A realidade Juvenil um desafio educativo. Introdução.

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A realidade Juvenil um desafio educativo

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A realidade Juvenil um desafio educativo

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IntroduçãoIntrodução

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IntroduçãoIntrodução

1. Dilemas civilizacionais do século XXI:

1. Egoísmo narcisista ou auto-realização simbiótica?

2. Apartheid e violência global ou aprofundamento da

democracia?

3. Inviabilidade da natureza ou ecosofia?

4. Crescimento económico predador-expansionista ou

desenvolvimento eco-alternativo?

5. Futuricídio e amnésia ou presente expandido e utopia

viável?

6. Religiosidades excludentes ou ressacralização

ecuménica da vida?

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IntroduçãoIntrodução

2. Problemas nos jovens:

1. O refúgio nos estereótipos…

2. Alguns condicionalismos:

Circunstâncias sócio-políticas

Imediatismo

Hábitos de vida

Psicose e depressão

Meios de comunicação social

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2. Hábitos e Ambientes2. Hábitos e Ambientes

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2. Hábitos e 2. Hábitos e AmbientesAmbientes

Estudo:

Realizado pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. O estudo chama-se “Condutas de Risco, Práticas Culturais e Atitudes perante o Corpo”.

Foram inquiridas 2008 pessoas entre as idades de 15 a 29 anos.

O trabalho de campo decorreu entre Março e Junho de 2000.

Coordenadores do trabalho: Manuel Villaverde Cabral e José Machado Pais

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Sexo:

Sexualmente activos (70%) começaram entre os 15 e os 17 anos, eles antes que elas.

Usam pílula e preservativo, elas mais do que eles.

E não se culpem os pais: 80% dos jovens nunca contou nada à família.

Perante a possibilidade de ter uma relação sexual ocasional, com alguém que conheciam mal e não disporem de preservativo:

A maioria dos homens não recuou.Nelas passou-se o contrário.

Doenças Sexualmente Transmissíveis: apesar da generalizada falta de rastreio, ¼ já fez análises.

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Álcool e droga:

Fumam e bebem. “80% dos jovens já consumiram ou experimentaram tabaco, álcool ou drogas”.

Cerca de 35% são fumadores regulares: começaram a partir dos 11 anos, o ponto mais crítico é por volta dos 16 anos.

Beber álcool é mais ou menos generalizado (só 1/3 não o faz).

Droga: mais de 80% dos inquiridos não tem contacto com as drogas e quase 100% nunca as comprou.

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Lazer em casa:

O melhor são os amigos. Depois da televisão, claro. O convívio com os amigos é a principal escolha (42%) para os tempos livres, só depois a larga distância vem o convívio familiar, o descanso e a fuga à rotina.

Mais de 90% vê televisão diariamente, quase 7% vê semanalmente.

Em casa, qual a actividade que mais preenche os jovens? Jogar computador (30,3%).

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Religião e política:

A maioria dos jovens dizem-se católicos não praticantes, seguindo-se-lhe os praticantes (31%).

21% diz que a política não lhes interessa e 6,5% não têm confiança nos políticos.

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A noite:

Mais de 62% fazem-no pelo menos mensalmente. Saem em busca de convívio (62%) e diversão (61%), mas também por liberdade e prazer.

Horários: a maioria começa a sair aos 14, 15 anos. Entre os 18 e 24 anos um em cada três estão fora de casa depois das 4 da manhã, mas entre os 15 e os 17 a hora de chegada acontece até à meia-noite.

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3. As ideologias e as representações3. As ideologias e as representações

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3. As ideologias e as 3. As ideologias e as representaçõesrepresentações

Ideologias:

Jack Denfield Wood diz: “ideologia é uma doutrina sistemática da vida humana; uma ideologia marca uma orientação (um fim) e especifica os comportamentos adequados (os meios) para atingir esse fim”.

[...] “a ideologia não é apenas uma ilusão conveniente. Fornece uma bússola às pessoas para se orientarem no mundo. A profunda necessidade humana de sentido existencial assegura a sobrevivência das ideologias. Claro que qualquer ideologia pode enfraquecer, entrar em declínio ou até desaparecer, se desajustada da realidade. Mas será rapidamente substituída por outra que consiga adequar-se melhor às realidades externa e interna” do indivíduo.

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A noção de representação:

“A representação integra-se numa dinâmica articulada, por um lado sobre a estrutura psicológica do indivíduo e, por outro lado, sobre a estrutura social. Por conseguinte, uma representação nunca é estática, ela evolui com o sujeito, o tempo, a sociedade, a história (...) e é objecto de modificações periódicas” [1]

[1] ABDALLAH-PRETCEILLE, M., Vers une pédagogie interculturelle, p. 30..

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3. As ideologias e as 3. As ideologias e as representaçõesrepresentações

A noção de representação (cont.):

“Com o enaltecimento das representações pessoais, reconhece-se a mediação criativa e situada que cada um desenvolve, isto é, a inerência pessoal da cultura enquanto a produção e a reprodução da mesma passam pela relação educativa do eu com o outro. Esta mutação torna-se decisiva para a compreensão das imagens que cada um forma relativamente à cultura própria e à cultura alheia, para a percepção do processo de constituição de uma e de outra, das suas relações mútuas e das conexões do sistema cultural com os sistemas social, político e económico que, no espaço de uma globalidade complexa, influenciam aquele não se esgotando nunca, porém, na abstracção das suas teias organizacionais.”[2]

[2] CARVALHO, A. D. de, A educação como projecto antropológico, p. 62.

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4. Os valores4. Os valores

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4. Os 4. Os valoresvalores

Valores dos jovens:

Hed

onis

mo

Convivialidade

Diversão

Solidariedadeconvivial

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4. Os 4. Os valoresvalores

Valores dos jovens:

Tran

sgre

ssão Sedução

Tolerância

Oposto aoespaço da ordem

e do controlo

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4. Os 4. Os valoresvalores

Valores dos jovens:

Hed

onis

mo N

arcisismo

Expressividade

Individualismoexpressivo

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4. Os 4. Os valoresvalores

Protagonistas de valores:

O enfraquecimento das ideologias.

A “omnivoridade” consumista.

Declínio da ética moral do dever.

A precariedade dos valores.

A conflitualidade em relação a valores do mundo da intimidade.

Valorização do espírito de aventura e da ética de experimentação.

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ConclusãoConclusão

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ConclusãoConclusão

1. Em relação à escola os jovens desejam:

que os professores se assumam em relação aos alunos como adultos significativos, com sistemas de valores coerentes;

que os professores aproveitem os conteúdos de algumas disciplinas como veículos mediadores de valores;

que os jovens, através de grupos formais e informais, desenvolvam iniciativas e debates que conduzam à reflexão dos valores.

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ConclusãoConclusão

2. Valores desafiantes para os jovens de hoje:

formação: apropriação de valores;

ascese: empenho e o esforço formam capacidades adequadas à nobreza do pensamento, à sinceridade de sentimentos e à firmeza de vontade;

interiorização: encontro consigo mesmo, com os outros, com a natureza e com o transcendente;

compromisso: dar e dar-se aos outros de uma forma continuada;

intervenções sociais.

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ConclusãoConclusão

3. O mundo dos desejos e o mundo dos limites:

Tensão permanente: desejo – limite. Da boa resolução desta tensão depende o amadurecimento da pessoa!

Desejo: mundo da imaginação, questionamentos; poder-ser tudo; não há necessidades de escolhas; as diferentes possibilidades não são excludentes.

Limite: coisas há que não se mudam, mas aceitam-se; este mundo restringe a vida: os limites interferem progressivamente na vida da pessoa…

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ConclusãoConclusão

3. Mundo dos desejos - mundo dos limites (cont.):

Desenvolvimento: as duas linhas seguem divergentes, mas não isoladas: estes mundos interagem, provocam-se e sustentam-se mutuamente.

Atitude educativa: a) Quais os desejos passíveis de se converterem em decisões?b) Cada decisão é um limite, porque implica renúncia…c) Cada acto de vontade é também acto de auto-limitação.d) Desejar uma acção é desejar (assumir) uma limitação, logo é

auto-sacrifício.e) Na decisão, a pessoa ratifica ou aumenta a própria limitação.

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ConclusãoConclusão

3. Mundo dos desejos - mundo dos limites (cont.):

Podem acontecer duas situações distintas na inter-acção desejo-limite:

1. Os limites podem ser aceites voluntária e entusiasticamente se, em simultâneo, se der uma suficiente satisfação do desejo.

2. O incómodo resultante da necessidade de discernir os riscos da vida, de aspectos inaceitáveis da própria personalidade, da ausência ou hostilidade dos outros, a limitação não consegue integrar-se harmoniosamente com a própria maneira de ver ou o próprio projecto.

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