A Montanha Da áGua LiláS, Pepetela
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A MONTANHA DA ÁGUA LILÁS
PEPETELA
Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Literaturas de Língua Portuguesa
Curso de Línguas e Humanidades12º ano
Com a docente: Isabel Cosmee as alunas: Ana João, Anna Miranda e Helena
ANGOLA
PEPETEL
A
Pepetela na década de 70
Pepetela na década de 80
Pepetela actualmente
PEPETELA1941 1958 1963 1975 1997 Actualidade
Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos nasce em Benguela, Angola, em 29 de Outubro
Parte para Lisboa, onde ingressa no Instituto Superior Técnico de Engenharia
Torna-se militante do MPLA
Indepen-dência de Angola. Nomeado Vice-Ministro da Educação
Ganha o Prémio Camões pelo conjunto da sua obra
Professor Sociologia Faculdade de Arqui-tectura de Luanda
ANÁLISE DA OBRA
TÍTULO
O título da obra encontra-se em concordância com a
história narrada, uma vez que esta se desenvolve,
maioritariamente, na montanha, onde o Lupi–Poeta
descobre uma fonte de água lilás.
“De repente, do sítio de onde saiu a pedra, brotou muito
timidamente um líquido escuro. O Lupi-Poeta inclinou-se
para ver melhor e sentiu então o perfume que saía desse
líquido lilás.”
SUBTÍTULO
O subtítulo enquadra-se perfeitamente, visto que esta
fábula pode ser lida e compreendida tanto por uma
criança de sete anos, como por um idoso de setenta.
“A Montanha da Água Lilás” conta uma história que, no
fundo, retrata uma sociedade que tem por base a
competição, a ambição e o egoísmo, demonstrando o
carácter moral da obra. Escrita de uma forma que cativa
qualquer pessoa que se predisponha a lê-la, a fábula
ajusta-se, de facto, a qualquer um de nós.
O QUE É UMA FÁBULA?
A fábula é um género narrativo que surgiu no Oriente, e
foi desenvolvido por um escravo chamado Esopo, que
viveu no século 6º. a.C., na Grécia. Esopo inventava
histórias em que os animais eram os personagens. Por
meio dos diálogos entre os bichos, ele procurava
transmitir sabedoria de carácter moral ao homem.
Assim, os animais, nas fábulas, tornam-se exemplos para
o ser humano. Cada bicho simboliza algum aspecto ou
qualidade do homem.
As fábulas são, assim, narrativas curtas, em que
as personagens são animais, e que no final
apresenta sempre uma lição de moral!
TEMPO
TEMPO
Não há uma referência temporal específica presente
na obra, apenas pequenas indicações que nos
permitem perceber a passagem do tempo.
“…há muitos e muitos anos…” “Os anos passavam…” “No dia seguinte…” “Três dias depois…” “Assim iam passando os dias…”
ESPAÇO
ESPAÇO
Em termos espaciais, a acção localiza-se, maioritariamente, na
Montanha, onde viviam os Lupis, Lupões e Jacalupis. Os restantes
animais habitavam na planície.
A Montanha: “Tinha formas arredondadas, como todas as
montanhas já velhas, muito batidas pelos ventos. Tinha vales pouco
profundos, por onde corria um regato que nascia no cume mais alto e
descia em múltiplas curvas até à planície. (…) Toda a montanha
estava coberta por vegetação: árvores grandes como a mafumeira, a
mulemba ou a amoreira de tronco branco, e também as de frutas
silvestres. (…) A montanha tinha dois cumes principais: o cume Lupi,
o mais alto, onde nascia o rio de mesmo nome, e o cume do Sol, no
extremo oposto.”
LINGUAGEM
LINGUAGEM
Linguagem simples e acessível a
todos os grupos etários.
Visualismo presente nas
descrições da vida dos Lupis na
Montanha da Água Lilás.
Existência de vocabulário
tipicamente africano, como:
“estória”, “bué”, “Xé!”, “Morro”.
LINGUAGEM
Criação de novas palavras
relacionadas com o mundo dos
Lupis: “lupilar”, “jacalupizar”,
“[comportamento] jacalúpico”,
“jacarejar”.
Utilização do diminutivo:
“cedinho”, “Jacalupinho”,
“Lupizinho”, “cambutinha”.
RECURSOS ESTILÍSTICOS
Personificação
“Não eram homens, porque se chamavam Lupis. O nome foi dado pelos outros
animais, pelo facto de gritarem lupi-lupi-lupi, isto é, lupilarem…”
A personificação está presente ao longo de toda a história, uma vez que se
trata de uma fábula. Assim, os Lupis apresentam, obrigatoriamente,
características humanas.
Comparação
“Era uma montanha como as outras.”
A comparação presente na primeira frase do primeiro capítulo depressa
nos remete para a simplicidade da montanha, dando ao leitor a
impressão de que nada de especial irá acontecer .
RECURSOS ESTILÍSTICOS
Adjectivação
“montanhas já velhas”
“vales pouco profundos”
“sítio mais calmo e perfumado”
“Os maiores eram lentos”
“os outros lupis eram mais vivos e rápidos”
Na obra, são apresentadas várias adjectivações que descrevem e
caracterizam, principalmente, a montanha e os seus habitantes, os
Lupis.
RECURSOS ESTILÍSTICOS
Onomatopeia
“lupi-lupi-lupi”
“jac-jac-jac”
As onomatopeias surgem nos diálogos da história como forma de
comunicação entre os Lupis e Jacalupis.
Interrogação Retórica
“Era uma montanha como as outras. Mas seria mesmo?”
A interrogação retórica, no final do primeiro capítulo, dá-nos uma
nova indicação: a iminência de que surgirá algo que vai mudar a vida
naquela montanha, aparentemente, normal.
RECURSOS ESTILÍSTICOS
A realização deste trabalho foi muito enriquecedora para o grupo, pois permitiu-nos conhecer mais um escritor angolano, Pepetela, do qual nunca tínhamos lido uma obra.Descobrimos, também, que uma história pode ser muito simples, acessível e até infantil, mas, ao mesmo tempo, carregada de simbologia relativa ao colonialismo e à condição do povo africano em geral, retratando a sua maneira de conviver em sociedade e o modo como foram explorados pelos colonizadores.
Reflexão
BIBLIOGRAFIA & SITES CONSULTADOS
http://www.vidaslusofonas.pt/pepetela.htm
http://
dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx?content_id=600018
http://hasempreumlivro.blogspot.com/2006/03/montanha-da-gua-lils-de-pepetela-dom.html
Imagens retiradas do motor de busca Google.pt