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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO Thiago Alves dos Santos A influência da atmosfera criada pelo ambiente do ponto de venda sobre o comportamento de compra: Uma pesquisa exploratória sobre a pinkbiju unidade metrô paulista MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS São Paulo 2014

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

Thiago Alves dos Santos

A influência da atmosfera criada pelo ambiente do ponto de

venda sobre o comportamento de compra:

Uma pesquisa exploratória sobre a pinkbiju unidade metrô

paulista

MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

São Paulo

2014

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

Thiago Alves dos Santos

A influência da atmosfera criada pelo ambiente do ponto de

venda sobre o comportamento de compra:

Uma pesquisa exploratória sobre a pinkbiju unidade metrô

paulista

MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

Dissertação apresentada a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como requisito para a obtenção do título de Mestre em Administração de Empresas. Orientador(a): Dr. Alexandre Luzzi Las Casas

RESUMO

Este estudo teve como objetivo investigar a influência de variáveis que constituem o layout sobre o comportamento de compra do consumidor, considerando o ponto de venda objeto deste estudo, sua praça e cenário de atuação, ou seja, o varejo de bijuterias e acessórios. Para tanto, utilizou-se a pesquisa bibliográfica e a análise ambiental de uma loja específica e de seu ponto de venda, a análise ambiental de cunho exploratório, utilizou-se de um instrumento atitudinal ao longo da coleta de dado, a fim de traçar um paralelo entre as variáveis que compõem o layout da loja e o comportamento de compra do consumidor. Concluiu-se que todas as variáveis que constituem o layout exercem influência sobre o comportamento de compra do consumidor, entre elas as cores, a iluminação e a acessibilidade visual e física do produto. Palavras-chave: Layout. Pesquisa exploratória. Consumidor. Cores. Iluminação. Ponto de venda. varejo

ABSTRACT

This paper aims at identifying the influence of variables that make up the layout on the purchase behavior of the consumer, considering the object of this paper, the selling point, its place and retail of bijouterie and accessories. For this, based on a bibliographic search about purchase behavior, the selling point, through the exploratory analysis and an attitudinal instrument, along the collection of data, in order to draw a parallel between the variables that make up the layout of the store and purchase behavior of consumers. It was concluded that all the variables that constitute the layout of retail store influence the purchase behavior of the consumer, including the colors, the lighting and the visual and physical accessibility of the product.

Keywords: Layout. exploratory analysis. Consumer. Colors. Lighting. Selling point. Retail.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Variáveis de influência ............................................................................... 21

Figura 2 – Pirâmide de Maslow ................................................................................. 27

Figura 3 - Processo de decisão de compra ............................................................... 32

Figura 4 - Estrutura Estímulo-Organismo-Resposta .................................................. 47

Figura 5 - Modelo EOR de Mehrabian e Russell ....................................................... 48

Figura 6 – Pesquisa demográfica .............................................................................. 59

Figura 7 - Layout da Loja priorizando cores e iluminação ......................................... 82

Figura 8 - Visão geral do caixa .................................................................................. 83

Figura 9 - Foto dos painéis de produtos coloridos. .................................................... 85

Figura 10 - Painel de produtos metalicos .................................................................. 86

Figura 11 - Foto da vitrine de produtos com strass ................................................... 87

Figura 12 - Foto torre esquerda ................................................................................. 88

Figura 13 - Foto torre direita ...................................................................................... 89

Figura 14 - Foto de produtos infantis na parte de baixo do caixa. ............................. 90

Figura 15 - Foto do totem e da área de promoção do caixa. ..................................... 91

Figura 16 - Foto setores de destaque. ...................................................................... 92

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Características de três tipos de tomada de decisões dos consumidores.

.................................................................................................................................. 31

Quadro 2 - vantagens e desvantagens de cada tipo de layout. ................................ 40

Quadro 3 – Componentes de marketing versus componentes da imagem do ponto

de venda ................................................................................................................... 41

Quadro 4 - Os elementos dos atributos da atmosfera de loja ................................... 45

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Distribuição dos escores individuais em frequências absolutas e em

porcentagem. .......................................................................................................................... 63

Tabela 2 - Matriz de coeficientes de correlação de Spearman entre as questões. .... 66

Tabela 3 - Autovalores e distribuição das componentes extraídas. .............................. 68

Tabela 4 - Valores das comunalidades. ............................................................................. 70

Tabela 5 - Resíduos das correlações entre as questões. ............................................... 72

Tabela 6 - Valores dos loadings para a Matriz Pattern. .................................................. 73

Tabela 7 - Valores dos loadings para a Matriz Structure. ............................................... 74

Tabela 8 – Matriz de correlação entre as componentes. ................................................ 75

Tabela 9 - Novos construtos. ............................................................................................... 76

Tabela 9.1 - Novos construtos. ............................................................................................ 76

Tabela 9.2 - Novos construtos....................................................................................77

Tabela 9.3 - Novos construtos....................................................................................77

Tabela 9.3 - Novos construtos....................................................................................77

Tabela 10 - Medidas resumo para os escores percentuais dos novos construtos

obtidos a partir da Análise Fatorial.............................................................................78

Tabela 11 – Valores do alfa de Cronbach para os seis construtos finais obtidos a

partir da Análise Fatorial.............................................................................................79

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Distribuição percentual dos escores individuais. ..................................... 64

Gráfico 2 - Screeplot – Autovalores das Componentes ............................................. 69

Gráfico 3 - Comunidades a partir de 12 fatores extraídos ......................................... 71

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 11

1.1 Justificativa da escolha do tema ............................................................... 12

1.2 Objetivos ...................................................................................................... 13

1.3 Questões do estudo ...................................................................................... 14

1.4 Estrutura e organização do estudo ............................................................... 14

2 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR ........................................................... 16

2.1 Comportamento de compra ........................................................................... 20

2.1.1 Fatores culturais....................................................................................... 21

2.1.2 Fatores Sociais ........................................................................................ 23

2.1.3. Fatores pessoais ..................................................................................... 24

2.1.4 Fatores psicológicos ................................................................................ 25

2.2 Modelos de comportamento de compra ........................................................ 30

2.3 Atitude e o comportamento do consumidor ................................................... 36

3 O IMPACTO DO LAYOUT E DA ATMOSFERA DO PONTO DE VENDA NO

COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR .............................................................. 38

................................................................................................................................ 40

3.1 Atmosfera e percepção do Ponto de Venda.................................................. 40

3.2 Implicações gerenciais da atmosfera do ponto de venda e sua influência no

comportamento de compra ................................................................................. 44

4 METODOLOGIA .................................................................................................. 49

4.1 Pesquisa exploratória .................................................................................... 49

4.2 Procedimentos para a coleta de dados ......................................................... 49

4.2.1 Escala para medição de atitudes ............................................................. 50

2.2.2 Elaboração da escala ............................................................................... 51

2.2.3 Validação da escala ................................................................................. 52

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................... 55

5.1 Caracterização do objeto de pesquisa .......................................................... 55

5.2 Mercado de atuação ..................................................................................... 56

5.2.1 Varejo ....................................................................................................... 56

5.2.2 Franchising .............................................................................................. 57

5.2.3 Bijuterias e acessórios ............................................................................. 58

5.3 Consumidor e local de atuação ..................................................................... 59

5.4 Instrumento atitudinal .................................................................................... 61

5.4.1 Descrição da Amostra .............................................................................. 61

5.4.2 Análise Exploratória Fatorial .................................................................... 62

5.4.3 Layout ...................................................................................................... 81

6 CONCLUSÂO ...................................................................................................... 94

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 97

ANEXO ................................................................................................................. 103

11

1 INTRODUÇÃO

São notáveis as mudanças que, na última década, impactaram de forma

definitiva o varejo, exigindo que o mesmo se adeque à nova estrutura.

Experiências de compra presencial, além dos mesmos benefícios

propiciados pelo e-commerce, resultam em um sentimento instantâneo de

gratificação e status, bem como uma série de outras situações. Em decorrência

desses fatos, profissionais e estudiosos da área apresentam uma preocupação

crescente em desenvolver os mais variados formatos, e também tecnologias,

possibilidades e produtos, buscando satisfazer cada vez mais seus clientes.

Logo, o conhecimento sobre seus consumidores é um fator decisivo para o

sucesso de qualquer negócio. São inúmeras as variáveis que possuem influência

sobre o comportamento humano, às quais o consumidor está exposto. Estas,

comumente, são divididas em: internas e externas. Sendo assim, o comportamento

de cada cliente é singular e, portanto, compreender como se comporta o

consumidor é algo extremamente complexo.

Dada a singularidade e a variabilidade do comportamento dos consumidores,

a maneira como estes agem tende a mudar em decorrência do local e do bem

consumido e, conforme já mencionado, o modo como os mesmos se comportam no

ponto de venda.

Em razão desta complexidade e competitividade de mercado, locais de

compra cada vez mais atrativos, que não se restringem – ou, pelo menos, não

deveriam se restringir - a variáveis externas, mas também consideram as internas,

intrínsecas e singulares do consumidor, como a situacional, se fazem cada vez

mais necessários.

Assim, surgiu a problemática deste trabalho, inserida na questão:

Considerando o ponto de venda objeto deste estudo, sua praça e cenário de

atuação, o varejo de bijuterias e acessórios, quais as principais variáveis,

ambientais e de layout, que exercem influência sobre o comportamento de compra

do consumidor?

A questão problematizada está circunscrita a seu aspecto quantitativo e

restringe-se, do ponto de vista geográfico, ao espaço e demografia do objeto de

pesquisa. Pode limitar-se, ainda, ao tamanho da amostra quanto a sua

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representatividade, bem como ao varejo de bijuterias e acessórios.

Tendo como foco este canal de distribuição, o varejo, busca-se propiciar

cada vez mais ferramentas para o seu aprimoramento. O presente trabalho

promoveu o estudo do comportamento do consumidor dentro do ponto de venda.

Para isso, teve como objeto de investigação uma unidade franqueada pela PinkBiju.

Ao delimitar-se ao setor de bijuterias e acessórios, esta pesquisa buscou

subsídios teóricos em uma revisão da literatura oriunda do estudo do

comportamento do consumidor e layout.

Nesse sentido, visou promover o levantamento das variáveis envoltas no

processo de escolha de consumo, do bem e da loja, dissertando e investigando as

mais diversas mutabilidades de influência do consumidor, seus comportamentos

dentro do ponto de venda, assim como sua percepção e necessidades, a fim de

propiciar uma aplicabilidade direta e imediata ao objeto de estudo do caso

proposto.

Em relação ao objetivo do trabalho, destacou-se a averiguação das

influências dos elementos que constituem o layout da loja sobre o comportamento

de compra do consumidor. Esta investigação se deu em dois momentos distintos: o

primeiro decorreu da revisão teórica em torno do tema, onde se procura evidenciar

se, de fato, esses elementos foram considerados pela franqueadora ao longo do

desenvolvimento do projeto; o segundo, por meio de uma análise exploratória,

buscou constatar se, realmente, tais elementos exercem influência de consumo

sobre o consumidor.

1.1 Justificativa da escolha do tema

O conhecimento sobre seus consumidores é fator decisivo para o sucesso

de qualquer negócio. São inúmeras as variáveis, às quais o consumidor está

exposto, que exercem influência sobre o comportamento humano; influências estas

comumente divididas em internas e externas. Sendo assim, o comportamento de

cada cliente é singular e, portanto, compreendê-lo é algo extremamente complexo.

O estudo do comportamento do consumidor vem ganhando cada vez mais

notoriedade. São inúmeras as análises frente a este campo, podendo variar seus

resultados e constatações, de acordo com a abordagem utilizada e as delimitações

13

de cada estudo. Por essa razão, os resultados oriundos de cada investigação não

podem, necessariamente, ser replicados em sua totalidade. Nesta pesquisa, em

especial, será dado enfoque ao layout da loja, considerando sua influência frente ao

comportamento de compra.

Segundo Blessa (2010), estudiosos e profissionais da área vêm dando

atenção especial à maneira como o consumidor pensa. Contudo, os modos como

estes pensam e agem não são, necessariamente, os mesmos, podendo até ser

extremamente conflitantes. Essa perspectiva não exclui as demais práticas

adotadas diante do consumidor; ao invés disto, sugere a inclusão das mesmas ao

estudo, bem como de suas atitudes frente ao seu comportamento.

Por meio de uma revisão da literatura oriunda do estudo do comportamento

do consumidor, esta pesquisa propôs uma análise aplicada ao caso proposto,

conflitando de forma assertiva os dados levantados, a fim de propiciar uma

aplicabilidade direta e imediata ao objeto de estudo em questão.

1.2 Objetivos

Envoltos na problemática central da pesquisa, os objetivos são declarações

claras e explícitas do motivo do qual decorre a investigação. Segundo Marconi e

Lakatos (2003), toda pesquisa deve iniciar-se do “para quê” e do “para quem” se

destina o trabalho.

Segundo Poupart (2008), o objetivo de uma pesquisa é definido, geralmente,

como uma lacuna que é preciso preencher, desta forma, um problema de pesquisa

se concebe como uma separação consciente, que se quer superar, entre o que nós

sabemos, julgamos insatisfatório, e o que desejamos saber, julgando desejável.

Assim sendo, o objetivo central desta investigação consiste em estudar ou

averiguar a influência dos elementos que constituem o layout da loja sobre o

comportamento de compra do consumidor. Como objetivos específicos são

apresentados os seguintes: identificar quais elementos constituintes do layout e da

atmosfera do ambiente de compra exercem maior influência sobre o

comportamento de consumo de bijuterias dentro do metrô; identificar se o

desenvolvimento do projeto arquitetônico do objeto deste estudo considerou os

elementos constituintes do layout; verificar quais elementos que constituem o layout

14

da loja, também objeto deste estudo, não contribuíram para uma atmosfera

favorável ao comportamento de compra.

1.3 Questões do estudo

Foram elaborados alguns questionamentos, já acima mencionados, que

consideramos relevantes no sentido de elucidar o objeto de estudo deste trabalho.

São eles que aqui destacamos mais uma vez:

1. Dentre os elementos que constituem o layout e a atmosfera do ambiente de

compra, qual exerce maior influência sobre o comportamento de compra do

consumidor de bijuterias dentro do metrô?

2. O desenvolvimento do projeto arquitetônico do objeto deste estudo

considerou os elementos constituintes do layout?

3. Há algum elemento que constitui o layout da loja, objeto deste estudo, que

não contribui para uma atmosfera favorável ao comportamento de compra?

1.4 Estrutura e organização do estudo

Este projeto segue organizado em elementos pré-textuais, textuais e pós-

textuais, sendo os elementos textuais estruturados em cinco capítulos distintos.

Os Capítulos I e IV reservam-se aos elementos essenciais no

encaminhamento de qualquer estudo. O Capítulo I apresenta a parte introdutória do

trabalho, explicitando os problemas, objetivos e justificativas do estudo. O Capítulo

IV se destina à parte metodológica do trabalho, abordando a maneira pela qual o

estudo e seu procedimento de coleta de dados foram encaminhados.

Os Capítulos II e III explicitam o aporte teórico do trabalho, sendo que o

primeiro promove uma revisão frente ao conceito oriundo do estudo sobre o

comportamento do consumidor, no qual serão abordadas as mais diversas

perspectivas de encaminhamento da investigação, bem como as variáveis de

influência sobre o comportamento de compra efetuada por este, considerando, até

mesmo, alguns dos modelos comportamentais de tomada de decisão sob uma

perspectiva cognitiva. Já o Capítulo III aborda as variáveis de layout e atmosfera de

compra criada pelo mesmo. Entende-se que o estudo destes pontos propiciará

15

ferramentas para a mensuração da relação entre o layout e o comportamento de

compra do consumidor.

O Capítulo V trata da análise dos resultados obtidos à partir da análise

exploratória junto da análise estatística dos dados coletados e apresenta a

descrição da empresa, considerando seu mercado de atuação, estrutura física,

funcional e seus produtos, bem como a análise do layout e de sua possível

influência sobre o comportamento de compra do consumidor.

Por fim, o Capítulo VI foi reservado para as conclusões obtidas ao longo do

encaminhamento do estudo.

1.5 Metodologia

Trataremos, neste momento, da parte metodológica da pesquisa, onde serão

abordadas as várias etapas do estudo. Para tanto, o mesmo foi iniciado pela

justificativa de escolha do tema a ser estudado, seguida dos objetivos da

investigação e de uma revisão da literatura, por meio da qual se verificou o que já

havia sido investigado sobre o assunto - comportamento do consumidor e layout -,

servindo de apoio para todo o desenvolvimento do trabalho.

A metodologia é composta pelos métodos científicos utilizados ao longo da

pesquisa, sendo esta indispensável uma vez que orienta o encaminhamento do

estudo. Nesse sentido, Malhotra (2005) define metodologia como um conjunto de

métodos, os quais serão encaminhados, de maneira cientifica, buscando o

entendimento claro de determinado evento, estando este, necessariamente,

atrelado aos objetivos previamente estabelecidos. Quanto ao método, propriamente

dito, este, será abordado de maneira aprofundada mais adiante, ao longo do

capitulo quatro.

16

2 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR

Evidenciamos, ao longo das últimas décadas, um movimento por parte do

mercado como um todo, tanto na relação entre as empresas e consumidores,

quanto na relação entre a oferta e a demanda. Movimentos como este propiciaram

grandes transformações no mercado, tais como: a falta de tempo por parte do

consumidor, a criação de novos canais de comunicação, entre outras.

Esse processo colaborou para que consumidores se tornassem mais

exigentes e ávidos por novidades e estímulos, dando início a um círculo virtuoso,

onde as empresas se aprimoram e os consumidores, frente a estes novos

estímulos, exigem cada vez mais. Assim sendo, estudar o comportamento do

consumidor objetivando entender como se dá seu comportamento de compra se faz

uma prática indispensável ao varejo.

Apesar de seu aspecto jovial, o estudo do comportamento do consumidor

tem conquistado mais espaço, paulatinamente, tanto no meio acadêmico quanto no

mercado. Fato que pode ser atribuído à sua aplicabilidade, a qual, por exemplo,

propicia ferramentas ao desenvolvimento de estratégias de segmentação de

mercado, o que também justifica o seu estudo por profissionais do campo de

análise sobre comportamento do consumidor que têm utilizado conceitos de muitas

áreas científicas, com a finalidade de tentar explicar o agir destes.

Para Kotler (2009), para que haja excelência frente às ações de marketing,

deve-se conhecer, na prática e na teoria, o comportamento de compra do

consumidor. Um problema muito comum vivenciado pelo mercado varejista é

justamente esta falta de informação. Logo, entender quem são e como se

comportam dentro do ponto de venda é de extrema importância para o êxito de

qualquer negócio.

Na concepção de Sheth, Mittal e Newman (2001), o comportamento do

consumidor compreende as atividades físicas e mentais realizadas, que resultam

em decisões e ações, a exemplo de compras, utilização de produtos, serviços,

aquisição ou consumo dos mesmos. Ou seja, visa a entender as razões que

motivam um indivíduo ou grupo de pessoas a adquirir determinado produto, como

despender de seus recursos, considerando dinheiro, tempo e esforço para adquirir

17

produtos, envolvendo o objeto, o motivo, a situação e o lugar, bem como a

constância de compra e uso do produto. Assim sendo, levando em conta o

dinamismo atual do varejo, encaminhar seu estudo de maneira assertiva se torna

pré-requisito, e não competitividade, no varejo.

Segundo Demirdjian (2004), o comportamento do consumidor pode ser

estudado frente às suas inúmeras perspectivas e questões voltadas à sua

aplicabilidade, estudo e aprendizado do mesmo. Contudo, o conhecimento que

envolve este estudo é de extrema complexidade, dada a sua característica

multidisciplinar, cuja replicabilidade deve se dar com extremo cuidado.

O estudo do comportamento do consumidor, comumente, é caracterizado

por duas abordagens distintas: a abordagem positivista e a não positivista.

As orientações de pesquisa podem ser simplificadamente divididas em duas abordagens: a perspectiva positivista que enfatiza a objetividade da ciência e o consumidor como indivíduo que toma decisões, e a perspectiva interpretativista que acentua o significado subjetivo da experiência individual do consumidor e dá a ideia de que qualquer comportamento está sujeito a múltiplas interpretações, em vez de a uma única explicação. (SOLOMON, 2002, p. 44).

A perspectiva positivista, também conhecida como tradicional ou moderna,

considera o mundo como um lugar racional e ordenado, com um passado, presente

e futuro claramente definidos. O pressuposto do racionalismo, ou seja, admitir um

ser humano como um tomador de decisões racional é, portanto, fundamental nesta

perspectiva. Dessa forma, ao assumir o mundo em que vivemos como algo único

podendo ser objetivamente medido, as causas do comportamento podem ser

identificadas, manipuladas e previstas. A partir de uma abordagem extremamente

prática, os resultados oriundos desta possuem aplicação direta ao fomento do

consumo e práticas de marketing.

Ainda dentro desta abordagem, há uma série de perspectivas, das quais, por

conveniência, podem-se salientar as perspectivas econômica, behaviorista,

psicanalítica, perspectiva e, por fim, cognitiva. Estas diferem entre si,

principalmente, quanto à sua ênfase em influências internas e externas e na

maneira de encarar o consumidor, englobando todos os processos envolvidos no

ato da compra, como o pré e pós-compra, transgredindo o ato por si só.

A perspectiva econômica encara o consumidor como um tomador de

decisões racionais, que objetiva o bem estar econômico, cujas escolhas de

18

consumo são pautadas por uma busca do maior benefício ao menor custo

benefício. Para Kotler (2009), alguns elementos que determinam as situações

financeiras de cada um são: renda disponível, economia e a relação entre as

despesas e os ganhos que afetam diretamente o comportamento individual de

consumo. Assim: “A situação econômica – determina não só o que comprar, mas

quando comprar.” (DIAS, 2005, p. 38).

A perspectiva behaviorista enfatiza o comportamento e suas relações com o

meio ambiente do indivíduo. O consumo, como qualquer outro tipo de

comportamento, é passível de observações e mensurações. Para os behavioristas,

o comportamento é algo inerente à previsão e ao controle. O desenvolvimento

desta corrente decorre da necessidade de compreender os fatores psicológicos

envoltos ao longo do processo de consumo: “Segundo o Behaviorismo, a resposta

dada pelo indivíduo no presente é uma consequência dos efeitos das respostas

emitidas por ele no passado.” (AGUIAR, 2005, p. 352).

A perspectiva psicanalítica, calcada na teoria psicanalista de Freud, admite o

consumo como a expressão de desejos inconscientes, sendo este o resultado da

busca de seus desejos e eliminação de qualquer estado de tensão de seu

consciente, trabalhando em uma busca constante pelo pleno bem estar. Assume-se

que as pessoas não chegam a compreender inteiramente suas motivações. Ao

realizar uma compra, o consumidor reage de maneira consciente e inconsciente.

Conforme Dias (2005), deve-se atentar que um objeto é comprado devido a

sua utilidade e representatividade. Alguns objetos podem satisfazer mais a

determinadas instâncias psíquicas que outros, assim como a satisfação desses

desejos pode entrar em conflito com os valores das pessoas, inibindo uma possível

compra. Esta teoria destaca-se, principalmente, pelo elemento da consciência

inconsciente, a qual é atribuída grande parte da responsabilidade do consumo: “De

acordo com Freud, as forças psicológicas que formam o comportamento do

consumidor são basicamente inconscientes e que ninguém chega a entender por

completo o as próprias motivações.” (KOTLER, 2009, p.183).

As perspectivas sociais e antropológicas oferecem ao profissional de

marketing uma compreensão mais aprofundada sobre a dinâmica social e cultural

que rege os processos de consumo. A variável cultural é considerada por Kotler

(2007) a de maior influência dentre as comportamentais de compra. Entende-se por

19

cultura os valores, percepções, preferências e comportamento de sua família. Já os

fatores culturais são definidos como grupos de referência, família, papéis sociais e

status considerados determinantes no comportamento do consumidor. Os valores

sociais são decisivos no processo de escolha, uma vez que o mesmo produto pode

ou não transmitir relevância para pessoas diferentes.

A perspectiva cognitiva é a mais utilizada de forma ampla. Esta perspectiva

considera o consumidor como um tomador de decisões cognitivas, que realiza suas

escolhas de acordo com:

A escola cognitiva da aprendizagem propõe que não há um processo automático de conexão entre os estímulos e resposta. O comportamento de uma pessoa depende tanto de escolhas conscientes como dos acontecimentos do meio sobre os quais ela não tem controle mas que atuam sobre ela. Desta forma, a aprendizagem é uma resposta a estímulos externos, porém inclui em sua análise os processos mentais internos da pessoa. (DIAS, 2005, p. 76).

Para Aguiar (2005), o processo cognitivo é individual e se insere no meio

social, envolvendo a percepção, o julgamento e a memória. Deve-se também

atentar ao fato de que o processo de aprendizagem não se restringe ao

processamento de informações, tendo os processos intuitivos como fatores de alta

relevância.

Já a corrente não positivista de pesquisa, também conhecida como

interpretativista ou pós-moderna, de acordo com Demirdjian (2004), concentra-se

em alcançar uma melhor compreensão do comportamento do consumidor, sem

intenção específica de influenciar os processos de consumo. A perspectiva pós-

moderna é calcada sob a ótica da questão volúvel e multifacetada das

experiências, onde uma mesma situação pode proporcionar as mais variadas

interpretações. Dada esta característica simbólica e subjetiva, as constatações

empíricas e a validação de qualquer teoria pós-moderna são passíveis de múltiplas

interpretações.

Uma linha de pensamento que questiona as noções clássicas de verdade, razão, identidade e objetividade, a ideia de progresso ou emancipação universal, os sistemas únicos, as grandes narrativas ou os fundamentos definitivos de explicação. Contrariando essas normas do Iluminismo, vê o mundo como contingente, gratuito, diverso, instável, imprevisível, um conjunto de culturas ou interpretações desunificadas gerando um certo grau de ceticismo em relação à objetividade da verdade, da história e das normas, em relação às idiossincrasias e a coerência de identidades

20

(EAGLETON, 1998, p. 7).

Desta forma, enquanto a corrente tradicional, comumente atestada frente a

modelos empíricos, com o intuito de propiciar modelos gerais, proporciona ganhos

sob um ponto de vista empresarial, no qual a principal motivação de trabalho

decorre da possibilidade de influenciar os consumidores, tendo como objetivo

central o consumo; a corrente pós-moderna, por sua vez, admite o consumo em si

como um simples componente dos eventos oriundos do comportamento de

consumo, não atribuindo mais ou menos importância a um único evento ao longo

do processo, mas se centra em variáveis de cunho subjetivo, proporcionando uma

reflexão extensa da literatura, sem necessariamente ter a intenção de alterar o

consumo ou influenciá-lo.

Ao confrontarmos essas duas correntes, ficam claros os ganhos decorrentes

de cada uma, de modo que o estudo delas não se sobrepõe um ao outro, mas se

complementa, impossibilitando, assim, admitir maior importância a uma em relação

à outra.

Conforme discorrido ao longo das questões anteriores, a disciplina do

comportamento do consumidor é interdisciplinar e, na tentativa de entender, ou até

mesmo prever, de que maneira se dá o comportamento do consumo, apresenta

conceitos oriundos de outras disciplinas como a Economia, a Psicologia, as

Ciências Humanas, Sociais e Antropológicas, entre muitas outras.

Logo, a delimitação do tema só se torna possível frente a estudos

específicos ou sob uma perspectiva pontual que possa fornecer informações

intrínsecas e de interesse do investigador, o que, é claro, limitaria a pesquisa como

um todo, podendo, até mesmo, induzir o investigador a falsas constatações. Sendo

assim, este estudo deve-se encaminhar de maneira extremamente cautelosa,

atendo-se, pontualmente, ao propósito do mesmo, não se entendendo mais que o

necessário para o seu encaminhamento.

2.1 Comportamento de compra

O comportamento de compra do consumidor é influenciado por inúmeras

variáveis, tanto externas quanto internas, e se estendem do ato de desejo, carência

e necessidade no interior do ponto de venda, antes de chegar a este ou até o

21

momento do pós-venda.

Segundo Pachauri (2002), o estudo do comportamento de compra do

consumidor, como já citado, pode ser encaminhado pelo viés das mais distintas

disciplinas, das quais podem se destacar a Sociologia, a Psicologia e a

Antropologia, diferindo entre si, principalmente, quanto a sua ênfase em influências

internas e externas e pela maneira de encarar o consumidor.

Para Kotler (2009), o comportamento do consumidor é influenciado por

fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos. Alguns autores, como Dias

(2005), entendem o ponto de venda como uma variável capaz de influenciar a

atitude do consumidor. Contudo, segundo Baumeister (2002), um mesmo

consumidor pode reagir das mais distintas maneiras frente à opção de consumo de

um mesmo produto, o que é definido pelos pós-modernos como multifacetado. O

consumidor age de acordo as suas necessidades pontuais, adotando o consumo

por si só como um ato que transcende a este próprio, uma atitude que representa

como está naquele determinado momento, a partir dos valores simbólicos do

consumo. Este comportamento multifacetado pode ser simultâneo, ou não, o que

representa uma das principais características do consumidor pós-moderno, o

caráter fugaz do consumo.

Figura 1- Variáveis de influência

Fonte: Adaptado de Kotler 2009

2.1.1 Fatores culturais

Remetem às influências propiciadas por parte da cultura, entendida como os

valores, percepções, preferências, comportamentos de família e de outras

instituições. Esses fatores são considerados por Kotler (2009) como os de maior

22

influência dentre as variáveis comportamentais de compra, visto que a formação do

indivíduo decorre de sua inter-relação com o meio no qual está inserido.

Na sociedade atual, os ícones culturais e os comportamentos são

transmitidos de um país ou estado para outro, por meio da mídia ou internet. O

resultado disso é uma grande variedade cultural, em que os produtos e modismos

populares de uma cultura se tornam populares em outra. As pessoas crescem em

uma determinada sociedade que molda suas crenças e valores básicos e estes

moldam atitudes e comportamentos específicos do dia a dia. Absorvem uma visão

de mundo que define seu relacionamento com os outros. Dessa forma, o indivíduo

como um todo está literalmente envolvido em questões culturais.

Segundo Blackwell et al. (2005) , dois importantes elementos da cultura são

os valores e as normas. Estas últimas são regras de comportamento mantidas pela

maioria ou, pelo menos, por consenso do grupo sobre como os indivíduos devem

se comportar. Representam, portanto, as crenças dos vários grupos existentes em

uma sociedade.

Dessa forma, Levy (1992) define o consumo como o processo de

individualização de cada um, sendo o ato de consumir um recurso que transcende

o consumo por si só, capaz de fomentar ascensões sociais e mudanças no ciclo de

vida. Assim falando, a cultura afeta direta e indiretamente como os indivíduos

consomem em qualquer mercado, no caso deste estudo, dentro do ponto de venda,

sejam bens ou serviços, afetando os produtos em específico, e influencia a tomada

de decisão individual e a comunicação em uma sociedade em geral.

De acordo com Kotler (2009), cada cultura, por sua vez, é composta por

subculturas que propõem identificação e socialização mais específicas. Ainda

dentro dos fatores culturais encontramos as estratificações sociais que variam

quanto ao nível de cultura para cultura, transfiguradas, em sua maioria, na forma de

classes sociais. Estas são ordenadas hierarquicamente, podendo ou não haver

mobilidade dentro desta estratificação e que variam conforme sua rigidez, valores,

interesses, grau de instrução, bens, renda e comportamentos de seus integrantes.

Entender como cada subgrupo social se comporta propicia ferramentas que

possuem grande aplicabilidade e disseminação no varejo.

Ainda sobre o âmbito social, o estudo referente à estratificação social possui

grande relevância, sendo uma das principais variáveis utilizadas na segmentação

23

de mercado. Pessoas de níveis sociais semelhantes tendem a ter um mesmo

comportamento, o qual diverge das que integram classes sociais diferentes das

suas.

Segundo Dermidjian (2004), variáveis como papéis sociais e status são

determinantes no comportamento do consumidor. Os valores sociais são decisivos

no processo de escolha, pois o mesmo produto pode ou não transmitir importância

para pessoas diferentes. Assim sendo, determinada loja ou ambiente pode

influenciar de forma positiva ou negativa diferentes consumidores, sendo

indispensável o seu entendimento a fim de direcionar da melhor maneira possível

os estímulos do ponto de venda.

2.1.2 Fatores Sociais

De acordo com Pachauri (2002), Abrangem grupos de influência do

comportamento de compra do consumidor que, de alguma forma, influenciam direta

ou indiretamente as atitudes ou a atitude de uma pessoa. No caso, os

consumidores acabam sofrendo influência tanto de grupos pertencentes quanto de

não pertencentes. No primeiro caso, teremos influências dos grupos de referência e

dos de afinidade. Os grupos de referência servem como orientação e os de

afinidade exercem influência de níveis diferentes, estes classificados como

primários e secundários. A família, dentro do grupo de afinidade primária, é a de

maior influência, dividida em família de orientação, formada pelos irmãos e pais, e

família de procriação, formada pelos filhos e o cônjuge.

Conforme já mencionado, os consumidores também sofrem domínio de

grupos aos quais não pertencem, os chamados grupos de aspiração e dissociação,

nos quais são influenciados tanto de maneira positiva, onde há aceitação daquele

grupo e desejo de fazer parte do mesmo, quanto de maneira negativa, onde os

valores e comportamentos são rejeitados. Segundo Churchill e Peter (2000), estas

influências são transmitidas aos consumidores de maneira indireta; logo, parte do

indivíduo, no caso deste estudo o consumidor, se importar e se preocupar com os

sentimentos partilhados pelo grupo, acarretando diretamente no seu

comportamento de consumo.

Ao longo de sua vida, as pessoas tendem a participar de uma série de

24

grupos sociais e cada um deles exige um papel a ser interpretado, que, por sua

vez, carrega certo status. É comum uma pessoa interpretar mais de um papel em

determinado ponto de sua vida. Uma pessoa pode muito bem exercer a profissão

de médico e ser técnico de futebol do time juvenil de seu bairro; ambos papéis

diferentes, com status diferentes, interpretados pela mesma pessoa. Logo, um

mesmo consumidor pode ser influenciado por mais de um grupo, de tal maneira

que, ao focar seus esforços em apenas um deles, permite que as empresas atinjam

mais de um indivíduo.

2.1.3. Fatores pessoais

Para Kotler (2009), as decisões do comprador também são influenciadas por

características pessoais, como por exemplo, a idade e estágio no ciclo de vida,

ocupação, circunstâncias econômicas, de personalidade, autoimagem, estilo de

vida e valores.

Ao longo da vida de cada pessoa, conforme há mudanças de seus hábitos e

expectativas, também ocorrem as transformações de seus hábitos de consumo.

Churchill e Peter (2000) definem como ciclo de vida da família o conjunto de

estágios pelos quais as pessoas passam ao longo de sua existência. Tais estágios

podem influenciar o comportamento de compra do consumidor, os quais poderiam

ser divididos em: solteiros e viúvos, doença, carreira, divórcio, casais sem filhos e

casais com filho. Atualmente, idade e estágio no ciclo de vida são um dos critérios

de segmentação de mercado utilizados de maneira mais ampla pelos profissionais

de marketing. Por essa razão, o claro entendimento frente às transições ocorridas

ao longo da vida do consumidor se faz indispensável para o encaminhamento do

estudo do comportamento deste.

Para Kotler (2009), alguns elementos que determinam as situações

financeiras de cada um, tais como renda disponível, economia e a relação entre as

despesas e ganhos, afetam diretamente o comportamento de consumo de cada

consumidor. A ocupação e as circunstâncias econômicas de cada um têm grande

influência sobre as tendências de consumo individuais. Cada cargo possui uma

série de pré-requisitos e benefícios. Alguns destes podem propiciar uma condição

econômica mais favorável que beneficia o consumo de bens de maior valor

25

agregado. Um cargo também pode exigir o consumo de bens específicos, é o caso

da compra de um terno por um advogado, por exemplo. Nesse sentido, verificamos

que: “A situação econômica determina não só o que comprar, mas quando

comprar.” (DIAS, 2005, p. 38).

Taxas de juros podem alavancar tanto positiva quanto negativamente o

consumo das pessoas, cabendo aos profissionais de marketing sempre se ater a

possíveis mudanças na economia. A percepção de como cada pessoa vive, suas

peculiaridades, expressas na prática de atividades e em seu comportamento, por

meio de seus interesse e opinião, são definidas através do estilo de vida.

Segundo Aguiar (2005), a personalidade de cada um se revela na interação

do indivíduo com seu meio ambiente e individualiza a maneira de ser, de pensar, de

sentir e de agir específico e esta interação contínua proporciona modificações

sobre as características pessoais ao longo da vida de cada pessoa. Devido a estas

singularidades, podemos reagir de forma diferente aos mesmos estímulos. Por

sermos singulares, possuímos traços de personalidade diferentes e estas

diferenças acabam por influenciar nosso comportamento de compra. Sendo assim,

o conhecimento sobre a personalidade individual contribui para a previsão do

comportamento de cada consumidor. Contudo, por ser algo mutável ao longo da

vida, a personalidade não fornece informações suficientes para rotular e prever,

com certeza, o comportamento de compra do consumidor.

2.1.4 Fatores psicológicos

Conforme evidenciado ao longo deste estudo, o comportamento de compra é

influenciado por variáveis externas e fatores sociais, sendo estes processados

psiquicamente, o que resulta na atitude de consumo. O processamento de todas

estas variáveis é traduzido por meio de uma modelagem chamada de fatores

psicológicos, sendo esta a junção de determinadas características do consumidor,

as quais podem encaminhar ao comportamento aquisitivo de bens. Dada a sua

subjetividade e complexidade, o aporte teórico deve transcorrer, de maneira geral,

por intermédio de suposições. O entendimento da existência deste processo

propicia ferramentas úteis no desenvolvimento do layout do ponto de venda.

Os fatores psicológicos, segundo Kotler (2009), possuem quatro aspectos

26

capazes de influenciar suas atitudes, o que pode ocasionar um comportamento de

compra: motivação, percepção, aprendizagem e memória

- Motivação

É a maneira como cada indivíduo reage diante dos diversos estímulos

recebidos, proporcionando sensações positivas ou negativas, as quais podem ou

não motivar as pessoas, por meio da realização de necessidades e satisfação de

desejos. Para Cobra (2006), é a partir da motivação que se dá a necessidade de

consumo das pessoas, que podem ser hierarquizadas e simultâneas, sendo esta o

impulso que leva a pessoa a agir. É uma necessidade que se torna suficientemente

premente, impulsionando à busca pela satisfação.

De acordo com Rafeedie (2006), a motivação transcreve o desejo latente de

satisfação de alguma precisão e está intimamente ligada às razões que levam o

consumidor à compra. Não sendo a motivação o objeto deste estudo, não cabe a

sua exaustão. Contudo, faz-se necessária a apresentação desta a fim de propiciar

ferramentas frente ao comportamento de compra do consumidor. Para tanto, serão

apresentadas três das mais conhecidas teorias relacionadas à motivação.

As forças psicológicas que formam o comportamento do consumidor são

basicamente inconscientes, de modo que ninguém chega a entender por completo

as próprias motivações (KOTLER, 2009). Assim, reafirma-se que as pessoas não

chegam a compreender inteiramente suas justificativas. Ao realizar uma compra, o

consumidor reage de maneira consciente e inconsciente. Segundo Dias (2005),

deve-se atentar para o fato de que um objeto é comprado devido a sua utilidade e

representatividade, sendo que alguns deles podem satisfazer mais a determinadas

instâncias psíquicas que outros, assim como a concretização desses desejos pode

entrar em conflito com os valores das pessoas, inibindo uma possível compra.

Por outra perspectiva, Abraham Maslow procurou explicar a motivação frente

a uma correlação entre os impulsos motivacionais e os momentos de suas vidas. A

base desta teoria está na hierarquização das necessidades, das mais urgentes

para as menos urgentes, e não do simples pressuposto de que o comportamento

humano possa ser traduzido pelo modelo estímulo e resposta. Segundo Kotler

(2009), esta teoria busca explicar porque os indivíduos são motivados por

27

necessidades específicas em determinados momentos, por meio de uma

hierarquização, de ordem crescente de valor e estática, classificando-as como:

fisiológicas, de segurança, sociais, de autoestima e realização. A Figura 2 mostra

como se apresenta a modelagem deste construto.

Figura 2 – Pirâmide de Maslow

Fonte: Adaptado Aguiar (2005)

De acordo com Aguiar (2005), apesar da teoria de Maslow não possuir

suporte científico, sua aplicabilidade e simplicidade de compreensão faz com que

ainda seja muito usada em cursos de Administração.

Frederick Herzerb colaborou para o estudo por meio da criação da teoria de

dois fatores, onde há os insatisfatores, causadores da insatisfação, e os

satisfatores, que causam satisfação. Os insatisfatores, por si só, não são

suficientes para motivar a compra, sendo necessária a existência de satisfatores.

Logo, esta teoria possui duas implicações: evitar os insatisfatores e identificar e

explicitar os satisfatores. Segundo Kotler (2009), sua proposição parte de dois

princípios: o primeiro, dentro do ponto de venda, busca evitar a criação e qualquer

elemento de insatisfação e o segundo, por parte do fabricante, torna-se

responsável pela incorporação de elementos de satisfação ao produto.

Assim, a construção de novos modelos aplicáveis com uma capacidade de

auxiliar na identificação de fatores que incitam a motivação do consumo, tem se

caracterizado como uma das linhas de pesquisa de representatividade ampla ligada

ao estudo do comportamento do consumidor.

28

- Percepção

Não importa por onde passemos, são diversos os estímulos a que uma

pessoa é exposta ao longo do seu dia, seja por meio de mídias, jornais, televisão,

internet, entre outros, os quais levam a mensagem da empresa até o consumidor.

Diante dessa poluição comunicacional, as pessoas tendem a reagir a alguns e

ignorar outros, tendo uma percepção diferente dos mesmos estímulos. Assim,

podemos destacar que: “Percepção é o processo pelo qual as pessoas selecionam,

organizam e interpretam informações para formar uma imagem significativa do

mundo.” (DIAS, 2005, p. 74).

O papel do estímulo dá ao comportamento operante caráter especial. O comportamento não é o dominante pelo cenário atual, como parecia ocorrer na psicologia do estímulo-resposta; não é “limitado pelo estímulo”. Não obstante, a história ambiental ainda mantém o controle: dotação genética da espécie, mais as contingências às quais o indivíduo foi exposto, determinam aquilo que perceberá. (SKINNER, 1994, p. 66).

Conforme Skinner (1994), o processo de percepção não é passivo ao meio.

Acentuando-se, ainda mais, no momento da compra, enquanto para os gestaltistas,

a percepção possui cinco características: subjetividade, seletividade, simplificadora,

temporal e cumulativa. O estudo do comportamento deveria ser averiguado nos

seus aspectos mais globais, levando em consideração as condições que alteram a

percepção do estímulo.

Segundo Cobra (2006), o processo de percepção no comportamento do

consumidor reúne três passos importantes:

1) Sensação: atentar-se a um objeto ou evento do ambiente, com um ou mais

dos cinco sentidos.

2) Organização: categorizar, classificando o estímulo percebido de acordo com

categorias semelhantes de objetos armazenados na memória.

3) Interpretação: acrescentar significado a um estímulo, formando uma “regra”

sobre o objeto ser ou não apreciado e, também, sobre o valor que lhe seria

atribuído por aquele que o percebe.

Para Kotler (2009), ao passo que uma pessoa motivada está pronta para

agir, a maneira pela qual cada uma age é influenciada pela percepção que a

29

mesma possui da situação. Esta percepção não necessariamente é a que

corresponde ao real, sendo a que cada pessoa tem da realidade, e não a própria,

de fato. Para o marketing, o mais importante é a percepção de cada um, pois é esta

a que, efetivamente, influencia o comportamento individual das pessoas.

A percepção de cada um se dá por meio de três processos distintos:

1) Atenção seletiva: assume que as pessoas estão mais aptas a perceber

estímulos que estão relacionados às suas necessidades momentâneas, que

sejam previsíveis e possuam um desvio maior em relação a um impulso

normal.

2) Distorção seletiva: é a tendência das pessoas de interpretar as informações

de acordo com as suas premissas.

3) Retenção seletiva: as pessoas tendem a reter as informações que reforcem

suas ideias e valores.

Hanna (2013) define o conceito de percepção como uma variável capaz de

influenciar o comportamento de compra do consumidor dentro do ponto de venda,

sendo este um processo onde o indivíduo organiza e interpreta as sensações num

conjunto significativo, entendendo, assim, uma variável de suma importância ao

longo da trajetória deste estudo.

- Aprendizagem

Grande parte do comportamento humano é aprendida e, no entender de

Kotler (2009), a aprendizagem são todas as mudanças ocasionadas no

comportamento de um indivíduo em função de suas experiências. “Segundo o

Behaviorismo, a resposta dada pelo indivíduo no presente é uma consequência dos

efeitos das respostas emitidas no por ele no passado.” (AGUIAR, 2005, p. 352).

Além do mais: “Os teóricos da aprendizagem acreditam que ela nasce da interação

ente impulsos, estímulos, sinais, repostas e reforços.” (KOTLER, 2009, p.185).

Desse modo, o processo de aprendizado se traduz e implica o

desenvolvimento das relações entre estímulo e resposta. No entanto, a resposta,

como comportamento observável, decorre da interpretação em relação a este. Logo

a resposta a determinado estímulo é resultado da percepção do indivíduo e não,

necessariamente, decorrente do próprio estímulo.

30

Para Aguiar (2005), o processo cognitivo é um processo individual inserido

no meio social, o qual envolve a percepção, o julgamento e a memória. Contudo,

deve-se, também, se atentar ao fato de que o processo de aprendizagem não está

restrito ao processamento de informações, tendo os processos intuitivos como

variáveis a serem consideradas. Assim sendo, dentro do ambiente da loja, a

aprendizagem da informação apenas se dará a partir do momento em que os

consumidores prestarem atenção aos estímulos a que estão expostos, sendo

posteriormente produzido um tipo de sensação que poderá ser favorável ou não à

marca ou ao produto em questão. Neste momento, evidencia-se uma íntima relação

entre a percepção e o aprendizado, sendo que o segundo decorre do primeiro.

- Memória

O armazenamento das informações aprendidas de maneira que o indivíduo

conseguirá acessá-las mais tarde é conhecido como memória e faz parte do

processo cognitivo de cada um. Levy (1994) enfatiza a capacidade do consumidor

em conduzir um aprendizado do mundo ao seu redor, bem como de si mesmo.

Kotler (2009) assume, assim como os cognitivos, que a memória é dividida

em curto e longo prazo, diferenciando-se entre si em relação ao tempo de

armazenamento destas informações. Segundo Hanna (2013), este assume um

processo a mais no que diz respeito ao seu desenvolvimento: a memória sensorial.

Trata-se de um processo automático e instantâneo onde o processamento das

informações se dá por meio dos cinco sentidos.

Apesar desta distinção, ambos concordam quanto ao caráter associativo da

memória, sendo conectadas e armazenadas por meio de ligações que variam de

acordo com a intensidade. Desse modo, um ambiente que remeta a uma

experiência ou a uma sensação satisfatória poderá ser conectado a outra memória

positiva, propiciando uma atitude favorável frente àquele estabelecimento.

2.2 Modelos de comportamento de compra

Dentro do estudo do comportamento do consumidor, boa parte se reserva

aos modelos de atitude de compra, de tal forma que estudar o mesmo sem passar

31

pelos modelos de tomada de decisão tornaria o estudo superficial. Assim sendo,

este tópico reserva-se ao assunto, considerando sua aplicabilidade e limitação,

justificando a escolha da compra como objeto desta análise.

Assael (1992) promovem o estudo do comportamento de consumo tendo em

consideração, principalmente, o viés das experiências de compra e não apenas o

processo por si só. Dessa forma, o autor admite o consumo frente às necessidades

marginais e emocionais, considerando, também, o processo de compra como um

sistema complexo, o qual pode ou não variar de acordo com o grau de

envolvimento na tomada de decisão, tornando-se extremamente singular, podendo

assumir propriedades duradoras ou situacionais, bem como sua extensão

processual.

A inter-relação entre estas variáveis resulta em três modelos distintos de

tomada de decisão: o complexo, que ocorre quando há um alto envolvimento ao

longo de um extenso processo de tomada de decisão; o limitado, quando há um

baixo envolvimento ao longo de um extenso processo de tomada de decisão; o

decorrente da marca, que acontece frente a um alto envolvimento ao longo de um

processo de tomada de decisão habitual, devido a comportamentos aprendidos; a

inércia, quando há um baixo envolvimento ao longo de um processo de tomada de

decisão habitual, onde a conveniência acaba se sobrepondo as demais variáveis e

resulta da ausência de tempo para uma tomada de decisão mais complexa.

O Quadro 1 a seguir, destaca algumas características destas variáveis:

Quadro 1 - Características de três tipos de tomada de decisões dos consumidores.

Fonte: Churchill e Peter (2005, p. 152)

Portanto, há um moderado envolvimento do consumidor com a compra.

Existem várias marcas, vendedores e características de produtos avaliados.

32

Algumas fontes de informações consultadas são internas e outras, externas e o

tempo investido do cliente é escasso. Após os consumidores sofrerem influências

internas e/ ou externas de compra, tomam suas decisões.

Tal processo possui sete estágios, de acordo com Engel (2005). Os

consumidores optam por comprar ou consumir um produto no intuito de resolver

algum problema, uma insatisfação, tanger alguma necessidade ou desejo,

conforme demonstrado na Figura 3:

Figura 3 - Processo de decisão de compra

Fonte: Blackwell, Miniard e Engel (2005, p. 73)

Segundo o Blackwell et al (2005), o processo de compra passa por uma

inter-relação de cinco fases distintas: o reconhecimento do problema, que traduz

uma necessidade e/ou desejo, os quais decorrem de uma série de variáveis; as

experiências passadas, podendo ser positivas ou negativas; as características do

consumidor - demografia, personalidade e “lifestyle” -, esta extremamente

condicionada aos benefícios desejados e à preferência por determinada marca; os

motivos de consumo, que levam o consumidor a agir, podem apresentar

propriedades situacionais ou decorrentes do objetivo desejado, sendo que o de

maior intensidade acaba por se sobrepor ao outro; as influências do ambiente, onde

o consumo, por si só, transcende a utilidade marginal do bem e, mais do que isto,

entende que o ato de consumo possui forte papel social. Assim, o autor traz alguns

33

conceitos a fim de exemplificar esta variável – ciclo de vida e papéis sociais. Por

fim, os estímulos do ambiente de marketing, em que os consumidores buscam

informações em propagandas de market e, até mesmo, dentro das próprias lojas.

A inter-relação destas variáveis resulta em um estado emocional e, quando

há uma disparidade entre este estado e algo desejado, o mesmo é impulsionado a

agir através de ações que podem ser de cunho hedonista ou de cunho marginal. O

reconhecimento desta necessidade acarreta um estado psicológico e este, por sua

vez, é composto pelos benefícios procurados, que julgam importantes ao escolher

entre uma marca ou outra, e pelas atitudes que decorrem da marca, predisposições

na escolha de uma marca ou outra.

Ao resgatar as fases do modelo de tomada de decisão destacaremos alguns

aspectos que consideramos importantes para este trabalho. São eles:

1) Busca por informações: envolve os processos de exposição que, em geral,

correspondem a um processo seletivo utilizado pelo consumidor como

reforço de suas atuais concepções;

2) Percepção: o consumidor seleciona, organiza e interpreta o estímulo, do

mesmo modo que o processo de exposição é utilizado como reforço de suas

concepções atuais;

3) Retenção: toda informação é encaminhada para armazenamento na

memória, composta por informações e experiências passadas;

4) Avaliação das alternativas: o resultado do processamento das informações

usa dados atuais e passados para definir sua escolha. O sistema que traduz

esta avaliação decorre da relação entre a associação de benefícios do

método avaliativo, que pode se dar de maneira marginal, do método

compensatório ou hedônico, do método “descompensatório” e da satisfação

esperada, que decorre do método avaliativo utilizado;

5) Compra: inicia-se com a intenção, decorrente da satisfação esperada de

determinado produto. Uma vez que o ato de compra em si é resultado da

escolha do produto e determinação de quando e onde comprar, entende-se

que este também pode resultar em uma ação de não compra;

6) Consumo: momento em que, de fato, há o aproveitamento do produto

comprado, consumo esse não necessariamente realizado por quem o

comprou;

34

7) Pós-compra: processo pelo qual o consumidor, e não o comprador, avalia,

de acordo com as suas expectativas, o ato da compra, o que pode resultar

em satisfação ou em insatisfação; em alguns casos, quando há uma

disparidade frente a duas ou mais crenças, ocorre o processo de dissonância

cognitiva, finalmente culminando no descarte.

Kotler (2009) ressalta que os consumidores não passam necessariamente

pelas sete etapas ao adquirir um produto. Podem pular ou mesmo inverter algumas

delas. Como acontece com um comprador que já possui a sua marca “preferida”,

passando direto da necessidade para a decisão de compra. No entanto, ressalta-se

que: “Contudo, esse modelo proporciona uma boa referência, uma vez que ele

capta a gama total de considerações que surgem quando um consumidor se

depara com uma nova compra altamente envolvente.” (KOTLER; KELLER, 2009, p.

189).

Por fim, estudar o comportamento do consumidor e as influências sofridas

por estes na decisão de compra pode fornecer sugestões à empresa de como

atingir e servir aos clientes de maneira mais efetiva.

Ashley et al. (2005) promovem uma revisão da literatura, de maneira

cronológica, estudando os modelos de comportamento de compra e os principais

benefícios dos mesmos ao campo da pesquisa, salientando seus prós e contras,

bem como suas limitações frente a constatações empíricas e a sua replicabilidade.

Ao longo desse, os autores trazem as três principais correntes da teoria de

tomada de decisões que passamos a destacar: a normativa, que admite o

consumidor como alguém que busca a utilidade máxima frente a suas escolhas e

assume que os consumidores sabem com certeza suas preferências. A

behaviorista, que entende o consumidor como alguém com racionalidade limitada, o

qual não, necessariamente, busca a maximização diante do consumo; mas, na

verdade, procura a satisfação de seus desejos, nem sempre pré-estabelecidos,

podendo variar de acordo com a sua própria situação, seu humor e o ambiente, por

exemplo. A naturalista, que admite o estudo do comportamento como algo que

deve ser encaminhado por meio de observações de fatos cotidianos,

correlacionando o sistema, a problemática em si e os resultados desta.

Assim sendo, dada a complexidade do mundo moderno, o excesso de

informações que nos são despejadas diariamente, entre outras variáveis,

35

contribuem para que o consumidor não se atenha a um modelo pré-definido, mas

sim a um modelo adaptativo, o qual é multifásico, e não monofásico. Ao longo do

processo de compra, utilizando deste portfólio de estratégias, o consumidor acaba

simplificando todo o processo a fim de torná-lo mais acessível frente à tomada de

decisões.

Levy (1994) discorre sobre as variáveis no estudo do comportamento de

compra, tais como a análise da estratificação social e do ciclo de vida, denotando

aspectos relacionados à percepção e variações frente ao comportamento, deixando

clara a inter-relação entre disciplinas, como a Psicologia e a Sociologia, na

formatação de modelos de comportamento de compra. Define, ainda, o

comportamento de compra como uma relação entre fatores externos e internos, o

qual não poderia ser exemplificado ou replicado de maneira universal por um único

modelo específico. Corroborando o pensamento de Pachauri (2002), atem-se ao

fato destes modelos serem construídos frente a uma única perspectiva, a cognitiva,

que acaba por restringir o portfólio de possibilidades do consumidor frente aos mais

distintos estímulos, bem como apresentarem sérias restrições quanto a sua

aplicabilidade.

Como pode se evidenciar ao longo deste capítulo, independentemente do

modelo adotado e da consideração de qualquer uma de suas variáveis, internas ou

externas, a única fase mensurável ao longo do processo de tomada de decisão é a

compra. Sendo assim, justifica-se a mesma como objeto deste estudo. Entende-se

qualquer tentativa de mensuração do impacto gerado por um estímulo, dentro do

ponto de venda, que não fosse a compra, como não mensurável e mais superficial

do que as próprias limitações impostas por este estudo.

Contudo, a compra, por si só, faz parte de um processo muito mais extenso,

sendo que sua compreensão poderia ser encaminhada de maneira inapropriada

caso a mesma fosse estudada de modo isolado, independentemente de todas as

limitações impostas pelos modelos comportamentais pré-estabelecidos. Dessa

forma, cabe aos profissionais da área o pleno entendimento frente a todas estas

variáveis de influência e também aplicá-las no desenvolvimento de ambientes

propiciatórios que remetam ao comportamento de compra.

36

2.3 Atitude e o comportamento do consumidor

Ao longo deste capítulo encaminhou-se um estudo sobre as diversas

perspectivas de análise frente ao comportamento do consumidor, considerando,

também, como se dá o seu processo de tomada de decisão, o que possibilitou

justificar a escolha da variável de compra como objeto deste trabalho. Com o

objetivo de compreender como o consumo é influenciado pelo layout da loja, foi

estabelecida uma relação entre as atitudes e o comportamento de compra do

consumidor.

De acordo com Blackwell et al. (2005), a atitude se traduz na avaliação geral

de uma alternativa ou objeto - aquilo que os consumidores gostam e não gostam.

Assim, desempenham papel importante ao longo da modelagem do

comportamento.

Fishbein e Ajzen (1975, p. 216) definem atitude como um “[...] sentimento

positivo ou negativo de um indivíduo com relação a um determinado objeto de

comportamento”. Segundo Lima (1996), apesar das mais distintas definições, todas

elas apresentam três pontos em comum: as atitudes correspondem a experiências

subjetivas; são referidas a um objeto, a uma pessoa ou a uma situação; e incluem

uma dimensão avaliativa.

Segundo Lacerda (2007), o entendimento da atitude se faz indispensável aos

profissionais e estudiosos de marketing ao longo do encaminhamento do estudo do

comportamento do consumidor. Conforme já mencionado, ao longo da metodologia,

a atitude é composta por três componentes distintos: cognitivo (conhecimento sobre

o objeto), afetivo (como o consumidor se sente, afetivamente, em relação a um

objeto de atitude) e conativo (intenção ou comportamento desejado relativo ao

objeto).

Em sua maioria, os estudos oriundos do comportamento do consumidor

frente às atitudes centram-se na necessidade de prever o comportamento. Para

tanto, o estudo geralmente é encaminhado de maneira contínua, com controle do

tempo e do espaço, de modo que haja pouquíssimos elementos não previstos que

possam vir a influenciar o comportamento.

Daí o encaminhamento dos estudos a partir de uma perspectiva conativa, na

qual, segundo Sheth (1974), o comportamento é definido como uma função de

37

dada intenção comportamental e de fatores situacionais que não puderam ser

previstos pelo indivíduo no momento em que expressou sua intenção.

Entretanto, o presente estudo não visa prever o comportamento de compra,

mas buscar indícios de relação entre este – já efetuado - e os elementos que

constituem o layout da loja. Dessa maneira, a influência será estudada por

intermédio das atitudes do consumidor perante os elementos que constituem o

layout do estabelecimento.

O componente cognitivo, utilizado neste estudo, admite o consumo como a

transcrição de um processo de aprendizado que ocorre ao longo da vida. Segundo

Fishbein e Ajzen (1975), a atitude pode ser transcrita pelo modelo Estímulo-

Organismo-Resposta (E-O-R), que será explicado mais adiante. Contudo, vale

ressaltar que este modelo, apesar da predominância cognitiva, também aborda

elementos afetivos, resultantes de um processo cognitivo no qual o indivíduo

percebe uma informação (estímulo) e a interpreta cognitivamente para, então,

avaliá-la afetivamente.

Fishbein e Ajzen (1975) afirmam que as atitudes são importantes fatores na

previsão do comportamento humano. Assim sendo, apesar de não ter como

objetivo prever o comportamento, seu estudo pode ser encaminhado por intermédio

das atitudes dos consumidores. Por essa razão, ao traçar correlações entre as

atitudes formadas pelo consumidor frente aos estímulos provenientes do layout da

loja - ainda que insuficientes para atestar uma relação direta de causa e efeito -, é

possível evidenciar indícios da relação entre o layout e o comportamento de

compra. Essa relação propicia um melhor entendimento de como ocorre o processo

de influência em estudo e fornece ferramentas úteis ao longo de sua elaboração

38

3 O IMPACTO DO LAYOUT E DA ATMOSFERA DO PONTO DE VENDA NO

COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR

Como evidenciado ao longo do último capítulo, o comportamento de compra

se traduz em um modelo extremamente complexo, criticado, principalmente, por

sua dificuldade em ser testado. Contudo, o mesmo serviu como parâmetro para um

melhor entendimento de como se dá a fase de compra, objeto deste estudo, no

processo. Foi possível, também, evidenciar como o comportamento de compra é

influenciado, tanto por variáveis externas quanto internas, sendo a mensuração de

todas estas variáveis, dentro do ponto do venda, algo impraticável.

Todavia, o encaminhamento do estudo do comportamento de compra frente

a uma única variável poderia propiciar aplicações empíricas e contribuições à

literatura. A variável escolhida, de acordo com as características pessoais do

pesquisador, bem como por conveniência, foi a influência do ambiente criado pelo

layout do ponto de venda. Para tanto, todas as outras variáveis serão

desconsideradas ao longo da análise, sendo esta voltada para a relação entre o

layout e o comportamento de compra, na tentativa de mensurar a incidência e o

impacto desta relação.

O termo layout, conforme Las Casas (2013), refere-se às partes essenciais

ou elementos que propiciem condições favoráveis para que a loja tenha uma

produtividade máxima, onde a principal dificuldade é arranjar o ambiente de forma

que a clientela, a mercadoria e os funcionários sejam combinados eficientemente.

Considerando esta uma tentativa de melhorar o serviço ao consumidor,

aumentar a produtividade da loja e reduzir os custos promocionais, constituem-se

em pontos nodais no estudo do layout das lojas. Portanto, se tratando de lojas no

varejo, é necessário desenvolver uma verificação do ambiente interno, de forma

que o layout ajude na organização da loja.

Logo, as mercadorias devem ser expostas conforme o fluxo da loja, sendo

que as áreas de maior transição se achem perto de portas, das escadas ou dos

elevadores, as mercadorias de compra por impulso devem ser localizadas em

lugares com maior transição e a mercadoria de compra comparada, por sua vez,

ser inserida nas áreas com menor fluxo para promover o processo decisório. O

interior das lojas, sempre que possível, deverá ter um apelo direto aos

39

consumidores, sendo que o material utilizado deve ser o mais diferenciado

possível, incluindo, nesse cenário, as prateleiras, racks, manequins, elevadores,

papel de parede, entre outros componentes de uma instalação do setor de varejo.

Segundo Blessa (2010), tratando-se de um dos elementos constituintes do

visual merchandising, o layout se traduz na organização de todos os outros

elementos constituintes, tais como a vitrine, iluminação, temperatura, cor, aroma e

som. Sua consideração é de suma importância para o encaminhamento do ponto

de venda, uma vez que é fator determinante para o tipo de loja, quanto ao estilo e

ao posicionamento de mercado, sendo que cada um destes elementos devem ser

organizados de maneira harmônica, de acordo com os objetivos e posicionamento

desejado pela empresa.

De acordo com Parente (2010), os principais tipos de layout são:

a) Grid: utilizado devido a sua simplicidade, onde as mercadorias de compra

impulsiva são localizadas na via principal, sendo que os equipamentos ficam

dispostos de maneira retangular, paralelos, de modo a formar um ângulo reto

com a fachada e com o fundo, onde se tem como ponto negativo o fluxo

direcionado ao longo dos corredores principais a fim de deixar certas partes

com menos movimento, sendo indicado localizar categorias de destino

nessas áreas.

b) Fluxo livre: nesse layout, os produtos são agrupados mais livremente em

diferentes ambientes e expostos em equipamentos baixos de modo a facilitar

a visualização e o encorajamento de compras impulsivas.

c) Butique: nesse tipo de layout, os produtos são agrupados em setores

levemente separados, os quais possuem sua própria identidade visual.

d) Pista: apresenta um corredor principal que começa na entrada da loja e leva

os consumidores a circular ao longo de seu perímetro. Os departamentos e

categorias estão dispostos de frente a esse corredor, facilitando a sua

identificação e localização.

O Quadro 2 demonstra a adaptação dos estudos elaborados por Las Casas

(2013) acerca das vantagens e desvantagens de cada um dos tipos de layout

propostos por Parente (2010):

40

Quadro 2 - vantagens e desvantagens de cada tipo de layout.

Fonte: Adaptado de Las Casas (2013)

Assim sendo, a clara interpretação de como se dá o comportamento de

compra do consumidor frente aos estímulos propiciados pelo layout da loja, bem

como o gerenciamento destas dentro do ponto de venda, se transmutam em uma

ferramenta efetiva, podendo ser um fator determinante no sucesso do varejo.

Ao longo destes capítulos, conceitos que envolvem a atmosfera e a

percepção criadas pelo ponto de venda e seus aspectos gerenciais serão

discorridos a fim de se propiciar ferramentas para o encaminhamento deste estudo.

3.1 Atmosfera e percepção do Ponto de Venda

O termo atmosfera do ponto de venda foi cunhado em 1973 por Philip Kotler,

no seu artigo “Atmospherics as a marketing tool”, significando o planejamento

consciente do layout do ponto de venda para despertar emoções no cliente,

levando-o a comportamentos favoráveis à compra de produtos.

Logo, ao considerar os desejos do consumidor e propiciar uma sintonia entre

estes e os seus objetivos, a atmosfera do ponto de venda poderá influenciar de

maneira positiva o comportamento de compra deste, proporcionando ambientes

cada vez mais excitantes. A atmosfera do ponto de venda é uma linguagem

silenciosa que, junto com os demais componentes envolvidos na venda, propicia a

percepção de algo mais significativo.

41

Conforme os estudos de Turley e Chebat (2002), mesmo que o assunto não

seja debatido com frequência na literatura acadêmica agregada à atmosfera do

varejo, os consumidores repetidamente esperam que a compra seja muito mais do

que uma aquisição de produtos. Para certos consumidores, a compra se torna

vício, até mesmo uma experiência de satisfação intensa, uma atividade divertida,

despertando ativação e estímulo dentro de um ambiente da loja. Esses estímulos

tendem a gerar um ato de gastar mais dinheiro onde Matilla e Wirtz (2001)

comentam que os consumidores compreendem o serviscape de modo holístico e a

resposta ao ambiente está sujeita à combinação abrangida por seus efeitos.

Quando o assunto é percepção do consumidor frente ao layout de uma loja

varejista, Las Casas (2013) afirma que a percepção modifica com o nível de

conhecimento e de familiaridade que se possui com os assuntos. Apresenta

variações, também, conforme as necessidades dos indivíduos, salientando o

caráter seletivo do consumidor que percebe os estímulos considerados mais

consistentes com seu estilo de vida, fato conhecido como percepção seletiva, o

qual influi na forma como o cliente percebe seu ambiente.

Destaca-se, ainda, que o consumidor percebe o ambiente e a imagem da

loja baseado no que sua personalidade considera relevante. No Quadro 3,

destacam-se componentes e detalhamentos importantes na percepção do

comprador acerca do ponto de venda.

Quadro 3 – Componentes de marketing versus componentes da imagem do ponto de venda Fonte: Adaptado de Spinelli (2008)

42

Segundo Massara (2003), apesar de seu aspecto subjetivo, a percepção do

ambiente e do layout da loja se dá por meio dos cinco sentidos: olfato, tato, visão,

olfato e audição. Portanto, descrita em termos sensoriais, estes são os

responsáveis pela captação da atmosfera do ponto de venda. Logo, os estímulos

físicos do layout, como os de um ponto de venda, são capazes de proporcionar as

mais distintas experiências, podendo influenciar o comportamento de compra do

consumidor dentro da loja.

Portanto, para que a atmosfera exerça efetivamente alguma influência no

comportamento de compra do consumidor, a mesma terá de ser percebida por

este. Mesmo que alguns dos estímulos propiciados pelo ambiente não sejam

percebidos, o cliente construirá uma visão do ambiente como um todo. Assim

sendo, um bom entendimento da correlação entre as variáveis do layout e de como

se dá esta percepção por meio dos cinco sentidos se faz indispensável para o bom

entendimento da atmosfera criada pelo ambiente.

Segundo Blessa (2010), a visão corresponde a um sentido fundamental ao

longo do processo de tomada de decisão, sendo este responsável por cerca de

83% da maneira como se dá o processo de aprendizado. Em relação ao objeto

deste estudo, a percepção do layout por meio da visão se dará através da

iluminação e da distribuição dos móveis e produtos, podendo também ser

relacionado à maneira de se vestir da equipe de vendas. Corroborando, Massara

(2003) afirma que as dimensões relativas à visão englobam a cor, o brilho, o

tamanho, a forma e os materiais utilizados no ponto de venda e na exposição dos

produtos, sendo o sentido inicial e mais excitante, na maioria dos casos, o

responsável por fazer o consumidor interagir em relação ao objeto.

Segundo Parente (2010), a percepção do layout, por meio do tato, libera

experiência únicas, gerando um prazer antecipado à posse do produto. Já a

maneira pela qual os móveis e produtos são distribuídos no interior da loja, além de

fazer alusão à visão, também faz ao tato, uma vez que o modo como estes itens

estão dispostos proporciona um ambiente mais ou menos atrativo ao contato e ao

fluxo no interior da loja. Trata-se de elementos diretamente relacionados à

experiência relacionada ao comportamento de compra, ou seja, ao conforto e ao

desejo de ficar ou sair do estabelecimento.

43

Dessa forma, percebe-se que cada um dos canais sensoriais é, ou deveria

ser, explorado em exaustão, dependendo do tipo de negócios, sendo seu

entendimento e consideração indispensáveis ao sucesso do varejo. No caso deste

estudo, os canais sensoriais relevantes são a visão e o tato. Contudo, ainda que

consideremos a influência ambiental que a percepção dos elementos por meio da

audição, olfato e paladar possam oferecer, não a exploraremos ao longo deste

estudo em virtude do tipo de negócio.

Apesar destes canais sensoriais não serem utilizados, é evidente a sua

relevância, podendo se mostrar fatores determinantes à utilização de música e

perfumes na ambientação da loja. Trata-se de exemplos e estratégias úteis na

utilização da audição e do olfato. Ainda na dimensão do olfato, tem-se o cheiro e os

aromas diferenciados que, por sua vez, podem atrair lembranças e sentimentos

diversos no consumidor, sendo este, muitas vezes, confundido com o paladar,

comumente utilizado em experimentações que visam a gerar o desejo de consumo.

Ainda segundo Blessa (2010) O comportamento humano é diretamente

afetado pelo ambiente onde está inserido, pela mente seletiva, diante do

bombardeio de estímulos. Nesta perspectiva, são selecionados os aspectos de

interesse ou que tenham chamado a atenção e, neste ponto, ocorre a percepção

(imagem) e a consciência (pensamento, sentimento), resultando em uma resposta

que conduz a um comportamento.

Logo, entende-se que diversas emoções, sentimentos e prazeres podem ser

incitados com alguns pontos específicos no ambiente de consumo. Estímulos como

o som, o cheiro, o visual e até mesmo a forma como a presença humana se

manifesta em certos ambientes tende a gerar prazer ou repulsa. Esse processo –

agradabilidade ou não de um ambiente de consumo – pode ser considerado

subjetivo, tanto pelo varejista como pelo consumidor que, tendo personalidades

diferenciadas, podem gostar ou não de certos aspectos do ponto de venda.

Se a estratégia de marketing pode se utilizar de fatores diversos alusivos aos

pontos de venda, conforme já analisado, é indispensável que exista todo um

processo de gerenciamento dessas dimensões que afetam o consumidor, pois, sem

seu correto planejamento e gerenciamento, dificilmente um varejista poderá atrair o

comprador de forma positiva.

44

3.2 Implicações gerenciais da atmosfera do ponto de venda e sua influência

no comportamento de compra

Conforme evidenciado, o layout deve ser planejado em detalhes para que

seja utilizado de forma adequada, transmitindo a que público e segmento a loja é

dirigida, além de se atentar às vantagens e desvantagens de cada um dos tipos de

layout, bem como de todas as variáveis constituintes do mesmo, traçando uma

correlação apropriada junto aos seus objetivos, o que o faz fator decisivo frente à

competitividade e ao sucesso no varejo.

Segundo Baker (1994), a organização do layout se dá por meio de três

fatores distintos: os fatores ambientais, compostos por estímulos como

temperatura, umidade, ruídos e cheiros, que podem ser captados conscientemente

ou não pelos indivíduos; os fatores de design que representam os elementos como

arquitetura, decoração, cores, materiais e layout, que podem ser divididos em

fatores estéticos e funcionais; e os fatores sociais, retratados pelas pessoas

presentes no layout (consumidores e funcionários), com seus comportamentos e

aglomeração.

De acordo com Bitner (1992), a organização do layout da loja se dá em três

dimensões distintas: as condições ambientais, traduzidas na música, temperatura e

cheiros do ambiente; o espaço e sua função, referentes aos equipamentos do

ambiente, vitrines, móveis e conforto espacial; os sinais, símbolos e artefatos

representados pelas artes, decorações e adornos, os quais devem ser

considerados pelo lojista no que diz respeito à administração das variáveis dentro

do ponto de venda.

Esses pontos podem interferir de forma positiva ou negativa na impressão

que o consumidor terá do ambiente e, consequentemente, pode afetar os

resultados de venda e de conquista de cada cliente em particular. Este é o ponto de

partida para certas estratégias de marketing e uma forma de analisar o impacto da

atmosfera da loja em diversos setores, destacando a influência desses elementos e

tentando perceber a qualidade auferida pelos consumidores nesse sentido. A

correlação destas variáveis junto ao consumidor pode ser exemplificada por

intermédio do quadro 4.

Assim, Costa (2009) entende que certas variáveis podem afetar a decisão do

45

consumidor na compra de um produto ou serviço apontando elementos que

consideram variáveis, tais como iluminação, cor, aroma, música e outras visuais, as

quais se fazem essenciais e indispensáveis dentro das dimensões que podem

afetar o indivíduo na atmosfera de uma loja.

Quadro 4 - Os elementos dos atributos da atmosfera de loja

Fonte: Souza (2009)

A ligação entre o ambiente e as respostas dos consumidores dá origem a

uma relação entre o recinto do espaço e os fatores afetivos que desencadeiam o

prazer e estímulo, bem como as intenções de adquirir algo, pois afeta o estado

afetivo do consumidor, proporcionando-lhe prazer e vontade para entrar em um

estabelecimento.

Kotler (1973) revela a influência da atmosfera do ponto de venda no

comportamento dos consumidores através da Figura 4 a seguir:

46

Figura 4 - Relações causais entre atmosfera do ponto de venda e probabilidade de compra

Fonte: Kotler (1973)

A relação e pontos acima demonstrados nada mais são do que o resumo

prático da ação da psicologia ambiental que tende a ter como foco de pesquisa a

influência do ambiente – nesse caso do layout – nas pessoas (consumidores).

Nesse cenário, surge a estrutura Estímulo-Organismo-Resposta (E-O-R),

que representa um esquema teórico para aplicação no ambiente do varejo, sendo

que, através desse paradigma, tal modelo oferece uma completa descrição dos

ambientes e das múltiplas variáveis intervenientes no comportamento do

consumidor no local de compra, conforme a Figura 5

47

Figura 4 - Estrutura Estímulo-Organismo-Resposta

Fonte: Dimensões de Grewal e Baker (1994) no esquema E-O-R.

Mehrabian e Russell (1974) revelam que as respostas aos ambientes são

devidamente classificadas em comportamento de aproximação e de afastamento

(evitação), conforme quatro principais características:

Desejo físico de ficar ou de sair do ambiente;

Desejo de olhar o ambiente versus tendência de evitar interagir com o

ambiente;

Desejo de comunicar-se com outros no ambiente versus tendência de evitar

a interação;

Grau de aproximação ou afastamento da satisfação frente ao desempenho

da tarefa.

A Figura 5 abaixo mostra o modelo EOR, de Mehrabian e Russell (1974),

demonstrando que as respostas emocionais tomadas como mediadoras entre

estímulo e layout levam em consideração comportamentos de aproximação ou de

afastamento.

48

Figura 5 - Modelo EOR de Mehrabian e Russell

Fonte: Mehrabian e Russell (1974)

A utilização deste modelo comportamental (E-O-R) servirá como base para o

desenvolvimento de um questionário para a medição de atitudes e seus resultados

serão analisados ao longo da pesquisa, a fim de traçar um conteúdo mais palpável

frente às questões de investigação. Sua escolha se dá devido a sua simplicidade

em retratar o modelo entre o estímulo propiciado pelo ambiente e a formação de

uma atitude diante deste.

49

4 METODOLOGIA

4.1 Pesquisa exploratória

Está pesquisa se caracteriza sendo do tipo exploratória, onde segundo Baker

(2005) se define como instrumento de pesquisa adequado a realidade sendo etapa

inicial na estrutura geral de concepção de uma pesquisa, sendo caracterizada pela

flexibilidade e pela ausência de estrutura formal ou desejo de medir. A pesquisa

exploratória tem como principal objetivo o aprimoramento de idéias e, ou o

levantamento de novas hipóteses. Visando propiciar uma maior afinidade junto ao

problema investigado, este tipo de pesquisa pode se utilizar de fontes secundárias,

estudos de caso, observação informal e levantamento de experiências.

Para Malhotra (2005), a pesquisa exploratória tem como objetivo o

fornecimento de critérios a respeito da situação que o pesquisador enfrenta e a sua

compreensão a respeito do assunto. Buscando uma compreensão mais ampla

frente ao objeto de estudo, este tipo de pesquisa propicia métodos mais

abrangentes frente aos problemas enfrentados, fornecendo ferramentas frente a

problemática do objeto de estudo. Sendo assim este estudo se faz de alguns

princípios básicos, relacionados ao tipo de pesquisa, sendo este; esperar o melhor

entendimento das questões propostas ao longo deste estudo, por intermédio do

estudo do conhecimento existente e, se possível ampliar o entendimento do

conteúdo existente. No caso deste estudo, especificamente, será utilizada fontes

secundárias, no caso das entrevistas já realizadas que servirão como apoio ao

longo do trabalho, observação informal e levantamento de experiências, no que se

refere às entrevistas e a análise do layout, todos estás etapas apoiadas no

conteúdo existente frente a temática envolta ao objeto deste estudo.

4.2 Procedimentos para a coleta de dados

Nesse estudo, os dados serão coletados através de análise pessoal do

layout do ponto de venda da PinkBiju em conjunto com a verificação dos resultados

da aplicação de uma escala de medição de atitudes em consumidores inseridos no

50

contexto desta loja, localizada no metrô Paulista, da linha 4 – amarela. Também

serão utilizados dados secundários provenientes de uma pesquisa demográfica

realizada pela própria concessionária que possui a concessão e administra o metrô,

a via quatro.

A pesquisa contou com uma amostragem inferencial, decorrente do tempo

necessário para a tabulação e a entrega de todos os dados, sendo esta aplicada,

no período de 18 a 23 de junho de 2014, aos consumidores que efetuaram

qualquer tipo de compra no quiosque.

4.2.1 Escala para medição de atitudes

Segundo Rodrigues (1996), o estudo atitudinal foi amplamente examinado

por diversos autores a partir da década de 1920. Consiste na análise do conjunto

de crenças e cognições, as quais, dotadas de carga positiva ou negativa frente a

determinado objeto social, podem resultar em um comportamento.

Conforme Vargas (2005), este tipo de estudo pode ser desenvolvido a partir

de duas perspectivas distintas: unidimensional e multidimensional, que diferem

entre si de acordo com a quantidade de dimensões que as constituem. No caso, a

maioria dos estudos que envolvem a atitude se utiliza de uma abordagem

multidimensional, considerando aspectos cognitivos, afetivos e conativos. O

componente cognitivo se refere ao aspecto intelectual das atitudes que

corresponde as suas crenças relativas ao objeto estabelecido, podendo ou não ser

verdadeiras. O componente afetivo se traduz nos sentimentos frente a determinado

produto. O componente conativo, por sua vez, diz respeito as suas predisposições

comportamentais.

Para o desenvolvimento deste estudo, foi adotada uma perspectiva

unidimensional, cognitiva, uma vez que buscou relacionar os elementos oriundos

da percepção do consumidor àqueles que constituem o layout. A percepção, apesar

de seu aspecto cognitivo, possui também aspectos afetivos; contudo, os mesmos

serão desconsiderados ao longo do estudo com a finalidade de propiciar uma

relação mais direta entre as variáveis desta análise.

Segundo Krech et al. (1975), as atitudes só podem ser mensuradas de

acordo com as respostas obtidas diante do fenômeno que deseja ser estudado.

51

Assim, entende-se que elas são indispensáveis à elaboração de um instrumento

para a investigação de qualquer relação entre o comportamento de compra e os

estímulos propiciados pelos elementos constituintes do layout da loja.

A escala de medição de atitudes, como um meio de coleta de dados, permite

verificar a incidência destas, os posicionamentos e correlacioná-los junto ao

fenômeno estudado. No caso deste estudo, pretendeu-se verificar o

comportamento de compra, sendo este elaborado por meio de uma escala de

medição de atitudes, composta por um número de afirmações às quais o

entrevistado atribui um grau de concordância.

2.2.2 Elaboração da escala

Através de uma escala de medição de atitudes, foi investigada a existência

da relação entre o comportamento de compra do consumidor e as atitudes

comportamentais frente aos estímulos propiciados pelos elementos que constituem

o layout.

A elaboração da escala se deu sob uma perspectiva cognitiva, tendo sua

estrutura, especificamente, calcada no modelo E-O-R que codifica, de maneira

simples, porém adequada, a relação entre o consumidor e o ambiente, traduzida

por meio de atitudes que podem influenciar no comportamento de compra.

O instrumento de avaliação de atitudes utilizado neste estudo foi do tipo

Likert, composto por um número de afirmações às quais o entrevistado atribui um

grau de concordância, que varia em cinco níveis diferentes: (1) discordo

inteiramente, (2) discordo, (3) nem concordo nem discordo (4) concordo, (5)

concordo inteiramente.

Esse tipo de escala permite obter diferentes graus de opinião e seu

desenvolvimento. Brace (2005) considera quatro efeitos: ordem, acquiescense,

tendência central e resposta padrão. O efeito de ordem se refere à tendência para a

esquerda nas escalas preenchidas pelos entrevistados. O efeito de acquiescense é

a tendência em se responder sim para os itens aos quais não há concordância e

nem discordância. Tendo isto em consideração, a escala foi elaborada da esquerda

para a direita, em uma ordem crescente de concordância, visando à compensação

destes efeitos. O efeito de tendência central, por sua vez, diz respeito à relutância

52

por parte dos inquiridos em usar posições extremadas. O ideal é dividir as

afirmativas quanto à concordância e intensidade. Já o efeito de resposta padrão

alude à tendência do inquirido em adotar um padrão em suas respostas,

normalmente ligado à fadiga ou enfadamento, o qual pode ser evitado por

intermédio de instrumentos mais curtos e identificado através de itens conflitantes.

A partir de uma revisão teórica da literatura, desenvolveu-se um instrumento

de pesquisa com 34 itens, considerando as variáveis que constituem o layout do

ponto de venda, (iluminação, limpeza, design, organização, cor e colaboradores). O

qual se espera que acabe se organizando, em um segundo momento, a partir da

análise fatorial, em três construtos, os mesmos propostos por Baker (1994) em seu

estudo.

Construto 1: Fatores ambientais. Constituído de 09 questões, este construto

avalia as indagações relacionadas aos elementos de limpeza, iluminação,

música, temperatura e odores.

Construto 2: Fatores de design. Constituído de 19 questões, este construto

avalia os questionamentos relacionados à decoração, cores, disposição dos

elementos, móveis e funcionalidade dos mesmos.

Construto 3: Fatores sociais. Constituído de 06 questões, este construto

avalia as perguntas relacionadas às pessoas que trabalham no quiosque.

2.2.3 Validação da escala

A validação de uma escala se traduz em uma das etapas que confere

credibilidade ao instrumento e é responsável por estabelecer a capacidade de

verificação do seu objeto Pasquali (2003) considera que, para a avaliação e

validação da escala, são necessários, no mínimo, seis especialistas, sendo que um

item só representará de maneira adequada seu construto quando houver a

concordância mínima de 80% de seus avaliadores.

Desse modo, por intermédio de mecanismos digitais, o instrumento foi

encaminhado a treze especialistas, profissionais ativos no ramo de varejo e

comportamento do consumidor. Destes, apenas cinco retornaram o instrumento,

indicando que os itens representavam seus construtos e estavam de acordo com os

objetivos da pesquisa.

53

O questionário foi aplicado a consumidores que efetuaram a compra no

quiosque no período de 18 a 23 de junho de 2014. Após o retorno dos instrumentos

respondidos, os dados foram tabulados por meio do uso da ferramenta SPSS

(Statistical Package for the Social Sciences; ver Field, 2009). Em termos mais

precisos, utilizamos o software estatístico IBM SPSS Statistics 22, a versão mais

recente do SPSS. A partir de sua tabulação, foi realizada a análise descritiva,

fatorial e de fidedignidade.

2.2.3.1 Análise fatorial

Pasquali (2005) define a análise fatorial como uma técnica de validação de

pesquisa em que se analisa a validade do construto e dos conteúdos, o que permite

não somente elaborar um número menor destes como também estabelecer o grau

da relação existente entre cada um deles.

Dessa maneira, é atribuída uma carga fatorial a cada item, a qual indica a

covariância entre este e o fator: quanto mais próximo estiver do coeficiente 100%,

melhor será a consistência e representatividade do item. Já uma carga fatorial

mínima de 30% deve ser atribuída ao item para que o mesmo possua

representatividade.

O Teste KMO (Kaiser-Meyer-Olkin; ver Field, 2009), por sua vez, faz-se

necessário junto à análise fatorial, pois indica se a matriz de correlações foi

apropriada para os fatores propostos, exibindo valores para o teste KMO

adequados. Este mostra a proporção de variância que os itens analisados têm em

comum, sendo mais apropriado quanto mais próximo estiver do valor unitário.

4.2.3.2 Análise de fidedignidade

A análise de fidedignidade se refere ao grau de precisão do instrumento,

sendo uma característica fundamental de um instrumento de pesquisa. Pasquali

(2005) a define como a capacidade do instrumento medir a pesquisa sem erros,

ainda que este, ao ser submetido em momentos ou a pessoas diferentes, não sofra

variações. Assim, possibilita que sua mensuração se dê de duas maneiras distintas:

pela consideração da correlação simples entre dois eventos distintos ou pela

54

técnica alfa (α).

A técnica utilizada será a do alfa de Cronbach (Field, 2009), que verifica a

congruência que cada item do teste tem com o restante de seus próprios itens. O

coeficiente alfa vai de 0 a 1, sendo que o 0 (zero) indica a ausência total de

consistência interna dos itens e o 1 (um), consistência de 100%. Verifica-se, assim,

a relação entre os itens e seus construtos.

Ao mesmo tempo, calcularemos a matriz de coeficientes de correlação de

Spearman (Field, 2009) entre as 34 questões como forma de analisar, ainda que de

forma estritamente descritiva, a associação entre as respostas dos entrevistados, o

que será importante como instrumento de validação dos construtos obtidos ao

longo da análise dos dados.

55

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

5.1 Caracterização do objeto de pesquisa

A PinkBiju foi uma das franquias que mais cresceu em 2010. Criada em

2005, em São Carlos - SP apresenta uma proposta que objetiva trazer ao mercado

brasileiro de acessórios e bijuterias “charme” e “estilo”. Surgiu a partir de uma

empresa que já existia há 13 anos no mercado, constituindo-se com experiência e

segurança no ramo mercadológico.

A empresa conta com mais de 260 unidades em operação no país

espalhadas por 12 estados brasileiros. Sua marca ainda busca novos franqueados

para continuar expandindo. Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF),

a PinkBiju tem como meta abrir centenas de novas franquias, fechando até o ano

de 2015 com uma rede de mais 1500 lojas. Estas são bem coloridas, com o

objetivo de estimular o consumo dos inúmeros acessórios à venda, todos

disponíveis ao alcance dos clientes.

Trata-se de uma franquia caracterizada por sua acessibilidade financeira,

que possui alto índice de aceitação do público, o que garante um bom retorno no

início do investimento do negócio. Além disso, a equipe da PinkBiju oferece suporte

integral ao franqueado, desde a sua abertura, durante a implantação e no

desenvolvimento do negócio, tornando-se de caráter lucrativo e rentável.

A equipe demonstra comprometimento com o sucesso da franquia,

oferecendo um tratamento pessoal habilitado para dar as melhores opções de local

para possíveis expansões. Também conta com especialistas em layout de loja que

privilegiam o caráter atraente, clean e que seguem as tendências da moda.

A fim de satisfazer sua legião de clientes, a PinkBiju preza por inovação

constante e não dispensa seu atendimento personalizado, além de cuidar para

que o ambiente de suas lojas seja sempre organizado e agradável a todos os

seus visitantes. Seus produtos agradam às mais diversas compradoras, devido ao

design arrojado e atraente.

Outro detalhe a se destacar é a sua responsabilidade social, refletida

no projeto “Dia Brincalhão”, que leva alegria e diversão às crianças carentes do

país.

56

A franquia tem como foco ser uma referência no segmento de acessórios e

bijuterias, oferecendo uma variedade de produtos com design arrojado, que se

apresenta diretamente ligado às últimas tendências da moda.

Em relação à visão, a PinkBiju deseja ser uma referência no segmento de

acessórios e bijuterias, oferecendo uma variedade de produtos com design

arrojado, seguindo sempre as tendências da moda.

Com relação ao seu compromisso, destaca-se que seu planejamento e

organização utilizam as melhores práticas do mercado, extremamente focadas no

suporte ao franqueado, antes, durante e depois da implantação.

Trata-se de uma franquia que explora o caráter feminino, voltado às

tendências do universo da moda em acessórios, bijuterias etc.

Os produtos que constam na loja abarcam os itens abaixo:

Bijuterias e Acessórios;

Óculos;

Relógios;

Maquiagem e cosméticos.

5.2 Mercado de atuação

5.2.1 Varejo

Conforme Pinto e Lara (2003), varejo consiste em todas as atividades que

conglomeram o processo de venda de produtos e serviços atendendo a uma

curiosidade, desejo ou necessidade do consumidor final. O varejista corresponde a

qualquer instituição cuja atividade principal incide no varejo, na venda de produtos

e serviços para o consumidor. O varejo é um operador logístico, elo de ligação

entre o consumidor final e o fornecedor. Assim, dois elementos influenciam na

determinação de sua contribuição real na cadeia de valor: relações do varejo com

fornecedores e mercado consumidor.

Varejo engloba atividades do processo de venda de produtos e serviços

atendendo a uma necessidade pessoal do consumidor, conforme expõe Parente

(2000). Nesse sentido, revela que o varejo pode ser qualquer instituição tendo

como atividade vender produtos e serviços para o consumidor final. As atividades

57

varejistas são alcançadas em lojas, por telefone e, também, na casa do

consumidor. Segundo o autor acima citado, o varejista difere do atacadista, isso

porque o atacado incide no processo de venda para clientes denominados

institucionais que adquirem produtos e serviços para revendê-los ou, ainda, como

insumo para atividades empresariais.

Las Casas (2000) define o varejo como sendo uma comercialização

destinada aos consumidores finais, que vende de forma direta ao consumidor,

considerando-se estabelecimentos varejistas as empresas em que mais de 50% de

suas operações são frutos de vendas a varejo.

Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o

varejo brasileiro, apesar de ter apresentado sua primeira queda após dez anos, em

2013, também apresentou crescimento superior ao da economia, fechando o ano

em alta de 4,13%. Para 2014, os índices são mais otimistas, apresentando uma

estimativa de crescimento de 4,17%.

5.2.2 Franchising

Segundo Cherto (2006), entende-se como franquia um sistema formalizado,

de maneira bilateral, por duas partes. A franqueadora, apresentada como a

detentora de todo o conhecimento sobre determinados produtos e/ou serviços

aliados à sua marca, cede ao franqueado o direito de comercializá-los e/ou

distribuí-los não necessariamente de forma exclusiva.

De maneira mais objetiva, temos a transferência da tecnologia da

franqueadora ao franqueado mediante uma contraprestação financeira. É uma

forma de negócio que pode oferecer vantagens e desvantagens para as parte

envolvidas. O modelo de franchising, como é conhecido hoje, teve como pioneira a

Singer, primeira empresa a criar uma rede de distribuidores exclusivos, em 1940, a

rede Stella, no Nordeste, que iniciou, mesmo sem saber, a primeira rede de

franquias no Brasil. Contudo, o modelo como conhecemos atualmente se

estabeleceu com a entrada do McDonald´s no mercado.

De acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), este mercado

apresentou, nos cinco últimos anos, crescimento de 100%, movimentando só no

ano de 2013 o valor de 115 bilhões de reais. Passou inerente à crise de 2008,

58

obtendo crescimento de mais de 17% no mesmo ano. Com projeções

extremamente estimulantes, a ABF estima que, no ano de 2014, o setor

apresentará um crescimento de 15%, superando o crescimento do ano de 2013,

que foi de 11,9%, ambos maiores que o crescimento da própria economia que, no

ano de 2013, foi de 2,3%, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). Este

desenvolvimento é fomentado mais do que o próprio volume de negócios operado e

também pela entrada de novos sistemas de franchising, nos mais diversos setores,

tornando-se extremamente atrativo com um aumento de 11% em número de

unidade de negócio, segundo a ABF.

Um dos setores da economia que mais cresce no país, as franquias se

apresentam como ótimas opções para aqueles desprovidos de muita experiência

ou, até mesmo, para aqueles que desejam crescer em conjunto, com o apoio de

empresas já consolidadas no mercado, propiciando os mais diversos negócios,

devido à grande diversidade do setor.

5.2.3 Bijuterias e acessórios

Na classificação em 13º maior mercado comprador de bijuterias do mundo, o

Brasil apresenta um crescimento médio de 10% ao ano. Segundo o IBGE,

atualmente existam mais de três mil empresas ativas no país, tendo como principal

foco o público feminino. O setor evoca possíveis mudanças do perfil feminino para

manter seu contínuo crescimento ao longo dos anos. Considerada um adereço que

anda ao encontro da moda, as bijuterias são alternativas às joias, pois podem ser

utilizadas de maneira trivial no cotidiano das pessoas. Apresentam características

semelhantes àquelas, com um alto controle de qualidade ao longo de sua

produção, diferenciando-se entre si, principalmente, em decorrência da matéria-

prima utilizada.

No tocante ao ramo de bijuterias, inserido no modelo de negócios de

franquias, concluímos possuir grande representatividade, apresentando no último

ano um crescimento de 7,3 bilhões e composto por 21 redes com um total de mais

de 700 unidades. Cristina Franco, presidente da ABF, afirma que a

representatividade do setor, neste modelo de negócios, se dá pela mudança do

59

perfil feminino ao longo dos últimos anos, deixando o papel submisso de dona de

casa e adotando papéis mais ativos, em alguns casos como chefes de família.

5.3 Consumidor e local de atuação

A ViaQuatro é a Concessionária responsável pela operação, manutenção e

comercialização da Linha 4 - Amarela do Metrô de São Paulo. É a primeira linha do

Estado concedida à iniciativa privada. É também pioneira na Parceria Público-

Privado (PPP) do País. Com 12,8 km de extensão e 11 estações, sendo seis já em

operação e outras cinco com previsão de inauguração para o final de 2014, a Linha

4 – Amarela transporta, atualmente, 760 mil pessoas com previsão de atingir a

marca de mais de um milhão de pessoas por dia.

Um dos maiores benefícios da Linha 4 - Amarela para o transporte na capital

paulista é a sua integração com as demais linhas do metrô e da Companhia de

Trens Metropolitanos (CPTM), fazendo com que todo o sistema passe a funcionar

em rede. Na Estação Paulista, faz integração com a Linha 2 - Verde do Metrô, na

Estação República com a Linha 3 - Vermelha e a Estação Luz, com a Linha 1 - Azul

e com as Linhas 7 - Rubi, 10 - Turquesa e 11 - Coral da CPTM. Na Estação

Pinheiros, a Integração é com a Linha 9 - Esmeralda da CPTM.

Segundo os dados concedidos pela própria concessionária, o perfil dos

passageiros, de acordo com uma pesquisa qualitativa, é o seguinte:

Figura 6 – Pesquisa demográfica

Fonte: ViaQuatro

60

Dessa forma, quanto ao gênero, a divisão se dá de maneira igual, sendo

50% do sexo masculino e 50% do sexo feminino. Na distribuição de faixa etária,

não se verificam extremos: sua segmentação ocorre de forma harmônica entre a

faixa desta natureza, sendo que apenas uma das divisões, no caso a que

corresponde ao intervalo entre 55 e 64 anos, não segue o mesmo padrão.

Seguindo a divisão proposta pelo IBGE, a divisão das classes sociais

apresenta maior dispersão de dados: os passageiros pertencem,

predominantemente, às classes A e B (52%), sendo que a classe C também possui

grande representatividade (41%) e as Classes D e E possuem baixíssima

representatividade, com apenas 8% dos passageiros.

Segundo os dados obtidos da própria Viaquatro, dentre os principais

atributos relacionados ao local de atuação, destacam-se: o fato das estações serem

modernas, totalmente automatizadas e com o que há de mais avançado em

tecnologia de transporte público, colabora para o engrandecimento da mensagem

das peças não apenas por estarem ambientadas nas modernas estações do

circuito, mas também por oferecerem destaque de localização. Ao aguardar a

chegada do trem, desembarcar do trem, entrar ou sair das estações, grande parte

dos passageiros, em algum momento, passará por ou entrará em contato com

algum dos negócios estabelecidos. Possui um alto potencial de cobertura por dia,

com um fluxo aproximado de 178 mil pessoas, das quais mais de 70% são

regulares, passando pelos negócios estabelecidos na região no mínimo duas vezes

ao dia, o que aumenta a frequência de exposição do estabelecimento e,

automaticamente, o número de oportunidade de vendas.

Assim, segundo informações coletadas diretamente da empresa PinkBiju, o

local de atuação e a população que o frequenta condizem com o público alvo

estabelecido pela empresa - mulheres ou pessoas que buscam presentes

destinados ao público mais jovem, não possuindo muitas opções para a faixa etária

de menor representatividade na pesquisa.

Quanto às classes sociais, os produtos se destinam às pessoas

pertencentes aos segmentos C, D e E, embora a empresa possua, em seu portfólio,

opções para o público B e A. No entanto, não é possível afirmar que a classificação

social de uma pessoa possa ser fator limitador de consumo de bens como

61

bijuterias. O entendimento claro do local de atuação da empresa faz-se

indispensável ao longo da pesquisa, pois, mesmo não se tratando de um estudo de

viabilidade, sua compreensão permite excluir a possibilidade do instrumento de

coleta de dados não ser eficaz, uma vez que as variáveis estudadas poderiam não

ser percebidas ou os dados desviados por consumidores que não estivessem de

acordo com o posicionamento adotado pela empresa.

5.4 Instrumento atitudinal

5.4.1 Descrição da Amostra

O objetivo principal da investigação é estudar a influência da atmosfera

criada pelo ambiente do ponto de venda sobre o ato de compra. Para tanto, por

meio de um questionário com 34 questões, foi coletada a opinião de 50 pessoas

sobre o tema.

As questões cobriam as variáveis relativas a iluminação, limpeza, design,

organização, cor e colaboradores, as quais, como já mencionado, espera-se que

sejam agrupados de acordo com os constructos de Baker ao longo de seu estudo,

no caso, três grandes tópicos, determinados previamente pelo pesquisador e

tomados como hipótese inicial de agrupamento:

Construto 1: Fatores Ambientais (Questões 01 a 09);

Construto 2: Fatores de Design (Questões 10 a 28);

Construto 3: Fatores Sociais (Questões 29 a 34).

O estudo contou com duas partes principais. Na primeira, foi realizada uma

Análise Exploratória Fatorial (AEF ou EFA – Exploratory Factor Analisys; ver, por

exemplo, Johnson e Wichern, 1998) com o intuito de criar e nomear construtos de

acordo com as opiniões dos respondentes, agrupando as questões em grupos e

verificando se os novos agrupamentos convergiam para os três grandes tópicos

enumerados acima. Na segunda, verificamos a consistência dos agrupamentos

obtidos na primeira etapa.

Destaca-se que, de modo geral, há uma grande dificuldade em se obter

uma amostra com tamanho suficiente para uma análise como esta. Sugere-se que

haja, pelo menos, de 10 a 15 participantes por questão. Como foram analisadas 34

62

questões, a amostragem mínima sugerida seria de 340 pessoas. Por isso, ressalta-

se que os resultados desse trabalho sejam vistos com cautela em termos de

estendê-los a uma população maior.

Três indivíduos que responderam ao questionário não assinalaram

alternativa em uma (e apenas uma) questão. Apesar disso, entende-se que as três

informações perdidas, em um banco de dados com um máximo de 1700

observações, não alteraram a forma com a qual a análise foi conduzida.

5.4.2 Análise Exploratória Fatorial

A Análise Exploratória Fatorial sobre os dados foi encaminhada com o

intuito de agrupar as questões em fatores principais que podem, ou não, ser

coerentes com a divisão das questões em construtos proposta pelo pesquisador.

5.4.2.1 Descrição inicial dos dados

O grupo de variáveis do estudo é formado por 34 variáveis qualitativas

ordinais que representam a resposta dos 50 indivíduos a cada uma das questões

formuladas pelo pesquisador. Cada variável (rotulada de Q01 a Q34, de acordo

com a ordem das perguntas do questionário) possui cinco possibilidades de

resposta, denominadas escores.

Os escores foram definidos como:

Escore 1: Discordo totalmente;

Escore 2: Discordo;

Escore 3: Não concordo e nem discordo;

Escore 4: Concordo;

Escore 5: Concordo totalmente.

Na Tabela 1 e no Gráfico 1, temos a distribuição das respostas a cada

questão. Prontamente, nota-se que a grande maioria das respostas está

concentrada nos escores 4 e 5 (85,7% das respostas), o que indica uma

concordância significativa com os pontos abordados nas questões. Como única

exceção, temos a Questão 22 (Q22), na qual 46% dos respondentes discordaram

63

da afirmação proposta no questionário - a saber, “A localização do caixa é

adequada”.

Tabela 1 - Distribuição dos escores individuais em frequências absolutas e em

porcentagem.

OBSERVAÇÃO: Em termos de observações perdidas (missing values), o entrevistado 37 não respondeu à Questão 09, o entrevistado 29 não respondeu à Questão 16 e o entrevistado 46 não respondeu à Questão 26. Por este motivo, destacamos as respectivas questões na tabela.

1 2 3 4 5

Q01 0 (0%) 1 (2%) 4 (8%) 17 (34%) 28 (56%) 50 (100%)

Q02 0 (0%) 0 (0%) 4 (8%) 17 (34%) 29 (58%) 50 (100%)

Q03 0 (0%) 1 (2%) 3 (6%) 19 (38%) 27 (54%) 50 (100%)

Q04 1 (2%) 2 (4%) 2 (4%) 22 (44%) 23 (46%) 50 (100%)

Q05 0 (0%) 1 (2%) 5 (10%) 19 (38%) 25 (50%) 50 (100%)

Q06 0 (0%) 1 (2%) 1 (2%) 14 (28%) 34 (68%) 50 (100%)

Q07 0 (0%) 0 (0%) 5 (10%) 9 (18%) 36 (72%) 50 (100%)

Q08 0 (0%) 0 (0%) 3 (6%) 6 (12%) 41 (82%) 50 (100%)

Q09 0 (0%) 0 (0%) 3 (6%) 14 (29%) 32 (65%) 49 (100%)

Q10 0 (0%) 0 (0%) 4 (8%) 15 (30%) 31 (62%) 50 (100%)

Q11 0 (0%) 0 (0%) 4 (8%) 19 (38%) 27 (54%) 50 (100%)

Q12 0 (0%) 0 (0%) 3 (6%) 15 (30%) 32 (64%) 50 (100%)

Q13 0 (0%) 0 (0%) 8 (16%) 16 (32%) 26 (52%) 50 (100%)

Q14 0 (0%) 0 (0%) 3 (6%) 16 (32%) 31 (62%) 50 (100%)

Q15 0 (0%) 1 (2%) 6 (12%) 13 (26%) 30 (60%) 50 (100%)

Q16 0 (0%) 2 (4%) 4 (8%) 9 (18%) 34 (69%) 49 (100%)

Q17 1 (2%) 1 (2%) 5 (10%) 12 (24%) 31 (62%) 50 (100%)

Q18 0 (0%) 1 (2%) 9 (18%) 14 (28%) 26 (52%) 50 (100%)

Q19 0 (0%) 0 (0%) 7 (14%) 20 (40%) 23 (46%) 50 (100%)

Q20 0 (0%) 0 (0%) 7 (14%) 17 (34%) 26 (52%) 50 (100%)

Q21 1 (2%) 2 (4%) 7 (14%) 21 (42%) 19 (38%) 50 (100%)

Q22 19 (38%) 4 (8%) 4 (8%) 13 (26%) 10 (20%) 50 (100%)

Q23 1 (2%) 2 (4%) 9 (18%) 14 (28%) 24 (48%) 50 (100%)

Q24 0 (0%) 0 (0%) 8 (16%) 23 (46%) 19 (38%) 50 (100%)

Q25 0 (0%) 1 (2%) 10 (20%) 16 (32%) 23 (46%) 50 (100%)

Q26 0 (0%) 0 (0%) 8 (16%) 20 (41%) 21 (43%) 49 (100%)

Q27 0 (0%) 0 (0%) 12 (24%) 14 (28%) 24 (48%) 50 (100%)

Q28 1 (2%) 2 (4%) 8 (16%) 19 (38%) 20 (40%) 50 (100%)

Q29 0 (0%) 0 (0%) 2 (4%) 22 (44%) 26 (52%) 50 (100%)

Q30 0 (0%) 1 (2%) 2 (4%) 14 (28%) 33 (66%) 50 (100%)

Q31 0 (0%) 2 (4%) 2 (4%) 15 (30%) 31 (62%) 50 (100%)

Q32 0 (0%) 2 (4%) 5 (10%) 9 (18%) 34 (68%) 50 (100%)

Q33 1 (2%) 2 (4%) 4 (8%) 10 (20%) 33 (66%) 50 (100%)

Q34 2 (4%) 7 (14%) 8 (16%) 5 (10%) 28 (56%) 50 (100%)

QuestãoEscore de resposta

Total

64

Gráfico 1 - Distribuição percentual dos escores individuais.

5.4.2.2 Qualidade da amostra

Para verificarmos a qualidade da amostra coletada, foi checado se o

tamanho dela era suficiente para a análise e se existia, ou não, correlação (ou seja,

associação linear) entre as questões.

De uma forma geral, questões com pouca correlação entre si não são

interessantes porque, em teoria, não formam agrupamentos consistentes; por sua

vez, questões muito correlacionadas entre si também não são consideradas

interessantes, uma vez que não trazem informação nova (basta uma questão para

explicar outra que esteja altamente correlacionada) e, ainda, podem causar

problemas de multicolinearidade que afetariam os resultados.

As correlações serão medidas com o coeficiente de correlação de

Spearman, um índice adequado para a medição de associação linear entre duas

variáveis qualitativas ordinais. Este índice assume valores contínuos entre -1 e 1,

de forma que valores próximos dos extremos do intervalo [-1, 1] indicam “forte

associação linear” e valores próximos de zero sinalizam “fraca ou nenhuma

associação linear”. Consideraremos baixos os valores, em valor absoluto, menores

que 0,3 e altos, os valores, em módulo, acima de 0,9.

65

Na Tabela 2, temos a matriz de coeficientes de correlação de Spearman

para as questões. Naturalmente, a diagonal da matriz não é relevante para a

análise uma vez que a correlação de uma variável com ela mesma é igual a 1.

Destacam-se, em negrito, os coeficientes acima de 0,3 em valor absoluto, sendo

que nenhum deles foi inferior a -0,3 e nenhuma das correlações ficou acima de 0,9.

Enfatiza-se, também, que a grande maioria das correlações apresentaram valores

próximos de zero, indicando baixa associação aos pares entre as respostas.

66

Q01

Q02

Q03

Q04

Q05

Q06

Q07

Q08

Q09

Q10

Q11

Q12

Q13

Q14

Q15

Q16

Q17

Q18

Q19

Q20

Q21

Q22

Q23

Q24

Q25

Q26

Q27

Q28

Q29

Q30

Q31

Q32

Q33

Q34

Q01

-

Q02

0,29

-

Q03

0,50

0,30

-

Q04

0,24

0,22

0,30

-

Q05

0,14

0,30

0,11

0,26

-

Q06

0,09

0,05

0,12

0,08

0,17

-

Q07

-0,05

0,06

-0,04

-0,03

0,14

0,06

-

Q08

-0,23

-0,10

-0,14

0,00

-0,05

0,25

-0,06

-

Q09

-0,28

-0,32

-0,06

-0,16

-0,10

0,31

0,10

0,33

-

Q10

0,12

-0,17

0,15

-0,11

0,25

0,20

0,00

-0,16

0,15

-

Q11

0,04

-0,09

0,00

0,04

0,08

0,15

0,21

-0,04

0,08

0,13

-

Q12

0,17

0,08

0,11

-0,01

0,14

0,21

0,15

0,26

-0,01

0,23

0,41

-

Q13

0,11

0,18

0,06

0,19

-0,03

0,08

-0,10

0,28

-0,12

-0,10

0,13

0,43

-

Q14

0,22

0,15

0,08

-0,03

0,51

0,40

0,19

0,07

0,05

0,24

0,05

0,36

0,29

-

Q15

-0,05

-0,14

-0,08

-0,12

0,08

0,18

0,20

0,10

0,10

-0,06

0,07

0,17

0,06

0,11

-

Q16

-0,01

0,14

0,07

-0,07

-0,09

0,11

0,35

0,01

-0,04

-0,18

0,06

-0,07

-0,11

-0,04

0,14

-

Q17

0,28

-0,09

0,18

0,06

-0,03

0,34

0,09

-0,10

0,10

0,12

0,11

0,00

-0,10

0,09

0,17

0,21

-

Q18

-0,06

-0,01

-0,11

0,00

-0,06

0,29

0,21

-0,03

0,20

0,00

-0,07

-0,20

-0,21

-0,05

0,17

0,50

0,41

-

Q19

-0,13

-0,12

-0,16

0,01

0,13

0,14

0,06

0,09

-0,08

-0,04

0,19

0,14

0,22

0,17

0,21

0,12

0,09

0,04

-

Q20

-0,26

-0,16

0,02

-0,14

0,07

0,03

0,28

0,02

0,26

0,01

0,18

0,10

-0,05

-0,03

0,19

0,09

0,01

0,35

0,27

-

Q21

0,07

-0,27

-0,15

-0,01

-0,30

0,01

0,04

-0,16

-0,17

0,05

0,24

0,07

-0,04

-0,15

0,14

0,07

0,25

0,40

-0,02

0,21

-

Q22

0,15

-0,07

0,06

0,23

0,07

0,25

-0,29

0,13

0,11

-0,02

0,06

-0,04

0,20

0,10

0,01

-0,19

0,29

0,03

0,17

-0,10

-0,05

-

Q23

0,15

-0,23

-0,11

-0,17

0,00

0,19

0,28

-0,18

-0,06

0,13

0,11

0,19

-0,04

0,21

0,31

0,06

0,30

0,31

0,46

0,38

0,44

0,08

-

Q24

-0,02

0,05

-0,07

-0,17

-0,05

0,09

0,04

-0,06

0,17

-0,11

0,07

0,24

-0,06

-0,01

0,13

0,21

0,14

0,27

0,16

0,19

-0,05

0,29

0,21

-

Q25

0,22

0,07

0,20

0,20

0,07

-0,09

0,03

-0,03

-0,03

-0,01

0,18

0,27

0,02

-0,04

0,01

-0,02

0,08

-0,01

0,26

0,12

-0,07

-0,01

0,21

0,27

-

Q26

0,15

-0,01

0,03

0,02

0,12

-0,07

-0,04

-0,05

-0,01

0,17

0,12

0,19

0,19

0,17

-0,16

-0,08

-0,05

-0,03

0,31

0,23

0,08

0,00

0,27

-0,03

0,42

-

Q27

-0,12

0,01

-0,14

0,12

-0,15

0,04

0,27

-0,05

0,17

0,09

0,57

0,33

0,17

-0,13

-0,06

0,05

0,07

0,24

0,30

0,37

0,34

0,10

0,28

0,35

0,29

0,25

-

Q28

0,20

0,01

0,08

0,32

0,25

0,21

0,25

0,02

-0,03

0,15

0,34

0,28

0,19

0,24

0,18

-0,20

0,16

0,08

0,40

0,29

0,01

0,24

0,27

0,03

0,11

0,24

0,39

-

Q29

0,11

-0,13

-0,06

0,11

0,13

0,24

0,16

0,04

0,00

0,27

0,22

0,26

-0,12

0,08

0,06

-0,01

0,39

0,20

0,07

0,05

0,29

0,36

0,26

0,23

0,03

0,14

0,33

0,33

-

Q30

-0,01

-0,07

-0,19

-0,15

0,04

0,21

0,21

-0,08

0,16

0,06

0,12

0,19

-0,07

-0,01

0,17

0,15

0,21

0,24

0,32

0,29

0,03

0,01

0,46

0,20

0,08

0,20

0,22

0,17

0,23

-

Q31

0,00

-0,17

-0,22

-0,16

-0,06

0,15

0,29

0,05

0,13

0,07

0,28

0,22

0,02

0,12

0,12

0,06

0,49

0,34

0,16

0,22

0,35

0,09

0,43

0,26

0,15

0,28

0,38

0,20

0,61

0,51

-

Q32

-0,01

0,01

0,05

0,21

0,21

0,22

0,25

-0,09

-0,01

0,09

0,24

0,17

0,06

0,04

0,02

0,01

0,33

0,04

0,07

0,08

0,04

0,23

0,14

0,12

0,07

0,04

0,31

0,27

0,49

0,14

0,33

-

Q33

0,03

0,10

-0,11

-0,01

0,12

0,41

0,25

0,10

0,14

-0,01

0,10

0,14

-0,09

0,16

0,00

0,18

0,34

0,25

0,09

-0,11

0,03

0,11

0,22

0,23

-0,01

0,00

0,21

0,06

0,39

0,35

0,49

0,48

-

Q34

0,05

0,19

0,14

0,20

0,31

0,43

0,08

0,04

0,03

-0,08

0,12

0,07

-0,05

0,18

-0,08

-0,04

0,29

0,01

0,01

-0,22

-0,15

0,42

-0,09

0,23

-0,06

-0,19

0,03

0,10

0,43

0,08

0,22

0,61

0,68

-

.

Tabela 2 - Matriz de coeficientes de correlação de Spearman entre as questões.

67

Ainda que, de forma natural, as maiores correlações foram obtidas entre

variáveis do terceiro construto (Q29 a Q34), não há como dizer se há uma forte

associação entre elas. Logo, espera-se a formação de um número maior de

agrupamentos a partir da Análise Fatorial em relação ao número de construtos

proposto originalmente pelo pesquisador.

Utilizou-se outra medida para avaliar a consistência interna do questionário:

o alfa de Cronbach (Field, 2009), que se trata de um coeficiente que mede o quão

próximo um grupo de itens está próximo entre si de acordo com a variabilidade dos

dados. Valores altos do alfa de Cronbach sugerem maior consistência interna, ou

seja, que os itens medem um determinado construto (dimensão) de forma

satisfatória. Um valor histórico de referência de 0,7 é utilizado para sugerir que pelo

menos alguns dos itens são capazes de medir o mesmo construto. Mais detalhes

sobre o cálculo do alfa de Cronbach podem ser obtidos na página

http://www.ats.ucla.edu/stat/spss/faq/alpha.html.

A análise foi encaminhada de forma geral para o questionário e também

para cada um dos três construtos inicialmente propostos. Para a amostra completa,

obteve-se um valor de alfa de 0,7750, o que indica uma boa consistência interna

dos dados. Para cada construto, foram obtidos os valores abaixo:

Tais resultados sugerem que os construtos 2 e 3 são consistentes

internamente, mas o construto 1 parece ter baixa consistência em relação às

questões do agrupamento.

Quanto ao tamanho amostral, uma medida de sua qualidade para a análise

pode ser dada pelo índice KMO (Kaiser-Meyer-Olkin Measure of Sampling

Adequacy; ver, por exemplo, Field, 2009). Valores de KMO abaixo de 0,5 indicam

um tamanho “ruim” da amostra, enquanto que valores acima de 0,7 sinalizam um

tamanho “bom” da amostra.

O valor do KMO obtido em conjunto para as questões foi de 0,390, o que

ratifica nossa preocupação com o tamanho amostral e, por conseguinte, a

necessidade de que os resultados da análise sejam interpretados com precaução e

restritos à amostra observada. Essa baixa adequação é devida, em parte, ao

Construto 1 Construto 2 Construto 3

Alfa de Cronbach 0,4897 0,7023 0,7633

68

tamanho da amostra (somente 50 indivíduos) e à baixa correlação geral entre as

respostas.

5.4.2.3 Extração dos fatores

Para a extração dos fatores, além da retirada das componentes principais,

considerou-se conjuntamente o critério de Kaiser (autovalores acima de 1) e o

ponto de inflexão no Screeplot.

Na Tabela 3, tem-se os valores dos autovalores e o resultado da extração

das componentes principais. Tal extração mostra que, na análise, 12 componentes

ficaram com autovalor acima de 1 (usualmente, espera-se ter poucas componentes,

pois assim se pode explicar o fenômeno com poucos construtos).

Tabela 3 - Autovalores e distribuição das componentes extraídas.

Comp.

Autovalores Iniciais Extração via Critério de Kaiser

Total % da

Variabilidade %

Acumulada Total % da

Variabilidade % Acumulada

1 5,225 15,368 15,368 5,225 15,368 15,368 2 3,680 10,822 26,190 3,680 10,822 26,190 3 2,647 7,787 33,977 2,647 7,787 33,977 4 2,266 6,664 40,641 2,266 6,664 40,641 5 1,972 5,800 46,441 1,972 5,800 46,441 6 1,850 5,442 51,882 1,850 5,442 51,882 7 1,714 5,040 56,922 1,714 5,040 56,922 8 1,533 4,510 61,432 1,533 4,510 61,432 9 1,446 4,253 65,685 1,446 4,253 65,685

10 1,388 4,082 69,767 1,388 4,082 69,767 11 1,139 3,349 73,115 1,139 3,349 73,115 12 1,085 3,190 76,306 1,085 3,190 76,306 13 ,896 2,635 78,940 14 ,806 2,370 81,310 15 ,752 2,211 83,522 16 ,686 2,018 85,539 17 ,628 1,848 87,387 18 ,574 1,689 89,076 19 ,547 1,610 90,685 20 ,525 1,544 92,229 21 ,409 1,203 93,432 22 ,394 1,157 94,590 23 ,319 ,939 95,529

24 ,296 ,872 96,400

25 ,221 ,650 97,050

26 ,202 ,596 97,646

27 ,185 ,545 98,191

28 ,172 ,506 98,698

29 ,130 ,383 99,080

30 ,109 ,320 99,400

31 ,071 ,208 99,608

32 ,065 ,191 99,798

33 ,043 ,127 99,926

34 ,025 ,074 100,000

69

No Gráfico 2, o Screeplot e o mesmo indicam que, pelo formato do

decaimento dos autovalores, o ponto de inflexão seria na quinta ou na décima

primeira componente.

Gráfico 2 - Screeplot com os autovalores das componentes.

Na Tabela 4 e no Gráfico 3, apresentam-se os valores das comunalidades

obtidas a partir da extração de 12 fatores. As comunalidades indicam o percentual

da variação explicada pelos fatores extraídos. Nota-se que poucos valores ficaram

abaixo de 70% (somente cinco questões) e a média deles ficou em 0,763, o que

demonstra uma boa acurácia do critério para o método de definição de número de

componentes de Kaiser e nos leva a escolher, de fato, 12 construtos.

70

Tabela 4 - Valores das comunalidades.

Questão Inicial Extração com 12 fatores

Q01 1 0,814

Q02 1 0,785

Q03 1 0,711

Q04 1 0,782

Q05 1 0,704

Q06 1 0,802

Q07 1 0,778

Q08 1 0,670

Q09 1 0,769

Q10 1 0,771

Q11 1 0,676

Q12 1 0,860

Q13 1 0,781

Q14 1 0,787

Q15 1 0,722

Q16 1 0,757

Q17 1 0,683

Q18 1 0,865

Q19 1 0,767

Q20 1 0,735

Q21 1 0,821

Q22 1 0,786

Q23 1 0,716

Q24 1 0,863

Q25 1 0,686

Q26 1 0,760

Q27 1 0,803

Q28 1 0,709

Q29 1 0,720

Q30 1 0,713

Q31 1 0,764

Q32 1 0,688

Q33 1 0,807

Q34 1 0,889

71

Gráfico 3 - Comunidades a partir de 12 fatores extraídos.

Considerando os resultados, entende-se que seja mais adequado trabalhar

com a extração das 12 primeiras componentes. Estas, conjuntamente, são

responsáveis por explicar 76,3% da variabilidade geral. Se fossem escolhidos

somente os três primeiros fatores para forçar três construtos como agrupamento

inicial, a explicação da variabilidade seria somente de 33,98%, um valor muito baixo

para justificar um modelo com apenas três construtos.

Considerando os fatores extraídos, obtêm-se os resíduos das correlações.

Quanto menor os resíduos melhor é o ajuste, mas, no geral, é aceito um máximo de

50% dos resíduos acima de 0,05. Na Tabela 5, tem-se o resultado dos resíduos,

dos quais 28% ficaram acima de 0,05, apresentando, assim, um resultado pouco

preocupante em termos de um bom ajuste do modelo.

72

Ques

tão

Q01

Q02

Q03

Q04

Q05

Q06

Q07

Q08

Q09

Q10

Q11

Q12

Q13

Q14

Q15

Q16

Q17

Q18

Q19

Q20

Q21

Q22

Q23

Q24

Q25

Q26

Q27

Q28

Q29

Q30

Q31

Q32

Q33

Q34

Q01

-,0

32

-,058

-,0

26

,035

-,0

42

,044

,0

38

,034

-,0

73

,013

-,0

35

,007

-,0

01

-,028

-,0

57

-,060

-,0

07

-,058

,0

38

,025

-,0

15

-,006

,0

17

-,076

-,0

22

,005

,0

83

,004

,0

30

,013

-,0

09

,017

,0

00

Q02

-,032

,008

-,0

67

,003

-,0

04

-,036

,0

27

,041

,0

37

,079

-,0

11

-,053

-,0

87

,021

-,0

07

,066

-,0

68

,075

-,0

18

-,016

,0

26

,010

-,0

71

-,059

,0

00

,034

,0

07

,022

,0

54

,005

-,0

46

-,030

-,0

18

Q03

-,058

,0

08

-,0

98

-,068

-,0

34

-,029

,0

41

-,029

,0

07

-,042

,0

09

,028

-,0

13

-,053

,0

04

-,023

-,0

59

,050

,1

15

-,010

,0

06

,039

,0

17

-,099

-,0

09

-,028

-,0

40

,022

,0

19

,065

,0

04

,025

,0

34

Q04

-,026

-,0

67

-,098

,047

-,0

29

,019

-,0

11

,030

,0

00

-,058

,0

41

,029

,0

49

,093

-,0

07

-,033

,0

71

-,085

-,0

60

,016

-,0

30

,019

-,0

17

,066

-,0

19

-,013

-,0

67

,024

,0

28

,047

,0

06

-,012

-,0

47

Q05

,035

,0

03

-,068

,0

47

,0

12

-,069

,1

03

-,036

-,0

30

,083

-,0

03

-,010

-,0

73

,072

,0

60

-,035

,0

56

,016

,0

00

,114

-,0

02

-,036

,0

04

-,017

,0

27

-,024

-,1

09

-,007

,0

35

,027

-,0

61

-,023

-,0

05

Q06

-,042

-,0

04

-,034

-,0

29

,012

-,062

-,0

71

-,048

,0

24

,064

,0

08

-,071

-,0

52

-,051

-,0

40

-,061

-,0

21

,048

,0

04

,036

-,0

49

,022

,0

04

,032

-,0

05

,031

,0

16

-,050

,0

29

-,063

-,0

25

,006

,0

30

Q07

,044

-,0

36

-,029

,0

19

-,069

-,0

62

-,0

21

,042

-,0

47

-,034

-,0

31

,042

,0

60

-,039

,0

10

-,008

-,0

14

-,053

-,0

53

-,031

,1

24

,030

,0

08

,007

,0

24

-,009

-,0

09

,065

-,0

65

-,016

-,0

46

-,033

,0

07

Q08

,038

,0

27

,041

-,0

11

,103

-,0

71

-,021

-,167

,0

10

-,064

,0

42

-,099

-,0

67

,054

,0

26

-,013

,0

31

-,006

,0

25

,047

-,0

32

-,016

-,0

30

,029

-,0

09

-,050

,0

04

,146

-,0

14

,068

-,0

07

-,032

-,0

36

Q09

,034

,0

41

-,029

,0

30

-,036

-,0

48

,042

-,1

67

-,0

60

,000

-,0

40

,074

,0

36

,023

-,0

55

,010

-,0

31

-,026

-,0

36

,009

,0

09

,081

-,0

26

-,041

,0

35

,017

-,0

24

-,062

-,0

09

-,013

,0

44

,031

,0

23

Q10

-,073

,0

37

,007

,0

00

-,030

,0

24

-,047

,0

10

-,060

-,081

,0

00

,048

-,0

55

-,032

,0

61

-,048

,0

58

,064

-,0

51

-,024

,0

16

,009

,0

42

-,001

-,0

87

,093

-,0

16

-,029

,0

18

-,068

,0

73

,029

-,0

48

Q11

,013

,0

79

-,042

-,0

58

,083

,0

64

-,034

-,0

64

,000

-,0

81

-,0

97

-,064

,0

19

-,020

-,0

10

,067

-,0

35

,089

-,0

32

-,017

,0

12

-,059

-,0

13

-,029

,0

14

,000

-,0

04

-,105

,0

27

,059

-,1

71

-,057

,0

29

Q12

-,035

-,0

11

,009

,0

41

-,003

,0

08

-,031

,0

42

-,040

,0

00

-,097

-,026

-,0

55

-,021

-,0

18

-,003

,0

22

-,025

,0

42

,014

-,0

32

,010

-,0

18

-,018

-,0

27

-,049

,0

31

,039

,0

66

-,005

,0

27

-,025

-,0

07

Q13

,007

-,0

53

,028

,0

29

-,010

-,0

71

,042

-,0

99

,074

,0

48

-,064

-,0

26

-,0

03

,014

,0

29

,032

,0

34

-,071

,0

26

-,063

,0

22

,003

,0

35

-,049

-,0

28

-,028

-,0

69

-,023

,0

34

,028

,0

84

-,017

-,0

18

Q14

-,001

-,0

87

-,013

,0

49

-,073

-,0

52

,060

-,0

67

,036

-,0

55

,019

-,0

55

-,003

-,026

,0

48

,018

,0

00

-,004

-,0

15

,010

,0

52

-,013

,0

36

,070

-,0

18

,003

-,0

56

-,038

-,0

81

-,018

,0

40

-,025

,0

12

Q15

-,028

,0

21

-,053

,0

93

,072

-,0

51

-,039

,0

54

,023

-,0

32

-,020

-,0

21

,014

-,0

26

,0

10

,018

,0

43

-,075

-,0

61

,006

-,0

48

-,114

-,0

68

,109

,1

42

-,068

-,0

48

,086

-,0

08

,121

,0

24

-,012

-,0

27

Q16

-,057

-,0

07

,004

-,0

07

,060

-,0

40

,010

,0

26

-,055

,0

61

-,010

-,0

18

,029

,0

48

,010

-,017

,0

35

,064

-,0

27

-,006

,1

20

-,107

,1

00

-,031

,0

64

,006

-,0

81

,073

-,0

88

-,066

,0

16

-,066

-,0

17

Q17

-,060

,0

66

-,023

-,0

33

-,035

-,0

61

-,008

-,0

13

,010

-,0

48

,067

-,0

03

,032

,0

18

,018

-,0

17

-,0

63

,034

,0

15

-,087

-,0

27

-,049

-,0

46

,058

,0

01

-,053

-,0

49

-,037

-,0

39

,037

,0

08

-,075

-,0

07

Q18

-,007

-,0

68

-,059

,0

71

,056

-,0

21

-,014

,0

31

-,031

,0

58

-,035

,0

22

,034

,0

00

,043

,0

35

-,063

-,015

-,0

94

-,010

-,0

17

-,017

,0

10

,058

-,0

19

,000

-,0

11

,003

-,0

19

,009

,0

41

,000

-,0

38

Q19

-,058

,0

75

,050

-,0

85

,016

,0

48

-,053

-,0

06

-,026

,0

64

,089

-,0

25

-,071

-,0

04

-,075

,0

64

,034

-,0

15

-,0

35

,024

-,0

06

-,049

,0

28

,012

-,0

34

,050

-,0

47

-,009

-,0

73

-,060

-,0

74

-,005

,0

43

Q20

,038

-,0

18

,115

-,0

60

,000

,0

04

-,053

,0

25

-,036

-,0

51

-,032

,0

42

,026

-,0

15

-,061

-,0

27

,015

-,0

94

-,035

,062

-,0

01

,017

,0

03

-,070

-,0

31

-,104

-,0

55

-,009

,0

68

,014

,0

40

,018

,0

56

Q21

,025

-,0

16

-,010

,0

16

,114

,0

36

-,031

,0

47

,009

-,0

24

-,017

,0

14

-,063

,0

10

,006

-,0

06

-,087

-,0

10

,024

,0

62

-,0

02

,013

,0

12

,020

,0

12

-,035

-,0

69

-,032

,0

21

-,040

,0

29

,012

,0

60

Q22

-,015

,0

26

,006

-,0

30

-,002

-,0

49

,124

-,0

32

,009

,0

16

,012

-,0

32

,022

,0

52

-,048

,1

20

-,027

-,0

17

-,006

-,0

01

-,002

,002

,0

35

-,053

,0

39

,019

-,0

68

,001

-,0

51

-,063

-,0

19

-,010

-,0

14

Q23

-,006

,0

10

,039

,0

19

-,036

,0

22

,030

-,0

16

,081

,0

09

-,059

,0

10

,003

-,0

13

-,114

-,1

07

-,049

-,0

17

-,049

,0

17

,013

,0

02

-,0

56

-,009

-,0

73

,048

-,0

46

-,061

-,0

30

-,053

,0

44

,087

,0

07

Q24

,017

-,0

71

,017

-,0

17

,004

,0

04

,008

-,0

30

-,026

,0

42

-,013

-,0

18

,035

,0

36

-,068

,1

00

-,046

,0

10

,028

,0

03

,012

,0

35

-,056

-,094

,0

19

,032

,0

18

-,038

-,0

17

-,071

,0

32

-,013

,0

05

Q25

-,076

-,0

59

-,099

,0

66

-,017

,0

32

,007

,0

29

-,041

-,0

01

-,029

-,0

18

-,049

,0

70

,109

-,0

31

,058

,0

58

,012

-,0

70

,020

-,0

53

-,009

-,0

94

,0

07

-,061

-,0

83

,038

-,1

48

,023

,0

29

,020

,0

18

Q26

-,022

,0

00

-,009

-,0

19

,027

-,0

05

,024

-,0

09

,035

-,0

87

,014

-,0

27

-,028

-,0

18

,142

,0

64

,001

-,0

19

-,034

-,0

31

,012

,0

39

-,073

,0

19

,007

-,053

-,0

06

,051

-,0

98

-,007

-,0

11

,009

,0

42

Q27

,005

,0

34

-,028

-,0

13

-,024

,0

31

-,009

-,0

50

,017

,0

93

,000

-,0

49

-,028

,0

03

-,068

,0

06

-,053

,0

00

,050

-,1

04

-,035

,0

19

,048

,0

32

-,061

-,0

53

,0

59

-,049

,0

01

-,099

-,0

39

,071

-,0

42

Q28

,083

,0

07

-,040

-,0

67

-,109

,0

16

-,009

,0

04

-,024

-,0

16

-,004

,0

31

-,069

-,0

56

-,048

-,0

81

-,049

-,0

11

-,047

-,0

55

-,069

-,0

68

-,046

,0

18

-,083

-,0

06

,059

,006

,0

77

,000

-,0

53

,025

-,0

23

Q29

,004

,0

22

,022

,0

24

-,007

-,0

50

,065

,1

46

-,062

-,0

29

-,105

,0

39

-,023

-,0

38

,086

,0

73

-,037

,0

03

-,009

-,0

09

-,032

,0

01

-,061

-,0

38

,038

,0

51

-,049

,0

06

-,0

45

,027

-,0

60

-,046

-,0

18

Q30

,030

,0

54

,019

,0

28

,035

,0

29

-,065

-,0

14

-,009

,0

18

,027

,0

66

,034

-,0

81

-,008

-,0

88

-,039

-,0

19

-,073

,0

68

,021

-,0

51

-,030

-,0

17

-,148

-,0

98

,001

,0

77

-,045

,068

-,0

15

-,066

-,0

28

Q31

,013

,0

05

,065

,0

47

,027

-,0

63

-,016

,0

68

-,013

-,0

68

,059

-,0

05

,028

-,0

18

,121

-,0

66

,037

,0

09

-,060

,0

14

-,040

-,0

63

-,053

-,0

71

,023

-,0

07

-,099

,0

00

,027

,0

68

-,0

48

-,047

-,0

32

Q32

-,009

-,0

46

,004

,0

06

-,061

-,0

25

-,046

-,0

07

,044

,0

73

-,171

,0

27

,084

,0

40

,024

,0

16

,008

,0

41

-,074

,0

40

,029

-,0

19

,044

,0

32

,029

-,0

11

-,039

-,0

53

-,060

-,0

15

-,048

-,017

-,0

40

Q33

,017

-,0

30

,025

-,0

12

-,023

,0

06

-,033

-,0

32

,031

,0

29

-,057

-,0

25

-,017

-,0

25

-,012

-,0

66

-,075

,0

00

-,005

,0

18

,012

-,0

10

,087

-,0

13

,020

,0

09

,071

,0

25

-,046

-,0

66

-,047

-,0

17

0,

005

Q34

,000

-,0

18

,034

-,0

47

-,005

,0

30

,007

-,0

36

,023

-,0

48

,029

-,0

07

-,018

,0

12

-,027

-,0

17

-,007

-,0

38

,043

,0

56

,060

-,0

14

,007

,0

05

,018

,0

42

-,042

-,0

23

-,018

-,0

28

-,032

-,0

40

,005

Tabela 5 - Resíduos das correlações entre as questões.

73

Nas tabelas 6 e 7, apresentam-se os loadings obtidos nas matrizes Pattern

e Structure via rotação VARIMAX. A primeira se refere à correlação entre as

questões e os fatores e a segunda, com os coeficientes da equação de regressão

relacionada ao modelo.

Tabela 6 - Valores dos loadings para a Matriz Pattern.

Matriz Pattern - Componentes

Questão 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Q34 0,853 0,147 -0,162 0,025 0,047 0,190 0,084 0,065 0,174 0,050 -0,039 0,030 Q32 0,746 0,237 0,102 -0,097 -0,085 -0,100 0,001 -0,120 -0,060 -0,163 0,069 0,021 Q33 0,736 -0,178 0,034 0,103 0,195 -0,278 0,060 0,052 0,003 0,259 -0,008 -0,035 Q29 0,513 -0,107 0,055 -0,101 -0,049 0,247 -0,374 0,185 -0,254 -0,088 0,046 0,114 Q31 0,490 -0,339 0,212 -0,050 0,093 0,022 -0,100 0,305 -0,234 -0,076 0,178 0,141 Q04 0,209 0,778 -0,031 -0,045 -0,026 0,152 0,173 -0,008 0,037 0,078 0,179 -0,099 Q03 -0,104 0,674 -0,281 -0,061 -0,006 -0,048 -0,157 0,014 0,058 0,301 -0,009 0,097 Q28 0,114 0,621 0,289 -0,023 0,184 0,022 -0,158 0,131 -0,072 -0,176 -0,172 -0,050 Q19 0,002 0,086 0,858 -0,011 0,090 0,040 0,132 -0,073 0,051 -0,141 -0,112 -0,030 Q23 -0,058 -0,102 0,603 -0,247 0,028 0,002 -0,123 0,143 -0,121 0,133 -0,274 0,188 Q30 0,198 -0,225 0,590 0,104 -0,132 -0,158 0,005 0,101 0,185 0,297 0,137 0,205 Q09 -0,109 -0,041 -0,132 0,782 -0,166 0,010 -0,274 0,151 0,094 -0,071 0,004 0,123 Q08 -0,008 -0,038 0,039 0,744 0,168 0,069 0,213 -0,105 0,005 -0,048 0,010 -0,055 Q14 0,034 -0,104 0,142 0,051 0,747 -0,033 -0,364 0,024 0,175 0,014 -0,032 -0,084 Q13 -0,089 0,155 0,190 0,125 0,555 0,151 0,313 -0,283 -0,418 -0,059 0,053 -0,037 Q02 0,040 0,202 -0,341 -0,287 0,514 -0,141 0,357 0,159 0,172 0,060 0,150 0,251 Q06 0,221 0,184 -0,067 0,436 0,439 0,055 -0,025 0,370 0,037 0,255 -0,162 -0,114 Q07 0,194 0,082 0,062 -0,004 0,071 -0,792 -0,070 0,084 0,029 -0,177 -0,148 0,006 Q22 0,243 0,251 0,182 0,168 -0,031 0,751 -0,006 0,087 -0,010 0,039 -0,109 0,113 Q16 0,116 0,027 0,153 0,049 -0,179 -0,601 0,163 0,153 -0,127 0,477 -0,062 -0,077 Q10 -0,074 0,034 -0,059 0,034 0,092 -0,015 -0,870 -0,018 -0,013 0,078 0,063 -0,085 Q18 -0,049 0,022 -0,022 0,044 0,017 -0,098 0,064 0,911 -0,118 -0,086 -0,012 0,094 Q17 0,281 0,125 0,076 0,008 0,002 0,062 -0,264 0,489 -0,173 0,284 -0,097 -0,015 Q12 0,099 -0,073 -0,056 0,134 0,394 -0,202 -0,246 -0,431 -0,404 0,112 -0,133 0,381 Q21 -0,103 -0,089 -0,074 -0,237 -0,044 0,015 -0,014 0,296 -0,812 0,069 -0,014 -0,171 Q27 0,186 0,092 0,094 0,099 -0,063 -0,130 0,060 0,118 -0,535 -0,338 0,143 0,350 Q11 0,319 0,158 -0,043 0,127 -0,113 -0,179 -0,217 -0,262 -0,525 -0,087 -0,064 0,159 Q05 0,215 0,320 -0,017 -0,144 0,238 -0,066 -0,399 -0,115 0,446 -0,214 0,022 0,050 Q01 -0,121 0,333 0,052 -0,199 0,111 0,074 -0,177 -0,012 -0,021 0,710 0,053 0,183 Q20 -0,248 0,182 0,250 0,149 -0,040 -0,278 -0,093 0,331 -0,091 -0,508 -0,042 0,188 Q15 -0,150 0,009 0,172 -0,015 0,034 -0,075 0,020 -0,026 -0,020 0,004 -0,818 0,064 Q26 -0,213 0,008 0,474 -0,048 0,204 -0,040 -0,248 0,020 -0,119 0,018 0,555 0,084 Q24 0,116 -0,287 -0,043 -0,005 0,010 0,215 0,126 0,171 0,100 -0,040 -0,208 0,826 Q25 -0,166 0,284 0,184 0,045 -0,094 -0,057 0,035 -0,124 0,007 0,144 0,240 0,633

74

Tabela 7 - Valores dos loadings para a Matriz Structure.

Matriz Structure - Componentes

Questão 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Q34 0,854 0,229 -0,164 0,054 0,154 0,223 0,013 0,161 0,159 0,108 -0,068 0,062 Q32 0,736 0,292 0,150 -0,062 0,039 -0,110 -0,102 -0,010 -0,150 -0,140 0,068 0,145 Q33 0,760 -0,105 0,105 0,141 0,249 -0,288 -0,038 0,195 -0,079 0,293 -0,075 0,074 Q29 0,594 -0,049 0,197 -0,046 -0,010 0,176 -0,452 0,326 -0,346 -0,074 0,002 0,234 Q31 0,568 -0,291 0,374 0,010 0,070 -0,057 -0,208 0,434 -0,372 -0,055 0,098 0,290 Q04 0,225 0,794 -0,123 -0,121 0,120 0,198 0,122 -0,075 0,103 0,107 0,229 -0,067 Q03 -0,033 0,700 -0,300 -0,149 0,113 -0,019 -0,173 -0,039 0,141 0,335 0,061 0,073 Q28 0,240 0,640 0,335 -0,003 0,323 -0,005 -0,280 0,141 -0,134 -0,169 -0,173 0,083 Q19 0,034 0,062 0,829 0,050 0,156 -0,026 0,032 -0,011 -0,103 -0,194 -0,124 0,121 Q23 0,045 -0,116 0,684 -0,183 0,048 -0,108 -0,222 0,276 -0,268 0,108 -0,273 0,316 Q30 0,236 -0,241 0,614 0,114 -0,096 -0,229 -0,077 0,235 0,008 0,275 0,096 0,339 Q09 -0,038 -0,111 -0,052 0,774 -0,154 0,011 -0,260 0,149 0,056 -0,123 -0,091 0,123 Q08 0,002 -0,071 0,036 0,754 0,180 0,094 0,211 -0,147 0,014 -0,112 -0,069 -0,057 Q14 0,135 0,054 0,195 0,095 0,770 -0,047 -0,411 0,020 0,137 0,045 -0,083 -0,017 Q13 -0,052 0,219 0,220 0,148 0,574 0,128 0,256 -0,349 -0,374 -0,103 0,066 0,011 Q02 0,072 0,318 -0,327 -0,322 0,497 -0,089 0,316 0,048 0,245 0,163 0,193 0,180 Q06 0,368 0,219 -0,016 0,441 0,497 0,066 -0,108 0,380 0,048 0,281 -0,260 -0,056 Q07 0,234 0,076 0,183 0,030 0,105 -0,800 -0,166 0,141 -0,097 -0,150 -0,179 0,113 Q22 0,312 0,261 0,154 0,192 0,063 0,725 -0,048 0,132 -0,007 0,016 -0,123 0,137 Q16 0,146 -0,051 0,189 0,015 -0,155 -0,627 0,092 0,245 -0,191 0,475 -0,084 0,020 Q10 0,017 0,114 0,021 0,023 0,147 -0,053 -0,856 0,026 -0,041 0,076 0,045 -0,014 Q18 0,117 -0,058 0,125 0,045 -0,056 -0,133 -0,037 0,902 -0,185 -0,025 -0,112 0,167 Q17 0,434 0,122 0,181 0,012 0,054 0,005 -0,364 0,597 -0,233 0,314 -0,160 0,110 Q12 0,184 0,042 0,145 0,187 0,448 -0,274 -0,314 -0,342 -0,450 0,067 -0,108 0,442 Q21 -0,027 -0,148 0,064 -0,231 -0,128 -0,059 -0,053 0,327 -0,779 0,057 -0,032 -0,093 Q27 0,278 0,070 0,318 0,138 -0,052 -0,210 -0,065 0,169 -0,647 -0,364 0,119 0,481 Q11 0,368 0,169 0,130 0,163 -0,027 -0,240 -0,295 -0,152 -0,588 -0,136 -0,056 0,271 Q05 0,238 0,448 -0,033 -0,137 0,351 -0,034 -0,425 -0,125 0,405 -0,159 0,048 0,074 Q01 -0,025 0,396 0,038 -0,277 0,204 0,037 -0,210 0,019 0,017 0,725 0,123 0,209 Q20 -0,137 0,107 0,398 0,183 -0,047 -0,326 -0,184 0,306 -0,226 -0,522 -0,088 0,288 Q15 -0,095 -0,053 0,205 0,079 0,054 -0,106 -0,014 0,062 -0,059 -0,032 -0,809 0,047 Q26 -0,141 0,068 0,532 -0,086 0,213 -0,115 -0,303 -0,003 -0,216 0,001 0,548 0,232 Q24 0,198 -0,257 0,114 0,066 -0,022 0,155 0,063 0,262 0,005 -0,027 -0,203 0,776 Q25 -0,098 0,300 0,262 0,000 -0,020 -0,112 -0,030 -0,119 -0,068 0,120 0,308 0,669

75

Usualmente, avalia-se a matriz Pattern e encaminha-se uma verificação

dupla com a matriz Structure, onde se destaca em amarelo todos os valores acima

de 0,4 (ou abaixo de -0,4), os quais indicariam um impacto interessante para nossa

análise. Na cor laranja, destacam-se os maiores resultados de cada questão,

indicando a qual fator ela está mais relacionada.

No geral, tem-se que os resultados das duas matrizes convergem para o

mesmo agrupamento de questões. Avaliando a correlação entre os fatores finais

(Tabela 8), observa-se baixa correlação entre as componentes, o que sinaliza uma

probabilidade baixa de inter-relação entre os 12 construtos obtidos pela análise.

Tabela 8 – Matriz de correlação entre as componentes.

Comp. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

1 1,000 0,081 0,060 0,057 0,106 -0,005 -0,105 0,164 -0,088 0,040 -0,047 0,113 2 0,081 1,000 -0,034 -0,070 0,183 0,027 -0,078 -0,074 0,039 0,016 0,064 0,053 3 0,060 -0,034 1,000 0,049 0,066 -0,102 -0,115 0,105 -0,201 -0,063 -0,027 0,205 4 0,057 -0,070 0,049 1,000 0,037 0,010 -0,012 -0,007 -0,026 -0,081 -0,113 0,028 5 0,106 0,183 0,066 0,037 1,000 0,002 -0,068 -0,070 0,027 0,045 -0,027 0,030 6 -0,005 0,027 -0,102 0,010 0,002 1,000 0,060 -0,027 0,099 -0,019 0,011 -0,081 7 -0,105 -0,078 -0,115 -0,012 -0,068 0,060 1,000 -0,089 0,075 0,005 0,021 -0,094 8 0,164 -0,074 0,105 -0,007 -0,070 -0,027 -0,089 1,000 -0,060 0,076 -0,111 0,071 9 -0,088 0,039 -0,201 -0,026 0,027 0,099 0,075 -0,060 1,000 0,061 0,010 -0,120 10 0,040 0,016 -0,063 -0,081 0,045 -0,019 0,005 0,076 0,061 1,000 0,025 -0,001 11 -0,047 0,064 -0,027 -0,113 -0,027 0,011 0,021 -0,111 0,010 0,025 1,000 0,050 12 0,113 0,053 0,205 0,028 0,030 -0,081 -0,094 0,071 -0,120 -0,001 0,050 1,000

Com isso, tem-se o agrupamento final apresentado na Tabela 9, a seguir, de

modo que a ordenação dentro de cada novo construto é feita de acordo com o

impacto de cada questão em seu próprio construto, do maior para o menor. Nesta

tabela, foram pintadas de três cores as questões relacionadas com os construtos

iniciais (ambiente, design e sociais) e pode-se observar que:

O novo Construto 1 está bem relacionado com as questões sociais;

Os novos Construtos 7, 8, 11 e 12 com as questões de design;

Nos demais, encontrou-se uma mescla de questões que pode ser explicada

pela baixa correlação entre as mesmas.

Curiosamente, cinco das seis questões que pertenciam ao Construto 3

original ficaram em um mesmo construto obtido a partir da Análise Fatorial, o que

faz sentido se lembrarmos que as variáveis do mesmo apresentaram os maiores

valores do coeficiente de correlação de Spearman na análise descritiva da amostra.

76

Tabela 9 - Novos construtos.

Construto 1 Construto 2 Construto 3 Construto 4 Construto 5 Construto 6

Q34 Q04 Q19 Q09 Q14 Q07

Q32 Q03 Q23 Q08 Q13 Q22

Q33 Q28 Q30

Q02 Q16

Q29

Q06

Q31

Construto 7 Construto 8 Construto 9 Construto 10 Construto 11 Construto 12

Q10 Q18 Q21 Q01 Q15 Q24

Q17 Q27 Q20 Q26 Q25

Q12 Q11

Q05

Como uma sugestão da banca examinadora, realizamos Análises Fatoriais

sucessivas, utilizando o mesmo método descrito acima, eliminando as questões

dos constructos de tamanho menor ou igual a DOIS para a realização de uma nova

análise até que, preferencialmente, todos os construtos sejam de tamanho maior ou

igual a TRÊS.

Na primeira etapa deste processo iterativo, eliminamos as questões dos

Construtos 4, 7, 10, 11 e 12 (a saber, as Questões 01, 08, 09, 10, 15, 20, 24, 25 e

26) e rodamos novamente a Análise Fatorial, na qual obtivemos 8 novos

agrupamentos, que são descritos na tabela a seguir:

Tabela 9.1 – Construtos obtidos na segunda Análise Fatorial.

Construto 1 Construto 2 Construto 3 Construto 4

Q34 Q04 Q11 Q18

Q33 Q03 Q27 Q21

Q32 Q28 Q12 Q17

Q31 Q05 Q29

Q02

Construto 5 Construto 6 Construto 7 Construto 8

Q19 Q14 Q07 Q13

Q23 Q06 Q22

Q30 Q16

77

Como há dois construtos com menos de três questões, eliminamos as

respectivas questões (a saber, Q06, Q13 e Q14) e rodamos uma nova Análise

Fatorial, obtendo os seguintes agrupamentos:

Tabela 9.2 – Construtos obtidos na segunda Análise Fatorial.

Observe que as diferenças entre a Tabela 9.1 e a Tabela 9.2, além das

questões excluídas, é um construto novo formado apenas pela Q12 e a inclusão da

Q29 no primeiro construto – lembramos que a Q29 pertencia ao primeiro construto

obtido na primeira Análise Fatorial e no construto 3 da hipótese inicial proposta pelo

pesquisador. Não há motivação suficiente para que uma nova Análise Fatorial seja

realizada, uma vez que a perda de informação sobre o conjunto de dados já é

grande com 12 das 34 variáveis originais sendo eliminadas do modelo final.

Sendo assim, nossa proposta final de agrupamento é de SEIS construtos, de

modo que as Questões 11, 12 e 27 mantenham-se num mesmo construto.

Resumimos esta etapa final por meio da seguinte tabela:

Tabela 9.3 – Construtos finais. (As cores dos três construtos da hipótese original foram

incluídas na tabela a título de comparação direta.)

5.4.2.4 Descrição geral dos construtos

Como a amostragem foi composta somente por pessoas que realizaram a

compra - e, portanto, não há a contrapartida de opiniões daquelas que não a

concluíram -, as conclusões limitam-se a esse perfil de consumidores. Poder-se-ia

inferir que, uma vez que esses consumidores efetuaram a compra, eles foram

Construto 1 Construto 2 Construto 3 Construto 4 Construto 5 Construto 6 Construto 7

Q34 Q03 Q18 Q19 Q27 Q07 Q12

Q33 Q04 Q17 Q23 Q11 Q22

Q32 Q02 Q21 Q30 Q16

Q31 Q05

Q29 Q28

Construto 1 Construto 2 Construto 3 Construto 4 Construto 5 Construto 6

Q29 Q02 Q17 Q19 Q11 Q07

Q31 Q03 Q18 Q23 Q12 Q16

Q32 Q04 Q21 Q30 Q27 Q22

Q33 Q05

Q34 Q28

78

atraídos pelos atributos do local, causando uma tendência de boa avaliação nos

quesitos. Desse modo, para cada item, não se obteve uma grande variabilidade nas

respostas, o que impossibilita analisar opiniões divergentes.

Em razão disso, a análise dos construtos não deve ser tomada como

definitiva. Ou seja, não se pode, a partir dessa amostra, rejeitar os três construtos,

considerando-os totalmente inadequados, ou confirmá-los, em sua totalidade,

avaliando-os como corretos. Assim, neste momento e somente com esta amostra,

não é possível validar os três construtos. Contudo, de acordo com as orientações

propostas pela banca examinadora, a análise se fará mais efetiva respeitando o

agrupamento obtido por intermédio da Análise Fatorial.

Para isso, criou-se o escore percentual do construto, padronizando o

resultado da soma dos escores individuais de 0% a 100%.

Utilizamos a seguinte fórmula:

∑ ( )

( )⁄

onde k é o número de questões do construto. A ideia é que, se, por exemplo, um

respondente atribui “1” a todas as questões do construto, o valor do escore % será

igual a 0%; se ele responder “5” em todas as questões o resultado final será 100%.

Em termos dos construtos obtidos a partir da Análise Fatorial e do processo

iterativo descrito na subseção anterior (Tabela 9.3), aplicamos a mesma

metodologia dos escores percentuais. Uma pequena observação deve ser feita: o

escore percentual do entrevistado que não respondeu a uma questão não foi

levado em conta no cálculo das medidas resumo do respectivo construto que

engloba tal questão. Por este motivo, o tamanho amostral (N) de um dos construtos

é igual a 49.

Tabela 10 - Medidas resumo para os escores percentuais dos novos construtos obtidos a

partir da Análise Fatorial.

Construto 1 Construto 2 Construto 3 Construto 4 Construto 5 Construto 6

Média 84,60 83,40 81,83 83,83 85,67 74,83

Desvio Padrão 16,52 12,98 16,47 15,49 13,65 14,14

Mínimo 90 85 91,67 91,67 83,33 66,67

Mediana 100 100 100 100 100 100

Máximo 35 40 33,33 41,67 50 50

N 50 50 50 50 50 49

Construtos finais

79

De uma forma geral, os cinco primeiros construtos tem um perfil parecido

entre si em termos das medidas resumo. O único construto que apresentou um

perfil diferente foi o Construto 6, o que é perfeitamente justificado pela presença da

Questão 22 no mesmo.

Do ponto de vista do alfa de Cronbach, verifica-se que os construtos estão

bem mais consistentes do que o agrupamento originalmente proposto (vide a

Tabela 11). Há um detalhe importante a ser observado, contudo: o alfa do

Construto 6 é negativo (o valor está destacado em amarelo na tabela), o que indica

que as correlações entre as variáveis são significativamente negativas, o que não

necessariamente é um problema, visto que suas semelhanças decorrem dos

valores, em módulo, do coeficiente de correlação de Spearman (Tabela 12) serem

relativamente altos. Além disso, a Questão 22 é negativamente correlacionada com

as questões de seu construto.

Tabela 11 – Valores do alfa de Cronbach para os seis construtos finais obtidos a partir da

Análise Fatorial.

Construto 1 Construto 2 Construto 3 Construto 4 Construto 5 Construto 6

Alfa de Cronbach 0,779 0,675 0,600 0,669 0,698 -0,429

80

Tabela 12 – Matriz de coeficientes de correlação de Spearman para as variáveis dos seis

construtos finais obtidos a partir da Análise Fatorial.

Q2

9Q

31

Q3

2Q

33

Q3

4Q

02

Q0

3Q

04

Q0

5Q

28

Q1

7Q

18

Q2

1Q

19

Q2

3Q

30

Q1

1Q

12

Q2

7Q

07

Q1

6Q

22

Q2

9-

Q3

10

,61

4-

Q3

20

,48

90

,33

1-

Q3

30

,38

50

,49

20

,47

7-

Q3

40

,43

20

,22

20

,61

40

,67

9-

Q0

2-0

,13

2-0

,17

00

,00

90

,09

60

,19

1-

Q0

3-0

,06

3-0

,22

20

,04

9-0

,11

10

,13

80

,29

5-

Q0

40

,10

8-0

,15

90

,20

7-0

,01

10

,19

50

,22

50

,30

3-

Q0

50

,13

2-0

,05

70

,20

60

,11

60

,31

10

,29

60

,10

50

,26

3-

Q2

80

,33

40

,20

30

,26

70

,05

50

,10

30

,00

60

,07

90

,32

00

,25

2-

Q1

70

,38

70

,49

10

,33

00

,34

20

,29

0-0

,09

30

,18

00

,06

0-0

,03

30

,16

1-

Q1

80

,19

50

,33

90

,04

10

,25

20

,00

9-0

,00

6-0

,10

60

,00

0-0

,05

50

,08

10

,40

9-

Q2

10

,28

90

,35

10

,03

60

,03

4-0

,14

9-0

,26

6-0

,15

3-0

,01

0-0

,30

00

,01

00

,24

60

,40

3-

Q1

90

,07

30

,15

60

,06

50

,09

10

,00

8-0

,11

8-0

,16

50

,01

20

,12

70

,40

10

,08

60

,03

7-0

,01

8-

Q2

30

,26

40

,43

00

,14

10

,21

7-0

,08

5-0

,23

5-0

,10

7-0

,17

20

,00

10

,26

50

,29

90

,30

90

,43

60

,45

9-

Q3

00

,23

20

,51

40

,13

60

,35

30

,07

5-0

,06

5-0

,19

0-0

,14

70

,04

00

,17

10

,21

00

,23

60

,03

10

,32

40

,45

7-

Q1

10

,22

10

,27

90

,23

70

,09

80

,12

3-0

,09

20

,00

40

,03

90

,08

40

,33

60

,11

4-0

,07

30

,23

50

,19

40

,11

30

,11

5-

Q1

20

,26

10

,22

00

,16

70

,13

70

,07

00

,07

70

,10

9-0

,01

30

,14

20

,28

4-0

,00

4-0

,19

80

,07

10

,14

10

,19

20

,19

10

,41

3-

Q2

70

,32

70

,38

40

,31

00

,20

90

,03

00

,00

6-0

,13

70

,12

2-0

,15

10

,39

30

,07

30

,24

40

,33

60

,29

80

,27

60

,21

70

,56

70

,32

9-

Q0

70

,16

10

,29

20

,25

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,24

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,07

80

,06

0-0

,03

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,25

30

,08

70

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,28

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10

,15

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,26

6-

Q1

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,00

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,05

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,01

30

,18

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,03

90

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,06

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,19

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,11

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,15

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,06

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,05

40

,34

6-

Q2

20

,35

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,09

20

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,42

2-0

,07

10

,06

00

,22

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,07

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,23

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,28

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,05

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,01

10

,05

8-0

,03

60

,10

1-0

,29

0-0

,19

4-

81

5.4.3 Layout

Como já abordado ao longo deste estudo, o layout da loja se traduz na

maneira pela qual os elementos que constituem o ponto de venda são organizados.

Desse modo, para o prosseguimento deste trabalho, faz-se necessária a

categorização de todos os elementos que o constituem, bem como o claro

entendimento de como estes se organizam.

No que diz respeito a sua estrutura física, segundo o departamento de

franquias da PinkBiju, seu projeto arquitetônico segue as seguintes especificações:

Base em MDF de 15 mm, com apoios de mesmo material com revestimento

de borracha entre piso do mall e base, nas medidas: 2 x 0 ou 3 x 0 na cor

“noce athenas” e rampa de acesso em MDF 9 mm;

Painéis laterais em MDF canaletado com 9 frisos na cor branco, sendo uma

parte com 1,30 x 0,90 e 2,30 x 0,90, com aplicação de foto em adesivo PVC

e portas de correr em vidro temperado 6mm transparente, com trilhos e

fechadura em alumínio com lâmpadas fluorescentes internamente; no topo

do painel uma placa de acrílico branco fosco com lâmpada fluorescente

interna;

Torre lateral direita e esquerda em MDF 15 mm com vitrine em vidro

temperado 6 mm transparente e iluminação interna com lâmpada de LED;

Cantoneira luminoso com base em MDF 15 mm, acrílico cristal 3 mm e

acrílico leitosos de 4 mm adesivado em PVC “PinkBiju”;

Balcão central/Caixa em MDF 15 mm na cor branco, painel canaletado 9

frisos, gaveta e porta teclado com corrediças metálicas, fechadura tambor

em metal, lâmpadas fluorescentes internas;

Luminosos Totem no centro do balcão caixa com haste de metal de 1” e

acrílico 3 mm pintado na cor PINK (magenta 100%), nas medidas: 0,60 x

0,40 x 0,15.

82

Figura 7 - Layout da Loja priorizando cores e iluminação

Fonte: PinkBiju

A estrutura física do quiosque propicia o trânsito dos clientes, simulando uma

loja, mas que não se remete ao modelo de quiosque tradicional, onde não há

interação do cliente com o ponto de venda. A organização proposta, segundo a

classificação de Parente (2010), seria definida como fluxo livre. Este tipo de layout

propicia o livre trânsito dos consumidores no interior do quiosque, estimulando a

interação direta do ambiente e do consumidor para que haja a relação ativa do

consumidor, como pode ser evidenciado na simulação 3D, o que pode evocar a

percepção do ambiente por meio de mais sentidos. Apesar de algumas áreas

serem não tão bem exploradas, esse tipo de organização propicia ambientes mais

criativos capazes de gerar uma maior permanência do cliente no ponto de venda e,

assim, propiciar um aumento nas compras.

O quiosque foi projetado objetivando a máxima utilização de seu espaço

interno. Para isto, cada elemento estrutural foi desenvolvido na forma de

ferramentas de venda. Para que o consumidor seja atraído literalmente aos pontos

de venda é urgente que os produtos fiquem cada vez mais visíveis, pois nem

sempre todos os consumidores gostam ou têm tempo para adentrarem as lojas,

sendo o ponto de venda um stand onde o consumidor pode vê-lo e visitá-lo sem

sair de seu percurso ou, ainda, avistar os produtos sem precisar procurá-los. Trata-

se de um método cada vez mais estratégico nas ações de marketing para os

pontos de venda quando o cerne da questão é o layout. Dessa maneira, toda a

83

parte interna do quiosque é revestida por painéis reservados à exposição de

bijuterias em geral, pulseiras, brincos, colares e anéis.

Figura 8 - Visão geral do caixa

Fonte: PinkBiju

Os painéis são organizados de acordo com os tipos de produtos, sendo

categorizados em dois grupos: colorido e metálico. A composição destes segue

uma exposição uniforme e sequencial de produtos: peças menores na parte

superior, seguidas de peças de tamanho médio e, depois, grande. O painel é

formado por pequenos subgrupos, dispostos na seguinte ordem: brincos, pulseiras

e colares. Cada subgrupo é iniciado pelos artigos menores e finalizado pelos

maiores. No caso de um subgrupo não estar completo, os produtos menores e mais

caros devem estar na parte superior do quiosque, facilitando o acesso do

consumidor. No caso de produtos muito largos, que ocupam mais espaço, estes

serão expostos na parte inferior do quiosque, prática que diminui a perda de áreas

nobres dentro do mesmo.

O painel principal que reveste a parede do fundo está reservado às bijuterias

coloridas, categorizadas de acordo com a sequência básica de cores: madeira,

amarelo, laranja, vermelho, rosa, roxo, azul, verde, marrom, cru, branco, cinza e

84

preto. Também apresenta a seguinte sequência: brincos, pulseiras e colares. Essa

organização muda de acordo com a disponibilidade das cores e as tendências da

moda. Brincos, pulseiras e colares estão por ordem de tamanho. Os tons são

organizados sempre do mais claro para o mais escuro. Neste painel, cada cor é um

subgrupo. Como pode se notar nas Figuras 9 e 10, tanto em sua estrutura física

quanto no arranjo dos produtos, as cores e sua disposição estratégica podem ser

consideradas como pontos máximos do layout de exposição do quiosque em

questão.

Nesse sentido, concorda-se com os estudos de Pedrosa (2003) e Guimarães

(2000) quando revelam que, no tocante ao layout e a sua influência na decisão e

atratividade do consumidor, as cores podem e devem exercer um poder decisivo.

Ainda mais quando se tratam de produtos para decoração, enfeites, adereços

femininos ou produtos destinados a crianças.

Crepaldi (2000, p. 13) cita nesse sentido que:

As cores não podem ser escolhidas exclusivamente pelo gosto pessoal, pois ele é um valor de conceituação subjetiva e variável. Existem gostos para vários tipos de objetos: vestuário, carros, decoração de ambiente etc., porém, essas preferências não podem ser aplicadas indistintamente. Em termos de arte e comunicação visual quanto mais objetiva (internacional e consciente) for a escolha das cores, maiores serão as possibilidades da imagem transmitir a mensagem ou o clima planejado. Isso significa que tem certas cores ou combinação de cores mais adequadas do que outras para comunicar determinadas sensações ou ideias.

Assim, no campo da comunicação de ideias e produtos, a cor possui uma

função definida de ajudar na clareza da mensagem; porém, é difícil prever a reação

do ser humano aos estímulos cromáticos, sendo que nem sempre a reação ocorre

de modo uniforme. Nesse cenário, a preferência por cores muda conforme a moda,

segundo a situação econômica, dificuldades existenciais e outros fatores. Têm-se,

então, na bibliografia estudada inclinações afetivas por certas cores ou tonalidades

de cor e muitos consumidores são mais fiéis às suas preferências do que se pode

suspeitar. Apesar de a preferência ser algo relativo, existe um grande peso

psicológico na escolha de uma cor ou outra, pois cada um capta os estímulos do

mundo exterior segundo a estrutura dos seus sentidos. Além disso, as diferenças

biológicas e sociais de cada indivíduo criam diferentes graus de sensibilidade.

85

Figura 9 - Foto dos painéis de produtos coloridos.

Fonte: PinkBiju

A disposição dos produtos metálicos ocorre de acordo com seus respectivos

subgrupos, sendo estes: inox, stell, prata, prata velha, dourado, ouro velho, cobre,

peças acrílicas e plásticas pintadas de tons metálicos. Estes produtos se organizam

no segundo painel, ao lado direito. Apesar de algumas peças também possuírem

cores, estas não são classificadas como subcategorias. Alguns acessórios como

tiaras e lenços podem ser dispostos junto das demais bijuterias a fim de

estabelecer uma harmonia com os demais produtos expostos na parte superior do

quiosque, esta disposição também causa um rompimento da continuidade, criando

novos estímulos dentro do ponto de venda.

86

Figura 10 - Painel de produtos metalicos

Fonte: PinkBiju

Na parte externa do quiosque estão localizadas as vitrines, compostas por

duas faces distintas, uma delas reservada aos produtos de maior valor agregado,

como o strass. A organização dos produtos com este material se justifica, assim,

devido ao alto valor agregado destes produtos e de seu altíssimo apelo visual. Tal

disposição previne possíveis furtos, bem como fomenta a venda por intermédio da

vitrine decorrente da beleza do produto. Em alguns casos, a utilização de alguma

cor pontual pode ser harmonizada junto dos produtos com strass a fim de propiciar

uma sinergia que impulsione a venda concomitante. A cor utilizada deve estar,

necessariamente, de acordo com a atual tendência de moda. A outra face reserva-

se aos produtos sazonais, novamente utilizando-se da vitrine como uma forte

ferramenta dentro do layout.

Cada uma das faces é dividida por um adesivo muito colorido, fazendo

alusão à feminilidade. Segundo Demetresco (2009), a vitrine deve representar a

essência da loja, sendo o sucesso de sua montagem traduzido na capacidade da

mesma em conseguir atrair consumidores para o seu interior. Em consonância

com o entendimento da mesma autora, considerando a sua funcionalidade, a vitrine

foi projetada de uma maneira que esteja voltada para a face de maior fluxo na

87

região, orientada para a área de embarque e desembarque dos passageiros do

metrô.

Figura 11 - Foto da vitrine de produtos com strass

Fonte: PinkBiju

As torres laterais também foram desenvolvidas em forma de vitrine, cada

uma delas composta por outras menores que, ao contrário das externas, não

possuem função de painel e exposição dos produtos, sendo orientadas,

estrategicamente, de acordo com o fluxo dos usuários do metrô.

88

Figura 12 - Foto torre esquerda

Fonte: PinkBiju

89

Figura 13 - Foto torre direita

Fonte: PinkBiju

Para que o consumidor seja atraído, literalmente, aos pontos de venda, é

imprescindível que os produtos fiquem cada vez mais visíveis, pois nem sempre

todos os consumidores gostam ou têm tempo para adentarem as lojas, sendo o

ponto de venda um stand onde o consumidor pode vê-lo e visitá-lo sem sair de seu

percurso ou ainda poderá ver os produtos sem precisar procurar procurá-los. É

cada vez mais estratégico nas ações de marketing para os pontos de venda

quando o cerne da questão é o layout. Assim como nos stands da PINKBIJU que

aplicam no vidro e na visibilidade total dos produtos, os estudos de Saiani (2007) e

Simões (2002) também destacam esse ponto como um dos grandes diferenciais na

hora de preparar o layout dos pontos de venda.

Novamente, frisa-se que, quando o produto é de adereço e, mais ainda,

quando é destinado ao público feminino, se faz essencial que esteja visível até

mesmo porque, segundo os estudos de Demetresco (2001), a visibilidade de

90

produtos não procurados por consumidores eventuais é um dos pontos máximos da

compra por impulso: passa-se, olha-se, vê-se o produto, chama-se a atenção e

concretiza-se a compra, mesmo que não tenha sido planejada ou ainda desejada.

O painel que se situa abaixo do caixa é reservado às bijuterias infantis e está

agrupado nas seguintes subcategorias: brincos, pulseiras, colares, bolsas, cintos,

óculos, kits de cabelo, brinquedos e bolsas. Estas são categorizadas pela empresa

como um produto de compra por impulso, cuja disposição junto à região do caixa

corresponde a uma estratégia de venda coerente, ou seja, comumente próximo a

estes produtos, pode-se encontrar artigos de baixo valor agregado.

Figura 14 - Foto de produtos infantis na parte de baixo do caixa.

Fonte: PinkBiju

O móvel do centro, além de caixa, também comporta o luminoso que, junto

com a vitrine, é o elemento de maior visibilidade dentro do projeto arquitetônico,

atraindo a atenção do consumidor que está em trânsito para o quiosque como um

todo. Situado no centro no quiosque, apesar de sua estrutura de

multifuncionalidade, sua localização propicia o fluxo livre dos clientes e, ao mesmo

91

tempo em que orienta a movimentação, também impede que o consumidor saia da

loja sem passar por toda a sua extensão.

Figura 15 - Foto do totem e da área de promoção do caixa.

Fonte: PinkBiju

Desenvolvido em forma de ilha, o caixa é uma unidade que oferece muitos

serviços, pois serve à exposição, faturamento e pagamento dos produtos. Estes

últimos estão expostos em três níveis diferentes, o que propicia a exposição de

produtos diversos para quem está dentro e fora do quiosque. A área frontal reserva-

se à exposição de produtos de risco que não podem permanecer nas áreas

comuns, como bandejas de anéis (strass, inox, dourados, zircônia) e relógios.

92

Figura 16 - Foto setores de destaque.

Fonte: PinkBiju

Há, ainda, a possibilidade de serem feitas exposições com bijuterias mais

sofisticadas, complementando com bolsas de festas, o expositor de acrílicos para

tiaras e exposição de maquiagem. Reserva-se, também, a setores em destaque de

promoção, como por exemplo, o de pérolas de água-doce. Cada um dos níveis é

setorizado de maneira que cada categoria de itens não se misture, criando vários

nichos e ambientes no quiosque.

Outro ponto de destaque no design e layout físico acima descrito é a

prevalência da preocupação com a luminosidade e iluminação utilizando certos

aparatos como estratégia para chamar a atenção do consumidor. Assim, concorda-

se com os estudos de Sampaio et al. (2009) que revelam que, através de uma

iluminação estratégica, é possível conquistar a atenção do consumidor no processo

de compra, ponto de destaque também no entendimento de Silva et al. (2012).

Quando o produto em questão é decorativo ou voltado para o público feminino,

segundo Brondani (2006), há maior atração psicológica devido às luzes e

iluminação estratégica.

Desse modo, entende-se que a iluminação corresponde a um destaque com

93

relação à influência da atmosfera criada pelo ambiente do ponto de venda sobre o

ato de compra. Esta se torna um dos principais fatores para o sucesso de uma

instalação comercial, o qual, em qualquer loja, determinará o ambiente, os

destaques, as cores e os pontos de maior interesse.

No layout da PinkBiju, uma boa iluminação deve atender as seguintes

necessidades: gerar interesse, chamar a atenção, criar uma atmosfera agradável,

integrar-se à arquitetura e à identidade da loja e ser sempre flexível.

A análise feita pela empresa PinkBiju, a partir do critério das estratégias de

iluminação, revela que, nos dias atuais, está cada vez mais difícil ter uma

diferenciação a partir da mercadoria, preços, promoções e localização. Sendo

assim, uma loja que aposta nas oportunidades de diferenciação proporcionando um

layout excitante frente seu consumidor, investe numa arma poderosa na conquista

e permanência de clientes no ponto de venda.

94

6 CONCLUSÂO

Desde que os aspectos “experienciais” do comportamento do consumidor

foram melhor compreendidos, as empresas têm se esforçado para tornar cada

compra uma experiência de consumo memorável. Muitos varejistas afirmam que,

cada vez mais, o consumidor busca essa experiência e o ponto de venda é, por

excelência, o local para essa vivência.

Atmosferas de loja são desenvolvidas para estimular os sentidos do

consumidor, induzindo-o a comprar, a incorporação dos mais distintos estímulos,

tais como aromas, cores, iluminações e designs ambientais se mostram cada vez

mais presentes.

Na maioria dessas empresas, entretanto, a adoção do estímulo diverso é um

processo intuitivo, realizado sem qualquer critério e sem a noção da sua influência

sobre o comportamento do consumidor. A revisão teórica mostrou que não há

consenso sobre a interferência desses estímulos no consumidor, sejam eles

olfativos, gustativos, visuais ou sensitivos.

Diante disso, o objetivo desta dissertação foi a análise da influência dos

elementos que constituem o layout da loja sobre o comportamento de compra do

consumidor e, para tanto, foi conduzido um estudo teórico, analítico e exploratório

do objeto deste estudo, no caso Pinkbiju, unidade metrô Paulista, o qual se buscou

compreender a influencia das variáveis sociais, de design e ambientais do layout do

ponto de venda da loja. O estudo se utilizou de um instrumento atitudinal o qual

buscou propiciar mais ferramentas ao longo do processo investigativo.

Na tentativa de apontar algumas respostas às questões propostas neste

estudo, têm-se os seguintes resultados:

Dentre os elementos que constituem o layout e a atmosfera do ambiente de

compra, pode-se evidenciar uma relação positiva entre o comportamento de

compra e as variáveis que constituem o layout da loja. Contudo, não é possível

estabelecer uma ordem de importância entre estas variáveis, sendo que todas as

variáveis utilizadas ao longo da elaboração do quiosque apresentaram uma relação

positiva frente o comportamento de compra, tanto de acordo com o instrumento de

pesquisa quanto com a literatura utilizada. Sendo tanto as variáveis ambientais, de

design e sociais capazes de influenciar o comportamento de compra do

95

consumidor, no caso deste estudo, restringindo-se as variáveis de luz, cores,

limpeza, disposição de moveis e dos produtos. No que diz respeito a este caso,

especificamente, as variáveis envoltas ao olfato e o paladar não foram

consideradas, o que não necessariamente atribui uma não influência de variáveis

como cheiro e o gosto, variáveis que estimulam estes canais sensoriais, frente o

comportamento de compra do consumidor, sendo estes canais um ponto

interessante a ser explorado em futuros estudos.

Quanto ao projeto arquitetônico, notou-se uma preocupação frente aos

estímulos propiciados pelo mesmo, podendo-se evidenciar uma preocupação em

como o ambiente da loja, criado por intermédio do projeto arquitetônico, estimularia

o comportamento de compra do consumidor. Como já salientado, alguns canais

perceptivos, sensoriais, não foram utilizados. Contudo, isso não se faz suficiente

para afirmar que não houve uma preocupação com os mesmos uma vez que os

estudos envoltos a estes canais podem não ter se mostrado conclusivos ou

rentáveis ao ponto de implementa-los neste projeto, especificamente.

Quanto à última questão levantada durante o encaminhamento deste

estudo, não pode se ser conclusivo quanto a não existência de elementos que

constituem o layout da loja que não contribuem de alguma forma para uma

atmosfera favorável ao comportamento de compra. Tanto a revisão teórica quanto o

estudo exploratório mostraram uma preocupação com a elaboração de todo o

layout da loja. Contudo, o instrumento atitudinal apresentou uma única questão

que apresentou uma altíssima não concordância, a questão 22, na qual 46% dos

respondentes discordaram da afirmação proposta no questionário - a saber, “A

localização do caixa é adequada”. Desta maneira, apesar de interpretar que a

disposição do mesmo se faz adequado a fim de propiciar um melhor fluxo dos

consumidores no interior do quiosque, o que, necessariamente, propicia um melhor

acesso físico e visual aos produtos, sendo possível afirmar que isto propicia uma

influência positiva frente o comportamento de consumo, a disposição do caixa

desta maneira é interpretada como desconfortável frente a quase 50% dos

consumidores. A disposição do caixa desta maneira não foi suficiente para

inviabilizar a compra por parte destes consumidores, contudo baseado apenas

neste estudo não é possível afirmar se o mesmo pode ser um fator que possa

prejudicar o comportamento de compra, dentro do objeto deste estudo. Sendo

96

estudos mais específicos quanto à disposição física dos móveis essenciais frente a

uma conclusão quanto a esta questão. Se referindo ainda ao instrumento atitudinal,

contrário ao que a literatura sugeria, após a análise fatorial, o construtos não se

organizaram da maneira esperada, seguindo o modelo de Baker, fato que pode ser

atribuído a amostragem não suficiente, considerando isto, a análise, em um

primeiro momento seguiu com base nos construtos sugeridos pelo investigador.

Contudo, por orientação da banca examinadora, o trabalho foi revisto, quanto a

seus métodos estatísticos onde se manteve os construtos obtidos através de

suscetíveis análises fatoriais, onde se perdeu 50% dos dados colhidos. Apesar da

perda, os novos construtos são mais concisos e representam de maneira mais

adequada às comunidades. Outro fato interessante é de que os novos construtos

se organizaram de forma semelhante aos propostos inicialmente, o que fomenta

motivações frente a futuros estudos com uma amostragem adequada.

Assim, Como contribuições, este trabalho traz ferramentas para um melhor

entendimento da influência criada pelo layout da loja frente o comportamento de

compra do consumidor, além de possibilidades de futuros estudos específicos os

quais poderiam propiciar resultados positivos frente o objeto deste estudo.

97

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103

ANEXO

Anexo 1 – Questionário Este questionário pretende obter o seu grau de concordância com as afirmações

apresentadas, através de uma escala de 1 a 5. Onde:

1 indica DISCORDÂNCIA TOTAL.

2 indica DISCONRDÂNCIA.

3 indica NÃO CONCORDO E NEM DISCORDO.

4 indica CONCORDO.

5 indica CONCORDO TOTALMENTE.

De um modo geral o quiosque é bem iluminada 1 2 3 4 5

Os produtos são bem iluminados. 1 2 3 4 5

A vitrine é bem iluminada. 1 2 3 4 5

Os expositores são bem iluminados. 1 2 3 4 5

As prateleiras são bem iluminadas. 1 2 3 4 5

O quiosque é limpo. 1 2 3 4 5

Os produtos da loja estão limpos. 1 2 3 4 5

A vitrine esta limpa. 1 2 3 4 5

As prateleiras e expositores estão sempre limpos. 1 2 3 4 5

A disposição dos produtos facilita que eu encontre aquilo que estou procurando. 1 2 3 4 5

Possuo fácil acesso aos produtos do quiosque. 1 2 3 4 5

A forma a qual os produtos estão organizados nas prateleiras me agrada. 1 2 3 4 5

A forma a qual os produtos estão organizados nos expositores me agrada. 1 2 3 4 5

A forma a qual os produtos estão organizados nas vitrines me agrada. 1 2 3 4 5

O quiosque é atrativo. 1 2 3 4 5

O quiosque é organizado. 1 2 3 4 5

O quiosque, visualmente, é atrativo. 1 2 3 4 5

O design do quiosque me agrada. 1 2 3 4 5

A quantidade de vitrines no quiosque é adequada. 1 2 3 4 5

O tamanho do quiosque é adequado com o serviço proposto. 1 2 3 4 5

104

O espaço de forma geral é adequado. 1 2 3 4 5

A localização do caixa é adequada. 1 2 3 4 5

Consigo entrar e sair do quiosque sem nenhum problema. 1 2 3 4 5

Consigo transitar sem nenhum problema pelo quiosque. 1 2 3 4 5

O tamanho do luminoso me agrada. 1 2 3 4 5

O local do luminoso me agrada. 1 2 3 4 5

As cores usadas na loja me agradam. 1 2 3 4 5

A cor do luminoso me agrada. 1 2 3 4 5

Sinto-me confortável com a presença da equipe de vendas. 1 2 3 4 5

Sinto-me confortável em ser atendido pela equipe de vendas. 1 2 3 4 5

Sinto-me confortável em pedir alguma informação ou sugestão para a equipe de vendas. 1 2 3 4 5

A equipe de venda possui um número de colaboradores suficiente para atender às minhas necessidades 1 2 3 4 5

Sinto-me confortável com a presença de outros clientes dentro da loja. 1 2 3 4 5

Gosto dos uniformes dos funcionários 1 2 3 4 5

______________________

Nome do participante

______________________

Assinatura do participante