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A Liturgia nos transforma em templos santos do Senhor Ter, 22 de Outubro de 2013 11:39 A Comissão Episcopal Pastoral para Liturgia da CNBB promoveu a 27ª Semana Nacional de Liturgia, de 14 a 18 de outubro. O evento ocorreu para celebrar os 50 anos da publicação da constituição Sacrosanctum Concilium, do Concílio Vaticano II. Mas, diante dessa celebração, podem vir as dúvidas: o que é Liturgia? Qual sua finalidade? Para que ela serve? Como celebrá-la? O Instituto de Educação a Distância , IEAD RCCBRASIL, disponibilizou do material estudado no curso Introdução à Liturgia , o capítulo no qual o professor Pe. João Paulo Veloso aborda alguns dos fundamentos da Liturgia. Abaixo o artigo:  Fundamentos da Liturgia Para este artigo, teremos como base o Concílio Vaticano II, por meio da Constituição Sacrosanctum Concilium (SC), sobre a Sagrada Liturgia. Logo na introdução da SC, no artigo 2, o Concílio nos diz para que serve a Liturgia: "...Dia após dia, a Liturgia vai nos transformando interiormente em templos santos do Senhor e morada espiritual de Deus, até a plenitude de Cristo, de tal forma que nos dá a força necessária para pregar Cristo e mostrar ao mundo o que é a Igreja, como a reunião de todos os filhos de Deus ainda dispersos, até que se tornem um só rebanho, sob um único pastor." (Sacrosanctum Concilium, art. 2º) Assim, percebe-se que o principal objetivo da Liturgia é preparar as pessoas para a 1 / 3

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A Liturgia nos transforma em templos santos do SenhorTer, 22 de Outubro de 2013 11:39

A Comissão Episcopal Pastoral para Liturgia da CNBB promoveu a 27ª Semana Nacional deLiturgia, de 14 a 18 de outubro. O evento ocorreu para celebrar os 50 anos da publicação daconstituição Sacrosanctum Concilium, do Concílio Vaticano II.

Mas, diante dessa celebração, podem vir as dúvidas: o que é Liturgia? Qual sua finalidade?Para que ela serve? Como celebrá-la?

O Instituto de Educação a Distância , IEAD RCCBRASIL, disponibilizou do materialestudado no curso Introdução à Liturgia , o capítulono qual o professor Pe. João Paulo Veloso aborda alguns dos fundamentos da Liturgia. Abaixoo artigo:

 

Fundamentos da Liturgia

Para este artigo, teremos como base o Concílio Vaticano II, por meio da ConstituiçãoSacrosanctum Concilium (SC), sobre a Sagrada Liturgia. Logo na introdução da SC, no artigo2, o Concílio nos diz para que serve a Liturgia:

"...Dia após dia, a Liturgia vai nos transformando interiormente em templos santos do Senhore morada espiritual de Deus, até a plenitude de Cristo, de tal forma que nos dá a forçanecessária para pregar Cristo e mostrar ao mundo o que é a Igreja, como a reunião de todosos filhos de Deus ainda dispersos, até que se tornem um só rebanho, sob um único pastor."(Sacrosanctum Concilium, art. 2º)

Assim, percebe-se que o principal objetivo da Liturgia é preparar as pessoas para a

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comunhão celestial. Ao celebrá-la e participar dos sacramentos, estamos antecipando o gozoceleste. Aqui, na Terra, já se participa da alegria plena que se terá no Céu.

A Liturgia, segundo o Concílio Vaticano II, também nos dá forças para caminhar em Cristo,para anunciar o Reino de Cristo e, assim, manifestar ao mundo o grande objetivo da Igreja, queé o de reunir toda a humanidade sob um único rebanho, sob um único pastor.

 

A Natureza da Liturgia

A Liturgia parte diretamente do coração do Pai. No Antigo Testamento, percebem-se osdiversos momentos em que Deus apresenta ao seu povo elementos de culto, como a Tenda doEncontro e o Templo de Jerusalém. Nas prefigurações do verdadeiro culto, Deus mostrava oseu desejo de aproximar o homem de Deus. Não por um ato humano, mas por um ato divino. Éo próprio Deus que se aproxima do homem, quando o homem eleva o seu coração no cultolitúrgico. Assim, temos a plenitude do culto em Jesus Cristo.

Jesus Cristo fundou a nossa religião, apresentou os seus elementos de salvação e quis que aLiturgia da Igreja fosse a continuação dessa obra salvífica. Ela é continuada na Igreja, só temesse valor de salvação porque Cristo está presente na Liturgia.

 

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A Presença de Cristo na Liturgia Primeiramente, Cristo está presente na pessoa do Ministro Ordenado no ato em que celebraos sacramentos. O sacerdote age em in persona Christi, é o próprio Cristo que age atravésdaquele sacerdote. Então, a Liturgia é uma obra de Cristo. O segundo lugar na Liturgia em que se encontra a presença de Cristo é nas espécieseucarísticas do Corpo e do Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Jesus, verdadeiramente,está presente em Corpo, Sangue, Alma e Divindade na Sagrada Eucaristia. O terceiro lugar é na proclamação da Palavra de Deus. Quando a Palavra de Deus éproclamada, é o próprio Cristo quem está falando. Por último, a presença de Cristo se tornareal nos Salmos, nos Cânticos, na Oração do Povo de Deus, na Oração Comum da Igreja,onde as pessoas se reúnem para louvar e adorar ao Senhor. A respeito disso, o SacrosanctumConcilium, no artigo 7, afirma o seguinte: “Com razão se considera a Liturgia como o exercício da função sacerdotal de Cristo. Nela, ossinais sensíveis significam e, cada um à sua maneira, realizam a santificação dos homens;nela, o Corpo Místico de Jesus Cristo - cabeça e membros - presta a Deus o culto públicointegral.” (Sacrosanctum Concilium, art. 7º) Ou seja, a Liturgia da Igreja é um culto público à cabeça do corpo. Quem é a cabeça docorpo? É o próprio Jesus Cristo. Nada na Igreja é privado e secreto. Todo o culto litúrgico épúblico, aberto para todas as classes sociais, todos os tipos de pessoas, homens, mulheres,pobres, ricos, etc. O culto público da Igreja é para todos aqueles de boa vontade que sãobatizados e pertencem a esse corpo místico de Jesus Cristo.  

A Participação na Liturgia As pessoas que não são batizadas podem assistir aos sacramentos, mas como não sãobatizadas, não podem recebê-los. O batismo é a porta de entrada para todos os demaissacramentos. Dessa forma, quem não é batizado pode participar da Liturgia da Igreja,acompanhando com as suas orações, mas não pode se aproximar da eucaristia, não podereceber o sacramento da confissão, não pode receber a unção dos enfermos e, também, nãopode contrair o matrimônio. Para isso, é necessário que se peça o batismo e então se terá acesso a todos ossacramentos da Liturgia da Igreja. Ainda, a Liturgia da Igreja antecipa aquilo que vai se viver no céu. Participar da Liturgia naTerra é estar em comunhão com os anjos e com os santos que já celebram um grande louvorde Deus, ininterruptamente. Na Santa Missa, antes de fazermos a grande aclamação do Santo,o sacerdote fala da nossa união com a multidão dos anjos e dos santos. Então, em cada sacramento, não se está celebrando só com a parte visível da Igreja, mascom a parte invisível também, com a Igreja Triunfante, com a Igreja que está no Céu.  

A Liturgia e a Missão A Liturgia tem a força de nos preparar para a missão. No artigo 10 da SC, o Concílio VaticanoII afirma que: “A liturgia é o cume para o qual tende a ação da Igreja e, ao mesmo tempo, é a fonte dondeemana toda a sua força. Os trabalhos apostólicos visam a que todos como filhos de Deus, pelafé e pelo batismo, se reúnam para louvar a Deus na Igreja, participar do sacrifício e da ceia doSenhor”. A Liturgia, portanto, é de onde emana toda a força da Igreja. É onde começa e termina otrabalho apostólico. Participa-se da Liturgia para se sair em missão e se retorna à Liturgia quando se volta damissão, junto com os frutos colhidos, com os peixes pescados para o Senhor.   A Liturgia e a Oração

A Liturgia não é a única forma de oração na Igreja, a SC também afirma que a oração pessoaltem valor fundamental para preparar os corações para participar da Liturgia. É muito importanteter um momento sozinho com Deus. Assim, a qualidade da oração pessoal vai se refletir nograu de participação da oração comunitária, que é a Liturgia. Ainda no sentido da oração pessoal, o Concílio recomenda vivamente que as práticasdevocionais não sejam perdidas: rezar o terço, fazer jejum, novenas aos Santos são práticasespirituais antiquíssimas da Tradição da Igreja que não devem ser colocadas de lado. Pelocontrário, essas práticas devocionais nos ajudam a participar melhor da Eucaristia, dossacramentos. No entanto, elas devem estar em consonância com o Ano Litúrgico. Por exemplo, o TempoQuaresmal é um tempo propício para se rezar a Via Sacra; mas no Tempo Pascal, essa oraçãonão é tão adequada, porque na Páscoa se celebra a ressurreição de Cristo e não a sua morte.   Para saber mais sobre o curso Introdução à Liturgia , clique no link .

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