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    A QUESTO DA INFORMAO

    ALDO DE ALBUQUERQUE BARRETO

    [Artigo revisto do original publicado em 1994]

    A informao sintoniza o mundo. Como onda ou partcula, participa na evoluo e darevoluo do da conscincia do homem em direo sua histria. Como elementoorganizador, a informao referencia o homem ao seu destino mesmo antes de seunascimento, atravs de sua identidade gentica, e durante a sua existncia atua nacompetncia em elaborar a informao para estabelecer a sua odissia individual noespao e no tempo.

    A importncia que a informao assumiu na atualidade ps-industrial recoloca para opensamento questes sobre a sua natureza, seu conceito e os benefcios que pode trazer aoindivduo no seu relacionamento com o mundo em que vive. Associada ao conceito deordem e de reduo de incerteza identifica-se com a organizao de sistemas deidentidades inanimadas ou de seres vivos racionais. No presente artigo, contudo,limitamos observao e discusso s caractersticas e qualidades do fenmeno dainformao entre seres humanos, habitando um determinado espao social, poltico eeconmico. Tendo uma fonte geradora ou um emissor de informao, um canal detransferncia e um destinatrio ou receptor de uma mensagem com condies semnticasde traduo.

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    Nesse sentido, tem-se procurado caracterizar a essncia do fenmeno da informao comoa adequao de um processo de comunicao que se efetiva entre o emissor e o receptorda mensagem. Os diversos conceitos encontrados para a informao tendem a se localizarno comeo e no fim do processo de comunicao (Wersing e Neveling, 1975).

    Quando do lado do gerador ou tem-se definies estruturais como, as que indicam ser ainformao o resultado da relao esttica entre objetos materiais, independente da aodos seres humanos ou uma configurao que relaciona mensagem a smbolos produzidospor um gerador para efetivar um processo de transferncia. Nestas definies, o receptorda informao est excludo do processo, ou no necessrio para a sua explicao.

    As definies quando relacionadas ao receptor reforam a inteno semntica datransferncia, adjetivando o conceito com o significado da mensagem, seu uso efetivo e aao resultante do uso. Contudo, so as definies que relacionam a informao produo de conhecimento no indivduo as que melhor explicam a natureza do fenmeno,em que termos finalistas, associando-o ao desenvolvimento e liberdade do indivduo, deseu grupo de convivncia e a da sociedade como um todo. Aqui a informao qualificada como um instrumento modificador da conscincia e da sociedade como umtodo. A informao qualificada como um instrumento modificador da conscincia dohomem e de seu grupo. Deixa de ser uma medida de organizao para ser a organizaoem si; o conhecimento, que s se realiza se a informao percebida e aceita como talcolocando o indivduo em um estgio melhor de convivncia consigo mesmo e dentro domundo em que sua historia individual se desenrola.

    A informao, quando adequadamente assimilada, produz conhecimento e modifica oestoque mental de significados do indivduo, traz benefcios ao seu desenvolvimento e aoprogresso da sociedade em que ele vive. Assim, como agente mediador na produo doconhecimento, a informao qualifica-se, em forma e substncia, como: o conjunto deestruturas significantes com a competncia de gerar conhecimento para o indivduo e seu

    grupo.

    A questo que se coloca agora a de como se trabalhar com a informao enquanto

    estruturas significantes, com inteno de direcion-la ao seu propsito de produtora deconhecimento para a sociedade. Como se a organiza, controla e distribui de maneiracorreta considerando a sua ingerncia na produo do conhecimento.

    A produo da informaoA produo da informao, definida por ns como estruturas significantes, seoperacionaliza atravs de prticas bem definidas e com um processo de transformaoorientado por uma racionalidade tcnica que lhe especfica; representam atividadesrelacionadas reunio, seleo, codificao, reduo, classificao e armazenamento de

    informao.

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    Todas essas atividades esto orientadas para a organizao e controle dos estoques deinformao, para uso imediato ou futuro. Este repositrio representa um estoque potencialde conhecimento e imprescindvel para que este se realize no mbito da transferncia deinformao. Contudo, o estoque por ser esttico, no produz, por si s, qualquer

    conhecimento. As estruturas significantes armazenadas em bases de dados, bibliotecas,arquivos ou museus possuem uma competncia para produzir conhecimento, mas que sse efetiva a partir de uma ao de comunicao mutuamente consentida entre os estoquese o receptor. A produo de acervos de informao no possui um compromisso diretocom a produo de conhecimento o qual permite a ao de desenvolvimento em diferentesnveis.

    A indstria de produo de informao tem se desenvolvido junto com as revolues e ocrescimento industrial, absorvendo assim, as suas caractersticas marcantes. A gerao deestoques de informao adotou para si os preceitos da produtividade e da tcnica comouma forma de trabalho. A crescente produo de contedos precisa ser reunida earmazenada de forma eficiente obedecendo a critrios de produtividade na estocagem, ouseja, o maior nmero de documentos deve ser colocado em menor espao possvel paraatender limites da eficcia e custo. Neste processo, so utilizadas tcnicas prprias dereduo estrutural da informao. Utilizam-se, neste processamento redutor, novaslinguagens, estabelecidas pelos instrumentos transformadores da indstria da informao;o processamento redutor potencializado ainda, pelas exigncias do meio fsico dearmazenamento. Reduz-se, assim, o universo da linguagem natural do homem, em termosde medio da informao com a finalidade de produo do conhecimento. Esta atitude

    tcnica representa, certamente, uma deciso poltica e econmica dos produtores deinformao. A indstria de informao organiza-se e se diferencia pelo grau deorganizao tcnica e controle dos acervos de informao e pela sua manipulao polticae econmica. Assim, os estoques especficos e institucionais de informao processados,gerenciados e controlados constituem uma infocontextura que convive e permeia umasuperestrutura de informao, em que se acrescentam, tambm, os estoques potenciaisdisponveis, mas no em uma cadeia de produo que, obedea a um processamentotcnico e armazenagem contnua e disponibilidade explicita. [3]

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    [Ncleos de informao no institucionalizados: A, B, C, D, E, F (empresas, universidades, igrejas, governo, meios decomunicao de massa, etc..].

    Os produtores que se localizam na infocontextura so corporaes pblicas e privadas,que renem e elaboram informao transnacional para a produo e manipulao deestoques privilegiados.

    Mas, quem detm a propriedade dos estoques de informao determina sua distribuio econdiciona, potencialmente, a produo do conhecimento. Os produtores de informaono podem dizer ao indivduo o que pensar, mas podem induzir sobre o que pensar(Bagdikian, 1994).

    Distribuio e o consumo de informaoA produo de estoques de informao orienta-se por uma racionalidade tcnica eprodutivista [2]. A distribuio ou transferncia da informao, contudo, estcondicionada por uma limitao contextual e cognitiva. Para intervir na vida social,gerando conhecimento que promove o desenvolvimento, a informao necessita sertransmitida e aceita como tal. Os espaos sociais no so to homogneos como oprocessamento tcnico dos estoques de informao. A realidade, em que se pretende quea informao atue e transforme, multifacetada em microncleos sociais comdivergncias profundas em pases como o Brasil. Podem ser vistas como micro naesinsuladas por suas diferenas. Os habitantes destas comunidades sociais diferenciaram-se

    segundo suas condies, como grau de instruo, nvel de renda, religio, raa, acesso einterpretao dos cdigos formais de conduta moral e tica, acesso informao,

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    confiana no canal de transferncia, codificao e decodificao do cdigo lingsticocomum, entre outros.

    Estes espaos sociais diferenciados no constituem uma simples justaposio de

    singularidades, ao contrrio so entidades orgnicas com forte sentimento coletivo, umcorpo de costumes, tradies, sentimentos e atitudes institudas. Estas singularidadesconcentram um conjunto de saberes, regras, normas, proibies e permisses que soconservadas e transferidas atravs de canais prprios de comunicao (Maffesoli, 1984).Uma diferenciao e aproximao que, certamente, condicionam a distribuio dainformao, o seu uso e assimilao.

    Os produtores de informao esto limitados, ento, pelas competncias do contexto e

    condies cognitivas dos habitantes de realidades diferenciadas; necessitam assim, adotarestratgias de distribuio, que viabilizem a aceitao de seu produto.

    Na acumulao da informao estocada, os produtores so pressionados a aumentar,continuamente, o quantum de documentos armazenados, para atender a requisitos denovidade, qualidade e abrangncia dos seus estoques. O resultado desta poltica deformao de estoques apresenta um crescimento contnuo e cumulativo, da quantidade deinformao produzida.

    Considerando, portanto, o volume e a estrutura dos estoques de informaes disponveis,a transferncia de informao poderia efetuar-se, do ponto de vista do gerente dosacervos, de acordo com trs estratgias que considerassem os aspectos do contexto e deassimilao do receptor: a) uma estratgia que procure atingir e criar grandes gruposhomogneos de receptores; b) uma que procure identificar interesses e necessidadescomuns para grupos diferenciados; e, c) finalmente, uma estratgia em que adisseminao da informao privilegie uma elite informacional.

    A primeira estratgia tenta associar a produtividade dos estoques produtividade natransferncia da informao. Ao pretender atingir um pblico homogneo em sua

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    competncia de assimilao, transfere dos estoques a informao de interesse de ummenor conhecimento comum, mas acessvel ao maior pblico de receptores.

    Na segunda, a transferncia de informao direcionada a grupos de receptores com um

    perfil de interesses e necessidades comuns. A transferncia diferenciada para atender aum pblico selecionado, com competncia para reelaborar a informao recebida erealimentar os estoques com informao nova. Este pblico conhece o fluxo deinformao na sociedade, participa e utiliza deste fluxo para sedimentar suas posies noespao social e almejar novas posies.

    A transferncia se elitiza para um pequeno nmero de receptores com acesso informao restrita aos demais grupos, at porque este grupo de elite possui alm dascompetncias dos grupos anteriores, caractersticas polticas e econmicas que os permiteassegurarem e manterem o poder poltico e econmico de acesso.

    Dentro deste quadro em que foi colocada a distribuio da informao foramradicalizadas posies para um melhor entendimento de como se pretende harmonizar aproduo e o consumo de informao. Vale lembrar que, em uma realidade fragmentadapor desajustes sociais e econmicos, a disponibilidade ou a possibilidade de acesso informao no implica, necessariamente em uso efetivo e conhecimento.

    Democratizar a informao no pode, assim, envolver unicamente programas parafacilitar e aumentar o acesso e a disponibilidade informao. necessrio que o

    indivduo tenha condies de elaborar o insumo recebido, transformando-o emconhecimento esclarecedor e libertador em benefcio prprio e da sociedade onde vive.

    A democratizao, tambm, no se limita a uma reproduo consentida de um estgio dedesenvolvimento informacional j homogeneizado dentro de um menor conhecimentocomum, que s traz benefcio para a eficcia dos produtores e dos estoques deinformao.

    A estrutura da demanda e dos estoques de informao

    A hierarquia das necessidades humanas, que determina o comportamento dos indivduos,foi mapeada por A. Maslow (Maslow, 1970) para indicar os fatores determinantes damotivao, desempenho e satisfao no trabalho. No seu estudo emprico, Maslow (1970)apresenta uma pirmide das necessidades humanas e o comportamento associado a cadanvel desta pirmide. Adaptamos este esquema para, em uma tentativa intuitiva pararelacionarmos o que seria a demanda e a oferta de informao em sua estrutura bsica.

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    Na pirmide das necessidades humanas (Figura 2), o indivduo movimentar-se-ia dabase para o topo, passando de um estgio para o outro somente quando todas as suasnecessidades, naquele estgio, estivessem satisfeitas. A configurao piramidal procuraindicar um maior nmero de pessoas na base do que no topo. Na base da pirmideestariam as pessoas que procuram satisfazer as suas necessidades bsicas tipo:alimentao, habitao, vesturio, sade, educao, sendo o seu comportamento o deperseguir e satisfazer estas necessidades, que representam a segurana de existir em umdeterminado espao. Desta forma, demandariam, prioritariamente, informao deutilidade para a sua necessidade de segurana, ordem e liberdade do medo e da ameaa.

    No estgio acima, estariam os indivduos que, tendo resolvido as suas necessidadesbsicas j tm um comportamento participativo, uma premncia de permanecer nosgrupos que participam, seja no trabalho, na comunidade, afetivos ou profissionais.Demandam ento informao que lhes garanta a permanncia nos diversos contextos quehabitam e onde desejam permanecer. Elaboram a informao em proveito prprio e dasinstituies de que participam.

    No topo da pirmide, os indivduos, tendo satisfeito as necessidades anteriores, soestimulados por sentimentos de realizao pessoal e utilizam informao para reflexo,

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    criatividade e concretizao de seu potencial intelectual.

    Ao se configurar a demanda neste formato intuimos que o fluxo de informaes agregaqualidade da base para o topo. A oferta de informao, ou seja, a estrutura dos estoques

    se relaciona demanda potencial como uma pirmide oposta, inversamente proporcionalem termos quantitativos e qualitativos s posies da informao demandada (Figura 3).Aparece, ento, situao de racionamento ou de excedente de informao nos seusextremos. Vale colocar, que o modelo apresentado radicalizam posies no intuito detornar clara a explanao devendo ser visto com flexibilidade e tolerncia dos exemplos.

    O tempo dos estoques e da assimilao da informaoEm uma relao temporal, a informao como uma partcula, que forma estoque e seagrupa no tempo linear das coisas ocorridas cronologicamente. A informao acumula-se

    em estoques, de formao contnua, em um repositrio fixo. O volume e o crescimentodestes estoques so diretamente proporcionais ao tempo contnuo.

    Contudo, estes estoques devem atuar em ondas de informao para atingir o receptor ecumprir a sua misso de transformar partculas de informao em ondas deconhecimento. O tempo em que se opera a reflexo consciente para a assimilao dainformao no o tempo linear da formao dos estoques de informao. O homem quereflete como ser consciente est posicionado entre o passado e o futuro, em um tempoque se repete circular e quotidianamente. Ele se coloca em um ponto imaginrio de umalinha que une passado e futuro.

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    Est posio de assimilao da informao no simplesmente um ponto no presente, massim um ponto na conscincia cognitiva influenciada pela vivncia do passado e pelaexpectativa do futuro sem ter um comeo ou um fim absoluto. (Arendt, 1991). A regio doesprito que aceita a informao como conhecimento poderia ser representada pela Figura

    4, adaptada de (Arendt 1991) [2].Figura 4

    Grandes estoques crescentes de informao, que se acumulam em um tempo ilimitadosdegeneram, contudo, a vivncia cotidiana do conhecimento que quer se realizar noindivduo. A sintonia do sujeito consciente se dispersa em um mundo de informaesirrelevantes, imprecisas e ultrapassadas e com uma distribuio inadequada.

    O conhecimento, potencialmente armazenado nos estoques acumula-se exponencialmentenestes repositrios. Mesmo ao se colocar um filtro de entrada para limitarqualitativamente o crescimento dos estoques, a coisa toda tender a ruir em pedaos,devido ao seu prprio peso, a menos que, se modifiquem as propores relativas daestrutura em relao ao seu contedo fsico (Thompson).

    H mais de 350 anos, Galileu (Bell, 1973) formulou, em seu princpio da similitude, quenenhum organismo biolgico ou instituio humana, que receba uma mudana detamanho e uma conseqente mudana de escala, passa por isso sem modificar sua forma

    ou conformao. Seria como um conceito do quadrado e do cubo; isto , se o volume(informao) cresce em razo cbica e a superfcie que o contm (estoques) aumenta s

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    em uma razo quadrada haver um momento de diferenciao estrutural, mediante o quala organizao se transforma em duas, mas, que juntas so funcionalmente equivalentes organizao anterior.

    A analogia destes conceitos ao crescimento linear e exponencial dos estoques deinformao leva a crer que estas estruturas de armazenagem tendero a quebrar emestruturas especializadas e distintas, que possibilitem lidar com o problema da acumulaoe distribuio de informao de maneira mais adequada.

    Surgiro infraestruturas de informao menores e orientadas para o interesse e anecessidade de grupos especiais de usurios, nas quais as funes de produo e decirculao da informao possam ser dirigidas para promover, de uma forma adequada,um efeito inovador na assimilao do conhecimento.

    Alguns pontos finaisVale ressaltar algumas indicaes para finalizar esta reflexo. importante colocar que,no setor de informao, a oferta e a demanda no se equilibram da mesma forma que nosmercados tradicionais. No mbito das trocas de informao a oferta que cria a demandapor informao. [4] No contexto de um possvel mercado, os produtos de informao soresponsveis pela oferta global de informao que modelaro a demanda em seusdiferentes nveis. A demanda de informao fragmentada e fragilizada emmicroorganismos sociais diferenciados at em sua competncia para decodificar odiscurso da informao.

    O produtor de acervos de informao decide sobre quais os itens de informao devem serestocados e as estratgias para sua distribuio sociedade. Decide, ainda, sobre oempacotamento tecnolgico para esta distribuio. Alguns destes pacotes, ou canais dedistribuio, so to intensivos em tecnologias emergentes que se confundem com ocontedo transferido, onde o canal mais valorizado que a mensagem, como acontecenas redes eletrnicas de transmisso de contedos.

    O produtor de informao tem condies de manipular a disponibilidade e o acesso

    informao. Contudo, no pode determinar o seu uso e, principalmente, a assimilao queproduz o conhecimento. No mundo da produo e distribuio da informao, a ofertapode criar demanda, mas no pode transformar esta demanda na ao dinmica ediferenciadora, que atravs da assimilao gera conhecimento e promove odesenvolvimento, destino final da informao como fenmeno cognoscvel.

    Assim grande parte dos estoques estticos de informao transforma-se meramente emdiscursos de informao, apenas uma manifestao de vontade textualmente elaborada.Um discurso da informao, independente da sua vestimenta tecnolgica, utiliza um

    cdigo comum e um canal de comunicao adequado e apesar de seu poder deconvencimento e de suas promessas, o discurso somente particulariza determinada

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    informao. Esta s possui o poder de ao quando adquire a condio de uma mensagem,com inteno destinada e assimilao possvel. Como ao, a informao se transformaem atitude com vigor dinmico, que se realiza na realidade ao modificar esta realidade deacordo com a inteno.

    Discursos de informao no traduzidos e assimilados pelo receptor formam osexcedentes nos estoques em poder dos produtores, excedentes que no criam riqueza emforma de conhecimento e acarretam apenas um elevado custo social.

    Notas:

    [1] Grande parte das reflexes sobre o tempo da informao foi buscado nos conceitos deHanna Arendt. A Figura 4 foi adaptada de diagrama apresentado por Arendt (1991).

    [2] Processo de produo que visa o lucro em todas suas formas, inclusive pela eficciaoperacional de conseguir o efeito desejado com o menor esforo ou custo. No nosso casoespecial produtivismo consiste em colocar o maior nmero de documentos no menorespao possvel a um menor custo.

    [3] O trabalho foi escrito antes da socializao da internet e da web. Os estoque soconsiderado um quantum especficos de itens de informao posicionados einstitucionalizados.

    [4] URQUART,D.J., Economic Analysis of Information Services, J.Doc., v32, n2,p.123-125

    Referncias bibliogrficas

    ARENDT,H.,A Vida do Esprito, Rio de Janeiro, Ed.UFRJ, 1991. (Captulo 4, A Lacuna entre o Passadoe o Futuro)

    BAGDIKIAN, B.H., O monoplio da Mdia, So Paulo, Scritta, 1994BELL, D. O. , Advento da Sociedade Ps - Industrial. So Paulo, Cultrix, 1973. Ver captulo 3 AsDimenses do Conhecimento.

    MAFFESOLI, M. A., A Conquista do Presente.Rio de Janeiro, Rocco, 1984.MASLOW, A.H., Motivation anda Personality. New York, Harper, 1970.THOMPSON, D. , On Growth and Form. , Cambrigge, Inglaterra, apud Bell, D. Op. cit.WERSIG, G. e NEVELING, U., The phenomena of interest to information science. The information

    Scientist, v 9, n 4, 1995