A Recepção do Telejornal RBS Notícias: um estudo das...

Mauricio Rebellato1

Fabiana Iser2

A Recepccedilatildeo do Telejornal RBSNotiacutecias um estudo das

mediaccedilotildees familiar esocioeconocircmica em Ibirubaacute-RS

Universidade do Vale do Rio dos Sinos

1Graduado em Comunicaccedilatildeo Social ndash Habilitaccedilatildeo Jornalismo pela Universidadede Cruz Alta Poacutes-Graduando em Televisatildeo e Convergecircncia Digital pela Universidadedo Vale do Rio dos Sinos Monografia mauricio-rebellatohotmailcom

2Mestre em Ciecircncias da Comunicaccedilatildeo pela Universidade do Vale do Rio dos SinosProfessora do Curso de Comunicaccedilatildeo Social da Unicruz Orientadora desta mono-grafia fabianaiseryahoocombr

IacutendiceIntroduccedilatildeo 5

1 O Processo de Recepccedilatildeo 911 Recepccedilatildeo Um sujeito ativo no processo 912 As mediaccedilotildees no processo de recepccedilatildeo 11

121 A cotidianidade familiar 12122 A mediaccedilatildeo socioeconocircmica 15

13 Da produccedilatildeo agrave recepccedilatildeo ndash voltando o olhar para o su-jeito 16

2 O Telejornalismo Enquanto Meio de Informaccedilatildeo 1921 Contexto histoacuterico do telejornalismo no Brasil 1922 Caracteriacutesticas do telejornalismo 2223 RBS TV e o telejornal RBS Notiacutecias 23

231 O telejornalismo local 26

3 Pesquisa de Recepccedilatildeo do Telejornal RBS Notiacutecias 3031 Estrutura metodoloacutegica da pesquisa 3032 Rotina das entrevistas 3333 O perfil dos entrevistados e a rotina de assistecircncia do

RBS Notiacutecias 3434 A relaccedilatildeo das famiacutelias pesquisadas com o RBS Notiacutecias 4035 Anaacutelise interpretativa da recepccedilatildeo do RBS Notiacutecias 49

Conclusatildeo 53

Bibliografia 55

Anexos 58

ResumoEste trabalho busca contribuir com os estudos de recepccedilatildeo realiza-

dos no Rio Grande do Sul analisando as percepccedilotildees de famiacutelias dediferentes classes sociais da cidade de Ibirubaacute interior do Estado emrelaccedilatildeo ao RBS Notiacutecias telejornal produzido e veiculado pela RBSTV A partir da teoria das mediaccedilotildees fazemos a reflexatildeo sobre de queforma a cotidianidade familiar interfere na recepccedilatildeo midiaacutetica gerandousos e apropriaccedilotildees distintos bem como o contexto socioeconocircmicono qual os indiviacuteduos estatildeo inseridos Atraveacutes das reflexotildees dos teles-pectadores sobre o RBS Notiacutecias percebemos a recepccedilatildeo como ativae produtora de sentidos porque no momento em que assistem ao tele-jornal questionam interagem e o legitimam como meio de informaccedilatildeoregional Embora todas as famiacutelias decodifiquem as informaccedilotildees o pro-cesso de recepccedilatildeo acontece de forma diferenciada Neste trabalho pode-mos perceber como o contexto social e econocircmico pode mudar a formade apropriaccedilatildeo dos conteuacutedos onde haacute uma diferenccedila entre as famiacuteliasde classe social mais alta para com a classe social E A relevacircncia cien-tiacutefica que o estudo assume na aacuterea da Comunicaccedilatildeo estaacute principalmenteno fato de contribuir para uma aacuterea complexa e ainda pouco exploradaem termos de pesquisa aleacutem de abrir precedentes para novas reflexotildeessobre como os fatores socioeconocircmicos e familiares permeiam as re-laccedilotildees de interpretaccedilatildeo e ressignificaccedilatildeo das informaccedilotildees jornaliacutesticas

Palavras-chave Recepccedilatildeo Cotidianidade familiar Mediaccedilatildeo so-cioeconocircmica

AbstractThis work wants contribute to the reception studies fulfilled in Rio

Grande do Sul state analyzing the perceptions of different social clas-sesrsquo families from Ibirubaacute city located in the countryside of the Statein relation to RBS Notiacutecias with regard to and broadcasted on RBS TVnewspaper From the mediations theory we make the reflection aboutdaily familiar habits interfere in the media reception generating diffe-rent uses and appropriations as well as the social and economic contextin which the people are inserted Through the viewersrsquo reflections onRBS Notiacutecias we noticed the reception as active sense producing be-cause at the moment that they watch the news on TV they ask questionsparticipate and legitimate it as a regional information mean Althoughall the families decode the information the reception process happensin a different way In this work we can notice how social and eco-nomic context can change contents where there is a difference amongthe higher rank families to E The scientific relevance that the studytakes over in the Communication area is mainly in the fact to con-tribute for a complex area and still not very explored in research termsbesides opening precedents for new reflections about how the socialeconomic and family factors permeate the interpretation relationshipsand the journalistic information resignificance

Keywords Reception Daily Family Social Economic Mediation

A Recepccedilatildeo do Telejornal RBS Notiacutecias 5

Introduccedilatildeo

O telejornalismo pode ser considerado um dos gecircneros de maior au-diecircncia na televisatildeo brasileira pois as notiacutecias curtas ilustradas

pelas imagens e organizadas de forma a capturar a atenccedilatildeo do teles-pectador proporcionam a facilidade de acesso agrave informaccedilatildeo cotidianaAtualmente como quase todos os domiciacutelios brasileiros dispotildeem deum aparelho televisor3 o veiacuteculo alcanccedila pessoas de todos os lugarescrenccedilas idades gecircneros e classes atuando como mediador na vivecircn-cia cotidiana Em se tratando do gecircnero em questatildeo o telejornalismoproporciona tambeacutem um encurtamento de distacircncias pois atraveacutes deleeacute possiacutevel assistir agraves mudanccedilas e acontecimentos de todo o mundo semsair de casa

O telejornal mais antigo no Brasil eacute o Jornal Nacional da RedeGlobo que foi transmitido pela primeira vez em 1969 e se legitimouateacute hoje como um produto de qualidade realizado nos padrotildees telejor-naliacutesticos tradicionais A consolidaccedilatildeo deste gecircnero nos faz voltar oolhar para este contexto mas sob uma perspectiva diferenciada tendoo processo de recepccedilatildeo como lugar de partida analisando a interaccedilatildeo eas apropriaccedilotildees dos indiviacuteduos em relaccedilatildeo ao telejornal

Nesse sentido nossa pesquisa eacute dedicada a estudar o gecircnero telejor-nalismo atraveacutes do telejornal RBS Notiacutecias transmitido pela RBS TV4emissora afiliada da Rede Globo no estado do Rio Grande do Sul ondebuscamos entendecirc-lo sob a oacutetica dos estudos de recepccedilatildeo considerandoas mediaccedilotildees da cotidianidade familiar e socioeconocircmica Conhecidopela grande audiecircncia5 e por manter um padratildeo na linha editorial naapresentaccedilatildeo das notiacutecias e principalmente no que diz respeito ao es-tilo linguagem e a figura narrativa do repoacuterter de viacutedeo nesse contextoapresentado o RBS Notiacutecias eacute veiculado e assistido em todas as praccedilas6

da RBS TV3De acordo com levantamento do IBGE em 2009 957 dos domiciacutelios brasileiros

possuem aparelho televisor contra 879 dos que possuem Raacutedio4Rede Brasil Sul de Televisatildeo rede de televisatildeo regional brasileira afiliada da

Rede Globo de Televisatildeo5Anualmente a RBS TV divulga no site wwwclicrbscombr pesquisas rela-

cionadas agrave audiecircncia dos telejornais6A RBS TV possui 12 emissoras de televisatildeo pelo Estado do Rio Grande do Sul

conhecidas por praccedilas

wwwlabcomubipt

6 Mauricio Rebellato amp Fabiana Iser

Quanto ao puacuteblico que assiste a esse telejornal e que nos inte-ressa mais especificamente nesta pesquisa partimos da reflexatildeo que temcomo pano de fundo um cenaacuterio de crescentes discussotildees acerca do pro-cesso comunicacional cujos estudos de recepccedilatildeo avanccedilam a partir dadeacutecada de 1980 situando o receptor como participante ativo da comuni-caccedilatildeo Nessas investigaccedilotildees que procuram refletir sobre o modo comose daacute o recebimento de informaccedilotildees pela sociedade e a reelaboraccedilatildeodestas apoacutes o consumo o produto telejornal vem ganhando destaque

Embora datem da deacutecada de 1940 os estudos de recepccedilatildeo ressurgemnos uacuteltimos anos como um paradigma centralizado nesta instacircncia eno consumo midiaacutetico e natildeo somente no produto como eram o casode perspectivas teoacutericas anteriores Esta superaccedilatildeo de uma antiga con-cepccedilatildeo tem como principal expoente o autor Jesus Martiacuten-Barbero(2003) que aproximou as noccedilotildees de cultura e comunicaccedilatildeo atraveacutes dasmediaccedilotildees que compotildeem lugares que delimitam e configuram a mate-rialidade social e a expressividade cultural da televisatildeo as quais o autorcita trecircs espaccedilos de mediaccedilatildeo a cotidianidade familiar a temporalidadesocial e as competecircncias culturais

Buscando contribuir para o debate das mediaccedilotildees propomos nestapesquisa analisar como se daacute a recepccedilatildeo do telejornal RBS Notiacutecias porfamiacutelias de diferentes classes sociais da cidade de Ibirubaacute interior doestado do Rio Grande do Sul De acordo com a proposta de Martiacuten-Barbero (2003) devemos considerar que a cotidianidade familiar in-terfere na recepccedilatildeo midiaacutetica bem como o contexto socioeconocircmicono qual os indiviacuteduos estatildeo inseridos Assim procuramos entender deque forma as mediaccedilotildees da cotidianidade familiar e do contexto socioe-conocircmico atuam no processo de recepccedilatildeo dessas famiacutelias em relaccedilatildeo aotelejornal escolhido

A classe social ganha maior relevacircncia enquanto mediaccedilatildeo devidoa esta ser a diferenccedila que articula as demais atuando nos haacutebitos for-mas de agir e de relacionar-se e estilo de vida das pessoas mesmo comoutras mediaccedilotildees agindo no processo comunicacional Eacute instigante en-tender o fato de que pessoas que moram em uma mesma rua por e-xemplo decodifiquem e reelaborem a mensagem de forma diferentepor pertencer agrave determinada classe social

A mediaccedilatildeo familiar como unidade baacutesica de audiecircncia eacute o lugardas praacuteticas de usos e de reproduccedilatildeo de sentidos em que se articula o

wwwlabcomubipt


consumo e o habitus7 atraveacutes do contexto social que os indiviacuteduos estatildeoinseridos

Nesta pesquisa propomos o estudo de trecircs famiacutelias das classes so-ciais A1 C1 e E de acordo com a divisatildeo da Associaccedilatildeo Brasileira dePesquisas ndash ABEP (2009) na cidade de Ibirubaacute cuja praccedila da RBS TVeacute a de Cruz Alta emissora responsaacutevel por realizar a cobertura jornaliacutes-tica em 23 municiacutepios da regiatildeo Buscamos estabelecer um comparativoentre aspectos que possibilitem entender o processo de recepccedilatildeo com aatuaccedilatildeo das mediaccedilotildees estudadas

O nosso desafio com esta pesquisa estaacute na utilizaccedilatildeo de uma meto-dologia capaz de abarcar a recepccedilatildeo do telejornal atraveacutes das mediaccedilotildeesde Martiacuten-Barbero sem reduzi-las a simples constataccedilotildees dos receptoresem relaccedilatildeo aos meios na perspectiva de contribuir efetivamente para alinha dos estudos de recepccedilatildeo que voltam seu olhar ao entendimentodas mediaccedilotildees atuantes no processo comunicacional A partir destasconsideraccedilotildees constituiacutemos este trabalho em trecircs capiacutetulos

No primeiro capiacutetulo ldquoO Processo de Recepccedilatildeordquo realizamos umarecuperaccedilatildeo teoacuterica acerca dos estudos de recepccedilatildeo analisando o sujeitocomo ativo no processo e as mediaccedilotildees agraves quais o indiviacuteduo estaacute ex-posto nos detendo nas mediaccedilotildees socioeconocircmica e familiar

Jaacute no segundo capiacutetulo ldquoO Telejornalismo enquanto meio de infor-maccedilatildeordquo traccedilamos um panorama da evoluccedilatildeo histoacuterica do gecircnero telejor-nalismo para entendermos a consolidaccedilatildeo deste gecircnero e da Rede Globode televisatildeo no paiacutes chegando ao telejornal estudado o RBS Notiacuteciastransmitido pela RBS TV emissora afiliada da Rede Globo no estadodo Rio Grande do Sul

Por fim no terceiro capiacutetulo ldquoPesquisa de Recepccedilatildeo do TelejornalRBS Notiacuteciasrdquo apresentamos nosso percurso metodoloacutegico e a anaacutelisedos dados coletados na pesquisa de campo com famiacutelias do municiacutepiode Ibirubaacute-RS de classes sociais diferentes a fim de trazer reflexotildeessobre o processo de recepccedilatildeo mediado pela cotidianidade familiar e pelacondiccedilatildeo socioeconocircmica

Este estudo assume relevacircncia cientiacutefica na aacuterea da Comunicaccedilatildeo

7O conceito de habitus remete a um sistema de disposiccedilotildees duraacuteveis que se constroacuteiao longo da trajetoacuteria dos sujeitos na sua condiccedilatildeo de classe e que integrando todasas experiecircncias passadas funciona como matriz de percepccedilotildees de apreciaccedilotildees e deaccedilotildees

wwwlabcomubipt


no momento em que contribui para os estudos de recepccedilatildeo um pro-cesso complexo e ainda pouco estudado Atraveacutes dele abriremos prece-dentes para novas reflexotildees sobre como os indiviacuteduos enquanto sujeitosativos estatildeo inseridos neste meio e como os fatores socioeconocircmicos efamiliares permeiam as relaccedilotildees de interpretaccedilatildeo e ressignificaccedilatildeo dasinformaccedilotildees jornaliacutesticas

wwwlabcomubipt


1 O Processo de RecepccedilatildeoA partir da deacutecada de 1980 os estudos acerca do processo comunica-cional vecircm dando destaque ao modo como se daacute o recebimento de infor-maccedilotildees pela sociedade Esta aacuterea de estudo voltada agrave recepccedilatildeo valorizao receptor enquanto parte integrante e ativa da comunicaccedilatildeo no mo-mento em que decodifica e reelabora o conteuacutedo que recebe do emissor

Neste primeiro capiacutetulo seratildeo abordados aspectos relacionados agrave re-cepccedilatildeo considerando duas mediaccedilotildees atuantes no processo a cotidia-nidade familiar e a mediaccedilatildeo socioeconocircmica Desse modo apresenta-mos uma recuperaccedilatildeo teoacuterica que contribua para entender e traccedilar umbreve panorama dos estudos de recepccedilatildeo

11 Recepccedilatildeo Um sujeito ativo no processoDesde o final da deacutecada de 1950 as reflexotildees sobre o papel do indi-viacuteduo no processo comunicacional vecircm ganhando significativo espaccediloentre as aacutereas sociais e humanas aprofundando-se ainda mais com osurgimento das escolas de comunicaccedilatildeo no paiacutes nos anos 60 No iniacuteciodos anos 80 nos paiacuteses sul-americanos os estudos comeccedilam a assumiruma visatildeo em que o receptor deixa de ser apenas uma etapa no processode comunicaccedilatildeo deduzido a partir dos estudos relativos agrave produccedilatildeo ouao conteuacutedo para se tornar tambeacutem protagonista do processo Nestemomento a Ameacuterica - Latina desponta com propostas que avanccedilam narelaccedilatildeo entre cultura e comunicaccedilatildeo (SOUZA 2002) Desse modo em-bora incipientes mudaram-se paradigmas e o estudo de recepccedilatildeo passaa ser considerado um

[] lugar novo de onde devemos repensar os estudos ea pesquisa de comunicaccedilatildeo Ela natildeo eacute uma etapa comosugerido pela escola norte-americana que de algum modonos impingiu uma espeacutecie de histoacuteria artificial durante anosestudada pela sociologia (MARTIacuteN-BARBERO in SOUSAGrifo do autor 2002 p39)

O receptor tido ateacute entatildeo como passivo em relaccedilatildeo ao emissor passaa ser considerado como parte ativa da comunicaccedilatildeo e tem na recepccedilatildeo olugar de recodificaccedilatildeo de conteuacutedos ldquoHoje jaacute se sabe que as teorias que

wwwlabcomubipt


reduzem a participaccedilatildeo do receptor a mero espectador foram superadase que as instacircncias da produccedilatildeo do produto e da recepccedilatildeo devem serpensadas em sua imbricaccedilatildeordquo (ISER 2005 p 60)

Sabemos que os estudos de recepccedilatildeo satildeo complexos e que deman-dam compreensatildeo de todo o processo que estaacute ligado na relaccedilatildeo emissorndash produto ndash receptor A recepccedilatildeo ocorre natildeo somente na exposiccedilatildeo dosujeito ao conteuacutedo mas tambeacutem apoacutes quando este passa a ressignificaacute-lo E essa especificidade tem sido vista pelos pesquisadores como umaetapa importante a ser pesquisada e em certa medida desvendada Iser(2005) afirma que eacute preciso ldquo[] dar importacircncia ao fato da recepccedilatildeopassar a ser vista como uma etapa do processo comunicacional tam-beacutem relevante e situada a partir da cultura de um contexto sociocul-tural dos indiviacuteduosrdquo natildeo superestimando a liberdade do receptor masentendendo-o como sujeito que recebe decodifica e reelabora a men-sagem O receptor reuacutene caracteriacutesticas proacuteprias decorrentes de seusvalores e vivecircncias as quais precisam ser consideradas Sabendo que oreceptor natildeo eacute um sujeito passivo no processo de recepccedilatildeo demanda-sedo pesquisador atenccedilatildeo para com o indiviacuteduo e o contexto em que esteestaacute inserido

A recepccedilatildeo reuacutene tamanha complexidade e dinamismo quese torna praticamente impossiacutevel e inviaacutevel consideraacute-la a-penas como um poacutelo de recebimento de mensagens Exis-tem histoacuterias vivecircncias contextos que configuram a formade apropriaccedilatildeo e a produccedilatildeo de sentidos para um produtomidiaacutetico Natildeo podemos pensar que o receptor eacute como umafolha de papel em branco ou um indiviacuteduo sem nenhumrepertoacuterio que torne possiacutevel negociar os sentidos propos-tos (ISER 2005 p 66)

Nesse sentido atraveacutes da pesquisa dedicada agrave recepccedilatildeo eacute possiacutevelconhecer as formas de apropriaccedilatildeo das mensagens da miacutedia pela so-ciedade Eacute no cotidiano que as famiacutelias pesquisadas neste trabalho porexemplo imprimem marcas que as diferenciaratildeo Ao conviverem comoutras formas de organizaccedilatildeo social faratildeo apropriaccedilotildees do consumomidiaacutetico ressignificando-as e repassaratildeo suas percepccedilotildees adiante Arecepccedilatildeo atraveacutes do contexto das vivecircncias e experiecircncias dos indiviacute-duos como no caso das famiacutelias pesquisadas no municiacutepio de Ibirubaacute

wwwlabcomubipt


exerce papel fundamental e assim eacute tatildeo importante quanto a emissatildeodo conteuacutedo para a compreensatildeo do processo comunicacional

12 As mediaccedilotildees no processo de recepccedilatildeoEm sua teoria das mediaccedilotildees Martiacuten-Barbero (2003) trabalha a ideiade que o processo de recepccedilatildeo eacute mediado pelas vivecircncias dos indiviacute-duos onde se consideram valores crenccedilas etnia religiatildeo os lugares egrupos sociais que este convive e demais ambiecircncias que possam atuarde alguma forma na apropriaccedilatildeo midiaacutetica A teoria proposta pelo au-tor nos ajuda a entender as relaccedilotildees que estatildeo imbricadas nas unidadesfamiliares no caso da nossa pesquisa atraveacutes de suas classes sociaisAs mediaccedilotildees nos apresentam uma percepccedilatildeo diferenciada ao buscarcompreender a relaccedilatildeo entre emissor e receptor ldquoO campo daquilo quedenominamos mediaccedilotildees eacute constituiacutedo pelos dispositivos atraveacutes dosquais a hegemonia transforma por dentro o sentido do trabalho e davida da comunidaderdquo (MARTIacuteN-BARBERO 2003 p 262)

A partir das relaccedilotildees vividas dentro do ambiente familiar e aiacute sub-metidas agrave condiccedilatildeo socioeconocircmica e ao contexto da unidade estabele-ce-se o conviacutevio e a praacutetica de determinadas caracteriacutesticas que con-tribuiratildeo para a discussatildeo na comunidade imprimindo-se assim certareelaboraccedilatildeo com o externo a partir de traccedilos desta visatildeo familiar

Em vez de fazer a pesquisa partir da anaacutelise das loacutegicasde produccedilatildeo e recepccedilatildeo para depois procurar suas relaccedilotildeesde imbricaccedilatildeo ou enfrentamento propomos partir das me-diaccedilotildees isto eacute dos lugares dos quais provecircm as construccedilotildeesque delimitam e configuram a materialidade social e a ex-pressividade cultural da televisatildeo (MARTIacuteN-BARBEROGrifo do autor 2003 p 292)

As mediaccedilotildees podem ser entendidas como um conjunto de fatoresque estrutura organiza e reorganiza a realidade em que estaacute inserido oreceptor da mensagem As mediaccedilotildees produzem e reproduzem os sig-nificados sociais possibilitando entender as interaccedilotildees entre a produccedilatildeoe a recepccedilatildeo

O que eu comecei a chamar de mediaccedilotildees eram aqueles es-paccedilos aquelas formas de comunicaccedilatildeo que estavam entre

wwwlabcomubipt


a pessoa que ouvia o raacutedio e o que era dito no raacutedio Natildeohavia exclusivamente um indiviacuteduo ilhado sobre o qual in-cidia o impacto do meio que era a visatildeo norte-americana[] Mediaccedilatildeo significava que entre estiacutemulo e respostahaacute um espesso espaccedilo de crenccedilas costumes sonhos me-dos tudo o que configura a cultura cotidiana (MARTIacuteN-BARBERO 2000 p154)

Neste contexto o sujeito interpreta as mensagens recebidas sem ig-norar suas experiecircncias de vida a cotidianidade aspiraccedilotildees sonhosvalores eacuteticos relaccedilotildees e crenccedilas e assim como cada indiviacuteduo eacute dota-do de diferentes formas de ser este pode assimilar o conteuacutedo tambeacutemde forma distinta desenvolvendo julgamentos proacuteprios a partir do queestaacute sendo desenvolvido

121 A cotidianidade familiar

A famiacutelia pode ser pensada como um sistema social e neste estaacute sujeitaa mudanccedilas contiacutenuas recebendo influecircncias internas e externas atraveacutesdo contexto em que estaacute inserida Muito mais do que analisar apenasseus membros eacute preciso atentar para as caracteriacutesticas que transcendemos indiviacuteduos relacionando a famiacutelia com o cotidiano e com as praacuteticasque aiacute tem lugar

De acordo com Martiacuten-Barbero (2003) a famiacutelia eacute um acircmbito deconflitos e fortes tensotildees A cotidianidade familiar eacute ao mesmo tempoldquoum dos poucos lugares onde os indiviacuteduos se confrontam como pes-soas e onde encontram alguma possibilidade de manifestar suas acircnsiase frustraccedilotildeesrdquo (MARTIacuteN-BARBERO 2003 p 305) Assim entendero cotidiano familiar como uma mediaccedilatildeo na recepccedilatildeo televisiva exigeobservar as praacuteticas que passam a ter lugar dentro da unidade familiar

As unidades familiares desempenham papel fundamental na trans-ferecircncia das informaccedilotildees de conceitos de descendecircncia e niacuteveis de pa-rentescos Bonin (2005) explica que a famiacutelia conforma uma hierarquiacom distintos niacuteveis de autoridade e estabelece regras gerais para regersua organizaccedilatildeo e funcionamento

A famiacutelia diferencia-se e desempenha suas funccedilotildees atraveacutesde subsistemas Os indiviacuteduos satildeo subsistemas dentro do

wwwlabcomubipt


grupo familiar assim como teoricamente pode-se recon-hecer os subsistemas conjugal (formado pelo casal) pa-rental (formado por pais e filhos) e fraterno (formado porirmatildeos) Podem formar-se subsistemas de relaccedilotildees tam-beacutem com base em fatores sexuais e geracionais entre ou-tros Cada indiviacuteduo pertence a diferentes subsistemas nosquais possui diferentes niacuteveis de poder e aprende habili-dades diferenciadas (BONIN 2005 web)

Nestes subsistemas configuram-se regras e esquemas de convivecircn-cia que podem sofrer rupturas principalmente em situaccedilotildees como a mu-danccedila do contexto em que a famiacutelia estaacute inserida ou a modificaccedilatildeo deniacuteveis hieraacuterquicos com possiacuteveis alteraccedilotildees na composiccedilatildeo familiarDessa forma eacute preciso considerar e observar estas regras o contextoos haacutebitos a rotina e a posiccedilatildeo hieraacuterquica da famiacutelia analisada

Jiani Bonin (2005) explica que as famiacutelias tecircm um caraacuteter circu-lar uma vez que natildeo crescem apenas em nuacutemeros de membros idadesou etapas da vida como adolescecircncia juventude idade adulta ou ve-lhice ldquoAs famiacutelias satildeo sistemas compostos por geraccedilotildees e tem sua con-tinuidade garantida pelo fato de que ao mesmo tempo as pessoas satildeofilhas em uma famiacutelia de origem e fundadoras de suas proacuteprias famiacuteliasde procriaccedilatildeordquo (BONIN 2005 web) O fato eacute que as unidades familiarespossuem fatores intriacutensecos que estatildeo em constante revisatildeo e se mani-festam com intensidades e conteuacutedos diferentes em funccedilatildeo das fasesque cada um vive ao longo da existecircncia multigeracional

Cada famiacutelia estabelece rotinas para o desempenho de quaisqueratividades natildeo diferente ocorre com a televisatildeo Ou seja os membrosde uma famiacutelia mesmo que passem por diferenccedilas ou conflitos com-partilham alguns pressupostos essenciais sobre o mundo De acordocom Bonin (2005) a ldquocultura familiar constroacutei-se na dialeacutetica da inter-accedilatildeo intra-grupal e do grupo familiar e com o contexto vivido e a so-ciedade maiorrdquo Muitas das rotinas estabelecidas satildeo desenvolvidas forada unidade familiar em outras relaccedilotildees

Aleacutem destas rotinas o espaccedilo familiar expressa como se daacute a in-serccedilatildeo social e o acesso aos bens materiais Bonin (2005 p09) retomaa perspectiva bourdiana ldquoa casa e seus objetos expressam o estilo devida que exprime o habitus de classerdquo A televisatildeo e outros meios de

wwwlabcomubipt


comunicaccedilatildeo tambeacutem conformam estes espaccedilos e situam-se como ob-jetos e como meios nestes estilos de vida dentro do espaccedilo familiar

O espaccedilo familiar eacute um lugar Os lugares satildeo espaccedilos cons-truiacutedos por relaccedilotildees investidos de significaccedilatildeo diferente-mente dos natildeo-lugares que por definiccedilatildeo satildeo espaccedilos ca-rentes de significaccedilatildeo social Satildeo objeto de apego emo-cional de sentimento de pertenccedila Desta perspectiva o es-paccedilo familiar eacute a manifestaccedilatildeo de um investimento de sen-tido num espaccedilo (BONIN 2005 web)

Neste espaccedilo as rotinas de assistecircncia de TV e telenovela organi-zadas na famiacutelia tomam lugar em espaccedilos da casa Aqui entram ldquoacor-dos fiacutesicos e emocionais pelos quais satildeo estabelecidas as fronteiras domundo social da famiacutelia e do mundo particular de cada membrordquo (Sil-verstone 1996 Lopeset Al 2002 in Bonin 2005 p 10)

Aleacutem dos subsistemas que configuram as relaccedilotildees familiares po-dem-se destacar as rotinas estabelecidas na escola com os vizinhoscom ciacuterculos de amizades na igreja no trabalho etc Nestes espaccedilosconfiguram-se muitas vezes momentos de apropriaccedilatildeo do consumo mi-diaacutetico dos telejornais onde seus conteuacutedos satildeo discutidos e reelabora-dos junto com outros indiviacuteduos Nestes lugares a famiacutelia tambeacutem seorganiza externamente ordena a territorialidade estabelecendo e man-tendo limites entre seus membros e o mundo exterior regulando de di-versas formas as passagens materiais e simboacutelicas

De acordo com Martiacuten-Barbero (2003) outra dimensatildeo importantepara analisar a mediaccedilatildeo no cotidiano familiar tem relaccedilatildeo com as com-petecircncias culturais da famiacutelia e de seus membros que estatildeo diretamenteligadas agrave assistecircncia do telejornal Eacute importante conhecer a base cul-tural na trajetoacuteria da famiacutelia ou de seus membros de forma individualque permitam entender o que os liga ao gecircnero telejornal Bonin (2005web) explica que o capital cultural ldquorequer ser pensado nos termos deuma histoacuteria cultural familiar apreendendo as trajetoacuterias da relaccedilatildeo comdiversas modalidades de cultura letrada oral musical tecnoloacutegicamidiaacutetica nas suas rupturas e continuidadesrdquo

A anaacutelise do cotidiano familiar requer que o pesquisador volte seuolhar agraves mediaccedilotildees que estatildeo imbricadas nesse meio sendo este umespaccedilo construiacutedo atraveacutes de relaccedilotildees sociais internas e externas e que

wwwlabcomubipt


sofre constantes modificaccedilotildees emocionais e fiacutesicas no que se diz res-peito aos subsistemas Dentro do contexto familiar a classe social emque o indiviacuteduo estaacute inserido pode interferir na recepccedilatildeo das produccedilotildeesmidiaacuteticas de forma diferenciada

Neste cenaacuterio a televisatildeo se apresenta como um ponto de reconhe-cimento e identificaccedilatildeo pois a ela eacute despendido um tempo consideraacutevelpara acompanhar a grade de programaccedilatildeo atribuindo-se valores aomeio Cada vez mais se rompe com antigos paradigmas que consi-deravam a televisatildeo como corruptora das tradiccedilotildees familiares comoafirmou Martiacuten-Barbero (2003) tornando-a um meio a ser estudado etendo seu conteuacutedo analisado e discutido

122 A mediaccedilatildeo socioeconocircmica

A relevacircncia do estudo sobre classe social na pesquisa de recepccedilatildeopor sua vez justifica a escolha por destacarmos essa mediaccedilatildeo comoa grande estruturante dos modos de vida Conforme Martiacuten-Barbero(2003) a posiccedilatildeo social natildeo eacute uma mediaccedilatildeo entre as demais mas sima que articula os elementos identitaacuterios Isto porque devido a classe so-cial as pessoas inserem-se em determinados grupos realizam atividadesdiferenciadas entre outros fatores

O meio em que o indiviacuteduo estaacute inserido atua como mediador doprocesso de interaccedilatildeo com a miacutedia Esta relaccedilatildeo depende das carac-teriacutesticas soacutecio estruturais e culturais como grau de instruccedilatildeo classesocial profissatildeo faixa etaacuteria e gecircnero dos indiviacuteduos que compotildeem afamiacutelia Martiacuten-Barbero (2003) acredita que os haacutebitos de classe vatildeoaleacutem do uso da televisatildeo do modo de ver e se manifestam no cotidianodas pessoas como o espaccedilo em que ele assiste e em que condiccedilotildees

No Brasil os estudos acadecircmicos das classes sociais satildeo tradicional-mente datados de 1940 com o surgimento de pesquisas na aacuterea daantropologia e da sociologia Estas classes possuem caracteriacutesticas ehaacutebitos distintos bem como diferentes objetivos de vida e concepccedilotildeessobre os seus valores Dependendo da classe social os indiviacuteduos rea-lizam determinadas escolhas Classes com maior poder aquisitivo ten-dem a ter mais opccedilotildees de atividades culturais e de lazer enquanto asclasses sociais mais baixas tem na televisatildeo muitas vezes uma das uacuteni-cas opccedilotildees de entretenimento ldquoEnquanto uma classe soacute pede infor-

wwwlabcomubipt


maccedilatildeo agrave televisatildeo porque vai buscar em outra parte o entretenimento ea cultura ndash no esporte no teatro no livro e no concerto outras classespedem tudo isso soacute agrave televisatildeordquo (MARTIN-BARBERO 2003 p301)

Aleacutem das diferenccedilas relacionadas ao poder aquisitivo pode-se des-tacar tambeacutem a linguagem de cada classe que muitas vezes teratildeo notelejornal formas diferentes de entender os discursos textuais Martiacuten-Barbero (2003) exemplifica que as classes populares se apaixonam e apaixatildeo eacute perigosa e deve ser controlada educada domesticada Atraveacutesdessa expressividade popular poderia haver ausecircncia de bom gosto e deeducaccedilatildeo

Na articulaccedilatildeo das classes sociais Martiacuten-Barbero afirma que pormais que o cotidiano das famiacutelias esteja mediado por outras distinccedilotildeescomo da etnia da idade e do gecircnero as classes natildeo podem ser pensadascomo uma diferenccedila a mais mas sim ldquo[] aquela que articula as de-mais a partir de seu interior e se expressa por meio do habitus capazde entrelaccedilar os modos de possuir de estar junto e os estilos de vidardquo(MARTIacuteN-BARBERO 2003 p14)

Desse modo a relevacircncia da escolha das mediaccedilotildees propostas en-riqueceraacute a pesquisa no momento em que se levaratildeo em consideraccedilatildeofatores nos quais os indiviacuteduos estatildeo inseridos como a classe socialmediaccedilatildeo que condicionaraacute todas as demais

13 Da produccedilatildeo agrave recepccedilatildeo ndash voltando o olhar para osujeito

Eacute preciso considerar que a relaccedilatildeo imposta no ambiente familiar natildeose restringe apenas agrave recepccedilatildeo A emissatildeo do discurso televisivo tam-beacutem imprime marcas no momento em que se assume a simulaccedilatildeo docontato e a proximidade atraveacutes da imagem delineadas pelas loacutegicas deproduccedilatildeo Jacks explica

Eacute preciso considerar que alguns estudos comprovam que ainfluecircncia cultural da televisatildeo se daacute atraveacutes de um multi-relacionamento com o meio estabelecido atraveacutes do tempoe da programaccedilatildeo diversificada (recepccedilatildeo construtivista)do relacionamento emocional mais do que racional e analiacute-tico determinado tambeacutem pelo gecircnero de programaccedilatildeo da

wwwlabcomubipt


constataccedilatildeo de que a recepccedilatildeo ldquodomiciliarrdquo requer uma es-teacutetica proacutepria (diferente do cinema) determinada por outrotipo de fruiccedilatildeo e da relaccedilatildeo com o meio da importacircncia docontexto soacutecio-cultural (praacuteticas sociais) o qual sobrepotildeeo referente e a intenccedilatildeo do emissor na relaccedilatildeo da audiecircnciacom a televisatildeo (JACKS in FAMECOS Revista no 5 1996p 46)

Sendo assim o gecircnero telejornaliacutestico aqui em questatildeo eacute construiacutedoatraveacutes de loacutegicas discursivas e rotinas jornaliacutesticas proacuteprias para atraira atenccedilatildeo dos telespectadores Poreacutem estes recebem as informaccedilotildeestambeacutem de acordo com seus interesses e vivecircncias logo a antiga ideiade que a miacutedia mantinha o controle absoluto sobre as interpretaccedilotildees dosreceptores acerca das informaccedilotildees recebidas eacute vista pelas pesquisas eparadigmas atuais como equivocada

Neste trabalho em que buscamos analisar a recepccedilatildeo do telejornalRBS Notiacutecias consideramos o indiviacuteduo como ativo diante do processoporeacutem com limitaccedilotildees por estar inserido em diversos contextos e emuma determinada classe social Sua atividade em relaccedilatildeo agrave miacutedia acon-tece nos modos de consumo do conteuacutedo apresentado nas negociaccedilotildeestravadas com esse conteuacutedo a partir do entendimento que o indiviacuteduotem e nas reelaboraccedilotildees que acontecem baseadas nas relaccedilotildees e vivecircn-cias cotidianas

Mas eacute uma atividade tambeacutem pautada pela miacutedia em certa medidapois o conteuacutedo consumido eacute produzido pelos meios e sua accedilatildeo no pro-cesso natildeo pode ser relegada ao segundo plano Ao contraacuterio haacute umacomplexa relaccedilatildeo entre o que o telejornal produz e veicula tomandocomo exemplo o caso estudado e os modos de recepccedilatildeo tambeacutem nor-teados pelo conteuacutedo Alfredo Vizeu (2006) ampara-se nesse ponto oqual denomina de audiecircncia presumida

Entendemos que as instituiccedilotildees no caso as empresas jor-naliacutesticas devem ser levadas em conta ao tratarmos da au-diecircncia Acreditamos que esse eacute um aspecto que natildeo podeser deixado de lado agrave medida que as instituiccedilotildees satildeo tam-beacutem produtoras de discurso constroem a audiecircncia (VI-ZEU Alfredo Grifo do autor 2006 p06)

wwwlabcomubipt


Na medida em que se direcionam os conteuacutedos para puacuteblicos seg-mentados pensando na possiacutevel forma de recepccedilatildeo os esforccedilos de co-municaccedilatildeo tornam-se bastante resumidos uma vez que os conceitosde repeticcedilatildeo e contundecircncia presentes nas teacutecnicas de comunicaccedilatildeo demassa passam a dar lugar a uma estrateacutegia simples poreacutem eficienteque ao transmitir uma mensagem aumenta os horizontes de recepccedilatildeo damesma

A enunciaccedilatildeo pressupotildee a inserccedilatildeo dos sujeitos na tem-poralidade dos acontecimentos Isso se faz basicamenteatraveacutes de marcas linguumliacutesticas [sic] que tratam de instituire de fazer funcionar os viacutenculos entre emissatildeo e recepccedilatildeo(VIZEU Alfredo Grifo do autor 2006 p10)

Dentro da construccedilatildeo dos enunciados eacute possiacutevel perceber que o con-ceito de recepccedilatildeo eacute definido no discurso quando se utiliza de recursosgramaticais e linguiacutesticos para interpelar o receptor Dessa forma o pro-cesso comunicacional assume sua complexidade pois a atividade doreceptor acontece a partir deste conteuacutedo mas envolve outra gama deelementos sendo que alguns tentamos observar no decorrer deste es-tudo

wwwlabcomubipt


2 O Telejornalismo Enquanto Meio de Infor-maccedilatildeo

Os telejornais satildeo para muitas pessoas a primeira e principal fonte deinformaccedilatildeo sobre os principais assuntos do mundo pois o veiacuteculo tele-visatildeo proporciona a facilidade de acesso agraves notiacutecias aleacutem de ser umdos meios que deteacutem maior audiecircncia Os noticiaacuterios televisivos ocu-pam papel relevante na construccedilatildeo social da realidade Contextualizaacute-los permitiraacute maior entendimento do meio que alcanccedila pessoas de todosos lugares crenccedilas idades gecircneros e classes atuando como mediadorda vivecircncia cotidiana

Neste capiacutetulo voltamos o olhar para este produto midiaacutetico es-tudando o gecircnero telejornaliacutestico atraveacutes do RBS Notiacutecias transmitidopela RBS TV emissora afiliada da Rede Globo no estado do Rio Gran-de do Sul Traccedilamos um panorama da evoluccedilatildeo histoacuterica do gecircneroe das caracteriacutesticas da RBS TV do programa estudado e do telejorna-lismo local a fim de utilizar essa teorizaccedilatildeo para refletirmos sobre comose daacute a recepccedilatildeo do telejornal

21 Contexto histoacuterico do telejornalismo no BrasilA busca pela informaccedilatildeo e pelo saber eacute inerente ao ser humano Paraviver em sociedade e legitimar-se enquanto indiviacuteduo atuante no meioem que estaacute inserido este precisa buscar a informaccedilatildeo Embora saiba-mos que desde as antigas civilizaccedilotildees existia essa necessidade de infor-mar-se e se comunicar vamos nos ater aos fatos mais atuais partindo dainserccedilatildeo da televisatildeo no Brasil e a construccedilatildeo e evoluccedilatildeo do telejorna-lismo

A necessidade de informar-se justifica a produccedilatildeo jornaliacutestica nasociedade atraveacutes dos diversos meios existentes como televisatildeo raacutediojornais e internet por exemplo e da variedade de gecircneros jornaliacutesticosDentre os tradicionais veiacuteculos de comunicaccedilatildeo a televisatildeo constitui-seno de maior acesso pela populaccedilatildeo (IBGE 2009) e o gecircnero telejornal eacuteo mais assistido nas grades de programaccedilatildeo das emissoras

Inaugurada em 18 de setembro de 1950 no estado de Satildeo Paulo atelevisatildeo surge pelo pioneirismo de Assis Chateaubriand ao fundar aprimeira emissora do paiacutes a TV Tupi em um momento em que o raacutedio

wwwlabcomubipt


era o veiacuteculo de comunicaccedilatildeo mais popular no paiacutes Durante as duasprimeiras deacutecadas da televisatildeo a audiecircncia natildeo era tatildeo expressiva vistoque a populaccedilatildeo ainda natildeo tinha acesso ao meio O primeiro telejornalda TV brasileira de acordo com Paternostro (1999) foi Imagens do Diaque estreou no mesmo ano em que nasceu a TV Tupi de Satildeo Paulo em1950 O noticiaacuterio durou aproximadamente um ano quando deu lugarao Telenotiacutecias Panair que tambeacutem durou pouco tempo Em 1952 e porvaacuterios anos subsequentes os telejornais eram identificados pelo nomedo patrocinador como Telenotiacutecias Panair Repoacuterter Esso ReportagemDucal entre outros Um dos primeiros telejornais a fazer sucesso naTV foi o Repoacuterter Esso na TV Tupi de Satildeo Paulo que ficou no ar entre1953 a 1970

O programa tinha caracteriacutesticas particulares um apresen-tador exclusivo e o patrociacutenio de uma uacutenica empresa OldquoRepoacuterter Essordquo ia ao ar com informaccedilotildees produzidas econtroladas por uma agecircncia de publicidade a quem com-petia fazer todo tipo de observaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao programa[] Veiculado pela primeira vez no dia 1o de abril de 1952permanecendo no ar ateacute o dia 31 de dezembro de 1970eacutepoca em que os anunciantes passaram a comprar espaccedilosentre os programas em vez de patrocinar o programa comoum todo (MATTOS in COUTINHO PORCELLO VIZEU2010 p 28)

Em 1962 o ldquoJornal da Vanguardardquo foi ao ar constituindo-se comoum marco no telejornalismo instituindo a participaccedilatildeo de jornalistas nosprogramas televisivos Seu modelo foi copiado por vaacuterias outras emis-soras e conforme Rezende (2010) o telejornal foi utilizado pelo teoacutericoda comunicaccedilatildeo Mc Luhan em suas aulas de comunicaccedilatildeo (REZENDE2010 p 59) devido ao interesse despertado principalmente pelo caraacuteterinformativo e de faacutecil acesso

A evoluccedilatildeo do telejornalismo deu-se de forma raacutepida ganhando umcaraacuteter mais profissional com a construccedilatildeo da Rede Globo no Rio deJaneiro no momento em que se viabilizaram as ligaccedilotildees por micro-ondas e as transmissotildees via sateacutelite para integrar e aproximar o Brasildo resto do mundo Esse panorama permitiu a criaccedilatildeo do Jornal Na-cional em 1o de setembro de 1969 anunciado pela Rede Globo como

wwwlabcomubipt


um noticiaacuterio agrave altura do avanccedilo eletrocircnico (VEJA 1969 p68) O rigordo planejamento da produccedilatildeo identificou o novo modelo de telejorna-lismo que se consolidou ateacute os dias atuais

Na deacutecada de 1980 se formaram o Sistema Brasileiro de Televisatildeo ndashSBT do empresaacuterio Siacutelvio Santos e a Rede Manchete do grupo BlochEssa conjuntura aumentou a competiccedilatildeo entre as redes Poreacutem no casodo SBT mesmo com programas jornaliacutesticos de forte apelo popular natildeofoi possiacutevel alcanccedilar bons niacuteveis de audiecircncia Em 1988 o ldquoSBT in-vestiu tambeacutem na reformulaccedilatildeo do visual atraveacutes de novas vinhetas eda modernizaccedilatildeo tecnoloacutegica adquirindo cacircmeras Super-VHS ilhas deediccedilatildeo e equipamentos de computaccedilatildeo graacuteficardquo (REZENDE 2010 p68)

Mesmo assim a emissora que se legitimou como padratildeo foi a RedeGlobo estabelecendo em 1972 o ldquopadratildeo Globo de qualidaderdquo sendoum slogan atribuiacutedo a regras e manuais seguidos pela emissora Aqualidade da produccedilatildeo e programaccedilatildeo da emissora importada do estiloamericano eacute seguida pelas demais e assim contribuiu para que o tele-jornal seja o gecircnero de maior importacircncia como meio de informaccedilatildeo nopaiacutes

O meio cocircmodo e de faacutecil acesso reunindo texto som e imagempermite ficar informado em pouco tempo sobre vaacuterios assuntos e assimestes fatos satildeo discutidos e ressignificados em comunidade O telejornalconfigura um espaccedilo puacuteblico onde a sociedade estabelece uma coletivi-dade em acircmbito nacional ao ter acesso agraves informaccedilotildees de todo o paiacutes

Ainda que natildeo disponha dos instrumentos de acesso ao jor-nal impresso o telespectador entra em contato por meiodos telejornais com os fatos mais importantes segundo oscriteacuterios de avaliaccedilatildeo jornaliacutesticos Eacute fundamentalmente aoassistir aos noticiaacuterios televisivos que significativa parcelada populaccedilatildeo entra em contato com o mundo e ldquoabastecerdquoseu repertoacuterio com informaccedilotildees e notiacutecias capazes de pos-sibilitar sua inserccedilatildeo nas conversas cotidianas e mesmo suaorientaccedilatildeo no tempo ldquopresenterdquo (COUTINHO 2003 p 02)

No Brasil o telejornalismo ganha destaque principalmente pelo niacute-vel educacional da populaccedilatildeo que registra altos iacutendices de analfabetis-mo e sem acesso a niacuteveis culturais elevados (COUTINHO 2003) Aleacutem

wwwlabcomubipt


desses fatores tecircm-se as dimensotildees continentais do paiacutes enquanto naccedilatildeoque expressam uma diferenccedila social econocircmica e cultural de um estadopara o outro Nesse contexto o jornalismo exerce papel fundamental natransmissatildeo das informaccedilotildees respondendo ao interesse geral e ao bemsocial Como define VIZEU (2005 p01) ldquoo telejornalismo eacute um bempuacuteblicordquo Na atualidade os telejornais cumprem funccedilatildeo puacuteblica con-siderando a desigualdade e problemas como sauacutede educaccedilatildeo e segu-ranccedila que afetam o paiacutes No momento em que o conteuacutedo jornaliacutestico eacuteveiculado em rede nacional este chega a todos os cidadatildeos permitindoum acesso igualitaacuterio a informaccedilatildeo motivando a populaccedilatildeo a reivindi-caccedilatildeo de seus direitos e ao conhecimento destes bem como a cobranccedilaaos oacutergatildeo competentes mobilizaccedilatildeo de liacutederes e autoridades poliacuteticas eexecuccedilatildeo de campanhas por exemplo

22 Caracteriacutesticas do telejornalismoO telejornalismo eacute a produccedilatildeo e teacutecnica do jornalismo proacuteprio para atelevisatildeo e um dos programas de faacutecil assimilaccedilatildeo de seu formato nasemissoras brasileiras sendo facilmente reconhecido Para Temer (2010)o telejornalismo deve manter os mesmos princiacutepios eacuteticos e valorativosdo jornalismo atividade que consiste em lidar com notiacutecias com divul-gaccedilatildeo de informaccedilotildees factuais

A transmissatildeo das informaccedilotildees na televisatildeo usa todas as condiccedilotildeesteacutecnicas possiacuteveis para manter a audiecircncia do puacuteblico O jornalismona televisatildeo utiliza-se principalmente das imagens e do apresentadornarrando o fato as notiacutecias que estatildeo sendo transmitidas Para ajudarna compreensatildeo das notiacutecias utiliza-se muitas vezes o texto legenda oqual exerce a funccedilatildeo de complementar a notiacutecia Aleacutem disso outrosrecursos usados satildeo os creacuteditos (caracteres) com o nome dos repoacuterteresentrevistados e local da entrevista as vinhetas que satildeo efeitos sonorosou trechos musicais e os efeitos especiais como infograacuteficos O somtem em primeiro plano a narraccedilatildeo que sobrepotildeem o som ambiente

A apresentaccedilatildeo do telejornal eacute feita pelo acircncora ndash espeacutecie de fiocondutor personagem principal de acordo com Temer (2010) ndash que in-troduz a notiacutecia a ser passada pelo repoacuterter cria um sentimento de pro-ximidade8 com o receptor e conduz o telejornal

8O conceito de Ana Temer define que o telespectador estaacute recebendo um visitante

wwwlabcomubipt


O apresentador do programa jornaliacutestico na TV natildeo eacute artista nemnotiacutecia mas trabalha com ela Integra um processo para contar a umaparte da sociedade o que outra estaacute fazendo Natildeo eacute a estrela do telejor-nal mas eacute o rosto mais conhecido e familiar do telespectador ldquo[] Amaioria dos apresentadores natildeo emite opiniatildeo em comentaacuterios diretosrdquo(BARBEIRO 2002 p 76) Com o papel principal de informar o acircncoratem a funccedilatildeo de repassar a notiacutecia para a populaccedilatildeo

Outra caracteriacutestica do gecircnero eacute referente agrave estrutura O telejornaleacute dividido em blocos em que predominam a reportagem com menorespaccedilo para outros formatos informativos e pouco ou nenhum espaccedilopara formatos opinativos (TEMER 2002) Referente agrave linguagem eacutesempre clara concisa e objetiva usando de tempos verbais no presenteOs cenaacuterios tambeacutem obedecem a uma padronizaccedilatildeo

Desde 1950 o telejornalismo tem mantido seu espaccedilo enquanto meiode informaccedilatildeo no Brasil tendo a Rede Globo de Televisatildeo importantepapel no cenaacuterio jornaliacutestico atraveacutes de sua programaccedilatildeo e de suas afi-liadas Pela relevacircncia do gecircnero e da referida empresa olhar para arealidade do telejornalismo eacute importante bem como para uma emissoraafiliada da Rede Globo e que por consequecircncia baseia-se no mesmopadratildeo que eacute o caso da RBS TV Por isso analisa-se o RBS Notiacuteciastelejornal produzido pela RBS TV cuja programaccedilatildeo divide-se em blo-cos veiculados para todo o estado e blocos locais veiculados para osmuniciacutepios das regiotildees de cobertura das emissoras locais da RBS TV

23 RBS TV e o telejornal RBS NotiacuteciasO Grupo RBS ndash Rede Brasil Sul de televisatildeo - fundado em 31 de agostode 1957 por Mauriacutecio Sirotski Sobrinho eacute a mais antiga empresa decomunicaccedilatildeo afiliada agrave Rede Globo isso desde 1967 De acordo como site ClicRbscom o grupo opera diretamente ou mediante contratocom 18 emissoras de TV afiliadas agrave Rede Globo 2 emissoras de TVlocais 24 emissoras de raacutedio 8 jornais 9 sites 1 empresa de eventos1 editora 1 gravadora 1 graacutefica 1 empresa de logiacutestica e 1 fundaccedilatildeoTrabalha com mais de seis mil colaboradores sendo o segundo maiorempregador de jornalistas do Brasil

ilustre uma personalidade ou autoridade cuja presenccedila agrega um status e importacircn-cia ao espaccedilo domeacutestico

wwwlabcomubipt


Dentre os meios que o grupo opera destacam-se as emissoras deTV denominadas RBS TV ndash Rede Brasil Sul de Televisatildeo A sedeprincipal estaacute localizada em Porto Alegre no Rio Grande do Sul e hojetem cobertura total tambeacutem em Santa Catarina

Na programaccedilatildeo da RBS TV o telejornal com maior destaque eacute oRBS Notiacutecias ndash conforme pesquisas anuais divulgadas no site do GrupoRBS esse eacute o telejornal com maior iacutendice de audiecircncia ndash devido agrave au-diecircncia verificada nas 12 praccedilas do Rio Grande do Sul (Bageacute Caxiasdo Sul Cruz Alta Erechim Passo Fundo Pelotas Porto Alegre RioGrande Santa Cruz do Sul Santa Maria Santa Rosa Uruguaiana) Emtodas estas cidades haacute emissoras do Grupo RBS que satildeo afiliadas daRede Globo e que transmitem tambeacutem reportagens locais na progra-maccedilatildeo

O RBS Notiacutecias eacute exibido de segunda a saacutebado no horaacuterio das 19h15min agraves 19h30min desde 30 de marccedilo de 1988 O telejornal inicia comas principais manchetes do dia apresentadas pelos acircncoras para todo oestado do Rio Grande do Sul Apoacutes a abertura o primeiro bloco veiculaas notiacutecias do estado em um tempo aproximado de 6 minutos Emseguida eacute exibido um bloco local apresentado pelas emissoras locais daRBS TV com duraccedilatildeo de 3 a 4 min e o uacuteltimo bloco retorna a apresentarnotiacutecias estaduais contendo informaccedilotildees produzidas nas demais regiotildeese na capital gauacutecha finalizando o telejornal com duraccedilatildeo aproximada de15 min

O RBS Notiacutecias tem a proposta de noticiar os principais as-suntos do dia projetando tambeacutem o que seraacute manchete nodia seguinte Aborda desde os fatos do dia poliacutetica econo-mia consumo serviccedilo esporte poliacutecia ateacute comportamentoe cultura O objetivo eacute fazer um resumo do que acontece demais importante em todo o Estado e aprofundar os assuntosmais complexos Aleacutem das equipes de Porto Alegre conta-mos com a participaccedilatildeo das 11 emissoras da RBS TV no in-terior do Rio Grande do Sul [] A nossa proposta eacute aindaretratar os problemas que mais afligem a populaccedilatildeo gauacutechamostrar dramas que se arrastam sem soluccedilatildeo por parte dopoder puacuteblico assim como cobrar essas soluccedilotildees (Emhttpwwwclicrbscombr Acesso em 22052011)

wwwlabcomubipt


A atual equipe do telejornal eacute formada pelo editor-chefe e apresen-tador Eloacutei Zorzetto que trabalha na RBS TV desde 1983 e eacute acircncorado RBS Notiacutecias desde 1988 pela editora e apresentadora Daniela Un-garetti pela editora executiva Simone Donini e pelas editoras DaniellaPoli Cristiane Pastorini e Mariana Pessin

Na produccedilatildeo de um telejornal como eacute o caso do RBS Notiacutecias otempo de veiculaccedilatildeo natildeo permite a abordagem profunda dos conteuacutedosCumpre-se apenas a tarefa de informar o telespectador Neste caso ahierarquizaccedilatildeo das notiacutecias predomina atraveacutes de criteacuterios como fatoscom maior relevacircncia e que merecem destaque no dia seja nos blocoslocal ou estadual escolhas essas advindas das percepccedilotildees dos editoresquanto agrave importacircncia dos conteuacutedos a serem selecionados

A rotina produtiva dos veiacuteculos de comunicaccedilatildeo recebe diariamenteum excesso de informaccedilotildees sobre vaacuterios acontecimentos os quais pre-cisam ser selecionados pelos jornalistas A seleccedilatildeo do que seraacute publi-cado ou exibido eacute baseada nos criteacuterios de noticiabilidade Traquina(2005) define noticiabilidade como ldquoconjunto de criteacuterios e operaccedilotildeesque fornecem aptidatildeo de merecer um tratamento jornaliacutestico isto eacute pos-suir valor como notiacuteciardquo Estes valores-notiacutecia exercem a funccedilatildeo de ori-entaccedilatildeo para o trabalho dos jornalistas no momento em que definiratildeoquando o tema poderaacute ter interesse puacuteblico e tambeacutem se adequar aoveiacuteculo no caso agraves caracteriacutesticas da televisatildeo Para isso alguns fatoressatildeo levados em consideraccedilatildeo como define Iser (2005)

[] os criteacuterios que abrangem a facilidade para a coberturaa existecircncia de bons elementos visuais no fato a quantidadede notiacutecias sobre o mesmo assunto o trabalho da concor-recircncia e as caracteriacutesticas do dia noticioso que pode ou natildeoestar rico em acontecimentos com valores-notiacutecia (ISER2005 p 29)

A noticiabilidade atua aqui como um conjunto de elementos pelosquais os veiacuteculos de comunicaccedilatildeo neste caso a RBS TV seleciona eorganiza os acontecimentos ou assuntos que seratildeo noticiados Os tele-jornais produzidos pela emissora mantecircm a lideranccedila em pesquisas deaudiecircncia O Ibope (Instituto Brasileiro de Opiniatildeo Puacuteblica e Estatiacutes-tica) divulgou em 2009 resultados da pesquisa sobre a audiecircncia da

wwwlabcomubipt


RBS TV no interior do Rio Grande do Sul o que revela a preferecircnciados telespectadores em relaccedilatildeo agrave emissora em nossa regiatildeo

Segundo dados pesquisados no periacuteodo das 6h agraves 00h en-tre abril e junho deste ano a emissora de Cruz Alta teve714 de participaccedilatildeo na meacutedia de audiecircncia (share) con-tra 71 da segunda colocada e Passo Fundo teve 751contra 11 da segunda colocada Contando com Porto Ale-gre a RBS TV tem 12 emissoras espalhadas pelo Estadocobrindo 496 municiacutepios o que atinge 106 milhotildees de tele-spectadores em 35 milhotildees de domiciacutelios com TV (IBOPE2009 Acesso em 11 de outubro de 2011)

Aleacutem destes dados eacute possiacutevel destacar uma pesquisa encomendadapela RBS TV para o instituto Ibope entre 19 e 25 de junho de 2008 sobreos niacuteveis de audiecircncia na praccedila de Cruz Alta emissora que compreendeo municiacutepio de Ibirubaacute estudado neste trabalho O gecircnero Jornalismoteve 777 de audiecircncia da RBS TV contra 46 da segunda colocada(IBOPE 2008) Considerando os dois telejornais da RBS TV no estadoo RBS Notiacutecias obteve 507 de audiecircncia contra 485 do Jornal doAlmoccedilo (IBOPE 2008)

Analisando a histoacuteria do RBS Notiacutecias no estado e sua importacircnciaconsolidada como programa telejornaliacutestico voltamos o olhar para esteproduto como um dos principais meios de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo

231 O telejornalismo local

No atual mundo globalizado percebemos na grade das programaccedilotildeesuma constante relaccedilatildeo entre miacutedias locais e regionais Muito aleacutem queuma demarcaccedilatildeo de fronteiras essa relaccedilatildeo carrega sentidos no qual osindiviacuteduos se inserem partilhando os fatos e acontecimentos que lhesinteressam mais especificamente

Dentre a grade de programaccedilatildeo de alguns telejornais em especial noRBS Notiacutecias eacute importante considerar a inserccedilatildeo de notiacutecias locais Anotiacutecia local eacute diferente da notiacutecia chamada de ldquorederdquo pois pode inte-ressar apenas aos habitantes da regiatildeo onde satildeo transmitidos os blocosregionais podendo gerar no telespectador uma maior relaccedilatildeo de identi-ficaccedilatildeo com o fato noticiado

wwwlabcomubipt


A exibiccedilatildeo do telejornalismo local permite que o receptor se vin-cule com a cidade de origem atraveacutes do programa pois nesses blo-cos se retratam situaccedilotildees semelhantes aos do indiviacuteduo promovendode certa forma um sentimento de pertencimento do cidadatildeo em seu es-paccedilo puacuteblico Gomes (2006) afirma que atraveacutes desta caracteriacutestica deproximidade com a realidade do sujeito contribui-se para uma maioraproximaccedilatildeo entre o telespectador e o lugar onde ele vive A diferen-ccedila na pauta dos blocos eacute visivelmente compreendida no dia-a-dia dasemissoras atraveacutes das notiacutecias delineadas em niacutevel local expondo osproblemas das comunidades locais Aleacutem disso busca-se reproduzir aloacutegica das redes estaduais principalmente no que se refere ao sistema degestatildeo e aos possiacuteveis interesses comerciais como busca de anuncianteslocais por exemplo

Na busca das notiacutecias a loacutegica de produccedilatildeo estadual orienta-se paraa seleccedilatildeo de conteuacutedos que possam interessar a um maior nuacutemero depessoas possiacutevel Jaacute o local ampara-se nas preocupaccedilotildees ligadas dire-tamente ao receptor local com notiacutecias que natildeo satildeo veiculadas numcontexto maior A produccedilatildeo de notiacutecias locais que remetem a fatoscotidianos com problemas em niacutevel menor por ser das comunidadesnatildeo sendo relevante para outras comunidades precisava encontrar es-paccedilo nas programaccedilotildees alcanccedilando a parte interessada sem prejudicara audiecircncia das demais

[] era necessaacuterio voltar a programaccedilatildeo para o cotidianolocal-regional pois os telespectadores que habitavam cida-des do interior dos Estados sentiam-se ldquoalienadosrdquo da suarealidade num Brasil de tatildeo grandes diversidades ao assis-tir somente a noticiaacuterios de fatos ocorridos na capital nascidades mais importantes do paiacutes (principalmente Rio deJaneiro Satildeo Paulo e Brasiacutelia) ou do mundo Natildeo que essetipo de informaccedilatildeo fosse desinteressante ou desnecessaacuteria(FABBRI JUacuteNIOR 2006 p28)

Retratar os assuntos locais alternando entre a programaccedilatildeo regio-nal nacional e algumas notiacutecias mundiais eacute uma possibilidade ofere-cida pelo RBS Notiacutecias ao seu puacuteblico pois o telejornal apresenta doisblocos estaduais e um local

wwwlabcomubipt


Nas representaccedilotildees locais do telejornal eacute preciso considerar que osblocos de notiacutecias carregam aspectos como a liacutengua o dialeto o so-taque vestimentas utilizados muitas vezes para criar uma relaccedilatildeo deproximidade com o puacuteblico As representaccedilotildees simboacutelicas criadas nosblocos locais satildeo fatores que diferenciam os grupos de telespectadoresdando-lhes uma aproximaccedilatildeo com sua proacutepria identidade Martiacuten-Bar-bero (2003) considera a cultura local com etnias dialetos e distintasmesticcedilagens urbanas resultantes deste processo como formadoras degrupos que atravessam as classes derivando em diferentes competecircn-cias culturais que satildeo modos de percepccedilatildeo e produccedilatildeo simboacutelica

Atraveacutes da construccedilatildeo dos blocos locais e dos fatores comerciais oude outra ordem que possam estar imbricados no processo de seleccedilatildeo econstruccedilatildeo das notiacutecias do telejornal Fabbri Juacutenior conclui que

[] podemos analisar que a influecircncia dos meios de co-municaccedilatildeo na realidade dos cidadatildeos natildeo eacute imediata masocorreraacute em alguma passagem da vida dos indiviacuteduos ouseja a identidade eacute um processo em pleno desenvolvimentoe essa influecircncia tambeacutem se inscreve no ldquodomiacutenio das cog-niccedilotildees dos conhecimentos e natildeo das atitudesrdquo podendoser configurada segundo dois niacuteveis 1 ndash a ldquoordem do diardquodos temas assuntos e problemas presentes na agenda dosmass media 2 ndash a hierarquia de importacircncia e de prioridadesegundo a qual esses elementos estatildeo dispostos na ldquoordemdo diardquo (FABBRI JUacuteNIOR 2006 p110)

O indiviacuteduo enquanto ativo no processo de comunicaccedilatildeo recebe oconteuacutedo jornaliacutestico decodifica e reelabora a informaccedilatildeo discutindo-a com a comunidade e tornando-a muitas vezes pauta cotidiana Arelaccedilatildeo de influecircncia definida por Fabbri (2006) embora possa natildeo serimediata eacute configurada pela rotina9 que este estabelece atraveacutes da ldquoor-dem do diardquo assuntos principais grau de importacircncia e proximidadeos quais passam a pautar a vida do indiviacuteduo

9Agenda-setting theory ndash eacute uma teoria de Comunicaccedilatildeo formulada por MaxwellMcCombs e Donald Shaw (1972) que confirma que a miacutedia tem a capacidade de in-fluenciar a projeccedilatildeo dos acontecimentos na opiniatildeo puacuteblica estabelecendo um pseudo-ambiente fabricado e montado pelos meios de comunicaccedilatildeo

wwwlabcomubipt


A dimensatildeo mais significativa para as comunidades pressupotildee delin-eamentos atraveacutes das identidades em comum e dos antecedentes histoacuteri-cos culturais que vatildeo aos poucos sendo flexionados pelos valores in-seridos pelas novas configuraccedilotildees sociais na populaccedilatildeo Fabbri Juacutenior(2006) destaca ainda que identificar os aspectos que unem essas identi-dades como a formaccedilatildeo cultural agrave base da agricultura a proximidade defenocircmenos geopoliacuteticos e principalmente de poliacuteticas administrativasgarante mesmo que de forma parcial as caracteriacutesticas necessaacuterias parao sujeito se reconhecer e ser reconhecido no espaccedilo onde vive e a sobre-vivecircncia da emissora no mercado jornaliacutestico Ao mesmo tempo em quea interiorizaccedilatildeo dos conteuacutedos jornaliacutesticos eacute destacada solidificam-seos laccedilos comunitaacuterios poliacuteticos culturais e econocircmicos dando agraves co-munidades a possibilidade de maior identificaccedilatildeo com a realidade local

Nesta pesquisa onde se analisa as famiacutelias de um municiacutepio do inte-rior do estado onde haacute veiculaccedilatildeo de um bloco local do telejornal RBSNotiacutecias bem como mateacuterias de Ibirubaacute e dos municiacutepios vizinhos in-seridas neste programa jornaliacutestico objetivamos tambeacutem verificar se haacuteessas identificaccedilotildees propostas pelo autor buscando entender como asmediaccedilotildees atuam nesse processo

wwwlabcomubipt


3 Pesquisa de Recepccedilatildeo do Telejornal RBSNotiacutecias

Para realizar a pesquisa de recepccedilatildeo do telejornal RBS Notiacutecias bus-camos construir uma metodologia capaz de abarcar as relaccedilotildees quetentamos entender no contexto e grupos sociais estudados Atraveacutes daaproximaccedilatildeo com as famiacutelias pesquisadas procuramos conhecer a reali-dade dos entrevistados evidenciando aspectos relacionados ao contextofamiliar e socioeconocircmico dos indiviacuteduos e sua relaccedilatildeo com a miacutedia nocaso com o telejornalismo

Neste capiacutetulo trazemos esse percurso metodoloacutegico realizado paraa elaboraccedilatildeo e a execuccedilatildeo das etapas do trabalho As teacutecnicas e procedi-mentos utilizados satildeo descritos e conceituados objetivando a delineaccedilatildeode todas as etapas Apresentamos os dados da entrevista com roteiro e aanaacutelise da pesquisa realizada com as famiacutelias do municiacutepio de Ibirubaacute ndashRS onde buscamos compreender como ocorre o processo de recepccedilatildeodo telejornal RBS Notiacutecias em unidades familiares de diferentes classessociais

Procuramos aqui suscitar reflexotildees que possam nos ajudar a enten-der a problemaacutetica em questatildeo e de certa forma contribuir com os es-tudos de recepccedilatildeo realizados no estado do Rio Grande do Sul

31 Estrutura metodoloacutegica da pesquisaDesenvolvemos este estudo em duas etapas Na primeira realizamosa pesquisa bibliograacutefica com o objetivo de proporcionar a compreen-satildeo do processo de recepccedilatildeo e da loacutegica do telejornalismo para nos darsuporte a fim de melhor compreender o empiacuterico A fundamentaccedilatildeoteoacuterica auxiliou na definiccedilatildeo do problema determinaccedilatildeo dos objetivosconstruccedilatildeo de hipoacuteteses e justificativa da escolha do tema Esta etapaportanto permitiu conhecermos e aprofundarmos aspectos relaciona-dos agrave temaacutetica proposta neste estudo Na etapa seguinte constituiacutedapelo estudo de campo nos aproximamos do objeto pesquisado cole-tando dados que permitissem compreender a problemaacutetica proposta Apesquisa foi realizada no municiacutepio de Ibirubaacute-RS por ser a cidade deresidecircncia do pesquisador

wwwlabcomubipt


Marcada pela colonizaccedilatildeo germacircnica e italiana o municiacutepio do no-roeste gauacutecho de aproximadamente 19000 habitantes transformou-serapidamente desde sua emancipaccedilatildeo com a chegada de grandes faacutebricasprincipalmente do setor agriacutecola A diversidade cultural do municiacutepiode Ibirubaacute pode ser observada a partir das classes sociais as quais satildeoidentificadas principalmente pela localizaccedilatildeo geograacutefica na cidade

A pesquisa de campo de recepccedilatildeo foi realizada em trecircs famiacutelias dasclasses A1 C1 e E respeitando a divisatildeo da Associaccedilatildeo Brasileira deEmpresas de Pesquisa no ano de 2009 (tab1) a qual leva em consi-deraccedilatildeo bens materiais posse de itens e grau de instruccedilatildeo do chefe daunidade familiar estabelecendo uma meacutedia de acordo com a renda totalde uma famiacutelia conforme tabela abaixo

Tabela1 ndash Divisatildeo das classes sociais

Classe Renda Meacutedia FamiliarA1 R$1148000A2 R$829500B1 R$475400B2 R$265600C1 R$145900C2 R$96200D R$68000E R$41500

Fonte ABEP - Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Pesquisa ndash 2011 ndashhttpwwwabeporg ndash abepabeporg ndash Dados com base no

Levantamento Soacutecio Econocircmico 2009 - IBOPE

As classes A2 B1 B2 C2 e D natildeo foram pesquisadas pois consid-eramos que as interpretaccedilotildees podiam se dar de forma semelhante En-tendemos que nas classes pesquisadas por haver maior diferenciaccedilatildeoentre elas os resultados seriam mais proveitosos e possibilitariam me-lhores reflexotildees acerca do processo de recepccedilatildeo e das mediaccedilotildees quepoderiam aiacute estar atuando

A partir de contato telefocircnico com a Assistecircncia Social do municiacute-pio identificamos os presidentes dos trecircs bairros e apresentamos o pro-jeto de pesquisa para que estes pudessem auxiliar na indicaccedilatildeo dos

wwwlabcomubipt


pesquisados As famiacutelias deveriam ser compostas por um casal e umfilho considerando a meacutedia de pessoas por domiciacutelio no estado do RioGrande do Sul de 29510 pessoas Tambeacutem seriam escolhidas famiacuteliasque assistissem regularmente ao RBS Notiacutecias e que se enquadrassemem uma das classes sociais estudadas

As trecircs famiacutelias foram escolhidas levando em consideraccedilatildeo em umprimeiro momento o conhecimento preacutevio do pesquisador referentea concentraccedilatildeo de determinadas classes sociais em alguns bairros dacidade a saber classe A1 ndash Bairro Pocircr-do-sol classe C1 ndash Bairro Cen-tro e classe E ndash Bairro Aparecida Devido aos criteacuterios estabelecidospara essa pesquisa natildeo foi encontrada uma famiacutelia no Bairro Pocircr-do-solapta a participar Entatildeo consideramos atraveacutes de indicaccedilatildeo dos presi-dentes de bairros escolher como classe A1 para a pesquisa tambeacutem umafamiacutelia do bairro Centro

A pesquisa empiacuterica foi realizada em dois momentos de entrevistasemiestruturada e de observaccedilatildeo da assistecircncia do telejornal

A entrevista semiestruturada roteiro em anexo individual com cadaintegrante da famiacutelia contribuiu para entendermos como se daacute a ressig-nificaccedilatildeo do telejornal a discussatildeo familiar dos acontecimentos e aanaacutelise feita das notiacutecias

Na entrevista semiestruturada o investigador tem uma listade questotildees ou toacutepicos para serem preenchidos ou respon-didos como se fosse um guia A entrevista tem relativaflexibilidade As questotildees natildeo precisam seguir a ordem pre-vista no guia e poderatildeo ser formuladas novas questotildees nodecorrer da entrevista (MATTOS 2010)

Atraveacutes dessa pesquisa conseguimos estabelecer um diaacutelogo comas famiacutelias seguindo uma espeacutecie de roteiro introduzindo novos ques-tionamentos quando pertinente e dando enfoque maior a alguns pontosnos quais percebiacuteamos potencial de anaacutelise e discussatildeo por parte dosintegrantes das famiacutelias

Apoacutes a aplicaccedilatildeo do questionaacuterio nos aproximamos das famiacuteliaspesquisadas durante exibiccedilotildees do telejornal Conforme aponta Gil(2002) ldquoo estudo de campo exige do pesquisador que permaneccedila o

10De acordo com Dados do IBGE Censo Demograacutefico 2010

wwwlabcomubipt


maior tempo possiacutevel na comunidade pois somente com essa imersatildeona realidade eacute que se podem entender as regras os costumes e as con-venccedilotildees que regem o grupo estudadordquo (GIL 2002 p 53) Atraveacutes dessemeacutetodo foram observados momentos de assistecircncia de cada famiacutelia pararefletirmos sobre o que ocorre no contexto pesquisado durante a veicu-laccedilatildeo do telejornal RBS Notiacutecias

Nesse contato mais direto com as famiacutelias registramos as infor-maccedilotildees por meio de diaacuterio de campo de forma assistemaacutetica sem umcontrole previamente elaborado de fotografia do lugar de assistecircnciado telejornal e de gravaccedilatildeo fatores considerados por Bauer e Gaskell(2002)

32 Rotina das entrevistasAs entrevistas apresentadas neste capiacutetulo foram realizadas conforme adisponibilidade das famiacutelias a partir do contato telefocircnico No dia 01de novembro de 2011 a pesquisa foi realizada com a famiacutelia do bairroCentro representando a Classe C1 A aproximaccedilatildeo com a famiacutelia daClasse E do bairro Aparecida aconteceu dia 04 de novembro e dia 12de novembro a famiacutelia do bairro Centro da classe A1 foi a pesquisada

O contato com as famiacutelias foi realizado inicialmente pelos presi-dentes de associaccedilotildees de moradores e apoacutes por telefone para o agenda-mento da nossa incursatildeo para a assistecircncia do telejornal e realizaccedilatildeo dasentrevistas Tanto a localizaccedilatildeo como o agendamento foi mais difiacutecilcom a famiacutelia da Classe A1 pois devido agraves outras atividades realizadaspelas famiacutelias como viagens participaccedilatildeo em outros grupos e pouca as-sistecircncia do telejornal ficou inviaacutevel a realizaccedilatildeo da pesquisa no bairroPocircr-do-Sol sendo entatildeo realizada com uma famiacutelia indicada do bairroCentro e que se enquadrasse nos criteacuterios estabelecidos Fator que natildeoocorreu com as outras duas classes sociais

Os links com o viacutedeo dos telejornais assistidos com as famiacutelias estatildeodisponiacuteveis nos endereccedilos eletrocircnicos

Classe A1blocos estaduais disponiacuteveis em httpmediacenterclicrb

scombrtemplatesplayeraspxuf=1ampcontentID=22301

0ampchannel=45 e bloco local disponiacutevel em httpmediacenter

wwwlabcomubipt


clicrbscombrtemplatesplayeraspxuf=1ampcontentI

D=223190ampchannel=45

Classe C1blocos estaduais disponiacuteveis em httpwwwclicrbscombr

cdmjspvusuario2jsppid=278ampurl=http3a2f2fmed

ifmediacclicrbscombr2ftemplates2fplayeraspx3

fuf3d126contentID3d22022026channel3d45 e bloco lo-cal disponiacutevel em httpmediacenterclicrbscombrrbst

vrs-player45player220549rbs-noticias-cruz-alta-

terca-feira-01-11-20111indexhtm

Classe Eblocos estaduais disponiacuteveis em httpmediacenterclicr

bscombrtemplatesplayeraspxuf=1ampcontentID=221

365ampchannel=45 e bloco local disponiacutevel em httpmediacent

erclicrbscombrtemplatesplayeraspxuf=1ampconte

ntID=221385ampchannel=45

Pensando em proteger e dar mais liberdade aos entrevistados de-cidimos natildeo divulgar os nomes destes Para descrever a pesquisa osdesignaremos atraveacutes das definiccedilotildees de parentesco ldquopairdquo ldquomatildeerdquo ldquofilho(a)rdquo e a classe social correspondente A1 C1 ou E

33 O perfil dos entrevistados e a rotina de assistecircnciado RBS Notiacutecias

As famiacutelias pesquisadas mantecircm uma rotina de assistecircncia do telejor-nal o que as capacitou a participar desta pesquisa Aqui vamos trazerelementos do perfil dos entrevistados e a trajetoacuteria da relaccedilatildeo dos in-diviacuteduos com o RBS Notiacutecias a fim de destacarmos a competecircncia deanaacutelise das famiacutelias em relaccedilatildeo ao produto foco desta pesquisa de re-cepccedilatildeo Na impossibilidade de acompanhar diariamente a assistecircnciado telejornal procuramos fazer algumas fotos para registrar o modocomo as famiacutelias assistem o RBS Notiacutecias para percebermos caracteriacutes-ticas do contexto onde ocorre o processo de recepccedilatildeo do telejornal asquais seratildeo inseridas aqui para somarmos elementos agraves anaacutelises destapesquisa Apresentamos aqui as trecircs famiacutelias pesquisadas atraveacutes da

wwwlabcomubipt


profissatildeo idade principais atividades grupos que costuma frequentar econtexto de assistecircncia do telejornal de cada membro da famiacutelia

a) Famiacutelia Classe A1

A famiacutelia da Classe A1 reside no bairro Centro de Ibirubaacute O paicolaborador de uma empresa de Planos de Sauacutede vice-presidente deeventos da Associaccedilatildeo Comercial da cidade e representante terceirizadode uma Agecircncia Bancaacuteria em Ibirubaacute tem 65 anos de idade a matildee seidentificou como consultora de uma empresa de cosmeacuteticos e tecircm 35anos a filha com 12 anos de idade estuda na 6a seacuterie de uma escolaparticular Em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo socioeconocircmica os trecircs se con-sideram de Classe A1 Os trecircs afirmaram dedicar os momentos de lazerfrequentando dois clubes da cidade11 bares festas e restaurantes O paijoga tecircnis e sinuca e a filha faz curso particular de inglecircs ballet e vai agravecatequese na igreja Evangeacutelica

Em relaccedilatildeo ao contexto de assistecircncia do telejornal a famiacutelia cos-tuma assistir diariamente o telejornal em uma sala com a presenccedila deoutros meios de comunicaccedilatildeo como telefone computador e aparelho desom ldquoAssistimos quase todo dia se estamos em casa mas pelo menosquatro vezes eacute certordquo contou o pai Agraves vezes assistem no quarto ou emuma varanda A famiacutelia utiliza do periacuteodo do RBS Notiacutecias para con-versar sobre as notiacutecias quando o assunto chama a atenccedilatildeo conformedisse a matildee ldquoAh sempre conversamos se o assunto chama a atenccedilatildeo seeacute uma reportagem que interessardquo

Abaixo fotos do contexto de assistecircncia da famiacutelia da Classe A1

11Clube Colibri parque aquaacutetico com aacuterea para praacuteticas desportivas camping econfraternizaccedilotildees Clube Comercial Espaccedilo destinado agrave realizaccedilatildeo de bailes e even-tos sociais

wwwlabcomubipt


Foto 01 Televisatildeo e ambiente de consumo da famiacutelia Classe A1

Foto 02 Momento da Assistecircncia do Telejornal

b) Famiacutelia Classe C1

A famiacutelia da Classe C1 reside no bairro Centro de Ibirubaacute na princi-pal avenida da cidade O pai funcionaacuterio puacuteblico em uma Companhiade distribuiccedilatildeo de aacutegua tem 46 anos de idade e eacute graduado em Direito a

wwwlabcomubipt


matildee se identificou como do lar tem 37 anos de idade e possui o ensinomeacutedio completo e a filha com 11 anos de idade estuda na 5a seacuterie de umaescola puacuteblica estadual Em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo socioeconocircmica ostrecircs se consideram de classe meacutedia com faixa de renda familiar de emmeacutedia trecircs salaacuterios miacutenimos mensais Os trecircs afirmaram dedicar os mo-mentos de lazer para passear nas casas dos familiares ou frequentar umclube aquaacutetico da cidade durante o veratildeo A matildee frequenta ainda umaacademia e a filha faz curso particular de inglecircs

Em relaccedilatildeo ao contexto de assistecircncia do telejornal a famiacutelia cos-tuma assistir trecircs vezes por semana durante o veratildeo periacuteodo em quefrequenta mais o clube aquaacutetico bem como senta ao ar livre para con-versar e tomar chimarratildeo Jaacute no inverno assiste diariamente o telejor-nal Geralmente a matildee intercala a assistecircncia com a praacutetica de bordadose a filha com outro meio de comunicaccedilatildeo a internet

A famiacutelia utiliza do periacuteodo do RBS Notiacutecias para conversar sobreassuntos do cotidiano e comentar as notiacutecias quando o assunto for inte-ressante O pai afirmou que a famiacutelia jaacute possui um haacutebito em relaccedilatildeo aotelejornal ldquoQuando chegamos em casa de nossas atividades tomamosbanho fazemos o chimarratildeo e sentamos assistir o RBS Notiacutecias Depoisa mulher faz o jantar e aproveito para ler o jornal Zero Hora enquantoissordquo Podemos perceber que a relaccedilatildeo da famiacutelia com o telejornal es-tabelece rotinas de assistecircncia do telejornal servindo como organizadordas atividades da famiacutelia

Abaixo fotos do contexto de assistecircncia da famiacutelia da Classe C1

wwwlabcomubipt


Foto 03 Televisatildeo e ambiente de consumo da famiacutelia Classe C1

Foto 04 Momento da Assistecircncia do telejornal

c) Famiacutelia Classe E

A famiacutelia da Classe E reside no bairro Aparecida em Ibirubaacute bairroque natildeo possui calccedilamento ou asfalto e eacute considerado umas das aacutereasem maior situaccedilatildeo de vulnerabilidade social O pai encarregado decarga e descarga tem 42 anos de idade A matildee tem 40 anos e sememprego fixo trabalha como domeacutestica em casas de famiacutelias O filho do

wwwlabcomubipt


casal tem 15 anos e estuda na 8a seacuterie de uma escola puacuteblica estadualEm relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo socioeconocircmica os trecircs se consideram declasse social baixa com faixa de renda familiar de em meacutedia um salaacuteriomiacutenimo mensal Nos momentos de lazer a famiacutelia costuma permanecerem casa ou sair para pescar

Em relaccedilatildeo ao contexto de assistecircncia a famiacutelia assiste em meacutediatrecircs vezes por semana todo o telejornal mas durante os outros dias atelevisatildeo sempre estaacute ligada enquanto realiza outras atividades na casaparando para assistir o noticiaacuterio quando algum assunto lhes chama aatenccedilatildeo Eles assistem o RBS Notiacutecias na cozinha acomodados emvolta da mesa onde costumam tomar chimarratildeo Durante a assistecircnciajunto com a famiacutelia foi possiacutevel perceber que todas as notiacutecias recebemalgum tipo de comentaacuterio e todos participam da discussatildeo dos assuntosinclusive apoacutes o encerramento do telejornal estendendo-se ateacute o iniacutecioda telenovela

Abaixo fotos do contexto de assistecircncia da famiacutelia da Classe E

Foto 05 Televisatildeo e ambiente de consumo da famiacutelia Classe E

wwwlabcomubipt


Foto 06 Momento da assistecircncia do telejornal

34 A relaccedilatildeo das famiacutelias pesquisadas com o RBS No-tiacutecias

Aqui procuramos descrever as principais percepccedilotildees registradas atraveacutesdo diaacuterio de campo e em seguida as respostas obtidas por meio da en-trevista realizada com cada um dos membros das famiacutelias pesquisadas

Famiacutelia Classe A1 Com esta famiacutelia foi difiacutecil agendar uma datapara a pesquisa devido aos compromissos dos membros da famiacuteliaAntes da exibiccedilatildeo do telejornal o pai fazia a leitura de um jornal e a matildeerespondia a palavras cruzadas A famiacutelia disse natildeo fazer outras ativi-dades enquanto assiste ao telejornal apenas nos intervalos Assistemao RBS Notiacutecias na maioria das vezes na sala em uma TV que possuicanais de televisatildeo por assinatura poreacutem agraves vezes assistem tambeacutem emuma varanda ou no quarto onde tambeacutem possuem aparelho televisorA filha do casal demonstrou grande interesse pelo noticiaacuterio e natildeo con-some outro meio de comunicaccedilatildeo durante o telejornal O conforto pro-porcionado pelos bens moacuteveis da sala deixou a famiacutelia bem agrave vontadepara a assistecircncia do programa Durante a entrevista o pai demonstrougrande conhecimento sobre o RBS Notiacutecias e assuntos relacionados agraveeconomia e ao governo pois evidenciava assuntos dessa natureza nas

wwwlabcomubipt


respostas Durante o telejornal natildeo teceram muitos comentaacuterios apenasapoacutes o telejornal

Famiacutelia Classe C1 O primeiro contato com a famiacutelia foi realizadoatraveacutes de telefone Ao questionar se a famiacutelia assiste ao telejornal amatildee apressou-se em afirmar que a assistecircncia era ldquocoisa sagradardquo ouseja acontece sempre A televisatildeo encontra-se na sala ao lado de outrosmeios de comunicaccedilatildeo como o telefone e o notebook A matildee quandochegou agrave sala para sentar no sofaacute logo avisou ldquoEste eacute o meu cantordquoAli se encontravam tesoura linhas agulha e tecidos evidenciando arotina da famiacutelia em relaccedilatildeo agrave ocupaccedilatildeo dos lugares na sala e a praacuteticade outras atividades enquanto assiste o RBS Notiacutecias Quando o paisentou no sofaacute pediu que a esposa buscasse o chimarratildeo jaacute prontoAmbos disseram sempre tomar chimarratildeo enquanto assistem o RBSNotiacutecias Ao iniciar o telejornal o pai pediu que a matildee aumentasseo volume da TV O telejornal iniciou com as principais manchetes asquais o pai disse ldquoAssuntos policiais ficamos torcendo pela prisatildeo dosbandidosrdquo E relacionou as manchetes com Ibirubaacute dizendo que nestacidade tambeacutem acontecem roubos mas que estes natildeo satildeo mostrados nobloco local Durante o telejornal a famiacutelia conversou sobre assuntos co-tidianos e verificaram se a filha tinha temas escolares No bloco localquando a repoacuterter apareceu para dar uma notiacutecia o pai reconheceu ajornalista e destacou que a apresentadora jaacute trabalhou em uma raacutedio dacidade de Ibirubaacute Logo apoacutes a notiacutecia o pai comentou ldquoEles fazemuma seleccedilatildeo das notiacutecias e geralmente deixam o melhor para o finalrdquoEm conversas recordaram que quando moravam com os pais tinham defazer silecircncio durante todo o telejornal Ao ver a notiacutecia sobre o Dia deFinados no bloco local a matildee disse ldquoAqui em Ibirubaacute tambeacutem fizeramreportagem no cemiteacuterio catoacutelico e no evangeacutelicordquo referindo-se a notiacute-cia que ouviu pela manhatilde em uma raacutedio local Expressotildees como ldquomeuDeus do ceacuteurdquo foram ditas na notiacutecia que se referia ao pagamento do13o salaacuterio ldquoO pessoal compra assim que recebe o salaacuterio nem daacute pragastar muito pois sempre tem outras coisas para pagarrdquo comentou amatildee evidenciando a preocupaccedilatildeo com os gastos da famiacutelia A filha docasal costuma assistir ao telejornal enquanto utiliza o notebook aleacutemde falar durante a assistecircncia de todo o programa Segundo a matildee agravesvezes precisam pedir para ela prestar atenccedilatildeo Como moram na princi-pal avenida da cidade o movimento na rua eacute intenso o que faz com que

wwwlabcomubipt


a famiacutelia fique olhando todo o tempo para fora pela janela da sacadaAleacutem disso muitos carros passam com som alto abafando o som datelevisatildeo Na reportagem sobre a vacinaccedilatildeo da febre aftosa o pai disseldquoeste tipo de assunto entra em um ouvido e sai pelo outro para noacutes natildeointeressardquo O telejornal acabou e o pai reclamou ldquoNada do Grecircmio edo Inter Cadecirc o esporterdquo

Famiacutelia Classe E O contato com esta famiacutelia foi feito pelo presi-dente da associaccedilatildeo de moradores que agendou um dia para realizaccedilatildeoda pesquisa Chegando agrave residecircncia da famiacutelia verifiquei que estavamna cozinha assistindo a novela das 18h A casa simples da famiacutelia pos-sui uma TV de 14 polegadas em um canto da cozinha em um balcatildeoque serve como prateleira tambeacutem para o forno eleacutetrico A famiacutelia as-siste agrave televisatildeo sentada ao redor da mesa da cozinha O filho chegouem casa durante a exibiccedilatildeo das manchetes do telejornal e foi realizandooutras atividades como tomar aacutegua ir e voltar para o quarto durante aexibiccedilatildeo do primeiro bloco Essa rotina acontece com frequecircncia se-gundo ele A maioria das notiacutecias foi comentada pelo filho e pelo pai Jaacutea matildee limitava-se a concordar com os comentaacuterios Sobre uma notiacuteciacujo assunto era drogas a matildee disse trecircs vezes ldquoque novidaderdquo e sesurpreendeu por ter mulheres envolvidas ldquouma duas trecircs mulheresrdquoEm bloco local sobre notiacutecia da morte de peixes na cidade de Ijuiacute opai comentou ldquoAs proacuteprias empresas que largam para dentro do riordquoreferindo-se a poluiccedilatildeo No telejornal foram exibidas notiacutecias sobre apobreza de algumas famiacutelias e de iacutendios na regiatildeo norte e noroeste doestado Ao ver imagens com crianccedilas pobres a matildee encheu os olhos delaacutegrimas demonstrando emoccedilatildeo e disse ldquocoitadinhosrdquo Em notiacutecia so-bre agressatildeo em ocircnibus escolar o filho comeccedilou a comentar a notiacuteciamas foi interrompido pelo pai que o mandou ficar quieto pois queriaescutar Apoacutes o telejornal a famiacutelia continuou conversando sobre umadas notiacutecias exibidas

Procuramos entender o que motiva os indiviacuteduos a assistirem aoRBS Notiacutecias E embora a entrevista sendo individual foi possiacutevelperceber que dentro das famiacutelias as motivaccedilotildees satildeo as mesmas

Famiacutelia Classe A1 ndash Assistem para ficarem informados sobre o queacontece no estado e na regiatildeo A filha destaca que todos deveriam teralgum meio de comunicaccedilatildeo para acompanhar as notiacutecias

wwwlabcomubipt


Famiacutelia Classe C1 ndash Assistem para ficarem atualizados com as notiacute-cias locais e regionais

Famiacutelia Classe E ndash Assistem o RBS Notiacutecias porque eacute o jornal daregiatildeo entatildeo consideram importante para ficarem sabendo sobre o queestaacute acontecendo

Apoacutes sabermos o porquecirc da assistecircncia buscamos saber qual o fatorque mais se destaca na percepccedilatildeo do telespectador atraveacutes do que maislhe chama atenccedilatildeo no telejornal e do que ele identifica como positivoou negativo

Famiacutelia Classe A1 ndash A filha considera o telejornal muito bomsendo bem organizado ldquonunca vi erros sempre as mateacuterias satildeo bemfeitasrdquo Poreacutem devido a sua idade disse natildeo entender algumas notiacuteciasldquoAlgumas notiacutecias eu natildeo entendo muito bem que natildeo satildeo aprofun-dadas natildeo explicam bem Acho que soacute pensam em notiacutecias para opuacuteblico adulto Agraves vezes por exemplo sobre poliacutetica eu natildeo entendoTalvez se tivesse mais tempo seria melhor eles poderiam explicarrdquo Agravematildee chama a atenccedilatildeo as notiacutecias sobre as reportagens que orientam so-bre o cuidado no tracircnsito e os bons projetos principalmente aqui daregiatildeo sobre agricultura e produtores daqui agradam ela O pai queassiste o telejornal haacute bastante tempo disse que o telejornal estaacute muitobom ldquoEacute um jornal que estaacute se aperfeiccediloando e cada vez traz maisinformaccedilotildees Jaacute teve eacutepoca que o espaccedilo local era menor Hoje trazmais informaccedilotildees da regiatildeo aleacutem disso forma bons profissionais nojornalismo como a RBS Cruz Alta tem feito Isso sempre observeirdquo

Famiacutelia Classe C1 ndash A matildee acha o telejornal bem interessanteporque gosta de saber notiacutecias da regiatildeo ldquoAgraves vezes tem reportagemaqui de Ibirubaacute que eu gosto de ficar sabendo tambeacutem o clima do diada semana depende do que me chama atenccedilatildeordquo A filha prefere asnotiacutecias sobre esportes e considerou negativas as notiacutecias ruins sobreviolecircncia poliacutecia e falta de qualidade na sauacutede puacuteblica O pai tambeacutemdestacou os esportes como o que mais gosta referente a notiacutecias e natildeoidentificou nenhum ponto negativo

Famiacutelia Classe E ndash Os membros da famiacutelia afirmaram gostar dasnotiacutecias sobre acidentes e trageacutedias do assunto em si e tambeacutem o fatodo telejornal alertar para os riscos a que as pessoas estatildeo expostas Opai e o filho disseram esperar sempre para ver as reportagens sobre oesporte mas que sempre assistem tambeacutem sobre acidentes

wwwlabcomubipt


Questionamos as famiacutelias sobre a importacircncia que atribuem ao tele-jornal e o que costumam aprender com este noticiaacuterio

Famiacutelia Classe A1 ndash A filha atribui importacircncia ao fato do tele-jornal fornecer informaccedilatildeo E explicou ldquoEle daacute as informaccedilotildees cer-tas por exemplo a previsatildeo do tempo quase sempre acertam pois soubem preocupada com o tempo e quando natildeo posso assistir peccedilo pra al-gueacutem ver pra mim ele daacute notiacutecias importantesrdquo Disse aprender boasliccedilotildees sobre como agir em relaccedilatildeo a furtos e acidentes ldquoEles ensinampara o bem natildeo influenciam para o malrdquo A matildee e o pai disseram queatraveacutes do telejornal se manteacutem atualizados ficam sabendo o que estaacuteacontecendo no estado nas cidades vizinhas e no municiacutepio porqueagraves vezes mostram coisas que eles natildeo sabiam que estava acontecendoTambeacutem dizem aprender sobre assuntos como alimentaccedilatildeo saudaacutevelpoliacutetica economia e leis que muitas vezes desconhecem a existecircncia ousignificado

Famiacutelia Classe C1 ndash A matildee disse sempre aprender alguma coisamas natildeo soube destacar nada especiacutefico e disse que o telejornal eacute muitoimportante para saber sobre as notiacutecias A filha afirmou que aprendecoisas sobre violecircncia poluiccedilatildeo assuntos que trabalha na escola e queas notiacutecias satildeo importantes para ajudaacute-la de alguma forma lhe infor-mando Sobre a importacircncia do telejornal afirmou ldquosem sombrade duacutevidas pra ficar atualizado com as notiacutecias da regiatildeo da minhacidade ele eacute muito importanterdquo E falou sobre as dicas principalmentesobre sauacutede que sempre faz com que ele aprenda algo

Famiacutelia Classe E ndash O pai considera o RBS Notiacutecias muito impor-tante porque eacute um jornal da regiatildeo que mostra o que a regiatildeo precisana opiniatildeo dele Ele e a matildee tambeacutem destacaram o fato de aprenderemcomo as pessoas devem agir em relaccedilatildeo a acidentes e roubos comoafirmou a matildee ldquoAli a gente vecirc sobre drogas mortes acidentes assassi-nato essas coisas e o que fazerrdquo O filho considera o telejornal impor-tante pois eacute um meio de informaccedilatildeo E diz que aprende com as notiacuteciasdestacando dois exemplos ldquoaprendo porque na TV mostram aquelesmarginais de Porto Alegre que picham paredes por exemplo assim agente vecirc o que pode acontecer quando fazemos algo errado ou comoos acidentes que daacute por alta velocidade ou por beber de maisrdquo

O RBS Notiacutecias eacute dividido em trecircs blocos e manteacutem um padratildeotelejornaliacutestico desde sua criaccedilatildeo Questionamos as famiacutelias sobre a

wwwlabcomubipt


avaliaccedilatildeo que eles fazem da estrutura do programa organizaccedilatildeo e formade ser apresentado

Famiacutelia Classe A1 ndash A famiacutelia comentou apenas sobre a divisatildeodos blocos que deveria haver mais tempo para as notiacutecias locais

Famiacutelia Classe C1 ndash A matildee e a filha disseram nunca prestar atenccedilatildeona estrutura mas afirmaram perceber a divisatildeo em blocos locais e esta-duais O pai afirmou gostar da parte estadual porque eacute mais abrangenteE comentou a divisatildeo dos assuntos ldquoEsporte eacute sem sombra de duacutevidaum dos quadros que mais gosto Hoje faltou e me chamou a atenccedilatildeoGeralmente eu assisto esperando o quadro de esportes que fica maispro final Tudo o que eacute bom fica pro final do telejornalrdquo Questionamossobre o porquecirc ele acha que determinados assuntos ficam para o finalldquoDe repente a maioria do pessoal eacute que nem eu eacute a parte que maischama atenccedilatildeo daiacute fica pro final Daiacute tu assiste todo o jornal mesmonotiacutecias que vocecirc natildeo queria ver para ver aquela parte do final que eacutemais interessante Isso eacute feito pra segurar a audiecircnciardquo

Famiacutelia Classe E ndash O filho acha que estaacute boa a divisatildeo em blocos ecomenta sobre a forma que os jornalistas apresentam ldquoagraves vezes tem es-porte notiacutecias graves mas cada repoacuterter tem seu jeito porque em umanotiacutecia sobre acidente ele natildeo vai dar risada Natildeo pode tem que ficarseacuterio porque eacute coisa ruim morte Esporte tudo bem As vezes permiteque o repoacuterter decirc risadardquo A matildee tambeacutem acha bom como estaacute e dissegostar mais do bloco local porque as notiacutecias satildeo da regiatildeo O pai avaliaque as trecircs partes satildeo importantes mas diz que o tempo do telejornal eacutepequeno ldquoacho que podiam ter mais espaccedilordquo Referente aos conteuacute-dos disse ldquoeles divulgam tudo no geral Os fatos como acontecem satildeomostradosrdquo

Em relaccedilatildeo agrave classe social todos se identificam como pertencentesagrave classe social pesquisada e fatores como a residecircncia haacutebitos cultu-rais contexto de assistecircncia e bens das famiacutelias satildeo condizentes com asclasses pesquisadas Aqui procuramos saber se as famiacutelias acham quetodas as classes sociais satildeo retratadas no telejornal se o contexto socialde cada um jaacute foi evidenciado em alguma reportagem e se a condiccedilatildeofinanceira favorece a assistecircncia do telejornal

Famiacutelia Classe A1 ndash A filha disse ter lembranccedila de notiacutecias sobretodas as classes e que jaacute viu sua classe social sendo retratada A matildeeacha que os pobres satildeo mostrados mais ldquoAdoram mostrar a desgraccedila e

wwwlabcomubipt


o sofrimento dos outrosrdquo Acha que a sua classe social natildeo eacute muito evi-denciada e que continuaria assistindo o telejornal da mesma forma casotivesse uma condiccedilatildeo financeira diferente da atual O pai disse que asnotiacutecias satildeo mostradas como acontecem entatildeo na sua visatildeo pobres e ri-cos satildeo mostrados O pai falou ainda sobre a atual emergecircncia da ClasseC ldquoVim da classe meacutedia Percebo que as classes mais baixas tiverammuitas conquistas sociais no paiacutes E hoje na minha classe muitos recla-mam dessa ascensatildeo de outras classes Isso eacute pensar atrasado Todospodem melhorar de niacutevel social A pressatildeo social a desigualdade eacuteinsuportaacutevel O melhor eacute poder viver tranquilo natildeo tatildeo exposto agrave vio-lecircncia mas natildeo temos como ficar protegidos totalmenterdquo

Famiacutelia Classe C1 ndash A matildee acha que a classe social pobre eacute a maismostrada devido aos problemas que eles enfrentam A classe meacutediasegundo ela natildeo eacute muito evidenciada e que seu contexto social favorecea assistecircncia do telejornal A filha acredita que haacute espaccedilo tanto para po-bres quanto para ricos nas notiacutecias e que sua rotina de assistecircncia seriaa mesma independente da condiccedilatildeo financeira O pai considera que asnotiacutecias da classe social mais baixa geralmente satildeo sobre assuntos ousituaccedilotildees ruins ldquoInfelizmente eacute assim mas eu gostaria de assistir maiscoisas boas Mas a classe mais baixa taacute relacionada com coisa ruimInfelizmente no jornal geralmente somos bombardeados por coisas ru-ins Eu tento natildeo assimilar muito senatildeo eacute ruim ateacute pra gente Entatildeoeu assisto e natildeo assimilo muito as notiacutecias ruins Tinha uma eacutepocaque eu ateacute sofria com os problemas de sauacutede das pessoas e proble-mas de morte porque esse tipo de coisa afeta muito a gente Entatildeo agente tenta natildeo assimilar muitordquo Referente a sua rotina de assistecircnciaele afirma ldquoSou classe meacutedia natildeo tenho tudo que quero mas tenhotudo que preciso Acho que eacute bem abrangente mostra todas as classesmas a classe mais baixa estaacute mais associada com notiacutecias ruins porquenatildeo conseguiu atendimento de sauacutede por exemplo ou estaacute relacionadacom crimes Eu gostaria de ver mais as notiacutecias sem entrelinhas notiacute-cias melhores porque dificilmente eles abordam Talvez nem tenha tantaboa noticiardquo

Famiacutelia Classe E ndash O filho considera que a maioria dos fatos eacute sobrepessoas ricas mas que haacute espaccedilos para notiacutecias de pessoas mais pobresDisse natildeo se lembrar de alguma notiacutecia especiacutefica que evidenciasse suaclasse social e que sua condiccedilatildeo financeira natildeo interfere na assistecircncia

wwwlabcomubipt


do telejornal Jaacute o pai e a matildee acreditam que todas as classes sociais satildeomostradas e que sua classe social eacute evidenciada Ambos reconhecempessoas nas mesmas condiccedilotildees sociais nas notiacutecias A matildee destacouque se tivesse mais dinheiro poderia assistir o telejornal mais vezes porsemana

Em relaccedilatildeo agrave cotidianidade familiar procuramos saber como o RBSNotiacutecias pode interferir no dia-a-dia das famiacutelias

Famiacutelia Classe A1 ndash Os trecircs membros da famiacutelia disseram pararsuas atividades para assistir ao telejornal A filha inclusive citou umexemplo ldquoAgraves vezes eu deixo de assistir o iniacutecio de uma novela emoutro canal que eu gosto pra assistir o RBS Notiacuteciasrdquo

Famiacutelia Classe C1 ndash A matildee afirma natildeo parar suas atividades porcausa do telejornal mas como costuma deixar a televisatildeo ligada elaexplica que ldquose me chamar a atenccedilatildeo largo o que estou fazendo praverrdquo A filha contou que a famiacutelia para na hora da refeiccedilatildeo por exemplopara olhar alguma notiacutecia O pai disse que se programa para assistir otelejornal organizando suas atividades

Famiacutelia Classe E ndash O filho afirma que o RBS Notiacutecias altera oseu dia-a-dia pelo fato de comentar sobre as notiacutecias e caso tenha al-guma atividade para realizar durante o horaacuterio do telejornal ele assisteprimeiro o noticiaacuterio para depois realizaacute-la Jaacute a matildee natildeo deixa de re-alizar suas atividades por causa do RBS Notiacutecias mas deixa a televisatildeosempre ligada Jaacute para o pai o telejornal eacute motivo de comentaacuterios prin-cipalmente com os colegas de serviccedilo

Sobre o conteuacutedo passado pelo telejornal procuramos entender se haacutealguma reflexatildeo sobre as notiacutecias e como elas acontecem no ambientefamiliar

Famiacutelia Classe A1 ndash A filha disse sempre refletir sobre as respostasdas pessoas e pensar bastante quando o assunto eacute a morte de pessoasinocentes Ela relatou que sua matildee sempre fala sobre as notiacutecias de dro-gas ou crimes orientando para ela ficar atenta e assistir o que aconteceA matildee diz refletir sobre vaacuterios assuntos principalmente sobre acidentesde tracircnsito pelo consumo de bebidas e drogas aleacutem de roubos ldquoAs-suntos que me fazem parar pra pensar e falar com a minha filha ori-entando elardquo O pai disse natildeo ter o haacutebito de falar com a famiacutelia sobreas notiacutecias mas que alguns assuntos interessam bastante a ele como aproduccedilatildeo agriacutecola que faz com que ele pense bastante a respeito

wwwlabcomubipt


Famiacutelia Classe C1 ndash A matildee disse que dependendo da reportagemrealiza algum tipo de reflexatildeo mas o que mais a faz pensar eacute sobre casosde Ibirubaacute Com a famiacutelia conversa sempre sobre assuntos relacionadosprincipalmente agrave violecircncia fato confirmado pela filha O pai tambeacutemafirmou que varia muito de acordo com a reportagem mas que com afamiacutelia sempre conversa sobre as notiacutecias para que possam tirar algumproveito das notiacutecias tanto boas quanto ruins

Famiacutelia Classe E ndash O filho pensa bastante nas famiacutelias que satildeo agre-didas que natildeo tecircm o que comer ou moradia fixa em situaccedilotildees que en-volvam pobreza Com a famiacutelia fala mais sobre acidentes A matildee cos-tuma refletir mais quando o assunto eacute sobre drogas e procura conversarcom o filho sobre o tema durante o programa e no dia-a-dia O paicitou os assuntos que os outros integrantes da famiacutelia falaram acidentedrogas e sobre as famiacutelias pobres ldquoIsso aiacute eu fico refletindo a gentesempre comenta tem coisas que temos que cuidar ficar atento ao quefazemos pra natildeo ter problemas Geralmente converso com a famiacuteliaporque a gente vem de famiacutelia bem pobre aiacute sabemos como eacuterdquo

Aleacutem do ambiente familiar procuramos identificar como se daacute a re-laccedilatildeo das famiacutelias apoacutes a assistecircncia do telejornal com outras pessoas eno cotidiano dos pesquisados

Famiacutelia Classe A1 ndash A filha e o pai disseram natildeo ter mudado nadapraacutetico no cotidiano por causa do telejornal mas que sempre comen-tam nos grupos que frequentam sobre as notiacutecias A matildee tambeacutem falacom vizinhos e amigos e disse ter parado de fumar devido a seacuterie dereportagens que assistiu

Famiacutelia Classe C1 ndash A matildee e a filha disseram natildeo falar sobre otelejornal ou sobre as notiacutecias com outras pessoas Jaacute o pai disse quecomenta bastante principalmente no ambiente de trabalho

Famiacutelia Classe E ndash O filho fala bastante sobre as notiacutecias com osprofessores e colegas na escola ldquoSe os professores comeccedilam uma con-versa que tem a ver com as notiacutecias daiacute as pessoas comentam bastanterdquoA matildee e o pai disseram natildeo falar muito sobre o telejornal e as notiacuteciascom pessoas que natildeo satildeo da famiacutelia

Com base nos dados descritos passaremos agora para a interpre-taccedilatildeo deste estudo de campo Buscaremos embasamento nos capiacutetu-los teoacutericos apresentados neste trabalho mobilizando autores e ideiasque possam nos ajudar no entendimento de como as mediaccedilotildees familiar

wwwlabcomubipt


e socioeconocircmica podem atuar no processo de recepccedilatildeo do telejornalRBS Notiacutecias

35 Anaacutelise interpretativa da recepccedilatildeo do RBS Notiacute-cias

Nesta anaacutelise dos dados obtidos atraveacutes da pesquisa de campo aleacutem dasrespostas obtidas junto aos entrevistados mobilizaremos as impressotildeesa partir das percepccedilotildees advindas do contato com os receptores Para oaprofundamento desta anaacutelise vamos utilizar dos referenciais apresenta-dos nos capiacutetulos anteriores a fim de refletir e compreender o processode recepccedilatildeo em questatildeo

Atraveacutes da procura por entrevistados para a realizaccedilatildeo da pesquisade campo percebeu-se que o puacuteblico assistente do telejornal encontra-se em todas as classes sociais poreacutem as classes mais altas apresentamuma variaccedilatildeo nos dias de assistecircncia devido a fatores externos mas to-dos os pesquisados demonstraram assistir o noticiaacuterio haacute muitos anos

Podemos identificar os telespectadores ativos no processo propos-tos por Martiacuten-Barbero (2003) pois estes reconhecem atribuem sig-nificados conceitos e discutem o telejornal Evidenciamos a teoria a-presentada para refletir sobre a recepccedilatildeo ativa nas quais os pesquisadosdemonstraram entendimento do produto e interagem com este a partirdo momento que se apropriam do conteuacutedo que lhes satildeo transmitidos

Seguindo a proposta de Iser (2005) de que os indiviacuteduos carregamhistoacuterias e vivecircncias ou seja um contexto que natildeo pode ser desconsi-derado tivemos nesta pesquisa uma amostra da importacircncia de levareste fator em consideraccedilatildeo analisando o contexto que as famiacutelias estatildeoinseridas As trecircs famiacutelias pesquisadas por se encontrarem em condi-ccedilotildees financeiras diferenciadas apresentam uma carga histoacuterica de vivecircn-cias como grupos que frequentam relaccedilotildees com a famiacutelia e vizinhos elocal de trabalho que estipulam os lugares de ressignificaccedilatildeo dos con-teuacutedos transmitidos no telejornal Embora todos tenham as principaisnotiacutecias do telejornal nas discussotildees com outros grupos onde nessesmeios se realiza uma ressignificaccedilatildeo de outras opiniotildees a famiacutelia daclasse E faz essa apropriaccedilatildeo de forma menos intensa devido a fre-quentarem menos lugares ou seja ficando mais restrita ao ambiente

wwwlabcomubipt


familiar revelando-se aiacute que o contexto social atua nos niacuteveis de apro-priaccedilatildeo e ressignificaccedilatildeo realizados

Considerando que as pessoas satildeo diferentes uma das outras nas for-mas de ser e de agir estas podem assimilar o conteuacutedo tambeacutem de formadistinta desenvolvendo julgamentos proacuteprios a partir do que estaacute sendodesenvolvido Assim foi possiacutevel perceber nesta pesquisa que depen-dendo do niacutevel social as famiacutelias apresentam reflexotildees diferentes acercados assuntos A famiacutelia da classe A1 demonstra grande conhecimentoexterno sobre os assuntos do telejornal buscando atraveacutes das respostasmunirem-se de argumentos para explicar as respostas e teorizar os as-suntos exibidos no telejornal ao contraacuterio da classe E que se limitavaa repetir muitas vezes a proacutepria informaccedilatildeo assistida em seus comen-taacuterios A famiacutelia da Classe C1 variava entre as duas situaccedilotildees em algu-mas notiacutecias aprofundavam a discussatildeo jaacute em outras apenas repetiam ainformaccedilatildeo ou emitiam alguma interjeiccedilatildeo Tendo essas famiacutelias comoum exemplo para refletirmos sobre o processo de recepccedilatildeo conside-ramos que a diferenccedila social eacute um fator que atua na apropriaccedilatildeo doconteuacutedo revelando nesse contexto as diferentes formas de ressignifi-caccedilatildeo mostradas pelas classes sociais

A cotidianidade familiar dos pesquisados estabelece rotinas para odesempenho das atividades e o mesmo ocorre com a televisatildeo e assistecircn-cia do RBS Notiacutecias como destacado pelo pai da Classe C1 ldquoQuandochegamos em casa de nossas atividades tomamos banho fazemos ochimarratildeo e sentamos assistir o RBS Notiacutecias Depois a mulher faz ojantar e aproveito para ler o jornal Zero Hora enquanto issordquo Pode-mos destacar que a relaccedilatildeo das famiacutelias com o telejornal eacute estabelecidapor rotinas que servem como organizadora das atividades da famiacuteliaA agenda da miacutedia age em certa medida sobre as pessoas que parti-cipam de assuntos levantados pelos meios de comunicaccedilatildeo sendo queatraveacutes dos telejornais concretiza-se o papel de mediador da realidadeO jornalismo televisivo apresenta grande importacircncia no que tange agravesrelaccedilotildees sociais estimulando interaccedilotildees sociais e servindo como refe-recircncia na vida cotidiana

A classe social eacute a que articula todas as outras mediaccedilotildees e de acordocom Martiacuten-Barbero (2003) os haacutebitos de classe vatildeo aleacutem do uso datelevisatildeo do modo de ver e se manifestam no cotidiano das pessoascomo o espaccedilo em que ele assiste e em que condiccedilotildees Embora as trecircs

wwwlabcomubipt


famiacutelias assistam ao telejornal com assiduidade e juntos as condiccedilotildeesque o autor cita puderam ser percebidas como um facilitador para aassistecircncia e para a atenccedilatildeo ao noticiaacuterio A famiacutelia da Classe E porter apenas televisatildeo na cozinha e assistir ao redor da mesa fatores detempo como o sol que entrava pela janela da cozinha junto agraves cadeirasnatildeo cocircmodas faziam com que se sentisse desconfortaacutevel deixando-ainquieta Diferente da Classe A1 que apresenta uma sala confortaacutevelcom climatizador sofaacutes e um televisor maior O receptor em seu co-tidiano estabelece certo ritual interagindo com os meios de comuni-caccedilatildeo reproduzindo e negociando sentidos Neste contexto e seguindo aperspectiva de Martiacuten-Barbero (2003) o cotidiano das pessoas interferena recepccedilatildeo televisa devido ao espaccedilo e as condiccedilotildees em que assistefazendo com que o telespectador defina o seu ldquoritualrdquo diaacuterio de assistecircn-cia do telejornal

Percebemos o que Martiacuten-Barbero (2003) destacou sobre os haacutebitoscondicionados pelo fator socioeconocircmico que as classes sociais maisbaixas tendem a buscar ldquocultura esporte teatro livro concertos e infor-maccedilatildeordquo tudo na televisatildeo ao contraacuterio das classes sociais mais altas quebuscam apenas a informaccedilatildeo A famiacutelia da Classe E disse natildeo se inte-ressar pelos assuntos relacionados agrave cultura que satildeo mostrados no noti-ciaacuterio e que procuram assuntos sobre acidentes e trageacutedias A famiacuteliada Classe C1 disse buscar todos esses assuntos A famiacutelia da ClasseA1 repudia esse tipo de assunto e se interessa pelos temas econocircmi-cos poliacuteticos e sobre sauacutede e qualidade de vida Assim verifica-se quetanto a mediaccedilatildeo familiar quanto a socioeconocircmica atuam nas escolhasdos assuntos buscados pelas famiacutelias A famiacutelia da classe A1 utilizaa televisatildeo como meio de informaccedilatildeo sendo que a classe C1 utiliza omeio tambeacutem como forma de obter esporte teatro livro e cultura comoafirma o autor Desse modo o gecircnero telejornal assume papel condicio-nante de pautas a serem utilizadas no dia-a-dia das famiacutelias das classesC1 e E natildeo apenas como meio informativo mas fonte de obtenccedilatildeo deoutras coisas que natildeo costumam praticar no cotidiano

Sabemos que os telejornais satildeo realizados com o intuito de apreen-der o maior nuacutemero de telespectadores e se utilizam de diversas estrateacute-gias para tal Foi possiacutevel perceber uma leitura dessas estrateacutegias pelasfamiacutelias da Classe A1 e C1 no momento em que falam sobre os apre-sentadores sugerem explicaccedilotildees para o modo da divisatildeo dos blocos e

wwwlabcomubipt


organizaccedilatildeo das notiacutecias dentro do telejornal As trecircs famiacutelias disseramidentificar a divisatildeo e estruturaccedilatildeo dos blocos em local e estadual comexceccedilatildeo da matildee da classe E que achava que natildeo havia divisotildees em blo-cos O pouco espaccedilo para o bloco local tambeacutem foi destacado Emrelaccedilatildeo a essa leitura feita pelas famiacutelias eacute possiacutevel perceber a com-petecircncia cultural que se apresenta como mediaccedilatildeo dentro da cotidia-nidade familiar onde podemos perceber o que motiva os telespectadoresa mostrar um entendimento do gecircnero Aqui se destacam a cultura dosbairros das cidades dos grupos que as famiacutelias estatildeo inseridas Eacute umponto cultural viabilizado atraveacutes da vivencia da audiccedilatildeo e da leituraque eacute feita do noticiaacuterio

Satildeo essas mediaccedilotildees que permitem ao sujeito ativo interpretar dediferentes formas fazendo leituras diferenciadas do produto com osquais interagem Nesse trabalho valorizamos essa complexidade dos es-tudos de recepccedilatildeo que contextualizam os indiviacuteduos dentro da histoacuteria

A caracteriacutestica de notiacutecias factuais e de importacircncia o estado ouregiatildeo eacute um dos principais motivos para a assistecircncia do RBS Notiacute-cias Amparando-nos nas reflexotildees teoacutericas no decorrer do trabalhopodemos pensar que a busca pelo instantacircneo atual e proacuteximo eacute cons-tante do ser humano E o telejornal tem nestes fatores um diferencialde atraccedilatildeo do puacuteblico Considerando-se que as emissoras buscam es-tabelecer uma proximidade um territoacuterio de pertencimento com seupuacuteblico a identificaccedilatildeo destes com o telejornal podem servir como umelemento de escolha De acordo com Coutinho (2010 p 06) ldquoao sever e reconhecer diante do telejornal o puacuteblico cria uma identidade coma emissora que resulta na credibilidade do telejornalrdquo O RBS Notiacute-cias assume papel de referecircncia para as famiacutelias pois atraveacutes dele queos pesquisados buscam boa parte das informaccedilotildees e se veem retratadosatraveacutes das notiacutecias

A pesquisa de campo descrita e analisada neste capiacutetulo foi de gran-de importacircncia para a reflexatildeo acerca da problemaacutetica proposta Ariqueza dos dados obtidos junto agraves famiacutelias pesquisadas fez com quepercebecircssemos as relaccedilotildees complexas existentes no processo de recep-ccedilatildeo levando-nos a uma compreensatildeo de como as mediaccedilotildees familiar esocioeconocircmica estatildeo presentes na audiecircncia do telejornal RBS Notiacute-cias atuando no processo de recepccedilatildeo deste produto

wwwlabcomubipt


ConclusatildeoPensar a comunicaccedilatildeo sob o olhar da recepccedilatildeo permite-nos compreen-der melhor o papel dos meios de comunicaccedilatildeo na sociedade e comoeles atuam nos diferentes grupos sociais Neste trabalho em que objeti-vamos compreender como ocorre o processo de recepccedilatildeo do telejornalRBS TV em unidades familiares de diferentes classes sociais foi pos-siacutevel entender como as mediaccedilotildees atuam no processo

A partir deste estudo podemos responder ao questionamento inicialque nos motivou a estudar essa problemaacutetica entender como pessoasda mesma cidade podem receber o telejornal de forma diferenciada Aesta duacutevida somou-se as mediaccedilotildees propostas por Martiacuten-Barbero queacreditaacutevamos serem respostas para nossas inquietaccedilotildees

As notiacutecias do telejornal satildeo construiacutedas de maneira a seduzir opuacuteblico e este mostra que desenvolve uma competecircncia de anaacutelise dessegecircnero ou seja explicita comentaacuterios e consideraccedilotildees a respeito dos as-suntos veiculados poreacutem ao analisarmos as classes sociais percebemosuma diferenccedila entre elas nessa competecircncia onde a Classe E limita-sea repetir as informaccedilotildees ou lanccedilar interjeiccedilotildees sobre os fatos

No iniacutecio partimos do pressuposto de que a classe social interfere narecepccedilatildeo do telejornal RBS TV e que as famiacutelias da classe A interpre-tam as notiacutecias de uma forma mais reflexiva e analista de seu conteuacutedoAleacutem disso supomos que a Classe E por ter menos acesso agrave informaccedilatildeoe ao estudo embora comente as informaccedilotildees as ressignificam de umaforma diferente sem gerar muitos questionamentos sobre o conteuacutedo eambas as sugestotildees iniciais foram comprovadas

Embora todas as famiacutelias decodifiquem as informaccedilotildees a formacomo o processo de recepccedilatildeo acontece foi diferente A famiacutelia da ClasseC1 reuacutene elementos das duas outras classes por isso o processo se deude forma semelhante ficando entre as duas tambeacutem na ressignificaccedilatildeodas informaccedilotildees

Atraveacutes da aproximaccedilatildeo com os telespectadores do RBS Notiacutecias aobservaccedilatildeo da assistecircncia e entrevistas foi possiacutevel aprofundar nossaspercepccedilotildees e ampliarmos o nosso olhar sobre o processo de recepccedilatildeo edas mediaccedilotildees familiar e socioeconocircmica que atuam nesse meio

A realizaccedilatildeo da pesquisa de campo atraveacutes da metodologia utilizadapossibilitou-nos constatar as situaccedilotildees descritas pelas teorias escolhi-

wwwlabcomubipt


das Atraveacutes das reflexotildees dos telespectadores sobre o RBS Notiacuteciaspercebemos a recepccedilatildeo como ativa e produtora de sentidos porque nomomento em que assistem o telejornal o questionam interagem e olegitimam como meio de informaccedilatildeo da regiatildeo Assim intensificamosnosso entendimento do processo de recepccedilatildeo o qual sabiacuteamos que seriacomplexo mas que somente aproximando-nos das famiacutelias pesquisadasseria possiacutevel conhecer como as duas mediaccedilotildees escolhidas para essapesquisa a familiar e a socioeconocircmica podiam atuar na recepccedilatildeo dotelejornal

A relevacircncia cientiacutefica que o estudo assume na aacuterea da Comunicaccedilatildeoestaacute principalmente no fato de contribuir para os estudos de recepccedilatildeoos quais ainda satildeo pouco estudados no estado do Rio Grande do SulAtraveacutes desse trabalho abrimos precedentes para novas reflexotildees sobrecomo os fatores socioeconocircmicos e familiares permeiam as relaccedilotildees deinterpretaccedilatildeo e ressignificaccedilatildeo das informaccedilotildees jornaliacutesticas

Ao final deste trabalho aleacutem de suscitar discussotildees na aacuterea da co-municaccedilatildeo deixamos uma contribuiccedilatildeo atraveacutes dos resultados obtidoscom nossa pesquisa de campo os quais mostram que o telespectadorprecisa ser tratado como ativo no processo de recepccedilatildeo e diferenciadonatildeo sendo visto como totalmente passiacutevel de manipulaccedilatildeo Esse sujeitoutilizaraacute as informaccedilotildees obtidas para ressignificaacute-las e aplicaacute-las nas re-laccedilotildees cotidianas

wwwlabcomubipt


BibliografiaABEP ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Pesquisa (2011) ndash Da-

dos com base no Levantamento Soacutecio Econocircmico 2009 IBOPEDisponiacutevel em httpwwwabeporg Informaccedilatildeo obtida pore-mail em 11 de outubro de 2011

BAUER Martin W GASKELL George (2002) Traduccedilatildeo de PedrinhoA Guareschi Pesquisa qualitativa com texto imagem e som ummanual praacutetico Petroacutepolis RJ Vozes

BONIN Jiani Adriana (2005) Delineamentos teoacuterico-metodoloacutegicospara estudar a mediaccedilatildeo do cotidiano familiar na recepccedilatildeo Dispo-niacutevel em httpwwwuffbrmestciijianni3htm A-cesso em 13 de junho de 2011

COUTINHO Iluska (2003) Algumas reflexotildees sobre as caracteriacutesticasdo telejornalismo e os limites da TV como meio de informaccedilatildeo IEncontro nacional de Pesquisadores em Jornalismo Brasiacutelia DF

COUTINHO Iluska (orgs) PORCELLO Flaacutevio Vizeu Alfredo (2010)60 anos de Telejornalismo no Brasil Histoacuteria anaacutelise e criacuteticaFlorianoacutepolis Ed Insular

GIL Antocircnio C (2002) Como elaborar projetos de pesquisa 4 EdSatildeo Paulo Atlas

GRUPO RBS httpwwwgruporbscombrquem_somosindexphppagina=grupoRBS Acesso em 22 de maio de 2011

IBGE Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwibge

govbrestadosattemasphpsigla=rsamptema=sinopse

_censodemog2010 Acesso em 22 de julho de 2011

ISER Fabiana (2005) Telejornal e Identidade Eacutetnica mediaccedilatildeo e mi-diatizaccedilatildeo na recepccedilatildeo do Jornal do Almoccedilo por afro-brasileirosaustriacuteacos e letos 303p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias daComunicaccedilatildeo) ndash Universidade do Vale do Rio dos Sinos Programade Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias da Comunicaccedilatildeo Satildeo Leopoldo

wwwlabcomubipt


FABBRI JUacuteNIOR Duiacutelio A Tensatildeo entre o Global e o Local A dester-ritorializaccedilatildeo da notiacutecia no bloco rede do Jornal Regional CaacutesperLiacutebero Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em httpwwwfacaspe

rcombrrep_arquivos20091221259776250pdf

Acesso em 04 de outubro de 2011

FAMECOS Revista (1996) No 5 Porto Alegre PUCRS Novembro

GOMES Tainaacute Correcirca (2006) A localidade no telejornalismo um es-paccedilo de interaccedilatildeo e pertencimento XI Simpoacutesio de Ciecircncias daComunicaccedilatildeo na Regiatildeo Sudeste Ribeiratildeo Preto SP

MARTIacuteN-BARBERO Jesuacutes(2003) Dos meios agraves mediaccedilotildees comuni-caccedilatildeo cultura e hegemonia Traduccedilatildeo de Ronald Polito e SeacutergioAlcides Rio de Janeiro Ed UFRJ

MARTIacuteN-BARBERO Jesuacutes (2000) Comunicaccedilatildeo e Mediaccedilotildees Cultu-rais Revista Brasileira de Ciecircncias da Comunicaccedilatildeo

MATTOS Seacutergio (2010) A Evoluccedilatildeo histoacuterica da televisatildeo brasileiraIn 60 Anos de Telejornalismo no Brasil Histoacuteria Anaacutelise e Criacuteti-ca Alfredo Vizeu Flaacutevio Porcello Iluska Coutinho (orgs) Flo-rianoacutepolis Insular

MCCOMBS Maxwell E SHAW Donald L (2000) A funccedilatildeo do agen-damento dos media1972 In TRAQUINA Nelson O Poder doJornalismo anaacutelise e textos da teoria do agendamento CoimbraMinerva

PATERNOSTRO Vera Iacuteris (1999) O texto na TV Rio de Janeiro Cam-pus

REZENDE Guilherme Jorge de (2010) 60 anos do jornalismo na TVbrasileira percalccedilos e conquistas A evoluccedilatildeo histoacuterica da tele-visatildeo brasileira In 60 anos de Telejornalismo no Brasil Histoacuteriaanaacutelise e criacutetica Alfredo Vizeu Flaacutevio Porcello Iluska Coutinho(orgs) Florianoacutepolis Insular

SOUZA Mauro Wilton (org) Sujeito o lado oculto do receptor Tradu-ccedilatildeo e transcriccedilatildeo Silvia Cristina Dotta e Kiel Pimenta Satildeo PauloBrasiliense

wwwlabcomubipt


TEMER Ana Carolina Rocha (2002) De tudo um pouco o telejor-nalismo e amistura de gecircneros Metodista de Comunicaccedilatildeo Re-gional 2010 Disponiacutevel em httpswwwmetodistabr

revistasrevistas-imsindexphpAUMarticlevie

w21942116 Acesso em 10 de junho de 2011

TRAQUINA Nelson (2005) Teorias do Jornalismo A tribo jornaliacutes-tica ndash uma comunidade interpretativa transnacional FlorianoacutepolisInsular

VEJA O paiacutes numa rede Veja Setembro de 1969 (52) 68

VIZEU Alfredo Eurico (2006) Telejornalismo das rotinas produtivas agraveaudiecircncia presumida In PEREIRA JUNIOR AEV (Org) POR-CELLO Flaacutevio Antocircnio Camargo (Org) MOTA Ceacutelia Ladeira(Org) Telejornalismo a nova praccedila puacuteblica 1 ed FlorianoacutepolisEd itora InsularPos-Jor UFSC

wwwlabcomubipt


AnexosUNIVERSIDADE DE CRUZ ALTA CURSO

DE COMUNICACcedilAtildeO SOCIAL

Roteiro de Entrevista Semiestruturada (roteiro)Pesquisa ldquoA recepccedilatildeo do telejornal RBS Notiacutecias

Um estudo das mediaccedilotildees familiar e socioeconocircmica em Ibirubaacute-RSrdquo

Pesquisador Mauricio RebellatoOrientadora Profa MSc Fabiana Iser

1 Dados pessoais do entrevistadoNome________________________________________________Idade__________________________Telefone_______________

2 Dados referentes agrave rendaProfissatildeo_____________________________________________Renda familiar meacutedia___________________________________

3 Aspectos relacionados agrave rotina dos membros da famiacutelia

TrabalhoQuantas horas trabalha por diaComo eacute o teu trabalho

LazerO que faz nas horas de lazerCom quem fica nesses momentos

Dia-a-diaAleacutem dessas existem outras tarefas ou atividades diaacuterias que cos-

tuma fazer

wwwlabcomubipt


4 Histoacuterico de assistecircncia do RBS NotiacuteciasHaacute quanto tempo vocecirc assiste ao RBS NotiacuteciasQual a frequecircncia semanal de assistecircnciaQual a importacircncia atribuiacuteda ao noticiaacuterio na sua vidaHouve rupturas descontinuidades modificaccedilatildeo na frequecircncia de as-

sistecircncia ao longo desses anos Por quecircNesse tempo lembra-se de momentos que marcaram vocecirc Qual o

motivo em cada um dos momentosVocecirc aprende coisas ao assistir ao RBS Notiacutecias Que tipo de coi-

sas

5 Contexto de assistecircnciaOnde vocecirc costuma assistir ao noticiaacuterioAlgueacutem acompanha vocecirc na assistecircncia do telejornal QuemVocecircs costumam conversar durante o noticiaacuterioVocecirc realiza outras atividades no momento em que assiste ao tele-

jornal

6 Motivaccedilotildees para a assistecircnciaPorque vocecirc assiste ao RBS NotiacuteciasO que vocecirc considera mais importante nesse noticiaacuterioVocecirc assiste a outros noticiaacuterios Quais

7 Percepccedilotildees gerais sobre o noticiaacuterioO que vocecirc acha do RBS Notiacutecias Por quecircComo vocecirc avalia a maneira do RBS Notiacutecias ser apresentado e es-

truturado tendo em vista a organizaccedilatildeo do telejornal em blocos e as-suntos determinados

O que vocecirc considera negativo no telejornalO noticiaacuterio tem pontos positivos tambeacutem QuaisVocecirc acha que todas as classes sociais satildeo retratadas no telejornalO seu contexto social jaacute foi evidenciado em alguma reportagem

QualA sua condiccedilatildeo financeira favorece a assistecircncia do telejornal Por

quecirc

wwwlabcomubipt


8 Implicaccedilotildees cotidianas causadas pelo noticiaacuterioO RBS Notiacutecias altera o seu dia-a-dia de alguma maneira ComoAlgum quadro especiacutefico estilo de reportagem ou comentaacuterio te

fazem refletir de maneira mais profunda sobre assuntos cotidianosE com a famiacutelia acontece algum tipo de reflexatildeoEm funccedilatildeo disso vocecirc jaacute chegou a modificar algo praacutetico na sua

vida diaacuteriaVocecirc conversa sobre as notiacutecias com outras pessoas que natildeo satildeo da

famiacutelia

wwwlabcomubipt


O Processo de Recepccedilatildeo

Recepccedilatildeo Um sujeito ativo no processo

As mediaccedilotildees no processo de recepccedilatildeo

A cotidianidade familiar

A mediaccedilatildeo socioeconocircmica

Da produccedilatildeo agrave recepccedilatildeo ndash voltando o olhar para o sujeito

O Telejornalismo Enquanto Meio de Informaccedilatildeo

Contexto histoacuterico do telejornalismo no Brasil

Caracteriacutesticas do telejornalismo

RBS TV e o telejornal RBS Notiacutecias

O telejornalismo local

Pesquisa de Recepccedilatildeo do Telejornal RBS Notiacutecias

Estrutura metodoloacutegica da pesquisa

Rotina das entrevistas

O perfil dos entrevistados e a rotina de assistecircncia do RBS Notiacutecias

A relaccedilatildeo das famiacutelias pesquisadas com o RBS Notiacutecias

Anaacutelise interpretativa da recepccedilatildeo do RBS Notiacutecias

Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos

IacutendiceIntroduccedilatildeo 5

1 O Processo de Recepccedilatildeo 911 Recepccedilatildeo Um sujeito ativo no processo 912 As mediaccedilotildees no processo de recepccedilatildeo 11

121 A cotidianidade familiar 12122 A mediaccedilatildeo socioeconocircmica 15

13 Da produccedilatildeo agrave recepccedilatildeo ndash voltando o olhar para o su-jeito 16

2 O Telejornalismo Enquanto Meio de Informaccedilatildeo 1921 Contexto histoacuterico do telejornalismo no Brasil 1922 Caracteriacutesticas do telejornalismo 2223 RBS TV e o telejornal RBS Notiacutecias 23

231 O telejornalismo local 26

3 Pesquisa de Recepccedilatildeo do Telejornal RBS Notiacutecias 3031 Estrutura metodoloacutegica da pesquisa 3032 Rotina das entrevistas 3333 O perfil dos entrevistados e a rotina de assistecircncia do

RBS Notiacutecias 3434 A relaccedilatildeo das famiacutelias pesquisadas com o RBS Notiacutecias 4035 Anaacutelise interpretativa da recepccedilatildeo do RBS Notiacutecias 49

Conclusatildeo 53

Bibliografia 55

Anexos 58


















wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt



wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt


















wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos


















wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt



wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt


















wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos







wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt



wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt


















wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos










wwwlabcomubipt



wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt


















wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos



wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt


















wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos







wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt


















wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt


















wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos








wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt


















wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos









wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt


















wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt


















wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos








wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt


















wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos








wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt


















wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos









wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt


















wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos







wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt


















wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos





wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt


















wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt


















wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt


















wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt


















wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos







wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt


















wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos







wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt


















wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt


















wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos







wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt


















wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos









wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt


















wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos






wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt


















wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos







wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt


















wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos




wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt


















wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos







wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt


















wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt


















wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos










wwwlabcomubipt










wwwlabcomubipt


















wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos










wwwlabcomubipt


















wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos


















wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos






wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos






wwwlabcomubipt




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos




wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos






wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos








wwwlabcomubipt







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos







wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos








wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos





wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos









wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos









wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos








wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos






wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos





wwwlabcomubipt






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos






wwwlabcomubipt









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos









wwwlabcomubipt





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos





wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos














wwwlabcomubipt














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos














wwwlabcomubipt








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos








wwwlabcomubipt













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos













tuma fazer

wwwlabcomubipt





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos





sas


jornal






quecirc

wwwlabcomubipt





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos





famiacutelia

wwwlabcomubipt



















Conclusatildeo

Bibliografia

Anexos

A Recepção do Telejornal RBS Notícias: um estudo das...

Documents

Transcript of A Recepção do Telejornal RBS Notícias: um estudo das...