A Medicina de Família, A Atenção Básica e o Esino Médico

download A Medicina de Família, A Atenção Básica e o Esino Médico

of 51

description

Massa

Transcript of A Medicina de Família, A Atenção Básica e o Esino Médico

  • A MEDICINA DE FAMLIA E COMUNIDADE,

    A ATENO PRIMRIA SADE E O ENSINO DE GRADUAO

    RECOMENDAES E POTENCIALIDADES

    Uma publicao da Sociedade Brasileira de Medicina de Famlia e Comunidade

    Organizadores e autores:

    Maria Inez Padula Anderson1, Marcelo Demarzo2, Ricardo Donato Rodrigues3

    1 Especialista em Medicina de Famlia e Comunidade, Professora Adjunta e Preceptora da Residncia em Medicina de Famlia e Comunidade da Faculdade de Cincias Mdicas da UERJ, Doutora em Sade Coletiva, Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Famlia e Comunidade, gesto :2004/06 - email: [email protected] ; 2 Especialista em Medicina de Famlia e Comunidade, Professor e Coordenador em Medicina de Famlia e Comunidade do Centro Universitrio Baro de Mau -Pesquisador Associado Faculdade de Medicina de Ribeiro Preto, Universidade de So Paulo, Doutor em Cincias Mdicas - e-mail: [email protected] ; 3 Clnico Geral, Professor Adjunto e Preceptor da Residncia em Medicina de Famlia e Comunidade da Faculdade de Cincias Mdicas da UERJ, Doutor em Sade Coletiva, Vice-Presidene da Associao de Medicina de Famlia e Comunidade do Rio de Janeiro, gesto :2004/06 email: [email protected] ;

  • Apresentao Este documento tem por objetivo apresentar a importncia e as potencialidades

    da Medicina de Famlia e Comunidade (MFC) e, conseqentemente, da

    Ateno Primria Sade, no curso de graduao em Medicina, em especial

    no momento de reforma do ensino mdico brasileiro, luz das diretrizes

    curriculares.

    Destaca os principais contedos tericos e prticos atinentes Medicina de

    Famlia e Comunidade recomendados para a graduao e as formas de

    organizao institucional mais adequadas ao seu desenvolvimento e

    implementao.

    Por ltimo, relaciona os resultados mais relevantes da I Mostra Brasileira de Medicina de Famlia e Comunidade e Graduao, realizada em setembro de 2005, e apresenta o relato das experincias de diferentes escolas mdicas

    brasileiras que vem desenvolvendo atividades curriculares no mbito desta

    especialidade e que foram a apresentadas.

    Pretende-se que este documento possa contribuir para a consolidao deste

    campo de saber e prtica no mbito da formao mdica, como acontece na

    grande maioria das escolas mdcias de todo o mundo, principalmente naquelas

    que implementaram reformas competentes no ensino e nos sistemas de sade

    no sentido de os tornarem mais adequados s necessidades de sade da

    populao.

    Introduo

    A Medicina de Famlia e Comunidade (MFC) uma especialidade

    eminentemente clnica que tambm desenvolve, de forma integrada e

    integradora, prticas de promoo, proteo e recuperao da sade dirigidas

    a pessoas, famlias e comunidades. Estes atributos a tornam uma disciplina

    estratgica para a ressignificao das bases estruturais da prpria profisso

  • mdica, adquirindo papel fundamental na constituio dos novos paradigmas

    em Sade.

    A MFC tem potencial transformador tanto no mbito da prtica mdica quanto na formao de recursos humanos e no desenvolvimento de pesquisas, contribuindo para uma maior efetividade dessas reas, inspiradas em bases mais humanas e comunitrias. Tem asssumido, papel relevante principalmente na Promoo de Assistncia Integral Sade. Seus preceitos, conceitos e direcionamento relacionam-se aos da Ateno Primria Sade, de tal modo que reconhecida internacionalmente como a especialidade mdica de excelncia da APS sendo estratgica para o pleno desenvolvimento da mesma. Por isto, tem sido considerada, assim como a APS, uma especialidade mdica com potencial estruturante para os Sistemas Nacionais de Sade, em especial, em cenrio de crise e reforma sanitria, como o que vivenciamos em nvel nacional e internacional.

    Os princpios e prticas da MFC so centrados na pessoa (e no na

    doena), na relao mdico e indivduo, e na relao deste sujeito, mais ou

    menos sadio, com sua famlia e com a comunidade em que vive. A MFC

    aborda o processo sade-adoecimento como um fenmeno complexo,

    relacionado interao de fatores biolgicos, psicolgicos, scio-ambientais e

    espirituais, sendo, portanto um processo influenciado fortemente pela estrutura

    familiar e comunitria do indivduo.

    Princpios da Medicina de Famlia e Comunidade

    Baseada em princpios, conceitos e recomendaes internacionais

    formalizados pela Organizao Mundial dos Mdicos de Famlia WONCA1 a

    especialidade Medicina de Famlia e Comunidade tem por objetivos:

  • Atuar, prioritariamente, no mbito da Ateno Primaria Sade (APS), a partir de uma abordagem biopsicosocial do processo sade

    adoecimento;

    Desenvolver aes integradas de promoo, proteo, recuperao da sade, no nvel individual e coletivo;

    Priorizar a prtica mdica centrada na pessoa, na relao mdico-paciente, com foco na famlia e orientada para comunidade,

    privilegiando o primeiro contato, o vnculo, a continuidade e a

    integralidade do cuidado na ateno sade;

    Coordenar os cuidados de sade prestados a determinado indivduo, famlia e comunidade, referenciando, sempre que necessrio, para

    outros especialistas ou outros nveis e setores do sistema, mas sem

    perda do vnculo;

    Atender, com elevado grau de qualidade e resolutividade, no mbito da Ateno Primria Sade, cerca de 85% dos problemas de sade

    relativos a uma populao especfica, sem diferenciao de gnero ou

    faixa etria;

    Desenvolver, planejar, executar e avaliar, junto equipe de sade, programas integrais de ateno, objetivando dar respostas adequadas

    s necessidades de sade de uma populao adscrita, tendo por base

    metodologias apropriadas de investigao, com nfase na utilizao do

    mtodo cientfico e epidemiolgico;

    Estimular a resilincia, a participao e a autonomia dos indivduos, das famlias e da comunidade;

    Desenvolver novas tecnologias em Ateno Primria Sade; Desenvolver habilidades no campo da metodologia pedaggica e a

    capacidade de auto-aprendizagem e empoderamento dos indivduos;

    Desenvolver a capacidade de atuao mdica humanizada, relevando seus aspectos cientficos, ticos e sociais.

    A MFC e a Graduao em Medicina Recomendaes Internacionais

  • O potencial transformador da Medicina de Famlia e Comunidade (Medicina

    Integral, Geral, Familiar e Comunitria em alguns pases) para a graduao

    principalmente em Medicina tem sido evidenciado por organismos

    internacionais como a Organizao Mundial de Sade (OMS)2 e a Associao

    Mundial dos Mdicos Gerais e de Famlia (WONCA)1.

    Isto pode ser comprovado pela insero dos conceitos e prticas da MFC na

    estrutura de destacadas escolas mdicas de todo o mundo. Observa-se

    tambm que a grande maioria destas escolas constituiu Departamentos de Medicina de Famlia e Comunidade (ou denominao equivalente da especialidade), muitas com incentivo financeiro governamental, como no caso

    das escolas norte-americanas, o que ocorreu ainda na dcada de 70 do ltimo

    sculo7.A OMS1 e a WONCA2 entendem que os fundamentos conceituais e ticos, as tcnicas e prticas da Medicina de Famlia e Comunidade constituem elementos importantes na formao mdica geral, independentemente da especialidade que o futuro mdico ir exercer, envolvendo os estudantes numa perspectiva ampliada do cuidado em sade.

    Os contedos programticos1,2 desta especialidade, recomendados para a

    graduao mdica, e recentemente revisados pela Sociedade Norte-Americana

    de Professores de Medicina de Famlia (Society of Teachers of Family

    Medicine)5, segundo as diretrizes do projeto Futuro da Medicina de Famlia

    (Future of Family Medicine5), devem incluir:

    Conceituao e reconhecimento da importncia da Ateno Primria Sade, da Medicina Ambulatorial e da Medicina de Famlia e da

    Comunidade nos Sistemas Nacionais de Sade;

    Compreenso e incorporao dos princpios e das atitudes envolvidas com a complementaridade e integralidade das aes mdicas e de

    sade;

  • Atuao em cenrios onde sejam desenvolvidas prticas de Ateno Primria Sade (como por exemplo, a Estratgia de Sade da

    Famlia);

    Reconhecimento do papel e da influncia da famlia no estado de sade de seus componentes;

    Comunicao e Relao Mdico Paciente-Famlia-Comunidade; Reconhecimento e elaborao do diagnstico de sade biopsicosocial

    da famlia e da comunidade;

    Conhecimento do cadastro familiar e comunitrio como instrumento facilitador do diagnstico e abordagem familiar e comunitria;

    Conhecimento e desenvolvimento de prticas de promoo, proteo e educao em sade da populao, com desenvolvimento de aes de

    sade orientadas pelas necessidades e demandas percebidas atravs

    do contato com as famlias e a comunidade;

    Estudo e reflexo sobre os problemas de sade que mais afetam s pessoas e s populaes de centros urbanos e rurais;

    Prticas e metodologias prprias da clnica da Medicina Ambulatorial; Cuidado humanizado e efetivo aos pacientes e suas famlias para a

    resoluo de problemas de sade e para a promoo de sade,

    Prtica voltada ao sistema de sade nacional, com compromisso tico e profissional com a sade da populo do prprio pas, racionalizando

    recursos e aes e melhorando os indicadores de sade populacionais.

    Competncias a serem desenvolvidas nos estudantes: Convivncia e colaborao com profissionais de outras profisses e

    especialidades para prover cuidado centrado na pessoa e nos aspectos

    preventivos, durante todas as fases da vida;

    Sensibilidade e responsabilidade para com o paciente, sua cultura, idade, gnero, e disabilidades;

    Prtica de diagnstico e teraputica baseada em evidncia cientfica, e com participao do paciente e de sua famlia, informando-os

    apropriadamente e envolvendo-os no processo;

  • Acolhimento e resolutividade aos agravos agudos e crnicos mais comuns, segundo protocolos clnicos embasados cientificamente, e

    envolvendo os principais grupos de cuidado (crianas e adolescentes,

    mulheres, adultos e idosos);

    Manejo dos agravos de sade numa abordagem multiprofissional e interdisciplinar, envolvendo tambm a famlia, e tendo como objetivo a

    melhora funcional e de qualidade de vida da pessoa;

    Prtica da educao em sade dos pacientes, suas famlias e comunidade, aconselhando sobre os hbitos de vida inadequados

    sade, e aplicando estratgias adequadas de abordagem do problema,

    visando mudanas de comportamentos, e considerando a cultura de

    cada pessoa e populao;

    Descrio da prevalncia e a histria natural dos problemas de sade mais comuns, tanto ao nvel individual, quanto familiar e comunitrio;

    Reflexo e discusso sobre o cuidado integral, contnuo e integrado para as pessoas, e sobre as dificuldades inerentes a esse processo;

    Identificao dos vrios nveis de preveno e aplicao das aes preventivas em cada nvel, segundo embasamento cientfico;

    Diferenciao das caractersticas epidemiolgicas dos vrios nveis de ateno;

    Reconhecimento e interpretao das leis pblicas mais relevantes referentes promoo de sade das populaes;

    Entendimento da complexidade do diagnstico feito muitas vezes frente escassez de dados clnicos;

    Manejo adequado da tecnologia de informao em sade; Treinamento de tcnicas de comunicao adequadas para trabalho em

    equipe multiprofissional, e para a educao e informao em sade dos

    pacientes e familiares;

    Reconhecimento dos limites do conhecimento pessoal, porm sempre coordenando e advogando pelo cuidado adequado populao dentro

    do sistema de sade nacional;

  • Reconhecimento das barreiras fsicas, culturais, e administrativas para o cuidado integral e adequado s pessoas.

    A Medicina de Famlia e Comunidade e as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduao em Medicina

    semelhana do que acontece em muitos pases desenvolvidos, a insero da

    MFC nos currculos de graduao j constitui uma realidade em um nmero

    expressivo de escolas mdicas brasileiras.

    Entretanto ainda necessrio consolidar, adequar, qualificar e expandir este

    processo.

    Este movimento de insero se tornou mais relevante, a partir das Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduao em Medicina (2001), desde quando vm ocorrendo mudanas mais consistentes no ensino mdico em nosso pas. A Medicina de Famlia e Comunidade tem tido importante papel nesse processo, tendo em vista a superposio entre seus princpios e prticas e as recomendaes incorporadas s Diretrizes, exemplo do que consigna seu artigo 3:

    ...Art. 3 O Curso de Graduao em Medicina tem como perfil do formando

    egresso/profissional o mdico, com formao generalista, humanista, crtica e

    reflexiva, capacitado a atuar pautado em princpios ticos, no processo de

    sade-doena em seus diferentes nveis de ateno, com aes de promoo,

    preveno, recuperao e reabilitao sade, na perspectiva da integralidade

    da assistncia, com senso de responsabilidade social e compromisso com a

    cidadania, como promotor da sade integral do ser humano.

    ...Pargrafo nico. Com base nestas competncias, a formao do mdico

    dever contemplar o sistema de sade vigente no pas, a ateno integral da

    sade num sistema regionalizado e hierarquizado de referncia e contra-

    referncia e o trabalho em equipe.

    Ou ainda:

  • ...Art. 6 Os contedos essenciais para o Curso de Graduao em Medicina

    devem estar relacionados com todo o processo sade-doena do cidado, da

    famlia e da comunidade, integrado realidade epidemiolgica e profissional,

    proporcionando a integralidade das aes do cuidar em medicina.

    Apesar dos conceitos e prticas da MFC se apresentarem como relevante estratgia para a operacionalizao das Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduao em Medicina, ainda so necessrios esforos governamentais para incentivar o desenvolvimento da MFC e da APS, no mago das universidades. Alm disso, e com a participao da SBMFC, as diretrizes para o contedo programtico dessa insero devem ser sistematizadas, segundo a realidade da sade no Brasil.

    Os Departamentos de Medicina de Famlia e Comunidade

    Segundo orientao da Organizao Mundial da Sade em conjunto com a

    Associao Mundial de Mdicos de Famlia6 implantar Departamentos ou

    Unidades de MFC permite o direcionamento necessrio para a incluso da

    disciplina no espao acadmico como tambm permite a organizao dos

    recursos que so necessrios para articular a trade ensino, cuidado ao

    paciente e programas de pesquisa.

    Os tpicos a seguir fazem parte da publicao acima realacionada e pretendem

    contribuir para a criao de estruturas departamentais ou unidades docentes

    de MFC.

    Segundo estas instituies, estabelecer Departamentos de Medicina de Famlia

    requer a participao de lideranas que compreendam e apiem as

    importantes funes e papis da medicina de famlia. Essas lideranas incluem

    autoridades governamentais, associaes mdicas, mdicos de famlia, staffs

    das escolas mdicas e dos hospitrais universitrios e profissionais da sade

    pblica.

  • Recomendam tambm que, desde o incio, importante desenvolver um bom

    relacionamento com outros departamentos existentes, como os de Medicina

    Interna e Pediatria que, compartilhando interesses, podem implementar um

    processo de colaborao mtua visando implementao de atividades de

    ensino e de projetos de pesquisa. Estes especialistas freqentemente

    colaboram para o aprendizado do mdico de famlia e muitos tm conscincia

    que so mais efetivos quando trabalham articulados com mdicos da Ateno

    Primria bem treinados. As Escolas Mdicas parecem mais propensas ao

    desenvolvimento da Medicina de Famlia quando esta disciplina vista como

    essencial para potencializar a funo dos outros profissionais.

    Ainda segundo as orientaes da OMS e WONCA, a constituio de

    Departamentos de Medicina de Famlia requer um provimento adequado de

    recursos humanos e fsicos de modo a desenvolver o amplo espectro dos

    programas de educao, assistncia e pesquisa da MFC. Os recursos fsicos

    devem incluir centros que integrem as atividades assistenciais e de ensino.

    Nestes centros o cuidado ao paciente deve ser provido atravs de equipes que

    incluem mdicos de MFC, residentes e/ou estudantes em treinamento,

    enfermeiras, assistentes sociais e outros profissionais de sade. Os Centros de

    ensino de medicina de famlia podem ser incorporados s unidades

    assistenciais do sistema de sade e podem tambm servir como importante

    local de desenvolvimento de pesquisa na ateno primria.

    Os Departamentos de Medicina de Famlia freqentemente requerem apoio

    governamental e institucional, inclusive de ordem financeira. Usualmente estes

    departamentos iniciam com pequeno nmero de especialistas e profissionais,

    crescendo medida do desenvolvimento dos programas clnicos e de

    pesquisa. Os hospitais universitrios e outros so importantes parceiros para o

    desenvolvimento e suporte destes departamentos de medicina de famlia, ao

    mesmo tempo em que estes os especialistas em MFC e os programas de

    residncia prestam relevantes servios para estas instituies.

  • I Mostra de Medicina de Famlia e Comunidade e Graduao

    Em setembro de 2005, durante o I Congresso Paulista de Medicina de Famlia

    e Comunidade ocorreu a I Mostra Brasileira de Medicina de Famlia e Comunidade e Graduao, que teve como objetivo oferecer um espao de discusso e troca de experincias entre as Instituies de Ensino Superior com

    interesse e prticas na atividade.

    Tambm fez parte da I MOSTRA uma pesquisa, que visou levantar dados

    sobre a situao atual da insero da MFC na graduao mdica brasileira. Os

    dados esto apresentados na forma de tabelas (abaixo), e as experincias

    apresentadas constituem um anexo a esse caderno. Instituies que enviaram

    experincias em MFC e Graduao:

    Curso de Medicina Universidade Severino Sombra (Terespolis, RJ) Curso de Medicina - Centro Universitrio Baro de Mau (Ribeiro

    Preto-SP)

    Faculdade de Cincias Mdicas Universidade Estadual do Rio de Janeiro

    Faculdade de Medicina Universidade de Ribeiro Preto Faculdade de Medicina Universidade de Uberaba (UNIUBE) Faculdade de Medicina Universidade de So Paulo Campus Ribeiro

    Preto

    Faculdade de Medicina Universidade de So Paulo Campus Capital Faculdade de Medicina Universidade Souza Marques (Rio de Janeiro) Faculdade de Medicina de Marlia (FAMEMA)

  • Tabela 01 - Resultados Gerais da Pesquisa.

    Nmero de Instituies Respondentes 10

    Instituies Pblicas de Ensino 05

    Instituies Privadas de Ensino 05

    Instituies com prtica de MFC na Graduao 80%

    Tempo Mdio da Experincia 2,5 anos (08 meses 05 anos)

    Instituies com Departamento de MFC 20%

    Exemplos de outros Departamentos de Referncia,

    nos casos nos quais no havia um Departamento

    de MFC

    Medicina Social

    Medicina Preventiva

    Avaliao da Experincia pelas Instituies tima e Boa - 57%

    Regular 43%

    Ruim nenhuma

    Receptividade pelos Estudantes tima e Boa 72%

    Regular 14%

    Ruim 14%

    Docentes com formao em MFC

    (Residncia Mdica ou Especializao)

    Menos de 25% do Quadro - 28%

    Entre 25 e 50% do Quadro -

    28%

    Entre 51 e 75% do Quadro -

    28%

    Mais de 75% do Quadro - 16%

  • Tabela 02 Dificuldades apontadas pelas Instituies respondentes quanto experincia de insero da MFC na graduao.

    1- Docentes formados no Modelo Flexneriano.

    2- Articulao incipiente com outras disciplinas do curso.

    3- Dificuldade dos docentes no trabalho intersetorial.

    4- Desconhecimento do corpo docente e discente em relao aos princpios da

    MFC (02 citaes).

    5- Preconceito/discordncia/desvalorizao do corpo discente e docente em

    relao insero da MFC na graduao (05 citaes), principalmente na

    experincia de insero precoce no currculo.

    6- Falta de recursos humanos com qualificao na rea (02 citaes).

    7- Pequeno apoio logstico da Instituio de Ensino.

    8- Dificuldade na relao ensino-servio de sade-Secretaria Municipal de

    Sade, limitando a insero do estudante nas Unidades de Sade Pblicas (04

    citaes).

    9- Estudantes apenas observadores das atividades.

    10- Tempo curto de estgio.

    Discusses e Concluses da I Mostra Alm da Pesquisa e das Experincias apresentadas durante a Mostra, tambm

    houve espao para discusses e debates dentro do contexto da insero atual

    da MFC na graduao em Medicina no Brasil.

    Apesar das dificuldades inerentes organizao e implementao

    sistematizada de um campo de conhecimento e prtica na estrutura das

    escolas mdicas, a opinio dos participantes foi unnime no sentido da

    importncia desta insero e da necessidade de desenvolvimento e

    consolidao desta estratgia.

    Os principais eixos e pontos abordados foram:

  • 1) Por que inserir os conceitos e prticas da MFC na Graduao em Medicina?

    - Estratgia para sensibilizar docentes e discentes em relao

    especialidade MFC, fundamental para a reorganizao do sistema de

    sade pblico e suplementar no mundo e no Brasil (PSF);

    - Estratgia para a formao de um mdico mais humano e responsvel

    para com as pessoas, e voltado realidade do pas;

    - Embasar os estudantes para uma possvel ps-graduao em MFC.

    2) Como e em que momento inserir a MFC dentro da graduao? - Criao de Departamentos de MFC;

    - Insero precoce e com enfoque prtico.

    3) Quais seriam os maiores entraves? - Relao conflituosa das Instituies com o sistema de sade local;

    - Mesmos problemas apontados na pesquisa (tabela 02).

    4) Como avaliar os resultados, quais indicadores? - Avaliao e mtodos ainda no totalmente sistematizados em relao

    maioria das escolas, mas bastante desenvolvidos em algumas

    instituies.

    As Instituies participantes apresentaram muitos pontos convergentes,

    principalmente em relao s dificuldades enfrentadas (tabela 02) e s

    atividades desenvolvidas (anexos). Apesar do nmero de Instituies na

    Mostra no ser expressivo em termos nacionais, os resultados obtidos podem

    refletir a realidade da insero da MFC na graduao em Medicina no Brasil.

    Os resultados podem servir de base para discusses ampliadas junto s

    Instituies de Ensino, ABEM, ao ao MEC e ao Ministrio da Sade, na

    tentativa de gerar diretrizes e sistematizaes sobre o tema, relevante para o

    Futuro da Medicina no Brasil, como tambm para a consolidao do Sistema

    nico de Sade Brasileiro, haja vista o incentivo Estratgia Sade da Famlia

    e as dificuldades para a formao de recursos humanos nessa nova lgica do

    sistema de sade nacional.

  • Consideraes Finais

    A insero dos princpios e prticas da MFC dentro do currculo de graduao

    em Medicina representa uma estratgia fundamental para a formao de

    futuros medicos que tenham o cuidado como eixo central de sua prtica e que

    desenvolvam o senso de co-responsabilidade pela sade integral das pessoas.

    Alm de tudo, que sejam engajados e comprometidos com o sistema nacional

    de sade, conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduao em Medicina.

    Dentre os principais entraves atuais para que esta insero da MFC no

    currculo das escolas mdicas acontea de forma mais intensa, pode-se citar a

    no existncia de uma poltica nacional com esta finalidade, apesar de j

    existirem vrias experincias nesse sentido (em anexo), e das diretrizes

    internacionais no tema1,2,5,6.

    O presente documento procurou trazer informaes para que as Escolas

    Mdicas se instrumentalizem e operacionalizem a insero da MFC nos cursos

    de graduao.

    Algumas questes necessitariam de um maior delineamento:

    Considerando que a MFC deve ter um carter tranversal na formao do aluno,

    qual o perodo mais adequado para iniciar a insero no currculo (mais

    precoce ou mais tardia)? Como promover a relao/integrao com as outras

    disciplinas da faculdade/curso de medicina? Como equilibrar e guiar a relao

    das Instituies de Ensino e o Sistema de Sade Pblico, em especial em

    relao esfera municipal, relao esta necessria e fundamental para o

    sucesso da insero, segundo as prprias Diretrizes Curriculares Nacionais do

    Curso de Graduao em Medicina do MEC?

  • Entendemos que a SBMFC, enquanto sociedade cientifica da especialidade, em esforo conjunto com a ABEM, MEC e MS, tem papel estratgico no sentido de sensibilizar as escolas mdicas, apoiar e assessorar a criao de estruturas acadmicas e docente-assistenciais na especialidade, bem como elaborar diretrizes curriculares especficas para a insero da MFC na graduao em Medicina.

    A Medicina de Famlia e Comunidade: tem potencial para colaborar na

    transformao de um sistema de sade nacional, ainda fragmentado, em outro

    integral e integrado, com abordagem generalista e humana, atravs de uma

    prtica multi e interdisciplinar, eliminando barreiras ao acesso, com sistema de

    informao avanado e informatizado, e com foco na qualidade da asssistncia

    e na racionalizao dos recursos financeiros. Apesar do enorme desafio e das

    grandes dificuldades, a SBMFC se coloca disposio para enfrentar o

    processo, entendendo ser o ensino de graduao uma estratgia fundamental,

    e por isso o porqu desse caderno.

    Sociedade Brasileira de Medicina de Famlia e Comunidade

    Primavera de 2005

    Bibliografia

    1- Justin Allen et al. Definio Europia de Clnica Geral e Medicina Familiar. Wonca

    Europa, 2002.

    2- Organizao Mundial da Sade. www.who.int.

    3- Conselho Nacional de Educao Cmara de Educao Superior

    Resoluo CNE/CES n 4, de 7 de novembro de 2001.

    4- Associao Paulista de Medicina de Famlia e Comunidade. I Congresso

    Paulista de Medicina de Famlia e Comunidade. Revista Medicina, supl.7, setembro de 2005.

  • 5- John R. Bucholtz et al. The FMCR Project's FM Clerkship/Post Clerkship

    Workgroup. Future of Family Medicine (FFM) Project. Annals of Family

    Medicine; Supplement, March 2004.

    6- Organizao Mundial de Sade e Organizao Mundial dos Mdicos de

    Famlia, Improving Health Systems: the contribution of family medicine,

    Wonca, 2002.

    7- Rodgers et al. Family Medicine; 34 (4):237-9, 2002.

  • Anexos* *textos originais conforme envio e responsabilidade dos autores

    RELATOS DE EXPERINCIAS DE MEDICINA DE FAMLIA E COMUNIDADE NA GRADUAO. I MOSTRA DE MEDICINA DE FAMLIA E COMUNIDADE E GRADUAO. I CONGRESSO PAULISTA DE MEDICINA DE FAMLIA E COMUNIDADE. Ribeiro Preto-SP, 23 de setembro de 2005.

    Para realizar a I Mostra, os organizadores solicitaram s Instituies de Ensino

    que enviassem suas experincias atravs da resposta s seguintes questes:

    1- Nome, endereo e caractersticas gerais da instituio de ensino (IE),

    2- Nome, tipo de vnculo com a IE e endereo eletrnico do responsvel

    pelo envio,

    3- Projeto pedaggico de insero da MFC na graduao, incluindo:

    a. tempo de existncia do programa,

    b. coordenador atual, docentes envolvidos,

    c. tipos e caractersticas das atividades desenvolvidas,

    d. nmero de alunos envolvidos por atividade,

    e. formas de avaliao discente e do programa, principais pontos

    positivos e negativos do programa.

    Os resultados que se seguem, bem como queles consolidados nas tabelas,

    foram obtidos a partir destas informaes.

    Faculdade de Medicina Universidade de Ribeiro Preto

    - Instituio privada, situada Av. Costbile Romano no. 2201, Ribeiro Preto,

    SP.

    Material enviado por Slvio Antnio Franceschini, docente da Faculdade de

    Medicina da Unaerp, coordenador do PISC (Programa de Integrao em Sade

    na Comunidade). [email protected].

  • Tendo como princpio o de ser capaz de produzir conhecimentos relevantes e

    de formar profissionais adequados s necessidades sociais, a Faculdade de

    Medicina da UNAERP realizou, em 2003, uma mudana curricular adotando

    tcnicas ativas de ensino-aprendizagem. Utilizando a metodologia

    problematizadora, o PISC, um dos pilares do currculo integrado, um mdulo

    vertical onde as atividades so desenvolvidas em um perodo por semana (4

    horas semanais), durante as 8 primeiras etapas (semestres). O PISC tem como

    objetivos gerais:

    - Conhecer a realidade local, atravs do contato precoce (a partir do 1o

    semestre) com a comunidade.

    - Entender os princpios do SUS, nas atividades realizadas em UBSs/USF,

    integradas ao sistema de sade municipal.

    - Desenvolver habilidades para o trabalho em equipe multiprofissional e

    interdisciplinar

    - Acolhimento e vinculao com a comunidade a ser assistida

    - Diagnstico e planejamento das aes em sade.

    Nas atividades os alunos de cada etapa so divididos em grupos de 6 alunos,

    com 1 docente supervisor para cada grupo. Os professores acompanharo os

    alunos em todas as suas atividades durante todo o perodo. Os estudantes vo

    se apropriando da clnica progressivamente, porm sempre baseada numa

    concepo ampliada do processo sade-doena.

    As atividades so realizadas nas 6 UBS da Zona Leste que apresentam PACS,

    alm das UBSs Jardim Maria das Graas e Ado do Carmo Leonel,

    localizadas na Zona Sul de Ribeiro Preto. Dois grupos esto inseridos na USF

    de Serrana, num total de 10 grupos. A construo desses espaos de

    aprendizagem vem se dando atravs da incorporao de estudantes e

    docentes ao processo de produo de servios nessas unidades, seguindo as

    diretrizes da gesto municipal. Atualmente estamos implementando a 6a etapa,

    contando com um total de 29 docentes.

    Os discentes tm duas avaliaes cognitivas durante o semestre e avaliaes

    dirias, formativas, baseadas na participao, interesse e atitudes, durante as

  • atividades na unidade. H, tambm, um relatrio final individual relativo s

    atividades realizadas no semestre e outro, em grupo, apresentado ao final onde

    so apresentadas as dificuldades e diagnsticos em sade feitos na unidade,

    assim como propostas para desenvolvimento no prximo semestre. Ao final do

    semestre existe uma avaliao que cada estudante faz do docente tutor e do

    programa desenvolvido

    Os principais pontos negativos do programa foram:

    Dificuldade na insero nas unidades de sade, no afeitas assistncia em

    conjunto com ensino, alm de apresentarem um PACS desarticulado da

    unidade. O desenvolvimento das atividades tem ficado prejudicado em algumas

    unidades.

    Grande heterogeneidade dos docentes, muitos ainda com um perfil flexneriano,

    .

    Como principais pontos positivos do programa: Concepo ampliada e experincia vivencial do processo Sade

    Doena

    Desenvolvimento de relaes mdico-paciente mais humanizadas Participao dos alunos na formao de Comisses Locais de Sade Desenvolvimento de convnio, pactuado entre Universidade/ Secretaria

    Municipal de Sade/Comunidade, que formaliza os Distritos de Sade-

    Escola, regulamentando as responsabilidades dos parceiros e a

    presena dos alunos nos servios

    Faculdade de Cincias Mdicas Universidade Estadual do Rio de Janeiro

    Instituio pblica estadual.

    Material enviado por :Disciplina de Medicina Integral Faculdade de Cincias

    Mdicas UERJ - Coordenadora e responsvel: Maria Inez Padula Anderson.

    E-mail: [email protected]

    Em vista das atuais diretrizes curriculares e subseqente reforma do ensino

    mdico, a Disciplina de Medicina Integral desenvolve h 3 anos atividades com

  • alunos da graduao no mbito da Ateno Primria Sade, Medicina de

    Famlia e Comunidade e de Medicina Ambulatorial, a saber:

    1 ano 2 semestre Disciplina de Conceitos e Prticas em Medicina e Promoo e Educao em Sade; Objetivos:

    Capacitar o aluno para:

    Compreender que sade e doena constituem um fenmeno complexo e

    dinmico, interdependente da relao de variveis de ordem biolgica,

    psicolgica e scio-cultural; Identificar as bases cientficas da medicina e

    reconhecer seus limites; Identificar os fatores envolvidos no processo sade-

    adoecimeto; Compreender a relevncia do papel do mdico e do exerccio da

    prtica mdica pautado no humanismo e na tica; Reconhecer os diferentes

    cenrios da prtica mdica e a organizao do sistema de sade;

    Compreender o conceito de fator de risco e de proteo sade; Desenvolver

    atitudes e habilidades para comunicar-se de forma tica, tanto no nvel

    individual quanto coletivo; Identificar facilidades e dificuldades no mbito do

    auto-cuidado em sade, a partir da sua prpria experincia pessoal;

    Desenvolver competncias e habilidades e executar medidas de promoo e

    de proteo sade, no mbito da Ateno Primria Sade. Tcnicas em

    dinmica de grupo.

    EMENTA Conceito de sade-doena. Sade-doena enquanto processo: fenmeno

    complexo e dinmico; Fatores biolgicos, psicolgicos e scio-culturais: ao e

    interao; Fatores de risco e proteo sade; Comportamento de risco.

    Vulnerabilidade e resilincia. A medicina como cincia. Fundamentos do

    conhecimento mdico. Paradigma antomo clnico. Paradigma bio-psico social.

    Evoluo da medicina e da prtica mdica O papel do mdico e a profisso

    mdica. Humanismo, tica, comunicao e prtica mdica. Respeito. Empatia.

  • Campo e cenrios da prtica mdica. Aes de Promoo, Proteo e

    Educao em Sade.

    2 ano 1 semestre Disciplina de Fundamentos da organizao da ateno sade e do SUS: da ateno primria uma rede integrada de servios de sade. OBJETIVOS

    Atravs de metodologia fundamentada na pedagogia da problematizao, em

    atividades de grupo, em visitas e prticas em servios de sade da rede do

    Sistema nico de Sade SUS: (a) Capacitar o aluno para reconhecer o papel

    das necessidades de sade das pessoas, das demandas individuais e coletivas

    na organizao dos sistemas de sade; (b) Conhecer as bases, os princpios e

    a organizao do sistema de sade brasileiro; (c) Reconhecer os espaos e

    cenrios da prestao de servios mdico sanitrios; (d) Conhecer um modelo

    de rede regionalizada de ateno sade, em particular na rea da Ateno

    Primria Sade; (e) Observar e refletir sobre as modalidades de organizao

    e de acesso aos servios de sade, seus principais problemas e possveis

    explicaes para os problemas apresentados; (f) Conhecer aes

    desenvolvidas por equipes docente-assistenciais de sade de famlia numa

    populao adscrita. (g) Promover conhecimento sobre questes relevantes de

    sade no mbito da medicina ambulatorial, familiar e comunitria.

    EMENTA

    Organizao dos Sistemas de Sade; O Sistema nico de Sade no Brasil:

    breve histrico, bases e princpios; Os cenrios de ateno Sade:

    emergncias, hospitais, ambulatrios especializados, centros e postos de

    sade; unidades de sade da famlia; servios de apoio ao diagnstico e ao

    tratamento; Bases da Ateno Primria Sade; Necessidades de sade,

    demandas e oferta de servios. Capacidade instalada, capacidade resolutiva e

    fatores intervenientes; Concepes de sade-adoecimento e suas influncias

    na relao necessidade/demanda/oferta dos servios de sade; Custo-

    efetividade; Nveis e complementaridade dos sistemas de sade; Referncia e

  • contra-referncia. Papel do profissional de sade, em especial do mdico,

    frente s questes e problemas no SUS e na rede assistencial pblica e

    privada.

    2 ano 2 semestre: Disciplina de - Fundamentos da Medicina de Famlia e da Comunidade e da Medicina Ambulatorial OBJETIVOS: Capacitar o aluno para: (a) Desenvolver viso sistmica da prtica mdica; (b) Conceituar Medicina Ambulatorial e Medicina de Famlia e

    da Comunidade e Identificar sua importncia na configurao dos sistemas de

    sade; (d) Integrar conhecimentos das disciplinas do ciclo bsico (como

    Anatomia, Fisiologia, Fisiopatologia) com os da prtica mdica; (e) Desenvolver

    atitudes e habilidades para comunicar-se de forma tica, no mbito da ateno

    individual, familiar e comunitrio; (f) Reconhecer o papel e a influncia da

    famlia no estado de sade de seus componentes; (g) Reconhecer, descrever

    e avaliar as condies de sade socioambiental de um indivduo, de uma

    famlia e de uma comunidade; (h) Identificar as aes prioritrias a serem

    focalizadas pela equipe de sade na abordagem familiar e comunitria; (i)

    Conhecer os principais aspectos que influenciam e esto relacionados

    anamnese, ao diagnstico do processo sade-adoecimento, adeso

    teraputica, medicamentosa e no medicamentosa, de um paciente

    ambulatorial; (j) Identificar, aprender e praticar os principais componentes das

    aes de cuidado em sade centrada na pessoa no nvel ambulatorial. (l)

    Acompanhar aes desenvolvidas por equipes docente-assistenciais de sade

    de famlia numa populao adscrita. (m) Conhecer as principais habilidades e

    competncias para realizar atividades de grupo.

    EMENTA: Princpios e prticas da Medicina de Famlia e de Comunidade. Papel do

    Mdico de Famlia; Conceito e papel social da famlia; Estrutura e dinmica

    familiar. Fatores que influenciam o Processo Sade-Doena e o Cuidado em

    sade no mbito familiar; tica e Comunicao em Medicina de Famlia e em

    Medicina Ambulatorial; O mdico, o paciente e sua famlia; Familiograma e

  • Registros em Medicina de Famlia e de Comunidade; Princpios da consulta e

    da visita domiciliar; Papel do cuidador; Problemas de sade mais prevalentes

    em Medicina de Famlia; Bases da Medicina Ambulatorial; Abordagem do

    processo Sade-Doena no paciente ambulatorial. Vulnerabilidade e

    Resilincia. O mdico e a prtica ambulatorial; Competncias e

    responsabilidades em Medicina Ambulatorial. Diagnstico de sade e

    necessidades de sade do paciente ambulatorial; Consulta Mdica no

    Ambulatrio; Medicina Centrada na Pessoa e o cuidado em sade; Risco

    epidemiolgico. Problemas de sade mais prevalentes em medicina

    ambulatorial.; Princpios, objetivos, utilidades da atividade de grupo.

    As disciplinas so de carter terico prtico, com metodologia dinmica,

    procuram desenvolver habilidades de comunicao e observao crtica, alm

    de estimular o exerccio do trabalho em equipe, bem como o debate e a

    sistematizao de idias.

    Na segunda parte da disciplina para o 1o ano, os alunos desenvolvem, em

    grupos de 5 a 6 alunos, e sob superviso, atividade prtica de Educao em

    Sade, planejada por eles e voltada para populao especfica, sobre temtica

    de relevncia para o pblico-alvo escolhido.

    As atividades prticas desenvolvidas no 2 ano primeiro e segundo semestre,

    envolvem o acompanhamento e realizao, sob superviso, das seguintes

    atividades:

    Visitas a diferentes tipos de programas que desenvolvem o modelo assistencial de Medicina/Sade da Famlia, a saber: Programa Mdico

    de Famlia de Niteri; Programa de Sade da Famlia do Municpio do

    Rio de Janeiro; Programa Sade na Vila, implementado por esta

    Disciplina.;

    Cadastramento familiar; Familiograma; Acompanhamento de consultas domiciliares;

  • Acompanhamento de consultas ambulatoriais de pacientes vinculados a Programa de Medicina/Sade da Famlia;

    Estudo do diagnstico das condies gerais de sade de uma famlia, com base nas visitas domiciliares, no cadastro e familiograma,

    considerando os fatores e aspectos biopsicosociais envolvidos;

    Estudo do diagnstico das condies gerais de sade de uma comunidade adscrita, com base nos cadastros familiares fatores

    biopsicosociais, considerando os fatores e aspectos biopsicosociais

    envolvidos;

    Estudo e propostas de interveno sanitria, familiar e comunitria, com base nos diagnsticos realizados;

    Atividades de Educao em Sade; Seminrios temticos apresentados pelos prprios alunos com base nas

    vivncias e atividades terico-prticas implementadas.

    Estas atividades representam, pelo menos 70% da carga horria do curso, que

    de 80h e so desenvolvidas com metodologia pedaggica pautada na

    participao, envolvimento e co-responsabilizao dos alunos, tendo por base

    a problematizao. Para alcanar os objetivos pedaggicos, a turma de 95

    alunos dividida inicialmente em trs grupos, em 3 diferentes dias de aula e,

    cada grupo sub-dividido em sub-grupos com 8 a 10 alunos (de acordo com o

    nmero de alunos por turma).

    A superviso das atividades tericas e prticas realizada por professores e

    staff da Disciplina de Medicina Integral, formada por clnicos generalistas e

    mdica especialista em Medicina de Famlia e Comunidade.

    Conta tambm com a participao e colaborao de profissionais de sade

    envolvidos com os Programas externos UERJ, atravs contato formal prvio

    com suas respectivas coordenaes.

    Cada Disciplina tem carga horria total de 80 horas, com 4 horas semanais,

    durando um semestre letivo, cada.

  • Apesar de serem trs cursos distintos, eles conforma uma estrutura

    longitudinal.

    As formas de avaliao incluem a preparao e a apresentao de seminrios,

    a preparao e a realizao das atividades de educao em sade; leitura e

    sistematizao de textos; provas baseadas em situaes problema e,

    tambm, a frequncia, pontualidade, interesse, e participao em sala de aula.

    Os aspectos negativos referem-se mais relativa carncia de recursos

    humanos e de apoio logstico na Disciplina, principalmente por causa da

    metodologia utilizada, que requer uma atividade quase que tuorial, seja em sala

    de aula, seja no desenvolvimento das atividades prticas, como visitas a

    unidades de sade e domiciliares, outros progrmas, etc.

    Os aspectos positivos relacionam-se ao desenvolvimento dos alunos, em

    especial quanto a reflexo e vivncia da prtica mdica, da organizao do

    sistema de sade, do desenvolvimento de compatncias no mbito da

    medicina de famlia e da medicina ambulatorial. So notveis tambm o

    desenvolvimento de habilidades no campo da comunicao e da ampliao da

    compreenso e da abordagem do processo sade adoecimento.

    Faculdade de Medicina Universidade de So Paulo Campus Ribeiro Preto

    Instituio estadual pblica.

    Endereo: Av. Bandeirantes, 3900, 14049-900. Campus Universitrio, Ribeiro

    Preto, SP

    Material enviado por: Profa. Dra. Maria Clia Mendes, Docente; email:

    m.c.mendes @uol.com.br,

    Introduo: A Medicina de Famlia foi introduzida na Europa e Cuba, dcadas atrs e no Brasil, com exceo de experincias isoladas em alguns estados,

  • custou a ser introduzida. Com relao ao ensino na graduao, at hoje,

    muito pequeno o nmero de escolas mdicas que contemplam essa disciplina

    no curso mdico. No estado de So Paulo, s muito recentemente, foi

    introduzido o ensino de Medicina de Famlia e Comunidade (MFC), na

    graduao.

    Objetivo: Relatar a experincia em MFC na graduao do curso de Medicina da FMRP-USP.

    Relato da experincia O projeto pedaggico de insero da MFC na graduao iniciou em 1997, com

    tempo de existncia de 8 anos. O coordenador atual : Prof. Dr. Larcio J.

    Franco. Os docentes da FMRP envolvidos so: Prof. Dr. Gutemberg M. Rocha,

    Profa. Dra. Aldasa C. Forster, Prof. Dr. Amaury L. D. Fabbro, Prof. Dr. Milton

    R. Laprega, Profa. Dra. Elisabeth M. Vieira, Profa. Dra. Maria do Carmo G. G.

    Caccia-Bava, Profa. Dra. Maria Clia Mendes, Prof. Dr. Luiz Antnio D.

    Ciampo, Profa. Dra. Nereida K C. Lima, Prof. Dr. Marco Andrei C. Frade, Prof.

    Anderson S. Silva , Profa. Luciane L. Santos. Os docentes da EERP envolvidos

    so: Profa. Dra. Silvana M. Mishima, Profa. Dra. Maria Jos B. Pereira e Profa.

    Dra. Dbora F. Mello. As atividades desenvolvidas so: atendimento clnico,

    aes educativas em sade (grupos e palestras), visitas domiciliares,

    acolhimento, atividades na sala de vacina, na sala de curativos, participam de

    pequenas cirurgias, de discusses de casos clnicos, de casos de famlia com a

    equipe, de seminrios com a equipe e aulas tericas. Vinte a 22 alunos fazem

    o estgio por 2 meses, durante o 5 ano de graduao, sendo distribudos em 4

    Ncleos de Sade da Famlia (NSFs). Formas de avaliao do discente: prova

    escrita e participao no estgio (avaliado pelo interesse, freqncia, etc). Os

    alunos fazem uma avaliao do programa no final do estgio e os docentes

    avaliam e propem mudanas no final do ano. Principais pontos positivos do

    programa: Convivncia dos alunos com os outros membros da equipe de forma

    horizontal; Contato dos alunos com patologias primrias; Contato com as

    famlias do paciente; Mdicos assistentes com especializao em MFC. Pontos

    negativos: Tempo muito curto na unidade bsica; Diferenas bem pronunciadas

  • entre os 4 NSFs, tanto da equipe quanto da populao; Nmero pequeno de

    docentes especialistas em MFC.

    Concluso: O ensino de MFC na graduao do curso mdico da FMRP-USP foi implantado h apenas 8 anos e, embora o projeto pedaggico necessite de

    modificaes, seus objetivos principais tm sido atingidos.

    Faculdade de Medicina Universidade de Uberaba (UNIUBE)

    Endereo: Avenida Nen Sabino no 1801 Uberaba MG

    Material enviado por: Prof. Ms. Adriana Aveiro Ventura e Discente Viviane

    Elisabeth; Professora e discente; email: [email protected]

    INTRODUO SOBRE A UNIVERSIDADE E O CURSO DE MEDICINA: A Universidade de Uberaba teve incio em 1947, quando foi criada a Faculdade

    de Odontologia do Tringulo Mineiro. A Instituio passou por duas mudanas

    em sua estrutura at o seu reconhecimento pelo MEC como Universidade, em

    1988. Hoje, a Uniube mantm dois campus (Uberaba e Uberlndia) ,com 32

    cursos de graduao.Oferece tambm cursos tecnolgicos e seqenciais de

    formao superior em dois anos, alm de um mestrado em Educao:

    Formao de Professores e especializaes em diversas reas. Dois campus,

    Hospital Veterinrio, Clnicas Integradas de cursos da rea da sade e a

    Unidade Bsica de Sade, localizada no bairro Alfredo Freire formam a

    estrutura da Uniube em Uberaba para o ensino de graduao e da ps-

    graduao. Destruir e Construir: sentido do trabalho humano. Destruir a

    ignorncia, construir o saber, destruir a alienao, construir a conscincia

    crtica.A Universidade de Uberaba assim entende seu trabalho e sua misso.

    Trabalhar na linha da educao, da formao intelectual e profissional do

    homem, para a construo da sociedade livre e consciente, responsvel e

    progressista. No estagnar, mas avanar. Atualizar-se: buscar sempre o novo.

    Atuar no presente e projetar-se para o futuro, na anteviso macrocsmica do

    conhecimento humano.

    O Curso de Medicina da Universidade de Uberaba teve incio no ano de 2000,

    visa a formao de mdicos generalistas com possibilidade de atuarem com

  • resolubilidade nos problemas de sade prevalentes e comportar-se como

    cidado com atitude tica, formao humanstica e conscincia da

    responsabilidade social.

    Perfil do Egresso: O mdico egresso da Universidade de Uberaba o

    profissional que, dentro dos princpios ticos, intervm no processo sade-

    doena, atuando com resolubilidade nos problemas prevalentes e orientando

    indivduos e grupos na busca de ateno especializada.

    No ano de 2004 o Curso recebeu a visita da primeira comisso de avaliao do

    MEC, onde teve conceitos A, A e B devido ao seu corpo docente ainda novo.

    Neste mesmo ano recebeu tambm a visita do Conselho Regional de Medicina

    do Estado de Minas Gerais, o qual validou a importncia do currculo inovador

    para a formao do mdico necessrio sociedade brasileira.

    SOBRE O ESTGIO EM MFC:

    Os alunos do Curso de Medicina da Universidade de Uberaba iniciam com

    aulas prticas na disciplina denominada Sade e Sociedade, durante 2,5 horas

    semanais em um Bairro na periferia da cidade, onde realizam inicialmente uma

    abordagem diagnstica da comunidade, tanto qualitativa quanto

    quantitativamente. Neste diagnstico so realizadas visitas equipe do

    Programa de Sade de Famlia daquele bairro, como tambm so analisados

    os dados provenientes das fichas do PSF. Estas aulas prticas tm

    continuidade nos quatro primeiros semestres do curso (1o ao 4o perodos),

    neste mesmo bairro, onde gradativamente os alunos comeam a participar de

    atividades de promoo em sade visitas domiciliares e grupos

    multidisciplinares, alm do conhecimento da abordagem adequada ao cliente,

    sua famlia e comunidade. Saliente-se ainda que esta disciplina oferece, alm

    das aulas prticas, aulas tericas com grande carga horria de Histria de

    Medicina e tica, Bioestatstica, Epidemiologia, Metodologia Cientfica,

    Sociologia e Antropologia e Psicologia Mdica. Estes dois anos compe o

    chamado perfil intermedirio I do curso, onde se espera que o aluno passe do

    mbito leigo para o trato cientfico do conhecimento, alm do comportamento

    tico e humanista e da compreenso do processo sade-doena.

  • Nos quatro semestres seguintes (5o ao 8o perodos), no chamado perfil

    intermedirio II, o aluno ir desenvolver habilidades de semiologia geral e

    especfica e ir adquirir competncia para realizar o diagnstico das patologias

    mais prevalentes, sendo que tambm nestes anos se mantm aulas prticas

    em servios locais de sade unidades bsicas alm do hospital.

    No internato, que no curso da Uniube constitudo pelos quatro ltimos

    semestres (9o ao 12o perodos), os alunos tm a oportunidade de estagiarem

    em tempo integral 35 a 40 horas semanais- em 3 unidades de sade da

    famlia da cidade, durante 4 a 5 semanas. Os grupos se constituem de 8 a 10

    alunos cada, sendo que realizam esta atividade h 2 anos desde 2004, numa

    parceria com a Secretaria Municipal de Sade de Uberaba. Os professores que

    acompanham o estgio so os prprios Mdicos de Famlia e Comunidade das

    unidades selecionadas, os quais ganham um adicional pr-labore para

    receberem os acadmicos e os orientarem.

    O atual coordenador o Prof. Dr. Renato Humberto Fabri e os docentes MFC

    envolvidos so o Dr. Elcio Cardoso, Dr. Cludio Morais Siqueira e Dra. Fabiana

    Prado Santos Nogueira.

    As atividades desenvolvidas so todas as que os MFC realizam na sua rotina

    diria: consultas, visitas e atividades de educao com a comunidade e de

    educao continuada com a equipe de sade. Sempre que possvel as

    atividades so multiprofissionais.

    A avaliao feita conjuntamente pelo Coordenador do estgio e pela equipe

    de sade de famlia segundo a participao e o envolvimento com as

    atividades realizadas, o relacionamento com a equipe, com os clientes e com

    os colegas, a pontualidade, o comportamento tico. Tambm so avaliados

    segundo a capacidade de reconhecer as limitaes do atendimento e a

    adequao dos encaminhamentos efetuados, alm da capacidade de analisar

    a real necessidade de cada famlia. Durante a participao no processo de

    educao continuada e em parte nos grupos de educao em sade,

    avaliado o conhecimento cientfico, a clareza na exposio, e a expresso

    verbal dos discentes.

  • O estgio se repete em 3 unidades de sade da famlia diferentes durante os

    quatro semestres do internato. Durante o estgio os acadmicos tambm so

    responsveis por plantes semanais em clnica geral no hospital universitrio.

    Os pontos positivos do estgio so a oportunidade de voltar ao atendimento

    mais prximo s famlias e comunidade, bem como o excelente vnculo que

    se estabelece com a equipe e com os usurios, o que tem sido avaliado como

    excelente por todos os grupos, sendo o estgio melhor avaliado do ciclo, que

    compreende a clnica geral, clnica cirrgica, pediatria e gineco-obstetrcia,

    alm da Sade Coletiva, na qual foi inserida a atuao em sade da famlia.

    Entre os pontos negativos podemos citar o nmero grande de internos em cada

    uma das unidades de sade da famlia, necessitando de que seja ampliado o

    nmero dessas unidades em breve. Tambm aparece freqentemente a

    dificuldade de acesso da comunidade medicamentos essenciais e alguns

    exames mais simples, o que em parte restringe a resolutividade desejada dos

    atendimentos. H que se considerar que a viso predominante nas unidades

    onde os alunos estagiam ainda seja muito mais centrada no atendimento ao

    doente e no na promoo sade, muito mais pela necessidade reclamada

    pelos usurios do que pela dificuldade dos profissionais em trabalhar com o

    enfoque da promoo em sade.

    Faculdade de Medicina Universidade Souza Marques

    Material enviado por: Gomes, Mrcia Constncia Pinto Aderne Introduo: O projeto pedaggico da Faculdade de Medicina Souza Marques (2002) tem a

    inteno de cumprir a proposta de graduar mdicos de formao geral,

    generalistas, habilitados e treinados para atuar como mdico de famlia e

    vem desenvolvendo desde janeiro de 2005 a Disciplina Sade da Famlia no internato. Os alunos so distribudos em turmas contendo 18 estudantes

    durante 20 dias e participam de vrias atividades e so encaminhados para as

  • unidades de PSF da rede da SMS RJ para um estgio. A avaliao individual e

    do grupo feita diariamente atravs da apresentao de trabalhos.

    Metodologia : Problematizao. Objetivos: Refletir sobre o processo de sade e adoecimento, na dinmica individual e familiar e da comunidade. Analisar a organizao dos servios de

    sade e as diferenas da produo social da sade. Identificar os princpios e

    diretrizes do SUS. Refletir sobre a ateno identificando o PSF como estratgia

    para a construo de melhores condies de vida e sade, participao social

    e construo da cidadania;Discutir as prticas de vigilncia em sade;

    Compreender a famlia como base da organizao do cuidado no PSF

    Atividades propostas: Dinmicas de grupo, Leitura e discusso de textos, Apresentao de vdeos,

    Analise de casos, Dramatizaes, Avaliao diria das atividades e Disperso

    Avaliao final: Avaliao dos itens: contedo, tempo para atividades, bibliografia, aplicao

    dos conhecimentos, aprendizado dos princpios e diretrizes do PSF, adequao

    da metodologia e da atividade prtica, conhecimento dos professores.

    Consideraes finais: A implantao da disciplina PSF foi baseada no Projeto pedaggico. Os alunos

    reconhecem a importncia e necessidade da disciplina, mas preferem que a

    mesma fosse desenvolvida no 5 ano letivo. A disciplina vem atendendo e

    superando as expectativas dos alunos. A metodologia e o contedo foram

    considerados adequados e bem apresentado pelas docentes.Podemos arriscar

    afirmao de que a disciplina Sade da Famlia da Escola de Medicina Souza

    Marques configurou-se como uma experincia em potencial de sucesso na

    construo de uma formao mdica voltada para Integralidade.

    Palavras Chaves: Sade da Famlia, Formao Profissional

    Faculdade de Medicina Universidade de So Paulo Campus Capital

    Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo, SP. Av. Dr Arnaldo 455

    So Paulo SP CEP:

  • Material enviado por: Isabela M. Benseor (mdica-assistente HCFMUSP,

    supervisora da Residncia de Medicina de Famlia e Comunidade), Joaquim

    Edson Vieira (Mdico-assistente do HCFMUSP), Sandra Grisi (Professora

    Titular Ateno Bsica), Yassuhiro Okay (Professor Titular Pediatria)Maria

    Ceclia Gusukuma (Mdica-assistente do Hospital Universitrio da USP),

    Gustavo Gusso, Anglica Manfroi, Ivana Abe, Simone Oliveira, Anete Fioranelli,

    Marco Antonio Santos, Jos Ricardo Brando, (Mdico de Sade da Famlia

    do Distrito do Butant), Paulo Elias (Professor Doutor FMUSP) Paulo Andrade

    Lotufo (Professor Associado FMUSP) (todos so membros da equipe para

    implantao do ensino de ateno bsica na FMUSP)

    Email para contato: [email protected]

    A PARCERIA UNIVERSIDADE GESTOR LOCAL DE SADE NA FORMAO DE PRECEPTORES PARA O ENSINO DE MEDICINA DE FAMLIA E COMUNIDADE NA GRADUAO a. Tempo de existncia do programa

    A Faculdade de Medicina da USP incluiu no seu projeto pedaggico o ensino

    de ateno bsica em 2003.

    b. Coordenador atual, docentes envolvidos

    A coordenao da implantao do ensino de ateno bsica composta por

    membros de quatro departamentos da FMUSP: clnica mdica, pediatria,

    ginecologia-obstetrcia e medicina preventiva. No momento esto em processo

    de seleo cinco vagas de professor-doutor ligadas disciplina de Ateno-

    Bsica.

    c. e d. Tipo e caractersticas das atividades envolvidas e nmero de alunos por

    atividade

    A insero ser realizada em trs momentos do curso: no primeiro e segundo

    semestres do primeiro ano quando todos os alunos (180 alunos) acompanham

    as atividades dos agentes de sade de trs unidades do PSF do Distrito de

    Sade Escola do Butant. No decorrer do ano, os alunos identificam um

    problema dentro da unidade, elaboram uma proposta de interveno e por fim,

    realizam a interveno. Todos os alunos retornam a essas unidades no

  • segundo semestre do terceiro ano (180 alunos) para acompanhar as atividades

    dos outros profissionais do PSF e as atividades em grupo. No quinto ano (180

    alunos), os alunos voltaro e atendero como mdicos de sade da famlia

    supervisionados pelos preceptores. Participam das atividades todos os alunos

    do primeiro ano durante dois semestres e os 180 alunos do terceiro ano no

    segundo semestre. A previso para implantao do quinto ano para 2007,

    quando as equipes j estaro definitivamente estruturadas para receb-los.

    e. Formas de avaliao discente e do programa

    A avaliao do curso do primeiro ano feita na forma de relatrios, provas e

    conceito individual do aluno. No curso do terceiro ano, a avaliao ser

    realizada por meio de um pster em que um grupo de alunos apresentar as

    atividades realizadas na unidade e de conceito individual. A avaliao do quinto

    ano dever ser realizada por meio da observao do desempenho do aluno no

    atendimento e relao com a comunidade.

    f. Principais pontos positivos e negativos do programa

    O principal ponto positivo foi a construo da figura do preceptor, um mdico

    do programa de sade da famlia contratado pelo gestor local mas tambm

    ligado universidade. A universidade participa do processo de seleo que

    favorece a escolha de mdicos com perfil acadmico. Esses preceptores

    participam de todas as reunies deliberativas da comisso de ateno bsica e

    das reunies especficas do primeiro e terceiro ano alm das da residncia de

    medicina da famlia e comunidade e so estimulados a ingressar nos

    programas de ps-graduao.A implementao do ensino de ateno bsica

    na FMUSP se iniciou em fevereiro de 2003 e est sendo reestruturada

    medida que os problemas vo surgindo e solues so propostas. O ponto

    mais difcil tem sido a organizao do atendimento das unidades de modo a

    incorporar o aluno como parte da rotina da unidade.

    TEXTO 02 - A EXPERINCIA DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SO PAULO, CAMPUS CAPITAL. Faculdade de Medicina USP pblica estadual. Situada na Av. Dr. Arnaldo

    455, So Paulo.

  • Joaquim Edson Vieira [[email protected]]

    CEDEM Centro de Desenvolvimento de Educao Mdica, FMUSP.

    Tempo de existncia do programa 2 anos

    Coordenador atual, docentes envolvidos Paulo Eduardo M. Elias, Sandra

    Grisi. Docentes dos Departamentos de Clnica Mdica, Ginecologia e

    Obstetrcia, Medicina Preventiva e Pediatria.

    Tipos e caractersticas das atividades desenvolvidas aulas expositivas,

    discusso em pequenos grupos, seminrios, apresentao de psteres. Visita

    domiciliar e discusso de caso supervisionada.

    Nmero de alunos envolvidos por atividade 175 alunos, separados em grupos

    de 30 por Unidade Bsica.

    Formas de avaliao discente e do programa relatrios de prticas.

    Principais pontos positivos e negativos do programa Positivos: atividades

    prticas, Negativos: baixa organizao dos servios e da Faculdade para

    atividade, tempo de deslocamento at Unidade, Estrutura fsica inadequada

    para acomodar alunos (salas de discusso ou para acompanhamento de

    consulta).

    Introduo: A disciplina Ateno Primria em Sade considerada de carter eminentemente prtico, desenvolvida junto s Equipes de Sade da

    Famlia (ESF) das unidades do Distrito de Sade Escola do Butant (DSE-B).

    Tem carga horria de 68 horas no I semestre do 1 ano, 72 horas no II

    semestre do 1 ano e 76 horas no II semestre do 3 ano. A proposta se

    estender ao 5 ano em 2007 com um perodo de atendimento sob superviso,

    atingindo 160 horas. A UBS onde o aluno trabalha ser mantida do seu

    primeiro contato no 1 ano at sua consulta final durante o 5 ano. Objetivos da disciplina: Prtica assistencial sob princpios da cidadania, reconhecimento da autonomia dos usurios, interao com a populao e com a equipe de

    sade. Reconhecimento da histria social da doena e do Programa de Sade

    da Famlia (PSF) como modalidade de assistncia sade. Habilidades e

    padres de comportamento para a o envolvimento com os problemas de sade

    da comunidade no plano individual e coletivo e na relao profissional/usurio

    baseada na alteridade e na responsabilidade social. Os alunos so avaliados

  • por meio de relatrios individuais ou com o preparo e apresentao de pster

    sobre atividades e temas (Atendimento mulher, Consulta clnica, atendimento

    criana e atendimento de Enfermagem). Avaliao da disciplina: Aps um ano trabalhando um perodo por semana com Agentes Comunitrios,

    estudantes responderam um questionrio tipo Delphi para escolher

    qualificaes adquiridas bem como nvel de habilidade para objetivos

    esperados (0 no sei at 5 sou experiente). Resultados: 162 estudantes (93%) escolheram entre as qualificaes o entendimento de: 1. Realidade

    social local, 2. Obrigaes dos Agentes de Sade, 3. Princpios do Programa

    de Sade da Famlia, 4. Princpios de ateno primria e 5. Proximidade com

    moradores locais. Habilidade para identificar reas ou situaes de risco para

    sade atingiu nveis entre 3 (fiz com ajuda) ou 4 (fao sozinho) enquanto o

    mapeamento da rea atingiu apenas nvel 1 (li sobre o assunto).

    TEXTO 03 - LIGA DE SADE DA FAMLIA DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SO PAULO, AV. DOUTOR ARNALDO 455, SO PAULO SP Paulo de Andra, aluno de graduao da FMUSP; e-mail:

    [email protected]

    Liga de Sade da Famlia da Faculdade de Medicina da USP

    a-Por possuir a licitao para uso do Hospital das Clnicas, a Faculdade de

    Medicina da Universidade de So Paulo (FMUSP) se tornou famosa por formar

    grandes nomes da medicina sub-especializada contempornea. O InCor

    (Instituto do Corao), referncia internacional no tratamento clnico e cirrgico

    de doenas cardacas, o orgulho da casa e exemplifica o perfil de profissional

    valorizado pela instituio.

    A Liga de Sade da Famlia da FMUSP nasceu em meio a essa realidade,

    procurando o aprendizado e experincia em ateno primria at aquele

    momento negligenciado pelo currculo nuclear da graduao e enfrentando o

    preconceito de inmeros docentes contrrios implantao desse tipo de

    ensino na faculdade.

  • Foi em 2003 que a Liga iniciou suas atividades, a princpio com 7 alunos. Na

    UBS J. Boa Vista na regio Oeste de So Paulo. O grupo desenvolveu,

    inicialmente, um perodo de seis meses, constitudo por uma preparao

    terico-prtica: reunies acadmicas, visitas regio e acompanhamento da

    equipe multiprofissional (entrevistas dos agentes comunitrios, consultas dos

    enfermeiros, auxiliares de enfermagem e dos mdicos na unidade, realizao

    de grupos e visitas domiciliares com toda a equipe).

    Com as experincias obtidas, foi elaborada uma proposta de parceria com a

    comunidade e a equipe de sade. A partir de ento, os alunos iniciaram suas

    atividades, atuando como integrantes da equipe de sade da famlia,

    respaldado por preceptores da FMUSP.

    Desde 2004 a liga se mudou para a UBS Jardim So Jorge, na mesma regio,

    devido a maior estruturao de ensino no local, com equipes dispostas a atuar

    com alunos de medicina e enfermagem.

    B- A coordenadoria atual do Prof. Dr. Paulo E. M. Elias, do Departamento de

    Medicina Preventiva da FMUSP, porm h tambm uma ligao

    interdepartamental com os departamentos de Pediatria e de Clnica Mdica da

    mesma faculdade, pois no h um departamento especfico para a rea em

    questo. H ainda a participao como assessoria tcnica de professores da

    Escola de Enfermagem da USP.

    C- As atividades da liga esto ligadas a rea assistencial e de ensino, com

    atendimento supervisionado pelos preceptores locais, com formao em

    medicina de famlia e comunidade, para que os alunos tenham contato com as

    prticas e nuanas do nvel primrio de atendimento, alm da formao de

    grupos de discusses entre os alunos e preceptores, ou ainda, destes com a

    comunidade para divulgar conhecimento e desenvolver estratgias de

    preveno na rea de sade e social. Desenvolve-se tambm projetos de

    pesquisa com o intuito de desenvolver literatura na rea de ateno primaria

    que ainda carente no pas, hoje h um estudo em andamento sobre a adeso

    de pacientes ao tratamento proposto pelos mdicos da UBS J. So Jorge, para

    que se verifique mudanas de estratgias no que cabe a comunicao mdico-

    paciente.

  • D- A liga conta com a presena ainda pequena, porm efetiva, de 5 alunos de

    medicina, sendo 3 deles do 2 ano de graduao e 2 do 3 ano de graduao,

    supervisionados pelos preceptores locais e dos professores da FMUSP. Alm dos alunos da medicina, h tambm o envolvimento de 4 alunos da escola de

    enfermagem, que recebem assessoria tcnica das enfermeiras locais, assim como da EEUSP.

    E- A avaliao feita de forma subjetiva pelos preceptores que julgam

    interesse, participao, assiduidade, aprendizado, tanto tcnico como tico, e

    desenvolvimento.

    A liga proporciona aos alunos de graduao mais um meio de ter contato com

    a ateno primria no curso mdico e no apenas o que dado no currculo

    nuclear, sendo tambm que por ser uma atividade optativa pode contar com

    alunos com maior interesse na rea e por ser um nmero menor de alunos

    possibilita uma insero mais proveitosa nas equipes de sade e nas

    atividades da UBS. Porm, a pequena quantidade de alunos de medicina e

    enfermagem faz com que a liga tenha uma estrutura muito frgil. Alm disso,

    h uma dificuldade de fazer com que esses dois grupos desenvolvam

    atividades em conjunto devido a problemas estruturais nas grades horrias dos

    dois cursos.

    Curso de Medicina do Centro Universitrio Baro de Mau Ribeiro Preto-SP

    1- Centro Universitrio Baro de Mau, Rua Ramos de Azevedo, 423 - CEP:

    14090-180 - Jd. Paulista - Ribeiro Preto - SP - 0800-183566, www.baraodemaua.br. Instituio de Ensino Privada, com 39 anos de

    atividade. Curso de Medicina com 6,5 anos de existncia, primeira turma

    formada em agosto de 2005.

    2- Enviado por Prof. Dr. Marcelo M P Demarzo, Coordenador da Disciplina de

    Sade Coletiva, endereo eletrnico: [email protected].

    3- A Medicina de Famlia e Comunidade inserida na grade curricular do Curso

    de Medicina a partir do primeiro ano e desde 2001, atravs da Disciplina de

    Sade Coletiva, envolvendo os cursos de: Sade Coletiva I do 1 ano (temas

  • tericos desenvolvidos: processo sade-doena, sistemas de sade e

    promoo de sade atividades prticas: estudo de famlias e diagnstico de

    sade da comunidade), Sade Coletiva III do 3 ano (temas tericos e

    atividades prticas referentes educao popular em sade), mdulo de

    Medicina de Famlia e Comunidade do 4 ano (temas tericos: o mdico de

    famlia e comunidade, ateno primria sade, sistema nico de sade e

    programa sade da famlia, dinmica familiar, sistemas de informao em

    sade, integralidade em sade, teorias motivacionais para a mudana,

    sedentarismo, reeducao alimentar, tabagismo, transtornos do sono, paciente

    terminal, imunizao, entre outros- atividades prticas: atendimento generalista

    e visitas domicilirias), Treinamento em Servio do 5 e 6 anos Internato

    (seminrios: programas de controle da hipertenso, diabetes, tuberculose e

    hansenase, urgncias em ateno primria sade, sistema nico de sade e

    psf, direito e tica em medicina, estudos epidemiolgicos e testes diagnsticos,

    entre outros atividades prticas desenvolvidas em unidades de sade da

    famlia em: atendimento generalista, visitas domicilirias, vigilncia

    epidemiolgica e sanitria, sade do trabalhador, sade mental em ateno

    primria sade, gentica em aps, abordagem coletiva da comunidade,

    promoo de sade em escolas, educao permanente dos agentes

    comunitrios de sade, entre outras). Esto envolvidos 06 docentes, todos

    especialistas em Medicina de Famlia e Comunidade, 05 com residncia

    mdica na rea, mais 05 mdicos preceptores (03 mdicos de famlia e

    comunidade, um geneticista e um psiquiatra), e um psiclogo (apoio aos

    seminrios, abordando aspectos relacionados s dificuldades pessoais durante

    o curso de medicina e ao trabalho como mdico). So envolvidos, em mdia,

    60 alunos em cada ano mdico. Alm das avaliaes formais dos estgios,

    realizada avaliao do ensino em cada mdulo citado. Principais pontos

    negativos: integrao ainda incipiente no sistema de sade local. Principais

    pontos positivos: formao dos docentes e outros profissionais envolvidos,

    diversidade de atividades prticas, insero precoce na grade curricular.

    Curso de Medicina Universidade Severino Sombra

  • 1. Fundao Educacional Severino Sombra: Mantenedora

    Universidade Severino Sombra (Mantida)

    Curso de Medicina

    Endereo: Praa Martinho da Nbrega, 40

    Centro Vassouras/RJ

    27.700-000 Tel. (24) 2471-8307 / 24718370

    2. Elisa Maria Amorim da Costa

    Professora titular de Medicina da Famlia e Comunidade I,II e III

    Assessora pedaggica do Curso de Medicina

    [email protected]

    a) Embora o Curso de Medicina da Universidade Severino Sombra tenha,

    desde a sua criao em 1968, se caracterizado pela manuteno de prticas

    comunitrias de ensino e valorizado a extenso, a Disciplina de Medicina da

    Famlia e Comunidade foi implantada com a Matriz Curricular do 2 semestre

    de 2001.

    Atualmente a Medicina da Famlia e Comunidade se insere no 3 (MFCI), 5

    (MFCII) e 8 perodos (MFCIII) e, no Internato, participa do rodzio com as

    outras clnicas bsicas (Pediatria, Clnica Mdica, Clnica Cirrgica,

    Ginecologia e Obstetrcia e Sade da Famlia).

    b) A Coordenao da MFC (I, II e III) fica a cargo da Professora Elisa Maria

    Amorim da Costa e, no Internato, do professor Wilson de Maio.

    O conjunto das disciplinas tem como docentes os seguintes professores:

    Elisa Maria Amorim da Costa (Titular); Jorge Luizi Pinho (Adjunto); Rami

    Gershon (Assistente); Maria Herminda Carbone (Assistente); Wilson de Maio

    (Assistente).

    No Internato atuam como preceptores os mdicos das Unidades de Sade da

    Famlia da Prefeitura Municipal de Vassouras, com a qual a Universidade

    mantm convnio.

    c) No 3 perodo (MFC I) o aluno conhece A famlia e seu ciclo vital

    Os estudantes, divididos em pares e acompanhados pelo preceptor, passam a

    acompanhar 2 famlias cadastradas em uma Unidade de Sade da Famlia.

  • Em visitas semanais os educandos conhecem as famlias, sua realidade scio-

    econmica e social, seu ambiente de moradia e de trabalho e seus problemas

    de sade. Aps as visitas existe um momento de discusso e anlise com o

    supervisor para que seja analisada a situao da cada famlia e o aluno recebe

    as orientaes sobre como orientar a famlia a lidar com suas particularidades.

    O aluno, em ntima relao com o Agente comunitrio de Sade responsvel

    pela famlia, atua como educador em sade e como elemento de ligao entre

    o Servio de Sade e as famlias.

    No 5 perodo (MFCII) so abordados os contedos de Epidemiologia e

    Vigilncia em Sade. Na parte prtica o aluno elabora o Diagnstico de Sade

    de uma comunidade e atualiza e analisa seus indicadores. O educando , que j

    conheceu as famlias no 3 perodo, no 5 conhece a Comunidade e procura

    encontrar solues para os principais problemas de sade que esta

    comunidade apresenta.

    No 8 perodo (MFC III) os alunos aprendem como fazer a Vigilncia em Sade

    do Ciclo Vital da Famlia. As visitas familiares tem como objetivo orientar a

    criana o adulto e o idoso para se manterem saudveis e adotarem prticas

    preventivas adequadas faixa etria. dada nfase especial ao idoso que

    recebe orientaes especiais para se manter ativo por mais tempo e adotar

    condutas que visem reduzir morbidades e conseqente internao e ou

    mortalidade.

    Existe momento terico de instrumentalizao dos alunos quanto

    metodologia de trabalho das Unidades de Sade da Famlia e a mudana para

    o paradigma centrado na sade.

    d) Em cada perodo letivo, 80 alunos (a turma inteira) esto envolvidos com as

    atividades, j que elas fazem parte da grade curricular. No 3, 5 e 8 perodos

    so divididos em grupos pelas Unidades de Sade da Famlia conveniadas e,

    no Internato, so divididos em mdulos pelas Clnicas.

    e) A avaliao discente se faz de maneira diferenciada em cada perodo.

    3 perodo atravs dos relatrios das visitas domiciliares, freqncia e

    participao nas discusses em sala de aula;

  • 5 perodo avaliao atravs de prova escrita, seminrios e exerccios

    prticos de construo de indicadores de sade e,

    8 perodo existem avaliaes escritas, anlise de relatrios de visitas e

    participao nas atividades de educao em sade.

    A avaliao do programa feita de 3 formas:

    atravs da avaliao conjunta docente-discente ao final de cada semestre, com

    reprogramao para o semestre seguinte;

    atravs de reunio com os responsveis pela Ateno Bsica da Secretaria

    Municipal de Sade para discutir o resultado da participao dos alunos na

    comunidade e;

    atravs da Avaliao Institucional pela Comisso Permanente de Avaliao.

    f) Pontos positivos:

    Insero precoce e duradoura dos alunos na comunidade o que possibilita maior amadurecimento dos estudantes e melhora a relao

    dos mesmos com os pacientes nas disciplinas clnicas;

    Integrao dos discentes nos Servios de Sade a nvel de Ateno Bsica e melhor compreenso dos processos de referncia e contra-

    referncia;

    Diversificao dos cenrios de ensino; Aumento do interesse dos educandos pela pesquisa cientfica e; Possibilidade de atuao interdisciplinar com outros profissionais

    presentes na Ateno Bsica (enfermagem, odontologia, fisioterapia,

    etc.)

    Pontos negativos:

    No visualizamos pontos negativos, mas apenas algumas dificuldades

    operacionais como, por exemplo: transporte dos alunos at as Unidades de

    Sade mais distantes; espao/tempo na matriz curricular para que os alunos

    possam se dedicar a atividades comunitrias e a dificuldade de despertar o

    interesse pela Ateno Bsica nesta poca em que todos querem se tornar

    super-especialistas.

    Faculdade de Medicina de Marlia - Famema

  • 1 Faculdade de Medicina de Marlia (Famema), instituio pblica estadual,

    Marlia, SP.

    2 Relato1 enviado por Marilda Siriani de Oliveira, docente da Famema, e-mail:

    [email protected] do Manual da 1 srie do Curso de Medicina e Enfermagem da

    Famema de 2004.

    Introduo As mudanas curriculares implementadas em 2003, nos curso de

    medicina e enfermagem, fazem parte do Projeto Famema sculo XXI (apoiado

    pelo PROMED: Programa de incentivo a mudanas curriculares nos cursos de

    medicina com financiamento dos Ministrios da Sade e da Educao), que

    tem como imagem objetivo a produo de conhecimento referenciada no

    modelo de vigilncia sade, a partir da prtica e reflexo sobre ela, buscando

    a transformao da prtica profissional e da formao de profissionais de

    sade, dos processos de trabalho e da qualidade de vida e de sade das

    pessoas e populao.

    Os cursos de Medicina e Enfermagem apresentam essas inovaes em

    parceria, respeitadas as especificidades e necessidades particulares de cada

    carreira.

    O currculo dos cursos da famema, para a coorte (turma) que se iniciou

    em 2004 passou a ser orientado por competncia, ou seja, pela prtica

    profissional. Essa orientao retratada na seleo de contedos, de

    atividades de ensino-aprendizagem, de cenrios de prtica e de

    desenvolvimento de atributos que so trabalhados de modo articulado e

    integrado, no sentido da construo do conhecimento e de outras capacidades.

    A definio e a utilizao de competncia profissional para a formao na rea

    da sade esto em consonncia com as diretrizes nacionais para os cursos de

    medicina e enfermagem e favorece a integrao entre a teoria e a prtica e

    entre os mundos do trabalho e da aprendizagem.

  • Tambm representa uma proposta de formao compromissada com as

    necessidades e demandas da nossa sociedade, que requer profissionais com

    uma prtica integral, tica, crtica, em equipe e de aprendizado permanente.

    A noo de competncia evoca um conceito de excelncia que

    reconhecemos no outro e que define uma rea de atuao. Consideramos

    competncia a capacidade de mobilizar diferentes recursos para solucionar

    com pertinncia e sucesso uma srie de situaes da prtica profissional

    (HAGER, P.; GONCZI, A.). Os recursos ou atributos so as capacidades

    cognitivas, psicomotoras e afetivas que, combinadas, conformam a maneira

    pela qual cada profissional realiza suas atividades cotidianas. Podemos inferir

    que algum apresenta competncia atravs da observao e anlise de sua

    atuao frente a situaes reais, considerando-se os atributos ou capacidades

    mobilizadas nesse momento, ou seja, atravs do desempenho que o aspecto

    visvel da competncia.

    Os desempenhos representam a sntese das tarefas e das

    capacidades mobilizadas para a realizao dessas. Os desempenhos orientam

    a seleo de atividades de ensino-aprendizagem para o alcance do objetivo

    geral, segundo o grau de autonomia e de domnio especfico para a srie.

    As reas de desempenho de competncia so desenvolvidas ao longo

    dos seis anos do curso de medicina e dos quatro anos do curso de

    enfermagem.

    Os desempenhos para os dois cursos, segundo reas de

    competncias, so:

    rea de competncia de Vigilncia Sade Sub-rea: cuidado s necessidades individuais de sade, em todas as fases do ciclo de vida em diferentes contextos e cenrios; Identifica necessidades de sade Histria Clinica Exame Fsico Formula o problema do paciente Elabora e executa o plano de cuidado

  • Sub-rea: cuidado s necessidades coletivas de sade, em diferentes contextos e cenrios;

    Identifica necessidades coletivas de sade Formula o problema de grupos de pessoas Elabora e executa o plano de interveno

    rea de competncia: Organizao e Gesto do Trabalho de Vigilncia Sade

    Organiza o trabalho em sade Avalia o trabalho em sade

    Estes desempenhos so trabalhados ao longo de todo o curso de

    medicina e de enfermagem, sendo que na 1 srie dada maior nfase ao

    desenvolvimento da capacidade de identificar necessidades individuais de

    sade. Os demais desempenhos so explorados na medida correspondente ao

    grau de autonomia e domnio dos estudantes segundo srie e curso.

    Objetivos da 1 e 2 Sries Promover o desenvolvimento de capacidades cognitivas, afetivas e

    psicomotoras que possam ser mobilizadas e integradas para a realizao

    qualificada dos desempenhos das reas de competncia de vigilncia sade

    e de organizao e gesto do trabalho, em cenrios reais e simulados da

    prtica profissional de acordo com o grau e domnio de cada srie.

    Estrutura Curricular A estrutura curricular dos cursos de graduao anual (seriada) e est

    organizada em duas unidades educacionais longitudinais complementares: as

    unidades sistematizadas e as unidades de prtica profissional, alm de

    unidades educacionais eletivas a partir da 2 srie.

    Tanto as unidades educacionais sistematizadas como as de prtica

    profissional esto fundamentadas em metodologias ativas de ensino-

    aprendizagem, centradas no estudante e baseadas na comunidade. O

  • processo educacional considera o conhecimento e experincias prvias,

    estimula a aprendizagem auto-dirigida, a busca e anlise crtica de

    informaes, a construo de novos saberes e o trabalho em grupo.

    Distinguem-se pelo grau de sistematizao e controle das atividades

    educacionais e pela utilizao de situaes reais ou simuladas e,

    consequentemente, diferentes cenrios de ensino-aprendizagem.

    As duas primeiras sries so formadas por duas unidades educacionais

    longitudinais complementares: a Unidade de Prtica Profissional 1 e 2 e a

    Unidade Sistematizada Necessidades de Sade. Nas Unidades sistematizadas,

    o estmulo para a aprendizagem uma representao da realidade (problemas

    de papel, filme, dramatizao, relato de caso e outros) previamente construda

    pelos docentes ou responsveis e o foco da atividade fundamentalmente

    educacional.

    Nas Unidades de Prtica Profissional o estmulo originado em cenrios

    reais (servios de sade e a prpria comunidade) a partir do contato dos

    estudantes com situaes reais, nas quais tambm se faz necessria uma

    interveno profissional. O desenvolvimento de atividades em cenrios reais

    implica tanto na aprendizagem como no cuidado efetivo e integral da pessoa.

    No exclusivamente uma relao de aprendizagem do estudante na qual o

    paciente um mero objeto para o desenvolvimento de capacidades. uma

    relao com vnculo e responsabilizao, para com os pacientes e equipes de

    sade, tal qual ocorre na vida real.

    A partir do estmulo (simulado ou real) o processamento das

    necessidades de aprendizagem segue percursos semelhantes. Na unidade de

    prtica profissional, entretanto, as novas snteses e novos saberes construdos

    objetivam, alm da aprendizagem dos estudantes, a transformao da prpria

    realidade, isto , a produo de um melhor cuidado para pacientes e famlias

    cujas necessidades foram o estmulo para a aprendizagem.

    H uma correlao entre os processos de ensino-aprendizagem e de

    cuidado sade das pessoas. Ambos baseiam-se na identificao

    particularizada de necessidades e formulao de planos singulares para o

    enfrentamento dos desafios/problemas.

  • Princpios Curriculares o Aprendizagem centrada no estudante, auto-dirigida e em

    pequenos grupos.

    o Aprendizagem significativa o Aprendizagem Baseada em problemas o Aprendizagem baseada na comunidade

    Organizao A semana tpica est organizada com trs perodos para a unidade

    Necessidades de Sade sendo dois em pequenos grupos e um perodo para

    conferncias, e trs perodos para a unidade de Prtica Profissional. Os demais

    perodos da semana constituem-se de tempo pr-estudo.

    Quadro1. Semana Tpica da 1 e 2 srie dos cursos de Enfermagem e Medicina.

    2 feira 3 feira 4 feira 5 feira 6 feira Sbado

    Manh Necessidades

    de Sade:

    pequenos

    grupos

    Conferncia * Necessidades

    de Sade:

    pequenos

    grupos

    Prtica

    Profissional

    *

    Tarde Prtica

    Profissional

    * Prtica

    Profissional

    A Unidade de Prtica Profissional acontece em grupos de 12 estudantes

    sendo 8 de medicina e 4 de enfermagem e dois facilitadores, nas USFs, sendo

    que cada grupo permanecem dois anos numa mesma unidade. Estes

    professores so, em sua maioria, profissionais mdicos e enfermeiros das

    prprias unidades de sade da famlia onde so desenvolvidas as atividades

    da UPP1 e UPP2. Essa participao de profissionais dos servios nas

    atividades de ensino-aprendizagem fruto da parceria construda com a

    Secretaria Municipal de Higiene e Sade. Acreditamos que esses profissionais

    podero realizar o trabalho aliando tanto as capacidades da docncia como de

  • vinculao com o servio, equipe da unidade, pessoas, famlias e comunidade,

    potencializando a formao de profissionais de sade em cenrios da prtica

    profissional. Sua atuao como professores esto formalizados pela criao da

    figura do professor colaborador da Famema e celebrao de aditivo ao

    convnio existente entre a Famema e a Prefeitura de Marlia/Secretaria

    Municipal de Higiene e Sade. Esses professores colaboradores tm sido

    incorporados prtica educativa h quatro anos sempre a partir de um

    processo seletivo seguido de sua insero num processo de educao

    permanente (1x por semana, EP facilitada por docentes da Famema), que

    contempla ainda, sua participao como co-tutores nas unidades de

    Apresentao Clnicas da 4 Srie.

    O Processo de Ensino-aprendizagem nas USFs

    O processo de ensino-aprendizagem fundamenta-se na Aprendizagem

    Significativa. Assim os atributos so desenvolvidos a partir da

    observao/realizao de tarefas da prtica profissional ou confronto

    experiencial que permite uma exposio e explorao dos valores,

    conhecimentos e destrezas que cada estudante j possui (capacidades

    prvias), reflexo e anlise com construo de novas capacidades que sero

    alcanadas em situao da prtica. Este movimento favorece a atribuio de

    sentido (significado) ao que se aprende em funo da sua aplicao na

    realidade.

    Momentos do processo pedaggico nas atividades reais da prtica

    profissional

    9 Confronto experiencial numa situao real da prtica (observao/realizao de atividades);

    9 Elaborao de sntese provisria e levantamento de questes de aprendizagem;

    9 Busca e anlise de informao e fontes; 9 Elaborao de nova sntese.

  • Avaliao

    O sistema de avaliao da Famema compreende a avaliao de

    estudante e a avaliao do programa.

    A avaliao da Unidade de Prtica Profissional se dar de acordo com

    as diretrizes adotadas pela Famema e abrange:

    9 Desempenho do estudante segundo os facilitadores e auto-avaliao, por meio do formato 3, portflio e EAPP;

    9 Desempenho dos facilit