A Justiça Eleitoral em oeia -...

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NOVEMBRO / 2014 Tribunal Regional Eleitoral do Ceará

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NOVEMBRO / 2014

A Justiça Eleitoral

em

Tribunal Regional Eleitoral do Ceará

Poesia

A JUSTIÇA ELEITORAL EM POESIA

Uma multiplicidade de temas palpitantes compõe o cotidiano dinâmico da Justiça Eleitoral. Em um Estado Democrático de Direito, cada vez mais, é salutar dialogar sobre as diversas questões que movem o universo eleitoral, conjugando ideias e ideais num feixe de realizações que primam pelo aperfeiçoamento desta egrégia Instituição.

Inúmeras são as vias de diálogo que detêm o poder de compartilhar o pensamento humano. Uma delas, de minha particular predileção, é a expressão poética, pois sua força e profundidade tocam-nos a essência, impulsionando-nos, resolutos, à prática dos atos necessários à evolução de nossos projetos pessoais e profissionais.

Poetizar temáticas pertinentes à Justiça Eleitoral traduz-se numa das formas eficazes de aproximação entre o discurso e o público a que ele se destina, humanizando as orientações jurídico-administrativas que se pretende divulgar.

Fundamentada em tais razões, surge a presente publicação: “A Justiça Eleitoral em Poesia”, com o fito de abordar quatro relevantes temas eleitorais, por meio de poemas da autoria da servidora do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, Rita de Cássia Brígido Feitoza:

PRESIDIR – ressalta a excelência do ato de presidir os Tribunais Regionais Eleitorais dentro do contexto histórico brasileiro;

O VOTO E A ACESSIBILIDADE – versa sobre a imprescindibilidade de implementar ações para tornar o ato de votar cada vez mais acessível às pessoas com deficiência;

A VIDA É ELEIÇÃO!!! - destaca a importância do ‘Serviço de Empréstimo de Urnas Eletrônicas’, no atendimento a diversos segmentos da sociedade, quando da elaboração de seus pleitos eleitorais;

‘CORDEL’ DO MESÁRIO – salienta o papel fundamental dos mesários na realização das eleições.

À Justiça Eleitoral meus auspiciosos desejos de que, em sua trajetória, haja sempre exitosos feitos a celebrar com POESIA.

Fortaleza, 21 de novembro de 2014.

Desembargadora Maria Iracema Martins do ValePresidente do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará

A Justiça Eleitoral em Poesia

TRE-CE4

AutoriA dos PoemAs

ritA de CássiA Brígido FeitozA

Analista Judiciário do TRE-CE

Ao longo de sua trajetória como servidora pública, exerceu a função de assessora jurídica da Procuradoria Regional Eleitoral do Ceará; desempenhou atividades administrativas em diversos setores; e, hoje, dedica-se a projetos do Programa de Difusão Cultural, desenvolvido pela Seção de Biblioteca e Memória Eleitoral, sob a coordenação da Escola Judiciária Eleitoral.

Autora de vários textos constantes em publicações deste egrégio Tribunal, é, também, idealizadora e protagonista de diversas apresentações em eventos institucionais e culturais do TRE-CE.

esColA JudiCiáriA eleitorAl - eJe

diretor Des. Francisco de Assis Filgueira Mendes

CoordenAdorA Priscilla Aguiar Costa de Siqueira

seção de BiBlioteCA e memóriA eleitorAl - seBim

CheFe Jean Carvalho Barbosa

seção de editorAção e PuBliCAções - sedit

CheFe Nagila Maria de Melo Angelim

Arte e editorAção eletrôniCA Francisco Lucilênio Gonzaga Vanderley

A Justiça Eleitoral em Poesia

TRE-CE 5

EXMOS. SENHORES PRESIDENTES DOS TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS

Vós lembrais vossos tempos de infância,quando vossos corações pulsavam na

ESPERANÇA?Quando embraçando vossas adargas

imaginárias –Ó Fidalgos meninos-Quixotes! –garbosos, heroicos, no alto de caixotes;ou montados em Rocinantes de brinquedo,sem sombras de incerteza ou medo,empunháveis vossas fictícias lanças, proclamando a todas as crianças:‘Liberdade! Liberdade!!!’Vós recordais?

Recordais-vos de vós, em tenra idade,já desfraldando a bandeira dos sonhos mais elevados?De vossa intrepidez alvissareiraa empinar pipas, singrando os céus azulados?Ah! Malabarismos divinais,esvoaçando ao ventovossos magnos ideais!!!

E vós, meninas-rainhas, lembrais as brincadeiras reinantes nos castelos encantados?De príncipes e princesassubindo ao trono coroados?Dos soldadossaudadoscom hinos de vitória... ou com cantigas de roda,simplesmente?Das Joanas D’Arc,de espírito combatente,libertando a pátrianas brincadeiras de rua;e, depois, romanticamente,suspirando segredos para a lua?

“Siga o chefe!”: aprendizado para liderança,ainda que a criançanão fosse o chefe da vez.

O exercício de estratégiasnos jogos de xadrez. A percepção aguçadana dama e no dominó. Bicicleta,patinete,escravos de Jó!E tudo era só brincadeira... brincadeira só???

Adoleta,pega-varetas,roda pião, jogo de botão!Passa-anel,pular cordae ‘amarelinha’até o céu!!!

Ah! Tudo, tudinho sendo trabalhadoamiúde!!!

Coordenação motora, mira, agilidadenos jogos de bolinhas de gude.E nas partidas de futebol:o senso de coletividade, o trabalho em equipe e a atitude!!!

O telefone sem fio e a linguagem articulada.E a massinha de modelar o mundo inteiro.Pronto! Não é preciso mais nada!!!Vós sonhastes em expandir os

movimentos!Vós acreditastes na força de vossos

argumentos!Sim! Vós sonhastes em modelar o mundo

inteiro!!!

Cresceram os meninos-Quixotes!Cresceram as meninas-Rainhas!

‘Para onde se encaminhaa luz de vossas aspirações?’- perguntou o livre arbítrio aos vossos corações.

Respondeu-lhe o destino:

‘Segue nas asas do porvir: PRESIDIR!’ ...

PRESIDIR(PARTE I)

A Justiça Eleitoral em Poesia

TRE-CE6

PRESIDIR!Verbo excelso da História!Vosso egrégio dom!!!Vós não sois apenas Presidentes por um biênio na Justiça Eleitoral!Vois sois Presidentes em uma História ascensional!!!

1932EXTRA! EXTRA!!!INSTITUÍDA A JUSTIÇA ELEITORAL!!!Nas ruas, alvoroçado,anunciava o Século Passado.

EXTRA! EXTRA!!!O PRIMEIRO CÓDIGO ELEITORAL

BRASILEIRO!!!

Ó Tempo, Tempo,jovenzinho jornaleiro!Assim, acordas o mundo inteiro!!!

E o Tempo, sem tempo, não me concedia atenção qualquer:

EXTRA! EXTRA!!!DIREITO DE VOTO À MULHER!!!

ELEIÇÕES PARA A ASSEMBLEIA CONSTITUINTE!!!

- a manchete do período seguinte.

Ah! Por que tanto alvoroço, moço? - eu persistia a indagar.

O Tempo...eclipse em seu olhar... voz embargada a confessar:

- Ora, pois! Não te lembras de mimnos idos anos do IMPÉRIO?Daquele critério,então, dominante?100 mil réis anuais,a renda para ser votante;

e de 100 mil a mais,para ser eleitor:o SUFRÁGIO CENSITÁRIO!Tempos de Estado Unitário!Tempos de Poder Moderador!Eleições fraudulentas,suborno, ações violentas,tumulto, pressão!Jagunços e capangas...urnas roubadas, intimidação,pancadarias e zangas,no dia da eleição.

REPÚBLICA proclamada!A fraude prolongadaem atas adulteradasdas “ELEIÇÕES A BICO-DE-PENA”.Que pena!!!Votos de eleitores fictícios!Votos de eleitores falecidos! Que indignação!!!E os diplomas não reconhecidosdos parlamentares da oposição? A intitulada “DEGOLA”!

Ah! A REPÚBLICA VELHA.Tão velha da fraude que tudo assola:a votação,a apuração,o alistamentodos eleitorese o reconhecimentodos eleitos. Quantos... quantos dissaboresem tão frustrados pleitos!!!

Oh! Vou confessar-te, pois,o que meu coração sentiaantes de 32:a farsa, a burla, o arremedo...e eu, ali, sofrendo com medo...o medo do desencontro eterno com a VERDADE ELEITORAL.E o BRASIL todo clamantepor uma JUSTIÇA ESPECIAL,

PRESIDIR(PARTE II)

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TRE-CE 7

com a missão de assegurar a VONTADE POPULAR.

Mas, agora, o momento é outro!O momento é áureo!!!- vibrava o Tempo, com confiança.

Galardão láureo da ESPERANÇAao venturoso ano de 32!!!

E vi o Tempo arregaçando as mangaspara conquistar o que veio depois.

E o que veio depois?Bem sabeis vós, ó Presidentes: os desafios!!!Se, hoje, urgentes;ainda mais prementesno período inauguralda Justiça Eleitoral.

A árdua luta dos precursores:Presidentes, Juízes,Escrivães, Servidores.

Tudo bem do início:o alistamento de eleitores;a designação das varas e dos ofícios;a divisão dos estados em zonas eleitorais; a elaboração dos Regimentos Internos

dos Tribunais.Inúmeros assuntos de natureza

administrativa,múltiplas competências jurídicas

fundamentais,e a Carta Magna de 34 ampliando-as

ainda mais.

Mas eis que, então, o silêncio! Vós, com certeza, recordais o silênciosubjugado ao grito austeroda ditadura; a mordaça da censura;a tortura que traspassa,

com farpões,a DEMOCRACIA;dilacerando as eleições,a Liberdade, a Poesia!Poesia? Liberdade???Ah! Palavras vagasnos lábios de Vargas.1937! ESTADO NOVO:ao povoos direitos trabalhistas,os discursos nacionalistas;as farsas do poder para se manter. O populismodo despotismo!E a ditadura,com arrogância abissal,cerrando as portasda JUSTIÇA ELEITORAL.

1945! Fim da Segunda Grande Guerra!A derrota nazifascista! No BRASIL, contestaçãoda ditadura varguista!

A REDEMOCRATIZAÇÃO:o anseio da população!

Novo Código Eleitoral: a ‘Lei Agamenon’ restituindo o tom das conquistas obtidaspelo povo brasileiro,outrora, combalidaspelo infeliz morteiroda ditadura.

A REABERTURADA JUSTIÇA ELEITORAL!A reinstituição do SUFRÁGIO UNIVERSAL!E aos partidos políticos a obrigatoriedade de âmbito nacional.

Ditadura em decadência.Getúlio, sem resistência,é deposto por generais.15 anos na Presidência!Haveria ainda mais!!!

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TRE-CE8

Novo pleito:Dutra é eleito!Mas, em 51, Vargas no poder de novo, e, desta vez, pelas mãos do povo!!!

O REGIME LIBERAL POPULISTA. “50 anos de progresso em 5 anos de governo!” No hino de Juscelino, o moderno refrãode uma nova capital para uma nova NAÇÃO.

Juscelino Kubitschek Jânio Quadros, João Goulart... e, então, xeque!Xeque-mate:a ditadura militar!A dimensão do disparate,vós podeis aquilatar!!!Os espíritos descontentes com os abalos decorrentes da exaustiva desventurade se deixar governar pela nefasta ditadura.Outra vez, fase inglória em nossa História!

Vós, Presidentes, vos lembrais do Tempo?O Tempo jovenzinho jornaleiro,exultante com a instituição da Justiça

Eleitoral,esfuziante com o primeiro Código

Eleitoral,vibrante com as esperanças para o depoisde 32?

Como haveis vós de fazer-lhe a narrativasobre Castelo Branco,Costa e Silva,a Junta Governativa,Médici,Ernesto Geisele Figueiredo?

Ah! Não há como manter segredo!Nem se deve! Vós bem sabeis!!!

A História é uma escola,onde o tempo é professor!O jornaleiro rapazola,o jovenzinho sonhador,é ainda um estagiário, aspirante a funcionário da razão,a abalar seu coraçãocom os relatos de repressão,torturae assassinatosdos regimes de exceção;mas a se tornar combatente, como deve ser toda a gentede nossa amada NAÇÃO!!!

Falais, pois, a esse joveme a todo jovem brasileiroa verdade por inteiroda arbitrária Era Vargas;das duas décadas amargasde ditadura militar;da censura ao teatro,ao cinema,à música popular; dos livros proibidos de Jean-Paul Sartre, Jorge Amado,Graciliano.

Ah! Cada malogrado ano de obras censuradas de Eça de Queirós,de páginas arrancadas dos livros de Zola; mas, por fim, um BRASIL com voz:“DIRETAS JÁ!”... “DIRETAS JÁ!!!”

Um milhão de pessoas na Calendária.A vida diária, operária, torna-se extraordinária. O Hino Nacionalna voz emocionadade Fafá de Belém.Canta o povo, também!

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TRE-CE 9

E, no comício de São Paulo,logo na abertura,a Sinfônica de Campinas,com a ‘Quinta de Beethoven’,afugenta a ditadura.Nas ruas do BRASIL e em cada lar,outra ‘orquestra’:a ‘POPULAR’!‘BUZINAÇO’,‘PANELAÇO’, RESISTÊNCIA DE AÇO! “DIRETAS JÁ!”... “DIRETAS JÁ!!!”

É! Vandré,“quem sabe faz a hora, não espera acontecer!!!”Mas, às vezes, o “já”é o inusitado sinônimo de “sabe-Deus-quando-vai-ser!”Na Câmara dos Deputados, a falta de 22 votosfaz o BRASIL sofrer.

A proposta rejeitada,a alegria derrotada,mas a FELICIDADE, NÃO!!!FELICIDADE é ESPERANÇA:a única que NUNCA morre, ou não deveria morrer, em cada coração!!!

“Tudo como dantesno quartel de Abrantes?”Óbvio que não!O espírito da NAÇÃOeleva-se a um novopatamar de alegria:do clamor cívicopor ELEIÇÕES DIRETAS, as lições concretaspara o exercíciode uma CIDADANIAmais conscientee para a buscade uma DEMOCRACIA mais consistente.

São as ricas heranças de um momento históricorelevante, singular;de um povo eufóricolutando para votar.Uma mensagem imorredouraàs gerações vindouras!!! 1985Tancredo Neves, eleito pelo Colégio Eleitoral.Sua posse?A do imortal “presidente-que-poderia-ter-sido”,figurando, eternamente, na galeria dos “ungidospela Nação brasileira para a Suprema Magistratura”.

E agora, José?José Sarney, agora!Antes que a ‘linha-dura’se aproveite do cenário abalado.O Plano Cruzado:preços e salários congeladospor um decreto-lei.A ‘cruzada econômica’,os ‘fiscais de Sarney’.Um fra-cas-so!!!

Que dirá o estardalhaçodo plano econômicodo ‘Caçador dos Marajás’!!!Ah! Sem ‘alvarásde soltura’,nosso dinheiro confiscado:um ato de ditadura,em plena DEMOCRACIA!O BRASIL todo abismadocom tamanha vilania!!!

Corrupção,fraude,extorsão‘descollorindo’a NAÇÃO.Hora de pintar a cara do BRASIL!!!

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TRE-CE10

A ebulição estudantil: os protestos irreverentesdos ‘CARAS-PINTADAS’.

As vívidas, fulgentes,destemidas pinceladasde verde e amarelo.A ‘Aquarela do BRASIL’ pronta para o duelo!

Mas quais são mesmo as cores da DEMOCRACIA?O “tudo preto no branco”:a revelação da hipocrisiae o solavanco do “impeachment”para expulsar,aos trancose barrancos,a indecência, a corrupção!Repintamos nossa NAÇÃO!!!

Ora! Ora! Anos e anos...e o povo no afãde votar para Presidente.A ‘Constituição Cidadã’atende ao desejo ardente!

E, agora, Collor sai pela porta dos fundos,sem “nossos sentimentos mais profundos”,obviamente!!!Eleva-se o Vice-Presidente, o mineiro Itamar,à condição de titular.

O plano da vez é o “Real”!Seu mentor principal:Fernando Henrique Cardoso, que vence Lula e o PTna sucessão ao poder.

Só no século XXIé que Lula vai ascender ao cargo presidencial.

Le Monde, Le Figaro...,Folha de São Paulo, O Povo...;toda a imprensa nacional e a internacionalsaudando a lisura do processo eleitoral.

El País, The New York Times, The Washington Post…;e a notícia alvissareirada DEMOCRACIA brasileiracaminhando para fase madura.Eis, BRASIL, tua leitura no alvorecer do Terceiro Milênio!

Ah! Oxigênio!O puro oxigênio da DEMOCRACIA!!!É tudo o que precisa uma naçãomarcada por longos períodos de censura e repressão.

Mas entra em cena o “mensalão”e, com ele, nossa falta de ar!Surpreendente decepçãocom um ‘governo tão popular’.

Cai José Dirceu, Ministro-Chefe da Casa Civil!Do presidente, o principal assessor e seu natural sucessor.

Em nossa mais quecentenária República,mulheres marcantes, atuantes na vida pública: Juízas, Desembargadoras, Ministras, Governadoras,Prefeitas, Deputadas, Vereadoras... Mas, até, então, apenas homenssubindo a rampa do Planalto,conquistando o cargo mais alto.

A Presidência do BRASILvaronil nunca dantessob a batuta resoluta de uma mulher. Dilma assume o mister!

Século XXI!!!BRASIL, numa visão crítica:em muitas fases históricas,a instabilidade política e o avanço democrático.

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TRE-CE 11

Ah! A ‘Pátria dos paradoxos’ e seu cenário emblemático!!!

Nesta NAÇÃO em construção,a JUSTIÇA ELEITORAL!Sua nobre missão, seu espírito vanguardistasempre em evolução,sua confiabilidade junto à população.

Neste PAÍS aprendiz,a ‘Lei das Inelegibilidades’,a ‘Lei dos Partidos Políticos’,a ‘Lei Geral das Eleições’,a ‘Lei da Ficha Limpa’...;muitos diplomas legais, minirreformas eleitorais,buscando melhoriasgradativase significativas.

Dos pelourosdos anos coloniaisàs urnas eletrônicasdos tempos atuais:desafios, aprendizados,lutas e vitórias para sempre na memória de nossa Instituição,para sempre na Históriade nossa NAÇÃO!!!

BRASIL! Seu processo eleitoral:uma referência mundial!!!Segurança,celeridade transparência! E a ciência da missãoa prosseguir!

PRESIDIR:Tudo passa por vossas mãos!

A vida dos eleitores,a vida dos servidores,a vida dos políticos, a vida da NAÇÃO!!!A DEMOCRACIA VIVA,a cada resolução!

Múltiplas as lutasao longo da História do BRASIL!Inumeráveis os desafiosna História de nossa Instituição!

PRESIDIR:Reflexão!A cada assinatura, a cada decisão,um pensar profundo:“Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo”.Drummond, Drummond,em tuas palavras, toda a emoção dessa insigne missão!!!

Ó Presidentes!Vós lembrais vossos tempos de infância,quando vossos corações pulsavam na

ESPERANÇA?Vós recordais?Que apesar de tudo, ou exatamente por tudo,eles pulsem ainda mais!!!

Notável Victor Hugo,creio, defendo e conjugo,no ‘Mais-que-perfeitodo Modo Infinito’,teu pensamento bendito:‘Mais poderosa que todos os exércitos do mundo?A ideia cujo tempo chegou!!!’

Presidentes, o tempo de vossas ideias chegou,com o mister de construir!E veio nas asas do vosso dom maior: PRESIDIR!!!

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TRE-CE12

Pela janela,ver a vida acontecer???Não é o que queremos,nem eu, nem você!!!

Lá fora, múltiplas barreiraso mundo desafiador estampa:escadas, ausência de rampa,portas estreitas, áreas sem largura,circulação impossível ou insegura,elevadores pequenos... sem sinalização.Minha mobilidade é reduzida;meu direito, não!!!

Vaga tomada no estacionamento,meio-fio sem rebaixamento,calçada deteriorada, piso irregular.Pela janela, ver o tempo passar???Minha mobilidade é reduzida,não minha vida!!!

Minha vontade de votaré consciência de cidadão!Desejo firme, férreo!!!Funcionando a seção,se possível, em andar térreo,facilita-me a locomoção.

A cabina de votação,uma vez bem instalada,da parede distanciadae garantindo-me o sigilo,ajuda-me, sobremaneira,nos movimentos da cadeira.Voto, então, muito tranquilo!!!

Oriente-me, mesário,quando eu chegar à seção.Seu apoio solidárioe minha determinação,numa conjugação de forças,rumo à mesma direção.

Minha visão? Insuficiente!Tudo é novo, diferente!!!Não estou em meu domicílio.Precisarei de seu auxílio.

Eu sei que votoe, depois, voltopelas mesmas ruas...os mesmos obstáculos...,mas a AÇÃO e a ESPERANÇAsão os meus sustentáculos!!!

O ato de cidadaniaque decidi praticarnão me deixa desanimar.

Se eu ficasse à janela,estaria constrangida,totalmente arrependidade uma existência descabida,sem participação.

Minha audição?Comprometida!Mas sou co-autora da vida.Não perco uma só votação!!!

Comunicação é essencial!!!Por favor, fale devagar.Minha leitura labialvocê vai facilitar.

Seja expressivo.Gesticule.Articulecom nitidez.No diálogo e na ação,conquistamos voz e vez.

Tenho perfeita ciênciado valor de sua assistênciapara alcançar, fisicamente,o que minha motivação,mentalmente, já alcança.Façamos, pois, uma aliança!!!Será vibrantecontar com seu apoionesta luta constantepor acessibilidade;para estar, na sociedade,muito bem integrado.

O VOTO E A ACESSIBILIDADE

A Justiça Eleitoral em Poesia

TRE-CE 13

Não eu... o preconceitoé que deve ser afastado!!!

“Incapacitado”???Indivíduo sem capacidade!“Defeituoso”???Indivíduo com deformidade!“Inválido”???Indivíduo sem valor!Ora! Ora! Nada disso sou!!!“Portador de deficiência???”Denominação sem consistência!!!Desculpem-me o tom jocoso:o que porto é guarda-chuvaem dia nublado, chuvoso.“Especial”???Sim, ESPECIAL!!!Eu, você... e tantos outros,por qualidades próprias.Ah! Terminologias impróprias!!!

Buscando uma nomenclaturaao longo da História,a atual se afiguramais satisfatória:

“PESSOA COM DEFICIÊNCIA”.Antes de tudo, PESSOA!!!O substantivo em evidência;e não é, assim, à toa.

“Com deficiência”, sim!Visão realística!Mas inserida só ao fim,como uma característicaque minhas outras característicaspodem superar e vencer.A deficiência não é minha essência!!!Não é a totalidade de meu ser!!!

Eu danço de cadeira de rodas no baile.Eu leio o Universo em braille.Eu canto em librasminha cançãode amor à vida, com todas as fibrasde meu coração.

Eu sei expressar minha vontade na urna.Eu sei!!! Eu sei que há desafiosem toda esquina!!!Mas isso não me enfurnanuma existência pequenina,isso não me acomodanum mundinho sem ação.Isso, sim, me incomoda;me cutuca; me acordapara a participação.

Amar, criar,trabalhar, votar,ter atitude,viver em plenitude:é o que queremos,eu e você!Vamos fazer acontecer!!!

Regar consciência através das ações;fazer brotar, nos corações,o respeito máximo à alteridade;semear girassóis de dignidade,nem que nos custe ano após ano;colher bem-me-quer, ser humano-mais-humanolivre das pragas dos prévios conceitos,dos agrotóxicos e dos preconceitos.

Nem tudo só à mercê da sorte;nem tudo só barreira urbanística,barreira de transporte;nem tudo só barreira arquitetônica,barreira atitudinal.... .Na urna eletrônica,mecanismos de suporteà pessoa com deficiência auditiva e visual;campanha de identificaçãono cadastro eleitoral;seções de votaçãocom implementação gradualde medidas reducionistasdas barreiras em geral;mesários e eleitores no mesmo compasso;e o TRE do Ceará, passo a passo,numa trajetória inspiradora e fundamental:o Programa de Acessibilidade da

Justiça Eleitoral.

A Justiça Eleitoral em Poesia

TRE-CE14

Olhem ao redor: TUDO, TUDO É ELEIÇÃO!!! Não tenho, eu, razão??? Ora, senhoras e senhores, dentre tantos amores, elegemos a pessoa companheira; dentre tantas profissões, elegemos uma carreira a seguir pela vida inteira.

E não me falem que isso é lá coisa de mortais,

que eu direi não ser de todo verdade, pois se, inclusive, a imortalidade é alcançada através de eleição. Desatino não há na afirmação! Bem disputada é, sim, a votação para a Academia Brasileira de Letras. Até fazem campanhas eleitorais os aspirantes a nobres imortais.

Sendo tudo, pois, eleição, o que merecem, então, nossas escolhas??? Segurança, zelo e atenção!!! Não, não são como folhas de outono perdidas ao vento. Não, não são!!!

É preciso planejamento para melhor eleger, sobretudo em entidades que visamos proteger, pois é o BEM SOCIAL que se procura defender.

Ah! Já tomei consciência de uma importante providência, o norte, a medida especial: fazer MINHA ELEIÇÃO contando com o suporte da Justiça Eleitoral.

As mais diversas entidades podem tomar essa iniciativa:

associações, universidades, sindicatos, cooperativas, conselhos tutelares, instituições escolares... .

Não é difícil pleitear tal benefício junto ao Eleitoral: endereçar-lhe ofício é meu passo inaugural, solicitando a concessão de uma urna de votação.

O deferimento da Presidência, é ato mais que fundamental,tendo por referênciaparecer do Juiz Eleitorale relatório técnicoda Seção de Apoio às Eleições,que, no rol de deliberações, destaca equipe de servidorespara o planejamento do pleito,prevendo os diversos fatoresque lhe dizem respeito.

Repasso, então, os dados sobre eleitores, candidatos, mesários e locais de votação, com fins de inserção em sistemas apropriados, todos bem idealizados.

As mídias geradas e os relatórios impressos fazem parte desse processo, que é de todo especial.

Cabe, ainda, ao Eleitoral a carga da urna eletrônica e sua entrega às entidades.

Nessa ação harmônica, não há complexidades: apenas a celebração de um contrato de cessão.

A VidA É eleição!!!

A Justiça Eleitoral em Poesia

TRE-CE 15

Treinamento de mesários ministrado com antecedência, apoio técnico no dia da eleição são atos essenciaisdos Cartórios Eleitorais que somam excelência à minha realização.

Eleição transparente e segura: é isso o que me assegura o uso da urna em voga. O resultado se homologa célere e abalizado, com o TRE ao meu lado.

A eleição é minha!!! E, também, é sua!!! Ah! Como o juízo arde e sua, se, num passo impreciso, resolvo fazer eleição com apuração manual, em plena era digital.

Para que tamanho esforço, se, sem nenhum alvoroço, posso eu... podem a moça, o moço, o senhor, a senhora solicitar hoje, agora, a urna eletrônica: atitude sincrônica com a modernidade, que gera segurança e praticidade.

O serviço MINHA ELEIÇÃO??? Promotor da valorização dos processos eleitorais em instituições organizadas!!! E, por fim, quem é contemplada? Ora, toda a SOCIEDADE!!! Cada um de nós... e nós todos, em comunidade, que usufruímos dos bons ofícios de cada entidade; que cremos nos compromissos, nas ações e participações das instituições.

Então, a MINHA ELEIÇÃO é SUA... e, também, é DELE...DELA... é NOSSA!!! Enfim, é de todo aquele que se empossa em seu status de cidadão, com a real compreensão de sua identidade: um ser atuante na sociedade.

Exercitar a CIDADANIA, fortalecer a DEMOCRACIA, promover a EDUCAÇÃO POLÍTICA, desenvolver a visão crítica, adquirir maturidade. Ah! Quanta oportunidade!!! Impossível conceber a exata totalidade do que se pode aprender nos processos eleitorais. Tudo isso e muito mais... .

Meus caros, a VIDA: a inconstância dos sucessos!!! Ora fatos venturosos, ora eventos adversos. A VIDA e suas vicissitudes... seus defeitos... suas virtudes.... a VIDA precisa de canção, celebração e ELEIÇÃO!!!

A VIDA:o livre arbítrio, de mãos dadas,ou não, com o destino, buscando, desde menino, as escolhas inteligentes que regem nossas mentes e guiam nossos corações.

A VIDA SÃO ELEIÇÕES!!! Eleição que confirma, eleição que renova, eleição que põe à prova o espírito de PARTICIPAÇÃO.

Ah! Meus caros, TUDO, TUDO É ELEIÇÃO!!!

A Justiça Eleitoral em Poesia

TRE-CE16

Sinhô Mesário,Seu paper na eleição é motivo de aprauso.Age como cidadão.Num tô contando causo.O que digo é verdade,e, se disse, posso prová:sem o sinhô e sua ação,cumé que se pode votá?

Pois que, no dia da eleição,num houvesse presidente,nem mesário,nem secretário,o que se diria pra toda a gentecum voto na cabeça? “Ponha o voto no armárioe esqueça!”???

Meu voto num nasceu pra armário, não!Meu voto é minha sagrada opção.Vai é pra urna eletrônica,é lá que ele tem efeito,elegendo vereadorese também o prefeito.

Agradeço, como cidadã,como eleitorae como gente,que, às 7 h da manhã,já esteja o presidente pegando urna no locar de votação,verificando zona e seção.

Presidente inteligenteé presidente precavido.Materiá recebido é materiá conferido.Passe página por páginado caderno de votação.Tá direitim a numeração???Benza Deus! Caderno cumpletoé uma benção numa eleição.

“Cordel” do mesário

Se fartô o presidente,1º mesário toma a frentee põe tudo “nos eixo”.De votá, é que eu num deixo.

Se fartá ele também,inda tem o 2º mesário,e, por fim, o secretário.Lembre: o voto é secreto.A urna no canto certomantém tudo discreto.Evita olho brecheiroe a língua do fofoqueiroque conta pro mundo inteiroquar foi sua opção.De frente pra tela,nem janela,nem janelão.

Urna eletrônica ligada,tela iluminada.Tudo bem com a energia???Funcionô só na bateria???Avise o cartório urgente!!!Ele logo manda genteque, uma vez entrando em cena,resórve todo o pobrema.

Os dado surgindo na tela(Município, zona, seção, data e hora),confira sem demora.Este ano, são quatro na mesaa tomá conta de tudo.Se a mesa num cumpletá, num fique parado, nem mudo.Puxe, da fila de eleitô,alguém pro lugá do fartoso.Ele há de prestá um favô,um favô muito valoroso,ao nosso povo e nação.É seu devê de cidadão.

A Justiça Eleitoral em Poesia

TRE-CE 17

Sinhô Presidente, emita a tar zerésima,provando que a urna tá vazia,que num tem voto lá dentro.Mostre o tar documentopra fiscar e delegado.Tenha, também, a seu ladoos ôtro membro da mesa.Todo mundo assinae aí fica belezapra votação começánesse meu Ciará.

Fiscar,só com credenciar! E são dois pra cada mesa,por cada partido ou coligação.Ficou, porém, resorvido,que, dentro da mesma seção,num pode está os dois, não!Ôxente bichim, é um por vez... .Entra um, o ôtro sai.Num adianta nem “ui”, nem “ai”.

Credenciar pra delegado, também.E, em cada município, só dois, hein,por cada partido ou coligação. Num adianta aumentá, não!

Mar se tivé mais de uma zonano mermo município, atenção!!!Surge aí uma exceção:dois delegado, é possíver nomeápra cada zona eleitorá.

E vale aqui pro delegadoa mesma regra dos fiscar:quando um entra na seçãoo ôtro num pode entrá.

Eita! Cumé bem fiscalizadoo dia da votação!!!Inda tem os candidato ou seus advogadomunido de procuração.

Candidato, idoso, doente,gestante, deficiente,

muié que dá de mamá tem direito de votáantes dos ôtro eleitô.Foi a lei que mandô.

Mar num são apenas eles, não,que tem essa facurdade.Preste agora atençãona lista das otoridade:O Dotô Juiz Eleitorá da zona,os Dotôs Juiz do Tribuná Eleitorá,o Dotô Promotô a serviço da Justiça

Eleitorá,Sinhô Policiar militá,os prestadô de serviço,Sinhô Delegado de partidoe também o Sinhô Fiscar.

Cada eleitô vai pra seçãocom o título na mãoou um ôtro documento... e que tenha sua foto.

Todo pabo de exercêseu direito de voto.

Nesse mundão de meu Deus tem cadacoisa medonha.

Eu tê que prová que eu sô eu merma... dá inté vergonha.

Mar é que tem caba tinhoso em todo lugáque empina a ventae, matreiro, tenta,pelos ôtro, votá.

Sinhô Secretário, veja aíminha zona e seção.Sinhô Mesário,caça meu nomeno caderno de votação.Deus que me livre, “home”,se meu nome num tivé lá não.

Vô deixá destes xilique,que uma eleitora chiquenum é dada a frescura.

A Justiça Eleitoral em Poesia

TRE-CE18

Ponho minha assinaturaonde o Dotô Mesário mandá;espero mais um tiquimque ele tá lendo o número do títulopro Presidente botá no termináÔ povo porreta!! Ajeitam tudo pra mim.Agora posso votá.

Já fiz minha opção.Recebo meu documento de vorta;encangado, o cumprovante de votação.Sô cidadã!!! Meu orguio, ninguém corta.

Meu vizim já num teve a mesma sorte.Tava na lista dos que num pode votá.O título ficou com o pessoá da mesa.Pra resorvê o pobrema, diminuí a tristeza,mandaram ele procuráo cartório eleitorá.

Tem causo assim, Dotô,de eleições passada,em que o eleitôera o úrtimo da filae, intonce, a urna quebrôe ele num votô.

Num é farta de preparoda Justiça Eleitorar.Ela faz todos os reparonecessário pra votá.Imprevisto acontecea todo e quarquer instante.No fim, o eleitô recebeu inté o cumprovante.

É assim mermoque a lei manda sê feitono caso da urna dá defeito,quando só farta um eleitô votá.Quem quisé tudo perfeito,vê se se enterraou procura ôtro lugá,longe do planeta Terraprá, intonce, morá.

Pra evitá maió aborrecimentoé que se recomenda, no momento,que o úrtimo eleitôseja um dos mesário.O primeiro, também!!!Se a urna num funcioná bem, no início ou no finar da votação,num tem grande confusão.

Tem inda ôtro causoque me veio na cabeça;deixe eu contá rapidimantes que eu esqueça:eleitô saiu da cabina, votô em nenhum candidato,disseram, no mermo ato,pra ele vortá pra láe mais uma vez tentá.

Ele num quis ou, de novo, num sôbe votá.Presidente, intonce, usô o tar do código

de suspensãoe o voto do sujeito num contô nada, não.Ara, esse aí num recebe nem cumprovante.Vai imbora, vai adiante.Se mais tarde vortá,pode inté, de novo, tentá.

Se, ao menos, tivesse feito votação parciá,receberia o cumprovantee ía pra casa num instante.

Inda tem o pessoáque, no dia da eleição,tá longe do lugáde sua votação.No 1º turno,justifica em quarquer seção;se tiver o segundo,vai pro posto de justificação.

É trazê preenchido o formulárioou, intonce, pedí um ao Secretárioali mermo no momento,preenchê tudo no ato,apresentá título ou documentoque tenha seu retrato.

A Justiça Eleitoral em Poesia

TRE-CE 19

O Secretário vê se, de fato,o sujeito escreveu tudo certim.Depois, o mesário dita bem direitimnúmero do título pro Presidenteque bota tudimna máquina benditaque é o microterminá,e, por fim,aperta a teclade confirmá.

Aí a máquinamostra um tar de código de autenticaçãopra sê anotadono paper da justificativa,com um bocado de ôtras tanta informação.

5 da tarde é hora de encerráo dia de votação, mar num se avexe, não!!!Tenha carma, pô favô!!!Veja se inda tem fila,dê senha pros eleitô.Comece pelo derradeirointé chegá no primeiro.

Num tem mais eleitô???Todo mundo da mesa votô???Intonce, o Presidente encerra,botando código no terminá.Cinco via do Boletim de Urna e uma do de Justificativa,agora ele tem de tirá.Fiscar e Delegados, na ativa,Presidente e Secretário, também,pra’s via rubricá.

“Mar pra que tanto paper???”“Num é demais cinco via???”Perguntá, alguém poderia.Demais que nada!!! Uma tem que sê afixada,sem demora,na parede do lado de fora;ôtra é entregue, recibada,ao representante dos fiscar.

As três via restantee mais a da Justificativavão, no mermo instante, se encangáao materiáque vai pra Justiça Eleitorá.

Presidente retirao tar de disquete,rasgando ligeirim,na urna, um paperzim. Bota o disquete num envelope.Sinhô Mesário, no mermo galope,tapa o buraco de novo.

Vixi, é tanto nome esquisitona cabeça desse povo:é disquete, é zéresima,é microterminá... .Mar já tamo bem pertim do finar.

Desliga a urna na chave,espera a tela apagá.Secretário preenche a ata,contando todos os causoque aconteceu na seção.Todos da mesa assinarão.

Oia só a observaçãopro caderno de votação:Sinhô Presidente anote, com letra grande, primorosa,pra cada pessoa fartosao termo “NÃO COMPARECEU”,ou, intonce, “N/C”isso quem escolhe num sô eu,é vosmicê. Na capa do mermo caderno,anote a quantidadede eleitô que votô.

Devolva todo o materiáà Justiça Eleitorá,tudo bem envelopadoe também recibado.

A Justiça Eleitoral em Poesia

TRE-CE20

Vosmicê, afinar, deu conta do recado.Meus parabéns, minha admiração!!!Vosmicê provô que é um grande cidadão.

E, por aqui, vô ficando,pensando nos meu princípio que só aceitaprefeito sério pro meu município,vereadôtrabalhadôque lute com o povopelos direito.Isso sim deixa a gente sartisfeito!

Salvadô da pátria,sei que num tem,mas, tendo representante meu no podê,é dele que eu cobro o devê.

Num vendo meu voto!Meu voto num tem preço, não!!!Eu levo a sério, bichim,esta tar de eleição.Quero o “mió” pra mim,mas num é só pra mim, não!!!Tem também os meus vizime todo o povão

que merece respeitoe consideração.Num dô ôvido a sujeitoque meu voto quisé comprá!Mando ele dá meia vorta!Mando ele passeá!!!

Vô sonhando cum dia da democracia,marcado pro 3 de ôtubro,tomando logo ciênciade que o votofaz diferença!

Bão, aos cordelista,que são os grande artista do nosso sertão,homenagêo com esses verso, mas, de logo, confesso:num sô cordelista, não!!!

São apenas os meus versopros mesário deste ano.A ninguém, eu num engano:num sô o Patativa!Iguar a ele, num tem não!!!Só fiz uma tentativade pô verso na eleição.

A Justiça Eleitoral em Poesia

TRE-CE 21

EVENTOS EM QUE FORAM APRESENTADOS OS POEMAS

1º Poema: PRESIDIR

Poema elaborado para apresentação durante o 63º Encontro do Colégio de Presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais, em 21 de novembro de 2014, no Hotel Gran Marquise, Fortaleza, Ceará.

2º Poema: O VOTO E A ACESSIBILIDADE

Poema interpretado em três eventos:

- perante a Corte do TRE-CE, na abertura da sessão de 21 de setembro de 2012, Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência;

- na Semana da Pessoa com Deficiência, promovida pelo TRE-RS;

- e no período de Instrução aos Servidores sobre o Treinamento de Mesários e Sistema de Totalização das Eleições Municipais de 2012, pelo TRE-CE, de 13 a 21 de agosto de 2012.

3º Poema: A VIDA É ELEIÇÃO!!!

Poema interpretado no lançamento oficial da Campanha de Divulgação do Serviço de Empréstimo de Urnas Eletrônicas, realizado pelo TRE-CE em 12 de março de 2013.

4º Poema: “CORDEL” DO MESÁRIO

Texto elaborado para encenação, nas zonas eleitorais interioranas e da capital, durante as Eleições Municipais de 2004. O linguajar adotado neste escrito justifica-se a partir do perfil da personagem interpretada durante as encenações: uma típica eleitora do Sertão Nordestino que, apesar do pouco estudo formal, é criativa e tem por mania fazer versos. Ciente de seu papel de cidadã, ela se mantém sempre bem informada, sobretudo no que se refere às questões concernentes ao direito do voto. Certa ocasião, tendo acesso à ‘Cartilha do Mesário’ de um amigo convocado para trabalhar nas Eleições Municipais de 2004, ela acaba recorrendo às rimas, a fim de ressaltar, a seu modo, a relevância do papel dos mesários nos pleitos eleitorais.

Esta cartilha foi composta nas fontes Antique Olive, Dobkin, Hobo Std, Verdana e Ar Julian. O miolo e a capa foram impressos em papel AP 90g/m2, alta alvura. Editado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Ceará e impresso pela LIPAP Comércio de Papéis Serviços e Representações Ltda. em novembro de 2014.