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A MÚSICA: um gênero a ser explorado no ensino de língua inglesa

Célia Regina Simionato (Profª PDE- UEL)1

Lilian Kemmer Chimentão (Profª Orientadora- UEL)2

Resumo: Neste artigo apresentaremos os resultados da implementação de uma

proposta de intervenção na qual a música é utilizada como ferramenta

enriquecedora para tornar as aulas de língua inglesa um espaço que proporcione ao

aluno possibilidades de desenvolver, além de competências linguísticas, o senso

crítico-reflexivo. Para alcançarmos os objetivos desta proposta elaboramos um

material com atividades estruturadas a partir do gênero textual música. Estas

atividades foram desenvolvidas numa sequência didática, conforme propõem Dolz &

Schneuwly (1996), e oportunizando aos alunos momentos de pesquisa e discussão.

Utilizamos a observação como metodologia de investigação e coletamos os dados

analisados por meio das nossas anotações feitas durante a implementação do

material e também, dos trabalhos realizados pelos alunos. A análise dos dados nos

evidenciou que a música pode ser usada tanto no ensino de pontos linguísticos

como na discussão de aspectos culturais e político-sociais. E que este gênero, se

explorado de maneira contextualizada, possibilita ao aluno o desenvolvimento do

seu senso crítico, ampliando sua visão sobre a realidade que o cerca.

Palavras-chave: ensino de língua inglesa, música, senso crítico-reflexivo.

Abstract: In this paper we present the results of the implementation of a proposed

intervention in which music is used as a tool to make of the English classes a space

1 Professora graduada em Letras pela Universidade Estadual de Londrina – UEL, pós-graduada em

Orientação e Supervisão, leciona no Colégio Estadual Marechal Castelo Branco – Ensino Fundamental, Médio e Normal de Primeiro de Maio- PR. 2 Professora do Departamento de Letras Estrangeiras Modernas da Universidade Estadual de

Londrina – UEL. Especialista em Língua Inglesa, Mestre em Educação e Doutoranda em Estudos da Linguagem.

that gives to the students opportunities to develop, not only language skills, but

mainly critical and reflective thinking. To achieve the objectives of this proposal we

elaborated a material with activities based on music genre. These activities were

organized in a didactic sequence, as proposed by Dolz & Schneuwly (1996), which

offer to the student moments of research and discussion. We use the observation as

a research method and the analyzed data was collected through our notes taken

during the implementation of the material and also through the assignments done by

the students. Data analysis showed us that music can be used in the teaching of

language points and also for the discussion of cultural and socio-political aspects.

And this genre, when explored in its context, gives to the student opportunity to

develop their critical sense, expanding their vision of reality that surrounds him.

INTRODUÇÃO

Aprender uma língua estrangeira é muito importante para o desenvolvimento

e crescimento do indivíduo. Essa aprendizagem aumenta a possibilidade de

entendimento do mundo que o cerca e sua capacidade de transformá-lo. Paiva

(2000, p. 27) afirma que “no mundo globalizado, ser cidadão do mundo implica,

necessariamente, o conhecimento de pelo menos um idioma em todas as suas

dimensões”.

De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná

(doravante DCEs), as sociedades modernas relacionam-se, comunicam-se e

buscam manter um bom entendimento entre elas. Assim, dar ao indivíduo

possibilidades para que consiga utilizar uma língua estrangeira para se comunicar e

interagir em uma situação significativa e também compreender melhor outras

culturas é inseri-lo na sociedade. Pois, quanto mais capaz de se relacionar e

entender melhor outras comunidades, visões e valores, melhor será a participação

deste indivíduo na sociedade, de forma mais ativa, e, consequentemente, sendo

capaz também, de transformar a si mesmo e a realidade em que vive.

Porém, observando a realidade da maioria das escolas públicas,

percebemos em vários alunos baixo nível de motivação e interesse na

aprendizagem da língua inglesa. Muitos alunos veem a disciplina como difícil e/ou

desnecessária, sem importância para seu futuro. Isso pode ser consequência de

vários fatores, dentre eles podemos citar: a) o desempenho do próprio professor

que, muitas vezes, por falta de recursos didáticos e da pouca preparação para lidar

com as novas tecnologias, se apresenta de forma limitada, seguindo métodos

tradicionais; b) salas de aula com grande número de alunos, que torna o trabalho

diferenciado e individualizado inviável; c) carga horária reduzida; d) falta de material

de apoio (em quantidade suficiente e em condições de uso); entre outros.

Diante desta atual realidade das salas de aula e da dificuldade de

desenvolver um trabalho que estimule o gosto do aluno pela compreensão da língua

inglesa, entendemos que há necessidade de mudanças e transformações. Este

processo de mudança pode se iniciar a partir do professor que, refletindo sobre a

sua prática pedagógica, reage, ressignifica e busca o uso de novas estratégias de

ensino que visem tornar o processo de ensino-aprendizagem de língua inglesa mais

interessante e criativo.

Buscando, então, uma mudança em nossas ações, surgiu a ideia de iniciar

um estudo sobre a contribuição da música, um gênero textual que geralmente

desperta muito interesse dos alunos, para o ensino da língua inglesa.

De acordo com Ferreira (2001), a música sempre foi um recurso muito

utilizado para auxiliar no aprendizado de várias disciplinas, porém a sua aplicação

tem sido esquecida e, às vezes, quando isso acontece, muitos a fazem de maneira

inadequada. Isso é observado entre os professores de língua inglesa que,

frequentemente, se utilizam da música em sala de aula, porém, muitas vezes, de

maneira alheia à construção do conhecimento, apenas como um passatempo ou um

momento de lazer e descanso das aulas de gramática. Desta forma, perdemos o

enorme potencial de construção do conhecimento que a música pode oferecer.

Diante destas colocações e conscientes da necessidade de buscarmos

desenvolver novas estratégias para o ensino da língua inglesa, surgiu o objetivo

principal deste estudo: o uso da música de maneira crítica, proporcionando ao aluno

um momento para a pesquisa e discussão, e não apenas como passatempo,

seguindo, assim, os pressupostos sugeridos pelas DCEs, nos quais “[...] o docente

precisa se preocupar com a qualidade do conteúdo dos textos escolhidos no que se

refere às informações, e verificar se estes instigam o aluno à pesquisa e à

discussão” (PARANÁ, 2008, p. 62).

Em linhas gerais, o presente trabalho está dividido em quatro partes. A

princípio, apresentamos um breve resumo teórico sobre o papel da escola e das

aulas de língua inglesa e sobre o uso dos gêneros, em especial, o uso do gênero

música como recurso didático nas aulas da língua inglesa, servindo como

instrumento mediador para desenvolver a competência linguística e a consciência

social e cultural dos alunos. Na segunda parte, discorremos sobre a elaboração do

material didático, produzido pelo próprio professor-pesquisador, que resultou de uma

proposta de trabalho fundamentada no uso da música para ser aplicada em uma

sala de 3º ano do Ensino Médio de uma escola pública. Em seguida, relatamos os

resultados obtidos a partir da aplicação desse material em sala de aula e, para

encerrarmos, deixamos nossas considerações finais.

1 REVISÃO DA LITERATURA

1.1 A escola e as aulas de língua estrangeira

Documentos oficiais que norteiam o ensino fundamental e médio no Estado

do Paraná, como as DCEs e as Orientações Curriculares para o Ensino Médio

(doravante OCEMs), defendem que o ambiente escolar deve propiciar a formação

crítica e reflexiva do aluno.

Segundo as DCEs (PARANÁ, 2008, p. 52), que estão fundamentadas sob os

pressupostos da pedagogia crítica, “a escola é um espaço social democrático,

responsável pela apropriação crítica e histórica do conhecimento como instrumento

de compreensão das relações sociais e para a transformação da realidade”.

Podemos dizer então, que se espera que a escola leve o aluno à construção de

conhecimento, proporcione possibilidades para que este compreenda a realidade em

que vive e seja capaz de transformá-la. “A escola tem o papel de informar, mostrar,

desnudar, ensinar regras não apenas para que sejam seguidas, mas, principalmente,

para que possam ser modificadas” (PARANÁ, 2008, p. 52).

Diante deste contexto, as aulas de Língua Estrangeira Moderna (LEM)

assumem um papel muito importante no ambiente escolar. E, como sustenta as

DCEs (PARANÁ, 2008, p. 52):

Isso implica superar uma visão de ensino de Língua Estrangeira Moderna apenas como meio para se atingir fins comunicativos que restringem as possibilidades de sua aprendizagem como experiência de identificação social e cultural, ao postular os significados como externos aos sujeitos.

Elas devem se tornar um espaço legítimo, no qual o aluno perceba,

compreenda e respeite as diferenças linguísticas e culturais, e também, torne-se

consciente da sua capacidade de interagir discursivamente, através de uma Língua

Estrangeira com o mundo que está ao seu redor.

É necessário, então, que durante as aulas de Língua Estrangeira (LE) o

aluno tenha uma aproximação com várias outras culturas e diversidades linguísticas,

promovendo uma reflexão e uma comparação entre a sua cultura e a do outro, entre

a sua língua e a do outro. E, assim, reconhecendo e compreendendo a diversidade

linguística e cultural, ele “se envolva discursivamente e perceba possibilidades de

construção de significados em relação ao mundo que vive” (PARANÁ, 2008, p. 53).

Desta forma, o aluno se sentirá integrante e capaz de interagir ativamente pelo

discurso e estará participando dos “processos sociais de construção de linguagem”

(PARANÁ, 2008, p. 58).

1. 2 A língua como discurso social

As Orientações Curriculares para o Ensino Médio (OCEMs) também

salientam que é necessário que a aprendizagem de uma língua estrangeira

possibilite:

Estender o horizonte de comunicação do aprendiz para além de sua comunidade linguística restrita própria, ou seja, fazer com que ele entenda que há uma heterogeneidade no uso de qualquer linguagem, heterogeneidade esta contextual, social, cultural e histórica. Com isso, é importante fazer com que o aluno entenda que, em determinados contextos (formais, informais, oficiais, religiosos, orais, escritos, etc.), em determinados momentos históricos (no passado longínquo, poucos anos atrás, no presente), em outras comunidades (em seu próprio bairro, em sua própria cidade, em seu país, como em outros países), pessoas pertencentes a grupos diferentes em contextos diferentes comunicam-se de formas variadas

e diferentes; [...] (BRASIL, 2006, p. 92).

Frente a esses objetivos designados ao ensino de LEM, concordamos com

Coelho (2006, p. 127) quando, citando Warschauer (2000) e Freire (1974), diz que:

Aprender uma LE é mais do que aprender a ler, escrever, compreender e falar; significa poder utilizar a língua para “impor sua voz no mundo” (WARSCHAUER, 2000, p. 530) e, assim, cumprir os propósitos da educação de tornar o cidadão capaz de transformar o mundo de acordo com os seus interesses (FREIRE, 1974).

Isso quer dizer que o objeto de estudo da LEM não deve ficar restrito ao

plano linguístico, mas deve ser ampliado para o plano da língua como prática social,

a fim de despertar a reflexão e a criticidade dos alunos.

O discurso como prática social é considerado como conteúdo estruturante

de LEM, ou seja, aquele conteúdo que será o ponto de partida para a seleção dos

conteúdos específicos no desenvolvimento do trabalho pedagógico. As DCEs

(PARANÁ, 2008, p. 61) colocam que o conteúdo estruturante é fruto do momento

histórico-social vivido, então, ao escolher a língua “como interação verbal, como

espaço de produção de sentidos, buscou-se um conteúdo que atendesse a essa

perspectiva”.

Sendo assim, as Diretrizes Curriculares do Paraná adotam uma proposta

para o ensino de língua estrangeira baseada na visão bakhtiniana, que reconhece a

língua como discurso. Para Bakhtin (1988 apud PARANÁ, 2008, p. 53), “toda

enunciação envolve a presença de duas vozes, a voz do eu e do outro [...] não há

discurso individual [...] todo discurso se constrói no processo de interação e em

função de outro”.

1.3 O ensino através dos gêneros

Ainda sob a perspectiva das DCEs (PARANÁ, 2008, p. 57), “o ensino de

Língua Estrangeira deve contemplar os discursos sociais que a compõem, ou seja,

aqueles manifestados em forma de textos diversos efetivados nas práticas

discursivas”. Sendo assim, fica clara a importância de se apresentar aos alunos

textos de diferentes gêneros, os quais possam contribuir para a formação crítica dos

educandos enquanto cidadãos mais conscientes de seu papel na sociedade.

Tal proposta de ensino se concretiza no trabalho com textos, não para extrair deles significados que supostamente estariam latentes em sua estrutura, mas para comunicar-se com eles, para lhes

conferir sentidos e travar batalhas pela significação (PARANÁ, 2008, p. 57).

De acordo com Lazaroti e Cristovão (2007, p. 29) “o material didático precisa

ter conexão com a vida dos cidadãos”, o aluno deve perceber que o que está sendo

ensinado faz parte de sua vida real. As autoras ainda afirmam que:

O ensino com variados gêneros de textos pode ser uma opção para se aprender o uso adequado da linguagem na expressão oral e escrita, as diferentes operações de linguagem para emissão de opiniões e sentimentos, para a narração, para a argumentação em favor de suas próprias ideias, para a expressão crítica e, acima de tudo para a ação de um cidadão que reconhece seu papel na sociedade (LAZAROTI; CRISTOVÃO, 2007, p. 33).

1.4 O gênero música

Diante desta proposta de se trabalhar com textos de diferentes gêneros, a

opção pela música é feita por ser este um gênero textual que desperta o interesse

de todos, independentemente da faixa etária. De acordo com Murphey (1992, p.5,

tradução nossa), “a música está em todo lugar. Todos têm algum gosto musical,

aprecia algum tipo de música, e está em contato com ela”.

Complementando esta ideia, Ferreira (2001) diz que a comunicação verbal,

tão necessária à vida em sociedade, pode ter a música como aliada, fortalecendo,

através dela, a transmissão da mensagem original. Ferreira (2001, p. 9) também

salienta que,

Muitas vezes é mais eficaz perpetuar um pensamento transmitindo-o verbalmente pelo canto que pela escrita no papel, no papiro, no pergaminho ou na pedra – a história da humanidade prova isso. Todo papel, papiro etc., ou até mesmo toda pedra tocada e trabalhada pelo homem, um dia se acaba. A música, o som ordenado, assim como é uma linguagem universal também é uma linguagem por meio da qual uma ideia é mais bem difundida ao longo dos tempos: mesmo sem escrever quaisquer sinais gráficos que representassem os sons que cantavam, há gerações de monge orientais, por exemplo, que continuaram pelos séculos entoando palavras que aprenderam cantando desde a mais tenra infância com seus mestres. Essa é a transmissão verbal-oral-cantada do conhecimento [...] Neste aspecto poderíamos dizer que na ordenação que o homem impõe às coisas do mundo, uma pedra é mais história e uma música é mais tradição.

É fácil compreendermos melhor essa questão observando o grande número

de marcas de produtos que se utilizam da música nos chamados jingles comerciais,

no intuito de fazer com que, através da música, os consumidores lembrem do

produto. Os rituais de nossa sociedade também utilizam a música em larga escala,

podemos observar isso na marcha nupcial, na marcha fúnebre, nos parabéns a

você, nos hinos, nas canções de ninar, entre tantos outros.

A música está sempre presente no dia a dia das pessoas, como podemos

observar nos meios de comunicação, como o rádio e a televisão, e também no

âmbito escolar, podemos comprovar isso através da observação da presença

constante de aparelhos de som portáteis como: MP3, celulares, pendrives, entre

outros, de posse dos alunos nas salas de aula.

Podemos dizer então, que a música é um material autêntico, ou seja, um

material que não foi elaborado apenas para fins didáticos, mas que faz parte do

cotidiano do aluno.

Quando trabalhamos com textos autênticos estamos utilizando materiais que compõem o mundo dos alunos e são os textos autênticos que eles irão encontrar fora da sala de aula. Por isso, precisarão ter conhecimentos de como lidar com os mesmos. O que não ocorre com os alunos que durante a vida escolar tiveram oportunidade de trabalharem somente com textos didáticos, que em sua maioria foram criados com ênfase na estrutura da língua e não para a comunicação (MARGIOTO; CRISTOVÃO, 2007, p. 244).

Aproveitando então, o gosto que os educandos apresentam pela música e

pelas atividades a ela envolvidas por se tratar de uma linguagem acessível, fácil e

universal, que está presente nas mais diversas manifestações e nas variadas

culturas, faremos a utilização deste gênero textual, aliado a outros que se fizerem

necessários para melhor aproveitamento do material a ser desenvolvido, em uma

tentativa de seguir as diretrizes e buscar novas estratégias que sejam capazes de

tornar a aprendizagem da língua inglesa mais agradável e produtiva.

Murphey (1992) defende o uso da música e afirma que se pode fazer com a

música o mesmo que se faz com outros textos durante as aulas. Ele cita também

vantagens de utilizar material musical nas aulas de língua estrangeira. Uma das

vantagens é que o professor tem fácil acesso a este tipo de material e, outra

vantagem, é que a música é motivadora para a maioria dos alunos. Esta motivação

imediata deve-se ao fato de que a música está associada ao lazer e espera-se que

desta forma possa despertar no aluno um novo tipo de relação com o processo de

aprendizagem.

É preciso observar, no entanto, que não se pode conferir apenas à música, a

responsabilidade de fazer com nossos alunos aprendam a língua estrangeira.

Nestes termos, também concordamos com Murphey (1992) quando diz que apenas

ouvir e cantar músicas não fará com que o aluno seja capaz de se comunicar em

uma outra língua. Dessa forma, trabalhar com música exige muito mais do que

simplesmente escolher uma música que agrade aos alunos, pois não se quer

apenas usar a música como recurso para seduzir o aluno acostumado com um

mundo cheio de sons e imagens, mas sim fazer com que este instrumento possa

motivar a busca da compreensão e construção do conhecimento.

Muitas vezes, o uso indevido e não fundamentado da música em sala de

aula acaba banalizando esta privilegiada estratégia de ensino. É necessário utilizá-la

como um recurso para diferenciar o tradicional método de ensino e contribuir para a

melhoria da aprendizagem. Inúmeros exemplos do trabalho com a música podem

ser encontrados, desde que o professor quebre seus preconceitos musicais e seja

um bom ouvinte. É também possível pesquisar, com os próprios alunos, as músicas

que podem ser utilizadas e contextualizadas ao cotidiano e aprendizagem da língua

e cultura inglesa.

A música pode ser usada na sala de aula como recurso facilitador tanto no

ensino de pontos linguísticos como na introdução de aspectos culturais e sociais que

possibilitem ao aluno um desenvolvimento do seu senso crítico, ampliando sua visão

sobre a realidade social que o cerca e isto vem ao encontro do que é proposto pelas

DCEs.

2 PRODUÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

2.1 Os participantes e o contexto

Este trabalho é requisito para a conclusão da participação no Programa de

Desenvolvimento Educacional, doravante PDE, oferecido pelo Governo do Estado

do Paraná, que possibilita ao professor formação continuada, oferecendo ao mesmo,

oportunidade de aprimoramento do seu conhecimento, busca por mudanças e

melhorias em sua prática pedagógica. O programa oferece subsídios teóricos e

orientação conduzida por professores das Instituições de Ensino Superior (IES)

participantes para a elaboração de projetos que devem, posteriormente, ser

implementados nas escolas públicas do estado, visando o desenvolvimento de

ações educacionais que busquem sanar dificuldades encontradas no dia a dia

escolar.

O projeto desenvolvido como proposta de trabalho do PDE foi intitulado “A

música: um gênero a ser explorado no ensino da língua Inglesa”. A implementação

da proposta de intervenção foi desenvolvida no Colégio Estadual Marechal Castelo

Branco-Ensino Fundamental, Médio e Normal da cidade de Primeiro de Maio. Os

participantes envolvidos eram alunos do 3º ano do ensino médio, na faixa etária

entre 16 e 17 anos e frequentavam o período vespertino. A turma era pequena,

composta por apenas 16 alunos e vários oriundos da zona rural.

Além da implementação do projeto na escola, o professor participante do

PDE teve a oportunidade de compartilhar o projeto e o material elaborado com um

grupo de professores da escola pública do Paraná chamado Grupo de Trabalho em

Rede (GTR) por meio da Internet. Nesta oportunidade, o projeto foi avaliado e

colocado à disposição para ser aplicado pelos professores que participaram do

grupo. Eles trocam informações e opiniões postando seus pareceres na plataforma

Moodle.

2.2 Elaboração do material didático-pedagógico

Nossa proposta surgiu da constatação do gosto que a maioria das pessoas

tem pela música e por desenvolver atividades que envolvam música. Para

complementar a sequência e melhor contextualizar as letras, a proposta aliou o

gênero música a outros gêneros textuais, como: biografia, artigo, fórum de

discussão, além de recurso audiovisual (clip), procurando assim, através dos

diversos discursos, fazer uso da linguagem como prática social.

Portanto, desenvolvemos um material didático com atividades estruturadas a

partir de letras de músicas e do seu contexto histórico-social, oferecendo aos alunos

uma oportunidade de pesquisa, discussão e reflexão sobre questões políticas,

sociais e culturais. O objetivo era desenvolver, além da competência linguística dos

alunos, uma consciência crítica a respeito do mundo que o cerca, levando-os,

através das aulas de língua inglesa, a ampliar seus horizontes, conhecer mais sobre

o mundo, sobre outras culturas, para que assim possam respeitar o que é diferente.

Para desenvolvermos tal material, procurando então, alcançar os objetivos

supracitados, selecionamos duas músicas: “Heal the World” de Michael Jackson e

“Dear Mr. President” da Pink. As músicas foram selecionadas observando o

conteúdo da letra e seu contexto, procurando temas polêmicos, adequados à faixa

etária e que contemplassem o interesse dos alunos.

Para cada música selecionada foi elaborada uma sequência didática, isto é,

um conjunto de atividades organizadas em torno do gênero escolhido. Esta

sequência propunha atividades diversificadas a fim de desenvolver as habilidades

linguísticas de compreensão oral e escrita (listening e reading) e produção oral e

escrita (writing e speaking).

Além dessas atividades que exploravam o aspecto linguístico, também foram

propostas atividades de uso da linguagem como, momentos de discussão em grupo,

tarefas em duplas, ou pequenos grupos, que visavam desenvolver competências

que tornem os alunos aptos a compreender melhor e participar mais criticamente do

mundo em que vivem.

Para melhor organização, as sequências foram divididas nas seguintes

seções: Think about it; Reading 1; Genre Analysis; Text Comprehension; Vocabulary

Study; Listening Activity; Language Study; Let´s Practice; Focus on the Context;

Reading 2; e Let´s Write.

Tendo sempre como ponto de partida o conhecimento prévio do aluno, as

sequências tinham como abertura uma atividade que convidava o aluno a refletir

sobre uma temática. Nessa seção intitulada THINK ABOUT IT..., questionamentos

foram elaborados visando explorar o posicionamento dos alunos em relação ao

assunto em questão, procurando levá-los à reflexão sobre a prática social.

Depois, a letra da música era apresentada na seção READING, onde os

alunos deveriam fazer apenas uma leitura rápida, e na seção GENRE ANALYSIS, os

alunos analisavam as características estruturais do gênero.

Em seguida, os alunos eram levados a uma compreensão mais detalhada e

aprofundada da letra da música, através da seção nominada TEXT

COMPREHENSION. Para desenvolvimento das habilidades linguísticas foram

criadas as seções VOCABULARY STUDY, LISTENING ACTIVITY, LANGUAGE

STUDY e LET’S PRACTICE que possibilitavam aos alunos aprofundamento e

ampliação do vocabulário, prática da compreensão oral e, de maneira

contextualizada, aproveitando a linguagem em uso, eram apresentadas as estruturas

gramaticais necessárias para a compreensão do texto.

A seção FOCUS ON THE CONTEXT apresentava aos alunos o contexto

sócio-histórico no qual a música foi criada. Usando o recurso audiovisual, mostrava

imagens que lhes davam melhor compreensão sobre o tema abordado na letra da

música e complementando esta seção de contextualização, a sequência trazia uma

nova leitura READING 2.

Para concluir a sequência, a seção LET’S WRITE convidava os alunos a

desenvolver sua capacidade de escrita, procurando, assim, consolidar tudo o que foi

estudado.

3 ANÁLISE DA IMPLEMENTAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

Após a organização e conclusão do material didático, iniciamos a

intervenção na escola, por meio de sua implementação. Porém, antes de iniciarmos

a aplicação do material propriamente dita, realizamos uma discussão em sala de

aula com os alunos alvo do projeto sobre música e suas utilizações no dia a dia das

pessoas. Tal discussão foi norteada pela leitura de textos que apresentavam a

importância da aplicação da música na recuperação de pessoas doentes, no lazer e

na educação. Esta atividade tinha como finalidade sondar qual a visão do grupo

sobre o assunto e confirmar a tese de que a maioria das pessoas gosta de música e

de realizar atividades a elas relacionadas. A discussão deixou evidente que os

alunos concordam com a eficácia do uso da música, inclusive na educação, como

material de apoio para o ensino-aprendizagem de várias disciplinas.

Depois disso, iniciamos a aplicação do material. Para a implementação do

mesmo utilizamos 22 aulas. Quantidade esta um pouco superior ao que havia sido

estimado inicialmente, que era de 16 aulas.

Iniciamos com a música “Heal the World” do Michael Jackson que intitulava

a nossa unidade. A princípio, propusemos aos alunos algumas questões sobre o

mundo em que vivem. Eles foram questionados sobre o que acham do mundo em

vivem, o que gostariam que mudasse e o que poderiam fazer para tornar o mundo

em que vivem um lugar melhor.

Esse foi um espaço para a discussão de uma temática considerada

relevante e atual no dia a dia dos nossos alunos. A discussão foi feita em língua

materna, deixando-os mais à vontade para se expressarem. Foi muito satisfatório

observar a participação e o entusiasmo com que desenvolveram esta atividade.

Outro aspecto observado e que vale a pena ser apontado, foi que eles ampliaram a

discussão, começaram falando dos problemas locais e, com o nosso

direcionamento, chegaram à discussão de problemas globais.

Em seguida, apresentamos o texto, ou seja, a letra da música. Porém, nosso

objetivo neste momento era trabalhar a análise do gênero, desta forma, fizemos

apenas uma leitura rápida. E, partimos então, para as atividades nas quais a

capacidade dos alunos em reconhecer o gênero em questão e suas características

seria verificada. Essa análise foi realizada sem maiores dificuldades. Eles

reconheceram rapidamente o tipo de texto, quem escreveu, onde foi publicado e

suas características.

Depois da análise do gênero, ouvimos a música que apesar de ser antiga e

não muito agitada, foi aprovada pelos alunos, pois demonstraram atenção e

envolvimento. Fizemos a tradução oral juntos. Os alunos apresentaram muita

dificuldade neste momento devido ao vocabulário limitado que a maioria possui. A

nossa mediação foi fundamental, já que não queríamos fazer uso do dicionário para

realização da tradução, pois acreditávamos que essa seria uma tarefa complicada e

muito cansativa.

Pudemos perceber que a compreensão do texto também foi prejudicada pela

falta de vocabulário dos alunos. Acreditamos que se tivéssemos feito a atividade de

estudo do vocabulário, que seria o nosso próximo passo, antes, poderíamos ter

facilitado a leitura do texto. Pois, desta forma, os novos vocábulos, necessários para

melhor entendimento, do texto seriam previamente apresentados aos alunos.

Após a realização do estudo do vocabulário, retornamos à letra da música,

ouvindo-a novamente, procurando, assim, realizar uma leitura mais completa e

proporcionar melhor entendimento.

A atividade de listening foi realizada com interesse pelos alunos. Eles

superaram nossas expectativas e demonstraram um bom desempenho, conseguindo

realizar sozinhos e corretamente aproximadamente 50% da atividade proposta. No

entanto, é prudente salientar que nosso desempenho ao lidar com a tecnologia é

que não foi tão satisfatório. Acostumados ao tradicional cd, tivemos que manusear o

pen drive, um aparelho diferente do que estávamos acostumados, e isso gerou certa

dificuldade. Porém, com as questões operacionais tem sempre aquele aluno que se

destaca e se torna nosso auxiliar, restando-nos, assim, um pouco de vergonha e a

gozação dos alunos.

Mesmo com as tentativas de contextualização, ao trabalharmos a análise

linguística, as dificuldades apareceram. Foi necessária a utilização de material extra,

mais explicação, mais exemplos e mais exercícios para facilitar a compreensão do

ponto gramatical, entretanto, observamos que, mesmo assim, algumas dificuldades

persistiram em alguns alunos.

Utilizamos um vídeo para realizarmos a contextualização da música, ou seja,

este recurso foi utilizado para facilitarmos o entendimento acerca do contexto em

que a música foi criada. Assistimos ao vídeo e, na sequência, seguindo um roteiro

com perguntas, os alunos puderam discutir sobre as imagens assistidas e relacioná-

las à letra da música. Isso ajudou muito a compreensão da mensagem da música.

Eles puderam perceber que, muitas vezes, a mensagem não vem escrita de maneira

direta.

Para completar essa contextualização, propusemos a leitura da biografia do

autor da música, Michael Jackson. Essa leitura trouxe informações importantes que

acreditamos ter trazido ainda mais entendimento sobre a criação da letra da música

e a intenção de seu autor ao criá-la. Porém, ao fazermos tal leitura, novamente nos

esbarramos no vocabulário limitado de nossos alunos e também em uma grande

falta de interesse dos mesmos em ampliá-lo. A alternativa encontrada para

potencializar a leitura e a compreensão do texto foi desenvolvê-la em pequenos

grupos. Dessa maneira, possibilitamos aos alunos a troca de experiência e

conhecimento com os demais colegas, levando em consideração a importância da

aprendizagem por meio da socialização e do par mais experiente neste processo,

aspectos esses salientados por Vigotsky (1978) como relevantes ao processo de

aprendizagem.

Para desenvolvermos a sequência da segunda unidade do nosso material

escolhemos a música “Dear Mr. President”, da cantora norte-americana Pink, e

trabalhamos com o tema “Who can help the world?”.

Os alunos ficaram empolgados em participar da discussão, todos queriam

fazer comentários sobre a nossa política. Foi um momento importante, no qual

conduzimos a discussão procurando levá-los a refletir sobre o valor das nossas

atitudes enquanto cidadãos. Pois, o que observamos é que eles se abstêm das

responsabilidades sobre o que acontece no nosso país, ou seja, criticam o que

acontece, mas adotam a postura cômoda de dizer que não gostam de política, que

se pudessem não votariam nunca.

Na análise do gênero, pudemos observar que há diferentes tipos de músicas

e que cada uma delas traz uma mensagem, tem um propósito e que algumas trazem

mensagens de protesto, como a que está sendo estudada. Na letra da música “Dear

Mr. President” a cantora mostra a indignação e questiona atos praticados pelo ex-

presidente dos E.U.A, George W. Bush.

Foi interessante observar a surpresa dos alunos em relação ao ritmo da

música. A maioria deles, ao ouvir a música, observando apenas seu ritmo,

considerou-a como romântica. Isso os fez refletir sobre a atitude de gostarmos das

músicas internacionais sem nos preocuparmos com o que está escrito em suas

letras e quais mensagens transmitem.

Para entendermos melhor o contexto em que a música foi criada, fizemos

também a leitura de um texto retirado da Internet (“Analyzing a political Anthem:

Pink’s “Dear Mr. President”) que trazia a explicação de cada questionamento feito

pela cantora na música. O texto foi muito importante para nossa melhor

compreensão, porém houve muita dificuldade na realização de sua leitura. Apesar de

interessante o texto era longo e apresentava um vocabulário um pouco complexo,

diante desse fato, para agilizarmos sua leitura, adotamos a leitura oral e coletiva.

Para a compreensão do texto organizamos um questionário (APÊNDICE A)

e podemos dizer que esta foi uma atividade desenvolvida com um alto grau de

dificuldade e que poderia ter sido facilitada se organizada de outra maneira, como,

por exemplo, fazendo as perguntas em português, ou organizando-as com múltiplas

escolhas.

Aproveitamos também um trecho da resposta de um participante de um

fórum na Internet que respondia à pergunta “Who is Pink to diss President Bush?”

para ampliarmos nossa discussão. O texto nos levava a questionar sobre a

responsabilidade de cada um de nós para mudarmos a sociedade e ajudarmos o

governo a resolver os problemas.

Para conclusão desta discussão, propusemos a participação dos alunos no

fórum, porém encontramos dificuldade em localizar o site e também tivemos

problema devido à lentidão do computador que ficava travando e não completava o

acesso. Sendo assim, acabamos desistindo de realizar a atividade proposta.

Concluímos a unidade com uma atividade de writing, na qual os alunos

deveriam escrever algo que gostariam de pedir ao presidente do nosso país. O que

percebemos é que os alunos não tiveram muita coragem em arriscar, isto é, se

limitaram a escrever apenas palavras e não frases mais longas.

4 CONCLUSÃO

Com a aplicação do projeto, confirmamos a teoria que diz que a utilização da

música durante as aulas é eficaz e agrada aos alunos. Constatamos que a música,

trabalhada em uma sequência que propõe atividades contextualizadas, desperta o

interesse, facilita a compreensão do conteúdo e possibilita oportunidades para

discussões sobre temas atuais e relevantes para os alunos.

Apesar de algumas dificuldades apresentadas, consideramos que a

implementação do material trouxe contribuições e o resultado obtido foi satisfatório,

visto que os alunos demonstraram bastante interesse em desenvolver as atividades

de listening, gostaram de assistir ao clip da música e participaram com entusiasmo

das discussões dos temas.

Um ponto considerado relevante e que vale ressaltar foi a participação dos

alunos nas discussões, uma vez que nosso principal objetivo era levá-los a

reconhecer e compreender a diversidade linguística e cultural e também, oportunizar

momentos de reflexão sobre questões políticos e sociais, procurando torná-los

críticos em relação às coisas que acontecem no mundo em que estão inseridos.

No entanto, acreditamos que há muito a ser desenvolvido para que haja um

amadurecimento na maneira de pensar dos nossos alunos em relação a certos

temas que os cercam. Para que haja esse amadurecimento é importante utilizarmos

materiais que despertem a atenção, estejam próximos da realidade e façam sentido

aos alunos. Acreditamos que o trabalho com textos de diferentes gêneros contribui

para a formação crítica dos nossos alunos, tornando-os mais conscientes do seu

papel na sociedade em que vivem. E, acreditamos também, que o gênero textual

música é uma ferramenta muito importante neste desafio e que vale a pena ser

explorado em sala de aula.

Embora apresentando algumas limitações e dificuldades durante a execução

do projeto, esperamos que este estudo possa contribuir, mesmo que de maneira

modesta, para o aprimoramento do ensino-aprendizagem da língua inglesa e como

base para novas pesquisas sobre o assunto.

REFERÊNCIAS

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língua estrangeira. Brasília: MEC, 2006. Disponível em:

<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_01_internet.pdf> Acesso

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professor, no aluno e na formação de professores. Campinas, SP: Pontes, 2006. p.

125-143.

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eléments de réflexions a propos d’une expérience romande. Enjeux, p. 31-49. 1996.

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estrangeira. Londrina: UEL, 2007. p. 29-34..

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In: LEFFA, Vilson J. (Org.). O professor de línguas estrangeiras: construindo a

profissão. Pelotas, 2001. v. 1, p. 333-355. Disponível em:

<http://www.leffa.pro.br/textos/trabalhos/formacao.pdf> Acesso em: 10 mar. 2011.

JORDÃO, C. M. O professor de Língua Estrangeira e o compromisso social. In:

CRISTOVÃO, V. L. L.; GIMENEZ, T. ENFOPLI: construindo uma comunidade de

professores de inglês. Londrina, 2005. p. 1-4.

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de educação. In: CRISTOVÃO, V. L. L. Modelos didáticos de gênero: uma

abordagem para o ensino de língua estrangeira. Londrina: UEL, 2007. p. 233-264.

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Acesso em: 1 abr. 2011.

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Diretrizes Curriculares de Língua Estrangeira Moderna para a Educação

Básica. Curitiba, 2008.

VYGOTSKY, L. S. Mind in society- The Development of Higher Psychological

Process. Cambridge MA: Harvard University Press, 1978.

APÊNDICE A

1- Now, after reading, answer the questions according to the text. You can do it in

pairs.

a) Who wrote the text? When was it written?

____________________________________________________________________________

b) What was considered Pink’s “Dear Mr. President”?

____________________________________________________________________________

c) Who criticized the lyrics of Pink’s song?

____________________________________________________________________________

d) According to the text, what were the lyrics lines based on?

____________________________________________________________________________

e) Who was Pink referring to when she mentioned the homeless?

____________________________________________________________________________

f) Why did she say that ‘mother has no chance to say goodbye’?

____________________________________________________________________________

g) What is “No child is left behind”?

____________________________________________________________________________

h) When the singer said “daughter’s rights” what was she referring to?

____________________________________________________________________________

i) Was the president opposite or in favor of homosexual unions? Why did the singer

ask him ‘what kind of father might hate his own daughter if she were gay’?

____________________________________________________________________________

j) Why did she mention whiskey and cocaine?

____________________________________________________________________________

k) How did she finish the song?

____________________________________________________________________________