A Revolução Comercial e o processo de transição - para estudo

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A Revoluo Comercial e o processo de transio feudo-capitalismo

Apresentao

Luis Alberto Pereira Junior Graduado em Histria - Licenciatura e Bacharelado - pela Universidade Federal de Uberlndia Ps-Graduado em Psicopedagogia e em Educao Especial com nfase em Educao Inclusiva pela ASSEVIM Instituto Passo 1 Mestrando em Educao pela Universidade Federal de Uberlndia

ObjetivoCompreender e entender o processo de transio feudocapitalismo, assim como, a Revoluo Comercial, a revitalizao urbana e o surgimento da burguesia.

A Idade Mdia(Sculo V)

Idade Mdia

(Sculo XV)

V

Alta Idade Mdia

X

Baixa Idade Mdia

XV

A partir do sculo XI, a Idade Mdia e o sistema feudal inicia um processo de grandes e importantes transformaes. Temos o resurgimento das cidades, a revitalizao do comrcio, novos valores e concepes, surgimento de feiras comerciais locais e internacionais, surgimento de novas classes sociais e a Igreja Catlica se v obrigada a rever suas prticas de poder e atuao. E, todas estas transformaes contriburam para que o sistema feudal se modificasse gradativamente, surgimento aos poucos o chamado modo de vida capitalista. Vejamos agora, quais foram os fatores ou aspectos que contriburam para toda esta mudana.

1) A Revitalizao UrbanaNa Baixa Idade Mdia, a populao medieval cresceu consideravelmente e isto se deve, sobretudo, a: Crescimento da produo agrcola em funo do uso das reas desmatadas de florestas para o cultivo e melhoria das tcnicas agrcolas (roturao).

Relativa ausncia de guerras. Melhoria das prticas medicinais. Ausncia de mtodos contraceptivos.

Veja na tabela abaixo como a populao da Europa ocidental foi crescendo significativamente no perodo:

ANO1050 1150 1200 1300

POPULAO46 milhes 50 milhes 61 milhes 73 milhes

Revoltas CamponesasO crescimento populacional trouxe inmeros problemas para o feudo, pois apesar da produo agrcola ter aumentado, no era suficiente para todos os camponeses. Fato que gerou revoltas no feudo e muita insatisfao.

Os senhores feudais dependiam muito dos camponeses, pois eram eles que sustentavam o feudo, portanto, mant-los no feudo era muito importante. No entanto, as revoltas camponeses tornaram-se um grande problema, desse modo, muitos senhores feudais permitiram a sada de servos do campo para a cidade, visando acabar com o inchao populacional que tinha provocado as revoltas.

xodo ruralSendo assim, os camponeses deixam o campo em direo aos burgos (cidades) em busca de sobrevivncia. Temos neste momento, a chamada revitalizao urbana.

Renascimento urbanoAs cidades comearam a crescer a partir do desenvolvimento agrcola, que garantia o abastecimento, e das atividades de troca do excedente. O revigoramento do comrcio transformou as villas, as cidades porturias e as antigas regies das feiras comerciais, que se tornaram permanentes. Vrias cidades desenvolveram-se junto dos castelos e mosteiros fortificados, em razo da proteo proporcionada por seus muros. Provavelmente surge da a denominao burgo para as cidades, pois essa palavra significa fortaleza e castelo (do latim burgo).

Vista parcial do que seria um Burgo

Com o renascimento comercial e urbano, o campo perde status

2) A Revoluo Comercial ou Revitalizao do ComrcioO crescimento urbano levou uma maior mobilidade das pessoas no territrio, a circulao de mercadorias e as possibilidade de acumulao de riquezas e a sociedade medieval tornou-se mais diversificada. Ao longo dos sculos XI e XII, a Europa medieval viveu transformaes no setor produtivo e nas relaes sociais que culminaram com o que ficou conhecido como revoluo comercial ou revitalizao comercial.

A burguesia...

Vale ressaltar, que a revitalizao do comrcio proporcionou o surgimento de outras classes sociais, como: mercadores, comerciantes, banqueiros que compunham a chamada burguesia.

A Burguesia fede

A burguesia quer ficar rica Enquanto houver burguesia No vai haver poesia (...)

A burguesia no tem charme nem discreta Com suas perucas de cabelos de boneca A burguesia quer ser scia do Country A burguesia quer ir a New York fazer compras (...) Pobre de mim que vim do seio da burguesia Sou rico mas no sou mesquinho Eu tambm cheiro mal Eu tambm cheiro mal (...) Os guardanapos esto sempre limpos As empregadas, uniformizadas So caboclos querendo ser ingleses So caboclos querendo ser ingleses (...) A burguesia no repara na dor Da vendedora de chicletes A burguesia s olha pra si A burguesia s olha pra si A burguesia a direita, a guerra (...)

Letra: Cazuza

BurguesinhaSeu Jorge

Vai no cabeleireiro No esteticista Malha o dia inteiro Pinta de artista Saca dinheiro Vai de motorista Com seu carro esporte Vai zoar na pista Final de semana Na casa de praia S gastando grana Na maior gandaia Vai pra balada Dana bate estaca Com a sua tribo At de madrugada

Burguesinha, burguesinha Burguesinha, burguesinha Burguesinha... S no fil Burguesinha, burguesinha Burguesinha, burguesinha Burguesinha... Tem o que quer Burguesinha, burguesinha Burguesinha, burguesinha Burguesinha... Do croissant Burguesinha, burguesinha Burguesinha, burguesinha Burguesinha... Suquinho de ma

3) As CruzadasO movimento cruzadstico tambm contribuiu para que as transformaes se acentuassem, ou seja, para a revitalizao do comrcio. As Cruzadas foram organizadas pelo Clero que intentava reconquistar a cidade santa de Jerusalm, dominada pelos muulmanos. A reconquista de Jerusalm pelos cristos era um ato simblico, como tambm, a possibilidade de conquista de novos territrios por parte da Igreja, dos nobres, dos reis e at camponeses.

No final das contas o Clero conseguiu reconquistar Jerusalm. A conquista de novas terras aconteceu, porm os conquistadores no conseguiram se fixar nas regies em funo das diferenas climticas e culturais. No entanto, as Cruzadas foram muito mais importantes para a revitalizao do comrcio, visto que, novas rotas comerciais surgiram e o comrcio com o Oriente foi reestabelecido depois de sculos. Alm do mais, os cruzados retornavam das guerras santas com novos hbitos de consumo, aspecto que foi explorado pela burguesia que passou a comercializar tais produtos.

4) A Crise do Sculo XIVNo sculo XIV, o mundo medieval e o sistema feudal enfrentaram mais uma forte crise, que ajudaria a desestruturar todo este modelo de organizao social. Tais acontecimentos contriburam para que as revoltas aumentassem ainda mais, levando um nmero cada vez maior de camponeses a abandonar o campo em direo s cidades em busca de melhores condies de vida. Portanto, o servo deixando o campo em nmero cada vez maior representava aos poucos o fim do sistema feudal.

Os aspectos que contriburam para a crise foram:Problemas climticas que destruram grande parte da produo agrcola, trazendo misria e fome aos camponeses. Esgotamento dos solos em funo do uso intenso e milenar. A peste negra devido s pssimas condies de vida e higiene. A guerra de cem anos entre Inglaterra e Frana pela regio de Flandres.

A internacionalizao da economia uma tentativa de superar a crise do feudalismoA revitalizao do comrcio e das cidades acontecia gradativamente entre os sculos XI e XV, porm a partir do sculo XV as relaes comerciais tendem a uma maior internacionalizao. Esta foi uma alternativa encontrada pela nobreza (enriquecia com a cobrana de impostos aos burgueses) e pela burguesia para superar a crise financeira. Era a globalizao da economia, o restabelecimento do comrcio com o Oriente.

O mundo do negcio no sculo XV: mercadores, banqueiros e burguesesA sociedade medieval era dividia em clero, nobres e servos. No entanto, na passagem da Idade Mdia para a Moderna, ou seja, sculos XI e XV, surgem as figuras dos mercadores, banqueiros e burgueses. Mercadores realizavam o transporte de mercadorias por meio de rotas terrestres, fluviais e martimas com paradas em entrepostos comerciais. Enfrentavam dificuldades geogrficas, saques, assaltos e pagamentos de impostos aos proprietrios de terras por onde passavam.

O pagamento de impostos tornava o comrcio caro, por esta razo muitos mercadores prefeririam rotas martimas. Muitos mercadores fixavam suas atividade comerciais em regies, a mais importante na poca era Champagne, um lugar seguro para o comrcio.

Quando ocorreu a crise do sculo XIV, as atividades do mercadores sofreram uma mudanas radical, deixaram de ser itinerantes para sedentrios. Sendo assim, tivemos transformaes nos ofcio dos mercadores, surgiram outras profisses.

Surgem associaes de mercadores (com monoplios), que passam a emprestar dinheiro (banqueiros), destacaram-se as famlias do norte da Itlia, os Mdicis da cidade de Florena.

Muitos destes banqueiros se enriqueceram, passando a fazer emprstimos tambm aos governos locais. Mesmo sem fazer parte da nobreza, conseguiram fazer parte do jogo poltico, no por status ou fidelidade, mas sim por laos financeiros.

Os mercadores bem sucedidos, sejam banqueiros os no passaram a ser chamados de burgueses. Muitos mercadores deixaram de comprar mercadorias e passaram a atender mercadores estrangeiros, cuidando da logstica, alojamentos, comercializar, realizavam contratos, vendiam at seguros como garantia das viagens,

A importncia da burguesia

Portanto, os mercadores contriburam para a diversificao social, com o surgimento de vrios tipos de mercadores e banqueiros, que compunham a burguesia. Esta classe social foi responsvel pelo desenvolvimento do comrcio, ampliao, sofisticao das relaes comerciais e ampliao das rotas comerciais.

A f crist

RELIGIOSIDADE MEDIEVAL: A IGREJA ESTAVA A SERVIO DE CRISTO.

VIDA COTIDIANA

LAZER

OBJETOS

SADE

CERIMNIAS

IMAGINRIO

ESCOLAS -

EDUCAO

Escolas Paroquiais (ou Presbitrias). Limitavam-se formao de eclesisticos, sendo o ensino ministrado por qualquer sacerdote encarregado de uma parquia, que recebia em sua prpria casa os jovens rapazes. medida que a nova religio se desenvolve, passa-se das casas privadas s primeiras igrejas nas quais o altar substitui a tribuna. O ensino reduz-se aos salmos, s lies das Escrituras, seguindo uma educao estritamente crist.

MODELO DE AULA MEDIEVAL

Escolas MonsticasVisavam, inicialmente, apenas a formao de futuros monges. Funcionando de incio apenas em regime de internato, estas escolas abrem mais tarde escolas externas com o propsito da formao de leigos cultos (filhos dos Reis e os servidores tambm). O programa de ensino, de incio, muito elementar - aprender a ler, escrever, conhecer a bblia (se possvel de cor), canto e um pouco de aritmtica - vai-se enriquecendo de forma a incluir o ensino do latim, gramtica, retrica e dialtica.

Escolas EpiscopaisFuncionavam numa dependncia da habitao do bispo. Estas escolas visavam, em especial, a formao do clero secular (parte do clero que tinha contacto direto com a comunidade) e tambm de leigos instrudos que assim eram preparados para defender a doutrina da Igreja na vida civil.

ESCOLAS CATEDRAISSe, at ao sculo XI, a vida intelectual era praticamente monoplio da Igreja, a partir do sculo XII, inaugura-se uma nova fase. margem da sociedade feudal, emerge um novo grupo social, a burguesia, urbana, mercantil e manufatureira, dedicada s finanas, acumulando riquezas, poder e importncia cultural. com o seu apoio que se vai operar a renovao da idia de escola, a sua abertura para alm das paredes dos mosteiros e abadias rurais. O ensino literalmente deixa o campo e instala-se definitivamente nas cidades com as Escolas Catedrais (escolas urbanas), sadas das antigas escolas episcopais (que alargaram o mbito dos seus estudos), tomaram a dianteira em relao s escolas dos mosteiros.

Ao lado desta instruo e educao ministrada aos jovens da nobreza por eclesisticos, a Idade Mdia oferece-lhes ainda uma educao militar e cortes, educao qual, desde cedo, a Igreja procurou tambm imprimir uma orientao religiosa e doutrinal.

http://www.ricardocosta.com/pub/emich.htm