A influência da massagem modeladora no fibroedemageloide

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    A influncia da massagem modeladora no tratamento dofibro edema gelide

    Daniela Braz Ferreira [email protected]

    Ps-graduao em Fisioterapia Dermato FuncionalFaculdade vila

    Resumo

    O fibro edema gelide uma das principais alteraes das caractersticas da pele e

    acomete a grande maioria da populao feminina ocasionando problemas funcionais,

    bem como emocionais, como a perda da autoestima. Alm de ser desagradvel aos

    olhos do ponto de vista esttico, tal afeco ocasiona problemas de ordem psicossocial,

    originados pela cobrana dos padres estticos dos dias atuais, pode, ainda, acarretar

    problemas lgicos nas zonas acometidas e diminuio das atividades funcionais. O

    objetivo desta pesquisa foi avaliar a influncia da massagem modeladora para o

    tratamento do fibro edema gelide. Para tal foi realizada reviso de literatura. Foram

    utilizados artigos cientficos, livros e revistas relacionadas com o tema. Ao final,

    conclui-se o FEG um problema de ordem biopsicossocial, cabe ao fisioterapeuta como

    um profissional de sade abord-lo, o aparecimento dessa afeco uma consequncia

    multifatorial e para que o seu tratamento obtenha bons resultados necessrio uma

    avaliao detalhada e uma atuao multicntrica.

    Palavras-chave:Fibro Edema Gelide, Massagem modeladora.

    1. Introduo

    O fibro edema gelide (FEG) apresenta a seus pesquisadores problemaspatognicos complexos e dvidas quanto sua etiologia. Estudando o problema sobdiversos aspectos, inmeras teorias foram criadas, de acordo com diversos autores.

    No se pode falar em causa, visto que uma srie de alteraes estruturais naderme, microcirculao e nos adipcitos, no sendo possvel isolar cada um dessesfatores, que somados, contribuem para o aparecimento do distrbio.

    De maneira geral pode-se dizer que se trata de uma desordem localizada queafeta o tecido drmico e subcutneo, com alteraes vasculares e lipodistrofia comresposta esclerosante, que d origem ao aspecto macroscpico.

    Do ponto de vista esttico, o fibro edema gelide desagradvel aos olhos, almdisso, ocasionam problemas lgicos, diminuio das atividades funcionais, evolui para

    estgios avanados e provoca srias complicaes, podendo levar at a quase totalimobilidade dos membros inferiores, dores intensas e problemas emocionais.Acontece uma infiltrao edematosa do tecido conjuntivo, no inflamatria que,

    infiltrando-se nas tramas, produz uma reao fibrtica consecutiva. como se oorganismo comeasse a se defender das alteraes que os adipcitos esto sofrendo,entre elas: aumento de peso, compresso de vasos, necessidade de sustentao. Inicia-sequando ocorre o aumento na clula de gordura, o adipcito, devido ao aumento delquido dentro dele, seu pH muda e comeam as alteraes nas trocas metablicasdentro do adipcito que encontra seu ncleo comprimido.

    A luz dos vasos aumenta e o adipcito comprime as clulas nervosas, o quejustificaria a dor palpao. Com esse aumento de tamanho ocorre a distenso do tecido

    1 Ps-graduando em fisioterapia Dermato Funcional

    mailto:[email protected]:[email protected]
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    conjuntivo e com isso a perda da elasticidade. Dessa maneira, o organismo ir respondera essas alteraes formando tramas de colgeno que iro tentar encapsular todo oextravasamento do adipcito, dando sustentao e abrindo assim passagem para osangue e descomprimindo as clulas nervosas.

    Forma-se, dessa maneira, o aspecto casca de laranja, os ndulos, que so uma

    resposta do organismo ao aumento de tamanho do adipcito. Se estes ndulos evoluem,formam o aspecto casca de nozes, com aumento do nmero de tramas de colgeno.Dessa forma, a pele perde a sua forma primitiva, aparecendo distrbios funcionais, queno decorrer do FEG, podem acontecer distrbios circulatrios, h congesto nos vasoslinfticos, veias e capilares, ocasionam problemas lgicos, diminuio das atividadesfuncionais, evolui para estgios avanados e provoca srias complicaes, podendolevar at a perda de mobilidade dos membros inferiores, dores intensas e problemasemocionais. Assim o fibro edema gelide permanecendo sem tratamento torna-secada vez mais complicado: o que no incio era apenas uma alterao indolor e

    passageira das clulas da pele desenvolve-se com o passar dos anos para uma doenacrnica, dolorosa.

    Conhecida a fisiopatologia do fibro edema gelide, entende-se que a Amassagem modeladora desobstrui os poros, deixa a pele hidratada e mais delicada. Atuasobre as clulas mortas, apressando sua eliminao, estimula a circulao sanguneaocorrendo hiperemia local. Atua na eliminao de reteno de lquido devido a suaatuao tambm no sistema linftico. Quando adequadamente aplicada agrega autilizao de cosmticos lipolticos onde os efeitos benficos da massagem corporal sointensificas.

    Este trabalho justifica-se pela grande quantidade de queixas da maioria dapopulao feminina, que acarreta uma srie de complicaes, incluindo quadro de dor,incapacidade de realizar suas atividades de vida diria e dificuldades de convvio social.Assim, o objetivo deste trabalho avaliar a influncia da massagem modeladora para otratamento do fibro edema gelide.

    2. Anatomia e fisiologia da pele

    Tecido EpitelialSua principal funo proteger as estruturas internas subjacentes do organismo

    formando uma verdadeira barreira protetora. Tambm reveste as cavidades naturaiscomo: boca, as fossas nasais e o canal auditivo.

    O epitlio composto unicamente por clulas justapostas. Para que estas clulasformem uma membrana contnua, suas camadas superficiais so unidas por junes

    celulares. Este tecido tem como funes principais: revestimento, absoro, secreo esensorial (GUIRRO e GUIRRO, 2004).

    Tecido ConjuntivoOs tecidos conjuntivos caracterizam-se por apresentarem diversos tipos de clulas,

    separadas por abundante material intercelular e pela substncia fundamental amorfa.Banhando as clulas, h a existncia de uma pequena quantidade de fludo, o lquidointersticial (GUIRRO e GUIRRO, 2004).

    CIPORKIN e PASCHOAL (1992) afirmam que o tecido conjuntivo formadopor cinco elementos: clulas, formaes fibrilares, substncia fundamental, vasossanguneos, linfticos e nervos; sendo as trs ltimas estruturas de estreita relao.

    De acordo com CAMPOS (1992) as clulas so divididas em duas categorias:clulas fixas e clulas mveis. As Fibras podem ser do tipo: colgenas, protena mais

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    abundante do corpo humano, sendo que a do tipo I a mais comum na pele, possuempouca elasticidade; elsticas, so fibras que cedem a traes mnimas e retornam aposio original aps o trmino da fora de trao e reticulares.

    So diversas as funes do tecido conjuntivo, tais como: sustentao,preenchimento, defesa e nutrio. Este faz parte da formao dos tendes,

    dosligamentos, dos tecidos sseos e do cartilaginoso. So as diversas variaes dotecidoconjuntivo. O papel de nutrio decorre de sua ntima relao com os vasossanguneos,onde atravs de difuso os nutrientes so levados at as camadassuperficiais do epitlio(JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2009).

    PeleDe acordo com JUNQUEIRA e CARNEIRO (2009), a pele um dos maiores

    rgos em se tratando de superfcie e peso, podendo atingir 16% do peso corporal sendodividida por camadas especficas. A pele origina-se de dois folhetos embrionrio, oectodrmico e o mesodrmico. Do ectoderma derivam as estruturas epiteliais: epiderme,

    plos, glndulas e unhas. Do ectoderma derivam a derme e a hipoderme (AZULAY,

    1999).Segundo GUIRRO e GUIRRO (2004), a pele possui diversas funes tais como:

    proteo contra agentes fsicos, qumicos e biolgicos do ambiente (relativamenteimpermevel); regulao de temperatura; excreo; sensibilidade ttil; produo devitamina D.

    http://www.cefid.udesc.br/laboratorios/anatomia/anatomia/2.sistema_tegumentar.pdf

    Segundo GUIRRO e GUIRRO (2004) Tambm a cor da pele varia em relaocom a raa, idade, sexo e regies corporais, dependendo predominantemente daquantidade de pigmentos (melanina, oxi-hemoglobina, hemoglobina reduzida,melanide, carotenos) existentes.

    Epiderme constituda por um epitlio estratificado pavimentoso queratinado. Na poro

    mais profunda constituda de clulas epiteliais se proliferam continuamente para quemantenha o seu nmero (GUIRRO e GUIRRO, 2004).

    A epiderme dividida em 5 camadas, da mais profunda para a mais exterior soelas: basal, espinhosa, granulosa, lcida e crnea (JUNQUEIRA e CARNEIRO,2009).

    Segundo DNGELO e FATTINI (2007), na epiderme, as diferentes camadasque a constitui mostram as fases pelas quais passam as clulas que vo sendo

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    substitudas continuamente: nas camadas superficiais elas morrem e se convertem emescamas de queratina.

    Populao QueratocticaCamada Basal

    a camada mais profunda da epiderme, delimitando-se com a derme. constituda habitualmente por nica camada de queratincitos que possuem citoplasmabasfilo e ncleos grandes, alongados, ovais e hipercromticos, em contnua divisomittica.

    Camada Espinhosa ou MalpighianaSitua-se logo acima da camada basal e formada por 5 a 10 camadas de

    queratincitos com configurao polidrica, achatando-se progressivamente em direo superfcie, com seus maiores eixos paralelos a esta.As clulas espinhosas esto unidas mecanicamente entre si e s clulas basaissubjacentes por meio de pontes intercelulares denominadas desmossomos, estruturas

    complexas que conferem pele resistncia a traumas mecnicos. Na camada basal, hapenas uma placa de aderncia ligando a membrana plasmtica das clulas basais membrana basal; essas estruturas de adeso so chamadas hemidesmossomos.Anormalidades dos desmossomos causam separao das clulas (acantlise), comformao de bolhas ou vesculas na epiderme. o que ocorre em doenas autoimunescomo pnfigo foliceo e pnfigo vulgar, onde h produo de anticorpos contra asdesmoglenas1 e 3 (constituintes dos desmossomos), respectivamente.

    Camada Granulosa composta por 1 a 3 camadas achatadas de queratincitos com formato

    losangulare citoplasma repleto de grnulos de querato-hialina, que d origem filagrina,importante componente do envelope das clulas corneificadas. Nesta camada, j seobservam, alm da filagrina, os outros componentes necessrios para a morte

    programada das clulas e a formao da barreira superficial impermevel gua, comoinvolucrina, queratolinina, pancornulinas e loricrina.

    Na pele da regio palmoplantar, h uma camada adicional entre as camadasgranulosa e crnea denominada estrato lcido. Suas clulas so anucleadas e formamuma faixa clara e homognea, fortemente coradas pela eosina microscopia ptica.

    Camada Crnea a camada mais superficial da pele. Sua espessura varivel de acordo com a

    topografia anatmica, sendo maior nas palmas e plantas. O processo de maturao dosqueratincitos est completo no estrato crneo, apresentando clulas anucleadas comum sistema de filamentos de queratina imerso em uma matriz contnua circundada pormembrana celular espessada.

    POPULAO NO-QUERATOCTICA

    MelancitosSo clulas dendrticas de origem ectodrmica que sintetizam pigmento

    melnico. Localizam-se na camada basal e seus dendritos estendem-se por longasdistncias na epiderme, estando em contato com muitos queratincitos para os quais

    transfere melanina. O melancito e os queratincitos com os quais se relaciona

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    constituem as unidades epidermomelnicas da pele, numa proporo de 1 para 36,respectivamente.

    Clulas de LangerhansSo clulas dendrticas originadas na medula ssea que constituem 2 a 8% das clulas

    da epiderme e localizam-se na camada espinhosa. Na microscopia eletrnica, socaracterizadas por estruturas citoplasmticas denominadas grnulos de Birbeck, que seassemelham a uma raquete de tnis. Tm funo imunolgica, como clulasapresentadoras de antgenos aos linfcitos T.

    Clulas de MerkelSo clulas de origem controversa encontradas nas extremidades distais dos

    dedos, lbios, gengivas e bainha externa dos folculos pilosos. Alguns acreditam quesejam de origem neuroendcrina, pois apresentam grnulos intracitoplasmticos comsubstncias neurotransmissoras e esto em contato ntimo com fibras nervosas daderme, constituindo os discos de Merkel, que provavelmente so mecanorreceptores.

    Juno DermoepidrmicaAs clulas da camada basal da epiderme repousam sobre uma estrutura chamada

    membrana basal. microscopia ptica, essa zona limtrofe corada pelo cido peridicode Schiff (PAS) revela uma delgada zona uniforme de reao intensa. Os estudos demicroscopia eletrnica esclareceram a complexidade dessa regio, o que vemfacilitando a compreenso de vrias doenas cutneas. A zona da membrana basal constituda por 4 reas distintas: a membrana celular da clula basal; a lmina lcida,sob a membrana plasmtica dos queratincitos basais, com seus hemidesmossomos; almina densa, formada por colgeno tipo IV; e a lmina fibrorreticular, que se continuacom a derme subjacente.

    A funo da zona da membrana basal fornecer a ancoragem e a adeso daepiderme com a derme, mantendo a permeabilidade nas trocas entre estes doiscomponentes e atuando como filtro para a transferncia de materiais e clulasinflamatrias ou neoplsicas. Vrias doenas mecanobolhosas hereditrias e autoimunesenvolvem a separao e a formao de bolhas em vrios nveis da junodermoepidrmica, como epidermlise bolhosa, penfigoide bolhoso, penfigoidegestacional e lpus eritematosobolhoso.

    Derme uma camada espessa do tecido conjuntivo que se apoia a epiderme, e se

    comunicando com a hipoderme. A derme est conectada com a fscia muscularsubjacente por uma camada do tecido frouxo, a hipoderme (GUIRRO e GUIRRO,2004).A derme ricamente irrigada, com extensas redes capilares, vasos linfticos enervos (DNGELO e FATTINI, 2007).

    As fibras colgenas representam 70% da derme, as fibras elsticas estomisturadas com as colgenas e apresenta alto grau de distensibilidade, enquantoque ascolgenas so fibras mais resistentes. As principais clulas da pele so asclulasmesenquinais, os fibroblastos, os histicitos e mastcitos. Os fibroblastosso clulasresponsveis pela sntese das fibras colgenas, elsticas e reticulares.Os histicitos soclulas fagocitrias que participam do processo de defesa da pele (GUIRRO eGUIRRO, 2004).

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    Para GUIRRO e GUIRRO (2004), as principais camadas so papilar, maissuperficial, e a reticular, mais profunda. Ambas as camadas contm muitas fibraselsticas, responsveis em parte, pela elasticidade da pele.

    De acordo com CAMPOS (1992) o tecido com FEG encontra-se com aumentoem nmero e volume de clulas adiposas; lipoedema e dissociao de lbulosadiposos;

    espessamento e proliferao das fibras colgenas interadipocitrias einterlobulares queprovocam um engurgitamento tecidual; vasos linfticos e capilaresectsicos; rede deesclerose fibrilar; lipodistrofia e liponecrose; rompimento dasfibras elsticas; tecido maloxigenado, desorganizado e sem elasticidade, resultantedo mal funcionamentocirculatrio e das consecutivas transformaes do conjuntivo.

    VascularizaoO suprimento vascular da pele limitado derme e constitui-se de um plexo

    profundo em conexo com um plexosuperficial. Estes plexos correm paralelos superfcie cutnea e esto ligados por vasos comunicantes dispostos

    perpendicularmente.

    O plexo superficial situa-se na poro superficial da derme reticular, comarterolas pequenas das quais partem alas capilares que ascendem at o topo de cada

    papila drmica e retornam como capilares venosos.O plexo profundo situa-se na base da derme reticular e composto por arterolas

    e vnulas de paredes mais espessas. H ligao ntima entre os plexos por meio dosvasos comunicantes, e o controle do fluxo sanguneo drmico por esses vasos contribui

    para o controle da temperatura corprea.

    HipodermePara GUIRRO e GUIRRO (2004)a hipoderme o tecido sobre o qual a pele

    repousa, formado por tecido conjuntivo que varia do tipo frouxo ou adiposo ao densonas varias localizaes e nos diferentes indivduos.

    A hipoderme uma camada rica em tecido adiposo, que representa reservaenergtica, protege o organismo contra choques e atua ainda como isolante trmico,entretanto, a quantidade de tecido adiposo varia nasdiferentespartes do corpo(JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2009).

    A distribuio de gordura no uniforme em todas as regies do corpo. Nosindivduos normais, algumas regies nunca acumulam gordura, como a plpebra, acicatriz umbilical, a regio esternal e as dobras articulares. Em outras regies pelocontrrio, h maior acmulo de tecido adiposo: a poro proximal dos membros, a

    parede abdominal, especialmente as pores laterais (GUIRRO e GUIRRO, 2004).

    Microcirculao Da PeleExistem dois plexos arteriais que suprem a pele: um que se situa no limite entre a dermee a hipoderme e outro entre as camadas papilar e reticular. Deste ltimo plexo partemfinos ramos para as papilas drmicas.

    Distinguem-se trs plexos venosos na pele, dois na posio descrita para asartrias e um na regio da derme. O sistema de vasos linfticos inicia-se nas papilastrmicas e converge para um plexo entre as camadas papilar e reticular (GUIRRO eGUIRRO, 2004).

    Para CAMPOS (1992) no tecido com fibro edema gelide a circulao seencontra comprometida devido s progressivas transformaes ocorridas no tecido

    conjuntivo.

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    InervaoA inervao da pele abundante e constituda por nervos motores autonmicos e

    por nervos sensoriais somticos.O sistema autonmico composto por fibras simpticas e responsvel pela piloereo,constrio da vasculatura cutnea e secreo do suor. As fibras que inervam as

    glndulas crinas so simpticas, mas tm como neurotransmissor a acetilcolina.O sistema somtico responsvel pelas sensaes de dor, prurido, tato suave, tatodiscriminativo, presso, vibrao, propriocepo e trmica. Os nervos sensitivos tmreceptores especializados divididos funcionalmente em mecanorreceptores,termorreceptores e nociceptores. Morfologicamente, estes receptores podem constituirestruturas especializadas, como:

    Corpsculos de Vater-Pacini, nas regies palmoplantares, especficos parapresso e vibrao;

    Corpsculos de Meissner, nas polpas dos dedos, especficos para otato;corpsculos de Krause, nas reas de transio entre pele e mucosas,sensveis ao frio;

    Corpsculos de Ruffini, sensveis ao calor.Podem tambm ser desprovidos de caractersticas estruturais especficas, que so asterminaes nervosas livresresponsveis pela sensibilidade da dor, prurido e parte datrmica.

    Anexos CutneosUnidades Pilossebcea

    As unidades pilossebceas so encontradas sobre toda a superfcie da pele,exceto nas regies palmoplantares, nos lbios e na glande. Compem-se de uma haste

    pilosa circundada por bainha epitelial contnua com a epiderme, uma glndula sebcea,musculatura lisa piloeretora e, em certas regies corpreas, ducto excretor de umaglndula apcrina que desemboca acima da glndula sebcea.

    A haste pilosa a parte do pelo que se projeta para fora da pele, e sua raiz aregio que fica dentro da pele. A haste composta por cutcula externa, crtexintermedirio e medula. A bainha epitelial da raiz divide-se em bainhasradicularesexterna e interna. A externa d continuidade s clulas da camada espinhosada epiderme superficial, e a interna formada por trs camadas celulares distintas:camada de Henle, camada de Huxley e cutcula, formada por escamas que se entrelaamcom as escamas da cutcula do pelo.

    Na poro mais inferior do folculo piloso, h uma expanso chamada de bulbopiloso, que contm a matriz do pelo. Nela ocorre a atividade mittica do pelo e

    encontram-se os melancitos, sendo, portanto, responsvel pelo crescimento epigmentao do pelo.H dois tipos de pelo: o lanugo ou pelo fetal, que so curtos, delicados e claros,

    idnticos aos pelos velus do adulto; e o terminal, mais grosso, escuro e grande,encontrado nas axilas, cabelos, barba e regio pbica.Os pelos no crescem continuamente, e sim de maneira cclica, podendo-se identificar 3fases distintas:

    Angena: fase de crescimento ativo, com durao de 2 a 3 anos; corresponde a85% dos cabelos;

    Catgena: fase de involuo, com durao de 3 semanas; corresponde a 1% doscabelos;

    Telgena: fase de queda, com durao de 3 a 4 meses; corresponde a 14% doscabelos.

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    As glndulas sebceas so glndulas holcrinas cuja funo produzir o sebo, que uma combinao de steres de cera, esqualeno, steres de colesterol e triglicrides. secretado atravs do ducto sebceo na luz do folculo piloso e recobre a superfciecutnea, atuando como lubrificante natural do pelo, alm de evitar a perda de gua pelacamada crnea, proteger contra excesso de gua na superfcie e ter ao bactericida e

    antifngica. Ocorrem por toda a pele, exceto na regio palmo plantar, e seu controle hormonal, especialmente andrgeno.

    Glndulas Sudorparas crinasAs glndulas sudorparas crinas derivam da epiderme e no pertencem

    unidade pilossebcea. Cada glndula um tbulo simples com um segmento secretorenovelado situado na derme e um ducto reto que se estende at a superfcie da pele.

    So inervadas por fibras simpticas, mas tm a acetilcolina como mediador.Esto localizadas em toda a superfcie cutnea, exceto nas reas de pele modificada,como os lbios, os leitos ungueais e a glande. Participam da termorregulao,

    produzindo suor hipotnico que evapora durante o calor ou estresse emocional.

    Glndulas Sudorparas ApcrinasAs glndulas sudorparas apcrinas derivam da epiderme e fazem parte da

    unidade pilossebcea, desembocando, em geral, nos folculos pilosos. Localizam-se nasaxilas, escroto, prepcio, pequenos lbios, mamilos e regio perineal, alm de,modificadamente, nas plpebras (glndulas de Moll), mamas (glndulas mamrias) econduto auditivo externo (glndulas ceruminosas). Produzem secreo viscosa e leitosaconstituda de protenas, acares, amnio e cidos graxos; inodora quando atinge asuperfcie, mas as bactrias a decompem, causando odor desagradvel. So inervadas

    por fibras nervosas simpticas e esto sob controle dos hormnios sexuais. Sua funoprovavelmente representa vestgios de espcies inferiores, cuja comunicao sexual sed por meio de substncias qumicas.

    UnhasSo placas crneas localizadas no dorso das falanges distais dos quirodctilos e

    pododctilos. So compostas por 4 partes: a raiz, parte proximal recoberta por umaprega de pele chamada de prega ungueal proximal; a lmina, que est aderida sobre oleito ungueal; as dobras laterais, que cobrem as bordas laterais da lmina ungueal; e a

    borda livre.No leito ungueal, a epiderme apresenta somente a camada basal, que se torna opaca

    na sua parte proximal, formando a lnula. A encontra-se a matriz, que tem intensa

    atividade proliferativa e responsvel pelo crescimento da unha.Fibro Edema Gelide

    O fibro edema gelide (FEG) uma infiltrao edematosa do tecido conjuntivosubcutneo, no inflamatrio, seguido de polimerizao da substncia fundamental, que,infiltrando-se nas tramas, produz uma reao fibrtica consecutiva, ou seja, osmucopolissacardeos que a integram sofrem um processo de geleificao.

    O acmulo de gorduras nas clulas est diretamente relacionado quantidadeinsuficiente de enzimas que est sendo produzida para a queima dessas gordurasacumuladas. Assim, os procedimentos para tratamentos da gordura localizada podem serorientados no sentido de aumentar a produo desta enzima para que ocorra maior

    combusto das gorduras acumuladas e em excesso (GUIRRO e GUIRRO, 2004).

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    FisiopatologiaNa primeira descrio h mais de 150 anos, os autores referem-se ao FEG como

    uma distrofia celular complexa no inflamatria do tecido mesenquimal causada poruma desordemdo metabolismo dos lquidos intersticiais. Esta distrofiafoi consideradacomo sendo uma reao ao trauma, localizada, causada por estmulos glandulares ou

    infeces6e associada alterao reumtica11. Entretanto, estudos recentes sugeremuma fisiopatologia que inclui alteraes primrias no tecido adiposo,hiperpolimerizao anormal do tecido conjuntivo e alteraes microcirculatrias.

    Devido arquitetura diferenciada do tecido subcutneo feminino, estudos sugeremuma correlao entre mudanas fisiolgicas e a incidncia de FEG15. Rosenbaum etal.16, em estudo com humanos, investigou a morfologia e bioqumica do FEG,sugerindo a ocorrncia de um dimorfismo de caractersticas estruturais no tecidoconjuntivo subdrmico, que predispe as mulheres ao desenvolvimento de uma extruso(herniao) irregular do tecido adiposo para a derme.

    De acordo com Mirrashed et al.15 nos homens o tecido subcutneo apresenta septosfibrosos mais finos com lbulos de gordura menores, arranjados em cpsulas menores e

    em planos oblquos quando comparados com os das mulheres. Por sua vez, o tecidosubcutneo das mulheres constitudo por septos radiais contendo lbulos de gordurade grandes dimenses.

    Portanto, o FEG consiste em uma infiltrao edematosa do tecido conjuntivo,seguida de polimerizao da substncia fundamental que, infiltrando-se nas tramas,

    produz uma reao fibrtica consecutiva. Essa polimerizao (ou processo reativo),resultante de uma alterao no meio interno, favorecida por causas locais e gerais, emvirtude da quais os mucopolissacardeos que a integram sofrem um processo degelificao. Sendo assim, o FEG pode ser definido clinicamente como um espessamentono inflamatrio das capas subdrmicas.

    Fases Do FegSegundo GUIRRO e GUIRRO (2004) a classificao do fibro edema gelide pode

    ser dividida em trs ou quatro graus, de acordo com as alteraes clnicas ehistopatolgicas. Entretanto, a classificao em apenas trs graus, a qual apresenta asalteraes clnicas mais marcantes, a classificao mais condizente com a anamnesede rotina nas clnicas. CAMPOS (1992) e GUIRRO e GUIRRO (2004) citam aclassificao de ULRICH (1982) conforme a gravidade das leses teciduais que surgemem trs estgios:1 Grau de aspecto visvel somente palpao ou sob contrao muscularvoluntria, no tem fibrose, tem aspecto de "casca de laranja".

    2 Grau de aspecto visvel em algumas regies e apresentafibroses sempredominncia. tambm visvel quando ocorre incidncia de luz lateralmente, nessecaso as margens so facilmente delimitadas. Pode ocorrer alterao de sensibilidade.3 Grau h fibrose com predominncia, aspecto de "casca de nozes", o pacienteapresenta sensibilidade dor aumentada. consideradapor ULRICH (1982) comoincurvel ainda que passvel de melhora, enquanto que a branda sempre curvel e amdia, frequentemente curvel.4 Grau Reao fibroblstica. Na quarta fase da celulite, devido a uma grande

    proliferao de fibras, h infiltrao em todo o tecido, dando-lhe uma consistnciargida, esclertica. Formam-se ndulos de pequeno e de grandetamanho (microndulos e macrondulos). O tecido endurece e retrai-se, comprimindo

    ainda mais as clulas e alterando o seu funcionamento assim como o dos vasossanguneos, vasos linfticos e nervosos. Nesta fase, h o crescimento dos ndulos e a

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    pele perde seu aspecto normal e podemos visualizar elevaes e depresses que sesucedem.Segundo GUIRRO e GUIRRO (2004) os estgios do FEG no so totalmentede uma mesma paciente.

    Tratamentos Utilizados No Fibro Edema Gelide

    Drenagem linftica manual

    O mtodo de drenagem linftica manual foi desenvolvido em 1932 peloterapeuta dinamarqus Vodder, que observou que a maioria de seus pacientes sofria deconstipao, reteno de lquidos e apresentavam os gnglios linfticos alterados.

    De acordo com GUELFI e SIMES (2002) um mtodo de massagemaltamente especializado, realizado atravs de presses suaves, lentas e rtmicas, queseguem o trajeto do sistema linftico. Isto proporciona a drenagem de lquidos e aestimulao de defesa imunolgica, aumentando a diurese, a eliminao de toxinas e

    desenvolvendo com isso o equilbrio do organismo.Segundo GUIRRO e GUIRRO (2004) a massagem de drenagem linftica de

    grande valia no tratamento do fibro edema gelide diante do quadro de estase sanguneae linftica. A massagem promove analgesia e incremento na circulao sangunea e

    linftica, alm de aumento da maleabilidade tecidual. Deve ser realizada de maneiraintermitente, suave e superficial, a princpio, visando a dissensibilizao.

    Eletroterapia

    Ultrassom 3mz (esttico)Segundo GUIRRO e GUIRRO (2004) o ultrassom mais superficial - 1,5

    a 3 cm de profundidade aparelho de eletroterapia que produz vibrao mecnica,simulando micro massagem. Indicado para liplise (quebra da clula de gordura), pormeio do aumento de temperatura nos tecidos, o que melhora a circulao perifrica,acelera o metabolismo local e a remoo de resduos.

    Tcnica utilizada com sucesso nos processos cicatriciais. Propicia a diminuioda dor, ao promover a reabsoro de hematomas, posteriores aderncias fibroses. Oultrassom auxilia na diminuio dessas sequelas, aumentando a elasticidade do tecidoconjuntivo.

    Weimann (2004), o ultrassom indicado em quadros de celulite, fibroses ps-cirrgicas, ps-operatrios em cirurgias plsticas e em casos de prteses encapsuladas.

    Contraindicado para problemas ginecolgicos (cistos, miomas, endometriose), mulheresamamentando, tumores (por acelerar seu crescimento e as metstases), distrbioscardacos, rgos reprodutores, rea ps-operatria, processos infecciosos,tromboflebites e varizes, reas com alterao de sensibilidade, globo ocular, reas comcirculao inadequada, osteoporose, DIU, diabetes descompensada, problemas renaiscrnicos, marca-passo ou similares, hipertenso ou hipotenso no controladas,hipertireoidismo ou hipotireoidismo no controlados.

    EndermologiaAparelho utilizado na drenagem linftica que, por meio de uma manobra de

    massagem, permite a estimulao dos gnglios linfticos, eliminando toxinas, o quebeneficia a nutrio celular.

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    Na musculatura, melhora a elasticidade e devolve a pele uma melhor tonicidade.Eficiente no combate celulite, gordura localizada, na diminuio da tenso muscular e

    pr e ps-cirurgia plstica. Evita a formao de fibrose tecidual promovendo o seuremodelamento.

    Segundo Proporciona maior maleabilidade tecidual. No deve ser utilizada na

    fase inicialdo tratamento e sim posteriormente trazendo excelentes resultados.Para obter um resultado satisfatrio com o tratamento, o ideal que sejamrealizadas, no mnimo dez sesses. Entretanto, a quantidade prescrita depender do graude celulite e gordura localizada de cada um. fundamental contratar os servios de

    profissionais fisioterapeutas qualificados. O tratamento aplicado incorretamente podeprovocar flacidez na pele, rompimento de vasinhos e deixar o corpo todo dolorido(TOGNI, 2006).

    No pr-operatrio indicado para fortalecer os vasos sanguneos e linfticos;melhorara as estruturas das fibras colgeno elsticas; descompactar a camada adiposa;desobstruir possveis congestionamentos da circulao sangunea.

    No ps-operatrio o objetivo drenar e descongestionar os tecidos edemaciados,

    proporcionando a eliminao de detritos, promovendo a melhora da circulao. Atua nauniformizao do tecido que est sendo cicatrizado por baixo da pele, evitandoondulaes e a formao de ndulos na regio operada.

    LaserRecurso da fototerapia que produz efeito anti-inflamatrio, analgsico,

    estimulante celular e modulador do tecido do conjuntivo na regenerao e nacicatrizao de diferentes tecidos (TOGNI, 2006).

    Maior velocidade cicatricial, modificao da motricidade do sistema linftico,possibilidade de angiognese e resultados animadores em cicatrizes eritematosas,hipertrficas e pigmentadas. Orienta tambm as fibras de colgeno no processo dereparo da cicatrizao.

    Corrente GalvnicaA corrente galvnica utilizada na sua forma pura (galvanizao) ou em associao adrogas despolimerizantes (iontoforese). Quando utilizada na sua forma pura os efeitos

    podem promover um incremento na nutrio do tecido afetado consequente ao aumentoda circulao local, que ocorre principalmente no nvel do plo negativo, que maisestimulante (GUIRRO e GUIRRO, 2004). A iontoforese consiste em fazer penetrar noorganismo substncias farmacolgica ionizvel atravs do revestimento cutneo pormeio de uma corrente eltrica unidirecional que possui propriedades polares

    iontoforticas (PARIENTI, 2001; ROSSI, 2001).Segundo Parienti (2001), os primeiros resultados so notveis em geral por voltada 6 ou 7 sesso de ionizao. A durao em mdia da sesso cerca de 20 minutos.O nmero recomendado de sesses de 20, podendo-se realizar novas sesses aps umdescanso de 1 ms.

    EletrolipoforesePor definio, a eletrolipoforese uma tcnica destinada ao tratamento das

    adiposidades e acmulo de cidos graxos localizados. Segundo Soriano et al.,caracteriza-se pela aplicao de microcorrentes especficas de baixa freqncia (aoredor de 25 Hz) que atuam diretamente no nvel dos adipcitos e dos lipdios

    acumulados, produzindo sua destruio e favorecendo sua posterior eliminao(BORGES,2006). A eletrolipoforese trata-se de um procedimento que consiste em

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    veicular ondas eltricas de intensidade e de frequncia definidas. Utilizam-se vriospares de agulhas finas (0,3mm) e longas (5 a 15cm), desempenhando o papel deeletrodos, so ligadas a correntes de baixa intensidade, criando um campo eltrico entreelas (GUIRRO; GUIRRO, 2002; PARIENTI, 2001).

    De acordo com Parienti (2001), a intensidade da corrente utilizada varia de 5 a

    40 mA e a frequncia escolhida entre 5 e 500 Hz. A durao da sesso de 50minutos, sendo realizada uma vez por semana. O nmero de sesses varia de 3 a 6,sendo que a implantao das agulhas pode ser alterada a cada sesso de acordo com alocalizao dos enchimentos celulticos. Os efeitos fisiolgicos proporcionados pelaeletrolipoforese so: efeito Joule, onde a corrente eltrica, ao circular por um condutor,realiza um trabalho que produziria certo tipo de calor ao atravessar o mesmo; efeito

    eletroltico; efeito de estmulo circulatrio; efeito neuro-hormonal, que produz umaestimulao artificial do sistema nervoso simptico e, como conseqncia, ocorre aliberao de catecolaminas com aumento de AMP cclico intradipocitrio, e aumento dahidrlise dos triglicerdeos (BORGES, 2006).

    A esse tratamento atribui-se uma modificao do meio intersticial, que favorece

    trocas metablicas, e ainda liplise. Como o processo considerado invasivo, considerado de uso mdico (GUIRRO; GUIRRO, 2002).

    Correntes ExcitomotorasA estimulao eltrica neuromuscular (NMES) um importante coadjuvante no

    tratamento do fibro edema gelide. Esta modalidade teraputica tem por objetivopropiciar o fortalecimento e/ou hipertrofia muscular, bem como o aumento dacirculao sangunea e linftica, melhorando assim o trofismo dos tecidos. Um pontoimportante a ser observado a sensibilidade do paciente, pois quanto mais agradvelfor, maior intensidade o paciente suportar, maior a profundidade do campo eltrico e,conseqentemente, maior o nmero de unidades motoras recrutadas (GUIRRO;GUIRRO, 2002).De acordo com Rossi, (2001) trabalhando-se com correntes de baixafreqncia (at 300Hz), em torno de 0,5 a 60 Hz, poderemos ter uma boa contraomuscular, em sesses com durao de 15-20 minutos, realizadas 2-3 vezes por semana.O nmero de sesses est compreendido entre 15 e 30. Os resultados esperados eobtidos alm de 10 sesses so representados por uma tonificao seletiva dosmsculos, reduo dos depsitos adiposos, aumento da circulao e aumento dometabolismo.

    Massagem modeladoraA Massagem modeladora uma tcnica que utiliza manobras rpidas e intensas

    sobre a pele, utilizando presso atravs de movimentos de amassamento e deslizamento.Entre os principais benefcios esto melhora da oxigenao dos tecidos, a quebra dacadeia de gordura e a melhora do tnus muscular.

    A massagem desobstrui os poros, deixa a pele hidratada e mais delicada. Atuasobre as clulas mortas, apressando sua eliminao, estimula a circulao sanguneaocorrendo hiperemia local. Atua na eliminao de reteno de lquido devido a suaatuao tambm no sistema linftico. Quando adequadamente aplicada agrega autilizao de cosmticos lipolticos onde os efeitos benficos da massagem corporal sointensificas.

    A maior parte dos problemas estticos de etiologia multifatorial, ou seja, devrias causas. Fatores ambientais, culturais, genticos, psicossociais e idade esto

    diretamente relacionados ao surgimento de transtornos estticos. Portanto a massagemno deve ser utilizada como nico recurso como tratamento esttico, para isso o

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    profissional massoterapeuta deve estar preparado para orientar o paciente quanto acuidados com alimentao, prtica de atividades fsicas, consumo de gua, utilizao defiltro solar, dentre outros. importante que o massoterapeuta atue com o esprito demultidisciplinaridade, e indique ao paciente que procure orientao e tratamento comoutros profissionais da sade, como nutricionistas, educadores fsicos e mdicos,

    dependendo das necessidades do paciente que devero ser avaliadas na ficha deanamnese.

    Indicaes da Massagem Esttica:Combater a fibro edema gelide (celulite), combater a gordura localizada,

    hidratar a pele, relaxar a musculatura, ativar a circulao sangnea; ajuda a combater aflacidez, prevenir estrias e varizes.

    Contraindicaes da Massagem:Presso alta, varizes, pacientes cardacos, inflamao, processos cancergenos,

    ndulos e cistos, estado febril, ps-cirrgico, menstruao abundante, gestao,

    osteoporose, placas e prteses

    Ao da Massagem EstticaSobre o Tecido Tegumentar:

    Mediante a troca de lquidos (arterial / intersticial / intracelular / linftico ouvenoso) temos a revitalizao dos tecidos por desintoxicao e nutrio dos mesmos.

    Sobre o Tecido Adiposo:O favorecimento da troca de lquidos implicar na melhora da circulao

    perifrica que d condies aos adipcitos, em especial os superficiais, de "manterem"sua carga, impedindo a sedimentao que d origem celulite.

    Sobre o Tecido Muscular:A massagem desintoxica a musculatura pelo retorno venoso e linftico, nutre e,dependendo das manobras utilizadas, pode tonific-la.

    Sobre a Circulao:Quando se realiza manobras centrpetas, direcionadas aos gnglios linfticos

    indicados conforme a regio tratada, a massagem auxilia o melhor retorno linftico ereabsoro da linfa do meio intersticial. Havendo uma diminuio do inchao local.Por conseqncia diminui medidas e atenua a celulite.

    DeslizamentoManobra introdutria a qualquer modalidade de massagem ocidental. Os

    deslizamentos iniciam sempre de modo mais leve e superficial at atingir a velocidade epresso conforme o objetivo almejado. Esta manobra permite ao massoterapeuta fazer oreconhecimento do tipo de pele do paciente e se a mesma est em condies saudveis

    para a execuo das manobras. Esta manobra realizada de forma lenta e rpida promoveum efeito analgsico que permite gradualmente que o paciente se acostume e suportesem maiores desconfortos manobras mais vigorosas subsequentes. Um movimento dealisamento realizado com toda a superfcie palmar de uma ou ambas as mos.Amassamento

    Amassamento uma manipulao em que os msculos e tecidos subcutneosso alternadamente comprimidos e liberados. Durante a fase de presso de cadamovimento, a mo ( ou mos) e a pele se movem conjuntamente sobre as estruturas

    mais profundas. Provoca a desintoxicao das fibras musculares, estimulando adrenagem sangnea e linftica a produzir mais rpida eliminao das toxinas, provoca

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    maior nutrio celular e pode combater a flacidez. Deve atingir pele e msculos. Auxiliana modelagem de gorduras e na desintoxicao e conseqente nutrio da musculaturatrabalhada.Pinamento

    indicado para ativao muscular e combate flacidez. Deve ser executado

    com as extremidades dos dedos polegar, indicador e mdio. Pinando pequenaquantidade de msculos com uma e outra mo alternadamente ou em forma de C comos dedos polegar e indicador. usado para uma poro maior de msculos.Percusso

    Utilizada quando o objetivo tratar a flacidez. Estimula atravs da contrao dasfibras musculares a circulao e a tonicidade muscular. Deve ser executada seguindo aorientao das fibras musculares. No utilizar esta manobra em regies sem apoio sseo(abdmen).Frico

    uma espcie de deslizamento profundo executado de modo energtico erpido, visando modelar gordura localizada. Podem ser utilizados tambm o polegar e o

    n dos dedos para a realizao das frices em regies como coxas e glteos.

    Massagem modeladora e Fibro Edema GelideA massagem representa um coadjuvante no tratamento da celulite, no devendo

    ser utilizada como recurso teraputico nico e completo, devido etiologia multifatorialdo fibro edema gelide. A massagem promove analgesia e incremento na circulaosangnea e linftica. Outras aes da massoterapia so: auxlio na penetrao de

    produtos com princpios ativos especficos, diminuio da resistncia da pele scorrentes, e aumento da maleabilidade tecidual. Ela deve ser utilizada de formainteligente. A utilizao de tcnicas de drenagem linftica de grande valia notratamento diante do quadro de estase sangnea e linftica. Portanto quando o enfoqueno tratamento esttico o fibro edema gelide, o massoterapeuta deve priorizar em suaconduta de atendimento a utilizao de manobras de drenagem linftica, no sentido deretorno venoso da circulao e em direo aos gnglios linfticos. Podem ser utilizadasmanobras de deslizamento, deslizamento em bracelete, frices e amassamentos, quetambm iro atuar sobre o tecido adiposo, melhorando seu aspecto irregular.

    Recomendaes para Auxiliar a Reduo do Fibro Edema GelideTomar gua (Cerca de 2 litros por dia), cremes para celulite, que podem

    melhorar em at 10% (mas devem ser aplicados diariamente), a dieta balanceada fundamental para se obter um bom resultado, prtica de atividades fsicas regulares, no

    ingerir bebidas alcolicas, no fumarFlacidez de Pele

    Quando o limite elstico da pele ultrapassado por algum motivo, como porexemplo, um indivduo magro que se torna obeso em um curto perodo de tempo edepois emagrece novamente, ao cessar o estmulo, ela no volta ao seu tamanhooriginal, dando origem a excesso de pele, denominado flacidez esttica. Neste tipo deflacidez de pele, somente a cirurgia plstica resolver o problema.

    CosmetologiaA utilizao de cosmticos to antiga quanto a prpria civilizao. Desde os

    tempos remotos, o homem se preocupou com o tratamento de seu corpo. O uso de

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    blsamos, leos, fragrncias, sabes, e at mesmo pinturas de rosto e corpo, por meio desubstncias minerais ou vegetais faziam parte dos hbitos dos povos mais antigos.

    A utilizao de cosmticos e Cosmecuticos amplificam os resultados obtidosatravs da massagem, devem ser utilizados associados ao tratamento esttico. Objetivama reduo da flacidez, gordura localizada, celulite e distrbios circulatrios conforme a

    composio de cada produto.

    CosmticosSo substncias que se destinam a serem utilizados em contato com as partes

    superficiais do corpo humano (epiderme, plos, unhas, lbios e rgos genitaisexternos), ou com os dentes e as mucosas bucais, com a finalidade de limpar, perfumarou proteger, para mate-los em bom estado, modificar seu aspecto ou corrigir os odorescorporais, sem ao ou fins teraputico So produtos para embelezamento que nodeveriam interferir ou modificar as condies fisiolgicas da pele.

    Cosmecuticos

    So produtos intermedirios que promovem modificaes, pois interagem com a pele demaneira mais ativa.

    Ao dos Princpios Ativos: Extratos de Hera: Descongestionante e amacia o tecido. Extrato de Ginko Biloba: Ao antirradical livres, anti-inflamatria, estimula a

    circulao sangunea. Extrato de Algas Marinhas: ao vasodilatadora atua na tonificao da pele. Extrato de Centella Asitica: Ativa a microcirculao sangunea, metablico

    anti-celultico.

    Extrato de Ginseg: Restaurador dos tecidos, tnico, estimulante. Promove maiorirrigao cutnea. Hera: Fortalece paredes dos vasos sanguneos, estimula a circulao e auxilia a

    absoro cutnea. Castanha da ndia: Descongestionante e vaso-protetor. Semente de Apricot: P do caroo de damasco, produto de mdia abrasividade e

    esfoliao e renovao celular. Nicotinato de Metila: Hiperemizante, vaso dilatador. Cavalinha: Tnico e regenerador da epiderme. Cafena: Vasodilatador e estimulante. Hidrolizado de Colgeno: Protena responsvel pela elasticidade e firmeza da

    pele. Elastina: Elasticidade da pele. Vitamina A: estudos provaram que a espessura total da pele aps o tratamento

    foi maior do que para o controle no tratado, ou animais tratados com placebo.Outro autor disse haver evidncias que esta vitamina posa alterar ou modular asntese de colgeno.

    Vitamina E (Acetato de tocoferol): Ao contra radicais livres, antioxidantenatural, atua contra o envelhecimento da pele.

    Vitamina C (cido ascrbico): O uso tpico dessa vitamina atribui-se a inibiode danos causados pela radiao ultravioleta, sendo ainda o principal

    antioxidante existente no sangue e em outros fluidos teciduais. Estimula e regulaa sntese de colgeno.

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    Combates radicais livres. Arnica: Ativador da micro-Circulao. Anti- inflamatrio. Cafena: Regenera, contribuindo para a firmeza. Cnfora: Estimulante, antissptico, elimina a oleosidade. Adipol: Complexo biolgico natural obtido atravs do extrato vegetal de Hera.

    Atua na quebra de molculas de gordura. Celulinol: Salicilato de Poliexietilenoglicol. Possui excelente poder de

    penetrao cutnea, tem propriedades lipotrficas e descongestionantes.

    Cuidados na Aplicao dos Produtos:H uma frequncia cada vez maior de indivduos sensveis a matrias primas

    contidas em cosmticos, podendo apresentar reaes alrgicas ou irritaes severas.Portanto antes de iniciar-se um tratamento esttico com produtos cosmticos ouCosmecuticos deve-se fazer a prova-do-toque. Colocar uma pequena quantidade do

    produto numa regio onde a pele naturalmente mais sensvel, como parte anterior doantebrao, e deixar agir por alguns minutos. No havendo reao alrgica, comovermelhido excessiva, coceira, inchao, ou bolinhas, a paciente pode fazer uso do

    produto, caso contrrio o mesmo no deve ser utilizado.Concluso

    A dermato funcional a rea de atuao da fisioterapia voltada para ostratamentos estticos e que vem acabando com o empirismo da teraputica, uma vez queatua na comprovao cientfica dos mtodos e tcnicas utilizadas para o tratamento dediversas patologias. Sendo o FEG um problema de ordem biopsicossocial cabe aofisioterapeuta como um profissional de sade abord-lo. O aparecimento dessa afecotem se tornado um fato preocupante, visto que consequncia de diversos fatores. Por

    se tratar de uma afeco multifatorial, para que o seu tratamento obtenha bonsresultados necessrio uma avaliao detalhada e uma atuao multicntrica.Aps a concretizao do objetivo proposto, foi concludo que o resultado da

    tcnica de massagem modeladora eficaz na adiposidade localizada e potencializadaquando associada a ativos dermatolgicos lipolticos. O aumento da presso namassagem no mais compensado, nem pelo aumento da frequncia de contrao, nem

    pelo aumento da vazo.

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