A IMPORTÂNCIA DO GESTOR ESCOLAR NO PROCESSO DE …
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A IMPORTÂNCIA DO GESTOR ESCOLAR NO PROCESSO DE
INCLUSÃO DENTRO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO - PPP
EQUIPE:
Deusinéia Gonçalves da Silva - Cleidiane Macedo de Oliveira - Gilmara
Moreira de Souza - Lilian Pereira Cordeiro - Maria Goreth Oliveira Assunção
Disciplina: Projeto Aplicado / PBL
Profª. Orientadora: Marluce Filipe, MSC
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CLEIDIANE MACEDO DE OLIVEIRA
DEUSINÉIA GONÇALVES DA SILVA
GILMARA MOREIRA DE SOUZA
LILIAN PEREIRA CORDEIRO
MARIA GORETH O. ASSUNÇÃO
A IMPORTÂNCIA DO GESTOR ESCOLAR NO PROCESSO DE INCLUSÃO
DENTRO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO - PPP
Projeto Aplicado / PBL apresentado ao Programa de Pós-Graduação de Especialização em Gestão e Supervisão Escolar do Instituto de Desenvolvimento da Amazônia (IDAAM) como requisito final para a obtenção do grau de Especialista.
ORIENTADORA: MARLUCE FILIPE, MSC.
Manaus
2018
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A Equipe de Gestão e Supervisão Escolar
do IDAAM agradece a Direção da Escola
Municipal Professora Jarlece da
Conceição Zaranza e o Instituto Airton
Senna – IAS por sua cortesia em permitir
a pesquisa com seus funcionários e
contribuir para a profissionalização desta
equipe.
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SUMÁRIO
I. TÍTULO DO PROJETO.......................................................................................... 5
II. PROBLEMA .......................................................................................................... 5
III. HIPOTESE ............................................................................................................. 5
IV. JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 5
V. RESUMO ............................................................................................................... 6
VI. CARACTERÍSTICAS DO LOCAL ......................................................................... 6
IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA ................................................................................... 6
VII. HISTÓRICO DA ESCOLA .................................................................................. 8
VIII. INTEGRANTES DA EQUIPE E SUAS RESPONSABILIDADES ....................... 9
IX. DESCRIÇÃO DO PROJETO ............................................................................... 12
OBJETIVO GERAL ................................................................................................... 12
OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................................... 12
X. METODOLOGIA DE AÇÃO ................................................................................ 13
RESULTADOS ESPERADOS ................................................................................... 14
XI. CRONOGRAMA BÁSICO DO PROJETO ........................................................... 14
XII. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: OS DISPOSITIVOS LEGAIS DA INCLUSÃO
DE ALUNOS ESPECIAIS E O PAPEL DO GESTOR ESCOLAR ............................ 15
O CONCEITO DE INCLUSÃO E OS DISPOSITIVOS LEGAIS ................................. 15
CONCEITO E IMPORTÂNCIA DO PPP PARA A GESTÃO ESCOLAR .................... 18
AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E O PAPEL DO GESTOR NA INCLUSÃO
EDUCACIONAL ........................................................................................................ 21
XIII. ANÁLISE DOS DADOS/RESULTADOS .......................................................... 24
XIV. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 26
XV. REFERÊNCIAS ................................................................................................. 28
ANEXOS ................................................................................................................... 30
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I. TÍTULO DO PROJETO
A IMPORTÂNCIA DO GESTOR ESCOLAR NO PROCESSO DE INCLUSÃO
DENTRO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO - PPP
II. PROBLEMA
A ausência de uma gestão que defina um planejamento voltado para
práticas de inclusão de alunos especiais dentro da proposta pedagógica da escola
(PPP) pode prejudicar o desenvolvimento escolar.
III. HIPOTESE
Se o gestor assumir o papel de gestor participativo na elaboração de um
planejamento direcionado à inclusão de alunos diagnosticados com algum tipo de
deficiência, prevendo ações e atividades voltadas para inclusão desses alunos,
facilitaria muito o processo de ensino e aprendizagem e o êxito da inclusão social e
educacional destes alunos.
IV. JUSTIFICATIVA
No âmbito da instituição, o projeto pode criar um diferencial positivo
para esta escola, representando ajustes nos possíveis equívocos na abordagem dos
alunos especiais com um planejamento que produzirá resultados eficazes no
trabalho de professores e colaboradores da Escola. A gestão da escola assume o
papel principal no direcionamento de solução para os problemas encontrados pela
equipe, promovendo um novo paradigma para o PPP, personalizado aos desafios
desta Escola.
A Inclusão no Ensino Regular é um direito garantido por diversos
instrumentos legais como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e a
Constituição Brasileira de 1988, por isso se faz necessário obter
conhecimentos aprofundados acerca deste tema, compreendendo as
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implicações deste processo, tanto para as famílias, quanto para o aluno e
profissionais.
Como relevância sociocultural, está a importância de se impactar
positivamente o PPP de forma a contemplar alunos e suas famílias, trazendo
benefícios educativos e sociais, já que a melhoria da qualidade e da abordagem da
educação pode repercutir no futuro destes alunos, tendo a gestão escolar como
responsável da implementação das ações e alcance dos resultados.
V. RESUMO
Este projeto tem sua metodologia baseada na solução de problemas (PBL) e
visa contribuir com maiores entendimentos sobre a participação do Gestor Escolar
na inclusão de alunos especiais, tanto na construção Do Projeto Político Pedagógico
da Escola, quanto na prática instrutiva. Para tanto analisou-se um caso específico da
Escola Municipal Professora Jarlece da Conceição Zaranza, a qual realiza um
trabalho extremamente relevante, porém, com alguns desafios que se traduzem na
sua força de trabalho insuficiente e com baixa qualificação para a questão da
inclusão de alunos especiais. A partir deste cenário o projeto concentra o trabalho da
equipe para apresentar soluções e orientações contundentes, tendo o Gestor como
líder que direciona e acompanha as ações, intervindo de acordo com as
necessidades para alcance de resultados.
VI. CARACTERÍSTICAS DO LOCAL
IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA
Escola Municipal Professora Jarlece da Conceição Zaranza
Educação de Jovens e Adultos - Fundamental - Educação Especial
Telefone: (092) 3214-6203 // 3221-6385
E-mail [email protected]
Endereço Avenida Ramos D, Conjunto Amazonino Mendes - Cidade Nova
Manaus - AM - CEP: 69098-760
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Etapas de Ensino
Ensino Fundamental
Ensino Fundamental - Anos Iniciais
Ensino Fundamental - Anos Finais
Educação de Jovens e Adultos – Supletivo
Ensino Fundamental – Supletivo
Educação Especial
Diversas
Apresentação Gráfica
MODALIDADES
QUANTIDADE
Creche -
Pré-Escolar -
Anos iniciais (1ª a 4ª série ou 1º ao 5º ano) 569
Anos finais (5ª a 8ª série ou 6º ao 9º ano) 598
Ensino Médio -
Educação de Jovens e Adultos
153
Educação Especial 81
TOTAL DE ALUNOS
1.401
Tabela 1 – Planilha da Quantidade de Alunos por Modalidade. Fonte: Diagnóstico da Equipe de Trabalho, 2018.
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QUANTIDADE DE ALUNOS
Anos finais (5ª a 8ª série
ou 6º ao 9º ano)
42%
Anos iniciais (1ª a 4ª
série ou 1º ao 5º ano)
41%
Creche
0%
Pré-Escolar
0%
Educação Especial
6%
Ensino Médio
0%
Educação de Jovens e
Adultos
11%
Creche Pré-Escolar Anos iniciais (1ª a 4ª série ou 1º ao 5º ano)
Anos finais (5ª a 8ª série ou 6º ao 9º ano) Ensino Médio Educação de Jovens e Adultos
Educação Especial
Gráfico 1 - Planilha da Quantidade de Alunos por Modalidade. Fonte: Diagnóstico da Equipe de Trabalho, 2018.
VII. HISTÓRICO DA ESCOLA
A instituição educacional escolhida para análise é a Escola Municipal
Professora Jarlece da Conceição Zaranza, situada na Av. Ramos D s/nº, Bairro da
Cidade Nova - CEP: 69098760, Telefone (92) 3214-6203, que tem como horário de
atividades o período de 07:00h ás 22:00h. E compreende em suas dependências o
Ensino Fundamental do 1º ao 9º ano; além de agregar o Instituto Airton Senna - IAS,
o qual trabalha com crianças com índice de entendimento avançado e que tenham
condições de se adequar às devidas séries, avançando ou reciclando seus alunos –
Também uma Classe Especial que atende 85 alunos diagnosticados com algum tipo
de deficiência e o EJA Especial, EJA 2º Segmento e uma sala de recursos didáticos,
perfazendo um total de alunos de 1.401, sendo 81 alunos em processo de inclusão;
tendo como força de trabalho 79 funcionários.
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VIII. INTEGRANTES DA EQUIPE E SUAS RESPONSABILIDADES
LIDER: Deusinéia Gonçalves da Silva
EQUIPE: Cleidiane Macedo de Oliveira
Gilmara Moreira de Souza
Lilian Pereira Cordeiro
Maria Goreth Oliveira Assunção
A distribuição de processos é fundamental para uma boa organização, seja
no sentido literal e no sentido Institucional, distribuir processos exige uma análise
detida e profunda que deve revelar qual a situação de cada pessoa que compõe a
Instituição. O motivo disto está no fato de se buscar excelência em todo o processo,
garantindo uma eficiência e uma eficácia maior na execução das tarefas.
Para Porché; Niederer (2002), reconhecer lideranças não somente pelo
cargo que ocupam, mas pela conduta e por seus atos, gera uma etapa superior nos
processos organizacionais. Em seguida passa-se a qualificar ou lapidar os lideres,
tornando o indivíduo satisfeito consigo próprio, bem como eficiente e eficaz para
organização e, um multiplicador de sua satisfação, jamais como um efeito ilusório,
mas como uma realidade factível que acontece à medida que se caminha em
direção a esta.
O cuidado neste processo produz soluções definitivas e não remediações
constantes. O erro em geral, não ocorre por acaso, mas diversos fatores são
favorecidos para que ele ocorra. Pois quando acostuma-se a um procedimento
incorreto, ele acaba se tornando parte da rotina de uma Instituição, e a única forma
de resolvê-lo é ser radical na análise, excluindo a possibilidade de ir na
consequência em vez de ir na causa.
Assim como foi modificado o paradigma de Recursos Humanos, assumindo
nova cognominação de Gestão de Pessoas, a distribuição de processos é algo que
deve ser feito buscando as competências de cada membro da equipe, o que
demonstra as novas perspectivas de desenvolvimento de forma que venham a
manter envolvimento e comprometimento de todos que executam as ações no
âmbito da organização.
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A distribuição dos gestores para cada processo foi decidida a partir de uma
análise sobre as potencialidades de cada componente e sua identificação com a
área assumida. Não somente aspectos vocacionais, mas também aspectos técnicos.
A partir deste enfoque, dividimos a equipe responsável pelo diagnóstico de
gestão em áreas ou processos, dois quais assim está caracterizada:
Líder: Deusinéia Gonçalves da Silva - Graduada em Licenciatura Plena em
Letras Língua Portuguesa, iniciada na Universidade do Estado do Amazonas
(UEA), e posteriormente concluída da Faculdade Nilton Lins, Pós-Graduação em
Gestão e Supervisão Escolar no IDAAM, funcionária pública do Estado do
Amazonas;
Pesquisa Bibliográfica: Cleidiane Macedo de Oliveira - Atualmente trabalhando
na Empresa Moto Honda da Amazônia, no setor de Controle de Qualidade,
Graduada em Pedagogia pela Universidade Anhanguera - EAD, Pós-Graduada
DEUSINÉIA GONÇALVES DA SILVA
Processo de Desenvolvimento e Liderança da Pesquisa
CLEIDIANE MACEDO DE OLIVEIRA
Processo de Pesquisa Bibliográfica
GILMARA MOREIRA DE SOUZA
Processo de Digitação e Formatação
LILIAN PEREIRA CORDEIRO
Processo de Pesquisa de Campo e Entrevista
MARIA GORETH OLIVEIRA ASSUNÇÃO
Processo de Pesquisa de Campo e Entrevista
Figura 1 - Organograma de Distribuição de Processos.
Fonte: Diagnóstico da Equipe de Trabalho, 2018.
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em Psicopedagogia Clínica, Pós-Graduação em Gestão e Supervisão Escolar no
IDAAM, com o objetivo de ampliar seus conhecimentos na área da Educação;
Digitação e Formatação: Gilmara Moreira de Souza - Graduada em Pedagogia
pela Faculdade Nilton Lins, trabalhando como professora de Língua Portuguesa
no Projeto Novo Mundo, Pós-Graduação em Gestão e Supervisão Escolar no
IDAAM, objetivo de seguir carreira na área da educação;
Pesquisa de Campo: Lilian Pereira Cordeiro - Graduada em Pedagogia pela
Faculdade Nilton Lins, Pós-Graduação em Gestão e Supervisão Escolar,
pretende seguir carreira como educadora;
Pesquisa de Campo: Maria Goreth Assunção - Graduada em Pedagogia pela
Universidade Paulista - UNIP, atualmente trabalha como autônoma, Pós-
Graduação em Gestão e Supervisão Escolar no IDAAM, pretende aumentar seus
conhecimentos e futuramente trabalhar na área de educação.
Também levou-se em conta o fato de ser um assunto que se encontra na
trilha da área de formação de gestores, visto que, os mesmos visam direcionar
Instituições de ensino, onde poderá confrontar-se tal problemática. Por esse motivo
há a importância de se buscar mais experiências para proporcionar aos futuros
gestores, ferramentas para desempenhar da melhor maneira seu papel num
planejamento no processo de inclusão e perspectiva educacional e social.
Conflitos com a equipe, falta de comunicação, baixo nível motivacional, rigidez excessiva, tendência para tomada precipitada de decisão – esses são alguns dos dilemas de liderança que os executivos enfrentam e que têm como base um fator preponderante: a competência emocional. Todos estes fatores estão vinculados à escolha das pessoas envolvidas no processo e como podem ser recompensadas a fim de serem motivadas são fatores determinantes (PAULA, 2005, p. 28).
A filosofia PBL (Problem Based Learning), saneia as atitudes e cria uma
filosofia confiável, sem privilégios e sem a política de dois pesos e duas medidas.
Ela gera honestidade como exemplo e motiva a equipe; promove o conhecimento de
novas áreas do saber; estimula a criatividade; impulsiona o pensamento crítico;
fomenta as capacidades de análise e decisão; desenvolve as capacidades e
competências de trabalhar em grupo e de gestão de stress; trabalha com
habilidades de ordem superior, tais como: análise, julgamento, justificativa, previsão
de resultados e argumentação (PORCHÉ; NIEDERER, 2002).
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IX. DESCRIÇÃO DO PROJETO
O atual projeto tem como intuito apresentar análises realistas para auxiliar o
processo de tomada de decisão e melhorias contínuas do Gestor Escolar no tocante
ao processo de inclusão de alunos especiais. Para tanto, a abordagem metodológica
adotada é a PBL (Problem Based Learning) ou Aprendizagem Baseada em
Problemas. Que atualmente é reconhecida como o mais moderno método de
solução de problemas por Universidades como Maastricht e McMaster, ambas norte-
americanas.
A escolha pela metodologia PBL tem a finalidade de gerar além de soluções
para as diversas fragilidades da Escola analisada, o aprendizado que torna dinâmica
a trajetória desta unidade educacional. Ou seja, o ambiente educacional não é como
uma receita de bolo, ele possui uma dinâmica ampla, que é revigorada
constantemente pelos novos meios tecnológicos e pelos novos paradigmas da
educação. Assim, o projeto se propõe a avaliar os problemas mais decorrentes no
objeto de estudo e propor soluções baseadas nestes problemas encontrados.
Como principais autores norteadores do estudo, adotou-se o pensamento
de Peixoto (2006) em seu “Estudos de Caso: O Método ABP Caso Home Concept!”;
Padilha (2014) em sua obra “Planejamento Dialógico: Como Construir o Projeto
Político-Pedagógico da Escola” e; Lück (2009) em seu livro “Dimensões da gestão
escolar e suas competências”. No mais, foram utilizados autores complementares e
as fontes legais sobre o assunto utilizadas para fornecer sua natureza científica do
estudo.
OBJETIVO GERAL
A relevância da participação ativa do gestor escolar na inclusão de alunos
especiais, tanto na construção projeto político pedagógico da escola, quanto na
prática instrutiva.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a) Conhecer propostas, documentos e Leis relacionados à Inclusão;
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b) Apresentar a importância do PPP relacionado com questões que permeiam
uma Inclusão de qualidade a todos conforme previsto em Leis;
c) Verificar práticas que assegurem o desenvolvimento do aluno com
Necessidades Educativas.
X. METODOLOGIA DE AÇÃO
A metodologia utilizada para o desenvolvimento do presente trabalho foi a
pesquisa bibliográfica que de acordo com Gil (2002), a natureza da pesquisa
estabelece a dimensão dos dados obtidos, pois quando se classifica como
bibliográfica, assume o caráter de revisão das experiências já obtidas em outros
estudos. Sendo assim, estes mecanismos favorecem o entendimento do problema
da pesquisa, que foi relacionado a ausência de uma gestão que defina um
planejamento voltado para práticas de inclusão de alunos especiais dentro da
proposta pedagógica da escola (PPP) pode prejudicar o desenvolvimento escolar.
A abordagem desta pesquisa foi exploratória, pois busca compreender e
explicar a importância da gestão para o processo de inclusão dentro do PPP. Esta
abordagem também trabalha com o método indutivo, pois de acordo com Lakatos e
Marconi (2010, p. 86) é um método responsável pela generalização, isto é, parte-se
de algo particular para uma questão mais ampla, ou seja, geral.
O foco desta pesquisa está direcionado para o papel de gestor participativo
na elaboração de um planejamento direcionado à inclusão de alunos diagnosticados
com algum tipo de deficiência, o que facilitaria muito o processo de ensino e
aprendizagem e o êxito da inclusão social e educacional destes alunos.
Diante deste contexto, pode-se colocar que o Objetivo geral desta pesquisa
foi: a relevância da participação ativa do gestor escolar na inclusão de alunos
especiais, tanto na construção projeto político pedagógico da escola, quanto na
prática instrutiva. E como objetivos específicos conhecer propostas, documentos e
Leis relacionados à Inclusão; apresentar a importância do PPP relacionado com
questões que permeiam uma Inclusão de qualidade a todos conforme previsto em
Leis e; verificar práticas que assegurem o desenvolvimento do aluno com
Necessidades Educativas; o que nos conduziu a escolha da metodologia adotada.
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O procedimento para a coleta de dados, baseou-se na pesquisa descritiva
que ensejou no procedimento da observação in loco do objeto da pesquisa.
RESULTADOS ESPERADOS
A partir da pesquisa bibliográfica e da análise dos dados obtidos na
pesquisa de campo, constituir material importante para novas intervenções nos
métodos e procedimentos para o aprimoramento do atendimento de alunos
especiais e na Gestão ativa e participativa do Gestor no PPP.
XI. CRONOGRAMA BÁSICO DO PROJETO
Tabela 2 – Cronograma.
Fonte: Projeto de Pesquisa, 2018.
CRONOGRAMA BÁSICO DO PROJETO
ATIVIDADES/ 2018 MAR ABR MAI JUN
Encontro com a Tutora para a escolha dos Temas e Divisão das Equipes
e Seus Componentes.
X
Encontro dois com a tutora para Obtermos Orientações para a
elaboração do PBL
X
Visita para Reconhecimento da escola ou Instituição e a permissão para
elaboração do projeto.
X
Encontro com a Equipe para elaboração do Projeto a partir da
Problemática encontrada. Construção do Projeto.
X
Encontro três com a tutora para Obtermos Orientações para a elaboração
do PBL.
X
Encontro com a equipe para ser aplicado à prática na Escola Municipal
Professora Jarlece da Conceição Zaranza.
X
X
Encontro quatro com a tutora para ultimas orientações para a conclusão
do PBL.
X
Apresentação Banner
X
Entrega do PBL
X
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XII. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: OS DISPOSITIVOS LEGAIS DA INCLUSÃO
DE ALUNOS ESPECIAIS E O PAPEL DO GESTOR ESCOLAR
O CONCEITO DE INCLUSÃO E OS DISPOSITIVOS LEGAIS
A mudança de paradigmas sociais tem ocorrido praticamente em todo o
mundo civilizado. Essas mudanças têm ocorrido em geral nas sociedades em
amadurecimento de direitos e deveres. Quando se remete ao conceito de
necessidades educacionais especiais, muitos debates vêm à tona, a própria criação
do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA tem bases fundamentais na questão
da educação e no direito que toda criança tem de se educar, não se restringindo aos
sujeitos com deficiência, mas às minorias excluídas socialmente, e, ainda, a todos
àqueles que necessitem de qualquer apoio para realizar suas atividades
regularmente.
A construção de uma sociedade que promove a inclusão é um processo de
grande responsabilidade para o desenvolvimento e preservação de um Estado
democrático. O conceito de inclusão refere-se ao direito, a todos, do alcance
continuado ao lugar comum da vida em sociedade, grupo este que deve estar
pautada por ações de acolhimento à diversidade humana, da aceitação de
diferenças individuais, do esforço coletivo na equiparação de oportunidades de
desenvolvimento com qualidade e dignidade em todas as dimensões da vida -
Diretrizes Nacionais de Educação Especial para Educação Básica (BRASIL, 2001, p.
13).
De acordo com Marchesi e Martin (1995), o conceito de inclusão teve seu
primeiro ponto discutido na década de 70 e foi debatido a partir do Informe Warnock,
publicado na Inglaterra, em 1974, com o intuito de rever os termos pejorativos que
rotulavam as pessoas deficientes. E a partir daí se acaloravam as discussões sobre
as minorias em todo o mundo, pois em todo lugar existe a presença de seres
humanos com deficiências e necessidades especiais relativas à sua característica.
Primeiramente chamado de apoio às necessidades educacionais especiais,
esse informe ganhou respaldo e repercussão internacional. Marchesi e Martin (1995,
p. 13), afirmam:
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Ao passo que a concepção baseada na deficiência considerava mais normal à escolarização destes alunos em centros específicos de educação especial, a concepção baseada nas necessidades educacionais especiais vê a integração como a opção normal, sendo extraordinárias as decisões mais segregadas. A agregação de alunos com deficiência na rede regular de ensino iniciou-se, timidamente, nos anos 60 e foi conquistando espaço nas décadas seguintes.
O processo de debate sobre a institucionalização dos direitos dessas
minorias estava sacramentado e encontrava bases solidas na Declaração dos
Direitos Humanos, documento internacional que vinha se aprimorando e sendo cada
vez mais evocado.
Quanto aos dispositivos legais da inclusão, tem-se primeiramente o Plano
Nacional de Educação – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº
9394 de 20 de dezembro de 1996, capítulo V da Educação Especial, artigo 58, que
estabelece a Educação Especial como “a modalidade de educação escolar,
oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores
de necessidades especiais, entra em vigor como dispositivo legal para todas as
Escolas (BRASIL, 1996).
Segundo SASSAKI (1999), a educação inclusiva tem como objetivo a
construção de uma sociedade para todos, e, assim, sua prática repousa em
princípios até então considerados incomuns, tais como: a aceitação das diferenças
individuais, a valorização de cada pessoa, a convivência dentro da diversidade
humana, a aprendizagem através da cooperação (SASSAKI, 1999, p. 42).
Ao se verificar mais detidamente o artigo 59 da LDB (9394/96), poder se
assimilar sua profundidade quando se observa a realidade que ocorre em todo o
país. O legislador traz garantias legais para diversas situações em que a realidade
não apresenta a preparação necessária para sua consolidação junto à sociedade. O
artigo 59 dispõe sobre condições que devem ser asseguradas para que se efetive o
‘‘ especial ‘‘ na educação:
O sistema de ensino assegurará aos educandos com necessidades especiais: I- Currículo, métodos, técnicas, recursos educativos e organização especifico para atender as suas necessidades. II- Terminalidade especifica para aquele que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados.
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III – Educação especial para o trabalho visando sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo mediante articulação com órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentem uma habilidade superior nas áreas artísticas, intelectuais ou psicomotora. V- Acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. (Art.59 LDB).
Pode-se observar que a LBD/96 incorpora orientações tanto da Declaração
Mundial de Educação para Todos, quanto da Declaração de Salamanca - Espanha e
assegura, na letra da Lei, a todas às crianças, o direito ao acesso e à permanência
na escola (BRASIL, 1996).
O termo “todos” incluí indubitavelmente, os educandos com necessidades
educacionais especiais ou, mais especificamente, as pessoas com deficiências ou
altas habilidades. Ao se analisar a realidade brasileira, que constitui-se de um
paradoxo social, incluir cidadãos, em um sistema que, culturalmente, exclui, é, no
mínimo, complexo. A inclusão tem aspectos relevantes e importantes no sentido de
favorecer a grupos específicos (considerados minorias sociais) acesso a
determinados direitos, como é o caso das pessoas com necessidades especiais, e
por isso, a educação especial favorece o acesso e a permanência desse grupo
heterogêneo na escola, seja essa regular ou especial.
A educação de profissionais da educação, mais especificamente de
professores, também é influenciada pelas mudanças ocorridas na sociedade, no
mundo do trabalho e na economia do país. A educação especial é fruto da mudança
da forma de pensar de uma sociedade, ou seja, de suas concepções do progresso
das políticas públicas e dos movimentos sociais que pressionam o Estado na
consolidação de seus direitos como sujeitos sociais (ANACHE, 2011, p.53).
A formação inicial dos profissionais da educação básica deve ser
responsabilidade principalmente das instituições de ensino superior, nos termos do
art. 62 da LDB, onde a finalidade de pesquisa, ensino e extensão e a relação entre
teoria e prática podem garantir o grau de qualidade social, política e pedagógica que
se considera necessário (BRASIL, 2001b, p.143).
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CONCEITO E IMPORTÂNCIA DO PPP PARA A GESTÃO ESCOLAR
As atividades escolares não ocorrem por acaso, suas metas, funcionamento
e práticas pedagógicas passam pela elaboração do Projeto Político Pedagógico –
PPP. Alguns dos conceitos sobre o PPP afirmam o seguinte:
O PPP é o instrumento balizador para o fazer educacional e, por conseqüência, expressa a prática pedagógica das escolas, dando direção à gestão e às atividades educacionais, pela explicitação de seu marco referencial, da educação que se deseja promover, do tipo de cidadão que se pretende formar (GADOTTI E ROMÃO, 1994). Constitui-se em um instrumento teórico-metodológico que organiza a ação educacional do cotidiano escolar, de uma forma refletida, sistematizada e orgânica (VASCONCELLOS, 1995).
De acordo com Medel (2013) esta ferramenta da gestão escolar é
denominada de projeto porque reúne propostas de ação concreta a executar
durante determinado período de tempo. É político por considerar a escola como um
espaço de formação de cidadãos conscientes, responsáveis e críticos, que atuarão
individual e coletivamente na sociedade, modificando os rumos que ela vai seguir. E
é pedagógico porque define e organiza as atividades e os projetos educativos
necessários ao processo de ensino e aprendizagem.
Para Padilha (2014) quando junta-se as três dimensões, o PPP apresenta-
se como um guia capaz de indicar a direção a seguir não apenas para gestores e
professores, mas também funcionários, alunos e famílias. E sua elaboração precisa
ser precisa ser completa o suficiente para não deixar dúvidas sobre essa rota e
flexível o bastante para se adaptar às necessidades de aprendizagem dos alunos,
sobretudo aqueles relacionados à inclusão de alunos especiais. Assim, este autor
reporta-se a alguns tópicos obrigatórios para sua elaboração:
Missão
Clientela
Dados sobre a aprendizagem
Relação com as famílias
Recursos
Diretrizes pedagógicas
Plano de ação
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Por ter tantas informações relevantes, o PPP se configura numa ferramenta
de planejamento e avaliação que você e todos os membros das equipes gestora e
pedagógica devem consultar a cada tomada de decisão (PADILHA, 2014).
De acordo com Lück (2009) o PPP precisa ter como base a realização de
uma gestão democrática e participativa, o qual é um princípio definido na Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Art. 3º. Inciso VIII), e na Constituição
Federal (Art. 206, inciso VI). O mesmo se assenta no pressuposto de que a
educação é um processo social colaborativo que demanda a participação de todos
da comunidade interna da escola, assim dos pais e da sociedade em geral. Nesse
sentido, são Competências de gestão democrática e participativa do Gestor:
34. Lidera e garante a atuação democrática efetiva e participativa do Conselho Escolar ou órgão colegiado semelhante, do Conselho de Classe, do Grêmio Estudantil e de outros colegiados escolares. 35. Equilibra e integra as interfaces e diferentes áreas de ação da escola e a interação entre as pessoas, em torno de um ideário educacional comum, visão, missão e valores da escola. 36. Lidera a atuação integrada e cooperativa de todos os participantes da escola, na promoção de um ambiente educativo e de aprendizagem, orientado por elevadas expectativas, estabelecidas coletivamente e amplamente compartilhadas. 37. Demonstra interesse genuíno pela atuação dos professores, dos funcionários e dos alunos da escola, orientando o seu trabalho em equipe, incentivando o compartilhamento de experiências e agregando resultados coletivos. 38. Estimula participantes de todos os segmentos da escola a envolverem-se na realização dos projetos escolares, melhoria da escola e promoção da aprendizagem e formação dos alunos, como uma causa comum a todos, de modo a integrarem-se no conjunto do trabalho realizado. 39. Estimula e orienta a participação dos membros mais apáticos e distantes, levando-os a apresentar suas contribuições e interesses para o desenvolvimento conjunto e do seu próprio desenvolvimento. 40. Mantém-se a par das questões da comunidade escolar e interpreta construtivamente seus processos sociais, orientando o seu melhor encaminhamento. 41. Promove práticas de co-liderança, compartilhando responsabilidades e espaços de ação entre os participantes da comunidade escolar, como condição para a promoção da gestão compartilhada e da construção da identidade da escola. 42. Promove a articulação e integração entre escola e comunidade próxima, com o apoio e participação dos colegiados escolares, mediante a realização de atividades de caráter pedagógico, científico, social, cultural e esportivo.
Medel (2013) destaca que infelizmente, muitos gestores vêem o PPP como
uma mera formalidade a ser cumprida por exigência legal - no caso, pela Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996. Essa é uma das razões
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pelas quais ainda há quem prepare o documento às pressas, sem fazer as
pesquisas essenciais para retratar as reais necessidades da escola, ou
simplesmente copie um modelo pronto. Isso então gera alguns dos erros mais
comuns sobre esse processo:
Deixar o PPP guardado em gavetas e em arquivos de computador.
Ele deve ser acessível a todos;
Ignorar os conflitos de idéias que surgem durante os debates. Eles
devem ser considerados, e as decisões, votadas democraticamente;
Confundir o PPP com relatórios de projetos institucionais - portfólios
devem constar no documento, mas são apenas uma parte dele;
Comprar modelos prontos ou encomendar o PPP a consultores
externos;
Com o passar dos anos, revisitar o arquivo somente para enviá-lo à
Secretaria de Educação sem analisar com profundidade as
mudanças pelas quais a escola passou e as novas necessidades dos
alunos.
O PPP deve ser a expressão mais fiel da gestão democrática e participativa
que se assenta na promoção de educação de qualidade para todos os alunos, de
modo que cada um deles tenha a oportunidade de acesso, sucesso e progresso
educacional com qualidade, numa escola dinâmica que oferta ensino
contextualizado em seu tempo e segundo a realidade atual, com perspectiva de
futuro (LÜCK, 2009).
A partir do contexto bibliográfico fica clara a importância da gestão no
processo de inclusão, visto que, a participação ativa do gestor na elaboração de um
planejamento direcionado à inclusão de alunos diagnosticados com algum tipo de
deficiência, promove a tomada de decisão que contempla este público, criando a
possibilidade de ações que vão corroborar para inclusão e, por conseguinte, no
processo de ensino e aprendizagem e aumentando também a inclusão social, pois
estabelece condições para que alunos especiais possam conviver socialmente em
torno de uma causa nobre e educacional.
21
AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E O PAPEL DO GESTOR NA INCLUSÃO
EDUCACIONAL
Segundo Lück (2009) as avaliações também constituem instrumentos-chave
para o desenvolvimento permanente da qualidade da educação, uma vez que
utilizam metodologia científica e informação objetiva para a tomada de decisão e a
definição de políticas e práticas pedagógicas. O caminho da qualificação da
educação também passa pelo fortalecimento do magistério não apenas com melhor
remuneração, mas também, e principalmente, pelo aumento da responsabilidade
dos professores perante as comunidades atendidas. Envolve, portanto, a formação
inicial e continuada dos educadores e a seleção e retenção dos profissionais que
demonstram capacidade para garantir o aprendizado de qualidade a todos.
No âmbito brasileiro, o Plano Nacional de Educação, de 2001 (p.129/130),
traz de forma enfática a necessidade de preparação de professores para atender de
forma adequada aos alunos com necessidades educacionais especiais. O professor
é então alvo de aprimoramento de sua técnica e surge então o dever das instituições
de educação superior, no que diz respeito à formação de profissionais qualificados
para atender pessoas com necessidades especiais (BRASIL, 2001).
Segundo SassakiI (1999), a educação inclusiva traz como objetivo primeiro,
a construção de uma sociedade para igualitária, assim, sua prática:
[...] repousa em princípios até então considerados incomuns, tais como: a aceitação das diferenças individuais, a valorização de cada pessoa, a convivência dentro da diversidade humana, a aprendizagem através da cooperação (SASSAKI, 1999, p. 42).
Complementa Saviani: ao adquirir competência o professor ganha também
condições de perceber, dentro da escola, os obstáculos que se opõem à sua ação
competente (SAVIANI, 1995, p. 45).
Para Anache (2011) a necessidade de se rever conceitos, valores e
ideologias para garantir o fortalecimento e a aprendizagem dos alunos com
necessidades especiais, que em sua maioria, são estigmatizados pelo preconceito
que predomina no imaginário social construído em seu entorno, não é mais uma
opinião isolada, mas um clamor da própria sociedade. E para isso, necessitam que
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os professores passem por um contínuo processo de aprendizagem, no qual esta
seja estendida às características das minorias que precisam da inclusão. Até mesmo
hoje, passados vários anos de sua implementação, enfrentar os desafios que
emergem, sobretudo do desconhecimento que ainda predomina nas escolas e na
sociedade a respeito das pessoas com deficiência e suas reais possibilidades de
aprendizagem, ainda se constitui como uma realidade.
Isto fica claro diante da própria pesquisa de campo que demonstra que os
professores, apesar de sua imensa boa vontade em atender aos alunos especiais,
ainda lhes falta maior qualificação para este segmento. A matéria-prima para o
atendimento eles já possuem, amor, atenção e determinação, mas ainda lhes falta
bases sólidas de conhecimento científica sobre as necessidades especiais.
A importância do Gestor Escolar na tangência dos direitos de inclusão é algo
que está inteiramente ligado. Pois cada escola possui seu quadro de gestou ou
gestores e, estes inevitavelmente impactam positivamente ou negativamente para o
processo educacional de alunos regulares e especiais. Gestores não são apenas
cargos burocráticos ou baseados em uma realidade contábil e organizacional, mas
no caso do gestor escolar, ele também lida com aspectos sociais e de educação, ou
seja, da formação de cidadãos e, como tal, necessita gerar resultados que incluam,
por assim dizer, a todos no processo de educacional.
A partir deste enfoque, os gestores precisam ter qualidades de líder, a fim de
lidar de maneira eficiente e eficaz com a equipe de trabalho e seu público-alvo: os
alunos. Nesse sentido, a liderança é fundamental para o atendimento de alunos,
sejam especiais ou regulares.
Analisar as características da liderança é obrigatória, pois os líderes que se
preocupam apenas com o cargo costumam ser solitários, causando distanciamento
sempre que usam o título e a autoridade que possuem para convencer sua equipe a
exercer uma tarefa. Entretanto, isso faz com que as pessoas se sintam menores,
alienadas, causando uma barreira entre elas e o líder. Os bons líderes não
desestimam as pessoas, pelo contrário as potencializam (MAXWELL, 2006).
A capacidade de compreensão da equipe de trabalho de uma escola deve ser
bastante aguçada, pois essa capacidade será um elemento chave para que o líder
possa acessar seus liderados. Então surge a liderança como fator estratégico, pois
passa-se a motivar a equipe que se conhece em profundidade e pode-se direcionar
23
o talento e o potencial dos seus membros para o foco principal de conquista das
metas educacionais, lembrando que estas metas geram grandes impactos nos
educandos. Para isso, a motivação no trabalho deve ter uma atenção
especialíssima, pois é uma tarefa cuja responsabilidade única e total pesa sobre o
próprio indivíduo portador da mesma, porém, induzido a desenvolvê-la pelo
ambiente do ensino e aprendizagem.
Estrabelli et al (2015) apud Marques (2014) ressalta as competências que
todo gestor deve buscar, já que a gestão deve ter como foco a liderança
democrática e participativa:
Quadro 2 – Competências do Gestor.
Fonte: Estrabelli et al (2015) apud Marques (2014).
- Direcionamento: nesta abordagem, o líder deve ensinar ao
colaborador como executar suas tarefas, acompanhar o desenvolvimento
destas até a conclusão, como também até que o profissional tenha plena
confiança para executá-la sozinho.
- Orientação: aqui o líder tem o papel de orientador, de mostrar a
tarefa ao colaborador, sua importância, contribuir com novas ideias, ensiná-
lo quando precisar de ajuda e motivá-lo para que a execute do modo
planejado.
- Apoio: o apoio do líder é fundamental para que o colaborador
adquira confiança, busque crescimento e desenvolvimento de suas
habilidades de forma contínua. Assim o líder apoia, mas não precisa
supervisionar efetivamente seu liderado, pois este consegue desempenhar
seu trabalho sem tantas interferências.
- Delegação: neste caso o líder situacional consegue delegar o
trabalho sem precisar acompanhar seus colaboradores de tão perto, pois
estes têm mais autonomia e liberdade para trabalharem e, muitas vezes, até
autoridade para tomar decisões e fazer mudanças (ESTRABELLI et al
2015).
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Assim, o papel do gestor escolar não é apenas decorativo ou funcional, sua
atuação gera resultados muito maiores para todos. Quando o gestor escolar
compreende que pode e deve oferecer melhores condições de trabalho e
treinamento para seus liderados, ele está de fato, alterando positivamente o destino
de muitas pessoas. Por isso a necessidade de produzir melhorias no ambiente
escolar tem tanta urgência.
XIII. ANÁLISE DOS DADOS/RESULTADOS
A partir de uma análise baseada nos resultados da pesquisa, a Escola
Municipal Professora Jarlece da Conceição Zaranza necessita implementar suas
políticas internas, pois aspectos como manter a força de trabalho tem sido
negligenciada e, esta pode ser uma das maiores fragilidades da Instituição, a
possibilidade de perder funcionários “chaves” que podem representar um impacto
perigoso para a Instituição.
Outro ponto fundamental é a ausência de um procedimento sólido, baseado
em parâmetros bem definidos sobre o atendimento aos alunos especiais e, ações
que melhorem cada vez mais o conhecimento dos professores. Observou-se que a
liderança na Instituição mostra grande influência na força de trabalho, porém,
necessita de argumentos práticos para as horas de crise, como a falta de matérias
adequados e espaços mais bem planejados para atender estes alunos. Isso é algo
que poderia estar incluído no PPP, pois a melhoria das condições de trabalho
precisa contar com suportes de expediente e materiais que facilitem a inclusão dos
alunos especiais, além de tornar mais eficiente as aulas, promovendo maior
entendimento destes alunos e um progresso real em seus estudos.
Como a Escola também possui características de organização e o estudo se
trata de uma análise de gestão com uma perspectiva organizacional, um ponto
importante a ser colocado é o que Srour (2005, p. 374), destaca:
[...] as mudanças organizacionais ocorrem quando se conjugam as pressões externas com as forças internas. Desta forma, a cultura organizacional é responsável por reunir os hábitos, comportamentos, crenças, valores éticos e morais e as políticas internas e externas de uma Instituição. Uma boa cultura pode motivar os funcionários e ajudá-los a crescer junto com o empreendimento, assim como uma cultura “desorganizacional” pode empurrar a Instituição e os funcionários para problemas de produtividade e no ambiente de trabalho.
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O aspecto da cultura para Instituição educacional pode ser a solução a
médio e longo prazo, pois aliado aos recursos tecnológicos, poderá manter seu
quadro de funcionários de forma satisfatória e com qualificação para
desempenharem melhor seus papeis educacionais. Também pode-se perceber que
a visão dos gestores tem grande peso no caminhar da Instituição. Assim, é
fundamental que os gestores observem às diversas necessidades da Escola e
insiram de forma planejada suas considerações para os anos vindouros.
Nesse sentido, a cultura da instituição deve gerar motivação e mudança de
paradigmas que possam reforçar a vocação da Escola em atuar com a inclusão de
alunos especiais.
Segundo Lacombe (2011), a cultura representa o modo de vida da organização. Ela define os padrões de comportamento e de atitudes que governam as ações e decisões da administração. A cultura pode ser definida como um conjunto de crenças, costumes e valores compartilhados que definem as ações da Instituição e descrevem os padrões explícitos e implícitos de comportamento e as emoções que caracterizam a vida da organização formando assim sua identidade.
Nesta análise observou-se três grandes fragilidades na Escola:
Profissionais não qualificados para o atendimento de alunos
especiais com diferentes características;
Ambiente adequado para atender as várias situações de inclusão;
Falta de material e recursos tecnológicos para tornar efetivo o
progresso dos alunos.
De acordo com as análises fornecidas pela pesquisa de campo, a Escola
Municipal Professora Jarlece da Conceição Zaranza tem várias fragilidades que
devem ser corrigidas através de ações coordenadas e realistas, que contemplem
uma visão clara sobre os objetivos, pois toda mudança apresenta um desconforto
para todos, porém, várias mudanças também são bem-vindas quando trazem
soluções rápidas e eficientes.
Peixoto (2006), por exemplo, afirma que a mudança de paradigmas
educacionais pode contribuir com a instituição como um todo, por ser um fator que
une todos os membros em torno dos mesmos objetivos, tornando-os semelhantes
nos modos de agir e, diversas vezes, no de pensar, possibilitando, assim, que a
26
Escola consiga estabelecer uma identidade, que poderá torná-la única perante
qualquer outra.
A partir da aplicação de um conjunto de ações, pode-se dizer que a Escola
ganhará excelência em seus atendimentos, melhorando a capacitação de seus
funcionários e motivando-os a continuarem a desempenhar um bom trabalho com a
política de cultura organizacional, porém, com em bases sólidas e realistas, pois a
Escola deve investir em seus funcionários, mas também deve trabalhar a partir de
suas possibilidades e recursos.
A Escola, à medida que investe, também está crescendo, pois, seu
patrimônio intelectual estará aumentando e a formação de times competitivos e
solidários. Estes atributos são alguns dos aspectos que a cultura organizacional
pode oferecer.
Outro ponto importante é a disponibilidade dos gestores, sejam estas
financeiras, logísticas e de adesão aos planos, caso os gestores estejam em posição
contrária a implantação dos planos de ação, estes têm grande chance de fracassar.
Por isso, as ações devem estar inteiramente acordadas entre seus gestores,
sabendo-se que nenhuma mudança é confortável no início, mas que deve ser feita
para que a organização se fortaleça e continue mantendo o sustento de todos que
nela estão envolvidos.
XIV. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dos dados obtidos nesta pesquisa e do referencial teórico sobre o
assunto, verificou-se que a Escola Municipal Professora Jarlece da Conceição
Zaranza apresenta uma ausência de PPP muito similar à de diversas outras Escolas.
E como estas, muitos pontos estratégicos são negligenciados e, como tal, cria
diversas fragilidades no sistema interno desta instituição já que as práticas
pedagógicas não estão alinhadas com os objetivos da Escola.
As escolas municipais de um modo geral na cidade de Manaus, pelo próprio
relato comum dos pais e alunos, bem como a mídia jornalística, relatam diversas
necessidades de professores, materiais de expediente e qualificação. O objeto de
estudo apresenta também estas dificuldades e a situação se torna mais complexa
27
porque a Escola também tem um número considerável de alunos com necessidades
especiais.
Contudo, observa-se que a força de trabalho é bastante determinada e
apesar dos desafios diários, tem contornado os atendimentos da melhor maneira
possível. Com as análises feitas por este estudo, também pode-se observar que há
condições de apresentar uma melhoria gradativa mais contínua em torno da
excelência da escola. E nesse sentido, o papel do gestor é fundamental. Quando
estes fatores não são considerados, se pode observar inúmeras empresas em todos
os segmentos fechando suas portas diante da crise política e econômica, no caso da
escola, o baixo desempenho em todos os campos.
O gestor, através de medidas criativas e parcerias, pode motivar sua equipe
para atingir resultados positivos. A missão não é fácil e exige mudanças de grande
porte para a gestão de uma escola pública. Mas a escola como fonte de saber,
precisa colocar em prática o que há de mais dinâmico e eficiente na falta de recursos
materiais e de pessoais. As parcerias com ONGs e outros segmentos da Prefeitura
de Manaus podem resultar em surpresas positivas que podem gerar excelência no
atendimento de seu público-alvo.
Estas ações tendem a criar e fortalecer a mentalidade de elaborar um PPP
que possa ser de fato efetivo, para que esta produza melhorias constantes e não
esteja limitada a condição da coisa pública sucateada, mas forme uma identidade
que caminhe de forma autônoma com suas próprias pernas. Assim, o diagnóstico
formulado com suas devidas soluções através da metodologia PBL, fornece, a partir
da execução das ações planejadas, uma superação que visa sempre um patamar de
excelência, seja este no nível de seus funcionários, na política para seus alunos, na
imagem que passa para a sociedade.
A hipótese deste estudo foi plenamente comprovada a partir do referencial
teórico e da observação objeto de estudo. A importância do gestor escolar reside,
sobretudo nos resultados que podem ser refletidos no planejamento do projeto
político pedagógico no tocante a inclusão a partir de uma atitude democrática e
participativa de todos os atores educacionais. Estes resultados tem a missão de
democratizar de fato a educação oferecendo a todos os públicos as condições de
igualdade e dignidade de obter o conhecimento. O tema proposto teve grande
relevância por tratar de um dos assuntos mais complexos da sociedade brasileira.
XV. REFERÊNCIAS
ANACHE, A. A. MACIEL; C. E. MACIEL. (Org.) Educação Especial. Campo Grande, MS – 2011. BRASIL. Conselho Nacional de Educação Básica. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, Resolução CN/CEB nº 2 de 11 de setembro de 2001. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica. Brasília: MECSEESP, 2001a. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9394 de 20 de dezembro de 1996. BRASIL. Plano Nacional de Educação – Lei 10.172, de 09 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. Brasília: plano, 2001b. (apresentado por Ivan Valente. Rio de Janeiro: DP&A, 2001). ESTRABELLI, Shayani; PELLEGRINI, Fernanda e; DIAS, Keiti Dayana. Liderança situacional nas organizações. I CINGEN - Conferência Internacional em Gestão de Negócios, 2015. FERNANDES, André Coelho, TÓFANI, Flávio. A Criatividade e a Motivação como Estratégias de Endomarketing para o Crescimento Organizacional. Art. Cient. Curitiba, 2008. GIL, Antonio Carlos. Gestão de Pessoas. Enfoque nos papéis profissionais. São Paulo: Atlas, 2002. LACOMBE, Francisco José Masset. Recursos humanos: princípios e tendências. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. LAKATOS, Eva Maria & MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia Científica. 7ª ed. São Paulo: Atlas 2010. LÜCK, Heloísa. Dimensões da gestão escolar e suas competências. Positivo. Curitiba, 2009.
MARCHESI, Á. MARTIN, E. Da terminologia do distúrbio às necessidades especiais. In: COLL. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. MAXWELL, J. C. Liderança. 1. ed. Rio de Janeiro: Copyright, 2006.
MEDEL, Cássia Ravena Mulin de Assis. Projeto Político-Pedagógico: Construção e Implementação na Escola, 2 ed. Ed. Autores Associados, Campinas, 2013.
29
PADILHA, Paulo Roberto. Planejamento Dialógico: Como Construir o Projeto Político-Pedagógico da Escola. 5 ed. Cortez, São Paulo, 2014.
PEIXOTO, João Paulo; Teixeira, Manuel; Coelho, Dídia; Moreira, Daniela; Mota, Paulo Sérgio, Estudos de Caso: O Método ABP Caso Home Concept, Edição Casos do IESF, 2006, Espaço Atlântico. PORCHÉ, Germaine, NIEDERER, Jed. Coaching o apoio que faz as pessoas brilharem. Rio de Janeiro: Campus, 2002. ROBBIN, S. P.; JUDGE, T. A.; SOBRAL, F. Comportamento organizacional. 14. ed. São Paulo: Hall, 2010. ROBBINS, Harvey; FINLEY, Michael. Por que as equipes não funcionam: o que não deu certo e como torná-las criativas e eficientes. 10. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2005. SAVIANI, D. Educação brasileira: estrutura e sistema. Campinas: Editores Associados, 1995. SASSAKI, R. K. Inclusão - Construindo uma Sociedade para Todos. 3. ed. Rio de Janeiro: WVA, 1999. SROUR, Robert Henry. Poder, cultura e ética nas organizações: o desafio das formas de gestão. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
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ANEXOS
Figura 2 – Vista Frontal da Escola Profª Jarlece da Conceição Zaranza. Fonte: Pesquisa de Campo, 2018.
Figura 3 – Entrada Principal da Escola. Fonte: Pesquisa de Campo, 2018.
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Figura 4 – Equipe de Trabalho do Projeto Aplicado PBL. Fonte: Pesquisa de Campo, 2018.
Figura 5 – Equipe de trabalho debatendo as melhores soluções para o projeto. Fonte: Pesquisa de Campo, 2018.
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Figura 6 – Alunos em atividade dentro de sala de aula. Fonte: Pesquisa de Campo, 2018.
Figura 7 – Equipe em processo de interação com coordenação da Escola. Fonte: Pesquisa de Campo, 2018.