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  • A Revoluo Francesa (1789-1799)

    Origens da Revoluo Francesa Crise Econmica A agricultura, ainda submetida ao feudalismo, entrava em colapso. As velhas tcnicas de produo e a servido no campo criavam um tipo de economia rural antiquada e insuficiente, gerando ondas de fome e misria periodicamente. Os camponeses tornavam-se, assim, cada vez mais insatisfeitos com o descaso dos reis da Frana, que no tomavam providncias para modernizar a agricultura, tal como fizeram os dspotas esclarecidos em toda Europa. Os gastos para a manuteno da Corte Real eram imensos. Em resumo, os trabalhadores urbanos, os camponeses e a burguesia pagavam altos impostos para sustentar a pompa e os gastos suprfluos do Rei Lus XVI e de seu sqito. As guerras travadas pela Frana, em especial a Guerra dos Sete Anos (1756-1763) e a Guerra de Independncia dos Estados Unidos (1776-1783), abalaram severamente as finanas pblicas. O Estado francs contraiu pesada dvida externa para pagar o custo das guerras, e agora fazia com que este nus recasse sobre a burguesia e o povo, na forma de impostos. O tratado de Eden-Rayneval, assinado pela Frana e Inglaterra em 1786, garantia baixos direitos de importao para tecidos manufaturados e produtos metalrgicos ingleses e garantia o mercado dos vinhos franceses na Inglaterra. Ou seja, a entrada na Frana de manufaturados ingleses por preos mais baratos destrua a possibilidade da indstria francesa florescer. A alta burguesia francesa enfurecia-se com esta poltica, pois era diretamente afetada por ela. Crise Poltica e Social A burguesia movia a economia francesa, mas no dispunha do poder poltico para implementar medidas que lhes fossem necessrias. A estrutura social tradicional, formada por Trs Estados (Nobreza, Clero e Povo), no correspondia mais realidade. A burguesia demandava um lugar de destaque na sociedade francesa.

    A Monarquia Parlamentar (1789-1792) So convocados os Estados Gerais Em funo da crise econmica, Luis XVI convoca a reunio dos Estados Gerais. Tratava-se de uma assemblia em que representantes dos Trs Estados votavam em torno de uma determinada questo. O Terceiro Estado (camponeses, trabalhadores urbanos e burguesia) queria que o voto fosse per capita (o que lhes daria vantagem, uma vez que eram numericamente maiores que a Nobreza e o Clero). No entanto, o Rei, a nobreza e o clero insistiram na votao por Estado, ou seja, um voto para Nobreza, um para o Clero, e um para o Terceiro Estado. Isso significava que sempre os interesses das classes tradicionais venceriam, porque a Nobreza e o Clero votavam sempre em bloco, segundo os mesmos interesses. Diante do impasse, Terceiro Estado promete destruir o Absolutismo

  • Formao da Assemblia Nacional Constituinte: Os representantes do Terceiro Estado reuniram-se para formular uma Constituio e forar o Rei a submeter-se a ela. Percebendo que, se resistisse, acabaria perdendo o poder, Luis XVI ordenou ao Clero e Nobreza que se unissem burguesia para a preparao da Constituio. Esta seria maneira de evitar que sentimentos muito radicais surgissem na elaborao da Lei. Composio de poder dentro da Assemblia Nacional Constituinte o Maioria Monarquista: Era formada basicamente pela maioria da alta burguesia francesa vitoriosa, que desejava uma monarquia constitucional, regulada pela Lei, mas com limites participao popular no poder. Era formada tambm, em menor parte, por indivduos do Clero e da Nobreza partidrios de Lus XVI, que foram convencidos de participar da Assemblia. A presena deles era, evidentemente, oportunista. Grande parte deles permaneceu defensora do Absolutismo, mas participou da Constituio como forma de limitar as iniciativas mais radicais contra o Rei. o Minoria Republicana: Era formada por duas faces: 1)Liberais: compunha-se de uma pequena parcela da alta burguesia francesa que no desejava uma Monarquia Constitucional, mas uma Repblica, com representantes eleitos pela burguesia, mas nunca pelas massas. 2)Democratas: formada pela pequena burguesia e pelos elementos da plebe urbana. Radicais, no admitiam mais a existncia de uma monarquia, fosse Absolutista ou Constitucional. Propunham a proclamao de uma Repblica democrtica e igualitria. A Constituio Jurada pelo Rei, mas este tenta destruir a Revoluo Em 1790, Luis XVI aproveita a conspirao dos nobres franceses emigrados no exterior e tenta fugir da Frana, para organizar a contra-revoluo. No entanto, foi capturado e suspenso de suas funes at 1791, quando foi forado a jurar a Constituio. A Frana deixava de ser uma monarquia absolutista e transformava-se numa monarquia constitucional, sendo que ainda com o mesmo Rei. Principais conquistas da Constituio de 1791 Fim dos Privilgios Feudais: A Constituio garantiu o fim dos privilgios feudais; ou seja, ningum mais poderia desfrutar de direitos extraordinrios por critrios de sangue. Constituio Civil do Clero (1790): subordinava todos os clrigos ao poder da Assemblia, e transformava-os em funcionrios pblicos. Os clrigos seriam obrigados a prestar um juramento Constituio. A alta burguesia ordenou o confisco e a venda das terras pertencentes Igreja. Declarao dos Direitos do Homem e do Cidado: Esta declarao , talvez, o mais importante documento do Liberalismo e da Democracia ocidentais. Afirmava todos os homens so iguais perante a Lei, e que ningum poderia desfrutar de privilgios pela sua posio social. Note que esta declarao interessava profundamente a alta burguesia: anteriormente, os burgueses dispunham de poder econmico, mas no podiam participar da poltica por que no tinham sangue nobre. Desde o momento que todos os homens so iguais, eles passam a poder

  • desfrutar de qualquer direito antes partilhado pelos nobres e clrigos. O problema maior para a alta burguesia que a mesma declarao possua um carter duplo: ao mesmo tempo que permitia a eles chegarem ao poder, permitia tambm ao povo obter reivindicar direitos. A Monarquia Parlamentar entra em crise Os interesses da alta burguesia dominaram a Assemblia Nacional. Com a Constituio, ela desejava ao mesmo tempo destruir o Absolutismo e a Revoluo popular. Com isso, a alta burguesia acabou provocando o descontentamento da pequena burguesia e dos trabalhadores urbanos. Depois que Lus XVI tentou fugir, em 1790, demonstrando sua resistncia em aceitar a Revoluo, as idias republicanas comearam a ganhar cada vez mais fora. Diziam os republicanos que qualquer monarquia constitucional que se formasse no seria segura. Ficou claro, aps a sua fuga, que Lus XVI articulava a contra-revoluo no exterior: tendo seus poderes limitados pela Constituio, Lus XVI desejava o retorno do Absolutismo, e para isso, clamou s potncias absolutistas da Europa para que invadissem a Frana e destrussem a Revoluo. Revoltados, a pequena burguesia e o os trabalhadores derrubam a Monarquia

    Os revolucionrios temiam que a Revoluo fosse esmagada pelo Rei Lus XVI e as Potncias Estrangeiras Absolutistas. O povo de Paris, liderado pela pequena burguesia desencadeia uma revolta armada e fora a Assemblia Nacional (agora Assemblia Legislativa) a prender o Rei e convocar novas eleies, atravs do sufrgio universal. Est encerrada a primeira fase da Revoluo Francesa. Alm de preso, o Rei decapitado, como garantia de que no tentaria mais deter os revolucionrios.

    A Primeira Repblica Francesa (1792-1794) A Frana passa a ser governada pela Conveno Com a crise da Monarquia Constitucional formada a Assemblia Convencional (ou Conveno), que imediatamente inicia a fase mais radical da Revoluo Francesa. Institui imediatamente o voto universal. A Monarquia extinta, e elabora-se a Constituio do Ano I (1793). Foras polticas na Conveno GIRONDINOS (Direita): Compostos pela alta burguesia republicana. Buscavam formar uma Repblica liberal e conservadora, elitista, com limites participao popular e que privilegiasse o fortalecimento do capitalismo francs. Os Girondinos so a antiga Faco Liberal da Minoria Republicana da Assemblia Nacional Constituinte. JACOBINOS (ESQUERDA): Compostos pela pequena burguesia urbana e pelos trabalhadores das cidades. Buscavam formar uma Repblica ditatorial popular igualitria, que desse prioridade igualdade e Salvao Pblica acima de qualquer princpio legal ou institucional. Os Jacobinos so, em larga medida, os Democratas da antiga Minoria Republicana da Assemblia Nacional Constituinte.

  • PLANCIE (CENTRO): tratava-se da maioria dos componentes da Conveno, e era composta da burguesia que no aderiu s posies antagnicas de Girondinos e Jacobinos, e almejavam a unio das faces para a defesa da Revoluo. O Centro composto, basicamente, pelos elementos que compunham a Maioria Monarquista constitucional da Assemblia Nacional. Os Girondinos no poder: fracasso na defesa da Revoluo Os Girondinos, ao tomarem o controle da Conveno, foram obrigados a enfrentar os problemas da contra-revoluo externa e da contra-revoluo interna. CONTRA-REVOLUO EXTERNA: Neste momento, a Primeira Coalizo (Inglaterra, ustria, Prssia, Holanda, Espanha e o Reino da Sardenha) j estava organizada para destruir o novo Estado Burgus na Frana, realizar a contra-revoluo e vingar a morte de Lus XVI. Os Girondinos (alta burguesia republicana) empreenderam, logo que assumiram o poder, intensa reao armada contra esta Coalizo Contra-revolucionria. No entanto, os Girondinos no foram felizes nesta ao, acumulando derrotas em face dos exrcitos inimigos. CONTRA-REVOLUO INTERNA: Internamente, as antigas classes tradicionais (Clero e Nobreza) mobilizavam-se na inteno de restaurar o Absolutismo. Tanto clrigos quanto nobres no aceitavam a execuo de Lus XVI. Em defesa da Revoluo, Jacobinos tomam o poder Acusando os Girondinos de conivncia e descaso para com a contra-revoluo, os jacobinos mobilizam a populao urbana, que se revolta em Paris. Diante da presso popular, os Girondinos so retirados do poder, iniciando o domnio jacobino sobre a Assemb