A relevância da engenharia na reindustrialização · Como atuar face à importância de ... na...

A relevância da engenharia na “reindustrialização”

18 de setembro de 2014 / Carlos Matias Ramos



Q-DAY 2014 CONFERENCE




“Quanto mais para trás se conseguir olhar mais para a frente se deverá ser capaz de ver.”

Wiston Churchill



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+ de 1000 % de

crescimento em

pouco mais de

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em 700 anos

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Automóvel de combustão interna




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Transmissão televisiva




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Conquista do espaço Chegada à Lua




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Queda do Muro de Berlim




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Internet e redes globais

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O período mais dinâmico de crescimento em Portugal

Durante o século XX, o período mais dinâmico do crescimento da produtividade industrial Portuguesa ocorreu entre 1951 e 1973.

Teve por base um modelo de desenvolvimento económico assente em três requisitos:

– políticas industrialistas,

– abertura ao exterior

– condições internacionais favoráveis.

Destacam-se, neste período, as indústrias transformadoras.



“Desindustrialização” nos últimos 30 anos em Portugal

• Ao longo dos últimos 30 anos verificou-se uma desindustrialização da economia a favor dos serviços.

• O VAB na indústria passou de 29% (1986) para 18% (2010), sendo um dos países menos industrializados da UE27.

• A perda entre 2010 e 2012 foi de 28%.

• O peso da indústria no PIB é inferior à média Europeia.



Equilibro entre Setores (Secundário e Terciário)

• Não se pode sustentar a base terciária da Economia se não houver uma base industrial forte.

• Os países industrializados conseguem resistir melhor às crises dos ciclos económicos.



O ressurgimento industrial

• Surge a questão. Como atuar face à importância de reorientação das opções do País numa lógica da atividade industrial, designada por Reindustrialização?;

• Esta reorientação deve ser entendida não como o regresso nostálgico ao passado, mas como um ressurgimento industrial que tem de ser sustentado numa “Economia baseada no Conhecimento” e na “Sociedade da Informação”.



Novas “soluções industriais”

• Estabelecer a necessária adequação a um mercado globalizado que impõe soluções industriais diferentes das de um passado relativamente recente, em indústrias mais espertas e ágeis, as “gazelas”.



Vantagens competitivas

• Um mundo globalizado e altamente competitivo pressupõe um setor empresarial capaz de incorporar a inovação e de promover uma evolução tecnológica, ao serviço de uma economia de bens de valor acrescentado.

• A vantagem competitiva advém da utilização da informação certa no momento certo e orientada para o desenvolvimento de uma economia baseada no conhecimento, na inovação, na educação e estimulando a sociedade digital.



A crise económica e os efeitos do ajustamento na Indústria na UE15. EMPREGO PAÍSES DA COESÃO E A EUROPA DO SUL VS ALEMANHA

Fonte: Augusto Mateus Associados



A Reestruturação do Emprego na União Europeia “Desindustrialização” vs. “Economia baseada no Conhecimento” (ganhos e perdas por atividades, 2000-2012)




Evolução da Especialização Industrial




Especialização Industrial em Portugal

Nas últimas três décadas os sectores mais relevantes na indústria transformadora foram:

• Indústrias alimentares, bebidas e tabaco;

• Indústria têxtil, vestuário e couro (é o 2º. País de UE27 especializado no têxtil e calçado);

• Indústrias de plásticos, borrachas e outros artigos não metálicos;

• Indústrias metalúrgicas;

• Indústria da madeira, pasta de papel e cartão.



A dimensão das empresas

• Um estudo elaborado pela PWC, 2013 revelou que o

EBITDA/volume de negócios de empresas com mais de

500 trabalhadores é superior ao dobro do de empresas

com menos de 50 trabalhadores.

A dimensão é determinante para garantir efeitos de

escala e para incorporar competências fundamentais

associadas à engenharia e gestão.



40 ANOS DE DESINDUSTRIALIZAÇÃO NA EUROPA E NOS EUA Share do “manufacturing” nos PIB´s Nacionais



A “reindustrialização”

• Reindustrializar não significa regressar ao passado, significa encontrar e construir um novo papel para a Indústria.

• A reindustrialização impõe inovação, diferenciação e ligação de atividades a montante e a jusante das cadeias de valor.

• Deverá ter como preocupação não só o “Made in Portugal”, mas fundamentalmente o “Made in World”. Inserção em cadeias de produção procurando os elos mais ajustados às capacidades.



Empresas industriais modernas

• As empresas de base industrial moderna são centros de criatividade, inovação e de diferenciação, nos mercados em que os serviços devem ser uma área integrada, gerando consideráveis vantagens competitivas.

• Cada vez mais as empresas são de múltipla ação conhecimento/indústria/serviços.

• Empresas que têm um objetivo apenas manufatureiro não têm futuro.

Fonte: José Manuel Fernandes. Presidente do Grupo Frezite



A Industria do futuro

• A Indústria terá de ter como base a mobilização do conhecimento (ciência, tecnologia, competências, criatividade).

• Deve ter conteúdos mais avançados de responsabilidade ambiental e sustentabilidade.

• fatores de competitividade,

– inovação (através da investigação, do conhecimento e das competências)

– diferenciação (através da cultura, da criatividade e do património),



Os desafios da inovação em Portugal

• Em Portugal a perda de competitividade só poderá ser ultrapassada pela inovação, adaptada às necessidades das populações (relação mais próxima com os clientes e consumidores).

• Os desafios da economia social e da sustentabilidade impõem a inovação pela criação de valor.

• A inovação constitui a base da aplicação de mais conhecimento na indústria. Está associada à incorporação de novos materiais.

• Inovação com relevância no produto, na gestão e no marketing.



Desafios pela competitividade e sustentabilidade

Valor acrescentado



A chave para o valor acrescentado Conhecimento + Manufatura + Serviços



A Reindustrialização

• Criação de emprego com maior sofisticação intelectual e tecnológica.

• Intervenção em toda a cadeia de valor, melhorando a resiliência da economia portuguesa às crises internacionais.

• Criação de grupos económicos mais robustos e com maior integração internacional.

Fonte: Luis Todo-Bom



A Inovação nos Clusters Tradicionais e nos Clusters Tecnológicos

Clusters Tradicionais

Inovação Incremental,

Tecnologias sustentáveis.

Adopção das melhores tecnologias

disponíveis.

Inovação nos produtos, processos e

posicionamento.

Utilização das TICs directamente

nos processos empresariais.

Aquisição das tecnologias verticais.

Clusters Tecnológicos

Inovação Radical, ecnologias sustentáveis e

disruptivas.

Desenvolvimento de novas tecnologias.

Inovação nos produtos, processos,

posicionamento e paradigma.

Utilização das TICs nos processos de inovação

radical.

Desenvolvimento das tecnologias verticais.

Fonte: Luis Todo-Bom



Reinventar o Setor Industrial

• Pressupõe, entre outras medidas, o estímulo a uma relação mais profunda entre as escolas de ensino superior, os laboratórios e o setor empresarial, procurando um ajustamento entre as capacidades instaladas nessas instituições e as necessidades das empresas.



O ensino da engenharia e a “reindustrialização”

• Defendemos um ensino da Engenharia com uma maior ligação às necessidades da indústria e um maior envolvimento da indústria na definição das políticas de investigação tecnológica aplicada.

• Esta visão impõe: – Escolas de Ensino Superior como polos de investigação (empreendedorismo

e novas qualificações);

– uma forte ligação das empresas às instituições de ensino e centros de investigação nacionais e internacionais (interação entre empresas e centros de conhecimento, que inclua a formação e a investigação);

• Há que fomentar doutoramentos em meio empresarial e o emprego dos doutorados na indústria (há apenas cerca de 4% dos Doutorados em engenharia).



A vantagem competitiva

• As indústrias que sejam capazes de incorporar o conhecimento,

independentemente do local onde ele existe e com a maior rapidez

possível, têm vantagem competitiva.

• Os rápidos avanços da Tecnologia em áreas como a bioengenharia e a

biomanufaturação, a robótica, sensores inteligentes, nanotecnologias,

cloud-based computing, a produção e transporte de energia, a

exploração dos recursos naturais, novos materiais, transformaram:

o conceito tradicional de fábrica;

a forma como os produtos devem ser inventados e projetados,

utilizando trabalhadores altamente qualificados, com estreita ligação

ao design e ao marketing.



A relevância da engenharia

• Em cada etapa da cadeia de valor até ao mercado, o exercício da competitividade empresarial impõe o uso do recurso ao saber tecnológico, que passa pela incorporação de uma engenharia de qualidade.

• Não é possível desenvolver a competitividade empresarial sem desenvolvimento e concretização de uma estratégia de qualidade, a qual exige elevadas competências em engenharia e tecnologia.




• O desmembramento e/ou venda sem imposições de empresas nacionais de dimensão internacional, com “massa crítica” para desenvolverem novas tecnologias vai afectar a capacidade do País na implementação da “Economia do Conhecimento”.

• Casos da PT e da Cimpor



O Engenheiro é por excelência um ator da solução da criatividade de uma nova Indústria que todos queremos ter. Um País que não defende os seus engenheiros e a sua engenharia é um país sem futuro.




Agradeço a atenção

Carlos Matias Ramos [email protected]

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