A ludicidade como mediação pedagógica no contexto … · mundo onde a violência cede lugar ao...

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14 GALDINO, Albaneide; GALDINO, Sirleide. A LUDICIDADE COMO MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA ESCOLA MUNICIPAL MARCIONÍLIO ROSA IRECÊ/BA. REVISTA DISCENTIS. 1ª EDIÇÃO. DEZEMBRO 2012.2012. A LUDICIDADE COMO MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA ESCOLA MUNICIPAL MARCIONÍLIO ROSA IRECÊ/BA Albaneide Galdino 1 Sirleide Galdino Maria de Fátima Sudré de Andrade Bastos 2 Resumo: O presente artigo tem como objetivo apresentar uma pesquisa realizada no período de estágio na Escola Municipal Marcionílio Rosa, Irecê/BA, na modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA), 1° segmento, com a perspectiva de entender como a mediação ludo pedagógica contribui para o desenvolvimento da aprendizagem desse público. O estudo apresentado tem como técnica de pesquisa o estudo de caso, sendo utilizado o método indutivo, pesquisa participativa e a abordagem qualitativa. Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram as observações, anotações feitas no diário de bordo do estágio III, e da participação no conselho de classe do I bimestre da referida escola, leituras de documentos da escola e das propostas curriculares do município de Irecê e do estado da Bahia para a EJA. Diante do resultado da análise dos dados, constatamos que a mediação ludo pedagógica contribui significativamente para o desenvolvimento educacional dos alunos da EJA, pois, através do “brincar”, o aluno desenvolve habilidades psicomotoras, sócio-afetivas, cognitivas e a concentração. Compreendemos que uma aula desenvolvida com atividades lúdicas transforma-se num forte instrumento facilitador da aprendizagem, se utilizado pelo educador de forma organizada, sistematizada e com objetivos definidos, sempre com a finalidade de oferecer ao educando um espaço atrativo, prazeroso e necessário ao seu desenvolvimento e à aprendizagem como um todo. Palavras-Chave: EJA; Mediação Lúdica; Jogo. INTRODUÇÃO O principal objetivo deste artigo é mostrar a importância da mediação ludo pedagógica na EJA, destacando os conceitos, os métodos e as práticas dos educadores no processo de ensino/aprendizagem dos educandos da EJA na Escola Municipal Marcionílio Rosa, Irecê/BA, no primeiro segmento, 1ª e 2ª séries. A motivação que nos instigou a fazer esta pesquisa se deu a partir das observações iniciais que fizemos na referida escola antes de iniciarmos o estágio obrigatório curricular. 1 Graduandas do 8° semestre de Pedagogia, turma 2009.1 pela Universidade do Estado da Bahia-Departamento de Ciências e Tecnologias - Campus XVI Irecê/BA. 2 Orientadora. Especialista em Psicologia Educacional com ênfase em Psicopedagogia Preventiva pela PUC de Minas Gerais. Professora da Universidade do Estado da Bahia-Departamento de Ciências e Tecnologia - Campus XVI Irecê/BA.

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A LUDICIDADE COMO MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA NO CONTEXTO DA

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA ESCOLA MUNICIPAL MARCIONÍLIO

ROSA – IRECÊ/BA

Albaneide Galdino1

Sirleide Galdino

Maria de Fátima Sudré de Andrade Bastos2

Resumo: O presente artigo tem como objetivo apresentar uma pesquisa realizada no período de

estágio na Escola Municipal Marcionílio Rosa, Irecê/BA, na modalidade Educação de Jovens e

Adultos (EJA), 1° segmento, com a perspectiva de entender como a mediação ludo pedagógica

contribui para o desenvolvimento da aprendizagem desse público. O estudo apresentado tem como

técnica de pesquisa o estudo de caso, sendo utilizado o método indutivo, pesquisa participativa e a

abordagem qualitativa. Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram as observações,

anotações feitas no diário de bordo do estágio III, e da participação no conselho de classe do I

bimestre da referida escola, leituras de documentos da escola e das propostas curriculares do

município de Irecê e do estado da Bahia para a EJA. Diante do resultado da análise dos dados,

constatamos que a mediação ludo pedagógica contribui significativamente para o desenvolvimento

educacional dos alunos da EJA, pois, através do “brincar”, o aluno desenvolve habilidades

psicomotoras, sócio-afetivas, cognitivas e a concentração. Compreendemos que uma aula

desenvolvida com atividades lúdicas transforma-se num forte instrumento facilitador da

aprendizagem, se utilizado pelo educador de forma organizada, sistematizada e com objetivos

definidos, sempre com a finalidade de oferecer ao educando um espaço atrativo, prazeroso e

necessário ao seu desenvolvimento e à aprendizagem como um todo.

Palavras-Chave: EJA; Mediação Lúdica; Jogo.

INTRODUÇÃO

O principal objetivo deste artigo é mostrar a importância da mediação ludo pedagógica

na EJA, destacando os conceitos, os métodos e as práticas dos educadores no processo de

ensino/aprendizagem dos educandos da EJA na Escola Municipal Marcionílio Rosa,

Irecê/BA, no primeiro segmento, 1ª e 2ª séries. A motivação que nos instigou a fazer esta

pesquisa se deu a partir das observações iniciais que fizemos na referida escola antes de

iniciarmos o estágio obrigatório curricular.

1 Graduandas do 8° semestre de Pedagogia, turma 2009.1 pela Universidade do Estado da Bahia-Departamento

de Ciências e Tecnologias - Campus XVI – Irecê/BA.

2 Orientadora. Especialista em Psicologia Educacional com ênfase em Psicopedagogia Preventiva pela PUC de

Minas Gerais. Professora da Universidade do Estado da Bahia-Departamento de Ciências e Tecnologia - Campus

XVI – Irecê/BA.

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No período de uma semana em que estivemos presentes em sala de aula, percebemos

que a professora regente não trabalhou nenhuma atividade lúdica com a turma. Diante do

exposto, buscamos mais informações, investigamos e constatamos que a escola não tem o

hábito de trabalhar constantemente atividades lúdicas nesse segmento de ensino.

O professor deve ser o principal responsável por fazer a “ponte” entre o conhecimento

educacional que ele tem e o conhecimento de vida que o educando da EJA traz consigo. Essa

ponte, esse canal de troca de conhecimento, pode ser muito bem feita por meio da mediação

lúdica por parte do professor para com seu educando. Através de atividades lúdicas,

ferramenta pedagógica importante que auxilia muito o professor no processo de ensino, o

educador consegue fazer com que seu aluno aprenda de uma forma descontraída. Mediante

suas intervenções, motiva seus educandos a participarem do processo educativo e possibilita

meios para que o próprio educando tenha curiosidade e, por conseguinte, seja construtor do

seu conhecimento.

A aprendizagem escolar implica uma constante reorganização de experiências e a

mesma ocorrerá significativamente quanto mais os professores forem capazes de aproximar o

pensar do fazer e do sentir através do lúdico, atividade pela qual o ser humano aprende de

modo integral. Isso porque esses sentidos estão presentes no momento em que brinca, interage

com os demais pares. Dessa forma o educando aprende pensando, fazendo e sentindo.

A constituição Federal de 1988 estabelece que "a educação é direito de todos e dever

do estado e da família [...]" e ainda destaca que o ensino fundamental deve ser obrigatório e

gratuito, inclusive com sua oferta garantida para todos os que a ela não tiveram acesso na

idade escolar.

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) parte do princípio de que a constituição de

uma educação básica para jovens e adultos deve ser voltada para a cidadania. Essa construção

de uma educação básica para jovens e adultos não se resolve apenas garantindo a viabilização

de vagas, mas, principalmente, oferecendo-se um ensino de qualidade, mediado por

professores aptos a congregar, em seu trabalho, as inovações nas distintas áreas de

conhecimento e de incorporar as mudanças sociais e a suas consequências na esfera escolar.

Hoje, a EJA é uma modalidade de ensino, componente constitutivo da Educação

Básica, e não mais um subsistema de ensino, com funções reparadora, equalizadora e

qualificadora, obedecendo a princípios de equidade, diferença e proporção. Nesse sentido, a

educação de jovens e adultos torna-se mais que um direito: é a chave que abrirá portas para o

século XXI. É tanto consequência do exercício da cidadania como condição para uma plena

participação na sociedade.

Além do mais, é um poderoso argumento em favor do desenvolvimento ecológico

sustentável, da democracia, da justiça, da igualdade entre os sexos, do desenvolvimento

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socioeconômico e científico, além de um requisito fundamental para a construção de um

mundo onde a violência cede lugar ao diálogo e à cultura de paz baseada na justiça. A

educação básica de jovens e adultos de qualidade exige um compromisso com o trabalho em

equipe, com a inovação pedagógica, sensibilidade com a heterogeneidade, estando voltada ao

diálogo democrático e à convivência plural.

As escolas que possuem o curso de EJA devem oferecer aos educandos a

probabilidade de ampliar as competências necessárias para a aprendizagem dos conteúdos

escolares, bem como a possibilidade de aumentar a consciência em relação à interação com o

mundo, desenvolvendo a capacidade de participação social, no exercício da cidadania. Na

EJA busca-se o acesso à aprendizagem significativa, integrada efetivamente à organização

dos conhecimentos dos alunos e não exclusivamente à informação adquirida por

memorização, pois, atualmente o enfoque é dado na aprendizagem, e não no ensino.

A proposta pedagógica da EJA deve ser pautada pelo dever do Estado de garantir a

Educação Básica às pessoas jovens e adultas, na especificidade do seu tempo humano, ou

seja, considerando as experiências e formas de vida próprias à juventude e à vida adulta. A

EJA deve ser compreendida enquanto processo de formação humana plena que, embora

instalado no contexto escolar, deverá levar em conta as formas de vida, trabalho e

sobrevivência dos jovens e adultos que se colocam como principais destinatários dessa

modalidade de educação.

Consequentemente, a EJA orienta-se pelos ideários da Educação Popular: formação

técnica, política e social. Para Freire (2001, p. 15), o conceito de Educação de Adultos vai se

movendo na direção da Educação Popular, na medida em que a realidade vai fazendo

exigências à sensibilidade e à competência científica dos educadores e educadoras. Para a

garantia do direito dos jovens e adultos à Educação Básica, o currículo deverá ser pautado em

uma pedagogia crítica que considere a educação como dever político, como espaço e tempo

propícios à emancipação dos educandos e à formação da consciência crítico-reflexiva e

autônoma.

Com o intuito de atender ao objetivo deste artigo, os argumentos estão expostos em

três seções. Na primeira, uma abordagem do conceito de mediação e ludicidade; na segunda,

expomos o universo lúdico em sala de aula e sua importância quanto instrumento de ensino-

aprendizagem na EJA; na terceira, são abordadas as ações concretizadas durante o estágio,

baseadas na experiência realizada na Escola Municipal Marcionílio Rosa, Irecê/BA.

DESENVOLVIMENTO

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Ao longo da história da educação brasileira, pouco se fez em prol de um ensino de

qualidade para os jovens e adultos. É somente a partir de 1940 que no Brasil se começa a

pensar em uma educação voltada a estas camadas populares, as quais tiveram maior evidência

a partir de 1960. Neste cenário Freire propunha uma concepção de educação libertadora, a

qual almeja, a partir das experiências vividas cotidianamente pelo aluno, a constituição de um

processo emancipador no qual a leitura está intimamente vinculada à transformação social

com a superação da opressão. Neste sentido, ressalta-se a necessidade de respeitar os saberes

dos educandos, suas realidades, pois impor “a eles a nossa compreensão em nome da sua

libertação é aceitar soluções autoritárias como caminhos para liberdade” (FREIRE, 2003, p.

27).

As propostas de Freire visam a uma educação popular, conscientizadora, na qual a

leitura de mundo precede a leitura da palavra. Entretanto, contrariamente a esta perspectiva,

em 1967 foi lançado o MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização), que se expandiu

para todo o país. Este programa levava o educando a apenas decifrar letras e, muito

precariamente, abordava a leitura e a escrita. De um modo geral, mesmo após a extinção do

Mobral, e com os sucessivos programas governamentais para atender a EJA, percebemos que

ainda são fortes as influências de perspectivas limitadas de educação nesta modalidade de

ensino.

Deste modo, para reverter esse quadro, seria preciso envolver os alunos em um

processo de ensino norteado por práticas que possibilitem a inclusão educacional e social.

Para tanto, os trabalhos educativos com jovens e adultos devem estar alicerçados com práticas

que desenvolvam a permanência do educando na escola, permitindo o seu desenvolvimento

em múltiplas dimensões e fazendo com que o mesmo se prepare para novos desafios que

surgem.

Assim sendo, o lúdico passa a constituir-se em uma possibilidade de um novo olhar

para os jovens e adultos, alunos que não tiveram oportunidades educacionais na idade própria

e retornaram à escola na tentativa de superar o tempo perdido, de modo que possam encontrar

na escola um ambiente prazeroso, descontraído e de satisfação pessoal. É neste contexto que a

escola de jovens e adultos pode tornar-se, para os educandos, um espaço privilegiado de

formação com metodologias divertidas e dinamizadas, desfrutando de momentos prazerosos

e, ao mesmo tempo, construindo um conhecimento escolar agradável.

Diante do exposto, trouxemos o conceito da palavra lúdico que tem sua origem na

palavra "ludus", que quer dizer jogo. A palavra evoluiu, levando em consideração as

pesquisas, de modo que deixou de ser considerado apenas o sentido de jogo. O lúdico faz

parte da atividade humana e caracteriza-se por ser espontâneo, funcional e satisfatório. Na

atividade lúdica, não importa somente o resultado, mas a ação, o movimento. O lúdico,

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embora comumente usado na forma substantivada, tem valor de um adjetivo que indica algo

que possui a natureza do brincar.

A ludicidade em si é um típico divertimento do ser humano, é uma atividade natural

do sujeito que não implica compromissos, planejamento e seriedade, e sim envolve

comportamentos espontâneos e geradores de prazer. A atividade lúdica está diretamente

relacionada com a história de vida. É, antes de qualquer coisa, um estado de espírito e um

saber que progressivamente vai se instalando na conduta do ser, devido ao seu modo de vida.

A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista

apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o

desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para

um estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e

construção do conhecimento. (cf. SANTOS E CRUZ, 1997, P. 12).

Na atividade lúdica, o que importa não é apenas o produto da atividade que dela

resulta, mas a própria ação; o momento vivido possibilita, a quem a vivencia, momentos de

encontro consigo e com o outro, momentos de fantasia e de realidade, de ressignificação e

percepção, momentos de autoconhecimento e conhecimento do outro, de cuidar de si e olhar

para o outro. Segundo Vygotsky (2000, p.135), o sujeito desenvolve-se, essencialmente,

através do brincar, visto que o lúdico possibilita a interação com o mundo externo pela

capacidade de criar, imaginar, fazer planos e apropriar-se de novos conhecimentos.

Ressalta-se que é preciso respeitar os níveis de compreensão dos alunos da EJA,

valorizando a sua realidade para que se efetive o processo de ensino/aprendizagem. Isto deve

ser feito sem imposição, pois ninguém sabe tudo. Cada um tem intrínseco o seu conhecimento

pautado em suas convicções e experiências vividas. Assim sendo, o trabalho com a

ludicidade, para além da recreação, deve envolver a sensibilidade e a descoberta de um novo

sentido para a leitura e a escrita, vislumbrando o desenvolvimento pleno da capacidade do

sujeito.

Diante deste exposto, evidencia-se a importância do professor como mediador do

conhecimento, intermediário dessas duas realidades que envolvem o conhecimento de mundo

que o educando traz consigo e o conhecimento educacional que o sujeito está desvendando

com o auxílio do professor. Destacamos aqui o conceito de mediação. A palavra mediação,

antes de derivar de um termo do latim medium, medius, mediador teria aparecido na

enciclopédia francesa em 1694. Tal aparecimento é identificado nos arredores do século XIII,

para designar a intervenção humana entre duas partes.

A mediação baseia-se na arte da linguagem para permitir a criação ou recriação da

relação. Implica a intervenção de um terceiro interveniente neutro, imparcial e independente –

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o mediador –, que desempenha uma função de intermediário nas relações e operacionaliza a

qualidade da relação e da comunicação.

Existem, contudo, concepções e aplicações muito diversas da mediação que decorrem

da simples intervenção pedagógica na transmissão de saberes, até a aplicação em todos os

domínios de dificuldade e de bloqueios relacionais. A mediação permite o confronto das

diferenças através de uma terceira parte facilitadora.

A expressão “mediação pedagógica” se refere, em geral, ao relacionamento professor-

aluno na busca da aprendizagem como processo de construção de conhecimento, a partir da

reflexão crítica das experiências e do processo de trabalho. O conceito de mediação

pedagógica surgiu no contexto da pedagogia progressista, caracterizada por uma nova relação

professor-aluno e pela formação de cidadãos participativos e preocupados com a

transformação e o aperfeiçoamento da sociedade.

Até a década de 70, o sistema educacional brasileiro seguia uma abordagem de ensino

conhecida como “pedagogia tecnicista”, na qual cabia ao aluno assimilar passivamente os

conteúdos transmitidos pelo professor. Segundo Marcos Masetto, no livro Mediação

pedagógica e o uso da tecnologia, a mediação pedagógica significa a atitude e o

comportamento do professor que se coloca como um facilitador, incentivador ou motivador da

aprendizagem, que ativamente colabora para que o aprendiz chegue aos seus objetivos.

Em se tratando do desenvolvimento humano, cabe ressaltar o papel da mediação neste

processo, a qual é um elemento necessário para a delimitação e expansão do sujeito como

pessoa. Todas as relações com membros da família e com o ambiente social em que se vive

podem fornecer modelos de aprendizagens significativas para os sujeitos. De acordo com

Vygotsky, o desenvolvimento humano depende da interação que ocorre entre as pessoas e da

relação com os objetos culturais, uma vez que, com a presença do outro – neste caso, o

professor mediador –, dar-se-á a evolução das formas de pensar do educando, ao mesmo

tempo em que este estará se constituindo como sujeito responsável pela sua própria

aprendizagem.

Percebe-se, então, que o professor tem papel fundamental neste processo, sendo um

mediador, um observador, um intérprete das manifestações do sujeito, identificando as

implicações do processo de construção do conhecimento. A relação professor-aluno, sendo

também de natureza conflitante, oferece riquíssimas possibilidades de crescimento, exercendo

uma importante influência na aquisição da escrita e da leitura do educando da EJA. “A

mediação didática, por assim dizer, consiste em estabelecer as condições ideais à ativação do

processo de aprendizagem” (MAHEU, 2001, p. 69). Em Masetto (2000, p. 145) encontramos

indicativos importantes para esta questão: “dialogar permanentemente [...]; apresentar

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perguntas orientadoras; orientar nas carências e dificuldades técnicas ou de conhecimento

quando o aprendiz não consegue encaminhá-las sozinho; desencadear e incentivar reflexões”.

Mediação pedagógica, para o autor, compreende a atitude e o comportamento docente

enquanto um facilitador, incentivador ou motivador da aprendizagem, colocando-se como

uma ponte não estática entre o aprendiz e sua aprendizagem. Percebemos, na concepção de

Masetto, a relação com a própria etimologia do termo mediação. Como vimos anteriormente,

mediar é aproximar as partes, é servir como intermediário ao indicar o papel do professor na

disposição de atuar como ponte. Entendemos que o professor estará aproximando o aluno ao

conhecimento, ou seja, atuando como intermediário ao conhecimento, enfim, colaborando no

processo de consolidação das aprendizagens do aluno.

ATIVIDADE LÚDICA: SUA IMPORTÂNCIA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E

ADULTOS

A Educação de Jovens e Adultos visa a uma educação multicultural que desenvolva o

conhecimento e a integração na diversidade cultural, pautada na compreensão mútua e

inclusiva. Por isso, o educador deve conhecer a realidade de seu educando, considerando essa

realidade para promover a motivação necessária à aprendizagem, abordando técnicas e

metodologias eficientes para esse tipo de modalidade.

A escola assume responsabilidades com a formação dos educandos e, diante das

transições, transformações de valores e avanços tecnológicos, necessitam de propostas

eficientes e recursos consistentes para construir um ensino comprometido e com sucesso.

Fazer uso de metodologias que facilitem a aprendizagem e despertem o interesse é tarefa do

professor, pois muitas vezes as propostas trazidas para a sala de aula são desinteressantes e

não causam motivação para a aprendizagem.

Desta forma é importante redimensionar, através das atividades lúdicas, os conteúdos

a serem trabalhados na EJA, modificando atitudes e comportamentos, facilitando a

aprendizagem e tornando-a significativa. Paralelamente a essa utilização, existem duas

questões preponderantes:

Primeiramente, a utilização de atividades lúdicas com novas metodologias de ensino

com perspectiva de um novo olhar para o currículo da EJA. Isso será necessário para efetivar

a construção do conhecimento, junto à vivência, e a capacidade criadora dos alunos.

Em segundo lugar, deve-se verificar que a educação de hoje precisa acompanhar as

inovações e aproveitar a ludicidade em benefício de todos, garantindo a integração na

sociedade com agentes mais críticos e criativos. Só assim o aluno terá mais facilidade de

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expressar sua afetividade, suas emoções e até mesmo integrar-se ao grupo de forma

consciente e crítica.

Em referência ao exposto, Santa Marli Pires dos Santos diz que:

A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e

não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do

aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal,

social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para

um estado interior fértil, facilita os processos de socialização,

comunicação, expressão e construção do conhecimento (SANTOS,

1997, p 12).

Nesta perspectiva, é preciso romper com o ensino tradicional que discrimina, exclui e

trata com inferioridade e incapacidade. Os jovens e adultos que fazem parte da nossa

sociedade precisam apenas ser reconhecidos e valorizados como indivíduos com cultura e

personalidade.

Entretanto, ao pensar sobre a utilização do lúdico na EJA, é preciso considerar que

esta modalidade possui suas especificidades, as quais devem ser respeitadas. Não podemos

mais ver a EJA como uma extensão do ensino regular ou como atividades meramente

recreativas que não são usadas para implementar novas práticas nem, sobretudo, para criar um

ambiente de integração entre professores e alunos.

O lúdico não pode nem deve ser usado simplesmente para passar o tempo, como se

não tivesse nenhum valor pedagógico. Ao contrário, essas atividades devem envolver os

alunos para o trabalho coletivo. É através das atividades lúdicas, como jogo e brincadeiras,

que o adulto poderá indagar, transformar e expressar suas vontades.

Outra questão a considerar é a concepção de formação humana contínua, segundo a

qual todos os educadores e educandos são eternos aprendizes, trocando e inovando suas

experiências e aumentando a perspectiva de permanência desses alunos na escola. Assim a

escola deve constituir-se em um espaço de troca de experiências onde a ludicidade auxilia o

professor na sua prática e conduz o educando a ser independente, crítico e ativo na construção

da sua própria aprendizagem.

Com o intuito de atender ao objetivo deste artigo, realizou-se um estudo de caso e

coleta de dados através de observações, anotações feitas no diário de bordo do estágio III,

leituras de alguns documentos, como, por exemplo, o Regimento Interno da Escola, propostas

educacionais para a Educação de Jovens e Adultos do Município de Irecê e do Estado da

Bahia, anotações da participação no conselho de classe no 1° semestre e dos planejamentos de

aula, entrevistas não-diretivas com os profissionais envolvidos no processo de

ensino/aprendizagem dos educandos, da Escola Municipal Marcionílio Rosa, na cidade de

Irecê/Ba e conversas significativas com a professora regente da sala de aula do 1° segmento,

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com a finalidade de recolher o máximo de informações possíveis sobre o objeto estudado. A

abordagem dos dados foi feita a partir de uma pesquisa qualitativa, de caráter participante.

Sobre isso, segundo o autor Antônio Joaquim Severino:

A pesquisa participante é aquela em que o pesquisador, para realizar a

observação dos fenômenos, compartilha a vivência dos sujeitos

pesquisados, participando, de forma sistemática e permanente, ao

longo do tempo da pesquisa, das suas atividades. O pesquisador

coloca-se numa postura de identificação com os pesquisados. Passa a

interagir com eles em todas as situações acompanhando todas as ações

praticadas pelos sujeitos. Observando as manifestações dos sujeitos e

as situações vividas, vai registrando descritivamente todos os

elementos observados bem como as análises e considerações que fizer

ao longo dessa participação. (SEVERINO, 2007, p.120)

Desse modo, essa pesquisa deseja entender detalhadamente como as mediações

lúdicas contribuem para o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos da EJA. No entanto,

na referida pesquisa de cunho exploratório, os pesquisadores procuraram desconsiderar as

crenças, os valores presentes nos atos e pensamentos sobre o objeto estudado.

O método utilizado foi o indutivo, pois parte de questões particulares, até chegar a

conclusões generalizadas. Partindo do princípio de que a produção do conhecimento acontece

na relação mútua de troca entre o pesquisador e o pesquisando – pois ambos possuem

sabedoria que os completam –, dessa forma fica claro que o objeto de pesquisa não está dado

a priori, mas é construído nessa relação de troca entre os pares envolvidos.

EXPERIÊNCIAS VIVENCIADAS NO ESTÁGIO

Destacamos aqui o relato da experiência vivenciada no período de estágio, nas Séries

Iniciais do Ensino Fundamental I, disciplina obrigatória que faz parte da grade curricular da

Universidade do Estado da Bahia - UNEB, supervisionado pelas professoras Daniela Lopes e

Lormina Barreto, especificamente na EJA, na Escola Municipal Marcionílio Rosa, localizada

na Praça Marcionílio Rosa S/N, no Bairro Boa Vista - Irecê/ BA, o qual foi o ponto de partida

para a definição dessa pesquisa. A mesma se deu entre os dias 09 a 27 de julho de 2012.

Esse período foi de grande relevância, pois proporcionou um entendimento maior

sobre o processo de ensino/aprendizagem e desenvolvimento do educando da EJA. Focamos

especificamente a compreensão de como as mediações lúdicas contribuem para que esse

processo aconteça. Por meio de diálogos com a professora regente das observações feitas e

das anotações no diário de bordo, podemos constatar que a mediação ludo pedagógica

acontece de forma “tímida” na EJA.

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Acompanhou-nos no estágio, diariamente em sala de aula, a professora regente da

turma 1ª e 2ª séries iniciais da EJA, a professora Maria da Conceição Souza Cana Verde. A

intervenção foi feita no período noturno, durante três semanas entre os dias 09 a 27 de julho

de 2012. Conforme combinado com as professoras de estágio Daniela Lopes e Lormina

Barreto, a professora regente da turma Maria da Conceição e a coordenadora da EJA da

referida escola Deise Pimentel, fizemos um estágio de cooparticipação, no qual trabalhamos

conjuntamente com a escola o projeto Mulher na década de 50 e 60, tema gerador que a

mesma está desenvolvendo neste semestre com todos os educandos dos 1° e 2° segmentos.

Construímos um projeto paralelo com o sub tema Mudança de Hábito, a partir do

qual buscamos levar os alunos a discutir, refletir, questionar sobre o papel da mulher na

sociedade, a forma como ela foi e continua sendo tratada historicamente, bem como a

importância de inseri-la como sujeito da história. Procuraremos evidenciar sua trajetória e

função em diferentes tempos na sociedade, descrevendo a família, a educação, o trabalho e as

transformações que foram necessárias para que a sociedade começasse a tratá-la sob um novo

olhar.

No primeiro dia de estágio, apresentamos para a turma o projeto Mudança de Hábito,

por meio de slides via data-show. Em seguida, discutimos com os alunos sobre a Mulher das

décadas 50 e 60 e quais mudanças ocorreram na sociedade, desde aquela época até os dias

atuais, fatos que consolidaram a “emancipação” feminina. Percebemos que os alunos foram

bastante participativos e interagiram bem conosco.

Constatamos no decorrer das aulas, que os alunos, em sua maioria, desenvolvem

razoavelmente bem a escrita, no entanto, apresentam dificuldade na leitura. A maioria dos

alunos conhece bem as letras alfabéticas, mas ainda não consegue formar palavras. Eles estão

em processo de alfabetização. Com isso, pensamos em fazer uma intervenção pedagógica na

qual a mediação ludo pedagógica prevalecesse para quebrar um pouco a rotina daquela

mediação “tradicionalista” que percebemos durante o período de observação do estágio.

Para nos auxiliar na construção do conhecimento escolar dos alunos, dinamizamos as

aulas com execução de alguns vídeos curtos, leitura de diferentes textos informativos, leitura

de imagens, construção de painéis, dinâmicas em grupo e músicas que retratam o papel da

mulher na sociedade, de forma a favorecer a aprendizagem dos educandos. Pensar educação

não existe sem pensar na sala de aula. Para isso, é preciso que esse espaço seja bem adequado

às necessidades dos alunos.

Buscamos trabalhar textos fáceis que ajudassem os educandos a terem uma melhor

compreensão textual, como, por exemplo, o poema Das pedras, de Cora Coralina. A partir do

poema da referida autora, algumas atividades diferenciadas foram feitas com os educandos e

conseguimos trabalhar conteúdos de português, matemática, sociedade e natureza. Esse foi

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apenas um exemplo de vários outros textos de diferentes autores em que socializamos e

trabalhamos com os alunos em sala de aula.

No decorrer das aulas, trabalhamos temas relevantes e bastante presente no cotidiano

dos alunos da EJA, como, por exemplo, a escassez de água no Território de Irecê, o

crescimento da violência e suas causas no Brasil e na cidade de Irecê. Discutimos muito sobre

a mulher na sociedade, na política, na cultura, na educação, na família, enfim, em todo o seu

contexto sócio-histórico, especialmente no do nordeste, onde nos encontramos. Abordamos

situações problemas de matemática envolvendo o dia a dia deles, entre outras atividades que

consideramos significativas para a aprendizagem desses alunos.

Durante o estágio, percebemos que os educandos da EJA, atendidos na Escola

Marcionílio Rosa, são pessoas bastante esforçadas que, apesar de um longo dia de trabalho,

ainda conseguem encontrar motivação para ir à escola, motivação essa que não está no espaço

escolar ou no professor, mas na vontade de aprender, de poder ler e escrever que cada um

tem. São alunos bastante interessados e com uma imensa vontade de conhecer a palavra, o

mundo letrado, pois conhecimento de vida eles tem de sobra. Sabendo das dificuldades

encontradas pelos alunos para estarem todos os dias em sala de aula, é preciso que sejam

consideradas e respeitadas as suas limitações.

A especificidade da EJA exige que busquemos analisar e propor práticas educativas

condizentes com a realidade socialmente excludente em que vivemos. Repensar a educação de

adultos apresenta-se como um desafio para todos aqueles que se propõem à construção de

uma educação emancipadora, que considere o ser humano em todas as suas dimensões. Neste

processo, as mediações lúdicas representam um caminho favorável para implementarmos uma

pedagogia mais humana, fraterna e libertadora.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Constatamos, no decorrer desta pesquisa, que a EJA parte do princípio de que a

constituição de uma educação básica para jovens e adultos deve ser voltada para a cidadania.

Essa construção de uma educação básica para jovens e adultos não se resolve apenas

garantindo a viabilização de vagas, mas, principalmente, oferecendo-se um ensino de

qualidade, com professores aptos a congregar, em seu trabalho, as inovações nas distintas

áreas de conhecimento e de incorporar as mudanças sociais e a suas consequências na esfera

escolar.

Assim sendo, o lúdico passa a constituir-se como uma possibilidade de um novo olhar

para os jovens e adultos, na qual esses alunos que não tiveram oportunidades educacionais na

idade própria e retornaram à escola na tentativa de superar o tempo perdido possam encontrar,

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na escola, um ambiente prazeroso, descontraído e de satisfação pessoal. É neste contexto que

a escola de jovens e adultos pode tornar-se, para os educandos, um espaço privilegiado de

formação com metodologias divertidas e dinamizadas, desfrutando de momentos prazerosos

e, ao mesmo tempo, construindo um conhecimento escolar agradável.

No entanto, o que presenciamos foi a presença de uma educação tradicionalista na qual

prevaleceu o sistema “bancário”, em que o professor deposita conhecimento e aluno recebe as

informações – copia-se no quadro, o aluno cópia no caderno –, o que no processo de

alfabetização é necessário, mas não com tanta intensidade como vimos. É preciso pensar em

novas práticas pedagógicas para tornar o processo de aprendizagem mais atrativo para os

alunos.

A partir desse pensamento, focamos na mediação lúdica como ferramenta primordial

para tornar esse processo mais dinâmico e divertido, pois, por meio de atividades lúdicas, o

professor promove a autoestima e favorece o desenvolvimento educacional de seus

educandos, assim como o desenvolvimento da linguagem, pois alguns alunos têm dificuldades

de comunicar-se e, através dos jogos e brincadeiras, as idéias fluem com naturalidade e há

uma maior interação entre eles

Assim, é possível compreender o outro, amar e sentir-se aceito pelos colegas,

respeitando e compartilhando seus anseios, suas dúvidas e desejos. Para Freire, “a alegria

necessária à atividade educativa é a esperança. A esperança de que professor e alunos juntos

podem aprender, ensinar, inquietar-nos, produzir e juntos igualmente resistir aos obstáculos”

(1996, p. 80).

Percebemos que, de um modo geral, os alunos têm boa receptividade às atividades

lúdicas utilizadas no processo de ensino e aprendizagem, porém alguns apresentam críticas

acerca desse tipo de atividades nas quais estão envolvidos trabalhos de recorte, pintura,

colagem, dinâmicas em grupos, jogos e brincadeiras. Em sala de aula, alguns alunos dizem

que tais atividades “são infantis”, que não é coisa para eles que são adultos, mas, com o

desenvolver das aulas, acabam participando com os demais colegas.

Assim, constatamos que o desafio não está somente na introdução do lúdico na EJA,

mas, acima de tudo, em compreender as especificidades que esta modalidade exige. Deste

modo, é evidente a necessidade de construirmos uma política educacional permanente para

jovens e adultos. Somente assim, poderemos efetivamente construir uma educação plena e

que possibilite uma formação emancipadora para todos.

REFERÊNCIAS

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Terra, 2001.

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FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 31. ed.

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Acesso em 18/07/2012.

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VYGOTSKY, L.S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1993.