A morte da propaganda

19
Deu a louca na propaganda Por Armando Levy

description

A crescente apelação das propagandas de massa evid

Transcript of A morte da propaganda

Page 1: A morte da propaganda

Deu a louca na

propagandaPor Armando Levy

Page 2: A morte da propaganda

A propaganda é um cadáver que não sorri mais Oliviero Toscani (Benetton)

já disse, há algumas décadas, que a propaganda é “um cadáver que nos sorri”

Passados todos estes anos, o cadáver já não sorri mais

Pesquisa da Penton Custom Media mostra que a na era das Redes Sociais, a propaganda de massa parece ser algo já condenado

Page 3: A morte da propaganda

Crise de credibilidade

Há como reverter acrise de credibilidade da propaganda?

Já imaginou isso em 2010?

Page 4: A morte da propaganda

O jeito é apelar

A decadência do modelo leva muitas agências a radicalizarem a

mensagem, na esperança de serem notadas. Agem como pregava o

velho anúncio de cigarros;“Sopre a fumaça no rosto dela e

ela seguirá você a qualquer lugar”.

Page 5: A morte da propaganda

Como não fazer carreira

No outdoor de entrada de uma

feira de empregos na Alemanha, a

“criatividade” da propaganda

invade o território do

nonsense e do mau gosto

Page 6: A morte da propaganda

Lama e calcinhaNo busdoor, uma agência ignorou o fato de que os ônibus circulam por ruas nem sempre limpas, o que levou à ridicularização e ao descrédito de um produto delicado

Page 7: A morte da propaganda

Sobre porcos e homensA agência do SPA

Médico Del Mar achou que seria sensato mostrar

como se transformam

porcos em homens, ignorando

que a obesidade, muitas vezes, não é apenas questão

de dieta

Page 8: A morte da propaganda

Homem cartaz

A necessidade de chamar a atenção

levou a agência da marca de roupa Abercrombie a

transformar um ser humano em um cartaz que fica

parado na porta da loja o dia inteiro

Page 9: A morte da propaganda

A Fiat e o “ambiente”Já a agência da FIAT pensou que era uma

“ótima” ideia transformar um

inocente urso panda, ameaçado de extinção,

em um boneco de testes apenas para

dizer que o carro tem baixo impacto no

ambiente. A julgar pela foto, o panda não

concorda com o baixo impacto.

Page 10: A morte da propaganda

Sexo adolescenteA agência da

Siemens, no afã de vender celular

para adolescentes,

achou “legal” a ideia de associar

o aparelho ao “sucesso” na

cama, especialmente

para as meninas

Page 11: A morte da propaganda

Roupa e sexo louco

E a agência da Forum, uma marca de roupas, disfarçou

uma campanha apelativa usando “elementos” de Jorge

Amado, como “Dona Flor e Seus Dois Maridos”, dos quais

vemos apenas um

Page 12: A morte da propaganda

Micronóculos

Já a agência do Unibamco – ambos extintos (o banco e a

agência), queria mostrar o quanto o banco se

preocupa(va) com os clientes. Mas para ilustrar

“microscópio”, usaram “binóculos”, mostrando mesmo que o negócio é olhar o cliente

bem de longe

Page 13: A morte da propaganda

Mamar cerveja?

E para as agências que vendem cerveja, explorar a

mulher é a base de toda a “criatividade”. Para estas agências, o homem é um “neandertal” e a mulher

“objeto”. E isso em pleno Século 21

Page 14: A morte da propaganda

Mas qual é a explicação para tanta apelação?

Page 15: A morte da propaganda

O grande teórico da propaganda “A percepção e o raciocínio das pessoas são

limitados”

“Por isso, as mensagens devem ser simples e de fácil repetição”

“Se a propaganda coincidir com a verdade, melhor”

“Se não, o propagandista (publicitário) deve construir a sua própria verdade”

“A essência da propaganda não muda”

“Mudam apenas os meios que se tornam mais abrangente”

Joseph Goebbels (1933), o Ministro da Propaganda do

Regime Nazista. Que produto ele vendeu a todo

um país?

Page 16: A morte da propaganda

As teorias nazistas para a manipulação das pessoas por meio da propaganda seguem em uso nos dias de hoje. Até quando?

Page 17: A morte da propaganda

Vamos enterrá-la! A propaganda de massa, que usa

conceitos idealizados pelo nazismo, aproxima-se do fim

No entanto, antes de morrer ainda vai provocar muitos males

Diga não à propaganda que vulgariza a mulher, ridiculariza o homem, explora a criança e enobrece políticos corruptos

A propaganda é um cadáver e já não sorri mais

Page 18: A morte da propaganda

Armando Levy Mestre em Teoria e Pesquisa em

Comunicação pela ECA-USP

Autor dos livros “Propaganda, a arte de gerar descrédito”, “O impacto da comunicação em rede no trabalho” e “Os abutres e a Varig”

Professor de Cultura, Comunicação e Sustentabilidade nas Organizações da Universidade Metodista e ECA-USP

[email protected]

Page 19: A morte da propaganda