

trole dos cacircnceres do colo do uacutetero e da mama Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Depar-

tamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndashBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a 132p

43

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65 STARFIELD B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidade de sauacutede serviccedilos e

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66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

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versidade de Satildeo Paulo 2007

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69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 13: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

12

Curiosidade inquietaccedilatildeo necessidade de estimular a equipe para obtenccedilatildeo de melho-

res resultados motivaram ou melhor foram a mola propulsora para que a autora investigasse

essa temaacutetica a fim de contribuir para a melhoria do seu processo de trabalho

Entretanto havia duacutevidas quanto agrave escolha de estrateacutegias efetivas que pudessem ser u-

tilizadas na atenccedilatildeo dispensada a essa populaccedilatildeo As questotildees abordadas pelas mulheres cli-

mateacutericas condiziam com modificaccedilotildees do corpo humano mudanccedilas de papeacuteis no seu contex-

to familiar e social questotildees de foacuterum iacutentimo em suas relaccedilotildees conjugais dentre outros aspec-

tos o que lhes suscitava incertezas e medo do desconhecido

Diante do exposto associado agraves reflexotildees contextuais e o aparato intelectivo propor-

cionados pela Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia suscitou na autora o

desejo de conhecer cientificamente como acontecia a assistecircncia ao climateacuterio prestada por

enfermeiros e a possibilidade de suas contribuiccedilotildees para o fortalecimento das accedilotildees da equi-

pe Mediante esse cenaacuterio manifesta-se o interesse em concretizar este estudo que possui a

seguinte questatildeo norteadora como a produccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede

da mulher climateacuterica pode contribuir para a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede

da famiacutelia

13

11 PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA E A ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

INOVACcedilOtildeES TECNOASSISTENCIAIS PARA O FORTALECIMENTO DO SUS

A Constituiccedilatildeo de 1988 institui o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e coloca a Sauacutede co-

mo uma conquista de direito do cidadatildeo Ressalta-se como princiacutepios dessa poliacutetica puacuteblica de

sauacutede no Brasil a integralidade a universalidade a equumlidade Outro aspecto que se busca para

a garantia desse direito eacute a incorporaccedilatildeo de novas tecnologias e especializaccedilatildeo dos saberes

(ROSEMBERG amp MINAYO 2001 TEIXEIRA 2003 BRASIL 2007 FARIA et al 2009a)

Na trajetoacuteria da implementaccedilatildeo desse sistema muitos avanccedilos aconteceram entretanto

alguns desafios permearam esse cenaacuterio dentre os quais se destacam a fragmentaccedilatildeo do pro-

cesso de trabalho e das relaccedilotildees entre os diferentes profissionais a fragmentaccedilatildeo da rede as-

sistencial precaacuteria interaccedilatildeo nas equipes e despreparo para lidar com a dimensatildeo subjetiva

nas praacuteticas de atenccedilatildeo baixo investimento na qualificaccedilatildeo dos trabalhadores especialmente

no que se refere agrave gestatildeo participativa e ao trabalho em equipe desrespeito aos direitos dos

usuaacuterios formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede distante do debate e da formulaccedilatildeo da poliacutetica

puacuteblica de sauacutede controle social fraacutegil dos processos de atenccedilatildeo e gestatildeo do SUS

(ROSEMBERG amp MINAYO 2001 TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

Nesse percurso diversas interpretaccedilotildees conceituais ressaltam-se sobre a sauacutede Observa-

se no cotidiano que os olhares reducionistas do campo de atenccedilatildeo agrave sauacutede tecircm contribuiacutedo

para a manutenccedilatildeo das desigualdades sociais (ROSEMBERG amp MINAYO 2001

TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

Diferentes autores apontam que na atualidade o entendimento do processo sauacutede-

doenccedila estaacute ainda centrado no biologismo e com uma fraacutegil compreensatildeo de caracteriacutesticas

lineares e mecacircnicas dos determinantes do processo sauacutede-doenccedila (ROSEMBERG amp

MINAYO 2001 STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al 2009a)

Movimentos mundiais desenvolveram-se para a discussatildeo e transformaccedilatildeo desses as-

pectos hegemocircnicos no processo sauacutede e doenccedila Destaca-se o movimento pioneiro iniciado

no Canadaacute em 1974 qual propotildee a utilizaccedilatildeo da estrateacutegia da promoccedilatildeo da sauacutede deslocando

o foco das causas individuais da doenccedila para as influecircncias soacutecio-ambientais Posteriormente

o movimento da promoccedilatildeo da sauacutede verificado pelas Conferecircncias Internacionais de Adelai-

de (1986) Sundsvall (1991) Jakarta (1997) e Meacutexico (2000) no Brasil (MINAYO HARTZ

BUSS 2000 MENDES 2002 STARFIELD 2002 TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

14

Busca-se desde entatildeo a compreensatildeo da sauacutede enquanto recurso fundamental para a

vida diaacuteria e natildeo como um objetivo em si mesmo com determinantes muacuteltiplos necessitando

de intervenccedilatildeo intersetorial Com isso satildeo essenciais estrateacutegias que corroborem com a defesa

da vida a qualificaccedilatildeo profissional e a mediaccedilatildeonegociaccedilatildeo entre os diversos atores que

compotildeem o cenaacuterio SUS (MINAYO HARTZ BUSS 2000 BRASIL 2007 FARIA et al

2009a)

Mediante todos os movimentos que discutiram o conceito de sauacutede de forma ampliada

alguns desafios cotidianos ainda estatildeo colocados para a sauacutede puacuteblica que pautados na im-

plementaccedilatildeo do SUS apresentam urgecircncia em redirecionar o modo como estatildeo organizados

os serviccedilos de sauacutede e a assistecircncia prestada (TEIXEIRA 2003 BRASIL 2007 FARIA et al

2009a)

Ao considerar essas especifidades apontadas no sistema de sauacutede brasileiro em 1994

foi criada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Esse programa

eacute uma estrateacutegia ambiciosa que visa a transformaccedilatildeo do modelo tecnoassistencial vivenciado

Trata-se de incorporar aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria uma equipe multiprofissional que

dialogue com o conhecimento popular responsaacutevel por uma determinada aacuterea de abrangecircncia

E o trabalho em sauacutede dessa equipe deve considerar essa aacuterea enquanto territoacuterio- processo e

atuar como unidade de centralidade na organizaccedilatildeo do cuidado agraves necessidades de sauacutede da

populaccedilatildeo (BRASIL 2007 FARIA et al 2009b COSTA et al 2009 MERHY 2009

MINAS GERAIS 2009)

As equipes multiprofissionais satildeo compostas conforme a legislaccedilatildeo atual da ESF por

meacutedico generalista agentes comunitaacuterios de sauacutede trabalhadores de sauacutede bucal auxiliares

de enfermagem e enfermeiro Destaca-se nesse contexto o trabalho do agente comunitaacuterio

em sauacutede enquanto ator principal na interlocuccedilatildeo entre as necessidades comunitaacuterias e seus

conhecimentos nos processos de manutenccedilatildeo da vida com o saber tecnoloacutegico dos demais

trabalhadores da sauacutede (MENDES 2002 STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al

2009b MERHY 2009 MINAS GERAIS 2009)

Sobre o territoacuterio-processo esse conceito eacute compreendido como um fenocircmeno que re-

sulta na compreensatildeo das relaccedilotildees estabelecidas em um determinado espaccedilo Abrange o deli-

neamento e compreensatildeo por meio de mapeamento e diagnoacutesticos situacionais sobre as es-

pecificidades dos aspectos das relaccedilotildees interpessoais ali inseridos sua mobilidade espacial

suas diversidades histoacuterico-culturais e os elementos cognitivos fiacutesicos demograacuteficos e eco-

nocircmicos que as comunidades vivenciam para a manutenccedilatildeo de suas vidas Pressupotildee-se que a

equipe multiprofissional preste assistecircncia para 800 a 1000 famiacutelias cadastradas em uma Uni-

15

dade Baacutesica de Sauacutede atraveacutes de um territoacuterio delimitado e mapeado (MENDES 2002

STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009)

Jaacute a centralidade do cuidado traz agrave ESF enquanto mecanismo fortalecedor do niacutevel

primaacuterio de atenccedilatildeo agrave sauacutede no Brasil uma caracteriacutestica inovadora que consiste em coorde-

nar a assistecircncia de forma a promover a integralidade na rede assistencial Essa integralidade

ocorre quando o ponto central do cuidado se diverge da piracircmide hierarquizada e adota estru-

turas aliadas e flexiacuteveis entre os diferentes setores de prestaccedilatildeo dos serviccedilos em sauacutede inde-

pendente de sua densidade tecnoloacutegica A manutenccedilatildeo entre o diaacutelogo contiacutenuo dos diversos

setores da sauacutede e as necessidades da comunidade passa a ser de responsabilidade das equipes

inseridas no niacutevel primaacuterio por meio do PSF (MENDES 2002 STARFIELD 2002 FARIA

et al 2009b MINAS GERAIS 2009)

Seguindo essa loacutegica Sousa e Hamann (2009) ressaltam os impasses em trabalhar no

cotidiano dos serviccedilos mediante esse olhar organizativo diferenciado que se volta agraves comuni-

dades e seus os grupos sociais especiacuteficos

Pressupotildee-se um rompimento dos muros das Unidades de Sauacutede e abordagens inter-

ventoras que tenham como loacutecus a famiacutelia Essa tarefa exige abordagens complexas mesmo

que as teacutecnicas mais frequentes utilizadas sejam as que englobam a subjetividade na interaccedilatildeo

profissional de sauacutede e usuaacuterios do SUS a educaccedilatildeo para promoccedilatildeo da sauacutede e intervenccedilotildees

para mudanccedilas de comportamento em busca de estilos de vida mais saudaacuteveis (MENDES

2002 STARFIELD 2002 SOUSA amp HAMANN 2009 VASCONCELOS et al 2009)

Aleacutem disso essas tecnologias empregadas na reformulaccedilatildeo assistencial do SUS pela

atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutedeESF buscam promover uma assistecircncia em sauacutede humanizada O

acolhimento a percepccedilatildeo da inteireza de cada pessoa e seu nuacutecleo familiar e a inserccedilatildeo dos

condicionantes e determinantes sociais no processo de trabalho dessas equipes ateacute entatildeo a-

presentam-se como desafio proposto Espera-se com a incorporaccedilatildeo desse modus operandi

diferenciado uma assistecircncia de resultados positivos para todos os atores que compotildeem o

SUS - gestores trabalhadores usuaacuterios e instituiccedilotildees formadoras em sauacutede E com isso se

impulsione a consolidaccedilatildeo da resolutividade no SUS (MENDES 2002 STARFIELD 2002

COSTA et al 2009 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009 VASCONCELOS et al

2009)

Outras ferramentas de trabalho a serem incorporadas agraves equipes de ESF satildeo as relacio-

nadas com a epidemiologia social Essas ferramentas prevecircem o reconhecimento da realidade

local por anaacutelises participativas que associam o planejamento das accedilotildees em sauacutede atraveacutes de

um diagnoacutestico do territoacuterio suas famiacutelias e coletividade enquanto territoacuterio processo Eacute pre-

16

ciso que o resultado desse planejamento seja traduzido em uma programaccedilatildeo das atividades

da equipe que considere os fatores de vulnerabilidade e os grupos de risco populacional em

sauacutede a fim de produzir serviccedilos com equidade (MENDES 2002 STARFIELD 2002

COSTA et al 2009 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009 VASCONCELOS et al

2009)

Com isso enfrentar o desafio proposto entre desconstruir o modelo hegemocircnico em

que se estabelecem as accedilotildees de sauacutede na atualidade em busca da construccedilatildeo de um SUS ideal

requer o desenvolvimento de novas praacuteticas sanitaacuterias no cotidiano assistencial que se com-

prometam com a possibilidade de viver de modo mais saudaacutevel (COSTA et al 2009 FARIA

et al 2009b VASCONCELOS et al 2009)

Nesse contexto destaca-se nas equipes de ESF o papel do profissional Enfermeiro

(MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI amp PEREIRA 2009) Ao se

analisar a histoacuteria da Enfermagem Brasileira pode-se observar sua convergecircncia agrave poliacutetica

puacuteblica de sauacutede adotada no paiacutes O Decreto no 9440687(COFEN 2002) que regulamenta a

profissatildeo explicita como atribuiccedilatildeo do Enfermeiro sua participaccedilatildeo no planejamento execu-

ccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da programaccedilatildeo da sauacutede nos diferentes niacuteveis assistenciais do SUS A reso-

luccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) 2722002 incube a esse profissional um

processo de trabalho pautado na Sistematizaccedilatildeo de sua Assistecircncia em busca da qualidade do

cuidado

Conforme Resoluccedilatildeo COFEN 2722002

[] A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem- SAE sendo atividade privati-

va do enfermeiro utiliza meacutetodo e estrateacutegia de trabalhos com embasamento cientiacute-

fico para a identificaccedilatildeo das situaccedilotildees de sauacutededoenccedila que possam contribuir para a

promoccedilatildeo prevenccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo da sauacutede do indiviacuteduo famiacutelia e

comunidade (COFEN 2722002 p 50)

Assim na implementaccedilatildeo dessa assistecircncia eacute fundamental que o Enfermeiro reconhe-

ccedila os haacutebitos individualizados e os aspectos biopsicossociais que integram o processo sauacutede-

doenccedila dos sujeitos visando a identificaccedilatildeo de problemas julgamento cliacutenico sobre as respos-

tas do indiviacuteduo famiacutelia e comunidade perante suas adaptaccedilotildees aos processos de vida vigen-

tes ou potencias (COFEN 2002 MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI

amp PEREIRA 2009)

Perante esses pressupostos legais observa-se a convergecircncia entre o processo de traba-

lho da Enfermagem e as necessidades impostas para o desenvolvimento das accedilotildees em ESF

17

Com isso torna-se significativo no incremento da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a atuaccedilatildeo dife-

renciada desse profissional

Feliciano et al (2010) apontam para o valor atribuiacutedo ao Enfermeiro na ESF quando

esse profissional apresenta-se como uma referecircncia na busca da superaccedilatildeo de dificuldades

haja vista que os demais integrantes da equipe e usuaacuterios dirigem suas demandas a esse pro-

fissional independente de eles gerenciarem institucionalmente a unidade de sauacutede

Figueiredo et al (2010) ressaltam que cabe ao Enfermeiro de ESF funccedilotildees como admi-

nistraccedilatildeo de recursos materiais e humanos bem como a padronizaccedilatildeo das accedilotildees na equipe A

autora revela ainda que a organizaccedilatildeo das atividades de educaccedilatildeo continuada para equipe do

PSF como atribuiccedilatildeo contiacutenua do Enfermeiro

Matumoto et al (2005) Chirelli amp Pereira 2009 Pires amp Goumlttems (2009) corroboram

com essa constataccedilatildeo ao apresentarem que a gestatildeo do cuidado agraves famiacutelias em ESF eacute progra-

maccedilatildeo constante realizada pela Enfermagem e sua equipe Cordeiro et al (2009) colocam o

trabalho de enfermagem na ESF realizado de forma ampliada abrangendo consultas individu-

ais atividades educativas em grupo praacuteticas de capacitaccedilatildeo continuada junto a equipe e pro-

gramaccedilatildeo das accedilotildees junto a ela de forma compatiacutevel e adequada aos pressupostos da estrateacute-

gia sauacutede da famiacutelia

Colomeacute Limas amp Davis (2008) salientam o Enfermeiro como principal articulador do

trabalho na equipe de ESF Os autores mencionam que essas articulaccedilotildees se estabelecem prin-

cipalmente com os agentes comunitaacuterios de sauacutede o que facilita a aproximaccedilatildeo do profissio-

nal de enfermagem agraves necessidades de sauacutede da comunidade conectando o seu trabalho com

os outros profissionais da equipe como dentistas e meacutedicos considerando o caraacuteter comple-

mentar da atuaccedilatildeo dentro de uma equipe multiprofissional

Azambuja et al (2007) expressam em seu estudo sobre o significado do trabalho no

PSF que para os enfermeiros se denota enquanto processo potencializador do seu viver hu-

mano Isso significa que o trabalho em ESF influencia na forma como se vecircem se sentem se

relacionam e vivenciam as situaccedilotildees cotidianas de maneira positiva

Santos Soares amp Campos confirmam os resultados de seus estudos ao de Azambuja et

al (2007) ao colocarem que para os Enfermeiros as forccedilas fortalecedoras de seu trabalho no

PSF adveacutem da relaccedilatildeo prazerosa com o objetofinalidade do trabalho e com o trabalho em si

Eles complementam ainda que as Enfermeiras convivem com a expectativa das suas potenci-

alidades para solucionar os problemas oferecer respostas a populaccedilatildeo em cenaacuterio de maior

autonomia profissional

18

Benito amp Becker (2007) em pesquisa sobre as atitudes gerenciais dos enfermeiros na

ESF destacaram atraveacutes dos profissionais informantes que eram membros das equipes atitu-

des qualitativas dos Enfermeiros de ESF como ser justos intermediarem e resolverem confli-

tos entre profissionais usuaacuterios e representantes da gestatildeo apresentarem poder de negocia-

ccedilatildeo estarem abertos a mudanccedilas possuiacuterem em sua praacutetica atitudes de escuta buscarem pela

promoccedilatildeo de iniciativas e autonomia da equipe e dos usuaacuterios contribuiacuterem com o seu conhe-

cimento para o desenvolvimento do grupo capacidade de planejamento e desenvolvimento de

accedilotildees conjuntas e prestarem o cuidado centrado na famiacutelia com compromisso e responsabili-

dade

Os resultados desses estudos apresentam o papel diferenciado que o Enfermeiro vem

exercendo nas equipes da ESF corroborando para a sua importacircncia nesse campo de atuaccedilatildeo

Destacam as caracteriacutesticas do trabalhador de enfermagem e a incorporaccedilatildeo de novos arranjos

de poderes e saberes necessaacuterios para o delineamento do perfil desse profissional de forma

comprometida agraves diretrizes da ESF e ao fortalecimento do SUS

19

12 O CLIMATEacuteRIO DESAFIO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO

PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

A populaccedilatildeo feminina brasileira totaliza mais de 98 milhotildees e aproximadamente 30

milhotildees se encontram na faixa etaacuteria de 35 a 65 anos Esses dados revelam que 32 das mu-

lheres do Brasil estatildeo na faixa etaacuteria em que ocorre o climateacuterio (BRASIL 2008)

Coelho amp Porto (2009) definem climateacuterio como

[] periacuteodo de transiccedilatildeo entre as fases reprodutivas e natildeo reprodutivas da mulher

Comeccedila por volta dos 40 anos podendo estender-se ateacute os 55 anos ou mais Durante

esses anos acontece a uacuteltima menstruaccedilatildeo definida como menopausa [] (Coelho

amp Porto 2009 p76)

Ressalta-se que esse periacuteodo eacute uma fase bioloacutegica natural da vida e natildeo um processo

patoloacutegico Eacute reconhecido como uma fase do ciclo vital feminino em que ocorrem intensas

transformaccedilotildees na maneira da mulher ser e estar no mundo modificando sua compreensatildeo

frente ao fenocircmeno existencial (LIMA amp ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI

2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008

BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009)

Dessa maneira o periacuteodo do climateacuterio eacute resultado tanto da deficiecircncia hormonal co-

mo de fatores socioculturais e psicoloacutegicos decorre no processo de envelhecimento feminino

sendo marcado pela menopausa A menopausa destaca-se como momento pontual do climateacute-

rio consiste na interrupccedilatildeo permanente da menstruaccedilatildeo e decorre apoacutes 12 meses de amenor-

reacuteia em momento da perda da atividade folicular ovariana (LIMA amp ANGELO 2001

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA

JESUS MERINGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009)

Outro aspecto a ser considerado no climateacuterio aleacutem da faixa etaacuteria eacute um conjunto de

sintomas que acometem parte das mulheres Esses sintomas podem se manifestar enquanto

mudanccedilas sutis ou acentuadas que englobam desde anguacutestia fogachos e irritaccedilotildees ateacute san-

gramentos intermitentes de alto fluxo A sintomatologia em geral acarreta desconforto que se

acentuam de acordo com o enfrentamento desse ciclo pelas mulheres e a consistecircncia da rede

de apoio que se insere Contudo o iniacutecio e teacutermino do climateacuterio satildeo varaacuteveis de acordo com

as caracteriacutesticas individuais da pessoa e estaacute associado a fatores hereditaacuterios raciais socioe-

conocircmicos e demais determinantes do processo de vida subjetivo feminino (LIMA amp

20

ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009)

Neste cenaacuterio de transformaccedilotildees soacutecio-emocionais acentuados pela percepccedilatildeo do en-

velhecimento e limite da vida faz-se necessaacuterio a implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que bus-

quem a promoccedilatildeo da sauacutede da mulher e o fomento de cuidados para que vivenciem essa expe-

riecircncia de maneira mais amena mediante ao turbilhatildeo existencial que lhes permeia esse recor-

te da vida

Ao se abordar as questotildees que envolvem a sauacutede da mulher eacute necessaacuteria a discussatildeo

de aspectos poliacuteticos e histoacutericos que envolvem essa temaacutetica no Brasil em especial por se

tratarem de resultados de uma luta que envolve conquista do gecircnero (BRASIL 2004

BRASIL 2006a COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp

LUCCHESE 2010)

O movimento feminino pela luta de seus direitos que ultrapassam os direitos da sauacutede

hegemocircnica e se convergem aos direitos de cidadania precede a promulgaccedilatildeo do SUS Na

sauacutede o marco histoacuterico dos resultados desse movimento ocorreu na deacutecada de 80 atraveacutes do

Programa de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PAISM) Esse programa evidenciou a ne-

cessidade de mudanccedilas na abordagem das mulheres nos serviccedilos de sauacutede que ultrapassassem

o foco do ciclo graviacutedico-puerperal em busca de sua visatildeo subjetiva e integral Entretanto

apesar do discurso da integralidade na praacutetica o PAISM atuou de forma hegemocircnica buscan-

do a resoluccedilatildeo dos problemas referentes agrave sauacutede reprodutiva e na reduccedilatildeo da mortalidade ma-

terna (BRASIL 2004 BRASIL 2006 COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Encontra-se em vigor atualmente implementado pelo Ministeacuterio da Sauacutede uma estra-

teacutegia poliacutetica e tecnoloacutegica para a renovaccedilatildeo da abordagem a sauacutede da mulher a Poliacutetica Na-

cional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PNAISM) e descreve

[] Considerando que a sauacutede da mulher eacute uma prioridade deste governo o Ministeacute-

rio da Sauacutede lanccedilou em 2004 a ldquoPoliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da

Mulher ndash Princiacutepios e Diretrizesrdquo (PNAISM) em parceria com diversos setores da

sociedade com o compromisso de implementar accedilotildees de sauacutede que contribuam para

a garantia dos direitos humanos das mulheres e reduzam a morbimortalidade por

causas preveniacuteveis e evitaacuteveis Essa Poliacutetica incorpora num enfoque de gecircnero a in-

tegralidade e a promoccedilatildeo da sauacutede como princiacutepios norteadores e busca consolidar

os avanccedilos no campo dos direitos sexuais e reprodutivos com ecircnfase na melhoria da

atenccedilatildeo obsteacutetrica no planejamento familiar na atenccedilatildeo ao abortamento inseguro e

no combate agrave violecircncia domeacutestica e sexual Agrega tambeacutem a prevenccedilatildeo e o trata-

mento de mulheres vivendo com HIVAIDS e as portadoras de doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis e de cacircncer Aleacutem disso amplia as accedilotildees para grupos historicamente

alijados das poliacuteticas puacuteblicas nas suas especificidades e necessidades []

(BRASIL 2006a p13)

21

Outro avanccedilo relevante para a sauacutede da mulher integra-se na Portaria 399GM de 22

de fevereiro de 2006 que institui o Pacto Pela Vida O pacto define-se como um conjunto de

reformas institucionais do SUS entre as trecircs esferas de gestatildeo ndash Uniatildeo estados e municiacutepios ndash

com o objetivo de promover inovaccedilotildees nos processos e nos instrumentos de gestatildeo visando a

alcanccedilar maior efetividade eficiecircncia e qualidade das respostas do SUS O Pacto redefine as

responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo e a bus-

ca da equumlidade social (BRASIL 2006b)

Jaacute no cenaacuterio dos serviccedilos da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a Poliacutetica Nacional de Aten-

ccedilatildeo Baacutesica estabelece grupos vulneraacuteveis e prioritaacuterios para a organizaccedilatildeo da assistecircncia A

sauacutede da mulher integra esse grupo corroborando para a efetivaccedilatildeo das poliacuteticas supracitadas

e considerando a abordagem da mulher pela importacircncia da implementaccedilatildeo da praacutetica dife-

renciada e inovadora do PSF (BRASIL 2007)

Poreacutem diversos autores contribuem na anaacutelise da atenccedilatildeo agrave sauacutede da mulher ao identi-

ficarem a fragilidade da assistecircncia prestada chegando a concluir que os problemas atuais de

sauacutede da mulher estatildeo relacionados agrave qualidade dessa assistecircncia e a desqualificaccedilatildeo dos pro-

fissionais que promovem essa intervenccedilatildeo (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA

SILVA amp SIQUEIRA 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Essa realidade se potencializa quando a assistecircncia se refere agraves mulheres no climateacuterio

Existe uma lacuna na abordagem cotidiana do trabalho das equipes de sauacutede sobre o que e

como prestarem assistecircncia a essa demanda cada vez mais emergente Eacute urgente a necessidade

de se utilizar e integrar todos os campos do saber da sauacutede e suas interfaces para o enfrenta-

mento dessa realidade (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004 GONCcedilALVES amp

MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA

GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Considerando o potencial apresentado nesse trabalho sobre o papel do Enfermeiro nas

equipes de atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede o presente estudo interroga como a produccedilatildeo do conhe-

cimento de Enfermagem sobre a temaacutetica de assistecircncia a mulheres climateacutericas pode colabo-

rar para a implementaccedilatildeo de um cuidado integral e de qualidade a esse grupo na estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Analisar a produccedilatildeo de conhecimento de Enfermagem sobre a mulher climateacuterica e

suas contribuiccedilotildees para a atuaccedilatildeo da equipe da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia - ESF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Realizar o levantamento da produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assis-

tecircncia agrave mulher no climateacuterio

Caracterizar a produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assistecircncia agrave mu-

lher no climateacuterio

Apontar como os resultados da anaacutelise dessa produccedilatildeo cientiacutefica podem contribuir pa-

ra a atuaccedilatildeo da equipe de ESF sobre a temaacutetica

3 METOacuteDO DA PESQUISA

A pesquisa em sauacutede segundo Leopardi (2002) natildeo eacute somente uma incorporaccedilatildeo de

conteuacutedo cientiacutefico ao saber cotidiano eacute um aprender a perceber sentir e a pensar Essas con-

sideraccedilotildees acrescentam para as pesquisas em sauacutede um conhecer sobre o que ocorre no corpo

dos indiviacuteduos na sua luta diaacuteria pela sobrevivecircncia e as relaccedilotildees subjetivas de cada ser hu-

mano

Dentro desse contexto eacute evidenciado um direcionamento metodoloacutegico com a finali-

dade de conhecer as concepccedilotildees e caracteriacutesticas sobre a temaacutetica em estudo presentes na

literatura Trata-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva por revisatildeo bibliograacutefica de anaacute-

lise integrativa

Esse estudo foi realizado com base na pesquisa bibliograacutefica Para Duarte amp Furtado

(2002) esse tipo de pesquisa eacute realizado a partir de levantamentos da produccedilatildeo cientiacutefica

presente em diferentes apresentaccedilotildees como livros artigos cientiacuteficos dissertaccedilotildees teses den-

tre outros Cervo amp Bervian (1996) ressaltam que esse tipo de pesquisa procura explicar um

problema a partir de referecircncias pela analise de suas contribuiccedilotildees culturais ou cientiacuteficas

existentes acerca de determinado assunto

Jaacute o cunho exploratoacuterio desse estudo se define pela descoberta de ideacuteias que propor-

cionaram familiaridade com o problema tornando-o mais expliacutecito com a possibilidade de

fomento a outras hipoacuteteses (DUARTE amp FURTADO 2002 LEOPARDI 2002 HULLEY et

al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

O caraacuteter descritivo dessa pesquisa ocorre na definiccedilatildeo das caracteriacutesticas do fenocircme-

no a ser estudado e suas relaccedilotildees mediante aos objetivos propostos (GIL 1996 OLIVEIRA

1999) Nesse sentido o trabalho descritivo abrange aspectos amplificados do contexto social

Assim eacute possiacutevel o niacutevel de anaacutelise da temaacutetica sobre diferentes formas aleacutem de sua ordena-

ccedilatildeo e sua classificaccedilatildeo

As revisotildees de literatura necessitam de alguns padrotildees que assegurem sua qualidade

metodoloacutegica como utilizaccedilatildeo de meacutetodos para assegurar a anaacutelise precisa e objetiva anaacutelise

da teoria resultados meacutetodos sujeitos e variaacuteveis de estudo fornecer ao leitor o maacuteximo de

informaccedilotildees possiacuteveis sobre estudos revisados e natildeo apenas os principais (HULLEY et al

2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Dessa forma realizou-se um estudo de revisatildeo da literatura cientiacutefica visando avaliar

um conjunto de dados simultacircneos a partir de estudos primaacuterios selecionados previamente

24

que investigam uma mesma questatildeo (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER

2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

A questatildeo do estudo eacute o primeiro passo para o iniacutecio da revisatildeo bibliograacutefica O Se-

gundo passo consiste em definir a seleccedilatildeo dos estudos sendo o mais indicado as bases de da-

dos eletrocircnicas O terceiro passo eacute a avaliaccedilatildeo criacutetica dos estudos em que se utilizam criteacuterios

para validar os estudos selecionados atraveacutes de uma avaliaccedilatildeo criacutetica dos pesquisadores O

quarto passo consiste na coleta dos dados em que se caracterizam os estudos levantados e de-

terminam suas possibilidades de comparaccedilatildeo O quinto passo eacute a analise e apresentaccedilatildeo dos

dados com agrupamento de estudos semelhantes O sexto passo eacute a determinaccedilatildeo da forccedila

dos resultados e das evidencias encontradas delineando claramente os benefiacutecios e riscos do

achado Uma vez publicada a revisatildeo poderaacute sofrer criacuteticas e sugestotildees que poderatildeo ser in-

corporadas em novos estudos sobre a temaacutetica (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005

ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Para o delineamento do estudo foi definida como questatildeo norteadora como a produ-

ccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede da mulher climateacuterica pode contribuir pa-

ra a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede da famiacutelia

A partir da questatildeo dessa investigaccedilatildeo foram considerados estudos que abordassem a

assistecircncia ao climateacuterio por Enfermeiros A amostra foi do tipo natildeo-probabiliacutestica de conve-

niecircncia constituiacuteda por publicaccedilotildees nacionalmente indexadas sobre a temaacutetica O descritor

utilizado foi ldquoClimateacuteriordquo e a opccedilatildeo pelo natildeo cruzamento de demais descritores foi devida a

escolha da fonte de busca

A fonte de busca orientou-se por base eletrocircnica restrita a produccedilatildeo do conhecimento

nacional e de liacutengua portuguesa que correspondesse a publicaccedilotildees em perioacutedicos de Enfer-

magem demonstrando proximidade com a questatildeo norteadora A busca dos artigos foi reali-

zada no periacuteodo de outubro de 2009 a janeiro de 2010

Adotou-se como criteacuterios de exclusatildeo publicaccedilotildees cujo o cenaacuterio de desenvolvimento

natildeo fossem a Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede eou ESF Ressalta-se que o recorte temporal para

busca das publicaccedilotildees considerou apenas o limite final do periacuteodo o ano de 2009 buscando

amplificar o periacuteodo de iniacutecio da produccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico dessa temaacutetica e assim

natildeo diminuir a sensibilidade das buscas

Foi utilizada a Base de Dados de Enfermagem (BDENF) presente na Biblioteca Vir-

tual em Sauacutede BIREME atraveacutes do siacutetio eletrocircnico httpbasesbiremebrcgi-

binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampbase=BDENFamplang=p

25

O Centro Latino-Americano e do Caribe de Informaccedilatildeo em Ciecircncias da Sauacutede tam-

beacutem conhecido pelo seu nome original Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) eacute um

centro especializado da Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Organizaccedilatildeo Mundial da Sa-

uacutede (OPASOMS) orientado agrave cooperaccedilatildeo teacutecnica em informaccedilatildeo cientiacutefica em sauacutede A sede

da BIREME estaacute localizada no Brasil no campus central Universidade Federal de Satildeo Paulo

(UNIFESP) desde a sua criaccedilatildeo em 1967 segundo acordo da OPASOMS com o Governo do

Brasil

A BDENF apresenta informaccedilotildees compostas pela literatura teacutecnico-cientiacutefica brasilei-

ra em Enfermagem Eacute coordenada pela Escola de Enfermagem da Universidade de Minas

Gerais e por demais Centros Cooperantes da rede BVSENFERMAGEM A composiccedilatildeo des-

sa biblioteca eletrocircnica apresenta perioacutedicos teses livros capiacutetulos de livros anais de con-

gressos ou conferecircncias relatoacuterios teacutecnico-cientiacuteficos e publicaccedilotildees governamentais

No desenvolvimento da revisatildeo integrativa foram selecionados artigos apoacutes a identifi-

caccedilatildeo de todas as publicaccedilotildees a partir do descritor utilizado Procedeu-se analise para caracte-

rizaccedilatildeo dos estudos e preacute-seleccedilatildeo quanto a sua pertinecircncia a pergunta norteadora

Essa etapa foi realizada separadamente por dois revisores sendo a pesquisadora dessa

investigaccedilatildeo e a sua orientadora Os passos utilizados para a caracterizaccedilatildeo dos artigos e a

verificaccedilatildeo de sua aproximaccedilatildeo com a questatildeo norteadora foram a leitura aprofundada de

cada artigo a segregaccedilatildeo dos mesmos quanto agrave aproximaccedilatildeo da questatildeo norteadora e a cate-

gorizaccedilatildeo desses conforme os criteacuterios metodoloacutegicos estabelecidos

Posteriormente ocorreu consenso entre a autora e a orientadora com o objetivo de de-

cidir a inclusatildeo e a exclusatildeo dos artigos preacute-selecionados e avaliados a fim de se garantir

maior seguranccedila na seleccedilatildeo

Para a anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por nuacutemeros absolutos e

frequencias Os elementos de caracterizaccedilatildeo dos perioacutedicos foram

Total de artigos identificados na busca conforme fonte

Identificaccedilatildeo de artigos repetidos

Exclusatildeo de artigos

Inclusatildeo de artigos para a revisatildeo sistemaacutetica

Quanto aos estudos incluiacutedos por aproximaccedilatildeo para com a questatildeo norteadora analisa-

ram-se os seguintes aspectos

Siacutentese panoracircmica do conteuacutedo e da analise dos artigos incluiacutedos

Delineamento da Investigaccedilatildeo (metodologia)

26

Ano de publicaccedilatildeo

Perioacutedico de publicaccedilatildeo

Consideraccedilotildees apresentadas agrave temaacutetica em estudo

Objetivando facilitar a leitura e a identificaccedilatildeo dos artigos optou-se pela atribuiccedilatildeo do

coacutedigo E(n) para os artigos excluiacutedos e I(n) para os artigos incluiacutedos na revisatildeo sistemaacutetica

Conforme os resultados identificados foi calculado o iacutendice de KAPPA (K) Esse iacuten-

dice corresponde a uma medida de concordacircncia usada em escalas nominais que fornece a

ideacuteia do quanto as observaccedilotildees se afastam daquelas esperadas fruto do acaso indican-

do assim o quatildeo legiacutetimas as interpretaccedilotildees satildeo (CANOLETTI 2008)

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A anaacutelise da revisatildeo sistemaacutetica iniciou com a descriccedilatildeo dos artigos encontrados se-

guindo com a descriccedilatildeo daqueles excluiacutedos do processo de revisatildeo sistemaacutetica e por fim foi

analisada a aproximaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos com o questionamento norteador

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF

Os registros sobre climateacuterio no BDENF totalizaram 26 conforme descritor utilizado

poreacutem dentre os trabalhos havia um que natildeo se enquadrava como perioacutedico e foi excluiacutedo da

lista totalizando 25 artigos Ressalta-se que natildeo houve obtenccedilatildeo de artigos por busca manual

Na Tabela 1 verifica-se o total de estudos encontrados na busca realizada conforme perioacutedi-

cos

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo

perioacutedicos

BDENF - Banco de Dados de Enfermagem N

Revista Gauacutecha de Enfermagem 2

Revista Enfermagem UERJ 5

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 1

Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 4

Revista da Escola de Enfermagem da USP 2

Acta Paulista de Enfermagem 1

Nursing (Satildeo Paulo) 2

Revista Brasileira de Enfermagem 3

Biblioteca J Baeta Vianna 1

Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 1

Revista Paulista de Enfermagem 1

Texto amp Contexto Enfermagem 2

Total 25

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Quanto ao ano de publicaccedilotildees dos artigos selecionados observou-se que o periacuteodo de

publicaccedilatildeo inicia-se em 1985 e finaliza no ano de 2009 como mostra a Tabela 2

28

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano

de publicaccedilatildeo

Ano de publicaccedilatildeo Nordm de Estudos

2009 2 8

2008 1 4

2007 2 8

2006 1 4

2005 4 16

2004 3 12

2002 4 16

2000 3 12

1997 1 4

1996 1 4

1995 1 4

1985 2 8

TOTAL 25 100

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Nota-se que apesar de haver nesta revisatildeo sistemaacutetica trabalhos datados de 1985 a

discussatildeo do tema soacute ampliou entre 15 e 20 anos depois o que reforccedila a ideacuteia de que haacute uma

preocupaccedilatildeo crescente para com essa temaacutetica na atenccedilatildeo baacutesica no intuito de melhorar os

serviccedilos prestados

Vale ressaltar que criaccedilatildeo do SUS em 1988 e posteriormente a ESF regulamentada em

1994 contribuiacuteram para o fortalecimento da atenccedilatildeo primaacuteria e consequentemente impulsio-

nando as pesquisas na aacuterea

Analisando esta tabela percebe-se que no periacuteodo de 2000 a 2005 foram identificados

o maior nuacutemero de publicaccedilotildees referentes ao assunto 56 (n = 14) indicando o crescimento

do interesse do estudo deste assunto A concentraccedilatildeo de estudos nesse intervalo de tempo os

caracteriza como sendo recentes jaacute que foram elaborados haacute menos de 10 anos

Os resumos dos 25 registros localizados foram lidos e a partir da leitura foram sele-

cionados aqueles cujo tiacutetulo eou resumo colocavam a assistecircncia ao climateacuterio na atenccedilatildeo

primaacuteria como objeto de estudo ou como uma de suas questotildees centrais de anaacutelise Posteri-

ormente foram identificados os artigos repetidos (n = 3) descartando-os

Dos 22 artigos selecionados a Revista Enfermagem UERJ apresentou a maior quanti-

dade de publicaccedilotildees totalizando 20 (n = 5)

Apoacutes avaliaccedilatildeo dos tiacutetulos leitura dos resumos e anaacutelise dos artigos integralmente ve-

rificou-se que 364 (n = 8) apresentaram pertinecircncia agrave questatildeo norteadora da pesquisa sen-

do 25 (n = 2) destes artigos oriundos da Revista Enfermagem UERJ e 25 (n = 2) da Es-

cola Ana Nery Revista de Enfermagem As demais revistas apresentaram 125 (n = 1) dos

29

artigos pertinentes cada uma Os estudos excluiacutedos da revisatildeo integrativa perfizeram 636

(n = 14)

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA

Em relaccedilatildeo aos artigos excluiacutedos observa-se sua descriccedilatildeo no Quadro 1

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E1

ZAMPIERI M de F M

TAVARES C M A

HAMES M de L C

FALCON G S

SILVA A L de

GONCcedilALVES L T

O processo de viver e ser

saudaacutevel das mulheres no

climateacuterio

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2009

E2

ALMEIDA L H R B de

LUZ M H B A

MONTEIRO C F de S

Ser mulher no climateacuterio

uma anaacutelise compreensiva

pela enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

E3 NIEVAS A F

FUREGATO A R F

Depressatildeo em mulheres no

climateacuterio

Revista Gauacutecha de

Enfermagem 2006

E4 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

Vivenciando o climateacuterio o

corpo em seu percurso exis-

tencial agrave luz da Fenomenolo-

gia

Revista Enferma-

gem UERJ 2005

E5

FERNANDEZ M R

GIR E

HAYASHIDA M

Sexualidade no periacuteodo

climateacuterico situaccedilotildees vi-

venciadas pela mulher

Revista da Esco-

la de Enferma-

gem da USP

2005

E6 BIFFI E F de A

SCATENA M C M

Sauacutede Mental e climateacuterio

na perspectiva de mulheres

profissionais de sauacutede

Revista Enfer-

magem UERJ 2004

30

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E7 MILANEZ M R de

M NERY I S

Percepccedilatildeo das mulheres

sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de en-

fermagem

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2004

E8 MURATA I M H

SCHIRMER J

Manifestaccedilotildees biopsicogecirc-

nicos decorrentes do clima-

teacuterio entre trabalhadoras de

uma universidade puacuteblica

Acta Paulista de

enfermagem 2004

E9 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

O climateacuterio a corporeida-

de como berccedilo das experi-

ecircncias do vivido

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

2002

E10

MURATA I M H

BERCINI L O

SCHIRMER J

Auto-cuidado na prevenccedilatildeo

do cacircncer de colo de uacutetero

e cacircncer de mama compa-

raccedilatildeo entre mulheres natildeo

climateacutericas e climateacutericas

Biblioteca J

Baeta Vianna 2000

E11

LOPES M E L

BATISTA P S de S

COSTA Se F G da

SOARES M S de

Orientaccedilotildees de enferma-

gem agrave mulher climateacuterica

quanto agrave terapia de reposi-

ccedilatildeo hormonal uma abor-

dagem eacutetica

Revista da Rede de

Enfermagem do

Nordeste

2000

E12 DAOUD I G

SANTANA M da G

Construccedilatildeo de um processo

educativo com um grupo de

mulheres climateacutericas

Texto amp Contexto

Enfermagem 2000

E13 LANDERDAHL M C

Buscando novas maneiras

de pensar o climateacuterio fe-

minino

Texto amp contexto

enfermagem 1997

E14 NERY I S Perfil do atendimento agrave

mulher no climateacuterio

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

1996

31

Em geral os estudos excluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (E1 E6 E8 e E10) que correspondem

a 286 (n = 4)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (E3 E4 E5 E7 E8 E9 e

E13) somando 50 (n = 6)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (E2 E11 E12 e E14) o que resulta em 286 (n =

4)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 71 (n = 1) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas por

profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educativo (E11)

Percebe-se que dois dos artigos excluiacutedos se enquadram em mais de uma dimensatildeo apre-

sentada na anaacutelise feita acima

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os artigos incluiacutedos foram estudados sistematicamente de modo a extrair de cada um

as concepccedilotildees e respectivas caracteriacutesticas do trabalho em equipe as quais foram discutidas agrave

luz do referencial teoacuterico que embasa este estudo qual seja a assistecircncia ao climateacuterio pela

equipe de sauacutede

A amostra definitiva dos artigos incluiacutedos para a revisatildeo sistemaacutetica portanto foram

oito artigos apresentados a seguir no Quadro 2

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

I1 PEREIRA Q L C

SIQUEIRA H C H de

O olhar dos responsaacuteveis

pela poliacutetica de sauacutede da

mulher climateacuterica

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

2009

I2

OLIVEIRA D M de

JESUS M C P de

MERIGHI M A B

O climateacuterio sob a oacutetica de

mulheres assistidas em uma

unidade de sauacutede da famiacutelia

de Juiz de Fora - Minas Ge-

rais

Revista de A-

tenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede

2008

32

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

I3 LIMA E C

VARGENS O M da C

O significado de climateacuterio

para as mulheres implicaccedilotildees

para o cuidado de enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

I4

PIAZZA I P

DE LORENZI D R S

SACILOTO B

Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacuteri-

cas atendidas em um PSF

Revista Gauacutecha

de Enfermagem 2005

I5 LANDERDAH M C

Mulher climateacuterica uma abor-

dagem necessaacuteria ao niacutevel de

atenccedilatildeo baacutesica

Nursing (Satildeo

Paulo) 2002

I6 DAOUD I G

Encontros e desencontros das

mulheres climateacutericas que

buscam assistecircncia em serviccedilo

do Sistema Uacutenico de Sauacutede

Revista Enferma-

gem UERJ 2002

I7

CANDELLA C L M

RUGGIERO C M

ARAYA M E S SILVA

R V

Assistecircncia de enfermagem agrave

mulher no climateacuterio

Revista da Escola

de Enfermagem

da USP

1995

I8 VARGENS O M da C O casal no climateacuterio orienta-

ccedilatildeo de enfermagem

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

1985

Os estudos incluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (I4) que correspondem a

125 (n = 1)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (I2 I3) somando

25 (n = 2)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (I1 I5 I6 I7 e I8) o que resulta em 625

(n = 5)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 25 (n = 2) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas

por profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educati-

vo (I7 e I8)

Assim nota-se que a maioria dos estudos incluiacutedos 625 (n = 5) faz menccedilatildeo agrave assis-

tecircncia em sauacutede prestada a essas clientes evidenciando-se uma maior discussatildeo do tema asso-

ciado agrave melhoria dos serviccedilos prestados na atenccedilatildeo baacutesica

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

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Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

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10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

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teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 14: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

13

11 PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA E A ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

INOVACcedilOtildeES TECNOASSISTENCIAIS PARA O FORTALECIMENTO DO SUS

A Constituiccedilatildeo de 1988 institui o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e coloca a Sauacutede co-

mo uma conquista de direito do cidadatildeo Ressalta-se como princiacutepios dessa poliacutetica puacuteblica de

sauacutede no Brasil a integralidade a universalidade a equumlidade Outro aspecto que se busca para

a garantia desse direito eacute a incorporaccedilatildeo de novas tecnologias e especializaccedilatildeo dos saberes

(ROSEMBERG amp MINAYO 2001 TEIXEIRA 2003 BRASIL 2007 FARIA et al 2009a)

Na trajetoacuteria da implementaccedilatildeo desse sistema muitos avanccedilos aconteceram entretanto

alguns desafios permearam esse cenaacuterio dentre os quais se destacam a fragmentaccedilatildeo do pro-

cesso de trabalho e das relaccedilotildees entre os diferentes profissionais a fragmentaccedilatildeo da rede as-

sistencial precaacuteria interaccedilatildeo nas equipes e despreparo para lidar com a dimensatildeo subjetiva

nas praacuteticas de atenccedilatildeo baixo investimento na qualificaccedilatildeo dos trabalhadores especialmente

no que se refere agrave gestatildeo participativa e ao trabalho em equipe desrespeito aos direitos dos

usuaacuterios formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede distante do debate e da formulaccedilatildeo da poliacutetica

puacuteblica de sauacutede controle social fraacutegil dos processos de atenccedilatildeo e gestatildeo do SUS

(ROSEMBERG amp MINAYO 2001 TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

Nesse percurso diversas interpretaccedilotildees conceituais ressaltam-se sobre a sauacutede Observa-

se no cotidiano que os olhares reducionistas do campo de atenccedilatildeo agrave sauacutede tecircm contribuiacutedo

para a manutenccedilatildeo das desigualdades sociais (ROSEMBERG amp MINAYO 2001

TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

Diferentes autores apontam que na atualidade o entendimento do processo sauacutede-

doenccedila estaacute ainda centrado no biologismo e com uma fraacutegil compreensatildeo de caracteriacutesticas

lineares e mecacircnicas dos determinantes do processo sauacutede-doenccedila (ROSEMBERG amp

MINAYO 2001 STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al 2009a)

Movimentos mundiais desenvolveram-se para a discussatildeo e transformaccedilatildeo desses as-

pectos hegemocircnicos no processo sauacutede e doenccedila Destaca-se o movimento pioneiro iniciado

no Canadaacute em 1974 qual propotildee a utilizaccedilatildeo da estrateacutegia da promoccedilatildeo da sauacutede deslocando

o foco das causas individuais da doenccedila para as influecircncias soacutecio-ambientais Posteriormente

o movimento da promoccedilatildeo da sauacutede verificado pelas Conferecircncias Internacionais de Adelai-

de (1986) Sundsvall (1991) Jakarta (1997) e Meacutexico (2000) no Brasil (MINAYO HARTZ

BUSS 2000 MENDES 2002 STARFIELD 2002 TEIXEIRA 2003 FARIA et al 2009a)

14

Busca-se desde entatildeo a compreensatildeo da sauacutede enquanto recurso fundamental para a

vida diaacuteria e natildeo como um objetivo em si mesmo com determinantes muacuteltiplos necessitando

de intervenccedilatildeo intersetorial Com isso satildeo essenciais estrateacutegias que corroborem com a defesa

da vida a qualificaccedilatildeo profissional e a mediaccedilatildeonegociaccedilatildeo entre os diversos atores que

compotildeem o cenaacuterio SUS (MINAYO HARTZ BUSS 2000 BRASIL 2007 FARIA et al

2009a)

Mediante todos os movimentos que discutiram o conceito de sauacutede de forma ampliada

alguns desafios cotidianos ainda estatildeo colocados para a sauacutede puacuteblica que pautados na im-

plementaccedilatildeo do SUS apresentam urgecircncia em redirecionar o modo como estatildeo organizados

os serviccedilos de sauacutede e a assistecircncia prestada (TEIXEIRA 2003 BRASIL 2007 FARIA et al

2009a)

Ao considerar essas especifidades apontadas no sistema de sauacutede brasileiro em 1994

foi criada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Esse programa

eacute uma estrateacutegia ambiciosa que visa a transformaccedilatildeo do modelo tecnoassistencial vivenciado

Trata-se de incorporar aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria uma equipe multiprofissional que

dialogue com o conhecimento popular responsaacutevel por uma determinada aacuterea de abrangecircncia

E o trabalho em sauacutede dessa equipe deve considerar essa aacuterea enquanto territoacuterio- processo e

atuar como unidade de centralidade na organizaccedilatildeo do cuidado agraves necessidades de sauacutede da

populaccedilatildeo (BRASIL 2007 FARIA et al 2009b COSTA et al 2009 MERHY 2009

MINAS GERAIS 2009)

As equipes multiprofissionais satildeo compostas conforme a legislaccedilatildeo atual da ESF por

meacutedico generalista agentes comunitaacuterios de sauacutede trabalhadores de sauacutede bucal auxiliares

de enfermagem e enfermeiro Destaca-se nesse contexto o trabalho do agente comunitaacuterio

em sauacutede enquanto ator principal na interlocuccedilatildeo entre as necessidades comunitaacuterias e seus

conhecimentos nos processos de manutenccedilatildeo da vida com o saber tecnoloacutegico dos demais

trabalhadores da sauacutede (MENDES 2002 STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al

2009b MERHY 2009 MINAS GERAIS 2009)

Sobre o territoacuterio-processo esse conceito eacute compreendido como um fenocircmeno que re-

sulta na compreensatildeo das relaccedilotildees estabelecidas em um determinado espaccedilo Abrange o deli-

neamento e compreensatildeo por meio de mapeamento e diagnoacutesticos situacionais sobre as es-

pecificidades dos aspectos das relaccedilotildees interpessoais ali inseridos sua mobilidade espacial

suas diversidades histoacuterico-culturais e os elementos cognitivos fiacutesicos demograacuteficos e eco-

nocircmicos que as comunidades vivenciam para a manutenccedilatildeo de suas vidas Pressupotildee-se que a

equipe multiprofissional preste assistecircncia para 800 a 1000 famiacutelias cadastradas em uma Uni-

15

dade Baacutesica de Sauacutede atraveacutes de um territoacuterio delimitado e mapeado (MENDES 2002

STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009)

Jaacute a centralidade do cuidado traz agrave ESF enquanto mecanismo fortalecedor do niacutevel

primaacuterio de atenccedilatildeo agrave sauacutede no Brasil uma caracteriacutestica inovadora que consiste em coorde-

nar a assistecircncia de forma a promover a integralidade na rede assistencial Essa integralidade

ocorre quando o ponto central do cuidado se diverge da piracircmide hierarquizada e adota estru-

turas aliadas e flexiacuteveis entre os diferentes setores de prestaccedilatildeo dos serviccedilos em sauacutede inde-

pendente de sua densidade tecnoloacutegica A manutenccedilatildeo entre o diaacutelogo contiacutenuo dos diversos

setores da sauacutede e as necessidades da comunidade passa a ser de responsabilidade das equipes

inseridas no niacutevel primaacuterio por meio do PSF (MENDES 2002 STARFIELD 2002 FARIA

et al 2009b MINAS GERAIS 2009)

Seguindo essa loacutegica Sousa e Hamann (2009) ressaltam os impasses em trabalhar no

cotidiano dos serviccedilos mediante esse olhar organizativo diferenciado que se volta agraves comuni-

dades e seus os grupos sociais especiacuteficos

Pressupotildee-se um rompimento dos muros das Unidades de Sauacutede e abordagens inter-

ventoras que tenham como loacutecus a famiacutelia Essa tarefa exige abordagens complexas mesmo

que as teacutecnicas mais frequentes utilizadas sejam as que englobam a subjetividade na interaccedilatildeo

profissional de sauacutede e usuaacuterios do SUS a educaccedilatildeo para promoccedilatildeo da sauacutede e intervenccedilotildees

para mudanccedilas de comportamento em busca de estilos de vida mais saudaacuteveis (MENDES

2002 STARFIELD 2002 SOUSA amp HAMANN 2009 VASCONCELOS et al 2009)

Aleacutem disso essas tecnologias empregadas na reformulaccedilatildeo assistencial do SUS pela

atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutedeESF buscam promover uma assistecircncia em sauacutede humanizada O

acolhimento a percepccedilatildeo da inteireza de cada pessoa e seu nuacutecleo familiar e a inserccedilatildeo dos

condicionantes e determinantes sociais no processo de trabalho dessas equipes ateacute entatildeo a-

presentam-se como desafio proposto Espera-se com a incorporaccedilatildeo desse modus operandi

diferenciado uma assistecircncia de resultados positivos para todos os atores que compotildeem o

SUS - gestores trabalhadores usuaacuterios e instituiccedilotildees formadoras em sauacutede E com isso se

impulsione a consolidaccedilatildeo da resolutividade no SUS (MENDES 2002 STARFIELD 2002

COSTA et al 2009 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009 VASCONCELOS et al

2009)

Outras ferramentas de trabalho a serem incorporadas agraves equipes de ESF satildeo as relacio-

nadas com a epidemiologia social Essas ferramentas prevecircem o reconhecimento da realidade

local por anaacutelises participativas que associam o planejamento das accedilotildees em sauacutede atraveacutes de

um diagnoacutestico do territoacuterio suas famiacutelias e coletividade enquanto territoacuterio processo Eacute pre-

16

ciso que o resultado desse planejamento seja traduzido em uma programaccedilatildeo das atividades

da equipe que considere os fatores de vulnerabilidade e os grupos de risco populacional em

sauacutede a fim de produzir serviccedilos com equidade (MENDES 2002 STARFIELD 2002

COSTA et al 2009 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009 VASCONCELOS et al

2009)

Com isso enfrentar o desafio proposto entre desconstruir o modelo hegemocircnico em

que se estabelecem as accedilotildees de sauacutede na atualidade em busca da construccedilatildeo de um SUS ideal

requer o desenvolvimento de novas praacuteticas sanitaacuterias no cotidiano assistencial que se com-

prometam com a possibilidade de viver de modo mais saudaacutevel (COSTA et al 2009 FARIA

et al 2009b VASCONCELOS et al 2009)

Nesse contexto destaca-se nas equipes de ESF o papel do profissional Enfermeiro

(MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI amp PEREIRA 2009) Ao se

analisar a histoacuteria da Enfermagem Brasileira pode-se observar sua convergecircncia agrave poliacutetica

puacuteblica de sauacutede adotada no paiacutes O Decreto no 9440687(COFEN 2002) que regulamenta a

profissatildeo explicita como atribuiccedilatildeo do Enfermeiro sua participaccedilatildeo no planejamento execu-

ccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da programaccedilatildeo da sauacutede nos diferentes niacuteveis assistenciais do SUS A reso-

luccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) 2722002 incube a esse profissional um

processo de trabalho pautado na Sistematizaccedilatildeo de sua Assistecircncia em busca da qualidade do

cuidado

Conforme Resoluccedilatildeo COFEN 2722002

[] A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem- SAE sendo atividade privati-

va do enfermeiro utiliza meacutetodo e estrateacutegia de trabalhos com embasamento cientiacute-

fico para a identificaccedilatildeo das situaccedilotildees de sauacutededoenccedila que possam contribuir para a

promoccedilatildeo prevenccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo da sauacutede do indiviacuteduo famiacutelia e

comunidade (COFEN 2722002 p 50)

Assim na implementaccedilatildeo dessa assistecircncia eacute fundamental que o Enfermeiro reconhe-

ccedila os haacutebitos individualizados e os aspectos biopsicossociais que integram o processo sauacutede-

doenccedila dos sujeitos visando a identificaccedilatildeo de problemas julgamento cliacutenico sobre as respos-

tas do indiviacuteduo famiacutelia e comunidade perante suas adaptaccedilotildees aos processos de vida vigen-

tes ou potencias (COFEN 2002 MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI

amp PEREIRA 2009)

Perante esses pressupostos legais observa-se a convergecircncia entre o processo de traba-

lho da Enfermagem e as necessidades impostas para o desenvolvimento das accedilotildees em ESF

17

Com isso torna-se significativo no incremento da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a atuaccedilatildeo dife-

renciada desse profissional

Feliciano et al (2010) apontam para o valor atribuiacutedo ao Enfermeiro na ESF quando

esse profissional apresenta-se como uma referecircncia na busca da superaccedilatildeo de dificuldades

haja vista que os demais integrantes da equipe e usuaacuterios dirigem suas demandas a esse pro-

fissional independente de eles gerenciarem institucionalmente a unidade de sauacutede

Figueiredo et al (2010) ressaltam que cabe ao Enfermeiro de ESF funccedilotildees como admi-

nistraccedilatildeo de recursos materiais e humanos bem como a padronizaccedilatildeo das accedilotildees na equipe A

autora revela ainda que a organizaccedilatildeo das atividades de educaccedilatildeo continuada para equipe do

PSF como atribuiccedilatildeo contiacutenua do Enfermeiro

Matumoto et al (2005) Chirelli amp Pereira 2009 Pires amp Goumlttems (2009) corroboram

com essa constataccedilatildeo ao apresentarem que a gestatildeo do cuidado agraves famiacutelias em ESF eacute progra-

maccedilatildeo constante realizada pela Enfermagem e sua equipe Cordeiro et al (2009) colocam o

trabalho de enfermagem na ESF realizado de forma ampliada abrangendo consultas individu-

ais atividades educativas em grupo praacuteticas de capacitaccedilatildeo continuada junto a equipe e pro-

gramaccedilatildeo das accedilotildees junto a ela de forma compatiacutevel e adequada aos pressupostos da estrateacute-

gia sauacutede da famiacutelia

Colomeacute Limas amp Davis (2008) salientam o Enfermeiro como principal articulador do

trabalho na equipe de ESF Os autores mencionam que essas articulaccedilotildees se estabelecem prin-

cipalmente com os agentes comunitaacuterios de sauacutede o que facilita a aproximaccedilatildeo do profissio-

nal de enfermagem agraves necessidades de sauacutede da comunidade conectando o seu trabalho com

os outros profissionais da equipe como dentistas e meacutedicos considerando o caraacuteter comple-

mentar da atuaccedilatildeo dentro de uma equipe multiprofissional

Azambuja et al (2007) expressam em seu estudo sobre o significado do trabalho no

PSF que para os enfermeiros se denota enquanto processo potencializador do seu viver hu-

mano Isso significa que o trabalho em ESF influencia na forma como se vecircem se sentem se

relacionam e vivenciam as situaccedilotildees cotidianas de maneira positiva

Santos Soares amp Campos confirmam os resultados de seus estudos ao de Azambuja et

al (2007) ao colocarem que para os Enfermeiros as forccedilas fortalecedoras de seu trabalho no

PSF adveacutem da relaccedilatildeo prazerosa com o objetofinalidade do trabalho e com o trabalho em si

Eles complementam ainda que as Enfermeiras convivem com a expectativa das suas potenci-

alidades para solucionar os problemas oferecer respostas a populaccedilatildeo em cenaacuterio de maior

autonomia profissional

18

Benito amp Becker (2007) em pesquisa sobre as atitudes gerenciais dos enfermeiros na

ESF destacaram atraveacutes dos profissionais informantes que eram membros das equipes atitu-

des qualitativas dos Enfermeiros de ESF como ser justos intermediarem e resolverem confli-

tos entre profissionais usuaacuterios e representantes da gestatildeo apresentarem poder de negocia-

ccedilatildeo estarem abertos a mudanccedilas possuiacuterem em sua praacutetica atitudes de escuta buscarem pela

promoccedilatildeo de iniciativas e autonomia da equipe e dos usuaacuterios contribuiacuterem com o seu conhe-

cimento para o desenvolvimento do grupo capacidade de planejamento e desenvolvimento de

accedilotildees conjuntas e prestarem o cuidado centrado na famiacutelia com compromisso e responsabili-

dade

Os resultados desses estudos apresentam o papel diferenciado que o Enfermeiro vem

exercendo nas equipes da ESF corroborando para a sua importacircncia nesse campo de atuaccedilatildeo

Destacam as caracteriacutesticas do trabalhador de enfermagem e a incorporaccedilatildeo de novos arranjos

de poderes e saberes necessaacuterios para o delineamento do perfil desse profissional de forma

comprometida agraves diretrizes da ESF e ao fortalecimento do SUS

19

12 O CLIMATEacuteRIO DESAFIO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO

PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

A populaccedilatildeo feminina brasileira totaliza mais de 98 milhotildees e aproximadamente 30

milhotildees se encontram na faixa etaacuteria de 35 a 65 anos Esses dados revelam que 32 das mu-

lheres do Brasil estatildeo na faixa etaacuteria em que ocorre o climateacuterio (BRASIL 2008)

Coelho amp Porto (2009) definem climateacuterio como

[] periacuteodo de transiccedilatildeo entre as fases reprodutivas e natildeo reprodutivas da mulher

Comeccedila por volta dos 40 anos podendo estender-se ateacute os 55 anos ou mais Durante

esses anos acontece a uacuteltima menstruaccedilatildeo definida como menopausa [] (Coelho

amp Porto 2009 p76)

Ressalta-se que esse periacuteodo eacute uma fase bioloacutegica natural da vida e natildeo um processo

patoloacutegico Eacute reconhecido como uma fase do ciclo vital feminino em que ocorrem intensas

transformaccedilotildees na maneira da mulher ser e estar no mundo modificando sua compreensatildeo

frente ao fenocircmeno existencial (LIMA amp ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI

2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008

BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009)

Dessa maneira o periacuteodo do climateacuterio eacute resultado tanto da deficiecircncia hormonal co-

mo de fatores socioculturais e psicoloacutegicos decorre no processo de envelhecimento feminino

sendo marcado pela menopausa A menopausa destaca-se como momento pontual do climateacute-

rio consiste na interrupccedilatildeo permanente da menstruaccedilatildeo e decorre apoacutes 12 meses de amenor-

reacuteia em momento da perda da atividade folicular ovariana (LIMA amp ANGELO 2001

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA

JESUS MERINGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009)

Outro aspecto a ser considerado no climateacuterio aleacutem da faixa etaacuteria eacute um conjunto de

sintomas que acometem parte das mulheres Esses sintomas podem se manifestar enquanto

mudanccedilas sutis ou acentuadas que englobam desde anguacutestia fogachos e irritaccedilotildees ateacute san-

gramentos intermitentes de alto fluxo A sintomatologia em geral acarreta desconforto que se

acentuam de acordo com o enfrentamento desse ciclo pelas mulheres e a consistecircncia da rede

de apoio que se insere Contudo o iniacutecio e teacutermino do climateacuterio satildeo varaacuteveis de acordo com

as caracteriacutesticas individuais da pessoa e estaacute associado a fatores hereditaacuterios raciais socioe-

conocircmicos e demais determinantes do processo de vida subjetivo feminino (LIMA amp

20

ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009)

Neste cenaacuterio de transformaccedilotildees soacutecio-emocionais acentuados pela percepccedilatildeo do en-

velhecimento e limite da vida faz-se necessaacuterio a implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que bus-

quem a promoccedilatildeo da sauacutede da mulher e o fomento de cuidados para que vivenciem essa expe-

riecircncia de maneira mais amena mediante ao turbilhatildeo existencial que lhes permeia esse recor-

te da vida

Ao se abordar as questotildees que envolvem a sauacutede da mulher eacute necessaacuteria a discussatildeo

de aspectos poliacuteticos e histoacutericos que envolvem essa temaacutetica no Brasil em especial por se

tratarem de resultados de uma luta que envolve conquista do gecircnero (BRASIL 2004

BRASIL 2006a COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp

LUCCHESE 2010)

O movimento feminino pela luta de seus direitos que ultrapassam os direitos da sauacutede

hegemocircnica e se convergem aos direitos de cidadania precede a promulgaccedilatildeo do SUS Na

sauacutede o marco histoacuterico dos resultados desse movimento ocorreu na deacutecada de 80 atraveacutes do

Programa de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PAISM) Esse programa evidenciou a ne-

cessidade de mudanccedilas na abordagem das mulheres nos serviccedilos de sauacutede que ultrapassassem

o foco do ciclo graviacutedico-puerperal em busca de sua visatildeo subjetiva e integral Entretanto

apesar do discurso da integralidade na praacutetica o PAISM atuou de forma hegemocircnica buscan-

do a resoluccedilatildeo dos problemas referentes agrave sauacutede reprodutiva e na reduccedilatildeo da mortalidade ma-

terna (BRASIL 2004 BRASIL 2006 COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Encontra-se em vigor atualmente implementado pelo Ministeacuterio da Sauacutede uma estra-

teacutegia poliacutetica e tecnoloacutegica para a renovaccedilatildeo da abordagem a sauacutede da mulher a Poliacutetica Na-

cional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PNAISM) e descreve

[] Considerando que a sauacutede da mulher eacute uma prioridade deste governo o Ministeacute-

rio da Sauacutede lanccedilou em 2004 a ldquoPoliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da

Mulher ndash Princiacutepios e Diretrizesrdquo (PNAISM) em parceria com diversos setores da

sociedade com o compromisso de implementar accedilotildees de sauacutede que contribuam para

a garantia dos direitos humanos das mulheres e reduzam a morbimortalidade por

causas preveniacuteveis e evitaacuteveis Essa Poliacutetica incorpora num enfoque de gecircnero a in-

tegralidade e a promoccedilatildeo da sauacutede como princiacutepios norteadores e busca consolidar

os avanccedilos no campo dos direitos sexuais e reprodutivos com ecircnfase na melhoria da

atenccedilatildeo obsteacutetrica no planejamento familiar na atenccedilatildeo ao abortamento inseguro e

no combate agrave violecircncia domeacutestica e sexual Agrega tambeacutem a prevenccedilatildeo e o trata-

mento de mulheres vivendo com HIVAIDS e as portadoras de doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis e de cacircncer Aleacutem disso amplia as accedilotildees para grupos historicamente

alijados das poliacuteticas puacuteblicas nas suas especificidades e necessidades []

(BRASIL 2006a p13)

21

Outro avanccedilo relevante para a sauacutede da mulher integra-se na Portaria 399GM de 22

de fevereiro de 2006 que institui o Pacto Pela Vida O pacto define-se como um conjunto de

reformas institucionais do SUS entre as trecircs esferas de gestatildeo ndash Uniatildeo estados e municiacutepios ndash

com o objetivo de promover inovaccedilotildees nos processos e nos instrumentos de gestatildeo visando a

alcanccedilar maior efetividade eficiecircncia e qualidade das respostas do SUS O Pacto redefine as

responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo e a bus-

ca da equumlidade social (BRASIL 2006b)

Jaacute no cenaacuterio dos serviccedilos da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a Poliacutetica Nacional de Aten-

ccedilatildeo Baacutesica estabelece grupos vulneraacuteveis e prioritaacuterios para a organizaccedilatildeo da assistecircncia A

sauacutede da mulher integra esse grupo corroborando para a efetivaccedilatildeo das poliacuteticas supracitadas

e considerando a abordagem da mulher pela importacircncia da implementaccedilatildeo da praacutetica dife-

renciada e inovadora do PSF (BRASIL 2007)

Poreacutem diversos autores contribuem na anaacutelise da atenccedilatildeo agrave sauacutede da mulher ao identi-

ficarem a fragilidade da assistecircncia prestada chegando a concluir que os problemas atuais de

sauacutede da mulher estatildeo relacionados agrave qualidade dessa assistecircncia e a desqualificaccedilatildeo dos pro-

fissionais que promovem essa intervenccedilatildeo (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA

SILVA amp SIQUEIRA 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Essa realidade se potencializa quando a assistecircncia se refere agraves mulheres no climateacuterio

Existe uma lacuna na abordagem cotidiana do trabalho das equipes de sauacutede sobre o que e

como prestarem assistecircncia a essa demanda cada vez mais emergente Eacute urgente a necessidade

de se utilizar e integrar todos os campos do saber da sauacutede e suas interfaces para o enfrenta-

mento dessa realidade (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004 GONCcedilALVES amp

MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA

GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Considerando o potencial apresentado nesse trabalho sobre o papel do Enfermeiro nas

equipes de atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede o presente estudo interroga como a produccedilatildeo do conhe-

cimento de Enfermagem sobre a temaacutetica de assistecircncia a mulheres climateacutericas pode colabo-

rar para a implementaccedilatildeo de um cuidado integral e de qualidade a esse grupo na estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Analisar a produccedilatildeo de conhecimento de Enfermagem sobre a mulher climateacuterica e

suas contribuiccedilotildees para a atuaccedilatildeo da equipe da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia - ESF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Realizar o levantamento da produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assis-

tecircncia agrave mulher no climateacuterio

Caracterizar a produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assistecircncia agrave mu-

lher no climateacuterio

Apontar como os resultados da anaacutelise dessa produccedilatildeo cientiacutefica podem contribuir pa-

ra a atuaccedilatildeo da equipe de ESF sobre a temaacutetica

3 METOacuteDO DA PESQUISA

A pesquisa em sauacutede segundo Leopardi (2002) natildeo eacute somente uma incorporaccedilatildeo de

conteuacutedo cientiacutefico ao saber cotidiano eacute um aprender a perceber sentir e a pensar Essas con-

sideraccedilotildees acrescentam para as pesquisas em sauacutede um conhecer sobre o que ocorre no corpo

dos indiviacuteduos na sua luta diaacuteria pela sobrevivecircncia e as relaccedilotildees subjetivas de cada ser hu-

mano

Dentro desse contexto eacute evidenciado um direcionamento metodoloacutegico com a finali-

dade de conhecer as concepccedilotildees e caracteriacutesticas sobre a temaacutetica em estudo presentes na

literatura Trata-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva por revisatildeo bibliograacutefica de anaacute-

lise integrativa

Esse estudo foi realizado com base na pesquisa bibliograacutefica Para Duarte amp Furtado

(2002) esse tipo de pesquisa eacute realizado a partir de levantamentos da produccedilatildeo cientiacutefica

presente em diferentes apresentaccedilotildees como livros artigos cientiacuteficos dissertaccedilotildees teses den-

tre outros Cervo amp Bervian (1996) ressaltam que esse tipo de pesquisa procura explicar um

problema a partir de referecircncias pela analise de suas contribuiccedilotildees culturais ou cientiacuteficas

existentes acerca de determinado assunto

Jaacute o cunho exploratoacuterio desse estudo se define pela descoberta de ideacuteias que propor-

cionaram familiaridade com o problema tornando-o mais expliacutecito com a possibilidade de

fomento a outras hipoacuteteses (DUARTE amp FURTADO 2002 LEOPARDI 2002 HULLEY et

al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

O caraacuteter descritivo dessa pesquisa ocorre na definiccedilatildeo das caracteriacutesticas do fenocircme-

no a ser estudado e suas relaccedilotildees mediante aos objetivos propostos (GIL 1996 OLIVEIRA

1999) Nesse sentido o trabalho descritivo abrange aspectos amplificados do contexto social

Assim eacute possiacutevel o niacutevel de anaacutelise da temaacutetica sobre diferentes formas aleacutem de sua ordena-

ccedilatildeo e sua classificaccedilatildeo

As revisotildees de literatura necessitam de alguns padrotildees que assegurem sua qualidade

metodoloacutegica como utilizaccedilatildeo de meacutetodos para assegurar a anaacutelise precisa e objetiva anaacutelise

da teoria resultados meacutetodos sujeitos e variaacuteveis de estudo fornecer ao leitor o maacuteximo de

informaccedilotildees possiacuteveis sobre estudos revisados e natildeo apenas os principais (HULLEY et al

2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Dessa forma realizou-se um estudo de revisatildeo da literatura cientiacutefica visando avaliar

um conjunto de dados simultacircneos a partir de estudos primaacuterios selecionados previamente

24

que investigam uma mesma questatildeo (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER

2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

A questatildeo do estudo eacute o primeiro passo para o iniacutecio da revisatildeo bibliograacutefica O Se-

gundo passo consiste em definir a seleccedilatildeo dos estudos sendo o mais indicado as bases de da-

dos eletrocircnicas O terceiro passo eacute a avaliaccedilatildeo criacutetica dos estudos em que se utilizam criteacuterios

para validar os estudos selecionados atraveacutes de uma avaliaccedilatildeo criacutetica dos pesquisadores O

quarto passo consiste na coleta dos dados em que se caracterizam os estudos levantados e de-

terminam suas possibilidades de comparaccedilatildeo O quinto passo eacute a analise e apresentaccedilatildeo dos

dados com agrupamento de estudos semelhantes O sexto passo eacute a determinaccedilatildeo da forccedila

dos resultados e das evidencias encontradas delineando claramente os benefiacutecios e riscos do

achado Uma vez publicada a revisatildeo poderaacute sofrer criacuteticas e sugestotildees que poderatildeo ser in-

corporadas em novos estudos sobre a temaacutetica (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005

ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Para o delineamento do estudo foi definida como questatildeo norteadora como a produ-

ccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede da mulher climateacuterica pode contribuir pa-

ra a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede da famiacutelia

A partir da questatildeo dessa investigaccedilatildeo foram considerados estudos que abordassem a

assistecircncia ao climateacuterio por Enfermeiros A amostra foi do tipo natildeo-probabiliacutestica de conve-

niecircncia constituiacuteda por publicaccedilotildees nacionalmente indexadas sobre a temaacutetica O descritor

utilizado foi ldquoClimateacuteriordquo e a opccedilatildeo pelo natildeo cruzamento de demais descritores foi devida a

escolha da fonte de busca

A fonte de busca orientou-se por base eletrocircnica restrita a produccedilatildeo do conhecimento

nacional e de liacutengua portuguesa que correspondesse a publicaccedilotildees em perioacutedicos de Enfer-

magem demonstrando proximidade com a questatildeo norteadora A busca dos artigos foi reali-

zada no periacuteodo de outubro de 2009 a janeiro de 2010

Adotou-se como criteacuterios de exclusatildeo publicaccedilotildees cujo o cenaacuterio de desenvolvimento

natildeo fossem a Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede eou ESF Ressalta-se que o recorte temporal para

busca das publicaccedilotildees considerou apenas o limite final do periacuteodo o ano de 2009 buscando

amplificar o periacuteodo de iniacutecio da produccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico dessa temaacutetica e assim

natildeo diminuir a sensibilidade das buscas

Foi utilizada a Base de Dados de Enfermagem (BDENF) presente na Biblioteca Vir-

tual em Sauacutede BIREME atraveacutes do siacutetio eletrocircnico httpbasesbiremebrcgi-

binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampbase=BDENFamplang=p

25

O Centro Latino-Americano e do Caribe de Informaccedilatildeo em Ciecircncias da Sauacutede tam-

beacutem conhecido pelo seu nome original Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) eacute um

centro especializado da Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Organizaccedilatildeo Mundial da Sa-

uacutede (OPASOMS) orientado agrave cooperaccedilatildeo teacutecnica em informaccedilatildeo cientiacutefica em sauacutede A sede

da BIREME estaacute localizada no Brasil no campus central Universidade Federal de Satildeo Paulo

(UNIFESP) desde a sua criaccedilatildeo em 1967 segundo acordo da OPASOMS com o Governo do

Brasil

A BDENF apresenta informaccedilotildees compostas pela literatura teacutecnico-cientiacutefica brasilei-

ra em Enfermagem Eacute coordenada pela Escola de Enfermagem da Universidade de Minas

Gerais e por demais Centros Cooperantes da rede BVSENFERMAGEM A composiccedilatildeo des-

sa biblioteca eletrocircnica apresenta perioacutedicos teses livros capiacutetulos de livros anais de con-

gressos ou conferecircncias relatoacuterios teacutecnico-cientiacuteficos e publicaccedilotildees governamentais

No desenvolvimento da revisatildeo integrativa foram selecionados artigos apoacutes a identifi-

caccedilatildeo de todas as publicaccedilotildees a partir do descritor utilizado Procedeu-se analise para caracte-

rizaccedilatildeo dos estudos e preacute-seleccedilatildeo quanto a sua pertinecircncia a pergunta norteadora

Essa etapa foi realizada separadamente por dois revisores sendo a pesquisadora dessa

investigaccedilatildeo e a sua orientadora Os passos utilizados para a caracterizaccedilatildeo dos artigos e a

verificaccedilatildeo de sua aproximaccedilatildeo com a questatildeo norteadora foram a leitura aprofundada de

cada artigo a segregaccedilatildeo dos mesmos quanto agrave aproximaccedilatildeo da questatildeo norteadora e a cate-

gorizaccedilatildeo desses conforme os criteacuterios metodoloacutegicos estabelecidos

Posteriormente ocorreu consenso entre a autora e a orientadora com o objetivo de de-

cidir a inclusatildeo e a exclusatildeo dos artigos preacute-selecionados e avaliados a fim de se garantir

maior seguranccedila na seleccedilatildeo

Para a anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por nuacutemeros absolutos e

frequencias Os elementos de caracterizaccedilatildeo dos perioacutedicos foram

Total de artigos identificados na busca conforme fonte

Identificaccedilatildeo de artigos repetidos

Exclusatildeo de artigos

Inclusatildeo de artigos para a revisatildeo sistemaacutetica

Quanto aos estudos incluiacutedos por aproximaccedilatildeo para com a questatildeo norteadora analisa-

ram-se os seguintes aspectos

Siacutentese panoracircmica do conteuacutedo e da analise dos artigos incluiacutedos

Delineamento da Investigaccedilatildeo (metodologia)

26

Ano de publicaccedilatildeo

Perioacutedico de publicaccedilatildeo

Consideraccedilotildees apresentadas agrave temaacutetica em estudo

Objetivando facilitar a leitura e a identificaccedilatildeo dos artigos optou-se pela atribuiccedilatildeo do

coacutedigo E(n) para os artigos excluiacutedos e I(n) para os artigos incluiacutedos na revisatildeo sistemaacutetica

Conforme os resultados identificados foi calculado o iacutendice de KAPPA (K) Esse iacuten-

dice corresponde a uma medida de concordacircncia usada em escalas nominais que fornece a

ideacuteia do quanto as observaccedilotildees se afastam daquelas esperadas fruto do acaso indican-

do assim o quatildeo legiacutetimas as interpretaccedilotildees satildeo (CANOLETTI 2008)

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A anaacutelise da revisatildeo sistemaacutetica iniciou com a descriccedilatildeo dos artigos encontrados se-

guindo com a descriccedilatildeo daqueles excluiacutedos do processo de revisatildeo sistemaacutetica e por fim foi

analisada a aproximaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos com o questionamento norteador

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF

Os registros sobre climateacuterio no BDENF totalizaram 26 conforme descritor utilizado

poreacutem dentre os trabalhos havia um que natildeo se enquadrava como perioacutedico e foi excluiacutedo da

lista totalizando 25 artigos Ressalta-se que natildeo houve obtenccedilatildeo de artigos por busca manual

Na Tabela 1 verifica-se o total de estudos encontrados na busca realizada conforme perioacutedi-

cos

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo

perioacutedicos

BDENF - Banco de Dados de Enfermagem N

Revista Gauacutecha de Enfermagem 2

Revista Enfermagem UERJ 5

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 1

Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 4

Revista da Escola de Enfermagem da USP 2

Acta Paulista de Enfermagem 1

Nursing (Satildeo Paulo) 2

Revista Brasileira de Enfermagem 3

Biblioteca J Baeta Vianna 1

Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 1

Revista Paulista de Enfermagem 1

Texto amp Contexto Enfermagem 2

Total 25

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Quanto ao ano de publicaccedilotildees dos artigos selecionados observou-se que o periacuteodo de

publicaccedilatildeo inicia-se em 1985 e finaliza no ano de 2009 como mostra a Tabela 2

28

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano

de publicaccedilatildeo

Ano de publicaccedilatildeo Nordm de Estudos

2009 2 8

2008 1 4

2007 2 8

2006 1 4

2005 4 16

2004 3 12

2002 4 16

2000 3 12

1997 1 4

1996 1 4

1995 1 4

1985 2 8

TOTAL 25 100

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Nota-se que apesar de haver nesta revisatildeo sistemaacutetica trabalhos datados de 1985 a

discussatildeo do tema soacute ampliou entre 15 e 20 anos depois o que reforccedila a ideacuteia de que haacute uma

preocupaccedilatildeo crescente para com essa temaacutetica na atenccedilatildeo baacutesica no intuito de melhorar os

serviccedilos prestados

Vale ressaltar que criaccedilatildeo do SUS em 1988 e posteriormente a ESF regulamentada em

1994 contribuiacuteram para o fortalecimento da atenccedilatildeo primaacuteria e consequentemente impulsio-

nando as pesquisas na aacuterea

Analisando esta tabela percebe-se que no periacuteodo de 2000 a 2005 foram identificados

o maior nuacutemero de publicaccedilotildees referentes ao assunto 56 (n = 14) indicando o crescimento

do interesse do estudo deste assunto A concentraccedilatildeo de estudos nesse intervalo de tempo os

caracteriza como sendo recentes jaacute que foram elaborados haacute menos de 10 anos

Os resumos dos 25 registros localizados foram lidos e a partir da leitura foram sele-

cionados aqueles cujo tiacutetulo eou resumo colocavam a assistecircncia ao climateacuterio na atenccedilatildeo

primaacuteria como objeto de estudo ou como uma de suas questotildees centrais de anaacutelise Posteri-

ormente foram identificados os artigos repetidos (n = 3) descartando-os

Dos 22 artigos selecionados a Revista Enfermagem UERJ apresentou a maior quanti-

dade de publicaccedilotildees totalizando 20 (n = 5)

Apoacutes avaliaccedilatildeo dos tiacutetulos leitura dos resumos e anaacutelise dos artigos integralmente ve-

rificou-se que 364 (n = 8) apresentaram pertinecircncia agrave questatildeo norteadora da pesquisa sen-

do 25 (n = 2) destes artigos oriundos da Revista Enfermagem UERJ e 25 (n = 2) da Es-

cola Ana Nery Revista de Enfermagem As demais revistas apresentaram 125 (n = 1) dos

29

artigos pertinentes cada uma Os estudos excluiacutedos da revisatildeo integrativa perfizeram 636

(n = 14)

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA

Em relaccedilatildeo aos artigos excluiacutedos observa-se sua descriccedilatildeo no Quadro 1

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E1

ZAMPIERI M de F M

TAVARES C M A

HAMES M de L C

FALCON G S

SILVA A L de

GONCcedilALVES L T

O processo de viver e ser

saudaacutevel das mulheres no

climateacuterio

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2009

E2

ALMEIDA L H R B de

LUZ M H B A

MONTEIRO C F de S

Ser mulher no climateacuterio

uma anaacutelise compreensiva

pela enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

E3 NIEVAS A F

FUREGATO A R F

Depressatildeo em mulheres no

climateacuterio

Revista Gauacutecha de

Enfermagem 2006

E4 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

Vivenciando o climateacuterio o

corpo em seu percurso exis-

tencial agrave luz da Fenomenolo-

gia

Revista Enferma-

gem UERJ 2005

E5

FERNANDEZ M R

GIR E

HAYASHIDA M

Sexualidade no periacuteodo

climateacuterico situaccedilotildees vi-

venciadas pela mulher

Revista da Esco-

la de Enferma-

gem da USP

2005

E6 BIFFI E F de A

SCATENA M C M

Sauacutede Mental e climateacuterio

na perspectiva de mulheres

profissionais de sauacutede

Revista Enfer-

magem UERJ 2004

30

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E7 MILANEZ M R de

M NERY I S

Percepccedilatildeo das mulheres

sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de en-

fermagem

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2004

E8 MURATA I M H

SCHIRMER J

Manifestaccedilotildees biopsicogecirc-

nicos decorrentes do clima-

teacuterio entre trabalhadoras de

uma universidade puacuteblica

Acta Paulista de

enfermagem 2004

E9 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

O climateacuterio a corporeida-

de como berccedilo das experi-

ecircncias do vivido

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

2002

E10

MURATA I M H

BERCINI L O

SCHIRMER J

Auto-cuidado na prevenccedilatildeo

do cacircncer de colo de uacutetero

e cacircncer de mama compa-

raccedilatildeo entre mulheres natildeo

climateacutericas e climateacutericas

Biblioteca J

Baeta Vianna 2000

E11

LOPES M E L

BATISTA P S de S

COSTA Se F G da

SOARES M S de

Orientaccedilotildees de enferma-

gem agrave mulher climateacuterica

quanto agrave terapia de reposi-

ccedilatildeo hormonal uma abor-

dagem eacutetica

Revista da Rede de

Enfermagem do

Nordeste

2000

E12 DAOUD I G

SANTANA M da G

Construccedilatildeo de um processo

educativo com um grupo de

mulheres climateacutericas

Texto amp Contexto

Enfermagem 2000

E13 LANDERDAHL M C

Buscando novas maneiras

de pensar o climateacuterio fe-

minino

Texto amp contexto

enfermagem 1997

E14 NERY I S Perfil do atendimento agrave

mulher no climateacuterio

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

1996

31

Em geral os estudos excluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (E1 E6 E8 e E10) que correspondem

a 286 (n = 4)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (E3 E4 E5 E7 E8 E9 e

E13) somando 50 (n = 6)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (E2 E11 E12 e E14) o que resulta em 286 (n =

4)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 71 (n = 1) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas por

profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educativo (E11)

Percebe-se que dois dos artigos excluiacutedos se enquadram em mais de uma dimensatildeo apre-

sentada na anaacutelise feita acima

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os artigos incluiacutedos foram estudados sistematicamente de modo a extrair de cada um

as concepccedilotildees e respectivas caracteriacutesticas do trabalho em equipe as quais foram discutidas agrave

luz do referencial teoacuterico que embasa este estudo qual seja a assistecircncia ao climateacuterio pela

equipe de sauacutede

A amostra definitiva dos artigos incluiacutedos para a revisatildeo sistemaacutetica portanto foram

oito artigos apresentados a seguir no Quadro 2

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

I1 PEREIRA Q L C

SIQUEIRA H C H de

O olhar dos responsaacuteveis

pela poliacutetica de sauacutede da

mulher climateacuterica

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

2009

I2

OLIVEIRA D M de

JESUS M C P de

MERIGHI M A B

O climateacuterio sob a oacutetica de

mulheres assistidas em uma

unidade de sauacutede da famiacutelia

de Juiz de Fora - Minas Ge-

rais

Revista de A-

tenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede

2008

32

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

I3 LIMA E C

VARGENS O M da C

O significado de climateacuterio

para as mulheres implicaccedilotildees

para o cuidado de enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

I4

PIAZZA I P

DE LORENZI D R S

SACILOTO B

Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacuteri-

cas atendidas em um PSF

Revista Gauacutecha

de Enfermagem 2005

I5 LANDERDAH M C

Mulher climateacuterica uma abor-

dagem necessaacuteria ao niacutevel de

atenccedilatildeo baacutesica

Nursing (Satildeo

Paulo) 2002

I6 DAOUD I G

Encontros e desencontros das

mulheres climateacutericas que

buscam assistecircncia em serviccedilo

do Sistema Uacutenico de Sauacutede

Revista Enferma-

gem UERJ 2002

I7

CANDELLA C L M

RUGGIERO C M

ARAYA M E S SILVA

R V

Assistecircncia de enfermagem agrave

mulher no climateacuterio

Revista da Escola

de Enfermagem

da USP

1995

I8 VARGENS O M da C O casal no climateacuterio orienta-

ccedilatildeo de enfermagem

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

1985

Os estudos incluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (I4) que correspondem a

125 (n = 1)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (I2 I3) somando

25 (n = 2)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (I1 I5 I6 I7 e I8) o que resulta em 625

(n = 5)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 25 (n = 2) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas

por profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educati-

vo (I7 e I8)

Assim nota-se que a maioria dos estudos incluiacutedos 625 (n = 5) faz menccedilatildeo agrave assis-

tecircncia em sauacutede prestada a essas clientes evidenciando-se uma maior discussatildeo do tema asso-

ciado agrave melhoria dos serviccedilos prestados na atenccedilatildeo baacutesica

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

1 ALMEIDA LHRB LUZ MHBA MONTEIRO CFS Ser mulher no climateacute-

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8 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Portaria nordm

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Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

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10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

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43

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teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 15: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

14

Busca-se desde entatildeo a compreensatildeo da sauacutede enquanto recurso fundamental para a

vida diaacuteria e natildeo como um objetivo em si mesmo com determinantes muacuteltiplos necessitando

de intervenccedilatildeo intersetorial Com isso satildeo essenciais estrateacutegias que corroborem com a defesa

da vida a qualificaccedilatildeo profissional e a mediaccedilatildeonegociaccedilatildeo entre os diversos atores que

compotildeem o cenaacuterio SUS (MINAYO HARTZ BUSS 2000 BRASIL 2007 FARIA et al

2009a)

Mediante todos os movimentos que discutiram o conceito de sauacutede de forma ampliada

alguns desafios cotidianos ainda estatildeo colocados para a sauacutede puacuteblica que pautados na im-

plementaccedilatildeo do SUS apresentam urgecircncia em redirecionar o modo como estatildeo organizados

os serviccedilos de sauacutede e a assistecircncia prestada (TEIXEIRA 2003 BRASIL 2007 FARIA et al

2009a)

Ao considerar essas especifidades apontadas no sistema de sauacutede brasileiro em 1994

foi criada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Esse programa

eacute uma estrateacutegia ambiciosa que visa a transformaccedilatildeo do modelo tecnoassistencial vivenciado

Trata-se de incorporar aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria uma equipe multiprofissional que

dialogue com o conhecimento popular responsaacutevel por uma determinada aacuterea de abrangecircncia

E o trabalho em sauacutede dessa equipe deve considerar essa aacuterea enquanto territoacuterio- processo e

atuar como unidade de centralidade na organizaccedilatildeo do cuidado agraves necessidades de sauacutede da

populaccedilatildeo (BRASIL 2007 FARIA et al 2009b COSTA et al 2009 MERHY 2009

MINAS GERAIS 2009)

As equipes multiprofissionais satildeo compostas conforme a legislaccedilatildeo atual da ESF por

meacutedico generalista agentes comunitaacuterios de sauacutede trabalhadores de sauacutede bucal auxiliares

de enfermagem e enfermeiro Destaca-se nesse contexto o trabalho do agente comunitaacuterio

em sauacutede enquanto ator principal na interlocuccedilatildeo entre as necessidades comunitaacuterias e seus

conhecimentos nos processos de manutenccedilatildeo da vida com o saber tecnoloacutegico dos demais

trabalhadores da sauacutede (MENDES 2002 STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al

2009b MERHY 2009 MINAS GERAIS 2009)

Sobre o territoacuterio-processo esse conceito eacute compreendido como um fenocircmeno que re-

sulta na compreensatildeo das relaccedilotildees estabelecidas em um determinado espaccedilo Abrange o deli-

neamento e compreensatildeo por meio de mapeamento e diagnoacutesticos situacionais sobre as es-

pecificidades dos aspectos das relaccedilotildees interpessoais ali inseridos sua mobilidade espacial

suas diversidades histoacuterico-culturais e os elementos cognitivos fiacutesicos demograacuteficos e eco-

nocircmicos que as comunidades vivenciam para a manutenccedilatildeo de suas vidas Pressupotildee-se que a

equipe multiprofissional preste assistecircncia para 800 a 1000 famiacutelias cadastradas em uma Uni-

15

dade Baacutesica de Sauacutede atraveacutes de um territoacuterio delimitado e mapeado (MENDES 2002

STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009)

Jaacute a centralidade do cuidado traz agrave ESF enquanto mecanismo fortalecedor do niacutevel

primaacuterio de atenccedilatildeo agrave sauacutede no Brasil uma caracteriacutestica inovadora que consiste em coorde-

nar a assistecircncia de forma a promover a integralidade na rede assistencial Essa integralidade

ocorre quando o ponto central do cuidado se diverge da piracircmide hierarquizada e adota estru-

turas aliadas e flexiacuteveis entre os diferentes setores de prestaccedilatildeo dos serviccedilos em sauacutede inde-

pendente de sua densidade tecnoloacutegica A manutenccedilatildeo entre o diaacutelogo contiacutenuo dos diversos

setores da sauacutede e as necessidades da comunidade passa a ser de responsabilidade das equipes

inseridas no niacutevel primaacuterio por meio do PSF (MENDES 2002 STARFIELD 2002 FARIA

et al 2009b MINAS GERAIS 2009)

Seguindo essa loacutegica Sousa e Hamann (2009) ressaltam os impasses em trabalhar no

cotidiano dos serviccedilos mediante esse olhar organizativo diferenciado que se volta agraves comuni-

dades e seus os grupos sociais especiacuteficos

Pressupotildee-se um rompimento dos muros das Unidades de Sauacutede e abordagens inter-

ventoras que tenham como loacutecus a famiacutelia Essa tarefa exige abordagens complexas mesmo

que as teacutecnicas mais frequentes utilizadas sejam as que englobam a subjetividade na interaccedilatildeo

profissional de sauacutede e usuaacuterios do SUS a educaccedilatildeo para promoccedilatildeo da sauacutede e intervenccedilotildees

para mudanccedilas de comportamento em busca de estilos de vida mais saudaacuteveis (MENDES

2002 STARFIELD 2002 SOUSA amp HAMANN 2009 VASCONCELOS et al 2009)

Aleacutem disso essas tecnologias empregadas na reformulaccedilatildeo assistencial do SUS pela

atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutedeESF buscam promover uma assistecircncia em sauacutede humanizada O

acolhimento a percepccedilatildeo da inteireza de cada pessoa e seu nuacutecleo familiar e a inserccedilatildeo dos

condicionantes e determinantes sociais no processo de trabalho dessas equipes ateacute entatildeo a-

presentam-se como desafio proposto Espera-se com a incorporaccedilatildeo desse modus operandi

diferenciado uma assistecircncia de resultados positivos para todos os atores que compotildeem o

SUS - gestores trabalhadores usuaacuterios e instituiccedilotildees formadoras em sauacutede E com isso se

impulsione a consolidaccedilatildeo da resolutividade no SUS (MENDES 2002 STARFIELD 2002

COSTA et al 2009 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009 VASCONCELOS et al

2009)

Outras ferramentas de trabalho a serem incorporadas agraves equipes de ESF satildeo as relacio-

nadas com a epidemiologia social Essas ferramentas prevecircem o reconhecimento da realidade

local por anaacutelises participativas que associam o planejamento das accedilotildees em sauacutede atraveacutes de

um diagnoacutestico do territoacuterio suas famiacutelias e coletividade enquanto territoacuterio processo Eacute pre-

16

ciso que o resultado desse planejamento seja traduzido em uma programaccedilatildeo das atividades

da equipe que considere os fatores de vulnerabilidade e os grupos de risco populacional em

sauacutede a fim de produzir serviccedilos com equidade (MENDES 2002 STARFIELD 2002

COSTA et al 2009 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009 VASCONCELOS et al

2009)

Com isso enfrentar o desafio proposto entre desconstruir o modelo hegemocircnico em

que se estabelecem as accedilotildees de sauacutede na atualidade em busca da construccedilatildeo de um SUS ideal

requer o desenvolvimento de novas praacuteticas sanitaacuterias no cotidiano assistencial que se com-

prometam com a possibilidade de viver de modo mais saudaacutevel (COSTA et al 2009 FARIA

et al 2009b VASCONCELOS et al 2009)

Nesse contexto destaca-se nas equipes de ESF o papel do profissional Enfermeiro

(MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI amp PEREIRA 2009) Ao se

analisar a histoacuteria da Enfermagem Brasileira pode-se observar sua convergecircncia agrave poliacutetica

puacuteblica de sauacutede adotada no paiacutes O Decreto no 9440687(COFEN 2002) que regulamenta a

profissatildeo explicita como atribuiccedilatildeo do Enfermeiro sua participaccedilatildeo no planejamento execu-

ccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da programaccedilatildeo da sauacutede nos diferentes niacuteveis assistenciais do SUS A reso-

luccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) 2722002 incube a esse profissional um

processo de trabalho pautado na Sistematizaccedilatildeo de sua Assistecircncia em busca da qualidade do

cuidado

Conforme Resoluccedilatildeo COFEN 2722002

[] A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem- SAE sendo atividade privati-

va do enfermeiro utiliza meacutetodo e estrateacutegia de trabalhos com embasamento cientiacute-

fico para a identificaccedilatildeo das situaccedilotildees de sauacutededoenccedila que possam contribuir para a

promoccedilatildeo prevenccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo da sauacutede do indiviacuteduo famiacutelia e

comunidade (COFEN 2722002 p 50)

Assim na implementaccedilatildeo dessa assistecircncia eacute fundamental que o Enfermeiro reconhe-

ccedila os haacutebitos individualizados e os aspectos biopsicossociais que integram o processo sauacutede-

doenccedila dos sujeitos visando a identificaccedilatildeo de problemas julgamento cliacutenico sobre as respos-

tas do indiviacuteduo famiacutelia e comunidade perante suas adaptaccedilotildees aos processos de vida vigen-

tes ou potencias (COFEN 2002 MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI

amp PEREIRA 2009)

Perante esses pressupostos legais observa-se a convergecircncia entre o processo de traba-

lho da Enfermagem e as necessidades impostas para o desenvolvimento das accedilotildees em ESF

17

Com isso torna-se significativo no incremento da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a atuaccedilatildeo dife-

renciada desse profissional

Feliciano et al (2010) apontam para o valor atribuiacutedo ao Enfermeiro na ESF quando

esse profissional apresenta-se como uma referecircncia na busca da superaccedilatildeo de dificuldades

haja vista que os demais integrantes da equipe e usuaacuterios dirigem suas demandas a esse pro-

fissional independente de eles gerenciarem institucionalmente a unidade de sauacutede

Figueiredo et al (2010) ressaltam que cabe ao Enfermeiro de ESF funccedilotildees como admi-

nistraccedilatildeo de recursos materiais e humanos bem como a padronizaccedilatildeo das accedilotildees na equipe A

autora revela ainda que a organizaccedilatildeo das atividades de educaccedilatildeo continuada para equipe do

PSF como atribuiccedilatildeo contiacutenua do Enfermeiro

Matumoto et al (2005) Chirelli amp Pereira 2009 Pires amp Goumlttems (2009) corroboram

com essa constataccedilatildeo ao apresentarem que a gestatildeo do cuidado agraves famiacutelias em ESF eacute progra-

maccedilatildeo constante realizada pela Enfermagem e sua equipe Cordeiro et al (2009) colocam o

trabalho de enfermagem na ESF realizado de forma ampliada abrangendo consultas individu-

ais atividades educativas em grupo praacuteticas de capacitaccedilatildeo continuada junto a equipe e pro-

gramaccedilatildeo das accedilotildees junto a ela de forma compatiacutevel e adequada aos pressupostos da estrateacute-

gia sauacutede da famiacutelia

Colomeacute Limas amp Davis (2008) salientam o Enfermeiro como principal articulador do

trabalho na equipe de ESF Os autores mencionam que essas articulaccedilotildees se estabelecem prin-

cipalmente com os agentes comunitaacuterios de sauacutede o que facilita a aproximaccedilatildeo do profissio-

nal de enfermagem agraves necessidades de sauacutede da comunidade conectando o seu trabalho com

os outros profissionais da equipe como dentistas e meacutedicos considerando o caraacuteter comple-

mentar da atuaccedilatildeo dentro de uma equipe multiprofissional

Azambuja et al (2007) expressam em seu estudo sobre o significado do trabalho no

PSF que para os enfermeiros se denota enquanto processo potencializador do seu viver hu-

mano Isso significa que o trabalho em ESF influencia na forma como se vecircem se sentem se

relacionam e vivenciam as situaccedilotildees cotidianas de maneira positiva

Santos Soares amp Campos confirmam os resultados de seus estudos ao de Azambuja et

al (2007) ao colocarem que para os Enfermeiros as forccedilas fortalecedoras de seu trabalho no

PSF adveacutem da relaccedilatildeo prazerosa com o objetofinalidade do trabalho e com o trabalho em si

Eles complementam ainda que as Enfermeiras convivem com a expectativa das suas potenci-

alidades para solucionar os problemas oferecer respostas a populaccedilatildeo em cenaacuterio de maior

autonomia profissional

18

Benito amp Becker (2007) em pesquisa sobre as atitudes gerenciais dos enfermeiros na

ESF destacaram atraveacutes dos profissionais informantes que eram membros das equipes atitu-

des qualitativas dos Enfermeiros de ESF como ser justos intermediarem e resolverem confli-

tos entre profissionais usuaacuterios e representantes da gestatildeo apresentarem poder de negocia-

ccedilatildeo estarem abertos a mudanccedilas possuiacuterem em sua praacutetica atitudes de escuta buscarem pela

promoccedilatildeo de iniciativas e autonomia da equipe e dos usuaacuterios contribuiacuterem com o seu conhe-

cimento para o desenvolvimento do grupo capacidade de planejamento e desenvolvimento de

accedilotildees conjuntas e prestarem o cuidado centrado na famiacutelia com compromisso e responsabili-

dade

Os resultados desses estudos apresentam o papel diferenciado que o Enfermeiro vem

exercendo nas equipes da ESF corroborando para a sua importacircncia nesse campo de atuaccedilatildeo

Destacam as caracteriacutesticas do trabalhador de enfermagem e a incorporaccedilatildeo de novos arranjos

de poderes e saberes necessaacuterios para o delineamento do perfil desse profissional de forma

comprometida agraves diretrizes da ESF e ao fortalecimento do SUS

19

12 O CLIMATEacuteRIO DESAFIO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO

PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

A populaccedilatildeo feminina brasileira totaliza mais de 98 milhotildees e aproximadamente 30

milhotildees se encontram na faixa etaacuteria de 35 a 65 anos Esses dados revelam que 32 das mu-

lheres do Brasil estatildeo na faixa etaacuteria em que ocorre o climateacuterio (BRASIL 2008)

Coelho amp Porto (2009) definem climateacuterio como

[] periacuteodo de transiccedilatildeo entre as fases reprodutivas e natildeo reprodutivas da mulher

Comeccedila por volta dos 40 anos podendo estender-se ateacute os 55 anos ou mais Durante

esses anos acontece a uacuteltima menstruaccedilatildeo definida como menopausa [] (Coelho

amp Porto 2009 p76)

Ressalta-se que esse periacuteodo eacute uma fase bioloacutegica natural da vida e natildeo um processo

patoloacutegico Eacute reconhecido como uma fase do ciclo vital feminino em que ocorrem intensas

transformaccedilotildees na maneira da mulher ser e estar no mundo modificando sua compreensatildeo

frente ao fenocircmeno existencial (LIMA amp ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI

2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008

BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009)

Dessa maneira o periacuteodo do climateacuterio eacute resultado tanto da deficiecircncia hormonal co-

mo de fatores socioculturais e psicoloacutegicos decorre no processo de envelhecimento feminino

sendo marcado pela menopausa A menopausa destaca-se como momento pontual do climateacute-

rio consiste na interrupccedilatildeo permanente da menstruaccedilatildeo e decorre apoacutes 12 meses de amenor-

reacuteia em momento da perda da atividade folicular ovariana (LIMA amp ANGELO 2001

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA

JESUS MERINGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009)

Outro aspecto a ser considerado no climateacuterio aleacutem da faixa etaacuteria eacute um conjunto de

sintomas que acometem parte das mulheres Esses sintomas podem se manifestar enquanto

mudanccedilas sutis ou acentuadas que englobam desde anguacutestia fogachos e irritaccedilotildees ateacute san-

gramentos intermitentes de alto fluxo A sintomatologia em geral acarreta desconforto que se

acentuam de acordo com o enfrentamento desse ciclo pelas mulheres e a consistecircncia da rede

de apoio que se insere Contudo o iniacutecio e teacutermino do climateacuterio satildeo varaacuteveis de acordo com

as caracteriacutesticas individuais da pessoa e estaacute associado a fatores hereditaacuterios raciais socioe-

conocircmicos e demais determinantes do processo de vida subjetivo feminino (LIMA amp

20

ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009)

Neste cenaacuterio de transformaccedilotildees soacutecio-emocionais acentuados pela percepccedilatildeo do en-

velhecimento e limite da vida faz-se necessaacuterio a implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que bus-

quem a promoccedilatildeo da sauacutede da mulher e o fomento de cuidados para que vivenciem essa expe-

riecircncia de maneira mais amena mediante ao turbilhatildeo existencial que lhes permeia esse recor-

te da vida

Ao se abordar as questotildees que envolvem a sauacutede da mulher eacute necessaacuteria a discussatildeo

de aspectos poliacuteticos e histoacutericos que envolvem essa temaacutetica no Brasil em especial por se

tratarem de resultados de uma luta que envolve conquista do gecircnero (BRASIL 2004

BRASIL 2006a COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp

LUCCHESE 2010)

O movimento feminino pela luta de seus direitos que ultrapassam os direitos da sauacutede

hegemocircnica e se convergem aos direitos de cidadania precede a promulgaccedilatildeo do SUS Na

sauacutede o marco histoacuterico dos resultados desse movimento ocorreu na deacutecada de 80 atraveacutes do

Programa de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PAISM) Esse programa evidenciou a ne-

cessidade de mudanccedilas na abordagem das mulheres nos serviccedilos de sauacutede que ultrapassassem

o foco do ciclo graviacutedico-puerperal em busca de sua visatildeo subjetiva e integral Entretanto

apesar do discurso da integralidade na praacutetica o PAISM atuou de forma hegemocircnica buscan-

do a resoluccedilatildeo dos problemas referentes agrave sauacutede reprodutiva e na reduccedilatildeo da mortalidade ma-

terna (BRASIL 2004 BRASIL 2006 COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Encontra-se em vigor atualmente implementado pelo Ministeacuterio da Sauacutede uma estra-

teacutegia poliacutetica e tecnoloacutegica para a renovaccedilatildeo da abordagem a sauacutede da mulher a Poliacutetica Na-

cional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PNAISM) e descreve

[] Considerando que a sauacutede da mulher eacute uma prioridade deste governo o Ministeacute-

rio da Sauacutede lanccedilou em 2004 a ldquoPoliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da

Mulher ndash Princiacutepios e Diretrizesrdquo (PNAISM) em parceria com diversos setores da

sociedade com o compromisso de implementar accedilotildees de sauacutede que contribuam para

a garantia dos direitos humanos das mulheres e reduzam a morbimortalidade por

causas preveniacuteveis e evitaacuteveis Essa Poliacutetica incorpora num enfoque de gecircnero a in-

tegralidade e a promoccedilatildeo da sauacutede como princiacutepios norteadores e busca consolidar

os avanccedilos no campo dos direitos sexuais e reprodutivos com ecircnfase na melhoria da

atenccedilatildeo obsteacutetrica no planejamento familiar na atenccedilatildeo ao abortamento inseguro e

no combate agrave violecircncia domeacutestica e sexual Agrega tambeacutem a prevenccedilatildeo e o trata-

mento de mulheres vivendo com HIVAIDS e as portadoras de doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis e de cacircncer Aleacutem disso amplia as accedilotildees para grupos historicamente

alijados das poliacuteticas puacuteblicas nas suas especificidades e necessidades []

(BRASIL 2006a p13)

21

Outro avanccedilo relevante para a sauacutede da mulher integra-se na Portaria 399GM de 22

de fevereiro de 2006 que institui o Pacto Pela Vida O pacto define-se como um conjunto de

reformas institucionais do SUS entre as trecircs esferas de gestatildeo ndash Uniatildeo estados e municiacutepios ndash

com o objetivo de promover inovaccedilotildees nos processos e nos instrumentos de gestatildeo visando a

alcanccedilar maior efetividade eficiecircncia e qualidade das respostas do SUS O Pacto redefine as

responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo e a bus-

ca da equumlidade social (BRASIL 2006b)

Jaacute no cenaacuterio dos serviccedilos da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a Poliacutetica Nacional de Aten-

ccedilatildeo Baacutesica estabelece grupos vulneraacuteveis e prioritaacuterios para a organizaccedilatildeo da assistecircncia A

sauacutede da mulher integra esse grupo corroborando para a efetivaccedilatildeo das poliacuteticas supracitadas

e considerando a abordagem da mulher pela importacircncia da implementaccedilatildeo da praacutetica dife-

renciada e inovadora do PSF (BRASIL 2007)

Poreacutem diversos autores contribuem na anaacutelise da atenccedilatildeo agrave sauacutede da mulher ao identi-

ficarem a fragilidade da assistecircncia prestada chegando a concluir que os problemas atuais de

sauacutede da mulher estatildeo relacionados agrave qualidade dessa assistecircncia e a desqualificaccedilatildeo dos pro-

fissionais que promovem essa intervenccedilatildeo (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA

SILVA amp SIQUEIRA 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Essa realidade se potencializa quando a assistecircncia se refere agraves mulheres no climateacuterio

Existe uma lacuna na abordagem cotidiana do trabalho das equipes de sauacutede sobre o que e

como prestarem assistecircncia a essa demanda cada vez mais emergente Eacute urgente a necessidade

de se utilizar e integrar todos os campos do saber da sauacutede e suas interfaces para o enfrenta-

mento dessa realidade (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004 GONCcedilALVES amp

MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA

GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Considerando o potencial apresentado nesse trabalho sobre o papel do Enfermeiro nas

equipes de atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede o presente estudo interroga como a produccedilatildeo do conhe-

cimento de Enfermagem sobre a temaacutetica de assistecircncia a mulheres climateacutericas pode colabo-

rar para a implementaccedilatildeo de um cuidado integral e de qualidade a esse grupo na estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Analisar a produccedilatildeo de conhecimento de Enfermagem sobre a mulher climateacuterica e

suas contribuiccedilotildees para a atuaccedilatildeo da equipe da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia - ESF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Realizar o levantamento da produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assis-

tecircncia agrave mulher no climateacuterio

Caracterizar a produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assistecircncia agrave mu-

lher no climateacuterio

Apontar como os resultados da anaacutelise dessa produccedilatildeo cientiacutefica podem contribuir pa-

ra a atuaccedilatildeo da equipe de ESF sobre a temaacutetica

3 METOacuteDO DA PESQUISA

A pesquisa em sauacutede segundo Leopardi (2002) natildeo eacute somente uma incorporaccedilatildeo de

conteuacutedo cientiacutefico ao saber cotidiano eacute um aprender a perceber sentir e a pensar Essas con-

sideraccedilotildees acrescentam para as pesquisas em sauacutede um conhecer sobre o que ocorre no corpo

dos indiviacuteduos na sua luta diaacuteria pela sobrevivecircncia e as relaccedilotildees subjetivas de cada ser hu-

mano

Dentro desse contexto eacute evidenciado um direcionamento metodoloacutegico com a finali-

dade de conhecer as concepccedilotildees e caracteriacutesticas sobre a temaacutetica em estudo presentes na

literatura Trata-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva por revisatildeo bibliograacutefica de anaacute-

lise integrativa

Esse estudo foi realizado com base na pesquisa bibliograacutefica Para Duarte amp Furtado

(2002) esse tipo de pesquisa eacute realizado a partir de levantamentos da produccedilatildeo cientiacutefica

presente em diferentes apresentaccedilotildees como livros artigos cientiacuteficos dissertaccedilotildees teses den-

tre outros Cervo amp Bervian (1996) ressaltam que esse tipo de pesquisa procura explicar um

problema a partir de referecircncias pela analise de suas contribuiccedilotildees culturais ou cientiacuteficas

existentes acerca de determinado assunto

Jaacute o cunho exploratoacuterio desse estudo se define pela descoberta de ideacuteias que propor-

cionaram familiaridade com o problema tornando-o mais expliacutecito com a possibilidade de

fomento a outras hipoacuteteses (DUARTE amp FURTADO 2002 LEOPARDI 2002 HULLEY et

al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

O caraacuteter descritivo dessa pesquisa ocorre na definiccedilatildeo das caracteriacutesticas do fenocircme-

no a ser estudado e suas relaccedilotildees mediante aos objetivos propostos (GIL 1996 OLIVEIRA

1999) Nesse sentido o trabalho descritivo abrange aspectos amplificados do contexto social

Assim eacute possiacutevel o niacutevel de anaacutelise da temaacutetica sobre diferentes formas aleacutem de sua ordena-

ccedilatildeo e sua classificaccedilatildeo

As revisotildees de literatura necessitam de alguns padrotildees que assegurem sua qualidade

metodoloacutegica como utilizaccedilatildeo de meacutetodos para assegurar a anaacutelise precisa e objetiva anaacutelise

da teoria resultados meacutetodos sujeitos e variaacuteveis de estudo fornecer ao leitor o maacuteximo de

informaccedilotildees possiacuteveis sobre estudos revisados e natildeo apenas os principais (HULLEY et al

2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Dessa forma realizou-se um estudo de revisatildeo da literatura cientiacutefica visando avaliar

um conjunto de dados simultacircneos a partir de estudos primaacuterios selecionados previamente

24

que investigam uma mesma questatildeo (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER

2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

A questatildeo do estudo eacute o primeiro passo para o iniacutecio da revisatildeo bibliograacutefica O Se-

gundo passo consiste em definir a seleccedilatildeo dos estudos sendo o mais indicado as bases de da-

dos eletrocircnicas O terceiro passo eacute a avaliaccedilatildeo criacutetica dos estudos em que se utilizam criteacuterios

para validar os estudos selecionados atraveacutes de uma avaliaccedilatildeo criacutetica dos pesquisadores O

quarto passo consiste na coleta dos dados em que se caracterizam os estudos levantados e de-

terminam suas possibilidades de comparaccedilatildeo O quinto passo eacute a analise e apresentaccedilatildeo dos

dados com agrupamento de estudos semelhantes O sexto passo eacute a determinaccedilatildeo da forccedila

dos resultados e das evidencias encontradas delineando claramente os benefiacutecios e riscos do

achado Uma vez publicada a revisatildeo poderaacute sofrer criacuteticas e sugestotildees que poderatildeo ser in-

corporadas em novos estudos sobre a temaacutetica (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005

ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Para o delineamento do estudo foi definida como questatildeo norteadora como a produ-

ccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede da mulher climateacuterica pode contribuir pa-

ra a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede da famiacutelia

A partir da questatildeo dessa investigaccedilatildeo foram considerados estudos que abordassem a

assistecircncia ao climateacuterio por Enfermeiros A amostra foi do tipo natildeo-probabiliacutestica de conve-

niecircncia constituiacuteda por publicaccedilotildees nacionalmente indexadas sobre a temaacutetica O descritor

utilizado foi ldquoClimateacuteriordquo e a opccedilatildeo pelo natildeo cruzamento de demais descritores foi devida a

escolha da fonte de busca

A fonte de busca orientou-se por base eletrocircnica restrita a produccedilatildeo do conhecimento

nacional e de liacutengua portuguesa que correspondesse a publicaccedilotildees em perioacutedicos de Enfer-

magem demonstrando proximidade com a questatildeo norteadora A busca dos artigos foi reali-

zada no periacuteodo de outubro de 2009 a janeiro de 2010

Adotou-se como criteacuterios de exclusatildeo publicaccedilotildees cujo o cenaacuterio de desenvolvimento

natildeo fossem a Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede eou ESF Ressalta-se que o recorte temporal para

busca das publicaccedilotildees considerou apenas o limite final do periacuteodo o ano de 2009 buscando

amplificar o periacuteodo de iniacutecio da produccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico dessa temaacutetica e assim

natildeo diminuir a sensibilidade das buscas

Foi utilizada a Base de Dados de Enfermagem (BDENF) presente na Biblioteca Vir-

tual em Sauacutede BIREME atraveacutes do siacutetio eletrocircnico httpbasesbiremebrcgi-

binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampbase=BDENFamplang=p

25

O Centro Latino-Americano e do Caribe de Informaccedilatildeo em Ciecircncias da Sauacutede tam-

beacutem conhecido pelo seu nome original Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) eacute um

centro especializado da Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Organizaccedilatildeo Mundial da Sa-

uacutede (OPASOMS) orientado agrave cooperaccedilatildeo teacutecnica em informaccedilatildeo cientiacutefica em sauacutede A sede

da BIREME estaacute localizada no Brasil no campus central Universidade Federal de Satildeo Paulo

(UNIFESP) desde a sua criaccedilatildeo em 1967 segundo acordo da OPASOMS com o Governo do

Brasil

A BDENF apresenta informaccedilotildees compostas pela literatura teacutecnico-cientiacutefica brasilei-

ra em Enfermagem Eacute coordenada pela Escola de Enfermagem da Universidade de Minas

Gerais e por demais Centros Cooperantes da rede BVSENFERMAGEM A composiccedilatildeo des-

sa biblioteca eletrocircnica apresenta perioacutedicos teses livros capiacutetulos de livros anais de con-

gressos ou conferecircncias relatoacuterios teacutecnico-cientiacuteficos e publicaccedilotildees governamentais

No desenvolvimento da revisatildeo integrativa foram selecionados artigos apoacutes a identifi-

caccedilatildeo de todas as publicaccedilotildees a partir do descritor utilizado Procedeu-se analise para caracte-

rizaccedilatildeo dos estudos e preacute-seleccedilatildeo quanto a sua pertinecircncia a pergunta norteadora

Essa etapa foi realizada separadamente por dois revisores sendo a pesquisadora dessa

investigaccedilatildeo e a sua orientadora Os passos utilizados para a caracterizaccedilatildeo dos artigos e a

verificaccedilatildeo de sua aproximaccedilatildeo com a questatildeo norteadora foram a leitura aprofundada de

cada artigo a segregaccedilatildeo dos mesmos quanto agrave aproximaccedilatildeo da questatildeo norteadora e a cate-

gorizaccedilatildeo desses conforme os criteacuterios metodoloacutegicos estabelecidos

Posteriormente ocorreu consenso entre a autora e a orientadora com o objetivo de de-

cidir a inclusatildeo e a exclusatildeo dos artigos preacute-selecionados e avaliados a fim de se garantir

maior seguranccedila na seleccedilatildeo

Para a anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por nuacutemeros absolutos e

frequencias Os elementos de caracterizaccedilatildeo dos perioacutedicos foram

Total de artigos identificados na busca conforme fonte

Identificaccedilatildeo de artigos repetidos

Exclusatildeo de artigos

Inclusatildeo de artigos para a revisatildeo sistemaacutetica

Quanto aos estudos incluiacutedos por aproximaccedilatildeo para com a questatildeo norteadora analisa-

ram-se os seguintes aspectos

Siacutentese panoracircmica do conteuacutedo e da analise dos artigos incluiacutedos

Delineamento da Investigaccedilatildeo (metodologia)

26

Ano de publicaccedilatildeo

Perioacutedico de publicaccedilatildeo

Consideraccedilotildees apresentadas agrave temaacutetica em estudo

Objetivando facilitar a leitura e a identificaccedilatildeo dos artigos optou-se pela atribuiccedilatildeo do

coacutedigo E(n) para os artigos excluiacutedos e I(n) para os artigos incluiacutedos na revisatildeo sistemaacutetica

Conforme os resultados identificados foi calculado o iacutendice de KAPPA (K) Esse iacuten-

dice corresponde a uma medida de concordacircncia usada em escalas nominais que fornece a

ideacuteia do quanto as observaccedilotildees se afastam daquelas esperadas fruto do acaso indican-

do assim o quatildeo legiacutetimas as interpretaccedilotildees satildeo (CANOLETTI 2008)

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A anaacutelise da revisatildeo sistemaacutetica iniciou com a descriccedilatildeo dos artigos encontrados se-

guindo com a descriccedilatildeo daqueles excluiacutedos do processo de revisatildeo sistemaacutetica e por fim foi

analisada a aproximaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos com o questionamento norteador

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF

Os registros sobre climateacuterio no BDENF totalizaram 26 conforme descritor utilizado

poreacutem dentre os trabalhos havia um que natildeo se enquadrava como perioacutedico e foi excluiacutedo da

lista totalizando 25 artigos Ressalta-se que natildeo houve obtenccedilatildeo de artigos por busca manual

Na Tabela 1 verifica-se o total de estudos encontrados na busca realizada conforme perioacutedi-

cos

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo

perioacutedicos

BDENF - Banco de Dados de Enfermagem N

Revista Gauacutecha de Enfermagem 2

Revista Enfermagem UERJ 5

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 1

Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 4

Revista da Escola de Enfermagem da USP 2

Acta Paulista de Enfermagem 1

Nursing (Satildeo Paulo) 2

Revista Brasileira de Enfermagem 3

Biblioteca J Baeta Vianna 1

Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 1

Revista Paulista de Enfermagem 1

Texto amp Contexto Enfermagem 2

Total 25

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Quanto ao ano de publicaccedilotildees dos artigos selecionados observou-se que o periacuteodo de

publicaccedilatildeo inicia-se em 1985 e finaliza no ano de 2009 como mostra a Tabela 2

28

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano

de publicaccedilatildeo

Ano de publicaccedilatildeo Nordm de Estudos

2009 2 8

2008 1 4

2007 2 8

2006 1 4

2005 4 16

2004 3 12

2002 4 16

2000 3 12

1997 1 4

1996 1 4

1995 1 4

1985 2 8

TOTAL 25 100

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Nota-se que apesar de haver nesta revisatildeo sistemaacutetica trabalhos datados de 1985 a

discussatildeo do tema soacute ampliou entre 15 e 20 anos depois o que reforccedila a ideacuteia de que haacute uma

preocupaccedilatildeo crescente para com essa temaacutetica na atenccedilatildeo baacutesica no intuito de melhorar os

serviccedilos prestados

Vale ressaltar que criaccedilatildeo do SUS em 1988 e posteriormente a ESF regulamentada em

1994 contribuiacuteram para o fortalecimento da atenccedilatildeo primaacuteria e consequentemente impulsio-

nando as pesquisas na aacuterea

Analisando esta tabela percebe-se que no periacuteodo de 2000 a 2005 foram identificados

o maior nuacutemero de publicaccedilotildees referentes ao assunto 56 (n = 14) indicando o crescimento

do interesse do estudo deste assunto A concentraccedilatildeo de estudos nesse intervalo de tempo os

caracteriza como sendo recentes jaacute que foram elaborados haacute menos de 10 anos

Os resumos dos 25 registros localizados foram lidos e a partir da leitura foram sele-

cionados aqueles cujo tiacutetulo eou resumo colocavam a assistecircncia ao climateacuterio na atenccedilatildeo

primaacuteria como objeto de estudo ou como uma de suas questotildees centrais de anaacutelise Posteri-

ormente foram identificados os artigos repetidos (n = 3) descartando-os

Dos 22 artigos selecionados a Revista Enfermagem UERJ apresentou a maior quanti-

dade de publicaccedilotildees totalizando 20 (n = 5)

Apoacutes avaliaccedilatildeo dos tiacutetulos leitura dos resumos e anaacutelise dos artigos integralmente ve-

rificou-se que 364 (n = 8) apresentaram pertinecircncia agrave questatildeo norteadora da pesquisa sen-

do 25 (n = 2) destes artigos oriundos da Revista Enfermagem UERJ e 25 (n = 2) da Es-

cola Ana Nery Revista de Enfermagem As demais revistas apresentaram 125 (n = 1) dos

29

artigos pertinentes cada uma Os estudos excluiacutedos da revisatildeo integrativa perfizeram 636

(n = 14)

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA

Em relaccedilatildeo aos artigos excluiacutedos observa-se sua descriccedilatildeo no Quadro 1

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E1

ZAMPIERI M de F M

TAVARES C M A

HAMES M de L C

FALCON G S

SILVA A L de

GONCcedilALVES L T

O processo de viver e ser

saudaacutevel das mulheres no

climateacuterio

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2009

E2

ALMEIDA L H R B de

LUZ M H B A

MONTEIRO C F de S

Ser mulher no climateacuterio

uma anaacutelise compreensiva

pela enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

E3 NIEVAS A F

FUREGATO A R F

Depressatildeo em mulheres no

climateacuterio

Revista Gauacutecha de

Enfermagem 2006

E4 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

Vivenciando o climateacuterio o

corpo em seu percurso exis-

tencial agrave luz da Fenomenolo-

gia

Revista Enferma-

gem UERJ 2005

E5

FERNANDEZ M R

GIR E

HAYASHIDA M

Sexualidade no periacuteodo

climateacuterico situaccedilotildees vi-

venciadas pela mulher

Revista da Esco-

la de Enferma-

gem da USP

2005

E6 BIFFI E F de A

SCATENA M C M

Sauacutede Mental e climateacuterio

na perspectiva de mulheres

profissionais de sauacutede

Revista Enfer-

magem UERJ 2004

30

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E7 MILANEZ M R de

M NERY I S

Percepccedilatildeo das mulheres

sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de en-

fermagem

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2004

E8 MURATA I M H

SCHIRMER J

Manifestaccedilotildees biopsicogecirc-

nicos decorrentes do clima-

teacuterio entre trabalhadoras de

uma universidade puacuteblica

Acta Paulista de

enfermagem 2004

E9 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

O climateacuterio a corporeida-

de como berccedilo das experi-

ecircncias do vivido

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

2002

E10

MURATA I M H

BERCINI L O

SCHIRMER J

Auto-cuidado na prevenccedilatildeo

do cacircncer de colo de uacutetero

e cacircncer de mama compa-

raccedilatildeo entre mulheres natildeo

climateacutericas e climateacutericas

Biblioteca J

Baeta Vianna 2000

E11

LOPES M E L

BATISTA P S de S

COSTA Se F G da

SOARES M S de

Orientaccedilotildees de enferma-

gem agrave mulher climateacuterica

quanto agrave terapia de reposi-

ccedilatildeo hormonal uma abor-

dagem eacutetica

Revista da Rede de

Enfermagem do

Nordeste

2000

E12 DAOUD I G

SANTANA M da G

Construccedilatildeo de um processo

educativo com um grupo de

mulheres climateacutericas

Texto amp Contexto

Enfermagem 2000

E13 LANDERDAHL M C

Buscando novas maneiras

de pensar o climateacuterio fe-

minino

Texto amp contexto

enfermagem 1997

E14 NERY I S Perfil do atendimento agrave

mulher no climateacuterio

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

1996

31

Em geral os estudos excluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (E1 E6 E8 e E10) que correspondem

a 286 (n = 4)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (E3 E4 E5 E7 E8 E9 e

E13) somando 50 (n = 6)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (E2 E11 E12 e E14) o que resulta em 286 (n =

4)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 71 (n = 1) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas por

profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educativo (E11)

Percebe-se que dois dos artigos excluiacutedos se enquadram em mais de uma dimensatildeo apre-

sentada na anaacutelise feita acima

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os artigos incluiacutedos foram estudados sistematicamente de modo a extrair de cada um

as concepccedilotildees e respectivas caracteriacutesticas do trabalho em equipe as quais foram discutidas agrave

luz do referencial teoacuterico que embasa este estudo qual seja a assistecircncia ao climateacuterio pela

equipe de sauacutede

A amostra definitiva dos artigos incluiacutedos para a revisatildeo sistemaacutetica portanto foram

oito artigos apresentados a seguir no Quadro 2

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

I1 PEREIRA Q L C

SIQUEIRA H C H de

O olhar dos responsaacuteveis

pela poliacutetica de sauacutede da

mulher climateacuterica

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

2009

I2

OLIVEIRA D M de

JESUS M C P de

MERIGHI M A B

O climateacuterio sob a oacutetica de

mulheres assistidas em uma

unidade de sauacutede da famiacutelia

de Juiz de Fora - Minas Ge-

rais

Revista de A-

tenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede

2008

32

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

I3 LIMA E C

VARGENS O M da C

O significado de climateacuterio

para as mulheres implicaccedilotildees

para o cuidado de enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

I4

PIAZZA I P

DE LORENZI D R S

SACILOTO B

Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacuteri-

cas atendidas em um PSF

Revista Gauacutecha

de Enfermagem 2005

I5 LANDERDAH M C

Mulher climateacuterica uma abor-

dagem necessaacuteria ao niacutevel de

atenccedilatildeo baacutesica

Nursing (Satildeo

Paulo) 2002

I6 DAOUD I G

Encontros e desencontros das

mulheres climateacutericas que

buscam assistecircncia em serviccedilo

do Sistema Uacutenico de Sauacutede

Revista Enferma-

gem UERJ 2002

I7

CANDELLA C L M

RUGGIERO C M

ARAYA M E S SILVA

R V

Assistecircncia de enfermagem agrave

mulher no climateacuterio

Revista da Escola

de Enfermagem

da USP

1995

I8 VARGENS O M da C O casal no climateacuterio orienta-

ccedilatildeo de enfermagem

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

1985

Os estudos incluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (I4) que correspondem a

125 (n = 1)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (I2 I3) somando

25 (n = 2)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (I1 I5 I6 I7 e I8) o que resulta em 625

(n = 5)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 25 (n = 2) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas

por profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educati-

vo (I7 e I8)

Assim nota-se que a maioria dos estudos incluiacutedos 625 (n = 5) faz menccedilatildeo agrave assis-

tecircncia em sauacutede prestada a essas clientes evidenciando-se uma maior discussatildeo do tema asso-

ciado agrave melhoria dos serviccedilos prestados na atenccedilatildeo baacutesica

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

1 ALMEIDA LHRB LUZ MHBA MONTEIRO CFS Ser mulher no climateacute-

rio uma anaacutelise compreensiva pela enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007

15(3)370-375 julset

2 ALVES VS Um modelo de educaccedilatildeo em sauacutede para o Programa Sauacutede da Famiacutelia

pela integralidade da atenccedilatildeo e reorientaccedilatildeo do modelo assistencial Revista Interface-

Comunicaccedilatildeo Sauacutede Educaccedilatildeo 2005 9(16) 39-52

3 AZAMBUJA EP et al Significados do trabalho no processo de viver de trabalhado-

ras de um programa de sauacutede da famiacutelia Texto contexto - enfermagem v16 n1

p71-79 mar 2007

4 BENITO GAV BECKER LC Atitudes gerenciais do enfermeiro no Programa Sa-

uacutede da Famiacutelia visatildeo da Equipe Sauacutede da Famiacutelia Revista brasileira de enfermagem

v60 n3 p312-316 jun 2007

5 BIFFI EFA SCATENA MCM Sauacutede Mental e climateacuterio na perspectiva de mu-

lheres profissionais de sauacutede Revista Enfermagem UERJ 2004 1276-82 janabr

6 BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Poliacutetica nacional de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher

princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

7 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de

Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Manual de Atenccedilatildeo agrave Mulher no Climateacute-

rioMenopausa Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacute-

gicas Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 200881p

8 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Portaria nordm

648 de 28 de marccedilo de 2006 Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabele-

cendo a revisatildeo de diretrizes e normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o

Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e o Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

(PACS) Brasiacutelia DF 2007 71p

9 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

operacionais dos Pactos pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo Ministeacuterio da Sa-

uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

trole dos cacircnceres do colo do uacutetero e da mama Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Depar-

tamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndashBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a 132p

43

11 CANDELLA CLM RUGGIERO CM ARAYA MES SILVA RV Assistecircncia

de enfermagem agrave mulher no climateacuterio Revista da Escola de Enfermagem da USP

19951(29) 47-58 abr

12 CANOLETTI B Trabalho em equipe de sauacutede e de enfermagem anaacutelise sistemaacutetica

da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Satildeo Paulo Universi-

dade de Satildeo Paulo 2008

13 CERVO AL BERVIAN PA Metodologia cientiacutefica 4 ed Satildeo Paulo Makron

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70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 16: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

15

dade Baacutesica de Sauacutede atraveacutes de um territoacuterio delimitado e mapeado (MENDES 2002

STARFIELD 2002 BRASIL 2007 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009)

Jaacute a centralidade do cuidado traz agrave ESF enquanto mecanismo fortalecedor do niacutevel

primaacuterio de atenccedilatildeo agrave sauacutede no Brasil uma caracteriacutestica inovadora que consiste em coorde-

nar a assistecircncia de forma a promover a integralidade na rede assistencial Essa integralidade

ocorre quando o ponto central do cuidado se diverge da piracircmide hierarquizada e adota estru-

turas aliadas e flexiacuteveis entre os diferentes setores de prestaccedilatildeo dos serviccedilos em sauacutede inde-

pendente de sua densidade tecnoloacutegica A manutenccedilatildeo entre o diaacutelogo contiacutenuo dos diversos

setores da sauacutede e as necessidades da comunidade passa a ser de responsabilidade das equipes

inseridas no niacutevel primaacuterio por meio do PSF (MENDES 2002 STARFIELD 2002 FARIA

et al 2009b MINAS GERAIS 2009)

Seguindo essa loacutegica Sousa e Hamann (2009) ressaltam os impasses em trabalhar no

cotidiano dos serviccedilos mediante esse olhar organizativo diferenciado que se volta agraves comuni-

dades e seus os grupos sociais especiacuteficos

Pressupotildee-se um rompimento dos muros das Unidades de Sauacutede e abordagens inter-

ventoras que tenham como loacutecus a famiacutelia Essa tarefa exige abordagens complexas mesmo

que as teacutecnicas mais frequentes utilizadas sejam as que englobam a subjetividade na interaccedilatildeo

profissional de sauacutede e usuaacuterios do SUS a educaccedilatildeo para promoccedilatildeo da sauacutede e intervenccedilotildees

para mudanccedilas de comportamento em busca de estilos de vida mais saudaacuteveis (MENDES

2002 STARFIELD 2002 SOUSA amp HAMANN 2009 VASCONCELOS et al 2009)

Aleacutem disso essas tecnologias empregadas na reformulaccedilatildeo assistencial do SUS pela

atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutedeESF buscam promover uma assistecircncia em sauacutede humanizada O

acolhimento a percepccedilatildeo da inteireza de cada pessoa e seu nuacutecleo familiar e a inserccedilatildeo dos

condicionantes e determinantes sociais no processo de trabalho dessas equipes ateacute entatildeo a-

presentam-se como desafio proposto Espera-se com a incorporaccedilatildeo desse modus operandi

diferenciado uma assistecircncia de resultados positivos para todos os atores que compotildeem o

SUS - gestores trabalhadores usuaacuterios e instituiccedilotildees formadoras em sauacutede E com isso se

impulsione a consolidaccedilatildeo da resolutividade no SUS (MENDES 2002 STARFIELD 2002

COSTA et al 2009 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009 VASCONCELOS et al

2009)

Outras ferramentas de trabalho a serem incorporadas agraves equipes de ESF satildeo as relacio-

nadas com a epidemiologia social Essas ferramentas prevecircem o reconhecimento da realidade

local por anaacutelises participativas que associam o planejamento das accedilotildees em sauacutede atraveacutes de

um diagnoacutestico do territoacuterio suas famiacutelias e coletividade enquanto territoacuterio processo Eacute pre-

16

ciso que o resultado desse planejamento seja traduzido em uma programaccedilatildeo das atividades

da equipe que considere os fatores de vulnerabilidade e os grupos de risco populacional em

sauacutede a fim de produzir serviccedilos com equidade (MENDES 2002 STARFIELD 2002

COSTA et al 2009 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009 VASCONCELOS et al

2009)

Com isso enfrentar o desafio proposto entre desconstruir o modelo hegemocircnico em

que se estabelecem as accedilotildees de sauacutede na atualidade em busca da construccedilatildeo de um SUS ideal

requer o desenvolvimento de novas praacuteticas sanitaacuterias no cotidiano assistencial que se com-

prometam com a possibilidade de viver de modo mais saudaacutevel (COSTA et al 2009 FARIA

et al 2009b VASCONCELOS et al 2009)

Nesse contexto destaca-se nas equipes de ESF o papel do profissional Enfermeiro

(MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI amp PEREIRA 2009) Ao se

analisar a histoacuteria da Enfermagem Brasileira pode-se observar sua convergecircncia agrave poliacutetica

puacuteblica de sauacutede adotada no paiacutes O Decreto no 9440687(COFEN 2002) que regulamenta a

profissatildeo explicita como atribuiccedilatildeo do Enfermeiro sua participaccedilatildeo no planejamento execu-

ccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da programaccedilatildeo da sauacutede nos diferentes niacuteveis assistenciais do SUS A reso-

luccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) 2722002 incube a esse profissional um

processo de trabalho pautado na Sistematizaccedilatildeo de sua Assistecircncia em busca da qualidade do

cuidado

Conforme Resoluccedilatildeo COFEN 2722002

[] A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem- SAE sendo atividade privati-

va do enfermeiro utiliza meacutetodo e estrateacutegia de trabalhos com embasamento cientiacute-

fico para a identificaccedilatildeo das situaccedilotildees de sauacutededoenccedila que possam contribuir para a

promoccedilatildeo prevenccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo da sauacutede do indiviacuteduo famiacutelia e

comunidade (COFEN 2722002 p 50)

Assim na implementaccedilatildeo dessa assistecircncia eacute fundamental que o Enfermeiro reconhe-

ccedila os haacutebitos individualizados e os aspectos biopsicossociais que integram o processo sauacutede-

doenccedila dos sujeitos visando a identificaccedilatildeo de problemas julgamento cliacutenico sobre as respos-

tas do indiviacuteduo famiacutelia e comunidade perante suas adaptaccedilotildees aos processos de vida vigen-

tes ou potencias (COFEN 2002 MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI

amp PEREIRA 2009)

Perante esses pressupostos legais observa-se a convergecircncia entre o processo de traba-

lho da Enfermagem e as necessidades impostas para o desenvolvimento das accedilotildees em ESF

17

Com isso torna-se significativo no incremento da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a atuaccedilatildeo dife-

renciada desse profissional

Feliciano et al (2010) apontam para o valor atribuiacutedo ao Enfermeiro na ESF quando

esse profissional apresenta-se como uma referecircncia na busca da superaccedilatildeo de dificuldades

haja vista que os demais integrantes da equipe e usuaacuterios dirigem suas demandas a esse pro-

fissional independente de eles gerenciarem institucionalmente a unidade de sauacutede

Figueiredo et al (2010) ressaltam que cabe ao Enfermeiro de ESF funccedilotildees como admi-

nistraccedilatildeo de recursos materiais e humanos bem como a padronizaccedilatildeo das accedilotildees na equipe A

autora revela ainda que a organizaccedilatildeo das atividades de educaccedilatildeo continuada para equipe do

PSF como atribuiccedilatildeo contiacutenua do Enfermeiro

Matumoto et al (2005) Chirelli amp Pereira 2009 Pires amp Goumlttems (2009) corroboram

com essa constataccedilatildeo ao apresentarem que a gestatildeo do cuidado agraves famiacutelias em ESF eacute progra-

maccedilatildeo constante realizada pela Enfermagem e sua equipe Cordeiro et al (2009) colocam o

trabalho de enfermagem na ESF realizado de forma ampliada abrangendo consultas individu-

ais atividades educativas em grupo praacuteticas de capacitaccedilatildeo continuada junto a equipe e pro-

gramaccedilatildeo das accedilotildees junto a ela de forma compatiacutevel e adequada aos pressupostos da estrateacute-

gia sauacutede da famiacutelia

Colomeacute Limas amp Davis (2008) salientam o Enfermeiro como principal articulador do

trabalho na equipe de ESF Os autores mencionam que essas articulaccedilotildees se estabelecem prin-

cipalmente com os agentes comunitaacuterios de sauacutede o que facilita a aproximaccedilatildeo do profissio-

nal de enfermagem agraves necessidades de sauacutede da comunidade conectando o seu trabalho com

os outros profissionais da equipe como dentistas e meacutedicos considerando o caraacuteter comple-

mentar da atuaccedilatildeo dentro de uma equipe multiprofissional

Azambuja et al (2007) expressam em seu estudo sobre o significado do trabalho no

PSF que para os enfermeiros se denota enquanto processo potencializador do seu viver hu-

mano Isso significa que o trabalho em ESF influencia na forma como se vecircem se sentem se

relacionam e vivenciam as situaccedilotildees cotidianas de maneira positiva

Santos Soares amp Campos confirmam os resultados de seus estudos ao de Azambuja et

al (2007) ao colocarem que para os Enfermeiros as forccedilas fortalecedoras de seu trabalho no

PSF adveacutem da relaccedilatildeo prazerosa com o objetofinalidade do trabalho e com o trabalho em si

Eles complementam ainda que as Enfermeiras convivem com a expectativa das suas potenci-

alidades para solucionar os problemas oferecer respostas a populaccedilatildeo em cenaacuterio de maior

autonomia profissional

18

Benito amp Becker (2007) em pesquisa sobre as atitudes gerenciais dos enfermeiros na

ESF destacaram atraveacutes dos profissionais informantes que eram membros das equipes atitu-

des qualitativas dos Enfermeiros de ESF como ser justos intermediarem e resolverem confli-

tos entre profissionais usuaacuterios e representantes da gestatildeo apresentarem poder de negocia-

ccedilatildeo estarem abertos a mudanccedilas possuiacuterem em sua praacutetica atitudes de escuta buscarem pela

promoccedilatildeo de iniciativas e autonomia da equipe e dos usuaacuterios contribuiacuterem com o seu conhe-

cimento para o desenvolvimento do grupo capacidade de planejamento e desenvolvimento de

accedilotildees conjuntas e prestarem o cuidado centrado na famiacutelia com compromisso e responsabili-

dade

Os resultados desses estudos apresentam o papel diferenciado que o Enfermeiro vem

exercendo nas equipes da ESF corroborando para a sua importacircncia nesse campo de atuaccedilatildeo

Destacam as caracteriacutesticas do trabalhador de enfermagem e a incorporaccedilatildeo de novos arranjos

de poderes e saberes necessaacuterios para o delineamento do perfil desse profissional de forma

comprometida agraves diretrizes da ESF e ao fortalecimento do SUS

19

12 O CLIMATEacuteRIO DESAFIO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO

PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

A populaccedilatildeo feminina brasileira totaliza mais de 98 milhotildees e aproximadamente 30

milhotildees se encontram na faixa etaacuteria de 35 a 65 anos Esses dados revelam que 32 das mu-

lheres do Brasil estatildeo na faixa etaacuteria em que ocorre o climateacuterio (BRASIL 2008)

Coelho amp Porto (2009) definem climateacuterio como

[] periacuteodo de transiccedilatildeo entre as fases reprodutivas e natildeo reprodutivas da mulher

Comeccedila por volta dos 40 anos podendo estender-se ateacute os 55 anos ou mais Durante

esses anos acontece a uacuteltima menstruaccedilatildeo definida como menopausa [] (Coelho

amp Porto 2009 p76)

Ressalta-se que esse periacuteodo eacute uma fase bioloacutegica natural da vida e natildeo um processo

patoloacutegico Eacute reconhecido como uma fase do ciclo vital feminino em que ocorrem intensas

transformaccedilotildees na maneira da mulher ser e estar no mundo modificando sua compreensatildeo

frente ao fenocircmeno existencial (LIMA amp ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI

2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008

BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009)

Dessa maneira o periacuteodo do climateacuterio eacute resultado tanto da deficiecircncia hormonal co-

mo de fatores socioculturais e psicoloacutegicos decorre no processo de envelhecimento feminino

sendo marcado pela menopausa A menopausa destaca-se como momento pontual do climateacute-

rio consiste na interrupccedilatildeo permanente da menstruaccedilatildeo e decorre apoacutes 12 meses de amenor-

reacuteia em momento da perda da atividade folicular ovariana (LIMA amp ANGELO 2001

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA

JESUS MERINGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009)

Outro aspecto a ser considerado no climateacuterio aleacutem da faixa etaacuteria eacute um conjunto de

sintomas que acometem parte das mulheres Esses sintomas podem se manifestar enquanto

mudanccedilas sutis ou acentuadas que englobam desde anguacutestia fogachos e irritaccedilotildees ateacute san-

gramentos intermitentes de alto fluxo A sintomatologia em geral acarreta desconforto que se

acentuam de acordo com o enfrentamento desse ciclo pelas mulheres e a consistecircncia da rede

de apoio que se insere Contudo o iniacutecio e teacutermino do climateacuterio satildeo varaacuteveis de acordo com

as caracteriacutesticas individuais da pessoa e estaacute associado a fatores hereditaacuterios raciais socioe-

conocircmicos e demais determinantes do processo de vida subjetivo feminino (LIMA amp

20

ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009)

Neste cenaacuterio de transformaccedilotildees soacutecio-emocionais acentuados pela percepccedilatildeo do en-

velhecimento e limite da vida faz-se necessaacuterio a implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que bus-

quem a promoccedilatildeo da sauacutede da mulher e o fomento de cuidados para que vivenciem essa expe-

riecircncia de maneira mais amena mediante ao turbilhatildeo existencial que lhes permeia esse recor-

te da vida

Ao se abordar as questotildees que envolvem a sauacutede da mulher eacute necessaacuteria a discussatildeo

de aspectos poliacuteticos e histoacutericos que envolvem essa temaacutetica no Brasil em especial por se

tratarem de resultados de uma luta que envolve conquista do gecircnero (BRASIL 2004

BRASIL 2006a COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp

LUCCHESE 2010)

O movimento feminino pela luta de seus direitos que ultrapassam os direitos da sauacutede

hegemocircnica e se convergem aos direitos de cidadania precede a promulgaccedilatildeo do SUS Na

sauacutede o marco histoacuterico dos resultados desse movimento ocorreu na deacutecada de 80 atraveacutes do

Programa de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PAISM) Esse programa evidenciou a ne-

cessidade de mudanccedilas na abordagem das mulheres nos serviccedilos de sauacutede que ultrapassassem

o foco do ciclo graviacutedico-puerperal em busca de sua visatildeo subjetiva e integral Entretanto

apesar do discurso da integralidade na praacutetica o PAISM atuou de forma hegemocircnica buscan-

do a resoluccedilatildeo dos problemas referentes agrave sauacutede reprodutiva e na reduccedilatildeo da mortalidade ma-

terna (BRASIL 2004 BRASIL 2006 COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Encontra-se em vigor atualmente implementado pelo Ministeacuterio da Sauacutede uma estra-

teacutegia poliacutetica e tecnoloacutegica para a renovaccedilatildeo da abordagem a sauacutede da mulher a Poliacutetica Na-

cional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PNAISM) e descreve

[] Considerando que a sauacutede da mulher eacute uma prioridade deste governo o Ministeacute-

rio da Sauacutede lanccedilou em 2004 a ldquoPoliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da

Mulher ndash Princiacutepios e Diretrizesrdquo (PNAISM) em parceria com diversos setores da

sociedade com o compromisso de implementar accedilotildees de sauacutede que contribuam para

a garantia dos direitos humanos das mulheres e reduzam a morbimortalidade por

causas preveniacuteveis e evitaacuteveis Essa Poliacutetica incorpora num enfoque de gecircnero a in-

tegralidade e a promoccedilatildeo da sauacutede como princiacutepios norteadores e busca consolidar

os avanccedilos no campo dos direitos sexuais e reprodutivos com ecircnfase na melhoria da

atenccedilatildeo obsteacutetrica no planejamento familiar na atenccedilatildeo ao abortamento inseguro e

no combate agrave violecircncia domeacutestica e sexual Agrega tambeacutem a prevenccedilatildeo e o trata-

mento de mulheres vivendo com HIVAIDS e as portadoras de doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis e de cacircncer Aleacutem disso amplia as accedilotildees para grupos historicamente

alijados das poliacuteticas puacuteblicas nas suas especificidades e necessidades []

(BRASIL 2006a p13)

21

Outro avanccedilo relevante para a sauacutede da mulher integra-se na Portaria 399GM de 22

de fevereiro de 2006 que institui o Pacto Pela Vida O pacto define-se como um conjunto de

reformas institucionais do SUS entre as trecircs esferas de gestatildeo ndash Uniatildeo estados e municiacutepios ndash

com o objetivo de promover inovaccedilotildees nos processos e nos instrumentos de gestatildeo visando a

alcanccedilar maior efetividade eficiecircncia e qualidade das respostas do SUS O Pacto redefine as

responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo e a bus-

ca da equumlidade social (BRASIL 2006b)

Jaacute no cenaacuterio dos serviccedilos da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a Poliacutetica Nacional de Aten-

ccedilatildeo Baacutesica estabelece grupos vulneraacuteveis e prioritaacuterios para a organizaccedilatildeo da assistecircncia A

sauacutede da mulher integra esse grupo corroborando para a efetivaccedilatildeo das poliacuteticas supracitadas

e considerando a abordagem da mulher pela importacircncia da implementaccedilatildeo da praacutetica dife-

renciada e inovadora do PSF (BRASIL 2007)

Poreacutem diversos autores contribuem na anaacutelise da atenccedilatildeo agrave sauacutede da mulher ao identi-

ficarem a fragilidade da assistecircncia prestada chegando a concluir que os problemas atuais de

sauacutede da mulher estatildeo relacionados agrave qualidade dessa assistecircncia e a desqualificaccedilatildeo dos pro-

fissionais que promovem essa intervenccedilatildeo (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA

SILVA amp SIQUEIRA 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Essa realidade se potencializa quando a assistecircncia se refere agraves mulheres no climateacuterio

Existe uma lacuna na abordagem cotidiana do trabalho das equipes de sauacutede sobre o que e

como prestarem assistecircncia a essa demanda cada vez mais emergente Eacute urgente a necessidade

de se utilizar e integrar todos os campos do saber da sauacutede e suas interfaces para o enfrenta-

mento dessa realidade (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004 GONCcedilALVES amp

MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA

GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Considerando o potencial apresentado nesse trabalho sobre o papel do Enfermeiro nas

equipes de atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede o presente estudo interroga como a produccedilatildeo do conhe-

cimento de Enfermagem sobre a temaacutetica de assistecircncia a mulheres climateacutericas pode colabo-

rar para a implementaccedilatildeo de um cuidado integral e de qualidade a esse grupo na estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Analisar a produccedilatildeo de conhecimento de Enfermagem sobre a mulher climateacuterica e

suas contribuiccedilotildees para a atuaccedilatildeo da equipe da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia - ESF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Realizar o levantamento da produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assis-

tecircncia agrave mulher no climateacuterio

Caracterizar a produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assistecircncia agrave mu-

lher no climateacuterio

Apontar como os resultados da anaacutelise dessa produccedilatildeo cientiacutefica podem contribuir pa-

ra a atuaccedilatildeo da equipe de ESF sobre a temaacutetica

3 METOacuteDO DA PESQUISA

A pesquisa em sauacutede segundo Leopardi (2002) natildeo eacute somente uma incorporaccedilatildeo de

conteuacutedo cientiacutefico ao saber cotidiano eacute um aprender a perceber sentir e a pensar Essas con-

sideraccedilotildees acrescentam para as pesquisas em sauacutede um conhecer sobre o que ocorre no corpo

dos indiviacuteduos na sua luta diaacuteria pela sobrevivecircncia e as relaccedilotildees subjetivas de cada ser hu-

mano

Dentro desse contexto eacute evidenciado um direcionamento metodoloacutegico com a finali-

dade de conhecer as concepccedilotildees e caracteriacutesticas sobre a temaacutetica em estudo presentes na

literatura Trata-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva por revisatildeo bibliograacutefica de anaacute-

lise integrativa

Esse estudo foi realizado com base na pesquisa bibliograacutefica Para Duarte amp Furtado

(2002) esse tipo de pesquisa eacute realizado a partir de levantamentos da produccedilatildeo cientiacutefica

presente em diferentes apresentaccedilotildees como livros artigos cientiacuteficos dissertaccedilotildees teses den-

tre outros Cervo amp Bervian (1996) ressaltam que esse tipo de pesquisa procura explicar um

problema a partir de referecircncias pela analise de suas contribuiccedilotildees culturais ou cientiacuteficas

existentes acerca de determinado assunto

Jaacute o cunho exploratoacuterio desse estudo se define pela descoberta de ideacuteias que propor-

cionaram familiaridade com o problema tornando-o mais expliacutecito com a possibilidade de

fomento a outras hipoacuteteses (DUARTE amp FURTADO 2002 LEOPARDI 2002 HULLEY et

al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

O caraacuteter descritivo dessa pesquisa ocorre na definiccedilatildeo das caracteriacutesticas do fenocircme-

no a ser estudado e suas relaccedilotildees mediante aos objetivos propostos (GIL 1996 OLIVEIRA

1999) Nesse sentido o trabalho descritivo abrange aspectos amplificados do contexto social

Assim eacute possiacutevel o niacutevel de anaacutelise da temaacutetica sobre diferentes formas aleacutem de sua ordena-

ccedilatildeo e sua classificaccedilatildeo

As revisotildees de literatura necessitam de alguns padrotildees que assegurem sua qualidade

metodoloacutegica como utilizaccedilatildeo de meacutetodos para assegurar a anaacutelise precisa e objetiva anaacutelise

da teoria resultados meacutetodos sujeitos e variaacuteveis de estudo fornecer ao leitor o maacuteximo de

informaccedilotildees possiacuteveis sobre estudos revisados e natildeo apenas os principais (HULLEY et al

2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Dessa forma realizou-se um estudo de revisatildeo da literatura cientiacutefica visando avaliar

um conjunto de dados simultacircneos a partir de estudos primaacuterios selecionados previamente

24

que investigam uma mesma questatildeo (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER

2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

A questatildeo do estudo eacute o primeiro passo para o iniacutecio da revisatildeo bibliograacutefica O Se-

gundo passo consiste em definir a seleccedilatildeo dos estudos sendo o mais indicado as bases de da-

dos eletrocircnicas O terceiro passo eacute a avaliaccedilatildeo criacutetica dos estudos em que se utilizam criteacuterios

para validar os estudos selecionados atraveacutes de uma avaliaccedilatildeo criacutetica dos pesquisadores O

quarto passo consiste na coleta dos dados em que se caracterizam os estudos levantados e de-

terminam suas possibilidades de comparaccedilatildeo O quinto passo eacute a analise e apresentaccedilatildeo dos

dados com agrupamento de estudos semelhantes O sexto passo eacute a determinaccedilatildeo da forccedila

dos resultados e das evidencias encontradas delineando claramente os benefiacutecios e riscos do

achado Uma vez publicada a revisatildeo poderaacute sofrer criacuteticas e sugestotildees que poderatildeo ser in-

corporadas em novos estudos sobre a temaacutetica (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005

ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Para o delineamento do estudo foi definida como questatildeo norteadora como a produ-

ccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede da mulher climateacuterica pode contribuir pa-

ra a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede da famiacutelia

A partir da questatildeo dessa investigaccedilatildeo foram considerados estudos que abordassem a

assistecircncia ao climateacuterio por Enfermeiros A amostra foi do tipo natildeo-probabiliacutestica de conve-

niecircncia constituiacuteda por publicaccedilotildees nacionalmente indexadas sobre a temaacutetica O descritor

utilizado foi ldquoClimateacuteriordquo e a opccedilatildeo pelo natildeo cruzamento de demais descritores foi devida a

escolha da fonte de busca

A fonte de busca orientou-se por base eletrocircnica restrita a produccedilatildeo do conhecimento

nacional e de liacutengua portuguesa que correspondesse a publicaccedilotildees em perioacutedicos de Enfer-

magem demonstrando proximidade com a questatildeo norteadora A busca dos artigos foi reali-

zada no periacuteodo de outubro de 2009 a janeiro de 2010

Adotou-se como criteacuterios de exclusatildeo publicaccedilotildees cujo o cenaacuterio de desenvolvimento

natildeo fossem a Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede eou ESF Ressalta-se que o recorte temporal para

busca das publicaccedilotildees considerou apenas o limite final do periacuteodo o ano de 2009 buscando

amplificar o periacuteodo de iniacutecio da produccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico dessa temaacutetica e assim

natildeo diminuir a sensibilidade das buscas

Foi utilizada a Base de Dados de Enfermagem (BDENF) presente na Biblioteca Vir-

tual em Sauacutede BIREME atraveacutes do siacutetio eletrocircnico httpbasesbiremebrcgi-

binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampbase=BDENFamplang=p

25

O Centro Latino-Americano e do Caribe de Informaccedilatildeo em Ciecircncias da Sauacutede tam-

beacutem conhecido pelo seu nome original Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) eacute um

centro especializado da Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Organizaccedilatildeo Mundial da Sa-

uacutede (OPASOMS) orientado agrave cooperaccedilatildeo teacutecnica em informaccedilatildeo cientiacutefica em sauacutede A sede

da BIREME estaacute localizada no Brasil no campus central Universidade Federal de Satildeo Paulo

(UNIFESP) desde a sua criaccedilatildeo em 1967 segundo acordo da OPASOMS com o Governo do

Brasil

A BDENF apresenta informaccedilotildees compostas pela literatura teacutecnico-cientiacutefica brasilei-

ra em Enfermagem Eacute coordenada pela Escola de Enfermagem da Universidade de Minas

Gerais e por demais Centros Cooperantes da rede BVSENFERMAGEM A composiccedilatildeo des-

sa biblioteca eletrocircnica apresenta perioacutedicos teses livros capiacutetulos de livros anais de con-

gressos ou conferecircncias relatoacuterios teacutecnico-cientiacuteficos e publicaccedilotildees governamentais

No desenvolvimento da revisatildeo integrativa foram selecionados artigos apoacutes a identifi-

caccedilatildeo de todas as publicaccedilotildees a partir do descritor utilizado Procedeu-se analise para caracte-

rizaccedilatildeo dos estudos e preacute-seleccedilatildeo quanto a sua pertinecircncia a pergunta norteadora

Essa etapa foi realizada separadamente por dois revisores sendo a pesquisadora dessa

investigaccedilatildeo e a sua orientadora Os passos utilizados para a caracterizaccedilatildeo dos artigos e a

verificaccedilatildeo de sua aproximaccedilatildeo com a questatildeo norteadora foram a leitura aprofundada de

cada artigo a segregaccedilatildeo dos mesmos quanto agrave aproximaccedilatildeo da questatildeo norteadora e a cate-

gorizaccedilatildeo desses conforme os criteacuterios metodoloacutegicos estabelecidos

Posteriormente ocorreu consenso entre a autora e a orientadora com o objetivo de de-

cidir a inclusatildeo e a exclusatildeo dos artigos preacute-selecionados e avaliados a fim de se garantir

maior seguranccedila na seleccedilatildeo

Para a anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por nuacutemeros absolutos e

frequencias Os elementos de caracterizaccedilatildeo dos perioacutedicos foram

Total de artigos identificados na busca conforme fonte

Identificaccedilatildeo de artigos repetidos

Exclusatildeo de artigos

Inclusatildeo de artigos para a revisatildeo sistemaacutetica

Quanto aos estudos incluiacutedos por aproximaccedilatildeo para com a questatildeo norteadora analisa-

ram-se os seguintes aspectos

Siacutentese panoracircmica do conteuacutedo e da analise dos artigos incluiacutedos

Delineamento da Investigaccedilatildeo (metodologia)

26

Ano de publicaccedilatildeo

Perioacutedico de publicaccedilatildeo

Consideraccedilotildees apresentadas agrave temaacutetica em estudo

Objetivando facilitar a leitura e a identificaccedilatildeo dos artigos optou-se pela atribuiccedilatildeo do

coacutedigo E(n) para os artigos excluiacutedos e I(n) para os artigos incluiacutedos na revisatildeo sistemaacutetica

Conforme os resultados identificados foi calculado o iacutendice de KAPPA (K) Esse iacuten-

dice corresponde a uma medida de concordacircncia usada em escalas nominais que fornece a

ideacuteia do quanto as observaccedilotildees se afastam daquelas esperadas fruto do acaso indican-

do assim o quatildeo legiacutetimas as interpretaccedilotildees satildeo (CANOLETTI 2008)

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A anaacutelise da revisatildeo sistemaacutetica iniciou com a descriccedilatildeo dos artigos encontrados se-

guindo com a descriccedilatildeo daqueles excluiacutedos do processo de revisatildeo sistemaacutetica e por fim foi

analisada a aproximaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos com o questionamento norteador

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF

Os registros sobre climateacuterio no BDENF totalizaram 26 conforme descritor utilizado

poreacutem dentre os trabalhos havia um que natildeo se enquadrava como perioacutedico e foi excluiacutedo da

lista totalizando 25 artigos Ressalta-se que natildeo houve obtenccedilatildeo de artigos por busca manual

Na Tabela 1 verifica-se o total de estudos encontrados na busca realizada conforme perioacutedi-

cos

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo

perioacutedicos

BDENF - Banco de Dados de Enfermagem N

Revista Gauacutecha de Enfermagem 2

Revista Enfermagem UERJ 5

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 1

Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 4

Revista da Escola de Enfermagem da USP 2

Acta Paulista de Enfermagem 1

Nursing (Satildeo Paulo) 2

Revista Brasileira de Enfermagem 3

Biblioteca J Baeta Vianna 1

Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 1

Revista Paulista de Enfermagem 1

Texto amp Contexto Enfermagem 2

Total 25

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Quanto ao ano de publicaccedilotildees dos artigos selecionados observou-se que o periacuteodo de

publicaccedilatildeo inicia-se em 1985 e finaliza no ano de 2009 como mostra a Tabela 2

28

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano

de publicaccedilatildeo

Ano de publicaccedilatildeo Nordm de Estudos

2009 2 8

2008 1 4

2007 2 8

2006 1 4

2005 4 16

2004 3 12

2002 4 16

2000 3 12

1997 1 4

1996 1 4

1995 1 4

1985 2 8

TOTAL 25 100

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Nota-se que apesar de haver nesta revisatildeo sistemaacutetica trabalhos datados de 1985 a

discussatildeo do tema soacute ampliou entre 15 e 20 anos depois o que reforccedila a ideacuteia de que haacute uma

preocupaccedilatildeo crescente para com essa temaacutetica na atenccedilatildeo baacutesica no intuito de melhorar os

serviccedilos prestados

Vale ressaltar que criaccedilatildeo do SUS em 1988 e posteriormente a ESF regulamentada em

1994 contribuiacuteram para o fortalecimento da atenccedilatildeo primaacuteria e consequentemente impulsio-

nando as pesquisas na aacuterea

Analisando esta tabela percebe-se que no periacuteodo de 2000 a 2005 foram identificados

o maior nuacutemero de publicaccedilotildees referentes ao assunto 56 (n = 14) indicando o crescimento

do interesse do estudo deste assunto A concentraccedilatildeo de estudos nesse intervalo de tempo os

caracteriza como sendo recentes jaacute que foram elaborados haacute menos de 10 anos

Os resumos dos 25 registros localizados foram lidos e a partir da leitura foram sele-

cionados aqueles cujo tiacutetulo eou resumo colocavam a assistecircncia ao climateacuterio na atenccedilatildeo

primaacuteria como objeto de estudo ou como uma de suas questotildees centrais de anaacutelise Posteri-

ormente foram identificados os artigos repetidos (n = 3) descartando-os

Dos 22 artigos selecionados a Revista Enfermagem UERJ apresentou a maior quanti-

dade de publicaccedilotildees totalizando 20 (n = 5)

Apoacutes avaliaccedilatildeo dos tiacutetulos leitura dos resumos e anaacutelise dos artigos integralmente ve-

rificou-se que 364 (n = 8) apresentaram pertinecircncia agrave questatildeo norteadora da pesquisa sen-

do 25 (n = 2) destes artigos oriundos da Revista Enfermagem UERJ e 25 (n = 2) da Es-

cola Ana Nery Revista de Enfermagem As demais revistas apresentaram 125 (n = 1) dos

29

artigos pertinentes cada uma Os estudos excluiacutedos da revisatildeo integrativa perfizeram 636

(n = 14)

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA

Em relaccedilatildeo aos artigos excluiacutedos observa-se sua descriccedilatildeo no Quadro 1

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E1

ZAMPIERI M de F M

TAVARES C M A

HAMES M de L C

FALCON G S

SILVA A L de

GONCcedilALVES L T

O processo de viver e ser

saudaacutevel das mulheres no

climateacuterio

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2009

E2

ALMEIDA L H R B de

LUZ M H B A

MONTEIRO C F de S

Ser mulher no climateacuterio

uma anaacutelise compreensiva

pela enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

E3 NIEVAS A F

FUREGATO A R F

Depressatildeo em mulheres no

climateacuterio

Revista Gauacutecha de

Enfermagem 2006

E4 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

Vivenciando o climateacuterio o

corpo em seu percurso exis-

tencial agrave luz da Fenomenolo-

gia

Revista Enferma-

gem UERJ 2005

E5

FERNANDEZ M R

GIR E

HAYASHIDA M

Sexualidade no periacuteodo

climateacuterico situaccedilotildees vi-

venciadas pela mulher

Revista da Esco-

la de Enferma-

gem da USP

2005

E6 BIFFI E F de A

SCATENA M C M

Sauacutede Mental e climateacuterio

na perspectiva de mulheres

profissionais de sauacutede

Revista Enfer-

magem UERJ 2004

30

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E7 MILANEZ M R de

M NERY I S

Percepccedilatildeo das mulheres

sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de en-

fermagem

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2004

E8 MURATA I M H

SCHIRMER J

Manifestaccedilotildees biopsicogecirc-

nicos decorrentes do clima-

teacuterio entre trabalhadoras de

uma universidade puacuteblica

Acta Paulista de

enfermagem 2004

E9 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

O climateacuterio a corporeida-

de como berccedilo das experi-

ecircncias do vivido

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

2002

E10

MURATA I M H

BERCINI L O

SCHIRMER J

Auto-cuidado na prevenccedilatildeo

do cacircncer de colo de uacutetero

e cacircncer de mama compa-

raccedilatildeo entre mulheres natildeo

climateacutericas e climateacutericas

Biblioteca J

Baeta Vianna 2000

E11

LOPES M E L

BATISTA P S de S

COSTA Se F G da

SOARES M S de

Orientaccedilotildees de enferma-

gem agrave mulher climateacuterica

quanto agrave terapia de reposi-

ccedilatildeo hormonal uma abor-

dagem eacutetica

Revista da Rede de

Enfermagem do

Nordeste

2000

E12 DAOUD I G

SANTANA M da G

Construccedilatildeo de um processo

educativo com um grupo de

mulheres climateacutericas

Texto amp Contexto

Enfermagem 2000

E13 LANDERDAHL M C

Buscando novas maneiras

de pensar o climateacuterio fe-

minino

Texto amp contexto

enfermagem 1997

E14 NERY I S Perfil do atendimento agrave

mulher no climateacuterio

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

1996

31

Em geral os estudos excluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (E1 E6 E8 e E10) que correspondem

a 286 (n = 4)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (E3 E4 E5 E7 E8 E9 e

E13) somando 50 (n = 6)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (E2 E11 E12 e E14) o que resulta em 286 (n =

4)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 71 (n = 1) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas por

profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educativo (E11)

Percebe-se que dois dos artigos excluiacutedos se enquadram em mais de uma dimensatildeo apre-

sentada na anaacutelise feita acima

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os artigos incluiacutedos foram estudados sistematicamente de modo a extrair de cada um

as concepccedilotildees e respectivas caracteriacutesticas do trabalho em equipe as quais foram discutidas agrave

luz do referencial teoacuterico que embasa este estudo qual seja a assistecircncia ao climateacuterio pela

equipe de sauacutede

A amostra definitiva dos artigos incluiacutedos para a revisatildeo sistemaacutetica portanto foram

oito artigos apresentados a seguir no Quadro 2

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

I1 PEREIRA Q L C

SIQUEIRA H C H de

O olhar dos responsaacuteveis

pela poliacutetica de sauacutede da

mulher climateacuterica

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

2009

I2

OLIVEIRA D M de

JESUS M C P de

MERIGHI M A B

O climateacuterio sob a oacutetica de

mulheres assistidas em uma

unidade de sauacutede da famiacutelia

de Juiz de Fora - Minas Ge-

rais

Revista de A-

tenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede

2008

32

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

I3 LIMA E C

VARGENS O M da C

O significado de climateacuterio

para as mulheres implicaccedilotildees

para o cuidado de enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

I4

PIAZZA I P

DE LORENZI D R S

SACILOTO B

Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacuteri-

cas atendidas em um PSF

Revista Gauacutecha

de Enfermagem 2005

I5 LANDERDAH M C

Mulher climateacuterica uma abor-

dagem necessaacuteria ao niacutevel de

atenccedilatildeo baacutesica

Nursing (Satildeo

Paulo) 2002

I6 DAOUD I G

Encontros e desencontros das

mulheres climateacutericas que

buscam assistecircncia em serviccedilo

do Sistema Uacutenico de Sauacutede

Revista Enferma-

gem UERJ 2002

I7

CANDELLA C L M

RUGGIERO C M

ARAYA M E S SILVA

R V

Assistecircncia de enfermagem agrave

mulher no climateacuterio

Revista da Escola

de Enfermagem

da USP

1995

I8 VARGENS O M da C O casal no climateacuterio orienta-

ccedilatildeo de enfermagem

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

1985

Os estudos incluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (I4) que correspondem a

125 (n = 1)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (I2 I3) somando

25 (n = 2)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (I1 I5 I6 I7 e I8) o que resulta em 625

(n = 5)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 25 (n = 2) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas

por profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educati-

vo (I7 e I8)

Assim nota-se que a maioria dos estudos incluiacutedos 625 (n = 5) faz menccedilatildeo agrave assis-

tecircncia em sauacutede prestada a essas clientes evidenciando-se uma maior discussatildeo do tema asso-

ciado agrave melhoria dos serviccedilos prestados na atenccedilatildeo baacutesica

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

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9 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

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uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

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para a assistecircncia de enfermagem Escola Anna Nery Rev de Enfermagem 2004

8(2)198-204 ago

43 MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado

de Minas Gerais Implantaccedilatildeo do Plano Diretor da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede ndash Belo

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44 MINAYO MCS HARTZ ZMA BUSS PM Qualidade de vida e sauacutede um de-

bate necessaacuterio Ciecircncias e sauacutede coletiva v5 n1 7-18 p 2000

45 MORENO JL Introduccedilatildeo ao psicodrama Satildeo Paulo Perspectiva 1999

46 MURATA IMH BERCINI LO SCHIRMER J Auto-cuidado na prevenccedilatildeo do

cacircncer de colo de uacutetero e cacircncer de mama comparaccedilatildeo entre mulheres natildeo climateacuteri-

cas e climateacutericas Biblioteca J Baeta Vianna 2000

47 MURATA IMH SCHIRMER J Manifestaccedilotildees biopsicogecircnicos decorrentes do

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fermagem 1996 49(4)497-510 outdez

49 NIEVAS AF FUREGATO ARF Depressatildeo em mulheres no climateacuterio Revista

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50 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB O climateacuterio sob a oacutetica de mu-

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51 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB Climateacuterio e sexualidade a

compreensatildeo dessa interface por mulheres assistidas em grupo Texto amp Contexto En-

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46

52 OLIVEIRA SL Tratado de metodologia cientiacutefica 2 ed Satildeo Paulo Pioneira 1999

53 PEDRO AO PINTO-NETO AM PAIVA LC OSIS MJ HARDY E Procura

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Satildeo Paulo 2002 36(4)484-90 ago

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lheres climateacuterias usuaacuterias do SUS Ciecircncias Cuidado e Sauacutede 2008 7(2)224-231

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uacutede da Mulher climateacuterica Esc Anna Nery Rev Enferm 2009 13 (2) 366-71 a-

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cular entre mulheres climateacutericas atendidas em um PSF Revista Gauacutecha de Enferma-

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59 ROTHER ET Editorial - Revisatildeo sistemaacutetica x revisatildeo narrativa Acta Paul Enferm

2007 20 (2)

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nistas Ciecircnc e Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v6 n1 p115-123 2001

61 SANTOS VC SOARES CB CAMPOS CMS A relaccedilatildeo trabalho-sauacutede de en-

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Dissertaccedilatildeo [Mestrado] - Universidade Federal do Cearaacute 2000

63 SILVEIRA CS Pesquisa em enfermagem oncoloacutegica no Brasil uma revisatildeo integra-

tiva Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade

de Satildeo Paulo 2005

64 SOUSA MF HAMANN EM Programa Sauacutede da Famiacutelia no Brasil uma agenda

incompleta Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 2009 14(Supl 1) 1325-1335

65 STARFIELD B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidade de sauacutede serviccedilos e

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66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

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47

67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

Nery Revista de Enfermagem 1985 5(1)23-5 janmar

69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 17: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

16

ciso que o resultado desse planejamento seja traduzido em uma programaccedilatildeo das atividades

da equipe que considere os fatores de vulnerabilidade e os grupos de risco populacional em

sauacutede a fim de produzir serviccedilos com equidade (MENDES 2002 STARFIELD 2002

COSTA et al 2009 FARIA et al 2009b MINAS GERAIS 2009 VASCONCELOS et al

2009)

Com isso enfrentar o desafio proposto entre desconstruir o modelo hegemocircnico em

que se estabelecem as accedilotildees de sauacutede na atualidade em busca da construccedilatildeo de um SUS ideal

requer o desenvolvimento de novas praacuteticas sanitaacuterias no cotidiano assistencial que se com-

prometam com a possibilidade de viver de modo mais saudaacutevel (COSTA et al 2009 FARIA

et al 2009b VASCONCELOS et al 2009)

Nesse contexto destaca-se nas equipes de ESF o papel do profissional Enfermeiro

(MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI amp PEREIRA 2009) Ao se

analisar a histoacuteria da Enfermagem Brasileira pode-se observar sua convergecircncia agrave poliacutetica

puacuteblica de sauacutede adotada no paiacutes O Decreto no 9440687(COFEN 2002) que regulamenta a

profissatildeo explicita como atribuiccedilatildeo do Enfermeiro sua participaccedilatildeo no planejamento execu-

ccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da programaccedilatildeo da sauacutede nos diferentes niacuteveis assistenciais do SUS A reso-

luccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) 2722002 incube a esse profissional um

processo de trabalho pautado na Sistematizaccedilatildeo de sua Assistecircncia em busca da qualidade do

cuidado

Conforme Resoluccedilatildeo COFEN 2722002

[] A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem- SAE sendo atividade privati-

va do enfermeiro utiliza meacutetodo e estrateacutegia de trabalhos com embasamento cientiacute-

fico para a identificaccedilatildeo das situaccedilotildees de sauacutededoenccedila que possam contribuir para a

promoccedilatildeo prevenccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo da sauacutede do indiviacuteduo famiacutelia e

comunidade (COFEN 2722002 p 50)

Assim na implementaccedilatildeo dessa assistecircncia eacute fundamental que o Enfermeiro reconhe-

ccedila os haacutebitos individualizados e os aspectos biopsicossociais que integram o processo sauacutede-

doenccedila dos sujeitos visando a identificaccedilatildeo de problemas julgamento cliacutenico sobre as respos-

tas do indiviacuteduo famiacutelia e comunidade perante suas adaptaccedilotildees aos processos de vida vigen-

tes ou potencias (COFEN 2002 MATUMOTO et al 2005 SANTOS et al 2007 CHIRELLI

amp PEREIRA 2009)

Perante esses pressupostos legais observa-se a convergecircncia entre o processo de traba-

lho da Enfermagem e as necessidades impostas para o desenvolvimento das accedilotildees em ESF

17

Com isso torna-se significativo no incremento da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a atuaccedilatildeo dife-

renciada desse profissional

Feliciano et al (2010) apontam para o valor atribuiacutedo ao Enfermeiro na ESF quando

esse profissional apresenta-se como uma referecircncia na busca da superaccedilatildeo de dificuldades

haja vista que os demais integrantes da equipe e usuaacuterios dirigem suas demandas a esse pro-

fissional independente de eles gerenciarem institucionalmente a unidade de sauacutede

Figueiredo et al (2010) ressaltam que cabe ao Enfermeiro de ESF funccedilotildees como admi-

nistraccedilatildeo de recursos materiais e humanos bem como a padronizaccedilatildeo das accedilotildees na equipe A

autora revela ainda que a organizaccedilatildeo das atividades de educaccedilatildeo continuada para equipe do

PSF como atribuiccedilatildeo contiacutenua do Enfermeiro

Matumoto et al (2005) Chirelli amp Pereira 2009 Pires amp Goumlttems (2009) corroboram

com essa constataccedilatildeo ao apresentarem que a gestatildeo do cuidado agraves famiacutelias em ESF eacute progra-

maccedilatildeo constante realizada pela Enfermagem e sua equipe Cordeiro et al (2009) colocam o

trabalho de enfermagem na ESF realizado de forma ampliada abrangendo consultas individu-

ais atividades educativas em grupo praacuteticas de capacitaccedilatildeo continuada junto a equipe e pro-

gramaccedilatildeo das accedilotildees junto a ela de forma compatiacutevel e adequada aos pressupostos da estrateacute-

gia sauacutede da famiacutelia

Colomeacute Limas amp Davis (2008) salientam o Enfermeiro como principal articulador do

trabalho na equipe de ESF Os autores mencionam que essas articulaccedilotildees se estabelecem prin-

cipalmente com os agentes comunitaacuterios de sauacutede o que facilita a aproximaccedilatildeo do profissio-

nal de enfermagem agraves necessidades de sauacutede da comunidade conectando o seu trabalho com

os outros profissionais da equipe como dentistas e meacutedicos considerando o caraacuteter comple-

mentar da atuaccedilatildeo dentro de uma equipe multiprofissional

Azambuja et al (2007) expressam em seu estudo sobre o significado do trabalho no

PSF que para os enfermeiros se denota enquanto processo potencializador do seu viver hu-

mano Isso significa que o trabalho em ESF influencia na forma como se vecircem se sentem se

relacionam e vivenciam as situaccedilotildees cotidianas de maneira positiva

Santos Soares amp Campos confirmam os resultados de seus estudos ao de Azambuja et

al (2007) ao colocarem que para os Enfermeiros as forccedilas fortalecedoras de seu trabalho no

PSF adveacutem da relaccedilatildeo prazerosa com o objetofinalidade do trabalho e com o trabalho em si

Eles complementam ainda que as Enfermeiras convivem com a expectativa das suas potenci-

alidades para solucionar os problemas oferecer respostas a populaccedilatildeo em cenaacuterio de maior

autonomia profissional

18

Benito amp Becker (2007) em pesquisa sobre as atitudes gerenciais dos enfermeiros na

ESF destacaram atraveacutes dos profissionais informantes que eram membros das equipes atitu-

des qualitativas dos Enfermeiros de ESF como ser justos intermediarem e resolverem confli-

tos entre profissionais usuaacuterios e representantes da gestatildeo apresentarem poder de negocia-

ccedilatildeo estarem abertos a mudanccedilas possuiacuterem em sua praacutetica atitudes de escuta buscarem pela

promoccedilatildeo de iniciativas e autonomia da equipe e dos usuaacuterios contribuiacuterem com o seu conhe-

cimento para o desenvolvimento do grupo capacidade de planejamento e desenvolvimento de

accedilotildees conjuntas e prestarem o cuidado centrado na famiacutelia com compromisso e responsabili-

dade

Os resultados desses estudos apresentam o papel diferenciado que o Enfermeiro vem

exercendo nas equipes da ESF corroborando para a sua importacircncia nesse campo de atuaccedilatildeo

Destacam as caracteriacutesticas do trabalhador de enfermagem e a incorporaccedilatildeo de novos arranjos

de poderes e saberes necessaacuterios para o delineamento do perfil desse profissional de forma

comprometida agraves diretrizes da ESF e ao fortalecimento do SUS

19

12 O CLIMATEacuteRIO DESAFIO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO

PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

A populaccedilatildeo feminina brasileira totaliza mais de 98 milhotildees e aproximadamente 30

milhotildees se encontram na faixa etaacuteria de 35 a 65 anos Esses dados revelam que 32 das mu-

lheres do Brasil estatildeo na faixa etaacuteria em que ocorre o climateacuterio (BRASIL 2008)

Coelho amp Porto (2009) definem climateacuterio como

[] periacuteodo de transiccedilatildeo entre as fases reprodutivas e natildeo reprodutivas da mulher

Comeccedila por volta dos 40 anos podendo estender-se ateacute os 55 anos ou mais Durante

esses anos acontece a uacuteltima menstruaccedilatildeo definida como menopausa [] (Coelho

amp Porto 2009 p76)

Ressalta-se que esse periacuteodo eacute uma fase bioloacutegica natural da vida e natildeo um processo

patoloacutegico Eacute reconhecido como uma fase do ciclo vital feminino em que ocorrem intensas

transformaccedilotildees na maneira da mulher ser e estar no mundo modificando sua compreensatildeo

frente ao fenocircmeno existencial (LIMA amp ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI

2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008

BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009)

Dessa maneira o periacuteodo do climateacuterio eacute resultado tanto da deficiecircncia hormonal co-

mo de fatores socioculturais e psicoloacutegicos decorre no processo de envelhecimento feminino

sendo marcado pela menopausa A menopausa destaca-se como momento pontual do climateacute-

rio consiste na interrupccedilatildeo permanente da menstruaccedilatildeo e decorre apoacutes 12 meses de amenor-

reacuteia em momento da perda da atividade folicular ovariana (LIMA amp ANGELO 2001

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA

JESUS MERINGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009)

Outro aspecto a ser considerado no climateacuterio aleacutem da faixa etaacuteria eacute um conjunto de

sintomas que acometem parte das mulheres Esses sintomas podem se manifestar enquanto

mudanccedilas sutis ou acentuadas que englobam desde anguacutestia fogachos e irritaccedilotildees ateacute san-

gramentos intermitentes de alto fluxo A sintomatologia em geral acarreta desconforto que se

acentuam de acordo com o enfrentamento desse ciclo pelas mulheres e a consistecircncia da rede

de apoio que se insere Contudo o iniacutecio e teacutermino do climateacuterio satildeo varaacuteveis de acordo com

as caracteriacutesticas individuais da pessoa e estaacute associado a fatores hereditaacuterios raciais socioe-

conocircmicos e demais determinantes do processo de vida subjetivo feminino (LIMA amp

20

ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009)

Neste cenaacuterio de transformaccedilotildees soacutecio-emocionais acentuados pela percepccedilatildeo do en-

velhecimento e limite da vida faz-se necessaacuterio a implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que bus-

quem a promoccedilatildeo da sauacutede da mulher e o fomento de cuidados para que vivenciem essa expe-

riecircncia de maneira mais amena mediante ao turbilhatildeo existencial que lhes permeia esse recor-

te da vida

Ao se abordar as questotildees que envolvem a sauacutede da mulher eacute necessaacuteria a discussatildeo

de aspectos poliacuteticos e histoacutericos que envolvem essa temaacutetica no Brasil em especial por se

tratarem de resultados de uma luta que envolve conquista do gecircnero (BRASIL 2004

BRASIL 2006a COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp

LUCCHESE 2010)

O movimento feminino pela luta de seus direitos que ultrapassam os direitos da sauacutede

hegemocircnica e se convergem aos direitos de cidadania precede a promulgaccedilatildeo do SUS Na

sauacutede o marco histoacuterico dos resultados desse movimento ocorreu na deacutecada de 80 atraveacutes do

Programa de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PAISM) Esse programa evidenciou a ne-

cessidade de mudanccedilas na abordagem das mulheres nos serviccedilos de sauacutede que ultrapassassem

o foco do ciclo graviacutedico-puerperal em busca de sua visatildeo subjetiva e integral Entretanto

apesar do discurso da integralidade na praacutetica o PAISM atuou de forma hegemocircnica buscan-

do a resoluccedilatildeo dos problemas referentes agrave sauacutede reprodutiva e na reduccedilatildeo da mortalidade ma-

terna (BRASIL 2004 BRASIL 2006 COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Encontra-se em vigor atualmente implementado pelo Ministeacuterio da Sauacutede uma estra-

teacutegia poliacutetica e tecnoloacutegica para a renovaccedilatildeo da abordagem a sauacutede da mulher a Poliacutetica Na-

cional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PNAISM) e descreve

[] Considerando que a sauacutede da mulher eacute uma prioridade deste governo o Ministeacute-

rio da Sauacutede lanccedilou em 2004 a ldquoPoliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da

Mulher ndash Princiacutepios e Diretrizesrdquo (PNAISM) em parceria com diversos setores da

sociedade com o compromisso de implementar accedilotildees de sauacutede que contribuam para

a garantia dos direitos humanos das mulheres e reduzam a morbimortalidade por

causas preveniacuteveis e evitaacuteveis Essa Poliacutetica incorpora num enfoque de gecircnero a in-

tegralidade e a promoccedilatildeo da sauacutede como princiacutepios norteadores e busca consolidar

os avanccedilos no campo dos direitos sexuais e reprodutivos com ecircnfase na melhoria da

atenccedilatildeo obsteacutetrica no planejamento familiar na atenccedilatildeo ao abortamento inseguro e

no combate agrave violecircncia domeacutestica e sexual Agrega tambeacutem a prevenccedilatildeo e o trata-

mento de mulheres vivendo com HIVAIDS e as portadoras de doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis e de cacircncer Aleacutem disso amplia as accedilotildees para grupos historicamente

alijados das poliacuteticas puacuteblicas nas suas especificidades e necessidades []

(BRASIL 2006a p13)

21

Outro avanccedilo relevante para a sauacutede da mulher integra-se na Portaria 399GM de 22

de fevereiro de 2006 que institui o Pacto Pela Vida O pacto define-se como um conjunto de

reformas institucionais do SUS entre as trecircs esferas de gestatildeo ndash Uniatildeo estados e municiacutepios ndash

com o objetivo de promover inovaccedilotildees nos processos e nos instrumentos de gestatildeo visando a

alcanccedilar maior efetividade eficiecircncia e qualidade das respostas do SUS O Pacto redefine as

responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo e a bus-

ca da equumlidade social (BRASIL 2006b)

Jaacute no cenaacuterio dos serviccedilos da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a Poliacutetica Nacional de Aten-

ccedilatildeo Baacutesica estabelece grupos vulneraacuteveis e prioritaacuterios para a organizaccedilatildeo da assistecircncia A

sauacutede da mulher integra esse grupo corroborando para a efetivaccedilatildeo das poliacuteticas supracitadas

e considerando a abordagem da mulher pela importacircncia da implementaccedilatildeo da praacutetica dife-

renciada e inovadora do PSF (BRASIL 2007)

Poreacutem diversos autores contribuem na anaacutelise da atenccedilatildeo agrave sauacutede da mulher ao identi-

ficarem a fragilidade da assistecircncia prestada chegando a concluir que os problemas atuais de

sauacutede da mulher estatildeo relacionados agrave qualidade dessa assistecircncia e a desqualificaccedilatildeo dos pro-

fissionais que promovem essa intervenccedilatildeo (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA

SILVA amp SIQUEIRA 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Essa realidade se potencializa quando a assistecircncia se refere agraves mulheres no climateacuterio

Existe uma lacuna na abordagem cotidiana do trabalho das equipes de sauacutede sobre o que e

como prestarem assistecircncia a essa demanda cada vez mais emergente Eacute urgente a necessidade

de se utilizar e integrar todos os campos do saber da sauacutede e suas interfaces para o enfrenta-

mento dessa realidade (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004 GONCcedilALVES amp

MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA

GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Considerando o potencial apresentado nesse trabalho sobre o papel do Enfermeiro nas

equipes de atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede o presente estudo interroga como a produccedilatildeo do conhe-

cimento de Enfermagem sobre a temaacutetica de assistecircncia a mulheres climateacutericas pode colabo-

rar para a implementaccedilatildeo de um cuidado integral e de qualidade a esse grupo na estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Analisar a produccedilatildeo de conhecimento de Enfermagem sobre a mulher climateacuterica e

suas contribuiccedilotildees para a atuaccedilatildeo da equipe da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia - ESF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Realizar o levantamento da produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assis-

tecircncia agrave mulher no climateacuterio

Caracterizar a produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assistecircncia agrave mu-

lher no climateacuterio

Apontar como os resultados da anaacutelise dessa produccedilatildeo cientiacutefica podem contribuir pa-

ra a atuaccedilatildeo da equipe de ESF sobre a temaacutetica

3 METOacuteDO DA PESQUISA

A pesquisa em sauacutede segundo Leopardi (2002) natildeo eacute somente uma incorporaccedilatildeo de

conteuacutedo cientiacutefico ao saber cotidiano eacute um aprender a perceber sentir e a pensar Essas con-

sideraccedilotildees acrescentam para as pesquisas em sauacutede um conhecer sobre o que ocorre no corpo

dos indiviacuteduos na sua luta diaacuteria pela sobrevivecircncia e as relaccedilotildees subjetivas de cada ser hu-

mano

Dentro desse contexto eacute evidenciado um direcionamento metodoloacutegico com a finali-

dade de conhecer as concepccedilotildees e caracteriacutesticas sobre a temaacutetica em estudo presentes na

literatura Trata-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva por revisatildeo bibliograacutefica de anaacute-

lise integrativa

Esse estudo foi realizado com base na pesquisa bibliograacutefica Para Duarte amp Furtado

(2002) esse tipo de pesquisa eacute realizado a partir de levantamentos da produccedilatildeo cientiacutefica

presente em diferentes apresentaccedilotildees como livros artigos cientiacuteficos dissertaccedilotildees teses den-

tre outros Cervo amp Bervian (1996) ressaltam que esse tipo de pesquisa procura explicar um

problema a partir de referecircncias pela analise de suas contribuiccedilotildees culturais ou cientiacuteficas

existentes acerca de determinado assunto

Jaacute o cunho exploratoacuterio desse estudo se define pela descoberta de ideacuteias que propor-

cionaram familiaridade com o problema tornando-o mais expliacutecito com a possibilidade de

fomento a outras hipoacuteteses (DUARTE amp FURTADO 2002 LEOPARDI 2002 HULLEY et

al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

O caraacuteter descritivo dessa pesquisa ocorre na definiccedilatildeo das caracteriacutesticas do fenocircme-

no a ser estudado e suas relaccedilotildees mediante aos objetivos propostos (GIL 1996 OLIVEIRA

1999) Nesse sentido o trabalho descritivo abrange aspectos amplificados do contexto social

Assim eacute possiacutevel o niacutevel de anaacutelise da temaacutetica sobre diferentes formas aleacutem de sua ordena-

ccedilatildeo e sua classificaccedilatildeo

As revisotildees de literatura necessitam de alguns padrotildees que assegurem sua qualidade

metodoloacutegica como utilizaccedilatildeo de meacutetodos para assegurar a anaacutelise precisa e objetiva anaacutelise

da teoria resultados meacutetodos sujeitos e variaacuteveis de estudo fornecer ao leitor o maacuteximo de

informaccedilotildees possiacuteveis sobre estudos revisados e natildeo apenas os principais (HULLEY et al

2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Dessa forma realizou-se um estudo de revisatildeo da literatura cientiacutefica visando avaliar

um conjunto de dados simultacircneos a partir de estudos primaacuterios selecionados previamente

24

que investigam uma mesma questatildeo (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER

2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

A questatildeo do estudo eacute o primeiro passo para o iniacutecio da revisatildeo bibliograacutefica O Se-

gundo passo consiste em definir a seleccedilatildeo dos estudos sendo o mais indicado as bases de da-

dos eletrocircnicas O terceiro passo eacute a avaliaccedilatildeo criacutetica dos estudos em que se utilizam criteacuterios

para validar os estudos selecionados atraveacutes de uma avaliaccedilatildeo criacutetica dos pesquisadores O

quarto passo consiste na coleta dos dados em que se caracterizam os estudos levantados e de-

terminam suas possibilidades de comparaccedilatildeo O quinto passo eacute a analise e apresentaccedilatildeo dos

dados com agrupamento de estudos semelhantes O sexto passo eacute a determinaccedilatildeo da forccedila

dos resultados e das evidencias encontradas delineando claramente os benefiacutecios e riscos do

achado Uma vez publicada a revisatildeo poderaacute sofrer criacuteticas e sugestotildees que poderatildeo ser in-

corporadas em novos estudos sobre a temaacutetica (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005

ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Para o delineamento do estudo foi definida como questatildeo norteadora como a produ-

ccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede da mulher climateacuterica pode contribuir pa-

ra a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede da famiacutelia

A partir da questatildeo dessa investigaccedilatildeo foram considerados estudos que abordassem a

assistecircncia ao climateacuterio por Enfermeiros A amostra foi do tipo natildeo-probabiliacutestica de conve-

niecircncia constituiacuteda por publicaccedilotildees nacionalmente indexadas sobre a temaacutetica O descritor

utilizado foi ldquoClimateacuteriordquo e a opccedilatildeo pelo natildeo cruzamento de demais descritores foi devida a

escolha da fonte de busca

A fonte de busca orientou-se por base eletrocircnica restrita a produccedilatildeo do conhecimento

nacional e de liacutengua portuguesa que correspondesse a publicaccedilotildees em perioacutedicos de Enfer-

magem demonstrando proximidade com a questatildeo norteadora A busca dos artigos foi reali-

zada no periacuteodo de outubro de 2009 a janeiro de 2010

Adotou-se como criteacuterios de exclusatildeo publicaccedilotildees cujo o cenaacuterio de desenvolvimento

natildeo fossem a Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede eou ESF Ressalta-se que o recorte temporal para

busca das publicaccedilotildees considerou apenas o limite final do periacuteodo o ano de 2009 buscando

amplificar o periacuteodo de iniacutecio da produccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico dessa temaacutetica e assim

natildeo diminuir a sensibilidade das buscas

Foi utilizada a Base de Dados de Enfermagem (BDENF) presente na Biblioteca Vir-

tual em Sauacutede BIREME atraveacutes do siacutetio eletrocircnico httpbasesbiremebrcgi-

binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampbase=BDENFamplang=p

25

O Centro Latino-Americano e do Caribe de Informaccedilatildeo em Ciecircncias da Sauacutede tam-

beacutem conhecido pelo seu nome original Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) eacute um

centro especializado da Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Organizaccedilatildeo Mundial da Sa-

uacutede (OPASOMS) orientado agrave cooperaccedilatildeo teacutecnica em informaccedilatildeo cientiacutefica em sauacutede A sede

da BIREME estaacute localizada no Brasil no campus central Universidade Federal de Satildeo Paulo

(UNIFESP) desde a sua criaccedilatildeo em 1967 segundo acordo da OPASOMS com o Governo do

Brasil

A BDENF apresenta informaccedilotildees compostas pela literatura teacutecnico-cientiacutefica brasilei-

ra em Enfermagem Eacute coordenada pela Escola de Enfermagem da Universidade de Minas

Gerais e por demais Centros Cooperantes da rede BVSENFERMAGEM A composiccedilatildeo des-

sa biblioteca eletrocircnica apresenta perioacutedicos teses livros capiacutetulos de livros anais de con-

gressos ou conferecircncias relatoacuterios teacutecnico-cientiacuteficos e publicaccedilotildees governamentais

No desenvolvimento da revisatildeo integrativa foram selecionados artigos apoacutes a identifi-

caccedilatildeo de todas as publicaccedilotildees a partir do descritor utilizado Procedeu-se analise para caracte-

rizaccedilatildeo dos estudos e preacute-seleccedilatildeo quanto a sua pertinecircncia a pergunta norteadora

Essa etapa foi realizada separadamente por dois revisores sendo a pesquisadora dessa

investigaccedilatildeo e a sua orientadora Os passos utilizados para a caracterizaccedilatildeo dos artigos e a

verificaccedilatildeo de sua aproximaccedilatildeo com a questatildeo norteadora foram a leitura aprofundada de

cada artigo a segregaccedilatildeo dos mesmos quanto agrave aproximaccedilatildeo da questatildeo norteadora e a cate-

gorizaccedilatildeo desses conforme os criteacuterios metodoloacutegicos estabelecidos

Posteriormente ocorreu consenso entre a autora e a orientadora com o objetivo de de-

cidir a inclusatildeo e a exclusatildeo dos artigos preacute-selecionados e avaliados a fim de se garantir

maior seguranccedila na seleccedilatildeo

Para a anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por nuacutemeros absolutos e

frequencias Os elementos de caracterizaccedilatildeo dos perioacutedicos foram

Total de artigos identificados na busca conforme fonte

Identificaccedilatildeo de artigos repetidos

Exclusatildeo de artigos

Inclusatildeo de artigos para a revisatildeo sistemaacutetica

Quanto aos estudos incluiacutedos por aproximaccedilatildeo para com a questatildeo norteadora analisa-

ram-se os seguintes aspectos

Siacutentese panoracircmica do conteuacutedo e da analise dos artigos incluiacutedos

Delineamento da Investigaccedilatildeo (metodologia)

26

Ano de publicaccedilatildeo

Perioacutedico de publicaccedilatildeo

Consideraccedilotildees apresentadas agrave temaacutetica em estudo

Objetivando facilitar a leitura e a identificaccedilatildeo dos artigos optou-se pela atribuiccedilatildeo do

coacutedigo E(n) para os artigos excluiacutedos e I(n) para os artigos incluiacutedos na revisatildeo sistemaacutetica

Conforme os resultados identificados foi calculado o iacutendice de KAPPA (K) Esse iacuten-

dice corresponde a uma medida de concordacircncia usada em escalas nominais que fornece a

ideacuteia do quanto as observaccedilotildees se afastam daquelas esperadas fruto do acaso indican-

do assim o quatildeo legiacutetimas as interpretaccedilotildees satildeo (CANOLETTI 2008)

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A anaacutelise da revisatildeo sistemaacutetica iniciou com a descriccedilatildeo dos artigos encontrados se-

guindo com a descriccedilatildeo daqueles excluiacutedos do processo de revisatildeo sistemaacutetica e por fim foi

analisada a aproximaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos com o questionamento norteador

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF

Os registros sobre climateacuterio no BDENF totalizaram 26 conforme descritor utilizado

poreacutem dentre os trabalhos havia um que natildeo se enquadrava como perioacutedico e foi excluiacutedo da

lista totalizando 25 artigos Ressalta-se que natildeo houve obtenccedilatildeo de artigos por busca manual

Na Tabela 1 verifica-se o total de estudos encontrados na busca realizada conforme perioacutedi-

cos

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo

perioacutedicos

BDENF - Banco de Dados de Enfermagem N

Revista Gauacutecha de Enfermagem 2

Revista Enfermagem UERJ 5

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 1

Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 4

Revista da Escola de Enfermagem da USP 2

Acta Paulista de Enfermagem 1

Nursing (Satildeo Paulo) 2

Revista Brasileira de Enfermagem 3

Biblioteca J Baeta Vianna 1

Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 1

Revista Paulista de Enfermagem 1

Texto amp Contexto Enfermagem 2

Total 25

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Quanto ao ano de publicaccedilotildees dos artigos selecionados observou-se que o periacuteodo de

publicaccedilatildeo inicia-se em 1985 e finaliza no ano de 2009 como mostra a Tabela 2

28

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano

de publicaccedilatildeo

Ano de publicaccedilatildeo Nordm de Estudos

2009 2 8

2008 1 4

2007 2 8

2006 1 4

2005 4 16

2004 3 12

2002 4 16

2000 3 12

1997 1 4

1996 1 4

1995 1 4

1985 2 8

TOTAL 25 100

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Nota-se que apesar de haver nesta revisatildeo sistemaacutetica trabalhos datados de 1985 a

discussatildeo do tema soacute ampliou entre 15 e 20 anos depois o que reforccedila a ideacuteia de que haacute uma

preocupaccedilatildeo crescente para com essa temaacutetica na atenccedilatildeo baacutesica no intuito de melhorar os

serviccedilos prestados

Vale ressaltar que criaccedilatildeo do SUS em 1988 e posteriormente a ESF regulamentada em

1994 contribuiacuteram para o fortalecimento da atenccedilatildeo primaacuteria e consequentemente impulsio-

nando as pesquisas na aacuterea

Analisando esta tabela percebe-se que no periacuteodo de 2000 a 2005 foram identificados

o maior nuacutemero de publicaccedilotildees referentes ao assunto 56 (n = 14) indicando o crescimento

do interesse do estudo deste assunto A concentraccedilatildeo de estudos nesse intervalo de tempo os

caracteriza como sendo recentes jaacute que foram elaborados haacute menos de 10 anos

Os resumos dos 25 registros localizados foram lidos e a partir da leitura foram sele-

cionados aqueles cujo tiacutetulo eou resumo colocavam a assistecircncia ao climateacuterio na atenccedilatildeo

primaacuteria como objeto de estudo ou como uma de suas questotildees centrais de anaacutelise Posteri-

ormente foram identificados os artigos repetidos (n = 3) descartando-os

Dos 22 artigos selecionados a Revista Enfermagem UERJ apresentou a maior quanti-

dade de publicaccedilotildees totalizando 20 (n = 5)

Apoacutes avaliaccedilatildeo dos tiacutetulos leitura dos resumos e anaacutelise dos artigos integralmente ve-

rificou-se que 364 (n = 8) apresentaram pertinecircncia agrave questatildeo norteadora da pesquisa sen-

do 25 (n = 2) destes artigos oriundos da Revista Enfermagem UERJ e 25 (n = 2) da Es-

cola Ana Nery Revista de Enfermagem As demais revistas apresentaram 125 (n = 1) dos

29

artigos pertinentes cada uma Os estudos excluiacutedos da revisatildeo integrativa perfizeram 636

(n = 14)

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA

Em relaccedilatildeo aos artigos excluiacutedos observa-se sua descriccedilatildeo no Quadro 1

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E1

ZAMPIERI M de F M

TAVARES C M A

HAMES M de L C

FALCON G S

SILVA A L de

GONCcedilALVES L T

O processo de viver e ser

saudaacutevel das mulheres no

climateacuterio

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2009

E2

ALMEIDA L H R B de

LUZ M H B A

MONTEIRO C F de S

Ser mulher no climateacuterio

uma anaacutelise compreensiva

pela enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

E3 NIEVAS A F

FUREGATO A R F

Depressatildeo em mulheres no

climateacuterio

Revista Gauacutecha de

Enfermagem 2006

E4 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

Vivenciando o climateacuterio o

corpo em seu percurso exis-

tencial agrave luz da Fenomenolo-

gia

Revista Enferma-

gem UERJ 2005

E5

FERNANDEZ M R

GIR E

HAYASHIDA M

Sexualidade no periacuteodo

climateacuterico situaccedilotildees vi-

venciadas pela mulher

Revista da Esco-

la de Enferma-

gem da USP

2005

E6 BIFFI E F de A

SCATENA M C M

Sauacutede Mental e climateacuterio

na perspectiva de mulheres

profissionais de sauacutede

Revista Enfer-

magem UERJ 2004

30

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E7 MILANEZ M R de

M NERY I S

Percepccedilatildeo das mulheres

sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de en-

fermagem

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2004

E8 MURATA I M H

SCHIRMER J

Manifestaccedilotildees biopsicogecirc-

nicos decorrentes do clima-

teacuterio entre trabalhadoras de

uma universidade puacuteblica

Acta Paulista de

enfermagem 2004

E9 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

O climateacuterio a corporeida-

de como berccedilo das experi-

ecircncias do vivido

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

2002

E10

MURATA I M H

BERCINI L O

SCHIRMER J

Auto-cuidado na prevenccedilatildeo

do cacircncer de colo de uacutetero

e cacircncer de mama compa-

raccedilatildeo entre mulheres natildeo

climateacutericas e climateacutericas

Biblioteca J

Baeta Vianna 2000

E11

LOPES M E L

BATISTA P S de S

COSTA Se F G da

SOARES M S de

Orientaccedilotildees de enferma-

gem agrave mulher climateacuterica

quanto agrave terapia de reposi-

ccedilatildeo hormonal uma abor-

dagem eacutetica

Revista da Rede de

Enfermagem do

Nordeste

2000

E12 DAOUD I G

SANTANA M da G

Construccedilatildeo de um processo

educativo com um grupo de

mulheres climateacutericas

Texto amp Contexto

Enfermagem 2000

E13 LANDERDAHL M C

Buscando novas maneiras

de pensar o climateacuterio fe-

minino

Texto amp contexto

enfermagem 1997

E14 NERY I S Perfil do atendimento agrave

mulher no climateacuterio

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

1996

31

Em geral os estudos excluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (E1 E6 E8 e E10) que correspondem

a 286 (n = 4)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (E3 E4 E5 E7 E8 E9 e

E13) somando 50 (n = 6)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (E2 E11 E12 e E14) o que resulta em 286 (n =

4)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 71 (n = 1) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas por

profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educativo (E11)

Percebe-se que dois dos artigos excluiacutedos se enquadram em mais de uma dimensatildeo apre-

sentada na anaacutelise feita acima

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os artigos incluiacutedos foram estudados sistematicamente de modo a extrair de cada um

as concepccedilotildees e respectivas caracteriacutesticas do trabalho em equipe as quais foram discutidas agrave

luz do referencial teoacuterico que embasa este estudo qual seja a assistecircncia ao climateacuterio pela

equipe de sauacutede

A amostra definitiva dos artigos incluiacutedos para a revisatildeo sistemaacutetica portanto foram

oito artigos apresentados a seguir no Quadro 2

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

I1 PEREIRA Q L C

SIQUEIRA H C H de

O olhar dos responsaacuteveis

pela poliacutetica de sauacutede da

mulher climateacuterica

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

2009

I2

OLIVEIRA D M de

JESUS M C P de

MERIGHI M A B

O climateacuterio sob a oacutetica de

mulheres assistidas em uma

unidade de sauacutede da famiacutelia

de Juiz de Fora - Minas Ge-

rais

Revista de A-

tenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede

2008

32

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

I3 LIMA E C

VARGENS O M da C

O significado de climateacuterio

para as mulheres implicaccedilotildees

para o cuidado de enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

I4

PIAZZA I P

DE LORENZI D R S

SACILOTO B

Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacuteri-

cas atendidas em um PSF

Revista Gauacutecha

de Enfermagem 2005

I5 LANDERDAH M C

Mulher climateacuterica uma abor-

dagem necessaacuteria ao niacutevel de

atenccedilatildeo baacutesica

Nursing (Satildeo

Paulo) 2002

I6 DAOUD I G

Encontros e desencontros das

mulheres climateacutericas que

buscam assistecircncia em serviccedilo

do Sistema Uacutenico de Sauacutede

Revista Enferma-

gem UERJ 2002

I7

CANDELLA C L M

RUGGIERO C M

ARAYA M E S SILVA

R V

Assistecircncia de enfermagem agrave

mulher no climateacuterio

Revista da Escola

de Enfermagem

da USP

1995

I8 VARGENS O M da C O casal no climateacuterio orienta-

ccedilatildeo de enfermagem

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

1985

Os estudos incluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (I4) que correspondem a

125 (n = 1)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (I2 I3) somando

25 (n = 2)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (I1 I5 I6 I7 e I8) o que resulta em 625

(n = 5)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 25 (n = 2) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas

por profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educati-

vo (I7 e I8)

Assim nota-se que a maioria dos estudos incluiacutedos 625 (n = 5) faz menccedilatildeo agrave assis-

tecircncia em sauacutede prestada a essas clientes evidenciando-se uma maior discussatildeo do tema asso-

ciado agrave melhoria dos serviccedilos prestados na atenccedilatildeo baacutesica

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

1 ALMEIDA LHRB LUZ MHBA MONTEIRO CFS Ser mulher no climateacute-

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7 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de

Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Manual de Atenccedilatildeo agrave Mulher no Climateacute-

rioMenopausa Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacute-

gicas Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 200881p

8 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Portaria nordm

648 de 28 de marccedilo de 2006 Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabele-

cendo a revisatildeo de diretrizes e normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o

Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e o Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

(PACS) Brasiacutelia DF 2007 71p

9 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

operacionais dos Pactos pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo Ministeacuterio da Sa-

uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

trole dos cacircnceres do colo do uacutetero e da mama Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Depar-

tamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndashBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a 132p

43

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16 COLOMEacute ICS LIMA MADS DAVIS R Visatildeo de enfermeiras sobre as articu-

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17 CORDEIRO H et al Avaliaccedilatildeo de competecircncias de meacutedicos e enfermeiros das Equi-

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2009

18 COSTA AM Atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher quo vadis Uma avaliaccedilatildeo da inte-

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19 COSTA GD COTTA RMM FERREIRA MLSM REIS JR

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22 DUARTE SV FURTADO SV Manual para elaboraccedilatildeo de monografias e projetos

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23 FARIA HP COELHO IBWERNECK MAF SANTOS MA Modelo assisten-

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44

24 FARIA HP WERNECK MAF SANTOS MA TEIXEIRA PF Processo de

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25 FELICIANO KVO KOVACS MH SARINHO SW Superposiccedilatildeo de atribui-

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31 HULLEY SB CUMMINGS SR BROWNER WS GRADY D HEARST N

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32 LANDERDAHL MC Buscando novas maneiras de pensar o climateacuterio feminino

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33 LANDERDAHL MC Mulher climateacuterica uma abordagem necessaacuteria ao niacutevel de a-

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34 LEOPARDI MT Metodologia da Pesquisa na sauacutede 2 ed Florianoacutepolis UFSC

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45

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39 MATUMOTO S FORTUNA CM MISHIMA SM PEREIRA MJB

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48 NERY IS Perfil do atendimento agrave mulher no climateacuterio Revista Brasileira de En-

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51 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB Climateacuterio e sexualidade a

compreensatildeo dessa interface por mulheres assistidas em grupo Texto amp Contexto En-

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46

52 OLIVEIRA SL Tratado de metodologia cientiacutefica 2 ed Satildeo Paulo Pioneira 1999

53 PEDRO AO PINTO-NETO AM PAIVA LC OSIS MJ HARDY E Procura

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Satildeo Paulo 2002 36(4)484-90 ago

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cular entre mulheres climateacutericas atendidas em um PSF Revista Gauacutecha de Enferma-

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59 ROTHER ET Editorial - Revisatildeo sistemaacutetica x revisatildeo narrativa Acta Paul Enferm

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60 ROSEMBERG B MINAYO MCS A experiecircncia complexa e os olhares reducio-

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61 SANTOS VC SOARES CB CAMPOS CMS A relaccedilatildeo trabalho-sauacutede de en-

fermeiros do PSF no municiacutepio de Satildeo Paulo Rev esc enferm USP v41 777-781p

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Dissertaccedilatildeo [Mestrado] - Universidade Federal do Cearaacute 2000

63 SILVEIRA CS Pesquisa em enfermagem oncoloacutegica no Brasil uma revisatildeo integra-

tiva Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade

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64 SOUSA MF HAMANN EM Programa Sauacutede da Famiacutelia no Brasil uma agenda

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65 STARFIELD B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidade de sauacutede serviccedilos e

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66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

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47

67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

Nery Revista de Enfermagem 1985 5(1)23-5 janmar

69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 18: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

17

Com isso torna-se significativo no incremento da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a atuaccedilatildeo dife-

renciada desse profissional

Feliciano et al (2010) apontam para o valor atribuiacutedo ao Enfermeiro na ESF quando

esse profissional apresenta-se como uma referecircncia na busca da superaccedilatildeo de dificuldades

haja vista que os demais integrantes da equipe e usuaacuterios dirigem suas demandas a esse pro-

fissional independente de eles gerenciarem institucionalmente a unidade de sauacutede

Figueiredo et al (2010) ressaltam que cabe ao Enfermeiro de ESF funccedilotildees como admi-

nistraccedilatildeo de recursos materiais e humanos bem como a padronizaccedilatildeo das accedilotildees na equipe A

autora revela ainda que a organizaccedilatildeo das atividades de educaccedilatildeo continuada para equipe do

PSF como atribuiccedilatildeo contiacutenua do Enfermeiro

Matumoto et al (2005) Chirelli amp Pereira 2009 Pires amp Goumlttems (2009) corroboram

com essa constataccedilatildeo ao apresentarem que a gestatildeo do cuidado agraves famiacutelias em ESF eacute progra-

maccedilatildeo constante realizada pela Enfermagem e sua equipe Cordeiro et al (2009) colocam o

trabalho de enfermagem na ESF realizado de forma ampliada abrangendo consultas individu-

ais atividades educativas em grupo praacuteticas de capacitaccedilatildeo continuada junto a equipe e pro-

gramaccedilatildeo das accedilotildees junto a ela de forma compatiacutevel e adequada aos pressupostos da estrateacute-

gia sauacutede da famiacutelia

Colomeacute Limas amp Davis (2008) salientam o Enfermeiro como principal articulador do

trabalho na equipe de ESF Os autores mencionam que essas articulaccedilotildees se estabelecem prin-

cipalmente com os agentes comunitaacuterios de sauacutede o que facilita a aproximaccedilatildeo do profissio-

nal de enfermagem agraves necessidades de sauacutede da comunidade conectando o seu trabalho com

os outros profissionais da equipe como dentistas e meacutedicos considerando o caraacuteter comple-

mentar da atuaccedilatildeo dentro de uma equipe multiprofissional

Azambuja et al (2007) expressam em seu estudo sobre o significado do trabalho no

PSF que para os enfermeiros se denota enquanto processo potencializador do seu viver hu-

mano Isso significa que o trabalho em ESF influencia na forma como se vecircem se sentem se

relacionam e vivenciam as situaccedilotildees cotidianas de maneira positiva

Santos Soares amp Campos confirmam os resultados de seus estudos ao de Azambuja et

al (2007) ao colocarem que para os Enfermeiros as forccedilas fortalecedoras de seu trabalho no

PSF adveacutem da relaccedilatildeo prazerosa com o objetofinalidade do trabalho e com o trabalho em si

Eles complementam ainda que as Enfermeiras convivem com a expectativa das suas potenci-

alidades para solucionar os problemas oferecer respostas a populaccedilatildeo em cenaacuterio de maior

autonomia profissional

18

Benito amp Becker (2007) em pesquisa sobre as atitudes gerenciais dos enfermeiros na

ESF destacaram atraveacutes dos profissionais informantes que eram membros das equipes atitu-

des qualitativas dos Enfermeiros de ESF como ser justos intermediarem e resolverem confli-

tos entre profissionais usuaacuterios e representantes da gestatildeo apresentarem poder de negocia-

ccedilatildeo estarem abertos a mudanccedilas possuiacuterem em sua praacutetica atitudes de escuta buscarem pela

promoccedilatildeo de iniciativas e autonomia da equipe e dos usuaacuterios contribuiacuterem com o seu conhe-

cimento para o desenvolvimento do grupo capacidade de planejamento e desenvolvimento de

accedilotildees conjuntas e prestarem o cuidado centrado na famiacutelia com compromisso e responsabili-

dade

Os resultados desses estudos apresentam o papel diferenciado que o Enfermeiro vem

exercendo nas equipes da ESF corroborando para a sua importacircncia nesse campo de atuaccedilatildeo

Destacam as caracteriacutesticas do trabalhador de enfermagem e a incorporaccedilatildeo de novos arranjos

de poderes e saberes necessaacuterios para o delineamento do perfil desse profissional de forma

comprometida agraves diretrizes da ESF e ao fortalecimento do SUS

19

12 O CLIMATEacuteRIO DESAFIO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO

PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

A populaccedilatildeo feminina brasileira totaliza mais de 98 milhotildees e aproximadamente 30

milhotildees se encontram na faixa etaacuteria de 35 a 65 anos Esses dados revelam que 32 das mu-

lheres do Brasil estatildeo na faixa etaacuteria em que ocorre o climateacuterio (BRASIL 2008)

Coelho amp Porto (2009) definem climateacuterio como

[] periacuteodo de transiccedilatildeo entre as fases reprodutivas e natildeo reprodutivas da mulher

Comeccedila por volta dos 40 anos podendo estender-se ateacute os 55 anos ou mais Durante

esses anos acontece a uacuteltima menstruaccedilatildeo definida como menopausa [] (Coelho

amp Porto 2009 p76)

Ressalta-se que esse periacuteodo eacute uma fase bioloacutegica natural da vida e natildeo um processo

patoloacutegico Eacute reconhecido como uma fase do ciclo vital feminino em que ocorrem intensas

transformaccedilotildees na maneira da mulher ser e estar no mundo modificando sua compreensatildeo

frente ao fenocircmeno existencial (LIMA amp ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI

2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008

BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009)

Dessa maneira o periacuteodo do climateacuterio eacute resultado tanto da deficiecircncia hormonal co-

mo de fatores socioculturais e psicoloacutegicos decorre no processo de envelhecimento feminino

sendo marcado pela menopausa A menopausa destaca-se como momento pontual do climateacute-

rio consiste na interrupccedilatildeo permanente da menstruaccedilatildeo e decorre apoacutes 12 meses de amenor-

reacuteia em momento da perda da atividade folicular ovariana (LIMA amp ANGELO 2001

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA

JESUS MERINGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009)

Outro aspecto a ser considerado no climateacuterio aleacutem da faixa etaacuteria eacute um conjunto de

sintomas que acometem parte das mulheres Esses sintomas podem se manifestar enquanto

mudanccedilas sutis ou acentuadas que englobam desde anguacutestia fogachos e irritaccedilotildees ateacute san-

gramentos intermitentes de alto fluxo A sintomatologia em geral acarreta desconforto que se

acentuam de acordo com o enfrentamento desse ciclo pelas mulheres e a consistecircncia da rede

de apoio que se insere Contudo o iniacutecio e teacutermino do climateacuterio satildeo varaacuteveis de acordo com

as caracteriacutesticas individuais da pessoa e estaacute associado a fatores hereditaacuterios raciais socioe-

conocircmicos e demais determinantes do processo de vida subjetivo feminino (LIMA amp

20

ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009)

Neste cenaacuterio de transformaccedilotildees soacutecio-emocionais acentuados pela percepccedilatildeo do en-

velhecimento e limite da vida faz-se necessaacuterio a implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que bus-

quem a promoccedilatildeo da sauacutede da mulher e o fomento de cuidados para que vivenciem essa expe-

riecircncia de maneira mais amena mediante ao turbilhatildeo existencial que lhes permeia esse recor-

te da vida

Ao se abordar as questotildees que envolvem a sauacutede da mulher eacute necessaacuteria a discussatildeo

de aspectos poliacuteticos e histoacutericos que envolvem essa temaacutetica no Brasil em especial por se

tratarem de resultados de uma luta que envolve conquista do gecircnero (BRASIL 2004

BRASIL 2006a COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp

LUCCHESE 2010)

O movimento feminino pela luta de seus direitos que ultrapassam os direitos da sauacutede

hegemocircnica e se convergem aos direitos de cidadania precede a promulgaccedilatildeo do SUS Na

sauacutede o marco histoacuterico dos resultados desse movimento ocorreu na deacutecada de 80 atraveacutes do

Programa de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PAISM) Esse programa evidenciou a ne-

cessidade de mudanccedilas na abordagem das mulheres nos serviccedilos de sauacutede que ultrapassassem

o foco do ciclo graviacutedico-puerperal em busca de sua visatildeo subjetiva e integral Entretanto

apesar do discurso da integralidade na praacutetica o PAISM atuou de forma hegemocircnica buscan-

do a resoluccedilatildeo dos problemas referentes agrave sauacutede reprodutiva e na reduccedilatildeo da mortalidade ma-

terna (BRASIL 2004 BRASIL 2006 COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Encontra-se em vigor atualmente implementado pelo Ministeacuterio da Sauacutede uma estra-

teacutegia poliacutetica e tecnoloacutegica para a renovaccedilatildeo da abordagem a sauacutede da mulher a Poliacutetica Na-

cional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PNAISM) e descreve

[] Considerando que a sauacutede da mulher eacute uma prioridade deste governo o Ministeacute-

rio da Sauacutede lanccedilou em 2004 a ldquoPoliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da

Mulher ndash Princiacutepios e Diretrizesrdquo (PNAISM) em parceria com diversos setores da

sociedade com o compromisso de implementar accedilotildees de sauacutede que contribuam para

a garantia dos direitos humanos das mulheres e reduzam a morbimortalidade por

causas preveniacuteveis e evitaacuteveis Essa Poliacutetica incorpora num enfoque de gecircnero a in-

tegralidade e a promoccedilatildeo da sauacutede como princiacutepios norteadores e busca consolidar

os avanccedilos no campo dos direitos sexuais e reprodutivos com ecircnfase na melhoria da

atenccedilatildeo obsteacutetrica no planejamento familiar na atenccedilatildeo ao abortamento inseguro e

no combate agrave violecircncia domeacutestica e sexual Agrega tambeacutem a prevenccedilatildeo e o trata-

mento de mulheres vivendo com HIVAIDS e as portadoras de doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis e de cacircncer Aleacutem disso amplia as accedilotildees para grupos historicamente

alijados das poliacuteticas puacuteblicas nas suas especificidades e necessidades []

(BRASIL 2006a p13)

21

Outro avanccedilo relevante para a sauacutede da mulher integra-se na Portaria 399GM de 22

de fevereiro de 2006 que institui o Pacto Pela Vida O pacto define-se como um conjunto de

reformas institucionais do SUS entre as trecircs esferas de gestatildeo ndash Uniatildeo estados e municiacutepios ndash

com o objetivo de promover inovaccedilotildees nos processos e nos instrumentos de gestatildeo visando a

alcanccedilar maior efetividade eficiecircncia e qualidade das respostas do SUS O Pacto redefine as

responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo e a bus-

ca da equumlidade social (BRASIL 2006b)

Jaacute no cenaacuterio dos serviccedilos da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a Poliacutetica Nacional de Aten-

ccedilatildeo Baacutesica estabelece grupos vulneraacuteveis e prioritaacuterios para a organizaccedilatildeo da assistecircncia A

sauacutede da mulher integra esse grupo corroborando para a efetivaccedilatildeo das poliacuteticas supracitadas

e considerando a abordagem da mulher pela importacircncia da implementaccedilatildeo da praacutetica dife-

renciada e inovadora do PSF (BRASIL 2007)

Poreacutem diversos autores contribuem na anaacutelise da atenccedilatildeo agrave sauacutede da mulher ao identi-

ficarem a fragilidade da assistecircncia prestada chegando a concluir que os problemas atuais de

sauacutede da mulher estatildeo relacionados agrave qualidade dessa assistecircncia e a desqualificaccedilatildeo dos pro-

fissionais que promovem essa intervenccedilatildeo (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA

SILVA amp SIQUEIRA 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Essa realidade se potencializa quando a assistecircncia se refere agraves mulheres no climateacuterio

Existe uma lacuna na abordagem cotidiana do trabalho das equipes de sauacutede sobre o que e

como prestarem assistecircncia a essa demanda cada vez mais emergente Eacute urgente a necessidade

de se utilizar e integrar todos os campos do saber da sauacutede e suas interfaces para o enfrenta-

mento dessa realidade (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004 GONCcedilALVES amp

MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA

GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Considerando o potencial apresentado nesse trabalho sobre o papel do Enfermeiro nas

equipes de atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede o presente estudo interroga como a produccedilatildeo do conhe-

cimento de Enfermagem sobre a temaacutetica de assistecircncia a mulheres climateacutericas pode colabo-

rar para a implementaccedilatildeo de um cuidado integral e de qualidade a esse grupo na estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Analisar a produccedilatildeo de conhecimento de Enfermagem sobre a mulher climateacuterica e

suas contribuiccedilotildees para a atuaccedilatildeo da equipe da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia - ESF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Realizar o levantamento da produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assis-

tecircncia agrave mulher no climateacuterio

Caracterizar a produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assistecircncia agrave mu-

lher no climateacuterio

Apontar como os resultados da anaacutelise dessa produccedilatildeo cientiacutefica podem contribuir pa-

ra a atuaccedilatildeo da equipe de ESF sobre a temaacutetica

3 METOacuteDO DA PESQUISA

A pesquisa em sauacutede segundo Leopardi (2002) natildeo eacute somente uma incorporaccedilatildeo de

conteuacutedo cientiacutefico ao saber cotidiano eacute um aprender a perceber sentir e a pensar Essas con-

sideraccedilotildees acrescentam para as pesquisas em sauacutede um conhecer sobre o que ocorre no corpo

dos indiviacuteduos na sua luta diaacuteria pela sobrevivecircncia e as relaccedilotildees subjetivas de cada ser hu-

mano

Dentro desse contexto eacute evidenciado um direcionamento metodoloacutegico com a finali-

dade de conhecer as concepccedilotildees e caracteriacutesticas sobre a temaacutetica em estudo presentes na

literatura Trata-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva por revisatildeo bibliograacutefica de anaacute-

lise integrativa

Esse estudo foi realizado com base na pesquisa bibliograacutefica Para Duarte amp Furtado

(2002) esse tipo de pesquisa eacute realizado a partir de levantamentos da produccedilatildeo cientiacutefica

presente em diferentes apresentaccedilotildees como livros artigos cientiacuteficos dissertaccedilotildees teses den-

tre outros Cervo amp Bervian (1996) ressaltam que esse tipo de pesquisa procura explicar um

problema a partir de referecircncias pela analise de suas contribuiccedilotildees culturais ou cientiacuteficas

existentes acerca de determinado assunto

Jaacute o cunho exploratoacuterio desse estudo se define pela descoberta de ideacuteias que propor-

cionaram familiaridade com o problema tornando-o mais expliacutecito com a possibilidade de

fomento a outras hipoacuteteses (DUARTE amp FURTADO 2002 LEOPARDI 2002 HULLEY et

al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

O caraacuteter descritivo dessa pesquisa ocorre na definiccedilatildeo das caracteriacutesticas do fenocircme-

no a ser estudado e suas relaccedilotildees mediante aos objetivos propostos (GIL 1996 OLIVEIRA

1999) Nesse sentido o trabalho descritivo abrange aspectos amplificados do contexto social

Assim eacute possiacutevel o niacutevel de anaacutelise da temaacutetica sobre diferentes formas aleacutem de sua ordena-

ccedilatildeo e sua classificaccedilatildeo

As revisotildees de literatura necessitam de alguns padrotildees que assegurem sua qualidade

metodoloacutegica como utilizaccedilatildeo de meacutetodos para assegurar a anaacutelise precisa e objetiva anaacutelise

da teoria resultados meacutetodos sujeitos e variaacuteveis de estudo fornecer ao leitor o maacuteximo de

informaccedilotildees possiacuteveis sobre estudos revisados e natildeo apenas os principais (HULLEY et al

2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Dessa forma realizou-se um estudo de revisatildeo da literatura cientiacutefica visando avaliar

um conjunto de dados simultacircneos a partir de estudos primaacuterios selecionados previamente

24

que investigam uma mesma questatildeo (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER

2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

A questatildeo do estudo eacute o primeiro passo para o iniacutecio da revisatildeo bibliograacutefica O Se-

gundo passo consiste em definir a seleccedilatildeo dos estudos sendo o mais indicado as bases de da-

dos eletrocircnicas O terceiro passo eacute a avaliaccedilatildeo criacutetica dos estudos em que se utilizam criteacuterios

para validar os estudos selecionados atraveacutes de uma avaliaccedilatildeo criacutetica dos pesquisadores O

quarto passo consiste na coleta dos dados em que se caracterizam os estudos levantados e de-

terminam suas possibilidades de comparaccedilatildeo O quinto passo eacute a analise e apresentaccedilatildeo dos

dados com agrupamento de estudos semelhantes O sexto passo eacute a determinaccedilatildeo da forccedila

dos resultados e das evidencias encontradas delineando claramente os benefiacutecios e riscos do

achado Uma vez publicada a revisatildeo poderaacute sofrer criacuteticas e sugestotildees que poderatildeo ser in-

corporadas em novos estudos sobre a temaacutetica (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005

ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Para o delineamento do estudo foi definida como questatildeo norteadora como a produ-

ccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede da mulher climateacuterica pode contribuir pa-

ra a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede da famiacutelia

A partir da questatildeo dessa investigaccedilatildeo foram considerados estudos que abordassem a

assistecircncia ao climateacuterio por Enfermeiros A amostra foi do tipo natildeo-probabiliacutestica de conve-

niecircncia constituiacuteda por publicaccedilotildees nacionalmente indexadas sobre a temaacutetica O descritor

utilizado foi ldquoClimateacuteriordquo e a opccedilatildeo pelo natildeo cruzamento de demais descritores foi devida a

escolha da fonte de busca

A fonte de busca orientou-se por base eletrocircnica restrita a produccedilatildeo do conhecimento

nacional e de liacutengua portuguesa que correspondesse a publicaccedilotildees em perioacutedicos de Enfer-

magem demonstrando proximidade com a questatildeo norteadora A busca dos artigos foi reali-

zada no periacuteodo de outubro de 2009 a janeiro de 2010

Adotou-se como criteacuterios de exclusatildeo publicaccedilotildees cujo o cenaacuterio de desenvolvimento

natildeo fossem a Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede eou ESF Ressalta-se que o recorte temporal para

busca das publicaccedilotildees considerou apenas o limite final do periacuteodo o ano de 2009 buscando

amplificar o periacuteodo de iniacutecio da produccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico dessa temaacutetica e assim

natildeo diminuir a sensibilidade das buscas

Foi utilizada a Base de Dados de Enfermagem (BDENF) presente na Biblioteca Vir-

tual em Sauacutede BIREME atraveacutes do siacutetio eletrocircnico httpbasesbiremebrcgi-

binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampbase=BDENFamplang=p

25

O Centro Latino-Americano e do Caribe de Informaccedilatildeo em Ciecircncias da Sauacutede tam-

beacutem conhecido pelo seu nome original Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) eacute um

centro especializado da Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Organizaccedilatildeo Mundial da Sa-

uacutede (OPASOMS) orientado agrave cooperaccedilatildeo teacutecnica em informaccedilatildeo cientiacutefica em sauacutede A sede

da BIREME estaacute localizada no Brasil no campus central Universidade Federal de Satildeo Paulo

(UNIFESP) desde a sua criaccedilatildeo em 1967 segundo acordo da OPASOMS com o Governo do

Brasil

A BDENF apresenta informaccedilotildees compostas pela literatura teacutecnico-cientiacutefica brasilei-

ra em Enfermagem Eacute coordenada pela Escola de Enfermagem da Universidade de Minas

Gerais e por demais Centros Cooperantes da rede BVSENFERMAGEM A composiccedilatildeo des-

sa biblioteca eletrocircnica apresenta perioacutedicos teses livros capiacutetulos de livros anais de con-

gressos ou conferecircncias relatoacuterios teacutecnico-cientiacuteficos e publicaccedilotildees governamentais

No desenvolvimento da revisatildeo integrativa foram selecionados artigos apoacutes a identifi-

caccedilatildeo de todas as publicaccedilotildees a partir do descritor utilizado Procedeu-se analise para caracte-

rizaccedilatildeo dos estudos e preacute-seleccedilatildeo quanto a sua pertinecircncia a pergunta norteadora

Essa etapa foi realizada separadamente por dois revisores sendo a pesquisadora dessa

investigaccedilatildeo e a sua orientadora Os passos utilizados para a caracterizaccedilatildeo dos artigos e a

verificaccedilatildeo de sua aproximaccedilatildeo com a questatildeo norteadora foram a leitura aprofundada de

cada artigo a segregaccedilatildeo dos mesmos quanto agrave aproximaccedilatildeo da questatildeo norteadora e a cate-

gorizaccedilatildeo desses conforme os criteacuterios metodoloacutegicos estabelecidos

Posteriormente ocorreu consenso entre a autora e a orientadora com o objetivo de de-

cidir a inclusatildeo e a exclusatildeo dos artigos preacute-selecionados e avaliados a fim de se garantir

maior seguranccedila na seleccedilatildeo

Para a anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por nuacutemeros absolutos e

frequencias Os elementos de caracterizaccedilatildeo dos perioacutedicos foram

Total de artigos identificados na busca conforme fonte

Identificaccedilatildeo de artigos repetidos

Exclusatildeo de artigos

Inclusatildeo de artigos para a revisatildeo sistemaacutetica

Quanto aos estudos incluiacutedos por aproximaccedilatildeo para com a questatildeo norteadora analisa-

ram-se os seguintes aspectos

Siacutentese panoracircmica do conteuacutedo e da analise dos artigos incluiacutedos

Delineamento da Investigaccedilatildeo (metodologia)

26

Ano de publicaccedilatildeo

Perioacutedico de publicaccedilatildeo

Consideraccedilotildees apresentadas agrave temaacutetica em estudo

Objetivando facilitar a leitura e a identificaccedilatildeo dos artigos optou-se pela atribuiccedilatildeo do

coacutedigo E(n) para os artigos excluiacutedos e I(n) para os artigos incluiacutedos na revisatildeo sistemaacutetica

Conforme os resultados identificados foi calculado o iacutendice de KAPPA (K) Esse iacuten-

dice corresponde a uma medida de concordacircncia usada em escalas nominais que fornece a

ideacuteia do quanto as observaccedilotildees se afastam daquelas esperadas fruto do acaso indican-

do assim o quatildeo legiacutetimas as interpretaccedilotildees satildeo (CANOLETTI 2008)

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A anaacutelise da revisatildeo sistemaacutetica iniciou com a descriccedilatildeo dos artigos encontrados se-

guindo com a descriccedilatildeo daqueles excluiacutedos do processo de revisatildeo sistemaacutetica e por fim foi

analisada a aproximaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos com o questionamento norteador

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF

Os registros sobre climateacuterio no BDENF totalizaram 26 conforme descritor utilizado

poreacutem dentre os trabalhos havia um que natildeo se enquadrava como perioacutedico e foi excluiacutedo da

lista totalizando 25 artigos Ressalta-se que natildeo houve obtenccedilatildeo de artigos por busca manual

Na Tabela 1 verifica-se o total de estudos encontrados na busca realizada conforme perioacutedi-

cos

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo

perioacutedicos

BDENF - Banco de Dados de Enfermagem N

Revista Gauacutecha de Enfermagem 2

Revista Enfermagem UERJ 5

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 1

Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 4

Revista da Escola de Enfermagem da USP 2

Acta Paulista de Enfermagem 1

Nursing (Satildeo Paulo) 2

Revista Brasileira de Enfermagem 3

Biblioteca J Baeta Vianna 1

Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 1

Revista Paulista de Enfermagem 1

Texto amp Contexto Enfermagem 2

Total 25

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Quanto ao ano de publicaccedilotildees dos artigos selecionados observou-se que o periacuteodo de

publicaccedilatildeo inicia-se em 1985 e finaliza no ano de 2009 como mostra a Tabela 2

28

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano

de publicaccedilatildeo

Ano de publicaccedilatildeo Nordm de Estudos

2009 2 8

2008 1 4

2007 2 8

2006 1 4

2005 4 16

2004 3 12

2002 4 16

2000 3 12

1997 1 4

1996 1 4

1995 1 4

1985 2 8

TOTAL 25 100

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Nota-se que apesar de haver nesta revisatildeo sistemaacutetica trabalhos datados de 1985 a

discussatildeo do tema soacute ampliou entre 15 e 20 anos depois o que reforccedila a ideacuteia de que haacute uma

preocupaccedilatildeo crescente para com essa temaacutetica na atenccedilatildeo baacutesica no intuito de melhorar os

serviccedilos prestados

Vale ressaltar que criaccedilatildeo do SUS em 1988 e posteriormente a ESF regulamentada em

1994 contribuiacuteram para o fortalecimento da atenccedilatildeo primaacuteria e consequentemente impulsio-

nando as pesquisas na aacuterea

Analisando esta tabela percebe-se que no periacuteodo de 2000 a 2005 foram identificados

o maior nuacutemero de publicaccedilotildees referentes ao assunto 56 (n = 14) indicando o crescimento

do interesse do estudo deste assunto A concentraccedilatildeo de estudos nesse intervalo de tempo os

caracteriza como sendo recentes jaacute que foram elaborados haacute menos de 10 anos

Os resumos dos 25 registros localizados foram lidos e a partir da leitura foram sele-

cionados aqueles cujo tiacutetulo eou resumo colocavam a assistecircncia ao climateacuterio na atenccedilatildeo

primaacuteria como objeto de estudo ou como uma de suas questotildees centrais de anaacutelise Posteri-

ormente foram identificados os artigos repetidos (n = 3) descartando-os

Dos 22 artigos selecionados a Revista Enfermagem UERJ apresentou a maior quanti-

dade de publicaccedilotildees totalizando 20 (n = 5)

Apoacutes avaliaccedilatildeo dos tiacutetulos leitura dos resumos e anaacutelise dos artigos integralmente ve-

rificou-se que 364 (n = 8) apresentaram pertinecircncia agrave questatildeo norteadora da pesquisa sen-

do 25 (n = 2) destes artigos oriundos da Revista Enfermagem UERJ e 25 (n = 2) da Es-

cola Ana Nery Revista de Enfermagem As demais revistas apresentaram 125 (n = 1) dos

29

artigos pertinentes cada uma Os estudos excluiacutedos da revisatildeo integrativa perfizeram 636

(n = 14)

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA

Em relaccedilatildeo aos artigos excluiacutedos observa-se sua descriccedilatildeo no Quadro 1

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E1

ZAMPIERI M de F M

TAVARES C M A

HAMES M de L C

FALCON G S

SILVA A L de

GONCcedilALVES L T

O processo de viver e ser

saudaacutevel das mulheres no

climateacuterio

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2009

E2

ALMEIDA L H R B de

LUZ M H B A

MONTEIRO C F de S

Ser mulher no climateacuterio

uma anaacutelise compreensiva

pela enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

E3 NIEVAS A F

FUREGATO A R F

Depressatildeo em mulheres no

climateacuterio

Revista Gauacutecha de

Enfermagem 2006

E4 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

Vivenciando o climateacuterio o

corpo em seu percurso exis-

tencial agrave luz da Fenomenolo-

gia

Revista Enferma-

gem UERJ 2005

E5

FERNANDEZ M R

GIR E

HAYASHIDA M

Sexualidade no periacuteodo

climateacuterico situaccedilotildees vi-

venciadas pela mulher

Revista da Esco-

la de Enferma-

gem da USP

2005

E6 BIFFI E F de A

SCATENA M C M

Sauacutede Mental e climateacuterio

na perspectiva de mulheres

profissionais de sauacutede

Revista Enfer-

magem UERJ 2004

30

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E7 MILANEZ M R de

M NERY I S

Percepccedilatildeo das mulheres

sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de en-

fermagem

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2004

E8 MURATA I M H

SCHIRMER J

Manifestaccedilotildees biopsicogecirc-

nicos decorrentes do clima-

teacuterio entre trabalhadoras de

uma universidade puacuteblica

Acta Paulista de

enfermagem 2004

E9 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

O climateacuterio a corporeida-

de como berccedilo das experi-

ecircncias do vivido

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

2002

E10

MURATA I M H

BERCINI L O

SCHIRMER J

Auto-cuidado na prevenccedilatildeo

do cacircncer de colo de uacutetero

e cacircncer de mama compa-

raccedilatildeo entre mulheres natildeo

climateacutericas e climateacutericas

Biblioteca J

Baeta Vianna 2000

E11

LOPES M E L

BATISTA P S de S

COSTA Se F G da

SOARES M S de

Orientaccedilotildees de enferma-

gem agrave mulher climateacuterica

quanto agrave terapia de reposi-

ccedilatildeo hormonal uma abor-

dagem eacutetica

Revista da Rede de

Enfermagem do

Nordeste

2000

E12 DAOUD I G

SANTANA M da G

Construccedilatildeo de um processo

educativo com um grupo de

mulheres climateacutericas

Texto amp Contexto

Enfermagem 2000

E13 LANDERDAHL M C

Buscando novas maneiras

de pensar o climateacuterio fe-

minino

Texto amp contexto

enfermagem 1997

E14 NERY I S Perfil do atendimento agrave

mulher no climateacuterio

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

1996

31

Em geral os estudos excluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (E1 E6 E8 e E10) que correspondem

a 286 (n = 4)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (E3 E4 E5 E7 E8 E9 e

E13) somando 50 (n = 6)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (E2 E11 E12 e E14) o que resulta em 286 (n =

4)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 71 (n = 1) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas por

profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educativo (E11)

Percebe-se que dois dos artigos excluiacutedos se enquadram em mais de uma dimensatildeo apre-

sentada na anaacutelise feita acima

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os artigos incluiacutedos foram estudados sistematicamente de modo a extrair de cada um

as concepccedilotildees e respectivas caracteriacutesticas do trabalho em equipe as quais foram discutidas agrave

luz do referencial teoacuterico que embasa este estudo qual seja a assistecircncia ao climateacuterio pela

equipe de sauacutede

A amostra definitiva dos artigos incluiacutedos para a revisatildeo sistemaacutetica portanto foram

oito artigos apresentados a seguir no Quadro 2

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

I1 PEREIRA Q L C

SIQUEIRA H C H de

O olhar dos responsaacuteveis

pela poliacutetica de sauacutede da

mulher climateacuterica

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

2009

I2

OLIVEIRA D M de

JESUS M C P de

MERIGHI M A B

O climateacuterio sob a oacutetica de

mulheres assistidas em uma

unidade de sauacutede da famiacutelia

de Juiz de Fora - Minas Ge-

rais

Revista de A-

tenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede

2008

32

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

I3 LIMA E C

VARGENS O M da C

O significado de climateacuterio

para as mulheres implicaccedilotildees

para o cuidado de enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

I4

PIAZZA I P

DE LORENZI D R S

SACILOTO B

Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacuteri-

cas atendidas em um PSF

Revista Gauacutecha

de Enfermagem 2005

I5 LANDERDAH M C

Mulher climateacuterica uma abor-

dagem necessaacuteria ao niacutevel de

atenccedilatildeo baacutesica

Nursing (Satildeo

Paulo) 2002

I6 DAOUD I G

Encontros e desencontros das

mulheres climateacutericas que

buscam assistecircncia em serviccedilo

do Sistema Uacutenico de Sauacutede

Revista Enferma-

gem UERJ 2002

I7

CANDELLA C L M

RUGGIERO C M

ARAYA M E S SILVA

R V

Assistecircncia de enfermagem agrave

mulher no climateacuterio

Revista da Escola

de Enfermagem

da USP

1995

I8 VARGENS O M da C O casal no climateacuterio orienta-

ccedilatildeo de enfermagem

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

1985

Os estudos incluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (I4) que correspondem a

125 (n = 1)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (I2 I3) somando

25 (n = 2)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (I1 I5 I6 I7 e I8) o que resulta em 625

(n = 5)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 25 (n = 2) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas

por profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educati-

vo (I7 e I8)

Assim nota-se que a maioria dos estudos incluiacutedos 625 (n = 5) faz menccedilatildeo agrave assis-

tecircncia em sauacutede prestada a essas clientes evidenciando-se uma maior discussatildeo do tema asso-

ciado agrave melhoria dos serviccedilos prestados na atenccedilatildeo baacutesica

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

1 ALMEIDA LHRB LUZ MHBA MONTEIRO CFS Ser mulher no climateacute-

rio uma anaacutelise compreensiva pela enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007

15(3)370-375 julset

2 ALVES VS Um modelo de educaccedilatildeo em sauacutede para o Programa Sauacutede da Famiacutelia

pela integralidade da atenccedilatildeo e reorientaccedilatildeo do modelo assistencial Revista Interface-

Comunicaccedilatildeo Sauacutede Educaccedilatildeo 2005 9(16) 39-52

3 AZAMBUJA EP et al Significados do trabalho no processo de viver de trabalhado-

ras de um programa de sauacutede da famiacutelia Texto contexto - enfermagem v16 n1

p71-79 mar 2007

4 BENITO GAV BECKER LC Atitudes gerenciais do enfermeiro no Programa Sa-

uacutede da Famiacutelia visatildeo da Equipe Sauacutede da Famiacutelia Revista brasileira de enfermagem

v60 n3 p312-316 jun 2007

5 BIFFI EFA SCATENA MCM Sauacutede Mental e climateacuterio na perspectiva de mu-

lheres profissionais de sauacutede Revista Enfermagem UERJ 2004 1276-82 janabr

6 BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Poliacutetica nacional de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher

princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

7 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de

Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Manual de Atenccedilatildeo agrave Mulher no Climateacute-

rioMenopausa Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacute-

gicas Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 200881p

8 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Portaria nordm

648 de 28 de marccedilo de 2006 Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabele-

cendo a revisatildeo de diretrizes e normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o

Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e o Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

(PACS) Brasiacutelia DF 2007 71p

9 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

operacionais dos Pactos pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo Ministeacuterio da Sa-

uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

trole dos cacircnceres do colo do uacutetero e da mama Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Depar-

tamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndashBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a 132p

43

11 CANDELLA CLM RUGGIERO CM ARAYA MES SILVA RV Assistecircncia

de enfermagem agrave mulher no climateacuterio Revista da Escola de Enfermagem da USP

19951(29) 47-58 abr

12 CANOLETTI B Trabalho em equipe de sauacutede e de enfermagem anaacutelise sistemaacutetica

da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Satildeo Paulo Universi-

dade de Satildeo Paulo 2008

13 CERVO AL BERVIAN PA Metodologia cientiacutefica 4 ed Satildeo Paulo Makron

Books 1996

14 CHIRELLI MQ PEREIRA MJB O Trabalho Cotidiano Da Enfermeira Na Sauacutede

Da Famiacutelia Utilizaccedilatildeo De Ferramentas Da Gestatildeo Texto Contexto Enfermagem Flo-

rianoacutepolis 200918(2) 313-20 abrjun

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teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 19: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

18

Benito amp Becker (2007) em pesquisa sobre as atitudes gerenciais dos enfermeiros na

ESF destacaram atraveacutes dos profissionais informantes que eram membros das equipes atitu-

des qualitativas dos Enfermeiros de ESF como ser justos intermediarem e resolverem confli-

tos entre profissionais usuaacuterios e representantes da gestatildeo apresentarem poder de negocia-

ccedilatildeo estarem abertos a mudanccedilas possuiacuterem em sua praacutetica atitudes de escuta buscarem pela

promoccedilatildeo de iniciativas e autonomia da equipe e dos usuaacuterios contribuiacuterem com o seu conhe-

cimento para o desenvolvimento do grupo capacidade de planejamento e desenvolvimento de

accedilotildees conjuntas e prestarem o cuidado centrado na famiacutelia com compromisso e responsabili-

dade

Os resultados desses estudos apresentam o papel diferenciado que o Enfermeiro vem

exercendo nas equipes da ESF corroborando para a sua importacircncia nesse campo de atuaccedilatildeo

Destacam as caracteriacutesticas do trabalhador de enfermagem e a incorporaccedilatildeo de novos arranjos

de poderes e saberes necessaacuterios para o delineamento do perfil desse profissional de forma

comprometida agraves diretrizes da ESF e ao fortalecimento do SUS

19

12 O CLIMATEacuteRIO DESAFIO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO

PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

A populaccedilatildeo feminina brasileira totaliza mais de 98 milhotildees e aproximadamente 30

milhotildees se encontram na faixa etaacuteria de 35 a 65 anos Esses dados revelam que 32 das mu-

lheres do Brasil estatildeo na faixa etaacuteria em que ocorre o climateacuterio (BRASIL 2008)

Coelho amp Porto (2009) definem climateacuterio como

[] periacuteodo de transiccedilatildeo entre as fases reprodutivas e natildeo reprodutivas da mulher

Comeccedila por volta dos 40 anos podendo estender-se ateacute os 55 anos ou mais Durante

esses anos acontece a uacuteltima menstruaccedilatildeo definida como menopausa [] (Coelho

amp Porto 2009 p76)

Ressalta-se que esse periacuteodo eacute uma fase bioloacutegica natural da vida e natildeo um processo

patoloacutegico Eacute reconhecido como uma fase do ciclo vital feminino em que ocorrem intensas

transformaccedilotildees na maneira da mulher ser e estar no mundo modificando sua compreensatildeo

frente ao fenocircmeno existencial (LIMA amp ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI

2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008

BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009)

Dessa maneira o periacuteodo do climateacuterio eacute resultado tanto da deficiecircncia hormonal co-

mo de fatores socioculturais e psicoloacutegicos decorre no processo de envelhecimento feminino

sendo marcado pela menopausa A menopausa destaca-se como momento pontual do climateacute-

rio consiste na interrupccedilatildeo permanente da menstruaccedilatildeo e decorre apoacutes 12 meses de amenor-

reacuteia em momento da perda da atividade folicular ovariana (LIMA amp ANGELO 2001

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA

JESUS MERINGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009)

Outro aspecto a ser considerado no climateacuterio aleacutem da faixa etaacuteria eacute um conjunto de

sintomas que acometem parte das mulheres Esses sintomas podem se manifestar enquanto

mudanccedilas sutis ou acentuadas que englobam desde anguacutestia fogachos e irritaccedilotildees ateacute san-

gramentos intermitentes de alto fluxo A sintomatologia em geral acarreta desconforto que se

acentuam de acordo com o enfrentamento desse ciclo pelas mulheres e a consistecircncia da rede

de apoio que se insere Contudo o iniacutecio e teacutermino do climateacuterio satildeo varaacuteveis de acordo com

as caracteriacutesticas individuais da pessoa e estaacute associado a fatores hereditaacuterios raciais socioe-

conocircmicos e demais determinantes do processo de vida subjetivo feminino (LIMA amp

20

ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009)

Neste cenaacuterio de transformaccedilotildees soacutecio-emocionais acentuados pela percepccedilatildeo do en-

velhecimento e limite da vida faz-se necessaacuterio a implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que bus-

quem a promoccedilatildeo da sauacutede da mulher e o fomento de cuidados para que vivenciem essa expe-

riecircncia de maneira mais amena mediante ao turbilhatildeo existencial que lhes permeia esse recor-

te da vida

Ao se abordar as questotildees que envolvem a sauacutede da mulher eacute necessaacuteria a discussatildeo

de aspectos poliacuteticos e histoacutericos que envolvem essa temaacutetica no Brasil em especial por se

tratarem de resultados de uma luta que envolve conquista do gecircnero (BRASIL 2004

BRASIL 2006a COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp

LUCCHESE 2010)

O movimento feminino pela luta de seus direitos que ultrapassam os direitos da sauacutede

hegemocircnica e se convergem aos direitos de cidadania precede a promulgaccedilatildeo do SUS Na

sauacutede o marco histoacuterico dos resultados desse movimento ocorreu na deacutecada de 80 atraveacutes do

Programa de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PAISM) Esse programa evidenciou a ne-

cessidade de mudanccedilas na abordagem das mulheres nos serviccedilos de sauacutede que ultrapassassem

o foco do ciclo graviacutedico-puerperal em busca de sua visatildeo subjetiva e integral Entretanto

apesar do discurso da integralidade na praacutetica o PAISM atuou de forma hegemocircnica buscan-

do a resoluccedilatildeo dos problemas referentes agrave sauacutede reprodutiva e na reduccedilatildeo da mortalidade ma-

terna (BRASIL 2004 BRASIL 2006 COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Encontra-se em vigor atualmente implementado pelo Ministeacuterio da Sauacutede uma estra-

teacutegia poliacutetica e tecnoloacutegica para a renovaccedilatildeo da abordagem a sauacutede da mulher a Poliacutetica Na-

cional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PNAISM) e descreve

[] Considerando que a sauacutede da mulher eacute uma prioridade deste governo o Ministeacute-

rio da Sauacutede lanccedilou em 2004 a ldquoPoliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da

Mulher ndash Princiacutepios e Diretrizesrdquo (PNAISM) em parceria com diversos setores da

sociedade com o compromisso de implementar accedilotildees de sauacutede que contribuam para

a garantia dos direitos humanos das mulheres e reduzam a morbimortalidade por

causas preveniacuteveis e evitaacuteveis Essa Poliacutetica incorpora num enfoque de gecircnero a in-

tegralidade e a promoccedilatildeo da sauacutede como princiacutepios norteadores e busca consolidar

os avanccedilos no campo dos direitos sexuais e reprodutivos com ecircnfase na melhoria da

atenccedilatildeo obsteacutetrica no planejamento familiar na atenccedilatildeo ao abortamento inseguro e

no combate agrave violecircncia domeacutestica e sexual Agrega tambeacutem a prevenccedilatildeo e o trata-

mento de mulheres vivendo com HIVAIDS e as portadoras de doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis e de cacircncer Aleacutem disso amplia as accedilotildees para grupos historicamente

alijados das poliacuteticas puacuteblicas nas suas especificidades e necessidades []

(BRASIL 2006a p13)

21

Outro avanccedilo relevante para a sauacutede da mulher integra-se na Portaria 399GM de 22

de fevereiro de 2006 que institui o Pacto Pela Vida O pacto define-se como um conjunto de

reformas institucionais do SUS entre as trecircs esferas de gestatildeo ndash Uniatildeo estados e municiacutepios ndash

com o objetivo de promover inovaccedilotildees nos processos e nos instrumentos de gestatildeo visando a

alcanccedilar maior efetividade eficiecircncia e qualidade das respostas do SUS O Pacto redefine as

responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo e a bus-

ca da equumlidade social (BRASIL 2006b)

Jaacute no cenaacuterio dos serviccedilos da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a Poliacutetica Nacional de Aten-

ccedilatildeo Baacutesica estabelece grupos vulneraacuteveis e prioritaacuterios para a organizaccedilatildeo da assistecircncia A

sauacutede da mulher integra esse grupo corroborando para a efetivaccedilatildeo das poliacuteticas supracitadas

e considerando a abordagem da mulher pela importacircncia da implementaccedilatildeo da praacutetica dife-

renciada e inovadora do PSF (BRASIL 2007)

Poreacutem diversos autores contribuem na anaacutelise da atenccedilatildeo agrave sauacutede da mulher ao identi-

ficarem a fragilidade da assistecircncia prestada chegando a concluir que os problemas atuais de

sauacutede da mulher estatildeo relacionados agrave qualidade dessa assistecircncia e a desqualificaccedilatildeo dos pro-

fissionais que promovem essa intervenccedilatildeo (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA

SILVA amp SIQUEIRA 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Essa realidade se potencializa quando a assistecircncia se refere agraves mulheres no climateacuterio

Existe uma lacuna na abordagem cotidiana do trabalho das equipes de sauacutede sobre o que e

como prestarem assistecircncia a essa demanda cada vez mais emergente Eacute urgente a necessidade

de se utilizar e integrar todos os campos do saber da sauacutede e suas interfaces para o enfrenta-

mento dessa realidade (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004 GONCcedilALVES amp

MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA

GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Considerando o potencial apresentado nesse trabalho sobre o papel do Enfermeiro nas

equipes de atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede o presente estudo interroga como a produccedilatildeo do conhe-

cimento de Enfermagem sobre a temaacutetica de assistecircncia a mulheres climateacutericas pode colabo-

rar para a implementaccedilatildeo de um cuidado integral e de qualidade a esse grupo na estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Analisar a produccedilatildeo de conhecimento de Enfermagem sobre a mulher climateacuterica e

suas contribuiccedilotildees para a atuaccedilatildeo da equipe da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia - ESF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Realizar o levantamento da produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assis-

tecircncia agrave mulher no climateacuterio

Caracterizar a produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assistecircncia agrave mu-

lher no climateacuterio

Apontar como os resultados da anaacutelise dessa produccedilatildeo cientiacutefica podem contribuir pa-

ra a atuaccedilatildeo da equipe de ESF sobre a temaacutetica

3 METOacuteDO DA PESQUISA

A pesquisa em sauacutede segundo Leopardi (2002) natildeo eacute somente uma incorporaccedilatildeo de

conteuacutedo cientiacutefico ao saber cotidiano eacute um aprender a perceber sentir e a pensar Essas con-

sideraccedilotildees acrescentam para as pesquisas em sauacutede um conhecer sobre o que ocorre no corpo

dos indiviacuteduos na sua luta diaacuteria pela sobrevivecircncia e as relaccedilotildees subjetivas de cada ser hu-

mano

Dentro desse contexto eacute evidenciado um direcionamento metodoloacutegico com a finali-

dade de conhecer as concepccedilotildees e caracteriacutesticas sobre a temaacutetica em estudo presentes na

literatura Trata-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva por revisatildeo bibliograacutefica de anaacute-

lise integrativa

Esse estudo foi realizado com base na pesquisa bibliograacutefica Para Duarte amp Furtado

(2002) esse tipo de pesquisa eacute realizado a partir de levantamentos da produccedilatildeo cientiacutefica

presente em diferentes apresentaccedilotildees como livros artigos cientiacuteficos dissertaccedilotildees teses den-

tre outros Cervo amp Bervian (1996) ressaltam que esse tipo de pesquisa procura explicar um

problema a partir de referecircncias pela analise de suas contribuiccedilotildees culturais ou cientiacuteficas

existentes acerca de determinado assunto

Jaacute o cunho exploratoacuterio desse estudo se define pela descoberta de ideacuteias que propor-

cionaram familiaridade com o problema tornando-o mais expliacutecito com a possibilidade de

fomento a outras hipoacuteteses (DUARTE amp FURTADO 2002 LEOPARDI 2002 HULLEY et

al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

O caraacuteter descritivo dessa pesquisa ocorre na definiccedilatildeo das caracteriacutesticas do fenocircme-

no a ser estudado e suas relaccedilotildees mediante aos objetivos propostos (GIL 1996 OLIVEIRA

1999) Nesse sentido o trabalho descritivo abrange aspectos amplificados do contexto social

Assim eacute possiacutevel o niacutevel de anaacutelise da temaacutetica sobre diferentes formas aleacutem de sua ordena-

ccedilatildeo e sua classificaccedilatildeo

As revisotildees de literatura necessitam de alguns padrotildees que assegurem sua qualidade

metodoloacutegica como utilizaccedilatildeo de meacutetodos para assegurar a anaacutelise precisa e objetiva anaacutelise

da teoria resultados meacutetodos sujeitos e variaacuteveis de estudo fornecer ao leitor o maacuteximo de

informaccedilotildees possiacuteveis sobre estudos revisados e natildeo apenas os principais (HULLEY et al

2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Dessa forma realizou-se um estudo de revisatildeo da literatura cientiacutefica visando avaliar

um conjunto de dados simultacircneos a partir de estudos primaacuterios selecionados previamente

24

que investigam uma mesma questatildeo (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER

2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

A questatildeo do estudo eacute o primeiro passo para o iniacutecio da revisatildeo bibliograacutefica O Se-

gundo passo consiste em definir a seleccedilatildeo dos estudos sendo o mais indicado as bases de da-

dos eletrocircnicas O terceiro passo eacute a avaliaccedilatildeo criacutetica dos estudos em que se utilizam criteacuterios

para validar os estudos selecionados atraveacutes de uma avaliaccedilatildeo criacutetica dos pesquisadores O

quarto passo consiste na coleta dos dados em que se caracterizam os estudos levantados e de-

terminam suas possibilidades de comparaccedilatildeo O quinto passo eacute a analise e apresentaccedilatildeo dos

dados com agrupamento de estudos semelhantes O sexto passo eacute a determinaccedilatildeo da forccedila

dos resultados e das evidencias encontradas delineando claramente os benefiacutecios e riscos do

achado Uma vez publicada a revisatildeo poderaacute sofrer criacuteticas e sugestotildees que poderatildeo ser in-

corporadas em novos estudos sobre a temaacutetica (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005

ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Para o delineamento do estudo foi definida como questatildeo norteadora como a produ-

ccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede da mulher climateacuterica pode contribuir pa-

ra a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede da famiacutelia

A partir da questatildeo dessa investigaccedilatildeo foram considerados estudos que abordassem a

assistecircncia ao climateacuterio por Enfermeiros A amostra foi do tipo natildeo-probabiliacutestica de conve-

niecircncia constituiacuteda por publicaccedilotildees nacionalmente indexadas sobre a temaacutetica O descritor

utilizado foi ldquoClimateacuteriordquo e a opccedilatildeo pelo natildeo cruzamento de demais descritores foi devida a

escolha da fonte de busca

A fonte de busca orientou-se por base eletrocircnica restrita a produccedilatildeo do conhecimento

nacional e de liacutengua portuguesa que correspondesse a publicaccedilotildees em perioacutedicos de Enfer-

magem demonstrando proximidade com a questatildeo norteadora A busca dos artigos foi reali-

zada no periacuteodo de outubro de 2009 a janeiro de 2010

Adotou-se como criteacuterios de exclusatildeo publicaccedilotildees cujo o cenaacuterio de desenvolvimento

natildeo fossem a Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede eou ESF Ressalta-se que o recorte temporal para

busca das publicaccedilotildees considerou apenas o limite final do periacuteodo o ano de 2009 buscando

amplificar o periacuteodo de iniacutecio da produccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico dessa temaacutetica e assim

natildeo diminuir a sensibilidade das buscas

Foi utilizada a Base de Dados de Enfermagem (BDENF) presente na Biblioteca Vir-

tual em Sauacutede BIREME atraveacutes do siacutetio eletrocircnico httpbasesbiremebrcgi-

binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampbase=BDENFamplang=p

25

O Centro Latino-Americano e do Caribe de Informaccedilatildeo em Ciecircncias da Sauacutede tam-

beacutem conhecido pelo seu nome original Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) eacute um

centro especializado da Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Organizaccedilatildeo Mundial da Sa-

uacutede (OPASOMS) orientado agrave cooperaccedilatildeo teacutecnica em informaccedilatildeo cientiacutefica em sauacutede A sede

da BIREME estaacute localizada no Brasil no campus central Universidade Federal de Satildeo Paulo

(UNIFESP) desde a sua criaccedilatildeo em 1967 segundo acordo da OPASOMS com o Governo do

Brasil

A BDENF apresenta informaccedilotildees compostas pela literatura teacutecnico-cientiacutefica brasilei-

ra em Enfermagem Eacute coordenada pela Escola de Enfermagem da Universidade de Minas

Gerais e por demais Centros Cooperantes da rede BVSENFERMAGEM A composiccedilatildeo des-

sa biblioteca eletrocircnica apresenta perioacutedicos teses livros capiacutetulos de livros anais de con-

gressos ou conferecircncias relatoacuterios teacutecnico-cientiacuteficos e publicaccedilotildees governamentais

No desenvolvimento da revisatildeo integrativa foram selecionados artigos apoacutes a identifi-

caccedilatildeo de todas as publicaccedilotildees a partir do descritor utilizado Procedeu-se analise para caracte-

rizaccedilatildeo dos estudos e preacute-seleccedilatildeo quanto a sua pertinecircncia a pergunta norteadora

Essa etapa foi realizada separadamente por dois revisores sendo a pesquisadora dessa

investigaccedilatildeo e a sua orientadora Os passos utilizados para a caracterizaccedilatildeo dos artigos e a

verificaccedilatildeo de sua aproximaccedilatildeo com a questatildeo norteadora foram a leitura aprofundada de

cada artigo a segregaccedilatildeo dos mesmos quanto agrave aproximaccedilatildeo da questatildeo norteadora e a cate-

gorizaccedilatildeo desses conforme os criteacuterios metodoloacutegicos estabelecidos

Posteriormente ocorreu consenso entre a autora e a orientadora com o objetivo de de-

cidir a inclusatildeo e a exclusatildeo dos artigos preacute-selecionados e avaliados a fim de se garantir

maior seguranccedila na seleccedilatildeo

Para a anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por nuacutemeros absolutos e

frequencias Os elementos de caracterizaccedilatildeo dos perioacutedicos foram

Total de artigos identificados na busca conforme fonte

Identificaccedilatildeo de artigos repetidos

Exclusatildeo de artigos

Inclusatildeo de artigos para a revisatildeo sistemaacutetica

Quanto aos estudos incluiacutedos por aproximaccedilatildeo para com a questatildeo norteadora analisa-

ram-se os seguintes aspectos

Siacutentese panoracircmica do conteuacutedo e da analise dos artigos incluiacutedos

Delineamento da Investigaccedilatildeo (metodologia)

26

Ano de publicaccedilatildeo

Perioacutedico de publicaccedilatildeo

Consideraccedilotildees apresentadas agrave temaacutetica em estudo

Objetivando facilitar a leitura e a identificaccedilatildeo dos artigos optou-se pela atribuiccedilatildeo do

coacutedigo E(n) para os artigos excluiacutedos e I(n) para os artigos incluiacutedos na revisatildeo sistemaacutetica

Conforme os resultados identificados foi calculado o iacutendice de KAPPA (K) Esse iacuten-

dice corresponde a uma medida de concordacircncia usada em escalas nominais que fornece a

ideacuteia do quanto as observaccedilotildees se afastam daquelas esperadas fruto do acaso indican-

do assim o quatildeo legiacutetimas as interpretaccedilotildees satildeo (CANOLETTI 2008)

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A anaacutelise da revisatildeo sistemaacutetica iniciou com a descriccedilatildeo dos artigos encontrados se-

guindo com a descriccedilatildeo daqueles excluiacutedos do processo de revisatildeo sistemaacutetica e por fim foi

analisada a aproximaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos com o questionamento norteador

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF

Os registros sobre climateacuterio no BDENF totalizaram 26 conforme descritor utilizado

poreacutem dentre os trabalhos havia um que natildeo se enquadrava como perioacutedico e foi excluiacutedo da

lista totalizando 25 artigos Ressalta-se que natildeo houve obtenccedilatildeo de artigos por busca manual

Na Tabela 1 verifica-se o total de estudos encontrados na busca realizada conforme perioacutedi-

cos

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo

perioacutedicos

BDENF - Banco de Dados de Enfermagem N

Revista Gauacutecha de Enfermagem 2

Revista Enfermagem UERJ 5

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 1

Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 4

Revista da Escola de Enfermagem da USP 2

Acta Paulista de Enfermagem 1

Nursing (Satildeo Paulo) 2

Revista Brasileira de Enfermagem 3

Biblioteca J Baeta Vianna 1

Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 1

Revista Paulista de Enfermagem 1

Texto amp Contexto Enfermagem 2

Total 25

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Quanto ao ano de publicaccedilotildees dos artigos selecionados observou-se que o periacuteodo de

publicaccedilatildeo inicia-se em 1985 e finaliza no ano de 2009 como mostra a Tabela 2

28

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano

de publicaccedilatildeo

Ano de publicaccedilatildeo Nordm de Estudos

2009 2 8

2008 1 4

2007 2 8

2006 1 4

2005 4 16

2004 3 12

2002 4 16

2000 3 12

1997 1 4

1996 1 4

1995 1 4

1985 2 8

TOTAL 25 100

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Nota-se que apesar de haver nesta revisatildeo sistemaacutetica trabalhos datados de 1985 a

discussatildeo do tema soacute ampliou entre 15 e 20 anos depois o que reforccedila a ideacuteia de que haacute uma

preocupaccedilatildeo crescente para com essa temaacutetica na atenccedilatildeo baacutesica no intuito de melhorar os

serviccedilos prestados

Vale ressaltar que criaccedilatildeo do SUS em 1988 e posteriormente a ESF regulamentada em

1994 contribuiacuteram para o fortalecimento da atenccedilatildeo primaacuteria e consequentemente impulsio-

nando as pesquisas na aacuterea

Analisando esta tabela percebe-se que no periacuteodo de 2000 a 2005 foram identificados

o maior nuacutemero de publicaccedilotildees referentes ao assunto 56 (n = 14) indicando o crescimento

do interesse do estudo deste assunto A concentraccedilatildeo de estudos nesse intervalo de tempo os

caracteriza como sendo recentes jaacute que foram elaborados haacute menos de 10 anos

Os resumos dos 25 registros localizados foram lidos e a partir da leitura foram sele-

cionados aqueles cujo tiacutetulo eou resumo colocavam a assistecircncia ao climateacuterio na atenccedilatildeo

primaacuteria como objeto de estudo ou como uma de suas questotildees centrais de anaacutelise Posteri-

ormente foram identificados os artigos repetidos (n = 3) descartando-os

Dos 22 artigos selecionados a Revista Enfermagem UERJ apresentou a maior quanti-

dade de publicaccedilotildees totalizando 20 (n = 5)

Apoacutes avaliaccedilatildeo dos tiacutetulos leitura dos resumos e anaacutelise dos artigos integralmente ve-

rificou-se que 364 (n = 8) apresentaram pertinecircncia agrave questatildeo norteadora da pesquisa sen-

do 25 (n = 2) destes artigos oriundos da Revista Enfermagem UERJ e 25 (n = 2) da Es-

cola Ana Nery Revista de Enfermagem As demais revistas apresentaram 125 (n = 1) dos

29

artigos pertinentes cada uma Os estudos excluiacutedos da revisatildeo integrativa perfizeram 636

(n = 14)

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA

Em relaccedilatildeo aos artigos excluiacutedos observa-se sua descriccedilatildeo no Quadro 1

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E1

ZAMPIERI M de F M

TAVARES C M A

HAMES M de L C

FALCON G S

SILVA A L de

GONCcedilALVES L T

O processo de viver e ser

saudaacutevel das mulheres no

climateacuterio

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2009

E2

ALMEIDA L H R B de

LUZ M H B A

MONTEIRO C F de S

Ser mulher no climateacuterio

uma anaacutelise compreensiva

pela enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

E3 NIEVAS A F

FUREGATO A R F

Depressatildeo em mulheres no

climateacuterio

Revista Gauacutecha de

Enfermagem 2006

E4 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

Vivenciando o climateacuterio o

corpo em seu percurso exis-

tencial agrave luz da Fenomenolo-

gia

Revista Enferma-

gem UERJ 2005

E5

FERNANDEZ M R

GIR E

HAYASHIDA M

Sexualidade no periacuteodo

climateacuterico situaccedilotildees vi-

venciadas pela mulher

Revista da Esco-

la de Enferma-

gem da USP

2005

E6 BIFFI E F de A

SCATENA M C M

Sauacutede Mental e climateacuterio

na perspectiva de mulheres

profissionais de sauacutede

Revista Enfer-

magem UERJ 2004

30

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E7 MILANEZ M R de

M NERY I S

Percepccedilatildeo das mulheres

sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de en-

fermagem

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2004

E8 MURATA I M H

SCHIRMER J

Manifestaccedilotildees biopsicogecirc-

nicos decorrentes do clima-

teacuterio entre trabalhadoras de

uma universidade puacuteblica

Acta Paulista de

enfermagem 2004

E9 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

O climateacuterio a corporeida-

de como berccedilo das experi-

ecircncias do vivido

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

2002

E10

MURATA I M H

BERCINI L O

SCHIRMER J

Auto-cuidado na prevenccedilatildeo

do cacircncer de colo de uacutetero

e cacircncer de mama compa-

raccedilatildeo entre mulheres natildeo

climateacutericas e climateacutericas

Biblioteca J

Baeta Vianna 2000

E11

LOPES M E L

BATISTA P S de S

COSTA Se F G da

SOARES M S de

Orientaccedilotildees de enferma-

gem agrave mulher climateacuterica

quanto agrave terapia de reposi-

ccedilatildeo hormonal uma abor-

dagem eacutetica

Revista da Rede de

Enfermagem do

Nordeste

2000

E12 DAOUD I G

SANTANA M da G

Construccedilatildeo de um processo

educativo com um grupo de

mulheres climateacutericas

Texto amp Contexto

Enfermagem 2000

E13 LANDERDAHL M C

Buscando novas maneiras

de pensar o climateacuterio fe-

minino

Texto amp contexto

enfermagem 1997

E14 NERY I S Perfil do atendimento agrave

mulher no climateacuterio

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

1996

31

Em geral os estudos excluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (E1 E6 E8 e E10) que correspondem

a 286 (n = 4)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (E3 E4 E5 E7 E8 E9 e

E13) somando 50 (n = 6)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (E2 E11 E12 e E14) o que resulta em 286 (n =

4)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 71 (n = 1) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas por

profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educativo (E11)

Percebe-se que dois dos artigos excluiacutedos se enquadram em mais de uma dimensatildeo apre-

sentada na anaacutelise feita acima

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os artigos incluiacutedos foram estudados sistematicamente de modo a extrair de cada um

as concepccedilotildees e respectivas caracteriacutesticas do trabalho em equipe as quais foram discutidas agrave

luz do referencial teoacuterico que embasa este estudo qual seja a assistecircncia ao climateacuterio pela

equipe de sauacutede

A amostra definitiva dos artigos incluiacutedos para a revisatildeo sistemaacutetica portanto foram

oito artigos apresentados a seguir no Quadro 2

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

I1 PEREIRA Q L C

SIQUEIRA H C H de

O olhar dos responsaacuteveis

pela poliacutetica de sauacutede da

mulher climateacuterica

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

2009

I2

OLIVEIRA D M de

JESUS M C P de

MERIGHI M A B

O climateacuterio sob a oacutetica de

mulheres assistidas em uma

unidade de sauacutede da famiacutelia

de Juiz de Fora - Minas Ge-

rais

Revista de A-

tenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede

2008

32

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

I3 LIMA E C

VARGENS O M da C

O significado de climateacuterio

para as mulheres implicaccedilotildees

para o cuidado de enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

I4

PIAZZA I P

DE LORENZI D R S

SACILOTO B

Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacuteri-

cas atendidas em um PSF

Revista Gauacutecha

de Enfermagem 2005

I5 LANDERDAH M C

Mulher climateacuterica uma abor-

dagem necessaacuteria ao niacutevel de

atenccedilatildeo baacutesica

Nursing (Satildeo

Paulo) 2002

I6 DAOUD I G

Encontros e desencontros das

mulheres climateacutericas que

buscam assistecircncia em serviccedilo

do Sistema Uacutenico de Sauacutede

Revista Enferma-

gem UERJ 2002

I7

CANDELLA C L M

RUGGIERO C M

ARAYA M E S SILVA

R V

Assistecircncia de enfermagem agrave

mulher no climateacuterio

Revista da Escola

de Enfermagem

da USP

1995

I8 VARGENS O M da C O casal no climateacuterio orienta-

ccedilatildeo de enfermagem

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

1985

Os estudos incluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (I4) que correspondem a

125 (n = 1)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (I2 I3) somando

25 (n = 2)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (I1 I5 I6 I7 e I8) o que resulta em 625

(n = 5)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 25 (n = 2) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas

por profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educati-

vo (I7 e I8)

Assim nota-se que a maioria dos estudos incluiacutedos 625 (n = 5) faz menccedilatildeo agrave assis-

tecircncia em sauacutede prestada a essas clientes evidenciando-se uma maior discussatildeo do tema asso-

ciado agrave melhoria dos serviccedilos prestados na atenccedilatildeo baacutesica

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

1 ALMEIDA LHRB LUZ MHBA MONTEIRO CFS Ser mulher no climateacute-

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8 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Portaria nordm

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cendo a revisatildeo de diretrizes e normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o

Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e o Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

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9 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

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uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

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43

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66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

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67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

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69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

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70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 20: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

19

12 O CLIMATEacuteRIO DESAFIO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO

PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

A populaccedilatildeo feminina brasileira totaliza mais de 98 milhotildees e aproximadamente 30

milhotildees se encontram na faixa etaacuteria de 35 a 65 anos Esses dados revelam que 32 das mu-

lheres do Brasil estatildeo na faixa etaacuteria em que ocorre o climateacuterio (BRASIL 2008)

Coelho amp Porto (2009) definem climateacuterio como

[] periacuteodo de transiccedilatildeo entre as fases reprodutivas e natildeo reprodutivas da mulher

Comeccedila por volta dos 40 anos podendo estender-se ateacute os 55 anos ou mais Durante

esses anos acontece a uacuteltima menstruaccedilatildeo definida como menopausa [] (Coelho

amp Porto 2009 p76)

Ressalta-se que esse periacuteodo eacute uma fase bioloacutegica natural da vida e natildeo um processo

patoloacutegico Eacute reconhecido como uma fase do ciclo vital feminino em que ocorrem intensas

transformaccedilotildees na maneira da mulher ser e estar no mundo modificando sua compreensatildeo

frente ao fenocircmeno existencial (LIMA amp ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI

2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008

BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009)

Dessa maneira o periacuteodo do climateacuterio eacute resultado tanto da deficiecircncia hormonal co-

mo de fatores socioculturais e psicoloacutegicos decorre no processo de envelhecimento feminino

sendo marcado pela menopausa A menopausa destaca-se como momento pontual do climateacute-

rio consiste na interrupccedilatildeo permanente da menstruaccedilatildeo e decorre apoacutes 12 meses de amenor-

reacuteia em momento da perda da atividade folicular ovariana (LIMA amp ANGELO 2001

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA 2008 OLIVEIRA

JESUS MERINGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009)

Outro aspecto a ser considerado no climateacuterio aleacutem da faixa etaacuteria eacute um conjunto de

sintomas que acometem parte das mulheres Esses sintomas podem se manifestar enquanto

mudanccedilas sutis ou acentuadas que englobam desde anguacutestia fogachos e irritaccedilotildees ateacute san-

gramentos intermitentes de alto fluxo A sintomatologia em geral acarreta desconforto que se

acentuam de acordo com o enfrentamento desse ciclo pelas mulheres e a consistecircncia da rede

de apoio que se insere Contudo o iniacutecio e teacutermino do climateacuterio satildeo varaacuteveis de acordo com

as caracteriacutesticas individuais da pessoa e estaacute associado a fatores hereditaacuterios raciais socioe-

conocircmicos e demais determinantes do processo de vida subjetivo feminino (LIMA amp

20

ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009)

Neste cenaacuterio de transformaccedilotildees soacutecio-emocionais acentuados pela percepccedilatildeo do en-

velhecimento e limite da vida faz-se necessaacuterio a implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que bus-

quem a promoccedilatildeo da sauacutede da mulher e o fomento de cuidados para que vivenciem essa expe-

riecircncia de maneira mais amena mediante ao turbilhatildeo existencial que lhes permeia esse recor-

te da vida

Ao se abordar as questotildees que envolvem a sauacutede da mulher eacute necessaacuteria a discussatildeo

de aspectos poliacuteticos e histoacutericos que envolvem essa temaacutetica no Brasil em especial por se

tratarem de resultados de uma luta que envolve conquista do gecircnero (BRASIL 2004

BRASIL 2006a COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp

LUCCHESE 2010)

O movimento feminino pela luta de seus direitos que ultrapassam os direitos da sauacutede

hegemocircnica e se convergem aos direitos de cidadania precede a promulgaccedilatildeo do SUS Na

sauacutede o marco histoacuterico dos resultados desse movimento ocorreu na deacutecada de 80 atraveacutes do

Programa de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PAISM) Esse programa evidenciou a ne-

cessidade de mudanccedilas na abordagem das mulheres nos serviccedilos de sauacutede que ultrapassassem

o foco do ciclo graviacutedico-puerperal em busca de sua visatildeo subjetiva e integral Entretanto

apesar do discurso da integralidade na praacutetica o PAISM atuou de forma hegemocircnica buscan-

do a resoluccedilatildeo dos problemas referentes agrave sauacutede reprodutiva e na reduccedilatildeo da mortalidade ma-

terna (BRASIL 2004 BRASIL 2006 COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Encontra-se em vigor atualmente implementado pelo Ministeacuterio da Sauacutede uma estra-

teacutegia poliacutetica e tecnoloacutegica para a renovaccedilatildeo da abordagem a sauacutede da mulher a Poliacutetica Na-

cional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PNAISM) e descreve

[] Considerando que a sauacutede da mulher eacute uma prioridade deste governo o Ministeacute-

rio da Sauacutede lanccedilou em 2004 a ldquoPoliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da

Mulher ndash Princiacutepios e Diretrizesrdquo (PNAISM) em parceria com diversos setores da

sociedade com o compromisso de implementar accedilotildees de sauacutede que contribuam para

a garantia dos direitos humanos das mulheres e reduzam a morbimortalidade por

causas preveniacuteveis e evitaacuteveis Essa Poliacutetica incorpora num enfoque de gecircnero a in-

tegralidade e a promoccedilatildeo da sauacutede como princiacutepios norteadores e busca consolidar

os avanccedilos no campo dos direitos sexuais e reprodutivos com ecircnfase na melhoria da

atenccedilatildeo obsteacutetrica no planejamento familiar na atenccedilatildeo ao abortamento inseguro e

no combate agrave violecircncia domeacutestica e sexual Agrega tambeacutem a prevenccedilatildeo e o trata-

mento de mulheres vivendo com HIVAIDS e as portadoras de doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis e de cacircncer Aleacutem disso amplia as accedilotildees para grupos historicamente

alijados das poliacuteticas puacuteblicas nas suas especificidades e necessidades []

(BRASIL 2006a p13)

21

Outro avanccedilo relevante para a sauacutede da mulher integra-se na Portaria 399GM de 22

de fevereiro de 2006 que institui o Pacto Pela Vida O pacto define-se como um conjunto de

reformas institucionais do SUS entre as trecircs esferas de gestatildeo ndash Uniatildeo estados e municiacutepios ndash

com o objetivo de promover inovaccedilotildees nos processos e nos instrumentos de gestatildeo visando a

alcanccedilar maior efetividade eficiecircncia e qualidade das respostas do SUS O Pacto redefine as

responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo e a bus-

ca da equumlidade social (BRASIL 2006b)

Jaacute no cenaacuterio dos serviccedilos da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a Poliacutetica Nacional de Aten-

ccedilatildeo Baacutesica estabelece grupos vulneraacuteveis e prioritaacuterios para a organizaccedilatildeo da assistecircncia A

sauacutede da mulher integra esse grupo corroborando para a efetivaccedilatildeo das poliacuteticas supracitadas

e considerando a abordagem da mulher pela importacircncia da implementaccedilatildeo da praacutetica dife-

renciada e inovadora do PSF (BRASIL 2007)

Poreacutem diversos autores contribuem na anaacutelise da atenccedilatildeo agrave sauacutede da mulher ao identi-

ficarem a fragilidade da assistecircncia prestada chegando a concluir que os problemas atuais de

sauacutede da mulher estatildeo relacionados agrave qualidade dessa assistecircncia e a desqualificaccedilatildeo dos pro-

fissionais que promovem essa intervenccedilatildeo (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA

SILVA amp SIQUEIRA 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Essa realidade se potencializa quando a assistecircncia se refere agraves mulheres no climateacuterio

Existe uma lacuna na abordagem cotidiana do trabalho das equipes de sauacutede sobre o que e

como prestarem assistecircncia a essa demanda cada vez mais emergente Eacute urgente a necessidade

de se utilizar e integrar todos os campos do saber da sauacutede e suas interfaces para o enfrenta-

mento dessa realidade (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004 GONCcedilALVES amp

MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA

GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Considerando o potencial apresentado nesse trabalho sobre o papel do Enfermeiro nas

equipes de atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede o presente estudo interroga como a produccedilatildeo do conhe-

cimento de Enfermagem sobre a temaacutetica de assistecircncia a mulheres climateacutericas pode colabo-

rar para a implementaccedilatildeo de um cuidado integral e de qualidade a esse grupo na estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Analisar a produccedilatildeo de conhecimento de Enfermagem sobre a mulher climateacuterica e

suas contribuiccedilotildees para a atuaccedilatildeo da equipe da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia - ESF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Realizar o levantamento da produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assis-

tecircncia agrave mulher no climateacuterio

Caracterizar a produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assistecircncia agrave mu-

lher no climateacuterio

Apontar como os resultados da anaacutelise dessa produccedilatildeo cientiacutefica podem contribuir pa-

ra a atuaccedilatildeo da equipe de ESF sobre a temaacutetica

3 METOacuteDO DA PESQUISA

A pesquisa em sauacutede segundo Leopardi (2002) natildeo eacute somente uma incorporaccedilatildeo de

conteuacutedo cientiacutefico ao saber cotidiano eacute um aprender a perceber sentir e a pensar Essas con-

sideraccedilotildees acrescentam para as pesquisas em sauacutede um conhecer sobre o que ocorre no corpo

dos indiviacuteduos na sua luta diaacuteria pela sobrevivecircncia e as relaccedilotildees subjetivas de cada ser hu-

mano

Dentro desse contexto eacute evidenciado um direcionamento metodoloacutegico com a finali-

dade de conhecer as concepccedilotildees e caracteriacutesticas sobre a temaacutetica em estudo presentes na

literatura Trata-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva por revisatildeo bibliograacutefica de anaacute-

lise integrativa

Esse estudo foi realizado com base na pesquisa bibliograacutefica Para Duarte amp Furtado

(2002) esse tipo de pesquisa eacute realizado a partir de levantamentos da produccedilatildeo cientiacutefica

presente em diferentes apresentaccedilotildees como livros artigos cientiacuteficos dissertaccedilotildees teses den-

tre outros Cervo amp Bervian (1996) ressaltam que esse tipo de pesquisa procura explicar um

problema a partir de referecircncias pela analise de suas contribuiccedilotildees culturais ou cientiacuteficas

existentes acerca de determinado assunto

Jaacute o cunho exploratoacuterio desse estudo se define pela descoberta de ideacuteias que propor-

cionaram familiaridade com o problema tornando-o mais expliacutecito com a possibilidade de

fomento a outras hipoacuteteses (DUARTE amp FURTADO 2002 LEOPARDI 2002 HULLEY et

al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

O caraacuteter descritivo dessa pesquisa ocorre na definiccedilatildeo das caracteriacutesticas do fenocircme-

no a ser estudado e suas relaccedilotildees mediante aos objetivos propostos (GIL 1996 OLIVEIRA

1999) Nesse sentido o trabalho descritivo abrange aspectos amplificados do contexto social

Assim eacute possiacutevel o niacutevel de anaacutelise da temaacutetica sobre diferentes formas aleacutem de sua ordena-

ccedilatildeo e sua classificaccedilatildeo

As revisotildees de literatura necessitam de alguns padrotildees que assegurem sua qualidade

metodoloacutegica como utilizaccedilatildeo de meacutetodos para assegurar a anaacutelise precisa e objetiva anaacutelise

da teoria resultados meacutetodos sujeitos e variaacuteveis de estudo fornecer ao leitor o maacuteximo de

informaccedilotildees possiacuteveis sobre estudos revisados e natildeo apenas os principais (HULLEY et al

2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Dessa forma realizou-se um estudo de revisatildeo da literatura cientiacutefica visando avaliar

um conjunto de dados simultacircneos a partir de estudos primaacuterios selecionados previamente

24

que investigam uma mesma questatildeo (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER

2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

A questatildeo do estudo eacute o primeiro passo para o iniacutecio da revisatildeo bibliograacutefica O Se-

gundo passo consiste em definir a seleccedilatildeo dos estudos sendo o mais indicado as bases de da-

dos eletrocircnicas O terceiro passo eacute a avaliaccedilatildeo criacutetica dos estudos em que se utilizam criteacuterios

para validar os estudos selecionados atraveacutes de uma avaliaccedilatildeo criacutetica dos pesquisadores O

quarto passo consiste na coleta dos dados em que se caracterizam os estudos levantados e de-

terminam suas possibilidades de comparaccedilatildeo O quinto passo eacute a analise e apresentaccedilatildeo dos

dados com agrupamento de estudos semelhantes O sexto passo eacute a determinaccedilatildeo da forccedila

dos resultados e das evidencias encontradas delineando claramente os benefiacutecios e riscos do

achado Uma vez publicada a revisatildeo poderaacute sofrer criacuteticas e sugestotildees que poderatildeo ser in-

corporadas em novos estudos sobre a temaacutetica (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005

ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Para o delineamento do estudo foi definida como questatildeo norteadora como a produ-

ccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede da mulher climateacuterica pode contribuir pa-

ra a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede da famiacutelia

A partir da questatildeo dessa investigaccedilatildeo foram considerados estudos que abordassem a

assistecircncia ao climateacuterio por Enfermeiros A amostra foi do tipo natildeo-probabiliacutestica de conve-

niecircncia constituiacuteda por publicaccedilotildees nacionalmente indexadas sobre a temaacutetica O descritor

utilizado foi ldquoClimateacuteriordquo e a opccedilatildeo pelo natildeo cruzamento de demais descritores foi devida a

escolha da fonte de busca

A fonte de busca orientou-se por base eletrocircnica restrita a produccedilatildeo do conhecimento

nacional e de liacutengua portuguesa que correspondesse a publicaccedilotildees em perioacutedicos de Enfer-

magem demonstrando proximidade com a questatildeo norteadora A busca dos artigos foi reali-

zada no periacuteodo de outubro de 2009 a janeiro de 2010

Adotou-se como criteacuterios de exclusatildeo publicaccedilotildees cujo o cenaacuterio de desenvolvimento

natildeo fossem a Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede eou ESF Ressalta-se que o recorte temporal para

busca das publicaccedilotildees considerou apenas o limite final do periacuteodo o ano de 2009 buscando

amplificar o periacuteodo de iniacutecio da produccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico dessa temaacutetica e assim

natildeo diminuir a sensibilidade das buscas

Foi utilizada a Base de Dados de Enfermagem (BDENF) presente na Biblioteca Vir-

tual em Sauacutede BIREME atraveacutes do siacutetio eletrocircnico httpbasesbiremebrcgi-

binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampbase=BDENFamplang=p

25

O Centro Latino-Americano e do Caribe de Informaccedilatildeo em Ciecircncias da Sauacutede tam-

beacutem conhecido pelo seu nome original Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) eacute um

centro especializado da Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Organizaccedilatildeo Mundial da Sa-

uacutede (OPASOMS) orientado agrave cooperaccedilatildeo teacutecnica em informaccedilatildeo cientiacutefica em sauacutede A sede

da BIREME estaacute localizada no Brasil no campus central Universidade Federal de Satildeo Paulo

(UNIFESP) desde a sua criaccedilatildeo em 1967 segundo acordo da OPASOMS com o Governo do

Brasil

A BDENF apresenta informaccedilotildees compostas pela literatura teacutecnico-cientiacutefica brasilei-

ra em Enfermagem Eacute coordenada pela Escola de Enfermagem da Universidade de Minas

Gerais e por demais Centros Cooperantes da rede BVSENFERMAGEM A composiccedilatildeo des-

sa biblioteca eletrocircnica apresenta perioacutedicos teses livros capiacutetulos de livros anais de con-

gressos ou conferecircncias relatoacuterios teacutecnico-cientiacuteficos e publicaccedilotildees governamentais

No desenvolvimento da revisatildeo integrativa foram selecionados artigos apoacutes a identifi-

caccedilatildeo de todas as publicaccedilotildees a partir do descritor utilizado Procedeu-se analise para caracte-

rizaccedilatildeo dos estudos e preacute-seleccedilatildeo quanto a sua pertinecircncia a pergunta norteadora

Essa etapa foi realizada separadamente por dois revisores sendo a pesquisadora dessa

investigaccedilatildeo e a sua orientadora Os passos utilizados para a caracterizaccedilatildeo dos artigos e a

verificaccedilatildeo de sua aproximaccedilatildeo com a questatildeo norteadora foram a leitura aprofundada de

cada artigo a segregaccedilatildeo dos mesmos quanto agrave aproximaccedilatildeo da questatildeo norteadora e a cate-

gorizaccedilatildeo desses conforme os criteacuterios metodoloacutegicos estabelecidos

Posteriormente ocorreu consenso entre a autora e a orientadora com o objetivo de de-

cidir a inclusatildeo e a exclusatildeo dos artigos preacute-selecionados e avaliados a fim de se garantir

maior seguranccedila na seleccedilatildeo

Para a anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por nuacutemeros absolutos e

frequencias Os elementos de caracterizaccedilatildeo dos perioacutedicos foram

Total de artigos identificados na busca conforme fonte

Identificaccedilatildeo de artigos repetidos

Exclusatildeo de artigos

Inclusatildeo de artigos para a revisatildeo sistemaacutetica

Quanto aos estudos incluiacutedos por aproximaccedilatildeo para com a questatildeo norteadora analisa-

ram-se os seguintes aspectos

Siacutentese panoracircmica do conteuacutedo e da analise dos artigos incluiacutedos

Delineamento da Investigaccedilatildeo (metodologia)

26

Ano de publicaccedilatildeo

Perioacutedico de publicaccedilatildeo

Consideraccedilotildees apresentadas agrave temaacutetica em estudo

Objetivando facilitar a leitura e a identificaccedilatildeo dos artigos optou-se pela atribuiccedilatildeo do

coacutedigo E(n) para os artigos excluiacutedos e I(n) para os artigos incluiacutedos na revisatildeo sistemaacutetica

Conforme os resultados identificados foi calculado o iacutendice de KAPPA (K) Esse iacuten-

dice corresponde a uma medida de concordacircncia usada em escalas nominais que fornece a

ideacuteia do quanto as observaccedilotildees se afastam daquelas esperadas fruto do acaso indican-

do assim o quatildeo legiacutetimas as interpretaccedilotildees satildeo (CANOLETTI 2008)

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A anaacutelise da revisatildeo sistemaacutetica iniciou com a descriccedilatildeo dos artigos encontrados se-

guindo com a descriccedilatildeo daqueles excluiacutedos do processo de revisatildeo sistemaacutetica e por fim foi

analisada a aproximaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos com o questionamento norteador

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF

Os registros sobre climateacuterio no BDENF totalizaram 26 conforme descritor utilizado

poreacutem dentre os trabalhos havia um que natildeo se enquadrava como perioacutedico e foi excluiacutedo da

lista totalizando 25 artigos Ressalta-se que natildeo houve obtenccedilatildeo de artigos por busca manual

Na Tabela 1 verifica-se o total de estudos encontrados na busca realizada conforme perioacutedi-

cos

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo

perioacutedicos

BDENF - Banco de Dados de Enfermagem N

Revista Gauacutecha de Enfermagem 2

Revista Enfermagem UERJ 5

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 1

Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 4

Revista da Escola de Enfermagem da USP 2

Acta Paulista de Enfermagem 1

Nursing (Satildeo Paulo) 2

Revista Brasileira de Enfermagem 3

Biblioteca J Baeta Vianna 1

Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 1

Revista Paulista de Enfermagem 1

Texto amp Contexto Enfermagem 2

Total 25

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Quanto ao ano de publicaccedilotildees dos artigos selecionados observou-se que o periacuteodo de

publicaccedilatildeo inicia-se em 1985 e finaliza no ano de 2009 como mostra a Tabela 2

28

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano

de publicaccedilatildeo

Ano de publicaccedilatildeo Nordm de Estudos

2009 2 8

2008 1 4

2007 2 8

2006 1 4

2005 4 16

2004 3 12

2002 4 16

2000 3 12

1997 1 4

1996 1 4

1995 1 4

1985 2 8

TOTAL 25 100

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Nota-se que apesar de haver nesta revisatildeo sistemaacutetica trabalhos datados de 1985 a

discussatildeo do tema soacute ampliou entre 15 e 20 anos depois o que reforccedila a ideacuteia de que haacute uma

preocupaccedilatildeo crescente para com essa temaacutetica na atenccedilatildeo baacutesica no intuito de melhorar os

serviccedilos prestados

Vale ressaltar que criaccedilatildeo do SUS em 1988 e posteriormente a ESF regulamentada em

1994 contribuiacuteram para o fortalecimento da atenccedilatildeo primaacuteria e consequentemente impulsio-

nando as pesquisas na aacuterea

Analisando esta tabela percebe-se que no periacuteodo de 2000 a 2005 foram identificados

o maior nuacutemero de publicaccedilotildees referentes ao assunto 56 (n = 14) indicando o crescimento

do interesse do estudo deste assunto A concentraccedilatildeo de estudos nesse intervalo de tempo os

caracteriza como sendo recentes jaacute que foram elaborados haacute menos de 10 anos

Os resumos dos 25 registros localizados foram lidos e a partir da leitura foram sele-

cionados aqueles cujo tiacutetulo eou resumo colocavam a assistecircncia ao climateacuterio na atenccedilatildeo

primaacuteria como objeto de estudo ou como uma de suas questotildees centrais de anaacutelise Posteri-

ormente foram identificados os artigos repetidos (n = 3) descartando-os

Dos 22 artigos selecionados a Revista Enfermagem UERJ apresentou a maior quanti-

dade de publicaccedilotildees totalizando 20 (n = 5)

Apoacutes avaliaccedilatildeo dos tiacutetulos leitura dos resumos e anaacutelise dos artigos integralmente ve-

rificou-se que 364 (n = 8) apresentaram pertinecircncia agrave questatildeo norteadora da pesquisa sen-

do 25 (n = 2) destes artigos oriundos da Revista Enfermagem UERJ e 25 (n = 2) da Es-

cola Ana Nery Revista de Enfermagem As demais revistas apresentaram 125 (n = 1) dos

29

artigos pertinentes cada uma Os estudos excluiacutedos da revisatildeo integrativa perfizeram 636

(n = 14)

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA

Em relaccedilatildeo aos artigos excluiacutedos observa-se sua descriccedilatildeo no Quadro 1

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E1

ZAMPIERI M de F M

TAVARES C M A

HAMES M de L C

FALCON G S

SILVA A L de

GONCcedilALVES L T

O processo de viver e ser

saudaacutevel das mulheres no

climateacuterio

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2009

E2

ALMEIDA L H R B de

LUZ M H B A

MONTEIRO C F de S

Ser mulher no climateacuterio

uma anaacutelise compreensiva

pela enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

E3 NIEVAS A F

FUREGATO A R F

Depressatildeo em mulheres no

climateacuterio

Revista Gauacutecha de

Enfermagem 2006

E4 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

Vivenciando o climateacuterio o

corpo em seu percurso exis-

tencial agrave luz da Fenomenolo-

gia

Revista Enferma-

gem UERJ 2005

E5

FERNANDEZ M R

GIR E

HAYASHIDA M

Sexualidade no periacuteodo

climateacuterico situaccedilotildees vi-

venciadas pela mulher

Revista da Esco-

la de Enferma-

gem da USP

2005

E6 BIFFI E F de A

SCATENA M C M

Sauacutede Mental e climateacuterio

na perspectiva de mulheres

profissionais de sauacutede

Revista Enfer-

magem UERJ 2004

30

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E7 MILANEZ M R de

M NERY I S

Percepccedilatildeo das mulheres

sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de en-

fermagem

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2004

E8 MURATA I M H

SCHIRMER J

Manifestaccedilotildees biopsicogecirc-

nicos decorrentes do clima-

teacuterio entre trabalhadoras de

uma universidade puacuteblica

Acta Paulista de

enfermagem 2004

E9 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

O climateacuterio a corporeida-

de como berccedilo das experi-

ecircncias do vivido

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

2002

E10

MURATA I M H

BERCINI L O

SCHIRMER J

Auto-cuidado na prevenccedilatildeo

do cacircncer de colo de uacutetero

e cacircncer de mama compa-

raccedilatildeo entre mulheres natildeo

climateacutericas e climateacutericas

Biblioteca J

Baeta Vianna 2000

E11

LOPES M E L

BATISTA P S de S

COSTA Se F G da

SOARES M S de

Orientaccedilotildees de enferma-

gem agrave mulher climateacuterica

quanto agrave terapia de reposi-

ccedilatildeo hormonal uma abor-

dagem eacutetica

Revista da Rede de

Enfermagem do

Nordeste

2000

E12 DAOUD I G

SANTANA M da G

Construccedilatildeo de um processo

educativo com um grupo de

mulheres climateacutericas

Texto amp Contexto

Enfermagem 2000

E13 LANDERDAHL M C

Buscando novas maneiras

de pensar o climateacuterio fe-

minino

Texto amp contexto

enfermagem 1997

E14 NERY I S Perfil do atendimento agrave

mulher no climateacuterio

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

1996

31

Em geral os estudos excluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (E1 E6 E8 e E10) que correspondem

a 286 (n = 4)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (E3 E4 E5 E7 E8 E9 e

E13) somando 50 (n = 6)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (E2 E11 E12 e E14) o que resulta em 286 (n =

4)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 71 (n = 1) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas por

profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educativo (E11)

Percebe-se que dois dos artigos excluiacutedos se enquadram em mais de uma dimensatildeo apre-

sentada na anaacutelise feita acima

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os artigos incluiacutedos foram estudados sistematicamente de modo a extrair de cada um

as concepccedilotildees e respectivas caracteriacutesticas do trabalho em equipe as quais foram discutidas agrave

luz do referencial teoacuterico que embasa este estudo qual seja a assistecircncia ao climateacuterio pela

equipe de sauacutede

A amostra definitiva dos artigos incluiacutedos para a revisatildeo sistemaacutetica portanto foram

oito artigos apresentados a seguir no Quadro 2

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

I1 PEREIRA Q L C

SIQUEIRA H C H de

O olhar dos responsaacuteveis

pela poliacutetica de sauacutede da

mulher climateacuterica

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

2009

I2

OLIVEIRA D M de

JESUS M C P de

MERIGHI M A B

O climateacuterio sob a oacutetica de

mulheres assistidas em uma

unidade de sauacutede da famiacutelia

de Juiz de Fora - Minas Ge-

rais

Revista de A-

tenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede

2008

32

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

I3 LIMA E C

VARGENS O M da C

O significado de climateacuterio

para as mulheres implicaccedilotildees

para o cuidado de enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

I4

PIAZZA I P

DE LORENZI D R S

SACILOTO B

Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacuteri-

cas atendidas em um PSF

Revista Gauacutecha

de Enfermagem 2005

I5 LANDERDAH M C

Mulher climateacuterica uma abor-

dagem necessaacuteria ao niacutevel de

atenccedilatildeo baacutesica

Nursing (Satildeo

Paulo) 2002

I6 DAOUD I G

Encontros e desencontros das

mulheres climateacutericas que

buscam assistecircncia em serviccedilo

do Sistema Uacutenico de Sauacutede

Revista Enferma-

gem UERJ 2002

I7

CANDELLA C L M

RUGGIERO C M

ARAYA M E S SILVA

R V

Assistecircncia de enfermagem agrave

mulher no climateacuterio

Revista da Escola

de Enfermagem

da USP

1995

I8 VARGENS O M da C O casal no climateacuterio orienta-

ccedilatildeo de enfermagem

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

1985

Os estudos incluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (I4) que correspondem a

125 (n = 1)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (I2 I3) somando

25 (n = 2)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (I1 I5 I6 I7 e I8) o que resulta em 625

(n = 5)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 25 (n = 2) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas

por profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educati-

vo (I7 e I8)

Assim nota-se que a maioria dos estudos incluiacutedos 625 (n = 5) faz menccedilatildeo agrave assis-

tecircncia em sauacutede prestada a essas clientes evidenciando-se uma maior discussatildeo do tema asso-

ciado agrave melhoria dos serviccedilos prestados na atenccedilatildeo baacutesica

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

1 ALMEIDA LHRB LUZ MHBA MONTEIRO CFS Ser mulher no climateacute-

rio uma anaacutelise compreensiva pela enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007

15(3)370-375 julset

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Comunicaccedilatildeo Sauacutede Educaccedilatildeo 2005 9(16) 39-52

3 AZAMBUJA EP et al Significados do trabalho no processo de viver de trabalhado-

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p71-79 mar 2007

4 BENITO GAV BECKER LC Atitudes gerenciais do enfermeiro no Programa Sa-

uacutede da Famiacutelia visatildeo da Equipe Sauacutede da Famiacutelia Revista brasileira de enfermagem

v60 n3 p312-316 jun 2007

5 BIFFI EFA SCATENA MCM Sauacutede Mental e climateacuterio na perspectiva de mu-

lheres profissionais de sauacutede Revista Enfermagem UERJ 2004 1276-82 janabr

6 BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Poliacutetica nacional de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher

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7 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de

Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Manual de Atenccedilatildeo agrave Mulher no Climateacute-

rioMenopausa Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacute-

gicas Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 200881p

8 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Portaria nordm

648 de 28 de marccedilo de 2006 Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabele-

cendo a revisatildeo de diretrizes e normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o

Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e o Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

(PACS) Brasiacutelia DF 2007 71p

9 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

operacionais dos Pactos pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo Ministeacuterio da Sa-

uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

trole dos cacircnceres do colo do uacutetero e da mama Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Depar-

tamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndashBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a 132p

43

11 CANDELLA CLM RUGGIERO CM ARAYA MES SILVA RV Assistecircncia

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12 CANOLETTI B Trabalho em equipe de sauacutede e de enfermagem anaacutelise sistemaacutetica

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dade de Satildeo Paulo 2008

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44

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28 GIL AC Como elaborar projetos de pesquisa 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1996

29 GONCcedilALVES R MERIGHI MAB O climateacuterio a corporeidade como berccedilo das

experiecircncias do vivido Revista Brasileira de Enfermagem 2002 58(6)692-697

novdez

30 GONCcedilALVES R MERIGHI MAB Vivenciando o climateacuterio o corpo em seu per-

curso existencial agrave luz da Fenomenologia Revista Enfermagem UERJ 200513299-

303 janabr

31 HULLEY SB CUMMINGS SR BROWNER WS GRADY D HEARST N

NEWMAN TB Delineando a pesquisa clinica uma abordagem epidemioloacutegica 2

ed Porto Alegre Artmed 2003

32 LANDERDAHL MC Buscando novas maneiras de pensar o climateacuterio feminino

Texto amp contexto enfermagem 1997 6(1)130-4 janabr

33 LANDERDAHL MC Mulher climateacuterica uma abordagem necessaacuteria ao niacutevel de a-

tenccedilatildeo baacutesica Nursing Satildeo Paulo 2002 5(47)20-5 janabr

34 LEOPARDI MT Metodologia da Pesquisa na sauacutede 2 ed Florianoacutepolis UFSC

Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem 2002

35 LIMA EC VARGENS OMC O significado de climateacuterio para as mulheres impli-

caccedilotildees para o cuidado de enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007 15(4)584-

9 outdez

36 LIMA JV ANGELO M Vivenciando a inexorabilidade do tempo e as suas mudan-

ccedilas com perdas e possibilidades a mulher na fase do climateacuterio Revista escola de en-

fermagem da USP v35 n4 p399-405 dez 2001

37 LOPES MEL BATISTA PSS COSTA SFG SOARES MS Orientaccedilotildees de en-

fermagem agrave mulher climateacuterica quanto agrave terapia de reposiccedilatildeo hormonal uma aborda-

gem eacutetica Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 2000 1(1)51-55 janjun

45

38 MAIA C GUILHEME D LUCCHESE G Integraccedilatildeo entre vigilacircncia sanitaacuteria e

assistecircncia agrave sauacutede da mulher um estudo sobre a integralidade no SUS Cadernos de

Sauacutede Puacuteblica v26 n4 p682-692 abr 2010

39 MATUMOTO S FORTUNA CM MISHIMA SM PEREIRA MJB

DOMINGOS NAM Supervisatildeo de equipes no Programa de Sauacutede da Famiacutelia refle-

xotildees acerca do desafio da produccedilatildeo de cuidados Revista Interface-Comunicaccedilatildeo Sauacute-

de Educaccedilatildeo 2005 8(16) 9-24

40 MENDES EV A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede no SUS Fortaleza Escola de Sauacutede Puacute-

blica do Cearaacute 2002

41 MERHY EM Introduccedilatildeo ao debate sobre os componentes da caixa de ferramentas

dos gestores em sauacutede Rev SUS Brasil ndash vivecircncias e estaacutegios na realidade do SUS do

Brasil Disponiacutevel em lthttpdtr2002saudegovbrversusindexhtmlgt Acesso em

31 nov 2009

42 MILANEZ MRM NERY IS Percepccedilatildeo das mulheres sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de enfermagem Escola Anna Nery Rev de Enfermagem 2004

8(2)198-204 ago

43 MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado

de Minas Gerais Implantaccedilatildeo do Plano Diretor da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede ndash Belo

Horizonte ESPMG 2009 118p

44 MINAYO MCS HARTZ ZMA BUSS PM Qualidade de vida e sauacutede um de-

bate necessaacuterio Ciecircncias e sauacutede coletiva v5 n1 7-18 p 2000

45 MORENO JL Introduccedilatildeo ao psicodrama Satildeo Paulo Perspectiva 1999

46 MURATA IMH BERCINI LO SCHIRMER J Auto-cuidado na prevenccedilatildeo do

cacircncer de colo de uacutetero e cacircncer de mama comparaccedilatildeo entre mulheres natildeo climateacuteri-

cas e climateacutericas Biblioteca J Baeta Vianna 2000

47 MURATA IMH SCHIRMER J Manifestaccedilotildees biopsicogecircnicos decorrentes do

climateacuterio entre trabalhadoras de uma universidade puacuteblica Acta Paulista de en-

fermagem 2004 17(2)164-171 abrjun

48 NERY IS Perfil do atendimento agrave mulher no climateacuterio Revista Brasileira de En-

fermagem 1996 49(4)497-510 outdez

49 NIEVAS AF FUREGATO ARF Depressatildeo em mulheres no climateacuterio Revista

Gauacutecha de Enfermagem 2006 58(6)692-697 novdez

50 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB O climateacuterio sob a oacutetica de mu-

lheres assistidas em uma unidade de sauacutede da famiacutelia de Juiz de Fora - Minas Gerais

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 2008 11(1)42-53 janmar

51 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB Climateacuterio e sexualidade a

compreensatildeo dessa interface por mulheres assistidas em grupo Texto amp Contexto En-

fermagem v17 n3 p519-526 set 2008

46

52 OLIVEIRA SL Tratado de metodologia cientiacutefica 2 ed Satildeo Paulo Pioneira 1999

53 PEDRO AO PINTO-NETO AM PAIVA LC OSIS MJ HARDY E Procura

de serviccedilo meacutedico por mulheres climateacutericas brasileiras Revista de Sauacutede Puacuteblica

Satildeo Paulo 2002 36(4)484-90 ago

54 PEREIRA QLC SILVA CBDCA SIQUEIRA HCH Processo de viver de mu-

lheres climateacuterias usuaacuterias do SUS Ciecircncias Cuidado e Sauacutede 2008 7(2)224-231

abrjun

55 PEREIRA QLC SIQUEIRA HCH O olhar dos Responsaacuteveis Pela Poliacutetica de Sa-

uacutede da Mulher climateacuterica Esc Anna Nery Rev Enferm 2009 13 (2) 366-71 a-

brjun

56 PIAZZA IP DE LORENZI DRS SACILOTO B Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacutericas atendidas em um PSF Revista Gauacutecha de Enferma-

gem 2005 26(2)200-209 ago

57 PIRES MRGM GOumlTTEMS LBD Anaacutelise da gestatildeo do cuidado no Programa de

Sauacutede da Famiacutelia referencial teoacuterico-metodoloacutegico Revista brasileira de enfermagem

v62 n2 p294-299 abr 2009

58 Resoluccedilatildeo COFEN 2722002 In Legislaccedilatildeo e Normas [texto]Conselho Regional de

Enfermagem de Minas Gerais 2009v11 n1

59 ROTHER ET Editorial - Revisatildeo sistemaacutetica x revisatildeo narrativa Acta Paul Enferm

2007 20 (2)

60 ROSEMBERG B MINAYO MCS A experiecircncia complexa e os olhares reducio-

nistas Ciecircnc e Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v6 n1 p115-123 2001

61 SANTOS VC SOARES CB CAMPOS CMS A relaccedilatildeo trabalho-sauacutede de en-

fermeiros do PSF no municiacutepio de Satildeo Paulo Rev esc enferm USP v41 777-781p

dez 2007

62 SILVA ARV Sexualidade no climateacuterio vivecircncias e sentimentos da mulher 2000

Dissertaccedilatildeo [Mestrado] - Universidade Federal do Cearaacute 2000

63 SILVEIRA CS Pesquisa em enfermagem oncoloacutegica no Brasil uma revisatildeo integra-

tiva Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade

de Satildeo Paulo 2005

64 SOUSA MF HAMANN EM Programa Sauacutede da Famiacutelia no Brasil uma agenda

incompleta Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 2009 14(Supl 1) 1325-1335

65 STARFIELD B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidade de sauacutede serviccedilos e

tecnologia Brasiacutelia UNESCOMinisteacuterio da Sauacutede 2002

66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

criando laccedilos Sauacutede em debate 2003 27(65) 257-277

47

67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

Nery Revista de Enfermagem 1985 5(1)23-5 janmar

69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 21: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

20

ANGELO 2001 GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009)

Neste cenaacuterio de transformaccedilotildees soacutecio-emocionais acentuados pela percepccedilatildeo do en-

velhecimento e limite da vida faz-se necessaacuterio a implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que bus-

quem a promoccedilatildeo da sauacutede da mulher e o fomento de cuidados para que vivenciem essa expe-

riecircncia de maneira mais amena mediante ao turbilhatildeo existencial que lhes permeia esse recor-

te da vida

Ao se abordar as questotildees que envolvem a sauacutede da mulher eacute necessaacuteria a discussatildeo

de aspectos poliacuteticos e histoacutericos que envolvem essa temaacutetica no Brasil em especial por se

tratarem de resultados de uma luta que envolve conquista do gecircnero (BRASIL 2004

BRASIL 2006a COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp

LUCCHESE 2010)

O movimento feminino pela luta de seus direitos que ultrapassam os direitos da sauacutede

hegemocircnica e se convergem aos direitos de cidadania precede a promulgaccedilatildeo do SUS Na

sauacutede o marco histoacuterico dos resultados desse movimento ocorreu na deacutecada de 80 atraveacutes do

Programa de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PAISM) Esse programa evidenciou a ne-

cessidade de mudanccedilas na abordagem das mulheres nos serviccedilos de sauacutede que ultrapassassem

o foco do ciclo graviacutedico-puerperal em busca de sua visatildeo subjetiva e integral Entretanto

apesar do discurso da integralidade na praacutetica o PAISM atuou de forma hegemocircnica buscan-

do a resoluccedilatildeo dos problemas referentes agrave sauacutede reprodutiva e na reduccedilatildeo da mortalidade ma-

terna (BRASIL 2004 BRASIL 2006 COSTA 2004 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Encontra-se em vigor atualmente implementado pelo Ministeacuterio da Sauacutede uma estra-

teacutegia poliacutetica e tecnoloacutegica para a renovaccedilatildeo da abordagem a sauacutede da mulher a Poliacutetica Na-

cional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher (PNAISM) e descreve

[] Considerando que a sauacutede da mulher eacute uma prioridade deste governo o Ministeacute-

rio da Sauacutede lanccedilou em 2004 a ldquoPoliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da

Mulher ndash Princiacutepios e Diretrizesrdquo (PNAISM) em parceria com diversos setores da

sociedade com o compromisso de implementar accedilotildees de sauacutede que contribuam para

a garantia dos direitos humanos das mulheres e reduzam a morbimortalidade por

causas preveniacuteveis e evitaacuteveis Essa Poliacutetica incorpora num enfoque de gecircnero a in-

tegralidade e a promoccedilatildeo da sauacutede como princiacutepios norteadores e busca consolidar

os avanccedilos no campo dos direitos sexuais e reprodutivos com ecircnfase na melhoria da

atenccedilatildeo obsteacutetrica no planejamento familiar na atenccedilatildeo ao abortamento inseguro e

no combate agrave violecircncia domeacutestica e sexual Agrega tambeacutem a prevenccedilatildeo e o trata-

mento de mulheres vivendo com HIVAIDS e as portadoras de doenccedilas crocircnicas natildeo

transmissiacuteveis e de cacircncer Aleacutem disso amplia as accedilotildees para grupos historicamente

alijados das poliacuteticas puacuteblicas nas suas especificidades e necessidades []

(BRASIL 2006a p13)

21

Outro avanccedilo relevante para a sauacutede da mulher integra-se na Portaria 399GM de 22

de fevereiro de 2006 que institui o Pacto Pela Vida O pacto define-se como um conjunto de

reformas institucionais do SUS entre as trecircs esferas de gestatildeo ndash Uniatildeo estados e municiacutepios ndash

com o objetivo de promover inovaccedilotildees nos processos e nos instrumentos de gestatildeo visando a

alcanccedilar maior efetividade eficiecircncia e qualidade das respostas do SUS O Pacto redefine as

responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo e a bus-

ca da equumlidade social (BRASIL 2006b)

Jaacute no cenaacuterio dos serviccedilos da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a Poliacutetica Nacional de Aten-

ccedilatildeo Baacutesica estabelece grupos vulneraacuteveis e prioritaacuterios para a organizaccedilatildeo da assistecircncia A

sauacutede da mulher integra esse grupo corroborando para a efetivaccedilatildeo das poliacuteticas supracitadas

e considerando a abordagem da mulher pela importacircncia da implementaccedilatildeo da praacutetica dife-

renciada e inovadora do PSF (BRASIL 2007)

Poreacutem diversos autores contribuem na anaacutelise da atenccedilatildeo agrave sauacutede da mulher ao identi-

ficarem a fragilidade da assistecircncia prestada chegando a concluir que os problemas atuais de

sauacutede da mulher estatildeo relacionados agrave qualidade dessa assistecircncia e a desqualificaccedilatildeo dos pro-

fissionais que promovem essa intervenccedilatildeo (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA

SILVA amp SIQUEIRA 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Essa realidade se potencializa quando a assistecircncia se refere agraves mulheres no climateacuterio

Existe uma lacuna na abordagem cotidiana do trabalho das equipes de sauacutede sobre o que e

como prestarem assistecircncia a essa demanda cada vez mais emergente Eacute urgente a necessidade

de se utilizar e integrar todos os campos do saber da sauacutede e suas interfaces para o enfrenta-

mento dessa realidade (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004 GONCcedilALVES amp

MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA

GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Considerando o potencial apresentado nesse trabalho sobre o papel do Enfermeiro nas

equipes de atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede o presente estudo interroga como a produccedilatildeo do conhe-

cimento de Enfermagem sobre a temaacutetica de assistecircncia a mulheres climateacutericas pode colabo-

rar para a implementaccedilatildeo de um cuidado integral e de qualidade a esse grupo na estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Analisar a produccedilatildeo de conhecimento de Enfermagem sobre a mulher climateacuterica e

suas contribuiccedilotildees para a atuaccedilatildeo da equipe da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia - ESF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Realizar o levantamento da produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assis-

tecircncia agrave mulher no climateacuterio

Caracterizar a produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assistecircncia agrave mu-

lher no climateacuterio

Apontar como os resultados da anaacutelise dessa produccedilatildeo cientiacutefica podem contribuir pa-

ra a atuaccedilatildeo da equipe de ESF sobre a temaacutetica

3 METOacuteDO DA PESQUISA

A pesquisa em sauacutede segundo Leopardi (2002) natildeo eacute somente uma incorporaccedilatildeo de

conteuacutedo cientiacutefico ao saber cotidiano eacute um aprender a perceber sentir e a pensar Essas con-

sideraccedilotildees acrescentam para as pesquisas em sauacutede um conhecer sobre o que ocorre no corpo

dos indiviacuteduos na sua luta diaacuteria pela sobrevivecircncia e as relaccedilotildees subjetivas de cada ser hu-

mano

Dentro desse contexto eacute evidenciado um direcionamento metodoloacutegico com a finali-

dade de conhecer as concepccedilotildees e caracteriacutesticas sobre a temaacutetica em estudo presentes na

literatura Trata-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva por revisatildeo bibliograacutefica de anaacute-

lise integrativa

Esse estudo foi realizado com base na pesquisa bibliograacutefica Para Duarte amp Furtado

(2002) esse tipo de pesquisa eacute realizado a partir de levantamentos da produccedilatildeo cientiacutefica

presente em diferentes apresentaccedilotildees como livros artigos cientiacuteficos dissertaccedilotildees teses den-

tre outros Cervo amp Bervian (1996) ressaltam que esse tipo de pesquisa procura explicar um

problema a partir de referecircncias pela analise de suas contribuiccedilotildees culturais ou cientiacuteficas

existentes acerca de determinado assunto

Jaacute o cunho exploratoacuterio desse estudo se define pela descoberta de ideacuteias que propor-

cionaram familiaridade com o problema tornando-o mais expliacutecito com a possibilidade de

fomento a outras hipoacuteteses (DUARTE amp FURTADO 2002 LEOPARDI 2002 HULLEY et

al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

O caraacuteter descritivo dessa pesquisa ocorre na definiccedilatildeo das caracteriacutesticas do fenocircme-

no a ser estudado e suas relaccedilotildees mediante aos objetivos propostos (GIL 1996 OLIVEIRA

1999) Nesse sentido o trabalho descritivo abrange aspectos amplificados do contexto social

Assim eacute possiacutevel o niacutevel de anaacutelise da temaacutetica sobre diferentes formas aleacutem de sua ordena-

ccedilatildeo e sua classificaccedilatildeo

As revisotildees de literatura necessitam de alguns padrotildees que assegurem sua qualidade

metodoloacutegica como utilizaccedilatildeo de meacutetodos para assegurar a anaacutelise precisa e objetiva anaacutelise

da teoria resultados meacutetodos sujeitos e variaacuteveis de estudo fornecer ao leitor o maacuteximo de

informaccedilotildees possiacuteveis sobre estudos revisados e natildeo apenas os principais (HULLEY et al

2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Dessa forma realizou-se um estudo de revisatildeo da literatura cientiacutefica visando avaliar

um conjunto de dados simultacircneos a partir de estudos primaacuterios selecionados previamente

24

que investigam uma mesma questatildeo (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER

2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

A questatildeo do estudo eacute o primeiro passo para o iniacutecio da revisatildeo bibliograacutefica O Se-

gundo passo consiste em definir a seleccedilatildeo dos estudos sendo o mais indicado as bases de da-

dos eletrocircnicas O terceiro passo eacute a avaliaccedilatildeo criacutetica dos estudos em que se utilizam criteacuterios

para validar os estudos selecionados atraveacutes de uma avaliaccedilatildeo criacutetica dos pesquisadores O

quarto passo consiste na coleta dos dados em que se caracterizam os estudos levantados e de-

terminam suas possibilidades de comparaccedilatildeo O quinto passo eacute a analise e apresentaccedilatildeo dos

dados com agrupamento de estudos semelhantes O sexto passo eacute a determinaccedilatildeo da forccedila

dos resultados e das evidencias encontradas delineando claramente os benefiacutecios e riscos do

achado Uma vez publicada a revisatildeo poderaacute sofrer criacuteticas e sugestotildees que poderatildeo ser in-

corporadas em novos estudos sobre a temaacutetica (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005

ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Para o delineamento do estudo foi definida como questatildeo norteadora como a produ-

ccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede da mulher climateacuterica pode contribuir pa-

ra a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede da famiacutelia

A partir da questatildeo dessa investigaccedilatildeo foram considerados estudos que abordassem a

assistecircncia ao climateacuterio por Enfermeiros A amostra foi do tipo natildeo-probabiliacutestica de conve-

niecircncia constituiacuteda por publicaccedilotildees nacionalmente indexadas sobre a temaacutetica O descritor

utilizado foi ldquoClimateacuteriordquo e a opccedilatildeo pelo natildeo cruzamento de demais descritores foi devida a

escolha da fonte de busca

A fonte de busca orientou-se por base eletrocircnica restrita a produccedilatildeo do conhecimento

nacional e de liacutengua portuguesa que correspondesse a publicaccedilotildees em perioacutedicos de Enfer-

magem demonstrando proximidade com a questatildeo norteadora A busca dos artigos foi reali-

zada no periacuteodo de outubro de 2009 a janeiro de 2010

Adotou-se como criteacuterios de exclusatildeo publicaccedilotildees cujo o cenaacuterio de desenvolvimento

natildeo fossem a Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede eou ESF Ressalta-se que o recorte temporal para

busca das publicaccedilotildees considerou apenas o limite final do periacuteodo o ano de 2009 buscando

amplificar o periacuteodo de iniacutecio da produccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico dessa temaacutetica e assim

natildeo diminuir a sensibilidade das buscas

Foi utilizada a Base de Dados de Enfermagem (BDENF) presente na Biblioteca Vir-

tual em Sauacutede BIREME atraveacutes do siacutetio eletrocircnico httpbasesbiremebrcgi-

binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampbase=BDENFamplang=p

25

O Centro Latino-Americano e do Caribe de Informaccedilatildeo em Ciecircncias da Sauacutede tam-

beacutem conhecido pelo seu nome original Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) eacute um

centro especializado da Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Organizaccedilatildeo Mundial da Sa-

uacutede (OPASOMS) orientado agrave cooperaccedilatildeo teacutecnica em informaccedilatildeo cientiacutefica em sauacutede A sede

da BIREME estaacute localizada no Brasil no campus central Universidade Federal de Satildeo Paulo

(UNIFESP) desde a sua criaccedilatildeo em 1967 segundo acordo da OPASOMS com o Governo do

Brasil

A BDENF apresenta informaccedilotildees compostas pela literatura teacutecnico-cientiacutefica brasilei-

ra em Enfermagem Eacute coordenada pela Escola de Enfermagem da Universidade de Minas

Gerais e por demais Centros Cooperantes da rede BVSENFERMAGEM A composiccedilatildeo des-

sa biblioteca eletrocircnica apresenta perioacutedicos teses livros capiacutetulos de livros anais de con-

gressos ou conferecircncias relatoacuterios teacutecnico-cientiacuteficos e publicaccedilotildees governamentais

No desenvolvimento da revisatildeo integrativa foram selecionados artigos apoacutes a identifi-

caccedilatildeo de todas as publicaccedilotildees a partir do descritor utilizado Procedeu-se analise para caracte-

rizaccedilatildeo dos estudos e preacute-seleccedilatildeo quanto a sua pertinecircncia a pergunta norteadora

Essa etapa foi realizada separadamente por dois revisores sendo a pesquisadora dessa

investigaccedilatildeo e a sua orientadora Os passos utilizados para a caracterizaccedilatildeo dos artigos e a

verificaccedilatildeo de sua aproximaccedilatildeo com a questatildeo norteadora foram a leitura aprofundada de

cada artigo a segregaccedilatildeo dos mesmos quanto agrave aproximaccedilatildeo da questatildeo norteadora e a cate-

gorizaccedilatildeo desses conforme os criteacuterios metodoloacutegicos estabelecidos

Posteriormente ocorreu consenso entre a autora e a orientadora com o objetivo de de-

cidir a inclusatildeo e a exclusatildeo dos artigos preacute-selecionados e avaliados a fim de se garantir

maior seguranccedila na seleccedilatildeo

Para a anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por nuacutemeros absolutos e

frequencias Os elementos de caracterizaccedilatildeo dos perioacutedicos foram

Total de artigos identificados na busca conforme fonte

Identificaccedilatildeo de artigos repetidos

Exclusatildeo de artigos

Inclusatildeo de artigos para a revisatildeo sistemaacutetica

Quanto aos estudos incluiacutedos por aproximaccedilatildeo para com a questatildeo norteadora analisa-

ram-se os seguintes aspectos

Siacutentese panoracircmica do conteuacutedo e da analise dos artigos incluiacutedos

Delineamento da Investigaccedilatildeo (metodologia)

26

Ano de publicaccedilatildeo

Perioacutedico de publicaccedilatildeo

Consideraccedilotildees apresentadas agrave temaacutetica em estudo

Objetivando facilitar a leitura e a identificaccedilatildeo dos artigos optou-se pela atribuiccedilatildeo do

coacutedigo E(n) para os artigos excluiacutedos e I(n) para os artigos incluiacutedos na revisatildeo sistemaacutetica

Conforme os resultados identificados foi calculado o iacutendice de KAPPA (K) Esse iacuten-

dice corresponde a uma medida de concordacircncia usada em escalas nominais que fornece a

ideacuteia do quanto as observaccedilotildees se afastam daquelas esperadas fruto do acaso indican-

do assim o quatildeo legiacutetimas as interpretaccedilotildees satildeo (CANOLETTI 2008)

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A anaacutelise da revisatildeo sistemaacutetica iniciou com a descriccedilatildeo dos artigos encontrados se-

guindo com a descriccedilatildeo daqueles excluiacutedos do processo de revisatildeo sistemaacutetica e por fim foi

analisada a aproximaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos com o questionamento norteador

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF

Os registros sobre climateacuterio no BDENF totalizaram 26 conforme descritor utilizado

poreacutem dentre os trabalhos havia um que natildeo se enquadrava como perioacutedico e foi excluiacutedo da

lista totalizando 25 artigos Ressalta-se que natildeo houve obtenccedilatildeo de artigos por busca manual

Na Tabela 1 verifica-se o total de estudos encontrados na busca realizada conforme perioacutedi-

cos

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo

perioacutedicos

BDENF - Banco de Dados de Enfermagem N

Revista Gauacutecha de Enfermagem 2

Revista Enfermagem UERJ 5

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 1

Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 4

Revista da Escola de Enfermagem da USP 2

Acta Paulista de Enfermagem 1

Nursing (Satildeo Paulo) 2

Revista Brasileira de Enfermagem 3

Biblioteca J Baeta Vianna 1

Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 1

Revista Paulista de Enfermagem 1

Texto amp Contexto Enfermagem 2

Total 25

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Quanto ao ano de publicaccedilotildees dos artigos selecionados observou-se que o periacuteodo de

publicaccedilatildeo inicia-se em 1985 e finaliza no ano de 2009 como mostra a Tabela 2

28

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano

de publicaccedilatildeo

Ano de publicaccedilatildeo Nordm de Estudos

2009 2 8

2008 1 4

2007 2 8

2006 1 4

2005 4 16

2004 3 12

2002 4 16

2000 3 12

1997 1 4

1996 1 4

1995 1 4

1985 2 8

TOTAL 25 100

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Nota-se que apesar de haver nesta revisatildeo sistemaacutetica trabalhos datados de 1985 a

discussatildeo do tema soacute ampliou entre 15 e 20 anos depois o que reforccedila a ideacuteia de que haacute uma

preocupaccedilatildeo crescente para com essa temaacutetica na atenccedilatildeo baacutesica no intuito de melhorar os

serviccedilos prestados

Vale ressaltar que criaccedilatildeo do SUS em 1988 e posteriormente a ESF regulamentada em

1994 contribuiacuteram para o fortalecimento da atenccedilatildeo primaacuteria e consequentemente impulsio-

nando as pesquisas na aacuterea

Analisando esta tabela percebe-se que no periacuteodo de 2000 a 2005 foram identificados

o maior nuacutemero de publicaccedilotildees referentes ao assunto 56 (n = 14) indicando o crescimento

do interesse do estudo deste assunto A concentraccedilatildeo de estudos nesse intervalo de tempo os

caracteriza como sendo recentes jaacute que foram elaborados haacute menos de 10 anos

Os resumos dos 25 registros localizados foram lidos e a partir da leitura foram sele-

cionados aqueles cujo tiacutetulo eou resumo colocavam a assistecircncia ao climateacuterio na atenccedilatildeo

primaacuteria como objeto de estudo ou como uma de suas questotildees centrais de anaacutelise Posteri-

ormente foram identificados os artigos repetidos (n = 3) descartando-os

Dos 22 artigos selecionados a Revista Enfermagem UERJ apresentou a maior quanti-

dade de publicaccedilotildees totalizando 20 (n = 5)

Apoacutes avaliaccedilatildeo dos tiacutetulos leitura dos resumos e anaacutelise dos artigos integralmente ve-

rificou-se que 364 (n = 8) apresentaram pertinecircncia agrave questatildeo norteadora da pesquisa sen-

do 25 (n = 2) destes artigos oriundos da Revista Enfermagem UERJ e 25 (n = 2) da Es-

cola Ana Nery Revista de Enfermagem As demais revistas apresentaram 125 (n = 1) dos

29

artigos pertinentes cada uma Os estudos excluiacutedos da revisatildeo integrativa perfizeram 636

(n = 14)

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA

Em relaccedilatildeo aos artigos excluiacutedos observa-se sua descriccedilatildeo no Quadro 1

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E1

ZAMPIERI M de F M

TAVARES C M A

HAMES M de L C

FALCON G S

SILVA A L de

GONCcedilALVES L T

O processo de viver e ser

saudaacutevel das mulheres no

climateacuterio

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2009

E2

ALMEIDA L H R B de

LUZ M H B A

MONTEIRO C F de S

Ser mulher no climateacuterio

uma anaacutelise compreensiva

pela enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

E3 NIEVAS A F

FUREGATO A R F

Depressatildeo em mulheres no

climateacuterio

Revista Gauacutecha de

Enfermagem 2006

E4 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

Vivenciando o climateacuterio o

corpo em seu percurso exis-

tencial agrave luz da Fenomenolo-

gia

Revista Enferma-

gem UERJ 2005

E5

FERNANDEZ M R

GIR E

HAYASHIDA M

Sexualidade no periacuteodo

climateacuterico situaccedilotildees vi-

venciadas pela mulher

Revista da Esco-

la de Enferma-

gem da USP

2005

E6 BIFFI E F de A

SCATENA M C M

Sauacutede Mental e climateacuterio

na perspectiva de mulheres

profissionais de sauacutede

Revista Enfer-

magem UERJ 2004

30

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E7 MILANEZ M R de

M NERY I S

Percepccedilatildeo das mulheres

sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de en-

fermagem

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2004

E8 MURATA I M H

SCHIRMER J

Manifestaccedilotildees biopsicogecirc-

nicos decorrentes do clima-

teacuterio entre trabalhadoras de

uma universidade puacuteblica

Acta Paulista de

enfermagem 2004

E9 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

O climateacuterio a corporeida-

de como berccedilo das experi-

ecircncias do vivido

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

2002

E10

MURATA I M H

BERCINI L O

SCHIRMER J

Auto-cuidado na prevenccedilatildeo

do cacircncer de colo de uacutetero

e cacircncer de mama compa-

raccedilatildeo entre mulheres natildeo

climateacutericas e climateacutericas

Biblioteca J

Baeta Vianna 2000

E11

LOPES M E L

BATISTA P S de S

COSTA Se F G da

SOARES M S de

Orientaccedilotildees de enferma-

gem agrave mulher climateacuterica

quanto agrave terapia de reposi-

ccedilatildeo hormonal uma abor-

dagem eacutetica

Revista da Rede de

Enfermagem do

Nordeste

2000

E12 DAOUD I G

SANTANA M da G

Construccedilatildeo de um processo

educativo com um grupo de

mulheres climateacutericas

Texto amp Contexto

Enfermagem 2000

E13 LANDERDAHL M C

Buscando novas maneiras

de pensar o climateacuterio fe-

minino

Texto amp contexto

enfermagem 1997

E14 NERY I S Perfil do atendimento agrave

mulher no climateacuterio

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

1996

31

Em geral os estudos excluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (E1 E6 E8 e E10) que correspondem

a 286 (n = 4)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (E3 E4 E5 E7 E8 E9 e

E13) somando 50 (n = 6)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (E2 E11 E12 e E14) o que resulta em 286 (n =

4)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 71 (n = 1) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas por

profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educativo (E11)

Percebe-se que dois dos artigos excluiacutedos se enquadram em mais de uma dimensatildeo apre-

sentada na anaacutelise feita acima

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os artigos incluiacutedos foram estudados sistematicamente de modo a extrair de cada um

as concepccedilotildees e respectivas caracteriacutesticas do trabalho em equipe as quais foram discutidas agrave

luz do referencial teoacuterico que embasa este estudo qual seja a assistecircncia ao climateacuterio pela

equipe de sauacutede

A amostra definitiva dos artigos incluiacutedos para a revisatildeo sistemaacutetica portanto foram

oito artigos apresentados a seguir no Quadro 2

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

I1 PEREIRA Q L C

SIQUEIRA H C H de

O olhar dos responsaacuteveis

pela poliacutetica de sauacutede da

mulher climateacuterica

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

2009

I2

OLIVEIRA D M de

JESUS M C P de

MERIGHI M A B

O climateacuterio sob a oacutetica de

mulheres assistidas em uma

unidade de sauacutede da famiacutelia

de Juiz de Fora - Minas Ge-

rais

Revista de A-

tenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede

2008

32

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

I3 LIMA E C

VARGENS O M da C

O significado de climateacuterio

para as mulheres implicaccedilotildees

para o cuidado de enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

I4

PIAZZA I P

DE LORENZI D R S

SACILOTO B

Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacuteri-

cas atendidas em um PSF

Revista Gauacutecha

de Enfermagem 2005

I5 LANDERDAH M C

Mulher climateacuterica uma abor-

dagem necessaacuteria ao niacutevel de

atenccedilatildeo baacutesica

Nursing (Satildeo

Paulo) 2002

I6 DAOUD I G

Encontros e desencontros das

mulheres climateacutericas que

buscam assistecircncia em serviccedilo

do Sistema Uacutenico de Sauacutede

Revista Enferma-

gem UERJ 2002

I7

CANDELLA C L M

RUGGIERO C M

ARAYA M E S SILVA

R V

Assistecircncia de enfermagem agrave

mulher no climateacuterio

Revista da Escola

de Enfermagem

da USP

1995

I8 VARGENS O M da C O casal no climateacuterio orienta-

ccedilatildeo de enfermagem

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

1985

Os estudos incluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (I4) que correspondem a

125 (n = 1)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (I2 I3) somando

25 (n = 2)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (I1 I5 I6 I7 e I8) o que resulta em 625

(n = 5)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 25 (n = 2) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas

por profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educati-

vo (I7 e I8)

Assim nota-se que a maioria dos estudos incluiacutedos 625 (n = 5) faz menccedilatildeo agrave assis-

tecircncia em sauacutede prestada a essas clientes evidenciando-se uma maior discussatildeo do tema asso-

ciado agrave melhoria dos serviccedilos prestados na atenccedilatildeo baacutesica

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

1 ALMEIDA LHRB LUZ MHBA MONTEIRO CFS Ser mulher no climateacute-

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rioMenopausa Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacute-

gicas Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 200881p

8 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Portaria nordm

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cendo a revisatildeo de diretrizes e normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o

Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e o Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

(PACS) Brasiacutelia DF 2007 71p

9 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

operacionais dos Pactos pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo Ministeacuterio da Sa-

uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

trole dos cacircnceres do colo do uacutetero e da mama Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Depar-

tamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndashBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a 132p

43

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23 FARIA HP COELHO IBWERNECK MAF SANTOS MA Modelo assisten-

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34 LEOPARDI MT Metodologia da Pesquisa na sauacutede 2 ed Florianoacutepolis UFSC

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51 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB Climateacuterio e sexualidade a

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53 PEDRO AO PINTO-NETO AM PAIVA LC OSIS MJ HARDY E Procura

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versidade de Satildeo Paulo 2007

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70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

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teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 22: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

21

Outro avanccedilo relevante para a sauacutede da mulher integra-se na Portaria 399GM de 22

de fevereiro de 2006 que institui o Pacto Pela Vida O pacto define-se como um conjunto de

reformas institucionais do SUS entre as trecircs esferas de gestatildeo ndash Uniatildeo estados e municiacutepios ndash

com o objetivo de promover inovaccedilotildees nos processos e nos instrumentos de gestatildeo visando a

alcanccedilar maior efetividade eficiecircncia e qualidade das respostas do SUS O Pacto redefine as

responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo e a bus-

ca da equumlidade social (BRASIL 2006b)

Jaacute no cenaacuterio dos serviccedilos da atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede a Poliacutetica Nacional de Aten-

ccedilatildeo Baacutesica estabelece grupos vulneraacuteveis e prioritaacuterios para a organizaccedilatildeo da assistecircncia A

sauacutede da mulher integra esse grupo corroborando para a efetivaccedilatildeo das poliacuteticas supracitadas

e considerando a abordagem da mulher pela importacircncia da implementaccedilatildeo da praacutetica dife-

renciada e inovadora do PSF (BRASIL 2007)

Poreacutem diversos autores contribuem na anaacutelise da atenccedilatildeo agrave sauacutede da mulher ao identi-

ficarem a fragilidade da assistecircncia prestada chegando a concluir que os problemas atuais de

sauacutede da mulher estatildeo relacionados agrave qualidade dessa assistecircncia e a desqualificaccedilatildeo dos pro-

fissionais que promovem essa intervenccedilatildeo (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004

GONCcedilALVES amp MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA

SILVA amp SIQUEIRA 2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Essa realidade se potencializa quando a assistecircncia se refere agraves mulheres no climateacuterio

Existe uma lacuna na abordagem cotidiana do trabalho das equipes de sauacutede sobre o que e

como prestarem assistecircncia a essa demanda cada vez mais emergente Eacute urgente a necessidade

de se utilizar e integrar todos os campos do saber da sauacutede e suas interfaces para o enfrenta-

mento dessa realidade (LIMA amp ANGELO 2001 COSTA 2004 GONCcedilALVES amp

MERIGHI 2005 OLIVEIRA JESUS MERIGHI 2008 PEREIRA SILVA amp SIQUEIRA

2008 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 MAIA

GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Considerando o potencial apresentado nesse trabalho sobre o papel do Enfermeiro nas

equipes de atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede o presente estudo interroga como a produccedilatildeo do conhe-

cimento de Enfermagem sobre a temaacutetica de assistecircncia a mulheres climateacutericas pode colabo-

rar para a implementaccedilatildeo de um cuidado integral e de qualidade a esse grupo na estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Analisar a produccedilatildeo de conhecimento de Enfermagem sobre a mulher climateacuterica e

suas contribuiccedilotildees para a atuaccedilatildeo da equipe da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia - ESF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Realizar o levantamento da produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assis-

tecircncia agrave mulher no climateacuterio

Caracterizar a produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assistecircncia agrave mu-

lher no climateacuterio

Apontar como os resultados da anaacutelise dessa produccedilatildeo cientiacutefica podem contribuir pa-

ra a atuaccedilatildeo da equipe de ESF sobre a temaacutetica

3 METOacuteDO DA PESQUISA

A pesquisa em sauacutede segundo Leopardi (2002) natildeo eacute somente uma incorporaccedilatildeo de

conteuacutedo cientiacutefico ao saber cotidiano eacute um aprender a perceber sentir e a pensar Essas con-

sideraccedilotildees acrescentam para as pesquisas em sauacutede um conhecer sobre o que ocorre no corpo

dos indiviacuteduos na sua luta diaacuteria pela sobrevivecircncia e as relaccedilotildees subjetivas de cada ser hu-

mano

Dentro desse contexto eacute evidenciado um direcionamento metodoloacutegico com a finali-

dade de conhecer as concepccedilotildees e caracteriacutesticas sobre a temaacutetica em estudo presentes na

literatura Trata-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva por revisatildeo bibliograacutefica de anaacute-

lise integrativa

Esse estudo foi realizado com base na pesquisa bibliograacutefica Para Duarte amp Furtado

(2002) esse tipo de pesquisa eacute realizado a partir de levantamentos da produccedilatildeo cientiacutefica

presente em diferentes apresentaccedilotildees como livros artigos cientiacuteficos dissertaccedilotildees teses den-

tre outros Cervo amp Bervian (1996) ressaltam que esse tipo de pesquisa procura explicar um

problema a partir de referecircncias pela analise de suas contribuiccedilotildees culturais ou cientiacuteficas

existentes acerca de determinado assunto

Jaacute o cunho exploratoacuterio desse estudo se define pela descoberta de ideacuteias que propor-

cionaram familiaridade com o problema tornando-o mais expliacutecito com a possibilidade de

fomento a outras hipoacuteteses (DUARTE amp FURTADO 2002 LEOPARDI 2002 HULLEY et

al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

O caraacuteter descritivo dessa pesquisa ocorre na definiccedilatildeo das caracteriacutesticas do fenocircme-

no a ser estudado e suas relaccedilotildees mediante aos objetivos propostos (GIL 1996 OLIVEIRA

1999) Nesse sentido o trabalho descritivo abrange aspectos amplificados do contexto social

Assim eacute possiacutevel o niacutevel de anaacutelise da temaacutetica sobre diferentes formas aleacutem de sua ordena-

ccedilatildeo e sua classificaccedilatildeo

As revisotildees de literatura necessitam de alguns padrotildees que assegurem sua qualidade

metodoloacutegica como utilizaccedilatildeo de meacutetodos para assegurar a anaacutelise precisa e objetiva anaacutelise

da teoria resultados meacutetodos sujeitos e variaacuteveis de estudo fornecer ao leitor o maacuteximo de

informaccedilotildees possiacuteveis sobre estudos revisados e natildeo apenas os principais (HULLEY et al

2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Dessa forma realizou-se um estudo de revisatildeo da literatura cientiacutefica visando avaliar

um conjunto de dados simultacircneos a partir de estudos primaacuterios selecionados previamente

24

que investigam uma mesma questatildeo (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER

2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

A questatildeo do estudo eacute o primeiro passo para o iniacutecio da revisatildeo bibliograacutefica O Se-

gundo passo consiste em definir a seleccedilatildeo dos estudos sendo o mais indicado as bases de da-

dos eletrocircnicas O terceiro passo eacute a avaliaccedilatildeo criacutetica dos estudos em que se utilizam criteacuterios

para validar os estudos selecionados atraveacutes de uma avaliaccedilatildeo criacutetica dos pesquisadores O

quarto passo consiste na coleta dos dados em que se caracterizam os estudos levantados e de-

terminam suas possibilidades de comparaccedilatildeo O quinto passo eacute a analise e apresentaccedilatildeo dos

dados com agrupamento de estudos semelhantes O sexto passo eacute a determinaccedilatildeo da forccedila

dos resultados e das evidencias encontradas delineando claramente os benefiacutecios e riscos do

achado Uma vez publicada a revisatildeo poderaacute sofrer criacuteticas e sugestotildees que poderatildeo ser in-

corporadas em novos estudos sobre a temaacutetica (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005

ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Para o delineamento do estudo foi definida como questatildeo norteadora como a produ-

ccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede da mulher climateacuterica pode contribuir pa-

ra a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede da famiacutelia

A partir da questatildeo dessa investigaccedilatildeo foram considerados estudos que abordassem a

assistecircncia ao climateacuterio por Enfermeiros A amostra foi do tipo natildeo-probabiliacutestica de conve-

niecircncia constituiacuteda por publicaccedilotildees nacionalmente indexadas sobre a temaacutetica O descritor

utilizado foi ldquoClimateacuteriordquo e a opccedilatildeo pelo natildeo cruzamento de demais descritores foi devida a

escolha da fonte de busca

A fonte de busca orientou-se por base eletrocircnica restrita a produccedilatildeo do conhecimento

nacional e de liacutengua portuguesa que correspondesse a publicaccedilotildees em perioacutedicos de Enfer-

magem demonstrando proximidade com a questatildeo norteadora A busca dos artigos foi reali-

zada no periacuteodo de outubro de 2009 a janeiro de 2010

Adotou-se como criteacuterios de exclusatildeo publicaccedilotildees cujo o cenaacuterio de desenvolvimento

natildeo fossem a Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede eou ESF Ressalta-se que o recorte temporal para

busca das publicaccedilotildees considerou apenas o limite final do periacuteodo o ano de 2009 buscando

amplificar o periacuteodo de iniacutecio da produccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico dessa temaacutetica e assim

natildeo diminuir a sensibilidade das buscas

Foi utilizada a Base de Dados de Enfermagem (BDENF) presente na Biblioteca Vir-

tual em Sauacutede BIREME atraveacutes do siacutetio eletrocircnico httpbasesbiremebrcgi-

binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampbase=BDENFamplang=p

25

O Centro Latino-Americano e do Caribe de Informaccedilatildeo em Ciecircncias da Sauacutede tam-

beacutem conhecido pelo seu nome original Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) eacute um

centro especializado da Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Organizaccedilatildeo Mundial da Sa-

uacutede (OPASOMS) orientado agrave cooperaccedilatildeo teacutecnica em informaccedilatildeo cientiacutefica em sauacutede A sede

da BIREME estaacute localizada no Brasil no campus central Universidade Federal de Satildeo Paulo

(UNIFESP) desde a sua criaccedilatildeo em 1967 segundo acordo da OPASOMS com o Governo do

Brasil

A BDENF apresenta informaccedilotildees compostas pela literatura teacutecnico-cientiacutefica brasilei-

ra em Enfermagem Eacute coordenada pela Escola de Enfermagem da Universidade de Minas

Gerais e por demais Centros Cooperantes da rede BVSENFERMAGEM A composiccedilatildeo des-

sa biblioteca eletrocircnica apresenta perioacutedicos teses livros capiacutetulos de livros anais de con-

gressos ou conferecircncias relatoacuterios teacutecnico-cientiacuteficos e publicaccedilotildees governamentais

No desenvolvimento da revisatildeo integrativa foram selecionados artigos apoacutes a identifi-

caccedilatildeo de todas as publicaccedilotildees a partir do descritor utilizado Procedeu-se analise para caracte-

rizaccedilatildeo dos estudos e preacute-seleccedilatildeo quanto a sua pertinecircncia a pergunta norteadora

Essa etapa foi realizada separadamente por dois revisores sendo a pesquisadora dessa

investigaccedilatildeo e a sua orientadora Os passos utilizados para a caracterizaccedilatildeo dos artigos e a

verificaccedilatildeo de sua aproximaccedilatildeo com a questatildeo norteadora foram a leitura aprofundada de

cada artigo a segregaccedilatildeo dos mesmos quanto agrave aproximaccedilatildeo da questatildeo norteadora e a cate-

gorizaccedilatildeo desses conforme os criteacuterios metodoloacutegicos estabelecidos

Posteriormente ocorreu consenso entre a autora e a orientadora com o objetivo de de-

cidir a inclusatildeo e a exclusatildeo dos artigos preacute-selecionados e avaliados a fim de se garantir

maior seguranccedila na seleccedilatildeo

Para a anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por nuacutemeros absolutos e

frequencias Os elementos de caracterizaccedilatildeo dos perioacutedicos foram

Total de artigos identificados na busca conforme fonte

Identificaccedilatildeo de artigos repetidos

Exclusatildeo de artigos

Inclusatildeo de artigos para a revisatildeo sistemaacutetica

Quanto aos estudos incluiacutedos por aproximaccedilatildeo para com a questatildeo norteadora analisa-

ram-se os seguintes aspectos

Siacutentese panoracircmica do conteuacutedo e da analise dos artigos incluiacutedos

Delineamento da Investigaccedilatildeo (metodologia)

26

Ano de publicaccedilatildeo

Perioacutedico de publicaccedilatildeo

Consideraccedilotildees apresentadas agrave temaacutetica em estudo

Objetivando facilitar a leitura e a identificaccedilatildeo dos artigos optou-se pela atribuiccedilatildeo do

coacutedigo E(n) para os artigos excluiacutedos e I(n) para os artigos incluiacutedos na revisatildeo sistemaacutetica

Conforme os resultados identificados foi calculado o iacutendice de KAPPA (K) Esse iacuten-

dice corresponde a uma medida de concordacircncia usada em escalas nominais que fornece a

ideacuteia do quanto as observaccedilotildees se afastam daquelas esperadas fruto do acaso indican-

do assim o quatildeo legiacutetimas as interpretaccedilotildees satildeo (CANOLETTI 2008)

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A anaacutelise da revisatildeo sistemaacutetica iniciou com a descriccedilatildeo dos artigos encontrados se-

guindo com a descriccedilatildeo daqueles excluiacutedos do processo de revisatildeo sistemaacutetica e por fim foi

analisada a aproximaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos com o questionamento norteador

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF

Os registros sobre climateacuterio no BDENF totalizaram 26 conforme descritor utilizado

poreacutem dentre os trabalhos havia um que natildeo se enquadrava como perioacutedico e foi excluiacutedo da

lista totalizando 25 artigos Ressalta-se que natildeo houve obtenccedilatildeo de artigos por busca manual

Na Tabela 1 verifica-se o total de estudos encontrados na busca realizada conforme perioacutedi-

cos

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo

perioacutedicos

BDENF - Banco de Dados de Enfermagem N

Revista Gauacutecha de Enfermagem 2

Revista Enfermagem UERJ 5

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 1

Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 4

Revista da Escola de Enfermagem da USP 2

Acta Paulista de Enfermagem 1

Nursing (Satildeo Paulo) 2

Revista Brasileira de Enfermagem 3

Biblioteca J Baeta Vianna 1

Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 1

Revista Paulista de Enfermagem 1

Texto amp Contexto Enfermagem 2

Total 25

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Quanto ao ano de publicaccedilotildees dos artigos selecionados observou-se que o periacuteodo de

publicaccedilatildeo inicia-se em 1985 e finaliza no ano de 2009 como mostra a Tabela 2

28

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano

de publicaccedilatildeo

Ano de publicaccedilatildeo Nordm de Estudos

2009 2 8

2008 1 4

2007 2 8

2006 1 4

2005 4 16

2004 3 12

2002 4 16

2000 3 12

1997 1 4

1996 1 4

1995 1 4

1985 2 8

TOTAL 25 100

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Nota-se que apesar de haver nesta revisatildeo sistemaacutetica trabalhos datados de 1985 a

discussatildeo do tema soacute ampliou entre 15 e 20 anos depois o que reforccedila a ideacuteia de que haacute uma

preocupaccedilatildeo crescente para com essa temaacutetica na atenccedilatildeo baacutesica no intuito de melhorar os

serviccedilos prestados

Vale ressaltar que criaccedilatildeo do SUS em 1988 e posteriormente a ESF regulamentada em

1994 contribuiacuteram para o fortalecimento da atenccedilatildeo primaacuteria e consequentemente impulsio-

nando as pesquisas na aacuterea

Analisando esta tabela percebe-se que no periacuteodo de 2000 a 2005 foram identificados

o maior nuacutemero de publicaccedilotildees referentes ao assunto 56 (n = 14) indicando o crescimento

do interesse do estudo deste assunto A concentraccedilatildeo de estudos nesse intervalo de tempo os

caracteriza como sendo recentes jaacute que foram elaborados haacute menos de 10 anos

Os resumos dos 25 registros localizados foram lidos e a partir da leitura foram sele-

cionados aqueles cujo tiacutetulo eou resumo colocavam a assistecircncia ao climateacuterio na atenccedilatildeo

primaacuteria como objeto de estudo ou como uma de suas questotildees centrais de anaacutelise Posteri-

ormente foram identificados os artigos repetidos (n = 3) descartando-os

Dos 22 artigos selecionados a Revista Enfermagem UERJ apresentou a maior quanti-

dade de publicaccedilotildees totalizando 20 (n = 5)

Apoacutes avaliaccedilatildeo dos tiacutetulos leitura dos resumos e anaacutelise dos artigos integralmente ve-

rificou-se que 364 (n = 8) apresentaram pertinecircncia agrave questatildeo norteadora da pesquisa sen-

do 25 (n = 2) destes artigos oriundos da Revista Enfermagem UERJ e 25 (n = 2) da Es-

cola Ana Nery Revista de Enfermagem As demais revistas apresentaram 125 (n = 1) dos

29

artigos pertinentes cada uma Os estudos excluiacutedos da revisatildeo integrativa perfizeram 636

(n = 14)

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA

Em relaccedilatildeo aos artigos excluiacutedos observa-se sua descriccedilatildeo no Quadro 1

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E1

ZAMPIERI M de F M

TAVARES C M A

HAMES M de L C

FALCON G S

SILVA A L de

GONCcedilALVES L T

O processo de viver e ser

saudaacutevel das mulheres no

climateacuterio

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2009

E2

ALMEIDA L H R B de

LUZ M H B A

MONTEIRO C F de S

Ser mulher no climateacuterio

uma anaacutelise compreensiva

pela enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

E3 NIEVAS A F

FUREGATO A R F

Depressatildeo em mulheres no

climateacuterio

Revista Gauacutecha de

Enfermagem 2006

E4 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

Vivenciando o climateacuterio o

corpo em seu percurso exis-

tencial agrave luz da Fenomenolo-

gia

Revista Enferma-

gem UERJ 2005

E5

FERNANDEZ M R

GIR E

HAYASHIDA M

Sexualidade no periacuteodo

climateacuterico situaccedilotildees vi-

venciadas pela mulher

Revista da Esco-

la de Enferma-

gem da USP

2005

E6 BIFFI E F de A

SCATENA M C M

Sauacutede Mental e climateacuterio

na perspectiva de mulheres

profissionais de sauacutede

Revista Enfer-

magem UERJ 2004

30

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E7 MILANEZ M R de

M NERY I S

Percepccedilatildeo das mulheres

sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de en-

fermagem

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2004

E8 MURATA I M H

SCHIRMER J

Manifestaccedilotildees biopsicogecirc-

nicos decorrentes do clima-

teacuterio entre trabalhadoras de

uma universidade puacuteblica

Acta Paulista de

enfermagem 2004

E9 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

O climateacuterio a corporeida-

de como berccedilo das experi-

ecircncias do vivido

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

2002

E10

MURATA I M H

BERCINI L O

SCHIRMER J

Auto-cuidado na prevenccedilatildeo

do cacircncer de colo de uacutetero

e cacircncer de mama compa-

raccedilatildeo entre mulheres natildeo

climateacutericas e climateacutericas

Biblioteca J

Baeta Vianna 2000

E11

LOPES M E L

BATISTA P S de S

COSTA Se F G da

SOARES M S de

Orientaccedilotildees de enferma-

gem agrave mulher climateacuterica

quanto agrave terapia de reposi-

ccedilatildeo hormonal uma abor-

dagem eacutetica

Revista da Rede de

Enfermagem do

Nordeste

2000

E12 DAOUD I G

SANTANA M da G

Construccedilatildeo de um processo

educativo com um grupo de

mulheres climateacutericas

Texto amp Contexto

Enfermagem 2000

E13 LANDERDAHL M C

Buscando novas maneiras

de pensar o climateacuterio fe-

minino

Texto amp contexto

enfermagem 1997

E14 NERY I S Perfil do atendimento agrave

mulher no climateacuterio

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

1996

31

Em geral os estudos excluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (E1 E6 E8 e E10) que correspondem

a 286 (n = 4)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (E3 E4 E5 E7 E8 E9 e

E13) somando 50 (n = 6)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (E2 E11 E12 e E14) o que resulta em 286 (n =

4)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 71 (n = 1) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas por

profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educativo (E11)

Percebe-se que dois dos artigos excluiacutedos se enquadram em mais de uma dimensatildeo apre-

sentada na anaacutelise feita acima

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os artigos incluiacutedos foram estudados sistematicamente de modo a extrair de cada um

as concepccedilotildees e respectivas caracteriacutesticas do trabalho em equipe as quais foram discutidas agrave

luz do referencial teoacuterico que embasa este estudo qual seja a assistecircncia ao climateacuterio pela

equipe de sauacutede

A amostra definitiva dos artigos incluiacutedos para a revisatildeo sistemaacutetica portanto foram

oito artigos apresentados a seguir no Quadro 2

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

I1 PEREIRA Q L C

SIQUEIRA H C H de

O olhar dos responsaacuteveis

pela poliacutetica de sauacutede da

mulher climateacuterica

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

2009

I2

OLIVEIRA D M de

JESUS M C P de

MERIGHI M A B

O climateacuterio sob a oacutetica de

mulheres assistidas em uma

unidade de sauacutede da famiacutelia

de Juiz de Fora - Minas Ge-

rais

Revista de A-

tenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede

2008

32

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

I3 LIMA E C

VARGENS O M da C

O significado de climateacuterio

para as mulheres implicaccedilotildees

para o cuidado de enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

I4

PIAZZA I P

DE LORENZI D R S

SACILOTO B

Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacuteri-

cas atendidas em um PSF

Revista Gauacutecha

de Enfermagem 2005

I5 LANDERDAH M C

Mulher climateacuterica uma abor-

dagem necessaacuteria ao niacutevel de

atenccedilatildeo baacutesica

Nursing (Satildeo

Paulo) 2002

I6 DAOUD I G

Encontros e desencontros das

mulheres climateacutericas que

buscam assistecircncia em serviccedilo

do Sistema Uacutenico de Sauacutede

Revista Enferma-

gem UERJ 2002

I7

CANDELLA C L M

RUGGIERO C M

ARAYA M E S SILVA

R V

Assistecircncia de enfermagem agrave

mulher no climateacuterio

Revista da Escola

de Enfermagem

da USP

1995

I8 VARGENS O M da C O casal no climateacuterio orienta-

ccedilatildeo de enfermagem

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

1985

Os estudos incluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (I4) que correspondem a

125 (n = 1)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (I2 I3) somando

25 (n = 2)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (I1 I5 I6 I7 e I8) o que resulta em 625

(n = 5)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 25 (n = 2) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas

por profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educati-

vo (I7 e I8)

Assim nota-se que a maioria dos estudos incluiacutedos 625 (n = 5) faz menccedilatildeo agrave assis-

tecircncia em sauacutede prestada a essas clientes evidenciando-se uma maior discussatildeo do tema asso-

ciado agrave melhoria dos serviccedilos prestados na atenccedilatildeo baacutesica

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

1 ALMEIDA LHRB LUZ MHBA MONTEIRO CFS Ser mulher no climateacute-

rio uma anaacutelise compreensiva pela enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007

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Comunicaccedilatildeo Sauacutede Educaccedilatildeo 2005 9(16) 39-52

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5 BIFFI EFA SCATENA MCM Sauacutede Mental e climateacuterio na perspectiva de mu-

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7 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de

Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Manual de Atenccedilatildeo agrave Mulher no Climateacute-

rioMenopausa Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacute-

gicas Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 200881p

8 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Portaria nordm

648 de 28 de marccedilo de 2006 Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabele-

cendo a revisatildeo de diretrizes e normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o

Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e o Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

(PACS) Brasiacutelia DF 2007 71p

9 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

operacionais dos Pactos pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo Ministeacuterio da Sa-

uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

trole dos cacircnceres do colo do uacutetero e da mama Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Depar-

tamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndashBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a 132p

43

11 CANDELLA CLM RUGGIERO CM ARAYA MES SILVA RV Assistecircncia

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dade de Satildeo Paulo 2008

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15 COELHO S PORTO YF Sauacutede da Mulher Belo Horizonte NesconUFMG Co-

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17 CORDEIRO H et al Avaliaccedilatildeo de competecircncias de meacutedicos e enfermeiros das Equi-

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2009

18 COSTA AM Atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher quo vadis Uma avaliaccedilatildeo da inte-

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Universidade de Brasiacutelia 2004

19 COSTA GD COTTA RMM FERREIRA MLSM REIS JR

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21 DAOUD IG SANTANA MG Construccedilatildeo de um processo educativo com um grupo

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22 DUARTE SV FURTADO SV Manual para elaboraccedilatildeo de monografias e projetos

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44

24 FARIA HP WERNECK MAF SANTOS MA TEIXEIRA PF Processo de

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31 HULLEY SB CUMMINGS SR BROWNER WS GRADY D HEARST N

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33 LANDERDAHL MC Mulher climateacuterica uma abordagem necessaacuteria ao niacutevel de a-

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34 LEOPARDI MT Metodologia da Pesquisa na sauacutede 2 ed Florianoacutepolis UFSC

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37 LOPES MEL BATISTA PSS COSTA SFG SOARES MS Orientaccedilotildees de en-

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45

38 MAIA C GUILHEME D LUCCHESE G Integraccedilatildeo entre vigilacircncia sanitaacuteria e

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39 MATUMOTO S FORTUNA CM MISHIMA SM PEREIRA MJB

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46 MURATA IMH BERCINI LO SCHIRMER J Auto-cuidado na prevenccedilatildeo do

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48 NERY IS Perfil do atendimento agrave mulher no climateacuterio Revista Brasileira de En-

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49 NIEVAS AF FUREGATO ARF Depressatildeo em mulheres no climateacuterio Revista

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51 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB Climateacuterio e sexualidade a

compreensatildeo dessa interface por mulheres assistidas em grupo Texto amp Contexto En-

fermagem v17 n3 p519-526 set 2008

46

52 OLIVEIRA SL Tratado de metodologia cientiacutefica 2 ed Satildeo Paulo Pioneira 1999

53 PEDRO AO PINTO-NETO AM PAIVA LC OSIS MJ HARDY E Procura

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Satildeo Paulo 2002 36(4)484-90 ago

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lheres climateacuterias usuaacuterias do SUS Ciecircncias Cuidado e Sauacutede 2008 7(2)224-231

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55 PEREIRA QLC SIQUEIRA HCH O olhar dos Responsaacuteveis Pela Poliacutetica de Sa-

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57 PIRES MRGM GOumlTTEMS LBD Anaacutelise da gestatildeo do cuidado no Programa de

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58 Resoluccedilatildeo COFEN 2722002 In Legislaccedilatildeo e Normas [texto]Conselho Regional de

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59 ROTHER ET Editorial - Revisatildeo sistemaacutetica x revisatildeo narrativa Acta Paul Enferm

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60 ROSEMBERG B MINAYO MCS A experiecircncia complexa e os olhares reducio-

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61 SANTOS VC SOARES CB CAMPOS CMS A relaccedilatildeo trabalho-sauacutede de en-

fermeiros do PSF no municiacutepio de Satildeo Paulo Rev esc enferm USP v41 777-781p

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62 SILVA ARV Sexualidade no climateacuterio vivecircncias e sentimentos da mulher 2000

Dissertaccedilatildeo [Mestrado] - Universidade Federal do Cearaacute 2000

63 SILVEIRA CS Pesquisa em enfermagem oncoloacutegica no Brasil uma revisatildeo integra-

tiva Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade

de Satildeo Paulo 2005

64 SOUSA MF HAMANN EM Programa Sauacutede da Famiacutelia no Brasil uma agenda

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65 STARFIELD B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidade de sauacutede serviccedilos e

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66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

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47

67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

Nery Revista de Enfermagem 1985 5(1)23-5 janmar

69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 23: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Analisar a produccedilatildeo de conhecimento de Enfermagem sobre a mulher climateacuterica e

suas contribuiccedilotildees para a atuaccedilatildeo da equipe da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia - ESF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Realizar o levantamento da produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assis-

tecircncia agrave mulher no climateacuterio

Caracterizar a produccedilatildeo cientiacutefica de Enfermagem sobre a temaacutetica assistecircncia agrave mu-

lher no climateacuterio

Apontar como os resultados da anaacutelise dessa produccedilatildeo cientiacutefica podem contribuir pa-

ra a atuaccedilatildeo da equipe de ESF sobre a temaacutetica

3 METOacuteDO DA PESQUISA

A pesquisa em sauacutede segundo Leopardi (2002) natildeo eacute somente uma incorporaccedilatildeo de

conteuacutedo cientiacutefico ao saber cotidiano eacute um aprender a perceber sentir e a pensar Essas con-

sideraccedilotildees acrescentam para as pesquisas em sauacutede um conhecer sobre o que ocorre no corpo

dos indiviacuteduos na sua luta diaacuteria pela sobrevivecircncia e as relaccedilotildees subjetivas de cada ser hu-

mano

Dentro desse contexto eacute evidenciado um direcionamento metodoloacutegico com a finali-

dade de conhecer as concepccedilotildees e caracteriacutesticas sobre a temaacutetica em estudo presentes na

literatura Trata-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva por revisatildeo bibliograacutefica de anaacute-

lise integrativa

Esse estudo foi realizado com base na pesquisa bibliograacutefica Para Duarte amp Furtado

(2002) esse tipo de pesquisa eacute realizado a partir de levantamentos da produccedilatildeo cientiacutefica

presente em diferentes apresentaccedilotildees como livros artigos cientiacuteficos dissertaccedilotildees teses den-

tre outros Cervo amp Bervian (1996) ressaltam que esse tipo de pesquisa procura explicar um

problema a partir de referecircncias pela analise de suas contribuiccedilotildees culturais ou cientiacuteficas

existentes acerca de determinado assunto

Jaacute o cunho exploratoacuterio desse estudo se define pela descoberta de ideacuteias que propor-

cionaram familiaridade com o problema tornando-o mais expliacutecito com a possibilidade de

fomento a outras hipoacuteteses (DUARTE amp FURTADO 2002 LEOPARDI 2002 HULLEY et

al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

O caraacuteter descritivo dessa pesquisa ocorre na definiccedilatildeo das caracteriacutesticas do fenocircme-

no a ser estudado e suas relaccedilotildees mediante aos objetivos propostos (GIL 1996 OLIVEIRA

1999) Nesse sentido o trabalho descritivo abrange aspectos amplificados do contexto social

Assim eacute possiacutevel o niacutevel de anaacutelise da temaacutetica sobre diferentes formas aleacutem de sua ordena-

ccedilatildeo e sua classificaccedilatildeo

As revisotildees de literatura necessitam de alguns padrotildees que assegurem sua qualidade

metodoloacutegica como utilizaccedilatildeo de meacutetodos para assegurar a anaacutelise precisa e objetiva anaacutelise

da teoria resultados meacutetodos sujeitos e variaacuteveis de estudo fornecer ao leitor o maacuteximo de

informaccedilotildees possiacuteveis sobre estudos revisados e natildeo apenas os principais (HULLEY et al

2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Dessa forma realizou-se um estudo de revisatildeo da literatura cientiacutefica visando avaliar

um conjunto de dados simultacircneos a partir de estudos primaacuterios selecionados previamente

24

que investigam uma mesma questatildeo (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER

2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

A questatildeo do estudo eacute o primeiro passo para o iniacutecio da revisatildeo bibliograacutefica O Se-

gundo passo consiste em definir a seleccedilatildeo dos estudos sendo o mais indicado as bases de da-

dos eletrocircnicas O terceiro passo eacute a avaliaccedilatildeo criacutetica dos estudos em que se utilizam criteacuterios

para validar os estudos selecionados atraveacutes de uma avaliaccedilatildeo criacutetica dos pesquisadores O

quarto passo consiste na coleta dos dados em que se caracterizam os estudos levantados e de-

terminam suas possibilidades de comparaccedilatildeo O quinto passo eacute a analise e apresentaccedilatildeo dos

dados com agrupamento de estudos semelhantes O sexto passo eacute a determinaccedilatildeo da forccedila

dos resultados e das evidencias encontradas delineando claramente os benefiacutecios e riscos do

achado Uma vez publicada a revisatildeo poderaacute sofrer criacuteticas e sugestotildees que poderatildeo ser in-

corporadas em novos estudos sobre a temaacutetica (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005

ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Para o delineamento do estudo foi definida como questatildeo norteadora como a produ-

ccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede da mulher climateacuterica pode contribuir pa-

ra a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede da famiacutelia

A partir da questatildeo dessa investigaccedilatildeo foram considerados estudos que abordassem a

assistecircncia ao climateacuterio por Enfermeiros A amostra foi do tipo natildeo-probabiliacutestica de conve-

niecircncia constituiacuteda por publicaccedilotildees nacionalmente indexadas sobre a temaacutetica O descritor

utilizado foi ldquoClimateacuteriordquo e a opccedilatildeo pelo natildeo cruzamento de demais descritores foi devida a

escolha da fonte de busca

A fonte de busca orientou-se por base eletrocircnica restrita a produccedilatildeo do conhecimento

nacional e de liacutengua portuguesa que correspondesse a publicaccedilotildees em perioacutedicos de Enfer-

magem demonstrando proximidade com a questatildeo norteadora A busca dos artigos foi reali-

zada no periacuteodo de outubro de 2009 a janeiro de 2010

Adotou-se como criteacuterios de exclusatildeo publicaccedilotildees cujo o cenaacuterio de desenvolvimento

natildeo fossem a Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede eou ESF Ressalta-se que o recorte temporal para

busca das publicaccedilotildees considerou apenas o limite final do periacuteodo o ano de 2009 buscando

amplificar o periacuteodo de iniacutecio da produccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico dessa temaacutetica e assim

natildeo diminuir a sensibilidade das buscas

Foi utilizada a Base de Dados de Enfermagem (BDENF) presente na Biblioteca Vir-

tual em Sauacutede BIREME atraveacutes do siacutetio eletrocircnico httpbasesbiremebrcgi-

binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampbase=BDENFamplang=p

25

O Centro Latino-Americano e do Caribe de Informaccedilatildeo em Ciecircncias da Sauacutede tam-

beacutem conhecido pelo seu nome original Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) eacute um

centro especializado da Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Organizaccedilatildeo Mundial da Sa-

uacutede (OPASOMS) orientado agrave cooperaccedilatildeo teacutecnica em informaccedilatildeo cientiacutefica em sauacutede A sede

da BIREME estaacute localizada no Brasil no campus central Universidade Federal de Satildeo Paulo

(UNIFESP) desde a sua criaccedilatildeo em 1967 segundo acordo da OPASOMS com o Governo do

Brasil

A BDENF apresenta informaccedilotildees compostas pela literatura teacutecnico-cientiacutefica brasilei-

ra em Enfermagem Eacute coordenada pela Escola de Enfermagem da Universidade de Minas

Gerais e por demais Centros Cooperantes da rede BVSENFERMAGEM A composiccedilatildeo des-

sa biblioteca eletrocircnica apresenta perioacutedicos teses livros capiacutetulos de livros anais de con-

gressos ou conferecircncias relatoacuterios teacutecnico-cientiacuteficos e publicaccedilotildees governamentais

No desenvolvimento da revisatildeo integrativa foram selecionados artigos apoacutes a identifi-

caccedilatildeo de todas as publicaccedilotildees a partir do descritor utilizado Procedeu-se analise para caracte-

rizaccedilatildeo dos estudos e preacute-seleccedilatildeo quanto a sua pertinecircncia a pergunta norteadora

Essa etapa foi realizada separadamente por dois revisores sendo a pesquisadora dessa

investigaccedilatildeo e a sua orientadora Os passos utilizados para a caracterizaccedilatildeo dos artigos e a

verificaccedilatildeo de sua aproximaccedilatildeo com a questatildeo norteadora foram a leitura aprofundada de

cada artigo a segregaccedilatildeo dos mesmos quanto agrave aproximaccedilatildeo da questatildeo norteadora e a cate-

gorizaccedilatildeo desses conforme os criteacuterios metodoloacutegicos estabelecidos

Posteriormente ocorreu consenso entre a autora e a orientadora com o objetivo de de-

cidir a inclusatildeo e a exclusatildeo dos artigos preacute-selecionados e avaliados a fim de se garantir

maior seguranccedila na seleccedilatildeo

Para a anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por nuacutemeros absolutos e

frequencias Os elementos de caracterizaccedilatildeo dos perioacutedicos foram

Total de artigos identificados na busca conforme fonte

Identificaccedilatildeo de artigos repetidos

Exclusatildeo de artigos

Inclusatildeo de artigos para a revisatildeo sistemaacutetica

Quanto aos estudos incluiacutedos por aproximaccedilatildeo para com a questatildeo norteadora analisa-

ram-se os seguintes aspectos

Siacutentese panoracircmica do conteuacutedo e da analise dos artigos incluiacutedos

Delineamento da Investigaccedilatildeo (metodologia)

26

Ano de publicaccedilatildeo

Perioacutedico de publicaccedilatildeo

Consideraccedilotildees apresentadas agrave temaacutetica em estudo

Objetivando facilitar a leitura e a identificaccedilatildeo dos artigos optou-se pela atribuiccedilatildeo do

coacutedigo E(n) para os artigos excluiacutedos e I(n) para os artigos incluiacutedos na revisatildeo sistemaacutetica

Conforme os resultados identificados foi calculado o iacutendice de KAPPA (K) Esse iacuten-

dice corresponde a uma medida de concordacircncia usada em escalas nominais que fornece a

ideacuteia do quanto as observaccedilotildees se afastam daquelas esperadas fruto do acaso indican-

do assim o quatildeo legiacutetimas as interpretaccedilotildees satildeo (CANOLETTI 2008)

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A anaacutelise da revisatildeo sistemaacutetica iniciou com a descriccedilatildeo dos artigos encontrados se-

guindo com a descriccedilatildeo daqueles excluiacutedos do processo de revisatildeo sistemaacutetica e por fim foi

analisada a aproximaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos com o questionamento norteador

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF

Os registros sobre climateacuterio no BDENF totalizaram 26 conforme descritor utilizado

poreacutem dentre os trabalhos havia um que natildeo se enquadrava como perioacutedico e foi excluiacutedo da

lista totalizando 25 artigos Ressalta-se que natildeo houve obtenccedilatildeo de artigos por busca manual

Na Tabela 1 verifica-se o total de estudos encontrados na busca realizada conforme perioacutedi-

cos

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo

perioacutedicos

BDENF - Banco de Dados de Enfermagem N

Revista Gauacutecha de Enfermagem 2

Revista Enfermagem UERJ 5

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 1

Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 4

Revista da Escola de Enfermagem da USP 2

Acta Paulista de Enfermagem 1

Nursing (Satildeo Paulo) 2

Revista Brasileira de Enfermagem 3

Biblioteca J Baeta Vianna 1

Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 1

Revista Paulista de Enfermagem 1

Texto amp Contexto Enfermagem 2

Total 25

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Quanto ao ano de publicaccedilotildees dos artigos selecionados observou-se que o periacuteodo de

publicaccedilatildeo inicia-se em 1985 e finaliza no ano de 2009 como mostra a Tabela 2

28

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano

de publicaccedilatildeo

Ano de publicaccedilatildeo Nordm de Estudos

2009 2 8

2008 1 4

2007 2 8

2006 1 4

2005 4 16

2004 3 12

2002 4 16

2000 3 12

1997 1 4

1996 1 4

1995 1 4

1985 2 8

TOTAL 25 100

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Nota-se que apesar de haver nesta revisatildeo sistemaacutetica trabalhos datados de 1985 a

discussatildeo do tema soacute ampliou entre 15 e 20 anos depois o que reforccedila a ideacuteia de que haacute uma

preocupaccedilatildeo crescente para com essa temaacutetica na atenccedilatildeo baacutesica no intuito de melhorar os

serviccedilos prestados

Vale ressaltar que criaccedilatildeo do SUS em 1988 e posteriormente a ESF regulamentada em

1994 contribuiacuteram para o fortalecimento da atenccedilatildeo primaacuteria e consequentemente impulsio-

nando as pesquisas na aacuterea

Analisando esta tabela percebe-se que no periacuteodo de 2000 a 2005 foram identificados

o maior nuacutemero de publicaccedilotildees referentes ao assunto 56 (n = 14) indicando o crescimento

do interesse do estudo deste assunto A concentraccedilatildeo de estudos nesse intervalo de tempo os

caracteriza como sendo recentes jaacute que foram elaborados haacute menos de 10 anos

Os resumos dos 25 registros localizados foram lidos e a partir da leitura foram sele-

cionados aqueles cujo tiacutetulo eou resumo colocavam a assistecircncia ao climateacuterio na atenccedilatildeo

primaacuteria como objeto de estudo ou como uma de suas questotildees centrais de anaacutelise Posteri-

ormente foram identificados os artigos repetidos (n = 3) descartando-os

Dos 22 artigos selecionados a Revista Enfermagem UERJ apresentou a maior quanti-

dade de publicaccedilotildees totalizando 20 (n = 5)

Apoacutes avaliaccedilatildeo dos tiacutetulos leitura dos resumos e anaacutelise dos artigos integralmente ve-

rificou-se que 364 (n = 8) apresentaram pertinecircncia agrave questatildeo norteadora da pesquisa sen-

do 25 (n = 2) destes artigos oriundos da Revista Enfermagem UERJ e 25 (n = 2) da Es-

cola Ana Nery Revista de Enfermagem As demais revistas apresentaram 125 (n = 1) dos

29

artigos pertinentes cada uma Os estudos excluiacutedos da revisatildeo integrativa perfizeram 636

(n = 14)

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA

Em relaccedilatildeo aos artigos excluiacutedos observa-se sua descriccedilatildeo no Quadro 1

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E1

ZAMPIERI M de F M

TAVARES C M A

HAMES M de L C

FALCON G S

SILVA A L de

GONCcedilALVES L T

O processo de viver e ser

saudaacutevel das mulheres no

climateacuterio

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2009

E2

ALMEIDA L H R B de

LUZ M H B A

MONTEIRO C F de S

Ser mulher no climateacuterio

uma anaacutelise compreensiva

pela enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

E3 NIEVAS A F

FUREGATO A R F

Depressatildeo em mulheres no

climateacuterio

Revista Gauacutecha de

Enfermagem 2006

E4 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

Vivenciando o climateacuterio o

corpo em seu percurso exis-

tencial agrave luz da Fenomenolo-

gia

Revista Enferma-

gem UERJ 2005

E5

FERNANDEZ M R

GIR E

HAYASHIDA M

Sexualidade no periacuteodo

climateacuterico situaccedilotildees vi-

venciadas pela mulher

Revista da Esco-

la de Enferma-

gem da USP

2005

E6 BIFFI E F de A

SCATENA M C M

Sauacutede Mental e climateacuterio

na perspectiva de mulheres

profissionais de sauacutede

Revista Enfer-

magem UERJ 2004

30

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E7 MILANEZ M R de

M NERY I S

Percepccedilatildeo das mulheres

sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de en-

fermagem

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2004

E8 MURATA I M H

SCHIRMER J

Manifestaccedilotildees biopsicogecirc-

nicos decorrentes do clima-

teacuterio entre trabalhadoras de

uma universidade puacuteblica

Acta Paulista de

enfermagem 2004

E9 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

O climateacuterio a corporeida-

de como berccedilo das experi-

ecircncias do vivido

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

2002

E10

MURATA I M H

BERCINI L O

SCHIRMER J

Auto-cuidado na prevenccedilatildeo

do cacircncer de colo de uacutetero

e cacircncer de mama compa-

raccedilatildeo entre mulheres natildeo

climateacutericas e climateacutericas

Biblioteca J

Baeta Vianna 2000

E11

LOPES M E L

BATISTA P S de S

COSTA Se F G da

SOARES M S de

Orientaccedilotildees de enferma-

gem agrave mulher climateacuterica

quanto agrave terapia de reposi-

ccedilatildeo hormonal uma abor-

dagem eacutetica

Revista da Rede de

Enfermagem do

Nordeste

2000

E12 DAOUD I G

SANTANA M da G

Construccedilatildeo de um processo

educativo com um grupo de

mulheres climateacutericas

Texto amp Contexto

Enfermagem 2000

E13 LANDERDAHL M C

Buscando novas maneiras

de pensar o climateacuterio fe-

minino

Texto amp contexto

enfermagem 1997

E14 NERY I S Perfil do atendimento agrave

mulher no climateacuterio

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

1996

31

Em geral os estudos excluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (E1 E6 E8 e E10) que correspondem

a 286 (n = 4)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (E3 E4 E5 E7 E8 E9 e

E13) somando 50 (n = 6)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (E2 E11 E12 e E14) o que resulta em 286 (n =

4)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 71 (n = 1) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas por

profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educativo (E11)

Percebe-se que dois dos artigos excluiacutedos se enquadram em mais de uma dimensatildeo apre-

sentada na anaacutelise feita acima

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os artigos incluiacutedos foram estudados sistematicamente de modo a extrair de cada um

as concepccedilotildees e respectivas caracteriacutesticas do trabalho em equipe as quais foram discutidas agrave

luz do referencial teoacuterico que embasa este estudo qual seja a assistecircncia ao climateacuterio pela

equipe de sauacutede

A amostra definitiva dos artigos incluiacutedos para a revisatildeo sistemaacutetica portanto foram

oito artigos apresentados a seguir no Quadro 2

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

I1 PEREIRA Q L C

SIQUEIRA H C H de

O olhar dos responsaacuteveis

pela poliacutetica de sauacutede da

mulher climateacuterica

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

2009

I2

OLIVEIRA D M de

JESUS M C P de

MERIGHI M A B

O climateacuterio sob a oacutetica de

mulheres assistidas em uma

unidade de sauacutede da famiacutelia

de Juiz de Fora - Minas Ge-

rais

Revista de A-

tenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede

2008

32

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

I3 LIMA E C

VARGENS O M da C

O significado de climateacuterio

para as mulheres implicaccedilotildees

para o cuidado de enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

I4

PIAZZA I P

DE LORENZI D R S

SACILOTO B

Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacuteri-

cas atendidas em um PSF

Revista Gauacutecha

de Enfermagem 2005

I5 LANDERDAH M C

Mulher climateacuterica uma abor-

dagem necessaacuteria ao niacutevel de

atenccedilatildeo baacutesica

Nursing (Satildeo

Paulo) 2002

I6 DAOUD I G

Encontros e desencontros das

mulheres climateacutericas que

buscam assistecircncia em serviccedilo

do Sistema Uacutenico de Sauacutede

Revista Enferma-

gem UERJ 2002

I7

CANDELLA C L M

RUGGIERO C M

ARAYA M E S SILVA

R V

Assistecircncia de enfermagem agrave

mulher no climateacuterio

Revista da Escola

de Enfermagem

da USP

1995

I8 VARGENS O M da C O casal no climateacuterio orienta-

ccedilatildeo de enfermagem

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

1985

Os estudos incluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (I4) que correspondem a

125 (n = 1)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (I2 I3) somando

25 (n = 2)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (I1 I5 I6 I7 e I8) o que resulta em 625

(n = 5)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 25 (n = 2) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas

por profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educati-

vo (I7 e I8)

Assim nota-se que a maioria dos estudos incluiacutedos 625 (n = 5) faz menccedilatildeo agrave assis-

tecircncia em sauacutede prestada a essas clientes evidenciando-se uma maior discussatildeo do tema asso-

ciado agrave melhoria dos serviccedilos prestados na atenccedilatildeo baacutesica

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

1 ALMEIDA LHRB LUZ MHBA MONTEIRO CFS Ser mulher no climateacute-

rio uma anaacutelise compreensiva pela enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007

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Comunicaccedilatildeo Sauacutede Educaccedilatildeo 2005 9(16) 39-52

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5 BIFFI EFA SCATENA MCM Sauacutede Mental e climateacuterio na perspectiva de mu-

lheres profissionais de sauacutede Revista Enfermagem UERJ 2004 1276-82 janabr

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7 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de

Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Manual de Atenccedilatildeo agrave Mulher no Climateacute-

rioMenopausa Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacute-

gicas Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 200881p

8 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Portaria nordm

648 de 28 de marccedilo de 2006 Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabele-

cendo a revisatildeo de diretrizes e normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o

Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e o Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

(PACS) Brasiacutelia DF 2007 71p

9 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

operacionais dos Pactos pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo Ministeacuterio da Sa-

uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

trole dos cacircnceres do colo do uacutetero e da mama Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Depar-

tamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndashBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a 132p

43

11 CANDELLA CLM RUGGIERO CM ARAYA MES SILVA RV Assistecircncia

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dade de Satildeo Paulo 2008

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17 CORDEIRO H et al Avaliaccedilatildeo de competecircncias de meacutedicos e enfermeiros das Equi-

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2009

18 COSTA AM Atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher quo vadis Uma avaliaccedilatildeo da inte-

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19 COSTA GD COTTA RMM FERREIRA MLSM REIS JR

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21 DAOUD IG SANTANA MG Construccedilatildeo de um processo educativo com um grupo

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22 DUARTE SV FURTADO SV Manual para elaboraccedilatildeo de monografias e projetos

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23 FARIA HP COELHO IBWERNECK MAF SANTOS MA Modelo assisten-

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44

24 FARIA HP WERNECK MAF SANTOS MA TEIXEIRA PF Processo de

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25 FELICIANO KVO KOVACS MH SARINHO SW Superposiccedilatildeo de atribui-

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32 LANDERDAHL MC Buscando novas maneiras de pensar o climateacuterio feminino

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33 LANDERDAHL MC Mulher climateacuterica uma abordagem necessaacuteria ao niacutevel de a-

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34 LEOPARDI MT Metodologia da Pesquisa na sauacutede 2 ed Florianoacutepolis UFSC

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37 LOPES MEL BATISTA PSS COSTA SFG SOARES MS Orientaccedilotildees de en-

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45

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39 MATUMOTO S FORTUNA CM MISHIMA SM PEREIRA MJB

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47 MURATA IMH SCHIRMER J Manifestaccedilotildees biopsicogecircnicos decorrentes do

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49 NIEVAS AF FUREGATO ARF Depressatildeo em mulheres no climateacuterio Revista

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51 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB Climateacuterio e sexualidade a

compreensatildeo dessa interface por mulheres assistidas em grupo Texto amp Contexto En-

fermagem v17 n3 p519-526 set 2008

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52 OLIVEIRA SL Tratado de metodologia cientiacutefica 2 ed Satildeo Paulo Pioneira 1999

53 PEDRO AO PINTO-NETO AM PAIVA LC OSIS MJ HARDY E Procura

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Satildeo Paulo 2002 36(4)484-90 ago

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56 PIAZZA IP DE LORENZI DRS SACILOTO B Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

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57 PIRES MRGM GOumlTTEMS LBD Anaacutelise da gestatildeo do cuidado no Programa de

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63 SILVEIRA CS Pesquisa em enfermagem oncoloacutegica no Brasil uma revisatildeo integra-

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64 SOUSA MF HAMANN EM Programa Sauacutede da Famiacutelia no Brasil uma agenda

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65 STARFIELD B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidade de sauacutede serviccedilos e

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66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

criando laccedilos Sauacutede em debate 2003 27(65) 257-277

47

67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

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69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 24: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

3 METOacuteDO DA PESQUISA

A pesquisa em sauacutede segundo Leopardi (2002) natildeo eacute somente uma incorporaccedilatildeo de

conteuacutedo cientiacutefico ao saber cotidiano eacute um aprender a perceber sentir e a pensar Essas con-

sideraccedilotildees acrescentam para as pesquisas em sauacutede um conhecer sobre o que ocorre no corpo

dos indiviacuteduos na sua luta diaacuteria pela sobrevivecircncia e as relaccedilotildees subjetivas de cada ser hu-

mano

Dentro desse contexto eacute evidenciado um direcionamento metodoloacutegico com a finali-

dade de conhecer as concepccedilotildees e caracteriacutesticas sobre a temaacutetica em estudo presentes na

literatura Trata-se de uma pesquisa exploratoacuteria descritiva por revisatildeo bibliograacutefica de anaacute-

lise integrativa

Esse estudo foi realizado com base na pesquisa bibliograacutefica Para Duarte amp Furtado

(2002) esse tipo de pesquisa eacute realizado a partir de levantamentos da produccedilatildeo cientiacutefica

presente em diferentes apresentaccedilotildees como livros artigos cientiacuteficos dissertaccedilotildees teses den-

tre outros Cervo amp Bervian (1996) ressaltam que esse tipo de pesquisa procura explicar um

problema a partir de referecircncias pela analise de suas contribuiccedilotildees culturais ou cientiacuteficas

existentes acerca de determinado assunto

Jaacute o cunho exploratoacuterio desse estudo se define pela descoberta de ideacuteias que propor-

cionaram familiaridade com o problema tornando-o mais expliacutecito com a possibilidade de

fomento a outras hipoacuteteses (DUARTE amp FURTADO 2002 LEOPARDI 2002 HULLEY et

al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

O caraacuteter descritivo dessa pesquisa ocorre na definiccedilatildeo das caracteriacutesticas do fenocircme-

no a ser estudado e suas relaccedilotildees mediante aos objetivos propostos (GIL 1996 OLIVEIRA

1999) Nesse sentido o trabalho descritivo abrange aspectos amplificados do contexto social

Assim eacute possiacutevel o niacutevel de anaacutelise da temaacutetica sobre diferentes formas aleacutem de sua ordena-

ccedilatildeo e sua classificaccedilatildeo

As revisotildees de literatura necessitam de alguns padrotildees que assegurem sua qualidade

metodoloacutegica como utilizaccedilatildeo de meacutetodos para assegurar a anaacutelise precisa e objetiva anaacutelise

da teoria resultados meacutetodos sujeitos e variaacuteveis de estudo fornecer ao leitor o maacuteximo de

informaccedilotildees possiacuteveis sobre estudos revisados e natildeo apenas os principais (HULLEY et al

2003 SILVEIRA 2005 ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Dessa forma realizou-se um estudo de revisatildeo da literatura cientiacutefica visando avaliar

um conjunto de dados simultacircneos a partir de estudos primaacuterios selecionados previamente

24

que investigam uma mesma questatildeo (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER

2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

A questatildeo do estudo eacute o primeiro passo para o iniacutecio da revisatildeo bibliograacutefica O Se-

gundo passo consiste em definir a seleccedilatildeo dos estudos sendo o mais indicado as bases de da-

dos eletrocircnicas O terceiro passo eacute a avaliaccedilatildeo criacutetica dos estudos em que se utilizam criteacuterios

para validar os estudos selecionados atraveacutes de uma avaliaccedilatildeo criacutetica dos pesquisadores O

quarto passo consiste na coleta dos dados em que se caracterizam os estudos levantados e de-

terminam suas possibilidades de comparaccedilatildeo O quinto passo eacute a analise e apresentaccedilatildeo dos

dados com agrupamento de estudos semelhantes O sexto passo eacute a determinaccedilatildeo da forccedila

dos resultados e das evidencias encontradas delineando claramente os benefiacutecios e riscos do

achado Uma vez publicada a revisatildeo poderaacute sofrer criacuteticas e sugestotildees que poderatildeo ser in-

corporadas em novos estudos sobre a temaacutetica (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005

ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Para o delineamento do estudo foi definida como questatildeo norteadora como a produ-

ccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede da mulher climateacuterica pode contribuir pa-

ra a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede da famiacutelia

A partir da questatildeo dessa investigaccedilatildeo foram considerados estudos que abordassem a

assistecircncia ao climateacuterio por Enfermeiros A amostra foi do tipo natildeo-probabiliacutestica de conve-

niecircncia constituiacuteda por publicaccedilotildees nacionalmente indexadas sobre a temaacutetica O descritor

utilizado foi ldquoClimateacuteriordquo e a opccedilatildeo pelo natildeo cruzamento de demais descritores foi devida a

escolha da fonte de busca

A fonte de busca orientou-se por base eletrocircnica restrita a produccedilatildeo do conhecimento

nacional e de liacutengua portuguesa que correspondesse a publicaccedilotildees em perioacutedicos de Enfer-

magem demonstrando proximidade com a questatildeo norteadora A busca dos artigos foi reali-

zada no periacuteodo de outubro de 2009 a janeiro de 2010

Adotou-se como criteacuterios de exclusatildeo publicaccedilotildees cujo o cenaacuterio de desenvolvimento

natildeo fossem a Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede eou ESF Ressalta-se que o recorte temporal para

busca das publicaccedilotildees considerou apenas o limite final do periacuteodo o ano de 2009 buscando

amplificar o periacuteodo de iniacutecio da produccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico dessa temaacutetica e assim

natildeo diminuir a sensibilidade das buscas

Foi utilizada a Base de Dados de Enfermagem (BDENF) presente na Biblioteca Vir-

tual em Sauacutede BIREME atraveacutes do siacutetio eletrocircnico httpbasesbiremebrcgi-

binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampbase=BDENFamplang=p

25

O Centro Latino-Americano e do Caribe de Informaccedilatildeo em Ciecircncias da Sauacutede tam-

beacutem conhecido pelo seu nome original Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) eacute um

centro especializado da Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Organizaccedilatildeo Mundial da Sa-

uacutede (OPASOMS) orientado agrave cooperaccedilatildeo teacutecnica em informaccedilatildeo cientiacutefica em sauacutede A sede

da BIREME estaacute localizada no Brasil no campus central Universidade Federal de Satildeo Paulo

(UNIFESP) desde a sua criaccedilatildeo em 1967 segundo acordo da OPASOMS com o Governo do

Brasil

A BDENF apresenta informaccedilotildees compostas pela literatura teacutecnico-cientiacutefica brasilei-

ra em Enfermagem Eacute coordenada pela Escola de Enfermagem da Universidade de Minas

Gerais e por demais Centros Cooperantes da rede BVSENFERMAGEM A composiccedilatildeo des-

sa biblioteca eletrocircnica apresenta perioacutedicos teses livros capiacutetulos de livros anais de con-

gressos ou conferecircncias relatoacuterios teacutecnico-cientiacuteficos e publicaccedilotildees governamentais

No desenvolvimento da revisatildeo integrativa foram selecionados artigos apoacutes a identifi-

caccedilatildeo de todas as publicaccedilotildees a partir do descritor utilizado Procedeu-se analise para caracte-

rizaccedilatildeo dos estudos e preacute-seleccedilatildeo quanto a sua pertinecircncia a pergunta norteadora

Essa etapa foi realizada separadamente por dois revisores sendo a pesquisadora dessa

investigaccedilatildeo e a sua orientadora Os passos utilizados para a caracterizaccedilatildeo dos artigos e a

verificaccedilatildeo de sua aproximaccedilatildeo com a questatildeo norteadora foram a leitura aprofundada de

cada artigo a segregaccedilatildeo dos mesmos quanto agrave aproximaccedilatildeo da questatildeo norteadora e a cate-

gorizaccedilatildeo desses conforme os criteacuterios metodoloacutegicos estabelecidos

Posteriormente ocorreu consenso entre a autora e a orientadora com o objetivo de de-

cidir a inclusatildeo e a exclusatildeo dos artigos preacute-selecionados e avaliados a fim de se garantir

maior seguranccedila na seleccedilatildeo

Para a anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por nuacutemeros absolutos e

frequencias Os elementos de caracterizaccedilatildeo dos perioacutedicos foram

Total de artigos identificados na busca conforme fonte

Identificaccedilatildeo de artigos repetidos

Exclusatildeo de artigos

Inclusatildeo de artigos para a revisatildeo sistemaacutetica

Quanto aos estudos incluiacutedos por aproximaccedilatildeo para com a questatildeo norteadora analisa-

ram-se os seguintes aspectos

Siacutentese panoracircmica do conteuacutedo e da analise dos artigos incluiacutedos

Delineamento da Investigaccedilatildeo (metodologia)

26

Ano de publicaccedilatildeo

Perioacutedico de publicaccedilatildeo

Consideraccedilotildees apresentadas agrave temaacutetica em estudo

Objetivando facilitar a leitura e a identificaccedilatildeo dos artigos optou-se pela atribuiccedilatildeo do

coacutedigo E(n) para os artigos excluiacutedos e I(n) para os artigos incluiacutedos na revisatildeo sistemaacutetica

Conforme os resultados identificados foi calculado o iacutendice de KAPPA (K) Esse iacuten-

dice corresponde a uma medida de concordacircncia usada em escalas nominais que fornece a

ideacuteia do quanto as observaccedilotildees se afastam daquelas esperadas fruto do acaso indican-

do assim o quatildeo legiacutetimas as interpretaccedilotildees satildeo (CANOLETTI 2008)

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A anaacutelise da revisatildeo sistemaacutetica iniciou com a descriccedilatildeo dos artigos encontrados se-

guindo com a descriccedilatildeo daqueles excluiacutedos do processo de revisatildeo sistemaacutetica e por fim foi

analisada a aproximaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos com o questionamento norteador

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF

Os registros sobre climateacuterio no BDENF totalizaram 26 conforme descritor utilizado

poreacutem dentre os trabalhos havia um que natildeo se enquadrava como perioacutedico e foi excluiacutedo da

lista totalizando 25 artigos Ressalta-se que natildeo houve obtenccedilatildeo de artigos por busca manual

Na Tabela 1 verifica-se o total de estudos encontrados na busca realizada conforme perioacutedi-

cos

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo

perioacutedicos

BDENF - Banco de Dados de Enfermagem N

Revista Gauacutecha de Enfermagem 2

Revista Enfermagem UERJ 5

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 1

Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 4

Revista da Escola de Enfermagem da USP 2

Acta Paulista de Enfermagem 1

Nursing (Satildeo Paulo) 2

Revista Brasileira de Enfermagem 3

Biblioteca J Baeta Vianna 1

Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 1

Revista Paulista de Enfermagem 1

Texto amp Contexto Enfermagem 2

Total 25

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Quanto ao ano de publicaccedilotildees dos artigos selecionados observou-se que o periacuteodo de

publicaccedilatildeo inicia-se em 1985 e finaliza no ano de 2009 como mostra a Tabela 2

28

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano

de publicaccedilatildeo

Ano de publicaccedilatildeo Nordm de Estudos

2009 2 8

2008 1 4

2007 2 8

2006 1 4

2005 4 16

2004 3 12

2002 4 16

2000 3 12

1997 1 4

1996 1 4

1995 1 4

1985 2 8

TOTAL 25 100

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Nota-se que apesar de haver nesta revisatildeo sistemaacutetica trabalhos datados de 1985 a

discussatildeo do tema soacute ampliou entre 15 e 20 anos depois o que reforccedila a ideacuteia de que haacute uma

preocupaccedilatildeo crescente para com essa temaacutetica na atenccedilatildeo baacutesica no intuito de melhorar os

serviccedilos prestados

Vale ressaltar que criaccedilatildeo do SUS em 1988 e posteriormente a ESF regulamentada em

1994 contribuiacuteram para o fortalecimento da atenccedilatildeo primaacuteria e consequentemente impulsio-

nando as pesquisas na aacuterea

Analisando esta tabela percebe-se que no periacuteodo de 2000 a 2005 foram identificados

o maior nuacutemero de publicaccedilotildees referentes ao assunto 56 (n = 14) indicando o crescimento

do interesse do estudo deste assunto A concentraccedilatildeo de estudos nesse intervalo de tempo os

caracteriza como sendo recentes jaacute que foram elaborados haacute menos de 10 anos

Os resumos dos 25 registros localizados foram lidos e a partir da leitura foram sele-

cionados aqueles cujo tiacutetulo eou resumo colocavam a assistecircncia ao climateacuterio na atenccedilatildeo

primaacuteria como objeto de estudo ou como uma de suas questotildees centrais de anaacutelise Posteri-

ormente foram identificados os artigos repetidos (n = 3) descartando-os

Dos 22 artigos selecionados a Revista Enfermagem UERJ apresentou a maior quanti-

dade de publicaccedilotildees totalizando 20 (n = 5)

Apoacutes avaliaccedilatildeo dos tiacutetulos leitura dos resumos e anaacutelise dos artigos integralmente ve-

rificou-se que 364 (n = 8) apresentaram pertinecircncia agrave questatildeo norteadora da pesquisa sen-

do 25 (n = 2) destes artigos oriundos da Revista Enfermagem UERJ e 25 (n = 2) da Es-

cola Ana Nery Revista de Enfermagem As demais revistas apresentaram 125 (n = 1) dos

29

artigos pertinentes cada uma Os estudos excluiacutedos da revisatildeo integrativa perfizeram 636

(n = 14)

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA

Em relaccedilatildeo aos artigos excluiacutedos observa-se sua descriccedilatildeo no Quadro 1

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E1

ZAMPIERI M de F M

TAVARES C M A

HAMES M de L C

FALCON G S

SILVA A L de

GONCcedilALVES L T

O processo de viver e ser

saudaacutevel das mulheres no

climateacuterio

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2009

E2

ALMEIDA L H R B de

LUZ M H B A

MONTEIRO C F de S

Ser mulher no climateacuterio

uma anaacutelise compreensiva

pela enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

E3 NIEVAS A F

FUREGATO A R F

Depressatildeo em mulheres no

climateacuterio

Revista Gauacutecha de

Enfermagem 2006

E4 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

Vivenciando o climateacuterio o

corpo em seu percurso exis-

tencial agrave luz da Fenomenolo-

gia

Revista Enferma-

gem UERJ 2005

E5

FERNANDEZ M R

GIR E

HAYASHIDA M

Sexualidade no periacuteodo

climateacuterico situaccedilotildees vi-

venciadas pela mulher

Revista da Esco-

la de Enferma-

gem da USP

2005

E6 BIFFI E F de A

SCATENA M C M

Sauacutede Mental e climateacuterio

na perspectiva de mulheres

profissionais de sauacutede

Revista Enfer-

magem UERJ 2004

30

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E7 MILANEZ M R de

M NERY I S

Percepccedilatildeo das mulheres

sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de en-

fermagem

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2004

E8 MURATA I M H

SCHIRMER J

Manifestaccedilotildees biopsicogecirc-

nicos decorrentes do clima-

teacuterio entre trabalhadoras de

uma universidade puacuteblica

Acta Paulista de

enfermagem 2004

E9 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

O climateacuterio a corporeida-

de como berccedilo das experi-

ecircncias do vivido

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

2002

E10

MURATA I M H

BERCINI L O

SCHIRMER J

Auto-cuidado na prevenccedilatildeo

do cacircncer de colo de uacutetero

e cacircncer de mama compa-

raccedilatildeo entre mulheres natildeo

climateacutericas e climateacutericas

Biblioteca J

Baeta Vianna 2000

E11

LOPES M E L

BATISTA P S de S

COSTA Se F G da

SOARES M S de

Orientaccedilotildees de enferma-

gem agrave mulher climateacuterica

quanto agrave terapia de reposi-

ccedilatildeo hormonal uma abor-

dagem eacutetica

Revista da Rede de

Enfermagem do

Nordeste

2000

E12 DAOUD I G

SANTANA M da G

Construccedilatildeo de um processo

educativo com um grupo de

mulheres climateacutericas

Texto amp Contexto

Enfermagem 2000

E13 LANDERDAHL M C

Buscando novas maneiras

de pensar o climateacuterio fe-

minino

Texto amp contexto

enfermagem 1997

E14 NERY I S Perfil do atendimento agrave

mulher no climateacuterio

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

1996

31

Em geral os estudos excluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (E1 E6 E8 e E10) que correspondem

a 286 (n = 4)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (E3 E4 E5 E7 E8 E9 e

E13) somando 50 (n = 6)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (E2 E11 E12 e E14) o que resulta em 286 (n =

4)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 71 (n = 1) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas por

profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educativo (E11)

Percebe-se que dois dos artigos excluiacutedos se enquadram em mais de uma dimensatildeo apre-

sentada na anaacutelise feita acima

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os artigos incluiacutedos foram estudados sistematicamente de modo a extrair de cada um

as concepccedilotildees e respectivas caracteriacutesticas do trabalho em equipe as quais foram discutidas agrave

luz do referencial teoacuterico que embasa este estudo qual seja a assistecircncia ao climateacuterio pela

equipe de sauacutede

A amostra definitiva dos artigos incluiacutedos para a revisatildeo sistemaacutetica portanto foram

oito artigos apresentados a seguir no Quadro 2

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

I1 PEREIRA Q L C

SIQUEIRA H C H de

O olhar dos responsaacuteveis

pela poliacutetica de sauacutede da

mulher climateacuterica

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

2009

I2

OLIVEIRA D M de

JESUS M C P de

MERIGHI M A B

O climateacuterio sob a oacutetica de

mulheres assistidas em uma

unidade de sauacutede da famiacutelia

de Juiz de Fora - Minas Ge-

rais

Revista de A-

tenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede

2008

32

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

I3 LIMA E C

VARGENS O M da C

O significado de climateacuterio

para as mulheres implicaccedilotildees

para o cuidado de enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

I4

PIAZZA I P

DE LORENZI D R S

SACILOTO B

Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacuteri-

cas atendidas em um PSF

Revista Gauacutecha

de Enfermagem 2005

I5 LANDERDAH M C

Mulher climateacuterica uma abor-

dagem necessaacuteria ao niacutevel de

atenccedilatildeo baacutesica

Nursing (Satildeo

Paulo) 2002

I6 DAOUD I G

Encontros e desencontros das

mulheres climateacutericas que

buscam assistecircncia em serviccedilo

do Sistema Uacutenico de Sauacutede

Revista Enferma-

gem UERJ 2002

I7

CANDELLA C L M

RUGGIERO C M

ARAYA M E S SILVA

R V

Assistecircncia de enfermagem agrave

mulher no climateacuterio

Revista da Escola

de Enfermagem

da USP

1995

I8 VARGENS O M da C O casal no climateacuterio orienta-

ccedilatildeo de enfermagem

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

1985

Os estudos incluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (I4) que correspondem a

125 (n = 1)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (I2 I3) somando

25 (n = 2)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (I1 I5 I6 I7 e I8) o que resulta em 625

(n = 5)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 25 (n = 2) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas

por profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educati-

vo (I7 e I8)

Assim nota-se que a maioria dos estudos incluiacutedos 625 (n = 5) faz menccedilatildeo agrave assis-

tecircncia em sauacutede prestada a essas clientes evidenciando-se uma maior discussatildeo do tema asso-

ciado agrave melhoria dos serviccedilos prestados na atenccedilatildeo baacutesica

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

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uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

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43

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criando laccedilos Sauacutede em debate 2003 27(65) 257-277

47

67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

Nery Revista de Enfermagem 1985 5(1)23-5 janmar

69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 25: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

24

que investigam uma mesma questatildeo (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005 ROTHER

2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

A questatildeo do estudo eacute o primeiro passo para o iniacutecio da revisatildeo bibliograacutefica O Se-

gundo passo consiste em definir a seleccedilatildeo dos estudos sendo o mais indicado as bases de da-

dos eletrocircnicas O terceiro passo eacute a avaliaccedilatildeo criacutetica dos estudos em que se utilizam criteacuterios

para validar os estudos selecionados atraveacutes de uma avaliaccedilatildeo criacutetica dos pesquisadores O

quarto passo consiste na coleta dos dados em que se caracterizam os estudos levantados e de-

terminam suas possibilidades de comparaccedilatildeo O quinto passo eacute a analise e apresentaccedilatildeo dos

dados com agrupamento de estudos semelhantes O sexto passo eacute a determinaccedilatildeo da forccedila

dos resultados e das evidencias encontradas delineando claramente os benefiacutecios e riscos do

achado Uma vez publicada a revisatildeo poderaacute sofrer criacuteticas e sugestotildees que poderatildeo ser in-

corporadas em novos estudos sobre a temaacutetica (HULLEY et al 2003 SILVEIRA 2005

ROTHER 2007 TOBASE 2007 CANOLETTI 2008)

Para o delineamento do estudo foi definida como questatildeo norteadora como a produ-

ccedilatildeo do conhecimento de Enfermagem sobre sauacutede da mulher climateacuterica pode contribuir pa-

ra a organizaccedilatildeo da assistecircncia no programa sauacutede da famiacutelia

A partir da questatildeo dessa investigaccedilatildeo foram considerados estudos que abordassem a

assistecircncia ao climateacuterio por Enfermeiros A amostra foi do tipo natildeo-probabiliacutestica de conve-

niecircncia constituiacuteda por publicaccedilotildees nacionalmente indexadas sobre a temaacutetica O descritor

utilizado foi ldquoClimateacuteriordquo e a opccedilatildeo pelo natildeo cruzamento de demais descritores foi devida a

escolha da fonte de busca

A fonte de busca orientou-se por base eletrocircnica restrita a produccedilatildeo do conhecimento

nacional e de liacutengua portuguesa que correspondesse a publicaccedilotildees em perioacutedicos de Enfer-

magem demonstrando proximidade com a questatildeo norteadora A busca dos artigos foi reali-

zada no periacuteodo de outubro de 2009 a janeiro de 2010

Adotou-se como criteacuterios de exclusatildeo publicaccedilotildees cujo o cenaacuterio de desenvolvimento

natildeo fossem a Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede eou ESF Ressalta-se que o recorte temporal para

busca das publicaccedilotildees considerou apenas o limite final do periacuteodo o ano de 2009 buscando

amplificar o periacuteodo de iniacutecio da produccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico dessa temaacutetica e assim

natildeo diminuir a sensibilidade das buscas

Foi utilizada a Base de Dados de Enfermagem (BDENF) presente na Biblioteca Vir-

tual em Sauacutede BIREME atraveacutes do siacutetio eletrocircnico httpbasesbiremebrcgi-

binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampbase=BDENFamplang=p

25

O Centro Latino-Americano e do Caribe de Informaccedilatildeo em Ciecircncias da Sauacutede tam-

beacutem conhecido pelo seu nome original Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) eacute um

centro especializado da Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Organizaccedilatildeo Mundial da Sa-

uacutede (OPASOMS) orientado agrave cooperaccedilatildeo teacutecnica em informaccedilatildeo cientiacutefica em sauacutede A sede

da BIREME estaacute localizada no Brasil no campus central Universidade Federal de Satildeo Paulo

(UNIFESP) desde a sua criaccedilatildeo em 1967 segundo acordo da OPASOMS com o Governo do

Brasil

A BDENF apresenta informaccedilotildees compostas pela literatura teacutecnico-cientiacutefica brasilei-

ra em Enfermagem Eacute coordenada pela Escola de Enfermagem da Universidade de Minas

Gerais e por demais Centros Cooperantes da rede BVSENFERMAGEM A composiccedilatildeo des-

sa biblioteca eletrocircnica apresenta perioacutedicos teses livros capiacutetulos de livros anais de con-

gressos ou conferecircncias relatoacuterios teacutecnico-cientiacuteficos e publicaccedilotildees governamentais

No desenvolvimento da revisatildeo integrativa foram selecionados artigos apoacutes a identifi-

caccedilatildeo de todas as publicaccedilotildees a partir do descritor utilizado Procedeu-se analise para caracte-

rizaccedilatildeo dos estudos e preacute-seleccedilatildeo quanto a sua pertinecircncia a pergunta norteadora

Essa etapa foi realizada separadamente por dois revisores sendo a pesquisadora dessa

investigaccedilatildeo e a sua orientadora Os passos utilizados para a caracterizaccedilatildeo dos artigos e a

verificaccedilatildeo de sua aproximaccedilatildeo com a questatildeo norteadora foram a leitura aprofundada de

cada artigo a segregaccedilatildeo dos mesmos quanto agrave aproximaccedilatildeo da questatildeo norteadora e a cate-

gorizaccedilatildeo desses conforme os criteacuterios metodoloacutegicos estabelecidos

Posteriormente ocorreu consenso entre a autora e a orientadora com o objetivo de de-

cidir a inclusatildeo e a exclusatildeo dos artigos preacute-selecionados e avaliados a fim de se garantir

maior seguranccedila na seleccedilatildeo

Para a anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por nuacutemeros absolutos e

frequencias Os elementos de caracterizaccedilatildeo dos perioacutedicos foram

Total de artigos identificados na busca conforme fonte

Identificaccedilatildeo de artigos repetidos

Exclusatildeo de artigos

Inclusatildeo de artigos para a revisatildeo sistemaacutetica

Quanto aos estudos incluiacutedos por aproximaccedilatildeo para com a questatildeo norteadora analisa-

ram-se os seguintes aspectos

Siacutentese panoracircmica do conteuacutedo e da analise dos artigos incluiacutedos

Delineamento da Investigaccedilatildeo (metodologia)

26

Ano de publicaccedilatildeo

Perioacutedico de publicaccedilatildeo

Consideraccedilotildees apresentadas agrave temaacutetica em estudo

Objetivando facilitar a leitura e a identificaccedilatildeo dos artigos optou-se pela atribuiccedilatildeo do

coacutedigo E(n) para os artigos excluiacutedos e I(n) para os artigos incluiacutedos na revisatildeo sistemaacutetica

Conforme os resultados identificados foi calculado o iacutendice de KAPPA (K) Esse iacuten-

dice corresponde a uma medida de concordacircncia usada em escalas nominais que fornece a

ideacuteia do quanto as observaccedilotildees se afastam daquelas esperadas fruto do acaso indican-

do assim o quatildeo legiacutetimas as interpretaccedilotildees satildeo (CANOLETTI 2008)

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A anaacutelise da revisatildeo sistemaacutetica iniciou com a descriccedilatildeo dos artigos encontrados se-

guindo com a descriccedilatildeo daqueles excluiacutedos do processo de revisatildeo sistemaacutetica e por fim foi

analisada a aproximaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos com o questionamento norteador

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF

Os registros sobre climateacuterio no BDENF totalizaram 26 conforme descritor utilizado

poreacutem dentre os trabalhos havia um que natildeo se enquadrava como perioacutedico e foi excluiacutedo da

lista totalizando 25 artigos Ressalta-se que natildeo houve obtenccedilatildeo de artigos por busca manual

Na Tabela 1 verifica-se o total de estudos encontrados na busca realizada conforme perioacutedi-

cos

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo

perioacutedicos

BDENF - Banco de Dados de Enfermagem N

Revista Gauacutecha de Enfermagem 2

Revista Enfermagem UERJ 5

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 1

Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 4

Revista da Escola de Enfermagem da USP 2

Acta Paulista de Enfermagem 1

Nursing (Satildeo Paulo) 2

Revista Brasileira de Enfermagem 3

Biblioteca J Baeta Vianna 1

Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 1

Revista Paulista de Enfermagem 1

Texto amp Contexto Enfermagem 2

Total 25

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Quanto ao ano de publicaccedilotildees dos artigos selecionados observou-se que o periacuteodo de

publicaccedilatildeo inicia-se em 1985 e finaliza no ano de 2009 como mostra a Tabela 2

28

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano

de publicaccedilatildeo

Ano de publicaccedilatildeo Nordm de Estudos

2009 2 8

2008 1 4

2007 2 8

2006 1 4

2005 4 16

2004 3 12

2002 4 16

2000 3 12

1997 1 4

1996 1 4

1995 1 4

1985 2 8

TOTAL 25 100

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Nota-se que apesar de haver nesta revisatildeo sistemaacutetica trabalhos datados de 1985 a

discussatildeo do tema soacute ampliou entre 15 e 20 anos depois o que reforccedila a ideacuteia de que haacute uma

preocupaccedilatildeo crescente para com essa temaacutetica na atenccedilatildeo baacutesica no intuito de melhorar os

serviccedilos prestados

Vale ressaltar que criaccedilatildeo do SUS em 1988 e posteriormente a ESF regulamentada em

1994 contribuiacuteram para o fortalecimento da atenccedilatildeo primaacuteria e consequentemente impulsio-

nando as pesquisas na aacuterea

Analisando esta tabela percebe-se que no periacuteodo de 2000 a 2005 foram identificados

o maior nuacutemero de publicaccedilotildees referentes ao assunto 56 (n = 14) indicando o crescimento

do interesse do estudo deste assunto A concentraccedilatildeo de estudos nesse intervalo de tempo os

caracteriza como sendo recentes jaacute que foram elaborados haacute menos de 10 anos

Os resumos dos 25 registros localizados foram lidos e a partir da leitura foram sele-

cionados aqueles cujo tiacutetulo eou resumo colocavam a assistecircncia ao climateacuterio na atenccedilatildeo

primaacuteria como objeto de estudo ou como uma de suas questotildees centrais de anaacutelise Posteri-

ormente foram identificados os artigos repetidos (n = 3) descartando-os

Dos 22 artigos selecionados a Revista Enfermagem UERJ apresentou a maior quanti-

dade de publicaccedilotildees totalizando 20 (n = 5)

Apoacutes avaliaccedilatildeo dos tiacutetulos leitura dos resumos e anaacutelise dos artigos integralmente ve-

rificou-se que 364 (n = 8) apresentaram pertinecircncia agrave questatildeo norteadora da pesquisa sen-

do 25 (n = 2) destes artigos oriundos da Revista Enfermagem UERJ e 25 (n = 2) da Es-

cola Ana Nery Revista de Enfermagem As demais revistas apresentaram 125 (n = 1) dos

29

artigos pertinentes cada uma Os estudos excluiacutedos da revisatildeo integrativa perfizeram 636

(n = 14)

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA

Em relaccedilatildeo aos artigos excluiacutedos observa-se sua descriccedilatildeo no Quadro 1

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E1

ZAMPIERI M de F M

TAVARES C M A

HAMES M de L C

FALCON G S

SILVA A L de

GONCcedilALVES L T

O processo de viver e ser

saudaacutevel das mulheres no

climateacuterio

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2009

E2

ALMEIDA L H R B de

LUZ M H B A

MONTEIRO C F de S

Ser mulher no climateacuterio

uma anaacutelise compreensiva

pela enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

E3 NIEVAS A F

FUREGATO A R F

Depressatildeo em mulheres no

climateacuterio

Revista Gauacutecha de

Enfermagem 2006

E4 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

Vivenciando o climateacuterio o

corpo em seu percurso exis-

tencial agrave luz da Fenomenolo-

gia

Revista Enferma-

gem UERJ 2005

E5

FERNANDEZ M R

GIR E

HAYASHIDA M

Sexualidade no periacuteodo

climateacuterico situaccedilotildees vi-

venciadas pela mulher

Revista da Esco-

la de Enferma-

gem da USP

2005

E6 BIFFI E F de A

SCATENA M C M

Sauacutede Mental e climateacuterio

na perspectiva de mulheres

profissionais de sauacutede

Revista Enfer-

magem UERJ 2004

30

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E7 MILANEZ M R de

M NERY I S

Percepccedilatildeo das mulheres

sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de en-

fermagem

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2004

E8 MURATA I M H

SCHIRMER J

Manifestaccedilotildees biopsicogecirc-

nicos decorrentes do clima-

teacuterio entre trabalhadoras de

uma universidade puacuteblica

Acta Paulista de

enfermagem 2004

E9 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

O climateacuterio a corporeida-

de como berccedilo das experi-

ecircncias do vivido

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

2002

E10

MURATA I M H

BERCINI L O

SCHIRMER J

Auto-cuidado na prevenccedilatildeo

do cacircncer de colo de uacutetero

e cacircncer de mama compa-

raccedilatildeo entre mulheres natildeo

climateacutericas e climateacutericas

Biblioteca J

Baeta Vianna 2000

E11

LOPES M E L

BATISTA P S de S

COSTA Se F G da

SOARES M S de

Orientaccedilotildees de enferma-

gem agrave mulher climateacuterica

quanto agrave terapia de reposi-

ccedilatildeo hormonal uma abor-

dagem eacutetica

Revista da Rede de

Enfermagem do

Nordeste

2000

E12 DAOUD I G

SANTANA M da G

Construccedilatildeo de um processo

educativo com um grupo de

mulheres climateacutericas

Texto amp Contexto

Enfermagem 2000

E13 LANDERDAHL M C

Buscando novas maneiras

de pensar o climateacuterio fe-

minino

Texto amp contexto

enfermagem 1997

E14 NERY I S Perfil do atendimento agrave

mulher no climateacuterio

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

1996

31

Em geral os estudos excluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (E1 E6 E8 e E10) que correspondem

a 286 (n = 4)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (E3 E4 E5 E7 E8 E9 e

E13) somando 50 (n = 6)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (E2 E11 E12 e E14) o que resulta em 286 (n =

4)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 71 (n = 1) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas por

profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educativo (E11)

Percebe-se que dois dos artigos excluiacutedos se enquadram em mais de uma dimensatildeo apre-

sentada na anaacutelise feita acima

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os artigos incluiacutedos foram estudados sistematicamente de modo a extrair de cada um

as concepccedilotildees e respectivas caracteriacutesticas do trabalho em equipe as quais foram discutidas agrave

luz do referencial teoacuterico que embasa este estudo qual seja a assistecircncia ao climateacuterio pela

equipe de sauacutede

A amostra definitiva dos artigos incluiacutedos para a revisatildeo sistemaacutetica portanto foram

oito artigos apresentados a seguir no Quadro 2

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

I1 PEREIRA Q L C

SIQUEIRA H C H de

O olhar dos responsaacuteveis

pela poliacutetica de sauacutede da

mulher climateacuterica

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

2009

I2

OLIVEIRA D M de

JESUS M C P de

MERIGHI M A B

O climateacuterio sob a oacutetica de

mulheres assistidas em uma

unidade de sauacutede da famiacutelia

de Juiz de Fora - Minas Ge-

rais

Revista de A-

tenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede

2008

32

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

I3 LIMA E C

VARGENS O M da C

O significado de climateacuterio

para as mulheres implicaccedilotildees

para o cuidado de enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

I4

PIAZZA I P

DE LORENZI D R S

SACILOTO B

Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacuteri-

cas atendidas em um PSF

Revista Gauacutecha

de Enfermagem 2005

I5 LANDERDAH M C

Mulher climateacuterica uma abor-

dagem necessaacuteria ao niacutevel de

atenccedilatildeo baacutesica

Nursing (Satildeo

Paulo) 2002

I6 DAOUD I G

Encontros e desencontros das

mulheres climateacutericas que

buscam assistecircncia em serviccedilo

do Sistema Uacutenico de Sauacutede

Revista Enferma-

gem UERJ 2002

I7

CANDELLA C L M

RUGGIERO C M

ARAYA M E S SILVA

R V

Assistecircncia de enfermagem agrave

mulher no climateacuterio

Revista da Escola

de Enfermagem

da USP

1995

I8 VARGENS O M da C O casal no climateacuterio orienta-

ccedilatildeo de enfermagem

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

1985

Os estudos incluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (I4) que correspondem a

125 (n = 1)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (I2 I3) somando

25 (n = 2)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (I1 I5 I6 I7 e I8) o que resulta em 625

(n = 5)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 25 (n = 2) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas

por profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educati-

vo (I7 e I8)

Assim nota-se que a maioria dos estudos incluiacutedos 625 (n = 5) faz menccedilatildeo agrave assis-

tecircncia em sauacutede prestada a essas clientes evidenciando-se uma maior discussatildeo do tema asso-

ciado agrave melhoria dos serviccedilos prestados na atenccedilatildeo baacutesica

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

1 ALMEIDA LHRB LUZ MHBA MONTEIRO CFS Ser mulher no climateacute-

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8 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Portaria nordm

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9 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

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uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

trole dos cacircnceres do colo do uacutetero e da mama Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Depar-

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43

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tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 26: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

25

O Centro Latino-Americano e do Caribe de Informaccedilatildeo em Ciecircncias da Sauacutede tam-

beacutem conhecido pelo seu nome original Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) eacute um

centro especializado da Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Organizaccedilatildeo Mundial da Sa-

uacutede (OPASOMS) orientado agrave cooperaccedilatildeo teacutecnica em informaccedilatildeo cientiacutefica em sauacutede A sede

da BIREME estaacute localizada no Brasil no campus central Universidade Federal de Satildeo Paulo

(UNIFESP) desde a sua criaccedilatildeo em 1967 segundo acordo da OPASOMS com o Governo do

Brasil

A BDENF apresenta informaccedilotildees compostas pela literatura teacutecnico-cientiacutefica brasilei-

ra em Enfermagem Eacute coordenada pela Escola de Enfermagem da Universidade de Minas

Gerais e por demais Centros Cooperantes da rede BVSENFERMAGEM A composiccedilatildeo des-

sa biblioteca eletrocircnica apresenta perioacutedicos teses livros capiacutetulos de livros anais de con-

gressos ou conferecircncias relatoacuterios teacutecnico-cientiacuteficos e publicaccedilotildees governamentais

No desenvolvimento da revisatildeo integrativa foram selecionados artigos apoacutes a identifi-

caccedilatildeo de todas as publicaccedilotildees a partir do descritor utilizado Procedeu-se analise para caracte-

rizaccedilatildeo dos estudos e preacute-seleccedilatildeo quanto a sua pertinecircncia a pergunta norteadora

Essa etapa foi realizada separadamente por dois revisores sendo a pesquisadora dessa

investigaccedilatildeo e a sua orientadora Os passos utilizados para a caracterizaccedilatildeo dos artigos e a

verificaccedilatildeo de sua aproximaccedilatildeo com a questatildeo norteadora foram a leitura aprofundada de

cada artigo a segregaccedilatildeo dos mesmos quanto agrave aproximaccedilatildeo da questatildeo norteadora e a cate-

gorizaccedilatildeo desses conforme os criteacuterios metodoloacutegicos estabelecidos

Posteriormente ocorreu consenso entre a autora e a orientadora com o objetivo de de-

cidir a inclusatildeo e a exclusatildeo dos artigos preacute-selecionados e avaliados a fim de se garantir

maior seguranccedila na seleccedilatildeo

Para a anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por nuacutemeros absolutos e

frequencias Os elementos de caracterizaccedilatildeo dos perioacutedicos foram

Total de artigos identificados na busca conforme fonte

Identificaccedilatildeo de artigos repetidos

Exclusatildeo de artigos

Inclusatildeo de artigos para a revisatildeo sistemaacutetica

Quanto aos estudos incluiacutedos por aproximaccedilatildeo para com a questatildeo norteadora analisa-

ram-se os seguintes aspectos

Siacutentese panoracircmica do conteuacutedo e da analise dos artigos incluiacutedos

Delineamento da Investigaccedilatildeo (metodologia)

26

Ano de publicaccedilatildeo

Perioacutedico de publicaccedilatildeo

Consideraccedilotildees apresentadas agrave temaacutetica em estudo

Objetivando facilitar a leitura e a identificaccedilatildeo dos artigos optou-se pela atribuiccedilatildeo do

coacutedigo E(n) para os artigos excluiacutedos e I(n) para os artigos incluiacutedos na revisatildeo sistemaacutetica

Conforme os resultados identificados foi calculado o iacutendice de KAPPA (K) Esse iacuten-

dice corresponde a uma medida de concordacircncia usada em escalas nominais que fornece a

ideacuteia do quanto as observaccedilotildees se afastam daquelas esperadas fruto do acaso indican-

do assim o quatildeo legiacutetimas as interpretaccedilotildees satildeo (CANOLETTI 2008)

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A anaacutelise da revisatildeo sistemaacutetica iniciou com a descriccedilatildeo dos artigos encontrados se-

guindo com a descriccedilatildeo daqueles excluiacutedos do processo de revisatildeo sistemaacutetica e por fim foi

analisada a aproximaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos com o questionamento norteador

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF

Os registros sobre climateacuterio no BDENF totalizaram 26 conforme descritor utilizado

poreacutem dentre os trabalhos havia um que natildeo se enquadrava como perioacutedico e foi excluiacutedo da

lista totalizando 25 artigos Ressalta-se que natildeo houve obtenccedilatildeo de artigos por busca manual

Na Tabela 1 verifica-se o total de estudos encontrados na busca realizada conforme perioacutedi-

cos

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo

perioacutedicos

BDENF - Banco de Dados de Enfermagem N

Revista Gauacutecha de Enfermagem 2

Revista Enfermagem UERJ 5

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 1

Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 4

Revista da Escola de Enfermagem da USP 2

Acta Paulista de Enfermagem 1

Nursing (Satildeo Paulo) 2

Revista Brasileira de Enfermagem 3

Biblioteca J Baeta Vianna 1

Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 1

Revista Paulista de Enfermagem 1

Texto amp Contexto Enfermagem 2

Total 25

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Quanto ao ano de publicaccedilotildees dos artigos selecionados observou-se que o periacuteodo de

publicaccedilatildeo inicia-se em 1985 e finaliza no ano de 2009 como mostra a Tabela 2

28

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano

de publicaccedilatildeo

Ano de publicaccedilatildeo Nordm de Estudos

2009 2 8

2008 1 4

2007 2 8

2006 1 4

2005 4 16

2004 3 12

2002 4 16

2000 3 12

1997 1 4

1996 1 4

1995 1 4

1985 2 8

TOTAL 25 100

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Nota-se que apesar de haver nesta revisatildeo sistemaacutetica trabalhos datados de 1985 a

discussatildeo do tema soacute ampliou entre 15 e 20 anos depois o que reforccedila a ideacuteia de que haacute uma

preocupaccedilatildeo crescente para com essa temaacutetica na atenccedilatildeo baacutesica no intuito de melhorar os

serviccedilos prestados

Vale ressaltar que criaccedilatildeo do SUS em 1988 e posteriormente a ESF regulamentada em

1994 contribuiacuteram para o fortalecimento da atenccedilatildeo primaacuteria e consequentemente impulsio-

nando as pesquisas na aacuterea

Analisando esta tabela percebe-se que no periacuteodo de 2000 a 2005 foram identificados

o maior nuacutemero de publicaccedilotildees referentes ao assunto 56 (n = 14) indicando o crescimento

do interesse do estudo deste assunto A concentraccedilatildeo de estudos nesse intervalo de tempo os

caracteriza como sendo recentes jaacute que foram elaborados haacute menos de 10 anos

Os resumos dos 25 registros localizados foram lidos e a partir da leitura foram sele-

cionados aqueles cujo tiacutetulo eou resumo colocavam a assistecircncia ao climateacuterio na atenccedilatildeo

primaacuteria como objeto de estudo ou como uma de suas questotildees centrais de anaacutelise Posteri-

ormente foram identificados os artigos repetidos (n = 3) descartando-os

Dos 22 artigos selecionados a Revista Enfermagem UERJ apresentou a maior quanti-

dade de publicaccedilotildees totalizando 20 (n = 5)

Apoacutes avaliaccedilatildeo dos tiacutetulos leitura dos resumos e anaacutelise dos artigos integralmente ve-

rificou-se que 364 (n = 8) apresentaram pertinecircncia agrave questatildeo norteadora da pesquisa sen-

do 25 (n = 2) destes artigos oriundos da Revista Enfermagem UERJ e 25 (n = 2) da Es-

cola Ana Nery Revista de Enfermagem As demais revistas apresentaram 125 (n = 1) dos

29

artigos pertinentes cada uma Os estudos excluiacutedos da revisatildeo integrativa perfizeram 636

(n = 14)

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA

Em relaccedilatildeo aos artigos excluiacutedos observa-se sua descriccedilatildeo no Quadro 1

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E1

ZAMPIERI M de F M

TAVARES C M A

HAMES M de L C

FALCON G S

SILVA A L de

GONCcedilALVES L T

O processo de viver e ser

saudaacutevel das mulheres no

climateacuterio

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2009

E2

ALMEIDA L H R B de

LUZ M H B A

MONTEIRO C F de S

Ser mulher no climateacuterio

uma anaacutelise compreensiva

pela enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

E3 NIEVAS A F

FUREGATO A R F

Depressatildeo em mulheres no

climateacuterio

Revista Gauacutecha de

Enfermagem 2006

E4 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

Vivenciando o climateacuterio o

corpo em seu percurso exis-

tencial agrave luz da Fenomenolo-

gia

Revista Enferma-

gem UERJ 2005

E5

FERNANDEZ M R

GIR E

HAYASHIDA M

Sexualidade no periacuteodo

climateacuterico situaccedilotildees vi-

venciadas pela mulher

Revista da Esco-

la de Enferma-

gem da USP

2005

E6 BIFFI E F de A

SCATENA M C M

Sauacutede Mental e climateacuterio

na perspectiva de mulheres

profissionais de sauacutede

Revista Enfer-

magem UERJ 2004

30

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E7 MILANEZ M R de

M NERY I S

Percepccedilatildeo das mulheres

sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de en-

fermagem

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2004

E8 MURATA I M H

SCHIRMER J

Manifestaccedilotildees biopsicogecirc-

nicos decorrentes do clima-

teacuterio entre trabalhadoras de

uma universidade puacuteblica

Acta Paulista de

enfermagem 2004

E9 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

O climateacuterio a corporeida-

de como berccedilo das experi-

ecircncias do vivido

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

2002

E10

MURATA I M H

BERCINI L O

SCHIRMER J

Auto-cuidado na prevenccedilatildeo

do cacircncer de colo de uacutetero

e cacircncer de mama compa-

raccedilatildeo entre mulheres natildeo

climateacutericas e climateacutericas

Biblioteca J

Baeta Vianna 2000

E11

LOPES M E L

BATISTA P S de S

COSTA Se F G da

SOARES M S de

Orientaccedilotildees de enferma-

gem agrave mulher climateacuterica

quanto agrave terapia de reposi-

ccedilatildeo hormonal uma abor-

dagem eacutetica

Revista da Rede de

Enfermagem do

Nordeste

2000

E12 DAOUD I G

SANTANA M da G

Construccedilatildeo de um processo

educativo com um grupo de

mulheres climateacutericas

Texto amp Contexto

Enfermagem 2000

E13 LANDERDAHL M C

Buscando novas maneiras

de pensar o climateacuterio fe-

minino

Texto amp contexto

enfermagem 1997

E14 NERY I S Perfil do atendimento agrave

mulher no climateacuterio

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

1996

31

Em geral os estudos excluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (E1 E6 E8 e E10) que correspondem

a 286 (n = 4)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (E3 E4 E5 E7 E8 E9 e

E13) somando 50 (n = 6)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (E2 E11 E12 e E14) o que resulta em 286 (n =

4)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 71 (n = 1) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas por

profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educativo (E11)

Percebe-se que dois dos artigos excluiacutedos se enquadram em mais de uma dimensatildeo apre-

sentada na anaacutelise feita acima

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os artigos incluiacutedos foram estudados sistematicamente de modo a extrair de cada um

as concepccedilotildees e respectivas caracteriacutesticas do trabalho em equipe as quais foram discutidas agrave

luz do referencial teoacuterico que embasa este estudo qual seja a assistecircncia ao climateacuterio pela

equipe de sauacutede

A amostra definitiva dos artigos incluiacutedos para a revisatildeo sistemaacutetica portanto foram

oito artigos apresentados a seguir no Quadro 2

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

I1 PEREIRA Q L C

SIQUEIRA H C H de

O olhar dos responsaacuteveis

pela poliacutetica de sauacutede da

mulher climateacuterica

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

2009

I2

OLIVEIRA D M de

JESUS M C P de

MERIGHI M A B

O climateacuterio sob a oacutetica de

mulheres assistidas em uma

unidade de sauacutede da famiacutelia

de Juiz de Fora - Minas Ge-

rais

Revista de A-

tenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede

2008

32

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

I3 LIMA E C

VARGENS O M da C

O significado de climateacuterio

para as mulheres implicaccedilotildees

para o cuidado de enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

I4

PIAZZA I P

DE LORENZI D R S

SACILOTO B

Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacuteri-

cas atendidas em um PSF

Revista Gauacutecha

de Enfermagem 2005

I5 LANDERDAH M C

Mulher climateacuterica uma abor-

dagem necessaacuteria ao niacutevel de

atenccedilatildeo baacutesica

Nursing (Satildeo

Paulo) 2002

I6 DAOUD I G

Encontros e desencontros das

mulheres climateacutericas que

buscam assistecircncia em serviccedilo

do Sistema Uacutenico de Sauacutede

Revista Enferma-

gem UERJ 2002

I7

CANDELLA C L M

RUGGIERO C M

ARAYA M E S SILVA

R V

Assistecircncia de enfermagem agrave

mulher no climateacuterio

Revista da Escola

de Enfermagem

da USP

1995

I8 VARGENS O M da C O casal no climateacuterio orienta-

ccedilatildeo de enfermagem

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

1985

Os estudos incluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (I4) que correspondem a

125 (n = 1)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (I2 I3) somando

25 (n = 2)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (I1 I5 I6 I7 e I8) o que resulta em 625

(n = 5)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 25 (n = 2) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas

por profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educati-

vo (I7 e I8)

Assim nota-se que a maioria dos estudos incluiacutedos 625 (n = 5) faz menccedilatildeo agrave assis-

tecircncia em sauacutede prestada a essas clientes evidenciando-se uma maior discussatildeo do tema asso-

ciado agrave melhoria dos serviccedilos prestados na atenccedilatildeo baacutesica

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

1 ALMEIDA LHRB LUZ MHBA MONTEIRO CFS Ser mulher no climateacute-

rio uma anaacutelise compreensiva pela enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007

15(3)370-375 julset

2 ALVES VS Um modelo de educaccedilatildeo em sauacutede para o Programa Sauacutede da Famiacutelia

pela integralidade da atenccedilatildeo e reorientaccedilatildeo do modelo assistencial Revista Interface-

Comunicaccedilatildeo Sauacutede Educaccedilatildeo 2005 9(16) 39-52

3 AZAMBUJA EP et al Significados do trabalho no processo de viver de trabalhado-

ras de um programa de sauacutede da famiacutelia Texto contexto - enfermagem v16 n1

p71-79 mar 2007

4 BENITO GAV BECKER LC Atitudes gerenciais do enfermeiro no Programa Sa-

uacutede da Famiacutelia visatildeo da Equipe Sauacutede da Famiacutelia Revista brasileira de enfermagem

v60 n3 p312-316 jun 2007

5 BIFFI EFA SCATENA MCM Sauacutede Mental e climateacuterio na perspectiva de mu-

lheres profissionais de sauacutede Revista Enfermagem UERJ 2004 1276-82 janabr

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princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

7 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de

Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Manual de Atenccedilatildeo agrave Mulher no Climateacute-

rioMenopausa Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacute-

gicas Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 200881p

8 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Portaria nordm

648 de 28 de marccedilo de 2006 Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabele-

cendo a revisatildeo de diretrizes e normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o

Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e o Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

(PACS) Brasiacutelia DF 2007 71p

9 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

operacionais dos Pactos pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo Ministeacuterio da Sa-

uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

trole dos cacircnceres do colo do uacutetero e da mama Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Depar-

tamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndashBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a 132p

43

11 CANDELLA CLM RUGGIERO CM ARAYA MES SILVA RV Assistecircncia

de enfermagem agrave mulher no climateacuterio Revista da Escola de Enfermagem da USP

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12 CANOLETTI B Trabalho em equipe de sauacutede e de enfermagem anaacutelise sistemaacutetica

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dade de Satildeo Paulo 2008

13 CERVO AL BERVIAN PA Metodologia cientiacutefica 4 ed Satildeo Paulo Makron

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14 CHIRELLI MQ PEREIRA MJB O Trabalho Cotidiano Da Enfermeira Na Sauacutede

Da Famiacutelia Utilizaccedilatildeo De Ferramentas Da Gestatildeo Texto Contexto Enfermagem Flo-

rianoacutepolis 200918(2) 313-20 abrjun

15 COELHO S PORTO YF Sauacutede da Mulher Belo Horizonte NesconUFMG Co-

opmed 2009 115p

16 COLOMEacute ICS LIMA MADS DAVIS R Visatildeo de enfermeiras sobre as articu-

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da Escola de Enfermagem da USP v42 n2 p256-261 jun 2008

17 CORDEIRO H et al Avaliaccedilatildeo de competecircncias de meacutedicos e enfermeiros das Equi-

pes de Sauacutede da Famiacutelia da Regiatildeo Norte do Brasil Physis v19 n3 p695-710

2009

18 COSTA AM Atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher quo vadis Uma avaliaccedilatildeo da inte-

gralidade na atenccedilatildeo agrave sauacutede das mulheres no Brasil [Tese de Doutorado] Brasiacutelia

Universidade de Brasiacutelia 2004

19 COSTA GD COTTA RMM FERREIRA MLSM REIS JR

FRANCESCHINI SCC Sauacutede da famiacutelia desafios no processo de reorientaccedilatildeo do

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20 DAOUD I G Encontros e desencontros das mulheres climateacutericas que buscam assis-

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9(2)118-36 maiago

21 DAOUD IG SANTANA MG Construccedilatildeo de um processo educativo com um grupo

de mulheres climateacutericas Texto amp Contexto Enfermagem 2000 10(1)33-37 janabr

22 DUARTE SV FURTADO SV Manual para elaboraccedilatildeo de monografias e projetos

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23 FARIA HP COELHO IBWERNECK MAF SANTOS MA Modelo assisten-

cial e atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG

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44

24 FARIA HP WERNECK MAF SANTOS MA TEIXEIRA PF Processo de

trabalho em sauacutede Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009b 66p

25 FELICIANO KVO KOVACS MH SARINHO SW Superposiccedilatildeo de atribui-

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26 FERNANDEZ MR GIR E HAYASHIDA M Sexualidade no periacuteodo climateacuteri-

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28 GIL AC Como elaborar projetos de pesquisa 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1996

29 GONCcedilALVES R MERIGHI MAB O climateacuterio a corporeidade como berccedilo das

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30 GONCcedilALVES R MERIGHI MAB Vivenciando o climateacuterio o corpo em seu per-

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303 janabr

31 HULLEY SB CUMMINGS SR BROWNER WS GRADY D HEARST N

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32 LANDERDAHL MC Buscando novas maneiras de pensar o climateacuterio feminino

Texto amp contexto enfermagem 1997 6(1)130-4 janabr

33 LANDERDAHL MC Mulher climateacuterica uma abordagem necessaacuteria ao niacutevel de a-

tenccedilatildeo baacutesica Nursing Satildeo Paulo 2002 5(47)20-5 janabr

34 LEOPARDI MT Metodologia da Pesquisa na sauacutede 2 ed Florianoacutepolis UFSC

Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem 2002

35 LIMA EC VARGENS OMC O significado de climateacuterio para as mulheres impli-

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36 LIMA JV ANGELO M Vivenciando a inexorabilidade do tempo e as suas mudan-

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fermagem da USP v35 n4 p399-405 dez 2001

37 LOPES MEL BATISTA PSS COSTA SFG SOARES MS Orientaccedilotildees de en-

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45

38 MAIA C GUILHEME D LUCCHESE G Integraccedilatildeo entre vigilacircncia sanitaacuteria e

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39 MATUMOTO S FORTUNA CM MISHIMA SM PEREIRA MJB

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40 MENDES EV A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede no SUS Fortaleza Escola de Sauacutede Puacute-

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42 MILANEZ MRM NERY IS Percepccedilatildeo das mulheres sobre o climateacuterio bases

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44 MINAYO MCS HARTZ ZMA BUSS PM Qualidade de vida e sauacutede um de-

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45 MORENO JL Introduccedilatildeo ao psicodrama Satildeo Paulo Perspectiva 1999

46 MURATA IMH BERCINI LO SCHIRMER J Auto-cuidado na prevenccedilatildeo do

cacircncer de colo de uacutetero e cacircncer de mama comparaccedilatildeo entre mulheres natildeo climateacuteri-

cas e climateacutericas Biblioteca J Baeta Vianna 2000

47 MURATA IMH SCHIRMER J Manifestaccedilotildees biopsicogecircnicos decorrentes do

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fermagem 2004 17(2)164-171 abrjun

48 NERY IS Perfil do atendimento agrave mulher no climateacuterio Revista Brasileira de En-

fermagem 1996 49(4)497-510 outdez

49 NIEVAS AF FUREGATO ARF Depressatildeo em mulheres no climateacuterio Revista

Gauacutecha de Enfermagem 2006 58(6)692-697 novdez

50 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB O climateacuterio sob a oacutetica de mu-

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Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 2008 11(1)42-53 janmar

51 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB Climateacuterio e sexualidade a

compreensatildeo dessa interface por mulheres assistidas em grupo Texto amp Contexto En-

fermagem v17 n3 p519-526 set 2008

46

52 OLIVEIRA SL Tratado de metodologia cientiacutefica 2 ed Satildeo Paulo Pioneira 1999

53 PEDRO AO PINTO-NETO AM PAIVA LC OSIS MJ HARDY E Procura

de serviccedilo meacutedico por mulheres climateacutericas brasileiras Revista de Sauacutede Puacuteblica

Satildeo Paulo 2002 36(4)484-90 ago

54 PEREIRA QLC SILVA CBDCA SIQUEIRA HCH Processo de viver de mu-

lheres climateacuterias usuaacuterias do SUS Ciecircncias Cuidado e Sauacutede 2008 7(2)224-231

abrjun

55 PEREIRA QLC SIQUEIRA HCH O olhar dos Responsaacuteveis Pela Poliacutetica de Sa-

uacutede da Mulher climateacuterica Esc Anna Nery Rev Enferm 2009 13 (2) 366-71 a-

brjun

56 PIAZZA IP DE LORENZI DRS SACILOTO B Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacutericas atendidas em um PSF Revista Gauacutecha de Enferma-

gem 2005 26(2)200-209 ago

57 PIRES MRGM GOumlTTEMS LBD Anaacutelise da gestatildeo do cuidado no Programa de

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58 Resoluccedilatildeo COFEN 2722002 In Legislaccedilatildeo e Normas [texto]Conselho Regional de

Enfermagem de Minas Gerais 2009v11 n1

59 ROTHER ET Editorial - Revisatildeo sistemaacutetica x revisatildeo narrativa Acta Paul Enferm

2007 20 (2)

60 ROSEMBERG B MINAYO MCS A experiecircncia complexa e os olhares reducio-

nistas Ciecircnc e Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v6 n1 p115-123 2001

61 SANTOS VC SOARES CB CAMPOS CMS A relaccedilatildeo trabalho-sauacutede de en-

fermeiros do PSF no municiacutepio de Satildeo Paulo Rev esc enferm USP v41 777-781p

dez 2007

62 SILVA ARV Sexualidade no climateacuterio vivecircncias e sentimentos da mulher 2000

Dissertaccedilatildeo [Mestrado] - Universidade Federal do Cearaacute 2000

63 SILVEIRA CS Pesquisa em enfermagem oncoloacutegica no Brasil uma revisatildeo integra-

tiva Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade

de Satildeo Paulo 2005

64 SOUSA MF HAMANN EM Programa Sauacutede da Famiacutelia no Brasil uma agenda

incompleta Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 2009 14(Supl 1) 1325-1335

65 STARFIELD B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidade de sauacutede serviccedilos e

tecnologia Brasiacutelia UNESCOMinisteacuterio da Sauacutede 2002

66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

criando laccedilos Sauacutede em debate 2003 27(65) 257-277

47

67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

Nery Revista de Enfermagem 1985 5(1)23-5 janmar

69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 27: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

26

Ano de publicaccedilatildeo

Perioacutedico de publicaccedilatildeo

Consideraccedilotildees apresentadas agrave temaacutetica em estudo

Objetivando facilitar a leitura e a identificaccedilatildeo dos artigos optou-se pela atribuiccedilatildeo do

coacutedigo E(n) para os artigos excluiacutedos e I(n) para os artigos incluiacutedos na revisatildeo sistemaacutetica

Conforme os resultados identificados foi calculado o iacutendice de KAPPA (K) Esse iacuten-

dice corresponde a uma medida de concordacircncia usada em escalas nominais que fornece a

ideacuteia do quanto as observaccedilotildees se afastam daquelas esperadas fruto do acaso indican-

do assim o quatildeo legiacutetimas as interpretaccedilotildees satildeo (CANOLETTI 2008)

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A anaacutelise da revisatildeo sistemaacutetica iniciou com a descriccedilatildeo dos artigos encontrados se-

guindo com a descriccedilatildeo daqueles excluiacutedos do processo de revisatildeo sistemaacutetica e por fim foi

analisada a aproximaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos com o questionamento norteador

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF

Os registros sobre climateacuterio no BDENF totalizaram 26 conforme descritor utilizado

poreacutem dentre os trabalhos havia um que natildeo se enquadrava como perioacutedico e foi excluiacutedo da

lista totalizando 25 artigos Ressalta-se que natildeo houve obtenccedilatildeo de artigos por busca manual

Na Tabela 1 verifica-se o total de estudos encontrados na busca realizada conforme perioacutedi-

cos

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo

perioacutedicos

BDENF - Banco de Dados de Enfermagem N

Revista Gauacutecha de Enfermagem 2

Revista Enfermagem UERJ 5

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 1

Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 4

Revista da Escola de Enfermagem da USP 2

Acta Paulista de Enfermagem 1

Nursing (Satildeo Paulo) 2

Revista Brasileira de Enfermagem 3

Biblioteca J Baeta Vianna 1

Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 1

Revista Paulista de Enfermagem 1

Texto amp Contexto Enfermagem 2

Total 25

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Quanto ao ano de publicaccedilotildees dos artigos selecionados observou-se que o periacuteodo de

publicaccedilatildeo inicia-se em 1985 e finaliza no ano de 2009 como mostra a Tabela 2

28

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano

de publicaccedilatildeo

Ano de publicaccedilatildeo Nordm de Estudos

2009 2 8

2008 1 4

2007 2 8

2006 1 4

2005 4 16

2004 3 12

2002 4 16

2000 3 12

1997 1 4

1996 1 4

1995 1 4

1985 2 8

TOTAL 25 100

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Nota-se que apesar de haver nesta revisatildeo sistemaacutetica trabalhos datados de 1985 a

discussatildeo do tema soacute ampliou entre 15 e 20 anos depois o que reforccedila a ideacuteia de que haacute uma

preocupaccedilatildeo crescente para com essa temaacutetica na atenccedilatildeo baacutesica no intuito de melhorar os

serviccedilos prestados

Vale ressaltar que criaccedilatildeo do SUS em 1988 e posteriormente a ESF regulamentada em

1994 contribuiacuteram para o fortalecimento da atenccedilatildeo primaacuteria e consequentemente impulsio-

nando as pesquisas na aacuterea

Analisando esta tabela percebe-se que no periacuteodo de 2000 a 2005 foram identificados

o maior nuacutemero de publicaccedilotildees referentes ao assunto 56 (n = 14) indicando o crescimento

do interesse do estudo deste assunto A concentraccedilatildeo de estudos nesse intervalo de tempo os

caracteriza como sendo recentes jaacute que foram elaborados haacute menos de 10 anos

Os resumos dos 25 registros localizados foram lidos e a partir da leitura foram sele-

cionados aqueles cujo tiacutetulo eou resumo colocavam a assistecircncia ao climateacuterio na atenccedilatildeo

primaacuteria como objeto de estudo ou como uma de suas questotildees centrais de anaacutelise Posteri-

ormente foram identificados os artigos repetidos (n = 3) descartando-os

Dos 22 artigos selecionados a Revista Enfermagem UERJ apresentou a maior quanti-

dade de publicaccedilotildees totalizando 20 (n = 5)

Apoacutes avaliaccedilatildeo dos tiacutetulos leitura dos resumos e anaacutelise dos artigos integralmente ve-

rificou-se que 364 (n = 8) apresentaram pertinecircncia agrave questatildeo norteadora da pesquisa sen-

do 25 (n = 2) destes artigos oriundos da Revista Enfermagem UERJ e 25 (n = 2) da Es-

cola Ana Nery Revista de Enfermagem As demais revistas apresentaram 125 (n = 1) dos

29

artigos pertinentes cada uma Os estudos excluiacutedos da revisatildeo integrativa perfizeram 636

(n = 14)

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA

Em relaccedilatildeo aos artigos excluiacutedos observa-se sua descriccedilatildeo no Quadro 1

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E1

ZAMPIERI M de F M

TAVARES C M A

HAMES M de L C

FALCON G S

SILVA A L de

GONCcedilALVES L T

O processo de viver e ser

saudaacutevel das mulheres no

climateacuterio

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2009

E2

ALMEIDA L H R B de

LUZ M H B A

MONTEIRO C F de S

Ser mulher no climateacuterio

uma anaacutelise compreensiva

pela enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

E3 NIEVAS A F

FUREGATO A R F

Depressatildeo em mulheres no

climateacuterio

Revista Gauacutecha de

Enfermagem 2006

E4 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

Vivenciando o climateacuterio o

corpo em seu percurso exis-

tencial agrave luz da Fenomenolo-

gia

Revista Enferma-

gem UERJ 2005

E5

FERNANDEZ M R

GIR E

HAYASHIDA M

Sexualidade no periacuteodo

climateacuterico situaccedilotildees vi-

venciadas pela mulher

Revista da Esco-

la de Enferma-

gem da USP

2005

E6 BIFFI E F de A

SCATENA M C M

Sauacutede Mental e climateacuterio

na perspectiva de mulheres

profissionais de sauacutede

Revista Enfer-

magem UERJ 2004

30

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E7 MILANEZ M R de

M NERY I S

Percepccedilatildeo das mulheres

sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de en-

fermagem

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2004

E8 MURATA I M H

SCHIRMER J

Manifestaccedilotildees biopsicogecirc-

nicos decorrentes do clima-

teacuterio entre trabalhadoras de

uma universidade puacuteblica

Acta Paulista de

enfermagem 2004

E9 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

O climateacuterio a corporeida-

de como berccedilo das experi-

ecircncias do vivido

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

2002

E10

MURATA I M H

BERCINI L O

SCHIRMER J

Auto-cuidado na prevenccedilatildeo

do cacircncer de colo de uacutetero

e cacircncer de mama compa-

raccedilatildeo entre mulheres natildeo

climateacutericas e climateacutericas

Biblioteca J

Baeta Vianna 2000

E11

LOPES M E L

BATISTA P S de S

COSTA Se F G da

SOARES M S de

Orientaccedilotildees de enferma-

gem agrave mulher climateacuterica

quanto agrave terapia de reposi-

ccedilatildeo hormonal uma abor-

dagem eacutetica

Revista da Rede de

Enfermagem do

Nordeste

2000

E12 DAOUD I G

SANTANA M da G

Construccedilatildeo de um processo

educativo com um grupo de

mulheres climateacutericas

Texto amp Contexto

Enfermagem 2000

E13 LANDERDAHL M C

Buscando novas maneiras

de pensar o climateacuterio fe-

minino

Texto amp contexto

enfermagem 1997

E14 NERY I S Perfil do atendimento agrave

mulher no climateacuterio

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

1996

31

Em geral os estudos excluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (E1 E6 E8 e E10) que correspondem

a 286 (n = 4)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (E3 E4 E5 E7 E8 E9 e

E13) somando 50 (n = 6)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (E2 E11 E12 e E14) o que resulta em 286 (n =

4)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 71 (n = 1) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas por

profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educativo (E11)

Percebe-se que dois dos artigos excluiacutedos se enquadram em mais de uma dimensatildeo apre-

sentada na anaacutelise feita acima

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os artigos incluiacutedos foram estudados sistematicamente de modo a extrair de cada um

as concepccedilotildees e respectivas caracteriacutesticas do trabalho em equipe as quais foram discutidas agrave

luz do referencial teoacuterico que embasa este estudo qual seja a assistecircncia ao climateacuterio pela

equipe de sauacutede

A amostra definitiva dos artigos incluiacutedos para a revisatildeo sistemaacutetica portanto foram

oito artigos apresentados a seguir no Quadro 2

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

I1 PEREIRA Q L C

SIQUEIRA H C H de

O olhar dos responsaacuteveis

pela poliacutetica de sauacutede da

mulher climateacuterica

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

2009

I2

OLIVEIRA D M de

JESUS M C P de

MERIGHI M A B

O climateacuterio sob a oacutetica de

mulheres assistidas em uma

unidade de sauacutede da famiacutelia

de Juiz de Fora - Minas Ge-

rais

Revista de A-

tenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede

2008

32

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

I3 LIMA E C

VARGENS O M da C

O significado de climateacuterio

para as mulheres implicaccedilotildees

para o cuidado de enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

I4

PIAZZA I P

DE LORENZI D R S

SACILOTO B

Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacuteri-

cas atendidas em um PSF

Revista Gauacutecha

de Enfermagem 2005

I5 LANDERDAH M C

Mulher climateacuterica uma abor-

dagem necessaacuteria ao niacutevel de

atenccedilatildeo baacutesica

Nursing (Satildeo

Paulo) 2002

I6 DAOUD I G

Encontros e desencontros das

mulheres climateacutericas que

buscam assistecircncia em serviccedilo

do Sistema Uacutenico de Sauacutede

Revista Enferma-

gem UERJ 2002

I7

CANDELLA C L M

RUGGIERO C M

ARAYA M E S SILVA

R V

Assistecircncia de enfermagem agrave

mulher no climateacuterio

Revista da Escola

de Enfermagem

da USP

1995

I8 VARGENS O M da C O casal no climateacuterio orienta-

ccedilatildeo de enfermagem

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

1985

Os estudos incluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (I4) que correspondem a

125 (n = 1)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (I2 I3) somando

25 (n = 2)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (I1 I5 I6 I7 e I8) o que resulta em 625

(n = 5)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 25 (n = 2) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas

por profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educati-

vo (I7 e I8)

Assim nota-se que a maioria dos estudos incluiacutedos 625 (n = 5) faz menccedilatildeo agrave assis-

tecircncia em sauacutede prestada a essas clientes evidenciando-se uma maior discussatildeo do tema asso-

ciado agrave melhoria dos serviccedilos prestados na atenccedilatildeo baacutesica

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

1 ALMEIDA LHRB LUZ MHBA MONTEIRO CFS Ser mulher no climateacute-

rio uma anaacutelise compreensiva pela enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007

15(3)370-375 julset

2 ALVES VS Um modelo de educaccedilatildeo em sauacutede para o Programa Sauacutede da Famiacutelia

pela integralidade da atenccedilatildeo e reorientaccedilatildeo do modelo assistencial Revista Interface-

Comunicaccedilatildeo Sauacutede Educaccedilatildeo 2005 9(16) 39-52

3 AZAMBUJA EP et al Significados do trabalho no processo de viver de trabalhado-

ras de um programa de sauacutede da famiacutelia Texto contexto - enfermagem v16 n1

p71-79 mar 2007

4 BENITO GAV BECKER LC Atitudes gerenciais do enfermeiro no Programa Sa-

uacutede da Famiacutelia visatildeo da Equipe Sauacutede da Famiacutelia Revista brasileira de enfermagem

v60 n3 p312-316 jun 2007

5 BIFFI EFA SCATENA MCM Sauacutede Mental e climateacuterio na perspectiva de mu-

lheres profissionais de sauacutede Revista Enfermagem UERJ 2004 1276-82 janabr

6 BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Poliacutetica nacional de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher

princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

7 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de

Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Manual de Atenccedilatildeo agrave Mulher no Climateacute-

rioMenopausa Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacute-

gicas Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 200881p

8 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Portaria nordm

648 de 28 de marccedilo de 2006 Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabele-

cendo a revisatildeo de diretrizes e normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o

Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e o Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

(PACS) Brasiacutelia DF 2007 71p

9 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

operacionais dos Pactos pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo Ministeacuterio da Sa-

uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

trole dos cacircnceres do colo do uacutetero e da mama Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Depar-

tamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndashBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a 132p

43

11 CANDELLA CLM RUGGIERO CM ARAYA MES SILVA RV Assistecircncia

de enfermagem agrave mulher no climateacuterio Revista da Escola de Enfermagem da USP

19951(29) 47-58 abr

12 CANOLETTI B Trabalho em equipe de sauacutede e de enfermagem anaacutelise sistemaacutetica

da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Satildeo Paulo Universi-

dade de Satildeo Paulo 2008

13 CERVO AL BERVIAN PA Metodologia cientiacutefica 4 ed Satildeo Paulo Makron

Books 1996

14 CHIRELLI MQ PEREIRA MJB O Trabalho Cotidiano Da Enfermeira Na Sauacutede

Da Famiacutelia Utilizaccedilatildeo De Ferramentas Da Gestatildeo Texto Contexto Enfermagem Flo-

rianoacutepolis 200918(2) 313-20 abrjun

15 COELHO S PORTO YF Sauacutede da Mulher Belo Horizonte NesconUFMG Co-

opmed 2009 115p

16 COLOMEacute ICS LIMA MADS DAVIS R Visatildeo de enfermeiras sobre as articu-

laccedilotildees das accedilotildees de sauacutede entre profissionais de equipes de sauacutede da famiacutelia Revista

da Escola de Enfermagem da USP v42 n2 p256-261 jun 2008

17 CORDEIRO H et al Avaliaccedilatildeo de competecircncias de meacutedicos e enfermeiros das Equi-

pes de Sauacutede da Famiacutelia da Regiatildeo Norte do Brasil Physis v19 n3 p695-710

2009

18 COSTA AM Atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher quo vadis Uma avaliaccedilatildeo da inte-

gralidade na atenccedilatildeo agrave sauacutede das mulheres no Brasil [Tese de Doutorado] Brasiacutelia

Universidade de Brasiacutelia 2004

19 COSTA GD COTTA RMM FERREIRA MLSM REIS JR

FRANCESCHINI SCC Sauacutede da famiacutelia desafios no processo de reorientaccedilatildeo do

modelo assistencial Revista Brasileira de Enfermagem Brasiacutelia 2009 62(1)113-8

janfev

20 DAOUD I G Encontros e desencontros das mulheres climateacutericas que buscam assis-

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9(2)118-36 maiago

21 DAOUD IG SANTANA MG Construccedilatildeo de um processo educativo com um grupo

de mulheres climateacutericas Texto amp Contexto Enfermagem 2000 10(1)33-37 janabr

22 DUARTE SV FURTADO SV Manual para elaboraccedilatildeo de monografias e projetos

de pesquisas 3 ed Montes Claros Unimontes 2002

23 FARIA HP COELHO IBWERNECK MAF SANTOS MA Modelo assisten-

cial e atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG

2009a 62p

44

24 FARIA HP WERNECK MAF SANTOS MA TEIXEIRA PF Processo de

trabalho em sauacutede Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009b 66p

25 FELICIANO KVO KOVACS MH SARINHO SW Superposiccedilatildeo de atribui-

ccedilotildees e autonomia teacutecnica entre enfermeiras da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia Revista

Sauacutede Puacuteblica v44 n3 p520-527 jun 2010

26 FERNANDEZ MR GIR E HAYASHIDA M Sexualidade no periacuteodo climateacuteri-

co situaccedilotildees vivenciadas pela mulher Revista da Escola de Enfermagem da USP

2005 39(2)129-135 jun

27 FIGUEIREDO PP et al Processo de trabalho da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia a con-

cepccedilatildeo de gestatildeo que permeia o agir em sauacutede Physis v20 n1 p235-259 2010

28 GIL AC Como elaborar projetos de pesquisa 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1996

29 GONCcedilALVES R MERIGHI MAB O climateacuterio a corporeidade como berccedilo das

experiecircncias do vivido Revista Brasileira de Enfermagem 2002 58(6)692-697

novdez

30 GONCcedilALVES R MERIGHI MAB Vivenciando o climateacuterio o corpo em seu per-

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303 janabr

31 HULLEY SB CUMMINGS SR BROWNER WS GRADY D HEARST N

NEWMAN TB Delineando a pesquisa clinica uma abordagem epidemioloacutegica 2

ed Porto Alegre Artmed 2003

32 LANDERDAHL MC Buscando novas maneiras de pensar o climateacuterio feminino

Texto amp contexto enfermagem 1997 6(1)130-4 janabr

33 LANDERDAHL MC Mulher climateacuterica uma abordagem necessaacuteria ao niacutevel de a-

tenccedilatildeo baacutesica Nursing Satildeo Paulo 2002 5(47)20-5 janabr

34 LEOPARDI MT Metodologia da Pesquisa na sauacutede 2 ed Florianoacutepolis UFSC

Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem 2002

35 LIMA EC VARGENS OMC O significado de climateacuterio para as mulheres impli-

caccedilotildees para o cuidado de enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007 15(4)584-

9 outdez

36 LIMA JV ANGELO M Vivenciando a inexorabilidade do tempo e as suas mudan-

ccedilas com perdas e possibilidades a mulher na fase do climateacuterio Revista escola de en-

fermagem da USP v35 n4 p399-405 dez 2001

37 LOPES MEL BATISTA PSS COSTA SFG SOARES MS Orientaccedilotildees de en-

fermagem agrave mulher climateacuterica quanto agrave terapia de reposiccedilatildeo hormonal uma aborda-

gem eacutetica Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 2000 1(1)51-55 janjun

45

38 MAIA C GUILHEME D LUCCHESE G Integraccedilatildeo entre vigilacircncia sanitaacuteria e

assistecircncia agrave sauacutede da mulher um estudo sobre a integralidade no SUS Cadernos de

Sauacutede Puacuteblica v26 n4 p682-692 abr 2010

39 MATUMOTO S FORTUNA CM MISHIMA SM PEREIRA MJB

DOMINGOS NAM Supervisatildeo de equipes no Programa de Sauacutede da Famiacutelia refle-

xotildees acerca do desafio da produccedilatildeo de cuidados Revista Interface-Comunicaccedilatildeo Sauacute-

de Educaccedilatildeo 2005 8(16) 9-24

40 MENDES EV A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede no SUS Fortaleza Escola de Sauacutede Puacute-

blica do Cearaacute 2002

41 MERHY EM Introduccedilatildeo ao debate sobre os componentes da caixa de ferramentas

dos gestores em sauacutede Rev SUS Brasil ndash vivecircncias e estaacutegios na realidade do SUS do

Brasil Disponiacutevel em lthttpdtr2002saudegovbrversusindexhtmlgt Acesso em

31 nov 2009

42 MILANEZ MRM NERY IS Percepccedilatildeo das mulheres sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de enfermagem Escola Anna Nery Rev de Enfermagem 2004

8(2)198-204 ago

43 MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado

de Minas Gerais Implantaccedilatildeo do Plano Diretor da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede ndash Belo

Horizonte ESPMG 2009 118p

44 MINAYO MCS HARTZ ZMA BUSS PM Qualidade de vida e sauacutede um de-

bate necessaacuterio Ciecircncias e sauacutede coletiva v5 n1 7-18 p 2000

45 MORENO JL Introduccedilatildeo ao psicodrama Satildeo Paulo Perspectiva 1999

46 MURATA IMH BERCINI LO SCHIRMER J Auto-cuidado na prevenccedilatildeo do

cacircncer de colo de uacutetero e cacircncer de mama comparaccedilatildeo entre mulheres natildeo climateacuteri-

cas e climateacutericas Biblioteca J Baeta Vianna 2000

47 MURATA IMH SCHIRMER J Manifestaccedilotildees biopsicogecircnicos decorrentes do

climateacuterio entre trabalhadoras de uma universidade puacuteblica Acta Paulista de en-

fermagem 2004 17(2)164-171 abrjun

48 NERY IS Perfil do atendimento agrave mulher no climateacuterio Revista Brasileira de En-

fermagem 1996 49(4)497-510 outdez

49 NIEVAS AF FUREGATO ARF Depressatildeo em mulheres no climateacuterio Revista

Gauacutecha de Enfermagem 2006 58(6)692-697 novdez

50 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB O climateacuterio sob a oacutetica de mu-

lheres assistidas em uma unidade de sauacutede da famiacutelia de Juiz de Fora - Minas Gerais

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 2008 11(1)42-53 janmar

51 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB Climateacuterio e sexualidade a

compreensatildeo dessa interface por mulheres assistidas em grupo Texto amp Contexto En-

fermagem v17 n3 p519-526 set 2008

46

52 OLIVEIRA SL Tratado de metodologia cientiacutefica 2 ed Satildeo Paulo Pioneira 1999

53 PEDRO AO PINTO-NETO AM PAIVA LC OSIS MJ HARDY E Procura

de serviccedilo meacutedico por mulheres climateacutericas brasileiras Revista de Sauacutede Puacuteblica

Satildeo Paulo 2002 36(4)484-90 ago

54 PEREIRA QLC SILVA CBDCA SIQUEIRA HCH Processo de viver de mu-

lheres climateacuterias usuaacuterias do SUS Ciecircncias Cuidado e Sauacutede 2008 7(2)224-231

abrjun

55 PEREIRA QLC SIQUEIRA HCH O olhar dos Responsaacuteveis Pela Poliacutetica de Sa-

uacutede da Mulher climateacuterica Esc Anna Nery Rev Enferm 2009 13 (2) 366-71 a-

brjun

56 PIAZZA IP DE LORENZI DRS SACILOTO B Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacutericas atendidas em um PSF Revista Gauacutecha de Enferma-

gem 2005 26(2)200-209 ago

57 PIRES MRGM GOumlTTEMS LBD Anaacutelise da gestatildeo do cuidado no Programa de

Sauacutede da Famiacutelia referencial teoacuterico-metodoloacutegico Revista brasileira de enfermagem

v62 n2 p294-299 abr 2009

58 Resoluccedilatildeo COFEN 2722002 In Legislaccedilatildeo e Normas [texto]Conselho Regional de

Enfermagem de Minas Gerais 2009v11 n1

59 ROTHER ET Editorial - Revisatildeo sistemaacutetica x revisatildeo narrativa Acta Paul Enferm

2007 20 (2)

60 ROSEMBERG B MINAYO MCS A experiecircncia complexa e os olhares reducio-

nistas Ciecircnc e Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v6 n1 p115-123 2001

61 SANTOS VC SOARES CB CAMPOS CMS A relaccedilatildeo trabalho-sauacutede de en-

fermeiros do PSF no municiacutepio de Satildeo Paulo Rev esc enferm USP v41 777-781p

dez 2007

62 SILVA ARV Sexualidade no climateacuterio vivecircncias e sentimentos da mulher 2000

Dissertaccedilatildeo [Mestrado] - Universidade Federal do Cearaacute 2000

63 SILVEIRA CS Pesquisa em enfermagem oncoloacutegica no Brasil uma revisatildeo integra-

tiva Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade

de Satildeo Paulo 2005

64 SOUSA MF HAMANN EM Programa Sauacutede da Famiacutelia no Brasil uma agenda

incompleta Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 2009 14(Supl 1) 1325-1335

65 STARFIELD B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidade de sauacutede serviccedilos e

tecnologia Brasiacutelia UNESCOMinisteacuterio da Sauacutede 2002

66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

criando laccedilos Sauacutede em debate 2003 27(65) 257-277

47

67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

Nery Revista de Enfermagem 1985 5(1)23-5 janmar

69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 28: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A anaacutelise da revisatildeo sistemaacutetica iniciou com a descriccedilatildeo dos artigos encontrados se-

guindo com a descriccedilatildeo daqueles excluiacutedos do processo de revisatildeo sistemaacutetica e por fim foi

analisada a aproximaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos com o questionamento norteador

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS NO BDENF

Os registros sobre climateacuterio no BDENF totalizaram 26 conforme descritor utilizado

poreacutem dentre os trabalhos havia um que natildeo se enquadrava como perioacutedico e foi excluiacutedo da

lista totalizando 25 artigos Ressalta-se que natildeo houve obtenccedilatildeo de artigos por busca manual

Na Tabela 1 verifica-se o total de estudos encontrados na busca realizada conforme perioacutedi-

cos

Tabela 1 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo

perioacutedicos

BDENF - Banco de Dados de Enfermagem N

Revista Gauacutecha de Enfermagem 2

Revista Enfermagem UERJ 5

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 1

Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 4

Revista da Escola de Enfermagem da USP 2

Acta Paulista de Enfermagem 1

Nursing (Satildeo Paulo) 2

Revista Brasileira de Enfermagem 3

Biblioteca J Baeta Vianna 1

Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 1

Revista Paulista de Enfermagem 1

Texto amp Contexto Enfermagem 2

Total 25

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Quanto ao ano de publicaccedilotildees dos artigos selecionados observou-se que o periacuteodo de

publicaccedilatildeo inicia-se em 1985 e finaliza no ano de 2009 como mostra a Tabela 2

28

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano

de publicaccedilatildeo

Ano de publicaccedilatildeo Nordm de Estudos

2009 2 8

2008 1 4

2007 2 8

2006 1 4

2005 4 16

2004 3 12

2002 4 16

2000 3 12

1997 1 4

1996 1 4

1995 1 4

1985 2 8

TOTAL 25 100

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Nota-se que apesar de haver nesta revisatildeo sistemaacutetica trabalhos datados de 1985 a

discussatildeo do tema soacute ampliou entre 15 e 20 anos depois o que reforccedila a ideacuteia de que haacute uma

preocupaccedilatildeo crescente para com essa temaacutetica na atenccedilatildeo baacutesica no intuito de melhorar os

serviccedilos prestados

Vale ressaltar que criaccedilatildeo do SUS em 1988 e posteriormente a ESF regulamentada em

1994 contribuiacuteram para o fortalecimento da atenccedilatildeo primaacuteria e consequentemente impulsio-

nando as pesquisas na aacuterea

Analisando esta tabela percebe-se que no periacuteodo de 2000 a 2005 foram identificados

o maior nuacutemero de publicaccedilotildees referentes ao assunto 56 (n = 14) indicando o crescimento

do interesse do estudo deste assunto A concentraccedilatildeo de estudos nesse intervalo de tempo os

caracteriza como sendo recentes jaacute que foram elaborados haacute menos de 10 anos

Os resumos dos 25 registros localizados foram lidos e a partir da leitura foram sele-

cionados aqueles cujo tiacutetulo eou resumo colocavam a assistecircncia ao climateacuterio na atenccedilatildeo

primaacuteria como objeto de estudo ou como uma de suas questotildees centrais de anaacutelise Posteri-

ormente foram identificados os artigos repetidos (n = 3) descartando-os

Dos 22 artigos selecionados a Revista Enfermagem UERJ apresentou a maior quanti-

dade de publicaccedilotildees totalizando 20 (n = 5)

Apoacutes avaliaccedilatildeo dos tiacutetulos leitura dos resumos e anaacutelise dos artigos integralmente ve-

rificou-se que 364 (n = 8) apresentaram pertinecircncia agrave questatildeo norteadora da pesquisa sen-

do 25 (n = 2) destes artigos oriundos da Revista Enfermagem UERJ e 25 (n = 2) da Es-

cola Ana Nery Revista de Enfermagem As demais revistas apresentaram 125 (n = 1) dos

29

artigos pertinentes cada uma Os estudos excluiacutedos da revisatildeo integrativa perfizeram 636

(n = 14)

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA

Em relaccedilatildeo aos artigos excluiacutedos observa-se sua descriccedilatildeo no Quadro 1

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E1

ZAMPIERI M de F M

TAVARES C M A

HAMES M de L C

FALCON G S

SILVA A L de

GONCcedilALVES L T

O processo de viver e ser

saudaacutevel das mulheres no

climateacuterio

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2009

E2

ALMEIDA L H R B de

LUZ M H B A

MONTEIRO C F de S

Ser mulher no climateacuterio

uma anaacutelise compreensiva

pela enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

E3 NIEVAS A F

FUREGATO A R F

Depressatildeo em mulheres no

climateacuterio

Revista Gauacutecha de

Enfermagem 2006

E4 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

Vivenciando o climateacuterio o

corpo em seu percurso exis-

tencial agrave luz da Fenomenolo-

gia

Revista Enferma-

gem UERJ 2005

E5

FERNANDEZ M R

GIR E

HAYASHIDA M

Sexualidade no periacuteodo

climateacuterico situaccedilotildees vi-

venciadas pela mulher

Revista da Esco-

la de Enferma-

gem da USP

2005

E6 BIFFI E F de A

SCATENA M C M

Sauacutede Mental e climateacuterio

na perspectiva de mulheres

profissionais de sauacutede

Revista Enfer-

magem UERJ 2004

30

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E7 MILANEZ M R de

M NERY I S

Percepccedilatildeo das mulheres

sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de en-

fermagem

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2004

E8 MURATA I M H

SCHIRMER J

Manifestaccedilotildees biopsicogecirc-

nicos decorrentes do clima-

teacuterio entre trabalhadoras de

uma universidade puacuteblica

Acta Paulista de

enfermagem 2004

E9 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

O climateacuterio a corporeida-

de como berccedilo das experi-

ecircncias do vivido

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

2002

E10

MURATA I M H

BERCINI L O

SCHIRMER J

Auto-cuidado na prevenccedilatildeo

do cacircncer de colo de uacutetero

e cacircncer de mama compa-

raccedilatildeo entre mulheres natildeo

climateacutericas e climateacutericas

Biblioteca J

Baeta Vianna 2000

E11

LOPES M E L

BATISTA P S de S

COSTA Se F G da

SOARES M S de

Orientaccedilotildees de enferma-

gem agrave mulher climateacuterica

quanto agrave terapia de reposi-

ccedilatildeo hormonal uma abor-

dagem eacutetica

Revista da Rede de

Enfermagem do

Nordeste

2000

E12 DAOUD I G

SANTANA M da G

Construccedilatildeo de um processo

educativo com um grupo de

mulheres climateacutericas

Texto amp Contexto

Enfermagem 2000

E13 LANDERDAHL M C

Buscando novas maneiras

de pensar o climateacuterio fe-

minino

Texto amp contexto

enfermagem 1997

E14 NERY I S Perfil do atendimento agrave

mulher no climateacuterio

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

1996

31

Em geral os estudos excluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (E1 E6 E8 e E10) que correspondem

a 286 (n = 4)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (E3 E4 E5 E7 E8 E9 e

E13) somando 50 (n = 6)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (E2 E11 E12 e E14) o que resulta em 286 (n =

4)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 71 (n = 1) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas por

profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educativo (E11)

Percebe-se que dois dos artigos excluiacutedos se enquadram em mais de uma dimensatildeo apre-

sentada na anaacutelise feita acima

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os artigos incluiacutedos foram estudados sistematicamente de modo a extrair de cada um

as concepccedilotildees e respectivas caracteriacutesticas do trabalho em equipe as quais foram discutidas agrave

luz do referencial teoacuterico que embasa este estudo qual seja a assistecircncia ao climateacuterio pela

equipe de sauacutede

A amostra definitiva dos artigos incluiacutedos para a revisatildeo sistemaacutetica portanto foram

oito artigos apresentados a seguir no Quadro 2

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

I1 PEREIRA Q L C

SIQUEIRA H C H de

O olhar dos responsaacuteveis

pela poliacutetica de sauacutede da

mulher climateacuterica

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

2009

I2

OLIVEIRA D M de

JESUS M C P de

MERIGHI M A B

O climateacuterio sob a oacutetica de

mulheres assistidas em uma

unidade de sauacutede da famiacutelia

de Juiz de Fora - Minas Ge-

rais

Revista de A-

tenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede

2008

32

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

I3 LIMA E C

VARGENS O M da C

O significado de climateacuterio

para as mulheres implicaccedilotildees

para o cuidado de enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

I4

PIAZZA I P

DE LORENZI D R S

SACILOTO B

Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacuteri-

cas atendidas em um PSF

Revista Gauacutecha

de Enfermagem 2005

I5 LANDERDAH M C

Mulher climateacuterica uma abor-

dagem necessaacuteria ao niacutevel de

atenccedilatildeo baacutesica

Nursing (Satildeo

Paulo) 2002

I6 DAOUD I G

Encontros e desencontros das

mulheres climateacutericas que

buscam assistecircncia em serviccedilo

do Sistema Uacutenico de Sauacutede

Revista Enferma-

gem UERJ 2002

I7

CANDELLA C L M

RUGGIERO C M

ARAYA M E S SILVA

R V

Assistecircncia de enfermagem agrave

mulher no climateacuterio

Revista da Escola

de Enfermagem

da USP

1995

I8 VARGENS O M da C O casal no climateacuterio orienta-

ccedilatildeo de enfermagem

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

1985

Os estudos incluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (I4) que correspondem a

125 (n = 1)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (I2 I3) somando

25 (n = 2)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (I1 I5 I6 I7 e I8) o que resulta em 625

(n = 5)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 25 (n = 2) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas

por profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educati-

vo (I7 e I8)

Assim nota-se que a maioria dos estudos incluiacutedos 625 (n = 5) faz menccedilatildeo agrave assis-

tecircncia em sauacutede prestada a essas clientes evidenciando-se uma maior discussatildeo do tema asso-

ciado agrave melhoria dos serviccedilos prestados na atenccedilatildeo baacutesica

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

1 ALMEIDA LHRB LUZ MHBA MONTEIRO CFS Ser mulher no climateacute-

rio uma anaacutelise compreensiva pela enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007

15(3)370-375 julset

2 ALVES VS Um modelo de educaccedilatildeo em sauacutede para o Programa Sauacutede da Famiacutelia

pela integralidade da atenccedilatildeo e reorientaccedilatildeo do modelo assistencial Revista Interface-

Comunicaccedilatildeo Sauacutede Educaccedilatildeo 2005 9(16) 39-52

3 AZAMBUJA EP et al Significados do trabalho no processo de viver de trabalhado-

ras de um programa de sauacutede da famiacutelia Texto contexto - enfermagem v16 n1

p71-79 mar 2007

4 BENITO GAV BECKER LC Atitudes gerenciais do enfermeiro no Programa Sa-

uacutede da Famiacutelia visatildeo da Equipe Sauacutede da Famiacutelia Revista brasileira de enfermagem

v60 n3 p312-316 jun 2007

5 BIFFI EFA SCATENA MCM Sauacutede Mental e climateacuterio na perspectiva de mu-

lheres profissionais de sauacutede Revista Enfermagem UERJ 2004 1276-82 janabr

6 BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Poliacutetica nacional de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher

princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

7 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de

Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Manual de Atenccedilatildeo agrave Mulher no Climateacute-

rioMenopausa Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacute-

gicas Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 200881p

8 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Portaria nordm

648 de 28 de marccedilo de 2006 Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabele-

cendo a revisatildeo de diretrizes e normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o

Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e o Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

(PACS) Brasiacutelia DF 2007 71p

9 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

operacionais dos Pactos pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo Ministeacuterio da Sa-

uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

trole dos cacircnceres do colo do uacutetero e da mama Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Depar-

tamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndashBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a 132p

43

11 CANDELLA CLM RUGGIERO CM ARAYA MES SILVA RV Assistecircncia

de enfermagem agrave mulher no climateacuterio Revista da Escola de Enfermagem da USP

19951(29) 47-58 abr

12 CANOLETTI B Trabalho em equipe de sauacutede e de enfermagem anaacutelise sistemaacutetica

da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Satildeo Paulo Universi-

dade de Satildeo Paulo 2008

13 CERVO AL BERVIAN PA Metodologia cientiacutefica 4 ed Satildeo Paulo Makron

Books 1996

14 CHIRELLI MQ PEREIRA MJB O Trabalho Cotidiano Da Enfermeira Na Sauacutede

Da Famiacutelia Utilizaccedilatildeo De Ferramentas Da Gestatildeo Texto Contexto Enfermagem Flo-

rianoacutepolis 200918(2) 313-20 abrjun

15 COELHO S PORTO YF Sauacutede da Mulher Belo Horizonte NesconUFMG Co-

opmed 2009 115p

16 COLOMEacute ICS LIMA MADS DAVIS R Visatildeo de enfermeiras sobre as articu-

laccedilotildees das accedilotildees de sauacutede entre profissionais de equipes de sauacutede da famiacutelia Revista

da Escola de Enfermagem da USP v42 n2 p256-261 jun 2008

17 CORDEIRO H et al Avaliaccedilatildeo de competecircncias de meacutedicos e enfermeiros das Equi-

pes de Sauacutede da Famiacutelia da Regiatildeo Norte do Brasil Physis v19 n3 p695-710

2009

18 COSTA AM Atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher quo vadis Uma avaliaccedilatildeo da inte-

gralidade na atenccedilatildeo agrave sauacutede das mulheres no Brasil [Tese de Doutorado] Brasiacutelia

Universidade de Brasiacutelia 2004

19 COSTA GD COTTA RMM FERREIRA MLSM REIS JR

FRANCESCHINI SCC Sauacutede da famiacutelia desafios no processo de reorientaccedilatildeo do

modelo assistencial Revista Brasileira de Enfermagem Brasiacutelia 2009 62(1)113-8

janfev

20 DAOUD I G Encontros e desencontros das mulheres climateacutericas que buscam assis-

tecircncia em serviccedilo do Sistema Uacutenico de Sauacutede Revista Enfermagem UERJ 2002

9(2)118-36 maiago

21 DAOUD IG SANTANA MG Construccedilatildeo de um processo educativo com um grupo

de mulheres climateacutericas Texto amp Contexto Enfermagem 2000 10(1)33-37 janabr

22 DUARTE SV FURTADO SV Manual para elaboraccedilatildeo de monografias e projetos

de pesquisas 3 ed Montes Claros Unimontes 2002

23 FARIA HP COELHO IBWERNECK MAF SANTOS MA Modelo assisten-

cial e atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG

2009a 62p

44

24 FARIA HP WERNECK MAF SANTOS MA TEIXEIRA PF Processo de

trabalho em sauacutede Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009b 66p

25 FELICIANO KVO KOVACS MH SARINHO SW Superposiccedilatildeo de atribui-

ccedilotildees e autonomia teacutecnica entre enfermeiras da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia Revista

Sauacutede Puacuteblica v44 n3 p520-527 jun 2010

26 FERNANDEZ MR GIR E HAYASHIDA M Sexualidade no periacuteodo climateacuteri-

co situaccedilotildees vivenciadas pela mulher Revista da Escola de Enfermagem da USP

2005 39(2)129-135 jun

27 FIGUEIREDO PP et al Processo de trabalho da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia a con-

cepccedilatildeo de gestatildeo que permeia o agir em sauacutede Physis v20 n1 p235-259 2010

28 GIL AC Como elaborar projetos de pesquisa 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1996

29 GONCcedilALVES R MERIGHI MAB O climateacuterio a corporeidade como berccedilo das

experiecircncias do vivido Revista Brasileira de Enfermagem 2002 58(6)692-697

novdez

30 GONCcedilALVES R MERIGHI MAB Vivenciando o climateacuterio o corpo em seu per-

curso existencial agrave luz da Fenomenologia Revista Enfermagem UERJ 200513299-

303 janabr

31 HULLEY SB CUMMINGS SR BROWNER WS GRADY D HEARST N

NEWMAN TB Delineando a pesquisa clinica uma abordagem epidemioloacutegica 2

ed Porto Alegre Artmed 2003

32 LANDERDAHL MC Buscando novas maneiras de pensar o climateacuterio feminino

Texto amp contexto enfermagem 1997 6(1)130-4 janabr

33 LANDERDAHL MC Mulher climateacuterica uma abordagem necessaacuteria ao niacutevel de a-

tenccedilatildeo baacutesica Nursing Satildeo Paulo 2002 5(47)20-5 janabr

34 LEOPARDI MT Metodologia da Pesquisa na sauacutede 2 ed Florianoacutepolis UFSC

Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem 2002

35 LIMA EC VARGENS OMC O significado de climateacuterio para as mulheres impli-

caccedilotildees para o cuidado de enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007 15(4)584-

9 outdez

36 LIMA JV ANGELO M Vivenciando a inexorabilidade do tempo e as suas mudan-

ccedilas com perdas e possibilidades a mulher na fase do climateacuterio Revista escola de en-

fermagem da USP v35 n4 p399-405 dez 2001

37 LOPES MEL BATISTA PSS COSTA SFG SOARES MS Orientaccedilotildees de en-

fermagem agrave mulher climateacuterica quanto agrave terapia de reposiccedilatildeo hormonal uma aborda-

gem eacutetica Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 2000 1(1)51-55 janjun

45

38 MAIA C GUILHEME D LUCCHESE G Integraccedilatildeo entre vigilacircncia sanitaacuteria e

assistecircncia agrave sauacutede da mulher um estudo sobre a integralidade no SUS Cadernos de

Sauacutede Puacuteblica v26 n4 p682-692 abr 2010

39 MATUMOTO S FORTUNA CM MISHIMA SM PEREIRA MJB

DOMINGOS NAM Supervisatildeo de equipes no Programa de Sauacutede da Famiacutelia refle-

xotildees acerca do desafio da produccedilatildeo de cuidados Revista Interface-Comunicaccedilatildeo Sauacute-

de Educaccedilatildeo 2005 8(16) 9-24

40 MENDES EV A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede no SUS Fortaleza Escola de Sauacutede Puacute-

blica do Cearaacute 2002

41 MERHY EM Introduccedilatildeo ao debate sobre os componentes da caixa de ferramentas

dos gestores em sauacutede Rev SUS Brasil ndash vivecircncias e estaacutegios na realidade do SUS do

Brasil Disponiacutevel em lthttpdtr2002saudegovbrversusindexhtmlgt Acesso em

31 nov 2009

42 MILANEZ MRM NERY IS Percepccedilatildeo das mulheres sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de enfermagem Escola Anna Nery Rev de Enfermagem 2004

8(2)198-204 ago

43 MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado

de Minas Gerais Implantaccedilatildeo do Plano Diretor da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede ndash Belo

Horizonte ESPMG 2009 118p

44 MINAYO MCS HARTZ ZMA BUSS PM Qualidade de vida e sauacutede um de-

bate necessaacuterio Ciecircncias e sauacutede coletiva v5 n1 7-18 p 2000

45 MORENO JL Introduccedilatildeo ao psicodrama Satildeo Paulo Perspectiva 1999

46 MURATA IMH BERCINI LO SCHIRMER J Auto-cuidado na prevenccedilatildeo do

cacircncer de colo de uacutetero e cacircncer de mama comparaccedilatildeo entre mulheres natildeo climateacuteri-

cas e climateacutericas Biblioteca J Baeta Vianna 2000

47 MURATA IMH SCHIRMER J Manifestaccedilotildees biopsicogecircnicos decorrentes do

climateacuterio entre trabalhadoras de uma universidade puacuteblica Acta Paulista de en-

fermagem 2004 17(2)164-171 abrjun

48 NERY IS Perfil do atendimento agrave mulher no climateacuterio Revista Brasileira de En-

fermagem 1996 49(4)497-510 outdez

49 NIEVAS AF FUREGATO ARF Depressatildeo em mulheres no climateacuterio Revista

Gauacutecha de Enfermagem 2006 58(6)692-697 novdez

50 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB O climateacuterio sob a oacutetica de mu-

lheres assistidas em uma unidade de sauacutede da famiacutelia de Juiz de Fora - Minas Gerais

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 2008 11(1)42-53 janmar

51 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB Climateacuterio e sexualidade a

compreensatildeo dessa interface por mulheres assistidas em grupo Texto amp Contexto En-

fermagem v17 n3 p519-526 set 2008

46

52 OLIVEIRA SL Tratado de metodologia cientiacutefica 2 ed Satildeo Paulo Pioneira 1999

53 PEDRO AO PINTO-NETO AM PAIVA LC OSIS MJ HARDY E Procura

de serviccedilo meacutedico por mulheres climateacutericas brasileiras Revista de Sauacutede Puacuteblica

Satildeo Paulo 2002 36(4)484-90 ago

54 PEREIRA QLC SILVA CBDCA SIQUEIRA HCH Processo de viver de mu-

lheres climateacuterias usuaacuterias do SUS Ciecircncias Cuidado e Sauacutede 2008 7(2)224-231

abrjun

55 PEREIRA QLC SIQUEIRA HCH O olhar dos Responsaacuteveis Pela Poliacutetica de Sa-

uacutede da Mulher climateacuterica Esc Anna Nery Rev Enferm 2009 13 (2) 366-71 a-

brjun

56 PIAZZA IP DE LORENZI DRS SACILOTO B Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacutericas atendidas em um PSF Revista Gauacutecha de Enferma-

gem 2005 26(2)200-209 ago

57 PIRES MRGM GOumlTTEMS LBD Anaacutelise da gestatildeo do cuidado no Programa de

Sauacutede da Famiacutelia referencial teoacuterico-metodoloacutegico Revista brasileira de enfermagem

v62 n2 p294-299 abr 2009

58 Resoluccedilatildeo COFEN 2722002 In Legislaccedilatildeo e Normas [texto]Conselho Regional de

Enfermagem de Minas Gerais 2009v11 n1

59 ROTHER ET Editorial - Revisatildeo sistemaacutetica x revisatildeo narrativa Acta Paul Enferm

2007 20 (2)

60 ROSEMBERG B MINAYO MCS A experiecircncia complexa e os olhares reducio-

nistas Ciecircnc e Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v6 n1 p115-123 2001

61 SANTOS VC SOARES CB CAMPOS CMS A relaccedilatildeo trabalho-sauacutede de en-

fermeiros do PSF no municiacutepio de Satildeo Paulo Rev esc enferm USP v41 777-781p

dez 2007

62 SILVA ARV Sexualidade no climateacuterio vivecircncias e sentimentos da mulher 2000

Dissertaccedilatildeo [Mestrado] - Universidade Federal do Cearaacute 2000

63 SILVEIRA CS Pesquisa em enfermagem oncoloacutegica no Brasil uma revisatildeo integra-

tiva Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade

de Satildeo Paulo 2005

64 SOUSA MF HAMANN EM Programa Sauacutede da Famiacutelia no Brasil uma agenda

incompleta Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 2009 14(Supl 1) 1325-1335

65 STARFIELD B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidade de sauacutede serviccedilos e

tecnologia Brasiacutelia UNESCOMinisteacuterio da Sauacutede 2002

66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

criando laccedilos Sauacutede em debate 2003 27(65) 257-277

47

67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

Nery Revista de Enfermagem 1985 5(1)23-5 janmar

69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 29: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

28

Tabela 2 Nuacutemero de artigos encontrados no BDENF segundo ano

de publicaccedilatildeo

Ano de publicaccedilatildeo Nordm de Estudos

2009 2 8

2008 1 4

2007 2 8

2006 1 4

2005 4 16

2004 3 12

2002 4 16

2000 3 12

1997 1 4

1996 1 4

1995 1 4

1985 2 8

TOTAL 25 100

Fonte BDENF Acesso em dezembro de 2009

Nota-se que apesar de haver nesta revisatildeo sistemaacutetica trabalhos datados de 1985 a

discussatildeo do tema soacute ampliou entre 15 e 20 anos depois o que reforccedila a ideacuteia de que haacute uma

preocupaccedilatildeo crescente para com essa temaacutetica na atenccedilatildeo baacutesica no intuito de melhorar os

serviccedilos prestados

Vale ressaltar que criaccedilatildeo do SUS em 1988 e posteriormente a ESF regulamentada em

1994 contribuiacuteram para o fortalecimento da atenccedilatildeo primaacuteria e consequentemente impulsio-

nando as pesquisas na aacuterea

Analisando esta tabela percebe-se que no periacuteodo de 2000 a 2005 foram identificados

o maior nuacutemero de publicaccedilotildees referentes ao assunto 56 (n = 14) indicando o crescimento

do interesse do estudo deste assunto A concentraccedilatildeo de estudos nesse intervalo de tempo os

caracteriza como sendo recentes jaacute que foram elaborados haacute menos de 10 anos

Os resumos dos 25 registros localizados foram lidos e a partir da leitura foram sele-

cionados aqueles cujo tiacutetulo eou resumo colocavam a assistecircncia ao climateacuterio na atenccedilatildeo

primaacuteria como objeto de estudo ou como uma de suas questotildees centrais de anaacutelise Posteri-

ormente foram identificados os artigos repetidos (n = 3) descartando-os

Dos 22 artigos selecionados a Revista Enfermagem UERJ apresentou a maior quanti-

dade de publicaccedilotildees totalizando 20 (n = 5)

Apoacutes avaliaccedilatildeo dos tiacutetulos leitura dos resumos e anaacutelise dos artigos integralmente ve-

rificou-se que 364 (n = 8) apresentaram pertinecircncia agrave questatildeo norteadora da pesquisa sen-

do 25 (n = 2) destes artigos oriundos da Revista Enfermagem UERJ e 25 (n = 2) da Es-

cola Ana Nery Revista de Enfermagem As demais revistas apresentaram 125 (n = 1) dos

29

artigos pertinentes cada uma Os estudos excluiacutedos da revisatildeo integrativa perfizeram 636

(n = 14)

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA

Em relaccedilatildeo aos artigos excluiacutedos observa-se sua descriccedilatildeo no Quadro 1

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E1

ZAMPIERI M de F M

TAVARES C M A

HAMES M de L C

FALCON G S

SILVA A L de

GONCcedilALVES L T

O processo de viver e ser

saudaacutevel das mulheres no

climateacuterio

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2009

E2

ALMEIDA L H R B de

LUZ M H B A

MONTEIRO C F de S

Ser mulher no climateacuterio

uma anaacutelise compreensiva

pela enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

E3 NIEVAS A F

FUREGATO A R F

Depressatildeo em mulheres no

climateacuterio

Revista Gauacutecha de

Enfermagem 2006

E4 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

Vivenciando o climateacuterio o

corpo em seu percurso exis-

tencial agrave luz da Fenomenolo-

gia

Revista Enferma-

gem UERJ 2005

E5

FERNANDEZ M R

GIR E

HAYASHIDA M

Sexualidade no periacuteodo

climateacuterico situaccedilotildees vi-

venciadas pela mulher

Revista da Esco-

la de Enferma-

gem da USP

2005

E6 BIFFI E F de A

SCATENA M C M

Sauacutede Mental e climateacuterio

na perspectiva de mulheres

profissionais de sauacutede

Revista Enfer-

magem UERJ 2004

30

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E7 MILANEZ M R de

M NERY I S

Percepccedilatildeo das mulheres

sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de en-

fermagem

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2004

E8 MURATA I M H

SCHIRMER J

Manifestaccedilotildees biopsicogecirc-

nicos decorrentes do clima-

teacuterio entre trabalhadoras de

uma universidade puacuteblica

Acta Paulista de

enfermagem 2004

E9 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

O climateacuterio a corporeida-

de como berccedilo das experi-

ecircncias do vivido

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

2002

E10

MURATA I M H

BERCINI L O

SCHIRMER J

Auto-cuidado na prevenccedilatildeo

do cacircncer de colo de uacutetero

e cacircncer de mama compa-

raccedilatildeo entre mulheres natildeo

climateacutericas e climateacutericas

Biblioteca J

Baeta Vianna 2000

E11

LOPES M E L

BATISTA P S de S

COSTA Se F G da

SOARES M S de

Orientaccedilotildees de enferma-

gem agrave mulher climateacuterica

quanto agrave terapia de reposi-

ccedilatildeo hormonal uma abor-

dagem eacutetica

Revista da Rede de

Enfermagem do

Nordeste

2000

E12 DAOUD I G

SANTANA M da G

Construccedilatildeo de um processo

educativo com um grupo de

mulheres climateacutericas

Texto amp Contexto

Enfermagem 2000

E13 LANDERDAHL M C

Buscando novas maneiras

de pensar o climateacuterio fe-

minino

Texto amp contexto

enfermagem 1997

E14 NERY I S Perfil do atendimento agrave

mulher no climateacuterio

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

1996

31

Em geral os estudos excluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (E1 E6 E8 e E10) que correspondem

a 286 (n = 4)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (E3 E4 E5 E7 E8 E9 e

E13) somando 50 (n = 6)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (E2 E11 E12 e E14) o que resulta em 286 (n =

4)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 71 (n = 1) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas por

profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educativo (E11)

Percebe-se que dois dos artigos excluiacutedos se enquadram em mais de uma dimensatildeo apre-

sentada na anaacutelise feita acima

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os artigos incluiacutedos foram estudados sistematicamente de modo a extrair de cada um

as concepccedilotildees e respectivas caracteriacutesticas do trabalho em equipe as quais foram discutidas agrave

luz do referencial teoacuterico que embasa este estudo qual seja a assistecircncia ao climateacuterio pela

equipe de sauacutede

A amostra definitiva dos artigos incluiacutedos para a revisatildeo sistemaacutetica portanto foram

oito artigos apresentados a seguir no Quadro 2

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

I1 PEREIRA Q L C

SIQUEIRA H C H de

O olhar dos responsaacuteveis

pela poliacutetica de sauacutede da

mulher climateacuterica

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

2009

I2

OLIVEIRA D M de

JESUS M C P de

MERIGHI M A B

O climateacuterio sob a oacutetica de

mulheres assistidas em uma

unidade de sauacutede da famiacutelia

de Juiz de Fora - Minas Ge-

rais

Revista de A-

tenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede

2008

32

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

I3 LIMA E C

VARGENS O M da C

O significado de climateacuterio

para as mulheres implicaccedilotildees

para o cuidado de enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

I4

PIAZZA I P

DE LORENZI D R S

SACILOTO B

Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacuteri-

cas atendidas em um PSF

Revista Gauacutecha

de Enfermagem 2005

I5 LANDERDAH M C

Mulher climateacuterica uma abor-

dagem necessaacuteria ao niacutevel de

atenccedilatildeo baacutesica

Nursing (Satildeo

Paulo) 2002

I6 DAOUD I G

Encontros e desencontros das

mulheres climateacutericas que

buscam assistecircncia em serviccedilo

do Sistema Uacutenico de Sauacutede

Revista Enferma-

gem UERJ 2002

I7

CANDELLA C L M

RUGGIERO C M

ARAYA M E S SILVA

R V

Assistecircncia de enfermagem agrave

mulher no climateacuterio

Revista da Escola

de Enfermagem

da USP

1995

I8 VARGENS O M da C O casal no climateacuterio orienta-

ccedilatildeo de enfermagem

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

1985

Os estudos incluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (I4) que correspondem a

125 (n = 1)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (I2 I3) somando

25 (n = 2)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (I1 I5 I6 I7 e I8) o que resulta em 625

(n = 5)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 25 (n = 2) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas

por profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educati-

vo (I7 e I8)

Assim nota-se que a maioria dos estudos incluiacutedos 625 (n = 5) faz menccedilatildeo agrave assis-

tecircncia em sauacutede prestada a essas clientes evidenciando-se uma maior discussatildeo do tema asso-

ciado agrave melhoria dos serviccedilos prestados na atenccedilatildeo baacutesica

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

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8 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Portaria nordm

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9 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

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uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

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43

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56 PIAZZA IP DE LORENZI DRS SACILOTO B Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacutericas atendidas em um PSF Revista Gauacutecha de Enferma-

gem 2005 26(2)200-209 ago

57 PIRES MRGM GOumlTTEMS LBD Anaacutelise da gestatildeo do cuidado no Programa de

Sauacutede da Famiacutelia referencial teoacuterico-metodoloacutegico Revista brasileira de enfermagem

v62 n2 p294-299 abr 2009

58 Resoluccedilatildeo COFEN 2722002 In Legislaccedilatildeo e Normas [texto]Conselho Regional de

Enfermagem de Minas Gerais 2009v11 n1

59 ROTHER ET Editorial - Revisatildeo sistemaacutetica x revisatildeo narrativa Acta Paul Enferm

2007 20 (2)

60 ROSEMBERG B MINAYO MCS A experiecircncia complexa e os olhares reducio-

nistas Ciecircnc e Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v6 n1 p115-123 2001

61 SANTOS VC SOARES CB CAMPOS CMS A relaccedilatildeo trabalho-sauacutede de en-

fermeiros do PSF no municiacutepio de Satildeo Paulo Rev esc enferm USP v41 777-781p

dez 2007

62 SILVA ARV Sexualidade no climateacuterio vivecircncias e sentimentos da mulher 2000

Dissertaccedilatildeo [Mestrado] - Universidade Federal do Cearaacute 2000

63 SILVEIRA CS Pesquisa em enfermagem oncoloacutegica no Brasil uma revisatildeo integra-

tiva Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade

de Satildeo Paulo 2005

64 SOUSA MF HAMANN EM Programa Sauacutede da Famiacutelia no Brasil uma agenda

incompleta Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 2009 14(Supl 1) 1325-1335

65 STARFIELD B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidade de sauacutede serviccedilos e

tecnologia Brasiacutelia UNESCOMinisteacuterio da Sauacutede 2002

66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

criando laccedilos Sauacutede em debate 2003 27(65) 257-277

47

67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

Nery Revista de Enfermagem 1985 5(1)23-5 janmar

69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 30: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

29

artigos pertinentes cada uma Os estudos excluiacutedos da revisatildeo integrativa perfizeram 636

(n = 14)

42 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS EXCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO

INTEGRATIVA

Em relaccedilatildeo aos artigos excluiacutedos observa-se sua descriccedilatildeo no Quadro 1

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E1

ZAMPIERI M de F M

TAVARES C M A

HAMES M de L C

FALCON G S

SILVA A L de

GONCcedilALVES L T

O processo de viver e ser

saudaacutevel das mulheres no

climateacuterio

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2009

E2

ALMEIDA L H R B de

LUZ M H B A

MONTEIRO C F de S

Ser mulher no climateacuterio

uma anaacutelise compreensiva

pela enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

E3 NIEVAS A F

FUREGATO A R F

Depressatildeo em mulheres no

climateacuterio

Revista Gauacutecha de

Enfermagem 2006

E4 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

Vivenciando o climateacuterio o

corpo em seu percurso exis-

tencial agrave luz da Fenomenolo-

gia

Revista Enferma-

gem UERJ 2005

E5

FERNANDEZ M R

GIR E

HAYASHIDA M

Sexualidade no periacuteodo

climateacuterico situaccedilotildees vi-

venciadas pela mulher

Revista da Esco-

la de Enferma-

gem da USP

2005

E6 BIFFI E F de A

SCATENA M C M

Sauacutede Mental e climateacuterio

na perspectiva de mulheres

profissionais de sauacutede

Revista Enfer-

magem UERJ 2004

30

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E7 MILANEZ M R de

M NERY I S

Percepccedilatildeo das mulheres

sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de en-

fermagem

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2004

E8 MURATA I M H

SCHIRMER J

Manifestaccedilotildees biopsicogecirc-

nicos decorrentes do clima-

teacuterio entre trabalhadoras de

uma universidade puacuteblica

Acta Paulista de

enfermagem 2004

E9 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

O climateacuterio a corporeida-

de como berccedilo das experi-

ecircncias do vivido

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

2002

E10

MURATA I M H

BERCINI L O

SCHIRMER J

Auto-cuidado na prevenccedilatildeo

do cacircncer de colo de uacutetero

e cacircncer de mama compa-

raccedilatildeo entre mulheres natildeo

climateacutericas e climateacutericas

Biblioteca J

Baeta Vianna 2000

E11

LOPES M E L

BATISTA P S de S

COSTA Se F G da

SOARES M S de

Orientaccedilotildees de enferma-

gem agrave mulher climateacuterica

quanto agrave terapia de reposi-

ccedilatildeo hormonal uma abor-

dagem eacutetica

Revista da Rede de

Enfermagem do

Nordeste

2000

E12 DAOUD I G

SANTANA M da G

Construccedilatildeo de um processo

educativo com um grupo de

mulheres climateacutericas

Texto amp Contexto

Enfermagem 2000

E13 LANDERDAHL M C

Buscando novas maneiras

de pensar o climateacuterio fe-

minino

Texto amp contexto

enfermagem 1997

E14 NERY I S Perfil do atendimento agrave

mulher no climateacuterio

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

1996

31

Em geral os estudos excluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (E1 E6 E8 e E10) que correspondem

a 286 (n = 4)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (E3 E4 E5 E7 E8 E9 e

E13) somando 50 (n = 6)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (E2 E11 E12 e E14) o que resulta em 286 (n =

4)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 71 (n = 1) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas por

profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educativo (E11)

Percebe-se que dois dos artigos excluiacutedos se enquadram em mais de uma dimensatildeo apre-

sentada na anaacutelise feita acima

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os artigos incluiacutedos foram estudados sistematicamente de modo a extrair de cada um

as concepccedilotildees e respectivas caracteriacutesticas do trabalho em equipe as quais foram discutidas agrave

luz do referencial teoacuterico que embasa este estudo qual seja a assistecircncia ao climateacuterio pela

equipe de sauacutede

A amostra definitiva dos artigos incluiacutedos para a revisatildeo sistemaacutetica portanto foram

oito artigos apresentados a seguir no Quadro 2

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

I1 PEREIRA Q L C

SIQUEIRA H C H de

O olhar dos responsaacuteveis

pela poliacutetica de sauacutede da

mulher climateacuterica

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

2009

I2

OLIVEIRA D M de

JESUS M C P de

MERIGHI M A B

O climateacuterio sob a oacutetica de

mulheres assistidas em uma

unidade de sauacutede da famiacutelia

de Juiz de Fora - Minas Ge-

rais

Revista de A-

tenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede

2008

32

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

I3 LIMA E C

VARGENS O M da C

O significado de climateacuterio

para as mulheres implicaccedilotildees

para o cuidado de enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

I4

PIAZZA I P

DE LORENZI D R S

SACILOTO B

Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacuteri-

cas atendidas em um PSF

Revista Gauacutecha

de Enfermagem 2005

I5 LANDERDAH M C

Mulher climateacuterica uma abor-

dagem necessaacuteria ao niacutevel de

atenccedilatildeo baacutesica

Nursing (Satildeo

Paulo) 2002

I6 DAOUD I G

Encontros e desencontros das

mulheres climateacutericas que

buscam assistecircncia em serviccedilo

do Sistema Uacutenico de Sauacutede

Revista Enferma-

gem UERJ 2002

I7

CANDELLA C L M

RUGGIERO C M

ARAYA M E S SILVA

R V

Assistecircncia de enfermagem agrave

mulher no climateacuterio

Revista da Escola

de Enfermagem

da USP

1995

I8 VARGENS O M da C O casal no climateacuterio orienta-

ccedilatildeo de enfermagem

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

1985

Os estudos incluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (I4) que correspondem a

125 (n = 1)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (I2 I3) somando

25 (n = 2)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (I1 I5 I6 I7 e I8) o que resulta em 625

(n = 5)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 25 (n = 2) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas

por profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educati-

vo (I7 e I8)

Assim nota-se que a maioria dos estudos incluiacutedos 625 (n = 5) faz menccedilatildeo agrave assis-

tecircncia em sauacutede prestada a essas clientes evidenciando-se uma maior discussatildeo do tema asso-

ciado agrave melhoria dos serviccedilos prestados na atenccedilatildeo baacutesica

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

1 ALMEIDA LHRB LUZ MHBA MONTEIRO CFS Ser mulher no climateacute-

rio uma anaacutelise compreensiva pela enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007

15(3)370-375 julset

2 ALVES VS Um modelo de educaccedilatildeo em sauacutede para o Programa Sauacutede da Famiacutelia

pela integralidade da atenccedilatildeo e reorientaccedilatildeo do modelo assistencial Revista Interface-

Comunicaccedilatildeo Sauacutede Educaccedilatildeo 2005 9(16) 39-52

3 AZAMBUJA EP et al Significados do trabalho no processo de viver de trabalhado-

ras de um programa de sauacutede da famiacutelia Texto contexto - enfermagem v16 n1

p71-79 mar 2007

4 BENITO GAV BECKER LC Atitudes gerenciais do enfermeiro no Programa Sa-

uacutede da Famiacutelia visatildeo da Equipe Sauacutede da Famiacutelia Revista brasileira de enfermagem

v60 n3 p312-316 jun 2007

5 BIFFI EFA SCATENA MCM Sauacutede Mental e climateacuterio na perspectiva de mu-

lheres profissionais de sauacutede Revista Enfermagem UERJ 2004 1276-82 janabr

6 BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Poliacutetica nacional de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher

princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

7 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de

Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Manual de Atenccedilatildeo agrave Mulher no Climateacute-

rioMenopausa Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacute-

gicas Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 200881p

8 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Portaria nordm

648 de 28 de marccedilo de 2006 Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabele-

cendo a revisatildeo de diretrizes e normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o

Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e o Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

(PACS) Brasiacutelia DF 2007 71p

9 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

operacionais dos Pactos pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo Ministeacuterio da Sa-

uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

trole dos cacircnceres do colo do uacutetero e da mama Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Depar-

tamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndashBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a 132p

43

11 CANDELLA CLM RUGGIERO CM ARAYA MES SILVA RV Assistecircncia

de enfermagem agrave mulher no climateacuterio Revista da Escola de Enfermagem da USP

19951(29) 47-58 abr

12 CANOLETTI B Trabalho em equipe de sauacutede e de enfermagem anaacutelise sistemaacutetica

da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Satildeo Paulo Universi-

dade de Satildeo Paulo 2008

13 CERVO AL BERVIAN PA Metodologia cientiacutefica 4 ed Satildeo Paulo Makron

Books 1996

14 CHIRELLI MQ PEREIRA MJB O Trabalho Cotidiano Da Enfermeira Na Sauacutede

Da Famiacutelia Utilizaccedilatildeo De Ferramentas Da Gestatildeo Texto Contexto Enfermagem Flo-

rianoacutepolis 200918(2) 313-20 abrjun

15 COELHO S PORTO YF Sauacutede da Mulher Belo Horizonte NesconUFMG Co-

opmed 2009 115p

16 COLOMEacute ICS LIMA MADS DAVIS R Visatildeo de enfermeiras sobre as articu-

laccedilotildees das accedilotildees de sauacutede entre profissionais de equipes de sauacutede da famiacutelia Revista

da Escola de Enfermagem da USP v42 n2 p256-261 jun 2008

17 CORDEIRO H et al Avaliaccedilatildeo de competecircncias de meacutedicos e enfermeiros das Equi-

pes de Sauacutede da Famiacutelia da Regiatildeo Norte do Brasil Physis v19 n3 p695-710

2009

18 COSTA AM Atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher quo vadis Uma avaliaccedilatildeo da inte-

gralidade na atenccedilatildeo agrave sauacutede das mulheres no Brasil [Tese de Doutorado] Brasiacutelia

Universidade de Brasiacutelia 2004

19 COSTA GD COTTA RMM FERREIRA MLSM REIS JR

FRANCESCHINI SCC Sauacutede da famiacutelia desafios no processo de reorientaccedilatildeo do

modelo assistencial Revista Brasileira de Enfermagem Brasiacutelia 2009 62(1)113-8

janfev

20 DAOUD I G Encontros e desencontros das mulheres climateacutericas que buscam assis-

tecircncia em serviccedilo do Sistema Uacutenico de Sauacutede Revista Enfermagem UERJ 2002

9(2)118-36 maiago

21 DAOUD IG SANTANA MG Construccedilatildeo de um processo educativo com um grupo

de mulheres climateacutericas Texto amp Contexto Enfermagem 2000 10(1)33-37 janabr

22 DUARTE SV FURTADO SV Manual para elaboraccedilatildeo de monografias e projetos

de pesquisas 3 ed Montes Claros Unimontes 2002

23 FARIA HP COELHO IBWERNECK MAF SANTOS MA Modelo assisten-

cial e atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG

2009a 62p

44

24 FARIA HP WERNECK MAF SANTOS MA TEIXEIRA PF Processo de

trabalho em sauacutede Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009b 66p

25 FELICIANO KVO KOVACS MH SARINHO SW Superposiccedilatildeo de atribui-

ccedilotildees e autonomia teacutecnica entre enfermeiras da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia Revista

Sauacutede Puacuteblica v44 n3 p520-527 jun 2010

26 FERNANDEZ MR GIR E HAYASHIDA M Sexualidade no periacuteodo climateacuteri-

co situaccedilotildees vivenciadas pela mulher Revista da Escola de Enfermagem da USP

2005 39(2)129-135 jun

27 FIGUEIREDO PP et al Processo de trabalho da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia a con-

cepccedilatildeo de gestatildeo que permeia o agir em sauacutede Physis v20 n1 p235-259 2010

28 GIL AC Como elaborar projetos de pesquisa 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1996

29 GONCcedilALVES R MERIGHI MAB O climateacuterio a corporeidade como berccedilo das

experiecircncias do vivido Revista Brasileira de Enfermagem 2002 58(6)692-697

novdez

30 GONCcedilALVES R MERIGHI MAB Vivenciando o climateacuterio o corpo em seu per-

curso existencial agrave luz da Fenomenologia Revista Enfermagem UERJ 200513299-

303 janabr

31 HULLEY SB CUMMINGS SR BROWNER WS GRADY D HEARST N

NEWMAN TB Delineando a pesquisa clinica uma abordagem epidemioloacutegica 2

ed Porto Alegre Artmed 2003

32 LANDERDAHL MC Buscando novas maneiras de pensar o climateacuterio feminino

Texto amp contexto enfermagem 1997 6(1)130-4 janabr

33 LANDERDAHL MC Mulher climateacuterica uma abordagem necessaacuteria ao niacutevel de a-

tenccedilatildeo baacutesica Nursing Satildeo Paulo 2002 5(47)20-5 janabr

34 LEOPARDI MT Metodologia da Pesquisa na sauacutede 2 ed Florianoacutepolis UFSC

Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem 2002

35 LIMA EC VARGENS OMC O significado de climateacuterio para as mulheres impli-

caccedilotildees para o cuidado de enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007 15(4)584-

9 outdez

36 LIMA JV ANGELO M Vivenciando a inexorabilidade do tempo e as suas mudan-

ccedilas com perdas e possibilidades a mulher na fase do climateacuterio Revista escola de en-

fermagem da USP v35 n4 p399-405 dez 2001

37 LOPES MEL BATISTA PSS COSTA SFG SOARES MS Orientaccedilotildees de en-

fermagem agrave mulher climateacuterica quanto agrave terapia de reposiccedilatildeo hormonal uma aborda-

gem eacutetica Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 2000 1(1)51-55 janjun

45

38 MAIA C GUILHEME D LUCCHESE G Integraccedilatildeo entre vigilacircncia sanitaacuteria e

assistecircncia agrave sauacutede da mulher um estudo sobre a integralidade no SUS Cadernos de

Sauacutede Puacuteblica v26 n4 p682-692 abr 2010

39 MATUMOTO S FORTUNA CM MISHIMA SM PEREIRA MJB

DOMINGOS NAM Supervisatildeo de equipes no Programa de Sauacutede da Famiacutelia refle-

xotildees acerca do desafio da produccedilatildeo de cuidados Revista Interface-Comunicaccedilatildeo Sauacute-

de Educaccedilatildeo 2005 8(16) 9-24

40 MENDES EV A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede no SUS Fortaleza Escola de Sauacutede Puacute-

blica do Cearaacute 2002

41 MERHY EM Introduccedilatildeo ao debate sobre os componentes da caixa de ferramentas

dos gestores em sauacutede Rev SUS Brasil ndash vivecircncias e estaacutegios na realidade do SUS do

Brasil Disponiacutevel em lthttpdtr2002saudegovbrversusindexhtmlgt Acesso em

31 nov 2009

42 MILANEZ MRM NERY IS Percepccedilatildeo das mulheres sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de enfermagem Escola Anna Nery Rev de Enfermagem 2004

8(2)198-204 ago

43 MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado

de Minas Gerais Implantaccedilatildeo do Plano Diretor da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede ndash Belo

Horizonte ESPMG 2009 118p

44 MINAYO MCS HARTZ ZMA BUSS PM Qualidade de vida e sauacutede um de-

bate necessaacuterio Ciecircncias e sauacutede coletiva v5 n1 7-18 p 2000

45 MORENO JL Introduccedilatildeo ao psicodrama Satildeo Paulo Perspectiva 1999

46 MURATA IMH BERCINI LO SCHIRMER J Auto-cuidado na prevenccedilatildeo do

cacircncer de colo de uacutetero e cacircncer de mama comparaccedilatildeo entre mulheres natildeo climateacuteri-

cas e climateacutericas Biblioteca J Baeta Vianna 2000

47 MURATA IMH SCHIRMER J Manifestaccedilotildees biopsicogecircnicos decorrentes do

climateacuterio entre trabalhadoras de uma universidade puacuteblica Acta Paulista de en-

fermagem 2004 17(2)164-171 abrjun

48 NERY IS Perfil do atendimento agrave mulher no climateacuterio Revista Brasileira de En-

fermagem 1996 49(4)497-510 outdez

49 NIEVAS AF FUREGATO ARF Depressatildeo em mulheres no climateacuterio Revista

Gauacutecha de Enfermagem 2006 58(6)692-697 novdez

50 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB O climateacuterio sob a oacutetica de mu-

lheres assistidas em uma unidade de sauacutede da famiacutelia de Juiz de Fora - Minas Gerais

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 2008 11(1)42-53 janmar

51 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB Climateacuterio e sexualidade a

compreensatildeo dessa interface por mulheres assistidas em grupo Texto amp Contexto En-

fermagem v17 n3 p519-526 set 2008

46

52 OLIVEIRA SL Tratado de metodologia cientiacutefica 2 ed Satildeo Paulo Pioneira 1999

53 PEDRO AO PINTO-NETO AM PAIVA LC OSIS MJ HARDY E Procura

de serviccedilo meacutedico por mulheres climateacutericas brasileiras Revista de Sauacutede Puacuteblica

Satildeo Paulo 2002 36(4)484-90 ago

54 PEREIRA QLC SILVA CBDCA SIQUEIRA HCH Processo de viver de mu-

lheres climateacuterias usuaacuterias do SUS Ciecircncias Cuidado e Sauacutede 2008 7(2)224-231

abrjun

55 PEREIRA QLC SIQUEIRA HCH O olhar dos Responsaacuteveis Pela Poliacutetica de Sa-

uacutede da Mulher climateacuterica Esc Anna Nery Rev Enferm 2009 13 (2) 366-71 a-

brjun

56 PIAZZA IP DE LORENZI DRS SACILOTO B Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacutericas atendidas em um PSF Revista Gauacutecha de Enferma-

gem 2005 26(2)200-209 ago

57 PIRES MRGM GOumlTTEMS LBD Anaacutelise da gestatildeo do cuidado no Programa de

Sauacutede da Famiacutelia referencial teoacuterico-metodoloacutegico Revista brasileira de enfermagem

v62 n2 p294-299 abr 2009

58 Resoluccedilatildeo COFEN 2722002 In Legislaccedilatildeo e Normas [texto]Conselho Regional de

Enfermagem de Minas Gerais 2009v11 n1

59 ROTHER ET Editorial - Revisatildeo sistemaacutetica x revisatildeo narrativa Acta Paul Enferm

2007 20 (2)

60 ROSEMBERG B MINAYO MCS A experiecircncia complexa e os olhares reducio-

nistas Ciecircnc e Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v6 n1 p115-123 2001

61 SANTOS VC SOARES CB CAMPOS CMS A relaccedilatildeo trabalho-sauacutede de en-

fermeiros do PSF no municiacutepio de Satildeo Paulo Rev esc enferm USP v41 777-781p

dez 2007

62 SILVA ARV Sexualidade no climateacuterio vivecircncias e sentimentos da mulher 2000

Dissertaccedilatildeo [Mestrado] - Universidade Federal do Cearaacute 2000

63 SILVEIRA CS Pesquisa em enfermagem oncoloacutegica no Brasil uma revisatildeo integra-

tiva Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade

de Satildeo Paulo 2005

64 SOUSA MF HAMANN EM Programa Sauacutede da Famiacutelia no Brasil uma agenda

incompleta Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 2009 14(Supl 1) 1325-1335

65 STARFIELD B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidade de sauacutede serviccedilos e

tecnologia Brasiacutelia UNESCOMinisteacuterio da Sauacutede 2002

66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

criando laccedilos Sauacutede em debate 2003 27(65) 257-277

47

67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

Nery Revista de Enfermagem 1985 5(1)23-5 janmar

69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 31: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

30

Quadro 1 Distribuiccedilatildeo dos artigos excluiacutedos da revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

E7 MILANEZ M R de

M NERY I S

Percepccedilatildeo das mulheres

sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de en-

fermagem

Escola Anna Nery

Revista de Enfer-

magem

2004

E8 MURATA I M H

SCHIRMER J

Manifestaccedilotildees biopsicogecirc-

nicos decorrentes do clima-

teacuterio entre trabalhadoras de

uma universidade puacuteblica

Acta Paulista de

enfermagem 2004

E9 GONCcedilALVES R

MERIGHI M A B

O climateacuterio a corporeida-

de como berccedilo das experi-

ecircncias do vivido

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

2002

E10

MURATA I M H

BERCINI L O

SCHIRMER J

Auto-cuidado na prevenccedilatildeo

do cacircncer de colo de uacutetero

e cacircncer de mama compa-

raccedilatildeo entre mulheres natildeo

climateacutericas e climateacutericas

Biblioteca J

Baeta Vianna 2000

E11

LOPES M E L

BATISTA P S de S

COSTA Se F G da

SOARES M S de

Orientaccedilotildees de enferma-

gem agrave mulher climateacuterica

quanto agrave terapia de reposi-

ccedilatildeo hormonal uma abor-

dagem eacutetica

Revista da Rede de

Enfermagem do

Nordeste

2000

E12 DAOUD I G

SANTANA M da G

Construccedilatildeo de um processo

educativo com um grupo de

mulheres climateacutericas

Texto amp Contexto

Enfermagem 2000

E13 LANDERDAHL M C

Buscando novas maneiras

de pensar o climateacuterio fe-

minino

Texto amp contexto

enfermagem 1997

E14 NERY I S Perfil do atendimento agrave

mulher no climateacuterio

Revista Brasilei-

ra de En-

fermagem

1996

31

Em geral os estudos excluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (E1 E6 E8 e E10) que correspondem

a 286 (n = 4)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (E3 E4 E5 E7 E8 E9 e

E13) somando 50 (n = 6)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (E2 E11 E12 e E14) o que resulta em 286 (n =

4)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 71 (n = 1) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas por

profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educativo (E11)

Percebe-se que dois dos artigos excluiacutedos se enquadram em mais de uma dimensatildeo apre-

sentada na anaacutelise feita acima

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os artigos incluiacutedos foram estudados sistematicamente de modo a extrair de cada um

as concepccedilotildees e respectivas caracteriacutesticas do trabalho em equipe as quais foram discutidas agrave

luz do referencial teoacuterico que embasa este estudo qual seja a assistecircncia ao climateacuterio pela

equipe de sauacutede

A amostra definitiva dos artigos incluiacutedos para a revisatildeo sistemaacutetica portanto foram

oito artigos apresentados a seguir no Quadro 2

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

I1 PEREIRA Q L C

SIQUEIRA H C H de

O olhar dos responsaacuteveis

pela poliacutetica de sauacutede da

mulher climateacuterica

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

2009

I2

OLIVEIRA D M de

JESUS M C P de

MERIGHI M A B

O climateacuterio sob a oacutetica de

mulheres assistidas em uma

unidade de sauacutede da famiacutelia

de Juiz de Fora - Minas Ge-

rais

Revista de A-

tenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede

2008

32

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

I3 LIMA E C

VARGENS O M da C

O significado de climateacuterio

para as mulheres implicaccedilotildees

para o cuidado de enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

I4

PIAZZA I P

DE LORENZI D R S

SACILOTO B

Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacuteri-

cas atendidas em um PSF

Revista Gauacutecha

de Enfermagem 2005

I5 LANDERDAH M C

Mulher climateacuterica uma abor-

dagem necessaacuteria ao niacutevel de

atenccedilatildeo baacutesica

Nursing (Satildeo

Paulo) 2002

I6 DAOUD I G

Encontros e desencontros das

mulheres climateacutericas que

buscam assistecircncia em serviccedilo

do Sistema Uacutenico de Sauacutede

Revista Enferma-

gem UERJ 2002

I7

CANDELLA C L M

RUGGIERO C M

ARAYA M E S SILVA

R V

Assistecircncia de enfermagem agrave

mulher no climateacuterio

Revista da Escola

de Enfermagem

da USP

1995

I8 VARGENS O M da C O casal no climateacuterio orienta-

ccedilatildeo de enfermagem

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

1985

Os estudos incluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (I4) que correspondem a

125 (n = 1)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (I2 I3) somando

25 (n = 2)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (I1 I5 I6 I7 e I8) o que resulta em 625

(n = 5)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 25 (n = 2) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas

por profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educati-

vo (I7 e I8)

Assim nota-se que a maioria dos estudos incluiacutedos 625 (n = 5) faz menccedilatildeo agrave assis-

tecircncia em sauacutede prestada a essas clientes evidenciando-se uma maior discussatildeo do tema asso-

ciado agrave melhoria dos serviccedilos prestados na atenccedilatildeo baacutesica

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

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Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

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uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

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de Educaccedilatildeo 2005 8(16) 9-24

40 MENDES EV A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede no SUS Fortaleza Escola de Sauacutede Puacute-

blica do Cearaacute 2002

41 MERHY EM Introduccedilatildeo ao debate sobre os componentes da caixa de ferramentas

dos gestores em sauacutede Rev SUS Brasil ndash vivecircncias e estaacutegios na realidade do SUS do

Brasil Disponiacutevel em lthttpdtr2002saudegovbrversusindexhtmlgt Acesso em

31 nov 2009

42 MILANEZ MRM NERY IS Percepccedilatildeo das mulheres sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de enfermagem Escola Anna Nery Rev de Enfermagem 2004

8(2)198-204 ago

43 MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado

de Minas Gerais Implantaccedilatildeo do Plano Diretor da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede ndash Belo

Horizonte ESPMG 2009 118p

44 MINAYO MCS HARTZ ZMA BUSS PM Qualidade de vida e sauacutede um de-

bate necessaacuterio Ciecircncias e sauacutede coletiva v5 n1 7-18 p 2000

45 MORENO JL Introduccedilatildeo ao psicodrama Satildeo Paulo Perspectiva 1999

46 MURATA IMH BERCINI LO SCHIRMER J Auto-cuidado na prevenccedilatildeo do

cacircncer de colo de uacutetero e cacircncer de mama comparaccedilatildeo entre mulheres natildeo climateacuteri-

cas e climateacutericas Biblioteca J Baeta Vianna 2000

47 MURATA IMH SCHIRMER J Manifestaccedilotildees biopsicogecircnicos decorrentes do

climateacuterio entre trabalhadoras de uma universidade puacuteblica Acta Paulista de en-

fermagem 2004 17(2)164-171 abrjun

48 NERY IS Perfil do atendimento agrave mulher no climateacuterio Revista Brasileira de En-

fermagem 1996 49(4)497-510 outdez

49 NIEVAS AF FUREGATO ARF Depressatildeo em mulheres no climateacuterio Revista

Gauacutecha de Enfermagem 2006 58(6)692-697 novdez

50 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB O climateacuterio sob a oacutetica de mu-

lheres assistidas em uma unidade de sauacutede da famiacutelia de Juiz de Fora - Minas Gerais

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 2008 11(1)42-53 janmar

51 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB Climateacuterio e sexualidade a

compreensatildeo dessa interface por mulheres assistidas em grupo Texto amp Contexto En-

fermagem v17 n3 p519-526 set 2008

46

52 OLIVEIRA SL Tratado de metodologia cientiacutefica 2 ed Satildeo Paulo Pioneira 1999

53 PEDRO AO PINTO-NETO AM PAIVA LC OSIS MJ HARDY E Procura

de serviccedilo meacutedico por mulheres climateacutericas brasileiras Revista de Sauacutede Puacuteblica

Satildeo Paulo 2002 36(4)484-90 ago

54 PEREIRA QLC SILVA CBDCA SIQUEIRA HCH Processo de viver de mu-

lheres climateacuterias usuaacuterias do SUS Ciecircncias Cuidado e Sauacutede 2008 7(2)224-231

abrjun

55 PEREIRA QLC SIQUEIRA HCH O olhar dos Responsaacuteveis Pela Poliacutetica de Sa-

uacutede da Mulher climateacuterica Esc Anna Nery Rev Enferm 2009 13 (2) 366-71 a-

brjun

56 PIAZZA IP DE LORENZI DRS SACILOTO B Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacutericas atendidas em um PSF Revista Gauacutecha de Enferma-

gem 2005 26(2)200-209 ago

57 PIRES MRGM GOumlTTEMS LBD Anaacutelise da gestatildeo do cuidado no Programa de

Sauacutede da Famiacutelia referencial teoacuterico-metodoloacutegico Revista brasileira de enfermagem

v62 n2 p294-299 abr 2009

58 Resoluccedilatildeo COFEN 2722002 In Legislaccedilatildeo e Normas [texto]Conselho Regional de

Enfermagem de Minas Gerais 2009v11 n1

59 ROTHER ET Editorial - Revisatildeo sistemaacutetica x revisatildeo narrativa Acta Paul Enferm

2007 20 (2)

60 ROSEMBERG B MINAYO MCS A experiecircncia complexa e os olhares reducio-

nistas Ciecircnc e Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v6 n1 p115-123 2001

61 SANTOS VC SOARES CB CAMPOS CMS A relaccedilatildeo trabalho-sauacutede de en-

fermeiros do PSF no municiacutepio de Satildeo Paulo Rev esc enferm USP v41 777-781p

dez 2007

62 SILVA ARV Sexualidade no climateacuterio vivecircncias e sentimentos da mulher 2000

Dissertaccedilatildeo [Mestrado] - Universidade Federal do Cearaacute 2000

63 SILVEIRA CS Pesquisa em enfermagem oncoloacutegica no Brasil uma revisatildeo integra-

tiva Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade

de Satildeo Paulo 2005

64 SOUSA MF HAMANN EM Programa Sauacutede da Famiacutelia no Brasil uma agenda

incompleta Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 2009 14(Supl 1) 1325-1335

65 STARFIELD B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidade de sauacutede serviccedilos e

tecnologia Brasiacutelia UNESCOMinisteacuterio da Sauacutede 2002

66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

criando laccedilos Sauacutede em debate 2003 27(65) 257-277

47

67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

Nery Revista de Enfermagem 1985 5(1)23-5 janmar

69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 32: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

31

Em geral os estudos excluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (E1 E6 E8 e E10) que correspondem

a 286 (n = 4)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (E3 E4 E5 E7 E8 E9 e

E13) somando 50 (n = 6)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (E2 E11 E12 e E14) o que resulta em 286 (n =

4)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 71 (n = 1) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas por

profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educativo (E11)

Percebe-se que dois dos artigos excluiacutedos se enquadram em mais de uma dimensatildeo apre-

sentada na anaacutelise feita acima

43 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS INCLUIacuteDOS NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os artigos incluiacutedos foram estudados sistematicamente de modo a extrair de cada um

as concepccedilotildees e respectivas caracteriacutesticas do trabalho em equipe as quais foram discutidas agrave

luz do referencial teoacuterico que embasa este estudo qual seja a assistecircncia ao climateacuterio pela

equipe de sauacutede

A amostra definitiva dos artigos incluiacutedos para a revisatildeo sistemaacutetica portanto foram

oito artigos apresentados a seguir no Quadro 2

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Id Autor (es) Tiacutetulo Perioacutedico Ano

I1 PEREIRA Q L C

SIQUEIRA H C H de

O olhar dos responsaacuteveis

pela poliacutetica de sauacutede da

mulher climateacuterica

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

2009

I2

OLIVEIRA D M de

JESUS M C P de

MERIGHI M A B

O climateacuterio sob a oacutetica de

mulheres assistidas em uma

unidade de sauacutede da famiacutelia

de Juiz de Fora - Minas Ge-

rais

Revista de A-

tenccedilatildeo Primaacuteria

agrave Sauacutede

2008

32

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

I3 LIMA E C

VARGENS O M da C

O significado de climateacuterio

para as mulheres implicaccedilotildees

para o cuidado de enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

I4

PIAZZA I P

DE LORENZI D R S

SACILOTO B

Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacuteri-

cas atendidas em um PSF

Revista Gauacutecha

de Enfermagem 2005

I5 LANDERDAH M C

Mulher climateacuterica uma abor-

dagem necessaacuteria ao niacutevel de

atenccedilatildeo baacutesica

Nursing (Satildeo

Paulo) 2002

I6 DAOUD I G

Encontros e desencontros das

mulheres climateacutericas que

buscam assistecircncia em serviccedilo

do Sistema Uacutenico de Sauacutede

Revista Enferma-

gem UERJ 2002

I7

CANDELLA C L M

RUGGIERO C M

ARAYA M E S SILVA

R V

Assistecircncia de enfermagem agrave

mulher no climateacuterio

Revista da Escola

de Enfermagem

da USP

1995

I8 VARGENS O M da C O casal no climateacuterio orienta-

ccedilatildeo de enfermagem

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

1985

Os estudos incluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (I4) que correspondem a

125 (n = 1)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (I2 I3) somando

25 (n = 2)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (I1 I5 I6 I7 e I8) o que resulta em 625

(n = 5)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 25 (n = 2) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas

por profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educati-

vo (I7 e I8)

Assim nota-se que a maioria dos estudos incluiacutedos 625 (n = 5) faz menccedilatildeo agrave assis-

tecircncia em sauacutede prestada a essas clientes evidenciando-se uma maior discussatildeo do tema asso-

ciado agrave melhoria dos serviccedilos prestados na atenccedilatildeo baacutesica

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

1 ALMEIDA LHRB LUZ MHBA MONTEIRO CFS Ser mulher no climateacute-

rio uma anaacutelise compreensiva pela enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007

15(3)370-375 julset

2 ALVES VS Um modelo de educaccedilatildeo em sauacutede para o Programa Sauacutede da Famiacutelia

pela integralidade da atenccedilatildeo e reorientaccedilatildeo do modelo assistencial Revista Interface-

Comunicaccedilatildeo Sauacutede Educaccedilatildeo 2005 9(16) 39-52

3 AZAMBUJA EP et al Significados do trabalho no processo de viver de trabalhado-

ras de um programa de sauacutede da famiacutelia Texto contexto - enfermagem v16 n1

p71-79 mar 2007

4 BENITO GAV BECKER LC Atitudes gerenciais do enfermeiro no Programa Sa-

uacutede da Famiacutelia visatildeo da Equipe Sauacutede da Famiacutelia Revista brasileira de enfermagem

v60 n3 p312-316 jun 2007

5 BIFFI EFA SCATENA MCM Sauacutede Mental e climateacuterio na perspectiva de mu-

lheres profissionais de sauacutede Revista Enfermagem UERJ 2004 1276-82 janabr

6 BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Poliacutetica nacional de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher

princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

7 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de

Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Manual de Atenccedilatildeo agrave Mulher no Climateacute-

rioMenopausa Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacute-

gicas Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 200881p

8 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Portaria nordm

648 de 28 de marccedilo de 2006 Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabele-

cendo a revisatildeo de diretrizes e normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o

Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e o Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

(PACS) Brasiacutelia DF 2007 71p

9 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

operacionais dos Pactos pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo Ministeacuterio da Sa-

uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

trole dos cacircnceres do colo do uacutetero e da mama Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Depar-

tamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndashBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a 132p

43

11 CANDELLA CLM RUGGIERO CM ARAYA MES SILVA RV Assistecircncia

de enfermagem agrave mulher no climateacuterio Revista da Escola de Enfermagem da USP

19951(29) 47-58 abr

12 CANOLETTI B Trabalho em equipe de sauacutede e de enfermagem anaacutelise sistemaacutetica

da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Satildeo Paulo Universi-

dade de Satildeo Paulo 2008

13 CERVO AL BERVIAN PA Metodologia cientiacutefica 4 ed Satildeo Paulo Makron

Books 1996

14 CHIRELLI MQ PEREIRA MJB O Trabalho Cotidiano Da Enfermeira Na Sauacutede

Da Famiacutelia Utilizaccedilatildeo De Ferramentas Da Gestatildeo Texto Contexto Enfermagem Flo-

rianoacutepolis 200918(2) 313-20 abrjun

15 COELHO S PORTO YF Sauacutede da Mulher Belo Horizonte NesconUFMG Co-

opmed 2009 115p

16 COLOMEacute ICS LIMA MADS DAVIS R Visatildeo de enfermeiras sobre as articu-

laccedilotildees das accedilotildees de sauacutede entre profissionais de equipes de sauacutede da famiacutelia Revista

da Escola de Enfermagem da USP v42 n2 p256-261 jun 2008

17 CORDEIRO H et al Avaliaccedilatildeo de competecircncias de meacutedicos e enfermeiros das Equi-

pes de Sauacutede da Famiacutelia da Regiatildeo Norte do Brasil Physis v19 n3 p695-710

2009

18 COSTA AM Atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher quo vadis Uma avaliaccedilatildeo da inte-

gralidade na atenccedilatildeo agrave sauacutede das mulheres no Brasil [Tese de Doutorado] Brasiacutelia

Universidade de Brasiacutelia 2004

19 COSTA GD COTTA RMM FERREIRA MLSM REIS JR

FRANCESCHINI SCC Sauacutede da famiacutelia desafios no processo de reorientaccedilatildeo do

modelo assistencial Revista Brasileira de Enfermagem Brasiacutelia 2009 62(1)113-8

janfev

20 DAOUD I G Encontros e desencontros das mulheres climateacutericas que buscam assis-

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9(2)118-36 maiago

21 DAOUD IG SANTANA MG Construccedilatildeo de um processo educativo com um grupo

de mulheres climateacutericas Texto amp Contexto Enfermagem 2000 10(1)33-37 janabr

22 DUARTE SV FURTADO SV Manual para elaboraccedilatildeo de monografias e projetos

de pesquisas 3 ed Montes Claros Unimontes 2002

23 FARIA HP COELHO IBWERNECK MAF SANTOS MA Modelo assisten-

cial e atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG

2009a 62p

44

24 FARIA HP WERNECK MAF SANTOS MA TEIXEIRA PF Processo de

trabalho em sauacutede Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009b 66p

25 FELICIANO KVO KOVACS MH SARINHO SW Superposiccedilatildeo de atribui-

ccedilotildees e autonomia teacutecnica entre enfermeiras da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia Revista

Sauacutede Puacuteblica v44 n3 p520-527 jun 2010

26 FERNANDEZ MR GIR E HAYASHIDA M Sexualidade no periacuteodo climateacuteri-

co situaccedilotildees vivenciadas pela mulher Revista da Escola de Enfermagem da USP

2005 39(2)129-135 jun

27 FIGUEIREDO PP et al Processo de trabalho da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia a con-

cepccedilatildeo de gestatildeo que permeia o agir em sauacutede Physis v20 n1 p235-259 2010

28 GIL AC Como elaborar projetos de pesquisa 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1996

29 GONCcedilALVES R MERIGHI MAB O climateacuterio a corporeidade como berccedilo das

experiecircncias do vivido Revista Brasileira de Enfermagem 2002 58(6)692-697

novdez

30 GONCcedilALVES R MERIGHI MAB Vivenciando o climateacuterio o corpo em seu per-

curso existencial agrave luz da Fenomenologia Revista Enfermagem UERJ 200513299-

303 janabr

31 HULLEY SB CUMMINGS SR BROWNER WS GRADY D HEARST N

NEWMAN TB Delineando a pesquisa clinica uma abordagem epidemioloacutegica 2

ed Porto Alegre Artmed 2003

32 LANDERDAHL MC Buscando novas maneiras de pensar o climateacuterio feminino

Texto amp contexto enfermagem 1997 6(1)130-4 janabr

33 LANDERDAHL MC Mulher climateacuterica uma abordagem necessaacuteria ao niacutevel de a-

tenccedilatildeo baacutesica Nursing Satildeo Paulo 2002 5(47)20-5 janabr

34 LEOPARDI MT Metodologia da Pesquisa na sauacutede 2 ed Florianoacutepolis UFSC

Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem 2002

35 LIMA EC VARGENS OMC O significado de climateacuterio para as mulheres impli-

caccedilotildees para o cuidado de enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007 15(4)584-

9 outdez

36 LIMA JV ANGELO M Vivenciando a inexorabilidade do tempo e as suas mudan-

ccedilas com perdas e possibilidades a mulher na fase do climateacuterio Revista escola de en-

fermagem da USP v35 n4 p399-405 dez 2001

37 LOPES MEL BATISTA PSS COSTA SFG SOARES MS Orientaccedilotildees de en-

fermagem agrave mulher climateacuterica quanto agrave terapia de reposiccedilatildeo hormonal uma aborda-

gem eacutetica Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 2000 1(1)51-55 janjun

45

38 MAIA C GUILHEME D LUCCHESE G Integraccedilatildeo entre vigilacircncia sanitaacuteria e

assistecircncia agrave sauacutede da mulher um estudo sobre a integralidade no SUS Cadernos de

Sauacutede Puacuteblica v26 n4 p682-692 abr 2010

39 MATUMOTO S FORTUNA CM MISHIMA SM PEREIRA MJB

DOMINGOS NAM Supervisatildeo de equipes no Programa de Sauacutede da Famiacutelia refle-

xotildees acerca do desafio da produccedilatildeo de cuidados Revista Interface-Comunicaccedilatildeo Sauacute-

de Educaccedilatildeo 2005 8(16) 9-24

40 MENDES EV A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede no SUS Fortaleza Escola de Sauacutede Puacute-

blica do Cearaacute 2002

41 MERHY EM Introduccedilatildeo ao debate sobre os componentes da caixa de ferramentas

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Brasil Disponiacutevel em lthttpdtr2002saudegovbrversusindexhtmlgt Acesso em

31 nov 2009

42 MILANEZ MRM NERY IS Percepccedilatildeo das mulheres sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de enfermagem Escola Anna Nery Rev de Enfermagem 2004

8(2)198-204 ago

43 MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado

de Minas Gerais Implantaccedilatildeo do Plano Diretor da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede ndash Belo

Horizonte ESPMG 2009 118p

44 MINAYO MCS HARTZ ZMA BUSS PM Qualidade de vida e sauacutede um de-

bate necessaacuterio Ciecircncias e sauacutede coletiva v5 n1 7-18 p 2000

45 MORENO JL Introduccedilatildeo ao psicodrama Satildeo Paulo Perspectiva 1999

46 MURATA IMH BERCINI LO SCHIRMER J Auto-cuidado na prevenccedilatildeo do

cacircncer de colo de uacutetero e cacircncer de mama comparaccedilatildeo entre mulheres natildeo climateacuteri-

cas e climateacutericas Biblioteca J Baeta Vianna 2000

47 MURATA IMH SCHIRMER J Manifestaccedilotildees biopsicogecircnicos decorrentes do

climateacuterio entre trabalhadoras de uma universidade puacuteblica Acta Paulista de en-

fermagem 2004 17(2)164-171 abrjun

48 NERY IS Perfil do atendimento agrave mulher no climateacuterio Revista Brasileira de En-

fermagem 1996 49(4)497-510 outdez

49 NIEVAS AF FUREGATO ARF Depressatildeo em mulheres no climateacuterio Revista

Gauacutecha de Enfermagem 2006 58(6)692-697 novdez

50 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB O climateacuterio sob a oacutetica de mu-

lheres assistidas em uma unidade de sauacutede da famiacutelia de Juiz de Fora - Minas Gerais

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 2008 11(1)42-53 janmar

51 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB Climateacuterio e sexualidade a

compreensatildeo dessa interface por mulheres assistidas em grupo Texto amp Contexto En-

fermagem v17 n3 p519-526 set 2008

46

52 OLIVEIRA SL Tratado de metodologia cientiacutefica 2 ed Satildeo Paulo Pioneira 1999

53 PEDRO AO PINTO-NETO AM PAIVA LC OSIS MJ HARDY E Procura

de serviccedilo meacutedico por mulheres climateacutericas brasileiras Revista de Sauacutede Puacuteblica

Satildeo Paulo 2002 36(4)484-90 ago

54 PEREIRA QLC SILVA CBDCA SIQUEIRA HCH Processo de viver de mu-

lheres climateacuterias usuaacuterias do SUS Ciecircncias Cuidado e Sauacutede 2008 7(2)224-231

abrjun

55 PEREIRA QLC SIQUEIRA HCH O olhar dos Responsaacuteveis Pela Poliacutetica de Sa-

uacutede da Mulher climateacuterica Esc Anna Nery Rev Enferm 2009 13 (2) 366-71 a-

brjun

56 PIAZZA IP DE LORENZI DRS SACILOTO B Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacutericas atendidas em um PSF Revista Gauacutecha de Enferma-

gem 2005 26(2)200-209 ago

57 PIRES MRGM GOumlTTEMS LBD Anaacutelise da gestatildeo do cuidado no Programa de

Sauacutede da Famiacutelia referencial teoacuterico-metodoloacutegico Revista brasileira de enfermagem

v62 n2 p294-299 abr 2009

58 Resoluccedilatildeo COFEN 2722002 In Legislaccedilatildeo e Normas [texto]Conselho Regional de

Enfermagem de Minas Gerais 2009v11 n1

59 ROTHER ET Editorial - Revisatildeo sistemaacutetica x revisatildeo narrativa Acta Paul Enferm

2007 20 (2)

60 ROSEMBERG B MINAYO MCS A experiecircncia complexa e os olhares reducio-

nistas Ciecircnc e Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v6 n1 p115-123 2001

61 SANTOS VC SOARES CB CAMPOS CMS A relaccedilatildeo trabalho-sauacutede de en-

fermeiros do PSF no municiacutepio de Satildeo Paulo Rev esc enferm USP v41 777-781p

dez 2007

62 SILVA ARV Sexualidade no climateacuterio vivecircncias e sentimentos da mulher 2000

Dissertaccedilatildeo [Mestrado] - Universidade Federal do Cearaacute 2000

63 SILVEIRA CS Pesquisa em enfermagem oncoloacutegica no Brasil uma revisatildeo integra-

tiva Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade

de Satildeo Paulo 2005

64 SOUSA MF HAMANN EM Programa Sauacutede da Famiacutelia no Brasil uma agenda

incompleta Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 2009 14(Supl 1) 1325-1335

65 STARFIELD B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidade de sauacutede serviccedilos e

tecnologia Brasiacutelia UNESCOMinisteacuterio da Sauacutede 2002

66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

criando laccedilos Sauacutede em debate 2003 27(65) 257-277

47

67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

Nery Revista de Enfermagem 1985 5(1)23-5 janmar

69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 33: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

32

Quadro 2 Distribuiccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na revisatildeo integrativa (Continuaccedilatildeo)

I3 LIMA E C

VARGENS O M da C

O significado de climateacuterio

para as mulheres implicaccedilotildees

para o cuidado de enfermagem

Revista Enferma-

gem UERJ 2007

I4

PIAZZA I P

DE LORENZI D R S

SACILOTO B

Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacuteri-

cas atendidas em um PSF

Revista Gauacutecha

de Enfermagem 2005

I5 LANDERDAH M C

Mulher climateacuterica uma abor-

dagem necessaacuteria ao niacutevel de

atenccedilatildeo baacutesica

Nursing (Satildeo

Paulo) 2002

I6 DAOUD I G

Encontros e desencontros das

mulheres climateacutericas que

buscam assistecircncia em serviccedilo

do Sistema Uacutenico de Sauacutede

Revista Enferma-

gem UERJ 2002

I7

CANDELLA C L M

RUGGIERO C M

ARAYA M E S SILVA

R V

Assistecircncia de enfermagem agrave

mulher no climateacuterio

Revista da Escola

de Enfermagem

da USP

1995

I8 VARGENS O M da C O casal no climateacuterio orienta-

ccedilatildeo de enfermagem

Escola Anna

Nery Revista de

Enfermagem

1985

Os estudos incluiacutedos podem ser agrupados nas seguintes dimensotildees

Discussotildees acerca de afecccedilotildees de sauacutede no climateacuterio (I4) que correspondem a

125 (n = 1)

Estudos que avaliaram a autopercepccedilatildeo de mulheres climateacutericas (I2 I3) somando

25 (n = 2)

Assistecircncia em sauacutede agrave mulher climateacuterica (I1 I5 I6 I7 e I8) o que resulta em 625

(n = 5)

Em termos de assistecircncia em sauacutede 25 (n = 2) refere-se a orientaccedilotildees fornecidas

por profissionais de sauacutede a mulheres climateacutericas como fonte de processo educati-

vo (I7 e I8)

Assim nota-se que a maioria dos estudos incluiacutedos 625 (n = 5) faz menccedilatildeo agrave assis-

tecircncia em sauacutede prestada a essas clientes evidenciando-se uma maior discussatildeo do tema asso-

ciado agrave melhoria dos serviccedilos prestados na atenccedilatildeo baacutesica

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

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9 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

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uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

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43

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Dissertaccedilatildeo [Mestrado] - Universidade Federal do Cearaacute 2000

63 SILVEIRA CS Pesquisa em enfermagem oncoloacutegica no Brasil uma revisatildeo integra-

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de Satildeo Paulo 2005

64 SOUSA MF HAMANN EM Programa Sauacutede da Famiacutelia no Brasil uma agenda

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65 STARFIELD B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidade de sauacutede serviccedilos e

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66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

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47

67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

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69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

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teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 34: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

33

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ARTIGOS CONFORME SIacuteNTESE PANORAcircMICA NA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Os dados do Quadro 3 apresentam uma siacutentese de todos os estudos incluiacutedos na pesquisa

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I1

Objetivou identificar a busca das

usuaacuterias climateacutericas do SUS por

serviccedilos e accedilotildees de sauacutede nos muni-

ciacutepios da 3ordf Coordenadoria Regional

de Sauacutede do Rio Grande do Sul na

perspectiva dos responsaacuteveis pela

poliacutetica da sauacutede da mulher

Estudo qualitativo ex-

ploratoacuterio e descritivo

A procura das climateacutericas caracteri-

zou-se por ser em funccedilatildeo dos sinto-

mas e queixas tiacutepicos desta fase e

duacutevidas quanto a uma possiacutevel gesta-

ccedilatildeo

Haacute necessidade de preservar os

direitos jaacute conquistados pelas

mulheres e ampliar os serviccedilos

assistenciais para que possam

corresponder agraves demandas das

usuaacuterias do sistema de sauacutede

brasileiro

I2

Objetivou conhecer as alteraccedilotildees

biopsicossociais evidenciadas pela

mulher que vivencia o climateacuterio e

compreender o significado por ela

atribuiacutedo agraves experiecircncias nesta fase

do ciclo vital

Estudo de natureza

qualitativa

Para a mulher o significado do cli-

mateacuterio consiste no que ela sente e

expressa em seu corpo psicofiacutesico

considerando o meio social no qual

estaacute inserida Ela apresenta necessi-

dades de diaacutelogo compreensatildeo de

sentir-se produtiva e de exercer sua

profissatildeo

O grupo educativo eacute visto co-

mo fonte de informaccedilotildees e re-

conhecimento dos sinais e sin-

tomas proacuteprios do climateacuterio

por meio do compartilhamento

de experiecircncias

I3

Visou identificar os significados

atribuiacutedos ao climateacuterio por mulhe-

res que o estatildeo vivenciando e anali-

sar o processo de interaccedilatildeo da mu-

lher que vivencia o climateacuterio a par-

tir dos significados por ela atribuiacutedos

ao periacuteodo

Abordagem teoacuterica do

Interacionismo Simboacute-

lico

Os resultados evidenciaram que a

mulher interage com a situaccedilatildeo de

climateacuterio a partir de dois significa-

dos fundamentais considerando fase

da vida e percebendo a relaccedilatildeo com o

envelhecimento

A mulher age abertamente bus-

cando estrateacutegias para superaccedilatildeo

dos sintomas do climateacuterio intera-

gindo assim com a enfermeira

que exercendo a funccedilatildeo de cuidar

desempenha papel importante na

re-significaccedilatildeo do climateacuterio

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

1 ALMEIDA LHRB LUZ MHBA MONTEIRO CFS Ser mulher no climateacute-

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9 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

operacionais dos Pactos pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo Ministeacuterio da Sa-

uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

trole dos cacircnceres do colo do uacutetero e da mama Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Depar-

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23 FARIA HP COELHO IBWERNECK MAF SANTOS MA Modelo assisten-

cial e atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG

2009a 62p

44

24 FARIA HP WERNECK MAF SANTOS MA TEIXEIRA PF Processo de

trabalho em sauacutede Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009b 66p

25 FELICIANO KVO KOVACS MH SARINHO SW Superposiccedilatildeo de atribui-

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26 FERNANDEZ MR GIR E HAYASHIDA M Sexualidade no periacuteodo climateacuteri-

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28 GIL AC Como elaborar projetos de pesquisa 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1996

29 GONCcedilALVES R MERIGHI MAB O climateacuterio a corporeidade como berccedilo das

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31 HULLEY SB CUMMINGS SR BROWNER WS GRADY D HEARST N

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32 LANDERDAHL MC Buscando novas maneiras de pensar o climateacuterio feminino

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33 LANDERDAHL MC Mulher climateacuterica uma abordagem necessaacuteria ao niacutevel de a-

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34 LEOPARDI MT Metodologia da Pesquisa na sauacutede 2 ed Florianoacutepolis UFSC

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35 LIMA EC VARGENS OMC O significado de climateacuterio para as mulheres impli-

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45

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53 PEDRO AO PINTO-NETO AM PAIVA LC OSIS MJ HARDY E Procura

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61 SANTOS VC SOARES CB CAMPOS CMS A relaccedilatildeo trabalho-sauacutede de en-

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62 SILVA ARV Sexualidade no climateacuterio vivecircncias e sentimentos da mulher 2000

Dissertaccedilatildeo [Mestrado] - Universidade Federal do Cearaacute 2000

63 SILVEIRA CS Pesquisa em enfermagem oncoloacutegica no Brasil uma revisatildeo integra-

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64 SOUSA MF HAMANN EM Programa Sauacutede da Famiacutelia no Brasil uma agenda

incompleta Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 2009 14(Supl 1) 1325-1335

65 STARFIELD B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidade de sauacutede serviccedilos e

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66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

criando laccedilos Sauacutede em debate 2003 27(65) 257-277

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67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

Nery Revista de Enfermagem 1985 5(1)23-5 janmar

69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 35: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

34

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I4

O objetivo deste estudo foi avaliar o

risco cardiovascular de mulheres

climateacutericas atendidas em um Pro-

grama de Sauacutede da Famiacutelia entre

junho e setembro de 2003

Estudo transversal

retrospectivo

O risco cardiovascular foi estimado

pelo Escore de Framinghan A inci-

decircncia de dislipidemias foi de 61

com taxas de hipercolesterolemia e

de hipertrigliceridemia de 41 e

21 respectivamente O risco cardi-

ovascular meacutedio foi de 35 (+-32)

sendo maior entre as mulheres na

poacutes-menopausa (p=004)

Os resultados obtidos reforccedilam

a importacircncia da assistecircncia ao

climateacuterio nos serviccedilos de sauacute-

de do Brasil o que contribuiria

para a reduccedilatildeo das taxas de

mortalidade feminina

I5

Visa contribuir na reorientaccedilatildeo do

atual modelo assistencial em sauacutede

bem como na redefiniccedilatildeo da forma-

ccedilatildeo acadecircmica em Enfermagem a

fim de que venha a ser condizente

com as transformaccedilotildees requeridas na

aacuterea de sauacutede puacuteblica o paiacutes

Teacutecnica do grupo focal

Percebe-se a importacircncia de discus-

sotildees dessa natureza como instrumen-

to valioso no enfrentamento dos pro-

blemas cotidianos das mulheres cli-

mateacutericas A partir desse trabalho

tiveram a oportunidade de esclarecer

duacutevidas e lidar melhor com essa fase

de suas vidas

O trabalho evidenciou que haacute

urgecircncia em que os serviccedilos de

atenccedilatildeo baacutesica percebam a mu-

lher em fase de climateacuterio co-

mo aquele ser humano muitas

vezes em crise que necessita de

uma atenccedilatildeo diferenciada tal

qual a gestante

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

1 ALMEIDA LHRB LUZ MHBA MONTEIRO CFS Ser mulher no climateacute-

rio uma anaacutelise compreensiva pela enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007

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Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

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teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 36: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

35

Quadro 3 Siacutentese panoracircmica dos estudos incluiacutedos para revisatildeo integrativa conforme escopo meacutetodo resultado e consideraccedilotildees do artigo agrave

questatildeo norteadora em estudo (continuaccedilatildeo)

Id Escopo Meacutetodo Resultados Consideraccedilotildees

I6

As experiecircncias e as expectativas de

mulheres climateacutericas quanto agrave assis-

tecircncia agrave sua sauacutede satildeo objeto deste

estudo desenvolvido no ambulatoacuterio

de Ginecologia do Hospital Univer-

sitaacuterio da Fundaccedilatildeo Universidade

Federal do Rio Grande Objetiva-se

analisar essas vivecircncias

Estudo qualitativo

A anaacutelise dos dados baseou-se no

enfoque do cuidado cultural de Ma-

deleine Leininger (1991) Os resulta-

dos indicam que essa assistecircncia situ-

a-se no descompasso entre o que eacute

oferecido e o que elas desejam

Aponta-se para a necessidade

de a Enfermagem construir um

modelo de assistecircncia agrave mulher

climateacuterica a partir de um refe-

rencial que possibilite compre-

endecirc-la em seu contexto ambi-

ental atendendo a suas neces-

sidades reais

I7

Este artigo enfatiza a importacircncia da

atuaccedilatildeo do enfermeiro junto a essa

clientela na promoccedilatildeo proteccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede como forma

de minimizar a sintomatologia do

climateacuterio e ateacute mesmo prevenir a

instalaccedilatildeo de patologias comuns

nesta fase

Anaacutelise bibliograacutefica

O estudo traz uma proposta de orien-

taccedilotildees a serem dadas agraves mulheres

durante a consulta de enfermagem ou

para grupos que possibilitem a troca

de vivecircncias

A assistecircncia de enfermagem

quando possiacutevel se realizada

fora do ambiente hospitalar

leva a uma dissociaccedilatildeo do cli-

mateacuterio como doenccedila colabo-

rando para o sucesso desta praacute-

tica assistencial

I8

Este trabalho tem como objetivo

estudar a participaccedilatildeo do enfermeiro

na orientaccedilatildeo aos casais no climateacute-

rio

Anaacutelise bibliograacutefica

As mudanccedilas ocorridas durante o

climateacuterio tecircm inegavelmente atuaccedilatildeo

marcante nas modificaccedilotildees de com-

portamento que mulheres e homens

apresentam nesta fase de suas vidas

Por consequumlecircncia interferem no ritmo

normal de sua vida pessoal social e

principalmente conjugal

A orientaccedilatildeo dos casais de

meia-idade com a finalidade de

ajudaacute-los a superar os proble-

mas caracteriacutesticos da fase de

vida deve ser preocupaccedilatildeo de

profissionais entre eles o en-

fermeiro que se ocupam da

sauacutede individual familiar e

comunitaacuteria

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

1 ALMEIDA LHRB LUZ MHBA MONTEIRO CFS Ser mulher no climateacute-

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7 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de

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rioMenopausa Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacute-

gicas Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 200881p

8 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Portaria nordm

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cendo a revisatildeo de diretrizes e normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o

Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e o Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

(PACS) Brasiacutelia DF 2007 71p

9 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

operacionais dos Pactos pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo Ministeacuterio da Sa-

uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

trole dos cacircnceres do colo do uacutetero e da mama Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Depar-

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43

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33 LANDERDAHL MC Mulher climateacuterica uma abordagem necessaacuteria ao niacutevel de a-

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34 LEOPARDI MT Metodologia da Pesquisa na sauacutede 2 ed Florianoacutepolis UFSC

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45

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51 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB Climateacuterio e sexualidade a

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52 OLIVEIRA SL Tratado de metodologia cientiacutefica 2 ed Satildeo Paulo Pioneira 1999

53 PEDRO AO PINTO-NETO AM PAIVA LC OSIS MJ HARDY E Procura

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63 SILVEIRA CS Pesquisa em enfermagem oncoloacutegica no Brasil uma revisatildeo integra-

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66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

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47

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tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

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69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 37: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

36

Em relaccedilatildeo aos objetivos dos trabalhos incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa evidenciou-

se

Busca dos serviccedilos de sauacutede por mulheres climateacutericas (I1 I6) totalizando 25(n =

2)

Identificaccedilatildeo dos riscos alteraccedilotildees biomeacutedicas e psicoafetivas nas climateacutericas (I2

I4) somando 25 (n = 2)

O significado do climateacuterio para a mulher (I3) o que resultou em 125 (n = 1)

Reorientaccedilatildeo do modelo assistencial para a atenccedilatildeo agrave mulher climateacutericas ( I5) cor-

respondendo a 125 (n = 1)

A atuaccedilatildeo do Enfermeiro nas abordagens das mulheres climateacutericas (I7 I8) perfa-

zendo 25 (n = 2)

Considerando o meacutetodo utilizado para a elaboraccedilatildeo dos artigos incluiacutedos na anaacutelise da

revisatildeo integrativa observou-se

Meacutetodos Qualitativos (I1 I2 I3 I5 e I6) encontrados em 625 (n=5) dos estudos

Meacutetodos Quantitativos (I4) representando 125 (n = 1) dos estudos

Anaacutelises Bibliograacuteficas (I7 I8) perfazendo 25 (n = 2) dos estudos

Jaacute quanto aos resultados encontrados verificou-se

A busca das mulheres no climateacuterio pelos serviccedilos de sauacutede mediante as alteraccedilotildees

biopsicossociais percebidas (I1 I4 e I6) encontrados em 375 (n=3) dos estudos

A compreensatildeo do significado do climateacuterio atraveacutes das alteraccedilotildees psicofiacutesicas e

das alteraccedilotildees nos papeacuteis soacutecio-familiares (I2 I3 e I5) identificados em 375 (n=3)

dos estudos

O Enfermeiro como elemento apoiador para o enfrentamento positivo do climateacuterio

(I7 I8) enfatizado em 25 (n = 2) dos estudos

As consideraccedilotildees finais demonstraram

Urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para promoccedilatildeo da atenccedilatildeo integral

agraves mulheres no climateacuterio (I1 I4 e I5) identificados em 375 (n=3) dos estudos

Implementaccedilatildeo de accedilotildees em sauacutede que ultrapassam o modelo biomeacutedico na com-

preensatildeo e resoluccedilatildeo das necessidades dessa clientela (I2 e I8) verificados em 25

(n=3) dos estudos

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

1 ALMEIDA LHRB LUZ MHBA MONTEIRO CFS Ser mulher no climateacute-

rio uma anaacutelise compreensiva pela enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007

15(3)370-375 julset

2 ALVES VS Um modelo de educaccedilatildeo em sauacutede para o Programa Sauacutede da Famiacutelia

pela integralidade da atenccedilatildeo e reorientaccedilatildeo do modelo assistencial Revista Interface-

Comunicaccedilatildeo Sauacutede Educaccedilatildeo 2005 9(16) 39-52

3 AZAMBUJA EP et al Significados do trabalho no processo de viver de trabalhado-

ras de um programa de sauacutede da famiacutelia Texto contexto - enfermagem v16 n1

p71-79 mar 2007

4 BENITO GAV BECKER LC Atitudes gerenciais do enfermeiro no Programa Sa-

uacutede da Famiacutelia visatildeo da Equipe Sauacutede da Famiacutelia Revista brasileira de enfermagem

v60 n3 p312-316 jun 2007

5 BIFFI EFA SCATENA MCM Sauacutede Mental e climateacuterio na perspectiva de mu-

lheres profissionais de sauacutede Revista Enfermagem UERJ 2004 1276-82 janabr

6 BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Poliacutetica nacional de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher

princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

7 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de

Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Manual de Atenccedilatildeo agrave Mulher no Climateacute-

rioMenopausa Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacute-

gicas Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 200881p

8 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Portaria nordm

648 de 28 de marccedilo de 2006 Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabele-

cendo a revisatildeo de diretrizes e normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o

Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e o Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

(PACS) Brasiacutelia DF 2007 71p

9 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

operacionais dos Pactos pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo Ministeacuterio da Sa-

uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

trole dos cacircnceres do colo do uacutetero e da mama Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Depar-

tamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndashBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a 132p

43

11 CANDELLA CLM RUGGIERO CM ARAYA MES SILVA RV Assistecircncia

de enfermagem agrave mulher no climateacuterio Revista da Escola de Enfermagem da USP

19951(29) 47-58 abr

12 CANOLETTI B Trabalho em equipe de sauacutede e de enfermagem anaacutelise sistemaacutetica

da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Satildeo Paulo Universi-

dade de Satildeo Paulo 2008

13 CERVO AL BERVIAN PA Metodologia cientiacutefica 4 ed Satildeo Paulo Makron

Books 1996

14 CHIRELLI MQ PEREIRA MJB O Trabalho Cotidiano Da Enfermeira Na Sauacutede

Da Famiacutelia Utilizaccedilatildeo De Ferramentas Da Gestatildeo Texto Contexto Enfermagem Flo-

rianoacutepolis 200918(2) 313-20 abrjun

15 COELHO S PORTO YF Sauacutede da Mulher Belo Horizonte NesconUFMG Co-

opmed 2009 115p

16 COLOMEacute ICS LIMA MADS DAVIS R Visatildeo de enfermeiras sobre as articu-

laccedilotildees das accedilotildees de sauacutede entre profissionais de equipes de sauacutede da famiacutelia Revista

da Escola de Enfermagem da USP v42 n2 p256-261 jun 2008

17 CORDEIRO H et al Avaliaccedilatildeo de competecircncias de meacutedicos e enfermeiros das Equi-

pes de Sauacutede da Famiacutelia da Regiatildeo Norte do Brasil Physis v19 n3 p695-710

2009

18 COSTA AM Atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher quo vadis Uma avaliaccedilatildeo da inte-

gralidade na atenccedilatildeo agrave sauacutede das mulheres no Brasil [Tese de Doutorado] Brasiacutelia

Universidade de Brasiacutelia 2004

19 COSTA GD COTTA RMM FERREIRA MLSM REIS JR

FRANCESCHINI SCC Sauacutede da famiacutelia desafios no processo de reorientaccedilatildeo do

modelo assistencial Revista Brasileira de Enfermagem Brasiacutelia 2009 62(1)113-8

janfev

20 DAOUD I G Encontros e desencontros das mulheres climateacutericas que buscam assis-

tecircncia em serviccedilo do Sistema Uacutenico de Sauacutede Revista Enfermagem UERJ 2002

9(2)118-36 maiago

21 DAOUD IG SANTANA MG Construccedilatildeo de um processo educativo com um grupo

de mulheres climateacutericas Texto amp Contexto Enfermagem 2000 10(1)33-37 janabr

22 DUARTE SV FURTADO SV Manual para elaboraccedilatildeo de monografias e projetos

de pesquisas 3 ed Montes Claros Unimontes 2002

23 FARIA HP COELHO IBWERNECK MAF SANTOS MA Modelo assisten-

cial e atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG

2009a 62p

44

24 FARIA HP WERNECK MAF SANTOS MA TEIXEIRA PF Processo de

trabalho em sauacutede Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009b 66p

25 FELICIANO KVO KOVACS MH SARINHO SW Superposiccedilatildeo de atribui-

ccedilotildees e autonomia teacutecnica entre enfermeiras da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia Revista

Sauacutede Puacuteblica v44 n3 p520-527 jun 2010

26 FERNANDEZ MR GIR E HAYASHIDA M Sexualidade no periacuteodo climateacuteri-

co situaccedilotildees vivenciadas pela mulher Revista da Escola de Enfermagem da USP

2005 39(2)129-135 jun

27 FIGUEIREDO PP et al Processo de trabalho da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia a con-

cepccedilatildeo de gestatildeo que permeia o agir em sauacutede Physis v20 n1 p235-259 2010

28 GIL AC Como elaborar projetos de pesquisa 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1996

29 GONCcedilALVES R MERIGHI MAB O climateacuterio a corporeidade como berccedilo das

experiecircncias do vivido Revista Brasileira de Enfermagem 2002 58(6)692-697

novdez

30 GONCcedilALVES R MERIGHI MAB Vivenciando o climateacuterio o corpo em seu per-

curso existencial agrave luz da Fenomenologia Revista Enfermagem UERJ 200513299-

303 janabr

31 HULLEY SB CUMMINGS SR BROWNER WS GRADY D HEARST N

NEWMAN TB Delineando a pesquisa clinica uma abordagem epidemioloacutegica 2

ed Porto Alegre Artmed 2003

32 LANDERDAHL MC Buscando novas maneiras de pensar o climateacuterio feminino

Texto amp contexto enfermagem 1997 6(1)130-4 janabr

33 LANDERDAHL MC Mulher climateacuterica uma abordagem necessaacuteria ao niacutevel de a-

tenccedilatildeo baacutesica Nursing Satildeo Paulo 2002 5(47)20-5 janabr

34 LEOPARDI MT Metodologia da Pesquisa na sauacutede 2 ed Florianoacutepolis UFSC

Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem 2002

35 LIMA EC VARGENS OMC O significado de climateacuterio para as mulheres impli-

caccedilotildees para o cuidado de enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007 15(4)584-

9 outdez

36 LIMA JV ANGELO M Vivenciando a inexorabilidade do tempo e as suas mudan-

ccedilas com perdas e possibilidades a mulher na fase do climateacuterio Revista escola de en-

fermagem da USP v35 n4 p399-405 dez 2001

37 LOPES MEL BATISTA PSS COSTA SFG SOARES MS Orientaccedilotildees de en-

fermagem agrave mulher climateacuterica quanto agrave terapia de reposiccedilatildeo hormonal uma aborda-

gem eacutetica Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 2000 1(1)51-55 janjun

45

38 MAIA C GUILHEME D LUCCHESE G Integraccedilatildeo entre vigilacircncia sanitaacuteria e

assistecircncia agrave sauacutede da mulher um estudo sobre a integralidade no SUS Cadernos de

Sauacutede Puacuteblica v26 n4 p682-692 abr 2010

39 MATUMOTO S FORTUNA CM MISHIMA SM PEREIRA MJB

DOMINGOS NAM Supervisatildeo de equipes no Programa de Sauacutede da Famiacutelia refle-

xotildees acerca do desafio da produccedilatildeo de cuidados Revista Interface-Comunicaccedilatildeo Sauacute-

de Educaccedilatildeo 2005 8(16) 9-24

40 MENDES EV A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede no SUS Fortaleza Escola de Sauacutede Puacute-

blica do Cearaacute 2002

41 MERHY EM Introduccedilatildeo ao debate sobre os componentes da caixa de ferramentas

dos gestores em sauacutede Rev SUS Brasil ndash vivecircncias e estaacutegios na realidade do SUS do

Brasil Disponiacutevel em lthttpdtr2002saudegovbrversusindexhtmlgt Acesso em

31 nov 2009

42 MILANEZ MRM NERY IS Percepccedilatildeo das mulheres sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de enfermagem Escola Anna Nery Rev de Enfermagem 2004

8(2)198-204 ago

43 MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado

de Minas Gerais Implantaccedilatildeo do Plano Diretor da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede ndash Belo

Horizonte ESPMG 2009 118p

44 MINAYO MCS HARTZ ZMA BUSS PM Qualidade de vida e sauacutede um de-

bate necessaacuterio Ciecircncias e sauacutede coletiva v5 n1 7-18 p 2000

45 MORENO JL Introduccedilatildeo ao psicodrama Satildeo Paulo Perspectiva 1999

46 MURATA IMH BERCINI LO SCHIRMER J Auto-cuidado na prevenccedilatildeo do

cacircncer de colo de uacutetero e cacircncer de mama comparaccedilatildeo entre mulheres natildeo climateacuteri-

cas e climateacutericas Biblioteca J Baeta Vianna 2000

47 MURATA IMH SCHIRMER J Manifestaccedilotildees biopsicogecircnicos decorrentes do

climateacuterio entre trabalhadoras de uma universidade puacuteblica Acta Paulista de en-

fermagem 2004 17(2)164-171 abrjun

48 NERY IS Perfil do atendimento agrave mulher no climateacuterio Revista Brasileira de En-

fermagem 1996 49(4)497-510 outdez

49 NIEVAS AF FUREGATO ARF Depressatildeo em mulheres no climateacuterio Revista

Gauacutecha de Enfermagem 2006 58(6)692-697 novdez

50 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB O climateacuterio sob a oacutetica de mu-

lheres assistidas em uma unidade de sauacutede da famiacutelia de Juiz de Fora - Minas Gerais

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 2008 11(1)42-53 janmar

51 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB Climateacuterio e sexualidade a

compreensatildeo dessa interface por mulheres assistidas em grupo Texto amp Contexto En-

fermagem v17 n3 p519-526 set 2008

46

52 OLIVEIRA SL Tratado de metodologia cientiacutefica 2 ed Satildeo Paulo Pioneira 1999

53 PEDRO AO PINTO-NETO AM PAIVA LC OSIS MJ HARDY E Procura

de serviccedilo meacutedico por mulheres climateacutericas brasileiras Revista de Sauacutede Puacuteblica

Satildeo Paulo 2002 36(4)484-90 ago

54 PEREIRA QLC SILVA CBDCA SIQUEIRA HCH Processo de viver de mu-

lheres climateacuterias usuaacuterias do SUS Ciecircncias Cuidado e Sauacutede 2008 7(2)224-231

abrjun

55 PEREIRA QLC SIQUEIRA HCH O olhar dos Responsaacuteveis Pela Poliacutetica de Sa-

uacutede da Mulher climateacuterica Esc Anna Nery Rev Enferm 2009 13 (2) 366-71 a-

brjun

56 PIAZZA IP DE LORENZI DRS SACILOTO B Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacutericas atendidas em um PSF Revista Gauacutecha de Enferma-

gem 2005 26(2)200-209 ago

57 PIRES MRGM GOumlTTEMS LBD Anaacutelise da gestatildeo do cuidado no Programa de

Sauacutede da Famiacutelia referencial teoacuterico-metodoloacutegico Revista brasileira de enfermagem

v62 n2 p294-299 abr 2009

58 Resoluccedilatildeo COFEN 2722002 In Legislaccedilatildeo e Normas [texto]Conselho Regional de

Enfermagem de Minas Gerais 2009v11 n1

59 ROTHER ET Editorial - Revisatildeo sistemaacutetica x revisatildeo narrativa Acta Paul Enferm

2007 20 (2)

60 ROSEMBERG B MINAYO MCS A experiecircncia complexa e os olhares reducio-

nistas Ciecircnc e Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v6 n1 p115-123 2001

61 SANTOS VC SOARES CB CAMPOS CMS A relaccedilatildeo trabalho-sauacutede de en-

fermeiros do PSF no municiacutepio de Satildeo Paulo Rev esc enferm USP v41 777-781p

dez 2007

62 SILVA ARV Sexualidade no climateacuterio vivecircncias e sentimentos da mulher 2000

Dissertaccedilatildeo [Mestrado] - Universidade Federal do Cearaacute 2000

63 SILVEIRA CS Pesquisa em enfermagem oncoloacutegica no Brasil uma revisatildeo integra-

tiva Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade

de Satildeo Paulo 2005

64 SOUSA MF HAMANN EM Programa Sauacutede da Famiacutelia no Brasil uma agenda

incompleta Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 2009 14(Supl 1) 1325-1335

65 STARFIELD B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidade de sauacutede serviccedilos e

tecnologia Brasiacutelia UNESCOMinisteacuterio da Sauacutede 2002

66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

criando laccedilos Sauacutede em debate 2003 27(65) 257-277

47

67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

Nery Revista de Enfermagem 1985 5(1)23-5 janmar

69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 38: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

37

A assistecircncia de Enfermagem agrave mulher no climateacuterio considerando seu contexto e

suas necessidades reais (I3 I6 I7 e I8) encontrados em 50 (n = 4) dos estudos

O artigo I8 foi incluiacutedo em mais de uma categoria na analise das consideraccedilotildees finais

O iacutendice de KAPPA (K) para os resultados da anaacutelise foi de k= 04 o que corresponde

a uma concordacircncia consideraacutevel em relaccedilatildeo ao fruto do acaso Dessa forma os resultados

encontrados aproximam-se a interpretaccedilotildees de forma legiacutetima

Tendo em vista o aumento da expectativa de vida dos brasileiros essa preocupaccedilatildeo

com mulheres climateacutericas passa a ser assunto importante sugerindo-se uma necessidade ur-

gente de se repensar a assistecircncia a elas prestada e de orientaacute-las quanto a esse processo natu-

ral desmistificando mitos e tabus melhorando sua autopercepccedilatildeo (SILVA 2000 ALVES

2005)

Contudo os artigos analisados tambeacutem revelam que na autopercepccedilatildeo das mulheres

haacute o sentimento de que climateacuterio eacute doenccedila e natildeo uma fase natural da vida por associarem

manifestaccedilotildees patoloacutegicas como resultante do mesmo Elas acreditam que seu corpo passa a

agir de maneira imprevisiacutevel que perdem o controle sob seu ciclo menstrual podendo a

menstruaccedilatildeo vir ou natildeo gerando ansiedade

Outro medo evidenciado eacute o da perda da libido visto que eacute comum a associaccedilatildeo da

sexualidade agrave reproduccedilatildeo Talvez esse sentimento esteja relacionado agrave falta de apoio e com-

preensatildeo do companheiro e filhos bem como o fato de a sociedade em geral que natildeo a com-

preende considerando-a improdutiva assexuada e doente

O estudo revela que a demanda espontacircnea dessas mulheres aos serviccedilos puacuteblicos de

sauacutede eacute condicionada pelos agravos que as acometem em detrimento do repasse de informa-

ccedilotildees De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede a carecircncia de acesso agraves informaccedilotildees e aos servi-

ccedilos de sauacutede somados agrave inexistecircncia de um processo de envolvimento da mulher na discussatildeo

e soluccedilatildeo de seus problemas contribui bastante para a manutenccedilatildeo da situaccedilatildeo de risco e dos

problemas de sauacutede das mulheres (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2008 COELHO

amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Tem-se o reconhecimento apontado pelas consideraccedilotildees do estudo de que as ativida-

des educativas satildeo essenciais no sucesso das accedilotildees em sauacutede em geral Acessar agrave comunidade

informaccedilotildees contribui diretamente na reduccedilatildeo dos riscos que a ameaccedilam a sua sauacutede modifi-

cando comportamentos que a afetam (SILVA2000 ALVES2005 PEDRO et al 2002

LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 MAIA GUILHERME

amp LUCCHESE 2010)

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

1 ALMEIDA LHRB LUZ MHBA MONTEIRO CFS Ser mulher no climateacute-

rio uma anaacutelise compreensiva pela enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007

15(3)370-375 julset

2 ALVES VS Um modelo de educaccedilatildeo em sauacutede para o Programa Sauacutede da Famiacutelia

pela integralidade da atenccedilatildeo e reorientaccedilatildeo do modelo assistencial Revista Interface-

Comunicaccedilatildeo Sauacutede Educaccedilatildeo 2005 9(16) 39-52

3 AZAMBUJA EP et al Significados do trabalho no processo de viver de trabalhado-

ras de um programa de sauacutede da famiacutelia Texto contexto - enfermagem v16 n1

p71-79 mar 2007

4 BENITO GAV BECKER LC Atitudes gerenciais do enfermeiro no Programa Sa-

uacutede da Famiacutelia visatildeo da Equipe Sauacutede da Famiacutelia Revista brasileira de enfermagem

v60 n3 p312-316 jun 2007

5 BIFFI EFA SCATENA MCM Sauacutede Mental e climateacuterio na perspectiva de mu-

lheres profissionais de sauacutede Revista Enfermagem UERJ 2004 1276-82 janabr

6 BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Poliacutetica nacional de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher

princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

7 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de

Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Manual de Atenccedilatildeo agrave Mulher no Climateacute-

rioMenopausa Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacute-

gicas Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 200881p

8 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Portaria nordm

648 de 28 de marccedilo de 2006 Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabele-

cendo a revisatildeo de diretrizes e normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o

Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e o Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

(PACS) Brasiacutelia DF 2007 71p

9 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

operacionais dos Pactos pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo Ministeacuterio da Sa-

uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

trole dos cacircnceres do colo do uacutetero e da mama Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Depar-

tamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndashBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a 132p

43

11 CANDELLA CLM RUGGIERO CM ARAYA MES SILVA RV Assistecircncia

de enfermagem agrave mulher no climateacuterio Revista da Escola de Enfermagem da USP

19951(29) 47-58 abr

12 CANOLETTI B Trabalho em equipe de sauacutede e de enfermagem anaacutelise sistemaacutetica

da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Satildeo Paulo Universi-

dade de Satildeo Paulo 2008

13 CERVO AL BERVIAN PA Metodologia cientiacutefica 4 ed Satildeo Paulo Makron

Books 1996

14 CHIRELLI MQ PEREIRA MJB O Trabalho Cotidiano Da Enfermeira Na Sauacutede

Da Famiacutelia Utilizaccedilatildeo De Ferramentas Da Gestatildeo Texto Contexto Enfermagem Flo-

rianoacutepolis 200918(2) 313-20 abrjun

15 COELHO S PORTO YF Sauacutede da Mulher Belo Horizonte NesconUFMG Co-

opmed 2009 115p

16 COLOMEacute ICS LIMA MADS DAVIS R Visatildeo de enfermeiras sobre as articu-

laccedilotildees das accedilotildees de sauacutede entre profissionais de equipes de sauacutede da famiacutelia Revista

da Escola de Enfermagem da USP v42 n2 p256-261 jun 2008

17 CORDEIRO H et al Avaliaccedilatildeo de competecircncias de meacutedicos e enfermeiros das Equi-

pes de Sauacutede da Famiacutelia da Regiatildeo Norte do Brasil Physis v19 n3 p695-710

2009

18 COSTA AM Atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher quo vadis Uma avaliaccedilatildeo da inte-

gralidade na atenccedilatildeo agrave sauacutede das mulheres no Brasil [Tese de Doutorado] Brasiacutelia

Universidade de Brasiacutelia 2004

19 COSTA GD COTTA RMM FERREIRA MLSM REIS JR

FRANCESCHINI SCC Sauacutede da famiacutelia desafios no processo de reorientaccedilatildeo do

modelo assistencial Revista Brasileira de Enfermagem Brasiacutelia 2009 62(1)113-8

janfev

20 DAOUD I G Encontros e desencontros das mulheres climateacutericas que buscam assis-

tecircncia em serviccedilo do Sistema Uacutenico de Sauacutede Revista Enfermagem UERJ 2002

9(2)118-36 maiago

21 DAOUD IG SANTANA MG Construccedilatildeo de um processo educativo com um grupo

de mulheres climateacutericas Texto amp Contexto Enfermagem 2000 10(1)33-37 janabr

22 DUARTE SV FURTADO SV Manual para elaboraccedilatildeo de monografias e projetos

de pesquisas 3 ed Montes Claros Unimontes 2002

23 FARIA HP COELHO IBWERNECK MAF SANTOS MA Modelo assisten-

cial e atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG

2009a 62p

44

24 FARIA HP WERNECK MAF SANTOS MA TEIXEIRA PF Processo de

trabalho em sauacutede Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009b 66p

25 FELICIANO KVO KOVACS MH SARINHO SW Superposiccedilatildeo de atribui-

ccedilotildees e autonomia teacutecnica entre enfermeiras da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia Revista

Sauacutede Puacuteblica v44 n3 p520-527 jun 2010

26 FERNANDEZ MR GIR E HAYASHIDA M Sexualidade no periacuteodo climateacuteri-

co situaccedilotildees vivenciadas pela mulher Revista da Escola de Enfermagem da USP

2005 39(2)129-135 jun

27 FIGUEIREDO PP et al Processo de trabalho da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia a con-

cepccedilatildeo de gestatildeo que permeia o agir em sauacutede Physis v20 n1 p235-259 2010

28 GIL AC Como elaborar projetos de pesquisa 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1996

29 GONCcedilALVES R MERIGHI MAB O climateacuterio a corporeidade como berccedilo das

experiecircncias do vivido Revista Brasileira de Enfermagem 2002 58(6)692-697

novdez

30 GONCcedilALVES R MERIGHI MAB Vivenciando o climateacuterio o corpo em seu per-

curso existencial agrave luz da Fenomenologia Revista Enfermagem UERJ 200513299-

303 janabr

31 HULLEY SB CUMMINGS SR BROWNER WS GRADY D HEARST N

NEWMAN TB Delineando a pesquisa clinica uma abordagem epidemioloacutegica 2

ed Porto Alegre Artmed 2003

32 LANDERDAHL MC Buscando novas maneiras de pensar o climateacuterio feminino

Texto amp contexto enfermagem 1997 6(1)130-4 janabr

33 LANDERDAHL MC Mulher climateacuterica uma abordagem necessaacuteria ao niacutevel de a-

tenccedilatildeo baacutesica Nursing Satildeo Paulo 2002 5(47)20-5 janabr

34 LEOPARDI MT Metodologia da Pesquisa na sauacutede 2 ed Florianoacutepolis UFSC

Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem 2002

35 LIMA EC VARGENS OMC O significado de climateacuterio para as mulheres impli-

caccedilotildees para o cuidado de enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007 15(4)584-

9 outdez

36 LIMA JV ANGELO M Vivenciando a inexorabilidade do tempo e as suas mudan-

ccedilas com perdas e possibilidades a mulher na fase do climateacuterio Revista escola de en-

fermagem da USP v35 n4 p399-405 dez 2001

37 LOPES MEL BATISTA PSS COSTA SFG SOARES MS Orientaccedilotildees de en-

fermagem agrave mulher climateacuterica quanto agrave terapia de reposiccedilatildeo hormonal uma aborda-

gem eacutetica Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 2000 1(1)51-55 janjun

45

38 MAIA C GUILHEME D LUCCHESE G Integraccedilatildeo entre vigilacircncia sanitaacuteria e

assistecircncia agrave sauacutede da mulher um estudo sobre a integralidade no SUS Cadernos de

Sauacutede Puacuteblica v26 n4 p682-692 abr 2010

39 MATUMOTO S FORTUNA CM MISHIMA SM PEREIRA MJB

DOMINGOS NAM Supervisatildeo de equipes no Programa de Sauacutede da Famiacutelia refle-

xotildees acerca do desafio da produccedilatildeo de cuidados Revista Interface-Comunicaccedilatildeo Sauacute-

de Educaccedilatildeo 2005 8(16) 9-24

40 MENDES EV A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede no SUS Fortaleza Escola de Sauacutede Puacute-

blica do Cearaacute 2002

41 MERHY EM Introduccedilatildeo ao debate sobre os componentes da caixa de ferramentas

dos gestores em sauacutede Rev SUS Brasil ndash vivecircncias e estaacutegios na realidade do SUS do

Brasil Disponiacutevel em lthttpdtr2002saudegovbrversusindexhtmlgt Acesso em

31 nov 2009

42 MILANEZ MRM NERY IS Percepccedilatildeo das mulheres sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de enfermagem Escola Anna Nery Rev de Enfermagem 2004

8(2)198-204 ago

43 MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado

de Minas Gerais Implantaccedilatildeo do Plano Diretor da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede ndash Belo

Horizonte ESPMG 2009 118p

44 MINAYO MCS HARTZ ZMA BUSS PM Qualidade de vida e sauacutede um de-

bate necessaacuterio Ciecircncias e sauacutede coletiva v5 n1 7-18 p 2000

45 MORENO JL Introduccedilatildeo ao psicodrama Satildeo Paulo Perspectiva 1999

46 MURATA IMH BERCINI LO SCHIRMER J Auto-cuidado na prevenccedilatildeo do

cacircncer de colo de uacutetero e cacircncer de mama comparaccedilatildeo entre mulheres natildeo climateacuteri-

cas e climateacutericas Biblioteca J Baeta Vianna 2000

47 MURATA IMH SCHIRMER J Manifestaccedilotildees biopsicogecircnicos decorrentes do

climateacuterio entre trabalhadoras de uma universidade puacuteblica Acta Paulista de en-

fermagem 2004 17(2)164-171 abrjun

48 NERY IS Perfil do atendimento agrave mulher no climateacuterio Revista Brasileira de En-

fermagem 1996 49(4)497-510 outdez

49 NIEVAS AF FUREGATO ARF Depressatildeo em mulheres no climateacuterio Revista

Gauacutecha de Enfermagem 2006 58(6)692-697 novdez

50 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB O climateacuterio sob a oacutetica de mu-

lheres assistidas em uma unidade de sauacutede da famiacutelia de Juiz de Fora - Minas Gerais

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 2008 11(1)42-53 janmar

51 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB Climateacuterio e sexualidade a

compreensatildeo dessa interface por mulheres assistidas em grupo Texto amp Contexto En-

fermagem v17 n3 p519-526 set 2008

46

52 OLIVEIRA SL Tratado de metodologia cientiacutefica 2 ed Satildeo Paulo Pioneira 1999

53 PEDRO AO PINTO-NETO AM PAIVA LC OSIS MJ HARDY E Procura

de serviccedilo meacutedico por mulheres climateacutericas brasileiras Revista de Sauacutede Puacuteblica

Satildeo Paulo 2002 36(4)484-90 ago

54 PEREIRA QLC SILVA CBDCA SIQUEIRA HCH Processo de viver de mu-

lheres climateacuterias usuaacuterias do SUS Ciecircncias Cuidado e Sauacutede 2008 7(2)224-231

abrjun

55 PEREIRA QLC SIQUEIRA HCH O olhar dos Responsaacuteveis Pela Poliacutetica de Sa-

uacutede da Mulher climateacuterica Esc Anna Nery Rev Enferm 2009 13 (2) 366-71 a-

brjun

56 PIAZZA IP DE LORENZI DRS SACILOTO B Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacutericas atendidas em um PSF Revista Gauacutecha de Enferma-

gem 2005 26(2)200-209 ago

57 PIRES MRGM GOumlTTEMS LBD Anaacutelise da gestatildeo do cuidado no Programa de

Sauacutede da Famiacutelia referencial teoacuterico-metodoloacutegico Revista brasileira de enfermagem

v62 n2 p294-299 abr 2009

58 Resoluccedilatildeo COFEN 2722002 In Legislaccedilatildeo e Normas [texto]Conselho Regional de

Enfermagem de Minas Gerais 2009v11 n1

59 ROTHER ET Editorial - Revisatildeo sistemaacutetica x revisatildeo narrativa Acta Paul Enferm

2007 20 (2)

60 ROSEMBERG B MINAYO MCS A experiecircncia complexa e os olhares reducio-

nistas Ciecircnc e Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v6 n1 p115-123 2001

61 SANTOS VC SOARES CB CAMPOS CMS A relaccedilatildeo trabalho-sauacutede de en-

fermeiros do PSF no municiacutepio de Satildeo Paulo Rev esc enferm USP v41 777-781p

dez 2007

62 SILVA ARV Sexualidade no climateacuterio vivecircncias e sentimentos da mulher 2000

Dissertaccedilatildeo [Mestrado] - Universidade Federal do Cearaacute 2000

63 SILVEIRA CS Pesquisa em enfermagem oncoloacutegica no Brasil uma revisatildeo integra-

tiva Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade

de Satildeo Paulo 2005

64 SOUSA MF HAMANN EM Programa Sauacutede da Famiacutelia no Brasil uma agenda

incompleta Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 2009 14(Supl 1) 1325-1335

65 STARFIELD B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidade de sauacutede serviccedilos e

tecnologia Brasiacutelia UNESCOMinisteacuterio da Sauacutede 2002

66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

criando laccedilos Sauacutede em debate 2003 27(65) 257-277

47

67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

Nery Revista de Enfermagem 1985 5(1)23-5 janmar

69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 39: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

38

A literatura tem destacado o climateacuterio em particular o periacuteodo poacutes-menopausa como

o de maior risco cardiovascular para a mulher Neste sentido orientaccedilotildees quanto agrave dieta ati-

vidade fiacutesica regular combate ao tabagismo e sobre a importacircncia do controle cliacutenico perioacutedi-

co podem ajudar a reduzir a mortalidade feminina associada (SILVA 2000 ALVES 2005

PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009

MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Desta forma as iniciativas voltadas para a educaccedilatildeo em sauacutede tornam-se extremamen-

te importante especialmente nos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede cuja demanda por consultas rela-

cionadas com queixas climateacutericas tem aumentado progressivamente Estas ao propiciarem o

esclarecimento de duacutevidas em relaccedilatildeo ao climateacuterio natildeo somente reduzem a ansiedade carac-

teriacutestica dessa fase como contribuem para a adoccedilatildeo de um estilo de vida mais saudaacutevel e uma

maior adesatildeo ao tratamento de eventuais estados moacuterbidos jaacute estabelecidos (SILVA 2000

ALVES 2005 PEDRO et al 2002 LANDERDAHL 2002 ALVES 2005 BRASIL 2008

COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp

SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

Os estudos sugerem discussatildeo durante consulta ou visita domiciliar em grupos de a-

poio uma vez que possibilita uma maior compreensatildeo do momento vivenciado constituindo

tambeacutem em fonte de orientaccedilatildeo e aprendizado O grupo operativo eacute entendido como fonte de

informaccedilotildees e reconhecimento dos sinais e sintomas proacuteprios do climateacuterio aleacutem de ser um

local em que haacute espaccedilos para a compreensatildeo onde se pode compartilhar as experiecircncias e

anguacutestias com outras mulheres que venciam esse momento e seus familiares (SILVA 2000

ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO 2009 FARIA et al

2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009 ZAMPIERI et al

2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

No que concerne agrave praacutetica assistencial do enfermeiro destaca-se a consulta de enfer-

magem como estrateacutegia para identificar as necessidades baacutesicas afetadas de sua cliente plane-

jar e implementar medidas de enfermagem objetivando a promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou

reabilitaccedilatildeo das mulheres climateacutericas Envolver a famiacutelia ou pessoas do conviacutevio iacutentimo da

cliente neste processo facilita o trabalho da equipe na busca do equiliacutebrio biopsicossocial da

mesma (SILVA 2000 ALVES 2005 BRASIL 2007 BRASIL 2008 COELHO amp PORTO

2009 FARIA et al 2009b VASCONCELOS et al 2009 PEREIRA amp SIQUEIRA 2009

ZAMPIERI et al 2009 MAIA GUILHERME amp LUCCHESE 2010)

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

1 ALMEIDA LHRB LUZ MHBA MONTEIRO CFS Ser mulher no climateacute-

rio uma anaacutelise compreensiva pela enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007

15(3)370-375 julset

2 ALVES VS Um modelo de educaccedilatildeo em sauacutede para o Programa Sauacutede da Famiacutelia

pela integralidade da atenccedilatildeo e reorientaccedilatildeo do modelo assistencial Revista Interface-

Comunicaccedilatildeo Sauacutede Educaccedilatildeo 2005 9(16) 39-52

3 AZAMBUJA EP et al Significados do trabalho no processo de viver de trabalhado-

ras de um programa de sauacutede da famiacutelia Texto contexto - enfermagem v16 n1

p71-79 mar 2007

4 BENITO GAV BECKER LC Atitudes gerenciais do enfermeiro no Programa Sa-

uacutede da Famiacutelia visatildeo da Equipe Sauacutede da Famiacutelia Revista brasileira de enfermagem

v60 n3 p312-316 jun 2007

5 BIFFI EFA SCATENA MCM Sauacutede Mental e climateacuterio na perspectiva de mu-

lheres profissionais de sauacutede Revista Enfermagem UERJ 2004 1276-82 janabr

6 BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Poliacutetica nacional de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher

princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

7 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de

Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Manual de Atenccedilatildeo agrave Mulher no Climateacute-

rioMenopausa Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacute-

gicas Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 200881p

8 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Portaria nordm

648 de 28 de marccedilo de 2006 Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabele-

cendo a revisatildeo de diretrizes e normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o

Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e o Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

(PACS) Brasiacutelia DF 2007 71p

9 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

operacionais dos Pactos pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo Ministeacuterio da Sa-

uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

trole dos cacircnceres do colo do uacutetero e da mama Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Depar-

tamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndashBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a 132p

43

11 CANDELLA CLM RUGGIERO CM ARAYA MES SILVA RV Assistecircncia

de enfermagem agrave mulher no climateacuterio Revista da Escola de Enfermagem da USP

19951(29) 47-58 abr

12 CANOLETTI B Trabalho em equipe de sauacutede e de enfermagem anaacutelise sistemaacutetica

da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Satildeo Paulo Universi-

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13 CERVO AL BERVIAN PA Metodologia cientiacutefica 4 ed Satildeo Paulo Makron

Books 1996

14 CHIRELLI MQ PEREIRA MJB O Trabalho Cotidiano Da Enfermeira Na Sauacutede

Da Famiacutelia Utilizaccedilatildeo De Ferramentas Da Gestatildeo Texto Contexto Enfermagem Flo-

rianoacutepolis 200918(2) 313-20 abrjun

15 COELHO S PORTO YF Sauacutede da Mulher Belo Horizonte NesconUFMG Co-

opmed 2009 115p

16 COLOMEacute ICS LIMA MADS DAVIS R Visatildeo de enfermeiras sobre as articu-

laccedilotildees das accedilotildees de sauacutede entre profissionais de equipes de sauacutede da famiacutelia Revista

da Escola de Enfermagem da USP v42 n2 p256-261 jun 2008

17 CORDEIRO H et al Avaliaccedilatildeo de competecircncias de meacutedicos e enfermeiros das Equi-

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2009

18 COSTA AM Atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher quo vadis Uma avaliaccedilatildeo da inte-

gralidade na atenccedilatildeo agrave sauacutede das mulheres no Brasil [Tese de Doutorado] Brasiacutelia

Universidade de Brasiacutelia 2004

19 COSTA GD COTTA RMM FERREIRA MLSM REIS JR

FRANCESCHINI SCC Sauacutede da famiacutelia desafios no processo de reorientaccedilatildeo do

modelo assistencial Revista Brasileira de Enfermagem Brasiacutelia 2009 62(1)113-8

janfev

20 DAOUD I G Encontros e desencontros das mulheres climateacutericas que buscam assis-

tecircncia em serviccedilo do Sistema Uacutenico de Sauacutede Revista Enfermagem UERJ 2002

9(2)118-36 maiago

21 DAOUD IG SANTANA MG Construccedilatildeo de um processo educativo com um grupo

de mulheres climateacutericas Texto amp Contexto Enfermagem 2000 10(1)33-37 janabr

22 DUARTE SV FURTADO SV Manual para elaboraccedilatildeo de monografias e projetos

de pesquisas 3 ed Montes Claros Unimontes 2002

23 FARIA HP COELHO IBWERNECK MAF SANTOS MA Modelo assisten-

cial e atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG

2009a 62p

44

24 FARIA HP WERNECK MAF SANTOS MA TEIXEIRA PF Processo de

trabalho em sauacutede Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009b 66p

25 FELICIANO KVO KOVACS MH SARINHO SW Superposiccedilatildeo de atribui-

ccedilotildees e autonomia teacutecnica entre enfermeiras da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia Revista

Sauacutede Puacuteblica v44 n3 p520-527 jun 2010

26 FERNANDEZ MR GIR E HAYASHIDA M Sexualidade no periacuteodo climateacuteri-

co situaccedilotildees vivenciadas pela mulher Revista da Escola de Enfermagem da USP

2005 39(2)129-135 jun

27 FIGUEIREDO PP et al Processo de trabalho da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia a con-

cepccedilatildeo de gestatildeo que permeia o agir em sauacutede Physis v20 n1 p235-259 2010

28 GIL AC Como elaborar projetos de pesquisa 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1996

29 GONCcedilALVES R MERIGHI MAB O climateacuterio a corporeidade como berccedilo das

experiecircncias do vivido Revista Brasileira de Enfermagem 2002 58(6)692-697

novdez

30 GONCcedilALVES R MERIGHI MAB Vivenciando o climateacuterio o corpo em seu per-

curso existencial agrave luz da Fenomenologia Revista Enfermagem UERJ 200513299-

303 janabr

31 HULLEY SB CUMMINGS SR BROWNER WS GRADY D HEARST N

NEWMAN TB Delineando a pesquisa clinica uma abordagem epidemioloacutegica 2

ed Porto Alegre Artmed 2003

32 LANDERDAHL MC Buscando novas maneiras de pensar o climateacuterio feminino

Texto amp contexto enfermagem 1997 6(1)130-4 janabr

33 LANDERDAHL MC Mulher climateacuterica uma abordagem necessaacuteria ao niacutevel de a-

tenccedilatildeo baacutesica Nursing Satildeo Paulo 2002 5(47)20-5 janabr

34 LEOPARDI MT Metodologia da Pesquisa na sauacutede 2 ed Florianoacutepolis UFSC

Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem 2002

35 LIMA EC VARGENS OMC O significado de climateacuterio para as mulheres impli-

caccedilotildees para o cuidado de enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007 15(4)584-

9 outdez

36 LIMA JV ANGELO M Vivenciando a inexorabilidade do tempo e as suas mudan-

ccedilas com perdas e possibilidades a mulher na fase do climateacuterio Revista escola de en-

fermagem da USP v35 n4 p399-405 dez 2001

37 LOPES MEL BATISTA PSS COSTA SFG SOARES MS Orientaccedilotildees de en-

fermagem agrave mulher climateacuterica quanto agrave terapia de reposiccedilatildeo hormonal uma aborda-

gem eacutetica Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 2000 1(1)51-55 janjun

45

38 MAIA C GUILHEME D LUCCHESE G Integraccedilatildeo entre vigilacircncia sanitaacuteria e

assistecircncia agrave sauacutede da mulher um estudo sobre a integralidade no SUS Cadernos de

Sauacutede Puacuteblica v26 n4 p682-692 abr 2010

39 MATUMOTO S FORTUNA CM MISHIMA SM PEREIRA MJB

DOMINGOS NAM Supervisatildeo de equipes no Programa de Sauacutede da Famiacutelia refle-

xotildees acerca do desafio da produccedilatildeo de cuidados Revista Interface-Comunicaccedilatildeo Sauacute-

de Educaccedilatildeo 2005 8(16) 9-24

40 MENDES EV A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede no SUS Fortaleza Escola de Sauacutede Puacute-

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41 MERHY EM Introduccedilatildeo ao debate sobre os componentes da caixa de ferramentas

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Brasil Disponiacutevel em lthttpdtr2002saudegovbrversusindexhtmlgt Acesso em

31 nov 2009

42 MILANEZ MRM NERY IS Percepccedilatildeo das mulheres sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de enfermagem Escola Anna Nery Rev de Enfermagem 2004

8(2)198-204 ago

43 MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado

de Minas Gerais Implantaccedilatildeo do Plano Diretor da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede ndash Belo

Horizonte ESPMG 2009 118p

44 MINAYO MCS HARTZ ZMA BUSS PM Qualidade de vida e sauacutede um de-

bate necessaacuterio Ciecircncias e sauacutede coletiva v5 n1 7-18 p 2000

45 MORENO JL Introduccedilatildeo ao psicodrama Satildeo Paulo Perspectiva 1999

46 MURATA IMH BERCINI LO SCHIRMER J Auto-cuidado na prevenccedilatildeo do

cacircncer de colo de uacutetero e cacircncer de mama comparaccedilatildeo entre mulheres natildeo climateacuteri-

cas e climateacutericas Biblioteca J Baeta Vianna 2000

47 MURATA IMH SCHIRMER J Manifestaccedilotildees biopsicogecircnicos decorrentes do

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fermagem 2004 17(2)164-171 abrjun

48 NERY IS Perfil do atendimento agrave mulher no climateacuterio Revista Brasileira de En-

fermagem 1996 49(4)497-510 outdez

49 NIEVAS AF FUREGATO ARF Depressatildeo em mulheres no climateacuterio Revista

Gauacutecha de Enfermagem 2006 58(6)692-697 novdez

50 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB O climateacuterio sob a oacutetica de mu-

lheres assistidas em uma unidade de sauacutede da famiacutelia de Juiz de Fora - Minas Gerais

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 2008 11(1)42-53 janmar

51 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB Climateacuterio e sexualidade a

compreensatildeo dessa interface por mulheres assistidas em grupo Texto amp Contexto En-

fermagem v17 n3 p519-526 set 2008

46

52 OLIVEIRA SL Tratado de metodologia cientiacutefica 2 ed Satildeo Paulo Pioneira 1999

53 PEDRO AO PINTO-NETO AM PAIVA LC OSIS MJ HARDY E Procura

de serviccedilo meacutedico por mulheres climateacutericas brasileiras Revista de Sauacutede Puacuteblica

Satildeo Paulo 2002 36(4)484-90 ago

54 PEREIRA QLC SILVA CBDCA SIQUEIRA HCH Processo de viver de mu-

lheres climateacuterias usuaacuterias do SUS Ciecircncias Cuidado e Sauacutede 2008 7(2)224-231

abrjun

55 PEREIRA QLC SIQUEIRA HCH O olhar dos Responsaacuteveis Pela Poliacutetica de Sa-

uacutede da Mulher climateacuterica Esc Anna Nery Rev Enferm 2009 13 (2) 366-71 a-

brjun

56 PIAZZA IP DE LORENZI DRS SACILOTO B Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacutericas atendidas em um PSF Revista Gauacutecha de Enferma-

gem 2005 26(2)200-209 ago

57 PIRES MRGM GOumlTTEMS LBD Anaacutelise da gestatildeo do cuidado no Programa de

Sauacutede da Famiacutelia referencial teoacuterico-metodoloacutegico Revista brasileira de enfermagem

v62 n2 p294-299 abr 2009

58 Resoluccedilatildeo COFEN 2722002 In Legislaccedilatildeo e Normas [texto]Conselho Regional de

Enfermagem de Minas Gerais 2009v11 n1

59 ROTHER ET Editorial - Revisatildeo sistemaacutetica x revisatildeo narrativa Acta Paul Enferm

2007 20 (2)

60 ROSEMBERG B MINAYO MCS A experiecircncia complexa e os olhares reducio-

nistas Ciecircnc e Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v6 n1 p115-123 2001

61 SANTOS VC SOARES CB CAMPOS CMS A relaccedilatildeo trabalho-sauacutede de en-

fermeiros do PSF no municiacutepio de Satildeo Paulo Rev esc enferm USP v41 777-781p

dez 2007

62 SILVA ARV Sexualidade no climateacuterio vivecircncias e sentimentos da mulher 2000

Dissertaccedilatildeo [Mestrado] - Universidade Federal do Cearaacute 2000

63 SILVEIRA CS Pesquisa em enfermagem oncoloacutegica no Brasil uma revisatildeo integra-

tiva Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade

de Satildeo Paulo 2005

64 SOUSA MF HAMANN EM Programa Sauacutede da Famiacutelia no Brasil uma agenda

incompleta Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 2009 14(Supl 1) 1325-1335

65 STARFIELD B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidade de sauacutede serviccedilos e

tecnologia Brasiacutelia UNESCOMinisteacuterio da Sauacutede 2002

66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

criando laccedilos Sauacutede em debate 2003 27(65) 257-277

47

67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

Nery Revista de Enfermagem 1985 5(1)23-5 janmar

69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 40: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

39

Portanto eacute necessaacuterio colocar em praacutetica o direito constitucional da integralidade da

sauacutede da mulher garantido por Poliacuteticas como o PNAISM abordando estrateacutegias que ampli-

em a compreensatildeo do processo sauacutede e doenccedila por parte de profissionais e usuaacuterias corres-

pondendo quali-quantitativamente agraves demandas dessa clientela

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

1 ALMEIDA LHRB LUZ MHBA MONTEIRO CFS Ser mulher no climateacute-

rio uma anaacutelise compreensiva pela enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007

15(3)370-375 julset

2 ALVES VS Um modelo de educaccedilatildeo em sauacutede para o Programa Sauacutede da Famiacutelia

pela integralidade da atenccedilatildeo e reorientaccedilatildeo do modelo assistencial Revista Interface-

Comunicaccedilatildeo Sauacutede Educaccedilatildeo 2005 9(16) 39-52

3 AZAMBUJA EP et al Significados do trabalho no processo de viver de trabalhado-

ras de um programa de sauacutede da famiacutelia Texto contexto - enfermagem v16 n1

p71-79 mar 2007

4 BENITO GAV BECKER LC Atitudes gerenciais do enfermeiro no Programa Sa-

uacutede da Famiacutelia visatildeo da Equipe Sauacutede da Famiacutelia Revista brasileira de enfermagem

v60 n3 p312-316 jun 2007

5 BIFFI EFA SCATENA MCM Sauacutede Mental e climateacuterio na perspectiva de mu-

lheres profissionais de sauacutede Revista Enfermagem UERJ 2004 1276-82 janabr

6 BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Poliacutetica nacional de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher

princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

7 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de

Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Manual de Atenccedilatildeo agrave Mulher no Climateacute-

rioMenopausa Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacute-

gicas Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 200881p

8 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Portaria nordm

648 de 28 de marccedilo de 2006 Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabele-

cendo a revisatildeo de diretrizes e normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o

Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e o Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

(PACS) Brasiacutelia DF 2007 71p

9 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

operacionais dos Pactos pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo Ministeacuterio da Sa-

uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

trole dos cacircnceres do colo do uacutetero e da mama Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Depar-

tamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndashBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a 132p

43

11 CANDELLA CLM RUGGIERO CM ARAYA MES SILVA RV Assistecircncia

de enfermagem agrave mulher no climateacuterio Revista da Escola de Enfermagem da USP

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dade de Satildeo Paulo 2008

13 CERVO AL BERVIAN PA Metodologia cientiacutefica 4 ed Satildeo Paulo Makron

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14 CHIRELLI MQ PEREIRA MJB O Trabalho Cotidiano Da Enfermeira Na Sauacutede

Da Famiacutelia Utilizaccedilatildeo De Ferramentas Da Gestatildeo Texto Contexto Enfermagem Flo-

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15 COELHO S PORTO YF Sauacutede da Mulher Belo Horizonte NesconUFMG Co-

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16 COLOMEacute ICS LIMA MADS DAVIS R Visatildeo de enfermeiras sobre as articu-

laccedilotildees das accedilotildees de sauacutede entre profissionais de equipes de sauacutede da famiacutelia Revista

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17 CORDEIRO H et al Avaliaccedilatildeo de competecircncias de meacutedicos e enfermeiros das Equi-

pes de Sauacutede da Famiacutelia da Regiatildeo Norte do Brasil Physis v19 n3 p695-710

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18 COSTA AM Atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher quo vadis Uma avaliaccedilatildeo da inte-

gralidade na atenccedilatildeo agrave sauacutede das mulheres no Brasil [Tese de Doutorado] Brasiacutelia

Universidade de Brasiacutelia 2004

19 COSTA GD COTTA RMM FERREIRA MLSM REIS JR

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20 DAOUD I G Encontros e desencontros das mulheres climateacutericas que buscam assis-

tecircncia em serviccedilo do Sistema Uacutenico de Sauacutede Revista Enfermagem UERJ 2002

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21 DAOUD IG SANTANA MG Construccedilatildeo de um processo educativo com um grupo

de mulheres climateacutericas Texto amp Contexto Enfermagem 2000 10(1)33-37 janabr

22 DUARTE SV FURTADO SV Manual para elaboraccedilatildeo de monografias e projetos

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23 FARIA HP COELHO IBWERNECK MAF SANTOS MA Modelo assisten-

cial e atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG

2009a 62p

44

24 FARIA HP WERNECK MAF SANTOS MA TEIXEIRA PF Processo de

trabalho em sauacutede Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009b 66p

25 FELICIANO KVO KOVACS MH SARINHO SW Superposiccedilatildeo de atribui-

ccedilotildees e autonomia teacutecnica entre enfermeiras da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia Revista

Sauacutede Puacuteblica v44 n3 p520-527 jun 2010

26 FERNANDEZ MR GIR E HAYASHIDA M Sexualidade no periacuteodo climateacuteri-

co situaccedilotildees vivenciadas pela mulher Revista da Escola de Enfermagem da USP

2005 39(2)129-135 jun

27 FIGUEIREDO PP et al Processo de trabalho da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia a con-

cepccedilatildeo de gestatildeo que permeia o agir em sauacutede Physis v20 n1 p235-259 2010

28 GIL AC Como elaborar projetos de pesquisa 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1996

29 GONCcedilALVES R MERIGHI MAB O climateacuterio a corporeidade como berccedilo das

experiecircncias do vivido Revista Brasileira de Enfermagem 2002 58(6)692-697

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30 GONCcedilALVES R MERIGHI MAB Vivenciando o climateacuterio o corpo em seu per-

curso existencial agrave luz da Fenomenologia Revista Enfermagem UERJ 200513299-

303 janabr

31 HULLEY SB CUMMINGS SR BROWNER WS GRADY D HEARST N

NEWMAN TB Delineando a pesquisa clinica uma abordagem epidemioloacutegica 2

ed Porto Alegre Artmed 2003

32 LANDERDAHL MC Buscando novas maneiras de pensar o climateacuterio feminino

Texto amp contexto enfermagem 1997 6(1)130-4 janabr

33 LANDERDAHL MC Mulher climateacuterica uma abordagem necessaacuteria ao niacutevel de a-

tenccedilatildeo baacutesica Nursing Satildeo Paulo 2002 5(47)20-5 janabr

34 LEOPARDI MT Metodologia da Pesquisa na sauacutede 2 ed Florianoacutepolis UFSC

Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem 2002

35 LIMA EC VARGENS OMC O significado de climateacuterio para as mulheres impli-

caccedilotildees para o cuidado de enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007 15(4)584-

9 outdez

36 LIMA JV ANGELO M Vivenciando a inexorabilidade do tempo e as suas mudan-

ccedilas com perdas e possibilidades a mulher na fase do climateacuterio Revista escola de en-

fermagem da USP v35 n4 p399-405 dez 2001

37 LOPES MEL BATISTA PSS COSTA SFG SOARES MS Orientaccedilotildees de en-

fermagem agrave mulher climateacuterica quanto agrave terapia de reposiccedilatildeo hormonal uma aborda-

gem eacutetica Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 2000 1(1)51-55 janjun

45

38 MAIA C GUILHEME D LUCCHESE G Integraccedilatildeo entre vigilacircncia sanitaacuteria e

assistecircncia agrave sauacutede da mulher um estudo sobre a integralidade no SUS Cadernos de

Sauacutede Puacuteblica v26 n4 p682-692 abr 2010

39 MATUMOTO S FORTUNA CM MISHIMA SM PEREIRA MJB

DOMINGOS NAM Supervisatildeo de equipes no Programa de Sauacutede da Famiacutelia refle-

xotildees acerca do desafio da produccedilatildeo de cuidados Revista Interface-Comunicaccedilatildeo Sauacute-

de Educaccedilatildeo 2005 8(16) 9-24

40 MENDES EV A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede no SUS Fortaleza Escola de Sauacutede Puacute-

blica do Cearaacute 2002

41 MERHY EM Introduccedilatildeo ao debate sobre os componentes da caixa de ferramentas

dos gestores em sauacutede Rev SUS Brasil ndash vivecircncias e estaacutegios na realidade do SUS do

Brasil Disponiacutevel em lthttpdtr2002saudegovbrversusindexhtmlgt Acesso em

31 nov 2009

42 MILANEZ MRM NERY IS Percepccedilatildeo das mulheres sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de enfermagem Escola Anna Nery Rev de Enfermagem 2004

8(2)198-204 ago

43 MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado

de Minas Gerais Implantaccedilatildeo do Plano Diretor da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede ndash Belo

Horizonte ESPMG 2009 118p

44 MINAYO MCS HARTZ ZMA BUSS PM Qualidade de vida e sauacutede um de-

bate necessaacuterio Ciecircncias e sauacutede coletiva v5 n1 7-18 p 2000

45 MORENO JL Introduccedilatildeo ao psicodrama Satildeo Paulo Perspectiva 1999

46 MURATA IMH BERCINI LO SCHIRMER J Auto-cuidado na prevenccedilatildeo do

cacircncer de colo de uacutetero e cacircncer de mama comparaccedilatildeo entre mulheres natildeo climateacuteri-

cas e climateacutericas Biblioteca J Baeta Vianna 2000

47 MURATA IMH SCHIRMER J Manifestaccedilotildees biopsicogecircnicos decorrentes do

climateacuterio entre trabalhadoras de uma universidade puacuteblica Acta Paulista de en-

fermagem 2004 17(2)164-171 abrjun

48 NERY IS Perfil do atendimento agrave mulher no climateacuterio Revista Brasileira de En-

fermagem 1996 49(4)497-510 outdez

49 NIEVAS AF FUREGATO ARF Depressatildeo em mulheres no climateacuterio Revista

Gauacutecha de Enfermagem 2006 58(6)692-697 novdez

50 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB O climateacuterio sob a oacutetica de mu-

lheres assistidas em uma unidade de sauacutede da famiacutelia de Juiz de Fora - Minas Gerais

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 2008 11(1)42-53 janmar

51 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB Climateacuterio e sexualidade a

compreensatildeo dessa interface por mulheres assistidas em grupo Texto amp Contexto En-

fermagem v17 n3 p519-526 set 2008

46

52 OLIVEIRA SL Tratado de metodologia cientiacutefica 2 ed Satildeo Paulo Pioneira 1999

53 PEDRO AO PINTO-NETO AM PAIVA LC OSIS MJ HARDY E Procura

de serviccedilo meacutedico por mulheres climateacutericas brasileiras Revista de Sauacutede Puacuteblica

Satildeo Paulo 2002 36(4)484-90 ago

54 PEREIRA QLC SILVA CBDCA SIQUEIRA HCH Processo de viver de mu-

lheres climateacuterias usuaacuterias do SUS Ciecircncias Cuidado e Sauacutede 2008 7(2)224-231

abrjun

55 PEREIRA QLC SIQUEIRA HCH O olhar dos Responsaacuteveis Pela Poliacutetica de Sa-

uacutede da Mulher climateacuterica Esc Anna Nery Rev Enferm 2009 13 (2) 366-71 a-

brjun

56 PIAZZA IP DE LORENZI DRS SACILOTO B Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacutericas atendidas em um PSF Revista Gauacutecha de Enferma-

gem 2005 26(2)200-209 ago

57 PIRES MRGM GOumlTTEMS LBD Anaacutelise da gestatildeo do cuidado no Programa de

Sauacutede da Famiacutelia referencial teoacuterico-metodoloacutegico Revista brasileira de enfermagem

v62 n2 p294-299 abr 2009

58 Resoluccedilatildeo COFEN 2722002 In Legislaccedilatildeo e Normas [texto]Conselho Regional de

Enfermagem de Minas Gerais 2009v11 n1

59 ROTHER ET Editorial - Revisatildeo sistemaacutetica x revisatildeo narrativa Acta Paul Enferm

2007 20 (2)

60 ROSEMBERG B MINAYO MCS A experiecircncia complexa e os olhares reducio-

nistas Ciecircnc e Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v6 n1 p115-123 2001

61 SANTOS VC SOARES CB CAMPOS CMS A relaccedilatildeo trabalho-sauacutede de en-

fermeiros do PSF no municiacutepio de Satildeo Paulo Rev esc enferm USP v41 777-781p

dez 2007

62 SILVA ARV Sexualidade no climateacuterio vivecircncias e sentimentos da mulher 2000

Dissertaccedilatildeo [Mestrado] - Universidade Federal do Cearaacute 2000

63 SILVEIRA CS Pesquisa em enfermagem oncoloacutegica no Brasil uma revisatildeo integra-

tiva Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade

de Satildeo Paulo 2005

64 SOUSA MF HAMANN EM Programa Sauacutede da Famiacutelia no Brasil uma agenda

incompleta Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 2009 14(Supl 1) 1325-1335

65 STARFIELD B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidade de sauacutede serviccedilos e

tecnologia Brasiacutelia UNESCOMinisteacuterio da Sauacutede 2002

66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

criando laccedilos Sauacutede em debate 2003 27(65) 257-277

47

67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

Nery Revista de Enfermagem 1985 5(1)23-5 janmar

69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 41: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de buscar evidecircncias na literatura acerca das concepccedilotildees e caracteriacutesticas

da assistecircncia primaacuteria para com a mulher climateacuterica objetivou promover um maior conhe-

cimento do assunto visando proporcionar por meio da informaccedilatildeo melhoria nos serviccedilos de

sauacutede prestados a essa clientela e tambeacutem a facilitar a tomada de decisatildeotratamento pelos

profissionais da sauacutede em especial os enfermeiros

O embasamento para esta evidecircncia pautou-se na busca e anaacutelise por meio de revisatildeo

integrativa de pesquisas jaacute realizadas na aacuterea as quais segundo os criteacuterios propostos totali-

zaram oito publicaccedilotildees encontradas na base eletrocircnica BDENF - Banco de Dados de Enfer-

magem de origem nacional Houve maior concentraccedilatildeo das pesquisas no periacuteodo de 2000 a

2005 o que aponta para uma discussatildeo recente

Aspecto limitador desse estudo corresponde agrave restriccedilatildeo agraves publicaccedilotildees nacionais Por

se limitar a busca a essa origem dos artigos a amostra apresenta-se reduzida quando se consi-

dera a oportunidade de conhecer outras experiecircncias como as vivenciadas em paiacuteses onde

Sauacutede da Famiacutelia jaacute foi implantada haacute mais tempo do que no Brasil

Na anaacutelise desses elementos observa-se que a produccedilatildeo do conhecimento de Enferma-

gem sobre climateacuterio no cenaacuterio dos serviccedilos primaacuterios de sauacutede eacute escassa em relaccedilatildeo ao

periacuteodo de estudo Os objetivos das pesquisas caracterizam-se na maioria pela busca dos

serviccedilos de sauacutede dessa populaccedilatildeo pela descriccedilatildeo dos aspectos biomeacutedicos e psicoafetivos

desse ciclo vital feminino e a atuaccedilatildeo do Enfermeiro para essa populaccedilatildeo

O meacutetodo qualitativo foi o mais utilizado nas referidas pesquisas e os resultados mais

prevalentes identificam que as mulheres no climateacuterio buscam os serviccedilos de sauacutede mediante

a presenccedila de alguma sintomatologia fiacutesica ou de outra ordem e compreendem o significado

do climateacuterio pela percepccedilatildeo dessas alteraccedilotildees

As consideraccedilotildees desses estudos apontam para a necessidade da compreensatildeo do cli-

mateacuterio em uma dimensatildeo ampliada e enquanto estado natural do ciclo vital feminino haven-

do urgecircncia na reorganizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede para atenccedilatildeo dessas mulheres no sentido

da implementaccedilatildeo de estrateacutegias diferenciadas que as atendam natildeo somente na expressatildeo

aguda de alguma sintomatologia vivenciada Essa atuaccedilatildeo pode ser oferecida por accedilotildees educa-

tivas individuais e coletivas destacando-se os grupos operativos como

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

1 ALMEIDA LHRB LUZ MHBA MONTEIRO CFS Ser mulher no climateacute-

rio uma anaacutelise compreensiva pela enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007

15(3)370-375 julset

2 ALVES VS Um modelo de educaccedilatildeo em sauacutede para o Programa Sauacutede da Famiacutelia

pela integralidade da atenccedilatildeo e reorientaccedilatildeo do modelo assistencial Revista Interface-

Comunicaccedilatildeo Sauacutede Educaccedilatildeo 2005 9(16) 39-52

3 AZAMBUJA EP et al Significados do trabalho no processo de viver de trabalhado-

ras de um programa de sauacutede da famiacutelia Texto contexto - enfermagem v16 n1

p71-79 mar 2007

4 BENITO GAV BECKER LC Atitudes gerenciais do enfermeiro no Programa Sa-

uacutede da Famiacutelia visatildeo da Equipe Sauacutede da Famiacutelia Revista brasileira de enfermagem

v60 n3 p312-316 jun 2007

5 BIFFI EFA SCATENA MCM Sauacutede Mental e climateacuterio na perspectiva de mu-

lheres profissionais de sauacutede Revista Enfermagem UERJ 2004 1276-82 janabr

6 BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Poliacutetica nacional de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher

princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

7 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de

Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Manual de Atenccedilatildeo agrave Mulher no Climateacute-

rioMenopausa Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacute-

gicas Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 200881p

8 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Portaria nordm

648 de 28 de marccedilo de 2006 Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabele-

cendo a revisatildeo de diretrizes e normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o

Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e o Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

(PACS) Brasiacutelia DF 2007 71p

9 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

operacionais dos Pactos pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo Ministeacuterio da Sa-

uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

trole dos cacircnceres do colo do uacutetero e da mama Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Depar-

tamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndashBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a 132p

43

11 CANDELLA CLM RUGGIERO CM ARAYA MES SILVA RV Assistecircncia

de enfermagem agrave mulher no climateacuterio Revista da Escola de Enfermagem da USP

19951(29) 47-58 abr

12 CANOLETTI B Trabalho em equipe de sauacutede e de enfermagem anaacutelise sistemaacutetica

da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Satildeo Paulo Universi-

dade de Satildeo Paulo 2008

13 CERVO AL BERVIAN PA Metodologia cientiacutefica 4 ed Satildeo Paulo Makron

Books 1996

14 CHIRELLI MQ PEREIRA MJB O Trabalho Cotidiano Da Enfermeira Na Sauacutede

Da Famiacutelia Utilizaccedilatildeo De Ferramentas Da Gestatildeo Texto Contexto Enfermagem Flo-

rianoacutepolis 200918(2) 313-20 abrjun

15 COELHO S PORTO YF Sauacutede da Mulher Belo Horizonte NesconUFMG Co-

opmed 2009 115p

16 COLOMEacute ICS LIMA MADS DAVIS R Visatildeo de enfermeiras sobre as articu-

laccedilotildees das accedilotildees de sauacutede entre profissionais de equipes de sauacutede da famiacutelia Revista

da Escola de Enfermagem da USP v42 n2 p256-261 jun 2008

17 CORDEIRO H et al Avaliaccedilatildeo de competecircncias de meacutedicos e enfermeiros das Equi-

pes de Sauacutede da Famiacutelia da Regiatildeo Norte do Brasil Physis v19 n3 p695-710

2009

18 COSTA AM Atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher quo vadis Uma avaliaccedilatildeo da inte-

gralidade na atenccedilatildeo agrave sauacutede das mulheres no Brasil [Tese de Doutorado] Brasiacutelia

Universidade de Brasiacutelia 2004

19 COSTA GD COTTA RMM FERREIRA MLSM REIS JR

FRANCESCHINI SCC Sauacutede da famiacutelia desafios no processo de reorientaccedilatildeo do

modelo assistencial Revista Brasileira de Enfermagem Brasiacutelia 2009 62(1)113-8

janfev

20 DAOUD I G Encontros e desencontros das mulheres climateacutericas que buscam assis-

tecircncia em serviccedilo do Sistema Uacutenico de Sauacutede Revista Enfermagem UERJ 2002

9(2)118-36 maiago

21 DAOUD IG SANTANA MG Construccedilatildeo de um processo educativo com um grupo

de mulheres climateacutericas Texto amp Contexto Enfermagem 2000 10(1)33-37 janabr

22 DUARTE SV FURTADO SV Manual para elaboraccedilatildeo de monografias e projetos

de pesquisas 3 ed Montes Claros Unimontes 2002

23 FARIA HP COELHO IBWERNECK MAF SANTOS MA Modelo assisten-

cial e atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG

2009a 62p

44

24 FARIA HP WERNECK MAF SANTOS MA TEIXEIRA PF Processo de

trabalho em sauacutede Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009b 66p

25 FELICIANO KVO KOVACS MH SARINHO SW Superposiccedilatildeo de atribui-

ccedilotildees e autonomia teacutecnica entre enfermeiras da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia Revista

Sauacutede Puacuteblica v44 n3 p520-527 jun 2010

26 FERNANDEZ MR GIR E HAYASHIDA M Sexualidade no periacuteodo climateacuteri-

co situaccedilotildees vivenciadas pela mulher Revista da Escola de Enfermagem da USP

2005 39(2)129-135 jun

27 FIGUEIREDO PP et al Processo de trabalho da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia a con-

cepccedilatildeo de gestatildeo que permeia o agir em sauacutede Physis v20 n1 p235-259 2010

28 GIL AC Como elaborar projetos de pesquisa 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1996

29 GONCcedilALVES R MERIGHI MAB O climateacuterio a corporeidade como berccedilo das

experiecircncias do vivido Revista Brasileira de Enfermagem 2002 58(6)692-697

novdez

30 GONCcedilALVES R MERIGHI MAB Vivenciando o climateacuterio o corpo em seu per-

curso existencial agrave luz da Fenomenologia Revista Enfermagem UERJ 200513299-

303 janabr

31 HULLEY SB CUMMINGS SR BROWNER WS GRADY D HEARST N

NEWMAN TB Delineando a pesquisa clinica uma abordagem epidemioloacutegica 2

ed Porto Alegre Artmed 2003

32 LANDERDAHL MC Buscando novas maneiras de pensar o climateacuterio feminino

Texto amp contexto enfermagem 1997 6(1)130-4 janabr

33 LANDERDAHL MC Mulher climateacuterica uma abordagem necessaacuteria ao niacutevel de a-

tenccedilatildeo baacutesica Nursing Satildeo Paulo 2002 5(47)20-5 janabr

34 LEOPARDI MT Metodologia da Pesquisa na sauacutede 2 ed Florianoacutepolis UFSC

Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem 2002

35 LIMA EC VARGENS OMC O significado de climateacuterio para as mulheres impli-

caccedilotildees para o cuidado de enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007 15(4)584-

9 outdez

36 LIMA JV ANGELO M Vivenciando a inexorabilidade do tempo e as suas mudan-

ccedilas com perdas e possibilidades a mulher na fase do climateacuterio Revista escola de en-

fermagem da USP v35 n4 p399-405 dez 2001

37 LOPES MEL BATISTA PSS COSTA SFG SOARES MS Orientaccedilotildees de en-

fermagem agrave mulher climateacuterica quanto agrave terapia de reposiccedilatildeo hormonal uma aborda-

gem eacutetica Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 2000 1(1)51-55 janjun

45

38 MAIA C GUILHEME D LUCCHESE G Integraccedilatildeo entre vigilacircncia sanitaacuteria e

assistecircncia agrave sauacutede da mulher um estudo sobre a integralidade no SUS Cadernos de

Sauacutede Puacuteblica v26 n4 p682-692 abr 2010

39 MATUMOTO S FORTUNA CM MISHIMA SM PEREIRA MJB

DOMINGOS NAM Supervisatildeo de equipes no Programa de Sauacutede da Famiacutelia refle-

xotildees acerca do desafio da produccedilatildeo de cuidados Revista Interface-Comunicaccedilatildeo Sauacute-

de Educaccedilatildeo 2005 8(16) 9-24

40 MENDES EV A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede no SUS Fortaleza Escola de Sauacutede Puacute-

blica do Cearaacute 2002

41 MERHY EM Introduccedilatildeo ao debate sobre os componentes da caixa de ferramentas

dos gestores em sauacutede Rev SUS Brasil ndash vivecircncias e estaacutegios na realidade do SUS do

Brasil Disponiacutevel em lthttpdtr2002saudegovbrversusindexhtmlgt Acesso em

31 nov 2009

42 MILANEZ MRM NERY IS Percepccedilatildeo das mulheres sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de enfermagem Escola Anna Nery Rev de Enfermagem 2004

8(2)198-204 ago

43 MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado

de Minas Gerais Implantaccedilatildeo do Plano Diretor da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede ndash Belo

Horizonte ESPMG 2009 118p

44 MINAYO MCS HARTZ ZMA BUSS PM Qualidade de vida e sauacutede um de-

bate necessaacuterio Ciecircncias e sauacutede coletiva v5 n1 7-18 p 2000

45 MORENO JL Introduccedilatildeo ao psicodrama Satildeo Paulo Perspectiva 1999

46 MURATA IMH BERCINI LO SCHIRMER J Auto-cuidado na prevenccedilatildeo do

cacircncer de colo de uacutetero e cacircncer de mama comparaccedilatildeo entre mulheres natildeo climateacuteri-

cas e climateacutericas Biblioteca J Baeta Vianna 2000

47 MURATA IMH SCHIRMER J Manifestaccedilotildees biopsicogecircnicos decorrentes do

climateacuterio entre trabalhadoras de uma universidade puacuteblica Acta Paulista de en-

fermagem 2004 17(2)164-171 abrjun

48 NERY IS Perfil do atendimento agrave mulher no climateacuterio Revista Brasileira de En-

fermagem 1996 49(4)497-510 outdez

49 NIEVAS AF FUREGATO ARF Depressatildeo em mulheres no climateacuterio Revista

Gauacutecha de Enfermagem 2006 58(6)692-697 novdez

50 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB O climateacuterio sob a oacutetica de mu-

lheres assistidas em uma unidade de sauacutede da famiacutelia de Juiz de Fora - Minas Gerais

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 2008 11(1)42-53 janmar

51 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB Climateacuterio e sexualidade a

compreensatildeo dessa interface por mulheres assistidas em grupo Texto amp Contexto En-

fermagem v17 n3 p519-526 set 2008

46

52 OLIVEIRA SL Tratado de metodologia cientiacutefica 2 ed Satildeo Paulo Pioneira 1999

53 PEDRO AO PINTO-NETO AM PAIVA LC OSIS MJ HARDY E Procura

de serviccedilo meacutedico por mulheres climateacutericas brasileiras Revista de Sauacutede Puacuteblica

Satildeo Paulo 2002 36(4)484-90 ago

54 PEREIRA QLC SILVA CBDCA SIQUEIRA HCH Processo de viver de mu-

lheres climateacuterias usuaacuterias do SUS Ciecircncias Cuidado e Sauacutede 2008 7(2)224-231

abrjun

55 PEREIRA QLC SIQUEIRA HCH O olhar dos Responsaacuteveis Pela Poliacutetica de Sa-

uacutede da Mulher climateacuterica Esc Anna Nery Rev Enferm 2009 13 (2) 366-71 a-

brjun

56 PIAZZA IP DE LORENZI DRS SACILOTO B Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacutericas atendidas em um PSF Revista Gauacutecha de Enferma-

gem 2005 26(2)200-209 ago

57 PIRES MRGM GOumlTTEMS LBD Anaacutelise da gestatildeo do cuidado no Programa de

Sauacutede da Famiacutelia referencial teoacuterico-metodoloacutegico Revista brasileira de enfermagem

v62 n2 p294-299 abr 2009

58 Resoluccedilatildeo COFEN 2722002 In Legislaccedilatildeo e Normas [texto]Conselho Regional de

Enfermagem de Minas Gerais 2009v11 n1

59 ROTHER ET Editorial - Revisatildeo sistemaacutetica x revisatildeo narrativa Acta Paul Enferm

2007 20 (2)

60 ROSEMBERG B MINAYO MCS A experiecircncia complexa e os olhares reducio-

nistas Ciecircnc e Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v6 n1 p115-123 2001

61 SANTOS VC SOARES CB CAMPOS CMS A relaccedilatildeo trabalho-sauacutede de en-

fermeiros do PSF no municiacutepio de Satildeo Paulo Rev esc enferm USP v41 777-781p

dez 2007

62 SILVA ARV Sexualidade no climateacuterio vivecircncias e sentimentos da mulher 2000

Dissertaccedilatildeo [Mestrado] - Universidade Federal do Cearaacute 2000

63 SILVEIRA CS Pesquisa em enfermagem oncoloacutegica no Brasil uma revisatildeo integra-

tiva Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade

de Satildeo Paulo 2005

64 SOUSA MF HAMANN EM Programa Sauacutede da Famiacutelia no Brasil uma agenda

incompleta Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 2009 14(Supl 1) 1325-1335

65 STARFIELD B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidade de sauacutede serviccedilos e

tecnologia Brasiacutelia UNESCOMinisteacuterio da Sauacutede 2002

66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

criando laccedilos Sauacutede em debate 2003 27(65) 257-277

47

67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

Nery Revista de Enfermagem 1985 5(1)23-5 janmar

69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 42: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

41

ferramenta importante para compreensatildeo desse processo enfatizando a inclusatildeo dos familia-

res nessas atividades

O profissional Enfermeiro pelo seu perfil atuando proacuteximo agraves realidades comunitaacute-

rias eacute um ator de potencial dentro da equipe para o estiacutemulo e execuccedilatildeo de accedilotildees inovadoras

que visem a implementaccedilatildeo do acolhimento e da escuta ativa Assim essas mulheres seratildeo

auxiliadas a superar os problemas caracteriacutesticos desse ciclo vital e receberatildeo orientaccedilatildeo

quanto aos mitos e tabus que permeiam essa etapa

Acredita-se que esta pesquisa tenha explicitado por meio da anaacutelise da revisatildeo integra-

tiva evidecircncias cientiacuteficas para uma praacutetica condizente com as necessidades e expectativas

das mulheres no climateacuterio Dessa maneira seraacute possiacutevel incorporar a praacutetica cotidiana das

equipes de PSF mecanismos eficazes para a atenccedilatildeo integral as demandas de sauacutede dessa

populaccedilatildeo

6 REFEREcircNCIAS

1 ALMEIDA LHRB LUZ MHBA MONTEIRO CFS Ser mulher no climateacute-

rio uma anaacutelise compreensiva pela enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007

15(3)370-375 julset

2 ALVES VS Um modelo de educaccedilatildeo em sauacutede para o Programa Sauacutede da Famiacutelia

pela integralidade da atenccedilatildeo e reorientaccedilatildeo do modelo assistencial Revista Interface-

Comunicaccedilatildeo Sauacutede Educaccedilatildeo 2005 9(16) 39-52

3 AZAMBUJA EP et al Significados do trabalho no processo de viver de trabalhado-

ras de um programa de sauacutede da famiacutelia Texto contexto - enfermagem v16 n1

p71-79 mar 2007

4 BENITO GAV BECKER LC Atitudes gerenciais do enfermeiro no Programa Sa-

uacutede da Famiacutelia visatildeo da Equipe Sauacutede da Famiacutelia Revista brasileira de enfermagem

v60 n3 p312-316 jun 2007

5 BIFFI EFA SCATENA MCM Sauacutede Mental e climateacuterio na perspectiva de mu-

lheres profissionais de sauacutede Revista Enfermagem UERJ 2004 1276-82 janabr

6 BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Poliacutetica nacional de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher

princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

7 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de

Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Manual de Atenccedilatildeo agrave Mulher no Climateacute-

rioMenopausa Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacute-

gicas Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 200881p

8 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Portaria nordm

648 de 28 de marccedilo de 2006 Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabele-

cendo a revisatildeo de diretrizes e normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o

Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e o Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

(PACS) Brasiacutelia DF 2007 71p

9 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

operacionais dos Pactos pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo Ministeacuterio da Sa-

uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

trole dos cacircnceres do colo do uacutetero e da mama Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Depar-

tamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndashBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a 132p

43

11 CANDELLA CLM RUGGIERO CM ARAYA MES SILVA RV Assistecircncia

de enfermagem agrave mulher no climateacuterio Revista da Escola de Enfermagem da USP

19951(29) 47-58 abr

12 CANOLETTI B Trabalho em equipe de sauacutede e de enfermagem anaacutelise sistemaacutetica

da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Satildeo Paulo Universi-

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13 CERVO AL BERVIAN PA Metodologia cientiacutefica 4 ed Satildeo Paulo Makron

Books 1996

14 CHIRELLI MQ PEREIRA MJB O Trabalho Cotidiano Da Enfermeira Na Sauacutede

Da Famiacutelia Utilizaccedilatildeo De Ferramentas Da Gestatildeo Texto Contexto Enfermagem Flo-

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15 COELHO S PORTO YF Sauacutede da Mulher Belo Horizonte NesconUFMG Co-

opmed 2009 115p

16 COLOMEacute ICS LIMA MADS DAVIS R Visatildeo de enfermeiras sobre as articu-

laccedilotildees das accedilotildees de sauacutede entre profissionais de equipes de sauacutede da famiacutelia Revista

da Escola de Enfermagem da USP v42 n2 p256-261 jun 2008

17 CORDEIRO H et al Avaliaccedilatildeo de competecircncias de meacutedicos e enfermeiros das Equi-

pes de Sauacutede da Famiacutelia da Regiatildeo Norte do Brasil Physis v19 n3 p695-710

2009

18 COSTA AM Atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher quo vadis Uma avaliaccedilatildeo da inte-

gralidade na atenccedilatildeo agrave sauacutede das mulheres no Brasil [Tese de Doutorado] Brasiacutelia

Universidade de Brasiacutelia 2004

19 COSTA GD COTTA RMM FERREIRA MLSM REIS JR

FRANCESCHINI SCC Sauacutede da famiacutelia desafios no processo de reorientaccedilatildeo do

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janfev

20 DAOUD I G Encontros e desencontros das mulheres climateacutericas que buscam assis-

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9(2)118-36 maiago

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23 FARIA HP COELHO IBWERNECK MAF SANTOS MA Modelo assisten-

cial e atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG

2009a 62p

44

24 FARIA HP WERNECK MAF SANTOS MA TEIXEIRA PF Processo de

trabalho em sauacutede Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009b 66p

25 FELICIANO KVO KOVACS MH SARINHO SW Superposiccedilatildeo de atribui-

ccedilotildees e autonomia teacutecnica entre enfermeiras da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia Revista

Sauacutede Puacuteblica v44 n3 p520-527 jun 2010

26 FERNANDEZ MR GIR E HAYASHIDA M Sexualidade no periacuteodo climateacuteri-

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2005 39(2)129-135 jun

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303 janabr

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ed Porto Alegre Artmed 2003

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33 LANDERDAHL MC Mulher climateacuterica uma abordagem necessaacuteria ao niacutevel de a-

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Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem 2002

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36 LIMA JV ANGELO M Vivenciando a inexorabilidade do tempo e as suas mudan-

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37 LOPES MEL BATISTA PSS COSTA SFG SOARES MS Orientaccedilotildees de en-

fermagem agrave mulher climateacuterica quanto agrave terapia de reposiccedilatildeo hormonal uma aborda-

gem eacutetica Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 2000 1(1)51-55 janjun

45

38 MAIA C GUILHEME D LUCCHESE G Integraccedilatildeo entre vigilacircncia sanitaacuteria e

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39 MATUMOTO S FORTUNA CM MISHIMA SM PEREIRA MJB

DOMINGOS NAM Supervisatildeo de equipes no Programa de Sauacutede da Famiacutelia refle-

xotildees acerca do desafio da produccedilatildeo de cuidados Revista Interface-Comunicaccedilatildeo Sauacute-

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40 MENDES EV A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede no SUS Fortaleza Escola de Sauacutede Puacute-

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dos gestores em sauacutede Rev SUS Brasil ndash vivecircncias e estaacutegios na realidade do SUS do

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31 nov 2009

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8(2)198-204 ago

43 MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado

de Minas Gerais Implantaccedilatildeo do Plano Diretor da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede ndash Belo

Horizonte ESPMG 2009 118p

44 MINAYO MCS HARTZ ZMA BUSS PM Qualidade de vida e sauacutede um de-

bate necessaacuterio Ciecircncias e sauacutede coletiva v5 n1 7-18 p 2000

45 MORENO JL Introduccedilatildeo ao psicodrama Satildeo Paulo Perspectiva 1999

46 MURATA IMH BERCINI LO SCHIRMER J Auto-cuidado na prevenccedilatildeo do

cacircncer de colo de uacutetero e cacircncer de mama comparaccedilatildeo entre mulheres natildeo climateacuteri-

cas e climateacutericas Biblioteca J Baeta Vianna 2000

47 MURATA IMH SCHIRMER J Manifestaccedilotildees biopsicogecircnicos decorrentes do

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49 NIEVAS AF FUREGATO ARF Depressatildeo em mulheres no climateacuterio Revista

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50 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB O climateacuterio sob a oacutetica de mu-

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Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 2008 11(1)42-53 janmar

51 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB Climateacuterio e sexualidade a

compreensatildeo dessa interface por mulheres assistidas em grupo Texto amp Contexto En-

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46

52 OLIVEIRA SL Tratado de metodologia cientiacutefica 2 ed Satildeo Paulo Pioneira 1999

53 PEDRO AO PINTO-NETO AM PAIVA LC OSIS MJ HARDY E Procura

de serviccedilo meacutedico por mulheres climateacutericas brasileiras Revista de Sauacutede Puacuteblica

Satildeo Paulo 2002 36(4)484-90 ago

54 PEREIRA QLC SILVA CBDCA SIQUEIRA HCH Processo de viver de mu-

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55 PEREIRA QLC SIQUEIRA HCH O olhar dos Responsaacuteveis Pela Poliacutetica de Sa-

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56 PIAZZA IP DE LORENZI DRS SACILOTO B Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

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57 PIRES MRGM GOumlTTEMS LBD Anaacutelise da gestatildeo do cuidado no Programa de

Sauacutede da Famiacutelia referencial teoacuterico-metodoloacutegico Revista brasileira de enfermagem

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59 ROTHER ET Editorial - Revisatildeo sistemaacutetica x revisatildeo narrativa Acta Paul Enferm

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61 SANTOS VC SOARES CB CAMPOS CMS A relaccedilatildeo trabalho-sauacutede de en-

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dez 2007

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Dissertaccedilatildeo [Mestrado] - Universidade Federal do Cearaacute 2000

63 SILVEIRA CS Pesquisa em enfermagem oncoloacutegica no Brasil uma revisatildeo integra-

tiva Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade

de Satildeo Paulo 2005

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65 STARFIELD B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidade de sauacutede serviccedilos e

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66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

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47

67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

Nery Revista de Enfermagem 1985 5(1)23-5 janmar

69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 43: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

6 REFEREcircNCIAS

1 ALMEIDA LHRB LUZ MHBA MONTEIRO CFS Ser mulher no climateacute-

rio uma anaacutelise compreensiva pela enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007

15(3)370-375 julset

2 ALVES VS Um modelo de educaccedilatildeo em sauacutede para o Programa Sauacutede da Famiacutelia

pela integralidade da atenccedilatildeo e reorientaccedilatildeo do modelo assistencial Revista Interface-

Comunicaccedilatildeo Sauacutede Educaccedilatildeo 2005 9(16) 39-52

3 AZAMBUJA EP et al Significados do trabalho no processo de viver de trabalhado-

ras de um programa de sauacutede da famiacutelia Texto contexto - enfermagem v16 n1

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4 BENITO GAV BECKER LC Atitudes gerenciais do enfermeiro no Programa Sa-

uacutede da Famiacutelia visatildeo da Equipe Sauacutede da Famiacutelia Revista brasileira de enfermagem

v60 n3 p312-316 jun 2007

5 BIFFI EFA SCATENA MCM Sauacutede Mental e climateacuterio na perspectiva de mu-

lheres profissionais de sauacutede Revista Enfermagem UERJ 2004 1276-82 janabr

6 BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Poliacutetica nacional de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher

princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

7 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de

Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Manual de Atenccedilatildeo agrave Mulher no Climateacute-

rioMenopausa Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacute-

gicas Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 200881p

8 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Portaria nordm

648 de 28 de marccedilo de 2006 Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabele-

cendo a revisatildeo de diretrizes e normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o

Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e o Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

(PACS) Brasiacutelia DF 2007 71p

9 ___________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

operacionais dos Pactos pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo Ministeacuterio da Sa-

uacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-

Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada ndash Brasiacutelia 2006b 76 p

10 ___________ Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Con-

trole dos cacircnceres do colo do uacutetero e da mama Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Depar-

tamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndashBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a 132p

43

11 CANDELLA CLM RUGGIERO CM ARAYA MES SILVA RV Assistecircncia

de enfermagem agrave mulher no climateacuterio Revista da Escola de Enfermagem da USP

19951(29) 47-58 abr

12 CANOLETTI B Trabalho em equipe de sauacutede e de enfermagem anaacutelise sistemaacutetica

da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Satildeo Paulo Universi-

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Books 1996

14 CHIRELLI MQ PEREIRA MJB O Trabalho Cotidiano Da Enfermeira Na Sauacutede

Da Famiacutelia Utilizaccedilatildeo De Ferramentas Da Gestatildeo Texto Contexto Enfermagem Flo-

rianoacutepolis 200918(2) 313-20 abrjun

15 COELHO S PORTO YF Sauacutede da Mulher Belo Horizonte NesconUFMG Co-

opmed 2009 115p

16 COLOMEacute ICS LIMA MADS DAVIS R Visatildeo de enfermeiras sobre as articu-

laccedilotildees das accedilotildees de sauacutede entre profissionais de equipes de sauacutede da famiacutelia Revista

da Escola de Enfermagem da USP v42 n2 p256-261 jun 2008

17 CORDEIRO H et al Avaliaccedilatildeo de competecircncias de meacutedicos e enfermeiros das Equi-

pes de Sauacutede da Famiacutelia da Regiatildeo Norte do Brasil Physis v19 n3 p695-710

2009

18 COSTA AM Atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher quo vadis Uma avaliaccedilatildeo da inte-

gralidade na atenccedilatildeo agrave sauacutede das mulheres no Brasil [Tese de Doutorado] Brasiacutelia

Universidade de Brasiacutelia 2004

19 COSTA GD COTTA RMM FERREIRA MLSM REIS JR

FRANCESCHINI SCC Sauacutede da famiacutelia desafios no processo de reorientaccedilatildeo do

modelo assistencial Revista Brasileira de Enfermagem Brasiacutelia 2009 62(1)113-8

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20 DAOUD I G Encontros e desencontros das mulheres climateacutericas que buscam assis-

tecircncia em serviccedilo do Sistema Uacutenico de Sauacutede Revista Enfermagem UERJ 2002

9(2)118-36 maiago

21 DAOUD IG SANTANA MG Construccedilatildeo de um processo educativo com um grupo

de mulheres climateacutericas Texto amp Contexto Enfermagem 2000 10(1)33-37 janabr

22 DUARTE SV FURTADO SV Manual para elaboraccedilatildeo de monografias e projetos

de pesquisas 3 ed Montes Claros Unimontes 2002

23 FARIA HP COELHO IBWERNECK MAF SANTOS MA Modelo assisten-

cial e atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG

2009a 62p

44

24 FARIA HP WERNECK MAF SANTOS MA TEIXEIRA PF Processo de

trabalho em sauacutede Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009b 66p

25 FELICIANO KVO KOVACS MH SARINHO SW Superposiccedilatildeo de atribui-

ccedilotildees e autonomia teacutecnica entre enfermeiras da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia Revista

Sauacutede Puacuteblica v44 n3 p520-527 jun 2010

26 FERNANDEZ MR GIR E HAYASHIDA M Sexualidade no periacuteodo climateacuteri-

co situaccedilotildees vivenciadas pela mulher Revista da Escola de Enfermagem da USP

2005 39(2)129-135 jun

27 FIGUEIREDO PP et al Processo de trabalho da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia a con-

cepccedilatildeo de gestatildeo que permeia o agir em sauacutede Physis v20 n1 p235-259 2010

28 GIL AC Como elaborar projetos de pesquisa 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1996

29 GONCcedilALVES R MERIGHI MAB O climateacuterio a corporeidade como berccedilo das

experiecircncias do vivido Revista Brasileira de Enfermagem 2002 58(6)692-697

novdez

30 GONCcedilALVES R MERIGHI MAB Vivenciando o climateacuterio o corpo em seu per-

curso existencial agrave luz da Fenomenologia Revista Enfermagem UERJ 200513299-

303 janabr

31 HULLEY SB CUMMINGS SR BROWNER WS GRADY D HEARST N

NEWMAN TB Delineando a pesquisa clinica uma abordagem epidemioloacutegica 2

ed Porto Alegre Artmed 2003

32 LANDERDAHL MC Buscando novas maneiras de pensar o climateacuterio feminino

Texto amp contexto enfermagem 1997 6(1)130-4 janabr

33 LANDERDAHL MC Mulher climateacuterica uma abordagem necessaacuteria ao niacutevel de a-

tenccedilatildeo baacutesica Nursing Satildeo Paulo 2002 5(47)20-5 janabr

34 LEOPARDI MT Metodologia da Pesquisa na sauacutede 2 ed Florianoacutepolis UFSC

Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem 2002

35 LIMA EC VARGENS OMC O significado de climateacuterio para as mulheres impli-

caccedilotildees para o cuidado de enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007 15(4)584-

9 outdez

36 LIMA JV ANGELO M Vivenciando a inexorabilidade do tempo e as suas mudan-

ccedilas com perdas e possibilidades a mulher na fase do climateacuterio Revista escola de en-

fermagem da USP v35 n4 p399-405 dez 2001

37 LOPES MEL BATISTA PSS COSTA SFG SOARES MS Orientaccedilotildees de en-

fermagem agrave mulher climateacuterica quanto agrave terapia de reposiccedilatildeo hormonal uma aborda-

gem eacutetica Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 2000 1(1)51-55 janjun

45

38 MAIA C GUILHEME D LUCCHESE G Integraccedilatildeo entre vigilacircncia sanitaacuteria e

assistecircncia agrave sauacutede da mulher um estudo sobre a integralidade no SUS Cadernos de

Sauacutede Puacuteblica v26 n4 p682-692 abr 2010

39 MATUMOTO S FORTUNA CM MISHIMA SM PEREIRA MJB

DOMINGOS NAM Supervisatildeo de equipes no Programa de Sauacutede da Famiacutelia refle-

xotildees acerca do desafio da produccedilatildeo de cuidados Revista Interface-Comunicaccedilatildeo Sauacute-

de Educaccedilatildeo 2005 8(16) 9-24

40 MENDES EV A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede no SUS Fortaleza Escola de Sauacutede Puacute-

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41 MERHY EM Introduccedilatildeo ao debate sobre os componentes da caixa de ferramentas

dos gestores em sauacutede Rev SUS Brasil ndash vivecircncias e estaacutegios na realidade do SUS do

Brasil Disponiacutevel em lthttpdtr2002saudegovbrversusindexhtmlgt Acesso em

31 nov 2009

42 MILANEZ MRM NERY IS Percepccedilatildeo das mulheres sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de enfermagem Escola Anna Nery Rev de Enfermagem 2004

8(2)198-204 ago

43 MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado

de Minas Gerais Implantaccedilatildeo do Plano Diretor da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede ndash Belo

Horizonte ESPMG 2009 118p

44 MINAYO MCS HARTZ ZMA BUSS PM Qualidade de vida e sauacutede um de-

bate necessaacuterio Ciecircncias e sauacutede coletiva v5 n1 7-18 p 2000

45 MORENO JL Introduccedilatildeo ao psicodrama Satildeo Paulo Perspectiva 1999

46 MURATA IMH BERCINI LO SCHIRMER J Auto-cuidado na prevenccedilatildeo do

cacircncer de colo de uacutetero e cacircncer de mama comparaccedilatildeo entre mulheres natildeo climateacuteri-

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47 MURATA IMH SCHIRMER J Manifestaccedilotildees biopsicogecircnicos decorrentes do

climateacuterio entre trabalhadoras de uma universidade puacuteblica Acta Paulista de en-

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48 NERY IS Perfil do atendimento agrave mulher no climateacuterio Revista Brasileira de En-

fermagem 1996 49(4)497-510 outdez

49 NIEVAS AF FUREGATO ARF Depressatildeo em mulheres no climateacuterio Revista

Gauacutecha de Enfermagem 2006 58(6)692-697 novdez

50 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB O climateacuterio sob a oacutetica de mu-

lheres assistidas em uma unidade de sauacutede da famiacutelia de Juiz de Fora - Minas Gerais

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 2008 11(1)42-53 janmar

51 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB Climateacuterio e sexualidade a

compreensatildeo dessa interface por mulheres assistidas em grupo Texto amp Contexto En-

fermagem v17 n3 p519-526 set 2008

46

52 OLIVEIRA SL Tratado de metodologia cientiacutefica 2 ed Satildeo Paulo Pioneira 1999

53 PEDRO AO PINTO-NETO AM PAIVA LC OSIS MJ HARDY E Procura

de serviccedilo meacutedico por mulheres climateacutericas brasileiras Revista de Sauacutede Puacuteblica

Satildeo Paulo 2002 36(4)484-90 ago

54 PEREIRA QLC SILVA CBDCA SIQUEIRA HCH Processo de viver de mu-

lheres climateacuterias usuaacuterias do SUS Ciecircncias Cuidado e Sauacutede 2008 7(2)224-231

abrjun

55 PEREIRA QLC SIQUEIRA HCH O olhar dos Responsaacuteveis Pela Poliacutetica de Sa-

uacutede da Mulher climateacuterica Esc Anna Nery Rev Enferm 2009 13 (2) 366-71 a-

brjun

56 PIAZZA IP DE LORENZI DRS SACILOTO B Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacutericas atendidas em um PSF Revista Gauacutecha de Enferma-

gem 2005 26(2)200-209 ago

57 PIRES MRGM GOumlTTEMS LBD Anaacutelise da gestatildeo do cuidado no Programa de

Sauacutede da Famiacutelia referencial teoacuterico-metodoloacutegico Revista brasileira de enfermagem

v62 n2 p294-299 abr 2009

58 Resoluccedilatildeo COFEN 2722002 In Legislaccedilatildeo e Normas [texto]Conselho Regional de

Enfermagem de Minas Gerais 2009v11 n1

59 ROTHER ET Editorial - Revisatildeo sistemaacutetica x revisatildeo narrativa Acta Paul Enferm

2007 20 (2)

60 ROSEMBERG B MINAYO MCS A experiecircncia complexa e os olhares reducio-

nistas Ciecircnc e Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v6 n1 p115-123 2001

61 SANTOS VC SOARES CB CAMPOS CMS A relaccedilatildeo trabalho-sauacutede de en-

fermeiros do PSF no municiacutepio de Satildeo Paulo Rev esc enferm USP v41 777-781p

dez 2007

62 SILVA ARV Sexualidade no climateacuterio vivecircncias e sentimentos da mulher 2000

Dissertaccedilatildeo [Mestrado] - Universidade Federal do Cearaacute 2000

63 SILVEIRA CS Pesquisa em enfermagem oncoloacutegica no Brasil uma revisatildeo integra-

tiva Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade

de Satildeo Paulo 2005

64 SOUSA MF HAMANN EM Programa Sauacutede da Famiacutelia no Brasil uma agenda

incompleta Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 2009 14(Supl 1) 1325-1335

65 STARFIELD B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidade de sauacutede serviccedilos e

tecnologia Brasiacutelia UNESCOMinisteacuterio da Sauacutede 2002

66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

criando laccedilos Sauacutede em debate 2003 27(65) 257-277

47

67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

Nery Revista de Enfermagem 1985 5(1)23-5 janmar

69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 44: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

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11 CANDELLA CLM RUGGIERO CM ARAYA MES SILVA RV Assistecircncia

de enfermagem agrave mulher no climateacuterio Revista da Escola de Enfermagem da USP

19951(29) 47-58 abr

12 CANOLETTI B Trabalho em equipe de sauacutede e de enfermagem anaacutelise sistemaacutetica

da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Satildeo Paulo Universi-

dade de Satildeo Paulo 2008

13 CERVO AL BERVIAN PA Metodologia cientiacutefica 4 ed Satildeo Paulo Makron

Books 1996

14 CHIRELLI MQ PEREIRA MJB O Trabalho Cotidiano Da Enfermeira Na Sauacutede

Da Famiacutelia Utilizaccedilatildeo De Ferramentas Da Gestatildeo Texto Contexto Enfermagem Flo-

rianoacutepolis 200918(2) 313-20 abrjun

15 COELHO S PORTO YF Sauacutede da Mulher Belo Horizonte NesconUFMG Co-

opmed 2009 115p

16 COLOMEacute ICS LIMA MADS DAVIS R Visatildeo de enfermeiras sobre as articu-

laccedilotildees das accedilotildees de sauacutede entre profissionais de equipes de sauacutede da famiacutelia Revista

da Escola de Enfermagem da USP v42 n2 p256-261 jun 2008

17 CORDEIRO H et al Avaliaccedilatildeo de competecircncias de meacutedicos e enfermeiros das Equi-

pes de Sauacutede da Famiacutelia da Regiatildeo Norte do Brasil Physis v19 n3 p695-710

2009

18 COSTA AM Atenccedilatildeo integral agrave sauacutede da mulher quo vadis Uma avaliaccedilatildeo da inte-

gralidade na atenccedilatildeo agrave sauacutede das mulheres no Brasil [Tese de Doutorado] Brasiacutelia

Universidade de Brasiacutelia 2004

19 COSTA GD COTTA RMM FERREIRA MLSM REIS JR

FRANCESCHINI SCC Sauacutede da famiacutelia desafios no processo de reorientaccedilatildeo do

modelo assistencial Revista Brasileira de Enfermagem Brasiacutelia 2009 62(1)113-8

janfev

20 DAOUD I G Encontros e desencontros das mulheres climateacutericas que buscam assis-

tecircncia em serviccedilo do Sistema Uacutenico de Sauacutede Revista Enfermagem UERJ 2002

9(2)118-36 maiago

21 DAOUD IG SANTANA MG Construccedilatildeo de um processo educativo com um grupo

de mulheres climateacutericas Texto amp Contexto Enfermagem 2000 10(1)33-37 janabr

22 DUARTE SV FURTADO SV Manual para elaboraccedilatildeo de monografias e projetos

de pesquisas 3 ed Montes Claros Unimontes 2002

23 FARIA HP COELHO IBWERNECK MAF SANTOS MA Modelo assisten-

cial e atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG

2009a 62p

44

24 FARIA HP WERNECK MAF SANTOS MA TEIXEIRA PF Processo de

trabalho em sauacutede Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009b 66p

25 FELICIANO KVO KOVACS MH SARINHO SW Superposiccedilatildeo de atribui-

ccedilotildees e autonomia teacutecnica entre enfermeiras da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia Revista

Sauacutede Puacuteblica v44 n3 p520-527 jun 2010

26 FERNANDEZ MR GIR E HAYASHIDA M Sexualidade no periacuteodo climateacuteri-

co situaccedilotildees vivenciadas pela mulher Revista da Escola de Enfermagem da USP

2005 39(2)129-135 jun

27 FIGUEIREDO PP et al Processo de trabalho da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia a con-

cepccedilatildeo de gestatildeo que permeia o agir em sauacutede Physis v20 n1 p235-259 2010

28 GIL AC Como elaborar projetos de pesquisa 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1996

29 GONCcedilALVES R MERIGHI MAB O climateacuterio a corporeidade como berccedilo das

experiecircncias do vivido Revista Brasileira de Enfermagem 2002 58(6)692-697

novdez

30 GONCcedilALVES R MERIGHI MAB Vivenciando o climateacuterio o corpo em seu per-

curso existencial agrave luz da Fenomenologia Revista Enfermagem UERJ 200513299-

303 janabr

31 HULLEY SB CUMMINGS SR BROWNER WS GRADY D HEARST N

NEWMAN TB Delineando a pesquisa clinica uma abordagem epidemioloacutegica 2

ed Porto Alegre Artmed 2003

32 LANDERDAHL MC Buscando novas maneiras de pensar o climateacuterio feminino

Texto amp contexto enfermagem 1997 6(1)130-4 janabr

33 LANDERDAHL MC Mulher climateacuterica uma abordagem necessaacuteria ao niacutevel de a-

tenccedilatildeo baacutesica Nursing Satildeo Paulo 2002 5(47)20-5 janabr

34 LEOPARDI MT Metodologia da Pesquisa na sauacutede 2 ed Florianoacutepolis UFSC

Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem 2002

35 LIMA EC VARGENS OMC O significado de climateacuterio para as mulheres impli-

caccedilotildees para o cuidado de enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007 15(4)584-

9 outdez

36 LIMA JV ANGELO M Vivenciando a inexorabilidade do tempo e as suas mudan-

ccedilas com perdas e possibilidades a mulher na fase do climateacuterio Revista escola de en-

fermagem da USP v35 n4 p399-405 dez 2001

37 LOPES MEL BATISTA PSS COSTA SFG SOARES MS Orientaccedilotildees de en-

fermagem agrave mulher climateacuterica quanto agrave terapia de reposiccedilatildeo hormonal uma aborda-

gem eacutetica Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 2000 1(1)51-55 janjun

45

38 MAIA C GUILHEME D LUCCHESE G Integraccedilatildeo entre vigilacircncia sanitaacuteria e

assistecircncia agrave sauacutede da mulher um estudo sobre a integralidade no SUS Cadernos de

Sauacutede Puacuteblica v26 n4 p682-692 abr 2010

39 MATUMOTO S FORTUNA CM MISHIMA SM PEREIRA MJB

DOMINGOS NAM Supervisatildeo de equipes no Programa de Sauacutede da Famiacutelia refle-

xotildees acerca do desafio da produccedilatildeo de cuidados Revista Interface-Comunicaccedilatildeo Sauacute-

de Educaccedilatildeo 2005 8(16) 9-24

40 MENDES EV A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede no SUS Fortaleza Escola de Sauacutede Puacute-

blica do Cearaacute 2002

41 MERHY EM Introduccedilatildeo ao debate sobre os componentes da caixa de ferramentas

dos gestores em sauacutede Rev SUS Brasil ndash vivecircncias e estaacutegios na realidade do SUS do

Brasil Disponiacutevel em lthttpdtr2002saudegovbrversusindexhtmlgt Acesso em

31 nov 2009

42 MILANEZ MRM NERY IS Percepccedilatildeo das mulheres sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de enfermagem Escola Anna Nery Rev de Enfermagem 2004

8(2)198-204 ago

43 MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado

de Minas Gerais Implantaccedilatildeo do Plano Diretor da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede ndash Belo

Horizonte ESPMG 2009 118p

44 MINAYO MCS HARTZ ZMA BUSS PM Qualidade de vida e sauacutede um de-

bate necessaacuterio Ciecircncias e sauacutede coletiva v5 n1 7-18 p 2000

45 MORENO JL Introduccedilatildeo ao psicodrama Satildeo Paulo Perspectiva 1999

46 MURATA IMH BERCINI LO SCHIRMER J Auto-cuidado na prevenccedilatildeo do

cacircncer de colo de uacutetero e cacircncer de mama comparaccedilatildeo entre mulheres natildeo climateacuteri-

cas e climateacutericas Biblioteca J Baeta Vianna 2000

47 MURATA IMH SCHIRMER J Manifestaccedilotildees biopsicogecircnicos decorrentes do

climateacuterio entre trabalhadoras de uma universidade puacuteblica Acta Paulista de en-

fermagem 2004 17(2)164-171 abrjun

48 NERY IS Perfil do atendimento agrave mulher no climateacuterio Revista Brasileira de En-

fermagem 1996 49(4)497-510 outdez

49 NIEVAS AF FUREGATO ARF Depressatildeo em mulheres no climateacuterio Revista

Gauacutecha de Enfermagem 2006 58(6)692-697 novdez

50 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB O climateacuterio sob a oacutetica de mu-

lheres assistidas em uma unidade de sauacutede da famiacutelia de Juiz de Fora - Minas Gerais

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 2008 11(1)42-53 janmar

51 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB Climateacuterio e sexualidade a

compreensatildeo dessa interface por mulheres assistidas em grupo Texto amp Contexto En-

fermagem v17 n3 p519-526 set 2008

46

52 OLIVEIRA SL Tratado de metodologia cientiacutefica 2 ed Satildeo Paulo Pioneira 1999

53 PEDRO AO PINTO-NETO AM PAIVA LC OSIS MJ HARDY E Procura

de serviccedilo meacutedico por mulheres climateacutericas brasileiras Revista de Sauacutede Puacuteblica

Satildeo Paulo 2002 36(4)484-90 ago

54 PEREIRA QLC SILVA CBDCA SIQUEIRA HCH Processo de viver de mu-

lheres climateacuterias usuaacuterias do SUS Ciecircncias Cuidado e Sauacutede 2008 7(2)224-231

abrjun

55 PEREIRA QLC SIQUEIRA HCH O olhar dos Responsaacuteveis Pela Poliacutetica de Sa-

uacutede da Mulher climateacuterica Esc Anna Nery Rev Enferm 2009 13 (2) 366-71 a-

brjun

56 PIAZZA IP DE LORENZI DRS SACILOTO B Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacutericas atendidas em um PSF Revista Gauacutecha de Enferma-

gem 2005 26(2)200-209 ago

57 PIRES MRGM GOumlTTEMS LBD Anaacutelise da gestatildeo do cuidado no Programa de

Sauacutede da Famiacutelia referencial teoacuterico-metodoloacutegico Revista brasileira de enfermagem

v62 n2 p294-299 abr 2009

58 Resoluccedilatildeo COFEN 2722002 In Legislaccedilatildeo e Normas [texto]Conselho Regional de

Enfermagem de Minas Gerais 2009v11 n1

59 ROTHER ET Editorial - Revisatildeo sistemaacutetica x revisatildeo narrativa Acta Paul Enferm

2007 20 (2)

60 ROSEMBERG B MINAYO MCS A experiecircncia complexa e os olhares reducio-

nistas Ciecircnc e Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v6 n1 p115-123 2001

61 SANTOS VC SOARES CB CAMPOS CMS A relaccedilatildeo trabalho-sauacutede de en-

fermeiros do PSF no municiacutepio de Satildeo Paulo Rev esc enferm USP v41 777-781p

dez 2007

62 SILVA ARV Sexualidade no climateacuterio vivecircncias e sentimentos da mulher 2000

Dissertaccedilatildeo [Mestrado] - Universidade Federal do Cearaacute 2000

63 SILVEIRA CS Pesquisa em enfermagem oncoloacutegica no Brasil uma revisatildeo integra-

tiva Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade

de Satildeo Paulo 2005

64 SOUSA MF HAMANN EM Programa Sauacutede da Famiacutelia no Brasil uma agenda

incompleta Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 2009 14(Supl 1) 1325-1335

65 STARFIELD B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidade de sauacutede serviccedilos e

tecnologia Brasiacutelia UNESCOMinisteacuterio da Sauacutede 2002

66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

criando laccedilos Sauacutede em debate 2003 27(65) 257-277

47

67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

Nery Revista de Enfermagem 1985 5(1)23-5 janmar

69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 45: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

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24 FARIA HP WERNECK MAF SANTOS MA TEIXEIRA PF Processo de

trabalho em sauacutede Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009b 66p

25 FELICIANO KVO KOVACS MH SARINHO SW Superposiccedilatildeo de atribui-

ccedilotildees e autonomia teacutecnica entre enfermeiras da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia Revista

Sauacutede Puacuteblica v44 n3 p520-527 jun 2010

26 FERNANDEZ MR GIR E HAYASHIDA M Sexualidade no periacuteodo climateacuteri-

co situaccedilotildees vivenciadas pela mulher Revista da Escola de Enfermagem da USP

2005 39(2)129-135 jun

27 FIGUEIREDO PP et al Processo de trabalho da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia a con-

cepccedilatildeo de gestatildeo que permeia o agir em sauacutede Physis v20 n1 p235-259 2010

28 GIL AC Como elaborar projetos de pesquisa 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1996

29 GONCcedilALVES R MERIGHI MAB O climateacuterio a corporeidade como berccedilo das

experiecircncias do vivido Revista Brasileira de Enfermagem 2002 58(6)692-697

novdez

30 GONCcedilALVES R MERIGHI MAB Vivenciando o climateacuterio o corpo em seu per-

curso existencial agrave luz da Fenomenologia Revista Enfermagem UERJ 200513299-

303 janabr

31 HULLEY SB CUMMINGS SR BROWNER WS GRADY D HEARST N

NEWMAN TB Delineando a pesquisa clinica uma abordagem epidemioloacutegica 2

ed Porto Alegre Artmed 2003

32 LANDERDAHL MC Buscando novas maneiras de pensar o climateacuterio feminino

Texto amp contexto enfermagem 1997 6(1)130-4 janabr

33 LANDERDAHL MC Mulher climateacuterica uma abordagem necessaacuteria ao niacutevel de a-

tenccedilatildeo baacutesica Nursing Satildeo Paulo 2002 5(47)20-5 janabr

34 LEOPARDI MT Metodologia da Pesquisa na sauacutede 2 ed Florianoacutepolis UFSC

Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem 2002

35 LIMA EC VARGENS OMC O significado de climateacuterio para as mulheres impli-

caccedilotildees para o cuidado de enfermagem Revista Enfermagem UERJ 2007 15(4)584-

9 outdez

36 LIMA JV ANGELO M Vivenciando a inexorabilidade do tempo e as suas mudan-

ccedilas com perdas e possibilidades a mulher na fase do climateacuterio Revista escola de en-

fermagem da USP v35 n4 p399-405 dez 2001

37 LOPES MEL BATISTA PSS COSTA SFG SOARES MS Orientaccedilotildees de en-

fermagem agrave mulher climateacuterica quanto agrave terapia de reposiccedilatildeo hormonal uma aborda-

gem eacutetica Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 2000 1(1)51-55 janjun

45

38 MAIA C GUILHEME D LUCCHESE G Integraccedilatildeo entre vigilacircncia sanitaacuteria e

assistecircncia agrave sauacutede da mulher um estudo sobre a integralidade no SUS Cadernos de

Sauacutede Puacuteblica v26 n4 p682-692 abr 2010

39 MATUMOTO S FORTUNA CM MISHIMA SM PEREIRA MJB

DOMINGOS NAM Supervisatildeo de equipes no Programa de Sauacutede da Famiacutelia refle-

xotildees acerca do desafio da produccedilatildeo de cuidados Revista Interface-Comunicaccedilatildeo Sauacute-

de Educaccedilatildeo 2005 8(16) 9-24

40 MENDES EV A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede no SUS Fortaleza Escola de Sauacutede Puacute-

blica do Cearaacute 2002

41 MERHY EM Introduccedilatildeo ao debate sobre os componentes da caixa de ferramentas

dos gestores em sauacutede Rev SUS Brasil ndash vivecircncias e estaacutegios na realidade do SUS do

Brasil Disponiacutevel em lthttpdtr2002saudegovbrversusindexhtmlgt Acesso em

31 nov 2009

42 MILANEZ MRM NERY IS Percepccedilatildeo das mulheres sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de enfermagem Escola Anna Nery Rev de Enfermagem 2004

8(2)198-204 ago

43 MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado

de Minas Gerais Implantaccedilatildeo do Plano Diretor da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede ndash Belo

Horizonte ESPMG 2009 118p

44 MINAYO MCS HARTZ ZMA BUSS PM Qualidade de vida e sauacutede um de-

bate necessaacuterio Ciecircncias e sauacutede coletiva v5 n1 7-18 p 2000

45 MORENO JL Introduccedilatildeo ao psicodrama Satildeo Paulo Perspectiva 1999

46 MURATA IMH BERCINI LO SCHIRMER J Auto-cuidado na prevenccedilatildeo do

cacircncer de colo de uacutetero e cacircncer de mama comparaccedilatildeo entre mulheres natildeo climateacuteri-

cas e climateacutericas Biblioteca J Baeta Vianna 2000

47 MURATA IMH SCHIRMER J Manifestaccedilotildees biopsicogecircnicos decorrentes do

climateacuterio entre trabalhadoras de uma universidade puacuteblica Acta Paulista de en-

fermagem 2004 17(2)164-171 abrjun

48 NERY IS Perfil do atendimento agrave mulher no climateacuterio Revista Brasileira de En-

fermagem 1996 49(4)497-510 outdez

49 NIEVAS AF FUREGATO ARF Depressatildeo em mulheres no climateacuterio Revista

Gauacutecha de Enfermagem 2006 58(6)692-697 novdez

50 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB O climateacuterio sob a oacutetica de mu-

lheres assistidas em uma unidade de sauacutede da famiacutelia de Juiz de Fora - Minas Gerais

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 2008 11(1)42-53 janmar

51 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB Climateacuterio e sexualidade a

compreensatildeo dessa interface por mulheres assistidas em grupo Texto amp Contexto En-

fermagem v17 n3 p519-526 set 2008

46

52 OLIVEIRA SL Tratado de metodologia cientiacutefica 2 ed Satildeo Paulo Pioneira 1999

53 PEDRO AO PINTO-NETO AM PAIVA LC OSIS MJ HARDY E Procura

de serviccedilo meacutedico por mulheres climateacutericas brasileiras Revista de Sauacutede Puacuteblica

Satildeo Paulo 2002 36(4)484-90 ago

54 PEREIRA QLC SILVA CBDCA SIQUEIRA HCH Processo de viver de mu-

lheres climateacuterias usuaacuterias do SUS Ciecircncias Cuidado e Sauacutede 2008 7(2)224-231

abrjun

55 PEREIRA QLC SIQUEIRA HCH O olhar dos Responsaacuteveis Pela Poliacutetica de Sa-

uacutede da Mulher climateacuterica Esc Anna Nery Rev Enferm 2009 13 (2) 366-71 a-

brjun

56 PIAZZA IP DE LORENZI DRS SACILOTO B Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacutericas atendidas em um PSF Revista Gauacutecha de Enferma-

gem 2005 26(2)200-209 ago

57 PIRES MRGM GOumlTTEMS LBD Anaacutelise da gestatildeo do cuidado no Programa de

Sauacutede da Famiacutelia referencial teoacuterico-metodoloacutegico Revista brasileira de enfermagem

v62 n2 p294-299 abr 2009

58 Resoluccedilatildeo COFEN 2722002 In Legislaccedilatildeo e Normas [texto]Conselho Regional de

Enfermagem de Minas Gerais 2009v11 n1

59 ROTHER ET Editorial - Revisatildeo sistemaacutetica x revisatildeo narrativa Acta Paul Enferm

2007 20 (2)

60 ROSEMBERG B MINAYO MCS A experiecircncia complexa e os olhares reducio-

nistas Ciecircnc e Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v6 n1 p115-123 2001

61 SANTOS VC SOARES CB CAMPOS CMS A relaccedilatildeo trabalho-sauacutede de en-

fermeiros do PSF no municiacutepio de Satildeo Paulo Rev esc enferm USP v41 777-781p

dez 2007

62 SILVA ARV Sexualidade no climateacuterio vivecircncias e sentimentos da mulher 2000

Dissertaccedilatildeo [Mestrado] - Universidade Federal do Cearaacute 2000

63 SILVEIRA CS Pesquisa em enfermagem oncoloacutegica no Brasil uma revisatildeo integra-

tiva Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade

de Satildeo Paulo 2005

64 SOUSA MF HAMANN EM Programa Sauacutede da Famiacutelia no Brasil uma agenda

incompleta Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 2009 14(Supl 1) 1325-1335

65 STARFIELD B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidade de sauacutede serviccedilos e

tecnologia Brasiacutelia UNESCOMinisteacuterio da Sauacutede 2002

66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

criando laccedilos Sauacutede em debate 2003 27(65) 257-277

47

67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

Nery Revista de Enfermagem 1985 5(1)23-5 janmar

69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 46: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

45

38 MAIA C GUILHEME D LUCCHESE G Integraccedilatildeo entre vigilacircncia sanitaacuteria e

assistecircncia agrave sauacutede da mulher um estudo sobre a integralidade no SUS Cadernos de

Sauacutede Puacuteblica v26 n4 p682-692 abr 2010

39 MATUMOTO S FORTUNA CM MISHIMA SM PEREIRA MJB

DOMINGOS NAM Supervisatildeo de equipes no Programa de Sauacutede da Famiacutelia refle-

xotildees acerca do desafio da produccedilatildeo de cuidados Revista Interface-Comunicaccedilatildeo Sauacute-

de Educaccedilatildeo 2005 8(16) 9-24

40 MENDES EV A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede no SUS Fortaleza Escola de Sauacutede Puacute-

blica do Cearaacute 2002

41 MERHY EM Introduccedilatildeo ao debate sobre os componentes da caixa de ferramentas

dos gestores em sauacutede Rev SUS Brasil ndash vivecircncias e estaacutegios na realidade do SUS do

Brasil Disponiacutevel em lthttpdtr2002saudegovbrversusindexhtmlgt Acesso em

31 nov 2009

42 MILANEZ MRM NERY IS Percepccedilatildeo das mulheres sobre o climateacuterio bases

para a assistecircncia de enfermagem Escola Anna Nery Rev de Enfermagem 2004

8(2)198-204 ago

43 MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado

de Minas Gerais Implantaccedilatildeo do Plano Diretor da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede ndash Belo

Horizonte ESPMG 2009 118p

44 MINAYO MCS HARTZ ZMA BUSS PM Qualidade de vida e sauacutede um de-

bate necessaacuterio Ciecircncias e sauacutede coletiva v5 n1 7-18 p 2000

45 MORENO JL Introduccedilatildeo ao psicodrama Satildeo Paulo Perspectiva 1999

46 MURATA IMH BERCINI LO SCHIRMER J Auto-cuidado na prevenccedilatildeo do

cacircncer de colo de uacutetero e cacircncer de mama comparaccedilatildeo entre mulheres natildeo climateacuteri-

cas e climateacutericas Biblioteca J Baeta Vianna 2000

47 MURATA IMH SCHIRMER J Manifestaccedilotildees biopsicogecircnicos decorrentes do

climateacuterio entre trabalhadoras de uma universidade puacuteblica Acta Paulista de en-

fermagem 2004 17(2)164-171 abrjun

48 NERY IS Perfil do atendimento agrave mulher no climateacuterio Revista Brasileira de En-

fermagem 1996 49(4)497-510 outdez

49 NIEVAS AF FUREGATO ARF Depressatildeo em mulheres no climateacuterio Revista

Gauacutecha de Enfermagem 2006 58(6)692-697 novdez

50 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB O climateacuterio sob a oacutetica de mu-

lheres assistidas em uma unidade de sauacutede da famiacutelia de Juiz de Fora - Minas Gerais

Revista de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 2008 11(1)42-53 janmar

51 OLIVEIRA DM JESUS MCP MERIGHI MAB Climateacuterio e sexualidade a

compreensatildeo dessa interface por mulheres assistidas em grupo Texto amp Contexto En-

fermagem v17 n3 p519-526 set 2008

46

52 OLIVEIRA SL Tratado de metodologia cientiacutefica 2 ed Satildeo Paulo Pioneira 1999

53 PEDRO AO PINTO-NETO AM PAIVA LC OSIS MJ HARDY E Procura

de serviccedilo meacutedico por mulheres climateacutericas brasileiras Revista de Sauacutede Puacuteblica

Satildeo Paulo 2002 36(4)484-90 ago

54 PEREIRA QLC SILVA CBDCA SIQUEIRA HCH Processo de viver de mu-

lheres climateacuterias usuaacuterias do SUS Ciecircncias Cuidado e Sauacutede 2008 7(2)224-231

abrjun

55 PEREIRA QLC SIQUEIRA HCH O olhar dos Responsaacuteveis Pela Poliacutetica de Sa-

uacutede da Mulher climateacuterica Esc Anna Nery Rev Enferm 2009 13 (2) 366-71 a-

brjun

56 PIAZZA IP DE LORENZI DRS SACILOTO B Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacutericas atendidas em um PSF Revista Gauacutecha de Enferma-

gem 2005 26(2)200-209 ago

57 PIRES MRGM GOumlTTEMS LBD Anaacutelise da gestatildeo do cuidado no Programa de

Sauacutede da Famiacutelia referencial teoacuterico-metodoloacutegico Revista brasileira de enfermagem

v62 n2 p294-299 abr 2009

58 Resoluccedilatildeo COFEN 2722002 In Legislaccedilatildeo e Normas [texto]Conselho Regional de

Enfermagem de Minas Gerais 2009v11 n1

59 ROTHER ET Editorial - Revisatildeo sistemaacutetica x revisatildeo narrativa Acta Paul Enferm

2007 20 (2)

60 ROSEMBERG B MINAYO MCS A experiecircncia complexa e os olhares reducio-

nistas Ciecircnc e Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v6 n1 p115-123 2001

61 SANTOS VC SOARES CB CAMPOS CMS A relaccedilatildeo trabalho-sauacutede de en-

fermeiros do PSF no municiacutepio de Satildeo Paulo Rev esc enferm USP v41 777-781p

dez 2007

62 SILVA ARV Sexualidade no climateacuterio vivecircncias e sentimentos da mulher 2000

Dissertaccedilatildeo [Mestrado] - Universidade Federal do Cearaacute 2000

63 SILVEIRA CS Pesquisa em enfermagem oncoloacutegica no Brasil uma revisatildeo integra-

tiva Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade

de Satildeo Paulo 2005

64 SOUSA MF HAMANN EM Programa Sauacutede da Famiacutelia no Brasil uma agenda

incompleta Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 2009 14(Supl 1) 1325-1335

65 STARFIELD B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidade de sauacutede serviccedilos e

tecnologia Brasiacutelia UNESCOMinisteacuterio da Sauacutede 2002

66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

criando laccedilos Sauacutede em debate 2003 27(65) 257-277

47

67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

Nery Revista de Enfermagem 1985 5(1)23-5 janmar

69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

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52 OLIVEIRA SL Tratado de metodologia cientiacutefica 2 ed Satildeo Paulo Pioneira 1999

53 PEDRO AO PINTO-NETO AM PAIVA LC OSIS MJ HARDY E Procura

de serviccedilo meacutedico por mulheres climateacutericas brasileiras Revista de Sauacutede Puacuteblica

Satildeo Paulo 2002 36(4)484-90 ago

54 PEREIRA QLC SILVA CBDCA SIQUEIRA HCH Processo de viver de mu-

lheres climateacuterias usuaacuterias do SUS Ciecircncias Cuidado e Sauacutede 2008 7(2)224-231

abrjun

55 PEREIRA QLC SIQUEIRA HCH O olhar dos Responsaacuteveis Pela Poliacutetica de Sa-

uacutede da Mulher climateacuterica Esc Anna Nery Rev Enferm 2009 13 (2) 366-71 a-

brjun

56 PIAZZA IP DE LORENZI DRS SACILOTO B Avaliaccedilatildeo do risco cardiovas-

cular entre mulheres climateacutericas atendidas em um PSF Revista Gauacutecha de Enferma-

gem 2005 26(2)200-209 ago

57 PIRES MRGM GOumlTTEMS LBD Anaacutelise da gestatildeo do cuidado no Programa de

Sauacutede da Famiacutelia referencial teoacuterico-metodoloacutegico Revista brasileira de enfermagem

v62 n2 p294-299 abr 2009

58 Resoluccedilatildeo COFEN 2722002 In Legislaccedilatildeo e Normas [texto]Conselho Regional de

Enfermagem de Minas Gerais 2009v11 n1

59 ROTHER ET Editorial - Revisatildeo sistemaacutetica x revisatildeo narrativa Acta Paul Enferm

2007 20 (2)

60 ROSEMBERG B MINAYO MCS A experiecircncia complexa e os olhares reducio-

nistas Ciecircnc e Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v6 n1 p115-123 2001

61 SANTOS VC SOARES CB CAMPOS CMS A relaccedilatildeo trabalho-sauacutede de en-

fermeiros do PSF no municiacutepio de Satildeo Paulo Rev esc enferm USP v41 777-781p

dez 2007

62 SILVA ARV Sexualidade no climateacuterio vivecircncias e sentimentos da mulher 2000

Dissertaccedilatildeo [Mestrado] - Universidade Federal do Cearaacute 2000

63 SILVEIRA CS Pesquisa em enfermagem oncoloacutegica no Brasil uma revisatildeo integra-

tiva Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade

de Satildeo Paulo 2005

64 SOUSA MF HAMANN EM Programa Sauacutede da Famiacutelia no Brasil uma agenda

incompleta Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 2009 14(Supl 1) 1325-1335

65 STARFIELD B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidade de sauacutede serviccedilos e

tecnologia Brasiacutelia UNESCOMinisteacuterio da Sauacutede 2002

66 TEIXEIRA CFA Mudanccedila do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no SUS desatando noacutes

criando laccedilos Sauacutede em debate 2003 27(65) 257-277

47

67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

Nery Revista de Enfermagem 1985 5(1)23-5 janmar

69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun

Page 48: A SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO: CONTRIBUIÇÕES DA ... · Palabras-claves: Climaterio. Salud de la Mujer. Estrategia de Salud Familiar. Enfermería en Salud Pública. ÍNDICE DE

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67 TOBASE L A dramatizaccedilatildeo no ensino de enfermagem uma revisatildeo sistemaacutetica e criacute-

tica da literatura Dissertaccedilatildeo [Mestrado] Escola de Enfermagem de Satildeo Paulo Uni-

versidade de Satildeo Paulo 2007

68 VARGENS OMC O casal no climateacuterio orientaccedilatildeo de enfermagem Escola Anna

Nery Revista de Enfermagem 1985 5(1)23-5 janmar

69 VASCONCELOS M GRILLO MJC SOARES SM Praacuteticas educativas em A-

tenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede Tecnologias para a abordagem ao indiviacuteduo famiacutelia e comuni-

dade Belo Horizonte Editora UFMG NESCONUFMG 2009 70p

70 ZAMPIERI MFM TAVARES CMA HAMES MLC FALCON GS SILVA

AL GONCcedilALVES LT O processo de viver e ser saudaacutevel das mulheres no clima-

teacuterio Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009 13(2)305-12 abrjun