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a paráfrase, que é uma atividade de reformulação de um texto-fonte.
Comumente vem marcada por expressões introdutórias como isto
é, ou seja, quer dizer, digo, ou melhor, em outras palavras:
Ele tomou emprestado sem meu consentimento, ou seja, roubou.
recursos fonológicos. Normalmente os casos mais
estudados são os relacionados com a rima, mas o ritmo de uma
estrofe também pode ser considerado como coesão
recorrencial:
“De tudo ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento (...)” –
Vinícius de Moraes
A COESÃO SEQUENCIAL
Os mecanismos de coesão sequencial fazem progredir o texto. Diferem dos de
recorrência porque não são usadas repetições de padrões.
Essa progressão textual ocorre principalmente por meio de conexões.
Grosso modo, essas conexões podem ser entendidas como conjunções.
Vejamos algumas dessas relações:
Disjunção: Nós ficaremos em casa ou iremos ao
cinema.
Condicionalidade: Não iremos à festa se chover.
Causalidade (inclui as construções que a gramática chama de causais,
conclusivas, consecutivas e finais):
Falou baixo porque o bebê estava dormindo.
O céu está escuro, portanto levarei um guarda-chuva.
Ele correu tanto que se cansou. Correu para que não perdesse o
ônibus.
Restrição ou delimitação (realizada por meio de um
pronome relativo): Nós socorremos a menina que se
acidentou.
Conjunção (relação de adição): Carla resolveu as questões e
entregou-as ao professor.
Contrajunção (compreende as
construções adversativas e concessivas):
Não estudou, mas fez boa prova. Cantaremos ainda que não queiram.
Explicação ou justificação:
Compre esta bolsa, pois está na promoção.
COESÃO TEXTUAL INDIRETA (ANÁFORA
INDIRETA/ANÁFORA ASSOCIATIVA)
Às vezes, a coesão textual é feita de maneira indireta, apelando para o conhecimento que
o leitor tem do mundo. Assim, pode ser usada a coesão textual indireta, que consiste
no uso de expressões anafóricas definidas sem um antecedente explícito. A relação
entre o termo anafórico e o elemento chamado de âncora ocorre por inferência.
Vejamos o exemplo:
Ontem fui a uma festa de casamento. O bolo estava
delicioso.
COERÊNCIA TEXTUAL
A coerência é também uma qualidade básica da textualidade.
A coerência de um texto relaciona-se com a continuidade
de sentidos desse texto. A coerência, portanto, é a base de
sentido dos textos.
OS FATORES DE COERÊNCIA
A coerência de um texto depende de uma série de
fatores. Vejamos alguns deles:
O conhecimento linguístico
Trata-se do conhecimento de estruturas da língua, como
vocábulos, frases, agrupamento de frases, funções e funções
como sujeito e objeto.
O conhecimento de mundo ou conhecimento enciclopédico
São os conhecimentos adquiridos formal ou informalmente durante a
vida. Esses conhecimentos são armazenados em blocos,
denominados modelos cognitivos.
O conhecimento partilhado
A produção de um texto deve sempre levar em conta o interlocutor. Assim, as informações textuais, no momento da produção, devem se sustentar numa
base sólida de conhecimentos comuns entre o enunciador (produtor) e o seu
público, ainda que para isso o enunciador tenha que projetar o perfil
médio de seu(s) leitor(es).
As inferências
A coerência de um texto depende, muitas vezes, da capacidade do
interlocutor de identificar conhecimentos não explícitos, não
expressos, mas inferíveis. As inferências são deduções a partir do
que é enunciado.
Os fatores de contextualização
São todos aqueles que relacionam o texto a uma
situação comunicativa determinada, fazendo com que
sentidos sejam atribuídos às sequencias ou mesmo à
totalidade do texto.
A informatividade
Um texto coerente deve trazer certo traço de novidade. Quem escreve
precisa conferir a seu texto algum grau de originalidade, pois, do contrário, a
produção de um texto não se justifica. A coerência fica comprometida quando o
texto é repetitivo ou não diz absolutamente nada de novo.
A intertextualidade
A coerência de um texto pode estar atrelada ao conhecimento prévio de outros textos por
parte do interlocutor. O entendimento perfeito das sequências de um texto ou
mesmo de sua totalidade pode depender do “diálogo” que normalmente há entre os textos. Citações, paráfrases ou menções
indiretas são exemplos de intertextualidade.
OUTRO PONTO DE VISTA
Para Michel Charolles, importante linguista francês, a
coerência de um texto está baseada em 4 metarregras:
1 – Metarregra da repetição – um texto deve ter elementos repetidos;
2 – Metarregra da progressão – um
texto coerente deve apresentar renovação do suporte semântico;
3 – Metarregra da não-contradição – em um texto coerente, o que se diz depois
não pode contradizer o que se disse antes ou o que ficou pressuposto;
4 – Metarregra de relação – em um texto coerente, seu conteúdo deve estar
adequado a um estado de coisas no mundo real ou em mundos possíveis.