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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS –GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO VEZ DO MESTRE
A INFORMÁTICA E A AÇÃO MULTIDISCIPLINAR NA EDUCAÇÃO
Monografia apresentada à Universidade Cândido Mendes, como
parte dos requisitos para obtenção do título de Pós Graduação em
Tecnologia Educacional.
EDUARDO PEIXOTO ARAÚJO
Orientador: PROFESSORA CARLY MACHADO
RIO DE JANEIRO
2004
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS –GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO VEZ DO MESTRE
A INFORMÁTICA E A AÇÃO MULTIDISCIPLINAR NA EDUCAÇÃO
EDUARDO PEIXOTO ARAÚJO
Orientador: PROFESSORA CARLY MACHADO
RIO DE JANEIRO
2004
SUMÁRIO
Agradecimento................................................................................. Apresentação ............................................................................................................4 Introdução ................................................................................................................5 I . A informática está em todo lugar........................................................................9 I.1. Evolução tecnológica e ensino através do computador ...................................12 I.2. A história do computador na educação............................................................15 II. Programas educacionais para computador ......................................................16 II.1. A resistência ao fator tecnológico ..................................................................19 III. As visões céticas e otimistas da informática na educação ...............................21 Parte I – A visão cética.............................................................................22 Parte II – A visão otimista........................................................................24 IV. O computador na educação.............................................................................26 IV.1. Formação de profissionais na área de informática na educação ..................28 IV.2. Utilização da Internet é ou não é pesquisar ?...............................................30 V. Navegar é preciso saber voltar também ...........................................................32 V.1. Atividades envolvidas em uma pesquisa na Internet .....................................33 Conclusão...............................................................................................................34 Bibliografia ............................................................................................................37
AGRADECIMENTO
Em primeiro lugar a Deus, pois, “Ele é o meu Refúgio e a minha
Fortaleza”. À minha esposa que muitas vezes sacrificou horários de convívio em
família para que eu chegasse até aqui. À minha filha que ao me ver no computador
ou me arrumando para sair para a Universidade conservava-se em silêncio, como se
já soubesse da importância de um Curso de Especialização. A todos os "amigos" do
Colégio João Paulo I, em especial aos alunos que, desde a minha chegada me
receberam da melhor maneira passível.
APRESENTAÇÃO
A informatização dos mais variados e abrangentes processos, produtos e
serviços é um fenômeno global, irreversível e essencial. Este processo tem
inúmeras e incríveis vantagens.
Entretanto, há nesta matéria o outro lado. Nem sempre esses efeitos são
benéficos, tampouco genéricos ou similares, entre os usuários de tais tecnologias.
E nem sempre esses efeitos apresentam-se nas mesmas pessoas que usufruíram
tais facilidades.
Este trabalho aborda as questões acerca do assunto acima delineado,
suas cargas positivas e negativas, seus pesos e medidas, suas importâncias nesses
tempos.
Este trabalho tem por tema principal a dificuldade de adaptação à
utilização da informática por parte de uma grande parcela da população em
geral, em todos os seus níveis e segmentos.
Com alto nível (e grau) de informatização de muitos processos, produtos
e serviços atuais, somando-se à falta de continuidade desses mesmos processos ,
produtos e serviços em suas formas originais e não informatizadas, torna-se
necessário um debate conciso e estruturado sobre tal tema.
INTRODUÇÃO
A informatização como ferramenta é um fenômeno global, irreversível e
essencial para que se continue a desenvolver tarefas de acordo com a
capacidade humana. Este processo tem inúmeras e incríveis vantagens.
Entretanto, há o outro lado, que muitas vezes é desprezado ou tem sua
importância minimizada por entusiastas ou fabricantes. Nem sempre esses
efeitos são benéficos, tampouco genéricos ou similares entre o usuários de tais
tecnologia. E nem sempre esses efeitos apresentam-se nas mesmas pessoas que
usufruíram tais facilidades.
Além de tal aspecto, há outro que deve ser levado em conta. Apesar de a
maioria das novidades tecnológicas considerarem as pessoas como um usuário
de perfil único, ninguém é, em certo aspecto, igual ao outro . Isso faz com que a
maioria das pessoas tenham que adaptar-se, e não o inverso.
Esse processo de adaptação ocorre nos mais diversos níveis e setores, mas
existem muitas técnicas e ajustes (de pequenas proporções, inclusive) que,
implantadas e oferecidas aos usuários, facilitariam muito e diminuiriam o
impacto negativo que tais mudanças causam.
Ainda há de se pensar no outro lado da questão, o da educação dos
usuários. A tecnologia em tal nível é algo relativamente novo, e a complexidade
atual foi conseguida em um espaço de tempo absolutamente pequeno, se
comparado ao tempo que outras épocas dispunham para que houvesse uma
evolução significativa.
Este trabalho aborda, principalmente, as questões levantadas acima, suas
cargas positivas e negativas, seus pesos e medidas, sua importância nesse tema.
Não se procurou uma tecnologia que fizesse as vezes de alvo fixo, nem uma
escola ou parcela da população propriamente dita, mas alguns exemplos de
simples entendimento e assimilação.
Com o desenvolvimento de tal tema, espera-se demonstrar que a
informatização de muitos processos, em escolas é inevitável, inovadora, importante e
saudável, mas para que esses desejos se concretizem em algo real, é necessário que
essa informatização toda seja feita de forma que ela possa ser adaptada às pessoas em
um maior grau possível .
Da mesma forma, espera-se demonstrar que é necessário que todas as pessoas
candidatas a usuários de tais sistemas tenham uma educação correta e um contato
com tais tecnologias dirigidas e acompanhadas para que as dificuldades em ambos os
lados se minimizem, criando assim algo que pode realmente ser útil com um mínimo
possível de impactos negativos.
Com tal importância, é fácil supor que esse assunto já foi abordado diversas
vezes, e em diversos níveis. Isso não deixa de ser verdade, mas é importante salientar
que, assim como esse segmento de tecnologia muda constantemente, os pontos a
serem discutidos também mudam, e se não mudam completamente, certamente
evoluem. Portanto, torna-se indispensável uma discussão cada vez mais ampla e nova
sobre esta abordagem. A proposta desse trabalho é renovar essa discussão,
apresentando visões e idéias de forma a encorpar a densidade deste assunto.
Não existem estudos verdadeiramente densos sobre este assunto em
específico. A maioria dos estudos são pequenos e, não raramente, desprovidos de um
respaldo profissional e acadêmico. Há uma carência de trabalhos sérios sobre tal
assunto, o que torna as conclusões mais indutivas do que dedutivas.
Primeiramente, será abordada a importância da informatização nos processos,
produtos e serviços que tem sido alvo dessa mudança tecnológica, e todos os pontos
benéficos de tal evolução. Não se tratará de nenhum item em específico, mas da
informatização em geral, apesar de alguns exemplos específicos serem citados e
acompanhados.
Após essa abordagem, será desenvolvido um capítulo sobre os pontos
positivos que essa informatização gera nas pessoas que necessitam utilizar tais
processos, produtos e serviços. Os impactos negativos serão analisados, em alguns
casos, procurando elucidar os principais problemas em tal informatização.
O terceiro capítulo tratará dos tipos da utilização da tecnologia. Serão tratadas
as vantagens e dificuldades da utilização de cada tipo de tecnologia, assim como
suas diferenças e foco de mercado.
O quarto capítulo falará sobre o nível atual de preocupação em relação às
tecnologias empregadas e suas informatizações, por parte dos docentes e escolas.
Também será abordada a necessidade de aplicação em níveis de informatização, e de
outros ítens relevantes para a nivelação de informatização.
As metodologias empregadas para obtenção de material suficiente para o
desenvolvimento deste trabalho englobarão, como pesquisa bibliográfica, a consulta
em livros, revistas, jornais e páginas da Internet, especializadas ou não nesse assunto.
. O autor desse trabalho espera elucidar muitas questões que ainda pairam
sobre esse assunto, tão novo quanto inexplorado, além de cooperar para uma maior
discussão. Espera, ainda, contribuir para que haja um crescimento de conteúdo em
quantidade e – principalmente - em qualidade, tanto dos objetos – fins da
informatização, quanto das abordagens deste assunto.
A informática tem, como ponto básico de origem, ser a resposta em relação a
necessidade que o ser humano tem de criar em instrumentos de trabalho que:
• Proporcione um prolongamento das suas capacidades de rapidez e
processamentos de informações.
• Reduza ou elimine a execução das tarefas repetitivas e que obedeçam
um padrão que pode ser transformado em algoritmo.
As áreas de influência da informática, hoje em dia, são tão vastas que pode-se
dizer que abrangem todas as atividades no comércio, indústria, serviços e áreas da
vida social, e mesmo no lazer.
Óbviamente, a informatização está mais presente nas áreas relacionadas ao
trabalho, por sua própria natureza e necessidade de otimização em todos os processos
na tentativa de maximizar os lucros empresariais e minimizar os custos.
É extremamente sabido e amplamente divulgado que, atualmente – e cada vez
mais - , todas as empresas e organizações necessitam de algo muito importante para
expandirem-se e continuarem atuantes e sólidas, algo vital e sem o qual não se
consegue manter uma organização competitiva e com qualidade: a informação.
Sem dispor de informações em suas mãos, os dirigentes de quaisquer
organizações não teriam base para a tomada de decisões baseadas em dados, e com a
informática na educação não é diferente, sem dispor de informação e sem investir em
treinamento e formação de docentes uma organização educacional estará fadada ao
insucesso, pois o treinamento e a formação desses profissionais é fator preponderante
para o bom funcionamento do tópico ensino-aprendizagem.
Para que uma organização tenha em suas mãos estes profissionais com
qualidade e coerência, entra nesse ponto uma ferramenta tida como a mais útil dos
últimos tempos, algo que – óbviamente, se bem implantado – faz com que essas
informações cheguem aos seus verdadeiros utilizadores e usuários:
multidisciplinaridade. Tendo-se os processos ( bem ) informatizados, sendo essa
informatização bem assimilada pelos usuários e reais geradores das bases de dados
para o cruzamento de informações, a geração de resultados torna-se algo simples e
confiável.
Mas a informatização não atua somente nessa área, disponibilizando este tipo
de informação. Ela também está presente em muitas outras áreas, tornando-se hoje
algo naturalmente implantado no cotidiano de muitas pessoas. Basicamente, pode-se
dizer que a informatização pode estar presente em todos os tipos de fabricação de
processos, produtos e serviços que, em curso de fabricação e utilização, possam
precisar de alguma base de informações ( de qualidade e com coerência ) para que
seja concluído.
CAPÍTULO I – A INFORMÁTICA ESTÁ EM TODO LUGAR
Exemplos simples e diretos de produtos informatizados são televisores que
hoje estão presentes em praticamente todos os lares, excetuando-se algumas famílias
de menor renda. Com a tecnologia disponível para estes tipos de eletrodomésticos, é
possível, sem sair do lugar, controlar todas as funções de tais aparelhos. Isso é muito
útil, por exemplo, para pessoas que tem dificuldade de se locomover. Bancos
automáticos disponibilizam automaticamente, vinte e quatro horas por dia, através de
saques automáticos. A manipulação de bens e valores financeiros foi infinitamente
melhorada e simplificada com a utilização da informática.
"Se trabalhar corretamente com as informações, a empresa caminhará para a
excelência administrativa, mesmo significando isto que ela irá buscar constantemente
a melhoria (...). As empresas (...) passarão cada vez mais a absorver a computação, as
telecomunicações e, com elas, todas as tecnologias multiplicadas e apropriadas
para o atendimento de seus resultados. No caso da informática, teremos cada vez
maior dependência, porém com uma série de pontos em estágios diferentes dos
atuais. Os grandes computadores servirão como centralizadores de informações."
(MAÑAS, Antônio Vico, 1994, p. 2-3).
Em "Repensando as Organizações de Informática", Silva (1994, p.1) é mais
direto, mas não menos eficiente em tentar explicar a importância da tecnologia:
"A tecnologia da informação é hoje um insumo básico de grande importância
para a quase totalidade de empresas que operam num mercado dinâmico, instável e
cada vez mais globalizado."
Muitos depoimentos podem ser tomados e disponibilizados, para que se tenha
uma noção correta da importância que a informática e seus usos trouxeram para
muitas pessoas. A seguir, é descrito um depoimento:
" Tinha cerca de 19 anos, milhões de sonhos e muitos projetos na cabeça.
Um deles era seguir a carreira musical, como instrumentista, e compor músicas que
fizessem as pessoas refletirem sobre as desigualdades sociais. Comecei trabalhando
como estagiário no estúdio Lua Nova, especializado em jingles e trilhas sonoras
para publicidade, e, assim, fui melhorando meus conhecimentos musicais.
Tudo ia muito bem, conforme o planejado, até que fui vítima de uma artrite
reumatóide, doença que atinge nervos e articulações, prejudicando uma série de
movimentos do corpo e das mãos - problema extremamente grave para um músico
instrumental. embora a doença tenha se manifestado de forma branda, fiquei
completamente desnorteado, sem saber o que fazer - ainda mais quando descobri
que ela pode ser controlada, mas nunca eliminada. Para não perder o contato com a
música, minha grande paixão, tornei-me assistente e, depois, engenheiro de som.
Não era bem o que eu queria, mas. pelo menos, estava trabalhando com música. O
ano era 1989 e começavam a surgir no mercado computadores específicos para
música, que tornavam viáveis coisas que, até então, não se podia imaginar ...
Permitiam, por exemplo, tocar um piano muito devagar ( com velocidade bem
inferior à normal ) e só depois, acelerar o ritmo e colocá-lo na velocidade original.
Também permitiam que se executasse um pequeno trecho musical, parasse a
gravação e recomeçasse daquele pedaço, tocando fragmento por fragmento até
completar a música, além de inúmeros exemplos.
Fui aprendendo a mexer com esses computadores, de modo a realizar a
música que, agora, só existia em minha cabeça - e não mais em minhas mãos. Com a
chegada de novos computadores desse tipo, acabei por me aprofundar no assunto,
fascinado e ainda sem ter consciência da dimensão exata da importância dessa nova
tecnologia. Hoje, nove anos depois do início dessa história, tornei-me produtor
musical. Com ajuda da informática, estou conseguindo realizar muito daquele sonho
antigo.
Graças a toda essa tecnologia, pude gravar meu primeiro disco. O cd foi
feito da forma que imaginei e, por essas e outras razões, devo reconhecer que para
mim, e para muita gente, é inconcebível imaginar a vida sem essa máquina chamada
computador."
( Forni, Fernando, 1998).
Óbvia e claramente, este é um simples e pequeno exemplo, mas que mostra
de maneira única as vantagens que a informatização traz para muitas pessoas.
Funções que tinham uma forma de feitio extremamente complexo, específico e
lento, hoje podem ser realizadas com uma facilidade muito maior.
É o caso, exemplificando, dos programas que calculam todos os dados
necessários para o planejamento de grandes estruturas de aviões, navios, prédios e
conjuntos de edifícios gigantescos. Sem a informática, nada disso seria viável e
possível. Com todos estes dados e informações, torna-se desnecessário questionar a
importância da informatização dos processos, produtos e serviços que permitam que
haja uma informatização de si mesmos. Sua importância é grandiosa, mesmo que em
alguns casos ela seja específica e limitada a uma pequena parcela da população, por
variados motivos ( discutidos adiante ). A informatização deveria ser sempre
encarada como um ponto positivo na vida das pessoas, sendo considerada como um
processo normal ocorrido para que haja a modernização dos processos, produtos e
serviços associados a essa evolução. Entretanto, um grande desvio entre a teoria e a
prática ocorre no comportamento das pessoas quando submetidas a utilização desta
informatização. Este desvio é um processo decorrente da natureza do ser humano
que, com muita facilidade, acomoda-se e cria obstáculos variados para os processos
de aprendizagem, reciclagem e atualização.
I.1 - A EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA E ENSINO
ATRAVÉS DO COMPUTADOR
A evolução tecnológica e a informatização dos processos e metodologias
educacionais, ocorre de uma forma teoricamente heterogênea e com alterações tão
rápidas que o próprio se humano não consegue acompanhá-las da forma como é
muitas vezes considerado o ideal para o aproveitamento máximo desta
informatização. Um exemplo disso poderia ser o processo da telefonia celular no
Brasil, onde no início as pessoas criavam obstáculos para adquirir esta nova
tecnologia, acreditavam que o telefone celular era algo dispensável e, muitas vezes,
tido apenas como símbolo de status, altamente custoso e sem benefícios visíveis.
Atualmente, a comunicação por telefonia celular faz parte da vida da maioria das
pessoas entre a juventude e o início da terceira idade, e transformou-se em uma
necessidade de comunicação para muitos usuários de tal serviço. Este mesmo
processo - muitas vezes doloroso e traumático - ocorre nas organizações e na vida
das pessoas que não estão abertas a mudanças.
E como tal, as escolas oferecem cursos de computação onde os alunos,
trabalhando em duplas, têm acesso ao computador somente uma hora por semana,
quando muito. Certamente esse não é o enfoque da informática educativa e,
portanto, não é a maneira como o computador é usado no ambiente de aprendizagem
discutido ao longo desse projeto.
O ensino pelo computador implica que o aluno, através da máquina, possa
adquirir conceitos sobre praticamente qualquer domínio. Entretanto, a abordagem
pedagógica de como isso acontece é bastante variada, oscilando entre dois pólos,
como mostra a figura abaixo:
ENSINO-APRENDIZAGEM
ATRAVÉS DO COMPUTADOR
Direção do ensino Direção do Ensino
Computador Computador
Software Software
Aluno Aluno
Esses pólos são caracterizados pelos mesmos ingredientes: computador
( hardware ), o software ( programa de computador que permite a interação homem-
computador ) e o aluno. Porém, o que estabelece a polaridade é a maneira como esses
ingredientes são usados. Num lado, o computador, através do software, ensina o
aluno. Enquanto no outro, o aluno, através do software, "ensina" o computador.
Quando o computador ensina o aluno ele assume o papel de máquina de
ensinar e a abordagem passa a ser educacional, é a instrução auxiliada por
computador. Essa abordagem tem suas raízes nos métodos de instrução programada
tradicionais porém, ao invés do papel ou do livro, é usado o computador ( o maior
exemplo dessa abordagem é a pesquisa feita via Internet ) . Os software que
implementam essa abordagem podem ser divididos em duas categorias: tutoriais e
exercício-e-prática
( "drill-and-practice"). Um outro tipo de software que ensina é dos jogos
educacionais e a simulação. Nesse caso, a pedagogia utilizada é a exploração
autodirigida ao invés da instrução explícita e direta.
No outro pólo, para aprendiz "ensinar" o computador o software é uma
linguagem computacional tipo delphi, visual basic ou, uma linguagem para criação
de banco de dados do tipo de Access ; ou mesmo, um processador de texto, que
permite ao aprendiz representar suas idéias segundo esses software. Nesse caso o
computador pode ser visto como uma ferramenta que permite ao aprendiz resolver
problemas ou realizar tarefas como desenhar, escrever, comunicar-se, etc.. .
Neste parágrafo vai ser apresentada uma breve descrição de cada um dos
diferentes tipos de software e as novas tendências do uso da informática na educação
tendo em vista a experiência e os atuais avanços computacionais. Entretanto, antes de
passarmos à descrição de cada uma dessas modalidades de uso computacional, é
importante mencionar que existem outras maneiras de classificar os software
educativos. Por exemplo, Taylor ( 1980 ) classifica os software usados na educação
em tutor ( o software que instrui o aluno ), tutorado ( software que permite o aluno
instruir o computador ) e ferramenta ( software com o qual o aluno manipula a
informação ) . Assim, o tutor eqüivale aos programas do polo onde o computador
ensina o aluno. Os software do tipo tutorado e ferramenta eqüivalem aos programas
onde o aluno "ensina" o computador. Já outros autores preferem classificar os
software educativos de acordo com a maneira como o conhecimento é manipulado:
geração de conhecimento, disseminação de conhecimento e gerenciamento da
informação ( knezek, Rachlin e Scannell, 1988) .
I.2 – A HISTÓRIA DO COMPUTADOR NA EDUCAÇÃO
A introdução do computador na educação tem provocado uma verdadeira
revolução na nossa concepção de ensino e de aprendizagem. Primeiro, os
computadores podem ser usados para ensinar. A quantidade de programas
educacionais e as diferentes modalidades de uso do computador mostram que esta
tecnologia pode ser bastante útil no processo de ensino-aprendizado. Segundo, a
análise desses programas mostra que no primeiro momento, eles podem ser
caracterizados como simplesmente uma versão computadorizado dos atuais métodos
de ensino. A história do desenvolvimento do software educacional mostra que os
primeiros programas nesta área são versões computadorizadas do que acontece na
sala de aula. Entretanto, isto é um processo normal que acontece com a introdução de
qualquer tecnologia na sociedade. Aconteceu com o carro, por exemplo.
Inicialmente, o carro foi desenvolvido a partir das carroças substituindo o cavalo pelo
motor a combustão. Hoje, o carro constitui uma indústria própria e as carroças ainda
estão por aí. Com a introdução do computador na educação a história não tem sido
diferente. Inicialmente, ele tenta imitar a atividade que acontece na sala de aula e a
medida que este uso se dissemina outras modalidades de uso do computador vão se
desenvolvendo.
O ensino através da informática tem suas raízes no ensino através das
máquinas. Esta idéia foi usada por Dr. Sidey Presscey em 1924 que inventou uma
máquina para corrigir testes de múltipla escolha. Isso foi posteriormente elaborado
por B.F. Skinner que no início de 1950, como professor de Harvard, propôs uma
máquina para ensinar usando o conceito de instrução programada.
CAPÍTULO II – PROGRAMAS EDUCACIONAIS PARA
COMPUTADOR
A instrução programada consiste em dividir o material a ser ensinado em
pequenos segmentos logicamente encadeados e denominados módulos. De acordo
com a proposta de Skinner, a instrução programada era apresentada na forma
impressa e foi muito usada durante o final de 1950 e início dos anos 60. Entretanto,
esta idéia nunca se tornou muito popular pelo fato de ser muito difícil a produção do
material instrucional e os materiais existentes não possuem nenhuma padronização,
dificultando a sua disseminação. Com o advento do computador, notou-se que os
módulos do material instrucional poderiam ser apresentados pelo computador com
grande facilidade e flexibilidade. Assim, durante o início dos anos 60 diversos
programas de instrução programada foram implementados no computador - nascia a
instrução auxiliada por computador ou "computer - aided instruction", também
conhecida como CAI. Na versão brasileira estes programas são conhecidos como
PEC ( programas educacionais para computador ). Durante os anos 60 houve um
grande investimento por parte do governo americano na produção de CAI. Diversas
empresas de computadores como IBM, RCA e Digital investiram na produção de
CAI para serem comercializados. A idéia era revolucionar a educação. Entretanto, os
computadores ainda eram muito caros para serem adquiridos pelas escolas. Somente
as universidades poderiam elaborar e disseminar este recurso educacional. Assim, em
1963 a Universidade de Stanford na Califórnia, através do Institute for Mathematical
Studies in the Social Sciences, desenvolveu diversos cursos como matemática e
leitura para alunos do 1º grau ( Suppes, 1972 ). Posteriormente, diversos cursos da
Universidade de Stanford foram ministrados através do computador. No início de
1970 a Control Data Corporation, uma fábrica de computadores, e a Universidade de
Illinois desenvolveram o PLATO. Este sistema foi implementado em um
computador de grande porte usando terminais sensitivos a toque de vídeo com alta
capacidade gráfica. Na sua última versão, o PLATO IV dispunha de 950 terminais,
localizados em 140 locais diferentes e com cerca de 8000 horas de material
instrucional, produzido por cerca de 3000 autores
( Alpert, 1975 ). É sem dúvida o CAI mais conhecido e o mais bem sucedido. A
disseminação do CAI nas escolas somente aconteceu com os microcomputadores.
Isto permitiu uma enorme produção de cursos e uma diversificação de tipos
de CAI , como tutoriais, programas de demonstração, exercício e prática, avaliação
do aprendizado, jogos educacionais e simulação. Além da diversidade de CAIs a
idéia de ensino pelo computador permitiu a elaboração de outras abordagens, onde o
computador é usado como ferramenta no auxílio de resolução de problemas, na
produção de textos, manipulação de banco de dados e controle de processos em
tempo real. de acordo com estudos feitos pelo "The Education Products Information
Exchange ( EPIE ) Institute" uma organização do "Teachers College", Columbia ,
E.U.A. , foram identificados em 1983 mais de 7.000 pacotes de software
educacionais no mercado, sendo que 125 eram implementados a cada mês.
Eles cobriam principalmente as áreas de matemática, ciências, leitura, artes e
estudos sociais. Dos 7.325 programas educacionais mencionados no relatório da
Office of Technology Assestment ( OTA ) 66% são do tipo exercício-e-prática, 33 %
são tutoriais, 19 % são jogos, 9% são simulações e 11 % são do tipo ferramenta
educacional ( um programa pode usar mais do que uma abordagem educacional ). É
bom lembrar que esta produção maciça de software aconteceu durante somente os
três primeiros anos após a comercialização dos microcomputadores. Hoje é
praticamente impossível identificar o número exato de software educacionais
produzidos e comercializados. Entretanto, as novas modalidades de uso do
computador na educação apontam para uma nova direção: o uso desta tecnologia não
como "máquina de ensinar" mas, como uma nova mídia educacional: o computador
passa a ser uma ferramenta educacional, uma ferramenta de complementação, de
aperfeiçoamento e de possível mudança na qualidade do ensino. Isto tem acontecido
pela própria mudança na nossa condição de vida e pelo fato de a natureza do
conhecimento ter mudado. Hoje, nós vivemos num mundo dominado pela
informação e por processos que ocorrem de maneira muito rápida e imperceptível.
Os fatos e alguns processos específicos que a escola ensina rapidamente se tornam
obsoletos e inúteis. Portanto, ao invés de memorizar informações, os estudantes
devem ser ensinados a buscar e a usar a informação. Estas mudanças podem ser
introduzidas com a presença do computador que deve propiciar as condições para os
estudantes exercitarem a capacidade de procurar e selecionar informação, resolver
problemas e aprender independentemente.
A mudança da função do computador como meio educacional acontece
juntamente com um questionamento da função da escola e do papel do professor. A
verdadeira função do aparato educacional não deve ser a de ensinar mas sim a de
criar condições de aprendizagem. Isto significa que o professor deve deixar de ser o
repassador do conhecimento - o computador pode fazer isto e faz muito mais
eficientemente do que o professor - e passar a ser o criador de ambientes de
aprendizagem e o facilitador do processo de desenvolvimento intelectual do aluno.
As novas tendências de uso do computador na educação mostram que ele pode ser
um importante aliado neste processo que estamos começando a entender.
Entretanto, é importante lembrar que estas diferentes modalidades de uso do
computador na educação vão continuar coexistindo. Não se trata de uma substituir a
outra, como não aconteceu com a introdução de outras tantas tecnologias na nossa
sociedade. O importante é compreender que cada uma destas modalidades apresenta
características próprias, vantagens e desvantagens. Estas características devem ser
explicitadas e discutidas de modo que as diferentes modalidades possam ser usadas
nas situações de ensino-aprendizado que mais se adequam. Além disto, a diversidade
de modalidades, propiciará um maior número de opções e estas opções certamente
atenderão um maior número de usuários.
II.1 – A RESISTÊNCIA AO FATOR TECNOLÓGICO
Hoje, o que dispomos nas escolas é um determinado método sendo
priorizado e generalizado para todos os aprendizes. Alguns alunos se adaptam muito
bem ao método em uso e acabam vencendo. Outros, não sobrevivem ao massacre e
acabam abandonando a escola. São estes que poderão beneficiar-se destas novas
concepções de ensino e de aprendizagem.
O computador está provocando uma verdadeira mudança no processo ensino-
aprendizagem. Uma das razões dessa revolução é o fato de ele ser capaz de ensinar.
Entretanto, o que transparece, é que a entrada dos computadores na educação tem
criado mais controvérsias e confusões ao que auxiliado a resolução dos problemas da
educação. Por exemplo, o advento do computador na escola provocou o
questionamento dos métodos e da prática educacional. Também provocou
insegurança em alguns professores menos informados que receiam e refutam o uso
do computador na sala de aula. Entre outras coisas, estes professores pensam que
serão substituídos pela máquina. Além disso, o custo financeiro para implantar e
manter laboratórios de informática exige que os administradores adicionem alguma
verba ao já minguado orçamento da escola. Finalmente, os pais exigem o uso do
computador na escola, já que seus filhos, os futuros membros da sociedade do século
21, devem estar familiarizados com essa tecnologia. Tendo em mente esse panorama,
talvez um pouco exagerado mas, não impossível, as perguntas mais comuns e
naturais que se faz são: que benefícios serão conseguidos com a introdução do
computador na educação ? ou, por quê usar o computador na educação ? Existe
realmente algum benefício auferido ou é uma questão de modismo?
A posição defendida neste projeto é a de que o computador pode provocar
uma mudança de paradigma pedagógico. Como foi discutido anteriormente, existem
diferentes maneiras de usar o computador na educação. Uma maneira é
informatizando os métodos tradicionais de instrução. Do ponto de vista pedagógico,
esse seria o paradigma instrucionista. No entanto, o computador pode enriquecer
ambientes de aprendizagem onde o aluno, interagindo com os objetos desse
ambiente, tem chance de construir o seu conhecimento. Nesse caso, o conhecimento
não é passado para o aluno.
O aluno não é mais instruído, ensinado, mas é o construtor do seu próprio
conhecimento. Esse é o paradigma construcionista onde a ênfase está na
aprendizagem ao invés de estar no ensino; na construção do conhecimento e não na
instrução.
Entretanto, a questão ainda é: como e por quê o computador pode provocar a
mudança do instrucionismo para construcionismo ? Será que o computador não está
sendo usado como uma grande panacéia educacional, como tantas outras soluções já
adotadas? E tudo não continuou exatamente como era? Quantas vezes essa mudança
pedagógica já não foi proposta?
CAPÍTULO III - AS VISÕES CÉTICAS E OTIMISTAS DA
INFORMÁTICA EM EDUCAÇÃO
A introdução de uma nova tecnologia na sociedade provoca, naturalmente,
uma das três posições: ceticismo, indiferença ou otimismo. A posição dos
indiferentes é realmente de desinteresse ou apatia: eles aguardam a tendência que o
curso da tecnologia pode tornar e aí, então, se definem. Já, as visões céticas e
otimistas, são mais interessantes para serem discutidas. Elas nos permitem assumir
uma posição mais crítica com relação aos novos avanços tecnológicos. São essas
duas visões que serão discutidas a seguir.
PARTE I - A VISÃO CÉTICA
Os argumentos dos céticos assumem diversas formas. Um argumento bastante
comum é a pobreza do nosso sistema educacional: a escola não tem carteiras, não
tem giz, não tem merenda e o professor ganha uma miséria. Nessa pobreza, como
falar em computador?
De fato a escola e o sistema educacional não tem recebido a atenção que
merecem, não têm recebido recursos financeiros e se encontram paupérrimos. No
entanto, melhorar somente os aspectos físicos da escola não garante uma melhora no
aspecto educacional. Valorizar o salário do professor certamente contribui para uma
melhora do aspecto educacional, como já foi demonstrado com estudos realizados
pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos (1993). Entretanto, essa valorização
salarial deve ser acompanhada de uma valorização da educação como um todo. Isso
significa que a escola deve dispor de todos os recursos existentes na sociedade. Caso
contrário a escola continuará obsoleta: a criança vive em um mundo que se prepara
para o século 21 e freqüenta uma escola do século 18 ( isso tanto a nível de
instalações físicas como de abordagem pedagógica). Segundo, a valorização salarial
não significa necessariamente, que haverá uma mudança de paradigma pedagógico.
Um outro argumento utilizado contra o uso do computador na educação é a
desumanização que essa máquina pode provocar na educação. Esse argumento tem
diversas vertentes. Uma delas é a possibilidade do professor ser substituído pelo
computador. Comisso se eliminaria o contato do aluno com o professor e, portanto, o
lado humano da educação. Esse receio é mais evidente quando se adota o paradigma
instrucionista. Nesse caso, tanto o professor quanto o computador podem exercer a
função de transmissores de fatos. Dependendo do professor, o computador pode
facilmente ser mais vantajoso. Assim, se o professor se colocar na posição de
somente passar informação para o aluno, ele certamente corre o risco de ser
substituído. E será. Existem aí vantagens econômicas que forçarão essa substituição.
Uma outra vertente desse argumento é o fato de a criança ter contato com uma
máquina racional, fria, e, portanto, desumana, propiciando comisso a formação de
indivíduos desumanos e robóticos. Os aficcionados dos vídeo-jogos colaboram para
que essa visão seja cada vez mais disseminada. No entanto., o que acontece hoje
como computador ou mesmo com o vídeo-jogo pode acontecer com outros artefatos
como televisão, música, etc.
Nesse caso, o problema em si não está no artefato, mas no estilo de vida e na
personalidade do usuário desses artefatos. Segundo, o computador na educação não
significa que o aluno vá usá-lo 10 ou 12 horas por dia.
Pensar que esse nível de exposição a algo considerado racional e frio,
produzirá um ser robótico e desumano é subestimar a capacidade do ser humano. É
atribuir ao ser humano a função de mero imitador da realidade que o cerca. Outros
argumentos usados pelos céticos estão ligados à dificuldade de adaptação da
administração escolar, dos professores e dos pais à uma abordagem educacional que
eles mesmo não vivenciaram.
Esse, certamente, é o maior desafio para a introdução do computador
na educação. Isso implica numa mudança de postura dos membros do sistema
educacional e na formação dos administradores e professores. Essas mudanças são
causadoras de fobias, incertezas e, portanto, de rejeição do desconhecido.
Vencer essas barreiras certamente não será fácil porém, se isso acontecer,
teremos benefícios tanto de ordem pessoal quanto de qualidade de trabalho
educacional. Caso contrário, a escola continuará no século 18.
PARTE II – A VISÃO OTIMISTA
Os entusiastas do uso do computador na educação apresentam outros
argumentos. Esses argumentos nem sempre são tão convincentes. O otimista é
gerado por razões pouco fundamentadas, correndo o risco de provocar uma grande
frustração, como já ocorreu com tantas outras soluções que foram propostas para a
educação. Sem entrar nos detalhes de cada um dos argumentos, os mais comuns
podem ser classificados como:
- Modismo: outros países ( estados e cidades ) ou outras escolas dispõem do
computador na educação, portanto, nós também devemos adotar essa solução.
- O computador fará parte de nossas vidas, portanto, a escola deve nos preparar para
lidarmos com essa tecnologia .Esse tipo de argumento tem provocado que muitas
escolas introduzam o computador como disciplina curricular. Comisso o aluno
adquire noções de computação: o que é um computador, como funciona, para que
serve, etc. No entanto, esse argumento é falcioso. Primeiro, computador na educação
não significa aprender sobre computador, mas sim através de computadores.
Segundo, existem muitos artefatos que fazem parte da nossa vida cuja habilidade de
manuseio não foi adquirida na escola, por exemplo, o telefone, o rádio, a televisão.
Somos capazes de manuseá-los muito bem e essa habilidade não foi adquirida na
escola através de cursos sobre esses equipamentos . Por que o computador merece
esse destaque dentre as tecnologias, a ponto de ser considerado objeto de estudo na
escola? Se ele fará parte da nossa vida, como já acontece, ele será simples,
descomplicado, de modo que o usaremos sem saber que estamos usando um
computador. Como ocorre com o telefone: usamos sem saber princípios de telefonia
ou como funciona o telefone. O interesse em estudar esses objetos tecnológicos na
escola deve ir além do simples fato de eles permearem a nossa vida.
- O computador é um meio didático: assim como temos o retroprojetor, o vídeo, etc,
devemos ter o computador. Nesse caso o computador é utilizado para demonstrar um
fenômeno ou um conceito, antes do fenômeno ou conceito ser passado para o aluno.
De fato, certas características do computador como capacidade de animação,
facilidade de simular fenômenos, contribuem para que ele seja facilmente usado na
condição de meio didático.
No entanto, isso pode ser caracterizado como uma sub-utilização do
computador se pensarmos nos recursos que ele oferece como ferramenta de
aprendizagem.
- Motivar e despertar a curiosidade do aluno. A escola do século 18 não consegue
competir com a realidade do início do século 21 para o qual o nosso aluno caminha.
É necessário tornar essa escola mais motivadora e interessante.
Entretanto, esse tipo de argumento é preocupante e revela o descompasso
pedagógico em que se encontra a escola atualmente. Primeiro, é assustador pensar
que necessitamos de algo como o computador para tornar a escola mais motivadora e
interessante. A escola deveria ser interessante não pelo fato de possuir um artefato
mas, pelo que acontece na escola em termos de aprendizado e desenvolvimento
intelectual, afetivo, cultural e social. Segundo, o computador como agente motivador
pressupõe que a escola, como um todo permaneça como ela é, que não haja mudança
de paradigma ou de postura do professor. Nesse caso, o computador mais parece um
animal de zoológico que deve ser visto, admirado, mas não tocado.
O computador entra na escola como meio didático ou objeto que o aluno
deve se familiarizar, mas sem alterar a ordem do que acontece em sala de aula. O
computador nunca é incorporado à prática pedagógica. Ele serve somente para tornar
um pouco mais interessante e :"moderno" o ambiente da escola do século 18.
- Desenvolver o raciocínio ou possibilitar situações de resolução de problemas. Essa
certamente é a razão mais nobre e irrefutável do uso do computador na educação.
Quem não quer promover o desenvolvimento do poder do pensamento do aluno? No
entanto, isso é fácil de ser falado e difícil de ser conseguido. Já foram propostas
outras soluções que prometiam esses resultados, e até hoje a escola contribui muito
pouco para o desenvolvimento do pensamento do aluno. Por exemplo, essa não é
uma das razões pelas quais ensinamos matemática na escola?
CAPÍTULO IV - O COMPUTADOR NA EDUCAÇÃO
Como já foi descrito anteriormente, o computador pode ser usado na
educação como máquina de ensinar ou como ferramenta. O uso do computador como
máquina de ensinar consiste na informatização dos métodos de ensino tradicionais.
Do ponto de vista pedagógico esse é o paradigma instrucionista. Alguém implementa
no computador uma série de informações, que devem ser passadas ao aluno em
forma de um tutorial, exercício-e-prática ou jogo. Entretanto, é muito comum
encontrarmos essa abordagem sendo usada como uma abordagem construtivista, ou
seja, para propiciar a construção do conhecimento na "cabeça "do aluno. Como se
esses conhecimentos fossem tijolos que devem ser justapostos e sobrepostos na
construção de uma parede. Nesse caso, o computador tem a finalidade de facilitar a
construção dessa "parede"., fornecendo "tijolos" do tamanho mais adequado, em
pequenas doses e de acordo com a capacidade individual de cada aluno. Embora,
nesse caso o paradigma pedagógico ainda seja o instrucionista, esse uso do
computador tem sido caracterizado, erroneamente, como construtivsta, no sentido
piagetiano. Piaget observou que a criança constrói a noção de certos conceitos
porque ela interage com objetos do ambiente onde ela convive. Essa interação
propicia o desenvolvimento de esquemas mentais e, portanto, o aprendizado.
Entretanto, esse desenvolvimento é fruto do trabalho mental da criança e não de um
processo de ensino ou transmissão de informação, como se essa informação fosse um
"tijolo" que se agrega a outros contribuindo para a construção de uma noção maior.
Com o objetivo de se evitar essa noção errônea sobre o uso do computador
na educação, Papert denominou de construcionista a abordagem pela qual o aprendiz
constrói, através do computador, o seu próprio conhecimento.
Dentre os diferentes componentes que contribuem para o desenvolvimento de
atividades na área de informática em educação, a forma do profissional capaz de
mediar a interação aluno-computador tem sido um componente chave. Essa formação
tem recebido muita atenção por parte dos pesquisadores da área.
Diversas teses de mestrado e doutorado têm abordado esse tema; todos os
Centros de Informática Educativa ( CIEd ) têm programas de formação de
profissionais na área e as escolas que têm interesse em implantar a informática no
processo de ensino-aprendizagem dedicam parte do orçamento para a formação de
professores.
Isso porque, está ficando cada vez mais claro que sem esses profissionais
devidamente capacitados o potencial, tanto do aluno quanto do computador,
certamente, será sub-utilizado.
O objetivo desse capítulo foi o de responder às questões: por quê usar o
computador na educação e como ser mais efetivo do ponto de vista educacional. O
argumento para responder essas questões foi o de que o computador deve ser
utilizado como um catalisador de uma mudança do paradigma educacional. Um novo
paradigma que promove a aprendizagem ao invés do ensino, que coloca o controle
do processo de aprendizagem nas mãos do aprendiz, e que auxilia o professor a
entender que a educação não é somente a transferência de conhecimento, mas um
processo de construção do conhecimento pelo aluno, como produto do seu próprio
engajamento intelectual ou do aluno como um todo. O que está sendo proposto é uma
nova abordagem educacional que muda o paradigma pedagógico do instrucionismo
para o construcionismo.
O objetivo da introdução do computador na escola não deve ser o modismo
ou estar relacionado às inovações tecnológicas. Esse tipo de argumentação tem
levado a uma sub-utilização do potencial do computador que, além de
economicamente dispendiosa, traz poucos benefícios para o desenvolvimento
intelectual do aluno.
O computador para ser efetivo no processo de desenvolvimento da
capacidade de criar e pensar não pode ser inserido na educação como uma máquina
de ensinar. Essa seria a informatização do paradigma instrucionista. O computador
no paradigma construcionista deve ser usado como uma ferramenta que facilita a
descrição, a reflexão e a depuração de idéias. Isso é conseguido quando o
computador é usado na atividade de programação.
IV. 1 - FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS NA ÁREA DE
INFORMÁTICA EM EDUCAÇÃO
Em geral, a capacitação de profissionais na área de informática em educação
tem sido realizada através de cursos de pós-graduação ( mestrado ou doutorado ) ou
cursos de sensibilização, extensão, aperfeiçoamento, e especialização ( SEXAE ).
Entretanto, o que tem acontecido é a imposição de uma estrutura de cursos já
existente à área de informática em educação. Por exemplo, os cursos de pós-
graduação não sofreram nenhuma re-estruturação para acomodar a informática em
educação. Entretanto, a informática em educação apresenta certas peculiaridades que
exigem alguma alteração nesta estrutura e, até mesmo, nas estruturas de cursos do
tipo SEXAE.
Mas, antes de iniciarmos esta discussão, é importante mencionar que
dependendo do paradigma utilizado em informática aplicada à educação,
instrucionista ou construcionista, o profissional terá um papel mais ou menos
relevante. Por exemplo, no paradigma instrucionista, o computador funciona mais
como um suporte do que acontece na sala de aula. O professor ensina um
determinado tópico e, em seguida, o computador pode entrar como suporte ou
complementação da atividade de sala de aula, reforçando o que foi visto ou
oferecendo condições de reforço de conteúdo atarvés de exercicío-e-prática, etc..
Nessa situação o professor não necessita ter uma formação profunda sobre
informática em educação. Basta ter conhecimentos sobre rendimentos de como o
computador funciona e conhecer o software que está usando. Para tanto o professor
necessita ser treinado no uso do computador como recurso de suporte ao ensino da
disciplina.
Já no paradigma construcionista, como foi mencionado anteriormente, o
mediador necessita ter conhecimento sobre a ferramenta computacional, conhecer
sobre processos de aprendizagem, ter uma visão dos fatores sociais e afetivos que
contribuem para a aprendizagem e conhecer como intervir através do método clínico
piagetiano e de ZPD de Vygotsky. Esse conhecimento não é adquirido através de um
treinamento. É necessário um processo de formação.
Segundo o paradigma construcionista, a presença do computador na
educação é tão fundamental que torna o processo de formação de profissionais na
área diferente do que acontece com outros cursos de formação. O construcionismo
coloca em xeque a postura do professor e requer mudanças profundas na sua postura.
Isso faz com que a formação desses professores, nessa nova abordagem
educacional, apresente certas peculiaridades que torna diferente da formação em
outras áreas.
IV. 2 – USAR INTERNET É OU NÃO É PESQUISAR?
A principal meta de uma rede de computadores é reunir as pessoas e dar
informações armazenadas nos computadores do mundo. Seus serviços servem tanto
para comunicação interpessoal, como no caso de correspondência eletrônica, quanto
para partilhar informações através de base de dados, catálogos online, programas,
documentos etc. No aspecto da comunicação, essa possibilidade de trocas é muito
importante, pois, através do intercâmbio de informações e conhecimentos,
indivíduos compartilham experiências e recursos.
Mas também do ponto de vista educacional há uma riqueza inquestionável no
uso da rede, e mesmo atividades que não tenham sido desenvolvidas com finalidade
educacional podem tornar-se atrativas e relevantes.
A rede de computadores pode ser utilizada em numerosas situações no campo
da educação: desde funções instrumentais, como remessa e recebimento de materiais
e troca de mensagens, até atividades educacionais baseadas em estratégias
específicas de educação a distância. Mas é preciso não esquecer que, no contexto
educacional, a informação deve ser estruturada em função dos interesses e objetivos
de uma comunidade de usuários específicos, que será, ao mesmo tempo, receptora e
fornecedora do conteúdo a ser trabalhado. Por isso um projeto educacional na rede,
além de fornecer o material a ser partilhado, deve criar espaços que estimulem o
usuário e encorajem o intercâmbio entre professores, alunos e técnicos.
Uma das mais efetivas aplicações da rede em escolas é na área de projetos de
cooperação, que podem ser desenvolvidos por alunos ou professores que agem como
mediadores junto ao grupo. Nesse tipo de aprendizado, o papel do professor não está
limitado a uma só pessoa que ensina enquanto as outras aprendem. Em geral, a
estratégia básica é aprender junto, e freqüentemente é dirigida para
desenvolvimento, em conjunto, de um produto facilmente intercambiável na rede (
base de dados, hipertextos, jornais, etc. ) . Esse sistema pode ser usado ainda como
objetivo de alternar a liderança entre os membros do grupo de aprendizagem.
Um projeto educacional baseado na rede pode envolver técnicos ou
especialistas de fora da escola. O aprendizado cooperativo, planejado para
desenvolvimento do grupo através de uma interação participativa, tem provado ser
uma das estratégias de maior sucesso na educação através da rede.
O segmento da educação aparentemente mais beneficiado pela rede é o
treinamento no próprio local de trabalho, onde os recursos da comunicação cumprem
um papel vital não só pela redução dos custos como também pela otimização e
acompanhamento do processo educativo. Mas é preciso fazer uma distinção: a
produção de conhecimento através da interação com a rede não implica
necessariamente o ato de ensinar a distância. O projeto se educação a distância não
pode ser confundido com a simples presença virtual do professor, como ocorre em
algumas situações de teleeducação ou vídeoconferência. A interatividade
desempenha um papel vital na aprendizagem e na troca de experiências.
CAPÍTULO V - NAVEGAR É PRECISO, SABER VOLTAR
TAMBÉM
Para podermos explorar as informações disponíveis na rede, é necessário
conhecermos os mecanismos de acesso à informação - como programas que
permitem ao computador conectar e interagir com as numerosas fontes de
informação - e as estratégias de pesquisa, além de sermos capazes de recuperar essas
informações. Na troca de informações, o mais importante é a capacidade de
organizar e interagir com o material na rede. A organização e a orientação do
trabalho coletivo na rede envolvem o controle da tecnologia e a colaboração na
dinâmica de comunicação indireta que se dá através de interação e troca de pontos de
vista. Essa dinâmica exige a participação de coordenadores para mediar os debates
ou atuar nas atividades do grupo.
Quando a cooperação traduz a própria estratégia de aprendizagem, como nos
grupos de estudo, o mediador deve seguir as etapas apropriadas para facilitar a
interação entre os alunos e esforçar-se para que isso aconteça.
As metas a se perseguir no uso da rede com finalidade educativa vão desde o
aprendizado para o uso do computador até a capacidade de ensinar e realizar
treinamentos online. As metas educacionais são da maior importância e, na rede, os
objetivos podem ser claramente trabalhados em vários níveis de complexidade. Por
isso planejar e lidar com projetos educacionais baseados na rede significa adotar uma
série de métodos e estratégias mas que diferem substancialmente daqueles usados na
educação presencial.
V. 1 - ATIVIDADES ENVOLVIDAS EM UMA PESQUISA NA
INTERNET
Existe uma grande dúvida por parte de docentes com relação a este tema,
mas, abaixo estão listados alguns procedimentos desempenhados para se fazer uma
pesquisa na Internet:
- definir o tipo exato de informação desejada;
- saber expressar isso textualmente para selecionar as palavras-chave a serem usadas
na pesquisa;
- escolher um mecanismo de busca para seleção preliminar do material;
- fazer a busca no idioma solicitado;
- acessar os documentos recuperados para selecionar as informações, eliminando
repetições, material ultrapassado e não pertinente;
- avaliar a confiabilidade das fontes do material;
- verificar se a informação obtida atende à indagação original.
O conceito de uma boa pesquisa não pode, e, não deve ser encarado somente
como dever do aluno. Antes de conduzir os alunos às metas educacionais específicas
relacionadas ao uso da Internet, os docentes devem testar a possibilidade de
interatividade que a rede oferece. Somente assim poderão tornar-se capazes de
conceber futuramente projetos educacionais baseados nesses recursos. Isso é
verdadeiro tanto para o uso da rede como referência própria ( para sentir-se ainda
mais seguro na utilização dos serviços do computador como mediador da
comunicação na educação à distância ) quanto para desenvolver qualquer atividade
que tenha como finalidade expandir ou aprimorar a aprendizagem de um conteúdo
disciplinar.
Desse modo, o uso da Internet para fins educacionais pode ser visto de duas
perspectivas diferentes: educação na rede e educação baseada na rede. Na primeira,
a tecnologia da informação e da comunicação é vista como sujeito do processo de
ensino-aprendizagem. No caso da educação baseada na rede, a referida tecnologia é
tida como mecanismo indispensável e pré-requisito para o bom funcionamento.
CONCLUSÃO
Na verdade a maior mudança que o magistério poderia enfrentar seria o de
tornar-se cada vez mais comum o uso da informática no dia-a-dia de estudantes. Em
informações coletadas de conversas com amigos professores nota-se que existe um
certo "repúdio" à figura do computador como auxílio à educação. Diz-se entre outros
aspectos negativos sobre a questão da letra do aluno que passa a não mais exercitar a
caligrafia. Por isso fez-se necessário iniciar este trabalho contando a importância da
informática na vida das pessoas, pois ninguém se imaginaria hoje na fila do caixa do
supermercado esperando horas para poder levar suas compras para casa, afinal de
contas aquelas máquinas registradoras que atendiam-nos no início da década - sem
contar que a população era bem menor - certamente não nos atenderia bem no dia de
hoje, principalmente por que vivemos um período de "urgência", onde sem querer
acabamos assimilando as facilidades que a informatização de processos nos
proporciona faz-se necessário também lembrar que hoje se digita a prova uma única
vez e após dar o comando de imprimir a impressora fará todo o trabalho que era
executado pelos "fortes braços" que giravam a manivela do mimeógrafo.
Mas também, é preciso tomar cuidado para não delegar ao computador, uma
responsabilidade que não é dele, pois, mesmo tornando-se cada vez mais difundida a
sua utilização nunca poderá se abolir a presença do professor que continuará sempre
sendo uma das partes do processo ensino-aprendizagem.
Para a implantação do computador na educação são necessários basicamente
quatro ingredientes: o computador, o software educativo, o professor capacitado para
usar o computador como meio educacional e o aluno. Todos eles têm igual
importância e serão devidamente tratados ao longo desse capítulo. Entretanto,
inicialmente apresentarei uma visão geral dos diferentes usos do computador e,
especificamente, descrevo os diferentes tipos de software educativo: um ingrediente
com tanta importância quanto os outros pois, sem ele, o computador jamais poderá
ser utilizado na educação.
Na educação o computador tem sido utilizado tanto para ensinar sobre
computação - ensino de computação - como para ensinar praticamente qualquer
assunto - ensino através do computador.
No ensino de computação o computador é usado como objeto de estudo, ou
seja, o aluno usa o computador para adquirir conhecimentos de contextos
computacionais, como princípios de funcionamento do computador, noções de
programação e implicações sociais do computador na sociedade. Entretanto, a maior
parte dos cursos oferecidos nessa modalidade podem ser caracterizados como de
"conscientização do estudante para a informática" , ao invés de ensiná-lo a
programar. Assim, os propósitos são vagos e não determinam o grau de profundidade
do conhecimento que o aluno deve ter - até quanto o aluno deve conhecer sobre
computadores e técnicas de programação. Isto tem contribuído para tornar esta
modalidade de utilização do computador extremamente nebulosa e facilitado a sua
utilização como chamarisco mercadológico.
Face o exposto, é possível afirmar que: "A informática na escola é um
processo irreversível". Cabe lembrar também que para dar certo, um projeto de
informática, deve ter o comprometimento de todos os participantes, incluídos aí
nesse contexto os pais, os professores, e principalmente os alunos. É possível afirmar
também que: O treinamento e a formação dos docentes envolvidos em um projeto de
informatização é fator preponderante, podemos citar uma frase tão conhecida :
"Para quem não sabe aonde vai nenhum caminho serve". Pois, é difícil
desenvolver um trabalho em informática sem antes ter executado um bom
planejamento. É preciso abolir de vez a idéia de que computador é uma máquina
perfeita, pois, se fosse, aí sim haveria substituição de professores por máquinas.
Nada substitui o bom senso do educador, pelo qual é possível até observar
comportamentos de alunos que de uma forma ou de outra não se adaptam ao uso do
computador, problema esse que enfrentamos no dia-a-dia e que só podem ser
resolvidos colocando-se um ingrediente que nenhum computador possui: O afeto.
Entretanto, é necessário também mudar a metodologia do ensino. Em se tratando do
uso do computador na educação o melhor método a ser utilizado é o construtivismo,
onde na verdade o educador funcionaria como orientador, e o aluno criaria e
desenvolveria suas próprias idéias, tem também que se repensar a postura de alguns
professores contrários ao uso do computador na educação, pois certamente o cético
continuará a encontrar problemas com o uso do computador.
Há que se levar em consideração também a situação de nossas escolas o que
torna o trabalho com informática, algo que pode ser adiado, mas, o uso do
computador exige além de computadores o treinamento de professores e, certamente
quanto maior for o tempo para se treinar e formar professores, maior será o tempo
para se informatizar as escolas.
BIBLIOGRAFIA
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São Paulo 1999.
TRENTIN, Guglielmo. Instituto for Education Technology. Gênova, Itália.1999.
Tradução do original, por Maria Regina Palhares.
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OLIVEIRA, R. de. Informática Educativa: dos planos a sala de aula3. ed.
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