A N A I S - Resumos

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FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA PARAÍBA A N A I S - Resumos “DESAFIOS DA ATENÇÃO À SAÚDE” FICHA CATALOGRÁFICA SUMÁRIO FICHA TÉCNICA Anais obtidos da realização do 9º Fórum Científico da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba realizado no Campus I da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba-FCM/PB, no período de 07 a 09 de Novembro de 2012.

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SUMÁRIO

ABERTURA

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA PARAÍBA

Anais do 9° Fórum Científico da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba

“DESAFIOS DA ATENÇÃO À SAÚDE”

Anais obtidos da realização do 9º Fórum Científico da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba realizado no Campus I da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba-FCM/PB, no período de 07 a 09 de Novembro de 2012.

Ideia João Pessoa

2012

A N A I S - Resumos“DESAFIOS DA ATENÇÃO À SAÚDE”

FICHA CATALOGRÁFICA

SUMÁRIO

FICHA TÉCNICA

Anais obtidos da realização do 9º Fórum Científico da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba realizado no Campus I da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba-FCM/PB,

no período de 07 a 09 de Novembro de 2012.

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ABERTURA

Todos os direitos reservados – Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba

Editoração/Capa Magno Nicolau

9º Fórum Científico de Debates da Faculdade de Ciências Médicas (9.: 2012: João Pessoa, PB) A534 Anais do 9º Fórum Científico de Debates da Faculdade de Ciências Médicas

da Paraíba/Organizadores: Isabelle Cristinne Pinto Costa, Emília Pessoa Perez, Maria de Fátima Severo Trindade, Márcia de Oliveira Delgado, Maria Amélia Amado Rivera (Orgs.). - João Pessoa: Ideia, 2012.

131 p. ISSN XXXXXXXXX

1. Saúde. 2. Atenção à Saúde. I. Costa, Isabelle Cristinne Pinto. II. 9º Fórum Científico de Debates da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba.

CDU: 362

ISSN 2317-515X

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ABERTURA

PRESIDENTE DO EVENTO

OTHAMAR BATISTA GAMA

DIRETORIA ADMINISTRATIVO/FINANCEIRO

ANA RAQUEL BARBOSA GAMA

DIRETOR ACADÊMICO

JOSÉ LUÍZ PEREZ

COORDENAÇÃO GERAL DO EVENTO

CAMILA PÉREZ GONÇALVES DA SILVA

COMISSÃO ORGANIZADORA EMÍLIA PESSOA PEREZ

ISABELLE CRISTINNE PINTO COSTA DE BENÉVOLO MARIA DE FÁTIMA SEVERO TRINDADE

MÁRCIA DE OLIVEIRA DELGADO MARIA AMÉLIA AMADO RIVERA

COMISSÃO CIENTÍFICA

ENFERMAGEM

ALANA TAMAR OLIVEIRA DE SOUSA CRISTIANI GARRIDO DE ANDRADE

ISABELLE CRISTINNE P COSTA DE BENÉVOLO JAEL RÚBIA FIGUEIREDO DE SÁ FRANÇA KAMYLA FÉLIX OLIVEIRA DOS SANTOS

Anais do 9º Fórum Científico de Debates da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba

“DESAFIOS DA ATENÇÃO À SAÚDE”

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FARMÁCIA

ANDERSON SÁVIO DE MEDEIROS SIMÕES IDELTÔNIO JOSÉ FEITOSA BARBOSA

MARIA DE FÁTIMA SEVERO TRINDADE

FISIOTERAPIA

ALINNE BEZERRA DE LUCENA MARCOLINO HAYDÊE CASSÉ DA SILVA

IVALDO MENEZES DE MELO JÚNIOR MÁRCIA DE OLIVEIRA DELGADO

THIAGO ALVES MUNGUBA

MEDICINA

CARLOS BRANDT CAROLINA ANDRADE ABREU DE LIMA

LIA HAIKAL FROTA SIMON MARIA CECÍLIA SANTOS CAVALCANTI

PAULO ANTONIO FARIAS LUCENA SILVIA REGINA RODRIGUES LEITE

WILLIAM FERNANDES LUNA

NUTRIÇÃO

HELOÍSA MARIA ÂNGELO JERÔNIMO LÚCIA HELENA COUTINHO SERRÃO

MARIA AMELIA AMADO RIVERA MAURO LUIZ ALDRIGUE

SUZY MARY SOUTO DE OLIVEIRA ZIANNE FARIAS BARROS

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SUMÁRIO

ABERTURA

SUMÁRIO

RESUMO EXPANDIDO A EXTENSÃO CONTRIBUINDO PARA O CUIDAR DO INDIVÍDUO COM FERIDA CRÔNICA.......................................................................................................

A INFLUÊNCIA DA RELIGIOSIDADE NA QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES EM HEMODIÁLISE...............................................................................

A NMES COMO RECURSO FISIOTERAPEUTICO EM PACIENTES ACOMETIDOS POR AVE............................................................................................

ACIDENTES DE TRABALHO EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE............................................................................................................................

ANÁLISE DAS APOSENTADORIAS POR INVALIDEZ EM PORTADORES DE DIABETES EM JOÃO PESSOA...........................................................................

ANÁLISE DA ELETROLIPÓLISE COM UTILIZAÇÃO DO TENS NA REDUÇÃO DA ADIPOSIDADE ABDOMINAL.........................................................

ANÁLISE DA MANOBRA ZEEP EM PACIENTES NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA.................................................................................................. ANEMIA FALCIFORME: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA ATIVIDADE ANTIINFLAMATÓRIA DO EXTRATO DE SCHINUS TEREBINTHIFOLIUS EM MODELOS EXPERIMENTAIS IN VIVO.................. ATIVIDADE ANTIINFLAMATÓRIA DO EXTRATO DE SCHINUS TEREBINTHIFOLIUS EM MODELOS EXPERIMENTAIS IN VIVO................................................................................................................................. AVALIAÇÃO DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DO QUEIJO DE COALHO..........................................................................................................................

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S U M Á R I O

RESUMO EXPANDIDOA EXTENSÃO CONTRIBUINDO PARA O CUIDAR

DO INDIVÍDUO COM FERIDA CRÔNICA, 11

A INFLUÊNCIA DA RELIGIOSIDADE NA QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES EM HEMODIÁLISE, 15

A NMES COMO RECURSO FISIOTERAPEUTICO EM PACIENTES ACOMETIDOS POR AVE, 18

ACIDENTES DE TRABALHO EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE, 23

ANÁLISE DAS APOSENTADORIAS POR INVALIDEZ EM PORTADORES DE DIABETES EM JOÃO PESSOA, 27

ANÁLISE DA ELETROLIPÓLISE COM UTILIZAÇÃO DO TENS NA REDUÇÃO DA ADIPOSIDADE ABDOMINAL, 31

ANÁLISE DA MANOBRA ZEEP EM PACIENTES NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA, 35

ANEMIA FALCIFORME: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA, 39

ATIVIDADE ANTIINFLAMATÓRIA DO EXTRATO DE SCHINUS TEREBINTHIFOLIUS EM MODELOS EXPERIMENTAIS IN VIVO, 43

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ABERTURA

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DO QUEIJO DE COALHO, 46

BEBIDA PRONTA PARA CONSUMO COM ADIÇÃO DE PEDAÇOS DE ABACAXI DESIDRATADO E CEREAIS, 50

CORRELAÇÃO ENTRE CAPACIDADE FUNCIONAL E AUTO PERCEPÇÃO DE SAÚDE POR IDOSOS DO MUNICÍPIO DE SÃO BENTO/PB, 52

CUIDADOS PALIATIVOS EM CRIANÇAS: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA, 56

DESAFIO DA ENFERMAGEM DIANTE DA DEPRESSÃO PÓS-PARTO, 60

EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA GESTANTES E SEUS FAMILIARES: RELATO DE EXPERIÊNCIA, 64

EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA GESTANTES: REVISÃO DA LITERATURA, 68

EFEITOS DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA FUNCIONAL SOBRE PADRÃO DE MARCHA EM PACIENTES HEMIPARÉTICOS, 72

FERRAMENTAS DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM DOS TUMORES TESTICULARES DE CÉLULAS GERMINATIVAS, 76

FISIOTERAPIA NAS NEUROCIÊNCIAS: A TERAPIA DO ESPELHO EM PACIENTES NEUROLÓGICOS. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA, 79

MALFORMAÇÃO ARTERIOVENOSA PROFUNDA EM NÚCLEOS DE BASE, 83

OBESIDADE E SOBREPESO: PERFIL NUTRICIONAL DOS ESCOLARES ATENDIDOS NA FUNDAÇÃO OTACÍLIO GAMA, 85

O DESAFIO DA TERAPIA POR MANIPULAÇÃO NA ENXAQUECA: RELATO DE CASO, 88

OS CUIDADOS COM O PÉ DIABÉTICO A PARTIR DA PERCEPÇÃO DOS PACIENTES, 89

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SUMÁRIO

ABERTURA

PERFIL DOS COMERCIANTES DE TAPIOCA DA FEIRINHA DE TAMBAÚ EM JOÃO PESSOA, 96

RELAÇÃO DA DIABETES MELLITUS E HIPERTENSÃO ARTERIAL, 100

SÍNDROME DE BURNOUT EM PROFISSIONAIS DA ÁREA DE SAÚDE: UMA REVISÃO LITERÁRIA, 103

TERAPIA MANUAL NOS PROCESSOS DOLOROSOS DA ARTICULAÇÃO DO JOELHO EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS, 107

TRABALHO INFANTIL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE E DESENVOLVIMENTO DOS JOVENS, 112

TRABALHO DOS CAMELÔS – PERFIL SOCIOECONÔMICO E PRINCIPAIS AGRAVOS À SAÚDE DO TRABALHADOR, 116

VISITA DOMICILIAR: CENÁRIO DO VÍNCULO FUTURO MÉDICO – PACIENTE, 119

RESUMO SIMPLESAVALIAÇÃO DAS PRESCRIÇÕES DE MEDICAMENTOS EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DE JOÃO PESSOA, 124

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DA ALIMENTAÇÃO DE CRIANÇAS DE ZERO A DOIS ANOS DA USF ALTO DO

CÉU V DA CIDADE DE JOÃO PESSOA, 125

DIAGNOSTICO DAS UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE JOÃO PESSOA E CABEDELO, 126

ESTADO NUTRICIONAL E PERFÍL LIPÍDICO DE USUÁRIOS CADASTRADOS NO HIPERDIA DA UNIDADE DE SAÚDE

DA FAMÍLIA DE MANDACARU VII EM JOÃO PESSOA, 127

FATORES DIETÉTICOS E TRATAMENTO MEDICAMENTOSO NA ACNE: POTENCIALIZANDO O EFEITO TERAPÊUTICO, 128

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SUMÁRIO

ABERTURA

INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS NA TRIAGEM DE FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM ALUNOS

DO CURSO DE NUTRIÇÃO DE JOÃO PESSOA, 129

USO DO LAPACHOL E DERIVADOS EM AULAS DE QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL, 130

UTILIZAÇÃO DA GLUTAMINA NO TRATAMENTO HOSPITALAR DE PORTADORES DA SÍNDROME DA

IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA (AIDS), 131

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SUMÁRIO

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9º FÓRUM CIENTÍFICO DE DEBATES DA FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA PARAÍBA

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SUMÁRIO

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RESUMO EXPANDIDO

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SUMÁRIO

ABERTURA

A EXTENSÃO CONTRIBUINDO PARA O CUIDAR

DO INDIVÍDUO COM FERIDA CRÔNICA

Elisama Noara Soares Moreira1 Bruno Emmanuel de Medeiros Pereira2

Marília Lourencio dos Santos3 Carliene Soares de Oliveira Lima (relator)4

Alana Tamar Oliveira de Sousa5 INTRODUÇÃO: A extensão universitária é o processo educativo, cultural e científico que se articula ao ensino e à pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre a Universidade e a Sociedade. É a possibilidade que o estudante tem de colaborar com a nação, socializando o conhecimento, estreitando as barreiras existentes entre a comunidade e a universidade. Trata-se do relacionamento entre a teoria e a prática, no qual o conhecimento ultrapassa as salas de aula e permite o aprender com a prática. A extensão universitária revela-se como uma obrigatoriedade constitucional disposta no artigo 207, da Constituição Brasileira. Declara que as universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e da gestão financeira e patrimonial e obedecerão ao princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Pode ser definida como um processo educativo que articula o ensino e a pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre universidade e a sociedade. No retorno à universidade docentes e discentes terão um aprendizado que submetido à reflexão teórica, seria acrescido àquele conhecimento. Este fluxo, que estabelece a troca de saberes sistematizados acadêmico e popular, terá como consequência a mudança de conhecimento acadêmico e a participação efetiva da comunidade na atenção da universidade. Nesse sentido, a Extensão Universitária representa, também, um processo de transformação política e social porque ao adentrar nos problemas da comunidade, estabelece com ela uma relação de reciprocidade e incentivo à participação popular com vistas à difusão de conquistas e benefícios para a criação cultural e a para a pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição, conforme estabelece o artigo 43 – VI, da Lei de Diretrizes e Bases (LDB). Esta transformação na comunidade emerge como um cuidar do outro nas diferentes áreas, incluindo a enfermagem, que se configura na preocupação para a promoção e recuperação da saúde, nos vários contextos do indivíduo, com ênfase na valorização da vida, o que possibilita a alcance do bem estar da pessoa e da família, fazendo uso do conhecimento científico paralelamente ao conhecimento humanístico. Nesse sentido, este relato apresenta a experiência de graduandos do curso de enfermagem, integrantes do projeto de extensão intitulado “Avaliação do processo de cicatrização em portadores de lesão em tratamento ambulatorial”, localizado no ambulatório de curativos da Fundação Otacílio Gama, pertencente à uma Instituição de Ensino Superior, no município de João Pessoa-PB. As feridas constituem um sério problema de saúde pública, devido ao grande número de doentes com alterações na integridade da pele e se manifestam inicialmente no corpo biológico, mas repercutem em vários aspectos da vida da pessoa; implica em perda da liberdade, autonomia, sexualidade e fragilidade dos vínculos sociais e familiares que 1 Graduanda em Enfermagem pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba - FCM/PB. Extensionista do Ambulatório de Curativo da Fundação Otacílio Gama. E-mail: [email protected] 2 Graduando em Enfermagem pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba - FCM/PB. Extensionista do Ambulatório de Curativo da Fundação Otacílio Gama. E-mail: [email protected] 3 Graduanda em Enfermagem pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba - FCM/PB. Extensionista do Ambulatório de Curativo da Fundação Otacílio Gama. E-mail: [email protected] 4 Graduanda em Enfermagem pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba - FCM/PB. Extensionista do Ambulatório de Curativo da Fundação Otacílio Gama. E-mail: [email protected] 5 Enfermeira. Doutoranda e Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Docente do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade Ciências Médicas da Paraíba (FCM), Coordenadora do Ambulatório de Curativo da Fundação Otacílio Gama, João Pessoa-PB. E-mail: [email protected]

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SUMÁRIO

ABERTURA

| 12 envolvem uma amplitude físico-psico-sócio-econômicas. Conviver com a condição de ter uma ferida crônica traz uma série de mudanças na vida dos indivíduos e, consequentemente, na de seus familiares; ao mesmo tempo, gera mudanças também para a equipe de saúde, que muitas vezes não está preparada para compreender todos os aspectos que envolvem este problema, que em geral é recidivante. Assim, a prevenção ainda é a melhor ação pode ser através de educação em saúde, visando o autocuidado, à aderência ao tratamento clínico, acesso aos serviços de saúde, higiene e terapêutica adequada. O cuidado, portanto é essencial para uma evolução satisfatória, melhor qualidade de vida e prevenção de complicações. Diante do exposto este relato de experiência se justifica mediante a necessidade de se fortalecer práticas que valorizam a inserção do estudante na comunidade, de modo a buscar da integralidade do cuidado ao cliente e família, fortalecendo o vínculo entre ensino, pesquisa e extensão. Este estudo teve por objetivo relatar a experiência de discentes do curso de graduação em Enfermagem como integrantes da extensão “Avaliação do processo de cicatrização em portadores de lesão em tratamento ambulatorial”. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência desenvolvido a partir da vivência de quatro estudantes de enfermagem e de uma docente do curso que participam de um projeto de extensão em Feridas e Curativos de uma Instituição de Ensino Superior, João Pessoa –PB, com grupo de pessoas com úlcera venosa. Neste trabalho são descritas as fases de implantação e funcionamento de um projeto de extensão de ação contínua de enfermagem, ocorrido no período de 2011 até os dias atuais. As atividades são desenvolvidas na Fundação Otacílio Gama, que além de dispor de assistência médica, fisioterapêutica, enfermagem e nutricional oferece várias práticas esportivas, como judô, ballet, futsal e futebol de campo. Participam do projeto nove usuários do serviço, uma Enfermeira Assistencial - Docente e quatro extensionistas sendo esses encontros de atividades do projeto realizados duas vezes na semana no turno vespertino. O espaço físico utilizado para o desenvolvimento dos curativos consta em uma sala específica para execução dos mesmos, um consultório de enfermagem onde é realizada toda a parte burocrática do serviço e uma sala para guarda de material. A Fundação Otacílio Gama, a partir de um vínculo firmado com Secretaria Municipal de Saúde, disponibiliza todas as coberturas necessárias para a realização dos curativos. O serviço obtém itens necessários para que o usuário seja incluso no projeto, tais como: Cadastrado na USF no município de João Pessoa como também ser do Distrito Sanitário IV; decisão autônoma para estar diariamente no serviço; ter capacidade de deambular até o ambulatório. É importante ressaltar que a pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba (CEP/FCMPB), com base nas recomendações da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, sob o protocolo nº 078/11. Os resultados do relato serão apresentados mediante a ocorrência das atividades desenvolvidas e analisados à luz da literatura pertinente. APRESENTANDO A VIVÊNCIA DO PROJETO DE EXTENSÃO: A implantação do ambulatório de curativos emergiu por uma necessidade local de um cuidado especializado que contemplasse os usuários da atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS) que possuem feridas crônicas. Mediante a recíproca necessidade de estudantes da instituição para adentrar no âmbito do conhecimento e vivência do cuidar de pessoas com lesões, também foi criado o projeto de extensão para os alunos de enfermagem. Para a inserção no projeto de extensão, houve uma seleção prévia e como pré-requisito foi exigido que o estudante tivesse cursado no mínimo o quarto período do curso de graduação em enfermagem e disponibilidade de dez horas por semana. A seleção constou de uma prova de conhecimentos específicos acerca de cuidados de pessoas com feridas, avaliação do histórico e entrevista com a docente responsável pelo projeto de extensão, coforme regulamento do edital. Após a aprovação, realizou-se uma reunião para apresentação do grupo que inclui docente e discentes e explicação de toda a dinâmica do projeto. Cumpre assinalar que ao longo de um ano de extensão, foram desenvolvidas as seguintes atividades técnicas: admissão do usuário no serviço, na qual é preenchida uma ficha com histórico e anamnese; aferição da pressão arterial; realização de curativos, com o preenchimento das fichas de evolução do usuário e material gasto durante o procedimento; elaboração de panfletos ilustrativos; discussão de casos clínicos e conduta da cobertura na qual seria utilizada nas

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SUMÁRIO

ABERTURA

| 13 lesões; orientações de educação em saúde, acerca do pé diabético, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, úlcera venosa e higiene; realização de artigos científicos que foram apresentados em eventos, com duas premiações. Desse modo, foram vários momentos de aprendizagem e de vasta experiência para a vida acadêmica e profissional, que possibilitou o encontro do discente, docente e usuário em uma relação dialógica que valoriza um cuidado libertador, baseado no diálogo e conscientização. O diálogo é uma condição natural de reflexão e trocas de conhecimentos para uma transformação interior de educação. A conscientização, vista como um senso crítico assumido pelo homem, no momento em que ele toma posse da realidade podendo mudá-la, requer o diálogo e ambos são conceitos criados por Freire que se aplicam a enfermagem, como um perfil crítico e transformador. Outrossim, essa vivência reflexiva tem instigado o discente a promover uma atenção holística à saúde dos usuários que compreende desde o exame físico, orientações com a saúde até discussões de problemas comunitários e familiares. São momentos de interação dialógica de tal modo que “quem ensina aprende” e “quem aprende ensina”. O usuário do ambulatório passa a realizar curativos diariamente e passa a se sentir como parte integral do seu tratamento, além de assumir seu papel no auto-cuidado, relevante para o processo de cura. Esses clientes também observam que seus cuidadores são seus confidentes para ouvir seus problemas pessoais, familiares e suas angústias mais íntimas, uma confiança atribuída ao cuidar humanizado. Como parte da atenção contínua por parte dos estudantes e da docente de enfermagem, o usuário vivencia a interdisciplinaridade com os demais cursos da área da saúde oferecidos pela instituição, para propor uma assistência integralizada, já que muitos dos clientes foram encaminhados para consulta com nutricionista, dermatologista e neurologista. Com relação à fisioterapia, emerge uma relação mútua de participação mais contínua, de modo que alguns usuários utilizam tratamentos como a drenagem linfática e a microcorrente. Esse tipo de cuidado possibilita para o discente o aprimoramento interpessoal, tão importante para a prática assistencial humanizada. Um estudo realizado com estudantes de enfermagem mostrou que aprimorar o relacionamento interpessoal, é um fator que envolve um crescimento que leva a uma maturidade dos relacionamentos interpessoais e um aprendizado contínuo de como abordar o outro, como considerar seus constituintes pessoais e se colocar diante dele, o que foi visto e absorvido por nós enquanto extensionistas. Desse modo, nós fomos estimulados a trabalhar o conceito de humanização, não apenas com o usuário, mas também com o colega que executa as atividades e contribui para uma ação final resolutiva, o que possibilitou um aprendizado coletivo. Esse aprendizado instigou a produção científica tendo em vista que é de grande valor para a vida acadêmica e profissional, além da comunidade que se beneficia com as respostas e transformações promovidas pelas pesquisas. No momento em que apresentamos as ideias freireanas para o dia-a-dia da prática educativa da enfermagem podemos, pela crítica e reflexão, ver transformados ou reconstruídos ideias dentro de um grupo que não tem um saber advindo do princípio acadêmico-científico, ao mesmo tempo em que também nos adaptamos ao conhecimento que vem de uma natureza comum. A vivência da extensão contribui para elaborar e fortificar os três domínios inerentes à atuação do profissional de enfermagem: o saber que é o conhecimento de fatos e conceitos; o saber fazer que está relacionado às habilidades e destrezas; e o saber ser, postura atitudinal e domínio das relações situacionais. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A extensão universitária é uma experiência única para todos os participantes, sejam eles docentes, discentes ou usuários, na qual há uma socialização do conhecimento, que promove uma redução das dificuldades existentes entre a comunidade e a universidade. Sob esse prisma, há uma troca mútua de saberes entre todos os participantes, viabilizando maior interesse em aprender e praticar o conhecimento, transformando assim a realidade de todos e contribuindo para a recuperação da saúde dos usuários. Nessa perspectiva, os usuários são incentivados através da educação em saúde a cuidarem mais de si, assumindo maior responsabilidade com seu estilo de vida, tornando-se sujeitos ativos no processo de sua recuperação. Como resultado desse incentivo, foram possíveis mudanças de alguns hábitos dos usuários, melhora ou a cura de suas lesões. Contudo, sabemos o desafio que continua para uma educação em saúde, principalmente em relação os usuários, no tocante a sua alimentação, controle das doenças de base, e

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| 14 cuidados com a higiene, por exemplo, que apesar dos incentivos, necessitam ser constantemente reavaliados, com a perspectiva de uma transformação significativa de conscientização e responsabilidade diante dos aspectos inerentes a sua saúde. Descritores: Relações Comunidade-Instituição. Atenção primária à saúde. Enfermagem. Ferimentos e lesões. REFERÊNCIAS ALVIM, N. A. T.; FERREIRA, M. de A. Perspectiva problematizadora da educação popular em saúde e a enfermagem. Texto contexto - enferm. v.16, n.2, p. 315-319, 2007. BRASIL. Ministério da Educação. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, n.248, 23 dez.1996. BRASIL. Ministério de Educação. Política Nacional de Extensão Universitária. Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Instituições de Educação Superior Públicas Brasileiras. Maio de 2012. Disponível em: <http://www.proec.ufpr.br/downloads/extensao/2012/legislacao/Politica%20Nacional%20de%20Extensao%20Universitaria%20maio2012.pdf>. Acesso em: 31 de out. 2012 FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessárias à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. GAMBA, M.A.; BARBOSA, M.V.S. Feridas. In: BRETASm A. C. P.; GAMBA, M. A. Enfermagem e saúde do adulto. São Paulo: Manole; 2006. p.282-93. Série Enfermagem MIRANDA, K. C. L.; BARROSO, M. G. T. A contribuição de Paulo Freire à prática e educação crítica em enfermagem. Rev. Latino-Am. Enferm. v.12, n.4, p. 631-635, 2004. ROSA, R. dos S. D.; MARCIANO, E. C. V.; ROCHA, F. É. S. A educação para a saúde na ótica do acadêmico de enfermagem. Reme : Rev. Min. Enferm. v. 11, n. 2, p.181-187, 2007. SILVA, O. D. da. O que é extensão universitária? <Disponível em http://www.ecientificocultural.com/ECC2/artigos/oberdan9.html >. Acesso em: 01 set. 1996

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SUMÁRIO

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A INFLUÊNCIA DA RELIGIOSIDADE NA QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES EM HEMODIÁLISE

Thaís Soares de França Espínola (Relator)1

Cynthia Kelly Soares Pontes² Jayllene kalley de Brito²

Jennyffer Ribeiro Moreira² Mayrllys de Sousa Ferreira Moura²

Fábio Correia de Lima Nepomuceno³ INTRODUÇÃO: A gravidade de qualquer doença está relacionada ao grau de distúrbios fisiológicos ou morfológicos do paciente. Assim, as doenças crônicas têm recebido maior atenção dos profissionais de saúde nas últimas décadas. Entre estas está a Insuficiência Renal Crônica (IRC), considerada uma condição sem alternativas de melhoras rápidas, de evolução progressiva, causando problemas médicos, sociais e econômicos. (MORSCH; GONÇALVES; BARROS, 2005). O portador de Insuficiência Renal Crônica possui uma doença permanente, com alterações patológicas irreversíveis, levando às diversas incapacidades que na maioria das vezes exige períodos longos de acompanhamento. O enfrentamento de alterações na saúde e na vida em geral do portador de IRC ocorrem nos mais diversos níveis: orgânico, psíquico, social e econômico. (CASTRO et al., 2003). A doença renal é considerada um grande problema de saúde pública, porque causa elevadas taxas de morbidade e mortalidade e, além disso, tem impacto negativo sobre a Qualidade de Vida (QV) relacionada à saúde. (UNRUH et al., 2003).Nos últimos trinta anos, os estudos sobre QV têm aumentado bastante, porém, permanecem restritos quando se tratam de IRC. A partir das investigações desenvolvidas sobre QV, se torna possível o aprofundamento de estudos dos fatores subjetivos que conduzem ao bem-estar da população, de grupos e indivíduos, explicar os processos que levam as pessoas à sua satisfação moral, bem-estar e felicidade, os mecanismos de enfrentamento e de defesa relacionados com a doença crônica e sua vida. (ABALO, 1998). Nos estudos sobre a qualidade de vida dos pacientes com doenças crônicas, a religiosidade é considerada uma variável que apresenta efeito positivo nos aspectos biopsicossocial, espiritual, ambiental e na saúde dos indivíduos, sendo apontada como possível fator de prevenção ao desenvolvimento de outras co-morbidades. (PANZINI et al., 2007). No contexto atual de prevalência cada vez mais acentuada de co-morbidades, encontra-se o papel da religião/religiosidade. Os pacientes que possuem doenças crônicas e muitas vezes incuráveis apegam-se a fé e ao ato religioso como forma de encontrar um apoio e um alívio para sua dor. A religiosidade apresenta-se dessa forma como uma estratégia comumente utilizada pelo indivíduo em situação de adoecimento, na tentativa de buscar melhora e força para o enfrentamento da doença. Assim, percebe-se tal fator desempenhando um papel muito importante na melhoria da qualidade de vida dos pacientes Por isso, cada vez mais tem surgido o interesse em realizar estudos envolvendo a religiosidade visando possíveis aplicações na área da saúde, na tentativa de compreender como tal fator pode contribuir no processo saúde-doença. (FARIA; SEIDL, 2006). Atualmente as investigações sobre a relação entre religiosidade e saúde buscam testar e avaliar como crenças e comportamentos religiosos se relacionam ou interferem na saúde, assim como em outros aspectos da vida do indivíduo. Do ponto de vista clínico e epidemiológico, importa avaliar o impacto que religião e religiosidade possam ter sobre a saúde física e mental de uma pessoa ou uma comunidade. 1 Graduando do Curso de Fisioterapia/FCM-PB, Email: [email protected] 2Graduando do Curso de Fisioterapia/FCM-PB. Email: [email protected] 3Graduando do Curso de Fisioterapia/FCM-PB. Email: [email protected] 4Graduando do Curso de Fisioterapia/FCM-PB. Email: [email protected] 5Graduando do Curso de Fisioterapia/FCM-PB. Email: [email protected] 6Fisioterapeuta/ Mestre em Ciências das Religiões/ Centro Universitário de João Pessoa. Email: [email protected]

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Esta pesquisa teve como objetivo estudar a religiosidade e a qualidade de vida (QV) de pacientes com IRC submetidos a hemodiálise. METODOLOGIA: O estudo é de caráter descritivo, exploratório, com abordagem qualitativa dos dados. A amostra constou de 100 pacientes distribuidos igualmente, 50 do sexo feminino e 50 do masculino, todos com diagnóstico de Insuficiencia Renal Crônica, com idades variando entre 18 e 90 anos atendidos nos seguintes serviços de hemodiálise da cidade de João Pessoa/PB : CLINEPA - Clínica de Nefrologia da Paraíba e UNIRIM - Unidade de Doenças Renais. Os critérios de inclusão foram: Os paciente terem idade superior a 18 anos; estarem em tratamento por hemodiálise; terem capacidade de compreensão e verbalização; serem portadores de IRC há mais de 1 ano; concordarem em participar do estudo. O estudo iniciou-se após a aprovação do projeto pelo colegiado de Ciências das Religiões, e posteriormente, aprovação do projeto pelo Comitê de Ética da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba com numero de protocolo no CEP 081, declarando estar em plena consonância Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, autorizando assim a sua execução da pesquisa, Os dados só foram coletados após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A participação dos pacientes ocorreu de forma voluntária, sendo-lhes assegurado o direito de desistência a qualquer momento, assim como foi garantido sigilo e anonimato. Para a coleta de dados foi aplicado um questionários semi-estruturado sobre a qualidade de vida e religiosidade. Em cada dia de coleta dos dados, durante e após a aplicação dos questionários, foram feitas anotações sobre o conteúdo das falas, principalmente as que abordavam aspectos relacionados a fé, crenças religiosas e qualidade de vida dos pacientes da amostra. Além disso, durante toda a pesquisa foi utilizado um diário de campo registrando as observações, impressões pessoais e resultados de conversas informais sobre os pontos investigados. Estes dados foram apresentados em quadros com as interpretações positivas e negativas dos seus discursos, através da análise de Bardin e Léxica. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS: Na análise da influência da religiosidade no enfrentamento da doença renal crônica e dificuldades pessoais verificou-se que nas respostas positivas os pacientes destacam que a religião, a fé e a crença em Deus influenciam no enfrentamento da doença renal crônica, lhes dando força e esperança na cura, já nas respostas negativas o paciente relata que a religião, a fé e as orações não o ajudam para enfrentar a doença, não tendo nenhuma influência na melhora da situação de enfermidade. Na análise da qualidade de vida dos pacientes com IRC pelo método Bardin, observou-se que na variável satisfação quanto à saúde, nas afirmativas positivas os pacientes baseiam-se na ausência de qualificação de vida funcional e social dos pacientes, limitação dos hábitos alimentares e de lazer. Na satisfação quanto ao sono, nas afirmativas positivas os pacientes relataram ter um sono tranquilo e dormir bem sem necessitar de medicação, nas negativas os pacientes relatam insatisfação por causa da doença e do tratamento e disseram que as vezes necessitam de medicamentos. Em relação ao conhecimento acerca da doença, nas afirmações positivas os pacientes relataram ter conhecimento da doença por informações adquiridas por eles através de pesquisas e fornecidas pelos médicos, nas negativas os pacientes relataram que não possuem conhecimento a cerca de sua doença. Na a dimensão psicológica, nas positivas os pacientes dizem não ter sentimentos negativos pelo apoio familiar e pela conformação com a enfermidade e o tratamento, nas afirmações negativas os pacientes relatam apresentar ansiedade, depressão e desânimo em decorrência do desgaste pela doença e pelo tratamento. Quanto a percepção da condição de vida, nas afirmações positivas os pacientes dizem que não houve modificação da condição de vida ou que sua condição de vida mudou de maneira positiva em relação a atenção, cuidado familiar, vida espiritual e esperança da cura, nas negativas os pacientes dizem que houve mudanças em toda a vida, pelas consequências causadas pela enfermidade, assim tiveram modificações nas relações sociais com amigos e família, além da mudança do dia-a-dia, no aspecto físico e na questão financeira. Quanto a expectativas em relação ao futuro, nas respostas positivas, os pacientes afirmam ter fé em Deus para alcançar a cura, conseguir o transplante ou melhorar sua condição de vida, já nas negativas, os pacientes relataram não ter expectativas para o futuro, apenas ter uma morte sem sofrimento. A qualidade de vida pela análise léxica, no domínio satisfação quanto as atividades do dia-dia 46 sentem-

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SUMÁRIO

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| 17 se satisfeitos 54 sentem-se insatisfeitos, No domínio dificuldade de locomoção 65 não apresentam dificuldade, e 35 relatam sentir dificuldade. Quanto a percepção de uma vida com qualidade 68 afirmam ter saúde mesmo que restrita, é ter uma vida com qualidade e 32 relataram que ter uma qualidade de vida é ter saúde sem necessitar de tratamento para sobreviver. Quanto ao projeto de vida 94 pensam no transplante com uma esperança e confiam em Deus para sua cura, 6 não pensam no transplante por conhecer os riscos da rejeição e se conformam com o tratamento por toda vida. Verificou-se neste trabalho que de forma geral há influência da religiosidade na QV dos pacientes que possuem doenças crônicas, muitas vezes incuráveis, estes apegam-se a fé e ao ato religioso como forma de encontrar um apoio e um alívio para sua dor. Foi demonstrada associação entre religiosidade e pacientes com insuficiência renal crônica, onde foi possível observar melhor aceitação da condição inevitável, maior bem-estar geral, menor prevalência de depressão, menor mortalidade, menor tempo de internação e até melhor função imunológica, com consequente melhora da qualidade de vida naqueles que apresentaram maior religiosidade. CONCLUSÕES: Essa pesquisa amplia os estudos a respeito da religiosidade e QV do portador de IRC, oferecendo conteúdo para auxiliar no preenchimento da lacuna de existência de poucos estudos sobre o tema. Uma vez que, como foi constatado neste e em outros estudos, a religiosidade possui um papel importante para o paciente em hemodiálise, principalmente melhorando sua qualidade de vida e auxiliando no enfrentamento da doença. Sendo assim, as práticas espirituais e religiosas assumem importância para QV em pacientes com insuficiência renal crônica, demonstrando que este aspecto deve ser considerado de grande relevância pelos profissionais que assistem a esse tipo de paciente. Descritores: Insuficiência Renal Crônica. Religião. Qualidade de vida REFERÊNCIAS ABALO, J. A. G. Calidad de vida y salud: problemas actuales em su investigacion. Trabalho apresentado na II Jornada de actualizacion em psicologia de La salud. Asociacion Colombiana de Psicologia de la Salud – ASOCOPSIS, Seccional Valle Del Cuca. La Habana, Cuba: Agosto, 1998. CASTRO, M.; CAIUBY, A. V. S.; DRAIBE, S. A.; CANZIANI, M. E. F. Qualidade de Vida de pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiálise avaliada através do instrumento genérico SF-36. Revista da Associação Médica Brasileira. v.49, n. 3, 2003, p. 245-249. FARIA, J.B.; SEIDL, E.M. Religiosidade, enfrentamento e bem-estar subjetivo em pessoas vivendo com HIV/AIDS. Psicologia em Estudo. Maringá. v. 11, n. 1, 2006, p.155-164. LUCCHETTI, G.; ALMEIDA, L. G. C.; GRANERO, A. L. Espiritualidade no paciente em diálise: o nefrologista deve abordar? J. Bras. Nefrol. v.32, n.1, 2010, p. 128-132. MORSCH, C.; GONÇALVES, L. F.; BARROS, E. Índice de gravidade da doença renal, indicadores assistenciais e mortalidade em pacientes em hemodiálise. Revista da Associação Médica Brasileira. v.51, n.5, 2005, p. 296-300. PANZINI, R.G.; ROCHA, N.S.; BANDEIRA, D.R.; FLECK, M.P. Qualidade de vida e espiritualidade. Revista Psiquiátrica Clínica. v.34, n.1, 2007, p.105-115. UNRUH, M.I.; HARTUNIAN, M.G.; CHAPMAN, N.M.; JABER, B.I. Sleep quality and clinical correlates in patients on maintean dialysis. Clin Nephrol. v.59, n.4, 2003, p.280-288.

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A NMES COMO RECURSO FISIOTERAPEUTICO EM PACIENTES ACOMETIDOS POR AVE

Arthur Olimpio S. C. Rabelo (relator)1

Fhilipe Santos Ferreira 2 Kyria Nadja Oliveira e Silva3

Fábio Henrique de Luna e Silva4 José Artur de Paiva Veloso5

Laura de Sousa Gomes Veloso6

INTRODUÇÃO: O acidente vascular encefálico (AVE) é um sinal clínico de rápido desenvolvimento de perturbação focal da função cerebral, de suposta origem vascular e com mais de 24 horas de duração. Essa alteração na circulação cerebral pode levar a um déficit de irrigação e nutrição locais, resultando em manifestações clínicas que podem levar a sérios comprometimentos na qualidade de vida do indivíduo. (DURWARD et al 2000, p. 83). O metabolismo de encéfalo é quase totalmente aeróbio o que justifica a dependência neuronal da irrigação sanguínea ininterruptamente. Baseado nisso, o organismo lança mão de uma estrutura anatomicamente diversificada de vasos para promover essa irrigação abundante. Este mecanismo assegura a estabilidade dessa irrigação durante uma série de pressões arteriais, denominando este fenômeno de auto-regulação. (DURWARD et al, 2000). Quando, então, surge uma alteração, devido à obstrução vascular ou extravazamento de sangue nesta abundante rede vascular, as partes de cérebro privadas deste fluxo são afetadas, levando a um quadro de hipóxia, seguido de lesão tecidual e necrose. A esta série de acontecimentos é dado o nome de AVE. O AVE é a segunda maior causa de mortalidade mundial, sendo precedido apenas pelas doenças cardíacas e o câncer. É a causa que mais acometem adultos, levando à invalidez, na Europa, EUA, China e Japão. Os fatores de risco como tabagismo, sedentarismo, hipertensão arterial sistêmica (HAS), obesidade e alcoolismo encontram-se evidenciados como os principais. A HAS chega a aumentar o risco de desenvolvimento de um AVE em até quatro vezes. O tabagismo praticamente dobra essa chance e a diabetes aumenta o risco entre duas a seis vezes. (GOLDMAN; AUSIELLO, 2005). O AVE apresenta alta prevalência mundial, constituindo graves problemas de saúde pública, além do alto risco de morte que coloca essa condição como uma das primeiras causas de morte em países desenvolvidos e em desenvolvimento. No Brasil, por exemplo, o crescente envelhecimento populacional desperta uma atenção especial ao risco relativo do desenvolvimento do AVE e suas comorbidades. (PY, 2006) A Eletroterapia, por meio do uso de algumas correntes de baixa frequência, vem sendo utilizada em pacientes espásticos com resultados positivos em relação ao ganho de amplitude de movimento, independência funcional e qualidade de vida.(MILLER et al, 2007; LOURENÇÃO et al, 2008; LIMA et al, 2008). A NMES é uma corrente eletroterapêutica de média e baixa frequência, que tem a capacidade, através da estimulação da inervação eferente dos músculos, de estimular e provocar contrações musculares como um complemento do ato voluntário do indivíduo. Através dessas contrações, ela pode ser utilizada na recuperação de atrofias, bem como, na estimulação da tonificação dos músculos antagonistas aos espásticos em pacientes hipertônicos. Esse recurso, então, ao estimular a musculatura antagonista ao padrão espástico facilitaria a inibição recíproca que poderia incrementar o controle da hipertonia. Essa postulação torna-se quista, pois, com isso, o indivíduo teria melhores condições para realizar suas funções em geral, além da probabilidade de exercer influência em âmbito 1Acadêmico do Curso de Fisioterapia da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba / [email protected]; 2Acadêmico do Curso de Fisioterapia /FCM-PB / [email protected] 3Graduado do Curso de Fisioterapia / FCM-PB / [email protected] 4Graduado do Curso de Fisioterapia / FCM-PB / [email protected] 5Prof. Mestre em Ciências da Nutrição / Graduado em Fisioterapia na UFPB / [email protected] 6Orientador / Prof. Esp. da Graduação em Fisioterapia em Fisioterapia na UFPB / [email protected]

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| 19 psicológico e social a esses pacientes. Levando em consideração os estudos supracitados e o impacto que a espasticidade pode gerar na capacidade funcional, fez-se necessária a avaliação dos efeitos do uso da NMES em pacientes espásticos acometidos por AVE, a fim de promover subsídios para a sua aplicabilidade, incrementando o tratamento fisioterapêutico para a promoção da normalização do tônus muscular e, conseqüentemente, na qualidade de vida desses indivíduos. Pelo fato das correntes eletroterapêuticas promoverem um fortalecimento muscular sendo aplicadas em musculatura inervada, procurou-se investigar a influência da NMES na normalização de tônus muscular e a consequente melhora de coordenação motora e independência funcional dos pacientes espásticos. A partir da necessidade surgida, foi observada a graduação da espasticidade presente nesses pacientes antes e após a aplicação, analisando os seus efeitos sobre a mesma onde, posteriormente, avaliou-se e discutiram-se os resultados obtidos na pesquisa, confrontando e/ou corroborando com os autores referenciados. Através da averiguação dos efeitos da aplicação da corrente supracitada na melhora da ADM, e observando também a evolução da coordenação neuromuscular após as aplicações da mesma, fizemos uma revisão bibliográfica de estudos e pesquisas relacionadas ao tema deste trabalho. Foram colhidos os resultados da amostra da pesquisa e discutidos sob a comparação entre os autores, discordando ou corroborando com suas descobertas, a fim de demonstrarmos a eficácia da corrente bem como a importância da mesma como coadjuvante no tratamento de pacientes espásticos em sua capacidade funcional e qualidade de vida. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a influência da NMES no controle da espasticidade em pacientes acometidos por AVE. Metodologia: A pesquisa se caracterizou por ser do tipo descritiva e de caráter exploratório, tendo como finalidade principal o desenvolvimento, o esclarecimento e a modificação de conceitos e ideias, com vistas na formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. A abordagem utilizada foi a quantitativa que se baseia no paradigma quantitativo-matemático ou experimental e tem como suporte a utilização de medidas e cálculos, além de procedimentos que privilegiam a utilização de instrumentos sistematizados de coleta de informações para submetê-los à classificação, mensuração e análise. A amostra tinha inicialmente uma proposta de vinte (20) pacientes, composta por indivíduos adequados aos seguintes critérios: não haver se submetido a tratamentos de redução da espasticidade, nos últimos 12 meses que antecederam o período em vigência deste estudo e um critério de exclusão também utilizado foi a presença de espasticidade com graduação 4 pela avaliação da Escala de Ashworth Modificada.No entanto, foram delimitados pelos pesquisadores cinco (5) pacientes, porém, um (1) paciente foi excluído devido à incompatibilidade de horários entre este e os pesquisadores. A amostra foi, então, constituída por quatro (4) pacientes sequelados por AVE. A seleção de pacientes foi realizada de modo intencional, onde foram selecionados os indivíduos espásticos acometidos por AVE na faixa etária entre 40 e 70 anos atendidos na Clínica Escola de Fisioterapia da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba (FCM-PB). Foi utilizada uma ficha de avaliação neurológica que contemplou dados pertinentes para identificação das principais alterações neurológicas presentes nos sujeitos da pesquisa. Para graduação da espasticidade utilizou-se a Escala de Ashworth Modificada por meio da percepção da resistência imposta à mobilização passiva. Para avaliar a independência funcional utilizou-se o índice de Barthel para AVDs. Todos esses instrumentos foram aplicados no momento da avaliação e após a 5ª e 10ª sessões para a formulação de parâmetros avaliativos no decorrer do tratamento com o uso da NMES nesses indivíduos. Foram exercidas um total de 10 sessões no período compreendido de agosto/2008 a novembro/2008, com a frequência de 2 vezes por semana, onde todos os pacientes foram submetidos à aplicação da NMES, no modo sincronizado, na frequência de 50Hz, com largura de pulso de 200 microssegundos, tempo de contração muscular (Ton) de 10s, tempo de repouso da contração muscular (Toff) de 20s, rampa de subida 0,5s e de descida 0,5s, com intensidade de acordo com a tolerância e a resposta contrátil do paciente, durante 30 minutos.Esta aplicação foi realizada posicionando dois eletrodos no ponto motor dos músculos extensores do punho do membro superior parético. Associado ao estímulo eletrofuncional o paciente foi orientado a executar o movimento ativo de extensão do punho, para evitar movimentos compensatórios e aumentar o

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SUMÁRIO

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| 20 recrutamento de unidades motoras. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na presente pesquisa a idade dos pacientes variou de 56 anos a 76 anos sendo um paciente do sexo masculino e dois do sexo feminino, todos apresentando tipo de AVE isquêmico, e espasticidade no hemicorpo direito. Obteve-se uma maior prevalência do gênero feminino, em 66% (n=2) da amostra, demonstrando a possibilidade das mulheres serem um grupo mais propenso a terem patologias cerebrovasculares. Esta proporção obtida é semelhante ao estudo realizado e descrito por Maciel e Guerra (2005) e Radanovic (2000) no qual a maioria era do sexo feminino. Falcão et al. (2004) reforçam o interesse das investigações a respeito da prevalência do AVE no sexo feminino. Em contrapartida, outros estudos realizados por Horn et al. (2003) e Pires et al. (2004), demonstram ter maior prevalência do AVE em sexo masculino. Quanto à variação da espasticidade após a aplicação da NMES, de acordo com a Escala de Ashworth modificada, encontrou-se uma evolução do tônus muscular nos três momentos de aferição desse parâmetro. 34% (n=1) mantiveram a graduação do tônus muscular e 66% (n=2) apresentaram uma redução da graduação pela escala de Ashworth modificada. Esse dado é corroborado com o estudo de Santos et al. (2006) que encontrou melhora estatisticamente significante do tônus muscular após utilizar a NMES por 10 sessões em uma amostra de 8 pacientes acometidos por AVE. Em relação à avaliação da incapacidade funcional, não foi acompanhada por aumento dos escores da capacidade funcional evidenciados pelo Índice de Barthel. É válido salientar que 66% (n=2) da amostra já apresentavam o escore máximo (100) desse instrumento no momento da avaliação e, por esse motivo, não apresentavam possibilidade de modificação. A falta de evolução do paciente 1 em relação à função pode ser justificada pelo fato deste também não haver apresentado evolução da graduação do tônus no decorrer do estudo, já que a redução do tônus leva a um ganho de amplitude que, por sua vez, propicia meios para o incremento da função. Conforme a avaliação da coordenação foi evidenciada melhora da realização da garra total e oposição dos dedos no membro espástico do paciente 2, além da prono-supinação nos pacientes 1 e 2 . Embora poucos parâmetros tenham apresentado uma boa evolução desta variável na avaliação, deve-se também ser ratificado que a coordenação requer um controle mais acurado de estruturas neurológicas superiores, como o cerebelo e os gânglios da base, ou seja, a redução do tônus e a manutenção da capacidade funcional não necessariamente assumem relação com a coordenação neuromuscular. CONCLUSÃO: Os resultados deste estudo apontam a importância do tratamento fisioterapêutico na melhora do estado funcional e, conseqüentemente da qualidade de vida dos pacientes espásticos acometidos por AVE, sendo a NMES um eficiente recurso coadjuvante na reabilitação desses pacientes. Torna-se válido, assim, a utilização da NMES como proposta terapêutica a ser adotada pelos profissionais envolvidos na reabilitação, amplificando a visão nas suas avaliações e condutas. Sugere-se também que sejam realizados outros estudos com amostra, tempo de aplicação e número de atendimentos maiores, englobando grupos controle, buscando explorar com maior fidedignidade a problemática das seqüelas apresentadas nos pacientes acometidos por AVE e os efeitos da NMES sobre a espasticidade, para levantar inferências sobre estratégias resolutivas a fim de promover uma melhor independência funcional e autonomia a esses indivíduos. Descritores: Eletroterapia. AVE. Espasticidade. REFERÊNCIAS AGNE, Jones E. EletrotermoterapiaTeoria e Prática. Santa Maria: Orium, 2007. BARION, Cátia; LISBOA, Daniele do Nascimento. A utilização da estimulação elétrica funcional (FES) em doenças neuromusculares. São Paulo, 2006. 26f. Monografia (Especialização em Intervenção Fisioterapêutica nas Doenças Neuromusculares) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo. BOBATH, Berta. Hemiplegia em adultos Avaliação e tratamento. 3. ed. Barueri: Manole, 2001.

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| 21 BUENO, Keidy Sabater; SUARÉZ, Aniceto Cabeza; GARCÍA, Maricela Estupinán; KNIGHT, Elia Margarita Pestana. Atención primaria de salud em la enfermadad cerebrovascular. Revista Cubana de Medicina General Integral, v. 15, n. 5, p. 548-544, 1999. CHAGAS, Natália Rocha; MONTEIRO, Ana Ruth Macêdo. Educação em saúde e família: cuidado ao paciente vítima de acidente vascular cerebral. Acta Scientiarum Health Sciences, v. 26, n. 1, p. 193-204, jan./jun. 2004. DELISA, J. A.; GANS, B. M. Tratado de Medicina e ReabilitaçãoPrincípios e Prática. 3 ed. Barueri: Manole, 2002. DURWARD, B.; BAER, G.; WADE, J. Acidente Vascular Cerebral. In: STOKES, Maria. Cash Neurologia para Fisioterapeutas. São Paulo: Premier, 2000. p. 83-100. GAGLIARDI, Rubens José. AVC Acidente vascular cerebral 50 perguntas freqüentes. São Paulo: Projetos Médicos, 2006. GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. GOLDMAN, Lee; AUSIELLO, Dennis. Cecil Tratado de Medicina Interna. 22. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. JOHNSON, J.; LEVINE, David.Electrical stimulation. In: MILLIS, Darryl; TAYLOR, Robert A. Canine rehabilitation & physical therapy. Missouri: Elsevier, 2004. cap.17. p.289-302. JUNQUEIRA, R.T.; RIBEIRO, A.M.B.; SCIANNI, A.A. Efeitos do fortalecimento muscular e sua relação com a atividade funcional e a espasticidade em indivíduos hemiparéticos. Revista Brasileira de Fisioterapia, v.8, n.3, p.247-252, jun. 2004. KANDEL, Eric R.; SCHWARTZ, James H.; JESSELL, Thomas M. Princípios da Neurociência. 4. ed. Barueri: Manole, 2003. KISNER, Carolyn; COLBY, Lynn Allen.Exercícios Terapêuticos Fundamentos e Técnicas. 4 ed. Barueri: Manole, 2005. LIANZA, S. Medicina de Reabilitação. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. LIANZA, Sergio; FONSECA, Ana Paula Coutinho. Estimulação Elétrica Funcional (FES). In: LIANZA, Sergio. Medicina de Reabilitação. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.cap. 9, p. 126-147. LIMA, Fernanda Pupio Silva. Efeitos da Estimulação Elétrica Neuromuscular (EENM) e dos exercícios isotônicos no fortalecimento dos músculos flexores e extensores de joelho em pacientes hemiplégicos. São José dos Campos. 2005. 63f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) – Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento, Universidade do Vale do Paraíba. LIMA, M. O.;PUPIO, S. LIMA F.; TAKESHI-T de Freitas S.; REGINA-RIBEIRO, S.; TORTOZA, C.; GÓMES-LUCARELI, J.; LUCARELI, P. R.; PACHECO, M. T.; LOPES-MARTINS, R. A. Effect of neuromuscular electrical stimulation and isotonic exercises in flexor and extensor muscles of knee of hemiplegic patients. Revista de Neurologia, v. 46, n. 3, p. 135-138, fev. 2008. LOURENÇÃO, M. I.; BATTISTELLA, L. R.; BRITO, C. M. de; MIYAZAKI, M. H. International Journal of Rehabilitation Research, v. 31, n. 1, p. 33-41, mar. 2008. LUNDY-EKMAN, Laurie. Neurociência:Fundamentos para a Reabilitação. 3. ed. São Paulo: Elsevier, 2008. MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Científica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2004. MILLER, L.; MATTISON, P.; PAUL, L.; WOOD, L.The effects of transcutaneous electrical nerve stimulation (TENS) on spasticity in multiple sclerosis.Multiple Sclerosis, v.13, p.527-533, maio.2007. NELSON, Roger M.; HAYES, Karen W.; CURRIER, Dean P. Eletroterapia Clínica. 3. ed. São Paulo: Manole, 2003.

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| 22 NUNES, Ligia Christina BorsatoGuimarães .Efeitos da eletroestimulação neuromuscular no músculo tibial anterior de pacientes hemiparéticos espásticos. Campinas, 2004. 121f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Biomédica) - Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação, Universidade Estadual de Campinas. OLIVEIRA, Levy J. A. Reabilitação em doenças neurológicas: guia terapêutico prático. São Paulo: Atheneu, 2003. O´SULLIVAN, Susan B.; SCHMITZ, Thomas J. Fisioterapia avaliação e tratamento. 4. ed. Barueri: Manole, 2004. OZER, Kagan; CHESHER, Stephen P.; SCHEKER, Luis R.; Neuromuscular electrical stimulation and dynamic bracing for the management of upper-extremity spasticity in children with cerebral palsy. Developmental Medicine & Child Neurology. v. 48, p. 559-563, nov. 2005. POPOVIC, M. B.; POPOVIC, D. B.; SINKJAER, T.; STEFANOVIC, A.; SCHWIRTLICH, L. Restitution of Reaching and Grasping Promoted by Functional Electrical Therapy.Artificial Organs, v. 26, n. 3, mar. 2002. PY, Marco Oliveira. Doenças Cérebro-Vasculares. In: FREITAS, Elisabete Viana de; PY, Lígia; CANÇADO, Flávio Aluízio Xavier; DOLL, Joannes; GORZONI, Milton Luiz. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 333-347. ROCHA, J. R.; ALOUCHE, S. R. Manejo Fisioterapêutico da espasticidade uma revisão de literatura. Revista Fisioterapia UNICID. v. 3, n. 2. p. 11-24, 2004. SANTOS, Heleodório Honorato dos. Manual Prático para elaboração de Projetos, Monografias, Dissertações e Teses na área de Saúde.2 ed. João Pessoa: Universitária, 2004. SCHUSTER, Rodrigo Costa; SANT, Cínthia Ribeiro de; DALBASCO, Vânia. Efeitos da estimulação elétrica funcional (FES) sobre o padrão de marcha de um paciente hemiparético. Acta Fisitátrica, v. 14, n. 2, p. 82-86, mar. 2007. STOKES, Maria. Cash Neurologia para Fisioterapeutas. São Paulo: Premier, 2000. UMPHRED, Darcy Ann. Reabilitação Neurológica. 4. ed. Barueri: Manole, 2004. SOLOMONOW, M. Comments on “Design and Evaluation of Digital Closed Loop Controller for the Regulation of muscle Force by recruitment Modulatrion”. IEE Trasactions on Bio-medical Engineering. v. 34, n. 3, p. 260-263, mar. 1987.

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ACIDENTES DE TRABALHO EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE

Cleane Toscano Souto Bezerra1

Isabelle Márcia de Medeiros Santiago2 Izadora Casado Alves3

Jéssica Laureano Martins4 Sarah Feitosa Maurício5

Vanessa Cristina Fragoso Cassiano (Relator)6

INTRODUÇÃO: O exercício de qualquer atividade profissional expõe o trabalhador a riscos de acidentes e a doenças ocupacionais. O acidente do trabalho é definido de acordo com o Ministério da Previdência Social, em qualquer acidente decorrente do exercício do trabalho a serviço da empresa ou do exercício do trabalho dos segurados especiais, podendo ocasionar lesão corporal ou distúrbio funcional, permanente ou temporário, morte e a perda ou a redução da capacidade para o trabalho.1 Existe uma preocupação com a segurança dos trabalhadores, uma vez que a prevenção destes acidentes permitem benefícios a empresa em relação aos custos e o reconhecimento quanto à sua responsabilidade social, garantindo assim a credibilidade de seus produtos. Esta prevenção no campo da medicina encontra-se relacionada ao uso dos equipamentos de proteção individual (EPI), estes visam a proteção de riscos suscetíveis de ameaça à segurança e a saúde no trabalho e devem ser fornecidos gratuitamente pela empresa. Entre os profissionais médicos, é essencial a utilização de luvas de procedimento, higienização adequada, óculos protetores, garrote, jaleco, máscara entre outros instrumentos que auxiliam em sua proteção.2 Quando ocorre o acidente o médico deve buscar a quimioprofilaxia que no caso de exposição à material biológico a primeira conduta seria a lavagem exaustiva do local exposto com água, sabão ou soluções antissépticas; em exposições percutâneas ou cutâneas deve-se lavar com água ou solução salina fisiológica.3 É de extrema importância que o paciente fonte seja avaliado quanto à infecção pelo HIV, hepatite B e C.4 Para a quimioprofilaxia do HIV é necessária a avaliação do risco da exposição e quando significativo é feito o uso de antirretrovirais por 28 dias.5 Para a hepatite B é importante a vacinação pré-exposição, caso não seja feita deve-se utilizar a Imunoglobulina hiperimune. Em casos de hepatite C, não existe medida específica eficaz, mas é necessário o acompanhamento sorológico caso o paciente seja positivo.5 Existem Normas Regulamentadoras (NRs) relativas à segurança e a medicina no trabalho, entre elas encontramos a Norma Regulamentadora 4 (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho) que classifica os serviços médico-hospitalares como organizações com grau de risco 3 que são considerados como insalubres, expondo pacientes e profissionais a riscos variados.6 Trata-se de um ambiente onde há uma grande concentração de pessoas portadoras de doenças infectocontagiosas, e onde se realizam muitos procedimentos que apresentam riscos de acidentes e doenças para os trabalhadores de saúde.6 Outra norma importante é a 32 (Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde) que abrange as situações de exposição aos diversos agentes de risco presentes no ambiente de trabalho, como os agentes de risco biológico, químico e físico, com destaque para as radiações ionizantes, e, ergonômicos.6 Abrange ainda a questão da obrigatoriedade da vacinação do profissional de saúde (contra Tétano, Difteria e Hepatite B), com reforços e sorologias de controle pertinente. Segundo Rezende (2003), os profissionais que lidam, direta ou indiretamente, com

1 Médica Ginecologista Obstetra; Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba; [email protected] 2Estudante da graduação do curso de Medicina; Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba; [email protected] 3 Estudante da graduação do curso de Medicina; Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba; [email protected] 4 Estudante da graduação do curso de Medicina; Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba; [email protected] 5 Estudante da graduação do curso de Medicina; Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba; [email protected] 6 Estudante da graduação do curso de Medicina; Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba; [email protected]

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SUMÁRIO

ABERTURA

| 24 a saúde dos pacientes preocupam-se muito com a assistência oferecida aos usuários, priorizando o seu conforto e bem-estar, e pouco com os riscos inerentes à execução de suas atividades.6 Dentre as causas de acidentes de trabalho no campo da área de saúde, podemos destacar: imprudência, fatalidade e descuido. Sendo a imprudência uma atitude sem a devida cautela e que, por ação ou omissão, assume procedimentos de risco para o paciente, sem respaldo científico.7 A fatalidade é o acontecimento oriundo de força maior escusável, decorrente de todo aquele fato imprevisível, inevitável e irresistível. E o descuido, falta de atenção em qualquer procedimento médico. METODOLOGIA: A pesquisa em questão foi realizada a partir de entrevistas elaboradas com médicos e internos da Faculdade Ciências Médicas da Paraíba, juntamente com a fundamentação teórica realizada com o auxílio de bibliografias. Além disso, através das questões enfatizadas, como causas, tipos, consequências do acidente de trabalho, foi possível montar estatísticas comparativas entre a amostra de 50 entrevistados. Dos quais, 30 são internos da faculdade e 20 são médicos: 04 pediatras, 02 cardiologistas, 02 hematologistas, 02 anestesistas, 02 dermatologistas, 01 ginecologista-obstetra, 01 gastroenterologista, 01 infectologista, 01 cirurgião geral, 01 patologista, 01 ortopedista, 01 clínico geral, e 01 oftalmologista. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Como resultados obtidos do total da amostra, foram registradas 08 pessoas que já sofreram algum tipo de acidente de trabalho, o que correspondeu a 16% dos entrevistados, e 42 pessoas responderam que nunca sofreram acidente de trabalho (84%). Dentre estes, 06 responderam fazer uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) no momento do acidente, o que corresponde a 75% dos entrevistados acometidos por algum tipo de acidente, e 02 revelaram não usar EPIs no momento do acidente (25%). Isto pode demonstrar que mesmo com o uso do EPI, pode ocorrer alguns incidentes e fatalidades, ou ainda nos faz pensar sobre o modo adequado de uso desses equipamentos ou se e são suficientes para tal procedimento. Sobre o tipo do acidente, observamos que 06 casos ocorreram por materiais perfurocortantes, que correspondem a 75% da amostra, 01 caso foi consequência da exposição à material biológico (12,5%) e 01 caso por fratura exposta (12,5%). Essa maior prevalência entre os acidentes perfurocortantes pode não ser em vão, pois existem várias revisões bibliográficas que mostram essa incidência frequente com profissionais de saúde o que necessita da maior intervenção da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes das instituições. Acerca das causas dos acidentes de trabalho, foram levantados 04 casos por fatalidade, correspondendo a 50% dos acidentes da amostra, seguido de descuido em 03 casos (37,5%) e imprudência em apenas 01 caso (12,5%). Em relação aos médicos, foram entrevistados 20, e dentre eles 06 sofreram acidente de trabalho, o que correspondeu a 30% e 14 deles nunca sofreram acidente (70%). O tipo de acidente mais prevalente foi o por perfurocortante, onde acometeram 04 dos 06 entrevistados que já sofreram acidente correspondendo a 66,67%, seguido igualmente de exposição à material biológico e fratura exposta, cada um com 01 caso (16,67% cada). Entre as causas questionadas, houve fatalidade em 04 casos (66,67%) e descuido em 02 casos (33,33%). Ainda em nosso questionário, indagamos os profissionais quanto às conseqüências do acidente de trabalho, e certificamos que em 04 casos não houve consequências, e em 02 casos sim, sendo essas conseqüências uma cirurgia e uma sutura, levando o profissional a suspensão das atividades diárias. Dentre estes, os especialistas que responderam ter sofrido acidente de trabalho, foram 01 anestesista (50% destes), 01 hematologista (50% destes), 01 cirurgião geral (100% destes), 01 patologista (100% destes), 01 ortopedista (100% destes) e 01 dermatologista (50% destes), ficando com 16,67% cada uma. Como nossa amostra foi muito variada quanto à especialidade, considerando principalmente médicos clínicos, não podemos considerar que haja alguma correlação especial entre estas, contrariando os achados da literatura, na qual se percebe um maior número de acidentes em médicos cirurgiões. Um problema relatado por alguns de nossos entrevistados foi o fato de sua atividade ser insalubre, o que faz com que alguns profissionais se sintam inseguros em sua profissão e desamparados em relação às instituições. Já em relação aos internos, observamos que a maioria da amostra não sofreu acidente de trabalho, podendo indicar uma proteção individual adequada, maior cautela nos procedimentos, ausência de automatismo ou ainda ser reflexo do auxílio de seus preceptores em campo de prática.

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ABERTURA

| 25 Dentre os 30 entrevistados, apenas 02 deles sofreram acidente de trabalho, o que corresponde a 06,67%, e em sua grande maioria, 28 ou 93,33% não sofreram acidentes em seus estágios. O tipo de acidente prevalente também foi o perfurocortante (100%), o mesmo que ocorre em todas as classes. Em relação à causa, um caso foi por descuido e outro por imprudência, ficando 50% para cada. Todos procuraram o serviço para realização de exames, sendo desnecessária a profilaxia. 100% dos acometidos por acidentes não se sentem inseguros na profissão e já tomavam os cuidados antes do acidente, ficando apenas mais atento ainda após o ocorrido. CONCLUSÃO: A partir da entrevista realizada, levanta-se a suspeita de subnotificação por conta da pequena amostra que obtivemos entre médicos e internos. Esta abrangeu diversas especialidades e foram considerados, principalmente, médicos clínicos e não cirurgiões, que são os mais acometidos, segundo a literatura de forma geral, devendo expandir os estudos para melhores conclusões. Em relação aos internos, percebeu-se um menor índice de acidentes ocupacionais ou por cautela e proteção adequados ou reflexo de uma boa orientação por parte de seus preceptores. Alguns resultados se assemelham com a literatura, tal como: dos tipos de acidentes, a maior prevalência é por perfurocortante, e na maioria dos casos, os profissionais faziam uso dos EPIs e não tiveram consequências graves. Isto pode demonstrar que mesmo fazendo uso dos EPIs, os profissionais da saúde não estão totalmente isentos dos riscos ocupacionais. A maioria das causas de acidentes, segundo a pesquisa, foi por fatalidade e não por imprudência, nem descuido dos profissionais, o que é um bom indicativo de prevenção e proteção ocupacionais. A implantação do Serviço de Segurança e Medicina Ocupacional responsável pela segurança e saúde, relacionados a acidentes ocupacionais, facilitaria o reconhecimento e análise dos riscos ocupacionais nestes ambientes, com o objetivo de evitar ou minimizar a ocorrência de acidentes de trabalho, gerenciá-los, tomar decisões, definir medidas de controle e de prevenção, e a promoção da conscientização sobre práticas seguras entre os profissionais. Possibilitaria assim a redução nos gastos da instituição, poderia melhorar a imagem da mesma diante de seus usuários e motivaria seus funcionários, proporcionando maior produtividade e melhor qualidade de vida no trabalho, já que, por ser uma atividade naturalmente insalubre, faz com que muitos profissionais se sintam inseguros e desamparados institucionalmente. DESCRITORES: Acidentes de trabalho; Profissionais de saúde; Quimioprofilaxia.

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ABERTURA

| 26 6. GONÇALVES, L. B.; CRUZ, V.M. C.. Segurança e Medicina do Trabalho. Disponível em: http://www.multieditoras.com.br/produto/pdf/600111.pdf. Acesso em: 28 de outubro de 2012. 7. CUCCATI, A. R.; CUCCATI, D.R.. Acidente de trabalho: conceito, responsabilidades e consequências. Disponível em: http://www.nrcursos.com.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=54:acidente-de-trabalho-conceito-responsabilidades-e-consequencias&catid=34:artigos. Acesso em: 28 de outubro de 2012.

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ABERTURA

ANÁLISE DAS APOSENTADORIAS POR INVALIDEZ

EM PORTADORES DE DIABETES EM JOÃO PESSOA

Ana Cândida Dantas De Queiroga1 Arthur Ferreira Luz2

Natália Brasil Do Amaral3 Natasha Brasil Do Amaral(Relator)4

Roseane De Aquino Modesto Rodrigues5 Shelsea Brandão Do Amaral6

INTRODUÇÃO: Diabetes Mellitus (DM) é um grupo de doenças metabólicas, caracterizado por defeito de secreção e/ou ação da insulina, que leva à hiperglicemia crônica, que se associa a complicações microvasculares (neuropatia, retinopatia e nefropatia) e macrovasculares (cardiopatia isquêmica, AVC e doença arterial periférica), ocasionando lesões, disfunções e falência de vários órgãos, diminuindo a expectativa de vida, além de diminuir a qualidade de vida (CHACRA, 2001). Pelo número de pessoas afetadas (hoje se estima cerca de 165 milhões de diabéticos no mundo todo e em 2025 serão 320 milhões de pessoas afetadas, ocorrendo este aumento principalmente em países do 3º mundo, como América Latina, Ásia e África) e pelas implicações econômicas envolvidas no seu controle e tratamento, tanto em termos do número de pessoas afetadas, incapacitações, mortalidade prematura, a DM constitui grave problema de saúde pública em todo o mundo, e em especial nestes continentes, onde esta explosão epidêmica torna-se impagável (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2009). Além do aumento de casos novos, os avanços terapêuticos na área da diabetologia, melhorando a expectativa de vida dos portadores de DM, também têm contribuído para a crescente prevalência (DAVID, 2009). O diabetes mellitus acomete cerca de 7,6% da população brasileira entre 30-69 anos de idade, de acordo com dados do Ministério da Saúde (BRASIL, 1997). Cerca de 50% dos pacientes desconhecem o diagnóstico e 24% dos pacientes reconhecidamente portadores de DM não fazem qualquer tipo de tratamento. O DM é importante causa de óbito na população brasileira. Estudos demonstram aumento na frequência de mortalidade, tanto como causa básica ou contributória, especialmente associada a doenças cardiovasculares e cerebrovasculares (ADA, 2008). Ao compararmos com a população não diabética, encontramos um risco relativo de 20 vezes mais no diabético para cegueira, 25 vezes mais para falência renal, 40 vezes mais para amputação, 2-5 vezes mais para infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral de 2-3 vezes (DONELLY, 2000).O perfil glicêmico inadequado do portador de DM é provavelmente o maior responsável pela associação entre a duração do DM e as complicações crônicas (sem desconsiderar a participação de fatores genéticos), e mesmo considerando os progressos na monitorização e tratamento, ainda não existe um esquema terapêutico que garanta a normoglicemia nas 24 horas do dia (JELLINGER et al, 2007).As repercussões biopsicossociais dos diabéticos são inúmeras, principalmente dos sub-tratados, e, apesar de todo avanço tecnológico, ainda não conseguimos abranger terapeuticamente e efetivamente esta fatia enorme da população (SCHAAN et al, 2004). Assim sendo, esta dissertação evidenciaria inequivocamente aos nossos gestores de saúde onde poderiam ser mais bem gastos os recursos financeiros, abordando esta patologia já de forma preventiva e direcionada, reduzindo o enorme custo econômico ao portador da patologia, aos órgãos de assistência, à saúde e à sociedade. Este trabalho tem com objetivo identificar o perfil de indivíduos inválidos registrados na Gerência Executiva do INSS na cidade de João Pessoa nos anos de 2006, 2007, e 2008 em decorrência das complicações do Diabetes Mellitus. METODOLOGIA: Será realizado um estudo transversal do tipo descritivo com abordagem quantitativa, abrangendo a Gerência Executiva do INSS da cidade de João Pessoa nos anos de 2006, 2007 e 2008, através de um estudo do Banco de Dados do INSS com Anuário Estatístico, além de cruzar dados do SABI (Sistema de Atendimento de Benefício por Incapacidade) com Plenus, Sub e Suibe, utilizando por CID/Aposentadoria por invalidez/ número do benefício. Para ter uma estimativa da prevalência da invalidez por DM, usaremos as faixas etárias a partir dos 20 anos: Abaixo dos 30 anos e dos 30-69

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ABERTURA

| 28 anos, determinar o sexo do indivíduo, profissão que estava exercendo quando foi acometido pela invalidez e ainda qual a renda mensal advinda desta invalidez. Como amostra para esse estudo, considerou-se todos os segurados aposentados por invalidez de todas as agências da previdência social no Estado da Paraíba- Gerência Executiva Regional – João Pessoa. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS: Os segurados têm que ter cumprido a carência exigida – têm de estar em dia com suas contribuições ou estar no período de graça sem ter perdido ainda a qualidade de segurado; for considerado incapaz para o trabalho e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência. A concessão de aposentadoria por invalidez de cada segurado dependeu da verificação da condição de incapacidade total e definitiva para qualquer tipo de trabalho, mediante exame médico pericial a cargo da Previdência Social. Então, a invalidez pode ser conceituada como a incapacidade laborativa total, indefinida e multiprofissional, insuscetível de recuperação ou reabilitação profissional, que corresponde à incapacidade geral de ganho, em conseqüência de doença ou acidente. A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao RGPS – Regime Geral da Previdência Social – não lhe conferiu direito à Aposentadoria por invalidez, salvo quando a incapacidade sobreviver por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão. O resultado do presente estudo demonstrou que 176 segurados do INSS foram aposentados por invalidez no período de 2006 a 2008 no Estado da Paraíba – Regional João Pessoa, com CID E10 e E11 com suas respectivas complicações. 70% desta amostra foi masculina e 30% feminina, sendo 49% destes segrados inválidos na faixa etária de 50-60 anos, 32% entre 40-50 anos, 13% de 20-30 anos, 3% entre 30-40 anos e 2% entre 20-30 anos. Ficou evidenciado que 63% dos diabéticos inválidos recebem uma renda igual a 1 salário mínimo, 25% entre 1 e 2 salários mínimos, 8% entre 2 e 3 salários mínimos, 2% entre 3 e 4 salários mínimos e os demais recebem rendimento maiores que 4 salários mínimos. Ainda é evidenciado que 79% dos segurados diabéticos inválidos eram comerciários, 19% servidor público, 1% auxiliar de enfermagem, 1% também tinha atividade rural e 0,9% laboravam em transporte e carga.Dentre as complicações microvasculares, as que mais invalidaram os indivíduos foram a neuropatia diabética, acometendo o93% da amostra de 176 e a retinopatia, com 82% e 48% de nefropatia, esclarecendo que a grande maioria dos diabéticos apresentava mais de uma complicação, tanto microvascular como macrovascular. Não existiu na amostra apresentada nenhum indivíduo que tivesse apenas uma complicação que o levasse à invalidez, e, sim, diversas situações, tanto micro quanto macrovasculares.Das complicações macrovasculares, as doenças cardíacas e episódios isquêmicos do coração apresentaram 98% de acometimento para invalidez na amostra estudada. As arteriopatias e doenças vasculares periféricas representaram 95% dos diabéticos inválidos com amputações de membros em todos os indivíduos analisados com este comprometimento, e ainda 6% dos diabéticos apresentaram AVC.Verificamos que não houve associação significativa entre as variáveis correspondentes às complicações e às demais variáveis, como a idade, renda e atividade, tendo sido utilizado o teste de Fisher com nível de significância de 5%, exceto para as variáveis idade e neuropatia, nas quais observamos um p com valor de 0,0115, mostrando que quanto mais velho o indivíduo, mais este vem a se aposentar por neuropatia diabética. CONCLUSÕES: A partir dos resultados do presente trabalho podemos concluir que existem 176 segurados aposentados por invalidez na gerência executiva do INSS na cidade de João Pessoa no período de 2006 á 2008 pelo CID E10 e E11. A grande maioria dos aposentados por invalidez foi do sexo masculino (70%), na faixa etária dos 50-60 anos, exercendo a função de comerciários em 79% da amostra e em 63% dos casos recebendo uma renda mensal de um salário mínimo. As principais complicações que levaram estes segurados á invalidez foram as doenças cardíacas, episódios isquêmicos com 98% de acometimento, as arteriopatias e doenças vasculares periferias com 95% de acometimento dentre as complicações macrovasculares. Nas complicações microvasculares a neuropatia e retinopatia foram as que mais corroboraram com invalidez do indivíduo com 93% e 82% cada uma respectivamente. Descritores: diabetes mellitus, seguro por invalidez, complicações crônicas

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ABERTURA

| 29 REFERÊNCIAS

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SUMÁRIO

ABERTURA

| 30 JOSLIN DIABETES CENTER & JOSLIN CLINIC. Clinical Guideline for Pharmacological Management of Type 2 Diabetes, 2007.

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ABERTURA

ANÁLISE DA ELETROLIPÓLISE COM UTILIZAÇÃO DO TENS NA REDUÇÃO DA ADIPOSIDADE ABDOMINAL

Jesyanne de Andrade Ferreira (Relator)1

Jessika Kaliwya Miguel dos Santos2

AmiltaVieira Rocha3

Poliana Carvalho Ferreira4

Elinivea Aciole Pessoa5

INTRODUÇÃO: A adiposidade localizada é o acúmulo do excesso de gordura em regiões específicas do corpo humano, não só a quantidade de gordura, mas o modo como se distribui no organismo é essencial para sua definição. Todo organismo necessita de gordura em níveis normais, porém o acúmulo desse excesso é diferente em cada pessoa e depende de vários fatores, como sexo, hormônios e a genética (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Este problema atinge os tecidos cutâneo e subcutâneo em diversos graus com uma série de alterações estruturais na derme, na microcirculação e adipócitos. A ocorrência de lipodistrofia sob aspectos estéticos tem sido a principal queixa e preocupação das mulheres atualmente. O acúmulo de gorduras nas células está diretamente relacionado à quantidade insuficiente de enzimas que está sendo produzida para a queima dessas gorduras acumuladas. Assim, os procedimentos para tratamentos da gordura localizada podem ser orientados no sentido de aumentar a produção desta enzima para que ocorra maior combustão das gorduras acumuladas e em excesso (GUIRRO; GUIRRO, 2004). O tecido adiposo é um conjuntivo especializado e sua maior função é de armazenar lipídeos. Porém sabe-se que o tecido adiposo tem outras funções como proteção de órgãos, estruturas ósseas, sendo responsável pelo dimorfismo sexual e coxins absorventes de choques, isolante térmico. Além disso, preenche espaços entre outros tecidos mantendo certos órgãos em suas posições normais e ainda armazena beta carotenoide. (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2008). Este tecido se forma a partir de agrupamentos de células do tecido conjuntivo reticular altamente vascularizado, no qual ocorrem depósitos de gordura. A gordura se acumula no interior do citoplasma das células reticulares que posteriormente perdem os prolongamentos citoplasmáticos e se tornam esféricas (GARTNER 2000). Existem dois tipos de tecido adiposo, sendo classificados em tecido adiposo amarelo (ou unilocular) persiste como tecido adiposo no adulto, e a gordura contida no interior dos adipócitos representam o armazenamento de calorias nutricionais que excedem a utilização e por esta razão normalmente ele é que vai ser tratado, o tecido adiposo pardo (ou multilocular) que está presente durante o desenvolvimento fetal, mas sua quantidade diminui a partir do nascimento permanecendo em alguns pontos de corpo humano. A mobilização das gorduras de reserva, ou seja, a lipólise se realiza graças a uma enzima hormônio-dependente, a triglicerideolipase (GUYTON; HALL, 2002). Esta enzima desintegra os triglicerídeos em ácido graxos e uma molécula de glicerol. O ácido graxo produzido é em grande parte, expulso da célula a menos que estejam em um local com excesso de glicose, e que voltam a formar triglicerídeos, ao contrário, o glicerol liberado, não pode ser usado novamente e é captado pelo fígado que o metaboliza em glicose. (SORIANO; PÉREZ; BAQUÉS, 2000). A eletrolipólise é uma técnica destinada ao tratamento das adiposidades e acúmulo de ácidos graxos localizados. Caracteriza-se pela aplicação de uma corrente elétrica específica de baixa frequência que atua diretamente ao nível dos adipócitos e dos lipídeos acumulados produzindo sua

1 Jesyanne de Andrade Ferreira: Acadêmico do curso de Graduação em Fisioterapia FCM-PB ([email protected]) 2JessikaKaliwya Miguel do Santos: Acadêmico do curso de Graduação em Fisioterapia FCM-PB ([email protected]) 3EliníveaAciole Pessoa. Acadêmico do curso de Graduação em Fisioterapia FCM-PB ([email protected]); 4AmiltaVeira Rocha: Graduação em Fisioterapia pela FCM-PB;Poliana Carvalho Ferreira: 5Graduação em Fisioterapia pela FCM-PB;Maria da Conceição Barbosa dos Santos: 6Graduação em Fisioterapia. Especialista em Fisioterapia Dermatofuncional ([email protected])

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SUMÁRIO

ABERTURA

| 32 destruição e favorecendo sua posterior eliminação. O campo elétrico que se origina entre os eletrodos, provoca a nível local, uma série de modificações fisiológicas que são responsáveis pelo fenômeno da lipólise. Quando se utiliza uma corrente especifica de baixa frequência durante a eletrolipólise, produz-se uma estimulação do sistema simpático, e como consequência ocorre à liberação de catecolaminas com aumento do AMP cíclico (adenosinamonofosfato) intraadipocitário, e aumento da hidrólise dos triglicerídeos (SORIANO; PÉREZ; BAQUÉS, 2000). Em conjunto, e como consequência de todos os efeitos mencionados, se induz um aumento do catabolismo local, que se traduz clinicamente em uma redução do panículo adiposo (PARIENTI, 2001). O termo TENS está reversado para o tratamento da dor, mas veremos em compêndios atualizados, que a estimulação elétrica nervosa transcutânea já está sendo empregada para identificar uma série de diferentes tipos de impulsos elétricos com fins terapêuticos como para analgesia, relaxamento muscular, descontraturante, metabólico (AGNE, 2009).Todo organismo necessita de gordura em nivéis normais, porém o acumúlo deste depende de vários fatores, como: hormônio, genética e o sedentarismo, sendo diferente em cada indivíduo. Diante dessa realidade, levantamos alguns questionamentos: Qual a importância em estudar sobre a adiposidade localizada? Como podemos apontar a contribuição da eletrolipólise com o TENS (Transcutaneous electrical nerve stimulation) no tratamento da adiposidade localizada? De que maneira apresentar e discutir os resultados obtidos durante o estudo, no que diz respeito à análise desta conduta? O tecido adiposo é considerado o mais importante órgão de armazenamento de energia do organismo humano, que desempenha entre outras, funções endócrinas. O excesso de energia consumido é convertido em moléculas de triacilgliceróis sob ação do hormônio insulina, enquanto que na situação de restrição energética os estoques de energia são rapidamente mobilizados sob a influência das catecolaminas e outros hormônios lipolíticos (GUIMARÃES, 2007). As células adiposas também conhecidas como adipócitos, são agrupadas em forma de “cachos de uva”, os lóbulos adiposos, que são separados por paredes de conjuntivo, os septos lobulares. A troca gasosa entre as células adiposas e a corrente sanguínea é intensa, contribuindo para isso a rica vascularização do tecido conjuntivo. Pelas paredes interlobulares conjuntivas passam os vasos sanguíneos e as terminações nervosas (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2008). Devemos levar em conta de que o tecido adiposo é um órgão complexo capaz de exercer funções que até pouco tempo atrás eram desconhecidas. Isso o torna um tecido de grande importância na homeostase energética corporal. Durante a evolução da humanidade o padrão de beleza vem sofrendo várias modificações, surgindo assim uma tendência massificada de padrão estético, no qual a adiposidade é pouco aceita pela sociedade. Para acompanhar esse padrão de beleza, a mulher, principalmente, submete-se a uma série de sacrifícios. O excesso de gordura localizada se constitui num dos principais vilões na incansável busca pela beleza. O sobrepeso, a obesidade e a gordura localizada afetam o indivíduo tanto esteticamente quanto em saúde. “A obesidade é definida como o aumento generalizado da gordura corporal, onde a ingestão supera o gasto (GUIRRO E GUIRRO, 2004)”. A gordura quando em excesso, representa uma grande ameaça a vida, já que está associada a males cardíacos, hipertensão, diabetes, colesterol alto e dessa gordura acumulada, a mais perigosa é a encontrada no abdômen, pois é responsável pela obstrução das artérias. Com base nesses dados, faz-se necessário a comprovação de técnicas eficazes e de fácil acessibilidade a toda população no combate a gordura abdominal (HALPERN, 2001). Guirro e Guirro (2004) estabeleceram algumas técnicas para a determinação da gordura corpórea através dos seguintes métodos: relação peso altura, medição de dobras cutâneas, mensuração das circunferências, bioimpedância, entre outras. Segundo ainda os mesmos autores, a etiologia da obesidade é multifatorial: fatores genéticos, emocionais, metabólicos e não balanceamento energético. No referido estudo tivemos como objetivo analisar a eficácia do TENS na lipólise da adiposidade localizada contribuindo assim no tratamento das mulheres atendidas na Prática Clínica da disciplina Dermato-Funcional da Fundação Otacílio Gama. METODOLOGIA: O nosso estudo se fundamentou em uma análise exploratória, descritiva com abordagem quantitativa. O estudo se propôs a analisar o método da eletrolipólise com a utilização do TENS na redução da adiposidade localizada. Foram selecionadas 10

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| 33 mulheres participantes da disciplina Prática Clínica de Dermato Funcional na Fundação Otacílio Gama, com faixa etária entre 20 e 40 anos de idade, as referidas mulheres foram selecionadas intencionalmente obedecendo ao critério de apresentar adiposidade localizada. Foram realizadas 10 sessões, sendo duas vezes por semana, terças e quintas-feiras no turno da manhã, com duração de 50 minutos cada sessão. Vale salientar que houve desistência de cinco mulheres por impossibilidade em permanecer na pesquisa por motivos pessoais. Utilizamos uma ficha de avaliação fisioterapêutica, além de protocolo de tratamento com observação dos resultados. Foi feita uma avaliação prévia com as mulheres para mensurar o grau de adiposidade através de perimetria, posteriormente aplicado o protocolo. Os dados foram tratados segundo a estatística descritiva, sendo calculadas as porcentagens e apresentadas em tabelas e gráficos. O programa utilizado foi o Excel (CRESPO 2002). As agulhas podem medir entre 4, 5, 7 e 12 cm de comprimento por 0,3mm de diâmetro, de uso único introduzidas em nível hipodérmico, utilizando-se uma distância de 4 cm entre elas (SILVA, 1999, p.59-64). Embora haja diversidade nos tamanhos das agulhas, quando utilizamos agulhas maiores, conseguimos estimular a área a tratar com menos eletrodos. Após a introdução da agulha, conectam-se os eletrodos tipo “jacaré” nos pares de agulhas correspondentes à área que se deseja tratar, de acordo com o canal de saída da corrente. As agulhas são colocadas de modo que cubra toda área, em nossa pesquisa utilizamos 5 cm de distância entre as elas. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Ao relacionar os dados e resultados obtidos com a pesquisa verificou-se que o tratamento aplicado na adiposidade abdominal proporcionou uma redução variável. Diante do exposto vimos que as mulheres participantes da pesquisa reduziram suas medidas, ressaltando que duas obtiveram resultados mais significativos na região supraumbilical, com percentual de 6% (paciente 2) e 4% (paciente 4). Enquanto na umbilical obtiveram 3,5% (paciente 2) e 4% (paciente 5). E na infraumbilical obteve-se 7% (paciente 2) e 4% (paciente 5). Os dados obtidos neste estudo comprovam a eficácia da eletrolipólise no tratamento da adiposidade localizada com o uso do TENS. Diante disso verificamos, em nossa prática clínica, que o estimulo proporcionado pelo TENS conseguiu reproduzir os mesmos efeitos fisiológicos obtidos com o uso de equipamentos clássicos de eletrolipólise. Pode-se observar que o protocolo utilizado de 2 vezes por semana, com 50 minutos, e 10 sessões mostrou-se eficaz no tratamento da adiposidade localizada, pois conseguiu reduzir medidas, proporcionando uma melhor aparência local.Qualquer fator que favoreça a retenção de líquidos irá agravar a adiposidade localizada. Então se acredita que o estímulo elétrico promovido pela técnica da eletrolipólise promova sim modificações significativas nos sistemas circulatório e linfático. CONCLUSÃO: Conforme objetivos propostos para este estudo, a eletrolipólise com o uso do TENS é eficaz na redução da adiposidade localizada em mulheres jovens e sedentárias. Espera-se que este trabalho sirva de incentivo para a realização de estudos mais amplos, com maior número de amostras e diferentes protocolos. Quanto ao embasamento teórico da pesquisa, convém salientar que houve certa dificuldade no desenvolvimento do mesmo pela escassez de literatura e trabalhos científicos publicados. Descritores: Eletrolipólise, Adiposidade, Dermatofuncional. REFERÊNCIAS AGNE, Jones Eduardo, Eletrotermoterapia: Teoria e Prática. Santa Maria, 2009. CRESPO, Antônio Arnot. Estatística Fácil. São Paulo: Saraiva, 2002. GARTNER, P. L.; HIATT, J. L. Atlas Colorido de Histologia. 4 ed. Rio de Janeiro:

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| 34 Guanabara Koogan, 2007. GUIMARÃES, Daniella Esteves Duque; SARDINHA, Fátima Lúcia de Carvalho; MIZURINI, Daniella de. Adipocitocinas: uma nova visão do tecido adiposo, Rev. Nutr., Campinas, 549-559, set./out., 2007. GUIRRO, Elaine; GUIRRO, Rinaldo. Fisioterapia Dermato-Funcional. 3. ed. São Paulo: Manole, p. 303; p. 311; p. 318, 380. 2004. GUYTON, Arthur. C; HALL, John. E. Tratado de Fisiologia Médica. 10 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. HALPERN, Alfredo. Diabetes Mellitus. Revista brasileira de medicina, Sao Paulo, v. 57, p. 118 – 131, 2001. JUNQUEIRA, Luiz.Carlos Uchoa; CARNEIRO, José da Silva. Histologia Básica. 9 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. SILVA, Ana Cláudia Medeiros. Os Efeitos da Aplicação da Eletrolipoforese na Adiposidade da Região do Abdômen. São Paulo: Robe; p.59-60, 1999. SORIANO, M.C.D; PÉREZ, S.S; BAQUÉS, M.I.C. – Eletroestética Professional Aplicada Teoria y Práctica para laUtilización de Corrientes em Estética – Sorisa- Espanha. p.120-123 2000. PARIENTI, I.J. Medicina Estética. Organização Andrei. p.58-68. 2001.

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ABERTURA

ANÁLISE DA MANOBRA ZEEP EM PACIENTES NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Sandir Felipe de Moura Figueiredo(relator)1

Fabio Correia Lima Nepomuceno2 Luciane Araújo de Moura3

José Anderson Almeida Silva4 José Adelson de Araujo Junior 5

Rayssa Sobreira Camurça 6

INTRODUÇÃO: As Unidades de Terapia Intensiva (UTI) foram criadas a partir da necessidade dos atendimentos aos pacientes em estado crítico e que, portanto, tinham indicação de cuidados contínuos de uma equipe de saúde. A UTI constitui-se de um conjunto de elementos funcionalmente agrupados, destinados ao atendimento de pacientes graves ou de risco que exijam assistência médica e de enfermagem ininterruptas, além de equipamentos e recursos humanos especializados. Pode estar ligada a uma Unidade de Tratamento Semi-Intensivo que constitui de um conjunto de elementos funcionalmente agrupados, destinados ao atendimento de pacientes, preferencialmente oriundos da UTI, que requeiram cuidados intensivos e observação contínua, sob supervisão e acompanhamento de uma equipe interdisciplinar. Os pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva são considerados pacientes críticos, consecutivamente sofrerão alterações nos diversos sistemas do organismo decorrentes a restrição ao leito. Os pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva, são considerados pacientes críticos, consecutivamente sofrerão alterações nos diversos sistemas do organismo decorrentes a restrição ao leito. As complicações da imobilidade prolongada no leito têm sido relatadas desde os anos 40. Os pacientes podem apresentar complicações motoras, hemodinâmicas, cardíacas, neurológicas, além de condições pós-traumáticas, pré-operatórias, pós-operatórias e principalmente respiratórias. A ventilação mecânica é o processo de manutenção externo da função ventilatória de pacientes que são incapazes de sustentá-la de forma espontânea. Como resultado, os ventiladores artificiais são, na grande maioria das vezes, utilizados no tratamento de pacientes criticamente enfermos, representando grande desafio técnico e clínico para o profissional de saúde ligado à terapia respiratória. A fisioterapia atua com o papel fundamental nesta área, tendo em vista que o fisioterapeuta é o profissional responsável por oferecer assistência ventilatória com qualidade aos pacientes em ventilação mecânica ou não, prevenindo e/ou reduzindo as conseqüências do repouso prolongado no leito, interferindo dessa forma para o bom prognóstico e qualidade pós-internação em uma Unidade de Terapia Intensiva. O trabalho do profissional da fisioterapia neste ambiente, tem se mostrado eficaz e imprescindível, sendo considerada parte integrante da equipe responsável pelos cuidados em pacientes da UTI. A função que o fisioterapeuta exerce na UTI, varia consideravelmente de uma unidade a outra, dependendo do país, da instituição, do nível de treinamento e da situação do paciente. Em alguns países e instituições o fisioterapeuta tem a responsabilidade de avaliar todos os pacientes em UTI’s, sendo que, em outros locais, participam da

1Graduando, Faculdade de Ciências Medicas da Paraíba, [email protected] 2Fisioterapêuta, Mestre em Ciências das Religiōes, Centro Universitario de Joao Pessoa, [email protected] 3Graduanda, Faculdade de Ciências Medicas da Paraíba, [email protected] 4Fisioterapêuta, Graduado, Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, [email protected] 5Graduando, Faculdade de Ciências Medicas da Paraíba,[email protected] 6Fisioterapêuta, Graduado Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, [email protected]

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| 36 equipe de cuidados quando o médico responsável solicita sua participação. A fisioterapia faz parte do atendimento multidisciplinar oferecido aos pacientes em Unidade de Terapia Intensiva. Sua atuação é extensa e se faz presente em vários segmentos do tratamento intensivo, tais como o atendimento a pacientes críticos que não necessitam de suporte ventilatório; assistência durante a recuperação pós-cirúrgica, com o objetivo de evitar complicações respiratórias e motoras; assistência a pacientes graves que necessitam de suporte ventilatório, tendo o fisioterapeuta uma importante participação, auxiliando na condução da ventilação mecânica, desde o preparo e ajuste dos parâmetros do ventilador à entubação. Além disso, o profissional fisioterapeuta tem como função a evolução do paciente durante a ventilação mecânica, desmame do suporte ventilatório e extubação. O sistema respiratório é do ponto de vista mecânico e fisiológico, considerado de alta complexidade. Todo processo respiratório envolve variações pressóricas que ocorrem em diversos setores do sistema de forma harmoniosa e sincrônica. Diante das modificações na mecânica pulmonar, diversas condutas e técnicas fisioterapêuticas podem ser utilizadas no paciente critico a fim de proporcionar uma melhora do seu quadro clínico, tais como a manobra ZEEP, vibrocompressão e aspiração. Tanto os pulmões quanto a cavidade torácica são dotados de características elásticas, responsáveis pelo retorno passivo a posição de repouso, uma vez terminado o esforço inspiratório de contração muscular. O elo entre as forças exercidas pelo parênquima pulmonar e pelas estruturas da parede torácica situa-se na cavidade pleural, espaço virtual que apresenta, em situações de repouso, pressão sub-atmosférica da ordem de 4 a 5cmH2O abaixo da pressão atmosférica. Os objetivos da respiração são promover oxigênio aos tecidos e remover dióxido de carbono. A fim de alcançar tais objetivos, a respiração possui diversas funções: ventilação pulmonar, que significa o influxo e o e fluxo de ar entre a atmosfera e os alvéolos pulmonares; difusão de oxigênio e dióxido de carbono entre os alvéolos e o sangue; transporte de oxigênio e dióxido de carbono no sangue e líquidos corporais e suas trocas com as células de todos os tecidos do corpo e regulação da ventilação e outros aspectos da respiração. A ventilação é o processo pelo qual o ar se desloca para dentro e para fora dos pulmões, sendo responsável pela manutenção de concentrações normais de O2 e CO2 nos alvéolos e no sangue. O volume corrente representa o volume de ar inspirado (ou exalado) por respiração, enquanto o volume minuto corresponde ao volume de ar que entra ou deixa os pulmões por minuto. A ventilação e a perfusão são emparelhadas quando o fluxo sanguíneo pulmonar é proporcionalmente ajustado à ventilação pulmonar. Com isso há maior eficiência nas trocas gasosas. A razão ventilação-perfusão (V/Q) é entre a ventilação e o fluxo sanguíneo e pode ser definida para um único alvéolo ou para todo o pulmão. O pulmão tem como funções principais: troca de gases, defesa do organismo e metabolismo. A função principal do pulmão baseia-se na hematose, processo pelo qual o oxigênio é levado para dentro do organismo e os produtos da respiração de CO2 são removidos. Para que isto ocorra, o pulmão possui propriedades importantes com o objetivo de facilitar esta troca de gases. A fisioterapia respiratória é uma modalidade bastante utilizada dentro do ambiente da UTI, podendo ser realizada de forma manual ou associada ao ventilador mecânico, visando melhorar o padrão respiratório do paciente, aumentar a expansão pulmonar, a força dos músculos respiratórios, à capacidade residual funcional e o volume de reserva inspiratório prevenindo ou tratando dessa forma, as complicações pulmonares. Atualmente, os ventiladores mecânicos são muito modernos, o que diminui o desconforto do paciente e reduz o seu tempo de entubação, além de facilitar o seu manuseio de aplicação técnica em razão do estado do paciente. Um mesmo paciente poderá receber modalidades diferentes de ventilação mecânica, de acordo com sua melhora ou piora, com a fase inicial ou final do período de internação. Estes pacientes puderam ser submetidos à ventilação mecânica invasiva (VMI), devido a alterações na mecânica respiratória. A abordagem fisioterapêutica com a utilização da manobra ZEEP em pacientes na VMI, tem como objetivo potencializar a higienização das vias aéreas, promover uma maior eficácia na aspiração e proporcionar melhoras na ventilação pulmonar. A manobra ZEEP é da maior importância terapêutica realizada em pacientes com via área artificial e sob suporte ventilatório, com a finalidade de deslocamento de secreção pulmonar.Sendo assim, o objetivo deste estudo foi analisar os efeitos da

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| 37 manobra ZEEP em pacientes na UTI, observando a pressão arterial (PA), frequência cardíaca (FC), saturação (SatO2), pressão resistiva (Rwa) e complacência estática (Cest). METODOLOGIA: Para isso, Fizeram parte desta pesquisa 30 pacientes em VMI e hemodinamicamente estáveis, divididos em dois grupo admitidos na UTI do HETSHL submetidos à ventilação mecânica invasiva, com indicação para higiene brônquica, no período de abril a Junho de 2012. Destes pacientes, 15 foram submetidos à manobra ZEEP com aspiração e 15 pacientes apenas a técnica de aspiração. No grupo 1, os pacientes foram submetidos à manobra ZEEP, repetida três vezes, realizando a aspiração. No grupo 2, realizamos apenas a técnica de aspiração. Ao final, comparamos os resultados antes e após a realização das técnicas, nos intervalos de tempo de 5min, 15min e 30min. A análise dos dados foi realizada através de uma abordagem descritiva das variáveis obtidas, sendo os resultados digitados, apresentados e analisados através de tabelas e gráficos na plataforma do Excel 2007. A pesquisa é do tipo descritiva, exploratória , de abordagem quantitativa, pois tem a intenção de garantir a precisão dos resultados, evitando assim as distorções de análise e interpretação, possibilitando uma margem de segurança quanto às inferências. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS: Com a aplicação deste estudo, verificou-se que a manobra ZEEP associada à aspiração altera diretamente na hemodinâmica do paciente, levando a quadros de hipotensão arterial em 20% dos pacientes, normotensão em 53,3% e hipertensão em 26,7%. Houve diminuição da frequência cardíaca, no qual 13,3% apresentaram FC baixa, 53,3% normal e 33,3 alta. Houve melhora na saturação em 73,3 % com a SatO2 normal e 26,7% baixa. Os resultados para Cest foram benéficos, pois 40% obteve valores normais e 60% baixa, comparado-se com valores antes da técnica. A Rwa apresentou melhora em 13,3% dos pacientes. No grupo 2, observou-se hipertensão arterial em 26,7%, normotensão em 73,3% e hipotensão em 0% dos paciente. Para FC, 33,3% resultaram em FC baixa, 46,7 normal e 20% alta. ASatO2 e Rwa permaneceram normais em 100% dos pacientes, assim como a Cest em 66,7%, enquanto que em 33,3% mostrou-se baixa. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Dessa forma, concluímos que a mecânica respiratória é um recurso que possibilita acompanhar a evolução do paciente em ventilação mecânica e que estas variáveis merecem ser mais explorada com diferentes técnicas da fisioterapia respiratória e diferentes populações que necessitam de ventilação mecânica invasiva.

Descritores: Unidades De Terapia Intensiva; Respiraçao Artificial; Fisioterapia

REFERÊNCIAS

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| 38 ANTONIO, Elias Ferreira Porto. et al. Análise comparativa da complacência do sistema respiratório em três diferentes posições no leito (lateral, sentada e dorsal) em pacientes submetidos à ventilação mecânica invasiva prolongada. Rev Bras Ter Intensiva. 2008; 20(3):213-219. AZEREDO, Carlos Alberto Caetano. Fisioterapia respiratória moderna. 4 ed. Filadelfia: Manole, 2004 BARRETO, Sérgio Saldanha Menna. Indicações de ventilação mecânica invasiva com pressão positiva. J Pneumol 26(Supl 2), 2000. BRASIL. Ministério da Saúde. Regulamento técnico para o funcionamento dos serviços de tratamento intensivo. Portaria nº 466/MS/SVS de 04 de junho de 1998. CAIERÃO, QM. , ROSANA MT, MINAMOTO VB. A influencia da imobilização sobre o tecido conjuntivo muscular: uma revisão. Fisioterapia em Movimento, Curitiba, v. 20, n. 3, p. 87-92, jul./set. 2007 CARVALHO, C.R.R. Ventilação Mecânica. São Paulo: Atheneu, 2006. COIMBRA, R.; SILVERIO, C.C.. Novas estratégias de ventilação mecânica na lesão pulmonar aguda e na Síndrome da Angústia Respiratória Aguda. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo, v. 47, n. 4, Dec. 2001 . COSTA, D. Fisioterapia respiratória básica. São Paulo: Atheneu,2004. DELISA, JÁ; GANS, B.M.; BRETERNITZM C.U.; et al. Tratado de medicina de reabilitação, princípios e prática. 3. ed. Barueri: Ed. Manole, 2002. DIAS, Camila Marques. Efetividade e segurança da técnica de higiene brônquica: hiperinsuflação manual com compressão torácica. Rev. bras. ter. intensiva, São Paulo, v. 23, n. 2, June 2011 . DREYER, E. Técnicas de enfermagem na ventilação mecânica. In: ZUÑIGA, Q.G.P. Ventilação mecânica para enfermagem. São Paulo: Atheneu, 2003, p. 41-49. EMMERICH, C. João. Monitorização respiratória: fundamentos. Rio de Janeiro: Revinter, 2001. EMMERICH, C. João. Monitorização respiratória: fundamentos. Rio de Janeiro: Revinter, 2001. FREITAS EV et al Tratado de Geriatria e Gerontologia, 1º edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. FROWNFELTER, Donna, DEAN, Elizabeth. Fisioterapia cardiopulmonar. Princípios e Práticas. Rio de Janeiro: Revinter, 2004

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ANEMIA FALCIFORME: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

Jussara Lacerda de Sena(relator)1 Erick Rodrigues de Vasconcelos2

Sandra Eugênia Barreto Pereira Rojas3 Cristiani Garrido de Andrade4

INTRODUÇÃO: A anemia falciforme é uma hemoglobinopatia de caráter genético, hereditário, de alta morbidade e mortalidade, sendo caracterizada como uma anemia hemolítica crônica grave, resultante de mutação, dando origem a hemoglobina S, com características físico-químicas alteradas. Com a mutação, a hemoglobina é cristalizada, propiciando alterações morfológicas que lhe dão o formato de foice, e desencadeando vaso-oclusão, que provoca a isquemia nos tecidos. É uma doença que não tem cura, dessa forma, o tratamento deve ser eficaz e evitar condições que aumentem o fenômeno de falcização. O gene da hemoglobina S é uma das alterações hematológicas hereditárias de maior frequência em toda a América, e no Brasil são mais frequentes nas regiões sudeste e nordeste. A hemoglobina S (HbS) chega a uma frequência de 7,6% da população do nordeste do Brasil, sendo composta por 82% de negros e mulatos. A prevalência do traço falciforme em nosso país varia de 2% a 8%, estimando-se a existência de mais de dois milhões de portadores deste traço; entretanto, os indivíduos com traço falciforme não apresentam sintomas vaso-oclusivos sob condições fisiológicas, estando a sintomatologia clínica associada a condições que propiciam o processo de falcização, tais como a hipóxia, acidose e desidratação. Estima-se que no Brasil, cerca de 20% dos pacientes com anemia falciforme apresentam talassemia-alfa concomitante, o que diminui consideravelmente a falcização das hemácias, que por consequência minimiza os eventos vaso-oclusivos que são ocasionados pela hemólise, como acidente vascular encefálico, priaprismo e hipertensão pulmonar, entretanto aumenta as chances de desenvolver episódios de dor, síndrome torácica aguda, osteonecrose e outras complicações dependentes da viscosidade sanguínea. Embora seja ainda de causa desconhecida, é imprescindível o diagnóstico precoce para controle epidemiológico da doença, pois este possibilita o acompanhamento da criança antes do surgimento da sintomatologia e suas complicações. Para tanto, torna-se importante a inclusão obrigatória da pesquisa de hemoglobinopatias no exame de triagem neonatal (teste do pezinho), que vem demonstrando ser um passo importante para diminuição dessas taxas, pois permite a identificação precoce desses indivíduos e a consequente introdução de profilaxia adequada e acompanhamento ambulatorial regular. A profilaxia baseia-se no diagnóstico neonatal seguido de orientação e programa de educação familiar através de regular acompanhamento ambulatorial, antibioticoterapia profilática com penicilina, vacinação contra pneumococos e Hib nas idades apropriadas, identificação precoce e manejo apropriado dos episódios febris, considerando-os como potenciais eventos sépticos. Esta tem por finalidade minimizar as complicações da própria doença, promovendo um melhor prognóstico e qualidade de vida. Considerando que a maior morbi-mortalidade por anemia falciforme ocorre em crianças, principalmente menores de 5 anos, e que o índice desta patologia no Brasil a faz ser compreendida como um problema de saúde pública, é relevante entendermos acerca do conceito e aspectos clínicos relacionados à temática. É notório destacar que uma das maiores causas de morbi-mortalidade da anemia falciforme também está associada à hipertensão arterial pulmonar, caracterizada pela 1Graduanda em Enfermagem pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba – FCMPB. Email: [email protected]. 2Graduando em Enfermagem pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba – FCMPB. Email: [email protected]. 3Graduanda em Enfermagem pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba – FCMPB. Email: [email protected]. 4Enfermeira. Fonoaudióloga. Especialista em Saúde Coletiva, com Ênfase na ESF-FASER. Mestranda em Enfermagem pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB. Pós-graduanda em Cuidados Paliativos. Docente em Enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba - FCMPB. Email: [email protected].

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| 40 resistência vascular pulmonar, sendo multifatorial e incluindo a hemólise, hipóxia crônica, tromboembolismo, doença hepática crônica e asplenia. Outra alteração observada nesses indivíduos é o déficit auditivo que ocorre devido a alta sensibilidade da cóclea a vaso-oclusão, gerando isquemia e anóxia coclear provocada pelas células falcêmicas que bloqueiam o fluxo de sangue ao epitélio coclear. Diante do exposto, considerando essa temática de suma importância para prática assistencial dos profissionais da Saúde, este estudo tem por objetivo caracterizar a produção científica acerca da anemia falciforme, disseminados em periódicos online no âmbito da Saúde. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, que é empregada para se compreender com mais profundidade um fenômeno, com base em estudos antecedentes, o que permite a reunião de dados de distintas modalidades de delineamento de pesquisas e possibilita a expansão das conclusões. Atendendo-se à realização dos passos da pesquisa ora apresentados e considerando-se que um estudo na modalidade de revisão integrativa da literatura orienta-se por uma indagação ou hipótese, o presente trabalho foi orientado pela seguinte questão norteadora: Qual a caracterização da produção científica acerca das manifestações clínicas da anemia falciforme, disseminados em periódicos online no âmbito da Saúde? Com as questões de pesquisa definidas, procedeu-se ao levantamento do corpus literário a ser analisado, no site da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), mediante os descritores: “manifestações clínicas and anemia falciforme”. Essa literatura incluiu artigos científicos publicados nas bases de dados: Literatura Latino Americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Electronic Library Online (SciELO). Cumpre assinalar que foi adotado o seguinte critério de inclusão: artigos publicados no período de 2004 a 2012, no idioma português, cujos títulos e/ou resumos contemplassem aspectos relativos às manifestações clínicas da anemia falciforme, e estivessem disponibilizados na íntegra, gratuitamente, online. Foram excluídos os editoriais, cartas ao editor, estudos reflexivos, relatos de experiência, publicações duplicadas, assim como estudos que não abordassem temática relevante aos objetivos da revisão. A coleta dos dados ocorreu durante os meses de agosto e setembro de 2012, utilizando-se um instrumento que continha as variáveis: título, base de dados, ano, periódico, modalidade de pesquisa, objetivos e conclusão dos estudos. Considerando esses aspectos, foram selecionadas 13 publicações acerca das manifestações clínicas da anemia falciforme. Após a leitura minuciosa das referidas publicações, em que se buscou atender aos critérios de pertinência e consistência do conteúdo, foram excluídos 2 artigos, por não atender aos critérios previamente estabelecidos. Portanto, a amostra do estudo compôs-se de 11 artigos. Depois dessa planificação e da organização, foi realizada a análise temática dos referidos dados. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS: Por meio da análise de 11 artigos encontrados, verificou-se que 7 (63,64%) estudos foram selecionados a partir da base de dados LILACS, 2 (18,18%) dos estudos foram selecionados a partir do banco de dados da Scielo e 2 (18,18%) estiveram presentes em ambos. Em relação ao ano das publicações, observou-se que o de 2007 correspondeu ao período com o maior número de publicações, com 5 (45,45%) artigos científicos publicados acerca da temática investigada. No ano de 2011 foram publicados 2 (18,18%) estudos. Os demais anos obtiveram um quantitativo incipiente de estudos, com apenas uma publicação, cada. No que concerne aos periódicos, destacaram-se importantes revistas nacionais, dentre as quais merecem evidência a Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, contemplando no total 5 (45,45%) das publicações incluídas nesta revisão. Quanto às modalidades de publicações, ressalta-se que, dos 11 artigos selecionados, 10 (90,9%) são artigos de revisão e 1 (9,1%) foi uma comunicação breve, incluída neste estudo devido a sua importância em relação à temática. Nesse sentido, o método de análise da temática possibilitou categorizar, interpretar e agrupar os dados semelhantes. Desse agrupamento emergiram duas categorias temáticas: Tema I: Manifestações clínicas da anemia falciforme; Tema II: Fisiopatologia da anemia falciforme. Estas apresentaram a síntese do conhecimento contemplado na literatura. Os estudos abordados no tema I enfocam as manifestações clínicas mais apresentadas na anemia falciforme, evidenciando a necessidade de conhecê-las para melhor proporcionar uma assistência à saúde dos portadores dessa patologia. A doença falciforme causa alterações hemostáticas, renais, infecções, hipertensão pulmonar, surdez e depressão nas crianças. Quase todos os componentes da hemostasia,

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ABERTURA

| 41 incluindo função plaquetária, mecanismos procoagulantes, anticoagulantes e sistema fibrinolítico, estão alterados na doença falciforme. As disfunções no sistema hemostático frequentemente provocam complicações trombóticas, incluindo embolia pulmonar, trombose pulmonar e infarto. A manifestação clínica mais comum do dano glomerular é a proteinúria, que frequentemente progride para níveis tão altos quanto na síndrome nefrótica. Os estudos evidenciaram, ainda, acerca da hipostenúria, que é caracterizada como a anormalidade renal clinicamente mais conhecida na doença falciforme. No que diz respeito ao déficit auditivo concomitante à anemia falciforme, o mesmo não está associado à sintomatologia clássica, mas relaciona-se à sua patogênese, onde ocorre perda auditiva de grau leve a profundo, podendo acometer bilateralmente na maioria das vezes, e menos frequente, unilateralmente. Já as questões depressivas que ocorrem em portadores desta doença são ocasionadas por fatores específicos, sob influência direta das limitações na qualidade de vida, tais como crises álgicas, infecções, urgências significativas e elevado número de hospitalizações, causando prejuízo funcional e social notório, refletindo significativamente no estado emocional e psicológico dos portadores da patologia. Logo, é de suma importância conhecer as manifestações clínicas da anemia falciforme a fim de intervir eficientemente para promover uma assistência mais adequada possível; para tanto, é notório a necessidade de enfocar a sintomatologia mais evidenciada, atentando para condições clínicas que pioram o prognóstico de portadores desta patologia, tais como, crises vaso-oclusivas, complicações renais e predisposição a desenvolver infecções. Com este conhecimento, os profissionais adquirem habilidade para proporcionar um cuidado mais eficaz e humanizado a estes indivíduos. Quanto aos estudos do tema II estes retratam acerca da fisiopatologia da anemia falciforme, considerando a importância de reconhecer os aspectos patológicos, para melhor compreender seu desenvolvimento e as evidências clínicas encontradas. Ressalta-se a anemia falciforme como um hemoglobinopatia de caráter genético, hereditário e de alta morbimortalidade, onde ocorre a mutação da hemoglobina, cristalizando-a e concedendo-lhe o formato de foice, desencadeando vaso-oclusão e isquemia tecidual. É uma doença monogênica causada por uma única mutação do gene da globina beta. Apresenta variabilidade fenotípica e o estudo desses fatores moduladores da gravidade clínica presente na anemia falciforme é muito importante. As hemoglobinas A e fetal, mesmo em concentrações elevadas, não formam estruturas organizadas dentro das hemácias, quer quando oxigenadas ou desoxigenadas. Algumas características tem grande importância na gravidade clínica da doença porque determinam a concentração intracelular de hemoglobina S; a elevada concentração desta é essencial para que a polimerização da mesma se inicie e se propague rapidamente, provocando a falcização e os fenômenos celulares que desencadeiam as lesões tissulares. É uma anemia crônica que não tem cura causada por uma mutação genética que se da origem às hemoglobinas S, que ficam em formato de foice, e desencadeando, assim, várias complicações para os portadores dessa patologia. Logo, a partir da abordagem fisiopatológica baseada nos estudos, entende-se ser essencial o conhecimento teórico-científico desta temática, considerando que os aspectos do desenvolvimento intrínseco da doença no organismo habilitam o profissional enfermeiro a lidar com os portadores de anemia falciforme, compreendendo-o em sua apresentação biopsicossocial. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Diante do exposto, verifica-se que as complicações e manifestações clínicas da anemia falciforme estão diretamente ligadas à fisiopatologia da mesma. Um dos distúrbios mais observados é a vaso-oclusão que provoca várias outras complicações, entre elas distúrbios auditivos, renais e hemodinâmicos. Com base nesta revisão, observou-se a escassez de estudos acerca da temática, evidenciando-se a necessidade de realizar novas pesquisas enfocando outros aspectos, tais como: a qualidade de vida dos pacientes com esta patologia e formas inovadoras de tratamento que promovam um melhor prognóstico aos portadores de anemia falciforme, visando diminuir o índice de morbi-mortalidade no Brasil.

Descritores: Anemia Falciforme. Manifestações Clínicas. Fisiopatologia.

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ABERTURA

| 42 REFERÊNCIAS BARRETO, F. J. N.; CIPOLOTTI, R. Sintomas depressivos em crianças e adolescentes com anemia falciforme. J. Bras. Psquiatr.,v.60, n.4, p.277-283, 2011. BELISÁRIO, A. R.; VIANA, M. B. Efeitos da talassemia alfa nas manifestações clínicas e hematológicas da anemia falciforme: uma revisão sistemática. Rev. Med. Minas Gerais, v.20, n.1, p. 312-321, 2010. DI NUZZO, D. V. P.; FONSECA, S. F. Anemia falciforme e infecções. J. Pediatr., v.80, n.5, p.247-354, 2004. FIGUEIREDO, M. S. Fatores moduladores da gravidade da evolução clínica da anemia falciforme. Rev. Bras. Hematol. Hemoter., v.29, n.3, p.215-217, 2007. FONSECA, R.M.P. Revisão integrativa da pesquisa em enfermagem em centro cirúrgico no Brasil: trinta anos após o SAEP. 2008. 135f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Universidade de São Paulo, 2008. MACHADO, R. F. P. Hipertensão arterial pulmonar associada à anemia falciforme. J. Bras. Pneumol., v.33, n.5, p.583-591, 2007. MAGALHÃES, I. Q. Alterações renais nas doenças falciformes. Rev. Bras. Hematol. Hemoter., v.29, n.3, p.279-285, 2007. MENDES KDS; SILVEIRA, R.C.C.P.; GALVÃO, C.M. Revisão integrativa:método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto contexto - enferm.,v. 17, n. 4, p.758-64, 2008. MURAO, M.; FERRAZ, M. H. C. Traço falciforme: heterozigose para hemoglobina S. Rev. Bras. Hematol. Hemoter., v.29, n.3, p.223-225, 2007. SILVA, L. P. A.; VILA NOVA, C.; LUCENA, R. Sickle Cell anemia and hearing loss among children and youngsters: literature review. Braz. J. Otorhinolaryngol., v.78, n.1, p.726-731, 2012. SOUZA, A. A. M.; RIBEIRO, C. A.; BORBA, R. I. H. Ter anemia falciforme: nota prévia sobre seu significado para criança expresso através da brincadeira. Rev. Gaúcha Enferm., v.32, n.1, p.194-196, 2011. STYPULKOWSKI, J. B.; MANFREDINI, V. Alterações hemostáticas em pacientes com doença falciforme. Rev. Bras. Hematol. Hemoter., v.32, n.1, p.56-62, 2010. ZAGO, M. A.; PINTO, A. C. S. Fisiopatologia das doenças falciformes: da mutação gênica à insuficiência de múltiplos órgãos. Rev. Bras. Hematol. Hemoter., v.29, n.3, p.207-214, 2007.

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ABERTURA

ATIVIDADE ANTIINFLAMATÓRIA DO EXTRATO DE SCHINUS TEREBINTHIFOLIUS EM MODELOS EXPERIMENTAIS IN VIVO

Daniel Luiz de Medeiros (Relator)1

Gerlane Coelho Bernardo Guerra 2 Luiz Alberto Lira Soares3

Cinthia Raquel da Costa Porto4 Giulianna da Rocha Borges5

INTRODUÇÃO: Os produtos naturais exercem importante papel na medicina popular e também na medicina moderna, sendo fontes de compostos com importantes atividades biológicas. Pesquisas etnofarmacológicas tradicionais no uso de plantas para o alívio da dor e redução do processo inflamatório são vistas como estratégia produtiva e lógica na procura por novos fármacos analgésicos e antiinflamatórios (GUILLEN et al., 1997). Schinus terebinthifolius é uma Anacardiaceae pioneira, nativa do Brasil. É popularmente conhecida como aroeira-vermelha, aroeira-pimenteira e pimenta brasileira.A aroeira-vermelha possui inúmeras potencialidades medicinais e fitoquímicas. Alguns de seus metabólicos secundários têm auxiliado no tratamento e cura de diversas patologias (GUERRA et al., 2000). Análises fitoquímicas revelaram que as folhas de S. terebinthifolius possuem em sua composição, compostos tais como: derivados do ácido gálico, taninos, terpenos e flavonóides (SUZART, 2002). O processo inflamatório pode ser definido como uma resposta dos tecidos vascularizados contra estímulos lesivos, estando acompanhado de sinais clínicos característicos como calor, rubor, edema, dor e perda de função. Historicamente, a inflamação tem sido denominada aguda ou crônica, dependendo da persistência da lesão, dos sintomas clínicos e natureza da resposta inflamatória (FARIAS, 2010). Os componentes básicos de um processo inflamatório envolvem eventos irritativos, vasculares, exsudativos, celulares, mediadores derivados de células e resposta imune. Alguns autacóides como a histamina e serotonina, considerados mediadores de ação rápida (primários), e a plasmina, bradicinina, prostaglandina, tromboxano e leucotrieno, mediadores de ação prolongada (secundários), agem promovendo a vasodilatação e o aumento da permeabilidade vascular (KUNDU e SURH, 2000). Os eventos celulares são marcados pela saída das células circulantes da luz do vaso e a migração de leucócitos para o sítio inflamatório. Esse fenômeno segue algumas fases como captura, rolamento dos leucócitos pelo endotélio, adesão firme e transmigração (KASSUYA, 2006). O presente trabalho teve como objetivo avaliar a atividade antiinflamatória do extrato de Schinus terebinthifolius utilizando modelos experimentais in vivo: edema de pata e peritonite induzidos por carragenina 1%. METODOLOGIA: Em ambos os modelos, camundongos Swiss adultos, com peso entre 27-32g, foram divididos em três grupos (n=6): controle, padrão e teste, os quais foram tratados respectivamente com solução salina, diclofenaco 100mg/kg e extrato de S. terebinthifolius nas concentrações 50, 100 e 200mg/kg. No modelo de edema de pata, os animais receberam o tratamento referente ao grupo ao qual pertenciam e, em seguida, foi administrado carragenina 1% na pata traseira direita, e solução salina na pata traseira esquerda. A avaliação da atividade antiinflamatóriafoi feita considerando a diferença entre o peso da pata direita e esquerda, indicativa do grau de edema (WINTER et al., 1962). No modelo de peritonite, foi administrado carragenina 1% na cavidade peritoneal nos 3 grupos de animais (controle, padrão e teste). Após 4h, os animais foram eutanasiados, obtendo-se o lavado peritoneal, no qual foi realizada uma contagem de leucócitos na câmera de Neubauer (VITAL et al, 2009). Todos os dados foram representados pela Média ± Desvio Padrão. Os 1 Aluno de Medicina; Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. Email: [email protected] 2Farmacêutica; Doutora em Farmacologia; Universidade Federal do Rio Grande do Norte; [email protected] 3Farmacêutico. Doutor em Ciências Farmacêuticas; Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Email:[email protected] 4Farmacêutica. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Email: [email protected] 5Fisioterapeuta; Doutora em Fisiologia; Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba; Email: [email protected]

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ABERTURA

| 44 resultados obtidos com os animais tratados foram comparados pela média com os animais do grupo controle, e as diferenças entre as médias foram avaliadas através do teste T de Student-Newman-Keuls. A análise estatística foi realizada no programa Excel®. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS: Oproceso inflamatório induzido pela carragenina é resultante da ação sequêncial e integrada de vários mediadores inflamatórios. Inicialmente, nos primeiros 60-90 minutos, ocorre a liberação de histamina, serotonina, bradicinina, PAF, substância P e prostaglandinas, dentre outras substâncias. A partir deste momento o edema é mantido principalmente pela produção de prostaglandinas, atingindo um pico de 4 a 6 horas. Portanto, fármacos que são capazes de inibir a síntese de prostaglandinas, como é o caso do diclofenaco, reduzirá processo inflamatório (Di ROSA et al., 1971).A administração da carragenina 1% provocou no grupo controle, uma significante diferença entre o peso das patas que receberam esta substância, quando comparadas às patas que receberam apenas solução salina, indicando um elevado grau de edema. A histamina é fundamental para a contração e separação das células endoteliais permitindo assim a passagem dos leucócitos circulantes. Ela também esta envolvida na expressão da molécula de adesão P-selectina pelas células do endotélio, o que auxilia na migração dos leucócitos para a área em que o processo inflamatório está ocorrendo (ZAMUNER et al., 2005).No modelo de peritonite induzida por carragenina, a injeção intraperitoneal de carragenina promove aumento do volume do exsudato na cavidade peritoneal e migração leucocitária, o que constitui um método importante para avaliar infiltrado inflamatório e confirmar a atividade antiinflamatória demonstrada através do edema de pata (DUTRA, 2006). Na fase inicial do processo inflamatório, os neutrófilos são reconhecidamente um dos principais componentes celulares presentes no sítio inflamatório. Estas células podem migrar para o sítio inflamatório e liberar enzimas proteolíticas, espécies reativas de oxigênio e outros mediadores pró-inflamatórios (GILROY et al., 2004 ). Com a finalidade de comparar e confirmar a atividade antiinflamatória do extrato em estudo utilizou-se o diclofenaco (100mg/kg), um fármaco com reconhecida atividade antiinflamatória. Trata-se de um antiinflamatório não-esteroidal (AINE), que tem a capacidade de inibir a síntese de prostaglandinas e/ou sua produção, pela inibição da enzima ciclooxigenase (COX). Este fármaco, também afeta a função dos leucócitos polimorfonucleares in vitro, por isso reduz a quimiotaxia(FREEMAN et al., 1986). O tratamento com o extrato seco de ST nas doses de 50, 100 e 200 mg/kg, assim como o tratamento com o diclofenaco, provocaram uma significativa redução no edema (p<0,05), quando comparados com os animais do grupo controle. Da mesma forma, o tratamento com o extrato seco do ST nas doses de 50, 100 e 200 mg/kg, assim como o tratamento com diclofenaco provocaram uma significativa redução no número de leucócitos que migraram para o local da inflamação quando comparados com os animais do grupo controle (p<0,01). A atividade contra o processo inflamatório encontrada no extrato de S. terebinthifolius pode ser justificada pela presença de flavonóides, que são substâncias polifenólicas amplamente encontradas na natureza que apresentam várias atividades farmacológicas reportadas na literatura, dentre elas a atividade antiinflamatória. Certos flavonóides podem bloquear os processos biosintéticos dos eicosanóides. Eles também são responsáveis pela inibição de processos mutagênicos, interações célula-célula, incluindo possíveis efeitos na adesão molecular. O mecanismo de inibição exercido pelos flavonóides sobre as enzimas ciclooxigenase e lipoxigenase está sendo extensivamente pesquisado (NIJVELTD et al. 2001). Flavonóides como a quercetina e a apigenina têm demonstrado possuir ação antiinflamatória por causar inibição de COX-2 e de óxido nítrico sintase, além de possuírem a capacidade de reduzir a ativação do sistema complemento, diminuindo a adesão de células inflamatórias ao endotélio, resultando em uma redução da resposta inflamatória (MACHADO et al., 2008). CONCLUSÕES: O extrato de S. terebinthifolius nas doses estudadas de 50, 100 e 200 mg/kg, apresentou atividade antiedematogênica, reduzindo o extravasamento de plasma para fora dos vasos sanguíneo e formação de edema. Em relação à migração leucocitária o extrato seco das folhas da S. terebinthifolius nas mesmas doses estudadas de 50, 100 e 200 mg/kg, mostrou-se capaz de reduzir a migração de leucócitos para o sítio inflamatório.DESCRITORES: Inflamação, edema, peritonite, aroeira.

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ABERTURA

| 45 REFERÊNCIAS DI ROSA, M.; GIROUP, J. P; WILLOUGHBY, D. A. Studies of the mediadores of the acute inflammatory response indeced in rats in diferents sites by carragenin and turpentine. J. Path., v. 104, p. 15-29, 1971. DUTRA, Rafael C. et al. Investigação das atividades analgésica e antiinflamatória do extrato metanólico dos rizomas de Echinodorus grandiflorus. Rev. bras. farmacogn. v. 16, n. 4, p. 469-474, 2006. FARIAS, J. A. C. Avaliação da atividade antiinflamatória do extrato hexânico obtido a partir das cascas e das folhas de Clusia nemorosa Mey. 2010. 68f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) – Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Alagoas, Maceió. 2010. FREEMAN, C. et al. Effect of diclofenac sodium, tolfenamic acid and indomethacin on the production of superoxide induced by N-formyl-methionyl-leucyl-phenylalanine in normal human polymorphonuclear leukocytes. Scandinavian Journal of Rheumatology, v.15, p. 41-46, 1986. GILROY, D. W. et al. Inflammatory resolution: new opportunities for drug discovery. Nat Rev. [S.I], v. 3, p. 104-06, 2004. GUERRA, M.J.M. et al. Actividad antimicrobiana de um extracto fluido al 80% de Schinus terebinthifoliusRaddi. Rev Cub Plantas Med. v.5, p. 23-25, 2000. GUILLEN M. E. N. et al. Analgesic and anti-inflammatory activities of the aqueous extract of Plantago major L. Int J Pharmacogn., v. 35, p. 99-104,1997. KASSUYA. C. A. L. Atividade antiinflamatória e anti-nociceptiva de extratos e lignanas isolados de Phyllanthus amarus. 2006. 121f. Tese (Doutorado em Farmacologia) – Curso de Pós-Graduação em Farmacologia, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. 2006. KUNDU. J. K.; SURH. Y. J. Inflammation: Gearing the journey to cancer, Mutation Research/Reviews in Mutation Research, In: Proceedings of the 5th International Conference on Environmental Mutagens in Human Populations (ICEMHP), [S.I.], 2008, p. 15-30, v. 659, n. 1-2. NIJVELDT, J. R. Flavonoids: a review of probable mechanisms of action and potential applications. am. J. Clin. Nutr. v. 74, p. 418-425, 2001. MACHADO, H. et al. Flavonóides e seu potencial terapêutico. Boletim do Centro de Biologia da Reprodução, v. 27, n. 1/2, p. 33-39, 2008. SUZART, L. R. Estudo Químico e Farmacológico de Schinus terebinthifolius Raddi e Contribuição para Validação de Seu Uso como Fitoterápico. IOC. Rio de Janeiro; p. 3-28, 2002. VITAL, F. A. C., et al. Avaliação da Toxicidade Aguda e das Atividades Citotóxica, Antimicrobiana e Antiinflamatória de 7-aril-2,3-diidrotiazolo[3,2- a]pirimidin-5-ona-6-carbonitrila. Latin American Journal of Pharmacy. v. 28, p. 507- 512, 2009. WINTER, C. A.; RISLEY, E. A.; NUSS, G. W. Carrageenin-induced edema in hind paw of the rat as an assay for antiinflammatory drugs. Proc Soc Exp Biol Med. v. 111, p. 544-7, 1962. ZAMUNER, S. R. et al. Inflammation induced by Bothrops asper venom: release of proinflammatory cytokines and eicosanoids, and role of adhesion molecules in leukocyte infiltration. Toxicon. v. 46, p. 806–813, 2005.

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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DO QUEIJO DE COALHO

Rayane de Melo Máximo (relator)1

Mayara Kelly Silva Santana2

Rafaela Maria Lins Sá3

Marina Ramalho Ribeiro4

Lívia Hellen Fuoco Santos5

Bárbara Melo Santos do Nascimento6

INTRODUÇÃO: O queijo de coalho é um produto típico das regiões Norte e Nordeste do país sendo encontrado, principalmente, nos Estados do Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, produzido a partir de leite cru e/ou pasteurizado obtido pela coagulação do leite por meio do coalho ou outras enzimas coagulantes apropriadas, complementada ou não pela ação de bactérias lácteas selecionadas. Pode ser consumido assado, na brasa ou frito o que também o torna um produto bastante utilizado na culinária. Embora constitua um produto popular que faz parte da cultura nordestina a maior parte da fabricação ainda é de forma artesanal não existindo padronização no seu processo de elaboração, sendo comum o emprego de leite cru, o que coloca em risco a saúde do consumidor Apesar de sua importância econômica e grande popularidade, a fabricação de queijo de coalho não possui tecnologia apropriada para melhorar a sua qualidade. É necessário que o processo tradicional acompanhe a evolução das técnicas queijeiras mediante modificações já utilizadas na tecnologia de outros queijos nacionais (CAVALCANTE et al., 2007; FREITAS-FILHO et al., 2009). Alimentos obtidos por processos artesanais têm grande possibilidade de se apresentarem contaminados, devido ao uso de matérias-primas de fontes não seguras, utensílios mal higienizados ou con-taminados, elaboração em condições impróprias e armazenamento e comercialização em temperaturas inadequadas, fatores que contribuem para aumentar o risco de causarem doenças transmitidas pelo alimento (OLIVEIRA et al., 2010). Durante o processo de produção, elaboração, transporte, armazenamento e distribuição, a contaminação microbiana dos alimentos é indesejável e, inclusive, nociva. A qualidade inicial do leite é a primeira condição para obter um bom queijo. O leite utilizado para sua elaboração, normalmente não recebe o beneficiamento térmico, o que impõe sério perigo quanto à contaminação por uma grande variedade de microrganismos. Esse aspecto é encarado com tal rigor que para se conhecer a existência de possíveis deficiências higiênicas, que implicariam em contaminação do alimento, busca-se averiguar a presença de microrganismos indicadores de má qualidade higiênica e de microrganismos patogênicos. A análise microbiológica do queijo de coalho constitui uma forma de verificar as condições de higiene e estimar a vida útil do produto (SALOTTIL et al., 2006; VIEIRA et al., 2008). Vários estudos sobre a qualidade microbiológica do queijo de coalho relataram a ocorrência de microrganismos patogênicos em números que excedem, às vezes, os limites estabelecidos pela legislação. Dentre as bactérias patogênicas destacam-se Salmonella spp.,Escherichia coli e Staphylococcus aureus (SALOTTIL et al., 2006). Salmonella spp., bactéria responsável por casos de toxinfecções alimentares, é comumente observada em queijo de coalho, normalmente é encontrada no trato intestinal de animais domésticos e silvestres,especialmente aves e répteis e tem como principal veículo de disseminação os alimentos e a água. Contagens elevadas de microrganismos do grupo coliformes são freqüentemente observadas no queijo de coalho, sugerindo que foram produzidos em condições de higiene insatisfatória. A presença de coliformes fecais ou

1Aluna (o) do curso de nutrição, Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, [email protected] 2Nutricionista, Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, [email protected]

3Nutricionista, Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, [email protected] 4 Aluna (o) do curso de nutrição, Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, [email protected] 5 Aluna (o) do curso de nutrição, Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, [email protected] 6 Nutricionista, Mcs. em Ciências da Nutrição, Universidade Federal da Paraíba, [email protected]

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| 47 termo tolerantes em alimento é indicativa de que houve contato direto com material fecal. Staphylococcus aureus é um dos agentes patogênicos mais comuns, responsável por surtos de intoxicação de origem alimentar pela enterotoxina estafilocócica (DUARTE et al., 2005). Portanto a falta de critérios de qualidade da matéria-prima e das técnicas de processamento permite que o queijo se classifique no mercado de produtos de baixa qualidade, tanto do ponto de vista higiênico-sanitário quanto da falta de padronização do produto (FREITAS-FILHO, et al., 2009). Atualmente, em função do grande consumo, já existe uma legislação nacional específica, através do Regulamento técnico de Identidade e Qualidade de Produtos Lácteos, o qual estabelece os padrões de identidade e os requisitos mínimos de qualidade que o queijo de coalho deverá cumprir para ser destinado ao consumo humano. Esta pesquisa objetivou-se avaliar a qualidade microbiológica do queijo de coalho comercializado na Paraíba devido ao seu grande consumo e a sua importância econômica para os produtores locais bem como a não padronização na elaboração do produto sendo um potencial veiculador de microrganismos patogênicos. METODOLOGIA: Esse estudo caracterizou-se por uma pesquisa descritiva, quanto aos objetivos, de campo, segundo os procedimentos de coleta, e com abordagem quantitativa, onde se realizou análise da qualidade microbiológica do queijo de coalho, estabelecida pela legislação nº 12/2001, a qual fixa os Padrões Microbiológicos Sanitários para Alimentos, para Salmonella sp, Staphyllococcus coagulase positiva, coliformes a 35 e 45ºC. A única análise não realizada nesta pesquisa e fixada pela legislação foi à contagem de Listeria monocytogenes. Foram coletadas 8 (oito) amostras de queijo de coalho,comercializadas na Paraíba, escolhidos aleatoriamente, onde 04 (quatro) delas foram fabricadas no estado da Paraíba e 04 (quatro) em outros estados (Pernambuco, Ceará, Bahia, Rio Grande do Norte). As amostras foram coletadas no período de Março de 2011 e transportadas em caixas isotérmicas sob refrigeração (±5º C) até o Laboratório de Microbiologia de Alimentos da Universidade Federal da Paraíba mantidas em temperatura não superior a 12ºC até a realização, em triplicata das análises microbiológicas. Estas seguiram as metodologias descritas por American Public Health Association APHA (1992) e os resultados encontrados foram comparados com a legislação vigente (BRASIL, 2001) e com artigos publicados na área. Para a descrição dos resultados utilizou-se o programa Microsoft Excel®, pacote Office 2010. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS: A tabela 1 expressa os resultados obtidos nas análises realizadas. Os queijos fabricados na Paraíba revelaram contagens >1100 NMP/g para Coliformes a 35º enquanto que os queijos fabricados em outros Estados apresentaram valores <3,0 NMP/g, não apresentaram carga microbiana. A presença deste microrganismo é um indicativo de contaminação, pois quando presentes em um alimento podem fornecer informações sobre a ocorrência de contaminação fecal, sobre a provável presença de patógenos ou sobre a deterioração potencial de um alimento, além de poder indicar condições sanitárias inadequadas durante o processamento, produção ou armazenamento (FRANCO; LANDGRAF, 2002). A legislação não determina contagens para esse microrganismo. Para os Coliformes a 45º houve variação entre <3,0 a >1100 NMP/g, onde 87,5% das 8 amostras estão dentro do padrão estabelecido pela legislação vigente e somente 1 (12,5%) foi constatada a presença deste microrganismo, encontrando-se assim fora dos padrões exigido pela RDC nº 12/2001 (2,69 NMP/g). Com relação à Salmonella sp todos os resultados mostraram-se ausentes, convergindo com o padrão preconizado legislação (RDC nº 12/2001) ausência deste microrganismo em 25 g do produto. Este resultado mostra-se satisfatório apresentando-se em conformidade. Por fim, os resultados microbiológicos da análise de S. coagulase positiva constatou que 100% das (8) amostras apresentaram valores muito elevados deste microrganismo acima do limite máximo de 5x102 UFC/g (2,69 log) permitido pela RDC nº 12/2001. Os resultados dos queijos fabricados na Paraíba variaram de ≥4,51 a ≤5,76, e os queijos fabricados em outros estados, as contagens variaram entre ≥3,64 a ≤5,79 log. De um modo geral a elevada carga microbiana encontrada nos queijos avaliados mostrou evidências de que pode ter ocorrido em algum momento do processamento do queijo, falhas como: contaminação oriunda dos manipuladores, tratamento térmico ineficiente, má qualidade da matéria-prima ou utilização de temperaturas impróprias para a conservação do produto (BORGES et al. 2003).

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| 48 Alimentos obtidos por processos artesanais têm grande possibilidade de se apresentarem contaminados, devido ao uso de matérias-primas de fontes não seguras, utensílios mal higienizados ou contaminados, elaboração em condições impróprias e armazenamento e comercialização em temperaturas inadequadas, fatores que contribuem para o aumento do risco de causarem doenças transmitidas por esses alimentos (OLIVEIRA et al., 2010). Diante dos resultados expressos, verificou-se que os queijos comercializados na Paraíba, mas fabricados em Pernambuco, Ceará, Bahia e Rio Grande do Norte quando confrontados com os queijos comercializados e produzidos na Paraíba revelaram contagens mais baixas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Por meio deste estudo, identificaram-se falhas acerca da qualidade das amostras do queijo coalho comercializadas no Município de João Pessoa, Paraíba. As amostras se mostraram como inadequadas aos padrões estabelecidos pela legislação vigente, uma vez que nestas foram encontrados números elevados para a contagem de Coliformes totais e fecais, sendo constatada, ainda, a presença de Staphyllococcus coagulase positiva. Quanto à presença da salmonella sp, esta não foi constatada em nenhuma amostras. Portanto, a falta de padronização das técnicas de processamento e no controle higiênico-sanitário do produto, permite que o queijo de coalho se classifique no mercado como produto de baixa qualidade. Desta forma, torna-se evidente a necessidade de adoção de um conjunto de medidas que visem melhorar a qualidade do queijo coalho comercializado na cidade de João Pessoa/ PB dando ênfase aos derivados lácteos elaborados no Estado.

Descritores: coliformes, Salmonella sp, Staphylococcus coagulase positivo, queijo de coalho.

REFERÊNCIAS BORGES, M. F. Diagnóstico da contaminação por bactérias patogênicas em uma indústria processadora de queijo de coalho e detecção de genes associados a fatores de virulência. Campinas, 2006. Tese (Doutorado em Tecnologia de Alimentos) – Universidade Estadual de Campinas, 2006. BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Agência Nacional da Saúde (ANVISA). Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 12, de 02 de janeiro de 2001. Regulamento Técnico Sobre Padrões Microbiológicos para Alimentos. CAVALCANTE, J. F. M.; ANDRADE, N. J.; FURTADO, M. M.; FERREIRA, C. L. L. F.; PINTO, C. L. O.; ELARD, E. Processamento de queijo coalho regional empregando leite pasteurizado e cultura lática endógena. Revista Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 27, n. 1, p.205-214, jan./mar , 2007. DUARTE, D. A. M.; SCHUCH, D. M. T.; SANTOS, S. B.; RIBEIRO, A. R.; VSCONCELOS, A. M. M.; SILVA, J. V. D.; MOTA, R. A. Pesquisa de Listeria monocytogenes e microrganismos indicadores higiênico-sanitários em queijo-coalho produzido e comercializado no estado de Pernambuco. Arquivos do Instituto Biológico, v. 72, p. 297-302, 2005. FRANCO, B. D. G.; LANDGRAF, M. Microrganismo patogênicos de importância em Alimentos. In: ______. Microbiologia dos alimentos. São Paulo: Atheneu, 2002. cap. 4, p. 33-48. FREITAS-FILHO, J. R.; SOUZA-FILHO, J. S.; OLIVEIRA, H. B.; ANGELO, J. H. B.; BEZERRA, J. D. C.; Avaliação da qualidade do queijo “coalho” artesanal fabricado em Jucati-Pe. Revista eletrônica de extensão, v. 6, n. 8, dez 2009. Acessado em: 4 de setembro de 2010. SALOTTIL, B. M.; CARVALHO, A. C. F. B.; AMARAL, L. A.; VIDAL-MARTINS, A. M. C.; CORTEZ, A. L. Qualidade microbiológica do queijo minas frescal comercializado no Município de Jaboticabal, São Paulo, Brasil. Arquivo do Instituto de Biologia, São Paulo. v. 73, n. 2, p. 171-175, abr./jun. 2006. Acesso em: 10 maio de 2011.

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| 49 OLIVEIRA, K. A.; EVÊNCIO NETO, J.; PAIVA, J. E.; MELO, L. E. H. Qualidade microbiológica do queijo de coalho comercializado no Município do Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco, Brasil. Arquivo do Instituto de Biologia, São Paulo, v. 77, n. 3, p. 435- 440, jul. /set. 2010. VANDERZANT, C; SPILTTOESSER, D. F. Compendium of methods for the microbiological examination of foods. 3 ed. Washington: APHA, 1219 p., 1992.

VIEIRA, K. P.; LEDESMA, M. M.; ROSA, C. M.; HASSEGAWA, R. H. Contaminação de queijo minas frescal por bactérias patogênicas um risco a saúde. Revista Conscientiae Saúde, v.7,n.2, jun. 2008.

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ABERTURA

BEBIDA PRONTA PARA CONSUMO COM ADIÇÃO DE PEDAÇOS DE ABACAXI DESIDRATADO E CEREAIS

Janete Maia da Silva Alves1

Eliza Dorotea Pozzobon de Albuquerque Lima2 Josélia Joana da Silva³

Maria da Guia Pessoa Dias4. INTRODUÇÃO: O desenvolvimento de bebidas prontas para o consumo vem em constante crescimento, devido a sua praticidade e a falta de tempo da população em preparar sucos das frutas in natura. Neste contexto as indústrias buscam ofertar grande diversidade de sabores e agregar vantagens à saúde para atender as necessidades dos consumidores, no entanto têm sido observados que os sucos das frutas tropicais são as de maior preferência e também as que se apresentam em formato diferente dos outros tradicionais, ou seja, produtos com complementação ou adição de outro nutriente para melhoramento de suas características nutricionais (MOREIRA, 2010; MATUURA, ROLIM, 2002). Na atualidade nasce um novo conceito de bebidas, que são as “drinksplus” que possibilita bebidas com adição de pedaços de frutas e grãos de cereais, podendo se apresentar com ate 10% dessas partículas naturais para enriquecimento do produto. Estes tipos de bebidas já surgem em países como a China, Rússia e Tailândia, dando inicio a uma grande tendência global. Entretanto, as empresas apostam cada vez mais no potencial brasileiro, pois, juntamente com os avanços da tecnologia se agrupam para investir nesse mercado que é crescente e que esta em grande expansão que é a de bebidas prontas (MONTEIRO, 2006). Devido a esta tendência de mercado, o presente estudo teve como objetivo elaborar a partir do abacaxi Pérola, formulações de bebidas prontas para o consumo com pedaços de abacaxi desidratado osmoticamente em sacarose e adoçante dietético em pó, seguida de secagem em estufa e com adição de aveia grossa e grão de trigo integral, analisando-as posteriormente quanto suas características físico-químicas. METODOLOGIA: Foram utilizadas como matérias-primas, abacaxi da variedade Pérola, aveia grossa, grão de trigo integral, sacarose, adoçante dietético em pó, obtidos em supermercados de João Pessoa – PB e abacaxi desidratado processado no Laboratório de Tecnologia de Alimentos da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba em João Pessoa – PB, para formulação de produtos denominados bebidas prontas para o consumo. Foram elaboradas quatro formulações contendo: 1- suco de abacaxi, pedaços de abacaxis desidratados, aveia e sacarose (SAAS); 2- suco de abacaxi, pedaços de abacaxis desidratados, aveia e adoçante dietético em pó (SAAA); 3- suco de abacaxi, pedaços de abacaxi desidratado, grão de trigo e sacarose (SATS); 4- suco de abacaxi, pedaços de abacaxis desidratados, grãos de trigo e adoçante dietético em pó (SATA). Após o processo da preparação, as bebidas foram acondicionadas em garrafas de vidro, vedadas com tampas de metal e em seguida pasteurizadas em temperatura de ebulição durante 20 minutos. Foram armazenadas em local arejado em temperatura ambiente de 24 ± 2º C, sendo realizadas determinações físico-químicas dos produtos logo após o processamento. RESULTADOS: Foram avaliadas quanto suas características físico-químicas pH, sólidos solúveis (ºBrix), acidez total titulável (ATT) através da técnica utilizada pelo Instituto Adolfo Lutz-IAL (1985). Os resultados referentes às características físico-químicas obtidas logo após o processamento das bebidas avaliadas foram: o pH de 3,47 (SAAS), 3,53 (SAAA), 3,28 (SATS), 3,34 (SATA); sólidos solúveis de 18,0 ºBrix (SAAS), 9,2 ºBrix (SAAA), 14,8 ºBrix (SATS), 8,0 ºBrix (SATA); acidez total titulável em acido cítrico de 0,23 (SAAS), 0,33 (SAAA), 0,27 (SATS) e 0,27 (SATA) e relação ºBrix/acidez total titulável de 3,6 (SAAS), 5,5 (SAAA), 4,3 (SATS), 4,3 (SATA). CONCLUSÃO: De acordo com os resultados obtidos, pode-se concluir que: as quatros formulações apresentaram características físico-químicas dentro dos padrões 1 FCMP – e-mail: [email protected] – Estudante de Nutrição da FCMP 2FCMP – e-mail: [email protected] – Profa. Doutora - FCMP ³FCMP – e-mail: [email protected] – Funcionária Lab. de Tecnologia de Alimentos 4FCMP – e-mail: [email protected] – Funcionária Laboratório de microbiologia

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| 51 exigidos pela legislação, para manter a sua conservação, sendo possível, obter este tipo de bebida pronta para o consumo, apresentando aspecto de cor agradável devido ao suco e pela adição de pedaços de fruta, de aveia grossa e de grão de trigo integral, apresentando-se com grande possibilidade de um produto novo no mercado. DESCRITORES: Abacaxi Perola bebida pronta, caracterização. REFERÊNCIAS INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz – IAL. Métodos químicos e físicos para analises de alimentos. 3ed. São Paulo. 1985. V.1, p.27-28. MATSUURA, F. C. A. U.; ROLIM, R. B. Avaliação da adição de suco de acerola em suco de abacaxi visando à produção de um “blend” com alto teor de vitamina C. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 24, n. 1, p. 138-141, 2002. MONTEIRO, S. Fruta para beber – O caminho da industrialização é alternativa para melhor aproveitamento da matéria-prima e oportunidade para fruticultores obterem melhores ganhos financeiros. Revista Frutas e Derivados, São Paulo, Ano 1, Edição 1, p. 28-31, abril 2006. MOREIRA, P. X. Desenvolvimento e Estabilidade do Néctar de Goiaba adoçado com mel de Abelha: 2010. 74 f. Dissertação (trabalho de conclusão em ciências e tecnologia de alimentos), Universidade Federal do Ceará, Fortaleza 2010.

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ABERTURA

CORRELAÇÃO ENTRE CAPACIDADE FUNCIONAL E AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE POR IDOSOS DO MUNICÍPIO DE SÃO BENTO/PB

Juliane Maury Pereira Lucena(Relator)1; Artur Olímpio Sampaio Camurça2;

Milene Soares de Almeida3; Isabel Cristina Bezerra Dutra 4;

Laura de Souza Gomes Veloso5; José Artur de Paiva Veloso6

INTRODUÇÃO: Em todo o mundo, a proporção de pessoas com 60 anos ou mais está crescendo mais rapidamente que a de qualquer outra faixa etária. O processo de envelhecimento normal leva a uma diminuição das reservas funcionais do organismo, alterando o desempenho dos aparelhos e sistemas do corpo humano nos idosos, entre eles: muscular, ósseo, nervoso, circulatório, pulmonar, entre outros. Além dos processos fisiológicos, os aspectos psicossociais da vida do idoso também são determinantes na sua qualidade de vida. Do ponto de vista da saúde pública, a capacidade funcional, ou seja, a capacidade de manter as habilidades físicas e mentais necessárias a uma vida independente e autônoma surge como um novo conceito de saúde, mais adequado para instrumentalizar e operacionalizar a atenção à saúde do idoso. Ações preventivas, assistências e de reabilitação devem objetivar a melhoria da capacidade funcional ou, no mínimo, a sua manutenção e, sempre que possível, a recuperação desta capacidade, uma vez perdida pelo idoso. A capacidade funcional do idoso, no seu significado mais amplo, inclui sua habilidade em executar tarefas físicas, a preservação das atividades intelectuais, e uma situação adequada de integridade social. Contudo, a promoção do envelhecimento saudável e a manutenção da máxima capacidade funcional do indivíduo que está em processo de envelhecimento significam uma maior valorização da autonomia e da preservação máxima da independência física do idoso. Nesse contexto, a Fisioterapia, cujo objeto de estudo é o movimento humano, colabora com o intuito de melhor compreender os fatores que possam acarretar na perda ou na diminuição da qualidade de vida e bem-estar nos idosos. Diante do exposto, a presente pesquisa tem por objetivo correlacionar o estado funcional à autopercepção de saúde de idosos residentes no município de São Bento/PB, estabelecendo possíveis indicadores para risco de perda funcional e orientação das ações concentradas de promoção de saúde e manutenção da independência funcional. METODOLOGIA: A pesquisa caracteriza-se como um estudo transversal de análise descritiva e exploratória, com abordagem quantitativa, a fim de constatar a existência da problemática que é a correlação entre a independência funcional e a autopercepção de saúde dos idosos residentes no município de São Bento/PB. A amostragem foi do tipo randomizada constituída por 50 pessoas com mais de 60 anos, conforme previsto no Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03), residentes no município de São Bento/PB, que tinham sua cognição preservada e que recebiam acompanhamento do Programa Saúde da Família nas Unidades Básicas de Saúde da zona urbana do município em questão. As entrevistas foram realizadas com os idosos nos postos do Programa Saúde da Família, no município de

1Acadêmica da Graduação em Fisioterapia da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. João Pessoa/PB. [email protected]; (Autora-apresentadora) 2Acadêmico da Graduação em Fisioterapia da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. João Pessoa/PB. [email protected]; (Co-autor) 3Acadêmica da Graduação em Fisioterapia da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. João Pessoa/PB. [email protected]; (Co-autora) 4Fisioterapeuta graduada pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba; (Co-autora). [email protected] 5Profa. Esp. do Curso de Fisioterapia da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. João Pessoa/PB. [email protected]. (Orientadora) 6Prof. Ms. do Curso de Fisioterapia da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. João Pessoa/PB. [email protected]. (Orientador)

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| 53 São Bento/PB, sendo iniciada após consentimento do Comitê de Ética e da permissão dos participantes concedidas no Termo de Consentimento, no período pré-determinado de dois meses, de março a abril de 2012. Como instrumento de pesquisa foram utilizados questionários, com questões fechadas de múltipla escolha, contendo na primeira parte o Índice de Barthel, para avaliação funcional do idoso, o qual permite uma ampla graduação por pontos, entre máxima dependência (0 pontos) e máxima independência (100 pontos) considerando a pontuação abaixo de setenta dependente, e na segunda parte a Análise da Autopercepção da Saúde, em versão adaptada do Instrumento SABE. Além desses instrumentos, também foi realizado um questionário para aferir variáveis de caracterização da amostra, como estado civil, escolaridade, gênero, idade, renda mensal e existência de enfermidades crônicas, entre outras. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS: Analisando as informações obtidas através dos questionários, observou-se que dos 50 idosos que fizeram parte da pesquisa, 72% eram do gênero feminino e 28% do masculino. Segundo Veras (2003) esse fenômeno pode ser explicado, em parte, por uma maior expectativa de vida das mulheres, devido a diversos fatores, tais como: menor consumo de álcool e tabaco, que são associados a doenças cardiovasculares e diferentes tipos de neoplasias. A faixa etária que mais procurou os serviços de saúde é de mais de 80 anos, demonstrando que a subcontingente populacional brasileiro que mais cresce entre os idosos é o “mais velho”, isto é, acima de 80 anos. Com relação às doenças crônicas, 22 % dos idosos não tinham nenhuma, 26 % apenas uma patologia, enquanto 32 % duas, 16 % três e 4 % mais de três, confirmando a alta prevalência de doença crônica na população idosa. Quanto a Capacidade Funcional, 100% da amostra populacional do município de São Bento/PB podem ser considerados como independentes de acordo com o Índice de Barthel, sem diferenças estatísticas significantes entre as faixas etárias estudadas. Referentemente à escala de Barthel, foi analisada a dependência quanto às atividades de banho, vestuário, higiene pessoal, evacuação, micção, alimentação, uso do vaso sanitário, passagem cadeira-cama, deambulação, escadas. Dentre essas atividades da vida diária, os dados indicam que a evacuação, micção, deambulação e escadas detêm os maiores índices de dependência funcional, parcial ou total. Em relação à alimentação, 100% dos idosos entrevistados foram considerados independentes, sendo capazes de usar talher e comer em tempo razoável. Em relação à evacuação, dentre os idosos na faixa etária entre 60-69 anos 77,27% são continentes, ou seja, não apresentam episódios de forma involuntária; se são necessários enemas e supositórios, colocam-nos sozinhos, na faixa etária entre 70-80 anos 60% e nos idosos com mais de 80 anos 84,61; idosos entre 60-69 anos 22,72% apresentam episódios ocasionais de incontinência ou necessitam de ajuda para a aplicação de enemas ou supositórios, na faixa etária entre 70-80 anos 40% e naqueles com mais de 80 anos apenas 15,38% são incontinentes. Nos estudos de Costa et al. (2001), foi observado que a incontinência fecal aumenta com a idade, ocorrendo em 10% dos idosos da comunidade e em 50% dos residentes em asilos, e está associada à incontinência urinária em 75% dos casos. Em relação à micção, 50% dos idosos entre 60-69 anos, 60% entre 70-80 anos e 61,53% são continentes; 50%, 40% e 38,46 dos idosos seguindo a ordem da faixa etária citada anteriormente, apresentam incontinência ocasional. Para Costa et al. (2001), a incontinência urinária ocorre em 30% dos idosos da comunidade e em 60 a 70% dos residentes em asilos. Referentemente ao uso do vaso sanitário, 100% dos idosos das faixas etárias citadas anteriormente usam o vaso ou o urinol, sentam-se e levantam-se sem ajuda, mesmo que usem barras de apoio; limpam-se e vestem-se sem ajuda, repetindo a estatística quanto à passagem cadeira-cama. No item que se refere à deambulação, 90% dos idosos entre 60-69 anos, 80% dos que têm entre 70-80 anos e 76,92% dos idosos com mais de 80 anos podem caminhar pelo menos 45 metros, mesmo utilizando bengalas, muletas, próteses ou andador; 9,09% dos idosos entre 60-69 anos, 20% dos que têm entre 70-80 anos e 23,07% dos idosos com mais de 80 anos podem caminhar pelo menos 45 metros, mas necessitam de ajuda ou supervisão. Da amostra geral, 59,09% dos idosos entre 60-69 anos, 53,33% dos que estão entre 70-80 anos e 46,15% dos com mais de 80 anos são capazes de subir ou descer escadas sem ajuda ou supervisão, mesmo que necessitem de dispositivos, como muletas ou bengalas; 18,18% dos idosos entre 60-69 anos, 26,66% dos que estão entre 70-80 anos e 30,76% dos

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| 54 com mais de 80 anos necessitam de ajuda física ou de supervisão e 22,72%, 20% e 23,07% respectivamente na ordem das faixas etárias supracitadas, não realizam tal atividade. Ramos (2003) afirma que estudos sobre incapacidade funcional em idosos são importantes para o entendimento de como as pessoas vivem os anos adicionais de vida ganhos com o aumento da longevidade. Entretanto, embora a capacidade funcional tenha sido considerada preservada para todas as faixas etárias estudadas, a percepção global da saúde apresentou variação, sendo analisada de forma mais positiva entre os idosos mais longevos, nos quais 38,46% consideraram sua saúde entre os níveis excelente e bom; 54,4% dos idosos mais jovens perceberam sua saúde como regular. Tais resultados sugerem que a percepção de saúde pode estar relacionada com outros fatores além da capacidade funcional. Rodrigues (2005) a presença de doenças crônicas associadas ao sexo do idoso foi o determinante mais fortemente relacionado à autopercepção de saúde no Município de São Paulo. Para os homens, a presença de quatro ou mais doenças crônicas implicou um risco 10,53 vezes maior de uma autopercepção ruim de saúde. Para as mulheres, esse risco foi 8,31 vezes maior. A capacidade funcional, o nível de escolaridade e a renda também foram altamente associados com a percepção de saúde, e a idade teve uma significativa influência. CONCLUSÃO: Embora a capacidade funcional tenha sido considerada preservada para todas as faixas etárias estudadas, a percepção global da saúde apresentou variação, sendo considerada ruim, sem diferenças estatísticas significativas entre as faixas etárias. Os resultados do presente estudo indicam que, para se alcançar um envelhecimento saudável, é preciso haver investimentos públicos efetivos no setor da saúde, no setor social e no setor econômico. As ações integradas que abordam, simultaneamente, os principais fatores determinantes da autopercepção de saúde podem contribuir significativamente para a promoção da saúde e do bem-estar e, conseqüentemente, para a qualidade de vida dos idosos. As ações direcionadas aos idosos devem ter um significado prático para os profissionais atuando no nível primário de atenção à saúde e que tenham uma relação de custo-benefício aceitável para os administradores dos recursos destinados à área da saúde. A nosso ver, principalmente nas áreas das doenças crônicas, os idosos e seus familiares terão que compreender o significado da enfermidade, aprender a conviver com ela e saber quais serão os ganhos e perdas diante das suas decisões.

Descritores: Idosos. Capacidade funcional. Autopercepção de saúde.

REFERÊNCIAS COSTA, E. F. et al. Semiologia do idoso. In: PORTO, C. C. Semiologia médica. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. p. 165-197. PEREIRA, Aline et al. Envelhecimento, estresse e sociedade: uma visão psiconeuroendocrinológica. Ciências & Cognição; v. 01, p. 34-53, 2004. PEREIRA, L. S. M. et al. Fisioterapia em Gerontologia. In: PY, L. et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. SILVA JÚNIOR, Jarbas Barbosa da. Envelhecimento ativo: uma política de saúde. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2005.

RAMOS, Luiz Roberto. Fatores determinantes do envelhecimento saudável em idosos residentes em centro urbano: Projeto Epidoso, São Paulo. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.19, n.3, Jun. 2003.

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ABERTURA

| 55 LITVOC, Júlio; BRITO, Francisco Carlos de. Envelhecimento: prevenção e promoção da saúde. São Paulo: Atheneu, 2004.

PAPALÉO NETTO, Matheus. Gerontologia: A velhice e o envelhecimento em visão globalizada. São Paulo: Atheneu, 2002.

VERAS, Renato P. País jovem com cabelos brancos: a saúde do idoso no Brasil. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1994.

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CUIDADOS PALIATIVOS EM CRIANÇAS: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

Carla Augusta Alves Teixeira (relator)1 Daniel Montenegro Menezes Gouveia²

Rosilda Vicente Ferreira³ Cristiani Garrido de Andrade4

INTRODUÇÃO: A medicina em todo o mundo passou por profundas transformações ao longo do século XX. Os avanços tanto na prática médica, sobretudo nas áreas cirúrgica, terapêutica, de anestesia e de reanimação, como na tecnologia têm ocasionado progressos expressivos na saúde, controle ou eliminação de doenças, tornando cada vez mais raros os casos de morte natural. Atualmente, verifica-se uma maior prevalência de pessoas morrendo de doenças crônicas ou progressivas, aumentando o percentual de doente em estado terminal nos hospitais ou em seus domicílios. Dessa forma, destacam-se os cuidados paliativos, como uma nova modalidade de cuidar aos pacientes em fase terminal. Os cuidados paliativos são considerados como sendo uma abordagem que visa melhorar a qualidade de vida do paciente, bem como a da sua família, diante de uma doença ameaçadora a vida, através da prevenção e alívio do sofrimento, por meio do controle da dor, e dos problemas de ordem física, psicológico, social e espiritual. Essa filosofia do cuidar é direcionada às pessoas portadoras de doenças crônicas ou sem esperanças de cura, desde o momento do diagnóstico até a fase final. É a partir do momento do diagnóstico de uma doença incurável que os cuidados paliativos são acionados, a fim de melhorar a qualidade de vida do paciente e da sua família, promovendo o conforto necessário para que este se sinta da melhor maneira possível. É oportuno destacar que a palavra paliativo deriva do latim pallium, que significa manto, coberta, este por sua vez, transfere uma imagem acolhedora, protetora, sublime, aquela que protege do frio e de todos os medos e perigos relacionados à doença, que procura tirar todas as dores e amenizar todos os sintomas em prol do bem estar do paciente. Nesse sentido, esse manto tem o significado de cobrir aquele que a medicina não pode curar. Ressalta-se que os cuidados paliativos apresentam como princípios básicos: reafirmar vida e a morte como processos naturais; integrar os aspectos psicológicos, sociais e espirituais ao aspecto clínico de cuidado do paciente; não apressar ou adiar a morte; oferecer um sistema de apoio para ajudar a família a lidar com a doença do paciente, em seu próprio ambiente; oferecer um sistema de suporte para ajudar os pacientes a viverem o mais ativamente possível até sua morte; usar uma abordagem interdisciplinar para acessar necessidades clínicas e psicossociais dos pacientes e suas famílias, incluindo aconselhamento e suporte ao luto.Assim sendo, é preciso que a equipe adquira a confiança do paciente, para que possa entrar no seu mundo e avaliar as suas maiores necessidades, considerando as necessidades tanto do paciente como de sua família. Logo, a criança precisa morrer de forma digna, sem dor, acompanhada dos familiares, e das pessoas que ela ama, precisa sentir que a sua vida teve sentido para os seus familiares, até o momento final. Diante do exposto, esse estudo apresenta como objetivo:caracterizar a produção científica acerca dos cuidados paliativos à criança, em periódicos nacionais online, no período de 2007 a 2012, e sintetizar a importância dos cuidados paliativos direcionados à criança em fase terminal. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. Com a finalidade de efetivar essa revisão, foram delimitados os seguintes passos metodológicos: identificação do tema ou questão da pesquisa; seleção dos artigos, categorização dos estudos; definição das informações extraídas das publicações revisadas; avaliação dos estudos selecionados; interpretação dos resultados; e apresentação dos resultados da pesquisa. O presente trabalho foi orientado pelas seguintes questões norteadoras: Qual a caracterização da produção científica nacional acerca dos cuidados paliativos direcionados às crianças, disseminados em periódicos online no âmbito da Saúde? Quais as contribuições dos cuidados paliativos como modalidade terapêutica à criança na terminalidade? Com as questões de pesquisa definidas, procedeu-se ao levantamento do corpus literário a ser analisado, no site da Biblioteca Virtual

1 Graduanda em Enfermagem pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba – FCMPB. E-mail: [email protected]

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| 57 em Saúde (BVS), mediante os descritores: “criança and cuidados paliativos”. Essa literatura incluiu artigos científicos publicados nas bases de dados: Literatura Latino Americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (LILACS) e ScientificElectronic Library Online (SciELO). Cumpre assinalar que foi adotado o seguinte critério de inclusão: artigos publicados no período de 2007 a 2012, no idioma português, cujos títulos e/ou resumos contemplassem aspectos relativos aos cuidados paliativos direcionados à criança, e estivessem disponibilizados na íntegra, gratuitamente, online. Foram excluídos os editoriais, cartas ao editor, estudos reflexivos, relatos de experiência, publicações duplicadas, assim como estudos que não abordassem temática relevante aos objetivos da revisão. A coleta dos dados ocorreu durante os meses de agosto a outubro de 2012, utilizando-se um instrumento que continha as variáveis: título, base de dados, ano, periódico, modalidade de pesquisa, objetivos e conclusão dos estudos. Considerando esses aspectos, foram selecionadas 21 publicações acerca dos cuidados paliativos direcionados à criança. Após a leitura minuciosa das referidas publicações, em que se buscou atender aos critérios de pertinência e consistência do conteúdo, foram excluídos 07 estudos, por não atenderem aos critérios previamente estabelecidos, e 06 por se tratarem de artigos duplicados. Portanto, a amostra do estudo compôs-se de 08 artigos. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS: Por meio da análise dos oito artigos, verificou-se que os 8 estudos (100%) foram selecionados a partir do banco de dados da LILACS e que 5 publicações (62,5%) estiveram presentes, também na SCIELO. Em relação ao ano das publicações, observou-se que o de 2010 correspondeu ao período com maior número de artigos científicos publicados sobre a temática investigada, com 3 publicações (37,5%). O ano de 2009 apresentou um quantitativo de 2 artigos (25%). Os anos de 2007, 2011 e 2012 obtiveram apenas 1 estudo (12,5%), cada. No que concerne às modalidades das publicações, ressalta-se que, dos 8 artigos selecionados, três (37,5%) são originais, e cinco (62,5%), de revisão. Nesse sentido, o método de análise temática possibilitou categorizar, interpretar e agrupar os dados semelhantes. Desse agrupamento, emergiram três categorias temáticas, Tema I:A comunicação como modalidade de cuidar nos cuidados paliativos a criança; Tema II:A ótica dos profissionais de enfermagem sobre os cuidados paliativos à criança na situação do viver/morrer; Tema III: Assistência Domiciliar em cuidados paliativos.Os enfoques considerados nos estudos, mencionados no Tema I, destacam que a comunicação é um instrumento de suma relevância para a dignidade da criança em fase terminal, haja vista que constitui uma ligação entre o cliente (criança), a família e o profissional de saúde. Estudos realizados em duas Unidades de Terapias Intensivas na cidade de Porto Alegre, colheram o depoimento dos pais das crianças que estavam sob cuidados paliativos e que vieram a falecer. Dentre esses depoimentos destacou-se a importância da comunicação dos profissionais de saúde com esses pais, que se sentiam amparados diante desta postura. Diante disso, é preciso que as instituições capacitem os seus profissionais a usarem de forma correta a ferramenta da comunicação entre os pacientes e seus familiares.Os artigos contemplados no Tema II,contemplaram acerca da visão dos cuidados paliativos sob a ótica dos profissionais de enfermagem. Verificou-se, através de uma entrevista com 13 enfermeiros em duas instituições de saúde, que todos tinham pontos de vista parecidos, sobre o significado dos cuidados paliativos prestados às crianças, tais como: qualidade de vida, conforto, controle da dor, dignidade, humanidade e apoio à família. Entretanto, em pesquisa de campo, realizada com 5 enfermeiros, os mesmos relataram que encarar a morte nem sempre é uma tarefa simples ou fácil, e também independe das experiências e das vivências de cada profissional, da idade ou do grau de maturidade. Nesta categoria, constatou-se que apesar dos profissionais enfermeiros compreenderem acerca do significado dos cuidados paliativos, e a importância da sua aplicação, percebe-se que esses profissionais ainda não estão sendo formados para tratar com o luto e a terminalidade.Os artigos que compõem o Tema III comtemplam os aspectos positivos e negativos dos cuidados paliativos na assistência domiciliar. Esses artigos relatam que o cuidador não tem formação para cuidar de uma criança dependente de tecnologia, além do que, expõe as dificuldades de adaptação dessas tecnologias aos domicílios, que na maioria das vezes não possuem infraestrutura suficiente para acoplá-las. Nesse prisma, foi feita a análise da opinião dos cuidadores das crianças dependentes de

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| 58 tecnologia que relataram como benefício da assistência domiciliar o menor gasto com transporte aos hospitais, menor estresse físico e emocional, além dos cuidadores terem a oportunidade de estarem mais presentes na vida dos outros filhos. Entretanto, os cuidadores também relataram necessidades e dificuldades, entre os quais, o aumento da energia elétrica, preocupação com as estratégias de referência e contra referência e dificuldades dos cuidadores de reingressarem ao mercado de trabalho, por falta de creches com cuidadores especializados. Diante desse quadro, fica clara a importância da assistência domiciliar, como auxiliadora na prestação dos cuidados paliativos, porém é de suma importância que haja uma melhora na estrutura desses domicílios, uma orientação efetiva ao cuidador e uma ajuda de custo para que o benefício não fique restrito a poucos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os cuidados paliativos devem ser implementados de acordo com a necessidade imposta pela doença, como a sua evolução, complicações e limitações, devendo respeitar as particularidades de cada criança, levando-se em consideração os anseios e valores dos familiares. Entretanto, feito uma análise nos estudos foi possível destacar que o enfermeiro exerce um importante papel na implementação dos cuidados paliativos em crianças, sendo necessário um preparo deste profissional para encarar os desafios oriundos do enfrentamento da morte em crianças em estado terminal e que isso independe do grau de experiências e vivências de cada profissional.

Descritores: Cuidados Paliativos. Criança. Doente terminal.

REFERÊNCIAS

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enfermagem. Esc. Anna Nery. Rev. Enfer., v. 13, n 4, p. 708-16, 2009.

BARBOSA, S. M. M.; VALLENTE, M. T.; OKAY, Y. Medicina paliativa: a redefinição da experiência humana no

processo de adoecer. Revista da Sociedade Brasileira para o estudo da dor, v.3, n. 2, p. 61-68, 2001.

COSTA, T.F.; CEOLIM, M.F. A enfermagem nos cuidados paliativos à criança e adolescente com câncer: revisão integrativa da literatura. Rev. Gaúcha de Enfermagem, v. 31, n 4, p. 776-84, 2010.

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LOPES, F.L. et al. Aspectos da humanização no tratamento de crianças na fase terminal. Revista Brasileira de Medicina, v. 35, n 11, p. 894-901, 2012.

LOPES, V.F. et al.A percepção de profissionais de enfermagem sobre os cuidados paliativos ao cliente oncológico pediátrico fora de possibilidade de cura: um estudo na abordagem fenomenológica das relações humanas. Online BrazilianJournalofNursing, v. 6, n 3, 2007.

MACHADO, K.D.G.; PESSINI, L.; HOSSNE, W.S. A formação em cuidados paliativos da equipe que atua em unidade de terapia intensiva:um olhar da bioética. Centro Universitário São Camilo, v.1, n.1, p. 34-42, 2007. OLIVEIRA, S.G. representações sociais da internação domiciliar na terminalidade: o olhar do cuidador familiar. 2010. 124f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) – Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Rio Grande do Sul, 2010.

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| 59 PESSINI, L.; BERTACHINI, L. Humanização e cuidados paliativos. São Paulo: Loyola, 2004.

PIVA, J.P.et al. Dilemas e dificuldades envolvendo decisões de final de vida e oferta de cuidados paliativos em pediatria.Rev. Bras. Ter. intensiva, v. 23, n 1, p. 78-86, 2011.

POLES, K.; BOUSSO, R.S. Morte digna da criança: análise de conceito. Revista. Esc. Enfer. USP, v. 43, n 1, p. 215-22, 2009.

RABELLO, C.A.F.G.; RODRIGUES, P.H.A. Saúde da família e cuidados paliativos infantis: ouvindo os familiares de crianças dependentes de tecnologia. Ciência & SaúdeColetiva, v. 15, n 2, p. 379-88, 2010.

RAMOS, S.E.B. Os familiares cuidadores da criança com doença de mau prognóstico: fundamentos para uma intervenção no âmbito dos cuidados paliativos. 2007. 197f. Dissertação (Mestrado em Cuidados Paliativos) – Faculdade de Medicina de Lisboa (FML), Lisboa, 2007.

SANTOS, F.S. Cuidados Paliativos: diretrizes, humanização e alívio de sintomas. São Paulo: Atheneu, 2011.

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SUMÁRIO

ABERTURA

DESAFIO DA ENFERMAGEM DIANTE DA DEPRESSÃO PÓS-PARTO

Jonathan Cordeiro de Morais (relator)1 Cintia Ananda Leite Salviano2

Mariana Laureano Galvão da Silva3 Patrícia de Araújo Bernardino4

Kamyla Felix Oliveira dos Santos5 Cristiani Garrido de Andrade6

INTRODUÇÃO: A palavra depressão é frequentemente usada para descrever os nossos sentimentos. A depressão, enquanto evento psiquiátrico é algo bastante diferente, sendo considerada uma doença grave que exige tratamento específico. A depressão é o estado resultante da baixa do desenvolvimento psicológico, provavelmente baseado em anormalidades do metabolismo da serotonina e adrenalina, na qual predomina a raiva, a frustração, a perda de prazer e a retração. Um paciente com depressão pode ter variados tipos de manifestações clínicas, indo de sinais de tristeza profunda a alterações no seu comportamento. Para o diagnóstico é necessário um grupo de sintomas característicos da patologia. Dessa forma, a depressão é uma doença comumente encontrada na sociedade e está atingindo as gestantes de um modo significativo. É oportuno destacar que agestação e o puerpério não são regidos apenas por momentos e sentimentos positivos. Muitas mulheres passam por momentos difíceis em sua vida, principalmente, na fase puerperal, em que se encontram mais frágeis e debilitadas internamente e externamente. Todo o ciclo gravídico-puerperal é considerado um período de risco para o psiquismo devido à intensidade da experiência vivida pela mulher. Estudos relatam que o primeiro e o terceiro trimestre são os períodos em que a mulheresencontram-se mais frágeis, devido alterações hormonais que interferem no seu estado psicológico. As síndromes psiquiátricas pós-parto são as doenças mentais que ocorrem durante o primeiro ano após o nascimento da criança, as mais frequentes são a melancolia de maternidade, podendo atingir de 50 a 80% das puérperas; a psicose pós-parto, ocorrendo entre 1 a 2 casos por 1.000 e a depressão pós-parto que acomete entre 18 a 39,4% das mulheres puérperas no mundo, iniciando-se na primeira semana após o parto e perdurando por até dois anos. Outras estimativas apontam que cerca de 500 mil mães por ano, nos EUA, apresentam depressão pós-parto, e metade delas não procuram posteriormente uma avaliação ou tratamento para saúde mental. Neste contexto,existem implicações para as mães e para os recém-nascidos, podendo intervir na ligação dos mesmos e atingir a segurança da mãe e do neonato. A depressão pós-parto possui as mesmas características de uma depressão normal, na qual o indivíduo apresenta uma tristeza excessiva e de caráter prolongado, com perda de autoestima, perda de motivação para a vida,podendo chegar a cometer o suicídio. Destarte, caracteriza-se por um quadro clínico severo e agudo, o qual requer acompanhamento psicológico e psiquiátrico, uma vez que devido à gravidade dos sintomas, há que se considerar o uso de medicações. É notório enfatizar que além da tristeza algumas manifestações são comuns na puérpera, tais como: perda de prazer ou interesse pela vida, humor deprimido, choro fácil, cansaço que não é aliviado pelo sono, sentimentos de culpa, irritabilidade, incapacidade de concentração, ansiedade, desespero, pensamentos compulsivos, perda do libido, perda da confiança em

1Graduando em enfermagem pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. Email: [email protected]. 2 Graduanda em enfermagem pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. Email: [email protected]. 3Graduanda em enfermagem pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. Email: [email protected]. 4Graduanda em enfermagem pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. Email: [email protected]. 5Enfermeira. Mestranda em Enfermagem na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Professora de Enfermagem da FCMPB. Enfermeira do Hospital Universitário Alcides Carneiro, de Campina Grande. Pesquisadora do Grupo de Estudos e Pesquisa em Saúde do Adulto e do Idoso (GEPSAI/UFPB). E-mail: [email protected]. 6Enfermeira. Fonoaudióloga. Mestranda em Enfermagem na UFPB. Especialista em Saúde Coletiva com Ênfase na ESF. Pós-graduanda em Cuidados Paliativos. Docente da FCMPB. Membro do NEPB/UFPB. Endereço: R. das Acácias,100, apto. 1801B, Miramar. João Pessoa-PB. Brasil. CEP: 58043-250. E-mail: [email protected].

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| 61 si, insônia, perda de apetite e ainda sentimento de fracasso como mãe. Mães deprimidas podem interromper a amamentação mais precocemente e lidar com os seus bebês de forma indecisa, pouco afetuosa e confusa, por lhes faltarem habilidades de resolução de problemas ou a persistência necessária para estabelecer interações afetivas com suas crianças. Bebês de mães deprimidas quando comparados aos de não deprimidas exibem menos afeto positivo e mais afeto negativo; possuem menor nível de atividade e menos vocalizações; costumam distanciar o olhar; apresentam mais aborrecimentos, protestos mais intensos, mais expressões de tristeza e raiva; e possuem menos expressões de interesse. Pesquisas ressalvam que também existem transtornos psiquiátricos pós-parto paternos, que estão apresentando prevalência significativa no Brasil, variando entre 11,9 e 25,4% da depressão masculina, isso decorre diretamente no apoio que o pai fornece a mãe e ao bebê durante o primeiro ano deste. No período pós-parto, começam a aumentar as preocupações financeiras e, consequentemente, a dedicação do homem ao trabalho, o que pode diminuir ainda mais o tempo destinado ao relacionamento pai e filho. O medo de falhar nas tarefas de provedor, apoiador emocional e parceiro romântico está relacionado ao estresse psicológico paterno, levando, em muitos casos, ao desenvolvimento de sintomas depressivos.No que diz respeito ao tratamento, a depressão pós-parto pode ser clinicamente tratada como qualquer tipo de depressão através de antidepressivos e ansiolíticos, associados à psicoterapia em base ambulatorial ou hospitalar. Nesse caso, pode-se optar, ainda, pela terapia de casal,para fins de enfrentamento dos problemas enfrentados por ambos. Com base nesse entendimento, considera-se a temática de suma relevância para os profissionais da Saúde e para pesquisadores da área. Diante do exposto, esse estudo apresenta como fio condutor o seguinte objetivo: caracterizar a produção científica acerca dos desafios da enfermagem na depressão pós-parto. METODOLOGIA:Trata-se de uma revisão de literatura, consubstanciada na literatura pertinente à temática. A busca da produção científica foi realizada durante o mês de outubro de 2012, em base fontes bibliográficas online da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), na base de dados da Literatura Latino Americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde(LILACS) e na biblioteca da ScientificElectronic Library Online (SciELO), adotando os descritores em ciências da Saúde: “enfermagem e depressão pós-parto”. É notório destacar que foram adotados os seguintes critérios de inclusão: abordar no título, resumo ou no contexto a temática proposta;estar no idioma português; e estar disposto na íntegra nos bancos de dados selecionados para pesquisa. Dessa forma, a amostra foi composta por doze publicações. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS:Com base nos resultados encontrados observou-se que é essencial o trabalho da enfermagem junto à identificação, prevenção e tratamento da depressão pós-parto,visto que só assim serão evitadas outras doenças mentais não só na mãe, mas também no recém-nascido,a partir da relação de ambos, e deles com os indivíduos em geral, influenciando no comportamento do bebê. Os estudos mencionaram, ainda, a necessidade do apoio de toda família ao iniciar o tratamento, para assim, a mulher ser acolhida, amparada e incentivada a continuar se tratando até obter a melhora completa. Nesse sentido, o grande desafio da enfermagem é o de saber lidar com a puérpera que se encontra em estado de depressão pós-parto, saber a etiologia desse quadro e compreender toda a história precoce que a mulher trás consigo. Dessa forma, destaca-se o lado humanizado e a sensibilidade do profissional para com a puérpera, o mesmo deve, primeiramente, na anamnese ouvir todas as frustrações, perdas, medos e outros sentimentos que ela trás na sua vida, sem questioná-la ou julgá-la pelos fatos e atitudes desta. As pesquisas ressaltam que os profissionais de enfermagem devem atentarpara alguns fatores de risco que a literatura apresenta, tais como: gestação não planejada; presença de sintomas depressivos na primeira semana do pós-parto; história prévia ou familiar de transtorno mental; baixa autoestima; evidências de sintomas depressivos durante a gravidez; estresse na vida, nos relacionamentos e/ou ao cuidar do filho; ansiedade pré-natal; falta de suporte social; gravidez conturbada; experiência traumática de parto; e história de abuso na infância e ainda nascimento de bebê de alto risco ou com necessidades especiais. Faz importante observar, ainda, uma associação significativa entre depressão pós-parto, desfechos obstétricos desfavoráveis e história de abortos induzidos ou espontâneos.Os profissionais de

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| 62 enfermagem, pode optar pelo uso de questionários ou de escalas, com o cerne de identificar precocemente a doença. Tais métodos utilizam-se de perguntas simples, onde a gestante ou puérpera responde coisas singelas do seu dia a dia, relatando o seu estado emocional, acerca dos medos, inseguranças, crises de riso ou choro. Assim, cabe à enfermagem adotar intervenções que auxiliem a puérpera a superar esse estado, enfrentando seus sentimentos, utilizando-se de ações, como: estimular a mulher a expressar seus sentimentos e emoções; recomendar que ela procure ajuda nas tarefas domésticas e cuidados com os filhos inclusive o neonato; enfatizar a importância da boa nutrição, exercícios físicos e sono adequado; conversar com outras mães; manter uma rotina diária; manter expectativas realistas; discutir sobre mudanças na vida. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Foi possível concluir que a depressão pós-parto é um problema de saúde pública por ser prevalente e, muitas vezes, subdiagnosticado.É provável que parte dessa situação deva-se ao desconhecimento da população e dos profissionais da Saúde, quanto ao quadro clínico e suas repercussões, tanto para a puérpera quanto para o filho e a família. Os profissionais da enfermagem, por permanecerem junto ao paciente diariamente e operacionalizar o cuidado, necessita de uma estrutura conceitual consistente que embase a prestação de cuidados, que garanta a continuidade do cuidado e que permita a integração da assistência. Assim, os mesmos devem ser capacitados e qualificados na identificação de traços depressivos e na utilização de instrumentos de rastreamento no puerpério imediato, favorecendo, dessa forma, o acompanhamento posterior nas consultas de revisão puerperal. Desse modo, aponta-se para a necessidade de produção de saberes específicos na área, que visem subsidiar práticas, que possam vir a se tornar estratégias, ferramentas e modelos teórico-práticos para o cuidar diante da depressão pós-parto.Logo, é fundamental importância que se tenha em mente a atenção precoce na doença, tendo em vista a possibilidade de intervenções profissionais que proporcionem às puérperas o apoio de que necessitam para enfrentar os desafios de ser mãe, sem perder sua identidade, inserção social, relação parental, entre tantos. Conclui-se que o grande desafio da enfermagem é diagnosticar precocemente e cuidar das puérperas em depressão pós-parto. Descritores:Depressão Pós-Parto. Período Pós-Parto. Enfermagem. REFERÊNCIAS CANTILINO, A. et al. Transtornos psiquiátricos no pós-parto. Revista de psiquiatria clínica, v.37, n.6, p.288-94, 2010. FALCETO, O. G.; FERNANDES, C. L.; KERBER, S. R. Alerta sobre a depressão pós-parto paterna. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v.34, n. 7, p. 293-295, 2012. FIGUEIRA, P.; CORRÊA, H.; MALLOY-DINIZ, L.; ROMANO-SILVA, M. A. Escala de depressão pós-natal de Edimburgo para triagem no sistema público de saúde. Revista saúde pública, v.43, p.79-84,2009. FONSECA, V. R. J. R. N.; SILVA, G. A. DA; OTTA, E. Relação entre depressão pós parto e disponibilidade emocional materna.Caderno de Saúde Pública, v.26, p.738-46, 2010. KONRADT, C. E. et al.Depressão pós-parto e percepção de suporte social durante a gestação. Revista de psiquiatria do Rio Grande do Sul, v.33, n.2, p.76-79, 2011. LOPES, E. R. et al. Depressão pós-parto e alterações de sono aos 12 meses em bebês nascidos na zona urbana na cidade de pelotas/RS. J. braspsiquiatre,v.59, p.88-93, 2010.

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| 63 MALLOY-DINIZ, L. F. et al. Escala de depressão pós-parto de Edimburg: análise fatorial e desenvolvimento de uma versão de seis itens. Revista Brasileira de Psiquiatria, v.32, n.3, p.316-18, 2010. PEGORARO, R. F.; CALDANA, H. L.Mulheres, loucura e cuidado: a condição da mulher na provisão e demanda por cuidados em saúde mental. Saúde Soc.,v.17, n.2, p.82-94, 2008. PEREIRA, K. P.; LOVISI G. M.Prevalência da depressão gestacional e fatores associados. Revista Pisiquiatria Clínica, v.35, n.4, p.144-53, 2008. RICCI, S. S. Enfermagem materno-neonatal e saúde da mulher. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2008. SANTOS JUNIOR, H. P. O.; SILVEIRA, M.; F.; A.; GUALDA, D.M.R. Depressão pós-parto: um problema latente. Revista Gaúcha Enfermagem,v.30, n.3, p.516-24, 2009. SCHARDOSIM, J. M.; HELDT, E.; Escalas de rastreamento para depressão pós-parto: uma revisão sistemática. Revista Gaúcha de Enfermagem, v.32, n.1, p.159-66, 2011.

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EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA GESTANTES

E SEUS FAMILIARES: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Marília Lourencio dos Santos(Relator)1 Elisama Naara Soares de Moreira2 Gabriella dos Santos Lima Batista3

Susan de Alencar Silva4 Flaviana Ribeiro de Medeiros Batista Freire5

Kamyla Félix Oliveira dos Santos6

INTRODUÇÃO: Ao ser abordado o desenvolvimento da saúde da mulher na década de 80 é imprescindível reconhecer que, em decorrência das lutas populares e do processo de redemocratização, emergiram no cenário nacional movimentos que mobilizavam o público ao debate sobre as políticas sociais. As discussões priorizavam a reformulação das políticas de saúde, exigindo-se do Estado a ampliação e melhoria da assistência à população, tanto na área da saúde pública, como ambulatorial e hospitalar. Nesse processo de mudanças destaca-se o Programa Integral de Assistência à Saúde da Mulher (PAISM), como um novo modelo de abordagem assistencial às mulheres em todas as fases de sua vida. É importante ressaltar que esse modelo ampliou o elenco de ações de saúde destinadas à parcela feminina da população, destacando a atenção pré-natal pelo seu impacto e transcendência no resultado perinatal. Sob esse prisma, o referido programa, tem como escopo propiciar às mulheres uma assistência de qualidade e humanizada, na qual o serviço possa ser construído em conjunto com as clientes, desenvolvendo ações de prevenção e promoção da saúde, assegurando a continuidade e a integralidade da assistência. Deste modo, a educação em saúde tem um importante papel no quesito assistencial e pode contribuir para a autonomia dos usuários no agir, possibilitando aos envolvidos tornarem-se ativos, valorizando suas capacidades, autoconfiança, auto-estima, e auto-realização. É um instrumento fundamental de reconstrução, gerando mudanças e transformações da realidade, modificando posturas e atitudes, tornando a assistência mais humana. Neste sentido as ações educativas com grupos de gestantes tornam-se uma estratégia que permite conhecer o universo das mulheres grávidas, especialmente o modo como elas lidam com a gravidez. Nessa perspectiva o curso de enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba sentiu a necessidade desenvolvermos um projeto de pesquisa e extensão direcionado a essa assistência integral, humanizada e de qualidade, utilizando práticas educativas que visam fortalecer o conhecimento da usuária, percebendo a saúde não só como resultado de práticas individuais, todavia, como reflexo das condições de vida em geral. Sendo assim, a educação em saúde pode ser uma ferramenta de atuação por possibilitar a troca entre conhecimento técnico e popular, permitindo o desenvolvimento de ações de prevenção e controle de

1 Graduanda em Enfermagem pela Faculdade Ciências Médicas da Paraíba - FCM/PB. Extensionista do Ambulatório de curativo da Fundação Otacílio Gama e do Projeto saúde da mulher na Policlínica da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. E-mail: [email protected] 2 Graduanda em Enfermagem pela Faculdade Ciências Médicas da Paraíba - FCM/PB. Extensionista do Ambulatório de curativo da Fundação Otacílio Gama e do Projeto saúde da mulher na Policlínica da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. E-mail: [email protected] 3 Graduanda em Enfermagem pela Faculdade Ciências Médicas da Paraíba - FCM/PB. Extensionista do Projeto saúde da mulher na Policlínica da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. E-mail: [email protected] 4 Graduanda em Enfermagem pela Faculdade Ciências Médicas da Paraíba - FCM/PB. Extensionista do Projeto saúde da mulher na Policlínica da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. E-mail: [email protected] 5 Enfermeira. Mestranda em Enfermagem pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB. Docente em Enfermagem pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba – FCMPB. Email: [email protected] 6 Mestranda em Terapia Intensiva pela Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva (SOBRATI),Especialista em Saúde da Família,Professora de Enfermagem da Faculdade Ciências Médicas da Paraíba,Diretora do Centro de Atenção Integral à Saúde(CAIS CRISTO)do município de João Pessoa. E-mail: [email protected]

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| 65 doenças que possam vir a se instalar. Vale ressaltar a importância da interação entre teoria e prática vivenciada no período acadêmico. Desta forma, a educação em saúde proporciona ao estudante desenvolver habilidades acerca do manejo com a população, afim de ampliar conhecimentos práticos complementando a teoria estudada em sala de aula. OBJETIVO: Relatar a enriquecedora experiência de um grupo de educação em saúde para as gestantes e seus familiares. MATERIAL E MÉTODO: Trata-se de um relato de experiência desenvolvido a partir da vivência de extensionistas e docentes com um grupo de gestantes que participam do projeto de pesquisa e extensão “Promovendo o cuidar e ensinando a prevenir: uma proposta de educação em saúde para gestantes”, pertencente à Faculdade Ciências Médicas da Paraíba – FCMPB, localizada no município de João Pessoa – PB. As atividades são desenvolvidas na Policlínica FCM/PB, que além de dispor de assistência médica em ginecologia e obstetrícia onde é realizado o pré-natal de baixo risco. Participam do projeto as gestantes cadastradas que são atendidas na policlínica, duas docentes enfermeiras e seis extensionistas. Os encontros acontecem duas vezes na semana, no dia da realização do pré-natal, durante um período de 3 horas onde informações sobre as diferentes vivências são trocadas entre as gestantes, familiares, estudantes e professores. Com a execução desse projeto espera-se alcançar os seguintes resultados: uma melhor adesão das gestantes ao pré-natal, a realização de partos humanizados e bem sucedidos, redução de riscos e complicações no puerpério, melhora no manejo da amamentação e cuidados com o RN, maior integração entre gestantes usuárias da Policlínica com a equipe de saúde, sendo essas beneficiadas com ações educativas de prevenção e promoção da saúde, promover maior interação entre o conhecimento técnico e popular .O espaço físico para realizar as atividades consta de uma sala pertencente ao referido local. A instituição disponibiliza de equipamentos como aparelhos de data show, computador, cartazes, manequins de mamas e de recém nascido, panfletos educativos, colchonetes, bastões, maca, bolas suíças, entre outros. As atividades são realizadas por meio de encontros e discussões acerca de temáticas sugeridas, como: aleitamento materno, educação postural, técnicas de relaxamento, cuidados aos recém-nascidos, alimentação na gravidez, sexualidade na gestação, dentre outros. O trabalho de educação em saúde com gestantes participantes do projeto tem como ferramenta a educação popular sistematizada por Paulo Freire, valorizando o diálogo, o saber popular e a troca de experiências. É notório mencionar que a preparação dos discentes partícipes ocorre, inicialmente, mediante a leitura de textos que constituem o suporte básico do projeto, com reuniões semanais, que preparam o que será realizado no encontro da semana com as gestantes e seus familiares. RESULTADOS: O desenvolvimento do projeto tem propiciado destacar que há muitas lacunas na atenção pré-natal, a maioria delas pode ser sanada com a implementação das atividades educativas, levando em consideração o conhecimento prévio de cada mulher grávida, valorizando, ainda, um olhar diferenciado para os problemas cariciais das mulheres que se encontram no período gravídico puerperal. O Projeto se mostra enriquecedor para a formação acadêmica, colaborando com os futuros profissionais que assistirão as gestantes com o preparo científico atreladas às experiências de cada mulher grávida e sua família. É importante ressaltar que os assuntos a respeito do pré-natal são acordados com as gestantes e referem aos temas pertinentes a serem incluídos na programação. Desse modo, informações sobre as diferentes vivências são trocadas entre as mulheres, familiares, estudantes, os profissionais de saúde e professores. Essa possibilidade de intercâmbio de experiências e conhecimentos é considerada a melhor forma de promover a compreensão do processo de gestação. Vale ressaltar que as gestantes constituem o foco principal do processo de aprendizagem, porém atuamos, também, entre os companheiros e familiares para assim permitirmos uma assistência de forma integral e acolhedora. Neste aspecto, o grupo revelou-se como um recurso de grande valia para as suas participantes, constituindo-se num espaço para compartilhar experiências, sentimentos e afetos e socialização de saberes técnico-científico e popular. Ocasionou, ainda, uma maior compreensão de si e do mundo bem como a busca das possibilidades – recursos para a saúde integral na dimensão individual-coletiva. A diversidade de experiências vivenciadas e dúvidas são expostas no grupo começando uma conversa enriquecedora onde promovem a aproximação entre as mesmas através da

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| 66 linguagem maternal. Nesse contexto o grupo de gestantes desponta como uma proposta ideal para a realização de atividades de pesquisa e extensão dentro do curso de Enfermagem, pois proporciona ao acadêmico a vivência na assistência integral à saúde da mulher através do atendimento à gestante, parturiente, puérpera, organizando e produzindo atividades em grupos ao nível de assistência primária. Além disso, o projeto proporcionou maior interação com a comunidade de gestantes vinculadas ao serviço de saúde no programa de assistência ao pré-natal, parto, nascimento e puerpério; aproximação aos modos de enfrentamento e resolução das dúvidas surgidas no período gravídico-puerperal pelas gestantes e seus familiares. Desta forma, esse projeto é considerado totalmente proveitoso sob o olhar das gestantes, familiares, estudantes e professores em relação a adquirir conhecimento e experiência com as atividades realizadas. Essa troca de conhecimento mútuo entre os participantes fez com que percebêssemos a importância do grupo em relação à vivência dessas mulheres, pois algumas dúvidas que as mesmas tinham em relação aos temas expostos não eram sanadas nas consultas de pré-natais, e sim nos encontros semanais, onde elas podiam trocar experiências entre elas acerca da gestação, cuidados com o recém-nascido e puerpério. CONCLUSÃO: Neste contexto o projeto de pesquisa e extensão nos proporcionou uma experiência de suma importância para todo o processo-aprendizagem onde foi possível desencadear uma troca de saberes e experiências entre as gestantes, familiares, extensionistas e professores, contribuindo através dos encontros, rodas de conversas, dinâmicas que foram utilizadas para a melhor compreensão da gestação. Os resultados evidenciam que os alunos adquirem mais experiência na lida com grupos operativos, no caso o grupo de gestantes, o que certamente refletirá positivamente na prática dos futuros profissionais, sendo um momento único onde a troca de saberes flui positivamente desencadeando para os discentes que se instiguem ainda mais a pesquisar e explanar seus conhecimentos para contribuir com a sociedade para melhor adesão em todo o período do pré-natal. Outro ponto a se considerar é que este tipo de projeto envolve a essência da extensão de sair dos muros da Faculdade e atingir a sociedade como um todo e assim desenvolver nos estudantes a real necessidade de se atuar diretamente com a população, e com isso podemos perceber as necessidades da comunidade, para em seguida atuarmos com o conhecimento cientifico adquirido durante a graduação, fazendo uma correlação da teoria com a prática. Neste prisma as ações que foram desenvolvidas, visualizou-se a necessidade ainda da inclusão dos demais profissionais da saúde em atividades educativas galgada na interdisciplinaridade e na consolidação da saúde como um direito social e do estado. Descritores: Cuidado. Gestantes. Educação em saúde.

REFERÊNCIAS

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| 67 FORTES, P. A. C. ; MARTINS, C. L. A Ética , a humanização e a Saúde da Família. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v.53, n. especial, p.31-33, dez, 2000. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 33 ed. São Paulo:Paz e Terra, 2006. HENRIQUES, R. L. ACIOLI, S. A expressão do cuidado no processo de transformação curricular da faculdade de Enfermagem da Universidade do estado do Rio de Janeiro. In: PINHEIRO, R.; MATTOS, R. A. (Org.). Cuidado: as fronteiras da integralidade. Rio de Janeiro, ABRASCO, 2003. SIMÕES, A.L.A.; RODRIGUES, F.R.; TAVARES, D.M.S.; RODRIGUES, L.R. Humanização na saúde: enfoque na atenção primária. Texto Contexto de Enfermagem, v. 16. n. 3 . Florianópolis, 2007.

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EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA GESTANTES: REVISÃO DA LITERATURA

Elisama Naara Soares Moreira (relator)1 Marília Lourenço dos Santos 2

Rebeka Lucena de Moura Gama3 Anaiane de Sousa Fonseca4

Cristiani Garrido de Andrade5 Kamyla Félix Oliveira dos Santos6

INTRODUÇÃO: A capacidade de um indivíduo em levar uma vida repleta de realizações e de participar plenamente da sociedade depende de sua condição de saúde, sendo esse fator essencial para mulher que acumula o dever de criar filhos, de cuidar da saúde da família e, também, de construir uma carreia profissional. Dessa forma, para cumprir sua responsabilidade em relação aos entes queridos, a mulher necessita em primeiro lugar cuidar da própria saúde. É importante destacar que, em decorrência do processo de mobilização social, feministas e profissionais da Saúde iniciaram, em parceria com o Ministério da Saúde, a elaboração de propostas de atendimento à mulher que garantissem o respeito a seus direitos de cidadania, o que resultou na estruturação das bases fundamentais do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), no ano de 1983. De tal modo, na história da saúde pública no Brasil, a introdução do PAISM ampliou o elenco de ações de saúde destinadas à parcela feminina da população, destacando a atenção pré-natal pelo seu impacto e transcendência no resultado perinatal. De acordo com normatização do Ministério da Saúde, o pré-natal, na sua essência, se constitui como um conjunto de procedimentos clínicos e educativos com o objetivo de promover a saúde e identificar precocemente os problemas que possam resultar em risco para a saúde da gestante e o concepto. O pré-natal foi instituído no início do século XX e chegou ao Brasil por volta das décadas de 20 e 30, se estabelecendo, apenas, no pós-guerra. Neste período, pensava-se em diminuir os agravos na saúde da mulher, sem se pensar no feto. Nos anos 50 e 60, com a diminuição das taxas de mortalidade materna, iniciou-se a preocupação, com o feto e sua saúde. Assim sendo, com os avanços tecnológicos e sociais, o pré-natal se firmou, transformando-se na prática assistencialista que acontece na atualidade. Nesse prisma, convém enfatizar que na fase de gestação a mulher sente a necessidade de ser acolhida, uma vez que a mulher, bem como o companheiro/família, atravessam uma série de transformações em sua vida, uma vez que nesse período, além das mudanças corporais da mulher, ocorrem mobilizações emocionais, a fim de adaptar-se ao novo papel que lhe é fornecido, a partir dessa vivência. As práticas educativas referem-se às atividades de educação em saúde, voltadas para o desenvolvimento de capacidades individuais e coletivas, com vistas à melhoria da qualidade de vida e saúde. A educação em saúde não é apenas um processo de intervenção na doença, mas sim é

1Graduanda em Enfermagem pela Faculdade Ciências Médicas da Paraíba - FCM/PB. Extensionista do Ambulatório de curativo da Fundação Otacílio Gama e do Projeto saúde da mulher na Policlínica da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. E-mail: [email protected] 2Graduanda em Enfermagem pela Faculdade Ciências Médicas da Paraíba - FCM/PB. Extensionista do Ambulatório de curativo da Fundação Otacílio Gama e do Projeto saúde da mulher na Policlínica da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. Email: [email protected] 3Graduanda em Enfermagem pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba – FCM/PB. Extensionista do Projeto Saúde da Mulher na Policlínica da Faculdade de Ciências Médicas da Paraiba. Email: [email protected] 4Graduanda em Enfermagem pela Faculdade Ciências Médicas da Paraíba - FCM/PB. Extensionista do Projeto saúde da mulher na Policlínica da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. E-mail: [email protected] 5Enfermeira. Fonoaudióloga. Mestranda em Enfermagem pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB. Especialista em Saúde Coletiva com ênfase na ESF. Docente em Enfermagem pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba – FCMPB. Membro e Pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Bioética – NEPB. Email: [email protected]. 6Enfermeira. Mestranda em Enfermagem pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB. Especialista em Saúde Pública e saúde coletiva. Docente em Enfermagem pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba – FCMPB. Email: [email protected]

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| 69 caracterizada como artifícios utilizados para que o indivíduo e a coletividade disponham de meios para a manutenção ou recuperação do seu estado de saúde, no qual estão relacionados os fatores orgânicos, psicológicos, socioeconômicos e espirituais. Ressalta-se que A diversidade de experiências vivenciadas e duvidas são expostas no grupo começando uma conversa enriquecedora onde promovem a aproximação entre as mesmas através da linguagem maternal. Nesse contexto, emergem os grupos de educação em saúde para gestantes. A realização dessas ações educativas no decorrer de todas as etapas do ciclo gravídico-puerperal é muito importante, no entanto é no pré-natal que a mulher deverá ser melhor orientada, para que possa vivenciar o parto forma positiva integradora, enriquecedora e feliz, além de ter menos riscos de complicações no puerpério e, consequentemente, mais sucesso na amamentação. Assim sendo, é de fundamental importância para os profissionais da Saúde, assumir uma postura de educadores, compartilhando saberes, buscando devolver à mulher sua autoconfiança para viver a gestação, o parto e o puerpério. Diante do exposto, considerando a relevância dessa temática para os estudantes e profissionais da Saúde, esse estudo apresentou como objetivo: investigar a produção científica acerca da educação em saúde para gestantes. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão de literatura, consubstanciada na leitura pertinente a temática que teve como fonte de dados publicações acerca da temática disponibilizadas na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), no período de 2005 a 2012. Para viabilizar a coleta de dados foram utilizados como descritores: “educação em saúde and gestantes”. A população de estudo foi composta de 141 publicações, em português, dentre as quais 16 artigos fizeram parte da amostra, respeitando os critérios de inclusão: artigos da língua portuguesa, que abordassem a temática referida e que estivessem disponibilizados na íntegra, nas bases de dados selecionadas para pesquisa, dentre o período acima mencionado. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS: Os resultados revelaram que no ano de 2011 foi o ano que houve maior período de publicações, totalizando 5 artigos, seguido dos anos de 2010 com 4 publicações, 2011 com 2 artigos e dos anos de 2005, 2006, 2007, 2008 e 2012, com apenas 1 artigo, cada. No que diz respeito aos pesquisadores, a categoria mais significativa foram enfermeiros e estudantes de graduação do curso de enfermagem com apoio das Unidades Básicas de Saúde. Após a leitura do material empírico observou-se que a educação em saúde realiza ações que envolvem as dimensões do diálogo, do respeito e da valorização do saber popular, sendo considerado um instrumento de construção para uma saúde mais integral e adequada a vida da população, representando uma prática de saúde na qual não há domínio de um saber sobre outro, mas uma interação especificamente humana entre valores, pensamentos e sentimentos, através de um aprofundamento da intervenção da ciência na vida cotidiana das famílias e da sociedade. Desse modo, a educação em saúde pressupõe a expectativa de um trabalho com indivíduos e grupos, utilizando metodologias participativas e fundamentando-se na compreensão das gestantes como protagonistas, como fonte de iniciativa, de liberdade e compromisso, e dessa forma, valorizando a dignidade plena e a possibilidade de uma construção coletiva do conhecimento em saúde. Nessa perspectiva, emergem os grupos de educação em saúde para gestantes. No que concerne aos grupos de gestantes, esses oferecem suporte terapêutico a essas mulheres, haja vista que, um grupo pode ajudar pessoas durante períodos de ajustamento e mudanças, no tratamento de crises ou ainda na manutenção ou adaptação a novas situações. O grupo de gestantes é um ambiente micro e dinâmico, que tem como objetivo proporcionar a saúde integral individual – coletiva das gestantes, mediada pelas interações que acontecem neste espaço. As interações geradas entre os participantes e os profissionais de saúde originam um encadeamento que permite a promoção da saúde integral com implicações desse processo no individual – coletivo. Deste modo, a participação no grupo consente à gestante ser multiplicadora de saúde na sociedade. Nesse espaço, há a troca mútua de saberes e experiências. Cada participante fornece sua parcela de saber, ninguém sabe mais do que ninguém, ninguém é completo. Acadêmicos, gestantes e profissionais se completam e dividem um espaço, o qual todos precisam aprender cada vez mais e isto é feito através do compartilhar, e não, exclusivamente, da doação. As gestantes propagam-se através de compartilhar experiências, de forma comunicativa, estimando o saber popular e

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| 70 contribuindo para a promoção da saúde e para melhoria da qualidade de vida. A promoção à saúde no pré-natal ocorre quando possibilitamos à mulher conhecimento sobre seu corpo e compreensão das alterações ocorridas, atuando de forma mais consciente e positiva no seu gestar. Nesse contexto, a educação em saúde necessita o olhar para o conceito de gênero em sua dimensão social, histórica e política, necessário ao atendimento da mulher que vivencia o processo de gestar e parir e os condicionantes sociais, culturais e históricos que restringem, fixam e ocultam o valor e o poder desses sujeitos. E assim a troca de experiências é reafirmada pela literatura como a melhor forma de promover a compreensão do processo de gestação, e a prática de realizar grupos se justifica, pois, como forma de trocar experiências durante uma consulta de pré-natal. Embora a gravidez seja um evento biologicamente normal, é um acontecimento excepcional na vida da mulher e de sua família e, como tal, exige profundas e rápidas adaptações físicas e emocionais, o que acaba gerando ansiedade na mulher. Em vista disso, quanto mais oportunidades de falar sobre a percepção que vai tendo de suas modificações – físicas, no humor, na relação com o companheiro e familiares – forem dadas à gestante, mais aumentam suas chances de adaptação. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Após a realização deste estudo, verificamos que a contribuição dessas publicações poderá oferecer aos profissionais de enfermagem que lidam com gestantes e educação e saúde no pré-natal melhor subsídio acerca da temática ora exposta. A realização de ações educativas no decorrer de todas as etapas do ciclo grávido-puerperal é de suma importância, mas é no pré-natal que a mulher deverá ser melhor orientada para que possa viver o parto de forma positiva, ter menos riscos de complicações no puerpério. Acreditamos que ao oferecer a possibilidade de participação em uma atividade educativa, utilizando a educação em saúde como principal ferramenta de articulação, estamos contribuindo para a conscientização da relevância do autocuidado e do cuidado com o recém-nascido, visando a uma melhor qualidade de vida para as gestantes em todo ciclo gravídico-puerperal. Constata-se que essa possibilidade de intercâmbio de experiências e conhecimentos é considerada como a melhor forma de promover a compreensão do processo de gestação. Descritores: Educação em Saúde. Gestantes. Promoção à saúde. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Assistência integral à saúde da mulher. Bases de Ação Programática, 1985. DELFINO, M. R. R et al. O processo de cuidar do participante com um grupo de gestantes: repercussões na saúde integral individual – coletiva. Ciênc. saúde coletiva, v .9 , n.4 , p . 1057 -1066, 2004. FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 42 ed. Rio de Janeiro: Paz e terra, 2005. GALLETA, M. A. A importância do pré-natal. Copyright clube do bebê. WebDesign by Microted, 2000. Disponível em: <http//www.clubedobebe.com.br>. Acesso em: 25 mai. 2009. MOREIRA, C.T.; BECKER, M.L.S. Educação em saúde a gestantes utilizando a estratégia em grupo. Rev. RENE, v. 8, n. 3, p. 107-116, 2007. RAMOS, F.R.S. Bases para uma re-significação do trabalho de Enfermagem junto ao adolescente. In: Associação Brasileira de Enfermagem – ABEn. Adolescer: compreender, atuar, acolher. Brasília: Associação Brasileira de Enfermagem, 2001. p . 11-18. RICCI, S. S. Enfermagem materno-neonatal e saúde da mulher. Rio de Janeiro: Guanabara, 2008.

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| 71 RIOS, C. T. F.; VIEIRA, N. F. C. Ações educativas no pré-natal: reflexão sobre a consulta de enfermagem como um espaço para educação em saúde. Ciênc. saúde coletiva, v. 12, n. 2, p. 11-15, 2007. SARTORI, G. S.; VAN DER SAND, I. C. P. Grupo de gestantes: espaço de conhecimentos, de trocas e de vínculos entre os participantes. Rev. Eletrônica de Enfermagem, v. 6, n. 2, p.10-13, 2004. TREVISAN, M. R. et al. Perfil da assistência pré-natal entre usuárias do Sistema Único de Saúde em Caxias do Sul. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., v. 24, n. 5, p. 293-299, 2002. VASCONCELOS, E. M. Educação popular e atenção à saúde da família. 3 ed. São Paulo: HUCITEC, 2006.

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EFEITOS DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA FUNCIONAL SOBRE PADRÃO DE MARCHA EM PACIENTES HEMIPARÉTICOS

Aline Miranda de Vasconcelos(Relator)1 Romênia Silva Bezerra de Menezes2

Laura de Sousa de Gomes Veloso3 José Artur de Paiva Veloso4

INTRODUÇÃO: Segundo Durward, Baer e Wade (2000, p.83), o acidente vascular encefálico (AVE) é definido como “um sinal clínico de rápido desenvolvimento de perturbação focal da função cerebral, de suposta origem vascular e com mais de 24 horas de duração.” O AVE consiste no surgimento agudo de uma disfunção neurológica devido a uma anormalidade na circulação cerebral em determinada parte do cérebro, afetando o lado contra-lateral do corpo, provocando um quadro de hemiplegia ou hemiparesia, além de uma grande variedade de déficits neurológicos nos componentes motor, sensitivo, mental, perceptivo e de linguagem. O seu início pode se dar de forma abrupta ou focal, causada por isquemia ou hemorragia (O’SULLIVAN; SCHMITZ, 2004). De acordo com Beinotti et al (2007), a perda de deambulação independente é umas das consequências mais comuns do AVE, manifestando-se em cerca de 51% dos pacientes acometidos, enquanto 12% necessitam de auxílio para locomoção. Os efeitos imediatos e mais significativos do AVE sobre a marcha hemiparética, apresentam-se na redução da força ou na inabilidade de gerar contrações musculares voluntárias e normais em qualquer grupo muscular e no tempo inapropriado de atividade muscular. O processo de reabilitação do paciente hemiparético é complexo, principalmente quando se trata de alteração na marcha, haja vista que o aumento do tônus muscular leva a uma grande incapacidade funcional e comprometimento da qualidade de vida destes pacientes (DURWARD, 2001). As intervenções terapêuticas que se concentram em restaurar as habilidades funcionais de pacientes com problemas neurológicos têm sido parte do trabalho dos fisioterapeutas desde o início dessa profissão. Da mesma forma, os demais profissionais da área de saúde, também se concentram em diversos aspectos da recuperação do controle funcional. O fisioterapeuta atua avaliando, determinando um prognóstico e realizando intervenções que fortalecem os pacientes, a fim de contribuir na melhora das atividades de vida diária, como levantar da cama, tomar banho, andar, comer, trabalhar e interagir socialmente. A reabilitação consiste na aplicação de um programa planejado de acordo com o grau de capacidade de cada paciente, objetivando minimizar os efeitos do aumento de tônus, manter e melhorar a amplitude de movimento prevenindo deformidades, melhorar funções respiratórias e motoras, promover consciência corporal, equilíbrio, coordenação e independência funcional através do tratamento fisioterapêutico disposto em recursos terapêuticos (UMPHRED, 2004). Segundo Agne (2007), uma intervenção da fisioterapia utilizada na reabilitação dessas diversas condições neurológicas é a Estimulação Elétrica Funcional (FES) que constitui em uma modalidade da eletroterapia aplicada em músculos paréticos, com a finalidade de executar movimentos funcionais, promover reeducação muscular, retardamento de atrofia, inibição temporária de espasticidade, redução de contraturas e

1Acadêmica da Graduação em Fisioterapia da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. João Pessoa/ PB. Autora-Apresentadora. E-mail: [email protected]. 2Acadêmica da Graduação em Fisioterapia da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. João Pessoa/ PB. Co-Autora. E-mail: [email protected] 3Prof(a). Esp. do Curso de Fisioterapia da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. João Pessoa/PB. Co-Orientador. E-mail: [email protected] 4Prof. Ms. do Curso de Fisioterapia da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. João Pessoa/PB. Co-Orientador. E-mail: [email protected]

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| 73 melhora da função do membro inferior na marcha de pacientes hemiparéticos pós-AVE. Esse estudo teve como objetivo verificar os efeitos da Estimulação Elétrica Funcional (FES) sobre o padrão de marcha em pacientes hemiparéticos. METODOLOGIA: A corrente foi utilizada no músculo tibial anterior do membro acometido, com intensidade de acordo com a tolerância e a resposta contrátil do paciente, durante 30 minutos, 2 vezes por semana, totalizando 10 sessões, sendo realizada uma avaliação fisioterapêutica contendo: a análise cinemática da marcha, a goniometria, a Escala de Ashworth Modificada, o POMA I-Tinetti simplificado e o Índice de Barthel. Os critérios de inclusão para a amostra foram: estar realizando o atendimento fisioterapêutico; ter sofrido o AVE há mais de seis meses; e ser capaz de deambular sem apoio por no mínimo dez metros; E os critérios de exclusão foram: demonstrar déficits de cognição que impossibilite de entender a técnica; alteração da sensibilidade e deformidades no membro hemiparético; possuir espasticidade muito severa e ser portador de marcapasso. O estudo é de caráter descritivo e exploratório com abordagem quantitativa para análise dos dados e método de amostragem intencional. A amostra foi composta inicialmente com dez (10) pacientes, mas depois de observados os critérios de inclusão e exclusão foram delimitados pelos pesquisadores sete (7) pacientes, onde houve duas (2) desistências. A amostra foi, então, constituída por cinco (5) pacientes participantes do projeto de extensão “A integralidade em condutas a pacientes neurológicos” e da disciplina “Prática Clínica Fisioterapêutica em Neurologia” na Clínica-Escola de Fisioterapia , ambos pertencentes à Faculdade Ciências Médicas da Paraíba, João Pessoa/PB. Obedeceu-se as normas e diretrizes do Conselho Nacional de Saúde 196/96 e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Paraíba – CEP/CCS, com protocolo n° 0103. Os dados foram analisados por estatística descritiva e analítica, utilizando o software Microsoft Excel 2002 e para análise correlacional foi utilizado o teste t de Student para comparação dos grupos e Correlação de Pearson para correlações entre as variáveis, considerando um intervalo de confiança de 95% para significância dos resultados. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS: Para caracterização dos pacientes foi relacionada uma breve identificação incluindo gênero, idade, grau de instrução, tipo de AVE, hemicorpo parético, tempo de sequela e o período em que realiza a fisioterapia. Em relação ao gênero dos participantes avaliados, três são masculino e dois feminino, com média de idade de 56 anos e desvio padrão de ±10,66. Tratando-se do nível educacional (n=1) apresenta ensino médio completo; (n=1) ensino superior incompleto; (n=1) ensino fundamental incompleto e (n=2) ensino fundamental completo, todos os participantes apresentam AVE do tipo isquêmico, sendo o hemicorpo esquerdo acometido em (n=1) dos pacientes, enquanto o direito corresponde a (n=4), Tempo de sequela variando de 9 a 60 meses e o período de fisioterapia de 9 a 24 meses. Quanto às características da amostra, a maior proporção encontrada no gênero masculino, no presente estudo, remete à prevalência das doenças cerebrovasculares nesse grupo que se mostra mais propenso ao desenvolvimento e às comorbidades dessas condições clínicas (DUNCAN et al, 2003; BRUNO et al, 2000). De acordo com as informações colhidas durante a anamnese quanto ao tempo de realização dos atendimentos fisioterapêuticos, que variou entre nove e sessenta meses, foi possível se ter uma ideia, que este pode estar relacionado com o grau de independência na deambulação e estabilização muscular. Pois, após um AVE, quanto mais cedo começar a recuperação, melhor será o prognóstico, de modo típico, a melhora funcional é mais rápida, durante os primeiros meses após o acidente (LUNDY-EKMAN, 2000). Foi observado um aumento na amplitude articular no movimento de dorsiflexão passiva do membro parético por meio da goniometria (Avaliação - 15,20º, ±3,63; Reavaliação – 16,00º, ±2,00); aumento do comprimento da passada no membro parético (Avaliação – 58,48cm, ±15,83; Reavaliação – 59,48cm, ±15,73); aumento da velocidade (Avaliação – 0,27m/s, ±0,17; Reavaliação – 0,31, ±0,14); da cadência (Avaliação – 50,68passos/minuto, ±18,16; Reavaliação – 56,40passos/minuto, ±19,15); na avaliação de equilíbrio analisados através da escala de POMA I-Tinetti simplificado (Avaliação – 9,40; ±1,67; Reavaliação – 11,20; ±2,68) e da independência funcional analisado através do Índice de Barthel (Avaliação – 79,00; ±12,94;

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| 74 Reavaliação – 92,00; ±7,58). O tratamento fisioterapêutico promove uma melhorasobre o recrutamento de unidades motoras, o que garante um melhor desempenho no ato motor, melhorando a velocidade, a destreza e a coordenação dos movimentos, além de promover outros benefícios, tais como, melhora na amplitude articular e regulação do tônus muscular (PAVANI, 2003). Quanto à avaliação da graduação da espasticidade constatou-se ao final das sessões de aplicação da FES, uma redução dessa alteração do tônus dos flexores plantares em 60% da amostra (n=3), e uma manutenção em 40% dos pacientes (n=2). Lianza e Fonseca (2007) afirmam que a FES é responsável pela diminuição da espasticidade por co-ativar os motoneurônios alfa e gama dos músculos fracos ou paralisados, devido a lesão neuromuscular, estimulados eletricamente ao mesmo tempo em que inibem reciprocamente os músculos antagonistas espásticos. Em seus trabalhos clínicos, os resultados evidenciaram uma melhora da espasticidade com o uso dessa corrente. A FES fornece também um feedback cutâneo que altera a população de unidades motoras ativadas (STAUB, 2005). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados deste estudo apontam a importância do tratamento fisioterapêutico na melhora do estado funcional e, consequentemente da qualidade de vida dos pacientes espásticos pós-AVE, sendo a FES um eficiente recurso coadjuvante na reabilitação desses pacientes, ao contribuir para o aumento da amplitude articular do movimento de dorsiflexão passiva, na melhora dos parâmetros espaço-temporais da marcha, bem como na redução da espasticidade e no aumento do equilíbrio e da capacidade funcional. A evolução positiva dos parâmetros lineares da marcha como o aumento na velocidade, cadência e base de suporte garantem uma melhor qualidade da marcha com consequente diminuição do comprometimento motor e melhor controle da função dos membros inferiores. Além disso, a diminuição da espasticidade dos músculos flexores plantares gera condições que facilita o controle do tônus e a aquisição de movimentos, proporcionando também melhor equilíbrio e independência funcional. Torna-se válido, assim, a utilização da FES como proposta terapêutica a ser adotada pelos profissionais envolvidos na reabilitação, amplificando a visão nas suas avaliações e condutas. Sugere-se também que sejam realizados outros estudos com a amostra, tempo de aplicação e número de atendimentos maiores, englobando grupos controle, buscando explorar com maior fidedignidade a problemática das sequelas apresentadas na marcha após o acidente vascular encefálico e os efeitos da estimulação elétrica funcional sobre o padrão de marcha, para levantar inferências sobre estratégias resolutivas a fim de promover uma melhor independência funcional e autonomia a esses indivíduos. Descritores: Fisioterapia, Acidente Vascular Cerebral e Estimulação Elétrica. REFERÊNCIAS AGNE, Eduardo Jones. Eletrotermoterapia: Teoria e Prática. Santa Maria: Orium, 2007. BEINOTTI, Fernanda; Fonseca, Carla Prazeres; Silva, Maria do Carmo; Gaspar, Maria Izabel Fernandes de Arruda Serra; Cacho, Enio Walker Azevado; Oberg, Telma Dagmar. Treino de marcha com suporte parcial de peso em esteira ergométrica e estimulação elétrica funcional em hemiparéticos. Acta Fisiátrica, v. 14, n. 3, p. 159-163, 2007. BRUNO, Auri de. Abreu.; FARIAS, Carolonne Atta.; IRYIA, Guilherme Tsutomu; MASIERO, Danilo. Perfil dos pacientes hemiplégicos atendidos no Lar Escola São Francisco: Centro de Reabilitação. Acta Fisiátrica, v. 7, n. 3, p. 92-94, 2000. DUNCAN, Pamela; STUDENSKI, Stephanie; RICHARDS, Lorie. Randomized Clinical Trial of Therapeutic Exercise in Subacute Stroke. Stroke, v. 34, p.2173-2180, 2003. DURWARD, Brian; BAER, Gillian; WADE, John. Acidente Vascular Cerebral. In:

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ABERTURA

| 75 STOKES, Maria. Neurologia para Fisioterapeutas. São Paulo: Premier, 2000. cap. 7, p. 83-100. DURWARD, Brian R.; BAER, Gillian D.; ROWE, Philip J. Movimento funcional humano mensuração e análise. Barueri, São Paulo: Manole, 2001. LIANZA, Sergio; FONSECA, Ana Paula Coutinho. Estimulação Elétrica Funcional (FES). In: LIANZA, Sergio. Medicina de Reabilitação. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. cap. 9, p. 126-147. LUNDY-EKMAN, Laurie. Neurociência fundamentos para reabilitação. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. O’ SULLIVAN, Susan; SCHMITZ, Thomas J. Fisioterapia: Avaliação e Tratamento. 4. ed. São Paulo: Manole, 2004. PAVANI, Rodrigo; MACHADO, Márcia Cassiano. Tratamento da espasticidade muscular: revisä e estudo das técnicas. Fisioterapia em Movimento, v. 16, n. 3, p. 19-28, 2003 UMPHRED, Darcy A. Reabilitação Neurológica. 4. ed. Manole: São Paulo, 2004.

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FERRAMENTAS DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM DOS TUMORES

TESTICULARES DE CÉLULAS GERMINATIVAS

Severino Aires de Araújo Neto1 Carlos Fernando de Mello Junior²

Rodrigo Barbosa Novais (Relator)³ Yan Fernandes de Albuquerque4

BlenstenHaustenHarley Sousa Neves5

INTRODUÇÃO: As neoplasias malignas de testículo são os tumores sólidos mais comuns em indivíduos do sexo masculino de idade entre 15 e 35 anos, apesar desses tumores corresponderem somente à 1% de todos os cânceres nos homens.1 Podem ser divididos em Tumores de Células Germinativas (TCG), que correspondem à 95% dos tumores de testículo, e em Tumores de Células Não Germinativas (TCNG). Os TCG podem ser constituídos por um ou mais tipos histológicos. Em 60% dos casos, são verificados seminomas puros; enquanto, nos demais, são classificados como tumores não seminomatosos, que comumente estão associados a tumores seminomatosos, evidenciando tumores mistos, à histopatologia.2,3Este trabalho de revisão visa a levantar os principais achados no diagnóstico por imagem dos TCG, analisando as indicações das principais ferramentas imaginológicas, quanto a acessibilidade, custo e benefício, a fim de otimizar a propedêutica. METODOLOGIA: Este trabalho de revisão visa a levantar os principais achados no diagnóstico por imagem dos TCG, e a analisar as ferramentas imaginológicas aplicáveis ao seu estudo, quanto a acessibilidade, custo e benefício. Será feita uma revisão de literatura nos bancos de dados da AnnualReviews, Cambridge Journals Online, Highwire Press, JAMA, Wiley, OVID, Medline/Pubmed, New EnglandJournalof Medicine, ScieELO, Elservier e Metapress. RESULTADOS: Quando detectados indícios clínicos de tumoração testicular devemos estar cientes da necessidade da avaliação por exames de imagem, pois, mesmo sem a análise histopatológica, alguns achados imaginológicos nos permitem identificar com alta sensibilidade e especifidade o tipo de tumor testicular, além disso, tem grande utilidade para estadiar lesões malignas. Marcadores tumorais como a α-fetoproteína, a subunidade beta da gonadotrofina coriônica (βHCG) e a desidrogenase láctea (DHL) são relevantes, para odiagnóstico do tumor. O método de imagem inicial para detecção precoce do câncer testicular é o eco-doppler colorido, utilizando transdutores de alta freqüência 7,5 - 10 MHz, a imagem obtida pode demonstrar, no parênquima testicular, uma massa sólida de baixa ecogenicidade, heterogênea, com ou sem áreas císticas ou calcificações, e aumento da vascularização; Tratar-se de um método acessível e de baixo custo.4,7 A ultrassonografia (USG) também é útil para disgnóstico diferencial de outras anormalidades escrotais, como microlitiase, inflamação, infecções, cistos ou doenças granulomatosas, além disso, diferencia lesão intra da extra testicular. A localização é clinicamente relevante, pois 95% das lesões intraparenquimatosas são malignas.4,11 A USG isolada, por sua vez, não é capaz de diferenciar os diferentes tipos de tumor de testículo, apesar de em algumas ocasiões identificar se trata-se de um tumor seminomatoso ou não seminomatoso.5 Assim como a USG, a TC não distingue adequadamente os diferentes tipos tumorais, portanto não deve ser usada para estipular o provável tipo histológico. Para melhorar a acurácia da TC, na avaliação de focos de disseminação, deve-se correlacionar os achados de imagem com as manifestações clínicas, os

1Professor Adjunto de Medicina da UFPB; Médico Titular do Colégio Brasileiro de Radiologia; Doutor pela UNICAMP;[email protected] ²Professor Adjunto de Medicina da UFPB; Médico Titular do Colégio Brasileiro de Radiologia; Doutor pela USP-SP; [email protected] ³Acadêmico de Medicina da FCM-PB; [email protected] 4Acadêmico de Medicina da FCM-PB; [email protected] 5Acadêmicode Medicina da UFPB; [email protected]

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ABERTURA

| 77 marcadores tumorais e o conhecimento do padrão anatômico de disseminação do tumor, que é predominantemente linfática retroperitoneal, na dependência do sítio primário da lesão original.4,5,20 A RM permite diagnóstico de microtumores em linfonodos de tamanho normal, diferencia adenopatias de origem neoplásica das inflamatórias, logo apresenta maior sensibilidade e especificidade, principalmente na detecção de doenças metastásticas.5 O métodos tem alta sensibilidade e especificidade na diferenciação de tumores malignos e benignos; respectivamente, 100% e 87,5%, além de não expor o paciente a contrastes iodados e radiação.4,12-14Através da RM, observou-se uma correlação adequada com o tipo histológico em 92,8%, fato que reforçou a utilidade do método no diagnóstico e no estadiamento dos TCG. Para diferenciar tumores malignos de benignos através da RM, atenta-se para as características dispostas em tabela. Para um estudo mais preciso da lesão, a fim de sugerir o tipo histológico, a ressonância magnética (RM) é o exame de imagem mais indicado.5, 12-

14A tomografia por emissão de positrons (TEP), por sua vez, apresenta sensibilidade de 88% e especificidade de 95%, a maior dentre todos esses métodos. Em 91% dos casos, a TEP é capaz de avaliar adequadamente a resposta quimioterápica de pacientes portadores de doença metastática, mas seu uso praticamente se restringe a essa indicação, devido ao seu alto valor e difícil acesso, limitando o uso na rotina clínica.19,20 CONCLUSÃO: Os grandes centros preconizam a ultrassonografia com doppler como primeiro exame para avaliação dos tumores de testículo, entretando esse método não é suficiente para orientar o tratamento dos TCG. A radiografia de tórax deve ser realizada na busca por lesões metastáticas, uma vez que tem boa acurácia e baixo custo, mas somente ela não é capaz de firmar o estadiamento das lesões, então deve ser associada à TC, quando forem identificados focos metastáticos. Após a realização da USG, na busca por sítios metastáticos e estabelecimento do estadiamento do tumor, a tomografia computadorizada (TC) é o exame de melhor relação custo-benefício, por ser mais acessível que a RM, fornecendo informações praticamente equivalentes, apesar de a última apresentar maior sensibilidade e especificidade. A RM por sua vez, apesar de seu alto custo deveria ser o exame de escolha na avaliação dos TCG, tanto préviamente ao tratamento, quanto no acompanhamento, pois pode diferenciar com clareza lesões benignas e malignas, e pode prover quando nas mãos de um profissional capacitado um diagnóstico de alta precisão do tipo histológico do tumor em questão. O TEP é um exame de alto custo e seu uso deve ser restrito à casos específicos onde há realmente dúvida na resposta ao tratamento e principalmente quando houver necessidade da avaliação da resposta ao tratamento quimioterápico, afim de que em casos onde existe a necessidade ocorra a troca rápida dos quimioterápicos. DESCRITORES: Neoplasias Embrionárias de Células Germinativas, Seminoma, Diagnóstico por Imagem. REFERÊNCIAS 1. Jemal A, Siegel R, Xu J, Ward E. Cancer statistics, 2010. CA Cancer J Clin 2010; 60:277. 2. Groll RJ, Warde P, Jewett MA. A comprehensive systematic review of testicular germ cell tumor surveillance. CritRevOncolHematol 2007; 64:182. 3. Warde P, Gospodarowicz M. Evolving concepts in stage I seminoma. BJU Int 2009; 104:1357. 4. Alejando J, Rócio C, Alfonso G, Stoopen M, Barois V, Kimura Y. Cáncer de Testículo. Análes de Radilogía México 2009; 1:47-59. 5. Winer-Muram H. The Solitary Pulmonary Nodule. Radiology 2006; 239: 34-49. 6. Manuel H, Mitiriki N, Hussain A. Update on testicular germ cell tumors. CurrOpinOncol 23:265–270 7. Carmignani L, Gadda F, Gazzano G et al. High incidence of benign testicular neoplasms diagnosed by ultrasound. J Urol 2003; 170: 1783–6

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| 78 8. Richie JP, Steele GS. Neoplasms of the testis. In WalshPC, RetikAB, Vaughan ED, WeinJAeds, Campbell’s Urology, 8th edn. Philadelphia: WB Saunders, 2002; 2876–919 9. Comiter CV, Benson CJ, Capelouto CC, Kantoff P, Shulman L, Richie JP, et al. Nonpalpableintratesticular masses detected sonographically. J Urol 1995; 154:1367–9. 10. Walsh C, Rushton HG. Diagnosis and management of teratomas and epidermoid cysts. UrolClin North Am 2000; 27: 509–18 11. Kim HK, Goske MJ, Bove KE, Minovich E. Case Report: Segmental testicular infarction in a young man simulating a testicular tumor. PediatrRadiol 2009; 39: 400-402 12. Tsili AC, Argyropoulou MI, Giannakis D, Sofikitis N, Tsampoulas K. MRI in local characterization and local staging of testicular neoplasm. AJR 2010; 194:682–689 13. Sohaib SA, Koh DW, Husband JE. The role of imaging in the diagnosis, staging and management of testicular cancer. AJR 2008; 191:387–395 14. Muglia V, Tucci S, Elias J, Trad CS, Bilbey J, Cooperberg PL. Magnetic resonance imaging of scrotal diseases: when it makes the difference. Urology 2002; 59:419-423 15. Tsili AC, Tsampoulas C, Giannakopoulos X, et al. MRI in the histologic characterization of testicular neoplasms. AJR 2007; 189:1473; 16. Dogra VS, Gottlieb RH, Oka M, Rubens DJ. Sonography of the scrotum. Radiology 2003; 227: 17. Albers P, Albrecht W, Algaba F, et al. Guidelines on testicular cancer. EurUrol 2005; 48:885-894 18. Tsili AC, Tsampoulas C, Giannakopoulos X, et al. Solitary fibrous tumor of the epididymis: MRI features. Br J Radiol 2005; 78:565-56819 19. Flores-Colín I, Navarro-Reynoso F, Pérez-Romo A, Cicero-Sabido R. Lavado y cepilladobronquialesen tumores pulmonares centrales y periféricos sospechosos de malignidad. RevIinstNalEnfRespMex 2006; 19(1): 9-15. 20. Shreve PD, Anzai Y, Wahl R. Pitfallsinoncologic diagnosis with FDG PET imaging: physiologic and benign variants. RadioGraphics 1999; 19: 61-77. 21. Richie JP, Steele GS. Neoplasms of the testis. In: Walsh PC, Retik AB, Vaughan

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FISIOTERAPIA NAS NEUROCIÊNCIAS: A TERAPIA DO ESPELHO EM PACIENTES NEUROLÓGICOS. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Fhilipe Santos Ferreira (Relator)1 Bruno da Silva Brito2

Carlos André Gomes Silva3

INTRODUÇÃO: A neurologia, influenciado pelas novas teorias das neurociências, vem passando por mudanças nas últimas décadas, acredita-se que o sistema nervoso era incapaz de se regenerar diante de uma lesão. Inúmeras gerações de profissionais da saúde foram ensinadas que cada função do corpo tem sua localização fixa no cérebro e, quando lesadas, os danos são permanentes. Todavia, com os avanços técnico-científicos, vem ocorrendo uma mudança de paradigma na neurologia, com isso inúmeros espaços e inovações foram surgindo e confirmando a extinção deste dogma e demonstrando uma nova visão da função cerebral, levando-se em consideração evidências de interações sensoriais, assim como, da plasticidade cerebral 3,4. Partindo desses princípios, na tentativa de atenuar os déficits sensório-motores e acelerar o processo de recuperação funcional, a técnica de Terapia do Espelho (feedback visual espelhado) introduzida, inicialmente, em pacientes amputados pelos estudiosos, Ramachandran e Rogers em 1992, sendo posteriormente também utilizada em pacientes neurológicos para a reabilitação motora da amplitude, velocidade e precisão dos movimentos. Desse modo, a Terapia do Espelho consiste de uma técnica que explora os efeitos obtidos pela percepção visual através do espelho, proporcionando ao paciente um estímulo visual apropriado, onde hipoteticamente pode consistir em uma estratégia de “cópia motora” para o membro acometido, por um feedback externo com o uso do espelho, e um feedback interno com a prática mental de atividades funcionais. Estudiosos explicam que a percepção visual obtida pelo espelho pode provocar diferentes estimulações corticais e, assim, fazer com que o cérebro entenda que aqueles movimentos vistos, através do espelho, estejam de fato sendo realizado pelo membro acometido, reestabelecendo assim, as atividades neuronais cerebrais, daquela região, pela reorganização cortical e, então, restaurando substancialmente as funções do membro lesionado. Da mesma forma, em outros estudos, a técnica sugere que uma rede neural responsável pelo controle de uma mão em uma determinada tarefa pode ser utilizada nos movimentos de outra mão, referindo-se à capacidade de memorização de um procedimento. Assim, o cérebro é reeducado através de uma simples tarefa, onde o indivíduo realiza uma série de movimentos com o braço saudável, sendo que este é visto ao espelho como se fosse o braço lesionado. Com isso, pretende-se “enganar” o cérebro, fazendo com que ele imite os movimentos no braço afetado através do reflexo do braço sadio. Por outro modo, o efeito restaurador da ligação entre a visão e o movimento também pode ser explicado pelo Sistema de Neurônios Espelho (SNE) que são encontrados tanto nos lobos frontal quanto no parietal, áreas ricas em neurônios responsáveis por comandos motores, os quais disparam durante a execução de movimentos habilidosos, tais como pegar um amendoim ou colocar uma maçã na boca. Um subconjunto desses neurônios espelho, disparam quando alguém observa outra pessoa realizando o mesmo movimento. Os neurônios espelho permitem que um sujeito veja o mundo na perspectiva do outro, física e mentalmente, a fim de deduzir a ação iminente do outro . Neurônios espelho necessariamente envolvem interações entre modalidades múltiplas, visão, comandos motores, propriocepção, os quais sugerem que eles poderiam estar envolvidos na eficácia da

1 1 Discente de Fisioterapia da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, João Pessoa-PB. Relator do trabalho. E-mail: [email protected] 2 Docente do curso de Fisioterapia da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, João Pessoa-PB. Especialista. Coautor do trabalho. E-mail: [email protected] 3 Docente do curso de Fisioterapia da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, João Pessoa-PB. Mestre. Orientador do trabalho. E-mail: [email protected]

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ABERTURA

| 80 Terapia do Espelho em pacientes neurológicos. Embasados neste contexto e diante destas certas limitações ainda encontradas no âmbito neurológico quando a capacidade plástica cerebral, esta pesquisa indica que a Terapia do Espelho é uma das grandes, simples e mais promissores intervenções de reabilitação terapêutica para o paciente neurológico, no entanto, a base neurocientífica dos efeitos terapêuticos ainda permanece relativamente pouco conhecida. Por isto, o presente estudo teve por objetivo principal analisar, na literatura, a influência da Terapia do Espelho na reabilitação dos movimentos em pacientes neurológicos. METODOLOGIA: Para esta revisão, foram consultadas as bases de dados eletrônicas MEDLINE, LILACS e SCielo a fim de localizar artigos em inglês e português publicados sobre a relação entre a Terapia do Espelho e a restauração dos movimentos em pacientes com sequelas neurológicas, utilizando os descritores “lateralidade funcional”, “fisioterapia”, “modalidades de fisioterapia”, “transtornos de percepção” e “recuperação da função fisiológica”. Foram encontrados 173 artigos e submetidos à seleção, coleta e análise de dados. Da amostra foram incluídos os artigos que apresentaram pesquisas experimentais envolvendo pacientes neurológicos submetidos a técnica e outras revisões literárias que incluíam os efeitos da Terapia do Espelho em pacientes com sequelas neurológicas, bem como, foram excluídos aqueles que não mencionaram a Terapia do Espelho e estudos experimentais realizados em pacientes não neurológicos e/ou sadios. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS: Foram selecionados 08 artigos, sendo 04 artigos experimentais (02 série de casos, 01 caso-controle e 01 ensaio clínico randomizado), 03 revisões bibliográficas e 01 artigo que demonstrou como produzir o aparelho usado na Terapia do Espelho. Nos estudos experimentais, foi encontrado três artigos usando pacientes com acidente vascular encefálico e um com crianças com paralisia cerebral espástica. Nos artigos selecionados, a Terapia do Espelho é considerada uma técnica de baixo custo, fácil e com resultados rápidos, contudo é unânime afirmar que o mecanismo que proporciona melhora clínica não está bem estabelecido. Outra concordância entre os artigos encontrados está nas teorias que cercam o uso da Terapia do Espelho, a mais aceita afirma que a percepção visual no membro sadio produz uma resposta cortical no membro acometido, ou seja, a atividade visual engana o córtex motor fazendo com que a área cortical responsável para atividade do membro afetado seja estimulada. Outra teoria diz respeito a presença do Sistema de Neurônios Espelho, visto que estes neurônios são ativados quando é observado uma atividade motora, mesmo que, em exames de ressonância magnética, as áreas estimuladas pela Terapia do Espelho diferem de onde estão localizadas os neurônios espelho 1,2,3,4. Em todos os estudos experimentais foi observado melhora motora após a utilização da técnica pelo uso de eletroneuromiografia (ENMG), potencial evocado motor (PEM), ressonância magnética (RM) e pela escala de funcionalidade de Fugl-Meyer (EFFM). Em alguns casos, houve também melhora sensitiva e na coordenação, mas vale destacar que o aumento da área cortical referente a atividade do membro acometido é o achado mais significativo e que comprova a existência da neuroplasticidade em defendida pelas teorias. Na amostra de artigos de revisão, houve relatos de alívio da dor nos pacientes submetidos à técnica, mesmo com estes achados a Terapia do Espelho não deve ser considerada, ainda, como uma opção terapêutica exclusivamente voltada para o alívio da dor devendo aguardar novas pesquisas para confirmar ou refutar esta ideia. Outra consideração a respeito da Terapia do Espelho reside na melhora clínica apresentada pelos pacientes na fase aguda, onde os resultados foram mais expressivos quando comparados com pacientes com lesão crônica. Mesmo com toda a facilidade nas atividades motoras e de custo no uso da técnica, algumas reações adversas foram encontradas como confusão, tontura, mal-estar e ansiedade que fazem com que os profissionais de saúde que pretendem usar a técnica tenham cuidado ao aplicar ou recomendar esta modalidade de intervenção 5. Embora o fator cognitivo seja relativamente importante para a boa execução da técnica, crianças com paralisia cerebral tiveram bons resultados com o uso do espelho. Dentre os artigos que usaram pacientes com sequelas de acidente vascular encefálico, os resultados foram positivos mesmo que os fatores cognitivos não foram controlados pelos pesquisadores. O estudo que descreveu produção de um caixa da

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SUMÁRIO

ABERTURA

| 81 Terapia do Espelho é bem detalhado e usa outras formas de tratamento usando os mesmos princípios da neurociências, como um espelho plano, um telescópio astronômico e dois sistema de reflexão de prismas, este artigo concluiu que o sistema de prismas é mais fácil de se fazer. Um fator negativo referente a pesquisa sobre a Terapia do Espelho refere-se a baixa quantidade de artigos encontrados, reforçando a idéia de se tratar de uma nova forma de intervenção, e como tal, deve ser estudada e entendida visto que alguns pacientes apresentaram algumas reações adversas. CONCLUSÃO: Inúmeras dicotomias um tanto artificiais tem atordoado a neurologia desde sua origem. Dentre as mais pertinentes, questiona-se se as capacidades mentais alteradas são inflexíveis ou podem ser modificadas pela mudança na entrada de informação, mesmo em cérebro de adultos, ou seja, seria o dano cerebral em adultos irreversível ou seria possível alguma recuperação? Pelo nossa pesquisa a neuroplasticidade é uma realidade na prática do fisioterapeuta, portanto, podemos concluir que a Terapia do Espelho é uma técnica promissora e que precisa ser investigado melhor os seus efeitos fisiológicos nos pacientes neurológicos através de estudos bem desenhados e com amostra maior de pacientes e que o fisioterapeuta precisa entender a neurofisiologia desta técnica para uma aplicação segura para o paciente neurológico, visto que, eles podem ter uma ampla gama de acometimentos sistêmicos. A neurofisiologia da Terapia do Espelho posiciona a fisioterapia dentro dos conceitos atuais da neurociências, provando que a fisioterapia pode se enquadrar nas novas discussões que cercam a neurologia que acompanha a mudança de paradigma que afirma a importância da neuroplasticidade e que refuta a ideia de que as funções do cérebro dependem da região, desconsiderando a complexidade deste órgão. Com isso inúmeros espaços e inovações foram surgindo e confirmando a extinção deste protótipo e demonstrando uma nova visão da função cerebral. Descritores: “Lateralidade Funcional”; “Fisioterapia”; “Modalidades de Fisioterapia”; “Transtornos de percepção”; “Recuperação da função fisiológica”. REFERÊNCIAS 1.LAMONT, K; CHIN, M; KOGAN, M. Mirror box therapy – seeing is believing. Explore, Washington, v. 7, n. 6, p.369-372, 2011. 2. McCABE, C. Mirror visua feedback therapy. A practical approach. Journal of Hand Therapy, Londres, v. 24, n. 3, p. 170-179, 2011. 3. SWAN, L. Unilateral spatial neglect. Physical Therapy, Londres, v. 81, n. 9, p.1572-1580, 2001. 4. WALSH, G; BANNISTER, J. A device for the relief of phantom limb pain and rehabilitation in stroke. Optometry and Vision Science, Nova Iorque, v. 87, n. 12, p.971-e978, 2010. 5. TOMINAGA, W; MATSUBAYASHI, J; DEGUCHI, Y; MINAMI, C; KINAI, T; NAKAMURA, M; NAGAMINE, T; MATSUHASHI, M; MIMA, T; FUKUYAMA, H; MITANI, A. A mirror reflection of a hand modulates stimulus-induced 20-Hz activity. NeuroImage. Washington, v. 46, n. 2, p.500-504, 2009. 6. DOHLE, C; PÜLLEN, J; NAKATEN, A; KÜST, J; RIETZ, C; KARBE, H. Mirror theraoy promotes recovery from severe hemiparesis: a randomized controlled trial. Neurorehabilitation and Neural Repair. Nova Iorque, v. 23, n. 3, p.209-217, 2009.

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SUMÁRIO

ABERTURA

| 82 7. KANG, Y. J; KU, J; KIM, H. J; PARK, H. K. Facilitation of corticospinal excitability according to motor imagery and mirror therapy in healthy subjects and stroke patients. Annals of Rehabilitation Medicine. Seul, v. 35, n. 10, p.747-758, 2011. 8. SMORENBURG, A. R. P; LEDEBT, A; FELTHAM, M. G; DECONINCK, F. J. A; SAVELSBERGH, G. J. P. The positive effect of mirror visual feedback on arm control in children with spastic hemiparetic cerebral palsy is dependent on which arm is viewed. Experience of Brain Research. Londres, v. 213, n. 7, p. 393-402, 2011.

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SUMÁRIO

ABERTURA

MALFORMAÇÃO ARTERIOVENOSA PROFUNDA EM NÚCLEOS DE BASE

Júlia Regina Chaves Santos1 Sarah Dulce Carneiro Brito²

Paulo F. Lucena3

INTRODUÇÃO: As malformações arteriovenosas (MAVs) são caracterizadas como defeitos congênitos das artérias e veias que modificam o fluxo normal de sangue entre elas. Geralmente só se tornam conhecidas a partir de manifestações de sintomas ocasionados pela ruptura de uma malformação vascular, tais como convulsões, astenia, cefaléia e dormência em membros. As MAVs têm incidência em média de 1,5/100.000 habitantes e ocorre com mais frequência nos hemisférios cerebrais. Sua causa não é bem definida. As MAVs perfazem um importante capítulo da neurocirurgia, não só pela sua prevalência na população geral como também pelas suas manifestações neurológicas diversas, que muitas vezes já estão presentes na infância. Com o advento de novas tecnologias de diagnóstico por imagem, como TC15 e RM9, especialmente angiotomografia e angiorressonância, as descobertas de casos assintomáticos ou incidentais têm se tornado mais freqüente. As malformações vasculares podem ser divididas em quatro tipos: os angiomas venosos, que são as lesões mais comuns, com uma prevalência de 0,5-0,7% nos estudos de imagem e 2,6% em estudos de autópsia; os angiomas cavernosos, os quais apresentam uma prevalência estimada em 0,5%; as telangiectasias capilares, que constituem o terceiro tipo de malformação vascular mais comum, sendo responsáveis por uma prevalência de 0,3% em séries de autópsias e, por fim, as malformações arteriovenosas (MAV), com prevalência estimada na população de 0,1%. MAVs cerebrais são defeitos do sistema circulatório que aparentemente originam-se durante o desenvolvimento fetal, porém, podendo se manifestar em qualquer idade.Normalmente, o sangue oxigenado é bombeado pelo coração por vasos chamados artérias até o cérebro, onde progressivamente reduzem de calibre para formar uma fina rede chamada capilares. São nestes capilares que o sangue nutre os tecidos. O sangue “utilizado” (sem oxigênio) então retorna para o coração através de estreitas ramificações chamadas veias. As artérias apresentam alta pressão, uma vez que o sangue é bombeado diretamente do coração em seu interior. Já as veias apresentam baixa pressão, devido ao fato de as artérias se dividirem em centenas de capilares que dissipam tal pressão. Esta queda de pressão ocorre de maneira gradual.As artérias possuem paredes espessas para lidar com altas pressões, enquanto que as veias possuem paredes finas, já que o sangue em seu interior circula com baixa pressão.As MAV são conexões entre as artérias e veias sem a interposição de rede capilar. Ao invés dos capilares, vasos de tamanho aumentados conectam as artérias e veias, recebendo o nome de nidus. A consequência disto é que o sangue sob alta pressão no interior das artérias não é mais dissipado pelos capilares e as veias experimentam as mesmas pressões das artérias. Como tais veias apresentam paredes finas e não estão preparadas para receber sangue sob alta pressão, rupturas podem ocorrer, resultando em sangramento cerebral. As MAVs ocorrem com a mesma frequência em homens e mulheres. Acredita-se que cerca de 0.14% da população possua uma MAV. O risco anual de uma MAV sangrar é de cerca de 2-4%. Este é um risco significativo, uma vez que cada sangramento resulta em morte em 10% e sequela neurológica em 30%. Nem sempre as MAVs cursam com sangramento. Os pacientes podem apresentar também cefaléia e convulsões. Existem atualmente três tipos de tratamento para as malformações arteriovenosas: cirúrgico, endovascular e radiocirúrgico. Estes podem ser utilizados isoladamente ou em conjunto, dependendo de cada caso. Nem todas as MAVs necessitam de tratamento. Tivemos conhecimento de uma criança, E.M.A.S.,masculino, 8 anos de idade, residente do município de Caruaru, interior do estado de

1 Graduanda do curso de medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. 2Graduanda do curso de medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. 3 Professor Titular da disciplina Emergências Clínicas da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, Médico Neurologista do Complexo Hospitalar de Mangabeira Governador Tarcisio Burity e do Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena.

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SUMÁRIO

ABERTURA

| 84 Pernambuco. Atualmente mora no subúrbio com 4 familiares, sendo a avó materna sua responsável . Realizou-se a descrição dos achados clínicos e de imagem do paciente juntamente com uma revisão de literatura. E.M.A.S. apresenta encefalopatia crônica progressiva secundária à MAV e hipertensão. Os primeiros sintomas convulsivos ocorreram aos 3 anos; ele já foi acometido por 2 (dois) acidentes vasculares cerebrais ; apresenta hemeparesia de membro superior e membro inferior direito ; protrusão de olho esquerdo com hiperemia conjuntival; hipotrofia muscular difusa; deformidade em flexão; gastrostomia por endoscopia digestiva alta (EDA); broncoespasmo severo; insuficiência respiratória; úlcera por pressão grau I em região sacral; disfagia e refluxo. O paciente apresenta MAV profunda em núcleos de base bilateralmente com nidus maior que 6 cm; aspecto angiográfico sugere tratar-se de um tipo raro, o proliferativo, havendo acometimento em praticamente todo hemisfério esquerdo. O paciente atualmente tem tratamento anti-hipertensivo e tratamento paliativo com anticonvulsivantes. Porém sua dosagem de anticonvulsivante já atingiu sua dosagem máxima e, portanto, não pode ser aumentada apesar das convulsões permanecerem. O tratamento da MAV normalmente envolve uma equipe multidisciplinar de neurologistas. Habitualmente o tratamento inicia com a redução da MAV através de várias sessões de embolizações objetivando reduzir a MAV. Em um grande numero de casos é possível tratar as MAVs somente com a técnica endovascular. Alguns casos é necessário o tratamento coadjuvante seja com a microcirurgia para eliminar a MAV residual ou a radiocirurgia para MAV localizadas em regiões de difícil acesso cirúrgico. O tratamento de uma MAV inclue, na maioria dos casos, varias sessões de embolizações espaçadas classicamente entre 2 a 3 meses. Cada sessão é realizada durante uma internação hospitalar, que dura em média 3 dias. Cada sessão de tratamento endovascular de uma MAV é realizada no bloco cirúrgico da neuroradiologia intervencionista. Ele é realizado sob anestesia geral. Uma punção da artéria femoral é realizada ao nível da prega inguinal permitindo a colocação de um cateter guia que é navegado até a origem de um dos vasos que destina à vascularização cerebral. Por este cateter guia, um microcateter é colocado e navegado pelos vasos cerebrais de maneira a chegar até o "coração" da MAV. A progressão do microcateter é acompanhada monitores de vídeo que transmitem a imagem captada pelo raio-X. logo que a extremidade do microcateter é solidificada ao contato do sangue (polimerização da cola – cyanoacrylato) ou pela precipitação de um material pastoso (Onyx). Imediatamente no curso da embolização, o microcateter é retirado. Assim sendo, E.M.A.S. encontra-se impossibilitado de fazer qualquer tentativa de mudança do tratamento adicional, pois a cirurgia cerebral da malformação arteriovenosa só é indicada para nidus compacto, até 4 cm de diâmetro localizada em região eloqüente (corpo caloso, tronco cerebral, tálamo e hipotálamo) ou profunda, o que não condiz com a sua realidade. DESCRITORES: MAV, malformação arteriovenosa, malformação vascular, convulsão, acidente vascular cerebral, hemiparesia, encefalopatia crônica.

REFERÊNCIAS

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SUMÁRIO

ABERTURA

OBESIDADE E SOBREPESO: PERFIL NUTRICIONAL DOS ESCOLARES ATENDIDOS NAFUNDAÇÃO OTACÍLIO GAMA

Eugênia Fernandes Montenegro¹

Maria Alice Feitosa Holanda² Maria Cecília de Pontes Jordão Gayoso(Relator)³

Giovanna Barbosa de Melo Pequeno4 Olga Matilde Cantarelli Jordão5

Tatiana Ribeiro Mendes6

INTRODUÇÃO: A obesidade é um distúrbio crônico em expansão, com prevalência crescente em todas as faixas etárias, desencadeada por fatores como o desmame precoce, a introdução inadequada de alimentos, distúrbios do comportamento alimentar e da relação familiar, especialmente nos períodos de aceleração do crescimento tanto em países desenvolvidos quanto naqueles em desenvolvimento, o que a torna epidêmica, sendo considerado nos Estados Unidos o maior problema de saúde pública. Sabe-se que a etiologia da obesidade é multifatorial, estando envolvidos fatores genéticos e ambientais. Entre os ambientais, destacam-se a ingestão energética excessiva e a atividade física diminuída.No Brasil, a prevalência crescente desta morbidade está presente, sendo a obesidade infantil uma patologia reconhecida, por gerar consequências em curto e longo prazo e porser importante preditor da obesidade adulta. Este fato é bastante preocupante, pois a associação da obesidadecom alterações metabólicas, como a dislipidemia, a hipertensão e a intolerância à glicose, considerados fatores de risco para o diabetes mellitus tipo 2 e as doenças cardiovasculares até alguns anos atrás, eram mais evidentes em adultos; no entanto, hoje já podem ser observadas frequentemente na faixa etária mais jovem. Além disso, alguns estudos sugerem que o tempo de duração da obesidade está diretamente associado à morbimortalidade por doenças cardiovasculares. A prevalência de sobrepeso em crianças, vem sobrepondo-se, inclusive, a enfermidades que, tradicionalmente, provocam graves danos à saúde, como a desnutrição e as doenças infecciosas. A prevenção nas primeiras etapas de vida, bem como diagnósticoprecoce e efetivo tratamento são fundamentais para melhoria do prognóstico.O ambiente familiar influencia o desenvolvimento da obesidade na criança. Hábitos de ingerir “fast-food”, modificações da composição dos alimentos com ingestão de alimentos densos, ricos em gorduras, refrigerantes, porções de alimentos ricos em açúcar com altos índices glicêmicos e aumento da porção das refeições são hábitos da família que podem levar à obesidade infantil. Pesquisas demonstram também que a inatividade da família prediz a inatividade da criança. A atividade física dos pais influencia a frequência de exercício dos seus filhos.1 O objetivo desse estudo foi determinar o perfil nutricional dos escolares atendidos na fundação Otacílio Gama, sobretudo, a prevalência da obesidade e sobrepeso nessas crianças.No Brasil, várias investigações demonstram alterações significativas no perfil nutricional da população, em razão do processo denominado transição nutricional.A obesidade infantil pode apresentar-se acompanhada também de transtornos psicossociais. Segundo Burrows , cerca de 50% dos obesos apresentam menor sociabilidade, menor rendimento escolar, baixa auto-estima, além de distúrbios de humor e sono. METODOLOGIA: Foi realizada a revisão de 162

1.Médica Endócrino-Pediatra, Professora do módulo Pediatria no Internato do curso de medicina: Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. Email: [email protected] 2. Médica Pediatra, Professora de Pediatria no Internato do curso de medicina: Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. Email: [email protected] 3. Acadêmica do curso de medicina: Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. Email:[email protected] 4. Acadêmica do curso de medicina: Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. Email:[email protected] 5. Acadêmica do curso de medicina: Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. Email:[email protected] 6. Acadêmica do curso de medicina: Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba Email:[email protected]

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SUMÁRIO

ABERTURA

| 86 prontuários, sendo todos escolares, ou seja, consideramos crianças de7 a 10 anos,todos atendidos no ambulatório de pediatria da Fundação Otacílio Gama, no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2011, com intuito de avaliar o perfil nutricional das crianças atendidas neste serviço. Os resultados foram avaliados e confrontados com dados da literatura com objetivo de determinar a prevalência de sobrepeso e obesidade neste serviço. Todas as crianças avaliadas foram submetidas a medidas de massa corporal e estatura, e seus responsáveis foram questionados sobre o cardápio alimentar do escolar.A avaliação nutricional utilizou o índice de peso/altura, IMC (Kg/m²), com relação a idade, preconizados pelo ministério da saúde, onde é determinado que: Percentil < P3: baixo IMC para idade – Indica baixo peso; Percentil ≥P3 e ≤ P10: indica risco nutricional; Percentil ≥ P10 e < P85: Eutrófico ou Peso ideal para a idade; Percentil ≥ P85 e < P97: determina sobrepeso; Percentil ≥ P97: determina obesidade. RESULTADOS: No período de janeiro a dezembro de 2010, foi atendido um total de 99 escolares, sendo 29 do sexo feminino e 70 do sexo masculino. Das meninas, 03 encontravam-se em estado de desnutrição (10,34%), 18 eram eutróficas (62,06%), 05 (17,24%) apresentavam sobrepeso e 03 (10,34%) eram obesas. Nenhuma se encontrava em risco nutricional. Dos meninos, 12 (17,14%) apresentavam desnutrição, 02 (2,86%) estavam em risco nutricional, 44 (62,86%) eram eutróficos, 06 (8,57%) encontravam-se com sobrepeso e 06 (8,57%) apresentavam obesidade. Sendo assim, em um total de 99 escolares, 15,15% estavam desnutridas, 2,02% apresentavam risco nutricional, 62,62% estavam eutróficas, 11,11% com sobrepeso e 9,09% com obesidade. No período de janeiro a dezembro de 2011, foram atendidos 63 escolares, sendo 33 do sexo feminino e 30do sexo masculino. Deste total de meninas, 02 (6,06%) encontravam-se desnutridas, 19 (57,57%) estavam eutróficas,07 (21,21%) com sobrepeso e 05 (15,15%) obesas. Nenhum se encontrava em risco nutricional. Do total de meninos, 02 (6,67%) encontravam denutridos, 02 (6,67%) em risco nutricional, 12 (40%) estavam eutróficos, 07 (23,33%) com sobrepeso e 07 (23,33%) obesos. Num total de 63 crianças, 6,35%, eram desnutridas, 3,17%estavam em risco nutricional, 49,20% eutróficas, 22,22% com sobrepeso e 19,04% eram obesos. Nos dois anos, do total de 162 escolares atendidos, 12, 96% apresentavam algum grau de obesidade e 15,43% estavam com sobrepeso. CONCLUSÕES: A prevalência de sobrepeso e obesidade infantilnos anos em questãomostrou-se elevada. Identificamos que 28,39% dos escolares avaliados encontram-se acima do peso ideal para sua faixa etária, ou seja, são obesos ou apresentam sobrepeso. Avaliando-se isoladamente os sexos, observamos que em 2010, 27,58% das meninas apresentavam obesidade ou sobrepeso, contra 17, 14% dos meninos. Em 2011, essa realidade se inverte, tendo o sexo masculino o maior número de escolares apresentando obesidade ou sobrepeso, correspondendo à 46,66%, contra 36,66% das crianças do sexo feminino que apresentam a mesma morbidade.É possível, ainda, observar um aumento de 9,95% de aumento na prevalência da obesidade do ano de 2010 para 2011.Diante do que foi discutido e dos números apresentados, percebe-se a importância de implantar medidas intervencionistas no combate e prevenção a este transtorno nutricional em indivíduos mais jovens. Algumas áreas merecem atenção, sendo a educação da criança e de seus responsáveis, assim como os meios de comunicação que são os principais veículos de atuação. Medidas de caráter educativo e informativo, através do currículo escolar e dos meios de comunicação de massa, assim como, o controle da propaganda de alimentos não saudáveis, dirigidos principalmente ao público infantil e, a inclusão de um percentual mínimo de alimentos in natura no programa nacional de alimentação escolar e redução de açúcares simples são ações que devem ser praticadas. É importante lembrar que, durante a consulta pediátrica, independente do motivo que levou a criança ao médico, deve-se sempre que possível, abordar o aspecto nutricional da mesma, esclarecendo as causas do distúrbio nutricional daquela criança, e as consequências que este pode acarretar a curto e longo prazo. Diante desta verdadeira “epidemia” de obesidade a que se assiste nos dias de hoje e frente ao fato de que o quadro da obesidade é extremamente complexo no que diz respeito às suas repercussões nos diversos sistemas orgânicos, o tratamento deve ser instituído a partir

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SUMÁRIO

ABERTURA

| 87 do instante em que se diagnostica o problema; não há espaço para adiamentos ou negligência ou ter a perspectiva de que o problema resolver-se-á por si só. DESCRITORES: Sobrepeso. Obesidade. Transtornos nutricionais. Doenças metabólicas. Peso ideal. REFERÊNCIAS OLIVEIRA, Ana Mayra A. de; Cerqueira, Eneida de M.M.; Oliveira, Antônio César de. Prevalência de sobrepeso e obesidade infantil na cidade de Feira deSantana-BA: detecção na família x diagnóstico. J Pediatr (Rio J) 2003;79(4):325-8 OLIVEIRA,Cecília L. de ;Fisberg, Mauro.Obesidade na infância e adolescência –uma verdadeira epidemia.ArqBrasEndocrinolMetab vol.47 no.2 São Paulo Apr. 2003 SOARES, Ludmila Dalben; Petroski, Edio Luiz. Prevalência, Fatores Etiológicos e Tratamento da Obesidade Infantil. Revista Brasileira de Cineantropometria& Desempenho Humano Volume 5 – Número 1 – p. 63-74 – 2003 VILLARES, Sandra Mara F; Ribeiro, Maurício Maltez; Silva, Alexandre Galvão da.Obesidade infantil e exercício. Revista Abeso, 2003 BARRETO, Anna Christina doNascimento Granjeiro ; Brasil, Lana do Monte Paula; Maranhão, Hélcio de S. Sobrepeso: Uma Nova Realidade No Estado Nutricional De Pré-Escolares De Natal, Rn.RevAssocMedBras 2007; 53(4): 311-6. GAMA, Sueli Rosa; CARVALHO, Marilia Sá; Chaves, Célia Regina Moutinho de Miranda .Prevalência em crianças de fatores de risco para as doenças cardiovasculares.Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 23(9):2239-2245, set, 2007 BALABAN, Geni; Silva, Gisélia Alves Pontes; Motta, Maria Eugênia Farias Almeida. Prevalência de sobrepeso e obesidade em escolares de diferentes classes socioeconômicas em Recife, PE.Pediatria (São Paulo)2001;23(4):285-9 COSTA, Roberto Fernandes da; Cintra, Isa de Pádua; Fisberg, Mauro. Prevalência de sobrepeso e obesidade em escolares da cidade de Santos, SP.ArqBrasEndocrinolMetab vol.50 no.1 São Paulo Feb. 2006 CAMPOS, Lício de Albuquerque; Leite, Álvaro Jorge Madeiro; Almeida, Paulo Cesar de.Prevalência de sobrepeso e obesidade em adolescentes escolares do município de Fortaleza, Brasil. Rev. Bras. Saúde Mater. Infant. vol.7 no.2 Recife Apr./June 2007 SUÑÉ, Fabio Rodrigo; Dias-da-Costa Juvenal Soares; Olinto, Maria Teresa Anselmo; Pattussi, Marcos Pascoal.Prevalência e fatores associados para sobrepeso e obesidade em escolares de uma cidade no Sul do Brasil.Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 23(6):1361-1371, jun, 2007. GIUGLIANO, Rodolfo;Carneiro Elizabeth C.Fatores associados à obesidade em escolares.Jornal de Pediatria - Vol. 80, Nº1, 2004

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SUMÁRIO

ABERTURA

O DESAFIO DATERAPIA POR MANIPULAÇÃO NAENXAQUECA: RELATO DE CASO

Francisco de Assis Chagas (Relator)1

Nilce Rodopiano Silva2

Alanna Ferreira Cassé3

Haydêe Cassé Silva4

INTRODUÇÃO: Para Gonçalves (2012), a enxaqueca é uma condição prevalente e debilitante na população em geral. Nos pacientes acometidos com este mal, afirma-se que sua mobilidade funcional, qualidade da vida e alimentação alcançam consequências preocupantes, bem como na condição do sono e alteração de humor. De acordo com Morelli (2006), a enxaqueca (cefaleia do tipo sensorial) acomete 90% da população em contextos de dores vivenciadas pelos seres humanos, bem como está ligada a dor que mais prevalece em jovens trabalhadores, caracterizando-se como um importante problema de saúde pública com forte impacto socioeconômico. Dentre as medidas não-medicamentosas, a fisioterapia tem contribuído na busca de promover uma melhora na qualidade de vida de portadores de enxaqueca, utilizando a aplicação dos recursos da eletroterapia, acupuntura, técnicas de terapia manual e de relaxamento. Neste contexto incentiva o paciente a resgatar meios para o alivio do sofrimento causado durante as crises de enxaqueca.A terapia manual propicia a estes pacientes uma condição de melhor circulação sanguínea pela mobilização de tecidos superficiais com relação a estruturas mais profundas aliviando a tensão muscular. Um relaxamento da musculatura cervical é um grande pivô para o alivio de sintomas da cefaleia. A utilização das mãos como processo terapêutico tem extrema importância no processo de cura da cefaleia. Lederman (2001) afirma que uma explicação possível para a analgesia induzida manualmente pode estar relacionada a um processo neurológico chamado bloqueio sensorial. No bloqueio sensorial, o processamento e a percepção de uma modalidade sensorial podem ser reduzidos por um estímulo concomitante sobre o outro. Por exemplo, durante uma contração muscular as percepções sensoriais e nocivas provenientes da pele podem ser reduzidas. Ele ainda afirma que, os processos de bloqueio, mostram que algumas técnicas manuais podem ser usadas para reduzir a sensação de dor. Depois de muitos estudos, o alívio da dor permanece depois que cessa o estímulo. O bloqueio sensorial pode ser visto com frequência no comportamento evasivo normal perante um estímulo doloroso: fricção ou massagem sobre a região com dor. OBJETIVO: Relatar o estudo de um caso em uma paciente com enxaqueca que recebeu intervenção com técnicas manuais de forma protocolar e sistemática na clinica escola de fisioterapia da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de caso com análise quantitativa dos dados. Utilizaram-seas informações contidas no prontuário a partir de esclarecimentos dos procedimentos e o consentimento livre, mediante assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, conforme preconiza a normativa 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Analisou-se o período de atendimento realizado de outubro de 2010 a setembro de 2012, selecionando os seguintes itens de interesse: dados sociodemográficos; quantitativo de avaliações e atendimentos realizados; caracterização sintomatológica da enxaqueca; variação da dor segundo a escala visual analógica (EVA); variação da localização da dor em regiões do crânio. A cada atendimento, o terapeuta aferia os sinais vitais e munido de óleo mineral e toalha, iniciava as manobras colocando-se lateralmente na altura do quadril do paciente que estava em decúbito ventral. Tendo as áreas não utilizadas cobertas com um lençol e a região craniana, cervical e dorsal exposta, aplicavam- 1 Acadêmico do curso de Graduação em Fisioterapia da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, [email protected] 2Acadêmica da Graduação em Fisioterapia da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, [email protected]. 3Acadêmica do curso de graduação em Fisioterapia da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, [email protected]. 4Docente da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, Mestre em Psicologia Social e graduada em Fisioterapia pela Universidade Federal da Paraíba, [email protected].

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SUMÁRIO

ABERTURA

| 89 se as seguintes manobrasselecionadas previamente para a pesquisa: deslizamento superficial e profundo; amassamento; fricção; mobilização escapulotorácica; liberação fascialcraniosacral; liberação miofascial; tração manual cervical; liberação da base craniana;descompressão do côndilo occipital; compressão do 4° ventrículo;compressão e descompressão da articulação temporo-mandibular; levantamento do frontal; liberação da foice do cérebro; levantamento parietal; abertura em V para sutura sagital; liberação temporal e liberação fascial do crânio. Os dados quantitativos foram analisados através de estatística descritiva, utilizando planilha eletrônica Microsoft Office Excel. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS: A.L.B.M., 48 anos, gênero feminino, profissão autônoma (vendas), não fuma, não bebe, dorme bem, relata ter iniciado os sintomas de enxaqueca após o nascimento da primeira filha (aproximadamente 25 anos) e que a mãe também tinha enxaqueca. No período de outubro de 2012 a setembro de 2012 a paciente passou por 5 avaliações intercaladas em 12 atendimentos em média, e, recebeu 48 intervenções totais. Na primeira avaliaçãoforamidentificadas as seguintes características sintomatológicas da enxaqueca: crise de 6 horas sem intervalos, alterações no humor, apetite, presença de náuseas acompanhadas de vômito, dificuldade na fala, aversão a luz, ao som e a cheiro forte, além de possuir 10 horas de sono diário. A dor se caracterizava como bilateral e aumentava no esforço físico com sensação de exaustão física e couro cabeludo dolorido presentes. A intensidade da dor foi analisada como intensa (score 10 da EVA) na primeira avaliação; leve (score 1 e 2) na segunda e terceira; moderada (score 5) na quarta; e, leve (score 2) na quinta avaliação.Quanto à localização da dor em regiões do crânio, se observou que: na primeira avaliação a paciente relatou perceber na região frontal, occipital, parietal e infratemporal; na segunda avaliação na região temporal e infratemporal; na terceira avaliação na região occipital, temporal, infratemporal e cervical lateral; na quarta avaliação na região cervical lateral, frontal, parietal e occipital; e, por fim, na quinta avaliação percebeu na região occipital e frontal.A literatura relata a comunalidade de enxaqueca crônica em mulheres entre os 25 e 50 anos de idade. Não existe uma categoria profissional de maior incidência, segundo a literatura, mas o fator desencadeante de maior expectativa são as profissões de uso constante da tensão.As crises de enxaqueca manifestam-se tipicamente, mas não obrigatoriamente como dor de cabeça forte na fronte e/ou têmporas, de um só lado ou bilateralmente, que piora ou se agrava com esforços físicos simples, como abaixar a cabeça ou subir uma escada.Cada manobra selecionada teve sua aplicação específica: o deslizamento superficial e profundo, realizado na região lombar e dorsal, aumentava o fluxo venoso e linfático proporcionando nutrição e tonificação dos tecidos, e induzia ao relaxamento da tensão muscular; o amassamento alongava a fáscia superficial e profunda, liberando as aderências entre os tecidos; a fricção transversa de Cyriax liberava pontos de tensão (trigger points) encontrados da região lombar ao crânio. Para liberação de uma escápula aderida ao tórax realizava-se a mobilização escapulotorácica, aumentando a mobilidade articular. A liberação craniosacral restaurava a tensão membranosa existente no tubo neural (dura-máter), liberando as membranas recíprocas de tensão e melhorando a simetria do movimento craniosacral. Para liberar os tecidos moles e aumentar a amplitude de movimento foi realizada a liberação miofascial na região cervical. A tração manual cervical diminuía a compressão neural existente entre as vértebras. A liberação da base craniana liberava os tecidos moles na região de sua inserção na base cranianaintensificando a drenagem da cabeça e a circulação para ela, reduzindo a congestão intracraniana.Com o objetivo de separar o occipital das superfícies articulares do atlas, utilizava-se a descompressão do côndilo occipital, aumentando a amplitude de movimento da articulação. A manobra do 4° ventrículo intensificava a função rítmica craniana e melhorava a circulação linfática pelo corpo, promovendo melhora funcional autonômica e induzindo a sensação de relaxamento. Em um dos casos observou-se uma diminuição da pressão arterial aferida antes e após aplicação imediata desta manobra. A compressão e descompressão da articulação temporo-mandibular liberava os músculos encurtados ou tensos, promovendo melhora na abertura e fechamento da mandíbula. A manobra de levantamento do frontal permitia que o osso frontal retornasse a amplitude funcional, liberando as restrições suturais existentes. Na liberação da foice do cérebro houve compressão através do contato manual adequado em diagonal que influenciava

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SUMÁRIO

ABERTURA

| 90 a liberação posicional sobre a foice do cérebro. Para estimular a drenagem por meio do seio sagital superior formado pelas inserções da foice do cérebro com os parietais, utilizava-se a manobra de levantamento do parietal, que melhorava a drenagem dos fluidos para o interior do crânio. A abertura em V para sutura sagital liberava restrições suturais cranianas permitindo liberação posicional nas membranas recíprocas de tensão. Para liberar o tentório do cerebelo e intensificar a função temporal se utilizou a manobra de liberação temporal. Para liberação das aderências, alongava-se a fáscia através da liberação fascial do crânio. Conclusão: Dentre as técnicas manuais, as aplicações das técnicas craniossacrais visam melhorar o movimento em sua amplitude articular, reduzir restrições da tensão membranosa e melhorar a circulação do sistema venoso. Bem como, reduzir a compressão neural potencial do forame de saída na base do crânio e aumentar a vitalidade do impulso rítmico craniano.Sendo assim, diante dos diversos mecanismos aceitos como forma de tratamento para o alívio da dor de indivíduos portadores de enxaqueca, a terapia manual têm efeito benéfico sobre a freqüência, duração e a intensidade da enxaqueca. Quando há diminuição do fluxo aferente nociceptivos para o interior do núcleo trigeminocervical na base do encéfalo e da dura-máter, atenuando a disfunção somática existente em toda a cabeça, o pescoço, a articulação temporomandibular e a região superior das costas. Estudos têm sido realizado evidenciando uma relação da cefaleia com a postura deficiente, musculatura cervical fraca, artropatias das articulações facetarias, traumatismos de coluna cervical e hipo ou hipermobilidade articular. Conhecer e aplicar o protocolo aqui desenvolvido com técnicas manuais específicas para pacientes portadores de enxaqueca crônica auxilia as experiências clinicas dos profissionais de fisioterapia em atuação. Embora atualmente os estudos estejam sendo empregados no desenvolvimento de drogas que atuem basicamente durante os ataques agudos, devem-se adotar estratégias e enfatizar o interesse nos meios físicos não invasivos ou menos agressivos ao corpo do ser humano e que efetivamente reduzirão a freqüência e intensidade dos ataques de dor, permitindo assim minimizar o profundo impacto econômico e social provocado pelas enxaquecas.

Descritores: Terapia por Manipulação; Fisioterapia; Transtornos de Enxaqueca.

REFERÊNCIAS

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____________. Teoria e Prática da Manipulação Craniana: abordagem em tecidos ósseo e mole. São Paulo: Editora Manole, 2001

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KRYMCHANTOWSKI, AbouchValenty. Enxaqueca: doença do cérebro com tratamento eficaz. Rio de Janeiro: Campus, 2001

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SUMÁRIO

ABERTURA

| 91 __________;AbouchValenty; FILHO, Pedro Ferreira Moreira. Atualização no Tratamento Profilático das Enxaquecas.Arquivo em. Neuro-Psiquiatria, v. 57, n. 2B, abr.1999.

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SUMÁRIO

ABERTURA

OS CUIDADOS COM O PÉ DIABÉTICO A PARTIR DA PERCEPÇÃO DOS PACIENTES

JANAINNA LILIAN SANTOS DA TRINDADE(Relator)1 RENATA GOMES NUNES DA SILVA2

IENE DE SOUZA SANTOS3

ELLEN VIEIRA DANIEL DAS GRAÇAS4

MARIA LUZINETE DE OLIVEIRA5

ANDRÉ PINHO DA ROSA6

INTRODUÇÃO: O diabetes mellitus (DM) é um distúrbio metabólico crônico degenerativo de múltiplas etiologias associadas à falta ou deficiência da ação do hormônio insulina produzido pelo pâncreas, esta realiza o transporte de glicose até as células, onde é usada como fonte de energia. Quando a insulina se torna insuficiente para a realização desse processo, há uma elevação dos níveis de glicose no sangue. Além disso, a insulina age no metabolismo das proteínas e lipídeos, participando da proteogênese e lipogênese. O diabetes ainda não tem cura, mas seguindo um tratamento adequado e cuidados apropriados, o paciente pode viver muito e com qualidade, mantendo os valores glicêmicos em níveis próximos ao normal evitando o surgimento de complicações em decorrência do mau funcionamento orgânico. No Brasil o diabetes está entre as dez maiores causas de morte e acomete pessoas de todas as idades e níveis socioeconômicos; os números de portadores da doença não diagnosticados e mal controlados são expressivamente elevados. É fato que o controle adequado da doença pode atenuar essas repercussões, e é sabida a extrema importância do paciente diabético assumir maior responsabilidade no seu tratamento e nos cuidados inerentes ao seu bem estar. Só se pode chegar a um bom resultado se o indivíduo estiver bem informado sobre sua doença e suas complicações e se proceder a uma mudança de comportamento frente a ela. Tão importante quanto isto é a conscientização dos profissionais da área de saúde acerca da realidade do diabetes como um problema de saúde individual e coletiva. Daí a necessidade da educação para a saúde. O profissional da saúde tem um papel fundamental na realização de atividades de educação e saúde junto ao portador de DM e seus familiares. Para isso é necessário ter conhecimento dos cuidados com o pé diabético através de práticas educativas voltadas numa perspectiva holística, no contexto da saúde em defesa da cidadania considerando os aspectos psicológicos, sociais e culturais do individuo. As ações educativas são fundamentais considerando que pouco menos da metade, ou seja, 45% das pessoas diabéticas e 1/3 das pessoas com mais de vinte anos de doença desenvolvem doença vascular periférica, e provavelmente evoluem para amputações e gangrenas que poderiam ser evitadas, se fossem tomados os cuidados apropriados com os pés. A Fisioterapia trabalha com os pacientes diabéticos na busca da manutenção e da reabilitação das condições motoras destes indivíduos, prevenindo e tratando todos os componentes do movimento humano necessário à maior funcionalidade do indivíduo. Portanto, a fisioterapia objetiva avaliar e intervir, preocupando-se com os diferentes sistemas e subsistemas do nosso organismo: tegumentar, sensitivo, de coordenação, do equilíbrio postural, que podem sofrer devido ao complexo comprometimento decorrentes do diabetes, que modifica o metabolismo do indivíduo. O foco principal hoje em saúde é buscar detectar e intervir precocemente antes que grandes danos ocorram no indivíduo. Assim o Fisioterapeuta possui o conhecimento para avaliar funcionalmente, inspecionando os pés, membros inferiores, superiores dos indivíduos diabéticos e assim atuar preventivamente às úlceras e amputações. Ao observar o crescente número de diabéticos

1 Acadêmica de Fisioterapia da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba 2Acadêmica de Fisioterapia da faculdade de Ciências Médicas da Paraíba – [email protected] 3Acadêmica de Fisioterapia da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba – [email protected] 4Acadêmica de Fisioterapia da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba 5Especialista. Graduada em Fisioterapia pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba 6Fisioterapêuta. Especialista. Docente da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. [email protected]

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| 93 com complicações nos pés que freqüentam as unidades básicas de saúde, surgiu o interesse em questionar sobre o conhecimento destes quanto aos cuidados que venham prevenir as complicações vasculares, a exemplo, as ulcerações em membros inferiores. Sabe-se que é freqüente uma internação hospitalar para um tratamento especializado das complicações que ocorrem com o pé em decorrência do diabetes mellitus. Geralmente caracterizado pela presença de lesões resultantes das alterações vasculares, peculiares do DM. Objetivamos com este estudo analisar os conhecimentos e percepção dos pacientes diabéticos sobre os cuidados com os pés, buscando um melhor direcionamento nas orientações quanto a estes cuidados, estudando sobre as complicações vasculares de membros inferiores que acometem estes pacientes.Tendo em vista que as orientações para os cuidados com os pés ainda são medidas pouco aplicáveis no público alvo e pelo pouco investimento em ações educativas que visem assistir ao paciente portador de diabetes mellitus, surgiram questionamentos que nos levaram a elaboração deste trabalho. Será que os portadores de diabetes mellitus que são atendidos nas unidades básicas de saúde do município de Cabedelo/PB têm conhecimento sobre o cuidado com os seus pés? METODOLOGIA: Assim, o presente estudo expõe as etapas necessárias para investigar o nível de entendimento dos portadores de diabetes quanto aos cuidados com os pés e sua prática diária, despertando o nosso interesse enquanto pesquisadores para melhor direcionar as orientações de cuidados a estes pacientes. Tal afirmativa justificou o desenvolvimento do nosso estudo. O tipo da pesquisa constituiu em um estudo exploratório e descritivo com abordagem quantitativa, e tendo como fonte para coleta de dados os pacientes com Diabetes Mellitus que apresentam pé diabético que freqüentam as Unidades Básicas de Saúde do município de Cabadelo/PB. A população escolhida constou de 80 indivíduos portadores de diabetes mellitus que freqüentam as Unidades Básicas de Saúde do referido município. O instrumento utilizado para a coleta de dados constou da aplicação de um questionário semi-estruturado, com perguntas abertas e fechadas, junto aos pacientes portadores de DM nas UBS, que buscou analisar sobre o conhecimento e a percepção dos mesmos quanto aos cuidados com o pé diabético. Para a referida coleta utilizamos um formulário, contendo questões voltadas para os pacientes que apresentavam a DM e tinham pé diabético. Nestes questionamentos estavam incluídas as seguintes variáveis: idade, gênero, ocupação, dados sobre o diabetes como: o tipo de diabetes se é insulino-dependente, tempo em que foi diagnosticado o diabetes, se é hipertenso, além dos hábitos sociais. Foram questionados também quanto aos cuidados com os pés. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS: A maioria dos pacientes portadores de diabetes apresentou um percentual da amostra de gênero com predomínio do sexo feminino em 61% dos entrevistados e 31% do sexo masculino. Com faixa etária entre 60 a 79 anos 75%, 21% de pessoas com 40 a 59 anos, e 3% com pessoas de 20 a 39 anos, seguido de 1% com pessoas acima de 80 anos. O percentual do tipo de diabetes, sendo mais incidente o diabetes tipo II com 96% e apenas 4% do tipo I. O tempo de duração da doença variou de 1 a 30 anos, sendo a mediana de tempo de 14,1 anos. Quanto ao tratamento do diabetes, observou-se que entre as pessoas entrevistadas 44% utilizavam hipoglicemiantes orais, 37% insulina; 22% eram tabagistas, enquanto 28% ex-tabagista e 11% tinham o hábito de ingerir bebidas alcoólicas. Dentre os problemas de saúde houve predomínio da hipertensão arterial sistêmica em 88% dos casos. Verificou-se ainda que 63% não praticavam nenhuma atividade física. Com relação às alterações neuropáticas das extremidades, constatou-se que 58% dos portadores de diabetes apresentavam algum tipo de alteração nos pés, tais como: Feridas, bolhas, edemas. Quanto ao uso de calçado inapropriado, verificou-se que 87,50% pessoas utilizavam e 53% da população relataram andar descalço. Quanto ao corte das unhas dos pés constatou-se que 99,3% da amostra cortavam as unhas de maneira inadequada e 11% usavam meias impróprias. Neste estudo, os participantes também foram questionados quanto a análise e inspeção dos próprios pés, em suas respostas vimos que 35% dos participantes inspecionavam os seus pés, 15% responderam que observam o pé semanalmente, 31,25% afirmaram que observam o pé mensalmente, e 18,75% pessoas afirmaram nunca terem observado os próprios pés. A freqüência em conversar com os profissionais da área de saúde sobre as orientações para manter os pés saudáveis também foi um outro questionamento em nosso estudo e a maioria foi

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| 94 bastante enfática em relatar que nunca conversaram, a minoria relatou que quando o faz é esporadicamente, ou seja, a cada um, dois ou três meses. Um outro ponto questionado aos participantes do nosso estudo foi quanto a compreensão de manter cuidados com os próprios pés, 85% entrevistados responderam que a prevenção para com os pés era um fator importante na manutenção da saúde, 2,5% responderam que não achavam importante todo este cuidado, 8,75% não responderam e 3,75% não quiseram responder. Para tanto, consideramos uma população amostral que, atendida em unidades de saúde, possuía perfil socioeconômico e nível de instrução merecedores de destaque em nosso estudo, pois detectamos um certo descompasso em ralação à responsabilidade deles quanto ao autocuidado. CONCLUSÕES: Vimos com este estudo que a maioria dos participantes já tinham ou ainda estavam recebendo orientações e informações quanto o cuidado com os pés, e embora não tenham relatado dificuldades, eles realizavam os cuidados preventivos com os pés. Esses resultados servem como um estímulo para o início da prática do autocuidado preventivo da população estudada com seus próprios pés visto que, em uma pequena porcentagem dos participantes ainda existem alguns que não tem o devido cuidado para com os pés e com isso acabam adquirindo o Pé Diabético por esta falta de cuidados. Nesse sentido, o profissional de saúde em especial o fisioterapeuta precisa ter, como objetivos assistenciais, o apoio dos pacientes, no que concerne à sua educação; a compreensão da necessidade de realização de orientações de medidas preventivas acerca dos cuidados dispensados pelos pacientes aos seus pés, após a ocorrência da lesão. Para tanto, o fisioterapeuta precisa determinar um programa educacional para os pacientes diabéticos, deve sensibilizar esses indivíduos para os benefícios da adoção de medidas de autocuidado com os pés, para a diminuição da ocorrência de lesões; e a garantia de continuidade do autocuidado do cliente, caso surja uma lesão, porquanto ele pode reduzir o risco de disseminação da infecção e a possibilidade de amputações futuras. Descritores: Cuidados, Percepção, Pé Diabético. REFERÊNCIAS AMARAL, Carlos Farias Santos et al. Enciclopédia da Saúde-Diabetes Millitus. v 3. São Paulo: Medsi. 2001. ASSUNÇÃO MCF, Santos IS, Costa JSD. Avaliação do processo de atenção médica: adequação do tratamento de pacientes com diabetes mellitus, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. Cad Saúde Pública 2002 jan./fev.;18(1):205-11. BANDEIRA, Francisco et al. Endocrinologia e Diabetes. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. BARBUI EC, Cocco MIM. Conhecimento do cliente diabético em relação aos cuidados com os pés. Rev Esc Enferm USP 2002; 36(1): 97-103. BRASIL, Cadernos de Atenção Básica - n.º 16 Série A. Normas e Manuais Técnicos Brasília – DF 2006. Diabetes Mellitus. Disponível em: http://dtr2004.saude.gov.br/dab/documentos/cardernos_ab/documentos/abcad16.pdf Acesso em: 10.09.07 COSSON, I. C. O.; OLIVEIRA, F. N.; ADAN, L. F. Avaliação do conhecimento de medidas preventivas do pé diabético em pacientes de Rio Branco, Acre. Arquivo Brasileiro de Endocrinologia Metabólica. V. 49, n. 4, 08/2005, p. 548-555

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| 95 FEDALTO, Ana Lúcia Teixeira; ARAÚJO, Adriana Cristina de. Aspectos Psicológicos do Paciente Diabético. Curitiba, 2001. Disponível em: http://www.symbolon.com.br/10-2004/monodoce.doc. Acesso em: 10.09.07 GABRIEL, A. V. Diabetes Cresce no Mundo e Alarma OMS. Disponível em http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=5168&ReturnCatID=1764. Acesso em 28.11.07 GUEDES, Adriana Cecel. A Associação entre o Perfil Clínico e Psicossocial de Pessoas com Diabetes Mellitus usuárias de uma Unidade da Saúde da Família de Sorocaba/SP. [Dissertação]. São Paulo: Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, 2007. Disponível em: www.teses.usp.br/teses/disponiveis. Acesso em: 22/06/2007. GUIMARÃES, FPM, Takayanagui AMM. Orientações recebidas do serviçode saúde por pacientes para o tratamento do portador de diabetes mellitus tipo 2. Rev Nutr 2002;15(1):37-44. KUHN, Peter. O Pé Diabético. São Paulo: Atheneu. 2006 ROBBINS, Stanley & COTRAN, Ramzi S. Patologia - Bases Patológicas das Doenças. Tradução da 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. RODRIGUES, CDS. A contribuição do diabetes mellitus nas amputações demembros inferiores [dissertação]. Ribeirão Preto: Universidade de São Paulo; 2003. SANDOVAL, Renato Alves et al. Fisioterapia na prevenção do pé diabético: um relato de caso. Disponível em: http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 12 - N° 111 - Agosto de 2007. Acesso em: 10.09.07. SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, Consenso brasileiro sobre diabetes: Diagnostico e classificação do diabetes mellitus e tratamento do diabetes mellitus tipo 2. São Paulo:2001.

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PERFIL DOS COMERCIANTES DE TAPIOCA DA FEIRINHA DE TAMBAÚ EM JOÃO PESSOA

Lívia Hellen Fuoco Santos (Relator)1

Cecília Franca Erasto de Araújo2

Marina Ramalho Ribeiro3

Rayane de Melo Máximo4

Jedson de Queiroz Paiva5

Bárbara Melo Santos do Nascimento6 INTRODUÇÃO: Os altos índices de desemprego, a degradação das condições de vida das áreas rurais e o conseqüente aumento do processo de urbanização, resultaram na marginalização de grupos sociais, que encaram a venda de comida de rua como oportunidade real de trabalho para sustento e sobrevivência de suas famílias. Por outro lado, nos centros os hábitos alimentares vêm sofrendo alterações em virtude da diminuição do tempo disponível para preparação e ingestão dos alimentos. A preferência recai sobre refeições mais rápidas, seja na aquisição e preparo, seja no consumo (GERMANO; GERMANO, 2000). No Brasil, de acordo com estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2003, o mercado de trabalho vem apresentando um aumento da informalidade em áreas urbanas, com a inserção de quase 14 milhões de pessoas no setor. Não foram localizados dados específicos sobre a dimensão do segmento de comida de rua, mas segundo levantamentos realizados em países da América Latina, a renda obtida na atividade com a venda de alimentos de rua chega a ser de três a dez vezes superiores ao salário mínimo vigente nos diferentes países, o que contribui para a redução da pobreza (CARDOSO; SANTOS; SILVA, 2009). No Brasil segundo alguns estudiosos a comida de rua constitui uma herança dos escravos, que desde antes da abolição, “ancoravam-se nas esquinas e praças com pitéus da senzala ou da tradição portuguesa”. Até 2004, no Brasil, não havia legislação federal para esse tipo de atividade. Após o ano de 2005, quando houve um surto de doença de Chagas associado à venda de caldo de cana, em Santa Catarina, foi criada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária a primeira Norma Legislativa para alimentos de rua, a RDC nº 218 de 26 de julho de 2005 onde aprova o Regulamento Técnico de Procedimentos Higiênico-Sanitários para Manipulação de Alimentos e Bebidas Preparados com Vegetais. No entanto, ela se apresentou de forma limitada posto que corresponda a um modelo reativo de ação em saúde. À medida que o tempo foi passando e a demanda por produtos prontos foi crescendo por parte da população outras legislações foram formuladas e ampliadas para contemplar cada vez mais todos os alimentos comercializados nas ruas norteando a forma adequada de manipulá-los e armazená-los. Alimentos de rua podem ser definidos como “alimentos e bebidas prontos para consumo preparados e/ou comercializados por vendedores ambulantes especialmente nas ruas e em espaços públicos similares, para consumo imediato ou posterior, sem apresentarem, contudo, etapas adicionais de preparo ou processamento” (FAO, 1997). Embora gere empregos e diminua a pobreza, pontos de venda que comercializam alimentos de rua podem constituir risco à saúde dos consumidores por não contarem com as facilidades estruturais disponíveis nos estabelecimentos comerciais; geralmente são administradas por pessoas não treinadas que, ao manusearem o alimento, por desconhecimento e/ou maus hábitos de higiene, podem servir de veículos de contaminação. Além disso, as matérias-primas são, geralmente, de qualidade inferior, armazenadas inadequadamente e mantidas em temperaturas abaixo do critério de segurança alimentar (LUCCA; TORRE, 2002) podem levar ao surgimento de 1Aluna (o) do curso de nutrição, Faculdade Ciências Médicas da Paraíba, [email protected] 2Aluna (o) do curso de nutrição, Faculdade Ciências Médicas da Paraíba, [email protected] 3Aluna (o) do curso de nutrição, Faculdade Ciências Médicas da Paraíba, [email protected] 4Aluna (o) do curso de nutrição, Faculdade Ciências Médicas da Paraíba, [email protected] 5Aluna (o) do curso de nutrição, Faculdade Ciências Médicas da Paraíba, [email protected] 6Nutricionista, Mcs. Em Ciências da Nutrição, Universidade Federal da Paraíba, [email protected]

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| 97 problemas de saúde relacionados a Doenças Transmitidas por Alimento. A Organização Mundial de Saúde define Doença Transmitida por Alimentos como “uma doença de natureza infecciosa ou tóxica causada por ou através do consumo de alimentos ou água contaminados”. Franco (2008) define as intoxicações alimentares como causadas pela ingestão de alimentos contendo toxinas microbianas pré-formadas e infecções alimentares, causadas pela ingestão de alimentos contendo células viáveis de microrganismos patogênicos. Entre as Doenças Transmitidas por Alimentos pode-se destacar o botulismo, enterite, intoxicação alimentar na forma clássica pelo C. perfringens do tipo A, gastrenterite (síndrome diarréica e a síndrome emética), febre tifóide, difteria, brucelose dentre outras. De acordo com estudos realizados em diferentes países, a contaminação microbiana destes alimentos é fato incontestável, sendo identificada à veiculação de microrganismos como Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Clostridium perfringens, Salmonella e Vibrio cholerae (MULETA; ASHENAFI, 2001; ESTRADA-GARCIA et al, 2002). Dada a magnitude das informações e as suas conseqüências para a população, este quadro é considerado como uma questão de saúde pública (WHO, 1996). No Brasil, a ocorrência de Doenças Transmitidas por Alimentos não é de notificação compulsória, o que compromete a real avaliação do problema. A Organização Mundial da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde recomendam o uso do sistema de Análise de Riscos e Pontos Críticos de Controle, conhecido internacionalmente como HACCP, para melhorar a segurança dos alimentos de rua nas diversas condições em que são feitos, uma vez que esse método pode ser aplicado em todas as etapas da cadeia alimentar para identificar e caracterizar os pontos críticos em que ocorrem riscos e para estabelecer prioridades para intervenção e controle. As características sanitárias de um produto constituem apenas umas das facetas que compõem o complexo problema dos alimentos em relação à saúde (RIEDEL, 2005). A falta de confiança do consumidor na segurança do produto é um problema sério que pode provocar consequências financeiras desastrosas como a perda das vendas atuais e das futuras, acrescidas de um custo de tempo demandado com a resolução do problema e o custo logístico. A maneira mais eficaz de se atingir a segurança do alimento é a adoção da filosofia de que as toxinfecções alimentares devem ser prevenidas. Isto significa o entendimento das causas, determinação de medidas preventivas e corretivas e uma orientação do modo como a adequada manipulação de alimentos deve ser feita, de maneira que estas medidas sejam eficazes e amplamente utilizadas (OLIVEIRA, 2002). Outro aspecto que deve ser ressaltado é a importância que esse tipo de vendas representa para as administrações municipais, pela necessidade de desenvolver mecanismos que favoreçam o fornecimento de água, recolhimento de lixo, serviços sanitários, registros e controles, gerando gastos para administração pública (COSTA RRICA; MORÓN, 1996). O comércio de alimentos em vias públicas tem recebido recentemente grande atenção de autoridades e organizações internacionais que concentram esforços na análise dos impactos econômicos, sociais e sanitários desta atividade (ROZIN, 1996). A Feirinha de Tambaú, localizada em João Pessoa – PB é um dos pontos turísticos fortes que a cidade apresenta com elevado número de pontos de venda de tapioca, oferecendo refeições rápidas a todos os visitantes, especialmente em época de férias. Por isso, é necessário, e urgente, que estes profissionais, mesmo que atuem de maneira informal no mercado de trabalho, tenham consciência dos danos que podem causar à saúde do consumidor, da importância de seu papel e de como devem exercer seu ofício para atender às recomendações das leis sanitárias vigentes. Diante do exposto, esse trabalho visou gerar informações no que diz respeito ao perfil sócio-econômico e condições higiênico-sanitárias dos vendedores de tapioca da Feirinha de Tambaú. METODOLOGIA: O presente estudo trata-se de uma pesquisa descritiva, de campo e com abordagem quantitativa, na qual caracterizou os comerciantes que vendem tapioca, de acordo com perfil sócio-econômico e condições higiênico-sanitárias. O instrumento de pesquisa utilizado foi um questionário contemplando 36 questões juntamente com observações visuais. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS: De acordo com os dados encontrados foi possível perceber que 58,3% dos entrevistados são solteiros; 83,3% têm filhos; 41,7% cursaram até o nível médio; a faixa etária predominante foi entre 26 a 35 anos de idade; 50% afirmaram possuir dois filhos; 25% moram com mais de cinco pessoas na

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| 98 residência e que dessas duas pessoas trabalham representando 41,7%. 67% dos vendedores afirmaram ser proprietário do ponto de comércio, 58,3% possuem somente um dia de folga durante a semana e nos dias de trabalho 66,7% relatam jornada de 8 horas diárias. A maioria dos comerciantes relataram que a aquisição dos gêneros é realizada em redes de supermercado (41,7%) sendo obtida diariamente (66,7%). Com relação ao armazenamento e preparo da tapioca, fator positivo na operacionalização do produto é que 83,3% afirmaram armazenar os recheios das tapiocas em vasilhas plásticas sob-refrigeração, porém essa informação não foi observada in loco; 75% relataram armazenar a massa peneirada em sacos plásticos à temperatura ambiente e que o preparo dos recheios são feitos diariamente no período matutino ou vespertino. Durante o preparo do produto 58,3% dos vendedores asseguram que o tempo médio de aquecimento da tapioca é de 3 a 7 minutos em temperatura elevada, mas esta não foi determinada. Relataram que em média de 20 a 40 unidades de tapioca são vendidas diariamente (33,3%) das quais as de carne de sol com queijo (66,7%) e chocolate branco e preto com morango (25%), sabores salgado e doce, respectivamente representam a maior venda. Para uma maior agilidade no atendimento das vendas 50% dos pontos possuem de 2 a 4 vendedores. Com relação as condições higiênico-sanitárias percentual de 100% foi observado para o não uso de bigode/barba; o uso de cabelos protegidos, unhas aparadas, limpas e uso de luvas, como também uma pessoa fixa responsável pelo recebimento do dinheiro. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados apresentados indicaram um breve perfil sócio-econômico dos comerciantes daquela área como também revelou algumas técnicas higiênico-sanitárias realizadas nos pontos comerciais, as quais poderão servir de norteamento para o desenvolvimento de pesquisas futuras mais aprofundadas. Devido à escassez de dados oficiais e pesquisas científicas a respeito dos pontos de vendas de tapioca sugerem-se estudos adicionais a fim de identificar o nível de correlação existente entre o perfil sócio-econômico e as práticas higiênico-sanitárias adotadas, estas que quando não executadas de forma adequada influenciam fortemente na saúde do consumidor; a realização de análises de qualidade para corroborar com a identificação da inocuidade ou não do produto como também o desenvolvimento de um trabalho educacional por meio de cartilhas e treinamentos periódicos. Descritores: Qualidade; socioeconômico; condições higiênico-sanitárias. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 218, de 29 de julho de 2005. Dispõe sobre o regulamento técnico de procedimentos higiênico-sanitários para a manipulação de alimentos e bebidas preparadas com vegetais. Diário Oficial da União, Brasília, 2005. CARDOSO, R. C. V.; SANTOS; SANTOS, S. M. C.; SILVA, E. O. Comida de rua e intervenção: estratégias e propostas para o mundo em desenvolvimento. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 14, n.4, agosto. 2009. COSTARRICA, M. L.; MORÓN, C. Estratégias para el mejoramiento de la calidad de los alimentos callejeros em América Latina y El Caribe. Journal, 1996. Disponível em: < http://www.fao.org/docrep/W3699T/W3699T00.htm>. Acesso em: 29 de novembro de 2010. ESTRADA – GARCIA, T.; CERNA, J. F.; THOMPSON, M. R.; LOPEZ-SAUCEDO, C. Faecal contamination and enterotoxigenic Escherichia coli in street-vended chili sauces in Mexico ans its public health relevance. Epidemiology and Infection, v. 129, n. 1, p. 223 – 226. 2002. FAO - Food and Agriculture Organization. Street Foods. Report of a Fao Techinal meeting on street foods. Rome; 1997. FAO and Nutrition Paper, 63.

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| 99 FRANCO, B. D. G. de M. Microbiologia dos Alimentos. São Paulo: Editora Atheneu, 2008. GERMANO, P. M. L.; GERMANO, M. I. S. Higiene e Vigilância Sanitária dos Alimentos. São Paulo: Livraria Varela. 2003, p. 655. GERMANO, P. M. L. e GERMANO, M. I. S. Comida de rua: Prós e contras. Revista de Higiene Alimentar, v. 14, n. 77. p. 27 – 33. Outubro. 2000. LUCCA, A.; TORRES, E. A. F. S. Condições de higiene de “cachorro-quente” comercializado em vias públicas. Revista de Saúde Pública, v. 36, n. 3, p. 350-352, 2002. MULETA, D.; ASHENAFI, M. Salmonella, Shigella and growth potential of other food-borne pathogens in Ethiopian street vended foods. East African Medical Journal, v. 78, n. 11, p. 576 – 580. 2001. OLIVEIRA, R. B. P. In: CONTREPAR, BROMBERG, C. C. et al. Higiene e sanitização na indústria de carnes e derivados. São Paulo: Livraria Varela, 2002. RIEDEL, G. Controle Sanitário dos Alimentos. 3ª Ed. Editora Atheneu. 2005. RODRIGUES, K. L.; GOMES, J. P.; CONCEIÇÃO, R. C. S.; BROD, C. S.; CARVALHAL, J. B.; ALEIXO, J. A. G. Condições higiênico-sanitárias no comércio ambulante de alimentos em Pelotas-RS. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 23, n. 3, p. 447-452, setembro-dezembro. 2003. ROZIN, E. Comida de rua – com muita fome e pouco tempo. Folha de São Paulo. São Paulo, 20 de setembro de 1996. Especial.

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RELAÇÃO DA DIABETES MELLITUS E HIPERTENSÃO ARTERIAL

Yohanna de Oliveira (Relator)1 Dayana de Sousa Renovato² Aíssa de Paula Bernardino³

Ideltônio José Feitosa Barbosa4

INTRODUÇÃO As doenças cardiovasculares constituem a principal causa de mortalidade na população brasileira. Há vários fatores de risco que aumentam a probabilidade da ocorrência de doenças como o Diabetes Mellitus e a consequente Hipertensão Arterial, que contribuem para o agravamento deste quadro. Essas doenças levam à invalidez parcial ou total do indivíduo, com graves repercussões para o paciente. Quando diagnosticadas precocemente, essas doenças são bastante sensíveis, oferecendo múltiplas chances de evitar complicações. OBJETIVO Descrever o aumento da pressão arterial como consequência da Diabetes Mellitus. METODOLOGIA Trabalho bibliográfico descritivo apresentado à disciplina de Fisiologia Humana, do 3º período de Nutrição da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, com um dos requisitos para apresentação do IX Fórum Científico de Debates. DESENVOLVIMENTO O diabetes mellitus é uma síndrome do metabolismo defeituoso de carboidratos, lipídios e proteínas causadas tanto pela ausência de secreção de insulina quanto pela diminuição da sensibilidade dos tecidos à insulina. Existem tipos gerais de diabetes mellitus: Diabetes tipo I, também chamada de diabetes mellitus dependente de insulina, é causada pela ausência de secreção da insulina. Diabetes tipo II, também chamada de diabetes mellitus não dependente de insulina, é causada pela diminuição da sensibilidade dos tecidos-alvo ao efeito metabólico da insulina. Em ambos os tipos de diabetes mellitus, o metabolismo de todos os nutrientes está alterado. O efeito básico da ausência de insulina sobre o metabolismo da glicose é impedir a captação eficiente e a utilização da glicose pela maioria das células organismo, exceto pelo cérebro. Como resultado, a concentração de glicose sanguínea aumenta, a utilização celular da glicose cai ainda mais, e a utilização dos lipídios como fonte de energia e das proteínas aumenta. Níveis de glicose sanguínea muito elevada podem causar uma grave desidratação celular em todo o organismo, além da perda da glicose na urina causar diurese osmótica. Assim, a poliúria, a desidratação intracelular, e o aumento da sede são os sintomas clássicos do diabetes. Quando a glicose sanguínea é mal controlada durante longos períodos no diabetes mellitus, o vaso sanguíneo em diversos tecidos do organismo começa a funcionar anormalmente e sofrem alterações estruturais que resultam no aporte inadequado de sangue para os tecidos. Isto, por sua vez, leva a um aumento do risco de ataques cardíacos, derrame, doença renal no estagio terminal, retinopatia, cegueira, e isquemia e gangrena nos membros. Além disso, a hipertensão e a aterosclerose frequentemente se desenvolvem nos pacientes portadores de diabetes. O diabetes tipo II corresponde cerca de 90% de todos os casos de diabetes mellitus. Na maioria dos casos, o início do diabetes tipo II ocorre depois dos 30 anos de idade e a evolução da doença é gradativa. Nos últimos anos, entretanto, houve um aumento no número de indivíduos mais jovens com diabetes do tipo II. Essa tendência parece estar relacionada principalmente ao aumento da prevalência da obesidade, que é o fator de risco mais importante para o diabetes tipo II em crianças, assim como nos adultos. A obesidade, a resistência à insulina e a “síndrome metabólica” geralmente precedem o desenvolvimento do diabetes tipo II. O diabetes tipo II, ao contrário do tipo I, está associado ao aumento da concentração da insulina plasmática. Isto ocorre como uma resposta compensatória das células beta pancreáticas a uma sensibilidade diminuída dos tecidos-alvo aos efeitos metabólicos da insulina, uma condição referida como resistência insulínica. A redução da sensibilidade à insulina

1Aluna do curso de Nutrição, Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, [email protected] 2Aluna do curso de Nutrição, Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, [email protected] 3Aluna do curso de Nutrição, Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, [email protected] 4Orientador, Prof. Dr. da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, [email protected]

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| 101 prejudica a utilização e o armazenamento dos carboidratos, aumentando o nível da glicose sanguínea e estimulando um aumento compensatório na secreção de insulina. O desenvolvimento da resistência insulínica e de um metabolismo alterado da glicose é geralmente um processo gradativo, começando comum excesso de ganho de peso e obesidade. A resistência insulínica faz parte de uma cascata de distúrbios, que frequentemente é chamado de “síndrome metabólica”. Todas as características da síndrome metabólica estão intimamente relacionadas ao ganho de peso excessivo, especialmente quando está associado ao acúmulo de tecido adiposo na cavidade abdominal em torno das vísceras. A principal consequência negativa da síndrome metabólica é a doença cardiovascular, incluindo aterosclerose e lesão em diversos órgãos do corpo. Várias das anormalidades metabólicas associadas a esta síndrome são fatores de risco para a doença cardiovascular, e a resistência à insulina predispõe ao desenvolvimento de diabetes mellitus tipo II, que é um dos principais fatores de risco para doenças do coração e também um problema de saúde pública. É caracterizado pela elevada concentração da glicose sanguínea, decorrente da falta ou incapacidade da ação da insulina, hormônio que conduz a glicose para os músculos. A insulina, além de manter o controle glicêmico, também apresenta propriedades anti-inflamatórias. A resistência à esta substância está intimamente relacionada com a obesidade abdominal. No fígado, os ácidos graxos, um tipo de gordura com função energética, que origina-se do tecido adiposo aumentam a produção de glicose, de triglicerídeos e do colesterol ruim (LDL), associando-se à redução do colesterol bom (HDL). No músculo, os ácidos graxos reduzem a sensibilidade à insulina, inibindo a captação de glicose. O aumento da glicose circulante e liberação de ácidos graxos aumentam a secreção de insulina do pâncreas, resultando em hiperinsulinemia, levando à retenção de sódio e aumento da atividade nervosa simpática (estimulante), contribuindo para o desenvolvimento de hipertensão arterial. A hipertensão arterial é resultante da interação entre fatores biológicos e ambientais. Os fatores ambientais estão ligados diretamente ao estilo de vida, como stress social, hábitos alimentares, tabaco e sedentarismo. Já as alterações biológicas incluem a perda da elasticidade dos tecidos, rigidez arterial, deficiência de produção das substâncias protetoras, como anti-inflamatórias e as que reduzem atividade nervosa. Também há de se considerar fatores como descontrole da pressão arterial pelos rins, aumento das espécies reativas de oxigênio, os radicais livres, que permitem a formação de edema, ocasionando a adesão de placas de gorduras e consequente aceleração da coagulação dentro das artérias. A partir do aumento dos radicais livres e da formação de edema, inicia-se um processo inflamatório complexo. Esses eventos aumentam a resistência vascular e conforme o tempo de diagnóstico e controle do diabetes mellitus, este quadro conduz a morte celular e necrose. A hipertensão arterial é um problema de saúde comum que pode ter consequências devastadoras, frequentemente permanecendo assintomática até uma fase tardia de sua evolução. O Ministério da Saúde escolheu como limite para definir a hipertensão arterial o de igual ou maior a 140/90mmHg, em indivíduo que não faça uso de medicação anti-hipertensiva. O diabetes mellitus e a hipertensão arterial sistêmica são as duas doenças mais comuns nos países industrializados e a frequência dessas duas patologias nessas populações aumentam com a idade. No Diabetes Tipo I, a hipertensão associa a nefropatia diabética e, o controle da pressão arterial é crucial para retardar a perda de função renal. No Diabetes Tipo II, a hipertensão associa a síndrome de resistência à insulina e ao alto risco cardiovascular. A prevalência de hipertensão em indivíduos diabéticos é duas vezes maior que numa população de não diabéticos. A raça, a idade, o sexo, a presença de proteinúria, o aumento do índice de massa corpórea e o tempo de evolução do diabetes mellitus são os principais determinantes da elevação da pressão arterial. Outros fatores podem estar presentes: obesidade, sedentarismo, idade avançada, dislipidemia, tabagismo, história familiar. A obesidade e a inatividade física, quando associadas à resistência insulínica, correlacionam-se com a elevação da pressão arterial; perda de peso e atividade física melhoram o controle dos níveis pressóricos. Características da hipertensão em diabéticos: Tipo I: Hipertensão está ausente até o momento do diagnóstico; Desenvolvimento da hipertensão correlaciona-se exclusivamente com o início da doença renal; As pressões sistólica e diastólica aumentam proporcionalmente; Hipertensão correlaciona-se com

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| 102 progressão da doença renal. Tipo II: A hipertensão é comum no momento do diagnóstico; A hipertensão correlaciona-se com o aumento da obesidade e avanço da idade; A pressão sistólica aumenta mais do que a diastólica; A hipertensão correlaciona-se menos frequentemente com a presença da doença renal. O enfoque atual no tratamento do paciente diabético e hipertenso abrange não somente o controle dos níveis pressóricos, mas também, a redução concomitante da albuminúria e a estabilização do ritmo de filtração glomerular. O tratamento anti-hipertensivo, quando instituído precocemente, pode reduzir satisfatoriamente a albuminúria, prevenindo a evolução para nefropatia clínica. Com uma intensidade adequada, a atividade física estimula o aumento do fluxo sanguíneo nas artérias. Assim, as substâncias vasodilatadoras e vasoconstritoras, produzidas pelas artérias, ficam estabilizadas. CONCLUSÃO O Diabetes Mellitus e a Hipertensão Arterial, consequentemente associada, aumentam consideravelmente o risco de doenças cardiovasculares, representando a primeira causa de óbito no país. A relação entre ambas as doenças é bem estreita, sendo uma fator de risco para a outra. Possuem vários aspectos em comum, como origem, fatores de risco, tratamento não-medicamentoso, algumas complicações e, geralmente, ausência de sintomas. O sucesso do controle das taxas de glicemia e pressão arterial depende da adesão adequada do paciente ao tratamento e de práticas de saúde que estimulem ou facilitem a mudança do estilo de vida.

REFERÊNCIAS

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HENRIQUEI, N. N; COSTAL, P. S; VILETIL, J. L; CORRÊAL, M. C. M; CARVALHO, E. C. Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus: Um Estudo Sobre Os Programas De Atenção Básica. Revista de enfermagem, Rio de Janeiro, v. 16, n. 3, p. 168-73, 2008.

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ABERTURA

SÍNDROME DE BURNOUT EM PROFISSIONAIS DA

ÁREA DE SAÚDE: UMA REVISÃO LITERÁRIA

Antônio Felipe de França Sales1

Cleane Toscano Souto Bezerra (Orientadora)2

Eric Cavalcante Miranda3

Natália Ludmila Cavalcanti Cruz4

Ricardo Cartaxo Filho5

Thássia Mariz de Melo(Relator)6

INTRODUÇÃO: Os novos modelos socio-econômicos e culturais determinados pela globalização e advento de tecnologias inovadoras, geram benefícios ao mundo moderno, porém trazem consigo mudanças profundas relacionadas ao comportamento bio-psico-social do ser humano, com repercussões na qualidade de vida da população. O desgaste físico e emocional é observado com frequência dentre os profissionais que são submetidos a cargas excessivas de trabalho, com atribuições mais variadas e complexas, mais responsabilidades, remuneração incompatível com seu trabalho, divisão não equitativa de tarefas, dedicação excessiva que pouco acrescenta na carreira. Esses fatores demandam qualidade na execução das tarefas, maior competência e qualificação por parte dos profissionais. Um ambiente de trabalho cercado por essas cobranças promovem inversões de valores, onde os econômicos sobrepõem os humanos e levam ao termo conhecido e popularizado denominado estresse. Com base em estudos sobre o estresse, foi identificada a síndrome de Burnout. Para Maslach (1994) essa síndrome é desenvolvida em resposta a fontes crônicas de estresse emocional e interpessoal no trabalho. Descrita pela primeira em 1974, pelo psiquiatra Herbert J. Freudenberg (Cadiz e cols., 1997; Gil-Monte & Peiró, 1997; Maslach, 1994; Robayo-Tamayo, 1997). Cadiz e cols. descrevem a evolução desses estudos. Devido à importância do estudo da Síndrome de Burnout, este trabalho tem como objetivos investigar a relação de fatores da personalidade e aqueles ligados à organização do trabalho; averiguar a presença e o nível de estresse emocional, os sintomas físicos e psicológicos e a intensidade do estresse; sensibilizar a comunidade acadêmica em relação à necessidade de medidas preventivas e terapêuticas. Trata-se de uma síndrome multidimensional, caracterizada por três componentes: exaustão emocional, diminuição da realização pessoal e despersonalização. Sentimentos de baixa realização pessoal e esgotamento emocional são manifestações iniciais. A exaustão é a característica central do burnout, a manifestação mais óbvia, sendo a principal queixa dos indivíduos que sofrem dessa síndrome. A fase final é caracterizada pela despersonalização, que ocorre em resposta a ambos, como uma estratégia de afrontamento ou defensiva ou um tipo específico de reação ao estresse ocupacional prolongado, que envolve atitudes e comportamentos negativos com respeito aos clientes, ao trabalho e à organização. Buscando lidar com o estresse, surgem dificuldades em se relacionar com famíliares e com os amigos, além de se tornar 1.Estudante da graduação do curso de Medicina pela FCM-PB, Ciências Médicas, João Pessoa, PB, Brasil. E-mail: [email protected] 2.Médica Ginecologista Obstetra; Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, Ciências Médicas,; João Pessoa, PB, Brasil. E-mail: [email protected] 3.Estudante da graduação do curso de Medicina pela FCM-PB, Ciências Médicas, João Pessoa, PB, Brasil. Graduado em Engenharia Civil, Recife, PE, Brasil, Bolsista de iniciação científica 2002-2004 PIBIC, E-mail: [email protected] 4. Estudante da graduação do curso de Medicina pela FCM-PB, Ciências Médicas, João Pessoa, PB, Brasil. E-mail: [email protected] 5. Estudante da graduação do curso de Medicina pela FCM-PB, Ciências Médicas, João Pessoa, PB, Brasil. E-mail: [email protected] 6. Estudante da graduação do curso de Medicina pela FCM-PB, Ciências Médicas, João Pessoa, PB, Brasil. E-mail: [email protected]

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| 104 frequente o uso de álcool e outras drogas. O auge do desgaste ocorre quando as pessoas se entregam e abandonam a profissão. Gil-Monte e Peiró (1997), desenvolveram uma classificação dos diversos fatores, dividindo-os em facilitadores e desencadeadores. Os facilitadores são as variáveis de caráter pessoal que têm uma função facilitadora ou inibidora da ação dos estressores sobre o indivíduo, enquanto que os desencadeadores são os estressores percebidos como crônicos, no ambiente de trabalho. Pessoas mais competitivas, esforçadas, impacientes, com excessiva necessidade de controle, dificuldade de tolerar frustração, baixa auto-estima em geral apresentam maior propensão ao desenvolvimento da síndrome. A síndrome atinge principalmente profissionais que atuam na área de ciências humanas tais como enfermeiros, fisioterapeutas, médicos e assistentes sociais, caracterizando - se por uma reação de estresse crônico (Reinhold, 1996). Visando o trabalho do médico em particular, encontram-se alguns agentes que elevam a possibilidade da ocorrência do burnout, tais como demandas excessivas que diminuem a qualidade do atendimento, grandes jornadas de trabalho, numerosos plantões, baixa remuneração, necessidade de lidar com sofrimento e morte, e exposição constante ao risco, entre outros. É importante considerar também a grande cobrança da sociedade, gerando uma pressão por vezes insustentável no profissional. O problema social desencadeado pela síndrome nestes profissionais médicos é a possibilidade de se tornarem profissionais desumanos, sem envolvimento e dedicação necessários, o que acarreta numa diminuição da qualidade do atendimento, reflexo da exaustão física e emocional, culminando com a morte do paciente. Dentre os sintomas mais comumente associados estão as cefaléias, tensões musculares, hipertensão arterial entre outros. Na conduta profissional, observa-se o absenteísmo ao trabalho, violência e incapacidade de relaxar. Já na dimensão emocional: impaciência, irritabilidade, distanciamento afetivo, ansiedade e redução da capacidade de elaboração de juízos, podem ser observados. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, que procedeu-se as seguintes etapas: seleção do tema e das palavras-chave; definição das bases de dados para busca; estabelecimento dos critérios para seleção da amostra; identificação do panorama geral do resultado da busca; e discussão dos resultados. O estudo foi realizado por meio de consulta em uma base de dados da SCIELO, limitando-se as publicações dos últimos dez anos. A busca na base de dados foi realizada durante os meses de setembro a outubro de 2012, considerando, inicialmente, 19 palavras-chave: estafa, Burnout, stress, tecnologia, trabalho de enfermagem, saúde do trabalhador, médico, enfermagem, inovação tecnológica, cargas de trabalho, satisfação no trabalho, trabalho em saúde, medicina, enfermeira, doença, profissional da saúde, doenças do trabalho, organização do trabalho e carga de trabalho. A seguir foram feitos 34 cruzamentos associando as palavras-chave mencionadas. Dos estudos captados nestes cruzamentos foram excluídas as repetições assim como as palavras-chave que mostraram resultado nulo.Considerando-se os estudos identificados nos 20 cruzamentos das palavras-chave, que se mostraram produtivos para a constituição da amostra foram selecionados os documentos que atenderam aos seguintes critérios: textos na forma de artigos, teses ou dissertações disponíveis na integra e que abordam, direta ou indiretamente, a temática “ estafa profissional, síndrome de Burnout e profissionais da saúde”; nos idiomas português e espanhol. Definidos os trabalhos selecionados após os cruzamentos totalizando oito trabalhos, e assim, procedeu-se a captura dos textos completos, os quais foram analisados um a um. DISCUSSÃO: A definição de estresse difere de Síndrome de burnout, no que diz respeito aos conceitos e diferenças, pois este é a resposta do estresse crônico proveniente do trabalho que envolve atitudes e alterações comportamentais negativas com desconsideração do lado humano; enquanto aquele ocorre a partir de respostas do organismo às agressões de origens diversas, capazes de perturbar o equilíbrio interno do ser humano. Os profissionais de saúde são atingidos pela síndrome, no que se refere à demanda de pacientes, organização e o próprio trabalho quando os métodos de enfrentamento são falhos ou insuficientes.Em geral, burnout é mais acentuado nos primeiros anos de profissão, pois esses profissionais tendem a se sentir mais inseguros em relação a seus conhecimentos, são mais afetados pelas reações de seus pacientes e, muitas vezes, nutrem falsas expectativas sobre suas carreiras. Enquanto que profissionais

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| 105 mais experientes, provavelmente já desenvolveram a capacidade de lidar melhor com as situações de estresse advindas do trabalho, onde Segundo Moore & Cooper (1996), “os profissionais com maior tempo de carreira têm menor carga horária semanal, trabalham mais em tarefas administrativas e gerenciais e dedicam-se menos ao atendimento direto de pacientes, o que poderia contribuir para menores níveis de burnout .” Outro ponto significativo de burnout se refere ao traço de ansiedade, onde se sugere que profissionais com essa afecção são mais vulneráveis ao estresse ocupacional, culminando assim com a Síndrome de Burnout, podendo ser beneficiados por programas de manejo de estresse. Lipp, Romano,Covolan & Nery (1990, p.149) propõem um tratamento comportamental para o estresse composto de quatro pilares: i) alimentação anti – estresse, ii) relaxamento, iii) exercícios físicos, iv) tratamento comportamental. Além disso, a satisfação profissional varia com a individualidade, vida pessoal e profissional de cada trabalhador, pois segundo o estudo de Gabbe t.al, o grau de satisfação profissional foi significativamente maior nos profissionais casados, chefes de Departamento e nos envolvidos com pesquisa. No entanto, “os indivíduos casados apresentaram menor realização profissional, demonstrada pelos métodos estatísticos utilizados”. Mc Murray et al. relataram incidência de burnout menor para os médicos que tinham com suporte emocional mais consistente (cônjuge, amigos), por isso o baixo apoio familiar tende a favorecer o burnout. De acordo com o questionário MBI (Maslach Burnout Inventory), publicado no início dos anos 1980, existem três tópicos mencionados na conceituação de burnout: exaustão emocional, despersonalização e reduzida realização profissional. No estudo Lima D, F., a classificação é considerada alta para as dimensões exaustão emocional e despersonalização e baixa para a dimensão realização profissional.. Maslach e Leiter 2 relataram que, ao se sentirem exaustos, os profissionais relatam sobrecarga física e emocional acompanhada de dificuldade de relaxamento, com estado de fadiga diário. Ocorre então, redução de energia para as atividades profissionais e a consequente evolução para despersonalização, exaustão e esgotamento emocional. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A continuidade de pesquisas com médicos residentes e demais profissionais de saúde, por meio de estudo longitudinal, poderá fornecer dados que elucidem outros fatores de risco que desencadeiam o desenvolvimento do desgaste e que poderão dar suporte a uma nova estruturação de estratégias preventivas e necessárias. Do ponto de vista organizacional, o profissional de saúde portador da síndrome de Burnout pode não mais se adequar ao processo de trabalho, trazendo repercussões na qualidade do serviço de assistência. Estudos mostraram que o índice de predisposição é, pelo menos, 2,9 vezes maior que a incidência da síndrome, sendo necessário monitorar periodicamente a saúde mental e física desses profissionais, a fim de desenvolver esquemas táticos que possam reorganizar o processo de trabalho e diminuir as fontes de estresse. Medidas de moderado impacto na estrutura organizacional tais como: instalações para realização de exercícios, delegação de responsabilidades que fortaleçam o controle, e suporte adequado oferecido pela chefia são descritas como capazes de contribuir para menores níveis de estresse (Härtl, 1999). Em relação ao apoio da chefia, a conscientização e treinamento dos chefes poderiam levá-los ao oferecimento de suporte adequado aos profissionais de saúde. É importante. O médico sueco Levi, consultor de estresse da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2003, indicou que a solução para enfrentar esta situação está nas ações integradas, que vão do comprometimento de cada um ao envolvimento da política de saúde, devendo ser traçadas políticas de prevenção para os altos níveis de estresse valorizar o sujeito, seu ambiente de trabalho e as especificidades de ambos.

DESCRITORES: Profissional de Saúde; Síndrome de Burnout; Carga de Trabalho.

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| 106 REFERÊNCIAS TUCUNDUVA, L. T. C. et al. A síndrome da estafa profissional em médicos cancerologistas brasileiros. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 52, n. 2, p. 108-112, 2006. TIRONI, M.O.S, NASCIMENTO SOBRINHO CL, BARROS DS, REIS EJF, MARQUES FILHO ES, ALMEIDA A, et al. Trabalho e síndrome da estafa profissional (burnout) em médicos intensivistas de Salvador Rev Assoc Med Brasil 2009; 55(6): 656-62. PALMER-MORALES LY, GÓMEZ-VERA A, CABRERA-PIVARAL C et al. Prevalencia del síndrome de agotamiento profesional en médicos anestesiólogos de la ciudad de Mexicali. Gac Med Mex 2005;141:181-183. PIRES D. E. P, BERTONCINI J. H, SÁVIO B, TRINDADE L. L, MATOS E, AZAMBUJA E. Inovação tecnológica ecargas de trabalho dos profissionais de saúde: revisão da literatura latino-americana. Rev. Eletr.Enf. [Internet].2010;12(2):373-9. PAFARO, R. C; MARTINO, M. M. F. Estudo do estresse do enfermeiro com dupla jornada de trabalho em um hospital de oncologia pediátrica de Campinas. Revista Escola de Enfermagem USP. São Paulo, 38(2): p. 152-160, 2004. BORGES, L. O.; ARGOLO, J. C. T.; PEREIRA, A. L. S.; MACHADO, E. A. P.; SILVA, W. S. A síndrome de burnout e os valores organizacionais: um estudo comparativo em hospitais universitários. Psicologia: Reflexão e Crítica, v.15, n.1, p.189-200, 2002. LIMA, F. D. Al. Sindrome de burnout em Residentes da Universidade Federal de Uberlândia – 2004. REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA. Uberlândia, v. 31, n2, p.137-146, 2007 JODAS, D. A.; HADDAD, M. C. L. Síndrome de Burnout em trabalhadores de enfermagem de um pronto socorro de hospital universitário. Acta Paulista de Enfermagem, São Paulo, v. 22, n.2, p.192-7, 2009.

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TERAPIA MANUAL NOS PROCESSOS DOLOROSOS DA ARTICULAÇÃO DO JOELHO EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS

Alanna Ferreira Cassé1

Elidiene de Moura Moreira2 Angélica Carla de Araújo Fernandes Pimenta3

Haydêe Cassé Silva4

Rodrigo Henriques Carvalho5

Ivaldo Menezes Melo Júnior6

INTRODUÇÃO: Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) realizado em 2009 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os idosos brasileiros com mais de 60 anos representam 11,3% dos habitantes. Este fato ocorreu devido aos índices do aumento da expectativa de vida e diminuição da taxa de fecundidade e natalidade vividas nos últimos anos. Estima-se que em 2050 a população idosa ultrapassará 22,71% da população total, colocando o Brasil como o quarto país do mundo no ranking dos países com o maior número de idosos entre os seus habitantes (BRASIL, 2011). Comumente passa a existir a aposentadoria, e ocorre perda do papel profissional, o que pode conduzir a pessoa idosa à exclusão do convívio social, isolamento, solidão e por consequência, a depressão. Somado a este fator, com o processo natural do envelhecimento, surgem às doenças crônico-degenerativas que são caracteristicamente incapacitantes, implicando em limitações que exigem cuidados específicos, como a presença constante de um cuidador (ALMEIDA, 2008). Os fatores desencadeantes para que as dores ocorram em idosos podem ser observadas nas doenças crônicas degenerativas no sistema osteomioarticular, que o levam ao isolamento e a diminuição da movimentação global, interferindo em seu cotidiano. Autores estimam que 80% dos indivíduos com mais de 65 anos apresentem, pelo menos, um problema significativo de saúde que os predisponham à dor. A dor se torna frequente em aproximadamente 32% dos idosos, ocasionalmente em 20%, dor aguda em 6%, e crônica em48%. Apesar disso, há o conceito errôneo de que a dor seja consequência esperada ou normal no processo do envelhecimento (DELLAROZA; PIMENTA; MATSUO, 2007; LIMA; TRAD, 2008; OLTRAMARI, 2010). Um idoso se encontra restrito as condições impetradas pela instituição de longa permanência da qual faz parte, perpassando por alterações físicas que determinam dores, por vezes, incapacitantes, como as ocorridas em joelhos, pode-se oferecer um recurso capaz de favorecer efeitos terapêuticos, fisiológicos e psicológicos, como se propõe a terapia manual (MINCATO; FREITAS, 2007; FREIRE-JUNIOR; TAVARES, 2005). Portanto, é notório que as limitações sofridas pelo idoso em ambiente de longa permanência podem transformar o enfrentamento, diante do quadro álgico, em um processo ainda mais difícil de vencer, desacreditando de sua potencialidade para reverter a condição sintomatológica. Este processo poderá encontrar as barreiras na superação dos limites próprios na individualidade do ser que se percebe diferenciado pelo estigma da institucionalização (ABREU et al., 2003). A fisioterapia pode dispor de uma gama de ferramentas para intervir na população idosa, das quais podemos destacar a terapia

1Acadêmica do curso de Graduação em Fisioterapia da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, [email protected]. 2Graduada em Fisioterapia pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, [email protected] e 3Graduada em Fisioterapia pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, [email protected] 4Docente da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, Mestre em Psicologia Social e graduada em Fisioterapia pela UFPB, [email protected]. 5Docente da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. Ggraduado em Fisioterapia pela UEPB, [email protected] 6Docente da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, Mestre em Ciências das Religiões, graduado em Fisioterapia pela UFPB, [email protected] .

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ABERTURA

| 108 manual para diversos fins, entre eles: alivio da dor, minimização do edema e sensação de fadiga, facilitação da mobilidade articular, liberação de aderências, alterações no tônus muscular, redução do estresse, indução de relaxamento, aumenta de bem-estar (ANDRADE; CLIFORD, 2003). A justificativa deste estudo surgiu ao considerar o fato de que o idoso institucionalizado possa apresentar algum quadro álgico em virtude das dificuldades caracterizadas pelos processos de envelhecimento e da institucionalização e que a aplicação de manobras clássicas em terapia manual possam causar alguma alteração na sintomatologia apresentada. Objetivo: Desta forma o objetivo deste estudo foi conhecer os efeitos da terapia manual em idosos institucionalizados com quadro álgico na articulação do joelho, identificando-os antes e após aplicação de técnicas manipulativas. METODOLOGIA: Tratou-se de uma pesquisa de campo, exploratória e descritiva, com abordagem quantitativa para análise dos dados, onde os sujeitos assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, obedecendo a resolução normativa do Conselho Nacional de Saúde n°196/96. A amostra foi composta por oito idosos com idade a partir dos 60 anos, de ambos os gêneros, residentes na Associação Promocional do Ancião (ASPAN) de João Pessoa/PB. Como critérios de inclusão da amostra foram observados: queixa de dores mioarticulares na articulação do joelho uni ou bilateralmente; capacidade para deambulação, sem restrição ao leito e boa condição cognitiva, previamente verificada. Não pode participar os idosos que estivessem em situação de contra-indicação para aplicação de terapia manual, como, inflamações, fratura ou incisão cirúrgica, ulcerações, trombose venosa profunda, instabilidade hemodinâmica, fase terminal, incompreensão dos comandos verbais, tumor maligno, estados febris, dentre outros, previamente selecionado através de avaliação criteriosa e especifica, observando as questões sociais, física, funcional e mental. Este instrumento foi aplicado antes e após 10 sessões de terapia manual realizados em encontros semanais nos meses de março a maio/2011, com duração de 30 minutos cada. Os questionamentos foram feitos de forma oral e as informações fornecidas foram transcritas pelos pesquisadores para os devidos instrumentos. Foram selecionadas as seguintes manobras: técnicas clássicas de massagem; micromobilização da articulação do joelho segundo Kisner e Colby (2009); drenagem linfática manual embasada em Leduc e Leduc (2007) e Godoy e Godoy (1999); e o alongamento do músculo isquiotibial para finalizar por integrar elementos essenciais para a marcha. A análise dos dados quantitativos foi feita através da estatística descritiva, utilizando a planilha eletrônica do programa Windows Excel, no que diz respeito a média, desvio padrão e percentual, além do teste t de student pareado, demonstrados através de gráficos e tabelas. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS: Os escores do MEEM mostraram que 63% da amostra apresentavam leve deficiência cognitiva. Este fato pode estar atrelado ao local escolhido para realizar o estudo, pois, geralmente, no idoso institucionalizado o processo senescente pode se encontrar acentuado pelas condições sociais, econômicas e emocionais, ou pelas condições oferecidas pela ILP. A senescência é definida como processo de envelhecimento normal, esta se caracteriza por declínio na capacidade funcional, modificações estruturais em todo o organismo, déficit na função cognitiva, alterações de linguagem, mudanças no papel psicológico e social do sujeito (CAMARANO, 2004; COSTA et al., 2009). Segundo a EVA, a intensidade da dor no joelho obteve redução de moderada (escores 3-7) para leve (0-2). A queixa de dor na articulação do joelho, em específico, geralmente pode ser provocada pelo desequilíbrio muscular decorrente do envelhecimento ou mesmo pelo processo degenerativo natural. O desequilíbrio muscular caracteriza- se pela atrofia do quadríceps associada à retração dos músculos isquiotibiais, que de maneira progressiva leva ao posicionamento em flexão da articulação do joelho. O processo degenerativo articular ocorre nessa faixa etária junto de manifestações clínicas freqüentes no joelho. A dor decorrente desse processo é de aparecimento progressivo e evolutivo, que piora com a atividade física e que às vezes associa-se a deformidades da articulação do joelho (CAMANHO, 2008). A terapia manual proporciona a produção e circulação de opiáceos endógenos, que são analgésicos naturais encontrados no cérebro, principalmente a beta-endorfina e betalipotropina, responsáveis por inibir ou modificar a transmissão da dor das vias aferentes até o

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| 109 córtex (CASSAR, 2001). A massagem, por aumentar o fluxo sanguineo, pode melhorar o transporte desses modificadores da dor. A amplitude de movimento para flexão do joelho aumentou em graus (2 a 17) em 50% dos participantes (WENER et al, 2008; LEDUC; LEDUC, 2007; BARROS, 2001). A força muscular para realização do movimento de flexão e extensão sofreu uma variação gradual, de fraca a boa, inicialmente, para regular a normal, após aplicação do protocolo estabelecido. Na maioria dos participantes, a perimetria realizada constatou a redução estatisticamente significativa (t student pareado p<0,005), quando observada no perímetro da coxa a 5, 10 e 15 cm referenciais ao joelho a partir da fossa poplítea. Tal fato vai ao encontro da literatura quando se refere aos efeitos da drenagem linfática manual de absorver os líquidos excedentes e proteínas do espaço intersticial, transportando-os pela rede de capilares e vasos linfáticos de volta a circulação sanguínea para ser excretada (GODOY; GODOY, 1999). Os efeitos fisiológicos da drenagem linfatica manual consistem no aumento e reabsorção de proteínas, promovendo a desintoxicação dos meios interticiais, aumentando a velocidade da linfa, relaxando a musculatura, beneficiando na filtração e a reabsorção de proteínas nos capilares linfáticos, melhorando assim a defesa imunológica. A massagem dissolve aderências e longa o tecido conjuntivo, bem como, normaliza a função muscular ao reduzir a hipertonicidade existente, fortalecendo-os. Há, ainda, uma influência na normalização da função articular, ao restaurar a lubrificação natural entre as superfícies e liberar os nervos periféricos compressos entre os tecidos, aumentando a amplitude de movimento. O alongamento por semanas prolongadas pode aumentar a força tecidual, induzindo a hipertrofia, o acréscimo da tolerabilidade ao estiramento e provocar um efeito analgésico (LEDUC; LEDUC, 2007; SCOLPEL 2006; HENDRICKSON, 2004;). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Portanto, pode-se inferir que o protocolo proposto neste estudo, utilizando técnicas em terapia manual, contribuiu para redução do quadro doloroso, bem como, melhorou a amplitude de movimento e o grau de força muscular, proporcionando facilidade na deambulação e segurança ao idoso para movimentar-se livremente. O processo natural do envelhecimento somado ao de institucionalização fragiliza a pessoa idosa, por isso, é necessária uma visão ampla por parte dos profissionais envolvidos no lidar diário. Desta maneira, os profissionais de fisioterapia podem desenvolver um papel primordial, pois é capaz de intervir sobre um aspecto intimamente ligado a funcionalidade, utilizando o toque como proposta de tratamento. Este estudo sugere, entretanto, a ampliação de sua aplicação em outros processos dolorosos do sistema osteomioarticular em outras regiões específicas, frequente em idosos, como coluna vertebral e ombro. Também aponta a necessidade realizar um estudo longitudinal em que se possa dar continuidade a aplicação do protocolo em mais sessões e apontou uma conduta direcionada a população especifica, olhando a integralidade do toque nos processos dolorosos de idosos frágeis. Descritores: Terapia por Manipulação; Assistência a Idosos; Instituição de Longa Permanência para Idosos. REFERÊNCIAS ABREU, Flávia Maria Campos; LOPES, Rodrigo Quintao; GABRIEL, Cristiane; BARBOSA, Wendel; DANTAS, Estelio Henrique Martin. Análise Quantitativa da Marcha no Idoso Institucionalizado. Fisioterapia Brasil, v. 4, n. 2, p. 92-95, 2003. ALMEIDA, Osvaldo P. Mini exame do estado mental e o diagnóstico de demência no Brasil. Arquivos em Neuro-Psiquiatria, v. 56, n.3B, p.605-612, set-1998.

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| 110 ALVES, Luciana Correia; LEIMANN, Beatriz Consuelo Quinet; VASCONCELOS, Maria Estrella López; CARVALHO, Marilia Sá; VASCONCELOS, Ana Glória Godoi; FONSECA, Thaís Cristina Oliveira da; LEBRÃO, Maria Lúcia; LAURENTI, Ruy. A Influência das Doenças Crônicas na Capacidade Funcional dos Idosos do Município de São Paulo-Brasil. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.23, n.8, p. 1924-1930, ago-2007. ANDRADE, Carla-Krystin; CLIFFORD, Paul. Massagem: Técnicas e Resultados. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. ANTONIO-SILVA, Nilzio; MONTANDON, Ana Carolina de Oliveira e Silva; CABRAL, Michelle Vasconcelos da Silva Prado. Doenças Osteoarticulares Degenerativas Periféricas. Revista Einstein, v. 6, s 1, p. S21-S28, 2008 BARROS, Maria Helena. Fisioterapia: Drenagem Linfática Manual. São Paulo: Robe, 2001. BRASIL. Estatuto do idoso: declaração dos direitos do idoso, Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências. Brasília, 2003. BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – Estudos e Pesquisa. Informação Demográfica e Socioeconômica número 27: Síntese de Indicadores Sociais - uma Análise das Condições de Vida da População Brasileira 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. Disponível em <www.ibge.com.br> Acesso em: 14/junho/2011. CAMANHO, Gilberto Luís. Dor Aguda no Joelho do Paciente Idoso. Revista Brasileira de Ortopedia, v. 43, n. 9, p. 361-366, 2008. CARVALHO FILHO, Eurico Thomaz; PAPALÉO- NETTO, Matheus. Geriatria: Fundamentos, Clínica e Terapêutica. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2002. CASSAR, Mario-Paul. Massagem: Curso Completo. São Paulo: Manole, 2001. CORTELLETTI, Ivonne A.; CASARA, Mirian Bonho; HERÉDIA,Vânia Beatriz Merlotti. Idoso Asilado: um Estudo Gerontológico. Caxias do Sul: Edipucrs, 2004. DELLAROZA, Mara Solange Gomes; PIMENTA, Cibele Andrucioli de Mattos; MATSUO, Tiemi. Prevalência e Caracterização da Dor Crônica em Idosos não Institucionalizados. Cadernos de Saúde Pública. Rio de Janeiro, v. 23, n. 05, p. 1151-1160, maio-2007. FREIRE JÚNIOR, Renato Campos; TAVARES, Maria de Fátima Lobato. A Saúde sob o Olhar do Idoso Institucionalizado: Conhecendo e Valorizando sua Opinião. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, v. 9, n.16, p.147-158, set.2004/fev.2005 FREITAS, Elizabete Viana de; PY, Ligia; CANÇADO, Flávio Aluizio de Xavier; DOLL, Johannes; GORZONI, Milton Luiz. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. GODOY, José Maria Pereira de; GODOY, Maria de Fátima Guerreiro. Drenagem Linfática Manual. São José do Rio Preto: Lin Comunicação, 1999. HENDRICKSON, Thomas. Massagem para Condições Ortopédicas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. HERPERTZ, Ulrich. Edema e Drenagem Linfática: Diagnóstico e Terapia do Edema. 2. ed. São Paulo: Roca, 2006. HISLOP, Helen J.; MONTEGOMERY, Jacqueline. Daniels e Worthingham Provas de Função Muscular: Técnicas de Exame Manual. 8. ed. São Paulo: Elsevier, 2008. KISNER, Carolyn.; COLBY, Lynn Allen. Exercícios Terapêuticos: Fundamentos e Técnicas. 5. ed. São Paulo: Manole, 2009.

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| 111 LE CORRE, François; RAGEOT, Emmanuel. Atlas Prático de Osteopatia. Porto Alegre: Artmed, 2004. LEDERMAN, Eyal. Fundamentos da Terapia Manual: Fisiologia, Neurologia e Psicologia. São Paulo: Manole, 2001. LEDUC, Albert; LEDUC, Olivier. Drenagem Linfática: Teoria e Prática. 3. ed. São Paulo: Manole, 2007. OLTRAMARI, Gisele. Influência da Resiliência na Dor Crônica de Idosos. Dissertação de Mestrado em Gerontologia Médica - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2010. RAIMUNDO, Allan Keyser de Souza; MOREIRA, Demóstenes; SANTANA, Levy Aniceto. Manual Fotográfico de Goniometria e Fleximetria: Incluindo Testes de Retração Muscular. Brasília: Thesaurus, 2007. REBELATTO, José Rubens; MORELLI, Joseph G. Fisioterapia Geriátrica: a Prática da Assistência ao Idoso. São Paulo: Barueri, 2004. RIBAS, Danieli Isabel Romanovitch; PREIS, Cássio; MARINHO-DIAS, Alexsandra; CHESANI, Fabíola Hermes; ALMEIDA-DIAS, Sílvia Luci; ISRAEL, Vera Lucia. Avaliação Fisioterapêutica da Marcha em Idosas Institucionalizadas. Revista Unicenp de Biologia e Saúde, Curitiba, v.1, n. 4, p. 33-37, 2005. TEIXEIRA, Manoel Jacobsen. Dor: Contexto Interdisciplinar. Curitiba: Maio, 2003.

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ABERTURA

TRABALHO INFANTIL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE E DESENVOLVIMENTO DOS JOVENS

Nelly Maria Sampaio de Ferreira (Relator)1

Raíssa Nery de Luna Freire Leite2 Jessica Fialho Bonates3

Anne Caroline Teixeira Cavalcanti Furtado4 Clarissa Maria Costa Medeiros 5 Cleane Toscano Souto Bezerra6

INTRODUÇÃO: De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o trabalho infantil consiste em qualquer forma de atividade praticada por indivíduos abaixo de 12 anos de idade com fins lucrativos. É ainda enquadrado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) todo aquele realizado por menores de 18 anos como prejudicial à saúde e ao desenvolvimento. Portanto, exceto na condição de aprendiz, é proibido por lei no Brasil. A evolução da tecnologia, a globalização, a competitividade, a automatização da produção surgiram como fatores desafiantes para o governo e sociedade, já que o desemprego passou a ser dominante e, assim, a pobreza em todo o mundo. Neste contexto, iniciou-se a exploração do trabalho infantil objetivando o barateamento de exportações (CAMPOS, 2001). A partir de 1989, com o advento da Declaração Universal dos Direitos da Criança, houve a consagração da doutrina de proteção integral e de prioridade absoluta aos direitos da infância, tornando o trabalho infantil um assunto relevante mundialmente. É neste cenário que surge, em 1999, a mais recente normativa da OIT no campo da proteção ao trabalho de menores. Os primeiros relatos ocorreram na época da escravidão, perdurando por cerca de quatro séculos, portanto, a história do trabalho infantil até o século XIX é a história do trabalho escravo (KASSOUF, 2007). Neste momento, o Estatuto da Criança e do Adolescente surgiu firmando um recurso inovador, garantindo proteção à criança e ao adolescente. De acordo com a OIT, em 2004, cerca de 218 milhões de crianças entre cinco e 17 anos trabalhavam e mais da metade delas exerciam tarefas perigosas (GONÇALVES, 2012). Além disso, muitos estudos mostram que o trabalho infantil pode acarretar agravos frequentes à saúde, como patologias músculo-esqueléticas, e trazer prejuízos às atividades escolares e sociais (FRANKLIN, 2001). A transmissão de tamanha responsabilidade ao infanto-juvenil destrói etapas essenciais, desconstrói sonhos e as relações sociais indispensáveis ao desenvolvimento humano (CAMPOS, 2011). Do mesmo modo, tendo em vista que as longas jornadas de trabalho e o cansaço físico, o trabalho infantil atua como o principal fator de infrequência escolar (NETO, 2008). Diante deste contexto faz-se necessário compreender a educação como instrumento de transformação dessa realidade social, reduzindo a pobreza e, desta forma, como uma alternativa à proteção contra a exploração do trabalho infantil. Neste caso, antes de ser considerado um problema, o trabalho infantil é visto como solução às carências do sistema educacional e à pobreza (KASSOUF, 2002). Por fim, o objetivo desta revisão bibliográfica se baseia na divulgação das diversas consequências do trabalho infantil nos múltiplos setores e na saúde e a importância dos profissionais que atuam não só no campo da saúde do trabalhador, mas que carregam princípios básicos como a promoção da saúde, a proteção contra os riscos decorrentes das atividades efetuadas, a recuperação de lesões, a identificação de doenças ocupacionais ou não ocupacionais e sua reabilitação. Tornam-se, pois, essenciais para a promoção da saúde de grupos de risco em situações de trabalho. METODOLOGIA: Este estudo foi 1 Graduanda do Curso de Medicina na Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. Email: [email protected] 2 Graduanda do Curso de Medicina na Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. Email: [email protected] 3 Graduanda do Curso de Medicina na Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. Email: [email protected] 4Graduanda do Curso de Medicina na Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. Email: [email protected] 5Graduanda do Curso de Medicina na Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. Email: [email protected] 6Médica, Mestre e Discente do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. Email: [email protected]

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| 113 construído através do levantamento de dados encontrados em literatura existente. Por meio de pesquisas bibliográficas, de artigos científicos originais e de revisão, publicadas sobre o tema, em diversas bases de dados, como BIREME, Scielo, BVS, LILACS e Dynamed. Em seguida, foi estabelecido um critério para refinar os resultados: a abrangência temporal dos estudos, sendo então descartados quatro artigos, ficando no total com 12. A busca foi feita por meio das palavras encontradas nos títulos e nos resumos. Por fim, outra estratégia adotada, e não menos importante, foi à busca manual de artigos por meio de autores ou de referências consideradas clássicas na literatura. A seleção dos artigos foi feita de acordo com o assunto proposto, sendo descartados os estudos que, apesar de constarem no resultado da busca, não apresentaram correlação entre trabalho infantil e suas consequências. DISCUSSÃO: O trabalho infantil não é uma prática recente na sociedade, é preciso que olhemos para o passado, pois é visto nos regimes escravocratas, mas principalmente nas sociedades capitalistas do século XVII. A necessidade de grande quantidade de mão de obra para um retorno mais lucrativo forçou a exploração de crianças e adolescentes, sendo estas mantidas em trabalhos perigosos e insalubres, demonstrando desde aquela época o descaso para com estes indivíduos (UNESC, 2008). É possível observar que o trabalho infantil é um fenômeno mundial de grandes proporções, mais comum em países subdesenvolvidos (SILVA, 2010). Observamos que em todo o mundo, 352 milhões de crianças e adolescentes com idade inferior a 18 anos são economicamente ativos, incluindo trabalho remunerado, não pago, ilegal e informal, demonstrando como esse índice é alto e como a preocupação é limitada para com esses jovens (CAETANO, 2008). Portanto, o trabalho infantil traz sérios prejuízos à saúde e ao desenvolvimento físico e psicológico da criança e do adolescente, com isso, tem como consequências diversos fatores, dentre eles educacionais, econômicos, políticos e ainda efeitos diretos sobre o desenvolvimento físico e psicológico (CAMPOS, 2011). É importante observar que o uso abusivo desta mão de obra infantil pode repercutir em diversas áreas da saúde, como no sistema músculo-esquelético, em que 50% dos entrevistados referiam dor lombar e também causando LER – Lesões por Esforço Repetitivo que consiste em uma entidade, diagnosticada como doença, na qual movimentos cíclicos, em alta frequência e em posição ergonômica incorreta, podem causar lesões de estruturas do sistema tendíneo, muscular e ligamentar, bem como o desenvolvimento de DORT – Doenças Osteoarticulares relacionadas ao trabalho (CAETANO, 2008). Por conseguinte, é possível identificar que o crescimento e o desenvolvimento na adolescência são definidos pela interação entre o potencial genético e as condições ambientais, sendo de fundamental importância a compreensão dos efeitos da inserção precoce no mercado de trabalho. Podemos relacionar a questões de desnutrição, ao fato de que a maioria dos empregadores não disponibiliza refeições ou vale transporte; vale ressaltar que a demanda calórica, inerente à execução das atividades laborais, desvia as reservas energéticas do adolescente, impedindo o desenvolvimento de massa corporal e propiciando fadiga secundária (CAETANO, 2008). A baixa escolarização dos pais influencia na utilização do trabalho infantil, pois a cultura do trabalho operário é muito forte no modelo de sociedade capitalista (NETO, 2012). É preciso entender que a educação pode ser um instrumento de transformação social, desenvolvimento físico e amadurecimento psicológico, reduzindo a pobreza, bem como é uma alternativa à proteção contra a exploração do trabalho infantil (GONÇALVES, 2012). Compreendemos que o trabalho de menores leva os adolescentes a serem cercados por vulnerabilidades, sendo fundamental a preparação dos profissionais de saúde para atender tal público, proporcionando uma atenção integral e promovendo a saúde desses indivíduos, principalmente através da promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde. É de suma importância que este trabalho ocorra de forma interdisciplinar e multiprofissional e que, estes profissionais saibam compreender o real motivo da inserção daquele jovem no mercado de trabalho para que então tentem responder a suas necessidades. Contudo surge um obstáculo nessa relação do profissional com o indivíduo, principalmente os inseridos nas USF. É sabido que a curto e longo prazo esses profissionais constroem uma relação de confiança com os moradores dessa comunidade e ficam em um impasse sobre quais providências tomar diante dessa situação, reiterando o fato de que esses

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| 114 profissionais devem estar devidamente capacitados para desempenhar tal função. O trabalho precoce representa um problema de extrema relevância no contexto da Saúde Pública do Brasil, sendo necessário haver políticas públicas compensatórias para propiciar ao indivíduo oportunidade, crescimento e desenvolvimento na aplicação da legislação que regula o trabalho do menor. É importante salientar a existência da OIT que tem realizado inúmeras campanhas de divulgação para a comunidade conveniada à ONU (Organização das Nações Unidas), combatendo o trabalho infantil, buscando não apenas uma regulamentação jurídica eficaz, como também a fiscalização do cumprimento dessas normas. No campo das ações de erradicação do trabalho infantil, existem duas iniciativas de destaque, devido à sua centralidade e abrangência nacional: o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil - FNEPTI e o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI (TORRES, 2010). Há de se criar políticas públicas que permitam o acesso às novas oportunidades de vida, com educação e lazer, afastando-as da restrita e penosa dicotomia entre o trabalho e a marginalidade. O trabalho de crianças e adolescentes em situação de exploração, violência ou degradação traz consequências que vão muito além do desgaste físico. A criança perde sua infância, os momentos de riso espontâneo ficam presos nas dores de seu corpo e de sua alma. O desafio da intersetorialidade, estratégia para definir saúde para todos, consiste em identificar objetivos comuns e persegui-los mediante um núcleo estratégico de planejamento e definição de prioridades para as ações conjuntas, de modo a inserir de fato a saúde nas macropolíticas ou nas políticas setoriais, dado que frequentemente o setor é colocado à margem das definições de diretrizes e prioridades nos planos de desenvolvimento (NOBRE, 2003). CONCLUSÃO: Vários fatores estão relacionados ao ingresso infantil no mercado de trabalho. Independente do seu objetivo, o trabalho infantil deve ser erradicado, pois ele acarreta problemáticas com impacto na saúde do indivíduo, no âmbito orgânico, social, psíquico e educativo, como também na sociedade. Por isso, faz-se necessária a conscientização de todos sobre a temática e suas repercussões, tanto na vida da criança e do adolescente quanto na de suas famílias. Assim sendo, a criação de programas de prevenção e promoção à saúde é indispensável, com aplicação da intersetorialidade e integralidade, buscando um efetivo controle e manutenção da saúde nestes indivíduos. É importante ressaltar que nenhum programa será de fato efetivo caso não existirem recursos capazes de compensar a falta de renda obtida pelos menores, portanto, a empregabilidade e inserção social da família são de extrema importância. DESCRITORES: trabalho de menores; defesa da criança e do adolescente; trabalhadores. REFERÊNCIAS: NOBRE, L.C.C. Trabalho de crianças e adolescentes: os desafios da intersetorialidade e o papel do Sistema Único de Saúde. São Paulo. Ciências & Saúde Coletiva, v.8, n.4, 2003. CAETANO, V.C. Desordens músculo-esqueléticas em adolescentes trabalhadores. Juiz de Fora. Revista Brasileira Crescimento Desenvolvimento Humano, 2008. TORRES, C. A. Adolescência e trabalho: significados, dificuldades e repercussões na saúde. Interface – Comunic., Saúde, Educ., v.14, p.839-50, 2010. GONÇALVES, H. Perfil de trabalho urbano de adolescentes de 14-15 anos: um estudo populacional no Sul do Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 2012. SILVA, M.R. Reflexões teórico-metodológicas sobre os dados da exploração do trabalho infantil: ou como transformar crianças e jovens em números. Revista pedagógica – UNOCHAPECÓ, v. 12, jan/jun, 2010.

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| 115 NETO, L. B. Trabalho Infantil na Indústria de Semi-Jóias e suas Repercussões nos Processos de Escolarização. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n. Especial, p.264-284, mai 2009. UNESC. Causas, Mitos e Consequências do Trabalho Infantil No Brasil, Revista de Iniciação Científica, 2010 – periódicos, unesc.net, v. 6, 2008. KASSOUF, A. L. Aspectos sócio-econômicos do trabalho infantil no Brasil. Brasília. Secretaria dos Direitos Humanos; 2002. 123 p. tab, graf. AZEVÊDO, J. S. G. Fora de lugar: crianças e adolescentes no mercado de trabalho. Salvador. ABET; 2000. 201 p. tab. CAMPOS, H. R. Trabalho infantil e ideologia: contribuição ao estudo da crença indiscriminada na dignidade do trabalho. Rio Grande do Norte. Estudos de psicologia, vol 6, p. 227-233, 2001. KASSOUF, A. L. O que conhecemos sobre o trabalho infantil? Nova econ. v.17, Belo Horizonte May/Aug. 2007. FRANKLIN, R. N. Trabalho precoce e riscos à saúde Adolesc. Latinoam. v.2, Porto Alegre., 2001.

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TRABALHO DOS CAMELÔS – PERFIL SOCIOECONÔMICO E PRINCIPAIS AGRAVOS À SAÚDE DO TRABALHADOR

Cleane Toscano1 Danielle Pires Padilha Drummond Ramos2

Moema Cabral Santiago3 Natália Sena Correia de Oliveira4

Sara Falcão Farias Nunes5 Silvana Serra Alvim Ribeiro (Relator)6

INTRODUÇÃO: O camelô (trabalhador ambulante) passou a ser um personagem da classe trabalhadora bastante evidenciado na sociedade atual, principalmente em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, onde o capital gerado ainda sofre com a instabilidade econômica e insegurança na formação de novos recursos financeiros. São indivíduos vistos como pequenos revendedores de mercadorias, ou até mesmo produtores das mesmas, que fazem parte do chamado setor informal, juntamente com os trabalhadores autônomos em geral, estando ou não submetidos ao controle legislativo. O trabalho dos camelôs surge como uma possível alternativa de fonte de renda, determinado tanto pela falta de perspectivas e baixos salários oferecidos pelo setor, como pela falta de oportunidades devido a diversos fatores, por exemplo, a baixa escolaridade. A importância social e a tendência de crescimento do setor informal justificam a relevância de estudos sobre tal atividade, suas determinações e as condições de vida dos indivíduos que a exercem. Este estudo aborda a atividade dos camelôs através da consideração de suas trajetórias profissionais e de seu cotidiano, como uma tentativa de compreensão dos agravos à saúde que os acometem devido a fatores de risco a que são submetidos. METODOLOGIA: Foram realizadas entrevistas com 36 camelôs do Shopping Centro Terceirão no Centro da cidade João Pessoa – PB, conjunto comercial popular criado há 13 anos graças ao crédito liberado pelo Fundo de Amparo dos Trabalhadores (FAT), objetivando um cenário de pequenos empreendimentos e reunião dos camelôs antes fixados nas ruas do centro da cidade e que hoje oferece uma variedade de produtos e serviços procurados por parte da população local, sendo responsável por uma parcela da movimentação financeira do mercado existente. Os depoimentos abrangeram os seguintes questionamentos: a) Idade; b) Sexo; c) Naturalidade; d) Escolaridade; e) Carga Horária de Trabalho; f) Carteira Assinada; g) Conhecimento sobre direitos do trabalhador; h) Antecedentes pessoais patológicos e suas relações com o trabalho exercido; i) Acidente de trabalho e suas repercussões; j) Fatores de Risco. As respostas nos direcionam a identificar e correlacionar o dia a dia de trabalho dos camelôs com o processo saúde-doença tendo enfoque a saúde do trabalhador. RESULTADOS: O resultado das entrevistas mostrou que quanto à idade: apenas 1 dos trabalhadores tem menos de 18 anos; 24 estão na faixa etária entre 18 e 35 anos; 11 estão na faixa etária entre 35 e 65 anos; e 1 pessoa está acima de 65 anos. Quanto ao sexo: 16 dos entrevistados são homens e 20 são mulheres. Em relação a naturalidade: 18 são de João Pessoa e 18 são do interior do Estado da Paraíba, evidenciando que existe uma grande parcela destes trabalhadores que migram para a capital em busca de uma remuneração mais adequada e oportunidades que propiciam um crescimento profissional e pessoal, oferecendo muitas vezes uma melhor qualidade de vida para sua família. Entretanto, a falta de qualificação os levam a procurar este tipo de trabalho informal sem sequer ter o direito de escolha. Quanto à escolaridade: 7 referem 1° grau incompleto; 5 - 1° grau completo; 4 - 2° grau incompleto; 16 - 2° grau completo; 2 - Superior Incompleto; 2 - Superior Completo. A maioria dos entrevistados declarou ter interrompido seu processo de escolarização em virtude da necessidade de trabalhar. 1 Médica, graduada pela UFPB, e mestre; [email protected] 2Graduanda em Medicina pela Faculdade Ciências Médicas da Paraíba, [email protected]; 3Graduanda em Medicina pela Faculdade Ciências Médicas da Paraíba, [email protected]; 4Graduanda em Medicina pela Faculdade Ciências Médicas da Paraíba, [email protected]; 5Graduanda em Medicina pela Faculdade Ciências Médicas da Paraíba, [email protected]; 6Graduanda em Medicina pela Faculdade Ciências Médicas da Paraíba, [email protected].

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| 117 Segundo eles, a coexistência do trabalho e do estudo acabava por se transformar em uma rotina muito puxada, uma vez que trabalhavam durante o dia e estudavam à noite. Como consequência, a possibilidade de inserção no mercado formal de trabalho em muito se reduzia. Quanto à carga horária de trabalho foi observado que: 3 trabalham menos de 7 horas diárias; 25 trabalham entre 9 e 10 horas diárias; 5 trabalham entre 7 e 8 horas diárias; 1 trabalha entre 10 e 11 horas diárias; 1 trabalha entre 8 e 9 horas diárias; 1 trabalha mais de 11 horas diárias. Dentre os trabalhadores entrevistados, 9 apresentam carteira assinada enquanto que 27 não apresentam. Em relação ao conhecimento dos seus direitos como trabalhadores, 8 tem esse conhecimento e 28, infelizmente, não o possuem. Isso reflete o quanto estes trabalhadores são desprotegidos legalmente, acarretando na falta de cobertura de vários benefícios que são de direito de qualquer cidadão brasileiro que possui a carteira assinada. Entretanto, dos entrevistados, 2 contribuem pagando o INSS, pois são autônomos e dessa forma vão garantir sua aposentadoria. Contudo, ao longo da entrevista pudemos perceber que alguns trabalhadores apesar de terem um pouco de conhecimento dos seus direitos, acharam melhor dizer que não tinham essa informação, talvez para que seu empregador não se sentisse ameaçado. Em relação à saúde do trabalhador, foi visto que 4 deles apresentam Hipertensão Arterial (HAS), 1 apresenta outra doença (doença de Hailey-Hailey) e nenhum destes trabalhadores apresentam Diabetes Mellitus (DM). Portanto, a maioria não revelou morbidades e dos que revelaram HAS, apenas 1 associou sua condição de saúde com o seu trabalho, devido ao estresse a que se submete. Quando perguntado sobre acidentes de trabalho, 5 casos foram relatados, entre eles: ferimento cortante devido ao manuseio de materiais de trabalho e queda da vidraça onde as mercadorias ficam expostas, fratura de membro inferior devido a queda, acidente de trânsito no percurso do trabalho; e 31 não sofreram acidentes. Dos trabalhadores que relataram acidente de trabalho nenhum deles fazia uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) e nenhum teve cobertura do INSS. Em relação aos fatores de risco a que estes trabalhadores são submetidos nenhum relatou exposição a agentes químicos, 3 relataram exposição a agentes físicos (vidraça, materiais cortantes e enferrujados, levantamento de peso) e os 36 relataram exposição a agentes ergonômicos (esforço físico, postura inadequada, sobrecarga de trabalho, situações de estresse, monotonia). Os riscos ergonômicos podem gerar distúrbios psicológicos e fisiológicos e provocar sérios danos à saúde do trabalhador porque produzem alterações no organismo e estado emocional, comprometendo sua produtividade, saúde e segurança, tais como: LER/DORT, cansaço físico, dores musculares, hipertensão arterial, alteração do sono, diabetes, doenças nervosas, taquicardia, doenças do aparelho digestivo (gastrite e úlcera), tensão, ansiedade, problemas de coluna, entre outros. Para evitar que estes riscos comprometam as atividades e a saúde do trabalhador, é necessário um ajuste entre as condições de trabalho e o homem sob os aspectos de praticidade, conforto físico e psíquico por meio de: melhoria no processo de trabalho, melhores condições no local de trabalho, melhoria no relacionamento entre as pessoas, alteração no ritmo de trabalho e postura adequada. De acordo com o Ministério da Saúde, as diretrizes e estratégias da saúde do trabalhador incluem: o fortalecimento da vigilância em saúde do trabalhador e integração com demais componentes da vigilância em saúde e com a atenção primária em saúde; a promoção da saúde e de ambientes e processos de trabalho saudáveis; a garantia da integralidade na atenção à saúde do trabalhador; a análise do perfil produtivo e da situação de saúde dos trabalhadores; o fortalecimento e ampliação da articulação intersetorial; o estímulo à participação da comunidade, dos trabalhadores e do controle social; o desenvolvimento e capacitação de recursos humanos; e o apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas. Estas estratégias nos permitem analisar a vulnerabilidade desta classe trabalhista, que mesmo movendo a economia local, torna-se marginalizada, pois a previdência social, o ministério do trabalho, a vigilância sanitária e os demais órgãos estatais ainda não se preocupam em sua totalidade em desenvolver e promover estudos ou programas que integrem esses trabalhadores, criando formas de trazer a este grupo dispositivos que os permitam terem mais dignidade. Contudo, a criação de órgãos que atuem na elaboração de propostas que tenha como finalidade, dar melhores condições de trabalho para estas pessoas ainda não são ações prioritárias do governo. CONCLUSÕES: o vendedor ambulante se

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| 118 constitui em uma categoria excluída de seus direitos de registro como profissional, de acesso aos serviços de saúde e previdência social. Essa grande parte da população de trabalhadores presentes em todos os municípios do Brasil carece de estudos e uma atenção a sua saúde, centrada na sua realidade de trabalho e sua trajetória de vida. Esta pesquisa demonstrou a fragilidade da atividade do vendedor ambulante, pois apesar de a grande maioria dos entrevistados ser representada por adultos jovens que não apresentam impacto do trabalho sobre a sua saúde, estes estão em condições que propiciam futuras comorbidades e ainda estão desamparados pelas leis trabalhistas. A proposta desta pesquisa sobre o trabalho informal era destrinchar o perfil de um conjunto de trabalhadores, na sua maioria autônoma, fazendo uma estimativa do impacto negativo gerado pela sua profissão na sua saúde e visando aumentar a produtividade, reduzindo os custos para os serviços de saúde através da diminuição da busca por estes serviços. REFERÊNCIAS AUGUSTO, Lia Giraldo da Silva. Saúde do trabalhador na sociedade brasileira contemporânea. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 27, n. 10, Oct. 2011 . Available from <http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102311X2011001000022&lng=en&nrm=iso >. access on 01 Nov. 2012. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2011001000022, FUENTES, M. R. (1997). Setor informal e reestruturação produtiva: uma alternativa de emprego nos anos 90?. In L. Carleial e R. Valle (orgs.), Reestruturação produtiva e mercado de trabalho no Brasil (pp. 357-374). São Paulo: Hucitec. LAUTIER, B. & Pereira, J. M. (1994). Representações sociais e construção do mercado de trabalho: empregadas domésticas e operários da construção civil na América Latina, Cadernos do CRH, Salvador, 21, 125-151. MACHADO, Jorge Mesquita Huet. A propósito da Vigilância em Saúde do Trabalhador. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2005, vol.10, n.4, pp. 987-992. ISSN 1413-8123. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232005000400021. SALVITTI, Adriana et al . O trabalho do camelô: trajetória profissional e cotidiano. Cad. psicol. soc. trab., São Paulo, 2012 . Disponível em http://www.revistasusp.sibi.usp.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-37171999000100002&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 01 nov. 2012. SECRETARIA DE ESTADO DA SAUDE DE SAO PAULO. Centro de Referência em Saúde do Trabalhador de São Paulo. Processo de implantação da saúde do trabalhador no SUS/SP. Rev. Saúde Pública [online]. 2004, vol.38, n.3, pp. 471-474. ISSN 0034-8910. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102004000300021.

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VISITA DOMICILIAR: CENÁRIO DO VÍNCULO FUTURO MÉDICO - PACIENTE

Wivian Tamyres Santos Melo(Relator)1 Herculano Chaves Santos2

Aralinda Nogueira Pinto de Sá3

INTRODUÇÃO: Estudos acadêmicos apontam que visitas domiciliares favorecem aproximação do estudante de medicina com seus futuros clientes, além de se constituir uma experiência rica no seu universo de atuação. A Organização Mundial da Saúde (2005) afirma: “As campanhas sanitárias do século XIX e muito do trabalho realizado pelos fundadores da saúde pública moderna refletem a consciência da forte relação existente entre o status social e as condições de vida das pessoas e suas conseqüências na saúde.” Nesse sentido, a visita domiciliar é a janela que se abre para uma nova visão, pois ela permite que o futuro médico perceba em que contexto social, econômico e psicológico o paciente está inserido. Segundo Takahashi e Oliveira (2001, p.43) “a visita domiciliar só se configura como parte do arsenal de intervenções de que dispõem as equipes de saúde da família quando planejada e sistematizada. De outra forma, configura mera atividade social.” Nesse sentido, a visita domiciliar quando planejada e sistematizada pela equipe da UBS juntamente com os docentes da Faculdade de Medicina atende a duplo objetivo: registrar em portfólio as observações e impressões que o acadêmico teve no decorrer das aulas práticas, inclusive da visita domiciliar; E entregar uma cópia do genograma e da história familiar a fim de anexar ao prontuário da família visitada. Entendemos que o estudante ao acompanhar o Agente Comunitário de Saúde (ACS) durante a visita domiciliar não só atende os requisitos da disciplina mencionada anteriormente, mas amplia seus conhecimentos humanísticos e epidemiológicos com o intuito de analisar as doenças incidentes e prevalentes na comunidade em que a família está inserida. Dessa maneira, a visão reflexiva e crítica do estudante de medicina são lapidadas a respeito de sua profissão e de seu campo de prática. Por isso, acreditamos que a utilização da visita domiciliar como cenário de ensino-aprendizagem é relevante para futura vida profissional. Comungamos com Carlini (2010, p. 100) quando ressalta que: O ensino na atenção básica à saúde, é importante, enquanto resposta política, apoiada nas diretrizes curriculares para a graduação em medicina e na formação de recursos humanos, voltados para a estruturação do sistema único de saúde, o qual tem na atenção primária, sua base de sustentação, sendo a porta de entrada para 80% da população brasileira. Nessa perspectiva, as aulas práticas de Atenção em Saúde II (AS-II) nos levam a perceber a complexidade dos serviços de saúde. Além de viabilizar a reflexão acerca dos pontos positivos e negativos da visita domiciliar assistida pelo ACS para a família visitada e para o acadêmico de medicina. Assim sendo, o presente artigo visa refletir as contribuições das visitas domiciliares na formação do futuro médico a partir da vivência das aulas práticas da disciplina AS-II. METODOLOGIA: O método utilizado no presente trabalho foi à revisão de literatura, bem como, a pesquisa qualitativa a partir da observação e reflexão da experiência prática de um grupo de aluno da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba que durante a disciplina, Atenção em Saúde II, que realizou visita domiciliar na Comunidade Ilha do Bispo em João Pessoa, Paraíba em 2011. REFLEXÃO SOBRE A VIVÊNCIA DE A VISITA DOMICILIAR: Alburquerque Jr. (2008) ressalta que, “nossos sentidos são educados, socializados, disciplinados, culturalizados por nossa condição de seres sociais e culturais”, pois a nossa sensibilidade é a história e os nossos sentidos são testemunhas de um dado tempo e momento social. O futuro médico precisa reeducar o olhar a fim de ir além do que está vendo, perceber o que os “outros” não atentaram. O sentimento de abandono ou solidão faz com que as

1 Graduanda do 4º período do Curso de Bacharelado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, membro da Liga Acadêmica de Hipertensão Arterial. [email protected] 2 Graduando do 4º período do Curso de Bacharelado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. [email protected] 3 Mestre em Enfermagem, professora da Faculdade Ciências Médicas da Paraíba. [email protected]

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| 120 pessoas adoeçam. Ter alguém que se interesse pela sua história seus anseios conduz o paciente e sua família há uma evolução positiva no quadro clínico. Compreendemos que a visita domiciliar é o lugar da fala do paciente e da família que transmite sensações diferentes ao estudante de medicina, como podemos observar na fala a seguir: Essa visita foi muito significativa para mim, pois vivenciei algo novo no curso de Medicina, o acompanhamento domiciliar, mas do que fazer uma visita compreende que o médico deve ter em seu caráter qualidades que o dignifica como profissional, sendo um empreendedor de valores éticos e morais na sua relação com o paciente. Dessa forma, construindo um relacionamento de confiança e fidelidade. Além disso, reconheço a importância dos ACS e da disciplina de AS na formação dos futuros médicos, tendo em vista que os ACS constituem-se no vinculo entre o médico e paciente e família.(Ana Beatriz)4 Nota-se que a estudante reflete sobre a sua futura profissão a partir da ética profissional, com uma visão social e política frente ao processo saúde-doença, considerando que a interação médico paciente, além da função do ACS como elo entre o médico, o paciente e sua família atuam para a promoção do bem estar social. O discurso da acadêmica está em consonância com os princípios fundamentais do Código Ético do Estudante de Medicina no Art.4º quando pontua que “a atividade prática do estudante de Medicina deve beneficiar exclusivamente quem a recebe e o próprio estudante, que tem nela o meio natural de se preparar para o exercício de sua profissão.” Desse modo, a visita domiciliar coloca o estudante de encontro com a realidade de uma comunidade carente, pois a casa visitada possivelmente reflete todas as outras da Ilha do Bispo. Na prática, ele tem a oportunidade de fazer algo para mudar a vida da família assistida e também de descobrir como é a vida de um médico de família. Sendo assim, reeducar o olhar possibilita a formulação da prática médica potencializando a sensibilidade do futuro médico para descortinar novos horizontes para saúde, a humanização. “A experiência pessoal pode produzir um mundo em razão e sentimentos através da sua inserção no mundo social na sua relação com o outro.” (PESAVENTO, 2007) Essa experiência reflete o “mundo sensível”, o olhar acurado no processo de humanização da medicina como podemos constatar na fala a seguir: Mas, o fato de nos colocarem dentro da casa de pessoas que precisam de ajuda e na maioria das vezes essa ajuda é uma simples conversa, um pouco de atenção, nos deixou animado, pois a solução de boa parte dos problemas seria fácil. Essas pessoas necessitam de alguém para conversar, vivem uma vida corrida cuja principal meta é conseguir o que comer todos os dias. Não há ninguém para lhes dizer o quanto são especiais ou reconhecer seu esforço. Diante dessa difícil realidade, que ao mesmo tempo possui uma solução bastante simples, nos inserem nas vidas dessas pessoas tão rápido quanto nos tiram. Criamos um vínculo com a família que visitamos e meu grupo não queria ter começado um laço com a família de Dona C. para depois de 3 visitas ter que dizer adeus, para piorar o tempo que temos impossibilita as visitas extras. (Josué)5 Percebe-se que, o estudante no seu discurso propõe uma reeducação no olhar médico reconhecendo e valorizando as emoções e sensibilidade que podem ser captadas durante a visita domiciliar. Além disso, a fala do futuro médico aponta para um possível ponto negativo da visita domiciliar tanto para o aluno como para família. Diante dos trechos refletidos no corpo do trabalho, observa-se que a relação construída pelos estudantes foi além da relação médico-paciente tradicional, foi uma interação de vínculo, no cenário da despedida isso fica em evidência, visto que os estudantes “preferiam” não ter conhecido a família por considerarem a despedida dolorosa, conviver com os sabores e dissabores é inerente a condição humana. Entretanto, essa experiência por mais dolorosa que pareça contribui para a vida profissional do futuro médico. Ela prepara para as limitações da ciência, quando o seu conhecimento como profissional não trará mudanças no quadro clínico do paciente, em muitos momentos o futuro profissional terá que lhe dar com as perdas, e são essas perdas que

4 Respeitando as normas vigentes da ABNT usaremos nomes fictícios para os estudantes. Relato oral de uma estudante do grupo pesquisado. 5 Vale salientar que, os trechos que remete a fala do aluno e da aluna reflete uma experiência que ambos viveram exercendo a mesma atividade.

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| 121 incomoda, visto que essa foi à primeira perda dos alunos, a perda do vínculo. Portanto, a perda caracteriza-se como difícil pelo fato dela nos deixar impotentes diante das situações, porém não insensíveis. Diante do exposto, é necessário fomentar a ampliação do espaço para novas discussões, na maneira de pensar e praticar a humanização da medicina, a partir das sensibilidades que incidirá no eixo qualitativo prestado na UBS, através do ACS, bem como na formação acadêmica dos estudantes de medicina. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A disciplina de Assistência em Saúde II é relevante para futura vida profissional e constitui-se como resposta positiva no cenário de ensino-aprendizagem no currículo do Curso de Graduação em Medicina. Nesse sentido, o presente artigo é uma resposta da reflexão sobre importância das visitas domiciliares na formação do futuro médico. Constatamos que a visita domiciliar permite ao futuro médico ir além do que está vendo, faz com que ele perceba o ser social, econômico e psicológico do paciente. Reeducando olhar clinico para a humanização da saúde. O que no principio foi apontado como ponto negativo da visita domiciliar, assumiu uma reesignificação após uma reflexão acurada do discurso dos estudantes de medicina, constituindo-se como uma preparação emocional para eles. Visto que, na sua vida profissional existirão sabores e dissabores, apegos e perdas em relação ao paciente. Só não poderá existir a insensibilidade no olhar.

DESCRITORES: Educação de Graduação em Medicina; Humanização da Assistência; Sensibilidade.

REFERÊNCIAS ALBURQUERQUE JR. Durval Muniz. O Espaço em cinco sentidos. Sobre cultura, poder e representações espaciais. In:____ Nos destinos de fronteira. História, espaços e identidade regional. Recife. Bagaço, 2008, p.97-124. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde. 2.ed. Série Pactos pela Saúde 2006, v.7, Brasília: Ministério da Saúde, 2007, p.52. _______. Ministério da Saúde. Carta dos direitos dos usuários da saúde: ilustrada / Ministério da Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006.8 p.: il. (Série F. Comunicação e Educação em Saúde.) CARLINI, Ricardo. IMPLANTAÇÃO DA DISCIPLINA DE ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE NO CURSO DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ: ASPECTOS PSICOSSOCIAIS E EDUCATIVOS. Dissertação (Mestrado em Educação) UFPR, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2010. Disponível em: http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/handle/1884/25612/DISSERTACAOCAPES16032011.pdf?sequence=1 Acesso em 05 de Dez 2011. CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO DISTRITO FEDERAL. Código de Ética do Estudante de Medicina. Brasília – DF.Janeiro de 2005. 4ª edição. Disponível em: http://www.portalmedico.org.br/arquivos/CodigodeEticaEstudantes.pdf Acesso em: 05 de Dez. 2011. MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 10. ed. São Paulo: Hucitec, 2007. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Secretaria da Comissão sobre Determinantes Sociais da Saúde. AÇÃO SOBRE OS DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE: APRENDENDO COM EXPERIENCIAS ANTERIORES. Março de 2005. Disponível em: http://www.determinantes.fiocruz.br/pdf/texto/T4-1_Marmott-A%C3%87%C3%83O%20SOBRE%20OS%20DETERMINANTES%20SOCIAIS%20DA%20SA%C3%9ADE.pdf. Acesso em 14 Dez. 2011.

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| 122 PESAVENTO, Sandra Jatahy. Sensibilidades; escrita e leitura da lama. Porto Alegre: Editora da UFRGS,2007 p.9-21. In:. PESAVENTO, Sandra Jatahy, LANGUE, Frédérique. (Org.) Sensibilidade na história: memórias singulares e identidades sociais. Porto Alegre: Editora da UFRGS. 2007.

TAKAHASHI, R.F.; OLIVEIRA, M. A.C. A visita domiciliária no contexto da Saúde da Família. In: Ministério da Saúde. Manual de enfermagem - programa de saúde da família. São Paulo: 2001, p.6-43. Disponível em: http://www.determinantes.fiocruz.br/pdf/texto/T4-1_Marmott-A%C3%87%C3%83O%20SOBRE%20OS%20DETERMINANTES%20SOCIAIS%20DA%20SA%C3%9ADE.pdf Acesso em 14 Dez. 2011.

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9º FÓRUM CIENTÍFICO DE DEBATES DA FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA PARAÍBA

RESUMO SIMPLES

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AVALIAÇÃO DAS PRESCRIÇÕES DE MEDICAMENTOS

EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DE JOÃO PESSOA

Ana Paulada Silva(Relator)1 Eder Jofre Andrade2

Lais Gomes da S. Bezerra3

Steno Lacerda de Oliveira4

INTRODUÇÃO: A Saúde da Família é entendida como uma estratégia de reorientação do modelo assistencial, operacionalizada mediante a implantação de equipes multiprofissionais em unidades básicas de saúde. A pesquisa foi realizada na USF em Cruz das Armas em João Pessoa-PB que se diferencia das outras por promover dispensação de medicamentos da Portaria 344/98 - ANVISA. METODOLOGIA: Estudantes do curso de Farmácia da Faculdade Ciências Médicas, fizeram uma pesquisa na USF no mês de agosto de 2012, com o objetivo de avaliar o uso de medicamentos através das prescrições dispensadas nesta USF. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS: Foi observado um total de 2924 prescrições de medicamentos no período estudado. 68% corresponderam a prescrições de medicamentos sujeitos a portaria 344/98 da ANVISA e 32% aos medicamentos da atenção básica. Dos medicamentos controlados, os mais prescritos foram os comprimidos de Clonazepam (17,67%) e Diazepam (23,28%). O consumo de medicamentos controlados foi maior entre as mulheres 68,87 % em relação aos homens 31,12%. Em se tratando do clonazepam, 63,13% das prescrições foram para as mulheres e 36,07% para os homens e em relação ao diazepam 65,04% para mulheres e 34,96% para os homens. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Assim é possível denotar a importância da implementação de políticas públicas voltadas para a promoção do uso racional de medicamentos, com a inclusão do profissional farmacêutico nas equipes das unidades básicas de saúde, com atenção especial para os medicamentos controlados, tendo em vista o seu crescente consumo.

1 Graduando em Farmácia da Faculdade de Ciências Médicas. 2 Graduando em Farmácia da Faculdade de Ciências Médicas. 3 Graduando em Farmácia da Faculdade de Ciências Médicas. 4 Professor Doutor da Faculdade de Ciências Médicas. Email: [email protected]

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AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DA ALIMENTAÇÃO DE CRIANÇAS DE ZERO A DOIS ANOS DA USF ALTO DO CÉU V DA CIDADE DE JOÃO PESSOA

Thays da Silveira Soares

Djanira Sendy Miranda de Albuquerque Jéssica Vanessa de Carvalho Lisboa,

Leonice de Oliveira Montenegro Thays Karlla Costa Câmara

Susy Souto de Oliveira

INTRODUÇÃO: O primeiro ano de vida é um período caracterizado por rápido crescimento e desenvolvimento. Até dois anos, alterações de crescimento têm como causa mais provável o 125éficit nutricional pregresso ou atual. Dentre esses fatores de risco, destaca-se a inadequada prática alimentar, em especial para as crianças residentes em regiões menos favorecidas. OBJETIVO: O presente estudo teve como objetivo avaliar o estado nutricional de crianças de zero a dois anos, e também verificar o início da alimentação suplementar de crianças de zero a dois anos. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de caráter transversal, com o universo de crianças (n= 30) menores de 24 meses, de ambos os gêneros, avaliadas quanto aos indicadores antropométricos (Peso para Idade e Comprimento para Idade) e a introdução da alimentação complementar. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS: Com relação ao gênero, 40% eram do gênero masculino e 60 % do gênero feminino. De acordo com a faixa etária 36,7 % eram de zero a seis meses, 43,3 % entre seis e doze meses e 20 % acima de doze meses. Em relação ao estado nutricional, verificou-se que 90,0% das crianças encontravam-se eutróficas, 6,7 % com baixo peso e 3,3% com peso elevado. Verificou-se que 60,0% das crianças receberam a alimentação complementar antes dos 6 meses de idade e 40 % após completar 6 meses de idade. Dentre os alimentos complementares mais utilizados 23,3% era leite em pó integral e 13,3% leite para idade, 23,4% leite integral mais cereal e 6,7% leite para idade juntamente com um cereal. Com relação às farinhas utilizadas 20% eram dextrinizadas e 10% eram farinhas comuns. Os sucos foram acrescidos à alimentação a partir do quarto mês enquanto que a água a partir do segundo mês.

Descritores: Crianças, estado nutricional, alimentação complementar

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DIAGNOSTICO DAS UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE JOÃO PESSOA E CABEDELO

Joana Rosa Gomes Amaral (Relator)

Renata Barbosa de M. Dias Susanna Ranieri M. Moura

Lucia Helena Moraes

INTRODUÇÃO: A alimentação é uma das atividades mais importantes do ser humano, tanto por razões biológicas, quanto pelas questões sociais e culturais que envolvem o comer. O ato de se alimentar engloba vários aspectos que vão desde a produção dos alimentos até a sua transformação em refeições e disponibilização às pessoas. Considerando-se as refeições fora de casa, propõem a segmentação em alimentação coletiva e alimentação comercial, e a utilização de uma denominação comum a ambas, qual seja a unidade produtora de Refeições que tem como objetivo fornecer uma refeição equilibrada nutricionalmente, apresentando um bom nível de sanidade. O PNAE (Programa de Alimentação Escolar), implantado em 1955, garante por meio da transferência de recursos financeiros, a alimentação básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio, Educação de Jovens e Adultos) matriculados em Escolas Públicas e Filantrópicas. Que tem o objetivo de atender as necessidades nutricionais dos alunos durante sua permanência em sala de aula, contribuindo para o crescimento, desenvolvimento, aprendizagem e o rendimento escolar dos Estudantes, bem como promover a formação de Hábitos Alimentares saudáveis. JUSTIFICATIVA: Satisfazer o comensal no que diz respeito ao serviço oferecido. Este item engloba desde o ambiente físico, incluindo tipo de conveniência e condições de higiene e instalações e equipamentos disponíveis, até o contato pessoal entre os operadores da UAN e comensais nos mais diversos momentos. OBJETIVOS: Analisar como se encontra e funciona a UAN das Escolas de João Pessoa e Cabedelo, tendo como Objetivos Específicos: Analisar a estrutura física da UAN, Observar os fatores que interferem no processo de preparo e higienização, observar o processo de distribuição da alimentação e avaliar se a merenda escolar corresponde à situação nutricional adequada para os alimentos. MÉTODOS: Trata-se de uma investigação de natureza descritiva tipo pesquisa de campo. RESULTADOS: Foi elaborado um relatório para cada escola no qual expomos todos os pontos críticos a fim de se ter uma melhoria tanto na parte estrutural, quanto na questão funcionários e o uso de equipamentos de proteção individual. CONCLUSÕES: O setor de Nutrição nas Escolas é responsáveis pela oferta de alimentos nutricionalmente balanceados e adequados, porém na prática podemos observar que realmente isso não ocorre, pois há uma falta muito grande não só na estrutura física mais também em relação à adequação alimentar.

Descritores: Unidade de Alimentação e Nutrição. Coletividades. Programa de alimentação escolar.

REFERENCIAS

TEXEIRA, S.M.F, et al. Administração Aplicada as Unidades de Alimentação. São Paulo: Editora Atheneu, 2004.

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ESTADO NUTRICIONAL E PERFÍL LIPÍDICO DE USUÁRIOS

CADASTRADOS NO HIPERDIA DA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA

DE MANDACARU VII EM JOÃO PESSOA

Jéssica Vanessa de Carvalho Lisboa(Relator)2 Carolina Cristina Lyra Corcino3

Hérica Paes Arantes Falcone4 Thays da Silveira Soares5

Zianne Farias Barros Barbosa6 Diabetes mellitus trata-se de uma doença crônica não transmissível, de complexo controle, que requer uma série de mudanças nos hábitos de vida. Sua incidência e prevalência vêm aumentando consideravelmente, tornando-a uma das mais graves e prevalentes patologias no mundo. Associadas ao diabetes mellitus as dislipidemias estão entre os principais fatores para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Sendo assim, estudos de prevalência de dislipidemias entre os diabéticos podem subsidiar políticas públicas na prevenção e controle dessas patologias e seus fatores de risco. Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo avaliar o estado nutricional e o perfil lipídico de adultos cadastrados no HiperDia, usuários da Unidade de Saúde da Família (USF) de Mandacaru VII, na cidade de João Pessoa. Trata-se de uma pesquisa descritiva, quanto aos objetivos, de levantamento, segundo os procedimentos de coleta, de campo quanto às fontes de informação, com abordagem quantitativa, baseados em dados secundários, obtidos através de prontuários do HiperDia. Participaram do estudo 80 indivíduos com mais de 20 anos de ambos os gêneros, hipertensos e diabéticos, sendo 51% adultos e 49% idosos, com prevalência do sexo feminino (59%). Para obtenção dos resultados foi realizada a coleta de dados antropométricos, avaliados segundo o Índice de Massa Corporal (IMC) e analisado o Perfil Lipídico (PL): Colesterol Total (CT), HDL-colesterol (HDL-c), LDL-Colesterol (LDL-c) e Triglicerídeos (TG), registrados nos prontuários dos usuários da Unidade. Para a caracterização da amostra foi utilizada uma análise descritiva expressa em valores médios. Quanto a avaliação antropométrica, observou-se tanto na população adulta quanto na de idosos que 44% e 56%, respectivamente, apresentavam obesidade. Quanto às patologias observou-se na população que a maioria era hipertensa (50%), seguidos de 40% de indivíduos hipertensos e diabéticos e apenas 10% eram só diabéticos. A amostra apresentou níveis dentro das recomendações de Colesterol Total (CT) e LDL-Colesterol (LDL-c) com 69% e 70%, respectivamente, e dosagens baixas para o HDL-Colesterol (HDL-c) com 64%; 51% da amostra apresentaram níveis elevados de Triglicerídeos (TG). Níveis elevados de CT (51%) e LDL-c (28%), foram encontrados entre os idosos; para os adultos, observaram-se níveis de TG alto (54%) e baixos níveis de HDL-c (32%). Níveis altos de CT, TG e os níveis baixos de HDL-c foram entre indivíduos hipertensos e diabéticos, mas para os níveis de LDL-c não houve diferença nos valores encontrados. Estes resultados pressupõem a necessidade do desenvolvimento de ações eficazes, como orientações nutricionais rotineiras na atenção básica de saúde, visando à promoção da alimentação saudável e estímulo à atividade física. Palavras-chave: Estado nutricional.Perfil lipídico. HiperDia.

2 Graduanda em Nutrição, Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, [email protected]; 3 Graduanda em Nutrição, Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, [email protected]; 4 Graduanda em Nutrição, Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, [email protected]; 5 Graduanda em Nutrição, Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, [email protected]; 6 Nutricionista, Mestre, Professora e orientadora da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, [email protected].

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FATORES DIETÉTICOS E TRATAMENTO MEDICAMENTOSO NA ACNE: POTENCIALIZANDO O EFEITO TERAPÊUTICO

Leonice de Oliveira Montenegro(Relator) Mercia de Oliveira Montenegro

Djanira Sendy de Miranda Albuquerque Campo Thays da Silveira Soares

Thays Karlla Costa Câmara Mônica de Almeida Lima,

INTRODUÇÃO: A acne é uma dermatose crônica especifica dos folículos pilossebáceo, que afeta a maioria dos indivíduos em algum período da vida, a exacerbação da patologia pode causar alterações psicossociais. Sabendo-se que a alimentação pode influenciar no aparecimento da acne, este trabalho teve como objetivo identificar aspectos dietéticos que possam contribuir para a potencialização do tratamento medicamentoso da acne. METODOLOGIA:Constituiu-se em uma pesquisa do tipo bibliográfica que é desenvolvida a partir de materiais já publicados, as bases de dados usadas na pesquisa foram: Lilacs, Medline, periódicos CAPES e BIREME. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS: Observou-se na pesquisa que de acordo com o número e o tipo de lesões, definem-se os graus da acne. A escolha de seu tratamento é influenciada pelo quadro da acne e suas características, existem diversos tipos de tratamento medicamentoso para a patologia, mas há outros métodos capazes de auxiliar na prevenção e potencializar o efeito medicamentoso, dentre eles temos o alimento/nutriente. A vitamina A possue funções importantes sobre a pele. O retinóide, derivado da vitamina A, é o agente comedolitico mais eficaz, pois age na lesão inicial, já o ácido retinóico, tem ação de prevenção na formação dos comedões, e foi comprovado em pesquisas que baixas concentrações plasmáticas desta vitamina podem agravar a acne. O índice glicêmico, também influencia o quadro desta dermatose, pesquisas demonstram que dietas com alto IG parecem exacerbar a ocorrência da acne, em contraste com as de baixo IG, que promovem a melhoria. O leite bovino, também está relacionado à exacerbação da acne, sua ingestão aumenta a concentração de IGF-1, agravando a acne, além de também possuir em sua composição hormônios que estão implicados na comedogênese. Existem estudos que também mostram o efeito benéfico relacionado a substância do leite, lactoferrina, que reduz a inflamação. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Recentemente pesquisas demonstraram que com a aplicação de ácidos graxos monoinsaturados não alteraram a morfologia da pele, já poliinsaturados são fatores importante para a melhoria da acne. O zinco pois ele é um mineral bacteriostático contra o P. acnes, o que diminui a produção inflamatória. A vitamina C, seu precursor SAP, reduz os produtos da oxidação do sebo. Portanto pode-se observar a eficácia dos fatores dietéticos, ajudando tanto na prevenção quando na otimização do tratamento medicamentoso.

Descritores: Acne, Tratamento, Nutrição.

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INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS NA TRIAGEM DE FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM ALUNOS DO CURSO

DE NUTRIÇÃO DE JOÃO PESSOA

Jéssica Vanessa de Carvalho Lisboa(Relator)7 Carolina Cristina Lyra Corcino8

Hérica Paes Arantes Falcone9 Thays da Silveira Soares10

Zianne Farias Barros Barbosa11 INTRODUÇÃO: As doenças cardiovasculares são as maiores causas de mortalidade que acometem a população do mundo inteiro em decorrência de hábitos alimentares inadequados e a alta prevalência de inatividade física. Dessa forma, este estudo tem como objetivo avaliar o desempenho de diferentes indicadores antropométricos de obesidade abdominal para discriminar o risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares em alunos do curso de Nutrição de uma Instituição em João Pessoa. METODOLOGIA: Pesquisa descritiva, quanto aos objetivos, de levantamento, segundo os procedimentos de coleta, de campo quanto às fontes de informação e com abordagem quantitativa. Participaram do estudo 81 alunos, do curso de graduação em Nutrição, do 1º ao 8º período do curso, sendo 90,1% do sexo feminino e 9,9% do sexo masculino, com idade entre 17 e 47 anos. Para obtenção dos resultados foi realizada a coleta de dados antropométricos e avaliados segundo o Índice de Massa Corporal (IMC), Circunferência da Cintura (CC), Razão Cintura Quadril (RCQ), Índice de Conicidade (IC) e Relação Cintura Estatura (RCEst). Para a caracterização da amostra foi utilizada a estatística descritiva expressa em valores médios e desvio padrão. A distribuição de frequência foi empregada para a classificação de cada variável. Os procedimentos foram realizados através do software estatístico PASW Statistic version 18.0. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS: Pela avaliação antropométrica classificou-se o estado nutricional, pelo IMC, onde 4,9 % estavam com magreza, 74,1% estavam eutróficos, 17,3 % apresentaram sobrepeso e 3,7% obesidade. Quanto a avaliação da CC como preditora para doenças cardiovasculares, a maior proporção na população total foi favorável (86,4%), quanto ao IC, 84% foram considerados adequados, 16% estavam acima do normal, em relação à RCQ 48,1% foram considerados risco moderado e 39,5% apresentavam risco baixo e quanto à avaliação ao RCEst 85,0% foram considerados normais e 15,0% acima do normal. CONCLUSÃO: Espera-se que estes resultados possam contribuir para a elucidação do fenômeno da obesidade abdominal na população, fornecendo informações para que os profissionais de saúde atuem na prevenção dessa condição clínica multifatorial evitando o aparecimento das doenças cardiovasculares. Descritores: Doenças Cardiovasculares. Antropometria. Obesidade. Fatores de risco.

7 Graduando em Nutrição, Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, [email protected]; 8 Graduando em Nutrição, Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, [email protected]; 9 Graduando em Nutrição, Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, [email protected]; 10 Graduando em Nutrição, Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, [email protected]; 11 Nutricionista, Mestre, Professora e orientadora da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, [email protected].

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USO DO LAPACHOL E DERIVADOS EM AULAS

DE QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL

Hermes D. Neto(Relator) Ticiano P. Barbosa

INTRODUÇÃO: O lapachol (1) é uma naftoquinona com várias atividades biológicas. Devido ao seu caráter ácido, é facilmente extraído da serragem do ipê (Tabebuia spp., Bignoneaceae) utilizando uma solução básica. METODOLOGIA: Este trabalho propõe três aulas práticas para a disciplina de Química Orgânica Experimental, utilizando o lapachol (1) e reagentes de baixo custo para exemplificar reações orgânicas através da modificação estrutural desta naftoquinona em meios ácido e básico, além de técnicas cromatográficas sem utilização de agentes reveladores ou câmara de UV. RELATO DE VIVÊNCIA: Na primeira aula é realizada a extração de 1 com solução 1% de Na2CO3 a partir de 200g de serragem de ipê e posterior purificação, obtendo-se 1,3 g do produto. Na segunda aula foi realizada

-lapachona (2) a partir de 484 mg de 1 e 5,0mL de H2SO4 concentrado. A reação envolve uma etapa de adição de próton à cadeia lateral de 1 com formação de carbocátion terciário e subsequente ciclização intramolecular (Rend. = 70%). Em seguida, 242 mg de foram adicionados a uma solução 5% de NaOH e aquecida sob agitação até tomar coloração avermelhada, indicando a formação do sal do hidroxi-hidrolapachol (3) a partir da abertura do a -lapachona pela base, através de um mecanismo do tipo adição de Michael 1,4. Depois de acidificada com HCl 6M, a solução aquosa foi extraída com CH2Cl2 e, após evaporação do solvente, o produto foi obtido com 62% de rendimento. Na terceira aula, as naftoquinonas obtidas foram submetidas a análise por CCD, sendo determinado cada Rf em uma placa de 5x10 cm e Acetato de Etila/Hexano (3:7) como eluente. Foi realizada também uma Cromatografia em coluna com escala reduzida para separação de uma mistura de lapachol e -lapachona. As metodologias reforçaram a compreensão dos conceitos de ácidos e bases em Química Orgânica e de cromatografia.

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UTILIZAÇÃO DA GLUTAMINA NO TRATAMENTO HOSPITALAR DE PORTADORES

DA SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA (AIDS)

Thays da Silveira Soares (Relator) Djanira Sendy Miranda de Albuquerque

Jéssica Vanessa de Carvalho Lisboa Leonice de Oliveira Montenegro

Thays Karlla Costa Câmara Mônica de Almeida Lima

INTRODUÇÃO: A síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) é uma doença que tem como agente etiológico um retrovírus, o HIV. A infecção por este vírus é caracterizada por uma contínua replicação viral e declínio dos níveis de linfócitos CD4+, acarretando alterações imunológicas. Sabe-se que pacientes com HIV são mais vulneráveis a outras doenças infecto-contagiosas e com frequência são acometidos por diarreia, com má absorção, febre e perda de peso, assim como muitos outros sintomas, agravando o quadro do paciente. A glutamina (Gln) é classificada como um aminoácido não-essencial; porém, possui a habilidade de comportar-se como essencial em alguns cenários, resultando na designação “condicionalmente essencial”. Os potenciais efeitos benéficos da suplementação da glutamina podem aumentar a síntese de glutationa, potencializando as defesas antioxidantes; manter a integridade da mucosa intestinal, evitando a translocação bacteriana; aumentar a síntese de proteínas da resposta inflamatória, atenuando o processo inflamatório; e preservar a função imune, servindo de fonte energética para linfócitos e precursores de citocinas. O objetivo geral deste trabalho foi identificar a utilização da glutamina no tratamento hospitalar de portadores da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. METODOLOGIA: O estudo foi realizado no Complexo Hospitalar de Doenças Infecto-Contagiosas Dr. Clementino Fraga (CHCF), de caráter transversal e qualitativo, a partir de entrevista com 11 nutricionistas, funcionárias do respectivo hospital, responsáveis pelo tratamento dietoterápico dos portadores de AIDS. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS: Pode-se observar que o tratamento dietético preconizado é caracterizado por ser hipercalórico e hiperprotéico. Quanto a utilização da glutamina, este nutriente não é utilizado devido ao seu alto custo. Porém, 70% dos profissionais entrevistados relataram já ter utilizado este suplemento, sendo visto uma melhora significativa nos quadros de diarreia aguda e crônica. A suplementação com glutamina pode ser essencial na manutenção da integridade do trato gastrintestinal, aumentando a capacidade absortiva do intestino e estimulando a síntese proteica. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A seleção do paciente é crítica, pelo alto custo desta terapia nutricional, sendo reservada para aqueles que não respondem favoravelmente às intervenções nutricionais e/ou medicamentosas convencionais. Assim, nestes casos, a intervenção nutricional especializada poderá ter papel fundamental na melhora da qualidade de vida e do estado nutricional.

Palavras-chave: AIDS, Glutamina, Diarreia.

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SUMÁRIO

ABERTURA