A representação do espaço geográfico

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Geografia Homem & Espaço 1º Ensino Médio A representação do espaço geográfico. Prof. João Luís Paiva

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Geografia Homem & Espaço 1º Ensino Médio

A representação do espaço geográfico.

Prof. João Luís Paiva

Observe as representações e a fotografia.Vegetação original (Mata Atlântica) no município do Una (BA).

Mata Atlântica no município do Una, BA.

Fonte: Veja.São Paulo: Abril, 1197. p. 82-83 (adaptado).

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Conversa

►Os mapas e a fotografia são de que lugar?

►Em sua opinião, os mapas e a fotografia fornecem algum tipo de informação? Por quê?

►Houve modificação na paisagem com o passar do tempo? O que mudou?

►Como estão representados:

os rios?

A vegetação original?

Os limites de município?

O oceano?

A área central do espaço urbano de Una?

►De que forma você obteve essas informações?

►Em sua opinião, o que é um mapa?

Mapas

São a representação da superfície curva do planeta Terra Eles nos oferecem uma

visão vertical do espaço geográfico.

Ao olharmos para uma árvore, uma casa, um prédio, uma estrada ou uma ponte, a visão que temos é lateral ou oblíqua.

sobre uma superfície plana, ou seja, uma folha de papel.

Esse tipo de visão, no entanto, em geral não corresponde ao modo como observamos os elementos.

Mesmo do alto de um edifício com muitos andares ou da janela de um avião, enxergamos a superfície e seus elementos de maneira oblíqua.

Visão oblíqua de trecho da cidade de Florianópolis, SC (2007).

Visão vertical de trecho da cidade de Florianópolis, SC (2002).

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A interpretação de mapas

Por essa razão, os mapas são recursos de grande utilidade para a Geografia.

Os mapas contêm informações sobre o espaço geográfico.

Ao interpretá-los, tomamos conhecimento de determinados aspectos e características do espaço.

Para ler mapas, precisamos interpretar seus recursos visuais cartográficos.

As informações dos mapas estão representadas por:

símbolos, cores e linhas.

Recursos visuais gráficos que, aplicados aos mapas, recebem o nome de cartográficos.

Por isso, afirmamos que os mapas apresentam uma linguagem gráfica.

Brasil - vegetação (início do século XXI)

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Analise o mapa.

Conversa

►Um dos elementos do mapa é o título, que, de certa forma, resume as suas informações. No caso desse mapa, o título está na parte superior. Qual é ele?

►A escala informa quantas vezes o espaço foi reduzido para ser representado por meio do mapa. Coloque uma régua sobre a escala para medir o intervalo, em centímetros, entre o zero e o 533. A quantidade de centímetros refere-se ao mapa; a de quilômetros, à medida real. Quantos centímetros do mapa representam 533 km na realidade?

►No mapa existem símbolos, cores e linhas. Para saber seus significados, o que devemos observar?

►Quais informações do espaço geográfico podemos obter ao interpretar a linguagem gráfica desse mapa?

►Cite estados cuja vegetação foi alterada pela ação humana.

►Cite estados que no início do século XXI apresentavam áreas amplas de vegetação original.

No mapa, vimos que a paisagem vegetal pode ser representada por meio de cores, assim como o oceano e a área devastada pela ação humana. Em todos os mapas, a cor azul é destinada à representação de rios, lagos e oceanos.

Quais as consequências dessa ação para os animais, os vegetais, o solo, os rios e para a sociedade?

Ao buscar respostas para essas perguntas, estamos, na verdade, analisando as relações dos seres humanos entre si e com a natureza. Estamos analisando o espaço geográfico.

Ao ler e analisar o mapa, observamos que boa parte da vegetação foi alterada pela ação humana.

Isso pode nos levar a alguns questionamentos:

Por que ocorreu a derrubada da vegetação?

Cartografia e cartógrafo

A elaboração de mapas é uma das atividades realizadas pela cartografia. Ela engloba tarefas como: a obtenção de informações sobre o espaço a ser mapeado, a pesquisa em livros e outros escritos, a confecção de mapas, a sua impressão e a sua publicação. O cartógrafo é o profissional que trabalha na elaboração de mapas.

Projeções

A representação da superfície da Terra num plano só é possível graças as projeções. Esse tipo de representação, porém, apresenta alguns problemas. É como abrir uma bola de futebol em gomos e tentar montar com eles uma figura plana como um retângulo.

Ao unir os ―gomos‖ que se formam, o que acontece com a superfície dos continentes, principalmente nos

trechos próximos aos polos?

Fonte: Atlas Britannica. Encyclopaedia Britannica, 1995. p. 35 (adaptado).

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Para representar uma superfície curva, como a da Terra, em uma superfície plana, é preciso fazer algumas alterações de suas formas.

Uma das aplicações mais importantes das projeções é o planisfério, que é a representação de toda a esfera em um só plano. Uma das projeções mais utilizadas para a elaboração do planisfério terrestre é a cilíndrica, criada em 1569 pelo cartógrafo Mercator.

Se você observar o globo terrestre, verá que os paralelos são círculos de tamanhos diferentes, dos quais o maior é o Equador. Eles vão ficando menores conforme se aproximam dos polos. Os meridianos são semicírculos de mesmo tamanho que vão de um polo ao outro.

Veja ao lado a projeção de Mercator.

Projeção de Peters

Projeção de RobinsonFonte: Arno Peters. Peters Atlas. Paris: Vicens-Vives, 1991. p. 11 (adaptado).

Fonte: Atlas Britannica. Encyclopaedia Britannica, 1995. p. 2 (adaptado).

Escalas

Essa indicação pode ser feita de duas formas: por meio de escala numérica ou da escala gráfica.

Como o mapa é uma representação reduzida de uma superfície maior, pode haver deformações.

Essa redução deve ser realizada, portanto, de modo a manter as proporções das diversas medidas.

A redução proporcional é feita por meio de escalas. O uso de escalas possibilita reduzir o tamanho de uma superfície e, ao mesmo tempo, conservar suas proporções.

Todo mapa é feito em uma determinada escala. Ela indica quantas vezes o tamanho real do lugar representado foi reduzido.

A escala deve vir indicada em todo o mapa, informando a relação entre o tamanho do desenho e o tamanho real.

Escala numérica

A quantidade de vezes que um mapa foi reduzido pode ser indicada na escala numérica. Na escala 1 : 100, por exemplo, a redução é de 100 vezes e na escala 1 : 1000 de 1000 vezes.Toda escala numérica deve ser lida da seguinte forma:• 1 : 100 (1 para 100 — cada 1 cm desenhado equivale a 100 cm reais).

Brasil – Divisão política

A escala do mapa do Brasil ao lado é de 1 : 60 000 000 (1 para 60 milhões). Isso significa que cada 1 cm no mapa equivale a 60 000 000 cm reais.

Mas, para fazer uma leitura da escala, é preciso transformar essa medida em quilômetros, de modo que se possa ter uma noção concreta de distância.

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Escala gráficaBrasil – Divisão política

Nela, as distâncias reais já estão indicadas. No mapa, cada espaço de 1 cm corresponde a 600 km de terreno; 2 cm correspondem a 1.200 km, e assim sucessivamente.

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Fonte: Atlas Nacional do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2000. p. 33 (adaptado).

É apresentada em uma linha reta dividida em partes iguais, como uma régua.

Escalas maiores e escalas menoresObserve os mapas.

Fonte: Atlas Nacional do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2000. p. 33 (adaptado).

Conversa

►Em qual dos mapas o espaço foi reduzido mais vezes?

►Qual desses mapas representa mais elementos, ou seja, em qual deles há mais detalhes?

No mapa 1, ao observar a escala gráfica, verificamos que 1 cm corresponde a 790 km do espaço. A escala numérica desse mapa seria 1 : 79 000 000. No mapa 2, a escala indica que 1 cm corresponde a 290 km do espaço. A sua escala numérica seria 1 : 29 000 000.

No mapa 1, o espaço foi reduzido 79 000 000 (79 milhões) de vezes. No mapa 2, o espaço foi reduzido 29 000 000 (29 milhões) de vezes. Se é assim, qual mapa apresenta escala maior?

A escala maior é a do mapa 2, pois o espaço representado foi reduzido menos vezes. É por isso que é possível aplicar mais detalhes nesse mapa, como as capitais e as cidades principais. Se fôssemos representar todas essas cidades na região Centro-Oeste no mapa 1, os nomes, além de muito pequenos, ficariam sobrepostos uns aos outros. Seria um mapa de difícil leitura.

Tipos de mapaOs mapas fornecem informações sobre aspectos físicos ou naturais da superfície terrestre e sobre dados culturais, ou seja, resultantes da ação do homem. Existem, portanto, diversos tipos de mapa. Veja alguns exemplos:

• Os mapas políticos mostram municípios, estados, países, seus limites, capitais e cidades importantes.

• Os mapas físicos representam um ou vários elementos naturais, como os rios (hidrografia), as formas de relevo, as diferentes altitudes, os tipos de clima e os tipos de vegetação.

• Os mapas econômicos representam as riquezas disponíveis e as atividades praticadas num continente, país, estado ou município: jazidas minerais, principais produtos agrícolas, tipos de indústria etc.

• Os mapas de população, também chamados de demográficos, mostram a distribuição da população no espaço geográfico.

• Os mapas históricos apresentam informações sobre determinado momento histórico.

Mapas:

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Fonte: Atlas nacional do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2000. p. 33 (adaptado).

Fonte: Anuário estatístico do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 1999 (adaptado).

Brasil: Divisão política (capitais) Brasil - Clima

Brasil – Recursos mineraisBrasil – Povos indígenas

(século XVI)

Fonte: Atlas nacional do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2000. p. 82 (adaptado).

Fonte: Manoel M. de Albuquerque e outros. Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro: MEC, 1983 (adaptado).

Conversa

► Que tipo de mapa permite verificar os climas do território brasileiro?

►Que tipo de mapa possibilita conhecer os estados produtores de petróleo do Brasil?

Atlas Atlas é um livro de mapas de vários tipos (físicos, políticos etc.), que também pode conter gráficos e tabelas. A maioria dos historiadores atribui a Cláudio Ptolomeu, que viveu no Egito no século II, a publicação do primeiro atlas. Mas foi Gerardus Mercator, cartógrafo do século XVI, o primeiro a usar o nome de atlas para uma coleção de mapas.

Mapa do Ártico criado em 1595 por Gerardus Mercator.

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O domínio e as técnicas na elaboração dos mapas

A partir do século XX, a confecção de mapas evoluiu bastante, com a utilização da fotografia aérea. Esse recurso permite obter informações mais precisas dos lugares, com base em uma visão vertical.

Os mapas fazem parte da história de todos os povos

Resultado da necessidade de representar graficamente as diversas atividades praticadas e outras características do espaço geográfico.

Como

Ao longo da história foram ocorrendo modificações na maneira como os mapas eram elaborados.

Dessa forma, à medida que os avanços tecnológicos possibilitavam um conhecimento mais detalhado do espaço, e os recursos e equipamentos se aprimoravam, os mapas passaram a apresentar uma riqueza de detalhes e uma precisão cada vez maiores.

Fotografia aérea de trecho da cidade de Salvador, BA (2001).

A obtenção de informações sobre o trecho do espaço geográfico é, portanto, essencial para a confecção de mapas, e também de maquetes e plantas.

O processo de levantamento de informações a distância, com o auxílio de diversas técnicas, aviões, satélites artificiais e radares, recebe o nome de sensoriamento remoto. O emprego desse recurso, porém, não elimina o trabalho de campo, ou seja, medições, constatações e análises no próprio trecho do espaço geográfico a ser mapeado.

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Satélites artificiais e cartografia

A partir de 1960, quando os Estados Unidos lançaram o primeiro satélite meteorológico, Desde então, o sensoriamento remoto passou a ser feito também por meio de satélites artificiais e o conhecimento do espaço geográfico mundial não parou de aumentar.

Em função da maior precisão de informações, obtida com esse recurso, muitos mapas, cujo uso já havia sido consagrado, foram refeitos.

Informações de diferentes tipos de satélites permitem a elaboração de uma variedade de mapas: devastação vegetal, recursos minerais, meteorológicos (previsão do tempo).

Observe a imagem de satélite de Brasília e o mapa correspondente.

Imagem de satélite da cidade de Brasília, DF, de 18 de julho de 2004.

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Globo terrestre

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Ele possui algumas limitações: seu transporte o fato de não oferecer uma visão mais detalhada da superfície terrestre e o de não permitir a observação de todas as partes ao mesmo tempo.

É a forma mais fiel de representar graficamente a Terra.

No globo, os continentes ou outras partes menores do planeta são representados sem deformação.

Ainda assim:

Plantas

Nos mapas, as escalas são geralmente superiores a 1 : 20 000. Eles representam áreas de municípios, estados, países, continentes ou toda a superfície terrestre. No entanto, se a área a ser representada for pequena, não será possível mostrá-la em detalhes num mapa.

As representações gráficas de pequenas áreas recebem o nome de plantas. Elas são feitas em escalas grandes (até 1 : 20 000) e, em geral, apresentam vários detalhes.As plantas são muito usadas para representar um bairro ou uma cidade. As prefeituras utilizam-nas para facilitar a administração e o planejamento das cidades.

As plantas também são usadas por engenheiros e arquitetos para projetar casas, apartamentos e outras construções. Nesses casos, as escalas são bem maiores que as das plantas de cidades e bairros.

Planta de apartamento. Planta de um trecho cidade da de São Paulo.

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Maquete

Nem todas as representações do espaço geográfico mostram uma visão bidimensional, como a planta e o mapa.

A maquete é uma representação, em miniatura, de uma construção (casa, edifício, fábrica etc.) ou de um lugar. Ela pode ser feita de diferentes tipos de materiais.Diferentemente dos mapas e plantas, a maquete mostra uma visão tridimensional da área representada. Esta é a visão que temos das coisas em nosso dia a dia, pois vemos a altura, a largura e o comprimento, ou seja, três dimensões.

• O que a fotografia mostra?

• É uma representação em tamanho reduzido? Justifique.

• Você conhece esse tipo de representação?

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Observe as fotografias a seguir.

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BASE – Aerofotogrametria e Projetos S/A

Conversa

►Qual é o tipo de visão da paisagem?

►Qual é o elemento central da fotografia?

►Como podemos caracterizar essa paisagem?

►Qual fotografia mostra uma visão mais detalhada da paisagem?