A redução ao sistema como operação epistêmica: Metodologia e aplicação à ciência da...

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Kern V, Silva L, Balbis P, Estácio L, Andrade W, Denisczwicz M, Günther L, Formoso R, A redução ao sistema como operação epistêmica, ENANCIB 2016. A REDUÇÃO AO SISTEMA COMO OPERAÇÃO EPISTÊMICA A REDUÇÃO AO SISTEMA COMO OPERAÇÃO EPISTÊMICA Metodologia e aplicação à ciência da informação Metodologia e aplicação à ciência da informação Vinícius M. Kern Vinícius M. Kern 1,2 1,2 , Luciana M. Silva , Luciana M. Silva 1,3 1,3 , Paula Balbis Garcia , Paula Balbis Garcia 1 1 , Letícia S. dos Santos Estácio Letícia S. dos Santos Estácio 1 , Wemylinn G. F. Andrade , Wemylinn G. F. Andrade 1 1 , Marta Denisczwicz Marta Denisczwicz 1 1 , Leonardo L. Günther , Leonardo L. Günther 1 1 , Robson G. Formoso , Robson G. Formoso 2 Universidade Federal de Santa Catarina Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) (UFSC) Grupo de Pesquisa em Informação, Tecnologia e Sociedade Grupo de Pesquisa em Informação, Tecnologia e Sociedade (@DGP/CNPq ) 1 Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PGCIN ) 2 Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento (PPGEGC ) 3 Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), Biblioteca Universitária Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), Biblioteca Universitária Bolsista CNPq (PQ-2) Bolsista CNPq (PQ-2) Bolsista CAPES (doutorado) Bolsista CAPES (doutorado) Bolsista CAPES (mestrado) Bolsista CAPES (mestrado) XVII Encontro Nacional de Pesquisa em Pós-Graduação em Ciência da Informação (ENANCIB). Salvador, 20- 25/11/2016. Estes slides em http://www.slideshare.net/vmkern

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Slide 1Kern V, Silva L, Balbis P, Estácio L, Andrade W, Denisczwicz M, Günther L, Formoso R, A redução ao sistema como operação epistêmica, ENANCIB 2016.
A REDUÇÃO AO SISTEMA COMO OPERAÇÃO EPISTÊMICA Metodologia e aplicação à ciência da informação
Vinícius M. Kern1,2 , Luciana M. Silva1,3, Paula Balbis Garcia1 ,
Letícia S. dos Santos Estácio1, Wemylinn G. F. Andrade1 ,
Marta Denisczwicz1 , Leonardo L. Günther1 , Robson G. Formoso2
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Grupo de Pesquisa em Informação, Tecnologia e Sociedade ( @DGP/CNPq )
1 Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação ( PGCIN )
2 Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento ( PPGEGC )
3 Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), Biblioteca Universitária
Bolsista CNPq (PQ-2)
Bolsista CAPES (doutorado)
Bolsista CAPES (mestrado)
XVII Encontro Nacional de Pesquisa em Pós-Graduação em Ciência da Informação (ENANCIB). Salvador, 20-25/11/2016.
Estes slides em http://www.slideshare.net/vmkern
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Redução
“[...] operação epistêmica e, mais precisamente, um tipo de análise pelo qual o objeto reduzido se conjetura ou se demonstra que depende de algum outro, lógica ou ontologicamente anterior ao primeiro.” 1
“[...] tipicamente implica que x é nada mais que y ou nada sobre e além de y.” 2
Ciência analítica (hard science)
de totalidades. Filosoficamente individualista, “reducionista”.
Reducionismo: associado ao cartesianismo, base de grandes
avanços, mas não dá conta de fenômenos sistêmicos tais
como pobreza, guerra e dívida nacional3.
1 BUNGE, M. Diccionario de Filosofía, 3a ed. en español. México, D. F.: Siglo XXI, 2005. 221 p.
2 VAN RIEL, R.; VAN GULICK, R. Scientific reduction. The Stanford Encyclopedia of Philosophy, Spring 2016 Edition. Edward N. Zalta (ed.), 2016.
3 BUNGE, M. Emergence and convergence: qualitative novelty and the unity of knowledge. Toronto: University of Toronto, 2003. 330 p.
“pobreza, guerra e dívida nacional” …
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Contraste às limitações do reducionismo. Vertente mais radical: o ...
Holismo: “[...] a totalidade determina as partes e o conhecimento dessas é desnecessário para compreender a totalidade.”1 Para Bunge, é macrorredução, “redução ao todo”.2
Sistemismo (Bunge2)
Objetivo desta apresentação
Apresentar método e prática da redução sistemista: Mostrar como se reduz e exemplificar a explicação de efeitos sistêmicos na ciência da informação – ainda que contraintuitivos.
1 BUNGE, M. Diccionario de Filosofía, 3a ed. en español. México, D. F.: Siglo XXI, 2005. 221 p.
2 BUNGE, M. Emergence and convergence: qualitative novelty and the unity of knowledge. Toronto: University of Toronto, 2003. 330 p.
Introdução
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Tem que dizer mais que...
Venho trabalhando no grupo de pesquisa em (a) deesnvolvimento metodológico e (b) estudos empíricos usando o sistemismo.
(Incluindo teses e dissertações)
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E (environment): coleção de itens do ambiente – detectável
S (structure): coleção de ligações – detectável
M (mechanism): coleção de mecanismos – conjeturáveis (e verificáveis)
Simples... mas inviável
Na prática, pode-se modelar em certo nível da C, E, S e M, por exemplo...
Composição atômica de uma molécula
Relações (ligações) sociais num grupo [não interessam atração gravitacional e eletromagnética...]
Um cientista social pode estudar sistemas sociais variando níveis → família, partido, nação...
Problema: Bunge reconhece que é difícil1, mas não diz como modelar sistemas.
É necessário, então, criar um procedimento.
1 BUNGE, M. A world of systems. Dordrecht: D. Reidel, 1979. 314p. (Treatise on basic philosophy; v.4. Ontology; 2).
Redução sistemista com o modelo CES(M)
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Sistemas de informação: termo (já, mal) usado, conota software, tecnocentrismo
Sistemas de informação sociotecnológicos: neologismo que não “pegou”
Sistemas de informação 2.0: neologismo não apropriado
Abordagem (ou Pesquisa) sistêmica em informação:
“[...] quando cientistas sociais rigorosos contemporâneos ouvem a
palavra ‘sistema’, ficam propensos a sacar suas armas intelectuais” 2
Pesquisa sistemista em informação
Ementa: Discute os fundamentos do sistemismo de Bunge e o articula como
abordagem teórico-metodológica à Ciência da Informação. Apresenta seus postulados, regras gerais de pesquisa, as origens dos fatos sociais e o modelo de sistema CESM. Exercita a descrição e a investigação de sistemas de informação.
Objetivo: Compreender3 o sistemismo de Bunge como abordagem teórico-metodológica à Ciência da Informação; Descrever e sustentar com base na teoria concepções de sistemas de informação segundo o modelo de sistema CESM; Formular hipóteses mecanísmicas de funcionamento de sistemas de informação e sustentá-las teoricamente.
2 BUNGE, M. Emergence and convergence: qualitative novelty and the unity of knowledge. Toronto: University of Toronto, 2003. 330 p.
3 Não se trata da acepção fenomenológica de “compreender”.
Método e prática da redução sistemista
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Tópicos abordados na disciplina
O que é ciência – a demarcação bungeana (sistema de critérios; falseabilidade é só um deles)
Fundamentos do sistemismo – conceitos, postulados, tipologia de sistemas, CESM
Redução e reducionismo – micro- e macrorredução, 3o caminho, níveis e suas relações.
Multi- e interdisciplinaridade nas ciências sociais – as origens dos fatos sociais
Prática: descrição e investigação sistemista (em sistemas de informação)
Seleção do sistema – que seja de informação, com elementos sociais (senão, é sistema tecnológico, com funcionamento determinístico, sem dinâmica social)
Seleção de fonte(s) para a modelagem – para que as decisões de modelagem sejam rastreáveis, com preferência para textos (a) enciclopédicos/amplos e (b) críticos/específicos
Marcação de texto – identificação dos descritores que indicam elementos do sistema
Abstração CES baseada na literatura – rastreável porém dificilmente completa
Abstração CES por modeladores – preferência: peritos no sistema, para completar o modelo
Conjetura – e formulação – de mecanismos
Método e prática da redução sistemista
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Marcação de texto
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Abstração CES baseada na literatura
Modelo textual (abaixo), modelo gráfico (a seguir)
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Kern V, Silva L, Balbis P, Estácio L, Andrade W, Denisczwicz M, Günther L, Formoso R, A redução ao sistema como operação epistêmica, ENANCIB 2016.
Fonte: SILVA, L. M. Repositório institucional como sistema técnico-social: composição, ambiente e estrutura.
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Fonte: SILVA, L. M. Repositório institucional como sistema técnico-social: composição, ambiente e estrutura. 2014. 149 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2014.Fonte: SILVA (2014)
Abstração completa (várias fontes; revisão e refinamento por modeladores)
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Mecanismo, conjetura de hipótese(s) com diagramas de Boudon-Coleman
Neste exemplo, partimos de resultados de Arlitsch & O'Brien1.
Conclusão deles: “[...] a falta de visibilidade no Google Scholar [...] limitará a capacidade dos RI de desempenhar um papel mais significativo nas taxas de citação [...]”
Nossa formulação de mecanismo2: Conclusão: “morte por asfixia”.
1 ARLITSCH, K.; O'BRIEN, P. S. Invisible institutional repositories: addressing the low indexing ratios of IRs in Google Scholar. Library Hi Tech, v. 30, n. 1, p. 60-81, 2012.
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(Muito) rápida exposição sobre o sistemismo, buscando evidenciar como pesquisar e onde se pode chegar – à explicação baseada em mecanismo.
Abstração árdua. Parece inicialmente simples, mas a modelagem tem-se mostrado difícil de fazer. É um trabalho de ontologia...
Difícil aceitação. Ao mostrar usar o estudo de Arlitsch & O’Brien para exemplificar uma explicação de efeito sistêmico contraintuitivo, a reação mais comum é negar a validade desse estudo (e não entendê-lo como exemplo que adotamos enquanto só temos descrição).
Promissora: vemos perspectiva de abordagem de problemas complexos
Mundo → Descrição → Explicação
Discussão e conclusão
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Kern V, Silva L, Balbis P, Estácio L, Andrade W, Denisczwicz M, Günther L, Formoso R, A redução ao sistema como operação epistêmica, ENANCIB 2016.
UFSC – Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação
Obrigado!