A Importância Da Ecologia [Artigo]

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A Importância da Ecologia Denise Godoi Ribeiro I. Introdução. II. O Desenrolar da Ecologia. III. A Ecologia Moderna do Final do Século XX. IV. A Ecologia em outras áreas deestudo. V. Ações humanas.VI. Sugestão para leitura. VII. Bibliografia. Introdução Nasceu junto com o mundo, criada ao lado dos seres vivos e, durantemuito tempo desconhecida do grande público do planeta Terra sendo relegada a segundo plano por muitos cientistas, a ecologia surgiu no século XX como um dos mais populares aspectos da biologia onde a principal preocupação é conciliar crescimento econômico com a preservação ambiental. Isso devido aos problemas que o homem vem enfrentando, como crescimento populacional, poluição ambiental, fome e todos os problemas sociológicos e políticos atuais, são em grande parte ecológicos. A palavra ecologia (do grego oikos: habitat; e logos: ciência) foi cunhada inicialmente em 1869, pelo zoólogo alemão Ernest Haeckel, para designar a "relação dos animais com seu meio ambiente orgânico e inorgânico", ou seja, a relação entre o ser vivo e o meio ambiente em que ele se encontra. A expressão meio ambiente inclui tanto outros organismos quanto o meio físico circundante. Envolve relações entre indivíduos de uma mesma população e entre indivíduos de diferentes populações. Essas interações entre os indivíduos, as populações e os organismos e seu ambiente formam sistemas ecológicos, ou ecossistemas. A ecologia também já foi definida como "o estudo das inter relações dos organismos e seu ambiente, e viceversa", como "a economia da natureza", e como "a biologia dos ecossistemas". No início, o estudo da ecologia não levava em consideração a presença da humanidade habitando desde o eixo principal, do Círculo Polar Ártico ao Círculo Polar Antártico, até os locais mais extremos da “biosfera” (região do planeta ocupada pelos seres vivos), uma vez que ainda era possível encontrar áreas longínquas e relativamente pequenas sem nenhuma interferência humana. Hoje os estudos ecológicos buscam novos princípios para os ambientes alterados ou destruídos pelo homem sendo uma questão de sobrevivência de sua espécie. O Desenrolar da Ecologia A origem da ecologia está intimamente ligada a criação do mundo porum ser soberano “Deus” citada na Bíblia Sagrada dos Cristãos, segundo o seu primeiro livro, Gêneses ou defendido pelos cientistas como a grande explosão “Big Bang” que deu origem ao universo. A ecologia empenha – se nos relacionamentos dos seres vivos demesma espécie, de espécie diferente e com os seres não vivos. Desde a origem da vida no planeta Terra a ciência já era de fundamental importância para a sobrevivência dos animais. O homem primitivo praticava a ciência da ecologia, parou para observar os animais e vegetais, interagiu – se com outros homens, eram nômades, aprenderam a viver emgrupos, onde tinham uma harmoniosa interação com a natureza, registravam suas vidas em forma de “pinturas rupestres”, desenhos estes que demonstravam além de luta entre bisontes machos, fêmeas prenhes de diversos mamíferos, as estratégias utilizadas para capturar suas presas, sendo notável a disparidade de força entre o predador (homem) e sua presa. Com a descoberta do fogo, inicia – se um dos maiores avanços da humanidade, o homem passa a cozer seu próprio alimento, todavia este mesmo fogo que trouxe o beneficiou também causou a cobiça e a disputa pelo seu domínio. No princípio, a função do fogo era de cozimento de alimentos,aquecimento do corpo e proteção perante alguns animais silvestres. Com atitudes impensantes sobre os perigos que o fogo podia causar, o homem conhece o lado “avassalador” deste

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Artigo sobre a importância do estudo da Ecologia

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A Importância da EcologiaDenise Godoi Ribeiro

I. Introdução. II. O Desenrolar da Ecologia. III. A Ecologia Moderna do Final do Século XX. IV. A Ecologiaem outras áreas deestudo. V. Ações humanas.VI. Sugestão para leitura. VII. Bibliografia.

Introdução

Nasceu junto com o mundo, criada ao lado dos seres vivos e, durantemuito tempo desconhecida do grandepúblico do planeta Terra sendo relegada a segundo plano por muitos cientistas, a ecologia surgiu noséculo XX como um dos mais populares aspectos da biologia onde a principal preocupação é conciliarcrescimento econômico com a preservação ambiental. Isso devido aos problemas que o homem vemenfrentando, como crescimento populacional, poluição ambiental, fome e todos os problemassociológicos e políticos atuais, são em grande parte ecológicos.

A palavra ecologia (do grego oikos: habitat; e logos: ciência) foi cunhada inicialmente em 1869, pelozoólogo alemão Ernest Haeckel, para designar a "relação dos animais com seu meio ambiente orgânicoe inorgânico", ou seja, a relação entre o ser vivo e o meio ambiente em que ele se encontra.

A expressão meio ambiente inclui tanto outros organismos quanto o meio físico circundante. Envolverelações entre indivíduos de uma mesma população e entre indivíduos de diferentes populações.Essas interações entre os indivíduos, as populações e os organismos e seu ambiente formamsistemas ecológicos, ou ecossistemas. A ecologia também já foi definida como "o estudo das inter­relações dos organismos e seu ambiente, e vice­versa", como "a economia da natureza", e como "abiologia dos ecossistemas".

No início, o estudo da ecologia não levava em consideração a presença da humanidade habitandodesde o eixo principal, do Círculo Polar Ártico ao Círculo Polar Antártico, até os locais mais extremosda “biosfera” (região do planeta ocupada pelos seres vivos), uma vez que ainda era possívelencontrar áreas longínquas e relativamente pequenas sem nenhuma interferência humana.

Hoje os estudos ecológicos buscam novos princípios para os ambientes alterados ou destruídos pelohomem sendo uma questão de sobrevivência de sua espécie.

O Desenrolar da Ecologia

A origem da ecologia está intimamente ligada a criação do mundo porum ser soberano “Deus” citada na BíbliaSagrada dos Cristãos, segundo o seu primeiro livro, Gêneses ou defendido pelos cientistas como agrande explosão “Big Bang” que deu origem ao universo.

A ecologia empenha – se nos relacionamentos dos seres vivos demesma espécie, de espécie diferente e comos seres não vivos. Desde a origem da vida no planeta Terra a ciência já era de fundamentalimportância para a sobrevivência dos animais. O homem primitivo praticava a ciência da ecologia,parou para observar os animais e vegetais, interagiu – se com outros homens, eram nômades,aprenderam a viver emgrupos, onde tinham uma harmoniosa interação com a natureza,registravam suas vidas em forma de “pinturas rupestres”, desenhos estes que demonstravam além deluta entre bisontes machos, fêmeas prenhes de diversos mamíferos, as estratégias utilizadas paracapturar suas presas, sendo notável a disparidade de força entre o predador (homem) e sua presa.

Com a descoberta do fogo, inicia – se um dos maiores avanços da humanidade, o homem passa acozer seu próprio alimento, todavia este mesmo fogo que trouxe o beneficiou também causou a cobiçae a disputa pelo seu domínio. No princípio, a função do fogo era de cozimento dealimentos,aquecimento do corpo e proteção perante alguns animais silvestres. Com atitudesimpensantes sobre os perigos que o fogo podia causar, o homem conhece o lado “avassalador” deste

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elemento da natureza, sua capacidade de destruir em curto espaço de tempo o que seus olhos jamaisviu nascer,posteriormente, o homem utilizou o fogo como uma autentica maneira de devolver à terraos nutrientes necessários para sobrevivência dos vegetais, sem contudo observar o mau que estariaprestes a enfrentar após alguns anos.

Causando inquietação desde os primórdios da antiguidade, o fogo foi durante muito tempo, a únicapreocupação em relação ao meio ambiente. O homem evoluiu a passos largos, a ecologia veiosorrateiramente ao seu lado, sem este perceber, preocupou – se em domesticar animais, plantando,colhendo, criando, reformando e como registrou Lavoisier “Na natureza nada se cria, nada se perde,tudo se transforma”, o meio ambiente foi sendo modificado pelos períodos de glaciações, aquecimentos,alterações dos níveis dos mares e oceanos, estando em constante mutação que não só tem efeitosobre a distribuição das espécies de animais e vegetais como tambémporque estes possuem limitesdefinidos de tolerância em relação a temperatura, precipitação, umidade e pressão atmosférica,fatores que provavelmente quando alterados, modificam o meio ambiente tornando – o inadequadopara algumas espécies, ocasionando a extinção de muitos seresvivos e o surgimento de outros.

Nos séculos seguintes, muitos dos grandes nomes do conhecimento biológico contribuíram para odesenvolvimento da “ciência da natureza”, embora a denominação de ecologia foi surgir séculos maistarde. Um dos primeiros registros de obras sobre a ecologia é na história natural dos gregos comAristóteles e seu discípulo Teofrasto que foi o primeiro a descrever as relações dos organismos entresi e com o meio. As bases posteriores para a ecologia moderna foram lançadas nos primeirostrabalhos dos fisiologistas sobre plantas e animais.

Em 1798, o economista e demógrafo britânico Thomas Malthus publicou anonimamente seu Essay onPopulation(Ensaio sobre a população), no qual afirmava que a população crescia em progressãogeométrica, enquanto a produção de alimentos aumentava em progressão aritmética.Malthusdespertou o interesse pela dinâmica das populações em muitos economistas e cientistas daépoca. Segundo sua teoria: “o crescimento da população tende sempre a superar a produção dealimentos, o que torna necessário o controle da natalidade”. A solução para evitar epidemias e atépandemias (epidemias que alcançam dimensões continentais, como a peste bubônica na Europa,no século XIV), guerras e outros acontecimentos lastimosos provocados pelo excesso de população,consistiria, segundo ele, na restrição dos programas assistenciais públicos de caráter caritativo e naabstinência sexual dos membros das camadas menos favorecidas da sociedade.

A Dinâmica de Populações ou “Demoecologia” como foi proposta atualmente contou com o apoio deRaymond Pearl (1920), zoólogo americano, um dos fundadores da biometria, aplicação das leis daestatística à medicina e à biologia, A. J. Lotka (1925), e Vito Volterra (1926) que desenvolveramasbases matemáticas para os estudos das populações; analisando o comportamento, o crescimento ea distribuição de uma espécie ou de uma biocenose (comunidade) em seu nicho ecológico, o quelevaram as experiências sobre a interação de predadores e presas, as relações competitivas entreespécies e o controle populacional destacando os conflitos entre as populações em expansão e acapacidade da Terra de fornecer alimento.

O século XX é o palco principal para a ecologia, muitos ecologistas empenharam – se em concretizar aimportância das relações entre os diferentes seres vivos e não vivos (seres bióticos e abióticos) nomeio ambiente.

Um dos maiores discípulos de Charles Darwin, o biólogo Haeckel, publica em sua obra Morfologia geraldos organismos, o termo recém criado por ele próprio, Ecologia, onde a define como “ciência das relaçõesdo organismo com o meio ambiente, compreendendo, no sentido amplo, todas ascondições deexistência”. Os cientistas estavam mais focados em pesquisas isoladas não acatando as idéias deHaeckel. Isto apenas tornou – se possível após dois grupos de botânicos, um na Europa e outro nosEstados Unidos,estudaram comunidades vegetais de dois diferentes pontos de vista. Os botânicoseuropeus se preocuparam em estudar a composição, a estrutura e a distribuição das comunidadesvegetais, enquanto os americanos estudaram odesenvolvimento dessas comunidades, ou seja, suasucessão ecológica que correspondem ao conjunto de processos nos quais as comunidadesbiológicas de um ecossistema se substituem numa seqüência ordenada e gradual atésercompletamente implantada uma comunidade final (clímax), ocorrendo equilíbrio entre os seres

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vivos e o maio ambiente. Assim os biólogos americanos deram ênfase à inter­relação de comunidadesvegetais e animais como um todo biótico.

Alguns ecologistas se detiveram na dinâmica das comunidades e populações, influências de seuscomportamentos instintivos e agressivos, bem como suas atitudes sociais, enquanto outros sepreocuparam com as reservas de energia. Em 1920, o biólogo alemão August Thienemann introduziuo conceito de níveis tróficos ou de alimentação, destacando que a manutenção da vida de umorganismo é conseguida a partir da energia química acumulada nos compostos orgânicos queconstituem seus alimentos, isso ficou conhecido por cadeia e teia alimentar, onde a energia dosalimentos é transferida, por uma série de organismos, das plantas verdes (produtores, autótrofos) aosvários níveis de animais (consumidores, heterótrofos) completando o ciclo nos decompositores.

Em 1927 Charles Sutherland Elton, ecologista inglês, especializado em animais, avançou nessaabordagem com o conceito de nichos ecológicos correspondendo ao papel desempenhado pelasespécies em seu habitat e, conceitos sobre pirâmides de números baseando – se na quantidadedeorganismos envolvidos numa determinada cadeia alimentar, como o número de indivíduosgeralmente diminui ao longo dos sucessivos elos de uma cadeia alimentar, a pirâmide de uma cadeiaalimentar, a pirâmide de números é representada com o vértice voltado para cima.

Existem cadeias alimentares em todos os habitats, por menores que sejam esses conjuntosespecíficos de condições físicas que cercam um grupo de espécies. As cadeias alimentares costumamser complexas, e várias cadeias se entrecruzam de diversas maneiras, formando uma teiaalimentar que reproduz o equilíbrio natural entre plantas, herbívoros e carnívoros.

A importância da fotossíntese ficou registrada, na década de 1930, pelas pesquisas do zoólogoamericano, Edward Asahel Birge, que juntamente com Chancey Juday, biólogo, empenharam – se nosestudos de limnologia (água doce) que ao medirem a reserva energética de lagos, desenvolveramaidéia da produção primária, ou seja, a proporção na qual a energia é gerada, ou fixada, pelafotossíntese que transformam a energia luminosa em energia química, armazenada na matériaorgânica. Mencionaram a despreocupação do

homem em relação as suas ações sobre a água. A ecologia moderna atingiu a maioridade em 1942com odesenvolvimento, pelo cientista americano Raymond Laurel Lindeman, do conceito trófico –dinâmico de ecologia, que detalha o fluxo de energia no ecossistema. A energia tem fluxounidirecional, decrescente e acíclico ao longo de uma cadeia alimentar, adentrando nos seres vivos emforma de luz solar(energia luminosa) e sendo devolvida ao meio ambiente em forma de calor,não podendo ser reutilizada pelos seres vivos, por esse motivo o ciclo é considerado aberto. Essesestudos quantitativos foram aprofundados pelos americanos Eugene e Howard Odum.

O estudo do fluxo de energia e do ciclo de nutrientes foi estimulado pelo desenvolvimento de novastécnicas radioisótopos, microcalorimetria, computação e matemática aplicada que permitiram aosecologistas registrar, rastrear e medir o movimento dos nutrientes e energias específicas atravésdos ecossistemas.

Na década de 1960, a ciência da ecologia ganha espaço epopularidade à nível mundial, sendointegrada como tema principal em convenções, palestras, encontros, jornais, revistas e em foco naspropagandas de televisão.

Os meios de comunicação deram a ecologia amplitude em suadivulgação, despertando no homem umnovo estágio de desenvolvimento dessa ciência, a ecologia da população, preocupada com aquantidade e qualidade de vida da humanidade.

A Ecologia Moderna do Final do Século XX

A ecologia evolui a partir de alguns alertas que o meio ambiente foidemonstrando a toda a humanidade e,principalmente quando a população começou a ter acesso aos meios de comunicação, as noticiaseram divulgadas não só entre os chefes de estados, também as comunidades maislongínquaspassaram a receber as informações de várias partes do mundo.

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No passado foram registrados alguns acontecimentos que teriam causado danos no meio ambiente,contudo, o período pós – guerra foi um marco para o despertar da ecologia. Quando iniciou a onda degrandes petroleiros deixarem rastos pelo mar onde passavam com seus vazamentos edegradando osseres vivos que habitavam a imensidão das águas, as aves que se alimentavam dos peixes e a saúdedo homem; queimadas de florestas; desnudamento de vastas áreas virgens; imensas chaminésindustriais liberando à atmosfera nuvens escuras ricas em gases tóxicos, milhares depessoas puderam acompanhar, pelos seus aparelhos de TVs, o que o homem era capaz de fazer como ecossistema para que ocorresse o desenvolvimento industrial, gerando mais força na economia.

A industrialização acelerou o desenvolvimento, passando a produzir em grande escala, a cultivar emgrandes áreas e a consumir cada vez mais. A tecnologia e o conhecimento passado de geração emgeração, auxiliaram o homem a descobertas grandiosas, porem nada disso seria possível se omeio ambiente não fornecesse a matéria – prima para seu funcionamento. Essa matéria é retirada deum ecossistema sendo considerado uma unidade funcional composta de organismos integrados, e emtodos os aspectos do meio ambiente em qualquer área específica. Envolve tanto oscomponentes abióticos quanto os bióticos, através dos quais ocorrem o ciclo de nutrientes e os fluxosde energia. Para que ocorra a realização dos ciclos e dos fluxos, os ecossistemas precisam conteralgumas inter­relações estruturadas entretemperatura, água, luz, solo e disponibilidade de nutrientes;interagindo com produtores, consumidores e decomponentes.

O ecossistema é considerado a unidade ecológica básica mantenedora do fluxo de energia e do ciclode materiais, desdobrado numa série de processos e relações energéticas, que agrupam membros deuma comunidade natural; com aspectos históricos: o presente está relacionado com o passado, e ofuturo com o presente. As ações do homem sobre o ecossistema e conseqüentemente sobrea biosfera, são notáveis em se tratando de alterações ambientais.A humanidade está inserida nanatureza e, desta forma não é capaz de cria – la, porem possui alta capacidade de transformação ealteração.

O planeta vem enfrentando problemas ambientais desde o início da civilização humana, contudoapenas após a Revolução Industrial é que se pôde observar a quantidade de matéria, principalmentedas fábricas, sendo inutilizada, descartada ou desperdiçada, no meio ambiente, onde este recebia depresente os resíduos industriais, sem nenhuma preocupação com seus destinos. Os locais a seremdespejados eram sempre próximos a lagos, rios ou mares, com a certeza de que a natureza teriacondições de eliminá – los.

Os grandes conflitos mundiais e até mesmo regionais contribuíram para a propagação e acúmulo demateriais bélicos em locais inadequados, visto que muitos foram abandonados à mercê do tempo e doespaço, próximos a casas, cidades e, a água. Muitos paises já estão enfrentando problemas gravespela falta de água e, próximos ou distantes, todos os seres vivos, habitantes do planeta Terra, estãosendo prejudicados de alguma maneira pelos reflexos da degradação do ecossistema.

Os graves acidentes ecológicos que vem ocorrendo nas ultimas décadas está na lista dos maioresdesequilíbrios ambientais, trazendo conseqüências drásticas à todos os seres vivos do local e, muitasvezes afetando regiões mais distantes que se podiam imaginar, algumas que nem ousam saber oporquê de determinadas espécies desaparecerem, migrarem ao morrerem, sendo que aparentementenão houve problema algum registrado na região e, próximos ou distantes, todos os seres vivos,habitantes do planeta Terra, estão sendo prejudicados de alguma maneira pelos reflexosdadegradação do ecossistema.

A humanidade despertou para a manutenção de sua própria vida, preocupados com o meio ambiente,iniciou – se um processo de socialização entre a natureza e o homem, que começava a acrescentar aoseu vocabulário termos comuns como reciclagem, estações de tratamento, redes de esgotos,commuito mais freqüência do que em décadas passadas, merecendo destaques desde campanhasescolares até como marketing para grandes empresas.

O estado do Rio Grande do Sul foi o precursor dos movimentos ambientalistas no Brasil. Um dosgrupos, procurou despertar na população de Porto Alegre, a defesa da fauna e da flora, o combate àpoluição das industrias e de veículos auto – motores, o uso indiscriminado de agrotóxicos e adifusão de uma nova consciência ecológica. Surgiram diversas entidades no estado e após

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espalharam – se pelo território brasileiro, alcançando muitos dos objetivos, lutando e persistindo naqualidade de vida da humanidade para suasubsistência.

A Ecologia em outras áreas de estudo

A ecologia é uma ciência interdisciplinar, envolvendo a botânica,biologia molecular, zoologia, taxonomia,fisiologia, genética, antropologia, sociologia, meteorologia, geologia, física, química, matemática einformática.

Rotineiramente torna – se difícil delimitar a fronteira entre a ecologia e qualquer uma dessas ciênciascitadas, pois todas têm influência sobre ela, estão interligadas. A mesma situação existe dentro daprópria ecologia. Na compreensão das interações entre as mesmas espécies e o meio ambienteouentre as espécies diferentes que habitam um dado local no ecossistema, ocorre sempre umadependência entre comportamento de dinâmica das populações, de fisiologia, adaptação de evoluçãoe genética, ecologia animal de ecologia vegetal.

Assim, o ecossistema é o conceito que unifica a botânica com a zoologia, o comportamento com aevolução das espécies. A ecologia se desenvolveu ao longo das ciências da botânica e da zoologia,onde a botânica aborda as relações dos vegetais entre si e com seu meio ambiente sendo altamentedescritiva da composição vegetal de uma área e normalmente ignora a influência dos animais sobre asplantas, merecendo destaque apenas na questão da polinização pelos insetos, morcegos, pássaros eoutros animais. A zoologia envolve o estudo da dinâmica, distribuição, comportamento das populaçõese das inter­relações de animais com seu meio ambiente. Como alguns animais são consideradosconsumidores primários emrelação às plantas (alimentação) e os vegetais possuem a capacidadede fornecer abrigo para os animais, a zoologia não pode ser totalmente compreendida sem umconhecimento considerável de botânica.

A zoologia e a botânica podem ser vistas como “Auto – Ecologia”, um termo criado por Shöeter em1896, responsável pelo estudo das relações entre uma única espécie e seu nicho ecológico, suasnecessidades alimentares, reprodutivas, comportamentais, entre outros; ou ainda como “Sinecologia”,oestudo das relações entre seres de várias espécies e seus nichos ecológicos.

A sinecologia é dedutiva e filosófica, não se limita a quantidades, porém apenas após a evolução dainformática e energia atômica pode desenvolver os instrumentos para estudar sistemas maiscomplexos e dar início a sua faseexperimental possuindo estreitas ligações com as áreasgeológicas, meteorológicas e com a antropologia cultural. Os conceitos importantes desenvolvidos pelasinecologia são aqueles ligados aos ciclos de nutrientes, reservas energéticas e desenvolvimentodos ecossistemas; sendo subdividida conforme os tipos de ambientes, como aquático ou terrestre.

O ecossistema aquático é influenciado pelas condições da água possuindo uma maior resistência àsvariações ambientais; suas características físicas são alvos de atenção pela limnologia, que estuda avida em cursos de água correntes e águas relativamente estáveis. (As formas de vidas existentes emmares, oceanos e estuários são objetivos da ecologia marinha.)

O ecossistema terrestre recebe principal influencia das espécies e está exposto a flutuaçõesambientais mais amplas do que os ecossistemas aquáticos se subdividindo em estudos demicroclimas, produtividade, química dos solos, ciclos hidrológicos, fauna dos solos e ecogenética.

Existem também outras abordagens ecológicas que concentram – se em áreas especializadas, como:as investigações de interações entre o meio ambiente físico e as espécies incluem ­ se naecoclimatologia e na ecologiafisiológica; os estudos das distribuições geográficas de animais e vegetaissão integrantes da geografia ecológica animal e vegetal; a natalidade, o crescimento populacional, acompetição e a mortalidade são abordados na ecologia populacional; o comportamento dos animaisem seu meio ambiente e suas interações sociais que afetam a dinâmica das populações é estudadapela ecologia comportamental; o estudo da genética, a ecologia das raças locais e espécies distintas éfunção da ecologia genética.

As ciências exatas contribuem para o desenvolvimento da ecologia, que analisam e estudam asestruturas e funções dos ecossistemas através da matemática aplicada, dos modelos matemáticos e

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análise de sistemas recebendo a denominação de ecologia dos sistemas. Todas as subdivisões daecologia desempenham um único e principal papel, aplicação de princípios ecológicos para odesenvolvimento sustentável sem parar de progredir para conseguir preservar a natureza.

Ações humanas

A radicalização do impacto destrutivo do homem sobre a natureza,provocada pelo desenvolvimento daeconomia mundial, inspirou, ao longo do século XX, uma série de iniciativas e lutas em prol daconservação do meio ambiente natural contra as ações destrutivas da humanidade.

Recentemente, a poluição ambiental vem, progressivamente, afetando a vida no planeta, afetando aexistência dos seres bióticos e contaminando os seres abióticos. Para se evitar que maiorescatástrofes ocorram, surgiram em diversos paises, “homens” com intuito de agirem em beneficio domeioambiente. Em principio, alertas, e após, denúncias feitas em congressos nacionais einternacionais pelos movimentos ecológicos, criaram algumas campanhas em favor de garantir asobrevivência de muitas espécies ameaçadas de extinção eáreas de reservas de vegetação nativa.

Em território brasileiro, no ano de 1934, foi realizada no MuseuNacional, no Rio de Janeiro, a “IConferência Brasileira de Proteção à Natureza”, que além dos grupos conservacionistas, surgiram osecologistas. A linha divisória entre eles nem sempre está bem demarcada, pois muitas vezes, os doisgrupos confundem – se em algumas lutas específicas comuns, todavia, os ecologistas, sãopossuidores de marcos políticos cada vez maiores. Os principais objetivos dos movimentos ecológicossão mudanças globais nas estruturas sociais, econômicas e culturais, que foram percebidas através decrises ecológicas em conseqüências de modelos de civilizaçãoinsustentável.

Um dos primeiros passos a nível mundial em relação à ecologia ocorreu em 1972 e está registradacomo a “I Conferência Internacional das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano”, organizada pelaONU (Organização das Nações Unidas) em Estocolmo. Com objetivos preciosos deavaliar o estado domeio ambiente no planeta, dando ênfase para a capacidade limitada da natureza de absorver aexpansão da humanidade e que o crescimento econômico estava situado em lado oposto àpreservação ambiental. Assim, produziram – se relatórios sobre esgotamento das reservas minerais,aumento da população e diversos outros assuntos entre progresso econômico e meio ambiente.

Em 1992, 178 países participaram do evento mais famoso em assunto de ecologia no Brasil, a ECO –92. Sediada no Rio de Janeiro, a ONU organizou a Conferência das Nações Unidas para o MeioAmbiente e o Desenvolvimento, de marco histórico para a sobrevivência do planeta aprovando cincodocumentos importantes sobre a conservação da natureza,como a Convenção da Biodiversidade e ado Clima, a Declaração de Princípios das Florestas e a Agenda 21.

A Agenda 21 é talvez o mais polêmico desses documentos, pois destaca a importância da mudançados padrões de consumo, confirmando o quadro em desigualdade social, ressalta a ecologia eprogresso num ambicioso modelo de desenvolvimento sustentável ou compatível com a capacidadede sustentação do crescimento econômico, sem exaustão dos recursos naturais, com soluçõescomportamentais e sociais.

A ecologia é uma ciência que está presente em nosso dia – a – dia, fazendo – se fundamental nabusca de novos caminhos que alcancem uma gestão – sustentável, que sem dúvida, é o melhorcaminho para a sobrevivência da humanidade.

Sugestão para leitura

O trabalho de ecologia que encerrou sua leitura lhe despertou muitasincógnitas que ainda não havia “parado”para pensar. Com intuito de abrir novos horizontes, em relação ao meio ambiente, algumas sugestõesde leituras podem auxilia – los nas descobertas das principais essências da vida na natureza. Umexemplo está na obra: Em Busca do Conhecimento Ecológico.(São Paulo: Edgard Blücher, 1983.) de R.Gervertz. Existem algumas publicações de entidades não governamentais que empenham cada vezmais na proteção do meio ambiente como Cuidando do Planeta Terra: Uma Estratégia para o Futuro daVida. (São Paulo. 1991.) do IUCN/PNUMA/WWF e sob a coordenação de Vera Regina Rodrigues um livrointitulado deMuda o Mundo, Raimundo! Educação Ambiental no Ensino Básico do Brasil. (Brasília: WWF.

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1997.). A preocupação com o futuro é enquête de Lutzenberger na obra Fim do Futuro? ManifestoEcológico Brasileiro. (Porto Alegre: Movimento,1980.). A poluição ambiental é tema de Biologia daPoluição. (São Paulo: EPU/Edusp, 1982) publicada por Mellanby. A obra de Branco O Meio Ambiente emDebate. (São Paulo: Moderna. 1994.) contribui para a difusão de idéias sobre os problemas da FlorestaAmazônica e do Pantanal, bem como inseticidas, chuva ácida e tantos outros assuntos relevantes.

Não poderia deixar de citar sites na internet, que hoje está ao alcance de milhões de pessoas,disseminando informações diversas. A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental fornecepáginas que valem a pena serem espiados, os assuntos são variados em relação à ecologia comotecnologia ambiental, legislação e recursos hídricos.

Referências

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* Professora da Rede Publica de Ensino – SEED/PR ­ Membro da revista Espaço da Sophia: Publicadoem:http://revista.espacodasophia.com.br/lista­de­membros/parte­1/d/userprofile/denisego.html