A Missão de Neemias

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A Missão de Neemias

MISSÃO DE NEEMIAS - SERVINDO A DEUS NARECONSTRUÇÃO DE JERUSLÉM

Anísio Renato Andrade

SERVINDO AO SENHOR NA RESTAURAÇÃODE JERUSALÉM

Após o final do exílio na Babilônia e a conquista daqueleImpério pela Pérsia, muitos judeus ali permaneceram. Poreste motivo, encontrava-se Neemias na cidade de Susã,no ano 445 a.C., trabalhando como copeiro do reiArtaxerxes Longímano (Ne.1.1).

Certo dia, seu irmão Hanani trouxe-lhe notícias deJerusalém. A cidade estava assolada, com seus murosderrubados e as portas queimadas. A situação de Neemiasno palácio era excelente. Ele poderia ter ficadoindiferente ao sofrimento do seu povo na Palestina.Entretanto, demonstrou grande empatia com sua gente,com tristeza e pranto.

De imediato, aprendemos algumas lições com aquelehomem de Deus: Não podemos olhar apenas para nossacondição pessoal, quando muitos estão sofrendo,perdidos e sem perspectiva. Não podemos ser insensíveise indiferentes. Entretanto, as emoções não representamum fim em si mesmas, senão apenas o início de um longoprocesso. Neemias, não apenas chorou, mas tambémorou e jejuou (Ne.1.4-5). Ele sabia que a realidade naturalera resultado de fatores espirituais. Sabia também que eranecessária e imprescindível a intervenção divina a favor daCidade Santa e do povo escolhido.

Terminada a oração, Neemias entregou tudo nas mãos deDeus e voltou à sua rotina como se nada houvesseacontecido? De modo nenhum. Em muitas situações, aoração não deve ser um ponto final, mas apenas uma das

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providências a serem tomadas. Depois da oração,Neemias partiu para a ação, solicitando permissão ao reipara se retirar por algum tempo a fim de conferir acondição de Jerusalém e reconstruir a cidade. Nota-se queaquele homem tinha visão do que poderia ser feito dianteda crise e estabeleceu um projeto ambicioso (no bomsentido). Quais são os nossos sonhos e projetos? Estãovoltados apenas para os interesses particulares oupretendem abençoar outras pessoas?

O exemplo de Neemias nos adverte para outro risco: nãopodemos agir sem orar, principalmente em momentos deimportantes decisões. Quem age por conta própriaassume sozinho a responsabilidade pelos resultados,dispensando o auxílio divino. O teor da oração deNeemias nos ensina sobre o valor do arrependimento e daconfissão (Ne.1.6), embora, naquele caso, os principaispecados tenham sido dos pais, cujas consequênciasafetaram a vida dos filhos. É o que se nota pelo fato deter Neemias, ao que tudo indica, nascido na terra docativeiro. O pecado precisa ser removido, confessado eperdoado, para que a restauração aconteça.

Tendo sido liberado e até mesmo enviado pelo rei, ocopeiro dirigiu-se a Jerusalém, onde confirmou todas asnotícias que lhe haviam sido transmitidas. Neemias saiu desua condição de conforto, colocando em risco suaposição, seus bens e sua vida para ir a Jerusalém numamissão de restauração. (Isto nos faz pensar no que fariaCristo, alguns séculos mais tarde, descendo de sua glória afim de edificar a Nova Jerusalém, a igreja - Mt.16.18;Ap.21.2).

O desafio de Neemias era muito grande, como tantos quese apresentam diante de nós. A cidade precisava serreconstruída. Eram inúmeras as providências quedeveriam ser tomadas. Para onde quer que se olhasse via-se destruição e tristeza. Neemias haveria de conduzir areocupação da cidade, trazendo famílias de judeus daslocalidades vizinhas bem como da Pérsia. Muitas casasdeveriam ser construídas. O sacerdócio seriarestabelecido. O culto judaico voltaria a ser realizadonormalmente no templo. A lei de Moisés seria novamentecolocada em prática. Porém, diante de tantasnecessidades, Neemias estabeleceu como sua meta maisimportante a reconstrução das muralhas. Não se podefazer tudo ao mesmo tempo. Portanto, é necessário queestabeleçamos prioridades.

PROTEÇÃOJá fazia muitos anos que os cativos tinham começado avoltar à sua terra. O templo já havia sido reconstruído.Entretanto, pela ausência dos muros, a vulnerabilidade era

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total. Os inimigos entravam e saíam de Jerusalém quandobem entendiam. Assim, todas as ações dos judeus ficavamprejudicadas.

Em nossas vidas, também precisamos construir muros. Énecessário que percebamos por onde o inimigo tementrado para que ali coloquemos um bloqueio, umabarreira. O cristão não pode ser aberto a toda e qualquerinfluência. Não podemos aceitar tudo o que nos éproposto, recebendo qualquer doutrina ou costume,acreditando em tudo e em todos. O mundo nos atingetodos os dias com grande quantidade de lixo. São muitosataques dos mais variados tipos. Precisamos construirmuros, que são nossas atitudes de rejeição e resistência àsinvestidas do maligno. Quando vierem as insinuações domal, devemos dizer: "Basta! Isto eu não aceito".

O inimigo não pode ser subestimado. Não se deve pensarque ele seja fraco ou inofensivo. Quem pensa assim,diante das tentações, por exemplo, não constrói barreiras.Considera-se muito forte, capaz, e apto para vencersempre. Contudo, a construção dos muros nos ensina alição da prevenção, de modo que o confronto com oinimigo não aconteça em todo o tempo nem de qualquermaneira.

Os moradores de Jerusalém poderiam dizer: "Nãoprecisamos de muros, pois Deus nos guardará". Eles nãodisseram isso. Sabiam que a responsabilidade humana nãopode ser transferida para Deus, mas apenascompartilhada. O homem precisa tomar suas providênciasdentro do que é lícito e necessário. (Por isso podemos terplano de saúde e seguro do automóvel).

LIMITES “Como a cidade derribada, que não tem muros, assim é ohomem que não pode conter o seu espírito." (Pv.25.28).

Muros representam limites. Além de barreira contra oinimigo, são medidas de domínio próprio. Podem atéparecer negativos, desagradáveis para muitos,representando restrições à liberdade. Todavia, são marcosnecessários, determinados pela palavra de Deus e pornossa consciência para que não avancemos além de ondeo Senhor nos permite em relação às nossas palavras, aocomportamento, ou à anuência ao que nos é oferecido esolicitado. Em algum momento, antes que seja tarde,precisamos dizer não.

Não podemos ser indefesos e vulneráveis. Os murosescondem e, ao mesmo tempo, protegem o que há devalor dentro da cidade. Quem quer aparecer demais correo risco de abrir mão de vários fatores de proteção. Estar

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protegido é estar oculto, evitando a exposiçãodesnecessária. Nem tudo é para ser mostrado, reveladoou compartilhado e o que for, deverá sê-lo da formacorreta, para a pessoa certa, no tempo adequado.

TRABALHOConstruir uma muralha de pedras ao redor da cidade seriaum empreendimento dos mais difíceis. Neemias e os quecom ele estavam precisavam trabalhar muito. Nóstambém devemos estar dispostos para o esforço e otrabalho árduo. Neemias orava sempre (Ne.1.4; 2.4; 4.4,9;5.19; 6.9) e nós devemos orar também, mas a oração nãosubstitui o trabalho. Deus fará o que não está ao nossoalcance. Quanto ao mais, ele abençoará a obra das nossasmãos. Aquele servo de Deus poderia ter orado dizendo:"Senhor, envia os anjos construtores para que levantemesta muralha". Nada disso. Não devemos esperar que osanjos, ou o próprio Deus façam aquilo que é da nossaresponsabilidade. Isto se aplica aos mais variadosaspectos da nossa vida, seja pessoal, familiar, profissional,estudantil ou na obra do Senhor. Por exemplo, oestudante cristão não deve pensar que receberá porrevelação as respostas para suas provas escolares. Deve,sim, esforçar-se ao máximo, dentro de suas condições elimites, esperando que Deus abençoe o fruto do seutrabalho.

OPOSIÇÃOLogo que os judeus começaram a edificar os muros, osinimigos se manifestaram para tentar impedir que a obrafosse adiante (Ne.4.1). O texto nos diz que Tobias(amonita), Sambalate (governador da Samaria) e Gesén(árabe) ficaram irados e criticaram os edificadores. Haviaali motivos étnicos, políticos e religiosos. Em nenhummomento, houve um ataque armado contra os judeus,mas muitas palavras foram usadas para intimidá-los. Osobreiros foram criticados, chamados de fracos. A obra foicriticada. Disseram que uma simples raposa derrubaria omuro que estava sendo levantado (Ne.4.3). Houvequestionamento, acusação, calúnia, fofoca, ameaças(Ne.4; Ne.6). Cartas foram escritas e falsos profetassubornados para tentarem interferir na obra de Neemias(Ne.6). Palavras são armas. Não podemos nos esquecerdisso. Uma palavra pode derrubar' uma pessoa e destruirprojetos e relacionamentos. Esta é uma das principaisestratégias de Satanás no combate ao povo de Deus.Quando Jesus foi tentado no deserto, o inimigo usoupalavras, com sofismas, propostas e questionamentos naintenção de induzi-lo ao erro (Mt.4). As afirmaçõesmalignas são contra o nosso caráter, capacidade,vocação, de modo que fiquemos desanimados e

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desistamos da missão que o Senhor nos confiou. Neemiasnão deu ouvidos ao que o inimigo dizia. Continuoutrabalhando com todo empenho.

Diante de sua persistência, os inimigos mudaram a tática.Chamaram Neemias para um encontro, aparentementeamistoso. É assim também conosco. Quando Satanás nãonos vence pela perseguição, procura aproximar-se de nóscom aparência de amizade, transfigurado em anjo de luz(IICo.11.14). Com isso, os adversários queriam tirarNeemias do seu propósito. Pretendiam interromper otrabalho, causar distração, atraso e, depois, destruição.Não podemos ceder. Neemias disse: "Estou fazendo umagrande obra, de modo que não poderei descer" (Ne.6.3).Não podemos descer, nem por um instante, rebaixando-nos ao nível do inimigo para com ele nos relacionarmos.Eva deu atenção à serpente e isso lhe custou muito caro(Gn.3).

PERSEVERANÇAA obra prosseguiu a despeito das investidas contrárias.Nós também devemos ser perseverantes naquelespropósitos que estão de acordo com a vontade doSenhor. Neemias não parou enquanto não viu a muralhapronta. Construir meio muro não significará proteçãoalguma (Ne.4.6), além de ter consumido tempo e recursos.É necessário que a obra seja realizada até o fim.

"Quem perseverar até o fim será salvo" (Mt.24.13).

“E a perseverança tenha a sua obra perfeita, para quesejais perfeitos e completos, não faltando em coisaalguma" (Tg.1.4).

"Eu te glorifiquei na terra, completando a obra que medeste para fazer" (João 17.4).

O trabalho prosseguiu até que não houvesse qualquerbrecha no muro (Ne.4.7; 6.1). Isto é excelência. O inimigonão precisa de grandes espaços. Uma pequena brechapode ser suficiente para que um grande estrago seja feito.Em tempos modernos, rochas gigantescas têm sidodestruídas pelo uso de explosivos colocados em pequenascavidades feitas para este fim. Precisamos estar atentos.O inimigo pode estar abrindo uma fissura em nossamuralha. Um pecado de estimação, um mau costume,uma mágoa guardada, podem representar brechas cujoresultado pode ser a invasão do nosso território.

De acordo com o apóstolo Paulo, a mentira, a ira, o furto,palavras torpes, amargura, gritaria, blasfêmia e malíciasão formas de se dar "lugar ao Diabo" (Ef.4.25-29).

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Algumas dessas coisas podem parecer inofensivas, masnão são.

AS PORTASAlém dos muros, Neemias de dedicou à colocação dasportas, com ferrolhos e trancas (Ne.3.3). É evidente que,sem portas, a cidade seria uma prisão. Não era este opropósito. Muros e portas nos dão uma idéia de equilíbrio.Os moradores de Jerusalém não poderiam ficar isoladosdo resto do mundo, mesmo porque não eram auto-suficientes. Toda cidade precisa de algum tipo desuprimento externo. O isolamento completo eprolongado, conhecido como estado de sítio, é tambémuma estratégia do inimigo (Dn.1.1; Zc.12.2; IIRs.6.24-25).

Precisamos de muros e portas. As defesas são necessárias,mas precisamos ser acessíveis. Isto não significa abrir mãoda segurança. As portas eram meios de acessocontrolado. Elas não ficavam abertas o tempo todo.Permaneciam fechadas durante a noite, sendodestrancadas apenas ao nascer do sol (Ne.7.3). A utilidadedas portas nos ensina lições de comunicação, liberdade erelacionamentos. Entretanto, tudo isso acontece deforma controlada, na luz e não nas trevas.

AS TORRESSobre os muros foram edificadas torres, onde semprehaveria sentinelas (Ne.3.1; 7.3). Mesmo depois dotrabalho realizado, a vigilância não pode terminar. Semela, os muros seriam escalados e transpostos. Como Jesusnos ensinou: "Vigiai e orai para que não entreis emtentação" (Mt.26.41). O vigilante não pode dormir, nosentido de ser negligente, sabendo que o adversáriotambém não dorme (Ne.4.9).

Diante de todo o seu empenho e iniciativa, Neemias foinomeado governador da Judéia. Buscando o bem deIsrael, seu crescimento pessoal também foi alcançado(Ne.5.14).

Com os muros erguidos, estava estabelecido um ambientede segurança e tranquilidade onde novos projetos seriamrealizados. Muito mais seria ainda feito na restauração deIsrael para a vinda do Messias.

Anísio Renato de AndradeBacharel em Teologiawww.santovivo.net

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