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ARLETE MARIA KROTH LOPES A IMPORTÂNCIA DA RECICLAGEM PARA EVITAR PROBLEMAS AMBIENTAIS CAUSADOS PELO LIXO DOMÉSTICO CANOAS, 2007

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ARLETE MARIA KROTH LOPES

A IMPORTÂNCIA DA RECICLAGEM PARA EVITAR PROBLEMAS AMBIENTAIS CAUSADOS PELO LIXO DOMÉSTICO

CANOAS, 2007

ARLETE MARIA KROHT LOPES

A IMPORTÂNCIA DA RECICLAGEM PARA EVITAR PROBLEMAS AMBIENTAIS CAUSADOS PELO LIXO DOMÉSTICO

Trabalho de Conclusão apresentado à banca examinadora do curso de Ciências Econômicas do Universitário La Salle – UNILASALLE, como exigência parcial para a obtenção de Graduação em Biologia, sob orientação do Prof. Jairo Luis Cândido.

CANOAS, 2007

TERMO DE APROVAÇÃO

ARLETE MARIA KROHT LOPES

A IMPORTÂNCIA DA RECICLAGEM PARA EVITAR PROBLEMAS AMBIENTAIS CAUSADOS PELO LIXO DOMÉSTICO

Trabalho de conclusão aprovado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel do Curso de Biologia do Centro Universitário La Salle – Unilasalle, pela

seguinte banca examinadora:

Prof. Unilasalle

Prof. Unilasalle

Prof. Unilasalle

Canoas, 2007.

AGRADECIMENTOS

A Deus, em primeiro lugar, por ter me dado a oportunidadde de concluir mais esta etapa da minha vida, dando-me força, perseverança e saúde para enfrentar os desafios encontrados na busca da realização profissional.

...À todas as pessoas que eu amo e que souberam, com paciência, tolerar muitas vezes a minha ausência para que eu pudesse me dedicar aos meus estudos (meu esposo e meus filhos)

...Ao professor orientador Jairo Luís Cândido, pelos momentos de partilha e aprendizado.

RESUMO

O presente trabalho abordou a importância da reciclagem para evitar problemas ambientais causados pelo lixo doméstico. Para atender ao objetivo de possibilitar aos alunos um maior entendimento sobre os problemas causados pelo lixo em relação ao meio ambiente de modo que compreendam a importância da reciclagem desenvolveu-se um projeto com os alunos da quinta série do colégio da Imaculada. Conclui-se que os resultados foram positivos ocorrendo aprofundando conhecimento no conhecimento sobre reciclagem apesar do curto período. Percebeu-se o desenvolvimento da consciência crítica dos alunos.

Palavras-chaves: reciclagem, lixo, meio ambiente.

ABSTRACT

The present work approached the importance of the recycling to avoid environmental problems caused by the domestic garbage. To assist to the objective of making possible the students a larger understanding on the problems caused by the garbage in relation to the environment so that they understand the importance of the recycling grew a project with the students of the fifth series of the school of the Immaculate. It is ended that the results were positive happening deepening knowledge in the knowledge on recycling in spite of the short period. It was noticed the development of the students' critical conscience. Key words: recycling, garbage, environment.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................7

2 REVISÃO DA LITERATURA................................................................................10

2.1 Tipos de lixo .....................................................................................................12

2.1.1 Lixo domiciliar .................................................................................................12

2.1.2 Lixo comercial .................................................................................................13

2.1.3 Lixo industrial ..................................................................................................13

2.1.4 Lixo perigoso...................................................................................................14

2.1.5 Lixo radiotivo...................................................................................................14

2.1.6 Lixo agrícola....................................................................................................15

2.1.7 Lixo hospitalar e de saúde ..............................................................................15

2.1.8 Lixo público .....................................................................................................15

2.2 Tratamento e disposições de resíduos sólidos ............................................16

2.2.1 Lixões ...........................................................................................................16

2.2.2 Aterro controlado ............................................................................................17

2.2.3 Aterro sanitário................................................................................................17

2.2.4 Incineração .....................................................................................................17

2.2.5 Centro de triagem ou usinas de reciclagem....................................................17

2.2.6 Usina de compostagem ..................................................................................18

2.3 A reciclagem.....................................................................................................18

2.3.1 Reduzir, reutilizar e reciclar.............................................................................19

2.4 Lixo no Brasil: o desperdício..........................................................................20

2.5 A realidade é assustadora...............................................................................21

3 METODOLOGIA...................................................................................................23

3.1 Aspectos gerais do colégio e das turmas .....................................................23

3.2 Desenvolvimento do projeto...........................................................................23

4 CONCLUSÃO.......................................................................................................34

6

REFERÊNCIAS .......................................................................................................36

APÊNDICES............................................................................................................38

ANEXOS UTILIZADOS ...........................................................................................41

7

1 INTRODUÇÃO

Cada vez mais se vivencia tragédias no meio ambiente, em função da má

distribuição e do excesso de lixo jogado na natureza. Este problema está

prejudicando a sobrevivência dos seres vivos no planeta, sendo assim, existem

medidas mitigadoras que podem ser tomadas, uma delas é a reciclagem.

Com base no exposto destaca-se como situação problema da presente

pesquisa verificar “qual a importância da reciclagem do lixo doméstico para evitar

problemas ambientais?”.

O tema foco deste estudo está inserido no dia-a-dia que nem sempre é

percebido como parte do meio ambiente: o lugar do lixo. O tema é alvo de

preocupação, já que, a capacidade da população sujar o espaço urbano é

infinitamente maior do que a capacidade do poder público limpá-lo. Essa atitude

ocorre pela dificuldade que a população tem, em considerar que a preservação do

meio ambiente através da reciclagem é um conceito próximo do seu dia-a-dia.

Enquanto a natureza se mostra eficiente em reaproveitamento e

reciclagem, os homens são eficientes em produção de lixo. Os ciclos naturais de

decomposição e reciclagem da matéria podem reaproveitar o lixo humano.

Contudo, uma grande quantidade deste sobrecarrega o sistema. O problema se

agrava porque muitas das substancias manufaturadas pelo homem não são

biodegradáveis, isto é, não se decompõe facilmente. Alguns materiais considerados

lixo pela população como vidros, papéis, latas e plásticos, levam muitos anos para

se decompor, além disso, sobrecarregam os aterros sanitários, ou mesmo os lixões

a céu aberto, causando a poluição.

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Com o propósito de proporcionar uma qualidade de vida para todos os

seres vivos do planeta, este trabalho vem propor e mostrar aos alunos de 5ª série

do Colégio da Imaculada a importância da reciclagem.

Este tema justifica-se no sentido de despertar a consciência ecológica nos

jovens de modo a contribuir para a preservação do meio ambiente através de ações

cotidianas e efetivas.

Da preocupação com o destino e armazenamento do lixo produzidos nos

grandes centros urbanos, surgiu a opção pelo trabalho com o tema da reciclagem

do lixo, numa perspectiva da educação ambiental. Enfatiza-se, ainda, a importância

de se trabalhar esse assunto nas escolas, principalmente com o ensino

fundamental, considerando-se que a conscientização ecológica deve começar nas

séries iniciais, para que futuramente possamos ter adultos com uma concepção de

desenvolvimento diferente, que favoreça uma relação homem-natureza mais

harmônica.

O objetivo geral proposto para este trabalho foi o de possibilitar aos alunos

um maior entendimento sobre os problemas causados pelo lixo em relação ao meio

ambiente para que possam compreender a importância da reciclagem. De modo a

atingir este objetivo central foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos:

explicar o que é lixo, classificar os diferentes tipos de resíduos sólidos e o tempo

para sua decomposição, despertar de maneira prática a importância da reciclagem

de diversos materiais, proporcionar uma visita à usina de reciclagem e ao aterro

sanitário, ambos no município de Canoas.

A terra é o único planeta conhecido que possui vida, tem recursos e

materiais que permitem que plantas e animais sobrevivam, fornece água, ar,

energia, alimento, minerais, metais e remédios, assim como dispõe de sistemas de

reciclagem, pelos quais os recursos são reutilizados. Ela mantém também nossa

qualidade de vida, no entanto os recursos e materiais são limitados e precisam ser

usados com sabedoria e conservados.

A sobrevivência e o bem-estar na Terra estão ligados ao meio ambiente.

Nossa própria vida e a das futuras gerações dependem que se trate a Terra com

cuidado e respeito.

Para demonstrar respeito e cuidado com o meio ambiente, pode-se tomar

atitudes simples no dia-a-dia, uma delas é fazer a separação do lixo seco e

9

orgânico em nossas próprias casas. Se cada um fizer a sua parte, pode-se

amenizar o grande problema do excesso de lixo, que se está vivenciando.

10

2 REVISÃO DA LITERATURA

A educação ambiental no ensino formal tem enfrentado inúmeros desafios,

entre os quais, poderíamos destacar o de como inserir-se no coração das práticas

escolares desde sua condição de transversalidade. Afinal, como ocupar um lugar

na estrutura escolar desde essa espécie de não-lugar que é a transversalidade?

Para a educação ambiental, constituir-se como temática transversal pode tanto

ganhar o significado de estar em todo lugar quanto, ao mesmo tempo, não

pertencer a nenhum dos lugares já estabelecidos na estrutura curricular que

organiza o ensino. Por outro lado, como ceder à lógica segmentada do currículo, se

a educação ambiental tem como ideal a interdisciplinaridade e uma nova

organização do conhecimento? Em outras palavras, poderíamos dizer que como

herdeira direta do movimento ecológico e da inspiração contracultural, a educação

ambiental quer mudar todas as coisas. A questão é saber como, por onde começar

e os melhores caminhos para a efetividade desta reconstrução da educação (PCN:

Ciências Naturais, 1997).

Acredita-se que o tema em questão, pela sua gravidade, deve estar inserido

em todas as disciplinas e não apenas em Ciências, ressaltando-se que o ensino

para o meio ambiente tem dupla finalidade, ou seja, formar intelectualmente os

alunos e torná-los cidadãos democráticos e conscientes de suas responsabilidades. A proposta pedagógica ultrapassa a adesão a projetos de

despoluição e/ou preservação, para vir a compreender um desenvolvimento social e sustentável. Ao mesmo tempo, pretende-se ir além da escola e impregnar toda a sociedade, todos os ambientes , a começar pela conversão da subjetividade. (RUSCHEINSKY, 2002, p. 61)

Atualmente, muito se fala e muito se escreve sobre a preservação do

planeta Terra, principalmente, no que diz respeito à educação ambiental. Vivemos

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num mundo intensamente influenciado pelas atividades de causa antrópica, onde a

natureza é desrespeitada indiscriminadamente (SCARLATO, 2002).

O homem, pretensamente, vive em dois mundos: o primeiro é o natural, do

qual ele faz parte; o outro é o mundo dos mecanismos criados pelo próprio homem

para sua sobrevivência.

As ações do homem sobre a natureza têm resultados no meio ambiente, os quais são chamados de efeitos ou impactos ambientais. Quando esses impactos suplantam a capacidade de suporte do meio ambiente, ou ainda, quando desestruturam a vida das populações que tradicionalmente habitavam os locais atingidos, podemos chamá-los de efeitos negativos. Estes se não são controlados, acabam por deteriorar a qualidade de vida dos seres humanos. Os diversos tipos de poluição e de degradação ambiental passam a ameaçar a sobrevivência dos homens e de outros seres vivos do planeta. (VIANNA et al, 1995, p.14).

Qualquer atividade humana produz resíduos, os resíduos sólidos

configuram um dos grandes problemas que ameaçam a vida sobre a Terra. Além

de poluir o solo, a água e o ar, também é capaz de oferecer abrigo para animais

que veiculam doenças diversas.

A crescente utilização de produtos descartáveis e o desperdício são fatores

que agravam a produção de lixo em todo o mundo, somando-se à produção de

resíduos gerados durante a sua fabricação, sendo estes resíduos recicláveis ou

não.

A palavra lixo, derivada do termo latim lix, significa “cinza”. No dicionário,

ela é definida como sujeira, imundice, coisa ou coisas inúteis, velhas, sem valor.

Lixo, na linguagem técnica, é sinônimo de resíduos sólidos gerado pelo homem em

suas atividades, considerado pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou

descartáveis.

Desde os tempos mais remotos até meados do século XVIII, quando

surgiram as primeiras indústrias na Europa, o lixo era produzido em pequena

quantidade e constituído essencialmente de sobras de alimentos.

A partir da Revolução Industrial, as fábricas começaram a produzir objetos

de consumo em larga escala e a introduzir novas embalagens no mercado,

aumentando consideravelmente o volume e a diversidade de resíduos gerados nas

áreas urbanas.

O lixo industrial e doméstico se enquadra no sentido mais abrangente de poluição, mas analisada sob diversos aspectos, pode também ser visto como um problema social ou, ao contrário, como uma solução, ou, pelo menos um paliativo para vários outros problemas. Tudo

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depende de como ele é tratado. A recuperação de produtos como papel, plásticos, metais e outros, além de amenizar significativamente o impacto que os resíduos causam ao ambiente, pode se constituir numa alternativa a ser explorada diante do esgotamento de recursos não renováveis. Por fim,certas técnicas do tratamento do lixo permitem, entre outras coisas, obter energia. (SCARLATO e PORIN, 1992, p. 54)

O lixo sem tratamento adequado constitui grave problema sanitário, capaz

de transmitir várias doenças, tais como diarréias infecciosas, parasitoses, amebíase

e serve ainda de abrigo para ratos, baratas, moscas, mosquitos, formigas e

escorpiões, além de outros transmissores de doenças e animais venenosos.

Além disso, o chorume resultante da decomposição do lixo pode contaminar

os aqüíferos, contaminando assim a água de consumo diário. Os lixões tornam-se

locais perfeitos para proliferação do Aedes aegypti, o mosquito vetor de

transmissão da dengue, oferecendo as melhores condições para sua reprodução e

desenvolvimento.

2.1 Tipos de lixo

Conforme sua composição e origem, os resíduos podem ser orgânicos ou

inorgânicos e podem ser classificados como:

2.1.1 Lixo domiciliar

Originário da vida diária das residências,são em sua maioria orgânicos,

como restos de alimentos, sendo encontrados também resíduos minerais, como

latas, vidros e sintéticos como os plásticos.

O lixo domiciliar é gerado em residências urbanas e também residências

rurais. De uma maneira geral,nas áreas rurais, o lixo doméstico é queimado ou

enterrado.

A partir de 1986, os resíduos de feiras e mercados também foram incluídos

na classificação do lixo doméstico pela grande quantidade de material orgânico

produzidos nestes locais,

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Os resíduos domésticos são processados basicamente d quatro maneiras:

incineração compostagem, utilização de biodigestor e aterro sanitário.

2.1.2 Lixo comercial

São originados nos diversos estabelecimentos comerciais e de serviços

como lojas, estabelecimentos bancários, supermercados e restaurantes, entre

outros, junta-se ao domiciliar, por possuírem componentes semelhantes do

tratamento unificado.

2.1.3 Lixo industrial

A indústria é responsável por grande quantidade de lixo – sobras de carvão

mineral, refugos da indústria metalúrgica, lixo químico, gás e fumaça pelas

chaminés das fábricas. Os resíduos industriais são variados e podem se apresentar

sob a forma de cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papel,

madeira, fibras, borrachas, metal, escórias, vidros e cerâmicas.

A indústria dá origem à grande maioria do lixo considerado tóxico.

O gerenciamento dos resíduos industriais engloba padrões de

armazenamento, manuseio, transporte e tratamento para que possa ser dispostos

de maneira adequada, a evitar danos ambientais e à saúde pública em aterros

sanitários e industriais.

O Código Estadual do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul, coloca que

“compete ao gerador a responsabilidade pelos resíduos produzidos” e, também,

prevê que “a terceirização de serviços não isenta a responsabilidade do gerador

pelos danos que vieram a ser provocados”.

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2.1.4 Lixo perigoso

De acordo com a NBR 10004/1987, resíduos perigosos (classe I) são

aqueles que apresentam periculosidade ou possuem uma das características a

seguir:

inflamabilidade;

corrosividade;

reatividade;

toxicidade;

patogenicidade;

A periculosidade de um resíduo é descrita na NBR 10004/1987 como sendo

a “característica apresentada por um resíduo, que, em função de suas propriedades

físicas, químicas ou infectocontagiosas, pode apresentar: a) riscos à saúde pública,

provocando ou acentuando, de forma significativa, um aumento de mortalidade ou

incidência de doenças, e/ou b) riscos ao meio ambiente, quando o resíduo é

manuseado ou destinado de forma inadequada.

De acordo com a Agenda 21 Global – Capitulo 19, Seção II – milhares de

produtos químicos são usados nas diferentes atividades humanas mas os riscos

para a saúde e o meio ambiente ainda são desconhecidos.

2.1.5 Lixo radiotivo

É emitido por materiais radioativos como urânio, potássio, tório, carbono e

iodo e toda radiação pode ser prejudicial aos homens e outros animais porque

danificam as células vivas. Quanto maior o nível de radiação, maior será o dano

causado.

De acordo com o disposto no capitulo 22, Seção II da Agenda 21 Global, o

lixo radioativo mais perigoso é o lixo de alto nível – aquele gerado no ciclo do

combustível nuclear – e o combustível nuclear gasto, que são produzidos

aproximadamente 10 mil metros cúbicos de rejeitos radioativos, correspondendo a

99% dos radionuclídeos que têm que ser descartados.

15

2.1.6 Lixo agrícola

Engloba os resíduos provenientes das atividades agrícolas – embalagens

de adubos, defensivos agrícolas, produtos químicos e restos de colheitas – bem

como os provenientes das atividades pecuárias – embalagens de ração e esterco

gerado em grande quantidade, por serem altamente tóxicos ou poluentes da água,

sendo necessário, cuidados na destinação final e legislação específica, levando à

co-responsabilidade, juntamente com agricultor, os fabricantes destes produtos.

2.1.7 Lixo hospitalar e de saúde

Esse lixo é denominado resíduo séptico, pois contem ou pode conter

germes patogênicos. É composto de seringas e agulhas, algodão, gaze e

bandagens, materiais e animais usados em testes e meios de culturas, sangue

coagulado, luvas descartáveis, remédios com validade vencida, bem como de

órgãos e tecidos removidos, entre outros. Esses resíduos são gerados em clinicas,

laboratórios, farmácias, clinicas veterinárias, postos de saúde e hospitais.

Atualmente, na tecnologia para o tratamento do lixo hospitalar pode se

utilizar vários sistemas. Um exemplo é o de desativação eletrotérmica, que consiste

na deposição dos resíduos em um fosso fechado, a prova de vazamento;

passagem por dupla trituração e posterior exposição a um campo elétrico de alta

potência, gerado por ondas eletromagnéticas de baixa freqüência, que desinfeta o

material devido ao aquecimento a uma temperatura de 95°C.

2.1.8 Lixo público

A varrição é outro tipo de resíduo que também contribui no aumento do lixo

em depósitos e são os resíduos provenientes da limpeza de ruas, calçadas e

logradouros. Os resíduos de podas de árvores, como galhos e folhas, limpeza de

bueiros, galerias e córregos e limpeza de praias, embalagens e resíduos de limpeza

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de áreas de feiras livres, que são coletados pelas prefeituras, também fazem parte

deste grupo de resíduos sólidos.

Os resíduos sólidos, resultantes da atividade humana, devem ser dispostos

corretamente e receberem o tratamento adequado, mas esse processo nem

sempre faz parte de nossa realidade.

2.2 Tratamento e disposições de resíduos sólidos

2.2.1 Lixões

Local onde o lixo é jogado a céu aberto e sem qualquer proteção ao meio

ambiente, causando a poluição do solo, do ar, da água subterrânea, de rios,

riachos, mau cheiro, proliferação de doenças e animais como ratos, baratas,

moscas, urubus e outros.

Geralmente existem catadores de lixo que sobrevivem retirando alimentos e

separando lixos recicláveis para comercializar. No Brasil é o destino final para 90%

do lixo. Principais danos causados pelos lixões:

mau cheiro;

poluição dos cursos d’água;

poluição da água subterrânea;

transmissão de doenças; desvalorização dos imóveis vizinhos;

acúmulo de animais daninhos como ratos, baratas, escorpiões,

entre outros.

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2.2.2 Aterro controlado

Quando o local de disposição final do lixo é cercado, o lixo é coberto com

terra diariamente e existe fiscalização, impedindo a circulação de catadores.

2.2.3 Aterro sanitário

Nos aterros a área de disposição é cercada, os resíduos são depositados

em camadas compactadas e cobertas com argila ao término de cada dia de

trabalho para evitar mau odor e insetos. Neste sistema os gases oriundos da

decomposição da matéria orgânica são coletados e queimados. O chorume (líquido

que resta) é drenado e removido para tratamento adequado.

2.2.4 Incineração

Os resíduos sólidos são queimados em usinas de incineração, onde passa

pelo setor de recepção e pesagem, após são colocados em câmaras de

combustão. Vantagens deste processo: redução do volume do lixo para 25%;

neutraliza a ação das bactérias. É um processo muito caro e é utilizado mais para o

lixo hospitalar. Pode ser aproveitado para produção de energia elétrica.

2.2.5 Centro de triagem ou usinas de reciclagem

Local onde o lixo é separado por catadores. O material reciclável é

separado segundo seu tipo (papel, vidro, metal e plástico) e vendido para empresas

que promovem a reciclagem. O material orgânico é geralmente encaminhado para

a compostagem.

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2.2.6 Usina de compostagem

Local onde o lixo orgânico é separado, triturado, peneirado e após processo

de compostagem é transformado em adubo orgânico. Dá-se o nome de

compostagem ao processo biológico de decomposição da matéria orgânica contida

em restos de origem vegetal e/ou animal. Esse processo tem como resultado final

um produto que pode ser aplicado ao solo para melhorar suas características, sem

ocasionar riscos ao meio ambiente. As vantagens da compostagem são:

aumenta a vida útil do aterro sanitário, já que 50% do lixo

municipal é constituído por matéria orgânica;

aproveitamento agrícola da matéria orgânica;

reciclagem de nutrientes para o solo;

processo ambientalmente seguro;

eliminação de patógenos que causam danos a saúde da

população.

2.3 A reciclagem

A educação ambiental é uma peça fundamental para o sucesso de qualquer

programa de coleta seletiva. A educação visa ensinar o cidadão sobre o seu papel

como gerador de lixo. Quando a população fica ciente do seu poder e seu dever de

separar o lixo, passam a contribuir mais ativamente ao programa. Com isso, haverá

um desvio cada vez maior dos materiais que outrora iam para o aterro – é uma

economia de recursos.

O processo de reciclagem é composto de várias fases, porém sua

realização depende de uma ação fundamental: a separação prévia dos materiais. A

maior parte dos objetos jogados fora não está suja, torna-se suja depois de

misturada. E então torna-se muito difícil de se separar com bom aproveitamento.

Os resíduos, quando dispostos e recolhidos de modo convencional, são

pouco aproveitados. Um material contamina o outro - o material úmido (restos de

alimentos, líquidos em geral) suja o material seco (papel, plástico, etc.),

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prejudicando a separação e a qualidade. Se o material reciclável fosse colocado no

seu devido lugar, desde o momento em que é descartado, possibilitaria um maior

aproveitamento dos mesmos e a quantidade de lixo que não pode ser reciclado

seria muito menor.

Esse é só o começo do que chamamos de coleta seletiva. Trata-se da

separação e recolhimento, desde a origem, dos materiais potencialmente

recicláveis.

2.3.1 Reduzir, reutilizar e reciclar

Um dos princípios básicos da educação ambiental sobre o lixo é o conceito

dos três erres: Reduzir, Reutilizar e Reciclar. O cidadão deve aprender a reduzir a quantidade do lixo que gera. A

redução não implica em padrão menos agradável de vida. É simplesmente uma

questão de reordenar os materiais que são usados no dia a dia. Uma das formas de

se tentar reduzir a quantidade de lixo gerada é diminuir o desperdício de produtos e

alimentos consumidos. A partir do momento em que este desperdício resulta em

ônus para o poder público e para o contribuinte, a redução do volume de lixo

significa redução de custos, além de fator decisivo na preservação dos recursos

naturais.

Existem inúmeras formas de reutilizar os mesmos objetos, até por motivos

econômicos. Escrever nos dois lados da folha de papel, usar embalagens

retornáveis e reaproveitar embalagens descartáveis para outros fins são apenas

alguns exemplos. Uma parcela do comércio formal já contribui para essa prática, na

medida em que os “sebos” trabalham basicamente com livros usados, assim como

os “brechós” comercializam desde roupas até móveis usados.

A reciclagem forma a terceira ponta do tripé, sendo a alternativa quando

não é mais possível reduzir nem reutilizar. Reciclar é economizar energia, poupar

recursos naturais e trazer de volta ao ciclo produtivo o que é jogado fora. A palavra

reciclagem foi introduzida ao vocabulário internacional no final da década de 80,

quando foi constatado que as fontes de petróleo e outras matérias-primas não

renováveis estavam se esgotando. Para compreender a reciclagem, é importante

20

“reciclar” o conceito de lixo, deixando de enxergá-lo como uma coisa suja e inútil

em sua totalidade. O primeiro passo é perceber que o lixo é fonte de riqueza e que

para ser reciclado deve ser separado. Ele pode ser separado de diversas maneiras,

sendo a mais simples separar o lixo orgânico do inorgânico (lixo molhado/ lixo

seco).

Benefícios:

o contribui para diminuir a poluição do solo, água e ar;

o melhora a limpeza da cidade e a qualidade de vida da população;

o prolonga a vida útil de aterros sanitários;

o melhora a produção de compostos orgânicos;

o gera empregos para a população não qualificada;

o gera receita com a comercialização dos recicláveis;

o estimula a concorrência, uma vez que produtos gerados a partir dos

reciclados são comercializados em paralelo àqueles gerados a partir de

matérias-primas virgens;

o contribui para a valorização da limpeza pública e para formar uma

consciência ecológica.

A reciclagem surgiu como uma maneira de reintroduzir no sistema uma

parte da matéria e da energia, que se tornaria lixo. Os resíduos são coletados,

separados e processados para serem usados como matéria-prima na manufatura

de bens, os quais eram feitos anteriormente com matéria-prima virgem. A

reciclagem propicia a economia de energia, água e matéria-prima, gera emprego e

renda nas etapas de coleta, separação e comercialização do material reciclado.

2.4 Lixo no Brasil: o desperdício

O Brasil produz aproximadamente 230 mil toneladas de lixo por dia. Cada

brasileiro produz, em média, 500 gramas de lixo diariamente, podendo chegar até a

mais de 1 kg, dependendo do poder aquisitivo e local em que mora.

Em algumas cidades brasileiras quase a metade do lixo não é coletado e

sim atirado de qualquer maneira nas ruas, em terrenos baldios, em rios, lagos, no

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mar etc. Segundo dados do IBGE, o lixo produzido nas cidades brasileiras recebe a

seguinte destinação final:

76% em lixões;

13% em aterros controlados;

10% em aterros sanitários;

1% passam por algum tipo de tratamento: reciclagem, compostagem e

incineração.

2.5 A realidade é assustadora

O crescimento populacional da espécie humana provocou, em grande

escala, uma situação de desequilíbrio na relação homem-natureza. De uns tempos

para cá, o homem vem inventando novas tecnologias e aumentando sua

capacidade de transformar a natureza. Tais habilidades para modificar o entorno

trazem benefícios, mas também causam problemas. Um dos problemas mais sérios

é o esgotamento dos recursos naturais: acredita-se que a natureza era uma fonte

ilimitada, inesgotável de recursos; porém, a realidade tem mostrado que não o é. O

outro grande problema são os resíduos sólidos espalhados pelo planeta. Tudo o

que consumimos deveria voltar para os ciclos da natureza. Entretanto, o homem

cria certos produtos que a natureza tem dificuldades para reciclar. Para o homem, o

conceito de lixo nada mais é do que aquilo que não é útil. Porém, o grande caos é

formado quando o indivíduo devolve a natureza, de modo indiferente, os resíduos,

principalmente os urbanos, quer sejam sólidos, líquidos ou gasosos (ISAIA, 2001).

Segundo Martins (2002), o lixo hoje, se transformou num problema muito

sério, que está atormentando as administrações municipais por todo o lado. Ele é

uma realidade que não pode ser mais ignorada ou escondida atrás de um morro

logo ali. Além disso, ninguém quer ter montanhas de rejeitos próximas de sua casa.

E o agravante nesse processo é que as quantidades coletadas diariamente

crescem assustadoramente. Na maioria das grandes cidades, o lixo já ultrapassa as

mil toneladas diárias.

O professor precisa estar bem integrado com o tema e ciente de que é o

grande responsável pela sensibilização dos alunos em relação às questões

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ambientais, principalmente, em se tratando de resíduos sólidos, pois estamos na

era do descartável, em que a maioria dos produtos, desde guardanapos de papel e

latas de refrigerante, até computadores, são inutilizados e jogados fora com enorme

rapidez. Ao mesmo tempo, o crescimento acelerado das grandes cidades fez com

que as áreas disponíveis para depósitos de resíduos se tornassem escassas. Desta

forma, os resíduos acumulam-se no ambiente, aumentando a poluição do solo, das

águas e, conseqüentemente, gerando graves problemas à saúde pública das

populações do mundo inteiro, principalmente nas regiões menos desenvolvidas.

A escola, como instituição voltada à produção do saber crítico, deve refletir

e agir no sentido de mobilizar as pessoas em prol do ambiente. Hoje, mais do que

nunca, professor e escola devem incluir nos seus currículos e programas temas

ligados à crise ambiental, sendo que a problemática de questões referentes ao lixo

devem ser sempre retomadas, pois o que está em jogo nesta questão é exatamente

o sentido do homem e da sua existência.

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3 METODOLOGIA

3.1 Aspectos gerais do colégio e das turmas

O projeto “A importância da reciclagem para evitar problemas ambientais

causados pelo lixo doméstico” foi desenvolvido com alunos de 5ª séries do Colégio

da Imaculada no bairro Rio Branco em Canoas. É um Colégio da rede privada que

acolhe alunos de várias classes sociais, inclusive crianças carentes, as quais, são

bolsistas da prefeitura do município.

O que norteia a educação nessa rede privada são os Princípios da

Educação Franciscana, sendo eles: inclusão, humildade, partilha, acolhida,

respeito, escuta, compromisso, espiritualidade, clareza de discernimento, trabalho e

cuidado. Tendo como referencia estes princípios, resolvi desenvolver o projeto.

As turmas envolvidas neste trabalho compõem um número de 74 alunos. O

projeto foi desenvolvido no segundo semestre do ano letivo de 2007.

3.2 Desenvolvimento do projeto

A primeira etapa do projeto teve início no dia 24 de setembro com a

aplicação de um instrumento de pesquisa (questionário em anexo) cujo objetivo foi

definir o nível de conhecimento das turmas sobre o tema reciclagem do lixo. Os

dados obtidos foram organizados em um gráfico (em anexo) de forma a facilitar a

24

análise. O mesmo questionário foi aplicado no início e no fim do presente estudo,

com o intuito de saber se houve uma mudança de concepção das turmas em

relação ao tema tratado.

Nas aulas seguintes desenvolveram-se os fundamentos teóricos acerca da

prática da reciclagem, por meio de aulas expositivo-dialogadas utilizando-se

recursos como laboratório de informática, vídeo e retro-projetores. Foram

trabalhados com os alunos textos sobre o meio ambiente (em anexo) que alertem

para a importância da reciclagem do lixo para o homem, na medida em que são

gerados empregos e se protege o ambiente, preservando-se os recursos da

natureza para as gerações futuras. Os textos contemplavam aspectos sobre: o que

é lixo, tipos de resíduos, o que fazer com o lixo, medidas práticas (reduzir, reutilizar,

reciclar), tipos de materiais recicláveis, coleta seletiva, lixões, aterros sanitários e

outros. Foram trabalhados textos do próprio livro do aluno e outros apresentados

em fotocópia, ou ainda através do retro-projetor. Dentro de cada assunto

trabalhado, discutia-se e eram propostos exercícios.

Durante este processo de querer desenvolver uma consciência crítica nos

alunos, no dia 03 de outubro tiveram a oportunidade de assistir o filme: “Uma

Verdade Inconveniente”, o qual, foi discutido em aula, sendo lançado a idéia de

aquecimento global x atividade antrópica para uma maior conscientização do aluno

em relação ao cuidado com o meio ambiente, pois é preciso entender que cada um

pode colaborar a partir de atitudes mínimas, como por exemplo fazer em sua casa a

separação do lixo orgânico e inorgânico, desde que estes sejam encaminhados

respectivamente para o caminhão do lixo e para coleta seletiva.

No laboratório de informática, alunos pesquisaram sobre o tempo de

decomposição dos resíduos sólidos e, a partir da pesquisa elaboraram cartazes

(em anexo), os quais foram expostos nos corredores do colégio.

papel: 3 a 6 meses;

jornal: 6 meses;

toco de cigarro: 20 meses;

nylon: mais de 30 ano;

chicletes: 5 anos;

pedaços de pano: 6 meses a 1 ano;

25

fralda descartável biodegradável: 1 ano;

fralda descartável comum: 450 anos;

lata e copos de plástico: 50 anos;

lata de aço: 10 anos;

tampas de garrafa: 150 anos;

isopor: 8 anos;

plástico: 100 anos;

garrafa plástica: 400 anos;

pneus: 600 anos;

vidro: tempo indeterminado. Dentro dessa tentativa de mudança de atitude em relação ao cuidado com

o meio ambiente, foi apresentada em aula a história do papel, falou-se sobre os

tipos de papel e quais os papéis que podem ser reciclados, sendo essas

curiosidades apresentadas através de aula dialogada e com lâminas no retro-

projetor.

História do papel

Desde tempos remotos, o homem precisou registrar suas idéias por escrito.

O pergaminho (produzido com peles de animais) foi um dos primeiros materiais

utilizados para esse fim. Mais tarde, antes da era cristã, os egípcios descobriram

que o papiro, planta nativa das margens do Nilo e pântanos da África, podia ser

utilizado para o mesmo fim. A palavra papel vem de papiro.

Foi no ano 105, oficialmente, que se utilizou o papel pela primeira vez,

embora ainda não fosse exatamente o papel como hoje é conhecido. O processo

de fabricação era todo artesanal, mas supria as necessidades da época. Ts’Ai Lun,

oficial do Império Chinês, foi quem desenvolveu a técnica. Atualmente, o papel é

produzido a partir da madeira, proveniente de grandes reflorestamentos. Por

processos industriais é triturada e com a adição de produtos químicos se extrai a

matéria-prima do papel, a celulose.

Para o papel ficar branco é utilizado o cloro como branqueador, sendo este

um composto altamente poluente. No Brasil, o papel chegou por iniciativa de Dom

26

João VI. Em 1848, foi inaugurada na Bahia a primeira fábrica de papel brasileira,

que utilizava fibras de bananeira como matéria-prima.

Durante a Segunda Guerra Mundial o Brasil não pôde contar com as

importações da celulose utilizada para fazer papel, que vinha do exterior. Esse fato

acabou por impulsionar à fabricação nacional. As primeiras árvores utilizadas na

fabricação do papel em escala industrial foram o pinheiro e o abeto das florestas de

coníferas, encontrados nas zonas do norte da Europa e da América do Norte.

Hoje em dia, praticamente qualquer árvore pode servir como matéria-prima,

mas as mais utilizadas são o vidoeiro, a faia, o choupo preto, o bordo e

principalmente o eucalipto. A Suzano foi a primeira empresa a produzir papel de

qualidade com 100% de celulose de eucalipto (1965). No Brasil o eucalipto é a

espécie mais utilizada, por seu rápido crescimento, atingindo em torno de 30 m de

altura em 7 anos.

Atualmente é bastante comum, entre indústrias produtoras de papel,

possuir uma floresta de eucaliptos. Nessas áreas pratica-se o reflorestamento. As

árvores são plantadas e sete anos após o plantio, quando as árvores atingem o

tamanho necessário para a retirada da matéria-prima, são cortadas e

encaminhadas para a produção do papel.

Nas áreas de reflorestamento é realizado o manejo florestal. Esta prática

viabiliza o cultivo do eucalipto e a preservação da natureza simultaneamente.

Dessa forma as indústrias conseguem atingir uma alta produção sem agressão ao

meio ambiente.

De acordo com a sua finalidade, os papéis podem ser classificados em:

para impressão;

para escrever;

para embalagens;

para fins sanitários;

cartões e cartolinas;

especiais.

27

Reciclagem de papel

A reciclagem do papel é tão importante quanto sua fabricação. A matéria-

prima para a fabricação do papel já está escassa, mesmo com políticas de

reflorestamento e com uma maior conscientização da sociedade em geral.

Com o uso dos computadores, muitos cientistas sociais acreditavam que o

uso de papel diminuiria, principalmente, na indústria e nos escritórios, mas isso não

ocorreu e o consumo de papel nas duas últimas décadas do século XX foi recorde.

Os papéis industrializados no Brasil contêm uma grande percentagem de

papéis usados. Pode-se produzir o papel com 100% de papel usado. O papel

higiênico e os lenços de papel são produzidos com cerca de 60% de papel

reciclado.

PAPEL - O QUE PODE SER RECICLADO

Recicláveis Não Recicláveis

Jornais Folhas de carbono

Revistas Fita crepe

Folhas de caderno Papéis plastificados

Formulários de computador Papéis metalizados

Envelopes Papéis parafinados

Rascunhos Papéis sanitários

Caixas em geral Papel de bala

Aparas de papel Embalagens de biscoitos

Fotócopias Papéis sujos

Papel de fax Etiquetas adesivo

Cartazes Tocos de cigarros

Folhetos Fotografias

Após essa conscientização, grupos de alunos envolvidos no projeto

passaram pelas salas de aula, conversando com as turmas sobre a importância da

reciclagem do papel, anexaram nas salas uma folha com uma tabela, mostrando os

28

papéis que podem e os que não podem ser reciclados. e recolhendo os papéis

usados que os mesmos depositam em suas salas de aula.

Foi realizada a coleta do papel e separação do mesmo. Nesse mesmo dia,

os alunos começaram a rasgar o papel em pedaços menores (fotos em anexo) para

que pudesse ser reciclado.

No dia 16 de outubro, iniciou-se a primeira etapa da reciclagem no

laboratório de ciências do colégio. Primeiramente pegou-se o papel já rasgado e

colocou-se de molho em água fria em um balde para que pudesse ser usado no dia

seguinte.

No dia 17 de outubro, iniciou-se a produção de papel da seguinte maneira:

pegou-se o papel que já estava amolecido na água, colocou-se no liquidificador na

proporção de três partes de água para uma de papel. Ligou-se o liquidificador e

deixou-se bater por aproximadamente dez segundos. Deu-se um tempo e repetiu-

se o mesmo procedimento. A polpa estava pronta, foi colocada sobre a moldura

com tela, e esta, foi virada sobre folhas de jornal que estavam na mesa.

Para retirar o excesso de água da polpa, alunos usavam panos velhos, em

seguida, erguia-se a moldura deixando a folha de papel ainda úmida sobre o

jornal.Desta forma, repetia-se esse processo por várias vezes. Para obtenção de

folhas coloridas, colocava-se anilina junto a polpa no liquidificador. ( fotografias e

passos da reciclagem em anexo).

Para realizar esse trabalho de reciclagem, foram usadas quatro molduras

de tamanhos diferentes.

Esse processo de reciclagem, não se deu apenas em um dia, Foram

utilizadas várias aulas e, além das aulas grupos de alunos se revezavam em turno

inverso para fazer a preparação do papel e o recolhimento das folhas que já

estavam secas. Para que as folhas secassem, precisava-se aproximadamente de

três dias.

Na semana seguinte, no dia 24 de outubro, alunos assistiram uma palestra

sobre reciclagem.Os palestrantes eram pessoas que trabalham em prol da

comunidade, a qual, eles pertencem.

O casal que promoveu a palestra, tem uma empresa de reciclagem, a CTS,

a qual, fica localizada no próprio bairro do colégio.Nesta empresa eles recebem

diariamente os caminhões com materiais recicláveis, separam os materiais papeis,

29

papelões, plásticos e outros), fazem fardos e encaminham para as usinas de

reciclagem.

Além do casal, Thomas e Adoli, mais duas pessoas faziam parte da equipe

dos palestrantes Eliane e Vera, sendo que a Vera trabalha na secretaria do meio

ambiente de Canoas.

Os palestrantes além de ter seu trabalho diário, desenvolvem projetos

dentro da comunidade, sendo um deles “Saber Cuidar”, onde eles recolhem o óleo

de cozinha saturado para fazer sabão. Esse sabão é vendido por um preço bem

acessível e a renda é revertida para as pessoas carentes da comunidade. Outro

projeto importante, é a organização no bairro de pontos de coleta para o lixo

reciclável.

Durante a conversação com os alunos, colocaram sobre a demasia de lixo

gerado, só em Canoas, 240 toneladas por dia, sobre o descartável, o valor dos três

erres (reduzir, reutilizar e reciclar) e outros aspectos, enfatizando sempre a

importância da reciclagem e de que maneira o lixo reciclado, produzido diariamente

em nossas casas pode ser reutilizado. Por exemplo, das garrafas pet, podem ser

feitas vassouras, camisetas. O papel reciclado é utilizado para fazer papel

higiênico, toalhas de papel e mesmo folhas de papel.Explicaram também de que

maneira o vidro é reciclado e que ele é 100% reaproveitado.

No decorrer da palestra, foram exibidos dois vídeos: ”Os Olhos no Mundo” e

“O Que Fazemos Com Nosso Mundo”. Após os vídeos foi solicitado para que os

alunos fizessem colocações sobre: “O mundo que temos” e “O mundo que

queremos”. A participação dos alunos foi sendo registrada em um cartaz, o qual

ficou exposto nos corredores do colégio.

No final os palestrantes distribuíram materiais para os alunos como: dicas

de como você pode contribuir para minimizar os problemas causados pelo lixo com

pequenas ações no dia-a-dia, livrinho e panfleto explicando sobre a coleta seletiva

do lixo e letra de uma pequena música criada pela própria equipe dos palestrantes,

a qual, ensinaram o ritmo para os alunos e todos cantaram com entusiasmo.(

material em anexo). Assim, encerrou-se esse momento.

Nas aulas que se seguiram, continuou-se preparando e reciclando o papel,

foram utilizados também, alguns horários no turno da tarde, para fazer o trabalho

render mais.

30

A partir do dia 15 de novembro, o papel reciclado começou a ser utilizado

pelos alunos nas aulas de Ensino Religioso. Foram utilizados nas aulas que

antecediam o dia de Ação de Graças, onde os alunos puderam se expressar

através da escrita ou do desenho, agradecendo os bons, ou talvez os maus

momentos que tiveram durante o ano e que lhe serviram de lição ou exemplo para

suas vidas.

O papel reciclado, também foi utilizado na confecção de cartões que serão

trocados pelos alunos durante a revelação do amigo secreto das turmas que será

no dia 04 de dezembro. (fotografia em anexo)

Como culminância e para finalizar temporariamente o projeto que se deu

início este ano, no dia 23 de novembro os alunos tiveram a oportunidade de

conhecer duas realidades diferentes: o Aterro Sanitário de Canoas e um Galpão de

Reciclagem no Bairro Guajuviras.

O colégio locou um ônibus e às 8h e 45min estávamos na portaria Do

Aterro Sanitário, onde um engenheiro da Prefeitura, Dr. André nos aguardava.

Primeiramente, ele dialogou com os alunos dentro do próprio ônibus,

colocando sobre a localização do Aterro Sanitário de Canoas.

O Aterro Sanitário fica localizado na Fazenda Guajuviras numa área de 14

hectares. A fazenda pertencia à família Renner e foi doada para o município.

Durante o caminho que levava até o lugar onde o lixo fica aterrado,

observou-se algumas espécies de plantas, sendo a predominante o eucalipto, uma

espécie exótica. O município pretende fazer um remanejo destes eucaliptos,

trazendo para a fazenda espécies nativas.Outro projeto do município,é transformar

a fazenda em uma área recreativa e esportiva.

Chegando na área onde o lixo é depositado e aterrado, o primeiro momento

foi um impacto, pois por mais que estivessem preparados, os alunos ficaram

surpresos com a área e observou-se reclamações em função do odor que inalavam.

Neste momento retomou-se a conscientização da importância da reciclagem, pois

quanto mais acúmulo de resíduos sólidos no Aterro Sanitário, mais pessoas

deverão estar expostas no local para retirá-los.

No momento que os alunos conseguiram respeitar a realidade caminharam

pelo aterro para conhecê-lo melhor.O engenheiro, Dr. André fez paradas em pontos

31

específicos para explicar o funcionamento do mesmo e respondeu as perguntas

dos alunos (Fotografia em anexo).

O Aterro Sanitário de Canoas está em funcionamento desde 1983, quando

ele foi projetado, seu solo foi impermeabilizado para impedir a penetração de

líquidos (chorume).

No Aterro Sanitário é depositado diariamente 200 toneladas de lixo

doméstico, isso significa 30 caminhões de lixo por dia. O lixo trazido pelos

caminhões é esparramado e compactado por tratores, sendo coberto por uma

camada de terra.(fotografia em anexo) O lixo hospitalar e industrial não é

encaminhado para o aterro, pois é considerado lixo perigoso.

O chorume proveniente da decomposição do material orgânico é canalizado

e encaminhado para lagoas naturais (fotografia em anexo) existentes próximas ao

aterro. Dessas lagoas o chorume é recolhido por caminhões multitarefa (a vácuo) e

encaminhado para as extrações de tratamento de esgotos no Mato Grande.

A decomposição da matéria orgânica gera gás, sendo o principal o gás

metano que é recolhido no próprio dreno do chorume. Desse dreno sobem colunas

que formam as chaminés, onde o gás e queimado. (Fotografia em anexo). Duas

vezes por dia passa o funcionário responsável pelas chaminés para fazer a queima

do gás. O lixo orgânico gera poluição durante 15 ou 20 anos .

O maior problema é que o nosso Aterro Sanitário está com sua vida útil

contada, ele só comportará acúmulo de lixo até metade do próximo ano. Se todas

as pessoas reciclassem seu lixo, o aterro resistiria por mais tempo, pois o acúmulo

de resíduos sólidos tira espaço e diminui a vida útil do aterro.

O aterro foi projetado para receber 5 mil toneladas de lixo por mês

atualmente recebe 6,5 toneladas a cada mês. Isso é preocupante, pois as lagoas

estão com dificuldade de comportar a quantidade de chorume. Atualmente a

prefeitura investe duzentos mil reais mensalmente pra manter o Aterro Sanitário.

A prefeitura está esperando a liberação da FEPAM para expandir o Aterro

Sanitário para uma pequena área de eucaliptos por mais quatro anos. Se isso não

for aprovado, provavelmente o lixo será encaminhado para um novo aterro numa

jazida de carvão em Minas do Leão.

Depois de conhecer o aterro, os alunos foram para o ônibus novamente e

seguiram até o galpão de reciclagem, localizado no Bairro Guajuviras.

32

No galpão, recebemos a atenção do Sr. Clovis, presidente da associação.

Ele falou-nos sobre o galpão e mostrou seu funcionamento.(Fotografia em anexo)

O galpão de reciclagem chama-se ARLAS (Associação de Reciclagem de

Lixo Amigo Solidário), foi fundado no ano de 2000. Trabalham nessa associação 21

mulheres e 3 homens. O valor arrecadado mensalmente com a venda dos materiais

é dividido entre os trabalhadores.

O material que essa associação recebe é da própria coleta seletiva da

prefeitura.O caminhão da coleta seletiva descarrega os resíduas sólidos

arrecadados, as mulheres separam o material em bancadas (fotografia em anexo) e

este é colocado em lugares chamados de gaiolas. (Fotografia em anexo)

A partir do momento que o material está separado (plásticos, garrafas pet,

papelões, papel, caixas de leite e outros), ele é colocado na prensa para fazer

fardos.O peso dos fardos depende do material, por exemplo, o fardo de papelão

pesa em média 100 kg, de garrafas pet 60 kg e de plástico 120 kg. Depois esses

fardos de material reciclável são vendidos para uma empresa em Gravataí. Essa

empresa faz uma nova separação e encaminha para devida reciclagem, onde os

resíduos serão transformados.

O ARLAS, além de fazer a reciclagem dos resíduos sólidos, realiza também

outros projetos dentro da comunidade. No próprio galpão montaram uma sala, a

qual, chamam de sala de aula (fotografia em anexo), onde crianças da comunidade

aprendem a tocar violão, podem fazer pesquisas e até mesmo ter aulas de reforço.

Os livros que estão disponíveis para pesquisa ou até mesmo para estudos, foram

todos encontrados no material que a associação recebe do caminhão da coleta

seletiva do município.

Para realizar as duas visitas levou-se praticamente toda a manhã. O

relatório (questões em anexo) foi realizado na aula seguinte.

Para finalizar o projeto desenvolvido com os aluno neste ano de 2007, foi

aplicado o mesmo instrumento de pesquisa (em anexo) citado no início do

desenvolvimento deste trabalho para verificar se houve aprendizado, ou mudança

de atitude das famílias em relação a separação do lixo.

33

PRIMEIRA VEZ SEGUNDA VEZ

SIM NÃO SIM NÃO

1 25 41 33 33

2 37 29 55 11

3 58 08 66 0

4 20 46 28 38

5 29 37 36 30

6 41 25 63 03

7 41 25 56 10

8 44 22 38 28

9 61 5 64 02

10 23 na família 61 na escola 66 escola 33 escola e família

34

4 CONCLUSÃO

A tarefa de se trabalhar educação ambiental na escola convoca além dos

alunos, educadores e funcionários, a contribuírem cada um com sua parcela de

comprometimento para que ocorra a tão desejada transformação desse modelo de

sociedade que prevalece até hoje.

Os educadores precisarão assumir a identidade de trabalhadores sociais,

promovendo ações que redimensionem novas práticas referentes à qualidade de

vida que almejamos de maneira a conviver harmonicamente com o meio ambiente.

Os temas que permeiam a “Educação Ambiental” devem ser abordados em

todas as disciplinas para que aja uma maior conscientização por parte do aluno e

conseqüentemente das famílias sobre importância do meio ambiente para cada ser

humano.

Os bens da Terra são um patrimônio de toda a humanidade.Seu uso deve

estar sujeito a regras de respeito às condições básicas da vida no planeta; dentre

elas, a qualidade de vida dos que dependem desses bens e do entorno de onde

eles são extraídos ou processados. Deve-se cuidar, portanto, para que esse uso

pelos seres humanos seja conservativo, isto é, que gere o menor impacto possível

e respeite as condições de sustentabilidade diante dos recursos. Além disso, o

maior bem-estar das pessoas não é diretamente proporcional à maior quantidade

de bens que consomem. O atual modelo econômico estimula um consumo

crescente e irresponsável de bens materiais, mas depara-se com a constatação de

que há um limite para esse consumo, sob pena de condenar boa parte da vida na

Terra ao desaparecimento.

Uma tarefa importante par o professor, associada ao tema meio ambiente é

a de estimular o aluno a desenvolver um espírito de critica ao consumismo.

35

Como o ser humano só ama aquilo que conhece, há necessidade de

desenvolver-se uma relação afetiva do mesmo com a natureza, conscientizando-o

que faz parte da natureza e que dela depende sua sobrevivência.

É preciso minimizar o impacto sobre os recursos não-renováveis, tais como:

minérios, petróleo, gás e carvão mineral, os quais não podem ser usados de

maneira “sustentável”, mas podem ser retirados de modo a reduzir perdas e

impactos. A pratica da reciclagem contribui efetivamente para esse processo, na

medida em que “prolonga a vida” de materiais não-renováveis.

Conscientizar o aluno sobre questões dos resíduos sólidos e sua

reciclagem, não é uma tarefa fácil, pois todos querem livrar-se, o quanto antes do

lixo produzido e, uma vez, os resíduos colocados distantes dos olhos, acredita-se

que não se têm mais responsabilidades pelos mesmos.

A partir da análise das informações resultantes da aplicação do instrumento

de pesquisa identifica-se algumas mudanças de atitudes por parte dos alunos.

O instrumento de pesquisa revelou haver mudanças significativas entre a

media das respostas obtidas antes e depois da execução do projeto (gráfico em

anexo).

Conclui-se então, que houve resultados positivos com a implementação do

projeto, houve aprofundamento no conhecimento dos alunos em relação ao tema

estudado, embora não tenha sido possível atingir a todos. Para que realmente

surgissem mudanças eficazes na concepção dos alunos em relação ao meio

ambiente, com ênfase nos resíduos sólidos, ou seja, para que todos os objetivos

propostos fossem alcançados, é necessário um período mais longo, e uma

continuidade do trabalho nas series seguintes.

É preciso salientar que os trabalhos práticos realizados durante o

desenvolvimento do projeto, seja a reciclagem do papel ou o confronto com a

realidade na visita ao Aterro Sanitário e ao Galpão de Reciclagem colaboraram

para desenvolver a consciência crítica nos alunos.

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REFERÊNCIAS

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ISAIA, Enise Bezerra Ito (Coord.). 2. ed. Reflexões e práticas para desenvolver educação ambiental. Santa Maria: UNIFRA, 2001.

KUPSTAS, Márcia (Org.) Ecologia em debate. São Paulo: Moderna, 1997.

MARTINS, Ion Trindade. Terra nossa casa: momentos de decisão. Porto Alegre: Ediplat, 2002.

MOSER, Antônio. O problema ecológico e suas implicações éticas. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1984.

RUCHEINSKY, Aloísio. Educação ambiental: abordagen múltiplas. Porto Alegre: Artmed, 2002.

SCARLATO, Francisco Capuano, PONTIN, Joel Arnaldo. Do nicho ao lixo: ambiente, sociedade e educação. São Paulo: Atual, 1992.

SANTOS, Amélia S. F. ; AGNELLI, José Augusto M. ; MANRICH, Sati. Estudo da influência de resíduos catalíticos na degradação de plásticos reciclados (Blenda HDPE/PP e PET) provenientes de lixo urbano. Polímeros, v.9, n. 4, oct./dec., 1999. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttex&pid=S0104-14281999000400031&1. Acesso em 22 05 2007.

SECRETARIA DA EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências Naturais. 1. ed. Brasília, MEC/SEF, 1997.

TAVARES, Carla; FREIRE Isa Maria. Lugar do lixo é no lixo; estudo de assimilação da informação. Ciência da Informação, v. 32, n. 2, may/ago. 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0100-19652003000200013&1. Acesso 22 de maio de 2007.

37

VIANNA, Aurélio; MENEZES, Lais; IÓRIO, Maria Cecília; RIBEIRO, Vera Masagão (Orgs.). Educação ambiental: uma abordagem pedagógica dos temas da atualidade. 3. ed. Rio de Janeiro: CEDI:Koinonia; São Paulo: Ação Educativa; Erexim, RS: CRAB, 1995.

USP recicla. Como reciclar papel. 2003. Disponível em: http://www.cecal.usp.br/recicla . Acesso em 05 junho 2007.

38

APÊNDICES

39

40

41

ANEXOS UTILIZADOS

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PAPEL RECICLADO ARTESANAL

O papel nada mais é que um emaranhado de fibras vegetais. Ao transformar papel usado em novo, estamos na verdade desfazendo essa trama e entrelaçando as fibras novamente. A partir do papel artesanal, é possível confeccionar papéis de carta, marcadores de livros, porta-retratos, porta-lápis, capas de caderno, livros, cartões de visitas, envelopes, convites, papel e embalagens de presentes, entre muitas outras possibilidades.

Entre os tipos de papel que podem ou não ser reciclados, temos:

RECICLÁVEIS

jornais e revistas, folhas de caderno, formulários de computador, envelopes, rascunhos, caixas em geral, aparas de papel, fotocópias, papel de fax, cartazes e folhetos

NÃO RECICLÁVEIS

papel carbono, fita crepe, papéis metalizados, papéis parafinados, papéis plastificados, papéis sanitários, "papel" de bala, embalagens de biscoitos, papéis sujos, etiqueta adesiva, tocos de cigarro e fotografias

O que você precisa:

• papel e água

• bacias: rasa e funda

• balde

• moldura de madeira com tela de nylon ou peneira reta

• moldura de madeira vazada (sem tela)

• liquidificador

• jornal ou feltro

• pano (ex.: morim)

• esponjas ou trapos

• varal e pregadores

• prensa ou duas tábuas de madeira

• peneira côncava (com "barriga")

• mesa

Etapas:

A - Preparando a polpa:

Pique o papel e deixe de molho durante um dia ou uma noite na bacia rasa, para amolecer. Coloque água e papel no liquidificador, na proporção de três partes de água para uma de papel. Bata por dez segundos e desligue. Espere um minuto e bata novamente por mais dez segundos. A polpa está pronta.

43

B - Fazendo o papel:

1. Despeje a polpa numa bacia grande, maior que a moldura.

2. Coloque a moldura vazada sobre a moldura com tela. Mergulhe a moldura verticalmente e deite-a no fundo da bacia.

3. Suspenda-as ainda na posição horizontal, bem devagar, de modo que a polpa fique depositada na tela. Espere o excesso de água escorrer para dentro da bacia e retire cuidadosamente a moldura vazada.

44

5. Tire o excesso de água com uma esponja.

6. Levante a moldura, deixando a folha de papel artesanal ainda úmida sobre o jornal ou morim.

C - Prensando as folhas

Para que suas folhas de papel artesanal sequem mais rápido e o entrelaçamento das fibras seja mais firme, faça pilhas com o jornal da seguinte forma:

Pendure as folhas de jornal com o papel artesanal no varal até que sequem completamente. Retire cada folha de papel do jornal ou morim e faça uma pilha com elas. Coloque esta pilha na prensa por 8 horas ou dentro de um livro pesado por uma semana.

Efeitos decorativos

Misture à polpa: linha, gaze, fio de lã, casca de cebola ou casca de alho, chá em saquinho, pétalas de flores e outras fibras.

Bata no liquidificador junto com o papel picado: papel de presente, casca de cebola ou de alho.

Coloque sobre a folha ainda molhada: barbante, pedaços de cartolina, pano de tricô ou crochê. Neste caso, a secagem será natural - não é necessário pressionar com o pedaço de madeira.

Para ter papel colorido: bata papel crepom com água no liquidificador e junte essa mistura à polpa. Outra opção é adicionar guache ou anilina diretamente à polpa.

4. Vire a moldura com a polpa para baixo, sobre um jornal ou pano.