A marca atena

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AUTOR DA SÉRIE PERCY JACKSON E OS OLIMPIANOS RICK RIORDAN os heróis do olimpo os heróis do olimpo a Marca de A tena

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Um dos mais vendidos

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AUTOR DA SÉRIE PERCY JACKSON E OS OLIMPIANOS

RICK RIORDAN

RIC

K R

IO

RD

AN

RIC

K R

IO

RD

AN

“— Há uma lenda antiga que os pretores do Acam-

pamento Júpiter transmitem através dos séculos. Se for verdadeira, pode

explicar por que nossos grupos nunca foram capazes de trabalhar juntos.

Pode ser a causa de nossa animosidade. Até que essa questão antiga seja

fi nalmente resolvida, assim diz a lenda, romanos e gregos nunca viverão

em paz. E a lenda está centrada em Atena...”

A fi lha da sabedoria caminha solitária

A Marca de Atena por toda a Roma é incendiária

Gêmeos ceifaram do anjo a vida

Que detém a chave para a morte infi nita

A ruína dos gigantes se apresenta dourada e pálida

Conquistada por meio da dor de uma prisão tecida.

www.intrinseca.com.br

Annabeth está apavorada. Justo

quando ela está prestes a reencontrar

Percy — após seis meses afastados

por culpa de Hera —, o Acampamen-

to Júpiter parece estar se preparando

para o combate. A bordo do Argo II

com os amigos Jason, Piper e Leo, ela

não pode culpar os semideuses roma-

nos por pensarem que o navio é uma

arma de guerra grega: afi nal, com um

dragão de bronze fumegante como fi -

gura de proa, a fantástica criação de

Leo não parece mesmo nada amigá-

vel. Annabeth só pode torcer para que

os romanos vejam seu pretor Jason na

embarcação e compreendam que os

visitantes do Acampamento Meio-

-Sangue estão ali em missão de paz.

Os problemas de Annabeth não pa-

ram por aí — ela carrega no bolso

um presente da mãe, que veio acom-

panhado de uma ordem intimidado-

ra: Siga a Marca de Atena. Vingue-me.

A guerreira já carrega nas costas o

peso da profecia que mandará sete

semideuses em busca das Portas da

Morte. O que mais Atena poderia

querer dela?

O maior medo de Annabeth, no en-

tanto, é que Percy tenha mudado. E

se ele já estiver habituado demais aos

costumes romanos? Será que ainda

precisará dos velhos amigos? Como

fi lha da deusa da guerra e da sabedo-

ria, Annabeth sabe que nasceu para

liderar — no entanto, também sabe

que nunca mais vai querer viver sem

o Cabeça de Alga.www.osheroisdoolimpo.com.br

Arte de capa: Joann Hill

Ilustração: © 2012 John Rocco

© M

arty

Um

ans

Rick Riordan nasceu em

1964, em San Antonio, Texas, Estados

Unidos, onde mora com a mulher e os

dois fi lhos. Autor best-seller do New

York Times, premiado pela YALSA e

pela American Library Association,

por quinze anos ensinou inglês e his-

tó ria em escolas de São Francisco, e é

a essa experiência que ele atribui sua

habilidade em escrever para o público

jovem. Além das séries Percy Jackson

e os olimpianos e Os heróis do Olimpo,

inspiradas na mitologia greco-romana,

Riordan assina a bem-sucedida série

As crônicas dos Kane, que visita deuses e

mitos do Egito Antigo.

Narrado por quatro semideuses,

A Mar ca de Atena é uma jornada ines-

quecível até Roma, recheada de im-

portantes descobertas, sacrifícios sur-

preendentes e terrores indescritíveis.

Suba a bordo do Argo II... se você tiver

coragem.

l ivro l ivro

trêstrêso s h e r ó i s d o o l i m p oo s h e r ó i s d o o l i m p o

a Marca de Atena

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a Marca de Atena

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Page 4: A marca atena

Tradução de Raquel Zampil

a Marca de Atena

RICK RIORDAN

os heróis do olimpo – livro trêsos heróis do olimpo – livro três

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Copyright © 2012 by Rick RiordanEdição em português negociada por intermédio de Nancy Gallt Literary Agency e Sandra Bruna Agencia Literaria, SL.

título originalTh e Mark of Athena

preparaçãoCarolina Rodrigues

revisãoFlora Pinheiro

diagramaçãoEditoriarte

adaptação de capaJulio Moreira

cip-brasil. catalogação-na-fontesindicato nacional dos editores de livros, rj

R452m

Riordan, Rick, 1964-A Marca de Atena / Rick Riordan ; tradução de Raquel Zampil. -

Rio de Janeiro : Intrínseca, 2013. 480p. : 23 cm. (Os heróis do Olimpo ; 3)

Tradução de: Th e Mark of Athena isbn 978-85-8057-310-7

1. Literatura infantojuvenil americana. I. Zampil, Raquel. II. Título. III. Série.

13-0720. cdd: 028.5 cdu: 087.5

[2013]

Todos os direitos desta edição reservados à

Editora Intrínseca Ltda.Rua Marquês de São Vicente, 99, 3º andar22451-041 – GáveaRio de Janeiro – RJTel./Fax: (21) 3206-7400www.intrinseca.com.br

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Agradecimento

Muito obrigado a Seán Hemingway, curador das galerias grega e romana

do Metropolitan Museum of Art, de Nova York, por me ajudar a rastrear a

Marca de Atena até sua origem.

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Para Speedy —

Errantes e peregrinos são com frequência enviados pelos deuses.

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I

Annabeth

Até encontrar a estátua explosiva, Annabeth achava que tinha se prepara-

do para qualquer coisa que acontecesse.

Ela andara de um lado para o outro no convés do Argo II, o navio de guerra

voador, conferindo e reconferindo as balistas, para ter certeza de que estavam

travadas. Certifi cou-se de que a bandeira branca de “Viemos em paz” tremulava

no mastro. Repassou o plano com o restante da tripulação — e também o plano

B, e ainda o plano C.

Mais importante, puxou de lado seu supervisor fanático por guerras, o treinador

Gleeson Hedge, e o encorajou a tirar a manhã de folga na cabine para assistir a re-

prises de MMA. A última coisa de que precisavam durante um voo em uma trirreme

grega mágica indo para um campo romano potencialmente hostil era um sátiro de

meia-idade com roupas de ginástica brandindo um bastão e gritando: “Morram!”

Tudo parecia em ordem. Até mesmo o calafrio misterioso que ela começara a

sentir desde o lançamento do navio tinha passado, pelo menos por enquanto.

A embarcação de guerra desceu em meio às nuvens, mas Annabeth não con-

seguia parar de se questionar. E se aquela não fosse uma boa ideia? E se os roma-

nos entrassem em pânico e os atacassem de imediato?

O Argo II defi nitivamente não parecia amigável. Sessenta metros de compri-

mento, casco revestido de bronze, bestas de repetição montadas na proa e na

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Annabeth / 10

popa, um dragão de metal cuspidor de fogo como fi gura de proa e duas balistas

giratórias capazes de lançar parafusos explosivos potentes o sufi ciente para atra-

vessar concreto… bem, esse não era o transporte mais apropriado para um encon-

tro amigável com os vizinhos.

Annabeth tentara mandar um aviso aos romanos. Tinha pedido a Leo que

enviasse uma de suas invenções especiais — um pergaminho holográfi co — para

alertar seus amigos dentro do acampamento. Com sorte, a mensagem teria che-

gado até eles. Leo havia sugerido pintar uma mensagem gigante no fundo do

casco (“E AÍ?” junto de uma carinha sorridente), mas Annabeth vetara a ideia.

Não sabia se os romanos tinham senso de humor.

Agora era tarde demais para voltar.

As nuvens se abriram ao redor do casco, revelando abaixo deles o tapete verde

e dourado das Oakland Hills. Annabeth agarrou um dos escudos de bronze ali-

nhados ao longo da amurada a boreste.

Os outros três tripulantes tomaram seus lugares.

No tombadilho de popa, Leo corria de lá para cá como um louco, verifi cando

indicadores e alavancas. A maioria dos timoneiros teria fi cado satisfeita com um

timão ou uma cana do leme. Mas Leo havia instalado também teclado, monitor,

controles de navegação de um Learjet, uma mesa de som de dubstep e sensores

de movimento tirados de um controle de Nintendo Wii. Ele podia virar o navio

puxando o manete, disparar armas sampleando um álbum ou levantar velas ba-

lançando seus controles de Wii bem rápido. Mesmo pelos padrões dos semideu-

ses, Leo tinha um caso sério de TDAH.

Piper andava de um lado para o outro entre o mastro principal e as balistas,

praticando seu discurso.

— Abaixem as armas — murmurava ela. — Só queremos conversar.

Seu charme era tão persuasivo que as palavras fi zeram Annabeth querer lar-

gar a faca e bater um longo papo.

Filha de Afrodite, Piper fazia um grande esforço para disfarçar sua beleza.

Usava jeans esfarrapado, tênis surrados e uma blusinha branca com estampa cor-

-de-rosa da Hello Kitty. (Talvez fosse uma piada, embora Annabeth nunca tives-

se certeza do que se passava na cabeça de Piper.) O cabelo castanho desfi ado

estava preso para o lado direito em uma trança com uma pena de águia.

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E havia ainda Jason, o namorado de Piper. Ele estava de pé na plataforma

elevada da besta, na proa, onde os romanos podiam facilmente avistá-lo. Os nós

de seus dedos estavam brancos no punho da espada de ouro. Exceto por isso, ele

parecia calmo para alguém que se apresentava como alvo. Por cima do jeans e da

camiseta laranja do Acampamento Meio-Sangue, ele vestia uma toga e um man-

to roxo, símbolos de seu antigo posto de pretor. Com o cabelo louro bagunçado

pelo vento e os olhos azuis glaciais, parecia rusticamente bonito e no contro-

le — como um fi lho de Júpiter devia ser.

Ele havia crescido no Acampamento Júpiter, portanto esperavam que seu

rosto familiar evitasse que os romanos derrubassem o navio.

Annabeth tentava esconder que ainda não confi ava completamente no garo-

to. Seu comportamento era perfeito demais: sempre seguindo as regras, sempre

com atitudes honradas, até sua aparência era perfeita demais. Bem no fundo, um

pensamento martelava: E se isso for um truque e ele nos trair? E se navegarmos

até o Acampamento Júpiter e ele disser: Ei, romanos! Olhem só estes prisioneiros e

este navio bacana que eu trouxe para vocês!

Annabeth duvidava que aquilo fosse acontecer. Ainda assim, não podia

olhar para ele sem se sentir um pouco estranha. Ele fazia parte do “programa

de intercâmbio” forçado que fora engendrado por Hera para que os dois

acampamentos se conhecessem. Sua Mais Irritante Majestade, a Rainha do

Olimpo, havia convencido os outros deuses de que seus dois grupos de fi -

lhos — romanos e gregos — tinham que unir forças para salvar o mundo da

maligna deusa Gaia, que estava despertando da terra, e seus horríveis fi lhos,

os gigantes.

Sem aviso, Hera sequestrara Percy Jackson, namorado de Annabeth, apagara

sua memória e o enviara para o acampamento romano. Em troca, os gregos rece-

beram Jason. Nada disso era culpa dele; mas, todas as vezes que Annabeth o via,

lembrava-se da saudade que sentia de Percy.

Percy… que estava em algum lugar abaixo deles agora.

Oh, deuses. O pânico cresceu dentro dela. Annabeth o reprimiu. Não podia se

dar ao luxo de perder o controle.

Sou uma fi lha de Atena, disse a si mesma. Tenho de me ater ao meu plano e não

me desviar dele.

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Annabeth / 12

Ela tornou a senti-lo — aquele arrepio familiar, como se um boneco de neve

psicótico houvesse se aproximado por trás e soprasse sua nuca. Ela se virou, mas

não havia ninguém ali.

Devia ser o nervosismo. Mesmo em um mundo de deuses e monstros, Anna-

beth não acreditava que um navio de guerra novo pudesse ser assombrado. O Argo II

estava bem protegido. Os escudos de bronze celestial ao longo da amurada ha-

viam sido encantados para repelir monstros, e o sátiro a bordo, o treinador Hedge,

teria farejado qualquer intruso.

Annabeth desejou poder rezar pedindo orientação à mãe, mas agora isso não

era possível. Não depois do mês passado, daquele encontro horrível com a deusa

e do pior presente de sua vida…

O frio pareceu chegar ainda mais perto. Ela pensou ter ouvido uma voz dis-

tante ao vento, rindo. Todos os músculos de seu corpo fi caram tensos. Algo esta-

va prestes a dar muito errado.

Ela quase ordenou a Leo que mudasse o curso. Então, no vale lá embaixo,

cornetas soaram. Os romanos os tinham avistado.

Annabeth pensou que sabia o que esperar. Jason tinha descrito o Acampa-

mento Júpiter em detalhes minuciosos. Ainda assim, ela custava a acreditar no

que via. Cercado pelas Oakland Hills, o vale tinha pelo menos duas vezes o tama-

nho do Acampamento Meio-Sangue. Um riacho serpenteava por um dos lados e

descrevia uma curva na direção do centro, como um imenso G maiúsculo, desa-

guando em um reluzente lago azul.

Bem abaixo do navio, aninhada à margem do lago, a cidade de Nova Roma

cintilava à luz do sol. Annabeth reconheceu os pontos de referência mencionados

por Jason: o hipódromo, o coliseu, os templos e parques, o bairro das Sete Colinas

com suas ruas sinuosas, vilas coloridas e jardins fl oridos.

Ela viu as marcas da recente batalha dos romanos contra um exército de

monstros. Parte do domo de um edifício que ela supunha ser o Senado tinha

desabado. Na ampla praça do fórum havia uma série de crateras. Algumas fontes

e estátuas estavam em ruínas.

Dezenas de garotos vestindo togas saíam do Senado para ver melhor Argo II.

Mais romanos deixavam lojas e cafés, olhando boquiabertos e apontando para o

navio que descia.

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A pouco menos de dois quilômetros a oeste, onde as cornetas soavam, uma

fortaleza romana erguia-se em uma colina. Era exatamente como as imagens que

Annabeth vira em livros de história militar: uma trincheira de defesa encimada

por espigões, muralhas altas e torres de vigilância armadas com balistas do tipo

escorpião. Lá dentro, alojamentos brancos perfeitamente enfi leirados ladeavam a

estrada principal — a Via Principalis.

Uma coluna de semideuses surgia dos portões, as armaduras e lanças reluzin-

do enquanto eles corriam para a cidade. Em meio às fi leiras havia um elefante de

guerra de verdade.

Annabeth queria pousar o Argo II antes que aquelas tropas chegassem, mas o

solo ainda estava centenas de metros abaixo. Ela esquadrinhou a multidão, espe-

rando avistar Percy.

Então houve uma explosão atrás dela. BUM!

A explosão quase a lançou para fora do navio. Ela se virou e se viu frente a frente

com uma estátua masculina furiosa.

— Inadmissível! — gritou ele.

Aparentemente ele surgira com a explosão, bem ali no convés. Uma fumaça

amarela sulfurosa se levantava dos ombros. Os cabelos cacheados estavam cheios

de cinzas. Da cintura para baixo, nada mais era que um pedestal quadrado de

mármore. Da cintura para cima, era uma fi gura humana musculosa com uma toga

esculpida.

— Eu não vou tolerar armas dentro da Linha Pomeriana! — anunciou ele

em uma voz professoral e autoritária. — E certamente não tolerarei gregos!

Jason lançou a Annabeth um olhar que dizia: Eu cuido disso.

— Término — disse ele. — Sou eu, Jason Grace.

— Ah, eu me lembro de você, Jason! — grunhiu Término. — Pensei que ti-

vesse juízo sufi ciente para não se associar aos inimigos de Roma!

— Mas eles não são inimigos…

— Isso mesmo — interveio Piper. — Só queremos conversar. Se pudésse-

mos…

— Rá! — replicou a estátua. — Não tente usar esse charme comigo, mocinha.

E largue essa adaga antes que eu a arranque de suas mãos!

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Piper olhou para sua adaga de bronze, aparentemente se dando conta de que

a segurava.

— Hã… o.k. Mas como você a arrancaria de mim? Você nem tem braço.

— Impertinente! — Houve um POP agudo e um lampejo de luz amarela.

Piper gritou e deixou cair a adaga, que agora fumegava e soltava faíscas.

— Sorte sua que acabei de sair de uma batalha — disse Término. — Se eu

estivesse com minha força máxima, já teria derrubado essa monstruosidade voa-

dora do céu!

— Espere aí. — Leo deu um passo à frente, agitando seu controle de

Wii. — Você chamou meu navio de monstruosidade? Diga que você não fez isso.

A ideia de que Leo pudesse atacar a estátua com seu controle de videogame

foi sufi ciente para arrancar Annabeth de seu estado de choque.

— Vamos nos acalmar. — Ela ergueu as mãos para mostrar que não esta-

va armada. — Creio que você seja Término, o deus das fronteiras. Jason me

disse que você protege a cidade de Nova Roma, certo? Eu sou Annabeth

Chase, fi lha de…

— Ah, eu sei quem você é! — A estátua a encarou com os olhos brancos e

vazios. — Uma fi lha de Atena, a forma grega de Minerva. Um escândalo! Vocês

gregos não têm o mínimo de decência. Nós romanos sabemos o lugar adequado

para aquela deusa.

Annabeth cerrou os dentes. Aquela estátua não estava facilitando nada seu

propósito de ser diplomática.

— O que exatamente você quer dizer com aquela deusa? E o que tem de tão

escandaloso em…

— Certo! — interrompeu-a Jason. — Seja como for, Término, estamos aqui

em missão de paz. Adoraríamos ter permissão para pousar e…

— Impossível! — guinchou o deus. — Larguem suas armas e se entreguem!

Deixem minha cidade imediatamente!

— É para fazermos qual dos dois? — perguntou Leo. — Nos entregarmos

ou irmos embora?

— Ambos! — disse Término. — Entreguem-se, depois vão embora. Es-

tou lhe dando uma bofetada por fazer uma pergunta tão idiota, seu garoto ri-

dículo! Sentiu?

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— Uau. — Leo examinava Término com interesse profi ssional. — Você está

muito tenso. Precisa afrouxar algum mecanismo aí? Posso dar uma olhada.

Ele guardou o controle do Wii, pegou uma chave de fenda em seu cinto má-

gico de ferramentas e bateu no pedestal da estátua.

— Pare com isso! — insistiu Término. Outra pequena explosão fez Leo lar-

gar a chave de fenda. — Não é permitida a presença de armas em solo romano

dentro da Linha Pomeriana.

— Da o quê? — perguntou Piper.

— Limites da cidade — traduziu Jason.

— E este navio inteiro é uma arma! — disse Término. — Vocês não podem

pousar!

No vale lá embaixo, os reforços da legião estavam a meio caminho da cidade.

Havia mais de cem pessoas no fórum. Annabeth examinava os rostos e… ah,

deuses. Ela o viu. Ele caminhava na direção do navio com os braços nos ombros

de duas pessoas, como se fossem melhores amigos — um garoto corpulento com

cabelo muito curto e uma garota usando um capacete da cavalaria romana. Percy

parecia tão à vontade, tão feliz. Ele usava uma capa roxa exatamente como a de

Jason: a marca de um pretor.

O coração de Annabeth executou uma acrobacia de ginástica artística.

— Leo, pare o navio — ordenou ela.

— O quê?

— Você me ouviu. Vamos fi car exatamente onde estamos.

Leo apanhou o controle e o virou para cima. Todos os noventa remos fi caram

imóveis. O navio parou de descer.

— Término — disse Annabeth —, não existe nenhuma regra em relação a

pairar sobre Nova Roma, existe?

A estátua franziu a testa.

— Bem, não…

— Podemos manter o navio no ar — disse Annabeth. — Vamos usar uma

escada de corda para chegar ao fórum. Assim, o navio não estará em solo romano.

Não tecnicamente.

A estátua pareceu ponderar a situação. Annabeth perguntou-se se ele estaria

coçando o queixo com mãos imaginárias.

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Annabeth / 16

— Gosto de tecnicidades — admitiu ele. — Ainda assim…

— Todas as nossas armas fi carão a bordo — prometeu Annabeth. — Presu-

mo que os romanos… inclusive aqueles reforços marchando em nossa direção…

também terão que honrar suas regras dentro da Linha Pomeriana, se você assim

ordenar.

— É claro! — disse Término. — Por acaso pareço ser do tipo que tolera in-

fratores?

— Hã, Annabeth… — começou Leo. — Tem certeza de que essa é uma boa

ideia?

Ela fechou os punhos para evitar que tremessem. Aquele calafrio persistia.

Estava bem atrás dela, e agora que Término tinha parado de gritar e causar explo-

sões, ela imaginou ouvir a presença gargalhando, como se estivesse se deliciando

com as más escolhas de Annabeth.

Mas Percy estava lá embaixo… tão perto. Ela precisava chegar até ele.

— Vai fi car tudo bem — disse ela. — Ninguém estará armado. Poderemos

conversar em paz. Término cuidará para que os dois lados obedeçam às re-

gras. — Ela olhou para a estátua de mármore. — Temos um acordo?

Término fungou.

— Creio que sim. Por ora. Você pode descer por sua escada para Nova Roma,

fi lha de Atena. Mas, por favor, tente não destruir minha cidade.

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AUTOR DA SÉRIE PERCY JACKSON E OS OLIMPIANOS

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“— Há uma lenda antiga que os pretores do Acam-

pamento Júpiter transmitem através dos séculos. Se for verdadeira, pode

explicar por que nossos grupos nunca foram capazes de trabalhar juntos.

Pode ser a causa de nossa animosidade. Até que essa questão antiga seja

fi nalmente resolvida, assim diz a lenda, romanos e gregos nunca viverão

em paz. E a lenda está centrada em Atena...”

A fi lha da sabedoria caminha solitária

A Marca de Atena por toda a Roma é incendiária

Gêmeos ceifaram do anjo a vida

Que detém a chave para a morte infi nita

A ruína dos gigantes se apresenta dourada e pálida

Conquistada por meio da dor de uma prisão tecida.

www.intrinseca.com.br

Annabeth está apavorada. Justo

quando ela está prestes a reencontrar

Percy — após seis meses afastados

por culpa de Hera —, o Acampamen-

to Júpiter parece estar se preparando

para o combate. A bordo do Argo II

com os amigos Jason, Piper e Leo, ela

não pode culpar os semideuses roma-

nos por pensarem que o navio é uma

arma de guerra grega: afi nal, com um

dragão de bronze fumegante como fi -

gura de proa, a fantástica criação de

Leo não parece mesmo nada amigá-

vel. Annabeth só pode torcer para que

os romanos vejam seu pretor Jason na

embarcação e compreendam que os

visitantes do Acampamento Meio-

-Sangue estão ali em missão de paz.

Os problemas de Annabeth não pa-

ram por aí — ela carrega no bolso

um presente da mãe, que veio acom-

panhado de uma ordem intimidado-

ra: Siga a Marca de Atena. Vingue-me.

A guerreira já carrega nas costas o

peso da profecia que mandará sete

semideuses em busca das Portas da

Morte. O que mais Atena poderia

querer dela?

O maior medo de Annabeth, no en-

tanto, é que Percy tenha mudado. E

se ele já estiver habituado demais aos

costumes romanos? Será que ainda

precisará dos velhos amigos? Como

fi lha da deusa da guerra e da sabedo-

ria, Annabeth sabe que nasceu para

liderar — no entanto, também sabe

que nunca mais vai querer viver sem

o Cabeça de Alga.www.osheroisdoolimpo.com.br

Arte de capa: Joann Hill

Ilustração: © 2012 John Rocco

© M

arty

Um

ans

Rick Riordan nasceu em

1964, em San Antonio, Texas, Estados

Unidos, onde mora com a mulher e os

dois fi lhos. Autor best-seller do New

York Times, premiado pela YALSA e

pela American Library Association,

por quinze anos ensinou inglês e his-

tó ria em escolas de São Francisco, e é

a essa experiência que ele atribui sua

habilidade em escrever para o público

jovem. Além das séries Percy Jackson

e os olimpianos e Os heróis do Olimpo,

inspiradas na mitologia greco-romana,

Riordan assina a bem-sucedida série

As crônicas dos Kane, que visita deuses e

mitos do Egito Antigo.

Narrado por quatro semideuses,

A Mar ca de Atena é uma jornada ines-

quecível até Roma, recheada de im-

portantes descobertas, sacrifícios sur-

preendentes e terrores indescritíveis.

Suba a bordo do Argo II... se você tiver

coragem.

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