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A História de Chico Buarque

Ana Lúcia Moret - Unip

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1944 No dia 19 de junho nasce no Rio de Janeiro, Francisco Buarque de Hollanda, o quarto dos sete filhos do historiador e sociólogo Sérgio Buarque de Hollandae da pianista amadora Maria Amélia Cesário Alvim. 1946A família muda-se do Rio para a Rua Haddock Lobo, em São Paulo. Seu pai é nomeado diretor do Museu do Ipiranga 1953/54A família muda-se novamente... Sérgio Buarque é convidado para dar aulas na Universidade de Roma e a família muda-se para a Itália. Compõe suas primeiras "marchinhas de carnaval" e torna-se trilingüe, falando inglês na escola (norte-americana) e italiano nas ruas. Sua casa, na Itália, é freqüentada por intelectuais e artistas, entre eles o futuro parceiro Vinicius de Moraes.

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1956/57 Compõe as primeiras canções, operetas que eram encenadas com as irmãs mais novas, Ana, Cristina e Pii Surge o interesse pelo futebol. 1958Uma nova paixão: a literatura... 1959 A influência musical decisiva é o LP Chega de saudade, de João GilbertoFaz sua primeira composição: Canção dos olhos:Meu Deus, o que será que temNesses olhos teusO que será que temPra me seduzirPra me escravizarNão seiE não saberei tambémComo resistirA seu modo de amarEu só estou sabendoQue para te amarEu viverei sofrendoMas já não resiste

O coraçãoQuero viver tristeE entãoE quando eu tiver os meus olhos chorandoSaberei então seu olhar ilusão

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1961Publica suas primeiras crônicas no jornal por ele batizado de Verbâmidas, do Colégio Santa Cruz. Sonhava um dia vê-las publicadas nas grandes revistas semanais, ao lado de cronistas consagrados.Sua primeira aparição na imprensa, entretanto, não foi na seção cultural, como imaginava, mas nas páginas policiais do jornal Última Hora de São Paulo. Chico e um amigo "puxaram" um carro para dar umas voltas pela madrugada paulista, uma brincadeira comum na época. A diversão acabou na cadeia. A manchete destacava: "Pivetes furtaram um carro: presos" e estampava a foto dos dois menores, com os olhos cobertos pelas tarjas pretas. Como castigo, Chico foi proibido pelos pais de sair sozinho à noite até completar 18 anos.

1963Entra na Universidade de São Paulo e começa sua trajetória pelos palcos, estabelecendo contatos com jovens que serão grandes nomes da MPB.

1965Conhece Caetano Veloso e Gilberto Gil, que seriam expoentes do movimento tropicalista.

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1966 10 de outubro A banda vence, junto com Disparada, o II Festival de Música Popular Brasileira... Lança seu primeiro LP pela RGE, Chico Buarque de Hollanda. Começam seus problemas com a censura do regime militar...

DisparadaMeu Deus, o que será que temNesses olhos teusO que será que temPra me seduzirPra me escravizarNão seiE não saberei tambémComo resistirA seu modo de amarEu só estou sabendoQue para te amarEu viverei sofrendoMas já não resisteO coraçãoQuero viver tristeE entãoE quando eu tiver os meus olhos chorandoSaberei então seu olhar ilusão

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1966Lança seu primeiro songbook, A banda, com manuscritos de letras e o conto inédito Ulisses.Conhece a atriz Marieta Severo, com quem teria três filhas.A BandaEstava à toa na vidaO meu amor me chamouPra ver a banda passarCantando coisas de amorA minha gente sofridaDespediu-se da dorPra ver a banda passarCantando coisas de amorO homem sério que contava dinheiro parouO faroleiro que contava vantagem parouA namorada que contava as estrelas parouPara ver, ouvir e dar passagemA moça triste que vivia calada sorriuA rosa triste que vivia fechada se abriuE a meninada toda se assanhouPra ver a banda passarCantando coisas de amorO velho fraco se esqueceu do cansaço e pensouQue ainda era moço pra sair no terraço e dançou

A moça feia debruçou na janelaPensando que a banda tocava pra elaA marcha alegre se espalhou na avenida e insistiuA lua cheia que vivia escondida surgiuMinha cidade toda se enfeitouPra ver a banda passar cantando coisas de amorMas para meu desencantoO que era doce acabouTudo tomou seu lugarDepois que a banda passouE cada qual no seu cantoEm cada canto uma dorDepois da banda passarCantando coisas de amor

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1967Estréia como ator no filme Garota de Ipanema e escreve a peça Roda viva...Roda vivaTem dias que a gente se senteComo quem partiu ou morreuA gente estancou de repenteOu foi o mundo então que cresceuA gente quer ter voz ativaNo nosso destino mandarMas eis que chega a roda-vivaE carrega o destino pra láRoda mundo, roda-giganteRoda-moinho, roda piãoO tempo rodou num instanteNas voltas do meu coraçãoA gente vai contra a correnteAté não poder resistirNa volta do barco é que senteO quanto deixou de cumprirFaz tempo que a gente cultivaA mais linda roseira que háMas eis que chega a roda-vivaE carrega a roseira pra láRoda mundo (etc.)A roda da saia, a mulata

Não quer mais rodar, não senhorNão posso fazer serenataA roda de samba acabouA gente toma a iniciativaViola na rua, a cantarMas eis que chega a roda-vivaE carrega a viola pra láRoda mundo (etc.)O samba, a viola, a roseiraUm dia a fogueira queimouFoi tudo ilusão passageiraQue a brisa primeira levouNo peito a saudade cativaFaz força pro tempo pararMas eis que chega a roda-vivaE carrega a saudade pra láRoda mundo (etc.)

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1968-Participa da "Passeata dos cem mil contra o regime militar"...8 de julho O CCC – Comando de Caça aos Comunistas –invade o teatro Galpão... Sabiá, em parceria com Tom Jobim, vence, sob vaias, o Festival Internacional da Canção...SabiáVou voltarSei que ainda vou voltarPara o meu lugarFoi lá e é ainda láQue eu hei de ouvir cantarUma sabiáVou voltarSei que ainda vou voltarVou deitar à sombra De uma palmeira que já não háColher a flor que já não dáE algum amor talvez Possa espantar as noitesQue eu não queriaE anunciar o diaVou voltarSei que ainda vou voltarNão vai ser em vão

Que fiz tantos planosDe me enganarComo fiz enganosDe me encontrarComo fiz estradas De me perderFiz de tudo e nada De te esquecerVou voltarSei que ainda vou voltarE é pra ficarSei que o amor existeEu não sou mais tristeE que a nova vidaJá vai chegarE que a solidão Vai se acabar

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1969Inicia auto exílio na Itália, onde nasce sua filha Sílvia, cujo padrinho é Vinícius de Morais

1970Seu retorno ao Brasil é marcado pelo "barulho" organizado por recomendação de Vinicius de Moraes: muita gente o esperando no aeroporto, manifestações de amigos, entrevistas à imprensa e um show marcado na boate Sucata para lançar seu quarto LP, um disco de transição. Afasta-se do samba tradicional, em Rosa dos ventos, em Cara a cara. Volta-se para o protesto político com Apesar de você, uma resposta crítica ao regime ditatorial no qual o país ainda estava imerso. Surpreendentemente, a música passaria incólume pela censura prévia e se tornaria uma espécie de hino da resistência à ditadura. Depois de vender cerca de 100 mil cópias, a canção é censurada, o disco é retirado das lojas. Para o público, não havia dúvidas: o "você" da música era o general Emílio Garrastazu Médici, então presidente da República, em cujo governo foram cometidas as maiores atrocidades contra os opositores do regime. Ao ser interrogado sobre quem era o "você" da canção, Chico responde: "É uma mulher muito autoritária". Após este episódio, o cerco às suas composições endurece. Ao lado, entre outros nomes, do arquiteto Oscar Niemeyer, do editor Ênio Silveira, e de seu próprio pai, participa do Conselho do Cebrade - Centro Brasil Democrático - organização de intelectuais publicamente comprometidos com a luta contra a ditadura. A aproximação com o Cebrade lhe valeria, durante bom tempo, o rótulo de membro da "linha auxiliar" de um dos dois partidos comunistas brasileiros, o PCB, pró-Moscou.

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1971No início do ano, lança o LP Construção. Rompe com a TV Globo, durante os preparativos para o VI Festival Internacional da Canção... ConstruçãoAmou daquela vez como se fosse a última Beijou sua mulher como se fosse a última E cada filho seu como se fosse o único E atravessou a rua com seu passo tímido Subiu a construção como se fosse máquina Ergueu no patamar quatro paredes sólidas Tijolo com tijolo num desenho mágico Seus olhos embotados de cimento e lágrima Sentou pra descansar como se fosse sábado Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago Dançou e gargalhou como se ouvisse música E tropeçou no céu como se fosse um bêbado E flutuou no ar como se fosse um pássaro E se acabou no chão feito um pacote flácido Agonizou no meio do passeio público Morreu na contramão atrapalhando o tráfego Amou daquela vez como se fosse o último Beijou sua mulher como se fosse a única E cada filho como se fosse o pródigo

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E atravessou a rua com seu passo bêbado Subiu a construção como se fosse sólido Ergueu no patamar quatro paredes mágicas Tijolo com tijolo num desenho lógico Seus olhos embotados de cimento e tráfego Sentou pra descansar como se fosse um príncipe Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo Bebeu e soluçou como se fosse máquina Dançou e gargalhou como se fosse o próximo E tropeçou no céu como se ouvisse música E flutuou no ar como se fosse sábado E se acabou no chão feito um pacote tímido Agonizou no meio do passeio náufrago Morreu na contramão atrapalhando o público Amou daquela vez como se fosse máquina Beijou sua mulher como se fosse lógico Ergueu no patamar quatro paredes flácidas Sentou pra descansar como se fosse um pássaro E flutuou no ar como se fosse um príncipe E se acabou no chão feito um pacote bêbado Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado Por esse pão pra comer, por esse chão prá dormir A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir Por me deixar respirar, por me deixar existir,

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Deus lhe pague Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir Pela fumaça e a desgraça, que a gente tem que tossir Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair, Deus lhe pague Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir, Deus lhe pague.

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1972Novembro - Faz o histórico show no Teatro Castro Alves, em Salvador, com Caetano Veloso.Volta ao cinema no filme Quando o carnaval chegar, de Cacá Diegues...Quando o carnaval chegar Quem me vê sempre parado, distante garante que eu não sei sambar Tô me guardando pra quando o carnaval chegar Eu tô só vendo, sabendo, sentindo, escutando e não posso falar Tô me guardando pra quando o carnaval chegar Eu vejo as pernas de louça da moça que passa e não posso pegar Tô me guardando pra quando o carnaval chegar Há quanto tempo desejo seu beijo molhado de maracujá Tô me guardando pra quando o carnaval chegar E quem me ofende, humilhando, pisando, pensando que eu vou aturar Tô me guardando pra quando o carnaval chegar E quem me vê apanhando da vida duvida que eu vá revidar Tô me guardando pra quando o carnaval chegar Eu vejo a barra do dia surgindo, pedindo pra gente cantar Tô me guardando pra quando o carnaval chegar Eu tenho tanta alegria, adiada, abafada, quem dera gritar

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1973Escreve, com Ruy Guerra, a peça Calabar... A Phonogram desliga os microfones durante o show Phono 73 e

impede que ele e Gil toquem Cálice CálicePai, afasta de mim esse cálice (3x)De vinho tinto de sangueComo beber dessa bebida amargaTragar a dor, engolir a labutaMesmo calada a boca, resta o peitoSilêncio na cidade não se escutaDe que me vale ser filho da santaMelhor seria ser filho da outraOutra realidade menos mortaTanta mentira, tanta força brutaComo é difícil acordar caladoSe na calada da noite eu me danoQuero lançar um grito desumanoQue é uma maneira de ser escutadoEsse silêncio todo me atordoaAtordoado eu permaneço atentoNa arquibancada pra a qualquer momentoVer emergir o monstro da lagoa

De muito gorda a porca já não andaDe muito usada a faca já não cortaComo é difícil, pai, abrir a portaEssa palavra presa na gargantaEsse pileque homérico no mundoDe que adianta ter boa vontadeMesmo calado o peito, resta a cucaDos bêbados do centro da cidadeTalvez o mundo não seja pequenoNem seja a vida um fato consumadoQuero inventar o meu próprio pecadoQuero morrer do meu próprio venenoQuero perder de vez tua cabeçaMinha cabeça perder teu juízoQuero cheirar fumaça de óleo dieselMe embriagar até que alguém me esqueça

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1974Publica sua primeira novela, Fazenda modelo. Surge Julinho da Adelaide, o personagem que driblou a censura por alguns meses.1975Abandona os palcos por um longo período...Escreve, com Paulo Pontes, a peça Gota d'água, estrelada por Bibi Ferreira... Ganha o Prêmio Molière como melhor autor teatral, mas não comparece para recebê-lo...

1976Compõe O que será para o filme Dona Flor e seus dois maridos... Lança o disco Meus caros amigos.

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O que seráO que será que seráQue andam suspirando pelas alcovasQue andam sussurrando em versos e trovasQue andam combinando no breu das tocasQue anda nas cabeças, anda nas bocasQue andam acendendo velas nos becosQue estão falando alto pelos botecosQue gritam nos mercados, que com certezaEstá na natureza, será que seráO que não tem certeza nem nunca teráO que não tem conserto nem nunca teráO que não tem tamanhoO que será que seráQue vive nas idéias desses amantesQue cantam os poetas mais delirantesQue juram os profetas embriagadosQue está na romaria dos mutiladosQue está na fantasia dos infelizesQue está no dia-a-dia das meretrizesNo plano dos bandidos, dos desvalidosEm todos os sentidos, será que seráO que não tem decência nem nunca teráO que não tem censura nem nunca terá

O que não faz sentidoO que será que seráQue todos os avisos não vão evitarPorque todos os risos vão desafiarPorque todos os sinos irão repicarPorque todos os hinos irão consagrarE todos os meninos vão desembestarE todos os destinos irão se encontrarE o mesmo Padre Eterno que nunca foi láOlhando aquele inferno, vai abençoarO que não tem governo nem nunca teráO que não tem vergonha nem nunca teráO que não tem juízo

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1977Traduz e adapta o musical infantil Os saltimbancos...e lança o disco Gota d'água. 1977Escreve o texto e as canções da peça Ópera do malandro... 1978Em fevereiro, visita a ilha de Cuba... e ao voltar para o Brasil é detido noaeroporto 1979Lança o álbum duplo Ópera do malandro e escreve várias canções para cinema e teatro.É publicado seu primeiro livro infantil Chapeuzinho amarelo, ilustrado por Donatella Berlendis. Calabar é, finalmente, liberada pela censura.

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1980 Fecha contrato com a gravadora Ariola, após doze anos de Polygram. Por ironia do destino, a própria Polygram compraria a Ariola no ano seguinte.A pedido da bailarina Marilena Ansaldi, faz as músicas para a peça Geni.Participa da festa do Avante, órgão oficial do Partido Comunista Português, e do projeto Kalunga, em Angola, onde se apresenta, com mais 64 artistas brasileiros, por todo o país. A renda dos shows é destinada à construção de um hospital.O cineasta argentino Maurício Berú realiza o documentário Certas palavras, sobre Chico Buarque, com participação - em números especiais ou depoimentos - de Caetano Veloso, Maria Bethânia, Vinícius de Moraes (que é filmado pela última vez), Toquinho, Francis Hime, Ruy Guerra, Miúcha, Sérgio Buarque de Hollanda e outros amigos e familiares.Ainda em 1980, faz duas músicas para a peça O Último dos Nukupirus, de Ziraldo Gugu Olimecha.Lança o LP Vida, que traz, entre outras, a música Eu te amo, feita especialmente para o filme homônimo de Arnaldo Jabor.

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1982 Em parceria com Edu Lobo, compõe as canções para o balé O grande circo místico, gravado no ano seguinte.Morre Sérgio Buarque de Hollanda, aos 79 anos de idade 1983/84Faz, com o cineasta Miguel Faria Jr., adaptação e roteiro para o filme Para viver um grande amor. Participa ativamente da campanha pelas "Diretas já" para presidente da República... 1985Compõe a trilha sonora do filme Ópera do malandro...

1986 Volta à televisão ao lado de Caetano Veloso...

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1987/88 Lança o disco Francisco no final de 87 e faz o show dirigido por Naum Alves de Souza, em janeiro de 88. 1991/92 Lança seu primeiro romance, Estorvo, publicado pela Companhia das Letras, com o qual ganha o "Prêmio Jabuti de Literatura". Os direitos de publicação de Estorvo são rapidamente vendidos para sete países: França, Itália, Inglaterra, Alemanha, Espanha, Estados Unidos e Portugal. Neste último, a venda atingiu 7.500 exemplares em apenas três dias, surpreendendo a Editora Dom Quixote.

11994/95 Volta aos palcos no início de 94 com o show Paratodos. Participa da Campanha Nacional Contra a Fome e Pela Cidadania, do sociólogo Herbert de Souza, o Betinho. Escreve o livro Benjamin.

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1997Compõe as canções para o projeto Terra, do fotógrafo Sebastião Salgado. 1998A Estação Primeira de Mangueira tira o primeiro lugar no carnaval carioca com a homenagem a Chico. 1999Faz turnê com o show As Cidades e, empolgado com os resultados, grava Chico ao vivo.

2000O filme Estorvo, de Ruy Guerra, concorre à Palma de Ouro do 53º Festival Internacional de Cinema de Cannes. Baseado em romance homônimo de Chico, é uma co-produção de Brasil-Cuba-Portugal. Traz no elenco o cubano Jorge Perugorría e os brasileiros Bianca Byington, Leonor Arocha e Tonico Oliveira. A versão cinematográfica de Estorvo marca mais uma parceria de Ruy Guerra e Chico. Eles já haviam trabalhado juntos na peça Calabar e na adaptação para o cinema do musical A Ópera do Malandro.

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2002Lança o CD Duetos, onde canta com grandes nomes. 2003Entra em cartaz o Filme Benjamim, dirigido por Monique Gardenberg Sai pela Cia. das Letras o livro Budapeste. O documentário Chico ou O País da Delicadeza Perdida é lançado pelo selo Videofilmes Produções Artísticas.