A importancia do enfermeiro na assistência ao idoso em ILPI

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Ajuda os estudantes de enfermagem na elaboração do TCC

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  • Em busca de uma instituio para apessoa idosa morar: motivosapontados por familiares*

    Nara Marilene O. Girardon Perlini1, Marins Tambara Leite2, Ana Carolina Furini3

    * Extrada da pesquisafinanciada pelo Pibic/Uniju. Integra oPrograma dePesquisa PolticasPblicas, Planejamentoe Gesto em Sadedo Depto. deCincias da Sade daUniversidadeRegional do Noroestedo Estado do RioGrande do Sul.

    1 Enfermeira. Mestreem Enfermagem pelaEEUSP. Docente [email protected]

    2 Enfermeira. Mestreem Enfermagem pelaEERP. Doutorandaem GerontologiaPUC-RS. Docente [email protected]

    3 Graduanda do Cursode Enfermagem daUniju. Bolsista Pibic-Unijui, perodo 2004 [email protected]

    LOOKING FOR A NURSING HOME FOR AN ELDERLY PERSON: REASONS APPOINTED BY RELATIVES

    BUSCANDO UNA INSTITUCIN PARA QUE VIVA EL ANCIANO: LOS MOTIVOS DE LOS FAMILIARES

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    TIGO O

    RIG

    INA

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    Recebido: 29/11/2005Aprovado: 20/04/2006

    RESUMOCom o objetivo de conhecer assituaes que motivam famliasa asilar seu familiar idoso, de-senvolvemos estudo de abor-dagem metodolgica qualitativa,da qual participaram seis fami-liares responsveis por idososasilados. A coleta das infor-maes ocorreu por meio deentrevista aberta. A anlise con-fluiu para duas categorias deno-minadas: o asilamento comoforma de atender s necessidadesdo idoso e a busca pelo melhorlocal para o idoso morar e mantero vnculo com a famlia. Viver oprocesso de asilamento de umfamiliar idoso constitui-se numperodo de transio em quediferentes fatores so levados emconsiderao e contribuem nadeciso de asilar o velho. Quandoh esta deliberao, a famlia vai busca do melhor local para oidoso morar em termos deestrutura fsica, cuidados econvvio social com iguais e outraspessoas, pois entendem que pormeio de visitas podem mantervnculos familiares e afetivos.

    DESCRITORESIdoso.Famlia.Institucionalizao.Enfermagem geritrica.

    ABSTRACTThis study, conceived in order totry to understand the situationsthat motivate families to placeelderly relatives in nursing homes,used a methodological qualitativeapproach. Data collection wasconducted through open inter-views. The analysis of the answersresulted in two categories: theplacement in a nursing home as away to meet the elder personsneeds; and the search for the bestplace for the elder to live and keepthe bond with the family. Livingthrough the process of placing anelder relative in a nursing homeconstituted a transition period inwhich different factors were takeninto account and contributed forthe decision. When this decisionis taken, the family looks for thebest place in terms of physicalstructure, care and social living,with equals and with other people,because it is believed that throughvisits family and affective bondscan be kept.

    KEY WORDSAged.Family.Institutionalization.Geriatric nursing.

    RESUMENCon el fin de comprender lassituaciones que motivan a lasfamilias a asilar un miembroanciano de su familia se realiz unestudio de abordaje metodolgicacualitativa, de la cual participaronseis familiares responsables porancianos recluidos. La colecta delas informaciones ocurri pormedio de entrevistas abiertas. Elanlisis condujo a dos categorasdenominadas: El aislamientocomo forma de atender a lasnecesidades del anciano y Buscarel mejor lugar para que el ancianoviva y mantenga el vnculo con lafamilia. Vivir el proceso de asilarun familiar anciano es un periodode transicin en que diferentesfactores son considerados y con-tribuyen para esta decisin. Cuan-do hay esta deliberacin, la familiabusca la mejor residencia para elviejo en trminos de estructura fsica,cuidados y convivencia social consus congneres y otras personas.Entienden que por medio de visitaspodrn mantener vnculos familiaresy afectivos.

    DESCRIPTORESAnciano.Familia.Institucionalizacin.Enfermera geriatrica

    229Rev Esc Enferm USP2007; 41(2):229-36. www.ee.usp.br/reeusp/

  • INTRODUO

    A crescente necessidade de institucionalizao de ido-sos tem chamado a ateno da populao em geral e levadoalguns segmentos da sociedade a se preocuparem com ascondies em que se encontra o contingente populacionalresidente nestes espaos. Freqentemente surgem notciasveiculando informaes, com abordagens que destacamaspectos positivos acerca das potencialidades envolvendoo viver em locais que abrigam pessoas idosas. Tambm soressaltados aspectos negativos, como a existncia de maus-tratos, estrutura fsica deficitria e falta de recursos huma-nos capacitados para atuar com idosos que residem emancionatos, particularmente naqueles de natureza pblica,os quais do a entender que esta deve ser uma preocupaoconstante dos profissionais que esto envolvidos com aproblemtica, assim como dos familiares das pessoas ido-sas que passaram a residir em uma instituio asilar.

    No Brasil, dados demogrficos demonstram que a popu-lao encontra-se em um rpido processo de envelhecimen-to e, em conseqncia, a cada ano h um acrscimo signifi-cativo no nmero de ancies em nossa sociedade. Esta situ-ao, aliada a modificaes na estrutura familiar e dinmicada sociedade, em que h, cada vez mais, a insero do maiornmero possvel de integrantes da famlia no mercado detrabalho, em especial a mulher, expe a pessoa idosa ao ris-co de vir a ser institucionalizada.

    O atendimento ao idoso deve ser, preferencialmente, namodalidade no asilar, porm naquelas situaes em que osidosos no possuem condies que garantam sua prpriasobrevivncia responsabilidade do Estado manter insti-tuies asilares para abrigar estas pessoas. Alm disso, aPoltica Nacional do Idoso norteia aes que visam ao de-senvolvimento dos idosos, garantindo autonomia e inde-pendncia no atendimento de suas necessidades especfi-cas - auto-suficincia, sade, moradia e segurana - confor-me preconiza a Lei n 8.842/94. Essa poltica prev, ainda,que a famlia, a sociedade e o Estado devem assegurar aoidoso todos os direitos de cidadania, garantindo sua partici-pao na comunidade, defendendo sua dignidade, bem-es-tar e o direito vida(1).

    Quando uma famlia procura um asilo como local paraseu familiar idoso morar busca, entre outras demandas, umambiente que oferea cuidados, companhia, alm de ser umespao de convivncia e socializao entre os moradores.

    Culturalmente, em nossa sociedade, esperado que navelhice dos pais, os filhos, mais diretamente, ou os demaisintegrantes da famlia, assumam a responsabilidade pelosseus cuidados, provendo-os material e afetivamente de acor-do com as condies e as necessidades de cada caso.

    A famlia, seja aquela definida como nuclear, formada porpais e filhos, ou a expandida, que inclui as pessoas que so

    consideradas como membros de uma mesma famlia, inde-pendente de laos consangneos ou parentais, constitui-se na fonte primria de auxlio e cuidados aos seus integran-tes, desde o nascimento at a morte.

    Os significados, os valores e as crenas desenvolvidosem cada famlia so construdos no processo familiar, ouseja, no seio da prpria famlia, nas experincias vividas ecompartilhadas de gerao em gerao e, tambm, por influ-ncia do meio em que vivem, sendo que neste se constitu-em, por outro lado, em agentes que tambm influenciam.Nesse sentido, o cuidado familiar acontece de forma inter eintrageracional, ou seja, os pais cuidam dos filhos, os maisvelhos cuidam dos mais novos em certos momentos e seropor estes assistidos em outros. O cuidado intergeracionalenvolve pais, avs e netos e o intrageracional, esposos,irmos, primos(2-3).

    Como cuidadores primrios ou responsveis pela assis-tncia a idosos dependentes ou no, estudos realizados nacidade de Iju convergem aos encontrados em outras locali-dades do pas, sendo que estes so assumidosprioritariamente pelas mulheres, principalmente esposas, fi-lhas, noras ou netas, ou irms, sobrinhas e cunhadas(4-7).

    Considerando a famlia como fonte de cuidado, optarpela institucionalizao de um de seus membros neste caso,o idoso, a deciso, a priori, reveste-se de uma inteno quevisa proporcionar melhores condies de vida, de cuidado ede conforto, mais qualificadas que aquelas que a famlia podeoferecer.

    Em determinadas situaes ou perodos, a capacidadeda famlia para o cuidado pode estar comprometida oufragilizada e, nestas condies, o idoso pode constituir-senum entrave autonomia dos familiares, seja pelas deman-das do cotidiano, que no lhes possibilita conciliar cuidadoe atividades de trabalho e do lar, ou pela impossibilidade dedentre os familiares encontrar um ou mais membros que sedisponibilizem e se responsabilizem pelo cuidado do idoso.A institucionalizao, ento, uma das solues encontra-das para o problema.

    Deve-se considerar, entretanto, que o esteretipo de queos asilamentos ocorrem em virtude de filhos que querem selivrar dos pais idosos e dependentes ou no e que no seadaptam aos tempos modernos uma realidade que pre-valece na concepo de muitas pessoas.

    A famlia um sistema de sade para seus membros eexerce o papel de cuidadora e supervisora, tanto em situa-es de sade quanto de doena, tomando decises relati-vas aos caminhos a seguir, acompanhando, avaliando e pe-dindo ajuda aos seus significantes e/ou aos profissionais.Alm disso, outros estudos apontam para situaes de nocuidado por parte da famlia para com seus integrantes, sen-do a violncia uma realidade que no pode ser negada(2).

    Em busca de uma instituio para a pessoa idosa morar:motivos apontados por familiaresPerlini NMOG, Leite MT, Furini AC.230 Rev Esc Enferm USP2007; 41(2):229-36. www.ee.usp.br/reeusp/

  • Tendo em conta a importncia do papel da famlia nocuidado de seus membros, cabe aos profissionaisaprofundar conhecimentos com o objetivo de conhecer assituaes que motivam famlias residentes no municpio deIju/RS a asilar seu familiar idoso.

    MTODO

    Considerando a natureza da investigao, esta possuicaractersticas metodolgicas de um estudo de abordagemqualitativa, o qual busca apreender o significado, valorese crenas que os indivduos possuem sobre determinadofenmeno(8). Assim, a fala dos familiares constitui-se nafonte das informaes que possibilitam conhecer, ao me-nos em parte, o processo de institucionalizao de seusfamiliares idosos.

    No municpio de Iju est localizado o Servio de Ampa-ro e Bem Estar Velhice (SABEVE), instituio na qualresidem os idosos cujas famlias constituem-se fonte deinformaes para o desenvolvimento deste estudo. Nestelocal moram 35 idosos, dos quais 19 possuem familiaresresidindo no municpio e os demais tm seus familiaresmorando em municpios circunvizinhos ou em outros Esta-dos da Federao.

    Os participantes da pesquisa so seis pessoas, queconstam nos arquivos da instituio como responsveispelos idosos, possuindo o seguinte grau de parentescoconsangneo: um filho, duas filhas, um irmo e uma sobri-nha. H, ainda, um sobrinho-neto, com vnculo por afinida-de. O nmero de entrevistados decorreu da utilizao datcnica de saturao ou recorrncia dos dados, isto , nomomento em que a busca de novos sujeitos no acrescen-tou mais nenhum dado novo investigao(8-9).

    A coleta das informaes ocorreu por meio de entrevis-ta aberta, gravada e transcrita na ntegra, com a seguintequesto balizadora: Fale como foi para sua famlia a idade seu familiar para o asilo.

    A partir dos dados relativos a endereo e telefone paracontato dos familiares de idosos que residem na Sabeve etendo como critrio de incluso a possibilidade de acessoaos mesmos, manteve-se contato pessoal ou telefnicocom estes, aleatoriamente, com a finalidade de informarsobre a realizao da pesquisa, seu objetivo, convid-losparticipar e, em caso afirmativo, agendava-se visita domi-ciliar, visando realizao da entrevista. Todos os indiv-duos contatados concordaram em colaborar e assinaram oTermo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

    Na anlise dos dados seguiram-se os seguintes pas-sos: ordenao do material e leitura flutuante das informa-es; leitura exaustiva e categorizao em temas e anlisefinal(8). Dessa forma, construram-se dois temas: asilando

    como forma de atender s necessidades do idoso e bus-cando o melhor local para o ancio morar e manter o vncu-lo com a famlia.

    Salienta-se que os preceitos estabelecidos pela Resolu-o 196/96 do Conselho Nacional de Sade do Ministrio daSade, que regulamenta os cuidados ticos da pesquisa comseres humanos foram fielmente observados(10), tendo o pro-jeto sido aprovado pelo Comit de tica em Pesquisa daUniju, mediante Parecer Consubstanciado n 34/2004.

    APRESENTAO EDISCUSSO DOS RESULTADOS

    A anlise das informaes conformou duas categorias, quaissejam: a primeira aborda a ateno requerida pela pessoa idosa,entendida como o atendimento s necessidades do ponto devista econmico, social e de sade; a segunda discorre acercadas concepes que a famlia tem de asilo como o melhor localpossvel para o idoso viver e a manuteno dos laos familiares.

    O asilamento como forma de atender s necessidadesdo idoso

    As questes relativas velhice em sua fase mais avanadapreocupam os familiares, pois entendem que a pessoa idosapode j no mais possuir condies de viver s, no espaodomstico, uma vez que passa a apresentar limitaes pararealizar as atividades da vida diria e, muitas vezes, estar impos-sibilitada de gerenciar seu domiclio, como prover alimentao,pagar gua, luz, ir ao banco, entre outros. Estes motivos podemse apresentar de forma isolada ou estarem associados entre si.

    As limitaes, relativas ou absolutas, colocam o idoso emuma relao de dependncia de algum que possa auxili-lo narealizao dos afazeres do cotidiano. Freqentemente quemassume essa tarefa um familiar, pela proximidade afetiva e/ougeogrfica. Assim, a famlia constitui-se no ponto de refernciapara os cuidados diretos pessoa idosa e, ainda, na adminis-trao do espao domiciliar em que o idoso reside.

    Nos casos em que o idoso no possui descendentesdiretos, contudo, h uma maior probabilidade de que oasilamento seja uma conseqncia quase natural, uma vezque, comumente, so os irmos ou sobrinhos que passam aassumir a responsabilidade pelo cuidado. Vale lembrar queesta situao torna-se mais evidente quando ocorre a im-possibilidade ou ausncia (morte) de um dos cnjuges, emespecial naquelas situaes em que os idosos mantinhamlaos conjugais.

    Era um casal que no tiveram filhos (...). Mas a o tio faleceu.Como a gente ia tratar a questo da tia? Com o salrio queela ganhava com a penso, no dava para manter casa,gua e luz e uma pessoa para morar junto, cuidar. O que agente achou por bem fazer foi visualizar um espao. Umespao dela se sustentar, algum para amparar no sentidode enfermeira, alguma coisa desse tipo (E4 - sobrinho).

    Em busca de uma instituio para a pessoa idosa morar:motivos apontados por familiaresPerlini NMOG, Leite MT, Furini AC.

    APRESENTAO EDISCUSSO DOS RESULTADOS

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  • Ela morava com meu pai e minha me, ela solteira. Minhaav faleceu e ela acabou morando com a minha me...Ento a minha me faleceu e ela continuou morando nacasa, com meu pai. Meu pai acabou falecendo (...). Meuirmo falecido e minha cunhada mora em Curitiba, entos tava eu sozinha pra cuidar dela (E5 - sobrinha).

    A idia de que o idoso desprovido de famlia nuclearpossui maior probabilidade de asilamento est em conso-nncia com o que prev a Poltica Nacional de Ateno aoIdoso, expressa na Lei n 8.842/94 e regulamentada peloDecreto n 1.948/96, ao explicitar que a modalidade asilar deassistncia social ao idoso ocorre no caso da inexistnciado grupo familiar, abandono e carncia de recursos financei-ros prprios ou da prpria famlia (artigo 3, nico)(1).

    Estudo desenvolvido com a finalidade de delinear o per-fil dos idosos institucionalizados no municpio de Caxias doSul/RS revela que, da amostra estudada, a maioria dos ido-sos ainda possui famlia, sendo esta representada, princi-palmente, por irmos, tios e sobrinhos, seguido de filhos enetos(11). Somente um pequeno percentual tem companhei-ro. Os dados indicam, tambm, que o elevado percentual deidosos solteiros e vivos demonstra que a ausncia de com-panheiro um fator determinante para o asilamento. Diantedesse panorama as pesquisadoras concluem que a no cons-tituio de uma famlia nuclear leva o idoso ao desamparono limiar do envelhecimento e que a presena do cnjuge,comumente, garante a permanncia do velho no domiclio.

    Outro motivo evidenciado na realidade que ora estuda-mos diz respeito impossibilidade dos filhos em conciliar asatividades laborais e pessoais com o cuidado pessoa idosano ambiente domstico, principalmente quando esta se apre-senta dependente. Enfatiza-se que, em um primeiro momento,h movimento dos familiares em garantir a permanncia e oatendimento das necessidades do idoso no espao familiar,dando a entender que os filhos assumem para si a tarefa deamparar seu pai ou sua me quando estes j no podem assu-mir o controle das atividades do cotidiano e de si mesmos.

    somente eu e meu irmo e ns estvamos h sete anoscom ela, cuidando dela. Chegou um ponto em que nstnhamos tantas atividades que ela ficava mais sozinha,com empregadas, do que conosco. E no fim no tava maissendo bom pra ela e nem pra ns. Tava mais como umpeso, aquilo assim... mais como um tipo de estresse doque outra coisa (E6 - filha).

    O meu pai est no asilo, nica e exclusivamente, porqueno tem quem cuide dele. Eu me vi aos tombos, como diz ooutro, tentando achar algum para cuidar dele. Passei trssemanas tentando dar conta de trabalhar e cuidar do paiao mesmo tempo. Se eu tivesse condies, fosse apo-sentada, cuidaria dele em casa (E3 filha).

    As dificuldades de relacionamento com os demais mem-bros da famlia tambm so fatores que contribuem para queo idoso seja enviado para uma instituio de longa perma-

    nncia. Depreende-se das falas que os conflitos acontecemmais em funo da postura intransigente e autoritria, porparte da pessoa idosa, do que pela falta de flexibilidade dosfamiliares mais jovens. Isto talvez seja em virtude da carac-terstica que as pessoas velhas apresentam, ou seja, de re-sistirem a possveis mudanas e terem a concepo de queas suas atitudes devam ser prevalentes e acatadas por quemcom elas convivem.

    Ento ficou um pouco difcil, sempre bastante autoritria,ento eu no podia ter ela aqui na minha casa. Por isso...a ela foi pra l (...). Ela sempre tem que ter a ltima palavra.Ento, pra ter ela aqui em casa, com o meu marido, no d.E o meu marido disse assim, se ela entrar aqui eu saiopela outra porta. Mas podia estar aqui, se ela no fosseassim to... (E5 - sobrinha).

    Mas a me tem vcio, ela fuma bastante. A maior parte deseus filhos so alrgicos ou tem problema de peito. Elaficou, ainda, morando com os filhos. Depois, na insistnciados filhos sobre o estado que ela deixasse de fumar, elano mais aceitou isso e comeou a se negar. Pra viversossegadamente (...) ela optou em buscar um lugar praela, em que nenhum filho a incomodasse, principalmentenessa questo do cigarro. A tnica maior que os filhosincomodam, mas na realidade s querem o bem dela, pre-servao e manuteno da sade dela (E2 - filho).

    Dentre as consideraes do estudo realizado, aparece aexposio de que a histria de conflitos sufocados ou derelaes interpessoais mal-resolvidas no decorrer da vidaimpelem a que, em algum momento, acontea o chamadoacerto de contas, podendo resultar no asilamento da pes-soa idosa(11).

    Muitas vezes a opo por residir em uma instituio delonga permanncia parte do prprio idoso, ou seja, do dese-jo da pessoa em procurar um local no qual encontre ateno,conforto e, especialmente, atendimento s suas necessida-des bsicas. Nesse contexto, a situao econmica umponto preponderante para a deciso de morar em umresidencial para idosos, alm da possibilidade de no preci-sar realizar as tarefas domsticas, como se percebe na falade um dos entrevistados:

    Ela ganha razoavelmente bem, ela pode pagar sua esta-dia e, ainda, assim sobra um dinheirinho pra comprar osseus vcios. E l ela no gosta de fazer nada, ela gostade tudo nas mos. Ela foi uma senhora que teve um bomnvel de vida quando nova e de velha tambm. E l elatem todo o servio a seu dispor. Ela paga, mas ganharoupa limpa, roupa passada, roupa costurada, seu apar-tamento (E2 - filho).

    O adoecimento do idoso que resulte em impossibilidadede realizar as atividades da vida diria e/ou instrumental, e anecessidade de cuidados especiais, como no caso de de-pendncia absoluta, em que h exigncia de algum paraprestar o cuidado contnuo e que a famlia no tenha pos-

    Em busca de uma instituio para a pessoa idosa morar:motivos apontados por familiaresPerlini NMOG, Leite MT, Furini AC.232 Rev Esc Enferm USP2007; 41(2):229-36. www.ee.usp.br/reeusp/

  • sibilidade de prov-lo, outro motivo apontado pelos entrevis-tados para a internao em uma instituio asilar. O adoecimentoe a conseqente dependncia no esto exclusivamente relaci-onados s questes orgnicas, mas tambm se referem aosaspectos da cognio, como nas demncias em geral.

    Ela era sozinha e ficou doente. Uma pessoa doente no possvel ficar sozinha (...). Por causa da demncia, elase esquece dos remdios. Ento acelerou a doena.Quando ela estava bem, se esquecia e quando ela seatacava, porque ela tem Parkinson, ela tomava um atrsdo outro. Ela marcava hora no mdico e no ia, ia no outrodia (...). o motivo mais certo que ns no podemos ficarcom ela, nem aqui nem no meu irmo, ns j tentamos,mas no deu porque quando ela quer o remdio, ela quere pronto (E1 - irmo).

    As patologias de carter orgnico que resultam em inca-pacidades, tanto motoras como cognitivas, tambm se cons-tituem em um importante motivo para que a famlia busqueuma instituio que oferea, alm de moradia, recursos hu-manos capacitados para atender e prestar os cuidados ne-cessrios ao idoso. Isso se evidencia, claramente, nas situ-aes em que h dependncia total.

    Tem que dar ateno o dia todo, ele no pode ficar sozinho.Era muito difcil de dar conta. Tinha que dar banho, limpartodo dia... ele teve trs derrames, e quase no caminhava,mas ele conseguia caminhar vagarento, tinha uma pernaque ajudava ele, s que ele caiu e quebrou a perna direita,a ele botou uma prtese e agora ele no caminha mais. Eles ficava na cama. Agora ele ta indo na cadeira de rodas.Tiram ele, botam na cama, as duas horas ele sai da camavai pra cadeira de rodas (E3 filha).

    Diversos autores ressaltam que o cuidado a idosostem sido geralmente uma atribuio feminina, porm com aentrada cada vez mais acentuada da mulher no mercado detrabalho e as mudanas na estrutura familiar, as situaes decuidado, que ficavam naturalmente a cargo da mulher, torna-ram-se objeto de tenso e conflitos. Cuidar dos familiaresidosos mais um dos papis que so atribudos mulher naesfera do lar. A realidade que as famlias no encontramcondies objetivas e subjetivas necessrias para cuidar deseus velhos no mbito estritamente privado(12-13).

    No presente estudo h, tambm, a manifestao de quenas situaes de dependncia relativa o asilamento propor-ciona a garantia de que o cuidado se dar de forma efetiva eque possveis alteraes sejam precocemente identificadase solucionadas.

    Todo mundo trabalha, ento ns trouxemos pra c,mas mediante a doena dela ns, tambm, no tivemoscomo manter ela aqui. Ento, ela foi pra l. Ns acha-mos o nico bem de colocar ela l, porque l tem enfer-meira, tem doutor, um ambiente muito bom. Ns noteramos condies de dar o que eles to dando l.Assistncia inclusive com pessoas estagirias que vol toda semana (E1 - irmo).

    A dependncia do idoso e a necessidade de os familiaresmanterem-se no mercado de trabalho, aliada dificuldadeem encontrar e manter um cuidador formal, que respondapelo atendimento das demandas oriundas da pessoa idosadoente, constitui-se em outro motivo para o encaminhamen-to desta a uma instituio de longa permanncia. Normal-mente a famlia busca, em um primeiro momento, algum quej tenha conhecimentos e habilidade para prestar os cuida-dos necessrios. Quando no o consegue, passa a contra-tar pessoas que se disponham a realizar esta incumbncia.Contudo, quando todas as possibilidades parecem ter sidoesgotadas, a sada encontrada o asilamento.

    Vale salientar que a tarefa de garantir que o cuidado seefetive, seja contratando pessoas ou executando pessoal-mente, constitui-se em atividade desgastante, rdua e, muitasvezes, conflituosa para os familiares. Por sua vez, para o ido-so que est sendo cuidado, a freqente mudana da pessoacuidadora torna-se sofrida, estressante e conturbada. Sercuidador de uma pessoa idosa, principalmente se for depen-dente, exige bom condicionamento fsico, pacincia e tolern-cia, constituindo-se em uma atribuio difcil de ser cumprida.Para esse tipo de trabalho, que extenuante, fsica e psicolo-gicamente, h dificuldade de encontrar tais cuidadores.

    H um ano, eu peguei o pai e a me para morar comigo. Opai era doente e era a me que cuidava dele, s que a mefaleceu. A eu contratei uma mulher pra cuidar do pai. Essasenhora j tinha experincia de cuidar de gente idosa eacabou saindo em funo de que a me dela adoeceu. Aeu arrumei uma outra pessoa, mas o pai no se acertavamuito com ela. Trabalhou um ms e pouco. Ficou uma se-mana sem vir, disse que viria na outra e acabou ficandotrs semanas sem vir. A tem pessoas jovens que no tmexperincia. Cuidar de uma pessoa idosa do jeito que eleestava era difcil (...) Tem que ter muita estrutura, boavontade para cuidar, porque d o que fazer. difcil, tam-bm, porque quem profissional, quem enfermeiro, noaceita um salrio mnimo (E3 - filha).

    Os familiares participantes deste estudo apontam, combase em sua vivncia, diversos motivos que contribuem paraque idosos passem a residir em instituies de longa perma-nncia. Dentre eles destaca-se que para alguns o encaminha-mento ao asilo resultado da ausncia de descendentes dire-tos; para outros, em virtude da impossibilidade dos filhosde conciliar trabalho e cuidar dos pais que so idosos, princi-palmente quando estes se encontram doentes e dependen-tes. Para uma parcela dos colaboradores, o motivo indicadopara residir em uma instituio por desejo do prprio idoso.

    A busca pelo melhor local para o idoso morar e mantero vnculo com a famlia

    Diante da impossibilidade de manter a pessoa idosano domiclio, a famlia passa a pensar no asilamento comoum recurso vivel. Uma vez tomada a deciso, comea aprocura pelo melhor local para que o idoso possa morar,

    Em busca de uma instituio para a pessoa idosa morar:motivos apontados por familiaresPerlini NMOG, Leite MT, Furini AC. 233Rev Esc Enferm USP2007; 41(2):229-36. www.ee.usp.br/reeusp/

  • ser bem atendido em suas necessidades e continuar man-tendo vnculo com a famlia. Com o intuito de localizar talespao, so realizadas visitas a diferentes instituies, al-gumas vezes na companhia do geronte, com a finalidade deidentificar aquela que poder melhor atender as suas expec-tativas.

    Inmeros trabalhos que versam acerca de instituiesde longa permanncia(11,14-16), porm, apontam que tais lo-cais caracterizam-se como um locus negativo para ser umespao de moradia para os ancies. Destacam que esteslocais predispem segregao, pois os idosos so afasta-dos do ambiente social e humano que sempre freqentaram.Alm disso, apresentam normatizaes das atividades diri-as, uniformizao e disciplina que, muitas vezes, no permi-tem ao individuo preservar sua singularidade e seu espao.

    As funes dos asilos podem ser descritas como a deabrigar e cuidar de pessoas desamparadas e que estejamimpossibilitadas de permanecer com suas famlias e comuni-dade. Alm disso, de ser um local socialmente aprovado desegregao de seres humanos que, do ponto de vista deprodutividade econmica e social, no mais contribuem(14).

    No entendimento dos colaboradores deste estudo, omelhor local aquele que oferece conforto, tranqilidade,segurana e supre as demandas relacionadas ao morar (terroupa limpa, alimentao, ambiente higienizado, entre ou-tros) e aos aspectos fsicos e sociais.

    Eu vi que as condies l eram boas. Eu pensei: omelhor lugar pro pai. Porque l tm profissionais, tmpessoas, tem um grupo de idosos, tem assistncia, temfisioterapia... Ele est bem melhor atendido l do que emcasa, sozinho com uma pessoa (E3 - filha).

    Ns achamos que ela est bem l. Se o ideal, no sei,mas o melhor que a gente conseguiu (E6 - filha).

    Na busca de um espao, um fator que contribui na es-colha do local relaciona-se possibilidade de que o idosopossa organizar ali uma estrutura fsica o mais semelhantepossvel ao de sua casa. Isto implica na perspectiva depoder levar consigo mveis, utenslios e objetos com osquais est habituado, se identifica e que tm, muitas vezes,valor afetivo.

    Ela foi bem assim, ela j sabia que tinha que ir pra l. Daa gente levou os mveis dela e tudo. Ento, instalada elaest muito bem, at o sof era da me, no era dela,mas eu disse: vou levar, e ela reclamando: no queroesse sof, eu no quero. Agora ela s passa sentadanesse sof. Foi uma boa, seno ela no teria onde sen-tar. Ela tem uma geladeira nova que a gente comprou.Ela t bem instalada l, s que... Ela no pode reclamar(E5 - sobrinha).

    Alm de se constituir em um espao com boas condi-es de acomodao, os familiares buscam contemplar,tambm, aspectos referentes qualificao dos profis-

    sionais que interagem com os idosos. Tal qualificaodiz respeito habilidade tcnica, conhecimento e dispo-sio pessoal em trabalhar com esse estrato da popula-o. Alm disso, vem no asilamento a possibilidade deproporcionar maior convvio social do idoso com outraspessoas, o que permite um resgate da auto-estima, a va-lorizao de si mesmo e minimiza o sentimento de solido.

    No caso dela vai conseguir tocar a vida, no sentido daconvivncia, ateno, acho que ela fica bem mais cuidadaali do que sozinha. Tem o apoio da enfermagem. E o que agente achou, uma coisa que ela no tinha, voltou a ter umpouco mais de vaidade, se pinta um pouco mais, se ajeitaum pouco mais, tem mais auto-estima. Isso me chamouateno, ela mudou bastante (E4 sobrinho).

    O convvio social, em alguns casos, se estende para almdo espao institucional. Visando atender a esta demanda ainstituio disponibiliza o transporte para que os idososque desejam e tenham condies possam participar de ativi-dades religiosas, de lazer e de confraternizao. Tambm hliberdade para que os familiares e o idoso possam juntosdesfrutar de momentos em comum, como por exemplo, nosfinais de semana, datas comemorativas e outras ocasiesespeciais. Esta flexibilidade contribui para a manuteno doslaos afetivos, de responsabilidade e de compromisso entreos familiares.

    Claro que tem que pagar, mas o atendimento deles, comi-da, mdico, enfermeira, tem enfermeira l. O ambiente timo, um tratamento, limpeza, tudo muito bom. No caso,quando precisa trazem na igreja, volta e meia tem ch,ela vem tomar ch. Eles lotam a Kombi e ela vem junto(...). No caso, se quisermos pegar ela uma noite, pode.S, claro, tem de ser com autorizao deles. Ento, agente avisa, a gente liga, pede se ela tem condies desair. Pego ela, trago na igreja, depois ela almoa aqui, edepois a gente leva ela de volta, porque a Kombi vem,mas vem muito cedo. s vezes ela vem com a Kombi,outras a gente busca (E1 - irmo).

    As visitas realizadas pelos familiares se revestem de de-monstraes de afeto, interesse, preocupao eresponsabilizao, o que permite a conservao e a conti-nuidade dos vnculos formados no decorrer da vida. O esta-belecimento da freqncia das visitas definido, a priori,de acordo com a disponibilidade de tempo e a distncia ge-ogrfica de cada integrante da famlia.

    Eu no fico mais de 15 dias sem ir l ver ela, em hipte-se alguma. Levo alguma coisa, se os filhos precisam,ou se ela precisa dos filhos... O familiar tem responsa-bilidade, no pode simplesmente largar l. Mas em ne-nhum momento deixei de dar assistncia para ela. Aten-o, carinho, afeto, amor que ela precisa (E2 - filho).

    No que se refere s visitas recebidas por idososinstitucionalizados, o estudo indicou que a maioria destes re-cebia visitas dos integrantes do ncleo familiar, de parentes, deamigos ou de pessoas da comunidade. Tambm destaca que as

    Em busca de uma instituio para a pessoa idosa morar:motivos apontados por familiaresPerlini NMOG, Leite MT, Furini AC.234 Rev Esc Enferm USP2007; 41(2):229-36. www.ee.usp.br/reeusp/

  • pessoas do ncleo familiar visitavam mais freqentementedos que os parentes, mas as visitas diminuam medidaque o tempo de asilamento aumentava, demonstrandoque os laos familiares se fragilizam com o passar dotempo, levando gradativamente ao esquecimento dosidosos(17).

    As informaes deste estudo parecem estar em conso-nncia com os achados das autoras supramencionadas epermitem, ainda, inferir que, por vezes, o comparecimento nainstituio passa a ser vista como uma obrigao a sercumprida pelos familiares.

    Ento, todas as semanas eu tenho que ir l. Ela semprereclama que eu vou pouco l. Porque ela s tem a minhafamlia, no tem mais ningum, a cunhada ta l em cima,no vem pra c (E5 - irm).

    De modo geral, depreende-se que quando h a op-o pelo asilamento do idoso, a famlia busca por umambiente que possa se revelar melhor do que aquele noqual ele est residindo. Os familiares entendem que oasilo poder oferecer, alm de estrutura fsica, cuidadosexecutados por profissionais, atendimento s suas ne-cessidades bsicas e possibilidade de convvio socialcom iguais e outras pessoas.

    Acreditam tambm que por meio de visitas podemmanter os vnculos familiares e afetivos e prestar os cui-dados que permanecem sob sua responsabilidade, ouseja, de afeto, ateno, carinho e mesmo os de ordemfinanceira. Alm disso, parece haver maior interao eentendimento entre o idoso e a famlia, uma vez que asquestes que poderiam suscitar conflito, decorrentesda convivncia contnua, esto ausentes ou se apre-sentam de forma velada ou, ainda, podem ser contorna-das mais facilmente.

    CONCLUSES

    Viver o processo de asilamento de um familiar idosoconstitui-se num perodo de transio e conflito para ogrupo familiar, em que diversos fatores so considera-dos e contribuem na deciso de asilar o velho. Dentreesses fatores, o fato de ser uma famlia com reduzidonmero de integrantes, diminui a possibilidade de umdos familiares responsabilizar-se pelo cuidado do ido-so; a ausncia de condies fsicas, financeiras e psico-lgicas para prestar o cuidado no domiclio, e o desejodo idoso em ter um espao para morar sem perturbar seusfamiliares, so situaes consideradas motivacionais parao asilamento.

    Diante das dificuldades impostas ao cotidiano familiar edas restritas solues encontradas para garantir o cuidadoe a qualidade de vida do ancio, a famlia e, muitas vezes, oprprio geronte, visualizam a institucionalizao como umaalternativa vivel. A partir desta idia formada, procurampelo melhor local para o idoso morar, no qual esperamque este seja acolhido, bem atendido e que a manutenodos vnculos afetivos bsicos com a famlia seja mantida.

    Evidencia-se, pelas manifestaes dos colaboradores,que as concepes descritas na literatura em relao aoasilamento e s instituies asilares, de que estas favore-cem a excluso, que os idosos so tratados como obje-tos, que contam com restrito nmero de funcionrios, nemsempre qualificados, e que as atividades sociorecreativasno so voltadas aos interesses dos idosos, diferem doanseio e das expectativas da famlia. O impacto e as reper-cusses da institucionalizao pessoa idosa, nestemomento de impotncia em encontrar outra alternativa,no so colocados em pauta, pois possivelmente sodesconhecidos da maioria das famlias.

    Outro aspecto que merece reflexo est relacionado spolticas de ateno pessoa idosa, ao prever que a famliadeve propiciar ao idoso o atendimento de suas necessida-des e dignidade, mas no disponibilizam recursos parafortalec-la no sentido de viabilizar a manuteno do idosono seio familiar.

    A perspectiva de construir uma rede de apoio s fa-mlias de idosos, a partir de servios pblicos, em queenfermeiros, assistentes sociais, tcnicos de enferma-gem, outros profissionais da sade, cuidadores formais evoluntrios pudessem, a exemplo de outros pases, dar su-porte tcnico, orientao de cuidados, auxlio para resolverproblemas e oferecer espao de escuta para as famlias, po-deria contribuir para a permanncia do idoso em casa. En-tende-se, tambm, que em algumas situaes, o asilamentoconstitui-se, realmente, em uma opo possvel. A enferma-gem, nesse sentido, pode ter um papel significativo nestecontexto, uma vez que, estando presente nos diferentes ser-vios de sade, pode identificar as famlias que necessitamde apoio e, ento, numa ao coletiva com os demais profis-sionais, dirigir esforos no sentido de ajud-la.

    Este estudo permitiu conhecer aspectos relacionados dinmica familiar que envolve o asilamento de idosos, con-ferindo visibilidade aos motivos que impulsionam estasfamlias para tal deciso e que podem ser caractersticos demuitos outros ncleos familiares. Importante que outrosestudos, em realidades sociais e culturais distintas da nos-sa, sejam realizados a fim de explicitar, tambm, a realidadevivida pelas famlias que tm seus idosos asilados.

    Em busca de uma instituio para a pessoa idosa morar:motivos apontados por familiaresPerlini NMOG, Leite MT, Furini AC. 235Rev Esc Enferm USP2007; 41(2):229-36. www.ee.usp.br/reeusp/

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    Correspondncia: Nara Marilene O. Girardon PerliniRua Jos Gabriel, 359CEP 98700-000 - Iju - RS236

    Rev Esc Enferm USP2007; 41(2):229-36.

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