A percepção dos dependentes químicos do CAPS de...

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R e v i s t a e L a t o S e n s u F A C O S / C N E C V O L. 3, O U T U B R O / 2 0 1 3 - I S S N 2 2 3 7 9 6 0 6 Página 7 A percepção dos dependentes químicos do CAPS de Santo Antônio da Patrulha/RS sobre a prática de atividade física orientada durante seus tratamentos Ângela Kunzler Moreira 1 Tamara Pereira Cury 2 Fernanda Marques Paz 3 Flávia Bastos Tresbach 4 Resumo: Este trabalho objetivou conhecer a percepção dos dependentes químicos que frequentam o CAPS de Santo Antônio da Patrulha/RS sobre. as atividades caracterizaram-se basicamente por atividades aeróbicas combinadas com caminhadas, jogos, dinâmicas de grupo, relaxamento e alongamento. Metodologia: Este trabalho caracteriza-se como um estudo experimental. Instrumentos: Os instrumentos utilizados foram questionário sócio demográfico e entrevista semiestruturada, oito participaram do estudo, que preencheram os critérios de inclusão. Análise dos dados: Os dados levantados foram submetidos à análise de conteúdo. Resultados: Observou-se que esse programa teve uma boa aceitação pelo grupo, julgando importantes as atividades físicas realizadas para ajudar no seu tratamento. Considerações finais: comprovação dos benefícios que a atividade física proporciona na vida do ser humano. É de suma importância que o dependente químico em tratamento entre em contato com meios saudáveis para sua vida e a atividade física é uma ótima alternativa, pois, através dela o sujeito tem sensações de prazer, bem estar físico e mental, proporcionando também melhora na reabilitação. Palavras-Chave: dependência química - atividade física - educação física. Abstract: This study aimed to know the perceptions of people who suffer from chemical dependency and use a mental health service in Santo Antônio da Patrulha, Brazil, on physical activities during their treatments. The oriented phisical activities were coordinates by a student of Physical Education The activities were aerobic as hiking, games, group dynamics, relaxation and stretching. Method: This work is characterid as an experimental study. Instruments: The instruments were a sociodemographic questionnaire and semi structured interview. Participants: 24 people were referred to physical activities but only eight completed inclusion criteria to participate of this study (75% of frequence in activities). Data analysis: Data were submitted to content analysis. Results: The program show acceptance by the group and the participants consider the relevance of the physical activities for their treatments. Final Considerations: According to the perceptions of the participants, the physical activities brought benefits in their lives. It was found that a good quality of health is associated with a regular practice of exercises. It is very important that the person who suffer from chemical dependence and is in treatment get in touch with healthy way of life. Physical activity is a great alternative because with it people have pleasure sensations, physical and mental wellbeing, and better socialization. Keywords: chemical dependency physical activity - physical education. 1 Psicóloga, Mestre em educação, Professora da FACOS/CNEC, Orientadora do Trabalho, Coordenadora do Núcleo de Dependência Química do CAPS “Casa Aberta II” – Osório/RS. 2 Licenciada em Educação Física pela FACOS/CNEC Osório/RS. 3 Psicóloga do Núcleo de Dependência Química do CAPS “Casa Aberta II”, Especialista em Prevenção e Abordagem em Dependência Química pela FACOS/CNEC Osório/RS, Especialista em Terapia Familiar Sistêmica e de Casais - Unisinos, Mestranda em Saúde Coletiva. 4 Acadêmica do 7º semestre do curso de Psicologia e bolsista do Programa de Iniciação Científica da FACOS/CNEC Osório/RS.

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A percepção dos dependentes químicos do CAPS de Santo Antônio da Patrulha/RS sobre a prática de atividade física orientada durante

seus tratamentos

Ângela Kunzler Moreira1 Tamara Pereira Cury2

Fernanda Marques Paz3 Flávia Bastos Tresbach4

Resumo: Este trabalho objetivou conhecer a percepção dos dependentes químicos que frequentam o CAPS de Santo Antônio da Patrulha/RS sobre. as atividades caracterizaram-se basicamente por atividades aeróbicas combinadas com caminhadas, jogos, dinâmicas de grupo, relaxamento e alongamento. Metodologia: Este trabalho caracteriza-se como um estudo experimental. Instrumentos: Os instrumentos utilizados foram questionário sócio demográfico e entrevista semiestruturada, oito participaram do estudo, que preencheram os critérios de inclusão. Análise dos dados: Os dados levantados foram submetidos à análise de conteúdo. Resultados: Observou-se que esse programa teve uma boa aceitação pelo grupo, julgando importantes as atividades físicas realizadas para ajudar no seu tratamento. Considerações finais: comprovação dos benefícios que a atividade física proporciona na vida do ser humano. É de suma importância que o dependente químico em tratamento entre em contato com meios saudáveis para sua vida e a atividade física é uma ótima alternativa, pois, através dela o sujeito tem sensações de prazer, bem estar físico e mental, proporcionando também melhora na reabilitação. Palavras-Chave: dependência química - atividade física - educação física. Abstract: This study aimed to know the perceptions of people who suffer from chemical dependency and use a mental health service in Santo Antônio da Patrulha, Brazil, on physical activities during their treatments. The oriented phisical activities were coordinates by a student of Physical Education The activities were aerobic as hiking, games, group dynamics, relaxation and stretching. Method: This work is characterid as an experimental study. Instruments: The instruments were a sociodemographic questionnaire and semi structured interview. Participants: 24 people were referred to physical activities but only eight completed inclusion criteria to participate of this study (75% of frequence in activities). Data analysis: Data were submitted to content analysis. Results: The program show acceptance by the group and the participants consider the relevance of the physical activities for their treatments. Final Considerations: According to the perceptions of the participants, the physical activities brought benefits in their lives. It was found that a good quality of health is associated with a regular practice of exercises. It is very important that the person who suffer from chemical dependence and is in treatment get in touch with healthy way of life. Physical activity is a great alternative because with it people have pleasure sensations, physical and mental wellbeing, and better socialization. Keywords: chemical dependency – physical activity - physical education.

1Psicóloga, Mestre em educação, Professora da FACOS/CNEC, Orientadora do Trabalho, Coordenadora do Núcleo de Dependência Química do CAPS “Casa Aberta II” – Osório/RS. 2Licenciada em Educação Física pela FACOS/CNEC – Osório/RS. 3Psicóloga do Núcleo de Dependência Química do CAPS “Casa Aberta II”, Especialista em Prevenção

e Abordagem em Dependência Química pela FACOS/CNEC – Osório/RS, Especialista em Terapia Familiar Sistêmica e de Casais - Unisinos, Mestranda em Saúde Coletiva. 4 Acadêmica do 7º semestre do curso de Psicologia e bolsista do Programa de Iniciação Científica da

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Introdução

A dependência química atualmente é considerada um problema de saúde pública,

ocasionando inúmeras intercorrências, como crises familiares, violência, internações

hospitalares. Seu tratamento implica em articular múltiplas abordagens terapêuticas

(MOREIRA; PAZ; CARDOSO, 2012). O II Levantamento Domiciliar sobre Uso de

Drogas Psicotrópicas no Brasil, que abrangeu as 108 maiores cidades do país,

constatou que 22,8% da população pesquisada já fez uso de algum tipo substancia

ilícita na vida (CEBRID, 2005). Em consequência deste aumento de casos de

adição, há várias modalidades de tratamento. Dentre as quais destacam-se:

Comunidades Terapêuticas (CT), Clínicas de Desintoxicação, Centros de Atenção

Psicossocial para Álcool e outras Drogas (CAPS Ad) e Grupos de Apoio, também

chamados de Grupos Auto-Ajuda. As CTs são modalidades de atenção à saúde

surgidas na Grã-Bretanha na década de 1940, utilizadas para tratamento de

pacientes psiquiátricos crônicos e posteriormente adaptadas à terapêutica de

dependentes químicos (PAZ, COLOSSI, 2013). Já as clínicas de desintoxicação

podem ser centros específicos, destinados à pacientes dependentes, como também

leitos demarcados em hospitais gerais públicos ou privados, visando amenizar os

sintomas de abstinência diante de tratamento adequado (LARANJEIRA; ROMANO,

2004).

Os CAPS, outra opção de tratamento, são instituições de saúde pública,

regulamentada pela portaria/ SNAS nº 224- 29/01/1992, que visam substituir os

hospitais psiquiátricos e seus métodos de cuidado no tratamento do sofrimento

mental. Os CAPS são unidades locais de saúde regionalizadas, sendo que, os

CAPS Ad oferecem atendimentos especializados a usuários de álcool e outras

drogas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003).

Devido a pouca produção científica sobre a contribuição do profissional de educação

física na abordagem e tratamento da dependência química, fica clara a relevância

deste estudo. Conhecendo as contribuições que a prática de atividade física traz na

qualidade de vida do ser humano, tem-se a necessidade dos benefícios no

tratamento desses indivíduos.

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Portanto o objetivo deste trabalho é buscar a percepção dos dependentes químicos

usuários do CAPS de Santo Antônio da Patrulha/RS sobre a prática da atividade

física orientada junto ao seu tratamento. Pretende-se, com os resultados desta

pesquisa, auxiliar na construção de um projeto institucional com a inserção do

profissional de educação física nessa área.

Metodologia

Delineamento

Trata-se de um estudo de experimental, conforme Yin (2010), em estudos

experimentais é selecionado uma amostra de participantes, estes são distribuídos

aleatoriamente, uma modalidade de tratamento é administrada, na presente

pesquisa é a prática de atividade física.

Participantes

Vinte e quatro usuários de substâncias psicoativas, diagnosticados conforme

critérios da CID-10 (Código Internacional das Doenças), 22 indivíduos do sexo

masculino e 2 integrantes do sexo feminino.

Instrumentos

Os instrumentos utilizados foram questionário sócio demográfico e entrevista

semiestruturada. De acordo com Creswell (2010), a entrevista é a técnica mais

adequada para este caso, uma vez que o pesquisador dirige-se pessoalmente ao

seu entrevistado e aplica as questões, possibilitando com isso variabilidade de

respostas. O questionário sócio demográfico foi aplicado para conhecer o contexto

dos participantes.

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Critérios de Inclusão

Adotou-se como critério de inclusão, assiduidade de no mínimo 75% nas aulas de

educação física. Apenas oito usuários preencheram.

Procedimentos Éticos

Com a finalidade de atender às exigências éticas contempladas na resolução para

pesquisas com seres humanos (Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde

e CFP 016/2000), esse estudo foi encaminhado ao Comitê de Ética desta

Faculdade, a fim de ser avaliado e aprovado. Também, foram observadas as normas

de proteção aos participantes da pesquisa, sendo fornecido um termo de

consentimento livre e esclarecido (TCLE).

Metodologia de coleta de dados

Inicialmente foi realizado contato com a coordenação do CAPS a fim de apresentar o

objetivo do estudo. Com o aval do CAPS, foram realizadas atividades físicas

orientadas pelo acadêmico, com duração de 40 minutos. As atividades dividiram-se

entre aeróbicas, compostas por caminhadas, jogos, dinâmicas de grupo,

relaxamento e alongamento. É importante salientar que os vinte e quatro integrantes

do grupo participaram de forma irregular nas aulas de atividades físicas orientadas.

Enquanto as aulas aconteciam, foi elaborado um questionário que foi aplicado para

todos os 24 integrantes do grupo terapêutico de dependência química, para a

obtenção de alguns dados sócio-demográfico. Nove participantes foram escolhidos

para realizar a entrevista, estes foram entrevistados individualmente e suas

entrevistas foram gravadas e transcritas pelo pesquisador.

Os dados sócio-demográficos coletados encontram-se melhor descritos nas tabelas

abaixo:

Dados sócio-demográficos Sexo Faixa Etária

MAS FEM 30-40 41-50 51-60 61-70

SUJEITOS 22 2 10 5 7 2

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% 91,66 8,33 41,66 20,83 2916 8,33

ESCOLARIDADE

1ª-4ª

5ª-8ª

ENS MED

NÃO ESTUDOU

NÃO RESPONDEU

SUJEITOS 7 8 5 1 1

% 29,19 33,33 20,85 4,16 4,16

MEDICAÇÃO TEMPO DE TRATAMENTO

SIM NÃO 6m 6m-1a 1a-2a +2a

SUJEITOS 22 2 6 3 8 7

% 91,66 8,33 25,00 12,50 33,33 29,16

Tempo de Abstinência

-6m 6m-1a 1a-2ª +2a

Sujeitos 9 6 5 4

% 37,50 25,00 20,83 14,66

Análise dos dados

Foi utilizado o procedimento de análise de conteúdo. A análise de conteúdo

constitui uma metodologia de pesquisa usada para descrever e interpretar o

conteúdo de toda classe de documentos e textos. Essa análise, conduzindo a

descrições sistemáticas, qualitativas ou quantitativas, ajuda a reinterpretar as

mensagens e atingir uma compreensão de seus significados num nível que vai além

de uma leitura comum (MORAES, 1999).

Durante o processo de análise de conteúdo surgem classificação, Dimensões

(categorias iniciais), depois de reagrupá-las surgiram as Categorias (categorias

finais) e, por último o grupo Exemplos (algumas das falas dos entrevistados).

Especificadas as categorias, na quarta fase iniciou-se o processo de análise e

discussão, que é o momento de comunicação dos resultados. Para cada uma das

categorias uma breve reflexão foi produzida.

Análise dos resultados

Os dependentes químicos entrevistados descreveram suas vivências nas atividades

físicas realizadas no CAPS. As sensações, os sentimentos, os benefícios, os

malefícios, a importância de se ter um profissional junto para acompanhar e fizeram

um breve relato sobre alguns assuntos de suas vidas pessoais.

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Da análise dos dados surgiram as categorias Atividades Físicas, Dependência

Química, Sensações Desencadeadas, Profissional de Educação Física,

Sedentarismo e Outros temas, a partir das dimensões que foram relacionadas a

coluna exemplos onde estão descritas algumas das falas dos entrevistados, a seguir

essas categorias serão discutidas.

Atividades Físicas

Complemento do Tratamento

“Ajuda sim, porque o cara tá em tratamento, a base de remédios, né, e podendo fazer exercício físico ajuda bastante.” “...e começou a melhorar depois que eu comecei a vim fazer aqui contigo, porque eu não tinha ânimo pra fazer nada.” “Me sinto bem, não tenho dor no corpo, aqueles alongamentos eu tô meio com preguiça de fazer em casa, levantei cedo hoje e não fiz, mas umas duas ou três vezes na semana eu faço, daí me sinto bem, não me dá dor nas pernas, nem nada, aí faço lá na academia também.” “Eu tô indo caminhar e não penso em sair para ir buscar porcaria, né, já ajuda, né, o exercício...” “No momento que tu ta fazendo aquilo ali tu desliga, né, até os problemas somem, fogem”.

Diminuição da “fissura”

Quadro I – categoria atividades físicas

Atividade física

Já foi comprovado em diversos estudos os benefícios que a prática regular de

atividade física pode trazer na vida do ser humano, tanto nos aspectos fisiológicos,

psicológicos como nos sociais, podendo ser considerada como uma intervenção

não-medicamentosa para manutenção da saúde e prevenção de doenças

(BARBANTI, 2006; GUISELINI, 2004) .

Os profissionais da área da saúde indicam a prática regular de algum tipo de

atividade física para pessoas de todas as idades, em virtude da preservação e

recuperação de uma qualidade de vida aceitável. Portanto, acredita-se que a prática

de atividade física teria que ser indispensável junto ao tratamento da dependência

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química, para que esses sujeitos possam sentir os benefícios que ela proporciona e

assim torná-la um hábito em suas vidas.

A partir da percepção dos entrevistados, observa-se que os mesmos reconheceram

alguns benefícios da prática de atividade física com relação ao tratamento da

dependência química. Conforme citado na tabela acima, na coluna Exemplos, os

sujeitos revelam que quando estão fazendo exercício físico não pensam em ir atrás

de drogas, que esquecem os problemas no momento das atividades, dizem ainda

que sentem uma sensação de bem estar e a partir dos encontros realizados no

CAPS sentiram-se motivados a fazer exercícios físicos fora desse ambiente também.

Ressalta-se ainda, que um dos pacientes que tem se mantido mais tempo em

abstinência revelou que pratica atividades físicas regularmente.

Dependência Química

Alcoolismo

“Eu tive problema com álcool, graças a Deus eu não quero mais saber disso, eu tô bem.”

“Eu nem quero saber e a minha família toda sabe que eu não posso, se tu toma um trago, só aquele golinho tem que tomar toda a garrafa.”

Tratamento Medicamentoso

“Ajuda sim, porque o cara tá em tratamento, a base de remédios, né.”

“Agora eu tô bem mesmo, então eu acho que a minha medicação ligeirinho eles vão tirar.”

“Que nem medicamento, tu toma e pensa: tô bom não preciso mais.”

Quadro II – categoria dependência química

Dependência química

Droga é toda substância ou produto que, administrado ao organismo vivo, produz

modificações em uma ou mais de suas funções (BOLÂNOS, ARRUDA,

STUCCHI,2009). Um indivíduo é chamado dependente químico quando usa

excessivamente algum tipo de droga (CEBRID, 2003; BRASIL, 2004).

Dentre todas as drogas lícitas e ilícitas, o alcoolismo é aquela que causa mais danos

à saúde e ao bem-estar, sendo o mais grave do ponto de vista da saúde pública.

Entre os danos gerados pelo consumo prejudicial de bebidas alcoólicas estão

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agravos à saúde física, agravos à saúde mental, problemas no relacionamento

familiar, problemas relacionados ao trabalho, relações interpessoais, acidentes de

trânsito, acidentes domésticos e outros acidentes, situações de violência doméstica

e situações de conflito com a lei. (BRASIL, 2004).

Por meio da entrevista realizada com os sujeitos desse grupo pode-se constatar que

além do uso de substâncias ilícitas, os entrevistados usam ou usaram

concomitantemente o álcool. Alguns estão conseguindo parar de usar outras drogas,

mas isso é compensado diversas vezes pelo uso do álcool ou de fármacos indicados

pelos profissionais.

Através do questionário sócio demográfico respondido pelos sujeitos desse grupo

pode-se constatar que noventa por cento dos pacientes usam medicação prescritas

pelos profissionais do CAPS e que a mesma só poderá ser removida após sua

recuperação, quando em avaliação, o médico psiquiatra em conjunto com a equipe

multidisciplinar, assim o indicar.

Observou-se também que os indivíduos procuram muito o CAPS devido a essa

prescrição de medicação, percebeu-se ainda que eles sentem-se mais seguros

usando algum tipo de medicamento, pois seria mais difícil cais na “tentação” das

drogas estando sob o efeito desses fármacos.

Sensações Desencadeadas

Motivação

“Motiva, o cara fica rindo, fica ali brincando, né...motiva” “Dá um incentivo bom, bom mesmo” “E dá um ânimo no cara, um pouco mais de ânimo, vai acordando a pessoa, desenvolve um pouco mais, como vou dizer”.

Relaxamento

“Me sinto aliviado.” “O corpo mais relaxado, mais leve”. “Me sinto calmo, tranquilo, fico bem tranquilo.” “Pra mente é bom, no momento que tu tá fazendo aquilo ali tu desliga, né, até os problemas somem, fogem, naquele momento tu relaxa, o corpo, relaxa a mente, é muito importante.”

Alegria

“É bom pra rir e é bom pra cabeça também”. “Eu penso só em alegria, pra mim é bom!” “Eu sempre gostei, não sei se tu notou ali, eu tô sempre rindo, brincando e até dá mais alegria na pessoa, a pessoa que tá meia triste, depressão, né... já perde aquela depressão, eu notei em

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toda a turma ali, todo mundo rindo, brincando, quando um falhava o cara já ria.”

Quadro III – categoria sensações desencadeadas

Sensações desencadeadas

Observamos o mundo através dos nossos múltiplos sentidos, ou modalidades de

sensação (GONÇALVES, TOMAZ & SANGOL, 2006).

Segundo Lins (2010) sensação é a reação física do corpo humano, recebida pelo

sistema nervoso central, quando um dos órgãos do sentido recebe um estímulo

exterior. Uma pessoa recebe infinitos estímulos durante toda sua vida, sendo

interpretados apenas os necessários. As sensações recebidas são iguais para

todos, o que muda é a percepção de cada um.

A prática do exercício físico desencadeia uma série de adaptações metabólicas,

endócrinas e neuro-humorais no ser humano, que em conjunto, propiciam aos

indivíduos influências percebidas de diferentes formas (FERREIRA, TUFIK E

MELLO, 2001). Como podemos observar nas entrevistas as sensações percebidas

pelos participantes foram diversas, mas, ressaltam-se as intervenções positivas, que

foram unanimidade entre eles.

Constatou-se que as influências nos aspectos psicológicos e sociais tiveram maior

ênfase do que nos aspectos físicos, as sensações de bem estar, motivação, alegria,

relaxamento, tranquilidade foram citadas várias vezes nas entrevistas com bastante

emoção.

Sendo as sensações percebidas pelos participantes importantes na vida de qualquer

indivíduo com a saúde em harmonia, salienta-se a relevância da atividade física

junto a esse grupo de dependentes químicos em recuperação, pois eles precisam

ainda mais experimentar outras sensações que lhes dêem satisfação, mostrando

que o prazer pode ser sentido de outras maneiras e não somente através das

drogas.

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Efeitos Corporais

Desconforto físico

“É na hora dói um pouquinho, mas depois passa, que nem agora se eu tivesse que caminhar, eu ia caminhar.” “É pouco tempo, mas já a gente sente depois o corpo, ele sente que aquilo ali e no começo, às vezes a gente sente até alguma coisa, não dor, mas, um cansaço diferente, não tá acostumado, é um outro tipo de cansaço.”

Efeitos Corporais Positivos

“O corpo fica mais elástico, mais o desenvolvimento da gente muda, melhora bastante no movimento, até para caminhar melhora.” “Tô caminhando todo dia, já emagreci quatro quilos.” “Desintoxica um pouco as juntas que tão meio travada.”

Quadro IV – categoria efeitos corporais

Efeitos Corporais

Efeitos corporais: A atividade física desencadeia uma série de reações no ser

humano, entre elas os efeitos físicos, que podem ser sentidos de diferentes

maneiras em diversas regiões do corpo.

Segundo Guiselini (1996) é o corpo físico que indica os sinais do modelo de vida que

cada um escolhe, pois a má alimentação, o sedentarismo, abuso de drogas e o

stress logo provocam mudanças no corpo.

O corpo humano é projetado para a ação. Os grupos musculares longos, os tendões

e os ligamentos permitem que os braços e as pernas realizem uma ampla variedade

de esforços e atividades esportivas, enquanto o cérebro coordena a liberação do

sangue, oxigênio e combustível do coração e dos pulmões. Todos os vários

sistemas do corpo se comunicam entre si pelas vias químicas e nervosas para

assegurar uma coordenação precisa da atividade. Quanto mais esses sistemas são

utilizados, mais o exercício torna-se fácil e prazeroso. Em contraste, a falta de

movimento, como Platão chamou atenção, acarreta uma debilidade e uma má

condição (NIEMAN, 1999, p. 21).

Os exercícios realizados no CAPS foram sentidos de diferentes maneiras pelos

participantes, com relação ao aspecto corporal, alguns sentiram desconfortos como

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dor e cansaço, por não estarem acostumados a praticar atividades físicas

regularmente. Outros perceberam uma melhora fisiológica, como perda de peso e a

melhora na flexibilidade.

Sedentarismo

Sedentarismo

“Eu tenho até uma mini academia, mas, vou lá dou uma olhada e não faço.” “Nunca fiz, nunca fui na academia, nunca fiz nada, sou leigo no assunto, nem futebol eu joguei, eu nunca pratiquei esporte nenhum.” “A única coisa que eu fazia era pescar, até isso eu larguei de mão.” “Só trabalho com floricultura agora, com paisagismo, o cara faz uma coisinha ou outra, mas, mais exercício físico é só aqui.”

Quadro v – categoria sedentarismo

Sedentarismo

Pessoas sedentárias são aquelas que não praticam atividade física, ou não se

exercitam o suficiente (SHARKEY ,1998). A inatividade física pode trazer diversos

malefícios sobre a vida do ser humano, como por exemplo, o aparecimento de

doenças coronarianas, aumento da taxa de diabetes, colesterol alto, aumento da

pressão arterial, etc. O modelo sedentário de vida é um dos causadores das mortes

por doenças crônicas, que inclui as doenças do coração, infarto e câncer perdendo

somente para o hábito de fumar e a obesidade.

O corpo humano foi feito para o exercício. Quando nos tornamos inativos, as

articulações incham, os músculos enfraquecem, o aumento de gordura afeta o

sistema circulatório, o coração perde a força e consequentemente ficamos mais

expostos a doenças (SHARKEY ,1998).

Após a análise das entrevistas foi detectado que a grande maioria do grupo não

pratica nenhum tipo de atividade física, uns alegam falta de vontade, outros

problemas de saúde, alguns dizem ainda que precisam de alguém para incentivar e

que não sabem praticar exercícios sozinhos, enfim, as justificativas são inúmeras.

Segundo Barbanti (2005), para se obter uma qualidade de vida adequada é

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necessária uma combinação de fatores que incluem a saúde física, o bem estar

psicológico, satisfação social e o conforto espiritual.

É muito preocupante saber do índice de sedentarismo nesse grupo, pois sabe-se

que é fundamental para os indivíduos que estão em tratamento o contato com

hábitos saudáveis para sua vida. Sendo a atividade física um fator importantíssimo

para se conseguir uma boa qualidade de vida, logo, essa ausência poderá prejudicar

o grupo na sua recuperação.

Profissional de Educação Física

Orientação técnica da atividade física

“Aprende direitinho como é o movimento.” “Porque o cara vai fazer o exercício sozinho, o cara não sabe direito, já faz errado, já deixa o joelho reto, o professor já ensina, joelho pra trás, é outro departamento, mais seguro.” “Ajuda e deixa mais segura, fazer sozinha eu não atino.” “Com um professor é muito mais produtivo, com o professor agente procura fazer mais certinho, né, às vezes sozinho agente não consegue fazer certinho, conforme tem que ser.” “Bem melhor porque tem a técnica certa, usar a maneira certa de fazer, né, agente não sabe a maneira certa de fazer, que nem a senhora fica observando se a pessoa não tá conseguindo fazer da maneira certa, a senhora vai e ajuda, isso aí que é importante ter uma pessoa com a base profissional junto.”

O profissional de Educação Física como motivador

“Com o professor junto é muito melhor!” “A diferença que eu achei em casa é que alguma coisa tu esquece.” “Eu acho que sozinho é muito complicado!” “Tu tem que ter alguém pra te cobrar, tu tem que ter alguém pra te incentivar, te botar na linha.” “É, mesmo porque quando não tinha ninguém aqui não acontecia nada e assim tendo alguém... 90% não fica, mas 10% fica, tendo alguém incentiva muito.”

Quadro VI – categoria profissional de educação física

Profissional de educação física

A atividade física praticada regularmente trás inúmeros benefícios a saúde, assim

como a sua falta acarreta em danos. Porém, para que a prática aconteça de forma

correta, sem que ocorra prejuízos a saúde do praticante é fundamental a presença

do profissional de educação física.

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A parir da análise das entrevistas verificou-se que os sujeitos quando questionados

se “existia alguma diferença de fazer atividades física sozinho(a) ou com professor”

responderam em consenso que preferiam fazer as atividades com a orientação de

um professor. As justificativas das respostas foram variadas como mostra a coluna

Exemplos acima descrita, alguns sentem-se mais seguros, outros alegam que com o

professor o exercício é feito da forma correta, uns disseram ainda que o profissional

incentiva, etc.

Verificou-se também que o grupo nunca havia participado de um programa de

atividades físicas com orientação especializada e que todos os entrevistados julgam

importante tanto a atividade física em si quanto o acompanhamento de um professor

para a sua realização.

“O Profissional de Educação Física é especialista em atividades físicas, nas suas diversas manifestações – ginásticas, exercícios físicos, desportos, jogos, lutas, capoeira, artes marciais, danças, atividades rítmicas, expressivas e acrobáticas, musculação, lazer, recreação, reabilitação, ergonomia, relaxamento corporal, ioga, exercícios compensatórios à atividade laboral e do cotidiano e outras práticas corporais, sendo da sua competência prestar serviços que favoreçam o desenvolvimento da educação e da saúde, contribuindo para a capacitação e/ou restabelecimento de níveis adequados de desempenho e condicionamento fisiocorporal dos seus beneficiários, visando à consecução do bem-estar e da qualidade de vida [...]” (BRASIL a, 2010, p. 2).

Compete exclusivamente ao profissional de educação física trabalhar com a

prescrição da atividade física porque não é qualquer exercício físico que traz

benefícios ao praticante e o exercício mal feito pode trazer prejuízos assim como a

sua falta.

Outros temas

Problemas de Saúde

“O médico do posto disse que eu tô com problema de rins, agora tô me tratando, o médico já me deu remédio, já comecei a tomar ontem mesmo, o remédio é para evitar de fazer hemodiálise.” “Eu jogava bola, jogava bola no Grêmio, tinha escolinha, mas coloquei um parafuso no tornozelo e parei de jogar.” “Só que isso eu não posso fazer porque agora me apareceu um problema na coluna.”

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Outros temas – problemas de saúde

Essa categoria surgiu a partir das alocuções dos entrevistados, pois esse assunto

foge um pouco a temática da pesquisa, mas, pelo fato de ter surgido no conteúdo

das entrevistas, tornou-se relevante discutir brevemente esse assunto. “Saúde é

definida como estar vivo, sem um problema grave de saúde (também chamado de

aparentemente saudável)” (GUISELINI, 2004).

Saúde e doença estão lado a lado, num limite de proximidade muito grande, pois a ausência de uma é a predominância de outra. Quando a doença passa a existir, as pessoas não medem esforços para se livrar dela, deveria ser ao contrário, “as pessoas não medem esforços para terem saúde. (GUISELINI, 2004).

Grande parte dos entrevistados reclamaram de dificuldades na sua saúde, além das

drogas, como problemas na coluna, nos rins, nas articulações, etc. Não se pode

dizer que essas enfermidades são originadas pelas substâncias químicas já

consumidas, mas, com certeza esses tóxicos poderão piorar o quadro do indivíduo,

pois sabe-se através de várias pesquisas realizadas dos efeitos colaterais trazidos

por esse mal.

Apesar das reclamações sobre a saúde, não percebe-se a tendência de usar isso

como justificativa para a não realização dos exercícios físicos. Os entrevistados

tiveram uma participação constante nas atividades, mas, serviu para argumentar que

determinados exercícios não poderiam ser desempenhados devido a essa ou aquela

enfermidade.

Considerações finais

Diante da pesquisa aqui realizada, tem-se a clara evidência dos benefícios que a

atividade física proporciona na vida do ser humano. Constatou-se também que para

se obter uma boa qualidade de vida é fundamental praticar exercícios físicos

regularmente.

É de suma importância que o dependente químico em tratamento entre em contato

com meios saudáveis para sua vida, pois sem as substâncias químicas no

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organismo, ele precisa de alguma forma substituir a falta desta. A atividade física é

uma ótima alternativa, pois através dela o sujeito tem sensações de prazer, bem

estar físico e mental, proporcionando também melhora na sua socialização.

Porém, ressalta-se que a prática de atividade física seja orientada por um

profissional de educação física, para que esta aconteça de forma adequada, sem

ocasionar danos a saúde do praticante.

As práticas realizadas no CAPS tiveram uma boa aceitação pelo grupo, apesar

desses sujeitos nunca terem participado de um programa de atividades físicas

orientadas, os mesmos mostraram-se interessados em praticar e continuar com as

atividades.

Visto a falta do profissional de Educação Física nessas instituições aqui na região do

litoral norte do Rio Grande do Sul, pretende-se com este estudo elaborar um projeto

terapêutico que inclua um programa de atividades físicas orientadas por um

profissional desta área.

Conclui-se que a atividade física orientada é essencial para a melhora na qualidade

dos serviços de saúde oferecidos pelo CAPS. Entende-se que o profissional de

Educação Física deva também contribuir no tratamento dos dependentes químicos,

juntamente com toda a equipe multidisciplinar.

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