A QUESTÃO NEOCONSERVADORA E A NEOLIBERAL: Um currículo nacional faz sentido?

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A questão neoconservadora e a neoliberal: Um currículo nacional faz sentido? Resenha analítica Elaborada pelo Professor Ms Elicio Gomes Lima Resenha analítica do Texto: Educação, identidade e batatas fritas batatas. De Michael W. Apple . São Paulo Junho 2012

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O autor procura argumentar e posicionar-se sobre currículo e avaliação nacional. Paratanto, levanta a questão que o currículo não é neutro, mas penetrado por poderesideológicos, dado o peso relativo das diversas forças sociais que o compõem.“Assim, queremos ou não diferentes forças se introduzem no próprio coração do currículo,do ensino e da avaliação.” (pág 54). Dessa forma, diz o autor, o processo de dominaçãoe subordinação é reproduzido e alterado na sociedade.

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A questão neoconservadora e a neoliberal: Um currículo nacional faz sentido?

Resenha analítica Elaborada pelo

Professor Ms Elicio Gomes Lima

Resenha analítica do Texto: Educação, identidade e batatas fritas batatas. De Michael W. Apple

.

São Paulo Junho 2012

A política do conhecimento oficial: um currículo nacional faz

sentido?

A questão neoconservadora e a neoliberal:

O autor procura argumentar e posicionar-se sobre currículo e avaliação nacional. Para

tanto, levanta a questão que o currículo não é neutro, mas penetrado por poderes

ideológicos, dado o peso relativo das diversas forças sociais que o compõem.

“Assim, queremos ou não diferentes forças se introduzem no próprio coração do currículo,

do ensino e da avaliação.” (pág 54). Dessa forma, diz o autor, o processo de dominação

e subordinação é reproduzido e alterado na sociedade.

Nesse sentido, ele prossegue dizendo que as condições econômicas e sociais são

inseparáveis ligando formas e conteúdos culturais. E reforça sua argumentação em uma

citação de Pierre Bourdieu que diz:

“É por isso que a arte e o consumo cultural se prestam, consciente e deliberadamente ou

não, a preencher uma função social de legitimação da diferença social”.

E coloca-se que é por essa complexa relação de poder entre o capital econômico e o

cultural, que o conteúdo e a organização do currículo, da pedagogia e da avaliação se

legitimam no seio da sociedade e do sistema educacional americano.

Daí, diz o autor em questão, é crucial que compreendemos já a existência de um currículo

nacional determinado pelas políticas do Estado – política do conhecimento oficial.

Tal política o autor a denomina de neoconservadora, e diz que o currículo e a avaliação

nacional regido pelo neoconservatorismo é um conjunto padronizado de objetivos e

orientações para o sistema escolar que atua como instrumento de controle social.

Assim, a política neoconservadora é guiada pela visão de um Estado forte em algumas

áreas, especialmente nas políticas relativas ás classes, gêneros, relações raciais, nas

condutas, e na especificação dos conhecimentos que devem ser transmitidos as gerações

futuras (pág. 64).

Nesse sentido, o Estado reduz sua responsabilidade governamental no atendimento as

necessidades sociais, promovendo a privatização, centralização, e profissionalização e

propondo uma escola mínima gerida pelo Estado como órgão controlador.

Dessa forma, a privatização passa gerenciar e a administrar as políticas públicas que

estabelecem normas e valores e ao mesmo tempo possibilita lucro e competitividade para

a iniciativa privada atuar, rebaixando a expectativa do público e elevando o setor privado.

Por outro lado, ao argumentar sobre o neoliberalismo diz que - a ênfase da política neoliberal reduz o currículo e a própria educação á lógica de mercado, e a democracia

torna-se um conceito econômico em vez de político.

Nesse sentido, o neoliberalismo quer reduzir toda a política á economia, uma ética de

“escolha” e consumo em que o mundo torna-se em essência, um vasto supermercado.

Assim, a política neoliberal assume a educação como um produto de compra e venda

regido pelo lucro, e pela competição do mercado, construindo suas próprias práticas

educativa, e ética de acordo com as forças do mercado.

O texto na página 72 citando Bernstein conclui que mesmo conflitantes em alguns

aspectos as duas políticas reproduzem desigualdades sociais e tentam fornecer uma

aparência legitimadora para a perpetuação de formas há muito tempo existente de

desigualdades estruturada como ele diz:

“As práticas pedagógicas do novo profissionalismo (neoliberalismo) e aquelas da velha

autonomia do conhecimento (neoconservadorismo) representam um conflito entre

diferentes ideologias da elite, uma baseada na hierarquia de classes do mercado e a

outra na hierarquia do conhecimento e seus suportes de classes” (pág.72).

Por fim, o nosso autor em questão sedimenta sua idéia da estratificação de escolas e

currículos quando afirma que – “quaisquer que sejam as oposições entre práticas

ideológicas e curriculares orientadas pelo mercado ou pelo conhecimento, provavelmente

as desigualdades atuais em termos de raça, sexo e classe serão reproduzidas” (pág. 72).