A IMPORTANCIA DA L1TERATURA INFANTIL NA FORMAr,;AO...

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UNIVERSIDADE. TUIUTI DO PARANA EDNEIA FLORENCIO RIBEIRO A IMPORTANCIA DA L1TERATURA INFANTIL NA FORMAr,;AO DA CRIAN<;A

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UNIVERSIDADE. TUIUTI DO PARANA

EDNEIA FLORENCIO RIBEIRO

A IMPORTANCIA DA L1TERATURA INFANTIL

NA FORMAr,;AO DA CRIAN<;A

EDNEIA FL()RENCIO RIBEIRO

A IMPORTANCIA DA LlTERATURA INFANTIL

NA FORMA<;;Ao DA CRIANC;:A

Trabalho de conclusflo de curse apresenladocomo requisito parcial para a obten~o de grau nocurse de Pedagogia da Faculdade de Ci~nciasHumanils, Letras e Artes da Universidade Tuiutido Parana.

Prof. Orietadora: Maria Elisa S. Winkelmann

CURITIBA2005

1£ Universidade Tuiuti do Parana~u~

FACULDADE DE CI~NCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

Curso de Pedagogia

TERMO DE APROVA<;:AO

NOME DO ALUNO: EDNEIA FLORENCIO RIBEIRO

TfTULO: A importancia da literatura infantil na forma~ao da crian~a

TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO APROVADO COMO REQUISITO PARCIAL

PARA A OBTEN<;:AO DO GRAU DE L1CENCIADO EM PEDAGOGIA, DO CURSO DE

PEDAGOG lA, DA FACULDADE DE C1ENCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES, DA

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA.

MEMBROS DA COMISSAO AVALIADORA:

PROF(a). MARIA EUS~ SOK02eE~1 WINKELM7~ // fi

ORIENTADOR(A) hlh(l'~J't I ~./I-~

PROF(a). OLGA MARIA SILVA MATTOS ,1I!1l/!Ti1 .• ,.'MEMBRO DA BANCA jl U3L~

#;lkc,~.j:-L·PROF(a) MARISTELA HEIDEMANN IAROZINSKI

MEMBRO DA BANCA

DATA: 05/12/2005

?MEDIA: ,. _

CURITIBA - PARANA

2005

Agradetyo a Deus que me sustentou e me capacitou

para que e J pudesse chegar ate aqui. Agradec;o a minha

ma.e que me c:poiou em todos os momentos, ao meu marido

e aos me us filt os que souberam entender a minha aus~ncia.

Agmdec;o a minha querida orientadora, professora

Maria Elisa, que caminhou ao meu lado e mostrou a

melhor caminho para comevarrnos a trilhar as

prilToeiros passos de urna educa9ae significativa e,

IT.e fez acreditar que de tude somas capazes.

Nunca abando le seus sonhos, pois,

se eles partinm, voce continuan3

existindo, mas tera deixado de vjver.

(Autor desconhecido)

SUMARIO

RESUMO

1. INTRODU~AO 08

2. REFERENCIAL TEORICO 10

21 ORIGEM DA LlTERATURA INFANTIL ..

2.2 CRIAN~A E A LlTERATURA ..

2.3 LlVRO INFANTIL E A REALI DADE ATUAL ...

. 10

. 12

.. 15

2.4 A LlTERATURA INFANTIL NO DE'3ENVOLVIMENTO DA CRIAN~A 16

2.5 PEQUENOS SEGREDOS DO COIHADOR DE HIST6RIAS 21

2.6 A HIST6RIA INFANTIL E AS FAIXAS ETARIAS ...

2.6.1 Escolhendo melhor as hist6rias ..

2.7 OS PIONEIROS DA LlTERATURA INFANTIL .40

....24

...................... 25

2.8 ESTRATEGIAS PARA SE CONTAR HIST6RIA 30

3. METODOLOGIA ... .. ..32

3.1 CAMPO DE ESTUDO .. . 33

3.2 PARTICIPANTES ... ............ 35

3.3 INSTRUMENTO ... . 35

4. APRESENTA~AO E ANALISE DOS DADOS 36

5. CONSIDERA~6ES FINAIS . .. 41

REFERENCIAS 43

ANEXOS 47

RESUMO

Est'e trabalho tern como objetivo, verificar a importancia da literaturainfantil na forma9Ao da crianl';a. E a sua a contrlbuic;Ao nas diversashist6rias infantis, despertar 0 g05tO pela leltura para que ela se torneespontfmea e prazerosa e incentivar as educadores a fazerem usadesta importante ferramenta pedagogica. Atraves da pesquisaqualitativa, aplicada atraves de questionarios para professores do jardimIII realizada para este estudo, foi p')ssivel identificar claramente que ashistorias facilitam a comunic8yao e constrw;;ao do conhecimento. AcrianC;8 comet;:a a compreender a linguagem escrita e a interpretagaoatraves das historias, alem de termos a possibilidade de formarmosfuturos leitores. to destacado tambem a import~ncia do contador dehist6ria que, dependendo de SLIB narrativa ira conquistar as seusQUI/intes. 0 enriquecimento deste estudo se deu com a utiliza9ao devasta bibliografia existente na area

Palavras - chave: Uteratura Infanti!. emo<;l!o,conta9ao de historia.

1. INTRODUCAO

Pretende-se com este trabalho verificar a importancia da Uteratura Infanti! na

formac;Ao da crianc;a. E, como a literatura infantil pod era auxiliar os professores em sala

de aula.

E por essa razAo que este trabaillo busca apontar, atraves das historias para as

crianc;as, 0 mundo maravllhoso, cheio de fantasias e imaginac;ao, buscando de maneira

ludica, despertar 0 905tO pela leitura, associando ao mundo maravilhosQ, rico em

fantasias e em recursos poeticos.

As hist6rias podem levar as crianc;as a serem futuros apreciadores da leitura e

esse g05tO pade fazer parte inseparavel de suas vidas para sempre, tornando-a

autora, e ouvinte de belas histarias que encantam e ja conquistaram muitas Qutras

gerac;Oes.

Ao ler e ouvir uma hist6ria a criallc;a desenvolve todo seu potencial critico e isso

a leva a pensar, questionar, ficar curiosa querendo saber mais, perceber se gostou ou

nao do que ouviu, ou ate nao gostar da hist6ria, achar sem grarya e cansativa.

As crianc;as gostam muito de olvir historias e os educadores podem, des sa

maneira, fazer uso deste rico instrumento pedagogico para desenvolver atividades

pr.Hicas e ludicas para 0 aprimoramento da capacidade de interpretac;ao , comunicac;ao,

expressao, enriquecimento do seu vocabulario, facilitando a expressao de suas ideias.

E possivel, de uma forma significativa, interagir na historia ,com 0 enredo,

apreciar 0 conteudo e mostrar para a cr;anc;a que tudo que foi imaginado e falado pode

ser escrito e que a Literatura Infant I e urn lugar para criac;ao, imaginaC;30, e a

constru,M de ideias e de conhecimenlo<

A Uteratura Infantil proporciana ,'0 imaginiuia do pequeno leitor a apartunidade

de interagir com agentes socializantes da vida real (familia, escola, professor,

vizinhancra, camunidade religiosa) e com sua propria natureza psicologica. E claro

porem, que esse process a de interacrac e subjetivo, ninguem garante que formara um

amante de livros.

E importante para a formacr~o de qualquer crian93 auvir muitas historias. Escuta-

las e a inicio da aprendizagern para ser urn leitor, e ser leitor e ter urn caminho

absolutamente infinito de descoberta e de compreens~o do mundo. Senda assim, e

fundamental que as educadores fac;am lIsam desta maravilhosa ferrarnenta que tem em

maos, tad as as dias, pais so assim poderao mostrar aos seus educandos as

encantamentos que 56 uma leitura pode transmitir.

E ouvindo historias que se pode .3entir emoc;.oes importantes, como a tristeza, a

raiva, a irritac;ao, a bem-estar, a medo, a alegria, a pavor, a inseguranc;.a, a

tranqOilidade, e tantas outras coisas mais, e viver profundamente tudo a que as

narrativas provocam em quem as ouve -- com toda a amplitude, significancia e verdade

que cada uma delas fez (au nao) brotar. Pois e ouvir, sentir e enxergar com os olhos do

imaginario.

Esse estudo mostra a importAncic; da hist6ria na vida da crianrya, investiga meies

de conseguir a aten9~o delas em ouvi-Ia e ainda contribui com a trabalho des

educadares, pais analisa como as hist6rias s~e excelentes ferramentas de trabalhe na

tarefa de educar. Infelizmente, ainda tem professores que nao fazem usc da Literatura

Infantil como ferramenta pedag6gica ~, agindo assim, deixam de construir futures

leitores, au melhar dizendo, deixam de (Of mar cidadaos que saberAo ter suas pr6prias

opini6es sabre a munda que as cercarn.

10

2. REFERENCIAL TEORICO

2.1 ORIGEM DA L1TERATURA INFANTIL

As pessoas comet;:aram a contar historias desde que desenvolveram a

capacidade da fala. Na Antiguidade, lodos eram contadores de hist6ria. Alem de servir

para veneer 0 h~dio, era uma forma muito afetiva de se reunirem. Com 0 tempo a

historia tornau-se narrativa envolvendo mais pessoas e elementos. Os contadores

enta.o passaram a falar de herois, lendas e mitos.

A arte evoluiu naturalmente, pois se alguns gostavam de contar hislorias, Quiros

preferiam ouvi-Ias. Para Coelho, ·0 impulso de contar estorias deve ter surgido no

homem no momento em Que sentiu necessidade de comunicar aDs Quiros certa

experi~ncia sua, que poderia ter significel'ao para todos" (COELHO, 1991, p. 13).

Atraves dos manuscritos au das narrativas transmitidas oralmente elevadas de

uma terra para outra, de urn povo pai.l outro, par sabre distAncias incriveis, que as

homens venciam em montarias, navega~Oes au ape, - a inven9ao literaria de uns e de

Qutros vai sendo comunicada, divulgada, fundida, alterada.

Com a forc;;:ada religiao, com 0 instrumento civilizador, e de se cornpreender 0

carater moralizante, didatico, sentencioso que marca a maior parte da literatura que

nasce nesse periodo, fundindo 0 lastro oriental e 0 ocidental. No fundo e sempre uma

literatura que divulga idea is que busca ensinar, divertindo, num momenta, em que a

palavra literaria (privilegio de poucos e d,fundida pel os jograis, menestreis, rapsodos,

trovadores) era vista como atividade surerior do espirito: a atividade de um hornem que

tinha 0 conhecimento das coisas. (COELHO, 1991, p.33)

II

Toda a nac;ao se orgulha de SLas proprias hist6rias, tradic;Oes e lend as pais

retrata sua cultura, sua historia e par isso luta para preserva-Ia. "Descobriu..se assim

que a palavra desde sempre impOs~se aos homens como algo magica, como urn poder

misterioso que tanto poderia proteger quanta ameac;ar; construir OU destrui(.

(COELHO 1991 p.13).

Contar historias e uma atividade. que continua ate as dias de hoje a entreter

crianc;as e jovens, passando ensinamer-tos. No momento ern Que a historia e contada

se forma urn elo entre 0 contador e as crianc;as e jovens, numa sociedade ande as pais

vivem muito ocupados e os meios de entretenimentos sao as filmes e TVs.

As hist6rias contadas tornam-se de grande valor; as crianc;as aprendem a ouvir e

a visualizar a hist6ria em sua ima,gina<;ao. Acreditam em magicas e creem que um beijo

pode realmente transformar um sapo em principe. Sabem diferenciar a justiya da

injusti<;a bem como notar a relayao entre 0 que e permitido e 0 que e proibido.

A hist6ria, na forma<;ao da crian<;a, e 0 inicio da aprendizagem para ser urn

leitor e ser leitor e ter um caminho absolutamente infinito de descoberta e de

compreensao do mundo alem de estitnular 0 raciocinio, a imagina<;ao e aumentar 0

senso critico (ABRAMOVICH, 1998, p. 16).

E ainda na inffmcia que se da inicio do g05to pela leitura e e na crian<;a que

estao todas as potencialidades e disponibilidades para 0 prazer da leitura. E,

exatamente por essa razao , que desejamos, atraves da leitura, abrir para a crian<;a as

janelas de urn mundo maravilhoso, rico em fantasias e imagina<;ao.

Com a surgimento da literatura infontil iniciou-se uma nova vi sa.o da inf~ncia na

sociedade e da reorganiza<;ao da esc )\<1. ~ a partir do secul0 XVIII que "a crian<;a

passa a ser considerada um ser diferenU clo adulto, com necessidades e caracterislicas

12

proprias, pelo que deveria distanciar-f;e da vida dos mais velhos e reeeber uma

educal'~o especial que preparasse para a vida adulta"(CUNHA 1997, p. 22).

Entretanta, a literatura passou p')r diversas mudanyas em cada epoca que se

destinou as crianc;as, sobre as quais lemos ai 0 significado de sabermos como a

crianya era vista nessas diferentes epor.as, tanto pelo adulto quanta pel a escola, para

podermos entender 0 significado da crialH;a e a literatura.

Na.o havia separac;::ao alguma entre 0 mundo adulto e a mundo da crianc;a,

trabalhavam e viviam juntas com as adultos; nao eram bern traladas, muitas morriam, jil

que as adultos, tratavam-nas com hostilidade, nao haviam la905 afetivQs, pois a crianc;a

era pouco considerada e a figura materna nao se fazia presente nos primeiros dois

anos de vida.

Passados os cinco ou sete primeiros anos, a crianc;a se fundia sem transic;~o

com os adultos: esse sentimento de urn;) infancia curta persistiu ainda por muito tempo

nas classes populares (ARIES 1997 p. 137).

A passagem da infflncia para a vida adulta se fazia quase sem nenhum cuidado

especial, a crianc;a era ainda vista como urn adulto em miniatura, dai, as raros livros

escritos eram especial mente para Ie-itores da faixa intermediaria: puberdade e

adolescencia e muito poucos destinado~; as crian(fas.

2.2 A CRIAN<;A E A LITERA TURA

Oesde muito cedo a crianc;a ja 905ta de ouvir hist6rias que atuam como

instrumenlo de grande valia na importanc.ia do senso critico porque por meio delas as

13

crianc;as passam a ter conhecimento de- situa<;oes distantes da sua realidade, uma vez

que podem conhecer 0 mundo atraves de diferentes culturas, classes sociais, ra<;as e

costumes.

Essa atividade deve ser praticada espontaneamente pela crianc;a e nao como

algo impasto pelo adulto. No momento tm que preparamos uma hist6ria para a crianc;a

que ela realmente goste e que sente qUE foi preparada com carinho para ela, ha chance

de ter uma postura atenta e participative. Essa postura e percebida quase que unanime

na clientela infanti!.

Quando falamos de hist6ria e unanimidade tambem 0 fata de que ouvir muitas

hist6rias e importante para a formaC;ao de qualquer crianC;:3. Podemos dizer tambem

que e 0 inicio da aprendizagem para ser urn leitor. Isso vai permitir que a crian9C1

perceba come90, meio e fim e que esta contando alga que aconteceu, mesmo que isso

seja uma situac;:ao de faz-de-conta.

Enquanlo diverte as cridnyas, a canlo de fadas esdarece sobre si mesmo, efavorece e de~nvolvimf"nto de sua personalidade. Oferece significado em tan losniveis diferentes. e enric,uece a exisl6ncia da crillnya de l:anlol modos que nemurn livre pode fazer jusllc;:a a murtidlo e diversidade de conlribuK;3o que essesd.o. vidada cri.""" (BETIELHEIM, 1996, p. 20).

As crianc;:as querem saber sempre mais e VaG perce bend a urn deterrninado fato

que acontece primeiro e que gerou auha e que a levou a urn final. Atraves desse fato

que ela comec;:a a lembrar do que ouviu e cria novas hist6rias e ainda perrnite 0 contato

com a linguagem oral e escrita. Quer dj.~er, as hist6rias lidas em voz alta, favorecem a

familiarizac;:ao da crianc;:a com a caracte:'istica da linguagem escrita, que e diferente da

qual usamos para conversar informalme·lh~. Oesse modo alem de arnpliar 0 vQcabulario

\' ..•..

.Z~~l_~;~>"'

14

das criangas, permite que elas descubram e desenvolvam estrategias de

processamento da linguagem lao importantes para seu sucesso na escola.

Quando os professores au os pais leem hist6rias au inventam historias e colocam

as crianc;as como personagens, levam i-1 crianc;a a usar intensamente sua imaginagao.

A crian9a, que atraves da hist6ria, foi convidada a identificar-se com seus protagonistas,

nao 56 recebe esperan9a, mas tambem the e dita que atraves do desenvolvimento de

sua inteligencia ela pode sair~se vitoriosa mesma sabre urn oponente muito rnais forte

(BETTEHEIM 1996, p. 55).

Atraves da hist6ria, a crianya viv ~ncia papeis, isto passa a ser irnportante para

sua socializagao, ela tambem externa er,loryoes par meio dos personagens que auxilia a

esclarecer e a lidar com suas pr6prias 3.ngustias. 0 livre pode fazer parte da vida da

crianc;a mesmo antes dela ter dominio da leitura. A leitura do mundo precede a leitura

da palavra, dai que a posterior leitura d ~sta n~o possa prescindir da continuidade da

leitura daquela.

o mundo da leitura e a mundo de! c.omunicac;ao e da linguagem no sentida mais

ampla. A literatura infanHI pass a a ser uma das realidades interdisciplinares que nas

suas manifestay6es estt:! interligada corn autros mod as de expressao: a movimenta, a

imagem e a musica que vaa formando I:ma bagagem comunicativa das crianc;as desde

seu primeiro cantato com a livra e com .) prazer de auvir hist6rias. Segundo Freire, ( ... )

do ata de ler, que naa se esgota na decodificaC;ao pura da palavra esc rita au da

linguagem escrita, mas que se antec'pa e se alonga na inteligencia do mundo,"

(FREIRE, 1992, p. 11).

15

Dessa forma 0 livro tern um papel fundamental no desenvolvimento da

inteligemcia contribuindo para a bagageril comunicativa da crian9CI: come~a desde seus

primeiros anos e vai evoluindo com a curlosidade leilora diante da vida.

No inicio do desenvolvimento tJa crian9a 0 livra e 56 um brinquedo. E a

presenya do adulto no momento em que ela inicia seu cantata com 0 livra que

conduzira a perceber seu verdadeiro serltido e suas multiplas possibilidades.

2.30 LlVRO INFANTIL E A REALI DADE ATUAL

Hoje jil podemos contar com diferentes materias-primas utilizadas na confec~o

dos livras para as pequenos leitores: JiV! os de lecidos, livras de tela, livras plastificados,

livros com estimulos sonoras. Com 0 r,assar do tempo eles aprenderao a passar as

paginas. Dessa forma podemos ainda c(}ntar com um exercicio de motricidade.

Na verdade, aquele mundo esp&cial se deve a mim como a mundo de minha

atividade perspectiva, par isso mesmo como a mundo de minhas primeiras leituras .Os

Utextos·, as"palavras~ as ~Ietras~ dOiquele contexte - em cuja percepc;:~o me

experimentava e, quanto mais 0 fazia, rna is a aumentava a capacidade de perceber.

(FREIRE 1992, p.12).

Na medida em que a adulto vai contando, explarando a sucessao de paginas

ilustradas. gera informary6es e prazer conforme vai lendo para a crianc;:a. Ela vai

reconhecendo objetos mais familiares E: 0 reconhecimento ja supOe uma relac;:~o entre

a realidade e a sua representac;:ao grafic:1.

16

Dessa forma as crianc;:as ja formam conceitos, fazem generaliza90es e

enumerac;:Oes, VaG elaborando as primeiras associac;oes entre a percep9:to visual e a

palavra. Elas passam a uma autonomiC! de atividade mediante 0 conhecimento que 0

mundo proporciona. Muitos progressos poctern ser percebidos na rela9ao crian9a - livro

liten1rio.

E importante incentivar uma crianc;a ativa, curiosa, para que va construindo sua

imagem do mundo e a interayao com .3 realidade, com as adultos e seus pequenos

companheiros e principalmente com a leitura. Assim, 0 adulto passa a ter urn papel

importante para a crianc;a no momento de contar hist6rias, na medida em que favorece

a interayao da crianc;:a com 0 mundo proprio das hist6rias e assim contribuindo para 0

seu desenvolvimento.

2.4 A LlTERATURA INFANTIL NO DESf'.NVOLVIMENTO DA CRIANi;A

o uso da historia favorecera 0 desenvolvimento infantil. Oessa forma ha

necessidade de urn preparo do contaJor de hist6rias em aspectos como erno9ao,

simpatia, sensibilidade que devem estar presentes no momento da hist6ria pass ada

para a crian9a, ou seja, dar vida a histOI ia.

A historia n~o vem pronta para cc'ntar, por mais simples que seja, ainda requer a

adapta9a.o verbal que facilite sua ccmpreensao e a torne mais dinamica, mais

cornunicativa e, 0 papel do adulto, neSSE:momenta e significativo.

Coelho diz que e necessaria faze! uma seleya.o, levando em conla alguns fatores

do inleresse do ouvinte. sua faixa etari". suas condi,Oes socio-econOmicas. Esse

17

primeiro passo e fundamental e a m; li5 demorado, deve-se pesquisar os livras e

revistas ate encontrar a historia adequada a faixa etiuia e que atenda aDs interesses

dos ouvintes (COELHO, 1999, p. 34).

Gonlar histarias, seja de autores classicos ou fruta da criatividade pessoal, e uma

tradivflo fundamental para a crescimento e e 0 primeiro cantata das crianryas com a

percurso de desenvolvimento humann. Elas v~em her6is e heroinas encarando

obstaculos, vao aprendendo que e preciso enfrentar problemas e buscar soluC(oes.

Atraves das hist6rias se identificam e podem Hdar de uma forma mais satisfatoria com a

realidade.

A importancia das hist6rias na formac;flo do inconsciente infantil esla na conexao

com as personagens, como a mae boa e a bruxa malvada geram emoyees ajudam a

elaborar certas rela<;6es ness a faixa eta ria , como a ligayao da crianc;:a com sua familia

alem de transmitir conceitos sobre 0 bern e 0 mal, 0 certo e 0 errado. Oessa forma a

historia permite agregar val ores.

A crianc;:a intuitivamente compreende que, embora estas estorias sejam irreais,

nao sao falsas; que ao mesmo tempo t:lue as fatos narrados nAo acontecem na vida

real, podem ocorrer como experienc;a illlerna e de desenvolvimento pessoal; que com

os contos de fadas retratam de forma in lag ina ria e simbOlica as pass os essen cia is do

crescimento e da aquisic;lio de uma ex,stencia independente (BETTELHEIM, 1996, p.

90).

o habito ainda promove a inte:ac;:ao entre pais e filhos e a fic~Ao infantil,

sobretudo de contos de fadas; consid Handa tambem como a porta de entrada da

crian~a no universe cultural. A leitura infanti! tambem passa a ser urn caminho que pode

levar a outra, artes como 0 cinema e a teatro . Nesse momento a escola tern 0 papel

18

fundamental na cria~a.o dos jovens leito:-e5 e tambem uma responsabilidade em inserir

a leitura desde 0 period a da EduC3y30 Illfanlil.

Entretanto, sabemos que no conto existe um encantamento que nao gera

duvidas. Na tentativa de encontrar argumentos que justifiquem essas afirmativas hi!

algumas ideias expostas por estudiosm, das diferentes areas do conhecimento. Bruno

Bettelheim,(19aO) reconhecido psic6logo infanti! e aular do livre ,"A Psicanalise dos

Contos de Fadas", obra que resgata a credibilidade dos contos, ressalta que 0 conto

encanta, antes mesma por suas qualid3des literarias. Portanto. uma obra de arte naa

poderia ter seu impacto psico16gico sabre a crianry3 se ntto fosse primeiro e antes de

tudo uma obra de arte .

o mesmo autor ainda afirma que ha um poder regenerador dos contos de fadas

par contarem na sua estrutura com elementos simb61icos, criam uma ponte com 0

inconscienle, integrando as conleudos c proporcionando a crian9a conforto e consolo

em termos emocionais.

H3 um tempo eerto PJlra determ,nar experi~ncia de creu:imento. e a inftlncia e 0 periodode 21prender a construir pontes scbre a imensa lacuna entre a experi~ncia interna e 0mundo real. Os contos de fadas podem parecer sem sentido. fantastico. amedrontadOf'ese total mente inacreditaveis para 0 adullo que foi privado de fantasias de conto de fadasna sua pr6prioll inMncia, ou qLe se reprimiu eltas lembranyas. Um olIdulto que n~oconseguiu ums integral;io satisfal6rie d05 dois mundos. 0 da realidllde e 0 da

imaginaClio, re desnorteia com foues contos (BETTELHEIM, 1980, p.83).

Sabe-se que inicialmente 0 contata que a crian9a tern com urn texto, e feito,

atraves da vaz da mae, do pa; au certamente dos avos au de alguem pr6ximo a ela.

Contando contos de fada, recontandc h:sl6rias de sua infancia, historias imaginadas e

inventadas numa ncite chuvQsa, antes c'e adormecer , embalado par uma voz amada ..

~Epoder sarrir, rir, gargalhar com silua.;6es vivid as pelos personagens, com a ideia do

19

conto au com 0 jeito de escrever de um autor e, enta.o, poder ser urn pOlleD cumplice

desse momenlo de humor, de brineadeira e de divertimento· (ABRAMOVICH, 1998, p.

17).

Conforme mencionado pel a autora e urn momento em que a crian~ en contra

outras ideias para solucionar questOes, como as personagens fizeram; e estimular para

desenllar, para musicar, para teatralizar, para brincar. Afinat, tudo pode nascer de urn

textc.

o significado de escutar hist6rias e multo amplo. E uma possibilidade de

descobrir 0 rnundo imenso dos conflitos. das dificuldades, dos impasses, das solUl;'oes

que lodos at raves sam os e vivemos, de urn jeito au de Qutro, atraves dos problemas

que v~o sendo defrontados, enfrentadol:i eu nao pelos personagens de cada historia,

mas, cad a urn a seu modo. E assim esclarecer melhor nossas confiitos au encantrar um

caminha passive I para a soluvao deles.

E auvinda hist6rias que se pade sentir tambem emavOes importantes como

tristeza, raiva, a irritava:o, 0 bem-estar, 0 medo, a alegria, a pavor, a inseguranva, a

tranqOilidade, e, tantas outras mais e viver profundamente tudo 0 que as narrativas

provocam em quem as ouve, com toda amplitude, significancia e verdade que cada

uma delas fez au nao brotar ...Pois Eo: ouvir, sentir e enxergar com as olhos do

imaginario. (ABRAMOVICH, 1998, p.17)

A hist6ria pode nos levar a conhf":!cer outras culturas . viver novas experi~ncias ,

outras formas de pensar, outras regras, S3m precisar saber a nome cientifico de cad a

uma delas e nem perceber que tern cara de aula. Se nao for prazerosa descaracteriza a

leitura e perde todo 0 encantamento, pi:lssa a ser uma aula normal comprometendo a

eompreensao do mundo da literatura infantil do prazer e do eneanto pelo canto.

20

Ouvir e ler historias e tambern desenvolver todo a potencial critico da crian,a. Eo

pader pensar, duvidar, se perguntar, questionar, e se sentir inquieto, Gutucado,

querendo saber mais e melhor au perrebendo que se pode mudar de ideia e saber

criticar 0 que foi lido au escutado e a que significou, e ter vontade de reler OU deixar de

lado de vez. E ficar ansioso querendo ollvir de novo mil vezes au saber que naD gostou

e naD querer mais nenhurna aproxima4tatJ com aquela hist6ria tao chata au tao boba au

tao sem graya , formar sua propria opiniao e ir estipulando as pr6prios criterios. E gostar

de urn autor, urn genera, uma ideia, e dai ir seguindo par essa trilha e if encontrando

outros e novos valores que talvez faryam redobrar 0 amer pelo autor au viver uma

decepc;:ao daquilo que esperava que fasse de autra maneira.

Ouvir his16ria e ficar conhecendo escritares, seus names, tad a informac;ao que fai

possivel sobre a obra que esta sendo ~lpresentada a crianc;a. Impartantissimo dizer a

crianc;a 0 titulo do que esta escutando e seu autor (se for material recolhiclo da cultura

popular, se for autor desconhecido, que ~e diga tambem).

Faz parte da formac;a.a saber quem nos disse coisas bonitas ou encantadas, ou

maravilhosas, au chatas, para que a re ferencia frque e 0 caminho esteja aberto para

continuar mergulhando nos textos de quem se admira, para dar uma opol1unidade a

quem nao nos envolveu tanto num primeiro contato; admira-se ou odeia-se para um

outro momenta da vida, proximidade COni um escrevinhador que nos desagradau ou

decepcionou.

Portanto, a historia no desenvollfirnento da crianc;:a pode ser en tend ida como

permitir que a crianya pass a preenchel· lacunas resultantes de sua ainda pequena e

escassa experiemcia existencial atraves dos livros, dos textos e da hist6ria. A crianc;a

vivencia a~ aventura~ ainda nao vividas. Na realidade, atraves do convivio com a leitura

21

ha a resultado do alargamento de he rizontes na reestrutura9~o de sua leitura do

mundo. Para que iSSQ tudo aconte9a de lima forma satisfat6ria e importante uma

postura adequada.

2.5 PEQUENOS SEGREDOS DO CONTADOR DE HIST6RIAS

o contador de hist6ria cria imagens no ar materializando a verba e

transformando-se ele proprio nessa matdria nuida que e a palavra. Para ele 0 contador

de hist6rias empresta 0 seu corpo, sua voz, seus afetos ao texte que ele narra, e a texte

deixa de ser signo para se lornar signific.do (BUSATTO, 2003, p. 87).

Nos fazer sonhar, imaginar e a fllnyaO do contador de hist6rias. Fazemos parte

daquele momento da hist6ria em que f:stamos Quvindo, ele consegue parar 0 tempo

nos emprestando um Dutro tempo; e como um magica, taz aparecer 0 insistente enos

convence que aquilo existe e trabalha a ~ssencia e, ess~ncia vem a ser tudo aquilo que

n~o se aprende, espontaneo e natural.

Oiante disso, podemos contribuir com esse momento tao especial, t~o magico

que e 0 momento de con tar historias para a crianya. Cabe a nos, educadores, buscar

esse resgate hidico, do goslo pela leitcra. Hist6ria e uma arte e ler uma historia vai

muito alem da capa e do titulo.

Quando ouvimos uma historia nosso pensamento viaja como uma magica arte

rara, pois sua materia prima e 0 imateriaJ, e 0 contador de historia deve ser urn artista

que consiga nos hipnotizar, ele reconhece cada parte da estrutura da historia que ele

conla. E ainda nos desperta 0 espirilo no,..~}st~ri~~ humor, na maravilha que ao

~~~ 'fI,::~\

"r"" I\~

22

contar uma hist6ria podemos ter a oportunidade de compartilhar enos co nectar com

alga que se perdeu no tempo, nos ligar ao faz-de-conta, enfim, buscar preencher as

expectativas como cuvintes.

Seja narrando para urna au verias crian~as e fundamental que se conte a hist6ria

com 0 corac;;ao, au seja, vivendo a a hist6ria como se vive a realidade, vivendo com

emoc;:ao. Esse segredo deve ser a primeiro da lista, deve ser considerado a premissa

maxima para 0 narrador ter total sucesso para poder atingir loda a sua potencialidade, 0

que implica estar internamente disponivel para isso, doando 0 que se tern de rnais

genuin~, e entregando-se a eSSB tereta com prazer e boa vontade.

Ao contar historias doamos 0 nOSSD afeta e a nossa experiencia de vida;

abrimos 0 corayao e compactuamos com a mensa gem da histeria e com a que ela quer

dizer; par isso torna-se imprescindivel que !laja uma identifica,ao com a mesma. Antes

de senslbilizar a ouvinte a hist6ria precisa encantar 0 contador. A maneira como

enxergamos a hist6ria sera a mesma maneira com que 0 ollvlnte ira va-la, se

considerarmos uma mera distrar;:io e entretenimento, sera desta maneira que ira soar

ao ouvido do outro (SUSAnO. 2003, p. 35).

Porem , se acreditarmos que ela podera ser uma pequena luz lanyada no nos so

camlnho, ela sera passada ao outro com muito fascinio, e nossos ouvintes nunca mais

sera.o os mesmos depois da histeria, pais, he quem diga que as contos de fada s~o

como urn presente de amor. ~(... ) contar historias e uma arte ... e tao linda!!! E ela que

equilibra a que e ouvido com 0 que e sentido, e par i550 nao e nem remotamente

declara,;;o au teatro. Ela e a usa simples e harmOnica da vaz: (ASRAMOVICH, 1991,

p.18).

23

Portanto, as pequenos segredos do contador de hist6rias estao ligados a muitos

esfon;os e dedicayao para estudar 0 mundo a que pertencem nassas crian9as. 0

excesso de apelos a que a crian98 asta sujeita nos dias de hoje faz com que diversas

Qutras fantasias despontem em seu cenerio. Teremos que pesquisar, ler literatura

especializada feita para elas, conhecer seus her6is, sejam eles pertencentes aos

desenhos animados au as hist6rias em quadrinhos, assistir filmes, nos adaptarmos

dentro de urn repertorio conhecido, qual hist6ria sa adapta aquele comportamento que

desejamos au precisamos abordar.

Dai que quando S8 vai Jar urna hist6ria - seja qual for - para a crian<;:a, nao S8

pode fazer isso de qualquer jeito, pegando 0 primeiro volume que se va na estante. E

af, no decorrer da leitura, demonstrar que nao esta familiarizado com uma ou outra

palavra ou com varias , empacar ao pronunciar 0 nome dum determinado personagem

ou lugar, mostrar que n~o percebeu 0 jeito como 0 autor construiu suas frases e ir

dando as pausas nos lugares errados, fragmentando um paragrafo porque perdeu 0

f61ego ou fazendo ponto final quando aquela ideia continuava, deslizante , na pa,gina ao

lado. (ABRAMOVICH, 1995, p.18)

Podemos perceber que ainda a pesquisa, 0 teste e 0 treino faraD com que uma

hist6ria chegue ao outro e, com alguma habilidade e dedicay-:io, estaremos aptos a

fazer adapta<;oes a tecnica desejada ou mesmo criar nossas pr6prias hist6rias. Quanto

ao tema, podemos recorrer a diversas fonles de hist6rias de fadas. que usam a

fantasia, fabulas, lendas folcl6ricas, passagens biblicas, fatos hist6ricos, fatos do

cotidiano ou narrativas de aventuras.

Aism desses cuidados na prepara<;ao e na contayBo de hist6rias precisamos

ada pt.-las a idade do publico que queremos atingir. A hist6ria, para agradar, devera

24

ao menos parecer verdadeira. Ser apropriada para a idade, bern contada, concisa e

inooita para a grupo au repetitiva caso esteja baseada numa proposital inteny8o.

2.6 A HIST6RIA INFANTIL E AS FAIXAS ETARIAS

Para orientar a escolha dos texlos uteis faz-sa necessaria saber exatamente os

assuntos preferidos relacionados as faixas etarias. Segundo Oehme, nota-s8 que as

crianc;:as de ate 3 en05 preferem historias de bichinhos, de brinquedos, animais com

caracteristicas humanas que falam. usam roupas e tern hAbitos humanos, historias

cujos personagens sao crianc;:as. Ja para crianc;:as de 3 e 6 anos a preferemcia

direciona-se a hist.orias com bastante fantasia, hist6rias com fatos inesperados e

repetitivQs, historias cujos personagens sao crianyas ou anima is (OOHME, 2000, p. 27).

Nas crian9as de 7 anos, as aventuras, hist6rias de crianc;as, animais e

encantamento, aventuras no ambiente pr6ximo: 0 bairro, a familia, etc. hist6rias de

fad as, fflbulas estao relacionados aos seus interesses. A preferlmcia das crianc;as de 8

anos sao historias que utilizam a fantasia de forma mais elaborada, historias vinculadas

if realidade.

Crianc;as de 9 anos preferem as de aventuras em ambientes longinquos: selva,

oriente, fundo do mar, outros planetas; historias de fadas com emedo mais elaborado,

historias humoristicas, aventuras, narrativas de viagens , explora90es ou inven90es.

Para os pre-adolescentes de 10 a 12 anos: narrativas de viagens , explorac;lles e

invenc;Oes, mitos e lend as atraem suas atenc;6es.

25

Para cad a idade cronol6gica hfl um interesse especifico, compativel tambem

com 0 desenvolvimento da crianc;:a, sua capacidade de percep'180 da realidade e poder

de imaginac;ao.

Deve-se atribuir em grau significativo ao selecionar a hist6ria avaliando-se 0

interesse de cada faixa-elaria e como atingirao 0 nivel de compreensao das mensagens

passadas pel os livros. ~ muito importante tambem que a hist6ria desperte alguma coisa

em quem vai contar: ou porque ela e bela ou divertida, porque tern uma boa trama, dfl

margem para explorar urn cutro assunto OUporque acalma uma afli9Bo.

Pensando nissa, 80 estar atenta as necessidades das crian9Bs, pode-.se adequar

melhor 0 tema a SitUBc;ao especifrca. Escolhendo previamente uma historia e

adequando-a ao momenta presente.

2.6.1 Escolhendo melhor as hislorias

ABRAMOVICH (1991) diz que para que possamos conlar uma hisloria seja ela

qual for e necessaria saber como se faz. Com ela descobrimos palavras novas,

entramas em cantata com a musica e com 0 som das frases, dos names, se pereebe 0

ritmo, a cadencia de uma can((ao. Brinea-se com a melodia de eada verso, com as

rimas, com 0 jogo das palavras.

o ata de contar hist6rias caracteriza-se como a beleza de uma obra de arte. E

atraves dela que se equilibra 0 que e ouvido com 0 que e sentida e per isso nao e a que

podemos chamar de declara((ao ou teatra, ela vern simplesmente do usa da voz e da

harmonia entre a Gonteudo, a voz e a expresstio corporal e facial.

26

Par issa a autera ressalta a importancia de que quando S9 Ie uma historia, seja

ela qual for , n~o S9 pode fazer de qualquer jeito, pegando qualquer livro que S9 v~ pel a

frente. Com a continua9~o da leitura demonstrar que n~o S9 esta familiarizado com 0

livro e com as palavras, ter dificuldade ao pronuncLa-las assim como as dos

personagens do lugar. Ir dando pausas desnecessarias em lugares errados,

fragmentando 0 paragrafo porque perdeu 0 ritmo da hist6ria e fiear gaguejando com

determinada fala (ABRAMOVICH, 1991, p. 54).

Cad a passe vai demonstrando que nao S9 conhecia 0 que esta sendo lido e

des sa forma desmotivando as crianC;8s a presta rem aten<;:~o na hist6ria que est a sendo

contada. Percebemos ai entao a necessidade do livro ter sido lido pelo narrador antes

do contato com as crian<;:as para que se possa vivenciar a hist6ria previa mente. Par isso

e tao importante ler 0 livre antes, bem lido, conhecer bern cada passo da hist6ria, como

nos prender a aten9ao, nos emocionar ou ate nos intrigar.

Assim, quando chegar ao momenta de contar a hist6ria, que possamos contar

com em0980, com bastante entusiasmo que vern do fundo da alma. Sendo assim,

nossos ouvintes sentirao a emQ(~ao da hist6ria que com certeza chegara ate eles com

muito mais paixao.

o conteudo da hist6ria e de grande importancia conforme, par isso que podem

haver outras dificuldades ao contar hist6rias, como as rela90es entre os personagens,

as mentiras que ela pode contar, os preconceitos que podem surgir , a narrativa que

na.o aconteee nada como enfrentar a pr6pria deeeP98o.

A maneira de ser contada, ser transmitida, de forma confiante, motivar a aten9Bo

e despertar a admira9Ao dos ouvintes e principalmente deve ser bern conhecida pel a

27

narrador, sendo escolhida tara com que ele tambem particularmente a considere boa,

bela e que tambem seja divertida, inesperada, uma boa trama.

Atraves dela devera se passar alguma mensagem, que saiba aproveitar 0 texto

como pretexto para solucionar alguma situaya,o que ajude algo semelhante ao que esla

sendo vi vi do pel as crianc;as, enfim, alam de tudo ser tambem urn ato educativo. Como

para cad a faixa etaria he urn criteria de estrutura do texto literario, alguns pioneiros da

literatura infantil correspondem a issa.

2.7 OS PIONEIROS DA LlTERATURA INFANTIL

Hans Christian Andersen (1805 -1875)

Poeta e escritor dinamarqulls de historias infantis. 0 pai era sapateiro, leve

dificuldades para S8 educar, mas SUBS habilidades poeticas garantiram-lhe urn lugar no

Instituto de Copenhague. Escreveu pe9as de teatro, can90es patri6ticas, contos,

hist6rias, e, principal mente, contos de fadas, pelos quais e mundialmente conhecido.

"Escritor que se preocupou essencialmente com a sensibilidade exaltada pelo

Romantismo, e em suas est6rias tratou-a de maneira terna e nostalgica , Andersen

acaba se transformando em um dos mais famosos escritores para crian9as, em todo

mundo."(COELHO, 1991. p. 148).

Quem de n6s ja nao ouviu a farnosa hist6ria da Lebre e da Tartaruga, aquela em

que a lebre, tao convencida, acaba perdendo a corri~_<I1_.ou a lende do Pastorzinho$~:~\~~,'-Y\""'.'"

28

Mentiroso que de tanto dar talsos alarmes acabou ficando sem suas orelhas? SUBS

hist6rias sao famosas entre n65, e pouco sa sabe sobre quem foi Esopo, 0 escritor

dessas fabulas. Nao sa saba sa era urn escravo grego, se existiu DU nao, mas 0 certo e

que as hist6rias a ele atribuidas vern sando contadas e recontadas he muitos e muitos

anos. Sempre curtas e bem-engra<;adas, as fabulas de Esopo t~m como protagonistas

as animais e sao reftexOes sobre comportamento e costumes da vida dos homens

Mlncluida entre as obras moralizantes, Horta do Esopo revela em seu autor urna grande

cultura, e concepc;ao do mundo ligeiramente pessimista, a respeito dos valores

terrestres, apologia da vida retirada".

Charles Perrault (1628-1703)

Contemporaneo de La Fontaine, fabulista, entra para a Hist6ria Literaria, autor de

uma literatura popular, desprovida; apesar disso se transforma ern urn dos maiores

sucessos da literatura para a inf~ncia. Apesar das controversias sobre a estrutura'1~o

formal dos contos que misturam elos hist6ricos e valores a eles correspondentes, e

possivel tra<;ar 0 periilliterario dos contos de Perrault.

Charles Perrault tal como aconteceu com 0 genial fabulista entra para a Hist6ria

Uteraria Universal nao como poeta classico (eleito para a Academia Francesa em

1671), mas como 0 autor de uma literatura popular desvalorizada pela estatica de seu

tempo e que apesar disso, se transform a em urn dos maiores sucessos da literatura

para a infancia"(COELHO 1991 p.84)

29

Irm~os Grimm - Jacob & Wilhelm

Em meio a urn contexto hist6rico alernao as Irmaos Grimm conservam a

mem6ria popular, as antigas narrativas, lendas preservadas pela lradiyao oral.

Buscando encontrar as origens da realidade hist6rica germanica, as pesquisadores

encontram a fantasia, 0 fantastico, 0 mitico em temas comuns nessa epoca medieval.

Surge entao urna grande Literatura Infantil para encantar crian98s de todo 0 mundo.

Monteiro Lobato (1882-1948)

Jose Bento Monteiro Lobato foi urn dos maiores influenciadores entre as

escritores brasileiros. Ete e popularmente conhecido pelo conjunto educativ~, bem

como pel a divulgay80 do folclore nacional. DUBS de suas maiores paixOes: escrever e

desenhar. Criader das fabulas nacionais com canarios tipicamente brasileiros. Vejamos

o seguinte depoimento:

"A Monteiro Lobato coube a fortuna de ser, na area da Literatura Infantil e

Juvenil, 0 divisor de aguas que separa 0 Brasil de ontem e 0 Brasil de hoje. Fazendo a

heran9a do passado emergir no presente , Lobato encontrou 0 caminho criador que a

Literatura Infantil eslava necessilando. Rompe, pela raiz, com as convenyees

eslereotipadas e abre as partas as novas ideias e formas que 0 nosso seculo exigia.

(COELHO, 1991 p. 225).

As hist6rias apresentarn urna quantidade de possibilidades sonoras. Para que 0

contador de hist6rias nao deixe de explorar lodos esses recursos, cada lexlo deve

haver urna estrah~gia especifica para a contat;:ao de hist6rias.

30

2.8 ESTRATEGIAS PARA SE CONTAR HISTORIA

A hist6ria naD pode ser apenas contada de qualquer maneira; ela precisa ser

preparada, planejada, selecionada carinhosamente pelo contadero Assim, a historia

passa a ter a verdadeira conota~o de arte.

DOHME(2000) afirma que se deve escolher a hist6ria com bastanta a9aO.

Palavras que sejam agradaveis, incentivDs a imaginay8o, rilmo, repetiyoes, suspense,

apropriayBo ao grupe, is! silu89ao e ao propos ito em vista. Ler a hist6ria dUBS a tres

vezes em voz alta. Interpretar sabre a que 0 autor quis dizer. P6r estilo pessoal nas

partes faladas, memorizar a seqO~ncia dos eventos.

Narrar urna hist6ria recorrendo apenas a mem6ria e aos recursos dramaticos da

voz e. sem duvida, 0 que mais desafia a educador. Par Dutro lado, e 0 que mais fascina

tanto 0 narrador como a plateia. A conversa informal e util, antes da narraya.o

propriamente dita, iniciar com urn bate-papa informal; isso evitarit interrup¢es e

constrangimento. ~ interessante ser contada a hist6ria ap6s urn jogo movimentado, pois

a energia estara mais descarregada e a atent;:lo sera maior.

A hist6ria e atribuido valor de urn dos mais impartantes instrumentos

educacionais que existem. Porem, hit um certo nexo em pensar que essa qualidade,

mesmo nao sendo visivel em alguns, encontra-se "incubada" em todos aqueles que

procuram urn trabalho com criant;as, uma certa predispasit;:lo que podera ecrodir

mediante treino e estudo.(DOHME, 2000, p. 36).

A funt;:lo da literatura infantil considerada como arte privilegia urn dominio do

conhecimento normal mente ignorado pelo ensina tradicional. Por esse motivo, deve ser

31

oportunizado a crianC;:8 0 encontro com 0 livra literario atraves da descoberta do prazer

e da beleza.

Oferecendo uma vi sao original da realidade, a literatura permite que a crianC;:8

posse preencher lacunas resultantes de sua ainda pequena e escassa experi~ncia

existencial, atraves de Ilvros de gravuras com pequenos textos, da hist6ria oral, da

leltura de hist6rias e poesias, das cantigas de roda, des lendas e fabulas a crianc;:a

vivencia as aventuras ainda nao vivid as na realidade.

o convivio com 0 texto literario resulta entao nurn alargamento de horizontes,

numa realidade passivel e numa reestruturalfAo na sua leltura de mundo, povoando de

son has e fantasias, mas ao mesma tempo, insere-se no nossa rnundo de adultos e no

seu mundo infantil.

A literatura oferece alimento a criatividade e ao imaginario e oportuniza a crian<:a

° conhecimento de si mesmo, do mundo que a cerca, do seu ambiente de vida e Ihe

permite, entao, estabelecer as rela¢es tao importantes e necessarias entre 0 real e 0

nao-real.

Diariamente as crianCfas deveriam ter a oportunidade de ouvir e ter contato com

livros e as historias escolhidas que, ao serem lid as ou contadas, propiciarao 0 conceito

individual e depois 0 coletivo.

32

3. METODOLOGIA

De acordo com Ludke e Andre (1986), a pesquisa pode acontecer mediante

relatos, observac;6es, entrevistas, analises, de documentos e as demais informac;6es

disponiveis. A analise impliea, nurn primeiro momento, a organizaC;ao de todD material,

dividindo-o em partes e procurando identifiear tendencias e pad roes relevantes; nurn

segundo momento essas tendencias e padrOes sa.o reavaliados, buscando-se relay6es

e referencias nurn nivel de abstraqao mais elevada, uma tentativa de limitac;ao da

problematica focalizada tornando a coleta de dados mais concentrada e mais produtiva.

A pesquis8 realizada caracterizou-se como uma pesquisa qualitativa ande "s

fonte direta de dados e 0 pr6prio ambiente natural, tern carater descrilivo e ha urn

interesse maior dos investigadores pelo processo todo do que simplesmente pelo

resultados ou predutos. Foi realizada mediante consulta bibliografica em livres,

peri6dicos e documentos.

Utilizou-se tambem questionario com cinco profissionais da EducB(fao Infantil

utilizando~se de questOes abertas (em anexo) com a inten(fBO de investigar como e 0

trabalho com a Llteratura no Pre 111da Educa(fBO Infantil e quais os beneficios do ponto

de vista pedag6gico que apresenta aos alunos do Pre III da escola investigada na

opiniao dos profissionais que atuam com essas crianc;as. Foram submetidos a analise

quantitativa e para tanto utilizando referencial para a devida reflexao .

E, par fim, os instrumentos de pesquisa de campo se rei eva ram em

question"rios, que de acordo com LAKATOS (1991), e uma ferramenta de coleta de

dados, compasto par uma sequencia de perguntas, que sao respondidas por extenso

sem a necessidade do entrevistador .

33

Para aplicay80 do questionario foi entregue urna carta de consentirnento no espayo da

pesquisa ( anexo) formalizando assim a inicio da pesquisa de campo.

3.1 CAMPO DE ESTUDO

Nome da escola: Centro de Educa9aO Inlantil Pipa Encantada UFPRlHC

Localiza9ao: Rua General Carneiro, nO61, Alto da GI6ria, fone: 33601849.

Horario de Funcionamento: Perfodo integral das 6:30 as 19:30 horas.

No Centro de Educa~o Inlantil Pipa Encantada ha 52 (cinqGenta e dois)

funcionarios. sendo 13 (treze) professoras e 21 (vinte e uma) educadoras; ha tambem

1 (uma) coordenadora e 2 (dUBS) pedagogas, 2 (duas) secretarias 6 (seis) zeladoras e 1

(uma) na lavanderia.

Esses profissionais atuam em turnos distintos manha e tarde as educadoras sao

as auxiliares. 0 C.E.I atende atualmente 250 ( duzentos e cinquenta) crianc;as de idade

de 4 (meses) a 6 (seis) anos e os pais sa.o funcionarios do Hospital de CHnicas.

o trabalho e coletivo, as professoras e educadoras decidem como direcionar a

trabalho pedag6gico juntamente com as pedagog as , 0 trabalho realizado com as

crianyas e din~mico e centralizado sempre no bern estar e participaC;ao do grupo.

Participam de diversas atividades. sempre mediadas pal as professoras, com 0 apoio

das auxiliares e essas atividades sao relacionadas a viv~ncia da crianc;a, procurando

sempre integrar 0 meio a realidade.

E importante que 0 meio onde a crianc;a esteja seja harmonioso, pois segundo

VYGOTSKI (1991) a importancia hist6rieo-soeial do meio, lavoreee as atividades

34

interpessoais de participac;ao cultural em grupos e depois nurn 10ngo processo passoal

de reelaborayBo, e internalizado, incorporando as caracteristicas do meio atravas de

atividades intrapessoais. 0 sujeito e 0 reflexo do meio reelaborado.

A proposla pedag6gica do C.E.I Pipa Encanlada UFPRlHC esla em basad a na

perspectiva s6cio-hisl6rica baseada na leoria em VYGOTSKI (1991). Procura-se

desenvolver uma pratica pedag6gica que valorize experi~ncia da criant;:a, lanc;ando-Ihe

novos desafios a serem conquistados na interac;ao com 0 adulto, demais criany8s e

familia.

Sob 0 ponto de vista da perspectiva s6cio-hist6riea 0 C.E.I tern 0 papel

primordial para 0 desenvolvimento da crianC;8, pois tern a fUnl1BO social de cunha

pedagogica, dentro da compreensao que a crianC;8 se desenvolvera sobre a realidade

que a cerea e a sociedade a qual esta inserida.

De acordo com a proposta, 0 planejamento segue parametres que englobam as

areas do conhecimento , articulando conteudo e encaminhamento orientando-se no

sentindo da compreensao da realidade humana como urn todo com 0 objetivo

fundamental de promover a intera9Bo da crian9a com aquilo que ela nao conhece sob

media~o de alguem que domine esses conhecimentos. A proposta pedag6gica tem

como fun980 auxiliar 0 corpo docente do C.E. I com a finalidade de proporcionar um

desenvolvimento de qualidade para as crian((8s.

35

3.2 PARTICIPANTES

Participaram da presente pesquisa professoras que atuam com crianc;as de

jardim III com idade entre 23 (vinte e tres) e 46 (quarenta e seis) anos. Sendo 2 (duas)

com formaC;ao de Magisterio superior completo e 2 (dUBS) cursando 0 ultimo ano de

Pedagogia e urna farmada em Magisterio do ensina media. Todas com saxe feminino.

3.3INSTRUMENTO

Com instrumento de medida ds pesquisa foi utilizado urn questionario composto

de 5 (cinco) questOes relacionadas ao tema proposto "A Literatura Infantil na Formac;:~o

da Crian,a. (anexo).

36

4. APRESENTAC;:AO E ANALISE DOS DADOS

QuesUio 1: Qual seu metoda para trabalhar literatura infantil?

Participantes Respostas

Entrevistada I Ler 0 livro antes de lar para as crian((a,s .

Entrevistada II Ap6s a leitura e feito comentarios sabre 0 livro.

Entrevistada III Elabora<;ao de texto coletivo.

Entrevistada IV Trabalhar em rodinha com caixas de surpresa.

Entrevistada V Atraves de cineminha, teatros, musica.

Quest~o 2: 0 que vael! faz para despertar 0 interesse pela leitura?

Participantes Respostas

Entrevistada I E natural da crianc;a do interesse pelo fantastico da leitura.

Entrevistada II A leitura de livros diariamente.

Entrevistada II Deixo livros exposto para que as crian<;8s possam manusea-Ios.

Entrevistada IV Procuro trazer varios tipos de hist6rias .

Entrevistada V Caloco as crian<;8s em cantata com 0 livro, e figuras que representam as

hist6rias.

37

Questao 3 . Quantas vezes par semana voc~ canta hist6ria para seus a[unos ?

Participantes Respostas

Entrevistada 1 Lemos hist6rias diariamente.

Entrevistada II Todos os dias.

Entrevistada II Na media de tr~s vezes per semana.

Entrevistada IV Todes os dias.

Entrevistada V tr~s vezes por semana.

IC5 'PO< urn '" ICl3 II po tIe m II na

QUantas vezes por sem anavoce conta hist6rias para seus

alunos?

38

Questao 4: Em que momento voce Ie para seus alunos?

Participantes Respostas

Entrevistada I Temas urn momento de leitura que aconteee no inicio das atividades.

Entrevistada II No inlcio das atividades, no momento que surge urna curiosidade.

Entrevistada II Nao ha um momento e conforme a necessidade au como tema

motivador.

Entrevistada IV Em nos sa sal a lemas sempre um momento combinado com as

crianC;8s para contar as historias.

Entrevistada V No horario da primeira atividade.

Em que momento voce Ie para seusalunos?

2Ow""o Final dos dia

C Inicio do dia

DNiolem um60% momenta

'9

Questao 5: Par que e importante cantar hist6ria para as crian<;:Bs?

Participantes Respostas

Entrevistada I As historias despertam a fantasia permitem as crian<;:as vivenciarem

fates e situa<;Oes que sao complexas.

Entrevistada II Porque desperta 0 interesse pela leitura e escrita.

Entrevistada II Dar asas a sua imagina<;:ao e poder viajar nas fantasias.

Entrevistada IV Porque estimula a imaginario nas crian<;:as eles S6 identificam com os

personagens.

Entrevistada V A hist6ria e importante para desenvolver a concentra<;:ao e a imaginac;;:ao.

De acordo com as respostas das professoras entrevistadas, 0 metoda utilizado

para cantar historias pode ser a leitur8 do livro antes de contar para as crian<;8s e apes

a contaya.o da hist6ria sao realizados comentarias sabre a conteuda do livre.

Algumas professoras adatam a elaborac;aa de urn texto coletiva sabre a conteudo

da hist6ria. Trabalhar em rodinha com caixas de surpresa tambem e um metoda

utilizado para se trabalhar a Literatura Infantil. A musica, a teatra, e 0 cinema tambem

fazem parte da estrategia de trabalho no momento da Literatura.

Na opini~o das profissionais entrevistadas e natural para a crian<;a 0 interesse,

pelo fantastico que a da leitura provoc8. Outra recurso utilizado pelas professoras no

momento da contar;aa de hist6rias deixar as Ilvros expostos para que as crianr;8S

40

tanham acesso e possam manu sea-los e tambem e interessante trazer varias tipos de

historinhas para dentro da sal a de aula.

Outro procedimento adotado por elas e colocar as criant;;BS em contata com as

livres e figuras que representam as hist6rias , deixar varies livros disponiveis. As

masmas entrevistadas relatam que eontam hist6ria para as crian9as diariamente OU no

minima tr~s vezes por semana, as dernais profissionais I!!!em todos as dias.

As professoras tambem informaram que 0 momento que utilizam a Literatura

Infantil geralmente e no inicio das atividades I Qutras afirmaram que e quando surge

urna curiosidade QU conforme a necessidade e ate mesmo como tema motivador.

Tambem sao feitas combinayoes com as criany8s de quando e 0 melhor momento de

ouvir hist6ria.

Mencionaram tambem sobre a import~ncia de contar hist6ria para as crian~as

pois despertam a fantasia, permitem vivenciarem fatos e situayees que sao complexas;

despertam 0 interesse pela leitura e a escrita. Alem de dar asas a imagina980 e de

poder viajar nas fantasias, estimula 0 imaginario das crianyas e eles se identificam com

os personagens.

Os professores entrevlstados demonstraram dar a devida importancia que a

literatura infantil merece. Eles estao no caminho certo para formar futuros leitores. Seria

muito bom se em lodas as escolas os educadores se preocupassem em contar

hist6rias, afinal, a literatura infantil exerce urn papel fundamental no desenvolvimento

intelectual das crianc;a, uma vez que permite incentivar 0 pleno uso de suas

potencialidades criativas, serve como instrurnento de aprendizado e critica, estimulando

as atitudes que levam a um interesse pela leitura de muitos generos.

41

5. CONSIDERAC;:OES FINAlS

o presente trabalho buscou apontar algumas consideraQl>es importantes sobre a

importancia da Literatura Infantil na farma9aa da crian9a. 0 quanta e importante e

significativo para as crian9Bs ouvirem muitas historias, mas, nao que eSSB atitude

possa ser de qualquer jeito; e preciso saber contar e contar hist6ria e uma arte muito

antiga, tradicional.

Os povos antigos se valiam dessa ferramenta para contar aos Qutros algo

importante para si e que poderia ter importlmcia para as Qutros, apesar das inoval(l>es

na forma de contar, hOje continua na sua esse-ncia a preocupa9lio de trabalhar a

emo(fAo, afetividade, criatividade e 0 imaginario do ouvinte.

Entendemos que e uma ferramenta de grande relevancia para as educadores,

mas, para que a Literatura Infantil alcance tadas as abjetivas, se faz necessaria

selecionar as hist6rias e esse criteria e imprescindivel, devendo-se tambem levar em

conta a qualidade literaria, abrir espac;o para a ludico, atentar para a magia e para a

fantasia. Deve haver uma cumplicidade com a hist6ria , nao pode ser de uma forma fria,

mecanica e sem graC;a .

Entendemos que dessa forma ludica de apresentar a hist6ria para as crianCf8.s ela

tera maiores chances de ser urn futuro apreciador da literatura, nao so mente no

momenta que esta na escola mas, para a vida toda. Ler e tambem ir alem da capa e

do titulo. E ler as imagens , dentro e fora dos livros. Descobrir outra dimensao da

palavra. E gostar de ler jornal para nos informarmos, ler revista em quadrinhos porque

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e divertido; ler poesia porque nos mostra 0 bela, bulas de reme-die para nos

informarmos, exatamente esse deslumbramento de ler.

Neste trabalho procurou-se evidenciar que a Literatura Infantil e para a crianQ8

o caminho de novas descobertas, compreens~o da realidade, de valores sociais. E

ainda entender a si pr6pria e 0 mundo em sua volta.

E importante destacar tambem, que atraves da linguagem simb61ica transmitida

pelos contos de fadas, a crian98 torna clara suas emoyOes , pois falam de amer,

meda, car~ncia, de perdas, enfim, a crian'18 aprende a lidar melhor com essas

dificuldades.

E relevante citar que al9m de lodos as aspectos aqui citados destacamos

tambem que despertar na crianQ8 0 prazer pela leitura e 0 cantata com 0 mundo

litera rio, desvia sua aten980 da massificayao que se ve submetida pel a midia, que

encobre cantradiyOes . As vezes par falta de Op!t80 a crian9a fica muito tempo na frente

da TV au videogame, neste circul0 vicioso de aliena9ao.

Cabe ao educador ser urn mediadar entre 0 livro e seus educandos, estimulando-

os, motivando-os em suas produy6es textuais, conscientizando-os de que €I atraves do

dominio da linguagem oral e escrita que podemos ser autores e personagens de nossa

pr6pria hist6ria de vida, bern como agentes de transforma9ao da realidade, sabendo

criticar, argumentar e defender nossas opiniOes sobre os aspectos positiv~s e negativos

de nossa vida em sociedade.

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REFERENCIAS

ABRAMOVICH, F. Literatura infantil, gostosuras e bobices. 2. ed. Sao Paulo:

Scipione, 1991 .

ABRAMOVICH, F. Fazendo artes. 8. ed. Rio de Janeiro: Funarte, 1980.

ARIES, P. Hist6ria social da crian~a e da familia. 2 ed. Sao Paulo: LTC, 1996.

BETTELHEIM, B. Psicanalise dos contos de fadas. 6. ed. Rio de Janeiro: Paz e

Terra, 1980.

BUSAno, C . Contar e encantar .1. ed. Rio de Janeiro: Petr6polis, 2000.

BOGDAN, Robert; BIKLEN, Sari. Investiga9ao qualitativa em educa9ao - Urna

Introdu9~o iI Teoria e aos Metodos. Porto - Portugal: Porto Editora, 1994.

COELHO, B. Contar historias urna arte sam idade. SAo Paulo: Atica, 1994.

COELHO, E. A arte de contsr historia. 2. ed. sao Paulo: Atlas, 1989.

44

COELHO, N.N. Panorama historico da literatura infanti! juvenil. 4 ed. Sao Paulo:

Atica, 1991.

COELHO, N.N. Literatura Infantil, teoria, analise, didcitica. 6 ed., Sao Paulo: Atica,

1997.

CUNHA, A.A.M. Literatura Infantil: teoria e priltica. 16' ed. sao Paulo: Atica, 1997.

DOHME, V. Tecnicas de contar historias. 2. ed. sao Paulo: Informal Editora, 2000.

FREIRE, P. A importancia do ato de ler. sao Paulo: Cortez, 1992.

LUDKE E ANDRE, Metodologia cientifica. 3. ed. sao Paulo: Atlas, 1996.

LAKATOS, E.M. Fundamentos da metodologia cientifica. 3. ed. sao Paulo: Atlas,

1991.

VYGOTSKI, L.S. A formayiio social da mente. 2. ed. sao Paulo: Martins Fontes, 1991.

YURI, Debora. Revista Folha de Sao Paulo. Disponivel em:

hUp:/lwww.follla.uol.com.br/folhaJeducacao. Acesso em: 22 Abril. 2004.

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ANEXOS

Este questionAriotem como objetivo levantar informa¢es para a realiza<;liode um trebalho de conciusAo do curso de Pedagogia que tem como tema "AImportAncia da Literatura Infantil na Forma,~o da Crian,a", Portanto, suacolabora<;lioe de grande e relevAncia,

Dadosde identifica,Ao

Idade: :::, ?:Sexo: F~ M ( )Profi.sAo: t>.•o Fe",>"" 0"'-"'-Escolaridade: "Ie":",,, 5)0 :c', -, / "A, c', 01\ 0, \

Area de Atua<;lio:~o.=""-<\";1!.>....l.l.. _

Ah, como 6 Importanla para a form.~lo da qUllquar crlan~a ouvlr multaa,

mullas hlaI6r1aa ... EscutA~as6 0 In(clo da aprendlzagem para ser um lallor, a

ler lellor 6 ler um camlnho absolutamanla Inflnllo de de8coberta e de

compreensao do mundo ... (ABRAMOVICH, 1998 p.16)

ENTREVISTA COM PROFESSORES DE JARDIM III DE EDUCACAOINFANTll C.E.I PIPA ENCANTADA.

1. Qual seu metodo para trabalhar literatura infantil?

2. 0 que voce faz para despertar 0 interesse pela literatura?

~\·\!'&()O %,,,,,= ~~"" .p/Q~. , .g,\.k, t,oo\o",="-'~~'7'~~.

3. Quantas vezes por semana voce conta histona para seus alunos?

4. Em que momenta voce Ie para seus alunos?'C\D::,c- 20..0 ""c-A ~~ $...~ ~tn.ryv=J.. C-

::i'-IL:C'CY?.A DeeM AM f&yy"'c, .z'.hra ~.241a;Js;<Lb'1...-cL< ~ .....aJk:Y1.tlparc..- a oL/l< tnaba/Jf0c.<.ah- Gr~

)db a;.r /{/<n B') erA c:Lit:ta1ti dJ dk';Yf' 0-; ad"~ 1d..J....=!1~.dr-"",Q<V1..z40 r6--, JOM"" 7;,1<;' ,?,h:?iim ~

.#~ .5. Por que e importante contar histana para as cnanyas?i~:m1~2!2?:j;;~

Este question~rio tern como objetivo levantar informa""e. para a '8aliza9iiode urn trabalho de conclusAo do curso de Pedagogia que tern como tame "AImportAncie da Literatura Infantil na Fonna9Ao da Crian9a". Portanto, suacolabora9Ao e de grande e relevAncia.

Dedos de ident~ica9ao

Idade:~

Sexo: F~ M ( )

ProfissAo: ~~.

ESCOlaridade~~ ~ ~~.A."'RdeAtua('llo ~ g= =Il .Vn-L6 0..0

Ah, como 6 Importante para a form'I~lo do qualquer crlan~a ouvlr multaa,multaa hIBI6r1u... eBcubl4aB6 0 In(clo da aprendlzagempara Berum lellor, eler lellor 6 ler um camlnho abaolulamonle Inflnlto de deBcoberta e de

compreenaaodo mundo... (ABRAMOVICH,1998p.16)

ENTREVISTA COM PROFESSORES DE JARDIM III DE EDUCACAOINFANTIL C.E.I PIPA ENCANTADA.

3. Quantas vezes por semana voce conta historia para seus alunos?

Este questionario tern como objetivo levantar informa¢es para a realiza9aode urn trabalho de conclus8o do curso de Pedagogia que tern como tema "AImportAncia da Litaratura Infantil na Forma98o da Crian9a". Portanto. suacolabora9Aoe de grande e relevAncia.

Dedas de identifics9ao

Idade:~Saxo: F(>(j M ( )

ProfissAo: c;tr;p.i 0)1 J '0

Escolaridade: r01~""tt ¢lOf"'i&7 iffiUrWl)nkArea de Atua~o: teL I r or '::;"LYl~DI,;t2

i

Ah, como 6 Importante para a fonna~Ao de qualquer crlan~a ouvlr multas,

multaa hlstOrtas ... EscutA~aa 6 0 In(clo da aprendlzagem para ser urn leltor, eser leltor 6 ter urn camlnho abaolutamente Inflnlto de deecoberta e de

compreensAo do mundo .•.(ABRAMOVICH, 1998 p.18)

ENTREVISTA COM PROFESSORES DE JAR DIM III DE EDUCAGAOINFANTIL C.E.I PIPA ENCANTADA.

1. Qual seu metodo para trabalhar literatura infantil?

2. 0 que voce faz para despertar 0 interesse pela literatura?

r. Q,·:r:.n?

3. Quantas vezes por semana voce conta histolia para seus alunos?

-("Ad"" "" ~,...,

'alunos?. /~ . ..nk n'lAY)1.J/'oTp. """"

5. Por que e importante contar historia para as clia~s:as?,fa, d~J.\ ~;;tCL F5 jhlr;)t~A'-~ -,,1n.. .J.1.~nf.) n }.FrfJ/t('\.

n.~ ~(), C.A'f"ft ()) P u,'",OOunOm'lh;on \)...-,,-;f;".,1\

Este questionarto tern como objetivo levantar infonma90es para a raalizac;liode urn trabalho de conciusAo do curso de Pedagogia que tern como tema "AImportancia da Literatura Infantil na Fonma,Ao da Crtan,a". Portanto, suacolaborac;lio e de grande e relevAncia.

Dados de identifics,Qo

Idade:~

Sexo: F\(l M.('))

ProfissAo: Y~~/Escolartdade: W(;J 4ufW//<,;cn c<9?>1.f7ItLqArea de Atuac;lio: (mA& rnd -::+ ()

Ah, como II Importante para a forrna~ao de qualquer crlan~a ouvlr mullas,

multas hl.t6r1a •... EBcuta~a. II0 In(Clo da aprendlzagem para ser urn leltor, a

ser loltor II ter urn camlnho absolutamente Inflnlto de deacoberta e de

compreenslo do mundo." (ABRAMOVICH, 1998 p.16)

ENTREVISTA COM PROFESSORES DE JARDIM III DE EDUCACAOINFANTIL C.E.I PIPA ENCANTADA.

1. Qual seu metodo para trabalhar literatura infantil?

-(h~9JJfbak(/;EfI;f#J2: h!f1:ra:

2. 0 que vo~ faz para despertar 0 interesse pela literatura?

3. Quantas vezes por semana vo~ conla histo'ria para seus alunos?

4.

Este questionario tern como objelivo levantar informa¢es para a realiza9l\ode urn trabalho de conclusAo do curso de Pedagogia que tern como tema "AImportancia da Literatura Infantil na Formal'Ao da Crianl'a". Portanto, suacolabora9l\o e de grande e relevancia.

Dodosde identifical'ao

Idade: 02.1-Sexo: FW M ( )

profissao: -P"'1<->Wtg ,Escoiaridade:~~ ~ (.c@mD 0110 ?=b!;"")iA)Area de Atua9l\o: bd.,fnru' (~jIL)

Ah, como 6 Importante para a forrna~lo de qualquer crlan~a ouvl. multas,multas hlat6r1aa.,. Escuta~a8 6 0 In(clo da aprandlzagem para aer um laltor, a

sar laltor 6 ter um camlnho abaolutamente Infinlto de descoborta e decompreanslo do mundo ... (ABRAMOVICH, 1998 p.16)

ENTREVISTA COM PROFESSORES DE JARDIM III DE EDUCACAoINFANTIL C.E.I PIPA ENCANTADA.

1. Qual seu metodo para trabalhar Iiteratura infantil?

• ~. -rev ~ d.o>-.. "t,,¥,o .<y &.,,-,0 ~ ~ llvv r=""'-- oJ;,~ ->- la?<!yv ~ 0 ...:.""'" 0<& ~=.o vtlm*'o f""'-F.CY'YT'\Crr\.G..- ~ '~tod.O'\ ,-t.II"\"f'C.. I' ..{~~~ ..Q.,..:o 9' ';,,,:.;,.1\0 dt..tl"'l"lC\... ~.w...... ~ fO"'~ 1.IU...•/ ~ 0 ~~~ dt..."V-O?t. foseB Q}.. d<n ,O(A}-.O"""'Q.ot'../'f\).

I ' G

2. 0 que voce faz para despertar 0 interesse pela literatura?

I f.o')\.tolJ.,..~" c9::v Jr:J..•~.~ L f;u.c.iJ.o.du.(?l...u:v...... a ~.K ~ t~ ~ Qca.h~ COTII ~:

3. Quantas vezes por semana voce conta historia para seus alunos?

lof,n~ ~~ d;'~-t> omco ~h ~ 't-.(.~.

4. Em que momento voce Ie para seus alunos?'T'if'l"o.En l.J...VW'\ rr'\~ dt. ~0?\9.J C)...LU.•• Occrt""l~"T"o()~

~ ~~ ~ ~ ~'\.<J\.... ~.o ~ (nu.c:k. """'or.:o.,If~" OJ,,",~:> &rr\ ILL9L't-'"'N ~ ~.