A Loucura Do Trabalho

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UNIVERSIDA DE ES TA DUAL PAULISTA Faculdade de Ciências e Letras Campus de Assis RESUMO: A LOUCURA DO TRABALHO Curso: Psicologia Discente: Aline Zeller Pereira de Souza Docente: Maria Luiza a!a Sc"#idt De$arta#ento de Psicologia E!oluti!a% Social e Escolar ASS&S% '()*

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTAFaculdade de Ciências e Letras

Campus de Assis

RESUMO:

A LOUCURA DO TRABALHO

Curso: Psicologia

Discente: Aline Zeller Pereira de Souza

Docente: Maria Luiza a!a Sc"#idt

De$arta#ento de Psicologia E!oluti!a% Social e Escolar 

ASS&S% '()*

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1 Introdu!o

1"1 # $ s%culo &I& e a luta pela so're(i(ência

 A )im de discorrer so're a loucura no tra'al*o De+ours inicia seu li(ro com uma

introdu!o, desta )orma, conte-tuali.ando o /uadro do nascimento do interesse

na sa0de mental do tra'al*ador o autor menciona pontos /ue ser!o a'ordados

no decorrer do li(ro, decorrente tal )ato, De+ours (isa discorrer so're a sa0de

mental dos tra'al*adores, mas com um en)o/ue /ue capte a di(ersidade de

(i(ências contidas no /ue concerne o rupo oper2rio, distanciando3se de

pes/uisas /uantitati(as, /uestion2rios a'erto e )ec*ados # respostas 4'in2rias5

)rente ao sentimento *umano, recorrendo assim a correntes e-istencialistas

alem!s"

Para o autor, o per6odo de desen(ol(imento industrial do s%culo &I& se )a.

)undamental para a compreens!o da e(olu!o do tra'al*o e suas ma.elas nos

indi(6duos" Nesse cen2rio, De+ours cita as condi7es /ue a Re(olu!o

Industrial trou-era, tal como a ampla +ornada de tra'al*o /ue poderia se

estender at% 18 *oras di2rias, o empreo de crianas de 9 a : anos de idade,

os sal2rios 'ai-os e a p%ssima condi!o de (ida ;su'alimenta!o, )alta de

*iiene, esotamento )6sico, acidentes de tra'al*o entre outros<, como

rele(ante para a compreens!o do /ue representa a sa0de no tra'al*o

atualmente" $ autor ainda menciona /ue diante de tal e-posto, n!o *2 se/uer 

como )alar so're sa0de no /ue consiste a esta cena do s%culo &I&"

= tam'%m no conte-to do s%culo &I& /ue sure um )orte mo(imento *iienista,

dadas as condi7es prec2rias de e-istência e a mis%ria na /ual os oper2rios se

encontraram durante esse desen(ol(imento capitalista , a mis%ria passa a ser (ista como su+a, contaiosa, o /ue d2 (o. a introdu!o da linuaem de

isolamento" $ autor )a. uma met2)ora, em rela!o ao /ue tane as pol6ticas de

*iiene, /ue por sua (e. (isam proteer classes pri(ileiadas e n!o oper2rias"

Para tal per6odo capitalista, a mis%ria % doena e sua cura % o tra'al*o"

1"> # Da Primeira ?uerra @undial a 18B

Diante dessa condi!o de (ida a'surdamente prec2ria os mo(imentos

re(olucion2rios oper2rios passam a an*ar )ora, e diretamente proporcional a

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este seue a repress!o estatal" Anteriormente o Estado desempen*a(a um

papel mais omisso diante aos con)litos entre propriet2rios e oper2rios, contudo,

com o )ortalecimento dos mo(imentos re(istas, re(olucion2rios, as

neocia7es entre patr7es e )uncion2rios dei-aram de ser solucionadas entre

esses, e o Estado passou a interar como um aente )undamental neste

cen2rio, sendo um 2r'itro essencial" Deste per6odo se desdo'ram o

nascimento de sindicatos, associa7es, )edera7es nacionais e partidos

pol6ticos 3 como proposto pelo )iloso)o alem!o a'ermas /ue (ersa so're uma

sociedade participati(a e interada ao Estado 3 dando )ora s ondas de

ideoloias es/uerdistas"

 A luta desempen*ada nesse per6odo tomada pelo )er(or de mudanas e)eti(as(isa(a especialmente a redu!o da +ornada de tra'al*o, em'ora tais mudanas

permaneceram estanadas por /uase anos, % de rele(Gncia considerar este

inicio *istHrico como )ator de desencadeamento de uma s%rie de direitos /ue se

desdo'raram atra(%s da luta desta classe oper2ria"

Decorrente deste per6odo ainda tem3se a corrida industrial dos pa6ses

europeus, /ue aca'aram por culminar na Primeira ?rande ?uerra, e /ue em

muito in)luenciou as rela7es de tra'al*o a partir do aumento de demandas

produti(as em (irtude das necessidades criadas pela uerra" $ n0mero de

mortos e in(2lidos pHs a uerra re)ormularam parcialmente as pol6ticas

tra'al*istas ent!o (ientes" Sa'e3se /ue n!o tardou muito para /ue uma no(a

uerra eclodisse a n6(el mundial, e em se tratando de uerra as )2'ricas em si

lucram muito, atra(%s de atender demandas de soldados em campos de

'atal*a, produtos /ue acol*essem as necessidades de ci(is" Nesse sentido

no(as )ormas de produ!o an*am )orma, so'retudo uma /ue destaca3se at%*+ # o Talorismo" A )im de produ.ir mais, Talorismo tal /ual o Fordismo seue

etapas, /ue dissociam a mente do oper2rio e seu tra'al*o manual, erando a

aliena!o proposta por @ar-" $ corpo passa a so)rer uma docili.a!o pelos

processos produti(os, torna3se pass6(el e mecani.ado, diante do tra'al*o

repetiti(o en)rentado diariamente" = neste conte-to tam'%m /ue a medicina do

tra'al*o comea a an*ar )ora"

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Com a Seunda ?uerra @undial, apHs di(ersas con/uistas dadas ao conte-to

anteriormente mencionado, os mo(imentos em 'usca de mel*orias nas

condi7es de (ida e tra'al*o, retomam" Desta no(a onda de rei(indica7es

nascem Hr!os como a Pre(idência Social ;1J<, os Comitês de iiene e de

Seurana ;1J:< e a institucionali.a!o da @edicina do Tra'al*o ;1J8<" Para

De+ours, este per6odo /ue se desdo'ra a partir de 1JJ, denota o

recon*ecimento do corpo como um instrumento de tra'al*o usado pelos

propriet2rios dos meios de produ!o, dessa no!o, portanto, desem'ocaram

lutas /ue (isa(am arantir os direitos a sa0de, dura!o do tra'al*o, )%rias,

aposentadoria" E para o autor entre 11J e 18B, este )oi o rande en)o/ue dos

mo(imentos tra'al*istas, a luta em 'usca da preser(a!o da sa0de no

tra'al*o"

9 # Terceiro per6odoK apHs 18B

De+ours considera o per6odo pHs318B como um inicio do /ue (em a ser a luta

pela sa0de mental do tra'al*ador, em'ora esta ainda se apresente com pouca

(o. ati(a ainda" $ autor relaciona o surimento desta corrente com a )alência

do /ue % o sistema de Talor, o /ual al%m do desaste )6sico tam'%mcompartil*a(a de um uso a'usi(o da )ora mental de seus oper2rios" Contudo,

o ala(ancamento de tecnoloias presenciadas durante a ?uerra Fria e o

desen(ol(imento do terceiro setor, resultou em uma 'urocrati.a!o do tra'al*o

d2 se inicio a presena cada (e. maior de tra'al*adores em escritHrios, uma

(e. /ue tal tare)a n!o possui taman*o desaste )6sico como o o'ser(ado em

)2'ricas, toda(ia, % neste meio permeado pela press!o e stress /ue a

preocupa!o com a sa0de mental (ai ad/uirindo uma )orma mais concreta"

$ autor )risa /ue se *2 de certa )orma um an*o de (o. /uanto o assunto da

sa0de mental, % em (irtude dos e(entos ocorridos em maio de 18B" Em 'usca

de /ue'rar os paradimas de uma sociedade de consumo e alienante, e o

tra'al*o neste sentido, )oi identi)icado como uma )onte de aliena!o, dado os

processos produti(os em s%rie da %poca, onde produ.ir em lara escala # em

um aue do capitalismo em 'usca de sua *eemonia # se )a. )undamental"

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Tal /ual entende3se maio de 18B claramente atra(%s desta passaem do

autorK

 A /uest!o % de uma importGncia crucial" A luta pela so're(i(ênciacondena(a a dura!o e-cessi(a do tra'al*o" A luta pela sa0de do corpo

condu.ia den0ncia das condi7es de tra'al*o" Muanto ao so)rimentomental, ele resulta da orani.a!o do tra'al*o" Por condi!o de tra'al*o %preciso entender, antes de tudo, am'iente )6sico ;temperatura, press!o,'arul*o, (i'ra!o, irradia!o, altitude etc<, am'iente /u6mico ;produtosmanipulados, (apores e ases tH-icos, poeiras, )umaas etc<, o am'iente'iolHico ;(6rus, 'act%rias, parasitas, )unos<, as condi7es de *iiene, deseurana, e as caracter6sticas antropom%tricas do posto de tra'al*o" Por orani.a!o do tra'al*o desinamos a di(is!o do tra'al*o, o conte0do datare)a ;na medida em /ue ele dela deri(a<, o sistema *ier2r/uico, asmodalidades de comando, as rela7es de poder, as /uest7es deresponsa'ilidade etc" ;DE$URS,p" >, 1><

> Cap6tulo I # As estrat%ias de)ensi(as

>"13 4As ideoloias de)ensi(as5 ;o caso do su'proletariado<

De+ours esclarece neste tHpico /uem % o su'proletariado, sendo assim, esse %

a/uele /ue *a'ita as .onas periur'anas, n!o se trata de uma orani.a!o

pol6tica e sim um con+unto de pessoas /ue (i(em marem, na peri)eria dos

centros ur'anos, e tal /ual a (ida da marem est!o )adados aos su'empreos

ou ao n!o3empreo" $ autor esta'elece ainda uma lin*a de compara!o dessa

popula!o /ue (i(e a marem3 na mis%ria # com a mis%ria (i(ida no s%culo

&I&" E e-pressa /ue neste setor social % poss6(el o'ser(ar contrastes /ue

dei-am a dor e so)rimento e(identes" Dadas as condi7es prec2rias em /ue

(i(em os su'proletarios, sem uma estrutura )amiliar ade/uada, cercado de

carências em in0meros setores e a n!o presena de pol6ticas pu'licas /ue

au-iliem na manuten!o do 'em estar destes, De+ours retoma a compara!o

com a (ida dos oper2rios )a'ris do s%culo &I&, discute3se dessa )orma arela!o da doena e o tra'al*o" Sendo muitas (e.es a)etados por doenas

disseminadas atra(%s de m2 *iiene, p%ssimas condi7es de tra'al*o,

promiscuidade, o indi(iduo tende a ser a'atido pela doena, e em sua

sociedade % considerado um (aa'undo, uma (e. /ue dei-ou3se le(ar pela

en)ermidade" A doena neste ramo da sociedade % muitas (e.es nelienciada,

sendo apenas considerada uma doena de )ato /uando essa atine o seu

e-tremo, +2 /ue trata3se de aprender a domesticar a doena, o *omem n!ode(e )altar ao tra'al*o pois % um (aa'undo se o )a., e a mul*er tem como

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o'ria!o a manuten!o dos de(eres do lar independente de seu estado de

sa0de" De+ours ressalta a relutGncia de muitas (e.es procurar um m%dico, com

medo de /ue este descu'ra pro'lemas al%m dos (istos em seu e-tremo, e /ue

apenas a ra(idade e insuporta'ilidade dos sintomas desencadeados por 

essas doenas le(am o paciente 'uscar a+uda m%dica, contudo, se por (e.es

alo pior % desco'erto em meio aos e-ames *2 uma perda 'rusca do animo, e

como o autor destaca, na lHica do su'0r'io % imposs6(el curar3se sem animo,

uma (e. /ue n!o se tem crena de /ue *2 uma mel*ora poss6(el"Sarar neste conte-to n!o est2 e-atamente liado ao desaparecimento da

doena de )ato, por (e.es somente domestic23la e passar a ter um con(6(io

aceit2(el com ela passa ser o su)iciente para /ue um indi(iduo considere3se

curado"So'retudo destaca3se a situa!o da mul*er no meio do su'proletariado,se a doena corresponde ao *omem a perda de uma (aa em um

su'empreo, a doena para mul*er representa distanciar3se da )am6lia, e por 

sua (e. *2 tam'%m uma preocupa!o em rela!o as crianas" Essas )am6lias

em sua maioria apresentam um amplo continente de indi(6duos /ue a

comp7em, (ariando de B a 19 )il*os" Conclui3se /ue ir ao m%dico implica em

uma s%rie de pro'lemas, tais como 4/uem cuidar2 dos outros )il*os durante

min*a ausênciaO5 custos com o deslocamento, custos com a consulta, custoscom os medicamentos, e tudo isso le(a ao cerne da /uest!o /ue mo(e esse

ciclo (icioso de marinali.a!o e adoecimento pelas condi7es prec2rias em

/ue se (i(eK o din*eiro" N!o sH com isto a mul*er do su'0r'io so)re, mas

tam'%m com a repres2lia de uma ra(ide., ou sua se-ualidade em si, /ue se

desdo'ram em coment2rios relacionados )un!o desta apenas como

4parideira5, /ue sH sa'e )a.er isso de sua (ida" @as nascidos os )il*os, mesmo

em condi7es deradantes os pais )a.em o poss6(el para cri23los, e /uandoestes se tornam independentes, as m!es adoecem no(amente, pois n!o *2

)un!o a e-ercer, n!o *2 (ior ou ra.!o de ser /ue as moti(e, loo caem em

um adoecimento, sem a (ontade de sarar" De+ours c*ama tal )enmeno de

ideoloia da (eron*a, o /ual separa em duas instancias, primeiramente na

(eron*a do corpo, no /ue tane a se-ualidade, a ra(ide. e a doena,

entende3se atra(%s disso /ue o corpo sH possa ser compreendido atra(%s do

4silêncio5 dos Hr!os, apenas o corpo produti(o % o corpo aceito" Dessa )orma

destaca3se a seuinte coloca!o do autorK

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Muando esta dor torna3se insurpot2(el ou torna imposs6(el o tra'al*o,somente ent!o se decide consultar um m%dico mas Q/ue )alta de sorte,/uando a ente c*ea a dor passaQ" E isso lem'ra 'em o /ue )oi ditoanteriormente, so're o medo de /ue o m%dico descu'ra e)eti(amentealuma coisa" @as % tam'%m uma auto3acusa!o" A (eron*a transparecedesta maneiraK Qse a dor passou, % por/ue a ente est2 in(entando *istHriaQ"

Em primeira an2lise pode3se considerar /ue a (eron*a institu6da a/uicomo sistema constitui uma (erdadeira ideoloia ela'orada coleti(amente,uma Ideoloia de)ensi(a contra uma ansiedade precisa, a de estar doente ou, mais e-atamente, de estar num corpo incapaci'ilitado";DE$URS, p" 99, 1><

$ seundo ponto destacado por De+ours % a rela!o entre a doena, e o )ato

de estar doente e o tra'al*o" A doena corresponde ao *omem a ideoloia da

(eron*a, % a/uilo /ue leitima a in(alide. e inaptid!o para )a.er determinada

tare)a a /ual antes se tin*a sa0de para isto" No caso da mul*er s!o as

doenas, esta7es, /ue interam essa ideoloia da (eron*a" = neste ponto/ue a doena intera como uma anustia ao su'proletario, o impedimento de

/ue este possa e-ercer suas tare)as" Desta )orma o su'proletariado 'usca

)ormas de alienar3se ao /ue % a doena, ao /ue % a doena de tra'al*ar, de

)orma a de)ender3se do sistema /ue o a)eta, indi(idualmente os su+eitos

'uscam suas (2l(ulas de escape ;di)erentes a cada indi(iduo< sendo uma

destas )ormas o alcoolismo, a seunda consiste na (iolência # marinali.a!o,

a terceira % por meio da loucura, em suas )ormas mais (ariadas,resumidamente e-istem in0meras )ormas de )ua, como disserta o autor"

re(emente a ideoloia de)ensi(a consiste nos pontos acima a'ordados, como

mascarar as doenas, su)ocar a ansiedade e a)ins, com o intuito de interar ao

am'iente de tra'al*o, +2 /ue uma (e. destoante o indi(iduo % e-clu6do de

determinado rupo"

>"> 3 $s mecanismos de de)esa indi(idual contra a orani.a!o do tra'al*oK o

e-emplo do tra'al*o repetiti(o

$ seundo su'3cap6tulo a'orda a /uest!o do tra'al*o repetiti(o em (2rios

Gm'itos tal como a )2'rica, escritHrios, 'ancos, lin*as de montaem" Esse

ênero de tra'al*o consiste em um tra'al*o deri(ado da lin*a Talorista, e %

como destaca De+ours, respons2(el por tomar o tempo do indi(6duo n!o

somente em suas *oras de tra'al*o, mas al%m destas, passa a interar o

cotidiano )ora do *or2rio de tra'al*o"

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$ principal alicerce da teoria Talorista consiste em aumentar a produti(idade,

para Talor, *a(ia momentos em /ue os oper2rios diminu6am sua capacidade

produti(a em (irtude de 4(adiaem5, e para tanto, passou a )ormular 

alternati(as /ue mudassem essa lHica, dessa )orma a (adiaem )ora

denunciada como perda de tempo e especialmente, de din*eiro" A seuinte

passaem tradu!o 'em esta rela!oK

 Assim, o pro+eto de Talor indenti)ica3se redu!o, no sentido radical,poder6amos di.er ortop%dico,da (adiaem oper2ria" $ principalo'st2culo /ue ele encontra no seu pro+eto % a (antaem indiscut6(el dooper2rio3artes!o so're o empreador na discuss!o dos tempos e dosritmos de tra'al*o" $ con*ecimento da tare)a e do modo operatHrio )a.parte do campo do oper2rio e traem cruelmente a arumenta!o doenen*eiro" E-periência pro)issional e no3*o t%cnico s!o aindacomple-os numa %poca em /ue o oper2rio continua, em muitos casos,sendo um artes!o /uali)icado" $ sa'er oper2rio emere, ent!o, na lutacomo seredo coleti(amente detido pela corpora!o oper2ria ;8><sa'er seredo c*a(e das rela7es de )ora de /ue Talor (aiapoderar3se ;DE$URS, p" 9:, 1><

 A partir do modo Talorista de produ!o escol*e3se um oper2rio, /ue possua

alta produti(idade e torna3o modelo em todo o am'iente de tra'al*o" A )im de

tornar isso uma m2-ima Talor passa a pensar em como implementaria esse

no(o modos operandi, concluiu dessa )orma /ue a di(is!o do processo emetapas aumentaria a produti(idade e tomaria esse tempo de 4Hcio5 durante o

prHprio tra'al*o" 2 assim uma ro'oti.a!o das tare)as, /ue aca'am por 

alienar o indi(iduo, desastam o mentalmente e )isicamente de(ido a

monotonia desempen*ada nas ati(idades" $ meio de produ!o de Talor 

tam'%m aca'a por romper a intera!o entre os )uncion2rios, dei-ando3os

apenas isolados em suas prHprias indi(idualidades" $'(iamente e-istem casos

a parte, como menciona De+ours so're )uncion2rios iuosla(os /uecola'ora(am entre si para 4'urlar5 a riide. do sistema e poder )umar, ou ter 

aluns minutos de descanso da produ!o em s%rie"

 ApHs esse processo de dispers!o da unidade oper2rio, da orani.a!o, do

processo artesanal, têm3se indi(6duos docili.ados e se )a. necess2rio portanto

adestr23los as aspira7es da orani.a!o de tra'al*o" Toda(ia, tal conceito

Talorista apresenta resultados totalmente contr2rios aos o'ser(ados na

realidade, se para Talor a mecani.a!o dos su+eitos aumentaria a

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produti(idade, mesmo /ue isto e-cedesse suas capacidades )isiolHicas e

mental, no plano real das coisas, muitas (e.es um tra'al*o artesanal % muito

mais produti(o, uma (e. em /ue o oper2rio respeita seus limites, conseuindo

assim pensar em presente e )uturo"

Considerando esse tipo de tra'al*o têm se uma di(is!o entre a opini!o de

autores so're o assunto" Primeiramente considerar3se3ia /ue a possi'ilidade

de )antasiar durante o processo n!o % iual a todos, e o (alor /ue se tem esse

pensamento de distra!o tam'%m % di)erente, de(ido a prHpria di)erena da

nature.a *umana" A seunda *ipHtese trata a respeito da orani.a!o do

tra'al*o, dada a monotonia e repeti!o do ser(io somente por (e.es %

poss6(el de(anear" 2 tam'%m a /uest!o do tempo )ora do tra'al*o, /ue por muitas (e.es n!o conseue suprimir as necessidades de la.er e dese+os, uma

(e. /ue estes s!o onerosos, necessitasse de deslocamentos e a)ins" Entende3

se assim /ue o *omem passa a ser condicionado, n!o sH em seu am'iente de

tra'al*o, mas tam'%m no e-terno, em 'usca de um indi(iduo produtor3

consumidor, o tra'al*o passa a estar presente na (ida cotidiana dos indi(6duos,

reprodu.ido atra(%s das cadências, )alas e estos rotineiramente utili.ados"

Por (e.es % receitado pelos m%dicos das )2'ricas /ue e-ista um a)astamento

do tra'al*o por conta dessa repeti!o doentia /ue acomete os )uncion2rios, e

esses muitas (e.es re)utam o parecer m%dico, com medo de dei-arem de

possuir a cadência ritmada arduamente con/uistada, e como mencionado por 

De+ours, os )uncion2rios passam a ser os artes7es de seu prHprio so)rimento

9" Cap6tulo > # Mue so)rimentoO

9"1 3 Insatis)a!o e conte0do sini)icati(o da tare)a$'ser(a3se na (ida do oper2rio # em um modo eral 3 dois tipos de so)rimento

a insatis)a!o e a ansiedade" Para De+ours o discurso oper2rio possui

elementos /ue se repetem, tais como a indinidade no tra'al*o, a ro'oti.a!o,

sentir3se um apêndice da m2/uina, o contato )orado, sentir3se su+o,

despro(ido de inteliência ou criati(idade e n!o possuir uma personalidade,

estar massi)icado pelo sistema" Trata3se de parte do processo alienante do

tra'al*o no mundo capitalista, do /ual muitas (e.es o oper2rio n!o tem/ual/uer con*ecimento do /ue % o produto )inal do seu tra'al*o, uma (e. /ue

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este % totalmente )ramentado em etapas, *2 assim o sentimento de

irrele(Gncia para *umanidade nas tare)as desempen*adas, 4A (i(ência

depressi(a condensa de aluma maneira os sentimentos de indinidade, de

inutilidade e de des/uali)ica!o,ampliando3os" Esta depress!o % dominada pelo

cansao5 ;DE$URS, p" J, 1><"

$ posto no tra'al*o muito in)luência na dinGmica oper2ria, % sa'ido pelos

mesmos /ue *2 caros com um n6(el de di)iculdade maior /ue ca'em a

co'ranas da c*e)ia ou ser proteido por ela, a)etando diretamente a rela!o

com os demais )uncion2rios" 2 nisso o )ardo de carrear o tra'al*o al%m do

/ue concerne sua cara *or2ria, sendo /ue os indi(6duos s!o atra(essados

pelo seu tra'al*o /ue por (e.es a)etam a (ida pessoal e tem como 0nicoprêmio o sal2rio" E o so)rimento se d2 nesse meio apHs o sentimento de

estana!o, de in%rcia atra(%s de todo o conte0do e capacidade /ue se tem e

/ue aca'a por n!o le(ar a luar nen*um, erando um rau imenso de

insatis)a!o"

9"> 3 Insatis)a!o e conte0do eronmico do tra'al*o

Para o autor, essa insatis)a!o se destaca como pea c*a(e para acompreens!o da rela!o sa0de3tra'al*o"

@uitas (e.es nelienciada ou descon*ecida, a insatis)a!o resultante deuma inadapta!o do conte0do eronmico do tra'al*o ao *omem est2 naoriem n!o sH de numerosos so)rimentos som2ticos de determinismo )6sicodireto, mas tam'%m de outras doenas docorpo mediati.adas por alo /ueatine o aparel*o mental" Para situar o pro'lema, o mais simples % tal(e.recorrer ao estudo da e)ic2cia da eronomia" ;DE$URS, p" 9, 1><

Tal pr2tica consiste numa a(alia!o de determinado posto de tra'al*o,

considerando as aptid7es )6sicas necess2rias do operador e as condi7es doam'iente" Atra(%s deste cri(o % poss6(el traar um per)il /ue atenda da )orma

mais ade/uada poss6(el o padr!o esta'elecido, )eito isto s!o discutidos os

pontos /ue de(em ser mudados em determinado caro, a )im de ali(iar as

ma.elas produ.idas por este" Seuidamente, discute3se com a dire!o da

empresa a tomada de tais medidas" Para o autor esta medida acarreta em um

solucionamento super)icial da pro'lem2tica do tra'al*o desastante e

deradante, seria necess2rio um estudo mais amplo e lo'al, com o intuito de

dissecar os pro'lemas ali entran*ados" De+ours ressalta a necessidade de uma

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an2lise mais su'+eti(a diante dos tra'al*adores, sendo /ue s (e.es as

mudanas ocasionadas pela eronomia n!o s!o de )ato satis)atHrias aos

oper2rios" 2 /ue distinuir3se estas su'+eti(idades, uma (e. /ue pode

con)undir3se tal conceito com uma su'+eti(idade do coleti(o" $ autor destaca

/ue )re/uentemente os oper2rios se sentem 'ene)iciados com as mudanas

dadas pelo estudo eronmico, como a mudana de um +oo de lu.es, entre

outros e-emplos, isso resulta na positi(idade da ati(idade eronmica,

contudo, esse e)eito positi(o tende a des)a.er3se" As causas /ue le(am a esse

)enmeno s!o muitas (e.es o *2'ito, a re(ela!o de pre+u6.os outrora

descon*ecidos, e especialmente, o )ato de /ue no )undo, nada mudou"

 A retirada de um )ator /ue erasse um determinado pro'lema aca'a por re(elar outro pro'lema /ue passa(a desperce'ido, por conta da intensidade do

primeiro e assim sucessi(amente" Deste )enmeno se desdo'ra a insatis)a!o

tra'al*ada neste su'capitulo pelo autor" Fa.3se rele(ante considerar as

demandas indi(iduais, e compreender a rela!o /ue se esta'elece entre as

mudanas eronmicas e a personalidade, /ue em aluns casos, se

desrespeitada tal analise podem (ir a culminar em pro'lemas de ordem

psicossom2tica, como elucida o e-emplo dado por De+ours, e /ue so'retudole(am a insatis)a!o"

Para determinar essa rela!o entre a personalidade e o conte0do eronmico,

De+ours prop7e a analise de três componentes um primeiro re)erente as

e-iências de ordem psicomotora e )6sica, a seunda, re)erente a ordem

psicossensorial e a ultima de ordem intelectual" Dada esta con+untura, o autor 

)a. duas conclus7es, sendo a primeira a rela!o de insatis)a!o /ue

transcende o /ue di. respeito somente ao tra'al*o e se atrela a uma satis)a!o'uscada pelo oper2rio num n6(el )6sico e ner(oso de e-ercer as ati(idades"

Neste caso a ausência de uma con(erência de um posto /ue atenda as

necessidades ps6/uicas e )6sicas de um indi(iduo aca'am por le(23lo ao

adoecimento, sendo o corpo o primeiro a)etado e depois a mente" $ in(erso

ocorre no /ue seria o seundo ponto a'ordado por De+ours, /uanto

insatis)a!o relati(a ati(idade desempen*ada, sendo neste caso, a mente

primeiramente a)etada"

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J Cap6tulo 9 # Tra'al*o e medo"

De+ours inicia este capitulo com uma di)erencia!o entre o /ue s!o an0stia e

o medo" Para o autor, o medo % pouco estudado no /ue di. respeito a

psicopatoloia do tra'al*o" A an0stia se caracteri.a pelo con)lito entre doisimpulsos inconcili2(eis, sendo uma produ!o indi(idual, in(estiada pelo

campo da psican2lise" $ medo, entretanto, est2 presente em todas as

ocupa7es pro)issionais, e este se d2 a partir das id%ias e sentimentos do

*omem )ace a realidade" $ autor cita a /uest!o dos riscos inerentes a

ati(idades durante o tra'al*o, considerando /ue alumas s!o de ordem /ue

atin+a apenas um su+eito e outras /ue possam acarretar em danos

coleti(idade, contudo, o risco est2 liado ao descon*ecimento do pro'lemaem si a )undo e in(estimentos, mas de /ual/uer )orma, o risco, ou a

e-pectati(a de /ue alo ocorra de )orma n!o plane+ada ocasiona o medo"

J"13 $s sinais diretos do medo

$ autor e-empli)ica a /uest!o do risco com uma ind0stria /u6mica, onde os

riscos s!o con*ecidos, tal /ual a e-posi!o a certas su'stGncias e suas

conse/ências, e nessa situa!o o )oco da preocupa!o com a sa0de dooper2rio concerne totalmente ao )6sico e n!o ao mental" $'(iamente *2 uma

rela!o direta entre as condi7es de tra'al*o e os riscos /ue este o)erece

sa0de )6sica, e % neste ponto em /ue sure o medo citado por De+ours"

 A propHsito deste discurso tra'al*ador so're a sa0de )6sica, % muito comum secolocar a ên)ase anal6tica no /ue est2 mais imediatamente e-presso, ou se+a,de /ue as condi7es de tra'al*o s!o pre+udiciais para o corpo" @esmo sendoincontest2(el tal realidade, nelienciamos em eral a prHpria pala(ra, omomento em /ue % pronunciada e o tom no /ual se e-pressa" $ra, estapala(ra % uma pala(ra carreada de ansiedade" Se a rela!o corpo3condi7esde tra'al*o muitas (e.es % estudada corretamente, ao contr2rio, nunca se )a.men!o das repercuss7es do perio real a n6(el mental, da cara ;de tra'al*o<ps6/uica inerente ao tra'al*o perioso /ue, entretanto, )a. parte do desastedo oranismo ;astreinte<W" $ medo relati(o ao risco pode )icar sensi(elmenteampli)icado pelo descon*ecimento dos limites deste risco ou pela inorGnciados m%todos de pre(en!o e)ica.es ;DE$URS, p" 88, 1><

 Ainda no e-emplo da ind0stria /u6mica, o medo dos )uncion2rios est2

intrinsecamente liado a uma ansiedade /ue o am'iente de tra'al*o

proporciona, pra onde /uer /ue se direcione o ol*ar *2 sempre um lem'rete da

possi'ilidade de um acidente do risco" A ansiedade se )a. presente nocotidiano do tra'al*ador, mesmo no /ue % considerado por ele como um tempo

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(ao no tra'al*o, uma (e. /ue se mantêm o estado de (i6lia" Esse )ato

desencadeia muitas (e.es o consumo de medicamentos ansiol6ticos, son6)eros

e psicoestimulantes, a )im de conter essa ansiedade erada pelo medo,

respaldada no des(io padr!o de riscos suscet6(eis"

J">3 $s sinais indiretos do medoK a ideoloia ocupacional de)ensi(a

Nesse tHpico, o autor usa como e-emplo a constru!o ci(il, *2 neste ramo uma

s%rie de acidentes mortais ou /ue (en*am a erar in(alide." Contudo, esses

pro)issionais parecem n!o dar de(ida importGncia as normas de seurana,

neando de certa )orma os riscos aos /uais est!o su'metidos, tendo seu per)il

psicolHico traado com uma tendência ao indi(idualismo, orul*o, entre outras

caracter6sticas /ue e(idenciam um osto pelo perio e ma-imi.a!o do

sentimento de (irilidade"

Em'ora a princ6pio parea n!o *a(er traos de ansiedade, esta se re(ela

/uando os oper2rios e-pressam seus relatos so're acidentes ocorridos com

coleas de tra'al*o, os e)eitos em suas )am6lias, e /ue aca'am por re(elar a

temeridade dos riscos aos /uais est!o su+eitos diariamente" Neste ponto

tam'%m e(idencia3se o assunto tHpico deste su'capitulo, a ideoloiaocupacional de)ensi(a" Despre.am3se os riscos a )im de )a.ê3los parecer 

menos mortais, e dessa )orma, criando uma ilus!o de seurana e imunidade"

 A con)irma!o desse cHdio se d2 atra(%s de uma 4norma coleti(a5, n!o se

de(e demonstrar o medo, )icar a marem dele"

J"93 $ medo em tare)as su'metidas a ritmos de tra'al*o

@enciona3se tam'%m a ansiedade no Gm'ito dos tra'al*adores da lin*a de

montaem, o autor nesse momento /uestiona a )onte dessa ansiedade"

De+ours compreende /ue esta ansiedade n!o est2 muito liada a condi7es

)6sico3/u6micas do tra'al*o, ou o rendimento e-iido, e est2 de )ato liada

especialmente aos tra'al*adores /ue ocupam um no(o posto" 2 a

necessidade de aprender o no(o 4ritmo5 do tra'al*o" E % a isto /ue est2

relacionada a ansiedade nesse semento, *2 o constante medo de n!o

ade/uar3se, perder o ritmo, e por )im, ser mandado em'ora"

J"J3 A ansiedade e as rela7es de tra'al*o

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Têm3se como rela!o do tra'al*o /ual/uer con(6(io /ue e-ista com outro

indi(iduo neste campo, podendo a'raner desde coleas, c*e)ia, entre outros,

e a/ui se trata dessas rela7es e o impacto /ue elas eram na ansiedade do

indi(iduo, uma (e. /ue por muitas (e.es essas s!o descon)ort2(eis e at%

mesmo insuport2(eis" Encontra3se na *ierar/uia a principal )onte dessa

ansiedade, pautada no n6(el produti(o e )ormas de erencias distintas de cada

empresa em particular, mas num plano eral, o oper2rio se torna ansioso com

a possi'ilidade de uma apro(a!o ou n!o de um de seus superiores" A rela!o

de c*e)ia possui a/ui um n6(el alto de aressi(idade, *ostilidade e repress!o, a

/ual a)eta de )orma direta a sa0de mental dos tra'al*adores" No setor terci2rio

se torna mais e(idente esta pro'lem2tica, as promessas de uma promo!o,

mel*oria de sal2rio, ou /ual/uer outra coisa /ue a)ete positi(amente ou

neati(amente a (ida no tra'al*o est2 diretamente liada aos superiores, pois

estes detêm o poder e (o. de comando dentro da *ierar/uia" Por (e.es, s!o

utili.adas manipula7es psicolHicas, atra(%s de in)orma7es pessoais

e-tra6das com uma pol6tica de 'ene(olência e paternalismo, sendo essas

di(uladas, usadas como )ator de press!o" 2 uma ansiedade acerca da

4conspira!o5 neste setor, uma (e. /ue os c*e)es estimulam essa ri(alidade e

indu.em os coleas a )alarem uns dos outros"

J"3 As di)erentes )ormas de ansiedade

De+ours arupa os componentes da ansiedade em três itens, primeiramente

ansiedade relati(a derada!o do )uncionamento mental e do e/uil6'rio

psicoa)eti(o, esta trata do isolamento no meio de tra'al*o e a sensa!o de

estar 4contra todos5, o /ue aca'a por a)etar a sa0de mental, erando umdese/uil6'rio )rente ao /ue se (i(encia no cotidiano e % necess2rio meta'oli.ar 

sH, acarretando em (6cios e mudana comportamental nas rela7es e-teriores

ao tra'al*o" A seunda )orma de ansiedade reside na preocupa!o com o

corpo e a no!o dos riscos aos /uais se est2 su'metido em dada tare)a" 4A

ansiedade % a se/ela ps6/uica do risco /ue a noci(idade das condi7es de

tra'al*o imp7e ao corpo5 ;DE$URS, p" :B, 1><"

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 A terceira )orma de ansiedade consiste na persistência em um posto de

tra'al*o diante de uma ameaaXrisco e a resistência a demonstrar o sentimento

de ansiedade"

Cap6tulo J 3 Um contra3e-emploK a a(ia!o de caa

$ autor descre(e a situa!o particular de uma 'ase de a(ia!o de caa tal

como uma colm%ia, onde todos tra'al*am em prol da coleti(idade, so'retudo, a

)iura do piloto destaca3se por isolar3se dos demais, em sua nature.a tende a

)alar pouco de si e de seu tra'al*o e seus moti(os /ue o le(aram a e-ecut23lo,

ao contr2rio do /ue % o'ser(ado em pilotos de transporte" As condi7es de

tra'al*o de um piloto de caa s!o de(er2s insalu'res, desde a con)iura!o do

a(i!o de caa at% aos pro'lemas en)rentados pela (aria!o t%rmica, /ue

acarretam em dr2sticos pro'lemas de sa0de" @esmo diante de todas as

ma.elas desencadeadas por essa ordem de )atores, o piloto possui a

o'riatoriedade de manter sua (iilGncia e )aculdades psicossensoriais ati(as"

Consiste nisso o'ser(ar o painel de controle e suas altera7es e tam'%m

manter contato com outros compan*eiros e comumente em dois idiomas

;inlês e )rancês<" = )undamental o e/uil6'rio nesta pro)iss!o, /ual/uer desli.e,

distra!o ou tens!o est!o diretamente liadas possi'ilidade da morte,

desdo'ra3se disto uma ansiedade em rela!o morte

 Ao contr2rio do /ue ocorre em outros ramos, % de interesse da empresa /ue a

sa0de de seu tra'al*ador este+a 'em de )ato" A)inal, o custo de um piloto de

caa % e-tremamente alto, uma (e. /ue se asta no ma/uin2rio, 'ase3escola,

com'ust6(el, etc", e a perda de um piloto acarreta na perda de muito din*eiro e

in(estimento" Em'ora e-ista essa preocupa!o, o'ser(a3se um despre.o em

rela!o seurana, o piloto de(e dominar o risco e demonstrar seu

4*ero6smo5, o /ue importa % o )im, e n!o o meio como se sucedeu tal tare)a, e

proe.as reali.adas tanenciando a marem do risco s!o condecoradas pelo

coleti(o"

Permeia no piloto de caa uma ideoloia de /ue esses constituem uma elite, e

/ue seus atos *erHicos, ousados, os tornam seres al%m do /ue os 4meros

*omens so're o solo5, eles n!o, eles dominam os ares"

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 A moti(a!o nesse meio % )ator crucial para a manuten!o de sua presena no

caro, e têm3se na moti(a!o3satis)a!o um atenuante ao sentimento de medo"

 A estrutural mental desses indi(6duos se 'aseia num processo de auto3

supera!o, e compreende3se /ue esses representam um semento limitadoem (irtude da especialidade de tare)as a serem desempen*adas e a

necessidade de um autocontrole mental r6ido" Trata3se muito de uma /uest!o

de eo, de transcender as leis )6sicas, romper com os limites /ue o c%u

representa de certa )orma"

8 Cap6tulo # A e-plora!o do so)rimento

De+ours relaciona a doena )6sica como pre+udicial produti(idade, entretanto,o'ser(asse no decorrer desse cap6tulo os e)eitos do so)rimento mental so're

a mesma" A (ida no tra'al*o e seu condicionamento transp7em a orani.a!o

neste e passam a a)etar diretamente a (ida e-terna do indi(iduo" E tal

condicionamento de repeti!o se mostra )a(or2(el a empresa, pois au-ilia na

intensi)ica!o da produti(idade" Para tal e-empli)ica!o o autor usa de dois

e-emplos tele)onistas e tra'al*adores de uma ind0stria petro/u6mica"

  8"1 # A e-plora!o da )rustra!o

$'ser(asse nas tele)onistas uma repeti!o da tare)a cotidiana, s!o )rases a

serem ditas aos consumidores /ue entram em contato, /ue se estendem al%m

do *or2rio de tra'al*o e passam a atra(essar con(ersas pessoais" 2 muita

press!o diante do ser(io de uma tele)onista, esta n!o possui direito a usar de

uma linuaem /ue n!o a permitida pela a empresa, n!o se encontra apta a

desliar o tele)one, ca'e ao cliente )a.ê3lo, o 0nico caso em /ue se pode

desliar primeiro % caso n!o *a+a ninu%m na lin*a, e em di(ersos casos o

esse tra'al*o % tido como alienante e em'urrecedor" As tele)onistas se sentem

idiotas com tais repeti7es" $ ner(osismo contri'ui para uma acelera!o do

tra'al*o, uma (e. /ue /uando se encontram nesse estado as )uncion2rias

tendem a /uerer li(rar3se o /uanto antes de tal lia!o # n!o podendo )a.ê3lo

sem /ue o outro desliue # portanto, /uanto mais r2pido se atende um cliente

em )un!o ao ner(osismo, se aumenta a cadeia de produti(idade"

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= (eri)icada ainda uma rande perda de con)iana nas tele)onistas, como

aponta o tra'al*o do autor, essas passaram a seuir padr7es at% mesmo em

seu modo de (ida al%m do tra'al*o, 4= nesse duplo sentido /ue tanto a )orma

como o conte0do do tra'al*o impedem /ual/uer relacionamento" 2 uma

contradi!o )undamental entre um ser(io destinado comunica!o e a

proi'i!o de /ual/uer rela!o psico3a)eti(a"5 ;DE$URS, p" 11, 1B<

 A *ierar/uia atua como um )ator de controle e comando so' o tra'al*o *2 o

medo de ser (iiado e, portanto, e-iste um estado em si /ue (iia a si mesmo"

Este estado de auto3reula!o de si mesma, a )im de n!o dei-ar uma resposta

inade/uada passar representa uma aressi(idade /ue aca'a a (oltar3se a

prHpria )uncion2ria, dessa )orma a tele)onista no caso passa a canali.ar essaaressi(idade para a e-ecu!o de suas tare)as" Desta )orma o'ser(a3se /ue

no caso das tele)onistas, elas mesmas moldam seu condicionamento, e

aca'am por assim, a serem as prHprias modeladoras de suas )rustra7es e

so)rimento, *2 an0stia, tens!o ner(osa, irrita!o e essas por sua (e. aca'am

por aumentar laramente a produti(idade"

  8"> # A e-plora!o da ansiedade

Nesse ponto De+ours e-plora a ind0stria petro/u6mica, e menciona /ue na

/uest!o dos oper2rios paira uma inorGncia re)erente ao cronorama de

tra'al*o, uma (e. /ue 4inorar5 os riscos e aumentar a apreens!o nesse setor 

possi'ilita uma ansiedade ele(ada, /ue por sua (e. estimula uma maior 

produti(idade" 2 um sa'er transmitido em n6(el de e-periência e con(ersa

com outros coleas, o sa'er t%cnico de )ato se restrine apenas aos

enen*eiros, escritHrios de pro+etos e etc", esse sa'er transmitido de

tra'al*ador a tra'al*ador e pautado na e-periência % o /ue )a. de )ato a )2'rica

seuir com sua produti(idade" Reside a/ui uma ansiedade /ue se d2 tam'%m a

ausência de preparo, )rente s lacunas /ue se possui na )orma!o como

tra'al*ador e /ue podem ser alteradas por uma mera mudana de posto ou

altera!o do ma/uin2rio"

$ medo aumenta a partir dessa sensa!o de inorGncia )rente ao tra'al*o

desempen*ado, a poli(alência # con*ecimento dos 4macetes5 # aca'a por erar tam'%m esse medo" Uma (e. /ue se tem um amplo n0mero de

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con*ecimento dos macetes e proporcionalmente de lacunas e loo, de riscos

aos /uais se est2 su'metido e ninu%m de )ato con*ece o'ser(a3se desse

/uadro o desem'o/ue no a)astamento, muitas (e.es por depress!o"

 A inorGncia ser(e como um transpositor do medo, sendo /ue, /uanto maior esta mais inorado % o medo e os riscos"

Muanto maior )or a inorGncia so're o tra'al*o, mais )2cil ser2 ultrapassar a)ronteira entre o medo e a an0stia" Na realidade, a inorGncia conscienteso're o processo de tra'al*o aumenta o medo, por/ue torna o risco cada(e. maior" Por outro lado, a inorGncia )acilita o aparecimento do medo"Sa'emos /ue a ati(idade pro)issional, a /uali)ica!o, o no3*o e o sa'er,em eral, representam um dos mecanismos de de)esa )undamentais para aeconomia ps6/uica" $ tra'al*o uma das modalidades de resolu!o decertos con)litos e de reula!o da (ida ps6/uica e som2tica %, para certas

pessoas, um modo pri(ileiado de e/uil6'rio" ;DE$URS, p" 1B, 1><Nas *oras (aas durante o per6odo de tra'al*o % comum aos oper2rios

)ormularem passatempos, +oos e a)ins, com o intuito de distrair3se, toda(ia, *2

tam'%m nessa /uest!o um desa)io as reras de seurana, o'ser(ado em

trotes destinados a outros coleas, 4'rincadeiras5 /ue assustem aos

enen*eiros no meio da noite, e /ue podem desem'ocar em depress7es

ner(osas, acidentes, ou mesmo o )im de uma carreira"

Encontra3se no *2'ito, na passaem de uma tradi!o de era!o de

tra'al*adores ;/uando o a(, pai, )il*o e assim por diante tem como

aspira!oXpretens!o o tra'al*o )a'ril<, uma tens!o menor /ue (ence o medo" =

comum o'ser(ar no discurso desses oper2rios a )amiliari.a!o com os o'+etos

tido como periosos, uma (e. /ue esses interam por completo a (ida do

oper2rio, ele por sua (e. % a )2'rica, a respira em todas as suas instGncias, %

atra(essado por ela" $ medo representa de todas as )ormas um aumento na

produti(idade, atra(%s dessa ansiedade erada"

: Cap6tulo 8 # A orani.a!o do tra'al*o e a doena

 At% a/ui o autor tra'al*ara com a no!o dos so)rimentos n!o recon*ecidos,

aora centra3se em e(idenciar as estrat%ias de)ensi(as" Essas por sua (e.

podem ser utili.adas pela orani.a!o do tra'al*o para aumentar a

produti(idade" De+ours 'usca ent!o entender a repercurs!o do medo na

e-plora!o do tra'al*o e seu impacto na sa0de dos tra'al*adores"

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 As estrat%ias de)ensi(as tendem a mascarar o so)rimento e assim /ue

detectam alum sintoma /ue a)ete a produ!o 3 como depress7es, neuroses,

psicoses, etc" # loo s!o dianosticadas pela empresa e 4eliminadas5 do meio

de produ!o, tornando assim a estat6stica in(is6(el e erando um medo nos

oper2rios de (ir a produ.ir tais sintomas"

:"1 # A doena mental

Contr2rio ao /ue se imaina, De+ours e-p7em /ue a e-plora!o do so)rimento

n!o cria doenas mentais espec6)icas, e sim, a estrutura da personalidade

sure como um meio de e-plicar essas descompensa7es ps6/uicas"

De+ours cita o e-emplo de um tra'al*ador da constru!o ci(il, /ue )ora indicado

passar pela psicoterapia, toda(ia, )a.ê3lo acarretaria em parar de tra'al*ar,

uma (e. /ue os elementos distinuidos no cap6tulo três,seriam desconstru6dos,

tal /ual a introdu!o de medicamentos a)etaria o estado de (i6lia"

 Assim tem3se /ueK

Em eral, se a orani.a!o do tra'al*o n!o pode ser considerada como )ontede doena mental, uma entidade, psicopatolHica, entretanto, poderia tal(e.encontrar assim uma e-plica!o oriinal" Trata3se da Qs6ndrome su'+eti(a pHs3

traum2ticaQ" Essa s6ndrome aparece, em eral, apHs a cicatri.a!o de uma)erida, a consolida!o de uma )ratura ou a cura de uma into-ica!o auda"Caracteri.a3se por uma rande (ariedade de pro'lemas Q)uncionaisQ, ou se+a,sem su'strato orGnico, ou pela persistência anormal de um sintoma /ueapareceu depois do acidente" ;DE$URS, p" 1>9, 1><

Sendo assim, a doena mani)estada % alo particular do indi(iduo, com

caracter6sticas 0nicas" Tal )ato % muito o'ser(ado em pro)iss7es de risco, como

a constru!o ci(il, e s!o em sua maioria interpretadas como um /uadro de

descompensa!o *ipocondr6aca" 2 a/ui ent!o um con)lito interno, a recusa ao

tra'al*ar em (irtude da doena e o contraste com a ideoloia de)ensi(a(i(enciada por esse tipo de oper2rio"

:"> # A doena som2tica

 A doena som2tica para De+ours se d2 atra(%s da rela!o entre a

personalidade e necessidade de determinado indi(iduo e sua rela!o no

tra'al*o, como num caso a'ordado no seundo capitulo, em /ue um oper2rio

/ue possu6a dia'etes apresentou uma descompensa!o psicossom2tica aoa'andonar seu posto de tra'al*o" Isto se d2 em )un!o do acumulo de eneria

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pulsional" So'retudo, as doenas psicossom2ticas aparecem em indi(6duos

/ue apresentam estrutural mental caracteri.ada pela po're.a, ou ine)iciência"

Para o autor, as de)esas /ue n!o s!o psiconeurHticas s!o menos )le-6(eis do

/ue as de de)esas mentais *2 ent!o nesses su+eitos uma maior )railidade

diante de determinados acontecimentos ao lono da (ida" E /uando *2 /ueda

dessas de)esas o'ser(a3se nos indi(6duos a mani)esta!o de uma doena

psicossom2tica"

 Assim entende3se /ueK

Muanto mais r6ida )or a orani.a!o do tra'al*o, menos ela )acilitar2 estrutura7es)a(or2(eis economia psicossom2tica indi(idual" A orani.a!o do tra'al*o % causa deuma )raili.a!o som2tica, na medida em /ue ela pode 'lo/uear os es)oros do

tra'al*ador para ade/uar o modo operatHrio s necessidades de sua estrutura mental"= pro(2(el /ue uma parte n!o n%lienci2(el da mor'idade som2tica o'ser(ada entreos tra'al*adores ten*a sua oriem numa orani.a!o do tra'al*o inade/uada" Asmesmas o'ser(a7es aplicam3se diminui!o da lone(idade dos tra'al*adores medida /ue se desce na *ierar/uia sociopro)issional, pois (ia de rera /uantomais se desce no status social, mais riidamente determinada % a orani.a!o dotra'al*o /ue os tra'al*adores, en)rentam";DE$URS, p" 1>B, 1><

B Conclus7es

 A orani.a!o do tra'al*o e-erce so're o *omem uma a!o espec6)ica, cu+oimpacto % o aparel*o ps6/uico" Muando o'ser(asse a rela!o *omem3tra'al*o

'lo/ueada d2 se inicio ao so)rimento do tra'al*ador, uma (e. /ue n!o

conseue alterar seu estado de realidade de acordo com ad%/u23lo as suas

necessidades"

$ tra'al*o repetiti(o consiste num condicionamento, /ue transcende os limites

do local de tra'al*o e passa a entrear a (ida pessoal dos operadores, como o

caso das tele)onistas" So'retudo, o medo, ansiedade e so)rimento s!outili.ados ao 'el3pra.er das empresas com o intuito de aumentar a

produti(idade" Conclui3se ainda /ue o tra'al*o talori.ado, com essa 'ase de

repeti!o, atua como despersonali.ador"

Muanto a tra'al*os de amplo risco, como a constru!o ci(il e(idencia3se uma

mentalidade de de)esa criada e normati.ada pelos prHprios tra'al*adores, /ue

consiste em near os riscos, a )im de inor23los e diminuindo seu real (alor"

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7/25/2019 A Loucura Do Trabalho

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E /uando a rela!o *omem3tra'al*o n!o se d2 como con)lituosa, consiste em

/ue o tra'al*o atua como uma )onte de satis)a!o su'limatHria ao indi(iduo e

/uando as e-iências e intelectuais, motoras ou psico3sensoriais da tare)a

atendem o /ue o tra'al*ador necessita"

Re+erencias ,i,liogr-+icas

Dejours, C. (1992). A loucura do trabalho: Estudo de psicopatologia do

trabalho. São Paulo, SP: Cortez/Oboré.