A Pequena Sereia
Click here to load reader
-
Upload
dar-a-costa -
Category
Documents
-
view
221 -
download
4
description
Transcript of A Pequena Sereia
A Pequena Sereia era a filha caçula do rei Tritão, era uma sereia
diferente das outras cinco irmãs. Era muito quieta, não era difícil
vê-la distante e pensativa.
Desde os dez anos, a Pequena Sereia guardava uma estátua de
um jovem príncipe que havia encontrado num navio naufragado.
Passava às vezes horas contemplando a estátua, que aguçava
ainda mais sua vontade de conhecer o mundo da superfície.
Porém esse seu desejo só poderia ser realizado quando
completasse quinze anos, nessa idade é dada a permissão para as
sereias nadarem até a superfície do mar.
Para a Pequena Sereia esse dia especial parecia nunca chegar.
Ela acompanhava a cada ano, os quinze anos de cada uma das
suas irmãs, ansiosa para que o seu dia chegasse em breve
também, e escutava atenta o relato de cada uma delas sobre tudo
aquilo que viram.
As irmãs contavam sobre os barulhos da cidade, as luzes, o céu,
os pássaros, sobre as pessoas, animais, eram tantas as novidades
que só aumentava o desejo da Pequena Sereia de conhecer
aquele mundo.
A Pequena Sereia queria ver as cores douradas que surgiam no
céu, quando o sol de escondia no horizonte. A chuva, com as
nuvens cor de chumbo. Conhecer o arco-íris, as flores, as
montanhas, as plantas.
Às vezes as cinco irmãs subiam juntas à superfície para passear,
e a Pequena sereia ficava triste em seu quarto, no castelo, sentia
uma enorme angústia e uma coisa estranha, parecia ter vontade
de chorar, embora as sereias não chorem, pois não têm lágrimas.
Até que o dia tão esperado chegou, o coração da Pequena Sereia
saltitava de felicidade. Recebeu de presente da sua avó um colar
de pérolas, símbolo da realeza.
A pequena sereia chegou à superfície na hora do pôr–do-sol. O
céu estava dourado com nuvens rosadas. Ela ficou maravilhada
com o que via.
Ela avistou um grande navio com três mastros e nadou até ele. O
céu escureceu e no navio foram acesas centenas de lanternas
coloridas. A sereiazinha nadou contornando o navio e, pela
escotilha do salão viu pessoas alegres, dançando. Um rapaz em
especial, chamou-lhe atenção.
Passadas algumas horas, o vento começou a soprar forte. A lua e
as estrelas sumiram do céu e começaram a surgir trovões e
relâmpagos.
O mar estava revolto, ondas gigantescas atacavam o navio. Os
marujos assustados, retiraram as velas do navio. As pessoas
gritavam assustadas. O navio balançava muito, até que uma onda
gigantesca o tombou para o lado. A escuridão foi total.
Um raio iluminou o céu e a Pequena Sereia viu pessoas gritando
e tentando se salvar nadando.
De repente a sereiazinha viu o príncipe. Ele estava se afogando.
Ela sentia que tinha que ajudá-lo. Ela nadou entre os destroços
do navio e o alcançou.
O jovem príncipe estava desmaiado. Ela segurou firmemente,
mantendo a cabeça dele para fora da água, e flutuou com ele até
a tempestade passar.
Ao raiar do sol, a sereiazinha verificou que o príncipe respirava
tranqüilamente. Ela ficou aliviada em ver que ele estava bem,
ficou tão contente que o beijou. Nadou com ele até uma praia, o
dentou na areia e escondeu-se atrás das rochas.
Ela viu que existia algumas casinhas por perto, certamente
alguém o encontraria.
Logo uma jovem apareceu na praia e foi caminhando na direção
do rapaz. O , que até então, estava desmaiado acordou e sorriu
para a moça. A moça correu para buscar ajuda e em pouco tempo
o príncipe foi levado ao vilarejo.
A sereiazinha ficou aliviada por ter salvado o jovem, mas ficou
triste pois temia não vê-lo novamente.
A Pequena Sereia voltou para o seu castelo no fundo do mar. As
irmãs a encontraram triste e quieta. Após longa insistência das
irmãs, a sereiazinha contou-lhes toda a sua aventura.
Uma das irmãs sabia quem era o príncipe e sabia que ele morava
em um castelo à beira-mar.
As seis sereias nadaram até lá. Esconderam-se atrás de uns
rochedos, esperaram até que viram o príncipe e viram que ele
estava bem.
A pequena sereia pensava muito no jovem príncipe. Ela daria sua
vida para ser humana e encontrar-se com o príncipe nem que
fosse só por um dia.
Seu pai, o rei Tritão estava preocupado com a filha, nem as
festas no palácio alegravam a jovem sereia. Ela nem cantava
mais nas festas, todos adoravam ouvi-la cantar, sua voz era linda.
Numa noite, a Pequena Sereia tomou uma decisão: foi procurar a
feiticeira do mar.
A feiticeira é uma bruxa, mora no meio dos redemoinhos,
cercada de plantas cheias de espinhos e animais peçonhento e
perigosos.
A sereiazinha acreditava que a única pessoa capaz de ajudá-la a
transformar-se em humana, seria a feiticeira.
A feiticeira concordou em lhe dar duas pernas, mas a sereiazinha
só se tornaria humana se o príncipe se apaixonasse e casasse com
ela. Avisou que a sereiazinha sentiria terríveis dores nas pernas
par ao resto da vida e nunca mais poderia voltas ao fundo do
mar. Caso o príncipe não se apaixonasse por ela e casasse com
outra moça, depois da noite do casamento, o primeiro raio de sol
transformaria a Pequena Sereia em espuma.
A sereiazinha ficou assustada, mas aceitou correr o risco, pois
queria estar com o seu amado.
Em troca dos serviços da feiticeira, a jovem lhe daria a sua voz.
Mesmo assim, a sereiazinha aceitou a proposta, estava decidida a
tentar.
A feiticeira deu-lhe um frasco contendo a poção que lhe daria as
pernas .Em seguida roubou-lhe a voz.
A sereiazinha não se despediu de ninguém, nadou em direção ao
palácio do príncipe. Foi então, que ela tomou a poção dada pela
feiticeira. Imediatamente sentiu terríveis dores como se punhais
lhe rasgassem a cauda.
A dor foi tamanha que a jovem não agüentou e desmaiou.
Quando amanheceu, a princesa acordou, na praia, ao seu lado
estava o príncipe, olhando-a curioso e preocupado.
A sereiazinha percebeu que estava sem roupa, e possuía duas
pernas no lugar de sua cauda. Cobriu-se então com seus longos
cabelos.
O príncipe quis saber seu nome e o que acontecera. Porém, a
jovem não conseguia falar, não tinha mais sua voz.
O príncipe a levou para o palácio, onde foi cuidada e alimentada.
A sereiazinha passou a viver feliz naquele lugar ao lado do
príncipe. Sofria terríveis dores sempre que andava, era como se
algo furasse seus pés. Mas nada era superior a sua felicidade em
estar com o seu amado.
Cada dia que passava, o príncipe gostava mais da pequena sereia,
As pessoas do palácio também se encantavam com a pequena
sereia. Porém o coração do príncipe e seus pensamentos
pertenciam à jovem que o encontrara na praia, ele achava que e a
o havia salvo.
Um dia a pequena sereia descobriu que o rei planejava casar o
príncipe com a filha do rei vizinho. Eles fariam uma viagem de
navio para conhecer a futura noiva.
A pequena sereia ficou muito triste, se o príncipe se casasse com
outra ela morreria. Ficou cheia de esperança quando o jovem
príncipe lhe confidenciou que nãos e casaria com a jovem
escolhida pelo seu pai, pois já amava outra moça.
A sereiazinha acompanhou a família real na viagem.
Na hora em que conheceu a futura noiva, o príncipe ficou
encantado, era a mesma moça da praia.
A pequena sereia viu que o príncipe estava apaixonado. Naquela
mesma noite ele casou-se com a jovem princesa, a moça da
praia.
Enquanto todos festejavam, a princesa sofria de tristeza. Foi
então para o convés observar o mar. Nesse momento ela viu suas
irmãs, todas de cabelos curtos.
Deram seus cabelos à feiticeira em troca de um punhal mágico.
A Pequena Sereia precisaria matar seu amado com aquele
punhal, antes do amanhecer, assim, poderia voltar a ser sereia e
viver no fundo do mar.
A sereiazinha muito triste pegou o punhal, foi até o quarto do
príncipe e vendo-o dormindo tranqüilo ao lado da sua esposa,
saiu correndo dali.
A sereiazinha tinha um coração bom, e seu amor era verdadeiro,
não poderia jamais matar o seu amado. Sendo assim, ela se
dirigiu ao convés do navio, já estava amanhecendo. A
sereiazinha, então, atirou-se no mar, no mesmo instante o
primeiro raio de sol surgiu no horizonte, e assim o feitiço se
realizou, a Pequena Sereia virou espuma branca do mar.
Fim.