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ADELAIDE SCHRAMEL CENTENARO

A IMPORTÂNCIA DO ESPAÇO COLETIVO NA ESCOLA PARA REFLEXÃO, ORGANIZAÇÃO E FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES

FRANCISCO BELTRAO – PR, 2009

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ADELAIDE SCHRAMEL CENTENARO

A IMPORTÂNCIA DO ESPAÇO COLETIVO NA ESCOLA PARA REFLEXÃO, ORGANIZAÇÃO E FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES

Projeto de pesquisa apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE. Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste, Campus Francisco Beltrão-PR.

Orientado pela Profª. MS Alexandra Vanessa de Moura Baczinski.

FRANCISCO BELTRÃO – PR, 2009

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SUMÁRIO

1.IDENTIFICAÇÃO................................................................................................ 3

2.TEMA.................................................................................................................... 3

3. TÍTULO............................................................................................................... 3

4. JUSTIFICATIVA................................................................................................. 4

5. PROBLEMA........................................................................................................ 5

6. OBJETIVOS ….................................................................................................... 6

7. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................... 7

8. ESTRATÉGIA DE AÇÃO.................................................................................. 13

9. CRONOGRAMA DE AÇÕES............................................................................ 14

10.BIBLIOGRAFIA................................................................................................ 17

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PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA ESCOLA

1. IDENTIFICAÇÃO

1.1 Professor PDE: Adelaide Schramel Centenaro

1.2 Área: Pedagogia

1.3 NRE: Francisco Beltrão

1.4 Professor Orientador IES: Alexandra Vanessa Baczinski

1.5 IES vinculada: UNIOESTE

1.6 Escola de implantação: CEEBLA de Francisco Beltrão

1.7: Público objeto da intervenção: Professores do CEEBJA de Francisco Beltrão.

2.TEMA:

O tempo da hora-atividade na escola como espaço coletivo para a reflexão, organização e

formação continuada do professor.

3. TÍTULO:

A importância do espaço coletivo na escola para a reflexão, organização e formação

continuada dos professores.

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4 . JUSTIFICATIVA:

Vivemos numa sociedade que desagrega o homem nas suas várias dimensões: trabalho,

relacionamento afetivo, consciência, visão política, família, religião, etc. Sabemos que a

fragmentação da vida e do saber fragiliza a pessoa, e é uma estratégia da classe dominante para sua

perpetuação. Um dos processos mais perversos que se instalou em nossa civilização é precisamente

a divisão social do trabalho: uns pensam, decidem e ficam com os resultados; outros executam e

recebem o mínimo para a sobrevivência. Temos de resgatar o valor do trabalho, já que a dimensão

do trabalho vai desde a realização pessoal até a realização do bem comum.

Não sairemos totalmente da alienação enquanto não houver uma mudança mais radical na

forma de organização da sociedade, mas podemos combatê-la, criar espaços de desalienação, onde

as pessoas possam tomar consciência e ter uma experiência alternativa de relacionamento. Os

sujeitos vão sendo despertados para uma nova consciência pela convivência reflexiva, e isto permite

a cada um assumir tarefas num nível cada vez mais profundo e crítico. Esta prática vai minando a

corrente da alienação e prepara um movimento maior de mudança. A escola deve participar deste

processo: uma nova estrutura para favorecer a reorganização do homem, deve permitir o encontro, a

reflexão, a ação sobre a realidade, numa práxis libertadora.

Das diferentes formas de trabalho no interior da escola que são importantes, há uma que é

fundamental, uma vez que é a condição mesma para a concretização de uma prática transformadora.

Trata-se do espaço coletivo constante na escola, reunindo os professores na hora-atividade. Este

espaço permite reflexão crítica, coletiva e constante sobre a prática de sala de aula e da instituição

da própria prática, pesquisa, desenvolvimento da atitude de cooperação e co-responsabilidade,

avaliação do trabalho e replanejamento, num processo de formação constante, formação esta que,

segundo FACCI (2004) seja capaz de superar o senso comum promovendo a própria humanização

procurando meios práticos e fundamentos teóricos que possibilitem compreender a profissão do

professor, tratando de forma indissociada questões relativas à formação, condições de trabalho,

currículo e a subjetividade presente na prática pedagógica.

Porém, para que a escola seja palco de um trabalho coletivo que realize o que já foi exposto,

é necessário que o tema seja profundamente estudado, permitindo a organização do trabalho

conjunto nos momentos de encontro dos professores, nesse caso o período de hora-atividade, o que

justifica a presente pesquisa.

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5. PROBLEMA:

Segundo a Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional, nº: 9394/96, em seu artigo 13, os

docentes devem incumbir-se de ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de

participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento

profissional e cumprir sua hora-atividade.

Como organizar a hora-atividade dos professores de forma a favorecer o trabalho coletivo

dos professores que atuam na mesma disciplina/turno?

Como eliminar o individualismo e o isolamento do professor sem eliminar a individualidade

e garantir a autonomia do mesmo?

Qual o real papel do professor dentro do espaço escolar diante das mudanças que ocorreram

nas últimas décadas?

O coletivo dos professores encontra-se confuso e necessitando de uma organização de

momentos possíveis de encontro dentro da escola, canalizando o tempo para a reflexão sobre as

questões acima, visando o crescimento e a busca de um trabalho pedagógico coerente com a

proposta da escola.

A hora-atividade, apontada aqui como um possibilitador para o encontro dos pares da

mesma disciplina, favorecerá a troca de idéias, o planejamento e a reflexão.

Urge, entretanto, sistematizar esse trabalho, pois a escola interpreta e não simplesmente

responde ou aplica as diretrizes que recebe, tal como foram concebidas pela instituição

administrativa. As determinações emanadas dos diferentes níveis de autoridade do sistema de

ensino, sejam administrativas ou pedagógicas, não se operacionalizam na escola de forma direta ou

mecânica, como simples presença ou ausência, aceitação ou rejeição. A escola interpreta ou

incorpora os parâmetros conforme suas necessidades e possibilidades.

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6. OBJETIVOS:

6.1 OBJETIVO GERAL:

Aprofundar os estudos sobre o papel do professor numa escola cujo Projeto Político

Pedagógico tem como norteador a Pedagogia Histórico-Crítica.

6.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Investigar o papel do professor na perspectiva da Pedagogia Histórico-Crítica.

Refletir sobre a prática pedagógica afim de compreender as propostas, conteúdos, estratégias

de planejamento, avaliação e replanejamento das atividades escolares mediante o trabalho coletivo

dos docentes.

Conhecer o processo de conquista da hora-atividade na escola pública do Paraná.

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7. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:

O papel do professor na perspectiva da Pedagogia Histórico-Crítica e na

Psicologia Histórico Cultural dos Conteúdos

Na sociedade em constantes mudanças, novas funções surgem para serem assumidas pelos

professores, do ponto de vista de uma reflexão e análises pedagógicas e de instâncias político-

sociais. Fator esse que nos leva a pensar que o “papel” do professor está em crise, quer dizer, está

em constante transformação de acordo com os movimentos da sociedade.

A partir de 1980 em conformidade com as teorias que enfocam o professor, colocar o

docente no “centro” do processo educativo significa uma contraposição às tendências não-críticas,

que relegam ao segundo plano o seu trabalho – na pedagogia tradicional a favor do conteúdo; na

pedagogia nova a favor do aluno; na pedagogia tecnicista a favor da eficiência. Resgatar o professor

como profissional e colocar o foco sobre ele são as finalidades dos estudos desenvolvidos a partir

desse período.

Temos vários conceitos sobre o professor enquanto profissional, com direitos já

conquistados historicamente, com especificidade no desempenho de seu trabalho, com suas

características pessoais, entre outros aspectos. Em todos os momentos é necessário analisar a

profissão docente levando em consideração aspectos singulares (posições políticas dos professores,

seus conflitos e ideologias, suas representações do mundo, sua identidade pessoal) e aspectos

universais (organização político associativo dos indivíduos), desenvolvidos a partir de

transformações históricas.

Para compreender o professor como profissional é necessário romper com estereótipos que

foram sendo colocados, como se o professor fosse uma segunda mãe e a escola um segundo lar,

porque é uma profissão onde predomina a figura feminina. Na sociedade capitalista, as relações

sociais são marcadas pela competitividade, as virtudes precisariam ser desenvolvidas e a educação,

através das professoras, poderia fazer o contraponto buscando uma unidade espiritual, já que o

material não existia.

A desvalorização não acontece apenas relacionada aos recursos financeiros. As políticas

públicas da educação pela forma como foram e são elaboradas mostram o descaso com a educação.

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É necessário, portanto, uma transformação na prática docente, de forma que os professores

percebam que sua meta é fazer aprender e não somente ensinar. Para que isso aconteça é necessário

haver uma mudança profunda na identidade do professor.

A formação dos professores pela racionalidade técnica é uma atividade instrumental, com

finalidade de se solucionar os problemas por meio da aplicação rigorosa de teorias técnicas

científicas. O pensamento reflexivo sobre a prática do professor é fundamental para compreender os

processos de ensino e aprendizagem, para desencadear uma mudança radical dos programas de

formação de professores e para promover a qualidade do ensino na escola numa perspectiva

inovadora.

Na formação do professor reflexivo, o docente é considerado como um intelectual em

contínuo processo de formação, cuja experiência é vista como a fonte do saber, sendo que é a partir

dela que se constrói o saber profissional.

Numa revisão da literatura sobre esse item, considera-se que o significado exato de

professor reflexivo é difícil de ser delimitado, considerando-se então três abordagens sobre a

formação reflexiva dos professores: a narrativa, a crítica e a cognitivista.

Na abordagem das narrativas a ênfase se dá na valorização dos conhecimentos práticos e as

reflexões realizadas pelos professores. Na abordagem crítica, a ênfase é colocada no tipo de

decisões tomadas pelos professores, levando-se em conta a diversidade cultural. Na abordagem

cognitivista o foco está no papel do conhecimento no ensino.

O ensino reflexivo, mesmo quando analisado por diferentes óticas teórico-metodológicas,

dá ênfase às preocupações com a experiência pessoal e com o desenvolvimento profissional de

professores.

Escola reflexiva é onde se pensa e se avalia seu projeto educativo e que gera conhecimentos

sobre si próprios, sobre os alunos e professores. A escola que se quer reflexiva e emancipadora deve

ser vivida cotidianamente, dimensionada em seu projeto político pedagógico-curricular. O currículo

é encarado como guia, orientador da aprendizagem, é um currículo vivo e presente na ação dos

professores e dos alunos.

Como professores intelectuais, precisamos tornar o currículo um espaço de pesquisa, que é

um grande desafio, tornando-nos pesquisadores do conteúdo que ensinamos ou da prática que

desenvolvemos centrando nosso ensino na pesquisa. Nesse processo, poderemos aperfeiçoar nosso

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desempenho profissional, nos situar melhor no mundo, e nos engajar na luta por transformá-lo.

Despertar no aluno o espírito de pesquisa, de busca, de ter prazer no aprender, no conhecer coisas

novas.

Embora algumas pesquisas demonstram a necessidade de investimento na pessoa do

professor e na sua profissão, buscando entender a subjetividade e a profissão do professor no

processo educativo, não levam em conta as condições histórico-sociais em que a profissão se

desenvolve. Parece que o subjetivo de cada um é particular e único, no entanto, entendemos que é

pela interação entre os sujeitos que se chega ao coletivo e não pela subjetividade sem considerar as

condições histórico-sociais em que a profissão se desenvolve.

É nessa interação que se constrói a identidade do professor dentro dum processo histórico-

social, gerando novas identidades em constante processo de transformação. A personalidade é

constituída enquanto autoconstrução da individualidade em confronto a atividades com

significativos históricos, pois o indivíduo se constitui por sua unidade com a sociedade.

A referência prática é imprescindível para a significação dos conhecimentos teóricos,

mostrando que os conhecimentos em ação são formados de elementos sociais, éticos, políticos,

culturais, afetivos e emocionais. Da mesma forma o conhecimento teórico é fundamental para que

os professores possam questionar, transformar ou mesmo negar o conhecimento. Só pode negar

algo quem tem um conhecimento profundo.

Os professores precisam atuar como mediadores entre os conceitos científicos e o aluno,

partindo de conhecimentos teóricos que auxiliem a prática, e utilizando a prática para aprofundar os

conhecimentos teóricos. Sendo assim a teoria é importante na formação dos professores porque

proporciona a eles possibilidades de compreender os contextos históricos, sociais, culturais,

organizacionais e aqueles nos quais se inserem como profissionais da educação.

Devemos levar em conta, em nossas reflexões e decisões, a sociedade em que vivemos, o

mundo globalizado em que a sociedade se situa, as culturas que estamos imersos, as desigualdades e

as diferenças culturais, o alunado com que trabalhamos, assim como os conhecimentos que

julguemos relevantes no mundo de hoje.

Portanto é papel fundamental do professor construir, com muito esforço, atualizar e

valorizar a escola pública, pois ainda que ela não mude o mundo, pois a educação por si só não

transforma a sociedade, ela pode ajudar o(a) estudante a melhor entender como o mundo opera, o

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que é condição indispensável para se operar nesse mundo. Por isso é necessário transformar a

consciência dos que passam na educação escolar.

Parafraseando Saviani;

O professor vê o conhecimento como um meio para o crescimento do aluno, ao passo que para o cientista o conhecimento é um fim; trata-se de descobrir novos conhecimentos na sua área de atuação. (2005, p.74).

Para ensinar é fundamental que o professor faça a seguinte pergunta: para que serve ensinar

uma disciplina aos alunos concretos com os quais se vai trabalhar? Em que essa disciplina é

relevante para o progresso, para o avanço e para o desenvolvimento desses alunos?

A palavra educação está relacionada ao crescimento. Ela só pode ser definida como uma

ação racional, planejada, premeditada e consciente, portanto, forma de intervenção nos processos de

crescimento natural dos indivíduos. Segundo Vigotski (apud, FACCI, 2004, p.175);

Só poderá ter caráter educativo aquela fixação de novas reações que, de uma forma ou de outra intervenha nos processos de crescimento e os oriente. Logo, nem todos os vínculos que se concluem na criança são atos educativos.

Percebe-se um aspecto fundamental da teoria de Vigotski que trata da relação entre

desenvolvimento e aprendizagem, considerando que ambos possuem uma relação independente e

que a aprendizagem provoca o desenvolvimento

O interesse para a atividade é um ingrediente fundamental no processo de aprendizagem. É

necessário descobrir se a criança está preparada para desenvolver determinada atividade, em saber o

quanto o interesse está orientado para o próprio objeto de estudo e não relacionado a influências

externas a ele.

Além do interesse, o professor também tem que enfatizar a emoção na assimilação dos

conteúdos pedagógicos. São as reações emocionais que se devem constituir como base do processo

educativo. Todo conhecimento deve ser antecedido de uma sensação de sede, do desejo de querer

“beber” daquele conhecimento. O momento de emoção e interesse deve necessariamente servir de

ponto de partida a qualquer trabalho educativo.

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Segundo Vigotski o professor é o mediador entre o conhecimento e o aluno e para fazer isto

ele precisa saber muito, muito além daquilo que os alunos devem saber. O professor necessita ter o

conhecimento científico sobre o conteúdo a ser ministrado. Os aspectos afetivos são importantes na

relação pedagógica, mas não são suficientes para que o aluno aprenda. O domínio do conhecimento

do professor é a chave mestra para a apropriação do conhecimento por parte do aluno.

Cabe ao professor, no processo educativo, contribuir para o processo de humanização dos

indivíduos. A psicologia histórico-cultural e a pedagogia histórica-crítica partem do pressuposto de

que cabe à escola possibilitar a apropriação do conhecimento objetivo pelos alunos.

Um aspecto importante da pedagogia histórico-crítica é a compreensão da prática educativa.

Segundo (SAVIANI, apud, FACCI, 2004, p.226), “[...] o trabalho educativo é o ato de produzir,

direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e

coletivamente pelo conjunto dos homens”. O que interessa para a educação é levar o aluno a

apropriar-se dos elementos que os indivíduos necessitam assimilar para se humanizarem. A

educação tem que partir, sempre, do saber objetivo produzido historicamente.

Segundo Vigotski, a boa aprendizagem é aquela que se adianta ao desenvolvimento, as

escolas e os professores devem ajudar os alunos a expressar, a desenvolver o que por si só não

podem fazer. O professor deve estruturar a atividade pedagógica de tal forma que oriente o

conteúdo e os ritmos de desenvolvimento da F.P.S. (Funções Psicológicas Superiores).

Cabe ao professor transmitir conhecimentos, ensinar os alunos de forma que dirija a

formação dos seus processos psicológicos superiores.

O que se espera é que na escola a aprendizagem constitua uma fonte de desenvolvimento dos conceitos científicos, pois ela é o momento decisivo e determinante de todo destino do desenvolvimento intelectual da criança, inclusive dos desenvolvimentos científicos. (FACCI, 2004,p.225).

Os professores precisam atuar como mediadores entre os conceitos científicos e o aluno,

partindo de conhecimentos teóricos que auxiliem a prática, e utilizando a prática para aprofundar os

conhecimentos teóricos. Cabe ao professor investir na zona de desenvolvimento próximo dos

alunos, provocando o seu desenvolvimento intelectual e afetivo.

Para trabalhar com a zona de desenvolvimento próximo no ensino, na sala de aula, é

necessário que o professor esteja sempre atento e seja capaz de perceber até que ponto vai à

capacidade de imitação do aluno, estar atento para o limiar inferior e superior da zona de

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desenvolvimento próximo. Ou seja, o professor deve encaminhar o ensino de maneira que fornece

ao aluno o desenvolvimento máximo das suas capacidades.

O professor domina determinados conhecimentos que o aluno não tem e deve transmiti-los

aos estudantes; ele deve ter autoridade profissional e produzir, de forma deliberada, a aprendizagem

como resultado do ensino. Assim é possível valorizar o trabalho do professor no processo ensino-

aprendizagem, superando o esvaziamento do seu trabalho e o esvaziamento dos conteúdos tão

necessário na educação escolar.

O professor precisa ter o domínio do conhecimento a ser transmitido, para trabalhar com a

formação dos conceitos científicos e também com zona de desenvolvimento próximo de seus

alunos. Para que consiga realizar isto, necessita um constante processo de estudo das teorias

pedagógicas e dos avanços das várias ciências.

Para que a função do professor resulte na produção de determinados conhecimentos nos

alunos, ele precisa também dominar esses conhecimentos. Além disso, precisa ter um conhecimento

didático-curricular, que o informe como esses conhecimentos específicos devem ser organizados

para que tenham efeito no processo de apropriação e produção do conhecimento nos alunos. Quer

dizer, o professor necessita conhecer a forma de transformar os conhecimentos científicos em saber

escolar. Outro saber necessário a pratica docente é relativo à compreensão das condições sócio-

históricas que determinam a tarefa educativa. Saviani acrescenta que o professor deve ter um “saber

atidudinal”, categoria que compreende o domínio de comportamentos e vivências considerados

adequados ao trabalho educativo.

Para que o professor possa encaminhar os alunos para um saber elaborado, para um senso

crítico, antes ele precisa ter essa criticidade. O saber a ser apropriado deve levar em conta os fatores

sócio-histórico. O professor deve manter uma postura crítica em relação aos conteúdos apropriados

por ele, transmitidos e também apropriados pelos alunos.

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8. ESTRATÉGIAS DE AÇÃO:

1º Passo:

Após estabelecer a importância de se trabalhar com o tema: “O tempo da hora-atividade na

escola como espaço coletivo para a reflexão, organização e formação continuada do professor”, faz-

se necessário definir as ações a ser implementadas no âmbito escolar do CEEBJA de Francisco

Beltrão – Ensino Fundamental e Médio, no Município de Francisco Beltrão, PR.

A referida intervenção será feita após estudo através de pesquisa bibliográfica e de campo

mediante leitura exploratória, seletiva, analítica e interpretativa de temas relacionados em

aprofundar os estudos sobre o papel do professor numa escola cujo Projeto Político Pedagógico tem

como norteador a Pedagogia Histórico-Crítica.

2º Passo:

Para sensibilização do corpo docente será utilizada a produção didático-pedagógica a ser

confeccionada, a saber, uma unidade didática com reflexões e orientações bibliográficas relativas

aos saberes necessários sobre o papel do professor no CEEBJA, cujo Projeto Político Pedagógico

tem como norteador a Pedagogia Histório-Crítica, a importância da formação continuada dos

docentes utilizando para isto o espaço da hora-atividade. O referido material será construído com as

devidas orientações da professora Orientadora da Universidade Estadual de Francisco Beltrão,

Alexandra Vanessa Baczinski.

3º Passo

A intervenção ocorrerá abrangendo os professores que ministram aulas na SEDE deste

CEEBJA. Terá a duração de sete meses e ocorrerá dos meses de junho a dezembro de 2010, tempo

disponível para sua implementação, com as estratégias de ação indicadas a seguir.

Apresentação do projeto de intervenção para a direção e coordenação do estabelecimento de

ensino, para legitimação das ações contidas no mesmo.

Discussão e aprovação formal pela direção.

Apresentação do projeto de intervenção aos docentes na Reunião Pedagógica.

Grupo de estudo com professores para apresentação da produção didático-pedagógica, com

reflexão da prática pedagógica.

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9. CRONOGRAMA DE AÇÕES:

Maio/2009 Participação em:

. Aula inaugural 13 de maio com palestra sobre o Tema “Políticas Educacionais e suas

Implicações para a Formação Inicial e Continuada de Professores”, proferida pela Professora Drª.

Marília Fonseca – FAE/UnB.

. Seminário de Integração PDE promovido pela Secretaria de Estado da Educação –SEED-

realizado na IES-Universidade Estadual do Oeste do Paraná-UNIOESTE- Campus de Cascavel nos

dias 19 / 20 e 21.

. Inserção Acadêmica – Campus da UNIOESTE de Toledo nos dias 27 / 28 e 29.

Junho/2009. Participação em:

. Seleção de bibliografias, leitura e fichamento de textos para a elaboração do projeto de

intervenção pedagógica.

Julho/2009. Participação em:

. 1ª. Etapa da Formação Tecnológica Presencial. Informática Básica nos dias 15 / 16 e 17

ministrado pelas assessoras pedagógicas do CRTE do Núcleo Regional de Francisco Beltrão.

. Curso Geral na UNIOESTE campus de Francisco Beltrão, nos dias 7 / 8 / 9 e 10,

ministrado por professores do Curso de Pedagogia.

. 2ª. Etapa Formação Tecnológica Presencial nos dias 23 e 24 ministrado pelas assessoras

pedagógicas do CRTE do Núcleo Regional de Francisco Beltrão.

. Início das orientações e elaboração do projeto de intervenção pedagógica.

. Agosto/2009. Participação em:

. Curso Geral nos dias 24 / 25 / 26 e 27 no Campus da UIOESTE de Francisco Beltrão

ministrado por professores do curso de Pedagogia.

. Início da Formação Tecnológica a Distância: Tutoria.

. Leituras e fichamentos de livros para elaboração do projeto de intervenção pedagógica.

.Setembro / 2009. Participação em:

.Continuidade da Formação Tecnológica a Distância: Tutoria.

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. Leituras e fichamentos de livros para elaboração do projeto de intervenção pedagógica.

. Outubro/2009. Participação em:

. Curso Geral nos dias 26 / 27 / 28 e 29 no Campus da UNIOESTE de Francisco Beltrão

ministrado por professores do curso de Pedagogia.

. Leituras e fichamentos de livros para elaboração do projeto de intervenção pedagógica.

. Novembro/2009. Participação em:

.I Seminário Temático nos dias 04 e 05 em Foz do Iguaçu promovido pela Secretaria de

Estado da Educação –SEED- com a participação do Professor Drº.Raul Burgus da UFSC, que

palestrou sobre o tema: Contexto histórico de elaboração e especificidade do conceito de hegemonia

e da crítica antieconomista em Gramsc (1891 – 1937). Palestra com a Professora Drª Monica

Ribeiro da Silva da UFPR com o tema: A filosofia da práxis como fundamento de um projeto

educativo emancipador. Palestra do Professor Drº. Adair Angelo Dalarosa da UEPG com o tema:

Filosofia e Política em Gramsci. Palestra da professora Rosemary Doré da UFMG/Faculdade de

Educação/DECAE com o tema: Gramsci e a Educação. Palestra da Professora Sandra Maria Zanello

de Aguiar da UNICENTRO com o Tema: A realização entre cultura e classe social em Gramsci. E

novamente a professora Drª Monica Ribeiro da Silva com o Tema: Antonio Gramsci e o princípio

educativo do trabalho.

. Curso Específico nos dias 10 / 11 / 12 e 13 no Campus da UNIOESTE de Cascavel

ministrado pelos professores do curso de Pedagogia.

.Inserção Acadêmica - II Seminário Nacional de Educação e XIII Semana de Pedagogia

tendo como Tema: Conhecimentos, (Re)construções e Práticas Pedagógicas realizado em Francisco

Beltrão nos dias 17 / 18 / 19 e 20 no campus da UNIOESTE.

.Curso Geral na UNIOESTE campus de Francisco Beltrão nos dia 23, 24 e 30 ministrado

pelos professores do Curso de Pedagogia.

. Leituras e fichamentos de livros para elaboração do projeto de intervenção pedagógica.

. Dezembro/2009. Participação em:

. Curso Específico na UNIOESTE campos de Cascavel nos dias 01 / 03 / 04 / 07 / 08 / 09 /

10 / 11 /14 / 15 e 16 ministrado pelos professores do Curso de Pedagogia.

. Sistematização e finalização do projeto de intervenção pedagógica.

. Fevereiro / 2010. Participação em:

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. Curso Específico na UNIOESTE campos de Cascavel nos dias 09 e 10 ministrado pelos

professores do Curso de Pedagogia.

. Encontro de Área na UNIOESTE campos de Cascavel nos dias 18 / 19 e 20.

. Elaboração da versão final do projeto de intervenção pedagógica.

. Leituras para a elaboração do material didático-pedagógico.

.Março / 2010. Participação em:

.II Seminário de Integração PDE promovido pela Secretaria de Estado da Educação – SEED

– realizado na - IES/UNIOESTE- campos de Cascavel nos dias 16 e 17.

. Leituras para a elaboração do material didático-pedagógico.

.Abril / 2010:

. Entrega do projeto de intervenção pedagógica.

. Elaboração do material didático-pedagógico).

. Abril a julho de 2010 :

. Elaboração e produção do material Didático-Pedagógico.

.Junho a dezembro de 2010:

. Implementação do Projeto na Escola.

. Fevereiro a maio de 2011:

. Sistematização e elaboração do trabalho final – Artigo Científico.

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10. BIBLIOGRAFIA:

ARCO-VERDE, Yvelise Freitas de Souza. Tempo e mudanças na prática docente: subsídios para reflexão sobre a hora-atividade. Texto para discussão. Secretaria de Estado da Educação – Superintendência da Educação. Curitiba - PR, 2004.

FACCI, Marilda Gonçalves Dias. Valorização ou esvaziamento do trabalho do professor? Campinas,SP: Autores Associados,2004.

SAVIANI, Dermeval. Pedagogia Histórico-Crítica: primeiras aproximações. Campinas,SP: Autores Associados,2005.

VASCONCELOS, Celso dos S. Coordenação do trabalho pedagógico: do projeto-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. Libertad Editora, 2006 – São Paulo.