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 A LUZ E A VISÃO O ser humano está constantemente exposto a diversos tipos de radiação, emitindo energia em vários comprimentos de onda do espectro eletromagnético. A lu z se constitui numa pequena fração do espectro capaz de produzir uma sensação visual. Para que o olho humano percea a energia radiante é preciso que o comprimento de onda se situe entre !"# e $%# nm &' nan(metro ) '# *+ m, e que representa cerca de -# de toda radiação emitida pelo sol. Os outros -# são representados por uma parcela de radiação ultravioleta e infravermelho. A luz é um elemento de participação relevante na percepção amien tal e no exerc/cio de atividades intelectuais e f/sicas. 0 sua exist1ncia se associa a possiilidade de visão. Os olhos são fundamentalmente receptores de luz que captam os raios luminosos das su pe rf/ cies do seu ca mp o visual at ra s de uma le nt e &c ris ta lino e, atras de mecanismos de refração e de a2ustes focais, reproduzem a imagem exterior e permitem sua incid1ncia sore uma superf/cie sens/vel &retina, a qual é revestida de células sensitivas capazes de transformar a energia luminosa em impulsos nervosos. O cérero decodifica os sinais receidos e o homem v1, entende algo do que v1, e associa esta  percepção a sensaç3es d e em estar ou n ão. A maior parte dos o2etos que nos cercam é perceida desta maneira, dependendo tamém do lugar da retina no qual a imagem é focada. 4e um modo geral, existe uma  pequena zona central na retina onde as imagens são em definidas, na qual se encontram as células foto receptoras denominadas cones, responsáveis pela visão das cores. 5ndo na direção mais periférica, onde as imagens começam a ficar indefinidas, encontram*se os astonetes, responsáveis pela visão noturna. Além disso, o campo de visão possui limites criados pela estrutura facial do ser humano. 6xistem áreas onde a visão é monocular e áreas onde é inocular. 7odo esse pro ce sso de vis ão não po de ser consid era do sim ple sme nte co mo um fen(meno mec8nico, pois existem in9meras relaç3es no tempo e no espaço que devem ser consideradas neste procedimento. O cérero não é apenas um receptor passivo, mas tamém ativo, pois pro2eta sua experi1ncia e intencionalidade sore todo o processo visual. A percepção visual, que é o resultado do processo da visão, não pode ser considerada simplesmente de natureza fisiol:gica ou psicol:gica. A personalidade de cada um é formada de hist:ria, cultura, expectativas, experi1ncias, etc, e se pro2eta através da visão e do o2eto oservado, em forma de imagens e suas interpretaç3es. ; nesse ponto que se origina o grande valor da relação visual entre o homem e o mundo que vive. As experi1ncias vividas pelo homem estão armazenadas na mem:ria e, em sua maioria, são recordadas através de imagens. <ores e formas são perceidas e guardadas no cérero. A luz tamém exerce influ1ncia sore o estado de esp/rito. =ugares pouco iluminados, em geral, causam sensação de ang9stia e tristeza, enquanto que amientes coloridos e em iluminados provocam sensaç3es de alegria e prazer.

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A LUZ E A VISO

A LUZ E A VISO

O ser humano est constantemente exposto a diversos tipos de radiao, emitindo energia em vrios comprimentos de onda do espectro eletromagntico. A luz se constitui numa pequena frao do espectro capaz de produzir uma sensao visual. Para que o olho humano perceba a energia radiante preciso que o comprimento de onda se situe entre 380 e 760 nm (1 nanmetro = 10 -9m), e que representa cerca de 50% de toda radiao emitida pelo sol. Os outros 50% so representados por uma parcela de radiao ultravioleta e infravermelho.

A luz um elemento de participao relevante na percepo ambiental e no exerccio de atividades intelectuais e fsicas. sua existncia se associa a possibilidade de viso. Os olhos so fundamentalmente receptores de luz que captam os raios luminosos das superfcies do seu campo visual atravs de uma lente (cristalino) e, atravs de mecanismos de refrao e de ajustes focais, reproduzem a imagem exterior e permitem sua incidncia sobre uma superfcie sensvel (retina), a qual revestida de clulas sensitivas capazes de transformar a energia luminosa em impulsos nervosos. O crebro decodifica os sinais recebidos e o homem v, entende algo do que v, e associa esta percepo a sensaes de bem estar ou no.

A maior parte dos objetos que nos cercam percebida desta maneira, dependendo tambm do lugar da retina no qual a imagem focada. De um modo geral, existe uma pequena zona central na retina onde as imagens so bem definidas, na qual se encontram as clulas foto receptoras denominadas cones, responsveis pela viso das cores. Indo na direo mais perifrica, onde as imagens comeam a ficar indefinidas, encontram-se os bastonetes, responsveis pela viso noturna. Alm disso, o campo de viso possui limites criados pela estrutura facial do ser humano. Existem reas onde a viso monocular e reas onde binocular.

Todo esse processo de viso no pode ser considerado simplesmente como um fenmeno mecnico, pois existem inmeras relaes no tempo e no espao que devem ser consideradas neste procedimento. O crebro no apenas um receptor passivo, mas tambm ativo, pois projeta sua experincia e intencionalidade sobre todo o processo visual.

A percepo visual, que o resultado do processo da viso, no pode ser considerada simplesmente de natureza fisiolgica ou psicolgica. A personalidade de cada um formada de histria, cultura, expectativas, experincias, etc, e se projeta atravs da viso e do objeto observado, em forma de imagens e suas interpretaes. nesse ponto que se origina o grande valor da relao visual entre o homem e o mundo que vive.

As experincias vividas pelo homem esto armazenadas na memria e, em sua maioria, so recordadas atravs de imagens. Cores e formas so percebidas e guardadas no crebro. A luz tambm exerce influncia sobre o estado de esprito. Lugares pouco iluminados, em geral, causam sensao de angstia e tristeza, enquanto que ambientes coloridos e bem iluminados provocam sensaes de alegria e prazer.

UNIFORMIDADE

Pode-se conceitu-la como sendo a relao de luminncias entre espaos ou atividades prximas. Segundo o manual de iluminao do IES - Illuminating Engineering Society of North America (KAUFMAN,1987, p.1-5)a sensao de modificao do quadro visual quase no ser percebida quando esta relao apresentar a proporo de 3:1, 2:1, 1:1. Quando a sensao desejada for de descontinuidade, as diferenas de luminncias devero ser maiores do que 3:1, sendo uma transio considervel de 10:1.

Ambientes muito uniformes, ou seja, que possuam pouco contraste de luminncias, apresentaro como resultado da percepo visual, falta de dinamismo ou monotonia. Por outro lado grandes contrastes de luminncia podero aproximar ou afastar planos, delimitar contornos ou marcar com mais intensidade reas de passagem, ocasionando um dinamismo que, quando bem equilibrado, traz como resultado um quadro visual bastante satisfatrio.

Segundo normas da ABNT (1997) , a proporo entre as vrias luminncias do campo visual dever obedecer a certos limites, para que o nvel de adaptao visual seja aceitvel e a sensao obtida de conforto. A diferena entre as luminncias da tarefa visual e o entorno prximo, que influenciam no conforto e na performance visual, no dever ser muito grande, limitando-se a um tero da luminncia da tarefa.

RelaoProporo

Entre tarefa visual e o entorno prximo (rea central)3:1

Entre tarefa visual e superfcies mais afastadas (rea adjacente)10:1

Entre a fonte de luz natural ou artificial e superfcies adjacentes20:1

Mximo contraste em qualquer parte do campo visual40:1

Tabela 1. Relao entre Luminncias Mnimas Recomendadas

Fonte: ABNT. Iluminao Natural - Parte 4: Avaliao experimental das condies de iluminao interna de edificaes. Bases para projeto, metodologia e procedimentos. Projeto 02:135.02-004 : 1997.

OFUSCAMENTO

Ocorre quando existem luminncias exageradas ocasionando perda da capacidade visual devido intensa incidncia de luminosidades no campo visual. Quando as luminncias no campo da viso causam desconforto, mas no chegam a interferir na viso, so denominadas de ofuscamento desconfortvel ou psicolgico, que normalmente produzido por fontes luminosas que esto mal posicionadas, ou por superfcies polidas que refletem intensamente fontes luminosas primrias.

Quando as luminncias no s causam desconforto, mas tambm prejudicam a performance visual devido a uma quantidade excessiva de luz que atinge os olhos, tem-se um ofuscamento molestador ou fisiolgico, ou seja, luminncias que velam ou mascaram a imagem a ser identificada pela retina, resultando na incapacidade visual.

A necessidade de se controlar a direo de cada entrada de luz de forma a evitar o ofuscamento dever fazer parte do projeto de iluminao. O nvel de iluminao importante, mas a distribuio das luminncias no campo visual o que determina a qualidade das condies de iluminao.

COR

A cor inexiste materialmente, sendo apenas uma sensao produzida quando a energia radiante (luz) penetra no rgo visual do observador diretamente ou modificada por algum objeto. Pode-se perceber que os objetos possuem cor pela maneira como modificam a luz que os atingem.

As cores que nos cercam originam-se da luz solar ou artificial, dita como luz branca, conforme foi demonstrado por Newton na sua experincia com um prisma atravessado por um feixe de luz branca, que se multifacetava e projetava sobre um anteparo cores que vo do vermelho ao violeta.

A formao das cores obtida mediante dois processos: adio e subtrao. O processo de adio resulta da superposio de luzes coloridas obtendo-se outras cores por um somatrio dos comprimentos de ondas das cores primrias. As cores primrias de luz so: vermelho, verde e azul, podendo ser somadas para produzir as cores secundrias de luz: magenta (vermelho + azul), cyan (verde + azul) e amarelo (vermelho + verde).

A subtrao poder ser obtida pela superposio de filtros de luz coloridos. Quando isso acontece s faixas do espectro luminoso vo sendo selecionadas pelo filtro, subtraindo-se o comprimento de onda. Por exemplo, uma luz branca quando passa por um filtro vermelho transforma-se em vermelha e caso passe por um outro filtro verde transforma-se em amarelo.

O que determina a cor de um objeto, alm da composio espectral da luz, a seletividade do pigmento que, de acordo com sua natureza, absorve, reflete, e refrata os raios luminosos componentes da luz. Quando se diz que um objeto azul, isto significa que ele tem a propriedade de absorver os raios da luz branca incidente, refletindo para os olhos apenas o azul.

TEMPERATURA DE COR E NDICE DE REPRODUO CROMTICA

A temperatura e o ndice de reproduo cromtica (IRC) so os dois aspectos mais utilizados para a compreenso da qualidade da luz.

A temperatura de cor medida em graus Kelvin ((K), e significa um modo de descrever o grau de brancura de uma fonte de luz ou, segundo o manual de iluminao do IES - Illuminating Engineering Society of North America (KAUFMAN,1984, p.1-6): denomina-se temperatura de cor de uma fonte a temperatura do corpo negro em graus Kelvin, na qual emitida uma radiao com a mesma cromaticidade da fonte de luz que se deseja comparar.

Fontes que produzem luz com aparncia de cor branca azulada (fria) possuem um alto grau de temperatura de cor (> 50000 K ) e aquelas que produzem luz com aparncia de cor branca amarelada (quente) possuem um grau menor de temperatura de cor (