A Razao Da Existencia

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QUAL A RAZÃO DA EXISTÊNCIA? QUAL O SENTIDO DA VIDA? TEMPOS LIQUIDOS Neste tempo moderno -Falta de comprometimento uns com os outros (homens e mulheres): as pessoas querem ficar com o outro apenas para sentir prazer. E como o prazer é momentâneo, as pessoas são facilmente trocadas por outras. -Comprometimento fluido, estando com uma pessoa, posso ficar com outras pessoas. -A busca virtual de relacionamentos onde a “virtualialidade” tem ganhado mais espaços do que relacionamentos concretos. -A busca do consumismo desenfreado (meu dinheiro é para trocar de tudo o mais breve possível, tudo é descartável. -Falta de comprometimento com a profissão/vocação aonde você por ter escolhido a profissão só para ganhar dinheiro e deixando de lado a sua vocação, acaba fazendo tudo mal feito. Ou seja: Nos tempos líquidos: -O outro é visto como objeto disponível e descartável -As coisas e as relações não são feitas para durarem. EXPECTATIVAS Vou para a vida para: -Me dar bem (não interessa como) -Ganhar dinheiro (não interessa como) Vou aproveitar a vida para depois pensar no que vou fazer PERSPECTIVAS

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bom

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QUAL A RAZÃO DA EXISTÊNCIA?

QUAL O SENTIDO DA VIDA?

TEMPOS LIQUIDOS

Neste tempo moderno

-Falta de comprometimento uns com os outros (homens e mulheres): as pessoas querem ficar com o outro apenas para sentir prazer. E como o prazer é momentâneo, as pessoas são facilmente trocadas por outras.

-Comprometimento fluido, estando com uma pessoa, posso ficar com outras pessoas.

-A busca virtual de relacionamentos onde a “virtualialidade” tem ganhado mais espaços do que relacionamentos concretos.

-A busca do consumismo desenfreado (meu dinheiro é para trocar de tudo o mais breve possível, tudo é descartável.

-Falta de comprometimento com a profissão/vocação aonde você por ter escolhido a profissão só para ganhar dinheiro e deixando de lado a sua vocação, acaba fazendo tudo mal feito. Ou seja: Nos tempos líquidos:

-O outro é visto como objeto disponível e descartável

-As coisas e as relações não são feitas para durarem.

EXPECTATIVAS

Vou para a vida para:-Me dar bem (não interessa como)-Ganhar dinheiro (não interessa como)Vou aproveitar a vida para depois pensar no que vou fazer

PERSPECTIVAS

-Dentro da sua profissão/vocação, vc vai para a vida e com isso dando propósito a essa vocação (vc não vai mais para ficar rico e esbanjar), mas sim para viver um relacionamento onde todos se beneficiam com isso.

-Através do meu recurso o que está em minha volta

-Através da minha profissão e dos meus sonhos

E a perspectiva dá sentido a vida

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A razão da existência não se responde com palavras mas com a vida.

GN 1.26 Então disse Deus: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais grandes de toda a terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao chão".

Eclesiastes 11.9-10 Ecl 11:9 Alegre-se, jovem, na sua mocidade! Seja feliz o seu coração nos dias da sua juventude! Siga por onde seu coração mandar, até onde a sua vista alcançar; mas saiba que por todas essas coisas Deus o trará a julgamento. Ecl 11:10 Afaste do coração a ansiedade e acabe com o sofrimento do seu corpo, pois a juventude e o vigor são passageiros.

JESUS é a ESSÊNCIA da EXISTÊNCIA.

MT 11.28...VINDE A MIM OS QUE ESTÃO CANSADOS QUE EU LHES DAREI DESCANSO (SENTIDO PRA VIDA)

JESUS é o SENTIDO e JESUS DÁ SENTIDO à EXISTÊNCIA

DT 26.18-19; 1PD 2.9-25

Vejo a existência humana como uma peregrinação rumo às verdadeiras dimensões da vida.

-Uma peregrinação em companhia de pares que nos são acrescentados ao longo da trilha. Ninguém peregrina sozinho. Caminha, inclusive, ao lado de companheiros invisíveis aos olhos humanos.

Quanto maior a capacidade de discernir e de escolher companhias, maior a possibilidade de êxito do peregrino.

Também é verdade que ninguém peregrina apenas pelas estradas do aqui e agora, mas também, e principalmente, pelas regiões do ali e além. Quanto mais o peregrino for capaz de discernir e de interferir no outro mundo, maior a possibilidade de êxito neste mundo.

Ed René conclui que o propósito da vida não é atingir um alvo predefinido que aflui para a felicidade platônica ou ao nirvana cristão. Ironicamente, o propósito final da vida alinha–se com o processo de destilar o melhor de nós mesmos, em comunhão com o Espírito, através das disciplinas éticas e estéticas do conviver, do construir, do crescer e do transcender. Assim, o propósito não é o ponto de mira do arqueiro; É a trajetória da flecha.

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O sentido da vida está em viver. Mas não um viver qualquer. Um viver qualquer é mera existência, suceder de dias. Há um jeito de viver, e esse jeito de viver está embutido em cada ser humano em duas dimensões.

A primeira é universal, a imago Dei, matriz divina da qual todos somos herdeiros.

A segunda é singular, pois cada ser humano é um original. A capacidade de viver um momento de cada vez, expressando a imago Dei por meio de minha singularidade, é o que chamo vi ver com propósito. Assim, espero encontrar a felicidade ali e além, mas também aqui e agora.

CONCLUSÃO

NÃO SE PERMITA PERDER A SUA IDENTIDADE, NÃO VIVA NUM MUNDO EM QUE A TODO TEMPO CRIA-SE E VIVE-SE EM BUSCA DESSA IDENTIDADE.

VOCÊ JÁ TEM UMA IDENTIDADE

1Pe 2:9 Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. 1Pe 2:10 Antes vocês nem sequer eram povo, mas agora são povo de Deus; não haviam recebido misericórdia, mas agora a receberam. 1Pe 2:11 Amados, insisto em que, como estrangeiros e peregrinos no mundo, vocês se abstenham dos desejos carnais que guerreiam contra a alma. 1Pe 2:12 Vivam entre os pagãos de maneira exemplar para que, naquilo em que eles os acusam de praticarem o mal, observem as boas obras que vocês praticam e glorifiquem a Deus no dia da sua intervenção.

Como nos ensina o sociólogo Zygmunt Bauman, vivemos numa era fluída, num tempo líquido, onde não existe mais espaço para a solidez. A modernidade líquida pode ser compreendida então como um tempo da volatilidade, onde nada é durável, nada é estável, inclusive, as relações humanas. Assim, as mudanças cada vez mais rápidas apresentam-se como uma das características mais marcantes desse nosso tempo.

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A solidez não é mais uma característica interessante atualmente, visto que dificulta as mudanças, torna tediosa a convivência diária, pois tem a capacidade de teimar em não ceder aos imperativos que buscam a todo custo empurrar os indivíduos para os caminhos da ambivalência, instantaneidade, precariedade, vulnerabilidade e consumismo.

Num mundo frágil e imediatista, os laços humanos se constituem precariamente. A fluidez da Modernidade Líquida se revela através da vulnerabilidade, instantaneidade, efemeridade e precariedade das relações humanas. As pessoas estão desconectadas, sem redes de relação de apoio, sentindo-se perdidas e necessitadas de criar laços afetivos. (NOGUEIRA, 2006, p.22).

O ser humano é um individuo que busca relações, contudo, na modernidade líquida, ele se vê desconectado, desamarrado de uma rede de apoio, livre para movimentar-se da mesma forma que os fluidos. Marcado pela ambivalência e imediatismo, ele se tornou prisioneiro da angústia, já que existe à sua frente um universo de possibilidades, sendo livre para se movimentar no meio delas, o que torna muito difícil escolher a “melhor” opção. Mas o sujeito busca uma forma de criar laços afetivos para aplacar seu sentimento de solidão e medo. Não obstante, como é marcando pela ambivalência e liquidez, os laços afetivos que busca construir são frouxos, pois o ser humano líquido (líquido sim, pois é um indivíduo que faz parte de um tempo líquido, que escorre e muda constantemente numa grande velocidade) evita tudo que é sólido e que possa durar. Essa sua posição ambivalente, de querer um laço, mas ao mesmo tempo não querer ficar preso ao mesmo, impede que esse sujeito se esforce para manter a continuidade, a durabilidade das relações.

Estabelecer laços duradouros exige sacrifícios, e pode significar também a perda de outras oportunidades. Como o ser humano líquido é imediatista, ávido por prazer, ele então migra de uma relação para outra em busca do maior ganho, contudo, o próximo laço é tão frouxo quanto o anterior, e logo se torna tedioso, exigindo então o retorno à busca incessante. No caso da sexualidade — fenômeno inerente ao ser humano — essa fluidez se apresenta marcante. Os indivíduos buscam um no outro o prazer imediato, o que se configura como um laço frouxo e ligeiro.

A sexualidade humana não deve ser entendida somente no sentido do ato sexual em si, mas como um conjunto complexo de atitudes, hábitos, impulsos e ações que visa o estabelecimento de relações com outras pessoas. O ato sexual faz parte da sexualidade, mas a sexualidade não é somente o ato sexual, o coito. Contudo, na modernidade líquida, a sexualidade quase sempre é entendida como ato sexual simplesmente. Assim, muitas vezes, o outro (a outra pessoa) é percebida como uma fonte de prazer, como um objeto capaz de proporcionar prazer imediato, algo capaz de satisfazer os desejos inflamados pelo discurso da cultura líquida consumista — discurso que é veiculado muito eficientemente pelas diversas mídias. Assim, fundou-se um mercado sexual, onde a idéia do descartável reina, onde o outro é um objeto que pode ser utilizado para obter prazer — e que posteriormente pode ser descartado sem maiores problemas.

O imediatismo, a busca pelo prazer e pelas relações fluidas, exige dos indivíduos uma constante mudança: mudança de parceiro, mudança de valores etc. Dessa forma, cada pessoa, para participar do mercado sexual, necessita “[...] aproveitar bem as cartas de que se dispõe. (BAUMAN, 1998, p. 56), ou seja, é preciso utilizar com perícia aquilo que se tem à mão — dinheiro, cirurgias estéticas etc. — para conseguir satisfazer seus

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desejos e necessidades. Os indivíduos buscam então relações que proporcionem satisfação imediata dos desejos e, uma vez numa relação, é preciso evitar criar laços sólidos, pois isso significaria a perda da liberdade, o que, conseqüentemente, levaria a perda de outras oportunidades mais satisfatórias e prazerosas. Migra-se então de uma relação para outra, evita-se o tédio, busca-se um coquetel de fortes emoções. Contudo, essa fluidez provoca insegurança e angústia, pois são tantas as opções no grande mercado, e tudo é tão descartável, que, ao mesmo tempo em que se busca a liberdade de movimento, um medo de ser descartado, de não ter um ponto de apoio, de não ser amparado quando de uma dificuldade, apodera-se da individualidade, e chega a provocar os maiores temores, levando o sujeito a procurar ainda mais satisfação, para então despistar a angústia que se apoderou de si. Mas, curiosamente, quanto mais procura, quanto mais estabelece laços frouxos, mais inseguro e angustiado se torna. Falta-lhe a segurança do sólido, dos laços duradouros.

Como tudo na modernidade líquida é encarado da mesma forma como é encarado os bens de consumo, a sexualidade também é regulada pelas leis do mercado “[...] que disseminam imperativos de bem-estar, prazer e satisfação imediata de todos os desejos.” (NOGUEIRA, 2006, p.14). Dessa maneira, os laços afetivos duram até quando oferecerem a possibilidade de satisfazer os desejos instantaneamente. O corpo do outro é visto então como uma espécie de playground, algo que pode ser desfrutado e depois abandonado quando o tédio se instalar — ou quando outra oportunidade mais interessante despontar no horizonte.

Enfim, a sexualidade na modernidade líquida não foge das regras do mercado capitalista, tudo é regido pelo imperativo do consumo, efemeridade, precariedade e liquidez. Contudo, a falta de laços sólidos promove a insegurança e a angústia. O ser humano destes tempos líquidos é inseguro, intranqüilo, e busca incessantemente algo que não sabe o que é, e mergulha no consumo e nas relações fluidas, atendendo aos discursos de um sistema insaciável — o sistema capitalista. Os laços humanos estão cada vez mais frouxos, mais instáveis, carregados de incertezas e intolerância.