A IDEIA DE EDUCAÇÃO INTEGRAL EM PLATÃO E ROUSSEAU

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    PERSPECTIVA, Erechim. v.35, n.132, p.7-17, dezembro/2011 7

    A IDEIA DE EDUCAO INTEGRAL EMPLATO E ROUSSEAU

    The Idea of Integral Education in Plato and Rousseau

    LORENZON, E. A.JORGE, L. G. A.

    Recebimento: 08/11/2011 - Aceite: 20/12/2011

    RESUMO:A Educao Integral um tema que permeia discusses hodier-nas em torno dos rumos da educao contempornea. Sua gnese pode serpercebida na ideia platnica de estado ideal, em que o homem deveria obteruma formao completa, do ponto de vista fsico, moral, social e intelectual,a m de bem conduzir o estado e participar da vida coletiva. Isso pode ser

    vislumbrado no dilogo Alegoria da Caverna. Na pedagogia de Rousseau,lsofo iluminista, surge a proposta de uma educao natural, visando uma

    formao autnoma para preparar o homem para o convvio social. Diantedestas concepes emergem inmeras ferramentas para reetirmos sobre

    nossas prticas pedaggicas, e a Educao Integral que almejamos.

    Palavras-chave: Educao Integral. Plato. Rousseau.

    ABSTRACT: The Integral Education is a theme that permeates todaysdiscussions about the direction of contemporary education. Its genesis can beseen in the Platonic idea of the ideal state where the man should get a com-plete education, upon moral, social and intellectual point of view in order tolead the state and participate in the collective life. This can be glimpsed inthe dialogue Allegory of the Cave. In Rousseaus pedagogy, an Enlighten-ment philosopher, the proposal comes from a natural education, aiming anautonomous formation to prepare the man for the social life. Given theseconceptions, numerous tools emerge to reect upon our pedagogical practices,

    and the Integral Education aimed.

    Keywords: Integral Education. Plato. Rousseau.

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    Elaine Aparecida Lorenzon- Lusa Guiomar Aresi Jorge

    Introduo

    Reetir sobre a Educao enveredar-se

    por um caminho subjetivo, com respostas in-certas, muitas propostas e experincias, cadaqual emersa em sua especicidade histrica.

    Diante deste pressuposto que se mostrapertinente o estudo das propostas, no campoeducacional, dos lsofos Plato e Rousseau.

    Embora pertencentes a pocas distantes, suasideias foram essenciais para a construo de

    um conceito de Educao Integral, questoesta que ocupa um patamar de destaque nacontemporaneidade, por ressignicar o papel

    e a abrangncia da escola e da educao comoum todo dentro da sociedade.

    Tanto Plato como Rousseau foramhomens de seu tempo, imbudos por umacosmoviso e uma leitura de mundo que de-terminavam seus discursos, no caso de crtica

    sociedade e ao conservadorismo das pr-ticas educacionais. Ambos conceberam umaproposta de educao revolucionria parasua poca, primando pelo desenvolvimentode um homem completo, autnomo e moral,pronto para inserir-se na sociedade e desem-penhar o seu papel, visando o bem comum.

    A partir destas consideraes, este traba-lho objetiva analisar a concepo de Educa-

    o Integral existente nas obras de Platoe Rousseau, verificando a influncia docontexto histrico em sua formulao. Maisespecicamente, busca-se reetir como as

    propostas destes lsofos aplicar-se-iam nas

    sociedades em que ambos se inseriam e quetipo de mudana social engendravam. Almdo mais indispensvel saber a existnciade um sentido de utilidade, que ambos atri-

    buam educao, e sua importncia para aformao de um homem integral.

    Os instrumentos utilizados nesta anlisecentram-se na leitura , discusso e sistema-

    tizao do discurso Alegoria da Caverna,contido na obra A Repblica, do lsofo

    grego Plato, e, tambm, do livro Emlioou Da Educao, escrito por Jean-JacquesRousseau. Como material de apoio foramusados artigos e livros elaborados por au-tores que discutiam as ideias dos lsofos

    analisados, fornecendo-nos base para ainterpretao das informaes e construodeste trabalho.

    Priorizou-se, tambm, a conexo da con-cepo de Educao Integral dos pensadoresem questo com o atual contexto educa-cional, tendo em conta a construo de umdiscurso que traga contribuies aos debatescontemporneos em torno da educao. neste ponto que se revela a atualidade dasideias de Plato e Rousseau, e da importnciaque tem a losoa para fomentar discusses,

    e auxiliar na compreenso da desconexoexistente entre o ensino fornecido pelasescolas e as exigncias sociais. Para tal,

    iniciaremos com o estudo da proposta deeducao de Plato.

    Plato e a Educao

    Plato foi um lsofo grego, que viveu

    na cidade de Atenas, entre 427 a 347 a.C e,por ser discpulo de Scrates muito preser-vou de suas ideias e conceitos. As opiniespolticas de Plato e posies em relao educao, que deveriam primar pelo bem dacoletividade, foram moldadas, dentre outrosmotivos, em virtude da morte de Scrates,por considerar-se as ideias deste lsofo cor-ruptoras da juventude de seu tempo. Faz-sepresente tambm, no pensamento platnico,a crtica forma de conduo da educao deseu tempo, realizada pelos sostas, e movida

    pelo desejo de preparao de oradores paraseguir a vida poltica na plis.

    Deve-se ter em mente que Plato foi umhabitante de Atenas, lho de pessoas inuen-

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    tes, e que seus escritos e posicionamentosforam elaborados tendo por base a sociedadede seu tempo. Muito embora seus dizeres pos-sam ser relacionados nossa poca, devemser vislumbrados na especicidade de seu

    contexto, salvo contrrio corre-se o risco deum anacronismo histrico e losco

    No perodo em que Plato viveu noexistia Grcia tal qual a conhecemos hoje. Oterritrio grego, moldado culturalmente pormuitos povos durante sculos, congurou-se

    politicamente no em um estado, mas sim emcidades. Estas cidades, denominadas Plis ou

    cidades - estado, possuam governos prpriose independncia poltica e econmica entresi; cada qual detinha diferentes modos deorganizao interna e, a depender do perodohistrico, revezavam-se em inuncia no que

    hoje o estado moderno grego.

    No perodo anterior Plato, a hegemoniada regio recaa sobre a cidade-estado deAtenas, cujo modelo poltico centrava-se na

    democracia ( governo da maioria). O contex-to era marcado pela efervescncia cultural dacidade: construam-se obras pblicas, as artesoresciam, havia muito progresso no campo

    do conhecimento, bem como circulao depessoas e mercadorias. A democracia, sus-tentada pelo modo de produo escravista,era a forma de organizao poltica de Atenas,admirada por muitos at hoje, um dos moti-vos da crtica de Plato sociedade a quepertenceu um ponto chave na formulaode seu pensamento educacional.

    A poca em que Plato viveu foi marcadapor muitas disputas e guerras entre as cidades estado gregas, tendo como pano de fundoo imperialismo ateniense . Em 404 a.C.,aps anos de disputas, Atenas acaba por serderrotada por Esparta e sua coligao, aba-lando a democracia como sistema poltico e

    colocando no poder a oligarquia dos TrintaTiranos, inaugurando um perodo complica-do para cidade - estado. Alm do mais, em399 a.C. Scrates, seu mestre, condenado

    morte pela assembleia ateniense com aalegao de que seus ensinamentos corrom-piam a juventude: estes dois fatos marcaramprofundamente as concepes de educao e

    de poltica de Plato .Para Plato, a democracia ateniense era

    permeada pelo excesso de liberdade e impru-dncia dos governantes, motivos de origemda tirania. Isso fez com que ele perdesse aconana no sistema poltico de seu tempo,

    e concebesse uma ideia de educao vincu-lada poltica, com ns de produzir cidados

    comprometidos com a coletividade.

    At ento a educao ateniense era feitapelos sostas, e destinava-se a formar os

    futuros governantes da cidade atravs dodesenvolvimento do dom da oratria, quedeveria ser convincente, enaltecendo a in-dividualidade, com ns de obteno de uma

    posio de destaque na vida poltica e socialde Atenas. No se visava a educao do povo,haja vista que os sostas eram remunerados,

    bem como no havia a preocupao com opreparo tico dos governantes e dos cidados,no sentido de pertencimento a um estado, auma coletividade.

    Diante desta realidade que Plato con-cebe sua obra e nela ca clara a vinculao

    da educao poltica, visando formaode um governante completo, possuidor devirtudes: sapincia, fortaleza, temperana ejustia. Estas se desenvolveriam a partir deum processo educacional lento, que se dariano mbito fsico, moral e intelectual e, sendoa educao um bem do estado, quem fossepor ela beneciado, deveria voltar-se reali-zao do bem comum. A funo de governaruma cidade deveria ser realizada por quemdetivesse o preparo, obtido atravs do estudo.

    Este pensador concebe um estado ideal,governado por homens dotados de sabedo-

    ria, em que o bem comum posto acima dequalquer interesse individual. Os governantesdeste estado deveriam ser preparados paraconduzir os assuntos pblicos atravs da

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    educao. Esta deveria durar aproximada-mente cinquenta anos a m de selecionar,

    por meio do desenvolvimento das virtudes,os integrantes que comporiam as trs classes

    do estado ideal, para que cada uma cumprisseseu papel dentro da sociedade.

    A educao deveria ser fornecida peloEstado, que tem a responsabilidade de formarseus cidados, estendida a todos os habitan-tes da plis e utilizada como um veculo deseleo e avaliao das aptides de cada um.Desta forma quem se destacasse na virtudeda temperana, destinar-se-ia ao artesanato

    e comrcio; se a coragem prevalecesse noindivduo, seria includo na classe dos guer-reiros, mas se na pessoa houvesse aptidopara os estudos loscos, estes deveriam

    ser aprimorados, com ns de formao dos

    futuros governantes, atravs de um processolento, que se naliza em torno dos 50 anos.

    clara a vinculao das ideias educacionaisde Plato poltica pois, em seu tempo, esta

    possua grande importncia para os homens,congurando o modo de vida e a organizaosocial dos gregos.

    A sntese de concepo de estado ideal eda importncia da educao no pensamentoPlatnico podem ser observados em sua obraA Repblica, escrita entre 380 a 370 a.C.,mais especicamente no Livro VII, dilogo

    conhecido como a alegoria da caverna. Nestetexto, Plato interage com Glauco, tecendoum discurso complexo em termos de signi-cado, compondo um programa educacional

    para formar um cidado completo, atravsdo desenvolvimento do corpo e da alma,esta ltima por meio da dialtica: ...as ou-tras qualidades chamadas da alma podemmuito bem aproximar-se das do corpo; comefeito, se no existiram previamente, podemcriar-se e depois pelo hbito e pela prtica

    (PLATO, 2008, p. 214).Na caverna imaginada por Plato est

    um grupo de homens, preso a correntes, aobservar o fundo da mesma. As parcas ima-

    gens que vem so sombras projetadas poruma fogueira situada s costas do grupo; este o mundo que conhecem, tendo-o comoa realidade. Este grupo Plato considera a

    sociedade de seu tempo, detentora de umaviso de mundo restrita, crente que a realida-de somente o que se lhes evidencia diantedos olhos.

    o mundo sensvel que Plato nos apre-senta, em que a supercialidade da realidade

    no contestada, considerando-se as pessoasmeras expectadoras dos fatos; os grilhesso a ignorncia e esta a responsvel pela

    mesmice. Para Plato existia a necessidadede mudanas na percepo acerca do que eraa verdadeira realidade, por parte da sociedadee dos governantes gregos. A educao seriaa base para transcender o articialismo do

    mundo visvel, atravs da formao de in-divduos responsveis pelo bem comum. neste sentido que se d a crtica instruosofstica, por esta focar-se em posies

    individuais.A signicncia das ideias de Plato reside

    no fato de propor um estado e um meio deconstru-lo, que a educao e, a educaoseria, por conseguinte, a arte desse desejo(PLATO, 2008, p. 214). Este ponto abre-nos um leque reexivo acerca da sociedade

    de nosso tempo, imbuda na falta de reexi-vidade e interesse no bem comum, fechadano individualismo; faz-nos pensar tambmna formao que recebemos e em nossa res-ponsabilidade como formadores das futurasgeraes: qual a proposta de educao paraformarmos cidados que surge em nossotempo? Qual a utilidade prtica do queensinamos para a vida e para a coletividade?

    Na alegoria da caverna, um dos homenspresos forado a abandon-la e inserido nomundo do conhecimento. Aps um perodo

    de adaptao, onde habitua-se nova situ-ao, compreende o estado de ignornciaem que se encontrava, e os limites que osgrilhes impunham sua liberdade. Para

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    Plato isso signicava a passagem do mundo

    aparente e visvel, para um estgio superior, omundo ininteligvel, em que a alma buscaria aideia de bem. Esta passagem s seria possvelpor meio de um processo educacional lento,que desenvolvesse o corpo em consonnciacom a alma, formando um cidado comple-to, tico e justo. Um dos mritos de Plato considerar o ser humano apto mudana,e a prtica e o hbito como fundamentais nodesenvolvimento das qualidades de homem.

    Ao sair da caverna e instruir-se, o homemadquire a conscincia de zelar pelo bemcomum, aplicando a justia e conduzindo acidade para o caminho do bem. Os governan-tes, para o lsofo, deveriam ser escolhidos

    dentre os que tivessem perpassado pelosestudos da ginstica, msica, educao mi-litar, insero e aprofundamento dos estudosmatemticos e no domnio da dialtica. Apartir de ento, j por volta dos 35 anos, ohomem dedicava-se s funes pblicas, po-

    dendo tornar - se governante aps completaros 50 anos.

    Pode-se perceber que o objetivo da edu-cao para Plato era formar cidados a m

    de habitar um estado perfeito, existente nomundo das ideias. Com a alegoria da caverna,ele fornece o meio, a forma para fazer comque as pessoas despertem do estado letrgi-co para outro de inteligncia: a educao

    que deveria colocar o homem na direocerta, ou seja, do Bem e da Verdade. Almdo mais, os que detinham a sabedoria e, porisso deveriam governar, adquiriam tambm aresponsabilidade pelo bem de todos, sbios,guerreiros ou simples artesos.

    A educao idealizada por Plato tem umcarter poltico explcito, pois objetivavaa formao da elite dirigente do estado, edos cidados que o habitariam . Isso porquea poltica, em seu tempo, era a ocupaoprtica dos que a lei considerava cidadosatenienses, tendo o conhecimento, obtidopor meio da instruo, aplicao direta nos

    assuntos cotidianos da cidade estado. Opensamento educacional de Plato critica,tambm, a educao de seu tempo, que novisava a formao de governantes cidados,

    mas sim primava por uma instruo descom-prometida com o interesse comum.

    Pressupostos Educacionais deRousseau

    Rousseau foi um pensador da Europa dosculo XVIII e, como intelectual de seu per-

    odo histrico, integrante de uma corrente depensamento que se convencionou denominarde Iluminismo, cuja base alicerava-se naracionalidade e no esclarecimento que o cien-ticismo trouxe humanidade. Tal iderio

    contrapunha-se s concepes teolgicas deento, defendidas pela Igreja Catlica, tendoinclusive implicaes polticas considerveis,por contestar o carter divino das monarquias

    europeias.Aliado a este contexto, crente nas aptideshumanas, emergia como classe dominante aburguesia, que consolidava, aos poucos, umasociedade urbana e industrial. Rousseau,lho desta poca, presencia a efervescncia

    social provocada pelo processo de industriali-zao e o consequente aumento populacionaldas cidades, que veio acompanhado, tambm,por mudanas dos valores sociais. Inicia-se aconsolidao de uma sociedade pautada noindividualismo e na competio, imergindo,como um todo, em relaes sociais pautadasno articialismo e nas aparncias. Isso ter

    inuncias signicativas nas ideias de Rous-seau, sobretudo no que tange sua propostaeducacional.

    Em termos de educao, esta era restri-ta s elites; as crianas, por sua vez, eramvistas como pequenos adultos, e o fato dese comportarem como tal era determinantedas relaes afetivas familiares, devendocomportar-se e frequentar lugares e situaes

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    restritos a adultos. A preocupao com atemporalidade da aprendizagem era, pratica-mente inexistente, tendo em conta, tambm, aincluso precoce destas crianas no mercado

    de trabalho.Um ponto que merece destaque, situado

    neste recorte temporal, o surgimento daescola moderna, agregada aos iderios daRevoluo Francesa. Foi um elemento essen-cial para o Estado Nacional por centrar-se nareproduo de saberes e disciplina do corpoe da mente, a m de consolidar uma identi-dade nacional, alm de capacitar operrios

    nascente indstria. desta escola que somosherdeiros e muita de sua lgica de funciona-mento permanece e, descontextualizada aprtica, torna-se anacrnica em nalidades.

    Jean-Jacques Rousseau, diante da socie-dade setecentista, era um defensor da liber-dade e da formao de um estado igualitrio.Neste estado, as interaes seriam permeadaspor meio de um contrato, tendo em conta o

    carter socivel do homem, visando a harmo-nia do corpo coletivo. Como caminho parase chegar sociedade contratual, Rousseaufaz uso da Educao e, ao faz-lo, concebeas razes da pedagogia moderna, atravs doprojeto de Educao Natural explicitado noEmlio.

    Emlio o nome dado por Rousseau aseu aluno ctcio, que, juntamente com seu

    preceptor, percorrem um trajeto educacionalde aproximadamente 25 anos, objetivando aformao de um ser humano autnomo, soci-vel e moral. Rousseau estabelece um mtodoeducacional que valoriza o desenvolvimentoda criana, tendo em conta a temporalidadee necessidades de aprendizagem da mesma,considerando o desenvolvimento sensorial,mental e moral do ser humano.

    No Emlio explicitam-se trs fases neces-

    srias formao do homem, cada qual comaprendizagens especcas, condizentes com

    a idade, capacidade e necessidade da criana,adolescente ou jovem. A infncia, perodo

    que vai at os 12 anos, considerada a faseem que a criana depende, sobretudo nosprimeiros anos, dos adultos para sobreviver. latente, neste aspecto, a preocupao de

    Rousseau com o desenvolvimento sensorial eexperimental da criana, necessrios cons-truo de sua autonomia, que deve acontecerpor meio do conceito de liberdade bem regra-da. Isso signica ausncia de impedimento,

    no sentido de permitir que a natureza cumpraseu papel de educadora, mas no a ausnciade autoridade por parte do responsvel.

    Nesta primeira fase, a educao proposta

    por Rousseau deveria ser a mais natural pos-svel, focando a liberdade da criana, mastendo a agudeza de discernir entre os desejosnecessrios e teis daqueles regrados pelovcio, os quais comprometem a construoda moralidade. Segundo Dalbosco (2009), oadulto, para Rousseau, tem a responsabilida-de de conduzir a criana, atravs da educaopelas coisas, pelo caminho natural, signi-

    cando este o desenvolvimento das aptidesnaturais mediante a insero progressiva dacriana no universo da sociabilidade huma-na. O o condutor deste objetivo repousa no

    cuidado e ateno do adulto, no sentido deatendimento apenas das necessidades natu-rais da criana, em contraposio vcios efantasias, os quais desvirtuariam o carter dofuturo homem.

    A segunda fase envolve o perodo dos12 aos 15 anos e designada como a pocada fora, correspondendo adolescncia. nesta fase que a fora fsica do ser ultrapassaos limites de suas necessidades naturais e acriana adquire a capacidade de se adaptars circunstncias. necessrio sensibilidadepara canalizar o excedente da fora em ativi-dades que corroborem para a formao dasideias e emisso de juzos.

    O adolescente precisa ser orientado a teruma prosso, no desmerecendo o senso de

    utilidade que deve ser empregado na pers-pectiva do amor cincia e aos mtodos do

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    aprender. aqui que se inicia a educao ra-cional e social, atravs da insero do mtododiscursivo, o que caracteriza um deslocamen-to da centralidade da educao pelas coisas,

    para uma pedagogia baseada no contrato e nanegociao, premissas estas que permeiam asociabilidade humana e so essenciais para aformao do homem em Rousseau.

    O desenvolvimento da socializao,iniciado na segunda fase, a pedra de toqueque norteia a idade das razes e das paixesentre os 15 e os 20 anos. Em contraposioao nascimento biolgico, Rousseau d a este

    perodo a conotao do nascimento do ho-mem para a sociedade, pois onde se iniciaa relao com outros homens e com o mundo. nesta fase que o jovem preparado paraingressar na sociedade, por meio da aquisioe desenvolvimento do ponto de vista moral,jurdico e poltico. nesta fase da vida queEmlio, gozando de maturidade, apresen-tado sociedade.

    Rousseau acompanha seu aluno por maisalguns anos, dos 20 aos 25, no processo nalde sua educao. Nesta fase, Emlio, imbudoda sabedoria para exercer-se socialmente,busca a companheira ideal para o casamentoe a encontra na pessoa de Soa, que, assim

    como Emlio, tambm foi preparada paraocupar seu lugar na sociedade. no Livro Vque o pensador trata da educao feminina esuas diferenas, em termos de mtodo e for-mao, em relao ao homem. A preocupaocentral, em ambos os casos, a preparao deum homem e de uma mulher aptos a convivere participar da sociedade.

    O cerne da pedagogia de Rousseau re-pousa na ideia de educao natural, por acre-ditar ser a sociedade promotora de valoresarticiais, no colaborando para a formao

    moral e autnoma do homem. Por isso que

    apregoa para a criana, inicialmente, umaeducao solitria, baseada na lei da neces-sidade e do cuidado, seguindo o princpio daeducao pelas coisas, a saber das potenciali-

    dades e limites inerentes temporalidade dacriana, adolescente ou jovem.

    Paralelo dimenso sensorial, Rousseauatribui grande valor ao senso de utilidade doaprendizado, e sua conexo imediata neces-sidade que se apresenta. Progressivamenteao desenvolvimento do saber emprico,insere-se a instruo epistemolgica, voltada formao social do homem e permeada porprincpios contratuais e de negociao. Ouseja, nos pontos essenciais para o convviosocial. Assim educado, o homem aprende aser autnomo diante de seus iguais, no secorrompe com os articialismos sociais e se

    prepara, sob o ponto de vista poltico, paraocupar seu papel na coletividade do EstadoContratual.

    Rousseau foi o primeiro pensador mo-derno a vislumbrar a dimenso temporaldo desenvolvimento cognitivo da criana,chamando ateno para a responsabilidadeda famlia na educao, por esta iniciar-se

    com o nascimento. pertinente vislumbrar,tambm, a importncia dada questo da sen-sibilidade e da necessidade, essenciais paraa percepo e compreenso do mundo fsicoe, por intermdio dele, o desenvolvimentoda curiosidade emprica. Esta, estimulada,converte-se na vontade de saber, aprofundan-do naturalmente o conhecimento.

    A naturalidade pelo qual Emlio aprende

    fruto de um conceito de liberdade bemregrada, presente desde o nascimento. Essa li-berdade objetiva tornar a criana, adolescentee jovem forte em todos os sentidos ( fsico,moral, poltico), visando a formao de umhomem livre. Hodiernamente percebe-se,nos mtodos educacionais, a carncia de umensino voltado sensibilidade, ao estmuloe desenvolvimento de ideias e experincias

    com vistas a autonomia.Cabe reexo sria tambm sobre a falta

    de liberdade e os nveis de constrangimento aque so submetidos nossos alunos, ocupando

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    espaos educativos delimitados por paredese muros, cuja funcionalidade implcita apadronizao do pensamento, para posteriorinsero pacca na sociedade de consumo.

    A domesticao dos corpos perpassa o limitefsico para tornar-se mental e intelectual.

    Rousseau props uma pedagogia capazde formar um homem emancipado, cujosvalores superassem a supercialidade das

    relaes sociais de seu tempo. Neste ponto que nos questionamos acerca das possibi-lidades emancipatrias que oferecemos aosalunos que educamos. A sociedade contem-pornea desigual e permeada por relaesde supercialidade e individualismo que,

    embora esboam-se concepes que valori-zem um estilo de vida holstico, acentuam-secotidianamente.

    Plato e Rousseau: ConfrontandoIdeias

    Aps breve exposio das principaisideias destes pensadores acerca da educao,vislumbra-se, na proposta de ambos, algunspontos em comum que podem servir comobase para reexes hodiernas sobre o tema.

    Um fato que deve ser levado em conta ocontexto de produo do discurso, pois tantoRousseau como Plato redigiram tendo em

    conta a sua contemporaneidade, e a neces-sidade de crticas e propostas educacionaisque a leitura social a eles imps.

    Um aspecto enfatizado pelos dois pen-sadores se relaciona superficialidade earticialismo da realidade, que no permite

    ao homem o desenvolvimento de suas ap-tides morais e do sentido de bem comum.Para Plato, a supercialidade se refere ao

    estado de ignorncia a que o homem estsubmetido, incapaz de perceber a prprialetargia e contestar imposies, vislumbrandoa responsabilidade do estado na formao de

    seus cidados. J para Rousseau, o sentidoda articialidade se expressa nas relaes

    interpessoais da sociedade de seu tempo,corruptora da moralidade natural do homem.

    A educao por ele percebida em suasdimenses pblica (educar para conviver nasociedade contratual) e domstica ( evitarcorromper-se com vcios: dimenso do cui-dado). Ambos criticam a educao de seutempo, e a ineccia desta para a formao de

    cidados comprometidos com o bem comum

    Outra semelhana o fato de estabelece-rem um perodo longo para a educao, 50

    anos para Plato e 20/25 em Rousseau, per-odo em que as potencialidades dos homensdeveriam ser desenvolvidas, com vistas formao de um ser autnomo e responsvelquanto ao seu papel na sociedade. Em ambaspropostas vislumbra-se a preocupao com odesenvolvimento do corpo em consonnciacom a mente, merecendo destaque a preocu-pao com as temporalidades de aprendiza-

    gem inerentes cada fase da vida, paralelasao desenvolvimento moral

    Existem diferenas quanto aos objetivos,j que em Plato, a educao torna-se umveculo seletivo de aptides, cuja prevalnciadene a congurao dos papis sociais. So-mente aos que tivessem vocao para os es-tudos loscos que seria dada a possibili-dade na assuno aos cargos da administraopblica. Da o carter poltico da pedagogiaidealista platnica. J para Rousseau noh aptido a ser selecionada, mas liberdade,por parte do ser em formao, em denir o

    que lhe agrada, embora a instruo objetivea construo de um homem preparado paraassumir seu papel na sociedade.

    Ambos os pensadores apresentam propos-ta de um estado ideal e estabelecem umapedagogia para formar cidados imbudos do

    sentido de coletividade. A educao associa-va o desenvolvimento do corpo e da menteao senso de utilidade, tendo o conhecimentoa nalidade de intervir no cotidiano. Isto ca

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    claro quando Plato prope o estudo da ma-temtica aos guerreiros, por esta cincia teraplicao direta no cotidiano dos soldados,pois em seu tempo, as atividades blicas eram

    frequentes. Veja o que fala Plato a Glauco:

    - Logo, que outra cincia havemos deconsiderar necessria a um guerreiro,como a de poder calcular e contar?

    - Essa mais do que todas, se quisercompreender alguma coisa de ttica, emais ainda, se quiser ser um homem (PLATO, 2008, p. 219).

    O senso de utilidade igualmenterelevante em Rousseau, sendo por ele consi-derado fundamental no desenvolvimento dacapacidade de emisso de juzos, premissabsica para a distino do bem e do mal. ParaRousseau:

    assim que ele consegue distinguir oque til do que no , importa usar demuita cautela e de arte para conduzi-loaos estudos especulativos. (...) At agorano conhecemos outra lei, que no a danecessidade; agora nos deparamos como que til; logo chegaremos ao que conveniente e bom ( ROUSSEAU, 2004,

    p.214) .

    Dentre todos os pontos abordados inte-ressante a importncia atribuda, por Platoe Rousseau, a temporalidade necessria paraa educao e sua conexo com a sociedade.A formao do homem por eles propostano se reduz a uma instruo bancria, masprev o desenvolvimento corporal conexo aointelecto. Nos diz Rousseau: atividade docorpo, que procura desenvolver-se, segue-sea atividade do esprito, que procura instruir-se (ROUSSEAU, 2004, p. 214). Ou sejatodo o tempo, todo o espao e toda a atividade

    praticada, fsica ou intelectual, possuamdimenso educativa.

    Neste nterim, a natureza, a famlia, socie-dade e o estado detinham a responsabilidade

    de educar os cidados dentro de uma perspec-tiva de integralidade. Percebe-se, diante daspropostas destes pensadores, uma perspectivade educao integral, tema este em pauta nosdiscursos educacionais hodiernos.

    Consideraes Finais: Dilemas daEducao Contempornea

    A poca que sucedeu a Rousseau consoli-dou o modelo de civilizao que se esboavaem seu tempo. A crena na cincia e na tc-

    nica acentuou-se e levou os homens a desen-volver uma viso mecanicista e fragmentriada natureza e da sociedade. Segundo Behrens(BEHRENS, 2005), houve a separao entremente e matria, com uma consequente de-partamentalizao do conhecimento, visandoa maior eccia. Isso fez com que o homem

    adquirisse uma viso fragmentada no so-mente da verdade, mas de si mesmo, dos seus

    valores e dos seus sentimentos ( BEHRENS,2005, p. 17), gerando perda de unidade , apadronizao do pensamento, acentuando-se valores individualistas e , com eles, umasociedade desigual.

    Para a educao, a sociedade da cinciaconsolidou uma linha de pensamento redu-cionista, caracterizada pela ciso entre corpoe mente, gerando a perda de referncia do

    todo, sobretudo dos sentimentos e da tica.Nas escolas, o conhecimento, meramentereproduzido por via de tarefas repetitivas,deixou de ter sentido e signicado til a

    quem os realiza, inibindo o desenvolvimentoda criatividade, da possibilidade da cons-truo da autonomia e com ela, dos valoreshumanos. Tendo em mentes as ideias educa-cionais de Plato e Rousseau, que se pode

    vislumbrar a preocupao dos mesmos com aintegrao de corpo e da mente, como essen-ciais para a formao do homem, e como aescola moderna desvirtuou-se desta premissa.

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    Elaine Aparecida Lorenzon- Lusa Guiomar Aresi Jorge

    Uma das grandes questes que se impena contemporaneidade a superao domodelo educacional reducionista. Este podeser vislumbrado na estrutura fsica da esco-la, edicada para disciplinar e controlar, na

    disposio da moblia das salas, na divisocurricular por disciplinas e contedos e, atmesmo no fato de a escola tornar-se a nicaresponsvel pelo ensino. Isso revela a au-sncia de responsabilizao da famlia pelaeducao, com consequncias marcantes nocampo tico e moral, bem como a restriode espaos cotidianos e sociais da dimenso

    educativa.As ltimas dcadas, diante deste contexto,

    vem trazendo mudanas que requerem ree-xo acerca da estrutura de nossas instituiesde ensino. Estas mudanas relacionam-se velocidade das inovaes cientcas e

    massicao da informao, que relativiza

    a posio dos conhecimentos consolidados.Isso exige uma nova relao entre a escola e

    os alunos, pautada na exibilizao curricular

    e no desenvolvimento de uma postura ativae autnoma deste, frente ao conhecimento.Diante da sociedade que se integra mundial-

    mente, as prticas educativas adquirem umaconotao ampla, vinculada ao cotidiano e aoprazer em aprender em diferentes espaos.

    neste ponto que a educao integralemerge como resposta a este impasse.Propondo ampliao dos tempos e espaoseducativos, vislumbra uma escola pulsantee conectada com a sociedade, buscandoa associao entre o desenvolvimento do

    corpo e da mente, semelhante ao que Platoe Rousseau propunham, cada qual em seutempo. Assim como os pensadores analisa-dos, a Educao Integral, ainda incipiente,surge como proposta capaz de romper com afragmentao (no sentido tico, econmico,social, curricular) que impera nas escolas,constituindo-se em alternativa na consolida-o de uma sociedade democrtica e plural.

    AUTORES

    Elaine Aparecida Lorenzon- Prefeitura Municipal de Chapec - Funcionria Pblica. Cursan-do Especializao em Educao Integral na Universidade Federal da Fronteira Sul. E-mail:[email protected].

    Lusa Guiomar Aresi Jorge- Universidade Comunitria da Regio de Chapec - Auxiliar de

    Projetos. Cursando especializao em educao integral na Universidade Federal da FronteiraSul. E-mail: [email protected].

    REFERNCIAS

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    DALBOSCO, Claudio Almir. Paradoxos da Educao Natural no mile de Rousseau:os Cuidadosdo Adulto. Ed. Soc. Campinas, Vol. 30, no106, p. 175 193, jan/abr: 2009. Via Internet. Disponvelem: http://www.cedes.unicamp.br. Acesso em: 04 fev. 2011.

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