A origem do Papado

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Centro de Educação de Jovens e Adultos Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID). Bolsistas: Lucas Grima e Naira Rodrigues Professora Supervisora: Flávia V. da Costa. Goiânia, 21 de outubro de 2013 Disciplina: História Turma: 2ª Ano Q. A origem do papado O Santo Padre O Romano Pontífice, como sucessor de Pedro, é o perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade quer dos Bispos quer da multidão dos fiéis. LUMEN GENTIUM, 23 apud A SANTA SÉ. O título Papa é dado ao chefe supremo da Igreja Católica, Bispo de Roma, e também chefe do Estado do Vaticano e Patriarca da Igreja Latina. A função de Papa foi criada especificamente pela Una Santa Igreja Católica Apostólica Romana e significa Príncipe dos Apóstolos, aquele que deve guiar a Igreja e os fiéis nas questões espirituais e temporais. Antes da Igreja se institucionalizar o Apóstolo Pedro foi crucificado em Roma, por volta de 64-67 d.C. Devido ao fato de Pedro ser considerado o homem que deu continuidade aos designíos de Cristo na Terra, ele foi considerado simbolicamente como o primeiro Papa da Igreja. No entanto, oficialmente o cargo surgiu no final do século I d.C., como atesta um documento deixado por Clemente I. No inicio, o Papa era escolhido pelo voto do clero, do povo de Roma e de bispos de cidades vizinhas. Todavia, em 1059 a eleição se tornou restrita ao Colégio dos Cardeais da Igreja Romana. A eleição passou a ser feita através de votação dos cardeais com menos de 80 anos e reunidos num conclave. Qualquer homem batizado pode ser eleito para Papa, no entanto o Papa Urbano IV foi o último a ser eleito, 1378, que não era um cardeal quando passou a ocupar o posto máximo da Igreja. Pela primeira vez foi eleito um Papa que não pertence à Europa, depois da renuncia de Bento XVI assumiu o cargo Francisco (Mario Bergoglio) de Buenos Aires em 13 de Março de 2013.

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Page 1: A origem do Papado

Centro de Educação de Jovens e Adultos

Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID).

Bolsistas: Lucas Grima e Naira Rodrigues Professora Supervisora: Flávia V. da Costa.

Goiânia, 21 de outubro de 2013 Disciplina: História Turma: 2ª Ano Q.

A origem do papado

O Santo Padre O Romano Pontífice, como sucessor de Pedro, é o perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade quer dos Bispos quer da multidão dos fiéis. LUMEN GENTIUM, 23 apud A SANTA SÉ.

O título Papa é dado ao chefe supremo da Igreja Católica, Bispo de Roma, e também

chefe do Estado do Vaticano e Patriarca da Igreja Latina. A função de Papa foi criada

especificamente pela Una Santa Igreja Católica Apostólica Romana e significa Príncipe dos

Apóstolos, aquele que deve guiar a Igreja e os fiéis nas questões espirituais e temporais.

Antes da Igreja se institucionalizar o Apóstolo Pedro foi crucificado em Roma, por

volta de 64-67 d.C. Devido ao fato de Pedro ser considerado o homem que deu

continuidade aos designíos de Cristo na Terra, ele foi considerado simbolicamente como o

primeiro Papa da Igreja. No entanto, oficialmente o cargo surgiu no final do século I d.C.,

como atesta um documento deixado por Clemente I.

No inicio, o Papa era escolhido pelo voto do clero, do povo de Roma e de bispos de

cidades vizinhas. Todavia, em 1059 a eleição se tornou restrita ao Colégio dos Cardeais da

Igreja Romana. A eleição passou a ser feita através de votação dos cardeais com menos de

80 anos e reunidos num conclave.

Qualquer homem batizado pode ser eleito para Papa, no entanto o Papa Urbano IV

foi o último a ser eleito, 1378, que não era um cardeal quando passou a ocupar o posto

máximo da Igreja.

Pela primeira vez foi eleito um Papa que não pertence à Europa, depois da

renuncia de Bento XVI assumiu o cargo Francisco (Mario Bergoglio) de Buenos Aires em

13 de Março de 2013.

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Cristianismo ou Judaísmo: O legado de Jesus

Querido educando para melhor compreensão da origem deste título é interessante

conhecermos um pouco melhor as raízes do cristianismo. O professor James Tabor (2006)

defende que o cristianismo têm duas vertentes, a primeira derivada de Saulo de Tarso,

conhecido como Paulo, e a segunda provinda de Tiago, considerado pelo autor como irmão

sanguíneo de Jesus.

Paulo não conheceu Jesus em vida, seu suposto contato com ele ocorreu após a

morte, segundo Paulo, ele tinha visões e ouvia a Jesus, tendo recebido como missão a

proclamação do retorno de Cristo e da conversão daqueles que crescem. Acreditava que o

reino de Deus era extraterreno e que as leis da Torá e do Judaísmo eram verdades

provisórias e que a crucificação e ressureição de Cristo haviam lhes libertado de cumprir

tais leis. Portanto, Paulo rompe com o Judaísmo e proclama o Cristianismo como algo

novo.

Já Tiago, irmão de Jesus e meio irmão de Simão, conviveu com o Mestre até a sua

morte. Para Tiago o reino do céu estava próximo, mas ele era terreno como aparece na

oração “Venha a nós a vosso reino; seja feita a vossa vontade, assim na Terra como no céu”

(TABOR, 2006, p. 295). Tiago acreditava que era através da obediência a Torá e prática de

ações de caridade que os judeus e todos que se convertessem poderiam ter acesso a glória

de Deus. Ao contrário de Paulo, Tiago não rompeu com o Judaísmo.

Abreviadamente os dois cristianismos eram opostos basicamente pelo fato de

Paulo defender um Cristo divino, transcendente, ressuscitado, que se confundia com o

próprio Deus. Enquanto Tiago defendia um Jesus homem, ungido por Deus para orientação

dos fiéis na vida religiosa. Tais diferenças levaram a vários desentendimentos entre os

Apóstolos e Paulo.

O Apóstolo Lucas por motivos que transcendem o espiritual e perpassam o politico

defendeu a Teologia de Paulo e posicionou Pedro como herdeiro da missão de Cristo. No

entanto, a Historiografia mais recente defende que quem realmente dirigiu a Igreja após a

morte de Jesus foi Tiago e não Pedro.

Então em relação à função de Papa temos várias possibilidades, se pensarmos, que

Cristo fundou uma nova religião (cristianismo) o mais adequado é considerar Paulo como

o primeiro chefe e teólogo da Igreja. No entanto, se concebermos o oposto disso, que Jesus

foi um profeta do judaísmo, o mais correto é ponderar que Tiago foi o seu sucessor.

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Referências Bibliográficas

TABOR, J. Esperando o Filho do homem. In: A dinastia de Jesus: a História secreta do

cristianismo. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006, p. 259-318.

A SANTA SÉ. L'APOSTOLO PIETRO. Disponível em:

<http://www.vatican.va/phome_po.htm>. Acesso em: 24 de Outubro de 2013.