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Capítulo 1 Havia uma coisa esperando na escuridão. Era antiga e cruel, e andava nas sombras de sua mente. Não era de seu mundo, e for a trazida ali para enchê-lo com um frio primordial. Alguma barreira invisível ainda os separava, mas a parede desintegrava-se um pouco a cada vez que a coisa o espr eitava, testando sua força. Ele não conseguia se lembrar do próprio nome. Essa foi a primeira coisa que esqueceu quando a escuridão o envolveu, semanas ou m eses ou anos atrás. Então, ele esqueceu os nomes dos outros que tanto significavam p ara ele. Ele se lembrava do horror e desespero  somente por causa do solitário mome nto que irrompia na escuridão com o constante ritmo de um tambor: alguns minutos d e gritos e sangue e vento gélido. Havia pessoas que ele amava naquele quarto de márm ore vermelho e vidro; e uma mulher perdera a cabeça. Perdera, como se a decapitação fosse culpa dele. Uma linda mulher de mãos delicadas, como pombas douradas. Não era culpa dela, mesmo que ele não conseguisse lembrar o seu nome. Foi culpa do homem no trono de vidro, que ordenou que o guarda com a espada cortasse carne e osso. Não havia nada na escuridão além do momento em que a cabeça da mulher bateu no chão. Não h ia nada além daquele momento, de novo e de novo e de novo, e essa coisa andando na s proximidades  esperando para quebrá-lo, submetê-lo, entrar nele. Um príncipe. Ele não conseguia lembrar se a coisa era o príncipe, ou se ele mesmo fora um príncipe uma vez. Improvável. Um príncipe não teria permitido que a cabeça da mulher fosse cortad a. Um príncipe teria parado a lâmina. Um príncipe a salvaria. No entanto, ele não a salvou, e sabia que não havia ninguém vindo para salvar a ele. Havia ainda um mundo real além das sombras. Ele foi forçado a participar dele pelo h omem que ordenou o abate da mulher adorável. E quando o fez, ninguém percebeu que el e se tornara pouco mais do que uma marionete, esforçando-se para falar, para agir,  com as algemas em sua mente. Ele os odiava por não perceber. Essa era uma das emoções  que ele ainda entendia. Eu não deveria te amar, a mulher havia dito  e então ela morreu. Ela não devia tê-lo amad o, e ele não deveria ter se atrevido a amá-la. Ele merecia essa escuridão, e quando a barreira invisível quebrou e a coisa atacou, infiltrando-se, enchendo-o  o demônio ga nhou. Assim, ele permaneceu preso na noite, testemunhando o grito, o sangue e o impact o da carne na pedra. Ele sabia que deveria lutar, sabia que tinha lutado nos seg undos finais antes de o colar de pedra negra ser preso ao seu pescoço. Mas havia uma coisa esperando na escuridão, e ele não teve coragem de combatê-la por m ais tempo. Capítulo 2 Aelin Ashryver Galathynius, herdeira do fogo, adorada de Mala Portadora da Luz, e a rainha por direito de Terrasen, se encostou ao bar de carvalho desgastado e ouviu atentamente os sons do salão de prazer, uma mistura de aplausos, gemidos e c antigas obscenas. Embora ela tivesse visto e desprezado vários proprietários ao long o dos últimos anos, o labirinto subterrâneo do pecado conhecido como Cofres permanec ia o mesmo: desconfortavelmente quente, fedendo a cerveja velha e corpos sujos, e guardando os piores tipos de assassinos e criminosos do meio. Alguns jovens senhores e filhos de comerciantes pavoneavam escadas abaixo do Cof res e nunca viam a luz do dia novamente. Às vezes era porque passavam seu ouro e p rata para a pessoa errada; às vezes porque eram descuidados ou por beber o suficie nte para pensar que podia saltar nas arenas de luta e saírem vivos. Às vezes, eles m altratavam uma das mulheres de aluguel nas alcovas do espaço cavernoso e assim apr endiam da maneira mais difícil sobre o tipo de pessoa que os proprietários do Cofres  realmente valorizavam. Aelin tomou um gole da caneca de cerveja que o barman suado servira momentos ant es. Aguada e barata, mas pelo menos estava fria. Acima do fedor de corpos sujos,  o cheiro de carne assando e alho flutuou até ela. Seu estômago roncou, mas ela não er a estúpida o suficiente para pedir comida. Um, a carne era geralmente cortesia dos  ratos de beco na rua acima. Dois, clientes ricos geralmente eram amarrados com aquilo que os despertou no beco mencionado, com a bolsa vazia. Se eles acordasse

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Capítulo 1Havia uma coisa esperando na escuridão.Era antiga e cruel, e andava nas sombras de sua mente. Não era de seu mundo, e fora trazida ali para enchê-lo com um frio primordial. Alguma barreira invisível aindaos separava, mas a parede desintegrava-se um pouco a cada vez que a coisa o espreitava, testando sua força.Ele não conseguia se lembrar do próprio nome.Essa foi a primeira coisa que esqueceu quando a escuridão o envolveu, semanas ou meses ou anos atrás. Então, ele esqueceu os nomes dos outros que tanto significavam para ele. Ele se lembrava do horror e desespero somente por causa do solitário momento que irrompia na escuridão com o constante ritmo de um tambor: alguns minutos de gritos e sangue e vento gélido. Havia pessoas que ele amava naquele quarto de mármore vermelho e vidro; e uma mulher perdera a cabeça.Perdera, como se a decapitação fosse culpa dele.Uma linda mulher de mãos delicadas, como pombas douradas. Não era culpa dela, mesmoque ele não conseguisse lembrar o seu nome. Foi culpa do homem no trono de vidro,que ordenou que o guarda com a espada cortasse carne e osso.Não havia nada na escuridão além do momento em que a cabeça da mulher bateu no chão. Não hia nada além daquele momento, de novo e de novo e de novo, e essa coisa andando na

s proximidades esperando para quebrá-lo, submetê-lo, entrar nele. Um príncipe.Ele não conseguia lembrar se a coisa era o príncipe, ou se ele mesmo fora um príncipeuma vez. Improvável. Um príncipe não teria permitido que a cabeça da mulher fosse cortada. Um príncipe teria parado a lâmina. Um príncipe a salvaria.No entanto, ele não a salvou, e sabia que não havia ninguém vindo para salvar a ele.Havia ainda um mundo real além das sombras. Ele foi forçado a participar dele pelo homem que ordenou o abate da mulher adorável. E quando o fez, ninguém percebeu que ele se tornara pouco mais do que uma marionete, esforçando-se para falar, para agir, com as algemas em sua mente. Ele os odiava por não perceber. Essa era uma das emoções que ele ainda entendia.Eu não deveria te amar, a mulher havia dito e então ela morreu. Ela não devia tê-lo amado, e ele não deveria ter se atrevido a amá-la. Ele merecia essa escuridão, e quando abarreira invisível quebrou e a coisa atacou, infiltrando-se, enchendo-o o demônio ganhou.Assim, ele permaneceu preso na noite, testemunhando o grito, o sangue e o impacto da carne na pedra. Ele sabia que deveria lutar, sabia que tinha lutado nos segundos finais antes de o colar de pedra negra ser preso ao seu pescoço.Mas havia uma coisa esperando na escuridão, e ele não teve coragem de combatê-la por mais tempo.

Capítulo 2Aelin Ashryver Galathynius, herdeira do fogo, adorada de Mala Portadora da Luz,e a rainha por direito de Terrasen, se encostou ao bar de carvalho desgastado eouviu atentamente os sons do salão de prazer, uma mistura de aplausos, gemidos e cantigas obscenas. Embora ela tivesse visto e desprezado vários proprietários ao long

o dos últimos anos, o labirinto subterrâneo do pecado conhecido como Cofres permanecia o mesmo: desconfortavelmente quente, fedendo a cerveja velha e corpos sujos,e guardando os piores tipos de assassinos e criminosos do meio.Alguns jovens senhores e filhos de comerciantes pavoneavam escadas abaixo do Cofres e nunca viam a luz do dia novamente. Às vezes era porque passavam seu ouro e prata para a pessoa errada; às vezes porque eram descuidados ou por beber o suficiente para pensar que podia saltar nas arenas de luta e saírem vivos. Às vezes, eles maltratavam uma das mulheres de aluguel nas alcovas do espaço cavernoso e assim aprendiam da maneira mais difícil sobre o tipo de pessoa que os proprietários do Cofres realmente valorizavam.Aelin tomou um gole da caneca de cerveja que o barman suado servira momentos antes. Aguada e barata, mas pelo menos estava fria. Acima do fedor de corpos sujos, o cheiro de carne assando e alho flutuou até ela. Seu estômago roncou, mas ela não era estúpida o suficiente para pedir comida. Um, a carne era geralmente cortesia dos ratos de beco na rua acima. Dois, clientes ricos geralmente eram amarrados comaquilo que os despertou no beco mencionado, com a bolsa vazia. Se eles acordasse

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m, já eram sortudos.Suas roupas estavam sujas, mas boas o suficiente para marcá-la como alvo de um ladrão. Então ela examinou cuidadosamente seu arsenal e, em seguida, relaxou antes de certificar-se que estava segura. Ela ainda teria que encontrar comida em breve, mas não até que descobrisse o que precisava no Cofres: o que diabos acontecera em Forte da Fenda nos meses em que ela esteve fora.E o que Arobynn Hamel queria ao arriscar uma reunião aqui especialmente quando osbrutais guardas de uniforme negro vagavam pela cidade como alcateias de lobos.Ela conseguiu escapar da tal patrulha durante o caos do embarque, mas não antes de notar a serpente alada de ônix bordada em seus uniformes. Preto sobre preto talvez o rei de Adarlan tivesse se cansado de fingir que era tudo, menos uma ameaça, eemitira um decreto real para abandonar o carmesim e dourado tradicionais de seuimpério. Preto para a morte preto para suas duas chaves de Wyrd; preto para os demônios valg que ele usava agora para construir um exército imparável.Um arrepio se arrastou ao longo de sua espinha, e ela bebeu o resto de sua cerveja. Quando colocou a caneca no balcão, seu cabelo ruivo deslocou e refletiu a luzdos candelabros de ferro forjado.Ela se apressou para partir do cais para a margem do rio, para o mercado negro onde qualquer um conseguia encontrar o que queria, contrabando raro ou banal e en

tão comprou uma barra de tintura. Pagara ao comerciante prata extra para usar o quartinho nos fundos da loja e tingir o cabelo, ainda curto, alcançando logo abaixode suas clavículas. Se esses guardas monitorando as docas tivessem visto de alguma forma, estariam procurando uma jovem mulher de cabelos dourados. Todo mundo estaria atrás de uma jovem de cabelos dourados, uma vez que chegou o boato há algumassemanas de que a campeã do rei falhara em sua tarefa de assassinar a família real de Wendlyn e roubar seus planos de defesa naval.Ela tinha enviado um aviso para o rei e rainha de Eyllwe meses atrás, e sabia queeles levariam seus avisos em consideração. Mas isso ainda deixava uma pessoa em risco antes que ela pudesse dar os primeiros passos de seu plano a mesma pessoa quepodia ser capaz de explicar os novos guardas nas docas. E por que a cidade estava visivelmente mais tensa. Abafada.Se havia um lugar para ela ouvir qualquer coisa a respeito do capitão da Guarda ese ele estava seguro, seria aqui. Era apenas uma questão de ouvir a conversa certa ou estar com a companhia correta. Era uma feliz coincidência, então, que ela tivesse visto Tern um dos assassinos favoritos de Arobynn comprar a mais recente levade seu veneno preferido no mercado negro.Ela o seguira até ali a tempo de espionar vários outros assassinos de Arobynn de plantão no salão de prazer. Eles nunca fizeram isso, não ao menos que seu mestre estivesse presente. Normalmente, apenas quando Arobynn estava em reunião com alguém muito, muito importante. Ou perigoso.Depois que Tern e os outros escorregaram para dentro do Cofres, ela esperou na rua alguns minutos, demorando-se nas sombras para ver se Arobynn chegava, mas não teve essa sorte. Ele já devia estar lá dentro.Então ela entrou nos calcanhares de um grupo de filhos de comerciantes bêbados e sujos, onde viu o grupo de Arobynn, e fez o seu melhor para passar despercebida e pouco digna enquanto se escondia no bar e observava.Com seu capuz e roupas escuras, ela se misturou bem o suficiente para não chamar muita atenção. Ela supôs que se alguém fosse tolo o suficiente para tentar roubá-la, seriaum jogo justo ser roubado de volta. Ela estava com pouco dinheiro.Ela suspirou pelo nariz. Se o seu povo pudesse vê-la: Aelin do Fogo Selvagem, assassina e batedora de carteiras. Seus pais e o tio provavelmente se reviravam em seus túmulos.Ainda. Algumas coisas valiam a pena. Aelin fez um sinal com o dedo enluvado para o barman careca, sinalizando para outra cerveja.

Estou de olho com o quanto você bebe, menina zombou uma voz ao seu lado.Ela olhou de soslaio para o homem de porte médio que tinha escorregado ao lado dela no bar. Ela o teria conhecido por sua espada antiga se não tivesse reconhecido o rosto surpreendentemente comum.A pele corada, os olhos pequenos e sobrancelhas grossas, tudo sem graça, uma máscara para esconder o assassino faminto sob ela. Aelin apoiou os braços no balcão, cruzan

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do um tornozelo sobre o outro. Olá, Tern. depois de Arobynn, era o segundo em comando, ou tinha sido há dois anos.

Vicioso, calculista, sempre estava mais do que ansioso para fazer o trabalho sujo de Arobynn. Achei que fosse só uma questão de tempo antes que um dos cães de Arobynn sentisse o meu cheiro.Tern se recostou no bar, mostrando-lhe um sorriso muito brilhante.

Se a memória serve, você era sempre a cadela favorita dele.Ela riu, encarando-o. Eles eram praticamente iguais em altura, e com a sua compilação magra, Tern tinha sido irritantemente bom em se meter nos lugares mais bem guardados. O barman sujo se manteve longe.Tern inclinou a cabeça sobre um ombro, apontando para a parte sombria dos fundos do espaço cavernoso.

Última banqueta contra a parede. Ele está terminando com um cliente.Ela lançou seu olhar na direção que Tern indicou. Ambos os lados do Cofres eram alinhados com alcovas cheias de prostitutas, mal acortinadas contra as multidões. Ela passou seu olhar pelas contorções de corpos, as mulheres de rostos magros e olhos fundos à espera do ganho de seu sustento neste buraco de merda purulenta, pelas pessoas que monitoravam a partir de mesas próximas guardas, espreitadores e curiosos. Mas ali, enfiadas na parede ao lado das alcovas, estavam várias cabines de madeira.

Exatamente as que ela tinha discretamente monitorado desde a sua chegada.E na mais distante das luzes, um refletir de botas de couro polido estendia-se abaixo da mesa. Um segundo par de botas, desgastadas e enlameadas, estava apoiado no chão em frente à primeira, como se o cliente estivesse pronto para fugir. Ou, se fosse realmente estúpido, para lutar.Ele certamente fora estúpido o suficiente para deixar sua guarda pessoal visível, um farol de alerta para quem quisesse perceber que algo muito importante estava acontecendo naquela última cabine.A guarda do cliente uma jovem esbelta, encapuzada e armada até os dentes estava encostada a um pilar de madeira nas proximidades, o cabelo escuro de seda na altura dos ombros brilhando na luz, e monitorava cuidadosamente o corredor de prazer. Rígida demais para ser um cliente casual. Sem uniforme, não havia cores da casa ousiglas.Não era surpreendente, dada a necessidade do cliente pelo segredo.O cliente provavelmente pensou que era mais seguro encontrar-se aqui, quando geralmente esses tipos de reuniões eram realizados em uma das pousadas sombrias cujodono era o próprio Arobynn. Ele não tinha ideia de que Arobynn também era um dos principais investidores do Cofres, e que seria necessário apenas um aceno do antigo mestre de Aelin para as portas de metal bloquearem a passagem e o cliente e sua guarda nunca mais sairiam dali novamente.Ela deixou a questão de por que Arobynn havia concordado em reunir-se aqui de lado.E Aelin voltou sua atenção para o lado contrário do corredor, em direção ao homem que tinha quebrado a sua vida de tantas maneiras.Seu estômago ficou apertado, mas ela sorriu para Tern.

Eu sabia que a coleira não esticaria muito.Aelin se afastou do balcão, deslizando entre a multidão antes que o assassino pudesse dizer qualquer outra coisa. Ela podia sentir o olhar de Tern fixo entre as suas omoplatas, e sabia que ele estava se segurando para não mergulhar a espada ali.Sem se preocupar em olhar para trás, ela fez um gesto obsceno por cima do ombro. A sequência de maldições praguejadas era muito melhor do que a música obscena que estavasendo jogado em toda a sala. Ela observou cada rosto pela qual passou, cada mesa de foliões e criminosos e trabalhadores. A guarda pessoal do cliente agora a observava, uma mão enluvada caindo para a espada ordinária ao seu lado.Não sou sua preocupação, mas boa tentativa.Aelin estava meio tentada a sorrir para a mulher. Poderia ter feito, na verdade, se não estivesse concentrada no rei dos Assassinos. E no que a esperava. Mas elaestava pronta, ou tão pronta quanto poderia estar. Ela passara bastante tempo planejando.Aelin entregara um dia no mar para descansar e perder Rowan. Com o juramento desangue ligando-a agora eternamente ao príncipe feérico para ela, sua ausência era como

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um membro fantasma. Ela ainda o sentia.Dessa forma, mesmo quando tinha tanta coisa para fazer, embora sentisse falta do carranam, estava inútil e ela não tinha a menor dúvida de que ele chutaria a sua bunda por isso.No segundo dia em que eles tinham se afastado, ela tinha oferecera ao capitão do navio uma moeda de prata por uma pena e uma pilha de papel. E depois de se trancar em seu camarote apertado, começara a escrever. Havia dois homens nesta cidade responsáveis pela destruição de sua vida e das pessoas que ela amava. Ela não deixaria Forte da Fenda até que tivesse enterrado os dois.Então, escrevera página após página de notas e planos, até que tinha uma lista de nomes, lugares e metas. Ela memorizara cada passo e cálculo, então queimou as páginas com o poder ardendo em suas veias, certificando-se que cada pedaço nada mais era do que cinzas flutuando para fora da janela do vigia para a vasta noite escura do oceano.Embora ela tivesse se preparado, ainda foi um choque semanas mais tarde, quandoo navio passara por algum marco invisível ao longo da costa e sua magia desapareceu. Aquilo pelo o que passara tantos meses para cuidadosamente dominar desapareceu como se nunca tivesse existido, nem mesmo uma brasa piscando em suas veias. Uma nova espécie de vazio diferente do buraco da ausência de Rowan caiu sobre ela.Presa em sua pele humana, ela enrolou-se em sua cama e se lembrou de como respir

ar e pensar, como mover seu corpo maldito sem a graça imortal de que ela se tornara tão dependente. Ela era uma tola inútil por deixar que os dons se tornassem uma muleta, para ser pega no fundo do poço quando eles fossem novamente arrancados dela. Rowan definitivamente teria chutado sua bunda então ela se recuperou.Foi o suficiente para deixá-la feliz que ela tivesse lhe pedido para ficar para trás.Então ela respirou o ar salgado e cheiro de madeira, e lembrou que tinha sido treinada para matar com suas mãos muito antes de ter aprendido a derreter ossos com seu fogo. Ela não precisava da força extra, da velocidade e agilidade de seu corpo feérico, fora formada para derrubar seus inimigos.O homem responsável por essa formação inicial e brutal, o homem que tinha sido salvador e algoz, mas nunca se declarara pai, irmão ou amante agora estava a alguns passos, ainda falando com o seu oh-tão-importante cliente.Aelin empurrou a tensão ameaçando travar seus membros e manteve seus movimentos felinos enquanto caminhava os últimos seis metros entre eles.O cliente de Arobynn se levantou, tirando algo do rei dos Assassinos, e a guarda foi em sua direção.Mesmo com a capa, ela reconheceu a maneira como ele se moveu. Ela conhecia a forma do queixo despontando a partir das sombras do capuz, a maneira como a mão esquerda tendia a roçar sua bainha. Mas a espada com punho em forma de águia não estava pendurada ao seu lado.E não havia uniforme preto, somente roupas marrons indescritíveis, manchadas com sujeira e sangue.Ela pegou uma cadeira vazia e puxou para uma mesa de jogadores de cartas antes que o cliente tivesse dado dois passos. Ela deslizou para o assento, focada na respiração, nos sons, assim como as três pessoas na mesa, que franziam a testa.Ela não se importava.Do canto do olho, viu o guarda empurrar o queixo em direção a ela.

Me dê as cartas Aelin murmurou para o homem ao seu lado. Agora. Estamos no meio de um jogo. Próxima rodada, então ela disse, relaxando sua postura, enquanto Chaol Westfall lançou

um olhar em sua direção.

Capítulo 3Chaol era o cliente de Arobynn.Ou ele queria algo de seu antigo mestre, ruim o suficiente para arriscar uma reunião ali.Que diabo tinha acontecido enquanto ela estava fora?Ela observou as cartas serem baixadas na mesa úmidas, assim como a atenção do capitão fixa em suas costas. Ela desejou que ele pudesse ver seu rosto, ver na escuridão debaixo daquele capuz.

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Apesar do respingo de sangue em suas roupas, movia-se como se não houvesse ferimentos atormentando-o. Algo que estivera guardado firmemente em seu peito durante meses lentamente afrouxou.Vivo mas de onde vinha o sangue?Ele deve ter considerado não ser uma ameaça, porque apenas fez um sinal para sua companheira ir, e ambos caminharam na direção do bar, não, para a escada além. Moveram-se a um ritmo constante e ocasional, embora a mulher ao seu lado estivesse tensa demais para passar por despreocupada. Felizmente, ninguém olhou quando ele saiu, e ocapitão não voltou a atenção em sua direção novamente.Ela se moveu rápida o suficiente para que ele provavelmente não tivesse sido capaz de perceber que era ela. Bom. Bem, se fosse ela, o teria reconhecido em movimento ou ainda, camuflado ou nu.Ele se foi, escadas acima, nem mesmo olhando para baixo, embora sua companheiracontinuasse vendo de lá. Que diabos era isso? Não havia guardas mulheres no palácio quando ela o deixou, e ela estava bastante certa de que o rei tinha uma regra absurda sobre a ausência de mulheres.Ver Chaol não mudara nada não agora.Ela fechou as mãos em punhos, bem consciente de sua mão direita. O dedo não parecera nu até agora.

Uma carta pousou diante dela. Três pratas para participar o homem calvo e tatuado ao lado dela disse enquanto dava as cartas, inclinando a cabeça em direção à pilha de moedas arrumadas no centro.Um encontro com Arobynn ela nunca imaginou que Chaol fosse tão estúpido, mas isso... Aelin levantou-se da cadeira, arrefecendo a ira que tinha começado a ferver em suas veias.

Estou morta disse ela. Aproveite o jogo.A porta no topo das escadas de pedra já estava fechada, Chaol e sua companheira haviam desaparecido.Ela se deu um segundo para limpar qualquer expressão duvidosa, suavizando seu rosto.As probabilidades eram de que Arobynn tivesse planejado a coisa toda para coincidir com a sua chegada. Ele provavelmente enviara Tern ao mercado negro apenas para chamar sua atenção, para atraí-la para cá. Talvez ele soubesse o que o capitão estivesse fazendo, de que lado o jovem senhor estava de agora em diante; talvez tivesseacabado atraindo-a para cá para ver o seu caminho, testar sua mente, para sacudi-la um pouco.Obter respostas de Arobynn viria a um preço, mas ela era mais esperta do que issopara sair correndo atrás de Chaol na noite, embora o desejo fizesse seus músculos travarem. Meses, fazia meses desde que o viu quando deixou Adarlan, quebrada e oca.Mas não mais.Aelin deu os últimos passos para o assento e parou em frente a ele, cruzando os braços quando viu Arobynn Hamel, o rei dos Assassinos e seu antigo mestre, sorrindopara ela.

Descansando nas sombras da banqueta de madeira, um copo de vinho diante dele, Arobynn parecia exatamente como ela se lembrava da última vez que o viu: um rosto arisco de ossos finos, cabelos ruivos sedosos que roçavam os ombros e uma túnica azulde corte requintado, desabotoada descontraidamente para revelar o peito tonificado abaixo. Nenhum sinal de um colar ou corrente. Seu braço longo e musculoso estava sob o encosto do bando, e seus dedos bronzeados, salpicados de cicatrizes, tamborilavam uma batida no ritmo da música do salão.

Olá, querida ele ronronou, seus olhos de prata brilhando, mesmo na penumbra.Nenhuma arma além da bela espada ornamentada ao seu lado, que torceria os guardascomo uma roda encadernada em ouro. O único sinal evidente da riqueza que rivalizava com os reis e imperatrizes.Aelin deslizou para o banco em frente a ele, muito consciente da madeira ainda quente onde Chaol estava. O punho da própria espada pressionava contra ela a cada m

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ovimento. Goldryn era um peso morto a seu lado, o rubi maciço em seu punho escondido por sua capa-escura, a lâmina lendária era totalmente inútil em tais locais apertados. Sem dúvida ela sabia por que ele escolhera a cabine para esta reunião.

Você tem mais ou menos a mesma aparência disse ela, inclinando-se contra o banco duro e puxando o capuz para trás. Forte da Fenda continua a tratá-lo bem.Era verdade. Em seus trinta e tantos anos, Arobynn permanecia bonito, sempre calmo e sereno, como era na Fortaleza dos Assassinos durante a mancha escura de dias que se seguiram após a morte de Sam.Havia muitos, muitos débitos a serem pagos pelo o que aconteceu naquela época.Arobynn a olhou de cima a baixo um exame lento, deliberado.

Acho que eu preferia sua cor natural de cabelo. Precauções disse ela, cruzando as pernas lentamente.

Não havia indicação de que ele estivesse usando o amuleto de Orynth, a herança real queele roubara dela quando a encontrou quase morta nas margens do Florine. Ele permitiu que ela acreditasse que o amuleto, que continha secretamente a terceira e última chave de Wyrd, se perdera para o rio. Por mil anos, seus antepassados usaram inadvertidamente o amuleto, e ele fizera de seu reino uma potência próspera e segura, o ideal para o qual foram realizados todos os tribunais em todas as terras. Ainda assim, ela nunca tinha visto Arobynn usar qualquer tipo de corrente no pesc

oço. Ele provavelmente tinha escondido em algum lugar na Torre dos Assassinos. Eu não gostaria de acabar de volta em Endovier.Aqueles olhos de prata brilharam. Foi um esforço enorme impedir-se de pegar o punhal e atirá-lo.Mas estava muito dependente dele para matá-lo imediatamente. Ela teve um longo tempo para pensar sobre o que queria fazer, como queria fazê-lo. Acabar com ele aquie agora seria um desperdício. Especialmente quando ele e Chaol estavam ligados dealgum modo.Talvez fosse por isso que ele a atraiu, para que ela pudesse ver Chaol com ele... E hesitasse.

De fato Arobynn disse. Eu odiaria vê-la de volta em Endovier também. Embora eu devadizer que os últimos dois anos a deixaram ainda mais impressionante. Feminilidadecombina com você ele inclinou a cabeça, e ela sabia o que estava chegando antes de ele emendar: Ou eu devo dizer rainha herdeira?Uma década se passara desde que eles falaram sobre sua herança, ou do título que ele ajudara a manter longe, havia lhe ensinado a odiar e sentir medo. Às vezes ele mencionava isso em termos velados, geralmente como uma ameaça para mantê-la presa a ele. Mas nunca falou uma vez o seu verdadeiro nome, nem mesmo quando a encontrou namargem do rio gelado e levou-a para a sua casa de assassinos.

O que te faz pensar que tenho algum interesse nisso? ela perguntou casualmente.Arobynn encolheu os ombros largos.

Não se pode colocar muita fé em fofoca, mas o boato chegou a cerca de um mês de Wendlyn. Alegava que certa rainha perdida se dispôs a um show bastante espetacular contra uma legião invasora de Adarlan. Na verdade, acredito que o título que os nossos estimados amigos do império agora gostem de usar é Rainha cadela cuspidora de fogo .Honestamente, ela quase achou engraçado, até mesmo lisonjeiro. Ela tinha conhecimento de que o boato sobre o que ela tinha feito com o general Narrok e os três príncipes valgs, coisas iguais a sapos dentro de corpos humanos, se espalharia. Ela só não tinha percebido que todos saberiam disso tão rapidamente.

As pessoas acreditam em tudo o que ouvem nos dias de hoje. Verdade disse Arobynn.

No outro extremo do Cofres, uma multidão frenética rugiu para os combatentes lutando na arena. O rei dos Assassinos olhou para eles, sorrindo ligeiramente.Fazia quase dois anos desde que ela estava naquela multidão, observando Sam destruir lutadores muito inferiores, apressado para arrecadar dinheiro suficiente para tirá-los de Forte da Fenda e para longe de Arobynn. Poucos dias depois, ela acabou em um vagão de prisão com destino a Endovier, mas Sam...Ela nunca descobriu onde enterraram Sam após Rourke Farran segundo no comando para Ioan Jayne, o lorde do crime de Forte da Fenda o torturou e matou. Ela mesma matou Jayne, com um punhal arremessado no rosto. E Farran... Ela soube mais tardeque Farran ora assassinado pelo próprio guarda-costas de Arobynn, Wesley, como ret

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ribuição pelo o que tinha sido feito a Sam. Mas essa não era sua preocupação, mesmo que Arobynn tivesse matado Wesley para restabelecer o vínculo entre a Guilda dos Assassinos e o novo lorde do crime. Outra dívida.Ela podia esperar; poderia ser paciente. Simplesmente falou:

Então você está fazendo negócios aqui agora? O que aconteceu com a Fortaleza? Alguns clientes Arobynn demorou-se preferem reuniões públicas. A Fortaleza pode deix

ar as pessoas nervosas. Seu cliente deve ser novo no jogo, se não insistiu em um cômodo privado. Ele não confia muito em mim, tampouco. Pensou que o piso principal seria mais segu

ro. Ele não deve conhecer o Cofres, então. Não, Chaol nunca viera aqui, tanto quanto ela s

abia. Ela normalmente evitava contar a ele sobre o tempo que passou neste lugarapodrecido. Como tinha evitado dizer-lhe muitas coisas.

Por que você apenas não me pergunta sobre ele?Ela manteve sua expressão neutra, desinteressada.

Eu particularmente não me preocupo com seus clientes. Fale-me ou não.Arobynn deu de ombros novamente, um belo gesto casual. Um jogo, então. Um pouco de informação para segurar contra ela, mantê-la ali até que fosse útil. Não importava se eranformação valiosa ou não; era a retenção da fonte, o poder dele, que ele amava.

Arobynn suspirou. Há tanta coisa que eu quero lhe perguntar e saber. Estou surpreso que você esteja admitindo que não sabe tudo.

Ele descansou a cabeça contra a parte de trás da cabine, o cabelo vermelho brilhante como sangue fresco. Como um investidor no Cofres, ela supôs que ele não precisassese preocupar em esconder seu rosto aqui. Ninguém, nem mesmo o rei de Adarlan, seria estúpido o suficiente para ir atrás dele.

As coisas ficaram miseráveis desde que você partiu disse Arobynn calmamente.Como se ela tivesse ido voluntariamente para Endovier; como se ele não tivesse sido responsável por isso; como se ela tivesse acabado de voltar de férias. Mas ela o conhecia muito bem. Ele ainda estava testando-a, apesar de tê-la atraído até aqui. Perfeito.Ele olhou para a cicatriz grossa em sua palma, do voto que fizera para Nehemia de uma Eyllwe livre. Arobynn estalou a língua. Dói meu coração ver tantas novas cicatrizes em você.

Eu prefiro gostar delas era a verdade.Arobynn se mexeu na cadeira um movimento deliberado, como todos os seus movimentos e a luz caiu sobre uma cicatriz que se estendia desde o orelha até a clavícula.

Como você deve gostar dessa cicatriz também ela falou com um sorriso meia-noite. Isso explicava por que ele deixou a túnica desabotoada, então.Arobynn acenou com a mão, com uma graça fluida.

Cortesia de Wesley.Um lembrete ocasional do que ele era capaz de fazer, o que ele podia suportar. Wesley fora um dos melhores guerreiros que ela já encontrou. Se ele não sobrevivera à luta com Arobynn, poucos o fariam.

Primeiro Sam disse ela em seguida, Wesley. O que um tirano como você se tornou? Há alguém em toda a Guilda que você mantenha além do querido Tern, ou você descarta todas as pessoas que o desagradaram?Ela olhou para Tern, vadiando no bar, e, em seguida, para os outros dois assassinos sentados em mesas separadas no meio da sala, tentando fingir que não monitoravam cada movimento que ela fazia.

Pelo menos Harding e Mullin estão vivos também. Mas eles sempre foram tão bons em beijar sua bunda que tenho dificuldade em imaginar se os mataria.Uma risada baixa.

E lá estava eu, pensando que meus homens estavam fazendo um bom trabalho de mantendo-se escondidos no meio da multidão ele tomou um gole do seu vinho. Talvez quando você chegar em casa, possa ensinar-lhes algumas coisas.Casa. Outro teste, outro jogo.

Você sabe que estou sempre feliz em ensinar uma lição aos seus bajuladores, mas tenhooutros alojamentos preparados enquanto estou aqui. E quanto tempo durará sua visita, exatamente?

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O tempo necessário. Para destruí-lo e obter o que ela precisava. Bem, estou contente em ouvir isso ele respondeu e bebeu novamente. Sem dúvida, de

uma garrafa trazida só para ele, não havia nenhuma maneira no reino queimado do deus escuro que Arobynn beberia o sangue de rato diluído que era servido no bar. Você terá que ficar aqui por algumas semanas, pelo menos, dado o que aconteceu.Gelo revestiu suas veias. Ela deu um sorriso preguiçoso a Arobynn, mesmo quando começou a orar para Mala e Deanna, as irmãs-deusas que a assistiram durante tantos anos. Você sabe o que aconteceu, não é? ele perguntou, despejando vinho no copo.Maldito maldito por fazê-la confirmar que não sabia.

Isso explica por que a guarda real tem aqueles novos uniformes espetaculares? NãoChaol ou Dorian, não Chaol ou Dorian, não Chaol ou...

Oh, não. Aqueles homens são apenas uma nova adição deliciosa à nossa cidade. Os meus acós têm se divertido atormentando-os. Ele esvaziou o copo. Embora eu apostasse um bom dinheiro que a nova guarda do rei estivesse presente no dia que aconteceu.Ela apertou as mãos para não tremer, apesar do pânico devorando cada último pingo de bom senso.

Ninguém sabe o que, exatamente, aconteceu naquele dia no castelo de vidro Arobynncomeçou.

Depois de tudo o que ela sofrera, depois do que havia superado em Wendlyn, paravoltar a esse... Ela desejou que Rowan estivesse ao lado dela, desejava que elapudesse sentir seu cheiro de pinho-e-neve e saber que não importava o que as notícias de Arobynn significassem, não importava como ela se quebrasse, o guerreiro feérico estaria lá para ajudar a juntar os pedaços novamente.Mas Rowan estava a um oceano de distância, e ela rezou para que ele nunca chegasse a cem milhas de Arobynn.

Por que você não chega ao ponto? Quero ter algumas horas de sono hoje esta noite. Nãoera uma mentira. Em cada respiração, o cansaço envolto apertava em torno de seus ossos.

Eu teria pensado Arobynn disse dado o quão próximos os dois eram, e suas habilidades, que você seria de alguma forma capaz de senti-lo. Ou, pelo menos, ouvir falar do assunto, considerando que ele foi acusado de...O maldito estava curtindo cada segundo disso. Se Dorian estivesse morto ou... Seu primo Aedion foi preso por traição, por conspirar com os rebeldes aqui em Forteda Fenda para depor o rei e colocá-la de volta ao trono.O mundo parou.Parou e continuou, então parou novamente.

Mas Arobynn continuou parece que você não tinha ideia sobre essa pequena ideia, o que me faz pensar se o rei estava apenas procurando uma desculpa para atrair certa rainha cadela cuspidora de fogo para esta costa. Aedion será executado em três dias na festa de aniversário do príncipe como o entretenimento principal. Praticamente uma armadilha, não é? Eu seria um pouco mais sutil se tivesse planejado isso, mas vocênão pode culpar o rei pelo envio da mensagem.Aedion. Ela dominou o enxame de pensamentos que nublou sua mente, golpeando-a, e focou no assassino na frente dela. Ele não lhe contaria sobre Aedion sem um motivo muito bom.

Por que me avisar, afinal? ela perguntou. Aedion fora capturado pelo rei; Aedion fora destinado para a forca como uma armadilha para ela. Cada plano tinha sidodestruído.Não, ela ainda podia levar esses planos até o fim, ainda faria o que ela tinha que fazer. Mas Aedion...Aedion tinha que vir em primeiro lugar. Mesmo que mais tarde ele a odiasse, mesmo que ele cuspisse em seu rosto e a chamasse de traidora e prostituta, assassina e mentirosa. Mesmo que ele ressentisse o que tinha feito e se tornado, ela iria salvá-lo.

Considere a ponta de um favor disse Arobynn, levantando-se do banco. Um sinal de boa fé.Ela apostaria que foi mais, talvez ligada a um certo capitão cujo calor pairava no banco de madeira debaixo dela.Ela também se levantou, deslizando para fora da cabine. Sabia que havia mais espiões

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de Arobynn monitorado-a, a tinham visto chegar, esperar no bar, e então ir para esta banqueta. Ela se perguntou se seu velho mestre sabia também.Arobynn apenas sorriu para ela, mais alto por uma cabeça. E quando ele estendeu amão, ela permitiu que ele escorregasse os nós dos dedos por sua bochecha. Os calos nos dedos disseram o suficiente sobre como muitas vezes ele ainda praticava.

Eu não espero que você confie em mim, não espero que ainda me ame.Apenas uma vez, durante aqueles dias de inferno e desgosto, Arobynn dissera quea amava. Ela estivera a ponto de sair com Sam, e ele viera até o seu apartamento,pedindo-lhe para ficar, alegando que estava zangado com ela por sair e que tudoo que tinha feito, cada esquema traçado, havia sido pensando pelo rancor por ela sair da Fortaleza. Ela nunca soubera de que forma ele quis dizer aquelas três palavras Eu te amo mas se inclinara a considerá-las como outra mentira nos dias que seseguiram, após Rourke Farran tê-la drogado e colocado as mãos imundas nela. Depois que ela apodreceu naquela masmorra.Os olhos de Arobynn suavizaram.

Senti sua falta.Ela saiu de seu alcance.

Engraçado, eu estava em Forte da Fenda neste outono e inverno, e você nunca tentou me ver.

Como eu poderia ousar? Achei que você me mataria à primeira vista. Mas então eu soubedo boato esta noite que você tinha voltado, e esperava que algo pudesse ter mudado sua mente. Você vai me perdoar se os meus métodos foram... Contraditórios.Outro movimento e contra movimento, admitindo o como, mas não o motivo real.

Eu tenho coisas melhores a fazer do que me preocupar se você vive ou morre. De fato. Mas você se importaria muito se o seu amado Aedion morresse.

Seu coração trovejou através dela, e ela se preparou. Arobynn continuou: Meus recursos são seus. Aedion está no calabouço real, vigiado dia e noite. Qualquer a

juda que precisar, qualquer apoio, você sabe onde me encontrar. A que custo?

Arobynn a olhou mais uma vez, e algo se revirou em seu abdômen, um olhar que era tudo, menos o de um irmão ou pai.

Um favor, apenas um favor sinos de alerta pulsavam em sua cabeça. Ela estaria melhor se fizesse um acordo com um dos príncipes valg. Há criaturas que espreitam em minha cidade. Criaturas que usam os corpos de homens como roupas. Eu quero saber oque eles são.Muitas coisas estavam agora prontas para ser emaranhadas.Ela disse cuidadosamente:

O que você quer dizer? A nova guarda do rei tem alguns deles, entre os seus comandantes. Eles estão reuni

ndo pessoas suspeitas de serem simpáticos à magia, ou aqueles que já a possuíram. Execuçõetodos os dias, ao amanhecer e ao pôr do sol. Estas coisas parecem prosperar sobreeles. Estou surpreso que você não os tenha notado à espreita nas docas.

Eles são todos monstros para mim. Mas Chaol não tinha parecido ou soado como eles. Uma pequena misericórdia. Ele esperou. Então ela fez. Deixou-se quebrar em primeiro lugar. É este o meu favor, então? Dizer-lhe o que eu sei?Havia pouca utilidade em negar que ela sabia da verdade, ou perguntar como ele se tornou ciente de que ela sabia disso.

Parte disso.Ela bufou.

Dois favores para o preço de um? Que típico. Dois lados da mesma moeda.

Ela olhou categoricamente para ele, e então disse: Através de anos roubando o conhecimento de alguma forma estranha de poder arcaico,

o rei foi capaz de sufocar a magia, ao mesmo tempo invocando demônios antigos para se infiltrar em corpos humanos para o seu exército crescente. Ele usa anéis ou colares de pedra negra para permitir que os demônios invadam seus hospedeiros, e temcomo alvo possuidores de magia, com seus dons tornando mais fácil para os demônios prenderem-se verdade, verdade, mas não toda a verdade. Nada sobre os portões de Wyrdou as chaves de Wyrd, nunca para Arobynn. Quando eu estava no castelo, encontrei alguns dos homens que ele tinha corrompido, homens que se alimentavam de poder

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e se tornaram mais fortes. E quando estive em Wendlyn, enfrentei um de seus generais, que havia sido apreendido por um príncipe demônio de poder inimaginável.

Narrok Arobynn meditou. Se ele ficou horrorizado, se ficou chocado, seu rosto nãorevelava nada disso.Ela assentiu com a cabeça.

Eles devoram a vida. Um príncipe que pode sugar a alma para fora de você e se alimenta disso.Ela engoliu em seco, e medo real revestiu sua língua. Será que os homens que você viu, esses comandantes, têm colares, ou anéis? as mãos del estavam descobertas.

Apenas anéis disse Arobynn. Existe uma diferença? Eu acho que apenas um colar pode segurar um príncipe; os anéis são para demônios menores

. Como você os matou? Fogo disse ela. Eu matei os príncipes com fogo. Ah. Não é a forma que faço ela assentiu com a cabeça. E se eles usam um anel? Eu matei um deles com uma espada através do coração Chaol matara Caim facilmente. Um p

equeno alívio, mas... decapitação pode funcionar para aqueles com colares. E as pessoas que costumavam possuir os corpos antes deles, se foram?

A súplica de Narrok, o rosto aliviado passou diante dela. Parece que sim. Quero que você capture um e o traga para mim. Absolutamente não. E por quê? Talvez seja capaz de me dizer algo útil. Capture-o você mesmo ela retrucou. Encontre outro favor para que eu cumpra. Você é a única pessoa que tem enfrentado essas coisas e saído viva não havia nada em s

lhar misericordioso. Capture um para mim, o mais rápido possível, e eu vou ajudá-la com seu primo.Enfrentar um dos valg, mesmo um valg menor...

Aedion vem em primeiro lugar disse ela. Nós resgatamos Aedion, e então eu arriscarei meu pescoço pegando um dos demônios para você.Que os deuses ajudassem a todos se Arobynn já tivesse percebido que podia controlar esse demônio com o amuleto que havia escondido. É claro ele concordou.Ela sabia que era tolice, mas ela não podia evitar fazer a próxima pergunta.

Para quê? Esta é a minha cidade ele ronronou. E eu particularmente me importo para a direção q

está indo. É ruim para meus investimentos, e estou farto de ouvir os corvos que sedeleitam dia e noite.Bem, pelo menos eles concordavam em alguma coisa.

Um homem de negócios de ponta a ponta, não é?Arobynn continuou a fixá-la com o olhar de amante.

Nada vem sem um preço ele plantou um beijo em sua bochecha, seus lábios macios e quentes. Ela lutou contra o arrepio que a fez estremecer, e se obrigou a inclinar-se para ele quando trouxe a boca contra sua orelha e sussurrou: Diga-me o que devo fazer para nos reconciliar; diga-me para rastejar sobre os carvões mais quentes, para dormir em uma cama de pregos, para dividir a minha carne. Diga, e será feito. Mas deixe-me cuidar de você como fiz uma vez, antes que a loucura... tivesse envenenado meu coração. Puna-me, torture-me, destrua-me, mas deixe-me ajudá-la. Faça esta pequena coisa para mim e deixe-me colocar o mundo a seus pés.Sua garganta ficou seca, e ela se afastou o suficiente para olhar para ele, o rosto aristocrático e bonito, os olhos brilhando com uma tristeza e uma intenção predatória. Se Arobynn sabia sobre sua história com Chaol, e convocou o capitão aqui... Tinha sido por informações, para testá-la, ou de alguma forma grotesca para assegurar-se de seu domínio?

Não há... Ainda não disse ele, afastando-se. Não diga isso ainda. Durma. No entanto, antes dis

so, faça talvez uma visita à seção sudeste dos túneis esta noite. Você pode encontrar a peoa que está procurando. Ela manteve o rosto ainda aborrecido, mesmo que tivesse escondido a informação. Arobynn se moveu em direção à sala lotada, onde seus três assassinos

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lertas estavam prontos, e então olhou de volta para ela. Se você se permitiu mudar tão grandemente em dois anos, eu não posso mudar també?Com isso, ele passeou entre as mesas. Tern, Harding e Mullin saíram em passos atrásdele e Tern olhou em sua direção apenas uma vez, para devolver o mesmo gesto obsceno que ela lhe dera antes.Mas Aelin olhou apenas para o rei dos Assassinos, em seus passos elegantes, poderosos, o corpo do guerreiro disfarçado na roupa do nobre.Mentiroso. Treinado mentiroso astuto.Havia muitos olhos nos cofres para ela esfregar a bochecha, onde o fantasma da marca dos lábios de Arobynn ainda sussurrava, ou em seu ouvido, onde seu hálito quente se demorava.Desgraçado. Ela olhou em todo o salão, para as arenas de luta, as prostitutas jogando fora uma vida com homens que se dirigiam a este lugar, que tinha lucrado por muito tempo, de tanto sangue, tristeza e dor. Ela quase podia ver Sam ali, quaseimaginá-lo lutando, jovem e forte e glorioso.Ela puxou as luvas. Havia muitas, muitas dívidas a serem pagas antes que ela deixasse Forte da Fenda e tomasse de volta o seu trono. Começando agora. Sorte que elaestivesse com uma espécie assassina de humor.Era só uma questão de tempo antes que Arobynn apontasse sua mão ou o rei dos homens de

Adarlan encontrasse a trilha que ela cuidadosamente fizera a partir das docas.Alguém estaria indo atrás dela, dentro de momentos, na verdade, se os gritos seguidos de silêncio absoluto por trás da porta de metal no topo das escadas fossem algumaindicação. Pelo menos boa parte de seu plano permanecia no curso. Ela lidaria com Chaol mais tarde.Com uma mão enluvada, ela puxou um dos cobres que Arobynn deixara sobre a mesa. Ela mostrou a língua para o perfil brutal e implacável do rei estampado em um dos lados, então para a fera bramindo estampada do outro. Chefões, Arobynn a tinha traído novamente. Ratos, os homens do rei. A grande porta de ferro no topo da escada foi aberta, o ar fresco da noite derramou para dentro.Com um meio sorriso, ela girou a moeda com o polegar.A moeda ainda girava quando quatro homens em uniformes negros apareceram no topo das escadas de pedra, uma variedade de armas ferozes em seus corpos. No momento em que o cobre bateu na mesa, a serpente alada brilhando sob a luz fraca, Aelin Galathynius estava pronta para o derramamento de sangue.

Capítulo 4Aedion Ashryver sabia que ia morrer e em breve.Ele não se incomodou tentando negociar com os deuses. Eles nunca o responderam, de qualquer maneira.Nos anos em que ele fora um guerreiro e general, sempre soube que morreria de uma forma ou outra, de preferência num campo de batalha, de forma digna de uma canção ou de uma história em torno de uma fogueira.Esta não seria esse tipo de morte.Ele seria executado em um grande evento qualquer, onde o rei planejara aproveitar o máximo sua morte, ou ele morreria aqui nesta cela úmida, por causa da infecção que lenta e seguramente destruía seu corpo.Tinha começado como uma pequena ferida m sua lateral, cortesia da luta em que elese colocou três semanas atrás, quando aquele monstro assassinara Sorscha. Ele escondera o corte ao longo de suas costelas dos guardas que o observavam, esperando que o sangramento o fizesse apodrecer e o matasse antes que o rei pudesse usá-lo contra Aelin.Aelin. Sua execução era para servir como uma armadilha para ela, uma forma de atraí-la em arriscar uma tentativa de salvá-lo.Ele morreria antes que permitisse isso.Ele só não esperava que fosse doer pra caramba.Escondeu a febre dos guardas que zombavam quando traziam alimentos e algo pararbeber, duas vezes por dia, fingindo cair lentamente em silêncio sombrio enquanto eles rondavam e amaldiçoavam. Os covardes não chegariam perto o suficiente para checar, e não perceberam que ele tinha desistido de forçar as correntes que o permitiam ficar de pé e dar alguns passos, mas não muito mais que isso. Eles nem sequer notaram

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que ele não ficava mais de pé, exceto para suprir as necessidades de seu corpo. A degradação não era nada de novo.Pelo menos ele não tinha sido forçado a usar um daqueles colares, ele vira um ao lado do trono do rei naquela noite quando tudo eu errado. Apostaria um bom dinheiro que o colar era para o próprio filho do rei, e rezou para que o príncipe tivesse morrido antes de permitir que seu pai colocasse a coleira nele como a um cão.Aedion se moveu em sua cama de feno mofado e reprimiu um grito de dor quando agonia explodiu ao longo de suas costelas. Pior estava pior a cada dia. Seu sanguefeérico diluído era a única coisa que o manteve vivo por tanto tempo, tentando desesperadamente curá-lo, mas em breve, mesmo a graça imortal em suas veias se curvaria à infecção.Seria um alívio abençoado saber que ele não poderia ser usado contra ela, e que logo veria aqueles que ele mantivera secretamente salvos em seu coração ferido todos estes anos.Assim, ele suportou cada pico de febre, cada onda turva de náusea e dor a morte logo viria cumprimentá-lo.Aedion só esperava que a morte chegasse antes de Aelin.

Capítulo 5

A noite poderia muito bem acabar com seu sangue derramado, Aelin percebeu enquanto se lançava violentamente pelas ruas tortuosas das favelas, embainhando suas facas ensanguentadas para evitar deixar um rastro gotejante atrás dela.Graças a meses de treinamento nas montanhas Cambrian com Rowan, sua respiração se manteve estável, a cabeça, clara. Ela supôs que depois de enfrentar skinwalkers, de escapar de criaturas antigas do tamanho de pequenas casas e de incinerar quatro príncipes demoníacos, vinte homens perseguindo-a não era tão horrível, afinal.Mas ainda sentia uma dor gigante no traseiro. E aquele provavelmente não seria o final mais agradável para ela. Nenhum sinal de Chaol não havia o sussurro de seu nome nos lábios dos homens que a tinham seguido desde os Cofres. Ela não reconheceu nenhum deles, mas sentiu o cheiro que marcava a maioria daqueles que estivera em contato com uma chave de Wyrd, ou foram corrompidos por ela. Eles não usavam colaresou anéis, mas algo dentro destes homens apodrecera, no entanto.Pelo menos Arobynn não a tinha traído, embora fosse conveniente que ele tivesse deixado o Cofres apenas alguns minutos antes de os novos guardas do rei finalmente encontrassem a trilha sinuosa que ela deixara a partir das docas. Talvez fosse um teste para ver se suas habilidades permaneciam dentro dos padrões de Arobynn, e ela devia aceitar o seu pequeno negócio.Enquanto cortara seu caminho através de corpo após corpo, ela se perguntou se ele mesmo percebeu que toda esta noite fora um teste para ele também, e que ela tinha levado os homens direto para o Cofres. Ela se perguntou quão furioso ele estaria quando descobrisse o que restava do salão de prazer onde ele gastara tanto dinheiro.Ele também enchera os cofres daqueles que mataram Sam e que desfrutaram cada momento. Que pena que o atual proprietário dos Cofres, um ex-subalterno de Rourke Farran e um negociante de carne e opiáceos, tivesse acidentalmente corrido entre suas facas. Repetidamente.Ela deixou o Cofres em lascas sangrentas, onde supostamente foi misericordiosa.Se ela tivesse a sua magia, provavelmente teria queimado tudo e deixado às cinzas. Mas ela não tinha, e seu corpo mortal, apesar de meses de treinamento duro, estava começando a parecer cada vez mais pesado enquanto ela continuava sua corrida pelos becos. A rua larga na sua outra extremidade era muito iluminada, aberta demais.Ela desviou em direção a uma pilha de engradados quebrados e lixo amontoado contra a parede de um prédio de tijolos, alto o suficiente para que se ela calculasse comcerteza, poderia saltar para a janela a alguns metros acima.Atrás dela, mais perto agora, apressando os passos, os gritos soaram. Eles tiveram que ser rápidos como o inferno para manter o ritmo dela.Bem, malditos.Ela saltou sobre as grades, a pilha tremendo e balançando enquanto ela escalava com cada movimento conciso, rápido e equilibrado. Um movimento errado e ela ficariapresa através da madeira podre, ou derrubaria a coisa toda para o chão. As caixas ge

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meram, mas ela continuou se movendo para cima e para cima e para cima, até que atingiu o topo e pulou para o parapeito da janela destacada.Seus dedos gritavam de dor, cravando o tijolo com tanta força que as unhas quebraram dentro de suas luvas. Ela rangeu os dentes e se puxou, arrastando-se sobre aborda e, em seguida, através da janela aberta. Ela se permitiu dois batimentos cardíacos para se posicionar na cozinha apertada: escura e limpa, uma vela acesa no corredor estreito além. Segurando suas facas, os gritos se aproximando do beco abaixo, ela foi para o corredor.Casa era a casa de alguém, e ela estava levando homens através dela. Ela voou pelo corredor, os pisos de madeira estremecendo sob suas botas. Havia dois quartos, ambos ocupados. Merda. Merda.Três adultos estavam deitados em colchões sujos no primeiro quarto. E mais dois dormiam no outro, um deles pulando de pé quando ela trovejou de passagem.

Fique aí ela sussurrou o único aviso que podia dar antes de alcançar a porta restanteno corredor, a maçaneta travada por uma cadeira. Era cercado de tanta proteção quantoeles podiam encontrar nas favelas.Ela arremessou a cadeira para o lado, enviando-a ruidosamente contra as paredesdo corredor estreito, onde atrasaria seus perseguidores por alguns segundos, pelo menos. Ela escancarou a porta do apartamento, o trinco frágil rompendo-se com um

estalo. Levou meio segundo para arremessar uma moeda de prata atrás dela para pagar pelos danos e por uma fechadura melhor.Havia uma escada comum na frente, os degraus de madeira manchados e apodrecidos. Completamente escuro. Vozes masculinas ecoaram bastante perto, e passos soaramna parte inferior da escada.Aelin tomou as escadas para cima. Subiu e subiu, sua respiração agora como vidro afiado em seus pulmões, até que ela passou do terceiro nível, até as escadas se estreitarem, e...Aelin não se incomodou em fazer silêncio quando bateu a porta do telhado. Os homensjá sabiam onde ela estava. O ar da noite amena sufocava, e ela engoliu-o enquantoexaminava o telhado e as ruas abaixo. O beco dos fundos era muito largo; a ampla rua à sua esquerda não era uma opção, mas... ali.Faça talvez uma visita à seção sudeste dos túneis esta noite. Você pode encontrar a pessoaue está procurandoEla sabia o que ele queria dizer. Outro pequeno presente, uma peça em seu jogo.Com a facilidade de um felino, ela deslizou para baixo do cano de escoamento preso ao lado do edifício. Muito acima, os gritos cresceram. Tinham chegado ao telhado. Ela caiu em uma poça que, sem dúvida, cheirava a urina, e estava correndo antes que o impacto tivesse estremecido plenamente através de seus ossos.Ela correu na direção da grade, caindo de joelhos e deslizando os últimos metros até osdedos segurarem a tampa, e puxou-a aberta. Silenciosa, rápida, eficiente.Os esgotos abaixo estavam misericordiosamente vazios. Ela reprimiu a ânsia contrao fedor já subindo.No momento em que os guardas espiaram por cima da borda do telhado, ela já tinha ido.

Aelin detestava os esgotos. Não porque eles eram imundos, fétidos e cheios de vermes. Eles eram, na verdade, uma maneira conveniente de se locomover de maneira invisível em Forte da Fenda sem perturbações, se se conhecesse o caminho.Ela o odiava desde que fora amarrada e deixada ali para morrer, cortesia de um guarda-costas que não tinha levado tão bem os planos dela de matar seu mestre. Os esgotos tinham inundado, e depois de libertar-se de suas amarras, ela nadara literalmente nadara através da água podre. Mas a saída estava selada, e Sam, por pura sorte, a salvara, mas não antes de ela quase se afogar, engolindo metade do esgoto ao longo do caminho.Levou dias e incontáveis banhos para ela se sentir limpa. E infinitos vômitos.Assim que entrou no esgoto e, em seguida, recolocou a grade acima de sua... pela primeira vez naquela noite, suas mãos tremiam. Mas ela se forçou a engolir o eco do medo e começou a caminhar através dos túneis ao luar.

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Escutando.Na direção sudeste, ela tomou um túnel grande, antigo, uma das principais artérias do sistema. Ele provavelmente estava ali desde que Gavin Havilliard decidira estabelecer sua capital ao longo do Avery. Ela parava de vez em quando para ouvir, mas não havia sinais de seus perseguidores atrás dela.Uma intersecção de quatro túneis diferentes assomava à frente, e ela diminuiu seus passos, segurando suas facas de combate. Os dois primeiras eram iluminados; o terceiro o que iria levá-la direto para o caminho do capitão se ele estivesse no castelo mais escuro, mas largo. E o quarto... sudeste.Ela não precisava dos sentidos feéricos para saber que a escuridão vindo do túnel sudeste não era do tipo habitual. O luar das grades acima não atingia lá. Nenhum ruído vinha de lá, nem mesmo o de ratos correndo.Outro truque de Arobynn ou um presente? Os sons fracos que ela ouvira tinham vindos nessa direção. Mas qualquer trilha morria aqui.Ela caminhou de um lado para o outro diante do ponto onde a luz turva desaparecia na escuridão impenetrável. Silenciosamente, pegou uma pedra caída e atirou na escuridão à frente.Não houve nenhum som de pedra atingindo o chão.

Eu não faria isso se eu fosse você.

Aelin virou-se na direção da voz feminina letal, casualmente reclinando suas facas.A guarda encapuzada do Cofres estava encostada contra a parede do túnel vinte passos atrás dela.Bem, pelo menos um deles estava aqui. Quanto Chaol...Aelin levantou uma faca quando caminhou para a guarda, engolindo cada detalhe.

Aproximar-se furtivamente de estranhos nos esgotos também é algo que eu não aconselharia.Quando Aelin deu mais alguns passos, a mulher ergueu as mãos delicadas, mas com cicatrizes. Sua pele era bronzeada, mesmo na luz pálida dos postes da avenida acima. Se ela conseguiu esgueirar-se até ali, teve de ser treinada em combate ou furto ou ambos. É claro que ela era hábil, se Chaol a levara como guarda-costas para o Cofres. Mas onde ele estava agora?

Salões de diversão de má reputação e esgotos disse Aelin, mantendo suas facas para forocê certamente tem uma boa vida, não é?A jovem se afastou da parede, a cortina de tinta de seu cabelo nas sombras de seu capuz.

Nem todos nós somos abençoados o suficiente para estar na folha de pagamento do rei, campeã.Ela a reconhecera, então. A verdadeira questão era saber se ela contara a Chaol e onde ele estava agora.

Atrevo-me a perguntar por que eu não deveria atirar pedras para baixo nesse túnel?A guarda apontou para o túnel mais próximo atrás dela, brilhante ao ar livre.

Venha comigo.Aelin riu.

Você terá que fazer melhor do que isso.A mulher deu um passo mais perto, o luar iluminando seu rosto delgado sob o capuz. Bonita, séria, e talvez dois ou três anos mais velha.A estranha disse sem rodeios:

Você tem vinte guardas em seu encalço, e eles são astutos o suficiente para começar a procurar aqui embaixo muito em breve. Sugiro que você venha comigo.Aelin estava meio tentada a sugerir que ela fosse para o inferno, mas sorriu aoinvés disso.

Como você me encontrou? ela não se importava; só precisava senti-la um pouco mais. Sorte. Estava fazendo minha patrulha, ouvi a comoção na rua e descobri que você tinha

feito novos amigos. Normalmente, nós temos uma política de atire primeiro, perguntedepois, sobre pessoas vagando nos esgotos.

E quem seria esse nós ? Aelin perguntou docemente.A mulher simplesmente começou a seguir o túnel brilhante, completamente despreocupada com as facas de Aelin ainda desembainhadas. Arrogante e estúpida, então. Você pode vir comigo, campeã, e aprender algumas coisas que provavelmente vai querer saber, ou pode ficar aqui e esperar para ver o que responde a essa pedra que vo

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cê jogou.Aelin pesava as palavras e o que tinha visto e ouvido ao longo daquela noite. Apesar do arrepio na espinha, ela foi atrás da guarda-costas, embainhando suas facas em suas coxas.A cada quarteirão que marchou através do esgoto, Aelin usou a calma para reunir suas forças.A mulher caminhava rápida, mas suavemente para outro túnel, e depois outro. Aelin marcava cada passo, cada característica única, cada grade, formando um mapa mental enquanto se moviam.

Como você me conhece? Aelin perguntou por fim. Eu a vi em torno da cidade meses atrás. O cabelo vermelho, foi por isso que não a id

entifiquei imediatamente no Cofres.Aelin observou-a a partir do canto do olho. A estranha podia não saber quem Chaolrealmente que era. Ele podia ter usado um nome diferente, apesar do que a mulher alegara saber sobre o que quer que fosse, ou estava procurando, pensou Aelin.A mulher disse com aquela a voz letal, calma:

Os guardas a perseguindo porque a reconheceram ou porque você conseguiu a luta que estava tão desesperada para ter no Cofres?Ponto para a estranha.

Por que você não me contou? Sobre os guardas que trabalhara para o capitão Westfall?A mulher riu baixinho. Não, aqueles guardas não respondem a ele.

Aelin reprimiu seu suspiro de alívio, mesmo que mais mil perguntas chacoalhassem em seu crânio.Suas botas esmagaram algo mole demais para ser confortável, e ela reprimiu um estremecimento quando a mulher parou diante da entrada de outro longo túnel, a primeira metade iluminada pelo luar através das grades dispersas. Escuridão não natural vinha da extremidade distante. A quietude predatória se apoderou de Aelin quando ela olhou para a escuridão. Silêncio. Silêncio absoluto.

Aqui disse a estranha, aproximando-se de uma passagem de pedra elevada construídaao lado do túnel. Tola. Tola por expor suas costas assim. Ela nem sequer viu Aelin libertar uma faca.Elas tinham ido longe o suficiente.

A mulher pisou na pequena escada escorregadia que dava para a passarela, seus movimentos de pernas compridas e graciosas. Aelin calculava a distância até as saídas mais próximas, a profundidade do rio de sujeira que atravessa o centro do túnel. Profundido suficiente para despejar um corpo, se for necessário.Aelin armou a faca e colocou-se atrás da mulher, tão perto quanto um amante, e pressionou a lâmina contra a garganta dela.

Capítulo 6 Você tem uma frase Aelin soprou no ouvido da mulher quando pressionou o punhal com

mais força contra o seu pescoço. Uma frase para me convencer a não derramar o seu sangue no chão.A mulher desceu as escadas e, para seu crédito, não foi estúpida o suficiente para buscar armas escondidas em sua lateral. Com as costas contra o peito de Aelin, suas armas estavam além do alcance, de qualquer maneira. Ela engoliu em seco, a garganta roçando a lâmina que Aelin segurava ao longo de sua pele lisa.

Vou levá-la para o capitão.Aelin cravou a faca um pouco mais.

Pouco convincente para alguém com uma lâmina em sua garganta. Há três semanas, ele abandonou sua posição no castelo e fugiu. Para se juntar à nossa ca

a. A causa rebelde.Os joelhos de Aelin ameaçaram parar de funcionar.Ela supôs que deveria ter incluído três partidos em seus planos: o rei, Arobynn e os rebeldes que poderiam muito bem ter contas a acertar com ela depois de ter esviscerado Archer Finn no inverno passado.

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Mesmo assim, Chaol estava trabalhando com eles.Ela se fechou ao pensamento antes que seu impacto abatesse sobre ela.

E o príncipe? Vivo, mas ainda no castelo a rebelde assobiou. Isso é o suficiente para baixar sua

faca?Sim. Não. Se Chaol agora estava trabalhando com os rebeldes... Aelin baixou a faca e deu um passo atrás para dentro de uma piscina de luar que vinha de uma grade acima.A rebelde girou e pegou uma de suas facas. Aelin estalou a língua. Os dedos da mulher fizeram uma pausa no punho bem polido.

Eu decido poupá-la, e é assim que você me retribui? Aelin perguntou, puxando o capuz para trás. Eu particularmente não sei por que estou surpresa.A rebelde largou a faca e tirou seu próprio capuz, revelando o bonita e bronzeadorosto solene e totalmente desprovido de medo. Seus olhos escuros fixos em Aelin. Aliada ou inimiga?

Diga-me por que veio aqui disse a rebelde em voz baixa. O capitão diz que você estánosso lado. No entanto, você se escondeu dele no Cofres esta noite.

Aelin cruzou os braços e encostou-se à parede de pedra úmida atrás dela. Vamos começar com você me dizendo o seu nome.

Meu nome não é da sua conta.Aelin arqueou uma sobrancelha. Você exige respostas, mas se recusa a me dar outra em troca. Não me admira que o cap

itão tenha-lhe feito esperar na reunião. É difícil de jogar o jogo quando você não conheces regras.

Eu ouvi o que aconteceu neste inverno. Que você foi para o armazém e matou tantos de nós. Você abateu os rebeldes, meus amigos a máscara de calma não fez mais do que recuar. E ainda assim supõe-se que devo acreditar que você estava do nosso lado o tempo todo. Perdoe-me se não sou franca com você.

Eu não deveria matar as pessoas que sequestram e atacam meus amigos? Aelin devolveu suavemente. Eu não deveria reagir com violência quando receber bilhetes ameaçando matar meus amigos? Devo supor e acreditar que tinham boa fé, ameaçando o meu querido amigo de ser assassinado? ela se afastou da parede, indo em direção à mulher. Você gostia que eu pedisse desculpas? Devo rastejar de joelhos por isso? O rosto da rebelde não mostrou nada, fosse por treinamento ou frieza genuína. Aelin bufou. Eu pensei assim. Então, por que você não me leva para o capitão e deixa a besteira hipócrita para mais tarde?A mulher olhou para a escuridão mais uma vez e balançou a cabeça ligeiramente.

Se você não tivesse colocado uma lâmina na minha garganta, eu teria lhe dito que chegamos. Ela apontou para o túnel à frente. Seja bem-vinda.Aelin refletiu sobre bater a mulher na parede molhada e imunda apenas para lembrá-la exatamente quem era a campeã do rei, mas logo as respirações irregulares soaram emseus ouvidos, vindas daquela escuridão. Respiração e sussurros humanos.Botas batendo contra a pedra, mais sussurros baixos ordens apressadas vindo de vozes que ela não reconheceu, e tranquila agora, e...Aelin sentiu os músculos travando quando uma voz masculina sussurrou:

Nós temos vinte minutos até os navios. Mexam-se.Ela conhecia aquela voz.Mas ela ainda não podia se preparar para o impacto total de ver Chaol Westfall cambaleando para fora da escuridão no fim do túnel, segurando um homem muito magro e mole entre ele e um companheiro, outro homem armado guardando suas costas.Mesmo à distância, os olhos do capitão travaram nos de Aelin. Ele não sorriu.

Capítulo 7Havia duas pessoas feridas no total, uma entre Chaol e seu companheiro, o outroapoiado entre dois homens que ela não conhecia. Três outros, dois homens e outra mulher guardava a parte traseira.A rebelde os cumprimentou com um olhar. Uma amiga.Aelin segurou cada um dos seus olhares enquanto se apressavam em direção a ela, as armas para fora. Sangue estava espalhado em todos eles sangue vermelho e sangue negro que ela conhecia muito bem. E as duas pessoas quase inconscientes...

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Ela também conhecia a aparência seca, emagrecida. O vazio em seus rostos. Ela chegara demais com os de Wendlyn. Mas de alguma forma, Chaol e seus aliados resgataram esses dois. Seu estômago virou. Patrulha a jovem a seu lado tinha patrulhado o caminho à frente, para se certificar de que este resgate era seguro.Os guardas nesta cidade não foram corrompidos apenas por valgs comum, como Arobynn sugerira.Não, havia pelo menos um príncipe valg aqui. Nesses túneis, se a escuridão era qualquerindicador.Droga. E tinha sido Chaol Chaol fez uma pausa longa o suficiente para um companheiro intervir para ajudar a levar o homem ferido para longe. Então, ele estava caminhando pela frente. A vinte passos agora. Quinze. Dez. Sangue escorria a partir do canto de sua boca e seu lábio inferior estava aberto. Eles abriram caminho.

Explique ela murmurou para a mulher ao seu lado. Não é o meu dever foi a resposta da mulher.

Ela não se preocupou em devolver. Não com Chaol agora na frente dela, os olhos de bronze arregalados enquanto observava o sangue na própria Aelin.

Você foi ferida? sua voz estava rouca.Aelin silenciosamente balançou a cabeça. Deuses. Deuses. Sem a capa, agora ela podia ver suas feições.

Ele estava exatamente como ela se lembrava robustamente bonito, o rosto talvez um pouco mais magro e barba por fazer, mas ainda era Chaol. Ainda assim, o homemque ela veio a amar, antes... agora tudo tinha mudado.Havia tantas coisas que ela tinha pensado que diria ou faria, ou sentiria.A cicatriz branca delgada em sua bochecha. Que ela tinha lhe dado, na noite queNehemia tinha morrido, quando tentou matá-lo.O teria matado se Dorian não a tivesse parado.Mesmo assim, ela entendia o que Chaol tinha feito, a quem escolhera, que quebrara entre eles. Era a única coisa que ela não podia esquecer, não podia perdoar.Sua resposta silenciosa pareceu suficiente para o capitão. Ele olhou para a mulher ao lado Aelin a sua batedora. Com um olhar, ela relataria a ele. Como se ele liderasse.

O caminho à frente está limpo. Atenha-se aos túneis orientais disse ela.Chaol assentiu. Mantenham-se em movimento ele falou para os outros, que agora o alcançaram. Eu osalcanço em um momento. Sem hesitações e sem suavidade, tampouco. Como se ele tivesse feito isso centenas de vezes.Eles estavam sem palavras, mas continuaram através dos túneis, lançando olhares a Aelin enquanto passavam.Somente a jovem permanecia. Assistindo.

Nesryn disse Chaol, o próprio nome como uma ordem.Nesryn encarou Aelin, analisando, calculando.Aelin deu-lhe um sorriso preguiçoso.

Faliq Chaol rosnou, e a mulher moveu seus olhos meia-noite para ele.Se o sobrenome de Nesryn não entregasse a sua herança, aqueles olhos, ligeiramente inclinados nos cantos e levemente delineados com kohl, revelava que pelo menos um de seus pais vinha do continente sul. Interessante que a mulher não tentasse escondê-lo, que ela escolhesse usar o kohl, mesmo em uma missão, apesar das políticas de Forte da Fenda para os imigrantes não tão amigáveis.Chaol empurrou o queixo em direção a seus companheiros de fuga.

Vá para as docas. É mais seguro ter um de nós aqui mais uma vez aquela voz firme, letal. Ajude-os a chegar às docas, em seguida, leve o inferno de volta para o distrito de

artesãos. Seu comandante da guarnição notará se você estiver atrasada.Nesryn olhou Aelin de cima a baixo, sua expressão séria nunca mudando.

Como saberemos que ela não veio para cá sob as ordens dele?Aelin sabia muito bem o que ela queria dizer. Ela piscou para a jovem.

Se eu tivesse vindo aqui sob ordens do rei, Nesryn Faliq, você teria sido morta minutos atrás.Sem sombra de dúvidas, nenhum indício de medo. A mulher poderia apostar o seu dinheiro com Rowan pela pura frieza.

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Pôr do sol de amanhã disse Chaol bruscamente para Nesryn.A jovem fitou-o, ombros apertados, antes de se dirigir para o túnel. Movia-se como água, Aelin pensou.

Vá Aelin falou para Chaol, sua voz fina. Você deveria ir ajudá-los. Ou o que querele estivesse fazendo.A boca ensanguentada de Chaol formou uma linha fina.

Eu vou. Em um momento. Sem convite para ela entrar. Talvez ela devesse ter se oferecido. Você voltou ele falou. Seu cabelo estava mais longo e desgrenhado do que tinha sido meses atrás. Essa é uma armadilha para Aedion.

Eu sei sobre Aedion. Deuses, o que ela poderia dizer?Chaol acenou de longe, piscando.

Você... você está diferente.Ela tocou seu cabelo vermelho.

Obviamente. Não ele disse, dando um passo mais perto, mas apenas um. Seu rosto. A maneira como

você está. Você... ele inclinou a cabeça, olhando para a escuridão de que tinham acabadde fugir. Ande comigo.Ela o fez. Bem, foi mais como um andar rápido que mais podia ser uma corrida. À fren

te, ela podia apenas distinguir os sons de seus companheiros apressados através dos túneis.Todas as palavras que ela queria dizer correram ao redor em sua cabeça, lutando para sair, mas ela as empurrou de volta por mais um momento.Amo você, foi o que ele tinha dito no dia em que ela partiu. Ela lhe respondera com um Desculpe.

Uma missão de resgate? ela perguntou, olhando para trás.Sem sussurro de perseguição.Chaol grunhiu de confirmação.

Antigos portadores de magia estão sendo caçados e executados novamente. Os novos guardas do rei os trazem para dentro dos túneis e os mantêm até que seja hora da execução. Eles gostam da escuridão, parecem prosperar sobre ela.

Por que não as prisões? elas eram escuras o suficiente, mesmo para o valg. Público demais. Pelo menos para o que fazem com eles antes que elas sejam executadas.

Um arrepio serpenteou por sua espinha. Será que eles usam anéis negros? Um aceno de cabeça. Seu coração quase parou. Eu não

rto quantas pessoas eles levam para dentro dos túneis. Não vá de novo.Chaol deu uma risada curta.

Não é uma opção. Nós vamos porque somos os únicos que podem.Os esgotos começaram a cheirar a sal. Eles tinham que estar se aproximando do Avery, se ela tivesse contado corretamente as voltas.

Explique. Eles não percebem ou realmente se preocupam com a presença de seres humanos ordinários

, somente as pessoas com magia em sua linhagem. Mesmo portadores latentes ele olhou de soslaio para ela. Foi por isso que eu mandei Ren para o norte, para sairda cidade.Ela quase tropeçou em uma pedra solta.

Ren... Allsbrook?Chaol balançou a cabeça lentamente. O chão balançou sob seus pés. Ren Allsbrook. Outra criança de Terrasen. Ainda vivo. Vivo.

Ren é a razão por nós sabermos disso em primeiro lugar disse Chaol. Nós entramos emos seus ninhos. Eles olharam bem para ele. Ignoraram Nesryn e eu inteiramente. Nós mal saímos. Eu o mandei para Terrasen, para reunir os rebeldes no dia seguinte. Ele não estava muito feliz com isso, acredite em mim.Interessante. Interessante, e totalmente insano.

Essas coisas são demônios. O valg. E eles... Sugam a sua vida, se alimentam de você, até que fazem um show de execução? Não é uma piada ela retrucou.Seus sonhos eram assombrados pelas mãos desses príncipes valg, enquanto eles aliment

avam-se dela. E a cada vez ela despertava com um grito nos lábios, procurando um g

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uerreiro feérrico que não estava ali para lembrá-la do que eles fizeram, do que sobreviveram.

Eu sei que não é disse Chaol. Os olhos dele foram para onde Goldryn despontava por cima de seu ombro. Nova espada?Ela assentiu com a cabeça. Havia talvez apenas um metro entre eles agora um metroe meses de saudade e ódio. Meses de rastejar para fora do abismo em que ele a empurrou. Mas agora que ela estava aqui...Tudo era um esforço para não dizer que estava arrependida. Desculpar-se não pelo o que fizera em seu rosto, mas pelo fato de que seu coração havia se curado ainda meio fraturado em alguns pontos, mas curou-se e ele... não estava nele. Não como uma vez esteve.

Você descobriu quem eu sou ela falou, consciente da distância que separava seus companheiros à frente.

No dia em que você foi embora.Ela observou a escuridão atrás deles por um momento. Tudo limpo.Ele não se moveu para mais perto não parecia de todo inclinado a segurá-la ou beijá-la ou até mesmo tocá-la.À frente, os rebeldes desviaram em um túnel menor, que ela conhecia e levava diretamente para as docas em ruínas nas favelas.

Eu peguei Ligeirinha disse ele depois de um momento de silêncio.Ela tentou não expirar muito alto. Onde ela está? Segura. O pai de Nesryn possui algumas padarias populares em Forte da Fenda, e f

ez bem o suficiente para ter uma casa de campo nas montanhas fora da cidade. Ele disse que seu pessoal cuidaria dela em segredo. Ela parecia mais do que feliz assustando as ovelhas, por isso, desculpe, eu não poderia mantê-la aqui.

Eu entendo ela respirou. Obrigada. Ela inclinou a cabeça. A filha de um dono derras é uma rebelde?

Nesryn está na guarda da cidade, mesmo contra os desejos do pai. Eu a conheço há anos.Isso não respondeu a pergunta.

Ela é confiável? Como você mesma falou, nós todos já estaríamos mortos se ela estivesse aqui sob as orden

s do rei. Certo. Ela engoliu em seco, embainhando suas facas e tirando as luvas, apenas porque dava-lhe algo para fazer com as mãos. Mas, em seguida, Chaol olhou o dedo vazio onde o anel de ametista tinha estado antes. A pele estava encharcada com o sangue que havia se infiltrado entre o tecido, alguns vermelhos, alguns em preto e fedendo.Chaol olhou para que o dedo vazio e quando seus olhos subiram para os dela novamente, ficou difícil respirar.Ele parou na entrada do túnel estreito. Longe o suficiente, ela percebeu. Ele a levou até onde estava disposto a permitir que ela seguisse.

Eu tenho muito a dizer ela começou antes que ele pudesse falar. Mas acho que prefiro ouvir a sua história primeiro. Como você chegou aqui; o que aconteceu com Dorian. E Aedion. Tudo isso. E por que você estava com Arobynn esta noite.A ternura hesitante em seu rosto endureceu e um desagradável frio tomou seu lugar seu coração rachou um pouco ao vê-lo. O que ele tinha a dizer não seria agradável.Mas ele apenas falou:

Encontre-me em quarenta minutos e nomeou um endereço nas favelas. Tenho que lidarcom isso primeiro.Ele não esperou por uma resposta antes de correr pelo túnel atrás de seus companheiros.Aelin o seguiria de qualquer maneira.

Aelin assistiu de um telhado, acompanhando das docas da favela quando Chaol e seus companheiros se aproximaram do pequeno barco. A tripulação não se atreveu a ancorar, somente amarrou o barco nas tábuas podres por tempo suficiente para que os rebeldes passassem as vítimas flácidas nos braços dos marinheiros que esperavam. Em seguida

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, foram remando com agilidade para fora na curva escura do Avery, onde um naviomaior esperava.Ela observou Chaol falar rapidamente aos rebeldes, Nesryn persistente quando ele terminou. A discussão, sobre algo que ela não podia ouvir, foi rápida e, em seguida,o capitão caminhava sozinho, Nesryn e os outros seguindo na direção oposta sem sequerolhar para trás.Chaol andou um quarteirão antes de Aelin silenciosamente cair ao lado dele. Ele nãovacilou. Eu deveria conhecê-la melhor.

Realmente devia.A mandíbula de Chaol se apertou, mas ele continuou andando mais para dentro das favelas.Aelin examinou a noite escura, as ruas adormecidas. Alguns moleques de rua passaram correndo, e ela olhou-os de baixo de sua capa, imaginando que estavam na folha de pagamento da Arobynn e poderiam relatar-lhe que ela estava a quarteirões dedistância de sua antiga casa. Não havia nenhum motivo em tentar esconder seus movimentos, ela não o queria, de qualquer maneira.As casas aqui estavam caindo aos pedaços, mas não destruídas. O que quer que as famílias da classe trabalhadora que moravam ali fizessem, tentavam o seu melhor para man

tê-las em forma. Dada a sua proximidade ao rio, eles provavelmente tinham ocupações como pescadores, estivadores e talvez o ocasional escravo a serviço de seu mestre. Mas nenhum sinal de problema a não ser vagabundos, cafetões ou ladrões que estavam à espreita.Quase charmoso, para as favelas.

A história não é a mais agradável possível o capitão começou finalmente.

Aelin deixou Chaol falar enquanto eles caminhavam pelas favelas, e ele quebrou seu coração.Ela manteve a boca fechada quando ele lhe contou como conheceu Aedion e trabalhou com ele, e então como o rei capturara e interrogara Aedion e Dorian. Foi um esforço considerável se segurar para não balançar o capitão e perguntar como ele poderia ter sido tão imprudente e estúpido e demorado tanto tempo para agir.Então Chaol chegou à parte onde Sorscha foi decapitada, cada palavra mais baixa e mais entrecortada do que a última.Ela nunca soubera o nome da curandeira em todas as vezes que a mulher tinha remendado-a e costurado-a.Para Dorian perdê-la... Aelin engoliu em seco.E ficou ainda pior.Muito pior, quando Chaol explicou o que Dorian tinha feito para tirá-lo do castelo. Ele se sacrificou, revelando o seu poder para o rei. Ela tremia tanto que enfiou as mãos nos bolsos e apertou os lábios para trancar as palavras.Mas elas dançaram em seu crânio de qualquer maneira, ao redor e ao redor.Você devia ter tirado Dorian e Sorscha de lá no dia o rei massacrou aqueles escravos. Não aprendeu nada com a morte de Nehemia? Será que de alguma forma acha que poderia ganhar com a sua honra intacta, sem sacrificar alguma coisa? Você não deveria tê-lodeixado; como pôde deixá-lo enfrentar o rei sozinho? Como você pôde como você pôde como voe?A tristeza nos olhos de Chaol a impedia de falar.Ela respirou quando ele se calou, dominou a raiva e a decepção e o choque. Levou trêsquarteirões antes que pudesse pensar direito.Sua ira e suas lágrimas não seriam de serventia. Seus planos mudariam de novo, mas não muito. Libertar Aedion, recuperar as chaves de Wyrd... Ela ainda podia fazê-los.Endireitou os ombros. Eles estavam a poucos quarteirões de seu antigo apartamento.Pelo menos ela poderia ter um lugar para ficar quieta, se Arobynn não tivesse vendido o imóvel. Ele provavelmente teria zombado dela sobre o que ele tinha, ou talvez deixasse para encontrá-lo com um novo proprietário. Ele adorava surpresas como essa.

Então agora você está trabalhando com os rebeldes ela falou para Chaol. Ou liderando-

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s, pelo o que parece. Há alguns de nós no comando. Meu território abrange as favelas e as docas existem outr

os responsáveis por diferentes partes da cidade. Nós nos reunimos tão frequentemente quando ousamos. Nesryn e alguns dos guardas da cidade têm sido capazes de entrar em contato com alguns dos meus homens. Ress e Brullo, principalmente. Eles estão procurando maneiras de libertar Dorian. E Aedion. Mas esse calabouço é impenetrável, e eles estão vigiando os túneis secretos. Nós só entramos em seu ninho esta noite pelo esgoto porque recebemos a notícia de Ress de que havia alguma grande reunião no palácio. Acontece que eles tinham deixado mais sentinelas por trás do que tínhamos previsto.O castelo era impenetrável, a menos que ela aceitasse a ajuda de Arobynn. Outra decisão. Para o dia seguinte.

O que você ouviu sobre Dorian desde que fugiu?Um lampejo de vergonha brilhou em seus olhos bronze. Ele havia fugido, no entanto. Deixara Dorian nas mãos de seu pai.Ela apertou os dedos em punhos para evitar bater a cabeça dele na parede. Como ele podia ter servido aquele monstro? Como ele podia não ter enxergado, não ter tentado matar o rei em qualquer momento que esteve próximo dele?Ela esperava que o que quer que o pai de Dorian tivesse feito para ele, qualquer que fosse sua punição, o príncipe soubesse que ele não era o único de luto. E depois ela

contaria a Dorian, ela o deixaria saber, quando ele estivesse pronto para ouvir, que ela entendia e que seria difícil e longo e doloroso, mas ele podia viver comisso, com a perda. Quando o fizesse, com a magia crua dele, livre como a dela nãoera... isso poderia ser fundamental para derrotar o valg.

O rei não puniu Dorian publicamente disse Chaol. Nem mesmo o prendeu. Tanto quanto nós podemos dizer, ele ainda está participando de eventos, e a execução será em sua festa de aniversário.Aedion oh, Aedion. Ele sabia quem ela era, o que ela havia se tornado, mas Chaol não tinha sugerido que seu primo cuspiria em seu rosto no momento em que se pusesse os olhos nela. Ela não se importaria com isso até que Aedion estivesse seguro, atéque ele estivesse livre.

Então, nós temos Ress e Brullo dentro, e os olhos sobre as muralhas do castelo Chaol continuou. Eles dizem que Dorian parece estar se comportando normalmente, mas seu comportamento é afastado. Mais frio, mais distante, mas isso é de se esperar após o acontecido com Sorscha...

Será que o viram usando um anel preto?Chaol estremeceu.

Não, não um anel havia algo em seu tom que a fez olhar para ele, e a fez ter a impressão de que ela não gostaria de ouvir suas próximas palavras. Chaol: Mas um dos espiõesalegou que Dorian tem um binário de pedra preta em volta do pescoço.Um colar de pedra de Wyrd.Por um momento, tudo que Aelin conseguia fazer era olhar para Chaol. Os edifícioscircundantes a pressionavam, um poço gigante abrindo-se sob os paralelepípedos pelaqual ela caminhava, ameaçando engoli-la inteira.

Você está pálida disse Chaol, mas ele não fez nenhum movimento para tocá-la.Bom. Ela não estava totalmente certa de que poderia lidar com ser tocada sem rasgar seu rosto fora.Mas ela respirou, recusando-se a deixar a enormidade do que havia acontecido com Dorian abatê-la pelo menos por agora.

Chaol, eu não sei o que dizer sobre Dorian, e Sorscha, e Aedion. Sobre você estar aqui ela fez um gesto para as favelas ao redor deles.

Apenas me conte o que aconteceu com você todos esses meses.Ela contou. Ela falou o que tinha acontecido em Terrasen há dez anos, e o que tinha acontecido com ela em Wendlyn. Quando chegou aos príncipes valg, não contou a elesobre s colares, porque ele já parecia ruim. E ela não contou sobre a terceira chave de Wyrd somente que Arobynn havia roubado o amuleto de Orynth, e ela o queria de volta.

Então agora você sabe por que estou aqui, o que eu fiz, e o que pretendo fazer.Chaol não respondeu por um quarteirão inteiro. Ele ficara em silêncio por todo o caminho. Ele não tinha sorrido.Havia tão pouco do capitão que ela viera a gostar quando ele finalmente encontrou se

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u olhar, os lábios numa linha fina. Então você está aqui sozinha. Eu disse a Rowan que seria mais seguro para ele permanecer em Wendlyn. Não ele disse um pouco bruscamente, encarando a rua em frente. Quero dizer, você vol

tou, mas sem um exército. Sem aliados. Você voltou de mãos vazias.De mãos vazias.

Eu não sei o que você esperava. Você... Você me mandou para Wendlyn. Se queria que eu voltasse com um exército, deveria ter sido um pouco mais específico. Eu a mandei para lá para sua segurança, para que pudesse ficar longe do rei. E assim que percebi quem você era, como eu poderia não supor que você correria para os seus primos, e Maeve...

Você não estava ouvindo nada do que falei? Sobre como é Maeve? Os Ashryver acenaram chamaram, e se Maeve não enviou ajuda antes, não vai enviar agora.

Você nem sequer tentou ele fez uma pausa em uma esquina deserta. Se o seu primo Galan ajuda a furar os bloqueios...

Meu primo Galan não é da sua conta. Você sequer entende o que eu enfrentei? Você entende o que foi para nós aqui? Enquanto você estava fora brincando com a magia,

passeando por aí com o seu príncipe das fadas, entende o que aconteceu comigo, ou com Dorian? Entende o que está acontecendo todos os dias nesta cidade? Porque suas

travessuras em Wendlyn podem muito bem ter sido a causa de tudo isso.Cada palavra era como uma pedrada em sua cabeça. Sim, sim, talvez, mas... Minhas travessuras? Se você não tivesse sido tão dramática sobre isso, não tivesse ostentado sua derrota sob

Narrok e praticamente gritavo para o rei que estava de volta, ele nunca teria nos chamado para aquele encontro...

Você não pode me culpar por isso. Por suas ações ela cerrou os punhos enquanto o olhavrealmente olhava para ele, para a cicatriz que a lembraria para sempre do que ele tinha feito e que não poderia perdoar.

Então pelo que eu devo culpá-la? ele exigiu, e ela começou a andar novamente, seus passos rápidos e precisos. Alguma coisa?Ele não podia querer dizer aquilo não queria dizer aquilo de verdade.

Você está procurando coisas para me culpar? Como sobre a queda dos reinos? A perda da magia? O segundo disse ele através dos dentes pelo menos eu sei, sem dúvida, que não é obra.Ela parou de novo.

O que você disse?Seus ombros encolheram-se. Isso era tudo o que ela precisava ver para saber queele tinha planejado ocultar isso dela. Não de Celaena, sua antiga amiga e amante,mas de Aelin rainha de Terrasen. Uma ameaça. O que quer que esta informação sobre magia fosse, ele não tinha planejado contar a ela.

O que, exatamente, você aprendeu sobre a magia, Chaol? ela perguntou muito calmamente. Ele não respondeu. Conte-me.Ele balançou a cabeça, uma lacuna nos postes sombreando seu rosto.

Não. Sem chance. Não quando você é tão imprevisível.Imprevisível. Era uma misericórdia, supôs, que a magia tenha sido realmente sufocada ali, ou então ela poderia ter transformado a rua ao seu redor em cinzas, só para mostrar-lhe quão muito previsível ela era.

Você encontrou uma maneira de libertá-la, não é? Você sabe.Ele não tentou fingir o contrário.

Ter a magia livre resultaria apenas em caos, o que pioraria as coisas. Talvez tornasse mais fácil para esses demônios encontrarem e se alimentarem de mágicos ativos.

Você pode muito bem se arrepender dessas palavras quando ouvir o resto do que tenho a dizer ela sussurrou, furiosa e com algo rugindo dentro dela. Ela manteve sua voz baixa o suficiente para que ninguém por perto pudesse ouvir enquanto continuava. Esse colar Dorian está usando, deixe-me contar o que ele faz, e vamos ver se você se recusa a me dizer, então, se descarta o que venho fazendo nos últimos meses com cada palavra, com o rosto ainda sem cor. Uma pequena parte má dela se divertia com isso. Eles têm como alvo pessoas que possuíram magia, alimentando-se do poder em seu sangue. Eles drenam a vida daqueles que não são compatíveis para suportar um demônio

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valg. Ou, considerando o novo passatempo favorito de Forte da Fenda, basta executá-los para angariar medo. Eles alimentam-se de medo, miséria ou desespero. É como vinho para eles. O menor valg pode aproveitar do corpo de um mortal através desses anéis pretos. Mas a toda civilização, caramba ela disse é dividida em hierarquias como a nossa. E os seus príncipes querem vir para nosso mundo muito, muito mal. Então o reiusa colares. Colares pretos com pedras de Wyrd ela não achava que Chaol estava respirando. Os colares são mais fortes, capazes de ajudar os demônios a permanecer dentro de corpos humanos, enquanto eles devoram a pessoa e o poder que elas contêm. Narrok tinha um dentro dele. Ele me pediu no fim para matá-lo. Nada mais poderia. Eu testemunhei monstros que você não pode começar a imaginar tomar um deles e falhar. Só chama, ou decapitações acabam com eles. Então veja ela terminou considerando-se os dons que tenho, você vai descobrir que quer me dizer o que sabe. Eu poderia ser a únicapessoa capaz de libertar Dorian, ou pelo menos dar-lhe a misericórdia de matá-lo. Se ele estiver mesmo lá.As últimas palavras tiveram um gosto tão horrível quanto soaram. Chaol balançou a cabeça.Uma vez. Duas vezes. E ela poderia ter se sentindo mal pelo pânico, pela tristezae desespero em seu rosto. Até que ele disse:

Será que nem ocorreu a você enviar um aviso? Permitir que qualquer um de nós soubessesobre os colares do rei?

Foi como se um balde de água tivesse sido despejado sobre ela. Ela piscou. Ela poderia ter avisado poderia ter tentado. Mais tarde, ela tinha que pensar sobre isso mais tarde.

Isso não importa ela falou. Agora, nós precisamos ajudar Aedion e Dorian. Não há nenhum nós ele soltou o Olho de Elena de seu pescoço e atirou-o para ela. O c

rilhou sob a luz dos postes enquanto voava entre eles. Ela o pegou com uma mão, ometal quente contra a sua pele. Ela não olhou para ele antes de deslizá-lo em seu bolso. Ele continuou: Não há um nós faz um tempo, Celaena...

É Aelin agora ela retrucou tão alto quanto ousou. Celaena Sardothien não existe mais Você ainda é a mesma assassina de quando partiu. Voltou somente quando foi útil para v

ocê.Foi um esforço não enfiar o punho em seu nariz. Em vez disso, ela puxou o anel de prata e ametista do bolso e pegou sua mão, colocando-a na palma enluvada.

Por que você se encontrou com Arobynn Hamel esta noite? Como... Isso não importa. Diga-me por que. Eu queria a ajuda dele para matar o rei. Você está louco? Você disse isso a ele? Aelin exclamou. Não, mas ele adivinhou. Eu estava tentando me encontrar com ele por uma semana ago

ra, e esta noite ele me chamou. Você é um tolo por ir.

Ela começou a andar novamente. Permanecer em um só local, mesmo deserta, não era sensato.Chaol a acompanhou.

Não vejo quaisquer outros assassinos oferecendo seus serviços.Ela abriu a boca, logo a fechou. Ela fechou os dedos, em seguida, endireitou-osum por um.

O preço não será de ouro ou favores. O preço será a última coisa que você vê chegando. Pente a morte ou sofrimento das pessoas que você gosta.

Acha que eu não sabia disso? Então você quer a ajuda de Arobynn para matar o rei, e o quê? Colocar Dorian no trono?

Com um demônio valg dentro dele? Eu não sabia disso até agora. Mas isso não muda nada. Isso muda tudo. Mesmo se você conseguir tirar o colar, não há nenhuma garantia de que

o valg não tenha se enraizado dentro dele. Você pode substituir um monstro por outro.

Por que você não diz aonde está querendo chegar, Aelin? ele sussurrou seu nome apenasalto o suficiente para ela ouvir.

Você pode matar o rei? Quando tudo isso vir abaixo, você matará o seu rei? Dorian é meu rei.Foi um esforço para não vacilar.

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Semântica. Ele matou Sorscha. Ele matou milhões antes dela talvez um desafio, talvez outra questão.

Os olhos dele queimavam. Preciso ir. Vou me encontrar Brullo em uma hora. Vou com você disse ela, olhando para o castelo de vidro elevando-se sobre a porção nor

deste da cidade. Talvez ela aprendesse um pouco mais sobre o que o mestre de armas sabia sobre Dorian. E como ela poderia ser capaz de vingar sua amiga. O sangue dela gelou lentamente.

Não, você não vai Chaol respondeu. Sua cabeça virou para ele. Se você estiver lá, teresponder muitas perguntas. Eu não vou comprometer Dorian para satisfazer a sua curiosidade.Ele continuou andando em linha reta, mas ela virou a esquina com um encolher deombros apertados.

Faça o que quiser.Percebendo que ela estava indo embora, ele parou.

E o que você vai fazer?Demasiada suspeita naquela voz. Ela parou e arqueou uma sobrancelha.

Muitas coisas ela o interrompeu com uma risada. Você se recusou a compartilhar sua

s informações, capitão. Acho que seja razoável para mim reter as minhas. Ela voltou a caminhar em direção a seu antigo apartamento. Capitão não.

Ela olhou por cima do ombro, estudando-o novamente. O que aconteceu com sua espada?

Seus olhos eram ocos. Eu perdi Ah. Então, é lorde Chaol, então? Apenas Chaol.

Por um segundo, ela teve pena dele, e parte dela desejava que pudesse ser mais gentil, ter mais compaixão.

Não há como deixar Dorian de fora. Não há como salvá-lo. Com o inferno que não há. Você deveria considerar melhor outros candidatos para colocar no trono... Não termine a frase seus olhos estavam arregalados, sua respiração irregular.

Ela havia dito o suficiente. Ela moveu os ombros, fogo em seu temperamento. Com minha magia, eu poderia ajudá-lo, poderia tentar encontrar uma maneira de libe

rtá-lo.Mas muito provavelmente matá-lo. Ela não admitiria isso em voz alta. Não até que ela pudesse vê-lo por si mesma.

E depois? perguntou Chaol. Você vai manter todos de Forte da Fenda reféns do jeito que fez em Doranelle? Queimar qualquer um que não concordar com você? Ou será que vai incinerar o nosso reino por despeito? E as outras pessoas como você, que sentem que têm contas a acertar com Adarlan? ele bufou um riso amargo. Talvez nós sejamos melhores sem magia. Talvez a magia não torne as coisas justas para nós, meros mortais.

Justo? Você acha que alguma parte disto é justo? Magia deixa as pessoas perigosas. A magia salvou sua vida algumas vezes agora, se bem me lembro. Sim ele respirou você e Dorian, e sou grato por isso. Mas onde estão os controles co

ntra o seu tipo? Ferro? Não é muito impedimento, é? Uma vez que a magia esteja permitida, quem impedirá os monstros de saírem novamente? Quem vai impedir você?Uma lança de gelo atravessou seu coração.Monstro.Ela realmente tinha sido o horror e repulsa que viu em seu rosto naquele dia, quando revelou sua forma feérica no outro mundo, o dia que ela tinha abrira a terrae invocou fogo para salvá-lo, para salvar Ligeirinha. Sim, sempre precisariam de medidas contra qualquer tipo de poder, contra um... Monstro.Ela desejou que ele a golpeasse uma vez.

Então Dorian pode ter magia. Você pode entrar em acordo com o poder dele, e ainda assim o meu poder é uma abominação para você? Dorian nunca matou ninguém. Dorian não estripou Archer Finn nos túneis ou torturou e m

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or ele. Poucos meses depois, ele não se sentiu particularmente mal quando foi para Endovier e parou de vê-la. Ele nunca disse a Dorian, ou a Aelin. E quando ele correu com Nesryn há três semanas em um dos encontros rebeldes, ela não parecia guardar rancor.

Você parece um homem que levou um soco nas bolas falou, finalmente.Ele moveu um olhar em sua direção. E porque ele realmente se sentisse assim, porquetalvez ele estivesse novamente se sentindo um pouco abalado e imprudente, ele contou a ela o que tinha acontecido. Quem tinha acontecido com ele.Ele confiava nela, no entanto. Nas três semanas que passaram lutando e sobrevivido juntos, ele não teve escolha a não ser confiar nela. Ren confiara nela. No entanto, Chaol ainda não contara a Ren quem Celaena realmente era antes de ele partir. Talvez ele devesse saber. Se ele soubesse que ela voltaria assim, agiria desta forma, supôs que Ren saberia por quem estava arriscando sua vida. Supôs que Nesryn merecia saber também.Nesryn inclinou a cabeça, seu cabelo brilhando como seda preta.

Campeã do rei e Aelin Galathynius. Impressionante.Ele não precisava se preocupar em pedir a ela para manter segredo. Ela sabia exatamente quão preciosa aquela informação era. Ele não lhe pedira para ser sua segunda em comando para nada.

Eu deveria estar lisonjeada por ela segurar uma faca em minha garganta.Chaol olhou novamente para o anel. Ele devia derretê-lo, mas o dinheiro era escasso. Ele já utilizara até muito do que retirara da tumba.E ele agora precisava mais do que nunca. Agora que Dorian estava...Estava...Dorian tinha ido embora.Celaena Aelin mentira sobre muitas coisas, mas não teria mentido sobre Dorian. E ela podia ser a única pessoa capaz de salvá-lo. Mas se ela tentasse matá-lo, em vez...Ele afundou na cadeira, olhando fixamente para os mapas e planos que tinha montado. Tudo tudo era por Dorian, por seu amigo. Por si mesmo, ele não tinha mais nada a perder. Ele não era nada mais do que um quebrador de juramentos sem nome, um mentiroso, um traidor.Nesryn deu um passo em direção a ele. Havia pouca preocupação em seu rosto, mas ele nunca esperara nada dela. Nunca quis isso. Talvez porque apenas ela entendesse o que era enfrentar a desaprovação de um pai para seguir o seu próprio caminho. Mas enquanto o pai de Nesryn acabou por aceitar a sua escolha, o de Chaol... Ele não queria pensar sobre seu pai agora, não quando Nesryn disse:

O que ela alegou sobre o príncipe... Isso não muda nada. Parece que isso muda tudo. Incluindo o futuro deste reino. Basta deixá-lo cair.

Nesryn cruzou os braços finos. Ela era magra o suficiente para que a maioria dos adversários subestimasse seu próprio infortúnio. Esta noite, ele a viu rasgar em um desses soldados valg como se ela estivesse desentranhando um peixe.

Acho que você está deixando a sua história pessoal ficar no caminho ao considerar cada rota.Ele abriu a boca para protestar. Nesryn levantou uma sobrancelha bem cuidada e esperou. Talvez ela tivesse se exaltado apenas agora.Talvez tivesse sido um erro de se recusar a dizer a Aelin como libertar a magia. E se isso lhe custasse Dorian no processo...Ele jurou baixinho, a prensa de ar caleiras a vela sobre a mesa.O capitão que uma vez fora teria se recusado a contar a ela. Aelin era um inimigodo seu reino.Mas ele não era mais o capitão. O capitão morrera ao lado de Sorscha naquele quarto da torre.

Você lutou bem esta noite disse ele, como se isso fosse uma resposta.Nesryn estalou a língua.

Eu voltei porque recebi um relatório de que três das guarnições da cidade foram chamados para o Cofres menos de trinta minutos depois de nossa saída. Sua Majestade disseNesryn secamente matou um grande número de homens do rei, os proprietários e investidores do salão, e tomou para si o dever de destruir o lugar. Ele não será reaberto nov

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amente em breve.Deuses acima.

Será que eles sabem que foi a campeã do rei? Não. Mas imaginei que eu deveria avisá-lo. Aposto que ela tinha uma razão para fazê-lo.

Pode ser. Talvez não. Você vai descobrir que ela tende a fazer o que quer quando quer e não pede permissão a

ntes.Aelin provavelmente apenas estava irritada e decidiu liberar o seu temperamentono salão prazeres.Nesryn disse:

Você deveria ter pensado melhor antes de perder-se com uma mulher assim. E suponho que você saiba tudo sobre perder-se com as pessoas, dada a forma como ta

ntos pretendentes estejam enfileirados do lado de fora das padarias de seu pai. Um tiro barato, talvez, mas sempre tinham sido francos um com o outro. Ela nunca parecia chateada com ele, de qualquer maneira.Um fraco brilho de divertimento voltou a seus olhos quando Nesryn colocou as mãosnos bolsos e se virou.

É por isso que nunca fico muito envolvida. Confuso demais.Por que ela não deixaria ninguém entrar. Nunca. Ele se debateu perguntando-se sobre

isso. Mas limitar as perguntas sobre seu passado era parte de seu negócio, e tinha sido desde o início.Honestamente, ele não sabia o que esperava quando a rainha voltou. Não aquilo.Você não pode escolher qual parte vai amar, Dorian dissera uma vez para ele. Ele estava certo. Tão dolorosamente certo.Nesryn saiu porta fora.Na primeira luz, Chaol foi para o joalheiro mais próximo e penhorou o anel por umpunhado de prata.

Exausta e miserável, Aelin marchou de volta para seu antigo apartamento em cima do armazém anônimo. Ela não se atreveu a demorar do lado de fora do portão do edifício de madeira de dois andares que comprara quando finalmente pagou suas dívidas para com Arobynn comprado para si, para sair da Torre dos Assassinos. Mas ele só começou a parecer como uma casa depois que ela pagou as dívidas de Sam e ele foi morar ali comela. Umas poucas semanas isso foi tudo o que ela pôde compartilhar com ele.Em seguida, ele estava morto.A fechadura na grande porta de correr era nova, e dentro do armazém, as pilhas enormes de caixas cheias de tinta permaneciam em boas condições. Sem pó revestindo as escadas na parte de trás. Arobynn ou outra pessoa de seu passado estaria lá dentro. Bom. Ela estava pronta para outra luta.Quando ela abriu a porta verde, uma faca erguida diante dela, o apartamento estava escuro. Vazio.Mas havia um cheiro diferente.Era uma questão de minutos checar o apartamento inteiro a grande sala, a cozinha (algumas maçãs velhas, mas não havia outros sinais de um ocupante), seu quarto (intocado), e quarto de hóspedes. Era ali que o cheiro de alguém permanecia; a cama não estava feita com perfeição, e havia um bilhete sobre a cômoda ao lado da porta.

O capitão disse que eu poderia ficar aqui por um tempo. Desculpe por tentar matá-lano último inverno. Eu era aquele com as espadas gêmeas. Não foi pessoal.Ren.

Ela praguejou. Ren ficara ali? E... e ele ainda achava que ela era a campeã do rei.Na noite em que os rebeldes mantiveram Chaol refém em um armazém, ela havia tentadomatá-lo, e ficou surpresa quando ele se manteve firme. Oh, ela se lembrava dele.Pelo menos ele estava seguro no Norte.Ela se conhecia bem o suficiente para admitir que o alívio era parcialmente covardia, ela não teria que enfrentar Ren e ver como ele reagiria a quem ela era, o que

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fizera com o sacrifício de Marion. Dada própria reação de Chaol, não muito bem parecia uuposição justa.Ela caminhou de volta para a grande sala escura, acendendo as velas enquanto passava. A grande mesa de jantar que ocupava metade do espaço ainda estava montada com seus pratos elegantes. O sofá e duas poltronas de veludo vermelho que antes adornavam o canto estavam um pouco amassados, mas limpos.Por alguns momentos, ela apenas olhou para a lareira. Um relógio bonito uma vez estivera ali, até o dia em que ela descobrira que Sam fora torturado e morto por Rourke Farran. Que a tortura durara por horas, enquanto ela estava com a bunda sentada naquele apartamento, embalando as coisas que precisariam para onde fossem. E quando Arobynn viera dar a notícia, ela pegara aquele lindo relógio e o arremessara do outro lado sala, onde ele tinha se quebrado contra a parede.Ela não voltara ali desde então, portanto alguém limpara a sujeira. Ou Ren ou Arobynn.Um olhar sobre uma das muitas estantes deu-lhe a resposta.Cada livro que ela tinha fora embalado para aquela viagem só de ida para o continente sul, para uma nova vida com Sam, fora colocado de volta no lugar. Exatamente no mesmo local onde uma vez estiveram.E só havia uma pessoa que saberia os detalhes que usaria os objetos não embalados como uma provocação e um presente e um lembrete tranquilo do que deixá-lo custaria a ela

. O que significava Arobynn não tinha dúvidas de que ela voltaria para lá. Em algum momento.Ela caminhou para o seu quarto. Não se atreveu a verificar se as roupas de Sam tinham sido guardadas nas gavetas ou jogadas fora.Um banho era do que ela precisava. Um longo banho quente.Ela mal reparou no quarto que uma vez tinha sido seu santuário. Acendeu as velas no banheiro de azulejos brancos, lançando um brilho cintilante e dourado.Depois de girar a torneira de bronze da grande banheira de porcelana para deixar que a água fluísse, ela desprendeu cada uma de suas armas. Tirou as camadas imundas de roupas sangrentas até que ficou somente em sua própria pele cicatrizada e olhoupara a tatuagem no espelho em cima da pia.Um mês atrás, Rowan cobrira suas cicatrizes de Endovier com uma impressionante tatuagem escrita na língua antiga dos feéricos, as histórias de seus entes queridos e comoeles tinham morrido.Ela não permitiria que Rowan pintasse outro nome em sua carne.Ela entrou na banheira, gemendo com o calor delicioso, e pensou no lugar vazio na prateleira sobre a lareira, onde o relógio devia estar. O lugar que nunca fora completamente preenchido novamente desde o dia em que ela quebrara o relógio. Talvez ela também tenha parado naquele momento.Parado de viver e apenas... sobrevivendo. Furiosa.E talvez tenha ficado assim até esta primavera, quando estava esparramada no chão enquanto três príncipes valg se alimentavam dela, quando ela finalmente foi queimada por aquela dor e escuridão, e o relógio começou a andar de novo. Não, ela não gostaria de acrescentar outro nome amado em sua carne. Ela puxou um pano ao lado banheira e esfregou o rosto, pedaços de lama e sangue turvando a água.Imprevisível. A arrogância, o puro egoísmo obstinado...Chaol fugira. Ele fugira, e deixara Dorian para ser escravizado pelo colar.Dorian. Ela voltou, mas tarde demais. Tarde demais.Ela mergulhou a toalha novamente e cobriu o rosto com ela, esperando que de alguma forma aliviasse o ardor em seus olhos. Talvez se ela tivesse mandado uma mensagem de Wendlyn sobre a destruição de Narrok; talvez fosse culpa dela que Aedion tivesse sido capturado, Sorscha estivesse morta, e Dorian, escravizado.Monstro.E ainda assim...Por seus amigos, por sua família, ela ficaria feliz em ser um monstro. Por Rowan,por Dorian, por Nehemia, ela se rebaixaria e degradaria e arruinaria a si mesma. Ela sabia que eles teriam feito o mesmo por ela. Ela atirou a toalha na água e se sentou.Monstro ou não, nunca em dez mil anos teria deixado Dorian enfrentar o pai sozinho. Mesmo que Dorian tivesse dito a ela para ir. Um mês atrás, ela e Rowan escolheramenfrentar os príncipes valg juntos morrer juntos, se necessário, ao invés de fazê-lo soz

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inho.Você me lembra de como o mundo deveria ser. De como o mundo pode ser, ela disserauma vez para Chaol. Seu rosto queimava. Uma menina dissera aquelas coisas; uma menina tão desesperada para sobreviver, para encará-lo a cada dia, que não o questionara por que ele servia o verdadeiro monstro de seu mundo.Aelin voltou a submergir, esfregando o cabelo, o rosto, seu corpo ensanguentado. Ela podia perdoar a menina que precisava de um capitão da guarda para oferecer estabilidade depois de um ano no inferno; perdoaria a garota que precisava de um capitão para ser seu campeão.Mas ela era sua própria campeã agora. E não queria acrescentar outro nome de alguém amado e morto em sua carne.Então, quando acordou na manhã seguinte, Aelin escreveu uma carta a Arobynn, aceitando sua oferta.Um demônio valg para o próprio rei dos Assassinos.Em troca de sua ajuda no resgate seguro e retorno de Aedion Ashryver, o Lobo doNorte.

Capítulo 8Manon Bico Negro, herdeira do clã de bruxas Bico Negro, portadora da lâmina Ceifador

a do Vento, cavaleira da serpente alada Abraxos, e Líder Alada do rei de Adarlan,olhou para o homem corpulento sentado do outro ao lado da mesa de vidro negro emanteve o temperamento sob rédea curta.Nas semanas em que Manon e metade da legião Dentes de Ferro foram encaminhadas para Morath, para a fortaleza na montanha do duque Perrington, ela não confiou nele.Nem qualquer uma de suas Treze. Era por esse motivo que as mãos de Asterin estavam a uma curta distância de suas lâminas gêmeas enquanto permanecia inclinada contra a parede de pedra escura, e por que Sorrel estava postada perto das portas, e por que Vesta e Lin montavam guarda do lado de fora delas.O duque não percebeu ou não se importava. Ele demonstrou interesse em Manon apenas quando deu ordens sobre o treinamento de sua tropa. Fora isso, apareceu implacavelmente focado no exército de homens estranhos que esperavam no acampamento ao pé damontanha. Ou nos que moravam sob as montanhas que cercavam aqueles que gritavame gemiam e rugiam dentro do labirinto de catacumbas escavadas no coração da antiga rocha. Manon nunca tinha perguntado o que era mantido ou feito dentro dessas montanhas, embora suas Sombras houvessem relatado sussurros e altares de pedra manchados de sangue e masmorras mais negras do que a própria escuridão. Se ele não interferisse na legião das Dentes de Ferro, Manon particularmente não se importava. Deixe esses homens brincarem de ser deuses.Normalmente, porém, especialmente nestas reuniões miseráveis, a atenção do duque fixava-se na mulher bonita de cabelos negros que nunca saía de seu lado, como se presa a ele por uma corrente invisível.Era para ela que Manon olhava agora, enquanto o duque apontava as áreas no mapa que ele queria batedoras Dentes de Ferro examinassem. Kaltain era o nome dela.Ela nunca falava nada, nunca olhava para ninguém. Um colar escuro apertava em torno de sua garganta branca, um colar que fazia Manon manter distância. Havia aquelecheiro errado em torno de todas aquelas pessoas. Humano, mas também não humano. E naquela mulher, o cheiro era mais forte e mais estranho. Como os lugares escuros e esquecidos do mundo. Como terra cultivada num cemitério.

Na próxima semana, quero relatórios sobre o que os homens selvagens das Caninos estãofazendo disse o duque. O bigode cor de ferrugem bem aparado parecia tão em desacordo com sua escura armadura brutal. Um homem que luta igualmente confortável em salas do conselho ou em campos de extermínio.

Alguma coisa em particular para procurar? Manon perguntou categoricamente, já entediada. Era uma honra ser Líder Alada, lembrou a si mesma; uma honra levar as anfitriãs Dentes de Ferro. Mesmo que estar ali a fizesse sentir que era uma punição, e mesmo que já tivesse recebido a ordem de sua avó, a líder do clã das bruxas Dentes de Ferro, sobre qual deveria ser o próximo passo. Eles eram aliados de Adarlan não lacaios que respondiam ao sinal e chamado do rei.O duque acariciou ociosamente o braço fino de Kaltain, sua carne branca marcada com contusões demais para serem acidentais.

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E depois havia a cicatriz vermelha e grossa, um pouco antes da dobra de seu cotovelo, com duas polegadas de comprimento, ligeiramente saltada. Tinha que ser recente.Mas a mulher não vacilou ao contato íntimo do duque, não mostrou um lampejo de dor quando os dedos grossos acariciaram a cicatriz violenta.

Quero uma lista atualizada de seus assentamentos falou o duque. Seus números, os principais caminhos que eles usam para atravessar as montanhas. Permaneça invisível e não se envolva.Manon podia tolerar tudo sobre estar presa em Morath, exceto esse último fim. Não se envolva. Não mate, não lute, nada de homens sangrando.A câmara do conselho tinha apenas uma janela alta e estreita, seu campo de visão cortado por uma das muitas torres de pedra de Morath. Espaço aberto não era suficientenesta sala, não com o duque e sua mulher quebrada ao lado dele. Manon ergueu o queixo e se levantou.

Como quiser. Vossa Graça disse o duque.

Manon fez uma pausa, meio virada para trás.Os olhos escuros do duque não eram totalmente humanos.

Você me tratará como Vossa Graça , Líder Alada.

Foi um esforço manter seus dentes de ferro na cavidade de suas gengivas. Você não é meu duque ela devolveu. Muito menos minha graça.Asterin continuava imóvel.O duque Perrington soltou uma risada. Kaltain não mostrou qualquer indicação de que tivesse ouvido algo.

O demônio branco o duque meditou, olhando para Manon com olhos que percorriam livres demais. Se ele fosse qualquer outra pessoa, ela teria arrancado seus olhos com seus dentes de ferro, e o teria deixado gritar um pouco antes de rasgar a garganta dele com os dentes. Eu me pergunto se você não tomará o anfitrião para si e abocanhará meu império.

Não tenho uso nenhum para as terras humanas.Era verdade. Apenas os restos ocidentais, lar do outrora glorioso reino das bruxas. Mas até que lutassem na guerra do rei da Adarlan, até que os inimigos dele fossem derrotados, elas não seriam autorizadas a recuperá-lo. Além disso, a maldição das Crochan que lhes negara a verdadeira posse da terra manteve-se firme e elas não estavammais perto de quebrá-la do que as anciãs estiveram anos atrás, quando a última Rainha Crochan as amaldiçoou com seu último suspiro.

E, por isso, agradeço aos deuses todos os dias ele acenou com a mão. Dispensada.Manon o olhou, mais uma vez debatendo os prós de mata-lo na mesa, só para ver como Kaltain reagiria a isso, mas Asterin trocou o pé poiado contra a pedra era o mesmoque uma tosse para chamar sua atenção.Então Manon deu as costas para o duque e sua noiva em silêncio e saiu.

Manon seguia pelos corredores estreitos da fortaleza de Morath, Asterin flanqueando-a, Sorrel um passo atrás, Vesta e Lin fechando a retaguarda.Através de cada janela que elas passavam, rugidos e asas e gritos explodiam em conjunto com os raios finais do pôr do sol e, além deles, o impressionantemente implacável ruído de martelos sobre aço e ferro.Passaram por um grupo de guardas do lado de fora da entrada para a torre privada do duque e dos poucos lugares onde elas não eram autorizadas a entrar. O cheiro que vazava de trás da porta de pedra escura brilhante fincava garras na espinha deManon, e ela e sua segunda e terceira imediatas mantiveram uma distância prudente. Foi Asterin quem expôs os dentes nus para os guardas postados na frente da porta, seu cabelo dourado e a tira de couro áspera que ela usava em torno de sua testa brilhando à luz das tochas.Os homens não ousaram piscar, e suas respirações não travaram. Ela sabia que o treinamento deles não tinha nada a ver com isso, eles tinham um cheiro desagradável, também.Manon olhou por cima do ombro para Vesta, que sorria para cada guarda e servo trêmulo pelo qual passavam. Seu cabelo vermelho, a pele cremosa e olhos pretos e dou

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rados eram suficientes para fazer a maioria dos homens em seu caminho ficarem distraídos enquanto ela os usava para o prazer e depois os deixava sangrar por diversão. Mas esses guardas não renderam nenhuma reação a ela, também.Vesta notou a atenção de Manon e ergueu as sobrancelhas ruivas.

Chame as outras Manon ordenou a ela. É hora de caçar.Vesta assentiu e virou por um corredor escuro. Ela moveu o queixo para Lin, quelançou a Manon um sorriso perverso e desapareceu nas sombras nos calcanhares de Vesta. Manon e sua segunda e terceira ficaram em silêncio enquanto subiam a torre arruinada metade dela abrigando a área privada das Treze. Durante o dia, suas serpentes aladas empoleiravam-se nas traves enormes que sobressaíam nas laterais da torre para obter algum ar fresco e ver o campo de guerra muito, muito abaixo; durante a noite, arrastavam-se na área para dormir, acorrentadas em suas áreas designadas.Era muito mais fácil do que prendê-las nas celas fétidas no ventre da montanha com o resto das serpentes aladas do anfitrião, onde elas só atacariam umas às outras e sairiam com ferimentos e asas rasgadas.Elas haviam tentado alojá-las apenas uma vez, no momento da chegada. Abraxos enlouquecera e destruíra metade e sua cela, despertando as outras montarias até que elas, também, resistiam, rugiam e ameaçavam destruir tudo em torno deles. Uma hora mais tarde, Manon reivindicara a torre para as Treze. Parecia que o cheiro estranho ir

ritava Abraxos também.Mas no ninho da águia, o fedor dos animais era familiar e acolhedor. Sangue, bosta, feno e couro. Dificilmente um sopro daquele fedor, talvez porque eles estivessem tão alto que o vento o soprasse para longe.O piso revestido de palha era triturado sob suas botas, uma brisa fresca desciade onde metade do telhado fora arrancado graças à montaria de Sorrel. Para deixar as serpentes aladas se sentirem menos enjauladas e assim Abraxos podia ver as estrelas, como ele gostava de fazer.Manon correu um olhar sobre os comedouros no centro da câmara. Nenhuma das montarias tocou a carne e grãos fornecidos pelos homens mortais que mantinham a torre abastecida. Um desses homens foi deixar feno fresco, e um reluzir dos dentes de ferro de Manon e ele estava correndo escada abaixo, o cheiro de seu medo persistente no ar como uma mancha de óleo.

Quatro semanas disse Asterin, olhando para a serpente alada azul-clara, visível em sua trave por um dos muitos arcos abertos. Quatro semanas, e nenhuma ação. O que estamos fazendo aqui? Quando é que vamos agir?Na verdade, as restrições estavam afetando a todos eles. Os voos limitados às noites para manterem-se sem ser detectados, o fedor daqueles homens, a pedra, as forjas, as passagens sinuosas e infinitas da fortaleza eram todas pequenas coisas que esgotavam a paciência de Manon a cada dia. Mesmo a pequena cordilheira em que a Fortaleza estava aninhada era densa, feita apenas de rocha nua, com poucos sinais da primavera que agora cobrira a maior parte da terra. Um lugar morto e apodrecido.

Nós nos movemos quando nos é ordenado disse Manon para Asterin, olhando na direção dol poente. Logo logo mais o sol desapareceria atrás daqueles irregulares picos negros e elas poderiam tomar o céu. Seu estômago agitou-se em antecipação. E se estiver questionando ordens, Asterin, ficarei feliz em substituí-la.

Eu não estou questionando disse Asterin, sustentando o olhar de Manon por mais tempo do que a maioria das bruxas ousava. Mas é um desperdício de nossas habilidades ficar sentadas aqui como galinhas em uma gaiola, sob o comando do duque. Eu gostaria de abrir a barriga daquele verme.

Eu a aconselho, Asterin, a resistir ao impulso Sorrel murmurou.A morena e terceira na hierarquia de Manon, forte como um aríete, manteve sua atençãoexclusivamente nos movimentos rápidos e letais de sua segunda em comando. A rochana chama de Asterin, desde que elas se tornaram imediatas.

O rei de Adarlan não pode tirar nossas montarias de nós. Não agora falou Asterin. Taez devêssemos ir mais fundo nas montanhas e acampar lá, onde, pelo menos, o ar está limpo. Não há porque ficarmos escondidas aqui.Sorrel soltou um grunhido de advertência, mas Manon moveu o queixo, uma ordem silenciosa para impedi-la enquanto ela mesma se aproximava de sua segunda imediata.

A última coisa que preciso Manon vociferou no rosto de Asterin é ter o porco questio

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namento mortal da minha aptidão das Treze. Mantenha-se na linha. E se eu ouvi-la dizer a suas batedoras qualquer...

Acha que eu falaria mal de você para as inferiores? um reluzir dos dentes de ferro.

Acho que você e todas nós estamos cansadas de ficar confinadas nestes buracos ridículos, e você tem a tendência a dizer o que pensa e considerar as consequências mais tarde.Asterin sempre tinha sido assim e foi exatamente por isso que Manon a escolheracomo sua imediata. A chama na rocha de Sorrel... E no gelo de Manon.O resto das Treze começou a aparecer quando o sol desapareceu. Elas ergueram os olhos para Manon e Asterin e sabiamente se mantiveram distantes, desviando a atenção.A própria Vesta murmurou uma oração à Deusa de Três Rostos.

Eu apenas quero que as Treze, que todas as Bico Negro, conquistem a glória no campo de batalha disse Asterin, recusando-se a desviar o olhar de Manon.

Nós conquistaremos Manon prometeu alto o suficiente para as outras ouvirem. Mas atéentão, mantenha-se em na linha, ou vou deixá-la presa ao chão até que você seja digna de voar conosco novamente.Asterin baixou os olhos.

Sua vontade é minha, Líder Alada.

Vindo de qualquer outra pessoa, até mesmo Sorrel, o título de honra teria sido normal, esperado. Porque nenhuma delas jamais se atrevera a usar aquele tom com ela.Manon atacou, tão rápido que até mesmo Asterin não pôde recuar. A mão de Manon fechou-se etorno da garganta de sua prima, suas unhas de ferro enterrando-se na pele maciasob suas orelhas.

Dê um passo para fora da linha, Asterin, e isto Manon cravou as unhas mais fundo quando o sangue azul começou a deslizar no pescoço dourado de Asterin encontrará o seualvo.Manon não se importava que elas tivessem lutado do mesmo lado um século após o outro,que Asterin fosse sua parente mais próxima, ou que Asterin tivesse avançado para defender a posição de Manon como herdeira várias vezes. Ela dispensaria Asterin no momento em que ela se tornasse um incômodo inútil. Manon deixou Asterin ver tudo isso em seus olhos.O olhar de Asterin foi para o manto vermelho-sangue que Manon usava o manto queavó de Manon entregara para ela após Manon ter cortado a garganta da Crochan, a bruxa sangrou no chão da Ômega. O rosto lindo e selvagem de Asterin estava frio quando ela respondeu:

Entendido.Manon balançou sua garganta, expulsando o sangue de Asterin das unhas quando se virou para as Treze, agora de pé esperando por suas montarias, redor e silenciosas.

Vamos montar. Agora.

Abraxos se moveu e balançou embaixo de Manon enquanto ela subia na sela, bem consciente de que um passo em falso na trave de madeira em que ele estava empoleirado levaria a uma queda muito longa, muito permanente.Abaixo e ao sul, incontáveis fogueiras do exército piscaram, e a fumaça das forjas entre eles subia alto em nuvens que estragavam o céu estrelado iluminado pela lua. Abraxos rosnou.

Eu sei, eu sei, estou com fome, também disse Manon, piscando para colocar a pálpebra extra no lugar enquanto conferia os arreios que a mantinham firme na sela. À suaesquerda e direita, Asterin e Sorrel montavam suas serpentes aladas e viraram-se para ela. As feridas de sua prima já haviam coagulado.Manon olhou para o mergulho implacável que as esperava na lateral da torre, passando pelas pedras irregulares da montanha, e para o ar livre além. Talvez fosse porisso que os tolos mortais tivesse insistido para que cada serpente alada e cavaleira fizessem a Travessia para a Ômega para que elas pudessem vir a Morath e não serecusar a simplesmente saltarem, mesmo a partir dos níveis mais baixos da Fortaleza.Um vento frio roçou seu rosto, obstruindo seu olfato. Uma súplica, um grito rouco pa

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rtiu de dentro de uma daquelas montanhas ocas então ficou em silêncio. Hora de ir para encher suas barrigas, em seguida, para ficar longe da podridão daquele lugar por algumas horas.Manon cravou as pernas na lateral cicatrizada do couro de Abraxos, e suas asas reforçadas com seda de aranha brilharam como ouro à luz das fogueiras muito abaixo.

Voe, Abraxos ela sussurrou.Abraxos sugou um grande fôlego, fechou asas e mergulhou pela lateral da trave.Ele gostava de fazer isso, apenas cair como se tivesse sido fulminado. Sua serpente alada, ao que parecia, tinha senso de humor.Da primeira vez que ele fizera isso, ela gritara com ele. Agora ele o fez apenas para se mostrar, enquanto as serpentes aladas das outras Treze tiveram que saltar para cima e para longe, para em seguida mergulhar, seus corpos grandes demais para navegar com agilidade na queda estreita.Manon manteve os olhos abertos enquanto eles caíam, o vento acertando-lhes, Abraxos uma massa quente abaixo dela. Ela gostava de ver cada rosto mortal, atordoadoe aterrorizado, gostava de ver o quão perto Abraxos chegava das pedras da torre, da irregular montanha de rocha negra diante deles...Abraxos estendeu suas asas e se inclinou com força, girando o mundo e, em seguida, atirando para trás. Ele soltou um grito perfurante que reverberou sobre cada pedr

a de Morath, ecoado pelos gritos das montarias das Treze. Nas escadas exteriores de uma torre, um servo transportando um cesto de maçãs gritou e deixou cair seu fardo. As maçãs caíram uma por uma pelos degraus sinuosos ao redor da torre, uma cascatade vermelho e verde até acertar as forjas.Então Abraxos foi para cima e para longe sobre o exército escuro, sobre os picos afiados, as Treze entrando suavemente em formação atrás dele.Era uma estranha espécie de emoção voar assim, com apenas seu clã a unidade capaz de saquear cidades inteiras para si mesmas. Abraxos voou forte e rapidamente, ele e Manon explorando a terra enquanto ficavam livres das montanhas e cruzavam a terraplana antes de o rio Acanthus.A maioria dos humanos tinha fugido desta região, ou foram massacrados pela guerraou por esporte. Mas ainda havia alguns, se você soubesse para onde procurar.Eles voaram e voaram, uma lua crescente prateada aumentando cada vez mais: a foice de Crone. Uma boa noite para a caça, se o rosto cruel da Deusa agora as vigiasse, mesmo que a escura lua nova a sombra de Crone fosse sempre preferível.Pelo menos a foice emitia luz suficiente para Manon ver enquanto explorava a terra. Água mortais gostavam de viver perto da água, de modo que ela se dirigiu para um lago que vislumbrara semanas atrás, mas ainda não tinha explorado.Rápidas e elegantes como sombras, as Treze dispararam sobre a terra oculta da noite.Por fim, o luar brilhava vagamente sobre um pequeno corpo de água, e Abraxos deslizou para ele, descendo cada vez mais até Manon podia ver seu reflexo na superfície plana, ver a capa vermelha tremulando atrás dela como um rastro de sangue.Atrás, Asterin gritou, e Manon virou-se para ver a segunda em comando arremessar seus braços para fora e inclinar-se para trás na sela até que ela estava deitada de costas de sua montaria, seu cabelo dourado flutuando para trás.Tão extasiante e selvagem como sempre, uma alegria indomável e feroz quando Asterinvoava.Manon, ocasionalmente, se perguntava se sua imediata escapava durante a noite para voar sem nada, apenas sua pele, abrindo mão até mesmo da sela.Manon olhou para frente, franzindo a testa. Graças à escuridão que a Mãe Bico Negro não estivesse ali para ver isso, ou mais do que Asterin estaria ameaçada. O próprio pescoçode Manon, também, por permitir que tais selvagerias florescerem. E não estar inteiramente disposta a impedi-la. Manon avistou uma pequena casa com um campo cercado. Uma luz cintilava na janela perfeito. Além da casa, tufos brancos brilhavam comoa neve. Igualmente melhor.Manon dirigiu Abraxos em direção à fazenda, em direção à família que se fosse inteligentria as asas se aproximando e correria para se esconder.Nada de crianças. Era uma regra tácita entre as Treze, mesmo que alguns dos outros clãs não tivessem escrúpulos sobre isso, especialmente as Pernas Amarelas. Mas homens e mulheres eram um jogo justo, se houve diversão.

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E depois de seus encontros anteriores com o duque, como Asterin, Manon estava realmente pronta para uma diversão.

Capítulo 9Depois que Aelin escreveu uma maldita carta para Arobynn e enviou através de um dos seus meninos de rua ferozes, a fome a fez deixar o apartamento na manhã cinzenta. Com os ossos cansados, ela procurou café da manhã, buscando comprar o suficiente para o almoço e jantar, e retornando para o depósito uma hora mais tarde. Chegando, encontrou uma grande caixa esperando na mesa de jantar.Não havia sinal de a fechadura ter sido adulterada, nenhuma das janelas estava mais aberta de quando ela as abriu naquela manhã para que uma brisa do rio entrasse.Mas ela não esperava menos de Arobynn nada menos do que um lembrete de que ele poderia ser o rei dos Assassinos, mas possuía garras e mortos em seu caminho para o trono.Pareceu oportuno, de alguma forma, que o céu se abrisse naquele momento, o tamborilar e tilintar da água da chuva afastando o silêncio demasiadamente pesado da sala.Aelin puxou a fita de seda esmeralda em torno da caixa cor creme até que ela se soltou.Deixando de lado a tampa, ela olhou para o tecido ali dentro por um longo moment

o. Leu o bilhete colocado sobre ele: Tomei a liberdade de fazer algumas melhorias desde a última vez. Que o jogo comece.Sua garganta apertou, mas ela tirou a roupa preta e justa da caixa, grossa e flexível como o couro, mas sem o brilho e o aperto. Sob o traje dobrado estava um par de botas. Elas haviam sido limpas desde a última vez que ela usara anos atrás, o couro preto ainda flexível e maleável, as ranhuras especiais e lâminas escondidas tão precisas como nunca.Ela levantou a manga da pesada roupa para revelar as luvas internas que ocultavam finas espadas cruéis em seu antebraço.Ela não tinha visto aquele equipamento, não tinha usado desde... ela olhou para o lugar vazio em cima da lareira. Outro teste um silencioso, para ver o quanto ela iria perdoar e esquecer, o quanto ela teria estômago para trabalhar com ele.Arobynn pagara pelo traje anos antes, uma taxa exorbitante exigida por um mestre de Melisande que havia trabalhado nele à mão, feito exatamente para suas medidas. Ele insistiu que seus dois melhores assassinos fossem equipados nas furtivas vestimentas letais, de modo que a dela foi um presente, um dos muitos que ele despejou sobre ela como reparação por espancá-la e depois despachá-la para o deserto Vermelho. Ela e Sam, ambos tinham levado surras brutais por sua desobediência, mas Arobynnfizera Sam pagar por seu traje. E então lhe deu empregos de segunda categoria para impedi-lo de pagar rapidamente a sua dívida.Ela colocou o traje de volta na caixa e começou a despir-se, respirando o cheiro da chuva em pedra que flutuava pelas janelas abertas.Oh, ela poderia fingir ser a protegida dedicada novamente. Poderia fingir e seguir o plano que ela criou teria que modificá-lo um pouco, apenas o suficiente. Elamataria quem quer que fosse necessário, se venderia, se destruiria, se isso significasse a segurança de Aedion.Dois dias apenas dois dias até que ela pudesse vê-lo novamente, até que pudesse ver com seus próprios olhos que ele conseguira, que ele sobrevivera todos esses anos emque tinham se separado. E mesmo que Aedion a odiasse, cuspisse nela como Chaol praticamente fizera... Ainda valeria a pena.Nua, ela entrou no traje, o material liso sussurrando contra sua pele.Típico de Arobynn não mencionar as modificações que ele fizera, tornar um enigma letal para ela resolver, se ela fosse inteligente o suficiente para sobreviver.Ela dançou com ele, com o cuidado de evitar acionar o mecanismo que mantinha aquelas lâminas escondidas, e todas as outras armas ou truques. Era o trabalho para outro momento antes que a roupa a envolvesse completamente, e ela dobrou seus pés dentro das botas.Quando foi para o quarto, ela já podia sentir o reforço adicionado a cada ponto fraco que possuía. As especificações deviam ter sido enviadas meses antes de o traje chegar, pelo homem que, de fato, sabia sobre o joelho que às vezes incomodava, as partes do corpo que eram favorecidas em combate, a velocidade com que ela se movia. T

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odo o conhecimento de Arobynn sobre ela, envolvendo-a em um tecido de aço e escuridão. Ela fez uma pausa em frente ao espelho, de pé contra a parede do quarto.Uma segunda pele. Talvez menos escandalosa pelo detalhamento requintado, o acolchoamento extra, os bolsos, as partes decoradamente blindadas mas não havia um centímetro deixado para a imaginação. Ela soltou um assobio. Muito bem, então.Ela poderia ser Celaena Sardothien novamente um pouco mais, até que este jogo estivesse terminado.Ela podia ver o que já pairava sobre ela, antes mesmo dos cascos e rodas pararem na frente do armazém, ao ouvir o som ecoar pelas janelas abertas.Duvidava que Arobynn fosse aparecer tão cedo para regozijar não, ele esperaria até que ela aprendesse o que realmente o traje podia fazer.Isso fazia com que fosse outra pessoa se incomodando em passar por ali, embora duvidasse que Chaol desperdiçaria dinheiro em uma carruagem, mesmo na chuva. Mantendo-se longe da vista, ela olhou para fora da janela através do aguaceiro, vendo os contornos do transporte anônimo. Não havia ninguém na rua chuvosa para observá-lo e nenhum sinal de quem poderia estar dentro.Indo para a porta, Aelin sacudiu seu pulso, liberando a lâmina em seu braço esquerdo. Não houve nenhum som quando ela deslizou da ranhura escondida na luva, o metal brilhando sob a luz chuva turva.

Deuses, o traje era tão maravilhoso quanto no primeiro dia em que ela o usara. A lâmina cortava tão suavemente pelo ar como quando ela mergulhava em seus alvos.Seus passos e o tamborilar da chuva no telhado do armazém eram os únicos sons enquanto ela descia as escadas, então saía entre as caixas empilhadas no piso principal.Com o braço esquerdo dobrado para esconder a lâmina sob seu manto, ela puxou a grande porta de correr do armazém para revelar os véus da chuva correndo além. Uma mulher esperava sob o toldo estreito, uma carruagem de aluguel sem marcações parada atrás dela no meio-fio. O condutor observava cuidadosamente, chuva pingando da ampla borda de seu chapéu.Não um olhar treinado apenas considerando a mulher que o contratou. Mesmo na chuva, a capa era de um profundo cinza, o tecido limpo e grosso o suficiente para sugerir muito dinheiro, apesar da carruagem.O capuz pesado escondia o rosto da estranha na sombra, mas Aelin vislumbrou a pele de marfim, cabelos escuros e luvas de veludo fino sob a capa segurando uma arma?

Comece explicando disse Aelin, inclinando-se contra a porta ou você virará ração partos.A mulher voltou para a chuva não para trás, exatamente, mas em direção à carruagem, ondeelin observou a pequena forma de uma criança esperando lá dentro. Encolhida.A mulher disse:

Eu vim para avisá-la e puxou o capuz para trás apenas o suficiente para revelar seurosto.Olhos grandes e verdes ligeiramente erguidos, lábios sensuais, maçãs do rosto proeminentes e um nariz petulante combinados para criar uma beleza impressionante e rara que levava os homens a perderem todo o senso comum.Aelin deu um passo sob o toldo estreito e falou lentamente:

Se minha memória me serve, Lysandra, eu a avisei que se alguma vez a visse de novo, eu a mataria.

Por favor implorou Lysandra.Essas palavras o desespero por trás delas fez Aelin deslizar a lâmina de volta paraa bainha.Nos nove anos em que conhecera a cortesã, nunca ouviu Lysandra dizer por favor, ou parecer desesperada por nada. Frases como obrigada , por favor , ou até mesmo que bomla nunca foram pronunciadas por Lysandra para Aelin.Elas poderiam ter sido amigas tão facilmente quanto era inimigas ambas órfãs, ambas encontradas por Arobynn quando crianças. Mas Arobynn entregara Lysandra à Clarisse, sua boa amiga e dona um bordel bem-sucedido. E embora Aelin tivesse sido treinadapara matar nos campos e Lysandra nos quartos, elas de alguma forma cresceram riv

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ais, arranhando-se pelo favor de Arobynn.Quando Lysandra fez dezessete anos e teve seu leilão, foi Arobynn quem venceu, usando o dinheiro que Aelin lhe dera para pagar suas próprias dívidas. A cortesã então jogara em seu rosto o que Arobynn fizera com o sangue de Aelin. E Aelin jogara algode volta para ela: um punhal. Elas não se viram desde então.Aelin percebeu que era perfeitamente justificado, puxando o capuz para revelar seu próprio rosto e dizendo:

Eu levaria menos de um minuto para matar você e seu condutor, e para me certificar de que sua pequena protegida na carruagem não diria um pio sobre isso. Ela provavelmente ficaria feliz em vê-la morta.Lysandra endureceu.

Ela não é minha protegida, e não está em treinamento. Então ela é servir de escudo contra mim? o sorriso de Aelin era afiado. Por favor, por favor disse Lysandra através da chuva Eu preciso falar com você, apen

as por alguns minutos, onde for seguro.Aelin observou suas roupas finas, a carruagem contratada, a chuva sobre os paralelepípedos. Tão típico de Arobynn jogar aquilo para ela. Mas ela o deixaria jogar esta rodada; ver aonde ele queria chegar. Aelin apertou a ponte do nariz com dois dedos, em seguida, levantou a cabeça.

Você sabe que terei que matar o seu condutor. Não, você não tem! gritou o homem, lutando para agarrar as rédeas. Juro... Juro queu falar uma palavra sobre este lugar.Aelin perseguiu ao cabriolé, a chuva encharcando instantaneamente sua capa. O motorista poderia informar a localização do armazém, poderia pôr tudo em risco, mas... Aelin olhou para a licença para a carruagem salpicada de chuva emoldurada pela porta, iluminada por uma pequena lanterna pendurado acima.

Bem, Kellan Oppel da Baker Street, sessenta e três, apartamento dois, acho que vocênão vai contar a ninguém.Branco como a morte, o condutor acenou com a cabeça.Aelin abriu a porta da carruagem, dizendo à criança:

Saia. Saia daí, agora. Evangeline pode esperar aqui sussurrou Lysandra.

Aelin olhou por cima do ombro, chuva respingando em seu rosto enquanto seus lábios repuxavam-se para cima de seus dentes. Se você pensa por um momento que vou deixar uma criança sozinha em uma carruagem alu

gada nas favelas, pode voltar direto para o buraco de onde saiu ela olhou para a carruagem novamente e disse para a menina encolhida: Vamos lá, você. Eu não vou morder.Isso pareceu ser garantia suficiente para Evangeline, que chegou mais perto, a luz da lanterna dourando sua mãozinha de porcelana antes de ela agarrar o braço de Aelin e pular de dentro da cabine. Não mais do que onze anos, ela era delicada, seucabelo avermelhado trançado para trás para revelar olhos dourados que devoraram a rua encharcada e as mulheres diante dela. Tão impressionante quanto sua mestra, ou teria sido, se não fossem as profundas cicatrizes irregulares em ambas as bochechas. Cicatrizes que explicavam a hedionda tatuagem na parte interna do pulso da garota. Ela fora uma das aprendizes de Clarisse, até que foi marcada e perdeu todo ovalor.Aelin piscou para Evangeline e disse com sorriso conspirador quando ela a levouatravés da chuva:

Você se parece com o meu tipo de pessoa.

Aelin abriu o resto das janelas para deixar a brisa refrigerada da chuva entrarno apartamento abafado. Felizmente, ninguém tinha aparecido na rua nos minutos que ficou lá fora, mas se Lysandra estava aqui, ela não tinha dúvida de que voltaria para Arobynn.Aelin deu um tapinha na poltrona diante da janela, sorrindo para a menina com as cicatrizes brutais.

Este é o meu lugar favorito para sentar em todo o apartamento, quando há uma brisa a

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gradável vindo da janela. Se quiser, tenho um livro ou dois que acho que você gostaria. Ou ela apontou para a cozinha à direita você pode encontrar algo delicioso na cozinha, como tortas picantes de mirtilo, eu acho Lysandra estava dura, mas Aelinparticularmente não dava à mínima quando acrescentou para Evangeline: você escolhe.Como uma criança em um bordel de alta classe, Evangeline provavelmente tinha muito poucas opções em sua curta vida. Os olhos verdes de Lysandra pareceram suavizar umpouco, e Evangeline respondeu, com a voz quase inaudível acima do tamborilar da chuva no telhado e janelas: Eu gostaria de uma torta, por favor. Um momento depois, ela se foi.Menina esperta saber ficar fora do caminho da patroa.Com Evangeline ocupada, Aelin tirou a capa encharcada e usou a pequena parte seca restante para limpar o rosto molhado. Mantendo seu pulso pronto o caso fosse necessário desembainhar a lâmina escondida, Aelin apontou para o sofá em frente à lareira apagada e pediu a Lysandra:

Sente-se.Para sua surpresa, a mulher obedeceu, mas, em seguida, disse:

Ou você vai ameaçar me matar de novo? Eu não faço ameaças. Somente promessas.

A cortesã caiu contra as almofadas do sofá.

Por favor. Como vou levar qualquer coisa que saia da sua boca grande a sério? Você levou a sério quando atirei um punhal em sua cabeça.Lysandra lhe deu um pequeno sorriso.

Você errou.Era verdade, mas ela ainda roçou a orelha da cortesã. Tanto quanto ela tinha sido em causa, fora merecido.Mas era uma mulher sentada diante dela, as duas eram mulheres agora, não as meninas que tinham sido aos dezessete anos. Lysandra a olhou de cima a baixo.

Eu prefiro você loira. E eu prefiro que você dê o fora da minha casa, mas não parece provável que isso aconteça

m breve. Ela olhou para a rua abaixo; a carruagem permanecia, como solicitado. Arobynn não poderia enviar uma de suas carruagens? Pensei que ele estivesse pagando generosamente.Lysandra acenou com a mão, a luz das velas refletindo uma pulseira de ouro que mal cobria a tatuagem de cobra carimbada em seu pulso delgado.

Recusei sua carruagem. Pensei que daria a impressão errada.Tarde demais para isso.

Ele te mandou, então. Para me avisar sobre o que, exatamente? Ele me enviou para contar-lhe o seu plano. Ele não confia em mensageiros nos dias

de hoje. Mas a advertência vem de mim.Uma mentira absoluta, sem dúvida. Mas aquela tatuagem o sinete do bordel de Clarisse, gravado na carne de todas as suas cortesãs do momento em que foram vendidas em sua casa... A menina na cozinha, o condutor abaixo aquilo poderia tornar tudo muito, muito difícil se ela eviscerasse Lysandra. Mas o punhal era tentador desde que viu a tatuagem.Não a espada, não, ela queria a intimidade de uma faca, queria compartilhar o último ar com a cortesã quando ela parasse de respirar.

Por que você ainda tem o sinete de Clarisse tatuado em você? Aelin perguntou muito calmamente.Não confie em Archer, Nehemia tentou avisá-la, desenhando uma representação perfeita dacobra em sua mensagem codificada. Mas o que significaria qualquer outra pessoa com esse símbolo? Os anos em que Aelin conhecera Lysandra... Duas caras, mentirosae conivente estavam entre as palavras mais agradáveis que Aelin usara para descrevê-la.Lysandra franziu o cenho para ela.

Nós não somos liberadas até que paguemos nossas dívidas. Da última vez que vi sua carcaça prostituída, foi semanas depois de pagá-las. Na verda

, Arobynn pagara tanto no leilão há dois anos que Lysandra deveria ter sido liberada quase que imediatamente.Os olhos da cortesã piscaram.

Você tem um problema com a tatuagem?

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Aquele pedaço de merda do Archer Finn tinha uma eles pertenciam à mesma casa, à mesmasenhora. Talvez eles trabalhassem juntos em outros aspectos também.Lysandra sustentou o olhar dela.

Archer está morto. Porque eu o eviscerei Aelin disse docemente.

Lysandra apoiou uma mão na parte de trás do sofá. Você ela prendeu a respiração. Mas então balançou a cabeça e disse baixinho: Bom. Bo

cê o tenha matado. Ele era um porco a serviço próprioPoderia ser uma mentira para conquistá-la. Diga logo o que quer e saia.

A boca sensual de Lysandra se apertou. Mas ela explicou o plano de Arobynn paralibertar Aedion.Ele era brilhante, se Aelin fosse honesta e inteligente e dramático e corajoso. Se o rei de Adarlan queria fazer um espetáculo da execução de Aedion, eles fariam um espetáculo de seu resgate. Mas contá-lo através de Lysandra, transformá-la em outra pessoaque poderia traí-la ou testemunhar contra ela... era mais um lembrete de quão facilmente o destino de Aedion poderia ser selado, se Arobynn decidisse tornar a vidade Aelin um inferno.

Eu sei, eu sei disse a cortesã, vendo um brilho frio nos olhos de Aelin. Você não pr

isa me lembrar de que vai me esfolar viva se eu traí-la.Aelin sentiu um músculo em sua bochecha tremer. E o aviso você tem para me dar?

Lysandra mexeu-se no sofá. Arobynn queria que eu lhe contasse o plano para que eu pudesse verificá-la - testá-l

a, ver o quanto está do lado dele, ver se vai traí-lo. Eu ficaria decepcionada se ele não o tivesse feito. Acho que... acho que ele também me enviou aqui como uma oferta.

Aelin sabia o que ela queria dizer, mas respondeu: Infelizmente para você, eu não tenho interesse em mulheres. Mesmo quando elas são paga

s.As narinas de Lysandra inflaram delicadamente.

Acho que ele me enviou aqui para que você pudesse me matar. Como um presente. E você veio me pedir para reconsiderar? Não era de admirar que ela trouxesse a criança, então. Covarde egoísta, usar Evangeline como um escudo. Trazer uma criança ao mundo

deles.Lysandra olhou para a faca amarrada à coxa de Aelin.

Mate-me se quiser. Evangeline já sabe do que suspeito, e não vou dizer uma palavra.Aelin esperava que seu rosto fosse uma máscara de calma glacial.

Mas eu vim para avisá-la Lysandra continuou. Ele pode oferecer-lhe presentes, pode ajudá-la com esse resgate, mas ele tem te vigiado e tem os seus próprios planos. Esse favor que ofereceu a ele, ele não me disse o que é, mas é provável que seja uma armadilha, de uma forma ou de outra. Eu consideraria se a ajuda dele vale a pena, e veria se você pode sair sem ela.Ela não o faria não podia. Não por cerca de uma dúzia de razões diferentes.Quando Aelin não respondeu, Lysandra respirou fundo.

Eu também vim para dar-lhe isso. Ela estendeu a mão para as dobras de seu rico vestido índigo, e Aelin sutilmente deslocou para uma posição defensiva.Lysandra simplesmente puxou para fora um envelope desgastado e murcho e cuidadosamente colocou-o sobre a mesa baixa diante do sofá. Ela balançou com o movimento.

Isto é para você. Por favor, leia. Então você é prostituta e garota de recados de Arobynn agora?

A cortesã recebeu o tapa verbal. Isto não é de Arobynn. É de Wesley Lysandra parecia afundar no sofá, e houve uma trist

a indizível em seus olhos por um momento que Aelin acreditou. Wesley repetiu Aelin. Guarda-costas de Arobynn. Aquele que passou a maior parte

de seu tempo me odiando, e no resto contemplando maneiras de me matar a cortesã assentiu. Arobynn assassinou Wesley por matar Rourke Farran.Lysandra se encolheu.Aelin olhou para o envelope ntigo. Lysandra baixou o olhar para suas mãos, apertou-as com tanta força que os nós dos dedos estavam brancos como ossos.

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Linhas desgastadas marcaram o envelope, mas o selo lascado ainda estava inteiro. Por que você vem carregando uma carta para mim de Wesley por quase dois anos?

Lysandra ergueu o olhar, e sua voz falhou enquanto ela falava: Porque eu o amava muito. Bem, essa era a última coisa que ela esperava que Lysandr

a dissesse. Começou como um erro. Arobynn ia me mandar de volta para Clarisse comele na carruagem como acompanhante, e no início, éramos apenas amigos. Nós conversávamos, e ele não esperava nada. Mas então... Sam morreu, e você... Lysandra apontou a carta com o queixo, ainda lacrada entre eles. Está tudo ai dentro. Tudo o que Arobynn fez, tudo o que ele planejava. O que ele pediu para Farran fazer com Sam, o que ele ordenou que fosse feito com você. Tudo isso. Wesley queria que você soubesse, porque queria que você entendesse, precisava entender, Celaena, que ele não sabia até que fosse tarde demais. Ele tentou pará-lo, e fez o melhor que pôde para vingar Sam. Se Arobynn não o tivesse matado... Wesley estava planejando ir para a Endovier tirá-la de lá. Ele chegou a ir ao mercado negro para encontrar alguém que conhecia as minas, e tinha um mapa delas. Eu ainda o tenho. Como prova. Eu... Eu posso ir buscá-lo...As palavras a acertaram como uma saraivada de flechas, mas compartimentalizou atristeza por um homem que nunca considerara como nada além de um dos cães de Arobynn. Ela colocaria isso como uma tentativa de Arobynn, para compensar toda essa his

tória levá-la a confiar na mulher. A Lysandra que ela conhecia ficaria mais do que feliz em fazê-lo. E Aelin poderia seguir com isso apenas para saber aonde iria levá-la, o que Arobynn estaria disposto a revelar para tê-la ao seu lado, mas...O que ele pediu para Farran fazer com Sam.Ela sempre assumiu que Farran torturara Sam da forma como tanto gostava de machucar e quebrar pessoas. Mas Arobynn pedir que coisas específicas fossem feitas comSam... era bom que ela não tivesse a sua magia. Bom que tivesse sido sufocada.Porque ela poderia irromper em chamas e incendiar e queimar durante dias, encapsulada em seu fogo.

Então você veio para cá Aelin falou, quando Lysandra discretamente enxugou os olhos com um lenço para me dizer que Arobynn poderia estar me manipulando e me alertar porque você finalmente percebeu o monstro que Arobynn verdadeiramente é depois de ele ter matado o seu amante?

Eu jurei a Wesley que lhe entregaria pessoalmente essa carta. Bem, você a entregou, pode sair.Passos leves soaram, e Evangeline entrou da cozinha, correndo para sua senhora com uma graça calma e ágil. Com ternura surpreendente, Lysandra escorregou um braço reconfortante em torno Evangeline quando se levantou.

Entendo, Celaena, mas eu lhe imploro: leia esta carta. Por ele.Aelin mostrou os dentes.

Saia.Lysandra caminhou até a porta, mantendo-se e a Evangeline a uma distância saudável deAelin. Ela parou na porta.

Sam era meu amigo, também. Ele e Wesley foram meus únicos amigos. E Arobynn matou os dois.Aelin apenas levantou a sobrancelha.Lysandra não se incomodou com um adeus quando desapareceu pelas escadas.Mas Evangeline permaneceu no limiar, olhando entre mulher desaparecendo e Aelin, seu lindo cabelo brilhando como cobre líquido.Em seguida, a menina apontou para seu rosto cheio de cicatrizes e falou:

Ela fez isso comigo.Foi um esforço se manter sentada, não pular escadas abaixo e cortar a garganta de Lysandra.Mas Evangeline continuou:

Eu chorei quando minha mãe me vendeu para Clarisse. Chorei e chorei. E acho que Lysandra tinha irritado a dona naquele dia, porque eles me deram a ela como uma aprendiz, embora ela estivesse a semanas de pagar as próprias dívidas. Naquela noite,eu deveria começar a treinar, e chorei tanto que eu fiquei doente. Mas Lysandra cuidou de mim. Ela me disse que havia uma saída, mas que ia doer, e eu não seria a mesma. Eu não podia fugir, porque ela tinha tentado algumas vezes quando tinha a minha idade, e eles a encontraram e machucaram onde ninguém podia ver.

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Ela nunca teve conhecimento, nunca imaginou. Todas as vezes que ela zombara e escarnecera Lysandra enquanto elas cresciam...Evangeline continuou:

Eu disse que faria qualquer coisa para sair, pelo que as outras meninas tinham me contado. Então, ela me disse para confiar nela e, então me deu isso. Ela começou a gritar alto o suficiente para que os outros viessem correndo. Eles pensaram que ela me cortou de raiva, e disse que ela tinha feito isso para me impedir de ser uma ameaça. E ela as deixou acreditar. Clarisse ficou tão louca que bateu em Lysandra no pátio, mas Lysandra não chorou, nenhuma vez. E quando o curandeiro disse que meu rosto não podia voltar a ser como era, Clarisse fez Lysandra me comprar pelo preçoque eu teria custado se tivesse sido uma cortesã completa, como ela.Aelin não tinha palavras.

É por isso que ela ainda está trabalhando para Clarisse, por que ainda não é livre e nãoerá por um tempo. Pensei que você deveria saber.Aelin queria dizer a si mesma para não confiar na menina, que isso poderia ser parte do plano de Lysandra e Arobynn, mas... Havia uma voz em sua cabeça, em seus ossos, que sussurrava para ela o tempo todo, cada vez mais claro e mais alto: Nehemia teria feito o mesmo.Evangeline fez uma mesura e desceu as escadas, deixando Aelin encarando o envelo

pe desgastado. Se ela mesma poderia mudar tanto em dois anos, talvez assim pudesse Lysandra.E por um momento, ela se perguntou como a vida de outra jovem teria sido diferente se ela tivesse parado para falar com ela, realmente falar com Kaltain Rompier, em vez de dispensá-la como uma nobre insípida. O que teria acontecido se Nehemia tivesse tentado ver além da máscara Kaltain também.Evangeline estava subindo na carruagem a chuva brilhando na lateral de Lysandraquando Aelin apareceu na porta do armazém e falou:

Espere.

Capítulo 10A visão de Aedion estava flutuando, sua respiração gloriosamente difícil.Em breve. Ele podia sentir a morte agachada no canto de sua cela, em contagem regressiva, esperando a última de suas respirações, um leão esperando para atacar. De vezem quando, Aedion sorria para aquelas sombras recolhidas.A infecção se espalhara, e faltando dois dias até o espetáculo em que ele seria executado, sua morte estava vindo muito em breve. Os guardas assumiram que ele estava dormindo para passar o tempo.Aedion estava esperando por sua comida, observando a pequena janela gradeada notopo da porta da cela por qualquer sinal da chegada dos guardas. Mas ele estavabastante certo de que estava tendo alucinações quando a porta se abriu e o príncipe entrou.Não havia guardas atrás dele, nenhum sinal de escolta quando o príncipe olhou da porta.O rosto imóvel do príncipe disse-lhe imediatamente o que ele precisava saber: esta não era uma tentativa de resgate. E o colar de pedra preta em torno da garganta dele disse todo o resto: as coisas não tinham corrido bem no dia em que Sorscha tinha sido assassinada.Ele conseguiu sorrir.

É bom vê-lo, príncipe.O príncipe correu um olhar sobre o cabelo sujo de Aedion, a barba que tinha crescido durante as últimas semanas, e depois para a pilha de vômito no canto de quando ele não foi capaz de arrastar-se até o balde uma hora atrás.Aedion segurou o melhor que pôde.

O mínimo que pode fazer é me levar para jantar antes de olhar para mim desse jeito.Olhos de safira do príncipe balançaram, e Aedion piscou a neblina cobrindo sua visão.Aquele que o estudava era frio, predatório, e não muito humano.

Dorian Aedion chamou em voz baixa.A coisa que o príncipe era agora sorriu um pouco. O capitão disse que aqueles anéis de pedra de Wyrd escravizavam a mente e a alma. Ele tinha visto o colar esperandoao lado do trono do rei, e se perguntou se era o mesmo. Pior.

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Diga-me o que aconteceu na sala do trono, Dorian Aedion murmurou, sua cabeça pendendo.O príncipe piscou lentamente.

Nada aconteceu. Por que você está aqui, Dorian? Aedion nunca abordara o príncipe pelo seu nome, mas o

usou. Lembrá-lo, de alguma forma, parecia importante. Mesmo que ele só provocasse opríncipe para matá-lo.

Eu vim checar o general traidor antes de o executarem como um animal.Sem chance de ser morto hoje, então. Da mesma forma que eles executaram sua Sorscha?

Embora o príncipe não tivesse se mexido, Aedion podia jurar que ele recuou, como sealguém puxasse a corrente, como se ainda houvesse alguém em necessidade de escapar.

Eu não sei do que você está falando a coisa dentro do príncipe disse. Mas suas narinasnflaram.

Sorscha Aedion respirou, seus pulmões doendo. Sorscha, a sua mulher, a curandeira. Eu estava de pé ao seu lado quando eles cortaram a cabeça dela. Eu te ouvi gritando quando mergulhou para o corpo dela. A coisa ficou um pouco rígida, e Aedion pressionou: aonde eles a enterraram, Dorian? O que eles fizeram com o corpo dela, o corpo da mulher que você amava?

Eu não sei do que você está falando ele repetiu. Sorscha Aedion estava ofegante, sua respiração irregular. O nome dela era Sorscha, ela te amava e eles a mataram. O homem que colocou esse colar em seu pescoço a matou.A coisa ficou tranquila. Em seguida, inclinou sua cabeça. O sorriso que lhe deu era horrível em sua beleza.

Eu vou gostar de assisti-lo morrer, Ggneral.Aedion tossiu uma risada. O príncipe a coisa que ele tinha se tornado virou-se suavemente e saiu.E Aedion poderia ter rido de novo, por despeito e desafio, se não tivesse ouvido o príncipe falar a alguém no corredor:

O general está doente. Providencie para que ele seja atendido imediatamente.Não.A coisa deve ter sentido o cheiro nele.Aedion não pôde fazer nada quando uma curandeira foi convocada uma mulher mais velha chamada Amithy e ele foi obrigado, muito fraco para recuar, quando ela viu seus ferimentos. Ela empurrou um tônico para baixo em sua garganta que o fez engasgar; sua ferida foi lavada e esfregada, e seus grilhões foram encurtados até que ele não pudesse mover as mãos o suficiente para rasgar a costura. Os tônicos continuaram chegando a cada hora, não importava quão duro ele mordesse, não importava quão vigorosamente ele tentasse manter a boca selada.Então, eles se foram, e Aedion amaldiçoou e jurou a morte por ele, mesmo quando rezou silenciosamente para Mala Portadora da Luz que mantivesse Aelin longe da festa, longe do príncipe, e longe do rei e dos seus colares de pedra de Wyrd.

A coisa dentro dele deixou as masmorras e se dirigiu para o castelo de vidro, acoisa que dirigia seu corpo como um navio. E agora o obrigou a se mover quando eles se apresentaram diante do homem que ele viu muitas vezes nesses momentos que perfurou através da escuridão.O homem estava sentado em um trono de vidro, com um leve sorriso.

Curve-se.A coisa dentro dele puxou com força seu vínculo, um relâmpago espetando seus músculos, ordenando-os a obedecer. Foi como se ele tivesse sido forçado a descer para aquelas masmorras, onde o guerreiro de cabelos dourados havia dito seu nome, disse queseu nome tantas vezes que ele começou a gritar, mesmo que não fizesse nenhum som.Ele ainda estava gritando enquanto seus músculos o traíam mais uma vez, o trazendo de joelhos, os tendões em seu pescoço doendo, forçando-o a abaixar a cabeça. Ainda resistindo? o homem perguntou, olhando para o anel escuro em seu dedo como se ele já possuísse a resposta. Posso sentir tanto de você aí. Interessante.

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Sim, aquela coisa na escuridão estava ficando mais forte, agora capaz de alcançar aparede invisível entre eles e fazê-lo um fantoche, falar através dele. Mas não totalmente, não por longos períodos de tempo. Ele corrigiu os buracos o melhor que pôde, mas aquilo continuava rompendo.Demônio. Um príncipe demônio.E viu o momento de novo e de novo, quando a mulher que ele amava tinha perdido a cabeça.Ouvir seu nome na língua rouca do general o fez começar a atacar as barreias na outra parede em sua mente, a barreira que o manteve trancado no escuro. Mas a escuridão em sua mente era um túmulo selado.O homem no trono ordenou:

Relatório.O comando estremeceu através dele, e ele cuspiu os detalhes de seu encontro, cadapalavra e ação. E a coisa o demônio estava encantado pelo horror dele.

Inteligente da parte de Aedion tentar morrer tranquilamente sem mim disse o homem. Ele deve pensar que há uma boa chance de a prima de vir à festa, se está tão desesperado para nos roubar de nosso entretenimento.Ele ficou em silêncio, uma vez que não fora instruído a falar. O homem olhou para ele, aqueles olhos negros cheios de alegria.

Eu deveria ter feito isso anos atrás. Não sei por que perdi tanto tempo esperando para ver se você tem qualquer poder. Fui um tolo.Ele tentou falar, tentou mover-se, tentou fazer qualquer coisa com seu corpo mortal. Mas o demônio agarrou sua mente como um punho, e os músculos de seu rosto deslizaram em um sorriso.

É meu prazer servi-lo, majestade

Capítulo 11O mercado negro funcionava ao longo das margens do Avery desde que Forte da Fenda existia. Talvez até mais tempo. As lendas alegavam que tinha sido construído sobre os ossos do deus da verdade para que ele mantivesse os vendedores desonestos eladrões afastados. Chaol supunha que fosse irônico, considerando que não havia deus da verdade. Tanto quanto ele sabia. Contrabando, substâncias ilícitas, especiarias, roupas, carne: o mercado servia para toda e qualquer clientela, se fossem corajosos ou tolos ou desesperados o suficiente para se aventurar em seu interior.Quando ele foi ali pela primeira vez semanas atrás, Chaol tinha sido todas essas coisas enquanto descia os degraus de madeira semi-apodrecida de uma parte das docas caindo aos pedaços, onde alcovas, túneis e lojas faziam um túnel na margem do rio.Encapuzadas, figuras armadas patrulhavam o amplo cais em seu comprimento, que servia como o único caminho para o mercado.Durante os períodos chuvosos, o Avery muitas vezes subia alto o suficiente para inundar o cais, e comerciantes e por vezes infelizes compradores morriam afogadosdentro do labirinto do mercado negro. Durante os meses mais secos, nunca se sabia o que ou quem vendia suas mercadorias nos sinuosos túneis úmidos e sujos.O mercado estava lotado aquela noite, mesmo depois de um dia de chuva. Um pequeno alívio. E outro pequeno alívio quando um trovão ecoou pelo labirinto subterrâneo, deixando todos murmurando. Os vendedores e pessoas de baixa renda estariam ocupadosdemais se preparando para a tempestade para perceberem Chaol e Nesryn quando eles desceram uma das principais passagens.O trovão sacudiu as lanternas suspensas de vidro colorido estranhamente belas, como se alguém um dia tivesse decidido dar beleza a este lugar que eram a principal iluminação nesta caverna marrom, lançando muitas sombras no mercado era tão notório por seus negócios obscuros, por sombras deslizando uma faca entre suas costelas ou espíritos vagarem.Ou para rebeldes se encontrarem.Ninguém os incomodou enquanto eles deslizavam através de um dos buracos irregularesque servia como entrada para os túneis do mercado negro. Eles se ligavam aos esgotos em algum lugar, e ele apostaria que os fornecedores mais estabelecidos possuíam suas próprias saídas secretas sob suas barracas ou lojas.Vendedor após vendedor tinha montado barracas de madeira ou pedra, com algumas mercadorias apresentadas em tábuas, caixas ou em cestos, mas os bens mais valiosos es

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condidos. Um negociante de especiarias oferecia tudo, de açafrão a canela, porém até mesmo as especiarias de cheiro mais forte não conseguiam esconder o doce cheiro enjoativo do ópio escondido sob seus produtos.Uma vez, há muito tempo, Chaol poderia ter se preocupado com as substâncias ilegais, sobre os vendedores que vendiam o que queriam. Ele poderia ter se preocupado em tentar fechar este lugar.Agora, ali não era nada mais que recurso. Como uma guarda da cidade, Nesryn provavelmente se sentia da mesma maneira. Mesmo se, apenas por estar aqui, ela estivesse colocando em risco sua própria segurança. Esta era uma zona neutra, mas seus habitantes não tinham amor pelas autoridades.Ele não podia culpá-los. O mercado negro tinha sido um dos primeiros lugares que o rei de Adarlan purificou depois que a magia desapareceu, em busca de fornecedores que afirmavam ter livros proibidos ou ainda encantos e poções, assim como mágicos desesperados por uma cura ou um vislumbre de mágica. As punições não tinham sido bonitas.Chaol quase soltou um suspiro de alívio quando viu as duas figuras encapuzadas numa banca de facas para a venda em um estande improvisado, escondida em um canto escuro. Exatamente onde tinham planejado, e eles fizeram um ótimo trabalho na autenticidade do lugar.Nesryn diminuiu seu passo, parando em vários vendedores, não mais do que uma cliente

entediada matando tempo até que a chuva cessasse. Chaol se manteve perto dela, suas armas a rondando suficientemente para dissuadir quaisquer batedores de carteira de tentar a sorte. O soco que ele levara nas costelas mais cedo naquela noite tornou manter a carranca e a vigia mais fáceis.Ele e alguns outros tinham interrompido um comandante valg enquanto arrastavam um jovem dentro dos túneis. E Chaol tinha ficara tão focado por Dorian, pelo o que Aelin tinha dito e feito, que acabara se distraindo. Aí recebeu um golpe nas costelas, e a dolorosa lembrança do acontecido a cada vez que respirava. Sem distrações; semdeslizes. Não quando havia muito o que fazer.Por fim, Chaol e Nesryn pararam pela pequena barraca, examinando a dúzia de facase espadas curtas exibidas sobre o cobertor esfarrapado.

Este lugar é ainda mais depravado do que os rumores sugeriram disse Brullo das sombras de seu capuz. Sinto que eu deveria cobrir os pobres olhos de Ress em metade destas câmaras.Ress riu.

Eu tenho dezenove anos, velho. Nada aqui me surpreende Ress olhou para Nesryn, que manuseava uma das lâminas curvas. Minhas desculpas, senhorita.

Eu tenho vinte e dois anos respondeu ela, sem rodeios. E acho que nós, guardas dacidade, vemos muito mais do que vocês, princesas do palácio.Chaol podia jurar que o rosto de Ress ficou vermelho. Ele podia até mesmo jurar que Brullo estava sorrindo. E por um momento, não conseguiu respirar sob o peso esmagador que estava em cima dele. Houve um tempo em que esta provocação seria normal, quando ele sentava-se em público com seus homens e ria. Quando ele não tinha ficado dois dias longe de desencadear o inferno sobre o castelo que uma vez tinha sido sua casa.

Alguma novidade? ele conseguiu perguntou para Brullo, que o observava muito de perto, como se seu antigo mentor pudesse ver a agonia que rasgava suas costelas.

Temos o layout da festa esta manhã Brullo falou firmemente. Chaol pegou uma lâmina quando Brullo enfiou a mão no bolso de seu casaco. Ele fez uma boa atuação de examinara adaga, em seguida, a segurou entre alguns dedos. Brullo continuou: O novo capitão da Guarda espalhou todos nós, mas não tem ninguém no salão principal em si. O mestree armas ergueu os dedos, inclinado para frente, e Chaol deu de ombros, enfiandoa mão no manto para pegar as moedas.

Você acha que ele suspeita de alguma coisa? Chaol perguntou, entregando as moedas.Nesryn bloqueou a visão de fora enquanto a mão de Chaol encontrava a de Brullo e oscobres foram apertados contra o papel. O mapa estava dobrado no bolso de Chaol antes que alguém percebesse.

Não respondeu Ress. O bastardo apenas quer nos humilhar. Ele provavelmente acha que alguns de nós somos leais a você, mas estaríamos mortos se ele suspeitasse de alguém em particular.

Tenham cuidado recomendou Chaol.

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Ele sentiu Nesryn enrijecer um batimento cardíaco antes de outra voz feminina falar lentamente:

Três moedas de cobre para uma lâmina de Xandrian. Se eu soubesse que havia uma venda acontecendo, teria trazido mais dinheiro.Todos os músculos do corpo de Chaol trincaram-se quando ele descobriu Aelin agorade pé ao lado de Nesryn. Claro. É claro que ela os tinha rastreado até aqui.

Santos deuses Ress murmurou.Sob as sombras de seu capuz escuro, o sorriso de Aelin era nada menos que perverso.

Olá, Ress. Brullo. Sinto muito por ver que seus trabalhos no palácio não estão pagando o suficiente nos dias de hoje.O mestre de armas olhava entre ela e as passagens.

Você não falou que ela estava de volta disse ele a Chaol.Aelin estalou a língua.

Chaol, ao que parece, gosta de manter informações para si mesmo.Ele cerrou os punhos em sua lateral.

Você está chamando muita atenção para nós. Estou? Aelin levantou um punhal, pesando em suas mãos com facilidade especialista.

Eu preciso falar com Brullo e meu velho amigo Ress. Desde que você se recusou a d

eixar-me ir na outra noite, esta era a única maneira.Tão típico dela. Nesryn dera um passo ocasional para longe, monitorando os túneis escavados. Ou talvez para evitar a rainha.Rainha. A palavra atingiu-o novamente. A rainha do reino estava no mercado negro, vestindo preto da cabeça aos pés, e parecendo mais do que feliz para começar a rasgar gargantas. Ele não estava errado em temer sua reunião com Aedion o que poderiam fazer juntos. E se ela tivesse sua magia...

Tire seu capuz pediu Brullo calmamente.Aelin olhou para cima.

Por quê? E não. Eu quero ver seu rosto.

Aelin ficou imóvel.Mas Nesryn voltou a encostar a mão na banca.

Eu vi o rosto dela na noite passada, Brullo, e é tão bonito quanto antes. Você não tem uma mulher para cobiçar, afinal?Aelin bufou.

Acho que gosto um pouco de você, Nesryn Faliq.Nesryn deu a Aelin um meio sorriso. Praticamente radiante vindo dela.Chaol se perguntava se Aelin gostaria de Nesryn se soubesse da sua história. Ou se a rainha se importaria.Aelin puxou o capuz para trás apenas o suficiente para que a luz atingisse seu rosto. Ela piscou para Ress, que sorriu.

Senti sua falta, amigo disse ela.Cor manchou as bochechas de Ress.A boca de Brullo se apertou quando Aelin olhou para ele novamente. Por um momento, o mestre de armas a estudou. Em seguida, ele murmurou:

Percebo a rainha endureceu quase imperceptivelmente. Brullo inclinou a cabeça, ainda que levemente. Você vai resgatar Aedion.Aelin recolocou o capuz no lugar e inclinou a cabeça em confirmação, a encarnação da assassina arrogante.

Eu vou.Ress praguejou sob sua respiração.Aelin inclinou-se para Brullo.

Sei que estou pedindo muito de você. Então não peça Chaol estalou. Não os coloque em perigo. Eles já arriscaram o suficie Isso não é você quem decide ela opinou,

Como o inferno não era. Se eles forem descobertos, perdemos nossa fonte interna da informação. Sem mencionar

suas vidas. O que você planeja fazer quanto a Dorian? Ou será que apenas Aedion tepreocupa?Estavam todos assistindo muito de perto.

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Suas narinas inflaram. Mas Brullo perguntou: O que precisa de nós, senhorita?

Oh, o mestre de armas definitivamente sabia, então. Ele devia ter visto o suficiente de Aedion recentemente e reconheceu aqueles olhos coloridos, aquele rosto, no momento em que puxou o capuz para trás.Talvez ele tivesse suspeitado que por meses. Aelin respondeu baixinho:

Não deixe que seus homens fiquem na parede sul dos jardins.Chaol piscou. Não era um pedido ou uma ordem, mas uma advertência.A voz de Brullo estava ligeiramente rouca quando ele disse:

Há qualquer outro lugar que devemos evitar?Ela já se afastava, balançando a cabeça como se fosse uma compradora desinteressada.

Apenas diga aos seus homens que prendam uma flor vermelha em seus uniformes. Sealguém perguntar, diga que é para honrar o príncipe em seu aniversário. Mas que eles asusem onde possam ser facilmente vistas.Chaol olhou para suas mãos. As luvas escuras estavam limpas. Quanto sangue seria manchado em poucos dias?Ress soltou um suspiro e disse-lhe:

Obrigado.Não foi até que ela desapareceu na multidão com uma arrogância desenvolta que Chaol deu

graças que eles estivessem arranjados.Aelin Galathynius estava prestes a tornar o palácio de vidro um campo de matança, eRess, Brullo e seus homens tinham sido todos poupados.Ela ainda não falara nada sobre Dorian. Sobre se ele seria poupado. Ou salvo.

Aelin sabia que havia olhos nela desde o momento em que ela deixou o mercado negro depois de terminar algumas compras próprias. Ela caminhou direto para o Banco Real de Adarlan, de qualquer maneira. Tinha negócios a resolver e, embora faltassem minutos para o encerramento do dia, o administrador do banco ficara mais do que feliz em ajudá-la com seus inquéritos. Ele nunca questionou o nome falso de suas contas.Quando o administrador falou sobre suas várias contas e os juros que elas acumularam ao longo dos anos, ela tomou os detalhes de seu escritório: paredes grossas com painéis de carvalho, fotos que revelaram-se esconderijos nos minutos a sós que elateve para bisbilhotar enquanto ele chamava seu secretário para trazer chá e o mobiliário ornamentado que custava mais do que a maioria dos cidadãos de Forte da Fenda ganhava na vida, incluindo um lindo armário de mogno, onde muitos de seus mais ricos clientes tinham arquivos incluindo os dela, mantidos trancados com uma chave de ouro que ele mantinha em sua mesa.Ela continuou a inspeção quando ele ultrapassou novamente as portas fechadas de seuescritório para retirar a quantia de dinheiro que ela sacaria naquela noite. Enquanto ele estava na antessala, dando a ordem para seu secretário, Aelin casualmentefizera o caminho até sua mesa, examinando os papéis empilhados e espalhados, os vários presentes de clientes, chaves e um porta-retratos com uma mulher que poderia ser uma esposa ou uma filha. Com homens como ele, era impossível dizer.Ele retornara apenas quando ela casualmente deslizou a mão no bolso de seu casaco. Puxou uma pequena conversa sobre o tempo até que o secretário apareceu, uma pequena caixa na mão. Despejando o conteúdo em sua bolsa de moedas com toda a graça que conseguiu reunir, Aelin agradeceu ao secretário e ao administrador e saiu do escritório.Ela tomou ruas laterais e becos, ignorando o fedor de carne podre que até mesmo achuva não conseguia esconder. Duas ela tinha contado duas áreas de execução em locais que outrora houveram agradáveis praças da cidade.Os corpos deixados para os corvos eram meras sombras contra as paredes de pedraclara onde tinham sido pregados.Aelin não correria o risco de capturar um dos valg até depois que Aedion fosse salvo se ela conseguisse sair viva mas isso não significava que ela não poderia obter uma vantagem sobre isso.

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Um frio nevoeiro cobrira o mundo na noite anterior, infiltrando-se através de cada canto e fissura. Aninhada sob camadas de colchas e edredons de pena, Aelin rolou na cama e estendeu uma mão para o outro lado do colchão, procurando preguiçosamenteo corpo masculino quente ao seu lado.Lençóis de seda frios deslizaram contra seus dedos. Ela abriu um olho.Não estava em Wendlyn. A cama de luxo adornada em tons de creme e bege pertencia a seu apartamento em Forte da Fenda. E a outra metade da cama estava bem feita, seus travesseiros e cobertores impecáveis. Vazio.Por um momento, ela pôde ver Rowan lá a dureza, o rosto implacável suavizado pela boaaparência do sono, seu cabelo de prata brilhando à luz da manhã, tão gritante contra a tatuagem que se estendia desde sua têmpora esquerda até o pescoço, por cima do ombro, todo o caminho até as pontas dos dedos.Aelin soltou uma respiração apertada, esfregando os olhos. Sonhar era ruim o suficiente. Ela não desperdiçaria energia sentido a sua falta, desejando que ele estivesseali para falar sobre tudo, ou apenas para ter o conforto de acordar ao lado dele e saber que ele existia.Ela engoliu em seco, seu corpo pesado demais quando se levantava da cama.Disse a si mesma uma vez que não era uma fraqueza precisar da ajuda de Rowan, quer

er a sua ajuda, e que talvez houvesse uma espécie de força em reconhecer isso, mas... Ele não era uma muleta, e ela nunca quis que ele se tornasse uma.Ainda assim, quando bebeu seu café da manhã frio, desejou que não tivesse sentido umaforte necessidade de provar para si mesma semanas atrás.Especialmente quando chegou a notícia através de um garoto de rua na porta do armazémde que ela fora convocada para a Torre dos Assassinos. Imediatamente.

Capítulo 12Um guarda entregou a convocação do duque, e Manon que estava a ponto de levar Abraxos para um passeio a sós expôs os dentes por uns bons cinco minutos enquanto andava pelo chão da torre.Ela não era um cão para ser chamada, e nem suas bruxas. Os seres humanos serviam para o esporte e sangue ocasional, não muito raro como geradores de bruxas novas. Jamais comandantes; nunca superiores.Manon desceu, e quando chegou na base das escadas da torre, Asterin chegou um passo atrás dela.

Eu estava indo procurá-la sua tenente murmurou, sua trança dourada balançando. O duq...

Eu sei o que o duque quer Manon estalou seus dentes de ferro para fora.Asterin levantou uma sobrancelha, mas se manteve em silêncio.Manon verificou sua inclinação crescente para começar a evisceração. O duque a convocou para as intermináveis reuniões com o homem alto e magro que se chamava Vernon e ele nãoolhou para Manon com medo e respeito o suficiente. Ele dificilmente aguentaria poucas horas de treinamento com as Treze, muito menos ser transportado no ar porlongos períodos de tempo sem gritar.Ela inspirava pelo nariz e soltava o ar pela boca, uma e outra vez, até que conseguiu retrair seus dentes e unhas.Não era um cão, não era uma tola insolente, não era qualquer um. Ela era a Líder Alada, eherdeira do clã por cem anos. Podia lidar com esse porco mortal que seria comida de verme em algumas décadas e, em seguida, voltaria para a sua gloriosa e maléfica existência imortal.Manon escancarou as portas da sala do conselho do duque, ganhando um olhar dos guardas postados fora um olhar que não tinha nenhuma reação, sem emoção. Humano em forma,as nada mais.O duque estudava um mapa de gigante propormções e sua mesa, seu companheiro ou conselheiro ou bobo da corte, Lord Vernon Lochan, de pé ao seu lado. Alguns lugares para trás fitando a superfície de vidro escuro, Kaltain estava sentada, imóvel, exceto pela vibração de sua garganta clara quando ela respirava. A brutal cicatriz em seu braço de alguma forma escureceu em um vermelho púrpura. Fascinante.

O que você quer? Manon exigiu.

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Asterin tomou o seu lugar ao lado da porta, os braços cruzados.O duque apontou para a cadeira em frente a ele.

Nós temos assuntos para discutir.Manon permaneceu de pé.

Minha montaria está com fome, e eu também sugiro falar-me rapidamente, para que eu possa começar com a minha caça.Lord Vernon, de cabelo escuro, magro como um junco e vestido com uma túnica azul brilhante que parecia muita limpa, olhou Manon de esguelha. Manon mostrou os dentes para ele em advertência silenciosa. Vernon apenas sorriu.

O que há de errado com a comida que oferecemos, senhorita?Os dentes de ferro de Manon deslizaram para baixo.

Eu não como comida feita por mortais. E nem minha montaria.O duque finalmente levantou a cabeça.

Se eu soubesse que você seria tão exigente, teria pedido que a herdeira das Pernas Amarelas fosse eleita Líder Alada.Manon casualmente balançou as unhas até saírem.

Acho que você encontraria em Iskra uma Líder da Alada indisciplinada, difícil e inútil.Vernon deslizou em uma cadeira.

Já ouvi falar sobre a rivalidade entre os Clãs das Bruxas. Tem algo contra as Pernas

Amarelas, Manon?Asterin soltou um rosnado baixo, uma ameaça informal. Vocês mortais tem sua gentalha disse Manon. Temos as Pernas Amarelas. Uma elitista! Vernon murmurou para o duque, que bufou.

Uma linha de chama fria passou pela espinha de Manon. Você tem cinco minutos, duque.

Perrington bateu os dedos sobre a mesa de vidro. Estamos a começando... Experimentos. Ao olharmos para o futuro, precisamos expandi

r nossos números, para melhorar os soldados que já temos. Vocês bruxas, com a sua história, permitem-nos a oportunidade de fazer exatamente isso.

Explique. Eu não estou aqui para explicar todos os detalhes dos meus planos respondeu o duqu

e. Tudo o que preciso é que me dê um grupo de jovens das Bico Negro sob seu comandopara testes. Que tipo de testes?

Para determinar se são compatíveis para reprodução com os nossos aliados do outro reinoos valg.Tudo parou. O homem tinha que ser louco, mas...

Não vão reproduzir como os humanos, é claro. Seria uma tarefa fácil, relativamente indolor, um procedimento com costurar pedra logo abaixo do umbigo. A pedra permite que eles as vejam. E uma criança nascida de linhagem valg e bruxa... Você pode entender o investimento que seria. Vocês bruxas valorizam sua prole tão ardentemente.Ambos os homens sorriam maliciosamente, à espera de sua aceitação.Os valg os demônios que tinham se reproduzido com os féericos para criar as bruxas de alguma forma voltaram, e estavam em contato com o duque e o rei... Ela encerrou as perguntas.

Você tem milhares de seres humanos aqui. Use-os. A maioria não é inerentemente dotada de magia e compatível com os valg, como as bruxas

são. E somente bruxas têm sangue valg já correndo em suas veias.Será que sua avó sabia disso?

Estamos aqui para sermos o seu exército, não suas putas Manon disse com calma letal.Asterin postou-se a seu lado, o rosto pálido e apertado.

Escolha um clã de Bico Negro foi à única resposta do duque. Eu as quero prontas em u semana. Interfera nisso, Líder Alada, e farei de sua preciosa montaria carne para cães. Talvez faça o mesmo com suas Treze.

Toque em Abraxos e arrancarei a pele de seus ossos.O duque voltou para o seu mapa e acenou com a mão.

Dispensada. Oh, vá até o ferreiro. Ele mandou dizer que seu último lote de lâminas estáonto para inspeção.Manon ficou ali, o do peso do vidro preto comprimindo-se, ela poderia quebrar eusar os cacos para lentamente, profundamente cortar os dois homens.

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Vernon ergueu as sobrancelhas em uma provocação silenciosa, e foi o suficiente paraManon se por em movimento para a porta, antes que ela pudesse fazer algo realmente estúpido.Elas estavam a meio caminho de seus aposentos quando Asterin perguntou:

O que você vai fazer?Manon não sabia. E ela não podia perguntar à sua avó, não sem parecer insegura ou incapazde seguir ordens.

Eu vou descobrirei. Mas você não vai dar um clã de Bico Negro para ele, para esta... esta criação. Eu não sei. Talvez não fosse ruim juntar a sua linhagem com os valg. Talvez eles fiz

essem suas forças mais fortes. Talvez os valg soubessem como quebrar a maldição Crochan.Asterin agarrou-a pelo cotovelo, unhas cavando em sua pele. Manon piscou para otoque, a demanda absoluta contida nele. Nunca antes Asterin tinha sequer chegado perto...

Você não pode permitir que isso aconteça disse Asterin. Já tive o suficiente de pedidos por um dia. Mê faça outro, e você encontrará a sua língu

chão.O rosto de Asterin estava vermelho.

Bruxas donzelas são sagradas sagradas, Manon. Não as damos, nem mesmo para outros clãs.Era verdade. Bruxas donzelas eram tão raras, e todas do sexo feminino, como um presente da deusa três faces. Elas eram sagradas desde o momento em que a mãe mostravaos primeiros sinais de gravidez até quando atingia a maioridade aos dezesseis anos. Machucar uma bruxa grávida, machucar uma bruxa donzela na barriga ou sua filha,era uma violação do código tão profunda que não havia quantidade de sofrimento que poderia ser infligida ao agressor para coincidir com a hediondez do crime. A própria Manon participara de duas longas execuções agora, e a punição nunca parecia o suficiente.Crianças humanas não contavam, era tão boas quanto carne bovina para alguns dos clãs. Especialmente as Pernas Amarelas. Mas bruxas jovens... Eram o maior orgulho manter uma bruxa donzela em seu clã; e não havia maior vergonha do que perder uma.

Qual clã você escolheria? Asterin perguntou. Eu ainda não decidi. Talvez ela pegasse um clã menor apenas caso permitisse um maispoderoso se juntar com o valg. Talvez os demônios dessem à sua raça moribunda o tiro d

e vitalidade que tinha sido tão desesperadamente necessário para as últimas décadas. Séculos.

E se elas se opuserem?Manon atingiu as escadas para sua torre pessoal.

A única pessoa que se opõe a qualquer coisa nestes dias, Asterin, é você. Não está certo.

Manon fez um movimento rápido com uma mão, rasgando tecido e pele logo acima seios de Asterin.

Estou substituindo-a por Sorrel.Asterin não tocou no sangue que descia de sua túnica.Manon começou a andar novamente.

Eu avisei no outro dia para ficar na linha, e uma vez que você escolheu ignorar-me, não tenho nenhum uso para você nessas reuniões, ou às minhas costas nunca, nenhuma vez nos últimos cem anos tinham trocado seus postos. A partir de agora, você é terceira na hierarquia. Se provar que possui um pingo de controle, poderei reconsiderar.

Lady Asterin disse suavemente.Manon apontou para as escadas atrás.

Você quem dirá às outras. Agora. Manon pediu Asterin, um apelo em sua voz que Manon nunca tinha ouvido antes.

Manon continuou andando, seu manto vermelho balançando atrás dela na escada. Ela não se importava de ouvir o que Asterin tinha a dizer não quando sua avó deixara claro que qualquer passo fora da linha, qualquer desobediência, faria todas ganharem uma execução brutal e rápida. O manto em torno dela nunca permitiria que ela esquecesse.

Eu vejo lá em cima em uma hora disse Manon, sem se preocupar em olhar para trás quando entrou em sua torre.Que cheirava a ser humano.

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A jovem serva ajoelhava-se diante da lareira, uma escova e pá de lixo em suas mãos.Ela tremia ligeiramente, mas o cheiro de seu medo já havia revestido a sala. Ela provavelmente entrou em pânico desde o momento em que pôs os pés dentro da câmara.A menina abaixou a cabeça, seu cabelo meia-noite deslizando sobre o rosto pálido, mas não antes de Manon notar o vislumbre de avaliação em seus olhos escuros. O que está fazendo aqui? Manon perguntou categoricamente, as unhas de ferro clicando uma contra a outra, só para ver o que a menina faria.

Lim-limpeza a menina gaguejou demasiado entrecortada, também perfeitamente. Subserviente, dócil e aterrorizada, exatamente do jeito que as bruxas preferiam. Apenaso cheiro de medo era real.Manon retraiu seus dentes de ferro.A serva moveu em seus pés, fazendo uma careta de dor. Ela se mexeu o suficiente para que as surradas saias caseiras de seu vestido balançassem, revelando uma grossa corrente entre seus tornozelos. O tornozelo direito fora mutilado, seu pé torcido de lado, brilhante com a pele cicatrizadaManon escondeu o sorriso predador.

Por que me dariam uma aleijada por serva? E-eu só sigo ordens. A voz era aguada, não digna.Manon bufou e se dirigiu para a mesa de cabeceira, sua trança e o manto vermelho-sangue fluíam atrás dela. Lentamente, à escuta, ela se serviu de um pouco de água.A serva recolheu suas ferramentas de forma rápida e habilmente.

Eu posso voltar quando não for incomodá-la, senhora. Faça o seu trabalho, mortal, e, em seguida, vá embora. Manon se virou para ver o aca

bamento da menina. A serva mancando pela sala, mansa e frágil e indigna de um segundo olhar. Quem fez isso com sua perna? Manon perguntou, encostada na cabeceirada cama.A serva nem sequer levantar a cabeça.

Foi um acidente. Ela reuniu as cinzas no balde que arrastara até ali. Eu caí um lance de escadas quando tinha oito anos, e não havia nada a ser feito. O meu tio não confiava em curandeiros o suficiente para deixá-los entrar em nossa casa. Tive a sorte de ficar com ele.

Por que as correntes? Outra questão plana, entediado. Para que eu não possa fugir. Você não teria ido longe nestas montanhas, de qualquer maneira.

Houve um ligeiro endurecimento em seus ombros magros, o valente esforço para esconder isso.

Sim a menina respondeu mas eu cresci em Perranth, não aqui. Ela empilhou a sujeira que deve ter limpado, mancando mais a cada passo. A caminhada para baixo, puxando o balde pesado de cinzas, seria outra miséria, sem dúvida. Se precisar de mim, é só chamar por Elide. Os guardas saberão onde me encontrar.Manon observava cada passo mancado que a levou para a porta. Manon quase a deixou sair, deixou pensar que estava livre, antes de dizer:

Ninguém nunca puniu seu tio por sua estupidez sobre curandeiros?Elide olhou por cima do ombro.

Ele é o senhor de Perranth. Ninguém podia fazer isso. Vernon Lochan é seu tio Elide assentiu. Manon inclinou a cabeça, avaliando o comport

amento gentil tão cuidadosamente construído. Por que seu tio veio para cá? Eu não sei Elide sussurrou. Por que trazer você junto? Eu não sei disse ela novamente, pousando o balde. Ela se moveu, trocando seu peso

para a perna boa. E quem atribuiu você a esta torre? Manon perguntou muito baixinho.

Ela quase riu quando os ombros da menina curvaram-se quando ela baixou a cabeça ainda mais.

Eu não sou uma espiã. Juro pela minha vida. Sua vida não significa nada para mim respondeu Manon, saindo da cabeceira da camae rondando mais perto. A serva se manteve firme, tão convincente em seu papel de s

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ubmissa humana. Manon enfiou uma unha pontuda de ferro por baixo do queixo de Elide, puxando a cabeça para cima.

Se eu pegá-la me espionando, Elide Lochan, você se encontrará se com duas pernas inúteis.O cheiro forte de seu medo encheu o nariz de Manon.

Minha senhora, e-eu juro que não v-vou... Saia Manon raspou a unha sob o queixo de Elide, deixando um fio de sangue em seu

rastro. E só por isso, Manon se afastou e chupou o sangue de Elide de sua unha de ferro.Foi um esforço manter o rosto inexpressivo quando saboreou o sangue. A verdade era contada.Mas Elide tinha visto o suficiente, ao que parecia, e a primeira rodada de seu jogo tinha acabado. Manon deixou a menina mancar para fora, a pesada corrente tilintando depois dela. Manon olhou para a porta vazia. Tinha sido divertido, em primeiro lugar, deixar a garota achar que Manon fora enganada por ela, por doce de língua, pelas ações inofensivas. Em seguida, a herança de Elide fora revelada e todos os instintos predatórios de Manon fora ativados quando ela monitorou a forma como a menina escondeu o rosto, assim suas reações seriam veladas, da maneira como a outra falou o que ela queria ouvir. Como se ela estivesse se sentindo um inimigo em p

otencial.A menina ainda podia ser uma espiã, Manon disse a si mesma, voltando-se para a mesa, onde o cheiro de Elide estava mais forte.Com certeza, o extenso mapa do continente trazia vestígios de canela e sabugueiro, o cheiro de Elide, em pontos concentrados. Como impressões digitais.Uma espiã de Vernon, ou uma com seus próprios planos? Manon não tinha ideia.Mas valia a pena manter um olho em qualquer pessoa com sangue de bruxa nas veias. Ou talvez treze.

A fumaça de incontáveis forjas incomodava os olhos de Manon o suficiente para que ela mantivesse a pálpebra de voo no lugar após a aterrissagem no coração do campo de guerra, ao som marteladas e crepitação de chamas.Abraxos assobiou, andando em um círculo apertado que definia os soldados sombriose blindados que assistiram seu pouso na borda. Eles encontraram outro lugar para ficar quando Sorrel desceu na lama ao lado de Manon um momento depois, rosnando duro para o grupo mais próximo de curiosos.Abraxos soltou um grunhido de sua autoria, dirigida à montaria e Sorrel, e Manon deu-lhe uma pontada afiada com seus calcanhares antes de desmontar.

Nada de brigas ela rosnou para ele, estando próxima à pequena clareira em meio aos abrigos construídos para os ferreiros. A clareira era reservada para as montadorasde serpentes aladas, completamente circundada por postes enraizados em todo o seu perímetro para prender suas montarias. Manon não se incomodou, embora Sorrel tenha amarrado a dela, não confiando na criatura.Ter Sorrel na posição de Asterin era... estranho. Como se o equilíbrio do mundo tivesse mudado de lado. Mesmo agora, suas serpentes aladas eram ariscas perto uma da outra, embora nenhuma ainda tivesse se lançado para o combate imediato. Abraxos normalmente deixava espaço para a serpente azul-celeste fêmea de Asterin, mesmo roçando contra ela.Manon não esperou Sorrel discutir com sua montaria antes de caminhar para o covildo ferreiro, o edifício pouco mais que toras de madeira erguidas com um telhado improvisado. As forjas gigantes de pedra providenciavam luz, e em torno delas, homens martelavam, dobravam, puxavam e afiavam.O ferreiro da torre já esperava apenas após o primeiro posto, apontando para elas com uma mão vermelha cicatrizada. Em cima da mesa diante do homem musculoso de meia-idade, jazia uma disposição de lâminas de aço de Adarlan, brilhantes de tanto polimento. Sorrel permaneceu ao lado de Manon enquanto esta fez uma pausa antes pegar um punhal e pesá-lo em suas mãos. Ferreiro Manon falou para ele, que a fitava com olhos escuros e penetrantes. Ela ergueu outro punhal, em seguida uma espada, pesando-os também. Eu preciso de arma

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s leves para os clãs.Os olhos do ferreiro estreitaram-se ligeiramente, mas ele pegou a espada que tinha baixado e pesou-a. Ele inclinou a cabeça, batendo no punho decorado e sacudindo a cabeça.

Eu não me importo se é bonita devolveu Manon. Há apenas uma finalidade que importa pa mim. Reduza ad decorações e poderá diminuir algum peso.Ele olhou para onde estava Ceifadora de Vento em suas costas, seu punho maçante ecomum. Mas ela o vira admirar a lâmina, uma verdadeira obra-prima quando se encontraram na outra semana.

Só vocês mortais se importam que a espada pareça bonita disse ela. Seus olhos brilharam, e ela se perguntou se ele teria dito a ela para ficar longe, se tivesse uma língua para fazê-lo. Asterin, através de suas formas de encantar ou aterrorizar as pessoas e conseguir informações úteis, descobrira que a língua do homem havia sido cortada por um dos generais dali por espalhar os seus segredos. Ele não devia ser capaz deescrever ou ler, então. Manon quis saber que outras coisas que o detinham, talvezuma família, para manter um homem tão habilidoso seu prisioneiro. Talvez tenha sidopor causa disso que ela explicou:

As serpentes aladas serão peso suficiente durante a batalha. Entre as nossas armaduras, armas, suprimentos e armaduras das montarias, precisamos encontrar lugares

para aliviar a carga. Ou então elas não aguentarão ficar no ar por muito tempo.O ferreiro apoiou as mãos nos quadris, estudando as armas que tinha feito, e levantou uma mão, fazendo um gesto para que ela esperasse, enquanto corria mais fundo no labirinto de fogo e minério fundido e bigornas.Um grande e rápido tinido de metal contra metal foi o único som quando Sorrel testou uma das lâminas ela mesma.

Você sabe que apoiarei qualquer decisão que tome disse ela. O cabelo castanho de Sorrel fora puxado firmemente para trás, seu rosto bronzeado, provavelmente lindo para os mortais, estável e sólido como sempre. Mas Asterin...Manon abafou um suspiro. As Treze não ousaram mostrar qualquer reação quando Manon levara Sorrel para esta visita antes da caçada. Vesta se mantivera perto de Asterin na torre abandonada, embora ausente de solidariedade ou em indignação silenciosa, Manon não soubesse. Mas Asterin encontrara o olhar de Manon e acenou gravemente, masela balançou a cabeça. Você não quer ser minha imediata?

É uma honra ser sua imediata Sorrel respondeu, sua voz áspera cortando os martelos e outros sons. Mas também era uma honra ser sua segunda imediata. Você sabe que Asterin oscila entre a selvageria em um bom dia. Mantê-la neste castelo, dizer que elanão pode matar ou mutilar ou caçar, dizer-lhe para se manter afastada dos homens...Ela está sendo obrigada a ficar no limite.

Estamos todas no limite Manon contara às Treze sobre Elide, e se perguntou se os olhos afiados da menina perceberiam que ela agora tinha um grupo de bruxas farejando atrás dela.Sorrel soltou um suspiro, seus poderosos ombros se elevaram. Ela largou o punhal.

Na Ômega, nós sabíamos qual era o nosso lugar e o que era esperado de nós Tivemos uma rotina. Tínhamos finalidade antes disso, nós caçávamos as Crochans. Aqui, não somos mais doque as armas à espera de sermos utilizadas ela apontou para as lâminas inúteis sobre a mesa. Aqui, sua avó não está por perto para... Influenciar as coisas, para fornecer regras estritas. Para instilar medo, ela tornaria a vida do duque um inferno.

Você está dizendo que sou uma líder ruim, Sorrel? uma pergunta em voz baixa. Estou dizendo que as Treze sabem por que sua avó a obrigou a matar a Crochan por e

sse manto.Perigoso um terreno tão perigoso.

Acho que vocês às vezes se esquecem do que minha avó pode fazer. Confie em mim, Manon, nós não esquecemos Sorrel respondeu suavemente quando o ferrei

ro apareceu ao longe, um conjunto de lâminas em seus braços poderosos. E mais do que qualquer um de nós, Asterin nem por um segundo esqueceu do que a Grã-Bruxa é capaz de fazer.Manon sabia que poderia exigir mais respostas, mas também sabia que Sorrel era como rocha e rocha não quebraria. Então, ela enfrentou o ferreiro se aproximando enquan

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Um novo tapete ele comentou, desviando o olhar dos papéis diante dele. As manchasde sangue no outro nunca saíram realmente.

Pena respondeu ela, caindo em uma das cadeiras na frente dele, tentando não olharpara a cadeira ao lado, onde Sam costumava se sentar. O outro era mais bonito.Até que seu sangue o encharcara quando Arobynn a surrara por arruinar seu acordo de comércio de escravos, fazendo Sam assistir o tempo todo. E quando ela estava inconsciente, ele batera em Sam até ele desmaiar, também.Ela se perguntava quais das cicatrizes nos nós dos dedos de Arobynn vieram dessesespancamentos.Ela ouviu o mordomo oferecendo algo, mas não se dignou a olhar para ele quando Arobynn respondeu:

Nós não queremos ser perturbados.O mordomo murmurou seu entendimento, e as portas do escritório se fecharam.Aelin pendurou uma perna sobre o braço da cadeira.

A que devo essa convocação?Arobynn se levantou, um movimento fluido delineado com o poder contido, e deu avolta na mesa para se apoiar contra sua borda.

Eu apenas queria ver o que você estava fazendo no dia antes de seu grande evento seus olhos cintilaram de prata. Queria desejar boa sorte.

E para ver se eu ia traí-lo? Por que eu pensaria isso? Não acho que você queira entrar em uma conversa sobre a confiança agora. Certamente que não. Não quando você precisa de todo o seu foco para amanhã. Então, muita

pequenas coisas que poderiam dar errado. Especialmente se você for pega.Ela sentiu a adaga da ameaça implícita escorregar entre suas costelas.

Você sabe que eu não quebro facilmente sob tortura.Arobynn cruzou os braços sobre o peito largo.

Claro que não. Eu não espero nada menos que minha protegida me resguarde caso o reia pegue.Isso explicou a convocação.

Eu nunca perguntei Arobynn continuou. Você irá fazer isso como Celaena?Tão bom quanto qualquer um para lançar um olhar entediado em torno do estudo, sempre o protetor irreverente.Nada sobre a mesa, nada nas prateleiras, nem mesmo uma caixa que poderia contero amuleto de Orynth. Ela se permitiu dar uma varredura na sala antes de mover os olhos indolentes para ele.

Eu não tinha planejado deixar um cartão de visitas. E que explicação dará a seu primo quando estiverem reunidos? A mesma que deu ao nobre

capitão? Ela não queria saber como ele estava ciente do desastre. Ela não tinha contado, Lysandra ainda não tinha ideia de quem ela era. Ela pensaria sobre isso mais tarde.

Eu contarei a verdade a Aedion. Bem, vamos esperar que seja desculpas suficientes para ele.

Foi um esforço físico reprimir a réplica. Estou cansada e não sinto vontade de acender um treino verbal hoje. Apenas me diga

o que quer para que eu possa mergulhar em minha banheira. Não era uma mentira. Seus músculos doíam de rastrear os soldados valg, caminhando por toda Forte da Fenda na noite anterior.

Você sabe, minhas instalações estão à sua disposição Arobynn prendeu sua atenção em suita, pendurada no braço da cadeira, como se ele tivesse de alguma forma descoberto que a perna estava lhe dando problemas. Como se soubesse que a luta nos Cofresde alguma forma agravara a velha ferida que ela recebeu durante seu duelo com Cain. Meu médico poderia olhar a perna para você. Não quero que sinta dor. Ou esteja prejudicada amanhã.Ela manteve a expressão entediada.

Você realmente gosta de se ouvir falando, não é?Uma risada sensual.

Uma bela disputa verbal.Ela esperou, ainda descansando na cadeira.Arobynn correu um olho para baixo do traje, e quando seu olhar encontrou o dela,

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havia apenas um cruel assassino frio olhando para ela. Ouvi que você estava monitorando patrulhas da guarda do rei, mas deixando-os sem s

erem incomodados. Por acaso esqueceu do nosso pequeno negócio?Ela sorriu um pouco.

Claro que não. Então por que meu demônio prometido não está em minha masmorra? Porque não vou capturar um até depois de Aedion ser libertado um piscar. Essas coisa

s podem levar o rei até você. Até nós. Não colocarei em risco a segurança de Aedion para sisfazer a sua curiosidade mórbida. E quem sabe se você não esquecerá de me ajudar quando estiver ocupado com seu novo brinquedo?Arobynn afastou-se da mesa e aproximou-se dela, inclinando sobre a cadeira o suficiente para compartilhar a respiração.

Eu sou um homem de palavra, Celaena.Mais uma vez, esse nome.Ele deu um passo para trás e inclinou a cabeça.

Você, por outro lado... Eu me lembro de sua promessa de matar Lysandra anos atrás. Fiquei surpreso quando ela retornou ilesa.

Você fez o seu melhor para garantir que eu a odiasse. Imaginei por que não ir para o lado oposto, por uma vez? Acontece que ela não é tão mimada e egoísta quanto você me fez

acreditar. Sempre o protetor petulante, sempre o espertinho. Mas se quer que eua mate, com prazer voltarei minha atenção para isso, em vez do valg.A suave risada.

Não há necessidade. Ela me serve bem o suficiente. Substituível, no entanto, se você decidir que gostaria de manter sua promessa.

Isso foi o teste, então? Para ver se eu continuava com minhas promessas? Sob as luvas, o corte que ela fizera na palma da mão queimava como uma marca.

Foi um presente. Prefiro joias e roupas. Ela levantou-se e olhou para seu traje. Ou coisas úteis.

Seus olhos seguiram os dela e permaneceram. Você o preenche melhor do que aos dezessete anos.

E isso era o bastante. Ela estalou a língua e virou-se, mas ele agarrou seu braço exatamente onde as lâminas invisíveis saíam. Ele também sabia disso. Uma provocação; um desao. Você terá que ficar quieta com seu primo uma vez que ele escaque amanhã disse Arobynn. Se decidir não cumprir sua parte no trato... descobrirá muito rapidamente, Celaenaquerida, quão mortal esta cidade pode ser para aqueles que apoiam a rainha cadelacuspidora de fogo.

Nada mais de declarações de amor ou ofertas de caminhar sobre brasas para mim?Uma risada sensual.

Você sempre foi minha parceira de dança favorita ele chegou perto o suficiente paratocar os lábios nos dela se ela oscilasse um centímetro para frente. Se quiser que eu sussurre palavras doces em seu ouvido, majestade, farei exatamente isso. Mas você ainda me dará o que preciso.Ela não se atreveu a se afastar. Sempre houve um brilho em seus olhos prateados como a luz fria antes de um alvorecer. Ela nunca foi capaz de desviar o olhar dele.Ele inclinou a cabeça, o sol refletindo seu cabelo ruivo.

E sobre o príncipe? Que príncipe? ela perguntou cuidadosamente.

Arobynn deu um sorriso inteligente, afastando-se alguns centímetros. Há três príncipes, suponho. Seu primo, e os dois que agora compartilham o corpo de Dor

ian Havilliard. Será que o bravo capitão sabe que seu amigo está sendo devorado por um desses demônios?

Sim. Será que ele sabe que você pode optar por fazer a coisa certa e impedir o filho do r

ei antes que ele pode se tornar uma ameaça?Ela segurou seu olhar.

Por que você não me contou? Você é aquele que está se reunindo com ele.Sua risada escorregou feito gelo sobre seus ossos. Então o capitão tem dividido com você esse tempo todo. Ele parece compartilhar tudo mu

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ito bem com sua ex-amante, a menina Faliq. Sabia que o pai dela faz as melhorestortas de pera em toda a capital? Ele está até mesmo fornecendo algumas para o aniversário do príncipe. Irônico, não é?Era a sua vez de piscar. Ela tinha conhecimento de que Chaol teve pelo menos uma amante diferente, Lithaen, mas... Nesryn? E como era conveniente para ele não lhe contar, especialmente quando ele tinha jogado tudo o que acreditava ser absurdo sobre ela e Rowan em seu rosto. Seu príncipe das fadas, ele retrucou. Duvidava que Chaol tivesse feito algo com a jovem desde que ela partira para Wendlyn, mas... Mas ela estava sentindo exatamente o que Arobynn queria que ela sentisse.

Por que você não fica fora dos nossos assuntos, Arobynn? Você não quer saber por que o capitão veio me ver novamente na noite passada?

Bastardos, ambos. Ela advertiu Chaol sobre a confusão com Arobynn. Para revelar que ela não sabia ou para esconder a vulnerabilidade... Chaol não poria em risco sua segurança ou seus planos para amanhã, independentemente de quais informações ele manteveescondido dela. Ela sorriu para Arobynn.

Não. Eu fui quem o mandou para cá ela passeou em direção às portas do escritório. Votar realmente entediado se me chamou apenas para me insultar.Um vislumbre de diversão.

Boa sorte amanhã. Todos os planos estão em vigor, caso você esteja preocupada.

Claro que estão. Eu não esperaria nada menos de você ela abriu uma das portas e acenou com a mão uma despedida preguiçosa. Te vejo por aí, mestre.

Aelin visitou o Banco Real novamente a caminho de casa, e quando voltou para seu apartamento, Lysandra estava à espera, como planejado.Seria bom que Lysandra tivesse trazido comida. Muita comida.Aelin sentou na mesa da cozinha, onde Lysandra atualmente descansava. A cortesã estava olhando em direção à grande janela acima da pia da cozinha.

Você percebe que tem uma sombra no telhado ao lado, não é? Ele é inofensivo. E útil. Chaol tinha homens vigiando a Fortaleza, os portões do palác

, e o apartamento tudo para monitorar Arobynn. Aelin inclinou a cabeça. Olhos afiados? Seu mestre me ensinou alguns truques ao longo dos anos. Para proteger-me, é claro. Para proteger seu investimento, foi o que ela não precisou dizer. Você leu a carta?

Cada maldita palavra.Na verdade, ela tinha lido a carta de Wesley várias e várias vezes, até que tinha memorizado as datas, os nomes e contas, até que enxergara através de tanto fogo que estava contente que sua magia estivesse atualmente sufocada. Mudou pouco de seus planos, mas ajudou. Agora ela sabia que não estava errada, que os nomes em sua próprialista estavam corretos.

Me desculpe, eu não pude mantê-la disse Aelin. Era a única maneira de permanecer sego.Lysandra apenas balançou a cabeça, tirando um fio de algodão do corpete de seu vestido cor de ferrugem. As mangas vermelhas eram soltas e esvoaçantes, com punhos apertados de veludo preto e botões de ouro que brilharam na luz da manhã quando ela estendeu a mão para uma das uvas de estufa que Aelin comprara no dia anterior. Um vestido elegante, mas modesto.

A Lysandra que eu conhecia costumava usar muito menos roupas Aelin observou.Os olhos verdes de Lysandra piscaram.

A Lysandra você conhecia morreu há muito tempo.Assim como Celaena Sardothien.

Eu lhe pedi para me encontrar hoje para que pudéssemos... conversar. Sobre Arobynn? Sobre você.

As sobrancelhas elegantes se estreitaram. E quando nós vamos começar a falar sobre você? O que você quer saber? O que está fazendo em Forte da Fenda? Além de resgatar o general amanhã.

Aelin respondeu:

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Eu não a conheço bem o suficiente para responder a essa pergunta.Lysandra meramente inclinou a cabeça.

Por Aedion? Ele é mais útil para mim vivo do que morto. Não era uma mentira.

Lysandra cutucou com cuidado um prego sobre a mesa desgastada. Depois de um momento, tomou a palavra:

Eu costumava ter inveja de você. Não só porque você tinha Sam, mas também Arobynn... Eua uma tola, acreditando que ele lhe dera tudo e nunca negou nada, te odiando porque eu sempre soube, no fundo, que eu era apenas um peão para ele usar contra você,uma maneira de fazê-la lutar por seu carinho, para mantê-la acordada, machucando-a.E eu gostava, porque pensei que era melhor ser peão de alguém do que não ser nada. Sua mão tremia quando ela a ergueu para escovar uma mecha de seu cabelo. Acho que euteria continuado nesse caminho por toda a minha vida. Mas então Arobynn matou Same organizou a sua captura, e... e me chamou na noite em que você foi levada para Endovier. Depois, na volta de carruagem, eu só chorava. Eu não sabia por quê. Mas Wesley estava lá comigo. Essa foi a noite em que tudo mudou entre nós. Lysandra olhou para as cicatrizes em volta dos pulsos de Aelin, então para a tatuagem em seu próprio.

Na outra noite, você não veio só para me avisar sobre Arobynn.Quando Lysandra levantou a cabeça, seus olhos estavam frios.

Não ela disse com selvageria macia. Eu vim para ajudá-la a destruí-lo. Você tem que confiar muito em mim para dizer isso. Você destruiu o Cofres lembrou Lysandra. Foi por Sam, não foi? Porque aquelas pessoa

s, todas elas trabalharam para Rourke Farran, e estava lá quando... ela balançou a cabeça. Tudo é por Sam, o que você planejou para Arobynn. Além disso, se você me trair, huco que possa me ferir mais do que eu já suportei.Aelin recostou-se na cadeira e cruzou as pernas, tentando não pensar na escuridão da mulher de frente para ela e ao que ela havia sobrevivido.

Fiquei muito tempo sem exigir retribuição. Não tenho nenhum interesse no perdão.Lysandra sorriu e não havia nenhuma alegria.

Depois que ele matou Wesley, eu ficava acordada na sua cama e pensei em matá-lo ali mesmo. Mas isso não parecia ser suficiente, e a dívida não pertencia somente a mim.Por um momento, Aelin não podia dizer nada. Em seguida, ela balançou a cabeça.

Você quer dizer, honestamente, que estava esperando por mim esse tempo todo? Você amava Sam tanto quanto eu amava Wesley.Seu peito era um buraco, mas ela balançou a cabeça. Sim, ela tinha amado Sam, - mais do que jamais amara ninguém. Até mesmo Chaol. E ler na carta de Wesley exatamente o que Arobynn ordenara que Rourke Farran fizesse com Sam tinha deixado uma ferida furiosa no interior dela. As roupas de Sam ainda estavam nas duas gavetas inferiores de sua penteadeira, onde Arobynn tinha realmente desembalado e guardado. Ela usara uma de suas camisas para dormir nas últimas duas noites.Arobynn pagaria.

Sinto muito disse Aelin. Pelos anos que passei sendo um monstro com você, por qualquer parte que eu tenha tido em seu sofrimento. Eu desejava que tivesse sido capaz de te ver melhor. Que pudesse ter visto tudo melhor. Eu sinto muito.Lysandra piscou.

Nós éramos jovens e estúpidas, e deveríamos ter visto uma à outra como aliadas. Mas nãoa que nos impeça de nos ver dessa forma agora. Lysandra deu um sorriso que era mais do que um lobo refinado. Se você está dentro, eu também estou.Assim muito rápido e facilmente uma oferta de amizade foi jogada em seu caminho. Rowan poderia ser seu amigo mais querido, seu carranam, mas ela sentia falta... ela queria companhia feminina. Profundamente. Ainda que um pânico velho se erguesse com o pensamento de que Nehemia não estava mais lá para proporcionar isso e parte dela queria jogar a oferta de volta no rosto de Lysandra só porque ela não era Nehemia mas ela se obrigou a ignorar o medo.Aelin disse com voz rouca:

Eu estou.Lysandra soltou um suspiro.

Oh, graças aos deuses. Agora posso falar com alguém sobre roupas sem ser perguntadao que achariam disso ou se aprovariam, ou engolir uma caixa de chocolates sem que tivesse alguém me dizendo que eu deveria cuidar melhor da minha silhueta. Você gos

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ta de chocolates, certo? Lembro de roubar uma caixa do seu quarto uma vez quando você estava fora para matar alguém. Eles eram deliciosos.Aelin acenou com a mão em direção às caixas de presentes na mesa.

Se me trouxe chocolates, em minha concepção você é minha nova pessoa favorita.Lysandra riu, um som surpreendentemente profundo e estranho uma risada que provavelmente ela nunca deixou seus clientes ou Arobynn ouvirem.

Uma noite em breve, vou me esgueirar de volta para cá e nós poderemos comer chocolates até vomitar. Nós somos senhoritas refinadas e educadas.

Por favor disse Lysandra, acenando com a mão bem cuidada você e eu somos nada além dferas vestindo peles humanas. Não adianta tentar negar.A cortesã não tinha ideia do quão perto estava da verdade. Aelin se perguntou como a mulher reagiria ao vê-la na outra forma de caninos alongados. De alguma forma, eladuvidou que Lysandra fosse chamá-la de monstro por sua forma, ou para as chamas aseu comando.O sorriso de Lysandra hesitou.

Tudo está pronto para amanhã? É preocupação que estou detectando? Você vai valsar no palácio e acha que uma cor de cabelo diferente fará com que não seja

notada? Confia tanto assim em Arobynn? Você tem uma ideia melhor?O encolher de ombros de Lysandra era a definição de indiferença.

Acontece que sei uma coisa ou duas sobre como fazer papéis diferentes. Como fazerolhos desviarem quando não se quer ser vista.

Eu sei como ser furtiva, Lysandra. O plano é sólido. Mesmo que seja ideia de Arobynn.

E se a gente matar dois coelhos com uma cajadada só?Ela poderia ter se despedido, podia ter descido e ido embora, mas não aconteceu, havia um brilho feroz tão perverso nos olhos da cortesã.Então Aelin descansou os antebraços sobre a mesa.

Estou ouvindo.

Capítulo 14Para cada pessoa salva por Chaol e os rebeldes, parecia haver várias outras que faziam parte do grupo de abate.O sol estava se pondo quando ele e Nesryn agacharam-se em um telhado ladeando apequena praça. As únicas pessoas que tinham se incomodado em vê-los eram os típicos mendigos, respirando a miséria dos outros.Isso não o incomodava a metade do que as decorações colocadas em homenagem ao aniversário Dorian no dia seguinte: flâmulas e fitas vermelhas e douradas penduradas em frente à praça como uma rede, enquanto cestas de flores azuis e brancas enfeitavam as bordas exteriores. Um ossuário enfeitado com a primavera como enfeite.A corda do arco de Nesryn gemeu quando ela a puxou.

Pronta alertou ela. Ela sabe o que está fazendo? murmurou Aelin a alguns metros de distância.

Chaol lançou-lhe um olhar cortante. Lembre-me por que está aqui mesmo? Eu queria ajudar ou esta rebelião é somente para adarlanianos?

Chaol sufocou sua réplica e voltou seu olhar para a praça abaixo.No dia seguinte, tudo o que importava dependia dela. Antagonizá-la não seria inteligente, mesmo que ele tivesse deixado Dorian em suas mãos. Mas...

Quanto a amanhã disse ele com firmeza, sem tirar sua atenção da execução prestes a acoer. Não toque em Dorian.

Eu? Nunca Aelin ronronou. Não é brincadeira. Você. Não. Vai. Feri-lo.

Nesryn os ignorou e inclinou o arco para a esquerda. Não tenho mira clara para qualquer um deles.Três homens agora estavam diante da praça, uma dúzia de guardas ao seu redor. As tábuas

do estrado de madeira já estavam profundamente manchadas de vermelho pelas semanas

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de uso. Catadores monitoravam o relógio maciço acima da plataforma de execução, esperando que o ponteiro de ferro marcasse as seis horas.Eles até mesmo amarraram fitas douradas e carmesim na borda inferior do relógio. Sete minutos agora.Chaol olhou para Aelin.

Você acha que será capaz de salvá-lo? Talvez. Eu vou tentar. Nenhuma reação em seus olhos, em sua postura.

Talvez. Talvez. Será que realmente se importa com Dorian, ou ele é um peão para Terrasen? Não comece com isso. Por um momento, ele pensou que ela tivesse acabado, mas, em s

eguida, ela cuspiu: Matá-lo, Chaol, seria uma misericórdia. Matá-lo seria um presente. Eu não posso atirar disse novamente Nesryn, um pouco mais acentuadamente. Toque nele Chaol continuou e terei a certeza de que esses bastardos encontrem Ae

dion.Nesryn silenciosamente se virou para eles, afrouxando seu aperto no arco. Era a única carta que ele tinha para jogar, mesmo que isso fizesse dele um bastardo também.A ira que Chaol encontrou nos olhos de Aelin anunciava o fim do mundo.

Você tem o meu julgamento para isso, Chaol devolveu Aelin com suavidade letal eu não

me importo com o que você fez ou o que tem feito para me ajudar. Se o trair, se machucá-lo, eu não vou me importar com quanto tempo levará ou quão longe irá. Queimarei voce seus deuses malditos, levarei o seu reino às cinzas. Então você aprenderá como posso ser um monstro.Longe demais. Ele tinha ido longe demais.

Nós não somos inimigos disse Nesryn, e embora seu rosto estivesse calmo, seus olhoscorriam entre eles Nós temos merda suficiente para nos preocupar amanhã. E agora mesmo ela apontou com sua flecha em direção à praça. Cinco minutos até seis. Nós teremosscer até lá?

Tão público comentou Aelin. Não corra o risco de se expor. Há outra patrulha a um qu de milha vindo nesse sentido.É claro que ela sabia sobre isso.

Mais uma vez Chaol repetiu por que você está aqui?Ela tinha acabado de escapar furtivamente deles. Com demasiada facilidade.Aelin estudou Nesryn um pouco pensativa.

Quão boa é a sua precisão, Faliq? Eu não erro disse Nesryn.

Os dentes de Aelin brilharam. O meu tipo de mulher. Ela lançou um sorriso a Chaol.

E ele sabia tinha certeza de que ela estava ciente da história entre eles. E ela não se importava. Ele não podia dizer se era ou não, um alívio.

Estou debatendo deixar os homens de Arobynn fora da missão amanhã disse Aelin, aqueles olhos azul-turquesa fixos no rosto de Nesryn, em suas mãos, em seu arco. QueroFaliq de plantão parede no lugar.

Não respondeu Chaol. Você é guardião dela? Ele não se dignou a responder. Aelin cantarolou: Pensei assim.

Mas Nesryn não ficaria de guarda lá e nem ele. Ele era reconhecível demais para se arriscar a ir ao palácio, e Aelin e seu pedaço de merda de mestre aparentemente decidiram que seria melhor para ele ficarem ao longo da fronteira das favelas, certificando-se de que o caminho estivesse livre.

Nesryn já tem suas ordens.Na praça, as pessoas começaram a xingar os três homens pálidos e magros que assistiam orelógio. Alguns dos espectadores ainda atiravam pedaços de comida estragada neles. Talvez esta cidade merecesse as chamas de Aelin Galathynius. Talvez Chaol merecesse queimar também.Voltou-se para as mulheres.

Merda Aelin praguejou, e ele olhou para trás a tempo de ver os guardas empurrarema primeira vítima aos prantos, um homem de meia-idade, em direção à plataforma, utilizando o punho de suas espadas para fazê-los cair de joelhos. Eles não esperariam até as seis. Outro prisioneiro, também de meia-idade, começou a tremer, e uma mancha escuraapareceu na frente de suas calças. Deuses.

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Os músculos de Chaol estavam travados, e até mesmo Nesryn não pôde erguer seu arco rápidoo suficiente quando o machado subiu.Um baque surdo caiu sob a praça da cidade. Pessoas aplaudiram aplaudiram. O som cobriu a segunda pancada da cabeça do homem caindo e rolando para longe.Então Chaol estava em outro quarto, no castelo que uma vez tinha sido sua casa, ouvindo o baque de carne e osso em mármore, névoa vermelha revestindo do ar, Dorian gritando.Quebrador de juramento. Transgressor. Mentiroso. Traidor. Chaol era todas essascoisas agora, mas não para Dorian. Nunca para seu verdadeiro rei.

Derrube a torre do relógio no jardim disse ele, as palavras quase inaudíveis. Ele sentiu Aelin virar em direção a ele. E a magia será libertada. Era uma magia de três torres, todas construídas de pedras de Wyrd. Derrube uma, e a magia estará livre.Ela olhou para o norte sem um piscar de surpresa, como se pudesse ver todo o caminho para o castelo de vidro.

Obrigada ela murmurou.Era isso.

É por Dorian. Talvez cruel, talvez egoísta, mas a verdade. O rei está esperando vocênhã ele continuou. E se ele parar de se preocupar com o conhecimento público e usara sua magia em você? Você sabe o que aconteceu com Dorian.

Ela examinou os telhados como se estivesse lendo seu mapa mental da celebração, o mapa que ele tinha entregado.Em seguida, ela praguejou.

Ele poderia colocar armadilhas para mim e Aedion. Com as marcas de Wyrd, poderia escrever magias no chão ou nas portas, em formas especiais para mim ou Aedion, enós estaríamos desamparados, da mesma maneira que prendi aquela coisa na biblioteca. Merda ela respirou. Merda.Baixando o arco, Nesryn disse:

Brullo nos disse que o rei tem seus melhores homens na escolta de Aedion das masmorras para o salão, talvez nessas áreas haja encantamento, também. Se ele mesmo não foi encantado.

É algo muito grande para se apostar. E é tarde demais para mudar os nossos planos disse Aelin. Se eu tivesse aqueles livros malditos, talvez pudesse encontrar algum tipo de proteção para mim e Aedion, algum feitiço, mas não terei tempo suficiente amanhãpara pegá-los do meu antigo quarto. Só os deuses sabem se eles ainda estão mesmo lá.

Eles não estão respondeu Chaol. As sobrancelhas de Aelin ergueram-se. Estão comigo.os peguei quando saí do castelo.

Aelin franziu os lábios no que ele podia jurar que era apreciação relutante. Nós não temos muito tempo ela começou a subir em cima do telhado e fora da vista. Há

s prisioneiros restantes ela esclareceu. E acho que aqueles enfeites ficariam melhor com um pouco de sangue valg respingado, de qualquer maneira.

Nesryn permaneceu no último andar, enquanto Aelin foi para outro em frente à praça mais rápido do que Chaol tinha pensado possível. Isso o deixou no nível da rua.Ele correu tão rapidamente quanto podia por entre a multidão, vendo seus três homens se reunindo perto da outra extremidade da plataforma pronta.O relógio marcava seis horas quando Chaol posicionou-se, depois de se certificar que mais dois de seus homens estavam esperando em um beco estreito. Os guardas finalmente limparam o corpo do primeiro prisioneiro e arrastaram para frente o segundo. O homem estava chorando, implorando, quando foi forçado a se ajoelhar na poçade sangue de seu amigo.O carrasco ergueu o machado.E um punhal, cortesia de Aelin Galathynius, acertou diretamente a garganta do carrasco. Sangue negro espirrou alguns para as flâmulas, como Aelin havia prometido. Antes que os guardas pudessem gritar, Nesryn abriu fogo a partir de outra direção.Essa era toda a distração necessária para Chaol quando ele e seus homens dispararam na direção da plataforma em meio ao pânico, fugindo da multidão. Nesryn e Aelin tinham disparado novamente no tempo qem ue ele subiu ao palco, a madeira traiçoeiramente escorregadia com o sangue. Ele agarrou os dois prisioneiros e rugiu corram, corram,

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corram!Seus homens estavam enfrentando lâmina com lâmina os guardas enquanto ele apressavaos prisioneiros aos tropeços para descerem as escadas e para a segurança do beco e os rebeldes que esperavam além.Fugiram quarteirão após quarteirão, deixando o caos da praça para trás, até que atingiramAvery, e Chaol os colocou num barco.Nesryn o encontrou nas docas uma hora depois, sem ferimentos, mas salpicada de sangue escuro. O que aconteceu?

Pandemônio disse Nesryn, vasculhando o rio sob o sol poente. Tudo bem?Ele assentiu.

E você? Ambos estamos muito bem a bondade, ele pensou com um lampejo de vergonha, que el

a sabia que ele não teve coragem de perguntar sobre Aelin. Nesryn afastou-se, voltando na direção que ela viria.

Onde você está indo? ele perguntou. Vou me lavar e trocar de roupa, em seguida, contatar a família do homem que morreu

.Era protocolo, mesmo que fosse horrível. Era melhor ter as famílias genuinamente lam

entando do que o risco de ser olhado por mais tempo como simpatizantes dos rebeldes. Você não tem que fazer isso. Vou mandar um dos homens. Eu sou um guarda da cidade disse ela claramente. Minha presença não será inesperada.

, além disso ela continuou, os olhos brilhando com sua habitual diversões fraca o senhor mesmo disse que não tenho exatamente uma fila de pretendentes à espera do ladode fora da casa de meu pai, por isso, o que mais tenho a fazer sozinha esta noite?

Amanhã é um dia importante ele falou, amaldiçoando as palavras que ele cuspiu na outra noite. Um idiota, era o que ele tinha sido, mesmo que ela não deixasse que isso a incomodasse.

Eu estava muito bem antes de você aparecer, Chaol disse ela, cansada, possivelmente entediada. Eu sei dos meus limites. Vejo você amanhã.

Por que ir você mesma até as famílias? ele não conseguiu deixar de perguntar.Os olhos escuros de Nesryn se deslocaram em direção ao rio. Porque me faz lembrar do que eu tenho a perder se eu for presa ou se não conseguir

mos.

A noite caiu, e Aelin sabia que estava sendo seguida quando caminhava de telhado em telhado. Agora, até mesmo horas depois, seguir pelas ruas era a coisa mais perigosa que ela poderia fazer, dado quão bravos os guardas ficaram depois que ela eos rebeldes tinham roubado seus prisioneiros debaixo do nariz deles.E ela sabia disso porque estivera ouvindo amaldiçoando e xingando pela última hora enquanto ela seguia uma patrulha de guardas uniformizados de pretos na rota que ela notara na noite anterior: ao longo das docas, em seguida, mantendo-se nas sombras da rua principal de tavernas e bordéis nas favelas, e, em seguida, quase no mercado negro, mas mantendo uma distância saudável dele. Interessante aprender como era sua rota ou o caminho deles quando o caos estourou nos esconderijos quando eles correram para, que tipo de formações usavam.Ou que ruas foram deixadas sem supervisão quando o mundo desabou. Como seria no dia seguinte, com Aedion.Mas as alegações de Arobynn estavam certas, correspondiam com os mapas que Chaol e Nesryn tinham feito, também.Ela sabia que se contasse a Chaol por que tinha aparecido na execução, ele ficaria no caminho de alguma forma e enviaria Nesryn para segui-la, talvez. Ela precisava ver quão hábil eles eram todos os pontos que seriam tão cruciais nos eventos do dia seguinte e depois dependiam disso.Assim como Arobynn tinha dito a ela, cada guarda usava um anel grosso preto, e eles se moviam com empurrões e espasmos que a fizeram se perguntar quão bem os demônios

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estavam se habituando dentro de seus corpos, se ajustando.O líder deles, um homem pálido com um cabelo escuro como a noite, movia-se mais fluidamente, como tinta em água, ela imaginou.Ela tinha os deixado perseguir em direção à outra parte da cidade, enquanto continuava na direção onde o distrito artesão projetava-se na curva do Avery, até que tudo ficou em silêncio ao seu redor e o cheiro daqueles corpos em decomposição desapareceu.Sobre o telhado de um armazém de vidro soprado, as telhas ainda quentes do calor do dia ou dos fornos enormes dentro, Aelin procurou no beco vazio abaixo.A chuva infernal da primavera começara de novo, tilintando no telhado inclinado, nas muitas chaminés.Magia Chaol lhe dissera como libertá-la. Tão fácil, e no entanto, uma tarefa monumental. A necessidade de um planejamento cuidadoso. Depois de amanhã, porém, se ela sobrevivesse ela começaria a fazê-lo.Ela desceu a calha lateral de um edifício de tijolo em ruínas, espirrando um pouco alto demais em uma poça do que ela esperava que fosse chuva. Ela assobiou enquantopasseava pelo beco vazio, uma pequena melodia alegre que ouviu em uma das muitas tabernas das favelas.Ainda assim, estava um pouco surpresa quando quase na metade do beco uma patrulha de guardas do rei entrou em seu caminho, suas espadas brilhando como mercúrio no

escuro.O comandante da patrulha o demônio dentro dele, olhou para ela e sorriu como se já soubesse que gosto o seu sangue tinha.Aelin sorriu de volta para eles, sacudindo os pulsos e liberando as lâminas de seu compartimento.

Olá, linda.Então ela estava sobre eles, cortando e girando e se agachando. Cinco guardas estavam mortos antes que os outros sequer pudessem se mover.O sangue que vazou não era vermelho, no entanto. Era negro, e deslizou para baixonas laterais de suas lâminas, denso e brilhante como o óleo. O mau cheiro, como leite coalhado e vinagre, a acertou tão forte quando o choque de suas espadas.O fedor cresceu, dominando a fumaça persistente das fábricas de vidro em torno deles, enquanto Aelin se esquivava do golpe de um dos demônios e o derrubou. O estômago do homem abriu-se como uma ferida purulenta, e sangue negro e os deuses sabem o que mais espichou para a rua.Repugnante. Quase tão ruim quanto o que saía do bueiro na outra extremidade do beco já aberto. A escuridão escorrendo era muito familiar.O resto da patrulha diminuiu. Sua ira se tornou uma canção em seu sangue quando elaterminou com eles.Com o sangue e a chuva formando poças sobre os paralelepípedos quebrados, quando Aelin estava em um campo de homens caídos, ela começou a cortar.Cabeça após cabeça rolava para longe.Então ela se inclinou contra a parede, esperando. Contando. Eles não se levantaram.Aelin saiu do beco, fechando a grade de esgoto, e desapareceu na noite chuvosa.

Amanheceu, o dia claro e quente. Aelin tinha ficado até a metade da noite vasculhando os livros que Chaol guardara, incluindo seu velho amigo Os Mortos Andam.Recitando o que ela aprendeu no silêncio de seu apartamento, Aelin vestiu as roupas que Arobynn tinha lhe mandado, verificando e reverificando se não havia surpresas e tudo estava onde ela precisava que estivesse. Ela deixou cada passo, cada planejamento de seu plano se ancorar, mantê-la sob consciência do tempo que viria quando as festividades começassem.E então ela saiu para salvar seu primo.

Capítulo 15Aedion Ashryver estava pronto para morrer.Contra sua vontade, ele se recuperou nos últimos dois dias, a febre cessou após o pôrdo sol na noite passada. Ele estava forte o suficiente para caminhar embora lent

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amente, quando eles o escoltaram até banheiro do calabouço, onde o acorrentaram para lavá-lo e esfregá-lo, e até arriscaram barbeá-lo, apesar de seus melhores esforços para cortar a própria garganta com a navalha.Parecia que eles queriam que ele estivesse apresentável para a exacução, quando lhe cortariam a cabeça com sua própria espada, a Espada de Orynth. Depois de limpar suas feridas, eles o empurraram para dentro de uma calça e uma camisa branca larga, prenderam seu cabelo para trás, e a arrastaram até as escadas. Guardas com uniformes escuros o escoltavam três de ambos os lados, quatro na frente e quatro atrás, além de umbastardo postado em cada porta que ele passava.Ele estava drenado demais por toda a preparação para provocá-los a enfiar uma espada através dele, e eles o levarem através das portas que davam no salão de baile. Bandeiras vermelhas e douradas estavam penduradas nas vigas, flores de primavera cobriam cada mesa, e um arco de rosas de estufa havia sido trabalhada sobre o estrado onde a família real assistiria as festividades antes de sua execução. As janelas e portas para além da plataforma onde seria morto se abriam para um dos jardins, um guarda postado a um passo do outro, além daqueles posicionados no próprio jardim. Se o rei queria montar uma armadilha para Aelin, ele certamente não se preocupou em sermuito sutil quanto a isso.Era civilizado da parte deles, Aedion percebeu quando foi empurrado para cima no

s degraus de madeira da plataforma, dar-lhe um banquinho para sentar. Pelo menos ele não teria que ficar no chão como um cão enquanto assistia todos fingirem que não estavam ali só para ver sua cabeça rolar. E um banquinho, ele percebeu com satisfação desagradável, seria uma arma suficientemente boa quando chegasse o momento.Então Aedion os deixou acorrentá-lo nos grilhões ancorados ao piso da plataforma. Os deixou colocar a Espada de Orynth em exposição alguns metros atrás dele, seu punho de osso brilhando na luz da manhã.Era apenas uma questão de encontrar o momento certo para chegar ao fim à sua própria escolha.

Capítulo 16O demônio o fez sentar-se sobre o estrado, em um trono ao lado de uma mulher coroada que não notara que a coisa que usava sua boca não era a pessoa que nascera de sua carne. Do outro lado descansava o homem que controlava o demônio dentro dele. E na sua frente, o salão estava cheio do riso silencioso da nobreza que não podia ver que ele ainda estava ali, gritando.O demônio quebrara um pouco mais da barreira hoje, e agora olhava através de seus olhos com um antigo brilho de malícia. Ele estava faminto por este mundo. Talvez o mundo merecesse ser devorado pela coisa. Talvez tivesse sido esse pensamento traidor o único responsável pelo tal buraco que se abria na barreira entre eles. Talvezele estivesse ganhando. Talvez ele já tivesse ganhado.Assim, ele foi forçado a sentar-se no trono, e falar com palavras que não eram suas, e compartilhar os olhos com algo de outro reino, que via o seu mundo ensolarado com voraz, a fome eterna.

O traje coçava como o inferno. A pintura toda não ajudava.A maioria dos convidados importantes chegou nos dias anteriores à festa, mas aqueles que moravam dentro da cidade ou na periferia agora formavam uma linha cintilante que se estendia através das enormes portas da frente. Guardas estavam postados lá, verificando convites, fazendo perguntas, perscrutando rostos não muito ansiosos para serem interrogados. Os artistas, vendedores e ajudantes, no entanto, eramobrigados a usar uma das entradas laterais.Foi ali que Aelin encontrara madame Florine e sua trupe de dançarinas, vestidas com trajes de tule, seda e rendas pretos, como a noite líquida sob sol do meio da manhã. Ombros para trás, pernas firmes e braços soltos ao lado do corpo, Aelin entrou para o meio do rebanho. Com os cabelos tingidos de um tom castanho avermelhado e seu rosto coberto pelos cosméticos pesados que todos dançarinos usavam, ela se misturou bem o suficiente para que nenhum dos outros olhasse para ela.

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Estava focada exclusivamente no seu papel de novata, ao olhar mais interessado em saber qual dos outros dançarinos percebia os seis guardas parados na pequena porta de madeira no lado da parede de pedra. O corredor do castelo era estreito bom para punhais, ruim para espadas e mortal para estes dançarinos se ela tivesse problemas problemas.Se Arobynn realmente a tivesse traído.Cabeça para baixo, Aelin monitorava sutilmente o primeiro teste de confiança.A cabeça de cabelos castanhos de Florine flutuava ao longo de sua linha de dançarinos como um almirante a bordo de um navio. Velha, mas bela, cada movimento de Florine era mergulhado com uma graça que a própria Aelin nunca fora capaz de replicar, não importava quantas lições ela tivesse enquanto crescia. A mulher fora a dançarina mais célebre no império e desde sua aposentadoria, permanecia como sua professora mais valorizada. Instrutora Sucessora, Aelin a chamara nos anos que ela treinou sob os comandos da mulher, aprendendo as danças mais elegantes e as maneiras de se mover e aprimorar seu corpo.Os olhos castanhos de Florine estavam nos guardas à frente quando ela parou ao lado de Aelin, uma careta em seus lábios finos.

Você ainda precisa trabalhar em sua postura disse a mulher.Aelin encontrou o olhar de soslaio de Florine.

É uma honra servir como substituta, madame. Espero que Gillyan logo se recupere de sua doença.Os guardas acenaram para o que parecia ser uma trupe de malabaristas, e avançou para frente.

Você está em boas condições de espírito Florine murmurou.Aelin fez uma atuação de abaixar a cabeça, ciente de seus ombros, e disposta a fazer suas bochechas corarem a substituta, tímida com os cumprimentos de sua patroa.

Considerando onde eu estava há dez meses?Florine enrugou o nariz, e seu olhar permaneceu nas finas cicatrizes em torno dos pulsos de Aelin que mesmo as espirais pintadas não conseguiam esconder. Eles tinham erguido os trajes decotados dos dançarinos, mas mesmo assim, e mesmo com a pintura corporal, as extremidades superiores das suas cicatrizes cobertas por tatuagens aparecia.

Se acha que tenho alguma coisa a ver com os acontecimentos que levaram a isso...As palavras de Aelin eram pouco mais altas do que o sussurrar de sapatos de seda no cascalho quando ela disse:

Você já estaria morta se tivesse. Não era um blefe. Quando ela escrevera seus planos naquele navio, o nome de Florine fora assinalados e, em seguida, riscado, depoisde cuidadosa consideração. Aelin continuou: Confio que tenha feito os ajustes adequados?Não apenas a ligeira mudança nos trajes para acomodar as armas e suprimentos que Aelin necessitaria, tudo pago por Arobynn, é claro. Não, as grandes surpresas viriam mais tarde.

Um pouco tarde para perguntar isso, não é? madame Florine ronronou, as joias escuras em seu pescoço e orelhas brilhando. Você tem que confiar muito em mim e deve ser algo grande para ter sequer aparecido.

Acredito que esteja sendo para mais do que gosta do rei Arobynn tinha dado uma soma enorme para pagar Florine. Ela manteve um olho nos guardas quando continuou: E uma vez que o Teatro Real foi fechado por Sua Majestade Real, confio em que ambas concordemos que o que foi feito com aqueles músicos foi um crime tão imperdoávelquanto os massacres dos escravos em Endovier e Calaculla.Ela sabia que jogara corretamente quando viu a cintilação agonia nos olhos de Florine.

Pytor era meu amigo sussurrou Florine, e a vergonha corou o seu rosto bronzeado. Não houve nenhum maestro mais fino, com melhor ouvido. Ele fez a minha carreira.Me ajudou a estabelecer tudo isso ela acenou com a mão para abranger os dançarinos,o castelo, o prestígio que tinha adquirido. Sinto falta dele.Não havia nada calculado, nada frio, quando Aelin colocou uma mão sobre seu próprio coração. Sinto falta de ouvi-lo conduzir a Suíte Stygian todo outono. Passarei o resto da minha vida sabendo que nós nunca poderemos voltar a ouvir a música mais fina, nunca m

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ais sentir um pingo de que senti sentada no teatro enquanto ele conduzia.Madame Florine colocou os braços em volta de si. Apesar dos guardas à frente, apesar da tarefa que se aproximava a cada tique-taque do relógio, Aelin levou um momento para ser capaz de falar novamente.Mas não tinha sido isso o que fez Aelin concordar com o plano de Arobynn confiar Florine.Dois anos atrás, finalmente livre da coleira de Arobynn, mas quase pobre por pagar suas dívidas, Aelin continuara a ter aulas com Florine não só para se manter atualizada com as danças populares para seu trabalho, mas também para manter-se flexível e apta. Florine havia se recusado a aceitar seu dinheiro.Além disso, após cada aula, Florine permitira que Aelin se sentasse ao piano da janela e tocasse até que seus dedos ficassem doloridos, desde que ela tinha sido forçada a deixar seu amado instrumento que mantinha na Torre dos Assassinos. Florine nunca o mencionou, nunca a fez se sentir como se fosse à caridade. Mas fora uma bondade quando Aelin precisava desesperadamente de uma.Aelin disse baixinho:

Você memorizou os preparativos para você e suas meninas? Aquelas que desejarem fugir podem ir à bordo do navio que Arobynn contratou. Deixe

i espaço para todas, apenas para o caso. Se forem estúpidas o suficiente para perman

ecer em Forte da Fenda, então merecem seu destino.Aelin não tinha arriscado ser vista junto com Florine até agora, e Florine não se atrevera sequer a embalar seus pertences por medo de ser descoberta. Ela levaria apenas o que podia carregar com ela dinheiro e joias e fugiria para as docas no momento em que o caos entrasse em erupção. Havia uma boa chance de que ela não conseguisse sair do palácio e nem suas garotas apesar dos planos de fuga fornecidos por Chaol e Brullo e a cooperação dos guardas.Aelin encontrou-se dizendo:

Obrigada.A boca de Florine arqueou-se.

Agora aqui está algo que você nunca aprendeu com seu mestre.As dançarinas na frente da fila atingiram os guardas, e Florine suspirou alto e desfilou em direção a eles, apoiando as mãos nos quadris estreitos, poder e graça revestindo cada passo enquanto se aproximava do guarda de uniforme negro estudando uma longa lista.Uma por uma, ele olhou para as dançarinas, comparando-as com a lista que segurava. Verificando as pessoas detalhadamente.Mas, graças a Ress estar no quartel na noite anterior e ter adicionado um nome falso, juntamente com sua descrição, Aelin estaria na lista.Elas se aproximaram, Aelin se manteve na parte de trás do grupo para ganhar tempopara observar detalhes.Deuses, este castelo o mesmo em todos os sentidos possíveis, mas diferente. Ou talvez fosse ela quem estava diferente.Uma por uma, as bailarinas foram autorizadas a passar entre os guardas de rostos inexpressivos e correram pelo corredor estreito do castelo, rindo e sussurrando umas com as outras.Aelin levantou-se nas pontas dos pés para estudar os guardas nas portas, não mais do que uma novata esticando o rosto por curiosidade impaciente.Então ela as viu.Escrita nas pedras da soleira, em tinta escura, estavam marcas de Wyrd. Estavamlindamente pintadas, como se meramente decorativas, mas deviam estar em cada porta, cada entrada.Com certeza, até mesmo as janelas do primeiro nível possuíam pequenos símbolos escuros sobre elas, sem dúvida marcas especiais para Aelin Galathynius, para alertar o reida sua presença ou para prendê-la no lugar por tempo suficiente para ser capturada.Uma dançarina deu uma cotovelada no estômago de Aelin para fazê-la parar de apoiar o peso em seu ombro e espreitar por cima de suas cabeças. Aelin ficou boquiaberta com a menina e, em seguida, soltou um gemido de dor.A dançarina olhou por cima do ombro, murmurando para ela calar a boca.Aelin explodiu em lágrimas.Alto, um choro exagerado de lágrimas. As bailarinas congelaram, a que estava à frent

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e dela se voltou para trás, olhando para os lados. I-isso dói disse Aelin, segurando seu estômago. Eu não fiz nada a menina assobiou.

Aelin não parava de chorar.À frente, Florine ordenou que suas dançarinas esperassem ao lado, e, em seguida, seu rosto estava sobre Aelin.

O que, em nome de todos os deuses no reino é esse absurdo?Aelin apontou um dedo trêmulo para a dançarina. Ela me b-bateu.Florine virou-se para a dançarina de olhos arregalados que já proclamava sua inocência. Depois se seguiu uma série de acusações, insultos e mais lágrimas, agora a partir da dançarina, chorando sobre sua carreira certamente arruinada.

Água soluçava Aelin para Florine. Eu preciso de um copo de água os guardas tinhamdo a abrir caminho na direção delas. Aelin apertou o braço de Florine duro. A-agora.Os olhos de Florine despertaram, e ela enfrentou os guardas que se aproximavam,latindo suas exigências. Aelin prendeu a respiração, esperando a acusação, a briga... maslá estava um dos amigos um dos amigos de Chaol e Ress, usando uma flor vermelha presa ao peito, como ela pedira correndo para conseguir água. Exatamente onde Chaoltinha dito que ele estaria, caso algo desse errado. Aelin agarrou-se a Florine a

té que a água apareceu um balde e uma concha, o melhor que o homem pôde conseguir. Ele sabiamente não encontrou o seu olhar.Com um pequeno soluço de agradecimento, Aelin agarrou os objetos de suas mãos. Elastremiam ligeiramente.Ela deu uma toque sutil com o pé em Florine, pedindo que seguisse em frente.

Venha comigo Florine ordenou, arrastando-a para frente da fila. Eu já tive o suficiente desta idiotice, e você quase destruiu sua maquiagem.Cuidando para não derramar a água, Aelin permitiu que Florine a puxasse para o guarda impassível às portas.

Minha ridícula substituta inútil, Diana explicou ela ao guarda com aço impecável em suvoz, sem se incomodar com o demônio de olhos negros olhando para ela.O homem estudou a lista em suas mãos, procurando, explorando e riscando um nome.Aelin tomou um gole de água da concha, e, em seguida, mergulhou-o de volta para obalde.O guarda olhou mais uma vez para Aelin e ela fez o lábio inferior tremer, as lágrimas prestes a sair novamente enquanto o demônio ali dentro a devorava com os olhos.Como se todos essas encantadoras bailarinas fossem sobremesa.

Entre o homem grunhiu, empurrando o queixo para o corredor atrás dele.Com uma oração silenciosa, Aelin deu um passo em direção às marcas de Wyrd escritas sobreas pedras da moldura da passagem.E tropeçou, enviando o balde de água direto sobre as marcas, apagando-as.Ela gemeu quando atingiu no chão, os joelhos gritando de dor genuína, e Florine baixou instantaneamente sobre ela, exigindo que ela deixasse de ser tão desajeitada echorona, e, em seguida, empurrando-a para trás das marcas em ruínas.E para o castelo de vidro.

Capítulo 17Uma vez que Florine e o resto das bailarinas foram admitidas, elas foram levadas por um corredor estreito dos funcionários. Em questão de minutos, a porta no outroextremo se abriria para a lateral do salão de baile e elas dançariam para fora comoborboletas. Borboletas negras e brilhantes, ali para encenar Servas da Morte , a dança de uma das sinfonias mais populares.Elas não foram paradas ou questionadas por qualquer um, embora os guardas em cadasala as examinassem como falcões. E não eram do tipo de príncipe feérrico que mudava deforma.Poucos homens de Chaol estavam presentes. Nenhum sinal de Ress ou Brullo. Mas todos estavam aonde Chaol prometera que estariam, com base nas informações de Ress e Brullo.Uma bandeja de presunto mal passado com gordura crepitando foi trazida no ombrode um servo, e Aelin tentou não apreciá-lo, saborear os aromas da comida de seu inim

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igo. Mesmo que fosse uma comida muito boa.Prato depois prato passou, carregado por servos de rosto vermelho, sem fôlego porsubirem as escadas das cozinhas. Truta com avelãs, aspargos selvagens, tigelas decreme de leite fresco batido, tortas de pera, carnes...Aelin inclinou a cabeça, observando a linha de serventes. Um meio sorriso cresceuem seu rosto. Ela esperou os servos voltarem com as mãos vazias em sua viagem de volta para a cozinha. Finalmente a porta se abriu novamente e uma serva magra emum avental branco esquivou-se para o corredor escuro, os fios do cabelo tingidosoltando da trança enquanto corria para buscar a próxima bandeja de tortas de pera da cozinha.Aelin manteve seu rosto sem expressão, desinteressado, quando Nesryn Faliq olhou em sua direção.Aqueles olhos escuros, estreitaram-se ligeiramente se de surpresa ou nervosismo, Aelin não poderia dizer. Mas antes que ela pudesse decidir como lidar com isso, um dos guardas sinalizou para Florine que era hora.Aelin manteve a cabeça baixa mesmo quando sentiu o demônio dentro do homem mover sua atenção sobre ela e as outras. Nesryn se fora desapareceu escada abaixo quando Aelin se virou.Florine caminhou ao longo da fila de dançarinas aguardando na porta, as mãos cruzada

s atrás dela. Costas retas, ombros para trás, pescoço erguido. Você é a luz, você é o ar, você é graçaepcione.Florine pegou a cesta de flores de vidro negro que ela fizera sua dançarina mais segura carregar, cada requintada flor cintilando como um diamante de ébano à luz do corredor escuro.

Se vocês a quebrarem antes da hora certa chegar, estarão acabadas. Elas custam maisdo que vocês valem, e não há extras.Uma por uma, ela entregou as flores para as meninas na fila, cada uma delas segurando firme o suficiente para não deixá-las cair nos próximos minutos.Florine chegou em Aelin, a cesta vazia.

Observe-as, e aprenda ela recomendou alto o suficiente para que o guarda demônio escutasse, e colocou a mão no ombro de Aelin, imitando a professora consoladora. As outras dançarinas, agora movendo-se de um pé para outro, girando a cabeça e os ombros, não olharam em sua direção.Aelin acenou timidamente, como se estivesse tentando esconder as lágrimas amargasde decepção, e desviou para fora da fila para ficar ao lado de Florine.Trombetas sopraram através das fissuras em torno da porta, e a multidão aplaudiu alto o suficiente para fazer o chãotremer.

Dei uma olhada no grande salão Florine falou tão baixo que Aelin mal podia ouvi-la. Para ver como o general está se saindo. Ele estava magro e pálido, mas alerta. Pronto para você.Aelin ficou imóvel.

Eu sempre me perguntei onde Arobynn a encontrou Florine murmurou, olhando para a porta como se pudesse ver através dela. Por que ele provocou tanto para curvá-la à sua vontade, mais do que todos os outros. A mulher fechou os olhos por um momento, e quando ela abriu, aço brilhava ali. Quando você quebrar as correntes deste mundoe forjar o próximo, lembre-se de que a arte é tão vital quanto a comida para um reino. Sem ela, um reino nada é, e será esquecido pelo tempo. Tenho acumulado dinheiro suficiente na minha vida miserável para não precisar de mais, assim que você me entenderá claramente quando digo que onde quer que você estabeleça o seu trono, não importa quanto tempo leve, eu irei até você, e tornarei a trazer a música e a dança.Aelin engoliu em seco. Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, Florine deixou-a de pé no final da fila e caminhou até a porta. Ela fez uma pausa antes de olharcada dançarina. Ela falou apenas quando seus olhos encontraram os de Aelin.

Deem ao nosso rei o desempenho que ele merece.Florine abriu a porta, inundando o corredor com luz e música e o aroma de carne assada.As bailarimas respiraram coletivamente e saltaram para frente, uma por uma, balançando aquelas flores de vidro escuro em cima.Enquanto ela as observava ir, Aelin pensou no sangue em suas veias como fogo neg

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ro. Aedion o foco estava em Aedion, e não no tirano sentado à frente da sala, o homem que havia assassinado sua família, assassinado Marion, assassinado seu povo. Seestes eram seus últimos momentos, então, pelo menos, ela cairia lutando, ao som de música requintada.Já era tempo.Uma respiração após a outra.Ela era a herdeira de fogo.Ela era fogo e luz, e cinzas e brasas. Ela era Aelin Coração de Fogo, e não se curvaria a nada e a ninguém, salvaria a coroa que era dela por sangue e sobrevivência e triunfo.Aelin deu de ombros e enfiou-se no meio da multidão bajuladora.

Aedion vinha observando os guardas nas horas em que estivera acorrentado ao banco, e descobria quem era melhor atacar primeiro, quem favorecia um determinado lado ou uma perna, quem poderia hesitar quando confrontado com o Lobo do Norte e,mais importante, quem era impulsivo e estúpido o suficiente para finalmente matá-loapesar da ordem do rei.

A performance começara chamando a atenção da multidão que estivera descaradamente boquiaberta para ele, com as dúzias de mulheres flutuando, saltando e girando para o vasto espaço entre os tronos e sua plataforma de execução, e por um momento, Aedion sentiu-se... mal por interromper. Estas mulheres não tinham culpa nenhuma para serem apanhadas no derramamento de sangue que estava prestes a desencadear.Pareceu apropriado, porém, que os seus trajes cintilantes fossem do preto mais escuro, acentuado com detalhes em prata Servas da Morte, ele percebeu. Era isso o que elas retratavam.Era tanto um sinal quanto qualquer outra coisa. Talvez a Silba de olhos negros fosse lhe oferecer uma morte alternativa que não pelas cruéis mãos encharcadas de sangue de Hellas. De qualquer forma, ele percebeu-se sorrindo.Morte era a morte.As bailarinas jogavam punhados de pó preto, revestindo o chão com ele, representando as cinzas dos mortos, provavelmente. Uma por uma, deram alguns giros e curvaram-se perante o rei e seu filho. Hora de se mover. O rei estava distraído por um guarda uniformizado sussurrando em seu ouvido; o príncipe observava os dançarinos com desinteresse entediado, e a rainha estava conversava com o que devia ser o cortesão favorito naquele dia.A multidão aplaudiu e murmurou sobre o desempenho da performance. Todos eles tinham vindo em sua riqueza descuidada e elegância. O sangue de um império pagara por aquelas joias e sedas. O sangue de seu povo.Uma dançarina extra se movia através da multidão: alguma substituta, sem dúvida, tentando obter uma melhor visão do desempenho das colegas. E ele poderia não ter pensado duas vezes sobre ela se não fosse mais alta do que as outras, tivesse mais curvas, ombros mais largos. Ela movia-se com mais força, como se de alguma forma enraizadae feita para a terra. A luz a atingiu, um brilho correndo através das rendas das mangas do traje para revelar redemoinhos e espirais de marcas em sua pele. Idêntica à pintura nos braços e peitos dos dançarinos, exceto por suas costas, onde a pinturaera um pouco mais escura, um pouco diferente.Dançarinas como aquelas não tinham tatuagens.Antes que ele pudesse ver mais, entre uma respiração e outra, um conjunto de senhoras em enormes vestidos de baile impediram sua visão, e ela desapareceu atrás de uma porta com cortinas indo para trás dos guardas com um sorriso tímido, como se estivesse perdida.Quando ela saiu novamente, menos de um minuto depois, ele só sabia que era ela por sua altura, seu porte físico. A fantasia tinha ido embora, e sua saia de tule fluído desaparecera.Não, não desaparecera, ele percebeu quando ela escorregou de volta pela porta sem que os guardas olhassem para ela. A saia fora revertida em uma capa de seda, seu capuz cobrindo o cabelo castanho avermelhado, e ela se moveu... Moveu-se como umhomem arrogante, desfilando para as moças em torno dele.

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Aproximando-se dele. Da plataforma.As bailarinas ainda lançavam seu pó preto em todos os lugares, circulando ao redor,espalhando-o pelo chão de mármore.Nenhum dos guardas notou a dançarina disfarçada de nobre rondando a sala na direção dele. Um dos o cortesãos o notou mas não gritou um alarme. Em vez disso, ele gritou o nome de um homem. E a dançarina disfarçada girou, ergueu a mão em saudação em direção ao homue tinha chamado e deu um sorriso arrogante.Ela não estava apenas disfarçada. Ela se tornara alguém completamente diferente.Cada vez mais perto, a melodia da orquestra aumentando cada vez mais para um clímax vibrante, cada nota subindo mais do que a última quando as dançarinas levantaram as rosas de vidro acima de suas cabeças como um símbolo: um tributo ao rei, à morte.A dançarina disfarçada parou fora do anel de guardas flanqueando a frente de Aedion, abaixando-se como se verificasse um lenço que tinha desaparecido, murmurando umasérie de maldições.Uma pausa ordinária não um motivo para alarme. Os guardas voltaram a assistir as dançarinas.Mas a dançarina olhou para Aedion com a cabeça abaixada. Mesmo disfarçada como um homem aristocrata, o olhar perverso e o triunfo vingativo estava em seus olhos turquesa e dourado.

Atrás deles, do outro lado do corredor, as dançarinas quebraram suas rosas no chão, eAedion sorriu para sua rainha quando todo o mundo foi para o inferno.

Capítulo 18Não eram apenas as flores de vidro que tinham sido armadas com uma subtância reativa, discretamente comprada por Aelin no mercado negro. O pó que as bailarinas espalhavam pelo salão também fora carregado com a substância também. E valeu a pena cada maldita prata que gastara quando a fumaça irrompeu pelo salão, erguendo o pó que tinha sido espalhando por toda parte.A fumaça era tão espessa que ela mal podia ver mais do que trinta centímetros à frente,e estava perfeitamente camuflada com a capa cinza que havia dobrado como a saiade seu traje. Assim como Arobynn tinha sugerido.Gritos pararam a música. Aelin já se movia para o tablado nas proximidades quando atorre a torre do relógio que iria salvá-los e condená-los soou meio-dia.Não havia colar preto no pescoço de Aedion, e isso era tudo o que ela precisava ver, mesmo quando o alívio ameaçou tremer os joelhos. Antes da primeira batida do relógioterminar, ela deslizara para fora as adagas incorporadas ao corpete de seu traje, os fios de prata e o aço mascarando-as, e cortou a garganta do guarda mais próximo.Aelin girou e atacou o homem mais próximo dela, logo em seguida mergulhou outra lâmina profundamente no intestino de um terceiro.A voz de Florine subiu acima da multidão, mandando seus dançarinos saírem fora, fora.A segunda batida da torre do relógio soou, e Aelin puxou sua adaga da barriga do guarda gemendo, outro surgindo até ela pela fumaça.Os restantes iriam para Aedion por instinto, mas eles seriam retardados pela multidão, e ela já estava perto o suficiente.O guarda um daqueles de uniforme negro atacou-a com sua espada, um ataque direto contra o peito. Aelin aparou o golpe de lado com um punhal, girando em seu torso exposto. O cheiro do sangue quente em sua mão subiu quando ela empurrou a outralâmina em seu olho.Ele ainda estava caindo quando ela correu os últimos metros para a plataforma de madeira e se atirou para ela, rolando e mantendo-se abaixada até que estava diretamente abaixo de dois outros guardas que ainda tentavam enxergar entre os véus de fumaça. Eles gritaram quando ela estripou os dois com suas lâminas.A batida do relógio soou, e havia Aedion, os três guardas ao redor dele empalados pelos restos de seu banco.Ele era enorme, ainda maior de perto. Um guarda surgiu entre eles vindo de forada fumaça, e Aelin gritou: Abaixe!Antes de atirar sua adaga no rosto do homem. Aedion apenas se moveu rápido o sufic

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iente para evitar o golpe, e o sangue do guarda respingou no ombro da túnica de seu primo.Ela se lançou para as correntes em torno dos tornozelos de Aedion, embainhando a lâmina restante a seu lado.Um choque passou através dela, o azul claro cauterizando a sua visão enquanto o Olho de Elena queimava. Ela não se atreveu a parar, nem mesmo por um segundo. O que quer o rei tivesse escrito nas correntes de Aedion queimava como fogo azul quandoela abriu um corte no antebraço com sua adaga e usou seu sangue para desenhar os símbolos que ela memorizara nas correntes: Abrir.As correntes caíram no chão.O relógio soou pela sétima vez.A gritaria mudou para algo mais alto, mais selvagem, e a voz do rei ressoou sobre a multidão em pânico.Um guarda correu para eles segurando uma espada. Outro benefício da fumaça: era arriscado demais disparar flechas. Mas ela só daria crédito a Arobynn se saísse dessa comvida.Ela puxou outra adaga, escondida no forro de sua capa cinza. O guarda caiu segurando a própria garganta, agora aberta de orelha a orelha. Então ela e virou para Aedion, puxou o longo colar do Olho do pescoço e atirou-o sobre a cabeça dele. Ela abri

u a boca, mas ele disse ofegante, antes dela: A espada.E foi quando ela notou a lâmina exibida por trás de seu banquinho. A Espada de Orynth. A arma de seu pai.Ela estava focada demais em Aedion, nos guardas e nas dançarinas para perceber o que a lâmina era.

Fique perto foi tudo o que ela disse quando pegou a espada do suporte e empurrou-a em suas mãos.Ela não se permitiu pensar muito sobre o peso da lâmina, ou sobre como ela tinha chegado ali. Só agarrou Aedion pelo pulso e correu pela plataforma em direção às janelas do pátio, onde a multidão gritava e os guardas tentavam estabelecer uma linha de contenção.O relógio emitiu seu nono badalar. Ela soltou as mãos de Aedion assim que chegaram ao jardim; eles não tinham mais um segundo a perder na fumaça sufocante.Aedion cambaleou, mas continuou de pé, logo atrás quando ela saltou para fora da plataforma em meio à fumaça, exatamente onde Brullo alegou que dois guardas estariam posicionados. Um morreu com uma adaga enfiada na coluna, o outro com uma pancada na parte lateral do pescoço. Ela apertou os punhos das suas lâminas por causa do sangue escorregadio que agora revestia cada polegada de seu traje.Agarrado à espada com as duas mãos, Aedion pulou ao lado dela, e seus joelhos se dobraram.Ele estava ferido, mas não de qualquer ferida que ela pudesse ver. Ela o percebera nos momentos que eles desceram no meio da multidão, alterando seu comportamento como Lysandra instruíra. A palidez do rosto de Aedion não tinha nada a ver com o medo, nem suas respirações rasas. Ele estava ferido.Ela teria matado esses homens muito, muito facilmente.A multidão estava estrangulada nas portas do pátio, assim como ela tinha calculado.Bastou gritar:

Fogo! Fogo!E os gritos se tornaram frenéticos.A multidão começou a quebrar as janelas e as portas de vidro, atropelando uns aos outros e aos guardas. Pessoas agarraram baldes para apagar as chamas, jogando água em todos os lugares e apagando as marcas de Wyrd nas soleiras.As ondas de fumaça na frente lideraram o caminho para o jardim. Aelin abaixou a cabeça de Aedion para fugir com a massa de cortesãos e serviçais. Tossindo, apertando, gritando, rasgando suas roupas, até que até que o sol do meio-dia a cegou.Aedion assobiou. Semanas nas masmorras provavelmente acabando com os seus olhos.

Apenas se segure em mim ela instruiu, colocando a mão enorme em seu ombro. Ele agarrou-a com força, suas correntes batendo contra ela enquanto ela seguia no meio da multidão para o ar claro aberto, além.A torre do relógio soou sua décima segunda e última badalada quando Aelin e Aedion der

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raparam até parar diante de uma fila de seis guardas bloqueando a entrada para assebes do jardim.Aelin saiu do aperto de Aedion, e seu primo praguejou quando seus olhos se ajustaram o suficiente para ver o que agora estava entre eles e a liberdade.

Não fique no meu caminho ela disse a ele, em seguida, lançou-se para os guardas.

Rowan tinha lhe ensinado alguns truques novos.Ela era uma nuvem rodopiante de morte, a rainha das sombras, e estes homens já eram carniça. Cortando, abaixando e girando, Aelin entregou-se completamente à calma para matar, até que o sangue era uma névoa em torno dela e do cascalho escorregadio entre eles. Quatro dos homens de Chaol vieram correndo, então foram para o outro lado. Aliados ou apenas inteligentes, ela não se importava.E quando o último desses guardas de uniforme preto caiu sangrando no chão, ela se voltou para Aedion. Ele estava de boca aberta, mas soltou uma risada sombria e baixa quando tropeçou em uma corrida ao lado dela, nas sebes.Arqueiros eles tinham que passar pelos arqueiros que com certeza começariam a disparar assim que a fumaça desaparecesse.

Eles correram ao redor e entre os jardins que ela percorrera dezenas de vezes durante a sua estadia ali, quando ela ia correr todas as manhãs com Chaol. Mais rápido Aedion ela incitou, mas ele já estava indo o quanto podia.

Ela fez uma pausa e cortou seu pulso encharcado de sangue com um punhal antes de esboçar a marca de Wyrd e desbloquear cada uma de suas algemas. Mais uma vez, a luz brilhou e queimou. Mas então as algemas se abriram silenciosamente.

Truque legal ele ofegou, e ela puxou as correntes para fora.Ela estava prestes a atirar o metal de lado quando o cascalho rangeu atrás deles.Não eram os guardas, e nem o rei.Foi com uma pontada de horror que ela encontrou Dorian andando na direção deles.

Capítulo 19 Indo a algum lugar? Dorian perguntou, com as mãos nos bolsos de sua calça preta.O homem que falou essas palavras não era seu amigo, ela soube antes mesmo de ele a

brir a boca. A gola de sua túnica de ébano estava desabotoada, revelando o colar depedra de Wyrd brilhando na base de sua garganta.

Infelizmente, Sua Alteza, temos outro lugar para estar.Ela reconheceu o bordo vermelho delgado à direita, os caminhos, o palácio de vidro imponente atrás deles. Eles entraram o suficiente no jardim para serem alvejados, mas cada segundo desperdiçado era como assinar sua própria sentença de morte. E a de Aedion.

É uma pena disse o príncipe valg dentro de Dorian. Estava apenas começando a ficar ecionante.E ele atacou.Uma onda negra passou por ela, e Aedion gritou em advertência. Azul queimou diante dela, desviando o ataque de Aedion, mas ela foi empurrada um passo para trás, como se por um vento escuro rodopiante.Quando o preto dissipou, o príncipe olhou. Então deu um sorriso preguiçoso e cruel.

Você desviou. Inteligente e adorável coisa humana.Ela passara a manhã inteira pintando cada centímetro de seu corpo com marcas de Wyrd de seu próprio sangue, misturado com tinta para esconder a cor.

Aedion, corra para o muro ela disparou, sem ousar tirar os olhos do príncipe.Aedion não fez nada disso.

Ele não é o príncipe, não mais. Eu sei. E é por isso que você precisa... Que ato heroico disse a coisa alojada em seu amigo. Essa esperança tola, pensar qu

e você pode continuar.Como uma víbora, ele atacou novamente com uma parede de poder negro como ar contaminado. Isso a atirou contra Aedioin, que grunhiu de dor, mas a manteve na posição vertical. Sua pele começou a fazer cócegas sob seu traje, como se o sangue descamasse

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a cada ataque. Útil, mas de curta duração. Precisamente por isso que ela não a desperdiçou para entrar no castelo.Eles tinham que sair dali agora.Ela empurrou as correntes nas mãos de Aedion, pegou a Espada de Orynth dele, dando um passo em direção ao príncipe.Lentamente, ela desembainhou a lâmina. Seu peso era impecável, e o aço brilhou tanto quanto brilhara da última vez que tinha visto. Nas mãos de seu pai.O príncipe valg estalou outro chicote de energia para ela, e ela tropeçou, mas continuou andando, mesmo quando o sangue sob seu traje desmoronou.

Um sinal, Dorian disse ela. Apenas me dê um sinal de que você está aí.O príncipe valg riu baixo e áspero, o belo rosto torcido com uma antiga brutalidade. Seus olhos de safira estavam vazios, quando ele falou:

Eu vou destruir tudo o que você ama.Ela levantou a espada de seu pai com as duas mãos, ainda avançando.

Você nunca faria isso disse a coisa. Dorian ela repetiu, com a voz embargada. Diga que está aí, Dorian.

Segundos ela tinha segundos para dar a ele. Seu sangue pingou sobre o cascalho,e ela deixou que a poça se formasse com os olhos fixos no príncipe quando começou a traçar um símbolo com o pé.

O demônio riu novamente. Não mais.Ela olhou para aqueles olhos, a boca que uma vez que tinha beijado, ao amigo que uma vez amara tão profundamente, e implorou:

Apenas um sinal, Dorian.Mas não havia nada de seu amigo naquele rosto, nenhuma hesitação ou músculo rejeitando o ataque quando o príncipe atacou.Parando, em seguida, quando ele congelou sobre a marca de Wyrd que ela desenhara no chão com o pé uma marca rápida e suja para prendê-lo. Não duraria mais do que algunsomentos, mas isso era tudo o que ela precisava para forçá-lo a ficar de joelhos, debatendo-se e empurrando contra o poder. Aedion praguejou calmamente.Aelin levantou a espada de Orynth sobre a cabeça de Dorian. Um instante. Apenas um instante para separar carne e osso, um instante para poupá-lo.A coisa estava rugindo com uma voz que não pertencia a Dorian, em uma linguagem que não pertencia a este mundo. A marca no chão queimava, mas o segurou.Dorian olhou para ela, tanto ódio em seu rosto bonito, tanta malícia e raiva.Por Terrasen, por seu futuro, ela podia fazer isso. Podia acabar com aquela ameaça ali e naquele momento. Acabaria com ele, em seu aniversário, nem um dia a mais que vinte anos. Ela sofreria por isso mais tarde, lamentaria mais tarde.Não seria mais um nome que ela gravaria em sua carne, ela prometeu a si mesma. Mas, por seu reino, ela ergueu a lâmina... baixando-a quando decidiu, e...Algo desviou a espada do pai dela, tirando o equilíbrio quando Aedion gritou. A flecha ricocheteou para o jardim, sibilando contra o cascalho onde pousou.Nesryn já estava se aproximando, outra flecha pronta apontando para Aedion.

Machuque o príncipe, e vou atirar no General.Dorian soltou uma risada de amante.

Você é uma espiã de merda Aelin virou-se para ela. Você nem sequer tentou permanecerondida enquanto me vigiava lá dentro.

Arobynn Hamel disse ao capitão que você tentaria matar o príncipe hoje disse Nesryn. baixe sua espada.Aelin ignorou o comando. O pai de Nesryn faz as melhores tortas de pera da capital. Ela supôs que Arobynn tentara avisá-la e ela estava distraída demais com tudo mais para contemplar a mensagem velada. Estúpida. Tão profundamente estúpida ela era.Somente segundos antes de as defesas falharem.

Você mentiu para nós disse Nesryn. A flecha permaneceu apontada para Aedion, que avaliava Nesryn, suas mãos se movendo como se ele estivesse imaginando os dedos envolvendo sua garganta.

Você e Chaol são tolos falou Aelin, mesmo que uma parte dela respirasse em alívio, mesmo que ela quisesse admitir o que ela estava prestes a fazer a tornasse uma tola também.Aelin baixou a espada ao seu lado.

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A coisa dentro Dorian sussurrou para ela: Você vai se arrepender deste momento, garota. Eu sei Aelin murmurou de volta.

Aelin não dava a mínima para o que aconteceria com Nesryn. Ela embainhou a espada, pegou Aedion, e correu.

A respiração de Aedion era como cacos de vidro em seus pulmões, mas a mulher Aelin o puxava, amaldiçoando-o por ser tão lento e por estar coberto de sangue. O jardim eraenorme, e gritos erguiam-se sobre as sebes atrás deles, fechadas.Em seguida, eles estavam em uma parede de pedra já com marcas de Wyrd escritas com sangue, e havia fortes mãos que baixaram para ajudá-lo a subir o muro. Ele tentou dizer-lhe para ir primeiro, mas ela estava empurrando suas costas e, em seguida,as pernas, empurrando-o para cima enquanto os dois homens no topo da parede grunhiam com o seu peso. A ferida em suas costelas esticava e queimava em agonia. Omundo ficou brilhante e girou enquanto os homens encapuzados o guiaram até a tranquila rua da cidade, do outro lado. Ele teve que apoiar uma mão contra a parede para não escorregar no sangue acumulado dos guardas reais mortos abaixo. Ele não reconh

eceu os seus rostos, alguns ainda presos em gritos silenciosos.Houve o silvo de um corpo contra pedra e, em seguida, sua prima seguia ao lado dele, envolvendo uma capa cinza em torno de seu traje sangrento, erguendo o capuz sobre o rosto salpicado de sangue. Ela tinha outro manto nas mãos, cortesia da patrulha no muro. Ele mal podia se aguentar em pé quando ela o envolveu em torno dele e empurrou o capuz sobre sua cabeça.

Corra disse ela.Os dois homens em cima do muro permaneceram lá, curvados e gemendo enquanto eles corriam.Nenhum sinal da jovem arqueira do jardim.Aedion tropeçou, e Aelin xingou, correndo de volta para passar um braço em torno dele. E amaldiçoando sua força por não tê-la agora, ele colocou o braço em volta de seus ombros, inclinando-se sobre ela enquanto se apressavam pela rua residencial bastante silenciosa.Gritos surgiam agora lá trás, acentuada pelos zumbidos e pelos baques de flechas acertando o sólido e o balido de homens morrendo.

Quatro quarteirões ela ofegava. Apenas quatro quarteirões.Isso não parecia longe o suficiente para estarem seguros, mas ele não tinha fôlego para dizer a ela. Ficar de pé era tarefa o bastante. Os pontos em sua lateral tinhamaberto abençoados eram os deuses, haviam-no limpado no palácio. Um milagre, um milagre, um mi...

Mais rápido com essa bunda gorda! ela rosnou.Aedion se forçou a concentrar-se e desejou força para as pernas, para sua espinha.Eles chegaram a uma esquina da rua enfeitada com serpentinas e flores, e Aelin olhou numa direção antes de correr através do cruzamento. O choque de aço sobre aço e os gritos dos feridos abalavam a cidade, fazendo as multidões de foliões com faces alegres murmurar em torno deles.Mas Aelin continuou a descer a rua, e depois seguiu por outra. Na terceira, eladiminuiu seus passos e se balançou contra ele, começando a cantar uma música obscena de uma forma muito livre com a voz embriagada. E assim eles se tornaram dois cidadãos comuns celebrando o aniversário do príncipe, cambaleando para a taberna mais próxima. Ninguém lhes deu qualquer atenção, não quando todos os olhos estavam fixos no castelo de vidro imponente atrás deles.O balanço fez sua cabeça girar. Se ele desmaiasse...

Mais um quarteirão ela prometeu.Isso tudo era alguma alucinação. Tinha que ser. Ninguém era realmente estúpido o suficiente para tentar resgatá-lo e especialmente não a sua própria rainha. Mesmo que ele a tivesse visto cortar meia dúzia de homens como se fossem talos de trigo.

Vamos lá, vamos lá ela ofegava, observando a rua decorada, e ele sabia que ela não estava falando com ele.As pessoas se aproximavam umas das outras, parando para perguntar sobre o que a

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comoção palácio tratava. Aelin levou-os através da multidão, meros bêbados camuflados e treçando, até a carruagem preta de aluguel parada no meio-fio como se tivesse estado à espera. A porta se abriu.Sua prima o empurrou para dentro, pulou para o chão, e fechou a porta atrás dela.

Eles já estão parando cada transporte nos principais cruzamentos disse Lysandra quando Aelin abriu o compartimento de bagagem escondido sob um dos bancos. Era grande o suficiente para caber uma pessoa, mas Aedion era absolutamente enorme, e...

Para dentro. Entre agora ela ordenou, e não esperou que Aedion se movesse antes de puxá-lo para dentro do compartimento.Ele gemeu. O sangue começou a escorrer ao seu lado, mas ele estava vivo.Quer dizer, se qualquer um deles sobrevivesse nos próximos minutos. Aelin fechou o painel sob a almofada, estremecendo com o baque de madeira em carne, e pegou opano molhado que Lysandra puxara a partir de uma caixa de chapéu velho.

Você está machucada? Lysandra perguntou quando a carruagem começou a se mover em um ritmo calmo pelas ruas entupidas de foliões.O coração de Aelin batia tão violentamente que ela pensou que fosse vomitar, mas balanço

u a cabeça enquanto enxugava o rosto. Tanto sangue, então os restos de sua maquiagem, em seguida, mais sangue.Lysandra entregou-lhe um segundo pano para limpar o peito, pescoço e mãos e, em seguida, estendeu o vestido verde largo de mangas compridas que tinha trazido.

Agora, agora, agora Lysandra a apressou.Aelin rasgou seu manto ensanguentado e o jogou para Lysandra, que se levantou para empurrá-lo para dentro do compartimento debaixo de seu próprio assento enquanto Aelin deslizava para dentro do vestido. Os dedos de Lysandra foram surpreendentemente firmes enquanto ela abotoava até em cima, em seguida, fez um rápido trabalho de cabelo de Aelin, entregou-lhe um par de luvas e pendurou um colar de joias em torno de sua garganta. Um leque foi pressionado em suas mãos no momento em que vestiu as luvas, ocultando qualquer vestígio de sangue.A carruagem parou ao som de vozes masculinas duras. Lysandra apenas enrolou as cortinas quando passos pesados se aproximaram, seguidos por quatro guardas do rei olhando para o interior da carruagem com afiados olhos impiedosos.Lysandra abriu a janela.

Por que estamos sendo parados?O guarda abriu a porta e enfiou a cabeça para dentro. Aelin notou uma mancha de sangue no chão um momento antes de ele entrar e retrocede, cobrindo-a com suas saias.

Senhor! Lysandra chamou. Uma explicação é necessária aqui!Aelin acenou com o leque com o horror de uma senhora, rezando para que seu primo ficasse quieto em seu pequeno compartimento. Na rua além, alguns foliões tinham parado para observar, curiosos, e não todos completamente inclinados a ajudar as duas mulheres dentro da carruagem com os olhos arregalados.O guarda as observou com um sorriso de escárnio, a expressão aprofundando quando seus olhos pousaram no pulso tatuado de Lysandra.

Eu não lhe devo nada, puta ele cuspiu outra palavra suja para as duas, e depois gritou: Procure no compartimento na parte de trás.

Nós estamos a caminho para um compromisso... Lysandra começou, mas ele bateu a porta na cara dela.A carruagem foi empurrada quando os homens saltaram atrás e abriram o compartimento traseiro. Depois de um momento, alguém bateu na lateral do carro e gritou:

Siga em frente!Elas não se atreveram a parar de parecer ofendidas, não se atreveram a parar de se abanar pelos próximos dois quarteirões, ou nos outros dois depois desse, até que o condutor bateu na parte superior do carro duas vezes. Tudo limpo.Aelin saltou do banco e abriu o compartimento. Aedion tinha vomitado, mas estava acordado e parecendo como se estivesse prestes a colocar mais para fora quandoela acenou que ele podia sair.

Só mais uma parada, e então nós estaremos lá.

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Rápido disse Lysandra, olhando casualmente para fora da janela. Os outros estão quase aqui.O beco era largo o suficiente para caber várias carruagens passando em sentidos contrários, não mais que dois veículos grandes andando devagar para evitar uma colisão enquanto passavam. Lysandra abriu a porta assim que estavam alinhados com outra carruagem, e o rosto tenso de Chaol apareceu em frente enquanto ele fazia o mesmo.

Vai, vai, vai ela disse para Aedion, empurrando-o sobre a pequena lacuna entre elas. Ele tropeçou, grunhindo quando caiu contra o capitão. Estarei lá em breve. Boa sorte Lysandra falou atrás dela.Aelin saltou para o outro veículo, fechando a porta atrás de si, e eles continuaramdescendo a rua.Ela estava respirando com tanta força que pensou que nunca conseguiria ar suficiente. Aedion caiu no chão, mantendo-se abaixado.

Está tudo bem? Chaol perguntou.Ela conseguiu apenas acenar com a cabeça, grata por ele não pedir quaisquer outras respostas. Mas não estava tudo bem.De modo algum.A carruagem, conduzida por um dos homens de Chaol, seguiu por mais alguns quarteirões, indo direto para a fronteira das favelas, onde eles saíram em uma rua deserta

decrépita. Ela confiava nos homens de Chaol só até certo ponto. Levar Aedion direitopara seu apartamento parecia pedir para ter problemas.Com Aedion flácido entre eles, ela e Chaol correram os próximos vários quarteirões, tomando o caminho mais longo de volta para o armazém, se esquivando de qualquer coisaatrás deles, ouvindo com tanta atenção que mal respiravam. Mas então, eles estavam no armazém, e Aedion conseguiu ficar de pé por tempo suficiente para Chaol deslizar paraa porta aberta antes de correr para dentro, para a escuridão e segurança afinal.Chaol tomou o lugar de Aelin ao lado de Aedion enquanto ela permanecia junto à porta. Grunhindo com o peso, ele conseguiu ajudar seu primo subir as escadas.

Ele tem uma lesão ao longo de suas costelas ela falou se forçou a esperar para monitorar a porta do armazém e detectar quaisquer sinais de perseguidores. Ele está sangrando.Chaol deu-lhe um aceno de cabeça confirmando por cima do ombro.Quando seu primo e o capitão estavam quase no topo das escadas, quando se tornou claro que ninguém estava prestes a estourar, ela os seguiu. Mas a pausa lhe custou; a pausa tirou o seu foco afiado, e cada pensamento que ela manteve à distância finalmente a tomou. Cada passo que ela dava era mais pesado do que o último.Um passo depois do outro, então o próximo.No momento em que ela chegou ao segundo andar, Chaol tinha colocado Aedion no quarto de hóspedes. O som da água corrente borbulhando veio cumprimentá-la.Aelin deixou a porta da frente destrancada para Lysandra, e por um momento, apenas ficou em seu apartamento, apoiando uma mão na parte de trás do sofá, olhando para o nada.Quando estava certa de que podia se mover novamente, andou a passos largos parao seu quarto. Estava nua antes de chegar ao banheiro, onde entrou na banheira fria antes mesmo de abrir as torneiras.

Depois que ela saiu limpa e vestindo uma das velhas camisetas brancas de Sam e um par de cuecas dele, Chaol estava esperando por ela no sofá. Ela não se atreveu a olhar para o seu rosto ainda não.Lysandra enfiou a cabeça do quarto de hóspedes.

Estou terminando de limpá-lo. Ele deve ficar bem, se não estourar os pontos novamente. Nenhuma infecção, graças aos deuses.Aelin levantou a mão mole em agradecimento, também sem se atrever a olhar para o quarto atrás de Lysandra para ver a enorme figura deitada na cama, uma toalha em torno de sua cintura. Se Chaol e a cortesã tinham sido apresentados, ela não se importava.Não havia um bom lugar para ter essa conversa com Chaol, então ela apenas estava nocentro da sala e viu quando o capitão se levantar de seu assento, os ombros rígidos.

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Ele sempre soube. Isso... Isso muda nada entre nós, você sabe. Nada.Lysandra olhou para trás, para o quarto onde Aedion agora estava inconsciente, e soltou um longo suspiro.

A semelhança é estranha. Deuses, o fato de que você não foi descoberta por tantos anos confunde a mente ela estudou Aedion novamente. Mesmo que ele seja um desgraçado bonito, seria como beijar você. Seus olhos ainda eram duros, mas um lampejo de diversão brilhava ali.Aelin fez uma careta. Eu poderia ter vivido sem saber disso ela balançou a cabeça. Não sei por que eu já ea nervosa que você começaria a se dobrar e arranhar.Luz de entendimento dançou nos olhos de Lysandra.

E qual seria a graça nisso?

Capítulo 20Vários dias depois encontrar a Líder Alada, o tornozelo de Elide Lochan estava dolorido, a parte inferior das costas em um nó apertado, e os ombros doloridos quando ela tomou a última escadaria para a torre abandonada. Pelo menos ela conseguira chegar sem encontrar quaisquer horrores nos corredores, embora a subida quase a tiv

esse matado.Ela não crescera com os intermináveis corredores íngremes de Morath, e não se acostumara nos dois meses desde que fora arrastada para este lugar horrível por Vernon. Bastava completar suas tarefas diárias e suportar o pulsar do tornozelo arruinado comdor que ela não experimentara em anos, e hoje estava pior ainda. Ela teria que furtar algumas ervas da cozinha nesta noite para embeber seu pé; talvez até mesmo alguns óleos, se o cozinheiro Ornery estivesse se sentindo generoso o suficiente.Em comparação com alguns dos outros habitantes de Morath, ele era bastante gentil. Tolerava sua presença na cozinha, e seus pedidos de ervas, especialmente quando ela tão docemente se oferecia para limpar alguns pratos ou preparar as refeições. E ele nunca piscava duas vezes quando ela perguntava sobre quando o próximo carregamentode alimentos e suprimentos viria, porque Oh, ela amava sua torta de qualquer-fruta, e seria tão bom tê-la de novo. Fácil de lisonjear, fácil de enganar. Fazer as pessoas verem e ouvirem o que elas queriam: uma das muitas armas em seu arsenal.Um presente de Anneith, a senhora das coisas sábias, Finnula afirmaria o único presente que ela recebera, Elide pensava muitas vezes, além de sua velha babá de bom coraçãoe inteligência.Ela nunca contou a Finnula que muitas vezes orava à inteligente deusa para conferir-lhe outro presente para aqueles que tornaram seus anos em Perranth um inferno: a morte, e não do tipo suave. Não como Silba, que oferecia fins pacíficos, ou Hellas, que oferecia finais violentos e ardentes. Não, mortes pelas mãos de Anneith consorte de Hellas eram brutais, sangrentas e lentas.O tipo de morte que Elide esperava receber a qualquer momento, e contar as bruxas que rondavam os salões ou do duque de olhos escuros, seus soldados letais, ou aLíder Alada de cabelos brancos que tinha provado seu sangue como vinho fino. Ela teve pesadelos desde então. Isto é, quando conseguia dormir.Elide ainda precisara descansar por duas vezes em seu caminho para o alto, e sua claudicação era profunda quando chegou ao topo da torre, preparando-se para os animais e os monstros que elas montavam. Uma mensagem urgente viera para a Líder Alada enquanto Elide limpava o seu quarto e quando Elide explicou que a Líder Alada não estava, o homem soltou um suspiro de alívio, empurrou a carta na mão de Elide e ordenou que ela a encontrasse.E então o homem partira.Ela deveria ter suspeitado. Tinha levado dois batimentos cardíacos para observar e catalogar os detalhes do homem, sua fala e carrapatos. Suado, com o rosto pálido, as pupilas dilatadas ele perdeu a firmeza quando Elide abriu a porta. Desgraçado. A maioria dos homens, ela decidiu, era de bastardos de graus variados. A maioria deles era monstros. Mas ninguém pior do que Vernon.Elide esquadrinhou o lugar. Vazio. Nem mesmo um treinador à vista.O piso de feno era fresco, os comedouros cheios de carne e grãos. Mas a comida estava intocada pelas serpentes aladas cujos corpos de couro maciço apareciam para além

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das arcadas, empoleirados em vigas de madeira que se projetavam sobre a queda observando o exército abaixo como se fossem treze poderosos senhores da Fortaleza.Mancando tão perto quanto ousou de uma das enormes aberturas, Elide olhou para a vista.Era exatamente como o mapa da Líder Alada que ela observara nos momentos de folga, quando poderia roubar um olhar.Eles eram cercados por montanhas cinzentas, e se não tivesse vindo em uma carruagem-cela na longa viagem até aqui, teria percebido a floresta, espiado à distância e visto o rio enorme por onde passaram dias antes de subirem ao largo, a estrada da montanha rochosa. No meio do nada era aí que ficava Morath, e a vista diante dela o confirmou: sem cidades, sem povoados, mas um exército inteiro em torno dela. Elaempurrou de volta o desespero que penetrou em suas veias.Nunca tinha visto um exército antes de chegar ali. Soldados, sim, mas ela tinha oito anos quando seu pai a colocou no cavalo de Vernon e beijou-a num adeus, prometendo vê-la em breve. Ela não estivera em Orynth para testemunhar o exército que tomou suas riquezas, seu povo. Ficara trancada em uma torre no Castelo de Perranth enquanto o exército invadia as terras de sua família e seu tio tornou-se um constanteservo fiel do rei e roubava o título de seu pai.Seu título. Senhora de Perranth era como ela deveria ter sido chamada. Não que isso

importasse agora. Não havia muito da corte de Terrasen restando. Nenhum deles viera buscá-la nos meses iniciais da chacina. E nos anos seguintes, ninguém lembrara que ela existia. Talvez assumissem que ela estava morta como Aelin, a rainha selvagem que poderia estar por aí. Talvez eles estivessem todos mortos mesmo. E talvez,dado o exército escuro agora se espalhando diante dela, fosse uma misericórdia.Elide olhou através das fogueiras piscando no campo de guerra, um calafrio na espinha. Um exército para esmagar qualquer resistência que houver, Finnula sussurrou uma vez durante as longas noites em que elas estiveram trancadas naquela torre em Perranth. Talvez a própria Líder Alada de cabelos brancos lideraria o exército, na serpente alada com asas cintilantes.Um vento frio soprou feroz na torre, e Elide inclinou-se para ele, engolindo-o como se fosse água fresca. Houve muitas noites em Perranth quando apenas o vento gemendo fora sua companhia. Quando ela poderia ter jurado que ele cantava músicas antigas para embalar o seu no sono. Aqui... O vento era mais frio, mais sedoso quase serpentino. Recepcionar tais coisas fantasiosas só vai distraí-la, Finnula teriarepreendido. Ela desejou que a babá estivesse aqui.Mas desejar não lhe fizera nenhum bem nos últimos dez anos, e Elide, a Senhora de Perranth, não tinha ninguém vindo buscá-la.Logo, ela tranquilizou-se em breve a próxima caravana de suprimentos rastejaria atéa estrada da montanha, e quando ela voltasse a descer, Elide estaria escondida em um dos vagões, livre finalmente.E então ela fugiria para algum lugar muito, muito distante, onde eles nunca tinham ouvido falar de Terrasen ou Adarlan, e deixaria essas pessoas em seu miserável continente. Nas poucas semanas seguintes, ela poderia ter uma chance de escapar.Se sobrevivesse até lá. Se Vernon não decidisse que havia algum real propósito perversopara arrastá-la aqui. Se ela não acabasse como aquelas pobres pessoas, presa dentrodas montanhas ao redor, gritando por salvação a cada noite. Ela ouvira os outros servos sussurrarem sobre a escuridão que caía quando coisas corriam sob aquelas montanhas: pessoas que estavam sendo abertas em altares de pedra negra e, em seguida, forjadas em algo novo, algo diferente. Com que propósito miserável, Elide ainda não soubera, e misericordiosamente, além da gritaria, nunca encontrou o que estava sendoquebrado e remendado debaixo da terra. As bruxas eram ruins o suficiente.Elide estremeceu quando deu mais um passo para a grande câmara. A trituração de feno sob seus sapatos pequenos e o barulho de suas correntes eram os únicos sons.

Líd-líder Ala...Um rugido explodiu no ar, nas pedras, no chão, tão alto que sua cabeça girou e ela gritou. Deu um passo para trás, suas correntes emaranhadas enquanto deslizava sobre o feno.Dedos rígidos com pontas de ferro cravaram em seus ombros e a mantiveram na posição vertical.

Se você não é uma espiã uma voz ímpia ronronou em seu ouvido: Então por que está aqu

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ochan?Elide não estava fingindo quando sua mão trêmula estendeu a carta, não se atrevendo a se mover.A Líder Alada andou em volta dela, circulando Elide como uma presa, a longa trança branca balançando contra sua roupa de voo de couro.Os detalhes acertaram Elide como pedras: olhos como ouro queimado; um rosto tão incrivelmente belo que Elide ficou muda; um corpo magro, afiado; e uma graça constante, a fluidez de cada movimento, cada respiração, que sugeria que a Líder Alada poderia facilmente utilizar uma variedade de lâminas sobre ela. Humana apenas em forma imortal e predatória em qualquer outro sentido.Felizmente, a Líder Alada estava sozinha. Infelizmente, aqueles olhos de ouro realizavam nada além de morte.

Is-isto veio para você ela falou.A gagueira era falsificada. As pessoas geralmente não podiam esperar para fugir quando ela gaguejava e hesitava. Embora duvidasse que as pessoas deste lugar se preocupassem com a gagueira, se decidissem ter algum divertimento com uma filha de Terrasen. Se Vernon a entregasse.A Líder Alada sustentou o olhar de Elide quando tomou a carta.

Estou surpresa que o lacre não esteja quebrado. Embora se você fosse uma boa espiã, sa

beria como fazê-lo sem quebrar a cera. Se eu fosse uma boa espiã Elide devolveu eu também saberia ler.Um pouco de verdade para temperar a desconfiança da bruxa.A bruxa piscou, e depois cheirou, como se estivesse tentando detectar uma mentira.

Você fala bem para uma mortal, e seu tio é um senhor. No entanto, você não sabe ler?Elide assentiu. Mais do que a perna, mais do que o trabalho penoso, era a miserável falha que a perseguiu. Sua babá, Finnula, não sabia ler mas Finnula fora a única a ensiná-la a tomar nota das coisas, ouvir e pensar. Durante os longos dias em que elas não tinham nada para fazer além de tecer, a babá lhe ensinara a marcar os pequenosdetalhes, cada ponto, sem perder também a imagem maior. Chegará um dia em que eu irei, Elide, e você precisa ter todas as armas em seu arsenal afiadas e prontas paraatacar.Nenhuma das duas pensara que Elide pode ser a que saiu primeiro. Mas ela não olharia para trás, nem mesmo para Finnula, uma vez que fugisse. E quando ela descobrisse uma vida nova, um novo lugar... Ela nunca olharia para o norte, para Terrasen, e a maravilha, tampouco.Ela manteve os olhos no chão.

E-eu sei letras básicas, mas as minhas aulas pararam quando eu tinha oito anos. A pedido de seu tio, presumo. A bruxa fez uma pausa, girando o envelope e mostra

ndo a confusão de letras para ela, apontando-as com as unhas de ferro. Aqui diz Manon Dentes de Ferro . Se vir algo como isso, traga para mim.Elide inclinou a cabeça. Mansa, submissa apenas a única maneira que essas bruxas gostavam dos seus seres humanos.

É-é claro. E por que você não para de fingir uma gagueira e se encolher miseravelmente enquanto

isso?Elide manteve a cabeça inclinada baixa o suficiente para que seu cabelo áspero escondesse qualquer lampejo de surpresa.

Tentei ser agradável... Senti o cheiro de seus dedos humanos por todo o meu mapa. Foi trabalho cuidadoso

e astuto para não colocar uma coisa fora de ordem, não tocar em nada, mas o mapa... Pensando em escapar, afinal?

Claro que não, senhora. Oh, deuses. Ela estava tão, tão morta. Olhe para mim.

Elide obedeceu. A bruxa assobiou, e Elide se encolheu quando ela empurrou o cabelo de Elide para longe de seus olhos. Alguns fios caíram no chão, cortados pelas unhas de ferro.

Eu não sei que jogo você está jogando se é uma espiã, se é uma ladra, se está preocupas consigo mesma. Mas não finja que é uma menina mansa e patética quando posso ver queessa mente perversa funcionando por trás de seus olhos.

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Elide não se atreveu a deixar cair a máscara. Era o seu pai ou sua mãe que tinha parentesco com Vernon?

Era a pergunta mais estranha mas Elide sabia há muito tempo que faria qualquer coisa, diria qualquer coisa, para se manter viva e ilesa.

Meu pai era irmão mais velho de Vernon disse ela. E de onde sua mãe vem?

Ela não deu àquela velha tristeza um centímetro de espaço em seu coração. Ela tinha nascimento humilde. Uma lavadeira. E de onde ela vem?

Por que isso importava? Os olhos dourados estavam fixos nela, inflexíveis. Sua família era originalmente de Rosamel, no noroeste do Terrasen. Eu sei onde ica Elide manteve seus ombros curvados, esperando. Saia.

Escondendo seu alívio, Elide abriu a boca para fazer suas despedidas, quando outro rugido fez as pedras vibrarem. Ela não pôde esconder seu recuar.

É apenas Abraxos falou Manon, uma sugestão de um sorriso se formando em sua boca cruel, um pouco de luz brilhando nos olhos dourados. Sua montaria devia fazê-la feliz, se é que bruxas podiam ser felizes. Ele está com fome.A boca de Elide ficou seca.Ao som de seu nome, uma cabeça triangular maciça, com cicatrizes feias em torno de u

m olho, surgiu na torre.Os joelhos de Elide vacilaram, mas a bruxa foi direto até a besta e colocou as mãoscom unhas de ferro em seu focinho.

Seu porco disse a bruxa. Você precisa que toda a montanha saiba que está com fome?A serpente alada bufou em suas mãos, os dentes gigantes, deuses, alguns deles de ferro tão perto dos braços de Manon. Uma mordida, e a Líder Alada estaria morta. Uma mordida e, no entanto...Os olhos da serpente alada se levantaram e encontraram Elide. Não olhando, mas reconhecendo, como se...Elide manteve-se perfeitamente parada, embora cada instinto rugisse para ela correr para as escadas. A serpente alada cutucou Manon, o chão tremendo debaixo dele, e farejou na direção de Elide. Então aqueles olhos gigantes sem profundidade moveram-se para baixo para as pernas. Não, para as correntes.Havia tantas cicatrizes por todo o corpo dele tantas linhas brutais. Ela não achava que Manon as tivesse feito, não com a maneira como ela falou com ele. Abraxos era menor do que os outros, ela percebeu. Muito menor. E ainda assim, a Líder Aladao havia escolhido. Elide guardou as informações. Se Manon tinha uma fraqueza por coisas quebradas, talvez fosse poupá-la também.Abraxos abaixou-se para o chão, esticando o pescoço até que sua cabeça descansasse no feno a três metros de Elide. Aqueles olhos negros a fitaram, quase caninos.

Chega, Abraxos Manon sussurrou, agarrando uma sela do pino na parede. Como é que eles... existem? Elide sussurrou.

Ela tinha ouvido histórias de serpentes aladas e dragões, e lembrava-se de vislumbres do povo pequeno e os feéricos, mas... Manon arrastou a sela couro até sua montaria.

O rei os fez. Eu não sei como, e isso não importa.O rei de Adarlan os fez, como tudo o que estava sendo feito dentro daquelas montanhas. O homem que tinha destruído sua vida e assassinado seus pais, condenado-a para essa... Não fique brava, Finnula lhe diria para ser inteligente. E logo o reie seu miserável império não seria a preocupação dela, de qualquer maneira.

É que sua montaria não parece maléfica. A cauda de Abraxos bateu no chão, as pontas de ferro brilhando. Um cão gigante e letal. Com asas.Manon bufou um riso frio, prendendo a sela no lugar.

Não. No entanto, ele foi feito para isso, algo deu errado com essa parte.Elide não achou que algo estivesse errado, mas manteve a boca fechada.Abraxos ainda estava olhando para ela, e a Líder Alada disse:

Vamos caçar, Abraxos.A besta se animou, e Elide saltou um passo para trás, fazendo uma careta quando caiu com força em seu tornozelo. Os olhos da serpente alada caíram sobre ela, como seconsciente da dor. Mas a Líder Alada já estava terminando com a sela, e não se preocup

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ou em olhar em sua direção quando Elide saiu mancando.

Você é um verme de coração mole Manon assobiou para Abraxos uma vez que a astuciosa mena tinha ido embora. A menina podia estar escondendo segredos, mas sua descendência não era uma deles. Ela não tinha ideia de que sangue de bruxa fluía forte em suas veias mortais. Uma perna aleijada e correntes, e você se apaixona?Abraxos cutucou com o focinho, e Manon lhe deu um tapa firme, mas suave, antes de se inclinar contra sua pele quente e rasgar o lacre da carta escrita com a letra de sua avó.Assim como a Grã-bruxa do Clã Bico Negro, sua carta era brutal, ao ponto, e implacável.

Não desobedeça às ordens do duque. Não faça perguntas. Se houver outra carta de Morath sobre sua desobediência, voarei até aí e a enforcarei com seus intestinos, com as suas Treze em um tronco de árvore com sua fera ao lado.Três Pernas Amarelas e dois clãs Sangue Azul estão chegando amanhã. Assegure-se de que não haja brigas ou problemas. Eu não preciso das outras Matriarcas respirando em meu

pescoço sobre os seus vermes.Manon virou o papel, mas era isso. Triturando-o em um punho, ela suspirou. Abraxos cutucou-a de novo, e ela distraidamente acariciou sua cabeça. Feita, feita, feita.Isso foi o que o Crochan havia dito antes de Manon cortar sua garganta. Elas a fizeram um monstro. Ela tentou esquecer tentou dizer a si mesma que a Crochan fora uma fanática e uma faladora enfadonha, mas... ela correu um dedo pelo pano vermelho escuro de sua capa.Os pensamentos se abriam como um precipício diante dela, tantos de uma só vez que ela deu um passo atrás.Virou-se.Feita, feita, feita.Manon subiu na sela e ficou contente em perder-se no céu.

Conte-me sobre os valgs Manon pediu, fechando a porta da pequena câmara atrás dela.Ghislaine não tirou os olhos do livro sobre o qual estava debruçada. Havia uma pilha deles na mesa à sua frente, e outra ao lado da cama estreita. Onde a mais velha e mais inteligente de suas Treze os conseguira ou quem ela provavelmente eviscerara para roubá-los, não importava para Manon.

Olá, por que você não entra? foi à resposta.Manon encostou-se à porta e cruzou os braços. Apenas com livros, apenas leitura, mas Ghislaine era tão escorregadia. No campo de batalha, no ar, a bruxa de pele escura era tranquila, fácil de comandar. Uma soldada sólida, mais valiosa por sua inteligência afiada, que lhe valeu o lugar entre as Treze.Ghislaine fechou o livro e virou em seu assento. Seu cabelo preto e encaracolado estava trançado, mas até mesmo a trança não o continha inteiramente. Ela estreitou os olhos verde-mar para vergonha de sua mãe, não havia um traço de ouro neles.

Por que você quer saber sobre os valgs? O que você sabe sobre eles?

Ghislaine girou em sua cadeira até que ela estava com o encosto para frente, as pernas abertas para os lados. Ela estava em sua roupa de couro de voo, como se não tivesse se incomodado em trocá-las antes de cair em um de seus livros.

Claro que eu sei sobre os valgs ela respondeu com um aceno de mão, um gesto de impaciência, um gesto de mortal.Tinha sido uma exceção, uma exceção sem precedentes, quando a mãe de Ghislaine convenceraa Grã Bruxa a enviar a filha para uma escola mortal em Terrasen cem anos atrás. Elaaprendera a magia, estudos com livros e tudo o mais o que mortais eram ensinados, e quando Ghislaine retornara, doze anos mais tarde, a bruxa tinha ficado... Di

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ferente. Ainda uma Bico Negro, ainda sedenta de sangue, mas de alguma forma mais humana. Mesmo agora, um século mais tarde, mesmo depois de entrar e sair de campos da morte, essa sensação de impaciência, de vida se agarrava a ela. Manon nunca sabia o que fazer com ela.

Conte-me tudo. Não há muito para dizer-lhe de uma só vez respondeu Ghislaine. Mas lhe direi o básic

se quiser saber mais, você pode voltar.Uma ordem, mas este era o espaço de Ghislaine, livros e conhecimento eram de seu domínio. Manon fez um sinal com a mão de unhas de ferro para sua sentinela prosseguir.

Milênios atrás, quando os valg invadiram nosso mundo, as bruxas não existiam. Eram osvalg, os feéricos e os seres humanos. Mas os valg eram... Demônios, suponho. Eles queriam nosso mundo para si, e pensaram que uma boa maneira de obtê-lo seria garantindo que seus filhos pudessem sobreviver aqui. Os seres humanos não eram compatíveis, demasiados frágeis. Mas os feéricos... Os valg sequestraram e raptaram todos os feéricos que podiam, e já que seus olhos estão ficando vidrados, estou saltando para o fim e dizendo que a prole se tornou nós. Bruxas. As Dentes de Ferro puxaram mais osnossos antepassados valg, enquanto as Crochans têm mais dos traços feéricos. O povo destas terras não nos queria aqui, não depois da guerra, mas os feéricos do rei Brannon

não achavam que era certo caçar todas nós até a extinção. Então ele nos deu os desertos octais, e lá ficamos, até as guerras bruxas nos exilarem novamente.Manon examinou suas unhas.

E os valgs são... perversos? Nós somos perversas devolveu Ghislaine. Os valg? Diz a lenda que eles são a origem d

o mal. Eles são escuridão e desespero encarnado. Parece que são o nosso tipo de gente E talvez fosse bom de fato aliar-se, cruzar c

om eles.O sorriso de Ghislaine ficou amarelo.

Não ela disse suavemente. Não, eu não acho que eles seriam o nosso tipo de gente. El não têm leis, não há códigos. Eles veriam as Treze como fracas e nossas obrigações e regromo algo para quebrar por diversão.Manon endureceu ligeiramente.

E os valg nunca voltaram para cá? Brannon e a rainha férrica Maeve encontraram maneiras de derrotá-los a enviá-los de volta. Espero que alguém encontre uma maneira de fazê-lo novamente.Mais em que pensar.Ela se virou, mas Ghislaine continuou:

Esse é o cheiro, não é? O cheiro daqui, em torno de alguns dos soldados, parece que é errado, de outro mundo. O rei encontrou alguma maneira de trazê-los para cá e enfiá-losem corpos humanos.Ela não tinha pensado tão longe, mas...

O duque descreveu-os como aliados. Essa palavra não existe para os valg. Eles acham a aliança útil, mas vai honrá-la apenas

enquanto permanecerem dessa forma.Manon debateu os méritos de terminar a conversa.

O duque me pediu para escolher um clã de Bico Negro para seus experimentos. Para lhe permitir inserir algum tipo de pedra em suas barrigas que criará uma criança meio valg, meio Dente de Ferro.Lentamente, Ghislaine endireitou, suas mãos sujas de tinta penduradas de ambos oslados da cadeira.

E pretende obedecer, senhora?Não era uma pergunta de uma estudante, ou uma aluna curiosa, mas de uma sentinelapara sua herdeira.

A Grã Bruxa deu-me ordens para obedecer a cada comando do duque. Mas talvez... Talvez ela fosse escrever para sua avó outra carta.

Quem você escolheria?Manon abriu a porta.

Eu não sei. A minha decisão virá em dois dias.Ghislaine que Manon vira fartar-se em sangue dos homens empalideceu quando ela fechou a porta.

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Manon não sabia como, não sabia se os guardas, o duque, Vernon ou algum bastardo espião humano falou algo, mas na manhã seguinte, todas as bruxas sabiam. Ela sabia quenão devia suspeitar de Ghislaine. Nenhuma das Treze falhava. Nunca.Mas todo mundo sabia sobre os valg, e sobre a escolha de Manon.Ela entrou na sala de jantar, seus arcos pretos brilhando no raro sol da manhã. Osom das forjas ecoava vale abaixo, tornado mais alto pelo silêncio que caiu enquanto ela caminhava por entre as mesas, seguindo para seu assento na frente da sala.Multidão após multidão observava, e ela reconheceu seus olhares, dentes e unhas para fora, Sorrel uma força constante da natureza em suas costas. Não foi até Manon deslizar em seu lugar ao lado de Asterin e percebeu que era agora o lugar errado, mas nãose moveu que o silêncio terminou.Ela puxou um pedaço de pão para si, mas não tocou. Nenhuma delas comeu. Café da manhã e jantar eram sempre para mostrar presença.As Treze não disseram uma palavra.Manon examinou para todas e cada uma delas desviou o olhar. Mas quando encontrou

os olhos Asterin, a bruxa os segurou. Tem algo que quer dizer Manon perguntou ou só está observando?Os olhos de Asterin miraram por sobre o ombro de Manon.

Temos convidados.Manon encontrou a líder de um dos clãs de Pernas Amarelas recém-chegados ao pé da mesa,olhos baixos, postura inofensiva completamente submissa.

O que foi? Manon exigiu.A líder do clã manteve a cabeça baixa.

Gostaríamos de pedir sua consideração para a incumbência do duque, Líder Alada.Asterin endureceu, juntamente com muitas das Treze. As mesas próximas também tinhamcaído em silêncio.

E por que Manon perguntou: que vocês quereriam isso? Você nos forçará a fazer o seu trabalho penoso para nos impedir de ter a glória nos camp

os de morte. Essa é à maneira dos nossos clãs. Mas podemos ganhar um tipo diferente de glória desta maneira.Manon conteve seu suspiro, pesando, contemplando.

Eu vou considerá-lo.A líder curvou-se e recuou. Manon não conseguia decidir se ela era tola, astuta ou corajosa.Nenhum das Treze falou pelo o resto do café da manhã.

E o clã, Líder Alada, já selecionou para mim?Manon encontrou o olhar do duque.

Um bando de Pernas Amarelas liderados por uma bruxa chamada Ninya chegou no início desta semana. Use-os.

Eu queria Bico Negro. Você tem Pernas Amarelas Manon estalou. Do outro lado da mesa, Kaltain não reagiu. E

las se ofereceram.Melhor do que as Bico Negro, disse a si mesma. Melhor que as Pernas Amarelas tivessem se oferecido.Mesmo que Manon pudesse tê-las recusado.Duvidava que Ghislaine estivesse errada quanto à natureza dos valg, mas... Talvezisso pudesse funcionar a sua indecisão, dependendo de como as Pernas Amarelas se sairiam.O duque mostrou seus dentes amarelados.

Você toca em uma linha perigosa, Líder Alada. Todas as bruxas têm que fazê-lo, a fim de voar nas serpentes aladas.Vernon se inclinou para frente. Essas coisas imortais e selvagens são tão divertidas, Sua Graça.

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Manon lançou-lhe um longo olhar, que dizia que um dia Vernon, em um corredor sombrio, iria se encontrar com as garras dela, da coisa imortal e selvagem, em sua barriga.Manon virou para ir embora. Sorrel não Asterin estava parada feio pedra ao lado da porta. Outra visão chocante.Então Manon voltou-se para o duque, a questão formando-se mesmo quando ela própria não queria verbalizá-la.

Para quê? Por que tudo isso, porque nos aliar com os valg, por que levantar este exército... Por quê? Ela não conseguia entender. O continente já pertencia a eles. Não faa sentido.

Porque nós podemos respondeu o duque simplesmente. E porque este mundo há muito tempo habita na ignorância e tradição arcaica. É hora de ver o que pode ser melhorado.Manon fingiu contemplar a resposta e, em seguida, balançou a cabeça enquanto saía.Mas ela não tinha perdido a palavras este mundo. Não esta terra, e não neste continente.Esse mundo.Ela se perguntava se sua avó considerara a ideia de que elas poderiam um dia ter que lutar para manter o deserto contra os mesmos homens que as ajudaram a voltarpara casa.

E se perguntou o que aconteceria com essas alianças de bruxas e valg nesse mundo.

Capítulo 21Ele havia tentado.Quando a mulher encharcada de sangue tinha falado com ele, quando aqueles olhosazul-turquesa pareceram tão familiares, ele tentou tomar o controle de seu corpo,sua língua. Mas o príncipe demônio dentro dele havia se mantido firme, deleitando-se com sua luta.Ele tinha chorado de alívio quando sentiu o peso de uma lâmina antiga erguido sobresua cabeça. Em seguida, ela hesitou e, em seguida, a outra mulher tinha disparadouma flecha, e ela largou a espada e partiu.O deixou ainda preso com o demônio.Ele não conseguia lembrar do nome dela, recusou-se a lembrar do seu nome, assim como o homem no trono o questionou sobre o incidente. Mesmo quando ele retornou para o local exato no jardim e cutucou as algemas descartadas caídas no cascalho. Ela o havia deixado, e com razão. O príncipe demônio queria alimentar-se dela, e, em seguida, entregá-la.Mas ele desejava que ela o houvesse matado. Ele a odiava por não matá-lo.

Capítulo 22Chaol deixou sua vigia no telhado do apartamento de Aelin no momento em que a cabeça encapuzada de um dos rebeldes apareceu e sinalizou que iria assumir. Graças aos deuses.Ele não se incomodou em parar no apartamento para ver como Aedion estava. Cada umde seus passos batendo no degrau de madeira era um eco da fúria, da batida ensurdecedora de seu coração, até que era tudo o que ele podia ouvir, tudo o que podia sentir.Encontrou com os outros rebeldes que estavam abaixo ou monitoramento a cidade eNesryn, para se certificar de que seu pai não estava em perigo. Chaol apareceu sozinho enquanto espreitava pelas ruas da cidade. Todos tinham as suas ordens; todos estavam onde deveriam estar. Nesryn já lhe dissera que Ress e Brullo tinham dado o sinal de que tudo estava limpo em sua extremidade, e agora... Mentirosa. Aelin era e sempre tinha sido uma mentirosa, deuses malditos. Ela era tanto uma quebradora de juramento quanto ele. Pior.Dorian não tinha ido embora. Ele não se foi. E ele não dava a mínima o quanto Aelin alardeava sobre a misericórdia para Dorian, ou que disse que era uma fraqueza não matá-lo. A fraqueza residia em sua morte era o que ele deveria ter dito. A fraqueza estava em desistir.Ele invadiu o beco. Deveria ter se escondido bem, mas o que rugia em seu sangue

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e ossos era implacável. Um bueiro surgiu sob seus pés. Ele fez uma pausa e olhou para a escuridão abaixo.Ainda havia coisas a fazer, muitas coisas, tantas pessoas para manter longe do perigo. E agora que Aelin tinha mais uma vez humilhado o rei, ele não tinha dúvidas de que os valg arrebanhariam mais pessoas como punição, como uma declaração. Com a cidade ainda em tumulto, talvez fosse o momento perfeito para ele atacar. Para equilibrar as chances entre eles.Ninguém viu quando ele entrou no esgoto, fechando a pesada tampa.Túnel após túnel, sua espada reluzente à luz da tarde que passava através das grades, Chaol caçava os valg na sujeira, seus passos quase silenciosos. Eles geralmente iam para seus ninhos nas trevas, mas de vez em quando, retardatários rondavam os túneis. Alguns de seus ninhos eram pequenos, apenas três ou quatro deles guardando seus prisioneiros ou refeições, ele supôs. Fácil o suficiente para uma emboscada.E seria maravilhoso ver aquelas cabeças de demônios rolando.Se foi. Dorian se foi.Aelin não sabia tudo. Fogo ou decapitação não poderiam ser as únicas opções. Talvez ele maesse um dos comandantes valg vivo, ver o quão longe o homem dentro do demônio realmente iria talvez houvesse outra maneira, tinha que haver outra maneira...Examinou túnel após túnel, todos os locais de costume, e nenhum sinal deles. Nenhum.

Chaol correu para o próximo caminho dirigia-se para o maior ninho, onde eles sempre foram capazes de encontrar os civis em necessidade de resgatar, se tivessem sorte o suficiente para pegar os guardas de surpresa. Ele iria salvá-los, porque eles mereciam isso, e porque tinha que ajudá-los, ou então ele iria desmoronar e...Chaol olhou para a boca escancarada do ninho principal.Luz solar infiltrando-se acima iluminava as pedras cinzentas da pequena tira de água na parte inferior.Nenhum sinal da escuridão reveladora que geralmente ficava envolta como um denso nevoeiro.Vazio.Os soldados valg haviam desaparecido. E levado seus prisioneiros com eles.Ele não achava que eles tinham ido se esconder do medo.Haviam se mudado, escondendo-se e a seus prisioneiros, como um gigante divertindo-se vamos para o inferno por cada rebelde que tinha realmente pensado que elesestavam ganhando esta guerra secreta. Por Chaol.Ele deveria ter pensado em armadilhas como essa, deveria ter considerado o que podia acontecer quando Aelin Galathynius fizesse o rei e seus homens de bobo.Deveria ter considerado o custo. Talvez ele fosse o tolo.Havia uma dormência no seu sangue enquanto ele surgia a partir dos esgotos para uma rua tranquila. Era a ideia de ficar sentado em seu apartamento caindo aos pedaços, completamente sozinho com essa dormência, que o enviou para o sul, tentando evitar as ruas que ainda fervilhavam com pessoas em pânico. Todo mundo queria saber o que acontecera, quem fora morto, quem tinha feito aquilo. As decorações, enfeites e vendedores de comida tinham sido completamente esquecidos.Os sons acabaram por morrer ao longe, as ruas limpas quando ele chegou a um bairro residencial onde as casas eram de tamanho modesto, mas elegantes e bem conservadas. Pequenos córregos e fontes de água vindo do Avery corriam por toda parte, prestando-se ao excedente de floração flores da primavera em cada porta, janela, e pequeno gramado.Ele conhecia a casa pelo cheiro: pão recém-assado, canela e algumas outras especiarias que não podia nomear. Tomando o beco entre duas casas feitas de pedras pálidas, ele manteve-se nas sombras enquanto se aproximava da porta dos fundos, olhando através da vidraça da cozinha. Farinha revestia uma grande mesa de trabalho, juntamente com alguns vegetais, várias tigelas, e... A porta se abriu, e forma esguia de Nesryn encheu a entrada.

O que você está fazendo aqui?Ela estava de volta em seu uniforme de guarda, uma faca escondida atrás da coxa. Não tinha a menor dúvida de que ela avistara um intruso se aproximar casa de seu paie se preparou.Chaol tentou ignorar o peso empurrando para baixo em suas costas, ameaçando parti-lo em dois. Aedion estava livre e eles haviam conseguido muito. Mas quantos muit

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os outros inocentes haviam condenado hoje?Nesryn não esperou por sua resposta antes de dizer:

Entre.

Os guardas iam e vinham. Meu pai deu-lhes assados.Chaol olhou para cima a partir de sua própria torta de pera e esquadrinhou a cozinha. Azulejos brilhantes nas paredes atrás das bancadas em tons de azul, laranja eturquesa. Ele nunca estivera na casa de Sayed Faliq antes, mas sabia onde era apenas em caso de...Ele nunca se deixou considerar o que apenas em caso de poderia significar. Com certeza não era parecer como um cão vadio na porta dos fundos.

Não suspeitam dele? Não. Só queriam saber se ele ou seus trabalhadores viram alguém que parecia suspeito a

ntes do resgate de Aedion Nesryn empurrou outra torta, esta de amêndoas e açúcar em sua direção. O general está bem?

Até onde eu sei.Ele contou a ela sobre os túneis, os valg.

Nesryn disse apenas: Então, nós vamos encontrá-los novamente. Amanhã.Ele esperou que ela andasse, gritasse e xingasse, mas ela manteve-se estável calma. Alguma parte contraída dele relaxava.Ela bateu um dedo na mesa de madeira amorosamente desgastada, como se o amassarmil pães a tivesse alisado.

Por que você veio aqui? Por distração. Havia um brilho suspeito nos olhos escuros dela, o suficiente para qu

e ele completasse: Não assim.Ela nem sequer corou, embora suas próprias bochechas queimassem. Se ela tivesse oferecido, ele provavelmente teria dito sim. E se odiava por isso.

Você é bem-vindo aqui ela falou mas certamente seus amigos no apartamento do general, pelo menos, lhe proporcionam melhor companhia.

Eles são meus amigos? Você e Sua Majestade têm feito um grande trabalho tentando ser ninguém. É difícil ser amigos sem confiança. Você foi aquele que foi até Arobynn novamente, mesmo depois que ela o advertiu. E ele estava certo disse Chaol. Ele disse que ela prometeria não tocar em Dorian,

e, em seguida, fazer o oposto. E ele seria eternamente grato pelo tiro de avisoque Nesryn havia disparado.Nesryn balançou a cabeça, seu cabelo brilhando escuro.

Vamos apenas imaginar que Aelin esteja certa e Dorian se foi. E depois? Ela não está certa. Vamos apenas imaginar...

Ele bateu com o punho na mesa com força suficiente para sacudir o seu copo de água. Ela não está certa!

Nesryn franziu os lábios, mesmo quando seus olhos se suavizaram. Por quê?

Ele esfregou seu rosto. Porque então tudo seria por nada. Tudo o que aconteceu... Isso é tudo por nada. Você não

entenderia. Eu não entenderia? Uma pergunta fria. Você acha que eu não entendo o que está em jog

u não me importo com o seu príncipe, não do mesmo jeito que você. Eu me importo com o que ele representa para o futuro deste reino, e para o futuro das pessoas como a minha família. Não permitirei que outro expurgo imigrante aconteça. Não quero nunca maisos filhos de minha irmã voltando para casa com narizes quebrados novamente por causa de seu sangue estrangeiro. Você me disse que Dorian consertaria o mundo, tornaria melhor. Mas se ele se foi, se cometemos um erro hoje em mantê-lo vivo, então encontrarei outra maneira de alcançar esse futuro. E outro depois disso, se necessário.Vou me manter assim, não importa quantas vezes esses açougueiros me derrubem.Ele nunca a ouvira falar tantas palavras de uma vez, nunca tinha... nem mesmo sa

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bia que ela tinha uma irmã.Ou que ela era tia de alguém.

Pare de sentir pena de si mesmo. Mantenha o curso, mas também trace alternativas.Ajuste-se.Sua boca estava seca.

Você já foi ferida? Por causa de sua descendência?Nesryn olhou para a lareira crepitando, o rosto como gelo.

Eu me tornei guarda da cidade porque nenhum deles veio em meu auxílio no dia que os outros alunos me cercaram com pedras nas mãos. Nenhum, mesmo que pudessem ouvirmeus gritos ela encontrou seu olhar novamente. Dorian Havilliard oferece um futuro melhor, mas a responsabilidade também recai sobre nós. Sobre como as pessoas comuns escolhem agir.Verdade era tão verdadeiro, mas ele disse:

Eu não vou abandoná-lo.Ela suspirou.

Você é ainda mais teimoso do que a rainha. Espera que eu seja mais alguma coisa?

Um meio sorriso. Não acho que eu gostaria que você fosse qualquer coisa, mesmo um burro teimoso.

Você realmente admitiu gostar de mim? Será que no verão passado não diz o suficiente? Apesar de si mesmo, Chaol riu. Amanhã disse Nesryn. Amanhã, vamos continuar.

Ele engoliu em seco. Mantenha o curso, mas trace um novo caminho.

Ele poderia fazer isso; podia tentar, pelo menos. Te vejo no esgoto bem cedo.

Capítulo 23Aedion voltou à consciência e absorveu cada detalhe que podia sem abrir os olhos. Uma brisa salgada vinha de uma janela próxima aberta, fazendo cócegas em seu rosto; pescadores gritavam as suas capturas a poucos quarteirões de distância; e... e alguém respirava uniforme e profundamente nas proximidades. Adormecido.Ele abriu um olho para descobrir que estava em um pequeno cômodo com painéis de madeira, decorado com cuidado e uma propensão para o luxo. Ele sabia de quem era estequarto. Sabia de quem era este apartamento.A porta do outro lado de sua cama estava aberta, revelando a grande sala além, limpa, vazia e banhada pelo sol. Os lençóis em que dormia, as roupas de seda, os luxuosos travesseiros, o colchão incrivelmente macio. Exaustão revestia seus ossos e dor atravessava sua lateral, nas costelas, como devia. E a sua cabeça estava infinitamente mais clara quando ele olhou na direção da fonte da respiração profunda e viu a mulher dormindo na poltrona de cor creme ao lado da cama.Suas longas pernas nuas estavam espalhadas sobre um dos apoios de braço laminados, cicatrizes de todas as formas e tamanhos adornando-as. Ela descansava a cabeça contra o encosto, o cabelo dourado batendo na altura dos ombros as pontas manchadas de marrom avermelhado, como se um corante barato tivesse sido lavado às pressas espalhado por seu rosto. Sua boca estava ligeiramente aberta enquanto ela cochilava, confortável em uma camisa branca de grandes dimensões e que parecia ser um parde cuecas dos homens. Segura. Viva.Por um momento, ele não conseguiu respirar.Aelin.Ele murmurou o nome dela.Como se tivesse ouvido, ela abriu os olhos ficando totalmente alerta enquanto examinava a porta, o cômodo mais além, então o quarto em si em busca de qualquer perigo. E então, finalmente, ela olhou para ele e ficou completamente imóvel, mesmo que seu cabelo tivesse balançado na brisa suave.O travesseiro sob seu rosto tornou-se úmido.Ela só esticou as pernas, como um gato e disse: Estou pronta para aceitar seus agradecimentos pelo meu resgate espetacular a qualquer momento, sabe.

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m um nome como Poços. Mas, enquanto seu antecessor tinha, pelo menos, uma atmosfera semelhante a uma taberna, o Poços não se incomodou com isso. Em uma câmara subterrânea escavada de pedra bruta, o álcool era pago pelo preço da sua cobertura se você quisesse beber, teria que procurar os barris nos fundos e servir-se.Aelin encontrou-se pouco inclinada a gostar dos proprietários: eles operavam por um conjunto diferente de regras.Mas algumas coisas permaneciam as mesmas.Os pisos eram escorregadios e cheiravam a cerveja, urina e coisa pior, mas Aelin previra isso. O que ela não esperava, exatamente, era o barulho ensurdecedor. Asparedes próximas de pedra ampliavam os aplausos selvagens dos poços de luta que mais tarde renderam o nome do lugar, onde os espectadores apostavam nas lutas abaixo.Lutas como a que ela estava prestes a participar.Ao lado dela, Chaol, encapuzado e mascarado, mudou o peso em seus pés.

Esta é uma ideia terrível ele murmurou. Você disse que não conseguiu encontrar os ninhos valgs, de qualquer maneira , disse e

la com igual tranquilidade, colocando uma mecha solta de seu cabelo vermelho tingido, mais uma vez, sobre seu capô. Bem, aqui estão alguns comandantes encantadorese asseclas, apenas esperando por você para controlá-los

para casa. Considere a forma de um pedido de desculpas do Arobynn. Porque ele sabia que iria trazer Chaol com ela esta noite. Ela adivinhou tanto, não debatendo trazendo o capitão, mas no final ela precisava dele aqui, precisava estar aqui sozinha, mais do que ela precisava para derrubar os planos de Arobynn.Chaol cortou um olhar em sua direção, mas então voltou sua atenção para a multidão ao seudor, e disse novamente:

Esta é uma ideia terrível.Ela seguiu seu olhar em direção a Arobynn, que estava do outro lado do poço de areia em que dois homens lutavam, agora tão ensanguentados que ela não podia dizer quem estava em pior forma.

Ele convoca, eu respondo. Apenas mantenha seus olhos abertos.Era o máximo que eles falaram um com o outro durante toda a noite. Mas ela tinha outras coisas para se preocupar. Levou apenas um minuto neste lugar para entender por que Arobynn a tinha convocado.Os guardas valg estavam reunidos no Poços não para prender e torturar, mas para assistir. Eles estavam intercalados entre a multidão, com capuzes, sorrindo e frios.Como se o sangue e raiva os alimentasse.Por baixo de sua máscara preta, Aelin focava em sua respiração.Três dias depois de seu resgate, Aedion ainda estava ferido o suficiente para permanecer acamado, um dos rebeldes de maior confiança de Chaol vigiando o apartamento. Mas ela precisava de alguém em sua retaguarda esta noite, então pediu que Chaol eNesryn viessem. Mesmo sabendo que ela jogaria nos planos de Arobynn.Ela acompanhou-os ao subterrâneo em uma reunião secreta dos rebeldes, para deleite de ninguém.Especialmente quando, aparentemente, os valg desapareceram com suas vítimas e não puderam ser encontrados, apesar dos dias seguindo-os. Um olhar para os lábios franzidos de Chaol lhe dissera exatamente quem ele acreditava ser o culpado por isso.Então ela ficou feliz em falar com Nesryn em vez dele, apenas para deixar sua mente focar na nova tarefa pressionando sobre ela, a badalada que agora era um som zombaria do castelo de vidro. Mas destruir o relógio da torre libertar a magia podia esperar.Pelo menos ela tinha certeza sobre Arobynn querer Chaol aqui, os valg claramente eram uma oferta significante para seduzir o capitão a continuar confiando nele.Aelin sentiu a chegada de Arobynn momentos antes de seu cabelo vermelho deslizar em sua visão periférica.

Algum plano para destruir este estabelecimento também?Uma cabeça escura apareceu no outro lado dele, junto com os olhares arregalados de homens que seguiram por toda parte. Aelin era grata pela máscara que escondia a tensão em seu rosto quando Lysandra inclinou a cabeça em saudação. Aelin fez uma boa atuaçãao olhar Lysandra de cima a baixo, e, em seguida, virou-se para Arobynn, descartando a cortesã como se ela não fosse mais do que um pouco de ornamentação.

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Chaol sutilmente moveu-se ao alcance da voz, uma mão na espada.Aelin apenas apoiou as mãos nos quadris.

Quem deve ser o meu adversário?Arobynn inclinou a cabeça para alguns homens dos guardas valg.

Qualquer um deles que você desejar. Só espero que você escolha um em menos tempo do que levou para decidir qual deles vai me entregar.Então era disso que se tratava. Quem tinha a mão superior. E se ela se recusasse com a dívida não paga... Ele poderia fazer pior. Muito pior. Você está louco disse Chaol para Arobynn, seguindo sua linha de visão.

Então ele fala, Arobynn ronronou. De nada, aliás, pela pequena dica.Ele lançou seu olhar em direção ao valgs recolhidos. Então, eles eram um presente para o capitão.Chaol o encarou fixamente.

Eu não preciso de você para fazer o meu trabalho... Fique fora disso Aelin estalou, esperando que Chaol entendesse que a ira não era p

ara ele. Ele se voltou para a areia salpicada de sangue, balançando a cabeça. Que ele ficasse furioso; ela tinha muita raiva por ele de qualquer maneira.A multidão diminuiu a gritaria, e o senhor do Poços chamou a próxima luta.

É você disse Arobynn, sorrindo. Vamos ver o que essas coisas são capazes de fazer.

Lysandra apertou seu braço, como se pedindo para ele deixá-la ir. Eu me manteria para trás Aelin observou, estralando o pescoço. Você não gostaria desangue em seu vestido bonito.Arobynn riu.

Faça um bom show, sim? Quero que os proprietários se impressionem e se urinem.Oh, ela faria um show. Depois de dias enfiada no apartamento ao lado de Aedion,ela tinha energia de sobra.E não se importava em derramar um pouco de sangue valg.Ela se empurrou através da multidão, sem se atrever a chamar mais atenção para Chaol dizendo adeus.Pessoas deram uma olhada nela e recuaram. Com o traje, as botas e a máscara, ela sabia que estava encarnado a Morte.Aelin incorporou em uma bravata, seus quadris mudando a cada passo, revirando os ombros, como se os soltando. A multidão ficou maior, mais inquieta.Ela aproximou-se do senhor do Poços, que a olhou e disse:

Nenhuma arma.Ela simplesmente inclinou a cabeça e levantou os braços, girando em círculo e até mesmopermitindo que o assecla do senhor do Poços a revistasse com as mãos suadas para provar que ela estava desarmada.Na medida em que ele poderia dizer.

Nome ele exigiu. Em torno dela, o ouro já estava trocando de mãos. Ansel de Briarcliff respondeu ela, a máscara distorcendo sua voz para uma grossa e

rouca. Adversário.

Aelin olhou através do poço, para a multidão reunida, e apontou. Ele.

O comandante valg já estava sorrindo para ela.

Capítulo 24Chaol não sabia o que diabos pensar quando Aelin pulou no poço, aterrissando em suas pernas. Mas a multidão tinha visto para quem ela apontara e já estava em um frenesi, empurrando-se para frente, passando o ouro quando apostas de última hora eram feitas.Ele teve que plantar seus calcanhares para não ser derrubado para o espaço aberto do poço. Não havia redes ou grades. Se você caísse, era jogo justo. Uma pequena parte dele estava feliz por Nesryn estar de vigia na parte de trás. E uma parte menor dele estava feliz por uma noite sem mais caças infrutíferas pelos novos ninhos valg. Mesmo que isso significasse lidar com Aelin durante algumas horas. Mesmo que ArobynnHamel houvesse lhe dado este pequeno presente. Um presente que, ele odiava admitir, era dolorosamente necessário, mas ele gostou. Mas era, sem dúvida, como Arobynn

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armou.Chaol se perguntou qual seria o preço. Ou se seu medo de um preço potencial era pagamento suficiente para o rei dos Assassinos.Vestida da cabeça aos pés de preto, Aelin era uma sombra viva, caminhando como um gato selvagem em seu lado do poço, quando o comandante valg pulou. Ele poderia ter jurado que o chão estremeceu.Ambos eram insanos Aelin e seu mestre. Arobynn lhe dissera para escolher qualquer um dos valg. Ela escolhera seu líder.Eles quase não tinham se falado após o resgate de Aedion. Francamente, ela não merecia uma palavra dele, mas quando o encontrou uma hora atrás, interrompendo uma reuniãoque era tão secreta que eles divulgaram o local para os líderes rebeldes apenas umahora antes, ele... Talvez fosse um tolo, mas não podia, em sã consciência, dizer não. Nãosó porque Aedion o teria matado por isso.Mas desde que os valg estavam aqui... Sim, esta noite seria útil, depois de tudo.O senhor do Poços começou a gritar as regras. Simplesmente não havia nenhuma, salvo ouso de lâminas. Apenas mãos, pés e inteligência.Deuses a guardassem.Aelin acalmou seu ritmo, e Chaol teve de dar uma cotovelada no estômago de um homem ansioso demais para evitar ser empurrado para o abismo.

A rainha de Terrasen estava em um poço de combate nas favelas de Forte da Fenda. Ninguém aqui, ele apostaria, acreditaria nisso. Ele mesmo mal podia acreditar.O dono do Poços rugiu para a partida começar, e então eles se moveram.O comandante se lançou com um soco tão rápido que a maioria dos homens teria sido acertado na cabeça e cairia. Mas Aelin se esquivou e pegou o braço dele com uma das mãos,travando-o em um aperto que ele sabia que era de quebrar os ossos.Quando o rosto do comandante estava torcido com dor, ela ergueu seu joelho acertando a lateral da sua cabeça.Foi tão rápida, tão brutal, até mesmo a multidão não sabia o que diabos tinha acontecido aue o comandante estava cambaleando para trás, e Aelin dançava na ponta dos pés.O comandante riu, endireitando-se. Era a única pausa que Aelin deu a ele antes departir para a ofensiva.Movia-se como uma tempestade da meia-noite. Fosse qual fosse o treinamento que teve em Wendlyn, o que quer que o príncipe houvesse ensinado a ela... Deuses ajudassem a todos.Soco após soco, bloqueios, estocadas, giros... A multidão era uma coisa que se contorcia, espumando pela boca por sua rapidez, pela habilidade.Chaol já a tinha visto matar. Tinha se passado um tempo desde que viu uma luta para o prazer dela.E ela estava curtindo como o inferno aquilo.Um adversário digno dela, ele supôs quando ela trancou suas pernas ao redor da cabeçado comandante e rolou, lançando-o.Areia se erguia em torno deles. Ela acabou m cima, dirigindo o punho para baixono rosto frio do suposto homem.Apenas para ser arremessada longe com um toque tão rápido que Chaol dificilmente pôdeseguir o movimento. Aelin acertou a areia ensanguentada e rolou para ficar de pé,assim como o comandante atacou mais uma vez. Em seguida, eles eram novamente umborrão de membros e golpes e escuridão.Do outro lado do buraco, Arobynn estava de olhos bem abertos, sorrindo, um homem faminto diante de um banquete. Lysandra agarrou-se a seu lado, os nós dos dedos brancos quando ela agarrou seu braço. Homens sussurravam no ouvido de Arobynn, seus olhos presos no poço, tão famintos quanto Arobynn. Ou os proprietários do Poços ou potenciais clientes, a negociação para o uso da mulher brigando com tanta ira selvagem e prazer perverso.Aelin acertou um chute no estômago do comandante que o enviou contra a parede de rocha. Ele caiu, ofegando por ar. A multidão aplaudiu e Aelin estendeu os braços, girando em um círculo lento e triunfante como a Morte.O rugido da multidão respondeu ao feito e Chaol soube que o teto iria desabar.O comandante se arremessou para ela, e Aelin girou, pegando-o e travando seus braços e pescoço em um aperto que não seria facilmente quebrado. Ela olhou para Arobynn, como se fosse uma questão.

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Seu mestre olhou para os homens vorazes de olhos arregalados ao seu lado dele, em seguida, acenou para ela.O estômago de Chaol se revirou. Arobynn tinha visto o suficiente. Era o suficiente.Aquela não fora uma luta justa. Aelin participara dela porque Arobynn queria que ela participasse. E uma vez que ela derrubasse a torre do relógio e sua magia voltasse... O que ficaria contra ela?Contra Aedion e o príncipe feérico dela, e todos os guerreiros como eles? Um mundo novo, sim. Mas um mundo no qual a voz humana comum não seria nada mais do que um sussurro.Aelin torceu os braços do comandante, e o demônio gritou de dor, e então...Então Aelin foi cambaleando para trás, agarrando seu antebraço, sangue brilhando através do fragmento em seu traje.Foi só quando o comandante girou, sangue deslizando pelo queixo, seus olhos completamente escuros, que Chaol compreendeu. Ele a tinha mordido. Chaol assobiou porentre os dentes.O comandante lambeu os lábios, seu sorriso crescendo com o sangue. Mesmo com a multidão, Chaol pôde ouvir o demônio valg dizer:

Eu sei o que você é agora, cadela mestiça.

Aelin baixou a mão que estava em seu braço, o sangue brilhando em sua luva escura. Então é bom que eu também saiba o que você é.Acabar com aquilo. Ela tinha que acabar com isso agora.

Qual o seu nome? ela perguntou, circulando o comandante demônio.O demônio dentro do corpo do homem riu.

Você não pode pronunciá-lo em sua língua humana a voz deslizou por sob as veias de Cha, congelando-as.

Tão condescendente para um mero grunhido ela sussurrou. Eu deveria levá-la para Morath, mestiça, e ver o quanto você fala então. Para que você v

a todas as coisas deliciosas que fazemos para os do seu tipo.Fortaleza de Morath o duque Perrington. O estômago de Chaol virou chumbo. Era para lá que estavam levando os prisioneiros que não eram executados. Os que desapareceram na noite. Para fazer os deuses sabiam o quê com eles.Aelin não lhe deu tempo para dizer algo mais, e Chaol desejou novamente que ele pudesse ver seu rosto, só para saber o que diabos estava acontecendo em sua cabeça quando ela abordou o comandante. Ela desceu com o peso considerável na areia e agarrou sua cabeça.O crack foi do pescoço do comandante.As mãos continuando de cada lado do rosto do demônio, Aelin encarou os olhos vazios, a boca aberta. A multidão gritou seu triunfo.Aelin ofegava, seus ombros curvados, e então ela se endireitou, espanando a areiados joelhos de seu traje.Ela olhou para o senhor do Poços.

Anuncie.O homem empalideceu.

A vitória é sua.Ela não se incomodou em olhar para cima novamente quando bateu sua bota contra a parede de pedra, libertando uma lâmina fina horrível.Chaol estava grato pelos gritos da multidão quando ela a fincou através do pescoço docomandante. Mais uma vez. E de novo.Na iluminação fraca, ninguém mais poderia dizer que a mancha na areia não era da cor certa.Ninguém, mas os demônios com cara de pedra se reuniram em torno deles, marcando Aelin, observando cada movimento de sua perna enquanto ela separava a cabeça do comandante de seu corpo e, em seguida, a atirava na areia.

Os braços de Aelin tremiam quando ela pegou a mão de Arobynn e foi erguida para fora do poço.Seu mestre esmagou os dedos em um aperto letal, puxando-a para perto no que qual

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quer um teria pensado ser um abraço. Por duas vezes agora, querida, você não me entregou. Eu disse inconsciente. Sede de sangue tem o melhor de mim, parece. Ela aliviou seu braço esquerdo dolorid

o da mordida que a coisa maldita lhe tinha dado. Desgraçado. Ela quase podia sentir o sangue escorrer através do couro grosso de sua bota, sentir o peso da nesga agarrando o dedo do pé.

Espero os resultados, Ansel, e logo. Não se preocupe mestre. Chaol azia o seu caminho em direção a um canto escuro, Nesrynuma sombra atrás dele, sem dúvida preparada para acompanhar os valg uma vez que eles

se fossem. Você receberá o pagamento da dívida.Aelin olhou para Lysandra, cuja atenção não estava no cadáver que estava sendo transportado para fora do poço pelos grunhidos, mas fixa predatória com foco os outros guardas valgs esgueirando-se.Aelin limpou a garganta, e Lysandra piscou sua expressão suavizando em desconforto e repulsa.Aelin já ia escorregar para fora, mas Arobynn perguntou:

Você não está nem um pouco curiosa para saber onde nós enterramos Sam? ele sabia que ss palavras seriam registradas como um golpe. Ele tinha a mão superior, o tiro certo, o tempo todo.

Até mesmo Lysandra recuou um pouco.Aelin virou-se lentamente. Existe um preço para obter essa informação?

Um movimento na direção do Poços. Você já pagou por isso. Eu não poderia acreditar que você não me daria uma localização falsa e me faria levar pe

as para um túmulo errado. Não flores, nunca flores em Terrasen. Em vez disso, eles levavam pequenas pedras para os túmulos, marcando suas visitas, para falar aos mortos que eles ainda se lembravam.Pedras eram eternas flores não.

Você me confunde com tais acusações. O rosto elegante de Arobynn contava outra históri Ele diminuiu a distância entre eles, e falou tão baixinho que mesmo Lysandra não podia ouvir, Você acha que não terá que pagar em algum momento?Ela mostrou os dentes. Isso é uma ameaça?

É uma sugestão ele respondeu suavemente que você se lembre do quanto minhas influêncsão consideráveis e o que eu poderia oferecer-lhe nesse momento quando você está desesperada por tantas coisas: dinheiro, lutadores... um olhar pairou sobre o capitão e Nesryn. Coisas que seus amigos precisam, também.Por um preço sempre por um preço.

Apenas me diga onde você enterrou Sam e me deixe sair. Preciso limpar meus sapatos.Ele sorriu satisfeito porque ganhou e ela aceitou sua pequena oferta , sem dúvida, em breve para fazer outro negócio, e depois outro, pelo tempo que ela precisava dele. Ele nomeou o local, um pequeno cemitério à beira do rio. Não nas criptas que guardavam os Assassinos, onde a maioria deles era sepultada. Provavelmente um planejado insulto a Sam não percebendo que Sam não queria ser enterrado nas criptas, de qualquer maneira.Ainda assim, ela cuspiu um Obrigada e se obrigou a virar para Lysandra, com a vozarrastada:

Espero que ele esteja pagando o suficiente.A atenção de Lysandra, no entanto, estava na longa cicatriz que estragava o pescoço de Arobynn a cicatriz que Wesley tinha deixado.Mas Arobynn estava ocupado demais sorrindo para Aelin para notar.

Nós nos veremos novamente em breve ele disse. Outra ameaça. Espero que quando isso acontecer, você já tenha feito a sua parte no trato.Os homens de rosto duro que estiveram ao lado de Arobynn durante a luta ainda permaneciam a alguns metros de distância. Os proprietários do Poços. Deram-lhe um leve aceno de cabeça que ela não devolveu. Diga a seus novos parceiros que estou oficialmente aposentada ela falou como despedida.

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Foi um esforço de vontade deixar Lysandra com ele naquele inferno.Ela podia sentir as sentinelas valg a monitorando, sentir a sua indecisão e malícia, e esperava que Chaol e Nesryn não tivessem problemas quando ela desapareceu no ar fresco da noite.Ela não pedira que eles fossem apenas para vê-la retornar, mas para fazê-los percebercom precisão o quão estúpidos foram em confiar em um homem como Arobynn Hamel. Mesmo que o presente de Arobynn fosse a razão pela qual eles eram agora capazes de acompanhar o valg de volta para onde quer que eles estivessem escondidos.Ela só esperava que, apesar de presente de seu antigo mestre, eles finalmente entendessem que ela deveria ter matado Dorian naquele dia.

Capítulo 25Elide lavava pratos, cuidadosamente ouvindo o cozinheiro reclamar sobre o próximoembarque programado de suprimentos. Alguns vagões chegariam em duas semanas, ao que parece, transportando vinho, legumes e carne, e talvez, se tivessem sorte, salgados. No entanto, não era o que estava por vir que a interessava, mas como ela iria realizar, e que tipo de vagões podia suportar. E onde Elide poderia melhor se esconder.

Foi quando uma das bruxas entrou.Não Manon, mas uma chamada Asterin, de cabelos dourados com olhos como a noite salpicado de estrelas e uma selvageria em sua própria respiração. Elide há muito tempo notara quão rápida ela era em sorrir, e marcara os momentos em que Asterin pensava que ninguém estava olhando e encarava o horizonte, seu rosto apertado.Segredos Asterin era uma bruxa com segredos. E segredos tornavam as pessoas mortais.Elide manteve a cabeça baixa, ombros dobrados, quando a cozinha acalmou na presençada segunda imediata. Asterin apenas fez uma bravata até o cozinheiro, que ficara pálido como a morte. Ele era alto, um homem amável na maioria dos dias, mas um covarde no coração.

Lady Asterin disse ele, e todos, incluindo Elide, se curvaram.A bruxa sorriu com dentes brancos normais, graças aos deuses.

Eu estava pensando que poderia ajudar com os pratos.O sangue de Elide gelou. Ela sentiu os olhos de todos na cozinha correndo sobreela.

Apreciaríamos bastante, lady, mas... Está rejeitando a minha oferta, mortal?

Elide não se atreveu a virar. Sob a água com sabão, as mãos tremiam. Estavam em punhos.O medo era inútil; medo seria o que a mataria.

N-não. É claro, senhora. Nós... E-Elide ficará feliz pela ajuda. E foi isso.O movimento da cozinha lentamente retornou, mas a conversa permaneceu silenciosa. Estavam todos assistindo, esperando fosse pelo sangue de Elide ser derramado sobre as pedras cinzentas, ou para ouvir qualquer coisa suculenta dos lábios sempre sorridentes de Asterin Bico Negro.Sentiu cada passo que a bruxa tomou em direção a ela sem pressa, mas poderosa.

Você lava. Vou secar falou a sentinela ao seu lado.Elide espiou por trás da cortina de seu cabelo. Olhos pretos e dourado brilhava nos olhos de Asterin.

O-obrigada ela se fez gaguejar.A diversão naqueles olhos imortais cresceu. Não era um bom sinal.Mas Elide continuou seu trabalho, passando para a bruxa as panelas e pratos.

Uma tarefa interessante para a filha de um lorde Asterin observou, em voz baixao suficiente para que ninguém mais na cozinha movimentada ouvisse.

Estou feliz em ajudar. Essa corrente diz o contrário.

Elide não vacilou no trabalho; não deixou que a tigela em suas mãos escorregasse um centímetro. Cinco minutos, e então ela poderia murmurar alguma desculpa e sair.

Ninguém mais neste lugar está acorrentado como um escravo. O que a faz tão perigosa, Elide Lochan?Elide deu de ombros. Um interrogatório, isto é o que era. Manon a chamara de espiã. Pa

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recia que sua sentinela decidira avaliar o nível de ameaça que ela representava. Você sabe que os homens sempre odiaram e temeram a nossa espécie Asterin continuou.

raro para eles nos capturarem, nos matarem, mas quando o fazem... Oh, eles se deliciam com essas coisas horríveis. Nos desertos, eles fizeram máquinas para nos separar. Os tolos nunca perceberam que tudo o que precisavam fazer para torturar nossa espécie era nos fazer implorar ela olhou para as pernas de Elide nos acorrentar. Manter-nos amarradas à terra.

Sinto muito por ouvir isso.Duas das mulheres prenderam o cabelo atrás das orelhas em uma tentativa fútil de ouvi-las. Mas Asterin soube manter a voz baixa.

Você tem o que, quinze? Dezesseis? Dezoito. Pequena para a sua idade. Asterin lançou-lhe um olhar que fez Elide se perguntar s

e ela podia ver através do vestido caseiro para a bandagem que ela usara para achatar os seios cheios em um peito imperceptível. Você devia ter oito ou nove anos quando a magia desapareceu.Elide esfregou o pote. Ela iria terminá-lo e ir embora. Falar sobre a magia em torno dessas pessoas, muitos deles ansiosos para vender qualquer tipo de informação aos senhores que governaram este lugar... isso a faria ganhar uma viagem para a for

ca. As Bruxas Donzelas tinham a sua idade na época a sentinela continuou nunca tiveram a chance de voar. O poder não se define até o primeiro sangramento. Pelo menos agora elas têm as serpentes aladas. Mas não é o mesmo, não é?

Eu não sei.Asterin se aproximou, uma frigideira de ferro em suas mãos longas e mortais.

Mas seu tio sabe, não é?Elide ficou menor e se deu mais alguns segundos de tempo do que ela considerou para fingir.

Eu não entendo. Você nunca ouviu o vento chamando seu nome, Elide Lochan? Nunca o sentiu puxando-a

? Nunca o ouviu e ansiava para voar em direção ao horizonte, para terras estrangeiras?Ela passou a maior parte de sua vida trancada em uma torre, mas houvera noites de tempestades selvagens... Elide conseguiu tirar o último pedaço de comida queimadada tigela e enxaguá-la, entregando-a a bruxa antes de limpar as mãos no avental.

Não, senhora. Não vejo por que o sentiria.Mesmo que ela quisesse fugir correr para o outro lado do mundo e lavar as mãos dessas pessoas para sempre. Não tinha nada a ver com o vento sussurrando.Os olhos negros de Asterin pareciam devorá-la.

Você ouve aquele vento, menina disse ela como uma especialista tranquila porque qualquer uma com sangue Dentes de Ferro ouve. Estou surpreso que sua mãe nunca tenha contado. É transmitido através da linhagem materna.Bruxas sangue. Dentes de Ferro sangue. Em suas veias na linhagem de sua mãe.Não era possível. O sangue fluía vermelho; ela não tinha dentes ou unhas de ferro. Sua mãe era igual. Se houve ascendência, era tão antiga que tinha sido esquecido, mas...

Minha mãe morreu quando eu era criança disse ela, virando-se e acenando em despedida para o cozinheiro chefe. Ela nunca me disse nada.

Pena comentou Asterin.Todos os servos abriram a boca de espanto para Elide quando ela saiu mancando, o questionamento em seus olhos dizendo a ela o suficiente: eles não tinham ouvido.Um pequeno alívio, então.Deuses, oh, deuses. Bruxa sangue de bruxa.Elide tomou as escadas, cada movimento enviando dores através de sua perna. Era por isso que Vernon a mantinha acorrentada? Para impedi-la de voar se ela mostrasse um pingo de poder? Era por isso que as janelas da torre em Perranth possuíam barras?Não. Não. Ela era humana. Totalmente humana.Mas no exato momento que aquelas bruxas se reuniram, quando ela tinha ouvido osrumores sobre os demônios que queriam... Procriar. Vernon a levara até ali. E tornou-se muito, muito próximo do duque Perrington.

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Ela rezou para Anneith a cada passo acima, orou à senhora das coisas sábias para que a terceira em comando estivesse errada. Não foi até que ela chegou ao pé da torre daLíder Alada que Elide percebeu que não tinha ideia de aonde estava indo.Ela não tinha para onde ir. Ninguém para correr.Os vagões de entrega não chegariam por mais algumas semanas. Vernon poderia entregá-la quando quisesse. Por que ele não fez isso imediatamente? O que estava esperando?Para ver o primeiro dos experimentos antes de oferecê-la como moeda de troca paraobter mais poder?Se ela fosse uma mercadoria tão valiosa, teria que ir mais longe do que suspeitara para escapar de Vernon. Não apenas para o continente sul, mas para terras de quenunca tinha ouvido falar. Mas sem dinheiro, como ela faria isso? Sem dinheiro exceto pelos sacos de moedas que a Líder Alada tinha espalhados pelo quarto. Ela olhou para cima nas escadas que se estendem para a escuridão. Talvez ela pudesse usar o dinheiro para subornar alguém um guarda, uma bruxa inferior para tirá-la dali. Imediatamente.Seu tornozelo latiu de dor quando correu até a escada. Ela não levaria um saco inteiro, penas algumas moedas de cada um, para que a Líder Alada não notasse.Felizmente, o quarto da bruxa estava vazio. E os vários sacos de moedas tinham sido deixados de fora com um descuido único que uma bruxa imortal mais interessada em

derramamento de sangue poderia alcançar.Elide pegou cuidadosamente as moedas e recheou o bolso, a faixa em torno de seus seios e seu sapatos, para que não fosse descoberto tudo de uma vez, de modo que não chacoalhassem.

Você está fora de si?Elide congelou.Asterin estava encostada contra a parede, os braços cruzados.

A segunda imediata sorria, cada um dos afiados dentes de ferro brilhando na luzda tarde.

Coisinha corajosa e louca comentou a bruxa, circulando Elide. Não é tão dócil quantoge, hein? Oh, deuses. Para roubar nossa Líder Alada. Por favor Elide sussurrou. Implorando, talvez isso fosse funcionar. Por favor, eu preciso deixar este lugar.

Por quê? Um olhar sobre a bolsa de dinheiro apertada nas mãos de Elide. Ouvi o que eles estão fazendo com as Pernas Amarelas. Meu tio... Se eu tiver... Se

eu tenho o seu sangue, não posso deixá-lo me usar. Executando uma fuga por causa de Vernon... Ao menos agora nós sabemos que você não é esp

iã dele, bruxa donzela. A bruxa sorriu, e era quase tão terrível quanto um dos sorrisos de Manon.Foi por isso que ela a emboscara com o conhecimento: para ver onde Elide corriadepois.

Não me chame assim Elide sussurrou. É tão ruim ser uma bruxa? Asterin espalhou seus dedos, apreciando as unhas de ferro

sob a luz fraca. Eu não sou uma bruxa. O que você é, então? Nada, não sou ninguém. Eu não sou nada.

A bruxa estalou a língua. Todo mundo é algo. Mesmo a bruxa mais comum tem seu clã. Mas quem tem a sua lealdade

, Elide Lochan? Ninguém. Apenas Anneith, e Elide às vezes pensava mesmo que poderia ser só imaginação. Não existe tal coisa com uma bruxa sozinha. Eu não sou uma bruxa disse ela novamente. E uma vez que ela fosse embora, uma vez

que ela deixasse este império apodrecido, ela seria absolutamente ninguém. Não, ela certamente não é uma bruxa Manon estalou da porta, os olhos de ouro frios.

mece a falar. Agora.

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Manon tivera um dia bastante cheio de merda, o que dizia alguma coisa, dado o século de sua existência.O clã das Pernas Amarela tivera seu implante em uma câmara subterrânea da Torre, um cômodo esculpido na própria rocha da montanha. Manon respirara o cheiro da sala forrada de camas e caminhou de volta para fora novamente. As Pernas Amarelas não queriam que ela estivesse por lá, de qualquer maneira, enquanto elas eram cortadas por homens, enquanto aquele pedaço de pedra era costurado dentro delas. Não, uma Bico Negro não tinha lugar na sala onde Pernas Amarelas estavam vulneráveis, e ela provavelmente faria algo maléfico e letal com o resultado.Então ela fora treinar, onde Sorrel chutara a sua bunda em um combate corpo-a-corpo. Em seguida, houve não uma, não duas, mas três brigas diferentes explodindo entre os vários clãs, incluindo as Sangue Azul, que estavam de algum modo animadas com os valg. Elas haviam começado com seus narizes quebrados por sugerirem a um clã Bico Negro que era seu dever divino não apenas aceitar a implantação, mas também ir mais longe eacasalar fisicamente com os valg.Manon não culpava as Bico Negro por encerrarem a conversa. Mas ela teve que distribuir punição igual entre os dois grupos.E então isso. Asterin e Elide em seu quarto, a menina de olhos arregalados e cheir

ando a terror, sua terceira em comando tentando converter a garota para suas fileiras. Comece a falar agora.

Temperamento ela sabia que deveria controlá-lo, mas o quarto cheirava a medo humano, e este era o seu espaço.Asterin entrou na frente da menina.

Ela não é uma espiã de Vernon, Manon.Manon fez a honra de ouvir quando Asterin lhe contou o que tinha acontecido. Quando ela terminou, Manon cruzou os braços. Elide estava agachada ao lado da porta da câmara de banho, o saco de moedas ainda em suas mãos.

Onde é que a linhagem se perde? Asterin perguntou calmamente.Manon liberou os dentes.

Os seres humanos são feitos para conter o ciclo de sangramento. Não está ajudando. Seela tem sangue de bruxa, é uma gota. Não o suficiente para torná-la nossa Manon caminhou para sua segunda imediata. Você é uma das Treze. Tem deveres e obrigações, e ainda assim esta é a forma como gasta seu tempo?Asterin se manteve firme.

Você disse para ficar de olho nela, e eu o fiz. Cheguei ao fundo da questão. Ela é quase uma bruxa donzela. Quer que Vernon Lochan a leve para aquela câmara subterrânea?Ou até uma das outras montanhas?

Eu não dou a mínima para o que Vernon faz com seus animais de estimação humanos. Mas u vez que as palavras saíram, elas soaram falsas.

Eu a trouxe aqui para que você pudesse saber... Você a trouxe aqui como um incentivo para ganhar de volta a sua posição.

Elide ainda tentava o seu melhor para desaparecer através da parede.Manon estalou os dedos na direção da garota.

Vou escoltá-la de volta para seu quarto. Fique com o dinheiro, se quiser. Minha terceira em comando tem uma torre cheia de bosta de serpente alada para limpar.

Manon Asterin começou. Líder Alada Manon rosnou. Quando você parar de agir como um mortal insignificante, p

ode voltar a tratar-me como Manon. E ainda assim você tolera uma serpente alada que cheira a flores e faz olhos de fi

lhote de cachorro para esta menina.Manon quase a atingiu quase pulou em sua garganta. Mas a menina estava assistindo, ouvindo. Então Manon agarrou Elide pelo braço e puxou-a porta afora.

Elide manteve a boca fechada quando Manon levou-a para descer as escadas. Ela nãoperguntou como a Líder Alada sabia onde seu quarto ficava.Ela se perguntou se Manon iria matá-la uma vez que elas estivessem lá.

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Perguntou-se se ela imploraria e rastejaria por misericórdia quando chegasse o momento.Mas depois de um tempo, a bruxa falou:

Se você tentar subornar alguém aqui, eles simplesmente te entregariam. Guarde o dinheiro para quando fugir.Elide escondeu o tremor nas mãos e acenou com a cabeça.A bruxa lançou-lhe um olhar de soslaio, seus olhos dourados brilhando à luz das tochas. Para onde diabos você teria corrido, afinal? Não há nada dentro de cem milhas. A única maneira seria se tivesse a menor chance de entrar no... Manon bufou. Os vagões de abastecimento.O coração de Elide afundou.

Por favor, por favor, não conte a Vernon. Você não acha que se Vernon queria usá-la assim, ele o teria feito? E por que fazê-la tr

abalhar como serva? Eu não sei. Ele gosta de jogos. Poderia estar esperando que uma de vocês confirmasse

o que sou.Manon ficou em silêncio outra vez, até que dobraram uma esquina.O estômago de Elide caiu a seus pés quando ela contemplou quem estava na frente de s

ua porta, como se ela o tivesse convocado pelo simples pensamento.Vernon vestia sua habitual túnica verde vibrante de Terrasen, e suas sobrancelhasse levantaram com a visão de Manon e Elide.

O que você está fazendo aqui? Manon estalou, parando na frente de pequena porta de Elide.Vernon sorriu.

Visitando a minha querida sobrinha, é claro.Embora Vernon fosse mais alto, Manon parecia olhar para baixo para ele, pareciamaior do que ele quando manteve o aperto no braço de Elide.

Por quê? Estava esperando para ver como vocês duas estavam se dando bem seu tio ronronou. M

as... Ele olhou para a mão que Manon tinha no braço de Elide. E a porta para além delas. Parece que eu não precisava ter me preocupado.Demorou mais tempo para Elide pegá-lo do que Manon, que mostrou os dentes e disse: Eu não tenho o hábito de forçar os meus servos.

Só abate homens como porcos, correto? Suas mortes equiparam-se ao seu comportamento em vida Manon respondeu com uma es

pécie de calma que fez Elide perguntar se ela deveria começar a correr.Vernon soltou uma risada baixa. Ele era tão diferente de seu pai, que tinha sido caloroso e bonito e de ombros largos tinha trinta anos quando foi executado pelorei. Seu tio assistira a execução e sorrira. E depois veio contar-lhe tudo sobre ele.

Aliando-se com as bruxas? Vernon perguntou a Elide. Quão cruel você é.Elide baixou os olhos para o chão.

Não há nada para se aliar contra, tio. Talvez eu mantivesse também protegida por todos esses anos, se você acredita que é ass

im.Manon inclinou a cabeça.

Diga logo o que quer e vá embora. Cuidado, Líder Alada obervou Vernon. Você sabe exatamente onde termina o seu poder.

Manon deu de ombros. Eu também sei exatamente onde morder.

Vernon sorriu e mordeu o ar na frente dele. Sua diversão em si afinada em algo feio quando voltou-se para Elide.

Eu queria dar uma olhada em você. Sei o quão difícil foi hoje.Seu coração parou. Teria alguém lhe contado sobre a conversa na cozinha? Havia um espião na torre agora?

Por que seria difícil para ela, humano? O olhar de Manon era tão frio quanto ferro. Esta data é sempre difícil para a família Lochan disse Vernon. Cal Lochan, meu irmãoa um traidor, você sabe. Um líder rebelde durante os poucos meses após Terrasen ser he

rdado pelo rei. Mas ele foi pego como o resto deles e executado. Difícil para nós pa

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Aedion não tinha interesse em ceder à honra, mesmo para o lendário guerreiro-príncipe. De qualquer forma disse Aelin rigidamente à medida que dobrava a esquina do telhad

o novamente nós não iremos para Terrasen, não ainda. Não até que você esteja bem o sufice para viajar rápida e arduamente. Agora, precisamos recuperar o amuleto de Orynth de Arobynn.Aedion estava meio tentado a caçar o antigo mestre dela e cortá-lo em pedaços enquanto o interrogava sobre o local onde o amuleto estava escondido, mas poderia seguir com o plano da prima.Ele ainda estava fraco, até agora mal fora capaz de ficar em pé tempo suficiente para urinar. Aelin ter que ajudá-lo na primeira vez foi estranho o suficiente para que ele não conseguisse, até que ela começou a cantar uma canção obscena na capacidade máximde seus pulmões e abrir a torneira da pia, ao mesmo tempo ajudando-o a ficar em cima do vaso sanitário.

Dê-me mais um dia ou dois, e eu vou ajudá-la a caçar um desses demônios idiotas para ele. Raiva o atacou, tão forte quanto qualquer golpe físico. O rei dos assassinos exigira que ela se colocasse em tal perigo, como se a sua vida, como se o destino deseu reino, fosse um jogo, malditos deuses.Mas Aelin... Aelin aceitara esse negócio. Por ele.Mais uma vez, a respiração tornou-se difícil. Quantas cicatrizes ela acrescentaria a e

sse corpo flexível e poderoso por causa dele? Você não vai caçar o valg comigo Aelin falou então.Aedion tropeçou um passo.

Oh, sim, eu vou. Não, você não vai. Em primeiro lugar, seu rosto é muito reconhecível... Nem mesmo comece.

Ela encarou-o por um longo momento, como se avaliando todas as suas fraquezas eforça. Por fim, falou:

Muito bem.Ele quase se dobrou em alívio.

Mas depois de tudo isso, o valg, o amuleto incitou Aedion libertaremos a magia? um aceno de cabeça. Suponho que você tenha um plano. Outro aceno de cabeça. Ele cerrou os dentes. Importa-se de compartilhá-lo?

Em breve respondeu ela docemente.Deuses os ajudassem. E depois de completar o seu misterioso plano maravilhoso, iremos para Terrasen e

le não queria perguntar sobre Dorian. Vira a angústia em seu rosto naquele dia no jardim.Mas se ela não podia matar o príncipe, ele o faria. Não apreciaria, e o capitão poderiamuito bem matá-lo em troca, mas para manter Terrasen segura, ele cortaria a cabeça de Dorian.Aelin assentiu.

Sim, nós iremos, mas você tem apenas uma legião. Há homens que lutarão e outros territórios que podem surgir se você chamar. Podemos discutir isso mais tarde.

Ele segurou seu temperamento. Precisamos estar em Terrasen antes do verão, estar fora antes que a neve comece a

cair no outono, ou então teremos que esperar até a primavera.Ela assentiu com a cabeça distante. Na tarde anterior, ela despachou as cartas que Aedion lhe pediu para escrever a Ren, à Devastação e aos senhores restantes leais deTerrasen, deixá-los saber que eles estavam reunidos, e que qualquer pessoa com magia em suas veias estava em perigo. Ele sabia que os senhores restantes da antiga corte, bastardos astutos, não apreciariam avisos como esse, mesmo a partir de sua rainha. Mas ele tinha que tentar.

E acrescentou, porque ela realmente estava prestes a interrompê-lo nós precisaremosde dinheiro para o exército.

Eu sei ela respondeu calmamente.Não era uma resposta. Aedion tentou novamente.

Mesmo que os homens concordem em lutar apenas por sua honra, teremos mais chances de ter um número maior se pudermos pagá-los. Para não falar de fornecer-lhes armas e alimento.

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Durante anos, ele e a Devastação foram de taverna em taverna, levantando aos poucosfundos para seus próprios esforços. Ainda o matava ver os mais pobres de seu povo jogando as moedas de seu trabalho suado nas bacias que eles passavam ao redor, ver a esperança em seus rostos magros cheios de cicatrizes.

O rei de Adarlan esvaziou nossos cofres reais. Foi uma das primeiras coisas queele fez. O único dinheiro que temos vem do que o nosso povo pode doar, que não é muito, ou o que é concedido por Adarlan.

Outra maneira de manter o controle todos esses anos ela murmurou. Nosso povo está de mãos vazias. Eles não têm dois cobres para esfregar um no outro esses dias, muito menos para pagar impostos.

Eu não aumentaria os impostos para pagar por uma guerra ela falou bruscamente. E prefiro não nos vender para nações estrangeiras em troca de empréstimos. Ainda não, de qualquer maneira.A garganta de Aedion se apertou com a amargura revestindo seu tom, pois ambos consideravam outra maneira de o dinheiro e os homens serem obtidos. Mas ele não podia levar-se a mencionar a venda de sua mão em casamento a um reino estrangeiro rico, ainda não.

É algo para começar a contemplar. Se a magia for realmente libertada, poderíamos recrutar os dominadores para o nosso lado oferecer-lhes formação, dinheiro, abrigo. Imagi

ne um soldado que pode matar com espada e magia. Pode virar a maré de uma batalha.Sombras brilharam em seus olhos. De fato.

Ele pesava sua postura, a clareza de seu olhar, seu rosto cansado. Demais ela já enfrentara e sobrevivera a coisas demais.Ele vislumbrara as cicatrizes as tatuagens que as cobriam sob a gola de sua camisa algumas vezes. Ainda não se atrevera a pedir para vê-las. A mordida em seu braço enfaixado não era nada comparada àquela dor, às muitas outras cicatrizes que ela não havia mencionado. As cicatrizes em ambos.

E então disse ele, limpando a garganta há o juramento de sangue. Ele tivera intermeis horas na cama para compilar esta lista. Ela endureceu o suficiente para queAedion rapidamente acrescentasse: Você não tem que aceitá-lo, não ainda. Mas quando estiver pronta, eu estarei pronto.

Você ainda quer fazer o juramento para mim? Sua voz era plana. Claro que quero ele atirou a cautela para o inferno e continuou: Era meu dever,antes e agora. Isso pode esperar até chegarmos a Terrasen, mas serei eu quem vai levá-la. Ninguém mais.Sua garganta fez um som seco.

Certo uma resposta rápida que ele não soube interpretar.Ela o soltou e caminhou em direção a uma das pequenas áreas de treinamento para testar seu braço ferido. Ou talvez ela quisesse ficar longe dele, talvez ele tivesse abordado o tema de forma errada.Poderia ter mancado telhado agora quando a porta se abriu e o capitão apareceu.Aelin já caminhava em direção a Chaol com um foco predatório. Ele odiaria ser quem esperava ao fim da recepção em marcha.

O que é isso? ela perguntou.Ele odiaria ser quem esperava no fim dessa recepção, desse cumprimento, também.Aedion mancou até eles quando Chaol fechou a porta com um chute atrás de si.

O mercado negro se foi.Aelin respondeu rapidamente.

O que você quer dizer?O rosto do capitão era tenso e pálido.

Os soldados valg. Eles foram para o mercado esta noite e selaram as saídas com todos lá dentro. Então eles botaram fogo. As pessoas que tentaram escapar através dos esgotos encontraram guarnições de soldados esperando lá, espadas prontas.Isso explicava a fumaça no ar, cheiro de queimado no horizonte. Santos deuses. O rei perdera a cabeça completamente devia ter parado de se importar com o pensamento público em geral.Os braços de Aelin se encolheram em seus lados. Por quê? o ligeiro tremor na voz dela fizeram os instintos feéricos de Aedion rugirem alto, impelindo-o a erguer o capitão e rasgar sua garganta, acabar com a causa d

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e sua dor e medo... Porque descobriu-se que os rebeldes que o libertaram Chaol direcionou um olhar c

ortante em direção a Aedion reuniam-se no mercado negro para comprar suprimentos.Aedion chegou ao lado dela, perto o suficiente agora para ver a tensão no rosto do capitão, a magreza que não tinha estado ali semanas atrás. Na última vez que tinham sefalado.

E suponho que você queira me culpar? Aelin indagou com suavidade da meia-noite.Um músculo tremeu na mandíbula do capitão. Ele nem sequer acenou uma saudação a Aedion, ou o reconheceu pelos meses que passaram trabalhando em conjunto, ou o que acontecera naquele quarto da torre.

O rei poderia ter ordenado o fechamento qualquer meio disse Chaol, a cicatriz delgada em seu rosto austera ao luar. Mas ele escolheu fogo.Aelin ainda permanecia impossivelmente indiferente.Aedion rosnou.

Você é um idiota por sugerir que o ataque foi uma mensagem para ela.Chaol finalmente voltou sua atenção para ele.

Você não acha que é verdade?Aelin inclinou a cabeça.

Você veio até aqui para arremessar acusações na minha cara?

Você me disse para parar por esta noite Chaol retrucou, e Aedion estava meio tentado a perfurar os dentes em sua garganta pelo tom que ele usou. Mas eu vim perguntar por que você não foi para a torre do relógio. Quantas mais pessoas inocentes foram pegas no fogo cruzado?Foi um esforço manter a boca fechada. Ele não precisava falar por Aelin, que falavacom veneno impecável.

Você está sugerindo que eu não me importo? Você arriscou várias vidas para libertar um homem. Penso que você acha esta cidade e o

s seus cidadãos dispensáveis.Aelin assobiou:

Preciso lembrá-lo, capitão, que você foi para Endovier e não piscou para os escravos nas celas comuns? Preciso lembrá-lo que eu estava faminta e acorrentada, e você deixouo duque Perrington forçar-me para o chão aos pés de Dorian enquanto você não fez nada? E agora tem coragem de me acusar de não me importar, quando tantas das pessoas nestacidade têm lucrado com o sangue e miséria das próprias pessoas que você ignorou?Aedion sufocou o grunhido fazendo o seu caminho até a garganta. O capitão nunca falou sobre o primeiro encontro com sua rainha. Nunca disse que não se movera enquanto ela era maltratada, humilhada. Tivera o capitão se encolhido com as cicatrizes em suas costas, ou simplesmente as examinou como se ela fosse algum prêmio animal?

Você não pode me culpar Aelin exalou. Não vai me culpar pelo mercado negro. Esta cidade ainda precisa de proteção Chaol estalou.

Aelin deu de ombros, indo em direção à porta do telhado. Ou talvez esta cidade devesse queimar ela murmurou. Um calafrio percorreu a espi

nha de Aedion, mesmo sabendo que ela dissera isso para atingir o capitão. Talvez o mundo deva queimar acrescentou ela, e saiu do telhado.Aedion virou-se para o capitão.

Se quer comprar uma briga, venha a mim, não a ela.O capitão apenas balançou a cabeça e olhou através das favelas. Aedion seguiu seu olhar, vendo a capital brilhando ao seu redor.Ele odiou esta cidade desde a primeira vez que vira as paredes brancas, o castelo de vidro. Ele tinha dezenove anos, e havia camas que revelavam o seu caminho de uma ponta de Forte da Fenda a outra, tentando encontrar algo, qualquer coisa,para explicar por que Adarlan pensava que eram deuses malditos e superiores, por que Terrasen caíra de joelhos diante dessas pessoas. E quando Aedion terminara com as mulheres e as festas, após Forte da Fenda ter despejado suas riquezas aos seus pés e implorado por mais, mais, mais, ele ainda odiava a cidade ainda mais do que antes.E todo esse tempo, e todo o tempo depois, ele não tinha ideia que o que realmenteprocurava, com o que seu coração retalhado ainda sonhava, morava em uma casa de assassinos há poucas quadras de distância.Por fim, o capitão disse:

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Você parece mais ou menos inteiro.Aedion deu-lhe um sorriso lupino.

E você não, se falar com ela dessa forma novamente.Chaol balançou a cabeça.

Você descobriu alguma coisa sobre Dorian enquanto estava no castelo? Você insulta minha rainha e ainda tem a coragem de me pedir essa informação?

Chaol esfregou as sobrancelhas com o polegar e o indicador. Por favor, diga-me. Hoje foi ruim o suficiente. Por quê? Fui caçar os comandantes valg nos esgotos depois da luta no Poços. Os seguimos para

os seus novos ninhos, graças aos deuses, mas não encontramos nenhum sinal de humanos sendo mantidos prisioneiros. No entanto, mais pessoas desapareceram como num alçapão debaixo de nossos narizes. Alguns dos rebeldes querem abandonar Forte da Fenda. Estabelecer-se em outras cidades, em antecipação aos valg se espalhando.

E você? Eu não vou sem Dorian.

Aedion não teve coragem de perguntar se isso significava Dorian vivo ou morto. Ele suspirou.

Ele veio até mim nas masmorras. Me provocou. Não havia sinal do homem dentro dele. E

le nem sabia quem era Sorscha. E então, talvez porque ele estivesse se sentindo particularmente amável, graças à bênção de cabelos dourados no apartamento abaixo, Aedion coletou: Sinto muito, por Dorian.Os ombros de Chaol caíram, como se um peso invisível estivesse sobre eles.

Adarlan precisa ter um futuro. Então faça de si mesmo rei. Eu não estou apto para ser rei a auto aversão nessas palavras fez Aedion sentir pena

do capitão, apesar de tudo.Planos. Aelin tinha planos para tudo, ao que parecia. Ela convidara o capitão esta noite, ele percebeu, não para discutir qualquer coisa com ela, mas por esta conversa. Ele se perguntou quando ela começaria a confiar nele.Essas coisas levavam tempo, ele lembrou a si mesmo. Ela estava acostumada a umavida de sigilo; aprender a depender dele demoraria um pouco.

Posso pensar em alternativas piores disse Aedion. Como Hollin. E o que você e Aelin farão quanto a Hollin? Chaol perguntou, olhando em direção à fumade você desenharia a linha?

Nós não matamos crianças. Mesmo aquelas que já apresentam sinais de corrupção? Você não tem o direito de arremessar esse tipo de merda na nossa cara, não quando o se

u rei assassinou a nossa família. O nosso povo.Os olhos de Chaol piscaram.

Sinto muito.Aedion balançou a cabeça.

Nós não somos inimigos. Pode confiar em nós, confiar em Aelin. Não, eu não posso. Não mais. Quem perde é você Aedion respondeu. Boa sorte. Era tudo o que ele realmente tinha

oferecer ao capitão.

Chaol saiu do apartamento no armazém e foi para o outro lado da rua onde Nesryn estava encostada num edifício, os braços cruzados. Sob as sombras de seu capuz, sua boca se curvou para o lado.

O que aconteceu?Ele continuou descendo a rua, o sangue rugindo em suas veias.

Nada. O que eles disseram? Nesryn manteve-se com ele, acompanhando-o passo a passo. Nada da sua conta, então esqueça. Só porque trabalhamos juntos não significa que você te

o direito de saber tudo o que acontece na minha vida.Nesryn endureceu quase imperceptivelmente, e parte do Chaol se encolheu, já ansiando voltar atrás nas palavras.

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Mas era verdade. Ele destruiu tudo no dia em que fugiu do castelo, e talvez tivesse começado a andar com Nesryn porque não havia mais ninguém que não o olhasse com piedade.Talvez tivesse sido egoísta por fazê-lo.Nesryn não se incomodou com um adeus antes de desaparecer por um beco. Pelo menosele não podia se odiar mais do que já odiava.

Mentir para Aedion quanto ao juramento de sangue foi... Horrível.Ela iria contar a ele encontraria uma maneira de contar a ele. Quando as coisasfossem menos novas. Quando ele parasse de olhar para ela como se ela fosse um milagre, maldição e não uma mentirosa, covarde, um pedaço de merda.Talvez o mercado negro tivesse sido culpa dela.Agachando-se em um telhado, Aelin sacudiu o manto de culpa e de temperamento que sufocara durante horas e voltou sua atenção para o beco abaixo. Perfeito.Ela acompanhou várias patrulhas diferentes esta noite, notando que os comandantesque usavam anéis pretos pareciam mais brutais do que o resto, muitos nem sequer tentavam mover-se como seres humanos. O homem ou era um demônio agora? abriu um buei

ro na rua abaixo, um dos mais leves.Ela seria a sombra deste comandante e descobriria aonde ele fez o seu ninho, demodo que pudesse, pelo menos, dar a Chaol a informação e provar-lhe como ela investia no bem-estar da pobre cidade.Os homens do comandante haviam se dirigido para o castelo de vidro brilhante, um tentáculo da névoa espessa lançando uma luz esverdeada. Mas ele se afastou, indo mais fundo nas favelas e para os esgotos abaixo deles.Ela observou-o desaparecer através do bueiro, então agilmente saiu de cima do telhado, apressando-se para a entrada mais próxima que a levaria na direção dele. Engolindoo medo antigo, entrou discretamente nos esgotos uma quadra ou duas de onde ele desceu, e ouviu atentamente.Água pingando, fedor de lixo, a correria dos ratos...E passos ecoados à frente, dobrando a próxima grande intersecção de túneis. Perfeito.Aelin manteve suas lâminas de seu traje escondidas, não querendo que elas enferrujassem na umidade do esgoto. Agarrou-se às sombras, seus passos silenciosos enquantose aproximava da encruzilhada e espreitava a esquina.Com certeza o comandante valg caminhava no túnel, de costas para ela, seguindo mais profundamente no sistema.Quando estava muito à frente, ela dobrou no túnel seguinte, mantendo-se no escuro, evitando as áreas de luz que vinham das grades acima.Túnel depois do túnel, ela o seguiu, até que ele chegou a uma enorme piscina.Era cercada por paredes desmoronando cobertas de sujeira e musgo, tão antiga que ela se perguntou se elas estiveram entre as primeiras construídas em Forte da Fenda.Mas não foi o homem ajoelhado diante da piscina, suas águas alimentadas por rios que serpenteavam de várias direções, que fez sua respiração travar e o pânico inundar suas ves.Foi a criatura que saiu da água.

apítulo 27A criatura levantou-se, o seu corpo de pedra negra cortou através da água quase como uma ondulação aquática.O comandante valg ajoelhou-se diante dela, de cabeça baixa, sem mover um músculo quando o horror desenrolou à sua altura máxima.Seu coração pulou numa batida selvagem, e ela tentou se acalmar enquanto prestava atenção nos detalhes da criatura que agora estava com a parte da cintura acima da piscina, a água pingando de seus enormes braços e alongando o focinho serpentino.Ela tinha visto aquilo antes.Uma dos oito criaturas esculpidas na própria torre do relógio; oito gárgulas que ela uma vez jurara... vigiá-la. Sorrir para ela.

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Estava atualmente uma faltando na torre do relógio, ou as estátuas foram moldadas de acordo com essa monstruosidade?Ela desejou força para os joelhos. Uma luz azul fraca começou a pulsar por baixo dela droga. O Olho. Nunca era um bom sinal quando ele acendia, nunca, nunca, nunca.Ela colocou a mão sobre ele, sufocando o brilho quase imperceptível.

Relatório a coisa assobiou através de uma boca de dentes de pedra escura.Cão de caça de Wyrd era como ela iria chamá-la. Mesmo que ele não parecesse remotamentecom um cão, ela tinha a sensação de que a gárgula, a coisa podia rastrear e caçar, bem como qualquer cachorro. E obedecer seu mestre também.O comandante manteve sua cabeça abaixada.

Nenhum sinal do general ou daqueles que o ajudaram a fugir. Ouvimos o boato de que ele fora visto descendo a estrada do sul, indo com cinco outros para Charco Lavrado. Enviei duas patrulhas atrás deles.Ela poderia agradecer a Arobynn por isso.

Continue procurando disse o cão de caça de Wyrd, a luz fraca brilhando sobre as veias iridescentes que corriam através de sua pele obsidiana. O general está ferido, não pode ter ido longe.A voz da criatura deteve seu frio.Não era a voz de um demônio, mas de um homem.

A voz do rei.Ela não queria saber que tipo de coisas ele havia feito a fim de ver através dos olhos dessa coisa, falar através de sua boca.Um tremor se arrastou por sua espinha quando ela recuou. A água correndo ao lado era rasa o suficiente para que a criatura não pudesse nadar até lá, mas... Ela não se atreveu a respirar muito alto.Oh, ela daria a Arobynn seu comandante valg, tudo bem. Em seguida, deixaria Chaol e Nesryn caçá-los todos até a extinção.Mas não até que ela tivesse a oportunidade de falar com um por conta própria.

Aelin demorou dez quarteirões para parar o tremor em seus ossos, dez quarteirões para debater se iria mesmo contar-lhe o que tinha visto e o que planejara, mas umacaminhada até a porta e a visão Aedion marchando através da janela foram o suficientepara deixá-la na dúvida novamente.

Como você pode ver ela falou lentamente, jogando para trás o capuz. Eu estou viva eilesa.

Você disse duas horas, quatro se passaram. Eu tinha coisas a fazer, coisas que só eu posso fazer. Então, para realizar essas co

isas, eu precisava sair. Você não está em condições de sair nas ruas, especialmente se houver perigo.

Você jurou que não havia nenhum perigo. Eu pareço um oráculo? Há sempre perigo, sempre isso não era nem a metade. Você fede a esgoto, malditos deuses Aedion estalou. Quer me dizer o que estava faz

endo lá?Não. Não a verdade.Aedion esfregou o rosto.

Entende o que é ter que sentar minha bunda aqui enquanto você está fora? Você disse duas horas. O que eu deveria pensar?

Aedion ela falou com toda a calma que pôde, e tirou as luvas sujas antes de tomarsua mão larga, calejada. Eu entendo. Posso ver.

O que você estava fazendo que era tão importante que não podia esperar um ou dois dias? seus olhos estavam arregalados, implorando.

Patrulhando. Você é boa nisso, só não é boa em meias verdades. Um, só porque você é... você, não tem o direito de saber tudo o que faço. Dois... Lá você vai com as listas de novo.

Ela apertou sua mão com força suficiente para quebrar os ossos de um homem menor. Se não gosta de minhas listas, então não brigue comigo.Ele a encarou, ela o encarou de volta.

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Inflexível, inquebrável. Eles haviam sido feitos do mesmo pano.Aedion soltou um suspiro e olhou para suas mãos, em seguida, abriu-as e examinou a palma cicatrizada, atravessada pela marca de seu juramento para Nehemia e o corte que ela fez no momento em que ela e Rowan se tornaram carranam, sua magia ligando-os num laço eterno.

É difícil não pensar que todas as suas cicatrizes são minha culpa.Oh. Oh.Levou um instante ou dois, mas ela conseguiu erguer o queixo em uma expressão zombeteira e dizer:

Por favor. Metade dessas cicatrizes foi merecida ela mostrou-lhe uma pequena cicatriz abaixo o interior de seu antebraço. Vê esta? Um homem em uma taverna me cortou com uma garrafa depois que eu o enganei em uma rodada de cartas e tentei roubar o seu dinheiro.Um som sufocado veio dele.

Você não acredita em mim? Oh, eu acredito em você. Só não sabia que era tão ruim com as cartas que teve que recorr

er à trapaça.Aedion riu baixinho, mas o medo persistia.Então ela puxou para trás a gola de sua túnica para revelar um colar fino de cicatrize

s. Baba Pernas Amarelas, a matriarca do clã de bruxas Pernas Amarelas, me deu isto quando tentou me matar. Eu arranquei sua cabeça, em seguida, cortei o corpo em pequenos pedaços e empurrei tudo para dentro do forno de sua carroça.

Gostaria de saber quem matou a Perna Amarela.Ela poderia tê-lo abraçado apenas por essa sentença e pela ausência de medo ou repugnânc de seus olhos.Caminhou até a mesa o armário e tirou uma garrafa de vinho de uma porta fechada.

Estou surpresa que os brutamontes não tenham bebido todo o meu bom álcool nos últimosmeses ela franziu a testa para o armário. Parece que um de vocês aproveitou o conhaque.

O avô de Ren respondeu Aedion, observando seus movimentos do seu lugar junto à janela.Ela abriu a garrafa de vinho e não se incomodou em pegar um copo quando se jogou sobre o sofá e bebeu um gole.

Esta aqui disse ela, apontando para uma cicatriz irregular em seu cotovelo. Aedion deu a volta no sofá para se sentar ao lado dela. Ele tomou quase a metade da maldita coisa. O Lorde dos Piratas de Baía da Caveira me deu isso depois que destruí sua cidade e libertei seus escravos, e pareci muito boa ao fazê-lo.Aedion pegou a garrafa de vinho e bebeu.

Alguém já lhe ensinou a humildade? Você não aprendeu, então por que eu deveria?

Aedion riu, e, em seguida, mostrou-lhe a mão esquerda. Vários dos dedos estavam tortos.

Nos campos de treinamento, um desses bastardos adarlanianos quebrou todos os dedos quando eu o zombei. Então quebrou-os em um segundo lugar porque eu não parava dexingá-lo depois.Ela assobiou por entre os dentes, mesmo quando ficou maravilhada com a bravura,a provocação. Mesmo o orgulho por seu primo era misturado com uma pontinha de vergonha de si mesma. Aedion ergueu sua camisa para revelar um abdômen musculoso, onde uma cicatriz espessura e irregular descia de suas costelas até o umbigo.

Batalha perto Rosamel. Uma faca de caça serrilhada de seis polegadas, curvada na ponta. A lâmina rasgou daqui ele apontou para o alto, em seguida, arrastou seu dedo para baixo até aqui.

Merda disse ela. Como diabos você ainda está respirando? Sorte que fui capaz de me mover quando ele a puxou para baixo, impedindo de me e

stripar. Pelo menos aprendi o valor da defesa depois disso.Então eles ficaram metade da tarde e da noite passando o vinho entre eles.Um de cada vez, contaram as histórias das feridas acumuladas nos anos passados distantes. E depois de um tempo, ela tirou o traje e virou-se para mostrar-lhe as suas costas mostrar-lhe as cicatrizes e as tatuagens que gravara sobre elas.

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Quando reclinou-se novamente no sofá, Aedion mostrou-lhe a cicatriz no lado esquerdo de suas costelas, da primeira batalha que ele lutou, quando finalmente foi capaz de recuperar a Espada Orynth a arma de seu pai.Ele mancou para o que ela agora considerava o quarto dele, e quando voltou, elecarregava a espada em suas mãos e se ajoelhou.

Isto pertence a você falou com a voz rouca. A voz era alta em seus ouvidos.Ela cruzou as mãos de Aedion em torno da bainha, mesmo enquanto seu coração quebrava com a visão de lâmina de seu pai, o que ele tinha feito para recuperá-la, para salvá-la. Ela pertence a você, Aedion.Ele não baixou a lâmina.

Foi apenas por segurança. Ela pertence a você disse ela novamente. Não há mais ninguém que mereça. Nem mesmopercebeu.

Aedion deu um suspiro trêmulo e baixou a cabeça. Você é um bêbado triste ela observou, e ele riu.

Aedion deixou a espada sobre a mesa atrás dele e caiu de volta para o sofá. Ele eratão grande que ela quase caiu de sua própria almofada, e olhou para ele enquanto seendireitava.

Não quebre meu sofá, seu descuidado e bruto.

Aedion bagunçou seu cabelo e esticou as longas pernas diante dela. Dez anos, e esse é o tratamento que recebo da minha amada prima.Ela lhe deu uma cotovelada nas costelas.

Mais dois dias se passaram, e Aedion estava ficando fora de si, especialmente com Aelin continuando a se esgueirar apenas para voltar coberta de sujeira e fedendo a bola de fogo de Hellas. Ir para o telhado em busca de ar fresco não era o mesmo que sair, e o apartamento era pequeno o suficiente para que ele estivesse começando a cogitar a hipótese de dormir no armazém lá embaixo para ter algum senso de espaço.Ele sempre se sentia dessa maneira, embora, fosse em Forte da Fenda ou Orynth ou no melhor dos palácios ficava pouco tempo sem andar por florestas ou campos, semo beijo do vento no rosto. Deuses o ajudassem, ele nem mesmo conseguia ficar noacampamento de guerra da Devastação. Fazia muito tempo desde que vira seus homens, que rira com eles, escutando e secretamente invejando suas histórias sobre suas famílias, seus lares. Mas não, não agora que sua família tinha sido devolvida a ele; não agora que Aelin era seu lar.Mesmo que as paredes da casa dela agora fossem empurradas sobre ele.Ele devia ter parecido tão enjaulado quanto se sentia, porque Aelin revirou os olhos quando voltou para o apartamento naquela tarde.

Tudo bem, tudo bem falou, levantando as mãos. Prefiro que você destrua a si mesmo de tédio do que a meus móveis. Você é pior que um cachorro.Aedion mostrou os dentes em um sorriso.

Meu intuito é impressionar.Então eles se armaram, disfarçaram-se e deram dois passos para fora antes de ele detectar um aroma de hortelã e do sexo feminino e algum tempero que não podia identificar se aproximando deles. Rápido. Ele tinha sentido aquele cheiro antes, mas não conseguia situá-lo.Dor irradiou por suas costelas enquanto pegava sua adaga, mas Aelin disse:

É Nesryn. Relaxe.De fato, a mulher se aproximando levantou a mão em saudação, embora estivesse tão completamente coberta que Aedion não podia ver nada do rosto bonito abaixo.Aelin parou na metade da quadra, movendo-se com facilidade no traje preto dela,e não se incomodou em esperar por Aedion quando perguntou:

Há algo errado?A atenção da mulher mudou de Aedion para sua rainha. Ele não se esquecera daquele diano castelo a flecha que ela disparou e aquela que apontou para ele. Não. Eu vim para entregar o relatório sobre os novos ninhos que encontramos. Mas posso voltar mais tarde, se vocês dois estiverem ocupados.

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Nós estávamos saindo falou Aelin para arranjar o uma bebida para o general.Na altura dos ombros igual à noite escura os cabelos de Nesryn moveram-se sob seucapuz enquanto ela inclinou a cabeça.

Você quer um conjunto extra de olhos observando suas costas?Aedion abriu a boca para dizer não, mas Aelin olhou contemplativa. Ela olhou por cima do ombro para ele, e ele sabia que estava avaliando sua condição de decidir se ela poderia realmente querer outra espada entre eles. Se Aelin estivesse na Devastação, ele poderia tê-la enfrentado ali mesmo.Aedion demorou em examinar a jovem rebelde.

O que eu quero é ver um rosto bonito que não pertença à minha prima. Parece que será voc Você é insuportável disse Aelin. E eu odeio dizer, primo, mas o capitão não ficaria

feliz se você se envolvesse com Faliq. Não é desse jeito Nesryn falou firmemente.

Aelin deu de ombros. Não faria diferença para mim se fosse a verdade nua, honesta.

Nesryn balançou a cabeça. Eu não estava pensando em você, mas... não é assim. Acho que ele está contente em ser mi

rável a rebelde acenou com a mão em dispensa. Nós poderíamos morrer a qualquer dia, aalquer hora. Não vejo motivo em ruminar.

Bem, você está com sorte, Nesryn Faliq disse Aelin. Acontece que estou tão enjoada dmeu primo como ele está de mim. Nós poderíamos aproveitar uma nova companhia.Aedion esboçou um sorriso para a rebelde, o movimento fazendo suas costelas doerem positivamente, e fez um gesto para a rua em frente.

Depois de você.Nesryn olhou-o, como se pudesse ver exatamente onde seu ferimento gemia em agonia, e depois seguiu atrás da rainha.Aelin os levou a uma taberna verdadeiramente vergonhosa a poucos quarteirões de distância. Com impressionante arrogância e ameaça, ela afastou um par de ladrões e eles se sentaram em uma mesa nos fundos. Os bandidos deram uma olhada em suas armas, naquele tarje totalmente perverso dela e decidiram que gostavam de ter seus órgãos dentro de seus corpos.Os três permaneceram na taberna até a última necessidade, encapuzados tão fortemente que dificilmente um poderia reconhecer o outro, jogando cartas e recusando as muitas ofertas para juntarem-se outros jogadores. Eles não tinham dinheiro para desperdiçar em jogos reais, assim, como moeda que eles usaram alguns feijões secos que Aedion pediu à doce e atormentada menina que os serviu para trazê-los.Nesryn mal falava enquanto ganhava rodada após rodada, o que Aedion supôs que fossebom, já que ele ainda não tinha decidido se queria matá-la pela flecha que ela atirara. Mas Aelin lhe perguntou sobre a padaria de sua família, sobre a vida de seus pais no continente sul, sobre sua irmã e seus sobrinhos e sobrinhas. Quando finalmente deixaram o salão de bebidas nenhum deles ousando ficar embriagado em público, e nenhum deles ansioso para dormir ainda serpentearam pelas ruelas das favelas.Aedion saboreou cada passo da liberdade. Ele ficara trancado na cela por semanas. Isso atingira uma ferida antiga, sobre a qual não falara com Aelin ou qualquer outra pessoa, embora seus guerreiros de maior posição na Devastação soubessem, mesmo porque eles ajudaram em seus anos de vingança após o fato. Aedion ainda refletia sobre isso quando desceram um beco estreito cheio de nevoeiro, as pedras escuras prateadas com a luz da lua que espreitava acima.Ele ouviu o arrastar de botas na pedra antes de suas companheiras, seus ouvidosfeéricos captaram o som e ele ergueu um braço na frente de Aelin e Nesryn, que congelaram com o silêncio de quem entende.Ele cheirou o ar, mas o estranho estava a favor do vento. Então ele ouviu.Apenas uma pessoa, a julgar pelos passos quase silenciosos que ecoaram através daparede de nevoeiro. Movendo-se com a facilidade de um predador que fez os instintos de Aedion tomarem frente.Aedion espalmou suas facas de combate quando o cheiro do sexo masculino acertou-lhe sujo, mas com uma pitada de pinheiros e neve. E então ele sentiu o cheiro de Aelin sobre o estranho, o complexo perfume em camadas, tecidas no próprio homem.O macho emergiu do nevoeiro; alto, talvez mais alto do que o próprio Aedion, mesmo que apenas por uma polegada poderosamente construído, e fortemente armado, tanto

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por cima como abaixo da túnica cinza pálida e capuz.Aelin deu um passo adiante.Um passo, como se estivesse em transe.Ela soltou um suspiro trêmulo, e um pequeno choramingo saiu dela um soluço.E então ela estava correndo pelo beco, voando como se os próprios ventos empurrassem seus calcanhares.Ela atirou-se sobre o homem, acertando-o com força suficiente que outra pessoa poderia ter sido lançada contra a parede de pedra.Mas o homem a segurou, seus enormes braços envolvendo-a com força e levantando-a. Nesryn fez um movimento para se aproximar, mas Aedion a deteve com uma mão em seu braço.Aelin ria ao mesmo tempo que chorava, e o macho estava apenas segurando-a, a cabeça com capuz enterrado em seu pescoço. Como se estivesse respirando-a.

Quem é aquele? perguntou Nesryn.Aedion sorriu.

Rowan.

Capítulo 28

Ela tremia da cabeça aos pés, e não conseguia parar de chorar, não quando todo o peso da falta de Rowan se chocou contra ela, o peso destas semanas sozinha. Como você chegou aqui? Como você me encontrou?

Aelin se distanciou o suficiente para estudar o rosto severo sombreado por sua capa, a tatuagem que espreitava a lateral de seu rosto e a linha sombria de seu sorriso.Ele estava aqui, ele estava aqui, ele estava aqui.

Você deixou bem claro o meu tipo não seria bem-vindo em seu continente disse ele. Mesmo o som de sua voz era um bálsamo e uma bênção. Então, arrumei um navio. Você tinha menado uma casa na favela, de modo que quando cheguei esta noite, vaguei até que encontrei seu cheiro ele examinou-a com a avaliação inabalável de um guerreiro, sua bocaapertada. Você tem um monte de coisas para me contar disse ele, e ela balançou a cabeça.Tudo, ela queria contar-lhe tudo. Abraçou-o mais forte, saboreando o músculo afiadode seus antebraços, sua força eterna. Ele afastou uma mecha solta de seu cabelo, seus dedos calejados raspando contra sua bochecha na carícia mais leve. Sua gentileza a fez engasgar em outro soluço.

Você não está ferida ele falou em voz baixa. Está segura?Ela assentiu com a cabeça novamente e enterrou o rosto em seu peito.

Pensei ter lhe dado ordens para ficar em Wendlyn. Tive minhas razões, melhor ditas em algum lugar seguro ele respondeu sob seu capuz

. Seus amigos na fortaleza mandaram um Olá , a propósito. Acho que eles sentem falta de uma ajudante extra. Principalmente Luca, especialmente no período da manhã.Ela riu e apertou-o. Ele estava aqui, e não era algo que ela inventou, um sonho louco ela teve, e...

Por que está chorando? ele perguntou, tentando afastá-la o suficiente para ler seu rosto novamente.Mas ela se agarrou a ele, tão ferozmente que podia sentir as armas debaixo de suas roupas. Tudo ficaria bem, mesmo que ela estivesse indo para o inferno, contanto que ele estivesse aqui com ela.

Eu estou chorando ela fungou porque você cheira tão mal que meus olhos estão lacrimendo.Rowan soltou uma gargalhada que fez os vermes no beco fugirem em silêncio. Ela finalmente se afastou, ensaiando um sorriso.

Tomar banho não é uma opção para um clandestino ele respondeu, soltando-a apenas paraertar-lhe o nariz. Ela deu-lhe um empurrão brincalhão, mas ele olhou para o beco, onde Nesryn e Aedion estavam à espera.Ele provavelmente acompanhara cada movimento que eles fizeram. E se os tivesse considerado uma verdadeira ameaça para a sua segurança, eles teriam sido mortos minutos atrás.

Você vai deixá-los lá a noite toda?

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u talvez fosse apenas sua saudade dele. Desde que você parece pensar que nós enfrentaríamos uma boa quantidade de lutas aqui,

um cabelo mais curto é mais útil. Embora eu não possa dizer que seu cabelo possa ser considerado o mesmo. Você poderia muito bem tê-lo tingido de azul.

Calado. Seu cabelo era tão bonito. Eu esperava que você me deixasse trançá-lo um dia. Acho que terei que comprar um pônei no seu lugar ela inclinou a cabeça. Quando você mudar, sua forma será de falcão depenado, então?Suas narinas inflaram, e ela apertou os lábios para não rir.Ele examinou o quarto: a cama enorme, que ela não se preocupou em arrumar essa manhã, a lareira de mármore decorada com brinquedos e livros, a porta aberta para o armário gigante.

Você não estava mentindo sobre o seu gosto pelo luxo. Nem todos nós gostamos de viver como guerreiros na miséria respondeu ela, agarrando s

ua mão de novo.Lembrou-se dos calos, a força e o tamanho de suas mãos. Os dedos se fecharam em torno dela.Apesar de ser um rosto que ela memorizara, um rosto que assombrava seus sonhos nestas últimas semanas, era novo, de alguma forma. E ele apenas olhou para ela, como se ele estivesse pensando a mesma coisa.

Ele abriu a boca, mas ela o puxou para o banheiro, acendendo algumas velas ao lado da pia e na borda acima da banheira. Eu falei sério sobre o banho ela apontou, girando as torneiras e fechando o ralo.

Você fede.Rowan viu quando ela se abaixou para pegar uma toalha do pequeno armário ao lado do vaso sanitário.

Conte-me tudo.Ela puxou um frasco verde de sais de banho e outra de óleo de banho e despejou quantidades generosas de cada um, deixando a água correndo leitosa e opaca.

Contarei quando você estiver imerso na banheira e não cheirando como um vagabundo. Se a memória me serve, você cheirava ainda pior quando nos conhecemos. E eu não queria

empurrá-la para a calha mais próxima em Varese.Ela o encarou.

Engraçadinho. Você fez meus olhos lacrimejarem por toda a maldita viagem até Defesa Nebulosa. Basta entrar.

Rindo, ele obedeceu. Ela tirou a própria capa dos ombros, em seguida, começou a soltar suas várias armas enquanto se dirigia para fora do banheiro.Poderia ter levado mais tempo do que o habitual para remover suas armas, retirar seu traje e trocar-se para uma camisa branca e calças largas. No momento em que terminou, Rowan estava no banho, a água tão opaca que ela nada podia ver da parte inferior de seu corpo.Os poderosos músculos de suas costas estavam contraídos enquanto ele esfregava o rosto com as mãos, em seguida, o pescoço e depois peito. Sua pele escurecera num tom mais moreno ele devia ter passado o tempo ao ar livre nas últimas semanas. Sem roupa, aparentemente.Ele jogou água no rosto de novo, e ela em um movimento, pegou a toalha que deixara na pia.

Aqui ofereceu, um pouco rouca.Ele apenas umedeceu-a na água leitosa e esfregou o rosto, a nuca, a forte coluna de sua garganta. A tatuagem completa descendo por seu braço esquerdo brilhava com a água escorrendo por ele.Deuses, ele cobria toda a banheira. Ela silenciosamente entregou-lhe seu sabonete com aroma de lavanda favorito, que ele cheirou, suspirou em resignação e, em seguida, começou a usar.Ela sentou-se na borda curva da banheira e lhe contou tudo o que havia acontecido desde que o deixara. Bem, quase tudo. Ele se lavou enquanto ela falava, esfregando-se com eficiência brutal. Ele levantou o sabonete de lavanda para o seu cabelo, e ela chiou. Você não usar isso em seu cabelo ela sussurrou, erguendo-se de seu poleiro para alcançar um dos muitos tônicos capilares que revestiam a pequena prateleira acima da ban

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heira. Rosas, erva-cidreira, ou ela cheirou a garrafa de vidro. Jasmins.Ela olhou para ele.Ele a fitava, seus olhos verdes repletos das palavras que ele sabia que não precisava dizer. Olhe como eu me importo com o que você escolheria.Ela estalou a língua.

Jasmine para você, seu urubu.Ele não se opôs quando ela tomou um lugar na cabeceira da banheira e entornou um pouco do tônico em seu cabelo curto. O cheiro doce de perfume de jasmim flutuou na noite, acariciando e beijando-a. Até mesmo Rowan o respirava enquanto ela esfregavaa loção em seu couro cabeludo.

Eu ainda provavelmente poderia trançar isso ela meditou. Tranças muito pequenas, então ele rosnou, mas encostou-se na banheira, os olhos fech

ados. Você não é melhor do que um gato doméstico disse ela, massageando sua cabeça. Ele solt

m ruído baixo em sua garganta que poderia muito bem ter sido um ronronar.Lavar seu cabelo era algo íntimo um privilégio, ela duvidava que ele tivesse permitido isso a muitas pessoas algo que ela nunca fizera com qualquer um. Mas os limites sempre foram borrados entre eles, e nenhum dos dois se preocupava particularmente. Ele tinha visto cada centímetro de sua nudez várias vezes, e que ela vira mais

dele. Eles tinham compartilhado uma cama por meses. Acima disso, eles eram carranam. Ele a deixou entrar em seu poder, além de suas barreiras interiores, aonde meio pensamento dela poderia ter quebrado sua mente. Então, lavar seu cabelo, tocá-lo, isso era uma intimidade, mas era essencial também.

Você não disse nada sobre a sua magia ela murmurou, seus dedos ainda trabalhando seu couro cabeludo.Ele ficou tenso.

O que tem ela?Os dedos em seus cabelos, ela inclinou-se para olhar para o rosto dele.

Acho que ela se foi. Como é a sensação de ser tão impotente quanto um mortal?Ele abriu os olhos brilhantes.

Isso não é engraçado. Vê como estou rindo? Passei os primeiros dias doente do estômago e mal, incapaz de se mover. Era como ter um cobertor jogado sobre os meus sentidos. E agora? E agora estou lidando com isso.

Ela cutucou seu ombro. Era como tocar aço envolto em veludo. Mal-humorado, mal-humorado.

Ele deu um grunhido suave de aborrecimento, e ela apertou os lábios para segurar o sorriso. Empurrou seus ombros para baixo, impelindo-o a submergir na água. Ele obedeceu, e quando voltou à superfície, ela estava sobre os azulejos e pegou a toalhaque tinha deixado sobre a pia.

Vou encontrar algumas roupas para você. Eu tenho... Oh, não. Aquelas estão indo para a lavadeira. E você as terá de volta apenas se elas pud

erem ter um cheiro decente de novo. Até então, usará as que te darei.Ela lhe entregou a toalha, mas não a soltou quando a mão dele se esticou.

Você se tornou uma tirana, princesa ele comentou.Ela revirou os olhos e lançou a toalha, virando quando ele se levantou em um poderoso movimento, água pingando em todos os lugares. Foi um esforço não espreitar por cima do ombro.Você não ousaria mesmo, uma voz sussurrou em sua cabeça.Certo. Ela chamaria aquela voz de Senso Comum e a escutaria a partir de agora.Avançando em seu armário, ela foi para a cômoda na parte de trás e se ajoelhou diante da gaveta inferior, abrindo-o para revelar cuecas dobradas, camisas e calças masculinas.Por um momento, olhou para as roupas antigas de Sam, respirando o cheiro fraco dele agarrado ao tecido. Ela não tinha reunido forças para ir ao seu túmulo ainda, mas...

Você não tem que dá-las para mim disse Rowan atrás dela.

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Ela se virou um pouco, e torcendo-se no lugar de enfrentá-lo. Ele era um maldito furtivo.Aelin tentou não parecer muito balançada por vê-lo com a toalha enrolada na cintura, o bronzeado do corpo musculoso brilhando com os óleos de banho, as cicatrizes cruzadas como as listras de um grande gato. Mesmo o Senso Comum não tinha palavras.Sua boca estava um pouco seca, quando ela disse:

Roupas limpas são escassas na casa agora, e estas não são úteis paradas aqui ela tirouma camisa da gaveta e ergueu-a. Espero que caiba.Sam tinha dezoito anos quando morreu; Rowan era um guerreiro torneado por três séculos de treinamento e combate.Ela puxou cuecas e calças.

Comprarei roupas adequadas amanhã. Tenho certeza de que você vai começar uma revolta se as mulheres de Forte da Fenda o verem andando pelas ruas sem nada além de uma toalha.Rowan bufou uma risada e se dirigiu para as roupas penduradas ao longo de uma parede do armário: vestidos, túnicas, jaquetas, camisas...

Você usava tudo isso? ela assentiu com a cabeça e se levantou. Ele passou por alguns dos vestidos e túnicas bordadas. Este é... muito bonito ele admitiu.

Eu o teria tomado por um membro orgulhoso da multidão anti-gala.

As roupas são armas, também ele respondeu, fazendo uma pausa em um vestido de veludo preto. Suas mangas eram justas e sem adornos na frente, a linha do decote pouco abaixo da clavícula, normal, exceto pelos traços do bordado, dourado cintilante rastejando sobre os ombros. Rowan girou o vestido para olhar para as costas, uma verdadeira obra-prima. O bordado dourado continuava a partir dos ombros, descendopara formar um dragão serpente, sua goela rugindo em direção ao pescoço, curvando o corpo para baixo até a cauda estreita formando a barra alongada. Rowan soltou um suspiro. Eu gosto deste.Ela tocou a manga de veludo preto sólido.

Eu o vi em uma loja quando tinha dezesseis anos e comprei imediatamente. Mas, quando o vestido foi entregue algumas semanas mais tarde, ele parecia muito velho. Ele dominou a garota que eu era. Então nunca o usei, e ele está pendurado aqui portrês anos.Ele correu um dedo descendo pela coluna de ouro do dragão. Você não é mais aquela garota ele disse suavemente. Algum dia, quero vê-la usar esteEla se atreveu a olhá-lo, seu cotovelo roçando o antebraço dele.

Senti sua falta.Sua boca se apertou.

Nós não estivemos separados por tanto tempo.Certo. Para um imortal, várias semanas não eram nada.

E então? Não tenho o direito de sentir sua falta? Uma vez eu lhe disse que as pessoas com quem nos preocupamos são armas para serem

usadas contra você. Sentir minha falta é uma distração tola. Você é realmente encantador, sabia? ela não esperava lágrimas ou emoção, mas teria sid

saber que ele sentira saudades dela, pelo menos uma pequena fração do que ela sentiu. Ela engoliu em seco, sua espinha travando, e empurrou as roupas de Sam em seus braços. Você pode se vestir aqui.Ela o deixou no closet e foi direto para o banheiro, onde jogou água fria em seu rosto e pescoço.Voltou para seu quarto para encontrá-lo franzindo a testa.Bem, as calças mal cabiam. Eram curtas demais e faziam maravilhas para mostrar sua parte traseira, mas...

A camisa é pequena demais ele falou. Eu não queria rasgá-la.Ele devolveu a ela, e ela olhou um pouco desamparada para a camisa, então para seu torso nu.

Primeira coisa que farei, eu vou sair ela suspirou fortemente pelo nariz. Bem, se você não se importa em encontrar Aedion sem camisa, acho que devemos ir dizer Olá .

Nós precisamos conversar. Conversa boa ou conversa ruim? O tipo que me fará feliz por você não ter acesso ao seu poder para não vomitar chamas po

r toda parte.

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Seu estômago apertou-se, mas ela disse: Isso foi um incidente, e se você me perguntar, sua ex-amante absolutamente maravil

hosa merecia.Mais do que merecia. O encontro com o grupo de feéricos de Doranelle em Defesa Nebulosa fora miserável, para dizer o mínimo. E quando a ex-amante de Rowan se recusoua parar de tocá-lo, apesar de seu pedido para fazê-lo, quando ela o ameaçara com as chibatadas... bom, o novo apelido favorito de Aelin Rainha cadela cuspidora de fogo fora bastante preciso durante esse encontro.Os lábios de Rowan contraíram, mas sombras cintilaram nos olhos dele. Aelin suspirou de novo e olhou para o teto.

Agora ou depois? Mais tarde. Pode esperar um pouco.

Ela estava meio tentada a exigir que lhe contasse fosse o que fosse, mas ela sevirou em direção à porta.

Aedion levantou de seu assento à mesa da cozinha quando Aelin e Rowan entraram. Seu primo olhou para Rowan com um olhar agradecido e falou:

Você nunca se preocupou em me dizer quão bonito o seu príncipe das fadas é, Aelin Aelifez uma careta. Aedion apenas empurrou o queixo em Rowan. Amanhã de manhã, você e eu treinaremos no telhado. Eu quero saber tudo o que sabe.Aelin estalou a língua.

Tudo o que ouvi de sua boca nos últimos dias foi Príncipe Rowan isso e Príncipe Rownlo , e isso é que você decide dizer a ele? Não se vai se curvar e puxar cadeiras?Aedion deslizou para trás em seu assento.

Se o príncipe Rowan quer formalidades, posso me ajoelhar, mas ele não se parece comalguém que se preocupa particularmente com isso.Com um brilho de diversão em seus olhos verdes, o príncipe feérico respondeu:

Qualquer que seja a vontade da minha rainha.Oh, por favor.Aedion pegou as palavras, também. Minha rainha.Os dois príncipes se encararam, um de ouro e outro de prata, um seu irmão gêmeo e um ligado a sua alma. Não havia nada amigável nos olhares, nada humano, eram dois machos feéricos travados em alguma batalha de dominação tácita.Ela se inclinou contra a pia.

Se vocês entrarão em uma competição de urinar, podem, pelo menos, fazê-la no telhado?Rowan olhou para ela, sobrancelhas erguidas. Mas foi Aedion quem respondeu:

Ela diz que não somos melhores do que os cães, então eu não ficaria surpreso se ela realmente acreditasse que nós mijaríamos em seus móveis.Rowan não sorriu, embora tenha inclinado a cabeça para o lado e cheirado.

Aedion precisa de um banho, também, eu sei disse ela. Ele insistiu em fumar um cachimbo na taverna. Disse que dava a ele um ar de dignidade.A cabeça de Rowan ainda estava inclinada quando perguntou:

Suas mães eram primas, príncipe, mas quem o gerou?Aedion descansava em sua cadeira.

Isso importa? Você sabe? Rowan pressionou.

Aedion deu de ombros. Ela nunca me contou não contou a ninguém. Suponho que você tenha alguma ideia? perguntou Aelin. Ele não lhe parece familiar? Rowan perguntou. Ele se parece comigo. Sim, mas... ele suspirou. Você conheceu o pai dele. Algumas semanas atrás. Gavriel.

Aedion olhou para o guerreiro sem camisa, perguntando-se se por causa dos acontecimentos muito tensos esta noite ele agora estava tendo alucinações.As palavras do príncipe afundaram em Aedion, que apenas ficou olhando. A tatuagem

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na Antiga Língua tomava um lado do rosto de Rowan e ao longo de seu pescoço, ombro e braço musculoso. A maioria das pessoas veria sua tatuagem e correria na outra direção.Aedion vira muitos guerreiros em seus dias, mas este homem era a definição de guerreiro em si mesmo.Assim como Gavriel. Ou então as lendas reivindicadas a ele.Gavriel, amigo de Rowan, um de seus irmãos guerreiros, cuja outra forma era um leãoda montanha. Ele me perguntou Aelin murmurou. Ele me perguntou quantos anos eu tinha, e pareceu aliviado quando eu disse dezenove.Dezenove era muito jovem, aparentemente, para ser filha de Gavriel, embora ela fosse tão semelhante à mulher que uma vez ele dividira a cama. Aedion não se lembrava muito bem de sua mãe; suas últimas lembranças eram de um magro rosto cinzento quando ela deu sua respiração final. Como ela recusou os curandeiros feéricos que poderiam tercurado sua doença debilitante. Mas ele ouvira falar uma vez que ela era quase idêntica a Aelin e sua mãe, Evalin.A voz de Aedion estava rouca quando ele perguntou:

O Leão é o meu pai?Um aceno de Rowan.

Ele sabe? Aposto que ao ver Aelin foi a primeira vez que ele se perguntou se deixara um filho com sua mãe. Ele provavelmente ainda não tem nenhuma ideia, a menos que isso o tenha levado a começar a procurar.Sua mãe nunca contara a ninguém nem mesmo a Evalin sobre quem era seu pai. Mesmo quando estava morrendo, manteve para si mesma. Ela recusou os curandeiros feéricos por causa disso.Porque eles poderiam identificá-lo e se Gavriel soubesse que tinha um filho... seMaeve soubesse...Uma dor antiga rasgou por meio dele. Ela o manteve seguro morrera para mantê-lo fora das mãos de Maeve.Dedos quentes deslizaram ao redor de sua mão e apertaram. Ele não tinha percebido oquão frio ele estava.Os olhos de Aelin seus olhos, os olhos de suas mães estavam suaves. Abertos. Isso não muda nada disse ela. Sobre quem você é, o que você significa para mim. NadaMas para ele sim. Para ele mudava tudo. Explicava tudo: a força, a velocidade, ossentidos letais, os instintos predatórios que sempre lutou para manter em cheque.Porque Rhoe tinha sido tão duro com ele durante a sua formação.Porque se Evalin sabia quem era seu pai, então Rhoe certamente o fez, também. E os machos feéricos, até semifeéricos do sexo masculino, eram mortais. Sem o controle que Rhoe e seus senhores exerceram sobre ele desde a tenra idade, sem o foco... elessabiam. E mantiveram escondido dele.Junto com o fato de que depois que ele fizesse o juramento de sangue a Aelin umdia, ele podia muito bem permanecer jovem enquanto ela envelheceria e morreria.Aelin acariciou o polegar contra a parte de trás de sua mão, e depois girou em direção a Rowan.

Isso significa que Maeve em uma causa? Gavriel está vinculado através do juramento de sangue, de modo que ela teria direito sobre a sua descendência?

No inferno ela tem disse Aedion.Se Maeve tentasse reclamá-lo, ele rasgaria sua garganta. Sua mãe tinha morrido por medo da rainha Férrica. Ele sabia em seus ossos.

Eu não sei Rowan respondeu. Mesmo que ela pense assim, seria um ato de guerra para roubar Aedion de você.

Esta informação não sai desta sala falou Aelin. Calma. Calculando, já pensando nas posbilidades através de cada plano. O outro lado de sua face honesta. É, em última análise, escolha sua, Aedion, querer se aproximar Gavriel. Mas temos inimigos suficientes em torno de nós do jeito que está. Não preciso começar uma guerra com Maeve.Mas ela o faria. Começaria uma guerra por ele. Ele viu isso nos olhos dela.Ele quase perdeu uma respiração. Junto com o pensamento de como a carnificina seriade ambos os lados se a rainha das trevas e a herdeira de Mala Portadora do Fogocolidissem.

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Isso permanece conosco Aedion conseguiu dizer.Ele podia sentir Rowan avaliando e pesando-o e reprimiu um grunhido. Lentamente, Aedion ergueu o olhar para encontrar o príncipe.A pura dominância naquele olhar era como ser atingido no rosto com uma pedra.Aedion segurou. Como diabos ele recuaria; com o inferno ele se renderia. E haveria um recuo em algum ponto provavelmente quando Aedion fizesse o juramento de sangue.Aelin estalou a língua para Rowan. Pare de fazer disso um absurdo de macho alfa. Já foi o suficiente.Rowan mal piscou.

Eu não estou fazendo nada mas a boca do príncipe se curvou em um sorriso, como se estivesse dizendo a Aedion, Você acha que pode me vencer, filhote?Aedion sorriu. Qualquer lugar, a qualquer hora, príncipe.

Insuportáveis Aelin murmurou, e deu em Rowan um empurrão brincalhão no braço. Ele nãooveu um centímetro. Vocês vão realmente entrar em uma competição de mijar com cada pessoque encontrarmos? Porque se for esse o caso, então vai nos levar uma hora apenas para fazê-lo a um quarteirão da cidade, e duvido que os moradores fiquem particularmente felizes.Aedion lutou contra a vontade de tomar uma respiração profunda quando Rowan quebrou

seu olhar para lançar a sua rainha um olhar incrédulo.Ela cruzou os braços, esperando. Vai levar algum tempo para me ajustar a uma nova dinâmica Rowan admitiu.

Não era uma desculpa, mas pelo o que Aelin lhe contara, Rowan não e preocupava muito com essas coisas. Ela parecia completamente chocada com a pequena concessão, na verdade.Aedion tentou descansar em sua cadeira, mas seus músculos estavam tensos, um tamborilar de sangue em suas veias. Ele encontrou-se dizendo para o príncipe:

Aelin nunca disse nada sobre escrever para você. Será que ela responde a você, general? uma questão perigosa, tranquila.

Aedion sabia que quando os machos como Rowan falavam baixo, normalmente significava que violência e morte estavam a caminho.Aelin revirou os olhos.

Você sabe que ele não quis dizer dessa maneira, por isso não compre uma briga, para de alfinetar.Aedion endureceu. Ele podia lutar suas próprias batalhas. Se Aelin achava que eleprecisava de proteção, se ela pensava que Rowan era um guerreiro superior...

Fiz meu juramento de sangue por você, o que significa várias coisas, uma das quais é que eu particularmente não me importo com o questionamento dos outros, até mesmo do seu primo Rowan falou.As palavras ecoaram em sua cabeça, seu coração.Juramento de sangue.Aelin empalideceu.

O que ele disse? Aedion perguntou.Rowan fizera o juramento de sangue para Aelin. O juramento de sangue dele.Aelin endireitou os ombros e falou claramente, de forma constante:

Rowan fez seu juramento de sangue para mim antes de eu deixar Wendlyn.Um rugido passou por ele.

Você o deixou fazer o quê?Aelin expôs as mãos cheias de cicatrizes.

Até onde eu sabia, Aedion, sua lealdade estava com o rei. Até onde eu sabia, eu nunca o veria novamente.

Você o deixou fazer o juramento de sangue para você? Aedion berrou.Ela havia mentido em sua cara naquele dia no telhado.Ele tinha que sair, sair de sua pele, de seu apartamento, sair desta cidade de deuses amaldiçoados. Aedion se lançou para uma das estatuetas de porcelana em cima da lareira, a necessidade de quebrar alguma coisa, de apenas pegar algo rugindo fora de seu controle.Ela estendeu um dedo malévolo, avançando sobre ele. Se você quebrar uma, apenas uma das minhas posses, enfiarei os cacos por sua garganta.

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Um comando vindo de uma rainha para seu general.Aedion cuspiu no chão, mas obedeceu. Apenas porque ignorar esse comando poderia muito bem destruir algo muito mais precioso.Ao invés disso, disse:

Como você se atreve? Como ousou tomá-la? Atrevo-me porque é o meu sangue para dar de presente, ouso porque você não existia par

a mim, então. Mesmo que nenhum de vocês tivesse tomado ainda, eu ainda daria a ela porque ela é minha carranam, e ela ganhou minha lealdade inquestionável!Aedion ficou rígido.

E o que dizer da nossa lealdade inquestionável? O que você fez para ganhá-la? O que fez para salvar nosso povo desde que voltou? Então você nunca ia me contar sobre o juramento de sangue, ou era apenas mais uma de suas muitas mentiras?Aelin rosnou com uma intensidade animalesca que o lembrou que ela, também, tinha sangue feérico em suas veias.

Vá ter o seu acesso de raiva em outro lugar. Não volte até que possa agir como um serhumano. Ou metade de um, pelo menos.Aedion a xingou, uma maldição imunda de que ele imediatamente se arrependeu. Rowan se lançou para ele, derrubando a cadeira para trás com força suficiente para atirá-lo mais longe, mas Aelin o descartou com uma mão. O príncipe parou.

Tão facilmente, ela parou o poderoso guerreiro imortal.Aedion riu, o som frágil e frio, e sorriu para Rowan de uma maneira que geralmente fazia homens desferirem o primeiro golpe.Mas Rowan apenas ergueu a cadeira na posição vertical, sentou-se e inclinou-se paratrás, como se já soubesse onde ele acertaria o golpe que mataria Aedion.Aelin apontou para a porta.

Caia fora. Eu não quero vê-lo novamente por um bom tempo.O sentimento era mútuo.Todos os seus planos, tudo pelo o que ele trabalhou... sem o juramento de sangue ele era apenas um general; apenas um príncipe sem propriedades da linhagem Ashryver.Aedion caminhou até a porta da frente e abriu-a com tanta força que quase a arrancou das dobradiças.Aelin não o chamou atrás dele.

Capítulo 29Rowan Whitethorn debateu internamente por um bom minuto se valia a pena caçar o príncipe semifeérrico e rasgá-lo em tiras sangrentas pelo o que ele havia chamado Aelin, ou se ele ficaria melhor aqui, com sua rainha, enquanto ela andava de um lado para o outro na frente da lareira do quarto. Ele entendia, realmente entendia por que o general estava enfurecido. Ele teria sentido o mesmo. Mas não era uma desculpa boa o suficiente. Nem mesmo perto.Sentado à beira do colchão de penas, ele a assistiu se mover.Mesmo sem a sua magia, Aelin era fogo vivo, ainda mais agora com o cabelo vermelho a criatura cujo rugido cheio de emoções ele podia, por vezes, acompanhar e se maravilhar.E o rosto dela.Que rosto, deuses amaldiçoados.Enquanto eles estiveram em Wendlyn, levou um tempo para perceber que ela era bonita. Meses, na verdade, para realmente perceber isso. E nestas últimas semanas, contra o seu melhor juízo, ele pensara muitas vezes naquele rosto especialmente naquela boca espertinha.Mas ele não se lembrava do quão impressionante ela era até que ela retirara o capuz mais cedo, e isso o atingiu como um tolo.Estas semanas de separação foram um lembrete brutal de que sua vida tinha sido assim até que ele a encontrara bêbada e quebrada naquele telhado em Varese. Os pesadeloscomeçaram na mesma noite em que ela o deixou tais sonhos implacáveis que ele quase vomitara quando despertava deles, Lyria gritando, um zumbido nos ouvidos. A lembrança enviou um frio na espinha. Mas mesmo isso foi queimado pela rainha diante dele.

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Aelin continuava em sua andança pelo tapete diante da lareira. Se esta é qualquer indicação do que esperar da nossa corte Rowan falou finalmente, fle

xionando os dedos em uma tentativa de desalojar a tremores vazios que ele não fora capaz de dominar desde que sua magia fora sufocada então nós nunca sofreremos de tédio.Ela estendeu uma mão em um movimento de desprezo e irritação.

Não me provoque agora ela esfregou seu rosto e soprou uma respiração.Rowan esperou, sabendo que ela estava reunindo as palavras, odiando a dor e a tristeza e culpa em cada linha de seu corpo. Ele venderia sua alma ao deus negro para nunca receber seu olhar como aquele novamente.

Toda vez que eu me viro ela falou, aproximando-se da cama e se encostando ao poste esculpido sinto como se um movimento errado ou palavra impensada os levasse à ruína. As vidas de pessoas do meu povo dependem de mim. Não há espaço para erro.Lá estava ele, o peso que lentamente a esmagava. Matava-o saber que adicionaria mais peso ainda quando lhe contasse a notícia que carregava a razão que o fizera desobedecer a sua primeira ordem para ele.Ele não podia lhe oferecer nada além da verdade.

Você cometerá erros. Tomará decisões, e às vezes se arrependerá dessas escolhas. Às vezeaverá uma escolha certa, apenas a melhor de várias opções ruins. Não preciso dizer-lhe que

consegue fazer isso. Você sabe que consegue. Eu não teria feito meu juramento paravocê se não acreditasse nisso.Ela deslizou para a cama ao lado dele, o cheiro dela acariciando-o. Jasmim, verbena-limão e brasas crepitantes. Elegante, feminino, e absolutamente selvagem. Quente, firme e inquebrável, sua rainha.Exceto pela fraqueza que ambos compartilhavam: esse vínculo entre eles.Porque em seus pesadelos, ele às vezes ouvia a voz de Maeve por sobre o estalo deum chicote, astuto e frio. Nem pelo mundo todo, Aelin? Mas e por seu príncipe Rowan?Ele tentou não pensar sobre isso: o fato de que Aelin entregaria uma das pedras de Wyrd por ele. Ele trancou o conhecimento com tanta força que ele conseguia escapar apenas em seus sonhos, ou quando ele acordava tateando a cama fria em busca de uma princesa que estava a milhares de quilômetros de distância.Aelin balançou a cabeça. Era muito mais fácil estar sozinha.

Eu sei ele respondeu, reprimindo o instinto de colocar o braço em volta dos ombros dela e guardá-la para si. Ele se concentrou em ouvir a cidade à sua volta em seu lugar.Podia escutar mais do que ouvidos mortais, mas o vento não cantou seus segredos para ele. Ele não o sentia mais puxando-o. E preso em seu corpo feérico, incapaz de mudar enjaulado. Agravado pelo fato de que ele não podia proteger este apartamento de quaisquer ataques inimigos enquanto eles estavam aqui.Não impotente, ele lembrou a si mesmo. Ele se vestira da cabeça aos pés de ferro antes e ainda matara. Podia manter este apartamento seguro da maneira antiquada. Eleapenas ficaria em equilíbrio. Em um momento em que perder o equilíbrio poderia ser fatal para ela.Por um tempo, eles se sentaram em silêncio.

Eu falei algumas coisas terríveis para ele. Não se preocupe com isso ele respondeu, incapaz de impedir o rosnado. Ele disse al

gumas coisas igualmente deploráveis a você. Os seus temperamentos são parecidos.Ela soltou uma risada ofegante.

Conte-me sobre a fortaleza, como estava quando você voltou para ajudar a reconstruir.Assim ele o fez, até que chegou ao conhecimento que estava guardando por toda a noite.

Basta dizer ela sugeriu, com uma espécie de olhar direto e inflexível.Ele se perguntou se ela percebia que por tudo o que reclamava sobre seu absurdosenso de alfa, ela própria era alfa em suas atitudes. Rowan tomou um longo suspiro. Lorcan está aqui.Ela se endireitou.

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Foi por isso que você veio.Rowan assentiu. E porque manter distância era a jogada mais inteligente; Lorcan era mau e astuto o suficiente para usar seu vínculo contra eles.

Peguei seu cheiro próximo da Defesa Nebulosa e o segui até a costa, em seguida, até um navio. Peguei o rastro dele quando desembarquei esta noite o rosto dela estavapálido, e ele acrescentou: Fiz questão de cobrir meus passos antes de procurá-la.Com mais de cinco séculos de idade, Lorcan era o macho mais forte do reino feérico,igualando-se apenas o próprio Rowan. Eles nunca foram verdadeiros amigos, e após osacontecimentos de apenas algumas semanas, Rowan teria gostado mais do que tudo de abrir a garganta dele por deixar Aelin para morrer nas mãos dos príncipes valg. Ele poderia muito bem ter a chance de fazer isso em breve.

Ele não a conhece bem o suficiente para pegar imediatamente seu perfume Rowan continuou. Eu apostaria um bom dinheiro que ele estava no barco apenas para me trazer aqui, me fazer levá-lo até você. Mas era melhor do que deixar Lorcan encontrá-la enquanto ele permanecia em Wendlyn.Aelin praguejou com plenitude criativa.

Maeve provavelmente acha que nós também vamos levá-lo direito para a terceira chave de Wyrd. Você acha que ela o ordenou nos enfrentar e recuperar a chave, ou depois disso?

Pode ser o pensamento foi suficiente para disparar raiva gelada através dele. Eu não vou deixar isso acontecer.A boca dela se curvou para o lado.

Você acha que eu poderia vencê-lo? Se você tivesse a sua magia, possivelmente irritação ondulava em seus olhos, o suficie

nte para que ele soubesse que algo mais a incomodava. Mas sem a magia, em sua forma humana... você estaria morta antes de desembainhar a espada.

Ele é bom assim.Ele acenou lentamente.Ela o encarou com olhos de uma assassina.

Você poderia vencê-lo? Seria tão destrutivo que eu não arriscaria. Você se lembra do que eu te falei sobre So

llemere.O rosto dela se contraiu à menção da cidade que ele e Lorcan tinham obliterado à pedidode Maeve quase dois séculos atrás. Era uma mancha permaneceria para sempre, não importa o quanto dissesse a si mesmo sobre quão corruptos e ruins seus moradores foram.

Sem a nossa magia, é difícil decidir quem ganharia. Isso dependeria de quem quer mais.Lorcan, com sua raiva fria interminável e um talento para matar dado pelo próprio Hellas, nunca se deixaria perder. Batalhas, riquezas, mulheres Lorcan sempre ganhava, a qualquer custo. Uma vez, Rowan poderia tê-lo deixado vencer, deixar Lorcan acabar com ele apenas para colocar um fim a sua própria vida miserável, mas agora...

Se Lorcan fizer um movimento contra você, ele morre.Ela não piscou à violência que se atou a cada palavra. Outra parte dele, uma parte que estivera encolhida desde o momento em que ela o deixara, desenvolveu-se como um animal selvagem que se estende antes de um incêndio. Aelin inclinou a cabeça.

Alguma ideia de onde ele se esconderia? Nenhuma. Começarei a caçá-lo amanhã. Não ela disse. Será fácil para Lorcan nos encontrar sem você caçando-o. Mas se ele e

que eu o leve até a terceira chave para que ele possa levá-la para Maeve, então talvez... ele quase podia ver as engrenagens girando em sua cabeça. Ela soltou um grunhido. Pensarei sobre isso amanhã. Você acha que Maeve quer a chave apenas para me impedir de usá-la, ou para usá-la ela mesma?

Você sabe a resposta para isso. Ambos, então Aelin suspirou. A questão é, ela vai tentar nos usar para caçar as outr

uas chaves, ou ela tem mais um de seus guardas procurando por elas agora? Vamos esperar que ela não envie qualquer outra pessoa. Se Gavriel souber que Aedion é seu filho... ela olhou para a porta do quarto, culp

a e dores cintilando em suas encantadoras características. Será que ele seguiria Maeve, mesmo que isso significasse ferir ou matar Aedion no processo? Seu controlesobre ele tão forte?

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Oh? ela ronronou, e ele preparou-se para a tempestade. E qual é a mensagem que isso envia? Que sou uma prostituta? O que faço na privacidade do meu próprio quarto, com o meu corpo, não é da conta de ninguém.

Você acha que não concordo? o temperamento dela deslizou pela ligação. Ninguém nunca fcapaz de se infiltrar sob sua pele tão rápida e profundamente no espaço de poucas palavras. Mas as coisas agora são diferentes, Aelin. Você é uma rainha neste reino. Temosque considerar o que aparenta, que impacto nossa relação pode ter sobre aqueles quea consideram imprópria. Explicar que isto é para sua segurança... Oh, por favor. A minha segurança? Você acha que Lorcan ou o rei ou quem mais tenha rancor de mim vai deslizar pela janela no meio da noite? Consigo me proteger, vocêsabe.

Deuses, eu sei que você consegue ele nunca tivera dúvidas.Suas narinas inflaram.

Esta é uma das brigas mais estúpidas que já tivemos. Tudo graças a sua idiotice, eu poderia acrescentar ela caminhou até seu closet, seus quadris balançando como se acentuassem cada palavra que ela dizia: Basta vir para a cama.Ele soltou uma respiração apertada enquanto ela e seus quadris desapareciam no closet.Limites. Linhas. Fora dos limites.

Essas eram suas novas palavras favoritas, refletiu, com a lembrança da respiração dela ainda em sua bochecha.

Aelin ouviu a porta do banheiro ser fechada, em seguida, a água corrente quando Rowan lavou-se com os produtos de higiene pessoal que deixara para ele.Não era um monstro não pelo o que tinha feito, não pelo seu poder, e não quando Rowan estava lá. Ela agradeceu aos deuses todos santos dias pela pequena misericórdia de lhe dar um amigo que era seu nesse jogo, seu igual, e que nunca olharia para ela com horror em seus olhos. Não importa o que tivesse acontecido, ela sempre seria grata por isso.Mas... Imprópria. Imprópria, de fato.Ele não sabia quão imprópria ela poderia ser.Ela abriu a gaveta de cima da cômoda de carvalho. E, lentamente, sorriu.Rowan estava na cama quando ela desfilou em direção ao banheiro. Ela ouviu, mais doque viu, ele mover-se na posição vertical, o colchão gemendo quando ele gritou:

Que diabos é isso?Ela continuou indo em direção ao banheiro, recusando-se a pedir desculpas ou olhar para a camisola rosa e delicada bastante curta de renda. Quando saiu, de cara lavada e limpa, Rowan estava sentado, os braços cruzados sobre o peito nu.

Você se esqueceu da parte de baixo.Ela simplesmente apagou as velas o cômodo, uma por uma. Os olhos a seguiram o tempo todo.

Não existe parte de baixo respondeu ela, erguendo as cobertas do lado dela da cama. Está começando a ficar tão quente, e odeio suar quando estou dormindo. Além disso, vocpraticamente um forno. Então é isso ou eu durmo nua. Você pode dormir na banheira, setem um problema com isso.Seu rugido sacudiu o quarto.

Você fez o seu ponto. Hmm ela deslizou na cama ao lado dele, a uma distância saudável, apropriada.

Por alguns instantes, houve apenas o som do farfalhar dos cobertores quando elase aninhou por baixo.

Preciso preencher alguns lugares com um pouco mais tinta ele categoricamente.Ela mal podia ver seu rosto no escuro.

O quê? Sua tatuagem ele falou, olhando para o teto. Há alguns pontos que preciso preenche

r em algum momento.Claro. Ele não era como os outros homens, nem mesmo chegava perto. Havia tão pouco que pudesse fazer para ameaçá-lo. Um corpo nu era um corpo nu. Especialmente o dela.

Tudo bem ela respondeu, virando-se para ficar de costas para ele.

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Eles ficaram em silêncio novamente. Eu nunca vi roupa assim ele falou então.

Ela rolou. Você quer me dizer que as fêmeas em Doranelle não têm roupas de dormir escandalosas? Ou

em qualquer outro lugar no mundo?Seus olhos brilhavam como os de um animal no escuro. Ela esquecera o que era ser feérico, ter sempre um pé na floresta.

Meus encontros com outras fêmeas geralmente não envolvem desfiles em roupas de dormir. E que roupas que envolvem? Normalmente, nenhuma.

Ela estalou a língua, empurrando a imagem para longe. Tendo o prazer absoluto de conhecer Remelle na Primavera deste ano, tenho dificu

ldade em acreditar que ela não o sujeitaria a desfiles de roupas.Ele virou o rosto para o teto novamente.

Nós não estamos falando sobre isso.Ela riu.Aelin: um.Rowan: zero.

Ela ainda sorria quando ele perguntou: Será que todas as suas roupas de dormir são assim? Então você gostaria de ver minhas camisolas, príncipe. O que os outros vão dizer? Talvez

você devesse emitir um decreto para esclarecer. Ele resmungou, e ela sorriu em seu travesseiro. Sim, eu tenho mais, não se preocupe. Se Lorcan vai me matar enquanto durmo, posso muito bem ter boa aparência.

Vaidosa até o amargo fim.Ela empurrou de volta o pensamento sobre Lorcan, do que Maeve podia querer.

Há uma cor específica que você gostaria de me ver? Se vou escandalizá-lo, eu deveria, pelo menos, fazê-lo com algo que você goste.

Você é uma ameaça.Ela riu de novo, sentindo-se mais leve do que sentira em semanas, apesar da notícia que Rowan lhe dera. Estava bastante certa de que eles foram feitos para a noite, quando a voz dele ressoou através da cama. Dourado. Não amarelo dourado de verdade, metálico.

Você está sem sorte disse ela em seu travesseiro. Eu nunca possuiria algo tão ostenso.Ela quase podia senti-lo sorrindo quando adormeceu.

Trinta minutos mais tarde, Rowan ainda estava olhando para o teto, os dentes cerrados enquanto acalmava o rugido em suas veias que progressivamente destruía seu autocontrole.Aquela camisola maldita. Merda.Ele estava atolado em um monte de merda.

Rowan dormia, seu corpo maciço coberto pela metade com os cobertores, quando o amanhecer entrou pelas cortinas de renda. Levantando-se em silêncio, Aelin mostrou alíngua para ele quando encolheu os ombros em seu robe de seda azul clara, prendeuo já desbotado cabelo vermelho em um nó no alto da cabeça e caminhou até a cozinha.Como o mercado negro queimara até as cinzas, os comerciantes miseráveis lá fora fariam uma pequena fortuna com todas a barras de tintura que ela compraria. Aelin estremeceu com o pensamento de ter que rastrear o fornecedor novamente a mulher parecia o tipo que teria escapado das chamas. E agora cobraria o dobro, triplo, em seus corantes já superfaturados para compensar seus bens perdidos. E uma vez que Lorcan podia rastreá-la só pelo cheiro, mudar a cor de seu cabelo não teria nenhum impacto sobre ele. Embora ela supusesse que com a guarda do rei à procura de seu... Oh, era também extremamente cedo para avaliar a pilha gigante de merda que havia se t

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ornado sua vida.Grogue, ela fez chá principalmente pela memória muscular. Começou preparar torradas, e rezou para que ovos tivessem sido deixados na caixa de refrigeração eles estavam. E bacon, para seu deleite. Naquela casa, comida tendia a desaparecer assim que ela entrava.Um dos maiores de todos os porcos se aproximou da cozinha sobre os pés imortais mudo. Ela se preparou com os braços cheios de comida, cutucou a caixa de refrigeração pequena e fechou com um quadril.Aedion olhou cautelosamente enquanto ela ia para o pequeno balcão ao lado do fogão e começou a puxar copos e utensílios de cozinha.

Há cogumelos em algum lugar ele comentou. Bom. Então limpe-os e corte-os. E a pique a cebola também. É a punição por ontem à noite?

Ela abriu os ovos um a um em uma tigela. Se você acredita que seja uma punição aceitável, com certeza. E fazer café da manhã esse horário terrível é sua punição autoimposta? Estou fazendo café da manhã porque cansei de você queimar e fazer o cheiro impregnar a

casa inteira.Aedion riu baixinho e veio ao seu lado para começar a cortar a cebola.

Você ficou no telhado durante todo o tempo que esteve fora, não é? ela tirou uma frigideira de ferro a partir do móvel acima do fogão, colocou-o em um queimador e atirouum pedacinho de manteiga em sua superfície escura.

Você me chutou para fora do apartamento, mas não do armazém, então percebi que eu poderia muito bem fazer-me útil e vigiar as sinuosas e antigas maneiras de entortar ordens. Ela se perguntou o que as antigas maneiras tinham a dizer sobre propriedadeda rainha.Ela pegou uma colher de pau e empurrou a manteiga derretendo pela panela.

Nós dois temos temperamentos atrozes. Você sabe que eu não quis dizer o que eu disse,sobre a coisa de lealdade. Ou sobre a coisa semihumana. Você sabe que nada disso importa para mim.Santos deuses, filho de Gavriel. Mas ela manteria a boca fechada sobre o assunto até que Aedion descobrisse como abordar o assunto.

Aelin, tenho vergonha do que eu disse a você. Bem, nós dois temos, então vamos deixar por isso mesmo ela pegou os ovos, mantendo um olho sobre a manteiga. Eu... eu entendo, Aedion, realmente entendo sobre o juramento de sangue. Eu sabia o que significava para você. Cometi um erro em não lhe contar. Eu normalmente não admitiria esse tipo de coisa, mas devia ter te contado. E eu sinto muito.Ele cheirou as cebolas, seu corte especialista deixando uma pilha pura em uma extremidade da tábua de corte, e depois começou com os pequenos cogumelos marrons.

Esse juramento significava tudo para mim. Ren e eu costumávamos brigar por causa disso quando éramos crianças. Seu pai me odiava porque eu era o único favorecido para fazê-lo.Ela pegou as cebolas dele e atirou-as na manteiga, o chiado enchendo a cozinha.

Não há nada que o impeça de fazer o juramento, você sabe. Maeve tem vários membros jurad de sangue em sua corte um deles estava agora tornando a vida de Aelin um inferno. Você pode fazê-lo, assim como Ren somente se quiser, mas eu não ficaria chateada caso não queira.

Em Terrasen, havia apenas um.Ela mexeu as cebolas.

As coisas mudam. Novas tradições de uma nova corte. Você pode jurar agora, se quiser.Aedion terminou os cogumelos e baixou a faca quando se inclinou contra o balcão.

Não agora. Não até eu vê-la coroada. Não enquanto não estivermos em frente ao povo, em fe ao mundo.Ela despejou os cogumelos na panela.

Você é ainda mais dramático do que eu.Aedion bufou.

Apresse-se com os ovos. Eu vou morrer de fome. Faça o bacon, ou não vai comer nenhum dos dois.Aedion mal podia se mover rápido o suficiente.

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Capítulo 30Havia uma sala nas profundezas do castelo de pedra que o demônio à espreita dentro dele gostava de visitar.O príncipe demônio até mesmo o deixava sair às vezes, através dos olhos que uma vez podiam ter sido os seus. Era uma sala envolta em noite sem fim. Ou talvez a escuridão fosse do demônio.Mas eles podiam ver; eles sempre tinham sido capazes de ver na escuridão. Quando o príncipe demônio viera, havia tão pouca luz que ele aprendera a caçar nas sombras.Havia pedestais dispostos na sala redonda em uma curva elegante, cada um coberto por uma almofada negra. E em cada almofada havia uma coroa.Mantidas até aqui como troféus mantidas na escuridão. Como ele. A sala secreta.O príncipe estava no centro dela, examinando as coroas.O demônio tomara o controle do corpo completamente. Ele o deixou, depois que a mulher com os olhos familiares não conseguiu matá-lo.Esperou que o demônio saísse do quarto, mas o príncipe demônio falou em seu lugar. Um assobio, voz fria que vinha de entre as estrelas, falando com ele, só para ele.As coroas das nações conquistadas, disse o príncipe demônio. Mais serão adicionadas em bre

ve. Talvez as coroas de outros mundos, também.Ele não se importava.Você deve se importar se divertirá quando nós rasgarmos os reinos em pedaços.Ele se afastou, tentou recuar em um bolso das trevas, onde até mesmo o príncipe demônio não poderia encontrá-lo.O demônio riu. Humano fraco. Não admira que ela tenha perdido a cabeça.Ele tentou calar a voz. Tentou.Desejou que a mulher o tivesse matado.

Capítulo 31Manon invadiu a enorme tenda de guerra de Perrington, empurrando de lado a aba da lona pesada com tanta violência que as unhas de ferro cortaram através do material. Por que as minhas Treze tiveram acesso negado ao clã das Pernas Amarelas? Explique. Agora.Quando a última palavra saiu de sua boca, Manon parou.De pé no centro da tenda escura, o duque girou na direção dela, o rosto sombrio e, Manon teve que admitir, com uma expressão um pouco assustadora.

Saia ele ordenou, seus olhos queimando como brasas.Mas a atenção de Manon estava fixada além do duque.Manon deu um passo adiante, até mesmo quando o duque avançou para ela.Usando um vestido preto e transparente, tecido como a noite, Kaltain estava ajoelhada, tremendo e enfrentando um jovem soldado, a mão pálida estendida para o rostocontorcido.E tudo nela era uma aura profana de fogo escuro queimando.

O que é aquilo? Manon perguntou. Fora o duque latiu, e realmente teve a coragem de correr para pegar o braço de Man

on. Ela o acertou com as unhas de ferro, evitando o duque sem sequer olhar paraele. Toda a sua atenção, todos os poros dela, estavam presos na mulher de cabelos escuros.O jovem soldado um do próprio Perrington soluçava em silêncio enquanto gavinhas de fogo negro flutuaram da ponta dos dedos de Kaltain e deslizaram sobre sua pele, sem deixar marcas. O ser humano virou os olhos cinzentos cheios de dor para Manon.Por favor, ele implorou sem som.O duque seguiu para Manon novamente, e ela passou direto por ele.

Explique. Você não dá ordens, Líder Alada o duque retrucou. Agora, saia. O que é aquilo? Manon repetiu.O duque elevou-se sobre ela, mas, em seguida, uma voz feminina como seda murmuro

u:

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criadas. Elas não estavam ali para servir de cobaias. Sua avó iria matá-la.O duque apenas deu de ombros.

Eu disse que queria Bico Negro. Você se recusou a me entregá-las. E esta é a punição? as palavras saltaram para fora dela. As Pernas Amarelas ainda eram

Dentes de Ferro, depois de tudo. Ainda sob seu comando. Oh, não. Não. Mas se desobedecer minhas ordens novamente, na próxima vez, pode ser que

seja ele inclinou a cabeça, e a luz atingiu seus olhos escuros. Há príncipes, você sa, entre os valg. Poderosos e ardilosos, capazes de estripar pessoas aos montes.Eles estão muito ansiosos para testar com a sua raça. Talvez eles façam uma visita aos seus quartéis. Veja quem sobrevive à noite. Seria uma boa maneira de eliminar as bruxas menores. Não tenho uso para soldados fracos em meus exércitos, mesmo que diminua os seus números.Por um momento, houve um silêncio que rugiu em sua cabeça. Uma ameaça.Uma ameaça de um ser humano, um homem que ivera apenas uma fração de sua existência, ummortal que era bestial...Cuidado, uma voz disse em sua cabeça. Prossiga com astúcia.Então Manon permitiu-se acenar ligeiramente em aquiescência, e perguntou:

E quanto às suas outras... atividades? O que se passa sob as montanhas que circundam este vale?

O duque estudou-a, e ela encontrou seu olhar, encontrando cada centímetro de escuridão dentro dele. E descobriu algo sorrateiro ali que não tinha lugar neste mundo. Você não deseja aprender o que está sendo criado e forjado sob essas montanhas, Bico N

egro ele falou por fim. Não se preocupe em enviar suas batedoras. Elas não verão a luz do dia novamente. Considere-se avisada.O verme humano claramente não sabia exatamente o quão hábil as Sombras dela eram, masnão estava disposta a corrigi-lo, não quando poderia ser usado para sua vantagem umdia. No entanto, o que estivesse sendo feito no interior daquelas montanhas eraa sua preocupação não por causa das Pernas Amarelas, mas pelo resto da legião que liderava. Manon empurrou o queixo em direção ao soldado morto.

E você pretende utilizar esse fogo de sombras para quê? Tortura?Um lampejo de ira por outra pergunta.

Eu ainda não decidi o duque disse firmemente. Por enquanto, ela vai experimentar assim. Talvez mais tarde, aprenda a incinerar os exércitos de nossos inimigos.Uma chama que não deixava queimaduras liberada em cima de milhares. Seria glorioso, mesmo que grotesco.

E há exércitos de inimigos se preparando? Vai usar este fogo de sombras sobre eles?O duque de novo inclinou a cabeça, as cicatrizes em seu rosto fazendo um grande contraste à luz da lanterna fraca.

Sua avó não lhe contou, então. O quê? ela mordeu a isca.

O duque caminhou em direção às cortinas ao fundo. Sobre as armas que ela tem feito para mim, para você. Que armas? Ela não se incomodou em perder tempo com o silêncio tático.

O duque apenas sorriu para ela quando desapareceu, as cortinas abrindo-se o suficiente para revelar Kaltain deitada em uma cama coberta por peles, seus braços magros e pálidos para os lados, os olhos abertos e cegos. Como o inferno. Uma arma.Duas armas Kaltain, e o que sua avó estivesse fazendo.Foi por isso que a Matriarca ficara com as outras Grãs-Bruxas.As três estavam combinando seu conhecimento, sabedoria e crueldade para desenvolver uma arma para usar contra os exércitos mortais.Um calafrio deslizou pela espinha de Manon enquanto ela olhava mais uma vez para o ser humano morto no tapete.O que quer que esta nova arma fosse, quaisquer que fosse a arma que as três Grãs-Bruxas estivessem fazendo...Os seres humanos não teriam a menor chance.

Quero que todos vocês espalhem o boato aos outros clãs. Quero sentinelas vigiando constantemente as entradas para o quartel. Trocas a cada três horas, não precisamos de

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ninguém descuidando-se e deixando o inimigo deslizar. Já enviei uma carta para a Matriarca.Elide acordou com um solavanco dentro da torre, aquecida e em repouso e não se atrevendo a respirar. Ainda estava escuro, mas a luz da lua se fora, o amanhecer chegava ao longe. E na escuridão, ela podia distinguir fracamente o brilho dos cabelos brancos e o brilho de alguns conjuntos de dentes de ferro e unhas. Oh, deuses.Ela planejara dormir por apenas uma hora. Devia ter dormido por, pelo menos, quatro. Abraxos não se moveu atrás dela, sua asa ainda protegendo-a.Desde aquele encontro com Asterin e Manon, cada hora, acordada ou dormindo, tinha sido um pesadelo para Elide, e até mesmo dias depois ela se encontrou com faltade ar em momentos estranhos, quando a sombra do medo agarrava-a pelo pescoço. As bruxas não se importavam com ela, mesmo que ela tivesse reivindicado que seu sangue corria azul. Mas nem Vernon se importara.Mas esta noite... ela mancara para o seu quarto, a escada bastante silenciosa, mesmo com a raspagem de suas correntes no chão. E de sua porta, um bolsão de silêncio absoluto, como se até mesmo os ácaros tivessem prendido a respiração. Alguém estava dentrode seu quarto. Esperando por ela.Então ela continuou andando, percorrendo o caminho para a torre enluarada, onde se

u tio não ousaria ir. As serpentes aladas das Treze estavam enroladas no chão como gatos ou empoleiradas em suas traves lá fora. À sua esquerda, Abraxos a vira do lugar onde estava deitado sobre a barriga, seus grandes olhos insondáveis, sem piscar.Quando ela chegou perto o suficiente para sentir o cheiro da carniça em seu hálito,pediu:

Eu preciso de um lugar para dormir. Só por essa noite.Sua cauda moveu-se ligeiramente, as pontas de ferro tilintando nas pedras. Abanando. Como um cão sonolento, mas com prazer em vê-la. Não havia rosnado para ser ouvido, brilho de dentes de ferro preparando para engoli-la em duas mordidas. Ela preferia ser devorada por Abraxos do que por aquele esperando em seu quarto.Elide tinha deslizado contra a parede, colocando as mãos sob as axilas e curvandoos joelhos contra o peito. Seus dentes começaram a bater, e ela abraçou-se mais. Era tão frio ali que a respiração condensou-se na sua frente.Fez som de feno triturando, e Abraxos se aproximou.Elide estava tensa poderia ter saltado de pé e saído correndo. A serpente alada estendera uma asa para ela como em convite. Para sentar-se ao lado dele.

Por favor, não me coma ela sussurrou.Ele bufou, como se dissesse, Você seria pequena demais.Tremendo, Elide caminhou. Ele parecia maior a cada passo. Mas sua asa permaneceu estendida, como se ela fosse o animal em necessidade de acalmar.Quando ela chegou a seu lado, mal conseguia respirar enquanto estendia a mão e acariciava a pele curva e escamosa. Ele era surpreendentemente macio, como couro desgastado. E quentinho, como se fosse uma fornalha. Com cuidado, consciente da cabeça que ele girava para assistir todos os seus movimentos, ela sentou-se contra ele, suas costas aquecendo instantaneamente.A asa fora graciosamente baixada, dobrada até que se tornou uma parede quente de membrana entre ela e o vento frio. Ela inclinou-se mais em sua suavidade deliciosa, o calor penetrando em seus ossos.Ela nem percebera que Elide estava ali... e agora ela estava ali. O fedor de Abraxos devia estar ocultando seu próprio cheiro humano, ou então a Líder Alada a teria encontrado. Abraxos se manteve parado o suficiente para que ela se perguntasse se ele sabia disso também.As vozes pareciam vir do centro da torre e Elide aferiu a distância entre Abraxose a porta. Talvez ela pudesse escapar antes que elas soubessem...

Mantenha o silencio; mantenha em segredo. Se alguém revelar nossas defesas, morreráem minha mão.

Como quiser disse Sorrel. Não alertaremos as Pernas Amarelas e as Sangue Azul? Asterin indagou. Não Manon disse, sua voz como a morte e derramamento de sangue. Somente as Bico Negro. Mesmo se outro clã se voluntariar para a próxima vez? Asterin insistiu.

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Manon soltou um grunhido que fez os pelos da nuca de Elide se eriçarem. Nós não podemos puxar demais a coleira. A coleira pode arrebentar Asterin desafiou. Então coloque-a em seu pescoço disse Manon.

Agora agora, enquanto elas estavam brigando. Abraxos permaneceu imóvel, como se nãose atrevesse a chamar a atenção para si mesmo, enquanto Elide se preparou para fugir. Elide sentou-se cuidadosamente, lentamente erguendo um pé e segurando as correntes para não fazerem barulho.Com a ajuda de uma mão e um pé, começou a arrastar-se através das pedras, indo rapidamente para a porta.

Este fogo de sombras Sorrel refletiu, como se estivesse tentando dissipar a tempestade se formando entre a Líder Alada e sua prima. Será que ele vai usá-lo em nós?

Ele parecia inclinado a pensar que poderia ser usado em exércitos inteiros. Não duvido que tenha passado por sua cabeça usá-lo em nós.Cada vez mais perto, Elide pulou para a porta aberta.Ela estava quase lá quando Manon cantarolou:

Se você tivesse alguma cabeça, Elide, teria ficado ao lado Abraxos até nós sairmos.

Capítulo 32Manon vira Elide dormindo contra Abraxos no momento em que elas entraram na torre, e se tornara consciente de sua presença mesmo antes de rastrear o perfume ao subir as escadas. Se Asterin e Sorrel a notaram, não fizeram nenhum comentário.A menina serva estava apoiada em seu traseiro, quase na porta, com um pé para cima para impedir que suas correntes arrastassem. Inteligente, mesmo que tivesse sido estúpida demais para perceber o quão bem elas viam no escuro.

Havia alguém no meu quarto Elide falou, baixando o seu pé.Asterin endureceu.

Quem? Eu não sei Elide respondeu, mantendo-se perto da porta, mesmo que isso não fosse lhe

adiantar de nada. Não pareceu sensato entrar lá.Abraxos estava tenso, movendo sua cauda sobre as pedras. A besta inútil estava preocupada pela menina.Manon estreitou os olhos para ele.

Não supõe-se que sua raça devore jovens mulheres?Ele olhou para ela.Elide manteve-se firme quando Manon rondou mais perto. E Manon, apesar tudo, ficou impressionada. Ela olhou para a garota realmente olhou para ela.Uma menina que não tinha medo de dormir contra uma serpente alada, que tinha bom senso suficiente para saber quando o perigo estava se aproximando... Talvez o sangue dela realmente corresse azul.

Há uma câmara sob este castelo Manon falou, e Asterin e Sorrel entraram em posição atrela. No interior dela um grupo de bruxas Pernas Amarelas, todas levadas pelo duque para criar uma prole de demônios. Quero que você entre nessa câmara. E que me digao que está acontecendo lá dentro.A humana empalideceu como a morte.

Eu não posso. Você pode e vai disse Manon. Você é minha agora ela sentiu a atenção de Asterin ne

saprovação e surpresa. Manon continuou: Você encontrará um caminho para essa câmara, merá os detalhes, manterá silêncio sobre o que aprendeu, e assim viverá. Se me trair, se contar para alguém... então teremos que providenciar sua festa de casamento com um marido valg bonito, suponho.As mãos da menina tremiam. Manon deu um tapa nelas, fazendo-as cair para os lados.

Nós não toleramos covardes nas fileiras das Bico Negro ela sibilou. Ou você acha queua proteção seria de graça? Manon apontou para a porta. Fique em meus aposentos, se oseu próprio está comprometido. Vá até o final das escadas.Elide olhou para trás de Manon, para suas imediatas, como se estivesse considerando pedir ajuda. Mas Manon sabia que seus rostos eram de pedra e inflexíveis. O terror de Elide era um cheiro penetrante no nariz de Manon, enquanto ela mancava para longe. Levou muito tempo para começar a descer as escadas, a perna ruim retardan

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do-a a um ritmo de uma velha. Uma vez que ela estava lá embaixo, Manon virou-se para Sorrel e Asterin.

Ela poderia ir até o duque disse Sorrel. Como sua imediata, ela tinha o direito de fazer essa observação, a pensar através de todas as ameaças à herdeira.

Ela não é tão implacável.Asterin estalou a língua.

Foi por isso que você falou, sabendo que ela estava aqui.Manon não se incomodou em acenar com a cabeça. E se ela for capturada? perguntou Asterin.Sorrel olhou atentamente para ela. Manon não sentiu como se devesse repreender. Agora era Sorrel quem devia resolver a dominância entre elas.

Se ela for capturada, então encontraremos outra maneira. E você não têm escrúpulos sobre eles matarem? Ou usarem esse fogo de sombras sobre ela? Saia, Asterin Sorrel disse entredentes.

Asterin não fez nada disso. Você devia estar fazendo estas perguntas, imediata.

Os dentes de ferro do Sorrel estalaram para fora. É por causa do seu interrogatório que você é agora é a segunda imediata. Chega interrompeu Manon. Elide é a única que pode entrar naquela câmara e conseguir

relatório. O duque tem seus guardas sob ordens de não deixar uma única bruxa se aproximar. Até mesmo as Sombras não podem chegar perto o suficiente. Mais uma criada limpa toda a bagunça.

Você era quem esperava no quarto dela refletiu Asterin. Uma dose de medo faz bem aos humanos. Ela é humana, embora? perguntou Sorrel. Ou nós a contamos entre nós? Não faz diferença se ela é humana ou uma espécie de bruxa. Eu mandaria quem fosse a mais

qualificada para essas câmaras, e, neste momento, apenas Elide pode ter acesso aelas.Com astúcia era assim que ela se manteria à par do duque, com seus esquemas e armas. Ela podia trabalhar para o seu rei, mas não toleraria ser deixada na ignorância.

Preciso saber o que está acontecendo nessas câmaras disse Manon. Se perdermos uma vida por isso, então que assim seja.

E depois? Asterin perguntou, apesar do aviso do Sorrel. Depois que você souber, oque vai fazer?Manon não tinha decidido ainda. Mais uma vez, o fantasma do sangue cobriu suas mãos.Siga as ordens ou então ela e as Treze seriam executadas. Quer por sua avó ou pelo duque. Depois de sua avó ler sua carta, talvez fosse diferente. Mas até então...

Então nós continuamos como fomos ordenadas respondeu Manon. Mas não farei isso com u venda nos olhos.

Espiã.Uma espiã para a Líder Alada.Elide supôs que não era diferente do que ser uma espiã para si mesma para sua própria liberdade.Mas descobrir sobre a chegada dos vagões de suprimentos e tentar entrar nessa câmara ao mesmo tempo, estava além do esperado... Talvez ela tivesse sorte. Talvez pudesse fazer as duas coisas.Manon levara um colchão de feno até o quarto dela, colocando-o perto do fogo para aquecer os ossos mortais de Elide, segundo ela. Elide quase não dormiu naquela primeira noite na torre da bruxa. Quando se levantou para usar o reservado, convencida de que a bruxa estava dormindo, ela deu dois passos antes de Manon dizer:

Indo a algum lugar?Deuses, sua voz. Como uma cobra escondida em uma árvore.Ela balbuciou uma explicação sobre a necessidade do banheiro. Quando Manon não respondeu, Elide tropeçara para fora. Ela voltou a encontrar a bruxa dormindo, ou pelo menos seus olhos estavam fechados.Manon dormia nua. Mesmo no frio. Seu cabelo branco em cascata caía pelas costas, e não havia uma parte da bruxa que não parecesse magra e musculosa ou salpicadas com

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cicatrizes finas. Nenhuma parte que não era um lembrete do que Manon faria com ela se ela falhasse.Três dias depois, Elide fez sua jogada. Ignorou a exaustão que se instalara incansavelmente em seu corpo e seguiu enquanto segurava a braçada de roupa que tirara da lavanderia e espiou pelo corredor.Quatro guardas parados à porta para a escada.Levara três dias ajudando na lavanderia, três dias de conversas com as lavadeiras para aprender que lençóis sempre eram necessários na câmara na parte inferior daquelas escadas. Ninguém queria falar com ela nos primeiros dois dias. Eles só olhavam para ela e lhe diziam para onde transportar coisas, quando tirar as mãos ou o que devia esfregar até suas costas doerem. Mas no dia anterior apenas um dia antes, ela vira as roupas encharcadas de sangue e rasgadas.Sangue azul, não vermelho. Sangue de bruxa.Elide manteve a cabeça baixa, trabalhando nas camisas dos soldados que lhe foram entregues uma vez que ela provou sua habilidade com uma agulha. Mas notou que aslavadeiras interceptaram as roupas. Então ela continuou trabalhando nas horas quelevaram para lavá-las, secá-las e dobrá-las, ficando mais tempo do que a maioria dos outros. Esperando.Ela não era ninguém e não pertencia a ninguém, mas se deixasse Manon e as Bico Negro pen

sarem que ela aceitava sua reivindicação sobre ela, talvez pudesse sair facilmente uma vez que os vagões chegassem. As Bico Negro não se importavam com ela não realmente. Sua herança era conveniente para elas. Duvidava que fossem notar quando ela desaparecesse. Ela tinha sido um fantasma por anos agora, de qualquer maneira, com ocoração cheio de mortos esquecidos.Então, ela trabalhou, e esperou.Mesmo quando suas costas estavam doendo, mesmo quando suas mãos estavam tão doloridas que tremiam, ela notou a lavadeira que levou as roupas passadas para fora da câmara e desapareceu.Elide memorizou cada detalhe de seu rosto, de sua forma física e altura. Ninguém notou quando ela foi atrás dela, carregando uma braçada de roupas da Líder Alada. Ninguém a parou enquanto ela seguiu a lavadeira para baixo, corredor após corredor até que ela chegou àquele local.Elide espiou pelo corredor novamente quando a lavadeira subiu do poço da escada, braços vazios, rosto inquieto e livre de sangue.Os guardas não a barraram. Bom.A lavadeira dobrou em outro corredor, e Elide soltou a respiração que estava segurando.Voltando para a torre de Manon, ela pensou silenciosamente através de seu plano.Se ela fosse pega...Talvez devesse se atirar de uma das varandas em vez de enfrentar uma das dezenas de mortes terríveis que esperavam por ela.Não não, ela aguentaria. Tinha sobrevivido quando quase todo mundo que ela amara não.Quando seu reino não sobreviveu. Então permaneceria viva por eles, e quando saísse, construiria uma nova vida longe em sua honra.Elide mancou até uma escadaria sinuosa. Deuses, ela odiava escadas.Ela estava no meio do caminho quando a voz fria de um de cima a deteve.

O duque disse que você falou. Por que não diz uma palavra para mim?Vernon.Silêncio cumprimentou-o.Voltou a subir as escadas, ela sabia que deveria se concentrar nos degraus.

Tão bonita seu tio murmurou para quem quer que fosse. Como uma noite sem lua.A boca de Elide ficou seca com o tom da voz dele.

Talvez seja o destino nós nos esbarrarmos aqui. Ele a vigia tão de perto Vernon fezuma pausa. Juntos ele falou calmamente, reverentemente. Juntos, criaremos maravilhas que farão o mundo tremer.Tais palavras sombrias e íntimas, cheias de... Direito. Ela não queria saber o que ele quis dizer.Elide deu um passo tão silencioso quanto podia ao subir as escadas. Ela tinha queir embora.

Kaltain seu tio retumbou, uma demanda, uma ameaça e uma promessa.

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A silenciosa jovem mulher a que nunca falava, que nunca olhava para nada, que tinha tais marcas sobre ela. Elide a vira apenas algumas vezes. Vira quão pouco elarespondeu. Ou revidava.E então Elide estava subindo as escadas.Para cima e para cima, suas correntes decrépitas soando o mais alto possível. Seu tio ficou em silêncio.Ela deu a volta seguinte, e lá estavam eles.Kaltain estava prensada contra a parede, a gola daquele vestido demasiado frágil puxado para o lado, os seios quase de fora. Havia tanto vazio em seu rosto, comose ela não estivesse mesmo lá.Vernon estava a poucos passos de distância. Elide agarrou seus lençóis com tanta força que pensou que pudesse rasgá-los.Desejou que ela tivesse aqueles dentes de ferro, por uma vez.

Lady Kaltain ela falou para a jovem, apenas uns poucos anos mais velho que ela.Ela não esperava pela própria raiva. Não esperou continuar: Fui enviada para encontrá-la, senhorita. Por aqui, por favor.

Quem te enviou atrás dela? Vernon exigiu.Elide encontrou seu olhar. E não curvou a cabeça. Nem um centímetro.

A Líder Alada.

A Líder Alada não está autorizada a reunir-se com ela. E você está? Elide entrou no meio deles, embora não fizesse nenhuma diferença se seu t decidisse usar a força.Vernon sorriu.

Eu estava me perguntando quando você mostraria suas presas, Elide. Ou devo dizer seus dentes de ferro?Ele sabia, então.Elide olhou-o de cima e pousou uma mão no braço claro de Kaltain. Ela era tão fria quanto gelo. Nem sequer olhou para Elide.

Se fizer a gentileza, senhorita Elide pediu, puxando seu braço, segurando os lençóis com a outra mão.Kaltain começou em uma caminhada silenciosa.Vernon riu.

Vocês duas poderiam ser irmãs ele falou casualmente. Fascinante disse Elide, orientando a moça a subir os degraus, e até mesmo o esforço para mantê-la equilibrada fez sua perna pulsar em agonia.

Até a próxima vez despediu-se o tio atrás delas, e ela não queria saber a quem ele serigia.Em silêncio, com o coração batendo tão violentamente que ela pensou que poderia vomitar, Elide levou Kaltain para o patamar seguinte, e soltou-a por tempo suficiente para abrir a porta e guiá-la para o corredor.A senhorita fez uma pausa, olhando para a pedra, para o nada.

Aonde você precisa ir? Elide perguntou-lhe em voz baixa.A moça apenas a olhou. À luz das tochas, a cicatriz em seu braço era horrível. Quem fizera aquilo?Elide colocou a mão no cotovelo da mulher novamente.

Aonde posso levá-la que seja seguro?Em nenhuma parte não havia nenhum lugar ali que era seguro.Mas lentamente, como se levasse uma vida inteira para lembrar como fazê-lo, a moça deslizou os olhos para Elide. Trevas da morte e chama negra; desespero, raiva e vazio. E, no entanto, um grão de entendimento.Kaltain simplesmente se afastou, o vestido assobiando nas pedras. Havia hematomas que pareciam impressões digitais em torno de seu outro braço. Como se alguém a tivesse agarrado a ela com muita força.Esse lugar. Essas pessoas...Elide lutou contra as náuseas, observando até que a mulher desapareceu dobrando umaesquina.

Manon estava sentada em sua mesa, olhando para o que parecia ser uma carta, quan

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do Elide entrou na torre. Você arranjou um modo de entrar na câmara? a bruxa perguntou, sem se preocupar em er

guer a cabeça.Elide engoliu em seco.

Preciso que me consiga um veneno.

Capítulo 33De pé em um grande espaço vaio entre as pilhas de caixotes, Aedion piscou contra o sol do final da manhã entrando através das janelas no alto do armazém. Ele já estava suando, e na extrema necessidade de água quando o calor do dia tornou o armazém sufocante.Ele não se queixou. Pedira para ser autorizado a ajudar, e Aelin recusara. Ele insistiu que estava apto para lutar, e ela apenas disse:

Prove.Então, aqui estavam eles. Ele e o príncipe feérico treinaram com varas durante os últimos trinta minutos, e tudo para chutar completamente sua bunda. A ferida em sua lateral estava a um movimento errado de abrir-se, mas ele trincou através da dor.A dor era bem-vinda, considerando os pensamentos que o mantiveram acordado a noi

te toda. Isso Rhoe e Evalin nunca lhe disseram, que sua mãe morrera para ocultar o conhecimento de quem o gerara, que ele era metade feérico e que ele poderia não saber disso por mais uma década quando envelhecesse. Se ele vivesse mais do que sua rainha.E seu pai Gavriel. Esse era outro caminho inteiro para ser explorado. Mais tarde. Talvez fosse útil, se Maeve fizesse jus à ameaça, agora que um dos companheiros lendários de seu pai estava caçando Aelin nesta cidade.Lorcan.Merda. As histórias que ouvira sobre Lorcan estavam cheia de glória e desgraça principalmente da última. Um macho que não cometia erros, e que era cruel com aqueles em suas mãos.Lidar com o rei de Adarlan era ruim o bastante, mas ter um inimigo imortal em suas costas... merda. E se Maeve achasse conveniente mandar Gavriel para cá, ele teria que encontrar uma maneira de suportá-lo, como descobrira uma maneira de suportar tudo em sua vida.Aedion estava terminando uma manobra com a vara que o príncipe lhe havia ensinadoduas vezes agora, quando Aelin parou seu próprio exercício.

Acho que isso é o suficiente por hoje ela falou, quase sem fôlego.Aedion endureceu com a dispensa já em seus olhos. Ele esperava a manhã toda por isso. Nos últimos dez anos, aprendera tudo o que podia dos mortais. Se guerreiros viessem em seu território, ele usava seus encantos consideráveis para convencê-los a ensinar-lhe o que sabiam. E sempre que se aventurava fora de suas terras, fizera o possível para recolher o máximo que podia, lutando e matando da maneira de quem morava lá. Então estar contra um guerreiro de puro sangue feérico, direto de Doranelle, erauma oportunidade que não podia desperdiçar. Ele não deixaria a piedade de sua prima destruir isso.

Eu ouvi uma história Aedion virou-se para Rowan que você matou um lorde da guerra inimigo usando uma mesa.

Por favor Aelin disse. Quem diabos te contou isso?Quinn, nosso tio capitão da Guarda. Ele era um admirador do príncipe Rowan. Ele conhe

cia todas as histórias.Aelin deslizou os olhos para Rowan, que sorriu, apoiando a vara de treino no chão.

Você não pode estar falando sério ela falou. Você o esmagou até a morte como se faza uva?Rowan se engasgou.

Não, eu não o esmaguei como uma uva ele deu à rainha um sorriso feral. Eu arranqueia perna da mesa e o empalei com ela.

Através do peito e na parede de pedra acrescentou Aedion. Bem disse Aelin, bufando darei-lhe pontos de desenvoltura, pelo menos.Aedion alongou seu pescoço. Vamos voltar ao treino

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Mas Aelin lançou a Rowan uma olhar que praticamente dizia: Não mate o meu primo, por favor. Termine com isso.Aedion apertou a vara de madeira mais forte.

Estou bem. Uma semana atrás Aelin lembrou você estava com um pé no outro mundo. Sua ferida aind

está se curando. Terminamos por hoje, e você não vai sair. Eu conheço os meus limites, e digo que estou bem.

O sorriso lento de Rowan era nada menos que letal. Um convite para dançar.E a parte primordial da Aedion decidiu que não queria fugir do predador nos olhosde Rowan. Não, ele queria muito defender o seu terreno e rugir de volta.Aelin gemeu, mas manteve distância.Prove, ela dissera. Bem, ele o faria.Aedion não deu nenhum aviso enquanto atacava, fintando a direita e visando baixo.Ele teria matado homens com esse movimento cortado-os ao meio de maneira limpa.Mas Rowan esquivou-se com eficiência brutal, desviando o posicionamento para a ofensiva, e isso foi tudo o que Aedion conseguiu ver antes de erguer o seu bastão por puro instinto. Preparou-se para o impacto que o golpe de Rowan teve em sua lateral, seu machucado berrando de dor, mas ele se manteve focado mesmo que Rowan quase tivesse derrubado a vara de suas mãos.

Ele conseguiu dar o próximo golpe. Mas quando os lábios de Rowan puxaram para cima,Aedion teve a sensação de que o príncipe estava brincando com ele.Não brincando não, provando algum argumento. Névoa vermelha cobriu sua visão.Rowan moveu a vara para derrubá-lo, e Aedion pisou forte o suficiente no bastão de Rowan, que se partiu em dois. Quando o fez, Aedion girou, indo pra frente para levar sua própria arma para o rosto de Rowan.Segurando uma metade em cada mão, o guerreiro feérico se esquivou, abaixando-se e...Aedion não viu o segundo golpe vindo para as pernas. Logo ele estava piscando para as vigas de madeira do teto, ofegante quando a dor de seu ferimento subiu por suas costelas.Rowan rosnou para ele, um pedaço da vara erguida para cortar sua garganta enquanto a outra estava pressionada contra seu abdômen, pronta para derramar suas entranhas.Inferno.Aedion sabia que ele era rápido e forte, mas isto... ter Rowan lutando ao lado daDevastação poderia muito bem decidir batalhas em qualquer guerra.Deuses, seu ferimento era grave o suficiente, ele pensou que poderia estar sangrando.O príncipe feérico falou tão baixo que até mesmo Aelin não podia ouvir.

Sua rainha lhe deu uma ordem para parar, para seu próprio bem. Porque ela precisade você saudável, e porque lhe dói vê-lo ferido. Não ignore o seu comando na próxima vez.Aedion era sábio o suficiente para não replicar, nem mover-se enquanto o príncipe pressionava as pontas de suas varas um pouco mais.

E Rowan acrescentou se você falar com ela de novo do jeito que fez noite passada,arrancarei sua língua e a enfiarei garganta abaixo. Entendeu?Com a vara em seu pescoço, Aedion não poderia acenar sem espetar-se na extremidade irregular. Mas ele murmurou:

Entendido, príncipe.Aedion abriu a boca novamente quando Rowan recuou, prestes a dizer algo de que ele certamente se arrependeria, quando um Olá brilhante soou.Todos eles giraram, armas em punho, quando Lysandra fechou a porta de correr atrás dela, caixas e sacos em seus braços. Ela tinha uma maneira estranha e furtiva emlugares despercebidos.Lysandra deu dois passos, que deslumbravam a expressão grave, e parou quando viu Rowan.Em seguida, sua rainha de repente estava se movendo, tirando alguns dos sacos dos braços de Lysandra e conduzindo-a para o apartamento no andar acima.Aedion relaxou de onde estava deitado no chão.

Esta é Lysandra? perguntou Rowan. Não muito ruim para os olhos, não é?Rowan bufou.

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Obrigada ela agradeceu, e Lysandra acenou com a mão esguia. Ela agradeceria Faliqmais tarde.

A outra coisa que eu trouxe é uma notícia. Arobynn recebeu um relatório ontem à noite de que dois vagões de prisão foram vistos indo para o sul na direção de Morath, repleto de todas as pessoas desaparecidas.Ela se perguntou se Chaol sabia, e se ele tinha tentado pará-lo.

Será que ele sabe que os antigos manejadores de magia estão sendo alvo?Um aceno de cabeça. Ele vem acompanhando as pessoas que desaparecem e que são enviadas ao sul nos vagões de prisão. Está olhando para as linhagens de seus clientes agora, não importa como as famílias tentaram ocultar suas histórias depois que a magia foi proibida, para verse pode usar qualquer coisa a seu favor. Isto é algo para se considerar quando for lidar com ele... dado o seu talento.Aelin mordeu o lábio.

Obrigada por me dizer isso também.Fantástico. Arobbynn, Lorcan, o rei, os valg, a chave, Dorian... ela tinha apenasmetade da mente ocupada em guardar cada comida restante na cozinha.

Apenas se prepare Lysandra olhou para um pequeno relógio de bolso. Eu preciso ir.Tenho um almoço marcado.

Sem dúvida, por que Evangeline não estava com ela.Ela estava quase na porta quando Aelin disse: Quanto mais tempo até você estar livre de suas dívidas? Eu ainda tenho muito a pagar, assim, mais algum tempo Lysandra deu alguns passos

, e depois se conteve. Clarisse continua a adicionar despesas enquanto Evangeline cresce, alegando que alguém tão bonita teria conseguido o dobro, o triplo para ela do que o preço que me deu originalmente.

Isso é desprezível. O que posso fazer? Lysandra ergueu seu pulso, onde a tatuagem fora coberta. Ela

vai me caçar até o dia em que eu morrer, e não posso fugir com Evangeline. Eu poderia cavar uma sepultura para Clarisse e ninguém jamais descobriria Aelin su

geriu. E falava sério.Lysandra sabia que ela falava sério também.

Ainda não, não agora. Você diz uma palavra, e será feito.O sorriso de Lysandra era algo selvagem, uma beleza sombria.

Diante de uma caixa no armazém cavernoso, Chaol estudava o mapa que Aelin apenas lhe entregara. Ele se concentrou nos pontos tentando não olhar para o guerreiro príncipe de guarda junto à porta.Era difícil fazê-lo quando a presença de Rowan de alguma forma sugava todo ar para fora no armazém.Em seguida, havia a questão das orelhas pontudas que espreitavam delicadamente para fora do cabelo prateado curto. Feérico ele nunca vira um, com a exceção de Aelin embreves momentos petrificantes. E Rowan... Convenientemente, em toda a sua narrativa, Aelin se esquecera de mencionar que o príncipe era tão bonito.Um belo príncipe feérico, com quem ela passou meses vivendo e treinando enquanto a própria vida de Chaol desmoronava, enquanto pessoas morreram por causa de suas ações...Rowan assistia Chaol como se ele pudesse ser o jantar. Dada a sua forma feérica, poderia não estar errado. Cada instinto gritava para ele correr, apesar do fato deque Rowan fora educado.Distante e intenso, mas educado. Ainda assim, Chaol não precisa ver o príncipe em ação para saber que ele estaria morto antes mesmo que pudesse desembainhar a espada.

Você sabe, ele não vai morder Aelin cantarolou.Chaol nivelou um olhar para ela.

Você pode explicar o que esses mapas são? Qualquer coisa que você, Ress ou Brullo possa preencher em relação a essas lacunas nas defesas do castelo seria apreciada disse ela. Não era uma resposta. Não havia nenhu

m sinal de Aedion entre as caixas empilhadas, mas o general provavelmente escuta

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Capítulo 34Aelin sabia que tinha coisas para fazer coisas vitais, coisas terríveis, mas ela poderia sacrificar um dia.Mantendo-se nas sombras, sempre que possível, ela passou a tarde mostrando a cidade a Rowan, desde os elegantes bairros residenciais aos mercados abarrotados comcomerciantes que vendiam produtos para o solstício de verão em duas semanas.Não havia nenhum sinal ou cheiro de Lorcan, graças aos deuses. Mas os homens do reiestavam postados em alguns cruzamentos movimentados, dando a Aelin uma oportunidade para apontá-los para Rowan. Ele os estudou com uma eficiência treinada, seu olfato afiado lhe permitindo perceber quais ainda eram humanos e quais eram habitados por demônios valg menores. A partir do olhar em seu rosto, ela honestamente se sentiu um pouco mal por qualquer guarda que se deparasse com ele, demônio ou humano. Um pouco, mas não muito. Especialmente tendo em conta que a sua presença por si só arruinava um pouco seus planos para um dia tranquilo e pacífico.Ela queria mostrar a Rowan as partes boas da cidade antes de arrastá-lo para sua parte suja. Então ela o levou a uma das padarias da família de Nesryn, onde comprou algumas daquelas tortas de pera. Nas docas, o próprio Rowan a convenceu a experimen

tar truta frita na panela. Certa vez ela jurara nunca mais comer peixe, e se encolhera quando o garfo se aproximava da boca, mas a maldita coisa era deliciosa.Ela comeu todo o seu peixe, em seguida, sorrateiramente mordeu o de Rowan, fazendo-o rosnar desalentado.Aqui Rowan estava aqui com ela, em Forte da Fenda. E havia muito mais que ela queria que ele visse, para aprender sobre como sua vida fora. Ela nunca quis compartilhar nada disso antes. Mesmo quando ouviu o estalo de um chicote depois do almoço, enquanto eles se refrescavam com água, ela queria que ele testemunhasse. Ele permaneceu em silêncio, a mão em seu ombro, enquanto eles observavam o grupo de escravos acorrentados transportando carga para um dos navios. Assistindo e sem poderfazer nada.Logo, ela prometeu a si mesma. Pôr fim aquela que era uma prioridade.Eles serpenteavam de volta através das bancas do mercado, uma após a outra, até que ocheiro de rosas e lírios flutuou por eles, a brisa do rio varrendo pétalas de cada forma e cor passando por seus pés quando os floristas gritavam sobre os seus produtos.Ela se virou para ele.

Se você fosse um cavalheiro, me compraria...O rosto de Rowan tinha ficado branco, seus olhos vazios, enquanto olhava para uma das vendedoras de flores no centro da praça, uma cesta de peônias de estufa em seu braço fino. Jovem, bonita, de cabelos escuros, e... Oh, deuses.Ela não deveria tê-lo trazido ali. Lyria vendera flores no mercado; tinha sido uma menina pobre antes do príncipe Rowan a tê-la visto e reconhecido de imediato, ela era sua companheira. Um conto de fadas até ela ter sido abatida por forças inimigas. Grávida de Rowan.Aelin fechou e abriu os dedos, todas as palavras presas em sua garganta. Rowan ainda olhava para a menina, que sorriu para uma mulher que passava, brilhando com alguma luz interna.

Eu não a merecia Rowan falou calmamente.Aelin engoliu em seco. Havia feridas em ambos que ainda precisavam curar, mas esta...Verdade. Como sempre, ela poderia oferecer-lhe uma verdade em troca de outra.

Eu não merecia Sam.Ele olhou para ela por fim.Ela faria qualquer coisa para se livrar da agonia em seus olhos. Qualquer coisa.Seus dedos enluvados roçaram os dela, em seguida, caíram de volta para seu lado.Ela apertou sua mão em um punho novamente.

Venha. Quero lhe mostrar uma coisa.

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Aelin furtou alguma sobremesa dos vendedores de rua enquanto Rowan esperava em um beco sombrio.Agora, sentada em uma das vigas de madeira na cúpula dourada do Teatro Real escurecido, Aelin mastigava um biscoito de limão e balançava as pernas no ar livre abaixo. O espaço era o mesmo de que ela se lembrava, mas o silêncio, a escuridão...

Este costumava ser o meu lugar favorito em todo o mundo disse ela, suas palavras demasiadas altas no vazio. A luz do sol derramava-se pela porta do telhado quetinham arrombado, iluminando as vigas e a cúpula dourada, fazendo brilhar levemente o corrimão de latão polido e as cortinas vermelho-sangue do palco abaixo. Arobynnpossui um camarote privado, então eu vinha sempre que podia. Nas noites em que eunão estava vestida elegantemente ou que não queria ser vista, nas noites em que eu tinha um trabalho e apenas uma hora livre, eu vinha aqui através daquela porta e ouvia.Rowan terminou seu biscoito e olhou para o espaço escuro abaixo. Ele estivera tão quieto durante os últimos trinta minutos como se tivesse sido puxado para um lugar onde ela não poderia alcançá-lo.Ela quase suspirou de alívio quando falou:

Nunca vi uma orquestra ou um teatro como este, construído para refletir o som e oluxo. Mesmo em Doranelle, os teatros e anfiteatros são antigos, com bancos ou apen

as degraus. Não há um local como este em nenhum outro lugar. Mesmo em Terrasen. Então você terá que construir um. Com que dinheiro? Você acha que as pessoas ficarão felizes em morrer de fome enquant

o eu construo um teatro para meu próprio prazer? Talvez não imediatamente, mas se você acreditar que pode beneficiar a cidade, o país,

então faça isso. Artistas são essenciais.Florine havia dito algo parecido. Aelin suspirou.

Este lugar foi desativado faz meses, e ainda assim posso jurar que ainda ouço a música flutuando no ar.Rowan inclinou a cabeça, estudando o escuro com esses sentidos imortais.

Talvez a música ainda viva, de alguma forma.O pensamento fez seus olhos arderem.

Eu queria que você pudesse ouvir Pytor conduzir a Suíte Tenebrosa. Às vezes, sinto como se ainda estivesse sentada naquele camarote, aos treze anos e chorando na pura glória dele.

Você chorou? ela quase podia ver as lembranças de seu treinamento reluzindo em seusolhos: todas as vezes que a música a acalmara ou desencadeara sua magia. Era uma parte de sua alma tanto quanto ele era.

O movimento final cada maldita nota. Eu gostaria de voltar à fortaleza, tenho a música em minha mente faz dias, até mesmo enquanto treinava, ou matava, ou dormia. Era uma espécie de loucura, amar essa música. Foi por isso que comecei a tocar o piano, para poder voltar para casa à noite e fazer a minha pobre tentativa de replicá-la.Ela nunca contara isso a ninguém nunca levara ninguém ali, na verdade.

Há um piano aqui? Rowan perguntou.

Não treino faz meses. E esta é uma ideia horrível por cerca de uma dúzia de razões difertes disse ela, pela décima vez quando terminou de afastar as cortinas do palco.Ela estivera ali antes, quando o patrocínio de Arobynn lhe rendera convites para uma festa realizada no palco, para a pura emoção de andar em um espaço sagrado. Mas agora, em meio à escuridão do teatro morto iluminado pela única vela que Rowan tinha encontrado, ela se sentia como num túmulo.As cadeiras da orquestra ainda estavam dispostas como provavelmente ficaram na noite em que os músicos saíram para protestar contra os massacres em Endovier e Calaculla. Eles ainda estavam todos desaparecidos e considerando-se a série de desgraçasque o rei agora amontoava sobre o mundo, a morte teria sido a opção mais gentil.Apertando a mandíbula, Aelin segurou a familiar e ondulante raiva.Rowan estava de pé ao lado do piano perto da frente do palco, passando a mão sobre a superfície lisa como se fosse um cavalo premiado.

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Ela hesitou diante do magnífico instrumento. Parece um sacrilégio tocar tal instrumento ela comentou, as palavras ecoando alto

no espaço. Desde quando você é do tipo religiosa, de qualquer maneira? Rowan deu um sorriso tor

to. Aonde eu deveria ir para ouvi-la melhor? Você pode ficar com castigo da primeira fileira. Autoconsciente hoje, também? E se Lorcan estiver bisbilhotando ela murmurou prefiro que ele não relate na volta para Maeve que sou péssima em tocar ela apontou para um lugar no palco. Não. Fique

ali, e parar de falar, seu bastardo insuportável.Ele riu, e se moveu para o local que ela havia indicado.Ela engoliu em seco quando deslizou para o banco liso e ergueu a tampa, revelando as teclas brancas e pretas brilhando abaixo. Ela posicionou seus pés sobre os pedais, mas não fez nenhum movimento para tocar o as teclas.

Eu não toquei desde antes Nehemia morreu admitiu ela, as palavras pesadas. Podemos voltar outro dia, se você quiser a oferta constante e suave. Seu cabelo pr

ateado brilhava à luz das velas. Pode não haver outro dia. E... e eu consideraria minha vida muito triste se nunca

tocasse novamente.

Ele balançou a cabeça e cruzou os braços. Uma condição de silêncio.Ela enfrentou as teclas e lentamente colocou as mãos sobre o marfim. Era liso, frio e a esperava uma grande besta cujo som e alegria estavam prestes a ser despertados.

Eu preciso me aquecer ela deixou escapar, e mergulhou sem outra palavra, tocando tão suavemente quanto podia.Uma vez que começara a ver as notas em sua mente de novo, quando a memória muscularlevou seus dedos para aqueles acordes familiares, ela começou.Não era a adorável peça triste que ela tocara uma vez para Dorian, e não era as melodias dançantes que tocava por esporte; não foram as composições complexas e inteligentes que tocara para Nehemia e Chaol. Esta peça era uma celebração a reafirmação da vida, da gló da dor e da beleza em respirar.Talvez fosse por isso que ela fora ouvir a apresentação todos os anos, depois de tanta morte e tortura e castigo: como um lembrete do que ela era, do que lutava para manter.Aumentando cada vez mais, construindo cada passagem, o som rompendo do piano como o coração a canção de um deus, até Rowan foi atraído até parar ao lado do instrumento,

ela sussurrou-lhe Agora , e o crescendo quebrou no mundo, nota após nota após nota.A música desceu em torno deles, rugindo através do vazio do teatro. O silêncio vazio que estivera dentro dela por tantos meses agora transbordava ao som.Ela trouxe a peça para seu explosivo e triunfante acorde final.Quando olhou para cima, um pouco ofegante, os olhos de Rowan estavam como com aprata, sua garganta rouca.De alguma forma, depois de todo esse tempo, seu príncipe guerreiro ainda conseguiu surpreendê-la.Ele parecia lutar com as palavras, mas ele finalmente sussurrou:

Mostre-me... mostre-me como você fez isso.Então ela o atendeu.

Eles passaram a maior parte de uma hora sentados juntos no banco, Aelin ensinando as noções básicas, explicando os sustenidos e bemóis, os pedais, as notas e acordes do piano. Quando Rowan ouviu alguém finalmente chegando para investigar a música, eles escaparam. Ela parou no Banco Real, advertindo Rowan a esperar nas sombras em frente, e sentou-se novamente no escritório do gerente quando um de seus subordinados apressou para dentro e para fora em seu negócio. Ela finalmente deixou o lugarcom outro saco de ouro vital, já que havia mais uma boca para alimentar e um corpo para vestir e encontrou Rowan exatamente onde o deixara, irritado porque ela se recusara a deixá-lo acompanhá-la. Mas ele levantou muitas perguntas.

Então está usando seu próprio dinheiro para nos sustentar? Rowan perguntou quando eles

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escorregaram por uma rua lateral.Algumas jovens mulheres vestidas lindamente passavam na avenida ensolarada além do beco e ficaram boquiabertos com o homem de capuz poderosamente construído que passava por elas e, em seguida, todas se voltaram para admirar a vista por trás. Aelin mostrou os dentes para elas.

Por agora ela respondeu. E o que fará quanto o dinheiro mais tarde?

Ela olhou de soslaio para ele. Isso será resolvido. Por quem? Por mim. Explique. Você descobrirá em breve ela lhe deu um pequeno sorriso que sabia que o deixaria lou

co.Rowan fez um movimento para agarrá-la pelo ombro, mas ela se esquivou de seu toque.

Ah, ah. Melhor não se mover muito rapidamente, ou alguém pode notar ele rosnou, o som definitivamente não humano, e ela riu. Irritação era melhor do que culpa e tristeza. Basta ter paciência e não deixar suas penas eriçadas.

Capítulo 35Deuses, ele odiava o cheiro do sangue deles.Mas dane-se se não era uma coisa gloriosa estar coberto dele enquanto duas dúzias de valgs jaziam mortos à sua volta, e boas pessoas estavam finalmente seguras.Encharcado em sangue valg da cabeça aos pés, Chaol Westfall procurou algum tecido limpo para limpar sua lâmina preta, mas não havia. Do outro lado da clareira escondida, Nesryn fazia o mesmo.Ele matou quatro; ela derrubara sete. Chaol sabia apenas porque estava olhando para ela o tempo todo; ela emparelhara com outra pessoa durante a emboscada. Elepediu desculpas pela briga na outra noite, mas ela apenas acenara e continuou fazendo par com outro rebelde. Mas agora... ela desistira de tentar limpar sua lâmina e olhou na direção dele.Seus olhos escuros eram brilhantes, e até mesmo com o rosto salpicado de sangue negro, seu sorriso aliviado, um pouco selvagem com a emoção da luta, a vitória era... Bonito.A palavra soou através dele. Chaol franziu a testa, e a expressão foi imediatamenteapagada de seu rosto. Sua mente era sempre uma confusão depois de uma luta, como se tivesse girado ao redor e torcido a cabeça para baixo, e em seguida, tomado umadose forte de licor. Mas ele caminhou na direção dela. Eles haviam feito isso, juntos, tinham salvado essas pessoas. Mais numa vez do que jamais resgataram antes, e sem perda de vida para os valg.Sangue coagulado estava salpicado no chão gramíneo, os únicos restos dos corpos valg decapitados que já tinham sido arrastados e jogados atrás de uma pedra. Quando eles saíram, pagariam ao antigo proprietário um agrado para queimá-los.Três de seu grupo tinham sido designados para libertar os prisioneiros amontoados, agora sentados na grama. Os malditos valg haviam enfiado muitos deles nos doisvagões que Chaol quase vomitara com o cheiro.Cada vagão era pequeno, e tinha somente uma janela alta com grades no topo, e um homem desmaiara lá dentro. Mas todos estavam a salvo agora.Ele não pararia até que os outros ainda escondidos na cidade estivessem fora do caminho do mal também.Uma mulher se aproximou com as mãos imundas, as unhas e os dedos inchados rachados como se ela tivesse tentado se agarrar em cada reentrância que fora possível.

Obrigada ela sussurrou, com a voz rouca. Provavelmente de tanto gritar sem receber resposta.A garganta de Chaol apertou quando deu às mãos da mulher um aperto suave, consciente de seus dedos quase quebrados, e deu um passo para onde Nesryn agora limpava alâmina na grama.

Você lutou bem ele disse a ela.

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Eu sei que sim Nesryn olhou por cima do ombro para ele. Precisamos levá-los ao rio. Os barcos não vão esperar para sempre.Bem ele não esperava calor ou camaradagem depois de uma batalha, apesar...

Talvez quando voltarmos à Forte da Fenda, possamos beber alguma coisa ele precisava de uma bebida. Seriamente.Nesryn levantou-se, e ele lutou contra o impulso de limpar uma mancha de sanguenegro de sua bochecha bronzeada. O cabelo preso para trás havia se soltado, e a brisa morna da floresta fez os fios flutuarem na frente de seu rosto. Pensei que nós fôssemos amigos.

Nós somos amigos ele respondeu com cuidado. Amigos não gastam tempo um com o outro somente quando estão sentindo pena de si mesm

os. Ou enchem as cabeças um do outro com perguntas difíceis. Eu lhe disse que sentia muito pela outra noite.

Ela embainhou a lâmina. Tudo bem distrairmos um ao outro por qualquer motivo, Chaol, mas, pelo menos, so

u honesta quanto a isso.Ele abriu a boca para protestar, mas talvez ela estivesse certa.

Eu gosto da sua companhia ele respondeu. Eu queria beber para celebrar... não para aquilo. E eu gostaria de ir com você.

Ela apertou os lábios. Essa foi à tentativa mais meia-boca de bajulação que já ouvi. Mas bem, eu vou acompanhá- a pior parte foi que ela nem sequer soava maluca, ela realmente quis dizer aquilo. Ele podia ir beber com ou sem ela, e ela não se importaria particularmente. Aideia não agradou.A conversa pessoal decididamente acabada, Nesryn inspecionou as pessoas, os vagões, e a carnificina.

Por que agora? O rei teve dez anos para fazer isso. Por que a pressa repentina de levar todas essas pessoas para Morath... O que está em andamento?Alguns dos rebeldes se puseram a caminho. Chaol estudou as consequências sangrentas como se fosse um mapa.

O retorno de Aelin Galathynius pode ter começado isso Chaol falou, consciente de quem ouvia.

Não Nesryn devolveu simplesmente. Aelin anunciou-se apenas dois meses. Algo dessetamanho... isso parece trabalho de um longo tempo.Sem um dos líderes com quem Chaol regularmente se encontrava, refletiu:

Devemos considerar deixar a cidade, nos deslocar para outros lugares onde a posiçãodeles não seja tão segura. Talvez tentar estabelecer uma fronteira de alguma forma.Se Aelin Galathynius persistir perto de Forte da Fenda, devemos nos encontrar com ela, talvez ir para Terrasen, sair de Adarlan, e manter as fileiras.

Não podemos abandonar Forte da Fenda Chaol respondeu, olhando para os prisioneiros sendo ajudados a levantar.

Pode ser suicídio ficar Sen desafiou.Alguns dos outros assentiram em seu acordo.Chaol abriu a boca, mas Nesryn falou antes.

Nós precisamos nos dirigir para o rio. Rápido.Ele lançou-lhe um olhar agradecido, mas ela já estava em movimento.

Aelin esperou até que todos estivessem dormindo e a lua cheia tivesses se erguidoantes de sair da cama, com cuidado para não empurrar Rowan.Ela escorregou para dentro do closet e se vestiu rapidamente, a bainhas com as armas que ela casualmente deixara lá naquela tarde. Nenhum dos homens comentara quando ela tirou Damaris da mesa de jantar, alegando que queria para limpá-la.Ela prendeu a lâmina antiga nas costas junto com Goldryn, os dois punhos espreitando por sobre cada ombro, enquanto ficava na frente do espelho do closet e apressadamente trançava o cabelo para trás. Era curto o suficiente, agora que a trança havia se tornado um incômodo, e algumas mechas caíram para frente, mas pelo menos ele não estava em seu rosto.Ela saiu pé ante pé do closet, uma capa de reposição na mão, passando pela cama onde o tor

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so tatuado de Rowan brilhava à luz da lua cheia entrando pela janela. Ele não se mexeu enquanto ela sorrateiramente saía do quarto e do apartamento, não mais do que uma sombra.

Capítulo 36Não demorou muito para Aelin montar sua armadilha. Ela podia sentir os olhos monitorando-a quando encontrou a patrulha liderada por um dos comandantes valg mais sádicos.Graças a Chaol e os relatórios de Nesryn, ela sabia de seus novos esconderijos. O que Chaol e Nesryn não sabiam era que ela tinha passado noites esgueirando-se para seguir os comandantes nos esgoto, nas entradas usadas quando iam falar com um dos soldados de Wyrd.Eles pareciam preferir os canais mais antigos a nadar através da imundície dos túneisprincipais mais recentes. Ela se aproximava tanto quanto ousava, o que geralmente não era perto o suficiente para ouvir qualquer coisa.Esta noite, deslizou para os esgotos atrás do comandante, seus passos quase silenciosos sobre as pedras escorregadias, tentando sufocar a náusea no fedor. Ela esperou até que Chaol, Nesryn e seus principais tenentes estivessem fora da cidade, per

seguindo os vagões de prisão, mesmo que apenas para ninguém entrar em seu caminho novamente. Ela não podia arriscar.Enquanto caminhava, mantendo-se longe o suficiente do comandante valg para que ele não pudesse ouvir, ela começou a falar em voz baixa.

Eu tenho a chave ela falou, um suspiro de alívio que passando sobre os lábios.Mudando a voz como Lysandra lhe mostrara, ela respondeu em um tenor masculino:

Trouxe-a com você? Claro que sim. Agora me mostre onde você queria escondê-la. Paciência disse ela, tentando não sorrir demais quando dobrou a esquina, fazendo lev

es sons. É logo aqui.Enquanto se aproximava, oferecendo sussurros de conversa, se aproximou da encruzilhada onde os comandantes valg gostavam de se reunir com seus cães de caça de Wyrde calou-se. Lá, ela vestiu o manto extra que tinha trazido e depois voltou, subindo uma escada que conduzia até a rua.Aelin prendeu a respiração enquanto ela empurrava a grade, que felizmente cedeu.Ela se ergueu para a rua, as mãos instáveis. Por um momento, contemplou deitada sobre os imundos paralelepípedos molhados, saboreando o ar livre ao seu redor. Mas ele estava perto demais. Então silenciosamente selou a grade novamente.Levou apenas um minuto antes de as botas quase silenciosas rasparem na pedra abaixo, e uma figura passar pela escada, indo para onde ela deixara capa, rastreando-a como fizera a noite toda.Como ela o deixara fazer a noite toda.E quando Lorcan virou para o local onde os comandantes valg e cães de caça de Wyrd se encontravam para recuperar os seus relatórios, quando o choque de armas e o rugido de morte encheu seus ouvidos, Aelin simplesmente passeou pela rua, assobiando para si mesma.

Aelin caminhava por um beco a três quarteirões do armazém quando uma força semelhante auma parede de pedra acertou a lateral de seu rosto contra um edifício de tijolos.

Sua vadiazinha Lorcan rosnou em seu ouvido.Ambos os braços estavam de alguma forma já presos atrás das costas, as pernas apertando as dela o suficiente de modo que não podia movê-las.

Olá, Lorcan disse ela docemente, virando o rosto latejante tanto quanto podia.Pelo canto do olho, ela podia distinguir traços cruéis sob o capuz escuro, juntamente com os olhos ônix e cabelos na altura dos ombros que o completavam, e maldição. Caninos alongados brilhavam muito perto de sua garganta.Uma mão agarrou seus braços como um torno de aço; Lorcan usou a outra para empurrar sua cabeça com tanta força contra o tijolo úmido que sua bochecha arranhou.

Você acha isso engraçado?

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Valeu a pena uma tentativa, não foi?Ele cheirava a sangue aquele horrível sangue valg de outro mundo. Ele empurrou o rosto um pouco mais forte contra a parede, seu corpo uma força contra ela.

Eu vou te matar. Ah, quanto a isso disse ela, e moveu o pulso apenas o suficiente para ele sentir

a lâmina que ela libertara momentos antes de pressentir seu ataque, o aço agora descansando contra sua virilha. Imortalidade parece ser um longo, longo tempo parase viver sem a sua parte do corpo favorita. Eu vou rasgar sua garganta antes que você possa se mover.Ela pressionou a lâmina com mais força contra ele.

Um grande risco a tomar, não é?Por um momento, Lorcan permaneceu imóvel, ainda empurrando-a contra a parede com a força de cinco séculos de formação letal. Em seguida, o ar frio mordiscou seu pescoço, suas costas. No momento em que ela girou, Lorcan estava a vários passos de distância.Na escuridão, ela mal conseguia distinguir as características talhadas em granito, mas lembrava-se bastante daquele dia em Doranelle para adivinhar que, sob o capuz, o rosto implacável estava lívido.

Honestamente ela falou, inclinando-se contra a parede. Estou um pouco surpresa que tenha caído nessa. Você deve pensar que sou realmente estúpida.

Onde está Rowan? ele zombou. Suas roupas escuras bem aderentes, blindadas com metal preto nos antebraços e ombros, pareciam engolir a luz fraca. Ainda aquecendo sua cama?Ela não queria saber como Lorcan sabia disso.

Não é que todos vocês, homens bonitos, são bons nisso? ela o olhou de cima a baixo, maando as muitas armas visíveis e ocultas. Musculoso, tão musculoso quanto Rowan e Aedion. E totalmente indiferente a ela. Você matou todos eles? Havia apenas três pelasminhas contas.

Havia seis deles, e um daqueles demônios de pedra, sua vadia, e você sabia disso.Então ele encontrara uma maneira de matar um dos cães de caça de Wyrd. Interessante ebom.

Sabe, estou realmente um pouco cansada de ser chamada assim. Você pensaria que cinco séculos lhe dariam tempo suficiente para chegar a algo mais criativo.

Chegue um pouco mais perto e eu vou lhe mostrar o que cinco séculos podem fazer. Por que eu não lhe mostro o que acontece quando você chicoteia os meus amigos, seu canalha mole?Violência dançou em suas características brutais.

Uma boca grande para alguém sem seus truques de fogo. Uma boca grande para alguém que precisa prestar atenção aos seus arredores.

A adaga de Rowan estava na garganta de Lorcan antes que ele pudesse sequer piscar.Ela estava se perguntando quanto tempo ele levaria para encontrá-la. Provavelmente despertara no momento em que ela empurrou as cobertas para o lado.

Comece a falar Rowan ordenou a Lorcan.Lorcan agarrou sua espada poderosa, uma bonita arma que ela não tinha dúvidas de que ceifara muitas vidas em campos da morte em terras distantes.

Você não quer entrar nesta luta agora. Dê-me uma boa razão para não derramar o seu sangue disse Rowan. Se eu morrer, Maeve oferecerá ajuda ao rei de Adarlan contra vocês. Besteira cuspiu Aelin. Mantenha os amigos próximos, os inimigos mais próximos ainda, certo? Lorcan lembrou.

Lentamente, Rowan soltou e se afastou. Os três monitoravam todos os movimentos dos outros, até que Rowan estava ao lado de Aelin, os dentes à mostra para Lorcan. A agressão transbordando do príncipe feérico foi o suficiente para deixá-la nervosa.

Você cometeu um erro fatal Lorcan disse a ela no momento em que mostrou à minha rainha a sua visão com a chave. Ele lançou seus olhos negros para Rowan. E você. Seu toloestúpido. Aliando-se prendendo-se a uma rainha mortal. O que vai fazer, Rowan, quando ela envelhece e morrer? O que dirá quando ela parecer velha o suficiente paraser sua mãe? Ainda compartilhará sua cama, ainda... Isso é o suficiente Rowan falou suavemente.Ela não deixaria que uma centelha de suas emoções atravessasse seu show, não ousava sequ

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er pensar nelas por medo de que Lorcan pudesse sentir seu cheiro.Lorcan apenas riu.

Você acha que pode derrotar Maeve? Ela permitiu que saíssem de Doranelle, os dois.Aelin bocejou.

Honestamente, Rowan, não sei como você o aguentou durante tantos séculos. Cinco minutos e estou entediada às lágrimas.

Tome cuidado, menina disse Lorcan. Talvez não amanhã, talvez não em uma semana, masdia você vai tropeçar. E eu estarei esperando. Realmente, vocês machos feéricos e seus discursos dramáticos ela se virou para ir embo

ra, um movimento que podia fazer só por causa do príncipe de pé entre eles. Mas olhoupor cima do ombro, soltando toda a pretensão de diversão, de tédio. Deixou que a ascensão da calma a mantivesse perto o suficiente da superfície, mas sabia que não havia nada de humano em seus olhos quando se dirigiu a Lorcan: Eu nunca vou esquecer, nem por um momento, o que você fez com ele aquele dia em Doranelle. Sua existência miserável está na parte inferior da minha lista de prioridades, mas um dia, Lorcan elasorriu um pouco. Um dia, cobrarei a dívida também. Considere esta noite um aviso.

Aelin tinha apenas destrancado a porta do armazém, quando a voz profunda de Rowanronronou por trás. Noite movimentada, princesa?

Ela puxou a porta para abri-la, e os dois entraram no armazém de quase preto, iluminado apenas por uma lanterna perto da escada. Ela tomou seu tempo trancando a porta de correr atrás dela.

Movimentada, mas agradável. Você terá que tentar muito mais para esgueirar-se por mim disse Rowan, as palavras a

tadas a um grunhido. Você e Aedion são insuportáveis graças aos deuses Lorcan não tinha visto Aedion, não d

ira sua herança. Eu estava perfeitamente segura.Mentira. Ela não tinha certeza se Lorcan sequer apareceria ou se ele sequer cairia na pequena armadilha.Rowan pôs a mão suavemente em sua bochecha, a dor ondulando. Você tem sorte que esse arranhão foi tudo o que ele fez. Da próxima vez que sair de fininho para comprar briga com Lorcan, vai me contar de antemão.

Não farei tal coisa. É só da minha maldita conta, e... Não é apenas da sua conta, não mais. Você vai me levar junto na próxima vez. Da próxima vez que eu sair ela fervia se eu pegá-lo me seguindo como uma babá superp

tetora, eu vou... Você o quê? Ele deu um passo perto o suficiente para compartilhar sua respiração, suas

esas reluzindo. À luz da lanterna, ela podia ver claramente seus olhos, e ele podia ver os dela enquanto respondia em silêncio. Eu não sei o que vou fazer, seu bastardo, mas tornarei sua vida um inferno por isso.Ele rosnou, e o som acariciou sua pele enquanto lia as palavras não ditas em seusolhos. Pare de ser teimosa. Esta é alguma tentativa de se agarrar à sua independência?E se for? Ela atirou de volta. Apenas... deixe-me fazer essas coisas por conta própria.

Não posso prometer isso disse ele, a luz fraca acariciando sua pele bronzeada, a elegante tatuagem.Ela lhe deu um soco em seu bíceps machucando a si mesma mais do que a ele.

Só porque você é mais velho e mais forte, não significa que tem direito de mandar em mim.

É exatamente por causa dessas coisas que posso fazer o que eu quiser.Ela soltou um som agudo e ia beliscar sua lateral, mas ele agarrou sua mão, apertando com força, e puxou-a um passo mais perto dele. Ela inclinou a cabeça para trás para olhá-lo.Por um momento, sozinhos naquele armazém vazio, apenas as caixas lhes fazendo companhia, ela se permitiu olhar para o rosto dele, aqueles olhos verdes, a mandíbulaforte.Imortal. Inflexível. Sangue com poder.

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Brutamontes. Fedelha.

Ela soltou uma risada ofegante. Você realmente atraiu Lorcan para um esgoto com uma daquelas criaturas? Foi uma armadilha tão simples que estou realmente desapontada que ele tenha caído ne

la.Rowan riu.

Você nunca para de me surpreender. Ele te feriu. Nunca perdoarei isso. Muitas pessoas me feriram. Se for atrás de cada uma, terá uma vida agitada pela fren

te.Ela não sorriu.

Quanto ao que ele disse... sobre eu envelhecer... Não. Apenas não comece com isso. Vá dormir. E você?

Ele estudou a porta do armazém. Eu não a colocaria em risco, com Lorcan ameaçando devolver o favor que você negociou e

sta noite. Ele esquece e perdoa com ainda menos facilidade do que você. Especialmente quando alguém ameaça cortar sua masculinidade.

Pelo menos eu disse que seria um grande erro ela falou com um sorriso diabólico. Cogitei dizer pequeno .Rowan riu, seus olhos dançando.

Então você estaria definitivamente morta.

Capítulo 37Havia homens gritando nas masmorras.Ele sabia porque o demônio o forçara a passear por lá, passando por cada cela e jaula.Ele pensou que pudesse reconhecer alguns dos prisioneiros, mas não conseguia se lembrar de seus nomes; nunca conseguia se lembrar deles quando o homem no trono ordenava que o demônio assistisse seus interrogatórios. O demônio estava feliz em obedecer. Dia após dia, após dia.O rei nunca lhes fazia quaisquer perguntas. Alguns dos homens gritavam, e alguns permaneciam em silêncio. Desafiadores, até. Ontem, um deles jovem, bonito, familiar o havia reconhecido e implorara. Ele implorou por misericórdia, insistiu que não sabia de nada, e chorou.Mas não havia nada que ele pudesse fazer, mesmo enquanto os observava sofrer, assim como as câmaras cheias de fedor de carne e o cheiro penetrante e acobreado de sangue. O demônio o saboreava, cada vez mais forte a cada dia que ia até lá e respiravaem sua dor.Ele acrescentou seu sofrimento às memórias que o acompanhavam e deixou o demônio levá-lo de volta para aquelas masmorras de agonia e desespero no dia seguinte, e no próximo.

Capítulo 38Aelin não se atreveu a voltar para os esgotos não até ter certeza de que Lorcan estava fora da área e os valg não estavam à espreita.Na noite seguinte, eles se juntaram para jantar a comida que Aedion preparara, e estavam sentados em torno da cozinha quando a porta se abriu e Lysandra assobiou com um Olá antes que todos soltassem as armas que tinham agarrado.

Como você faz isso? Aedion exigiu quando ela desfilou para a cozinha. O que é uma infeliz procurando uma refeição foi tudo o que Lysandra falou, espiando po

r cima do ombro de Aedion para a propagação de pão, legumes em conserva, ovos frios, frutas, carne seca e sobras de torta e café da manhã. Não é possível que nenhum de vocêsnhe?Aelin, que roubava uvas do prato de Rowan, bufou.

Café da manhã, ao que parece, é a única refeição que qualquer um de nós acha decente. Ea apontou um polegar na direção de Rowan só sabe assar carne espetada em uma vara sobre uma fogueira.

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Lysandra cutucou Aelin no banco e segurou a bainha do vestido azul como seda líquida enquanto pegava um pouco de pão.

Patético... Completamente patético para líderes conceituados e poderosos.Aedion apoiou os braços sobre a mesa.

Sinta-se em casa para cozinhar.Lysandra beijou o ar entre eles.

Olá, general. É bom ver que está bem.Aelin teria se contentado em sentar e assistir até que Lysandra direcionou aqueles olhos verdes oblíquos para Rowan.

Não acho que tenhamos sido apresentados no outro dia. Sua rainha tinha algo bastante urgente para me dizer.Um olhar de um gato manhoso na direção de Aelin.Rowan, sentado do lado direito da Aedion, inclinou a cabeça para o lado.

Você precisa de uma apresentação?O sorriso de Lysandra cresceu.

Eu gosto das suas presas ela falou docemente.Aelin engasgou com a uva. É claro que Lysandra gostava.Rowan deu um pequeno sorriso que normalmente feito Aelin correr.

Está estudando-os para que possa reproduzi-los quando tomar minha forma, metamorfa

?O garfo de Aelin congelou no ar. Besteira disse Aedion.

Toda a diversão desaparecera da face da cortesã. Metamorfa.Deuses santos. O que era magia de fogo, ou vento e gelo, em comparação com mudança deforma? Metamorfos: espiões e ladrões e assassinos capazes de exigir qualquer preço por seus serviços; a amargura de tribunais em todo o mundo, tão temidos que foram caçados quase à extinção, mesmo antes de Adarlan proibir a magia.Lysandra arrancou uma uva, examinou-a e, em seguida ergueu os olhos para Rowan.

Talvez eu só esteja estudando para que você saiba onde vou afundar as minhas presasjá que pretende me atacar pelas costas.Rowan riu.Isso explicava muito. você e eu somos nada além de feras vestindo peles humanas.Lysandra voltou sua atenção para Aelin. Ninguém sabe disso. Nem mesmo Arobynn seu rosto estava duro. Um desafio e uma pergunta estavam naqueles olhos.Segredos Nehemia mantivera segredos dela, também. Aelin não disse nada.A boca de Lysandra apertou quando ela se virou para Rowan.

Como você sabe?Um encolher de ombros, quando Aelin sentiu sua atenção sobre ela e sabia que ele podia ler as emoções incomodando-a.

Eu conheci alguns metamorfos séculos atrás. Seus cheiros são os mesmos.Lysandra se cheirou, mas Aedion murmurou:

Então, é isso o que você é.Lysandra olhou para Aelin novamente.

Diga alguma coisa.Aelin levantou uma mão.

Apenas me dê um momento um momento para comparar uma amiga à outra, a que amara e que mentiu para ela em cada possibilidade, e a amiga que ela tinha odiado e que guardara segredos de si mesma, até que o amor e o ódio se encontraram no meio, fundidos pela perda.Aedion perguntou:

Quantos anos você tinha quando descobriu? Jovem, cinco ou seis. Eu sabia que, mesmo jovem, devia esconder isso de todos. Não

era minha mãe, o meu pai deve ter tido o dom. Ela nunca o mencionou. Ou pareceu sentir falta dele.Dom escolha interessante de palavras.

O que aconteceu com ela? Rowan perguntou.Lysandra deu de ombros. Eu não sei. Eu tinha sete anos quando ela me bateu, então me jogou para fora da casa. Porque nós vivíamos aqui, nesta cidade, e naquela manhã, pela primeira vez, cometi o

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erro de mudar em sua presença. Eu não me lembro do motivo, mas lembro de estar assustada o suficiente e ter me transformado em um gato malhado assobiando na frente dela.

Merda disse Aedion. Então você é uma metamorfa completa e poderosa disse Rowan. Eu sabia o que eu era por um longo tempo. Mesmo antes daquele momento, sabia que

eu podia mudar para qualquer criatura. Mas a magia foi proibida aqui. E todos,em todos os reinos, desconfiavam dos metamorfos. Como eles poderiam saber? uma risada baixa. Depois que ela me chutou para fora, fui deixada nas ruas. Éramos pobres o suficiente para que não fosse tão duramente diferente, mas ela ameaçou me entregar às autoridades, então eu corri, e nunca mais a vi. Até voltei nos meses posteriorespara casa, mas ela havia se mudado.

Ela soa como uma pessoa maravilhosa Aedion comentou.Lysandra não esteve mentido para ela. Nehemia mentira a título definitivo, escondendo coisas que eram vitais. O que Lysandra fizera... elas fizeram o mesmo: afinal, ela não tinha contado a Lysandra que era rainha

Como você sobreviveu? Aelin perguntou por fim, seus ombros relaxando. Alguém com sete anos de idade, nas ruas de Forte da Fenda, não costuma ter um final feliz.Algo cintilou nos olhos de Lysandra, e Aelin se perguntou se ela estava esperand

o o golpe descer, à espera do fim para sair. Eu usei minhas habilidades. Às vezes eu era humana, às vezes usava peles de outras crianças de rua com alto nível em suas feições. Às vezes me transformava num gato de rua, ou num rato, ou numa gaivota E então aprendi que se eu me fizesse mais bonita se fosse bela, quando implorasse por dinheiro, ele vinha muito mais rápido. Eu estava usando um daqueles belos rostos quando a magia caiu. E fiquei presa nele desde então.

Então, esse rosto Aelin falou não é o seu verdadeiro? Seu corpo real? Não. E o que me mata é que não consigo lembrar de como meu rosto verdadeiro era. Esse é

o perigo de mudar de forma. Você acaba esquecendo sua forma real porque é a memória que orienta a mudança. Eu me lembro de estar plana como uma ratazana, mas não lembro se meus olhos eram azuis, cinza ou verde... não consigo me lembrar da forma do meunariz ou queixo. E era o corpo de uma criança, também... Eu não sei o que... Como eu ficaria assim agora, como uma mulher. E esta foi a forma como Arobynn e encontrou poucos anos mais tarde Aelin continuou.Lysandra assentiu com a cabeça e pegou em uma parte invisível de algodão em seu vestido.

Se a magia for libertada novamente, você seria cautelosa com uma metamorfa?Então aí estava, cuidadosamente redigida, tão casualmente perguntada, como se não fossea questão mais importante de todas.Aelin deu de ombros e ofereceu-lhe a verdade.

Eu teria ciúmes de um metamorfo. Trocar para qualquer forma que eu quiser seria um pouco mais acessível ela considerou. Um metamorfo seria um poderoso aliado. E umamigo ainda mais divertido.

Não fará uma diferença em um campo de batalha, uma vez que a magia for liberada Aedion ponderou.Rowan apenas perguntou:

Será que você tem uma forma favorita?O sorriso de Lysandra foi curto, nada de malévolo.

Eu gosto de coisas com garras e presas muito, muito grandes.Aelin engoliu a risada.

Existe uma razão por trás dessa visita, Lysandra, ou você está aqui apenas para fazer meus amigos se contorcerem?Toda diversão desapareceu quando Lysandra levantou um saco de veludo cujos contornos pareciam pertencer a uma grande caixa.

O que você pediu.A caixa bateu quando ela colocou o saco sobre a mesa de madeira desgastada.Aelin deslizou o saco em direção a ela, mesmo que os homens tenham erguido as sobrancelhas e sutilmente cheirado o que estava dentro da caixa.

Obrigada.

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O convite chegou por meninos de rua às dez horas da manhã seguinte.Aelin olhou para o envelope de cor creme sobre a mesa em frente à lareira, o lacre de cera vermelho marcado com punhais cruzados. Aedion e Rowan, olhando por cima de seus ombros, estudaram a caixa viera com ele. Os machos cheiraram e franziram a testa.

Tem cheiro de amêndoas disse Aedion.Ela tirou o cartão. Um convite formal para o jantar no dia seguinte, às oito para ela e dois convidados e uma requisição pela dívida para com ele.Sua paciência estava no fim. Mas era a forma típica de Arobynn, despejar o demônio emsua porta não seria suficiente. Não ela teria que entregá-lo em seus termos.O jantar seria tarde o suficiente para dar-lhe tempo para conseguir o prato principal.Havia uma nota no final do convite, em um rabisco elegante e eficiente. Um presente que espero que use amanhã à noite.Ela atirou o cartão em cima da mesa e acenou com a mão para Aedion ou Rowan abrirema caixa enquanto ela ia até a janela e olhava para fora em direção ao castelo. Estavatremendamente brilhante no sol da manhã, reluzindo como se tivesse sido trabalhado a partir de pérola, ouro e prata.

O deslizar da fita, o baque da abertura da tampa da caixa, e... Que diabos é isso?Ela olhou por cima do ombro. Aedion segurava uma grande garrafa de vidro em suas mãos, cheio de um líquido âmbar.Ela respondeu sem rodeios:

Óleo perfumado para a pele. Por que ele quer que você use? Aedion perguntou muito calmamente.

Ela olhou pela janela novamente. Rowan espreitou e empoleirou-se na poltrona atrás de si, uma força constante em suas costas.

É apenas mais um movimento no jogo que vamos participar.Ela teria que esfregar em sua pele. O perfume dele.Ela disse a si mesma que não esperava menos que isso, mas...

E você vai usá-lo? Aedion cuspiu. Amanhã, o nosso único objetivo é recuperar o amuleto de Orynth. Concordamos que usar o óleo o deixará mais seguro. Eu não entendo. O convite é uma ameaça Rowan respondeu por ela. Podia senti-lo a centímetros de distân

a, estava ciente de seus movimentos, tanto quanto ela própria. Dois acompanhantes ele sabe quantos de nós estão aqui, sabe quem você é.

E você? perguntou Aedion.O tecido da camisa sussurrou contra a pele de Rowan quando ele deu de ombros.

Ele provavelmente descobriu até agora que sou feérico.O pensamento de Rowan enfrentando Arobynn, e o que Arobynn podia tentar fazer...

E o demônio? Aedion exigiu. Ele espera que o levemos em toda a nossa elegância? Outro teste. E sim. Então, quando nós vamos capturar um comandante valg?

Aelin e Rowan se entreolharam. Você vai ficar aqui ela falou para Aedion. Com o inferno vou.

Ela apontou para as costelas dele. Se você não tivesse sido um cabeça quente chorando no meu pé e rasgado seus pontos lutan

do com Rowan, poderia ir. Mas ainda está se recuperando, e não vou arriscar expor os seus ferimentos à sujeira nos esgotos só para você se sentir melhor consigo mesmo.As narinas de Aedion queimaram quando ele freou seu temperamento.

Você está indo para enfrentar um demônio... Ela terá cuidado disse Rowan. Eu posso cuidar de mim mesma ela retrucou. Vou me vestir.

Ela agarrou seu traje de onde deixara para secar sobre uma poltrona diante das janelas abertas.Aedion suspirou atrás dela.

Por favor, apenas fique segura. E Lysandra é confiável?

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Nós descobriremos amanhã respondeu ela. Ela confiava em Lysandra, não a deixaria perto de Aedion de outra forma, mas Lysandra não saberia necessariamente se Arobynn a estava usando.Rowan levantou as sobrancelhas. Você está bem?Ela assentiu com a cabeça. Só quero passar por esses dois dias e acabar com isso.

Isso nunca vai parar de ser estranho murmurou Aedion. Lide com isso ela respondeu, levando o traje para o quarto. Vamos caçar, um demônio

bonitinho.

Capítulo 39 Morto, tão morto quanto pode estar disse Aelin, virando a metade superior dos rest

os mortais do cão de caça de Wyrd. Rowan, agachado sobre um dos pedaços de baixo, rosnou sua confirmação. Lorcan não segura os golpes, não é? ela comentou, estudando as fétncruzilhadas de esgoto sujo de sangue. Não havia praticamente qualquer coisa restando do comandante valg, ou dos cães de caça de Wyrd. Em questão de momentos, Lorcan massacrara todos eles como se fossem móveis. Deuses.

Lorcan provavelmente passou a luta inteira imaginando cada uma dessas criaturassendo você disse Rowan, levantando-segurando um braço. A pele parece como uma armadu

ra, mas por dentro é só carne.Ele cheirou, e rosnou em desgosto. Bom. E obrigado, Lorcan, por descobrir isso para nós.

Ela caminhou até Rowan, vendo o braço pesado dele, e acenou para o príncipe com os dedos rígidos da criatura.

Pare com isso ele assobiou.Ela contorceu os dedos do demônio um pouco mais.

Ele daria um bom caçador.Rowan franziu a testa.

Desmancha-prazeres disse ela, e atirou o braço para o torso do cão de caça de Wyrd. Ele caiu com um baque pesado e clique de pedra. Então, Lorcan pode derrubar um cão decaça de Wyrd Rowan bufou com o nome que ela inventara. E uma vez que está morto, ele permanece morto. Bom saber.Rowan olhava com cautela. Essa armadilha não era apenas para enviar uma mensagem a Lorcan, era?

Essas coisas são fantoches do rei ela respondeu por isso agora Sua Grande Majestade Imperial tem agora uma visão do rosto e do cheiro de Lorcan, e suspeito que elenão vá ficar muito contente de ter um guerreiro feérico em sua cidade. Agora aposto que Lorcan está sendo perseguido por outros sete cães de caça de Wyrd, que sem dúvida têm contas a acertar em nome de seu rei e seu irmão caído.Rowan sacudiu a cabeça.

Eu não sei se devia estrangulá-la ou dar palmadinhas em suas costas. Penso que haja uma longa fila de pessoas que se sentem da mesma maneira ela exam

inou a macabra cena que se transformara esgoto. Eu precisava dos olhos de Lorcan em outro lugar esta noite e amanhã. E precisava saber que esses cães de caça de Wyrdpodiam ser mortos.

Por quê? Ele via demais.Lentamente, ela encontrou seu olhar.

Porque usarei sua amada ligação do esgoto para entrar no castelo e explodir a torredo relógio exatamente debaixo deles.Rowan soltou uma risada rancorosa e baixa.

É assim que você libertará a magia. Uma vez Lorcan matar o último dos cães de caça de Wyvocê vai arriscar.

Ele deveria ter me matado, considerando-se o mundo de problemas que agora o está caçando por esta cidade.Rowan mostrou os dentes em um sorriso selvagem.

Ele mereceu.

Camuflados, armados e mascarados, Aelin encostou-se à parede de pedra do edifício ab

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andonado enquanto Rowan circulava o comandante valg no limite do centro da sala. Vocês assinaram sua sentença de morte, seus vermes a coisa dentro do corpo da guarda

falou.Aelin estalou a língua.

Você não deve ser um bom demônio para ser capturado tão facilmente.Tinha sido uma piada, realmente. Aelin escolhera a menor patrulha liderada pelomais fácil dos comandantes. Ela e Rowan emboscaram a patrulha pouco antes da meia-noite, numa zona calma da cidade.Ela mal matara dois guardas antes que o resto fosse morto nas mãos de Rowan, e quando o comandante tentou correr, o guerreiro feérico o pegara no espaço de alguns batimentos cardíacos.Deixá-lo inconsciente foi coisa de um momento. A parte mais difícil foi arrastá-lo através das favelas, para dentro do prédio e porão abaixo, onde o tinham acorrentado a uma cadeira.

Eu não... sou um demônio o homem sussurrou, como se cada palavra queimasse.Aelin cruzou os braços. Rowan, tendo Goldryn e Damaris, circulou o homem, um falcãoaproximando de presas.

Então para que o anel serve? ela perguntou.Um suspiro humano, ofegante.

Para nos corromper, nos escravizar. E? Chegue mais perto, e eu poderia lhe dizer sua voz mudou, mais profunda e mais fr

ia. Qual o seu nome? perguntou Rowan. Suas línguas humanas não podem pronunciar nossos nomes, ou a nossa língua disse o demô

o.Ela imitou o:

Sua língua humana não pode pronunciar nossos nomes. Eu já ouvi isso antes, infelizmente Aelin soltou uma risada baixa enquanto a criatura dentro do homem fervia. Qualo seu nome, seu nome verdadeiro?O homem se debateu tão violentamente que Rowan deu um passo mais perto. Ela acompanhou atentamente a batalha entre os dois seres dentro de um corpo. Por fim, elerespondeu: Stevan.

Stevan disse ela. Os olhos do homem estavam limpos, fixos nela. Stevan ela disse de novo, mais alto.

Quieta o demônio estalou. De onde você é, Stevan? Cheguei de... Melisande. Stevan ela repetiu. Não tinha funcionado no dia da fuga de Aedion, não fora o sufici

ente então, mas agora... Você tem uma família, Stevan? Mortos. Todos eles. Assim como você estará ele endureceu, relaxou, ficou rígido, relax

ou. Você pode tirar o anel? Nunca disse a coisa. Você pode voltar, Stevan? Se o anel for removido?

Um tremor que deixou sua cabeça pendurada entre os ombros. Eu não quero, mesmo se pudesse. Por quê? As coisas coisas que eu fiz, nós fizemos... Ele gostava de me fazer assistir enqua

nto eu os levava, enquanto eu os rasgava.Rowan parou de circular, de pé ao lado dela. Apesar de sua máscara, ela quase podiaver o olhar em seu rosto a repulsa e piedade.

Conte-me sobre os príncipes valg pediu Aelin.Tanto o homem quanto o demônio ficaram em silêncio.

Conte-me sobre os príncipes valg ordenou. Eles são trevas, eles são a glória, eles são eternos. Stevan, diga-me. Há um aqui, em Forte da Fenda? Sim. O corpo de quem ele habita?

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Do príncipe herdeiro. E o príncipe lá, vive como você aí? Eu nunca o vi... nunca falei com ele. Se... se o príncipe está dentro dele... eu não p

osso aguentar, não suporto essa coisa. Se o príncipe... O príncipe vai tê-lo quebrado, usado e sendo levado.Dorian, Dorian

Por favor o homem sussurrou, sua voz tão vazia e macia comparação à da coisa dentro de. Por favor, apenas acabe com ele. Eu não posso segurá-lo. Mentiroso ela ronronou. Você se entregou a ele.

Não tive escolha o homem disse, ofegante. Eles vieram até nossas casas, nossas famíls. Disseram que os anéis eram parte do uniforme, por isso tivemos de usá-los um tremor passou por ele, e algo antigo e frio sorriu para ela. O que é você, mulher? ele lambeu seus lábios. Deixe-me prová-la. Diga-me o que você é.Aelin estudou o anel preto em seu dedo. Cain uma vez meses e vidas atrás Cain lutou contra a coisa dentro dele. Houve um dia, nos salões do castelo, quando ele a seguia com o olhar, caçando. Como se, apesar do anel...

Eu sou a morte ela disse simplesmente. Se você quiser.O homem caiu, o demônio fugiu.

Sim ele suspirou. Sim.

O que você me oferece em troca? Qualquer coisa o homem implorou. Por favor.Ela olhou para o lado, para o seu anel, e enfiou a mão no bolso.

Então escute cuidadosamente.

Aelin acordou encharcada de suor e com os lençóis torcidos, o medo apertando-a comoum punho.Ela fez um esforço para respirar, para piscar olhar para o banheiro ao luar, virar a cabeça e ver o príncipe feérico dormindo sobre a cama.Viva não torturada, não morta.Ainda assim, ela estendeu a mão sobre o mar de lençóis entre eles e tocou seu ombro nu.Músculo feito rocha dura envolta em pele de veludo suave. Real.Eles haviam feito o que precisavam, e o comandante valg estava trancado em outro prédio, pronto e esperando pela noite seguinte, quando eles iriam levá-lo à Torre dos Assassinos, o favor de Arobynn finalmente cumprido. Mas as palavras do demônio ecoavam em sua cabeça. E então elas se misturaram com a voz do príncipe valg que usara a boca de Dorian como uma marionete.Vou destruir tudo o que você ama. Uma promessa.Aelin soltou um suspiro, com cuidado para não perturbar o príncipe feérico dormindo ao seu lado. Por um momento, foi difícil puxar a mão tocando seu braço por um momento, sentiu-se tentada a acariciar a curva do músculo com seus dedos.Mas ela tinha uma última coisa a fazer esta noite. Então retirou a mão.E, desta vez, ele não acordou quando ela se arrastou para fora do quarto.

Eram quase quatro da manhã quando ela voltou para o quarto, segurando as botas emuma das mãos. Ela subira as duas escadas assim duas exaustivas e imensamente duasescadas antes que Rowan dissesse da cama:

Você cheira a cinzas.Ela simplesmente continuou, até que deixou cair as botas no closet, trocando a primeira camiseta que pôde encontrar, e lavou o rosto e pescoço.

Eu tinha coisas para fazer ela falou enquanto subia na cama. Você foi furtiva desta vez a raiva irradiando dele era quase quente o suficiente p

ara queimar através dos cobertores. Isso não foi particularmente algo de alto risco mentira. Mentira, mentira, mentira. Ela tivera apenas sorte. E suponho que você não vai me contar até que queira?

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Ela caiu contra os travesseiros. Não fique irritado porque fui furtiva.

Seu grunhido ecoou por todo o colchão. Não é uma piada.

Ela fechou os olhos, os membros como chumbo. Eu sei. Aelin...

Ela já estava dormindo.

Rowan não ficou irritado.Não, irritado não cobria uma fração dele.A raiva ainda o preenchia na manhã seguinte, quando acordou antes dela e entrou em seu aosetrmário para examinar as roupas que ela deixara ali. Poeira, metal, fumaçae suor fizeram cócegas em seu nariz, e havia manchas de sujeira e cinzas sobre o pano preto. Apenas algumas adagas estavam espalhadas nas proximidades, nenhum sinal de que Goldryn ou Damaris tivessem sido removidas do local onde ele colocarano chão do closet na noite anterior. Sem cheiro de Lorcan, ou de valg. Sem cheiro

de sangue.Ou ela não queria arriscar perder as lâminas antigas em uma luta, ou não queria o peso extra.Ela estava deitada sobre a cama quando ele surgiu, a mandíbula apertada. Ela não tinha dera ao trabalho de usar uma daquelas camisolas ridículas. Devia estar esgotada o suficiente para não se preocupar com outra coisa senão a camiseta de grandes dimensões. A camiseta dele, ele notou com uma quantia pequena de satisfação masculina.Ficou enorme nela. Era tão fácil esquecer o quanto ela era menor do que ele. Quão mortal.E quão inconsciente do controle que ele tinha de exercer todos os dias, todas as horas, para mantê-la a uma distância de um braço, para evitar tocá-la.Ele fitou-a antes de caminhar para fora do quarto. Nas montanhas, ele teria idocorrer, ou cortar lenha por horas, ou conseguido um dever extra na cozinha.Mas o apartamento era pequeno demais, cheio demais de machos tentando abrir o próprio caminho e uma rainha habituada a fazer o que quisesse. Pior, uma rainha queteimava em manter segredos. Ele lidara com jovens governantes antes: Maeve lhe havia despachado para cortes estrangeiras suficientes para que ele soubesse comodeixá-los no salto. Mas Aelin...Ela o levou para caçar demônios. E pois aquela tarefa, a que ela fizera, que exigiuque ele fosse mantido na ignorância.Rowan encheu a chaleira, concentrando-se em cada movimento apenas para não atirá-lapela janela.

Fazendo o café da manhã? Quão doméstico de você Aelin encostou-se à porta, irreverentesempre.

Você não deveria estar dormindo como os mortos, considerando-se a sua noite ocupada? Podemos não entrar em uma discussão sobre isso antes da minha primeira xícara de chá?

Com calma letal, ele colocou a chaleira no fogão. Depois do chá, então?

Ela cruzou os braços, a luz solar beijando o ombro de seu manto azul-claro. Uma criatura de luxo, sua rainha. E, no entanto, ainda não comprara uma única coisa nova para ela recentemente. Ela soltou um suspiro, e seus ombros caíram um pouco.A raiva que rugia em suas veias tropeçou. E tropeçou novamente quando ela mordeu o lábio.

Preciso que você venha comigo hoje. A qualquer lugar que você precisa ir ele respondeu. Ela olhou para a mesa, para o

fogão. Até Arobynn? ele não esquecera por um segundo aonde eles iriam, o que ela enfrentaria naquela noite.Ela balançou a cabeça, depois deu de ombros.

Não... quero dizer, sim, quero que você venha comigo esta noite, mas há outra coisa que preciso fazer. E eu quero fazer hoje, antes de tudo acontecer.Ele esperou, contendo-se para ir até ela, e pedir-lhe para dizer mais. Essa tinha

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sido a promessa que fizeram um ao outro: espaço para resolver suas próprias vidas miseráveis para resolver como compartilhar. Ele não se importava com isso. Na maior parte do tempo.Ela esfregou as sobrancelhas com o polegar e o indicador, e quando endireitou os ombros aqueles ombros vestidos de seda que carregavam um peso que ele faria qualquer coisa para aliviar ela ergueu o queixo.

Há uma sepultura que preciso visitar.

Ela não tinha vestido preto em forma de luto, mas conhecendo Sam, sabia que ele teria preferido vê-la em algo brilhante e encantador de qualquer maneira. Então ela usava uma túnica cor de grama da primavera, as mangas decoradas com punhos de veludo salpicados de vourado. Vida, ela pensou enquanto andava a passos largos através do pequeno cemitério, com uma bonita vista para o Avery. As roupas que Sam teria querido que ela usasse a lembravam da vida.O cemitério estava vazio, mas as lápides e grama eram bem mantidas, e dos carvalhosimponentes brotavam folhas novas. A brisa vinda do rio erguia e bagunçava o seu cabelo solto e brilhante, que estava de volta agora ao seu dourado mel natural.

Rowan ficara perto da pequena porta de ferro, encostado num dos carvalhos para impedir transeuntes da rua tranquila da cidade atrás deles de notá-los. Se o fizessem, suas roupas pretas e armas o pintavam como um mero guarda-costas.Ela tinha planejado vir sozinha. Mas esta manhã acordou e apenas precisava dele junto.A grama curta abafava cada passo entre as lápides pálidas banhadas pelo sol.Ela pegou seixos ao longo do caminho, descartando aquelas deformadas e ásperas, mantendo aquelas que brilhavam com pedaços de quartzo ou de cor. Ela segurava um punhado deles no momento em que se aproximou da última fileira de sepulturas na beira enlameada do grande rio, que fluía preguiçosamente.Era um belo túmulo simples e limpo, e na pedra lia-se:

Sam CortlandAmadoArobynn havia deixado em branco sem marcas. Mas Wesley explicou em sua carta que pedira ao escultor de lápides que viesse. Ela se aproximou do túmulo, lendo as inscrições mais e mais.Amado não apenas por ela, mas por muitos. Sam.Seu Sam.Por um momento, ela olhou para aquele trecho de grama sob a pedra branca. Por um momento, podia ver aquele lindo rosto sorrindo para ela, gritando com ela, amando-a. Ela abriu seu punho de seixos e escolheu os três mais belos dois para os anos desde que fora tirado dela, um para o que eles estiveram juntos. Cuidadosamente, colocou-os no ápice da curva da lápide.Depois se sentou contra a rocha, os pés debaixo de si, e descansou a cabeça contra a pedra dura, suave e fria.

Olá, Sam ela sussurrou para a brisa do rio.Ela não falou nada por um tempo, contente por estar perto dele, mesmo desta forma. O sol aquecia seu cabelo, um beijo de calor ao longo de seu couro cabeludo. Umtraço de Mala, talvez, até mesmo aqui.Ela começou a falar, baixo e de forma sucinta, contando a Sam o que tinha acontecido com ela há dez anos, contando-lhe sobre estes últimos nove meses. Quando terminou, olhou para as folhas do carvalho farfalhando com a carga e arrastou os dedos através da grama macia.

Sinto sua falta ela falou. Todos os dias, eu sinto sua falta. E eu me pergunto o que você teria feito esses dias, feito comigo. Penso... penso que você teria sido um rei maravilhoso. Acho que teria gostado mais do que eu, na verdade sua garganta se apertou. Eu nuca te falei... como eu me sentia. Mas eu amei você, e acho queuma parte de mim sempre te amará. Talvez você fosse meu par, e eu nunca soube disso. Talvez eu passe o resto da minha vida pensando nisso. Talvez eu o veja novament

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e no outro mundo, e então eu teria certeza. Mas até lá... até lá sentirei sua falta, e desejaria que você estivesse aqui.Ela não se desculparia, nem diria que foi culpa dela. Porque sua morte não foi culpa dela. Esta noite, esta noite ela liquidaria o débito.Ela limpou o rosto com as costas da manga e se levantou. O sol secou suas lágrimas. Ela sentiu o cheiro de pinheiros e neve antes de ouvi-lo, e quando se virou, Rowan estava a poucos passos de distância, olhando para a lápide atrás dela.

Ele era... Eu sei que ele estava com você disse Rowan suavemente, e estendeu a mão. Não para tomar a dela, mas para colocar uma pedra.Ela abriu seu punho, e ele procurou através dos seixos até que encontrou um suave eredondo, do tamanho de um ovo de beija-flor. Com uma gentileza que quebrou seu coração, ele colocou-a sobre a lápide ao lado de suas próprias pedras.

Você vai matar Arobynn esta noite, não é? Após o jantar. Quando ele for para a cama. Eu voltarei para a Torre dos Assassinos

e acabarei com ele.Ela fora até ali para se lembrar lembrar a si mesma do motivo por esse túmulo diante deles existir, e por que ela tinha aquelas cicatrizes nas costas.

E o amuleto de Orynth?

Uma última cartada, mas também uma distração.A luz do sol dançou no Avery, quase ofuscante. Você está pronta para fazê-lo?

Ela olhou para a lápide, e para a grama escondendo o caixão embaixo. Eu não tenho escolha a não ser estar pronta.

Capítulo 40Elide passou dois dias de plantão na cozinha como voluntária, aprendendo onde e quando as lavadeiras comiam e quem trazia a sua comida. Nesse ponto, o cozinheiro chefe confiava nela o suficiente para que, quando ela se ofereceu para levar o pão até o salão de jantar, ele não pensou duas vezes.Ninguém notou quando ela aspergiu o veneno em alguns pães. A Líder Alada jurara que nãoa mataria bastava deixar a lavadeira doente por alguns dias. E talvez isso a tornasse egoísta por colocar sua própria sobrevivência em primeiro lugar, mas Elide não hesitou em jogar o pó pálido em alguns dos pães, misturando-o na farinha neles espanado.Elide marcou um pão, em particular, para ter certeza de entregá-lo à lavadeira que notara dias antes, mas os outros seriam dados à sorte para as mulheres.Inferno ela provavelmente iria queimar no reino de Hellas para sempre por isso.Mas podia pensar em sua condenação quando tivesse escapado e estivesse muito, muitodistante, além do Continente Antártico.Elide mancou no refeitório estridente, uma aleijada lenta, com mais um prato de comida. Ela fez seu caminho até a longa mesa, tentando manter o peso fora de sua perna enquanto se inclinava uma e outra vez para depositar os pães os pratos. A lavadeira nem sequer se preocupou em agradecer-lhe.

No dia seguinte, a fortaleza estava alvoroçada com a notícia de que um terço das lavadeiras estava doente. Devia ter sido o frango no jantar, eles disseram. Ou a carne de carneiro. Ou a sopa, uma vez que apenas alguns deles ficaram doentes.O cozinheiro pedira desculpas e Elide não tinha tentado se desculpar com ele quando viu o terror em seus olhos.A lavadeira-chefe realmente parecia aliviada quando Elide apareceu e se ofereceu para ajudar. Ela disse-lhe para escolher qualquer estação e começar a trabalhar.Perfeito.Mas a culpa empurrou para baixo sobre seus ombros enquanto ela ia direto para aestação daquela mulher. Ela trabalhou durante todo o dia, e esperou as roupas ensanguentadas chegarem.

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Quando finalmente chegaram, não havia tanto sangue quanto antes, mas mais de uma substância que parecia vômito.Elide quase vomitou em si mesma enquanto lavava todas elas. E as deixou escorrer. E as secou. E passou. Demorou horas.Caía à noite quando ela dobrou a última delas, tentando impedir os dedos de tremerem.Mas ela foi até a lavadeira-chefe e disse em voz baixa, não mais do que uma garota nervosa: De-devo levá-las de volta?A mulher sorriu. Elide se perguntou se a outra lavadeira fora enviada para lá como um castigo.

Há uma escada ao longo desse corredor que a levará aos níveis subterrâneos. Diga aos guardas que você é a substituta de Misty. Leve as roupas para a segunda porta à esquerdae deixe ali fora.A mulher olhou para correntes de Elide.

Tente correr na volta, se puder.

As entranhas de Elide tinham se transformado em água no momento em que ela chegouaos guardas.Mas eles não se importaram enquanto ela recitava o que a lavadeira-chefe dissera.Para baixo, para baixo e para baixo, ela desceu, pela escuridão da escada em espiral. A temperatura caiu quanto mais ela descia.E então ela ouviu os gemidos.Gemidos de dor, de terror, de desespero.Ela segurou a cesta de roupas em seu peito. A tocha tremulou a sua frente.Deuses, era tão frio ali.Nas escadas alargadas em direção ao fundo, estava uma descida em linha reta revelando um amplo corredor, iluminado com tochas e forrado por inúmeras portas de ferro.Os gemidos vinham detrás delas.Segunda porta à esquerda. Era marcada com o que pareciam ser marcas de garras, feitas de fora para de dentro.Havia guardas ali em baixo guardas e homens estranhos, patrulhando de um lado aoutro, abrindo e fechando portas. Os joelhos de Elide vacilaram. Ninguém parou.Ela colocou o cesto de roupa na frente da segunda porta e bateu calmamente. O ferro era tão frio que queimou.

Roupas limpas disse ela contra o metal.Era absurdo num lugar com estas pessoas, eles ainda insistirem em roupas limpas.Três dos guardas haviam feito uma pausa para assistir. Ela fingiu não perceber fingiu recuar lentamente, como um coelho pouco assustado.Fingiu cair e massagear sua perna ruim, sentindo dor.Mas era verdadeira a dor que rugia através de sua perna quando ela desceu, suas correntes puxando-a para baixo. O chão era tão frio quanto a porta de ferro.Nenhum dos guardas veio ajudá-la.Ela sussurrou, agarrando seu tornozelo, comprando o máximo de tempo que podia, seu coração trovejando um estrondoso trovão.E então a porta se abriu.

Manon assistiu Elide vomitar. De novo.Uma sentinela Bico Negro a encontrara enrolado em uma bola em um canto num corredor aleatório, agitada, com uma poça de xixi embaixo dela. Depois de ouvir que a serva era agora propriedade de Manon, a sentinela a arrastara até ali.Asterin e Sorrel estavam feito pedra atrás de Manon enquanto a menina vomitava dentro do balde novamente só bile e saliva desta vez e, finalmente, levantou a cabeça.

Relatório pediu Manon. Eu vi a câmara Elide pausou. Todas elas ainda imóveis. Algo abriu a porta para tirar a roupa, e eu vi a câmara além.

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Com aqueles olhos penetrantes dela, provavelmente viu demais. Vamos logo com isso ordenou Manon, encostada na cabeceira da cama. Asterin e Sor

rel permaneciam junto à porta, monitorando para impedir bisbilhoteiros.Elide ficou no chão, a perna torcida para o lado. Mas os olhos que atenderam Manon eram acesos com um temperamento explosivo que a menina raramente revelava.

A coisa que abriu a porta era um homem, um belo homem de cabelos dourados e um colar no pescoço. Mas ele não era um homem. Não havia nada de humano em seus olhos um dos príncipes, tinha que ser. E-eu fingi cair para poder ganhar mais tempo e ver quem abriu a porta. Quando ele me viu no chão, sorriu para mim e aquela escuridão vazou dele... ela deu uma guinada em direção ao balde e inclinou-se sobre ele, mas não vomitou. Depois de outro momento, continuou: Consegui olhar atrás dele para o cômodo ali.Ela olhou para Manon, em seguida, para Asterin e Sorrel.

Você disse que eles estavam fazendo implantes. Sim confirmou Manon. Você sabe quantas vezes? O quê?

Asterin prendeu a respiração. Você sabia Elide falou, sua voz tremendo com raiva ou medo quantas vezes elas seri

am, cada uma, implantadas com filhos antes que eles as deixassem ir?Tudo ficou em silêncio na cabeça de Manon. Continue.

O rosto de Elide era branco como a morte, fazendo com que suas sardas parecessem gotas de sangue seco espalhadas.

Pelo o que vi, elas já tiveram pelo menos um bebê cada uma. E estão prestes a dar à luznovamente.

Isso é impossível Sorrel exclamou. E as bruxas donzelas? Asterin perguntou.

Elide realmente vomitou novamente, desta vez.Quando ela acabou, Manon havia se dominado o suficiente para dizer:

Conte-me sobre as bruxas donzelas. Elas não são bruxas donzelas. Não são bebês Elide cuspiu, cobrindo o rosto com as mãos

se para arrancar seus olhos. São criaturas. São demônios. A pele deles é como diamante negro, e eles... Eles têm focinhos, com os dentes. Presas. Eles já têm presas. E não se parecem com vocês ela baixou as mãos. Eles têm dentes de pedra negra. Não há nada de voles.Se Sorrel e Asterin ficaram horrorizadas, não mostraram nada.

E as Pernas Amarelas? Manon exigiu. Eles as acorrentaram às mesas. Altares. E elas choravam. Imploravam para que os ho

mens a deixassem ir. Mas elas estavam... tão perto de dar à luz. E então eu corri. Corri de lá o mais rápido que pude, e oh, deuses... Oh, deuses.Elide começou a chorar.Devagar, Manon se virou para a segunda e terceira em comando.Sorrel estava pálida, os olhos em fúria.Mas Asterin olhou para Manon, e esta encontrou uma fúria que nunca vira dirigida a ela.

Você os deixou fazer isso.As unhas de Manon pularam para fora.

Estas são as minhas ordens. Esta é a nossa tarefa. É uma abominação! Asterin gritou.

Elide parou de chorar. E recuou para a segurança da lareira.Em seguida, havia lágrimas lágrimas nos olhos de Asterin.Manon rosnou.

Seu coração amoleceu? a voz podia muito bem ter sido de sua avó. Você não tem nenhumo para...

Você os deixou fazer isso! Asterin berrou.Sorrel acertou o rosto de Asterin.

Ajoelhe-se.Asterin empurrou Sorrel para longe tão violentamente que a imediata de Manon colidiu com a cômoda.

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Antes que Sorrel pudesse se recuperar, Asterin estava a centímetros de Manon. Você entregou aquelas bruxas a ele. Você as deu!

Manon atacou, envolvendo a mão em torno da garganta de Asterin. Mas Asterin agarrou seu braço, cravando suas unhas de ferro com tanta força que o sangue correu.Por um instante, o sangue de Manon pingando no chão era o único som.Asterin deveria ser executada por tirar sangue da herdeira.Luz brilhou sobre a adaga de Sorrel quando ela se aproximou, pronta para arrancar a espinha de Asterin se Manon desse a ordem. Manon podia jurar que a mão de Sorrel vacilou ligeiramente.Manon encontrou os olhos negros salpicados de ouro de Asterin.

Você não questiona. Você não exige. Você não é mais a segunda imediata. Vesta irá substicê...Um riso áspero, quebrado.

Você não fará nada sobre isso, não é? Não vai libertá-las. Não vai lutar por elas. Por n o que a avó dirá? Por que ela não respondeu às suas cartas, Manon? Quantas você enviou agora?As unhas de ferro do Asterin cravaram mais fundo, retalhando a carne. Manon abraçou a dor.

Amanhã de manhã, no café, você receberá seu castigo Manon assobiou, e atirou a segunda

diata longe, enviando Asterin em direção à porta. Manon deixou seu braço ensanguentado cair ao seu lado. Ela precisaria fazer um curativo em breve. O sangue em sua palma, em seus dedos, era tão familiar. Se tentar libertá-las, se fizer algo estúpido, Asterin Bico Negro Manon continuou o próximo castigo que receberá será a sua própria execAsterin soltou outra risada sem alegria.

Você não teria desobedecido mesmo se fossem Bico Negro lá embaixo, não é? Lealdade, obedia, brutalidade, isto é o que você é.

Saía enquanto ainda pode andar Sorrel falou friamente.Asterin girou para a imediata, e algo como mágoa brilhou em seu rosto.Manon piscou. Esses sentimentos...Asterin girou nos calcanhares e saiu, batendo a porta atrás dela.

Elide conseguira limpar a cabeça no momento em que se ofereceu para limpar e enfaixar o braço de Manon.O que ela vira hoje, tanto nesta sala e na câmara abaixo...Você os deixou fazer isso! Não culpava Asterin, mesmo que a tivesse chocado ver a bruxa perder o controle de forma tão completa. Ela nunca vira nenhuma delas reagir a qualquer coisa que não fosse diversão, indiferença ou furiosa sede de sangue.Manon não dissera uma palavra desde que mandara Sorrel sair e seguir Asterin paraimpedi-la de fazer algo profundamente estúpido.Como se salvar aquelas Pernas Amarelas pudesse ser tolice. Como se esse tipo demisericórdia fosse imprudente.Manon encarava o nada quando Elide terminou de aplicar a pomada e estendeu a mão para as bandagens.As feridas foram profundas, mas não ruins o suficiente para justificar pontos.

O seu reino quebrado vale a pena? Elide se atreveu a perguntar.Aqueles olhos queimando dourados deslocaram em direção à janela escura.

Eu não espero que um ser humano vá entender o que é ser um imortal sem pátria. Ser amaldiçoado com o exílio eterno palavras distantes e frias.

O meu reino foi conquistado pelo Rei de Adarlan, e todos que amei foram executados Elide falou. As terras de meu pai e meu título foram roubadas de mim pelo meu tio e minha melhor chance de segurança encontra-se agora na fuga para a outra extremidade do mundo. Entendo o que é desejar esperança.

Não é esperança. É sobrevivência.Elide enrolou suavemente a bandagem em torno do antebraço da bruxa.

É a esperança por sua pátria que a guia, que a faz obedecer. E o seu futuro? Por todo seu discurso de esperança, você parece resignada à fuga. Porque não voltar ao seu reino para lutar?

Talvez o horror que ela testemunhara hoje tenha lhe dado a coragem de responder:

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Dez anos atrás, meus pais foram assassinados. Meu pai foi executado com crueldadena frente de milhares. Minha mãe morreu defendendo Aelin Galathynius, a herdeira do trono de Terrasen. Ela deu a Aelin tempo para fugir. Eles seguiram as trilhasde Aelin até o rio congelado, onde disseram que ela deve ter caído e se afogado. Mas veja, Aelin tinha magia de fogo. Ela poderia ter sobrevivido ao frio. E Aelin... Aelin nunca realmente gostou de mim ou brincou comigo porque eu era tão tímida, mas nunca acreditei quando disseram que ela estava morta. Todos os dias desde então, falei a mim mesma que ela fugiu, e que ela ainda está lá fora, aguardando seu momento. Crescendo, ficando forte, de modo a um dia poder salvar Terrasen. E você é minha inimiga, porque se ela retornar, vai lutar com você. Mas por dez anos, até que eu chegar aqui, suportei Vernon por causa dela. Por causa da esperança de que ela fugiu, e que o sacrifício da minha mãe não foi em vão. Pensei que um dia Aelin viria para me salvar, lembraria que eu existia e me resgataria daquela torre lá estava ele, seu grande segredo, que ela nunca ousara contar a ninguém, até mesmo sua babá. Embora ela nunca viesse, mesmo que eu esteja aqui agora, não posso deixar de esperar por isso. E penso que é por isso que você obedece. Porque esperou todos os dias da sua vida miserável pelo dia em que poderá voltar para casa.Elide terminou de envolver a bandagem e recuou. Manon olhava para ela agora.

Se esta Aelin Galathynius está de fato viva, você tentaria correr para ela? Lutar co

m ela? Eu lutaria com unhas e dentes para chegar até ela. Mas há linhas que eu não atravessaria. Porque penso que eu não poderia enfrentá-la se eu... se eu mesma não puder enfrentar o que fiz.Manon não disse nada. Elide afastou-se, indo para banheiro lavar as mãos.A Líder Alada disse por detrás ela:

Você acredita que monstros nascem, ou são feitos?Pelo o que vira hoje, diria que algumas criaturas nasciam muito más. Mas o que Manon perguntava...

Eu não sou aquela que tem que responder a essa pergunta Elide falou.

Capítulo 41O óleo estava equilibrado na borda da banheira, brilhando como âmbar na luz da tarde.Nua, Aelin estava perante ele, incapaz de alcançar a garrafa.Era o que Arobynn queria que ela pensasse nele enquanto esfregava o óleo em cada centímetro de sua pele. Em seus seios, coxas e pescoço para cheirar como amêndoas seu perfume preferido.Seu perfume, porque ele sabia que um macho feérico viera para ficar com ela, e todos os sinais apontavam que era próximo o suficiente para que o perfume importassepara Rowan.Ela fechou os olhos, preparando-se.

Aelin Rowan chamou através da porta. Eu estou bem disse ela.

Só mais algumas horas. E então tudo mudaria. Ela abriu os olhos e estendeu a mão parao óleo.

Levou um gesto de Rowan com o queixo para Aedion para impedi-lo de segui-lo para o telhado. Aelin ainda estava em seu quarto se vestindo, mas Rowan não iria longe. Ele ouviria todos os inimigos na rua muito antes de eles terem uma chance de entrar no apartamento.Apesar dos valg rondando a cidade, Forte da Fenda era uma das capitais mais calmas que ele encontrou as pessoas, principalmente, eram mais propensas a evitar problemas. Talvez por medo de serem notadas pelo monstro que habitava aquele castelo de vidro horrível. Mas Rowan manteria a sua guarda tudo igual aqui, em Terrasen, ou onde quer que seus caminhos o levassem.Aedion agora descansava em uma pequena cadeira que um deles havia arrastado até aqui em algum momento. O filho de Gavriel uma surpresa e um choque toda vez que vi

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A rainha cadela cuspidora de fogo que aqueles bastardos decidiram que você é.Ela riu, acenando com a mão em direção a ele: a jaqueta preta encaixava-se perfeitamente nos ombros poderosos, os detalhes de prata combinavam com o seu cabelo, a beleza e elegância das roupas que faziam um contraste fascinante com a tatuagem ocupado um lado de seu rosto e pescoço.

Você mesmo não parece muito ruim, príncipe.Um entendimento. Ele parecia... ela não conseguia parar de olhá-lo, era assim que ele parecia. Aparentemente ele falou, caminhando na direção dela e oferecendo um braço ambos estas claramente bem.Ela lhe deu um sorriso malicioso quando segurou seu cotovelo, o cheiro de amêndoas envolvendo-a novamente.

Não se esqueça do seu manto. Você se sentiria um pouco culpado quando todas aquelas pobres mulheres mortais entrassem em combustão com a sua visão.

Eu diria a mesma coisa, mas acho que você gostaria de ver os homens explodindo emchamas quando você passar por eles.Ela piscou para ele, e a risada dele ecoou através de seus ossos e sangue.

Capítulo 42Os portões da frente da Torre dos Assassinos estavam abertos, a entrada de cascalho e gramado bem cuidado iluminada com lâmpadas de vidro cintilantes. A própria contrução de pedra clara era brilhante, bonita e convidativa.Aelin lhes dissera o que esperar na carruagem, mesmo quando pararam ao pé da escada, ela olhou para os dois homens sentados com ela e disse:

Estejam em guarda, e mantenham suas bocas gordas fechada. Especialmente com o comandante valg. Não importa o que ouvirem ou verem, basta manter suas bocas gordasfechadas. Nada dessa besteira territorial psicótica.Aedion riu.

Lembre-me de lhe dizer amanhã quão encantadora você é.Mas ela não estava com vontade de rir.Nesryn pulou do banco do condutor e abriu a porta da carruagem. Aelin saiu, deixando a capa para trás, e não se atreveu a olhar para a casa do outro lado da rua, para o telhado onde Chaol e alguns rebeldes forneciam segurança caso as coisas corressem muito, muito erradas.Ela estava na metade dos degraus de mármore quando as portas de carvalho esculpidas se abriram, inundando o limiar com luz dourada. Não era o mordomo ali de pé, sorrindo para ela com os dentes muito brancos.

Bem-vinda de volta à nossa casa! Arobynn ronronou. Ele chamou-os para o hall de entrada cavernoso. E que seus amigos sintam-se bem-vindos.Aedion e Nesryn moveram-se em torno da carruagem para a porta na parte de trás. Aespada de seu primo foi erguida quando eles abriram o compartimento e puxaram afigura encapuzada e acorrentada.

O seu favor disse Aelin quando eles o deixaram de pé.O comandante valg tremeu e tropeçou em seu aperto. Quando o levaram para a casa, o capuz sobre sua cabeça balançava para lá e para cá. Debaixo dele um ruído de silvo vicioso se arrastava para fora das fibras de malha grossas.

Eu teria preferido a porta de serviço para o nosso hóspede disse Arobynn firmemente.Ele estava de verde, verde por Terrasen, embora a maioria dissesse que era paradestacar o seu cabelo ruivo. Uma maneira de confundir as suposições sobre suas intenções, sua fidelidade. Ele não portava armas que ela pudesse ver, e não havia nada além decalor naqueles olhos prateados quando ele estendeu as mãos para ela, como se Aedion não estivesse agora puxando um demônio para subir os degraus da frente. Atrás deles, Nesryn conduziu a carruagem para longe.Ela podia sentir Rowan eriçado, sentir o desgosto de Aedion, mas bloqueou-os.Pegou as mãos secas, quentes e calejadas de Arobynn. Ele apertou os dedos suavemente, olhando para o rosto dela.

Você está deslumbrante, mas eu não esperaria menos. Nem mesmo uma contusão após prendersso convidado. Impressionante ele se inclinou mais perto, aspirando. E você cheira divinamente também. Estou contente que meu presente tenha sido bem usado.

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Pelo canto do olho, ela viu Rowan endireitar-se, e ela sabia que ele deslizara para a calma assassina.Nem Rowan, nem Aedion portavam armas visíveis, salva a única lâmina seu primo tinha agora para fora, mas ela sabia que estavam ambos armados sob suas roupas, e sabiaque Rowan agarraria o pescoço de Arobynn se ele sequer piscasse errado para ela.Foi esse único pensamento que a fez sorrir para Arobynn.

Você parece bem. Suponho que já conheça os meus companheiros.Ele enfrentou Aedion, que estava ocupado espetando a espada nas costelas do comandante como um lembrete gentil para manter-se em movimento.

Não tive o prazer de conhecer seu primo.Ela sabia que Arobynn tomou cada detalhe quando Aedion chegou mais perto, empurrando sua carga diante dele; tentando encontrar alguma fraqueza, algo para usar a seu favor. Aedion apenas continuou na casa, o comandante valg tropeçando através do limiar.

Recuperou-se bem, general cumprimentou Arobynn. Ou eu deveria chamá-lo de Vossa Alteza, em homenagem a sua linhagem Ashryver? O que preferir, é claro.Ela soube então que Arobynn não tinha planos de deixar o demônio e Stevan deixar estacasa vivo.Aedion deu a Arobynn um sorriso preguiçoso por cima do ombro.

Eu não dou a mínima para como você me chama ele empurrou o comandante valg mais para dentro. Basta tirar esta coisa das minhas mãos.Arobynn sorriu suavemente, imperturbável ele calculava o tamanho dódio de Aedion. Com deliberada lentidão, ele se virou para Rowan.

Você, eu não conheço Arobynn meditou, tendo que erguer a cabeça para ver o rosto de Ron. Ele fez disso um show, olhar para Rowan. Faz tempo desde que vi um dos feéricos. Não me lembro de eles serem tão grandes.Rowan se moveu mais fundo no salão de entrada, cada passo atado com poder e morte, parando a seu lado.

Você pode me chamar de Rowan. Isso é tudo o que você precisa saber.Ele inclinou a cabeça para o lado, um predador avaliando a presa.

Obrigado pelo óleo acrescentou. Minha pele estava um pouco seca.Arobynn piscou tanta surpresa quanto ele mostraria.Levou um momento para processar o que Rowan havia dito, e para perceber que o cheiro de amêndoas não viera só dela. Ele tinha usado, também.Arobynn desviou sua atenção para Aedion e o comandante valg.

Terceira porta à esquerda, leve-o lá embaixo. Use a quarta cela.Aelin não se atreveu a olhar para o seu primo quando ele se arrastou ao lado de Stevan. Não havia sinal dos outros assassinos, nem mesmo um servo. Seja o que fosseque Arobynn tinha planejado, não queria testemunhas.Arobynn foi atrás de Aedion, as mãos nos bolsos.Mas Aelin permaneceu no corredor por um momento, olhando para Rowan.Suas sobrancelhas ergueram enquanto lia as palavras em seus olhos, sua postura. Ele nunca especificou que só você tinha que usá-lo.Sua garganta apertou e ela balançou a cabeça. O quê? Ele parecia perguntar.Você só... ela balançou a cabeça novamente. Me surpreende às vezes. Bom.Eu odiaria que você ficasse entediada.Apesar de tudo, apesar do que estava por vir, um sorriso surgiu em seus lábios enquanto Rowan pegava sua mão e a apertava com força.Quando virou a cabeça para as masmorras, seu sorriso desapareceu quando encontrouArobynn assistindo.

Rowan estava a cerca de um fio de cabelo de arrancar a garganta do rei dos Assassinos enquanto ele os conduzia para baixo nas masmorras.Rowan mantinha-se um degrau atrás de Aelin enquanto desciam a longa escadaria curva de pedra, o fedor de mofo, sangue e ferrugem crescendo mais forte a cada passo. Ele havia sido torturado e torturado outros o suficiente, para saber o que este lugar era.Para saber que tipo de treinamento Aelin recebera aqui embaixo.

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Uma menina ela era uma menina quando o bastardo de cabelos vermelhos alguns passos à frente a levara até ali e lhe ensinara a cortar os homens, como mantê-los vivos enquanto fazia isso, como fazê-los gritar e implorar. Como acabar com eles.Não havia nenhuma parte dela que ele desgostasse, nenhuma parte dela que o assustava, mas o pensamento dela neste lugar, com estes cheiros, esta escuridão...A cada passo descendo as escadas, os ombros de Aelin pareciam inclinar-se, seu cabelo parecia ficar mais maçante, sua pele, pálida.Este era o lugar onde ela vira Sam pela última vez, ele percebeu. E seu mestre sabia disso.

Nós usamos este lugar para a maior parte de nossas reuniões, é difícil de escutar ou ser pego de surpresa Arobynn falou para ninguém em particular. Embora ele também tenhaoutros usos, como vocês verão em breve.Ele abriu porta depois de porta, e parecia a Rowan que Aelin estava contando, esperando, até...

Devemos? Arobynn perguntou, apontando para a porta da cela.Rowan tocou seu cotovelo. Deuses, seu autocontrole tinha que estar em frangalhos esta noite; ele não conseguia parar de inventar desculpas para tocá-la. Mas esse toque era essencial. Seus olhos encontraram os dele, sombrios e frios. Você diz umapalavra apenas uma palavra maldita e ele estará morto, e então nós poderemos revirar e

sta casa de cima a baixo em busca do amuleto.Ela balançou a cabeça enquanto entrava na cela, e ele entendeu bem o suficiente. Não.Ainda não.

Ela quase empacou na escada para as masmorras, e foi apenas o pensamento do amuleto, apenas o calor do guerreiro feérico atrás dela que a fez colocar um pé na frentedo outro e descer para a interior pedra escura.Ela nunca esqueceria aquele lugar. Ele ainda assombrava seus sonhos.A mesa estava vazia, mas ela podia vê-lo ali, quebrado e quase irreconhecível, o cheiro de gloriella agarrado ao seu corpo. Sam fora torturado de uma forma que elaainda não tinha conhecimento, até que leu a carta de Wesley. O pior de tudo fora o pedido por Arobynn. Solicitado, como punição por Sam amá-la punição por adulteração de pes de Arobynn.Arobynn passeou pela a sala, as mãos nos bolsos. Cada respiração afiada de Rowan lhe dizia o suficiente sobre o que este lugar cheirava.A sala fria e escura onde eles colocaram o corpo de Sam. A sala fria e escura onde ela vomitou e depois deitou ao lado dele na mesa por horas e horas, não disposta a deixá-lo.Onde Aedion agora acorrentava Stevan à parede.

Saiam disse Arobynn simplesmente para Rowan e Aedion, que enrijeceram. Vocês doispodem esperar lá em cima. Nós não precisamos de distrações desnecessárias. E nem o nosso cvidado.

Só sobre o meu cadáver em decomposição Aedion estalou.Aelin lançou lhe um olhar penetrante.

Lysandra os espera na sala de estar disse Arobynn com polidez perito, seus olhos agora fixos no capuz do valg acorrentado à parede. As mãos enluvadas de Stevan puxaram as correntes, a seu silvo incessante levantava-se com violência impressionante. Ela vai entretê-los. Estaremos lá para jantar em breve.Rowan olhava para Aelin com muito, muito cuidado. Ela lhe deu um leve aceno de cabeça.Rowan encontrou o olhar de Aedion e o general devolveu o olhar.Honestamente, se fosse qualquer outro lugar, ela poderia ter puxado uma cadeirapara assistir a esta última parte de batalha de dominação. Felizmente, Aedion apenas virou-se para as escadas. Um momento depois, eles foram embora.Arobynn foi até o demônio e arrancou o capuz de sua cabeça.Preto, os olhos cheios de raiva olharam para eles e piscaram, vasculhando o cômodo. Nós podemos fazer isso da maneira mais fácil, ou da maneira mais difícil Arobynn demorou-se.

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Stevan apenas sorriu.

Aelin ouviu Arobynn interrogar o demônio, exigindo saber o que era, de onde ele tinha vindo, o que o rei queria. Depois de trinta minutos e cortes mínimos, o demôniofalava sobre tudo e qualquer coisa.

Como o rei o controla? Arobynn indagou.O demônio riu. Você não gostaria de saber.

Metade de Arobynn se virou para ela, segurando o punhal, um fio de sangue escuro escorregando na lâmina.

Você gostaria de fazer as honras? Isto é para o seu benefício, afinal de contas.Ela franziu a testa para seu vestido.

Não quero sujá-lo de sangue.Arobynn sorriu e desceu o punhal no peitoral do homem. O demônio gritou, abafandoo tamborilar de sangue nas pedras.

O anel ele ofegou depois de um momento. Nós todos o temos.Arobynn fez uma pausa, e Aelin inclinou a cabeça.

Esquerda mão esquerda ele continuou.Arobynn arrancou a luva do homem, revelando o anel negro. Como? Ele tem um anel, também, e o utiliza para controlar todos nós. Ele está preso, não sai.

Nós fazemos o que ele diz, tudo o que ele diz. De onde ele tirou os anéis? Ele os fez. Eu não sei a adaga chegou mais perto. Eu juro! Nós colocamos os anéis, e

faz um corte em nossos braços, lambe nosso sangue e então ele pode controlar-nos como quiser. É o sangue que nos une.

E o que ele pretende fazer com todos vocês, agora que estão invadindo a minha cidade?

Nós... nós estamos procurando pelo general. Eu não eu não contarei a ninguém que ele eui... que ela está aqui, eu juro seus olhos encontraram os dela sombrio, implorando. Mate-o disse ela a Arobynn. Ele é um lacaio.

Por favor pediu Stevan, os olhos ainda prendendo os dela. Ela desviou o olhar. Ele parece ter acabado de me contar tudo Arobynn meditou.

Rápido como uma víbora, Arobynn se lançou para ele, e Stevan gritou tão alto que doeu seus ouvidos quando Arobynn cortou o dedo e o anel que o circundava em um movimento brutal.

Obrigado Arobynn disse acima dos gritos de Stevan, e, em seguida, cortou a garganta do homem.Aelin pisou para longe do jato de sangue, sustentando o olhar de Stevan quando a luz se apagou de seu olhar.Quando o sangue estava espirrando mesmo, ela franziu a testa para Arobynn.

Você poderia tê-lo matado e, em depois, cortado o anel. E onde é que fica a diversão? Arobynn ergueu o dedo sangrento e tirou o anel dele. P

erdeu a sua sede de sangue? Eu atiraria esse anel no Avery se fosse você. O rei está escravizando as pessoas à sua vontade com essas coisas. Pretendo estudar

esse presente da melhor forma possível claro que ele o faria. Ele embolsou o anel e inclinou a cabeça em direção à porta. Agora que estamos quites, querida, vamos jantar?Foi um esforço acenar com o corpo de Stevan ainda sangrando flácido da parede.

Aelin estava sentada à direita de Arobynn, como sempre sentara. Ela esperava que Lysandra estivesse em frente a ela, mas em vez disso a cortesã estava ao seu lado.Sem dúvida, a intenção era reduzir suas opções para os dois: lidar com a sua rival de longa data, ou falar com Arobynn. Ou algo assim.

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Ela oferecera um Olá para Lysandra, que mantivera Aedion e Rowan na sala de estar, bem consciente de Arobynn em seus calcanhares enquanto apertava a mão de Lysandra,sutilmente passando o bilhete que mantivera escondido em seu vestido de noite.O bilhete foi lido pelo tempo que Aelin inclinou-se para beijar o rosto da cortesã, o gesto de alguém não totalmente emocionado por estar fazendo isso.Arobynn colocara Rowan à sua esquerda, com Aedion ao lado do guerreiro. Os dois membros de sua corte estavam separados pela mesa para impedi-los de chegar até ela,deixando-a desprotegida de Arobynn. Nem perguntaram o que aconteceu no calabouço. Tenho que dizer Arobynn meditou quando seu primeiro prato de sopa de manjericão etomate, hortaliças cultivadas na estufa dos fundos, foi levado por silenciosos serventes que haviam sido convocados agora que o assunto Stevan fora resolvido. Aelin reconheceu alguns, apesar de não olharem para ela. Eles nunca olhavam para ela, mesmo quando estava morando aqui. Ela sabia que eles não se atreveriam a sussurrar uma palavra sobre quem jantou nesta mesa esta noite. Não com Arobynn como seu mestre. Vocês são um grupo bastante silencioso. Ou a minha protegida os assustou, deixando-os em silêncio?Aedion, que tinha assistido cada colherada que ele tomou da sopa, levantou uma sobrancelha.

Você quer que a gente jogue conversa fora depois de interrogar e massacrar um demôni

o?Arobynn acenou com a mão. Eu gostaria de ouvir mais sobre todos vocês. Cuidado disse ela muito baixinho para Arobynn.

O rei dos assassinos endireitou os talheres flanqueando o prato. Eu não deveria me preocupar sobre com quem a minha protegida está vivendo? Você não estava preocupado com quem vivia quando me enviou para Endovier.

Um piscar lento. É isso o que você acha que fiz?

Lysandra endureceu ao lado dela. Arobynn observou o movimento como notava cada coisa.

Lysandra pode contar-lhe a verdade. Lutei com unhas e dentes para livrá-la da prisão, perdi metade dos meus homens no esforço, todos eles torturados e mortos pelo rei. Estou surpreso que seu amigo capitão não tenha lhe contado. Uma pena que ele esteja de vigia no telhado esta noite.Ele não perdia nada, ao que aprecia.Arobynn olhou para Lysandra na espera. Ela engoliu em seco e murmurou:

Ele tentou, você sabe. Durante meses e meses.Foi tão convincente que Aelin poderia ter acreditado. Por algum milagre, Arobynn não tinha ideia de que a mulher havia se encontrado com eles em segredo. Algum milagre ou as próprias habilidades de Lysandra.

Você pretende me dizer por que insistiu em ficarmos para o jantar? Aelin perguntou a Arobynn.

De que outra forma a veria direito? Você teria apenas despejado aquela coisa em minha porta e saído. E nós aprendemos tanto, tanto que poderíamos usar, juntos o frio na espinha dela não era fingido. Embora eu tenha que dizer, esta nova você muito mais... subjugada. Suponho que para Lysandra isto seja uma coisa boa. Ela sempre olha para o buraco que você deixou na parede da entrada quando atirou aquele punhal em sua cabeça. Eu o mantive ali como um pequeno lembrete do quanto nós todos sentimossua falta.Rowan estava olhando para ela, uma víbora pronta para atacar. Mas as sobrancelhaserguidas ligeiramente, como se dissesse: Você realmente atirou uma adaga na cabeça dela?Arobynn começou a falar de um tempo em que Aelin ainda brigava com Lysandra e elas rolaram escada abaixo, arranhando e uivando como gatas, assim Aelin olhou paraRowan por mais um momento. Eu era um pouco esquentada.Estou começando a admirar Lysandra cada vez mais. Uma Aelin de dezessete anos de idade deve ter sido uma delícia de se lidar.Ela lutou contra a vontade de contrair os lábios. Eu pagaria um bom dinheiro parater dezessete e te encontrar aos dezessete anos, Rowan.Seus olhos verdes brilharam. Arobynn ainda estava falando. Aos dezessete anos eu

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não saberia o que fazer com você. Mal conseguia falar com as mulheres de fora da família.Mentiroso eu não acredito por um segundo.É verdade. Você o teria escandalizado com suas roupas de dormir até mesmo com esse vestido que está usando.Ela apertou os dentes. Ele provavelmente teria ficado ainda mais escandalizado ao saber que não estou usando roupa íntima sob este vestido.A mesa sacudiu quando o joelho de Rowan a tocou.Arobynn parou, mas continuou quando Aedion perguntou sobre o que o demônio lhe dissera.Você não pode estar falando sério, Rowan parecia dizer.Consegue ver algum lugar onde este vestido pode escondê-las? Cada linha e ruga apareceriam.Rowan sacudiu a cabeça sutilmente, seus olhos dançando com uma luz que só recentemente ela vislumbrara e valorizara. Você se delicia ao me chocar?Ela não conseguia se impedir de sorrir. De que outra forma eu deveria manter um imortal irritadiço entretido?O sorriso dele a distraiu o suficiente para ela levar um momento para perceber o silêncio, e que todos olhavam para eles à espera.

Ela olhou para Arobynn, cujo rosto era uma máscara de pedra. Você me perguntou alguma coisa?Ali estava o olhar calculista e a ira em prata que uma vez a faria começar a implorar por misericórdia.

Eu perguntei Arobynn falou se você se divertiu nestas últimas semanas destruindo minhas propriedades de investimento e assegurando que todos os meus clientes não se aproximariam de mim.

Capítulo 43Aelin recostou-se na cadeira. Até mesmo Rowan olhava para ela agora, surpresa e aborrecimento escritos em seu rosto. Lysandra fazia um bom trabalho ao fingir choque e confusão, mesmo que ela tivesse alimentado Aelin com os detalhes que tornaram seu plano muito melhor e mais amplo do que era quando Aelin rabiscou-o no navio.

Eu não sei do que você está falando ela respondeu com um pequeno sorriso. Oh não? Arobynn girou seu vinho na taça. Quer me dizer que quando destruiu o Cofres

além do reparo, não foi um movimento contra o meu investimento no estabelecimento emeus lucros mensais? Não finja que foi apenas vingança por Sam.

Os homens do rei apareceram. Eu não tive escolha a não ser lutar pela minha vida depois de levá-los diretamente a partir do cais para o salão de prazer, é claro.

E suponho que tenha sido um acidente o cofre ter sido aberto e seu conteúdo, arrebatado pela multidão.Ele havia sido feito feito de forma tão espetacular que ela estava surpreendida por Arobynn ter demorado tanto tempo para atacar sua garganta.

Você sabe como esses delinquentes chegam. Um pouco de caos e eles se transformam em animais espumando pela boca.Lysandra se encolheu; um desempenho estelar de uma mulher assistindo a uma traição.

De acordo disse Arobynn. Mas especialmente os delinquentes em estabelecimentos dos quais eu recebo uma bela quantia mensal, correto?

Então você convidou a mim e meus amigos esta noite para arremessar acusações contra mim? Aqui estava eu, pensando que havia me tornado sua caçadora valg pessoal.

Você deliberadamente disfarçou-se de Hinsol Cormac, um dos meus clientes e investidores mais leais, quando libertou o seu primo Arobynn estalou. Os olhos de Aedion arregalaram-se ligeiramente. Eu poderia rejeitá-lo como coincidência, exceto por umatestemunha que diz ter chamado o nome de Cormac na festa do príncipe, e Cormac ter acenado para ele. A testemunha disse ao rei que, também, viu Cormac indo na direção de Aedion antes das explosões acontecerem. E a segunda coincidência no dia que Aedion desapareceu: duas carruagens pertencentes a um negócio que Cormac e eu temos juntos, desapareceram, e Cormac então contou a todos os meus clientes e parceiros queas usei para transportar Aedion em segurança quando o libertei para impressioná-lo,

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porque eu, aparentemente, me tornei um rebelde, deuses malditos, um simpatizante pavoneando pela cidade em todas as horas do dia.Ela ousou um olhar para Rowan, cujo rosto permaneceu cuidadosamente vazio, mas viu as palavras lá de qualquer maneira. Você é uma perversa, raposa inteligente.E aqui estava você, pensando que o cabelo vermelho era apenas por vaidade. Eu nunca duvidaria novamente.Ela se virou para Arobynn.

Não posso ajudá-lo se seus clientes frescos viram as costas a você ao menor sinal de perigo. Cormac fugiu da cidade, e continua a arrastar o meu nome pela lama. É um milagre o

rei não ter vindo me arrastar para o castelo. Se está preocupado em perder dinheiro, pode sempre vender a casa, penso. Ou parar

de usar os serviços de Lysandra.Arobynn assobiou, e Rowan e Aedion alcançaram casualmente suas armas escondidas sob a mesa.

O que será necessário, querida, para que você pare de ser uma dor violenta na minha bunda?Lá estavam elas. As palavras que ela queria ouvir, a razão pela qual fora tão cuidadosa para não destrui-lo por completo, mas apenas para irritá-lo o suficiente.

Ela examinou as unhas. Algumas coisinhas, acho.

A sala era grande e feita para entreter festas de vinte ou trinta pessoas, com sofás, cadeiras e poltronas espalhados por todo lado. Aelin descansava em uma poltrona diante do fogo, Arobynn na frente dela, a fúria ainda dançando em seus olhos.Ela podia sentir Rowan e Aedion no corredor do lado de fora, monitorando cada palavra, cada respiração. Ela se perguntava se Arobynn sabia que eles desobedeceram suas ordens de permanecer na sala de jantar; mas duvidava. Eles eram mais furtivos do que leopardos fantasmas, aqueles dois. Mas ela não os queria aqui não até que tivesse feito o que precisava fazer.Ela cruzou uma perna sobre a outra, revelando os simples sapatos de veludo preto que usava, e suas pernas nuas.

Então tudo isso foi uma punição por um crime que não cometi disse Arobynn finalmenteEla correu um dedo pelo apoio de braço da cadeira.

Em primeiro lugar, Arobynn, não vamos nos preocupar com mentiras. Suponho que você já tenha contado a seus amigos a verdade? Minha corte sabe tudo que há para saber sobre mim. E eles sabem tudo o que você fez,

também. Lançando-se como a vítima, você? Está se esquecendo que não foi preciso muito incentivo

ra colocar as facas em suas mãos. Eu sou o que sou. Mas isso não apaga o fato de que você sabia muito bem quem eu era

quando me encontrou. Você tirou meu colar de família de mim, e me disse que qualquer um que viesse me procurar acabaria morto pelos meus inimigos ela não ousou permitir que sua respiração acelerasse, não deixaria que ele considerasse as palavras muitomais que ela, pensando à frente. Você queria me moldar como sua própria arma, por quê?

Por que não? Eu era jovem e bravo, e o meu reino tinha acabado de ser conquistadopor aquele rei bastardo. Eu acreditava que poderia lhe dar as ferramentas necessárias para sobreviver, para algum dia derrotá-lo. Foi por isso que você voltou, não foi? Estou surpreso que você e o capitão não o tenham matado ainda não era o que ele queria, porque tentou trabalhar comigo? Ou está clamando para matá-lo você mesma?

Você honestamente espera que eu acredite que seu objetivo final era vingar minha família e recuperar o meu trono.

Quem você se tornaria sem mim? Alguma princesa mimada e medrosa. Seu primo amado a teria trancado em uma torre e jogado a chave fora. Eu lhe dei a sua liberdade,dei-lhe a capacidade para derrubar homens como Aedion Ashryver com alguns golpes. E tudo o que ganho com isso é desprezo.Ela apertou os dedos, sentindo o peso dos seixos que segurava naquela manhã ao túmulo de Sam.

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Então, o que mais tem guardado para mim, poderosa rainha? Quer que eu lhe poupe otrabalho e diga de que outra forma você pode continuar a ser um espinho no meu pé?

Você sabe que uma dívida não é paga em qualquer lugar. Dívida? Pelo quê? Por tentar livrá-la de Endovier? E quando isso não funcionou, eu fiz o

melhor que pude. Subornei aqueles guardas e funcionários com dinheiro dos meus próprios cofres para que eles não a ferissem além do reparo. Todo o tempo tentei encontrar maneiras de tirá-la de lá um ano sem parar.Verdades e mentiras, como ele sempre lhe ensinou. Sim, ele subornara funcionáriose guardas para garantir que ela ainda estaria ativa quando ele finalmente a libertasse. Mas a carta de Wesley explicara em detalhes quão pouco esforço Arobynn estendeu uma vez que ficou claro que ela estava indo para Endovier. Como ele tinha ajustado seus planos abraçando a ideia de seu espírito a ser quebrado pelas minas.

E o que dizer de Sam? ela perguntou. Sam foi assassinado por um sádico, a quem meu guarda-costas inútil meteu na cabeça que

devia matar. Você sabe que eu não podia permitir que ficasse impune, não quando precisávamos que o novo lorde do crime continuasse a trabalhar conosco.Verdades e mentiras, mentiras e verdades. Ela balançou a cabeça e olhou para a janela, sempre a proteção confusa e conflituosa saindo pelas palavras envenenadas de Arobynn.

Diga-me o que preciso fazer para fazê-la entender disse ele. Você sabe por que tiveque fazê-la capturar aquele demônio? Para que pudéssemos conseguir o seu conhecimento. Assim você e eu poderíamos assumir o rei, saber o que ele sabe. Por que acha que eu o deixei naquela sala? Juntos. Nós vamos derrotar esse monstro juntos, antes de todos nós usarmos aqueles anéis. Seu amigo, o capitão, pode até participar, gratuitamente.

Espera que eu acredite em uma palavra do que diz? Eu tive um longo, longo tempo, para pensar sobre as coisas miseráveis que fiz para

você, Celaena. Aelin ela retrucou. Meu nome é Aelin. E você pode começar a provar que quer conserta

seus caminhos me devolvendo, deuses malditos, o amuleto da minha família. Depois,pode prová-lo um pouco mais dando-me recursos, me deixando usar seus homens para conseguir o que preciso.Ela podia ver as engrenagens girando em sua mente fria e astuta. Em que capacidade?Nenhuma palavra sobre o amuleto nenhuma negação que ele o tinha.

Você quer derrubar o rei ela murmurou, como se para manter os dois machos feéricos do lado de fora da porta fora do campo de audição. Então derrubaremos o rei. Mas nós faremos do meu jeito. O capitão e minha corte ficaram fora disso.

O que isso significa para mim? Esses são tempos perigosos, você sabe. Por que, apenas hoje, um dos traficantes de opiáceos foi capturado por homens do rei e morto. Uma pena... Ele escapou do abate no mercado negro apenas para ser pego comprando o jantar a poucos quarteirões de distância.Mais um absurdo para distraí-la. Ela disse simplesmente:

Eu não enviarei uma dica para o rei sobre esse lugar, sobre como você opera e quem são seus clientes. Ou mencionarei o demônio em seu calabouço, seu sangue agora uma mancha permanente ela sorriu um pouco. Eu tentei; o seu sangue não sai.

Ameaças, Aelin? E se eu fizer minhas próprias ameaças? E se eu mencionar à guarda do rei que seu general e seu capitão da Guarda são frequentemente vistos visitando um determinado armazém? E se eu deixar escapar que um guerreiro feérico está vagando por suacidade? Ou, pior ainda, que sua inimiga mortal está vivendo nas favelas?

Acho que será uma corrida para o palácio, então. É muito ruim o capitão ter homens colocos pelos portões do castelo, mensagens na mão, prontos para o sinal para enviar-lhes esta noite.

Você tem que sair daqui viva para dar esse sinal. O sinal é nos não voltarmos, temo. Todos nós.

Mais uma vez, aquele olhar frio. Quão cruel e implacável que você se tornou, meu amor. Mas será que se tornaria uma boa t

irana? Talvez deva começar a escorregar anéis nos dedos de seus seguidores.Ele enfiou a mão na túnica. Ela manteve sua postura relaxada enquanto uma corrente de ouro brilhava em torno de seus longos dedos brancos, e então um tilintar soou, e

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então...O amuleto era exatamente como ela se lembrava.Ainda tinha mãos de criança quando o segurara, e os olhos de uma criança quando vira pela última vez a frente azul cerúleo com o veado marfim e a estrela de ouro entre seus chifres. O veado imortal de Mala Portadora do Fogo, trazido a estas terras pelo próprio Brannon e libertado na Floresta Carvalhal.O amuleto brilhou nas mãos de Arobynn quando ele o removeu de seu pescoço.A terceira e última chave de Wyrd.Ele tornara seus antepassados poderosos reis e rainhas; fizera Terrasen intocável, uma potência tão letal que nenhuma força jamais violara suas fronteiras. Até que ela caíra no rio Florine naquela noite, até que este homem removera o amuleto de seu pescoço, e um exército conquistador varreu o reino. E Arobynn ascendera de um senhor local de assassinos para coroar-se neste continente o incomparável rei de sua Guilda.Talvez o seu poder e influência derivasse somente a partir do colar colar que eleusara todos estes anos.

Eu me tornei um pouco ligado a ele disse Arobynn quando o entregou.Ele sabia que ela perguntaria do colar esta noite, se o estava usando. Talvez tivesse planejado oferecer a todos juntos, só para ganhar sua confiança, ou fazê-la parar de armar contra seus clientes e interromper os seus negócios.

Manter seu rosto neutro foi um esforço que ela fez para ele.Seus dedos roçaram a corrente de ouro, e ela desejou então e que nunca tivesse ouvido falar dele, nunca o tivesse tocado, nunca estivesse no mesmo quarto que ele. Não está certo, o sangue dela cantou, seus ossos gemeram. Não está certo, não está certo, nãostá certo.O amuleto era mais pesado do que parecia e quente pelo corpo dele, ou do poder ilimitado que o habitava.A chave de Wyrd.Santos. Deuses.E tão rapidamente, tão facilmente, ele o entregou. Como se Arobynn não sentisse, não percebesse... a menos que se precisasse de magia em suas veias para senti-lo, a menos que o amuleto nunca o tivesse.. chamado como fazia com ela agora, seu poder cru roçando contra seus sentidos como um gato se esfregando ao longo de suas pernas. Como sua mãe, seu pai, nenhum deles o sentira?Ela quase saiu ali mesmo. Mas colocou o amuleto de Orynth em torno do pescoço, o seu peso ainda maior por uma força que pressionava em seus ossos, espalhando-se por seu sangue como tinta em água. Não está certo.

Amanhã de manhã ela falou friamente você e eu conversaremos novamente. Traga seus meores homens, ou quem esteja lambendo suas botas nos dias de hoje. E então nós planejaremos.Ela se levantou da poltrona, os joelhos tremendo.

Quaisquer outros pedidos, sua majestade? Acha que não percebo que você tem a mão superior? ela acalmou suas veias, seu coração.

concordou em me ajudar muito facilmente. Mas gosto deste jogo. Vamos continuar jogando.Seu sorriso em resposta foi venenoso.Cada passo para a porta foi um esforço de vontade, enquanto ela se forçou a não pensar sobre o peso entre seus seios.

Se você nos trair esta noite, Arobynn acrescentou ela, parando diante da porta o que foi feito com Sam parecerá misericordioso em comparação com o que farei com você.

Aprendeu alguns truques novos nos últimos anos, não é?Ela sorriu, capturando em detalhes como ele parecia neste exato momento: o brilho de seu cabelo vermelho, os ombros largos e cintura fina, as cicatrizes em suas mãos e aqueles olhos de prata, tão brilhantes com desafio e triunfo. Eles provavelmente assombrariam seus sonhos até o dia que ela morresse.

Só mais uma coisa falou Arobynn.Foi um esforço erguer uma sobrancelha quando ele chegou perto o suficiente para beijá-la, abraçá-la. Mas ele apenas pegou a mão dela na sua, seu polegar acariciando a palma da mão. Gostarei de tê-la de volta ele ronronou.Em seguida, mais rápido do que ela pôde reagir, ele colocou o anel de pedra de Wyrd

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em seu dedo.

Capítulo 44O punhal oculto que Aelin puxara caiu no chão de madeira no momento em que a friapedra preta deslizou contra sua pele. Ela piscou para o anel, para a linha de sangue que aparecera em sua mão por baixo da unha afiada de Arobynn quando ele ergueu sua mão à boca e roçou sua língua ao longo da parte de trás de sua palma.O sangue dela estava em seus lábios quando ele se endireitou.Havia um silêncio em sua cabeça, mesmo agora. O rosto dela parou de funcionar; seu coração parou de funcionar.

Pisque ordenou a ela. Ela o fez. Sorria ela sorriu. Diga-me porque você voltou. Para matar o rei, e matar o príncipe.

Arobynn se inclinou para perto, seu nariz roçando seu pescoço. Me diga que você me ama. Eu te amo. Meu nome, diga meu nome quando diz que me ama. Eu te amo, Arobynn Hamel.

A respiração dele aqueceu sua pele enquanto ele bufava uma risada em seu pescoço e, em seguida, plantou um beijo onde encontrou seu ombro. Acho que vou gostar disso.

Ele se afastou, admirando seu rosto em branco, suas características, agora vaziase alheias.

Pegue a minha carruagem. Vá para casa e durma. Não conte isso a ninguém, não mostre o anel aos seus amigos. E amanhã, relatório aqui depois do almoço. Temos planos, você e eu.Para o nosso reino, e Adarlan.Ela apenas olhou, esperando.

Você entende? Sim.

Ele levantou a mão novamente e beijou o anel de pedra de Wyrd. Boa noite, Aelin ele murmurou, sua mão acariciando seu traseiro quando ele enxotou

-a para fora.

Rowan tremia de raiva reprimida quando tomaram a carruagem na casa de Arobynn, nenhum deles falou.Ele ouvira cada palavra pronunciada dentro daquele cômodo. Então havia Aedion. Ele vira o toque final que Arobynn tinha feito, o gesto de propriedade de um homem convencido de que tinha um novo, muito brilhante brinquedo para brincar.Mas Rowan não se atreveu a agarrar a mão de Aelin para ver o anel.Ela não se mexeu; ela não falou. Apenas ficou lá e olhou para a parede da carruagem. Uma boneca quebrada, obediente e perfeita. Eu te amo, Arobynn Hamel.Cada minuto era uma agonia, mas havia muitos olhos neles muitos, mesmo quando eles finalmente chegaram ao armazém e saíram. Eles esperaram até que a carruagem de Arobynn tivesse ido embora antes de Rowan e Aedion ladearem a rainha quando ela deslizou para dentro do armazém e subiu as escadas.As cortinas já estavam fechadas no interior da casa, algumas velas acesas. As chamas refletiram o dragão dourado bordado na parte de trás do vestido notável, e Rowan nãose atreveu a respirar enquanto ela permanecia no centro da sala. Uma escrava aguardando ordens.

Aelin? Aedion chamou, a voz rouca.Aelin levantou as mãos na frente dela e se virou.Ela tirou o anel.

Então era isso o que ele queria. Eu honestamente esperava algo mais grandioso.

Aelin bateu o anel na pequena mesa atrás do sofá.

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Rowan franziu a testa para ele. Ele não se verificar outro lado de Stevan? Não ela respondeu, ainda tentando limpar o horror da traição de sua mente. Tentando ig

norar a coisa pendurada em seu pescoço, o abismo de poder que acenava. Um de vocês precisa explicar agora Aedion exigiu.

O rosto de seu primo estava drenado de cor, seus olhos tão arregalado que o branco brilhava ao redor deles enquanto olhava do anel para Aelin e de volta.Ela se segurou durante o passeio de carruagem, mantendo a máscara da boneca que Arobynn acreditava que ela iria se tornar. Atravessou a sala, mantendo os braços aolado do corpo para evitar atirar o anel de Wyrd contra a parede.

Sinto muito disse ela. Você não podia saber. Sim, eu podia. Você realmente acha que não posso manter minha boca fechada? Rowan nem sabia até ontem à noite ela retrucou.

No fundo do abismo, um trovão retumbou. Oh, deuses. Oh, deuses... Isso deveria me fazer sentir melhor?

Rowan cruzou os braços. Sim, considerando a discussão que tivemos sobre isso.

Aedion balançou a cabeça. Apenas... expliquem.

Aelin pegou o anel. Concentrando-se. Ela poderia se concentrar nesta conversa depois que escondesse de forma segura o amuleto. Aedion não podia saber o que ela carregava, a arma que ela reivindicara esta noite.

Em Wendlyn, houve um momento em que Narrok... voltou. Ele me advertiu. E me agradeceu por acabar com ele. Então peguei o comandante valg que parecia ter o mínimo de controle sobre o corpo do ser humano, na esperança de que o homem pudesse estar lá, desejando a redenção de alguma forma. Redenção pelo o que o demônio obrigara a fazer, esperando para morrer sabendo que tinha feito uma coisa boa.

Por quê?Falar normalmente era um esforço.

Porque eu poderia oferecer a ele a misericórdia da morte e liberdade do valg, se ele só desse a Arobynn informações erradas. Ele enganou Arobynn fazendo-o pensar que um pouco de sangue poderia controlar esses anéis e que o anel que ele entregou foi o real ela ergueu o anel. Tive a ideia por sua causa, na verdade. Lysandra tem um joalheiro muito bom, e fez uma falsificação. A única coisa real foi ter que cortar odedo do comandante valg. Se Arobynn tivesse tirado a outra luva, teria encontrado-o sem um dedo.

Você levou semanas para planejar todo esse...Aelin assentiu.

Mas por quê? Por que se preocupar com tudo isso? Porque não simplesmente matá-lo?Aelin baixou o anel.

Eu tinha que saber. Saber o quê? Que Arobynn é um monstro? Isso não foi para redimi-lo. Eu sabia, mas este foi o seu teste final. Para mostra

r a sua mão.Aedion assobiou.

Ele teria feito de você sua própria figura decorativa pessoal ele tocou... Eu sei o que ele tocou, e que queria fazer ela ainda podia sentir aquele toque.

Não era nada comparado com o peso medonho pressionando contra o seu peito. Ela esfregou o polegar sobre o corte em sua mão. Portanto, agora sabemos.Uma pequena parte patética sua desejava que ela não soubesse.

Ainda em suas melhores roupas, Aelin e Rowan olharam para o amuleto sobre a mesa baixa diante da lareira escurecida em seu quarto.Ela tirou-o no momento em que entrou no quarto Aedion fora para o telhado vigiar e caiu no sofá de frente para a mesa. Rowan tomou ugar ao lado dela, um batimento cardíaco mais tarde. Por um minuto, eles não disseram nada. O amuleto brilhava à luzdas duas velas que Rowan acendera.

Eu estava prestes a pedir para me certificar de que não era uma farsa; que Arobynn

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não o mudara de alguma forma Rowan falou finalmente, os olhos fixos na chave de Wyrd. Mas posso sentir, um bruxulear de tudo o que está dentro dessa coisa.Ela apoiou os braços sobre os joelhos, o veludo preto de seu vestido acariciando suavemente.

No passado, as pessoas devem ter assumido esse sentimento vinha da magia de quem o estava usando ela falou. Com minha mãe, com Brennon... isso nunca teria sido notado. E o seu pai e seu tio? Eles tinham pouca ou nenhuma mágica, você disse.O veado de marfim parecia olhar para ela, a estrela imortal entre os chifres bruxuleando como ouro derretido.

Mas eles tinham presença. Que melhor lugar para esconder essa coisa do que ao redor do pescoço da arrogante realeza?Rowan ficou tenso quando ela se aproximou do amuleto e o virou de ponta cabeça o mais rápido que pôde. O metal estava quente, sua superfície imaculada apesar dos milênios que se passaram desde o seu forjamento.Ali, exatamente como ela se lembrava, estavam esculpidas três marcas de Wyrd.

Alguma ideia do que podem significar? Rowan perguntou, deslocando próximo o suficiente para que sua coxa roçasse a dela. Ele se afastou um centímetro, embora isso não a

impedisse de sentir o calor dele. Eu nunca vi... Aquela Rowan disse, apontando para a primeira. Eu vi aquela. Ela queimou em sua

testa naquele dia. A marca de Brannon ela murmurou. A marca do nascido bastardo, o sem nome. Ninguém em Terrasen nunca olhou para esses símbolos? Se eles o fizeram, nunca foi revelado, ou escreveu em seus relatos pessoais, que

eram armazenados na biblioteca de Orynth ela mordeu o interior de seu lábio. Foium dos primeiros lugares que o rei de Adarlan destruiu.

Talvez os bibliotecários tenham contrabandeado os relatos dos governantes primeiro talvez eles tenham tido sorte.Seu coração se afundou um pouco.

Talvez. Não saberemos até voltarmos para Terrasen ela bateu o pé no tapete. Precisoconder isso.Havia uma tábua solta em seu closet sob a qual ela escondia dinheiro, armas e joias. Seria um lugar bom o suficiente para agora. E Aedion não a questionaria, já que ela não podia arriscar usar a maldita coisa em público de qualquer maneira, mesmo sob a roupa, não até que estivesse de volta em Terrasen. Ela olhou para o amuleto.

Então faça isso ele falou. Eu não quero tocá-lo. Se fosse assim tão fácil de acionar, seus antepassados teriam descoberto o que era. Você pega disse ela, franzindo a testa.

Ele apenas lançou-lhe um olhar.Ela abaixou-se, deixando a mente em branco enquanto erguia o amuleto para fora da mesa. Rowan ficou tenso, como se estivesse se preparando, apesar de sua confiança.A chave era uma pedra em sua mão, mas aquela sensação inicial de incorreção, de um abismode poder estava tranquilo. Adormecido.Ela fez um rápido trabalho ao afastar o tapete de seu closet e puxar piso solto. Sentiu Rowan atrás dela, olhando por cima do ombro onde ela se ajoelhou e para o pequeno compartimento.Ela pegou o amuleto para guardá-lo no pequeno espaço quando um fio puxou dentro dela não, não um fio, mas... um vento, como alguma força de Rowan para ela, como se a sualigação fosse uma coisa viva e ela pudesse sentir o que era ser ele...Ela deixou cair o amuleto no compartimento. Ele bateu apenas uma vez, um peso morto.

O quê? perguntou Rowan.Ela se virou para olhar para ele.

Eu senti... senti você. Como?Então contou a ele sobre sua essência, deslizando para dentro dela, de sentir como s

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e usasse a pele dele, mesmo que apenas por um instante.Ele não parecia inteiramente satisfeito.

Esse tipo de habilidade pode ser uma ferramenta útil para mais tarde.Ela fez uma careta.

Típico pensamento de guerreiro bruto.Ele deu de ombros. Deuses, como ele lidaria com isso, o peso do seu poder? Ele podia esmagar ossos em pó, mesmo sem a sua magia; podia trazer todo este edifício abaixo com alguns golpes bem colocados.Ela sabia é claro que sabia, mas senti-lo... o mais poderoso macho féerico puro-sangue da existência. Para um ser humano comum, ele era tão estranho quanto um valg.

Mas acho que você está certo: ele não pode apenas agir sobre a minha vontade ela falou, finalmente. Ou então meus antepassados teriam arrasado Orynth ao chão antes que qualquer reino pudesse fazê-lo. Eu... eu penso que essas coisas podem ser neutras por natureza, é o portador que orienta como elas são usadas. Nas mãos de alguém puro de coração, isso só poderia ser benéfico. Foi assim que Terrasen prosperou.Rowan bufou quando ela recolocou a prancha de madeira, batendo nela com a palmada sua mão.

Confie em mim, seus antepassados não eram totalmente santos ele ofereceu-lhe a mão,e ela tentou não olhar para ele quando a segurou. Dura, calejada, inquebrável, quase

impossível de matar. Mas havia uma gentileza em seu aperto, um cuidado reservadoapenas para aqueles que ele amava e protegia. Não acho que nenhum deles fosse um assassino ela respondeu quando soltou sua mão. As

chaves podem corromper um coração ou amplificar um puro. Nunca ouvi nada sobre corações que estão em algum lugar no meio.

O fato de você se preocupar diz o suficiente sobre suas intenções.Ela andou por toda a área para garantir que não havia placas rangendo no esconderijo.Um trovão retumbou acima da cidade.

Vou fingir que não é um presságio ela murmurou. Boa sorte com isso ele a cutucou com o cotovelo quando eles reentraram no quarto

. Vamos ficar de olho nas coisas, e se você parecer estar indo em direção ao Senhor Escuro, prometo trazê-la de volta para a luz.

Engraçadinho.O pequeno relógio em sua mesa de cabeceira soou as horas, e o trovão ressoou novamente através de Forte da Fenda. Uma tempestade de movimento rápido. Bom, talvez ele devesse limpar a cabeça também.Ela foi até a caixa que Lysandra trouxera e tirou o outro item.

O joalheiro de Lysandra Rowan falou é uma pessoa muito talentosa.Aelin ergueu uma réplica do amuleto. Tinha tamanho, coloração e peso quase perfeitos.Ela colocou-a sobre o criado mudo como uma joia descartada.

Apenas para o caso de alguém se perguntar onde está.

A chuva diminuíra para uma garoa constante no momento em que o relógio bateu uma hora da manhã, e Aelin ainda descera do telhado. Ela tinha ido até lá para assumir o posto de Aedion, aparentemente, e Rowan a esperara, passando o tempo, quando o relógio se aproximava da meia-noite e, em seguida, passou. Chaol viera dar a Aedion umrelatório sobre os movimentos dos homens de Arobynn, mas escorregou de volta parafora em torno da meia-noite.Rowan ficou esperando.Ela estava em pé na chuva, de frente para o oeste, não para o castelo brilhante à suadireita, não na direção do mar em suas costas, mas para a cidade.Ele não se importava que ela tivesse aquele vislumbre dele. Queria dizer a ela que não se importava com o que ela sabia sobre ele, desde que não a assustasse, e teria dito antes se não tivesse sido tão estupidamente distraído pela forma como ela o olhou naquela noite.A luz da lâmpada refletia os pentes no cabelo dela e o dragão dourado ao longo do vestido.

Você vai estragar o vestido de pé aqui fora na chuva ele comentou.

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Ela meio que se virou para ele. A chuva deixara listras de kohl pelo seu rosto e sua pele era tão pálida quanto uma barriga de peixe. O olhar em seus olhos culpa, raiva, agonia o atingiu como um soco no estômago.Ela virou-se novamente para a cidade.

Eu nunca usaria este vestido novo, de qualquer maneira. Você sabe que posso cuidar disso esta noite ele falou, dando um passo ao lado dela

se não quiser ser aquela a fazê-lo.E depois do que aquele bastardo tentara fazer com ela, o que ele planejava fazer com ela... ele e Aedion levariam um longo, longo tempo para acabar com a vida de Arobynn.Ela olhou para o outro lado da cidade, em direção à Fortaleza dos Assassinos.

Eu disse a Lysandra que poderia fazê-lo. Por quê?

Ela colocou os braços em volta de si, abraçando apertado. Porque mais do que eu, mais do que você ou Aedion, Lysandra merece ser a pessoa qu

e vai acabar com a vida dele.Era verdade.

Será que ela precisará da nossa ajuda?Ela balançou a cabeça, mandando gotículas de chuva para fora dos pentes e mechas úmidas

de cabelo que se soltavam. Chaol foi se assegurar de que tudo vai bem.Rowan se permitiu um momento para olhar para ela, os ombros relaxados e o queixo erguido, o punho fechado em torno de seus cotovelos, a curva de seu nariz contra a iluminação da rua, a fina linha de sua boca.

Parece errado ela falou ainda desejo que houvesse alguma outra forma ela tomou uma respiração irregular, o ar condensando-se na frente dela. Ele era um homem mau ela sussurrou. Ia me escravizar à sua vontade, me usar para assumir Terrasen, fazer-se rei ou talvez pai do meu... ela estremeceu com tanta violência que a luz brilhou com o movimento do dourado em seu vestido. Mas ele também... também devo minha vida a ele. Pensei que seria um alívio, uma alegria acabar com ele. Mas tudo o que sinto é um vazio. E cansaço.Ela era como gelo quando ele deslizou um braço ao redor dela, dobrando-a para seulado. Só desta vez, só desta vez, ele se deixaria abraçá-la. Se ele tivesse se comprometido a matar Maeve e um de sua equipe tivesse feito isso, em vez dele se Lorcan a matasse, por exemplo ele teria sentido o mesmo.Ela se virou ligeiramente para olhar para ele, e embora tentasse esconder, ele podia ver o medo em seu olhar, e a culpa.

Preciso que você procure Lorcan amanhã. Veja se ele realizou a pequena tarefa que lhe designei.Se ele matou os cães de caça de Wyrd. Ou foi morto por eles. Assim poderiam, finalmente, libertar a magia.Deuses. Lorcan era seu inimigo agora. Ele fechou o pensamento.

E se for necessário eliminá-lo?Ele a observou engolir em seco.

Será por necessidade sua, Rowan. Assim, faça como achar melhor.Ele desejou que ela lhe direcionasse a um caminho ou outro, mas dar-lhe a escolha, respeitar a sua história o bastante para lhe permitir tomar essa decisão...

Obrigado.Ela descansou a cabeça contra o peito dele, as pontas dos pentes de morcego espetando-o de modo que ele os tirou um de cada vez de seu cabelo. Os enfeites dourados estavam escorregadios e frios em suas mãos, e enquanto admirava os objetos trabalhados, murmurou:

Quero que você os venda. E queime esse vestido. Como quiser respondeu ele, embolsando os pentes. Uma pena, no entanto. Seus inim

igos teriam caído de joelhos, se algum dia a vissem nele.Ele quase caíra de joelhos quando a viu pela primeira vez mais cedo naquela noite.Ela bufou uma risada que poderia ter sido um soluço e colocou os braços ao redor dacintura dele como se estivesse tentando roubar seu calor. Seu cabelo encharcadosoltou-se, o aroma de jasmim e limão-verbena e brasas crepitantes elevando-se acima do cheiro de amêndoas para acariciar seu nariz, seus sentidos.

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Rowan permaneceu com a rainha na chuva, respirando o cheiro dela, deixando que ela roubasse seu calor durante o tempo precisasse.

A chuva diminuiu para um chuvisco suave, e Aelin estava agitada de onde Rowan asegurava. Onde estava de pé, absorvendo a sua força, pensando.Ela se moveu um pouco para examinar as linhas fortes de seu rosto, suas maçãs douradas pela chuva, pela luz da rua. Do outro lado da cidade, numa sala que conheciamuito bem, esperava que Arobynn estivesse sangrando. Esperava que estivesse morto.Um pensamento oco mas também o clique de uma fechadura finalmente aberta.Rowan virou a cabeça para olhar para ela, a chuva pingando por seu cabelo de prata. Suas feições suavizaram-se um pouco, as linhas duras tornando-se mais convidativas vulneráveis, até.

Diga-me o que está pensando ele murmurou. Estou pensando que na próxima vez que eu quiser perturbá-lo, tudo o que preciso faze

r é dizer-lhe quão raramente uso roupas íntimas.Suas pupilas dilataram.

Existe uma razão para isso, princesa? Existe uma razão para não usar?Ele achatou a mão contra sua cintura, os dedos contraindo uma vez como se relutassem deixá-la ir.

Tenho pena dos embaixadores estrangeiros que terão que lidar com você.Ela sorriu, sem fôlego e mais do que um pouco imprudente. Ao ver a masmorra do quarto esta noite, ela percebeu que estava cansada. Cansada da morte, da espera, de dizer adeus.Ela ergueu a mão para o rosto de Rowan.Tão suave era a pele sobre os ossos fortes e elegantes.Ela esperou que ele se afastasse, mas o feérico apenas a olhou, a enxergou como sempre fazia. Amigos, mas muito mais que isso. Tão mais, que ela não sabia o quanto estava disposta a admitir. Cuidadosamente, ela o acariciou com seu polegar, o rosto dele liso com a chuva.Isso a atingiu como uma pedra. Ela era uma tola por ter se esquivado, negado, mesmo quando uma parte dela gritara todas as manhãs que ela estendia a mão para o meio vazio da cama.Ela ergueu a outra mão para o seu rosto e os olhos dele estavam fixos nos dela, sua respiração, irregular, enquanto ela traçava as linhas da tatuagem ao longo de sua têmpora.As mãos dele apertaram um pouco sua cintura, os polegares roçando a parte de baixo sua caixa torácica. Foi um esforço não arquear sob seu toque.

Rowan ela sussurrou, seu nome um apelo e uma oração. Ela deslizou os dedos por sua bochecha tatuada, e...Mais rápido do que ela podia ver, ele pegou um pulso e depois o outro, afastando-os de seu rosto e rosnando baixinho. O mundo escancarou-se em torno dela, frio eimóvel.Ele soltou as mãos como se estivessem em chamas, afastando-se, aqueles olhos verdes planos e maçantes de uma maneira que não via há algum tempo. Sua garganta se fechouantes mesmo de ele falar.

Não faça isso. Não... me toque dessa maneira.Havia um rugido em seus ouvidos, uma queimação em seu rosto, e ela engoliu em seco.

Sinto muito.Oh, deuses.Ele tinha mais de 300 anos de idade. Imortal. E ela ela...

Eu não quis dizer... ela se afastou um passo, em direção à porta, do outro lado do teldo. Sinto muito ela repetiu. Não foi nada.

Bom disse ele, indo ele mesmo para a porta do telhado. Está bem.Rowan não disse mais nada enquanto descia. Sozinha, ela esfregou o rosto molhado para a tirar a sensação oleosa da maquiagem.Não me toque dessa maneira.

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Uma linha clara na areia. Um limite porque ele tinha trezentos anos de idade, era imortal e perdera sua alma gêmea sem defeitos... enquanto ela era jovem e inexperiente, sua carranam e rainha, e ele não queria nada mais do que isso. Se ela não tivesse sido tão tola, tão estupidamente ignorante, talvez tivesse percebido, compreendido que apesar de ter visto os olhos dele brilharem com fome fome por ela issonão significava que ele queria agir sobre isso. Não significa que não podia se odiar por isso.Oh, deuses.O que ela fizera?

A chuva que escorria pelas janelas formavam sombras deslizantes no chão de madeira, nas paredes do quarto de Arobynn.Lysandra as observava há algum tempo, ouvindo o ritmo constante da tempestade e arespiração do homem dormindo ao seu lado. Totalmente inconsciente.Se ela fosse fazer isso, teria que ser agora, quando o sono estava mais profundo, quando a chuva encobria a maior parte dos sons. A bênção de Temis, deusa das coisasselvagens, que já a agraciara como uma metamorfa e que nunca esquecia os animais e

njaulados do mundo.Quatro palavras era tudo o que havia no bilhete que Aelin lhe passara mais cedonaquela noite; um bilhete ainda enfiado no bolso escondido de sua roupa de baixo descartada.Ele é todo seu.Um presente, ela sabia um presente da rainha que não tinha mais nada a oferecer auma prostituta sem nome com uma história triste.Lysandra se virou de lado, olhando agora para os centímetros nus do homem adormecido, o sedoso cabelo vermelho derramado sobre seu rosto.Ele não suspeitou uma vez que foi ela quem deu a Aelin os detalhes sobre Cormac. Mas este sempre fora seu ardil com Arobynn a pele que ela usara desde a infância. Ele nunca pensou de outra forma sobre seu comportamento insípido e vão, nunca se preocupou. Se pensasse, não guardaria uma adaga debaixo do travesseiro e não a deixariadormir na mesma cama que ele.Ele não tinha sido gentil esta noite, e ela sabia que teria um hematoma no antebraço de onde ele a segurou com força demais. Vitorioso, soberbo, um rei certo de sua coroa, até onde sabia.No jantar, ela tinha vira a expressão passando em seu rosto quando ele pegou Aelin e Rowan sorrindo um para o outro. Todos os golpes e histórias de Arobynn não alcançaram seu objetivo esta noite porque Aelin estava perdida demais em Rowan ouvir.Ela se perguntou se a rainha sabia. Rowan sim. Aedion, sim. E Arobynn também. Eleentendera que, com Rowan, ela não mais o temia; com Rowan, Arobynn era agora totalmente desnecessário. Irrelevante.Ele é todo seu.Depois que Aelin o deixara, assim que ele firmara a casa, convencido de seu domínio absoluto sobre a rainha, Arobynn chamara seus homens.Lysandra não ouviu os planos, mas sabia que o príncipe feérico seria seu primeiro alvo. Rowan morreria Rowan tinha que morrer. Tinha visto nos olhos de Arobynn enquanto observava a rainha e seu príncipe de mãos dadas, sorrindo um para o outro, apesar dos horrores em torno deles.Lysandra deslizou sua mão sob o travesseiro quando aproximou-se de Arobynn, aninhada contra ele. Ele não se mexeu; sua respiração profunda e manteve-se estável.Ele nunca teve problemas para dormir. Na noite em que matou Wesley, dormiu comoum morto, desconhecendo os momentos em que até mesmo a sua vontade de ferro não puderam impedir as lágrimas silenciosas de caírem.Ela teria que encontrar o amor novamente um dia. E seria profundo, implacável e inesperado, o princípio, o fim e a eternidade, o tipo que poderia mudar a história, mudar o mundo.O punho da adaga era frio em sua mão, e quando Lysandra rolou de volta, não mais doque um sono inquieto, puxou a arma com ela.A lâmina brilhou como relâmpago, um lampejo de mercúrio. Por Wesley. Por Sam. Por Aeli

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n.E por si mesma. Pela a criança que tinha sido, aos dezessete anos, em sua noite do Leilão, pela mulher que se tornou, com o coração em frangalhos, a ferida invisível ainda sangrando.Seria muito fácil se sentar e abrir a garganta de Arobynn com a adaga.

Capítulo 45O homem amarrado à mesa gritava quando o demônio correu suas mãos pelo seu peito nu, suas unhas tirando sangue e deixando linhas vermelhas.Escute-o, o príncipe demônio sussurrou. Ouça a música que ele faz.Além da mesa, o homem que costumava se sentar no trono de vidro perguntou:

Onde os rebeldes estão se escondendo? Eu não sei, eu não sei! o homem gritou.

O demônio correu uma segunda unha no peito do homem. Havia sangue por toda parte.Não se encolha, animal covarde. Assista, saboreie.O corpo o corpo que podia ter tido uma vez o traiu por completo. O demônio agarrou-o com força, obrigando-o a assistir quando suas próprias mãos agarraram um dispositivo de aparência cruel, encaixando-o no rosto do homem, e começou a apertar.

Responda-me, rebelde ordenou o homem coroado.O homem gritou quando a máscara apertou.Ele poderia ter começado a gritar, também, podia ter começado implorando ao demônio para parar.Covarde humano covarde. Você não gosta da dor dele, seu medo?Ele poderia, e o demônio empurrou cada prazer que sentia para ele.Se ele fosse capaz de vomitar, teria feito isso. Ali não havia tal coisa. Ali não havia escapatória.

Por favor o homem em cima da mesa implorou. Por favor!Mas suas mãos não pararam.E o homem continuou gritando.

Capítulo 46Hoje, Aelin decidiu, estava tudo pronto para o inferno, e não havia motivo em tentar salvá-lo, não com o que tinha que fazer a seguir.Armada até os dentes, ela tentou não pensar nas palavras de Rowan na noite anterior àquela em que eles tomaram carruagem por toda a cidade. Mas ela as ouviu por sobre o clop-clop dos cascos dos cavalos, assim como as ouvira durante toda a noite enquanto estava deitada na cama, acordada, tentando ignorar sua presença. Não me toque dessa maneira.Ela sentou-se tão longe de Rowan quanto poderia sem se pendurar pela janela da carruagem. Falara com ele, é claro, de longe e m voz baixa, e ele lhe dera respostascortadas. O que tornou viagem realmente agradável. Aedion, sabiamente, não perguntou sobre isso.Precisava estar lúcida, implacável, a fim de suportar as próximas horas.Arobynn estava morto.A notícia chegara há uma hora Arobynn fora encontrado morto. Sua presença foi solicitada imediatamente por Tern, Harding e Mullin, os três assassinos que tomaram o controle da Guilda e de seus patrimônios até que tudo fosse resolvido.Ela sabia da noite passada, é claro. Ouvir a confirmação foi um alívio Lysandra conseguira, e sobrevivera, mas...Morto.A carruagem parou em frente ao Forte dos Assassinos, mas Aelin não se mexeu. O silêncio caiu quando eles olharam para a mansão de pedra pálida que se elevava. Mas Aelin fechou os olhos, respirando fundo.Uma última vez você terá que usar essa máscara uma última vez, e então poderá enterrar C Sardothien para sempre.Ela abriu os olhos, endireitou os ombros e ergueu o queixo, assim deixando fluir o resto de sua graça felina.Aedion ficou boquiaberto, e ela sabia que não havia nada da prima que ele veio a c

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onhecer em seu rosto. Ela olhou para ele, em seguida, para Rowan, um sorriso cruel se abrindo quando se inclinou para abrir a porta da carruagem.

Não fiquem no meu caminho ela disse a eles.Ela saltou da carruagem, seu manto balançando ao vento da primavera enquanto subia os degraus da Torre dos Assassinos e chutava aberta as portas da frente.

Capítulo 47 Que diabos aconteceu aqui? Aelin rugiu quando as portas da frente do Forte dos Assassinos bateram atrás dela. Aedion e Rowan a seguiam, ainda escondidos sob os capuzes pesados.A sala da frente estava vazia, mas um copo caiu da sala de estar fechada, e entãotrês homens um alto, outro baixo e delgado, e um monstruosamente musculoso vierampelo corredor.Harding, Tern e Mullin. Ela mostrou os dentes para os homens o do meio, em particular. Ele era o menor, o mais antigo e o mais astuto, o líder de seu pequeno grupo. Provavelmente esperava que ela matasse Arobynn naquela noite em que eles se esbarraram nos Cofres.

Comece a falar agora ela sussurrou.

Tern firmou os pés afastados. A não ser que você faça o mesmo.Aedion soltou um rosnado baixo e os três assassinos olharam para seus companheiros.

Os cães de guarda não importam ela retrucou, chamando a sua atenção de volta para ela.xplique-se.Houve um soluço abafado da sala de estar por trás dos homens, e ela jogou ergueu osolhos por sobre o ombro musculoso de Mullin.

Por que essas duas vagabundas estão nesta casa?Tern a olhou ameaçadoramente.

Porque Lysandra foi quem acordou gritando ao lado do corpo dele.Seus dedos se curvaram em garras.

Ela estava, e agora? ela murmurou, tal ira em seus olhos que, mesmo Tern se afastou enquanto caminhou para a sala de estar.Lysandra estava caída em uma poltrona, um lenço pressionado no rosto. Clarisse, suasenhora, permanecia atrás da cadeira, com o rosto pálido e apertado.Sangue emplastrava a pele de Lysandra, emaranhando-se ao seu cabelo, e o robe de seda fina manchado fazia pouco para esconder sua nudez.Lysandra ficou de pé, os olhos vermelhos e o rosto sujo.

Eu n-não... eu j-juro que não...Uma performance espetacular.

Por que diabos eu deveria acreditar em você? Aelin perguntou lentamente. Você é a úncom acesso ao quarto dele.Clarisse, os cabelos dourados e envelhecendo graciosamente para uma mulher na casa dos quarenta, estalou a língua.

Lysandra nunca machucaria Arobynn. Por que fazer isso, quando ele estava fazendo tanto para pagar suas dívidas?Aelin inclinou a cabeça para a senhora.

Pedi a sua maldita opinião, Clarisse?Prontos para a violência, Rowan e Aedion se mantiveram em silêncio, embora ela pudesse ter jurado que um toque de choque brilhou em seus olhos sombreados. Bom. Aelin desviou sua atenção para os assassinos.

Mostrem-me onde o encontraram. Agora.Tern deu-lhe um longo olhar, considerando cada palavra dela. Um grande esforço, ela pensou, para não ser pega sabendo mais do que deveria. O assassino apontou paraas escadas largas visíveis através das portas abertas sala de estar.

No quarto dele. Nós colocamos seu corpo lá embaixo. Você o moveu antes que eu pudesse estudar a cena?

Ele falou alto, tranquilo e duro: Você foi avisada apenas como cortesia. E para ver se eu tinha feito isso.Ela caminhou para a porta, apontando um dedo para trás na direção de Lysandra e Claris

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se. Se qualquer uma delas tentar correr pediu a Aedion, Estripe-as.

O sorriso de Aedion brilhava debaixo de seu capuz, as mãos pairando ao alcance desuas facas de combate.O quarto de Arobynn era um banho de sangue. E não havia nada fingido quando ela parou no limiar, piscando para a cama encharcada de sangue e o sangue acumulado no chão.Que diabos Lysandra fizera com ele?Ela apertou as mãos contra o tremor, ciente de que os três assassinos em suas costas podiam vê-la. Eles estavam monitorando cada respiração, piscada e engolida sua.

Como?Mullin resmungou.

Alguém cortou sua garganta e o deixou sufocar até a morte em seu próprio sangue.Seu estômago revirou revirou de verdade. Lysandra, ao que parecia, não estava pronta para deixá-lo ir rapidamente.

Não ela disse, e sua garganta fechou. Ela tentou novamente. Há uma pegada no sangue. Botas Tern revelou ao seu lado. Grandes, provavelmente do sexo masculino ele deu

pés delgados da Aelin um olhar aguçado. Em seguida, estudou os pés de Rowan, onde o príncipe pairava atrás dela, embora ele provavelmente já os tivesse examinado. O merdin

ha. Claro, as pegadas que Chaol deliberadamente deixara foram feitas com botas diferentes das que qualquer um deles usava. A fechadura não mostra sinais de adulteração ela comentou, tocando a porta. E quantojanela? Verifique respondeu Tern.

Ela teria que andar através do sangue de Arobynn para alcançá-la. Apenas me diga ela respondeu calmamente.

Cansada. Uma trinca quebrada por fora Harding falou, e Tern atirou um olhar a ele.

Ela voltou para a escuridão fria do corredor. Rowan silenciosamente manteve distância, seus traços feéricos ainda não detectados sob o capuz traços que permaneceriam assim, enquanto ele não abrisse sua boca para revelar seus caninos alongados.

Ninguém relatou sinais de algo errado? Aelin perguntou.Tern deu de ombros. Houve uma tempestade. O assassino provavelmente esperou até depois para matá-lo elelançou-lhe outro longo olhar, uma dança de violência perversa em seus olhos escuros.

Por que você não apenas diz o que tem a dizer, Tern? Por que não me pergunta onde eu estava na noite passada?

Nós sabemos onde você estava Harding falou, elevando-se sobre Tern. Não havia nada amál em sua cara longa e sem graça. Nossos olhos a viram em casa a noite toda. Você estava no telhado, e depois foi para a cama.Exatamente como ela tinha planejado.

Você está me contando os detalhes porque gostaria que eu caçasse os seus pequenos olhos e os cegasse? Aelin respondeu docemente. Porque depois que eu resolver essa bagunça, é exatamente o que pretendo fazer.Mullin suspirou com força pelo nariz e encarou Harding, mas não disse nada. Ele sempre foi um homem de poucas palavras perfeitas para o trabalho sujo.

Você não toca os homens, e nós não tocaremos os seus respondeu Tern. Eu não faço negócios com pedaços de merda, assassinos de segunda categoria ela cantaro

u, e lhe deu um sorriso desagradável quando saiu pelo corredor, passando por seu antigo quarto, e descendo as escadas, Rowan um passo atrás.Ela deu a Aedion um aceno quando entrou na sala de estar. Ele manteve sua posição vigilante, ainda sorrindo como um lobo. Lysandra não se moveu uma polegada.

Você pode ir ela falou.A cabeça de Lysandra caiu.

O quê? Tern latiu.Aelin apontou para a porta.

Por que essas duas prostitutas matariam seu maior cliente? Se fosse para apontar alguém ela disse por sobre seu ombro penso que vocês três teriam mais a ganhar.Antes que eles pudessem respondeu, Clarisse tossiu incisivamente.

Sim? Aelin assobiou.

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O rosto de Clarisse estava pálido, mas ela manteve a cabeça erguida quando disse: Se nos permitir, o mestre do banco em breve estará aqui para ler a vontade de Arob

ynn. Arobynn... ela enxugou os olhos, o retrato perfeito de tristeza Arobynn informou-me que fomos nomeadas. Gostaríamos de permanecer até que o testamento tenha sido lido.Aelin sorriu.

O sangue de Arobynn ainda nem secou na cama e você já está mergulhando em seu legado.Não sei por que estou surpresa. Talvez eu a tenha descartado cedo demais como suaassassina, se está tão ansiosa para arrebatar tudo o que ele deixou.Clarisse empalideceu novamente, e Lysandra começou a tremer.

Por favor, Celaena Lysandra implorou. Nós não... eu nunca...Alguém bateu na porta da frente.Aelin deslizou as mãos para dentro dos bolsos.

Bem, bem. Que pontualidade.

O mestre do banco pareceu prestes a vomitar com a visão de Lysandra coberta de sangue, mas depois suspirou com algo parecido com alívio quando viu Aelin. Lysandra e

Clarisse agora sentavam-se em poltronas individuais, enquanto o mestre se sentou atrás da escrivaninha, pouco antes das janelas altas, e Tern e seus comparsas pairavam como abutres. Aelin encostou-se à parede ao lado da porta, braços cruzados, Aedion flanqueando-a pela esquerda e Rowan à direita.Enquanto o mestre seguia e seguia com suas condolências e sentimentos, ela sentiuos olhos de Rowan sobre ela. Ele deu um passo mais perto, como se para roçar o braço contra a ela. Ela se esgueirou para fora do alcance.Rowan ainda a fitava quando o mestre abriu um envelope lacrado e limpou a garganta. De sua boca jorrou algum jargão legal e ele ofereceu suas condolências novamente, as quais deuses condenados Clarisse teve a audácia de aceitar como se fosse a viúva de Arobynn.Então veio a longa lista dos ativos de Arobynn, investimentos empresariais, propriedades e da enorme e ultrajante fortuna deixada em sua conta. Clarisse praticamente babava no tapete, mas os três assassinos de Arobynn mantiveram seus rostos cuidadosamente neutros.

É a minha vontade leu o mestre que o único beneficiário de toda a minha fortuna, atis e participações seja da minha herdeira, Celaena Sardothien.Clarisse se virou em sua cadeira, rápida como uma víbora.

O quê? Merda Aedion desabafou.

Aelin apenas fitou o mestre, sua boca um pouco aberta, as mãos caindo folgadas para os lados.

Diga isso de novo ela sussurrou.O mestre deu um sorriso nervoso e aguado.

Tudo todas as coisas foram deixadas para você. Bem, exceto por esta soma para madame Clarisse, para liquidar as suas dívidas ele mostrou o papel para Clarisse.

Isso é impossível a senhora assobiou. Ele jurou que eu estava nesse testamento. E você está Aelin falou lentamente, desencostando-se da parede para olhar por sobre

o ombro de Clarisse a pequena soma. Não fique gananciosa, agora. Onde estão as duplicatas? Tern exigiu. Você já as inspecionou? ele deu a volta napara examinar à vontade.

O mestre se encolheu, mas ergueu o pergaminho assinado por Arobynn inteiramentedentro da lei.

Verificamos as cópias em nossos cofres esta manhã. Todas idênticas, todas datadas de três meses atrás.Quando ela estava em Wendlyn.Ela deu um passo a frente.

Então excetuando a soma para Clarisse, tudo desta casa, a Guilda, as outras propriedades, a fortuna dele, é tudo meu?O mestre balançou a cabeça novamente, já lutando para arrumar o seu caso.

Parabéns, Srta. Sardothien.

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Lentamente, ela virou a cabeça na direção de Clarisse e Lysandra. Bem, se esse é o caso ela mostrou os dentes em um sorriso cruel. Coloque essa pros

tituta e sua carcaça de sugadora de sangue do inferno para fora da minha propriedade.O mestre engasgou.Lysandra não podia se mover rápido o suficiente quando correu para a porta. Clarisse, no entanto, permaneceu sentada.

Como você se atreve a senhora começou. Cinco Aelin contou, erguendo cinco dedos. Ela baixou um, e pegou sua adaga com a outra mão. Quatro outro. Três.Clarisse saiu rapidamente da sala, apressando-se após uma Lysandra soluçando.Então Aelin olhou para os três assassinos. Seus braços pendiam soltos em seus lados, fúria, choque e sabiamnete, o suficiente algo como medo em seus rostos.Ela disse muito calmamente:

Vocês seguraram Sam enquanto Arobynn me espancava até desmaiar e, em seguida, não levantaram um dedo para impedi-lo quando Arobynn batia nele, também. Eu não sei o papelque desempenharam na morte dele, mas nunca vou esquecer os sons de suas vozes do lado de fora da minha porta quando me contaram os detalhes sobre a casa de Rourke Farran. Foi fácil para vocês três? Me mandarem para a casa daquele sádico, sabendo o

que ele tinha feito com Sam e o quanto era doente para fazer comigo? Vocês estavam apenas cumprindo ordens, ou ficaram mais do que felizes em ser voluntários?O mestre recuara em sua cadeira, tentando fazer-se o mais invisível possível em umasala cheia de assassinos profissionais.O lábio de Tern enrolou-se.

Nós não sabemos do que você está falando. Pena. Eu poderia estar disposta a ouvir algumas desculpas insignificantes ela ol

hou para o relógio sobre a lareira. Façam suas malas e deem o fora. Agora mesmo.Eles piscaram.

O quê? Tern indagou. Arrumem suas malas ela disse, enunciando cada sílaba. Caiam fora. Agora mesmo. Esta é a nossa casa disse Harding. Não mais ela estudou suas unhas. Corrija-me se eu estiver errada, banqueiro ela ro

nronou, e o homem se encolheu com a atenção. Esta casa e tudo o que tem dentro. Tern, Harding e Mullin ainda não haviam pago suas dívidas com Arobynn, então tudo o que eles têm aqui, até mesmo suas roupas, é meu também. Estou me sentindo generosa, então vou deixá-los ficar com elas, desde que o gosto deles é horrível de qualquer maneira. Mas as armas, as suas listas de clientes, a Guilda, tudo é meu. Eu decido quem está dentro e quem está fora. E desde que estes três acharam por bem me acusar de assassinar meu mestre, digo que eles estão fora. Se eles tentarem trabalhar de novo nesta cidade, neste continente, logo, pela lei e pelas leis da Guilda, tenho o direito de caçá-los e picá-los em pequenos pedaços ela bateu os cílios. Ou estou errada?O engolir do mestre banqueiro era audível.

Você está certa.Tern deu um passo em direção a ela.

Você não pode... não pode fazer isso. Eu posso, e vou. Rainha dos Assassinos soa tão bem, não é? ela acenou para a porta.

mam aqui.Harding e Mullin se moveram para sair, mas Tern ergueu os braços, impedindo-os.

O que diabos você quer de nós? Honestamente, eu não me importaria de ver os três eviscerados e pendurados nos lustr

es pelos intestinos, mas acho que arruinaria estes belos tapetes que agora sou proprietária.

Você não pode simplesmente atirar-nos para fora. O que vamos fazer? Para onde vamos? Ouvi dizer que o inferno é particularmente agradável nesta época do ano. Por favor, por favor pediu Tern, sua respiração vindo rápido.

Ela enfiou as mãos nos bolsos e examinou o cômodo. Suponho que... ela fez um som pensativo. Acho que eu poderia vender-lhes a casa,

a propriedade e a Guilda. Cadela cuspiu Tern, mas Harding deu um passo adiante. Quanto? ele perguntou.

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Em quanto a propriedade e a Guilda estão avaliadas, mestre?O banqueiro parecia um homem caminhando até a forca quando abriu seu arquivo novamente e encontrou a soma. Astronômica, ultrajante, impossível para os três pagarem.Harding passou a mão pelo cabelo. Tern tinha virado uma sombra espetacular de roxo.

Acho que vocês não possuem tanto... Aelin observou. Que pena. Eu ia lhes oferecer vender tudo pelo seu valor nominal sem lucro.Ela fez um movimento para se afastar, mas Harding falou: Espere. E se todos pagarmos juntamente, nós três e os outros? Então todos seríamos proprietários da casa e da Guilda.Ela fez uma pausa.

Dinheiro é dinheiro. Não dou a mínima para de onde tirarem, contanto que seja dado a mim ela inclinou a cabeça em direção ao banqueiro. Consegue ter os documentos elaborados hoje? Desde que o dinheiro chegue, é claro.

Isso é loucura Tern murmurou para Harding.Harding balançou a cabeça.

Fique quieto, Tern. Apenas fique quieto. Eu... disse o mestre. E-eu posso tê-los escritos e prontos dentro de três horas. Ser

o tempo adequado para que forneçam provas de fundos suficientes?

Harding assentiu. Vamos encontrar os outros e dizer-lhes.Ela sorriu para o mestre e para os três homens.

Parabéns pela sua nova liberdade ela apontou para a porta novamente. E como sou senhora desta casa por ainda três horas... saiam. Vão encontrar os seus amigos, juntem o dinheiro e, em seguida, sentem-se no meio-fio como o lixo que vocês são até que o mestre retorne.Eles sabiamente obedeceram, Harding segurando o braço de Tern para impedi-lo de lançar-lhe um gesto vulgar. Quando o banqueiro foi embora de carruagem, os assassinos falaram com seus colegas, e todos os habitantes da casa saíram um por um, até mesmo os servos. Ela não se importava com o que os vizinhos fizessem quanto a isso.Logo a imensa e bela mansão estava vazia, exceto por ela, Aedion e Rowan.Eles silenciosamente a seguiram enquanto ela ultrapassava a porta e ia para os níveis mais baixos, descendo para a escuridão para ver seu mestre pela última vez.

Rowan não sabia o que fazer com ela. Um turbilhão de ódio, raiva e violência, era o queela se tornou. E nenhum daqueles assassinos fracos se surpreendeu, nem mesmo piscou pelo comportamento dela. Pelo rosto pálido de Aedion, ele sabia que o generalpensava o mesmo, contemplando os anos que ela passara como aquela criatura inflexível e maléfica. Celaena Sardothien quem ela tinha sido então, era quem ela se tornou hoje.Ele odiava isso. Odiava que não pudesse alcançá-la quando ela era essa pessoa. Odiavater dado as costas para ela na noite passada, quando entrara em pânico com o toque de suas mãos. Agora ela o expulsara inteiramente. Esta pessoa em que se convertera hoje não tinha bondade, nem alegria.Seguiu-a para as masmorras, onde velas acesas iluminavam um caminho o cômodo ondeo corpo de seu mestre estava sendo mantido. Ela ainda era arrogante, mãos nos bolsos, sem se importar se Rowan vivia, respirava ou sequer existia. Não é real, disse-se. Uma farsa.Mas ela o tinha evitado desde a noite passada, e hoje se afastara verdadeiramente de seu toque quando ele se atreveu a se aproximar dela. Isso tinha sido real.Ela atravessou a porta aberta para a mesma sala onde Sam fora colocado.O cabelo vermelho derramava-se sob o lençol de seda branca que cobria o corpo nu em cima da mesa, e ela fez uma pausa diante dele. Então virou-se para Rowan e Aedion.Ela os olhou, esperando. Esperando que eles...Aedion praguejou. Você mudou o testamento, não foi?Ela deu um pequeno sorriso frio, os olhos obscuros.

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Você disse que precisava de dinheiro para um exército, Aedion. Então aqui está o seu dinheiro todo ele, cada moeda, para Terrasen. Era o mínimo que Arobynn nos devia. Naquela noite em que lutei no Poços, estávamos lá apenas porque contatei os proprietários dias antes e disse-lhes para enviar sinais sutis para Arobynn quanto ao investimento. Ele mordeu a isca nem mesmo questionou o timing disso. Mas eu queria me assegurar que ele ganharia de volta rapidamente todo o dinheiro que perdeu quando eu destruí o Cofres. Portanto, não seria negada uma moeda devida a nós.Sagrado inferno ardente.Aedion balançou a cabeça.

Como... como diabos você fez isso?Ela abriu a boca, mas Rowan disse calmamente:

Ela se esgueirou para o banco todas aquelas vezes em que saiu no meio da noite.E usou as reuniões diárias com o mestre banqueiro para ter uma noção melhor do espaço, onde as coisas eram mantidas essa mulher, essa rainha de seu... a emoção familiar correu através de seu sangue. Você queimou os originais?Ela nem sequer olhou para ele.

Clarisse teria sido uma mulher muito rica, e Tern teria se tornado rei dos Assassinos. E você sabe o que eu teria recebido? O amuleto de Orynth. Isso foi tudo o que ele me deixou.

Foi assim que você soube que ele realmente o tinha, e onde ele o mantinha disse Rowan. À partir da leitura do testamento.Ela deu de ombros novamente, descartando o choque e admiração que ele não podia impedir de mostrar em seu rosto.Dispensando.Aedion esfregou o rosto.

Eu nem sei o que dizer. Você deveria ter me contado para que eu não agisse como um tolo de boca aberta lá em cima.

Sua surpresa era necessária para ser genuína, nem mesmo Lysandra não sabia sobre o testamento uma resposta tão distante fechada e pesada. Rowan queria sacudi-la, exigir que ela falasse com ele, olhasse para ele. Mas ele não estava inteiramente certodo que faria se ela não o deixasse se aproximar, se ela o afastasse novamente enquanto Aedion assistia.Aelin voltou-se para o corpo de Arobynn e puxou o lençol de seu rosto, revelando uma ferida irregular que atravessava seu pescoço pálido.Lysandra o tinha mutilado.O rosto de Arobynn estava arranjado em uma expressão de calma, mas pela quantidade de sangue que Rowan vira no quarto, o homem estava bastante acordado enquanto se engasgava em seu próprio sangue.Aelin baixou o olhar para seu antigo mestre, seu rosto em branco, exceto por umligeiro aperto em torno de sua boca.

Espero que o deus negro encontre um lugar especial para você em seu reino disse ela, e um calafrio percorreu a espinha de Rowan pela sobriedade de seu tom.Ela estendeu a mão para trás, para Aedion.

Dê-me sua espada.Aedion desembainhou a espada de Orynth e entregou a ela. Aelin examinou a lâmina de seus antepassados enquanto a pesava em suas mãos.Quando levantou a cabeça, só havia determinação gelada nos olhos notáveis. Uma rainha exigindo justiça.Então ela ergueu a espada de seu pai e decepou a cabeça de Arobynn de seu corpo.A cabeça rolou para o lado com um baque vulgar, e ela sorriu sombriamente para o cadáver.

Só para ter certeza foi tudo o que disse.

Capítulo 48Manon bateu em Asterin no salão de refeições na manhã após sua explosão sobre o clã das Pe Amarelas. Ninguém perguntou por quê; ninguém se atreveu.Três golpes não defendidos.Asterin não fez mais do que recuar.Quando Manon terminou, a bruxa apenas olhou-a, sangue azul jorrando de seu nariz

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quebrado. Nenhum sorriso. Nada de sorriso selvagem.Então Asterin se afastou.O resto das Treze monitoravam com cautela. Vesta, agora segunda imediata de Manon, parecia meio inclinada a correr atrás de Asterin, mas um aceno de cabeça de Sorrel manteve a bruxa ruiva quieta.Manon ficou fora do eixo o resto do dia.Ela disse a Sorrel para não falar sobre as Pernas Amarelas, mas se perguntou se deveria dizer a Asterin para fazer o mesmo.Ela hesitou, pensando nisso. Você os deixou fazer isso.As palavras dançavam ao redor da cabeça de Manon, juntamente com aquele pequeno discurso enfadonho que Elide fizera na noite anterior. Esperança. Que besteira.As palavras ainda flutuavam quando Manon chegou à câmara do conselho do duque vinteminutos depois que ele a convocou.

Você se deliciar me ofendendo com seu atraso, ou é incapaz de medir o tempo? o duque perguntou de seu lugar. Vernon e Kaltain estavam à mesa, o sorriso tolo deste último olhando fixamente à frente. Nenhum sinal de fogo de sombras.

Eu sou uma imortal disse Manon, tomando um assento em frente a eles enquanto Sorrel montava guarda nas portas, Vesta no corredor do lado de fora. O tempo não significa nada para mim.

Há uma pitada de atrevimento em você hoje comentou Vernon. Gosto disso.Manon nivelou um olhar frio para ele. Perdi o café da manhã, humano. Eu teria cuidado se fosse você.

O senhor apenas sorriu.Ela se inclinou para trás em sua cadeira.

Por que me chamar aqui? Eu preciso de outro clã.

Manon manteve seu rosto sem expressão. E as Pernas Amarelas que você já tem? Elas estão se recuperando bem e estarão prontas para receber visitantes em breve men

tiroso. Um clã Bico Negro desta vez o duque pressionou. Por quê? Porque eu quero um, e você me fornecerá, isso é tudo que precisa saber.Você o deixou fazer isso.

Ela podia sentir o olhar de Sorrel na parte de trás de sua cabeça. Nós não somos prostitutas para seus homens usarem. Vocês são recipientes sagrados respondeu o duque. É uma honra ser escolhida. Pensamento machista assumir isso.

Um flash de dentes amarelados. Escolha o seu clã mais forte, e o envie lá embaixo. Isso exigirá alguma consideração. Faça isso rápido, ou eu mesmo escolherei um.

Você os deixou fazer isso. E, enquanto isso o duque disse ao se levantar de seu assento em um movimento rápid

o e poderoso prepare as suas Treze. Tenho uma missão para vocês.

Manon navegou em um vento rápido e forte, incitando Abraxos mesmo quando as nuvens se reuniram, até mesmo quando uma tempestade desabou em torno das Treze. Esgotada. Ela tinha que sair, tinha que se lembrar da mordida do vento no rosto, da velocidade sem controle e força ilimitada.Mesmo que a pressa fosse um pouco diminuída pelo cavaleiro que se segurava na frente dela, seu corpo frágil agasalhado contra os elementos.Relâmpagos brilhavam no ar tão perto que Manon podia sentir o cheiro de éter, e Abraxos desviava, mergulhando na chuva, nuvens e vento. Kaltain não fez mais do que recuar. Gritos vinham dos homens que montavam com o resto das Treze.Um trovão explodiu, e o mundo ficou dormente com o som. Mesmo o rugido de Abraxosfoi silenciado em seus ouvidos entorpecidos. Uma cobertura perfeita para sua emboscada.

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Você os deixou fazer isso.A chuva encharcava suas luvas feitas para aquecer seu sangue pegajoso. Abraxos pegou uma corrente ascendente e subiu tão rápido que o estômago de Manon caiu. Ela segurou Kaltain com força, mesmo que a mulher estivesse atrelada. Não houve uma reação dela.O duque de Perrington, montando com Sorrel, era uma nuvem de escuridão na visão periférica de Manon quando eles dispararam através dos desfiladeiros do Canino Branco, que tão cuidadosamente havia mapeado todas essas semanas.As tribos selvagens não teriam nenhuma ideia do que estava sobre eles, até que fosse tarde demais.Ela sabia que não havia nenhuma maneira de pular essa parte nenhuma maneira de evitá-la. Manon continuou voando através do coração da tempestade.

Quando chegaram à aldeia, em meio à neve e às rochas, Sorrel se aproximou o suficiente para Perrington falar com Kaltain.

As casas. Queime todas elas.Manon olhou para o duque, em seguida, para sua passageira.

Devemos pousar...

Daqui de cima o duque ordenou, e seu rosto tornou-se grotescamente suave enquanto falava com Kaltain. Faça isso agora, bichinho.Abaixo, uma pequena figura feminina saiu de uma das pesadas tendas. Ela olhou para cima, gritando.Chamas escuras fogo de sombras a engolfaram da cabeça aos pés. Seu grito foi levadoaté Manon pelo vento. Em seguida houveram outros, aumentando quando o fogo profano saltava para suas casas, seus cavalos.

Todos eles, Kaltain o duque falou por sobre o vento. Mantenha circulando, Líder Alada.Sorrel encontrou o olhar de Manon. Manon rapidamente desviou a atenção e voltou Abraxos para a passagem onde a tribo estava acampada. Havia rebeldes entre eles; Manon sabia porque ela fora quem os rastreara.O fogo de sombras cortou o acampamento. Pessoas caíam no chão, gritando, implorandoem línguas que Manon não entendia. Alguns desmaiaram de dor; alguns morreram com ela. Os cavalos resistiam e os sons miseráveis subiam pela espinha de Manon e enrijecendo-a.Em seguida, eles desapareceram.Kaltain caiu nos braços de Manon, ofegante, sua respiração baixa e rouca.

Ela terminou disse Manon ao duque.Irritação cintilou no rosto talhado a granito. Ele observou as pessoas correndo, tentando ajudar aqueles que estavam chorando ou inconscientes, ou mortos. Cavalos corriam em todas as direções.

Desça, Líder Alada, e coloque um fim isso.Em qualquer outro dia, uma boa quantidade de sangue teria caído bem . mas esta ordem dele...Ela vigiara esta aldeia para ele.Você o deixou fazer isso.Manon rosnou o comando para Abraxos, mas a descida dele foi lenta, como se dando-lhe tempo para reconsiderar. Kaltain tremia nos braços de Manon, quase em convulsão.

O que há de errado com você? Manon perguntou à mulher, meio querendo saber se ela deveria encenar um acidente que acabaria com o pescoço da mulher quebrado contra as rochas.Kaltain não disse nada, mas seu corpo estava rígido, como se congelado, apesar da roupa grossa em que estava envolvida.Muitos olhos havia olhos demais sobre elas para Manon matá-la. E se ela era tão valiosa para o duque, Manon não tinha dúvida de que ele mataria uma ou todas as Treze como retribuição.

Depressa, Abraxos disse ela, e ele pegou o ritmo com um grunhido. Ela ignorou adesobediência, a desaprovação, no som.Eles pousaram em um ponto achatado da borda da montanha, e Manon deixou Kaltain

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sob os cuidados de Abraxos quando caminhou através do granizo e neve para a aldeia em pânico.As Treze silenciosamente desceram em posição atrás dela. Não olhou para elas; parte dela não se atreveu a ver o que podia haver em seus rostos.Os aldeões pararam enquanto viam o clã descer pelo afloramento de rocha que se projetava sobre o vale onde eles ergueram suas casas.Manon desembainhou Ceifadora de Vento. E então a gritaria começou novamente.

Capítulo 49No meio da tarde, Aelin assinou todos os documentos que o mestre banqueiro levara, deixou o a fortaleza com seus novos proprietários horríveis, e Aedion ainda não tinha pensado e refletido sobre tudo o que ela tinha feito.Sua carruagem os deixou no limite das favelas, e eles se mantiveram nas sombrasenquanto faziam o caminho para casa, silenciosos e invisíveis. No entanto, quandochegaram ao armazém, Aelin continuou seguindo em direção ao rio por vários quarteirões sem sequer dar uma palavra. Rowan deu um passo para segui-la, mas Aedion o cortou.Ele devia ter tido um desejo de morte, porque Aedion até mesmo ergueu um pouco assobrancelhas para o príncipe feérico antes de ir atrás dela. Ele ouvira a pequena disc

ussão no telhado na noite anterior graças à sua janela do quarto aberta. Mesmo agora,ele honestamente não podia decidir se estava se divertindo ou enfurecido com as palavras de Rowan Não me toque dessa maneira quando era óbvio que o príncipe guerreiro sentia o contrário. Mas Aelin deuses Aelin ainda descobriria isso.Ela pisava pela rua com temperamento encantador quando disse:

Se você veio para me repreender, oh ela suspirou. Não acho que eu possa convencê-lor a volta.

Nenhuma chance no inferno, querida.Ela revirou os olhos e continuou. Eles caminharam silenciosamente quarteirão após quarteirão até chegar ao rio marrom brilhante. Uma calçada decrépita e imunda de paralelepípedos corria ao longo da beira da água. Abaixo, os postos abandonados e em ruínas eram tudo o que restava de um cais antigo.Ela olhou para a água barrenta, cruzando os braços. A luz da tarde estava quase cegante, refletindo na superfície calma. Fale de uma vez disse ela.

Hoje... quem você foi hoje... aquilo não era inteiramente uma máscara. Isso o incomoda? Você me viu reduzir os homens do rei. Incomoda-me que as pessoas que encontramos hoje não tenham achado estranho. Incomo

da-me que você tenha sido essa pessoa por um tempo. O que você quer que eu diga? Quer que eu peça desculpas por isso? Não, deuses, não. Eu só... as palavras estavam saindo todas erradas. Você sabe que q

o fui para os campos de batalha, quando me tornei general, deixei as fileiras obscurecido, também. Mas eu ainda estava no norte, em casa, entre o nosso povo. Você veio para cá em vez disso, teve que crescer com aqueles homens desprezíveis, e eu queria ter estado aqui. Queria que Arobynn de alguma forma tivesse me encontrado também, e levantado nós dois juntos.

Você era mais velho. Nunca teria deixado Arobynn nos levar. No momento em que eledesviasse o olhar, você teria me agarrado e corrido.Verdade realmente verdade, mas...

A pessoa que você foi hoje, e alguns anos atrás, essa pessoa não tinha nenhuma alegria ou amor.

Deuses, eu tive algumas, Aedion. Eu não era um monstro completo. Ainda assim, eu só queria que você soubesse. Que você se sente culpado que eu tenha me tornado uma assassina enquanto você suport

ou a guerra e campos de batalha? Que eu não estava lá. Que você teve que enfrentar essas pessoas em sozinha ele acresce

ntou. Você veio com esse plano sozinha e não confiou em qualquer um de nós. Assumiu o ônus de conseguir esse dinheiro. Eu poderia ter encontrado uma maneira, deuses, eu teria me casado com uma princesa ou imperatriz se você me pedisse, se eles prometessem homens e dinheiro.

Eu nunca vou vendê-lo como moeda de troca ela retrucou. E nós temos o suficiente ago

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ra para pagar um exército, não é? Sim e então mais um pouco. Mas isso não vem ao caso, Aelin ele respirou. O pontodeveria ter estado lá na época, mas estou aqui agora. Estou curado. Deixe-me partil

har este fardo.Ela inclinou a cabeça para trás, saboreando a brisa do rio.

E o que eu pediria a vocês que não pudesse fazer eu mesma? Esse é o problema. Sim, você pode fazer a maioria das coisas por conta própria. Mas não

significa que tenha que fazê-las. Por que eu deveria arriscar a sua vida? as palavras eram cortantes.Ah. Ah.

Porque eu sou ainda mais dispensável do que você. Não para mim as palavras eram pouco mais que um sussurro.

Aedion colocou a mão nas costas dela, sua própria resposta presa em sua garganta. Mesmo com o mundo indo para o inferno em torno deles, apenas ouvi-la dizer isto, aqui de pé ao lado dela, era um sonho.Ela ficou calada, e ele se controlou o suficiente para dizer:

O que, exatamente, vamos fazer agora?Ela olhou para ele.

Libertarei a magia, derrubarei o rei e matarei Dorian. A ordem dos dois últimos it

ens dessa lista poderia ser invertida, dependendo de como tudo acontecer.Seu coração parou. O quê? Algo não ficou claro?

Tudo. Cada parte maldita dela. Ele não tinha nenhuma dúvida de que ela faria isso, mesmo a parte sobre matar o amigo. Se Aedion se opusesse, ela só mentiria e trapacearia e o enganaria.

O que, quando e como? ele perguntou. Rowan vai trabalhar na primeira parte. Isso soa muito como, Tenho mais segredos para jogar pra cima de você sempre que eu

sentir vontade de parar seu coração em seu peito .Mas seu sorriso de resposta disse-lhe que ele não chegaria a lugar nenhum com ela. Ele não sabia ao certo se o sorriso era encantado ou decepcionado.

Rowan estava semidesperto na cama no momento em que Aelin voltou horas mais tarde, murmurando boa noite para Aedion antes de escorregar em seu quarto. Ela não fez mais do que olhar em sua direção quando começou a desafivelar suas armas e empilhá-lassobre a mesa diante da lareira apagada.Eficiente, rápida, silenciosa. Nem um som vindo dela.

Fui caçar Lorcan disse ele. Segui seu rastro ao redor da cidade, mas não o vi. Ele está morto, então?

Outro punhal ruidosamente sobre a mesa. O cheiro era fresco. A não ser que ele tenha morrido uma hora atrás, ainda está muito

vivo. Bom disse ela simplesmente quando entrou no closet aberto. Ou apenas para evitar

olhá-lo um pouco mais.Ela saiu momentos depois em uma daquelas camisolas pequenas, e todos os pensamentos se foram de sua cabeça maldita. Bem, aparentemente, ela ficara mortificada pelo seu encontro anterior, mas não o suficiente para vestir algo menos revelador nacama.A seda rosa se agarrava à cintura dela e deslizou sobre seus quadris quando ela se aproximou da cama, revelando a extensão gloriosa de suas pernas nuas, ainda magras e bronzeadas de todo o tempo que passara ao ar livre na primavera deste ano. Uma faixa de renda amarela pálida enfeitava o decote, e ele tentou deuses o condenassem, ele honestamente tentou não olhar a curva suave de seus seios enquanto ela inclinava-se para subir na cama.Ele supôs que qualquer pingo de autoconsciência fora esfolado dela sob os chicotes de Endovier.Mesmo que tivesse tatuado sobre a maior parte das cicatrizes em suas costas, seu

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s altos-relevos permaneciam. Os pesadelos também ela ainda acordava assustada e acendia uma vela para afastar a escuridão que a empurrava para as memórias dos poços sem luz que eles usavam como punição. Seu Coração de Fogo, trancado no escuro.Ele devia uma visita aos superintendentes de Endovier.Aelin podia ter uma inclinação para punir qualquer um que fosse machucá-lo, mas ela nãoparecia perceber que ele e Aedion, também podiam também ter contas a acertar em nome dela. E, como um imortal, ele tinha paciência infinita, onde os monstros estavampreocupados.O cheiro dela o acertou quando Aelin soltou seu cabelo e se aninhou na pilha detravesseiros. Aquele cheiro sempre o atingia, sempre foi um convite e um desafio. Ele o havia abalado tão profundamente com séculos encerrados no gelo que a odiarade início. E agora... agora o cheiro o tirava de si.Ambos tinham realmente sorte por ela atualmente não poder mudar para sua forma feérica e farejar o que havia através de seu sangue. Era difícil o suficiente esconder dela agora. Os olhares de Aedion lhe disseram o suficiente sobre o que o primo dela havia detectado.Ele a tinha visto nua antes algumas vezes. E deuses, sim, houve momentos em quetinha considerado, mas dominou a si mesmo. Ele aprendera a manter esses pensamentos inúteis na rédea curta. Como daquela vez em que ela gemeu com a brisa que ele en

viou em seu caminho em Beltane o arco de seu pescoço, sua boca se abrindo, o som que saiu dela...Ela agora estava deitada de lado, de costas para ele.

Sobre a noite passada... ele começou através de seus dentes. Está tudo bem. Foi um erro.Olhe para mim. Vire-se e olhe para mim.Mas ela se manteve de costas, o luar acariciando a seda agrupada sobre o mergulho de sua cintura, a inclinação de seu quadril.Seu sangue se aqueceu.

Eu não quis... repreendê-la ele tentou. Eu sei que não ela puxou o cobertor como se pudesse sentir o peso de seu olhar per

sistente examinando o lugar macio entre o pescoço e o ombro, um dos poucos lugares de seu corpo que não estava marcado por cicatrizes ou tinta. Eu nem sei o que aconteceu, mas tem sido dias estranhos, então vamos apenas esquecer isso, certo? Eu preciso dormir.Ele debateu responder-lhe que não estava bem, mas concordou.

Tudo bem.Momentos depois, ela estava de fato dormindo.Ele rolou de costas e olhou para o teto, enfiando a mão sob a cabeça.Precisava resolver isso precisava fazê-la olhar para ele novamente, para que pudesse tentar explicar que não estava preparado. Vê-la tocando a tatuagem que contava ahistória do que ele tinha feito e como perdera Lyria... ele não estava pronto para sentir naquele momento. O desejo não tinha sido o que balançou a todos. Era apenas que Aelin o levara à loucura nas últimas semanas, e ele ainda não considerara como seria ter o seu olhar dirigido a ele com interesse.Não foi da maneira que tinha sido com as amantes que ele tomou no passado: mesmo quando gostava delas, não tinha realmente se importado. Estar com elas jamais o fez pensar no mercado de flores. Nunca o fez lembrar que ele estava vivo e tocandooutra mulher enquanto Lyria Lyria estava morta.Assassinada.E Aelin se ela passasse por esse caminho, e se algo acontecesse com ela... Seu peito recuou com o pensamento.Então ele precisava resolver o problema para se colocar em ordem, também, não importava o que ele queria dela.Mesmo que fosse uma agonia.

Esta peruca é horrível Lysandra sussurrou, passando a mão pela cabeça enquanto ela e Ain andavam de braços dados no caminho para a padaria embalado ao lado de um trecho mais agradável das docas. Ela não para de coçar.

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Quieta Aelin sussurrou de volta. Você só tem que usá-la por mais alguns minutos, nãoa a sua vida maldita.Lysandra abriu a boca para reclamar um pouco mais, mas dois cavalheiros se aproximaram, caixas de assados nas mãos, e deram-lhes um aceno apreciativo. Ambas estavam em seus melhores vestidos, cheios de babados, só mais de duas mulheres ricas em um passeio à tarde pela cidade, monitoradas por dois guarda-costas cada uma.Rowan, Aedion, Nesryn e Chaol estavam encostados nos bancos de madeira do lado de fora, discretamente observando através da grande janela de vidro da loja. Estavam vestidos e encapuzados de preto, uniformizados com dois brasões falsos, adquiridos dos guarda-roupas dos clientes secretos que Lysandra visitava.

Aquele Aelin falou sob sua respiração quando foram levadas pela multidão na hora do almoço, fixando a atenção sobre a mulher com olhar atormentado atrás do balcão. A melhor hora para vir ali, Nesryn havia dito, era quando os trabalhadores estavam ocupadosdemais para realmente notar a sua clientela e os querendo fora do caminho o mais rápido possível. Alguns senhores se separaram para deixá-las passar, e Lysandra murmurou seus agradecimentos.Aelin chamou a atenção da mulher atrás do balcão.

Em que posso ajudá-la, senhorita? educada, mas já avaliando os clientes se agrupando atrás de Lysandra.

Quero falar com Nelly disse Aelin. Ela ficou de me fazer uma torta de amoras silvestres.A mulher estreitou os olhos. Aelin esboçou um sorriso vencedor.A mulher suspirou e atravessou da porta de madeira, permitindo um vislumbre do caos da padaria por trás dela. Um momento depois, voltou para fora, dizendo a Aelin: Ela virá em um minuto e voltando o olhar para outro cliente.Bom.Aelin apoiou-se numa das paredes e cruzou os braços. Em seguida, os abaixou. A senhora não demoraria.

Então, Clarisse não tem ideia? Aelin perguntou baixinho, olhando para a porta da padaria.

Nenhum. E quaisquer lágrimas que derramou foi por suas próprias perdas. Você deveria ter visto sua fúria quando entramos na carruagem com aquelas poucas moedas. Não temeganhar um alvo nas costas? Eu tenho um alvo nas minhas costas desde o dia em que nasci disse Aelin. Mas vou embora logo, e nunca serei Celaena novamente, de qualquer maneira.Lysandra soltou um pequeno hum.

Você sabe que eu poderia ter feito isso sozinha. Sim, mas duas moças que fazem perguntas são menos suspeitas do que uma Lysandra deu-

lhe um olhar compreensivo. Aelin suspirou. É difícil ela admitiu. Deixar de estar no controle.

Eu não sei. Bem, você está perto de pagar as suas dívidas, não é? Estará livre em breve.

Um encolher de ombros casual. Pouco provável. Clarisse aumentou todas as nossas dívidas uma vez que se viu fora do

testamento de Arobynn. Parece que fez algumas compras antecipadas e agora tem que pagar por elas.Deuses, ela não considerara isso. Ainda não tinha pensado no que significaria para Lysandra e as outras meninas.

Sinto muito por qualquer encargo adicional causado. Depois de ver o olhar no rosto de Clarisse quando o testamento foi lido, posso a

guentar com prazer mais alguns anos disto.Uma mentira, e ambas sabiam disso.

Sinto muito Aelin repetiu. E porque era tudo o que podia oferecer, ela acrescentou: Evangeline parece bem e feliz agora. Eu poderia ver se há uma maneira de levá-la quando nós formos...

E arrastar uma menina de onze anos através de reinos e em uma guerra em potencial? Acho que não. Evangeline continuará comigo. Você não precisa me fazer promessas.

Como você está se sentindo? perguntou Aelin. Depois da outra noite.Lysandra assistia três jovens mulheres rirem umas com as outras quando passaram por um homem jovem e bonito.

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Tudo bem. Não consigo acreditar que segui em frente com aquilo, mas... nós conseguimos, suponho.

Você se arrepende de fazê-lo? Não. Eu me arrependo... me arrependo de não ter falado o que eu realmente pensava de

le. Lamento não ter dito o que combinei com você ver a traição e choque nos olhos dele.Foi tão rápido, e tive que ir para a garganta, e depois disso eu só rolei e ouvi, até que estava feito, mas... seus olhos verdes estavam sombrios. Queria ter feito aquilo? Não.E foi isso.Ela olhou para o vestido açafrão e esmeralda da amiga.

Esse vestido combina com você ela apontou com o queixo para o peito de Lysandra. E faz maravilhas para eles, também. Os pobres homens aqui podem não parar de olhar.

Confie em mim, maiores não é uma bênção. Minhas costas doem o tempo todo Lysandra frano cenho para seus peitos cheios. Assim que eu conseguir meus poderes de volta, essas coisas vão ser as primeiras a irem.Aelin riu. Lysandra receberia seus poderes de volta quando a torre do relógio fosse derrubada. Ela tentou não deixar seu pensamento mergulhar nisso.

Sério?

Se não fosse por Evangeline, penso que acabaria me transformando em algo com garras e presas e viveria no deserto para sempre. Nada mais de luxo para você?

Lysandra puxou alguns fiapos de manga de Aelin. Claro que gosto de luxo, acha que não amo estes vestidos e joias? Mas no final...

eles são substituíveis. Passei a valorizar mais as pessoas em minha vida. Evangeline tem sorte de ter você. Eu não estava falando apenas sobre ela disse Lysandra, e ela mordeu o lábio cheio. V

ocê, estou grata por você.Aelin poderia ter respondido algo que transmitisse adequadamente o cintilar de calor em seu coração, mas uma mulher magra de cabelos castanhos surgiu da porta da cozinha. Nelly.Aelin se afastou da parede e marchou até o balcão, Lysandra a reboque.

Vieram me ver por causa de uma torta? Nelly perguntou.Lysandra sorriu lindamente, inclinando-se. Nosso fornecedor de tortas, ao que parece, desapareceu com o mercado negro ela f

alou em voz tão baixa que mesmo Aelin mal podia escutar. Há rumores de que você sabe onde ele está.Os olhos azuis de Nelly estreitaram-se.

Não sei nada sobre isso.Aelin delicadamente colocou a bolsa sobre o balcão, inclinando-se para que os outros clientes e trabalhadores não pudessem ver quando ela a deslizou para Nelly, certificando-se que as moedas tilintassem. Moedas pesadas.

Nós estamos muito, muito interessadas em... torta disse Aelin, deixando algum desespero aparecer. Basta nos informar para onde ele foi.

Ninguém escapou vivo do mercado negro.Bom. Assim como Nesryn assegurara, Nelly não falaria facilmente. Seria muito suspeito Nesryn perguntar a Nelly sobre o negociante de ópio, mas duas insípidas e mimadas mulheres ricas? Ninguém pensaria duas vezes.Lysandra deixou outra bolsa de moedas sobre o balcão. Uma das outras vendedoras olhou na direção delas, e a cortesã falou:

Nós gostaríamos de um lugar determinado ela focou em sua cliente novamente, imperturbável. O sorriso de Lysandra se tornou felino. Então diga-nos onde o encontramos, Nelly.Alguém vociferou o nome de Nelly lá nos fundos, e Nelly olhou entre elas, suspirando. Ela se inclinou para frente e sussurrou:

Eles saíram através dos esgotos. Nós ouvimos que os guardas estavam lá, também Aelin apontou. Não fundo o suficiente. Alguns foram para as catacumbas abaixo. Ainda se escondemlá. Levem seus guardas, mas não deixem que usem seus brasões. Não é um lugar para gente ri

ca.

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Catacumbas. Aelin nunca tinha ouvido falar de catacumbas sob os esgotos. Interessante.Nelly se retirou, caminhando de volta para a padaria. Aelin olhou para o balcão.Ambos os sacos de moedas tinham sumido.Eles saíram despercebidas da padaria e acertaram o passo com seus quatro guarda-costas.

Bem? Nesryn murmurou. Eu estava certa? Seu pai deve ser avisado sobre Nelly disse Aelin. Viciados em ópio são funcionáriosins. Ela faz um bom pão respondeu Nesryn, e depois voltou para onde Chaol andava atrás de

les. O que você descobriu? Aedion exigiu. E se importa de explicar por que precisava sa

ber sobre o mercado negro? Paciência devolveu Aelin. Ela se virou para Lysandra. Você sabe, aposto que os homen

s por aqui parariam de rosnar caso fosse se transformasse em um fantasma leopardo e rugisse para eles.As sobrancelhas de Lysandra se ergueram.

Fantasma de leopardo?Aedion praguejou.

Faça-me um favor e nunca se transforme num desses. O que eles são? Lysandra perguntou.Rowan riu baixinho e deu um passo para mais perto de Aelin. Ela tentou ignorá-lo.Eles quase não tinham se falado durante toda a manhã.Aedion balançou a cabeça.

Demônios envolto em peles. Vivem nas Montanhas Galhada do Cervo, e durante o inverno, rastejam para baixo para caçar gado. Tão grande quanto ursos, alguns deles. Cruéis. E quando o gado se esgota, eles vão atrás da gente.Aelin bateu no ombro de Lysandra.

Soa como o seu tipo de criatura.Aedion continuou:

Eles são branco e cinza, assim você mal pode notá-los contra a neve e a rocha. Não poderealmente dizer que eles estão ali até que esteja olhando diretamente em seus olhosverdes pálidos... seu sorriso vacilou quando Lysandra fixou os olhos verdes nele e inclinou a cabeça.Apesar de tudo, Aelin riu.

Conte-nos por que estamos aqui falou Chaol quando Aelin escalou uma viga de madeira caída no mercado negro abandonado. Ao lado dela, Rowan segurava uma tocha no alto, iluminando as ruínas e os corpos carbonizados.Lysandra voltara para o bordel, escoltada por Nesryn Aelin trocara rapidamente seu traje em um beco e escondeu seu vestido atrás de um caixote descartado, rezando para que ninguém o pegasse antes que ela pudesse retornar.

Basta ficar quieto por um momento respondeu Aelin, seguindo os túneis pela memória.Rowan lançou-lhe um olhar, e ela levantou uma sobrancelha. O quê?

Você veio aqui antes disse Rowan. Veio examinar as ruínas.É por isso que você cheirava a cinzas também.

Realmente, Aelin? Você não dorme nunca? Aedion opinou.Chaol olhava para ela agora, também, embora talvez para evitar encarar os corpos espalhados pelos corredores.

O que você fazia aqui na noite em que interrompeu meu encontro com Brullo e Ress?Aelin estudou as cinzas das barracas mais antigas, as manchas de fuligem, os cheiros. Ela fez uma pausa diante de uma loja cujas mercadorias eram agora nada alémde cinzas e pedaços retorcidos de metal.

Aqui estamos vibrou ela, e entrou na tenda escavada na rocha, as pedras queimadas pretas.

Ainda tem cheiro de ópio Rowan disse, franzindo a testa.Aelin esfregou seu pé no chão cinzento, chutando cinzas e detritos. Tinha que ser em algum lugar... ah. Ela varreu mais e mais com o pé, o pó manchando suas botas e o t

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raje pretos. Finalmente uma grande pedra disforme apareceu sob seus pés, um buraco desgastado perto de sua borda.Ela falou casualmente:

Vocês sabiam que além de lidar com ópio, corriam rumores e este homem vendia fogo infernal?Rowan moveu o olhar para ela.Fogo infernal quase impossível de se atingir ou fazer, principalmente por ser tão letal. Apenas um tonel poderia derrubar metade da muralha defensiva de um castelo. Ele nunca quis falar comigo sobre isso, é claro Aelin continuou não importa quantasvezes eu viesse para cá. Alegou que não possuía, mas ele tinha algum suprimento.... bastante raros por aqui. Então... ela abriu o alçapão de pedra para revelar uma escada que descia para a escuridão. Nenhum dos homens falou quando o fedor dos esgotos desdobrou-se.Ela abaixou, deslizando para o primeiro degrau, e Aedion ficou tenso, mas sabiamente não disse nada sobre ela ir na frente.Escuridão que cheirava a fumaça a envolveu enquanto ela descia cada vez mais, até queseus pés tocaram rocha lisa. O ar era seco, apesar de sua proximidade com o rio. Rowan veio em seguida, deixando baixando sua tocha sobre as pedras antigas para revelar um túnel cavernoso e corpos.

Vários corpos, alguns deles nada mais que montes escuros à distância, reduzidos pelosvalg. Havia menos para a direita, em direção ao Avery. Eles provavelmente anteciparam uma emboscada na foz do rio e foram para o outro lado, para sua condenação.Sem esperar que Aedion ou Chaol descessem, Aelin começou a seguir o túnel, Rowan silencioso como uma sombra ao seu lado, observando, escutando. Depois que o alçapão depedra gemeu e fechou acima, ela falou para a escuridão:

Quando os homens do rei deixaram estre lugar queimando, se o fogo tivesse alcançado o suprimento... Forte da Fenda não estaria mais aqui. Não as favelas, ao menos provavelmente mais.

Deuses murmurou Chaol alguns passos atrás dela.Aelin fez uma pausa no que parecia ser uma grade comum no chão do esgoto. Mas sem água correndo por baixo, somente ar empoeirado flutuou ao seu encontro.

É com isso que você está planejando explodir a torre do relógio, com o fogo infernal dse Rowan, agachando-se ao lado dela. Ele fez um movimento para segurar seu cotovelo quando ela se aproximou da grade, mas ela se esgueirou para fora do aperto. Aelin, eu já o vi sendo usado, o vi destruir cidades. Pode literalmente derreter pessoas.

Bom. Nós sabemos que funciona, então.Aedion bufou, olhando para baixo para a escuridão além da grelha.

E daí? Você acha que ele manteve seu estoque lá embaixo? se ele tinha uma opinião profsional sobre o fogo infernal, guardou-a para si.

Esses esgotos eram bastante públicos, mas ele tinha que mantê-lo perto do mercado respondeu Aelin, puxando a grade. Demorou um pouco, e o cheiro de Rowan a acariciou quando ele se inclinou para ajudar a transportá-lo para fora da abertura.

Tem cheiro de ossos e pó lá embaixo disse Rowan. Sua boca se curvou para o lado. Mas você já suspeitava.Chaol disse de alguns pés para trás:

Isso era o que você queria saber de Nelly, onde ele estava escondido. Assim, poderia vendê-lo para você.Aelin acendeu um pedaço de madeira com a tocha de Rowan. Cuidadosamente baixou-o pela borda do buraco na frente dela, a chama iluminando uma queda de cerca de rês metros, com paralelepípedos abaixo.Um vento veio por trás, em direção ao buraco. Para dentro dele.Ela apagou a chama e sentou-se na borda do buraco, as pernas balançando na escuridão abaixo.

O que Nelly ainda não sabe é que o traficante de ópio foi na verdade capturado há dois dias. Morto à vista pelos homens do rei. Sabe, penso que Arobynn às vezes não tinha ideia se realmente queria me ajudar ou não fora a menção ocasional dele no jantar que a fez pensar, planejar. Então o estoque dele nas catacumbas agora não tem dono Rowan murmurou.Ela olhou para a escuridão abaixo.

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Achado não é roubado ela murmurou, e pulou.

Capítulo 50 Como esses homens mantêm este lugar em segredo? Aelin murmurou quando se virou par

a Chaol.Os quatro estavam no topo de uma pequena escada, o espaço cavernoso além deles iluminado em dourado cintilante pelas tochas de Aedion e Rowan.Chaol balançava a cabeça, examinando o espaço. Não era um sinal de catadores, graças aos deuses.

Diz a lenda que o mercado negro foi construído sobre os ossos do deus da verdade. Bem, eles estavam certos sobre os ossos.

Em cada parede, crânios e ossos estavam artisticamente dispostos em todas as paredes, até mesmo no teto as estruturas foram erguidas a partir deles. Até mesmo o chão ao pé da escada era formado por ossos de diferentes formas e tamanhos.

Estas não são catacumbas comuns disse Rowan, erguendo sua tocha. Era um templo.E realmente, havia altares, bancos e até mesmo uma piscina escura no enorme espaço.Um lugar ainda maior abria-se nas sombras.

Há escritas nos ossos Aedion percebeu, descendo os degraus e pisando no chão ósseo.

Aelin fez uma careta. Cuidado recomendou Rowan quando Aedion foi para a parede mais próxima.Seu primo levantou uma mão em dispensa preguiçosa.

Estão em todas as línguas, em diferentes caligrafias Aedion maravilhou-se, segurando a tocha no alto enquanto se movia ao longo da parede. Ouçam isto: Eu sou um mentiroso. Eu sou um ladrão. Matei o marido da minha irmã e ri enquanto fazia isso uma pausa. Ela leu outro em silêncio. Nada disso foi escrito... não acho que essas eram boas pessoas.Aelin explorou o templo ósseo.

Devemos ser rápidos disse ela. Realmente muito rápidos, Aedion, você toma essa pared Chaol, a do meio; Rowan, a da direita... Vou para a dos fundos, e cuidado ondebalançam essa tocha.Deuses os ajudassem se eles inadvertidamente colocassem uma tocha perto do fogoinfernal.Ela desceu um degrau, depois outro. Em seguida, o último, e pisou no chão de ossos.Um tremor a atravessou, e ela olhou para Rowan por instinto. Seu rosto apertadolhe disse tudo o que ela precisava saber. Mas ele falou mesmo assim:

Este é um lugar ruim.Chaol passou por eles, espada erguida.

Então vamos encontrar o abastecimento de fogo infernal e sair.Certo.Em volta deles, os olhos vazios dos crânios nas paredes, nas estruturas e nos pilares do centro da sala pareciam assistir.

Parece que esse deus da verdade Aedion falou de sua parede foi mais de um comedor de pecados do que qualquer coisa. Vocês deviam ler algumas das coisas que as pessoas escreveram, as coisas horríveis que fizeram. Acho que este foi um lugar paraeles serem enterrados, e confessarem sobre os ossos de outros pecadores.

Não admira que ninguém queira vir aqui Aelin murmurou enquanto caminhava para a escuridão.

O templo continuava e continuava, e eles encontraram pertences mas nenhum sussurro de mendigos ou outros residentes. Drogas, dinheiro, joias, tudo escondido dentro de crânios e em algumas das criptas de ossos no chão. Mas nenhum fogo infernal.Seus passos cautelosos no chão ósseo eram os únicos sons.Aelin se movia cada vez mais fundo na escuridão. Rowan logo examinou a lateral dotemplo e se juntou a ela na parte de trás, explorando os nichos e pequenos corredores que se ramificavam para a escuridão adormecida. A linguagem Aelin disse-lhe. Fica cada vez mais velha à medida que nos aprofundamos. A maneira como eles soletram as palavras, quero dizer.

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Rowan foi na direção dela, saindo de onde tinha acabado de abrir cuidadosamente um sarcófago. Ela duvidava que um homem comum fosse capaz de deslocar a tampa de pedra.

Alguns deles até datam suas confissões. Vi apenas um de sete séculos atrás. Faz você parecer jovem, não é?

Ele lhe deu um sorriso irônico. Ela rapidamente desviou o olhar.O piso ósseo estalou quando ele deu um passo na direção dela.

Aelin.Ela engoliu em seco, olhando para um osso esculpido perto de sua cabeça. Eu mateium homem por esporte quando tinha vinte anos e nunca contei a ninguém onde o sepultei. Mantive o osso de seu dedo em uma gaveta.Datada de novecentos anos atrás.Novecentos...Aelin estudou a escuridão além. Se o mercado negro datava antes de Gavin, então este lugar tinha que ter sido construído antes disso ou ao mesmo tempo.O deus da verdade...Ela puxou Damaris de suas costas, e Rowan ficou tenso.

O que é isso?Ela examinou a lâmina impecável.

A Espada da Verdade. Assim chamaram Damaris. As lendas diziam que seu portador,Gavin, podia ver a verdade quando a portava. E? Mala abençoou Brannon, e abençoou Goldryn ela olhou para a escuridão. E se houvessedeus da verdade um Comedor de Pecados? E se ele abençoou Gavin, e esta espada?

Rowan agora olhou em direção a antiga escuridão. Você acha que Gavin usou este templo.

Aelin pesou a poderosa espada em suas mãos. Quais pecados você tinha para confessar, Gavin? ela sussurrou para a escuridão.

Estavam nas profundezas dos túneis, e quando o grito triunfante de Aedion de Encontrei! chegou até Aelin e Rowan, ela mal pôde ouvi-lo. E mal se importou.Não quando estava diante da parede dos fundos da parede atrás do altar do que tinhasido, sem dúvida, o templo original. Aqui os ossos estavam quase em ruínas pela idade, a escrita quase impossível de ler.A parede atrás do altar era de puro branco mármore esculpido em marcas de Wyrd.E no centro havia uma representação gigante do Olho de Elena.Frio. Estava tão frio ali que a respiração se condensava na frente deles, misturando-se.

Quem quer que esse deus da verdade foi murmurou Rowan, como se tentasse não ser ouvido pelos mortos não era uma espécie de divindade benevolente.Com um templo construído a partir dos ossos de assassinos e ladrões e coisa pior, ela duvidava que esse deus tivesse sido um favorito em particular. Não era de admirar que tivesse sido esquecido.Aelin andou até a pedra.Damaris ficou gelada em sua mão tão glacial que seus dedos se abriram e ela deixou a espada cair no chão do altar e se afastou. Seu tinido contra os ossos foi como um trovão.Rowan estava instantaneamente ao seu lado, as espadas para fora.A parede de pedra diante deles gemeu.Ela começou a mudar, os símbolos girando, alterando-se. À partir da centelha em sua memória, ela ouviu as palavras: É apenas com o olho que se pode ver corretamente.

Francamente Aelin falou quando a parede finalmente parou, reorganizando-se com a proximidade da espada. Uma nova matriz intrincada de marcas de Wyrd tinha se formado. Não sei por que essas coincidências ainda me surpreendem.

Você consegue ler? perguntou Rowan.Aedion chamou os seus nomes, e Rowan gritou de volta, dizendo-lhes para vir.Aelin olhou para os símbolos esculpidos.

Isso pode levar algum tempo.

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Faça-o. Não penso que foi por acaso que encontramos este lugar.Aelin tremeu com um arrepio. Não nada nunca era ao acaso. Não quando se tratava de Elena e as chaves de Wyrd. Então ela soltou um suspiro e começou.

Isso... é sobre Elena e Gavin. O primeiro painel aqui ela apontou para um trecho de símbolos os descreve como os primeiros rei e rainha de Adarlan, como foi sua união. Então volta atrás. Para a guerra.Passos soaram e luz brilhou quando Aedion e Chaol os alcançaram. Chaol assobiou.

Tenho um mau pressentimento sobre isso disse Aedion. Ele franziu a testa ao examinar o olho gigante, e depois o pescoço de Aelin. Fique à vontade disse ela.

Aelin leu mais algumas linhas, decifrando e decodificando. Era tão difícil as marcas de Wyrd eram tão difíceis de ler.

Ele descreve as guerras demoníacas com os valg que haviam sido deixados aqui após aPrimeira Guerra. E... ela leu a linha novamente. E os valg desta vez foram liderados... seu sangue congelou. Por um dos três reis o rei que permaneceu preso aquiapós o portão ser fechado. Aqui diz que ele parecia mais um rei... parecia mais um rei valg que olhava fixamente com... ela balançou a cabeça. Loucura? Desespero? Não conheço este símbolo. Ele poderia ter qualquer forma, mas apareceu para eles como um homem bonito com olhos dourados. Os olhos dos reis valg.

Ela examinou o painel seguinte. Eles não sabiam seu verdadeiro nome, de modo que o chamavam de Erawan, o Rei das Trevas.

Então Elena e Gavin lutaram contra ele, seu colar mágico salvou os seus traseiros, e Elena o chamou pelo seu verdadeiro nome, distraindo-o o suficiente para Gavin matá-lo Aedion completou.

Sim, sim concordou Aelin, acenando com a mão. Mas não. Não? indagou Chaol.

Aelin leu mais, e seu coração pulou uma batida. O que foi? Rowan exigiu, como se seus ouvidos feéricos tivessem notado o hesitar d

e seu coração.Ela engoliu em seco, correndo um dedo trêmulo sobre uma linha de símbolos.

Esta... esta é a confissão de Gavin. De seu leito de morte.Nenhum deles falou.Sua voz tremeu quando ela continuou:

Eles não o mataram. Não com uma espada, ou fogo, ou água, ou talvez Erawan não pudesse ser morto ou seu corpo ser destruído. O olho... Aelin ergueu a mão para o colar; o metal estava quente. O olho o conteve. Só por um tempo curto. Não, não o conteve. Talvez o tenha colocado para dormir?

Tenho um sentimento muito, muito ruim sobre isso Aedion repetiu. Então eles construíram um sarcófago de ferro e algum tipo de pedra indestrutível. E o co

locaram em um túmulo selado sob uma montanha, uma cripta tão escura que não havia ar nem luz. Após o labirinto de portas ela leu eles puseram símbolos, inquebráveis por qualquer ladrão ou chave ou força.

Você está dizendo que eles não mataram Erawan disse Chaol.Gavin tinha sido o herói de infância de Dorian, ela lembrou. E a história fora uma mentira. Elena tinha mentido para ela...

Onde eles o enterraram? Rowan perguntou baixinho. Eles o sepultaram... suas mãos tremiam tanto que ela baixou-as para os lados. Eles

enterraram, nas Montanhas Negras, e construíram uma fortaleza no topo do túmulo, para que a família nobre que morava acima pudesse guardá-la para sempre.

Não há Montanhas Negras em Adarlan apontou Chaol.A boca de Aelin ficou seca.

Rowan disse ela calmamente. Como se diz Montanhas Negras na língua antiga?Uma pausa, e, em seguida, um arfar.

Morath respondeu Rowan.Ela se virou para eles, os olhos arregalados. Por um momento, todos só encararam uns aos outros.

Quais são as chances ela falou de que o rei esteja enviando suas forças até Morath p mera coincidência? Quais são as chances Aedion rebateu que o nosso ilustre rei tenha adquirido uma ch

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ave que pode abrir qualquer porta, até mesmo uma porta entre os mundos, e seu segundo em comando seja dono do mesmo lugar onde Erawan está enterrado?

O rei é insano disse Chaol. Se ele planeja libertar Erawan... Quem disse que já não o libertou? perguntou Aedion.

Aelin olhou para Rowan. Seu rosto era sombrio. Se há um rei valg neste mundo, precisamos agir rapidamente. Conseguir essas chaves de Wyrd e bani-los de volta para seu mundo buraco infernal.Ela assentiu com a cabeça. Por que agora, se é assim? Por que libertar o valg agora?

Faz sentido falou Chaol se ele está fazendo isso na expectativa de libertar Erawan. Ter um exército pronto para ele para liderar.A respiração de Aelin era superficial.

O solstício de verão será em dez dias. Se trouxermos a magia de volta no solstício, quando o sol é mais forte, há uma boa chance de o meu poder ser maior, em seguida, também ela se virou para Aedion. Diga-me que encontrou um monte de fogo infernal.Seu assentimento não foi tão reconfortante quanto ela esperava.

Capítulo 51Manon e suas Treze estavam em volta de uma mesa numa sala no fundo do quartel das bruxas.

Vocês sabem por que as chamei aqui disse Manon.Nenhuma delas respondeu; nenhuma delas se sentou. Elas quase não tinham falado com ela desde o massacre da tribo nas Montanhas Caníno Branco. E então hoje, mais notícias.Mais pedidos.

O duque me pediu para escolher outro clã. Um clã Bico Negro.Silêncio.

Eu gostaria das suas sugestões.Elas não encontraram seus olhos. Não pronunciaram uma palavra.Manon estalou seus dentes de ferro.

Você se atreveriam a me desafiar?Sorrel limpou a garganta, a atenção na mesa. Nunca você, Manon. Mas nós desafiamos o direito do verme humano de usar nossos corpo

s como se fossem deles. Sua Grã Bruxa deu ordens que serão obedecidas. Você pode muito bem nomear as Treze disse Asterin, a única delas a sustentar o olhar

de Manon.Seu nariz ainda estava inchado e machucado da surra.

Para nós, devemos enfrentar nosso destino antes de entregar nossas irmãs. E todas vocês concordam com isso? Desejam produzir filhotes de demônios até seus corpo

s quebrarem? Somos Bico Negros respondeu Asterin, o queixo erguido. Não somos escravos de ninguém

, e não seremos usadas como tal. Se o preço é nunca voltarmos para os desertos, que assim seja.Nenhuma das outras se encolheu muito. Tinham todas se reunido haviam discutido de antemão. O que dizer a ela.Como se ela precisasse de uma direção.

Decidiram mais alguma coisa em sua pequena reunião do conselho? Há algumas... coisas, Manon falou Sorrel. Coisas que você precisa ouvir.

Traição isso era o que os mortais chamavam de traição. Não dou a mínima para o que vocês tolas ousaram acreditar que preciso ouvir. A única coi

sa que preciso ouvir é o som de vocês dizendo Sim, Líder Alada. E o nome de um clã condenado.

Escolha um você mesmo Asterin estalou.As bruxas se mexeram. Não era uma parte do plano, era?Manon deu a volta ao redor da mesa até Asterin, passando pelas outras bruxas que não se atreveram a girar para encará-la.

Você tem sido nada além de inútil desde o minuto em que pôs os pés nesta fortaleza. Eu n

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e importo se você voou ao meu lado durante um século, vou matá-la como a cadela ladrando que você é...

Faça Asterin assobiou. Rasgue minha garganta. Sua avó vai ficar tão orgulhosa que voinalmente o fez.Sorrel foi para trás de Manon.

Isso é um desafio? Manon perguntou muito calmamente.Os olhos negros salpicados de ouro de Asterin dançaram.

É um... mas a porta se abriu e fechou.Um jovem com cabelos dourados agora estava na sala, seu colar de pedra negra brilhando à luz das tochas.

Ele não deveria ter entrado.Havia bruxas em toda parte, e ela colocara as sentinelas de outro clã para proteger a sala de modo que nenhum dos homens do duque pudesse pegá-las de surpresa.Como uma, as Treze se voltaram- para o homem jovem e bonito.E, como uma, elas se encolheram quando ele sorriu e uma onda de escuridão colidiucom elas.

Escuridão sem fim, olhos de escuridão que nem mesmo Manon não podia penetrar, e...E Manon estava novamente de pé diante da bruxa Crochan, um punhal na mão.Sentimos pena de vocês, cada uma de vocês. Pelo que fazem com suas crianças. Elas não nascem más, mas vocês as obrigam a matar e ferir e odiar até que não reste mais nada dentro delas, de vocês. É por isso que está aqui esta noite, Manon. Por causa da ameaça que representa ao monstro que você chama de avó. A ameaça que representou quando escolheu ter piedade e salvar a vida de sua rival.Manon balançou violentamente a cabeça, piscando. Em seguida, aquilo tinha ido embora. Havia apenas escuridão, e as Treze, gritando umas com as outras, lutando e...Um jovem de cabelos dourados estava naquele quarto com as Pernas Amarelas, Elide dissera.Manon começou a andar através da escuridão, navegando no quarto pela memória e olfato. Algumas de suas Treze estavam próximas; algumas apoiadas contra as paredes. E o cheiro do homem, do demônio de outro mundo dentro ele...O cheiro a envolveu totalmente, e Manon puxou Ceifadora de Vento.Então, lá estava ele, rindo quando alguém Ghislaine começou a gritar. Manon nunca tinhouvido esse som. Nunca tinha ouvido qualquer uma delas gritar com uma pitada demedo. E dor.Manon se arremessou em um ataque cego e derrubou-o ao chão. Nada de espada, ela nãoqueria uma arma para esta execução.Luz abriu-se em torno dela, e lá estava seu belo rosto, e o colar.

Líder Alada ele sorriu, falando com uma voz que não era deste mundo.As mãos de Manon estavam em torno de sua garganta, apertando, suas unhas rasgandoa pele dele.

Você foi enviado aqui? ela exigiu.Seus olhos se encontraram e a malícia antiga dentro deles se encolheu.

Afaste-se ele assobiou.Manon não fez tal coisa.

Você foi enviado aqui? ela gritou.O jovem tentou se levantar, mas logo Asterin estava ali, prendendo suas pernas.

Faça-o sangrar disse ela por trás Manon.A criatura continuou se debatendo. E na escuridão, algumas das Treze ainda gritavam em agonia e terror.

Quem o mandou? Manon berrou.Os olhos dele mudaram tornando-se azul, ficando claros. Foi com uma voz de homem jovem que ele disse:

Mate-me. Por favor, por favor, me mate. Roland, meu nome era Roland. Diga ao meu...Então a escuridão se espalhou por seu olho novamente, junto com puro pânico em tudo oque ele viu no rosto de Manon, e em Asterin de cima de seu ombro. O demônio dentro o homem gritou:

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Afastem-se!Ela tinha ouvido e visto o suficiente. Manon apertou com mais força, suas unhas de ferro triturando carne mortal e músculos. Sangue preto e fétido cobriu suas mãos e ela cortou mais, até que chegou ao osso e cortou através dele, e a cabeça dele bateu contra o chão.Manon podia jurar que ele suspirou.A escuridão desapareceu, e Manon instantaneamente ficou de pé, o sangue escorrendo de suas mãos enquanto avaliava o dano.Ghislaine soluçava no canto, toda a cor de sua pele rica e escura esvaída. Thea e Kaya choravam em silêncio, as duas amantes abraçadas. E Edda e Briar, suas sombras, nascidas e criadas na escuridão, estavam de quatro, vomitando. Logo ao lado das gêmeas demônias de olhos verdes, Faline e Fallon.O resto das Treze estava ilesa. Algumas ainda ruborizadas, algumas ofegantes daonda momentânea de raiva e energia, mas... bem.Apenas algumas delas eram alvo?Manon olhou para Asterin e para Sorrel, Vesta, Lin e Imogen.Em seguida, para aquelas que tinham sido drenadas. Todas encontraram o olhar dela neste momento.Afaste-se, o demônio tinha gritado, como se de surpresa e terror.

Depois de olhar nos olhos dela.Aquelas que tinham sido afetados, seus olhos eram de cores comuns. Castanho, azul, verde. Mas as que tinham...Olhos negros salpicados de dourado.E quando ele olhou nos olhos de Manon...Olhos dourados sempre foram apreciados entre as Bico Negro. Ela nunca se perguntou por que. Mas agora não era o momento. Não com esse sangue fétido em sua pele.

Este foi um lembrete Manon disse, com voz cavernosa saltando pelas pedras. Ela virou-se para o quarto. Deixou-as com si mesmas. Livrem-se do corpo.

Manon esperou até Kaltain estar sozinha, à deriva em uma das escadas em espiral esquecidas de Morath, antes de atacar.A mulher não vacilou quando Manon a prendeu contra a parede, as unhas de ferro espetando os ombros pálidos e nus de Kaltain.

De onde o fogo de sombras vem?Olhos escuros e vazios encontraram os dela.

De mim. Por que você? Que tipo de magia é? Poder valg?

Manon estudou o colar em volta do pescoço fino da mulher.Kaltain deu um pequeno sorriso morto.

Era meu, para começar. Em seguida, foi fundido com outra fonte. E agora é o poder de cada mundo, cada vida.Bobagem. Manon empurrou-a mais forte na pedra escura.

Como você tira esse colar? Ele não sai.

Manon mostrou os dentes. E o que vocês querem de nós? Nos colocar coleiras? Eles querem reis Kaltain respirou, os olhos cintilando com algum estranho, delei

te doente. Reis poderosos. Não vocês.Mais asneiras. Manon rosnou, mas, em seguida, havia uma mão delicada em seu pulso.E ela queimou.Oh, deuses, queimou, e seus ossos estavam derretendo, as unhas de ferro tornaram-se minério derretido, seu sangue estava fervendo...Manon saltou para longe de Kaltain, e apenas ao tocar seu pulso percebeu que osferimentos não eram reais.

Eu vou matar você Manon assobiou.Mas o fogo de sombras dançava na ponta dos dedos de Kaltain, mesmo quando o rostoda mulher ficou inexpressivo novamente. Sem dizer uma palavra, como se ela não tivesse feito nada, Kaltain subiu as escadas e desapareceu.

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Sozinha nos degraus, Manon embalou seu braço, o eco da dor ainda reverberando através de seus ossos. O abate da tribo com a Ceifadora de Vento, disse a si mesma, tinha sido uma misericórdia.

Capítulo 52Quando saíram do templo do Comedor de Pecados, Chaol ficou maravilhado sobre quão era estranho trabalhar com Aelin e sua corte. Como era estranho não estar lutando por ela uma vez.Ele não deveria sequer ter ido com eles, dado o quanto havia para fazer. Metade dos rebeldes havia deixado Forte da Fenda, e mais fugiam a cada dia, e aqueles que permaneciam estavam decididos a mudar para outra cidade.Ele os mantinha na linha tanto quanto podia, contando com Nesryn para apoiá-lo sempre que começavam a trazer o seu próprio passado com o rei. Ainda havia pessoas sumindo, sendo executadas por causa daqueles que eles salvaram o mais rápido que podiam nas plataformas de execução. Ele continuaria fazendo isso até que o último rebelde deixasse a cidade, ficaria para ajudá-los, para protegê-los. Mas se o que eles descobriram sobre Erawan fosse verdade...Deuses ajudassem a todos.De volta ao nivel da cidade, virou-se a tempo de ver Rowan oferecer uma mão amiga

para puxar Aelin fora de esgotos. Ela pareceu hesitar, mas, em seguida, agarrou-a, sua mão engolida pela dele.Uma equipe, sólida e inquebrável.O príncipe feérico içou-a e a colocou de pé. Nenhum deles soltou imediatamente o outro.Chaol esperou esperou a contorção do ciúme, a bile ferroando-o.Mas não havia nada. Apenas um alívio vacilante, talvez, por...Por Aelin e Rowan.Ele devia estar realmente sentindo pena de si mesmo, decidiu.Passos soaram, e todos se prepararam, armas em punho, apenas para...

Estive procurando por vocês por uma hora disse Nesryn, correndo para fora das sombras do beco. O que... Ela notou seus rostos sombrios. Eles haviam deixado o fogo infernal lá embaixo, escondido em um sarcófago, para guardar e não serem derretidos caso as coisas dessemmuito errado.Ele ficou surpreso que Aelin o tivesse permitido saber, muito embora como ela planejava entrar no castelo, não tivesse contado.Basta dizer a Ress, Brullo e os outros ficarem bem longe da torre do relógio forasua única advertência até agora. Ele quase quis saber quais eram seus planos pelos outros inocentes do castelo, mas... isso tinha sido legal. Ter uma tarde sem luta,sem ninguém a odiá-lo. Sentir como se ele fosse parte de sua unidade.

Eu a atualizarei mais tarde disse Chaol para ela. Mas o rosto de Nesryn estava pálido. O que foi?Aelin, Rowan e Aedion foram até eles em passos silenciosamente não naturais.Nesryn deu de ombros.

Recebi notícias de Ren. Ele teve alguns problemas menores na fronteira, mas está bem. Ele tem uma mensagem para vocês, para nós ela afastou uma mecha de seu cabelo escuro. Sua mão tremia um pouco.Chaol preparou-se e lutou contra o impulso de colocar uma mão em seu braço.

O rei Nesryn continuou está montando um exército em Morath, sob a supervisão de duquPerrington. Os guardas valg ao redor de Forte da Fenda são os primeiros. Mais estãovindo desta maneira.Soldados valg de infantaria, então. Morath, parecia, poderia muito bem ser o seu primeiro ou último campo de batalha.Aedion inclinou a cabeça, o encarnado Lobo.

Quantos? Muitos disse Nesryn. Não obtivemos uma contagem completa. Alguns estão acampados den

tro das montanhas que cercam o acampamento e nunca saem todos de uma vez, nuncacompletamente à vista. Mas é um exército maior do que qualquer um que ele está montou antes.As palmas das mãos de Chaol ficaram escorregadias de suor.

E além disso Nesryn continuou, com a voz rouca o rei tem agora uma cavalaria aérea d

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e bruxas Dentes de Ferro, acolhendo três mil delas, que foram secretamente treinadas no Desfiladeiro Ferian para montar a raça de serpentes aladas que o rei tem conseguiu criar.Deuses.Aelin levantou a cabeça, olhando para a parede de tijolos como se pudesse ver o exército aéreo lá, o movimento revelando o anel de cicatrizes em seu pescoço.Dorian eles precisavam Dorian no trono. Precisavam terminar com isso.

Você m certeza? Aedion indagou.Rowan olhava para Nesryn, o rosto o retrato de um guerreiro calculista e frio eainda de alguma forma se aproximando de Aelin.

Perdemos muitos espiões para conseguir essa informação Nesryn disse firmemente.Chaol se perguntou qual deles tinha sido amigo dela.Aelin falou, sua voz plana e dura.

Só para ter certeza que ouvi direito: nós estamos enfrentando agora três mil bruxas Dentes de Ferro sanguinárias em serpentes aladas e uma série de soldados mortais se reunindo ao sul de Adarlan, provavelmente para cortar qualquer ligação entre Terrasene os reinos do sul.Deixando Terrasen num beco sem saída.Diga, Chaol silenciosamente implorou ela. Diga que você precisa de Dorian livre e

vivo.Aedion meditou: Melisande pode ser capaz de se unir conosco ele derrotou Chaol com um olhar aval

iativo, o olhar fixo de um general. Você acha que seu pai sabe sobre as serpentesaladas e bruxas? Anielle é a cidade mais próxima do Desfiladeiro Ferian.Seu sangue gelou. Era por isso que seu pai estava tão interessado em levá-lo para casa? Ele sentiu a próxima pergunta de Aedion antes do general falar.

Ele não usa um anel preto falou Chaol. Mas duvido que encontrariam nele um aliadoagradável, se ele se preocupasse em fazer uma aliança.

Há coisas a considerar Rowan disse precisaremos de um aliado para atravessar as fronteiras do sul.Deuses, eles realmente estavam falando sobre isso. Guerra a guerra estava chegando. E eles não poderiam sobreviver a tudo.

Então, o que eles estão esperando? Aedion perguntou, andando. Por que não atacar ago?A voz de Aelin era suave e fria.

Eu. Eles estão esperando que eu faça a minha jogada.Nenhum deles a contradisse.A voz de Chaol estava tensa quando ele empurrou de lado seus exames de pensamentos:

Algo mais?Nesryn enfiou a mão na túnica e tirou uma carta. Ela entregou a Aedion.

Veio do seu imediato. Estão preocupados por você. Há uma taberna neste quarteirão. Dê-me cinco minutos, e eu terei uma resposta para você

disse Aedion, já caminhando para longe. Nesryn o seguiu, dando a Chaol um aceno de cabeça em silêncio. O general disse por cima do ombro para Rowan e Aelin, seu capuz pesado ocultando traços reveladores: Eu os vejo em casa.Para outra reunião.Mas Aelin de repente disse:

Obrigada.Nesryn fez uma pausa, de alguma forma sabendo que a rainha tinha falado com ela.Aelin colocou a mão em seu coração.

Por tudo o que está arriscando, eu agradeço.Os olhos de Nesryn cintilaram quando ela respondeu:

Vida longa à rainha.Mas Aelin já havia se afastado.Nesryn encontrou o olhar de Chaol, e ele a seguiu e Aedion.Um exército indestrutível, possivelmente liderado por Erawan, se o rei de Adarlan fosse louco o suficiente para erguê-lo.Um exército que poderia esmagar qualquer resistência humana.Mas... mas talvez não uma resistência mágica.

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Ou seja, se os detentores de magia, depois de tudo o que foi feito para eles, ainda assim quisessem se incomodar em salvar seu mundo.

Fale comigo pediu Rowan atrás dela enquanto Aelin cruzava rua após rua.Ela não podia. Não podia formar pensamentos, transformá-las em palavras.Quantos espiões e rebeldes haviam perdido suas vidas para obter essa informação? E quãopior seria a sensação quando ela enviasse pessoas para a morte quando tivesse que assistir seus soldados serem massacrados por esses monstros? Se Elena lhe dera uma pista, de alguma forma levando o traficante de ópio para o templo do Comedor de Pecados para que eles pudessem encontrá-lo, ela não estava se sentindo particularmente grata.

Aelin Rowan repetiu, em voz baixa o suficiente apenas para ela e os ratos do beco ouvirem.Ela mal sobrevivera à Baba Pernas Amarelas. Como é que qualquer um sobreviveria a um exército de bruxas treinadas em combate?Ele agarrou seu cotovelo, forçando-a a parar.

Vamos enfrentar isso juntos ele falou, seus olhos brilhando, os caninos reluzind

o. Como fizemos no passado. Qualquer que seja o fim.Ela tremia tremia como uma, deuses malditos, covarde e libertou seu cotovelo, continuando a andar. Nem sabia para onde seguia, somente andava, tinha que encontrar uma maneira de extravasar, colocar o mundo para fora, antes de parar de se mover, ou então nunca se moveria novamente.Serpentes aladas. Bruxas. Um exército novo, ainda maior. O beco se fechava sobre ela, selando tão firmemente como um daqueles túneis de esgoto alagados.

Fale comigo Rowan pediu novamente, mantendo uma distância respeitosa por trás.Ela sabia que ruas eram essas. Poucos quarteirões abaixo, encontraria uma das entradas de esgoto dos valg.Talvez saltasse para lá e cortaria alguns deles em pedaços. Ver o que eles sabiam sobre o Rei das Trevas Erawan, e se ele ainda dormia sob aquela montanha.Talvez ela não se preocupasse com perguntas.Então uma mão forte a agarrou pelo lado, puxando-a contra um corpo masculino duro.Mas o cheiro não era de Rowan.E a faca em sua garganta, a lâmina apertando tanto que sua pele ardia, cedia...

Indo a algum lugar, princesa? Lorcan soprou em seu ouvido.

Rowan pensara que conhecia o medo. Pensara que podia enfrentar qualquer perigo com a cabeça limpa e gelo nas veias.Até Lorcan aparecer das sombras, tão rápido que Rowan não tinha sequer sentido o cheirodele, e colocou a faca contra a garganta de Aelin.

Você se move Lorcan rosnou na orelha de Aelin e eu te mato. Você fala, e eu te mato. Entendeu?Aelin não disse nada. Se ela balançasse a cabeça, abriria a garganta na lâmina. Sangue jábrilhava ali, um pouco acima de sua clavícula, enchendo o beco com seu perfume.Apenas o cheiro dele já fez Rowan deslizar em uma fria calma assassina.

Entendeu? Lorcan assobiou, empurrando o suficiente para que o sangue dela fluísseum pouco mais rápido. Ainda assim ela não disse nada, obedecendo à ordem dele. Lorcanriu. Bom. Eu gosto assim.O mundo desacelerou e se abriu para Rowan com clareza afiada, revelando cada pedra dos edifícios e da rua, os restos e o lixo em torno deles. Qualquer coisa paradar-lhe uma vantagem, para usar como uma arma.Se ele tivesse sua magia, teria sufocado o ar dos pulmões de Lorcan agora, teria quebrado os escudos escuros de Lorcan com meio pensamento. Se tivesse sua magia,teria erguido um escudo em torno deles desde o início, assim esta emboscada nuncapoderia acontecer.Os olhos de Aelin encontraram os seus.E medo medo genuíno brilhava lá.

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Ela sabia que estava em uma posição comprometida. Ambos sabiam que não importava quão rápido ele fosse, ela fosse, a faca de Lorcan seria mais rápida.Lorcan sorriu para Rowan, o capuz escuro baixado pela primeira vez. Sem dúvida, para que Rowan pudesse ver cada brilho de triunfo em seus olhos negros.

Sem palavras, príncipe? Por quê? era tudo o que Rowan poderia perguntar. Cada ação, cada plano possível ainda

deixava muito longe. Ele se perguntou se Lorcan percebeu que se ele a matasse, o próprio Lorcan seria o próximo. Em seguida, Maeve.E talvez o mundo, por despeito.Lorcan esticou a cabeça para olhar para o rosto de Aelin. Seus olhos se estreitaram.

Onde está a chave de Wyrd?Aelin ficou tensa, e Rowan desejou que ela não falasse, não para insultar Lorcan.

Nós não a temos disse Rowan.Raiva interminável, cataclísmica. Ódio o atravessou.Exatamente o que Lorcan queria. Exatamente da maneira como Rowan testemunhara oguerreiro semifeérico manipular seus inimigos por séculos. Então Rowan bloqueou essa raiva. Tentou, pelo menos.

Eu poderia abrir este pescoço tão facilmente disse Lorcan, roçando o nariz contra a su

a garganta. Aelin ficou rígida. A possessividade por aquele toque o cegou com iraferoz. Foi um esforço sufocá-la novamente quando Lorcan murmurou para sua pele: Você é muito melhor quando não abre essa boca terrível.

Nós não temos a chave Rowan falou novamente. Ele abateria Lorcan da maneira que apenas imortais sabiam, que gostavam de matar: lenta e violentamente, de forma criativa. O sofrimento de Lorcan seria completo.

E se eu lhe disser que estamos trabalhando para o mesmo lado? Lorcan disse. Eu lhe diria que Maeve trabalha para apenas um lado: o dela própria. Maeve não me enviou aqui.

Rowan quase podia ouvir as palavras que Aelin lutava para segurar. Mentiroso pedaço de merda mentiroso.

Então foi quem? Rowan exigiu. Eu saí. Se estamos do mesmo lado, então, abaixe a sua faca Rowan rosnou.Lorcan riu. Não quero ouvir o latido da princesa. O que tenho a dizer aplica-se para ambos Row

an esperou, levando a cada segundo para avaliar e reavaliar seus arredores, as probabilidades. Por fim, Lorcan baixou a lâmina ligeiramente. Sangue deslizou do pescoço de Aelin, sujando seu traje. Você cometeu o maior erro de sua curto vida mortal e patética quando entregou o anel a Maeve.Através da calma letal, Rowan sentiu o sangue sumir de seu rosto.

Você deveria ter pensado melhor continuou Lorcan, ainda segurando Aelin pela cintura. Deveria saber que ela não era uma tola sentimental ansiando por seu amor perdido. Ela tinha muitas coisas de Athril, por que iria querer seu anel? O anel dele, e não Goldryn?

Pare de enrolar e nos dizer logo o que é. Mas eu estou achando muito divertido.

Rowan segurou seu temperamento com tanta força que se engasgou com ele. O anel falou Lorcan não era uma relíquia de família de Athril. Ela matou Athril. Ela

ueria as chaves e o anel, e ele recusou, e ela o matou. Enquanto lutavam, Brannon os roubou, escondendo o anel com Goldryn e trazendo as chaves para cá. Você nuncase perguntou por que o anel estava com a espada? Uma espada para matar demônios eum anel para combinar.

Se Maeve quer matar demônios Rowan disse nós não vamos reclamar. O anel não os mata. Concede imunidade ao seu poder. Um anel forjado pela própria Mal

a. Os valg não podiam ferir Athril quando ele o usava.Os olhos de Aelin se arregalaram ainda mais, o cheiro de seu medo mudando para algo muito mais profundo que o temor de dano corporal.

O portador do anel Lorcan continuou, sorrindo para o terror cobrindo seu cheiro não precisa temer ser escravizado por uma pedra de Wyrd. Você entregou-lhe a sua própria imunidade.

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Isso não explica por que você a deixou.O rosto de Lorcan apertou.

Ela abateu seu amante por um anel, pelas chaves. Vai fazer muito pior para consegui-los agora que elas estão no tabuleiro de jogo novamente. E uma vez que ela ostenha... minha rainha se fará uma deusa.

E então?A faca permanecia muito perto do pescoço de Aelin para correr o risco de atacar.

Isso irá destruí-la.A raiva de Rowan tropeçou. Você pretende obter as chaves para mantê-las longe dela. Eu pretendo destruir as chaves. Você me dá a sua chave de Wyrd disse Lorcan, abrindo

o punho que ele segurava contra o abdômen de Aelin e eu lhes darei o anel.Com certeza, em sua mão brilhava um anel de ouro familiar.

Você não deveria estar vivo disse Rowan. Se tivesse roubado o anel e fugido, ela o teria matado.Era uma armadilha. Uma armadilha inteligente e razoável.

Eu agi rapidamente.Lorcan tinha levado o traseiro para fora de Wendlyn. Isso não provava nada, no entanto.

Os outros... Nenhum deles sabe. Acha que confio neles para não dizer nada? O juramento de sangue torna a traição impossível. Estou fazendo isso por causa dela respondeu Lorcan. Estou fazendo isso porque não

quero ver minha rainha tornar-se um demônio. Estou obedecendo o juramento nesse sentido.Aelin estava eriçada agora, e Lorcan fechou os dedos ao redor do anel novamente.

Você é um tolo, Rowan. Só pensa nos próximos anos, décadas. O que estou fazendo é para odos séculos. Para a eternidade. Maeve enviará os outros, você sabe. Para caçá-los. Para m

atar os dois. Que esta noite seja um lembrete de sua vulnerabilidade. Você nunca conhecerá a paz por um único momento. Nenhum. E mesmo nenhum de nós mate Aelin do Fogo Selvagem... a hora chegará.Rowan encerrou as palavras.Lorcan olhou para Aelin, seu cabelo preto movendo com o movimento. Pense sobre isso, princesa. O que vale a imunidade num mundo onde seus inimigosestão esperando para acorrentá-la, onde um deslize pode significar tornar-se um escravo eterno?Aelin apenas mostrou os dentes.Lorcan empurrou-a para longe, e Rowan já estava se movendo, lançando-se para ela. Ela girou, as lâminas embutidas em seu traje libertando-se. Mas Lorcan tinha ido embora.

Depois de decidir que os cortes em seu pescoço eram superficiais e que ela não estava em perigo de morrer, Rowan não falou com ela pelo resto da viagem de volta.Se Lorcan estivesse certo... não, ele não estava certo. Ele era um mentiroso, e suabarganha cheirava aos truques de Maeve.Aelin pressionava um lenço contra o pescoço enquanto caminhavam, e no momento em que chegaram ao apartamento, as feridas tinham coagulado. Aedion, felizmente, já estava na cama.Rowan caminhou direito para o quarto.Ela o seguiu, mas ele foi para o banheiro e fechou a porta silenciosamente atrás dele.Água corrente gorgolejou um batimento cardíaco mais tarde. Um banho.Ele fizera um bom trabalho escondendo-a, e sua raiva era... ela nunca vira ninguém com tanta raiva. Mas ainda assim ela vira o terror em seu rosto. Tinha sido o suficiente para fazê-la dominar seu próprio medo quando o fogo começou a crepitar em suas veias. E ela tinha tentado deuses, ela tentara encontrar uma maneira de sairdaquele aperto, mas Lorcan... Rowan tinha razão. Sem a sua magia, ela não era páreo para ele.

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Ele poderia tê-la matado.E tudo em que ela tinha sido capaz de pensar, apesar de seu reino, apesar de tudo o que ainda tinha que fazer, era no medo nos olhos de Rowan.E seria uma vergonha se ele nunca soubesse... se ela nunca lhe dissesse...Aelin limpou seu pescoço na cozinha, lavou o pouco de sangue de seu traje e o pendurou na sala de estar para secar, em seguida, puxou uma das camisas de Rowan e subiu na cama.Ela mal ouvia qualquer som de água. Talvez ele estivesse apenas deitado na banheira, olhando para o nada com aquela expressão vazia que usara desde que Lorcan retirara a faca de sua garganta.Minutos se passaram, e ela gritou boa noite para Aedion, cuja resposta ecoante retumbou através das paredes.Em seguida, a porta do banheiro se abriu, um véu de vapor ondulou para fora, e Rowan apareceu, uma toalha pendurada em seus quadris. Ela encarou aquele abdome musculoso, os ombros poderosos, mas...Mas o vazio naqueles olhos.Ela deu um tapinha na cama.

Venha aqui.Ele permaneceu ali, os olhos demorando-se em seu pescoço machucado.

Nós dois somos especialistas nisso, por isso vamos concordar agora em manter o temperamento na linha, conversar como pessoas razoáveis.Ele não devolveu o seu olhar quando se aproximou da cama e caiu ao lado dela, estendendo-se ao longo dos cobertores. Ela nem sequer o repreendeu por deixar os lençóis molhados, ou mencionar que ele poderia ter tomado meio minuto para vestir alguma roupa.

Parece que nossos dias de diversão terminaram disse ela, apoiando a cabeça na mão e olhando para ele. Ele fitava para o teto. Bruxas, senhores escuros, rainhas feéricas... se sairmos disso tudo vivos, vou querer umas boas e longas férias.Seus olhos eram frios.

Não me expulse ela bufou. Nunca ele murmurou. Isso não é... ele esfregou os olhos com o polegar e o indicado

Eu falhei com você esta noite. Suas palavras eram um sussurro na escuridão. Rowan... Ele chegou perto o suficiente para matá-la. Se tivesse sido outro inimigo, podem t

er feito a cama gemeu quando ele deu um suspiro estremecido e baixou a mão de seus olhos. Emoção crua envolvia seus lábios. Nunca, nunca ele a deixara ver essas coisas. Eu falhei com você. Jurei protegê-la, e não fiz isso esta noite.

Rowan, tudo bem... Não está tudo bem sua mão estava quente enquanto segurava seu ombro. Deixou que ele a

virasse de costas, e encontrou-o quase em cima dela enquanto olhava para o seu rosto. Seu corpo era uma enorme força sólida da natureza acima dela, mas nos seus olhos o pânico persistia. Eu quebrei a sua confiança.

Você não fez nada disso. Rowan, você disse a ele que não entregaria a chave.Ele respirou fundo, seu peito largo expandindo.

Eu teria entregado. Deuses, Aelin, ele me teve, e não sabia disso. Ele poderia ter esperado mais um minuto e eu teria contado a ele, com anel ou sem. Erawan, as bruxas, o rei, Maeve... eu enfrentaria todos eles. Mas perder você... ele abaixou a cabeça, sua respiração aquecendo sua boca enquanto fechava os olhos. Falhei com você esta noite ele murmurou, sua voz rouca. Eu sinto muito.Seu aroma de pinho e neve envolveu em torno dela. Ela devia se afastar, rolar para fora de alcance. Não me toque dessa maneira.No entanto, lá estava ele, com a mão em uma cicatriz em seu ombro nu, seu corpo quase cobrindo o dela.

Você não tem nada do que se desculpar ela sussurrou. Eu confio em você, Rowan.Ele deu-lhe um aceno de cabeça quase imperceptível.

Eu senti sua falta ele disse em voz baixa, seu olhar correndo entre sua boca e olhos quando estava em Wendlyn. Menti quando disse que não. A partir do momento emque você saiu, senti tanto sua falta que perdi a cabeça. Eu estava feliz com a desculpa de seguir Lorcan até aqui, apenas para vê-la novamente. E esta noite, quando ele segurou aquela faca em sua garganta... o calor de seu dedo calejado espalhou po

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r ela quando ele traçou um caminho sobre o corte em seu pescoço. fiquei pensando emcomo você nunca saberia o quanto senti sua falta com apenas um oceano entre nós. Mas se fosse a morte nos separando.. eu iria encontrá-la. Não me importo quantas regras quebraria. Mesmo que eu tivesse que pegar as três chaves eu mesmo e abrir um portal, eu iria encontrá-la novamente. Sempre.Ela piscou pela queimação em seus olhos quando ele esticou o braço e tomou sua mão, guiando-a para colocar em seu rosto tatuado.Foi um esforço se lembrar de como respirar, concentrar-se em algo que não a sua pele suave e quente. Ele não tirou os olhos dos dela enquanto ela roçava o polegar ao longo de sua bochecha afiada. Saboreando cada movimento, ela acariciava seu rosto, a tatuagem, sem nunca desviar seu olhar.Sinto muito, ele ainda parecia dizer.Ela manteve o olhar preso no dele mesmo quando soltou seu rosto e lentamente, certificando-se de que ele entendia cada passo do caminho, inclinava a cabeça para trás até que sua garganta estivesse arqueada e desnuda diante dele.

Aelin ele resfolegou. Não uma reprimenda ou aviso. Soou como um apelo. Ele abaixou a cabeça para seu pescoço exposto e pairou a um fio de cabelo de distância.Ela arqueou mais o pescoço, um convite silencioso.Rowan soltou um gemido suave e roçou os dentes contra sua pele.

Uma mordida, um movimento, era tudo o que seria necessário para ele arrancar sua garganta.Seus caninos alongados deslizaram ao longo de sua carne suavemente, com precisão.Ela apertou os lençóis para evitar correr os dedos pelas costas nuas e puxá-lo para mais perto.Ele apoiou uma das mãos ao lado da cabeça, entrelaçando os dedos em seu cabelo.

Mais ninguém ela sussurrou. Eu nunca permitiria mais ninguém em minha garganta mosar-lher a garganta era a única maneira que ele entenderia a confiança, um modo que o predatório lado feérico dele compreenderia. Mais ninguém disse ela novamente.Ele soltou outro gemido baixo, resposta, confirmação e pedido, e o estrondo ecoou dentro dela. Cuidadosamente, ele fechou os dentes sobre o local onde seu sangue zumbia e batia, seu hálito quente em sua pele.Ela fechou os olhos, estreitando todos os sentidos à sensação, aos dentes e à boca em sua garganta, no poderoso corpo tremendo de contenção acima dela. A língua dele dançou contra sua pele.Ela fez um pequeno ruído que poderia ter sido um gemido, ou uma palavra, ou o seunome. Ele estremeceu e a puxou de volta, o ar frio beijando seu pescoço. Selvageria selvageria pura provocava naqueles olhos.Em seguida, ele cuidadosamente, descaradamente explorou seu corpo, suas narinasdilatando enquanto cheirava com exatidão o que ela queria.Sua respiração ficou rápida quando ele arrastou seu olhar faminto para o dela, feroz,inflexível.

Ainda não disse ele asperamente, sua própria respiração irregular. Agora não. Por quê? foi um esforço se lembrar da fala com ele olhando para ela desse modo. Como

ele podia comê-la viva. Calor atravessou o seu centro. Quero ter meu tempo com você. Para conhecer... cada centímetro seu. Este apartamento

tem paredes muito, muito finas. Não quero um público acrescentou ele quando se inclinou para baixo novamente, roçando seus lábios sobre o corte na base da sua garganta quando eu a fizer gemer, Aelin.Ah, por Wyrd. Ela estava em apuros. Tantos problemas. E quando ele falava o nome dela assim...

Isso muda as coisas disse ela, dificilmente capaz de dizer as palavras. As coisas têm mudado faz um tempo. Nós lidaremos com isso.

Ela se perguntou quanto tempo sua resolução duraria se ela erguesse o rosto para reivindicar sua boca com a dela, se ela corresse os dedos por sua espinha. Se ela o tocasse mais baixo do que isso. Mas...Serpentes aladas. Bruxas. Exército. Erawan.Ela soltou uma respiração pesada.

Dormir ela murmurou. Nós devemos dormir.Ele engoliu em seco novamente, lentamente indo para longe dela e caminhando até ocloset para se vestir.

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Honestamente, foi um esforço não pular atrás dele e arrancar a maldita toalha.Talvez ela devesse fazer Aedion ir para outro lugar. Apenas por uma noite.E então ela queimaria no inferno por toda a eternidade por ser a pessoa mais egoísta e horrível, que teve a graça de andar sobre a terra.Obrigou-se a desviar o olhar do closet, não confiando em si mesma para olhar Rowan sem fazer algo infinitamente estúpido.Oh, ela estava com tantos problemas, deuses malditos.

Capítulo 53Beba, o príncipe demônio persuadiu em sussurro de um amante. Saboreie.O prisioneiro chorava no chão da masmorra, seu medo, dor e memórias vazando dele. Opríncipe demônio os inalava como se fossem ópio.Delicioso.Era.Ele se odiava, se amaldiçoava.Mas o desespero vindo do homem quando suas piores memórias o rasgavam em pedaços...era inebriante. Era força, era vida.Ele não tinha nada e ninguém, de qualquer maneira. Se tivesse a chance, encontraria

uma maneira de acabar com ele. Por agora, esta era a eternidade, este era o nascimento e a morte e renascimento.Então ele bebeu a dor do homem, o seu medo, sua tristeza. E aprendeu a gostar.

Capítulo 54Manon olhou para a carta que o mensageiro trêmulo acabara de entregar. Elide tentava o seu melhor para não parecer estar observando cada movimento dos olhos de Manon ao longo da página, mas era difícil não olhar quando a bruxa rosnava a cada palavraque lia.Elide estava deitada no colchão de feno, o fogo já morrendo em brasas, e gemeu quando se sentou, seu corpo dolorido. Ela encontrara um cantil de água na despensa, e até mesmo perguntara ao cozinheiro se podia levá-lo para a Líder Alada. Ele não se atreveu a negar. Ou invejar-lhe os dois saquinhos de nozes que ela também pegara para a Líder Alada . Melhor que nada.Ela guardara tudo sob eu colchão, e Manon não tinha notado. Logo o vagão chegaria comos suprimentos. Quando saísse, Elide estaria nele. E nunca teria que lidar com nada dessa escuridão novamente.Elide se aproximou da pilha de lenha e acrescentou duas toras no fogo, fazendo faíscas voarem. Ela estava prestes a deitar-se novamente quando Manon falou da mesa:

Em três dias, sairei com minhas Treze. Para onde? Elide ousou perguntar.

Desde a violência com que o Líder Alada lera a carta, não poderia ser a qualquer lugar agradável.

Para uma floresta no norte. Que... Manon se levantou e caminhou, seus passos leves mas poderosos quando foi até a lareira e atirou a carta ali. Ficarei fora por pelo menos dois dias. Se eu fosse você, usaria esse tempo para ficar quieta.O estômago de Elide torceu com o pensamento do que, exatamente, poderia significar para a proteção a Líder Alada estar a milhares de quilômetros de distância.Mas não havia nenhum ponto em falar com Manon. Ela não se importaria, mesmo que tivesse reivindicado Elide como uma de sua espécie.Não significava nada, de qualquer maneira. Ela não era uma bruxa. Fugiria em breve.Duvidava que alguém aqui realmente pensaria duas vezes sobre seu desaparecimento.

Eu vou ficar quieta concordou Elide.Talvez na parte traseira de uma carroça, quando fizesse o seu caminho para fora de Morath e à liberdade além.

Levou três dias inteiros para se preparar para a reunião.A carta da Matricarca não continha nenhuma menção à criação e ao abate de bruxas. Na verda

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, era como se a avó não tivesse recebido qualquer uma das mensagens de Manon. Assimque voltasse desta pequena missão, ela começaria a questionar os mensageiros do castelo. Devagar. Dolorosamente.As Treze voariam para as coordenadas de Adarlan bem no meio do reino, adentrando no emaranhado da Floresta Carvalhal e chegariam um dia antes da reunião organizada para estabelecer um perímetro seguro.Para o rei de Adarlan finalmente ver a arma que sua avó tinha construíra, e, aparentemente, inspecionar Manon também. Ele levaria seu filho, apesar de Manon duvidar que fosse para guardar suas costas da maneira que as herdeiras protegiam suas Matriarcas. Ela não se importava particularmente sobre qualquer coisa dessas.Uma reunião estúpida e inútil, ela quase queria dizer a sua avó. Um desperdício de seu tempo.Pelo menos ver o rei lhe daria a oportunidade de conhecer o homem que enviava ordens de destruir bruxas e fazer monstruosidades às suas donzelas. Pelo menos ela seria capaz de falar à sua avó em pessoa sobre isso, talvez até mesmo testemunhar a Matriarca fazer picadinho do rei uma vez quando descobrisse a verdade sobre o que ele tinha feito.Manon subiu na sela e Abraxos caminhou pela trave, ajustando-se à armadura que o ferreiro da fortaleza finalmente forjara finalmente leves o suficiente para as se

rpentes aladas aguentarem que agora seria testada nesta viagem. O vento era pouco para ela, mas Manon o ignorou. Assim como ignorou as Treze.Asterin não falava com ela, e nenhuma delas discutira sobre o príncipe valg que o duque enviara para elas.Tinha sido um teste para ver quem sobreviveria, e para lembrá-la o que estava em jogo.Assim como desencadear o fogo de sombras naquele povoado fora um teste.Ela ainda não podia escolher um clã. E não escolheria até que tivesse falado com sua avó.Mas duvidava que o duque fosse esperar muito mais tempo.Manon olhou para a queda, o exército sempre crescente varrendo as montanhas e vales como um tapete de escuridão e fogo muitos mais soldados escondidos abaixo dela.Suas sombras haviam relatado de manhã sobre as manchas magras, criaturas aladas com formas humanas retorcidas que subiam através do céu noturno rápidas e ágeis para vigiar antes que desaparecessem nas nuvens escuras. A maioria dos horrores de Morath, Manon suspeitava, ainda não havia sido revelada. Ela se perguntou se os comandaria, também.Ela sentiu os olhos de suas Treze sobre ela, esperando o sinal.Manon cravou seus calcanhares nas laterais de Abraxos, e eles caíram livres para o ar.

A cicatriz em seu braço doía.Ela sempre doía mais do que o colar, mais do que o frio, mais do que as mãos do duque sobre ela, mais do que tudo o que tinha sido feito. Apenas o fogo de sombras era um conforto.Ela acreditara uma vez que tinha nascido para ser rainha. Aprendera então que tinha nascido para ser uma loba.O próprio duque lhe colocara uma coleira como a uma cadela, e empurrara um príncipedemônio para dentro dela.Ela o deixara ganhar por um tempo, enrolando-se com tanta força dentro de si mesma que o príncipe se esquecera de que ela estava lá.E ela esperou.Nesse casulo de escuridão, esperou sua hora, deixando-o pensar que ela se fora, deixando-os fazer o que queriam com a concha mortal ao seu redor. Foi nesse casulo que o fogo de sombras começou a piscar, alimentando-se, alimentando-a. Há muito tempo, quando ela era pequena e limpa, chamas douradas faiscavam de seus dedos, secretos e ocultos. Em seguida, elas desapareceram, como todas as coisas boas.E agora elas voltaram renasceram dentro dessa concha escura como um fogo fantasma.O príncipe dentro dela não percebeu quando começou a mordiscá-lo.

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Pouco a pouco, ela tomou partes da criatura sobrenatural que tomara seu corpo para se cobrir, que fez essas coisas desprezíveis com ela.A criatura notou o dia em que ela abocanhou uma parte maior, grande o suficiente para que ele gritasse em agonia.Antes que pudesse contar a alguém, ela pulou em cima dele, rasgando e rasgando com o fogo de sombras, até que apenas cinzas de malícia permaneceram, até que não fosse mais que um sussurro de pensamento. Fogo ele não gostava de fogo de qualquer tipo.Ela estava há semanas ali. Esperando novamente. Aprendendo sobre a chama em sua veias como a coisa que sangrou em seu braço e ressurgiu como fogo de sombras. A coisa falou com ela, às vezes, em línguas que nunca tinha ouvido falar, que talvez nunca tivesse existido.O colar permaneceu em torno de seu pescoço, e ela se deixou ordenar ao redor, os deixou lhe tocarem, e machucarem. Logo logo ela encontraria o verdadeiro propósito, e então uivaria sua ira para a lua.Tinha esquecido o nome que fora dado a ela, mas isso não fazia diferença. Ela tinhaapenas um nome agora:Morte, devoradora de mundos.

Capítulo 55Aelin acreditava totalmente em fantasmas.Ela só não achava que eles costumavam sair durante o dia.A mão de Rowan estava pousada em seu ombro antes do nascer do sol. Ela deu uma olhada em seu rosto apertado e se preparou.

Alguém invadiu o armazém.Rowan estava fora do quarto, armado e totalmente pronto para derramar sangue antes que Aelin pudesse pegar suas próprias armas. Deuses ele se movia como o vento,também. Ela ainda podia sentir os caninos dele em seu pescoço, raspando sua pele, pressionando levemente...De pé e quase em silêncio, ela foi atrás dele, encontrando a ele e a Aedion postados diante da porta do apartamento, lâminas na mão, suas costas musculosas e rígidas. As janelas eram suas melhores opções para a fuga caso fosse uma emboscada. Ela alcançou osdois machos assim que Rowan abriu a porta para revelar a escuridão da escada.Um montinho em colapso, Evangeline soluçava no patamar da escada, o rosto cheio de cicatrizes mortalmente pálido e aqueles olhos citrinos arregalados de terror quando olhou para cima e viu Rowan e Aedion. Todo o peso em músculos letais e dentes à mostra...Aelin abriu caminho por eles, descendo dois ou três degraus de cada vez até que alcançou a garota. Ela estava limpa nenhum arranhão.

Você está ferida?Ela balançou a cabeça, seu cabelo vermelho dourado captando a luz da vela que Rowansegurava.A escada estremeceu com cada degrau que ele e Aedion desciam.

Diga-me Aelin sussurrou, rezando silenciosamente que não fosse tão ruim quanto parecia. Conte-me tudo.

Eles a levaram, eles a levaram, eles a levaram. Quem? Aelin perguntou, afastando o cabelo da menina, perguntando-se se ela entra

ria em pânico ou se conseguiria se controlar. Os homens do rei Evangeline sussurrou. Eles vieram com uma carta de Arobynn. Dis

seram que era a vontade de Arobynn que eles fossem informados sobre a li-li-linhagem de Lysandra.O coração de Aelin parou. Pior era muito pior do que o que ela se preparara para...

Eles disseram que ela era um metamorfo. Levaram-na, e iam me levar também, mas ela lutou contra eles, e me fez correr, e Clarisse não ia ajudar...

Para onde eles a levaram?Evangeline soluçou.

Eu não sei. Lysandra disse que era para vir aqui se alguma coisa acontecesse, disse para eu avisar para você correr...Ela não conseguia respirar, não conseguia pensar. Rowan ajoelhou-se ao lado delas eescorregou os braços ao redor da garota, reconfortando-a, sua mão tão grande quase env

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o pai de Nesryn, juntamente com mais cartas para Terrasen e a Devastação e o padeiro não fez nenhuma pergunta. Apenas beijara sua filha mais nova na bochecha e anunciou que ele e Evangeline assariam tortas especiais para o seu regresso.Se eles voltassem.

E se ela tiver um colar ou um anel? Chaol perguntou do outro lado de seu pequeno círculo.

Então ela perderá a cabeça ou um dedo disse Aedion sem rodeios.Aelin lhe lançou um olhar. Você não toma a decisão sem mim.

E Dorian? perguntou Aedion.Chaol encarava o mapa como se quisesse queimar um buraco através dele.

Não é decisão minha Aelin disse firmemente.Os olhos de Chaol se moveram para encontrar os dela.

Você não toca nele.Era um risco terrível leva-los todos dentro do alcance de um príncipe valg, mas...

Vamos nos pintar com marcas de Wyrd disse Aelin. Todos nós. Para defender contra o príncipe.Nos dez minutos que levaram para pegar suas armas, roupas e suprimentos do apartamento no armazém, ela lembrou-se de pegar seus livros de marcas de Wyrd, que agor

a estavam abertos na mesinha diante da única janela do quarto. Tinham alugado três para a noite: um para Aelin e Rowan, um para Aedion, e outro para Chaol e Nesryn. A moeda de ouro que ela deu pousara no balcão do estalajadeiro fora suficiente para pagar por pelo menos um mês. E por seu silêncio.

Podemos acabar com o rei? Aedion perguntou. Não é nosso objetivo Rowan respondeu até que saibamos com certeza se podemos matar o

ei e neutralizar o príncipe com um risco mínimo. Tirar Lysandra do vagão vem em primeiro lugar.

Concordo disse Aelin.O olhar de Aedion era firme em Rowan.

Quando partimos?Aelin admirava a sua aceitação pelo príncipe feérico.

Eu não quero essas serpentes aladas ou bruxas nos farejando e seguindo disse Rowan, o comandante se preparando para o campo de batalha. Nós chegaremos um pouco antes da reunião acontecer, tempo suficiente para encontrar pontos vantajosos e localizar seus batedores e sentinelas. O olfato das bruxas é bastante afiado, o que arriscaria a descoberta. Nós nos moveremos rápido.Ela não podia decidir se se sentia ou não aliviada.O relógio soou meio-dia. Nesryn ficou de pé.

Vou pedir o almoço.Chaol levantou-se, esticando-se.

Eu vou ajudá-la a trazer.De fato, em um lugar como este, eles não receberiam da cozinha nenhuma serviço de quarto. Embora em um lugar como este, Aelin supôs, Chaol poderia muito bem ir para manter um olho nas costas de Faliq. Bom.Depois que eles saíram, Aelin pegou uma das lâminas de Nesryn e começou a limpá-la: um punhal decente, mas não ótimo. Se eles vivessem depois do dia seguinte, talvez ela lhe comprasse um melhor como agradecimento.

Pena que Lorcan seja um bastardo psicótico ela comentou. Nós poderíamos usá-lo amanhca de Rowan se apertou. O que ele vai fazer quando descobrir sobre a herança de Aedion?Aedion pousou a adaga que estava afiando.

Será que ele se importa?No meio polimento de uma espada curta, Rowan fez uma pausa.

Lorcan poderia não tomar atitude nenhuma ou pode achar Aedion intrigante. Mas seria mais provável se interessar em saber como a existência de Aedion pode ser usada contra Gavriel.Ela olhou para seu primo, seu cabelo dourado agora parecendo mais uma prova de seus laços com Gavriel do que com ela. Você quer conhecê-lo? talvez ela estivesse levatando essa questão apenas para se impedir de pensar no dia seguinte.

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Um encolher de ombros. Estou curioso, mas não tenho pressa. Não a menos que ele arraste a equipe para cá para

ajudar com a luta. Aí está um pragmático ela se virou Rowan, que estava de volta ao trabalho na espada.

erá que eles ñão seriam convencidos a ajudar, apesar do que Lorcan falou?Afinal, eles ajudaram uma vez durante o ataque à Defesa Nebulosa.

Não disse Rowan, sem desviar o olhar da lâmina. A menos que Maeve decida que lhe mandar socorro seja o próximo passo em seja qual for o jogo que ela esteja jogando. Talvez ela queira aliar-se com você para matar Lorcan por sua traição ele refletiu alguns dos feéricos que moravam aqui ainda podem estar vivos e escondidos. Talvez possam ser treinados ou já tenham treinamento.

Eu não contaria com isso disse Aedion. O povo pequeno é visto e sentido em FlorestaCarvalhal. Mas dos feéricos não há um sussurro por lá ele não olhou nos olhos de Rowan,

vez disso começou a limpar lâmina afiada de Chaol. O rei os caçou muito bem. Eu apostaria que todos os sobreviventes estão presos em suas formas animais.O corpo de Aelin tornou-se pesado com um luto familiar.

Nós descobriremos tudo isso mais tarde.Se eles vivessem o suficiente para fazê-lo.

Pelo resto do dia e até tarde da noite, Rowan planejou seu curso de ação com a mesma eficiência que ela viera a esperar e estimar. Mas não se sentia reconfortada agora nãoquando o perigo era tão grande, e tudo podia mudar em questão de minutos. Não quando Lysandra já poderia estar além da salvação.

Você deveria estar dormindo disse Rowan, sua voz profunda ribombando através da cama e ao longo de sua pele.

A cama é torta respondeu Aelin. Odeio estalagens baratas.Sua risada baixa ecoou no pequeno quarto escure. Ela providenciara para que a porta e a janela os alertasse para qualquer intruso, mas com o barulho vindo da taberna decadente lá embaixo, eles teriam dificuldade em ouvir alguém no corredor. Especialmente quando alguns dos quartos eram alugados por hora.

Nós vamos trazê-la de volta, Aelin.A cama era muito menor do que a dela pequena o suficiente para que seu ombro roçasse o dela quando ela se virou. Ela encontrou-o já de frente para ela, os olhos brilhando no escuro.

Não posso enterrar outra amiga. Você não vai. Se alguma coisa acontecesse com você, Rowan... Não ele respirou. Nem mesmo diga isso. Lidamos com o suficiente na outra noite.

Ele ergueu uma mão hesitou, e depois afastou uma mecha de cabelo que tinha caído norosto dela.Seus dedos calejados rasparam contra sua bochecha, em seguida, acariciaram em concha sua orelha.Era tolice até mesmo começar a seguir por este caminho, quando todos os outros homens que ela teve deixaram alguma ferida, de uma forma ou de outra, acidentalmenteou não.Não havia nada suave ou delicado em seu rosto. Só o olhar cintilante de um predador.

Quando voltarmos ele falou lembre-me de provar que está errada sobre cada pensamento que acabou de passar por sua cabeça.Ela levantou uma sobrancelha.

Oh?Ele lhe deu um sorriso malicioso que a fez pensar no impossível. Exatamente o queele queria distraí-la dos horrores do dia seguinte.

Eu até deixarei que decida como vou provar: com palavras seus olhos piscaram uma vez para sua boca ou com os dentes e língua.Um tremor passou por seu sangue, reunindo em seu núcleo. Não era justo não era justo provocá-la assim. Esta estalagem miserável tem bastante barulho disse ela, desafiando-o ao deslizara mão sobre seu peito nu, em seguida, até o ombro. Ela ficou maravilhada com a força s

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ob sua palma. Ele estremeceu, mas manteve as mãos em seus lados, brancas e cerradas. Que pena que Aedion ainda provavelmente poderia ouvir através da parede.Ela gentilmente raspou as unhas através de sua clavícula, marcando-o, clamando-o, antes de se inclinar para pressionar a boca no oco de sua garganta. Sua pele era tão suave, tão convidativa e quente.

Aelin ele gemeu.Seus dedos curvaram na aspereza em sua voz.

Que pena ela murmurou contra seu pescoço.Ele resmungou, e ela riu baixinho quando rolou de volta e fechou os olhos, sua respiração mais fácil do que tinha estado momentos antes. Ela sobreviveria ao dia seguinte, independentemente do que acontecesse. Ela não estava sozinha, não com ele e Aedion também ao seu lado.Ela sorria quando o colchão balançou, seguido por passos firmes em direção à cômoda e os ss de água encheram o quarto quando Rowan virou o jarro de água fria sobre a própria cabeça.

Capítulo 57 Eu posso sentir o cheiro disse Aedion, seu sussurro quase inaudível enquanto eles

rastejavam através da vegetação rasteira, cada um deles vestido de verde e marrom para se camuflarem na floresta densa. Ele e Rowan caminhavam vários passos à frente de Aelin, flechas vagamente postadas em seus arcos quando eles escolheram o caminhocom a sua audição e olfato aguçados.Se ela estivesse em sua maldita forma feérica, poderia estar ajudando em vez de ficar para trás com Chaol e Nesryn, mas...Não é um pensamento útil, ela disse a si mesma. Ela iria se contentar com o que tinha.Chaol conhecia melhor a floresta, tendo vindo caçar com Dorian inúmeras vezes. Ele traçara um caminho para eles na noite anterior, mas submeteu-se aos dois guerreiros feéricos e seus sentidos impecáveis. Os passos dele eram firmes nas folhas e musgosob suas botas, o rosto contraído, mas constante. Focado.Bom.Eles passaram por entre as árvores de Carvalhal tão silenciosamente que as aves não pararam o seu chilrear.Floresta de Brannon. Sua floresta.Ela se perguntou se seus habitantes sabiam do sangue que corria em suas veias, e escondia a sua pequena festa dos horrores que os esperavam pela frente. Ela seperguntou se eles tinham alguma forma de ajudar Lysandra quando chegasse a hora.Rowan fez uma pausa três metros à frente e apontou para três carvalhos imponentes. Ela parou, seus ouvidos se esforçando enquanto examinava a floresta.Grunhidos e rugidos de feras que soavam demasiadas grandes retumbaram em direção a eles, juntamente com o arrastar de asas de couro sobre pedra.Preparando-se, ela correu para onde Rowan e Aedion esperavam nos carvalhos, seuprimo apontando para o céu para indicar o seu próximo movimento.Aelin subiu na árvore central, quase não perturbando uma folha ou galho enquanto isso. Rowan esperou até que ela tivesse chegado a um galho alto antes de vir atrás dela em aproximadamente a mesma quantidade de tempo que levara, ela notou um pouco presunçosa. Aedion foi para a árvore da direita, com Chaol e Nesryn escalando a esquerda. Todos eles continuaram subindo, tão bem como serpentes, até que a folhagem bloqueou sua visão do chão abaixo e eles podiam ver em um pequeno prado à frente.Deuses santos.As serpentes aladas eram enormes. Enormes e maléficas, e aquelas eram de fato selas em suas costas.

Farpas envenenadas na cauda Rowan colocou a boca em seu ouvido. Com essa envergadura, elas provavelmente podem voar centenas de quilômetros por dia.Ele saberia disso, ela supôs.Apenas treze serpentes aladas estavam amarradas no prado. A menor delas estava deitada sobre a barriga, o rosto enterrado em um monte de flores silvestres. Pontas de ferro brilhavam em sua cauda em vez de osso, cicatrizes cobriam seu corpocomo arranhões de gato, e em suas asas... ela conhecia o material refletindo ali.Seda de aranha. Tudo aquilo deveria ter custado uma fortuna.

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As outras serpentes aladas eram todas normais, e todas capazes de rasgar um homem ao meio com uma mordida.Eles estariam mortos dentro de momentos contra uma dessas coisas. Mas um exércitoarmado com três mil? Pânico a pressionou.Eu sou Aelin Ashryver Galathynius...

Aquela. Aposto que ela é a Líder Alada Rowan falou, apontando agora para as mulheres reunidas na borda do prado.Não mulheres. Bruxas.Eram todas jovens e belas, com cabelos e pele de cores e tonalidades variadas. Mas, mesmo à distância, ela encontrou a que Rowan tinha apontado. Seu cabelo era vivo como o luar, seus olhos como ouro polido.Ela era a pessoa mais linda Aelin já tinha visto. E a mais horrível.Ela movia-se com uma arrogância que Aelin supôs que apenas um imortal poderia alcançar, seu manto vermelho flutuando atrás dela, o uniforme de montar agarrando-se em seu corpo flexível. Uma arma viva, era o que a Líder Alada era.A Líder Alada rondava pelo acampamento, inspecionando as serpentes aladas e dandoordens que os ouvidos humanos de Aelin não podiam captar. As outras doze bruxas pareciam acompanhar cada movimento dela, como se ela fosse o eixo de seu mundo, eduas delas seguiam especialmente de perto. Tenentes.

Aelin lutou para manter o equilíbrio no grande galho.Qualquer exército que Terrasen pudesse levantar seria aniquilado. Junto com os amigos ao seu redor.Todos eles estavam tão, tão mortos.Rowan colocou a mão em sua cintura, como se pudesse ouvir as palavras ecoando dentro dela com cada batimento cardíaco.

Você matou uma das suas anciãs disse ele em seu ouvido, pouco mais do que uma folhafarfalhar. Pode derrubar seus inferiores.Poderia. Talvez não, dada a forma como as treze bruxas na clareira moviam-se e interagiram. Eles eram uma unidade brutal, um grupo fechado. Não pareciam do tipo que levavam prisioneiros.Se o fizessem, provavelmente os comeriam.Será que elas voariam com Lysandra para Morath logo que o vagão chegasse? Se isso acontecesse... Lysandra não chegará a dez metros das serpentes aladas se ela fosse levada até uma delas, já seria tarde demais.

Concordo murmurou Rowan. Cavalos se aproximam ao norte. E mais asas ao oeste. Vamos.As Matriarcas, então. Os cavalos seriam o rei e o vagão-prisão. E Dorian.Aedion parecia pronto para começar a arrancar gargantas das bruxas quando chegaram ao chão e se esgueiraram pela floresta novamente, em direção à clareira. Nesryn tinha uma flecha encaixada em seu arco quando deslizou para a moita para dar cobertura, seu rosto sério pronta para qualquer coisa. Pelo menos um deles.Aelin se aproximou de Chaol.

Não importa o que você veja ou ouça, não se mova. Precisamos avaliar Dorian antes de agir. Apenas um daqueles príncipes valg é letal.

Eu sei disse ele, recusando-se a responder seu olhar. Você pode confiar em mim. Preciso que você se certifique que Lysandra saia. Você conhece esta floresta melhor

do que qualquer um de nós. Leve-a para algum lugar seguro.Chaol assentiu.

Eu prometo.Ela não duvidou. Não depois deste inverno.Ela estendeu a mão, fez uma pausa e, em seguida, colocou a mão em seu ombro.

Eu não vou tocar Dorian ela falou. Eu juro.Seus olhos cintilaram em bronze.

Obrigado.Eles pararam de se mover.Aedion e Rowan voltaram para a área até onde haviam observado anteriormente, um pequeno afloramento de rochas com moitas suficientes para eles se agacharem invisíveis e observar o que acontecia na clareira.Lentamente, como fantasmas encantadores de um reino infernal, as bruxas aparecer

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am.A bruxa de cabelos brancos caminhou para cumprimentar uma fêmea mais velha de cabelos negros, que só poderia ser a Matriarca do clã Bico Negro. Atrás da Matriarca, um grupo de bruxas arrastava uma grande carroça coberta, muito parecida com a que a Perna Amarela estacionara uma vez diante do palácio de vidro. As serpentes aladas deviam ter transportado entre elas. Parecia normal pintada de preto, azul e amarelo, mas Aelin tinha a sensação de que não queria saber o que havia dentro.Em seguida, a comitiva real chegou.Ela não sabia para onde olhar: o rei de Adarlan, o pequeno vagão-prisão bastante familiar no centro dos cavaleiros...Ou para Dorian, montado ao lado de seu pai, com o colar preto em volta do pescoçoe nada humano em sua face.

Capítulo 58Manon Bico Negro odiava essa floresta.As árvores eram anormalmente próximas tão próximas que elas tiveram que deixar as serpentes aladas para trás, a fim de fazer o seu caminho para a clareira a meio quilômetro do templo em ruínas. Pelo menos os seres humanos não tinham sido estúpidos o suficien

te para escolher o próprio templo como local de encontro. Era muito precariamenteempoleirado, a ravina aberta demais para olhos espiões. No dia anterior, Manon e as Treze examinaram todas as clareiras num raio de quilômetros, pesando-as para a sua visibilidade, acessibilidade e cobertura, e, finalmente, um presente. Perto o suficiente de onde o rei tinha inicialmente exigido que eles se encontrassem mas um local muito mais protegido. Regra número um de lidar com os mortais: nunca os deixe escolher o local exato.Em primeiro lugar, sua avó e seu clã escoltado chegou por entre as árvores onde desembarcaram, um vagão coberto a reboque, sem dúvida carregando a arma que ela criara. Ela avaliou Manon com um olhar cortante e apenas disse:

Fique em silêncio e fora do nosso caminho. Fale somente quando solicitado. Não cause problemas, ou arrancarei sua garganta.Mais tarde, então. Ela falaria com sua avó sobre os valg mais tarde.O rei estava atrasado, e sua comitiva fazia barulho suficiente, deuses malditos, à medida que vinham através da floresta. Manon ouviu uns bons cinco minutos antes de o enorme cavalo preto de guerra do rei aparecer. Os outros cavaleiros seguiamatrás dele como uma sombra escura.O cheiro do valg deslizou ao longo de seu corpo.Traziam um vagão de prisão com eles, contendo um prisioneiro a ser transferido paraMorath.Fêmea, a partir do cheiro e estranho. Ela nunca se deparara com aquele cheiro antes: não valg, não feérico, não inteiramente humano. Interessante.Mas as Treze eram guerreiras, não mensageiras.Com as mãos atrás das costas, Manon esperou que sua avó deslizasse para o rei, monitorando o homem valg da comitiva enquanto inspecionava a clareira. O homem mais próximo do rei não se incomodou em olhar ao redor. Seus olhos cor de safira foram direto para Manon, e lá permaneceram.Ele teria sido bonito se não fosse o colar negro em torno de sua garganta e a frieza absoluta em seu rosto perfeito.Ele sorriu para Manon como se conhecesse o gosto de seu sangue.Ela sufocou o desejo de desnudar os dentes de ferro e mudou seu foco para a Matriarca, que agora tinha parado diante do rei mortal. Diante do fedor dessas pessoas. Como sua avó não fez uma careta quando estava na frente deles?

Sua Majestade disse a avó, suas vestes negras como a noite líquida enquanto baixavaa cabeça no menos movimento possível.Manon trancou o rosnar de protesto em sua garganta. Nunca, nunca sua avó se curvava ou fazia uma reverência ou sequer acenava para outro governante, nem mesmo paraas outras Matriarcas. Manon empurrou para baixo a profunda indignação quando o rei desmontou em um movimento poderoso. Grã Bruxa respondeu ele, inclinando a cabeça, não era bem uma curva, mas o suficientepara mostrar um pouco de reconhecimento à Matriarca. Uma enorme espada pendurava-s

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e ao seu lado. Suas roupas eram escuras e ricas, e seu rosto...Encarnava a crueldade.Não a fria e astuta crueldade que Manon tinha afiado e encantado, mas a base, eracrueldade brutal, do tipo que enviava todos aqueles homens para invadir suas casas, pensando na necessidade de uma lição.Este era o homem a quem elas se curvariam. Para quem sua avó abaixara a cabeça alguns centímetros.Sua avó fez um gesto para trás com uma mão com unhas de ferro, e Manon ergueu o queixo.

Apresento a vocês a minha neta, Manon, herdeira do clã Bico Negro e Líder Alada de sua cavalaria aérea.Manon deu um passo adiante, suportando o olhar duro do rei. O jovem de cabelos escuros a seu lado desmontou com uma graça fluida, ainda sorrindo para ela. Ela o ignorou.

Você prestou ao seu povo um grande serviço, Líder Alada falou o rei, sua voz como granito. Manon só olhava para ele, perfeitamente consciente da Matriarca julgando cada movimento seu. Não vai dizer nada? o rei exigiu, as sobrancelhas grossas com cicatrizes altas.

Disseram-me para manter a boca fechada respondeu Manon. Os olhos de sua avó brilha

ram. A menos que prefira que eu fique de joelhos e rasteje.Oh, certamente pagaria o inferno por essa observação. Sua avó virou-se para o rei. Ela é uma coisa arrogante, mas descobrirá que é uma guerreira mortal.

Mas o rei sorria, embora o sorriso não alcançasse seus olhos escuros. Não acho que já rastejado para qualquer coisa em sua vida, Líder Alada.

Manon lhe deu um meio sorriso em troca, seus dentes de ferro para fora. Permitindo que seu jovem companheiro se molhasse com a visão.

Nós bruxas não nascemos para rastejar entre os humanos.O rei riu sem alegria e enfrentou sua avó, cujas unhas de ferro tinham se fechadocomo se ela as imaginasse circundando a garganta de Manon.

Escolheu bem a nossa Líder Alada, Matriarca ele disse, e então fez um gesto para o vagão pintado com as cores das Dentes de Ferro. Veremos o que trouxe para mim. Espero que seja igualmente impressionante e que tenha valido a pena esperar.Sua avó sorriu, revelando dentes de ferro que tinham começado a enferrujar em alguns pontos, e gelo desceu pela espinha de Manon.

Por aqui.Ombros para trás, cabeça erguida, Manon esperou na entrada do vagão para seguir a Matriarca e o rei para dentro, mas o homem muito mais alto e mais largo que ela de perto franziu a testa ao vê-la.

Meu filho pode entreter a Líder Alada.E foi isso, ela ficou de fora quando ele e sua avó desapareciam lá dentro. Aparentemente, ela não fora ali para ver a arma. Pelo menos não como uma dos primeiros, Líder Alada ou não. Manon respirou fundo e checou seu temperamento.Metade das Treze cercara o vagão para a segurança da Matriarca, enquanto as outros se dispersaram para acompanhar a comitiva real em torno delas. Conhecendo o seu lugar, a sua inadequação em face das Treze, o clã de escolta se espalhara para a linhadas árvores. Guardas de uniforme preto assistiam a todos, alguns armados com lanças, outros com bestas, outros com espadas cruéis.O príncipe estava agora encostado num carvalho nodoso. Percebendo a atenção dela, deu-lhe um sorriso preguiçoso. Foi o suficiente. Filho do rei ou não, ela não dava a mínima.Manon atravessou a clareira, Sorrel atrás dela. Na borda, mas mantendo distância.Não havia ninguém ao alcance de voz quando Manon parou próxima do príncipe herdeiro.

Olá, príncipe ela ronronou.

O mundo continuava sumindo sob os pés de Chaol, de tal forma ele pegou um punhadode terra só para lembrar de onde estava e que isso era real, e não um pesadelo.Dorian.Amigo dele; ileso, mas... mas não Dorian.Nem mesmo perto de Dorian, quando o príncipe sorriu para a bonita bruxa de cabelos

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brancos.O rosto era o mesmo, mas a alma que aparecia dos olhos de safira não fazia parte deste mundo.Chaol apertou a terra com força.Ele tinha corrido. Tinha corrido de Dorian, e deixou que isso acontecesse.Não tinha sido esperança que ele levou quando fugiu, mas estupidez. Aelin tinha razão. Seria uma misericórdia matá-lo.Com o rei e a Matriarca ocupados... Chaol relanceou o vagão e depois Aelin, deitada de bruços no mato, um punhal na mão. Ela lhe deu um aceno rápido, sua boca uma linha apertada. Agora. Se eles executariam o plano para libertar Lysandra, teria queser agora.E por Nehemia, por seu amigo desaparecido sob um colar de pedra de Wyrd, ele não vacilaria.

O demônio antigo e cruel dentro dele começou a se debater quando a bruxa de cabelosbrancos passeou até ele.Tinha ficado contente para zombar de longe. Uma de nós, uma dos nossos, ele sussur

rou. Nós fizemos isso, então nós vamos tomá-la.Cada passo fazia o cabelo solto brilhar como o luar sobre a água. Mas o demônio começou a lutar para se afastar quando o sol iluminou seus olhos.Não muito perto, ele disse. Não deixe a Líder Alada se aproximar demais. Os olhos dosreis valg...

Olá, príncipe ela falou, seu tom de voz, suave e cheio de morte gloriosa. Olá, Líder Alada disse ele. E as palavras eram dele próprio.

Por um momento ele estava tão atordoado que piscou. Ele piscou. O demônio dentro dele recuou, arranhando as paredes de sua mente. Olhos dos reis valg, olhos de nossos mestres, ele gritou. Não toque nela!

Existe uma razão para estar sorrindo para mim ela falou ou devo interpretá-lo como um desejo de morte?Não fale com ela.Ele não se importava. Que este fosse um outro sonho, outro pesadelo. Deixaria queeste novo adorável monstro o devorasse inteiro. Ele não tinha nada além do aqui e agora.

Preciso de um motivo para sorrir para uma mulher bonita? Não sou mulher suas unhas de ferro brilharam quando ela cruzou os braços. E você...

a cheirou. Homem ou demônio? Príncipe disse ele. Isso era o que a coisa dentro dele era; ele nunca descobrira s

eu nome.Não fale com ela!Ele inclinou a cabeça.

Nunca estive com uma bruxa.Deixe-a rasgar a garganta dele por isso. Acabar com ele.Uma fileira de dentes de ferro estalou para baixo sobre os dentes enquanto seu sorriso cresceu.

Eu estive com muitos homens. É tudo a mesma coisa. Mesmo gosto ela olhou para elecomo se fosse sua próxima refeição.

Eu a desafio ele conseguiu dizer.Seus olhos se estreitaram, o ouro como brasas vivas. Ele nunca tinha visto alguémtão bonita. Esta bruxa tinha sido feita a partir de escuridão entre as estrelas.

Acho que não, príncipe ela respondeu em sua voz sombria. Ela cheirou de novo, seu nariz enrugando ligeiramente. Mas você sangraria vermelho ou preto?

Eu vou sangrar da cor que quiser.Afaste-se, corra. O príncipe demônio dentro dele puxou com tanta força que ele deu umpasso. Mas não para longe.Em direção da bruxa de cabelos brancos.Ela soltou uma risada baixa e maléfica. Qual é o seu nome, príncipe?O nome dele.

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Ele não sabia qual era.Ela estendeu a mão, as unhas de ferro brilhando à luz salpicada do sol. Os gritos do demônio eram tão altos em sua cabeça que ele se perguntou se seus ouvidos sangrariam.Ferro tilintou contra pedra quando ela roçou o colar em volta do pescoço. Mais alto se ela apenas cortasse um pouco mais alto...

Como um cão ela murmurou. Atrelado ao seu mestre.Ela correu um dedo ao longo da curva do colar, e ele estremeceu por medo, por prazer, em antecipação às unhas rasgando sua garganta. Qual é o seu nome? Um comando, não uma pergunta, conforme olhos de ouro puro encontraram os seus.

Dorian ele respirou.Seu nome não é nada, o seu nome é meu, o demônio vaiou, e uma onda de gritos daquela mulher humana o arrastou para longe.

Agachada no mato a apenas seis metros da carroça prisão, Aelin congelou.Dorian.Não podia ser. Não havia uma chance de ser ele, não quando a voz que tinha falado com

Dorian era tão vazia, tão vazia, mas...Ao lado dela, os olhos de Chaol estavam arregalados. Ele conseguiu ouvir a ligeira mudança?A Líder Alada inclinou a cabeça, a mão com ponta de ferro ainda tocando o colar de pedra de Wyrd.

Você quer que eu te mate, Dorian?O sangue de Aelin esfriou.Chaol ficou tenso, sua mão indo para a espada. Aelin agarrou a parte de trás de suatúnica em lembrete silencioso.Ela não tinha nenhuma dúvida de que do outro lado da clareira, a flecha de Nesryn já estava apontada com precisão letal para a garganta da Líder Alada.

Quero que você faça muitas coisas para mim respondeu o príncipe, passando os olhos aolongo do corpo da bruxa.A humanidade tinha ido embora novamente. Ela tinha imaginado. A forma como o rei havia agido... Este era um homem que detinha o controle puro sobre seu filho, confiante de que não houvesse luta em seu interior.Um riso suave, sem alegria, se seguiu, e a Líder Alada soltou o colar de Dorian. Sua capa vermelha fluía em torno dela em um vento fantasma quando ela recuou.

Encontre-me novamente, príncipe, e veremos.Um príncipe valg habitava Dorian mas o nariz de Aelin não sangrou na sua presença, e não havia neblina rastejando das trevas. Teria o rei silenciado os seus poderes demodo que seu filho pudesse enganar o mundo ao seu redor? Ou a batalha ainda estava sendo travada dentro da mente do príncipe?Agora eles tinham que agir agora, enquanto a Matriarca e o rei permaneciam no vagão pintado.Rowan levou as mãos à boca e sinalizou com o chilrear de um pássaro, tão realista que nenhum dos guardas notou. Mas do outro lado da clareira, Aedion e Nesryn ouviram e compreenderam.Ela não sabia como eles conseguiram, mas um minuto depois as serpentes aladas dasbruxas rugiam em alarme, as árvores tremendo com o som. Cada sentinela se voltou para o som, afastando-se do vagão-prisão.Era toda a distração que Aelin necessitava.Ela passou duas semanas em um desses vagões. Conhecia as barras da pequena janela, conhecia suas dobradiças e as fechaduras. E Rowan, felizmente, sabia exatamente como despachar os três guardas estacionados na porta do vagão, sem fazer um som.Ela não se atreveu a respirar muito alto enquanto subia os poucos degraus para a porta da cela, pegou o estojo de ferramentas e começou a trabalhar. Um olhar aqui,um na mudança do vento...Ali a fechadura se abriu, e ela puxou a porta, se preparando para as dobradiças rangentes. Pela misericórdia de algum deus, não houve nenhum som, e as serpentes aladas continuaram berrando.

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Lysandra estava agachada no canto mais distante, sangrando e suja, sua curta camisola rasgada e suas pernas nuas machucadas.Sem colar. Sem anel nos dedos.Aelin engoliu seu grito de alívio e balançou os dedos para dizer à cortesã para se apressar...Com os pés quase silenciosos, Lysandra se arremessou por ela, direto para o mantosalpicado de marrom e verde que Rowan segurava. Dois batimentos cardíacos mais tarde ela descia os degraus indo para a mata. Outra batida, e os guardas mortos estavam dentro do vagão com a porta trancada. Aelin e Rowan voltaram para a florestaentre os rugidos das serpentes aladas.Lysandra estava tremendo quando se ajoelhou no mato, Chaol diante dela, inspecionando suas feridas. Ele murmurou para Aelin que estava tudo bem e ajudou a cortesã a levantar antes de levá-la mais profundamente na floresta.Levou menos de dois minutos, graças aos deuses, pois um momento depois a porta dovagão colorido se abriu e a Matriarca e o rei saíram para ver do que se tratava o barulho.A poucos passos de Aelin, Rowan monitorava cada passo, cada suspiro que seu inimigo tomava. Houve um lampejo de movimento ao seu lado, e, em seguida, Aedion e Nesryn estavam lá, sujos e ofegantes, mas vivos.

O sorriso no rosto de Aedion vacilou quando ele olhou de volta para a clareira atrás deles.O rei caminhava para o coração da clareira, exigindo respostas.Açougueiro bastardo.E por um momento, eles estavam novamente em Terrasen, naquela mesa de jantar nocastelo de sua família, onde o rei comera da comida de sua família, bebera seu melhor vinho, e, em seguida, tentara destruir sua mente.Os olhos de Aedion encontraram o dela, seu corpo tremendo em antecipação esperando sua ordem.Ela sabia que poderia viver para se arrepender, mas Aelin balançou a cabeça. Não aqui não agora. Havia muitas variáveis e muitos jogadores no tabuleiro. Eles tinham Lysandra. Era hora de ir.O rei falou a seu filho para ir até o cavalo e berrou ordens para os outros quando a Líder Alada afastou-se do príncipe com uma graça letal casual. A Matriarca esperouatravés da clareira, suas vestes pretas volumosas esvoaçantes, apesar de sua imobilidade.Aelin rezou para que ela e seus companheiros nunca mais fossem ao encontro da Matriarca pelo menos não sem um exército atrás deles.Seja lá o que o rei tivesse visto dentro do vagão colorido, era importante o suficiente para que eles não tivessem arriscado em suas cartas sobre detalhes específicos.Dorian montou em seu cavalo, o rosto frio e vazio.Eu voltarei por você, ela lhe prometera. Não pensara que seria desta maneira.A comitiva do rei partiu com assustador silêncio e eficiência, aparentemente sem saber que agora faltavam três dos seus homens. O fedor do valg sumiu quando eles desapareceram, varrido por um vento forte como se a própria Carvalhal quisesse limparqualquer vestígio.Indo na direção oposta, as bruxas rondavam entre as árvores, arrastando a carroça atrás delas com força sobre-humana, até que apenas Líder Alada e sua avó horripilante permaneceram na clareira.O golpe foi tão rápido que Aelin não pôde detectá-lo. Mesmo Aedion se encolheu.O tapa reverberou pela floresta, e o rosto da Líder Alada estalou para o lado para revelar quatro linhas de sangue azul correndo agora por seu rosto.

Tola insolente a Matriarca assobiou. Persistente perto das árvores, a bela, tenente de cabelos dourados observou cada movimento que a Matriarca fazia, tão intensamente que Aelin se perguntou se ela queria arrancar a garganta da Matriarca. Querme custar tudo?

Vovó, eu lhe enviei cartas... Recebi suas lamentações, suas cartas choramingantes. E eu as queimei. Você está sob orde

ns para obedecer. Será que pensa que meu silêncio não foi intencional? Faça o que o duque ordena. Como você pode permitir que estes...

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Outro tapa e quatro linhas sangravam pelo rosto da bruxa. Você se atreve a me questionar? Se acha tão boa quanto uma Grã Bruxa, agora que é Líder

ada? Não, Matriarca.

Não havia nenhum sinal do tom arrogante provocante de minutos antes, só a raiva letal. Uma assassina de nascimento e formação. Mas os olhos dourados voltaram-se para ovagão colorido em uma pergunta silenciosa.A Matriarca se inclinou, seus dentes de ferro enferrujados a uma distância de retalhar a garganta de sua neta.

Pergunte, Manon. Pergunte o que há no interior da carroça.A bruxa de cabelos dourados perto das árvores ficou ereta.Mas a Líder Alada Manon inclinou a cabeça.

A senhora me dirá quando for necessário. Vá olhar. Vamos ver se atende aos padrões da minha neta.

Com isso, a Matriarca caminhou por entre as árvores, o segundo grupo de bruxas agora esperando por ela.Manon Bico Negro não limpou o sangue azul que deslizava em seu rosto quando subiuos degraus do vagão, parando no patamar por apenas um batimento cardíaco antes de entrar na escuridão além.

Este era um sinal tão bom quanto qualquer outro para dar o fora. Com Aedion e Nesryn guardando suas costas, Aelin e Rowan correram para o local onde Chaol e Lysandra estariam esperando. Não, sem magia ela enfrentaria o rei e Dorian. Ela não tinha um desejo de morte quer para si ou seus amigos.Encontrou Lysandra apoiada contra uma árvore, os olhos arregalados, respirando com dificuldade.Chaol tinha desaparecido.

Capítulo 59O demônio tomou o controle no momento em que o homem que controlava o colar retornou. Ele o empurrou de volta para aquele poço de memória até que era o único a gritar novamente, até que ele era pequeno e quebrado e fragmentado.Mas aqueles olhos dourados permaneceram. Encontre-me novamente, príncipe.Uma promessa uma promessa de morte, de libertação. Encontre-me novamente.As palavras logo desapareceram, engolidas por gritos e sangue e dedos frios do demônio correndo sobre sua mente. Mas os olhos persistiam e aquele nome.Manon. Manon.

Chaol não podia deixar que o rei levasse Dorian de volta para o castelo. Ele nunca poderia ter essa chance novamente.Ele tinha que fazê-lo agora. Tinha que matá-lo.Chaol correu através da mata tão silenciosamente quanto podia, espada em punho, preparando-se.Uma adaga através do olho uma adaga, e então...Conversa à frente, junto com o farfalhar das folhas e da floresta.Chaol se aproximava da comitiva, começando a rezar, começando a implorar por perdão pelo o que estava prestes a fazer e por quanto tempo demorara. Ele mataria o rei mais tarde; o deixaria por último. Mas essa seria a morte que o quebraria.Ele sacou a adaga, erguendo o braço. Dorian estava bem atrás do rei. Um lance para derrubar o príncipe do cavalo, em seguida, ele baixaria sua espada, e nada mais. Aelin e os outros podiam lidar com as consequências; ele já estaria morto.Chaol rompeu através das árvores para uma clareira, o punhal um peso queimando na mão. Não era o grupo do rei que estava ali na grama alta e na luz do sol. Treze bruxas e suas serpentes aladas se viraram para ele. E sorriram.

Aelin correu por entre as árvores quando Rowan rastreou Chaol pelo cheiro.

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Se eles os matassem, se conseguissem machucá-lo haviam deixado Nesryn para proteger Lysandra, com ordens de ir para a floresta do outro lado da ravina, perto do templo, e esperar sob um afloramento de pedras. Antes de levar Lysandra por entre as árvores, Nesryn agarrara firme o braço de Aelin e disse:

Traga-o de volta.Aelin apenas acenara com a cabeça antes de sair.Rowan era um raio de luz através das árvores, muito mais rápido do que ela quando estava presa naquele corpo. Aedion corria logo atrás dele. Ela correu o mais rápido quepodia, mas...O caminho se afastou, e Chaol tomara a direção errada. Em que diabos de direção Chaol havia ido?Ela mal podia respirar rápido o suficiente. Em seguida, a luz inundou através de uma ruptura nas árvores do outro lado do grande prado.Rowan e Aedion estavam a poucos metros, suas espadas para baixo.Ela viu o motivo um segundo depois.A menos de seis metros deles, o lábio de Chaol sangrava por seu queixo enquanto abruxa de cabelos brancos o segurava, unhas de ferro cravando-se em sua garganta. O vagão prisão estava aberto além deles para revelar os três soldados mortos no interior.

As doze bruxas atrás da Líder Alada riam todas com prazer em antecipação quando perceberam Rowan e Aedion, e então ela. O que é isso? a Líder Alada indagou, uma luz de matança em seus olhos dourados. Espi

Salvadores? Como pegaram nosso prisioneiro?Chaol lutou, e ela cravou as unhas mais fundo. Ele endureceu. Um fio de sangue escorreu por seu pescoço e em sua túnica.Oh, deuses. Pense pense, pense, pense.A Líder Alada deslocou aqueles olhos queimando em ouro para Rowan.

Sua raça a Líder Alada meditou não a vejo faz um bom tempo. Deixe o homem ir disse Rowan.

O sorriso de Manon revelou uma fileira de dentes de ferro retalhadores de carne, muito, muito perto do pescoço de Chaol.

Eu não recebo ordens de bastardos feéricos. Deixe-o ir repetiu Rowan, muito baixo. Ou ele será o último erro que cometerá, Líderda.

No campo atrás deles, as serpentes aladas estavam agitadas, suas caudas açoitando, asas batendo.A bruxa de cabelo branco olhou para Chaol, cuja respiração ficou irregular.

O rei não está muito longe na estrada. Talvez eu deva entregá-lo a ele os cortes em seu rosto eram crostas em azul, como pinturas de guerra brutais. Ele ficará furiosoao saber que vocês roubaram seu prisioneiro de mim. Talvez você o satisfaça, garoto.Aelin e Rowan compartilharam um olhar antes de ela se aproximar, puxando Goldryn.

Se quer um prêmio para o dar ao rei disse Aelin pode me levar. Não Chaol ofegou.

A bruxa e todas as suas doze sentinelas agora fixavam sua imortal atenção em Aelin.Aelin deixou Goldryn na grama e levantou as mãos. Aedion rosnou em advertência.

Por que eu deveria me importar? a Líder Alada perguntou. Talvez devêssemos levar todos ao rei.A espada de Aedion ergueu-se ligeiramente.

Pode tentar.Aelin se aproximou cuidadosamente da bruxa, as mãos ainda para cima.

Se entrar em combate conosco, você e suas companheiras morrerão.A Líder Alada a olhou de cima a baixo.

Quem é você? uma ordem, não uma pergunta. Aelin Galathynius.

Surpresa e talvez algo mais, algo que Aelin não pôde identificar acendeu os olhos de ouro da Líder Alada.

A Rainha de Terrasen.Aelin curvou-se, sem se atrever a desviar sua atenção da bruxa. A seu serviço.

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Apenas um metro a separava da herdeira Bico Negro.A bruxa moveu um olhar para Chaol, e depois para Aedion e Rowan.

Sua corte? O que é pra você?

A Líder Alada estudou Aedion novamente. Seu irmão? Meu primo, Aedion. Quase tão bonito quanto eu, não diria?

A bruxa não sorriu.Mas Aelin agora estava suficientemente perto, tão perto que os respingos do sangue de Chaol estavam agora na grama diante da ponta de suas botas.

A rainha de Terrasen.A esperança de Elide não fora em vão.Mesmo que esta jovem rainha estivesse agora remexendo a terra e a grama, incapaz de ficar parada enquanto barganhava pela vida do homem.Atrás dela, o guerreiro feérico observava cada pequeno movimento. Ele era o único letal o único com que tomar cuidado.

Cinquenta anos tinham se passado desde que ela lutara com um guerreiro feérico. Na cama com ele, depois brigando com ele. Ele tinha deixado os ossos de seu braço em pedaços.Então ela o deixara em pedaços.Mas ele era jovem e arrogante, e mal treinado.Este macho... ele poderia muito bem abater algumas de suas Treze se ela sequer tocasse um fio de cabelo da cabeça da rainha. E depois havia o de cabelos dourados tão grande quanto o macho Feérico mas com a brilhante arrogância de sua prima e uma selvageria afinada. Ele poderia ser um problema, se deixado vivo por muito tempo.A rainha se manteve seu pé inquieto na grama. Ela não podia ter mais de vinte anos.E, no entanto, movia-se como uma guerreira, também - ou teria se movido se não ficasse movendo a perna a toda hora. Mas ela parou o movimento, como se percebesse que entregava seus nervos, sua inexperiência. O vento soprava na direção errada para Manon para detectar verdadeiro nível de medo da rainha. Bem, Líder Alada?Será que o rei colocaria um colar em volta de seu pescoço, como fizera com o príncipe? Ou será que ele a mataria? Não fazia diferença. Ela seria um prêmio bem-vindo para o rei.Manon empurrou o capitão para longe, mandando-o tropeçando para a rainha. Aelin estendeu um braço, empurrando-o para trás dela. Manon e a rainha prenderam o olhar.Sem medo em seus olhos, em seu bonito rosto mortal. Nenhum.Seria mais problema do que valeria a pena.Manon tinha coisas mais importantes a considerar, de qualquer maneira. Sua avó aprovava. Aprovava a criação, a violação das bruxas.Manon precisava ir para o céu, precisava se perder em nuvens e vento por algumas horas. Dias. Semanas.

Não tenho nenhum interesse em prisioneiros ou lutas hoje disse Manon.A rainha de Terrasen deu-lhe um sorriso.

Bom.Manon se afastou, rugindo para as Treze tomarem suas montarias.

Eu acho a rainha continuou que isso a torna mais esperta do que Baba Pernas Amarelas.Manon parou, olhando para frente sem enxergar grama, céu ou árvores.Asterin girou.

O que você sabe de Baba Pernas Amarelas?A rainha deu uma risada baixa, apesar do grunhido de advertência do guerreiro feérico.Lentamente, Manon olhou por cima do ombro.A rainha puxou a gola da túnica, revelando um colar de cicatrizes finas quando o vento mudou.O perfume ferro e pedra e puro ódio acertou Manon como uma rocha no rosto. Cada br

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uxa Dente de Ferro conhecia o perfume que sempre permanecia nessas cicatrizes: Assassina de Bruxa.Talvez Manon permitisse se perder e deixar o sangue coagular em seu lugar.

Você é carniça disse Manon, e avançou.Só para bater de frente em um muro invisível. E, em seguida, congelar completamente.

Corram Aelin exalou, pegando Goldryn e indo para as árvores.A Líder Alada estava congelada no lugar, as sentinelas de olhos arregalados quando correram para ela.O sangue humano de Chaol não manteria o feitiço por muito tempo.

A ravina Aedion disse sem olhar para trás, correndo adiante com Chaol na direção do templo.Eles se arremessaram através das árvores, as bruxas ainda no prado, ainda tentando quebrar o feitiço que prendera sua Líder Alada.

Você Rowan falou enquanto corria ao seu lado é uma mulher de muita sorte. Me diga isso novamente quando estivermos fora daqui ela ofegou, saltando por cim

a de uma árvore caída.

Um rugido de fúria fez as aves se dispersarem das árvores, e Aelin correu mais rápido. Oh, a Líder Alada estava brava. Realmente, realmente brava.Aelin não acreditara por um momento que a bruxa os deixaria ir embora sem uma luta. Ela precisava do máximo de tempo pudessem obter.As árvores diminuíram, revelando um trecho árido de terra que se projetava em direção à rana profunda e o templo empoleirado no alto de pedra no centro. Do outro lado, Carvalhal esparramava-se adiante.Ligada apenas por duas pontes de correntes e madeira, que era a única forma de atravessar a ravina em quilômetros.E com a folhagem densa de Carvalhal bloqueando as serpentes aladas, era a única maneira de escapar das bruxas, que, sem dúvida, prosseguiam a pé.

Depressa gritou Rowan quando eles saíram para as ruínas do templo.O templo era pequeno o suficiente para que nem mesmo as sacerdotisas pudessem ter morado ali. As únicas decorações na ilha de pedra eram cinco pilares e o telhado abobadado. Nem mesmo um altar ou pelo menos um que tivesse sobrevivido aos séculos.Aparentemente, as pessoas tinham desistido de Temis muito antes de o rei de Adarlan aparecer.Ela só rezava para que as pontes...Aedion parou diante da primeira ponte, Chaol trinta passos atrás, Aelin e Rowan seguindo-os.

Seguro disse Aedion.Antes que ela pudesse gritar um aviso, ele trovejou para a ponte.A ponte saltou e cambaleou, mas aguentou aguentou mesmo quando seu maldito coração parou. Então Aedion estava na ilha do templo, o único pilar, fino de rocha esculpidapelo rio caudaloso que fluía muito, muito abaixo. Ele acenou para Chaol ir diante.

Um de cada vez ele ordenou. Além dele, a segunda ponte esperava.Chaol se apressou através dos pilares de pedra que ladeavam a entrada para a primeira ponte, as finas correntes de ferro nas laterais contorcendo quando a ponte balançou. Ele se manteve de pé, voando em direção ao templo, mais rápido do que ela já o tia visto correr durante todos os exercícios matinais através dos jardins do castelo.Então restavam ela e Rowan nas colunas, e...

Nem sequer tente argumentar Rowan assobiou, empurrando-a para frente.Deuses, era uma queda perversa abaixo deles. O rugido do rio era quase um sussurro.Mas ela correu correu porque Rowan estava esperando, e havia as bruxas que quebravam através das árvores com rapidez feérica. A ponte resistiu e balançou quando ela disparou por sobre as tábuas de madeira envelhecidas.À frente, Aedion atravessara a segunda ponte para o outro lado, e Chaol agora corria através dela.Mais rápido ela tinha que ir mais rápido. Ela saltou os poucos centímetros finais para o templo de pedra.

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À frente, Chaol passou a segunda ponte e sacou a espada quando se juntou a Aedionno penhasco gramíneo além, uma flecha colocada no arco de seu primo visando as árvores atrás de si. Aelin se equilibrou nos poucos degraus para a plataforma do templo em ruínas. Todo o espaço circular tinha pouco mais de dez metros de diâmetro, rodeado por todos os lados por uma queda de puro vazio e pura morte.Temis, aparentemente, não era o tipo que perdoava.Ela relanceou um olhar para trás. Rowan corria através da ponte, tão rápido que a pontequase não se movia, mas...Aelin praguejou. A Líder Alada chegara aos postes, saltando através do ar e cobrindo um terço do caminho da ponte. Mesmo o tiro de aviso de Aedion sendo longo, a flecha acertou o lugar onde qualquer mortal deveria ter pousado. Mas não uma bruxa. Inferno ardente.

Vá Rowan rugiu para Aelin, mas ela empunhou suas facas de combate, flexionando seus joelhos enquanto...Enquanto uma flecha era disparada na direção de Aelin pela tenente de cabelos dourados do outro lado da ravina.Aelin se moveu para evitá-la, apenas para encontrar uma segunda flecha da bruxa, antecipando sua manobra.Uma parede de músculos se chocou contra ela, protegendo-a e empurrando-a para as p

edras.E seta da bruxa foi direta e limpa no ombro Rowan.

Capítulo 60Por um momento, o mundo parou.Rowan bateu sobre as pedras do templo, o seu sangue acertando a rocha envelhecida.O grito de Aelin ecoou pela ravina.Mas então ele se levantou novamente, correndo e gritando para ela ir. Sob a flecha escura enfiada através de seu ombro, o sangue já encharcava sua túnica, sua pele.Se ele tivesse acertado alguns centímetros para o lado, teria atingido seu coração.A doze metros sobre a ponte, a Líder Alada se aproximava deles. Aedion fez choverflechas em suas sentinelas com precisão sobrenatural, mantendo-as na borda da linha das árvores.Aelin passou um braço em torno de Rowan e eles correram através das pedras do templo, seu rosto pálido enquanto a ferida jorrava sangue. Ela ainda poderia estar gritando ou chorando mas seu rugido era silencioso agora.Seu coração a flecha fora destinada para o coração dela.E ele havia tomado essa flecha por ela.A calma assassina propagou-se por ela como uma nevasca. Ela mataria todas. Devagar.Eles alcançaram a segunda ponte ao mesmo tempo em que a saraivada de flechas de Aedion parou, sua aljava sem dúvidas vazia. Ela empurrou Rowan por sobre as tábuas.

Corra ordenou ela. Não... Corra.

Era uma voz que ela jamais se ouvira usar a voz de uma rainha a voz que saiu junto com o puxão cego ela fez sobre o juramento de sangue que os unia.Seus olhos brilharam com fúria, mas seu corpo se movia como se o estivesse obrigando. Ele cambaleou através da ponte, ao mesmo tempo em que...Aelin girou, desembainhando Goldryn e se esquivando da espada que a Líder Alada direcionava para a sua cabeça. Ela acertou a pedra, o pilar gemendo, mas Aelin já estava se movendo não para a segunda ponte, mas de volta para a primeira, no lado dasbruxas.As outras bruxas, sem as flechas de Aedion para bloqueá-las, agora saiam da cobertura da floresta.

Você a Líder Alada rosnou, atacando novamente. Aelin rolou direito através do sanguee Rowan esquivando-se de novo do golpe fatal. Ela se ergueu na frente da primeira ponte, e duas descidas de Goldryn fizeram as correntes estalar.As bruxas derraparam até parar na beira do barranco quando a ponte desabou, cortad

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a.O ar atrás dela mudou, e se ela moveu mas Aelin não foi rápida o suficiente. Pano e carne foram rasgados em seu braço, e ela soltou um grito quando a lâmina da bruxa a cortou. Ela girou, trazendo Goldryn para o segundo golpe. Aço se chocou contra aço, fazendo faíscas voarem.O sangue de Rowan estava a seus pés, cobrindo as pedras do templo. Aelin Galathynius olhou para Manon Bico Negro por sobre suas espadas cruzadas e soltou um rosnado baixo e vingativo.

Rainha, salvadora, inimiga, Manon não dava a mínima.Ela mataria a mulher.Suas leis exigiam; sua honra exigia.Mesmo que ela não tivesse matado Baba Pernas Amarelas, Manon teria matado apenas por aquele feitiço que ela usou para congelá-la no lugar.Era isso o que ela fazia com os pés. Escrevendo algum feitiço com o sangue do homem. E agora ela morreria.Ceifadora de Vento pressionou contra a lâmina da rainha. Mas Aelin se manteve firm

e e sussurrou: Eu vou rasgá-la em pedaços.Atrás delas, as Treze se reuniram à beira da ravina, da ponte cortada. Um assobio de Manon fez metade delas subir para as serpentes aladas. Ela não chegaria a soar osegundo assobio.Mais rápido que um ser humano tinha o direito de ser, a rainha lhe atacou na perna, o golpe fazendo Manon tropeçar para trás.Aelin não hesitou; girou a espada na mão e se lançou.Manon desviou o golpe, mas Aelin ultrapassara sua guarda e acertou-a, batendo sua cabeça contra as pedras que estavam úmidas com o sangue do guerreiro feérico. Manchas escuras tomaram sua visão.Manon prendeu a respiração para o segundo assobio o que pararia Asterin e suas flechas.Ela foi interrompida pela rainha acertando o punho no rosto de Manon.O preto tomou ainda mais sua visão, mas ela se retorceu, revirou-se com cada pedaçode sua força imortal, e elas foram lançadas em todo o chão do templo. A queda apareceu, e então...Uma flecha passou zunindo para acertar a rainha exposta quando ela se abaixou sobre Manon.Manon retorceu-se novamente, e a flecha ricocheteou no pilar em vez disso. Ela jogou Aelin para longe, mas a rainha estava instantaneamente de pé, ágil como um gato.

Ela é minha Manon rosnou através da ravina para Asterin.A rainha riu, rouca e fria, circulando quando Manon se levantou.Do outro lado da ravina, os dois homens ajudavam o guerreiro feérico ferido a sair da ponte, e o guerreiro de cabelos dourados carregava...

Não se atreva, Aedion disse Aelin, erguendo a mão na direção do macho.Ele congelou a meio caminho através da ponte. Impressionante, Manon admitiu, tê-lossob seu comando tão completamente.

Chaol, mantenha um olho nele a rainha ordenou.Então, seguindo o olhar de Manon, Aelin embainhou a poderosa lâmina nas costas, o rubi gigante no pomo capturando a luz do meio-dia.

Espadas são chatas disse a rainha, e espalmou duas facas de combate.Manon embainhou Ceifadora de Vento em suas próprias costas. Ela moveu os pulsos, as unhas de ferro disparando para fora. Abriu sua mandíbula, e suas presas desceram.

De fato.A rainha olhou para as unhas e os dentes e sorriu.Honestamente, era uma pena que Manon tivesse que matá-la.

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Manon Bico Negro pulou, rápida e mortal como uma víbora.Aelin se arremessou para trás, esquivando-se de cada golpe das unhas de ferro letais. Em sua garganta, seu rosto, seu intestino. Recuando e recuando, circulando em torno dos pilares.Era apenas uma questão de minutos antes de as serpentes aladas chegarem.Aelin atacou com seus punhais, e a bruxa se esquivou dela, apenas para atacar com as unhas ao longo no pescoço de Aelin.Aelin girou para o lado, mas as unhas roçaram sua pele. Sangue esquentou seu pescoço e ombros.A bruxa era tão malditamente rápida. E um inferno como lutadora.Mas Rowan e os outros estavam do outro lado da segunda ponte. Agora ela só tinha que chegar lá, também.Manon Bico Negro fintou à esquerda e cortou para a direita. Aelin abaixou e roloude lado.O pilar estremeceu quando aquelas garras de ferro arrancaram quatro lascas profundas de pedra.Manon assobiou. Aelin dirigiu sua adaga para a coluna vertebral da outra; a bruxa aparou com uma mão e a envolveu em torno da lâmina.

Sangue azul brotou, mas a bruxa aumentou o aperto até que a lâmina quebrou em três pedaços em sua mão.Deuses.Aelin teve o bom senso de atacá-la com a outra adaga, mas a bruxa já estava pronta o grito de Aedion ecoou em seus ouvidos quando o joelho de Manon se dirigiu paraseu estômago.O ar a deixou num assobio, mas Aelin manteve seu domínio sobre o punhal, quando abruxa a atirou para outro pilar.A coluna de pedra balançou contra o golpe, e a cabeça de Aelin latejou, um arco de agonia através dela, mas...Um golpe, diretamente para seu rosto. Aelin esquivou.Mais uma vez, a pedra tremeu sob o impacto.Aelin empurrou ar para seu corpo. Mova-se ela tinha que se manter em movimento,suave como um rio, suave como o vento de seu carranam, sangrando e ferido outrolado da ponte.De pilar em pilar, ela recuou, rolando e esquivando e desviando.Manon batia e cortava, acertando cada coluna, uma força da natureza em seu próprio direito.E, em seguida, de volta ao círculo, uma e outra vez, pilar após pilar absorvendo osgolpes que deveriam ter desfiado seu rosto, seu pescoço. Aelin diminuiu seus passos, deixaria Manon achar que ela estava cansada, cada vez mais desajeitada...

Chega, covarde Manon assobiou, preparando-se para derrubar Aelin de vez.Mas Aelin deu a volta no pilar para a borda fina de rocha nua para além da plataforma do templo, para a queda iminente, assim como Manon colidiu com a coluna.O pilar gemeu balançou e tombou para o lado, acertando o pilar ao lado dele, fazendo os dois caírem ao chão.Junto com o teto abobadado.Manon nem sequer teve tempo para se arremessar fora do caminho quando o mármore caiu sobre ela. Uma das poucas bruxas restantes do outro lado da ravina gritou.Aelin já corria, enquanto a própria ilha de rochas começou a tremer, como se qualquerforça antiga que morava neste templo tivesse morrido no momento em que o telhado desmoronou.Merda.Aelin correu para a segunda ponte, poeira e detritos queimando seus olhos e pulmões.A ilha sacudiu com uma rachadura estrondosa, tão violenta que Aelin tropeçou. Mas havia os postes e a ponte além, Aedion esperando-a do outro lado um braço estendido, acenando.A ilha oscilou de novo balançou mais e por mais tempo.Entrava em colapso debaixo dela.Houve um lampejo de azul e branco, um lampejo de pano vermelho, um vislumbre de

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ferro...Uma mão e um ombro, braços em uma coluna caída.Lenta e dolorosamente, Manon se largou sobre uma laje de mármore, o rosto cobertode poeira pálida, sangue azul escorrendo por suas têmporas.Do outro lado da ravina inteiramente separada, a bruxa de cabelos dourados estava de joelhos.

Manon!Não acho que já rastejado para qualquer coisa em sua vida, Líder Alada, o rei havia dito.Mas havia uma bruxa Bico Negro de joelhos, implorando aos deuses que adorava; ehavia Manon Bico Negro, lutando para se erguer enquanto a ilha do templo desmoronava.Aelin deu um passo para a ponte.Asterin era o nome da bruxa de cabelos dourados. Ela gritou por Manon novamente, um apelo para se levantar, para sobreviver.A ilha sacudiu.A ponte permanecia a ponte para seus amigos, para Rowan, para a segurança ainda aguentava.Aelin sentira isso antes: um fio no mundo, uma corrida entre ela e outra pessoa.

Ela o sentira uma noite, há anos, e dera a uma jovem curandeira o dinheiro para sair do inferno deste continente. Ela sentiu o puxão e decidiu dar um puxão de volta.Aqui estava mais uma vez aquele fio na direção de Manon, cujos braços se dobraram quando ela caiu sobre a pedra.Sua inimiga sua nova inimiga, que teria matado ela e Rowan se tivesse a chance.Um monstro encarnado.Mas talvez os monstros precisassem olhar um para o outro de vez em quando.

Corra! Aedion rugiu do outro lado da ravina. Então ela o fez.Aelin correu para Manon, saltando sobre as pedras caídas, torcendo o tornozelo nodetritos soltos.A ilha tremia a cada passo dela, e a luz do sol era escaldante, como se Mala estivesse segurando aquela ilha no alto com cada parte de força que a deusa pudesse convocar nesta terra.Então Aelin estava sobre Manon Bico Negro, e a bruxa ergueu os olhos cheios de ódiopara ela. Aelin rebocou seu corpo pedra após pedra, a ilha abaixo delas despedaçando-se.

Você é lutadora boa demais para matar Aelin respirava, enganchando um braço sob os ombros de Manon e puxando-a para cima. A rocha balançou, mas segurou. Oh, deuses. Seeu morrer por sua causa, vou te dar uma surra no inferno.Ela podia jurar que a bruxa soltou uma risada quebrada quando ficou de pé, quase um peso morto nos braços de Aelin.

Você... devia me deixar morrer Manon falou quando elas mancaram pelos escombros. Eu sei, eu sei Aelin ofegava, seu braço doendo com o peso da bruxa apoiada.

Elas correram por sobre a segunda ponte, o templo de pedra balançando para a direita esticando a ponte atrás delas por sobre a queda e o rio brilhando muito, muitoabaixo.Aelin puxou a bruxa, rangendo os dentes, e Manon deu início a uma corrida impressionante. Aedion permaneceu entre os postes do outro lado, um braço ainda estendidoem direção a ela enquanto o outro segurava a espada, pronto para a chegada da Líder Alada. A rocha por trás delas gemeu.Estavam no meio da caminho nada além de morte esperava por elas do outro lado. Manon tossiu sangue azul nas ripas de madeira.

Qual a serventia dos seus malditos animais se eles não podem te salvar desse tipode coisa?A ilha tombou na outra direção, e a ponte ficou tensa oh, merda merda, ia arrebentar. Elas correram, até que pôde ver os dedos esticados de Aedion e os brancos de seusolhos.A pedra rachou, o som tão alto que a ensurdeceu. Então veio um puxão e o esticar da ponte quando a ilha começou a ruir em pó, deslizando para o lado...Aelin investiu os últimos passos, agarrando o manto vermelho de Manon quando as correntes da ponte estalaram.

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Então lidere o caminho pediu Aelin, sua voz oca. E reze para que eles possam manter suas bocas fechadas.

Um alegre latido frenético os cumprimentou, despertando Rowan da semiconsciência emque tinha caído nos últimos quilômetros até a pequena fazenda. Aelin mal respirava o tempo todo.Mas apesar de tudo, apesar das lesões de Rowan, quando Ligeirinha correu pela grama alta na direção deles, Aelin sorriu um pouco.A cadela saltou sobre ela, lambendo, choramingando e abanando o rabo de pelos dourados.Ela não percebera quão imundas e sangrentas suas mãos estavam até que ela as colocou nopelo brilhante de Ligeirinha.Aedion grunhiu quando sustentou todo o peso de Rowan enquanto Chaol e Nesryn corriam para a grande casa de campo bem iluminada, o crepúsculo caindo completamenteem torno deles. Bom. Menos olhos para ver como eles saíram de Carvalhal e cruzaram os campos recém-arados. Lysandra tentou ajudar Aedion, mas ele se recusou novamente. Ela sibilou para ele e ajudou de qualquer maneira.

Ligeirinha dançava ao redor de Aelin, então notou Aedion, Lysandra e Rowan, e que acauda se tornou um pouco mais hesitante. Amigos ela disse à cadela.

Ela ficara enorme desde que Aelin a vira pela última vez. Não tinha certeza de por que isso a surpreendeu, quando tudo o mais em sua vida mudara também.A garantia de Aelin pareceu boa o suficiente para Ligeirinha, que trotou em frente, acompanhando-os até a porta de madeira que se abria para revelar uma parteiraalta de rosto sério que lançou um olhar para Rowan e franziu a testa.Uma palavra. Uma palavra maldita que sugerisse que ela os trairia, e ela estaria morta.Mas a mulher disse apenas:

Quem pôs esses musgos na ferida salvou a vida dele. Coloquem-no para dentro, nós precisamos limpá-lo antes de mais nada.

Levou algumas horas para Marta, a esposa do caseiro, limpar, desinfetar e remendar as feridas de Rowan. Sorte, ela não parava de dizer, muita sorte que não tenha atingido qualquer coisa vital.Chaol não sabia o que fazer que não fosse levar embora as tigelas de água ensanguentada.Aelin apenas ficava sentada em um banquinho ao lado da cama no quarto de hóspedesda casa elegante e confortável e monitorava cada movimento que Marta fazia.Chaol se perguntou se Aelin sabia que estava suja e ensanguentada. Que parecia ainda pior do que Rowan.Seu pescoço estava arranhado, o sangue secara em seu rosto machucado e a manga esquerda da sua túnica rasgada revelava um corte feio. E depois havia a poeira, sujeira e sangue azul da Líder Alada cobrindo-a.Mas Aelin estava empoleirada no banco, sem se mover, apenas bebendo água, rosnando se Marta sequer olhasse por muito tempo para Rowan.Marta, de alguma forma, suportou.E quando a parteira acabou, ela enfrentou a rainha. Sem alguma indicação de saber quem estava sentada em sua casa, Marta falou:

Você tem duas opções: pode lavar-se na torneira lá de fora, ou pode se sentar com os porcos a noite toda. Está suja o suficiente para que um toque infeccione suas feridas.Aelin olhou por cima do ombro para Aedion, que estava encostado na parede atrás dela. Ele concordou em silêncio. Ele cuidaria do feérico.Aelin se levantou e saiu. Vou inspecionar sua outra amiga agora Marta falou, e correu para onde Lysandra adormecera no quarto ao lado, encolhida em uma cama estreita. No andar de cima, N

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Há rebeldes em sua floresta disse ela. Eles levaram sua pequena prisioneira do vagão, e depois tentaram atacar a mim e minhas Treze. Abati todos eles. Espero que nãose importe. Eles deixaram três de seus homens mortos no vagão, embora pareça que sua perda não foi notada.O rei respondeu apenas:

Veio até aqui para me dizer isso? Vim até aqui para dizer-lhe que quando eu enfrentar seus rebeldes, seus inimigos,

não terei interesse em prisioneiros. E as Treze não são uma caravana para transportá-los quando você quiser.Ela deu um passo mais perto para o cavalo do príncipe.

Dorian ela chamou. Um comando e um desafio.Olhos de safira responderam aos dela. Nenhum traço de escuridão sobrenatural. Apenas um homem preso ali dentro.Ela enfrentou o rei.

Você devia enviar seu filho para Morath. Seria o tipo de lugar para ele.Antes que o rei pudesse responder, Manon caminhou de volta para Abraxos.Ela planejara contar ao rei sobre Aelin. Sobre os rebeldes que se chamavam Aedion e Rowan e Chaol.Mas... eles eram humanos e não poderiam viajar rapidamente, não se estavam feridos.

Ela tinha com a inimiga um débito de vida.Manon subiu na sela de Abraxos. Minha avó pode ser a Grã Bruxa ela disse ao rei mas eu lidero os exércitos.

O rei riu. Implacável. Penso que achei pouco de você, Líder alada. A arma que minha avó fez, os espelhos. Pretende realmente usar fogo de sombras com

ele?O rosto corado do rei contraiu-se com aviso. A réplica dentro do vagão tinha sido uma fração do tamanho do que fora retratado nos planos pregados na parede: enormes torres de batalha transportáveis, trinta metros de altura, seus interiores revestidos com espelhos sagrados das Anciãs. Espelhos que foram usados uma vez para construir e quebrar e consertar. Agora seriam amplificadores, refletindo e multiplicando qualquer poder que o rei escolhesse libertar, até que se tornasse uma arma que poderia ser utilizado em qualquer situação. Se o poder fosse o fogo de sombras de Kaltain...

Você faz muitas perguntas, Líder Alada observou o rei. Eu não gosto de surpresas foi sua única resposta. Exceto que esta esta fora uma surp

resa.A arma não era para ganhar glória ou triunfo ou clamor da batalha. Era para extermínio. A matança em grande escala envolveria pouco combate o total. Qualquer exército mesmo Aelin e seus guerreiros estaria indefeso.O rosto do rei estava ficando roxo com impaciência.Mas Manon já subia para o céu, Abraxos batendo suas asas firmes. Ela observou o príncipe até que ele era um grão de cabelo preto.E se perguntou como era estar preso dentro daquele corpo.

Elide Lochan esperava o vagão de abastecimento. Ele não veio.Um dia de atraso; dois dias de atraso. Ela quase não dormiu com medo de que ele chegasse quando ela estivesse cochilando. Quando acordou no terceiro dia, a boca seca, já era hábito se apressar para baixo para ajudar na cozinha. Ela trabalhava até sua perna quase ceder de cansaço.Então, pouco antes do pôr do sol, o relincho dos cavalos, o barulho das rodas e os gritos dos homens vieram de fora das pedras escuras da longa ponte do castelo.Elide saiu da cozinha antes que eles pudessem notá-la, antes que o cozinheiro pudesse recrutá-la para executar alguma nova tarefa. Ela se apressou para subir os degraus da melhor maneira possível com sua corrente, o coração na garganta. Deveria ter mantido suas coisas lá embaixo, devia ter encontrado algum esconderijo.Para cima e para cima, até a torre de Manon. Ela levara um cantil de água a cada manhã, e juntara alguma comida em uma bolsa. Elide abriu a porta do quarto de Manon,

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subindo para o estrado onde guardava seus suprimentos.Mas Vernon estava lá dentro.Sentado na beirada da cama de Manon como se fosse a sua própria.

Indo a algum lugar, Elide?

Capítulo 63 Onde na terra você poderia ir? Vernon perguntou enquanto se levantava, presunçoso como um gato.

Pânico rugiu em suas veias. O vagão o vagão... Era esse o plano o tempo todo? Se ocultar entre as bruxas e depois fugir?

Elide girou na direção da porta. Vernon estalou a língua. Nós dois sabemos que não faz sentido correr. E a Líder Alada não chegará aqui tão rápido

Os joelhos de Elide vacilaram. Oh, deuses. Mas a minha linda e inteligente sobrinha é humana... ou algum tipo de bruxa? É uma q

uestão muito importante.Ele a segurou pelo cotovelo, uma pequena lâmina na mão. Ela não pôde fazer nada quando ele abriu um corte em seu braço, o sangue vermelho escorrendo.

Não uma bruxa completamente, parece.

Eu sou uma Bico Negro Elide respirou.Ela não se curvaria a ele, não se acovardaria.Vernon a circulou.

Pena que elas estejam todas para o norte e não possam ajudá-la.Lute, lute, lute, o sangue dela cantou, não deixe que ele a prenda. Sua mãe morreu lutando. Ela era uma bruxa, e você é uma bruxa, e você não cede... você não cede...Vernon atacou, mais rápido do que ela podia evitar com suas correntes, uma mão segurando-a sob o braço enquanto a outra bateu sua cabeça com tanta força na madeira que seu corpo apenas... parou.Isso era tudo o que ele precisava essa pausa estúpida para prender seu outro braço,apertando a outra mão que estava agora em seu pescoço com força suficiente para machucar, para fazê-la perceber que seu tio havia treinado como seu pai fazia.

Você virá comigo. Não a palavra foi um sussurro sob sua respiração.Seu aperto era forte, torcendo seus braços até que ela ganiu de dor. Você não sabe o dom que tem? O que pode ser capaz de fazer?

Ele puxou-a para trás, abrindo a porta. Não não, ela não o deixaria levá-la, não seria..Mas gritar não faria nenhum bem. Não em uma fortaleza cheia de monstros. Não em um mundo onde ninguém se lembrava que ela existia, ou se preocupava em se importar. Elase acalmou, e ele tomou isso como aquiescência. Ela podia senti-lo sorrindo atrás dela enquanto a cutucava na direção da escada.

Sangue Bico Negro corre em suas veias, juntamente com a generosa magia da linhagem da nossa família ele a levou escadas abaixo, e bile queimou sua garganta. Não havia ninguém vindo para ela, porque ela não pertencia a ninguém. As bruxas não tem magia,não gostam de nós. Mas você, uma híbrida de ambas as linhagens... Vernon agarrou seu bra com mais força, exatamente sobre o corte que tinha feito, e ela gritou. O som ecoou, vazio e pequeno, para baixo na escada de pedra. Você traz a sua casa uma grande honra, Elide.

Vernon deixou-a em uma masmorra congelando.Sem luz.Não havia som, salvo o gotejamento de água em algum lugar. Tremendo, Elide não tinha sequer palavras para implorar quando Vernon a jogou para dentro.

Você trouxe isso para si, você sabe, quando se aliou com aquela bruxa e confirmou minhas suspeitas de que o sangue delas fluía em suas veias ele a estudou, mas ela estava ocupada capturando os detalhes da cela, buscando qualquer coisa que pudesse tirá-la dali. Não encontrou nada. Eu a deixarei aqui até que esteja pronta. Duvido que alguém vá notar a sua ausência, de qualquer maneira.Ele bateu a porta, e escuridão a engoliu inteiramente. Ela não se incomodou em tenta

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r a maçaneta.

Manon foi convocada pelo duque no momento em que pôs os pés em Morath.O mensageiro estava encolhido na entrada da torre, mal conseguindo pronunciar as palavras enquanto olhava o sangue, a sujeira e a poeira que ainda cobria Manon.Ela contemplara libertar os dentes de ferro apenas para fazê-lo tremer como um tolo covarde, mas ela estava drenada, sua cabeça latejava e o mais básico movimento exigia pensar demais.Nenhuma das Treze ousara dizer nada sobre sua avó que ela havia aprovado a reprodução.Com Sorrel e Vesta apenas alguns passos atrás dela, Manon escancarou as portas dacâmara do conselho do duque, deixando o som da madeira batendo dizer o suficientesobre o que ela achava de ser convocada imediatamente.O duque Kaltain era a única ao lado dele ergueu os olhos para ela.

Explique sua... aparência.Manon abriu a boca.Se Vernon ouvisse que Aelin Galathynius estava viva se suspeitasse por uma batida do coração que Aelin pudesse se sentir em dívida com Elide pela mãe dela ter salvo sua

vida, ele podia muito bem decidir acabar com a vida de sua sobrinha. Rebeldes nos atacaram. Matei todos eles.O duque atirou um arquivo de papéis sobre a mesa. Eles bateram no vidro e deslizaram, espalhando-se em um leque.

Por meses, você queria explicações. Bem, aqui estão elas. Relatórios do estado dos nossoinimigos, os maiores alvos para atacarmos... Sua Majestade os envia com seus melhores votos.Manon se aproximou.

Será que ele também enviou aquele príncipe demônio em meus aposentos para nos atacar? a olhou para o pescoço grosso do duque, querendo saber quão facilmente a pele áspera rasgaria.A boca de Perrington torceu-se.

Roland teve sua utilidade. Quem melhor para cuidar dele do que as suas Treze? Eu não tinha percebido éramos suas carrascas.Ela devia realmente rasgar sua garganta pelo o que ele tentara fazer. Ao seu lad

o, Kaltain estava totalmente sem expressão, uma concha. Mas aquele fogo de sombras... ela o invocaria se o duque fosse atacado?

Sente-se e leia os arquivos, Líder Alada.Ela não gostou do comando, e soltou um grunhido para dizer-lhe isso, mas se sentou. E leu.Relatórios sobre Eyllwe, Melisande, Charco Lavrado, Deserto Vermelho e Wendlyn.E de Terrasen.De acordo com o relatório, Aelin Galathynius que há muito tempo acreditavam estar morta aparecera em Wendlyn e derrotara quatro dos príncipes valg, incluindo um general letal do exército do rei. Usando fogo.Aelin tinha magia de fogo, Elide tinha dito. Ela poderia ter sobrevivido ao frio.Mas... mas isso significava que a magia...

A magia ainda funciona em Wendlyn. E aqui não.Manon apostaria uma grande quantidade do ouro acumulado que as Bico Negro guardavam que o homem na frente dela e o rei em Forte da Fenda eram a razão disso.Em seguida, um relatório do príncipe Aedion Ashryver, ex-general de Adarlan, parentes dos Ashryvers de Wendlyn, ser preso por traição. Por associar-se com os rebeldes.Ele havia sido resgatado de sua execução poucas semanas atrás por forças desconhecidas.Possíveis suspeitos: lorde Ren Allsbrook de Terrasen...E lorde Chaol Westfall de Adarlan, que havia servido lealmente o rei como seu capitão da Guarda até que juntou forças com Aedion na primavera passada e fugiu do castelo no dia da captura de Aedion.Eles suspeitaram que o capitão não tinha ido longe e que tentaria libertar seu amigo de toda uma vida, o príncipe herdeiro.Libertá-lo.

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O príncipe zombou dela, a provocara, como se tentando levá-la a matá-lo. E Roland tinha implorado pela morte.Se Chaol e Aedion estavam ambos agora com Aelin Galathynius, todos trabalhando juntos...Eles não tinha ido à floresta espionar.Mas para salvar o príncipe. E quem quer que prisioneira fosse. Eles haviam resgatado um amigo, pelo menos.O duque e o rei não sabiam. Eles não sabiam quão perto os rebeldes estiveram de todosos seus objetivos, ou quão perto os seus inimigos estiveram de libertar o seu príncipe.Foi por isso que o capitão viera correndo.Ele fora matar o príncipe a única misericórdia que ele acreditava que poderia lhe oferecer.Os rebeldes não sabiam que o homem ainda estava lá dentro.

Bem? o duque exigiu. Alguma pergunta? Você ainda tem que explicar a necessidade da arma que minha avó está construindo. Uma

ferramenta que poderia ser catastrófica. Se não há magia, então certamente destruir a rainha da Terrasen não pode valer a pena o risco de usar essas torres.

É melhor estar preparado do que ser surpreendido. Nós temos controle total das torre

s.Manon bateu uma unha de ferro sobre a mesa de vidro. Estas são informações-base, Líder Alada. Continue a se provar, e receberá mais.

Se provar? Ela não tinha feito nada, recentemente, para se provar, exceto... exceto destruir um dos seus príncipes demoníacos e assassinar aquela tribo na montanha sem uma boa razão. Um tremor de raiva passou por ela.Logo, libertar o príncipe no quartel não tinha sido uma mensagem, mas um teste. Verse ela poderia agir contra o seu pior, e ainda obedecer.

Já escolheu um clã para mim?Manon se obrigou a dar de ombros desdenhosamente.

Eu estava esperando para ver o que se comportava o melhor enquanto eu estava fora. Será a recompensa.

Você tem até amanhã.Manon olhou para ele. No momento em que eu sair desta sala, tomarei um banho e dormirei por um dia. Se você ou seus pequenos comparsas demônios me incomodarem antes disso, aprenderá o quanto gosto de ser uma carrasca. No dia seguinte tomarei a minha decisão.

Não estaria evitando isso, a sua obrigação, Líder Alada? Por que eu deveria me preocupar em distribuir favores a clãs que não os merecem? Man

on se deu uma batida de coração para contemplar o que a Matriarca estava deixando que estes homens fizessem. Ela recolheu os arquivos, os empurrou para os braços de Sorrel, e saiu.Tinha acabado de chegar às escadas para a sua torre quando avistou Asterin encostada na arcada, escolhendo suas unhas de ferro.Sorrel e Vesta seguraram a respiração.

O que é isso? Manon exigiu, libertando suas próprias unhas.O rosto de Asterin era uma máscara de tédio imortal.

Nós precisamos conversar.

Ela e Asterin voaram para as montanhas, e ela deixou sua prima liderar deixou Abraxos seguir a fêmea azul celeste de Asterin até que elas estavam longe de Morath. Elas desceram em um pequeno planalto coberto de flores silvestres roxas e laranjas, a grama sibilando no vento. Abraxos estava praticamente grunhindo com alegria, e Manon, sua exaustão tão pesada quanto o manto vermelho que ela usava, não se incomodou em repreendê-lo.Elas deixaram suas serpentes aladas no campo. O vento da montanha era surpreendentemente quente, o dia claro e o céu cheio de gordas nuvens inchadas. Ela ordenara a Sorrel e Vesta que ficassem para trás, apesar de seus protestos. Se as coisas tinham chegado ao ponto em que Asterin não era confiável para ficar sozinha com ela..

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. Manon não queria pensar nisso.Talvez fosse por isso que ela concordara em vir.Talvez fosse por causa do grito que Asterin soltara, do outro lado da ravina.Foi igual ao grito da herdeira Sangue Azul, Petrah, quando a serpente alada foirasgada em pedaços. Como o grito da mãe de Petrah quando Petrah e sua serpente, Keelie, tinham caído no ar.Asterin caminhou até a borda do planalto, as flores silvestres balançando em suas pernas, o couro de sua roupa de montaria brilhando no sol. Ela soltou seu cabelo,balançando as ondas de ouro, em seguida, soltou a espada e as adagas e as deixou cair com um baque forte no chão.

Preciso que você ouça, e não fale ela disse quando Manon a alcançou.Era uma demanda grande para fazer à herdeira, mas não havia nenhum desafio, nenhumaameaça. E Asterin nunca falara com ela dessa maneira. Então Manon assentiu.Asterin olhou para fora, através das montanhas tão vibrantes ali, agora que estavamlonge da escuridão de Morath. Uma brisa amena esvoaçava entre elas, despenteando oscachos de Asterin até que eles assumiram determinados o brilho do sol.

Quando eu tinha vinte e oito anos, estava fora caçando Crochans em um vale a oeste das montanhas Canino. Eu dezenas de quilômetros a percorrer antes da aldeia maispróxima, e quando uma tempestade aconteceu, não vi nenhum lugar para pousar. Então ten

tei ultrapassar a tempestade na minha vassoura, tentei voar sobre ela. Mas a tempestade continuou e foi aumentando e aumentando. Eu não sei se foi o relâmpago ou ovento, mas de repente eu estava caindo. Consegui recuperar o controle sobre minha vassoura por tempo suficiente para pousar, mas o impacto foi brutal. Antes dedesmaiar, eu sabia que meu braço estava quebrado em dois lugares diferentes, o meu tornozelo torcido além do uso, e minha vassoura quebrada.Mais de oitenta anos atrás isso tinha acontecido há mais de oitenta anos, e Manon nunca tinha ouvido falar disso. Ela estivera fora em sua própria missão onde, ela não conseguia se lembrar agora. Todos os anos que ela passou caçando Crochans tinha virado um borrão uniforme.

Quando acordei, eu estava em uma cabana humana, minha vassoura em pedaços ao ladoda cama. O homem que havia me encontrado disse que voltava para casa no meio datempestade e me viu cair do céu. Ele era um jovem caçador, na maior parte do esporte exótico, e era por isso que possuía uma cabana em meio à mata selvagem. Acho que o teria matado se eu tivesse alguma força, mesmo porque eu queria seus recursos. Mas eu desvanecia para fora e para dentro da consciência... ele me alimentou o suficiente para que parasse de vê-lo como comida. Ou como ameaça.Um longo silêncio.

Fiquei lá por cinco meses. Não cacei uma única Crochan. Eu o ajudei a perseguir as caças, encontrei pau-ferro e comecei a entalhar uma nova vassoura... e nós dois sabíamoso que eu era, o que ele era. Que eu era uma imortal e ele era humano. Mas tínhamos a mesma idade, e naquele momento, não nos importamos. Então fiquei com ele até as minhas ordens me mandarem retornar à fortaleza Bico Negro. Eu lhe disse... disse quevoltaria quando pudesse.Manon dificilmente conseguia pensar, mal conseguia respirar sobre o silêncio em sua cabeça. Ela nunca tinha ouvido falar disso. Nem um sussurro. Para Asterin ter ignorado seu dever sagrado... para ela ter ficado com aquele homem humano...

Eu estava grávida de um mês quando voltei à fortaleza Bico Negro.Os joelhos de Manon vacilaram.

Você já tinha partido para sua próxima missão. Não contei a ninguém, não até que eu soub a gravidez realmente duraria os primeiros meses.Não era inesperado, a maioria das bruxas perdia seus filhos durante esse tempo. As bruxas donzelas crescerem após esse limiar era um milagre por si só.

Mas eu fiz isso por três meses, depois quatro. E quando não podia mais esconder, contei para sua avó. Ela estava contente, e ordenou que eu ficasse em repouso na cama da fortaleza, então nada me perturbaria ou à bruxa donzela em meu ventre. Eu lhe disse que queria voltar, mas ela se recusou. Eu sabia que não devia dizer a ela queeu queria voltar para aquela cabana na floresta. Sabia que ela ia matá-lo. Então permaneci na torre por meses, uma prisioneira paparicada. Você até apareceu, duas vezes, e ela não lhe disse que eu estava lá. Não até a bruxa donzela nascer, ela dissera.Uma respiração longa e desigual.

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Não era incomum as bruxas serem superprotetoras em relação àquelas que carregavam bruxas donzelas. E Asterin, tendo linhagem da Matriarca, teria sido uma mercadoria valorizada.

Eu bolei um plano. No momento em que me recuperasse do nascimento, no momento em pudesse sair, eu pegaria a bruxa donzela e iria ao pai, apresentá-la a ele. Pensei que talvez uma vida na floresta, calma e pacífica, seria melhor para a minha bruza donzela do que o derramamento de sangue que vivemos. Pensei que talvez fossemelhor... para mim.A voz de Asterin quebrou nas duas últimas palavras. Manon não teve coragem de olharpara sua prima.

Eu dei à luz. A bruxa donzela quase me rasgou em duas ao sair. Pensei que fosse porque ela era uma lutadora, porque era uma verdadeira Bico Negro. E eu estava orgulhosa. Mesmo enquanto gritava, ao mesmo tempo em que sangrava, eu estava tão orgulhosa dela.Asterin ficou em silêncio, e Manon olhou para ela por fim.Lágrimas rolavam pelo rosto de sua prima, brilhando ao sol. Asterin fechou os olhos e sussurrou contra o vento.

Ela nasceu morta. Eu esperei ouvir o grito de triunfo, mas só havia silêncio. Silêncio, e, em seguida, sua avó... ela abriu os olhos. Sua avó me surpreendeu. Ela me bateu

. Uma e outra vez. Tudo o que eu queria era ver minha bruxa donzela, e ela ordenou que a queimassem em vez disso. Ela se recusou a me deixar vê-la. Eu era uma desgraça para cada bruxa que viera antes de mim... era a culpada por uma bruxa donzela com defeito. Eu tinha desonrado as Bico Negro. Eu a desapontei. Ela gritou para mim de novo e de novo, e quando eu chorei, ela... ela...Manon não sabia para onde olhar, o que fazer com seus braços.Um natimorto era a maior tristeza de uma bruxa e a maior vergonha. Mas para suaavó...Asterin desabotoou o casaco e endireitou os ombros para as flores. Ela tirou a camisa, até embaixo, até que sua pele dourada brilhava à luz do sol, os seios cheios epesados. Asterin virou, e Manon caiu de joelhos na grama.Ali, marcado no abdômen de Asterin em letras brutas e cicatrizadas, estava uma palavra: Impura.

Ela me marcou. Aquecido o ferro na mesma chama onde minha bruxa donzela foi queimada e escreveu cada letra por si mesma. Ela disse que eu não nunca mais teria como tentar conceber uma Bico Negro novamente. Que a maioria dos homens daria um olhar para a palavra e correria.Oitenta anos. Durante oitenta anos, ela escondera isso. Mas Manon a tinha vistonua, tinha...Não não, ela não tinha. Não há décadas e décadas. Quando eles eram bruxas donzelas, sim,.

Na minha vergonha, eu não contei a ninguém. Sorrel e Vesta... elas sabiam porque estavam naquele quarto. Sorrel lutou por mim. Implorou à sua avó. Sua avó agarrou o braço dela e mandou-a para fora. Mas depois que a Matriarca me jogou na neve e me disse para rastejar para algum lugar e morrer, Sorrel me encontrou. Ela procurou Vesta, e as duas me levaram à torre de Vesta escondida nas montanhas, onde secretamente cuidaram de mim enquanto eu... enquanto eu não conseguia sair da cama. Então, um dia, eu acordei e decidi lutar. Eu treinei. Curei meu corpo. Fiquei orte, mais forte do que fui antes. E parei de pensar sobre isso. Um mês mais tarde, fui à caça de Crochans, e caminhei de volta para a fortaleza com três de seus corações em uma caixa.Se a sua avó estava surpresa que eu não tivesse morrido, ela não mostrou. Você estava lá naquela noite quando voltei. Brindou em minha honra, e disse que estava orgulhosa de ter uma excelente imediata.Ainda de joelhos, a terra molhada umedecendo suas calças, Manon olhou para aquelamarca horrorosa.

Eu nunca mais voltei para o caçador. Não sabia como explicar a marca. Como explicara sua avó, ou pedir desculpas. Eu temia que ele me tratasse como fez a sua avó. Entãonunca mais voltei sua boca tremeu. Eu voava por aquela aérea a cada poucos anos, apenas... apenas para ver ela limpou o rosto. Ele nunca se casou. E mesmo quandoera um homem velho, eu às vezes o via sentado na varanda da frente. Como se estivesse esperando por alguém.

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Alguma coisa... alguma coisa rachou no peito de Manon, machucando-a.Asterin sentou-se entre as flores e começou a vestir suas roupas. Ela chorava em silêncio, mas Manon não sabia se deveria ir até ela. Ela não sabia como consolar, como acalmar.

Eu parei de me preocupar disse Asterin finalmente. Sobre tudo e qualquer coisa.Depois disso, tudo era uma piada, uma emoção, nada me assustava.Aquela selvageria, a ferocidade indomável... não vinha de um coração livre, mas de um que tinha conhecido o desespero tão completamente que viver com a violência era a únicamaneira de superá-lo.

Mas eu disse a mim mesma... Asterin terminou de abotoar a jaqueta que eu gostaria de dedicar a minha vida inteiramente em ser sua imediata. Para servi-la. Não à sua avó. Porque eu sabia que sua avó tinha me escondido de você por uma razão. Acho que ela sabia que você teria lutado por mim. E o que quer que sua avó viu em você a deixou temerosa. Valeu a pena esperar. Valeu a pena servir. Então estou aqui.No dia em que Abraxos fez a Travessia, quando suas Treze pareciam dispostas a lutar para abrir seu caminho porque sua avó dera a ordem para matá-la...Asterin encontrou seu olhar.

Sorrel, Vesta e eu já sabíamos há muito tempo do que sua avó é capaz de fazer. Nós nuncasemos nada porque temíamos que, se você soubesse, poderia te comprometer. No dia que

você salvou Petrah em vez de deixá-la cair... você não foi a única que entendeu por que sua avó a fez matar aquela Crochan Asterin balançou a cabeça. Estou lhe implorando, Manon. Não deixe que sua avó e estes homens levem nossas bruxas e as usem como iscas. Não os deixem que transformem nossas bruxas donzelas em monstros. O que eles já fizeram... estou implorando a você para me ajudar a desfazê-lo.Manon engoliu em seco, sua garganta dolorosamente apertada.

Se nós os desafiarmos, eles virão atrás de nós, vão nos matar. Eu sei. Nós todas sabemos. Isso é o que queríamos lhe dizer na outra noite.

Manon olhou para a camisa de sua prima, como se pudesse ver a marca abaixo. É por isso que você está se comportando dessa maneira. Não sou tola o suficiente para fingir que não tenho um ponto fraco quando bruxas don

zelas estão em jogo.Era por isso que sua avó insistira por décadas para que Asterin fosse rebaixada.

Eu não acho que seja um ponto fraco admitiu Manon, e olhou por cima do ombro paraonde Abraxos cheirava as flores silvestres. Você volta a ser reintegrada como minha imediata.Asterin inclinou a cabeça.

Eu sinto muito, Manon. Você não tem nada do que se desculpar ela ousou acrescentar: Há outras a quem minha

trata dessa maneira? Não em meio às Treze. Mas em outros clãs. A maioria se deixa morrer quando sua avó as ex

pulsa.E Manon nunca tinha sido informada. Ela tinha sido enganada.Manon olhou para o oeste através das montanhas. Esperança, Elide dissera esperança por um futuro melhor. Por um lar.Não obediência, brutalidade ou disciplina. Mas esperança.

Precisamos proceder com cuidado.Asterin piscou, as manchas douradas em seus olhos pretos brilhando.

O que você está planejando? Algo muito estúpido, eu acho.

Capítulo 64Rowan mal se lembrava da viagem angustiante de volta para Forte da Fenda. No momento em que atravessaram as muralhas da cidade e os becos para chegar ao armazém,ele estava tão exausto que mal chegou ao colchão antes de a inconsciência o arrastar para baixo.Ele acordou naquela noite ou seria na noite seguinte? com Aelin e Aedion sentados ao lado da cama, conversando. O solstício será em seis dias; precisamos ter tudo alinhado até então ela dizia para s primo.

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Então você apenas pedirá a Ress e Brullo para deixarem uma porta aberta por onde você possa se esgueirar?

N ão seja tão ingênuo. Vou entrar pela porta da frente.É claro que entraria. Rowan deixou escapar um gemido, a língua seca e pesada na boca. Ela se virou para ele, metade do corpo se lançando ao lado da cama.

Como está se sentindo? ela colocou a mão em sua testa, verificando a febre. Você pare bem.

Tudo bem ele resmungou.Seu braço e ombro doíam. Mas ele já havia suportado pior. A perda de sangue foi o queo tirou do eixo, mais sangue do que ele já tinha perdido uma vez pelo menos tão rapidamente, graças à sua magia sufocada. Ele correu um olho sobre Aelin. Seu rosto estava contraído e pálido, um hematoma em sua bochecha e quatro arranhões marcavam seu pescoço. Ele ia matar aquela bruxa. Ele disse isso, e Aelin sorriu.

Se está com disposição para a violência, então suponho que esteja bem. Mas a voz estavossa, e seus olhos brilharam. Ele estendeu a mão com o braço bom para agarrar uma de suas mãos e apertou com força. Por favor, não faça isso de novo ela sussurrou.

Da próxima vez, vou pedir-lhes para não disparar flechas em você ou em mim.Sua boca apertada vacilou, e ela descansou a testa em seu braço bom. Ele ergueu ooutro braço, o esforço enviando um choque dor através dele enquanto acariciava seus ca

belos. Ela ainda estava emaranhada em alguns pontos com sangue e sujeira. Não devia ter se incomodado com um banho completo. Aedion pigarreou. Temos que pensar em um plano para libertar magia e derrubar o rei e Dorian. Assim, conversaremos amanhã disse Rowan, uma dor de cabeça já florescendo.

O simples pensamento de explicar-lhes novamente que cada vez que ele vira o fogo infernal sendo utilizado fora mais destrutivo do que qualquer um poderia antecipar o fez querer voltar a dormir. Deuses, sem a sua magia... Os seres humanos eram dignos de nota. Por serem capazes de sobreviver sem tocar a magia... Ele tinha que dar-lhes crédito.Aedion bocejou o pior fingimento que Rowan já vira e despediu-se.

Aedion disse Rowan, e o general parou na porta. Obrigado. A qualquer hora, irmão.

Ele saiu. Aelin olhava entre eles, os lábios franzidos novamente. O quê? ele perguntou.Ela balançou a cabeça. Você é muito bom quando está ferido. É inquietante.

Ver as lágrimas brilhando em seus olhos agora quase perturbara a ele. Se a magia játivesse sido libertada, aquelas bruxas teriam virado cinzas no momento em que aflecha o atingiu.

Vá tomar um banho ele ordenou. Não vou dormir ao seu lado enquanto você estiver cobea de sangue de bruxa.Ela examinou as unhas, ainda ligeiramente revestidas com sujeira e sangue azul.

Ugh. Já lavei dez vezes já.Ela se levantou de seu assento ao lado da cama.

Por quê? perguntou ele. Por que a salvou?Ela passou a mão pelo cabelo. Uma bandagem branca em torno de seu braço espreitava por sua camisa com o movimento. Ele não sabia da ferida. Sufocou o impulso que exigia para ver avaliar o prejuízo e puxá-la perto contra ele.

Porque aquela bruxa de cabelos dourados, Asterin... ela gritou o nome de Manon da maneira como gritei o seu.Rowan parou. Sua rainha olhou para o chão, como se lembrando do momento.

Como posso matar alguém que significa o mundo para outra pessoa? Mesmo que ela seja minha inimiga um pequeno encolher de ombros. Pensei que você estivesse morrendo. Parecia má sorte deixá-la morrer por despeito. E... ela bufou. Cair de um barrancoparecia uma merda de forma de morrer para alguém que luta espetacularmente.Rowan sorriu, bebendo a visão dela: a pele do rosto pálida e as roupas sujas; as lesões. No entanto, seus ombros estavam eretos, o queixo erguido.

Você me deixa orgulho de servi-la.Uma inclinação alegre nos lábios, mas a prata brilhou nos olhos. Eu sei.

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Você parece uma merda disse Lysandra para Aelin. Então se lembrou de Evangeline, que olhava para ela com os olhos arregalados, e estremeceu. Desculpe.Evangeline dobrou novamente o guardanapo no colo, cada movimento fino digno de uma pequena rainha.

Você disse que eu não posso usar essa linguagem e ainda assim você usa. Eu posso usar respondeu Lysandra quando Aelin reprimiu um sorriso porque sou mais velha, e sei quando é mais eficaz. E agora, a nossa amiga se parece com merda ab

soluta.Evangeline ergueu os olhos para Aelin, seu cabelo vermelho dourado brilhando nosol da manhã através da janela da cozinha.

Você parece ainda pior quando acorda, Lysandra.Aelin sufocou uma risada.

Cuidado, Lysandra. Você tem uma diabinha em suas mãos.Lysandra lançou à jovem um longo olhar.

Se tiver acabado de comer as tortas, pode recolher nossos pratos, Evangeline, eir para o telhado levar o inferno para Aedion e Rowan.

Tome cuidado com Rowan Aelin acrescentou. Ele ainda está se recuperando. Mas pode

fingir que não está. Homens ficam irritados se você provocar.Com um brilho malicioso nos olhos, Evangeline saltou para a porta da frente. Aelin escutou para garantir que a menina, de fato, ia lá para cima, e, em seguida, virou-se para a amiga.

Ela vai ser demais quando for mais velha.Lysandra gemeu.

Você acha que não sei disso? Onze anos de idade, e ela já é uma tirana. É um fluxo internável de Por quê? e eu preferiria que não e por quê? , por quê? , por que e não,

seu bom conselho, Lysandra .Ela esfregou as têmporas.

Uma tirana, mas uma lutadora disse Aelin. Não acho que haja muitas crianças de onzeanos que fariam o que ela fez para salvá-la. O inchaço diminuíra, mas as contusões ainda marcavam o rosto de Lysandra, e o pequeno corte perto de seu lábio permanecia num vermelho irritado. E não acho que haja muitas crianças de dezenove anos que lutariam com unhas e dentes para salvar uma criança Lysandra olhou para a mesa. Sinto muito. Mesmo que Arobynn tenha orquestrado, me desculpe.

Vocês foram por mim Lysandra falou tão baixo que era quase um sussurro. Todos vocês,ocês foram por mim.Ela havia contado a Nesryn e Chaol em detalhes sobre sua estadia de uma noite em um calabouço escondido sob as ruas da cidade. Os rebeldes já procuravam nos esgotos por ele. Lembrava-se pouco do resto, tendo sido vendada e amordaçada. Imaginar se eles colocariam um anel de pedra de Wyrd em seu dedo era o pior de tudo, ela disse. Esse temor a assombraria por um tempo.

Você pensou que não iríamos atrás de você? Nunca tive amigos que se importavam com o que acontecia comigo, com exceção de Sam e

Wesley. A maioria das pessoas teria me deixado ser levada, me descartado como apenas mais uma prostituta.

Estive pensando sobre isso. Oh?

Aelin enfiou a mão no bolso e empurrou um pedaço de papel dobrado sobre a mesa. É para você. E ela. Nós não precisamos... os olhos de Lysandra caíram sobre o selo de cera. Uma cobra em t

inta da meia-noite: o selo de Clarisse. O que é isto? Abra.

Olhando entre ela e o papel, Lysandra quebrou o selo e leu o texto. Eu, Clarisse DuVency, declaro que quaisquer dividas devidas a mim por... o papel

começou a tremer. Quaisquer dívidas a mim por Lysandra e Evangeline agora estão pagas na íntegra. E mais cedo possível, elas podem receber a marca de sua liberdade.O papel caiu para a mesa quando as mãos de Lysandra afrouxaram. Ela levantou a cabeça para olhar para Aelin.

Ai Aelin disse, mesmo quando seus próprios olhos se encheram. Eu te odeio por ser

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tão bonita, mesmo quando você chora. Você sabe quanto dinheiro... Acha que eu a deixaria ser escravizada por ela? Eu não... eu não sei o que dizer. Não sei como agradecer. Você não precisa Lysandra colocou seu rosto entre as mãos e soluçou. Sinto muito se

ueria fazer a coisa orgulhosa e nobre e aguentá-la por mais uma década Aelin começou.Lysandra chorou mais. Mas você tem que entender que não havia nenhuma maneira no mundo de eu deixar que vocês... Cale a boca, Aelin disse Lysandra através de suas mãos. Apenas cale a boca ela baiu as mãos, o rosto inchado e borrado agora.Aelin suspirou.

Oh, graças aos deuses. É possível você parecer horrorosa quando chora.Lysandra desatou a rir.

Manon e Asterin permaneceram nas montanhas durante todo o dia e a noite após sua imediata revelar sua ferida invisível. Pegaram cabras da montanha para si e suas serpentes aladas e as assaram numa fogueira noturna enquanto cuidadosamente consid

eravam o que poderiam fazer.Quando Manon finalmente cochilou, enrolada contra Abraxos sob um manto de estrelas no céu, sua cabeça parecia mais clara do que estava em meses. E ainda algo a incomodava, mesmo durante o sono.Ela sabia o que era quando acordou. Um fio solto no tear da Deusa de Três Faces.

Está pronta? Asterin perguntou, montando sua serpente azul celeste e sorrindo, umsorriso de verdade.Manon nunca tinha visto aquele sorriso. Ela se perguntou quantas pessoas já tinham visto. Perguntou-se se ela própria já sorrira dessa forma.Manon olhava para o norte.

Há algo que preciso fazer.Quando ela explicou à sua imediata, Asterin não hesitou em declarar que iria com ela.Então elas pararam em Morath por tempo suficiente para recolher suprimentos. Deixaram que Sorrel e Vesta soubessem dos detalhes, e as instruiu a dizer ao duque que ela haviam sido convocadas.Elas estavam no ar dentro de uma hora, voando forte e rápido acima das nuvens para se manterem escondidas.Quilômetro após quilômetro elas voaram. Manon não podia dizer por que aquele fio continuava puxando, por que parecia tão urgente, mas ela o empurrou, fundo, a caminho para Forte da Fenda.

Quatro dias. Elide estava naquele isolamento, no calabouço gelado, há quatro dias.Estava tão frio que ela mal conseguia dormir, e os alimentos que lhe atiraram eram dificilmente comestíveis. O medo a mantinha alerta, levando-a a testar a porta, a ver os guardas que sempre que abriam, a estudar os salões por trás deles. Ela não aprendeu nada útil.Quatro dias Manon não viera por ela. Nenhuma das Bico Negro viera.Ela não sabia por que esperava. Manon a forçara a espionar essa câmara, depois de tudo. Ela tentou não pensar sobre o que esperar agora.Tentou, e falhou. Ela se perguntou se alguém se lembraria do nome dela quando elaestivesse morta. Se teria seu nome esculpido em algum lugar.Ela sabia a resposta. E sabia que não havia ninguém vindo por ela.

Capítulo 65Seu antigo comandante esperava, os braços cruzados sobre o peito largo. Ele examinou Rowan com o cenho franzido, observando as ataduras em seu torso nu.

Devo agradecer-lhe por colocar calças? Lorcan perguntou, sua voz pouco mais que um

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vento meia-noite. Não quero que se sinta inadequado Rowan respondeu, inclinando-se contra a porta do

telhado.Lorcan bufou uma risada.

Será que a sua rainha a arranhou, ou são feridas de um daqueles animais que ela enviou atrás de mim?

Eu estava pensando quem acabaria por vencer, você ou os cães de Wyrd Wyrd um flash de dentes. Eu matei todos eles.

Por que veio aqui, Lorcan? Acha que não sei que a herdeira de Mala Portadora do Fogo está planejando algo para

o solstício de verão em dois dias? Os tolos já consideram a minha oferta?A questão fora cuidadosamente redigida, para provocá-lo a revelar o que Lorcan só tinha adivinhado.

Além de beber o primeiro vinho de verão e ser uma dor na minha bunda, não acho que ela esteja planejando alguma coisa.

Então é por isso que o capitão está tentando marcar uma reunião com os guardas no paláci Como vou saber o que ele faz? O garoto costumava servir o rei. Assassinos, prostitutas, traidores... que boas companhias você mantêm estes dias, Ro

wan. Melhor do que ser um cão preso por uma mestra psicótica. É isso que você pensava de nós? Todos esses anos em que trabalhamos juntos, homens mor

tos e mulheres nas camas juntos? Nunca o ouvi reclamar. Eu não sabia que havia algo de que reclamar. Eu era tão cego quanto você. E, em seguida, uma princesa de fogo apareceu em sua vida, e você decidiu mudar por

ela, certo? um sorriso cruel. Você contou a ela sobre Sollemere? Ela sabe tudo. Ela sabe agora. Acho que sua própria história facilita ainda mais a compreensão dos ho

rrores que você cometeu em nome de nossa rainha. Em nome da sua rainha. O que, exatamente, a respeito de Aelin o incomoda, Lorcan

? Será que por ela não ter medo de você, ou por eu ter me afastado para ficar com ela?Lorcan bufou.

Tudo o que você está pensando, não vai funcionar. Todos vocês vão morrer no processo.Era altamente provável, mas Rowan disse: Eu não sei do que você está falando. Você me deve mais confiança do que essa merda. Cuidado, Lorcan, ou vai soar como se se preocupasse com alguém diferente de si mes

mo.Como um filho bastardo descartado crescendo nas ruelas de Doranelle, Lorcan perdera essa capacidade séculos antes de Rowan nascer. Nunca teve pena por ele, no entanto. Não quando Lorcan fora abençoado em todos os outros aspectos pelo próprio Hellas. Lorcan cuspiu no telhado.

Eu ia me oferecer para levar seu corpo de volta para a amada montanha para ser enterrado ao lado de Lyria, uma vez que eu encontrasse as chaves. Agora vou deixá-lo apodrecer aqui. Ao lado de sua linda princesa.Ele tentou ignorar o golpe, o pensamento do túmulo no topo de sua montanha.

Isso é uma ameaça? Por que eu iria me preocupar? Se você estiver realmente planejando algo, não vou pre

cisar matá-la, ela pode fazer isso tudo sozinha. Talvez o rei coloque um daquelescolares nela. Assim como em seu filho.Um acorde de horror o atingiu tão profundamente Rowan que seu estômago virou.

Cuidado com o que diz, Lorcan. Aposto que Maeve ofereceria um bom dinheiro por ela. E se ela conseguir colocar

as mãos em uma chave de Wyrd... Você pode imaginar tão bem quanto eu que tipo de poder Maeve deterá então.Pior era muito pior do que ele poderia imaginar Maeve querer Aelin não morta, masescravizada. Uma arma sem limites de um lado, e a herdeira de Mala Portadora doFogo do outro. Não haveria como impedi-la.Lorcan viu a hesitação, a dúvida. Ouro brilhava em sua mão.

Você me conhece, príncipe. Sabe que sou a única pessoa qualificada para caçar e destruir

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essas chaves. Permita que sua rainha assuma a reunião do exército no sul, e deixe essa tarefa para mim o anel parecia brilhar à luz do luar quando Lorcan o estendeu. Para o que ela está planejando, ela precisará disso. Ou então você pode dizer adeus oolhos de Lorcan foram chips de gelo negro. Nós todos sabemos quão bem você lidou em dizer isso para Lyria.Rowan controlou sua raiva.

Jure.Lorcan sorriu, sabendo que tinha ganhado. Jure que isto concede imunidade ao anel valg, e eu lhe entregarei disse Rowan, e ele puxou o amuleto da Orynth do bolso.O foco de Lorcan estalou para o amuleto, para a estranheza de outro mundo que ele irradiava, e jurou. A lâmina brilhou, e então o cheiro do sangue de Lorcan encheuo ar. Ele cerrou o punho, levantando-o.

Juro por minha honra e sangue que não estou enganado-o em nada disso. O poder do anel é genuíno.Rowan assistiu o sangue escorrer para o telhado.Uma gota, duas, três.Lorcan poderia ter sido um canalha, mas Rowan nunca o tinha visto quebrar um juramento antes. Sua palavra era a sua ligação; e sempre fora a única moeda que ele aprec

iava. Ambos moveram-se ao mesmo tempo, lançando o amuleto e o anel para o espaço entre eles. Rowan pegou o anel e rapidamente o guardou no bolso, mas Lorcan apenasolhou para o amuleto em suas mãos, seus olhos como sombras. Rowan evitou o desejode prender a respiração e ficou em silêncio. Lorcan deslizou a corrente no pescoço e colocou o amuleto dentro de sua camisa.

Vocês todos vão morrer. Na realização deste plano, ou na guerra que se seguir. Você destrói essas chaves Rowan devolveu e pode não haver uma guerra. Esperança de

lo. Haverá uma guerra. É tarde demais para pará-la agora. É uma pena que o anel não os mante

salvo do que está sendo armado sobre as muralhas do castelo.Uma imagem passou pela sua cabeça fez tudo piorar, talvez, por causa dos tempos que tinha visto ele mesmo, que fez a si mesmo.

O que aconteceu com você, Lorcan? O que aconteceu em sua existência miserável para deixá-lo dessa maneira?Ele nunca perguntara pela história completa, nunca se preocupara. Não se incomodou com ele até agora. Antes, teria ficado ao lado de Lorcan e insultado o pobre idiota que ousou desafiar sua rainha.

Você é um homem melhor do que isso. Eu sou? Eu ainda sirvo à minha rainha, mesmo que ela não possa vê-lo. Quem foi que a a

bandonou na primeira vez que uma coisinha humana bonita abriu a pernas... É suficiente.

Mas Lorcan tinha ido embora.Rowan esperou alguns minutos antes de descer de volta para a casa, girando o anel em seu bolso. Aelin estava acordada na cama quando ele entrou, fechou as janelas e cortinas, a lareira escura.

Bem? ela perguntou, a palavra quase inaudível acima do farfalhar dos cobertores enquanto subia ao seu lado.Seus olhos afiados na noite lhe permitiam ver o movimento quando ela estendeu amão e ele deixou cair o anel ali. Ela o deslizou em seu polegar mexeu os dedos, franzindo a testa quando nada particularmente emocionante aconteceu. Um riso ficou preso em sua garganta.

Quão louco Lorcan vai ficar Aelin murmurou quando eles ficaram cara a cara quandoele finalmente abrir o amuleto, encontrar o anel do comandante valg dentro e perceber que você lhe deu um falso?

O demônio atacou as barreiras ainda existentes entre as suas almas, como se fossem de papel, até que apenas uma permaneceu, uma pequena carapaça de ego.Ele não se lembrava de acordar, ou dormir, ou comer. De fato, havia muito poucos momentos em que ele estava lá, olhando para fora através de seus olhos. Somente quand

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o o príncipe demônio se alimentava com os prisioneiros nas masmorras, quando ele lhe permitia se alimentar, beber ao lado dele, era a única vez que ele agora vinha à tona.Seja qual fosse o controle que ele teve naquele dia...Que dia?Ele não conseguia se lembrar de uma época em que o demônio não tinha estado lá dentro dele.E no entanto... Manon.Um nome.Não tenha um único pensamento não pense nela. O demônio odiava esse nome.Manon.Chega. Nós não falamos deles, os descendentes de nossos reis.Falar de quem?Bom.

Você está pronto para amanhã? Aelin perguntou a Chaol enquanto estavam no telhado de seu apartamento, olhando para o castelo de vidro. No sol poente, ele era inundado

de ouro e laranja e rubi, como se já estivesse em chamas.Chaol rezou para não chegar a isso, mas... Tão pronto quanto eu posso estar.

Ele tentou não parecer muito hesitante, demasiado cauteloso, quando chegou há minutos para discutir o plano do dia seguinte pela última vez e Aelin ao invés disso pediu-lhe que se juntasse a ela ali em cima. Sozinho.Ela vestia uma camisa branca solta por dentro de calças marrons apertadas, o cabelo solto, e não tinha sequer se preocupado em colocar os sapatos. Ele se perguntouo que seu povo pensaria de uma rainha com os pés descalços.Aelin apoiou os antebraços na barra atrás dela, cruzando os tornozelos quando disse:

Você sabe que não colocarei vidas em perigo desnecessariamente. Eu sei. Confio em você.

Ela piscou, e vergonha correu através dele como um choque no rosto. Você se arrepende de ter sacrificado sua liberdade para me mandar para Wendlyn? Não ele respondeu, surpreendendo-se por descobrir ser verdade. Independentemente d

o que aconteceu entre nós, eu era um tolo por servir o rei. Gosto de pensar que eu o teria deixado algum dia.Ele precisava dizer isso a ela precisava dizer isso desde o momento em que ela voltou.

Comigo ela disse, a voz rouca. Você o teria deixado comigo, quando eu era apenas Celaena.

Mas você nunca foi apenas Celaena, e acho que, no fundo, você sabia mesmo antes de tudo acontecer. Agora eu entendo.Ela estudou-o com olhos que eram muito mais velhos do que dezenove anos.

Você ainda é a mesma pessoa, Chaol, que era antes de quebrar o juramento de seu pai.Ele não tinha certeza se era ou não um insulto. Ele supôs que merecia, depois de tudoo que tinha dito e feito.

Talvez eu não queira ser aquela pessoa ele respondeu. Essa pessoa, que era estupidamente fiel, a pessoa inútil que perdeu tudo. Seu amigo, a mulher que ele amava, sua posição, sua honra. Perdeu tudo, por apenas culpar a si mesmo. Sinto muito. Por Nehemia, tudo.Não era o suficiente. Nunca seria. Mas ela deu-lhe um sorriso triste, os olhos indo para a pequena cicatriz em sua bochecha.

Me desculpe por arranhar seu rosto, em seguida, tentar matá-lo ela virou-se para o castelo de vidro novo. Ainda é difícil para mim, pensar no que aconteceu neste inverno. Mas no final fico grata que tenha me enviado para Wendlyn, e fez a barganha com seu pai.Ela fechou os olhos e respirou superficialmente.Quando os abriu, o sol poente os encheu de ouro líquido. Chaol se preparou. Significava algo para mim. O que você e eu tínhamos. Mais do que isso, sua amizade significava algo para mim. Eu nunca disse a verdade sobre quem eu era porque não co

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era o dia e a noite todos.Com duas urnas de fogo infernal agora escondidas a um quarteirão de distância em umprédio abandonado, todos deviam estar andando na ponta dos pés. Um pequeno acidente, e eles seriam incinerados tão completamente que nenhuma cinza permaneceria.Mas ele tinha a certeza de que não era essa a sua preocupação. No dia seguinte, ele eAedion seriam aqueles que carregariam as urnas através da rede de túneis de esgoto e para o próprio castelo.Aelin monitorara os cães de Wyrd e sua entrada a entrada que os levava direito à torre do relógio e agora que ela enganara Lorcan para matar todos por ela, o caminhoestava mais livre para ele e Aedion plantarem as urnas, armares os estopins e usarem sua rapidez feérica para dar o fora antes de a torre explodir.Então Aelin... Aelin e o capitão desempenhariam o seu papel, o mais perigoso de todos. Especialmente desde que eles não tinham sido capazes de obter uma resposta do palácio de antemão. E Rowan não estaria lá para ajudá-la.Ele repassara o plano com ela de novo e de novo. As coisas poderiam dar errado tão facilmente, e ainda assim ela não parecia nervosa enquanto jantava. Mas ele a conhecia bem o suficiente para ver a tempestade abaixo da superfície, para sentir a sua carga, mesmo do outro lado da sala.Rowan girou o ombro novamente, e passos suaves soaram no tapete.

Eu estive pensando... Rowan começou, e, em seguida, esqueceu tudo o que ia dizer quando saltou da cama.Aelin estava recostada à porta do closet, vestida com uma camisola dourada.Ouro metálico como ele tinha solicitado.Poderia ter sido pintada sobre ela tal qual abraçava cada curva e cavidade, por tudo o que ela ocultava.Uma chama viva, era o que ela parecia. Ele não sabia para onde olhar, onde queriatocar primeiro.

Se bem me lembro ela falou lentamente alguém pediu para lembrá-lo para provar que estou errada quanto às minhas hesitações. Acho que eu tinha duas opções: palavras, ou língua

dentes.Um rosnado baixo retumbou em seu peito.

Lembro-me agora.Ela deu um passo, e o cheiro de seu desejo o atingiu como um tijolo no rosto. Ele rasgaria a camisola em pedaços. Não se importava quão espetacular parecia; ele queria a pele nua.

Nem sequer pense sobre isso disse ela, dando mais um passo, tão fluido quando o metal fundido. Lysandra me emprestou.Seus batimentos cardíacos trovejavam em seus ouvidos. Se ele se movesse um centímetro, estaria sobre ela, a pegaria em seus braços e descobriria o que, exatamente, fazia a herdeiro do fogo realmente queimar.Mas ele saiu da cama, arriscando tudo em um único passo, bebendo a visão das pernaslongas e nuas; a curva dos seios, o pescoço, apesar da noite de verão amena, o prumo de sua garganta enquanto ela engolia.

Você disse que as coisas tinham mudado, que lidaríamos com isso vez dela de ousar mais um passo. Outro. Eu não pedirei qualquer coisa que você não esteja pronto ou disposto a dar.Ele congelou quando ela parou diretamente diante dele, inclinando a cabeça para trás para estudar seu rosto quando o cheiro dela enroscou em torno dele, despertando-o.Deuses, aquele cheiro. A partir do momento em que ele mordera o seu pescoço em Wendlyn, o momento em que provara seu sangue e abominou o fogo acenando e crepitando dentro dele, ele fora incapaz de tirá-la de seus pensamentos.

Aelin, você merece melhor do que isto, do que eu ele queria dizer isso fazia tempo.Ela não fez mais do que recuar.

Não me fale o que mereço ou não. Não me fale sobre amanhã, ou o futuro, nem nada disso.Ele tomou sua mão; seus dedos estavam frios tremendo um pouco.O que você quer que eu lhe diga, Coração de Fogo?Ela estudou as mãos unidas, e o anel de ouro que cerca no polegar. Ele apertou osdedos suavemente. Quando ela levantou a cabeça, seus olhos brilhavam.

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Diga-me que nós vamos passar por amanhã. Que vamos sobreviver à guerra. Diga-me... ela engoliu em seco. Diga-me que mesmo se nos conduzir à ruína, nós vamos queimar no inferno juntos.

Nós não vamos para o inferno, Aelin respondeu ele. Mas aonde quer que formos, vamosjuntos.Sua boca tremeu um pouco, e ela ergueu a mão apenas para colocá-la em seu próprio em seu peito.

Apenas uma vez. Eu quero te beijar apenas uma vez.Cada pensamento saiu de sua cabeça. Soa como se você esperasse que não vamos fazê-lo novamente.

O brilho de medo nos olhos dela disse-lhe o suficiente disse-lhe que o seu comportamento no jantar poderia ter sido principalmente atuação para manter Aedion calmo.

Eu sei das chances. Você e eu sempre adoramos condenar as chances.

Ela tentou e não conseguiu não sorrir. Ele inclinou-se, deslizando a mão ao redor de sua cintura, as rendas e seda suaves contra seus dedos, seu corpo quente e firmepor baixo dele, e sussurrou em seu ouvido:

Mesmo que estejamos separados amanhã, eu estarei com você a cada passo do caminho. E cada passo depois, aonde quer que seja.

Ela respirou estremecendo, e ele a puxou o suficiente para que eles compartilhassem a respiração. Seus dedos tremiam enquanto ela os roçou contra a sua boca, e seu controle quase quebrou direito ali.

O que você está esperando? ele perguntou, as palavras próximas do gutural. Bastardo ela murmurou, e beijou-o.

Sua boca era suave e quente, e ele reprimiu um gemido. Seu corpo ficou imóvel todo o seu mundo ficou imóvel ainda naquele sussurro de um beijo, a resposta a uma pergunta que ele fizera por séculos. Ele percebeu que estava encarando-a apenas quando ela se retirou ligeiramente. Seus dedos apertaram a cintura dela.

Mais uma vez ele respirou.Ela deslizou para fora de seu aperto.

Se vivermos depois de amanhã, você terá o resto.Ele não sabia se ria ou rugia.

Você está tentando me subornar para sobreviver?Ela sorriu finalmente. E maldição, se ele não morresse pela alegria tranquila em seu rosto.Eles haviam saído da escuridão e da dor e desespero juntos. Ainda estavam andando para fora disso. Então aquele sorriso... Pareceu-lhe estúpido toda vez que ele viu e percebeu que era para ele. Rowan permaneceu enraizado no centro do quarto quandoAelin subiu na cama e apagou as velas. Ele olhou para ela através da escuridão.Ela disse baixinho:

Você me faz querer viver, Rowan. Não sobreviver, não existir. Viver.Ele não tinha palavras. Não quando o que ela lhe disse o acertou mais forte e mais profundo do que qualquer beijo. Então ele subiu na cama e segurou-a firmemente durante toda a noite.

Capítulo 66Aelin se arriscou de madrugada a comprar o café da manhã dos comerciantes da principal feira das favelas. O sol já aquecia as ruas tranquilas, e sua capa com capuz rapidamente se tornou abafada. Pelo menos era um dia claro; ao menos essa parte do dia dera certo. Apesar dos corvos crocitando acima dos cadáveres nas plataformasde execução.A espada batendo em sua perna era um peso morto. Logo ela a estaria usando.Logo ela enfrentaria o homem que assassinara sua família e escravizara seu reino.Logo daria fim à vida de seu amigo.Talvez ela nem sequer saísse viva do castelo.Ou talvez ela saísse usando um colar negro, se Lorcan os traísse.Tudo estava preparado; cada armadilha possível fora considerada; todas as armas tinham sido afiadas.Lysandra levara Evangeline para ter suas tatuagens formalmente retiradas no dia

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anterior, e em seguida buscaram seus pertences no bordel. Agora elas estavam hospedadas em uma pousada de luxo do outro lado da cidade, paga com as pequenas economias que Lysandra poupara por anos. A cortesã oferecera ajuda novamente, mas Aelin ordenou que ela saísse da cidade e fosse à terra natal de Nesryn. A cortesã pediu para ela ter cuidado, beijou ambas as bochechas, e partiu com sua protegida ambas sorrindo, ambas livres. Esperançosas por traçarem seu caminho para a liberdade agora.Aelin comprou um saco de doces e algumas tortas de carne, mal ouvindo o mercadoem torno dela, já alvoroçado com os primeiros foliões que celebrariam o solstício. Estavam mais moderados do que a maioria dos anos, mas dadas as execuções, ela não os culpava.

Senhorita?Ela endureceu, a mão indo para espada e percebeu que o vendedor de tortas ainda estava à espera de seus cobres.Ele se encolheu e recuou alguns passos atrás de seu carrinho de madeira.

Desculpe ela murmurou, atirando as moedas em sua mão estendida.O homem deu um sorriso cauteloso.

Todo mundo está um pouco nervoso esta manhã, parece.Ela meio que se virou.

Mais execuções?O vendedor moveu o queixo em direção a uma rua que conduzia para fora do mercado. Você não viu a mensagem enquanto vinha? ela sacudiu a cabeça bruscamente. Ele apontou.

Ela pensara que a multidão ali no canto estivesse assistindo algum artista de rua. A coisa mais estranha. Ninguém acha que faça algum sentido. Dizem que parece estar escrito em sangue, mas é mais escuro...Aelin já ia na direção que o homem indicara, seguindo para a multidão de pessoas que seespremiam para ver.Ela empurrou, abrindo caminho em torno dos foliões, vendedores curiosos e guardascomuns do mercado, até que dobrou uma esquina, dando em um beco sem saída bastante iluminado.A multidão se reunia na parede de pedra pálida na sua extremidade, murmurando e remoendo.

O que isso significa? Quem escreveu? Parece uma má notícia, especialmente no solstício. Há mais, todos dizem a mesma coisa, bem perto de todos os principais mercados na c

idade.Aelin enfiou-se pela multidão, um olho em suas armas e na bolsa de moedas para evitar batedores de carteiras que tivessem ideias ruins, e em seguida...A mensagem fora escrita em letras negras gigantes, o fedor saindo delas com certeza era de sangue valg, como se alguém com unhas muito, muito afiadas tivesse aberto um dos guardas e o usado como um balde de tinta.Aelin girou nos calcanhares e correu.Ela voou pelas ruas da cidade movimentada e para as favelas, beco após beco, até que chegou à casa decrépita de Chaol e abriu a porta, gritando por ele.A mensagem na parede era apenas uma frase.O pagamento de um débito de vida.Uma frase apenas para Aelin Galathynius; uma frase que mudava tudo:

ASSASSINA DE BRUXA, O HUMANO AINDA VIVE DENTRO DELE.

Capítulo 67Aelin e Chaol ajudaram Rowan e Aedion a carregarem as duas urnas de fogo infernal para os esgotos, todos mal respirando, nenhum deles falando agora que estavamna fria escuridão fétida, sem se atrever a acender qualquer coisa perto dos dois recipientes que estavam ao lado deles na passagem de pedra. Aedion e Rowan, com sua visão feérica, não precisariam de uma tocha, de qualquer maneira.Rowan apertou a mão de Chaol, desejando-lhe sorte. Quando o príncipe feérico virou-separa Aelin, ela se concentrou em um canto rasgado de seu manto como se tivesse p

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A multidão se moveu, e ele viu o muro do castelo.Havia cadáveres pendurados nas grades de ferro forjados imponentes.Cadáveres em uniformes vermelho e dourado.

Chaol...Ele já estava se movendo, e ela praguejou e caminhou com ele, fingindo levá-lo pelas correntes, mantendo a adaga contra suas costelas.Ele não sabia como não ouvira os corvos grasnando enquanto bicavam a carne morta presa ao longo de cada poste de ferro. Com a multidão, ele não pensara em notar. Ou talvez tivesse apenas concluído que eles grasnavam em todos os cantos da cidade.Seus homens.Dezesseis deles. Seus companheiros mais próximos, seus guardas mais leais.O primeiro tinha a gola do uniforme desabotoado, revelando um peito cruzado comvergões, cortes e marcas.Ress.Há quanto tempo o torturaram torturaram todos os homens? Desde o resgate de Aedion?Ele atormentou a sua mente para pensar na última vez que entraram em contato. Supôsque a dificuldade fosse porque eles estavam com dificuldades. Não porque... porque eram sendo...

Chaol notou o homem pendurado ao lado Ress.Os olhos de Brullo tinham ido embora, fosse por causa da tortura ou dos corvos.Suas mãos estavam inchadas e torcidas parte de sua orelha faltava.Chaol não tinha sons em sua cabeça, nenhum sentimento em seu corpo.Era uma mensagem, mas não para Aelin Galathynius ou Aedion Ashryver. A culpa dele. Dele.Ele e Aelin não falaram enquanto se aproximavam dos portões de ferro, a morte desses homens remanescente sobre eles.Cada passo era um esforço. Cada passo era rápido demais.Culpa dele.

Eu sinto muito Aelin murmurou, empurrando-o para mais perto dos portões, onde os guardas uniformizados de negro estavam de fato monitorando cada rosto que passava na rua. Eu sinto muito...

O plano ele disse, com a voz trêmula. Nós o mudamos. Agora. Chaol...Ele lhe disse o que precisava fazer. Quando terminou, ela enxugou as lágrimas quando agarrou sua mão e falou:

Eu vou fazer valer a pena.As lágrimas tinham desaparecido no momento em que eles se separaram da multidão, nada entre eles e aqueles portões familiares, apenas paralelepípedos vazios.Casa aquela tinha sido sua casa.Ele não reconheceu os guardas de pé sob o relógio, nas portas que antes ele protegeracom tanto orgulho, os portões por onde havia cavalgado há menos de um ano com uma assassina recém-libertada de Endovier, suas correntes amarradas à sela.Agora, ela o levava em correntes através desses portões, uma assassina uma última vez.Sua caminhada adquiriu um ar de superioridade, e ela se moveu com facilidade fluída em direção aos guardas que sacaram suas espadas, os anéis pretos devorando a luz dosol.Celaena Sardothien parou a uma distância saudável e ergueu o queixo.

Digam a Sua Majestade que a sua campeã voltou e ela lhe trouxe o inferno de um prêmio.

Capítulo 69O manto negro de Aelin balançava atrás dela enquanto levava o capitão da Guarda caído através dos salões brilhantes do palácio. Escondida em suas costas estava a espada de seu pai, o seu pomo enrolado em um pano preto.Nenhum de seus dez guardas de escolta se preocupou em tomar suas armas.Por que se preocupariam, quando aquela era Celaena Sardothien, semanas adiantada em seu retorno esperado, e ainda leal ao rei e à coroa?Os salões estavam tranquilos. Mesmo a corte da rainha estava fechada e silenciosa.

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Dizia-se que a rainha fora enclausurada nas montanhas desde o resgate de Aedion e levara metade de sua corte com ela. O resto sumira tão logo para escapar do calor do verão ou dos horrores que vieram a governar o seu reino.Chaol não disse nada, embora fizesse uma boa atuação de parecer furioso, como um homem perseguido e desesperado para encontrar um caminho de volta para a liberdade. Nenhum sinal da devastação que estava em seu rosto quando encontrou seus homens pendurados nos portões.Ele puxou contra as correntes, e ela se inclinou para perto. Eu não pensaria nisso, capitão ela ronronou.Chaol não se dignou a dar uma resposta.Os guardas olharam para ela. Marcas de Wyrd escritas com o sangue de Chaol a cobria sob as roupas, esperando que o cheiro humano mascarasse quaisquer indícios desua herança que os valg pudessem detectar.Havia apenas dois demônios neste grupo uma pequena misericórdia.Então eles seguiram cada vez mais para cima, para o próprio castelo de vidro.Os salões pareciam reluzentes demais para conter tanta maldade. Os poucos funcionários por que passaram desviavam os olhos e se afastavam rapidamente. Haviam todosfugido desde o resgate de Aedion?Foi um esforço não olhar constantemente para Chaol à medida que se aproximavam das eno

rmes portas de vidro vermelho e dourado, que já estava aberto para revelar o chão de mármore carmesim da sala do conselho do rei.Já aberto para revelar o rei, sentado em seu trono de vidro. E Dorian de pé ao ladodele.

Os rostos deles.Eram rostos que o puxavam.Humanos imundos, o demônio chiou.A mulher, ele reconheceu o rosto quando ela puxou o capuz escuro e ajoelhou-se diante do estrado em que ele estava.

Majestade ela falou.O cabelo dela estava mais curto do que ele se lembrava. Não...Ele não se lembrava. Ele não a conhecia.E o homem acorrentado ao lado dela, sangrando e imundo...Gritando, respirando, e...Chega, o demônio estalou.Mas seus rostos...Ele não conhecia aqueles rostos.Ele não se importava.

O rei de Adarlan, o assassino de sua família, o destruidor de seu reino, descansava em no trono de vidro.

Não é uma reviravolta interessante de eventos, campeã.Ela sorriu, esperando que a maquiagem que passara ao redor de seus olhos silenciassem o turquesa e dourado de suas íris e que o tom monótono de loiro que ela tingira o cabelo disfarçasse sua tonalidade quase idêntica à de Aedion.

Quer ouvir uma história interessante, Majestade? Será que isso envolve meus inimigos em Wendlyn estarem mortos? Oh, isso, e muito, muito mais. Por que a notícia não chegou, então?

O anel em seu dedo parecia sugar a luz. Mas ela não podia ver nenhum sinal das chaves de Wyrd, não podia senti-las aqui, como sentiu a presença no amuleto.Chaol estava pálido, e ficava olhando para o chão da sala.Ali foi onde tudo acontecera. Onde assassinaram Sorscha. Onde Dorian fora escravizado. Onde, certa vez, ela vendeu sua alma para um rei sob um nome falso, o nome de uma covarde.

Não me culpe por mensageiros de meia tigela disse ela. Enviei a notícia no dia anter

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ior à minha partida ela tirou dois objetos de seu manto e olhou por cima do ombropara os guardas, empurrando o queixo para Chaol. Vigiem-no.Ela caminhou até o trono e estendeu a mão para o rei. Ele respondeu com o mesmo gesto, e o cheiro dele...Valg. Humano. Ferro. Sangue.Ela deixou cair dois anéis na palma da mão dele. O tilintar de metal sobre metal era o único som.

Os anéis com o selo do rei e do príncipe herdeiro de Wendlyn. Eu teria trazido as cabeças... mas os oficiais da imigração poderiam me causar problemas.O rei estudou um dos anéis, o rosto como pedra. O joalheiro de Lysandra mais uma vez fizera um trabalho impressionante ao recriar o selo real de Wendlyn e, em seguida, desgastar os anéis até que parecessem antigos, heranças.

E onde você estava durante o ataque de Narrok em Wendlyn? Eu deveria estar em qualquer lugar que não caçando a minha presa?

Os olhos negros do rei perfuraram os dela. Eu os matei quando pude continuou ela, cruzando os braços, cuidadosa com as lâminas

escondidas no traje. Desculpe por não trazer a grande declaração que Vossa Majestade queria. Da próxima vez, talvez.Dorian não moveu um músculo, as feições acima do colar de pedra, frias.

E como é que acabou com o meu capitão da Guarda acorrentado?Chaol apenas olhava para Dorian, e ela não acreditava que seu rosto perturbado e implorador fosse fingimento.

Ele estava esperando por mim no cais, como um bom cãozinho. Quando vi que estava sem o uniforme, ele confessou tudo. Todas as últimas coisinhas conspiratórias que fez.O rei olhou para o capitão.

Ele fará, agora.Aelin evitou o desejo de verificar o relógio de pêndulo ressoando no canto mais distante da sala, ou a posição do sol além da janela que ocupava todo o pé direito de uma parede. Tempo. Eles precisavam esperar o momento certo mais um pouco. Mas, até agora, estava bom.

Eu me pergunto o rei meditou, recostando-se em seu trono quem conspirou mais: ocapitão ou você, Campeã... Ou devo chamá-la de Aelin?

Capítulo 70Este lugar cheirava a morte, como o inferno, como os espaços escuros entre as estrelas.Séculos de treinamento mantinham os passos de Rowan leves, o manteve focado no peso letal que carregava enquanto ele e o general seguiam através da passagem seca eantiga.O caminho de pedra era marcado por garras brutais, o espaço tão escuro que os olhos, até mesmo os de Rowan, falhavam. O general parou logo atrás, não fazendo nenhum som exceto pelo deslizar de um seixo ocasional debaixo de suas botas.Aelin estaria no castelo agora, o capitão a reboque como seu passe para a sala dotrono.Apenas alguns minutos mais, se tivessem calculado direito, e então eles poderiam inflamar sua carga mortal e saírem.Minutos depois ele estaria ao lado dela, repleto de magia que usaria para sufocar o ar para fora dos pulmões do rei. E então gostaria de ver como ela o queimaria vivo. Devagar.Embora soubesse que a sua satisfação nada seria em comparação ao que o general sentiria. A que cada filho de Terrasen sentiria.Eles atravessaram uma porta de ferro sólido que estava escancarada como se enormes mãos com garras a tivessem arrancado de suas dobradiças. O corredor além era de pedra lisa.Aedion ofegou no mesmo momento o soco atingiu o cérebro de Rowan, bem entre os olhos.Pedras de Wyrd.Aelin o avisara da torre que a pedra lhe dera uma dor de cabeça, mas isto...

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Ela estivera em seu corpo humano, então.Era insuportável, como se seu próprio sangue recuasse com a sensação errada da pedra.Aedion praguejou, e Rowan o ecoou.Mas havia uma grande lasca na parede de pedra à frente, e ar livre além dela. Não se atrevendo a respirar muito alto, Rowan e Aedion espreitaram pela fresta.Uma grande câmara redonda os saudou, ladeada por oito portas de ferro abertas. A parte inferior da torre do relógio, se os seus cálculos estivessem corretos.A escuridão da câmara era quase impenetrável, mas Rowan não se atreveu a acender a tocha que trouxera com eles. Aedion fungou, um som molhado. Molhado, porque...Sangue escorria pelo lábio e queixo de Rowan. Hemorragia nasal.

Depressa ele sussurrou, pousando seu recipiente na extremidade oposta da câmara. Sómais alguns minutos.Aedion postou seu tonel de fogo infernal em frente ao Rowan de na entrada da câmara. Rowan ajoelhou-se, sua cabeça doendo cada vez mais a cada pulsar.Ele continuou se movendo, empurrando a dor para baixo enquanto conectava o fio do estopim e o levou para onde Aedion estava agachado. O gotejamento de suas hemorragias nasais no chão de pedra negra era o único som.

Mais rápido Rowan ordenou, e Aedion rosnou suavemente, não estando mais disposto a ficar irritado com avisos como distração. Ele não sentia como se dizer ao general o que

fazer ajudaria como minutos atrás.Rowan desembainhou sua espada, retornando para a porta por onde haviam entrado.Aedion o seguiu, desenrolando os fios unidos enquanto isso. Eles tinham que estar longe o suficiente antes que de acendê-lo, ou então se transformariam em cinzas.Ele enviou uma oração silenciosa a Mala para que Aelin conseguisse aguardar a hora e que o rei estivesse focado demais na assassina e no capitão para considerar enviar qualquer um ali embaixo.Aedion chegou até ele, desenrolando centímetro após centímetro do estopim, o fio uma faixa branca através da escuridão.A outra narina de Rowan começou a sangrar.Deuses, o cheiro daquele lugar. A morte, fedor e miséria. Ele mal podia pensar. Era como ter sua cabeça girando como um pião.Eles se retiraram para dentro do túnel, que se fundia na sua única esperança e salvação.Algo pingou sobre seu ombro. A primeira gota vindo de orelha. Ele a limpou com a mão livre. Mas não era sangue em sua capa.Rowan e Aedion ficaram rígidos quando um rosnado baixo encheu a passagem.Algo se moveu no teto, então.Sete algos.Aedion jogou o carretel de lado e desembainhou a espada.Um pedaço de tecido cinze, pequeno e desgastado caiu da boca da criatura agarrando-se ao teto de pedra. O pedaço que faltava de seu manto.Lorcan havia mentido.Ele não matara o restante dos cães de caça. apenas deu-lhes o cheiro de Rowan.

Aelin Ashryver Galathynius enfrentou o rei de Adarlan. Celaena, Lillian, Aelin ela falou lentamente. Eu particularmente não me importo co

mo você chama.Nenhum dos guardas atrás deles se agitou.Ela podia sentir os olhos de Chaol nela, sentir a atenção implacável do príncipe valg dentro de Dorian.

Será que você pensa o re falou, sorrindo como um lobo que eu não podia ver dentro daente do meu filho e perguntar o que ele sabia, o que viu no dia do resgate de seu primo?Ela não sabia, e certamente não planejara se revelar desta forma.

Estou surpresa que tenha demorado tanto para perceber quem deixou entrar pela porta da frente. Honestamente, estou um pouco decepcionada.

Então o seu povo pode dizer o mesmo de você. Como foi, princesa, ir para a cama como meu filho? O seu inimigo mortal? Dorian não fez mais que piscar. Terminou com ele por causa da culpa, ou porque ganhou uma posição no meu castelo e não precisava mais

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dele? É preocupação paterna que estou detectando?

Uma risada baixa. Por que o capitão não para de fingir que está preso nessas algemas e se aproxima?

Chaol endureceu. Mas Aelin deu-lhe um aceno sutil.O rei não se incomodou em olhar para os guardas quando disse:

Saiam.Como um, os guardas os deixaram, fechando a porta atrás deles. O vidro pesado gemeu ao fechar, fazendo o chão tremer. Os grilhões de Chaol caíram, e ele flexionou os pulsos.

Essa imundice traidora, habitando minha própria casa. E pensar que uma vez eu a tive em correntes, tão perto da execução, e não tinha ideia do prêmio que condenei a Endovier. A rainha de Terrasen, escrava e minha campeã o rei abriu seu punho para olhar para os dois anéis em sua palma. Atirou-os de lado. Eles saltaram sobre o mármore vermelho, tilintando fracamente. Pena que não tenha suas chamas agora, Aelin Galathynius.Aelin puxou o pano do punho da espada de seu pai e desembainhou a espada de Orynth.

Onde estão as chaves de Wyrd?

Pelo menos você é direta. Mas o que fará comigo, herdeira de Terrasen, se eu não responder? ele gesticulou para Dorian, e o príncipe desceu os degraus do estrado, parando na parte inferior.Tempo ela precisava de tempo. A torre não estava destruída ainda.

Dorian Chaol chamou suavemente.O príncipe não respondeu.O rei riu.

Não vai correr hoje, capitão?Chaol nivelou seu olhar com o rei e desembainhou Damaris presente de Aelin paraele.O rei bateu com um dedo contra o braço de seu trono.

O que os nobres de Terrasen dirão se souberem que Aelin do Fogo Selvagem teve umahistória tão sangrenta? Se descobrirem que ela matou a meu serviço? Que esperança poderia lhes dar saber que mesmo a sua princesa há muito perdida foi corrompida? Você certamente gosta de se ouvir falar, não é?O dedo do rei acalmou no trono.

Vou admitir que não sei como não vi. Você é a mesma criança mimada que desfilava em seustelo. E aqui estava eu, pensando que a tinha ajudado. Vi sua mente certa vez, Aelin Galathynius. Você amava seu lar e seu reino, mas tinha esse desejo de ser comum, de ser livre de sua coroa, mesmo assim. Mudou de ideia? Eu ofereci-lhe a liberdade em uma bandeja dez anos atrás, e ainda assim você acabou escrava de qualquermaneira. Engraçado.Tempo, tempo, tempo. Deixe-o falar...

Você tinha o elemento surpresa então disse Aelin. Mas agora nós sabemos o poder quentrola.

E você? Sabe o custo das chaves? O que se torna ao usar uma?Ela apertou sua mão sobre a Espada de Orynth.

Gostaria de um contra um comigo, Aelin Galathynius? Para ver se os feitiços que aprendeu, os livros que roubou de mim, são páreos? Pequenos truques, princesa, em comparação com o poder bruto das chaves.

Dorian Chaol chamou novamente.O príncipe permaneceu concentrado nela, um sorriso faminto exibido agpra aqueles lábios sensuais.

Deixe-me demonstrar disse o rei.Aelin preparou-se, seu estômago apertado.Ele apontou para Dorian.

Ajoelhe-se.O príncipe caiu de joelhos. Ela escondeu o estremecimento do impacto do osso em mármore. As sobrancelhas do rei franziram. A escuridão começou a se erguer, partindo dorei como relâmpagos bifurcando-se.

Não Chaol engasgou, dando um passo à frente.

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Aelin agarrou o capitão pelo braço antes que ele pudesse fazer algo incrivelmente estúpido.Um tentáculo de escuridão acertou as costas de Dorian e ele arqueou, gemendo.

Penso que você sabe mais, Aelin Galathynius disse o rei, o negrume bastante familiar crescendo. Coisas que talvez apenas a herdeira de Brannon Galathynius poderia saber.A terceira chave de Wyrd.

Você não ousaria disse Aelin.O pescoço do príncipe estava tenso enquanto ele ofegava, a escuridão o chicoteando.Uma vez, duas vezes. Chibatadas.Ela conhecia a dor.

Ele é seu filho, seu herdeiro. Você esquece, princesa falou o rei que tenho dois filhos.

Dorian gritava quando outro chicote das trevas cortava suas costas. Relâmpago preto cruzava seus dentes expostos.Ela atacou e foi jogada para trás pelas próprias marcas que desenhara em seu corpo.Uma parede invisível de dor negra erguida em torno de Dorian agora, e seus gritosnão tinham fim.Como uma besta arrebentando a coleira, Chaol atirou-se contra ela, rugindo o nom

e de Dorian, o sangue escorrendo pelo punho de sua jaqueta a cada tentativa.Mais uma vez. E mais uma. E mais uma.Dorian soluçava, a escuridão saindo de sua boca, acorrentando suas mãos, marcando em sua volta, seu pescoço...Em seguida, ela desapareceu.O príncipe caiu no chão, o peito arfante. Chaol interrompeu, sua respiração irregular, o rosto exausto.

Levante-se ordenou o rei.Dorian ficou de pé, o colar preto reluzente enquanto seu peito arfava.

Delicioso a coisa dentro do príncipe disse.Bile queimou a garganta de Aelin.

Por favor pediu Chaol com voz rouca ao rei, e seu coração rachou com as palavras, pela agonia e desespero. Liberte-o. Dê o seu preço. Eu lhe darei qualquer coisa.

Gostaria de entregar a sua ex-amante, capitão? Não vejo nenhum uso em perder uma arma se não ganhar outra em troca o rei acenou com a mão na direção dela. Você destruiu ogeneral e três dos meus príncipes. Penso de alguns outros valg que estão se doendo pa

ra colocar as garras em você para... que aproveitariam a chance de deslizar em seu corpo. Seria bem justo.Aelin ousou um olhar para a janela. O sol subiu mais alto.

Você entrou na casa da minha família e os assassinou enquanto dormiam Aelin devolveu. O relógio de carrilhão começou a soar as doze batidas. Um segundo depois, o miserávelrelógio da torre retiniu lá fora. É justo ela respondeu ao rei quando recuou um passoem direção às portas que eu o destrua em troca.Ela puxou o olho de Elena debaixo de sua camisa. A pedra azul brilhava como umapequena estrela.Nada além de uma proteção contra o mal.Mas uma chave à sua própria forma, que poderia ser usada para desbloquear a sepultura de Erawan.Os olhos do rei se arregalaram ligeiramente e ele se levantou de seu trono.

Você acabou de cometer o erro de sua vida, garota.Ele podia ter um ponto.Os sinos do meio-dia tocavam.No entanto, a torre do relógio parou.

Capítulo 71Rowan manobrou sua espada e o cão de caça de Wyrd caiu para trás, uivando quando sua lâmina perfurou a pedra e a carne macia abaixo. Mas não o suficiente para mantê-lo caído, para matá-lo. Outro cão de caã de Wyrd saltou. Onde eles se lançaram, Rowan atingiu.Lado a lado, ele e Aedion foram empurrados contra uma parede, recuando passo apóspasso da passagem cada vez mais longe do carretel de estopim que Aedion carregav

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a e foi forçado a abandonar.Um badalar, um ruído miserável ecoou.No espaço entre as badaladas, Rowan cortou dois cães de caça diferentes, golpes que teriam estripados a maioria das criaturas.A torre do relógio. Meio-dia.Os cães de caça de wyrd os circundavam, esquivando-se dos golpes certeiros que os matariam, mantendo-se fora de seu alcance.Para impedi-los de chegar ao estopim.Rowan xingou e se lançou em um assalto que envolveu três deles de uma só vez, Aedion flanqueando-o.Os cães de caça de Wyrd mantiveram a fileira.Meio-dia, ele havia prometido a Aelin. Quando atingisse o seu ápice no solstício, fariam a torre desabar.O último repique do relógio da torre soou. Meio-dia viera e se fora.E sua Coração de Fogo, sua rainha, estava naquele castelo acima deles deixada apenas em sua forma mortal e inteligência para mantê-la viva. Talvez não por muito tempo.O pensamento era tão repugnante, tão escandaloso, que Rowan rugiu sua fúria, mais alto do que os gritos das bestas.O berro custou seu irmão. Uma criatura disparou pela guarda de Rowan, saltando, e

Aedion soltou uma maldição e cambaleou para trás. Rowan sentiu o cheiro do sangue de Aedion antes de vê-lo.O sangue semifeérico deve ter sido com o sino do jantar para o cão de caça de Wyrd. Quatro saltaram para o general como um, suas bocas revelando dentes de pedra retalhando a carne.Os outros três giraram para Rowan, e não havia nada que ele pudesse fazer para chegar ao estopim. Para salvar a rainha que segurou seu coração em suas mãos cheias de cicatrizes.

Poucos passos à frente dele, Chaol assistiu Aelin voltar para as portas de vidro,assim como tinham planejado depois de ver seus homens mortos.A atenção do rei estava fixada no Olho de Elena em torno do pescoço dela. Ela o tirou, segurando-o em uma mão firme.

Estava procurando por isso, não é? Pobre Erawan, trancado em seu pequeno túmulo durante tanto tempo.Foi um esforço manter sua posição quando Aelin saiu em retirada.

Onde você achou isso? o rei fervia.Aelin atingiu Chaol, roçando contra ele, um conforto, um agradecimento e um adeusenquanto continuava se afastando.

Acontece que seus antepassados não aprovam seus hobbies. Nós, mulheres Galathynius,ficamos juntas, sabe...Pela primeira vez em sua vida, Chaol viu o rosto do rei trair seu sentimento. Mas, então, o homem disse:

E alguma tola velha falou o que acontecerá se você empunhar a outra chave que já possui?Ela estava tão perto das portas.

Deixe o príncipe ir, ou eu vou destruir esta aqui, e Erawan ficará preso ela deslizou a corrente em seu bolso.

Muito bem respondeu o rei. Ele olhou para Dorian, que não mostrou nenhum sinal dese lembrar nem mesmo do seu próprio nome, apesar do que a bruxa escrevera nas paredes de sua cidade. Vá. Recupere dela.A escuridão subiu de Dorian, vazando como sangue na água, e a cabeça de Chaol explodiu de dor quando....Aelin correu, atravessando com tudo as portas de vidro.Mais rápido do que deveria ser, Dorian correu atrás dela, gelo revestindo o piso, osalão. O frio quase travou sua respiração. Mas Dorian não olhou uma vez em sua direção ant de sair.O rei desceu um degrau do estrado, sua respiração nublando na frente dele.Chaol levantou a espada, mantendo sua posição entre as portas abertas e o conquistad

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or de seu continente.O rei deu mais um passo.

Mais palhaçadas heroicas? Você nunca se cansa delas, capitão?Chaol não se rendeu.

Você matou meus homens. E Sorscha. E muitos mais.

Outro passo. O rei olhou por sobre o ombro de Chaol para o corredor onde Aelin e Dorian haviam desaparecido. Isso termina agora disse Chaol.

Os príncipes valg haviam sidos letais em Wendlyn. Mas quando habitavam o corpo deDorian, com a magia de Dorian...Aelin arremessou-se pelo corredor, janelas de vidro flanqueando-a, mármore abaixo nada além do céu aberto em torno dela.E por trás, perseguindo-a como uma tempestade negra, estava Dorian. Gelo propagava-se dele, geadas estilhaçando ao longo das janelas.No momento em que o gelo a alcançasse, Aelin sabia que não daria mais um passo.

Ela memorizara cada corredor e escada graças aos mapas de Chaol. Forçou-se a ir mais rápido, rezando para que Chaol ganhasse tempo enquanto se aproximava de um vão estreito de escadas e atirou-se para cima, subindo dois ou três degraus de cada vez.Gelo rachou ao longo do vidro bem atrás dela, e frio começou a alcançar seus calcanhares.Rápido rápido.Girando e girando, e até que quase voava. Já passava do meio-dia. Se algo tinha dado errado com Rowan e Aedion...Ela atingiu o topo das escadas, e gelo tornou o piso tão liso que ela derrapou, indo para o lado, deslizando...Ela se parou com uma mão contra o chão, sua pele ralando no gelo. Acertou uma parede de vidro e recuperou, em seguida, corria novamente quando o gelo cobriu todas as paredes em torno dela.Mais alto ela tinha que subir mais.E Chaol, de frente para o rei...Ela não se permitiu pensar nisso. Lanças de gelo dispararam para fora das paredes, errando-a por pouco.Sua respiração queimava em sua garganta.

Eu lhe disse uma voz masculina fria falou, não de todo sem fôlego. Teias de gelo atravessavam as janelas de cada lado. Eu lhe disse se arrependeria por me poupar. Que eu destruiria tudo o que você ama.Ela correu para uma ponte com cobertura de vidro que se estendia entre duas dasmais altas torres. O chão era totalmente transparente, de modo que ela podia ver cada centímetro da queda para o chão muito, muito abaixo.Gelo revestia as janelas, fazendo-as gemer...Vidro explodiu, e um grito saiu de sua garganta quando o frio cortou suas costas.Aelin desviou para o lado, para a janela agora quebrada, sua estrutura de ferropequena demais, e a queda além.E atirou-se através dela.

Capítulo 72Caindo ao ar livre, o rugido de vento em seus ouvidos, e então...Aelin pousou na ponte de vidro aberta um nível abaixo, os joelhos estalando quando ela absorveu o impacto e rolou. Seu corpo gritava em agonia nos músculos de seusbraços e costas, onde cacos de vidro preso grudavam-se em suas roupas, mas ela já corria para a porta da torre do outro lado da ponte.Ela olhou a tempo de ver Dorian se arremessar através do espaço que ela cruzara, osolhos fixos nela.Aelin abriu a porta quando o estrondo de Dorian batendo na ponte soou.

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Fechou a porta atrás dela, mas mesmo isso não podia evitar o frio crescente. Só mais um pouco.Aelin subiu correndo as escadas da torre em espiral, meio soluçando por entre os dentes cerrados.Rowan. Aedion. Chaol.Chaol...A porta voou para fora de suas dobradiças na base da torre e o frio explodiu através, roubando-lhe o ar.Mas Aelin alcançara o topo da torre. Além dela, outra passarela de vidro, estreita e nua, se estendia até uma das outras torres.Ele ainda estava na sombra enquanto o sol se arrastava do outro lado da construção,as torres superiores do castelo de vidro envolvendo-a e sufocando-a como uma gaiola de escuridão.

Aelin tinha saído, e levado Dorian com ela.Chaol aguardara, em uma última tentativa de salvar seu amigo e seu rei.Quando ela entrara em sua casa naquela manhã, chorando e rindo, explicou o que a Líd

er Alada escrevera, o pagamento que a bruxa dera em troca de salvar sua vida. Dorian ainda estava lá, ainda lutava.Ela tinha planejado matar os dois de uma só vez, o rei e o príncipe, e ele concordara em ajudá-la, tentar conversar com Dorian e voltar para a humanidade, tentar convencer o príncipe a lutar. Até o momento em que viu seus homens pendurados nos portões.Agora ele não tinha interesse em conversa.Se Aelin pudesse ter uma chance qualquer chance de libertar Dorian quebrando aquele colar, ela precisava do rei fora de ação. Mesmo que isso lhe custasse a vingança por sua família e reino.Chaol estava feliz por resolver essa questão em nome dela e em nome de muitos mais.O rei olhou para a espada de Chaol, em seguida, para o seu rosto, e riu.

Vai me matar, capitão? Que dramático.Eles tinham fugido. Aelin levara Dorian para fora, seu blefe tão impecável que mesmo Chaol acreditara que o Olho em suas mãos era a chave real, da forma como ela inclinou-o para o sol e a pedra azul brilhava. Ele não tinha ideia de onde ela guardara a verdadeira. Se é que estava mesmo em posse dela.Tudo isso tudo o que tinham feito, e perdido, e lutado. Tudo por este momento.O rei continuou se aproximando, e Chaol ergueu a espada diante dele, não cedendo um passo.Por Ress. Por Brullo. Por Sorscha. Por Dorian. Por Aelin, e Aedion, e sua família, pelos milhares massacrados nos campos de trabalho. E por Nesryn para quem havia mentido. Que esperaria por um retorno que não viria, pelo tempo que eles não teriam juntos.Ele não se arrependia, apesar de tudo.Uma onda negra o atacou, e Chaol cambaleou para trás um passo, as marcas de proteção formigando em sua pele.

Você perdeu Chaol rosnou.O sangue descamava sob sua roupa, comichando.Outra onda de escuridão, idêntica à que atingira Dorian a que Dorian não fora capaz de aguentar.Chaol sentiu naquele tempo: o pulsar de agonia interminável, o sussurro de dor que estava por vir.O rei se aproximou. Chaol ergueu sua espada.

Suas proteções estão falhando, garoto.Chaol sorriu, sentindo o gosto de sangue na boca.

Ainda bem que aço dura mais tempo.O sol através das janelas aqueceu Chaol como num abraço, como se confortando-o. Como se para dizer-lhe que era hora.Eu farei valer a pena, Aelin lhe havia prometido. Ele tinha conseguido seu tempo.

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Uma onda de escuridão empinou-se por trás do rei, sugando a luz para fora da sala.Chaol abriu os braços quando a escuridão acertou-lhe, quebrando-o, obliterando tudoaté que não havia nada além de luz azul ardente, confortável e acolhedora.Aelin e Dorian tinham fugido. Era o suficiente. Quando a dor veio, ele não estavacom medo.

Capítulo 73Ele ia matá-la.Queria isso.O rosto dela aquele rosto...Ele se aproximou da mulher, um passo de cada vez através da ponte estreita sombreada, as torres altas acima deles brilhando com luz ofuscante.Sangue cobria seus braços, e ela ofegava enquanto se afastava dele, as mãos abertasna frente dela, um anel de ouro brilhando em seu dedo. Ele podia sentir o cheiro dela, agora, o poderoso sangue imortal em suas veias.

Dorian ela chamou.Ele não conhecia aquele nome.E ele ia matá-la.

Capítulo 74Tempo. Ela precisava ganhar mais tempo, ou roubá-lo, enquanto a ponte ainda estava na sombra, enquanto o sol se movia lentamente.

Dorian Aelin implorou novamente. Eu vou estraçalhá-la de dentro para fora falou o demônio.

Gelo se propagou através da ponte. O vidro à sua volta se moveu, e cada passo que ela dava em direção à porta da torre doía.Ainda assim, a torre do relógio não tinha sido destruída.Mas o rei ainda não chegara.

Seu pai está atualmente na sala do conselho ela falou, lutando contra a dor espalhando através dela. Ele está com Chaol com o seu amigo e seu pai provavelmente já o mou. Bom.

Chaol Aelin repetiu, com a voz embargada. Seu pé escorregou contra um pedaço de gelo, e o mundo se inclinou quando ela firmou o equilíbrio. A queda para o chão a centenas de metros fez seu estômago revirar, mas ela manteve os olhos sobre o príncipe até mesmo quando a agonia ondulou abaixo de seu corpo novamente. Chaol. Você se sacrificou. Deixou que colocassem o colar em você para que ele pudesse fugir.

Eu vou deixá-lo colocar um colar em você, e então nós poderemos jogar.Ela chegou à porta da torre, procurando freneticamente trinco. Mas estava atrás do gelo. Ela arranhou a cobertura sólida, olhando entre o príncipe e o sol que tinha começado a espreitar ao lado da torre.Dorian estava a dez passos de distância.Ela girou de volta.

Sorscha, o nome dela era Sorscha, e ela o amava. Você a amava. E eles a levaram para longe de você.Cinco passos.Não havia nada de humano naquele rosto, nenhum lampejo de memória naqueles olhos desafira.Aelin começou a chorar, mesmo quando o sangue vazou de seu nariz por sua proximidade.

Eu voltei por você. Assim como prometi.Uma adaga de gelo apareceu na mão dele, sua ponta brilhando letal como uma estrela na luz do sol.

Eu não me importo Dorian disse.Ela ergueu a mão entre eles, como se pudesse afastá-lo, agarrando uma de suas mãos com força. A pele dele era tão fria quando ele usou a outra mão para mergulhar a faca emsuas costelas.

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O sangue de Rowan pulverizava a partir de sua boca quanto a criatura se chocou contra ele, derrubando-o no chão.Quatro estavam mortos, mas três permaneceram entre ele e o detonador.Aedion gritou de dor e fúria, mantendo-se firme, deixando os outros três afastados enquanto Rowan girava sua lâmina...A criatura voltou para trás, fora de alcance.As três bestas convergiram novamente, selvagens com o sangue feérico que agora encharcava a passagem. O sangue dele. De Aedion. O rosto do general já estava pálido pela sua perda. Eles não aguentariam por muito mais tempo.Mas ele tinha que derrubar aquela torre.Como se se fossem apenas uma mente, um corpo, os três cães de caça de Wyrd se lançaram,dirigindo-se para ele e Aedion, um pulando para o general, outros dois atacando-o...Rowan foi ao chão quando mandíbulas de pedra se fecharam em sua perna.Osso estalou, e escuridão o envolveu...Ele rugiu contra a escuridão que significava a morte.Rowan enfiou a faca de combate no olho da criatura, cavando fundo, assim quando

a segunda besta se equilibrou sobre seu braço estendido.Mas algo maciço acertou a criatura, e ela gritou quando foi atirada contra a parede. A que estava morta foi lançada para longe um batimento cardíaco mais tarde, e então...E então havia Lorcan, espadas em movimento, um grito de guerra em seus lábios enquanto ele rasgava as criaturas restantes.Rowan berrou contra a agonia em sua perna quando ficou de pé, equilibrando o seu peso.Aedion já estava de pé, o rosto cheio de sangue, mas os olhos limpos.Uma das criaturas se lançou para Aedion, e Rowan arremessou a adaga de combate forte e fiel, direto em sua boca escancarada. O cão de caça de Wyrd caiu no chão a menosde quinze centímetros do pé do general.Lorcan era um turbilhão de aço, sua fúria incomparável. Rowan sacou a outra adaga, preparando-se para atirá-la...No mesmo momento que Lorcan enfiou sua espada no crânio da criatura.Silêncio silêncio absoluto no túnel ensanguentado.Aedion se mexeu, mancando e balançando, para o estopim a vinte passos de distância.Ele ainda estava ligado aos fios.

Agora Rowan rosnou.Ele não se importava se não conseguissem sair. Por tudo o que eles sabiam...O fantasma de uma dor atingiu suas costelas, brutalmente violenta e nauseante.Seus joelhos se dobraram. Não era a dor de uma ferida sua, mas de outra pessoa.Não.Não, não, não, não, não.Ele poderia ter gritado, poderia ter rugido enquanto corria para o túnel que o levaria à saída quando sentiu a agonia, o toque de frio.As coisas tinham dado muito, muito errado.Ele deu mais um passo antes de sua perna ceder, e foi só essa ligação invisível, esticando e desgastando, que o manteve consciente. Um corpo duro e encharcado de sangue bateu no seu, um braço passou ao redor de sua cintura, puxando-o para cima.

Corra, seu estúpido idiota Lorcan assobiou, rebocando-o além do fusível.Aedion estava agachado sobre o fio, as mãos sangrentas firmes quando pegou a pedra e golpeou.Uma vez. Duas vezes.Em seguida, uma faísca, e uma chama que saiu rugindo para a escuridão.Eles correram como o inferno.

Rápido disse Lorcan e Aedion foi até eles, erguendo o outro braço de Rowan e acrescentando à sua força e velocidade.Correndo pelo túnel. Passando pelos portões de ferro quebrados, para os esgotos.Não havia tempo e espaço suficiente entre eles e a torre.E Aelin...

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coração do mundo estivesse soando dele.Ela fechou os olhos por um momento e apertou a mão em sua lateral, respirando.

Nós temos que voltar disse Aelin, apertando sua mão cada vez mais forte na ferida atéque o sangue parou, até que fossem apenas suas lágrimas que corriam. Dorian, você temque voltar desta perda... dessa escuridão... Tem que voltar, eu voltei por você.Ela chorava agora, chorando quando o vento desapareceu e sua ferida finalmente fechou.Os punhais do príncipe tinham se afrouxado em suas mãos. E no dedo dele, o anel de ouro de Athril brilhava.

Lute ela ofegou. O sol se aproximou mais um pouco. Lute contra isso. Temos que voltar.Mais e mais brilhante, o anel de ouro pulsava em seu dedo.O príncipe recuou um passo, com o rosto torcido.

Sua verme humana.Ele estivera ocupado demais esfaqueando-a para notar o anel que ela escorregou em seu dedo quando agarrou sua mão como se para empurrá-lo.

Tire-o ele rosnou, tentando tocá-lo e assobiando como se fosse queimado. Tire!Gelo cresceu, se espalhando na direção dela, rápido como os raios de sol que agora surgia entre as torres, refratando através de cada ponte e cada parapeito de vidro, p

reenchendo o castelo com a luz gloriosa de Mala portadora do Fogo.A ponte a ponte que ela e Chaol tinham escolhido para este fim, um momento no ápice do solstício, bem no meio de tudo.A luz chegou até ela, e encheu seu coração com a força de uma estrela em supernova.Com um rugido, o príncipe valg enviou uma onda de gelo para ela, lanças e adagas destinadas ao seu peito.Então Aelin ergueu as mãos para o príncipe, na direção de seu amigo, e lançou sua magia cotudo o que tinha.

apítulo 75Havia fogo e luz e escuridão, e gelo.Mas a mulher a mulher estava lá, do outro lado da ponte, com as mãos erguidas diante dele quando se levantou.Sem sangue escorrendo de onde o gelo a esfaqueou. Apenas a pele limpa e lisa espiava através do tecido preto de seu traje.Curada com magia.Ao redor dele havia muito fogo e luz, indo para ele.Nós temos que voltar, disse ela. Como se soubesse o que esta escuridão era, os horrores que existiam. Lute.A luz queimava em seu dedo uma luz que o rachava. Uma luz que fez uma lasca na escuridão. Lembre-se, disse ela.Suas chamas rasgaram até ele, e o demônio gritava. Mas não o machucou. Suas chamas selimitaram ao demônio dentro dele.Lembre-se.Uma lasca de luz na escuridão. Um porta quebrando. Lembre-se.Acima dos gritos do demônio, ele empurrou empurrou, e olhou para fora através de seus olhos. Olhos dele.E viu Celaena Sardothien de pé diante dele.

Aedion cuspiu sangue sobre os escombros. Rowan mal permanecia consciente quandose inclinou contra o desmoronamento atrás deles, enquanto Lorcan tentava abrir caminho através do ataque dos valg.Mais e mais derramava-se para dentro dos túneis, armados e sanguinários, alertados pela explosão.Drenado e incapaz de reunir toda a profundidade de sua magia tão cedo, mesmo Rowan e Lorcan não seriam capazes de manter os valg ocupados por muito tempo.Aedion tinha duas facas restantes. Sabia que não sairiam vivos destes túneis. Os soldados vinham em uma onda interminável com seus olhos vazios brilhando e com sede d

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e sangue.Mesmo aqui, Aedion podia ouvir as pessoas gritando nas ruas, quer pela explosão ou pela magia retornando e preenchendo-os. Esse vento... ele nunca sentira o cheiro de nada assim, e nunca sentiria outra vez.Eles haviam derrubado a torre. Tinham conseguido.Agora sua rainha teria magia. Talvez agora ela tivesse alguma chance.Aedion eviscerou o comandante valg mais próximo, espirrando sangue negro em suas mãos, e se ocupou com os dois que entraram em cena para substituí-lo. Atrás dele, a respiração de Rowan vinha aos trancos. Muito difícil.A magia do príncipe, drenada com a perda de sangue, começara a agir vacilante momentos atrás, não era mais capaz de tirar o ar dos pulmões dos soldados. Agora, não era mais que um vento frio empurrando contra eles, mantendo a maior parte à distância.Aedion reconheceu a magia de Lorcan como os ventos escuros quase invisíveis. Mas onde atingia, soldados caíam. E não se levantavam.Isso, também, agora falhava com ele.Aedion mal conseguia levantar o braço da espada. Apenas um pouco mais; apenas mais alguns minutos mantendo esses soldados envolvidos para que sua rainha pudesse permanecer livre de distrações.Com um gemido de dor, Lorcan foi engolido por meia dúzia de soldados e empurrado p

ara fora de vista na escuridão.Aedion continuou atacando e atacando até que não houvesse valg diante dele, até que percebeu que os soldados tinham recuado alguns metros e se reagrupado.A linha sólida de soldados valgs a pé, os seus números aumentando longe à escuridão, os observava, segurando suas espadas. Esperando o fim da resistência. Demais. Demais para escaparem.

Foi uma honra, príncipe Aedion disse a Rowan.A única resposta de Rowan foi uma respiração rascante.O comandante valg caminhou até a frente da linha, a própria espada erguida. Em algum lugar no fundo do esgoto, os soldados começaram a gritar. Lorcan idiota egoísta deve ter aberto um caminho através deles, afinal. E fugido.

Sigam ao meu sinal falou o comandante, seu anel preto brilhando quando ele levantou uma mão.Aedion entrou na frente de Rowan, tão inútil quanto seria. Eles matariam Rowan uma vez que ele estivesse morto, de qualquer maneira. Mas pelo menos ele cairia lutando, defendendo seu irmão. Pelo menos teria mantido sua obrigação.As pessoas ainda gritavam na rua acima gritando de terror cego, os sons de seu pânico se aproximando, mais alto.

Aguardem o comandante disse aos espadachins.Aedion respirou fundo sua última respiração, ele percebeu. Rowan se endireitou o melhor que pôde, vigoroso contra a morte que já acenava, e Aedion podia jurar que o príncipe sussurrou o nome de Aelin. Mais gritos dos soldados dos fundos; alguns da frente se viraram para ver o pânico que estava prostrado atrás deles.Aedion não se importava. Não com uma fileira de espadas, diante deles, brilhando como os dentes de algum animal poderoso.A mão do comandante desceu.E foi arrancada por um leopardo fantasma.

Por Evangeline, por sua liberdade, pelo seu futuro.Onde Lysandra avançava, cortando com garras e presas, soldados morriam.Ela fizera isso do outro lado da cidade antes de sair da carruagem. Disse à Evangeline que fosse até a casa de campo dos Faliq, que fosse uma boa menina e ficasse segura. Lysandra correra as duas quadras em direção ao castelo sem se importar que tivesse pouco a oferecer em sua luta, quando o vento a acertou e uma canção selvagem reluziu em seu sangue.Em seguida, ela saiu de pele humana, a gaiola mortal, e correu, seguindo o cheiro de seus amigos.Os soldados do esgoto gritavam enquanto ela os rasgava uma morte para cada dia infernal, uma morte pela infância tirada dela e de Evangeline. Ela era fúria, ela era

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a ira, ela era a vingança.Aedion e Rowan estavam apoiados contra a parede, seus rostos sangrentos e boquiabertos quando ela saltou sobre as costas de uma sentinela e arrancou sua espinha.Oh, ela gostava daquele corpo.Mais soldados correram para os esgotos e Lysandra girou na direção deles, entregando-se inteiramente à besta cuja forma ela usava. Ela encarnou a morte.Quando não havia nenhum restando, quando o sangue embebia sua pele pálida o sangue com gosto desprezível ela fez uma pausa no último.

O palácio Rowan murmurou de onde estava caído contra as pedras, Aedion pressionandoa mão numa ferida na perna do guerreiro feérico. Rowan apontou para o esgoto a céu aberto atrás deles, cheio de sangue. Vá para a rainha.Uma ordem e um apelo.Lysandra assentiu com a cabeça peluda, sangue nojento escorrendo por sua boca, sangue preto em suas presas, e correu de volta por onde veio.As pessoas gritavam para o leopardo fantasma que disparou pela rua, elegante como uma flecha, esquivando-se dos relinchos dos cavalos e carruagens.O castelo de vidro surgiu, meio envolto pelas ruínas fumegantes da torre do relógio, e luz fogo explodindo por entre suas torres. Aelin.

Aelin ainda estava viva, e lutando como o diabo.Os portões de ferro do castelo apareceram à frente, com cadáveres fedendo presos a ele.Fogo e escuridão batalhavam no topo do castelo, e as pessoas ficaram em silêncio enquanto apontavam.Lysandra correu para as portas, e a multidão viu-a finalmente, lutando e gritandopara sair de seu caminho. Eles abriram caminho até os portões...Revelando trinta guardas valg enfileirados e armados com bestas, prontos para dispararem.Todos eles apontando suas armas para ela.Trinta guardas armados e além deles, um caminho aberto para o castelo. Para Aelin.Lysandra saltou. O guarda mais próximo disparou um tiro direto e aberto para o seu peito.Ela sabia que, com os sentidos de leopardo, que acertaria em cheio. No entanto,Lysandra não diminuiu.Ela não parou.Por Evangeline. Por seu futuro. Por sua liberdade. Pelos amigos que foram atrás dela.O tiro se aproximava de seu coração.E foi desviado no ar por uma flecha.Lysandra pousou na rosto do guarda e o estraçalhou com suas garras.Havia apenas um atirador com pontaria assim.Lysandra soltou um rugido, e tornou-se uma tempestade de morte para os guardas mais próximos dela enquanto flechas choveram sobre o resto.Quando Lysandra ousou olhar, foi a tempo de ver Nesryn Faliq atirar outra flecha do topo do telhado vizinho, ladeada por seus rebeldes, e acertar o olho do último guarda restando entre Lysandra e o castelo.

Vá! Nesryn gritou por cima da multidão em pânico.Chamas e escuridão guerreavam nas mais altas torres, e a terra tremeu.Lysandra já corria pela rua inclinada, fazendo a curva no caminho entre as árvores.Nada além a grama e as árvores e o vento.Nada, só este elegante corpo poderoso, o coração ardente de metamorfo, a incandescênciade cada passo, cada curva que fazia, fluída e rápida e livre.Mais e mais rápido, cada movimento do corpo do leopardo uma alegria, enquanto suarainha lutava pelo seu reino e seu mundo lá, lá em cima.

Capítulo 76Aelin ofegava, lutando contra o latejar em sua cabeça.Cedo demais; muito poder cedo demais. Ela não teve tempo para manejá-lo de maneira segura, a espiral lentamente puxando-a para suas profundezas.

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Mudar para sua forma feérica não tinha ajudado só deixou o cheiro de valg pior.Dorian estava de joelhos, agarrando a mão onde o anel continuava brilhando, marcando sua carne.Mandou à escuridão que fosse contra ela de novo e de novo, e a cada vez, ela a afastava com uma parede de fogo.Mas seu sangue estava aquecendo.

Tente, Dorian ela implorou, sua língua como papel em na boca ressecada. Eu vou te matar, sua cadela feérica.Uma risada baixa soou atrás dela.

Aelin deu meia volta não se atrevendo a dar as costas a nenhum deles, mesmo que isso significasse se expor à queda livre.O rei de Adarlan estava na porta aberta do outro lado da ponte.Chaol...

Que nobre esforço do capitão. Tentar lhe dar tempo para que você salve o meu filho.Ela tentara tentara, mas...

Castigue-a o demônio vaiou a partir do outro lado da ponte. Paciência mas o rei ficou tenso quando viu o anel de ouro queimando na mão de Dorian

. A expressão brutal e dura se intensificou. O que você fez?Dorian esgoelou, estremeceu e soltou um grito que fez suas orelhas feéricas zumbir

em.Aelin pegou a espada de seu pai. Você matou Chaol ela falou, as palavras surdas. O garoto nem sequer conseguiu um único golpe ele sorriu para a Espada de Orynth. Du

vido que você consiga, também.Dorian ficou em silêncioAelin rosnou:

Você o matou.O rei se aproximou, seus passos ressoando na ponte de vidro.

O que lamento disse o rei a ela é não ter conseguido fazê-lo devagar. Ela recuou usso, apenas um. O rei desembainhou Nothung. Tomerei o meu tempo com você, apesar de tudo.Aelin ergueu a espada com as duas mãos.Então... O que você falou? Dorian. A voz estava rouca, quebrada.O rei e Aelin se viraram na direção do príncipe.Mas os olhos de Dorian estavam em seu pai, e queimavam como estrelas.

O que você falou? Sobre Chaol. Silêncio o rei estalou. Você o matou.

Não uma pergunta.Os lábios de Aelin começaram a tremer, e ela foi abaixo, afundou dentro de si mesma.

E se eu o matei? o rei devolveu, as sobrancelhas erguidas. Você matou Chaol?

A luz na mão de Dorian queimava e queimava mas o colar permanecia em torno de seupescoço.

Você retrucou o rei, e Aelin percebeu o que ele queria dizer apenas quando uma lança de escuridão foi atirada na direção dela tão rápido, muito rápido...A escuridão bateu contra uma parede de gelo.

Dorian.Seu nome era Dorian.Dorian Havilliard, e ele era o príncipe herdeiro de Adarlan.E Celaena Sardothien Aelin Galathynius, sua amiga... ela voltara por ele.Ela o encarou, uma espada antiga em suas mãos.

Dorian? ela sussurrou.O demônio dentro dele gritava e implorava, rasgando-o, tentando negociar.Uma onda de escuridão bateu no escudo de gelo que ele erguera entre a princesa e seu pai.

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Logo logo o rei o ultrapassaria.Dorian ergueu as mãos para o colar de pedra de Wyrd frio, liso, vibrando.Não, o demônio gritou. Não faça isso!Havia lágrimas escorrendo pelo rosto de Aelin quando Dorian agarrou a pedra negracercando sua garganta.E, gritando sua dor, sua raiva, seu sofrimento, ele arrancou o colar do pescoço.

Capítulo 77O colar de pedra de Wyrd partiu-se em dois quebrando completamente a fissura que o poder do anel abrira inicialmente.Dorian estava ofegante, e sangue escorria de seu nariz, mas...

Aelin ele disse ofegante, e a voz era dele. Era ele.Ela correu, embainhado a espada de Orynth, chegando ao seu lado quando a paredede gelo explodiu debaixo de um martelo de escuridão.O poder do rei se ergueu para eles, e Aelin estendeu uma única mão. Um escudo de fogo explodiu vivo, e a escuridão foi empurrada para trás.

Nenhum de vocês sairá daqui vivo disse o rei, sua voz áspera deslizando através do fogDorian caiu contra ela, e Aelin deslizou uma mão ao redor de sua cintura para segu

rá-lo.Dor irradiou de seu estômago, e uma pulsação começou em seu sangue. Ela não podia aguentar, não tão despreparada, mesmo como o sol ainda à pino, como se a própria Mala se demorasse um pouco mais para amplificar os dons que ela já dera à princesa de Terrasen.

Dorian chamou Aelin, a dor atingindo em sua espinha como se uma compulsão completa se aproximasse.Ele virou a cabeça, um olho ainda na parede de chamas bruxuleantes. Havia dor, tristeza e raiva naqueles olhos. No entanto, de alguma forma, por baixo de tudo, uma centelha de espírito. De esperança.Aelin estendeu a mão uma pergunta, uma oferta e uma promessa.

Por um futuro melhor. Você voltou respondeu ele, como se isso fosse uma resposta.

Eles deram as mãos. Assim, um mundo acabou.E o próximo começou.

Eles eram infinitos.Eles eram o princípio e o fim; eles eram eternidade.O rei de pé diante deles ficou boquiaberto quando o escudo de fogo morreu para revelar Aelin e Dorian, de mãos dadas, brilhando como deuses recém-nascidos com suas magias entrelaçadas.

Você é meu o homem enfureceu-se. Ele se tornou trevas; envolvendo-se no poder que carregava, como se fosse nada além de maldade em um vento escuro.Ele os atacou, engolindo-os.Mas eles apertaram mais as mãos, passado, presente e futuro; de pé num salão antigo de um castelo na montanha situada acima de Orynth, uma ponte suspensa entre torres de vidro, e um outro lugar, perfeito e estranho, construído a partir de poeira estelar e luz.Uma parede de escuridão os empurrou. Mas eles não podiam ser contidos. A escuridão fez uma pausa para respirar. E eles entraram em erupção.

Rowan piscou contra a luz do sol enquanto ela vinha além de Aedion.Os soldados tinham se infiltrado nos esgotos de novo, mesmo após Lysandra ter salvado suas bundas pesarosas. Lorcan se apressou de volta, sangrando, e disse-lhesque o caminho para fora estava barrado, a rota que Lysandra usara retomada agora.Com a eficiência campo de batalha, Rowan curara sua perna o melhor que pôde com suaenergia restante.

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Enquanto se emendava, osso e pele juntando-se rapidamente e o fazendo trincar os dentes de dor, Aedion e Lorcan abriram um caminho através da caverna, exatamentequando o esgoto tinha se enchido com os sons dos soldados se apressando. Eles tinham ido parar de volta para os jardins do castelo, onde chegaram a outro desmoronamento. Aedion começara a abrir o topo dele, gritando e rugindo na terra como se sua vontade apenas fosse suficiente para movê-la.Mas agora havia um buraco. Era tudo o que Rowan precisava.Rowan se moveu, sua perna gritando em agonia enquanto ele mudou seus membros por asas e garras. Ele soltou um grito estridente e furioso. Um falcão de cauda branca subiu para fora da pequena abertura, passando por Aedion.Rowan não se demorou em seus arredores. Eles estavam em algum lugar nos jardins do castelo, o castelo de vidro erguendo-se além. O cheiro da fumaça da queda da torredo relógio entupia seus sentidos.Luz explodiu nas torres superiores do castelo, tão brilhante que ele foi cegado por um momento.Aelin.Viva. Viva. Ele voou, dobrando o vento à sua vontade com o resto da sua magia, subindo mais e mais rápido. Enviou outro vento em direção à torre do relógio, mandando a fuma na direção do rio, para longe deles.

Rowan dobrou a esquina do castelo. Ele não tinha palavras para o que viu.

O rei de Adarlan berrou quando Aelin e Dorian libertaram o poder. Juntos, eles quebraram todas as magias, cada grama do mal curvado e algemado ao seu comando.Infinito o poder de Dorian era infinito.Eles estavam cheios de luz, de fogo e de brilho das estrelas e do sol. Transbordavam com ele, à medida que agarravam bruscamente o ponta da corda que era o poderdo rei e desfiava sua escuridão para longe, queimando-a até que não era nada.O rei caiu de joelhos, a ponte de vidro balançando com o impacto.Aelin soltou a mão de Dorian. Frio vazio aumentou tão violentamente que ela também caiu no chão de vidro, engolindo ar, cambaleando para trás, lembrando-se de quem ela era.Dorian estava olhando para seu pai: o homem que o havia o quebrado, escravizado-o.Em uma voz que ela nunca tinha ouvido falar, o rei sussurrou:

Meu menino.Dorian não reagiu.O rei olhou para seu filho, os olhos arregalados brilhando e disse novamente:

Meu menino.Em seguida, o rei olhou para onde ela estava ajoelhada, a boca aperta para ele.

Você veio me salvar finalmente, Aelin Galathynius?

Capítulo 78Aelin Galathynius olhou para o assassino de sua família, de seu povo, de seu continente.

Não dê ouvidos às mentiras dele Dorian falou, monótono e oco.Aelin estudou a mão do rei, onde o anel escuro fora quebrado e voara para longe. Apenas uma faixa pálida de pele permaneceu.

Quem é você? ela perguntou calmamente.Humano o rei parecia mais e mais... humano. Brando.O rei se virou para Dorian, expondo suas palmas abertas.

Tudo o que eu fiz... foi para mantê-lo seguro. Longe dele.Aelin ficou imóvel.

Eu encontrei a chave o rei continuou, as palavras saindo. Encontrei a chave e levei-a para Morath. E ele... Perrington. Nós éramos jovens, e ele me levou sob a Fortaleza para me mostrar a cripta, apesar de ter sido proibida. Mas eu a abri com a chave... lágrimas, reais e claras, desceram pelo seu rosto corado. Eu a abri e ele veio, pegou o corpo de Perrington... e... ele olhou para a mão nua. Vendo-a trem

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er. Deixou seu favorito me levar. Isso é suficiente Dorian falou.

O coração de Aelin tropeçou. Erawan está livre ela sussurrou.

E não só livre, Erawan era Perrington. O Rei das Trevas a tinha maltratado, vivido neste castelo com ela e não a descobriu, por sorte ou por destino, ou pela proteção daprópria Elena, enquanto ela estava ali. Ela nunca percebera, ou o detectara. Deuses, Erawan a forçou a fazer uma reverência naquele dia em Endovier e nenhum deles percebeu ou sentiu o que o outro era.O rei concordou, suas lágrimas caindo em sua túnica.

O Olho... você pode prendê-lo novamente com o Olho...O olhar no rosto do rei quando ela revelou o colar... ele via não uma ferramenta de destruição, mas de salvação.

Como é possível que ele estivesse dentro de Perrington esse tempo todo e ninguém percebeu? Aelin perguntou.

Ele pode se esconder dentro de um corpo como um caracol em sua concha. Mas disfarçar sua presença também sufoca suas próprias habilidades para perceber os outros como você. E agora que você está de volta... todos os jogadores do jogo inacabado estão aqui.As linhagens Galathynius e Havilliard, que ele odiou tão ferozmente todo esse temp

o. As famílias que ele marcou, a minha, e a sua. Você massacrou meu reino ela conseguiu dizer. Naquela noite que seus pais morreram, houvera aquele cheiro no quarto... O cheiro do valg. Você abateu milhões.

Eu tentei pará-lo o rei apoiou uma mão na ponte, como se para não entrar em colapso sob o peso da vergonha que agora revestia suas palavras. Eles poderiam encontrar pessoas apenas com base em sua magia, e queriam o mais forte de vocês. E quando vocênasceu... suas feições porosas enrugaram quando ele se virou para Dorian mais uma vez. Você era tão forte, tão precioso. Eu não podia deixar que o levassem. Tomei o controle apenas por tempo suficiente.

Para fazer o quê? Dorian perguntou com voz rouca.Aelin olhou para a fumaça flutuando em direção ao rio muito além.

Para construir as torres ela percebeu e usar esse feitiço para banir a magia.E agora que eles tinham libertado a magia... os mágicos seriam atacados por cada demônio valg em Erilea.O rei suspirou um suspiro trêmulo.

Mas ele não sabia como eu tinha feito isso. Pensou que a magia tivesse desaparecido como castigo dos nossos deuses e não sabia por que as torres foram construídas. Todo esse tempo usei a minha força para manter esse conhecimento escondido dele... deles. Toda a minha força de modo que eu não podia lutar contra o demônio, pará-lo quando... quando ele fez todas aquelas coisas. Eu mantive o conhecimento seguro.

Ele é um mentiroso disse Dorian, girando sobre o calcanhar. Não havia piedade em sua voz. Fui capaz de usar a minha magia, ele não me protegeu de todo. Ele vai dizerqualquer coisa.O mal diz coisas somente para nos confundir... Para nos assombrar com coisas que já lidamos, Nehemia tinha avisado.

Eu não sabia o rei implorou. Usar o meu sangue no feitiço deve ter tornado a minha linhagem imune. Esse foi um erro. Me desculpe. Me desculpe. Meu garoto... Dorian...

Você não pode chamá-lo assim Aelin estalou. Você foi para a minha casa e matou a minamília.

Eu fui procurá-la. Fui procurá-la para que você o queimasse para fora de mim! o rei soluçou. Aelin do Fogo Selvagem. Tentei levá-la a fazê-lo. Mas sua mãe a deixou inconsciente antes que pudesse fazê-lo... e o demônio dedicou-se a acabar com sua linhagem depois disso, assim nenhum fogo jamais poderia tirá-lo de mim.O sangue de Aelin virou gelo. Não não, não podia ser verdade, não podia estar certo.

Tudo isso foi para encontrá-la disse o rei a ela. Então, você poderia me salvar poa dar um fim em mim. Por favor. Acabe com isso. O rei chorava agora, e seu corpo parecia definhar pouco a pouco, suas bochechas esvaziando, as mãos finas cobrindo o rosto.Como se a sua força de vida e o príncipe demônio dentro dele de fato estivessem ligados e um não poderia existir sem o outro.

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Chaol está vivo o rei murmurou através de suas mãos emagrecidas, baixando-as para revelar olhos avermelhados, já leitosos com a idade. Fraco, mas eu não o matei. Havia uma luz ao seu redor. O deixei vivo.Um soluço saiu de sua garganta. Ela esperou, tentou lhe dar uma chance de sobreviver...

Você é um mentiroso disse Dorian novamente, sua voz fria. Muito fria. E merece issoluz acendeu na ponta dos dedos de Dorian.Aelin murmurou seu nome, tentando recuar, reunir sua inteligência. O demônio dentrodo rei a caçara não por causa da ameaça que ergueria Terrasen mas pelo fogo em suas veias. O fogo que poderia acabar com os dois.Ela levantou uma mão quando Dorian deu um passo em direção a seu pai. Eles tinham queperguntar mais, aprender mais...O príncipe inclinou a cabeça para o céu e gritou, e foi o grito de guerra de um deus.Em seguida, o castelo de vidro se estilhaçou.

Capítulo 79A ponte explodiu debaixo dela, e o mundo se transformou em cacos de vidro voando.

Aelin despencou para o ar livre, torres desabando ao seu redor.Ela estendeu a sua magia em um casulo, queimando através do vidro enquanto ela caía, caía e caía.As pessoas gritavam gritavam quando Dorian trouxe o castelo abaixo por Chaol, por Sorscha, e enviou uma onda de vidro correndo em direção à cidade abaixo.Aelin desceu cada vez mais, o chão surgindo, os edifícios em torno ruindo, a luz refletindo e refratando nos fragmentos...Aelin puxou para fora a última gota de sua magia quando o castelo desmoronou, a onda letal de cacos de vidro indo em direção à Forte da Fenda.Fogo puro correu para os portões, correu contra o vento, contra a morte.E, quando a onda de vidro atingiu os portões de ferro, rasgando os cadáveres presosali como se fossem papel, uma parede de fogo irrompeu diante do vidro, erguendo-se às alturas, subindo cada vez mais. Parando a onda.Um vento empurrou contra ela, brutal e implacável, seus ossos gemendo quando ele a empurrou para cima, não para baixo. Ela não se importava não quando cedeu à totalidadede sua magia, a totalidade de seu ser, para manter a barreira de fogo agora protegendo Forte da Fenda. Mais alguns segundos e ela poderia morrer.O vento rugiu para ela, e parecia gritar o seu nome.Onda após onda de vidro e escombros a acertou em seu fogo puro.Mas ela manteve a parede de chamas acesas pelo Teatro Real. E pelas meninas dasflorrs no mercado. Pelos escravos, cortesãs e pela família Faliq. Pela cidade que ofereceu sua alegria e dor, morte e renascimento, pela cidade que lhe deu música, Aelin manteve a parede de fogo queimando brilhante.Havia sangue chovendo entre o vidro sangue que chiava em seu pequeno casulo de fogo, cheirando a escuridão e a dor.O vento continuava soprando até que varreu o sangue escuro para longe.Aelin ainda segurava o escudo ao redor da cidade, cumprindo a última promessa quefizera a Chaol. Eu farei valer a pena.Ela esperou até o chão se levantar para encontrá-la...E pousou suavemente na grama.Então a escuridão a acertou na parte de trás da cabeça.

O mundo era tão brilhante.Aelin Galathynius gemeu quando forçou-se sobre os cotovelos, a pequena colina de grama debaixo dela, intocada e vibrante. Só um momento ela esteve fora por apenas um momento.Levantou a cabeça, seu crânio palpitando quando ela empurrou o cabelo solto da frente de seus olhos e olhou para o que tinha feito.O que Dorian tinha feito.

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O castelo de vidro sumira.Apenas o castelo de pedra permanecera, suas pedras cinzentas aquecendo sob o sol do meio-dia.E onde uma cascata de vidro e escombros devia ter destruído a cidade, uma enorme parede opaca brilhava.Uma parede de vidro, sua parte superior curva como se de fato tivesse sido uma onda cristalina.O castelo de vidro se fora. O rei estava morto. E Dorian...Aelin se levantou, os braços tremendo sob ela. Ali, a menos de um metro, estava Dorian, esparramado na grama, olhos fechados.Mas seu peito subia e descia.Ao lado dele, como se algum deus benevolente estivesse realmente cuidando deles, estava Chaol.Seu rosto sangrava, mas ele respirava. Não havia outras feridas que ela podia detectar.Ela começou a tremer. Se perguntou se ele tinha notado quando ela colocou o Olho de Elena em seu bolso quando ela fugiu da sala do trono.O cheiro de pinho e neve chegou até ela, e ela percebeu como eles haviam sobrevivido à queda.

Aelin ficou de pé, oscilando.A colina que levava para a cidade fora destruída, suas árvores, postes de iluminação e vegetação triturados pelo vidro.Ela não queria saber sobre as pessoas que estavam ali ou no castelo.Obrigou-se a andar.Indo em direção à parede. Para a cidade em pânico além. Para o novo mundo que acenava.Dois perfumes convergiram, depois um terceiro. Uma essência estranha e selvagem que pertencia a tudo e a nada.Mas Aelin não olhou para Aedion, ou Rowan, ou Lysandra enquanto desciam o morro para a cidade.Cada passo era um esforço, cada respiração um julgamento puxando de volta da beira, para segurar o aqui e agora, e que tinha de ser feito.Aelin se aproximou da parede de vidro imponente que agora separava o castelo dacidade, que separava a morte da vida.Ela enviou uma centelha de chama azul através dela.Mais gritaria surgiu quando a chama se propagou no vidro, formando um arco.As pessoas além que choravam e se abraçavam, seguravam suas cabeças ou cobriam a boca, ficaram em silêncio enquanto ela caminhava através da porta que abrira.A forca ainda estava um pouco além da parede. Era a única superfície elevada que ela podia ver.Melhor que nada.Aelin subiu na plataforma de execução, sua corte entrando em formação atrás dela. Rowan mancava, mas ela não se permitiu examiná-lo, até mesmo perguntar se ele estava bem. Ainda não.Aelin manteve os ombros para trás, seu rosto sério e inflexível quando parou na bordada plataforma

Seu rei está morto disse ela. A multidão estava agitada. O seu príncipe vive. Todos saúdem Dorian Havilliard gritou alguém na rua.

Ninguém respondeu. Meu nome é Aelin Ashryver Galathynius continuou ela. E eu sou a rainha de Terrasen

.A multidão murmurou; alguns espectadores se afastaram da plataforma.

O seu príncipe está de luto. Até que ele esteja pronto, esta cidade é minha.Silêncio absoluto.

Se vocês roubarem, se fizerem motins, se causarem um pingo de problemas ela falou, olhando alguns nos olhos eu vou encontrá-los, e vou queimá-los até as cinzas ela levantou uma mão, e as chamas dançaram em seus dedos. Se vocês se revoltarem contra o seunovo rei, se tentarem tirar seu castelo, então este muro ela gesticulou com a mão queimando vai se transformar em vidro fundido e inundará suas ruas, suas casas, suas gargantas.Aelin ergueu o queixo, a boca em uma linha fina e implacável enquanto observava a

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multidão enchendo as ruas, as pessoas se esticando para vê-la, ver as orelhas feéricas e os caninos alongados, ver as chamas bruxuleantes ao redor de seus dedos.

Eu matei o seu rei. Seu império acabou. Os seus escravos agora são pessoas livres. Se eu pegá-los mantendo escravos, se ouvir que alguma família tentou mantê-los em cativeiro, serão mortos. Se eu ouvir que vocês chicotearam um escravo, ou tentaram vender um, estarão mortos. Então sugiro que passem a notícia aos seus amigos, familiares e vizinhos. Sugiro que sejam pessoas razoáveis e inteligentes. E sugiro que permaneçamno seu melhor comportamento até que seu rei esteja pronto para recebê-los, momento em que juro pela minha coroa que cederei o controle da cidade para ele. Se alguém tem um problema com isso, leve-o até minha corte ela fez sinal para trás dela. Rowan, Aedion e Lysandra, ensanguentados, espancados, sujos parecendo como demônios. Ou... Aelin terminou, as chamas piscando em sua mão podem vir até mim.Nenhuma palavra. Ela se perguntou se eles estavam respirando.Mas Aelin não se importou quando desceu da plataforma, voltou através da porta que tinha feito, e fez todo o caminho até a encosta estéril para o castelo de pedra.Mal ultrapassou as portas de carvalho antes de cair de joelhos e chorar.

Capítulo 80

Elide estava no calabouço há tanto tempo que perdera a noção do tempo.Mas sentiu uma ondulação no mundo, podia jurar que ouviu o vento cantando o nome dela, ouviu gritos e pânico e então nada.Ninguém explicou o que era, e ninguém veio. Ninguém viria por ela.Ela se perguntou quanto tempo Vernon iria esperar antes de a entregar a uma daquelas coisas. Tentou contar as refeições para controlar o tempo, mas a comida que lhe davam era a mesma no almoço e no jantar, e seus horários de refeição mudavam... Como se quisessem que ela perdesse o controle. Como se quisessem que ela se curvasse para a escuridão da masmorra, para que quando viessem buscá-la, ela estivesse disposta, desesperada para ver o sol novamente.A porta de sua cela se abriu, e ela cambaleou de pé quando Vernon entrou. Ele deixou a porta entreaberta, e ela piscou para a luz das tochas, uma vez que ardiam em seus olhos. O corredor de pedra além estava vazio. Ele provavelmente não trouxeraos guardas com ele. Ele sabia quão fútil uma corrida seria para ela. Estou contente de ver que eles estão te alimentando. Uma vergonha o cheiro, apesar de tudo.Ela se recusou a ser constrangida por ele. O cheiro era a menor das suas preocupações.Elide apertou-se contra a parede de pedra congelada e lisa. Talvez se tivesse sorte, encontraria uma maneira de colocar a corrente em torno de sua garganta.

Vou mandar alguém para limpá-la amanhã.Vernon começou a virar, como se sua inspeção estivesse feita.

Para quê? ela conseguiu perguntar. Sua voz já rouca com desuso.Ele olhou por cima do ombro fino.

Agora que a magia voltou...Magia. Isso era o que a ondulação fora.

Quero saber o que estava adormecido em seu sangue nosso sangue. O duque está ainda mais curioso para saber o que virá daí.

Por favor pediu ela. Eu vou desaparecer. Nunca vou incomodá-lo. Perranth é de vocês,udo seu. Você ganhou. Apenas me deixe ir.Vernon estalou a língua.

Eu gosto quando você implora ele olhou para o corredor além e estalou os dedos. Cormac.Um jovem entrou no campo de visão.Ele era um homem de beleza sobrenatural, com um rosto impecável sob o cabelo vermelho, mas seus olhos verdes eram frios e distantes. Horrível.Havia um colar preto em torno de sua garganta.Escuridão vazava dele em ondas. E quando seus olhos encontraram os dela...Memórias a puxaram, memórias horríveis, de uma perna que quebrara lentamente, de anosde terror, de...

Controle-se Vernon estalou. Ou ela não será nada divertida para você amanhã.

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O jovem ruivo absorveu a escuridão novamente para si mesmo, e as memórias pararam.Elide vomitou sua última refeição sobre as pedras.Vernon riu.

Não seja tão dramática, Elide. Uma pequena incisão, alguns pontos, e você será perfeita.O príncipe demônio sorriu para ela.

Você será entregue aos cuidados dele mais tarde, para se certificar de que tudo acontecerá como deveria. Mas com a magia tão forte em sua linhagem, como poderia não acontecer? Talvez você ofusque aquelas Pernas Amarelas. Depois da primeira vez Vernon meditou talvez Sua Alteza vá mesmo realizar suas próprias experiências com você. O conhecido que o vendeu mencionou em sua carta que Comarc apreciava... jogar com jovens mulheres quando morava em Forte da Fenda.Oh, deuses. Oh, deuses.

Por quê? ela implorou. Por quê?Vernon deu de ombros.

Porque eu posso.Ele caminhou para fora da cela, levando o príncipe demônio seu futuro par com ele.Assim que a porta se fechou, Elide correu para ela, puxando a maçaneta com as mãos até elas ficarem em carne viva, implorando a Vernon, implorando a qualquer um, quea ouvisse, que lembrassem dela.

Mas não havia ninguém.

Manon estava mais do que pronta para finalmente cair na cama. Depois de tudo o que aconteceu... ela esperava que a jovem rainha tivesse rondado Forte da Fendae entendido a mensagem.Os salões do castelo estavam em polvorosa, apressando-se com mensageiros que evitavam olhar para ela.Fosse o que fosse, ela não se importava. Ela queria tomar banho, e depois dormir.Por dias.Quando acordasse, diria a Elide o que descobriu sobre sua rainha. A parte finalda dívida vida que ela devia.Manon entrou em seu quarto. O colchão de feno de Elide estava arrumado, o quarto impecável. A menina estava provavelmente escondida em algum lugar, espionando quemparecia mais útil para ela.Manon estava a meio caminho para a sala de banhos quando percebeu o cheiro. Ou a falta dele.O cheiro de Elide estava desgastado obsoleto. Como se ela não tivesse aparecido ali por dias.Manon olhou para a lareira. Não havia brasas. Ela estendeu a mão para ela. Nenhuma dica de calor.Manon esquadrinhou o quarto.Não havia sinais de luta. Mas...Manon estava fora da porta no momento seguinte, voltando lá para baixo.Deu três passos antes que sua espreita se transformasse em uma corrida rápida completa. Subiu as escadas de dois e três degraus de uma vez e saltou os últimos três metros para o patamar, o impacto tremendo através de suas pernas, agora fortes, tão perversamente forte, depois que a magia retornou.Se havia um momento para Vernon dar a volta e tirar Elide dela, teria sido enquanto ela estava fora. E se a magia da família de Elide corria nas veias dela juntocom o sangue das Dentes de Ferro... esse retorno teria despertado alguma coisa.Eles querem reis, Kaltain tinha dito naquele dia.Salão depois de salão, escada após escada, Manon correu, suas unhas de ferro faiscando quando agarrava as esquinas e as dobrava. Servos e guardas disparavam para fora de seu caminho.Ela chegou às cozinhas momentos depois, dentes de ferro para fora. Todos caíram em silêncio mortal enquanto descia as escadas correndo, indo direto para o cozinheirochefe. Onde ela está?Rosto corado do homem empalideceu.

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Q-quem? A garota, Elide. Onde ela está?

Colher do cozinheiro caiu no chão. Eu não sei, não a vejo há dias, Líder Alada. Ela às vezes é voluntária na lavanderia, en

ez...Manon já estava correndo para fora.A lavadeira chefe, um elefante arrogante, bufou e disse que não tinha visto Elide, e que talvez a aleijada tivesse conseguido o que a aguardava. Manon a deixou gritando no chão, quatro linhas escavadas em seu rosto.Manon se arremessou escadas acima e através de uma ponte de pedra aberta entre asduas torres, a rocha preta lisa contra suas botas.Tinha acabado de chegar do outro lado quando uma mulher gritou do lado oposto da ponte:

Líder Alada!Manon parou de correr com tanta força que quase colidiu com a parede da torre. Quando se virou, uma mulher humana em um vestido caseiro corria para ela, cheirando a quaisquer sabões e detergentes que eles usavam na lavanderia.A mulher engoliu grandes respirações de ar, sua pele escura brilhando. Ela tinha que apoiar as mãos sobre os joelhos para recuperar o fôlego, mas, em seguida, levantou

a cabeça e disse: Uma das lavadeiras viu um guarda que trabalha nas masmorras da Fortaleza. Ela disse que Elide está trancada lá embaixo. Ninguém está autorizado a descer, apenas o tio dela. Não sei o que eles estão planejando fazer, mas não pode ser nada bom.

Qual masmorra?Havia três diferentes aqui, juntamente com as catacumbas em que eles mantiveram oclã de Pernas Amarelas.

Ela não sabia. O guarda não falava muito. Algumas de nós tentaram descobrir, ver se havia algo a ser feito, mas...

Não diga a ninguém o que me contou Manon se virou. Três masmorras, três possibilidades Líder Alada a jovem mulher chamou. Manon olhou por cima do ombro. A mulher colocou

uma mão em seu coração. Obrigada.Manon não se permitiu pensar sobre a gratidão da lavadeira, ou o que significava para os fracos seres humanos indefesos terem sequer considerado tentar resgatar Elide por conta própria.Ela não achava que o sangue dessa mulher seria aguado ou com gosto do medo.Manon se lançou em uma corrida não para o calabouço, mas ao quartel das bruxas. Para as Treze.

Capítulo 81O tio de Elide enviou duas servas de pedras para baixo para esfregá-la, ambas carregando baldes de água.Ela tentou lutar quando a despiram, mas as mulheres eram paredes de ferro. Qualquer tipo de sangue nas veias de Bico Negro de Elide, ela percebeu, devia ser dotipo diluído. Quando estava nua diante delas, despejaram água sobre seu corpo e a atacaram com suas escovas e sabonetes, nem mesmo hesitando em lavarem todos os lugares, mesmo quando ela gritou para pararem.A oferta de sacrifício; um cordeiro ao matadouro.Tremendo, fraca pelo esforço de lutar contra elas, Elide quase não tinha forças para retaliar enquanto elas arrastavam pentes pelos seus cabelos, puxando com força suficiente para seus olhos lacrimejarem. Elas a deixaram livre, e a vestiram com umroupão verde liso. Sem nada por baixo.Elide implorou a elas, mais e mais. Elas poderiam muito bem ser surdas.Quando saíram, tentou se espremer na porta da cela depois delas. Os guardas a empurraram de volta com uma risada.Elide recuou até que estava pressionada contra a parede de sua cela.Cada minuto estava mais perto de seu último.Uma resistência. Ela faria uma resistência. Ela era uma Bico Negro, e sua mãe fora secretamente uma, e ambas cairiam lutando. Iria forçá-los a estripá-la, matá-la antes que pudessem tocá-la, antes que pudessem implantar a pedra dentro dela, antes que ela p

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udesse dar à luz àqueles monstros...A porta se abriu. Quatro guardas apareceram.

O príncipe está esperando nas catacumbas.Elide caiu de joelhos, grilhões tilintando.

Por favor, por favor... Agora.

Dois deles entraram na cela, e ela não pôde lutar contra as mãos que a agarraram debaixo dos braços e a arrastaram na direção da porta. Seus pés descalços esfolaram nas pedrasenquanto ela chutava e golpeava, apesar da corrente, tentando se libertar.Cada vez mais perto, eles a puxavam como a um cavalo na direção da porta da cela aberta.Os dois guardas esperando riram, os olhos sobre a aba do roupão que caiu quando ela chutou, revelando suas coxas, a barriga, tudo para eles. Elide soluçou, mesmo sabendo que lágrimas lhe fariam nenhum bem. Eles apenas riram, devorando-a com os olhos...Até que uma mão com unhas brilhantes de ferro surgiu através da garganta de um deles,perfurando-o completamente. Os guardas congelaram, o outro que ladeava a porta caindo com o sangue espirrando... Ele gritou quando seus olhos foram cortados emtiras por um lado, a garganta retalhada por outro.

Ambos os guardas desabaram no chão, revelando Manon Bico Negro de pé atrás deles. O sangue escorria por suas mãos e antebraços.E os olhos dourados de Manon brilhavam como brasas viva quando ela encarou os dois guardas que seguravam Elide. Quando viu o oupão descartado.Eles soltaram Elide para pegar suas armas, e ela caiu no chão.Manon apenas disse:

Você já são homens mortos.E então ela se moveu.Elide não sabia se era magia, mas ela nunca tinha visto alguém em sua vida se movercomo se fosse um vento fantasma.Manon agarrou o pescoço do primeiro guarda com um aperto brutal. Quando o segundose lançou para ela, Elide lutou para sair do caminho, Manon apenas riu riu e girou para longe, movendo-se para trás dele para mergulhar a mão em suas costas, em seu corpo.O grito dele explodiu através da cela. Carne rasgou, revelando uma coluna branca de ossos a coluna vertebral dele, que ela agarrou, suas unhas rasgando profundamente, e partiu em duas.Elide tremeu pelo homem que caído no chão, sangrando e quebrado, e para a bruxa queestava sobre ele, sangrando e ofegante. A bruxa que viera por ela.

Precisamos correr falou Manon.

Manon sabia que resgatar Elide seria uma declaração e sabia que havia outras que gostariam de fazê-lo com ela.Mas o caos havia irrompido na Fortaleza quando ela correu para convocar as Treze. Notícias haviam chegado.O rei de Adarlan estava morto. Destruído por Aelin Galathynius.Ela destruíra seu castelo de vidro, usou seu fogo para poupar a cidade de uma onda mortal de vidro, e declarou Dorian Havilliard rei de Adarlan.A Assassina de Bruxa fizera isso.As pessoas estavam em pânico; mesmo as bruxas olhavam para ela em busca de respostas. O que eles fariam agora que o rei mortal estava morto? Aonde é que pertenciam? Estavam livres de seu acordo?Mais tarde Manon pensaria nessas coisas mais tarde. Agora ela tinha que agir.Então encontrara as suas Treze e ordenou-lhes que deixassem as serpentes aladas seladas e prontas.Três masmorras.Depressa, Bico Negro, sussurrou uma voz feminina estranha e suave em sua cabeça, que era ao mesmo tempo antiga e jovem e sábia. Você corre contra a desgraça.Manon chegara ao calabouço mais próximo, Asterin, Sorrel e Vesta em suas costas, as

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gêmeas demônio de olhos verdes atrás delas. Os homens começaram a agonizar, sangrando em agonia.Não adiantava discutir não quando os homens deram uma olhada nelas e sacaram suas armas.A masmorra mantinha rebeldes de todos os reinos, que invocaram a morte quando as viu, em tais estados de tormento indescritível que até mesmo o estômago de Manon revirou. Mas nenhum sinal de Elide.Elas tinham varrido o calabouço, Faline e Fallon demorando para se certificar quenão tinha perdido nada.O segundo calabouço continha mais do mesmo. Vesta permaneceu o tempo para varrê-la novamente.Mais rápido, Bico Negro, a voz feminina e sábia pediu a ela, como se não houvesse tanta coisa que ela pudesse interferir. Mais rápidoManon correu como o inferno.O terceiro calabouço ficava por cima das catacumbas, e era tão fortemente vigiado que o sangue negro tornou-se uma névoa em torno delas quando se lançaram camada após camada de soldados.Nenhuma mais. Não permitiria que lhes tomassem mais nenhuma mulher.Sorrel e Asterin mergulharam nos soldados, abrindo um caminho para ela. Asterin

arrancou a garganta de um homem com os dentes enquanto eviscerava outro com as unhas. Sangue negro pulverizava da boca de Asterin quando ela apontou para as escadas em frente e gritou:

Vá!Então Manon deixou suas imediatas para trás, pulando escada abaixo, dando voltas e voltas. Tinha que haver uma entrada secreta naquelas masmorras para as catacumbas, escondida de alguma forma para transportar Elide...Mais rápido, Bico Negro!, a voz sábia ganiu.E quando um pouco de vento empurrou os pés de Manon como se pudessem apressá-la, ela sabia que era uma deusa espiando por cima do ombro, uma senhora das coisas sábias. Que talvez tivesse cuidado de Elide toda a sua vida, sem som, sem mágica, mas agora que estava livre...Manon atingiu o nível mais baixo da masmorra, um mero andar acima das catacumbas.Com certeza, no final do corredor, uma porta se abria para uma escada descendente.Entre ela e a escadaria estavam dois guardas às risadinhas em uma porta de cela aberta quando uma jovem mulher implorou por sua misericórdia.Foi o som de choro de Elide aquela garota de aço tranquilo e vivo, cheia de sagacidade que não tinha chorado por si mesma ou por sua triste vida unicamente a enfrentava com sombria determinação, que fez Manon estourar totalmente.Ela matou os guardas no corredor.Viu porque estavam rindo: a menina estava presa entre dois outros guardas, seu robe puxado aberto para revelar sua nudez, toda a extensão de sua perna arruinada...Sua avó as tinha vendido para essas pessoas.Ela era uma Bico Negro; não era escrava de ninguém. Nenhuma delas era um cavalo premiado para se reproduzir.Elide não era.Sua ira era uma canção em seu sangue, e Manon apenas disse Vocês já são homens mortos , a de cair sobre eles.Quando jogou o corpo do último guarda no chão, quando estava coberta de sangue preto e azul, Manon olhou para a menina no chão.Elide fechou seu manto verde, tremendo tanto que Manon pensou que ela iria vomitar. Ela podia sentir o cheiro de vômito já na cela. Eles a mantiveram ali, naquele lugar podre.

Precisamos correr disse Manon.Elide tentou se levantar, mas não conseguiu sequer chegar até os joelhos.Manon caminhou até ela, ajudando a menina a ficar de pé, deixando uma mancha de sangue em seu antebraço. Elide balançou, mas Manon olhava para a corrente antiga em torno de seus tornozelos.Com um golpe de suas unhas de ferro, ela as quebrou.

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Abriu as algemas depois. Agora disse Manon, puxando Elide para o corredor.

Havia mais soldados a gritaria aumentando à medida que se aproximavam, e os gritos de guerra de Asterin e Sorrel ecoaram escadas abaixo. Mas atrás delas, das catacumbas abaixo...Mais homens valg curiosos sobre a algazarra vazando de cima.Levar Elide para o corpo a corpo poderia muito bem matá-la, mas se os soldados das catacumbas as atacassem por trás... pior ainda, se eles trouxessem seus príncipes...Arrependimento. Foi arrependimento que sentira naquela noite em que matou a Crochan. Arrependimento e culpa e vergonha, por agir em obediência cega, por ser uma covarde quando a Crochan manteve a cabeça erguida e falando a verdade.Elas transformaram vocês em monstros. Transformaram, Manon. E nós sentimos pena de vocês.Foi arrependimento que ela sentiu quando ouviu a história de Asterin. Por não ser digna de confiança. E pelo o que ela permitira que acontecesse a aquelas Pernas Amarelas.Ela não queria imaginar o que poderia sentir ao trazer Elide para a sua morte. Oupior.

Brutalidade. Disciplina. Obediência.Isso não parecia ser uma fraqueza, lutar por aquelas que não podiam se defender. Mesmo que elas não fossem verdadeiras bruxas. Mesmo que não significassem nada para ela.

Nós vamos teremos que lutar no nosso caminho para fora disse Manon para Elide. Mas a menina estava com os olhos arregalados, boquiaberta na porta da cela.Ali de pé, o vestido fluindo ao redor dela como noite líquida, estava Kaltain.

Capítulo 82Elide olhou para o jovem de cabelos escuros.E Kaltain olhou para trás.Manon deixou escapar um grunhido de advertência.

A menos que queira morrer, ou obter o inferno, saia do caminho.Kaltain, o cabelo solto, o rosto pálido e magro, disse: Eles estão vindo agora. Para descobrir por que ela ainda não chegou.

A mão ensanguentada de Manon estava pegajosa e úmida quando ela apertou em torno dobraço de Elide e puxou-a para a porta. O único passo, a liberdade nos movimentos sem a corrente... Elide quase chorou.Até que ela ouviu a luta pela frente. Atrás delas, a partir da escada escura, no outro extremo do corredor, pés se apressavam de mais homens vindo de baixo.Kaltain afastou-se quando Manon a empurrou para passar.

Espere chamou Kaltain. Eles vão virar esta Fortaleza de cabeça para baixo procurando por você. Mesmo se começar a sair por via aérea, eles vão mandar as batedoras atrás e usar seu próprio povo contra você, Bico Negro.Manon deixou cair o braço de Elide. Elide mal se atrevia a respirar quando a bruxa respondeu:

Quanto tempo se passou desde que destruiu o demônio no interior do colar, Kaltain?Um riso baixo, quebrado.

Um tempo. O duque sabe? Meu Lorde Sombrio vê o que quer ver ela moveu os olhos para Elide. Exaustão, vazio,

tristeza e raiva dançavam ali, juntos. Tire o robe e me dê.Elide recuou um passo.

O quê?Manon olhou entre elas.

Você não pode enganá-los. Eles veem o que querem ver Kaltain repetiu.

Os homens se aproximando de ambos os lados estavam mais perto a cada batimento cardíaco irregular. Isso é loucura Elide respirou. Nunca vai funcionar.

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Tire o seu robe e entregue a ela Manon ordenou. Faça isso agora.Não havia espaço para a desobediência. Então Elide concordou, corando em sua própria nudez, tentando cobrir-se.Kaltain simplesmente deixou o vestido preto escorregar de seus ombros. E ondular no chão.Seu corpo o que haviam feito com seu corpo, os hematomas, a magreza...Kaltain envolveu-se com a túnica, o rosto vazio de novo.Elide deslizou sobre o vestido, o tecido horrivelmente frio, quando deveria estar quente.Kaltain ajoelhou-se diante de um dos guardas mortos oh, deuses, eram cadáveres deitados lá e passou a mão sobre o buraco no pescoço do guarda. Ela ficou suja de sanguee esfregou o rosto, o pescoço, os braços, o robe. Espalhou pelos cabelos, puxando-apara frente, escondendo o rosto, até que manchas de sangue eram tudo o que podia ser visto, dobrando os ombros para dentro, até...Até Kaltain parecer Elide.Vocês poderiam ser irmãs, Vernon havia dito. Agora, elas poderiam ser gêmeas.

Por favor, venha conosco Elide sussurrou.Kaltain riu baixinho.

Punhal, Bico Negro.

Manon puxou um punhal.Kaltain cortou profundamente o caroço cicatrizado hediondo em seu braço. Em seu bolso, menina disse Kaltain para ela.

Elide enfiou a mão no vestido e tirou um pedaço de tecido escuro, desgastado e rasgado nas bordas, como se tivesse sido arrancado de alguma coisa.Elide segurou em direção à moça quando Kaltain enfiou a mão no braço, nenhuma expressão de

no bonito rosto ensanguentado, e tirou uma lasca de pedra escura reluzente.O sangue vermelho de Kaltain pingava. Cuidadosamente, a senhora fixou o pedaço detecido que Elide estendeu, e fechou os dedos de Elide em torno dele.Lentamente, um baque maçante e estranho bateu através de Elide quando ela agarrou apedra.

O que é aquilo? Manon perguntou, farejando sutilmente.Kaltain apenas apertou os dedos de Elide.

Encontre Celaena Sardothien. Entregue-lhe isso. A ninguém mais. Ninguém. Diga a elaque você pode abrir qualquer porta, se tiver a chave. E diga-lhe para lembrar da sua promessa para mim, de punir a todos. Quando ela perguntar por que, responda que eu disse que não me deixaram trazer a capa que ela me deu, mas mantive um pedaçodela. Para lembrar da promessa que ela fez. Para lembrar de retribuir por um manto quente em uma masmorra fria.Kaltain se afastou.

Nós podemos levá-la conosco Elide tentou novamente.Um sorriso pequeno e detestável.

Não tenho nenhum interesse em viver. Não depois do que eles fizeram. Não acho que meucorpo poderia sobreviver sem o poder deles Kaltain bufou uma risada. Vou aproveitar isso, acho.Manon puxou Elide para o seu lado.

Eles vão perceber que é você sem as correntes... Eles estarão mortos antes que percebam respondeu Kaltain. Sugiro que vocês corram.

Manon não fez perguntas, e Elide não teve tempo de dizer obrigada antes de a bruxa puxá-la e elas correram.

Ela era um lobo.Ela era a morte, devoradora de mundos.Os guardas a encontraram enrolada na cela, estremecendo com a carnificina. Elesnão fizeram perguntas, não olharam duas vezes em seu rosto antes de a arrastaram pelo corredor e para as catacumbas.Havia gritos aqui. Havia terror e desespero. Mas os horrores sob as outras montanhas eram piores. Muito piores. Pena que ela não teria a oportunidade de poupá-los também, matá-los.

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Ela era um vazio, oco, sem a lasca de poder que construiu, devorou e rasgou mundos dentro dela.Seu precioso dom, sua chave, ele a chamou. Um portão da vida, ele prometeu. Logo,disse que adicionaria o outro. E, em seguida, encontraria o terceiro.Assim que o rei dentro dele pudesse governar novamente.Eles a levaram para uma câmara com uma mesa no centro. Um lençol branco a cobria, ehomens observavam quando a empurraram para a mesa um altar. Eles a acorrentaram.Com o sangue sobre ela, eles não notaram o corte em seu braço, ou o rosto que ela usava.Um dos homens se aproximou com uma faca, limpa, afiada e reluzente.

Isto vai levar apenas alguns minutos.Kaltain sorriu para ele. Abriu um largo sorriso, agora que fora trazida para asentranhas deste buraco.O homem fez uma pausa.Um jovem ruivo entrou na sala, cheirando à crueldade nascida em seu coração humano e amplificada pelo demônio dentro dele. Ele congelou ao vê-la.Ele abriu a boca.Kaltain Rompier desencadeou seu fogo de sombras sobre todos eles.Este não era o fantasma de fogo de sombras que havia feito para matar a razão pela q

ual eles haviam se aproximado dela primeiramente, mentido para ela quando a convidaram para o castelo de vidro mas a coisa real. O fogo que ela abrigara desde que magia tinha voltado chamas douradas agora se tornaram pretas.O quarto tornou-se cinzas.Kaltain empurrou as correntes de cima dela como se fossem teias de aranha e se levantou.Ela se despiu quando caminhou para fora da sala. Deixe-os ver o que tinha sido feito com ela, o corpo que tinham desperdiçado.Ela fez deu dois passos para o corredor antes de eles a notaram, e viu as chamas negras ondulando para fora dela.Morte, devoradora de mundos.O corredor virou pó preto.Ela caminhou em direção à câmara onde a gritaria era mais alta, onde gritos femininos vazavam através da porta de ferro.O ferro não aqueceu, não drenou a sua magia. Então ela derreteu um arco através das pedras.Monstros, bruxas e homens-demônios giraram.Kaltain correu para o quarto, abrindo os braços, e tornou-se fogo de sombras, tornou-se liberdade e triunfo, tornou-se uma promessa sussurrando em um calabouço debaixo de um castelo de vidro: Punirei todos eles.Ela queimou os berços. Queimou os monstros dentro deles. Queimou os homens e os seus príncipes demoníacos. E então queimou as bruxas, que olharam para ela com gratidão em seus olhos e abraçaram a chama escura.Kaltain desencadeou o último de seu fogo de sombras, inclinando o rosto para o teto, em direção a um céu ela nunca veria novamente.Ela destruiu todas as paredes e cada coluna. Quando trouxe todas as falhas desabando ao seu redor, Kaltain sorriu, e, finalmente, queimou-se em cinzas em um vento fantasma.

Manon corria. Mas Elide era tão lenta tão dolorosamente lenta com aquela perna.Se Kaltain desencadeasse seu fogo de sombras antes que elas saíssem...Manon agarrou Elide e puxou-a sobre um ombro, o vestido frisando o corte na mão de Manon, enquanto ela correu até as escadas.Elide não disse uma palavra quando Manon chegou ao patamar do calabouço e viu Asterin e Sorrel terminando com o último dos soldados.

Corram! ela ordenou.Eles estavam revestidas em sangue negro, mas viviam.Para cima e para cima, elas se arremessaram para fora das masmorras, quando Elide tornou-se um peso suportável em pura provocação à morte certamente correndo em direção a

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las a partir de níveis inferiores.Houve um tremor...

Mais rápido!Sua imediata chegou às portas da masmorra gigante e se atirou contra elas, mantendo-as abertas.Manon e Sorrel correram através; Asterin empurrou, selando com um estrondo. Ele só atrasaria a chama um segundo, se tanto.Para cima e para cima, em direção à torre.Outro tremor e um estrondo...Gritos, e calor...Pelos corredores elas voaram, como se o Deus do Vento estivessem empurrando seus calcanhares.Elas atingiram a base da torre. O resto das Treze estava reunido na escadaria, esperando.

Para os céus Manon ordenou quando chegou nas escadas, degrau após degrau, Elide tão pesada agora que ela pensava que fosse deixá-la cair.Apenas mais alguns degraus para o alto da torre, onde as serpentes aladas estavam esperançosamente seladas e preparadas. Elas estavam.Manon se arremessou para Abraxos e empurrou a menina tremendo para a sela. Subiu

atrás dela quando as Treze moveram suas montarias. Envolvendo os braços ao redor de Elide, Manon cravou seus calcanhares nas laterais de Abraxos. Voem, agora! ela gritou.

Abraxos saltou através da abertura, voando para cima e para fora, as Treze saltando com elas, asas batendo com força, batendo descontroladamente...Morath explodiu.Chama negra explodiu, atirando pedra e metal, correndo mais e mais alto. Pessoas gritavam e, em seguida, foram silenciadas, quando até mesmo a rocha derreteu.O ar entrou e estalou nos ouvidos de Manon, e ela enrolou seu corpo em torno deElide, abraçando-a de modo que o calor da explosão chamuscou suas próprias costas.A torre da fortaleza foi incinerada, e desmoronou atrás delas.A explosão as enviou para baixo, mas Manon agarrou a menina com força, apertando a sela com suas coxas, o vento seco e quente conforme explodia por elas. Abraxos guinchou, movendo-se e subindo na rajada.Quando Manon se atreveu a olhar, um terço de Morath era uma ruína fumegante.Onde as catacumbas estiveram uma vez, onde as Pernas Amarelas haviam sido torturadas e quebradas, onde tinham produzido monstros, não havia mais nada.

Capítulo 83Aelin dormiu por três dias.Três dias, enquanto Rowan se sentou ao lado da cama, curando sua perna o melhor que podia, enquanto o abismo do seu poder recarregava.Aedion assumiu o controle do castelo, aprisionando os guardas sobreviventes. A maioria, Rowan teve o prazer violento de saber, morrera na tempestade de vidro que o príncipe trouxera. Chaol tinha sobrevivido, por algum milagre provavelmente por causa do Olho de Elena, que fora encontrado escondido em seu bolso. Foi um palpite fácil adivinhar quem o colocou lá. Embora Rowan honestamente se perguntasse, quando o capitão acordou, se ele desejava não ter feito isso depois de tudo. Ele encontrou soldados suficientes que se sentiam dessa forma.Depois Aelin controlara tão espetacularmente o povo de Forte da Fenda, eles encontraram Lorcan esperando pelas portas para o castelo de pedra. A rainha não o tinhanotado quando caiu de joelhos e chorou e chorou, até Rowan a pegar nos braços e, mancando levemente, levá-la pelos corredores frenéticos, esquivando-se dos servos, quando Aedion liderou o caminho para seu antigo quarto.Era o único lugar para ir. Melhor para se estabelecer na antiga fortaleza do inimigo do que recuar para o apartamento no armazém.Uma serva nomeada Philippa foi convidada a cuidar do príncipe, que estava inconsciente na última vez que Rowan o viu o vira cair para a terra e o vento de Rowan amparou sua queda.Ele não sabia o que tinha acontecido no castelo. Em seu choro, Aelin não tinha dito

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nada. Ela estava inconsciente no momento em que Rowan chegou à sua suíte luxuosa, nem mesmo se agitando quando ele arrombou a porta trancada. Sua perna queimava dedor, a cura áspera que ele fizera mal segurando a ferida, mas ele não se importou. Mal deixou Aelin na cama antes de o cheiro de Lorcan acertá-lo novamente, e ele sevirou, rosnando.Mas já havia alguém diante de Lorcan, bloqueando o caminho do guerreiro para os aposentos da rainha. Lysandra.

Posso ajudá-lo? a cortesã perguntou docemente.Seu vestido estava em pedaços, e sangue preto e vermelho revestia a maior parte dela, mas ela manteve a cabeça erguida e as costas eretas. Ela fizera mesmo aquilo,tanto quanto os níveis superiores de vidro do castelo de pedra explodiu. E não mostrou planos de sair tão cedo.Rowan erguera um escudo de ar em torno do quarto de Aelin quando Lorcan olhou para Lysandra, o rosto sujo de sangue impassível.

Saia do meu caminho, metamorfa.Lysandra tinha levantado a mão esguia e Lorcan fez uma pausa. A metamorfa pressionou a outra mão contra seu estômago, seu rosto pálido. Mas então ela sorriu e disse:

Você esqueceu de dizer por favor .As sobrancelhas escuras de Lorcan se uniram.

Eu não tenho tempo para isso ele fez a volta em torno dela, empurrando-a de lado.Lysandra vomitou sangue negro em cima dele.Rowan não sabia se ria ou se encolhia quando Lysandra, ofegante, ficou boquiaberta na frente de Lorcan e ao sangue em seu pescoço e peito. Lentamente, muito lentamente, Lorcan olhou para si mesmo.Ela apertou a mão sobre sua boca.

Sinto muito...Lorcan nem sequer saiu do caminho quando Lysandra vomitou em cima dele de novo,sangue negro e pedaços de carne no guerreiro e no chão de mármore.Os olhos escuros de Lorcan piscaram.Rowan decidiu fazer-lhes um favor e se juntou a eles na antecâmara, fechando a porta do quarto da rainha atrás dele quando pisou em torno da poça de sangue, bílis, e carne.Lysandra cobriu a boca novamente, e sabiamente disparou para o que parecia ser uma sala de banho ao lado da sala de estar.Todos os homens e demônios que devorara, ao que parecia, não caíram bem no estômago humano. Os sons de sua purgação vieram por debaixo da porta do quarto de banho.

Você merecia isso disse Rowan.Lorcan não piscou.

Esse é o agradecimento que recebo?Rowan se inclinou contra a parede, cruzando os braços e mantendo o peso fora sua perna agora curada.

Você sabia que usaríamos aqueles túneis Rowan falou e ainda assim mentiu sobre os cãe Wyrd estarem mortos. Eu deveria arrancar a sua maldita garganta, deuses.

Vá em frente. Tente.Rowan permaneceu contra a porta, calculando cada movimento de seu ex-comandante. Uma luta bem aqui, agora, seria destrutiva e perigosa demais com sua rainha inconsciente no quarto atrás dele.

Eu não teria dado a mínima para isso se tivesse sido apenas eu. Mas quando você me deixou entrar nessa armadilha, pôs minha rainha em perigo de vida...

Parece que ela se virou muito bem... E a vida de um irmão da minha corte a boca de Lorcan apertou-se um pouco. É por isso

que você veio ajudar, não é? Viu Aedion quando saímos do apartamento. Eu não sabia que o filho de Gavriel estaria naquele túnel com você. Até que fosse tarde

demais.Claro, Lorcan nunca teria avisado a eles sobre a armadilha depois de descobrir que Aedion estaria lá. Não em mil anos Lorcan admitiria um erro.

Eu não sabia que você ainda se importava. Gavriel ainda é meu irmão disse Lorcan, os olhos faiscando. Eu o teria confrontado com desonra se eu tivesse deixado seu filho morrer.

Apenas por honra, pelo o vínculo de sangue entre eles não para salvar este continent

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e. O mesmo tipo de vínculo que o levava agora a destruir as chaves antes que Maeve pudesse adquiri-las. Rowan não tinha dúvidas de que Lorcan pretendia fazê-lo, mesmo que Maeve o matasse por isso mais tarde.

O que está fazendo aqui, Lorcan? Já não conseguiu o que queria?Uma pergunta justa e um aviso. O macho estava agora dentro da suíte de sua rainha, mais perto do que a maioria das pessoas em sua corte jamais chegaria. Rowan começou uma contagem regressiva em silêncio em sua cabeça. Trinta segundos parecia generoso. Em seguida, ele jogaria Lorcan para fora em sua bunda. Não acabou disse o guerreiro. Nem chegou perto.Rowan levantou as sobrancelhas.

Ameaças vazias?Mas Lorcan apenas deu de ombros e caminhou para fora, coberto de vômito de Lysandra, e não olhou para trás antes de desaparecer no corredor.Isso fora há três dias. Rowan não tinha visto ou sentido o cheiro Lorcan desde então. Lysandra, felizmente, parara de vomitar suas tripas ou tripas de outra pessoa, ele supôs. A metamorfa reivindicara um quarto do outro lado do corredor, entre as duas câmaras em que o príncipe herdeiro e Chaol ainda dormiam.Depois do que Aelin e o príncipe herdeiro tinham feito, a magia que tinham empunhado juntos e sozinhos, três dias de sono não era surpreendente.

No entanto, deixou Rowan fora de si.Havia tantas coisas que precisava dizer a ela embora talvez ele simplesmente perguntasse como diabos ela conseguiu ser esfaqueada na costela. Ela se curara, e ele não teria sequer descoberto se não fosse pelos rasgos nas costelas, costas e braços do traje preto de assassino.Quando a curandeira inspecionou a rainha adormecida, ela descobriu que Aelin securara muito rapidamente muito desesperadamente e selara sua carne em torno de alguns cacos de vidro em suas costas. Observar quando a curandeira a despiu, em seguida, começou a abrir cuidadosamente as dezenas de pequenas feridas para retirar o vidro, quase o fez derrubar as paredes.Aelin continuou dormindo, o que ele supôs ser uma misericórdia, dado o quão profundo a curandeira teve escavar para retirar o vidro.Ela teve sorte que não tenha atingido nada permanente, a curandeira tinha dito.Uma vez a cada fragmento foi retirado, Rowan usou sua magia lentamente tão lentamente, amaldiçoando curando as feridas novamente. Ele deixou a tatuagem em suas costas vazias.Teria que preenchê-la quando ela se recuperasse. E ensinar-lhe mais sobre a cura no campo de batalha. Se ela alguma vez acordasse.Sentado em uma cadeira ao lado da cama, Rowan tirou as botas e esfregou a débil econstante dor na perna. Aedion tinha acabado de dar um relatório sobre o estado atual do castelo.Três dias depois, o general ainda não tinha falado sobre o que acontecera que ele esteve disposto a dar a vida para proteger Rowan dos soldados de infantaria valg,ou que o rei de Adarlan estava morto. Quanto ao primeiro caso, Rowan lhe agradecera da única maneira que sabia: oferecendo a Aedion um de seus próprios punhais, forjados pelo maior dos ferreiros de Doranelle. Aedion inicialmente recusara, insistindo que ele não precisava, mas usava a lâmina em sua cintura desde então.Mas, em relação a este último... Rowan perguntara, apenas uma vez, como o general se sentia sobre o rei estar morto.Aedion apenas respondera que desejava que o bastardo tivesse sofrido mais, mas morto era morto, e bastava para ele. Rowan se perguntou se ele realmente quis dizer isso, mas Aedion lhe procuraria quando estivesse pronto.Nem todas as feridas podiam ser curadas com magia. Rowan sabia muito bem. Mas eles se curariam. Eventualmente.E as feridas neste castelo, na cidade se curariam também. Ele permaneceu em campos de batalha após os massacres terem parado, a terra ainda molhada de sangue, e viveu para ver as cicatrizes se curarem lentamente, década após década, sobre a terra, sobre o povo. Assim, também, Forte da Fenda iria se curar.Mesmo que o mais recente relatório de Aedion sobre o castelo fosse sombrio. A maioria dos funcionários sobrevivera, juntamente com alguns nobres, mas parecia que um bom número dos que haviam permanecido na corte nobres que Aedion tinha conhecido

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como sendo inúteis e maquinadores não ficaram. Como se o príncipe tivesse limpado a mancha de seu castelo.Rowan estremeceu com o pensamento, olhando para as portas que Aedion tinha desocupado. O príncipe herdeiro tinha tal poder extraordinário. Rowan nunca vira igual. Ele precisava encontrar uma maneira de treiná-lo aprimorá-lo ou arriscaria que isso o destruísse.E Aelin a genial, insana e tola tomara um tremendo risco em entrelaçar o seu poder com o dele. O príncipe tinha magia bruta que poderia ser moldada em qualquer coisa. Aelin poderia ter se queimado em um segundo.Rowan virou a cabeça para vê-la.E encontrou Aelin olhando de volta.

Eu salvei o mundo Aelin falou, sua voz como cascalho e ainda assim acordo para encontrá-lo irritado.

Foi um esforço em grupo respondeu Rowan, a partir de uma poltrona próxima. E estou irritado por cerca de vinte diferentes razões, a maioria delas tendo a ver com você tomando as decisões mais imprudentes que eu jamais...

Dorian ela deixou escapar. Dorian está... Tudo bem. Dormindo. Ele dormiu tanto quanto você. Chaol... Dormindo. Recuperando-se. Mas vivo.

Um peso saiu de seus ombros. E então... e então ela olhou para o seu príncipe feérico ecompreendeu que ele estava ileso, que estava em seu antigo quarto, que não usava correntes ou colar, e que o rei... o que o rei disse antes de morrer...

Coração de fogo murmurou Rowan, a partir de sua poltrona, mas ela balançou a cabeça. Oovimento fez seu crânio pulsar.Ela respirou fundo, limpando os olhos. Deuses, seu braço doía, as costas doíam, suas costelas doíam...

Nada mais de lágrimas disse ela. Nada mais de choro ela baixou as mãos para os cobtores. Conte-me tudo.Então ele fez. Sobre o fogo infernal, e os cães de Wyrd, e Lorcan. E, em seguida, os últimos três dias, a organização e a cura e Lysandra assustando todos, mudando para umleopardo fantasma no momento em que qualquer um dos cortesãos de Dorian saísse da linha.Quando ele terminou, Rowan disse:

Se não quiser falar sobre isso, você não... Eu preciso falar sobre isso para ele, somente ele. As palavras saíram, e ela não cho

rou quando explicou o que o rei tinha dito, o que reivindicara. O que Dorian fizera. O rosto de Rowan permaneceu imóvel, pensativo, por todo o relato. Por fim, ela perguntou: Três dias?Rowan assentiu gravemente.

Distrair Aedion com o cuidado do castelo foi a única maneira de impedi-lo de mastigar a mobília.Ela encontrou aqueles olhos de pinheiro verde, e ele abriu a boca novamente, mas ela fez um pequeno ruído.

Antes de dizer qualquer outra coisa... ela olhou para a porta. Preciso de você para me ajudar a ir à sala de banho. Ou então vou me molhar.Rowan começou a rir.Ela olhou para ele novamente quando se sentou, o movimento agonizante esgotando-a. Ela estava nua, exceto pelas roupas limpas que vestira nela, mas supôs que estava decente o suficiente. Ele já vira cada parte dela, de qualquer maneira.Rowan ainda ria quando a ajudou a levantar, deixando-a se apoiar contra ele, enquanto as pernas inúteis, balançando como as de um recém-nascido tentavam funcionar. Demorou tanto tempo para passar pelos três degraus que ela não se opôs quando ele a agarrou e a levou para a sala de banho. Ela rosnou quando ele tentou coloca-la no vaso sanitário, e ele saiu com as mãos erguidas, os olhos dançando como se dissesse: Pode me culpar por tentar? Você poderia muito bem cair nele em vez disso.Ele riu mais uma vez aos palavrões nos olhos dela, e quando ela acabou, conseguiu

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ficar de pé e subir os três degraus para a porta antes que ele a levantasse em seusbraços novamente. Sem mancar, percebeu sua perna, felizmente, estava principalmente curada.Os braços em torno dele, ela pressionou o rosto em seu pescoço quando ele a levou para a cama, e respirou seu perfume. Quando a colocou no colchão, ela se agarrou a ele, um pedido silencioso.Então Rowan estava sentado na cama, segurando-a em seu colo enquanto esticava as pernas e se estabeleceram lado a lado nos travesseiros. Por um momento, eles não disseram nada.Então...

Portanto, este foi seu quarto. E esta era a passagem secreta.Uma vida atrás, uma outra pessoa incompleta.

Você não parece impressionado. Depois de todas as histórias, isso apenas parece... ordinário. A maioria das pessoas dificilmente chamaria este castelo de ordinário.

Um bufo de risada esquentou seu cabelo. Ela roçou o nariz contra a pele nua de seu pescoço.

Pensei que você estivesse morrendo ele falou asperamente.Ela o apertou mais, mesmo que isso aumentasse a dor nas costas.

Eu estava. Por favor, não faça isso de novo.Foi a vez dela bufar uma risada.

Da próxima vez, vou pedir para Dorian não me esfaquear.Mas Rowan a puxou para trás, olhando seu rosto.

Eu senti senti cada segundo daquilo. Perdi a cabeça.Ela passou um dedo ao longo de sua bochecha.

Pensei que algo tivesse dado errado para você, também, pensei que estivesse morto ou ferido. E me matou não ser capaz de ir para você.

Da próxima vez que precisarmos salvar o mundo, nós faremos isso juntos.Ela sorriu levemente.

Combinado.Ele moveu o braço para que pudesse puxar o cabelo dela para trás. Seus dedos pousaram ao longo de sua mandíbula. Você me faz querer viver, também, Aelin Galathynius. Não existir, mas viver ele segurou seu rosto, e respirou fundo, como se tivesse pensado em cada palavra nos últimos três dias, uma e outra vez. Passei séculos vagando pelo mundo, partindo de impérios para reinos e terrenos vazios, sem me acomodar, nunca parando, nem por um momento. Eu estava sempre olhando para o horizonte, sempre querendo saber o que esperava do outro lado do próximo oceano, ao longo da próxima montanha. Mas penso... pensoque todo o tempo, todos esses séculos, eu só estava procurando por você.Ele afastou uma lágrima que escapou dela e então Aelin olhou para o príncipe feérico que a segurava para o amigo que viajara através das trevas, do desespero, do gelo e do fogo com ela.Ela não soube qual deles se moveu primeiro, mas, em seguida, a boca de Rowan estava sobre a dela, e Aelin agarrava sua camisa, puxando-o mais perto, apoiando-o como ele a apoiava.Seus braços apertaram-se em torno dela, mas com cuidado tão cuidadoso por causa dasferidas que doíam. Ele escorregou a língua contra a dela, e ela abriu a boca para ele. Cada movimento de seus lábios era um sussurro do que estava por vir, uma vez que ambos estivessem curados, e uma promessa.O beijo foi lento completo. Como se tivessem todo o tempo do mundo. Como se fossem os únicos no mundo.

Percebendo que tinha esquecido de dizer a Rowan sobre a carta que recebera da Devastação, Aedion Ashryver entrou no quarto de Aelin a tempo de ver que Aelin estavaacordada finalmente acordada, e com o rosto erguido para Rowan. Eles estavam sentados na cama, Aelin no colo de Rowan, os braços do guerreiro feérico ao redor delaenquanto ele olhava para ela do jeito que ela merecia ser olhada. E quando eles

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se beijaram profundamente, sem hesitação...Rowan não fez mais do que olhar para Aedion antes de um vento voar através da suíte, batendo a porta do quarto na cara de Aedion.Fim da chamada.Um perfume feminino de cheiro estranho e constante mudança chegou até ele, e Aedionencontrou Lysandra encostada na porta do corredor. Lágrimas brilhavam em seus olhos mesmo quando ela sorriu.Ela olhou para a porta fechada do quarto, como se ainda pudesse ver o príncipe e a rainha lá dentro.

Isso ela falou, mais para si mesma do que para ele. Isso é o que eu quero encontrar um dia.

Um lindo guerreiro feérico? Aedion perguntou, afastando-se um pouco.Lysandra riu, enxugando suas lágrimas, e lhe deu um olhar compreensivo antes de se afastar.

Aparentemente, o anel de ouro de Dorian se fora e Aelin sabia exatamente quem fora o responsável pela escuridão momentânea quando ela caiu no chão durante o desmoroname

nto do castelo, quem havia concedido a cortesia de deixá-la inconsciente com uma pancada na parte de trás de sua cabeça.Ela não sabia por que Lorcan não a matara, mas não se importava não quando ele estava muito longe. Supôs que ele não tivesse jurado não roubar o anel de volta.Embora ele também não tivesse verificado se o Amuleto de Orynth era uma falsificação. Pena que ela não estaria lá para ver seu rosto quando descobrisse isso.O pensamento era suficiente para fazer Aelin sorrir no dia seguinte, a despeitoda porta em que ela estava postada apesar do que a esperava por trás dela.Rowan permanecia no final do corredor, guardando a única entrada para dentro ou para fora. Ele deu-lhe um aceno de cabeça, e mesmo à distância, ela leu as palavras em seus olhos. Eu estarei bem aqui. Um grito, e estarei ao seu lado.Ela revirou os olhos para ele. Besta feérica arrogante e territorial.Ela perdera o controle de quanto tempo eles se beijaram, quanto tempo ela perdeu-se nele. Mas então tomou sua mão e colocou-a em seu peito, e ele rosnou de uma forma que fez seus dedos dos pés flexionarem e suas costas arquearem... depois estremecer com a dor ainda em seu corpo.Ele a afastara para se recuperar, e quando ela tentou convencê-lo a continuar, ele respondeu-lhe que não tinha interesse na cama com uma inválida, e uma vez que já tinha esperado tanto tempo, ela podia esfriar os calcanhares e esperar um pouco mais. Até que ela fosse capaz de acompanhá-lo, acrescentou com um sorriso perverso.Aelin empurrou para longe o pensamento com outro olhar na direção de Rowan, soltou uma respiração forçada, e girou a maçaneta.Ele estava de pé ao lado da janela com vista para os jardins destruídos, onde os funcionários lutavam para reparar o dano catastrófico que tinham causado.

Olá, Dorian disse ela.

Capítulo 84Dorian Havilliard tinha acordado sozinho, em um quarto que ele não reconhecia.Mas estava livre, apesar de um pedaço de pele pálida agora em seu pescoço. Por um momento, ele se deitou na cama, ouvindo.Sem gritos. Nenhuma lamentação. Apenas alguns pássaros chilreando do lado de fora da janela, a luz do sol de verão entrando, e.... silêncio. Paz.Havia um vazio em sua cabeça. Um vazio nele.Ele até colocou a mão sobre o seu coração para ver se estava batendo.O resto era um borrão e ele se perdeu nele, ao invés de pensar sobre esse vazio. Tomou banho, vestiu-se e falou com Aedion Ashryver, que olhou para ele como se eletivesse três cabeças e que aparentemente era agora responsável pela segurança do castelo.Chaol estava vivo, mas ainda se recuperando, disse o general. Ainda não tinha acor

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dado e talvez fosse uma coisa boa, porque Dorian não tinha ideia de como iria enfrentar seu amigo, como explicaria tudo. Mesmo quando a maioria era meros fragmentos de memória, peças que ele sabia que o destruiriam ainda mais se ele os colocassejuntos.Poucas horas depois, Dorian ainda estava naquele quarto, juntando coragem de examinar o que tinha feito. O castelo que tinha destruído; as pessoas que tinha matado. Ele via o muro: prova do poder de sua inimiga... e de sua maldade.Não sua inimiga.Aelin.

Olá, Dorian disse ela.Ele se afastou da janela quando a porta se fechou atrás dela.Ela permaneceu junto à porta, com uma túnica azul profunda e dourada, desabotoada com graça descuidada no pescoço, o cabelo solto em seus ombros, as botas marrons arranhadas. Mas a maneira como ela se mantinha, o jeito como permanecia em silêncio absoluto... A rainha olhava para ele.Ele não sabia o que dizer. Por onde começar.Ela andou para a pequena área de estar onde ele estava.

Como está se sentindo?Até mesmo o jeito como ela falava era um pouco diferente. Ele já tinha ouvido sobre

o que ela dissera ao seu povo, as ameaças que fizera e a ordem que dera. Bem ele conseguiu dizer.Sua magia retumbou profundamente dentro dele, mas era pouco mais que um sussurro, como se tivesse sido drenada. Como se estivesse tão vazia quanto ele.

Você não está se escondendo aqui, não é? ela perguntou, caindo em uma das cadeiras baisobre o bonito e ornamentado tapete.

Seus homens me colocaram aqui para que pudessem manter um olho em mim disse ele, mantendo-se perto da janela. Eu não sabia que tinha permissão para sair.Talvez fosse uma boa, considerando o que o príncipe demônio o obrigara a fazer.

Você pode sair quando quiser. Este é o seu castelo, seu reino. É? ele ousou perguntar. Você é o rei de Adarlan agora ela falou suavemente, mas não gentilmente. Claro que é

Seu pai estava morto. Nem mesmo um corpo restou para revelar o que eles fizeramaquele dia.Aelin havia declarado publicamente que o matou, mas Dorian sabia que ele matarao pai quando destruiu o castelo. Ele tinha feito isso por Chaol, e por Sorscha,e sabia que ela reivindicara o assassinato para não ter que fizer ao seu povo... dizer que ele matara o próprio pai.

Eu ainda tenho que ser coroado ele respondeu, por fim. Seu pai afirmara aquelascoisas selvagens naqueles últimos momentos; coisas que mudavam tudo e nada.Ela cruzou as pernas, inclinando-se para trás na cadeira, mas não havia nada casualem seu rosto.

Você diz isso como se esperasse que não acontecesse.Dorian sufocou a vontade de tocar seu pescoço e confirmar que o colar tinha ido embora e apertou as mãos atrás das costas.

Eu mereço ser rei depois de tudo o que fiz? Depois de tudo o que aconteceu? Só você pode responder essa pergunta. Você acredita no que ele disse?

Aelin mordeu a parte interna das bochechas. Eu não sei em que acreditar. Perrington entrará em guerra comigo conosco. Me fazer rei não vai parar um exército. Nós vamos descobrir isso ela soltou um suspiro. Mas se tornar rei é o primeiro passo

.Além da janela, o dia estava brilhante, claro. O mundo havia acabado e começado de novo, e ainda nada tinha mudado, no entanto. O sol ainda subiria e desceria, as estações ainda passariam, indiferente se ele era livre ou escravo, príncipe ou rei, sem se importar com quem estava vivo e quem tinha ido embora. O mundo se manteria em movimento. Não parecia certo, de alguma forma.

Ela morreu ele falou, sua respiração irregular, o quarto esmagando-o. Por minha causa.Aelin se levantou em um movimento suave e caminhou até onde ele estava, perto da j

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anela, apenas para puxá-lo para baixo no sofá ao lado dela. Vai demorar um pouco. E nunca poderá estará de novo. Mas você... ela agarrou sua mão,

mo se ele não tivesse usado essas mãos para ferir e mutilar, para esfaqueá-la. Você vaiaprender a enfrentar, e suportar. O que aconteceu, Dorian, não foi culpa sua.

Foi. Eu tentei te matar. E o que aconteceu com Chaol... Chaol escolheu. Ele escolheu ganhar tempo, porque seu pai era o culpado. Seu pa

i, o príncipe valg dentro dele, fez isso com você, e com Sorscha.Ele quase vomitou com o nome. Seria desonrá-la não dizer outra vez, nunca mais falar dela novamente, mas ele não sabia se podia falar aquelas duas sílabas sem que uma parte dele morresse outra vez.

Você não vai acreditar em mim Aelin continuou. O que acabei de dizer, você não vai aitar em mim. Eu sei disso, e isso é bom. Eu não esperava que o fizesse. Quando estiver pronto, eu estarei aqui.

Você é a rainha de Terrasen. Não pode estar aqui. Quem disse? Nós somos os mestres dos nossos próprios destinos, decidimos como seguir

em frente ela apertou sua mão. Você é meu amigo, Dorian.Um lampejo de memória, a partir da névoa de escuridão, dor e medo. Eu voltei por você.

Vocês dois voltaram ele falou.Sua garganta se fechou.

Você me tirou de Endovier. Achei que poderia devolver o favor.Dorian olhou para o tapete, para todos os fios entrelaçados. O que eu faço agora? eles tinham ido embora: a mulher que ele amava, e o homem que

ele odiava. Ele encontrou o olhar dela. Nenhum cálculo, nenhuma frieza, nem piedade naqueles olhos azul-turquesa. Apenas honestidade inflexível, como tinha sido desde o início com ela. O que eu faço?Ela teve que engolir antes de dizer:

Você ilumina a escuridão.

Chaol Westfall abriu os olhos.O mundo parecia um destino terrível naquele quarto no castelo de pedra.Não havia dor em seu corpo, pelo menos. Não como a dor que o derrubara, seguida pela batalha entre a luz azul e a escuridão e. E, em seguida, nada.Ele poderia ter cedido à exaustão que ameaçava arrastá-lo de volta para a inconsciência, mas alguém um homem soltou uma respiração áspera, e Chaol virou a cabeça.Não havia sons, não havia palavras nele quando o encontrou Dorian sentado em uma poltrona ao lado da cama.Sombras marcavam a área sob seus olhos; seu cabelo estava despenteado, como se ele tivesse passado as mãos por ele, mas mas além de sua blusa desabotoada, não havia colar. Apenas uma linha pálida maculando sua pele dourada.E os olhos... assombrados, mas limpos. Vivos.A visão de Chaol ficou turva e embaçada.Ela tinha conseguido. Aelin conseguira. O rosto de Chaol contorceu-se.

Não sabia que eu parecia tão ruim assim Dorian falou, sua voz rouca.Ele sabia então que o demônio dentro o príncipe tinha ido embora. Chaol chorou.Dorian saiu da poltrona e caiu de joelhos ao lado da cama. Ele agarrou a mão de Chaol, apertando-o quando pressionou a testa contra a dele.

Você estava morto disse o príncipe, a voz embargada. Pensei que você estivesse morto.

Chaol finalmente dominou a si mesmo, e Dorian se afastou o suficiente para ver seu rosto.

Acho que eu estava ele respondeu. O que... o que aconteceu?Então Dorian lhe contou.Aelin tinha salvado sua cidade.E salvou sua vida, também, quando escorregou o Olho de Elena em seu bolso.A mão de Dorian apertou a de Chaol um pouco mais.

Como você está se sentindo? Cansado admitiu Chaol, flexionando a mão livre.Seu peito doía onde a explosão o acertara, mas o resto dele parecia...

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Ele não sentia nada.Não conseguia sentir as pernas. Seus dedos do pé.

Os curandeiros que sobreviveram Dorian falou muito baixo disseram que você não deveria ter sobrevivido. Sua espinha... penso que meu pai a partiu em alguns lugares. Disseram que Amithy poderia ter sido capaz de... um lampejo de raiva. Mas ela morreu.Pânico, lento e gelado, rastejou para dentro dele. Ele não podia se mover, não podia... Rowan curou duas das lesões mais acima. Você estaria paralisado... Dorian engasgou com as palavras: do pescoço para baixo de outra forma. Mas a fratura inferior, Rowan disse que era muito complexa, e não se atreveu a tentar curá-lo, não quando poderiatorná-la pior.

Diga-me que há um mas chegando Chaol conseguiu falar.Se ele não pudesse andar se não pudesse se mover...

Nós não vamos correr o risco de lhe mandar para Wendlyn, não com Maeve lá. Mas os curandeiros na Torre Cesme poderiam ajudá-lo.

Eu não vou para o continente do sul não agora que ele tinha trazido Dorian de volta, não agora que eles tinham todos, de alguma maneira sobrevivido. Vou esperar por um curandeiro aqui.

Não existem curandeiros aqui. Não os magicamente talentosos. Meu pai e Perrington os exterminaram.Frio cintilou naqueles olhos de safira. Chaol sabia que o pai dele reivindicarao que Dorian fizera, mas apesar de tudo, isso assombraria o príncipe por um tempo.Não o príncipe o rei.

Torre Cesme pode ser a sua única esperança de andar de novo disse Dorian. Eu não vou te deixar. Não de novo.

A boca de Dorian apertou. Você nunca me deixou, Chaol ele balançou a cabeça uma vez, as lágrimas escorrendo pelo

eu rosto. Você nunca me deixou.Chaol apertou a mão do amigo.Dorian olhou para a porta um momento antes de uma batida soar hesitante, e sorriu levemente.Chaol se perguntou o que a magia de Dorian lhe permitia detectar, mas, em seguida, o rei enxugou as lágrimas e falou:

Alguém está aqui para ver você.A maçaneta calmamente foi girada e a porta se abriu, revelando uma cortina de cabelo pretos pintados de tinta e, um rosto bonito bronzeado. Nesryn viu Dorian e fez uma reverência profundo, seu cabelo balançando com ela.Dorian se pôs de pé, acenando com a mão em dispensa.

Aedion pode ser o novo chefe de segurança do castelo, mas a senhorita Faliq é minhacapitã temporária da Guarda. Acontece que os guardas acham o estilo de liderança de Aedion é... qual a palavra, Nesryn?A boca de Nesryn se contraiu, mas seus olhos estavam em Chaol, como se ele fosse um milagre, como se ele fosse uma ilusão.

Polarizador Nesryn murmurou, caminhando direto para ele, seu uniforme vermelho e dourado caindo como uma luva

Nunca houve uma mulher na guarda do rei antes Dorian falou, indo em direção à porta. uma vez que você é agora lorde Chaol Westfall, conselheiro do rei, preciso de alguém

para ocupar o cargo. Novas tradições de um novo reinado.Chaol rompeu com os olhos arregalados o olhar de Nesryn para embasbacar com seuamigo.

O quê?Mas Dorian estava na porta, abrindo-a.

Se eu tiver que me prender ao dever de um rei, então você se prenderá comigo. Então, vára a Torre Cesme e cure-se rápido, Chaol. Porque temos trabalho a fazer o olhar do rei moveu-se para Nesryn. Felizmente, você já tem um guia experiente.Em seguida, ele se foi.Chaol olhou para Nesryn, que mantinha a mão sobre a boca. Acontece que acabei quebrando a minha promessa a você depois de tudo ele falou. Uma vez que eu tecnicamente não consegui sair deste castelo.

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Elide fez que começaria a falar. Aqui é tão longe quanto podemos levá-la sem levantar suspeitas disse Manon. Quando v

tarmos, se o seu tio tiver sobrevivido, direi-lhe que você deve ter sido incinerada na explosão.E com essa explosão, todas as evidências de que Manon e suas Treze fizeram para libertar Elide das masmorras também seriam apagadas.Mas, deixá-la ali... o mundo de abria imenso e perigoso ao redor dela.

Para onde eu vou? Elide sussurrou. Árvores intermináveis e colinas as rodeavam. E-eu não sei ler, e não tenho nenhum mapa. Vá para onde tiver que ir, mas se eu fosse você, iria para o norte, e me manteria na

floresta. Fique fora das montanhas. Continue seguindo até chegar em Terrasen.Isso nunca foi parte do plano.

Mas... mas o rei... Vernon... O rei de Adarlan está morto disse Manon. O mundo parou. Aelin Galathynius o matou

e destruiu seu castelo de vidro.Elide cobriu a boca com a mão, sacudindo a cabeça. Aelin... Aelin...

Ela foi ajudada Manon continuou pelo príncipe Aedion Ashryver. Elide começou a sol. E há rumores de que o lorde Ren Allsbrook está trabalhando no norte como um rebelde.

Elide escondeu o rosto entre as mãos. Em seguida, havia uma mão forte com unhas de ferro em seu ombro. Um toque experimental. Esperança Manon falou calmamente.

Elide baixou as mãos e encontrou a bruxa sorrindo para ela. Apenas uma inclinação doslábios, mas, um sorriso, suave e encantador. Elide se perguntou se a própria Manon sabia que sorria.Mas ir para Terrasen...

As coisas vão piorar, não vão? disse Elide.O aceno de Manon foi quase imperceptível.Sul ela ainda poderia ir para o sul, correr para longe, muito longe. Agora que Vernon pensava que ela estava morta, ninguém jamais a procuraria. Mas Aelin estavaviva. E forte. E talvez fosse a hora de parar de sonhar de correr. Encontrar Celaena Sardothien ela faria isso para honrar Kaltain e o presente que recebeu, para honrar as meninas como elas, trancadas em torres sem ninguém para falar por elas, ninguém que lembrasse delas.Mas Manon tinha se lembrado dela. Não ela não fugiria.

Vá para o norte, Elide disse Manon, lendo a decisão nos olhos de Elide e entregando-lhe o pacote. Eles estão em Forte da Fenda, mas aposto que não ficarão lá por muito tempo. Vá para Terrasen e fique oculta. Mantenha-se fora das estradas, evite as pousadas. Há dinheiro nesse embrulho, mas use-o com moderação. Minta, roube e enganar se necessário, mas chegue em Terrasen. Sua rainha estará lá. Sugiro não mencionar a herança da sua mãe para ela.Elide considerou, pegando o pacote.

Ter sangue Bico Negro não parece algo tão horrível disse ela calmamente.Aqueles olhos dourados estreitaram.

Não concordou Manon. Não, não parece. Como posso agradecer? Era uma dívida que eu já devia disse Manon, balançando a cabeça quando Elide abriu a b

a para dizer mais.A bruxa entregou seus três punhais, mostrando-lhe onde esconder um na bota, guardar outro no pacote e, em seguida, embainhar o outro em seu quadril. Finalmente, pediu a Elide para tirar suas botas, revelando os grilhões que enfiara para dentro. Manon removeu uma pequena chave de osso e destrancou as correntes, ainda presas aos tornozelos.Ar fresco e suave acariciou sua pele nua, e Elide mordeu o lábio para não chorar novamente quando calçou as botas de volta.Através das árvores, as serpentes aladas estavam bocejando e resmungando, e os sonsdas Treze rindo chegava. Manon olhou na direção delas, um leve sorriso retornando à sua boca. Quando Manon se virou, a herdeira do clã de bruxas Bico Negro disse: Quando a guerra chegar, e ela chegará se Perrington tiver sobrevivido, não espere ver-me novamente, Elide Lochan.

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Sempre a mesma coisa Elide respondeu esperar é o que faço.Ela fez uma reverência para o Líder Alada. E para sua surpresa, Manon curvou-se de volta.

Norte disse Manon, e Elide supôs que era a melhor despedida que conseguiria. Norte repetiu Elide, e partiu para as árvores.

Dentro de minutos, fora para além dos sons das bruxas e suas serpentes aladas e foi engolida por Carvalhal.Ela agarrou as alças de seu embrulho enquanto andava.De repente, os animais ficaram em silêncio, e as folhas sussurravam. Um momento depois, treze grandes sombras passaram acima dela. Uma delas, menor, se demorou, como se numa segunda despedida,Elide não sabia se Abraxos podia ver através das arvores, mas ela levantou a mão num gesto de despedida de qualquer maneira. Um grito alegre ecoou em resposta feroz,e, em seguida, a sombra se foi.Norte.Para Terrasen. Para lutar, não para fugir.Para Aelin e Ren e Aedion crescidos, fortes e vivos.Ela não sabia quanto tempo demoraria ou quão longe teria que andar, mas faria isso.Ela não olharia para trás.

Caminhando sob as árvores, a floresta zumbindo em torno dela, Elide pressionou uma mão contra o bolso de sua jaqueta de couro, sentindo o pequeno nódulo duro escondido lá. Ela sussurrou uma breve oração para Anneith por sabedoria, por orientação e pôde j que uma mão quente roçou sua testa como se em resposta. Ela endireitou as costas, ergueu o queixo.Mancando, Elide começou a longa viagem para casa.

Capítulo 86 Esta é a última de suas roupas disse Lysandra, fechando o baú que um dos funcionários

abara de deixar ali. Pensei que eu tivesse problema com compras. Você nunca joga nada fora?Empoleirada sobre a poltrona de veludo no centro do enorme closet, Aelin mostrou a língua. Obrigada por ficar, por tudo ela falou.Não fazia sentido desembalar as roupas que Lysandra trouxera de seu antigo apartamento, assim como não fazia sentido voltar lá. Não ajudou que Aelin não conseguisse deixar Dorian sozinho. Mesmo que finalmente tenha conseguido tirá-lo do quarto e caminhar com ele ao redor do castelo.Parecia um morto-vivo, especialmente com a linha branca em torno de sua garganta dourada. Ela supôs que ele reparassem sempre nisso.Ela esperava por ele do lado de fora do quarto de Chaol. Quando ouviu falar queChaol finalmente acordara, convocou Nesryn assim que dominou as lágrimas de alívio que tinham ameaçado a dominá-la.Depois de Dorian voltou, quando olhou para ela e seu sorriso era forçado, ela levou o rei de volta para seu quarto e se sentou com ele por um bom tempo.Culpa este seria um fardo tão pesado para Dorian quanto sua dor.Lysandra colocou as mãos nos quadris.

Alguma outra tarefa para mim antes de eu buscar Evangeline amanhã?Aelin devia a Lyssandra mais do que ela poderia começar a expressar, mas...Ela puxou uma caixinha do bolso.

Há mais uma tarefa disse Aelin, estendendo a caixa para Lysandra. Você provavelmente vai me odiar por isso mais tarde. Mas pode começar por dizer sim.

Está me pedindo em casamento? Que inesperado Lysandra pegou a caixa, mas não abriu.Aelin acenou com a mão, o coração batendo forte.

Apenas... abra.Com uma careta cautelosa, Lysandra abriu a tampa e inclinou a cabeça para o anel ali dentro em um movimento puramente felino.

Você está me pedindo em casamento, Aelin Galathynius?Aelin sustentou o olhar de sua amiga. Há um território no norte, um pequeno pedaço de terra fértil que costumava pertencer à f

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ia Allsbrook. Aedion o tomou para si, para me informar que os Allsbrook não tem uso para ele, por isso está parado por um tempo Aelin deu de ombros. Ele poderia ser utilizado uma senhora.O sangue sumiu do rosto de Lysandra.

O quê? É um lugar atormentado por leopardos fantasmas, daí o selo no anel. Mas acho que se

houvesse alguém capaz de lidar com eles, seria você.As mãos de Lysandra tremeram. E... e chave acima do leopardo fantasma?

É para lembrá-la de quem agora detêm a sua liberdade. Você.Lysandra cobriu a boca, olhando para o anel, então para Aelin.

Você está fora de si? A maioria das pessoas provavelmente pensaria assim. Mas, como terra foi oficialm

ente libertada pelos Allsbrook anos atrás, tecnicamente posso nomeá-la senhora delas. Com Evangeline como sua herdeira, caso deseje.Sua amiga não tinha manifestado quaisquer planos para ela ou sua protegida além de buscá-la, não pediu para vir com eles, para começar de novo em uma nova terra, um novoreino. Aelin esperava que isso significasse que ela quisesse ir para Terrasen, mas...

Lysandra afundou no chão acarpetado, olhando para a caixa, para o anel. Eu sei que será uma grande quantidade de trabalho... Eu não mereço isso. Ninguém nunca vai querer me servir. Seu povo vai se ressentir por

me nomear.Aelin deslizou para o chão, de joelhos ao lado de sua amiga, e pegou a caixa das mãos trêmulas da metamorfa. Tirou o anel de ouro que encomendara semanas atrás. Ele só tinha ficado pronto esta manhã, quando Aelin e Rowan saíram para buscá-lo, juntamente com a verdadeira chave de Wyrd.

Não há ninguém que mereça mais respondeu Aelin, pegando a mão da amiga e colocando o ano dedo dela. Não há mais ninguém que eu gostaria guardando as minhas costas. Se o meu povo não pode ver o valor de uma mulher que se vendeu para a escravidão por causa de uma criança, que defendeu minha corte sem pensar na sua própria vida, então eles não são meu povo. E podem queimar no inferno.Lysandra traçou um dedo sobre o brasão de armas que Aelin tinha projetado. Como o território se chama?

Eu não tenho ideia respondeu Aelin. Lysandria soa bem. O mesmo acontece com Lysandrius, ou talvez Lysandraland.Lysandra olhou boquiaberta.

Você está fora de si. Vai aceitar? Não sei qualquer coisa sobre governar um território... Sobre ser uma dama. Bem, eu não sei qualquer coisa sobre governar um reino. Vamos aprender juntas ela

lançou o sorriso conspirador. Portanto...Lysandra olhou para o anel, em seguida, levantou os olhos para o rosto de Aelin e atirou os braços em volta dela, apertando. Ela tomou isso como um sim.Aelin fez uma careta pelo pulsar surdo de dor, mas segurou.

Bem-vinda à corte, lady.

Aelin honestamente não queria mais nada além de subir na cama naquela noite, esperando Rowan ao lado dela. Mas, quando eles terminaram o jantar sua primeira refeição juntos como uma corte ela ouviu uma batida na porta.Aedion estava respondendo antes que Aelin pudesse pousar o garfo.Ele voltou com Dorian no reboque, o rei olhando para todos eles.

Eu queria ver se vocês tinham jantado...Aelin apontou com o garfo para a cadeira vazia ao lado de Lysandra.

Junte-se a nós. Eu não quero impor minha presença. Sente sua bunda logo disse ao novo rei de Adarlan.

Naquela manhã, ele assinara um decreto libertando todos os reinos conquistados por

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Adarlan. Ela o tinha visto fazer isso, Aedion segurara a mão dela com força o tempo todo, e ela desejou que Nehemia estivesse lá para isso.Dorian moveu-se para a mesa, diversão acendendo-se naqueles olhos de safira assombrados. Ela apresentou-o novamente para Rowan, que inclinou a cabeça mais profundamente do que Aelin esperava. Em seguida, ela apresentou Lysandra, explicando quem era e o que ela havia se tornado para Aelin, a sua corte.Aedion assistiu, seu rosto apertado, os lábios numa linha fina. Seus olhos se encontraram.Dez anos mais tarde, estavam todos sentados juntos numa mesa outra vez não mais crianças, mas governantes de seus próprios territórios. Dez anos mais tarde, e lá estavameles, amigos apesar das forças que os tinham quebrado e os destruído.Aelin olhou para o centro de esperança brilhando na sala de jantar e ergueu o copo.

Por um novo mundo a rainha de Terrasen falou.O rei de Adarlan levantou o copo, aquelas sombras intermináveis dançando em seus olhos, mas... ali. Um lampejo de vida.

Pela liberdade.

Capítulo 87O duque sobreviveu. Assim como Vernon.Um terço de Morath tinha sido soprado para fora, e um bom número de guardas e servos com ele, junto com dois clãs e Elide Lochan.A perda foi sólida, mas não tão devastadora quanto poderia ter sido. A própria Manon derramara três gotas de seu próprio sangue em agradecimento à Deusa de Três Faces que a maior parte dos clãs estivessem fora em um exercício de treinamento naquele dia.Manon permanecia na câmara do conselho do duque, mãos para trás enquanto o homem vociferava.Um grande retrocesso, ele latiu para os outros homens que estavam reunidos: líderes de guerra e lordes. Levaria meses para reparar Morath, e com tantos dos seus suprimentos incinerados, eles teriam que colocar seus planos em espera.Dia e noite, homens arrastavam as pedras das ruínas das catacumbas buscando, Manon sabia, o corpo de uma mulher que não era mais do que cinzas, e a pedra que ela guardara. Manon não tinha sequer falado que agora uma das Treze mancava em direção ao norte com essa pedra.

Líder Alada o duque chamu, e Manon preguiçosamente virou os olhos para ele. Sua avó chegará em duas semanas. Quero seus clãs treinados com os mais recentes planos

de batalha.Ela assentiu com a cabeça.

Como quiser.Batalhas. Haveria batalhas, porque mesmo agora que Dorian Havilliard era rei, oduque não tinha planos de deixar tudo de lado, não com aquele exército. Assim que as torres fossem construídas pelas bruxas e ele encontrasse outra fonte de fogo de sombras, Aelin Galathynius e suas forças seriam obliteradas.Manon esperava silenciosamente que Elide não estivesse naqueles campos de batalha.A reunião do conselho terminou rapidamente, e Manon fez uma pausa quando passou por Vernon em seu caminho para fora.Ela colocou a mão em seu ombro, suas unhas cravando em sua pele, e ele gritou quando ela trouxe os dentes de ferro perto de seu ouvido.

Só porque ela está morta, lorde, não pense que esquecerei o que tentou fazer com ela.Vernon empalideceu.

Você não pode me tocar.Manon cravou as unhas mais profundas.

Não, eu não posso ela sussurrou em seu ouvido. Mas Aelin Galathynius está viva. E ou que ela tem contas a acertar.Ela fincou as unhas e apertou seu ombro, fazendo o sangue escorrer pela túnica verde de Vernon antes de sair da sala.

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O que acontece agora? Asterin perguntou enquanto elas estudavam a nova torre que tinham reivindicado de um dos clãs menores. Sua avó chega, e depois lutamos nesta guerra?Manon olhou pela arcada aberta para o céu cinza além.

Por enquanto, nós ficamos. Espero que minha avó traga aquelas torres.Ela não sabia o que faria quando visse sua avó. Ela olhou de soslaio para sua imediata.

Aquele caçador humano... como ele morreu?Os olhos de Asterin brilharam. Por um momento ela não disse nada. Então: Ele estava velho muito velho. Penso que ele foi para a floresta um dia e deitou-

se em algum lugar e nunca mais voltou Ele teria gostado disso, acho. Eu nunca encontrei o corpo dele.Mas ela tinha procurado.

Como foi? Manon perguntou em voz baixa. Amar?Porque foi amor o que se passara o que Asterin talvez tivesse sido a única entre as bruxas Dentes de Ferro a sentir, a descobrir.

Era como morrer um pouco todos os dias. Era como estar viva, também. Era uma alegria tão completa que se tonou dor. Me destruiu e me desfez e me forjou. Eu odiava,porque sabia que não podia escapar, e sabia que me mudaria para sempre. E aquela b

ruxa donzela... eu a amava de uma forma que não posso descrever, exceto por dizer-lhe que foi a coisa mais poderosa que já senti, mais do que raiva, que luxúria, quemagia... um sorriso suave. Estou surpresa que você não esteja me fazendo o discursode Obediência. Disciplina. Brutalidade.Transformadas em monstros.

As coisas estão mudando disse Manon. Bom respondeu Asterin. Nós somos imortais. As coisas devem mudar, e muitas vezes,

ou senão ficam chatas.Manon ergueu as sobrancelhas, e sua imediata sorriu.Manon balançou a cabeça e sorriu de volta.

Capítulo 88Com Rowan circulando no alto da torre do relógio, e sua partida prevista para o amanhecer, Aelin decidiu fazer uma última visita ao túmulo de Elena, quando o relógio bateu meia-noite.Seus planos, no entanto, foram arruinados: o caminho para o túmulo estava bloqueado por destroços da explosão. Ela passou quinze minutos procurando uma maneira de entrar, usando ambas as mãos e a magia, mas não teve sorte. Rezou para Mort não ter sidodestruído embora talvez a aldrava em forma de caveira tivesse abraçado o fim de suaestranha existência imortal.Os esgotos de Forte da Fenda, aparentemente, estavam tão limpos de valg quanto ostúneis e catacumbas do castelo, como se os demônios tivessem fugido para a noite quando o rei caiu. Pelo momento, Forte da Fenda estava segura.Aelin emergiu da passagem escondida, limpando a poeira de cima dela.

Vocês dois fazem tanto barulho, é ridículo.Com sua audição feérica, ela os detectara minutos atrás.Dorian e Chaol estavam sentados diante da lareira dela, o último em uma cadeira de rodas especial que arrumaram para ele. O rei olhou para suas orelhas pontudas,os caninos alongados e levantou uma sobrancelha.

Você parece bem, Majestade.Ela supôs que ele realmente não tinha notado naquele dia na ponte de vidro, e ela permanecera em sua forma humana até agora. Ela sorriu.Chaol virou a cabeça. Seu rosto estava magro, mas uma centelha de determinação brilhava lá. Esperança. Ele não deixaria sua lesão destruí-lo.

Eu sempre tive uma boa aparência respondeu Aelin, jogando-se na poltrona em frente de Dorian.

Encontrou algo de interessante lá embaixo? perguntou Chaol.Ela balançou a cabeça. Percebi que não faria mal olhar uma última vez. Por causa dos velhos tempos.E talvez arrancar a cabeça de Elena com uma mordida. Depois que ela tivesse as res

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postas para todas as suas perguntas. Mas a antiga rainha estava longe de ser encontrada.Os três se entreolharam, e fez-se silêncio. A garganta de Aelin queimava, então ela se virou para Chaol e disse:

Com Maeve e Perrington respirando em nosso pescoço, podemos precisar de aliados mais cedo ou mais tarde, especialmente se as forças em Morath bloquearem o acesso aEyllwe. Um exército do Continente Sul poderia cruzar o Mar Estreito dentro de alguns dias, fornecendo reforços e empurrando Perrington a partir do sul enquanto nós martelamos do norte ela cruzou os braços. Então, eu o nomeio um embaixador oficial deTerrasen. Não me importo com o que Dorian diga. Faça amizade com a família real, atraia-os, beije suas bundas, faça o que tem que fazer. Mas precisamos dessa aliança.Chaol olhou para Dorian um pedido silencioso.O rei acenou com a cabeça, apenas um mergulho de seu queixo.

Eu vou tentar era a melhor resposta que podia esperar. Chaol enfiou a mão no bolso de sua túnica e jogou o Olho em direção a ela. Ela pegou o colar com uma mão. O metal tinha sido deformado, mas a pedra azul permanecia ali. Obrigado ele falou com voz rouca.

Ele o esteve usando por meses Dorian falou quando ela enfiou o amuleto no bolso mas nunca reagiu, mesmo no perigo. Por que agora?

A garganta de Aelin se apertou. Coração corajoso disse ela. Elena me disse uma vez que um coração corajoso era raroe eu deveria deixar que ele me guiasse. Quando Chaol escolheu por... ela não conseguiu formar as palavras. Tentou novamente. Acho que a coragem o salvou, fez o amuleto viver para ele.Fora uma aposta, e uma tola, mas tinha funcionado. O silêncio caiu novamente.

Então, aqui estamos nós Dorian falou. O fim da estrada disse Aelin com um meio sorriso. Não discordou Chaol, seu próprio sorriso fraco, hesitante. O início da próxima.

Na manhã seguinte, Aelin bocejou enquanto se inclinou contra a égua cinza no pátio docastelo.Uma vez que Dorian e Chaol a deixaram na noite passada, Lysandra entrou e desmaiou em sua cama sem nenhuma explicação do porquê ou o que ela fazia de antemão. E uma vez que ela estava completamente inconsciente, Aelin acabou subindo na cama ao lado dela. Ela não tinha ideia de onde Rowan passara a noite, mas não teria se surpreendido ao olhar pela janela e ver um falcão de cauda branca empoleirado na grade da varanda.Ao amanhecer, Aedion entrara explodindo, exigindo por que eles não estavam prontos para sair para ir para casa.Lysandra se transformara num leopardo fantasma e perseguiu-o para fora. Em seguida, voltou, demorando-se em sua forma felina e maciça, e se esparramou ao lado Aelin mais uma vez. Eles conseguiram mais trinta minutos de sono antes de Aedion voltar e jogar um balde de água sobre elas.Ele teve sorte de escapar com vida.Mas ele estava certo eles tinham poucos motivos para ficar. Não com tanta coisa para fazer no norte, tanto para planejar e curar e supervisionar.Eles viajariam até o anoitecer, onde pegariam Evangeline com o pai de Faliq e depois continuariam para o norte, seguindo ininterruptamente, até que chegassem a Terrasen.Casa.Ela estava indo para casa.O medo e a dúvida enrolavam em seu intestino mas a alegria piscava ao lado deles.Eles se prepararam rapidamente, e agora tudo o que restava, supôs, era dar adeus.Os ferimentos de Chaol tornaram as escadas impossíveis, mas ela foi em seu quartonaquela manhã para dizer adeus apenas para encontrar Aedion, Rowan e Lysandra já lá, conversando com ele e Nesryn. Quando eles saíram, Nesryn seguindo-os para fora, o capitão apenas apertara a mão de Aelin e perguntou:

Posso ver?

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Ela sabia o que ele queria dizer, e tinha erguido as mãos diante dela. Fitas, plumas e flores de fogo vermelho e dourado dançaram através de seu quarto, brilhantes, gloriosas e elegantes. Os olhos de Chaol estavam revestidos com prata quando as chamas se apagaram.

É lindo disse ele, por fim.Ela apenas sorriu para ele e deixou uma rosa dourada de chama ardente em sua mesa de cabeceira onde queimaria sem calor até que ela estivesse fora de alcance.E para Nesryn, que havia sido nomeada capitã da Guarda, Aelin deixou outro presente: uma flecha de ouro maciço, ganhada em seu último Yule, mas como uma bênção de Deanna a própria antepassada. Aelin percebeu que a atiradora gostaria e apreciaria aquela flecha mais do que ela jamais aproveitaria, de qualquer maneira.

Você precisa de mais alguma coisa? Mais comida? perguntou Dorian, indo para o seulado.Rowan, Aedion e Lysandra já estavam montando seus cavalos. Eles estavam apenas com coisas leves, levando apenas os suprimentos mais básicos. Principalmente armas, incluindo Damaris, que Chaol tinha dado a Aedion, insistindo que a lâmina antiga permanecesse naquelas costas. O resto de seus pertences seria despachado para Terrasen.

Com este grupo Aelin falou para Dorian provavelmente será uma competição diária para

quem caça melhor.Dorian riu. Fez-se silêncio, e Aelin estalou a língua. Você está usando a mesma túnica que usava há alguns dias. Não acho que já o vi vestir a

a coisa duas vezes.Um lampejo nos olhos de safira.

Penso que há coisas maiores para me preocupar agora. Você... vai ficar bem? Tenho outra opção que não essa?

Ela tocou seu braço. Se você precisar de alguma coisa, avise. Vai levar algumas semanas antes de chegar

mos a Orynth, mas suponho que, agora que a magia voltou, você pode encontrar um mensageiro para levar a notícia para mim rapidamente.

Graças a você e aos seus amigos.Ela olhou por cima do ombro para eles. Estavam todos tentando o seu melhor paraparecer que não estavam escutando.

Graças a todos nós ela falou calmamente. E a você.Dorian olhou para o horizonte da cidade, no sopé verdejante além.

Se você tivesse me perguntado há nove meses se eu pensava... ele balançou a cabeça. a coisa mudou.

E vai continuar a mudando disse ela, apertando o braço dele uma vez. Mas... Há coisas que não vão mudar. Eu sempre vou ser sua amiga.Sua garganta fechou.

Eu gostaria de poder vê-la, apenas uma última vez. Dizer a ela... dizer o que estava em meu coração.

Ela sabe... respondeu Aelin, piscando contra a queimação em seus olhos. Vou sentir sua falta disse Dorian. Embora eu duvide que da próxima vez que nos enc

ontrarmos será em circunstâncias... Civilizadas.Ela tentou não pensar nisso. Ele gesticulou por cima do ombro para sua corte.

Não seja muito má. Eles só estão tentando ajudá-la.Ela sorriu. Para sua surpresa, um rei sorriu de volta.

Envie-me algum bom livro que você leu disse ela. Só se você fizer o mesmo.

Ela abraçou-o uma última vez. Obrigada por tudo ela sussurrou.

Dorian apertou-lhe, em seguida, afastou-se quando Aelin montou em seu cavalo e cutucou-o em uma caminhada. Ela moveu-se para frente da comitiva, onde Rowan montava um garanhão preto lustroso. O príncipe feérico chamou sua atenção.Você está bem?Ela assentiu com a cabeça. Não achei que dizer adeus seria tão difícil. E com tudo o que está por vir...Vamos enfrentá-lo juntos. Para qualquer fim.

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Ela estendeu a mão sobre o espaço entre eles e segurou a mão dele, apertando-a com firmeza. Eles se mantiveram enquanto cavalgavam pelo caminho estéril, através do portão que ela abrira na parede de vidro, e pelas ruas da cidade, onde as pessoas pausavam o que estavam fazendo e ficavam boquiabertas ou sussurrando ou encarando.Mas enquanto cavalgavam para fora de Forte da Fenda, essa cidade que tinha sidosua casa e seu inferno e a sua salvação, enquanto ela memorizava cada rua, construção, rosto e loja, cada cheiro e o frescor da brisa do rio, ela não viu um escravo. Não ouviu um chicote.E quando eles passaram pela cúpula do Teatro Real, havia uma linda música, música requintada, saindo de dentro.

Dorian não sabia o que o acordou. Talvez fosse que os preguiçosos insetos de verão tivessem parado seu zumbido à noite, ou talvez fosse o vento feio que escorregava emseu quarto da torre antiga, agitando as cortinas.A luz da lua brilhando sobre o relógio revelava que eram três da manhã. A cidade estava silenciosa.Ele se levantou da cama, tocando seu pescoço mais uma vez só para ter certeza. Sempr

e que acordava de seus pesadelos, levava minutos para dizer se estava realmenteacordado ou se era apenas um sonho e ele ainda estava preso em seu próprio corpo,escravizado por seu pai e pelo príncipe valg. Ele não tinha contado a Aelin ou a Chaol sobre os pesadelos. Parte dele desejava que tivesse contado.Ele ainda mal se lembrava do que tinha acontecido enquanto usava aquele colar. Ele fez vinte anos e não tinha nenhuma lembrança disso. Havia apenas pedaços, vislumbres de horror e dor. Ele tentou não pensar nisso. Não queria lembrar. Não disse isso a Chaol ou a Aelin, também.Ele já sentia falta dela, do caos e da intensidade de sua corte. Sentia falta de ter alguém ao redor. O castelo era muito grande, muito tranquilo. E Chaol sairia em dois dias. Ele não queria pensar sobre como seria a falta de seu amigo.Dorian foi para sua varanda, precisando sentir a brisa do rio em seu rosto, saber que era real e que estava livre.Abriu as portas da varanda, as pedras frias em seus pés, e olhou para fora através dos destroços arrasados. Ele fizera aquilo. Soltou um suspiro, vendo a parede de vidro que brilhava à luz do luar.Havia uma sombra enorme empoleirada no alto dela. Dorian congelou.Não uma sombra, mas um animal gigante, suas garras na parede, as asas dobradas aolado do corpo, levemente cintilante sob o brilho da lua cheia. Brilhando como ocabelo branco da cavaleira em cima dele.Mesmo à distância, ele sabia que ela olhava diretamente para ele, seu cabelo fluindo para o lado como uma tira de luar, capturado na brisa do rio.Dorian levantou uma mão, a outra subindo para seu pescoço. Sem colar.A montadora na serpente alada inclinou-se na sela, dizendo algo para sua besta.Ele abriu suas enormes asas brilhantes e saltou no ar. Cada batida de suas asasenviando uma crescente rajada de vento na direção dele.Ela subiu mais alto, o cabelo balançando atrás dela como um rabo brilhante, até que desapareceu na noite, e ele não pôde ouvir mais suas asas batendo. Ninguém soou o alarme. Como se o mundo tivesse parado de prestar atenção aos poucos momentos em que elesse entreolharam.E através da escuridão de suas memórias, através da dor e do desespero e do terror que ele tinha tentado esquecer, um nome ecoou em sua cabeça.

Manon Bico Negro voou pelo céu estrelado, Abraxos quente e rápido sob ela, a incrivelmente brilhante lua cheia a Mãe de tudo acima dela.Ela não sabia por que tinha se dado ao trabalho de ir; por que tinha ficado curiosa.Mas ali estava o príncipe, sem colar visível ao redor de seu pescoço.E ele levantou a mão em saudação como se para dizer, eu lembro de você.

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