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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO VEZ DO MESTRE A MULTIEDUCAÇÃO ATENDE ÀS DIVERSIDADES DOS SEUS ALUNOS? Autor: Jeane Medeiros Alves de Araújo Professora orientadora: Mary Sue Data da entrega: 24/07/2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE

A MULTIEDUCAÇÃO ATENDE ÀS DIVERSIDADES DOS SEUS ALUNOS?

Autor: Jeane Medeiros Alves de Araújo Professora orientadora: Mary Sue Data da entrega: 24/07/2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE

A MULTIEDUCAÇÃO ATENDE ÀS DIVERSIDADES DOS SEUS ALUNOS?

OBJETIVOS:

- Analisar a proposta curricular do município do Rio de Janeiro, Multieducação, em sua organização teórico-metodológica;

- Verificar se os seus núcleos conceituais e princípios educativos trazem em sim uma preocupação em atender uma clientela tão rica e variada quanto à clientela das escolas públicas do Rio de Janeiro;

- Avaliar a sua orientação em caso dos alunos com necessidades educativas especiais.

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AGRADECIMENTOS

Ao Deus Uno e Trino que me deu condições de concluir este trabalho e a todos os professores que contribuíram com seus ensinamentos. A todas as crianças que passaram por minha vida, principalmente àquelas com dificuldades de aprendizagem.

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho ao meu esposo Américo, que tanto contribuiu com seu apoio durante todo o meu aperfeiçoamento e aos meus filhos Daniel e André, pelas horas que não pude estar presente. Também aos meus pais José e Janete e meus sogros Francisco Américo e Wanda, pelos momentos que cuidaram dos meus filhos.

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RESUMO

“O ensino nada mais é do que a criação das condições adequadas para que a aprendizagem aconteça”.

Luiz Carlos Cagliari A sociedade atual sofre constantes transformações. É preciso

estar atento e acompanhar essas mudanças. A Educação também se mobiliza para estar inserida nesta nova realidade. Para isso é necessário que se façam presentes valores e conceitos distorcidos pela vida frenética que se leva, gerada pela sociedade de consumo. Atualmente o ter predomina sobre o ser e todos querem tirar proveito de tudo sem se importar com seu semelhante. Nunca se teve tanto avanço nas áreas da tecnologia e da ciência e tanto acesso às informações. Mas isto não é garantia de qualidade de vida.

Diante desta realidade conflitante surge, no município do Rio

de Janeiro, uma proposta curricular multidisciplinar, chamada Multieducação, que tem como ponto de partida o resgate ao respeito às diversidades existentes na sociedade e, por conseqüência, existentes nas salas de aula também. Cada pessoa é vista como um ser único e singular que vive em coletividade.

Esta proposta, que nasceu do anseio de professores em se ter

uma educação de qualidade para todos, propõe princípios educativos e núcleos conceituais que, articulando-se entre si, permitam o planejamento e desenvolvimento de atividades significativas para os alunos da educação infantil à oitava série, inclusive atendendo aos alunos com necessidades educativas especiais.

Os princípios educativos: meio ambiente, trabalho, cultura e

linguagens, apontam para questões sociais presentes na vida de todos nós. Já os núcleos conceituais: identidade, tempo, espaço e transformação, destacam as individualidades existentes no todo e aspectos únicos e específicos que compõem a unidade. Dessa forma, a unidade é percebida pela multiplicidade e prevê o acesso de todos aos conhecimentos e valores.

Assim, Regina de Assis (então secretária de Educação no Município do Rio de Janeiro) define: “Multieducação é vida, é movimento, é energia em direção à participação da escola na construção de uma sociedade mais justa, mais solidária, capaz e feliz”.

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO 6

CAPÍTULO I 8

A PROPOSTA CURRICULAR MULTIEDUCAÇÃO 8

CAPÍTULO II 18

NÚCLEOS CONCEITUAIS E PRINCÍPIOS EDUCATIVOS 18

CAPÍTULO III 25

A EDUCAÇÃO ESPECIAL E O NÚCLEO CURRICULAR BÁSICO 25

CONCLUSÃO 28

BIBLIOGRAFIA 29

ÍNDICE 30

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INTRODUÇÃO

“Em cada escola, em cada sala de aula o encontro cotidiano entre

professores, alunos, idéias, sonhos e acontecimentos sempre resulta em

alguma coisa nova”.

Multieducação

Pensar em Educação exige antes de tudo pensar a escola que temos,

o que queremos e a sociedade em que vivemos.

Vivemos em um mundo globalizado, com informações de toda parte.

Um mundo onde todos vivem em correria, sem tempo para um bom dia. Um

mundo com grande avanço tecnológico e científico, mas que convive com

um índice enorme de violência, desemprego e condições desumanas.

Enquanto muitos clamam nas ruas pela paz e se dedicam a ações de

solidariedade e fraternidade, milhões de outros sentem na pele a angústia e

o desespero da “GUERRA” que impera nas grandes metrópoles. Um mundo

em que ressurgem doenças que até então pareciam erradicadas.

A escola, por sua vez, tenta “correr atrás do prejuízo”. É necessário

atualizar-se para não ficar estagnado no tempo e espaço, tornando-se

obsoleta. Para isso precisamos ter claro em nossas mentes onde

pretendemos chegar, quais os anseios que pretendemos realizar. Há muito

que se pensar a respeito e muito a se fazer. Vários aspectos estão

envolvidos na rotina escolar e é preciso que todos arregassem as mangas e

se coloquem à disposição para atuar. É necessário que cada um que faz

parte da comunidade escolar atue neste sentido.

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O trabalho em equipe é indispensável, desenvolvendo parcerias com

a participação de todas as pessoas envolvidas no processo. Pais e

professores devem caminhar lado a lado colaborando um com o outro.

Dessa forma a criança se sentirá segura e protegida com condições de

arriscar e de se lançar em busca de novos conhecimentos e aventuras.

Tendo sua auto-estima elevada a criança terá maior oportunidade de criar

sua própria identidade e estará mais preparada para entender a este mundo

que sofre constantes transformações.

Para adequar-se aos avanços sofridos pela sociedade, a escola que

tinha sua base apoiada em disciplinas estanques, com saberes

fragmentados, precisou renovar-se. Acima de tudo “é importante que se faça

da escola um grande espaço social, um lugar onde caibam a ousadia, a

criatividade, o sonho e diferentes falas” (Multieducação, página 29). Com

essa idéia surge em l996, no município do Rio de Janeiro, a proposta

curricular básica “Multieducação”.

Esta proposta multidisciplinar também traz à tona a reflexão sobre a

importância do lúdico na construção de conceitos e valores, e ainda a

importância de se respeitar às diferenças individuais e sociais de cada

criança. Compreendendo essa diversidade, novos caminhos são apontados

para se construir uma convivência saudável, com a interação de todos, em

um clima de confiança e respeito mútuo.

Constitui-se assim, essa proposta, uma nova maneira de pensar a

escola em uma época que os valores sociais e os próprios conhecimentos já

adquiridos sofrem transformações. Ela não é a solução para todos os

problemas da Educação. A idéia é que se permita a todos o acesso ao

conhecimento, aflorando novas descobertas aos alunos através de

experiências significativas.

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CAPÍTULO I

A Proposta Curricular Multieducação

“Na multiplicidade, buscamos a unidade ao

educar com qualidade, crianças e adolescentes,

tão distintos entre si”.

Núcleo Curricular Básico Multieducação - Rio de Janeiro

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Histórico

A rede pública municipal do Rio de Janeiro é a maior rede de

ensino fundamental municipalizada da América Latina, possuindo

mais de 1030 escolas divididas em 10 Coordenadorias Regionais de

Educação, que atendem diferentes grupos sócio-culturais.

A cidade do Rio de Janeiro possui uma grandiosidade e ao

mesmo tempo uma diversidade na sua população escolar. Dividida

em zonas tão diferentes e únicas, a ponto de termos bairros formados

quase que exclusivamente por prédios, e outros quase que rurais.

Diante desta multiplicidade sócio-cultural, a proposta curricular

“Multieducação” surgiu após questionamentos e debates ocorridos

entre os professores desta rede. Desde professores atuantes nas

próprias escolas, passando pelos que atuam nas Coordenadorias

Regionais de Educação (CRES), chegando ao nível central (SME -

Secretaria Municipal de Educação da cidade do Rio de Janeiro).

Esses debates e questionamentos ocorridos mostravam a

necessidade de tornar a prática escolar mais prazerosa, democrática

e competente para todas as crianças e jovens que dela fazem parte.

A proposta foi apresentada através de quatro volumes de

textos enviados, em períodos distintos, para serem discutidos nas

escolas. Essas discussões foram feitas durante os “Centros de

Estudo”; reuniões pedagógicas realizadas dentro do calendário oficial

estabelecido pela SME para todas as escolas da rede.

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Após a análise, foram feitos relatórios por cada escola e estes eram

encaminhados a SME, dentro de um prazo estabelecido. Assim, a proposta

inicial sofreu modificações através da incorporação das críticas e sugestões

enviadas.

Os resultados destas avaliações estão inseridos no livro

“Multieducação - Núcleo Curricular Básico”, impresso pela prefeitura e

oferecido a todos os educadores da rede.

1.1- Uma nova maneira de organização curricular

A proposta curricular Multieducação, vigente na rede pública

municipal do Rio de Janeiro desde l996, tem como objetivo principal lidar

com os múltiplos universos que existem na escola. Diferentes idéias,

pensamentos, culturas de diferentes pessoas, lugares, idades. Para lidar

com essas diferenças é necessário compreender as formas de organização

da sociedade que também são ricas em diversidades.

Visa a construção do conhecimento através de pontes entre os

diferentes campos do saber para que os alunos compreendam o mundo de

forma mais articulada, e para que se tornem autores de seu próprio

conhecimento. Elvira Souza Lima pontua esta questão ao afirmar que: “o

objetivo da escola é promover a aprendizagem humana”.

Então, esta proposta não apenas propõe a integração de conteúdos,

mas, acima de tudo, a superação da fragmentação existente entre eles.

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Cada escola pode criar seu projeto político-pedagógico. Levar em

conta a proposta Multieducação é respeitar a política educacional existente e

firmada por todos que dela fizeram parte (incluindo-me neste grupo como

especialista de educação da rede há 19 anos, atuando na mesma escola há

14 anos).

No núcleo curricular, princípios educativos se articulam com núcleos

conceituais (veremos de forma pormenorizada mais a frente), de forma que

os professores possam planejar, desenvolver e avaliar atividades

pedagógicas junto aos alunos da Educação Infantil à oitava série.

Os princípios educativos são: meio ambiente, trabalho, cultura e

linguagens e os núcleos conceituais são; identidade, tempo, espaço e

transformação, conforme pode ser verificado no anexo, ao final do trabalho

ora aqui apresentado.

1.2. Teóricos que embasaram a proposta Multieducação

1.2.1. Piaget

A ênfase da proposta curricular Multieducação é a Teoria

Construtivista e seus estudos tiveram início com Piaget (1896- 1981),

biólogo com preocupações acerca de como o sujeito constrói o

conhecimento, recorrendo então à Psicologia como fonte de pesquisa.

A grande pergunta feita por ele foi: “Como se passa de um

conhecimento menos elaborado para um conhecimento elaborado?“ Ao

elaborar sua teoria, observando o desenvolvimento de seus filhos, procurou

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Identificar as principais modificações por que passa a criança, desde o

estágio inicial de uma inteligência prática (período sensório – motor) , até o

pensamento formal , lógico – dedutivo , a partir da adolescência.

Segundo Piaget, o conhecimento é uma construção desde a infância,

através de interações do sujeito com os objetos que procura conhecer. Esse

conhecimento não se dá de forma imediata, mas decorre do que Piaget

denominou esquemas de assimilação, ou seja, esquemas de ação (sugar ,

balançar) ou operações mentais ( reunir , separar , classificar ) , que são

ações que se realizam no plano mental.

Esses esquemas se modificam com o resultado de um processo de

maturação biológica, experiências, trocas interpessoais e transmissões

culturais.

“Cabe à sociedade, através de instituições como a família e a escola,

propiciar experiências, trocas interpessoais e conteúdos culturais que,

interagindo com o processo de maturação biológica, permitam à criança e ao

adolescente atingir capacidades cada vez mais elaboradas, de conhecer e

atuar no mundo físico e social.” ( página 41 , livro “ Multieducação” ) .

Uma das maiores contribuições do construtivismo à educação é partir

do ponto em que o aluno se encontra (do ponto de vista cognitivo), levar em

conta sua forma de pensar (etapas estudadas por Piaget), para identificar o

que lê já sabe e o que ainda precisa saber.

Oferece-nos também informações importantes para a ordenação dos

conteúdos ao longo das séries.

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Podemos dizer então que o construtivismo busca levar os alunos a

construírem conceitos e não apenas memorizarem informações, já que,

segundo Piaget, o conhecimento se dá a partir da interação do sujeito com o

objeto.

1.2.2. Vygotsky

Lev Semyonovitch Vygotsky nasceu na Bielo – Rússia em l896 e

morreu em l934. Formou-se em Direito pela Universidade de Moscou,

atuando como professor e pesquisador no campo das Artes, Literatura e

Psicologia.

Passou a se interessar pela Psicologia, entrando no campo da

educação de deficientes, tendo como colaboradores Luria e Leontiev.

Bastante influenciado pelo momento histórico em que vivia, Vygotsky

se preocupou com o desenvolvimento do indivíduo e da espécie humana,

como resultado de um processo sócio – histórico.

“A origem da mudanças que ocorrem nas pessoas está, segundo

seus princípios , na interação entre estas , a sociedade, a cultura e a sua

própria História. “ ( página 51 , Multieducação) .

Enquanto nos estudos de Piaget o conhecimento se dá a partir da

ação do sujeito sobre a realização, para Vygotsky o sujeito não é apenas

ativo , mas interativo , pois o conhecimento se dá a partir de relações intra e

interpessoais.

Para Piaget a aprendizagem depende do estágio de desenvolvimento

atingido pelo sujeito; para Vygotsky, a aprendizagem favorece o

desenvolvimento das funções mentais.

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“O aprendizado adequadamente organizado resulta em

desenvolvimento mental e põe em movimento vários processos de

desenvolvimento que de outra forma, seriam impossíveis de acontecer”.

Vygotsky

Lev Vygotsky criou a expressão: “zona proximal de desenvolvimento “

ou “ zona de desenvolvimento proximal “ . Esta expressão foi criada para

esclarecer como se estruturam a aprendizagem e a interação das pessoas,

na construção do conhecimento. Ela é a distância entre o nível de

desenvolvimento real do aluno (o saber que ele adquiriu) e um nível mais

elevado do que ele pode alcançar com a ajuda do professor e/ou de colegas

que já dominem tal conhecimento.

Diante da importância da interação, o diálogo assume função

primordial no processo de desenvolvimento. Para Vygotsky, a linguagem é

ferramenta básica na apropriação de conhecimentos.

Ela não é apenas um instrumento de comunicação, mas permite ao

aluno (e ao ser humano em geral) formular conceitos (generalizar e abstrair).

1.2.3 – Paulo Freire

Nascido em Pernambuco, em 1921, este brasileiro não só influenciou

o pensamento educacional brasileiro como também o mundial.

Conhecido internacionalmente pelo que costumamos chamar “método

Paulo Freire de alfabetização de adultos“, preocupado sempre com a

educação das classes populares.

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Sua maneira de educar valorizava sempre o cotidiano do aluno e

estimulava a uma leitura crítica do mundo.

Sua organização metodológica no trabalho de alfabetização,

caracterizava-se por:

• uma investigação do universo vocabular da comunidade a ser

alfabetizada;

• tematização das palavras escolhidas como geradoras ;

• problematização da realidade, levando o aluno a uma luta política de

transformação de suas condições de vida.

Para Paulo Freire, o papel do educador é contribuir para que os seus

alunos se tornem verdadeiros cidadãos, isto é, que construam uma

consciência crítica que lhes permita serem sujeitos de sua própria história.

A escola para Paulo Freire é um centro de produção cultural e não

uma instituição social responsável apenas pela transmissão de conteúdos (=

educação bancária).

Ele nos convida a participar de uma verdadeira “Pedagogia da

Esperança”, uma pedagogia voltada para os interesses das classes menos

favorecidas, na busca da justiça, liberdade e direitos de cidadania”.

“... não há esperança na pura espera, nem tampouco se alcança o

que se espera na espera pura, que vira, assim, espera vã”.

Paulo Freire

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1.2.4 – Freinet

Célestin Freinet, professor primário numa aldeia no sul da França, em

1920, buscava compreender melhor as reações dos seus alunos, por isso

começou a estudar e a ler os principais teóricos e educadores da época.

Constatou que seus alunos eram tão inteligentes e alegres no dia-a-

dia, mas na escola se mostravam apáticos, desinteressados e tímidos.

Começou então a questionar as metodologias adotadas até então e passou

a criar sua própria forma de educar.

Suas aulas não se restringiam à sala de aula. Saia pelas ruas,

conversando e observando, junto com seus alunos, tudo ao redor. Eram as

“aulas-passeio”.

Também insatisfeito com os livros didáticos da época, começou a

produzir o denominado “Livro da Vida”, que registrava fatos ocorridos no

cotidiano dos seus alunos.

A produção escrita era uma realidade diária em suas turmas. Surge

assim a “Imprensa escolar”, como forma de divulgar as idéias dos seus

alunos. Como se não bastasse, achou que a pequena aldeia francesa era

pequena demais para mostrar todo o conhecimento produzido por seus

alunos. Passa então a se corresponder com outras turmas e outros

professores, inclusive de outras comunidades, o que foi alargando a visão de

mundo dos seus alunos.

Valorizava muito a educação pelo trabalho, através da criação de

jornais escolares, hortas, ateliers de artes, dentre outros.

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“Na Pedagogia Freinet, a escola deve assegurar uma verdadeira

formação, aquela que dê o mesmo valor à inteligência verbo-conceitual e

aos mais simples trabalhos feitos com as mãos”.

Elise Freinet, esposa

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CAPÍTULO II

Núcleos conceituais e Princípios Educativos

“A sociedade de hoje exige uma escola sintonizada

com a vida para que ambas possam beneficiar-se

desta sintonia e crescerem juntas”.

Multieducação

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NÚCLEOS CONCEITUAIS E PRINCÍPIOS EDUCATIVOS 2.1- Princípios Educativos “...almejamos ambientes construtivos, onde direitos e deveres sejam

reconhecidos e respeitados e onde haja autonomia e solidariedade, para que a maioria da população esteja incluída nos bens e serviços gerados pelo trabalho, pela cultura e pela organização cidadã e democrática”.

Multieducação 2.1.1- Meio ambiente As questões ambientais estão presentes em muitas situações do

tempo atual. Preservação, respeito à natureza, desmatamento, poluição do ar e das águas, destruição da camada de ozônio, enfim, são assuntos presentes nos meios de comunicação, em congressos, seminários, encontros. Hoje em dia, falar sobre meio ambiente não é apenas assunto da área das Ciências Naturais.

É importante que nossos alunos conheçam os problemas relativos à

destruição das matas, extinção de animais, sem dúvida. Mas discutir nas escolas problemas ambientais da sua própria comunidade como lixo nas ruas, valas negras, falta de água tratada, entre outros), torna-os mais conscientes e responsáveis pela superação destes problemas.

Esse princípio educativo trará aos nossos alunos conhecimentos e

valores que os tornarão mais humanos e consciente, em busca de um Terceiro Milênio melhor.

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2.1.2 - Trabalho O significado do trabalho em nossas vidas é fundamental, pois é

através dele que a nossa existência é marcada no planeta Terra. As relações das pessoas umas com as outras, com a natureza e com a sociedade é marcada por esta ação.

As diferentes profissões, suas modificações no tempo e espaço, suas

diferentes linguagens, regimes de trabalho, os conflitos existentes, são assuntos que não podem ficar ausentes do âmbito escolar.

A própria escola é um local de trabalho e tem, muitas vezes, alunos

que já exercem alguma atividade produtiva. As habilidades adquiridas em diferentes áreas de estudo ou

disciplinas também servem de instrumento para compreender as relações sociais e, muitas vezes são vistas como introdução ao trabalho em si.

Uma questão também que merece ser refletida quando falamos a

respeito de trabalho é a valorização de determinadas profissões em detrimento de outras.

2.1.3 - Cultura O mundo em que vivemos é pluri e inter cultural. Dentro de nosso

país há uma gama de grupos culturais diferentes. Na nossa cidade, onde há pessoas vindas de diferentes lugares do

país, observamos manifestações culturais específicas de cada região. Crianças, homens e mulheres de cada canto da nossa cidade desenvolvem práticas culturais diferentes.

Paratodos (Chico Buarque) O meu pai era paulista Meu avô, pernambucano O meu bisavô, mineiro Meu tataravô, baiano...

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Observamos também que na mesma cidade, essas diferenças se

tornam visíveis conforme passamos por bairros distintos. Todos têm, no entanto, o sentido do universal em suas manifestações

culturais. Sempre houve e haverá trocas e influências múltiplas. Os livros, a música, as artes, a tecnologia cuidam de disseminar as idéias.

A Multieducação propõe respeito por essa diversidade cultural,

buscando as integrações possíveis. 2.1.4 - Linguagens “A linguagem representa um papel decisivo na constituição dos

processos mentais. Ao adquirir a linguagem, a criança incorpora novos e importantes aspectos à estrutura dos processos mentais que estão em desenvolvimento.”( Multieducação)

Como vimos no Capítulo I, um dos teóricos que fundamentam a

proposta curricular Multieducação, Vygotsky, a linguagem é importantíssima na constituição social do sujeito. È através dela que as pessoas se comunicam e há uma articulação interna dos pensamentos.

2.2. Núcleos Conceituais “... a relação entre o professor e seus alunos nas escolas públicas

configura o tempo e o lugar por excelência para a discussão , a compreensão e a ação a respeito da sociedade que desejamos.”

Multieducação

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2.2.1 - Identidade Se alguém quer que as pessoas participem, deve,antes de mais nada,

levá-las a sério”. Danilo Gandim Nós, seres humanos constituímos nossas particularidades atreves de

nossa participação em diferentes grupos: familiar, escolar, religioso, etário, etc. A identidade, então, nunca é um processo acabado.

Respeitar e aceitar a identidade dos nossos alunos é uma tarefa

diária. Fazê-los compreendidos e aceitos socialmente é também o trabalho da escola.

Além da identidade individual, é necessário discutir no âmbito das

diferentes disciplinas a identidade social, para torna-los cidadãos do mundo. A escola pública é um espaço riquíssimo para explorar este núcleo

conceitual, pois traz em si indivíduos de diferentes classes sociais e culturais, crianças e jovens de diferentes pontos que aportam na cidade do Rio de Janeiro.

2.2.2 - Tempo Pensar sobre o tempo não é uma coisa simples, pois diferentes

categorias sociais, como historiadores, físicos, antropólogos, sociólogos, etc têm uma diferente concepção do mesmo.

A escola tem como principio viver o presente, visando o futuro. Cada um de nós vive em diferentes ritmos e momentos. A nossa vida

é assim. Pensar sobre o tempo implica vivenciar os diferentes usos que os homens e mulheres dele fazem.

A própria escola lida com calendários planejados, cronogramas, datas

importantes; enfim, horários de aula.

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“Compreender o tempo como uma forma de organizarmos os acontecimentos, ajuda a entender a medida de tempo como uma forma de vermos a própria vida pessoal e coletiva. “‘(Multieducação, p. 142)

2.2.3 - Espaço Trabalhar todos os espaços vividos: espaço de idéias, espaço político,

espaço público, espaço privado, etc é o trabalho de uma proposta curricular multidisciplinar.

Trazer para a escola esta discussão é trazer para a escola o espaço

do aluno, nosso espaço também (educadores). A família, a escola, nossa comunidade: somos parte de um todo mais amplo e estruturado por relações afetivas, sociais, políticas, culturais, econômicas, etc.

Muitas vezes ao atuarmos junto às crianças percebemos esta

dificuldade de compreender-se como parte de um todo. Outras vezes, vislumbramos as alegrias dos passeios, quando descobrem novos espaços e se percebem tão pequeninos neste “mundão de Deus”.

“O espaço escolar precisa abrir as janelas para o mundo. O mundo

deve entrar: o mundo daqui, o mundo de lá, o mundo de cada um, o mundo de todos nós.”(Multieducação, p.151)

2.2.4- Transformação “Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia. Tudo passa,

tudo sempre passará...” Lulu Santos O mundo não é mais aquele onde uma invenção demorava até

séculos para cruzar oceanos. Hoje em dia os avanços tecnológicos nos permitem tomar conhecimento de novos assuntos no momento exato em que eles acontecem.

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Ao mesmo tempo em que isso nos favorece, também nos surpreende. Muitas vezes não nos sentimos preparados para estas transformações.

Os nossos alunos têm direito de acompanhar todas estas

transformações com um olhar crítico e o espaço escolar é um ótimo veículo para esta discussão.

“Multieducar é pensar a educação com humildade e o poder de quem

sabe que o nosso ofício não é estático, nem absolutista: é dinâmico e transformados na construção de uma sociedade justa, solidária e democrática.”(Multieducação, p. 156)

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CAPÍTULO III

A EDUCAÇÃO ESPECIAL E O NÚCLEO CURRICULAR

BÁSICO

“A Multieducação foi gestada para viajantes diversos”.

Multieducação

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A EDUCAÇÃO ESPECIAL E O NÚCLEO CURRICULAR BÁSICO

O Núcleo Curricular Básico Multieducação propõe que os princípios educativos (meio ambiente, trabalho, cultura e linguagens) e os núcleos conceituais (identidade, tempo, espaço e transformação) sejam os mesmos para todos os alunos, inclusive para os alunos com necessidades educativas especiais, sendo necessário que se realizem adaptações curriculares para atende-los em suas especificidades.

A Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro possui

um órgão responsável em tratar todas as questões da educação especial dentro da rede pública: é o Instituto Helena Antipoff. Este Instituto assessora todas as Coordenadorias Regionais de Educação, capacitando professores e avaliando os alunos com necessidades especiais.

Dentro da rede o atendimento a estes alunos é feito através de 3

vertentes:

• atendimento em escolas especiais, • atendimento em turmas regulares, com acompanhamento de

professores itinerantes, • atendimento em classes especiais dentro das escolas regulares

A indicação para cada tipo de atendimento é feita em conjunto:

escola, coordenadoria e Instituto Helena Antipoff. Os pais buscam a escola mais próxima de suas residências, onde são feitas as matrículas. Cabe à escola articular junto a sua Coordenadoria o encaminhamento que será dado a este aluno.

3.1- O que é aluno com necessidade educativa especial O aluno com necessidade educativa especial é aquele que

possui maiores dificuldades para aprender do que aquele da mesma faixa etária que a sua, precisando de adaptações para que se dê uma melhor aprendizagem.

Cada aluno tem sua especificidade. Não basta atende-lo dentro

de sua necessidade educativa gerada por sua deficiência auditiva, visual, física, etc: pois dentro de cada uma delas há alunos com suas especificidades.

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De acordo com o Núcleo Curricular Básico Multieducação quem tem que fazer estas adaptações é a escola e não o aluno

3.2- Adaptações curriculares O conceito de adaptações curriculares faz parte de um conceito

muito maior, presente na Multieducação, que é o conceito de diversidade. Partindo-se do conhecimento das necessidades dos alunos,

selecionam-se os recursos necessários, buscando estratégias que atinjam todos os alunos da rede.

Existem vários tipos de adaptações: a) As adaptações referentes ao acesso curricular que permitam

pensar as condições físicas, materiais e de educação necessárias para que o aluno portador de necessidades educativas especiais possa trabalhar com maior autonomia.

“Paulo é um aluno paraplégico da terceira série do primeiro

grau, que se locomove em cadeira de rodas. Ele não participava da Educação Física e da Sala de Leitura. Para que Paulo tivesse maior autonomia e não dependesse de um funcionário para empurra-lo pelos espaços da escola, foi necessário que alguns degraus fossem preenchidos, transformando-se em pequenas rampas, que passaram a dar acesso a planos diferentes como os banheiros, a quadra e a sala de leitura.”(Multieducação, p. 200).

b) As adaptações curriculares propriamente ditas, feitas em um ou

em quase todos os componentes curriculares (objetivos, conteúdos, atividades, estratégias de avaliação). O ideal é que as adaptações sejam feitas sem que os professores se afastem demais da proposta encaminhada para todos os alunos.

Os professores destes alunos devem estar atentos a cada um

deles e a sua proposta de trabalho. Não se pode considerar que as dificuldades estejam sempre no aluno, mas sim que, em alguns momentos, estejam na elaboração de propostas mais significativas.

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CONCLUSÃO

O nosso objetivo principal nesta monografia foi apresentar a você, leitor, os fundamentos básicos que norteiam a proposta curricular “Multieducação”, da rede pública municipal do Rio de Janeiro, dentro de sua organização teórico-metodológica, verificando se os seus núcleos conceituais e princípios educativos trazem em si uma preocupação em atender uma clientela tão variada quanto a sua, e avaliando sua orientação quanto ao atendimento dos alunos com necessidades educativas especiais.

Entendemos que a Multieducação é uma proposta curricular

riquíssima na sua forma de trabalhar multidisciplinarmente os núcleos conceituais e princípios educativos

. Inserir os núcleos conceituais, juntamente com os princípios

educativos em todas as áreas do conhecimento é uma atividade prazerosa para cada um de nós, educadores, já que são conceitos que permeiam o cotidiano dos nossos alunos e das nossas vidas.

Não é à toa que uma proposta curricular tão rica e que nasceu

da discussão de todos os profissionais que atuam na sua rede tenha sido uma das fontes inspiradoras na concretização dos “Parâmetros Curriculares Nacionais”.

Entendemos que a Multieducação atende sim às diversidades

dos seus alunos, pois orienta seus educadores na busca de um atendimento cada vez mais próximo de sua clientela.

A todos os psicopedagogos, a Multieducação será uma grande

fonte de inspiração, por sua preocupação com uma educação verdadeira e de qualidade, que busca atender a todos, sem exceção.

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BIBLIOGRAFIA

CAGLIARI, LUIZ CARLOS. Alfabetizando sem o ba-bé-bi-bó-bu. São Paulo: Scipione, l998. FREIRE, PAULO. Pedagogia da Esperança: Um Reencontro com a Pedagogia do Oprimido. São Paulo: Paz e Terra, l992. FREINET, ELISE. Nascimento de uma Pedagogia Popular. Lisboa: Estampa, 1978. GANDIM, DANILO. A Prática do Planejamento Participativo. Rio de Janeiro: Vozes, l994. LA TAILLE, YVES et alli. Piaget, Vygotsky e Wallon: Teorias Psicogenéticas em Discussão. São Paulo: Summus, l992 . LIMA, ELVIRA SOUZA. Ciclos de Formação: Uma Reorganização do Tempo Escolar. São Paulo: GEDH, copyright ©, l998. SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DO RIO DE JANEIRO. Fundamentos para Elaboração do Currículo Básico das Escolas do Município do Rio de Janeiro. 1991. SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DO RIO DE JANEIRO. Multieducação: Núcleo Curricular Básico do Rio de Janeiro, 1996. SMITH, CORINNE et alli. Dificuldades de Aprendizagem de A a Z. Um Guia Completo para Pais e Educadores. Porto Alegre: ARTMED Editora, 2001.

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ÍNDICE INTRODUÇÃO 6

CAPÍTULO I 8

A PROPOSTA CURRICULAR MULTIEDUCAÇÃO 8

Histórico 9

1.1 - Uma nova maneira de organização curricular 10

1.2. Teóricos que embasaram a proposta Multieducação 11

1.2.1. Piaget 11

1.2.2 Vygotsky 13

1.2.3 Paulo Freire 14

1.2.4 Freinet 16

CAPÍTULO II 18

NÚCLEOS CONCEITUAIS E PRINCÍPIOS EDUCATIVOS 18

2.1- Princípios Educativos 19

2.1.1 – Meio ambiente 19

2.1.2 – Trabalho 20

2.1.3 – Cultura 20

2.1.4 – Linguagens 21

2.2. Núcleos Conceituais 21 2.2.1 – Identidade 22 2.2.2 – Tempo 22 2.2.3 – Espaço 23 2.2.4 – Transformação 23

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CAPÍTULO III 25

A EDUCAÇÃO ESPECIAL E O NÚCLEO CURRICULAR BÁSICO 25

3.1- O que é aluno com necessidade educativa especial 26

3.2 – Adaptações curriculares 27

CONCLUSÃO 28

BIBLIOGRAFIA 29

ÍNDICE 30

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE

Título: A Multieducação Atende Às Diversidades Dos Seus Alunos? Data da entrega: 24/07/2004 Avaliação: ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Avaliado por: __________________________________ Grau: _________ ___________________________, ______ de ________________ de _____

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