A INTERAÇÃO SUPERVISOR E COMUNIDADE …ao controle do público, seja este a comunidade escolar e...
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO E SUPERVISÃO
ESCOLAR
A INTERAÇÃO SUPERVISOR E COMUNIDADE
ESCOLAR NA CONSTRUÇÃO DO PROJETO POLÍTICO
PEDAGÓGICO
Cristiano Cosme Nascimento Franco de Sá
Orientadora: Profª Flávia Cavalcanti
Rio de Janeiro
2011
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO E SUPERVISÃO
ESCOLAR
A INTERAÇÃO SUPERVISOR E COMUNIDADE
ESCOLAR NA CONSTRUÇÃO DO PROJETO POLÍTICO
PEDAGÓGICO
Monografia apresentada para obtenção do
título de especialista em administração e
supervisão escolar
Rio de Janeiro
2011
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AGRADECIMENTOS
A todos os colegas da turma T 075, que tornaram os dias
de aula muito divertidos, devido a grande harmonia, e os
professores que lecionaram, e nos ajudaram a “crescer” e
vislumbrar um futuro mais brilhante. A Universidade
Cândido Mendes/ Instituto a Vez do Mestre, pela
oportunidade de favorecer o crescimento de inúmeros
profissionais da área da educação.
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DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia a minha mulher Fabíola, que
sempre discutiu comigo a melhor forma de construir este
documento, além de estimular a melhorar como professor
e de me trazer carinho nos momentos de turbulência.
Também a Clayde Villela, minha sogra, que sem querer
introduziu uma vontade maior na compreensão dos
problemas educacionais. Ao meu filho Mariano, que
sempre trouxe um sorriso, um choro e uma fralda. E,
finalmente, ao meu Pai e minha Mãe, que apesar de
pouca instrução deram o máximo para estimular meu
crescimento profissional.
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RESUMO
O projeto político-pedagógico (PPP) é um documento que é preciso
entende como um horizonte de possibilidades baseados no binômio
ação/reflexão. Para isto necessitamos de profissionais capacitados para
compreender como construir corretamente este documento.
O objetivo desta monografia foi buscar na legislação vigente os
parâmetro para construção, assim como verificar qual a melhor formatação e
os diferentes exemplos do papel do supervisor educacional, na literatura
especializada.
A metodologia empregada foi o de busca em sites das esferas
governamental, federal e estadual, a legislação vigente, além de sites
especializados, como scielo e capes, para obtenção de bibliografia pertinente
ao estudo em questão.
Foi observado que a legislação não informa quais as partes deste
documento, apenas informa que o docente tem papel fundamental processo de
construção do PPP. As concepções de formatação deste documento são
muitos diversas, sendo importante possuir um marco referencial, composto
pelo situacional, doutrinal-filosófico e operativo, mas que há também uma visão
que está estritamente relacionada a gestão empresarial, quando se estimule a
modificação de objetivos por metas, de a instituição possuir um quadro com
visão, missão e valores.
O papel do supervisor antes tido como o de inspecionar e o de avaliar os
fins agora tem muito mais de avaliar, reformular e traçar metas, o que coloca
este profissional a serviço de ampliar a participação da comunidade escolar no
processo de construir o projeto político-pedagógico, se desvencilhando do
papel administrativo e se empenhando no papel pedagógico, sem que isto gere
uma ruptura entre estas duas vertentes.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO........................................................................................07
2. LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL E A ARTICULAÇÃO COM A
CONSTRUÇÃO PARTICIPATIVA DO PROJETO POLÍTICO-
PEDAGÓGICO........................................................................................11
3. AS PARTES DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO
................................................................................................................18
4. O SUPERVISOR ESCOLAR E A CONSTRUÇÃO DO PROJETO
POLÍTICO-PEDAGÓGICO......................................................................23
BIBLIOGRAFIA.............................................................................................32
ANEXOI........................................................................................................35
ANEXO II......................................................................................................36
ANEXO III.....................................................................................................37
ANEXO IV.....................................................................................................38
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1. Introdução
O Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola é o que podemos chamar
de alma da instituição de ensino. Esta alma se acha significada nas suas
particularidades, que se apóiam na sua história e na comunidade na qual a
instituição está inserida. Porque uma instituição sempre está inserida na
relação com a comunidade, e neste se inclui a hierarquia com a secretaria de
educação de cada município ou Estado da federação, mas é legitimada pela
direção, supervisão pedagógica, seus funcionários, professores, pais ou
responsáveis e o alunado correspondente.
E, sempre que pensamos na construção do projeto político-pedagógico,
temos a intenção de desejar sua construção como o resultado de
descentralização do poder instituído, que constitui uma responsabilidade dos
atores escolares e que o interesse da coletividade dê forma a autonomia
escolar, mas sabe-se que os profissionais da educação encaram a construção
do projeto pedagógico como um desafio de uma sociedade excludente,
baseado nas normas neo-liberais (Pereira, 2008)
Contudo o desenvolvimento educacional é discutido tendo como base os
resultados das avaliações institucional pelo Ministério da Educação e Cultura
(MEC) sem gerar instrumentos de participação efetiva da comunidade escolar,
e atualmente os instrumentos mais eficazes são os debates, palestras e
encontros, que são utilizados no espaço escola e o supervisor escolar precisa
de instrumentos mais amplos, tal como pesquisas, comunicados aos pais e/ou
responsáveis e alunos que sejam eficazes. Assim a dúvida que permeia esta
monografia é quais os instrumentos usados pelo supervisor que podem
aumentar o interesse no conhecimento e construção do PPP.
E o interesse das discussões teóricas sobre a importância da
participação da comunidade escolar, que, de forma nenhuma, não elimina a
importância do Estado e sim submete as decisões das políticas educacionais
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ao controle do público, seja este a comunidade escolar e até mesmo os
partidos políticos (Hora, 2002), está presente na legislação vigente, como a
Constituição Federal, Diretrizes Curriculares Nacionais e Parâmetros
Curriculares Nacionais e Legislação Estadual que devem ser explorados para
dar subsídios para alavancar o processo de construção de uma escola mais
ativa.
Entretanto uma constatação preocupante é que os diferentes segmentos
escolares raramente participam do planejamento escolar e este apenas sofre
pequenas alterações a cada ano, no caráter formal, e o ideal democrático seria
a socialização ascendente, ou seja, uma construção da base, formada
principalmente pelos alunos, responsáveis e professores, para o ápice,
coordenação pedagógica, direção e secretarias, municipais e/ou estaduais,
sem limitar-se aos “especialistas” ou mesmo aos grupos de coordenação
(Padilha, 2005).
Outro entrave para o crescimento da participação dos responsáveis e
alunos é que se espera que haja uma fórmula de processo construído para
orientar o diretor e/ou supervisor. Entretanto a orientação mais pertinente é o
de inicialmente caracterizar o espaço escolar e sua comunidade, tentando
entender o mundo em que vivemos, o chamado de marco referencial (Padilha,
2005), e em seguida é a vivência com experimentação constante, através do
diálogo direcionado, sem que os dirigentes usem a construção do projeto
político-pedagógico para alcançar objetivos próprios da escola, e que não se
percam em esquemas estreitos das visões parciais (Freire, 2005).
A escola somos nós. Se a entidade escolar é formada por membros
pensantes então sua alma deve ser construída primariamente pela relação
entre alunos e responsáveis. O PPP deve ser um processo de ouvir sugestões,
analisá-las, apoiá-las ou contrapô-las induzindo a uma convergência dos
objetivos e metas para maior claridade sobre a prática diária (Raposo e Maciel,
2005)
Deste contexto primordial é que podemos partir para um trabalho de
ensino-aprendizagem dirigido para se alcançar a transformação da comunidade
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em que está apoiada cada instituição. Nessa transformação o supervisor
educacional tem um papel importante, pois tem de estar sintonizado com a
comunidade escolar, entender suas necessidades e desejos e tem que partilhar
desses anseios no momento em que se constrói o projeto político-pedagógico.
E parece estar bem claro que a maioria dos educadores concebe o
projeto político pedagógico como um documento que deve ser construído com
um processo de interação contínua, ou seja, é um projeto de estruturação e do
constante planejar, que deveria adequar-se as realizações e fracassos,
potencialidade e dificuldades que surgem no decorrer da prática pedagógica
(Monfredini, 2002),
Se a escola não apresenta o PPP e não o torna conhecido, pelo menos
seus pontos básicos, a tendência da mesma é cair em “achismos” que em nada
acrescentam na vida do aluno, pois dela temos a pedra fundamental para
construção de uma Escola ativa. É importante também que profissionais da
educação se interessem pelo PPP do estabelecimento de ensino, seja ele
público ou particular. Já que é esse documento que dará as diretrizes do fazer
escolar cotidiano.
A própria definição da construção do projeto pedagógico é definido em
lei. Está na Lei de Diretrizes e Bases (9394/96), que regulamenta o ensino no
país, o disposto que assegura a confecção e a utilização da mais importante
ferramenta na escola. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)
fala sobre o PPP nos seus artigos 12, 13 e 14, e o próprio Estatuto da criança e
do Adolescente (ECA) no seu artigo 53, parágrafo único, afirma que: “É direito
dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como
participar da definição das propostas educacionais”.
Planejar as ações que serão realizadas na práxis diária torna o trabalho
docente mais organizado, objetivo e acima de tudo eficiente, e isto pode ser
alcançado quando do planejamento de ensino-aprendizagem estiver alicerçado
no PPP da instituição de ensino. Entretanto para entender a importância da
construção deste instrumento fica a dúvida da importância teórico-
metodológica, sobre a legislação atual para fundamentação concreta deste
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instrumento e até o papel exato do supervisor escolar na formatação e
avaliação/reavaliação deste documento..
A hipótese é que há uma legislação que orienta a formatação deste
instrumento escolar, uma bibliografia consistente que exemplifique métodos
para construção do projeto político-pedagógico, mas poucos exemplos efetivos
de participação, já que os resultados educacionais, de uma forma geral, estão
bem abaixo do esperado, e desta forma o supervisor pode criar metodologias
para gerar um dinamismo nas relações interpessoais que aumentem a
participação de toda a comunidade na construção dos PPPs da escolas.
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2. Legislação educacional e a articulação com a construção
participativa do projeto político-pedagógico
A compreensão de que os pais e alunos têm direitos e deveres de
participação política nos diferentes colegiados, que será focado nesta
monografia, no aspecto da liberdade de participar e de conhecer as práticas
pedagógicas de cada escola, é assegurado desde a Constituição Federal de
1988, perpassando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9394/96),
fluindo pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069, de 13 de julho de
1990), Diretrizes Nacionais da Educação, Parâmetros Nacional de Educação e
finalmente alcançando a Lei educacional do Estado do Rio de Janeiro (Lei Nº
4528, de 28 de março de 2005). E conhecer a base da legislação pode auxiliar
para a construção do PPP, e assim da identidade escolar, que saia do plano
teórico.
Na Constituição Federal (Brasil, 2008), art. 205, encontra-se a
preocupação de fomentar a colaboração da sociedade, mas de forma pouco
clara, apenas confirmando uma diretriz recorrente, que já se apresenta no
preâmbulo, que é instituir um Estado Democrático.
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Assim, nos termos da Constituição Federal, há um espírito democrático
vigente, mas no Artigo 206, que informa os princípios básicos, há o inciso VI
que afirma: “gestão democrática do ensino público, na forma da lei” que apesar
de enfatizar a democracia deixa para lei complementar qual a formatação da
participação. Essa formatação é vista na lei que regula a educação brasileira, a
Lei de Diretrizes e Bases (LDB) aprovada em dezembro de 1996.
Já são decorridos 14 anos desde a promulgação da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação, e assim a Educação tem uma base legal para ser
normatizada, e logo, controlada. No seu segundo parágrafo existe, mesmo que
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implícito, um valor que se agrega a da importância da inter-relação na
comunidade escolar que é: “a educação deverá vincular-se ao trabalho e à
pratica social”. No estímulo da prática social, que é negligenciando nas
Diretrizes Curriculares Nacionais, podemos enxergar que os encontros no
ambiente escolar para construção do projeto político-pedagógico são o campo
primário para o desenvolvimento da compreensão das relações sociais.
Construindo a idéia que todas as parcelas da sociedade são importantes
para fomentar a Educação, Carlos de Fonseca Brandão afirma que o Título II –
Dos princípios e fins da Educação nacional traz uma informação muito
importante de que a Educação é um dever do Estado e da Família, que ao se
analisar a palavra dever traz um cunho de certeza de que os pais e/ou
responsáveis, assim como o Estado, não podem subtrair o desenvolvimento
pleno que foi imaginado quando da construção desta Lei (Brandão, 2010).
Desta forma ficaria implícito a necessidade dos pais e/ou responsáveis
ficassem a par do projeto político-pedagógico, pois é neste documento que se
desemboca a idéia proposta de um desenvolvimento pleno do cidadão, e logo,
da sociedade.
Aprofundando-se na incumbência dos estabelecimentos de Ensino,
ainda na LDB no seu artigo 12, os incisos I, VI e VII já orienta sobre a proposta
pedagógica, deixando claro o papel de “elaborar e executar a proposta
pedagógica”, “articular-se com a família e a comunidade, criando processos de
integração da sociedade com a Escola” e de “informar pai e mãe, conviventes
ou não com os filhos, e, se for o caso, os responsáveis legais, sobre a
freqüência e rendimento dos alunos, bem como sobre a execução da proposta
pedagógica da escola”, respectivamente.
Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:
I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;
II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros;
III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas;
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IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;
V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento;
VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola;
VII - informar os pais e responsáveis sobre a freqüência e o rendimento dos alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica.
VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se for o caso, os responsáveis legais, sobre a frequência e rendimento dos alunos, bem como sobre a execução da proposta pedagógica da escola; (Redação dada pela Lei nº 12.013, de 2009)
VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao juiz competente da Comarca e ao respectivo representante do Ministério Público a relação dos alunos que apresentem quantidade de faltas acima de cinqüenta por cento do percentual permitido em lei.(Inciso incluído pela Lei nº 10.287, de 20.9.2001)
Nestes termos, os incisos I e VII somente atem-se na execução e
elaboração, pela instituição escolar e da informação da execução dos projetos
pedagógicos, respectivamente, contudo o inciso VI pode auxiliar as instituições
educacionais a evitarem problemas maiores como roubos e depredações, e
pode ser um instrumento para o sucesso do processo educativo (Brandão,
2010, p53), e este sucesso pode começar com um projeto político pedagógico
com a interação e participação efetiva da comunidade escolar.
Finalmente a LDB no seu artigo 14 enfatiza que os sistemas de ensino
deverão definir normas de gestão democrática, na qual os profissionais da
educação participarão do projeto político da escola e a comunidade escolar e
local em conselhos escolares ou equivalentes, presentes no inciso I e II,
respectivamente.
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;
II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.
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Aqui houve a perda de uma oportunidade histórica de avanço da
democracia quanto a escolha dos dirigentes (Brandão, 2005, p57).
Particularmente, estes incisos parecem gerar uma dicotomia, ou mais
preocupante, um abismo, que separa os profissionais da educação e os
pais/responsáveis e alunos da construção e do dever de discutir dos resultados
educacionais, que deve transformar o projeto inicial.
As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) tem como norteadores das
ações pedagógicas de cada escola o princípio políticos dos direitos e deveres
de cidadania, que poderia começar com a participação bem definida de como
os alunos poderiam ajudar a construir, pelo menos um fragmento, do PPP de
sua escola. Na segunda diretriz daquele documento – “Ao definir suas
propostas pedagógicas, as escolas deverão explicitar o reconhecimento da
identidade pessoal de alunos, professores e outros profissionais e a identidade
de cada unidade escolar e de seus respectivos sistemas de ensino”
Já nos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental
(BRASIL, 1998b) o tema gerador a equidade dos conteúdos curriculares a
serem oferecidos aos cidadãos, a despeito da rica diversidade cultural,
regional, étnica, religiosa e política, da nossa nação, enfoca a importância da
democracia no cotidiano escolar, mas não estimula o papel da comunidade,
sempre presente no texto, na construção do PPP escolar.
Na esfera estadual, no Estado do Rio de Janeiro, o único momento que
é estimulado, de forma clara, a participação da comunidade na revisão e
orientação do projeto educacional, através da realização de Congressos
estaduais com a participação de várias entidades participantes da sociedade,
nos artigos 68 e 69 (LEI Nº 4528, DE 28 DE MARÇO DE 2005).
TÍTULO IX DO CONGRESSO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO
Art. 68 - O Congresso Estadual de Educação, organizado pela Secretaria Estadual de Educação, deve ser realizado a cada dois anos, precedendo à revisão do Plano Estadual de Educação. Parágrafo único - Estarão representadas no Congresso
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Estadual de Educação as entidades que previamente forem credenciadas de acordo com critérios fixados pela Secretaria Estadual de Educação, buscando-se a participação dos diversos setores da sociedade que possam contribuir com o debate educacional.
Art. 69 - O Congresso Estadual de Educação tem como objetivos específicos fomentar a participação de diferentes atores da sociedade civil fluminense na elaboração da Política Educacional do Estado e traduzir os elementos essenciais do Plano Nacional de Educação na construção do Plano Estadual de Educação.
No ano de 2007 foi realizada o II Congresso Estadual de Educação que
orientou a organização do plano estadual de educação (RIO DE JANEIRO,
2009) e que confirma o princípio da Constituição federal de 1988, da “ gestão
democrática e a qualidade social da educação, com a defesa da garantia à
educação para todos, seguindo um dos princípios fundamentais da
Constituição Federal de 1988”; e enfatiza a participação de todos os segmentos
da comunidade escolar (alunos, pais, professores e demais profissionais da
educação), isto com o objetivo de uma gestão democrática que gere uma
melhor qualidade do ensino público. Ainda dentro dos objetivos e metas das
diretrizes instituídas a serem alcançadas, no ensino básico, nos item 29 (p.30),
além de fomentar a formulação do projeto político pedagógico com observância
dos DCNs e PCNs, há de promover, em um prazo de dois anos, findando logo
no ano corrente, debates sobre os ciclos de formação.
29. Estimular e assegurar que, no prazo de 2 (dois) anos, a partir da publicação deste Plano, todas as escolas tenham formulado seus projetos político-pedagógicos, com observância das Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental e para o Ensino Médio, promovendo debates sobre ciclos de formação e série, a fim de esclarecer objetivos e propostas pedagógicas que fomentarão o projeto das escolas, dentro de uma gestão democrática e participativa.
E, continuando nos itens 45, 46 e 48 da Lei nº5597 de dezembro de
2009 (RIO DE JANEIRO, 2009, p.32), garante a importância do projeto
político-pedagógico em respeito a identidade cultural das comunidades
indígenas, afro-brasileiras e mesmo da comunidade rural.
45. Assegurar, a partir da publicação deste Plano, a autonomia das escolas indígenas na elaboração de seus projetos político-pedagógicos, garantindo a plena participação de cada
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comunidade indígena nas decisões relativas ao funcionamento das escolas.
46. Projetar, a partir da publicação deste Plano, ações de acompanhamento da aplicação da Lei 10.639/03, do parecer CNE/CP 3/2004 e da resolução CNE/CP 01/04 que tornam obrigatório o ensino sobre a História e a Cultura Afro-brasileira e Africana na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e Médio, criando grupo de monitoramento, exigindo a aplicação da lei e de políticas públicas de afirmação e de valorização da cultura Afro-brasileira no currículo; instituir, no projeto político pedagógico, o emprego e procedimentos da lei.
48. Elaborar, no prazo de 2 (dois) anos, a partir da publicação deste Plano, projeto político-pedagógico específico para a realidade do campo, que envolva as escolas que atuam com esta modalidade de ensino, movimentos sociais e comunidade rural local.
Os itens que pareceram mais enfáticos na promoção da elaboração do
projeto político-pedagógico e o diálogo com a comunidade forma os relativo às
instituições que oferecem educação profissional (item 8, p.36) e o que
estabelece um prazo de 1 (um) a partir da publicação da Lei (item 28, p.56) a
Associação de Apoio à Escola (AAE), composta pelos atores escolares, apesar
de atualmente parecer insipiente a participação destas associações.
8. Assegurar, a partir da publicação deste Plano, que as escolas que oferecem Educação Profissional elaborem seu projeto político-pedagógico, por meio de um diálogo com a comunidade, visando à inserção de práticas educativas desenvolvidas no contexto social regional, com ações voltadas à promoção do desenvolvimento sustentável.
28.Implantar, no prazo de 1 (um) ano, a partir da publicação deste Plano, em todas as unidades escolares da rede estadual, a Associação de Apoio à Escola (AAE), estimulando maior participação da comunidade escolar na gestão, manutenção e melhoria das condições de funcionamento das escolas, garantindo maior organização dos Grêmios Estudantis, Associações Docentes e Associações de Pais e Responsáveis, como instâncias organizativas imprescindíveis à constituição dos Conselhos Escolares, com caráter consultivo e deliberativo.
A despeito do fato que a política educacional do estado do Rio de
Janeiro ser referendado por profissionais capacitados e que pensam a
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educação como uma prática democrática e cidadã, confirmada pela Lei 5597
de 18 de dezembro de 2009, há grande dificuldade de convergir os objetivos e
metas traçados no documento em questão. Isto se deve a existência de um
abismo no ambiente escolar resultante da falta de diálogo entre os ‘atores’ e de
espaços que não os concedidos pela legislação (Alonso e Monteiro, 2009). E,
apesar da legislação parecer bastante libertária parece-me pela observação em
campo que ainda não há uma participação efetiva das comunidades do em
torno da escola
O que Gentil (2010) deixa explícito de como a ação do Estado está
presente na garantia do direito de concessão de poderes, através do voto, e
livre presença dos indivíduos ao mercado, e no estudo em questão o de
favorecer, por Lei, a participação democrática nos rumos de cada instituição
escolar, o que torna muito pequena uma visão de participação efetiva da
comunidade na condução do projeto político-pedagógico. Entretanto,
continuando com o ponto de vista deste mesmo autor, a força política pode
provir da reação dos movimentos da sociedade civil ou de um governo, e
apesar de parecer que as Leis supracitadas parecerem somente ligadas a
política governamental, não se deve excluir a participação de diferentes
movimentos sociais que estimularam a construção das propostas educacionais,
hoje vigentes.
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3. As partes do projeto político-pedagógico
Inicialmente deve acreditar que o projeto não deve ficar esquecida em
uma estante qualquer. Gandin (2005) apresentou um quadro extremamente
cômico de qual a finalidade exata de um plano de trabalho, que seja muito
extenso, o se der lido somente pelas pessoas que o construíram, e indo
adiante revela que o fato de ter um “planejador” haverá muitos “executores”
que deveram apenas se guiar pelas normas que são pertinente sua função, o
que gera um abismo. Isto somente pode ser refeito se todos os atores se
sentirem “planejadores e executores” do projeto pedagógico da escola na qual
faz parte.
Não há dificuldades em encontrar a preocupação da construção
democrática e participativa do PPP na legislação atual, desde a Constituição
Federal até a Legislação do Estado do Rio de Janeiro, como demonstrado no
capítulo anterior. Entretanto, não há uma diretriz de formatação básica dos
itens que tem de ser inseridos no PPP e desta forma faz-se a necessidade de
reconhecer alguns ensaios acadêmicos (teórico e/ou prático) que revelem
quais as partes que são constitutivas daquelas que são facultativas.
De acordo com a busca bibliográfica instituída para construção desta
monografia, alguns autores serão apresentados baseando-se no foco que é o
de apresentar uma formatação do PPP, e com isto analisar quais capítulos são
essenciais, ou seja, constitutivos e quais podem ser particulares de cada
instituição públicas, denominação apropriada de facultativo.
Esta divisão inicial do projeto político-pedagógico é um paralelo de como
este documento representa o foco central do funcionamento da escola, assim
como é o núcleo celular. Nas nossas células o DNA tem um componente
estável do genoma e que não é conversível na sua porção ativa, que é
altamente condensado e se encontra em todas as células de forma igual, e
outra região na qual é detectada de forma ativa dependendo na diferenciação
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celular, a heterocromatina constitutiva e heterocromatina facultativa,
respectivamente (De Robertis e Hib, 2006). Assim nos capítulos constitutivos
não há alteração e deve ser igual para cada escola e os facultativos sofrem
alteração de acordo com as diferentes instituições de ensino.
De acordo com Campbell (2010) o PPP é divido em: Apresentação,
composta de capa, folha de rosto e índice; Introdução, na qual se apresenta a
origem da pessoa jurídica da escola – sua história -, a caracterização da
clientela e de sua localidade, seu bairro, sua cidade e etc.; Príncipios filosóficos
e educacionais, com a relevância da instituição no processo ensino-
aprendizagem; Princípios didáticos-pedagógicos da instituição, com seus
pressupostos teóricos, objetivos, conteúdos e metodologias de ensino-
aprendizagem e recursos utilizados, contando aqui com a forma de avaliação e
recuperação; Organização do cotidiano, na qual se destaca a proposta de
construção do saber, o funcionamento da escola, o regime escolar, o corpo
docente e técnico administrativo e o calendário escolar; e finalmente, as
referências bibliográficas utilizadas (ANEXO I)
Sem dúvida uma divisão simples, com capítulos diretos auxilia em muito
a organização de como realizar a formatação deste documento, pois nortearão
os fundamentos metodológicos para alcançar de forma coesa os objetivos
previamente traçados. Assim podemos identificar que dividindo o documento
em seis itens, citados anteriormente, temos que a apresentação. onde é
colocada de forma clara o nome da instituição a a apresentação, no tocante a
situar a pessoa jurídica escolar, contemplando como se originou a instituição –
sua história – é essencial de forma a auxiliar, rapidamente a construção deste
documento. Entretanto, uma crítica a obra supracitada é que o objetivo foi tão
somente introduzir a formatação deste documento,principalmente no tocante a
instituições particulares, o que difere bastante das necessidades das escolas
públicas.
De outra forma, dentro desta divisão inicial dos capítulos, como
constitutivos do PPP, Padilha (2005) expõe nove itens que devem fazer parte
da estrutura básica do projeto político-pedagógico. A identificação do projeto,
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histórico e justificativa, objetivos gerais e específicos, metas, desenvolvimento
metodológico, recursos, cronograma, avaliação e conclusão. Dentro destes
temas a única diferença marcante em relação a Campbell (2005) são a
inclusão das metas, “pois são mais concretas que os objetivos e mais
imediatamente exeqüíveis” (p. 91), já que apesar da diferença na divisão, todos
os pontos básicos estão presentes (ANEXO II)
Diferentemente, a organização do PPP da obra anteriormente citada, é
voltada para instituições públicas e expõe uma organização que se assemelha
a um projeto acadêmico na medida que enfoca o objetivo geral e os específicos
e item separado, o que em Campbell (2010) estava situado de forma textual
nos princípio didáticos pedagógicos. Outra diferença marcante é a inclusão de
metas, de um cronograma para melhor controle das etapas a serem
alcançadas e uma avaliação final, para quantificação dos objetivos e metas
alcançados.
A inclusão de metas é importante, pois os objetivos, muitas vezes são
subjetivos e pode incorrer no erro de não sabermos distinguir se os atingimos
ou não (Nogueira, 2009). Para se alcançar metas temos que incluir “números”,
“valores” ou “quantidades” (idem, p22) que devem ser traçadas em um período
estipulado, e se não alcançado em sua totalidade poderemos ter uma noção
exata de quanto conseguimos progredir em ralação a proposta inicial, sem ser
insipiente.
Interessante é a relação do cronograma e da avaliação final do
documento construído confere a este um caráter inacabado, o que é sempre
focado por Paulo Freire e o que orienta a obra escrita por Padilha (2005), já
que é um guia construído em comunhão com o Instituto Paulo Freire, na qual o
foco é formar um ‘Escola Cidadã’.
Adicionalmente Nogueira (2009) estimula a construção da visão, missão
e valores da instituição escolar, e que deve não estar presente somente no
PPP, mas deve ficar afixado em local apropriado. A visão, que é o futuro
desejado, estabelecendo metas a serem alcançadas; a missão, o
posicionamento da escola em relação ao presente; e os valores, que são as
21
expressões morais, espirituais, as competências e habilidades, entre outros, é
uma prática muito comum na administração empresarial que pode ser
integrado ao cotidiano da escola pública, pois pode valorizar uma maior
harmonia entre o que se deseja no PPP e como os atores escolares podem
alcançar. Ao meu ver, em relação a Escola Pública, pode-se ter uma certa
desarmonia em relação a visão empresarial, devido a certa visão dicotômica da
missão da instituição pública e privada.
Entretanto Nogueira (2009) coloca 13 itens: Capa; Apresentação do
projeto político-pedagógico, realizado pelo Secretário Municipal de educação;
Expectativa da direção; Sumário; Apresentação da instituição, na qual temos
sua história, sua estrutura física e seus recursos humanos; Introdução e
justificativa, para relatar a necessidade do documento; O marco referencial
(marco situacional, doutrinal ou filosófico e pedagógico ou operativo);
Diagnóstico; Programação, com os objetivos; Indicado de desempenho;
Créditos, onde se insere as pessoas envolvidas no âmbito executivo escolar;
Agradecimentos especiais e Apêndices (onde estarão os cronogramas).
(ANEXO III)
Sem dúvida este último documento apresenta uma série de itens que
tem total relação com os apresentados anteriormente, principalmente a
presença do marco referencial que parece ser, atualmente, o que
preponderante para organização de um projeto político-pedagógico
participativo. Além disto, há alguns itens importantes, que vale a pena ressaltar
que é a apresentação do Secretário de Educação e a expectativa da direção,
neste poder-se-ia argumentar que sua presença pode controlar a construção
do PPP, já que os autores deste documento podem se influenciar pelas
expectativas da hierarquia educacional, que está atrelada a política vigente, e
com isto entrar em dissonância com a comunidade escolar. Contudo, como a
obra supracitada tem um cunho de relacionar-se com a gestão empresarial não
deve ter sido o objetivo do autor, já que toda a obra permeia a importância da
participação maciça da comunidade do entorno, dos alunos e dos professores.
22
Um parâmetro muito bem explorado por Campbell (2010) é a presença
das referências bibliográficas, pois devemos velar a importância acadêmica
científico deste documento. Acadêmico, porque é construído nas ‘carteiras
escolares’, e científico, porque devemos propor métodos que poderão gerar
resultados, e estes devem ser analisados de forma a poder ser repetido, tanto
na própria escola como expandido para outras instituições.
Já Gandin (2005) nos apresenta um modelo de plano mais conciso, com
somente 3 itens e cada um com somente três subitens: O Marco referencial
(Marco situacional, doutrinal e operativo); O Diagnóstico, composto de
introdução, em relação ao marco doutrinal e ao marco operativo; e por último a
programação: com os objetivos, políticas e estratégias e orientação para
execução. Este modelo me parece o mais razoável, não porque os outros
autores pesquisados não possuam um grande mérito, mas porque a
simplicidade da organização pode trans formar este documento em algo que
gere prazer na sua leitura, até porque os professores têm uma vida bastante
atribulada, com a constante formatação dos planos de aula, e para os
responsáveis e alunos será dificilmente pesquisado. (ANEXO IV)
23
4. O supervisor escolar e a construção do projeto político-
pedagógico
O termo supervisão significa “ato ou efeito de supervisar”, e este é um
verbo transitivo direto que é o ato de “dirigir ou inspecionar em nível superior”,
ou seja ter uma “visão superior”, e ainda “avaliar por fim os resultados e a
eficiência de um trabalho”” (MICHAELIS, 2008). Analisando o significado deste
termo pode-se observar que o supervisor educacional deve estar atento em ver
o que se passa na escola, mas uma análise mais cuidadosa deverá, também,
conduzir as discussões que são realizadas no ambiente escolar para construir
o projeto político-pedagógico (PPP), sempre inspecionando e a avaliando quais
resultados estão sendo obtidos dentro do âmbito da sala de aula quanto das
ações planejadas, objetivos e metas alcançadas pelo conselho escolar, tendo
uma visão do conjunto.
Pode-se, ainda, ter como atribuições: planejar, supervisionar, avaliar e
reformular o processo de ensino e aprendizagem, traçando metas,
estabelecendo normas, orientando e supervisionando o cumprimento das
mesmas e criando ou modificando processos educativos, em consonância com
a legislação vigente. Analisando todas as possíveis atribuições do supervisor
educacional não está explícito que antes de tudo é um educador, mas sim
profissional que por vezes teve uma conotação mais política do que
propriamente técnica, e paradoxalmente aquele profissional tido como técnico
pode ser avaliado como político, pois serve com seu trabalho pouco
questionador, e logo conservador e mantenedor das ideologias políticas
(NOGUEIRA, 1989)
Na LDB não há uma orientação da presença de um supervisor, mas sim
que os profissionais da educação formados em cursos de graduação em
pedagogia, ou mesmo em nível de pós-graduação. Além desta função, o de
administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional
também está aberto a outros profissionais que tenham uma graduação e uma
formação em nível de pós graduação específica.
24
Art. 64º. A formação de profissionais de educação para administração, planejamento,inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional.
A função supervisora, conceituada inicialmente de forma a compreender
a evolução histórica, citado por Saviani (2006), é a “ação de velar sobre alguma
coisa ou sobre alguém a fim de assegurar a regularidade de seu funcionamento
ou de seu comportamento” nos leva a acreditar que o papel do supervisor é de
assumir formas de controle, de fiscalização e mesmo de coerção. E, a despeito
do fato de tratarmos, no contexto histórico pregresso, o supervisor como um
elemento que modela o trabalho dos supervisionados, de acordo com diretrizes
pré-estabelecidas, atualmente há uma busca para modificar esta visão, até
porque há uma necessidade de melhorar a qualidade da educação que é
oferecida para a população, e logo o papel do supervisor ganha relevância no
momento em que não é chamado somente para detectar falhas ou aplicar
punições, mas sim promover um crescimento de todos os integrantes da
comunidade escolar.
A questão central é que há uma dúvida sobre o papel técnico do
supervisor, na qual temos que implantar um aumento da qualidade da escola, e
da posição política, já que as principais diretrizes são hierarquizadas a partir da
secretaria estadual de educação, apesar de a legislação estimular que os
atores da escola ser os responsáveis pela formatação do projeto pedagógico.
Neste ponto, Leal e Henning (2010) enfatizam que a ação supervisora é o de
controle e fiscalização da prática pedagógica, dado que há a necessidade de
um acompanhamento sistemático do trabalho docente, mas há uma busca do
trabalho conjunto com o professor, o que denominada de “supervisão
renovada”, marcando assim uma nova fase do papel do supervisor
educacional, que, no entanto, continua regulando o trabalho docente, mas com
ações menos autoritárias.
E, apesar de Leal e Henning (2010) citar que há uma função menos
autoritária a ser explorada, a análise final é bem contundente em afirmar que:
25
“Houve, sim, diferentes ordens do discurso se produzindo dentro de um mesmo
solo epistêmico, que fez e faz funcionar a supervisão como um campo do saber
que continua a criar estratégias para a regulação do professorado,... “,
afirmação esta que sugere que o grande papel do supervisor continua sendo o
de ser um ‘poder disciplinar’, que pode induzir a uma lentidão do processo de
renovação ideológica pela descrença na mudança, ou não uma reforma
profunda de como podemos pensar esse ‘novo supervisor escolar’.
Contudo, apesar de haver uma modificação de como é encarado a
supervisão escolar, o professor ainda encara esta função com certa
desconfiança, pois não há uma separação da função administrativa e da função
técnica (Saviani, 2006). Se houvesse uma separação mais concreta o
supervisor exerceria suas funções empregando seu tempo ao estudo dos
problemas técnicos que afligem a educação atual, como a repetência e evasão,
entre outras, e não com problemas de ordem administrativa. E, talvez, o grande
papel do supervisor seja tentar se desvencilhar desta concepção fiscalizadora e
seguir para uma ação democrática e participativa.
O supervisor, isto no âmbito da supervisão de alunos do ensino superior,
é uma função na qual se deve conceber além de estreita relação de ajuda ou
de auxiliar no desenvolvimento de capacidades e habilidades, estas últimas
baseadas na continuidade, reflexão e retroalimentação, pois nesta relação será
construído uma identidade pessoal do aluno, (Simões e Garrido, 2007). Assim
sendo, devemos pensar no papel de supervisão que há um início dos
trabalhos, mas que não termina somente com a tarefa realizada, porque a
busca de um objetivo sempre acarreta novos horizontes; Há que se ter uma
clareza que cada etapa tem um porque, e logo um olhar para o que se está
fazendo, mesmo que no momento somente pareça uma função que deva ser
cumprida; e uma retroalimentação que provém do seu supervisionado, sempre
usando suas respostas e inquietações para traçar caminhos que sejam mais
viáveis.
Dentro da escola há que se ter um profissional que sirva como um
facilitador do processo de construção do PPP participativo e que tenha sua
26
verdadeira função que é o de ser reflexivo. Contrariamente ao que podemos
almejar na construção deste documento, Monfredini (2002) encontrou um
quadro bem diferente, mostrando que o projeto pedagógico construído por
diferentes escolas públicas enxergavam este documento como um fim para
conseguir melhores índices de da eficiência do processo ensino-aprendizagem
e, principalmente, para cumprir a legislação vigente, com ausência do espírito
reflexivo.
É claro que devemos cumprir uma legislação que concedeu amplos
poderes para os atores escolares, mas que ainda está bem abaixo do que
poderia ser exercitado. Monfredini (2002) ainda relata que os pressupostos que
conduziam a formatação deste documento, de diferentes escolas públicas da
cidade de São Paulo, era a da qualidade total, que é um critério que orienta a
gestão de empresas. Isto posto, sua análise baseava-se nas políticas
neoliberais que eram implantadas para desregulamentar as possíveis relações
sociais que são formatadas na construção de um projeto político-pedagógico
realmente participativo.
Há que se dar conta que há muitos conflitos, até pela presença de
indivíduos que tem diferentes visões e valores (Veiga et al., 1995, p.46), e isto
torna a organização administrativa escolar, em todas as suas dimensões, um
local de dissenso que tem que ser contornado de forma cuidadosa, pois poderá
gera um desconforto entre os diferentes atores. E é bem discutido a
importância de implantar um processo de ação/reflexão do PPP e não somente
um documento, para isto se exige um esforço conjunto e uma vontade política
da comunidade escolar (idem, p.37), e há que entender que o supervisor
educacional terá que mediar os possíveis conflitos na construção do PPP.
Talvez, o grande problema enfrentado pela participação escolar efetiva é
que há uma série de tarefas a serem cumpridas, principalmente aqueles que
estão relacionadas a gestão financeira, e isto eleva a importância da gestão
administrativa pelo supervisor em detrimento do pedagógico (STÜRMER e
FERREIRA, 2010), e logo, engessa a construção/reconstrução do projeto
pedagógico das escolas públicas. Há que se entender que a escola pública
27
também tem que gerir seus gastos e isto demanda uma preocupação
administrativa enorme, já que qualquer deslize pode ser julgado devido a Lei de
Responsabilidade Fiscal, mas o supervisor escolar tem que estar atento a sua
responsabilidade primordial que é o de orientar/reorientar continuamente um
planejamento dialógico.
Lima (2006) usa uma metodologia bastante apropriada para obter dados
para a construção do PPP. A coleta de dados através de entrevistas coletada
no ambiente escolar, ou seja, foi uma abordagem qualitativa, na qual os
entrevistados são analisados de forma ‘sensível’ para serem em seguida
analisados.
Outras denominações já foram utilizadas para definir a construção do
projeto pedagógico, Freitas (2005) deu a noção “qualidade negociada” para
PPP, ou seja este documento tem de estar atrelado a indicadores de qualidade
específicos, pois poder-se-ia manter as desigualdades entre as diferentes
instituições públicas, o mais enfático é que: “a qualidade não é optativa, é
obrigatória” e ainda, nos procura ligar a comunidade local com as políticas
públicas centrais. Entretanto a grande preocupação desta publicação foi o de
ressaltar a preocupação de ter resultados mais expressivos, pois isto resultaria
em um fortalecimento de políticas neoliberais e privatistas em detrimento as
políticas progressistas.
28
5. Conclusões
A legislação vigente teve grande participação no crescimento do setor
educacional, mas como marco regulador teve uma função de não interferir no
nem no crescimento do ensino particular nem no público, após a análise da
legislação, presente nesta monografia, não foi encontrada uma indicação muito
clara de como construir um projeto político-pedagógico (PPP) democrático e
participativo, apenas está claro que devemos buscar estes referenciais,
entretanto isto gerou uma série de formas de buscar a construção deste
documento. Sem dúvida devemos nos preocupar com a pluralidade de idéias a
cerca dos problemas educacionais, mas isto gerou uma educação heterogênea
e com problemas crescentes, sem uma definição de uma coerência na direção
a ser tomada.
A palavra participação (Latim. pars +in+actio) significa ter parte na ação.
Para ter parte na ação é necessário ter acesso ao agir e às decisões que
orientam o agir. “E só será sujeito da ação quem puder decidir sobre ela”
(Benincá, 1995, p.14). A participação tem como característica fundamental à
força de atuação consciente, pela qual os membros de uma unidade social de
um grupo ou equipe, reconhecem e assumem seu poder e exercem influência
na determinação da dinâmica cultural da unidade social, a partir da vontade de
compreender, decidir e agir em conjunto, podendo desenvolver competências
próprias.
De outra forma podemos ter além da democracia formal, que é aquela
sue somente escolhemos nossos representantes, a substancial, na qual
usamos, verdadeiramente nosso direito e dever de influir nas decisões da
nossa comunidade. E neste último prevalece o conteúdo ético baseado na
solidariedade e no desenvolvimento integral da comunidade política, garantindo
ao cidadão, uma participação mais ampla à cidadania, quer seja no exercício
do poder político, quer na distribuição de riquezas sociais, aqui instaurado
como a riqueza das inter-relações gerada pela escola democrática (Fleuri,
1997).
29
Efetivar o processo democrático na escola é extremamente difícil, mas o
processo transformador de uma comunidade é sempre difícil, pois teremos a
efervescência natural em processo de debates, pela presença de uma
multiplicidade de visões a cerca das necessidades da comunidade. Inicialmente
os debates podem gerar entusiasmos, seguidos de debates infrutíferos e até
mesmo o retorno abatimento dos componentes, mas que acabam por estrutura
melhor o conhecimento a cerca da democracia, que pode ser definida como
uma autogestão pedagógica, com contornos graduais e não uma ruptura
revolucionária, pois talvez não estejamos plenamente conscientes da
importância de uma hierarquia respeitosa (Gadotti, 2004)
Os encontros para formatação de um grupo criativo, debatedor e
estimulante deve ser preconizado pelo supervisor escolar, mas que de forma
nenhuma não pode ser esporádica. No entanto, atualmente, a escola/gestor
não consegue atrair o principal alicerce do aluno que é a sua família, por falta
de tempo hábil ou mesmo pela dificuldade em aglutinar as pessoas em um
verdadeiro processo democrático.
Entretanto o principal ponto é que também devemos ter em mente o
papel contraditório e conflituoso do ser humano durante suas relações, que
muitas vezes separa o Outro para poder se sentir mais livre, e esta visão
existencialista do processo psicológico são entendidos como também
importante nas relações educacionais (BURSTOW, 2000). Neste ponto há uma
dicotomia na qual podemos usar nossa liberdade com intenção de ser
totalmente antagônico ou promover um antagonismo construtivo, ou seja, um
embate de idéias, que pode ser produtivo e alcançar uma claridade maior sobre
os problemas da sociedade, ou mais precisamente sobre a comunidade
escolar.
Não há como definir qual o formato de PPP que deve-se ser adotado,
mas observando os autores que buscaram definir a formatação deste
documento, há a necessidade de que tenha como item primordial a
apresentação da escola, com capa, folha de rosto, o anos; Introdução e
30
fundamentação na qual deve-se colocar qual o objetivo do documento
proposto;
A construção do projeto político pedagógico está em uma fase de
embate entre o que é participativo e democrático e a gestão empresarial. Se
por um lado há que se ter uma proposta de autonomia da escola, com um PPP
que seja um processo de construção com todos os resultados, independente
de suas realizações e fracassos, um processo de constante planejar, logo um
documento inacabado (Freire apud Monfredini, 2002), está em uma via de ser
olhado como um documento mais centrado nas concepções da gestão
empresarial, como metas mais exeqüíveis e não resultados subjetivos
(Nogueira, 2009). Em nenhum momento há que se tornarem as duas visões
contraproducentes, elas são complementares porque revelar equívocos em
qualquer empreendimento, neste caso a escola pública, é tornar este
documento transparente, e construir um plano inacabado, que deve-se
entender como sempre um processo de reflexão daqueles que participam,
também é uma premissa utilizadas pela gestão empresarial, que não deve ser
confundida com o foco da ação capitalista sobre o lucro, e nisto parece que
está o dissenso.
Entretanto, para Stürmer e Ferreira (2010), a experiência de
descentralizar as ações da Secretaria de Educação do Estado de Santa
Catarina redirecionando o trabalho escolar para o cunho gerencial emperrou o
desenvolvimento da democracia nas escolas, com criminalização da
participação sindical. Este exemplo, sem dúvida, representa um modo
equivocado de compreender que o processo de melhora gerencial das escolas
tem que estar atrelado a uma repressão dos atores escolares. E, continuando
com a análise, podemos entender que outro ponto foi a descontinuidade
‘crônica’ dos projetos educacionais, que sempre vem hierarquizado e com
cobranças de resultados rápidos. Este viés, gerado pelas políticas
educacionais sem continuidade, torna a construção do PPP uma via para
subjugar os atores escolares e distanciar a importância da democracia e
participação com um enfoque racional da produção escolar.
31
Assim observa-se, através da análise dos documentos supracitados que
o projeto político-pedagógico é um documento relevante, mas que ainda não
tem uma formatação muito uniforme, Talvez esta preocupação em gerar um
documento uniforme possa questionado como algo que está engessado, mas
devemos ter em mente que o planejamento que nõs educadores propomos
deva ser mais científico. Concordo no momento que Nogueira (2005) afirma
que “em alguns momentos ‘nos perdemos’ em sonhos e projetos pedagógicos’,
ou seja, não há a consideração de questões estratégicas e de um plano prático
e operacional. Este último aspecto poderá ser visto como uma visão liberal e
não-progressista, mas devemos perceber que os resultados gerais que
obtemos do aluno que formamos está muito a desejar daquilo que sonhamos.
Devemos acordar para o planejamento científico, baseado em dados
quantitativos e qualitativos.
O papel do supervisor escolar é o de fomentar as discussões entre todos
da escola, seja o diretor, professor, aluno e responsável, e retirar destes
embates, sem entender a contradição como algo nocivo, as idéias que
fervilham e transformar em um documento sólido (PPP) com objetivos a
cumprir, mas mais do que isto, com metas que possam ser avaliadas
quantitativamente e qualitativamente, e que os possíveis equívocos sejam
tratados como uma forma de reconstrução permanente, e não um projeto
inacabado que terá a função de permanecer na estante da direção sem que
nenhum componente da escola tenha uma apreço pelo que está contido neste
documento, que é a alma da escola.
Finalmente, não há uma obrigatoriedade que o supervisor educacional
participe de todos os possíveis encontros, que poderão estar ocorrendo em
diferentes ambientes ao mesmo tempo. Este profissional poderá dividir
responsabilidades com outros professores, como reuniões, encontros com pais
e mestres, fóruns de discussão, mas terá a responsabilidade de retirar
informações que não são pertinentes, sem que haja, com isto, um efeito das
opiniões retiradas em diferentes fóruns devido a uma não concordância
particular. Assim sendo não será uma construção democrática e participativa.
32
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35
Anexo I
Quadro 1 – organização dos itens selecionados para construção do PPP, segundo Campbell (2010)
Itens Conteúdo
Apresentação composta de capa, folha de rosto e índice
Introdução apresenta a origem da pessoa jurídica da escola – sua história -, a caracterização da clientela e de sua localidade, seu bairro, sua cidade e etc
Príncipios filosóficos e educacionais,
relevância da instituição no processo ensino-aprendizagem
Princípios didáticos-pedagógicos da instituição,
pressupostos teóricos, objetivos, conteúdos e metodologias de ensino-aprendizagem e recursos utilizados, contando aqui com a forma de avaliação e recuperação;
Organização do cotidiano proposta de construção do saber, o funcionamento da escola, o regime escolar, o corpo docente e técnico administrativo e o calendário escolar;
Referências bibliográficas Documentos teóricos que embasaram a formatação do documento;
36
Anexo II
Quadro 2 – Organização dos itens selecionados para construção do PPP, segundo Padilha (2005)
Itens Conteúdo
A identificação do projeto Nome do projeto, identificação geral da escola, número de alunos, professores e funcionários.
histórico e justificativa Apresentação do marco referencial (situacional, filosófico-doutrinal e pedagógico-operativo)
Objetivos gerais e específicos Propósitos da escola e seus desdobramentos, com relevância a estabelecimento dos objetivos relativos a definição do currículo escolar;
Metas Avaliação permanente dos objetivos traçados (exequíveis)
Desenvolvimento metodológico Estratégias desenvolvidas na prática e os meios físicos para a realização;
Recursos Recursos humanos, materiais e financeiros
Cronograma Iniciativas e medidas tomadas organizadas em um quadro, contendo os dias meses ou anos de sua elaboração;
Avaliação Momentos de verificação da concretização parcial e total dos objetivos e metas
Conclusão Elementos para elaboração do regimento interno
37
Anexo III
Quadro 3 – Organização dos itens selecionados para construção do PPP, segundo Nogueira (2009)
Itens Conteúdo
Capa Apresentação do documento, da instituição e do ano
Apresentação do PPP Redação pelo Secretário de Educação
Expectativas da direção Breve descrição das expectativas da direção
Sumário Organização para orientar a busca
Apresentação da instituição Descrição detalhada da escola: instalações físicas, recursos, equipe, quantidade de alunos, projetos, conquistas, descrição da comunidade etc.
Introdução e Justificativa Redação que reforça a importância do PPP
Marco referencial Marco situacional, doutrinal ou filosófico, pedagógico ou operativo. Visão, missão e valores
Diagnóstico Comparação entre o praticado e o desejado
Programação Objetivos, políticas e estratégias, determinações gerais e pertinentes
Indicador de desempenho Formas escolhidas para realizar as avaliações (reuniões mensais, reuniões com os pais)
Créditos Nomeação das pessoas envolvidas na construção do documento, e a equipe ampliada.
Agradecimentos especiais Caso haja agradecimento específico
Apêndices Planos de ação e cronogramas
38
Anexo IV
Quadro 4 – organização dos itens selecionados para construção do PPP, segundo Gandin (2005)
Itens Conteúdo
Marco referencial Marco situacional, doutrinal e operativo
Diagnóstico Introdução, em relação ao marco doutrinal e em relação ao marco operativo
Programação Objetivos, políticas e estratégias e orientação para execução