A Oração e o Mundo Invisível

7/31/2019 A Orao e o Mundo Invisvel

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A ORAO E O MUNDO INVISVEL

Paul Wilson: Palestra a jovens cristos em Oak Park, Illinois, Estados Unidos -Agosto/1955.

Vamos abrir a Bblia no captulo 9 do profeta Daniel, versculos 1-11 e 20-23.Leiam tambm o captulo 10, inclusive o versculo 1 do captulo 11. Desejo meditar umpouco nestas duas oraes do profeta Daniel. Certamente no se trata de algoextraordinrio encontrarmos Daniel orando, pois era caracterstico daquele homem deDeus ser encontrado freqentemente em orao.

No captulo 2, quando o rei teve um sonho e ningum podia revel-lo, Daniel oroue pediu a seus amigos para orarem com ele pelo mesmo propsito - para que o Deus docu lhes concedesse conhecer esse segredo. Quando a resposta veio, ele no saiucorrendo para contar ao rei, mas antes parou e agradeceu ao Senhor.

No captulo 6, quando o rei foi persuadido a assinar um decreto (criado eelaborado pelos inimigos de Daniel), para que qualquer que fizesse qualquer petio aqualquer deus ou homem, exceto ao rei, pelo perodo de trinta dias, fosse lanado nacova dos lees, Daniel foi para sua casa e, pondo-se de joelhos, orava trs vezes ao dia.Porm, note que h algo mais naquele captulo. Ali diz, "como tambm antes costumavafazer" (Dn 6:10). Ele no se alterou com aquele decreto; ele no alterou o seu modo devida; "trs vezes no dia se punha de joelhos, e orava... como tambm antes costumavafazer". Ele era um homem de orao, e onde quer que voc encontre um homem deDeus, voc encontrar um homem de orao.

Ento, no captulo 9, Daniel comea a orar. Era o "ano primeiro de Dario, filho deAssuero" (Dn 9:1). O que o levou a orar nessa ocasio foi o fato de ele haver descobertoque os filhos de Israel iriam permanecer no cativeiro na Babilnia por setenta anos. Elesabia que os setenta anos estavam para terminar. Ele cria naquilo que Deus dissera pormeio de Seu profeta Jeremias, e esperava que o povo retornasse para a terra quando osanos se completassem. Sendo um homem de f, um homem de orao e um homem doLivro (gosto de pensar nele no como um profeta, mas como um estudioso da profecia),ele pe-se a orar.

Quando os anos designados haviam chegado ao fim, Deus levantou a Ciro, umhomem justo do oriente, cujo nome foi revelado cento e setenta e cinco anos antes deseu nascimento (Is 44:28-45:1), para a misso de enviar o povo de volta sua terra.Deus no somente levantou a este homem, Ciro, mas levantou tambm a Daniel notempo apropriado para confessar os pecados do povo como sendo seus. Em Isaas 59:16lemos: "E viu que ningum havia, e maravilhou-se de que no houvesse um intercessor".Penso que a nica falha de um santo do Antigo Testamento que registrada no Novo


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Testamento est em Romanos 11:2: "Elias... fala a Deus contra Israel". Era certamentealgo contrrio ao pensamento de Deus que algum fizesse intercesso contra o Seupovo. Aps Elias haver orado assim, foi-lhe dito que ungisse a Eliseu para ser o seusucessor.

Pecamos!Este homem, Daniel, foi levantado para rogar pelo povo de Deus. Voc ver algo

semelhante em homens como Samuel, Davi, e muitos outros que rogaram a Deus porSeu povo. Qual era a condio daquele povo? Ser que Daniel ignorava o fracasso dopovo, que havia trazido sobre si os juzos governamentais de Deus? De modo algum. Elebuscava "com orao e rogos, com jejum, e saco e cinza" (Dn 9:3). Para Daniel no setratava de um exerccio superficial; no era apenas uma identificao fingida com o povode Deus. Ele sentia seu fracasso como sendo de si prprio, e isso o levou humilhao,em saco e cinzas, em orao e splica (orao contnua). Ele dizia: "Ah! Senhor! Deusgrande e tremendo, que guardas o concerto e a misericrdia para com os que Te amam eguardam os Teus mandamentos". E note as palavras do versculo seguinte: "Pecamos (eno "eles pecaram"), e cometemos iniqidade, e procedemos impiamente, e fomosrebeldes, apartando-nos dos Teus mandamentos e dos Teus juzos" (Dn 9:4-5). Eleidentifica-se plenamente com todo o povo.

Se havia algum entre os cativos na Babilnia que pudesse ser achado livre deculpa, esse algum era Daniel, um homem que fora levado para l, mas no por algumafalta que tivesse cometido; ele fora levado cativo e vivera ali para Deus. Gosto de pensarnele como algum que levou uma vida de devoo desde a sua juventude at velhice;ele era um homem fiel. Ele props em seu corao que no se contaminaria. No setratava de algo exterior - era seu propsito de corao (Dn 1:8). Ele desejava agradar aDeus. Sendo um judeu fiel, ele viu em Babilnia coisas que o contaminariam, e manteve-

se afastado delas para a glria de Deus. Ele tinha base nas Escrituras para fazer o quefez. Possamos ns, queridos jovens, ter um propsito de corao em buscar de Deusgraa para mantermos longe de ns tudo aquilo que poderia nos contaminar.

Agora Daniel um homem idoso; ele viveu em fidelidade, e agora identifica-se comos pecados do povo, e ora. H outra coisa acerca de sua orao em Daniel 9:7: "A Ti, Senhor, pertence a justia, mas a ns a confuso de rosto". Precisamos ter sempre emmente que Deus justo; Ele nunca comete qualquer erro. Daniel toma toda a culpa parasi prprio e para seu povo. Note, mais uma vez, no versculo 8: " Senhor, a nspertence a confuso de rosto, aos nossos reis, aos nossos prncipes, e a nossos pais,porque pecamos contra Ti".

Uma poca de runa

Lembremo-nos, queridos cristos, de que estamos vivendo em uma poca deruna - nos ltimos dias da histria da igreja de Deus sobre a Terra. No estamos nosdias que tiveram incio to brilhantemente naquele dia de Pentecostes, mas estamos nosdias de 2 Timteo, quando a casa de Deus descrita como uma "grande casa", na qualh no somente vasos para honra, mas tambm vasos para desonra. O que devemos


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fazer? No podemos simplesmente sair da "grande casa"; a "grande casa" a esfera deprofisso do cristianismo sobre a Terra. Voc no pode sair dela a menos que desista docristianismo. H runa e fracasso de todos os lados.

Deixe-me falar algumas poucas palavras queles que aqui esto, que renem-sesomente ao nome do Senhor Jesus Cristo. Tomemos cuidado para no comermos, porassim dizer, a oferta pelo pecado. Tomemos cuidado para no termos a pretenso de nosconsiderarmos como no havendo falhado. Eu tremo ao notar qualquer tendncia de nosexaltarmos e dizermos que temos guardado a verdade, ou que a verdade seja guardadapor ns. Irmos, proceder assim no ter aprendido bem a lio. Somos uma parte daruna, e precisamos estar no esprito de Daniel como encontrado nas Escrituras. Estoupersuadido de que se nos exaltarmos como se fssemos alguma coisa, Deus nosmostrar que nada somos. Ele ir definitivamente extinguir o orgulho. "Estas seis coisasaborrece o Senhor, e a stima a Sua alma abomina." A primeira coisa que mencionadaso os "olhos altivos" (Pv 6:16-17). Tomemos cuidado para no nos exaltarmos comosendo alguma coisa, ou nos declararmos superiores a algum. Deixe-me dar uma palavrade alerta: Existe um caminho para a f, um caminho de obedincia; e se andarmos nestecaminho, poderemos ficar conscientes do fato de que fazemos parte da runa que seintroduziu. Existe uma maneira de se guardar a verdade de um testemunhoremanescente nestes ltimos dias, mas necessitamos de cabeas baixas, conscientes deque fazemos parte do fracasso da cristandade.

A resposta

Daniel orou, e quando chegamos ao versculo 20 do captulo 9 encontramos aresposta sua orao. Quo rpido a resposta chegou! "Estando eu ainda falando eorando, e confessando o meu pecado, e o pecado do meu povo Israel, e lanando aminha splica perante a face do Senhor, meu Deus, pelo monte santo do meu Deus,

estando eu, digo, ainda falando na orao, o varo Gabriel, que eu tinha visto na minhaviso ao princpio, veio voando rapidamente, e tocou-me hora do sacrifcio da tarde"(Dn 9:20-21). Ele estava em um estado de esprito adequado, e a resposta veiorapidamente. A profecia das setenta semanas de Daniel foi-lhe dada como uma respostaao seu estado de esprito.

Note tambm que ele foi tocado " hora do sacrifcio da tarde". Era a hora da ofertado cordeiro da tarde (eles tinham que oferecer um cordeiro tarde e outro de manh; ofogo do altar no era para apagar-se jamais - a noite toda at manh). Naquele tempo

j no existia um sacrifcio da tarde; tudo havia cessado por causa de seus pecados.Daniel estava longe de sua terra, estava na Babilnia, mas guardava essas coisas em

seu corao, e estava consciente de ser aquela a hora do sacrifcio da tarde. E assim,nesse esprito, ele recebe a resposta.

Orao e jejum

Vamos passar para o captulo 10. Outro rei sobe ao trono - Ciro, o qual foilevantado por Deus. Daniel havia aprendido que seu povo deveria voltar a Jerusalm deacordo com a profecia de Jeremias. A profecia dada a Daniel fora postergada para um


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tempo distante. No encontramos Daniel voltando a Jerusalm junto com aqueles quevoltaram no primeiro captulo de Esdras. E, no entanto, seu estado de esprito no haviasofrido mudana; ele tivera uma revelao do futuro para um tempo ainda distante, eDeus revelara a ele a glria de Israel conforme relacionada ao Messias - a pocagloriosa quando o Messias haveria de vir. "Naqueles dias eu, Daniel, estive triste por trs

semanas completas. Manjar desejvel no comi, nem carne nem vinho entraram naminha boca, nem me ungi com ungento, at que se cumpriram as trs semanas" (Dn10:2-3).

Querido cristo, o que que sabemos acerca da verdadeira orao e intercessodiante de Deus? s vezes levantada a questo sobre "jejuar". No captulo anterior o

jejum mencionado. E aqui no versculo 3, ele estava num esprito de jejum e delamento. A pergunta que comumente se faz , "Existe o jejum em nossos dias?". Acasono havemos de reconhecer que se estivssemos mais fervorosamente diante de Deus,poderamos conhecer mais da renncia-prpria? Nestes dias de prosperidade, luxria,etc., quanto sabemos acerca da renncia-prpria? por esta razo que to raramenteescutamos notcias de oraes respondidas. Tiago nos diz: "Nada tendes, porque nopedis"; e ainda, "Pedis, e no recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossosdeleites" (Tg 4:2-3). Porm existe tal coisa, que o estar diante de Deus em um espritode jejum - andando em humilhao e juzo-prprio, reconhecendo a prpria runa, enegando-se a si mesmo.

Daniel esperou por trs semanas inteiras. Muitos dos queridos santos de Deuspediram por algo que nunca chegaram a ver no perodo de suas vidas. Deus noprometeu que responderia s nossas oraes durante o tempo de nossa vida. Neste casoaqui a resposta veio no tempo apropriado de Deus. No podemos apressar a Deus.

A viso

Neste dcimo captulo, Daniel estava s margens do grande rio, o qual Hidequel(Tigre). Faz-me lembrar muito da poca em que Saulo de Tarso estava de jornada aDamasco; os homens que estavam com ele escutaram a voz, porm Saulo acompreendeu. Aqui, em Daniel, um grande temor caiu sobre os homens que estavamcom ele, e fugiram para se esconder; mas Daniel viu esta grande viso. preciso umestado de esprito e de comunho com o pensamento de Deus. Existe algo como estarem comunho com a mente de Deus; se andarmos com Ele, conheceremos mais acercadisto. Mas no estou querendo dizer que iremos ter revelaes especiais em nossos diascomo teve Daniel.

O que Daniel viu, na viso, poderia nos fazer lembrar do que Joo viu no primeirocaptulo de Apocalipse. Ele viu o Senhor Jesus como Filho do Homem em trajes judiciais,e caiu aos Seus ps como morto. Algo similar aconteceu a Daniel aqui (v. 8): "Fiquei poiseu s, e vi esta grande viso, e no ficou fora em mim: e transmudou-se em mim aminha formosura em desmaio, e no retive fora alguma". A glria da Pessoa que falou aele o prostrou. A maneira de termos uma clara idia do que somos entrando napresena de Deus.


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Versculo 10: "E eis que uma mo me tocou, e fez que me movesse sobre os meusjoelhos e sobre as palmas das minhas mos. E me disse: Daniel, homem mui desejado".Daniel, um velho agora, chamado de "homem muito amado" (Verso Almeida

Atualizada). Querido cristo, leia o livro de Daniel; leia como ele comeou com umpropsito de corao em agradar ao Senhor, e como ele seguiu naquele caminho; ento,

veja como ao final de sua jornada ele recebe este lindo testemunho - ele chamado de"homem muito amado". Ele no recebeu aquele ttulo vivendo uma vida descuidada,fazendo como faziam os babilnios; ele o recebeu como resultado de um andar de f -vivendo em separao para Deus.

Um ttulo de graduao

Lembro-me de ter conversado, certa vez, com um grupo de jovens rapazescristos, todos almejando um ttulo de graduao (como "Ph.D.", que significa"Philosophiae Doctor", etc.) em faculdades e universidades. Lembro-me de t-losescutado acerca dos diplomas e ttulos que queriam conseguir. Vocs sabem, Danielrecebeu um bom ttulo de graduao. Deus ama a todos os Seus filhos. Existe umamaneira em que Ele ama a cada um igualmente; mas existe tambm um amor debenevolncia - um amor de prazer - para com um filho obediente, e isto o queencontramos aqui: "Daniel, homem muito amado". Ser que voc gostaria de receber umttulo de graduao como este - "H.M.A." ("Homem Muito Amado")? Um ttulo assim recebido por andar no caminho de f em separao deste mundo. Como almejamos ver

jovens cristos seguindo a Cristo e tomando uma posio por Cristo. Isto tambm servepara ns, mais velhos, que j temos um pouco mais de tempo de jornada. O caminho feliz vivermos vidas devotadas a Cristo. bom comear a vida crist bem, com um propsitode corao, no em nossa prpria fora, mas buscando a ajuda do Senhor para vivermospara Ele. No bom apenas comear bem, mas tambm terminar bem. Alguns comeambem, mas desviam-se do caminho - desviam-se quando ficam velhos. Querido cristo, seDeus nos deixar aqui, que sejamos guardados de nos desviarmos, desde a nossa

juventude at nossa velhice, seguindo adiante no caminho de dependncia e devoo,para podermos escutar no final da jornada, "homem muito amado". um ttulo quedeveramos muito ambicionar - uma "formatura" que seria para a glria dAquele quemorreu por ns, e tambm algo de que poderamos desfrutar.

O tempo de Deus

Passemos agora ao versculo 12: "Ento me disse: No temas, Daniel". O SenhorJesus falou estas palavras, "No temas", a alguns dos que eram Seus quando esteveaqui. O Senhor nos deseja ter em Sua presena com o sentimento de que Ele Deus,

mas Ele quer que fiquemos vontade em Sua presena. "No temas, Daniel, porquedesde o primeiro dia, em que aplicaste o teu corao a compreender e a humilhar-teperante o teu Deus, so ouvidas as tuas palavras; e eu vim por causa das tuas palavras."Este versculo a chave para o fato, ou a razo pela qual ele esteve esperando por trssemanas inteiras. Todas as suas palavras haviam sido ouvidas desde o princpio, desdeo primeiro dia.


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O versculo 13 acrescenta: "Mas o prncipe do reino da Prsia se ps defronte demim vinte e um dias, e eis que Miguel, um dos primeiros prncipes, veio para ajudar-me, eeu fiquei ali com os reis da Prsia". Por qu Deus permitiu que o mensageiro que foienviado com a resposta para Daniel fosse atrasado por trs semanas inteiras? Elepermitiu a demora, o atraso, para exerccio da alma de Daniel. s vezes aguardamos no

Senhor dia aps dia, ms aps ms, e talvez at ano aps ano, e no h sinal aparentede que nosso fardo esteja sendo removido. O apstolo Paulo foi arrebatado ao terceirocu e viu coisas impossveis de serem colocadas em linguagem humana, e quando voltoufoi-lhe dado um espinho na carne para mant-lo humilde. Ele rogou trs vezes ao Senhorque o tirasse. A resposta que recebeu no foi a que estava buscando, mas o satisfez. Aresposta foi: "A Minha graa te basta, porque o Meu poder se aperfeioa na fraqueza". Eento Paulo disse: "De boa vontade pois me gloriarei nas minhas fraquezas, para que emmim habite o poder de Cristo" (2 Co 12:9).

Atrs dos bastidores: um mundo invisvel

Esse atraso nos leva para atrs dos bastidores. Este dcimo captulo de Daniel um dos poucos lugares nas Escrituras que introduz voc no mundo invisvel. H coisasque so invisveis aos nossos olhos naturais e que no so escutadas por nossosouvidos. At mesmo nas coisas naturais h apenas uma pequena porcentagem doespectro que podemos escutar com nossos ouvidos. O beija-flor tem um cantomaravilhoso, porm nossos ouvidos no so adequados para escut-lo.

H algo mais: Existe um mundo invisvel, e h poderes no mundo invisvel. Lemosneste captulo acerca de Gabriel e Miguel. Estes so os dois nicos anjos cujos nomesso registrados, porm lemos de anjos invisveis que excedem o homem em fora; somensageiros de Deus, cumprindo a Sua vontade. Eles exercem um domnio providencialneste mundo; so "todos eles espritos ministradores, enviados para servir a favor

daqueles que ho de herdar a salvao" (Hb 1:14). Fico satisfeito em saber que quandochegarmos na glria descobriremos que por muitas vezes fomos cuidados pelaministrao de anjos. Esse o mundo no qual Deus opera, invisvel ao olho humano. APalavra de Deus fala do querubim e do serafim; so dois tipos de anjos. Miguel apresentado como o arcanjo; quantos outros seres celestiais existem no podemos dizer,e nem o sabemos. Um desses mensageiros, que estava destinado a cumprir a ordem deDeus foi enviado com a resposta orao de Daniel. Foi enviado para levar estamaravilhosa profecia, e uma profecia das mais maravilhosas - incrdulos que tmestudado a histria secular afirmam que nenhum homem poderia t-la escrito, e que eladeve ter sido escrita depois de haver acontecido. Mas Daniel era profeta e nohistoriador; ele recebeu a profecia e ela est repleta de detalhes minuciosos.

As hostes espirituais da maldade

H algo mais neste captulo. Alm dos anjos que cumprem as ordens de Deus,existe uma fora no mundo invisvel que encabeada por Satans. Ele tem seus anjos -seus ministros - que cumprem suas ordens. Talvez ele tenha organizado seu sistemaimitando as fileiras do governo de Deus. O Senhor Jesus disse: "E se Satans expulsa aSatans, est dividido contra si mesmo; como subsistir pois o seu reino?" (Mt 12:26). Ele


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tem um sistema organizado, e estamos lendo de algum que resistiu ao mensageiro quetrazia a mensagem a Daniel - "o prncipe do reino da Prsia". "E eis que Miguel, um dosprimeiros prncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Prsia" (Dn 10:13).Ele estava em combate com um dos mensageiros de Satans. Pouco sabia Ciro queestava acontecendo uma batalha no mundo invisvel, e que esta tinha a ver com o seu

reino. Satans, se pudesse, buscava frustrar os planos de Deus. Ele sempre se opequilo que conforme a mente de Deus. Um dos principais mensageiros das hostescelestiais de Deus veio ajudar Daniel.

Encontramos Miguel mencionado aqui, em Judas e no captulo 12 de Apocalipse.Em cada lugar vemos que ele est em conflito com Satans ou seus emissrios. EmJudas 9 lemos: "Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava arespeito do corpo de Moiss, no ousou pronunciar juzo de maldio contra ele; masdisse: O Senhor te repreenda". Isto nos ensina algo que no nos seria possvel aprenderdo Antigo Testamento. Moiss estava no monte e ali morreu; e ali ensina que foi DeusQuem o sepultou. Creio que ensina ter sido ele sepultado por Deus, que usou Miguel, oarcanjo, como instrumento, ao qual o diabo resistiu. O diabo, sem dvida alguma, teriainfluenciado os filhos de Israel a fazerem do sepulcro de Moiss um santurio ou lugar deperegrinao. Miguel resistiu ao diabo.

Se voc deseja conhecer algo acerca da glria de Satans, voc poder encontrarno captulo 28 de Ezequiel, onde ele tipificado no Rei de Tiro; e no em Isaas 14 sob onome de Lcifer. Lcifer uma representao, no de Satans, mas do ltimo rei doImprio Romano revivido. Satans um ser glorioso, e Miguel no pronuncia contra ele

juzo de maldio. No fazemos idia das foras postas em ordem de batalha contra ns,mas podemos descansar sabendo que "mais so os que esto conosco do que os queesto com eles" (2 Rs 6:16). Temos Algum do nosso lado, que superior a todas ashostes de Satans, mas no nos esqueamos da seriedade da confederao que se

ope ao nosso progresso. O Senhor disse ao diabo: "Vai-te, Satans" (Lc 4:8). No creioque seja apropriado para o filho Deus dizer isto; a ns dito para resistirmos ao diabo. Ecomo devemos resistir a ele? Com a Palavra de Deus, assim como o Senhor resistiu aele no deserto. Ele resistiu ao diabo e o derrotou com estas duas palavras: "Est escrito".Ele usou a Palavra de Deus, no para silenciar Satans, mas como um guia para Suaprpria conduta; e se a usarmos como o guia para nossa conduta, Satans fugir de ns.

O conflito

Abram no captulo 12 de Apocalipse: "E viu-se um grande sinal no cu: umamulher vestida do Sol" (esta mulher Israel), "tendo a Lua debaixo dos seus ps, e uma

coroa de doze estrelas sobre a sua cabea. E estava grvida, e com dores de parto, egritava com nsias de dar luz. E viu-se outro sinal no cu; e eis que era um grandedrago vermelho que tinha sete cabeas e dez chifres, e sobre as suas cabeas setediademas. E a sua cauda levou aps si a tera parte das estrelas do cu, e lanou-assobre a Terra; e o drago parou diante da mulher que havia de dar luz, para que, dandoela luz, lhe tragasse o filho. E deu luz um filho, um Varo que h de reger todas asnaes com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o Seu trono"(vs.1-5).


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Isto deve deixar claro que este o Senhor Jesus Cristo, o mesmo do Salmo 2.Note bem, temos Seu nascimento e ascenso mostrados aqui, mas no Sua morte eressurreio - elas no so mencionadas aqui. "E a mulher fugiu para o deserto, onde jtinha lugar preparado por Deus para que ali fosse alimentada durante mil duzentos esessenta dias. E houve batalha no cu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o

drago, e batalhava o drago e os seus anjos" (Ap 12:6-7). A encontramos outra vezMiguel em conflito com os poderes das trevas. Encontramos tambm que, no tempo dofim, Miguel se levantar e entrar outra vez em um conflito. Alguns cristos ficariamboquiabertos se lhes dissssemos que Satans e seus anjos cados encontram-se no cu(no na presena de Deus), e que ele chamado de "prncipe das potestades do ar" (Ef2:2). E h ainda os "prncipes das trevas deste sculo", e as "hostes espirituais damaldade, nos lugares celestiais" (Ef 6:12). O tempo se aproxima quando eles seroexpulsos e lanados na Terra.

Gostaria de chamar a sua ateno para algo, no captulo 12 de Apocalipse, emconexo com o nascimento do Senhor Jesus Cristo. Temos ali um vislumbre da razo porqu Herodes procurou matar o Senhor Jesus quando este nasceu. Herodes inquiriu dosmagos acerca do tempo em que a estrela aparecera, e ento deu ordem para matartodas as crianas de dois anos para baixo, procurando destruir o Senhor Jesus. Aquiloparecia obra do inquo Herodes, mas quando lemos o captulo 12 de Apocalipse,encontramos o sinistro poder que se movia por trs de Herodes. Isso nos mostra algo doque acontecia atrs dos bastidores. Vemos que o drago, Satans, parou diante damulher pronto para devorar seu filho, to logo este nascesse. Todo este captulo nos levapara atrs dos cenrios e nos mostra um pouco da luta que acontecia ali. E a luta seguetambm agora! Herodes foi o instrumento usado por Satans, e os espritos maus em suaorganizao esto agora trabalhando nos tronos dos governos. Quando os principaislderes governamentais reuniram-se recentemente para uma conferncia em Genebra,fiquei a pensar em quantos espritos maus de Satans estariam ali. Essas coisas no soimaginrias, ou contos de fico; porm Deus levanta as cortinas aqui e ali e nos deixaver aquilo que invisvel.

Na peneira de Satans

No livro de J vemos que as tribulaes que vieram sobre J, que pareciam ser asmesmas que vieram aos seus vizinhos, eram, na verdade, a movimentao dos inquosespritos invisveis. Satans no conhece nada acerca de amor, ou do poder do amor.Satans podia levantar o vendaval e influir nos raios; ele podia levantar ladres esalteadores, e tudo foi permitido por Deus. Mas aprendemos uma coisa claramente, e isto que nada pode acontecer a um filho de Deus sem a Sua permisso.

O Senhor Jesus disse a Pedro: "Simo, Simo, eis que Satans vos pediu paravos cirandar como trigo". Ele no disse: 'Eu vou impedir que Satans coloque voc emsua peneira', mas o que disse foi: "Eu roguei por ti, para que a tua f no desfalea" (Lc22:31-32). O Senhor sabia que era para o bem de Pedro; portanto Pedro caiu na peneirade Satans e este lhe deu uma boa sacudida. Satans estava fazendo o trabalho doSenhor para mostrar ao prprio Pedro como este realmente era. Irmos, muito melhoraprendermos nossas lies na escola de Deus em comunho, do que aprend-las na


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peneira de Satans. s vezes, para o nosso bem, Deus permite que entremos na peneirade Satans a fim de perdermos nossa auto-confiana, e aprendermos que somospequeninos e fracos como os gros de trigo que volteiam na peneira.

Daniel 10:20: "E disse: Sabes porque eu vim a ti? Eu tornarei a pelejar contra oprncipe dos persas; e, saindo eu, eis que vir o prncipe da Grcia". O poder da Grciaera o prximo a se levantar, e a se interessar pelo povo terrenal de Deus, os judeus. ESatans tinha seus instrumentos para trabalharem no trono do governo do reino daGrcia.

Captulo 11, versculo 1: "Eu, pois, no primeiro ano de Dario, medo, levantei-mepara o animar e fortalecer". Voltemos a Daniel 6: Dario organizou seu governo eestabeleceu cento e vinte prncipes; colocou trs sobre eles e fez de Daniel o chefe. Aliestava um dos filhos de Israel, um do povo terrenal de Deus, vivendo no trono do governodos Medos e Persas. Vemos no captulo 11 que o anjo Miguel, que levantou-se parafortalecer Daniel, tambm levantou-se para fortalecer Dario. Encontramos Dario indo aDaniel e dizendo: "O teu Deus, a quem tu continuamente serves, Ele te livrar" (Dn 6:16).

E ento, quando Dario se levantou na manh seguinte, clamou com voz triste: "Daniel,servo do Deus vivo! Dar-se-ia o caso que o teu Deus, a Quem tu continuamente serves,tenha podido livrar-te dos lees?" (Dn 6:20) - Sua f havia diminudo naquela noite.Quando ele descobre que Daniel est vivo e ileso, d ordens e Daniel tirado da cova.Eles no haviam transgredido sua lei ao tir-lo da cova. Eu associo este captulo 6 - otestemunho da f de Dario e o interesse que demonstrou pelo bem estar de Daniel - como anjo que levantou-se para fortalecer Daniel no captulo 11, versculo 1.

Veja o livro de Ester: Quando Ham tornou-se cabea do governo, ele redigiu eassinou o edito para que todos os judeus fossem destrudos. Era Satans trabalhandopor trs dos cenrios contra o povo terrenal de Deus. Se o plano de Ham tivesse dado

certo, isto significaria a runa de toda a raa humana. Por trs de tudo estava a luta, noapenas dos emissrios de Satans, mas do anjo de Deus. Estamos sempre aptos a nosacomodar achando que as coisas so como as enxergamos; mas existem os poderes domundo invisvel.

Para sermos prudentes

Amigos, estas coisas so uma realidade! No para ficarmos desencorajados,mas tudo isso deveria nos fazer mais prudentes enquanto passamos por este mundo.Que possamos aprender algo do andar naquele esprito que caracterizou Daniel -reconhecendo nossa parte no triste fracasso, intercedendo pelo povo de Deus e

buscando graa para seguir adiante em obedincia Sua Palavra. A obedincia Palavra de Deus, que nos leva a um caminho de separao, uma coisa. Mas, se somoslevados a levantar nossas cabeas buscando ser algo mais, ento isto j outro assunto.

Afastemos o orgulho para longe de ns. Devemos ns ficar desencorajados por causados poderes das trevas? Podero eles nos tocar? Pode ser que o Senhor permita aSatans tocar em nossos bens, e at em nossa carne, para o nosso prprio benefcio. Elepode permitir, assim como fez a Pedro, que ns caiamos na peneira de Satans a fim de


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levarmos uma rude chacoalhada com o objetivo de ficarmos livres do orgulho e da auto-confiana. Mas ser que Satans poder verdadeiramente nos tocar?

"Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem osprincipados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem aprofundidade, nem alguma outra criatura nos poder separar do amor de Deus, que estem Cristo Jesus nosso Senhor" (Rm 8:38). Entendo que "principados" e "potestades"referem-se aos poderes invisveis que esto em ordem de batalha contra ns. Porm,nada, no importa quo grande seja - inclusive Satans - poder jamais tocar a vida esegurana de um santo de Deus. E Deus no vai deixar que Satans ou seus emissriosponham a mo em voc sem a Sua permisso. Ele pode at permitir, mas ser semprepara o seu bem. Lembre-se de que pode acontecer com voc o mesmo que podeacontecer com seu vizinho incrdulo; mas, como podemos ver no livro de J, com umfilho de Deus ser de um carter diferente daquilo que acontece com o vizinho incrdulo.

Busquemos graa para termos propsito de corao e devoo, se ainda formosdeixados aqui, para sermos guardados no caminho da f at o momento em que

ouviremos o chamado. No falta muito!

Paul Wilson: Palestra a jovens cristos em Oak Park, Illinois, Estados Unidos -Agosto/1955.

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