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A NOTÍCIA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS.

Autor: Iracema Pereira1

Orientador: Paulo de Tarso Galembeck2

Resumo: Este artigo apresenta o projeto produzido para o Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE/2010, do Estado do Paraná, e traz, também, o relato da sua implementação que se iniciou com a elaboração de um material didático envolvendo o gênero Notícia na modalidade de ensino denominada EJA (Educação de Jovens e Adultos). As atividades foram aplicadas para uma turma de alunos do Ensino Médio, no Colégio Estadual Teothônio Brandão Vilela – Ensino Fundamental e Médio, na cidade de Ibiporã/PR por meio de relato de experiências, conhecimento de estrutura, verificação de fatos e leitura reflexiva acerca dos fatos noticiados e aspectos tendenciosos que podem estar presentes nesse gênero. Esperou-se, com esse trabalho, oportunizar o prazer do ensino da leitura e o desenvolvimento de habilidades necessárias a compreensão da língua como instrumento de socialização do conhecimento e, consequentemente, a formação do indivíduo pensante e questionador frente às transformações sociais e culturais, assim como a superação de barreiras impostas por situações de preconceito e discriminação pelas quais muitos desses educandos foram vítimas, em determinados momentos de suas vidas. Palavras-chave: Leitura; Gênero textual; Notícia. ABSTRACT:

This paper presents the design produced for the Educational Development Program - PDE/2010, Paraná State, and also brings the story of its implementation that began with the elaboration of didactic material involving gender in the teaching modality News called EJA (Youth and Adult). The activities were applied to a class of high school students in State College Teothônio Brandão Vilela - elementary and high school in the city of Ibiporã / PR by reporting experiences, knowledge structure, verification of facts and reflective reading about reported facts and biased aspects that may be present in this genre. It was expected, with this work, oportunizar the

1 Pós-graduação em Didática e Metodologia da Educação, Graduação em Letras, professora do

Núcleo Regional de Londrina - Pr. 2 Professor doutor da Universidade Estadual de Londrina - Pr.

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pleasure of teaching reading skills and developing understanding of language as an instrument of socialization of knowledge and hence the formation of individual thinking and questioning in the face of social and cultural changes, as well as overcoming barriers imposed by prejudice and discrimination situations in which many of these victims were students at certain times of their lives. INTRODUÇÃO

A necessidade de uma reflexão sobre as práticas pedagógicas na Educação

de Jovens e Adultos e a busca por uma ação mais consciente em sala de aula,

guiaram esse estudo que pretendeu promover uma leitura crítica de situações reais

com temas que pudessem estimular o gosto de toda essa clientela, que, devido a

diversidade pessoal, econômica e social apresentada (idade, cultura, valores),

tendem a rejeitar textos que não atendem as suas expectativas.

A escolha pelo gênero Notícia se objetiva por este apresentar temas reais e

cotidianos que têm uma comunicação direta com os interesses do aluno da EJA,

possibilitando uma ampla discussão sobre os fatos, análise de ações, proposição de

alternativas, intervenções por meio de artigos de opinião, além de estudos

gramaticais, ortográficos e visuais.

O trabalho com o gênero Notícia permite ao professor uma ampla abordagem

relacionada a outros gêneros, uma vez que, com a ampliação dos meios de

comunicação e o surgimento de novas tecnologias, os textos jornalísticos estão cada

vez mais presentes nas salas de aula, sendo amparados até mesmo pelos livros

didáticos que vêm diversificando e ampliando sua seleção textual e destacando a

presença de textos jornalísticos, tais como, notícia, reportagem, entrevista,

propaganda, artigo de opinião, editorial, e outros, motivados pela ideia de que alunos

precisam ler textos atuais e mais próximos de sua realidade, tanto do ponto de vista

da temática, quanto da linguagem.

Quando se propõe desenvolver atividades com Notícias, é necessário ter por

base o que se pretende com relação à temática que se deseja abordar para que haja

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um direcionamento, um elemento norteador, evitando-se, dessa forma, que a

amplitude desse gênero desfocalize o objetivo do trabalho em sala de aula.

Dentro desse contexto, o presente artigo, prioriza o ensino de leitura por meio

do gênero Notícia com abordagem da temática do preconceito e discriminação,

tendo em vista o histórico vivenciado por alunos da EJA no decorrer de suas vidas,

buscando, além da aprendizagem de conteúdos de linguagem, uma discussão

acerca de valores como amizade, companheirismo e, principalmente, respeito às

diferenças, conduzindo a reflexão e transformação.

1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A Educação de Jovens e Adultos, em seu contexto histórico, apresenta uma

descontinuidade de ações, além de políticas públicas insuficientes para suprir as

necessidades reais da clientela que busca esta modalidade de ensino.

Estudos feitos revelam que a Educação de Jovens e Adultos, no Brasil, tem

caráter discriminatório e assistencialista.

Nos períodos de Colônia e Império, os jesuítas dominaram a educação e

tinham a intenção de difundir o catolicismo e dar educação à elite colonizadora, a

quem se oferecia uma educação humanística. Esse domínio compactuava com os

interesses do regime político que visava à manutenção da ordem. Na Europa, com o

crescente movimento da Reforma, paralelo às ideias modernas inspiradas no

Iluminismo, a Companhia de Jesus tratou de afastar as atividades criadoras

presentes naquele continente e, transmitia aos indígenas os severos dogmas

católicos, o que possibilitou a destruição de culturas inteiras. Embora “priorizassem a

sua ação junto às crianças, os indígenas adultos foram também submetidos a uma

intensa ação cultural e educacional” (Stephanou, 2005a).

Segundo Stephanou (2005b), posteriormente, os jesuítas, assim como os

membros de outras ordens religiosas, também catequizaram e instruíram escravos.

Essas experiências, no entanto, não foram tanto estudadas e pouco se sabe sobre

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isso. Por outro lado, sabe-se que a educação realizada com mulheres adultas foi

mínima e poucas sabiam, ao final do período Colonial, ler e escrever.

O Ato Adicional de 1834 delegou a responsabilidade da educação básica às

Províncias, e grande parte delas formulou políticas de instrução para Jovens e

Adultos as quais determinavam que as aulas deveriam ser ministradas por

professores que se dispusessem a dar aulas noturnas de graça, fazendo parecer

que era uma missão. Neste caso, o objetivo da educação era civilizar as camadas

populares, vistas como perigosas e degeneradas.

As mobilizações da sociedade em torno da alfabetização de Adultos foram

abundantes nas primeiras décadas do século XX, em grande parte, geradas pela

vergonha dos intelectuais, com o senso de 1880, onde se verificou que 80% da

população brasileira era analfabeta. Surgiram então as ligas contra o analfabetismo.

Ao final do século XIX e início do século XX, houve uma atenção do Estado

enfatizando a obrigatoriedade da EJA, porém com objetivos ligados a aumentar o

contingente eleitoral e se limitavam apenas ao ensino primário (1a a 4a séries).

Na década de 60, a oferta estende-se ao ginasial. Aproveitam-se então as

ideias e experiências desenvolvidas por Paulo Freire, que idealiza uma pedagogia

voltada para as demandas e necessidades das camadas populares, de forma

dialógica e que valorizasse a cultura popular e a utilização de temas geradores. Os

movimentos surgidos nessa época, procuravam a conscientização, participação e

transformação social, por entenderem que o analfabetismo é gerado a partir de uma

sociedade injusta e não igualitária.

Em sociedade que exclui dois terços de sua população e que impõe ainda profundas injustiças à grande parte do terço para o qual funciona, é urgente que a questão da leitura e da escrita seja vista enfaticamente sob o ângulo da luta política a que a compreensão científica do problema traz sua colaboração.

Confesso que minhas preocupações com a contribuição de Piaget, de Luria, de Vygotsky, de Emília Ferreiro, de Madalena F. Weffort, de Esther Grossi, de Magda Soares, de Catherine Walsh, de Marisa Lajolo, de Ezequiel Theodoro da Silva e de tantos e tantas outras se fundam, sobretudo, no que estas contribuições me ajudam a ajudar a luta política necessária à superação dos obstáculos impostos às classes populares para que leiam e escrevam.

É um absurdo que estejamos chegando ao fim do século, fim de

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milênio, ostentando os índices de analfabetismo, os índices dos que e das que, mal alfabetizadas, estão igualmente proibidos de ler e escrever, o número alarmante de crianças interditadas de ter escolarização e que com isso tudo convivamos quase como se estivéssemos anestesiados. (FREIRE,1993, p.10 )

Em janeiro de 1964, o governo João Goulart propôs o Plano Nacional de

Alfabetização inspirado em Paulo Freire, entretanto no houve êxito, pois entra em

cena a repressão, o fechamento e o autoritarismo da Ditadura Militar que,

objetivando coibir tudo o que subvertesse e contrariasse, rompeu com a proposta de

educação e cultura populares.

O pensamento desse período, frente aos desafios do “Brasil Grande

Potência”, trouxe como proposta o Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização),

criado pela lei 5.379, de 1967, com o papel de coordenar os esforços nacionais em

termos de educação e então extinguir o analfabetismo no Brasil em dez anos.

Em 1971, a Lei 5692, em seu capítulo IV institui o ensino supletivo de primeiro

e segundo graus, desse modo consolidou-se a política educacional do governo

militar para a modalidade de Educação de Jovens e Adultos. Durante quatorze anos

a EJA esteve atrelada ao Mobral, extinto em 1985 e, em seu lugar, criou-se a

EDUCAR, subordinada a Secretaria de Ensino de 1o e 2o graus do MEC. O órgão

citado foi extinto em 1990, quando ocorreu um período de omissão do governo em

relação às políticas da EJA, ainda que a constituição de 1988 especificasse: “a

educação é direito de todos e dever do Estado e da família...” (artigo205). E ainda

“...ensino fundamental obrigatório e gratuito, inclusive sua oferta garantida para

todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria.” (artigo208).

Em 1991, José Goldemberg assumiu o Ministério da Educação e anunciou

que a educação de jovens e adultos analfabetos deixava de representar prioridade

para o MEC. Para o então ministro, era necessário estancar a fonte de analfabetos

nos primeiros anos de escola e não mais se preocupar em alfabetizá-los. Beisegiel

(2001, p.240-241) afirma que o ministro não estava sozinho nessa posição. Citando

publicações da revista Veja, em 05/05/e 2306 de 1993, o autor lembra que

manifestações similares somavam-se a essa.

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Alfabetizar adultos é um suicídio econômico; um adulto que não sabe ler, já se adaptou a esta situação. (Ribeiro, S.C). [...] isso não funcionou em lugar nenhum, a não ser em condições excepcionais, como em Israel, que não podem ser produzidas no Brasil. Nós não temos recursos para colocar um analfabeto por dez horas todos os dias na escola. É simples: não adianta oferecer a ele uma segunda chance dentro do mesmo sistema no qual fracassou. Melhor investir para que o sistema de educação básica passe a funcionar. (Castro, C. M.)

Ao final da década de 90, com a Lei 9394/96, a Educação de Jovens e

Adultos é considerada uma modalidade específica da Educação Básica nas etapas

de Ensino Fundamental e Médio. O estudante da EJA passa a ser visto como sujeito

na construção do conhecimento, mediante a compreensão dos processos de

trabalho, de criação e de cultura.

Em 2000, foram promulgadas as Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA

sendo também incluída no Plano Nacional de Educação, reconhecendo-se suas

necessidades em relação à formação continuada dos docentes, produção de

material didático e técnicas pedagógicas adequadas.

Em 2006, a Proposta Pedagógica – curricular da EJA foi redefinida e os

cursos passam a contemplar 100% da carga horária de cada disciplina, com os

mesmos conteúdos propostos para o Ensino Regular para se evitar que os mesmos

sejam tratados de forma precarizada ou aligeirada.

Após a verificação do histórico da EJA, é notável que desenvolver um

trabalho com essa modalidade de ensino, requer do educador uma atenção especial

e este deve ter consciência de que a formação para o exercício da cidadania é o

eixo condutor dos Parâmetros Curriculares Nacionais e também a linha mestra da

Proposta Curricular para a EJA e, para tal, o ensino da linguagem é um valioso

instrumento, uma vez que é por meio dela que se formaliza todo conhecimento

produzido nas diferentes disciplinas e no conhecimento do Universo.

O ensino da Língua Portuguesa na EJA tem uma dimensão histórica

relevante, pois auxilia a ampliação do domínio do discurso nas diversas situações de

comunicações, sendo assim, a EJA representa uma dívida social não reparada para

com os que não tiveram acesso ao domínio da leitura e escrita como bens sociais.

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Ser privado desse acesso é uma perda de instrumento imprescindível para uma

presença significativa na convivência social contemporânea.

A alienação e o desconhecimento dos instrumentos indispensáveis ao domínio do meio sociocultural podem levar uma grande parcela da população à marginalização (...). Dentre esses instrumentos destacamos, num primeiro nível, a leitura e a escrita, e, em nível mais avançado, a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico. (CERAVOLO, 1994, p.13-14)

É importante saber orientar ou direcionar uma aula de leitura, principalmente

pensando na atual proposta de ensino que permite o estudo por disciplinas,

comportando alunos com idades e séries distintas na mesma sala. Segundo a

professora Maria Thereza Fraga Rocco, a criança, o jovem ou o adulto gostam de

ler, mas a leitura na escola nem sempre desperta o necessário prazer que deve

estar presente na atividade do leitor, pois a escola, muitas vezes, atribui à leitura

uma exigência com fins avaliativos e esta nem sempre ocorre em um espaço

socializado e aberto.

É preciso entender que a leitura também deve ocorrer em espaço de

educação não formal. De acordo com Gohn (2006:28-30), na educação não formal

aprende-se “no mundo da vida”, a partir da troca de “experiências, principalmente,

em espaços e ações coletivas cotidianas” em locais de “processos interativos

intencionais”.

A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e contexto. (FREIRE, 1993, p.11)

Para o MST (Movimento de trabalhadores Sem Terra), ensinar leitura não é

fenômeno que ocorre a partir de campanhas nacionais. Significa capacitar as

pessoas para o domínio dos códigos de linguagem, não somente no sentido de sua

apreensão, mas também de seu manejo em situações cotidianas.

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Sem Terra alfabetizado é alguém que escreve bilhete, que lê jornal e os documentos do MST, que decifra e preenche questionário, que conhece a história da terra e da luta pela terra, que tem gosto em ler livros e busca o conhecimento técnico, sabe falar em público, e, além disso, que sente o coração bater mais forte por causa da mística e continua a sonhar e a construir uma sociedade sem exploradores e explorados. (MST, 1994, p.10).

Para que a leitura se efetive em “espaços e ações cotidianas”, faz-se

necessária a intervenção da escola, pois é neste ambiente que o indivíduo tem mais

contato com a leitura e é neste espaço que ela se socializa e se cria, segundo

GERALDI (1984, p.87) um “circuito do livro”, onde as obras socializadas adquirem

um âmbito extraescolar.

A sala de aula, dessa forma, é concebida como lugar de interação verbal e,

por isso mesmo, de diálogo entre os sujeitos - professores e alunos-, ambos

portadores de diferentes saberes. São os saberes do vivido que, trazidos por ambos,

se confrontam com outros saberes, historicamente sistematizados e denominados

“conhecimentos” que dialogam em sala de aula, favorecendo o processo de

interação social da palavra, que segundo BAKHTIN, pode vir carregada de conteúdo

ideológico e serve de trama a todas as relações sociais em todos os domínios.

(...) Toda palavra comporta duas faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige a alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do locutor e do ouvinte. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro. (...) A palavra é território comum do locutor e do interlocutor. (BAKHTIN/VOLOCHINOV,1999, p.113)

Segundo BAKHTIN (1995, p.285), “aprendemos a moldar nossa fala nas

formas de gêneros”, ou seja, “formas típicas do enunciado que se introduzem em

nossa experiência e em nossa consciência”. Dessa forma, o gênero deve ser

tomado como objeto de ensino, sendo necessário verificar a que prática social se

encontra vinculado, a esfera de atividade em que emerge e o nível das capacidades

de linguagem dos alunos em relação a esse gênero.

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Autores genebrinos propuseram uma forma de agrupamento de gêneros para

nortear a progressão curricular do ensino da língua, objetivando dispor em um

mesmo conjunto certos gêneros com características semelhantes: de ordem

linguística, psicológica ou sociológica. Como os gêneros são infinitos e estão sempre

em transformação, torna-se impossível à escola abordar todos os gêneros

existentes, sendo necessária a seleção de gêneros de agrupamentos diferentes,

possibilitando a ampliação de capacidade de aprendizagem do aluno, uma vez que o

estudo de um gênero pode ser migrado para outro do mesmo agrupamento.

De acordo com os autores citados, os agrupamentos se dividem em tipos

discursivos de EXPOR, NARRAR, ARGUMENTAR e DESCREVER, porém o

conceito de tipo de discurso não poderá sobrepor a planificação textual, ou seja, um

texto expositivo pode ser planificado tanto por uma sequência argumentativa quanto

injuntiva.

BAKHTIN relaciona outra forma de se pensar em agrupamento de gêneros.

Segundo ele esse agrupamento se dá a partir da noção de esfera social (jornalística,

política, literária e do cotidiano) e cada uma delas, comporta inúmeros gêneros com

características de funcionamento semelhantes e que podem ser transferidas de um

gênero para outro.

O homem contemporâneo está diretamente ligado às influências da mídia e

esta lhe permite o acesso a saberes globalizado, além do compartilhamento de

informações e experiências. No caso do aluno da EJA, por se tratar de jovens e

adultos, essa influência se torna mais evidente e representativa, pois o nível de

interesse de acesso ao saber é maior, uma vez que há uma necessidade de

informação indispensável ao mundo do trabalho. Cabe à escola o papel de

possibilitar ao educando meios de exploração dessas mídias objetivando o

desenvolvimento da comunicação, favorecendo a inclusão social.

A escola não pode mais cerrar as portas para os meios de comunicação, precisa revisar com urgência a educação à luz das novas exigências que nos oferecem os meios de comunicação social, tanto por seu conteúdo, quanto por suas formas. (SAITO, 2009, p.197

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Considerando o perfil do aluno da EJA e os aspectos histórico-sociais

envolvidos, a ideia do trabalho com o gênero textual “notícia” se respalda na

aprendizagem e formação de opinião, no conhecimento de mundo, na análise de

fatos e na sua contextualização, ou como objeto de informação e entretenimento.

Com a ampliação dos meios de comunicação e o surgimento de novas

tecnologias, os textos jornalísticos estão cada vez mais presentes nas salas de aula.

Os livros didáticos vêm diversificando e ampliando sua seleção textual e destacando

a presença de textos jornalísticos: notícia, reportagem, entrevista, propaganda...,

motivados pela ideia de que alunos precisam ler textos atuais e mais próximos de

sua realidade, tanto do ponto de vista da temática, quanto da linguagem.

O jornal impresso, por muito tempo, foi um veículo de informação utilizado por

poucos, ou seja, nem todos tinham acesso a ele. Atualmente, com o

desenvolvimento digital, a informação jornalística pode ser acessada pela internet, e,

dessa forma, deixou de ser privilégio de poucos, uma vez que o computador está

presente na maior parte dos domicílios, ou quando não, em toda Rede Estadual de

Ensino do Paraná.

MARQUES DE MELO, em “Presença do jornal na escola: Iniciação ao

Exercício de Cidadania”, sugere o trabalho com o jornal nas aulas para a formação

de leitores críticos, com consciência cidadã e que sejam capazes de fazer uma

leitura crítica, observando que “não existem jornais neutros, nem tampouco

informações puras”, pois “sempre há uma verdade relativa, porque permeada pela

ideologia ou pelos interesses específicos de seus proprietários”. O autor citado

propõe o jornal na sala de aula como um espaço para o aluno expressar seus

conflitos e interesses e levá-los à percepção do espaço em que vivem e não como

imitação de imprensa.

Ao desenvolver um trabalho com leitura na Educação de Jovens e Adultos

(EJA), nos depararmos com dois fatores que merecem destaque. Temos alunos mais

compromissados com a educação e que acreditam na escola como meio de

socialização e oportunidade de ingresso no mercado de trabalho e, por outro lado,

há uma dificuldade por parte do professor, ao selecionar o tipo de texto que melhor

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se aproprie à classe, uma vez que cada aluno faz parte de uma faixa etária de idade

diferente, com realidades diversificadas. Encontramos, na mesma sala de Ensino

Médio, alunos de oitenta e também de dezoito anos.

Alguns textos são considerados retrógrados ou “caretas” por alunos jovens,

enquanto outros são vistos como “loucos”, “sem sentido” pelos discentes mais

velhos.

Nesse contexto, o professor precisa ter em mãos, textos que se adaptem às

necessidades de toda a sua clientela. O trabalho com o jornal em sala de aula

oportuniza ao professor o desenvolvimento de atividades envolvendo uma infinidade

de gêneros, com características diferenciadas, mas que podem ser agrupadas

dependendo do objetivo. No projeto desenvolvido, trabalhou-se com a Notícia aliada

à reportagem, devido à abordagem temática e à semelhança entre ambas, além de

facilitar o atendimento ao público em questão, tendo em vista que apresentam temas

atuais, fatos reais e cotidianos e informação, requisito básico para a formação do

pensamento crítico e atuação do indivíduo na sociedade.

Situando o presente projeto à realidade do público-alvo, percebe-se a

necessidade de se abordar assuntos que, de uma forma ou de outra, estão

relacionados à experiência vivenciada por eles. Dessa forma, as notícias

trabalhadas, abordam situações variadas de preconceito e discriminação, porém

sem o intuito de moralizar ou reafirmar as diferenças. O caderno de atividades

“Gênero e Diversidade na Escola” afirma em sua página dezenove que as notícias

de jornal dão destaque aos temas que estão circulando na sociedade em um dado

período e à forma como estão sendo tratados, sendo portanto, uma fonte de maior

objetividade acerca do estado em que se encontram as questões da diversidade em

termos sociais e políticos.

2 TRILHANDO O CAMINHO

O projeto foi desenvolvido com uma turma do Ensino Médio-EJA, composta

por 17 (dezessete) alunos, com idade entre 22 (vinte e dois) e 73 (setenta e três)

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anos, os quais demonstraram grande satisfação no trabalho com o gênero Notícia

aliado a Reportagem.

O trabalho se desenvolveu, sobretudo, em torno da oralidade, devido a

grande discussão a cerca do tema que, além de polêmico, evidenciava uma

realidade presente em diversas situações e fases da vida desses educandos. Em

alguns momentos, essa discussão demonstrava a insatisfação, e, muitas vezes, era

necessário uma intervenção mais criteriosa para se evitar situações

constrangedoras. Essa foi a maior dificuldade na condução do trabalho, pois acredito

que nós, professores, não estamos preparados para lidar com temas e situações de

preconceito que foram constituídos e enraizados em nossa consciência e sociedade,

de forma a influenciar mesmo que inconscientemente as nossas ações.

As aulas compreendidas entre a 1ª (primeira) e a 6ª (sexta), ocorreram dentro

do que foi previsto. Na primeira aula, devido ao conhecimento que os membros do

grupo já tinham sobre o conceito de gênero textual, houve uma certa agilidade no

desenvolvimento do trabalho. Cabe lembrar que essa agilidade se apresenta de

forma diferente do ensino regular, levando em conta a distinção de idade e da

capacidade de memorizar.

A segunda aula ou encontro, pode ser caracterizada como uma das mais

demoradas e produtivas, pois os alunos se mostraram atraídos pelo assunto, uma

vez que o universo da notícia, seja ela oral ou escrita, é bem presente na vida dos

envolvidos. Eles falaram sobre as suas experiências com as notícias de rádio, com o

surgimento da televisão, com os jornais de embrulho e atualmente com as notícias

que competem com o horário de almoço. Veja o relato da aluna C.B.L :

“Naquela época, meu pai deixava o rádio bem alto para que ele pudesse ouvi- lo de

onde estivesse e nós, mesmo sem querer, escutávamos o que se passava e, muitas

vezes, ficávamos preocupados com situações envolvendo guerras. Quando acabava

a pilha do rádio, ficávamos contentes, afinal o meu pai só iria comprá-las no próximo

mês.”

No terceiro encontro, as discussões também prevaleceram devido ao grande

relato de situações tendenciosas ocorridas em telejornais e jornais impressos de

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circulação local. Os alunos se divertiram com a leitura do “Como os diferentes meios

de comunicação noticiariam o fim do mundo”. Na atividade de produção de notícia,

os alunos perceberam como se pode ser parciais ainda que inconscientemente, pois

algumas duplas, sem perceberem, ora acusaram, ora defenderam as partes

envolvidas e compreenderam que determinados meios de comunicação o fazem

conscientemente. Aproveitou-se a oportunidade para o trabalho com os diferentes

tipos de linguagem e adequação vocabular.

“Existem jornais falados que se dá a impressão de que seus âncoras nunca frequentaram a escola, além de que erram o nome dos envolvidos e até mesmo do lugar onde se passou o fato.” ( C. )

No quarto encontro, os alunos se envolveram com a história da notícia e se interessaram muito pela forma como trabalhavam os copistas, além de se sentirem

desafiados na realização da atividade:

“Imagine que você estudasse em uma sala de aula do século quinze, seu professor é muito severo, vocês são em trinta alunos, não terão intervalo para adiantar conteúdo,sua mãe aguarda todos para a festa de seu aniversário e você não terá como convidá-los, pois havia deixado para fazer, ou seja, copiar os convites, no intervalo. Pense em uma solução viável e a apresente à sala: ”

Essa atividade se prolongou e teve sua conclusão no outro encontro.

Na quinta aula, além da conclusão do trabalho da aula anterior, os discentes

puderam observar as partes que compõem um jornal e quais as características de

cada uma dessas partes. Essa atividade não estava prevista na Produção Didática,

porém na intervenção pedagógica observou-se a necessidade de se abranger outros

gêneros como editorial, artigo de opinião, horóscopo, e caderno de empregos,

deixando a reportagem para abordagem exclusiva em outro encontro. Esse trabalho

envolveu toda a aula.

Durante o sexto encontro, foram abordadas as características da notícia, onde

os alunos puderam observar a construção do lead, assim como a diferença entre

narrar e expor segundo argumentos de Nilson Lage. Nessa aula, estavam previstas

atividades de produção de notícias com proposição de títulos, os quais foram

enriquecidos com sugestões dos alunos.

A reportagem foi trabalhada durante o sétimo encontro onde os alunos

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puderam perceber as semelhanças e diferenças entre notícia e reportagem através

de comparações reais, pois todos tinham, em mãos, jornais variados. “Sempre achei

que notícia e reportagem fossem a mesma coisa, mas agora eu vejo claramente a

diferença.” (A.B).

Nessa aula, foram introduzidos textos abordando a temática do preconceito:

Pesquisa diz que principais alvos de bullying são alunos populares na escola

(www.folhavitoria.com.br/ 30/03/11) e Russos investigarão racismo contra

Roberto Carlos (Folha de Londrina, 24/03/11). As discussões em torno do assunto

adquiriram amplas dimensões, principalmente no tocante ao bullying, por estar, na

época, intensamente, ligado à mídia nacional. Os educandos se surpreenderam

com o quadro de atitudes negativas entendidas como bullying, publicado na Folha

de Londrina de13/06/11, pois puderam perceber que também são alvos dessa

problemática.

A partir do oitavo encontro, trabalhou-se com a notícia enfocando o tema

preconceito e discriminação e, conforme mencionado, no início, as dificuldades

surgiram, pois notou-se que ainda existem “feridas não cicatrizadas” relacionadas ao

passado e parte do presente desses alunos, além da formação moralizadora e

preconceituosa de uma sociedade que desvaloriza e segrega o negro, o

homossexual, a mulher, o pobre, o gordo e o feio e ainda repassa uma ideia de

normalidade situacional.

Ao longo da implementação do projeto, as experiências foram compartilhadas

com professores de outros lugares do Estado do Paraná, através do Grupo de

Trabalho em Rede (GTR), o que nos possibilitou uma discussão acerca do trabalho

desenvolvido, assim como o aprimoramento das atividades propostas. Houve críticas

e elogios e ambas foram de fundamental importância para o desenvolvimento do

projeto e, consequentemente para a melhoria do trabalho docente de todos os

participantes do GTR.

Como os trabalhos de implementação estavam acontecendo, algumas

sugestões de participantes do GRT foram efetivadas nos encontros, como

enriquecimento das atividades planejadas. Essas experiências serão reproduzidas

abaixo, conforme foram enviadas por professores participantes do Grupo de

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Trabalho em Rede, os quais são identificados pelas iniciais de seus nomes:

CAIXA DE NOTÍCIA

Dentro da caixa terá vários recortes de notícias sobre o preconceito com imagem, se possível. Em seguida pedir a cada aluno que retire uma notícia. Colar o recorte em um sulfite e escrever o “LIDE”, com letra manuscrita. Escrever ainda, “ O FATO”, “AS PESSOAS ou SERES ENVOLVIDOS NO FATO”, “O TEMPO TRANSCORRIDO”, “ O LOCAL ONDE OCORREU O FATO”, “ O PORQUÊ OCORREU O FATO”. A partir da imagem o educando escreverá um texto, interpretando-a. Em voz alta, lerá a notícia referente a imagem ( a notícia de Fato) e faz a comparação com o seu texto ( o que escreveu). Haverá discussões; deixar a conversa fluir (comentar a notícia e a imagem, estabelecendo relação entre elas). (M.C.C.) COMPARANDO NOTÍCIAS

Coloquei abaixo um exemplo, comparando duas notícias a respeito de um

mesmo tema. Os textos foram retirados de dois jornais impressos, o primeiro da

Gazeta do Povo e o segundo da Folha de Londrina:

Texto 1: Mãe acorrenta filho dentro de casa para protegê-lo das drogas

GAZETA DO POVO, 18/12/2007

Texto 2: Mãe acorrenta filho para não vê-lo morto

Família pede ajuda para internar jovem, viciado em crack e jurado de morte

FOLHA DE LONDRINA, 18/12/2007

REFLEXÃO SOBRE OS TEXTOS

Dividir a turma em grupo para responder às questões de acordo com as notícias que

estão analisando:

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1) Resuma em um só parágrafo os dados mais importantes dos textos.

2) Qual a intenção de quem escreve a matéria com relação à manchete?

3) Qual notícia é mais completa?

4) Existe contradição entre elas?

5) Há omissão de informações em alguma delas?

6) Será que existe alguma intenção ao dar ou não uma informação?

7) Os autores das notícias, além de dar informações, emitiram alguma opinião

pessoal sobre o fato ocorrido?

8) Qual a intenção de quem escreve a matéria com relação à manchete?

9) Que sentimento essa notícia despertou em você?

(S.B.J)

Como todo trabalho previsto para sala de aula, a produção didática elaborada

apresentou falhas e progressos, sendo ambos questionados e avaliados pelos

professores cursistas do GTR (grupo de trabalho em rede) e alunos envolvidos.

Vejamos alguns comentários:

“Professora, fazia muito tempo que eu não falava sobre mim e agora vejo que é mais

fácil encarar a realidade de frente, pois percebi que quase todos já passaram pelo

que eu passei.” (E.A.S )

“Leio notícias sempre e nunca havia observado a estrutura delas. Bem que eu via

que tinha algo de semelhante entre elas, mas não sabia que era proposital.” (A.B)

“Quando a professora mandava a gente ler notícia, eu não queria nem saber, mas

agora eu vi que é prazeroso fazer isso. Não sei como a senhora conseguiu isso!”

(C.B.J)

“Foi muito bem colocada a questão de que não basta somente ler a notícia, tem que

saber fazer uma análise crítica, ou seja, interpretá-la e relacioná-la com outros

acontecimentos e conhecimentos; isto está diretamente ligado à questão que você

coloca de que os jornais dão diferentes enfoques ou passam a notícia de diferentes

maneiras. Propiciar ao aluno esta informação para que ele perceba isto é essencial,

pois assim perceberá que os jornais trazem uma intenção implícita e ele deve saber

filtrar o relato da notícia para não ser influenciado.” (S.O.P)

“Iracema, a produção didático-pedagógica é muito eficaz porque vai de encontro

com as necessidades dos alunos, o professor tem a liberdade de escolher o tema

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que mais vai se enquadrar com determinada turma, por isso é uma proposta muito

interessante e válida. Neste caso, o preconceito, foi trabalhado de uma maneira que

o aluno pode diferenciar a notícia da reportagem, no final aprofundando-se mais no

gênero notícia.” (A.S.C)

“A metodologia apresentada não incentiva apenas a leitura, mas também a escrita e

pode ser ampliada para a oralidade (prática que não ficou bem definida na

proposta).” (O.M)

“Segundo as diretrizes curriculares o professor deve organizar as atividades de

ensino e de estudo articulando os três eixos: leitura, oralidade e escrita. Foi o que

você fez ao propor atividades que abordem o gênero notícia aliado ao gênero

reportagem, oportunizando uma prática pedagógica eficaz, comprometida com a

formação de leitores/produtores de textos críticos, conscientes da realidade que os

circundam, ampliando assim, a competência do aluno da EJA para o exercício cada

vez mais pleno, mais fluente da fala, da escrita, da leitura e da produção de texto.”

(M.L.V)

CONCLUSÃO

Com base nos relatos é possível compreender que o PDE (Plano de

Desenvolvimento Educacional) é uma iniciativa que tem contribuído de forma

significativa para o desenvolvimento da Educação no Estado do Paraná, pois

possibilita ao professor participante, refletir sobre sua prática por meio da formulação

do projeto e da produção didática, assim como através do questionamento de outros

professores no GTR (Grupo de Trabalho em Rede) e ainda permite a sua aplicação

em sala de aula, buscando uma intervenção no processo educativo, onde o aluno

pode pensar em sua própria educação como elemento que interage e propõe

mudanças.

No trabalho com o gênero noticia, percebeu-se que não poderia ter sido

melhor a escolha, pois ficou evidente que o interesse dos alunos da EJA por elas e

pelo jornal como um todo, foi muito grande.

Atendendo à problemática citada no início desse artigo, verificou-se que um

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dos caminhos para a superação da defasagem de leitura na EJA (Educação de

Jovens e Adultos), é o trabalho com os gêneros jornalísticos, pois houve interesse e

participação de todos os alunos envolvidos, independente de idade e também de

série (lembrando que na atual proposta da EJA, não há divisão de aluno por séries).

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