A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL...

72
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE FORMAÇÃO DE TECNÓLOGOS DEPARMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO INTEGRADA AO ENSINO MÉDIO NA MODALIDADE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO ARLINDO RAMALHO NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO MÉDIO NOTURNO, NO MUNICÍPIO DE SOLÂNEA-PB. VERÔNICA ALVES DE MEDEIROS SOUZA BANANEIRAS PB MARÇO 2007

Transcript of A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL...

Page 1: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE FORMAÇÃO DE TECNÓLOGOS

DEPARMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO

PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO INTEGRADA

AO ENSINO MÉDIO NA MODALIDADE EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS

A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO ARLINDO RAMALHO NAS

SÉRIES INICIAIS DO ENSINO MÉDIO NOTURNO, NO MUNICÍPIO

DE SOLÂNEA-PB.

VERÔNICA ALVES DE MEDEIROS SOUZA

BANANEIRAS – PB

MARÇO – 2007

Page 2: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

ii

VERÔNICA ALVES DE MEDEIROS SOUZA

A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO ARLINDO RAMALHO NAS

SÉRIES INICIAIS DO ENSINO MÉDIO NOTURNO, NO MUNICÍPIO

DE SOLÂNEA-PB

Orientador: Prof. M. Sc. Edson Brito Guedes

BANANEIRAS – PB

MARÇO - 2007

Page 3: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

iii

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE FORMAÇÃO DE TECNÓLOGOS

DEPARMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL

MÉDIO INTEGRADA AO ENSINO MÉDIO NA MODALIDADE EDUCAÇÃO DE JOVENS E

ADULTOS

A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO

FUNDAMENTAL E MÉDIO ARLINDO RAMALHO NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO

MÉDIO NOTURNO, NO MUNICÍPIO DE SOLÂNEA-PB

Monografia apresentada à Universidade Federal da

Paraíba-UFPB, em cumprimento dos requisitos básicos

a obtenção do grau de Especialista em Educação

Profissional Técnica de Nível Médio Integrada ao

Ensino Médio na Modalidade Jovens e Adultos-EJA,

elaborado após integralização curricular.

Orientador: Prof. M. Sc. Edson Brito Guedes.

BANANEIRAS-PB

MARÇO – 2007

Page 4: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

iv

Ficha catalográfica elaborada na Seção de Processos Técnicos da

Biblioteca Setorial de Bananeiras

UFPB/CFT – Bibliotecária: Merilande Rodrigues Fonseca – CRB.4/988

S729a SOUZA, Verônica Alves de M.

A relação professor-aluno na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio

Arlindo Ramalho nas séries iniciais do Ensino Médio Noturno no município

de Solânea-PB. / Verônica A. de M. S. – Bananeiras, 2007.

60 P.: Il.

Orientador: Edson Brito Guedes

Monografia (Especialização) CFT/UFPB.

1. Relações Humanas - Professor-aluno. 2. Aluno EJA - Permanência

Escolar

UFPB/CFT/BS C.D.U.:37.06(043.2)

Page 5: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

v

VERÔNICA ALVES DE MEDEIROS SOUZA

A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO

FUNDAMENTAL E MÉDIO ARLINDO RAMALHO NAS SÉRIES INICIAIS DO

ENSINO MÉDIO NOTURNO, NO MUNICÍPIO DE SOLÂNEA-PB.

Aprovado em: _________ / _________/ _________

NOTA: _______________

BANCA EXAMINADORA:

_____________________________________________________________________________

Prof. Ms. Edson Brito Guedes

ORIENTADOR

______________________________________________________________________________

Prof. Dr. Gerson Alves de Azeredo

EXAMINADOR

______________________________________________________________________________

Prof. Dr. Francisco Marinaldo Fernandes Corlett

EXAMINADOR

Page 6: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

vi

AGRADECIMENTOS

A Deus, ser maior e supremo, que me presenteou com o dom de inteligência, da humildade

e da perseverança, sem os quais eu não estaria aqui feliz e proporcionando alegrias a todos que me

querem bem;

À minha família que sempre me incentivou a continuar nesse caminho que nos engrandece

como seres humanos;

Aos meus filhos, João Ranielly, Jean Randerson e Jéssica Rayonara, que são a razão maior

da minha existência, sem eles nada disso estaria acontecendo;

Ao meu grande e querido professor Edson Brito Guedes, que durante todo o tempo do curso

procurou incentivar, apoiar, ensinar e se dedicar para que esse momento em minha vida fosse

possível, meus sinceros agradecimentos;

Aos demais mestres, colegas de curso, colegas de trabalho e a todos que colaboraram para

que eu conquistasse mais essa etapa da vida;

E finalmente, meu especial agradecimento ao meu companheiro, Normando, que sempre

esteve comigo, torcendo, ajudando compreendendo e me dando provas de amor.

Page 7: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

vii

MENSAGEM

Ser mestre não é apenas lecionar.

Ensinar não é só transmitir conhecimentos.

É caminhar com o discípulo, passo a passo.

É transmitir a estes o segredo da caminhada.

Ser mestre é ser exemplo de dedicação, doação,

dignidade pessoal e, sobretudo, amor.

(Lenner)

Page 8: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

viii

A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO

FUNDAMENTAL E MÉDIO ARLINDO RAMALHO NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO

MÉDIO NOTURNO, NO MUNICÍPIO DE SOLÂNEA-PB.

Autora: Verônica Alves de Medeiros Souza

Orientador: Prof. M. Sc. Edson Brito Guedes

RESUMO: Optou-se por este tema, relação professor-aluno, por se tratar de um assunto de suma

importância na vida escolar. Diante de tantos problemas, principalmente de evasão e de repetência

por parte dos nossos alunos, vimos que seria muito útil pesquisar a relação que há entre professores

e alunos para detectarmos se essa relação influi diretamente no desestímulo de muitos alunos

permanecerem na escola, objetivando comprovar a importância de um bom relacionamento entre

educadores e educandos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa complementada por entrevista com

questionários aplicados entre alunos das séries iniciais do Ensino Médio Noturno na Escola

Estadual de Ensino Fundamental e Médio Arlindo Ramalho na cidade de Solânea-PB.

PALAVRAS-CHAVE: Relação professor-aluno, permanência na escola e afetividade.

Page 9: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

ix

A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO

FUNDAMENTAL E MÉDIO ARLINDO RAMALHO NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO

MÉDIO NOTURNO, NO MUNICÍPIO DE SOLÂNEA-PB.

Autora: Verônica Alves de Medeiros Souza

Orientador: Prof. M. Sc. Edson Brito Guedes

ABSTRACT: This theme was chosen, relation teacher-student, for deal with subject of huge

importance in school life. Faced with many problems, specially about truancy and repetition for our

students part, we saw that would be very useful search the relation among teachers and students to

detect if this relation has influenced directly os students stimulus to keep at school. Objecting prove

the importance of a good relationship among educators and educatives. Deal with a qualitative

research that was complemented for interviews using questonnaire applied among night high school

students at Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Arlindo Ramalho in Solânea, PB.

KEY-WORDS: Relation teacher-student, keep at school and affectivity.

Page 10: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

x

Sumário

1 – Introdução . . . . . . . . . . . 1

2 – Fundamentação Teórica . . . . . . . . . 3

3 – Estruturação Metodológica da Pesquisa . . . . . . . 12

3.1 – Abordagem metodológica . . . . . . . 13

3.2 – Procedimentos metodológicos . . . . . . . 13

3.3 – Campo de pesquisa . . . . . . . . 14

3.4 – Sujeitos da pesquisa . . . . . . . . 15

3.5 – Instrumentos de coleta de dados . . . . . . 15

3.6 – Análise dos dados . . . . . . . . 19

4 – Discussão dos Resultados . . . . . . . . 21

4.1 – Professores falam sobre a relação professor-aluno . . . . 22

4.1.1 – Professores falam como iniciam o ano letivo . . . . 22

4.1.2 – Professores falam quais as metodologias mais utilizadas em suas aulas . 23

4.1.3 – Professores falam como se comportam os alunos em sala de aula . . 24

4.1.4 – Professores falam como os alunos interagem na escola e na família . 25

4.1.5 – Professores falam dos elementos que facilitam ou dificultam a aprendizagem dos

alunos . . . . . . . . . . . . 26

4.1.6 – Professores falam sobre a influência da sua vida particular na relação com os alunos

/ reclamações dos alunos em relação a escola em todo seu contexto . . . 27

4.2 – Diálogo entre professores e alunos em relação a escola em todo o seu contexto 28

4.3 – Alunos falam da relação professor-aluno na escola . . . . 29

4.3.1 – Linguagem e comunicação do professor com o aluno . . . 30

4.3.2 – Relação pessoal dos alunos com os professores . . . . 31

4.3.3 – Alunos falam como os professores se apresentam para ministrarem suas aulas 33

Page 11: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

xi

4.3.4 – Como se comportam os alunos diante das dúvidas dos conteúdos / porque

permanecem na escola . . . . . . . . . 34

4.3.5 – Alunos falam se os professores consideram seus conhecimentos adquiridos em sua

vivência . . . . . . . . . . . 35

4.3.6 – Alunos falam sobre o olhar dos professores quanto aos seus problemas pessoais e a

sua sexualidade . . . . . . . . . . 36

5 – Conclusão . . . . . . . . . . . 39

6 – Referências Bibliográficas . . . . . . . . 42

7 – Apêndices . . . . . . . . . . . 45

Page 12: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

1. INTRODUÇÃO

Page 13: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

1

Existem professores que mantêm um relacionamento distante com seus alunos, por receio de não

perder a autoridade diante deles, o que nos preocupa, pois reconhecemos que onde há uma boa

relação entre professores e alunos há uma melhor aprendizagem.

Para os professores que atuam em sala de aula, necessário se faz uma auto-reflexão de suas

ações quanto a relação que tem com seus alunos no dia-a-dia em sala de aula, precisamos resgatar o

afeto e a boa relação para com nossos alunos, não se pode mais nesses novos tempos, onde surgem

novas expectativas educacionais a cada instante, que haja um relacionamento frio e distante entre

professores e alunos. Quando acontece uma relação agradável e respeitosa, a tendência é que haja

sempre uma maior aprendizagem pois entendemos que o aluno terá maior prazer em ir para à

escola, em desempenhar suas atividades, pois quando esse educando se relaciona bem com o seu

professor o ambiente torna-se agradável e propício para ambos. Desta forma o educador terá

melhores condições de trabalhar, além dos conteúdos escolares, uma boa formação do cidadão no

que diz respeito a sua conduta emocional, social e moral.

Partindo-se do princípio que esta pesquisadora levantou como hipótese a insatisfação dos

alunos no que diz respeito ao relacionamento que mantinham com alguns professores, mostrando-

se desestimulados a freqüentarem as aulas, neste sentido esta pesquisa objetivou investigar as

causas reais da Relação professor-aluno nas séries inicias do ensino médio noturno.

Page 14: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

2

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Page 15: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

3

A relação professor-aluno dá-se pela interação social entre ambos. É no contexto da sala de

aula, e, no convívio diário entre si, que o aluno vai aprendendo hábitos, assimilando valores,

desenvolvendo habilidades. O que segundo Garcia (2000, p. 63):

A educação seja ela escolar ou “do mundo” é o fenômeno que só ocorre em razão de um

processo básico de interação entre pessoas. Que a Educação é um processo

eminentemente social, julgamos desnecessários investir, tal a evidência com que isto se

manifesta. Aliás, poderíamos ir mais além, ao dizer que a Educação existe exatamente

porque o homem é um ser gregário e que só se realiza como tal a partir do momento em

que entra em relação com o seu semelhante.

O ato de ensinar e aprender é um processo essencialmente social, porque “as relações entre

quem ensina e que aprende repercutem sempre na aprendizagem.” Nos afirmou isso Bruner (2000,

p. 50).

De certa forma o professor sempre aprende algo com o seu aluno, na medida em que

reconhece que esse aluno traz consigo um mundo particular, cheio de conhecimentos singulares,

que adquiriu no seu ambiente familiar, no seu grupo social.

O educando é uma pessoa que se desenvolve, que atualiza suas possibilidades, que se ajusta

e se reajusta, mediante processos dinâmicos, orientados por valores que lhe conferem

individualidade e prospectividade.

Deste modo ao professor cabe a responsabilidade de valorizar cada vez mais a interação que

deve haver entre ele e o seu aluno, pois se vê nessa interação um processo de intercâmbio entre

conhecimentos, idéias, ideais e valores, que atuam diretamente na formação da sua personalidade

enquanto ser humano. E para que isso aconteça, para que haja a construção coletiva do

conhecimento, é preciso que a relação professor-aluno seja baseada no diálogo livre, espontâneo e

verdadeiro.

Por interação social entende-se que seja o processo da influência mútua que as pessoas

exercem entre si. Assim numa sala de aula, deve haver essa troca de influência, recíproca do

professor em relação ao aluno e vice-versa, pois destacamos pelo nosso contexto escolar atual que a

Page 16: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

4

influência que o professor exerce sobre o aluno é ainda muito grande, e esta pode ser positiva ou o

que é pior, negativa. Por isso se diz que o comportamento e as atitudes de um professor são de

fundamental importância para que contribuam para a aprendizagem do seu aluno e para a sua

formação.

Muitos professores se posicionam com autoridade excessiva diante dos seus alunos. Logo,

se o ensino é a orientação da aprendizagem visando a construção do conhecimento, a autoridade do

professor em sala de aula deve ser uma autoridade amiga, que estimule, incentive, oriente, reforce

os acertos, conserte as falhas e ajude a impedi-las de acontecer. Desta forma a autoridade precisa

ser aquela que auxilia, que descobre alternativas, que mostra os caminhos e que abre perspectivas.

Nunca a que pune, inibe a dificulta os relacionamentos.

Tomando como discussão a questão da autoridade do educador e da atitude dialógica, o

professor Reboul (2001, p. 56) assim nos disse:

O verdadeiro educador compreende que a autoridade por ele exercida não é sua. Mostra

por toda a sua conduta, que não é o detentor da autoridade, mas o testemunho. Essa

autoridade é a da humanidade sobre todos os homens, a da razão, da ciência, da arte, da

consciência, o papel do educador não é confiscá-la, mas, testá-la. Se lhes corrige as faltas

(dos alunos), admite ser também corrigido, se exige que dêem razão aos seus atos, admite

que lhe peçam a razão dos seus. Não está acima deles, está com eles.

Autoridade e autonomia são dois pólos dos processos pedagógicos. A autoridade do

professor e a autonomia dos alunos são realidades aparentemente contraditórias, mas, na verdade,

complementares. O professor representa a sociedade exercendo um papel de mediador entre o

indivíduo e a sociedade, enquanto que o aluno traz consigo a sua individualidade e sua liberdade.

Nessa visão Libâneo (1994, p. 252) afirmou que o professor autoritário não exerce a autoridade a

serviço do desenvolvimento da autonomia e independência dos alunos. Transforma uma qualidade

inerente à condição do profissional professor numa atitude personalista.

Deste modo, professores e alunos devem ter uma relação dinâmica, amigável e respeitosa

como toda e qualquer relação entre seres humanos. Pesquisas realizadas nesse campo mostram que

Page 17: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

5

os professores que gostam do que fazem, que são amigos, que se mostram tolerantes diante de

algumas situações, que ouve os alunos, que estimula sua participação na aula, obtêm melhores

resultados do que professores competentes, mas frios e distantes em relação aos seus alunos.

Na análise de Mizukami (1986, p. 14,15) sobre a relação professor-aluno pode definir com

mais abrangência este tema. A autora divide os diversos períodos da história da educação em

abordagens e nos mostra que na pedagogia tradicional, predomina a autoridade do professor, que

exige atitude receptiva dos alunos e impede qualquer comunicação entre eles no decorrer da aula. O

professor transmite o conteúdo da forma de verdade absoluta, pronta para ser absorvida, em

conseqüência a disciplina imposta é o meio mais eficaz, para assegurar a atenção e o silêncio dos

alunos. A relação é vertical, e, o mestre ocupa o centro de todo o processo cumprindo objetivos

selecionados pela escola e pela sociedade. O professor comanda todas as ações da sala de aula e sua

postura está intimamente ligada à transmissão de conteúdos. Ao aluno neste contexto era reservado

o direito de repetir as informações sem nenhum questionamento.

O professor como facilitador da aprendizagem é aberto a novas experiências, procura

compreender numa relação empática, também os sentimentos e os problemas de seus alunos e

procura conduzi-los a auto-realização. A responsabilidade da aprendizagem e dos objetivos a serem

alcançados é missão de ambos, o professor deve identificar no aluno o que é mais significativo para

ele e conduzi-lo a alcançar essa meta. Portanto o processo de ensino-aprendizagem depende

também de como se dá a relação entre eles.

Em um estudo sobre “o bom professor”, foi investigado por Cunha (1994, p. 70-71), o dia-

a-dia deste como indivíduo e como educador, analisa também sua prática metodológica, e a partir

de uma caracterização deste profissional, foram propostos novos direcionamentos para a formação

dos mesmos e também para os cursos de magistério. No entanto, sua análise a respeito da relação

professor-aluno passa pela forma com que o professor trabalha os conteúdos, como se relaciona em

sua área de conhecimentos e por sua satisfação em ensinar. A importância da relação entre o

Page 18: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

6

educador e o educando é tão fundamental, de forma que a predileção do aluno por algumas

disciplinas, muitas vezes passa pelo gostar ou não de um determinado professor.

O primeiro professor da uma criança tem uma importância muito grande na atitude futura

desse educando, não só durante sua fase de aprendizagem, mas na sua relação com os sucessivos

professores é o que nos disse Hilal (1985, p. 19).

A relação professor-aluno deve acontecer num clima que facilite ao aluno sua

aprendizagem, o professor por sua vez deverá valorizar seu aluno permitindo que o mesmo avance

em sua jornada de construir seu conhecimento e será assim, cada vez mais sujeito da sua história.

A motivação dos alunos para a aprendizagem, através de conteúdos significativos e

compreensíveis para eles, assim como os métodos adequados, é fator preponderante na atitude de

concentração e atenção dos alunos. Se estes estiverem envolvidos nas tarefas, diminuíram as

oportunidades de distração e de indisciplina. Por outro lado, a aprendizagem não é uma atividade

que nasce espontaneamente dos alunos, por mais que o professor consiga a motivação e o empenho

dos alunos e os estimule com elogios e incentivos, deverá sempre cobrar o cumprimento das

tarefas, mesmo que eles não queiram, devem estar cientes que o não-cumprimento dessas

atividades terá conseqüências desagradáveis.

Ao nosso entender, as relações estabelecidas entre o professor e o aluno constituem a cerne

do processo pedagógico. É impossível desvincular a realidade escolar da realidade do mundo

vivenciada pelos discentes uma vez que essa relação segue na mesma direção, sendo assim ambos

podem aprender e ensinar através de suas experiências.

As relações entre os professores e os alunos, a forma como se comunicam, os

relacionamentos afetivos e emocionais, as dinâmicas aplicadas em sala de aula fazem parte das

condições organizativas do trabalho do educador, isso seguido de muitas outras ações praticadas

por ele. A interação professor-aluno é um aspecto fundamental dessa organização no sentido da boa

Page 19: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

7

relação entre eles favorecer melhores condições para a transmissão e a assimilação dos

conhecimentos, hábitos e habilidades.

Podemos ressaltar dois aspectos da interação professor-aluno no trabalho docente: O

aspecto cognoscitivo (que diz respeito a formas de comunicação dos conteúdos escolares e às

tarefas escolares indicadas pelos alunos) e o aspecto sócio-emocional (que diz respeito as relações

pessoais entre o professor e o aluno e as normas disciplinares indispensáveis ao trabalho docente)

conforme afirmou Libâneo (1998, p. 249).

Desta forma entendemos por aspecto cognoscitivo o processo que acontece entre o ato

de ensinar e o ato de aprender, considerando-se que todo aluno dispõe de um grau determinado de

potencialidades cognoscitivas dependendo do nível de seu desenvolvimento mental, de sua idade,

de suas experiências de vida, de seu conhecimento prévio adquirido de sua vivência. O trabalho

docente deve acontecer de forma onde os objetivos, os temas de estudo e as tarefas escolares sejam

apresentadas de forma compreensível e clara, de maneira que todos os alunos possam entender. O

professor deve dar-lhes atenção e cuidar para que aprendam a expressar-se, a expor suas opiniões e

a dar suas respostas. O trabalho do professor nunca deve ser unidirecional.

No que diz respeito ao aspecto sócio-emocional, ainda segundo Libâneo, refere-se aos

vínculos afetivos que se estabelecem entre o professor e o aluno.Ao educador cabe a tarefa de saber

combinar severidade e respeito, diferenciando essa relação afetiva da relação familiar, os alunos

não são nossos filhos, nossos sobrinhos, nossos parentes, são educandos. Temos que saber

diferenciar. Ainda que o professor necessite atender a um aluno em especial, deve ter o cuidado

para que essa ação esteja voltada para a atividade de todos os alunos em torno dos objetivos e dos

conteúdos da aula.

O trabalho do bom professor é reflexo do bom relacionamento que ele tem com seu aluno,

e, segundo Abreu e Masseto (1990, p. 115): É o modo de agir do professor em sala de aula, mais do

que suas características de personalidade que colabora para uma adequada aprendizagem dos

alunos. É o modo de agir do professor que por sua vez, reflete valores e padrões da sociedade.

Page 20: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

8

Desta forma convém concordar com o autor que a maneira de agir de um professor é de

fundamental importância na aprendizagem de seu aluno. Cabe ao educador dar condições para que

o educando construa seu conhecimento, desenvolva suas habilidades, deixe aflorar sua capacidade

de criar, construir, elaborar. Outra questão a se considerar ainda segundo o mesmo autor é o

professor como transmissor de conhecimentos, onde é questionado que na maioria das vezes, a

escola não oferece condições aos professores para que estes desenvolvam atividades com seus

alunos, onde eles tenham oportunidade de construírem seus próprios conhecimentos, dessa forma,

se limitam apenas a repassar conteúdos, prontos e acabados e que serão apenas assimilados pelos

alunos.

O enfoque do professor estará centrado em ser “aberto” para aprender a cada momento, e,

não em ser “correto”, nos afirmou Borges (1995). Ao professor caberá a tarefa de ensinar aos seus

alunos a tomarem decisões neste mundo marcado pela pluralidade de informações. Nesse contexto,

competirá ao professor auxiliar seu aluno na coleta de dados, na análise de questões, na elaboração

e na construção do seu próprio conhecimento. Desta forma não se dará tanta ênfase ao certo ou ao

errado, mas, sim em se estar aberto para aprender.

Assim, reconhecendo qual grande é a importância de haver um bom relacionamento entre

professor e aluno, citamos Haidt (2000, p. 7), em sua magnífica obra: Professores para quê?

Quando nos disse que:

Cada um de nós conserva imagens inesquecíveis dos primeiros dias de aula e da lenta

odisséia pedagógica a que se deve o desenvolvimento do nosso espírito e, em larga

medida, a formação da nossa personalidade. O que nos ensinaram a matéria desse ensino,

perdeu-se. Mas, se adultos esquecemos o que em criança aprendemos, o que nunca

desaparece é o clima desses dias de colégio: as aulas e o recreio, os exercícios e os

jogos,os colegas.

Na discussão entre os diversos autores, sobre o tema relação professor-aluno, citamos o

que nos disse Morales (2000):

Page 21: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

9

1. Características e atitudes dos professores que mantêm bom relacionamento com os alunos.

Entrar na questão de selecionar as características do professor ideal nos distanciaria do tema

mais específico da relação professor-aluno; tomamos aqui como exemplo, mestres influentes e

inspiradores como: Aristóteles, Platão, Jesus de Nazaré, Dewey e muitos outros. Essa lista é muito

heterogênea, mas destaca a influência que pode ser exercida por uma só pessoa. Que características

tinham esses mestres que os tornaram tão influentes?

O professor ideal não existe, porque atende a pessoas diferentes, com comportamentos e

atitudes diferentes, vindas de diversas realidades, inseridas em diferentes contextos.

Todos nós podemos lembrar de bons professores muito diferentes entre si; e que jamais

serão esquecidos.

1.1 O bom professor visto pelos alunos

São muitas as pesquisas e os estudos realizados sobre quais seriam as características do

professor ideal. Desse tipo de estudo emergem duas categorias de traços ou condutas: Alguns

dizem respeito à competência do professor para ensinar, a maneira como transmite os conteúdos, a

segurança a respeito do assunto, o controle de classe... Outros se referem ao seu relacionamento

com os alunos, seu modo de agir, de ser compreensivo com todos, de ser paciente, de estar

disponível para ajudar.

Podemos ser bons professores e ao mesmo tempo pessoas diferentes, embora haja um perfil

claro do bom professor, não se trata de um perfil rígido; os próprios alunos reconhecem que seus

bons professores eram pessoas bem diferentes.

Page 22: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

10

1.2 Características pessoais

Há uma série de estudos que mostram a relação entre qualidade do professor, no entender

dos alunos, e traços de personalidade e de caráter. Os professores distantes, agressivos ou

neuróticos são mais mal avaliados que aqueles considerados flexíveis, próximos, organizados,

perfeccionistas e eficazes.

Sem dúvidas, há traços de personalidade mais promissores que outros, para ser um bom

professor e estabelecer um bom relacionamento com os alunos, talvez nos convenha além de falar

em traços, falar também em atitudes, e de como concebemos nosso papel de professor, pois o que

fazemos surge das nossas atitudes, e, na hora da verdade, importa mais o que fazemos do que como

somos. A reflexão e a mudança são possíveis, não apenas no que diz respeito ao senso de humor,

mas, no que se refere ao nosso modo de agir.

1.3 Atitudes e condutas: como nos vemos como professores.

Os bons professores coincidem em uma série de pontos:

Em ver sua profissão docente como uma oportunidade para ajudar e servir aos outros.

Em acreditar que os professores têm a responsabilidade ética e moral de fazer-se

conscientes do impacto que eles tem sobre os alunos.

Em considerar-se como modelos de identificação e em aceitar as responsabilidades que essa

percepção de si mesmos, implica.

É necessário enfatizar a importância de como nos vemos a nós mesmos, como concebemos

nosso papel de professor, nossas condutas, nossas funções, como podemos fazer para levar nosso

aluno a refletir.

Page 23: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

11

1.4 Reflexão sobre como somos e como podemos ser.

Mesmo sem reconhecer nossa profissão docente, como uma profissão de ajuda integral, é

lamentável desperdiçarmos a ocasião que nos é proporcionada de passar tantas horas com nossos

alunos, sem tirar proveito dessa situação e ajudá-los em sua formação.

A docência de conhecimentos e habilidades, a relação e comunicação inevitáveis,

produzidas em torno do puramente acadêmico como provas, normas etc, pode tornar-se veículo de

mensagens mais importantes, do que a relação humana propriamente dita.

Somos pessoas ocupadas: as tarefas docentes cansam, obedecemos a horários, sempre temos

tarefas extras, nossa energia é quase sempre consumida pelos alunos para mantermos o controle da

classe. Na verdade, para haver uma reflexão sobre nossas múltiplas atividades, sobre onde estão

nossas ênfases e prioridades, os únicos conselhos úteis que poderemos dar, serão os que dermos a

nós mesmos.

Page 24: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

12

3. ESTRUTURAÇÃO METODOLÓGICA

DA PESQUISA

Page 25: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

13

3.1 Abordagem Metodológica

Ao desenvolver este projeto de pesquisa, optou-se por uma metodologia onde foi

considerado principalmente o aspecto qualitativo das relações estabelecidas entre professores e

alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Arlindo Ramalho em Solânea-PB.

Porém não deixando de buscar na pesquisa quantitativa subsídios que elucidam as falas da pesquisa

qualitativa.

Em todos os casos já estudados, observou-se que as mudanças quantitativas progridem até

certo ponto no interior dos seres humanos, porém ao chegar a um certo nível, essas mudanças

geram uma transformação qualitativa do objeto. De acordo com Trivinos (1987: p. 91) os estudos

acima citados nos afirmam que “mudanças quantitativas produzem sempre mudanças qualitativas”.

As pesquisas qualitativas nos dão condições de entender com mais precisão o que ocorre de

verdade no campo pesquisado, e, ainda nos permite entrar no desconhecido, descobrindo coisas

novas e contribuindo assim de forma científica, na área do conhecimento conforme nos afirmou

Lakatos (1992: p. 28).

3.2 Procedimentos Metodológicos

Esta pesquisa foi realizada no sentido de conhecer como se dava a relação professor-aluno

na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Arlindo Ramalho em Solânea-PB, haja vista a

possibilidade de descontentamento por parte de alguns alunos, que apresentavam dificuldade de

permanecerem na sala de aula, permaneciam mais tempo na frente ou nos corredores da escola

do que nas salas de aulas. Deste modo surgiu a necessidade de pesquisarmos entre professores e

alunos a relação entre eles, para entendermos melhor porquê os alunos agiam daquela maneira.

Page 26: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

14

Ao nosso entender é na sala de aula, principalmente, que o aluno adquire conhecimentos e

habilidades que o ajudarão na sua formação de ser humano capaz e consciente, preparado para

entender que os nossos direitos acabam onde começam os direitos dos outros, capacitados para

criticarem e aceitarem críticas, respeitarem e serem respeitados, nessa perspectiva citamos a

afirmação de Libâneo (2000, p. 249) que nos disse: a interação professor-aluno é um aspecto

fundamental da organização “situação-didática” tendo em vista alcançar objetivos do processo de

ensino: a transmissão e a assimilação dos conhecimentos, hábitos e habilidades.

Entendemos ainda que conhecendo a relação professor-aluno, poderemos contribuir para

que se estabeleçam situações onde o aluno obtenha uma maior aprendizagem.

3.3 Campo de pesquisa

Esta pesquisa foi realizada na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Arlindo

Ramalho, local onde não há nenhum vínculo empregatício entre o agente da pesquisa e a Instituição

Escolar.

A escola está situada a Rua Alfredo Bandeira s/n na cidade de Solânea – PB. Em prédio

cedido pela Prefeitura Municipal de Solânea, onde no turno diurno funciona a Escola Municipal de

Ensino Fundamental Ernestina Pinto. Sua fundação se deu no ano de 1985 no governo do

Ilustríssimo Governador do Estado da Paraíba Ronaldo da Cunha Lima e recebeu este nome por ter

sido um dos idealizadores para a fundação da escola profissionalizante Técnico em Contabilidade.

Após sua morte, seu filho, então deputado Ramalho Leite apresentou um projeto que foi aprovado e

deu o nome a escola.

Atualmente, funciona no período noturno e conta com um quadro Administrativo de 01

diretor, 01 vice-diretor, 01 supervisor, 16 professores, 03 agentes administrativos e 05 funcionários

de apoio.

Page 27: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

15

A escola tem 06 salas de aula do Ensino Médio e 04 salas de aula da EJA (Educação de

jovens e adultos) de 5ª a 8ª série, atendendo em média 500 alunos.

Trata-se de uma escola bem equipada com computadores, aparelho de televisão, antena

parabólica, vídeo cassete, retro-projetor, mimeógrafo a álcool, aparelho de som, bebedouro,

máquina de datilografia entre outros equipamentos.

Essas informações foram fornecidas pela direção da escola.

3.4 Sujeitos da pesquisa

Alunos e professores do 1º ano Médio Noturno da Escola Estadual do Ensino Fundamental e

Médio Arlindo Ramalho em Solânea – PB, de ambos os sexos e foram selecionados obedecendo

aos seguintes critérios:

Para os professores:

a) Estarem lecionando no 1ª ano médio noturno/2006;

b) Serem assíduos;

c) Serem licenciados,

Para os alunos:

a) Serem regularmente matriculados e estarem cursando o 1º ano médio noturno/2006;

b) Serem maiores de 18 anos;

c) Freqüentarem regularmente as aulas;

d) Os que voluntariamente dentro dos critérios acima citados, se apresentarem para

participarem da pesquisa.

3.5 Instrumentos de coleta de dados

Para a realização desta pesquisa, primeiramente, enviamos à direção da Escola Estadual

Page 28: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

16

de Ensino Fundamental e Médio Arlindo Ramalho, um ofício datado de 20 de novembro de 2006,

solicitando a autorização para que a pesquisa fosse realizada. Após a entrega e o recebimento do

deferimento do ofício, permanecemos na escola e na companhia da diretora, visitamos os

professores e os alunos do 1º ano médio das turmas A, B e C. Entregando-lhes a carta convite para

que os mesmos participassem da pesquisa, feito esse trabalho, retornamos às salas para saber quais

alunos gostariam de participar voluntariamente da pesquisa, obedecendo assim aos critérios já

descritos nesse trabalho, foram selecionados para participar 10 alunos do 1º ano A, 10 alunos do

1° ano B e 11 alunos do 1° ano C. Quanto aos professores, os que estavam presentes na escola

naquele dia, que foram 9 (nove) professores, todos gentilmente aceitaram o convite.

Os 31 alunos selecionados foram convidados a ir para outra sala que no momento estava

disponível na escola, isso com a permissão dos professores que em comum acordo, liberaram pelo

tempo necessário para a realização da pesquisa, deste modo foram distribuídos os questionários

individualmente e todos responderam na presença desta pesquisadora que ficou à disposição para

esclarecer qualquer dúvida. Esse processo durou em torno de 40 minutos.

Após o término do preenchimento dos questionários distribuídos, foram devolvidos à

pesquisadora que os identificou por ordem de entrega através do código de anonimização.

Exemplo: D1 1º A (D1 = discente que primeiro entregou o questionário pertence ao 1º ano da turma

A do turno Noturno). Da mesma forma se deu com os demais alunos que responderam ao

questionário. Logo após o término da pesquisa, os alunos retornaram para suas salas de aula.

No que se refere aos professores, 09 participaram da pesquisa, esses eram os educadores que

se encontravam presentes na escola no momento em que a pesquisa foi realizada. Todos eram

professores do 1° Ano Médio Noturno das turmas A, B e C e lecionavam as disciplinas: português,

geografia, história, artes, ciências, matemática, biologia, espanhol e educação religiosa. Todos se

dirigiram à Secretaria da Escola no horário do intervalo das aulas e individualmente receberam e

responderam ao questionário na presença dessa pesquisadora que permaneceu na secretaria da

escola e se dispôs a esclarecer qualquer dúvida. Todos responderam e devolveram os questionários

Page 29: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

17

que foram identificados através de um código de anonimização por ordem de entrega. No quadro 2

constam essas informações. P = professor, 1 = ordem de entrega, 1° Ano A, B ou C = Ano e turma

que lecionam, turno noturno = horário que lecionam.

As questões formuladas nos questionários foram direcionadas para o nosso objetivo e

obedeceram a um roteiro seqüencial de acordo com a nossa perspectiva. Assim para os alunos

apresentamos um questionário com 14 perguntas, sendo 10 perguntas objetivas e 04 perguntas

subjetivas. Para os professores o questionário continha também 14 questões. Sendo todas

subjetivas.

A importância desse instrumento de pesquisa está na legitimidade da liberdade e sinceridade

com que foram respondidos todos os questionários por professores e alunos.

A pesquisadora guarda em seus arquivos pessoais a identificação dos participantes da

pesquisa, sendo que os questionários não constavam com identificação particular nos formulários

distribuídos tanto para os alunos quanto para os professores.

Quadro I – Codificação para identificação dos professores

P1 1ºANO Docente 11 A,B,C Turno - Noturno

P2 1ºANO Docente 21 A,B,C Turno - Noturno

P3 1ºANO Docente 31 A,B,C Turno - Noturno

P4 1ºANO Docente 41 A,B,C Turno - Noturno

P5 1ºANO Docente 51 A,B,C Turno - Noturno

P6 1ºANO Docente 61 A,B,C Turno - Noturno

P7 1ºANO Docente 71 A,B,C Turno - Noturno

P8 1ºANO Docente 81 A,B,C Turno - Noturno

P9 1ºANO Docente 91 A,B,C Turno - Noturno

Page 30: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

18

Quadro 2 – Codificação para identificação dos alunos

D1 1ºA Discente Do 1º ano A Turno Noturno

D2 1ºA Discente Do 1º ano A Turno Noturno

D3 1ºB Discente Do 1º ano B Turno Noturno

D4 1ºC Discente Do 1º ano C Turno Noturno

D5 1ºB Discente Do 1º ano B Turno Noturno

D6 1ºA Discente Do 1º ano A Turno Noturno

D7 1ºA Discente Do 1º ano A Turno Noturno

D8 1ºB Discente Do 1º ano B Turno Noturno

D9 1ºA Discente Do 1º ano A Turno Noturno

D10 1ºA Discente Do 1º ano A Turno Noturno

D11 1ºB Discente Do 1º ano B Turno Noturno

D12 1ºC Discente Do 1º ano C Turno Noturno

D13 1ºB Discente Do 1º ano B Turno Noturno

D14 1ºA Discente Do 1º ano A Turno Noturno

D15 1ºB Discente Do 1º ano B Turno Noturno

D16 1ºC Discente Do 1º ano C Turno Noturno

D17 1ºB Discente Do 1º ano B Turno Noturno

D18 1ºB Discente Do 1º ano B Turno Noturno

D19 1ºA Discente Do 1º ano A Turno Noturno

D20 1ºB Discente Do 1º ano B Turno Noturno

D21 1ºC Discente Do 1º ano C Turno Noturno

D22 1ºC Discente Do 1º ano C Turno Noturno

D23 1ºC Discente Do 1º ano C Turno Noturno

D24 1ºB Discente Do 1º ano B Turno Noturno

D25 1ºC Discente Do 1º ano C Turno Noturno

D26 1ºC Discente Do 1º ano C Turno Noturno

D27 1ºC Discente Do 1º ano C Turno Noturno

D28 1ºA Discente Do 1º ano A Turno Noturno

D29 1ºC Discente Do 1º ano C Turno Noturno

D30 1ºC Discente Do 1º ano C Turno Noturno

D31 1ºA Discente Do 1º ano A Turno Noturno

Page 31: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

19

3.6 Análise dos Dados

Fez-se análise qualitativa do material coletado através de entrevistas escritas onde foi

utilizado um questionário com questões subjetivas para os professores. As categorias de análises

foram construídas a partir da questão central da pesquisa que se desenvolveu abrangendo o tema

relação professor-aluno na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Arlindo Ramalho na

cidade de Solânea-PB.

Para análise das entrevistas com os professores foram construídas seis categorias a partir do

questionário elaborado. (1) Professores falam como iniciam o ano letivo, (2) qual metodologia mais

utilizam em suas aulas, (3) como se comportam os alunos em sala de aula, (4) como os alunos

interagem na escola e na família, (5) elementos que facilitam em dificultam a aprendizagem dos

alunos, influências da vida particular do professor na relação com os alunos, (6) e do que os alunos

reclamam em relação a escola em todo seu contexto.

Para analisar as respostas dos questionários respondidos pelos alunos, foram construídas 06

categorias: (1) linguagem e comunicação dos professores com os alunos, (2) relação pessoal dos

alunos com os professores, como se apresentam, (3) como ministram suas aulas, (4) como se

comportam os alunos diante das dúvidas dos conteúdos, (5) se os professores consideram o

conhecimento adquirido pelo aluno em sua vivência e (6) olhar dos professores quanto à

sexualidade dos alunos.

Estas categorias regeram a entrevista em sua totalidade, tendo sido esses temas abordados

através de várias perguntas direcionadas ao assunto.

Transcreveu-se a entrevista em forma de codificação, por exemplo todas as respostas dadas

a uma mesma pergunta feita aos professores: P significa professor, P1 (corresponde ao primeiro

professor que entregou o questionário), P2 (segundo professor que entregou o questionário) e assim

sucessivamente. Todos os professores entrevistados lecionavam simultaneamente nas turmas A, B e

C.

Page 32: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

20

A mesma forma foi utilizada para a entrevista com os alunos: D (discente), D1 (discente que

pela ordem entregou o primeiro questionário), D2 (Discente que entregou o segundo questionário),

A, B e C, correspondem as turmas dos respectivos alunos. Por exemplo, D3. C (terceiro discente a

entregar o questionário pertence a turma C).

Na análise dos resultados tem-se a exposição desses dados com as respectivas análises,

resultando num texto definido para a conclusão da pesquisa.

Page 33: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

21

4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Page 34: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

22

4.1 Professores falam sobre a relação professor-aluno

Os professores que participaram desta pesquisa são profissionais com formação superior, e

tem em média mais de seis anos de experiência com jovens e adultos. Acredita-se portanto, que são

capacitados e que apresentam prática e habilidade no ato de ensinar e lidar com esse alunado.

Vê-se então, que por se tratar de uma relação entre jovens e adultos, pessoas que trazem

consigo todo um aprendizado de sua vivência, precisamos que se instale entre educadores e

educandos um ótimo relacionamento como ponto de partida. Pois sabemos que o professor serve de

referência para seus alunos e que é um formador de opiniões. Por isso, uma boa relação

estabelecida entre ambos é um caminho para que se chegue ao objetivo de todo professor que é a

aprendizagem do aluno. É o que nos disse Morales (2000, p. 157):

Nosso impacto e nossa influência sobre os alunos vão além dos conhecimentos e

habilidades que ensinamos. Nisto pode consistir o mais importante de nossa atividade

como professores: incidimos em valores, atitudes, hábitos, motivação, em como eles vêem

a si mesmos.

4.1.1 Professores comentam sobre como iniciam o ano letivo

É de fundamental importância que um professor, ao iniciar o ano letivo com uma turma,

procure conhecer sobre a realidade social e econômica desses alunos, para que assim ele tenha

condições de saber com que pessoa vai conviver e lidar durante todo o ano. É importante saber de

onde esse aluno vem, como se relaciona com sua família, o que pretende para o futuro, se apresenta

alguma dificuldade. Obtendo essas informações tão necessárias, o educador poderá direcionar ajuda

especificamente ao aluno que precisa e de acordo com a realidade desse aluno. O nosso

entrevistado P5 nos afirmou:

Sim. A entrevista acontece no 1º dia de aula, procuro saber o colégio de onde eles vêem, o

bairro, a rua e observo o perfil psicológico, já que permite ter uma idéia de como conduzi-

los.

Page 35: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

23

Outra questão que apresentamos foi quanto ao material didático solicitado aos alunos pelo

professor no início do ano letivo, no intuito de facilitar suas aulas, haja vista que consideramos que

para acontecer uma aula proveitosa o material didático utilizado pelo aluno e pelo professor tem

importante papel, tanto para despertar o interesse do aluno, quanto para tornar a aula mais

agradável. Principalmente em se tratando de alunos da EJA (Educação de Jovens e Adultos) que, na

sua grande maioria, são muito trabalhadores, que precisam ter aulas atrativas e interessantes para

permanecerem na escola. E, ao contrário da nossa expectativa, o nosso entrevistado P1 ministrava

suas aulas usando apenas o livro didático ou uma apostila, outros materiais didáticos que serviriam

de subsídios para ilustrar melhor os conteúdos não eram usados. Segundo Nérice (1983, p. 186)

“cada professor deveria providenciar a aquisição e confecção do material necessário à sua

disciplina, que iria sendo enriquecido de ano para ano.

Por se tratar de uma escola pública e da maioria dos alunos pertencerem a uma classe social

menor favorecida, os docentes P1, P2, P3 e P9 disseram que quase não pedem material e justificam:

Peço o mínimo possível, já que quase a totalidade dos alunos é de origem pobre,

economicamente.

4.1.2 Professores comentam quais as metodologias mais utilizadas em suas aulas

O educador deve propiciar aos seus alunos condições para que todos tenham o maior

aproveitamento possível dos conteúdos ministrados, as situações que favoreçam o desenvolvimento

da sociabilidade, da cooperação e do respeito mútuo devem ser uma constante, na prática

pedagógica do professor. O entrevistado P.1 nos respondeu quanto a essa questão:

O método que aplico é de procurar envolver o aluno a entrar na discussão dos conteúdos,

ou seja, fazer com que o aluno interaja, para que se processe a aprendizagem.

Page 36: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

24

Os métodos mais utilizados pelos professores diferenciam a aprendizagem dos alunos,

professores que são capazes de descobrir qual a metodologia que mais se adequa ao seu alunado,

sempre demonstra mais êxito em suas aulas, bem como seus alunos apresentam um rendimento

mais significativo. O professor P2 nos disse:

Como sabemos, a educação pública precisa melhorar, mas tento usar o método de Paulo

Freire.

Alguns professores entrevistados ainda culpam o sistema educacional que não fornece

subsídios para que sejam usadas, em sala de aula, novas metodologias. Acreditamos que o

professore realmente comprometido com a educação poderá utilizar a metodologia que mais

favoreça ao alunado de acordo com as condições psicológicas, sociais ou particulares que

apresentam, independentemente do sistema educacional do país. Já que esse sistema não impõe ao

professor que ele se prenda a algum método, todo professor tem liberdade para utilizar em suas

aulas as metodologias que lhe convierem. Porém o professor P.9 nos respondeu quanto a esse

questionamento:

São as aulas expositivas, lamentavelmente por falta de alguns recursos tais como:

técnicos, econômicos, pedagógicos, etc.

Para outros professores entrevistados a metodologia que mais usam são o diálogo, a

conversação, a aula expositiva, leitura de apostilas e discussão. Segundo Nérice (1983, p. 304):

O professor deve incentivar a participação dos educandos, aproveitando ao máximo idéias

e sugestões dos mesmos. Não deve também inibi-los quando emitirem conceitos menos

felizes, sim orientá-los para melhorarem os mesmo.

4.1.3 Professores falam como se comportam os alunos em sala de aula

Os professores precisam entender que todo educador serve de exemplo para o educando,

pois a postura do professor influencia no comportamento dos alunos, lembro-me de uma frase que li

em um pára-choque de um caminhão que me chamou bastante atenção; “O que o mestre é

Page 37: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

25

vale mais do que os ensinamentos do mestre”. Em muitos casos, os alunos ainda se espelham em

seus professores, ainda se comportam de acordo com o que vêem em seus professores, na medida

em que ele impõe respeito e autonomia em sala de aula, seus alunos responderão da mesma forma.

O nosso entrevistado P1 nos disse:

As turmas são ecléticas e os alunos se comportam de maneira diferentes, uns melhores que

outros. Acho normal, pois por serem jovens geralmente são irreverentes.

Por essa pesquisa ter sido realizada com alunos vindos da EJA (Educação de Jovens e

Adultos) e que infelizmente ainda há um certo preconceito, por se tratar de alunos que perderam

alguns anos de escolarização por diversos motivos, e cursam séries que já deveriam ter sido

cursadas, esses alunos ainda sofrem algum tipo de discriminação. Porém em nossa pesquisa o

professor P2 nos disse:

Na visão de muitos: quem estuda à noite não tem compromisso. Isso não é verdade, os

alunos que estudam à noite se comportam maravilhosamente (com algumas exceções).

De acordo com nossos entrevistados a maioria dos alunos do 1º ano noturno na Escola

Estadual de Ensino Fundamental e Médio Arlindo Ramalho em Solânea-PB, se comportam bem,

apresentam dedicação e entusiasmo, participam das aulas. O nosso entrevistado P3 nos disse:

Há uma diversidade nas turmas, os mais jovens são desinteressados, os mais maduros

prestam mais atenção.

4.1.4 Professores falam como os alunos interagem na escola e na família

Ainda há muita dificuldade em se tratando da interação entre a escola e a família. Essas duas

importantes instituições ainda agem separadamente cada uma em seu lugar. Sabemos que muitos

dos problemas que a escola enfrenta com o aluno, e exatamente pela falta de interação que devia

haver entre a escola e a família. Sabiamente Pillete (1995, p. 97) nos disse:

Page 38: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

26

O trabalho do professor torna-se mais fácil na medida em que ele puder obter dos alunos

informações sobre seus problemas e temas favoritos.

Observou-se com a pesquisa realizada que a interação entre a família e a escola ainda está

distante do almejado, sentimos isso quando questionamos aos professores quanto ao envolvimento

deles em algum problema emocional dos alunos, e verificamos que ainda não há esse

comprometimento da família e dos profissionais em educação quando o aluno apresenta alguma

dificuldade ou descontrole no seu campo emocional. Citamos o que nos disse o P1:

Não. Até porque geralmente alunos com problemas emocionais se afastam da escola.

Diante do exposto, questionamos: se houvesse interação entre a família dos jovens que são

considerados problemáticos e a escola, será que não poderíamos ajudar esses alunos? Até que ponto

essa falta de interação tem prejudicado nossos alunos?

Acreditamos que é possível fazer alguma coisa para ajudar nossos alunos que precisam de

nós. E algumas informações para que essa ajuda possa acontecer, precisa vir da família e vice-

versa. O entrevistado P5 nos disse que:

Sim. Meus alunos já me procuraram e me procuram sempre para falar de assuntos

pessoais.

É de suma importância que o educador tenha um certo conhecimento a respeito do seu aluno

em relação a sua vida familiar, pois o aluno apesar de todos os problemas, se está na escola é por

que vê nela uma possibilidade de melhorar a sua vida e cabe a nós educadores oferecer a este aluno

a base para que ele tenha condições de lutar para alcançar seus objetivos.

4.1.5 Professores falam dos elementos que facilitam ou dificultam a aprendizagem dos alunos

Para muitos dos professores entrevistados, as maiores dificuldades encontradas para

ministrarem suas aulas e alcançarem bom êxito na aprendizagem são: P9: Falta de conhecimento

acumulativo de outros conteúdos e de outras disciplinas; P5: É quando os alunos não estão

Page 39: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

27

todos em sala de aula; P3: A falta de interesse pelo estudo, pois os alunos do turno da noite não dão

valor ao desenvolvimento cultural. P1 ainda nos disse:

É juntar os alunos para realizar algumas atividades, pois uns chegam muito atrasados e

outros não vem à escola. E quando vem não traz o livro didático, que é a ferramenta

principal.

Porém sobre os fatores já mencionados como principais dificuldades para a realização das

atividades em sala de aula o entrevistado P.3 nos revelou:

A falta de compromisso dos educandos com o ensino-aprendizagem, muitos vão a escola

como um passeio.

Outros entrevistados afirmam que a infra-estrutura da escola apresenta dificuldades para que

sejam desenvolvidas algumas atividades. Entendemos que o professor precisa ser hábil para

desvendar e driblar esses desajustes e essa carência ocasionada pela falta de compromisso do

próprio sistema educacional, pois afinal o aluno não tem que pagar o preço total por isso.

Enfim, entendemos que o professor, que vê na educação um caminho para a prática social-

transformadora, precisa vencer os obstáculos e as dificuldades que surgem e dá sempre o melhor de

si, o melhor que for possível para que impere no seu trabalho de educador o compromisso com a

aprendizagem dos seus alunos. Para isso terá que planejar bem suas aulas de acordo com a

realidade da sua turma, desenvolver atividades que privilegiem os conteúdos mais significativos

para a vida do seu aluno e que seja compatível com o seu contexto social.

4.1.6 Professores falam sobre a influência de sua vida particular na relação com os alunos / do

que reclamam os alunos em relação a escola em todo seu contexto.

Para cumprir bem sua missão, todo professor deve demonstrar continuamente coerência

entre ações e seus caráter. Seu comportamento e momento algum deve contradizer seus preceitos,

pois nada poderá ser mais desastroso em educação que atitudes incoerentes do educador.

Page 40: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

28

Lembro-me de um pensamento que eu li há algum tempo atrás de um autor desconhecido, que me

chamou muito a atenção quando disse: “o que o mestre é, vale mais do que os ensinamentos do

mestre.” Assim continua sendo mestre um espelho, um exemplo a ser seguido, o que nos leva a

afirmar que o professor deverá ter bons costumes puros, e terá que ter cuidado para não dizer nem

fazer alguma coisa que seja mau exemplo para os seus educandos, ou os leve a imitar o que não

possa ser justificado. Porém não queremos dizer com isso que o professor não tenha liberdade de

agir com bom senso diante dos seus alunos, questionamos que o mesmo deverá ser cauteloso em

suas atitudes para não servir de mau exemplo para seus educandos.

Quando indagam os professores sobre o estado civil de cada um, e até que ponto sua

situação emocional ajudava ou prejudicava o seu desempenho em sala de aula, o entrevistado P2

nos disse:

Sou casada e tento não levar os problemas pessoais para a sala de aula. Os alunos não têm

culpa pelos meus problemas.

Observou-se nessa pesquisa que a maioria dos professores entrevistados são casados e vêem

nessa condição que a mesma ajuda a manter o equilíbrio e tratar todos como uma grande família.

Como nos diz o entrevistado P1:

Sou bem casado. Vivo de bem com a vida. Entendo que a sala de aula não é um divã, nem

os alunos são psicólogos para resolverem problemas emocionais dos professores.

Para os entrevistados solteiros, os mesmo nos dizem que suas condições emocionais estão

separadas do profissional e o estado civil não altera em nada. Assim nos diz o educador P5:

Sou solteiro. A emoção é casada com a razão, separo as duas na ocasião oportuna.

4.2 Diálogo entre professores e alunos em relação a escola em todo o seu contexto

Procuramos saber dos educadores se em algum momento os alunos reclamam a respeito de

alguma coisa e que reclamações seriam essas, que geravam insatisfações a esses educandos. O

nosso entrevistado P1 nos diz:

Page 41: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

29

Sim. Reclamam de aulas vagas. Não posso fazer nada, pois não é de minha competência.

Outros professores aos serem indagados sobre o assunto falaram que os alunos do Ensino

Médio, por na sua grande maioria, serem pessoas adultas e trabalhadoras, geralmente são muito

exigentes e não gostam quando há aulas vagas, se queixam se outro colega conversa na hora da aula

e lhes tira a atenção da explicação, se mostram descontentes se há conversas nos corredores da

escola próximo a sala de aula, e ainda se os

professores copiarem muito a matéria no quadro-negro, alguns ainda reclamam por a escola não

possuir prédio próprio, pois não se sentem a vontade na casa alheia.

Indagamos também aos professores o que eles fazem diante das reclamações dos alunos e o

nosso entrevistado P9 responde:

Os alunos reclamam sempre dos professores que faltam constantemente as aulas. A

respeito disso, oriento a procurar a direção.

Percebemos que a maior parte dos nossos entrevistados orientam os alunos a procurarem a

direção da escola diante de algumas reclamações, não detectamos em nenhuma das respostas dos

educadores, outra posição que não seja a essa e confirmando o que relatamos, citamos o que nos

respondeu o professor P2:

Reclamam. Sou sempre sincera e falo: Não se cale, procure explicação e exija solução aos

responsáveis pela situação.

4.3 Alunos falam da relação professor-aluno na escola

Para os alunos, sujeitos de grande importância para nossa pesquisa, a maneira como se dá a

relação entre professores e alunos na escola, é um dos fatores de muita relevância para o bom

desenvolvimento da aprendizagem e da convivência entre toda comunidade escolar. É de

fundamental importância que entre professores e alunos haja sempre a abertura para

Page 42: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

30

conversações, espaços livres onde possa haver reflexões, discussões, onde haja liberdade para se

expor opiniões. A respeito disso, para Pillete (1995. p. 79):

O aluno é capaz de pensar, refletir, discutir, ter opiniões, participar, decide o que quer

fazer e o que não quer. O aluno é gente assim como o professor.

De acordo com esse pensamento, é que defendemos a idéia de que é preciso haver em todas

as circunstâncias e em todos os momentos um bom relacionamento entre professores e alunos,

dessa forma haverá sempre mais facilidade para o professor desenvolver bem o seu

trabalho e o aluno obter um maior aprendizado que o eleve na vida, tanto como estudante como ser

humano.

4.3.1 Linguagem e comunicação do professor com o aluno

Os alunos do 1° ano A, B e C nos afirmaram que a linguagem utilizada pelos seus

professores e a forma como se dá a comunicação entre eles é: 3,22% ruim, 25.81% regular, 38.71%

boa e 32.26% ótima.

Sabemos da importância que existe quanto a linguagem utilizada pelo professor e pela

forma como se dá a comunicação entre ele e seu aluno em sala de aula. Essa prática deve buscar

alternativas na linha de um ensino mais participando, onde ambos compartilhem idéias, busquem

entendimentos através do diálogo e construam conhecimentos simultâneos.

De forma geral, entendemos que os professores da Escola Estadual de Ensino Fundamental

e Médio Arlindo Ramalho se esforçam para utilizarem uma linguagem boa com os

seus alunos e que existe comunicação entre eles, o que nos leva a afirmar que a linguagem utilizada

pelos professores satisfaz a maioria dos alunos, com isso não pretendemos afirmar que não precise

haver melhoras na linguagem e na comunicação, é óbvio que o ideal seria atingir a

uma meta de cem por cento, ou se aproximar disso, no que for possível.

Page 43: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

31

ruim 3,22%

regular 25,81%

boa 38,71%

ótima 32,26%

Gráfico 1, linguagem e comunicação dos professores.

4.3.2 Relação pessoal dos alunos com os professores

Observou-se no gráfico 2, que 58,07% dos alunos perguntados se conversam assuntos

pessoais com seus professores na escola responderam que não, entretanto 22,59% responderam que

as vezes, sendo que 6,45% não se sentem a vontade e 12,9% sempre que necessário.

Para se compreender melhor as ações, o comportamento, as atitudes de outra pessoa,

precisamos conhecê-la melhor. Se não corremos o risco de ter uma impressão errada, ou até mesmo

de agir de maneira errônea com essa pessoa, que não sabemos nada, ou sabemos muito pouco a

respeito. Assim é com o nosso aluno, precisamos saber mais sobre ele, para termos condições de

entendê-los melhor ou até mesmo de poder ajudá-los, seja no âmbito escolar, profissional ou moral.

É preciso que se estabeleça um elo de amizade e confiança entre educador e educando, para

que possa haver um trabalho bem mais proveitoso, pois quando se conhece melhor o aluno é mais

fácil para o professor traçar uma linha de trabalho que possa melhor atender as necessidades

individuais desse aluno.

Deste modo entendemos que não há entre a maioria dos alunos e seus professores a

confiança ou até mesmo a oportunidade de aproximação para que possa haver esse elo de diálogo

LEGENDA

Page 44: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

32

entre ambos. Verificamos que na relação pessoal a maioria se mantém distante dos seus

professores, cada um em seu mundo, não podendo compartilhar entre si, dos problemas ou até

mesmo dos bons momentos de suas vidas pessoais.

Vale salientar que alguns, mesmo representando pequena parte, afirmaram que conversam

com seus professores sobre assuntos pessoais sempre que necessário. Desta forma entendemos que

há um caminho a ser seguido, se vê uma possibilidade de professores e alunos ampliarem essa

relação e se ajudarem mutuamente sempre que for preciso. O ideal seria que os professores e alunos

ampliassem essa abertura para que o aluno se sentisse à vontade para iniciar a conversa quando

houvesse necessidade. E Pilleti (1995, p. 96.) nos afirmou:

O professor precisa ter sempre em mente que o aluno é um ser humano comum, com altos

e baixos, com medos, problemas, aspirações e desejos a realizar.

Naturalmente, fatos pessoais que podem ser contados na sala de aula não são os mesmo

contados em outro tipo de relação. Não se trata, porém, dos professores contar aos alunos ou vice-

versa fatos da sua vida pessoal, mas, podem ser trocadas experiências, episódios, opiniões e até

êxitos ou fracassos que tem relação com o que está se tratando na sala de aula. A finalidade não é

em entrar na intimidade do outro e sim encurtar distâncias.

não 58,07%

às vezes 22,59%

não se sentem a

vontade 6,45%

sempre necessáro

12,9%

Gráfico 2, relação pessoal dos alunos com os professores

LEGENDA

Page 45: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

33

4.3.3 Alunos falam como os professores se apresentam para ministrarem suas aulas.

No gráfico 3, perguntamos aos alunos e 3,22% responderam aborrecidos, enquanto que

6,45% indiferentes, porém 83,88% normais e 6,45% entusiasmados.

Sabemos que o modo como os professores se apresentam a turma para ministrarem suas

aulas é de fundamental importância. Existem professores que embora não assumam que o seu astral

é variável, o aluno percebe isso e se comporta também de maneira variável. Quando um professor

chega à sala de aula e apresenta entusiasmo, a tendência é que ele transfira para o seu aluno o

mesmo entusiasmo, e dessa forma caminha todo um processo de aprendizagem. Pois hoje nossos

alunos querem professores que não apenas lhes apresentem o mundo, mas também lhes mostrem

como nele caminhar. É importante que os professores não apenas digam que é preciso atenção e

entusiasmo para aprender, mas que os conduza a isso.

Desta forma a grande maioria dos nossos alunos entrevistados consideram que seus

professores se apresentam e ministram suas aulas normalmente, não se mostram mais dispostos

nem menos dispostos a enriquecerem suas aulas com mais ênfase com mais criatividade, inserindo

novidades.

Entendemos que grande parte dos alunos esperam mais dos seus professores ao ministrarem

suas aulas e estes ainda não conseguiram corresponder a tais expectativas.

aborrecidos 3,22%

indiferentes 6,45%

normais 83,88%

entusiasmados 6,45%

Gráfico 3, alunos comentam como os professores se apresentam para ministrarem suas

aulas.

LEGENDA

Page 46: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

34

4.3.4 Como se comportam os alunos diante das dúvidas dos conteúdos / Porque permanecem na

escola.

Ao serem indagados no gráfico 4 sobre como se comportam quando não entendem um

conteúdo, 22,58% responderam que perguntam a um colega, enquanto 41,94% pede explicação em

público, porém 19,35% em outro momento procuram o professor e 16,13% deixa passar.

De acordo com as respostas dadas pelos nossos entrevistados, percebemos que apesar de

muitos alunos procurarem tirar suas dúvidas com os professores, a maioria ou procura tirar suas

dúvidas com um colega ou sozinho, e depois procura o professor, certamente não se sente a vontade

para perguntar diante de sua turma e ainda tem aqueles que ficam com as dúvidas. Essa atitude da

maioria é preocupante, pois com dúvida não há aprendizagem que é o principal objetivo do

professor.

pergunto a um colega

22,58%

peço explicação em

público 41,94%

em outro momento

procuro o professor

19,35%

deixo passar 16,13%

Gráfico 4, como se comportam os alunos diante das dúvidas dos conteúdos

Perguntamos no gráfico 5 qual a razão principal da permanência deles na escola e 54,83%

responderam que é para adquirir um diploma para conseguir emprego, sendo que 45,17% se

preparar para o vestibular, porém 0% porque a família obriga você a estudar e 0% outros.

Percebemos que nossos entrevistados apresentam dois objetivos permanecendo na escola,

uns pensam em ter um diploma para tentar arrumar emprego, o que não é fácil no nosso país, onde

milhões e milhões de jovens sofrem com a falta de emprego. E os outros pensam em

LEGENDA

Page 47: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

35

estudar mais, se preparar para enfrentar o vestibular e ter uma maior e melhor qualificação

profissional.

adquirir um diploma para

conseguir emprego

54,83%

preparar-se para o

vestibular 45,17%

porque a família obriga

você a estudar 0%

outro 0%

Gráfico 5, razão principal da permanência dos alunos na escola

4.3.5 Alunos falam se os professores consideram seus conhecimentos adquiridos em sua vivência.

Ao interrogarmos nossos alunos no gráfico 6 se os seus professores levam em consideração

seu conhecimento adquirido em sua vivência, 29,04% responderam que não, porém 67,74%

disseram que às vezes e 3,22% sempre.

Todo ser humano traz consigo desde o seu nascimento um conjunto de aprendizados e

saberes adquiridos em sua vivência, com a sua família, com o grupo social a que pertence. E esse

conjunto de saberes precisa ser considerado. Todo professor necessita da sensibilidade para

perceber que o seu aluno já traz consigo uma infinidade de habilidades e capacidades que precisam

apenas ser melhoradas, serem acrescidas por outros elementos, pois entendemos que ser capaz não

é uma condição solitária e fixa: As habilidades desenvolvem-se em diferentes contextos e em

diferentes momentos.

Verificamos que para a maioria dos nossos entrevistados, apenas às vezes é considerado o

conjunto de conhecimentos que cada aluno em particular traz consigo. É uma pena que esse

LEGENDA

Page 48: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

36

método de valorizar os conhecimentos prévios dos alunos ainda não esteja sendo posto em prática

por todos os professores, pois vemos nela uma forma de valorizar o aluno, de mostrar-lhes o quanto

seus saberes podem contribuir para a vida de outras pessoas, precisamos aceitar a diversidade de

tempos e de culturas na aprendizagem de nossos alunos.

não 29,04%

às vezes 67,74%

sempre 3,22%

outro 0%

Gráfico 6, os professores levam em consideração os conhecimentos que os alunos adquirem em sua

vivência.

4.3.6 Alunos falam sobre o olhar dos professores quanto aos seus problemas pessoais e a sua

sexualidade

Questões como problemas pessoais e sexualidade são temas muito complexos e ainda pouco

discutidos entre alunos e professores. Quando os alunos chegam á escola ainda trazem consigo

aquele receio de falar com seus professores sobre determinados assuntos principalmente em se

tratando de sexualidade, onde infelizmente ainda existem muitos tabus, muitos preconceitos vindos

da própria sociedade. A escola cabe o papel de informar cientificamente sobre o assunto, o que dá

condições aos professores de esclarecer dúvidas, desfazer crenças, orientar corretamente aos jovens

como proceder. Não compete a nenhum professor julgar ou opinar sobre a orientação sexual dos

seus alunos, essa é uma questão particular e que deve ser respeitada por todos. De acordo com os

Parâmetros Curriculares Nacionais, volume 10, pluralidade cultural e orientação sexual, p. 112:

LEGENDA

Page 49: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

37

O fato de a família ter valores conservadores, liberais ou progressistas, professar alguma

crença religiosa ou não e a forma como o faz, determina em grande parte a educação das

crianças. Pode-se afirmar que é no espaço privado, portanto, que a criança recebe com

maior intensidade as noções a partir das quais construirá sua sexualidade na infância.

Deste modo não compete à escola em nenhuma situação, julgar como certa ou errada a

educação que cada família oferece aos seus filhos, mas trabalhar o respeito e a aceitação pela

orientação individual de cada ser.

A respeito da nossa entrevista, quando perguntamos se o tema sexualidade era explorado

pelos professores em sala de aula, alguns responderam que as vezes, outros responderam não, e os

nossos entrevistados: D27.C, D24.B e D4.C nos disseram respectivamente:

Só em alguns momentos e por alguns professores, e, não relatam muito bem.

Só alguns professores que falam, e muito tímido.

Às vezes, e por um professor que comenta o assunto. Mas bem que poderia ser mais

explorado.

Deste modo entendemos que os alunos sentem falta que o assunto seja mais explorado na

escola, quem sabe, sintam vontade de esclarecer dúvidas e terem mais aprofundados seus

conhecimentos a respeito do assunto.

Page 50: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

38

5. CONCLUSÃO

Page 51: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

39

Constatou-se nessa pesquisa que precisa haver melhorias, mais entrosamento e maior interação

entre educandos e educadores nessa instituição educacional, onde foi possível concluir que:

Os professores sentem dificuldades de se relacionarem afetivamente com os seus alunos;

Os alunos não se sentem a vontade para falarem dos seus problemas pessoais com os seus

professores;

Os professores não se sentem confortáveis para tratarem com seus alunos sobre o tema

sexualidade;

Grande parte dos professores não leva em consideração o conhecimento prévio dos alunos;

Os alunos sentem falta de aulas mais atrativas;

Os professores utilizam muito o método de aulas expositivas;

Que haja uma consciência crítica de todo o corpo docente / administrativo da escola com

relação ao funcionamento da mesma em todo seu contexto;

Que o professor repense sua prática pedagógica e se adeque a que mais favoreça ao seu

aluno;

Que o aluno tome consciência do seu dever como educando e contribua para o bom

desenvolvimento das atividades escolares;

Que os professores busquem incansavelmente mais qualificações para terem melhores

condições de transmitirem e produzirem com qualidade seus conhecimentos e levem seus

alunos a se tornarem homens e mulheres críticos e conscientes.

Page 52: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

40

Considerações finais

De acordo com a nossa pesquisa, e tornando válidas as hipóteses levantadas em nosso

projeto, professores e alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Arlindo Ramalho,

com as turmas do 1° ano médio noturno, nas turmas A, B e C, poderão trabalhar possibilidades de

implantar entre si um melhor relacionamento, adotando princípios de amor e carisma com o seu

semelhante, tomando atitudes de compreensão, e respeitando as escolhas e as individualidades,

superando os desafios e entendendo que cada um de nós tem valor único e incomparável. Agindo

assim as diferenças serão compreendidas e todos passarão a se relacionar melhor.

Nessa perspectiva recomendamos:

Que haja uma maior interação entre professores e alunos;

Que os professores procurem dinamizarem suas aulas, tornando-as atrativas e pouco

cansativas;

Que os professores procurem conhecer melhor seus alunos interagindo com suas famílias;

Que os alunos vejam em seus professores a possibilidade de ampliar as dimensões do

processo ensino-aprendizagem;

Que os professores se conscientizem que a atitude com relação aos alunos condiciona suas

atitude diante de nós.

Page 53: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

41

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Page 54: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

42

ABREU, Maria C. & MASETTO, M. T. O professor universitário em aula. São Paulo: MG

Editores Associados, 1990, p. 115.

BARDIN, L. Análise de conteúdos. 70º ed. Lisboa – Portugal: 1997.

BORGES, Pedro F. O professor da década de 90. Artigo apresentado no Simpósio de qualidade

total na Universidade Mackenzie, 1995, p. 95.

BRUNER, J. Cultura da educação. Lisboa: Ed. 70, 2000, p. 50.

CUNHA, M. I. O bom professor e sua prática. Campinas: Papirus, 1994, p.70,71.

GARCIA, Regina Leite. O papel social da Universidade e sua repercussão na formação de

professores. Movimento, 2000, p. 61-70.

HAIDT, R. C. C. Curso de Didática Geral. São Paulo, Ática, 2000, p. 7.

HILAL, Josephina. Reação professor-aluno: formação do homem consciente. São Paulo:

Ed. Paulinas, 2ª edição, 1995, p. 19.

LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico: procedimentos básicos, pesquisa

bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. São Paulo: Atlas, 4ª edição,

1992,

Page 55: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

43

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. (Coleção Magistério 2º grau. Série formação do professor) São

Paulo: Cortez, 1994, p. 252.

LIBÂNEO, José C. Didática e formação de professores: percursos e perspectivas no Brasil e em

Portugal. São Paulo: Cortez, 2000. p.

LIBÂNEO, José C. Pedagogia e pedagogos, para quê? São Paulo: Cortez Editora, 1998, p. 249.

MORALES, Pedro. A relação professor-aluno: o que é, como se faz . São Paulo: Edições Loyola,

1999, p.157.

MIZUKAMI, Maira G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986, p. 14,15.

NÉRICI, I. G. Didática Geral, Dinâmica. 9ª ed., São Paulo, Ática, 1983, p. 304.

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: Pluralidade Cultural e Orientação Sexual,

Temas transversais. Volume 10, 1997, p. 112.

PILLETI, Nelson. Psicologia educacional. São Paulo, Ática, 1995, p. 97.

REBOUL, Olivier. Filosofia da educação, 5a. ed., São Paulo: Nacional, 2001, p. 56.

TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa

qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987, p. 91.

Page 56: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

44

7. APÊNDICE

Page 57: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

45

Anexo 1

Ofício a direção

Page 58: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

46

Ofício nº 01/2006

Solânea, 20 de novembro de 2006

Ilmª Srº Diretora

Mirian Ferreira do Amaral

E.E.E.F.M. Arlindo Ramalho

Solânea – PB

Assunto: Solicitação (faz)

Senhora diretora, como aluna do curso de pós-graduação Especialização em Educação

Profissional Técnica de Nível Médio Integrada ao Ensino Médio na Modalidade educação de

Jovens e Adultos – EJA, na Universidade Federal da Paraíba, Campus III Bananeiras - Pb, venho

através desta solicitar a V. Sª a permissão para realizar uma pesquisa com professores e alunos do

1° ano médio desta escola, através de uma entrevista que faz parte da monografia para conclusão do

mencionado curso.

Contando com sua compreensão apresentamos nossos protestos de elevada estima e

consideração.

Atenciosamente,

___________________________________________________

Verônica Alves de Medeiros Souza

Page 59: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

47

Anexo 2

Carta aos professores

Page 60: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

48

Caro professor,

Como aluna do curso de pós-graduação Especialização em Educação Profissional Técnica

de Nível Médio Integrada ao Ensino Médio na Modalidade educação de Jovens e Adultos – EJA,

na Universidade Federal da Paraíba, Campus III Bananeiras - Pb, venho através desta pedir sua

colaboração no sentido de responder a um questionário, que fará parte da minha monografia para

conclusão do curso.

Sua colaboração é de uma importância para o desenvolvimento da minha pesquisa.

Atenciosamente,

___________________________________________________

Verônica Alves de Medeiros Souza

Page 61: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

49

Anexo 3

Questionário aos professores

Page 62: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

50

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE FORMAÇÃO DE TECNÓLOGOS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL

MÉDIO INTEGRADA AO NÍVEL MÉDIO NA MODALIDADE EDUCAÇÃO DE JOVENS E

ADULTOS

ALUNA: VERÔNICA ALVES DE MEDEIROS SOUZA

MATRÍCULA: 2006.082 DATA: 20/11/2006 HORÁRIO: 19:00 h

TURNO: NOTURNO CÓDIGO: __________

PESQUISA: RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO

FUNDAMENTAL E MÉDIO ARLINDO RAMALHO NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO

MÉDIO NOTURNO, NO MUNICÍPIO DE SOLÂNEA-PB.

Questionário para professores

1 – No início do ano letivo você aplica questionário ou entrevista com seus alunos sobre a realidade

econômica e social deles?

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

2 – No começo das aulas o q você pede de material escolar para seus alunos no intuito de facilitar

suas aulas?

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

3 – Quanto tempo você gasta individualmente em sala de aula para atendimento ao aluno?

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

4 – Você é solteiro(a) ou casado(a)? Até que ponto a sua situação emocional ajuda ou prejudica o

seu desempenho em sala de aula?

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

5 – Qual a metodologia que você mais usa em suas aulas?

_________________________________________________________________________

Page 63: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

51

6 – Como se comportam na sala de aula a maioria dos seus alunos?

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

7 – Seus alunos lhe procuram ou já lhe procuraram para lhe falar de algum assunto pessoal?

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

8 – Você já deixou se envolver por algum problema emocional dos seus alunos? Qual mais lhe

chamou a atenção?

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

9 – Quando você apresenta um conteúdo novo, o que mais dificulta o entendimento dos alunos?

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

10 – Qual a maior dificuldade que você encontra pra realizar suas atividades em sala de aula?

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

11 – Os seus alunos reclamam de alguma coisa da escola ou de um professor? O que você faz nessa

situação?

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

12 – Você costuma falar com seus alunos assuntos extra-classe? Quais?

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

13 – Quando você planeja suas aulas, o que é mais importante o conteúdo a ser dado ou a

aprendizagem dos seus alunos?

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

14 – O que mais dificulta sua relação com seus alunos?

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

Page 64: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

52

Anexo 4

Carta aos alunos

Page 65: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

53

Caro aluno(a),

Na condição de aluna do curso de pós-graduação Especialização em Educação Profissional

Técnica de Nível Médio Integrada ao Ensino Médio na Modalidade educação de Jovens e Adultos –

EJA, na Universidade Federal da Paraíba, Campus III Bananeiras – PB, venho através desta

solicitar a sua colaboração no sentido de responder a um questionário que faz parte da minha

monografia para conclusão do curso.

Atenciosamente agradeço.

Verônica Alves de Medeiros Souza

Page 66: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

54

Anexo 5

Questionário aos alunos

Page 67: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

55

Questionário para o aluno

1 – Qual a sua idade?

_________________________________________________________________________.

2 – Você gosta de ir à escola? Porque?

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

3 – Como você se comunica com seus professores?

( ) com respeito

( ) tem uma comunicação razoável

( ) tem ótima comunicação

( ) se comunica apenas o necessário

4 – Como é a linguagem dos professores?

( ) ruim

( ) regular

( ) boa

( ) ótima

5 – Você conversa assuntos pessoais com seus professores?

( ) não

( ) às vezes

( ) não se sente a vontade

( ) sempre que necessário

6 – Os seus professores se apresentam para darem aulas normalmente?

( ) aborrecidos

( ) indiferentes

( ) normais

( ) entusiasmados

7 – Alguma vez que você foi a escola com problemas pessoais, seus professores notaram?

( ) não

( ) algumas vezes

( ) sempre

8 – Quando você não entende um conteúdo ministrado pelo professor, o que você faz?

( ) pergunta para o colega

( ) pede explicação em público

( ) em outro momento procura o professor

( ) deixa passar

Page 68: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

56

9 – Como são as aulas que os seus professores ministram?

( ) atrativas

( ) cansativas

( ) monótonas

( ) agradáveis

( ) outro: ______________________________________________________________

10 – Quando seu professor está ministrando o conteúdo, você participa dando exemplos do que

acontece no seu dia-a-dia.

( ) não

( ) às vezes

( ) sempre

( ) outro _______________________________________________________________

11 - Seus professores levam em consideração seu conhecimento adquirido em sua vivência?

( ) não

( ) às vezes

( ) sempre

( ) outro _______________________________________________________________

12 – A razão principal de sua permanência na escola é:

( ) adquirir um diploma para arrumar um emprego

( ) se preparar para o vestibular

( ) porque a família obriga você a estudar

( ) outro _______________________________________________________________

13 – Se você fosse professor como seriam suas aulas?

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

14 – O tema sexualidade é explorado pelos professores em sala de aula?

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

Page 69: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

57

Anexo 6

Quadros referentes aos questionários dos alunos

Page 70: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

58

ALUNOS FALAM DA RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA

TABELA 3 – LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO DO PROFESSOR COM O ALUNO

EM SUA ESCOLA, COMO VOCÊ SE COMUNICA COM

SEUS PROFESSORES?

NÚMERO

DE

ALUNOS

% DE

ALUNOS

( ) COM RESPEITO

( ) TEM UMA COMUNICAÇÃO RAZOÁVEL

( ) TEM ÓTIMA COMUNICAÇÃO

( ) COMUNICA-SE APENAS O NECESSÁRIO

18

05

03

05

58,06%

16,13%

9,68%

16,13%

TABELA 4 - COMO É A LINGUAGEM DOS SEUS PROFESSORES?

COMO É A LINGUAGEM DOS SEUS PROFESSORES?

NÚMERO

DE

ALUNOS

% DE

ALUNOS

( ) RUIM

( ) REGULAR

( ) BOA

( ) ÓTIMA

01

08

12

10

3,22%

25,81%

38,71%

32,26%

Page 71: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

59

TABELA 5 – RELAÇÃO PESSOAL DOS ALUNOS COM OS PROFESSORES

VOCÊ CONVERSA ASSUNTOS PESSOAIS COM SEUS

PROFESSORES?

NÚMERO

DE

ALUNOS

% DE

ALUNOS

( ) NÃO

( ) ÀS VEZES

( ) NÃO SE SENTE A VONTADE

( ) SEMPRE QUE NECESSÁRIO

18

07

02

04

58,06%

22,58%

6,45%

12,91%

TABELA 6 – ALUNOS FALAM COMO OS PROFESSORES SE APRESENTAM PARA

MINISTRAREM SUAS AULAS

OS PROFESSORES SE APRESENTAM PARA DAREM

AULAS NORMALMENTE:

NÚMERO

DE

ALUNOS

% DE

ALUNOS

( ) ABORRECIDOS

( ) INDIFERENTES

( ) NORMAIS

( ) ENTUSIASMADOS

01

02

26

02

3,22%

6,46%

83,86%

6,46%

TABELA 7 – COMO SE COMPORTAM OS ALUNOS DIANTE DAS DÚVIDAS DOS

CONTEÚDOS E PORQUE PERMANECEM NA ESCOLA

QUANDO VOCÊ NÃO ENTENDE UM CONTEÚDO

MINISTRADO PELO PROFESSOR, O QUE VOCÊ FAZ?

NÚMERO

DE

ALUNOS

% DE

ALUNOS

( ) PERGUNTA PARA UM COLEGA

( ) PEDE EXPLICAÇÃO EM PÚBLICO

( ) EM OUTRO MOMENTO PROCURA O PROFESSOR

( ) DEIXA PASSAR

07

13

06

05

22,58%

41,93%

19,36%

16,13%

Page 72: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL …portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_arelacao.pdf · JOVENS E ADULTOS A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA ESCOLA ESTADUAL DE ...

60

TABELA 8 – PRINCIPAL RAZÃO DA PERMANÊNCIA DOS ALUNOS NA ESCOLA

A RAZÃO PRINCIPAL DE SUA PERMANÊNCIA NA

ESCOLA É:

NÚMERO

DE

ALUNOS

% DE

ALUNOS

( ) ADQUIRIR UM DIPLOMA PARA CONSEGUIR

EMPREGO

( ) PREPARAR-SE PARA O VESTIBULAR

( ) PORQUE A FAMÍLIA OBRIGA VOCÊ A ESTUDAR

( ) OUTRO

17

14

00

00

54,83%

45,17%

0%

0%

TABELA 9 – ALUNOS FALAM SE OS PROFESSORES CONSIDERAM SEUS

CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS EM SUA VIVÊNCIA.

SEUS PROFESSORES LEVAM EM CONSIDERAÇÃO SEU

CONHECIMENTO ADQUIRIDO EM SUA VIVÊNCIA

NÚMERO

DE

ALUNOS

% DE

ALUNOS

( ) NÃO

( ) ÀS VEZES

( ) SEMPRE

( ) OUTRO

09

21

01

00

29,04%

67,74%

3,22%

0%

TABELA 10 – ALUNOS FALAM SOBRE O OLHAR DOS PROFESSORES QUANTO AOS

SEUS PROBLEMAS PESSOAIS.

ALGUMA VEZ QUE VOCÊ FOI A ESCOLA COM

PROBLEMAS PESSOAIS, SEUS PROFESSORES

NOTARAM?

NÚMERO

DE

ALUNOS

% DE

ALUNOS

( ) NÃO

( ) ALGUMAS VEZES

( ) SEMPRE

22

08

01

70,97%

25,81%

3,22%