A Relacao Familia Escola
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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA – UVA
Ana Paula C. do Nascimento
A relação família-escola e a otimização do processo de aprendizagem
Rio de Janeiro – 2011

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA – UVA
Ana Paula C. do Nascimento
A relação família-escola e a otimização do processo de aprendizagem
Monografia apresentada como pré-requisito para conclusão do curso de Pedagogia, da Universidade Veiga de Almeida, orientada pelo professor José Luiz de Paiva Bello.
Rio de Janeiro – 2011

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA – UVA
Ana Paula C. do Nascimento
A relação família-escola e a otimização do processo de aprendizagem
Monografia apresentada como pré-requisito para conclusão do curso de Pedagogia, da Universidade Veiga de Almeida, orientada pelo professor José Luiz de Paiva Bello.
Data da aprovação: ____ de __________ de 2011
_____________________________ Professor José Luiz de Paiva Bello
_____________________________ Professor Márcia Lins
_____________________________ Professora Erotides Xavier
Rio de Janeiro – 2011

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Aos meus pais por estarem comigo em todos os momentos dando forças para eu alcançar meus objetivos. Sempre estiveram vibrando incondicionalmente com minhas conquistas em todos os momentos da minha vida; pela compreensão e paciência no decorrer dessa longa trajetória, caminho percorrido com muita garra, amor e com muita luta.
Amo Muito Vocês!

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AGRADECIMENTOS
Na elaboração deste trabalho devo meus agradecimentos a:
- Aos meus pais por terem me garantido os estudos;
- A minha tia Eliane pelo carinho e atenção dispensada durante a realização
do meu curso e pela vida inteira.
- As minha amigas da faculdade pela amizade e por toda contribuição nos
meus estudos, especialmente a Nanda, Deja e Gabi.
- Aos professores da Universidade Veiga de Almeida que sempre estiveram
comigo, contribuindo para o meu crescimento pessoal e profissional.
- As professoras componentes da banca, professora Márcia Lins, professora
Erotides Xavier;
- Ao meu orientador José Luiz de Paiva Bello, pela atenção e conforto quando
tudo parecia difícil e até mesmo impossível...

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“Observa o teu culto a família e cumpre teus deveres para com teu pai, tua mãe e todos os teus parentes. Educa as crianças e não
precisarás castigar os homens.”
Pitágoras

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RESUMO
A questão central deste trabalho é a relação da família com a escola. Para desenvolver este tema foi preciso entender qual é o papel que a escola exerce na sociedade e na formação do indivíduo. De outra forma foi preciso também entender que papel a família representa para a sociedade. Como não podia deixar de ser o trabalho se desenvolve buscando entender como se dá a relação da família com a escola e da escola com a família. Por fim, como o resultado destas ações dizem respeito a isso, é explicado como se dá o processo de aprendizagem, baseado nas teorias de Piaget. Palavras-chave: família; escola; relação; aprendizagem; desenvolvimento.

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ABSTRACT
The central question of this work is the family's relationship with the school. To
develop this theme was to understand what role the school plays in society and in shaping the individual. Otherwise it was also necessary to understand what role the family to society. How could it be the work develops seeking to understand how is the family's relationship with the school and the school with the family. Finally, as a result of these actions relate to it, is explained to us the process of learning, based on the theories of Piaget. Keywords: family, school, relationship, learning, and development.

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SUMÁRIO
Introdução .......................................................................................................... 09
1 O Papel da escola .................................................................................... 12
2 O Papel da família .................................................................................... 16
3 A família e a escola .................................................................................... 20
4 O que é a aprendizagem? .......................................................................... 24
4.1 Como se desenvolve a aprendizagem .......................................... 25
Conclusão .......................................................................................................... 27
Referências .......................................................................................................... 29

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Introdução
O problema central deste trabalho é a questão da relação da família com a
escola. Como consequência desta relação espera-se que a qualidade da
aprendizagem do aluno aumente de forma significativa.
O objetivo desse trabalho é esclarecer a influência dos pais na aprendizagem
dos filhos. Além disso, esclarecer a importância de os pais estarem em contato com
a vida escolar dos filhos e vivenciar as obrigações, ajudando nas tarefas de casa.
Ainda mostrar interesse pelo conteúdo do que é oferecido em cada disciplina.
Muitos autores definem educação como uma ciência, ou seja, é preciso
estudar suas características próprias para poder dominá-la. Mas para melhor defini-
la o Minidicionário da Editora Scipione diz que é o “ato de educar”, além de um
“processo pelo qual uma função se desenvolve e se aperfeiçoa pelo próprio
exercício”. (Educação, 1996, p. 223).
Mas educação é muito mais abrangente, pois, além de estudar todas as
faculdades humanas, procura atender as necessidades dos indivíduos em todos os
aspectos. O campo educacional dá subsídios aos indivíduos para que possam atuar
em sociedade. Por isso repensa-se educação enquanto prática educacional. Prática
esta que busca considerar o conhecimento do aluno na prática educativa, pois tudo
o que o aluno traz para a sala de aula é de extrema importância no seu
desenvolvimento.
Repensar educação abrange vários aspectos relevantes e totalmente
consideráveis. Tudo o que envolve educação exige extremo cuidado e criticidade na
hora de analisar.
Dá-se início a uma proposta educativa, que visa uma pedagogia crítico social
dos conteúdos, de acordo com a categoria criada por Saviani (1985, passim), tendo
como objeto principal a criança, a família, o professor, a escola e metas de se avaliar
o processo educacional. Todos àqueles que estão envolvidos nesse processo,
podemos chamar de multiplicadores do saber, do conhecimento.
Será fundamental que a família e a escola manifestem laços mútuos de
confiança, estando abertas a diálogos e a convivência verdadeiramente humana, em
parceria na convivência escolar. A família, como socialização primária, deve
perceber o quanto é importante, na formação da estrutura básica da criança e na

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influência que exerce em toda socialização secundária, entre elas, a escola. Em
contra partida, a necessidade da escola em valorizar as vivências trazidas pela
criança, levando-a ao saber, promovendo uma educação libertadora baseada nas
experiências e na realidade em que vivem e compreender qual o papel
desempenhado pela família e pela escola no que se refere à participação efetiva dos
pais na vida escolar dos filhos, analisando como esta parceria pode contribuir para a
formação plena do indivíduo.
A parceria ideal entre escola e família pressupõe, de ambas as partes, a
compreensão de que a relação família-escola deve se configurar de forma que os
pais não responsabilizem somente a escola pela educação de seus filhos, mas sim
promova uma união entre ambos. Isso não exime a escola de sua responsabilidade
como agente formador, porém atribui a ela a função que realmente lhe cabe.
O aluno aprende apenas quando ele se torna sujeito da sua
aprendizagem. E para ele torna-se sujeito da sua aprendizagem ele precisa participar das decisões que dizem respeito ao projeto da escola que faz parte também do projeto de sua vida. (GADOTTI, 1994, p. 2).
O ideal é que família e escola tracem as mesmas metas de forma simultânea,
propiciando ao aluno uma segurança na aprendizagem de forma que venha criar
cidadãos críticos capazes de enfrentar a complexidade de situações que surgem na
sociedade. Assim propiciando um melhor desenvolvimento possível respectivamente
para seus filhos e dos alunos.
Para a formação plena do indivíduo, é importante que a família e a escola
estejam juntas nesta tarefa árdua de educar o cidadão para o futuro, promovendo a
autoconfiança, um ser crítico, sua socialização e o respeito mútuo dentro da
sociedade em que vive, buscando a formação plena do indivíduo em todas as suas
potencialidades, para isso é importante: escola e família intrinsecamente interligadas
neste contexto.
O ensino reflete o processo de otimização da aprendizagem, a qual ajuda na
formação do ser humano e nas relações sociais no contexto social em que vivem. A
criança aprende na escola da mesma forma que também aprende na família. Assim,
tanto a escola quanto a família devem estar em acordo para que haja uma harmonia
nesta aprendizagem.

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A família precisa acompanhar o desenvolvimento da criança na escola e a
escola deve também acompanhar os valores que são vividos na família.
A metodologia deste trabalho baseou-se no instrumental análise de conteúdo,
uma vez que foram lidos textos de artigos relacionados ao tema trabalhado.

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1 O Papel da escola
Durkheim (apud BRANDÃO, 1991, p. 18-19) diz que:
Sob o regime tribal, a característica essencial da educação reside no fato de ser difusa e administrada indistintamente por todos os elementos do clã. Não há mestres determinados, nem inspetores especiais para a formação da juventude: esses papéis são desempenhados por todos os anciãos e pelo conjunto das gerações anteriores.
Quando um povo atinge um estágio maior de complexidade na organização
de sua cultura ele começa a ser preocupar com as formas e os processos de
transmissão de saber acumulado por esta sociedade.
[...] surgem [...] as escolas de bairro, as “lojas de ensinar”, abertas entre as outras no mercado. Ali um humilde mestre-escola, “reduzido pela miséria a ensinar”, leciona as primeiras letras e contas. O menino escravo, que aprende com o trabalho a que o obrigam, não chega sequer a esta escola. O menino livre e plebeu em geral pára nela. O menino livre nobre passa por ela depressa em direção aos lugares e aos graus onde a educação grega forma de fato o seu modelo de “adulto educado”. (IDEM, p. 40).
Ou seja, sempre que surge, na sociedade, a necessidade de se repassar um
saber adiante, surge também a necessidade de se criar formas sociais de condução
e controle do processo de ensino-aprendizagem. A escola é a instituição onde a
educação “cria situações próprias para o seu exercício, produz os seus
métodos, estabelece suas regras e tempos, e constitui executores
especializados. É quando aparecem a escola, o aluno e o professor”. (IDEM,
p. 26).
Com o processo de evolução de conhecimento relacionado à educação, o
planejamento da escola passou a se preocupar também com outras questões que
não estavam relacionados diretamente com o que acontecia somente no espaço da
escola. Assim, a comunidade passou a ser também preocupação da questão
educacional.
A escola que não tenha como uma de suas principais,
preocupações a comunidade, provavelmente estará atuando como um órgão de desajustamento do seu corpo discente.

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É dever da escola promover a integração no tempo e no espaço, de toda a comunidade, através do estudo e comemoração de sua história, bem como através do estudo acurado da atual realidade. (NÉRICI, 1981, p. 273).
Maritain (apud BRANDÃO, 1991, p. 65) diz que o objeto da educação é
guiar o homem no desenvolvimento dinâmico, no curso do qual se constituirá como pessoa humana – dotada das armas do conhecimento, do poder de julgar e das virtudes morais – transmitindo-lhe ao mesmo tempo o patrimônio espiritual da nação e da civilização às quais pertence e conservando a herança secular das gerações.
Da mesma forma William James (apud BRANDÃO, 1991, p. 65) diz que: “A
educação é a organização dos recursos biológicos individuais, e das capacidades de
comportamento que tornam o indivíduo adaptável ao seu meio físico ou social”.
Até pouco tempo atrás a educação escolar esteve estruturada tal como na
Grécia e Roma antigas. A educação moderna vê a escola num aspecto mais
abrangente, onde a comunidade e a família estão presentes.
É falso imaginar uma educação que não parte da vida real: da
vida tal como existe e do homem tal como ele é. É falso pretender que a educação trabalhe o corpo e a inteligência de sujeitos soltos, desancorados de seu contexto social na cabeça do filósofo e do educador, e que os aperfeiçoe para si próprios, desenvolvendo neles o saber de valores e qualidades humanas tão idealmente universais que apenas existem como imaginação em toda parte e não existem como realidade (como vida concreta, como trabalho produtivo, como compromisso, como relações sociais) em parte alguma” (BRANDÃO, 1991, p. 70).
A educação é regida por objetivos e Nérici (1981, p. 17-18), para se chegar a
estes objetivos, propõe perguntar o que se deseja do indivíduo para superar o seu
estado de imaturidade. Segundo ele a resposta seria:
a) Que alcance maturidade física, emocional e intelectual,
sendo que essa maturidade deve ser alcançada segundo as possibilidades de cada um.
b) Que atualizar todas as suas potencialidades com discriminação de aptidões capazes de o habitarem para o exercício de uma profissão.
c) Que precise o seu campo vocacional e aspiracional, a fim de poder ser elaborado um “projeto de vida”.

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d) Que se torne independente. É preciso salientar que independência implica iniciativa e responsabilidade. Assim, a educação procurará formar indivíduos cada vez mais autônomos de seus pais, professores e demais pessoas, mães com forte disposição de cooperar, de tratar respeitosamente de igual para igual.
e) Quer desenvolva a sua capacidade de aprender, desenvolvendo, inicialmente, estudos dirigidos, depois estudos sugeridos e, por fim, estudos autônomos.
f) Que desenvolva sua capacidade criativa, para não se sentir prisioneiro de formas estereotipadas, nos diversos setores da sua vida, mas que saiba procurar e criar novos caminhos, quando isso se fizer necessário.
g) Que desenvolva a capacidade de agir racionalmente, sabendo conter seus impulsos, quando intempestivos, inoportunos e prejudiciais.
h) Que se inspire em suas atividades, em suas necessidades e aspirações.
i) Que tenha conhecimento da realidade em que vive, física, social e cultural.
j) Que tenha consciência das suas necessidades, bem como das suas possibilidades e limitações.
l) Que aprenda a sentir e agir coletivamente. m) Que aprenda a respeitar profundamente os seus
semelhantes. n) Que aprenda a resguardar a sua individualidade, em
sentido de elevação e dignidade, diante de todos os processos de massificação.
o) Que aprenda a agir responsavelmente, refletindo antes de agir e respondendo pelos seus atos.
p) Que se habilite para o exercício de uma atividade pragmática, viável em seu meio.
q) Que leve em conta, na sua ação, as necessidades e aspirações sociais.
r) Que se convença de que precisa educar-se a vida inteira, em processo de educação permanente.
s) Que tome consciência de que a tecnologia, tão necessária, é um meio e não um fim, e que deve ser instrumento nas mãos do homem e não o seu senhor.
t) Que é preciso ter confiança em si e nos seus semelhantes. u) Que desenvolva a sua mentalidade científica. v) Que sensibilize quanto à necessidade de preservar a
natureza. x) Que desenvolva a sua capacidade de apreciação estética. y) Que desenvolva a sua capacidade de relacionamento
comunitário. [...].
Brandão (1991, p. 110) espera que a educação
[...] continue sendo movimento e ordem, sistema e contestação. O saber que existe solto e a tentativa escolar de prendê-lo num tempo e num lugar. A necessidade de preservar na consciência dos “imaturos” o que os “mais velhos” consagram e, ao mesmo tempo, o

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direito de sacudir e questionar tudo que está consagrado, em nome de do que vem pelo caminho.
A escola, portanto, é a formadora de indivíduos onde é trabalhado
cientificamente o potencial de cada um. A escola prepara o indivíduo a enfrentar a
sociedade com saberes que o torne capaz de tomar as próprias decisões e enfrentar
seus próprios desafios. O trabalho educacional da escola é diferente do trabalho
educacional da família, uma vez que na escola exige-se um conhecimento
especializado. No entanto, o trabalho educacional da escola não pode prescindir do
trabalho educacional da família, uma vez que a formação moral do indivíduo, como
veremos a seguir, tem suas bases na família.

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2 O Papel da família
A família é a responsável pelos cuidados físicos, pelo desenvolvimento
psicológico, emocional, moral e cultural da criança na sociedade, desde o seu
nascimento. Com isso, através dos primeiros contatos com a família a criança supre
suas necessidades e inicia a construção dos seus esquemas perceptuais, motores,
cognitivos, lingüísticos e afetivos. Também é a partir da família que a criança
estabelece ligações emocionais para o estabelecimento de uma socialização
adequada. (SOUSA; JOSÉ FILHO, 2008, p. 2).
O ambiente familiar é a formação da “base de personalidade”, onde a criança
cresce, atua, desenvolve e expõe seus sentimentos, experimenta as primeiras
recompensas e punições, a primeira imagem de si mesma e seus primeiros modelos
de comportamentos – que vão se inscrevendo no interior dela e configurando seu
mundo interior. Isto funciona como fator determinante no desenvolvimento da
consciência, sujeita a influências subsequentes. (SOUSA; JOSÉ FILHO, 2008, p. 2).
[...] Todo o seu progresso psicológico foi realizado, até então, através das relações com outrem, principalmente os pais. De começo, a criança fundiu-se com as pessoas que a rodeiam, identificou-se com elas, foi invadida pela sua presença [...]. (MÉDICI apud SOUSA; JOSÉ FILHO, 2008, p. 2).
A família também tem um papel importante nas representações do mundo
exterior, uma vez que este processo possibilita a criança viver o universal de forma
particular e, dessa maneira, construir-se. Pelo fato de pertencer a um determinado
núcleo familiar a criança recebe noções de poder, autoridade, hierarquia, além de
lhe permitir aprender habilidades diversas, tais como: falar, organizar seus
pensamentos, distinguir o que pode e o que não pode fazer, seguindo as normas da
sua família, adaptar-se às diferentes circunstâncias, flexibilizar, negociar.
Um bom exemplo é o relacionamento com adultos próximos, principalmente
pais e irmãos, onde a criança aprende como negociar, cooperar e competir, a fazer
amigos e aliados, a ter prestígios e fracassos, a ter oportunidade de experimentar
relações com iguais e aprender umas com as outras. (SOUSA; JOSÉ FILHO, 2008,
p. 2-3).

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A vivência familiar tem uma grande influência no comportamento da criança
na sua relação com o mundo e com seus companheiros escolares. Sendo assim, a
família tem uma importância fundamental para que a criança tenha um
relacionamento saudável com a sociedade ao seu redor.
Muitos especialistas no assunto acreditam que o afeto
encontrado no seio familiar pode ser entendido como a energia necessária para que a estrutura cognitiva passe a operar, influenciando a velocidade com que se constrói o conhecimento, ou seja, quando a criança se sente mais segura, aprende com mais
facilidade. (SOUSA; JOSÉ FILHO, 2008, p. 3).
As ligações emocionais são necessárias para o desenvolvimento da natureza
humana, já que uma criança tem que experimentar relações primárias a fim de se
relacionar com outras pessoas e desenvolver uma segurança psicológica básica. As
reações emocionais também estão na base da motivação da aprendizagem. Pelo
fato de a criança procurar a aprovação e o amor dos outros, ela é motivada a pensar
e a se comportar como eles desejam, além de basear seu comportamento no deles.
(SOUSA; JOSÉ FILHO, 2008, p. 3).
A família funciona como o primeiro e mais importante agente socializador,
sendo assim, é o primeiro contexto no qual se desenvolvem padrões de socialização
em que a criança constrói o seu modelo de aprendiz e se relaciona com todo o
conhecimento adquirido durante sua experiência de vida primária e que vai se refletir
na sua vida escolar.
Independentemente de como a família é constituída, esta é uma instituição fundamental da sociedade, pois é nela que se
espera que ocorra o processo de socialização primária, onde ocorrerá a formação de valores. Este sistema de valores só será confrontado no processo de socialização secundário, isto é, através da escolarização e profissionalização, principalmente na adolescência. (VALADÃO; SANTOS apud SOUSA; JOSÉ FILHO, 2008, p. 3).
Passamos a trabalhar com a possibilidade de que o modelo de aprendizagem
não se caracterize como algo de cunho somente individual, mas também como
modelo desenvolvido em uma rede de vínculos. Assim, a família se revela não
somente como fator indispensável na estabilidade emocional da criança como
também na sua educação, com isso, o sucesso da tarefa da escola depende da
colaboração familiar ativa.

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É com esta formação de personalidade que o indivíduo relaciona-se na
sociedade e, no nosso caso, no ambiente escolar. Neste sentido, podemos dizer que
a família, de certa forma, através da influência passada para o indivíduo, está
presente também no ambiente escolar.
Achamos que os seres humanos são os únicos que passam pelo processo de
educação. No entanto, na natureza, os animais, de certa forma, também educam os
seus filhotes. O passarinho expulsa seus filhotes do ninho depois de um
determinado tempo para que eles aprendam a voar. (BRANDÃO, 1991, p. 14). A
leoa caça diante de seus filhotes para que eles também aprendam a caçar.
Os seres humanos também vivenciam experiências de aprendizagem em
diversas situações: em casa, na rua, igreja e na escola. Para saber, para fazer, para
ser ou para conviver precisamos misturar nossa vida com educação. Sendo assim,
ao mesmo tempo em que ensinamos alguma coisa a alguém, outros também nos
ensinam alguma coisa.
A educação ajuda a formar tipos de seres humanos e, mais do que isso, ajuda
a criá-los, através do passar de uns para os outros o saber que o constitui e legitima.
Produz um conjunto de crenças e ideias, de qualificações e especialidades que
envolvem as trocas de símbolos, bens e poderes que, em conjunto constroem tipos
de sociedades. (IDEM, p. 11).
Brandão (IDEM, p. 8) conta que há muitos anos os Estados Unidos, nos
estados de Virgínia e Maryland, assinaram um tratado de paz com os índios das
Seis Nações. Os governantes mandaram aos índios uma carta para que enviassem
alguns de seus jovens às escolas dos brancos para serem educados. Os chefes
responderam, agradecendo e recusando o convite.
[...] Nós estamos convencidos, portanto, que os senhores
desejam o bem para nós e agradecemos de todo coração. Mas aqueles que são sábios reconhecem que diferentes nações têm concepções diferentes das coisas e, sendo assim, os senhores não ficarão ofendidos ao saber que a vossa ideia de educação não é a mesma que a nossa.
Muitos dos nossos bravos guerreiros foram formados nas escolas do Norte e aprenderam toda a vossa ciência. Mas, quando eles voltavam para nós eram maus corredores, ignorantes da vida da floresta e incapazes de suportarem o frio e a fome. Não sabiam como caçar o veado, matar o inimigo e construir uma cabana, e falavam a nossa língua muito mal. Eles eram, portanto, totalmente inúteis. Não serviam como guerreiros, como caçadores ou como conselheiros.
Ficamos extremamente agradecidos pela vossa oferta e, embora não possamos aceitá-la, para mostrar a nossa gratidão

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oferecemos aos nobres senhores de Virgínia que nos enviem alguns dos seus jovens, que lhes ensinaremos tudo o que sabemos e faremos, deles, homens. (apud BRANDÃO, 1991, p. 8-9).
Quando falamos de educação logo nos chega a imagem da escola, mas os
antropólogos ao se referirem sobre o assunto pouco querem falar de processos
formalizados de ensino. Estes estudiosos identificam processos sociais de
aprendizagem onde não existe ainda nenhuma situação propriamente escolar de
transferência do saber. A rotina das aldeias tribais o saber vai da confecção do arco
e flecha à recitação das rezas sagradas aos deuses da tribo.

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3 A família e a escola
Na medida em que o mundo se tornou mais complexo, a instituição escola
também exigiu uma complexidade maior. A sociedade exigia trabalhadores mais
preparados para enfrentar o mundo moderno que surgia diante deles. Neste
contexto a escola foi a responsável pelo ajuste dos indivíduos às novidades trazidas
pela sociedade. Sendo assim, a educação não pode ser entendida dentro de uma
história isolada, mas como aquela que constitui uma parte do todo social.
(GIAQUETO; PINTO apud SOUSA; JOSÉ FILHO, 2008, p. 1).
A função educacional foi deslocada da família, eclodindo um
verdadeiro elo entre a família e a escola, mas, devido às exigências do mundo moderno, a família precisou recorrer a centros especializados, o que demandou no estreitamento e na convergência das relações entre família e escola, articulando suas ações educativas, uma mudança social. Este novo cenário, esta configuração social, estabelece que as famílias recorram a sistemas pedagógicos, aos quais fica concentrada e confiada a função educacional, demarcando a “pluralidade das infâncias”, que é articulada pelas estruturas familiares e novas estratégias de organização, inserindo-se nesse contexto outras pessoas e outras instituições. (STEIN, 2010, p. 233).
No século XX, o envolvimento dos homens e das mulheres com o trabalho fez
com que as responsabilidades com a educação dos filhos fossem divididas com a
escola. A escola, por sua vez, passou a ter uma maior importância educacional.
Além de fornecer modelos comportamentais, fontes de
conhecimento e de ajuda para o alcance da independência emocional da família, a escola também passa a ser o local para a formação do ser social e para o desenvolvimento do processo de transmissão-assimilação do conhecimento – que pode ser utilizado pelo aluno em seu meio de sociabilidade como instrumento de sua
prática. (SOUSA; JOSÉ FILHO, 2008, p. 1).
Neste sentido, a escola deveria servir de elo de uma identificação entre a
família e o grupo social externo de uma forma mais ampla, ou seja, na construção da
identidade do ser social. (VALADÃO; SANTOS apud SOUSA; JOSÉ FILHO, 2008, p.
1).
Com os avanços do modo capitalista de produção, a divisão
social do trabalho atingiu seu ponto mais alto e produziu

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conseqüências nos lares, principalmente na redução significativa a relevância do agrupamento familiar, assim que as pessoas ganharam importância no espaço exterior a casa. A educação deixou de ser responsabilidade dos pais e passou a ser de responsabilidade dos poderes públicos constituídos. Percebia-se que os conhecimentos relativos à educação tornavam-se cada vez mais especializados e sofisticados. A família não podia educar pelo fato de a educação ter-se tornado assunto do Estado e por não serem tão capazes quanto os professores, imbuídos que eram dos saberes científico. (SANTOS, 2009, p. 24).
No entanto, o que se verifica é que o que as escolas têm para oferecer é
um ensino massificado, onde o ritmo é o de uma linha de montagem industrial. Em decorrência, temos alunos assumindo o valor de notas ou conceitos que os conduzem à aprovação (sinônimo de sucesso) ou à reprovação (sinônimo de fracasso). (SOUSA; JOSÉ FILHO, 2008, p. 1).
A escola, por si só, constitui em um local que oferece uma diversidade de
conhecimentos, atividades, regras e valores. Além disso, agrega uma multiplicidade
de personagens que geram conflitos, problemas e diferenças (MAHONEY apud
DESSEN; POLONIA, 2007, p. 25). “É nesse espaço físico, psicológico, social e
cultural que os indivíduos processam o seu desenvolvimento global, mediante as
atividades programadas e realizadas em sala de aula e fora dela” (REGO apud
DESSEN; POLONIA, 2007, p. 25). A escola é um ambiente multicultural que
abrange a construção de laços afetivos e preparo para inserção na sociedade
(OLIVEIRA apud DESSEN; POLONIA, 2007, p. 25).
A escola, portanto, é uma instituição fundamental para o indivíduo, assim
como para a evolução da sociedade e da humanidade (DAVIES; REGO apud
DESSEN; POLONIA, 2007, p. 25).
O processo de desenvolvimento do indivíduo, o preparo de professores e pais
para viverem e superarem as dificuldades em um mundo de mudanças rápidas e de
conflitos interpessoais, é uma tarefa inerente da escola. “Ela é um microssistema da
sociedade, que reflete as transformações como também lida com as diferentes
demandas do mundo”. (DESSEN; POLONIA, 2007, p. 25).
Ou seja, tanto a escola como a família são responsáveis pelo
desenvolvimento do indivíduo. Neste sentido, Dessen e Polonia (2007, p. 27) dizem
que:

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É importante ressaltar que a família e a escola são ambientes de desenvolvimento e aprendizagem humana que podem funcionar como propulsores ou inibidores dele. Estudar as relações em cada contexto e entre eles constitui fonte importante de informação, na medida em que permite identificar aspectos ou condições que geram conflitos e ruídos nas comunicações e, conseqüentemente, nos padrões de colaboração entre eles. Nesta direção, é importante observar como a escola e, especificamente, os professores empregam as experiências que os alunos têm em casa. Face à leitura, é muito importante que a escola conheça e saiba como utilizar as experiências de casa para gerir as competências imprescindíveis ao letramento. A interpretação de textos ou a escrita podem ser estimuladas pelos conhecimentos oriundos de outros contextos, servindo de auxílio à aprendizagem formal.
Dessen e Polonia (IDEM) dizem ainda que os pais estão sempre preocupados
e envolvidos com as atividades escolares dos seus filhos, independentemente de
classe social. A principal preocupação dos pais é a avaliação dos filhos na escola.
Epstein (apud DESSEN; POLONIA, 2007, p. 27) diz que os pais se envolvem em
atividades escolares em suas próprias casas, sob
a forma de acompanhamento das tarefas (monitorar a sua realização), ou, ainda, em orientações sistemáticas do comportamento social e engajamento dos filhos nas atividades da escola, realizadas por iniciativa própria ou por sugestão da escola.
Se na família são normalmente os pais que exercem a contribuição para o
desenvolvimento geral e escolar, na escola são os professores. (FERREIRA;
MARTURANO apud DESSEN; POLONIA, 2007, p. 28).
Percebe-se então, a partir disso, que a relação da família com a escola e vice-
versa, é uma relação fundamental para o desenvolvimento do indivíduo. Apesar
disso ainda existem barreiras que geram conflitos e ações que não contribuem para
o desenvolvimento da criança. A escola ainda tem dificuldade de inserir os pais em
suas atividades de aprendizagem das crianças.
Carneiro (apud DESSEN; POLONIA, 2007, p. 28) afirma
que a mudança desta situação depende de uma
transformação na cultura vigente da escola e que o projeto político-pedagógico poderia ser um dos meios para promover esta inserção. Ainda, as formas de avaliação adotadas, bem como as estratégias para superar as dificuldades presentes no processo ensino-aprendizagem, de maneira a incluir a família, exigem que as escolas insiram essa discussão no projeto pedagógico, como forma de assegurar a sua compreensão e efetivar a participação dos pais que é ainda um ponto crítico na esfera educacional. Com isso, pode-se

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romper o estereótipo presente da preocupação centrada apenas nos resultados acadêmicos.
O que podemos notar é que a relação da escola com a família é de
fundamental importância para o desenvolvimento do indivíduo. Cabe então que a
escola se prepare de tal forma a possibilitar que esta relação se torne realmente
produtiva.

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4 O que é a aprendizagem?
Aprender é aumentar o conhecimento. No entanto a aprendizagem torna-se
significativa quando este conhecimento pode ser posto em prática.
Para Piaget existem três tipos fundamentais de comportamentos ou de
esquema de assimilação próprios para a aprendizagem:
1) comportamentos instintivos estereotipados de caráter hereditário: todos os animais da mesma espécie, em certas circunstâncias, comportam-se, automaticamente, da mesma maneira (resta sempre uma faixa de comportamento inventado); 2) comportamentos aprendidos por imitação e/ou exercitação: quando surge a necessidade, o animal resolve o problema através de automatismo aprendidos com os demais animais de sua espécie (hábito); finalmente, 3) comportamentos inventados; frente à situação, o animal constrói comportamentos originais, mesmo que a originalidade consista em simples redescoberta de comportamentos que já são usados por sua espécie. (LIMA, 1983, p. 8).
Assimilação, para Piaget, é incorporação da realidade aos esquemas de ação
do indivíduo ou o processo em que o indivíduo transforma o meio para satisfação de
suas necessidades. O conhecido (conhecimento anterior) representa a assimilação.
Só há aprendizagem quando os esquemas de assimilação sofrem acomodação,
onde a acomodação é a reestruturação dos esquemas de assimilação ou
comportamentos. O novo conhecimento representa a acomodação. Assimilação e
acomodação são processos indissociáveis e complementares. (BELLO, 1995).
O equilíbrio entre assimilação e acomodação é a adaptação. Experiências
acomodadas dão origem a novos esquemas de assimilação, alcançando-se um novo
estado de equilíbrio. A mente sendo uma estrutura (cognitiva) tende a funcionar em
equilíbrio, aumentando, permanentemente, seu grau de organização interna e de
adaptação ao meio. Quando este equilíbrio é rompido por experiências não
assimiláveis, o organismo (mente) se reestrutura (acomoda), a fim de construir
novos esquemas de assimilação e atingir novo equilíbrio. Este processo equilibrador
que Piaget chama de equilibração majorante é o responsável pelo desenvolvimento
cognitivo do sujeito. É através da equilibração majorante que o conhecimento
humano é totalmente construído em interação com o meio físico e sóciocultural.

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Assimilação
Incorporação da realidade do meio aos esquemas de ação
1) comportamentos instintivos estereotipados de caráter hereditário;
2) comportamentos aprendidos por imitação e/ou exercitação;
3) comportamentos inventados.
Assimilação Acomodação (meio) (Aprendizagem)
Adaptação
4.1 Como se desenvolve a aprendizagem
Para Piaget a fixação do conhecimento dá-se através da equilibração. Um
estímulo novo ao indivíduo representa para ele um estado de desequilibração. A
nova acomodação (aprendizagem) a este estado de desequilíbrio representará um
outro nível de equilibração. Este novo nível de equilibração terá uma complexidade
superior à anterior. Por isso Piaget a chamou de equilibração majorante.
Esquema de aprendizagem
Equilibração Desequilibração
Desequilibração Equilibração majorante
Equilibração majorante Desequilibração
Desequilibração Equilibração majorante

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A aprendizagem se dá sempre através de exercitação da ação e esta ação
deve ser gerado por um sentimento de prazer. Ou seja, a afetividade, para Piaget,
tem uma importância imensa no processo de aprendizagem.
Na medida em que a criança cresce e vai-se tornando
autônoma (capaz de procurar “prazer” em fontes variadas) a mãe e a professora tornam-se pouco interessantes (fontes de prazer). Suas necessidades vão-se diversificando e subindo de nível. Assim, a mãe e a professora devem estar atentas à diversificação dos interesses da criança. Se não fizerem isto, a criança vai aos poucos achando-as “bobas”. A relação inferior infantiliza a criança, por isto as crianças, por vezes, apresentam duas personalidades: uma para relacionar-se com a mãe e outra para relacionar-se com os colegas. Muitas vezes, os educadores (mãe e professores) têm dificuldade em levantar o nível de relacionamento com a criança, cultivando um relacionamento infantilizado. (LIMA, 1980, p. 69).
A afetividade, no entanto, não é o único fator que contribui com a
aprendizagem. Muitos inclusive confundem afetividade com “amor incondicional”.
(LIMA, 1983, p. 106). É preciso que, junto à afetividade, os educadores possam
exercer a estimulação da aprendizagem.
O sentimento de segurança transmitido pela afetividade que emana do mestre é imprescindível para criar clima de atividade motivada, mas não substitui a necessidade de examinar os problemas decorrentes da ineficiência dos mecanismos intelectuais indispensáveis ao êxito escolar. (LIMA, 1983, p. 104).
Neste sentido, podemos dizer que a afetividade é a mola propulsora da
aprendizagem e que tanto pais, como professores, são os personagens
responsáveis por isso.

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Conclusão
Na pesquisa realizada foi possível observar o quanto é importante a relação
família-escola na formação integral do indivíduo, através da análise das funções de
ambas instituições, juntas e separadamente, a fim de destacar que possuem grande
contribuição na formação da cidadania, bem como no desenvolvimento das
habilidades motoras, afetivas e cognitivas dos educandos.
É preciso que pais e educadores trabalhem juntos, integrados, em busca dos
mesmos objetivos e sempre tentando os mesmos meios. Só a perfeita integração
família-escola poderá produzir uma relação satisfatória, uma educação harmoniosa
e coerente entre a escola e os pais, além de propiciar segurança, tranquilidade e
confiança da criança.
A construção da autonomia moral na criança será possível em um ambiente
democrático, constituído por relações de cooperação e respeito mútuo, possibilitado
pelas trocas sociais.
Portanto tanto a escola quanto a família necessitam caminhar juntas, para
que a educação possa existir, ou seja, cada um, a escola, a família, fazendo sua
parte, tudo para que a educação possa acontecer.
A família é a primeira instituição na qual o sujeito faz parte desde o
nascimento, transmitindo seus primeiros conceitos de civilidade e vida social. Desta
forma, a escolha de uma escola para os filhos é uma das decisões mais importantes
que os pais tem que tomar.
Ainda existem muitas dificuldades nesta relação, tanto na escola, quanto na
família. Os pais ainda não têm uma perfeita compreensão do que seja a atividade da
escola. Por outro lado, a escola ainda não conseguiu conquistar a família para
contribuir com o trabalho da escola. Neste ambiente normalmente os pais
frequentam quando são convidados para as reuniões, nem sempre periódicas,
durante o ano letivo, ou para eventos ou festas comemorativas realizadas no
ambiente escolar.
Sem querer se aprofundar demais nesta questão, uma outra coisa que se faz
necessária, tanto na família quanto na escola, é a atitude democrática no âmbito de
todas as relações envolvidas. Ou seja, a relação da criança com a família deve ser

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democrática, assim como a relação da criança com a escola e da escola com a
família.
Tudo isso só faz sentido se pensarmos no desenvolvimento da criança. E
quando falamos de desenvolvimento na sociedade, estamos falando de
aprendizagem dos indivíduos para que possa ser usada a seu favor. Com isto, a
relação família-escola torna-se essencial, pois estas são pontos de apoio e
sustentação ao ser humano; são marcos de referência existencial.
Quanto melhor for a relação entre ambas, mais positivas e significativas serão
os resultados na formação do sujeito. A participação dos pais na educação formal
dos filhos deve ser constante e consciente. Vida familiar e vida escolar são
simultâneas e complementares.
É importante que pais, professores, filhos/alunos compartilhem experiências,
entendam e trabalhem as questões envolvidas no seu dia-a-dia, buscando
compreender as nuances de cada situação, uma vez que tudo o que se relaciona
aos filhos tem a ver, de algum modo, com os pais e tudo que se relaciona aos
alunos tem a ver, sob algum ângulo, com a escola.
Uma gestão democrática onde o aperfeiçoamento da democracia se dá na
participação do cidadão, na concepção e no controle das ações em todos os níveis.
A participação organizada da "comunidade escolar" na vida da instituição escolar é
um imperativo no atual momento. Os pais devem, cada vez mais, interferir nos
destinos da escola de seus filhos, para assegurar que o ensino por ela ministrado
seja de qualidade. Contribuindo, acima de tudo, para a formação integral do
indivíduo que deixa a condição de objeto, tornando-se sujeito de suas próprias
ações no processo educativo e em sua formação continuada ao longo da vida...

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Referências
BELLO, José Luiz de Paiva. Glossário de termos piagetianos. Pedagogia em Foco, Vitória, 1995. Disponível em: <http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/per09a.htm>. Acesso em: 22 out. 2011. BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. 26. ed. São Paulo: Brasiliense, 1991. (Coleção Primeiros Passos, 20). DESSEN, Maria Auxiliadora; POLONIA, Ana da Costa. A Família e a Escola como contextos de desenvolvimento humano. Paidéia, v. 17, n. 36, p. 21-32, 2007. Educação. ROCHA, Ruth. Minidicionário da Língua Portuguesa. São Paulo: Scipione, 1996. p. 223. GADOTTI, Moacir. Gestão democrática e qualidade de ensino. Iº Fórum Nacional Desafio da Qualidade Total no Ensino Público. Minascentro, Belo Horizonte, 28 a 30 de julho de 1994. Disponível em: <http://www.paulofreire.org/pub/Institu/SubInstitucional1203023491It003Ps002/Gest_democ.pdf>. Acesso em: 22 out. 2011. LIMA, Lauro de Oliveira. Introdução à pedagogia. São Paulo: Brasiliense, 1983. (Primeiros Voos, 21). ______ . Piaget para principiantes. 2. ed. São Paulo: Summus, 1980. (Novas Buscas em Educação, 8). NÉRICI, Imídeo G.. Introdução à supervisão escolar. 4. ed. São Paulo : Atlas, 1981. SOUSA, Ana Paula de; JOSÉ FILHO, Mário. A importância da parceria entre família e escola no desenvolvimento educacional. Revista Iberoamericana de Educación. n. 44/47, p. 1-8, 10 jan. 2008. SANTOS, Bruna da Silva. O movimento da realidade: desafios e perspectivas na relação família/escola, Rio de Janeiro, 2009. 53 p. Trabalho de Conclusão de Curso (graduação em Pedagogia). Departamento de Educação da Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2009.

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