A Maçonaria (Resumo)

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Maçonaria A Maçonaria e o Culto Solar "Todas as grandes religiões professam uma filosofia que (...) continua a tratar e a ensinar o Culto Solar e a forma como o Sistema Solar se Comporta.. (...) Hoje sabemos também que a posição do Sol em relação aos outros Eloíns ou planetas também nos afecta e conforme os Anjos, ou ângulos relativamente entre eles, produzem efeitos no comportamento quer ao nível do nosso planeta, quer ao nível do nosso corpo. É claro que em Maçonaria, essas representações Alegóricas tem essas metáforas baseadas em «questões Morais». (...) Eu aceito que o Paulo e outros maçons, não possam falar abertamente sobre estas coisas em público... (...) agora custa- me a aceitar e a perdoar que este conhecimento se mantenha Oculto, tudo fazendo para programar as massas não as educando ou reservando só para si, a chave de muitos problemas que afectam a nossa civilização." (de um comentário recente do Streetwarrior, que tomei a liberdade de abreviar) O nosso leitor Streetwarrior apresenta uma série de hipóteses - das quais extrai variadas conclusões - que me pareceram merecer mais do que um mero "comentário ao comentário". Vou tentar contribuir - sucintamente! - com a minha visão do assunto. Comecemos então pelo princípio. A primeira hipótese é a de que todas as grandes religiões terão a sua origem no Culto Solar, tendo progressivamente

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"Todas as grandes religiões professam uma filosofia que (...) continua a tratar e a ensinar o Culto Solar e a forma como o Sistema Solar se Comporta.. (...) Hoje sabemos também que a posição do Sol em relação aos outros Eloíns ou planetas também nos afecta e conforme os Anjos, ou ângulos relativamente entre eles, produzem efeitos no comportamento quer ao nível do nosso planeta, quer ao nível do nosso corpo. É claro que em Maçonaria, essas representações Alegóricas tem essas metáforas baseadas em «questões Morais». (...) Eu aceito que o Paulo e outros maçons, não possam falar abertamente sobre estas coisas em público... (...) agora custa-me a aceitar e a perdoar que este conhecimento se mantenha Oculto, tudo fazendo para programar as massas não as educando ou reservando só para si, a chave de muitos problemas que afectam a nossa civilização."

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Maçonaria

A Maçonaria e o Culto Solar

"Todas as grandes religiões professam uma filosofia que (...)continua a tratar e a ensinar o Culto Solar e a forma como oSistema Solar se Comporta.. (...) Hoje sabemos também que aposição do Sol em relação aos outros Eloíns ou planetastambém nos afecta e conforme os Anjos, ou ângulosrelativamente entre eles, produzem efeitos no comportamentoquer ao nível do nosso planeta, quer ao nível do nosso corpo. Éclaro que em Maçonaria, essas representações Alegóricas temessas metáforas baseadas em «questões Morais». (...) Euaceito que o Paulo e outros maçons, não possam falarabertamente sobre estas coisas em público... (...) agora custa-me a aceitar e a perdoar que este conhecimento se mantenhaOculto, tudo fazendo para programar as massas não aseducando ou reservando só para si, a chave de muitosproblemas que afectam a nossa civilização."

(de um comentário recente do Streetwarrior, que tomei aliberdade de abreviar)

O nosso leitor Streetwarrior apresenta uma série de hipóteses- das quais extrai variadas conclusões - que me parecerammerecer mais do que um mero "comentário ao comentário".Vou tentar contribuir - sucintamente! - com a minha visão doassunto. Comecemos então pelo princípio.

A primeira hipótese é a de que todas as grandes religiõesterão a sua origem no Culto Solar, tendo progressivamente

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divergido umas das outras na forma, mas mantendo a essênciae a ancestralidade. Terá havido um "conhecimento ancestral"que se foi degradando com o tempo, e que apenas algunsterão sabido manter na sua integridade. A este respeito poucohaverá a dizer de categórico: não creio que haja documentosque o demonstrem, e tudo o que existe constitui apenas umasérie de conjeturas, especulações e extrapolações,forçosamente pessoais e mais do campo da crença do que doda ciência. Assim sendo, é questão que não vou, sequer, tentardiscutir: sou absolutamente concordante com a posição damaçonaria a este respeito, de que matéria de crença, fé ouconvicção pessoal são matérias que não devem ser discutidas,mas apenas respeitadas enquanto manifestação da liberdadeindividual.

A hipótese seguinte - apresentada como facto incontestado - éa de que a posição do Sol em relação aos outros planetasafete o comportamento quer do nosso planeta quer do nossocorpo. Se virmos esta afirmação numa perspetiva estritamenteastronómica e científica - do campo, portanto, dos factosdemonstráveis - dificilmente podemos deixar de a subscrever.Todavia, ao estabelecer um paralelo entre "planetas" e"Eloíns", e entre "ângulos" e "anjos", afastamo-nos do factual,e regressamos ao domínio da crença.

As duas hipóteses anteriores conduziram a uma terceira: deque "em Maçonaria, essas representações Alegóricas temessas metáforas baseadas em «questões Morais»". Não énovidade que em maçonaria se faça recurso intensivo desímbolos, metáforas e alegorias para se transmitir ideias eprincípios. A este respeito, nada de novo. É igualmenteconhecido que a maçonaria terá ido "beber" a maior parte dasua simbologia de outras fontes, não criando coisas novassenão esporadicamente. Afinal, torna-se mais simples e eficaztransmitir uma ideia alicerçada sobre conhecimentos jáconsolidados do que tentar fazê-lo sobre terreno virgem. Éverdade que muitos - a maior parte, diria - dos ensinamentosmorais que a maçonaria transmite o são de forma alegórica,simbólica ou figurada. Não é por acaso que diz ser a maçonaria"um sistema de moral velado por alegorias e ilustrado porsímbolos".

No entanto, não é correto identificar-se a maçonaria com oqualquer "conhecimento ancestral" que terá estado na origemdas religiões, a não ser que tal seja feito, eventualmente,numa perspetiva antropológica e sociológica da História dasReligiões - que não me parece ser o caso. A maçonaria, a este

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respeito, pretende apenas promover "a religião com que todosos homens concordam", conceito próximo do da "religiãonatural", ideia muito em voga no Iluminismo, segundo a qualhaveria algumas características da crença religiosa queemanariam da essência da própria natureza humana. Nãopretende, de modo algum, constituir ela mesma uma religião,ou reclamar-se detentora de qualquer conhecimento ancestralsecreto, mas tão-somente promover a harmonia entre homensde crenças diferentes, na certeza de que o simples facto deterem crenças - mesmo que diferentes - é e deve ser um fatorde união e identidade, e não de contenda.

A maçonaria não é detentora de nenhum "segredo oculto"sobre nenhum culto solar, nem detém nenhum conhecimentoancestral sobre o Sol, a Lua, as estrelas, os Astros ou oZodíaco. Há, sim, símbolos da maçonaria que evocam essescorpos celestes, a começar logo pela questão de se chamar"luz" ao conhecimento. Todavia, são apenas isso mesmo:símbolos, alegorias, auxiliares de memória. Não háconhecimentos ocultos, fórmulas mágicas ou poderesescondidos. Só há trabalho, esforço e vontade de ser umapessoa melhor - cada um à sua maneira.

É só isto, e não há nada que impeça um maçon de falar disto.

Paulo M.

Regras Gerais dos Maçons de 1723 - VIII

Nenhum grupo ou fação de Irmãos se retirará ou se separaráda Loja em que foram iniciados, ou admitidos como membros,a não ser que a Loja se torne demasiado grande, e, mesmoassim, só com autorização do Grão-Mestre ou seu Vice-Grão-Mestre; e quando tais Irmãos se separem, devemimediatamente filiar-se noutra Loja, que mais lhes aprouver,com o consentimento unânime dessa mesma Loja à qual se

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ligarão (como regulamentado acima), ou então devem obterpermissão do Grão-Mestre para a formação de uma nova Loja.Se algum grupo ou fação de Maçons se decidir a formar umaLoja sem a permissão do Grão-Mestre, as Lojas já formadasnão deverão apoiá-los nem reconhecê-los como legítimosIrmãos ou considerar a Loja como devidamente formada, nemaprovar os seus atos ou conduta, mas tratá-los como rebeldesaté que se submetam, na forma que o Grão-Mestre, em suagrande prudência, decida; e até que os aprove, concedendo-lhes patente, a qual deve ser comunicada às outras Lojas,como é de costume quando uma nova Loja é registada na Listade Lojas.

Esta regra prevê a proibição do que em termos maçónicos édesignado por Lojas Selvagens, isto é, a constituição de Lojasà revelia da Grande Loja.

Destina-se, por um lado, a prevenir a resolução de possíveisconflitos ou divergências numa Loja mediante a cisão. E, poressa via, a desmotivar a criação de fações, grupos, que sedigladiem ou levem a cabo lutas por vão "poder".

Essencial para o funcionamento de uma Loja maçónica e ocorreto desenvolvimento do seu múnus é a tolerância, aaceitação das diferenças, a acomodação das divergências. Nãose tem de estar de acordo com tudo nem com todos. Pode-se edeve-se, sempre que se entender que tal se justifica, exporopiniões diferentes, proclamar desacordos, apontar caminhosdiversos. É no confronto de ideias, no pesar de escolhas, noaferir de sensibilidades que cada um afia e afina o seupensamento, esclarece as suas dúvidas, determina o que ecomo deve investigar seguidamente. Uma Loja em que todosestivesse sempre de acordo, monótono coral de "yes men",seria um local de bocejante aborrecimento, condenado aorápido desinteresse...

Mas precisamente porque uma Loja maçónica deve ser umlocal de debate livre, de fecundo confronto de ideias, é

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imperioso que tudo esteja organizado para que o debate, oconfronto, não ultrapassem a fronteira da saudávelcontrovérsia para o território da luta ideológica. Desde logo,todos e cada um interiorizando que os debates em Loja não sedestinam a convencer o Outro ou ou outros ou um grupo dosdemais, mas apenas e tão só a que cada um teste as suaspróprias ideias, determine a valia dos seus argumentos, aforça dos seus convencimentos, enfim, se convença a sipróprio, quantas vezes pensando no fim do debate algo desubtilmente diferente daquilo que o convencia no seu início.

Mas o homem não é perfeito - e os maçons sabem que o nãosão: por isso buscam aperfeiçoar-se... Uma coisa são osprincípios, outra, por vezes, a dura realidade, as paixões, osentusiasmos, a incapacidade de determinação do denominadorcomum às divergências, que as aplaine, suavize e permita asua convivência harmoniosa. Por vezes, verifica-se que secristalizam formas de pensar inconciliáveis, projetos deatuação incompatíveis. Nem sequer se trata de uma questãode maiorias ou minorias, pois uma minoria pode criar umaescola de pensamento, preferir um projeto, um e outro tãodignos como o pensamento e o projeto da maioria, só quediferentes entre si e não se podendo ambos em conjunto levara cabo ao mesmo tempo.

Nestas situações - sempre possíveis de suceder - não édesejável e, portanto, não é admitido, que haja cisão, saídadesordenada e conflituosa, antes que haja separaçãoconsensual, de forma a que o novo projeto se inicie semdesnecessários conflitos. Por isso severamente se ostraciza a"loja selvagem", para que ninguém se tente a constitui-la,antes todos e cada um tenham presentes que os conflitos, asdivergências, a emergência de novos projetos, se gerem emharmonia, em diálogo e- sempre! - com o respeito das posiçõesdivergentes. Mais do que projetos conflituantes emcompetição entre si, interessa que haja projetos fecundos,pistas exploratórias de caminhos novos, coletiva econsensualmente assumidos e prosseguidos em espírito decooperação. Assim, os êxitos srão saboreados por todos e osfracassos mais facilmente integrados e ultrapassados.

A GLLP/GLRP tem uma política de favorecimento de criação

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consensual de Lojas. Para isso, criou a figura de "Loja-mãe", aLoja que apadrinha a criação de uma outra - em regra, a Lojade onde é oriunda a maioria dos obreiros que se propôsavançar com um novo projeto.

A Loja Mestre Affonso Domingues tem uma cultura, queremonta ao seu início, de favorecer novos projetos. Por isso,nunca chega a ser uma Loja com um quadro de obreiros muitonumeroso. Quando esse quadro comporta a criação de umnovo projeto, sem detrimento do prosseguimento do da MestreAffonso Domingues, normalmente esse novo projeto nasce, ainquietação saudável de uns quantos para trilhar uma novavereda do caminho comum torna-se evidente - e, calma,ordenada e tranquilamente, a Loja apadrinha a criação de umanova Loja e vê com orgulho e satisfação uns quantos dos seus,que ali se fizeram maçons e aprenderam a sê-lo, abalançarem-se à criação do seu ninho próprio. E a angústia da separaçãocede à satisfação de mais um dever cumprido, de mais umaemancipação, de um novo projeto, saído da nossa "escola deformação". A Loja Mestre Affonso Domingues tem prosseguidovários projetos ao longo da sua existência, uns com mais êxito,outros menos bem conseguidos, uns mais visíveis, outros maismodestos. Mas seguramente o projeto de maior consistênciaao longo dos seus ainda poucos vinte e dois anos é o de serformadora de maçons, incubadora de novas Lojas,favorecedora de ousadias, ninho que periodicamente encorajaos seus residentes a voarem dele para fora.

Assim, a Loja Mestre Affonso Domingues tem várias LojasIrmãs (não filhas, apesar de delas ter sido Loja-mãe...) portodo o País e obreiros por si formados na maior parte dosprojetos da Maçonaria Regular portuguesa, em profícuasementeira que vai dando excelentes frutos...

Por isso, a Loja Mestre Affonso Domingues tem um lema muitopróprio, que gostosamente aplica a todos os que partem, vãopara onde vão, façam ou não o que fizerem ou não: uma vez daMestre Affonso Domingues, sempre da Mestre AffonsoDomingues! E rara é a sessão em que não recebe a visita deum ou mais dos que, tendo anteriormente integrado as suascolunas, agora prosseguem o seu trabalho noutros projetos!Nem sequer são filhos pródigos: são apenas - e sempre - maisuns dos nossos!

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Fonte:

Constituição de Anderson, 1723, Introdução, Comentário eNotas de Cipriano de Oliveira, Edições Cosmos, 2011, páginas137-138.

Rui Bandeira

Regras Gerais dos Maçons de 1723 - IX

Se algum Irmão se comportar indevidamente e causarembaraços à sua Loja, deverá ser devidamente admoestadoduas vezes, pelo Mestre ou Vigilante em Loja; e se este nãorefrear a sua imprudência, e não se submeter obedientementeà decisão dos Irmãos, ou não se emendar, deverá ser tratadode acordo com o regimento interno da Loja, ou, então, deacordo com o que em Reunião Trimestral se achar maisapropriado, para o que se tomará depois uma decisãofundamentada.

Esta regra respeita à disciplina em Loja. O maçom deverespeitar regras estritas de comportamento (ver os seis textossobre a conduta dos maçons em "As Obrigações dos Maçons",também indexados no marcador Constituição de Anderson de1723). Fraternidade não implica licenciosidade nem aceitação

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de condutas impróprias.

Como em quase todas as reuniões humanas, as sessõesmaçónicas têm períodos de maior concentração e seriedade emomentos de alguma descontração. Mas, como em tudo navida, é essencial o equilíbrio. Há assim que respeitar as regrasinstituídas e que chamar a atenção sempre que ocorramtransgressões.

Mas, precisamente porque se está numa fraternidade, busca-se que não haja transgressões, ou ocorrendo alguma, que estacesse o mais rapidamente possível, e, se possível, sem outrasconsequências ou sequelas. Assim, ocorrendo situação deinfração às regras de conduta, o Venerável Mestre, em relaçãoa todos os obreiros da Loja, o 1.º Vigilante, em relação aosCompanheiros ou o 2.º Vigilante, em relação aos Aprendizes,deve fazer sentir isso mesmo ao infrator, instando-o a quecesse a conduta imprópria ou embaraçosa, em suma, ainfração.

Pode, porventura, o infrator não entender bem a censura feita,até porque essa primeira intervenção deve ser feita de modocordato. Pode porventura não levar a sério a interpelação.Pode estar de tal forma alterado, distraído ou concentrado queuma cordata intervenção não seja por ele notada ouconsiderada. Se tal suceder, deve proceder-se a uma segundaadmoestação, esta já em tom mais firme, de forma a que senão duvide da seriedade da interpelação.

Se a esta segunda firme e séria interpelação não correspondero visado com a cessação da sua conduta infracional, então nãorestarão dúvidas de que está consciente e voluntariamente ainfringir. Haverá então lugar a procedimento disciplinar.

O procedimento disciplinar é regulado pelo RegulamentoInterno de cada Loja - o qual, porém, deverá respeitar osprincípios gerais, sobretudo de defesa do arguido, previstos noRegulamento Geral da Obediência.

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A competência disciplinar incumbe ao Venerável Mestre, quedesigna o Mestre Maçom que deverá exercer as funções deinstrutor do processo. Tradicionalmente, o instrutor doprocesso disciplinar é, em regra, o Orador - sem prejuízo depoder ser designado outro Mestre da Loja para executar essatarefa (designadamente tendo em atenção a preparaçãoespecializada do designado, procurando-se, sempre quepossível, que o instrutor de um processo disciplinar tenhapreparação jurídica). O instrutor do processo disciplinar exercea sua tarefa com total independência. O processo disciplinarfinda com uma proposta do instrutor (que pode, obviamente,ser de arquivamento ou de aplicação de sanção), que deve serdecidida pelo Venerável Mestre (se a proposta for dearquivamento ou de aplicação de sanção que não seja aexpulsão) ou pela Loja (se for proposta a sanção de expulsãoou se o visado no processo disciplinar for o Venerável Mestre).

Em vinte e dois anos de existência, exceção feita a algumasexclusões do Quadro de Obreiros por abandono de atividadeou falta de pagamento de quotas, autênticas atuaçõesadministrativas só seguindo a forma disciplinar por respeitoaos direitos de defesa dos visados, a Loja Mestre AffonsoDomingues não teve nunca que aplicar qualquer sançãodisciplinar.

O mesmo sucede, por regra, nas Lojas maçónicas quefuncionam bem: o correto funcionamento de uma Lojamaçónica gera laços fortes entre os seus obreiros, tecidos decompanheirismo e de respeito mútuo, que permitem quequalquer conflito seja resolvido sem que se chegue ainstâncias disciplinares, que qualquer conduta menos própriacesse mediante as chamadas de atenção efetuadas.

Nos termos do Regulamento Geral da GLLP/GLRP, existe nestaum Tribunal de Apelação, ao qual assiste competência paraapreciar os recursos das decisões disciplinares do VenerávelMestre ou da Loja.

Fonte:

Constituição de Anderson, 1723, Introdução, Comentário eNotas de Cipriano de Oliveira, Edições Cosmos, 2011, página138.

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O Mago como um Surfista da Realidade

do meu último livro exigia uma explicação. Mesmo correndo orisco de estragar uma boa piada, me sinto obrigado a isso.(Nota do Tradutor: A frase a que ele se refere dizia: "Onde aCiência usa a atenção para fixar-se em uma percepçãoparticular do universo, a Magia usa a espada apenas quandoquer quebrar a continuidade.") O ponto relevante dodesentendimento entre Magia e Física é que a ciência de hojeassume uma realidade física enquanto que a Magia apenasassume a ilusão da física enquanto realidade.

Isso não significa que a Magia subestime o mundo materialcomo algumas religiões parecem fazer. A palavra "ilusão" nãotem, necessariamente, uma conotação negativa. No final dascontas tudo é ilusório. Os monoteistas queimaram os deusesantigos. Ateus deceparam a cabeça do último Deus. Mas e se aespada usada também for uma ilusão? Ao dizer "Matéria éMaya" ou "uma ilusão criada por Hermes, o trapaceiro"estamos apenas convidando a matéria para "juntar-se aoclube". O hall da fama dos antigos deuses. É um elogio naverdade.

Houveram várias tentativas de revelar esta ilusão material noúltimo milênio e eu aposto que a visão do modelo de Johnstoneproposta em 1970, de que o mundo é uma espécie derealidade virtual vai se tornar popular antes do fim do milênio.(NT: Profecia realizada em 1999 com a estréia do filme Matrix):

O Modelo

Enquanto o surfista pega onda em um mar de água, o magistasurfa em um mar de ilusões. A idéia básica por trás doocultismo é que os universo tendem a evoluir de ‘sopas deinformação' e internamente se estruturar em sistemas de

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informação da mesma maneira que as formas de vidainteligente nasceram da "sopa química" primordial. Assimcomo é com as formas de vida complexas a estruturaintrincada oferece certas vantagens na sobrevivencia. Assim,uma estrutura de informação que modela um universo interiorcom leis físicas consistentes e suas próprias formas de vida irácompetir melhor para o poder de processamento da sopainformações.

Mas quando mudamos de uma apreciação externa de ummundo virtual para uma apreciação interna do mesmo, surgeum problema.... Vamos tomar o programa 'Mandlebrot' do meucomputador. ( NT: Um programa de Mac para criação degráficos fractais):

Ele 'contem' um mundo bidimensional de tamanho infinito euma complexidade infinita de detalhes. Porque ele representaum universo definido por uma equação contínua, ele se tornainfinitamente maior do que o programa que o contêm; mas sónasce destas equações pelas mudanças da tela conforme umainteligencia externa o evoca. Embora seja infinitamente ricopossui apenas duas dimensões espaciais e nenhuma dimensãotemporal - portanto não pode incluir seus próprios modelos devida inteligente como nosso universo faz, e depende destainteligencia externa para se manifestar.

Nosso universo tem algumas dimensões espaciais a mais epossui uma dimensão do tempo, e assim pode evoluir paraconter seus próprios processadores internos de informação.Alguns destes cérebros cresceram em complexidade - assimcomo o próprio universo - a ponto de criar seus própriosuniversos interiores. Isso pode ser um desastre para nossouniverso 'macrocosmico' pois pode levar a um 'looping' noprograma no qual os universos 'microcosmicos' modelam opróprio macrocosmo que os contêm.

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O macrocosmo sobreviveu, entretanto, ao desenvolver ummecanismo de defesa contra estas erupções cancerígenas,isolando os microcoscosmos suficientemente complexos pormeio de uma ilusão de 'separação'. Talvez essa separação sejacriada por uma inteligencia exterior, mas talvez apenas tenhacriado este mecanismo por acaso e tenha se mantido integropor mera sorte. Seja como for, cada microcosmo é toleradoporque vive seguro em separação do macrocosmo.

O senso se separação é o responsável pelo queexperimentamos como 'consciência'. E este ponto de auto-percepção de um universo é simbolizado de várias maneiraspela nossa história sempre como um sinal de dualidade ou demúltiplos de dois. Por exemplo:

1) George Spencer Brown em 'The Laws Of Form' descreve adivisão primal da qual um sistema complexo evolui - oucolocado em quarentena. Infelizmente não consigo achar olivro aqui para dar a citação exata. Isso quer dizer que eu devoter emprestado para alguém e esquecido disso por algunsanos não tendo nenhuma chance de recuperá-lo.

2) O I Ching descreve como toda manifestação surge de umasimples divisão inicial do Tao em dois princípios Yin e Yang eentão em múltiplos de oito ou sessenta e quatro, e assim pordiante...

3) Aqueles que enxergam o universo como uma ilusãodemoníaca simbolizam isso dando um par de chifres ao Senhorda Dualidade.

4) IHVH no sistema cabalistico é uma fórmula quadripartidapara a manifestação da consciência que pode ser traduzidacomo "Eu sou o que sou." (Ainda estou puto por ter perdido o

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livro.. O cara pode ser seu melhor amigo por anos e em poucasdécadas não se tem nem mais vestígios dele. Vida bandida.)

Assim nós descrevemos três níveis de experiência. Primeiro omacrocosmo processador de informação. Segundo, umuniverso interior que se manifesta gradualmente por meio decontínuas equações matemáticas. Este universo interior porsua vez também só é experimenciado por microcosmosconscientes, e também apenas como informação binária.

É exatamente assim que eu experimento meu progamaMandlebrot no meu Mac quando eu invoco as imagens nospixels do meu monitor - apenas na nossa realidade háconsciência dentro do universo percebido.

Assim, o físico que quer determinar por qual buraco um photonenviado passa só poderá fazer isso destruindo a continuidadeondulatória da luz. (NT: referência a famosa Experiência daDupla Fenda proposta por Thomas Young.) Devo explicar aindaque este modelo tenta evitar o argumento de Penrose em'Sombras da mente", porque coloca a consciência não dentrode um programa algorítmico, mas na relação deste programamicrocósmico com macrocosmo que contém.

Magia, então, é 'surfar' na contínuo inconsciente da existênciaaté que um estado desejado seja alcançado e, só então, liberara atenção consciênte para cristalizar um resultado pretendido.Assim como a Ciência usa a atenção consciente parapermanecer dentro de uma percepção de um mundo departículas, a Magia usa a atenção quando quer quebrar ocontínuo do chamado mundo real.

Um Exemplo

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Você esta em um taxi voltando para casa depois da balada.Você dá uma olhada no taxímetro que acabou de acumular dezreais e você percebe que está sem um centavo no bolso.

Horror! Você está sem dinheiro para pagar o taxi. Diante dacrise você executa uma ação mágica. Por exemplo:

1) Você assume a crença de que o Universo é bom é cuidará devocê. Então interna e externamente você pede: "Socorro, Eunão tenho dinheiro!"

2) Você tenta uma técnica de sigilização, mudra, visualização,magia talismânica, ou que for.

3) Você assume uma entidade pode lhe ajudar - Mammon,Jesus, Júpiter, Ganesh - e oferece uma ação devocional emtroca de ajuda.

Seja com o for, você se ajeita no banco de trás e ao colocar asmãos no encosto do banco percebe que alguém perdeucinquenta reais lá. Você agora pode pagar o motorista!

Um magista corajoso aceitaria os fatos de que sua Magiafuncionou. Ele poderia considerar que estava em águasparadas e mergulhou em um oceano turbulento depossibilidades, escolheu onde que os agradou e só parou desurfar no ponto em que a nota seria encontrada. Há,entretanto, entre os magos, a tradição de que uma operaçãodeve ser encerrada com algum tipo de banimento.

Antigamente o banimento reforçava uma crença segura, comoa de que os demônios não tem poderes sobre você. Hoje umbanimento típico seria, por exemplo, pensar... "Que

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coincidência - encontrei essa nota bem na hora em queprecisava dela." ou "Essa nota devia estar no meu bolso e caiuquando entrei no carro. Eu não seria tão estúpido a ponto denão separar o dinheiro antes." ou você pode apenas dar umaboa gargalhada diante dos fatos.

A prática do banimento é saudável a partir do momento emque 'limpa' o mago desta ou daquela crença específica. Ela sóse torna perigosa se você começar a acreditar tanto nela quese aprisiona nela ou se começar a se parabenizar demais por,agora sim, ter visto a verdade. Nunca se sabe quando você vaificar sem dinheiro para o taxi de novo. Por isso, na MagiaOcidental os quatro verbos são encorajados para cultivarquatro 'poderes': saber, querer, ousar... e calar.

Extraído do Morte Súbita

As três grandes luzes

Postado por Nestor Ariel Fernandez

Os maçons eram construtores de fortificações, catedrais,pontes e palácios, eles foram em um passado distante, hoje osedifícios são mais funcionais, mais confortável, "Meca", masfalta a arte que encheu o maçom, ele como um especialista emtrabalhar Stone Free esteve a cargo dos ornamentos interiorese exteriores, o que comumente chamamos de fachada.

A recuperação de imagens, as grandes manchas de vidrojanelas, não pode se esconder, mas deixam claro a falta deestética dos construtores atuais. O edifício anexo inteligenteMinistério dos Negócios Estrangeiros, falou do edifício e não oseu conteúdo, este esmalte de uma forma que reflete o PalacioSan Martin no mesmo ministério, o velho casarão da famíliaAnchorena imaginar isso reflete a beleza arquitetônica fazpassam despercebidos para a massa de ferro e telhado devidro.

Hoje a Maçonaria é sentido especulativo, que constrói emantém com o intelecto de um ideal de liberdade, tolerância eapoio mútuo. É por esta razão que os maçons trabalho econstruído em dois mundos, o profano eo maçônico

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No mundo secular e realizar qualquer atividade que é honestoé uma tarefa que executa uma parte do edifício social, éverdade que há mais complexas e exigem mais conhecimentopor parte de HH. '., Tal como tal e consideração devemrespeitar, que dão, o que permitiu a capacidade, da mesmamaneira como no templo. Sabemos que todas as obrasprecisam do contributo de todos, é por isso que existemhierarquias, são necessários, mas não deve humilhar Casocontrário, estaríamos violando o nosso próprio código moral,mas mais o sentimento de fraternidade.

Quando eu trabalhava em outra oficina, H. '. falta de atributosintelectuais, é geralmente criticado em

silêncio, eu não disse nada recentemente reintegrado, masnão gostei do conceito do aprendido H. '.,

Isso foi no fim de um ano, e lá estava raspando sua iniciaçãoprato, perguntou se eu estava escrevendo, eu disse que nãoestava certo, me olhou e disse: "ninguém me ajuda", eu memachuco e eu não podia recusar, eu disse "olho gordo, me digaque você sentiu e você escrevê-la", então eu tinha queaparecer para ele, e hoje é M. '. M.'., é que as aparências fezde errado, mas eu me senti Mas o grande H. '. ainda umacabeça dura, mas poupe seus sentimentos cobrir sua falta deinteligência, quando um paciente H. '. é a primeira visita emqualquer lugar, enfia a mão no bolso, sem piscar, o carro é oremix de tudo o sussurro contra ele, um Hospital perfeita, queé por isso que eu acho que todos nós temos algo de grande

valor, em nosso ser.

Quando eu comecei na instituição, duas coisas me chamou aatenção poderosamente, que disse "profano seus sucessos, edinheiro não tem valor entre nós, lembre-se você é mais um",o outro muito inteligente

invocação do G. '. A.'. D. '. U.'., isso faz com que o maçom estáno mesmo plano, em relação aos seus irmãos.

As três grandes luzes como todos sabemos é o livro sagrado, ocompasso eo esquadro, o livro sagrado descansando no Altar,é a Bíblia, mas pode ver hindus, Alcorão, Talmud, a Torá, mas

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esses livros não são um símbolo, é um compêndio moral foiescrito por centenas de escritores ao longo da história,embora eles não são um livro de história e é escrito com a féque levou os autores, eu sinto dizer-lhes que nenhum delesencontrar o meu G '. A.'. D. '. U.'., mas como eu fui eo que eunão vou me incomodar qualquer crença religiosa, embora nãoseja compatível com a liberdade de religião e evoluçãohomens.

O time se ele é um símbolo, é a ferramenta de precisão que ohomem descoberto pela primeira vez junto com a regra, marcao seu ângulo de 90 °, e não deixa qualquer margem paradúvida ou discussão, a nobreza de seu símbolo está na justiça,é porque ela está relacionada a atitudes em linha reta, comjustiça, com as resoluções enquadradas dentro dos estatutos eregulamentos gerais, mas além dessas leis, predispõe, queusa-lo para imitá-lo, que, aliás, é a jóia Celular V. '. M.'. quelembra que ele seja diretamente na execução das tarefas, eapenas para aqueles que não o fazem. . Da mesma forma omaçom deve

inspirou-a a passar a vida como um homem reto, com tudo queisso implica.

O time se olharmos para o ponto de vista filosófico é frio, nãotem a versatilidade de status é medir a linearidade de umvértice é a precisão absoluta, e daí o apelo do dever, essaferramenta valiosa e é temida por perjuros apenas. Se deuforma humana como os gregos, imagino-o como um homemtoga com guidão bigode, um óculo pendurado na cadeia e comseriedade.

O quadrado representa simbolicamente o terreno, a suavontade que, de fato é necessário entre a morte, tanto areflexão e comportamento.

A bússola é um instrumento de precisão, mas não é fixo, écomo todos nós sabemos de nossa infância, quando Missensinou-nos a construir o círculo (figura não-linear perfeitaprimeiro), para construir

bissetrizes com as quais poderíamos levantar perpendiculares,

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transporte vetor, dividir a circunferência do círculo, em ladostantos em distâncias iguais, para mim, eu sou metal éessencial para a construção

Dispositivo, do mesmo modo como o suporte, mas a barra émais versátil porque com este e alguns habilidade acimabobinas podem ser desenhados, para o fabrico de excêntricos.Existem vários tipos de barras, existem as pontas dos ramosdobrados para para o exterior, que são muito útil para medirinterna ou cavidades de uma parte virada, onde não háclassificação,. Existem com os triângulos dentro

e eu sou quando precisa transportar diâmetros, lá é chamadode um hermafrodita, que tem um pé e apontou a tendênciaoutro, e servem como marcadores de linhas em um contorno.Embora estes instrumentos são de metal, lembre-se que onosso pai simbólico, era também as barras de formasgeométricas em uma reta e os pés podem levar um portal minaou clarim., E desenho para o desenvolvimento de aviões.

Simbolicamente representa o céu, e do meio em que ele ocorreé a espiritual, está cuidando de sua dinâmica, torná-lo igualdistância entre os homens eo "eu" apenas corrigidos seu pérepresentando o Mason, a outra perna tour, apoiado pelo seuhomólogo, formar um círculo onde o HH outro. '. todos àmesma distância, é um sentimento caro Mason igual e HHtantos.'. Custar-lhes suas cabeças, em todos bremsstrahlungpela liberdade e igualdade que têm ocorrido nos últimos 300anos.

Da mesma forma para representar a seleção como umcavalheiro de bigode vestidos de preto e cara feia, eu imaginoa batida como um Goblin, como a figura alada de Shakespeare,cuja vivacidade, orelhas sussurra " homens, ele resmunga paraa praça Marmolada, que é mais compassivo, perdoar, e se tiverque haver punição mais misericordioso, é a dor de uma almagentil da dói, não importa quem seja, quando o suporte, solteseu rosto magro um pouco, batida é feliz e dançando em umpé, faz círculos no éter, ressoam as suas pernas em um "vivacemolto allegro.", a energia transcendental, pode transportar amente de um sonhador, o limite de sua consciência.

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Mas apesar de seu companheiro constante condor é no plantel,é que ambos são necessários, que são rígidas eo equilíbriovariável.

A sensação de que temos corpo claro, a nossa pele é afronteira entre nosso corpo eo dos outros. Mas a mente? nãotão definido. O esforço individualizado ter uma maneira real deque nós, identificar, deixe de ser massa e se transformar emum indivíduo com uma mente própria, e única e descobrir quesomos únicos e que mesmo o mais seco suco da.

As atitudes do esquadrão reprimidas enfrentou contra os bonscostumes, o que torna o plantel é

Mason que contém seus maus caminhos, e lutar contra seusvícios que temos, apesar das declamações em contrário. Mas amedida a ser mais etéreo, penetra nossa consciência e atravésdo seu poder simbólico, pode causar-nos a abandonar aapenas más atitudes.

Fraternalmente

Ariel Fernández Rev. Nestor. 'M.'.

O que se faz numa sessão maçónica - II

Alguém uma vez comentou:

"As sessões colocadas desta maneira, parecem ser uma coisamuito chata ! Gostaria de perceber estes 3 aspectos que

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sempre me deram muita curiosidade.

Visto que desde os primordios das nossas civilizações, tudo oque nos rodeia, é ligado á religião tudo é politica, o que sobrapara se discutir numa sessão?

Se não se pode discutir religião, qual o interesse então de umamaçonaria ser Crente ou não numa entidade religiosa?

Por fim...qual a razão do Mestre andar em angulos rectos, teráisto a ver com (Anjos = Angulos ) bom e maus, visto que anivel Astro-teológico existem bons angulos e maus angulos?"

Comecemos pelo fim. "Ângulos" vem do latim angulus, “canto,área remota". "Anjos" vem do latim eclesiástico angelus,derivado do grego antigo άγγελος ("ángelos"), e significa"mensageiro". Em comum têm apenas alguma similaridadefonética. Já no que diz respeito à maçonaria e aos ângulosretos, é questão que nada tem que ver com anjos. Aqui, umareferência ao ângulo reto constitui, quase sempre, umareferência ao conceito de "retidão moral", simbolizada peloesquadro que serve para traçar e aferir os ditos ângulos. Aprópria linguagem do dia-a-dia consagra, já, esse simbolismo,ao chamar "enviesado" (de "viés": oblíquo, torto) a algo quetenha contornos pouco direitos, e chamando "pessoa reta" aquem cumpra os princípios morais. Assim, as deslocações emloja são feitas em linhas e ângulos retos, recordando-nos queum maçon deve, no seu deambular pelo mundo, agir de formareta e evitar percursos (moralmente) oblíquos e enviesados.

Quanto ao interesse de uma maçonaria crente numa EntidadeSuperior, e o facto de essa mesma Entidade não poder serdiscutida, é fácil de explicar e de entender. Não é difícil deimaginar que um judeu, um hindu, um cristão, um animista eum muçulmano tenham em comum entre si coisas que não têmem comum com um ateu ou com um agnóstico: todos elescreem no sobrenatural, e na existência de uma EntidadeSuperior a quem devem a existência e cuja vontade procuramsatisfazer. Agora, não tentemos ser mais específicos do queisto, ou estaremos condenados a intermináveis discussõessobre o número de anjos que cabem na cabeça de umalfinete... A diversidade de crenças deve ser enriquecedora, epermitir que cada um tenha a oportunidade de se aperceberde posições diversas da sua, sem ter sequer que defender a

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sua posição de uma posição diferente; pretende-se, isso sim,que constitua uma circunstância pedagógica da alargamentodos horizontes e de aumento da tolerância em face dasdiferenças.

Por tudo isto é que creio que a proibição de discussão políticae religiosa em loja é frequentemente mal entendida. Emmaçonaria aprende-se a favorecer a paz em detrimento doconflito; a preferir a fraternidade à facciosidade; e a privilegiaro estabelecimento de consensos e evitar a dissenção. Poroutro lado, a maçonaria constitui um espaço de respeito pelaliberdade de cada um como dificilmente se encontra nosnossos dias, nomeadamente no que concerne a liberdade deexpressão. Precisamente como garante dessa liberdade depoder dizer-se o que se pensa, por vezes como exercício deexploração interior, sem que tal se repercuta fora da loja, éque em cada sessão se jura guardar silêncio do que na mesmase passou. Ora, dificilmente se encontra uma posição com quetodos se identifiquem, pois a procura do bem comumraramente passa pela satisfação dos desejos individuais, o queé tão mais verdadeiro quanto mais fraturante for a questão emcausa. Como conciliar estes dois princípios estabelecendo umequilíbrio é algo que se vai aprendendo todos os dias.

É por isto que - no meu entender, note-se - a proibição dediscussão política e religiosa em loja não se esgota nos seustermos, que são essencialmente exemplificativos e ilustrativosde um princípio maior: o de que a concórdia entre os homensdeve prevalecer sobre a liberdade de expressão. Esta posiçãonada tem ou pretende ter de totalitário. "Discutir" não é aúnica forma de abordar um tema ou falar sobre o mesmo. Naloja Mestre Affonso Domingues, por exemplo, pode falar-se depraticamente tudo, desde que em absoluto respeito pelaposição dos demais, no sentido de que deve procurar-se queestes não se sintam de modo algum agredidos com aquilo quese diz.

Certamente à luz desta interpretação foi, há um par de anos,apresentada uma prancha sobre a condenação da maçonariapela igreja católica ao longo da história, e recentemente, diasantes da lei sobre o "testamento vital" ser unanimementeaprovada pelo nosso parlamento, uma prancha sobre essemesmo tema apresentada por um mestre da nossa loja que

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conhece o assunto a fundo. Seria impossível falar da primeirasem falar de religião, e da segunda sem falar de política. O quefoi feito, num e noutro caso, foi apresentar-se factosinquestionáveis por qualquer pessoa de boa fé, eeventualmente um ou outro comentário pessoal - devidamenteidentificado como tal - no meio ou no fim do texto, sempre como devido cuidado de se evitar o conflito entre diversasposições. Não foram "artigos de opinião", e muito menos depropaganda. Num e noutro caso os obreiros presentesmanifestaram a sua satisfação pela qualidade e forma como aspranchas foram apresentadas, e ninguém manifestou qualquerdesconforto.

Termino respondendo à primeira observação, de que assessões maçónicas deverão ser uma coisa muito chata. Depoisdo que acabei de expor, será inesperado que eu respondaque... não são?!

Paulo M.

Regras Gerais dos Maçons de 1723 - VIIÉ uma boa prática que todo novo Irmão, aquando da suaIniciação, presenteie a Loja, isto é, todos os Irmãos presentes,e faça uma oferenda para socorro dos indigentes e Irmãos emdesgraça, de acordo com o que o novo Irmão ache apropriado,mas superior e acima do mínimo que esteja estabelecido peloRegulamento interno da Loja; tal oferenda deve ser entregueao Mestre, Vigilante, ou Tesoureiro, para ser entregue a umainstituição, se os membros acharem apropriado escolheralguma. O candidato deve jurar solenemente que sesubmeterá à Constituição, Deveres e Regulamentos e todos oscostumes que lhe forem comunicados, em hora e lugarconvenientes.

Conforme logo no início do texto desta sétima regra seacentua, a contribuição nela referida não é obrigatória -apenas considerada uma "boa prática".

Na Maçonaria Regular dos tempos atuais, o novel maçom não éestimulado ou aconselhado a fazer uma doação particular,muito menos em valor superior ao valor mínimo constante deRegulamento, desde logo porque inexiste fixação de qualquervalor mínimo para "oferendas" - nem tal faz sentido: o que

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constitui obrigação não pode logicamente ser consideradooferta; e concomitantemente, o que voluntariamente se dá nãoconstitui obrigação...

O recém-iniciado é informado que, tal como os demais, quandocircular na reunião aquilo a que os maçons chamam oTronco daViúva, deverá no respetivo recipiente (em regra, um saco)depositar, discretamente, aquilo que entender e de que possadispor, sem colocar em risco o cumprimento das suasobrigações civis e familiares, nem, obviamente, a satisfaçãodas suas necessidades e as dos seus. Aliás, se necessitarretirar, em vez de colocar, tal é-lhe lícito e essa decisão, talcomo a referente ao montante que em cada dia resolvacolocar, depende exclusivamente do seu critério, sem ter deprestar contas ou pedir autorização a ninguém. Felizmente, oque seria certamente uma dolorosa decisão é extremamenterara... Menos rara - embora pouco frequente - é a situação emque um dos obreiros presentes numa sessão maçónica declarareclamar o produto recolhido pelo Tronco da Viúva,normalmente indicando para que auxílio concreto destina esseproduto. Quando tal sucede, embora ritualmente a reclamaçãose faça só após a circulação do Tronco da Viúva, é habitual queseja anunciada essa intenção antes dessa circulação, para queos presentes saibam que o produto da recolha que se vaiefetuar se destina a auxiliar alguém ou algo em concreto epossam, se assim o entenderem, adequar o montante do seudonativo em conformidade.

O Tronco da Viúva é administrado pelo Hospitaleiro da Loja,segundo as orientações desta e do seu Venerável Mestre.

O candidato à Iniciação, imediatamente antes do início destadeve, por outro lado, satisfazer o pagamento de uma joia deiniciação (na Loja Mestre Affonso Domingues, montantereferido aqui), para custeio das despesas administrativas ecom o material que lhe será entregue. O montante da joia - talcomo o da quota, mensal ou anual, varia de Loja para Loja e deObediência para Obediência. Cada Loja é soberana.

Quanto à frase final da regra, referente ao juramento solene

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que o candidato deve efetuar, importa esclarecer que - e dissoé informado o candidato antes da sua realização - aConstituição, os Deveres, Regulamentos e costumes cujaobservância se jura cumprir em nada contendem com as leisem vigor nem com os costumes e moral sociais. Os maçonsintegram-se na sociedade e, pela sua melhoria e pelo seuexemplo, procuram contribuir para a melhoria desta, masatuam sempre no respeito da Legalidade vigente, pois para ummaçom regular ser livre e de bons costumes implica ser umbom cidadão, cumpridor dos seus deveres e das normas emvigor.

Fonte:

Constituição de Anderson, 1723, Introdução, Comentário eNotas de Cipriano de Oliveira, Edições Cosmos, 2011, página137.

Rui Bandeira

AS SESSÕES ESPECIAS

É aquela que não se enquadra nem na categoria de Econômica,nem na de Magna, por tratar de assuntos pouco comuns e,portanto, especiais. Nesta categoria enquadram-se o Conselhode Família, e o Tribunal de Júri.

O Conselho de Família representa uma junta de conciliação,para extinguir eventual desarmonia entre dois ou maismembros do Quadro de uma Oficina, depois de os fatos teremsido levados ao conhecimento do Venerável Mestre; o que setenta fazer, no caso, é trolhar as desavenças, ou seja, passar aTrolha, para aparar as arestas. O Conselho de Família écomposto por um juiz, nomeado pelas partes interessadas(alguns regulamentos falam em dois juizes, cada um nomeadopor uma das partes litigantes, o que é simplesmente absurdo)e é presidido pelo Venerável, ou, em seu impedimento, por umde seus substitutos legais.

Se, durante o Conselho de Familia, for conseguida areconciliação do queixoso e do acusado, o processo seráarquivado, lavrando-se o respectivo termo, que será por todosassinado. Nesses casos, sob pretexto algum poderá serrepetida a queixa pelo mesmo fato.

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Se não for conseguida a reconciliação, a Loja aplicará o placetex-oficio a quem o merecer (na próxima semana será enviadotexto sobre este tipo de placet), ou, se a natureza do fato oexigir, será lavrado, também um termo e o processo seguiráavante, como nos que se inicia por denúncia da autoridadecompetente (começando pelo Tribunal de Júri).

O Tribunal de Júri será instalado sempre que houverinfringência da Lei Penal Maçônica, praticada por membro daLoja, dentro ou fora dela e quando o Quadro assim o entender(com exceção das Dignidades da Oficina – Venerável e

Vigilantes – que serão processados e julgados,originariamente, pelo Tribunal de Justiça).

O corpo de jurados de um Tribunal do Júri é formado por setemembros, sorteados para cada caso; cada uma das partes,querelante e querelado, poderá recusar, sem fundamentação,até dois nomes cada um. Na sessão, segue-se toda atramitação prevista no Código Processual, com a qualificaçãodo acusado; o sorteio para a constituição do júri de instrução ejulgamento, a leitura da denúncia; a defesa do acusado (quepode ser levada escrita, ou feita na ocasião por umdepoimento das testemunhas; e, finalmente, após todos osdepoimentos e inquirições, a decisão do júri, se as partes nãopretenderem juntar mais documentos e se o júri não entenderque precisa de mais esclarecimentos. No primeiro caso, aSessão será suspensa e adiada; enquanto que, no segundo, ojulgamento será convertido em diligência.

O sistema de respostas aos quesitos é feito por intermédio debolas brancas (que julgam improcedente a acusação) e bolaspretas (que julgam procedente). Da resolução do Tribunal deJúri, cabe recurso a instância superior (Conselho Geral eTribunal de Justiça, sendo, este, a instância máxima).

Nas Lojas, a denúncia para que se instale o Conselho deFamília e o Tribunal de Júri, compete ao Orador, que é orepresentante do Ministério Público na Oficina. Na Obediência,compete ao Grande Procurador, que é o chefe do MinistérioPúblico Maçônico; mas nenhum Maçom poderá recorrer,diretamente, ao Grande Procurador, sem antes, recorrer a

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justiça da Loja.

As Sessões de Conselho de Família, ou de Julgamento (Tribunalde Júri), deverão ser realizadas, obrigatóriamente, no Grau deMestre Maçom.