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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DE UM GESTOR EM UMA PEQUENA EMPRESA FAMILIAR Por: Débora de Castilhos Marques Orientador Prof. Mário Luiz Trindade Rocha Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DE UM GESTOR EM UMA PEQUENA

EMPRESA FAMILIAR

Por: Débora de Castilhos Marques

Orientador

Prof. Mário Luiz Trindade Rocha

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DE UM GESTOR EM UMA PEQUENA

EMPRESA FAMILIAR

Apresentação de monografia ao Conjunto

Universitário Candido Mendes como condição

prévia para a conclusão do Curso de Pós-

Graduação “Lato Sensu” em Gestão Empresarial.

Por: Débora de Castilhos Marques

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DEDICATÓRIA

Este trabalho é dedicado exclusivamente aos

meus pais que por toda a minha vida, sempre

acreditaram em mim.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a colaboração e coragem recebida

pelos meus pais, namorado e amigos que

acreditaram neste trabalho.

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RESUMO

As empresas familiares são a base econômica que sustenta boa parte do

processo de criação de bens e serviços no Brasil. Embora a participação dessas

empresas tenha crescido continuamente no Brasil, parcela significativa desses

empreendimentos tem vida curta. Os fatores que levam a pequena empresa familiar

a encerrar suas atividades são muitos, vão desde a falta de um planejamento

organizacional no momento de sua implantação, passando pela burocracia fiscal e

contábil, até o despreparo do empreendedor para gerenciá-las numa economia

globalizada. O presente estudo, realizado a partir de uma pesquisa bibliográfica,

busca demonstrar a importância de se ter um profissional especializado na gestão

da pequena empresa familiar. Inicialmente o estudo apresenta uma descrição e

caracterização de micro e pequena empresa de pequena, envolvendo sua

importância e participação na economia, apresentando os fatores condicionantes do

sucesso e do insucesso das pequenas empresas. Em seguida é apresentado as

principais informações levantadas sobre as empresas familiares, etapas do seu

desenvolvimento, pontos fortes e fracos, sua participação no cenário econômico,

mortalidade e fatores de sucesso. Na sequência, discute-se a importância da gestão

profissional empresas familiares, enfocando, em especial, o planejamento como

fator de sobrevivência e crescimento para essas empresas. Com base no

levantamento teórico apontado, pode-se constatar que a gestão profissional nas

empresas familiares melhor identifica suas fraquezas e potencialidades, buscando

estratégias que lhe dêem maior agilidade e poder competitivo no mercado no qual

atuam.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada nesta monografia foi a pesquisa bibliográfica.

Utilizou-se como fonte de consulta de consulta livros, monografias, artigos e

publicações eletrônicas que abordam o tema em análise.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................. 08

CAPÍTULO I

AS EMPRESAS DE MICRO E PEQUENO PORTE NO BRASIL.................... 10

CAPÍTULO II

A EMPRESA FAMILIAR................................................................................... 20

CAPÍTULO II

PROFISSIONALIZAÇÃO DA EMPRESA FAMILIAR....................................... 30

CONCLUSÃO ................................................................................................. 40

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 41

ÍNDICE ............................................................................................................ 46

FOLHA DE AVALIAÇÃO ................................................................................ 48

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INTRODUÇÃO

Novos pequenos negócios vêm surgindo e preenchendo os espaços

criados pela crescente necessidade do mercado consumidor, gerando oportunidades

e inovações, além de proporcionarem a criação de postos de trabalho. A maior parte

desses novos negócios se iniciam a partir de sonhos, idéias, empenho e o

investimento de pessoas empreendedoras e seus parentes, que juntam suas

economias e abrem seu próprio negócio iniciando, assim, uma empresa familiar.

No entanto, fazer com que um empreendimento tenha sucesso e depois

passá-lo para os filhos é um sonho que poucos têm a felicidade de alcançar. Embora

a participação de pequenas empresas tenha crescido continuamente no Brasil,

parcela significativa desses empreendimentos têm vida curta. De acordo com a

literatura disponível sobre o assunto, mais de 80% dessas empresas não

ultrapassam o primeiro ano de vida; de cada três empresas formadas, duas fecham

as portas antes do segundo ano de vida; a cada ano, sete em cada dez empresas

abertas encerram suas atividades com menos de cinco anos de existência.

Por outro lado, existem pequenas empresas familiares que conseguem se

estabilizar no mercado, porém quando surgem os herdeiros e começam a

administrá-la sem a devida preparação e qualificação profissional para assumirem

tal responsabilidade, estas também rumam para a falência, pois com a globalização

e competitividade do mercado atual, as empresas que não planejarem, com

antecedência, o processo de sucessão e profissionalizarem a sua gestão, terão

dificuldades para se manterem no mercado.

As empresas familiares, independentemente do porte, que se mantérm no

mercado souberam superar seus obstáculos através de uma participação coletiva

dos membros da família, buscando transformá-las em empresas profissionais e

preparando pessoas qualificadas para o momento de sucessão. Para isto, se faz

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necessário o comprometimento e envolvimento de todos ou mesmo a busca de

algum profissional qualificado para conseguir atingir os objetivos da organização.

É nesse contexto que delimitou-se o objetivo deste estudo, qual seja,

demonstrar a importância de se ter um profissional especializado na gestão da

pequena empresa familiar.

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CAPÍTULO I

AS EMPRESAS DE MICRO E PEQUENO PORTE NO BRASIL

1.1 Definição de micro e pequena empresa

O artigo 6º da Lei nº 4.137/62, define empresa como toda organização de

natureza civil ou mercantil destinada à exploração por pessoa física ou jurídica de

qualquer atividade com fins lucrativos.

De forma bastante genérica, uma empresa é uma pessoa ou um grupo de

pessoas que buscam atingir um objetivo comum, utilizando recursos materiais,

financeiros e humanos, podendo ser classificadas em função dos quantitativos de

empregados, faturamento, patrimônio e capital, elementos usados isoladamente ou

em conjunto.

No Brasil a classificação em micros, pequenas, médias e grandes

empresas é feita através de critérios que são utilizados para identificar o porte de

uma empresa, tais como: número de empregados, volume de faturamento/receita

anual, patrimônio, número de estabelecimentos existentes etc., critérios esses

adotados por órgãos governamentais (IBGE, Receita Federal, SEBRAE), bancos,

entidades de classes, entre outros.

A Lei nº 9.841 de 05/10/1999, que instituiu o Estatuto da Microempresa e

da Empresa de Pequeno Porte, adota como critério a receita bruta anual, cujos

valores foram atualizados pelo Decreto nº 5.028, de 31 de março de 2004, que

corrigiu os limites originalmente estabelecidos. Os limites atuais são os seguintes: a)

Microempresa: receita bruta anual igual ou inferior a R$ 433.755,14 (quatrocentos e

trinta e três mil, setecentos e cinqüenta e cinco reais e quatorze centavos); b)

Empresa de Pequeno Porte: receita bruta anual superior a R$ 433.755,14 e igual ou

inferior a R$ 2.133.222,00 (dois milhões, cento e trinta e três mil, duzentos e vinte e

dois reais).

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Outra classificação utilizada é a empregada pelo SEBRAE, que quantifica

o tamanho da empresa de acordo com o número de empregados, como se pode

observar pelos dados descritos na tabela a seguir:

Tabela 1 - Classificação de empresas pelo Sebrae tendo como critério o nº de

empregados.

PORTE/SETOR INDÚSTRIA COMÉRCIO SERVIÇOS

Microempresa Até 19 Até 9 Até 9

Pequena Empresa

De 20 a 99 De 10 a 49 De 10 a 49

Média Empresa De 100 a 499 De 50 a 99 De 50 a 99

Grande Empresa

Acima de 500 Acima de 100 Acima de 100

Fonte: SEBRAE

Para Chiavenato (1995) as pequenas empresas constituem o cerne da

dinâmica da economia dos países, as impulsionadoras dos mercados, as geradoras

de oportunidades, as proporcionadoras de empregos mesmo em situação de

recessão. Para o autor, boa parte da oferta de empregos nos países adiantados

provém das empresas de pequeno porte, ao passo que as grandes empresas estão

reduzindo seus quadros de pessoal.

2.2 As micros e pequenas empresas no cenário econômico

nacional

As micros e pequenas empresas estão presentes em todos os setores

de atividades desenvolvidas no país, representando um expressivo aumento nos

postos de ocupação para toda a população brasileira.

De acordo com o Anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa

(SEBRAE, 2007), em 2002, as microempresas empregavam 5.238.031 funcionários;

em 2005, esse número elevou-se para 5.916.369 funcionários. No período 2001-

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2005, as micro e pequenas empresas foram responsáveis por aproximadamente

52% dos empregos formais urbanos do país. O resultado deste crescimento

representou a geração de 2,2 milhões de postos de trabalho no período, o que

representa uma média de 550 mil postos por ano. Dessa forma, micro e pequenas

empresas foram responsáveis por 48% dos postos de trabalhos formais urbanos,

criados entre 2001-2005.

Quanto à participação das PMEs na massa total de salários, os dados

apontam que nas micro empresas esta participação passou de 7,3%, em 1996, para

10,3%, em 2002; e nas pequenas empresas houve um aumento de participação de

12,8%, em 1996, para 15,7% em 2002 (SEBRAE, 2005).

De acordo com o Sebrae, em conjunto, as micros e pequenas empresas

responderam, em 2002, por 99,2% do número total de empresas formais, por 57,2%

dos empregos totais e por 26,0% da massa salarial (SEBRAE, 2005).

Estes dados são bastante significativos, e revelam a importância das

MPE’s para o desenvolvimento econômico do Brasil. Elas representam para a

sociedade em geral um excelente agente de desenvolvimento, contribuindo para

geração de emprego e renda, distribuição de riquezas, criam condições de expansão

e desenvolvimento das regiões ignoradas pelas políticas governamentais.

Dente os fatores que demonstram a importância das MPEs no cenário

nacional, a literatura pesquisada relata que estas permitem a formação de uma

classe empresarial nacional, fortalecem as economias municipais através do

emprego e utilização de matéria-prima e mão-de-obra local, estimulam a

concorrência, diminuindo a concentração da produção e conseqüentemente do

poder econômico e político nas mãos de poucos.

Além da relevância sócio-econômica, Souza (1995) entende que as

pequenas empresas contribuem em todos os campos, tais como: estímulo à livre

iniciativa e à capacidade empreendedora; relação capital/trabalho mais harmoniosa;

possível contribuição para a geração de novos empregos e absorção de mão-de-

obra, seja pelo crescimento das pequenas empresas já existentes ou pelo

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surgimento de novas; efeito amortecedor dos impactos do desemprego; efeito

amortecedor das conseqüências das flutuações na atividade econômica;

manutenção de certo nível de atividade econômica em determinadas regiões;

contribuição para a descentralização das atividades econômicas, em especial na

função de complementação às grandes empresas; potencial de assimilação,

adaptação, introdução e, algumas vezes, geração de novas tecnologias de produto e

de processo.

1.3 Mortalidade e fatores de sucesso nas micro e pequenas

empresas

1.3.1 Fatores condicionantes da mortalidade das micro e pequenas empresas

Apesar dos esforços no sentido da manutenção e desenvolvimento das

micro e pequenas empresas, grande parte dessas organizações morre em seu

primeiro ano de vida, período de maior risco para as MPEs, pois é nele que elas

estão procurando se firmar no mercado, testando a aceitação de seus produtos e

criando seus instrumentos e mecanismos de controle e gestão. Mesmo

considerando-se que milhares de empresas surgem todos os anos, boa parte desse

montante não sobrevive ao segundo ano de vida, e 56% das MPE’s fecham antes de

completar o 5º ano de atividade, conforme aponta pesquisa realizada pelo SEBRAE-

SP (2005).

Vários são os motivos que levam as MPEs à morte ainda jovens. De

acordo com Longenecker et al. (1997), as chances de uma empresa encerrar suas

atividades dependem de um conjunto de fatores que, quando combinados, podem

ampliar ou reduzir o risco de seu fechamento. Os fatores ambientais, entretanto, são

decisivos no sentido de estimular ou restringir a dinâmica empresarial. Os pequenos

empresários vêm enfrentando grandes dificuldades, principalmente, com relação a

crédito, mercado e tributos.

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Segundo Lima et al. (2002), dentro do mercado de crédito, é difícil para as

micro e pequenas empresas o acesso a linhas de financiamento para capital de giro

em condições e custos compatíveis com a natureza de suas atividades; as linhas

oferecidas pelo sistema privado são caras e racionadas e, por outro lado, as linhas

oferecidas pelo sistema financeiro público (como por exemplo, o BNDES) são

predominantemente voltadas para investimentos de longo prazo. Esta demanda

reprimida leva à sub-utilização da capacidade instalada e prejudica a formação de

capital da economia como um todo, uma vez que o crédito se constitui em um

importante fator de produção.

O volume de crédito aos pequenos empreendimentos no Brasil, alcança

apenas 52% do PIB, valor excessivamente baixo quando se compara ao de países

como Estados Unidos, 161%, e mesmo o Chile, 75% (SEBRAE, 2002).

Com relação a carga tributária, observa-se que as micro e pequenas

empresas, embora amparadas por atos normativos que buscam simplificar a

apuração e o recolhimento de impostos e contribuições (conforme determina o art.

179 da Constituição Federal)1, estão sujeitas a todos os tributos vigentes, salvo

disposições legais em contrário. Em geral, a legislação aplicável as micro e

pequenas empresas reduzem a sua carga tributária, porém não as isentam do

recolhimento dos diversos tributos vigentes (SARANDY, 2004).

Segundo Pereira Júnior e Gonçalves (1995), um dos principais problemas

vividos pela pequena empresa é a dificuldade de se atingir eficazmente o mercado

com pouquíssimos recursos. Se com recursos muito superiores aos das pequenas,

as grandes empresas tem dificuldades para se manterem no mercado, pode-se

imaginar o quanto de criatividade e persistência é necessário ao pequeno

empresário parte alcançar seus objetivos e cumprir suas metas. Neves (2000, p.13),

com respeito aos profissionais de pequena empresa, afirma que “na maioria das

1 Constituição Federal de 1988. Art. 179 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentiva-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei."

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vezes, criam suas empresas sem dispor de recursos e condições que seriam

necessários para seu funcionamento eficaz.”

Para Marion (1998, p. 27-28) as dificuldades enfrentadas pelas MPEs são

resultantes de tomadas de decisão equivocadas, mencionando que:

[...] com certa freqüência várias empresas, principalmente as

pequenas, têm falido ou enfrentado sérios problemas de

sobrevivência. Ouvimos empresários que criticam a carga tributária,

os encargos sociais, a falta de recursos, juros altos etc., fatores estes

que, sem dúvida, contribuem para debilitar a empresa. Entretanto,

descendo a fundo nas nossas investigações, constatamos que,

muitas vezes, a ‘célula cancerosa’ não repousa naquelas críticas,

mas na má gerencia, nas decisões tomadas sem respaldo, sem

dados confiáveis. Por fim observamos, nesses casos, uma

contabilidade irreal, distorcida, em conseqüência de ter sido

elaborada única e exclusivamente para atender às exigências fiscais.

Analisando o que diz o autor, percebe-se que, além dos fatores

decorrentes de políticas externas das empresas, como carga tributária, encargos

sociais, juros altos etc., é necessário que seus gestores procurem respaldar suas

decisões em informações geradas pela contabilidade. A informação contábil é um

dos fatores preponderantes principalmente no que diz respeito à necessidade de se

manter e se desenvolver no mercado.

Conforme aponta Atkinson et al. (2003, p. 37):

A informação gerencial contábil mede o desempenho econômico de

unidades operacionais descentralizadas, como as unidades de

negócios, as divisões e os departamentos. Essas medidas de

desempenho econômico ligam a estratégia da empresa à execução

da estratégia individual de cada unidade operacional. Através de

ferramentas que permitem uma interpretação dos números da

empresa a contabilidade poderá executar o seu papel de gerar

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informações aos empresários para que este tome decisões mais

acertadas e a tempo hábil.

Por esses motivos, o sistema contábil e a sua estrutura de fluxo de

informações financeiras precisam funcionar, gerando informações que atendam a

cinco atributos: tempestividade, integralidade, confiabilidade, comparabilidade e

compreensibilidade.

Deve ser ressaltado que, na maioria dos casos, não é possível atribuir a

mortalidade de empresas a apenas uma ou duas causas isoladas. De acordo com

pesquisa realizada pelo SEBRAE-SP (2005), em geral, o insucesso empresarial

resulta, quase sempre, da combinação de vários fatores diferentes, os chamados

“fatores contribuintes”. A probabilidade de fechamento de um empreendimento é

maior quanto maior o número de fatores negativos que acumula.

No primeiro semestre de 2007, em estudo realizado pelo SEBRAE,

apurou-se a taxa de sobrevivência e de mortalidade das empresas constituídas em

2003, 2004 e 2005. A pesquisa apontou que a principal razão para o fechamento da

empresa está centrada no bloco de falhas gerenciais (68%). As falhas gerenciais

podem ser associadas à falta de planejamento na abertura do negócio, levando o

empresário a não avaliar de forma correta, previamente, dados importantes para o

sucesso do empreendimento, como a existência de concorrência nas proximidades

do ponto escolhido e a presença potencial de consumidores. Podem ainda estar

relacionadas ao desconhecimento ou falta de uso dos vários instrumentos de

administração (contabilidade e finanças, estoques, produção, vendas etc.), o que

certamente conduz ao caminho do fracasso (AMORIM, 2000).

1.3.2 Fatores determinantes de sucesso das micro e pequenas empresas

Borinelli et al. (1997) afirmam que a “boa administração” é o fator

determinante da sobrevivência e sucesso de todas as empresas, principalmente das

de pequeno porte, o qual consiste na capacidade de entender, dirigir e controlar

seus processos.

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Estudo desenvolvido pelo SEBRAE/Fubra (2004) apontou os fatores que

explicam o sucesso nos negócios das micros e pequenas empresas, pois nem todas

falecem. Os fatores de sucesso apontados pelos empresários consolidam-se em três

características comuns, a saber: habilidades gerenciais, capacidade empreendedora

e logística operacional (Tabela 2).

Tabela 2 – Fatores condicionantes do sucesso empresarial.

Categorias Fatores de sucesso Percentual de

Empresários Habilidades Gerenciais

Bom conhecimento do mercado em que atua. Boa estratégia de vendas

49% 48%

Capacidade Empreendedora

Criatividade do empresário. Aproveitamento das oportunidades de negócio Empresário com perseverança. Capacidade de liderança

31% 29% 29% 25%

Logística Operacional

Escolha de um bom administrador Uso de capital próprio Reinvestimento dos lucros na empresa Acesso a novas tecnologias

31% 29% 23% 17%

Fonte: SEBRAE (2004)

As chamadas “Habilidades Gerenciais” são integradas pelo bom

conhecimento do mercado onde se atua e uma boa estratégia de vendas, que

refletem a preparação do empresário para interagir com o mercado em que atua e a

competência para bem conduzir o seu negócio. O bom conhecimento do mercado

pode ser traduzido em alguns aspectos fundamentais da condução dos negócios,

como, por exemplo, conhecer a clientela potencial e quais produtos ela procura, e

avaliar e procurar as melhores fontes para a aquisição dos bens para a formação do

estoque da empresa, entre outros. Ademais, o empresário deve ter conhecimentos

sobre a melhor forma de colocar os produtos à venda, o que envolve diversos

quesitos, como a definição de preços de comercialização compatíveis com o perfil

do mercado, estratégias de promoção das mercadorias e serviços, marketing, etc

(SEBRAE, 2004).

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Como segundo conjunto de fatores condicionantes de sucesso aparece

“Capacidade Empreendedora” formada por um grupo de atributos que destacam a

criatividade, a perseverança e a coragem de assumir riscos no negócio. Nessa

categoria os fatores de sucesso refletem a disposição e a capacidade empresarial

para comandar o empreendimento, permitindo, por meio de habilidades naturais,

descobrir as melhores oportunidades de negócios, assumir os riscos envolvidos no

investimento de recursos financeiros e humanos em uma nova empresa e conduzir

os negócios em meio às adversidades e dificuldades que surgem no dia-a-dia

empresarial. As habilidades relativas à capacidade empreendedora não podem ser

adquiridas, sendo possível, contudo, seu aprimoramento mediante novos

conhecimentos e técnicas de liderança e de gestão (SEBRAE, 2004).

O terceiro conjunto de fatores determinantes do sucesso é representado

pela “Logística Operacional” do empresário, que fornece as bases para a criação,

sustentação e crescimento da atividade empresarial. Refletem a capacidade do

empresário de utilizar de forma eficiente alguns dos mais importantes fatores de

produção empregados na atividade empresarial, a saber: o capital, o trabalho

especializado e os recursos tecnológicos disponíveis, reunindo-os na atividade

produtiva ou comercial da empresa para a obtenção dos melhores resultados.

Segundo os resultados do estudo do SEBRAE (2004), o percentual de empresários

que consideraram os fatores relacionados à logística operacional como sendo

importantes para o sucesso dos negócios encontra-se pouco abaixo dos que

destacam a importância da capacidade empreendedora.

Os fatores relativos às habilidades gerenciais ocupam lugar de destaque

entre os condicionantes do sucesso empresarial, seguidos da capacidade

empreendedora e da logística operacional (SEBRAE, 2004).

O sucesso das MPEs tem uma grande ligação com o seu nível de

planejamento. Essa necessidade de planejamento ocorre por dois motivos: as MPEs

não têm força para competir em todas as frentes e, portanto, precisam escolher

sabiamente todos os seus embates, e não possuem reserva financeira para

sobreviver a muitos dos seus erros. Por estes motivos, devem planear

cuidadosamente seus movimentos (BERNARDI, 2003).

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O planejamento bem desenvolvido pode despertar o interesse de

possíveis investidores, guiar o proprietário e gestores na operação do negócio,

direcionar e motivar empregados e proporcionar um ambiente atrativo para clientes e

futuros funcionários (SEGURA et al., 2003).

É importante destacar, porém, que planejar não é uma atividade fácil de

ser realizada, e por isso, muitas vezes, é negligenciada. Dentre os fatores que

podem levar o pequeno empresário a não planejar, destacam-se: o medo de tomar

conhecimento dos problemas e das fraquezas que podem aparecer no processo; a

falta de conhecimento de como planejar e o sentimento de que as mudanças futuras

não podem ser planejadas (SEGURA et al., 2003).

O planejamento toma tempo e é difícil de se realizar, mas realmente

auxilia na detecção de problemas potenciais e possibilita a preparação antecipada

para enfrentá-los.

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CAPÍTULO II

A EMPRESA FAMILIAR

2.1 Origem, conceito e características

A empresa familiar normalmente tem origem numa organização

controlada e dirigida por um empreendedor, que geralmente é o proprietário. Ele

inicia o processo de formação do empreendimento por meio de sonhos profissionais,

com o empenho e o investimento dele, o proprietário empreendedor, apoiado ou não

pelos parentes. A maioria nasce do trabalho conjunto de um casal, que reúnem suas

economias e, juntos, gerenciam o empreendimento e a família, ou irmãos que,

desde criança, aprendem o negócio idealizado pelos pais.

Historicamente, o desenvolvimento, em todo o mundo, foi sustentado

pelas empresas familiares que tiveram em seus idealizadores os grandes

responsáveis pelo surgimento e crescimento da empresa e, conseqüentemente, da

região ao seu redor (RICCA, 1998).

No Brasil, as empresas familiares surgiram com as companhias

hereditárias, no início do século XVI, logo após seu descobrimento por Portugal. Tais

companhias podiam ser transferidas por herança aos herdeiros dos capitães

administradores dessas terras na época. Houve, então, uma necessidade de

segmentação das companhias hereditárias para melhor administrá-las que,

conseqüentemente, incentivou o início de vários outros empreendimentos

necessários, como construção de estradas, centros de distribuição e outros. Com o

movimento imigratório, houve o incremento de muitas empresas familiares com

descendência italiana, japonesa, alemã entre outras (OLIVEIRA, 2006).

De acordo com Oliveira (2006, p. 03):

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Em termos de origem da empresa familiar, pode-se considerar que

um empreendedor na verdadeira e mais ampla conceituação da

palavra que é, no mínimo, audacioso, detentor de certo nível de

tecnologia e, principalmente, possui a visão do negócio inicia seu

próprio negócio, geralmente com o auxílio de pequeno número de

funcionários. Nesse contexto, ele normalmente recebe o apoio e o

auxílio de membros da família, o que pode dar sustentação ao

conceito mais simples do que seja uma empresa familiar.

Existem várias denominações e definições sobre o que é uma empresa

familiar. Para Leone (1992), a empresa é familiar quando foi iniciada por um membro

da família, quando membros da família participam da propriedade ou direção, ou

ainda quando há valores institucionais ligados à família e a sucessão está vinculada

à família.

De forma abrangente, Garcia (2001) considera empresa familiar aquela

que é controlada por uma ou mais famílias. Em um conceito mais genérico, Oliveira

(1999) compreende por empresa familiar aquela que transfere o poder decisório de

maneira hereditária a partir de uma ou mais famílias. De forma mais específica, Gaj

(apud SCHEFFER, 1993) conceitua empresa familiar como aquela de capital aberto

ou fechado que fora iniciada por um membro da família que a transferiu ou tem a

intenção de passar a um herdeiro direto ou parente.

Para Oliveira (1999), a empresa familiar caracteriza-se pela sucessão do

poder decisório de maneira hereditária a partir de uma ou mais famílias.

Martins et al. (1999, p. 33) conceituam a empresa familiar com base na

relação entre propriedade e controle, definindo-a como

aquela em que um ou mais membros de uma família exerce(m)

considerável controle administrativo sobre a empresa, por

possuir(em) parcela expressiva da propriedade do capital. Existe

estreita ou considerável relação entre propriedade e controle, sendo

o controle exercido justamente com base na propriedade.

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Lea (2001) define empresa familiar como aquela que é totalmente ou na

sua maior parte controlada por uma pessoa ou pelos membros de uma família,

afirmando que é a organização em que tanto a gestão administrativa quanto à

propriedade são controladas, na sua maior parte, por uma ou mais família, e dois ou

mais membros da família participam da força de trabalho, principalmente os

integrantes da diretoria.

Também Passos (2006, p. 50) aponta que “empresa familiar é aquela em

que o controle é exercido por uma ou mais famílias, ou seja, os principais sócios da

organização são os fundadores ou seus descendentes”.

Garcia (2001) também valoriza o controle acionário como a característica

básica no conceito de empresa familiar, afirmando que é aquela que é controlada

por uma ou mais famílias. Esse conceito se baseia na idéia de propriedade, que é o

que permite a uma família decidir os destinos dos negócios. Para Gracioso (1998, p.

32), “a propriedade não é suficiente para definir empresa familiar, sendo necessária,

também, a existência de estrutura gerencial na qual a maioria dos cargos-chave é

preenchida por membros da família proprietária”.

Leach (1999, p. 22) define que empresa familiar como

aquela que está influenciada por uma família ou por um vínculo

familiar. No caso mais evidente, a família como entidade pode

controlar efetivamente as operações da empresa, porque possui

mais de 50% das ações, ou por que membros da família ocupam

importantes posições na gerência.

Rocha (2001) também destaca que uma empresa, para ser familiar, deve

ter, necessariamente, uma estrutura gerencial na qual os cargos de maior poder

decisório sejam ocupados pela família proprietária.

Dos conceitos apontados, pode-se compreender a empresa familiar como

toda organização que tenha origem na família e que esta detenha o controle

acionário, podendo os seus membros ter ou não participação na gestão, não

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importando qual a geração que se encontre no poder, desde que a sucessão do

controle acionário aconteça para um ou mais membros da mesma família.

Como se pode, ainda, constatar nos conceitos de empresa familiar

apresentados, eles variam de autor para autor, no entanto todos são fundamentados

em algumas características básicas da empresa familiar, quais sejam:

§ Origem na família – uma empresa tem origem na família quando membros de

uma ou mais famílias dão origem a um empreendimento;

§ Controle acionário – é quando a família possui mais de 50% das ações com

direito a voto, fazendo com que ela detenha o controle acionário da organização;

§ Gestão familiar – quando dois ou mais membros da família ocupam cargos de

decisão gerencial ou estratégica e que venham a possibilitar a determinação dos

rumos que a organização deve seguir;

§ Sucessão familiar – quando a sucessão do controle acionário acontece para um

ou mais membros da família do fundador, podendo ser através da

hereditariedade ou por casamento. E isto pode acontecer da primeira para a

segunda geração e assim sucessivamente.

Além dessas características básicas, Davis e Gibb (2002) apontam que

deve-se levar em consideração outra variável marcante na empresa familiar,

contudo inexistente nas empresas não-familiares, que é a inter-relação entre

empresa, família e patrimônio. Esta inter-relação, apontada no Quadro 1, faz com

que a governança na empresa familiar seja mais complexa do que na empresa não

familiar, criando, portanto, maiores dificuldades na sua gestão.

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Quadro 1 – Comparativo entre empresas familiares e não-familiares

Áreas de conflito Empresa familiar Empresa não-familiar

Objetivos Desenvolvimento e sustentação de membros

da família;

Desenvolvimento;

Relações Profundamente pessoal;

Semi-pessoal ou impessoal;

Regras Maioria informal (“como sempre foi feito”);

Maioria formal (“as recompensas e punições

se evidenciam”); Avaliação Ênfase à lealdade;

Ênfase no desempenho e

nos resultados; Sucessão Causada por falecimento

ou divórcio;

Causada por aposentadoria, promoção

ou demissão; Poder Baseado na posição na

família ou na idade; Baseado na hierarquia;

Compromisso Entre gerações. Baseado na identidade

com a família.

Curto prazo. Baseado nas recompensas.

Fonte: Davis e Gibb (2002)

Vale acrescentar que segundo Gallo e Ribeiro (1996), a opinião pública

tende a confundir empresa familiar com pequena e média empresa, desconhecendo

o fato de que muitas das grandes empresas de um país são empresas familiares, ou

com qualquer tipo de negócio “individual” ou “artesanal” que tantas pessoas põem

em marcha para ajudar às necessidades econômicas da sua família, mas sem

intenção ou possibilidade de importantes desenvolvimentos ou de que outros

membros da família continuem a empreender com risco.

2.2 Forças e fraquezas da empresa familiar

Segundo Lodi (1998), a empresa familiar apresenta alguns pontos fortes e

fracos comparada com outros tipos de empresas. Entre os pontos fracos ressalta-se

conflitos de interesse entre família e empresa, que se refletem na descapitalização,

na falta de disciplina, na utilização ineficiente dos administradores não familiares e

no excesso de personalização dos problemas administrativos; uso indevido dos

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recursos da empresa por membros da família, transformando a companhia num

erário dos familiares; falta de sistemas de planejamento financeiro e de apuração de

custo e de outros procedimentos de contabilidade e de orçamento; resistência à

modernização do marketing; emprego e promoção de parentes por favoritismo e não

por competência.

Dentre os pontos fortes podem-se citar: a maior lealdade dos

empregados; o nome da família com grande reputação no Estado, na região ou no

país funciona como uma cobertura econômica e política; a continuidade da

administração; união entre os acionistas e os dirigentes; sistema de decisão mais

rápido; sensibilidade social e política do grupo familiar dirigente, que cria raízes na

elite nacional, e união entre os valores do fundador e as vocações e visões pessoais

dos dirigentes atuais (LODI, 1998).

Em relação às vantagens e desvantagens apresentadas pelas empresas

familiares, Gallo e Ribeiro (1996), destacam alguns fatores como: interesses comuns

entre os membros da família; confiança mútua e autoridade definida e reconhecida;

facilidade na transmissão da informação; flexibilidade de processos devido à maior

simplicidade da estrutura da organização; os planos são feitos em longo prazo e a

permanência da cultura e dos valores do fundador.

A permanência da cultura e dos valores do fundador faz com que a

história da empresa seja preservada, formando um patrimônio cultural que é

transmitido de geração para geração e que servem como sustentação para o

envolvimento e a paixão dos membros da família pelo negócio. Segundo Passos

(2006, p.43), “os valores transmitidos pela família empresária para as gerações

seguintes e, uma vez registrados e divulgados ao longo da história, tornam-se

propriedade dessa família”.

Dentre as desvantagens encontradas nas empresas familiares apontadas

por Gallo e Ribeiro (1996), estão: a confusão entre a propriedade da empresa e a

capacidade para gerir; o isolamento face ao ambiente e aos acontecimentos

externos; o não seguimento de regras do mercado quanto à gestão; a confusão

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entre laços de afeto e os laços contratuais; os problemas com a sucessão; a falta de

clareza nos processos e a dificuldade em separar a vida pessoal da profissional.

2.3 Etapas no desenvolvimento da empresa familiar

De acordo com Gallo e Ribeiro (1996), a empresa familiar passa por

etapas, fases ou estágios, que apresentam profundas diferenças em relação às

empresas não familiares.

A primeira fase é a criação da empresa, onde se encontra presente o

fundador com uma idéia de produto. O desenvolvimento predomina através da

criação de meios para a colocação do produto e o recrutamento de empregados

familiares ou não-familiares de confiança.

A segunda fase é a do crescimento e desenvolvimento caracterizada pela

incapacidade do fundador em gerir todos os componentes do negócio, cuja

preocupação é em transmitir os seus valores e a sua visão dos negócios da

empresa aos colaboradores, principalmente aos familiares. A delegação de

responsabilidades, a retirada, a transição de posse, a distribuição do valor

acrescentado, são fatores que predominam nesta fase.

A terceira fase é a da maturidade, a empresa é um sistema complexo e o

sucessor tem normalmente uma formação acadêmica e profissional diferente do

fundador, tendo uma visão sobre a trajetória da empresa é diferente, acentuando

conflitos internos.

Na última fase da empresa familiar a organização vai-se debater com a

necessidade de abandonar o “nicho” mercadológico em que se instalara e

responder, de uma forma competitiva, às exigências do ambiente. A gestão vai

deixar de ser tipicamente familiar para se transformar numa gestão profissional,

através de uma procura de capital adicional, decidindo a empresa abrir as “suas

portas” ao capital público, normalmente através da emissão de obrigações/ações. A

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seleção e o recrutamento de gestores profissionais para eventuais lacunas dos

membros familiares dirigentes nas áreas de marketing, finanças, contabilidade e

informática.

2.4 As empresas familiares no cenário econômico

As empresas familiares são a grande maioria em todo o mundo. De

acordo com Gersik et al. (1997), 80% de todas as empresa do mundo são

familiares.

No cenário mundial, as empresas controladas e administradas por

famílias são responsáveis por mais da metade dos empregos e dependendo do país

geram de 50 a 75% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo Santos (1997), mais de

50% do PIB americano é gerado por empresas familiares e que mais de um terço

das quinhentas companhias mais bem sucedidas nos Estados Unidos é familiar.

Rocha (2001) cita resultados de pesquisas, segundo os quais as

empresas familiares nos Estados Unidos são responsáveis por 50% dos bens e

serviços produzidos. Na Itália, este percentual cresce para 90% e, na Suécia, chega

a alcançar 99%. Relativamente ao percentual de empregos gerados, este autor

observa que, na Alemanha, as empresas familiares são responsáveis por dois terços

do emprego industrial e, na Grã-Bretanha, estas são responsáveis por 50% do total

de empregos.

No Brasil, a história da economia brasileira foi escrita em boa parte por

empresas familiares. Basta lembrar de nomes como Votorantim, Gerdau, Pão de

Açúcar, Randon, Itaú entre outros. A influência e a participação das empresas

familiares na geração de empregos e na participação do PIB é de suma importância

para o desenvolvimento do País. Algumas pesquisas mostram que as empresas

familiares geram cerca de 2 milhões de empregos, tem participação no PIB em cerca

de 12% no agronegócios, 34% na indústria e 54% no ramos de serviço e dentre as

sete e oito milhões de empresas que o Brasil possui, 90% são empresas familiares,

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principalmente as pequenas e médias empresas. Grandes empresas familiares

também têm destaque no cenário nacional como o Grupo Pão de Açúcar, Abril,

Andrade Gutierrez, Coteminas, Globo, Gradiente, Klabin, Odebrecht, Sadia, Vicunha e

Votorantim.

2.5 Mortalidade e fatores de sucesso nas empresas familiares

Segundo Lodi (1998), tem-se que 50% das empresas familiares não

sobrevivem à passagem da primeira para a segunda geração, do fundador ao

sucessor, e 34% não sobrevivem da segunda para a terceira geração, cada etapa de

transição gerencial modifica a forma como se pensa e se conduz a empresa. O autor

aborda alguns motivos que levam as empresas familiares a falirem:

[...] a família não estava preparada para entender a empresa; a

atitude dos familiares foi de dilapidação do patrimônio; o fundador

consumiu suas energias na construção do império e não teve tempo

para educar os filhos. A profissionalização descaracterizou a

empresa familiar, após a idade de ouro do fundador, não se

conseguiu uma reorganização satisfatória; na última fase da vida, o

fundador deixou sua crise existencial dilacerar a organização; não há

um sucessor preparado ou não há consenso na família sobre qual

dos pretendentes deve assumir; a rivalidade entre irmãos desorienta

os profissionais (LODI, 1998, p. 04).

A sucessão, independente do porte, segmento ou nacionalidade das

empresas, representa uma fase complicada na vida das empresas familiares, porque

envolvem a transferência de capital e de poder. Segundo Antonialli (2000), o

processo sucessório em empresas familiares envolve bem mais do que uma simples

transmissão de cargo envolve a família do fundador, os fornecedores, clientes e até

os funcionários das mesmas.

Na visão de Bernhoeft (1988), o encaminhamento do processo sucessório

em empresas familiares tem uma influência na sobrevivência e expansão das

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mesmas. Ainda segundo o autor, a divergência entre sócios, o desinteresse dos

sucessores e até um número excessivo destes, torna o assunto muito complexo, e

muitas empresas familiares não resistem ao tempo para a solução de tais conflitos,

pois estão expostas às pressões ambientais (concorrência, evolução tecnológica,

alterações no comportamento consumidor) e acabam desaparecendo (falência,

venda dos ativos para terceiros, partilha entre os sócios).

Para Oliveira (2006) as principais causas das mortes das empresas

familiares são: concentração, por tradição, em um produto específico, do qual não

conseguem sair quando o ciclo de vida desse produto entra em declínio; falta de

planejamento estratégico estruturado; conflito familiar e sucessão.

Além dessas questões, as empresas familiares encaram os mesmos

desafios enfrentados por qualquer outra empresa. Isso pode ser agravado pelo foco

em um único negócio, que reduz a capacidade de redefinir a estratégia empresarial

para atender a mudanças nas condições de mercado.

De acordo com uma pesquisa realizada em pequenas empresas

familiares, Vidigal (2000) afirma que o principal fator crítico de sucesso, é a

reconcentração do controle acionário, que pode ser caracterizado por qualquer

movimento no sentido de diminuir o número de acionistas, seja por exclusão de

alguns herdeiros da herança, seja pela venda de ações entre os membros da

família, seja por qualquer outra modalidade.

Para Gonçalves (apud RIBEIRO, 2001), a sobrevivência das empresas

familiares e nacionais está vinculada à capacidade de se fazerem contemporâneas.

Isso envolve decisões de crescimento, capitalização, investimento, formação de

parcerias e, sobretudo, profissionalização, com limitações dos interesses da família,

de maneira a garantir que os desejos da família não comprometam o

desenvolvimento do negócio.

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CAPÍTULO III

PROFISSIONALIZAÇÃO DA EMPRESA FAMILIAR

3.1 Da administração familiar à administração profissional

A profissionalização é um dos temas mais freqüentes nos estudos sobre

empresa familiar. Segundo Ricca (2007), anteriormente, a inflação cobria qualquer

erro de administração; hoje, com a concorrência, a globalização, a exigência de

melhores produtos e serviços e a baixa margem de lucro, o que conta é a

profissionalização, principalmente da tomada de decisão. De acordo com o autor:

A globalização no contexto atual indica a necessidade crescente de

profissionais altamente qualificados, técnica e experimentalmente,

para bem administrar, com vistas a um mercado de elevados índices

de competitividade. Muitas empresas familiares cresceram e

tornaram-se complexas, exigindo uma administração profissional

(RICCA, 2007, p. 5).

De acordo com Davel e Colbari (2000), a profissionalização se coloca

como um processo inevitável nas organizações familiares, devendo ocorrer pela

necessidade da empresas de promover melhor organização operacional, ou mesmo

pelo afastamento do(s) empreendedor(es), e o adequado tratamento da questão do

processo sucessório.

Para Lodi (1998, p. 25), em termos mais amplos, a profissionalização

pode ser compreendida como

o processo pelo qual uma organização familiar ou tradicional assume

práticas administrativas mais racionais, modernas e menos

personalizadas; é a adoção de um determinado código ou de

conduta num grupo de trabalhadores; é a substituição de métodos

intuitivos por métodos impessoais e racionais; é a substituição de

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formas de contratação de trabalho arcaicas ou patriarcais por formas

assalariadas.

Ou seja, quando nos reportamos à profissionalização, entendemos que

seria a substituição de ações empíricas pelos gestores das organizações em prol da

utilização de técnicas e ferramentas mais racionais e com base em informações

científicas, apuradas através do estudo e testes práticos. Pode-se ir mais além,

significa a modificação dos próprios gestores da organização, que deixaria de ser

uma administração tipicamente familiar e passaria para uma administração

profissional, passando de métodos intuitivos para métodos impessoais e racionais,

deixando aquela concepção de “amor” à organização que por várias vezes “cega” os

gestores familiares em suas decisões, adotando uma direção focada em valorizar o

crescimento da organização e a criação de riqueza, observando “criação de riqueza”

como o aumento dos ganhos dos proprietários. O ponto frágil que leva grande parte

das empresas à falência é a falta de gestão. Daí a importância do profissional de

administração.

Para Lodi (1998), a profissionalização da empresa familiar implica em três

pontos básicos: a) o sucesso em integrar profissionais familiares na direção e na

gerência da empresa; b) o sucesso em adotar práticas administrativas mais

racionais; c) o sucesso em recorrer à consultoria e à assessoria externa para

incorporar sistemas de trabalho já exitosos em empresas mais avançadas ou

recomendadas nas universidades e nos centros de pesquisa.

Rocha (2001) entende a profissionalização, no âmbito da gestão

organizacional, como “um processo de evolução em direção a um nível de maior

formalidade, que pode ser traduzido em termos do desenvolvimento da estrutura

organizacional”. Para este autor, o processo de profissionalização se caracteriza

pelo predomínio da racionalidade funcional, da delimitação da autoridade na

organização, de exigências de qualificação para preenchimento de cargos na

organização e pela maior documentação das ações administrativas.

Floresta (1999) aponta o processo de profissionalização da administração

como o caminho pelo qual as estratégias de coordenação de atividades e esforços

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organizacionais adotados vão se formalizando, à medida que a empresa vai

passando pelas diferentes fases de crescimento. Ainda segundo a mesmo autora, a

profissionalização representa duas grandes frentes de ação: o processo de

delegação de responsabilidades e o grau de formalização dos mecanismos

utilizados para o controle das atividades no interior da organização.

Dessa forma, o processo de profissionalização da gestão da empresa

familiar tem como aspectos fundamentais: descentralização dos poderes; gestores

profissionais selecionados no mercado com vivência e perfil para enfrentar desafios;

formalização de instrumentos de gestão; planejamento estratégico e visão de longo

prazo; controles e instrumentos de governança; estrutura organizacional compatível

com a operação.

Para Pádua (1998), a profissionalização começa a ocorrer quando a

organização deixa de ser apenas "um negócio da família" para tornar-se uma

empresa profissional. Ainda segundo este autor, a partir da profissionalização a

separação entre a propriedade e a gestão passa a ser percebida com mais clareza.

De acordo com Bezerra (2000), a profissionalização da empresa familiar é

um fator importante para a sua continuidade e crescimento do negócio, significando

ter uma postura profissional em todos os departamentos administrativos da

empresa, e se orientar através de indicadores que sejam muito confiáveis, onde

todos devem executar o seu papel corretamente, e o mesmo é cobrado pelos seus

resultados e tem que lutar pelo seu espaço na empresa.

Ademais, aliado à experiência do executivo profissional inserido na

empresa familiar, chegam os novos estilos e filosofias de administração, estimulando

a absorção dos mesmos pela empresa de maneira otimizada que permitem

alavancar os resultados (OLIVEIRA, 2006). Assim, a gestão profissional revela sua

importância ao suprir essa deficiência de conhecimentos, aumentando

substancialmente a probabilidade de sucesso de uma empresa, refletindo na

permanência desta no mercado.

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3.2 A gestão profissional no planejamento das pequenas empresas

familiares

Em linhas gerais, planejamento diz respeito à capacidade de organizar e

prever os efeitos de uma série de eventos, atuando assim de forma preventiva às

possíveis conseqüências indesejáveis, resultante dos mesmos. Trata-se de um

instrumento gerencial básico que não é plenamente empregado pelas MPEs. Ocorre

que “empreendedores precisam saber planejar suas ações e delinear as estratégias

da empresa a ser criada ou em crescimento” (DORNELAS, 2001, p. 91).

Assim, dadas as suas peculiaridades, pode-se afirmar, considerando a

visão de Resnik (1991), que as MPEs, na sua maioria, não se planejam a curto nem

a longo prazos. Não planejam, dentre outros, as vendas, a produção, os estoques,

as compras, a mão-de-obra, as despesas, as receitas, os custos, os lucros, as

matérias-primas, as instalações, o caixa e a posição estratégica no mercado.

Dessa forma, essas empresas estão sempre tentando resolver os

problemas quando estes surgem, não procurando prevê-los e se programar para

evitá-los, o que, conseqüentemente, leva-as a assumir uma postura meramente

reativa, em vez de pró-ativa, não se antecipando aos fatos. Com isso, pode-se dizer

que as mesmas não estabelecem metas e estratégias para alcançar as situações

desejadas.

A capacidade em determinar onde está a oportunidade no mercado, a

capacidade de trabalhar com essa oportunidade e moldá-la em atendimento às

necessidades do consumidor e a sensibilidade para manter o risco em níveis

aceitáveis, suavizando o caminho para o mercado, são premissas para que o gestor

da pequena empresa familiar tenha condições de negociar estrategicamente,

tomando decisões acertadas sobre o mercado, e agregando valor ao seu negócio.

Outro aspecto considerado diz respeito as estratégias de marketing a

serem desenvolvidas pelas pequenas empresas familiares, tendo em vista que o

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marketing se apresenta nos dias atuais como uma ferramenta indispensável capaz

de ajudar uma empresa a enfrentar o mercado.

Os conceitos de marketing são bem variados, com alguns voltados para o

lado social e outros para o lado gerencial. Kotler (2000) define marketing como

um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm

o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de

produtos de valor com outros. Esta definição baseia-se nos seguintes

conceitos centrais: necessidades, desejos e demandas; produtos

(bens, serviços e idéias); valor, custo e satisfação; troca e

transações; relacionamentos e redes; mercados; e empresas e

consumidores potenciais.

Desta definição, pode-se destacar a “troca” como principal conceito de

marketing, pois através dela, indivíduos, pequenos grupos, empresas, nações

inteiras conseguem obter o que precisam. Abrindo mão de algo, podem adquirir

outra coisa em seu lugar, motivada pelo maior valor do produto que se adquiriu em

comparação àquele do qual se desistiu.

Portanto, é necessário compreender, planejar e controlar as trocas,

através de pesquisa às necessidades da outra parte, projetando e comunicando

eficazmente uma oferta valiosa, a fim de atender essas necessidades, dentro das

circunstâncias adequadas. É o que se pode chamar de estar no lugar certo, no

tempo certo e com o produto certo. Tudo isso é resumido em outra definição de

marketing:

O Marketing é a análise, o planejamento, a implementação e o

controle de programas cuidadosamente formulados e projetados

para propiciar trocas voluntárias de valores com mercados-alvo, no

propósito de atingir os objetivos organizacionais (KOTLER, 2000, p.

20).

As trocas são provenientes das necessidades essenciais para a

sobrevivência do ser humano. As pessoas necessitam de alimentos, água, vestuário

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e moradia para sobreviver. Possuem também desejos: recreação, educação,

conforto e outros serviços, que se tornam “demandas” quando solucionados pelo

poder aquisitivo.

Assim sendo, o mercado tem por objetivo criar e comercializar produtos

que incluem bens, serviços e idéias para a satisfação dessas necessidades e

desejos. A esses produtos é necessária a agregação de “valor” considerando-se

sempre o seu custo e nível de satisfação alcançado.

É também indispensável no marketing o relacionamento saudável e

satisfatório com partes-chave: consumidores, fornecedores, funcionários e outros

com a finalidade de reter sua preferência e negócios a longo prazo, construindo

sempre relacionamentos comerciais mutuamente rentáveis.

Diante desse pressuposto, o praticante de marketing procura

consumidores potenciais no mercado, os quais devem estar dispostos e habilitados

a realizar troca de valores, satisfazendo suas necessidades e desejos, visando ao

lucro de ambas as partes.

Kempenich (1997) acredita que esta seja a melhor visão do marketing:

Preciso conhecer o meu prospect. Antes dele, o meu suspect –

aquele que eu acho que consome o meu produto, mas não tenho

certeza. O meu prospect é aquele que consome o produto que eu

fabrico, mas também consome o de outra empresa. Só quando ele

consome um produto da minha empresa é que se transforma num

cliente.

As pequenas empresas familiares precisam, hoje, compreender a ligação

que existe entre as preferências do cliente e a possibilidade de atender as suas

necessidades. É preciso traçar estratégias permanentes de acompanhamento das

forças que regem o mercado e que têm influência direta nas empresas.

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Segundo Michael Porter, existem cinco forças que influenciam a

organização: a força do concorrente, a força do cliente, a força do fornecedor, a

força do entrante e a força do substituto.

A força do concorrente é determinada pelo preço, qualidade, distribuição,

atendimento e constância na oferta de seus produtos. A empresa precisa conhecer a

fundo a concorrência, inclusive seus custos, estrutura, organização, sistemas e

métodos para que possa competir no mercado.

A força do cliente é determinada pela sua necessidade, poder aquisitivo,

satisfação na compra e preferência pelo produto. Em outras palavras a empresa

precisa conquistar o cliente de maneira que o mesmo lhe seja fiel.

O fornecedor também deve ser observado, para que a empresa conheça

seus pontos fracos e vulnerabilidades perante o mercado, pois o fornecimento de

matéria prima ou qualquer tipo de produto não pode ser interrompido. É

aconselhável que a empresa possua mais de um fornecedor, porque na falta de um,

o outro suprirá suas necessidades.

O entrante é um potencial concorrente que não está no mercado, mas

tem potencial de entrada. Assim sendo, torna-se fundamental para o sucesso de

todo empreendimento o planejamento das estratégias de marketing, que consiste

num processo de análise dos objetivos e capacidades da empresa, e de

desenvolvimento e manutenção de estratégias de atuação, englobando desde a

análise do mercado até as estratégias de promoção em si.

Mais do que simplesmente definir planos comerciais imediatistas,

comprometidos somente em promover a venda do próximo produto, um correto

planejamento estratégico induzirá ao fortalecimento da pequena empresa familiar

como organização competitiva, sintonizada com as modificações da sociedade em

que está inserida e garantindo sua longevidade no segmento de mercado em que

atua.

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O papel do planejamento estratégico deve ser o auxílio direto à

operacionalização da estratégia e de suporte ao modelo de negócio, atuando

proativamente para o mapeamento de potenciais problemas de cunho estratégico.

Convenientemente deve-se oferecer a qualificação necessária para tal. O

planejamento estratégico deve ainda focar os recursos e principais ações para a

consecução dos objetivos e metas da organização, isto principalmente para as

pequenas empresas pode significar o diferencial entre manter-se prosperando ou

enfrentar uma série de problemas estruturais.

O planejamento estratégico pode seguir basicamente os seguintes

passos:

- Análise do consumidor

O objetivo da análise do consumidor é identificar segmentos ou grupos de

uma população com necessidades e/ou desejos similares, a fim de que os esforços

de marketing possam ser dirigidos especialmente a eles.

- Análise do mercado

Se este não for grande e acessível o suficiente para justificar a sua

exploração, o produto sofrerá sérios problemas com a comercialização, geralmente

redundando em fracasso de vendas e acarretando sérios danos à saúde financeira

da pequena empresa familiar.

- Análise da concorrência

É importante que empreendedor esteja bem informado a respeito de

como as outras empresas, que atuam no mesmo mercado, estão agindo e quais são

os pontos chave em que procuram se destacar.

- Avaliação dos fatores econômicos

Uma avaliação econômica mal dimensionada pode fazer com que todo o

planejamento das estratégias de marketing precise ser refeito no momento da

revisão. O que basicamente interessa ao empreendedor é que, no final da avaliação

desses planejamentos, ele possa ter a convicção de que encontrará o ponto de

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equilíbrio entre os custos despendidos com a obra e a receita proveniente da

comercialização dos mesmos.

- Criação do marketing mix

Padilha (2003) define marketing mix ou composto mercadológico como o

conjunto de todas as políticas que constituem a atividade comercial da empresa.

Várias variáveis fazem parte do composto mercadológico, que são agrupadas de

diversas maneiras, sendo, entretanto, mais popularizada a sugerida pelos

americanos, conhecida como os quatro P’s: produto, preço, praça e promoção. Além

destes, o processo de execução, as pessoas, os parceiros e o pós venda foram

acrescentados ao longo do tempo, em se tratando de serviços.

Dessa forma, a pequena empresa familiar deve elaborar seu plano de

promoção e dos produtos, apresentando quais são os veículos de marketing que

pretende utilizar e explanando como esses veículos passarão a mensagem das

qualidades dos produtos para os consumidores.

Do ponto de vista financeiro, as pequenas empresas familiares, em sua

maioria, não fazem previsões orçamentárias que permitam vislumbrar quadros

futuros, buscando uma preparação para as implicações que estes poderão lhes

proporcionar. Por analogia, pode-se inferir que orçamento de vendas, de caixa, de

produção, de matérias-primas, mão-de-obra, etc., são, em algumas empresas

familiares, equivocadamente dispensados por seus fundadores.

Existem vários modelos orçamentários que podem ser utilizados e

executados pelo gestor da pequena empresa familiar. Instrumentos simples, como

os fluxos de caixa, por exemplo, podem auxiliá-los na confecção dos orçamentos de

caixa, na medida em que planejar tais fluxos significa prever futuras entradas e

saídas de dinheiro da empresa num dado espaço de tempo.

Resnik (1991) destaca as condições decisivas para o sucesso e

sobrevivência das pequenas empresas, ressaltando também a necessidade da

manutenção dos registros e controles contábeis necessários para que estas possam

planejar o futuro consubstanciadas em informações.

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Sobre o planejamento, Olívio et al. (2003), de forma convergente às

condições destacadas por Resnik (1991), afirmam que é de vital importância para o

sucesso empresarial, não sendo necessário ser demasiadamente sofisticado,

bastando apenas ser realista e prático. É preciso destacar que o planejamento não é

somente de caráter financeiro, pois cabe, sim, planejar a empresa como um todo.

Assim, de forma complementar à visão de Resnik (1991), Olívio et al. (2003, p.37)

afirmam que:

[...] é necessário ter bem definida a razão da existência da empresa,

para que vai servir o negócio e qual o público a ser atendido. Desta

forma, estará definindo o que ela vai ser, a sua missão, e isto precisa

ser divulgado para a clientela, para a força de trabalho, para o

mercado e para a comunidade.

Dessa forma, deve-se definir onde se quer chegar, sem adivinhações.

Toda empresa deve saber para onde vai, o que pretende ser e obter num

determinado período de tempo, estabelecendo sua visão empresarial e

conscientizando a força de trabalho sobre a mesma, para que todos os esforços

estejam direcionados ao mesmo alvo.

Sendo o planejamento uma das condições enumeradas por Resnik

(1991), corroborado pela visão de planejamento num nível mais amplo no ambiente

empresarial (e não somente o financeiro), observado em Olívio et al. (2003), cabe

ressaltar que as pequenas empresas, familiares e não familiares, que utilizam este

instrumento criam um diferencial importante em relação às demais no que tange à

administração dos seus problemas e à própria sobrevivência no mercado, pois um

planejamento bem elaborado torna a gestão mais fácil, com todas as partes

interessadas sabendo onde se deseja chegar e como chegar. Tudo é definido

mediante objetivos e metas, e todos passam a ter responsabilidades definidas,

ficando mais fácil avaliar a condição do negócio, por meio de indicadores de

desempenho anteriormente estabelecidos em nível de planejamento.

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CONCLUSÃO

As pequenas empresas exercem papel fundamental na estrutura

econômica nacional. No entanto, é alta taxa de mortalidade destas por motivos

variados, tais como falta de capacidade gerencial, falta de capital de giro e logística

operacional, falta de crédito bancário, políticas públicas inadequadas, entre outras.

Nas pequenas empresas familiares, o sucesso destas está ligado aos

vários estádios da sua vida e da sua gestão relativamente a algumas variáveis

determinantes, tais como: a sua propriedade/gestão, a sua continuidade/sucessão, o

acesso/utilização do capital e à gestão dos recursos humanos. Este sucesso por

vezes está muito ligado à ação dos seus fundadores que, nem sempre, conseguem

tomar as decisões mais corretas em todas as vertentes, face à evolução acelerada

dos mercados e da tecnologia, à maior qualidade nos produtos exigida pelos clientes

e à ação da concorrência.

Esses fatores aliados a abertura dos mercados, a globalização e a

competição acirrada, faz com que as pequenas empresas familiares repensem seus

modelos de gestão, tornando necessária a presença de profissionais com padrões

dinâmicos para vencer dificuldades, aproveitando as oportunidades oferecidas, com

o objetivo de melhor identificar suas fraquezas e potencialidades, buscando

estratégias que lhe dêem maior agilidade e poder competitivo no mercado no qual

atuam.

Dessa forma, o dirigente da pequena empresa familiar se quiser

permanecer no mercado, deve encarar a profissionalização da sua empresa de

frente, buscar soluções empresariais de modo a aumentar o poder de competição,

estabelecer um fluxo eficiente e ágil de informação e manter um quadro funcional

eficiente e comprometido com os valores e objetivos organizacionais. É preciso que

todos tenham a consciência de que a empresa esteja sempre em primeiro lugar, que

cada um realize o seu trabalho com o máximo de responsabilidade e

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profissionalismo possível, onde cada área e gestor sabem o seu dever, e que será

cobrado por isto.

A profissionalização da gestão é considerada um imperativo para que a

empresa familiar seja bem-sucedida. Para que isto seja possível, é necessário que

os cargos estratégicos da pequena empresa familiar sejam ocupados gestores

profissionais, com competência comprovada, independentemente de pertencerem à

família ou não, sendo as decisões sejam tomadas com base em indicadores

confiáveis e não intuitivos, ou seja, torna-se não apenas importante, mas também

necessário planejar estrategicamente as ações, organizá-las e coordená-las.

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47

ÍNDICE

DEDICATÒRIA................................................................................................ 03

AGRADECIMENTOS....................................................................................... 04

RESUMO......................................................................................................... 05

METODOLOGIA ............................................................................................. 06

SUMÁRIO........................................................................................................ 07

INTRODUÇÃO................................................................................................. 08

CAPÍTULO I

AS EMPRESAS DE MICRO E PEQUENO PORTE NO BRASIL...................... 10

1.1 Definição de micro e pequena empresa................................................ 10

2.2 As micros e pequenas empresas no cenário econômico nacional........ 11

1.3 Mortalidade e fatores de sucesso nas micro e pequenas empresas..... 13

1.3.1 Fatores condicionantes da mortalidade das micro e pequenas

empresas...............................................................................................

13

1.3.2 Fatores determinantes de sucesso das micro e pequenas

empresas...............................................................................................

16

CAPÍTULO II

A EMPRESA FAMILIAR..................................................................................... 20

2.1 Origem, conceito e características......................................................... 20

2.2 Forças e fraquezas da empresa familiar................................................ 24

2.3 Etapas no desenvolvimento da empresa familiar.................................. 26

2.4 As empresas familiares no cenário econômico...................................... 27

2.5 Mortalidade e fatores de sucesso nas empresas familiares.................. 28

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CAPÍTULO II

PROFISSIONALIZAÇÃO DA EMPRESA FAMILIAR........................................ 30

3.1 Da administração familiar à administração profissional......................... 30

3.2 A gestão profissional no planejamento das pequenas empresas

familiares......................................................................................................

33

CONCLUSÃO.................................................................................................... 40

BIBLIOGRAFIA.................................................................................................. 41

ÍNDICE.............................................................................................................. 46

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes

Título da Monografia: A importância de um gestor em uma pequena empresa

familiar

Autor: Débora de Castilhos Marques

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